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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PARAÍBA RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) :GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO PREENCHIDOS. ART. 1.043, I E III, DO CPC/2015. ART. 330 DO RISTF. ARESTOS INESPECÍFICOS. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACÓRDÃO DA TURMA QUE NÃO APRECIA O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. CONSONÂNCIA DA DECISÃO EMBARGADA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DISSENSO JURISPRUDENCIAL INTERNA CORPORIS NÃO DEMONSTRADO. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. Mostram-se inespecíficos, não evidenciando o dissenso de teses necessário a autorizar a admissibilidade dos embargos de divergência, arestos paradigmas assentados sobre premissas fáticas diversas da decisão embargada, que não versam sobre a questão debatida ou cuja tese jurídica converge no mesmo sentido da decisão embargada. 2. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CC7-444D-AD06-F7F4 e senha 6093-2FD3-6626-6EAD Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 19 Ementa e Acórdão RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB assentada no aresto cotejado. 3. A sucessiva interposição de recursos manifestamente inadmissíveis ou improcedentes traduz o intuito meramente protelatório da parte, a autorizar o imediato cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Agravo regimental conhecido e não provido, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual do Pleno de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CC7-444D-AD06-F7F4 e senha 6093-2FD3-6626-6EAD Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB assentada no aresto cotejado. 3. A sucessiva interposição de recursos manifestamente inadmissíveis ou improcedentes traduz o intuito meramente protelatório da parte, a autorizar o imediato cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Agravo regimental conhecido e não provido, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual do Pleno de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CC7-444D-AD06-F7F4 e senha 6093-2FD3-6626-6EAD Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 19 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PARAÍBA RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) :GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão pela qual neguei seguimento aos embargos de divergência opostos em face de acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento a seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja agravo a Associação Nacional dos Contribuintes de Tributos. Insiste demonstrado o dissenso jurisprudencial apto a ensejar a admissibilidade dos embargos de divergência. Sustenta a “inaplicabilidade do AI 800.074 ao caso em comento – discussão voltada para a necessidade de comprovar a existência de filiados com a juntada da lista nominal dos mesmos com seus respectivos endereços”. Assevera “evidente que no presente feito discute-se a necessidade de carrear aos autos a lista de associados em ação mandamental, para demonstrar que a agravante defende os interesses de seus filiados, sendo que tal matéria já foi discutida pelo Supremo, inclusive, com a edição da súmula 629, restando clara a repercussão geral”. Repisa a tese de que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no MS 23.769, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 30.4.2004, no RE 193.382, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.1996, e no RE 141733, Rel. Ilmar Galvão, DJ 01.9.1995, bem como no ARE 885047 AgR, Rel. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 03.8.2015; e RE 501953 AgR, Rel. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 26.4.2012. Requer o provimento dos Embargos de Divergência. O acórdão embargado está assim ementado: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 203F-AC80-1957-6CEC e senha D9B7-4B80-7DF5-DDD7 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PARAÍBA RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) :GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão pela qual neguei seguimento aos embargos de divergência opostos em face de acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento a seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja agravo a Associação Nacional dos Contribuintes de Tributos. Insiste demonstrado o dissenso jurisprudencial apto a ensejar a admissibilidade dos embargos de divergência. Sustenta a “inaplicabilidade do AI 800.074 ao caso em comento – discussão voltada para a necessidade de comprovar a existência de filiados com a juntada da lista nominal dos mesmos com seus respectivos endereços”. Assevera “evidente que no presente feito discute-se a necessidade de carrear aos autos a lista de associados em ação mandamental, para demonstrar que a agravante defende os interesses de seus filiados, sendo que tal matéria já foi discutida pelo Supremo, inclusive, com a edição da súmula 629, restando clara a repercussão geral”. Repisa a tese de que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no MS 23.769, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 30.4.2004, no RE 193.382, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.1996, e no RE 141733, Rel. Ilmar Galvão, DJ 01.9.1995, bem como no ARE 885047 AgR, Rel. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 03.8.2015; e RE 501953 AgR, Rel. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 26.4.2012. Requer o provimento dos Embargos de Divergência. O acórdão embargado está assim ementado: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 203F-AC80-1957-6CEC e senha D9B7-4B80-7DF5-DDD7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 19 Relatório RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido.” Agravo manejado sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 203F-AC80-1957-6CEC e senha D9B7-4B80-7DF5-DDD7 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido.” Agravo manejado sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 203F-AC80-1957-6CEC e senha D9B7-4B80-7DF5-DDD7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PARAÍBA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo e passo ao exame do mérito. Transcrevo o teor da decisão que desafiou o agravo: “Vistos etc. Contra acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja embargos de divergência a Associação Nacional dos Contribuintes de Tributos. A Primeira Turma, em sede agravo regimental, confirmou a decisão monocrática desta relatora que negou seguimento ao apelo forte no entendimento de que o recurso não atende à exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo. O Acórdão ora embargado está assim ementado: ‘DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PARAÍBA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo e passo ao exame do mérito. Transcrevo o teor da decisão que desafiou o agravo: “Vistos etc. Contra acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja embargos de divergência a Associação Nacional dos Contribuintes de Tributos. A Primeira Turma, em sede agravo regimental, confirmou a decisão monocrática desta relatora que negou seguimento ao apelo forte no entendimento de que o recurso não atende à exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo. O Acórdão ora embargado está assim ementado: ‘DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido.’ A embargante alega que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no MS 23.769, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 30.4.2004 , no RE 193.382, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.1996, e no RE 141733, Rel. Ilmar Galvão, DJ 01.9.1995, bem como no ARE 885047 AgR, Rel. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 03.8.2015; e RE 501953 AgR, Rel. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 26.4.2012. É o relatório. Decido. Apesar da representação processual regular e da tempestividade do recurso, não se fazem presentes na espécie os pressupostos de admissibilidade recursal. Desafia embargos de divergência decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal que, ao julgamento de recurso extraordinário, diverge do julgamento da outra Turma ou do Plenário (art. 1.043, I e III, do CPC/2015). A embargante, contudo, não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do CPC/2015 e 330 do RISTF, na medida em que a Turma, ao julgamento de agravo regimental, cingiu-se a confirmar decisão monocrática da Relatora pela qual negado seguimento a recurso extraordinário, forte no entendimento de que o apelo, cujo trânsito era buscado, não preencheu os pressupostos específicos de admissibilidade 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido.’ A embargante alega que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no MS 23.769, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 30.4.2004 , no RE 193.382, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.1996, e no RE 141733, Rel. Ilmar Galvão, DJ 01.9.1995, bem como no ARE 885047 AgR, Rel. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 03.8.2015; e RE 501953 AgR, Rel. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 26.4.2012. É o relatório. Decido. Apesar da representação processual regular e da tempestividade do recurso, não se fazem presentes na espécie os pressupostos de admissibilidade recursal. Desafia embargos de divergência decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal que, ao julgamento de recurso extraordinário, diverge do julgamento da outra Turma ou do Plenário (art. 1.043, I e III, do CPC/2015). A embargante, contudo, não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do CPC/2015 e 330 do RISTF, na medida em que a Turma, ao julgamento de agravo regimental, cingiu-se a confirmar decisão monocrática da Relatora pela qual negado seguimento a recurso extraordinário, forte no entendimento de que o apelo, cujo trânsito era buscado, não preencheu os pressupostos específicos de admissibilidade 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB recursal, nos termos do art. 102, III, da Constituição da República, porquanto já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo. Uma vez limitada a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso extraordinário, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, de todo inviável o pretendido confronto com julgado da outra Turma ou do Plenário. A situação é distinta da hipótese, alcançada ora pelo art. 1043, I e III, do CPC de 2015, ora pelo art. 330 do RISTF, em que a Turma, ao julgamento de agravo interno, se pronuncia sobre o mérito de recurso extraordinário decidido monocraticamente pelo Relator. Firme, nesse sentido, a jurisprudência do Plenário desta Casa: ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PRECATÓRIO COMPLEMENTAR. JUROS DE MORA. COISA JULGADA. AUSÊNCIA DE ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS ACÓRDÃOS PARADIGMAS E O DECISUM EMBARGADO. INOBSERVÂNCIA DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL INDISPENSÁVEL. PRETENSÃO DE CONFRONTO DE ACÓRDÃO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM PARADIGMAS NOS QUAIS HOUVE PROLAÇÃO DE DECISUM SOBRE O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE E DE SIMILITUDE DE TESES JURÍDICAS. IMPOSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO DO DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. PRECEDENTES. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (RE 510151 EDv, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 02.9.2019). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB recursal, nos termos do art. 102, III, da Constituição da República, porquanto já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo. Uma vez limitada a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso extraordinário, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, de todo inviável o pretendido confronto com julgado da outra Turma ou do Plenário. A situação é distinta da hipótese, alcançada ora pelo art. 1043, I e III, do CPC de 2015, ora pelo art. 330 do RISTF, em que a Turma, ao julgamento de agravo interno, se pronuncia sobre o mérito de recurso extraordinário decidido monocraticamente pelo Relator. Firme, nesse sentido, a jurisprudência do Plenário desta Casa: ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PRECATÓRIO COMPLEMENTAR. JUROS DE MORA. COISA JULGADA. AUSÊNCIA DE ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS ACÓRDÃOS PARADIGMAS E O DECISUM EMBARGADO. INOBSERVÂNCIA DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL INDISPENSÁVEL. PRETENSÃO DE CONFRONTO DE ACÓRDÃO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM PARADIGMAS NOS QUAIS HOUVE PROLAÇÃO DE DECISUM SOBRE O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE E DE SIMILITUDE DE TESES JURÍDICAS. IMPOSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO DO DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. PRECEDENTES. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (RE 510151 EDv, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 02.9.2019). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO CPC/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (RE 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 15.4.2020). ‘AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO CPC/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO STF. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO’ (RE 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 06.3.2020). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO STF. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (RE 1222385 AgR-EDv, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). De mais a mais, o acórdão embargado reflete posicionamento firmado por ambas as Turmas deste Supremo Tribunal Federal, no sentido de que não apresenta repercussão geral a matéria relativa aos requisitos de admissibilidade de mandado de segurança, bem como na impossibilidade de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO CPC/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (RE 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 15.4.2020). ‘AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO CPC/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO STF. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO’ (RE 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 06.3.2020). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO STF. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (RE 1222385 AgR-EDv, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). De mais a mais, o acórdão embargado reflete posicionamento firmado por ambas as Turmas deste Supremo Tribunal Federal, no sentido de que não apresenta repercussão geral a matéria relativa aos requisitos de admissibilidade de mandado de segurança, bem como na impossibilidade de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB revisão, em sede de recurso extraordinário, dos requisitos de cabimento do mandado de segurança. Nesse compasso, não há falar em divergência, à luz do paradigmático precedente firmado no AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, DJe 06.12.2010, cuja ementa transcrevo: ‘Requisitos de admissibilidade. Mandado de segurança. Revisão. Recurso Extraordinário. Não cabimento. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral’ (AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 06.12.2010). Nesse mesmo sentido: ‘DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB revisão, em sede de recurso extraordinário, dos requisitos de cabimento do mandado de segurança. Nesse compasso, não há falar em divergência, à luz do paradigmático precedente firmado no AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, DJe 06.12.2010, cuja ementa transcrevo: ‘Requisitos de admissibilidade. Mandado de segurança. Revisão. Recurso Extraordinário. Não cabimento. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral’ (AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 06.12.2010). Nesse mesmo sentido: ‘DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido’ (RE 1145032 ED- AgR, da minha lavra, Primeira Turma, julgado em 11.11.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-256 DIVULG 22.11.2019 PUBLIC 25.11.2019). ‘Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário. 3. Correção monetária e juros relativos ao crédito de ICMS. Possibilidade de cobrança por meio de mandado de segurança. 4. Requisitos de admissibilidade de mandado de segurança. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral. AI- RG 800.074 (tema 318). 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental, sem majoração da verba honorária, por se tratar de mandado de segurança na origem’ (ARE 1217875 AgR, Relator(a): Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 03.10.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-245 DIVULG 07.10.2020 PUBLIC 08.10.2020). ‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. FRACIONAMENTO: IMPOSSIBILIDADE. FORMA DE CÁLCULO: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA EM TRIBUNAL DIVERSO: AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 318). AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO’ (ARE 1254597 AgR, Relator(a): Cármen Lúcia, Segunda Turma, julgado em 22.6.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-161 DIVULG 25.6.2020 PUBLIC 26.6.2020). ‘EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMBARGOS CONHECIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. ART. 1.024, § 3°, DO CPC. REQUISITOS DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido’ (RE 1145032 ED- AgR, da minha lavra, Primeira Turma, julgado em 11.11.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-256 DIVULG 22.11.2019 PUBLIC 25.11.2019). ‘Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário. 3. Correção monetária e juros relativos ao crédito de ICMS. Possibilidade de cobrança por meio de mandado de segurança. 4. Requisitos de admissibilidade de mandado de segurança. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral. AI- RG 800.074 (tema 318). 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental, sem majoração da verba honorária, por se tratar de mandado de segurança na origem’ (ARE 1217875 AgR, Relator(a): Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 03.10.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-245 DIVULG 07.10.2020 PUBLIC 08.10.2020). ‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. FRACIONAMENTO: IMPOSSIBILIDADE. FORMA DE CÁLCULO: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA EM TRIBUNAL DIVERSO: AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 318). AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO’ (ARE 1254597 AgR, Relator(a): Cármen Lúcia, Segunda Turma, julgado em 22.6.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-161 DIVULG 25.6.2020 PUBLIC 26.6.2020). ‘EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMBARGOS CONHECIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. ART. 1.024, § 3°, DO CPC. REQUISITOS DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB (TEMA 318). LESÃO OU AMEAÇA A DIREITO. INEXISTÊNCIA. OFENSA REFLEXA. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 279/STF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I Consoante a Súmula 279/STF, é inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. II O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o AI 800.074-RG/SP (Tema 318 da Repercussão Geral), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente ao preenchimento dos requisitos de admissibilidade do mandado de segurança, por estar a matéria restrita ao âmbito infraconstitucional. III Embargos de declaração conhecidos como agravo regimental, a que se nega provimento’ (RE 1258018 ED, Relator(a): Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgado em 04.5.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-118 DIVULG 12.5.2020 PUBLIC 13.5.2020). ‘DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO INTERNO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSENTES PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. PRETENSÃO MERAMENTE INFRINGENTE. MANDADO DE SEGURANÇA. PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. ILEGITIMIDADE DA AUTORIDADE APONTADA COMO COATORA. REEXAME DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO ACERVO PROBATÓRIO. SÚMULA 279/STF. 1. Não há obscuridade, contradição, omissão ou erro material no acórdão questionado, o que afasta a presença dos pressupostos de embargabilidade. 2. A via recursal adotada não se mostra adequada para a renovação de um julgamento que ocorreu regularmente. 3. O Tribunal de origem, ao apreciar a controvérsia, entendeu pela ausência de 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB (TEMA 318). LESÃO OU AMEAÇA A DIREITO. INEXISTÊNCIA. OFENSA REFLEXA. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 279/STF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I Consoante a Súmula 279/STF, é inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. II O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o AI 800.074-RG/SP (Tema 318 da Repercussão Geral), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente ao preenchimento dos requisitos de admissibilidade do mandado de segurança, por estar a matéria restrita ao âmbito infraconstitucional. III Embargos de declaração conhecidos como agravo regimental, a que se nega provimento’ (RE 1258018 ED, Relator(a): Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgado em 04.5.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-118 DIVULG 12.5.2020 PUBLIC 13.5.2020). ‘DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO INTERNO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSENTES PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. PRETENSÃO MERAMENTE INFRINGENTE. MANDADO DE SEGURANÇA. PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. ILEGITIMIDADE DA AUTORIDADE APONTADA COMO COATORA. REEXAME DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO ACERVO PROBATÓRIO. SÚMULA 279/STF. 1. Não há obscuridade, contradição, omissão ou erro material no acórdão questionado, o que afasta a presença dos pressupostos de embargabilidade. 2. A via recursal adotada não se mostra adequada para a renovação de um julgamento que ocorreu regularmente. 3. O Tribunal de origem, ao apreciar a controvérsia, entendeu pela ausência de 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB interesse processual da recorrente, bem como pela ilegitimidade passiva da autoridade apontada como coatora. 4. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Lei nº 12.016/2009) e do acervo probatório dos autos, providência vedada em recurso extraordinário. A hipótese atrai a incidência da Súmula 279/STF. Precedentes. 5. Embargos de declaração rejeitados’ (RE 1089464 ED-AgR-ED, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, julgado em 13.12.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-019 DIVULG 31.01.2020 PUBLIC 03.02.2020). Firmada a jurisprudência do Plenário e de ambas as Turmas desta Suprema Corte no sentido da decisão embargada, mostram-se incabíveis os embargos, conforme art. 332 do RISTF. Nesse sentido: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. JURISPRUDÊNCIA DE AMBAS AS TURMAS E DO PLENÁRIO FIRMADA NO SENTIDO DA DECISÃO EMBARGADA. PRECEDENTES. ART. 332 DO RISTF. NÃO CABIMENTO. 1. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese assentada no aresto cotejado. 3. Agravo regimental conhecido e não provido’ (ARE 969196 AgR-ED-EDv-AgR, da minha lavra, Pleno, DJe 11.3.2019). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA TEMA PACIFICADO. A teor do artigo 332 do Regimento Interno do Supremo, salvo o disposto no artigo 103, não cabem embargos de divergência se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada’ (ARE 914715 AgR-ED-EDv-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Pleno, DJe 01.02.2019) 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB interesse processual da recorrente, bem como pela ilegitimidade passiva da autoridade apontada como coatora. 4. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Lei nº 12.016/2009) e do acervo probatório dos autos, providência vedada em recurso extraordinário. A hipótese atrai a incidência da Súmula 279/STF. Precedentes. 5. Embargos de declaração rejeitados’ (RE 1089464 ED-AgR-ED, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, julgado em 13.12.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-019 DIVULG 31.01.2020 PUBLIC 03.02.2020). Firmada a jurisprudência do Plenário e de ambas as Turmas desta Suprema Corte no sentido da decisão embargada, mostram-se incabíveis os embargos, conforme art. 332 do RISTF. Nesse sentido: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. JURISPRUDÊNCIA DE AMBAS AS TURMAS E DO PLENÁRIO FIRMADA NO SENTIDO DA DECISÃO EMBARGADA. PRECEDENTES. ART. 332 DO RISTF. NÃO CABIMENTO. 1. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese assentada no aresto cotejado. 3. Agravo regimental conhecido e não provido’ (ARE 969196 AgR-ED-EDv-AgR, da minha lavra, Pleno, DJe 11.3.2019). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA TEMA PACIFICADO. A teor do artigo 332 do Regimento Interno do Supremo, salvo o disposto no artigo 103, não cabem embargos de divergência se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada’ (ARE 914715 AgR-ED-EDv-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Pleno, DJe 01.02.2019) 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ‘Agravo regimental nos embargos de declaração nos embargos de divergência nos embargos de declaração no agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Direito Processual Civil. 3. Não caracterizada a identidade de bases fáticas entre as controvérsias. Questões jurídicas distintas denotam ausência de dissenso jurisprudencial. 4. Jurisprudência do Plenário da Corte firmada no sentido da decisão embargada. 5. Inadmissibilidade dos embargos de divergência. 6. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI 594380 AgR-ED-ED-EDv-ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Pleno, DJe 07.12.2018). ‘DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO INTERNO EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRARDINÁRIO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO DISSENSO JURISPRUDENCIAL. DECISÃO EMBARGADA DE ACORDO COM A JURISPRUDÊNCIA FIRMADA POR ESTA CORTE. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que é dever da parte embargante a demonstração explícita do conflito entre a decisão embargada e o paradigma apontado como divergente (AI 388.823-AgR-ED-EDv- AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Ricardo Lewandowski). 2. O art. 332 do RISTF dispõe serem incabíveis os embargos divergentes se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada. No caso de que se trata, a jurisprudência desta Corte está alinhada com o acórdão ora embargado. 3. Agravo interno a que se nega provimento, determinando-se o trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos à origem, independentemente de publicação do acórdão’ (RE 922472 AgR-ED-EDv-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Pleno, DJe 13.8.2018). Ante o exposto, nego seguimento aos embargos de divergência (art. 21, § 1º, do RISTF).” 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ‘Agravo regimental nos embargos de declaração nos embargos de divergência nos embargos de declaração no agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Direito Processual Civil. 3. Não caracterizada a identidade de bases fáticas entre as controvérsias. Questões jurídicas distintas denotam ausência de dissenso jurisprudencial. 4. Jurisprudência do Plenário da Corte firmada no sentido da decisão embargada. 5. Inadmissibilidade dos embargos de divergência. 6. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI 594380 AgR-ED-ED-EDv-ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Pleno, DJe 07.12.2018). ‘DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO INTERNO EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRARDINÁRIO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO DISSENSO JURISPRUDENCIAL. DECISÃO EMBARGADA DE ACORDO COM A JURISPRUDÊNCIA FIRMADA POR ESTA CORTE. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que é dever da parte embargante a demonstração explícita do conflito entre a decisão embargada e o paradigma apontado como divergente (AI 388.823-AgR-ED-EDv- AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Ricardo Lewandowski). 2. O art. 332 do RISTF dispõe serem incabíveis os embargos divergentes se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada. No caso de que se trata, a jurisprudência desta Corte está alinhada com o acórdão ora embargado. 3. Agravo interno a que se nega provimento, determinando-se o trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos à origem, independentemente de publicação do acórdão’ (RE 922472 AgR-ED-EDv-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Pleno, DJe 13.8.2018). Ante o exposto, nego seguimento aos embargos de divergência (art. 21, § 1º, do RISTF).” 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB Nada colhe o agravo. Consoante assentado na decisão agravada, a embargante não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do CPC/2015 e 332 do RISTF, na medida em que “a Turma, ao julgamento de agravo regimental, cingiu-se a confirmar decisão monocrática da Relatora pela qual negado seguimento a recurso extraordinário, forte no entendimento de que o apelo, cujo trânsito era buscado, não preencheu os pressupostos específicos de admissibilidade recursal, nos termos do art. 102, III, da Constituição da República, porquanto já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo”. Nessa linha, uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a ausência de repercussão geral da matéria constitucional, de todo inviável o conhecimento da divergência. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO CPC/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO STF. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. MULTA DO ARTIGO 1.021, § 4º, CPC. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO” (RE 1158803 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 21.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-168 DIVULG 02.7.2020 PUBLIC 03.7.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO CPC/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB Nada colhe o agravo. Consoante assentado na decisão agravada, a embargante não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do CPC/2015 e 332 do RISTF, na medida em que “a Turma, ao julgamento de agravo regimental, cingiu-se a confirmar decisão monocrática da Relatora pela qual negado seguimento a recurso extraordinário, forte no entendimento de que o apelo, cujo trânsito era buscado, não preencheu os pressupostos específicos de admissibilidade recursal, nos termos do art. 102, III, da Constituição da República, porquanto já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo”. Nessa linha, uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a ausência de repercussão geral da matéria constitucional, de todo inviável o conhecimento da divergência. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO CPC/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO STF. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. MULTA DO ARTIGO 1.021, § 4º, CPC. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO” (RE 1158803 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 21.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-168 DIVULG 02.7.2020 PUBLIC 03.7.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO CPC/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB CONHECIDOS” (RE 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 27.32020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-089 DIVULG 14.4.2020 PUBLIC 15.4.2020). “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO CPC/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO STF. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (RE 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO STF. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS” (RE 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). De mais a mais, o acórdão embargado reflete posicionamento firmado por ambas as Turmas deste Supremo Tribunal Federal, no sentido de que não apresenta repercussão geral a matéria relativa aos requisitos de admissibilidade de mandado de segurança, bem como na impossibilidade de revisão, em sede de recurso extraordinário, dos 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB CONHECIDOS” (RE 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 27.32020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-089 DIVULG 14.4.2020 PUBLIC 15.4.2020). “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO CPC/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO STF. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (RE 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO STF. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS” (RE 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). De mais a mais, o acórdão embargado reflete posicionamento firmado por ambas as Turmas deste Supremo Tribunal Federal, no sentido de que não apresenta repercussão geral a matéria relativa aos requisitos de admissibilidade de mandado de segurança, bem como na impossibilidade de revisão, em sede de recurso extraordinário, dos 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB requisitos de cabimento do mandado de segurança, no caso, a verificação da legitimidade da entidade impetrante. Nesse compasso, não há falar em divergência, à luz do paradigmático precedente firmado no AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, DJe 06.12.2010, cuja ementa transcrevo: “Requisitos de admissibilidade. Mandado de segurança. Revisão. Recurso Extraordinário. Não cabimento. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral” (AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 06.12.2010). Irrepreensível, pois, a decisão agravada. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional nº 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5º da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição, quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de inúmeros recursos contrários à jurisprudência como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer. O que se observa é que a parte busca, na realidade, repisar questões já examinadas com o escopo de alterar o mérito da decisão, bem como evitar o trânsito em julgado. Nesse contexto, à luz da orientação desta Suprema Corte, revela-se 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB requisitos de cabimento do mandado de segurança, no caso, a verificação da legitimidade da entidade impetrante. Nesse compasso, não há falar em divergência, à luz do paradigmático precedente firmado no AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, DJe 06.12.2010, cuja ementa transcrevo: “Requisitos de admissibilidade. Mandado de segurança. Revisão. Recurso Extraordinário. Não cabimento. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral” (AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 06.12.2010). Irrepreensível, pois, a decisão agravada. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional nº 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5º da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição, quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de inúmeros recursos contrários à jurisprudência como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer. O que se observa é que a parte busca, na realidade, repisar questões já examinadas com o escopo de alterar o mérito da decisão, bem como evitar o trânsito em julgado. Nesse contexto, à luz da orientação desta Suprema Corte, revela-se 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB impositiva a determinação do trânsito em julgado, independentemente de publicação do acórdão, bem como a baixa imediata dos autos à origem, como se colhe dos seguintes precedentes: “DIREITO PENAL. AGRAVO INTERNO. EMBARGOS INFRINGENTES. CABIMENTO. REITERAÇÃO DE ALEGAÇÕES EXPENDIDAS. PRETENSÃO DE CARÁTER PROTELATÓRIO. 1. Entre as hipóteses de cabimento dos embargos infringentes, previstas no mencionado art. 333 do RI/STF, não se inserem as decisões não unânimes proferidas pela Turma que negam provimento a agravos regimentais interpostos em recursos extraordinários com agravos criminais, sendo, por isso, incabíveis os embargos infringentes. 2. A interposição do agravo interno mal disfarça a natureza abusiva do recurso, o que autoriza a execução imediata da decisão, independentemente de seu trânsito em julgado. Precedentes. 3. Agravo interno a que se nega provimento. Determinada a imediata baixa dos autos à origem para a pronta execução do julgado, independentemente da publicação do acórdão” (RE 1145965 AgR-EI-AgR, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.4.2019). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – MATÉRIA PENAL – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU AMBIGUIDADE – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – DEVOLUÇÃO IMEDIATA DOS AUTOS INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO RESPECTIVO ACÓRDÃO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO SE REVESTEM, ORDINARIAMENTE, DE CARÁTER INFRINGENTE – Não se revelam cabíveis os embargos de declaração quando a parte recorrente – a pretexto de esclarecer uma inexistente situação de obscuridade, omissão, contradição 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB impositiva a determinação do trânsito em julgado, independentemente de publicação do acórdão, bem como a baixa imediata dos autos à origem, como se colhe dos seguintes precedentes: “DIREITO PENAL. AGRAVO INTERNO. EMBARGOS INFRINGENTES. CABIMENTO. REITERAÇÃO DE ALEGAÇÕES EXPENDIDAS. PRETENSÃO DE CARÁTER PROTELATÓRIO. 1. Entre as hipóteses de cabimento dos embargos infringentes, previstas no mencionado art. 333 do RI/STF, não se inserem as decisões não unânimes proferidas pela Turma que negam provimento a agravos regimentais interpostos em recursos extraordinários com agravos criminais, sendo, por isso, incabíveis os embargos infringentes. 2. A interposição do agravo interno mal disfarça a natureza abusiva do recurso, o que autoriza a execução imediata da decisão, independentemente de seu trânsito em julgado. Precedentes. 3. Agravo interno a que se nega provimento. Determinada a imediata baixa dos autos à origem para a pronta execução do julgado, independentemente da publicação do acórdão” (RE 1145965 AgR-EI-AgR, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.4.2019). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – MATÉRIA PENAL – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU AMBIGUIDADE – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – DEVOLUÇÃO IMEDIATA DOS AUTOS INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO RESPECTIVO ACÓRDÃO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO SE REVESTEM, ORDINARIAMENTE, DE CARÁTER INFRINGENTE – Não se revelam cabíveis os embargos de declaração quando a parte recorrente – a pretexto de esclarecer uma inexistente situação de obscuridade, omissão, contradição 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ou ambiguidade (CPP, art. 619, e RISTF, art. 337) – vem a utilizá- los com o objetivo de infringir o julgado e de, assim, viabilizar um indevido reexame da causa. Precedentes. EXERCÍCIO ABUSIVO DO DIREITO DE RECORRER – O abuso do direito de recorrer – por qualificar-se como prática incompatível com o postulado ético-jurídico da lealdade processual – constitui ato de litigância maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em que a parte interpõe recurso com intuito evidentemente protelatório” (ARE 1005365 AgR-ED-ED, 2ª Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 20.3.2018). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIO APTO A ENSEJAR QUALQUER DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE LESÃO OU AMEAÇA DE LESÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADES. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGOS DECLARATÓRIOS DESPROVIDOS” (RHC 132111 AgR-ED-ED, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.11.2017). Agravo interno conhecido e não provido. Determino a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal RE 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ou ambiguidade (CPP, art. 619, e RISTF, art. 337) – vem a utilizá- los com o objetivo de infringir o julgado e de, assim, viabilizar um indevido reexame da causa. Precedentes. EXERCÍCIO ABUSIVO DO DIREITO DE RECORRER – O abuso do direito de recorrer – por qualificar-se como prática incompatível com o postulado ético-jurídico da lealdade processual – constitui ato de litigância maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em que a parte interpõe recurso com intuito evidentemente protelatório” (ARE 1005365 AgR-ED-ED, 2ª Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 20.3.2018). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIO APTO A ENSEJAR QUALQUER DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE LESÃO OU AMEAÇA DE LESÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADES. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGOS DECLARATÓRIOS DESPROVIDOS” (RHC 132111 AgR-ED-ED, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.11.2017). Agravo interno conhecido e não provido. Determino a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 19 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PROCED. : PARAÍBA RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) : GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO (60955/BA, 28493/DF, 19841-A/MA, 177119/MG, 26269-A/PB, 44204/PE, 95496/PR, 211489/RJ, 97500A/RS, 397584/SP) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F820-97D6-42F5-5AC0 e senha 32C3-B9B1-E243-CAF6 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PROCED. : PARAÍBA RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) : GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO (60955/BA, 28493/DF, 19841-A/MA, 177119/MG, 26269-A/PB, 44204/PE, 95496/PR, 211489/RJ, 97500A/RS, 397584/SP) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F820-97D6-42F5-5AC0 e senha 32C3-B9B1-E243-CAF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 19
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756167548
2021-06-08T00:00:00
2021-06-17T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO PREENCHIDOS. ART. 1.043, I E III, DO CPC/2015. ART. 330 DO RISTF. ARESTOS INESPECÍFICOS. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACÓRDÃO DA TURMA QUE NÃO APRECIA O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. CONSONÂNCIA DA DECISÃO EMBARGADA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DISSENSO JURISPRUDENCIAL INTERNA CORPORIS NÃO DEMONSTRADO. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. Mostram-se inespecíficos, não evidenciando o dissenso de teses necessário a autorizar a admissibilidade dos embargos de divergência, arestos paradigmas assentados sobre premissas fáticas diversas da decisão embargada, que não versam sobre a questão debatida ou cuja tese jurídica converge no mesmo sentido da decisão embargada. 2. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese assentada no aresto cotejado. 3. A sucessiva interposição de recursos manifestamente inadmissíveis ou improcedentes traduz o intuito meramente protelatório da parte, a autorizar o imediato cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Agravo regimental conhecido e não provido, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão.
sjur448904
- Acórdão(s) citado(s): (PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE, AUSÊNCIA, APRECIAÇÃO, MÉRITO, AUSÊNCIA, DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL) RE 1158803 AgR-EDv-AgR (TP), RE 1155786 AgR-EDv-AgR (TP), RE 1222385 AgR-EDv (TP), RE 1242489 AgR-EDv (TP). (RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO, ABUSO, DIREITO DE RECORRER, BAIXA DOS AUTOS) RHC 132111 AgR-ED-ED (1ªT), ARE 1005365 AgR-ED-ED (2ªT), RE 1145965 AgR-EI-AgR (1ªT). (AUSÊNCIA, REPERCUSSÃO GERAL, PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE, MANDADO DE SEGURANÇA) AI 800074 RG (TP). Número de páginas: 19. Análise: 15/07/2022, JSF.
ROSA WEBER
Tribunal Pleno
1145032
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00005 INC-00078\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED EMC-000045 ANO-2004\n EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-01043 INC-00001 INC-00003\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\n ART-00330 ART-00332\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL" ]
RE-ED-AgR-ED-EDv-AgR
acordaos
RE 1145032 ED-AgR-ED-EDv-AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) : GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PARAÍBA RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) :GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO PREENCHIDOS. ART. 1.043, I E III, DO Código de Processo Civil/2015. ART. 330 DO RISTF. ARESTOS INESPECÍFICOS. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACÓRDÃO DA TURMA QUE NÃO APRECIA O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. CONSONÂNCIA DA DECISÃO EMBARGADA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DISSENSO JURISPRUDENCIAL INTERNA CORPORIS NÃO DEMONSTRADO. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. Mostram-se inespecíficos, não evidenciando o dissenso de teses necessário a autorizar a admissibilidade dos embargos de divergência, arestos paradigmas assentados sobre premissas fáticas diversas da decisão embargada, que não versam sobre a questão debatida ou cuja tese jurídica converge no mesmo sentido da decisão embargada. 2. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CC7-444D-AD06-F7F4 e senha 6093-2FD3-6626-6EAD Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 19 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB assentada no aresto cotejado. 3. A sucessiva interposição de recursos manifestamente inadmissíveis ou improcedentes traduz o intuito meramente protelatório da parte, a autorizar o imediato cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Agravo regimental conhecido e não provido, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual do Pleno de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CC7-444D-AD06-F7F4 e senha 6093-2FD3-6626-6EAD Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB assentada no aresto cotejado. 3. A sucessiva interposição de recursos manifestamente inadmissíveis ou improcedentes traduz o intuito meramente protelatório da parte, a autorizar o imediato cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Agravo regimental conhecido e não provido, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual do Pleno de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CC7-444D-AD06-F7F4 e senha 6093-2FD3-6626-6EAD Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 19 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PARAÍBA RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) :GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão pela qual neguei seguimento aos embargos de divergência opostos em face de acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento a seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja agravo a Associação Nacional dos Contribuintes de Tributos. Insiste demonstrado o dissenso jurisprudencial apto a ensejar a admissibilidade dos embargos de divergência. Sustenta a “inaplicabilidade do AI 800.074 ao caso em comento – discussão voltada para a necessidade de comprovar a existência de filiados com a juntada da lista nominal dos mesmos com seus respectivos endereços”. Assevera “evidente que no presente feito discute-se a necessidade de carrear aos autos a lista de associados em ação mandamental, para demonstrar que a agravante defende os interesses de seus filiados, sendo que tal matéria já foi discutida pelo Supremo, inclusive, com a edição da súmula 629, restando clara a repercussão geral”. Repisa a tese de que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no MS 23.769, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 30.4.2004, no Recurso Extraordinário 193.382, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.1996, e no Recurso Extraordinário 141733, Rel. Ilmar Galvão, DJ 01.9.1995, bem como no ARE 885047 AgR, Rel. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 03.8.2015; e Recurso Extraordinário 501953 AgR, Rel. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 26.4.2012. Requer o provimento dos Embargos de Divergência. O acórdão embargado está assim ementado: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 203F-AC80-1957-6CEC e senha D9B7-4B80-7DF5-DDD7 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PARAÍBA RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) :GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão pela qual neguei seguimento aos embargos de divergência opostos em face de acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento a seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja agravo a Associação Nacional dos Contribuintes de Tributos. Insiste demonstrado o dissenso jurisprudencial apto a ensejar a admissibilidade dos embargos de divergência. Sustenta a “inaplicabilidade do AI 800.074 ao caso em comento – discussão voltada para a necessidade de comprovar a existência de filiados com a juntada da lista nominal dos mesmos com seus respectivos endereços”. Assevera “evidente que no presente feito discute-se a necessidade de carrear aos autos a lista de associados em ação mandamental, para demonstrar que a agravante defende os interesses de seus filiados, sendo que tal matéria já foi discutida pelo Supremo, inclusive, com a edição da súmula 629, restando clara a repercussão geral”. Repisa a tese de que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no MS 23.769, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 30.4.2004, no Recurso Extraordinário 193.382, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.1996, e no Recurso Extraordinário 141733, Rel. Ilmar Galvão, DJ 01.9.1995, bem como no ARE 885047 AgR, Rel. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 03.8.2015; e Recurso Extraordinário 501953 AgR, Rel. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 26.4.2012. Requer o provimento dos Embargos de Divergência. O acórdão embargado está assim ementado: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 203F-AC80-1957-6CEC e senha D9B7-4B80-7DF5-DDD7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 19 Relatório Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido.” Agravo manejado sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 203F-AC80-1957-6CEC e senha D9B7-4B80-7DF5-DDD7 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido.” Agravo manejado sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 203F-AC80-1957-6CEC e senha D9B7-4B80-7DF5-DDD7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PARAÍBA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo e passo ao exame do mérito. Transcrevo o teor da decisão que desafiou o agravo: “Vistos etc. Contra acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja embargos de divergência a Associação Nacional dos Contribuintes de Tributos. A Primeira Turma, em sede agravo regimental, confirmou a decisão monocrática desta relatora que negou seguimento ao apelo forte no entendimento de que o recurso não atende à exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo. O Acórdão ora embargado está assim ementado: ‘DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PARAÍBA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo e passo ao exame do mérito. Transcrevo o teor da decisão que desafiou o agravo: “Vistos etc. Contra acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja embargos de divergência a Associação Nacional dos Contribuintes de Tributos. A Primeira Turma, em sede agravo regimental, confirmou a decisão monocrática desta relatora que negou seguimento ao apelo forte no entendimento de que o recurso não atende à exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo. O Acórdão ora embargado está assim ementado: ‘DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido.’ A embargante alega que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no MS 23.769, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 30.4.2004 , no Recurso Extraordinário 193.382, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.1996, e no Recurso Extraordinário 141733, Rel. Ilmar Galvão, DJ 01.9.1995, bem como no ARE 885047 AgR, Rel. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 03.8.2015; e Recurso Extraordinário 501953 AgR, Rel. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 26.4.2012. É o relatório. Decido. Apesar da representação processual regular e da tempestividade do recurso, não se fazem presentes na espécie os pressupostos de admissibilidade recursal. Desafia embargos de divergência decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal que, ao julgamento de recurso extraordinário, diverge do julgamento da outra Turma ou do Plenário (art. 1.043, I e III, do Código de Processo Civil/2015). A embargante, contudo, não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do Código de Processo Civil/2015 e 330 do RISTF, na medida em que a Turma, ao julgamento de agravo regimental, cingiu-se a confirmar decisão monocrática da Relatora pela qual negado seguimento a recurso extraordinário, forte no entendimento de que o apelo, cujo trânsito era buscado, não preencheu os pressupostos específicos de admissibilidade 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido.’ A embargante alega que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no MS 23.769, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 30.4.2004 , no Recurso Extraordinário 193.382, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.1996, e no Recurso Extraordinário 141733, Rel. Ilmar Galvão, DJ 01.9.1995, bem como no ARE 885047 AgR, Rel. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 03.8.2015; e Recurso Extraordinário 501953 AgR, Rel. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 26.4.2012. É o relatório. Decido. Apesar da representação processual regular e da tempestividade do recurso, não se fazem presentes na espécie os pressupostos de admissibilidade recursal. Desafia embargos de divergência decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal que, ao julgamento de recurso extraordinário, diverge do julgamento da outra Turma ou do Plenário (art. 1.043, I e III, do Código de Processo Civil/2015). A embargante, contudo, não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do Código de Processo Civil/2015 e 330 do RISTF, na medida em que a Turma, ao julgamento de agravo regimental, cingiu-se a confirmar decisão monocrática da Relatora pela qual negado seguimento a recurso extraordinário, forte no entendimento de que o apelo, cujo trânsito era buscado, não preencheu os pressupostos específicos de admissibilidade 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB recursal, nos termos do art. 102, III, da Constituição da República, porquanto já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo. Uma vez limitada a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso extraordinário, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, de todo inviável o pretendido confronto com julgado da outra Turma ou do Plenário. A situação é distinta da hipótese, alcançada ora pelo art. 1043, I e III, do Código de Processo Civil de 2015, ora pelo art. 330 do RISTF, em que a Turma, ao julgamento de agravo interno, se pronuncia sobre o mérito de recurso extraordinário decidido monocraticamente pelo Relator. Firme, nesse sentido, a jurisprudência do Plenário desta Casa: ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PRECATÓRIO COMPLEMENTAR. JUROS DE MORA. COISA JULGADA. AUSÊNCIA DE ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS ACÓRDÃOS PARADIGMAS E O DECISUM EMBARGADO. INOBSERVÂNCIA DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL INDISPENSÁVEL. PRETENSÃO DE CONFRONTO DE ACÓRDÃO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM PARADIGMAS NOS QUAIS HOUVE PROLAÇÃO DE DECISUM SOBRE O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE E DE SIMILITUDE DE TESES JURÍDICAS. IMPOSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO DO DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. PRECEDENTES. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (Recurso Extraordinário 510151 EDv, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 02.9.2019). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB recursal, nos termos do art. 102, III, da Constituição da República, porquanto já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo. Uma vez limitada a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso extraordinário, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, de todo inviável o pretendido confronto com julgado da outra Turma ou do Plenário. A situação é distinta da hipótese, alcançada ora pelo art. 1043, I e III, do Código de Processo Civil de 2015, ora pelo art. 330 do RISTF, em que a Turma, ao julgamento de agravo interno, se pronuncia sobre o mérito de recurso extraordinário decidido monocraticamente pelo Relator. Firme, nesse sentido, a jurisprudência do Plenário desta Casa: ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PRECATÓRIO COMPLEMENTAR. JUROS DE MORA. COISA JULGADA. AUSÊNCIA DE ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS ACÓRDÃOS PARADIGMAS E O DECISUM EMBARGADO. INOBSERVÂNCIA DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL INDISPENSÁVEL. PRETENSÃO DE CONFRONTO DE ACÓRDÃO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM PARADIGMAS NOS QUAIS HOUVE PROLAÇÃO DE DECISUM SOBRE O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE E DE SIMILITUDE DE TESES JURÍDICAS. IMPOSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO DO DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. PRECEDENTES. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (Recurso Extraordinário 510151 EDv, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 02.9.2019). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO Código de Processo Civil/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (Recurso Extraordinário 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 15.4.2020). ‘AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO Código de Processo Civil/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO’ (Recurso Extraordinário 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 06.3.2020). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (Recurso Extraordinário 1222385 AgR-EDv, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). De mais a mais, o acórdão embargado reflete posicionamento firmado por ambas as Turmas deste Supremo Tribunal Federal, no sentido de que não apresenta repercussão geral a matéria relativa aos requisitos de admissibilidade de mandado de segurança, bem como na impossibilidade de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO Código de Processo Civil/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (Recurso Extraordinário 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 15.4.2020). ‘AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO Código de Processo Civil/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO’ (Recurso Extraordinário 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 06.3.2020). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (Recurso Extraordinário 1222385 AgR-EDv, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). De mais a mais, o acórdão embargado reflete posicionamento firmado por ambas as Turmas deste Supremo Tribunal Federal, no sentido de que não apresenta repercussão geral a matéria relativa aos requisitos de admissibilidade de mandado de segurança, bem como na impossibilidade de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB revisão, em sede de recurso extraordinário, dos requisitos de cabimento do mandado de segurança. Nesse compasso, não há falar em divergência, à luz do paradigmático precedente firmado no AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, DJe 06.12.2010, cuja ementa transcrevo: ‘Requisitos de admissibilidade. Mandado de segurança. Revisão. Recurso Extraordinário. Não cabimento. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral’ (AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 06.12.2010). Nesse mesmo sentido: ‘DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB revisão, em sede de recurso extraordinário, dos requisitos de cabimento do mandado de segurança. Nesse compasso, não há falar em divergência, à luz do paradigmático precedente firmado no AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, DJe 06.12.2010, cuja ementa transcrevo: ‘Requisitos de admissibilidade. Mandado de segurança. Revisão. Recurso Extraordinário. Não cabimento. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral’ (AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 06.12.2010). Nesse mesmo sentido: ‘DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ART. 97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Imprescindível, à caracterização da afronta à cláusula da reserva de plenário, que a decisão esteja fundamentada na incompatibilidade entre a norma legal e a Constituição Federal, o que não se verifica in casu. 2. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido’ (Recurso Extraordinário 1145032 ED- AgR, da minha lavra, Primeira Turma, julgado em 11.11.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-256 DIVULG 22.11.2019 PUBLIC 25.11.2019). ‘Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário. 3. Correção monetária e juros relativos ao crédito de ICMS. Possibilidade de cobrança por meio de mandado de segurança. 4. Requisitos de admissibilidade de mandado de segurança. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral. AI- RG 800.074 (tema 318). 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental, sem majoração da verba honorária, por se tratar de mandado de segurança na origem’ (ARE 1217875 AgR, Relator(a): Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 03.10.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-245 DIVULG 07.10.2020 PUBLIC 08.10.2020). ‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. FRACIONAMENTO: IMPOSSIBILIDADE. FORMA DE CÁLCULO: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA EM TRIBUNAL DIVERSO: AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 318). AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO’ (ARE 1254597 AgR, Relator(a): Cármen Lúcia, Segunda Turma, julgado em 22.6.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-161 DIVULG 25.6.2020 PUBLIC 26.6.2020). ‘EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMBARGOS CONHECIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. ART. 1.024, § 3..., DO Código de Processo Civil. REQUISITOS DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 4. Agravo interno conhecido e não provido’ (Recurso Extraordinário 1145032 ED- AgR, da minha lavra, Primeira Turma, julgado em 11.11.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-256 DIVULG 22.11.2019 PUBLIC 25.11.2019). ‘Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário. 3. Correção monetária e juros relativos ao crédito de ICMS. Possibilidade de cobrança por meio de mandado de segurança. 4. Requisitos de admissibilidade de mandado de segurança. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral. AI- RG 800.074 (tema 318). 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental, sem majoração da verba honorária, por se tratar de mandado de segurança na origem’ (ARE 1217875 AgR, Relator(a): Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 03.10.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-245 DIVULG 07.10.2020 PUBLIC 08.10.2020). ‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. FRACIONAMENTO: IMPOSSIBILIDADE. FORMA DE CÁLCULO: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA EM TRIBUNAL DIVERSO: AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 318). AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO’ (ARE 1254597 AgR, Relator(a): Cármen Lúcia, Segunda Turma, julgado em 22.6.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-161 DIVULG 25.6.2020 PUBLIC 26.6.2020). ‘EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMBARGOS CONHECIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. ART. 1.024, § 3..., DO Código de Processo Civil. REQUISITOS DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB (TEMA 318). LESÃO OU AMEAÇA A DIREITO. INEXISTÊNCIA. OFENSA REFLEXA. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I Consoante a Súmula 279/Supremo Tribunal Federal, é inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. II O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o AI 800.074-RG/SP (Tema 318 da Repercussão Geral), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente ao preenchimento dos requisitos de admissibilidade do mandado de segurança, por estar a matéria restrita ao âmbito infraconstitucional. III Embargos de declaração conhecidos como agravo regimental, a que se nega provimento’ (Recurso Extraordinário 1258018 ED, Relator(a): Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgado em 04.5.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-118 DIVULG 12.5.2020 PUBLIC 13.5.2020). ‘DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO INTERNO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSENTES PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. PRETENSÃO MERAMENTE INFRINGENTE. MANDADO DE SEGURANÇA. PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. ILEGITIMIDADE DA AUTORIDADE APONTADA COMO COATORA. REEXAME DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO ACERVO PROBATÓRIO. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. 1. Não há obscuridade, contradição, omissão ou erro material no acórdão questionado, o que afasta a presença dos pressupostos de embargabilidade. 2. A via recursal adotada não se mostra adequada para a renovação de um julgamento que ocorreu regularmente. 3. O Tribunal de origem, ao apreciar a controvérsia, entendeu pela ausência de 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB (TEMA 318). LESÃO OU AMEAÇA A DIREITO. INEXISTÊNCIA. OFENSA REFLEXA. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I Consoante a Súmula 279/Supremo Tribunal Federal, é inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. II O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o AI 800.074-RG/SP (Tema 318 da Repercussão Geral), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente ao preenchimento dos requisitos de admissibilidade do mandado de segurança, por estar a matéria restrita ao âmbito infraconstitucional. III Embargos de declaração conhecidos como agravo regimental, a que se nega provimento’ (Recurso Extraordinário 1258018 ED, Relator(a): Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgado em 04.5.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-118 DIVULG 12.5.2020 PUBLIC 13.5.2020). ‘DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO INTERNO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSENTES PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. PRETENSÃO MERAMENTE INFRINGENTE. MANDADO DE SEGURANÇA. PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. ILEGITIMIDADE DA AUTORIDADE APONTADA COMO COATORA. REEXAME DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO ACERVO PROBATÓRIO. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. 1. Não há obscuridade, contradição, omissão ou erro material no acórdão questionado, o que afasta a presença dos pressupostos de embargabilidade. 2. A via recursal adotada não se mostra adequada para a renovação de um julgamento que ocorreu regularmente. 3. O Tribunal de origem, ao apreciar a controvérsia, entendeu pela ausência de 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB interesse processual da recorrente, bem como pela ilegitimidade passiva da autoridade apontada como coatora. 4. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Lei n 12.016/2009) e do acervo probatório dos autos, providência vedada em recurso extraordinário. A hipótese atrai a incidência da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 5. Embargos de declaração rejeitados’ (Recurso Extraordinário 1089464 ED-AgR-ED, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, julgado em 13.12.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-019 DIVULG 31.01.2020 PUBLIC 03.02.2020). Firmada a jurisprudência do Plenário e de ambas as Turmas desta Suprema Corte no sentido da decisão embargada, mostram-se incabíveis os embargos, conforme art. 332 do RISTF. Nesse sentido: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. JURISPRUDÊNCIA DE AMBAS AS TURMAS E DO PLENÁRIO FIRMADA NO SENTIDO DA DECISÃO EMBARGADA. PRECEDENTES. ART. 332 DO RISTF. NÃO CABIMENTO. 1. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese assentada no aresto cotejado. 3. Agravo regimental conhecido e não provido’ (ARE 969196 AgR-ED-EDv-AgR, da minha lavra, Pleno, DJe 11.3.2019). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA TEMA PACIFICADO. A teor do artigo 332 do Regimento Interno do Supremo, salvo o disposto no artigo 103, não cabem embargos de divergência se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada’ (ARE 914715 AgR-ED-EDv-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Pleno, DJe 01.02.2019) 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB interesse processual da recorrente, bem como pela ilegitimidade passiva da autoridade apontada como coatora. 4. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Lei n 12.016/2009) e do acervo probatório dos autos, providência vedada em recurso extraordinário. A hipótese atrai a incidência da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 5. Embargos de declaração rejeitados’ (Recurso Extraordinário 1089464 ED-AgR-ED, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, julgado em 13.12.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-019 DIVULG 31.01.2020 PUBLIC 03.02.2020). Firmada a jurisprudência do Plenário e de ambas as Turmas desta Suprema Corte no sentido da decisão embargada, mostram-se incabíveis os embargos, conforme art. 332 do RISTF. Nesse sentido: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. JURISPRUDÊNCIA DE AMBAS AS TURMAS E DO PLENÁRIO FIRMADA NO SENTIDO DA DECISÃO EMBARGADA. PRECEDENTES. ART. 332 DO RISTF. NÃO CABIMENTO. 1. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese assentada no aresto cotejado. 3. Agravo regimental conhecido e não provido’ (ARE 969196 AgR-ED-EDv-AgR, da minha lavra, Pleno, DJe 11.3.2019). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA TEMA PACIFICADO. A teor do artigo 332 do Regimento Interno do Supremo, salvo o disposto no artigo 103, não cabem embargos de divergência se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada’ (ARE 914715 AgR-ED-EDv-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Pleno, DJe 01.02.2019) 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ‘Agravo regimental nos embargos de declaração nos embargos de divergência nos embargos de declaração no agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Direito Processual Civil. 3. Não caracterizada a identidade de bases fáticas entre as controvérsias. Questões jurídicas distintas denotam ausência de dissenso jurisprudencial. 4. Jurisprudência do Plenário da Corte firmada no sentido da decisão embargada. 5. Inadmissibilidade dos embargos de divergência. 6. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI 594380 AgR-ED-ED-EDv-ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Pleno, DJe 07.12.2018). ‘DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO INTERNO EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRARDINÁRIO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO DISSENSO JURISPRUDENCIAL. DECISÃO EMBARGADA DE ACORDO COM A JURISPRUDÊNCIA FIRMADA POR ESTA CORTE. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que é dever da parte embargante a demonstração explícita do conflito entre a decisão embargada e o paradigma apontado como divergente (AI 388.823-AgR-ED-EDv- AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Ricardo Lewandowski). 2. O art. 332 do RISTF dispõe serem incabíveis os embargos divergentes se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada. No caso de que se trata, a jurisprudência desta Corte está alinhada com o acórdão ora embargado. 3. Agravo interno a que se nega provimento, determinando-se o trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos à origem, independentemente de publicação do acórdão’ (Recurso Extraordinário 922472 AgR-ED-EDv-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Pleno, DJe 13.8.2018). Ante o exposto, nego seguimento aos embargos de divergência (art. 21, § 1..., do RISTF).” 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ‘Agravo regimental nos embargos de declaração nos embargos de divergência nos embargos de declaração no agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Direito Processual Civil. 3. Não caracterizada a identidade de bases fáticas entre as controvérsias. Questões jurídicas distintas denotam ausência de dissenso jurisprudencial. 4. Jurisprudência do Plenário da Corte firmada no sentido da decisão embargada. 5. Inadmissibilidade dos embargos de divergência. 6. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI 594380 AgR-ED-ED-EDv-ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Pleno, DJe 07.12.2018). ‘DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO INTERNO EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRARDINÁRIO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO DISSENSO JURISPRUDENCIAL. DECISÃO EMBARGADA DE ACORDO COM A JURISPRUDÊNCIA FIRMADA POR ESTA CORTE. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que é dever da parte embargante a demonstração explícita do conflito entre a decisão embargada e o paradigma apontado como divergente (AI 388.823-AgR-ED-EDv- AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Ricardo Lewandowski). 2. O art. 332 do RISTF dispõe serem incabíveis os embargos divergentes se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada. No caso de que se trata, a jurisprudência desta Corte está alinhada com o acórdão ora embargado. 3. Agravo interno a que se nega provimento, determinando-se o trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos à origem, independentemente de publicação do acórdão’ (Recurso Extraordinário 922472 AgR-ED-EDv-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Pleno, DJe 13.8.2018). Ante o exposto, nego seguimento aos embargos de divergência (art. 21, § 1..., do RISTF).” 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB Nada colhe o agravo. Consoante assentado na decisão agravada, a embargante não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do Código de Processo Civil/2015 e 332 do RISTF, na medida em que “a Turma, ao julgamento de agravo regimental, cingiu-se a confirmar decisão monocrática da Relatora pela qual negado seguimento a recurso extraordinário, forte no entendimento de que o apelo, cujo trânsito era buscado, não preencheu os pressupostos específicos de admissibilidade recursal, nos termos do art. 102, III, da Constituição da República, porquanto já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo”. Nessa linha, uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a ausência de repercussão geral da matéria constitucional, de todo inviável o conhecimento da divergência. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO Código de Processo Civil/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. MULTA DO ARTIGO 1.021, § 4..., Código de Processo Civil. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO” (Recurso Extraordinário 1158803 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 21.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-168 DIVULG 02.7.2020 PUBLIC 03.7.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO Código de Processo Civil/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB Nada colhe o agravo. Consoante assentado na decisão agravada, a embargante não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do Código de Processo Civil/2015 e 332 do RISTF, na medida em que “a Turma, ao julgamento de agravo regimental, cingiu-se a confirmar decisão monocrática da Relatora pela qual negado seguimento a recurso extraordinário, forte no entendimento de que o apelo, cujo trânsito era buscado, não preencheu os pressupostos específicos de admissibilidade recursal, nos termos do art. 102, III, da Constituição da República, porquanto já declarada a inexistência de repercussão geral da matéria constitucional suscitada nas razões do apelo extremo”. Nessa linha, uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a ausência de repercussão geral da matéria constitucional, de todo inviável o conhecimento da divergência. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO Código de Processo Civil/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. MULTA DO ARTIGO 1.021, § 4..., Código de Processo Civil. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO” (Recurso Extraordinário 1158803 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 21.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-168 DIVULG 02.7.2020 PUBLIC 03.7.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO Código de Processo Civil/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB CONHECIDOS” (Recurso Extraordinário 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 27.32020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-089 DIVULG 14.4.2020 PUBLIC 15.4.2020). “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO Código de Processo Civil/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Recurso Extraordinário 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS” (Recurso Extraordinário 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). De mais a mais, o acórdão embargado reflete posicionamento firmado por ambas as Turmas deste Supremo Tribunal Federal, no sentido de que não apresenta repercussão geral a matéria relativa aos requisitos de admissibilidade de mandado de segurança, bem como na impossibilidade de revisão, em sede de recurso extraordinário, dos 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB CONHECIDOS” (Recurso Extraordinário 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 27.32020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-089 DIVULG 14.4.2020 PUBLIC 15.4.2020). “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO Código de Processo Civil/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Recurso Extraordinário 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS” (Recurso Extraordinário 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). De mais a mais, o acórdão embargado reflete posicionamento firmado por ambas as Turmas deste Supremo Tribunal Federal, no sentido de que não apresenta repercussão geral a matéria relativa aos requisitos de admissibilidade de mandado de segurança, bem como na impossibilidade de revisão, em sede de recurso extraordinário, dos 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB requisitos de cabimento do mandado de segurança, no caso, a verificação da legitimidade da entidade impetrante. Nesse compasso, não há falar em divergência, à luz do paradigmático precedente firmado no AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, DJe 06.12.2010, cuja ementa transcrevo: “Requisitos de admissibilidade. Mandado de segurança. Revisão. Recurso Extraordinário. Não cabimento. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral” (AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 06.12.2010). Irrepreensível, pois, a decisão agravada. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional n 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5... da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição, quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de inúmeros recursos contrários à jurisprudência como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer. O que se observa é que a parte busca, na realidade, repisar questões já examinadas com o escopo de alterar o mérito da decisão, bem como evitar o trânsito em julgado. Nesse contexto, à luz da orientação desta Suprema Corte, revela-se 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB requisitos de cabimento do mandado de segurança, no caso, a verificação da legitimidade da entidade impetrante. Nesse compasso, não há falar em divergência, à luz do paradigmático precedente firmado no AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, DJe 06.12.2010, cuja ementa transcrevo: “Requisitos de admissibilidade. Mandado de segurança. Revisão. Recurso Extraordinário. Não cabimento. Matéria infraconstitucional. Inexistência de repercussão geral” (AI 800074 RG, Rel. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 06.12.2010). Irrepreensível, pois, a decisão agravada. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional n 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5... da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição, quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de inúmeros recursos contrários à jurisprudência como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer. O que se observa é que a parte busca, na realidade, repisar questões já examinadas com o escopo de alterar o mérito da decisão, bem como evitar o trânsito em julgado. Nesse contexto, à luz da orientação desta Suprema Corte, revela-se 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB impositiva a determinação do trânsito em julgado, independentemente de publicação do acórdão, bem como a baixa imediata dos autos à origem, como se colhe dos seguintes precedentes: “DIREITO PENAL. AGRAVO INTERNO. EMBARGOS INFRINGENTES. CABIMENTO. REITERAÇÃO DE ALEGAÇÕES EXPENDIDAS. PRETENSÃO DE CARÁTER PROTELATÓRIO. 1. Entre as hipóteses de cabimento dos embargos infringentes, previstas no mencionado art. 333 do RI/Supremo Tribunal Federal, não se inserem as decisões não unânimes proferidas pela Turma que negam provimento a agravos regimentais interpostos em recursos extraordinários com agravos criminais, sendo, por isso, incabíveis os embargos infringentes. 2. A interposição do agravo interno mal disfarça a natureza abusiva do recurso, o que autoriza a execução imediata da decisão, independentemente de seu trânsito em julgado. Precedentes. 3. Agravo interno a que se nega provimento. Determinada a imediata baixa dos autos à origem para a pronta execução do julgado, independentemente da publicação do acórdão” (Recurso Extraordinário 1145965 AgR-EI-AgR, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.4.2019). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – MATÉRIA PENAL – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU AMBIGUIDADE – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – DEVOLUÇÃO IMEDIATA DOS AUTOS INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO RESPECTIVO ACÓRDÃO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO SE REVESTEM, ORDINARIAMENTE, DE CARÁTER INFRINGENTE – Não se revelam cabíveis os embargos de declaração quando a parte recorrente – a pretexto de esclarecer uma inexistente situação de obscuridade, omissão, contradição 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB impositiva a determinação do trânsito em julgado, independentemente de publicação do acórdão, bem como a baixa imediata dos autos à origem, como se colhe dos seguintes precedentes: “DIREITO PENAL. AGRAVO INTERNO. EMBARGOS INFRINGENTES. CABIMENTO. REITERAÇÃO DE ALEGAÇÕES EXPENDIDAS. PRETENSÃO DE CARÁTER PROTELATÓRIO. 1. Entre as hipóteses de cabimento dos embargos infringentes, previstas no mencionado art. 333 do RI/Supremo Tribunal Federal, não se inserem as decisões não unânimes proferidas pela Turma que negam provimento a agravos regimentais interpostos em recursos extraordinários com agravos criminais, sendo, por isso, incabíveis os embargos infringentes. 2. A interposição do agravo interno mal disfarça a natureza abusiva do recurso, o que autoriza a execução imediata da decisão, independentemente de seu trânsito em julgado. Precedentes. 3. Agravo interno a que se nega provimento. Determinada a imediata baixa dos autos à origem para a pronta execução do julgado, independentemente da publicação do acórdão” (Recurso Extraordinário 1145965 AgR-EI-AgR, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.4.2019). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – MATÉRIA PENAL – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU AMBIGUIDADE – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – DEVOLUÇÃO IMEDIATA DOS AUTOS INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO RESPECTIVO ACÓRDÃO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO SE REVESTEM, ORDINARIAMENTE, DE CARÁTER INFRINGENTE – Não se revelam cabíveis os embargos de declaração quando a parte recorrente – a pretexto de esclarecer uma inexistente situação de obscuridade, omissão, contradição 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 19 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ou ambiguidade (CPP, art. 619, e RISTF, art. 337) – vem a utilizá- los com o objetivo de infringir o julgado e de, assim, viabilizar um indevido reexame da causa. Precedentes. EXERCÍCIO ABUSIVO DO DIREITO DE RECORRER – O abuso do direito de recorrer – por qualificar-se como prática incompatível com o postulado ético-jurídico da lealdade processual – constitui ato de litigância maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em que a parte interpõe recurso com intuito evidentemente protelatório” (ARE 1005365 AgR-ED-ED, 2... Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 20.3.2018). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIO APTO A ENSEJAR QUALQUER DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE LESÃO OU AMEAÇA DE LESÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADES. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGOS DECLARATÓRIOS DESPROVIDOS” (RHC 132111 AgR-ED-ED, 1... Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.11.2017). Agravo interno conhecido e não provido. Determino a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1145032 ED-AGR-ED-EDV-AGR / PB ou ambiguidade (CPP, art. 619, e RISTF, art. 337) – vem a utilizá- los com o objetivo de infringir o julgado e de, assim, viabilizar um indevido reexame da causa. Precedentes. EXERCÍCIO ABUSIVO DO DIREITO DE RECORRER – O abuso do direito de recorrer – por qualificar-se como prática incompatível com o postulado ético-jurídico da lealdade processual – constitui ato de litigância maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em que a parte interpõe recurso com intuito evidentemente protelatório” (ARE 1005365 AgR-ED-ED, 2... Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 20.3.2018). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIO APTO A ENSEJAR QUALQUER DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE LESÃO OU AMEAÇA DE LESÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADES. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGOS DECLARATÓRIOS DESPROVIDOS” (RHC 132111 AgR-ED-ED, 1... Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.11.2017). Agravo interno conhecido e não provido. Determino a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A769-6458-9972-CBA7 e senha D694-90E3-A93D-ACB0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 19 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PROCED. : PARAÍBA RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) : GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO (60955/BA, 28493/DF, 19841-A/MA, 177119/MG, 26269-A/PB, 44204/PE, 95496/PR, 211489/RJ, 97500A/RS, 397584/SP) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F820-97D6-42F5-5AC0 e senha 32C3-B9B1-E243-CAF6 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.145.032 PROCED. : PARAÍBA RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONTRIBUINTES DE TRIBUTOS ADV.(A/S) : GERMANO CESAR DE OLIVEIRA CARDOSO (60955/BA, 28493/DF, 19841-A/MA, 177119/MG, 26269-A/PB, 44204/PE, 95496/PR, 211489/RJ, 97500A/RS, 397584/SP) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F820-97D6-42F5-5AC0 e senha 32C3-B9B1-E243-CAF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 19
{ "JURISPRUDENCIA": [ "Recurso Extraordinário 1145032", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 145 . 032", "AI 800 . 074", "MS 23 . 769", "Recurso Extraordinário 193 . 382", "Recurso Extraordinário 141733", "ARE 885047 AgR", "Recurso Extraordinário 501953 AgR", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 145 . 032", "AI 800 . 074", "MS 23 . 769", "Recurso Extraordinário 193 . 382", "Recurso Extraordinário 141733", "ARE 885047 AgR", "Recurso Extraordinário 501953 AgR", "Recurso", "Recurso Extraordinário 1145032", "MS 23 . 769", "Recurso Extraordinário 193 . 382", "Recurso Extraordinário 141733", "ARE 885047 AgR", "Recurso Extraordinário 501953 AgR", "MS 23 . 769", "Recurso Extraordinário 193 . 382", "Recurso Extraordinário 141733", "ARE 885047 AgR", "Recurso Extraordinário 501953 AgR", "Recurso Extraordinário 510151 EDv", "Recurso", "Recurso Extraordinário 510151 EDv", "Recurso Extraordinário 1242489 AgR - EDv", "SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1155786 AgR - EDv - AgR", "SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1222385 AgR - EDv", "Recurso Extraordinário 1145032 ED - AGR -", "Recurso Extraordinário 1242489 AgR - EDv", "SÚMULAS 279", "Recurso Extraordinário 1155786 AgR - EDv - AgR", "SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1222385 AgR - EDv", "Recurso Extraordinário 1145032 ED", "AI 800074 RG", "AI 800074 RG", "AI 800074 RG", "Recurso Extraordinário 1145032 ED -", "Recurso Extraordinário 1145032 ED - AgR", "ARE 1217875 AgR", "ARE 1254597 AgR", "Recurso", "Recurso Extraordinário 1145032 ED - AgR", "AI", "-", "RG 800 . 074", "ARE 1217875 AgR", "ARE 1254597 AgR", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "AI 800 . 074 - RG / SP", "Recurso Extraordinário 1258018 ED", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1145032", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "AI 800 . 074 - RG / SP", "Recurso Extraordinário 1258018 ED", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1145032", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1089464 ED - 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EDv", "SÚMULAS 279", "Recurso Extraordinário 1155786 AgR - EDv -", "SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1222385 AgR - EDv", "Recurso Extraordinário 1145032", "AI 800074 RG", "AI 800074 RG", "AI 800074 RG", "AI 800074 RG", "Recurso Extraordinário 1145032", "Recurso Extraordinário 1145965 AgR - EI - AgR", "Recurso Extraordinário 1145032 ED -", "Recurso Extraordinário 1145965 AgR - EI - AgR", "ARE 1005365 AgR - ED - ED", "RHC 132111 AgR", "ARE 1005365 AgR - ED - ED", "RHC 132111 AgR - ED - ED", "RECURSO" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 1 . 043 , I E III , DO Código de Processo Civil / 2015", "ART", "CONSTITUIÇÃO", "art . 332 do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil / 2015", "ART . 97 DA LEI MAIOR", "CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "Código de Processo Civil / 2015", "Constituição Federal", "Constituição", "art . 102 , III , a , da Lei Maior", "Código de Processo Civil de 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) :SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME DE INTERCEPTAÇÃO ILEGAL. TRANCAMENTO DE INQUÉRITOS POLICIAIS. EXCEPCIONALIDADE. ALEGADA AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA. PRESENTE JUÍZO DE PROBABILIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. IRREGULARIDADES NA FASE INQUISITORIAL. NULIDADES. INOCORRÊNCIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. OFENSA AO SISTEMA ACUSATÓRIO. SUPERVISÃO JUDICIAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. INOCORRÊNCIA. REAVALIAÇÃO DO SUBSTRATO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. NÃO DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SAN GRIEF. MANIFESTA ILEGALIDADE OU ARBITRARIEDADE NÃO IDENTIFICADAS. 1. O trancamento da ação penal ou de inquérito policial pela via do habeas corpus somente é admitido diante de situações excepcionalíssimas, quando pressupõe a percepção, de plano, da atipicidade da conduta, da incidência da causa de extinção punibilidade ou a ausência de indícios de autoria e materialidade. Precedentes. 2. Inviável o acolhimento da tese defensiva de ausência de materialidade e negativa de autoria, porquanto demandaria o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE8-2E43-B590-CB00 e senha 1585-06A5-E869-5CF6 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 18 Ementa e Acórdão RHC 198182 AGR / MT 3. Esta Suprema Corte tem entendimento firmado no sentido de que eventual irregularidade quando os elementos de investigação são produzidos na fase de inquérito policial não contamina a ação penal. Precedentes. 4. Inviável o exame de tese defensiva não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 5. A orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é no sentido de que ‘a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis’ (QO no INQ 2411, Rel. Min. Gilmar Mendes). 6. A Lei 13.964/2019, que alterou a redação do § 2º do artigo 282 do Código de Processo Penal, reafirmou a possibilidade de representação da Autoridade Policial, sem condicioná-la à prévia oitiva do Órgão Ministerial. 7. Inviável a concessão de habeas corpus ausente a liquidez dos fatos subjacentes à tese de nulidade fundada na suposta usurpação de competência do Superior Tribunal de Justiça. 8. Esta Suprema Corte tem endossado, com base na teoria do juízo aparente, a possibilidade de ratificação de atos processuais praticados por juízo aparentemente competente ao tempo de sua prática. Precedentes. 9. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP. Precedentes. 10. Agravo regimental conhecido e não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE8-2E43-B590-CB00 e senha 1585-06A5-E869-5CF6 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT 3. Esta Suprema Corte tem entendimento firmado no sentido de que eventual irregularidade quando os elementos de investigação são produzidos na fase de inquérito policial não contamina a ação penal. Precedentes. 4. Inviável o exame de tese defensiva não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 5. A orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é no sentido de que ‘a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis’ (QO no INQ 2411, Rel. Min. Gilmar Mendes). 6. A Lei 13.964/2019, que alterou a redação do § 2º do artigo 282 do Código de Processo Penal, reafirmou a possibilidade de representação da Autoridade Policial, sem condicioná-la à prévia oitiva do Órgão Ministerial. 7. Inviável a concessão de habeas corpus ausente a liquidez dos fatos subjacentes à tese de nulidade fundada na suposta usurpação de competência do Superior Tribunal de Justiça. 8. Esta Suprema Corte tem endossado, com base na teoria do juízo aparente, a possibilidade de ratificação de atos processuais praticados por juízo aparentemente competente ao tempo de sua prática. Precedentes. 9. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP. Precedentes. 10. Agravo regimental conhecido e não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE8-2E43-B590-CB00 e senha 1585-06A5-E869-5CF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 18 Ementa e Acórdão RHC 198182 AGR / MT com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE8-2E43-B590-CB00 e senha 1585-06A5-E869-5CF6 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE8-2E43-B590-CB00 e senha 1585-06A5-E869-5CF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 18 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) :SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Trata-se de agravo regimental da decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça que denegou a ordem no HC 481.107/MT. Na presente via, a Defesa reitera a tese da falta de justa causa para a continuidade das investigações, porquanto ausentes indícios da participação do Recorrente. Aduz ofensa ao sistema acusatório, uma vez ultrapassada a mera supervisão dos atos de investigação por parte da autoridade judiciária. Sustenta que a alegação de ilegalidade na atuação das autoridades policiais evidencia a violação de direitos fundamentais. Argumenta que a tese de ilegalidade na nomeação de Delegados por ordem judicial foi apreciada pela Corte Superior ao rechaçar qualquer ilicitude na atuação da autoridade judiciária, motivo pelo qual não há supressão de instância no exame da matéria. Alega que a decretação de medidas sem a participação do Ministério Público demonstra “o contexto de ilegalidade e nulidade dos atos praticados no âmbito das investigações”. Insiste na usurpação da competência do Superior Tribunal de Justiça. Defende inaplicável a teoria do juízo aparente ao caso vertente. Ressalta a ocorrência de prejuízos resultantes das nulidades apontadas. Requer o provimento do recurso, para concessão da ordem (evento 59). O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral da República Paulo Gustavo Gonet Branco, opina pelo não provimento do agravo (evento 63). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BF6-40CF-FB5E-A93F e senha F402-EF0E-B84B-6A37 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) :SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Trata-se de agravo regimental da decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça que denegou a ordem no HC 481.107/MT. Na presente via, a Defesa reitera a tese da falta de justa causa para a continuidade das investigações, porquanto ausentes indícios da participação do Recorrente. Aduz ofensa ao sistema acusatório, uma vez ultrapassada a mera supervisão dos atos de investigação por parte da autoridade judiciária. Sustenta que a alegação de ilegalidade na atuação das autoridades policiais evidencia a violação de direitos fundamentais. Argumenta que a tese de ilegalidade na nomeação de Delegados por ordem judicial foi apreciada pela Corte Superior ao rechaçar qualquer ilicitude na atuação da autoridade judiciária, motivo pelo qual não há supressão de instância no exame da matéria. Alega que a decretação de medidas sem a participação do Ministério Público demonstra “o contexto de ilegalidade e nulidade dos atos praticados no âmbito das investigações”. Insiste na usurpação da competência do Superior Tribunal de Justiça. Defende inaplicável a teoria do juízo aparente ao caso vertente. Ressalta a ocorrência de prejuízos resultantes das nulidades apontadas. Requer o provimento do recurso, para concessão da ordem (evento 59). O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral da República Paulo Gustavo Gonet Branco, opina pelo não provimento do agravo (evento 63). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BF6-40CF-FB5E-A93F e senha F402-EF0E-B84B-6A37 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 18 Relatório RHC 198182 AGR / MT É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BF6-40CF-FB5E-A93F e senha F402-EF0E-B84B-6A37 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BF6-40CF-FB5E-A93F e senha F402-EF0E-B84B-6A37 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): O presente agravo regimental objetiva rever decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus. Confira-se a ementa do ato impugnado: “Recurso ordinário em habeas corpus. Crime de interceptação ilegal. Trancamento dos inquéritos policiais. Excepcionalidade. Inviabilidade. Causa eloquente. Requisitos legais indiciariamente aferidos. Alegada ausência de indícios de autoria. Desnecessidade de prova plena. Reexame de fatos e provas. Inadmissibilidade. Inquérito policial. Irregularidades da fase inquisitorial. Nulidades. Inocorrência. Ofensa ao sistema acusatório. Supervisão Judicial. Ofensa ao princípio do juiz natural. Inocorrência. Reavaliação do substrato fático- probatório. Inexistência de teratologia, flagrante ilegalidade ou frontal contrariedade à jurisprudência desta Suprema Corte. Negativa de seguimento.” Nada colhe o agravo. A Defesa se limita a repisar os argumentos do recurso ordinário em habeas corpus, a atrair a regra do art. 317, § 1º, do RISTF (“A petição conterá, sob pena de rejeição liminar, as razões do pedido de reforma da decisão agravada”), o que impede, por si só, o provimento do agravo. Precedentes: RHC 164.292-AgR/BA, Rel. Min. Edson Fachin, 2ª Turma, DJe 12.3.2020; e HC 174.578-AgR/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, DJe 07.11.2019. Como se observa, neguei seguimento ao recurso ordinário forte na inexistência de manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Tal como assentei na decisão hostilizada quanto à alegação de falta de justa causa para continuidade das investigações e eventual Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): O presente agravo regimental objetiva rever decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus. Confira-se a ementa do ato impugnado: “Recurso ordinário em habeas corpus. Crime de interceptação ilegal. Trancamento dos inquéritos policiais. Excepcionalidade. Inviabilidade. Causa eloquente. Requisitos legais indiciariamente aferidos. Alegada ausência de indícios de autoria. Desnecessidade de prova plena. Reexame de fatos e provas. Inadmissibilidade. Inquérito policial. Irregularidades da fase inquisitorial. Nulidades. Inocorrência. Ofensa ao sistema acusatório. Supervisão Judicial. Ofensa ao princípio do juiz natural. Inocorrência. Reavaliação do substrato fático- probatório. Inexistência de teratologia, flagrante ilegalidade ou frontal contrariedade à jurisprudência desta Suprema Corte. Negativa de seguimento.” Nada colhe o agravo. A Defesa se limita a repisar os argumentos do recurso ordinário em habeas corpus, a atrair a regra do art. 317, § 1º, do RISTF (“A petição conterá, sob pena de rejeição liminar, as razões do pedido de reforma da decisão agravada”), o que impede, por si só, o provimento do agravo. Precedentes: RHC 164.292-AgR/BA, Rel. Min. Edson Fachin, 2ª Turma, DJe 12.3.2020; e HC 174.578-AgR/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, DJe 07.11.2019. Como se observa, neguei seguimento ao recurso ordinário forte na inexistência de manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Tal como assentei na decisão hostilizada quanto à alegação de falta de justa causa para continuidade das investigações e eventual Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT ajuizamento da ação penal, o cenário processual trazido nesta impetração não revela situação de excepcionalidade apta a justificar o encerramento prematuro pela via estreita do habeas corpus. A autoridade dita coatora, para afastar o argumento aludido, fundamentou que “detém entendimento pacificado no sentido de que alegações acerca da negativa de autoria ou materialidade delitivas não comportam conhecimento na via estreita do habeas corpus por demandarem incursão em elementos de cunho fático-probatório dos autos”. E mais, “cumpre ressaltar que, em caso de eventual instauração de ação penal pelos fatos alvo de investigação nos inquéritos policiais em questão, o juiz da causa formará sua convicção pela livre apreciação das provas obtidas em juízo, onde será realizado o efetivo contraditório. Dentro desse contexto, é inviável a pretensão do impetrante de trancamento dos inquéritos, diante da alegação de ausência de indícios mínimos a sustentar a continuidade das investigações e eventual oferecimento da denúncia. Ora, ‘[o] inquérito policial é procedimento administrativo de caráter inquisitório cuja finalidade é fornecer ao Ministério Público elementos de informação para a propositura de ação penal. Tais elementos, antes de tornarem-se prova apta a fundamentar eventual édito condenatório, devem submeter-se ao crivo do contraditório, sob estrito controle judicial’ (RHC 105.078-SC, Relator Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJe 19/2/2019)”. Assim, conclui “prematura qualquer tentativa de interrupção dos procedimentos investigativos de extrema complexidade, frise-se, sob a simples alegação de ausência de indícios para sustentar as investigações”. Repiso que o habeas corpus originário, impetrado perante o Superior Tribunal de Justiça, dirigiu-se contra instauração de inquéritos perante o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (MT), visando, dentre outras alegações, o trancamento dos inquéritos policiais por ausência de indícios mínimos a sustentar a continuidade das investigações e eventual oferecimento da denúncia as investigações ação penal. Com a denegação da ordem na Corte Superior, o paciente interpôs o presente recurso ordinário constitucional com o mesmo propósito. O registro ganha relevo na medida em que revela a extensão do juízo de cognição a ser empreendido naquela fase processual, a qual 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT ajuizamento da ação penal, o cenário processual trazido nesta impetração não revela situação de excepcionalidade apta a justificar o encerramento prematuro pela via estreita do habeas corpus. A autoridade dita coatora, para afastar o argumento aludido, fundamentou que “detém entendimento pacificado no sentido de que alegações acerca da negativa de autoria ou materialidade delitivas não comportam conhecimento na via estreita do habeas corpus por demandarem incursão em elementos de cunho fático-probatório dos autos”. E mais, “cumpre ressaltar que, em caso de eventual instauração de ação penal pelos fatos alvo de investigação nos inquéritos policiais em questão, o juiz da causa formará sua convicção pela livre apreciação das provas obtidas em juízo, onde será realizado o efetivo contraditório. Dentro desse contexto, é inviável a pretensão do impetrante de trancamento dos inquéritos, diante da alegação de ausência de indícios mínimos a sustentar a continuidade das investigações e eventual oferecimento da denúncia. Ora, ‘[o] inquérito policial é procedimento administrativo de caráter inquisitório cuja finalidade é fornecer ao Ministério Público elementos de informação para a propositura de ação penal. Tais elementos, antes de tornarem-se prova apta a fundamentar eventual édito condenatório, devem submeter-se ao crivo do contraditório, sob estrito controle judicial’ (RHC 105.078-SC, Relator Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJe 19/2/2019)”. Assim, conclui “prematura qualquer tentativa de interrupção dos procedimentos investigativos de extrema complexidade, frise-se, sob a simples alegação de ausência de indícios para sustentar as investigações”. Repiso que o habeas corpus originário, impetrado perante o Superior Tribunal de Justiça, dirigiu-se contra instauração de inquéritos perante o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (MT), visando, dentre outras alegações, o trancamento dos inquéritos policiais por ausência de indícios mínimos a sustentar a continuidade das investigações e eventual oferecimento da denúncia as investigações ação penal. Com a denegação da ordem na Corte Superior, o paciente interpôs o presente recurso ordinário constitucional com o mesmo propósito. O registro ganha relevo na medida em que revela a extensão do juízo de cognição a ser empreendido naquela fase processual, a qual 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT precede a instrução criminal e o julgamento aprofundado das teses ventiladas pelas partes (seja pela acusação, na denúncia; seja pela defesa, na peça preliminar). Como consequência, a análise da (i)legalidade dos atos da Corte Estadual e da Corte Superior, pela estreita via do habeas corpus, deve ser circunspecta a tal balizamento de ordem processual e referenciada pelo entendimento jurisprudencial desta Suprema Corte de que o trancamento da ação penal ou de inquérito policial pela via do habeas corpus somente é admitido diante de situações excepcionalíssimas, quando pressupõe a percepção, de plano, da atipicidade da conduta, da incidência da causa de extinção punibilidade ou a ausência de indícios de autoria e materialidade, hipóteses não evidenciadas no caso (RHC 115.044/BA, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJe 10.4.2014; HC 122.434 AgR, da minha relatoria, 1ª Turma, DJe 17.2.2016 Presente, como no caso, juízo de probabilidade a respeito da ocorrência do fato típico, antijurídico e culpável, bem como de sua autoria, não há margem para o trancamento da ação penal originária, em sede de habeas corpus (Inq 2131, Red. p/ acórdão Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno; HC 178.522 AgR, Rel. Min. Cármem Lúcia). Agregue-se o fato de que a análise minuciosa, para o fim de concluir pela inexistência de indícios mínimos de autoria e materialidade, demandaria incursão no acervo fático-probatório, inviável em sede de habeas corpus. Nesse sentido, é firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal no sentido de que ‘A negativa de autoria delitiva desafia exame aprofundado de fatos e provas, providência incompatível com a cognição estreita do habeas corpus’ (HC 126.661/CE, Redator para o acórdão Min. Edson Fachin, 1ª Turma, DJe 26.8.2015); ‘Inviável o acolhimento da tese defensiva de ausência de materialidade e negativa de autoria, porquanto demandaria o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita’ (HC 128.073, da minha relatoria, 1ª Turma, DJe 08.9.2015) e ‘Não é o habeas corpus instrumento processual idôneo para aferir a qualidade da prova ou do indício, porque essa atividade exige o revolvimento de provas’ (HC 107.382/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, DJe 17.5.2011). Destaquei, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT precede a instrução criminal e o julgamento aprofundado das teses ventiladas pelas partes (seja pela acusação, na denúncia; seja pela defesa, na peça preliminar). Como consequência, a análise da (i)legalidade dos atos da Corte Estadual e da Corte Superior, pela estreita via do habeas corpus, deve ser circunspecta a tal balizamento de ordem processual e referenciada pelo entendimento jurisprudencial desta Suprema Corte de que o trancamento da ação penal ou de inquérito policial pela via do habeas corpus somente é admitido diante de situações excepcionalíssimas, quando pressupõe a percepção, de plano, da atipicidade da conduta, da incidência da causa de extinção punibilidade ou a ausência de indícios de autoria e materialidade, hipóteses não evidenciadas no caso (RHC 115.044/BA, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJe 10.4.2014; HC 122.434 AgR, da minha relatoria, 1ª Turma, DJe 17.2.2016 Presente, como no caso, juízo de probabilidade a respeito da ocorrência do fato típico, antijurídico e culpável, bem como de sua autoria, não há margem para o trancamento da ação penal originária, em sede de habeas corpus (Inq 2131, Red. p/ acórdão Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno; HC 178.522 AgR, Rel. Min. Cármem Lúcia). Agregue-se o fato de que a análise minuciosa, para o fim de concluir pela inexistência de indícios mínimos de autoria e materialidade, demandaria incursão no acervo fático-probatório, inviável em sede de habeas corpus. Nesse sentido, é firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal no sentido de que ‘A negativa de autoria delitiva desafia exame aprofundado de fatos e provas, providência incompatível com a cognição estreita do habeas corpus’ (HC 126.661/CE, Redator para o acórdão Min. Edson Fachin, 1ª Turma, DJe 26.8.2015); ‘Inviável o acolhimento da tese defensiva de ausência de materialidade e negativa de autoria, porquanto demandaria o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita’ (HC 128.073, da minha relatoria, 1ª Turma, DJe 08.9.2015) e ‘Não é o habeas corpus instrumento processual idôneo para aferir a qualidade da prova ou do indício, porque essa atividade exige o revolvimento de provas’ (HC 107.382/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, DJe 17.5.2011). Destaquei, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT ainda, o HC 164.281-AgR/MG, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 28.06.2019. Nessa perspectiva, não vislumbro, ictu oculi, hipótese de atipicidade das condutas, causa extintiva da punibilidade ou ausência de indícios de autoria, circunstâncias essas que poderiam, excepcionalmente, legitimar a concessão da ordem de habeas corpus para efeito de trancamento da persecução penal, de acordo com a compreensão jurisprudencial desta Suprema Corte. Sobre as alegadas ilegalidades praticadas pelas autoridades policiais, reafirmo que eventuais irregularidades não geram vícios processuais passíveis de ensejar a anulação dos atos praticados no bojo do inquérito policial e não contaminam a denúncia ou seu recebimento. Afinal, esta Suprema Corte tem entendimento firmado no sentido de que eventual irregularidade quando os elementos de investigação são produzidos na fase de inquérito policial não contamina a ação penal. Ademais, diferentemente do que aduz o Recorrente, na esteira do ato dito coator, ‘a atuação de ambos os delegados foi pautada na imparcialidade e objetividade, inclusive após a decisão de avocação da competência pelo Superior Tribunal de Justiça, não se verificando a existência de qualquer excesso ou falta funcional. Conforme bem ressaltado pelo próprio impetrante e exposto acima, não há previsão legal de hipóteses de suspeição ou impedimento de delegado de polícia, e tampouco de anulação dos elementos de prova produzidos em sede inquisitorial, diante da necessidade de sua ratificação em juízo’. Nesse contexto, a decisão hostilizada está em consonância com a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que ‘[é] inviável a anulação do processo penal em razão das irregularidades detectadas no inquérito, pois as nulidades processuais concernem, tão-somente, aos defeitos de ordem jurídica que afetam os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. (RHC 98.731, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe-020 1.2.2011); ‘O inquérito policial constitui procedimento administrativo, de caráter informativo, cuja finalidade consiste em subsidiar eventual denúncia a ser apresentada pelo Ministério Público, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT ainda, o HC 164.281-AgR/MG, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 28.06.2019. Nessa perspectiva, não vislumbro, ictu oculi, hipótese de atipicidade das condutas, causa extintiva da punibilidade ou ausência de indícios de autoria, circunstâncias essas que poderiam, excepcionalmente, legitimar a concessão da ordem de habeas corpus para efeito de trancamento da persecução penal, de acordo com a compreensão jurisprudencial desta Suprema Corte. Sobre as alegadas ilegalidades praticadas pelas autoridades policiais, reafirmo que eventuais irregularidades não geram vícios processuais passíveis de ensejar a anulação dos atos praticados no bojo do inquérito policial e não contaminam a denúncia ou seu recebimento. Afinal, esta Suprema Corte tem entendimento firmado no sentido de que eventual irregularidade quando os elementos de investigação são produzidos na fase de inquérito policial não contamina a ação penal. Ademais, diferentemente do que aduz o Recorrente, na esteira do ato dito coator, ‘a atuação de ambos os delegados foi pautada na imparcialidade e objetividade, inclusive após a decisão de avocação da competência pelo Superior Tribunal de Justiça, não se verificando a existência de qualquer excesso ou falta funcional. Conforme bem ressaltado pelo próprio impetrante e exposto acima, não há previsão legal de hipóteses de suspeição ou impedimento de delegado de polícia, e tampouco de anulação dos elementos de prova produzidos em sede inquisitorial, diante da necessidade de sua ratificação em juízo’. Nesse contexto, a decisão hostilizada está em consonância com a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que ‘[é] inviável a anulação do processo penal em razão das irregularidades detectadas no inquérito, pois as nulidades processuais concernem, tão-somente, aos defeitos de ordem jurídica que afetam os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. (RHC 98.731, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe-020 1.2.2011); ‘O inquérito policial constitui procedimento administrativo, de caráter informativo, cuja finalidade consiste em subsidiar eventual denúncia a ser apresentada pelo Ministério Público, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT regra, nulidade de processo-crime’ (HC 169.348, Rel. Min. Marco Aurélio, 1ª Turma, DJe 16.7.2020); ‘A orientação desta Corte é no sentido de que eventuais vícios formais concernentes ao inquérito policial não têm o condão de infirmar a validade jurídica do subseqüente processo penal condenatório. As nulidades processuais concernem, tão-somente , aos defeitos de ordem jurídica que afetam os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. Precedente.’ (ARE 840.449-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, DJe 28.9.2015); e ‘o inquérito policial é peça meramente informativa, não suscetível de contraditório, e sua eventual irregularidade não é motivo para decretação da nulidade da ação penal’ (HC 83.233/RJ, rel. Min. Nelson Jobim, 2ª Turma, DJ 19.03.2004)’ (HC 99.936/CE, Rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJe 11.02.2009). Lado outro, quanto à alegada ilegalidade da decisão do Desembargador Relator que determinou a nomeação de autoridade policial, ao qual foram delegadas diligências investigatórias, reitero que a matéria não foi objeto de pronunciamento judicial conclusivo pela Corte Superior, a inviabilizar a análise originária, neste ponto, pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 134.957-AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 24.02.2017; RHC 136.311/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, DJe 21.02.2017; RHC 133.974/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, DJe 03.3.2017; e HC 136.452-ED/DF, de minha relatoria, 1ª Turma, DJe 10.02.2017. Para rechaçar a tese de ofensa ao sistema acusatório, o ato dito coator apontou que: “(…) o Inquérito Policial n.º 87.132/2017 foi inicialmente instaurado para a apuração de conduta de agentes públicos, em especial policiais militares, originando-se, assim, a partir do desmembramento do Inquérito Policial Militar n.º 66.673/2017, tendo tramitado inicialmente perante o Juízo da 11.ª Vara Especializada da Justiça Militar. Consta que a OAB/MT, por meio de notícia crime (e-STJ, fls. 198-212), solicitou ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso providências para uma ampla investigação e apuração de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT regra, nulidade de processo-crime’ (HC 169.348, Rel. Min. Marco Aurélio, 1ª Turma, DJe 16.7.2020); ‘A orientação desta Corte é no sentido de que eventuais vícios formais concernentes ao inquérito policial não têm o condão de infirmar a validade jurídica do subseqüente processo penal condenatório. As nulidades processuais concernem, tão-somente , aos defeitos de ordem jurídica que afetam os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. Precedente.’ (ARE 840.449-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, DJe 28.9.2015); e ‘o inquérito policial é peça meramente informativa, não suscetível de contraditório, e sua eventual irregularidade não é motivo para decretação da nulidade da ação penal’ (HC 83.233/RJ, rel. Min. Nelson Jobim, 2ª Turma, DJ 19.03.2004)’ (HC 99.936/CE, Rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJe 11.02.2009). Lado outro, quanto à alegada ilegalidade da decisão do Desembargador Relator que determinou a nomeação de autoridade policial, ao qual foram delegadas diligências investigatórias, reitero que a matéria não foi objeto de pronunciamento judicial conclusivo pela Corte Superior, a inviabilizar a análise originária, neste ponto, pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 134.957-AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 24.02.2017; RHC 136.311/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, DJe 21.02.2017; RHC 133.974/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, DJe 03.3.2017; e HC 136.452-ED/DF, de minha relatoria, 1ª Turma, DJe 10.02.2017. Para rechaçar a tese de ofensa ao sistema acusatório, o ato dito coator apontou que: “(…) o Inquérito Policial n.º 87.132/2017 foi inicialmente instaurado para a apuração de conduta de agentes públicos, em especial policiais militares, originando-se, assim, a partir do desmembramento do Inquérito Policial Militar n.º 66.673/2017, tendo tramitado inicialmente perante o Juízo da 11.ª Vara Especializada da Justiça Militar. Consta que a OAB/MT, por meio de notícia crime (e-STJ, fls. 198-212), solicitou ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso providências para uma ampla investigação e apuração de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT fatos graves que chegaram ao conhecimento daquela instituição, acerca da responsabilidade, também, de magistrados na quebra indiscriminada de sigilos telefônicos. Os fatos retratados na notícia crime foram distribuídos por conexão ao Desembargador Orlando de Almeida Perri, diante do liame objetivo e subjetivo com investigação que já tramitava naquela Corte, na qual se apurava a responsabilidade de policiais militares em interceptações telefônicas clandestinas (ID 66673/2017), bem como outra, ainda, em que se apurava a responsabilidade de promotores de justiça (ID 71814/2017) (e-STJ, fls. 198-211). A atuação do Desembargador Relator se deu nos exatos termos do art. 33 da Lei Complementar n.º 35/1979, segundo o qual, "quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou Órgão Especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação". Doravante, respaldado pelo Regimento Interno daquele Tribunal de Justiça, deu prosseguimento às investigações. O Inquérito n.º 91.285/2017, por sua vez, foi instaurado a partir da representação formulada pelo Promotor de Justiça Mauro Zaque, por meio do Ofício n.º 250/2017/11.ª PJPP, comunicando fatos graves cometidos pelo então Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso. O referido ofício foi autuado e distribuído como Pedido de Providência, em caráter sigiloso. Após manifestação do Procurador-Geral de Justiça, o Desembargador Orlando Perri determinou que o pedido de providências fosse autuado como inquérito policial, sob sua relatoria e trâmite perante o Tribunal Pleno por se tratar de investigado com prerrogativa de foro. Na ocasião, o Procurador-Geral de Justiça pugnou pela expedição de ofício ao Delegado-Geral da Polícia Judiciária Civil do Mato Grosso, solicitando o encaminhamento de toda e qualquer investigação administrativa em andamento, bem como o apensamento dos autos n.º 91.285/2017 ao Inquérito Policial n.º 78.323/2017. O Inquérito n.º 91.285/2017, por guardar relação com os fatos apurados no IP n.º 78.323/2017, foi a ele apensado.” 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT fatos graves que chegaram ao conhecimento daquela instituição, acerca da responsabilidade, também, de magistrados na quebra indiscriminada de sigilos telefônicos. Os fatos retratados na notícia crime foram distribuídos por conexão ao Desembargador Orlando de Almeida Perri, diante do liame objetivo e subjetivo com investigação que já tramitava naquela Corte, na qual se apurava a responsabilidade de policiais militares em interceptações telefônicas clandestinas (ID 66673/2017), bem como outra, ainda, em que se apurava a responsabilidade de promotores de justiça (ID 71814/2017) (e-STJ, fls. 198-211). A atuação do Desembargador Relator se deu nos exatos termos do art. 33 da Lei Complementar n.º 35/1979, segundo o qual, "quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou Órgão Especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação". Doravante, respaldado pelo Regimento Interno daquele Tribunal de Justiça, deu prosseguimento às investigações. O Inquérito n.º 91.285/2017, por sua vez, foi instaurado a partir da representação formulada pelo Promotor de Justiça Mauro Zaque, por meio do Ofício n.º 250/2017/11.ª PJPP, comunicando fatos graves cometidos pelo então Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso. O referido ofício foi autuado e distribuído como Pedido de Providência, em caráter sigiloso. Após manifestação do Procurador-Geral de Justiça, o Desembargador Orlando Perri determinou que o pedido de providências fosse autuado como inquérito policial, sob sua relatoria e trâmite perante o Tribunal Pleno por se tratar de investigado com prerrogativa de foro. Na ocasião, o Procurador-Geral de Justiça pugnou pela expedição de ofício ao Delegado-Geral da Polícia Judiciária Civil do Mato Grosso, solicitando o encaminhamento de toda e qualquer investigação administrativa em andamento, bem como o apensamento dos autos n.º 91.285/2017 ao Inquérito Policial n.º 78.323/2017. O Inquérito n.º 91.285/2017, por guardar relação com os fatos apurados no IP n.º 78.323/2017, foi a ele apensado.” 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT Destacou ainda o Superior Tribunal de Justiça que ‘a fase investigativa de crimes imputados a autoridades com prerrogativa de foro ocorre sob a supervisão do Tribunal respectivo, a qual deve ser desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento da denúncia. Sendo assim, não resta constatada qualquer irregularidade na instauração dos inquéritos policiais em questão e, menos ainda, na condução dos feitos, não havendo que se falar em nulidade. Verifica-se apenas a necessária e correta supervisão judicial do inquérito policial de investigado com foro por prerrogativa de função’. A investigação, convém remarcar, estava em curso no Tribunal de Justiça do Mato Grosso em razão da prerrogativa de foro do investigado, Secretário de Estado. Tais investigações preliminares são introjetadas de certas notas distintivas com relação às investigações comuns, regidas pelo CPP, marcadas que são por uma maior interferência jurisdicional na condução do procedimento. Nesse contexto, a solução do ato dito coator está parametrizada com a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que, quanto a tais investigações, ‘(...) a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis’ (QO no INQ 2411, Rel. Min. Gilmar Mendes). Em relação à alegada decretação de medidas sem requerimento do Ministério Público, destacou a Corte Superior que ‘tais medidas foram tomadas em acolhimento à representação da Delegada de Polícia Ana Cristina Feldner (e-STJ, fls. 859/915) que, em detalhada explanação, solicita a aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319, incisos II, III, VI e IX em desfavor do investigado Rogers Elizandro Jarbas, bem como a expedição de mandado de busca e apreensão’. De outro lado, a Lei 13.964/2019, que alterou a redação do § 2º do artigo 282 do Código de Processo Penal, reafirmou a possibilidade de representação da Autoridade Policial, sem condicioná-la à prévia oitiva do Órgão Ministerial. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT Destacou ainda o Superior Tribunal de Justiça que ‘a fase investigativa de crimes imputados a autoridades com prerrogativa de foro ocorre sob a supervisão do Tribunal respectivo, a qual deve ser desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento da denúncia. Sendo assim, não resta constatada qualquer irregularidade na instauração dos inquéritos policiais em questão e, menos ainda, na condução dos feitos, não havendo que se falar em nulidade. Verifica-se apenas a necessária e correta supervisão judicial do inquérito policial de investigado com foro por prerrogativa de função’. A investigação, convém remarcar, estava em curso no Tribunal de Justiça do Mato Grosso em razão da prerrogativa de foro do investigado, Secretário de Estado. Tais investigações preliminares são introjetadas de certas notas distintivas com relação às investigações comuns, regidas pelo CPP, marcadas que são por uma maior interferência jurisdicional na condução do procedimento. Nesse contexto, a solução do ato dito coator está parametrizada com a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que, quanto a tais investigações, ‘(...) a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis’ (QO no INQ 2411, Rel. Min. Gilmar Mendes). Em relação à alegada decretação de medidas sem requerimento do Ministério Público, destacou a Corte Superior que ‘tais medidas foram tomadas em acolhimento à representação da Delegada de Polícia Ana Cristina Feldner (e-STJ, fls. 859/915) que, em detalhada explanação, solicita a aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319, incisos II, III, VI e IX em desfavor do investigado Rogers Elizandro Jarbas, bem como a expedição de mandado de busca e apreensão’. De outro lado, a Lei 13.964/2019, que alterou a redação do § 2º do artigo 282 do Código de Processo Penal, reafirmou a possibilidade de representação da Autoridade Policial, sem condicioná-la à prévia oitiva do Órgão Ministerial. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT Conforme assentado no voto condutor do acórdão apontado como coator, ‘para a decretação de medidas cautelares durante a investigação criminal, o magistrado precisa ser provocado por requerimento do Ministério Público ou por representação da autoridade policial, o que foi devidamente cumprido na hipótese dos autos’. Cumprido, portanto, o preceito legal. Passo à análise da alegação de nulidade fundada na suposta usurpação de competência do Superior Tribunal de Justiça, que teria decorrido do envolvimento do Governador do Estado nas condutas investigadas, sem o encaminhamento dos autos ao juízo natural. A tese foi afastada pelo próprio Superior Tribunal de Justiça, juízo apontado como supostamente competente para decidir sobre a questão, sob o embasamento de que: “Embora a impetração sustente que a menção ao Governador do Estado tenha sido reiteradamente utilizada desde os primórdios das imputações contra o paciente, tal situação não implica em remessa automática dos autos à Corte competente. Verifica-se dos autos, com efeito, que, em sua primeira decisão sobre a questão, datada de 29/07/2017, o Desembargador Orlando Perri indeferiu o pedido da Procuradoria Geral de Justiça de remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça - porque os fatos apurados poderiam guardar relação com o objeto da Sindicância n.º 633 - uma vez que, até aquele momento, não havia indícios de participação ou envolvimento do Governador do Estado de Mato Grosso nas práticas delituosas (e-STJ, fls. 809-812). Apenas posteriormente, como já referido, em 11/10/2017, os autos foram avocados pelo Exmo. Ministro Mauro Campbell, já no bojo do Inquérito n.º 1.210/DF, data a partir da qual os autos não mais retornaram à Corte Estadual, diante do ulterior desmembramento do feito e remessa à primeira instância para a continuidade das investigações relativamente aos indiciados que não detinham foro privilegiado, dentre os quais o ora paciente, que não mais ostentava o cargo de Secretário de Estado. As investigações, com efeito, não foram direcionadas ao Governador do Estado, não tendo sido previsto seu suposto 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT Conforme assentado no voto condutor do acórdão apontado como coator, ‘para a decretação de medidas cautelares durante a investigação criminal, o magistrado precisa ser provocado por requerimento do Ministério Público ou por representação da autoridade policial, o que foi devidamente cumprido na hipótese dos autos’. Cumprido, portanto, o preceito legal. Passo à análise da alegação de nulidade fundada na suposta usurpação de competência do Superior Tribunal de Justiça, que teria decorrido do envolvimento do Governador do Estado nas condutas investigadas, sem o encaminhamento dos autos ao juízo natural. A tese foi afastada pelo próprio Superior Tribunal de Justiça, juízo apontado como supostamente competente para decidir sobre a questão, sob o embasamento de que: “Embora a impetração sustente que a menção ao Governador do Estado tenha sido reiteradamente utilizada desde os primórdios das imputações contra o paciente, tal situação não implica em remessa automática dos autos à Corte competente. Verifica-se dos autos, com efeito, que, em sua primeira decisão sobre a questão, datada de 29/07/2017, o Desembargador Orlando Perri indeferiu o pedido da Procuradoria Geral de Justiça de remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça - porque os fatos apurados poderiam guardar relação com o objeto da Sindicância n.º 633 - uma vez que, até aquele momento, não havia indícios de participação ou envolvimento do Governador do Estado de Mato Grosso nas práticas delituosas (e-STJ, fls. 809-812). Apenas posteriormente, como já referido, em 11/10/2017, os autos foram avocados pelo Exmo. Ministro Mauro Campbell, já no bojo do Inquérito n.º 1.210/DF, data a partir da qual os autos não mais retornaram à Corte Estadual, diante do ulterior desmembramento do feito e remessa à primeira instância para a continuidade das investigações relativamente aos indiciados que não detinham foro privilegiado, dentre os quais o ora paciente, que não mais ostentava o cargo de Secretário de Estado. As investigações, com efeito, não foram direcionadas ao Governador do Estado, não tendo sido previsto seu suposto 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT envolvimento num primeiro momento. Após constatada a sua possível participação nos atos investigados, os autos foram avocados pelo STJ, não mais retornando à Corte de origem, razão pela qual não há que se falar em nulidade nas investigações procedidas até então pelo Tribunal a quo. ‘Sob diversa perspectiva, a remessa imediata de toda e qualquer investigação, em que noticiada a possível prática delitiva de detentor de prerrogativa de foro, ao órgão jurisdicional competente não só pode implicar prejuízo à investigação de fatos de particular e notório interesse público, como, também, representar sobrecarga acentuada dos tribunais, a par de, eventualmente, engendrar prematuras suspeitas sobre pessoa cujas honorabilidade e respeitabilidade perante a opinião pública são determinantes para a continuidade e o êxito de suas carreiras políticas.’ (HC n.º 307.152/GO, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JUNIOR, Rel. p/ acórdão Ministro ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, DJe 15/12/2015). Tem-se, aqui, portanto, a incidência da teoria do Juízo aparente: (…).” Sedimentou-se na instância precedente, portanto, a compreensão de que, ao indeferir a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça, o Desembargador ainda não dispunha de indícios de participação ou envolvimento do Governador do Estado nas práticas delituosas. Ademais, como bem posto na manifestação do Ministério Público Federal, ‘rever o entendimento adotado pelo acórdão recorrido quanto à inexistência de indícios de envolvimento do Governador – e, portanto, sobre a competência do Tribunal de Justiça – cobraria extenso reexame de fatos e provas, tarefa que não é admitida no âmbito do habeas corpus’. Vê-se, daí, que o contexto fático estabilizado nas Cortes antecedentes contradiz a alegação de nulidade da prova suscitada pela Defesa. Inviável, pois, o reconhecimento do vício alegado, cuja pretensão apoia- -se, como visto, em fatos desvestidos da necessária liquidez, o que desautoriza a própria utilização do writ. Com efeito, o argumento em causa – longe de assentar-se na certeza objetiva dos fatos que lhe dão suporte – exigiria, para a sua análise, o reexame e a valoração de fatos e 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT envolvimento num primeiro momento. Após constatada a sua possível participação nos atos investigados, os autos foram avocados pelo STJ, não mais retornando à Corte de origem, razão pela qual não há que se falar em nulidade nas investigações procedidas até então pelo Tribunal a quo. ‘Sob diversa perspectiva, a remessa imediata de toda e qualquer investigação, em que noticiada a possível prática delitiva de detentor de prerrogativa de foro, ao órgão jurisdicional competente não só pode implicar prejuízo à investigação de fatos de particular e notório interesse público, como, também, representar sobrecarga acentuada dos tribunais, a par de, eventualmente, engendrar prematuras suspeitas sobre pessoa cujas honorabilidade e respeitabilidade perante a opinião pública são determinantes para a continuidade e o êxito de suas carreiras políticas.’ (HC n.º 307.152/GO, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JUNIOR, Rel. p/ acórdão Ministro ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, DJe 15/12/2015). Tem-se, aqui, portanto, a incidência da teoria do Juízo aparente: (…).” Sedimentou-se na instância precedente, portanto, a compreensão de que, ao indeferir a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça, o Desembargador ainda não dispunha de indícios de participação ou envolvimento do Governador do Estado nas práticas delituosas. Ademais, como bem posto na manifestação do Ministério Público Federal, ‘rever o entendimento adotado pelo acórdão recorrido quanto à inexistência de indícios de envolvimento do Governador – e, portanto, sobre a competência do Tribunal de Justiça – cobraria extenso reexame de fatos e provas, tarefa que não é admitida no âmbito do habeas corpus’. Vê-se, daí, que o contexto fático estabilizado nas Cortes antecedentes contradiz a alegação de nulidade da prova suscitada pela Defesa. Inviável, pois, o reconhecimento do vício alegado, cuja pretensão apoia- -se, como visto, em fatos desvestidos da necessária liquidez, o que desautoriza a própria utilização do writ. Com efeito, o argumento em causa – longe de assentar-se na certeza objetiva dos fatos que lhe dão suporte – exigiria, para a sua análise, o reexame e a valoração de fatos e 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT provas, que constitui matéria pré-excluída do estreito âmbito de cognição do writ. Nesse sentido, a jurisprudência consolidada no âmbito deste Supremo Tribunal Federal adverte que A ação de “habeas corpus” – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal (HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJe 19.12.2012). Posto isso, não identifico, de plano, prova pré-constituída capaz de desfazer as premissas da instância anterior. Além disso, rememoro que esta Suprema Corte tem endossado, com base na teoria do juízo aparente, a possibilidade de ratificação de atos processuais praticados por juízo aparentemente competente ao tempo de sua prática. Citei precedentes: RHC 153.869-AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJe de 14.5.2020; HC 137438 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 20.6.2017. Disso tudo resulta a impossibilidade de se cogitar, presente o contexto ora em exame, de violação ao princípio do juiz natural. De qualquer maneira, a jurisprudência desta Suprema Corte exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP (HC 132.149-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, HC 135.728-AgR-ED/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, HC 134.408/MG, Rel. Min. Dias Toffoli). À prova da comprovação do efetivo prejuízo, [é] imperioso que o interessado evidencie certo nexo causal entre a suposta irregularidade e o resultado da ação penal, bem como que indique, ao menos de forma indiciária, a possibilidade efetiva de reversão do julgamento se ausente a nulidade ventilada (RHC 166629, Rel. Min. Edson Fachin). Ainda, ‘(...) o pedido deve expor, claramente, como o novo ato beneficiaria o acusado. Sem isso, estar-se-ia diante de um exercício de formalismo exagerado, que certamente comprometeria o objetivo maior da atividade jurisdicional (HC 119372, Rel. Min Min. Teori 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT provas, que constitui matéria pré-excluída do estreito âmbito de cognição do writ. Nesse sentido, a jurisprudência consolidada no âmbito deste Supremo Tribunal Federal adverte que A ação de “habeas corpus” – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal (HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJe 19.12.2012). Posto isso, não identifico, de plano, prova pré-constituída capaz de desfazer as premissas da instância anterior. Além disso, rememoro que esta Suprema Corte tem endossado, com base na teoria do juízo aparente, a possibilidade de ratificação de atos processuais praticados por juízo aparentemente competente ao tempo de sua prática. Citei precedentes: RHC 153.869-AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJe de 14.5.2020; HC 137438 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 20.6.2017. Disso tudo resulta a impossibilidade de se cogitar, presente o contexto ora em exame, de violação ao princípio do juiz natural. De qualquer maneira, a jurisprudência desta Suprema Corte exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP (HC 132.149-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, HC 135.728-AgR-ED/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, HC 134.408/MG, Rel. Min. Dias Toffoli). À prova da comprovação do efetivo prejuízo, [é] imperioso que o interessado evidencie certo nexo causal entre a suposta irregularidade e o resultado da ação penal, bem como que indique, ao menos de forma indiciária, a possibilidade efetiva de reversão do julgamento se ausente a nulidade ventilada (RHC 166629, Rel. Min. Edson Fachin). Ainda, ‘(...) o pedido deve expor, claramente, como o novo ato beneficiaria o acusado. Sem isso, estar-se-ia diante de um exercício de formalismo exagerado, que certamente comprometeria o objetivo maior da atividade jurisdicional (HC 119372, Rel. Min Min. Teori 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT Zavascki, Segunda Turma, julgado em 04.08.2015)’. Tais condicionantes não restaram satisfeitas na presente impetração. Portanto, incabível – na via estreita do habeas corpus – a análise aprofundada sobre os atos inquinados de ilícitos pelo recorrente, os quais certamente serão cotejados, pelo juiz natural, e, assim, se poderá alcançar outro entendimento. Diante dessas considerações, não detecto no agravo elementos aptos a modificar o entendimento exarado na decisão monocrática agravada. Nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT Zavascki, Segunda Turma, julgado em 04.08.2015)’. Tais condicionantes não restaram satisfeitas na presente impetração. Portanto, incabível – na via estreita do habeas corpus – a análise aprofundada sobre os atos inquinados de ilícitos pelo recorrente, os quais certamente serão cotejados, pelo juiz natural, e, assim, se poderá alcançar outro entendimento. Diante dessas considerações, não detecto no agravo elementos aptos a modificar o entendimento exarado na decisão monocrática agravada. Nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 18 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) :SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Acompanho a Relatora, com a ressalva do entendimento pessoal no sentido da adequação do habeas corpus, ainda que direcione ao exame de fatos e prova, e em relação à supressão de instância. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante – , o instituto há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8F6D-CF19-3790-D8C8 e senha 9AFA-2CED-EFFE-52D0 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) :SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Acompanho a Relatora, com a ressalva do entendimento pessoal no sentido da adequação do habeas corpus, ainda que direcione ao exame de fatos e prova, e em relação à supressão de instância. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante – , o instituto há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8F6D-CF19-3790-D8C8 e senha 9AFA-2CED-EFFE-52D0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 18 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 PROCED. : MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) : SAULO RONDON GAHYVA (13216/O/MT) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5232-BCA6-4BD7-8DC6 e senha C1A8-C1CC-984D-8DBC Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 PROCED. : MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) : SAULO RONDON GAHYVA (13216/O/MT) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5232-BCA6-4BD7-8DC6 e senha C1A8-C1CC-984D-8DBC Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 18
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756122367
2021-06-08T00:00:00
2021-06-14T00:00:00
A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME DE INTERCEPTAÇÃO ILEGAL. TRANCAMENTO DE INQUÉRITOS POLICIAIS. EXCEPCIONALIDADE. ALEGADA AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA. PRESENTE JUÍZO DE PROBABILIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. IRREGULARIDADES NA FASE INQUISITORIAL. NULIDADES. INOCORRÊNCIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. OFENSA AO SISTEMA ACUSATÓRIO. SUPERVISÃO JUDICIAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. INOCORRÊNCIA. REAVALIAÇÃO DO SUBSTRATO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. NÃO DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SAN GRIEF. MANIFESTA ILEGALIDADE OU ARBITRARIEDADE NÃO IDENTIFICADAS. 1. O trancamento da ação penal ou de inquérito policial pela via do habeas corpus somente é admitido diante de situações excepcionalíssimas, quando pressupõe a percepção, de plano, da atipicidade da conduta, da incidência da causa de extinção punibilidade ou a ausência de indícios de autoria e materialidade. Precedentes. 2. Inviável o acolhimento da tese defensiva de ausência de materialidade e negativa de autoria, porquanto demandaria o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 3. Esta Suprema Corte tem entendimento firmado no sentido de que eventual irregularidade quando os elementos de investigação são produzidos na fase de inquérito policial não contamina a ação penal. Precedentes. 4. Inviável o exame de tese defensiva não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 5. A orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é no sentido de que ‘a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis’ (QO no INQ 2411, Rel. Min. Gilmar Mendes). 6. A Lei 13.964/2019, que alterou a redação do § 2º do artigo 282 do Código de Processo Penal, reafirmou a possibilidade de representação da Autoridade Policial, sem condicioná-la à prévia oitiva do Órgão Ministerial. 7. Inviável a concessão de habeas corpus ausente a liquidez dos fatos subjacentes à tese de nulidade fundada na suposta usurpação de competência do Superior Tribunal de Justiça. 8. Esta Suprema Corte tem endossado, com base na teoria do juízo aparente, a possibilidade de ratificação de atos processuais praticados por juízo aparentemente competente ao tempo de sua prática. Precedentes. 9. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP. Precedentes. 10. Agravo regimental conhecido e não provido.
sjur448398
- Acórdão(s) citado(s): (INVESTIGAÇÃO CRIMINAL, PRERROGATIVA DE FORO) Inq 2411 QO (TP). (IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA) HC 119372 (2ªT), RHC 164292 AgR (2ªT), HC 174578 AgR (2ªT). (HC, REEXAME, FATO, PROVA) HC 92887 (2ªT), HC 107382 (1ªT), HC 126661 (1ªT), HC 128073 (1ªT), HC 164281 AgR (2ªT). (TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL) Inq 2131 (TP), RHC 115044 (2ªT), HC 122434 AgR (1ªT), HC 178522 AgR (2ªT). (IRREGULARIDADE, INQUÉRITO POLICIAL, NULIDADE, AÇÃO PENAL) RHC 98731 (1ªT), HC 83233 (2ªT), HC 99936 (2ªT), ARE 840449 AgR (1ªT), HC 169348 (1ªT). (HC, SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA) RHC 133974 (2ªT), HC 134957 AgR (1ªT), RHC 136311 (2ªT), HC 136452 ED (1ªT). (TEORIA DO JUÍZO APARENTE) HC 137438 AgR (1ªT), RHC 153869 AgR (2ªT). (PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF) HC 134408 (2ªT), HC 135278 AgR-ED (1ªT), HC 132149 AgR (1ªT). - Decisão monocrática citada: (PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF) RHC 166629. Número de páginas: 18. Análise: 06/06/2022, KBP.
ROSA WEBER
Primeira Turma
198182
[ "LEG-FED LEI-013964 ANO-2019\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00282 PAR-00002 ART-00319 INC-00002\n INC-00003 INC-00006 INC-00009 ART-00563\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\n\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\n ART-00317 PAR-00001\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL" ]
RHC-AgR
acordaos
RHC 198182 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) : SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) :SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME DE INTERCEPTAÇÃO ILEGAL. TRANCAMENTO DE INQUÉRITOS POLICIAIS. EXCEPCIONALIDADE. ALEGADA AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA. PRESENTE JUÍZO DE PROBABILIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. IRREGULARIDADES NA FASE INQUISITORIAL. NULIDADES. INOCORRÊNCIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. OFENSA AO SISTEMA ACUSATÓRIO. SUPERVISÃO JUDICIAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. INOCORRÊNCIA. REAVALIAÇÃO DO SUBSTRATO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. NÃO DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SAN GRIEF. MANIFESTA ILEGALIDADE OU ARBITRARIEDADE NÃO IDENTIFICADAS. 1. O trancamento da ação penal ou de inquérito policial pela via do habeas corpus somente é admitido diante de situações excepcionalíssimas, quando pressupõe a percepção, de plano, da atipicidade da conduta, da incidência da causa de extinção punibilidade ou a ausência de indícios de autoria e materialidade. Precedentes. 2. Inviável o acolhimento da tese defensiva de ausência de materialidade e negativa de autoria, porquanto demandaria o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE8-2E43-B590-CB00 e senha 1585-06A5-E869-5CF6 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 18 Ementa e Acórdão RHC 198182 AGR / MT 3. Esta Suprema Corte tem entendimento firmado no sentido de que eventual irregularidade quando os elementos de investigação são produzidos na fase de inquérito policial não contamina a ação penal. Precedentes. 4. Inviável o exame de tese defensiva não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 5. A orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é no sentido de que ‘a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis’ (QO no INQ 2411, Rel. Min. Gilmar Mendes). 6. A Lei 13.964/2019, que alterou a redação do § 2... do artigo 282 do Código de Processo Penal, reafirmou a possibilidade de representação da Autoridade Policial, sem condicioná-la à prévia oitiva do Órgão Ministerial. 7. Inviável a concessão de habeas corpus ausente a liquidez dos fatos subjacentes à tese de nulidade fundada na suposta usurpação de competência do Superior Tribunal de Justiça. 8. Esta Suprema Corte tem endossado, com base na teoria do juízo aparente, a possibilidade de ratificação de atos processuais praticados por juízo aparentemente competente ao tempo de sua prática. Precedentes. 9. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP. Precedentes. 10. Agravo regimental conhecido e não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE8-2E43-B590-CB00 e senha 1585-06A5-E869-5CF6 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT 3. Esta Suprema Corte tem entendimento firmado no sentido de que eventual irregularidade quando os elementos de investigação são produzidos na fase de inquérito policial não contamina a ação penal. Precedentes. 4. Inviável o exame de tese defensiva não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 5. A orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é no sentido de que ‘a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis’ (QO no INQ 2411, Rel. Min. Gilmar Mendes). 6. A Lei 13.964/2019, que alterou a redação do § 2... do artigo 282 do Código de Processo Penal, reafirmou a possibilidade de representação da Autoridade Policial, sem condicioná-la à prévia oitiva do Órgão Ministerial. 7. Inviável a concessão de habeas corpus ausente a liquidez dos fatos subjacentes à tese de nulidade fundada na suposta usurpação de competência do Superior Tribunal de Justiça. 8. Esta Suprema Corte tem endossado, com base na teoria do juízo aparente, a possibilidade de ratificação de atos processuais praticados por juízo aparentemente competente ao tempo de sua prática. Precedentes. 9. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP. Precedentes. 10. Agravo regimental conhecido e não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE8-2E43-B590-CB00 e senha 1585-06A5-E869-5CF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 18 Ementa e Acórdão RHC 198182 AGR / MT com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE8-2E43-B590-CB00 e senha 1585-06A5-E869-5CF6 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE8-2E43-B590-CB00 e senha 1585-06A5-E869-5CF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 18 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) :SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Trata-se de agravo regimental da decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça que denegou a ordem no HC 481.107/MT. Na presente via, a Defesa reitera a tese da falta de justa causa para a continuidade das investigações, porquanto ausentes indícios da participação do Recorrente. Aduz ofensa ao sistema acusatório, uma vez ultrapassada a mera supervisão dos atos de investigação por parte da autoridade judiciária. Sustenta que a alegação de ilegalidade na atuação das autoridades policiais evidencia a violação de direitos fundamentais. Argumenta que a tese de ilegalidade na nomeação de Delegados por ordem judicial foi apreciada pela Corte Superior ao rechaçar qualquer ilicitude na atuação da autoridade judiciária, motivo pelo qual não há supressão de instância no exame da matéria. Alega que a decretação de medidas sem a participação do Ministério Público demonstra “o contexto de ilegalidade e nulidade dos atos praticados no âmbito das investigações”. Insiste na usurpação da competência do Superior Tribunal de Justiça. Defende inaplicável a teoria do juízo aparente ao caso vertente. Ressalta a ocorrência de prejuízos resultantes das nulidades apontadas. Requer o provimento do recurso, para concessão da ordem (evento 59). O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral da República Paulo Gustavo Gonet Branco, opina pelo não provimento do agravo (evento 63). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BF6-40CF-FB5E-A93F e senha F402-EF0E-B84B-6A37 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) :SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Trata-se de agravo regimental da decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça que denegou a ordem no HC 481.107/MT. Na presente via, a Defesa reitera a tese da falta de justa causa para a continuidade das investigações, porquanto ausentes indícios da participação do Recorrente. Aduz ofensa ao sistema acusatório, uma vez ultrapassada a mera supervisão dos atos de investigação por parte da autoridade judiciária. Sustenta que a alegação de ilegalidade na atuação das autoridades policiais evidencia a violação de direitos fundamentais. Argumenta que a tese de ilegalidade na nomeação de Delegados por ordem judicial foi apreciada pela Corte Superior ao rechaçar qualquer ilicitude na atuação da autoridade judiciária, motivo pelo qual não há supressão de instância no exame da matéria. Alega que a decretação de medidas sem a participação do Ministério Público demonstra “o contexto de ilegalidade e nulidade dos atos praticados no âmbito das investigações”. Insiste na usurpação da competência do Superior Tribunal de Justiça. Defende inaplicável a teoria do juízo aparente ao caso vertente. Ressalta a ocorrência de prejuízos resultantes das nulidades apontadas. Requer o provimento do recurso, para concessão da ordem (evento 59). O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral da República Paulo Gustavo Gonet Branco, opina pelo não provimento do agravo (evento 63). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BF6-40CF-FB5E-A93F e senha F402-EF0E-B84B-6A37 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 18 Relatório RHC 198182 AGR / MT É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BF6-40CF-FB5E-A93F e senha F402-EF0E-B84B-6A37 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BF6-40CF-FB5E-A93F e senha F402-EF0E-B84B-6A37 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): O presente agravo regimental objetiva rever decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus. Confira-se a ementa do ato impugnado: “Recurso ordinário em habeas corpus. Crime de interceptação ilegal. Trancamento dos inquéritos policiais. Excepcionalidade. Inviabilidade. Causa eloquente. Requisitos legais indiciariamente aferidos. Alegada ausência de indícios de autoria. Desnecessidade de prova plena. Reexame de fatos e provas. Inadmissibilidade. Inquérito policial. Irregularidades da fase inquisitorial. Nulidades. Inocorrência. Ofensa ao sistema acusatório. Supervisão Judicial. Ofensa ao princípio do juiz natural. Inocorrência. Reavaliação do substrato fático- probatório. Inexistência de teratologia, flagrante ilegalidade ou frontal contrariedade à jurisprudência desta Suprema Corte. Negativa de seguimento.” Nada colhe o agravo. A Defesa se limita a repisar os argumentos do recurso ordinário em habeas corpus, a atrair a regra do art. 317, § 1..., do RISTF (“A petição conterá, sob pena de rejeição liminar, as razões do pedido de reforma da decisão agravada”), o que impede, por si só, o provimento do agravo. Precedentes: RHC 164.292-AgR/BA, Rel. Min. Edson Fachin, 2... Turma, DJe 12.3.2020; e HC 174.578-AgR/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2... Turma, DJe 07.11.2019. Como se observa, neguei seguimento ao recurso ordinário forte na inexistência de manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Tal como assentei na decisão hostilizada quanto à alegação de falta de justa causa para continuidade das investigações e eventual Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): O presente agravo regimental objetiva rever decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus. Confira-se a ementa do ato impugnado: “Recurso ordinário em habeas corpus. Crime de interceptação ilegal. Trancamento dos inquéritos policiais. Excepcionalidade. Inviabilidade. Causa eloquente. Requisitos legais indiciariamente aferidos. Alegada ausência de indícios de autoria. Desnecessidade de prova plena. Reexame de fatos e provas. Inadmissibilidade. Inquérito policial. Irregularidades da fase inquisitorial. Nulidades. Inocorrência. Ofensa ao sistema acusatório. Supervisão Judicial. Ofensa ao princípio do juiz natural. Inocorrência. Reavaliação do substrato fático- probatório. Inexistência de teratologia, flagrante ilegalidade ou frontal contrariedade à jurisprudência desta Suprema Corte. Negativa de seguimento.” Nada colhe o agravo. A Defesa se limita a repisar os argumentos do recurso ordinário em habeas corpus, a atrair a regra do art. 317, § 1..., do RISTF (“A petição conterá, sob pena de rejeição liminar, as razões do pedido de reforma da decisão agravada”), o que impede, por si só, o provimento do agravo. Precedentes: RHC 164.292-AgR/BA, Rel. Min. Edson Fachin, 2... Turma, DJe 12.3.2020; e HC 174.578-AgR/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2... Turma, DJe 07.11.2019. Como se observa, neguei seguimento ao recurso ordinário forte na inexistência de manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Tal como assentei na decisão hostilizada quanto à alegação de falta de justa causa para continuidade das investigações e eventual Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT ajuizamento da ação penal, o cenário processual trazido nesta impetração não revela situação de excepcionalidade apta a justificar o encerramento prematuro pela via estreita do habeas corpus. A autoridade dita coatora, para afastar o argumento aludido, fundamentou que “detém entendimento pacificado no sentido de que alegações acerca da negativa de autoria ou materialidade delitivas não comportam conhecimento na via estreita do habeas corpus por demandarem incursão em elementos de cunho fático-probatório dos autos”. E mais, “cumpre ressaltar que, em caso de eventual instauração de ação penal pelos fatos alvo de investigação nos inquéritos policiais em questão, o juiz da causa formará sua convicção pela livre apreciação das provas obtidas em juízo, onde será realizado o efetivo contraditório. Dentro desse contexto, é inviável a pretensão do impetrante de trancamento dos inquéritos, diante da alegação de ausência de indícios mínimos a sustentar a continuidade das investigações e eventual oferecimento da denúncia. Ora, ‘[o] inquérito policial é procedimento administrativo de caráter inquisitório cuja finalidade é fornecer ao Ministério Público elementos de informação para a propositura de ação penal. Tais elementos, antes de tornarem-se prova apta a fundamentar eventual édito condenatório, devem submeter-se ao crivo do contraditório, sob estrito controle judicial’ (RHC 105.078-SC, Relator Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJe 19/2/2019)”. Assim, conclui “prematura qualquer tentativa de interrupção dos procedimentos investigativos de extrema complexidade, frise-se, sob a simples alegação de ausência de indícios para sustentar as investigações”. Repiso que o habeas corpus originário, impetrado perante o Superior Tribunal de Justiça, dirigiu-se contra instauração de inquéritos perante o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (MT), visando, dentre outras alegações, o trancamento dos inquéritos policiais por ausência de indícios mínimos a sustentar a continuidade das investigações e eventual oferecimento da denúncia as investigações ação penal. Com a denegação da ordem na Corte Superior, o paciente interpôs o presente recurso ordinário constitucional com o mesmo propósito. O registro ganha relevo na medida em que revela a extensão do juízo de cognição a ser empreendido naquela fase processual, a qual 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT ajuizamento da ação penal, o cenário processual trazido nesta impetração não revela situação de excepcionalidade apta a justificar o encerramento prematuro pela via estreita do habeas corpus. A autoridade dita coatora, para afastar o argumento aludido, fundamentou que “detém entendimento pacificado no sentido de que alegações acerca da negativa de autoria ou materialidade delitivas não comportam conhecimento na via estreita do habeas corpus por demandarem incursão em elementos de cunho fático-probatório dos autos”. E mais, “cumpre ressaltar que, em caso de eventual instauração de ação penal pelos fatos alvo de investigação nos inquéritos policiais em questão, o juiz da causa formará sua convicção pela livre apreciação das provas obtidas em juízo, onde será realizado o efetivo contraditório. Dentro desse contexto, é inviável a pretensão do impetrante de trancamento dos inquéritos, diante da alegação de ausência de indícios mínimos a sustentar a continuidade das investigações e eventual oferecimento da denúncia. Ora, ‘[o] inquérito policial é procedimento administrativo de caráter inquisitório cuja finalidade é fornecer ao Ministério Público elementos de informação para a propositura de ação penal. Tais elementos, antes de tornarem-se prova apta a fundamentar eventual édito condenatório, devem submeter-se ao crivo do contraditório, sob estrito controle judicial’ (RHC 105.078-SC, Relator Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJe 19/2/2019)”. Assim, conclui “prematura qualquer tentativa de interrupção dos procedimentos investigativos de extrema complexidade, frise-se, sob a simples alegação de ausência de indícios para sustentar as investigações”. Repiso que o habeas corpus originário, impetrado perante o Superior Tribunal de Justiça, dirigiu-se contra instauração de inquéritos perante o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (MT), visando, dentre outras alegações, o trancamento dos inquéritos policiais por ausência de indícios mínimos a sustentar a continuidade das investigações e eventual oferecimento da denúncia as investigações ação penal. Com a denegação da ordem na Corte Superior, o paciente interpôs o presente recurso ordinário constitucional com o mesmo propósito. O registro ganha relevo na medida em que revela a extensão do juízo de cognição a ser empreendido naquela fase processual, a qual 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT precede a instrução criminal e o julgamento aprofundado das teses ventiladas pelas partes (seja pela acusação, na denúncia; seja pela defesa, na peça preliminar). Como consequência, a análise da (i)legalidade dos atos da Corte Estadual e da Corte Superior, pela estreita via do habeas corpus, deve ser circunspecta a tal balizamento de ordem processual e referenciada pelo entendimento jurisprudencial desta Suprema Corte de que o trancamento da ação penal ou de inquérito policial pela via do habeas corpus somente é admitido diante de situações excepcionalíssimas, quando pressupõe a percepção, de plano, da atipicidade da conduta, da incidência da causa de extinção punibilidade ou a ausência de indícios de autoria e materialidade, hipóteses não evidenciadas no caso (RHC 115.044/BA, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2... Turma, DJe 10.4.2014; HC 122.434 AgR, da minha relatoria, 1... Turma, DJe 17.2.2016 Presente, como no caso, juízo de probabilidade a respeito da ocorrência do fato típico, antijurídico e culpável, bem como de sua autoria, não há margem para o trancamento da ação penal originária, em sede de habeas corpus (Inq 2131, Red. p/ acórdão Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno; HC 178.522 AgR, Rel. Min. Cármem Lúcia). Agregue-se o fato de que a análise minuciosa, para o fim de concluir pela inexistência de indícios mínimos de autoria e materialidade, demandaria incursão no acervo fático-probatório, inviável em sede de habeas corpus. Nesse sentido, é firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal no sentido de que ‘A negativa de autoria delitiva desafia exame aprofundado de fatos e provas, providência incompatível com a cognição estreita do habeas corpus’ (HC 126.661/CE, Redator para o acórdão Min. Edson Fachin, 1... Turma, DJe 26.8.2015); ‘Inviável o acolhimento da tese defensiva de ausência de materialidade e negativa de autoria, porquanto demandaria o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita’ (HC 128.073, da minha relatoria, 1... Turma, DJe 08.9.2015) e ‘Não é o habeas corpus instrumento processual idôneo para aferir a qualidade da prova ou do indício, porque essa atividade exige o revolvimento de provas’ (HC 107.382/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 1... Turma, DJe 17.5.2011). Destaquei, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT precede a instrução criminal e o julgamento aprofundado das teses ventiladas pelas partes (seja pela acusação, na denúncia; seja pela defesa, na peça preliminar). Como consequência, a análise da (i)legalidade dos atos da Corte Estadual e da Corte Superior, pela estreita via do habeas corpus, deve ser circunspecta a tal balizamento de ordem processual e referenciada pelo entendimento jurisprudencial desta Suprema Corte de que o trancamento da ação penal ou de inquérito policial pela via do habeas corpus somente é admitido diante de situações excepcionalíssimas, quando pressupõe a percepção, de plano, da atipicidade da conduta, da incidência da causa de extinção punibilidade ou a ausência de indícios de autoria e materialidade, hipóteses não evidenciadas no caso (RHC 115.044/BA, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2... Turma, DJe 10.4.2014; HC 122.434 AgR, da minha relatoria, 1... Turma, DJe 17.2.2016 Presente, como no caso, juízo de probabilidade a respeito da ocorrência do fato típico, antijurídico e culpável, bem como de sua autoria, não há margem para o trancamento da ação penal originária, em sede de habeas corpus (Inq 2131, Red. p/ acórdão Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno; HC 178.522 AgR, Rel. Min. Cármem Lúcia). Agregue-se o fato de que a análise minuciosa, para o fim de concluir pela inexistência de indícios mínimos de autoria e materialidade, demandaria incursão no acervo fático-probatório, inviável em sede de habeas corpus. Nesse sentido, é firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal no sentido de que ‘A negativa de autoria delitiva desafia exame aprofundado de fatos e provas, providência incompatível com a cognição estreita do habeas corpus’ (HC 126.661/CE, Redator para o acórdão Min. Edson Fachin, 1... Turma, DJe 26.8.2015); ‘Inviável o acolhimento da tese defensiva de ausência de materialidade e negativa de autoria, porquanto demandaria o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita’ (HC 128.073, da minha relatoria, 1... Turma, DJe 08.9.2015) e ‘Não é o habeas corpus instrumento processual idôneo para aferir a qualidade da prova ou do indício, porque essa atividade exige o revolvimento de provas’ (HC 107.382/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 1... Turma, DJe 17.5.2011). Destaquei, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT ainda, o HC 164.281-AgR/MG, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 28.06.2019. Nessa perspectiva, não vislumbro, ictu oculi, hipótese de atipicidade das condutas, causa extintiva da punibilidade ou ausência de indícios de autoria, circunstâncias essas que poderiam, excepcionalmente, legitimar a concessão da ordem de habeas corpus para efeito de trancamento da persecução penal, de acordo com a compreensão jurisprudencial desta Suprema Corte. Sobre as alegadas ilegalidades praticadas pelas autoridades policiais, reafirmo que eventuais irregularidades não geram vícios processuais passíveis de ensejar a anulação dos atos praticados no bojo do inquérito policial e não contaminam a denúncia ou seu recebimento. Afinal, esta Suprema Corte tem entendimento firmado no sentido de que eventual irregularidade quando os elementos de investigação são produzidos na fase de inquérito policial não contamina a ação penal. Ademais, diferentemente do que aduz o Recorrente, na esteira do ato dito coator, ‘a atuação de ambos os delegados foi pautada na imparcialidade e objetividade, inclusive após a decisão de avocação da competência pelo Superior Tribunal de Justiça, não se verificando a existência de qualquer excesso ou falta funcional. Conforme bem ressaltado pelo próprio impetrante e exposto acima, não há previsão legal de hipóteses de suspeição ou impedimento de delegado de polícia, e tampouco de anulação dos elementos de prova produzidos em sede inquisitorial, diante da necessidade de sua ratificação em juízo’. Nesse contexto, a decisão hostilizada está em consonância com a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que ‘[é] inviável a anulação do processo penal em razão das irregularidades detectadas no inquérito, pois as nulidades processuais concernem, tão-somente, aos defeitos de ordem jurídica que afetam os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. (RHC 98.731, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe-020 1.2.2011); ‘O inquérito policial constitui procedimento administrativo, de caráter informativo, cuja finalidade consiste em subsidiar eventual denúncia a ser apresentada pelo Ministério Público, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT ainda, o HC 164.281-AgR/MG, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 28.06.2019. Nessa perspectiva, não vislumbro, ictu oculi, hipótese de atipicidade das condutas, causa extintiva da punibilidade ou ausência de indícios de autoria, circunstâncias essas que poderiam, excepcionalmente, legitimar a concessão da ordem de habeas corpus para efeito de trancamento da persecução penal, de acordo com a compreensão jurisprudencial desta Suprema Corte. Sobre as alegadas ilegalidades praticadas pelas autoridades policiais, reafirmo que eventuais irregularidades não geram vícios processuais passíveis de ensejar a anulação dos atos praticados no bojo do inquérito policial e não contaminam a denúncia ou seu recebimento. Afinal, esta Suprema Corte tem entendimento firmado no sentido de que eventual irregularidade quando os elementos de investigação são produzidos na fase de inquérito policial não contamina a ação penal. Ademais, diferentemente do que aduz o Recorrente, na esteira do ato dito coator, ‘a atuação de ambos os delegados foi pautada na imparcialidade e objetividade, inclusive após a decisão de avocação da competência pelo Superior Tribunal de Justiça, não se verificando a existência de qualquer excesso ou falta funcional. Conforme bem ressaltado pelo próprio impetrante e exposto acima, não há previsão legal de hipóteses de suspeição ou impedimento de delegado de polícia, e tampouco de anulação dos elementos de prova produzidos em sede inquisitorial, diante da necessidade de sua ratificação em juízo’. Nesse contexto, a decisão hostilizada está em consonância com a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que ‘[é] inviável a anulação do processo penal em razão das irregularidades detectadas no inquérito, pois as nulidades processuais concernem, tão-somente, aos defeitos de ordem jurídica que afetam os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. (RHC 98.731, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe-020 1.2.2011); ‘O inquérito policial constitui procedimento administrativo, de caráter informativo, cuja finalidade consiste em subsidiar eventual denúncia a ser apresentada pelo Ministério Público, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT regra, nulidade de processo-crime’ (HC 169.348, Rel. Min. Marco Aurélio, 1... Turma, DJe 16.7.2020); ‘A orientação desta Corte é no sentido de que eventuais vícios formais concernentes ao inquérito policial não têm o condão de infirmar a validade jurídica do subseqüente processo penal condenatório. As nulidades processuais concernem, tão-somente , aos defeitos de ordem jurídica que afetam os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. Precedente.’ (ARE 840.449-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, 1... Turma, DJe 28.9.2015); e ‘o inquérito policial é peça meramente informativa, não suscetível de contraditório, e sua eventual irregularidade não é motivo para decretação da nulidade da ação penal’ (HC 83.233/RJ, rel. Min. Nelson Jobim, 2... Turma, DJ 19.03.2004)’ (HC 99.936/CE, Rel. Min. Ellen Gracie, 2... Turma, DJe 11.02.2009). Lado outro, quanto à alegada ilegalidade da decisão do Desembargador Relator que determinou a nomeação de autoridade policial, ao qual foram delegadas diligências investigatórias, reitero que a matéria não foi objeto de pronunciamento judicial conclusivo pela Corte Superior, a inviabilizar a análise originária, neste ponto, pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 134.957-AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 24.02.2017; RHC 136.311/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2... Turma, DJe 21.02.2017; RHC 133.974/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, 2... Turma, DJe 03.3.2017; e HC 136.452-ED/DF, de minha relatoria, 1... Turma, DJe 10.02.2017. Para rechaçar a tese de ofensa ao sistema acusatório, o ato dito coator apontou que: “(…) o Inquérito Policial n. 87.132/2017 foi inicialmente instaurado para a apuração de conduta de agentes públicos, em especial policiais militares, originando-se, assim, a partir do desmembramento do Inquérito Policial Militar n. 66.673/2017, tendo tramitado inicialmente perante o Juízo da 11. Vara Especializada da Justiça Militar. Consta que a OAB/MT, por meio de notícia crime (e-Superior Tribunal de Justiça, fls. 198-212), solicitou ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso providências para uma ampla investigação e apuração de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT regra, nulidade de processo-crime’ (HC 169.348, Rel. Min. Marco Aurélio, 1... Turma, DJe 16.7.2020); ‘A orientação desta Corte é no sentido de que eventuais vícios formais concernentes ao inquérito policial não têm o condão de infirmar a validade jurídica do subseqüente processo penal condenatório. As nulidades processuais concernem, tão-somente , aos defeitos de ordem jurídica que afetam os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. Precedente.’ (ARE 840.449-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, 1... Turma, DJe 28.9.2015); e ‘o inquérito policial é peça meramente informativa, não suscetível de contraditório, e sua eventual irregularidade não é motivo para decretação da nulidade da ação penal’ (HC 83.233/RJ, rel. Min. Nelson Jobim, 2... Turma, DJ 19.03.2004)’ (HC 99.936/CE, Rel. Min. Ellen Gracie, 2... Turma, DJe 11.02.2009). Lado outro, quanto à alegada ilegalidade da decisão do Desembargador Relator que determinou a nomeação de autoridade policial, ao qual foram delegadas diligências investigatórias, reitero que a matéria não foi objeto de pronunciamento judicial conclusivo pela Corte Superior, a inviabilizar a análise originária, neste ponto, pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 134.957-AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 24.02.2017; RHC 136.311/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2... Turma, DJe 21.02.2017; RHC 133.974/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, 2... Turma, DJe 03.3.2017; e HC 136.452-ED/DF, de minha relatoria, 1... Turma, DJe 10.02.2017. Para rechaçar a tese de ofensa ao sistema acusatório, o ato dito coator apontou que: “(…) o Inquérito Policial n. 87.132/2017 foi inicialmente instaurado para a apuração de conduta de agentes públicos, em especial policiais militares, originando-se, assim, a partir do desmembramento do Inquérito Policial Militar n. 66.673/2017, tendo tramitado inicialmente perante o Juízo da 11. Vara Especializada da Justiça Militar. Consta que a OAB/MT, por meio de notícia crime (e-Superior Tribunal de Justiça, fls. 198-212), solicitou ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso providências para uma ampla investigação e apuração de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT fatos graves que chegaram ao conhecimento daquela instituição, acerca da responsabilidade, também, de magistrados na quebra indiscriminada de sigilos telefônicos. Os fatos retratados na notícia crime foram distribuídos por conexão ao Desembargador Orlando de Almeida Perri, diante do liame objetivo e subjetivo com investigação que já tramitava naquela Corte, na qual se apurava a responsabilidade de policiais militares em interceptações telefônicas clandestinas (ID 66673/2017), bem como outra, ainda, em que se apurava a responsabilidade de promotores de justiça (ID 71814/2017) (e-Superior Tribunal de Justiça, fls. 198-211). A atuação do Desembargador Relator se deu nos exatos termos do art. 33 da Lei Complementar n. 35/1979, segundo o qual, "quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou Órgão Especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação". Doravante, respaldado pelo Regimento Interno daquele Tribunal de Justiça, deu prosseguimento às investigações. O Inquérito n. 91.285/2017, por sua vez, foi instaurado a partir da representação formulada pelo Promotor de Justiça Mauro Zaque, por meio do Ofício n. 250/2017/11. PJPP, comunicando fatos graves cometidos pelo então Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso. O referido ofício foi autuado e distribuído como Pedido de Providência, em caráter sigiloso. Após manifestação do Procurador-Geral de Justiça, o Desembargador Orlando Perri determinou que o pedido de providências fosse autuado como inquérito policial, sob sua relatoria e trâmite perante o Tribunal Pleno por se tratar de investigado com prerrogativa de foro. Na ocasião, o Procurador-Geral de Justiça pugnou pela expedição de ofício ao Delegado-Geral da Polícia Judiciária Civil do Mato Grosso, solicitando o encaminhamento de toda e qualquer investigação administrativa em andamento, bem como o apensamento dos autos n. 91.285/2017 ao Inquérito Policial n. 78.323/2017. O Inquérito n. 91.285/2017, por guardar relação com os fatos apurados no IP n. 78.323/2017, foi a ele apensado.” 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT fatos graves que chegaram ao conhecimento daquela instituição, acerca da responsabilidade, também, de magistrados na quebra indiscriminada de sigilos telefônicos. Os fatos retratados na notícia crime foram distribuídos por conexão ao Desembargador Orlando de Almeida Perri, diante do liame objetivo e subjetivo com investigação que já tramitava naquela Corte, na qual se apurava a responsabilidade de policiais militares em interceptações telefônicas clandestinas (ID 66673/2017), bem como outra, ainda, em que se apurava a responsabilidade de promotores de justiça (ID 71814/2017) (e-Superior Tribunal de Justiça, fls. 198-211). A atuação do Desembargador Relator se deu nos exatos termos do art. 33 da Lei Complementar n. 35/1979, segundo o qual, "quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou Órgão Especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação". Doravante, respaldado pelo Regimento Interno daquele Tribunal de Justiça, deu prosseguimento às investigações. O Inquérito n. 91.285/2017, por sua vez, foi instaurado a partir da representação formulada pelo Promotor de Justiça Mauro Zaque, por meio do Ofício n. 250/2017/11. PJPP, comunicando fatos graves cometidos pelo então Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso. O referido ofício foi autuado e distribuído como Pedido de Providência, em caráter sigiloso. Após manifestação do Procurador-Geral de Justiça, o Desembargador Orlando Perri determinou que o pedido de providências fosse autuado como inquérito policial, sob sua relatoria e trâmite perante o Tribunal Pleno por se tratar de investigado com prerrogativa de foro. Na ocasião, o Procurador-Geral de Justiça pugnou pela expedição de ofício ao Delegado-Geral da Polícia Judiciária Civil do Mato Grosso, solicitando o encaminhamento de toda e qualquer investigação administrativa em andamento, bem como o apensamento dos autos n. 91.285/2017 ao Inquérito Policial n. 78.323/2017. O Inquérito n. 91.285/2017, por guardar relação com os fatos apurados no IP n. 78.323/2017, foi a ele apensado.” 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT Destacou ainda o Superior Tribunal de Justiça que ‘a fase investigativa de crimes imputados a autoridades com prerrogativa de foro ocorre sob a supervisão do Tribunal respectivo, a qual deve ser desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento da denúncia. Sendo assim, não resta constatada qualquer irregularidade na instauração dos inquéritos policiais em questão e, menos ainda, na condução dos feitos, não havendo que se falar em nulidade. Verifica-se apenas a necessária e correta supervisão judicial do inquérito policial de investigado com foro por prerrogativa de função’. A investigação, convém remarcar, estava em curso no Tribunal de Justiça do Mato Grosso em razão da prerrogativa de foro do investigado, Secretário de Estado. Tais investigações preliminares são introjetadas de certas notas distintivas com relação às investigações comuns, regidas pelo CPP, marcadas que são por uma maior interferência jurisdicional na condução do procedimento. Nesse contexto, a solução do ato dito coator está parametrizada com a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que, quanto a tais investigações, ‘(...) a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis’ (QO no INQ 2411, Rel. Min. Gilmar Mendes). Em relação à alegada decretação de medidas sem requerimento do Ministério Público, destacou a Corte Superior que ‘tais medidas foram tomadas em acolhimento à representação da Delegada de Polícia Ana Cristina Feldner (e-Superior Tribunal de Justiça, fls. 859/915) que, em detalhada explanação, solicita a aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319, incisos II, III, VI e IX em desfavor do investigado Rogers Elizandro Jarbas, bem como a expedição de mandado de busca e apreensão’. De outro lado, a Lei 13.964/2019, que alterou a redação do § 2... do artigo 282 do Código de Processo Penal, reafirmou a possibilidade de representação da Autoridade Policial, sem condicioná-la à prévia oitiva do Órgão Ministerial. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT Destacou ainda o Superior Tribunal de Justiça que ‘a fase investigativa de crimes imputados a autoridades com prerrogativa de foro ocorre sob a supervisão do Tribunal respectivo, a qual deve ser desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento da denúncia. Sendo assim, não resta constatada qualquer irregularidade na instauração dos inquéritos policiais em questão e, menos ainda, na condução dos feitos, não havendo que se falar em nulidade. Verifica-se apenas a necessária e correta supervisão judicial do inquérito policial de investigado com foro por prerrogativa de função’. A investigação, convém remarcar, estava em curso no Tribunal de Justiça do Mato Grosso em razão da prerrogativa de foro do investigado, Secretário de Estado. Tais investigações preliminares são introjetadas de certas notas distintivas com relação às investigações comuns, regidas pelo CPP, marcadas que são por uma maior interferência jurisdicional na condução do procedimento. Nesse contexto, a solução do ato dito coator está parametrizada com a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que, quanto a tais investigações, ‘(...) a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis’ (QO no INQ 2411, Rel. Min. Gilmar Mendes). Em relação à alegada decretação de medidas sem requerimento do Ministério Público, destacou a Corte Superior que ‘tais medidas foram tomadas em acolhimento à representação da Delegada de Polícia Ana Cristina Feldner (e-Superior Tribunal de Justiça, fls. 859/915) que, em detalhada explanação, solicita a aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319, incisos II, III, VI e IX em desfavor do investigado Rogers Elizandro Jarbas, bem como a expedição de mandado de busca e apreensão’. De outro lado, a Lei 13.964/2019, que alterou a redação do § 2... do artigo 282 do Código de Processo Penal, reafirmou a possibilidade de representação da Autoridade Policial, sem condicioná-la à prévia oitiva do Órgão Ministerial. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT Conforme assentado no voto condutor do acórdão apontado como coator, ‘para a decretação de medidas cautelares durante a investigação criminal, o magistrado precisa ser provocado por requerimento do Ministério Público ou por representação da autoridade policial, o que foi devidamente cumprido na hipótese dos autos’. Cumprido, portanto, o preceito legal. Passo à análise da alegação de nulidade fundada na suposta usurpação de competência do Superior Tribunal de Justiça, que teria decorrido do envolvimento do Governador do Estado nas condutas investigadas, sem o encaminhamento dos autos ao juízo natural. A tese foi afastada pelo próprio Superior Tribunal de Justiça, juízo apontado como supostamente competente para decidir sobre a questão, sob o embasamento de que: “Embora a impetração sustente que a menção ao Governador do Estado tenha sido reiteradamente utilizada desde os primórdios das imputações contra o paciente, tal situação não implica em remessa automática dos autos à Corte competente. Verifica-se dos autos, com efeito, que, em sua primeira decisão sobre a questão, datada de 29/07/2017, o Desembargador Orlando Perri indeferiu o pedido da Procuradoria Geral de Justiça de remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça - porque os fatos apurados poderiam guardar relação com o objeto da Sindicância n. 633 - uma vez que, até aquele momento, não havia indícios de participação ou envolvimento do Governador do Estado de Mato Grosso nas práticas delituosas (e-Superior Tribunal de Justiça, fls. 809-812). Apenas posteriormente, como já referido, em 11/10/2017, os autos foram avocados pelo Exmo. Ministro Mauro Campbell, já no bojo do Inquérito n. 1.210/DF, data a partir da qual os autos não mais retornaram à Corte Estadual, diante do ulterior desmembramento do feito e remessa à primeira instância para a continuidade das investigações relativamente aos indiciados que não detinham foro privilegiado, dentre os quais o ora paciente, que não mais ostentava o cargo de Secretário de Estado. As investigações, com efeito, não foram direcionadas ao Governador do Estado, não tendo sido previsto seu suposto 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT Conforme assentado no voto condutor do acórdão apontado como coator, ‘para a decretação de medidas cautelares durante a investigação criminal, o magistrado precisa ser provocado por requerimento do Ministério Público ou por representação da autoridade policial, o que foi devidamente cumprido na hipótese dos autos’. Cumprido, portanto, o preceito legal. Passo à análise da alegação de nulidade fundada na suposta usurpação de competência do Superior Tribunal de Justiça, que teria decorrido do envolvimento do Governador do Estado nas condutas investigadas, sem o encaminhamento dos autos ao juízo natural. A tese foi afastada pelo próprio Superior Tribunal de Justiça, juízo apontado como supostamente competente para decidir sobre a questão, sob o embasamento de que: “Embora a impetração sustente que a menção ao Governador do Estado tenha sido reiteradamente utilizada desde os primórdios das imputações contra o paciente, tal situação não implica em remessa automática dos autos à Corte competente. Verifica-se dos autos, com efeito, que, em sua primeira decisão sobre a questão, datada de 29/07/2017, o Desembargador Orlando Perri indeferiu o pedido da Procuradoria Geral de Justiça de remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça - porque os fatos apurados poderiam guardar relação com o objeto da Sindicância n. 633 - uma vez que, até aquele momento, não havia indícios de participação ou envolvimento do Governador do Estado de Mato Grosso nas práticas delituosas (e-Superior Tribunal de Justiça, fls. 809-812). Apenas posteriormente, como já referido, em 11/10/2017, os autos foram avocados pelo Exmo. Ministro Mauro Campbell, já no bojo do Inquérito n. 1.210/DF, data a partir da qual os autos não mais retornaram à Corte Estadual, diante do ulterior desmembramento do feito e remessa à primeira instância para a continuidade das investigações relativamente aos indiciados que não detinham foro privilegiado, dentre os quais o ora paciente, que não mais ostentava o cargo de Secretário de Estado. As investigações, com efeito, não foram direcionadas ao Governador do Estado, não tendo sido previsto seu suposto 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT envolvimento num primeiro momento. Após constatada a sua possível participação nos atos investigados, os autos foram avocados pelo Superior Tribunal de Justiça, não mais retornando à Corte de origem, razão pela qual não há que se falar em nulidade nas investigações procedidas até então pelo Tribunal a quo. ‘Sob diversa perspectiva, a remessa imediata de toda e qualquer investigação, em que noticiada a possível prática delitiva de detentor de prerrogativa de foro, ao órgão jurisdicional competente não só pode implicar prejuízo à investigação de fatos de particular e notório interesse público, como, também, representar sobrecarga acentuada dos tribunais, a par de, eventualmente, engendrar prematuras suspeitas sobre pessoa cujas honorabilidade e respeitabilidade perante a opinião pública são determinantes para a continuidade e o êxito de suas carreiras políticas.’ (HC n. 307.152/GO, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JUNIOR, Rel. p/ acórdão Ministro ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, DJe 15/12/2015). Tem-se, aqui, portanto, a incidência da teoria do Juízo aparente: (…).” Sedimentou-se na instância precedente, portanto, a compreensão de que, ao indeferir a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça, o Desembargador ainda não dispunha de indícios de participação ou envolvimento do Governador do Estado nas práticas delituosas. Ademais, como bem posto na manifestação do Ministério Público Federal, ‘rever o entendimento adotado pelo acórdão recorrido quanto à inexistência de indícios de envolvimento do Governador – e, portanto, sobre a competência do Tribunal de Justiça – cobraria extenso reexame de fatos e provas, tarefa que não é admitida no âmbito do habeas corpus’. Vê-se, daí, que o contexto fático estabilizado nas Cortes antecedentes contradiz a alegação de nulidade da prova suscitada pela Defesa. Inviável, pois, o reconhecimento do vício alegado, cuja pretensão apoia- -se, como visto, em fatos desvestidos da necessária liquidez, o que desautoriza a própria utilização do writ. Com efeito, o argumento em causa – longe de assentar-se na certeza objetiva dos fatos que lhe dão suporte – exigiria, para a sua análise, o reexame e a valoração de fatos e 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT envolvimento num primeiro momento. Após constatada a sua possível participação nos atos investigados, os autos foram avocados pelo Superior Tribunal de Justiça, não mais retornando à Corte de origem, razão pela qual não há que se falar em nulidade nas investigações procedidas até então pelo Tribunal a quo. ‘Sob diversa perspectiva, a remessa imediata de toda e qualquer investigação, em que noticiada a possível prática delitiva de detentor de prerrogativa de foro, ao órgão jurisdicional competente não só pode implicar prejuízo à investigação de fatos de particular e notório interesse público, como, também, representar sobrecarga acentuada dos tribunais, a par de, eventualmente, engendrar prematuras suspeitas sobre pessoa cujas honorabilidade e respeitabilidade perante a opinião pública são determinantes para a continuidade e o êxito de suas carreiras políticas.’ (HC n. 307.152/GO, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JUNIOR, Rel. p/ acórdão Ministro ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, DJe 15/12/2015). Tem-se, aqui, portanto, a incidência da teoria do Juízo aparente: (…).” Sedimentou-se na instância precedente, portanto, a compreensão de que, ao indeferir a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça, o Desembargador ainda não dispunha de indícios de participação ou envolvimento do Governador do Estado nas práticas delituosas. Ademais, como bem posto na manifestação do Ministério Público Federal, ‘rever o entendimento adotado pelo acórdão recorrido quanto à inexistência de indícios de envolvimento do Governador – e, portanto, sobre a competência do Tribunal de Justiça – cobraria extenso reexame de fatos e provas, tarefa que não é admitida no âmbito do habeas corpus’. Vê-se, daí, que o contexto fático estabilizado nas Cortes antecedentes contradiz a alegação de nulidade da prova suscitada pela Defesa. Inviável, pois, o reconhecimento do vício alegado, cuja pretensão apoia- -se, como visto, em fatos desvestidos da necessária liquidez, o que desautoriza a própria utilização do writ. Com efeito, o argumento em causa – longe de assentar-se na certeza objetiva dos fatos que lhe dão suporte – exigiria, para a sua análise, o reexame e a valoração de fatos e 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT provas, que constitui matéria pré-excluída do estreito âmbito de cognição do writ. Nesse sentido, a jurisprudência consolidada no âmbito deste Supremo Tribunal Federal adverte que A ação de “habeas corpus” – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal (HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2... Turma, DJe 19.12.2012). Posto isso, não identifico, de plano, prova pré-constituída capaz de desfazer as premissas da instância anterior. Além disso, rememoro que esta Suprema Corte tem endossado, com base na teoria do juízo aparente, a possibilidade de ratificação de atos processuais praticados por juízo aparentemente competente ao tempo de sua prática. Citei precedentes: RHC 153.869-AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, 2... Turma, DJe de 14.5.2020; HC 137438 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 20.6.2017. Disso tudo resulta a impossibilidade de se cogitar, presente o contexto ora em exame, de violação ao princípio do juiz natural. De qualquer maneira, a jurisprudência desta Suprema Corte exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP (HC 132.149-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, HC 135.728-AgR-ED/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, HC 134.408/MG, Rel. Min. Dias Toffoli). À prova da comprovação do efetivo prejuízo, [é] imperioso que o interessado evidencie certo nexo causal entre a suposta irregularidade e o resultado da ação penal, bem como que indique, ao menos de forma indiciária, a possibilidade efetiva de reversão do julgamento se ausente a nulidade ventilada (RHC 166629, Rel. Min. Edson Fachin). Ainda, ‘(...) o pedido deve expor, claramente, como o novo ato beneficiaria o acusado. Sem isso, estar-se-ia diante de um exercício de formalismo exagerado, que certamente comprometeria o objetivo maior da atividade jurisdicional (HC 119372, Rel. Min Min. Teori 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT provas, que constitui matéria pré-excluída do estreito âmbito de cognição do writ. Nesse sentido, a jurisprudência consolidada no âmbito deste Supremo Tribunal Federal adverte que A ação de “habeas corpus” – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal (HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2... Turma, DJe 19.12.2012). Posto isso, não identifico, de plano, prova pré-constituída capaz de desfazer as premissas da instância anterior. Além disso, rememoro que esta Suprema Corte tem endossado, com base na teoria do juízo aparente, a possibilidade de ratificação de atos processuais praticados por juízo aparentemente competente ao tempo de sua prática. Citei precedentes: RHC 153.869-AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, 2... Turma, DJe de 14.5.2020; HC 137438 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 20.6.2017. Disso tudo resulta a impossibilidade de se cogitar, presente o contexto ora em exame, de violação ao princípio do juiz natural. De qualquer maneira, a jurisprudência desta Suprema Corte exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP (HC 132.149-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, HC 135.728-AgR-ED/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, HC 134.408/MG, Rel. Min. Dias Toffoli). À prova da comprovação do efetivo prejuízo, [é] imperioso que o interessado evidencie certo nexo causal entre a suposta irregularidade e o resultado da ação penal, bem como que indique, ao menos de forma indiciária, a possibilidade efetiva de reversão do julgamento se ausente a nulidade ventilada (RHC 166629, Rel. Min. Edson Fachin). Ainda, ‘(...) o pedido deve expor, claramente, como o novo ato beneficiaria o acusado. Sem isso, estar-se-ia diante de um exercício de formalismo exagerado, que certamente comprometeria o objetivo maior da atividade jurisdicional (HC 119372, Rel. Min Min. Teori 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 18 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 198182 AGR / MT Zavascki, Segunda Turma, julgado em 04.08.2015)’. Tais condicionantes não restaram satisfeitas na presente impetração. Portanto, incabível – na via estreita do habeas corpus – a análise aprofundada sobre os atos inquinados de ilícitos pelo recorrente, os quais certamente serão cotejados, pelo juiz natural, e, assim, se poderá alcançar outro entendimento. Diante dessas considerações, não detecto no agravo elementos aptos a modificar o entendimento exarado na decisão monocrática agravada. Nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Supremo Tribunal Federal RHC 198182 AGR / MT Zavascki, Segunda Turma, julgado em 04.08.2015)’. Tais condicionantes não restaram satisfeitas na presente impetração. Portanto, incabível – na via estreita do habeas corpus – a análise aprofundada sobre os atos inquinados de ilícitos pelo recorrente, os quais certamente serão cotejados, pelo juiz natural, e, assim, se poderá alcançar outro entendimento. Diante dessas considerações, não detecto no agravo elementos aptos a modificar o entendimento exarado na decisão monocrática agravada. Nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 63F9-D59E-1734-82D9 e senha 4C33-3ED2-53A1-7B69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 18 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) :SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Acompanho a Relatora, com a ressalva do entendimento pessoal no sentido da adequação do habeas corpus, ainda que direcione ao exame de fatos e prova, e em relação à supressão de instância. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante – , o instituto há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8F6D-CF19-3790-D8C8 e senha 9AFA-2CED-EFFE-52D0 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) :SAULO RONDON GAHYVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Acompanho a Relatora, com a ressalva do entendimento pessoal no sentido da adequação do habeas corpus, ainda que direcione ao exame de fatos e prova, e em relação à supressão de instância. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante – , o instituto há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8F6D-CF19-3790-D8C8 e senha 9AFA-2CED-EFFE-52D0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 18 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 PROCED. : MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) : SAULO RONDON GAHYVA (13216/O/MT) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5232-BCA6-4BD7-8DC6 e senha C1A8-C1CC-984D-8DBC Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198.182 PROCED. : MATO GROSSO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ROGERS ELIZANDRO JARBAS ADV.(A/S) : SAULO RONDON GAHYVA (13216/O/MT) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5232-BCA6-4BD7-8DC6 e senha C1A8-C1CC-984D-8DBC Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 18
{ "JURISPRUDENCIA": [ "QO no INQ 2411", "QO no INQ 2411", "RHC 198182", "HABEAS CORPUS 198 . 182", "HC 481 . 107 / MT", "HC 481 . 107 / MT", "HABEAS CORPUS 198 . 182", "RHC 164 . 292 - AgR / BA", "HC 174 . 578 - AgR / GO", "RHC 164 . 292 - AgR / BA", "HC 174 . 578 - AgR / GO", "RHC 105 . 078 - SC", "RHC 105 . 078 - SC", "RHC 115 . 044 / BA", "HC 122 . 434 AgR", "Inq 2131", "HC 178 . 522 AgR", "HC 126 . 661 / CE", "HC 128 . 073", "HC 107 . 382 / SP", "RHC 115 . 044 / BA", "HC 122 . 434 AgR", "HC 178 . 522 AgR", "HC 126 . 661 / CE", "HC 128 . 073", "HC 107 . 382 / SP", "HC 164 . 281 - AgR / MG", "RHC 98 . 731", "HC 164 . 281 - AgR / MG", "RHC 98 . 731", "HC 169 . 348", "ARE 840 . 449 - AgR", "HC 83 . 233 / RJ", "HC 99 . 936 / CE", "HC 134 . 957 - AgR / MG", "RHC 136 . 311 / RJ", "RHC 133 . 974 / RJ", "HC 136 . 452 - ED / DF", "Inquérito Policial Militar n . 66 . 673 / 2017", "HC 169 . 348", "ARE 840 . 449 - AgR", "HC 83 . 233 / RJ", "HC 99 . 936 / CE", "HC 134 . 957 - AgR / MG", "RHC 136 . 311 / RJ", "RHC 133 . 974 / RJ", "HC 136 . 452 - ED / DF", "ID", "ID", "Inquérito n . 91 . 285 /", "Inquérito Policial n . 78 . 323 / 2017", "Inquérito n . 91 . 285 / 2017", "Inquérito n . 91 . 285 / 2017", "autos n . 91 . 285 / 2017", "Inquérito Policial n . 78 . 323 / 2017", "Inquérito n . 91 . 285 / 2017", "IP n . 78 . 323 / 2017", "QO no INQ 2411", "QO no INQ 2411", "Inquérito n . 1 . 210 / DF", "Inquérito n . 1 . 210 / DF", "HC n . 307 . 152 / GO", "HC n . 307 . 152 / GO", "HC 92 . 887 / GO", "RHC 153 . 869 - AgR / DF", "HC 137438 AgR", "HC 132 . 149 - AgR", "HC 135 . 728 - AgR - ED / SP", "HC 134 . 408 / MG", "RHC 166629", "HC 119372", "HC 92 . 887 / GO", "RHC 153 . 869 - AgR / DF", "HC 137438 AgR", "HC 132 . 149 - AgR", "HC 135 . 728 - AgR - ED / SP", "HC 134 . 408 / MG", "RHC 166629", "HC 119372", "HABEAS CORPUS 198 . 182", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 198 . 182" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 13 . 964 / 2019", "§ 2 . . . do", "artigo 282 do Código de Processo Penal", "artigo 563 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "’", "Lei 13 . 964 / 2019", "§ 2 . . . do artigo 282 do Código de Processo Penal", "artigo 563 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 317 , § 1 . . . , do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 -", "art . 317 , § 1 . . . , do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 da Lei Complementar n . 35 / 1979", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 da Lei Complementar n . 35 / 1979", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "CPP", "art . 319 , incisos II , III , VI e IX", "Lei 13 . 964 / 2019", "§ 2 . . . do artigo 282 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "CPP", "Lei 13 . 964 / 2019", "§ 2 . . . do", "artigo 282 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 563 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 563 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MATO GROSSO", "Brasília", "Brasília", "MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "Estado de Mato Grosso", "Mato Grosso", "Mato Grosso", "Mato Grosso", "Estado de Mato Grosso", "Estado de Mato Grosso", "MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "MATO GROSSO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Suprema", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Suprema", "2", ".", ".", ". Turma", "2", ".", ".", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "2", ".", ".", ". Turma", "2", ".", ". . Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "QUINTA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso", "MT", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "QUINTA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de", "MT", "Supremo Tribunal Federal", "2", ".", ".", ". Turma", "1", ".", ".", ". Turma", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "1", ".", ".", ". Turma", "1", ".", ".", ". Turma", "1", ".", ".", ". Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "RHC", "198182", "AGR", "/", "Suprema", "2", ".", ". . Turma", "1", ".", ".", ". Turma", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "1", ".", ".", ". Turma", "1", "1", ".", ". . Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Suprema Corte", "Superior Tribunal de Justiça", "Primeira Turma", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "RHC", "Segunda Turma", "Superior Tribunal de Justiça", "Primeira Turma", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "1", ".", ". . Turma", "1", ".", ".", ". Turma", "2", ".", ".", ". Turma", "2", ".", ".", ". Turma", "Supremo Tribunal Federal", "1", ".", ".", ".", "2", ".", ".", ". Turma", "2", ".", ".", ". Turma", "1", ".", ".", ".", "11", ". Vara Especializada da Justiça Militar", "OAB", "/", "MT", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "1", ".", ".", ". Turma", "1", ".", ".", ". Turma", "2", ".", ".", ". Turma", "2", ".", ". . Turma", "Supremo Tribunal Federal", "1", ".", ".", ". Turma", "2", ".", ".", ". Turma", "2", ".", ".", ".", "1", ".", ".", ". Turma", "11", ". Vara Especializada da Justiça Militar", "OAB", "/", "MT", "e", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso", "Supremo Tribunal Federal", "e", "-", "Superior Tribunal de Justiça", "Polícia Judiciária Civil do Mato Grosso", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "MT", "e", "-", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal Pleno", "Polícia Judiciária Civil do", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça do Mato Grosso", "Ministério Público", "Corte Superior", "e", "-", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça do Mato Grosso", "Ministério Público", "e", "-", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Ministério Público", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Procuradoria Geral de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "e", "-", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Ministério Público", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Procuradoria Geral de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "e", "-", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "SEXTA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Superior Tribunal de Justiça", "SEXTA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "2", ".", ". . Turma", "Suprema", "2", ".", ". . Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "2", ".", ".", ". Turma", "Suprema Corte", "2", ".", ".", ". Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "ROSA WEBER", "ROGERS", "ELIZANDRO JARBAS", "SAULO RONDON GAHYVA", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "ROSA WEBER", "ROGERS ELIZANDRO JARBAS", "SAULO RONDON GAHYVA", "Rosa Weber", "Paulo Gustavo Gonet Branco", "ROSA WEBER", "ROGERS ELIZANDRO JARBAS", "SAULO RONDON GAHYVA", "Rosa Weber", "Paulo Gustavo Gonet Branco", "ROSA WEBER", "Rosa Weber", "Edson Fachin", "Ricardo Lewandowski", "Rosa Weber", "Edson Fachin", "Ricardo Lewandowski", "ROSA WEBER", "FELIX FISCHER", "FELIX FISCHER", "ROSA WEBER RHC", "Gilmar Mendes", "Luiz Fux", "Cármem Lúcia", "Edson Fachin", "Cármen Lúcia", "Gilmar Mendes", "Luiz Fux", "Cármem Lúcia", "Edson Fachin", "Cármen Lúcia", "ROSA WEBER", "Celso de Mello", "Cármen Lúcia", "Celso de Mello", "Cármen Lúcia", "ROSA WEBER RHC 198182", "Marco Aurélio", "Roberto Barroso", "Nelson Jobim", "Ellen Gracie", "Luiz Fux", "Ricardo Lewandowski", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Roberto Barroso", "Nelson Jobim", "Ellen Gracie", "Luiz Fux", "Ricardo Lewandowski", "Dias Toffoli", "ROSA WEBER", "Orlando de Almeida Perri", "Mauro Zaque", "Orlando Perri", "Orlando de Almeida Perri", "Mauro Zaque", "Orlando Perri", "ROSA WEBER RHC", "Gilmar Mendes", "Ana Cristina Feldner", "Rogers Elizandro Jarbas", "Gilmar Mendes", "Ana Cristina Feldner", "Rogers Elizandro Jarbas", "ROSA WEBER RHC", "Orlando Perri", "Mauro Campbell", "Orlando Perri", "Mauro Campbell", "ROSA WEBER RHC", "SEBASTIÃO REIS JUNIOR", "ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ", "SEBASTIÃO REIS JUNIOR", "ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ", "ROSA WEBER RHC", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Roberto Barroso", "Dias Toffoli", "Edson Fachin", "Teori", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Roberto Barroso", "Dias Toffoli", "Edson Fachin", "Teori", "ROSA WEBER", "Zavascki", "Zavascki", "ROSA WEBER", "ROGERS ELIZANDRO JARBAS", "SAULO RONDON GAHYVA", "MARCO AURÉLIO", "ROSA WEBER", "ROGERS ELIZANDRO JARBAS", "SAULO RONDON GAHYVA", "MARCO AURÉLIO", "ROSA WEBER", "ROGERS ELIZANDRO JARBAS", "SAULO RONDON GAHYVA", "Marco Aurélio", "ROSA WEBER", "ROGERS ELIZANDRO JARBAS", "SAULO RONDON GAHYVA", "Marco Aurélio" ], "TEMPO": [ "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de maio", "7 de junho de 2021", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de maio", "7 de junho de 2021", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", 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"2001", "19", ".", "12", ".", "2012", "14", ".", "5", ".", "2020", "20", ".", "6", ".", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "19", ".", "12", ".", "2012", "14", ".", "5", ".", "20", ".", "6", ".", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "04", ".", "08", ".", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "04", ".", "08", ".", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "7", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", ".", "5", ".", "2021", "7", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) :RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. MATÉRIA CRIMINAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO APTA A NEGAR O REDUTOR DO ART. 33, § 4º DA LEI 11.343/2006. ORDEM CONCEDIDA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. AUSÊNCIA DE ARGUMENTAÇÃO APTA A INFIRMAR A DECISÃO RECORRIDA. A MERA MENÇÃO À QUANTIDADE E NATUREZA DA DROGA APREENDIDA NÃO SATISFAZ A NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS PARA FINS DE NÃO INCIDÊNCIA DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. CIRCUNSTÂNCIAS INAPTAS A COMPROVAR A DEDICAÇÃO AO CRIME OU O PERTENCIMENTO A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. MANUTENÇÃO DO DECISIUM. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão agravada. 2. A quantidade e a natureza da droga apreendida não são fatores que, isoladamente, impedem a aplicação da minorante prevista no art. 33, § 4º da Lei 11.343/2006. 3. Diversamente do que ocorre na primeira fase da dosimetria da pena, em que a quantidade e qualidade de drogas são vetores legalmente expressos (art. 42 da Lei 11.343/2006) e, portanto, dispensam maiores digressões, a utilização dessa circunstância na terceira fase só é admitida se constituir uma demonstração do não preenchimento de algum dos vetores legalmente eligidos. Precedentes. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CE2-86BA-8A16-CBF0 e senha FC28-B1A0-23D8-4BAA Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 25 Ementa e Acórdão HC 199223 AGR / SP 4. Imperiosa a comprovação de algum evento concreto, dentro da cadeia factual, de que o agente efetivamente pertença a organização criminosa ou se dedique a atividades criminosas. 5. Agravo regimental desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia . Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CE2-86BA-8A16-CBF0 e senha FC28-B1A0-23D8-4BAA Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP 4. Imperiosa a comprovação de algum evento concreto, dentro da cadeia factual, de que o agente efetivamente pertença a organização criminosa ou se dedique a atividades criminosas. 5. Agravo regimental desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia . Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CE2-86BA-8A16-CBF0 e senha FC28-B1A0-23D8-4BAA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 25 Relatório 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) :RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 13) interposto contra decisão que não conheceu do habeas corpus mas concedeu a ordem de ofício para aplicar o redutor previsto no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 e fixar a pena privativa de liberdade em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida no regime inicial semiaberto(eDOC 13). Nas razões recursais, sustenta-se que: a) embora o paciente não seja reincidente e tenha bons antecedentes, o redutor do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas foi negado com base na avaliação conjunta das circunstâncias sob as quais o delito foi praticado, especialmente a elevada quantidade de droga apreendida - “06 tijolos pesando 3.337,1g (três mil, trezentos e trinta e sete gramas e um decigrama); 150 tijolos com peso bruto de 105.540,0kg (cento e cinco quilogramas e quinhentos e quarenta gramas); e 01 porção a granel, com peso bruto de 2,480kg (dois quilogramas e quatrocentos e oitenta gramas) de maconha”; b) além da quantidade de droga, outras circunstâncias foram apontadas como indicadoras de reiteração e habitualidade, a comprovar que o paciente se dedicava à atividade criminosa, como “o monitoramento do imóvel ocupado pelo paciente pela polícia durante 15 dias, em razão de notícia da prática delitiva naquele endereço, relato de que o paciente e comparsas guardavam droga para outro traficante, a indicar comporem rede de mercancia de drogas, e a apreensão também de veículo carro com queixa de apropriação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2DE7-4BAA-C5EA-55FC e senha ADDA-63E8-6FD6-D5D0 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) :RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 13) interposto contra decisão que não conheceu do habeas corpus mas concedeu a ordem de ofício para aplicar o redutor previsto no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 e fixar a pena privativa de liberdade em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida no regime inicial semiaberto(eDOC 13). Nas razões recursais, sustenta-se que: a) embora o paciente não seja reincidente e tenha bons antecedentes, o redutor do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas foi negado com base na avaliação conjunta das circunstâncias sob as quais o delito foi praticado, especialmente a elevada quantidade de droga apreendida - “06 tijolos pesando 3.337,1g (três mil, trezentos e trinta e sete gramas e um decigrama); 150 tijolos com peso bruto de 105.540,0kg (cento e cinco quilogramas e quinhentos e quarenta gramas); e 01 porção a granel, com peso bruto de 2,480kg (dois quilogramas e quatrocentos e oitenta gramas) de maconha”; b) além da quantidade de droga, outras circunstâncias foram apontadas como indicadoras de reiteração e habitualidade, a comprovar que o paciente se dedicava à atividade criminosa, como “o monitoramento do imóvel ocupado pelo paciente pela polícia durante 15 dias, em razão de notícia da prática delitiva naquele endereço, relato de que o paciente e comparsas guardavam droga para outro traficante, a indicar comporem rede de mercancia de drogas, e a apreensão também de veículo carro com queixa de apropriação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2DE7-4BAA-C5EA-55FC e senha ADDA-63E8-6FD6-D5D0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 25 Relatório HC 199223 AGR / SP indébita”. Ante o exposto, requer a reforma da decisão agravada para que seja denegado o habeas corpus. Subsidiariamente, ainda que reconhecida a causa especial de diminuição de pena, que seja fixada no mínimo, em razão da elevada quantidade de droga e das demais circunstâncias reveladoras da gravidade concreta do crime. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2DE7-4BAA-C5EA-55FC e senha ADDA-63E8-6FD6-D5D0 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP indébita”. Ante o exposto, requer a reforma da decisão agravada para que seja denegado o habeas corpus. Subsidiariamente, ainda que reconhecida a causa especial de diminuição de pena, que seja fixada no mínimo, em razão da elevada quantidade de droga e das demais circunstâncias reveladoras da gravidade concreta do crime. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2DE7-4BAA-C5EA-55FC e senha ADDA-63E8-6FD6-D5D0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O agravante não trouxe argumentos aptos a infirmar a decisão atacada, na qual concedi, de ofício, a ordem, nos seguintes termos: 1. Cabimento do habeas corpus: Inicialmente, destaco que esta Corte tem posição firme pela impossibilidade de admissão de habeas corpus impetrado contra decisão proferida por membro de Tribunal Superior, visto que, a teor do art. 102, I, i, da Constituição da República, sob o prisma da autoridade coatora, a competência originária do Supremo Tribunal Federal somente se perfectibiliza na hipótese em que Tribunal Superior, por meio de órgão colegiado, atue em tal condição. Nessa linha, cito o seguinte precedente: “É certo que a previsão constitucional do habeas corpus no artigo 5º, LXVIII, tem como escopo a proteção da liberdade. Contudo, não se há de vislumbrar antinomia na Constituição Federal, que restringiu a competência desta Corte às hipóteses nas quais o ato imputado tenha sido proferido por Tribunal Superior. Entender de outro modo, para alcançar os atos praticados por membros de Tribunais Superiores, seria atribuir à Corte competência que não lhe foi outorgada pela Constituição. Assim, a pretexto de dar efetividade ao que se contém no inciso LXVIII do artigo 5º da mesma Carta, ter-se-ia, ao fim e ao cabo, o descumprimento do que previsto no artigo 102, I, i, da Constituição como regra de competência, estabelecendo antinomia entre normas constitucionais. Ademais, com respaldo no disposto no artigo 34, inciso XVIII, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, pode o relator negar seguimento a pedido Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O agravante não trouxe argumentos aptos a infirmar a decisão atacada, na qual concedi, de ofício, a ordem, nos seguintes termos: 1. Cabimento do habeas corpus: Inicialmente, destaco que esta Corte tem posição firme pela impossibilidade de admissão de habeas corpus impetrado contra decisão proferida por membro de Tribunal Superior, visto que, a teor do art. 102, I, i, da Constituição da República, sob o prisma da autoridade coatora, a competência originária do Supremo Tribunal Federal somente se perfectibiliza na hipótese em que Tribunal Superior, por meio de órgão colegiado, atue em tal condição. Nessa linha, cito o seguinte precedente: “É certo que a previsão constitucional do habeas corpus no artigo 5º, LXVIII, tem como escopo a proteção da liberdade. Contudo, não se há de vislumbrar antinomia na Constituição Federal, que restringiu a competência desta Corte às hipóteses nas quais o ato imputado tenha sido proferido por Tribunal Superior. Entender de outro modo, para alcançar os atos praticados por membros de Tribunais Superiores, seria atribuir à Corte competência que não lhe foi outorgada pela Constituição. Assim, a pretexto de dar efetividade ao que se contém no inciso LXVIII do artigo 5º da mesma Carta, ter-se-ia, ao fim e ao cabo, o descumprimento do que previsto no artigo 102, I, i, da Constituição como regra de competência, estabelecendo antinomia entre normas constitucionais. Ademais, com respaldo no disposto no artigo 34, inciso XVIII, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, pode o relator negar seguimento a pedido Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP improcedente e incabível, fazendo-o como porta-voz do colegiado. Entretanto, há de ser observado que a competência do Supremo Tribunal Federal apenas exsurge se coator for o Tribunal Superior (CF, artigo 102, inciso I, alínea i), e não a autoridade que subscreveu o ato impugnado. Assim, impunha-se a interposição de agravo regimental (HC 114.557 AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 12.08.2014, grifei).” Não se inaugura a competência deste Supremo nas hipóteses em que não esgotada a jurisdição antecedente, visto que tal proceder acarretaria indevida supressão de instância, dado o cabimento de agravo regimental. Precedentes: “É inadmissível o habeas corpus que se volta contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça não submetida ao crivo do colegiado por intermédio do agravo interno, por falta de exaurimento da instância antecedente.” (HC 141.316 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 05.05.2017, grifei) “1. […] O exaurimento da jurisdição e o atendimento ao princípio da colegialidade, pelo tribunal prolator, se dá justamente mediante o recurso de agravo interno, previsto em lei, que não pode simplesmente ser substituído por outra ação de habeas corpus, de competência de outro tribunal. 2. A se admitir essa possibilidade estar-se-á atribuindo ao impetrante a faculdade de eleger, segundo conveniências próprias, qual tribunal irá exercer o juízo de revisão da decisão monocrática: se o STJ, juízo natural indicado pelo art. 39 da Lei 8.038/1990, ou o STF, por via de habeas corpus substitutivo. O recurso interno para o órgão colegiado é medida indispensável não só para dar adequada atenção ao princípio do juiz natural, como para exaurir a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP improcedente e incabível, fazendo-o como porta-voz do colegiado. Entretanto, há de ser observado que a competência do Supremo Tribunal Federal apenas exsurge se coator for o Tribunal Superior (CF, artigo 102, inciso I, alínea i), e não a autoridade que subscreveu o ato impugnado. Assim, impunha-se a interposição de agravo regimental (HC 114.557 AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 12.08.2014, grifei).” Não se inaugura a competência deste Supremo nas hipóteses em que não esgotada a jurisdição antecedente, visto que tal proceder acarretaria indevida supressão de instância, dado o cabimento de agravo regimental. Precedentes: “É inadmissível o habeas corpus que se volta contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça não submetida ao crivo do colegiado por intermédio do agravo interno, por falta de exaurimento da instância antecedente.” (HC 141.316 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 05.05.2017, grifei) “1. […] O exaurimento da jurisdição e o atendimento ao princípio da colegialidade, pelo tribunal prolator, se dá justamente mediante o recurso de agravo interno, previsto em lei, que não pode simplesmente ser substituído por outra ação de habeas corpus, de competência de outro tribunal. 2. A se admitir essa possibilidade estar-se-á atribuindo ao impetrante a faculdade de eleger, segundo conveniências próprias, qual tribunal irá exercer o juízo de revisão da decisão monocrática: se o STJ, juízo natural indicado pelo art. 39 da Lei 8.038/1990, ou o STF, por via de habeas corpus substitutivo. O recurso interno para o órgão colegiado é medida indispensável não só para dar adequada atenção ao princípio do juiz natural, como para exaurir a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP instância recorrida, pressuposto para inaugurar a competência do STF. (HC 130.719 AgR, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 03.11.2015, grifei) No caso concreto, por contrariar frontalmente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus não merece conhecimento, na medida em que ataca decisão monocrática que indeferiu liminarmente impetração, sem ter manejado irresignação regimental. 2. Possibilidade de concessão da ordem de ofício: Devido ao caráter excepcional da superação da jurisprudência da Corte, a concessão da ordem de ofício configura providência a ser tomada tão somente em casos absolutamente aberrantes e teratológicos, em que a ilegalidade deve ser cognoscível de plano, sem a necessidade de produção de quaisquer provas ou colheita de informações, o que se verifica na hipótese destes autos. 3. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: 3.1. No caso dos autos, a apontada ilegalidade pode ser aferida de pronto. Inicialmente, ressalto que a jurisprudência desta Corte é consolidada no sentido de que “o juízo revisional da dosimetria da pena fica circunscrito à motivação (formalmente idônea) de mérito e à congruência lógico-jurídica entre os motivos declarados e a conclusão” (HC 69.419/MS, Primeira Turma, da relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 28.08.92). Não bastasse, merece ponderação o fato de que “é vedado subtrair da instância julgadora a possibilidade de se movimentar com certa discricionariedade nos quadrantes da alternatividade 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP instância recorrida, pressuposto para inaugurar a competência do STF. (HC 130.719 AgR, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 03.11.2015, grifei) No caso concreto, por contrariar frontalmente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus não merece conhecimento, na medida em que ataca decisão monocrática que indeferiu liminarmente impetração, sem ter manejado irresignação regimental. 2. Possibilidade de concessão da ordem de ofício: Devido ao caráter excepcional da superação da jurisprudência da Corte, a concessão da ordem de ofício configura providência a ser tomada tão somente em casos absolutamente aberrantes e teratológicos, em que a ilegalidade deve ser cognoscível de plano, sem a necessidade de produção de quaisquer provas ou colheita de informações, o que se verifica na hipótese destes autos. 3. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: 3.1. No caso dos autos, a apontada ilegalidade pode ser aferida de pronto. Inicialmente, ressalto que a jurisprudência desta Corte é consolidada no sentido de que “o juízo revisional da dosimetria da pena fica circunscrito à motivação (formalmente idônea) de mérito e à congruência lógico-jurídica entre os motivos declarados e a conclusão” (HC 69.419/MS, Primeira Turma, da relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 28.08.92). Não bastasse, merece ponderação o fato de que “é vedado subtrair da instância julgadora a possibilidade de se movimentar com certa discricionariedade nos quadrantes da alternatividade 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP sancionatória” (HC 97.256, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 01.09.2010). Diante desse limite cognitivo, a revisão da dosimetria não permite incursão no quadro fático-probatório, tampouco a reconstrução da discricionariedade constitucionalmente atribuída às instâncias ordinárias. Quando o assunto consiste em aplicação da pena, a atividade do Supremo Tribunal Federal, em verdade, circunscreve-se “ao controle da legalidade dos critérios utilizados, com a correção de eventuais arbitrariedades” (HC 128446, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 15.09.2015). 3.2. No caso concreto, verifico que a dosimetria da pena havia sido fixada pelo TJSP nos seguintes termos (eDOC 4, p. 6- 9): “Na primeira fase, em atenção à determinação exarada pelo C. STJ, fixo a pena-base no mínimo legal (05 (cinco) anos de reclusão e pagamento de 500 (quinhentos) dias-multa), cancelando o aumento de 2/3 (dois terços) que havia sido operado em Primeira Instância. Na segunda fase, ausentes circunstâncias atenuantes ou agravantes a serem sopesadas. Na derradeira etapa dosimétrica, inviável o reconhecimento do tráfico privilegiado, pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de cem quilos de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas. […] Finalmente, correta a estipulação da modalidade prisional fechada, por duas razões principais: a uma, em atenção ao disposto no artigo 33, § 3º, do Código Penal, e a duas, porque guarda plena sintonia com a gravidade do caso concreto, quantidade de tóxicos apreendidos e, ainda, com as seríssimas consequências deste delito, o qual atenta contra a saúde pública e dissemina o vício.” 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP sancionatória” (HC 97.256, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 01.09.2010). Diante desse limite cognitivo, a revisão da dosimetria não permite incursão no quadro fático-probatório, tampouco a reconstrução da discricionariedade constitucionalmente atribuída às instâncias ordinárias. Quando o assunto consiste em aplicação da pena, a atividade do Supremo Tribunal Federal, em verdade, circunscreve-se “ao controle da legalidade dos critérios utilizados, com a correção de eventuais arbitrariedades” (HC 128446, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 15.09.2015). 3.2. No caso concreto, verifico que a dosimetria da pena havia sido fixada pelo TJSP nos seguintes termos (eDOC 4, p. 6- 9): “Na primeira fase, em atenção à determinação exarada pelo C. STJ, fixo a pena-base no mínimo legal (05 (cinco) anos de reclusão e pagamento de 500 (quinhentos) dias-multa), cancelando o aumento de 2/3 (dois terços) que havia sido operado em Primeira Instância. Na segunda fase, ausentes circunstâncias atenuantes ou agravantes a serem sopesadas. Na derradeira etapa dosimétrica, inviável o reconhecimento do tráfico privilegiado, pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de cem quilos de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas. […] Finalmente, correta a estipulação da modalidade prisional fechada, por duas razões principais: a uma, em atenção ao disposto no artigo 33, § 3º, do Código Penal, e a duas, porque guarda plena sintonia com a gravidade do caso concreto, quantidade de tóxicos apreendidos e, ainda, com as seríssimas consequências deste delito, o qual atenta contra a saúde pública e dissemina o vício.” 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP Após decisão exarada por esta Corte no HC 190.851/SP, o Tribunal de Justiça reanalisou a dosimetria da pena, mantendo o afastamento da causa de diminuição do art. 33, § 4º, da Lei de Drogas nos seguintes termos (eDOC 5): “[...] Procede-se à análise determinada pelo E. STF (HC 190.851). [...] O Colendo Supremo Tribunal Federal limitou-se a determinar que esta E. Corte de Justiça afaste a motivação empregada para negar a desclassificação para o tráfico privilegiado (quantidade de entorpecente apreendido), a fim de analisar as circunstâncias do caso concreto e proceder aos eventuais ajustes de pena e regime decorrentes. Pois bem. No acórdão de fls. 793/802, esta Turma Julgadora deixou de reconhecer o tráfico privilegiado, “pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de CEM QUILOS de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas” (fls. 799). Todavia, esta não foi a única circunstância que levou ao indeferimento da almejada desclassificação. Com efeito, o local utilizado pelos acusados já vinha sendo monitorado pelos policiais há cerca de quinze dias, a fim de apurar a informação de que indivíduos lá vendiam drogas. Durante a campana, os milicianos puderam observar intensa movimentação em referido imóvel, o que é típico de locais dedicados ao comércio espúrio. Ao serem indagados, os corréus informaram que pessoa denominada Toddynho ou Tião propôs que eles guardassem a droga, o que foi feito. Tal fato revela que os acusados não eram os únicos envolvidos no tráfico em 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP Após decisão exarada por esta Corte no HC 190.851/SP, o Tribunal de Justiça reanalisou a dosimetria da pena, mantendo o afastamento da causa de diminuição do art. 33, § 4º, da Lei de Drogas nos seguintes termos (eDOC 5): “[...] Procede-se à análise determinada pelo E. STF (HC 190.851). [...] O Colendo Supremo Tribunal Federal limitou-se a determinar que esta E. Corte de Justiça afaste a motivação empregada para negar a desclassificação para o tráfico privilegiado (quantidade de entorpecente apreendido), a fim de analisar as circunstâncias do caso concreto e proceder aos eventuais ajustes de pena e regime decorrentes. Pois bem. No acórdão de fls. 793/802, esta Turma Julgadora deixou de reconhecer o tráfico privilegiado, “pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de CEM QUILOS de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas” (fls. 799). Todavia, esta não foi a única circunstância que levou ao indeferimento da almejada desclassificação. Com efeito, o local utilizado pelos acusados já vinha sendo monitorado pelos policiais há cerca de quinze dias, a fim de apurar a informação de que indivíduos lá vendiam drogas. Durante a campana, os milicianos puderam observar intensa movimentação em referido imóvel, o que é típico de locais dedicados ao comércio espúrio. Ao serem indagados, os corréus informaram que pessoa denominada Toddynho ou Tião propôs que eles guardassem a droga, o que foi feito. Tal fato revela que os acusados não eram os únicos envolvidos no tráfico em 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP questão, havendo uma verdadeira rede de indivíduos com tarefas independentes entre si, mas que trabalhavam para o mesmo propósito: difundir as substâncias ilícitas. Não bastasse, na garagem do local onde houve a apreensão dos quase cem quilos de “maconha”, foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita, provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas. Assim é que, a maciça quantidade de drogas aliada às demais circunstâncias acima delineadas permitem concluir que os corréus vinham se dedicando às atividades criminosas, de modo que não fazem jus ao redutor pleiteado. Pelos mesmos motivos, entendo que o regime fechado é a única modalidade suficiente à repressão da hipótese em testilha. Em tempo, verifica-se não ser o caso de conceder efeito extensivo ao quanto decidido pelo C. STJ no HC nº 610.191. Isso porque, a benesse foi concedida ao corréu JOÃO PEDRO RIBEIRO GAROFO sob o argumento de que “não foram declinados elementos concretos aptos a justificarem a não aplicação da fração redutora do tráfico privilegiado” (fls. 898). Ocorre que o presente aresto objetiva, justamente, refazer a argumentação e reforçar as teses que levaram ao indeferimento do privilégio, com base nas circunstâncias concretas já esmiuçadas. Assim, deflui-se que não há que se estender os efeitos da decisão concedida em favor do corréu JOÃO PEDRO RIBEIRO GAROFO ao ora recorrente MATHEUS MORETTI BRAGA, pois se fundam em razões distintas. Ante o exposto, conforme determinação do Colendo Supremo Tribunal Federal, refaço a fundamentação utilizada para negar provimento à concessão do privilégio previsto no artigo 33, § 4º, da Lei de Drogas, mantendo, 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP questão, havendo uma verdadeira rede de indivíduos com tarefas independentes entre si, mas que trabalhavam para o mesmo propósito: difundir as substâncias ilícitas. Não bastasse, na garagem do local onde houve a apreensão dos quase cem quilos de “maconha”, foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita, provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas. Assim é que, a maciça quantidade de drogas aliada às demais circunstâncias acima delineadas permitem concluir que os corréus vinham se dedicando às atividades criminosas, de modo que não fazem jus ao redutor pleiteado. Pelos mesmos motivos, entendo que o regime fechado é a única modalidade suficiente à repressão da hipótese em testilha. Em tempo, verifica-se não ser o caso de conceder efeito extensivo ao quanto decidido pelo C. STJ no HC nº 610.191. Isso porque, a benesse foi concedida ao corréu JOÃO PEDRO RIBEIRO GAROFO sob o argumento de que “não foram declinados elementos concretos aptos a justificarem a não aplicação da fração redutora do tráfico privilegiado” (fls. 898). Ocorre que o presente aresto objetiva, justamente, refazer a argumentação e reforçar as teses que levaram ao indeferimento do privilégio, com base nas circunstâncias concretas já esmiuçadas. Assim, deflui-se que não há que se estender os efeitos da decisão concedida em favor do corréu JOÃO PEDRO RIBEIRO GAROFO ao ora recorrente MATHEUS MORETTI BRAGA, pois se fundam em razões distintas. Ante o exposto, conforme determinação do Colendo Supremo Tribunal Federal, refaço a fundamentação utilizada para negar provimento à concessão do privilégio previsto no artigo 33, § 4º, da Lei de Drogas, mantendo, 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP porém, a conclusão pelo seu não cabimento.” (grifei) 3.3. Inicialmente, observo que, muito embora o Tribunal de origem tenha refeito a dosimetria da pena, insistiu na motivação anteriormente exarada, que não se compatibiliza com a atual e consolidada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “[a] quantidade e natureza da droga são circunstâncias que, apesar de configurarem elementos determinantes na modulação da causa de diminuição de pena, por si sós, não são aptas a comprovar o envolvimento com o crime organizado ou a dedicação à atividade criminosa.” (HC 152.001 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Redator p/ acórdão Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 28.11.2019). Na mesma linha: “[...] 2. A quantidade e a natureza da droga apreendida não são fatores que, isoladamente, impedem a aplicação da minorante prevista no art. 33, §4º da Lei 11.343/2006. 3. Diversamente do que ocorre na primeira fase da dosimetria da pena, em que a quantidade e qualidade de drogas são vetores legalmente expressos (art. 42 da Lei 11.343/2006) e, portanto, dispensam maiores digressões, a utilização dessa circunstância na terceira fase só é admitida se constituir um indicativo de não preenchimento de algum dos vetores legalmente eligidos. Precedentes. 4. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão agravada. 5. Agravo regimental desprovido.” (HC 186.909 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, julgado em 08.09.2020, grifei) “[...] A grande quantidade de entorpecente, apesar de não ter sido o único fundamento utilizado para afastar a aplicação do redutor do art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, foi, isoladamente, utilizado como elemento para presumir- 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP porém, a conclusão pelo seu não cabimento.” (grifei) 3.3. Inicialmente, observo que, muito embora o Tribunal de origem tenha refeito a dosimetria da pena, insistiu na motivação anteriormente exarada, que não se compatibiliza com a atual e consolidada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “[a] quantidade e natureza da droga são circunstâncias que, apesar de configurarem elementos determinantes na modulação da causa de diminuição de pena, por si sós, não são aptas a comprovar o envolvimento com o crime organizado ou a dedicação à atividade criminosa.” (HC 152.001 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Redator p/ acórdão Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 28.11.2019). Na mesma linha: “[...] 2. A quantidade e a natureza da droga apreendida não são fatores que, isoladamente, impedem a aplicação da minorante prevista no art. 33, §4º da Lei 11.343/2006. 3. Diversamente do que ocorre na primeira fase da dosimetria da pena, em que a quantidade e qualidade de drogas são vetores legalmente expressos (art. 42 da Lei 11.343/2006) e, portanto, dispensam maiores digressões, a utilização dessa circunstância na terceira fase só é admitida se constituir um indicativo de não preenchimento de algum dos vetores legalmente eligidos. Precedentes. 4. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão agravada. 5. Agravo regimental desprovido.” (HC 186.909 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, julgado em 08.09.2020, grifei) “[...] A grande quantidade de entorpecente, apesar de não ter sido o único fundamento utilizado para afastar a aplicação do redutor do art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, foi, isoladamente, utilizado como elemento para presumir- 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP se a participação da paciente em uma organização criminosa e, assim, negar-lhe o direito à minorante. II – A quantidade de drogas não poderia, automaticamente, proporcionar o entendimento de que a paciente faria do tráfico seu meio de vida ou integraria uma organização criminosa. Ausência de fundamentação idônea, apta a justificar o afastamento da aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006. Precedentes. III - É patente a contradição entre os fundamentos expendidos para absolver a paciente da acusação da prática do delito tipificado pelo art. 35 da Lei 11.343/2006 e aqueles utilizados para negar-lhe o direito à minorante constante do art. 33, § 4°, do mesmo diploma legal. Precedentes. IV - Recurso ordinário ao qual se dá provimento, em parte, para reconhecer a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, e determinar que o juízo a quo, após definir o patamar de redução, recalcule a pena e proceda ao reexame do regime inicial do cumprimento da sanção e da substituição da pena privativa de liberdade por sanções restritivas de direitos, se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal.” (RHC 138.715, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 09.06.2017) Desse modo, o afastamento do redutor deveria lastrear-se em elementos que comprovassem que o réu não preenche os requisitos legais para a concessão da referida benesse. Todavia, as instâncias antecedentes negaram a aplicação da causa de diminuição de pena apenas em razão da quantidade da droga apreendida (“mais de cem quilos de maconha”) e em elementos que dizem respeito à comprovação do crime de tráfico, fundamentos que, conforme demonstrado, não se compatibilizam com a jurisprudência desta Corte. Desse modo, constatada a motivação inidônea, concluo que a deficiência na fundamentação da dosimetria da 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP se a participação da paciente em uma organização criminosa e, assim, negar-lhe o direito à minorante. II – A quantidade de drogas não poderia, automaticamente, proporcionar o entendimento de que a paciente faria do tráfico seu meio de vida ou integraria uma organização criminosa. Ausência de fundamentação idônea, apta a justificar o afastamento da aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006. Precedentes. III - É patente a contradição entre os fundamentos expendidos para absolver a paciente da acusação da prática do delito tipificado pelo art. 35 da Lei 11.343/2006 e aqueles utilizados para negar-lhe o direito à minorante constante do art. 33, § 4°, do mesmo diploma legal. Precedentes. IV - Recurso ordinário ao qual se dá provimento, em parte, para reconhecer a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, e determinar que o juízo a quo, após definir o patamar de redução, recalcule a pena e proceda ao reexame do regime inicial do cumprimento da sanção e da substituição da pena privativa de liberdade por sanções restritivas de direitos, se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal.” (RHC 138.715, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 09.06.2017) Desse modo, o afastamento do redutor deveria lastrear-se em elementos que comprovassem que o réu não preenche os requisitos legais para a concessão da referida benesse. Todavia, as instâncias antecedentes negaram a aplicação da causa de diminuição de pena apenas em razão da quantidade da droga apreendida (“mais de cem quilos de maconha”) e em elementos que dizem respeito à comprovação do crime de tráfico, fundamentos que, conforme demonstrado, não se compatibilizam com a jurisprudência desta Corte. Desse modo, constatada a motivação inidônea, concluo que a deficiência na fundamentação da dosimetria da 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP reprimenda configura situação de flagrante ilegalidade, especialmente porque o paciente é primário, não ostenta maus antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância habitualmente. Por fim, cumpre destacar que o corréu João Pedro, preso em circunstâncias fáticas semelhantes às do paciente, teve reconhecida a incidência do privilégio contido no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006. Assim, a manutenção do afastamento do redutor no caso do paciente configura grave ofensa ao princípio da isonomia. Dito isso, não visualizo qualquer argumento ou fundamento hábil a negar a incidência da minorante, razão pela qual, neste ponto, o acórdão deve ser reformado. 3.4. Partindo das balizas já fixadas no acórdão condenatório, passo à alteração da dosimetria. A pena-base deve permanecer no mínimo legal, ou seja, 5 (cinco) anos de reclusão e pagamento de 500 (quinhentos) dias- multa), e mantida na segunda fase, à míngua de circunstâncias atenuantes ou agravantes a serem sopesadas. Na terceira fase, conforme anteriormente consignado, não há motivação idônea apta a afastar o redutor do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, que deve ser aplicado no patamar de 1/2 (metade), em razão da quantidade de droga apreendida (mais de cem quilos de maconha), fixando a pena definitiva em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão e 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa. Finalmente, à luz das modificações realizadas na dosimetria, o regime prisional imposto ao paciente deve ser o semiaberto, uma vez que, embora o quantum de pena, por si 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP reprimenda configura situação de flagrante ilegalidade, especialmente porque o paciente é primário, não ostenta maus antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância habitualmente. Por fim, cumpre destacar que o corréu João Pedro, preso em circunstâncias fáticas semelhantes às do paciente, teve reconhecida a incidência do privilégio contido no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006. Assim, a manutenção do afastamento do redutor no caso do paciente configura grave ofensa ao princípio da isonomia. Dito isso, não visualizo qualquer argumento ou fundamento hábil a negar a incidência da minorante, razão pela qual, neste ponto, o acórdão deve ser reformado. 3.4. Partindo das balizas já fixadas no acórdão condenatório, passo à alteração da dosimetria. A pena-base deve permanecer no mínimo legal, ou seja, 5 (cinco) anos de reclusão e pagamento de 500 (quinhentos) dias- multa), e mantida na segunda fase, à míngua de circunstâncias atenuantes ou agravantes a serem sopesadas. Na terceira fase, conforme anteriormente consignado, não há motivação idônea apta a afastar o redutor do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, que deve ser aplicado no patamar de 1/2 (metade), em razão da quantidade de droga apreendida (mais de cem quilos de maconha), fixando a pena definitiva em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão e 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa. Finalmente, à luz das modificações realizadas na dosimetria, o regime prisional imposto ao paciente deve ser o semiaberto, uma vez que, embora o quantum de pena, por si 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP só, indique a fixação do regime aberto, a quantidade da droga apreendida, sopesada na terceira fase da dosimetria, recomenda a imposição de regime mais gravoso, nos termos do art. 33, § 3º, do Código Penal e do art. 42 da Lei 11.343/2006. Registro que, na hipótese do crime de tráfico de drogas, as circunstâncias do art. 42 da Lei 11.343/2006, por expressa previsão legal, preponderam sobre as do art. 59 do CP e, por tal razão, desempenham especial função na fixação do regime inicial. Da mesma forma, a fixação de regime mais severo que o correspondente para a pena é admissível tão somente nas hipóteses de motivação idônea, calcada, como dito, nas circunstâncias descritas no art. 59 do Código Penal: Súmula 719: A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. Nesse contexto, a expressiva quantidade da droga apreendida – mais de cem quilos de maconha – , sopesada na terceira fase da dosimetria, justifica a imposição do regime mais gravoso. 4. Posto isso, com base no art. 192 do RISTF, não conheço do writ, mas concedo a ordem, de ofício, para aplicar o redutor do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 no percentual de ½ (metade) e, consequentemente, fixar a pena privativa de liberdade em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida no regime inicial semiaberto, nos termos do art. 33, §§ 3°, do CP, e a pena pecuniária em 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa. Comunique-se ao Juiz da causa, com urgência e pelo meio mais expedito, a quem incumbirá a cientificação do Juiz 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP só, indique a fixação do regime aberto, a quantidade da droga apreendida, sopesada na terceira fase da dosimetria, recomenda a imposição de regime mais gravoso, nos termos do art. 33, § 3º, do Código Penal e do art. 42 da Lei 11.343/2006. Registro que, na hipótese do crime de tráfico de drogas, as circunstâncias do art. 42 da Lei 11.343/2006, por expressa previsão legal, preponderam sobre as do art. 59 do CP e, por tal razão, desempenham especial função na fixação do regime inicial. Da mesma forma, a fixação de regime mais severo que o correspondente para a pena é admissível tão somente nas hipóteses de motivação idônea, calcada, como dito, nas circunstâncias descritas no art. 59 do Código Penal: Súmula 719: A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. Nesse contexto, a expressiva quantidade da droga apreendida – mais de cem quilos de maconha – , sopesada na terceira fase da dosimetria, justifica a imposição do regime mais gravoso. 4. Posto isso, com base no art. 192 do RISTF, não conheço do writ, mas concedo a ordem, de ofício, para aplicar o redutor do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 no percentual de ½ (metade) e, consequentemente, fixar a pena privativa de liberdade em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida no regime inicial semiaberto, nos termos do art. 33, §§ 3°, do CP, e a pena pecuniária em 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa. Comunique-se ao Juiz da causa, com urgência e pelo meio mais expedito, a quem incumbirá a cientificação do Juiz 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP da Execução Penal, se já definido. Comunique-se, outrossim, ao TJSP, para ciência.” Conforme assentei na decisão agravada, as instâncias antecedentes não apresentaram fundamentação apta a afastar a incidência da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei de Drogas. A quantidade da droga apreendida, diversamente do que aduz o recorrente, não é fator que impede a aplicação da minorante. Quanto ao ponto, enfatizo que o intérprete encontra-se inexoravelmente ancorado ao texto legal, pois o “princípio da legalidade penal exige que o exercício do poder punitivo do sistema penal aconteça dentro dos limites previamente estabelecidos para a punibilidade” (ZAFFARONI, E. Raúl. Em busca das penas perdidas. Rio de Janeiro: Revan, 2001. p.21). Nessa esteira, é importante ressaltar que, dentre os critérios eligidos pelo legislador para aplicação da causa de diminuição em comento, não figuram a quantidade e qualidade de drogas apreendidas. O agravante sustenta que outros elementos apontados pela Corte local comprovariam a dedicação do paciente à atividade criminosa, a saber: a) policiais que investigavam notícia sobre venda de drogas no local, avistaram uma intensa movimentação de pessoas no imóvel; b) indagados, os acusados assumiram que guardaram a droga para pessoa denominada Toddynho ou Tião, em troca de uma quantia de maconha; c) na garagem do local foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita “provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas”. Como expus na decisão monocrática, esses elementos acrescentados pelo Tribunal local, após ordem de habeas corpus concedida por esta Corte, somente comprovam a prática do crime de tráfico de entorpecentes – como, aliás, foi reconhecido – , mas não demonstram, de forma 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP da Execução Penal, se já definido. Comunique-se, outrossim, ao TJSP, para ciência.” Conforme assentei na decisão agravada, as instâncias antecedentes não apresentaram fundamentação apta a afastar a incidência da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei de Drogas. A quantidade da droga apreendida, diversamente do que aduz o recorrente, não é fator que impede a aplicação da minorante. Quanto ao ponto, enfatizo que o intérprete encontra-se inexoravelmente ancorado ao texto legal, pois o “princípio da legalidade penal exige que o exercício do poder punitivo do sistema penal aconteça dentro dos limites previamente estabelecidos para a punibilidade” (ZAFFARONI, E. Raúl. Em busca das penas perdidas. Rio de Janeiro: Revan, 2001. p.21). Nessa esteira, é importante ressaltar que, dentre os critérios eligidos pelo legislador para aplicação da causa de diminuição em comento, não figuram a quantidade e qualidade de drogas apreendidas. O agravante sustenta que outros elementos apontados pela Corte local comprovariam a dedicação do paciente à atividade criminosa, a saber: a) policiais que investigavam notícia sobre venda de drogas no local, avistaram uma intensa movimentação de pessoas no imóvel; b) indagados, os acusados assumiram que guardaram a droga para pessoa denominada Toddynho ou Tião, em troca de uma quantia de maconha; c) na garagem do local foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita “provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas”. Como expus na decisão monocrática, esses elementos acrescentados pelo Tribunal local, após ordem de habeas corpus concedida por esta Corte, somente comprovam a prática do crime de tráfico de entorpecentes – como, aliás, foi reconhecido – , mas não demonstram, de forma 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP inequívoca, a dedicação do paciente às atividades criminosas ou sua participação em organização criminosa. De início, quanto à informação contida no acórdão do TJSP de que o veículo localizado no imóvel possuía “queixa” (sic) de apropriação indébita, cumpre registrar que inquéritos policiais e ações penais em concurso não são suficientes para obstar a minorante em questão, quanto mais um mero registro de ocorrência. Não bastasse, não consta sequer no acórdão do Tribunal de origem que tal gravame foi atribuído ao paciente. No ponto, destaco a jurisprudência desta Corte no sentido de que, à luz do princípio da presunção de inocência, a utilização de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado é insuficiente para comprovar a dedicação do paciente a atividades criminosas. Vejamos: “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. ORDEM CONCEDIDA PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DO REDUTOR DO § 4º DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. MANUTENÇÃO DA DECISÃO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. […] 4. À luz do princípio constitucional da presunção da não culpabilidade, a existência de inquéritos ou ações penais em curso não constitui fundamento válido para afastar a incidência da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas. 5. Agravo regimental desprovido.” (HC 193.457 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Segunda Turma, DJe 07.06.2021) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. CONDENAÇÃO POR TRÁFICO DE DROGAS. INCIDÊNCIA DA CAUSA ESPECIAL DE REDUÇÃO DE PENA PREVISTA NO § 4° DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. POSSIBILIDADE. DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA NÃO DEMONSTRADA. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS PROVIDO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP inequívoca, a dedicação do paciente às atividades criminosas ou sua participação em organização criminosa. De início, quanto à informação contida no acórdão do TJSP de que o veículo localizado no imóvel possuía “queixa” (sic) de apropriação indébita, cumpre registrar que inquéritos policiais e ações penais em concurso não são suficientes para obstar a minorante em questão, quanto mais um mero registro de ocorrência. Não bastasse, não consta sequer no acórdão do Tribunal de origem que tal gravame foi atribuído ao paciente. No ponto, destaco a jurisprudência desta Corte no sentido de que, à luz do princípio da presunção de inocência, a utilização de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado é insuficiente para comprovar a dedicação do paciente a atividades criminosas. Vejamos: “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. ORDEM CONCEDIDA PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DO REDUTOR DO § 4º DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. MANUTENÇÃO DA DECISÃO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. […] 4. À luz do princípio constitucional da presunção da não culpabilidade, a existência de inquéritos ou ações penais em curso não constitui fundamento válido para afastar a incidência da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas. 5. Agravo regimental desprovido.” (HC 193.457 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Segunda Turma, DJe 07.06.2021) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. CONDENAÇÃO POR TRÁFICO DE DROGAS. INCIDÊNCIA DA CAUSA ESPECIAL DE REDUÇÃO DE PENA PREVISTA NO § 4° DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. POSSIBILIDADE. DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA NÃO DEMONSTRADA. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS PROVIDO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP NEGA PROVIMENTO. I – A orientação jurisprudencial da Segunda Turma desta Suprema Corte é no sentido de que deve ser idônea a fundamentação para justificar o afastamento da minorante prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, sendo insuficiente, por si só, a utilização de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado para comprovar a dedicação do paciente a atividades criminosas. II […]” (RHC 182.516 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 22.05.2020) Habeas corpus. 2. Tráfico de entorpecentes. Condenação. 3. Causa de diminuição de pena do § 4º do artigo 33 da Lei 11.343/2006. 4. Não aplicação da minorante em razão de sentença sem trânsito em julgado. 5. Paciente primário. 6. Ausência de provas de que integra organização criminosa ou se dedique à prática de crimes. 7. Decisão contrária à jurisprudência desta Corte. Constrangimento ilegal configurado. […] (HC 151.431, Relator Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 08.05.2018) De outra parte, a fato de os acusados terem aceitado guardar, na residência, drogas de terceiros em troca de benefícios não pressupõe necessariamente a integração à organização criminosa ou habitualidade delitiva, como supôs o acórdão condenatório. Uma situação não leva, necessariamente, à outra. Nesse sentido, vale lembrar que o delito de organização criminosa pressupõe um acerto de vontade de se associar de maneira estável e permanente. Por fim, no tocante à informação de que os policiais verificaram intensa movimentação na residência, cumpre registrar que não houve flagrante de mercancia de drogas no local, tanto que o paciente foi denunciado apenas pelo núcleo do tipo na modalidade “guardar”. Noutras palavras, não há comprovação de que essa movimentação de pessoas está relacionada ao tráfico de drogas. Houve apenas uma nova suposição por parte do acórdão da Corte local. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP NEGA PROVIMENTO. I – A orientação jurisprudencial da Segunda Turma desta Suprema Corte é no sentido de que deve ser idônea a fundamentação para justificar o afastamento da minorante prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, sendo insuficiente, por si só, a utilização de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado para comprovar a dedicação do paciente a atividades criminosas. II […]” (RHC 182.516 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 22.05.2020) Habeas corpus. 2. Tráfico de entorpecentes. Condenação. 3. Causa de diminuição de pena do § 4º do artigo 33 da Lei 11.343/2006. 4. Não aplicação da minorante em razão de sentença sem trânsito em julgado. 5. Paciente primário. 6. Ausência de provas de que integra organização criminosa ou se dedique à prática de crimes. 7. Decisão contrária à jurisprudência desta Corte. Constrangimento ilegal configurado. […] (HC 151.431, Relator Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 08.05.2018) De outra parte, a fato de os acusados terem aceitado guardar, na residência, drogas de terceiros em troca de benefícios não pressupõe necessariamente a integração à organização criminosa ou habitualidade delitiva, como supôs o acórdão condenatório. Uma situação não leva, necessariamente, à outra. Nesse sentido, vale lembrar que o delito de organização criminosa pressupõe um acerto de vontade de se associar de maneira estável e permanente. Por fim, no tocante à informação de que os policiais verificaram intensa movimentação na residência, cumpre registrar que não houve flagrante de mercancia de drogas no local, tanto que o paciente foi denunciado apenas pelo núcleo do tipo na modalidade “guardar”. Noutras palavras, não há comprovação de que essa movimentação de pessoas está relacionada ao tráfico de drogas. Houve apenas uma nova suposição por parte do acórdão da Corte local. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP Assim, em que pese o esforço argumentativo da Corte de origem para excepcionar a aplicação do já mencionado redutor, o fato é que as razões empregadas na fundamentação são insuficientes para refutar a conclusão de que, nos termos do parágrafo quarto, o agente “não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.” Não bastasse, cumpre destacar, novamente, que o corréu João Pedro, preso em circunstâncias fáticas semelhantes às do paciente, teve reconhecida a incidência do privilégio contido no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006, de modo que o afastamento do redutor para o paciente configura grave ofensa ao princípio constitucional da isonomia. Por fim, quanto ao pleito subsidiário formulado pelo agravante, de aplicação da fração mínima do redutor, ressalto que, conforme anteriormente consignado, o paciente é primário, não ostenta maus antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância habitualmente. De outra parte, embora a quantidade de droga apreendida deve ser sopesada negativamente, parece-me razoável a fixação da fração do redutor na metade, sobretudo quando se considera que a pena do corréu, que se encontrava em situação jurídico-processual semelhante ao do paciente, foi fixada em patamar similar. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP Assim, em que pese o esforço argumentativo da Corte de origem para excepcionar a aplicação do já mencionado redutor, o fato é que as razões empregadas na fundamentação são insuficientes para refutar a conclusão de que, nos termos do parágrafo quarto, o agente “não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.” Não bastasse, cumpre destacar, novamente, que o corréu João Pedro, preso em circunstâncias fáticas semelhantes às do paciente, teve reconhecida a incidência do privilégio contido no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006, de modo que o afastamento do redutor para o paciente configura grave ofensa ao princípio constitucional da isonomia. Por fim, quanto ao pleito subsidiário formulado pelo agravante, de aplicação da fração mínima do redutor, ressalto que, conforme anteriormente consignado, o paciente é primário, não ostenta maus antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância habitualmente. De outra parte, embora a quantidade de droga apreendida deve ser sopesada negativamente, parece-me razoável a fixação da fração do redutor na metade, sobretudo quando se considera que a pena do corréu, que se encontrava em situação jurídico-processual semelhante ao do paciente, foi fixada em patamar similar. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 25 Voto Vogal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) :RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO-VOGAL O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Com a devida vênia do Ministro Relator, entendo assistir razão ao agravante. Em preliminar, destaco tratar-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado contra decisão monocrática de ministro do Superior Tribunal de Justiça. Tal o contexto, tenho-o como inadmissível. O Supremo consolidou jurisprudência no sentido de não se conhecer de habeas corpus quando impetrado contra pronunciamento singular de ministro de Tribunal Superior, em razão de caracterizar-se inaceitável supressão de instância. Ilustram essa orientação os seguintes julgados: HC 158.755 AgR, ministro Dias Toffoli; HC 162.214 AgR, ministro Ricardo Lewandowski; HC 176.297 AgR, ministro Edson Fachin; HC 181.999, ministro Alexandre de Moraes; HC 184.614 AgR, ministro Gilmar Mendes; RHC 114.737, ministra Cármen Lúcia. No caso em exame, não vislumbro ilegalidade evidente apta a autorizar a superação desse consagrado entendimento. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) :RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO-VOGAL O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Com a devida vênia do Ministro Relator, entendo assistir razão ao agravante. Em preliminar, destaco tratar-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado contra decisão monocrática de ministro do Superior Tribunal de Justiça. Tal o contexto, tenho-o como inadmissível. O Supremo consolidou jurisprudência no sentido de não se conhecer de habeas corpus quando impetrado contra pronunciamento singular de ministro de Tribunal Superior, em razão de caracterizar-se inaceitável supressão de instância. Ilustram essa orientação os seguintes julgados: HC 158.755 AgR, ministro Dias Toffoli; HC 162.214 AgR, ministro Ricardo Lewandowski; HC 176.297 AgR, ministro Edson Fachin; HC 181.999, ministro Alexandre de Moraes; HC 184.614 AgR, ministro Gilmar Mendes; RHC 114.737, ministra Cármen Lúcia. No caso em exame, não vislumbro ilegalidade evidente apta a autorizar a superação desse consagrado entendimento. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 25 Voto Vogal HC 199223 AGR / SP Observo que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo assim justificou, no ponto, a dosimetria da pena do paciente, ora agravado: [...] No acórdão de fls. 793/802, esta Turma Julgadora deixou de reconhecer o tráfico privilegiado, “pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de CEM QUILOS de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas” (fls. 799). Todavia, esta não foi a única circunstância que levou ao indeferimento da almejada desclassificação. Com efeito, o local utilizado pelos acusados já vinha sendo monitorado pelos policiais há cerca de quinze dias, a fim de apurar a informação de que indivíduos lá vendiam drogas. Durante a campana, os milicianos puderam observar intensa movimentação em referido imóvel, o que é típico de locais dedicados ao comércio espúrio. Ao serem indagados, os corréus informaram que pessoa denominada Toddynho ou Tião propôs que eles guardassem a droga, o que foi feito. Tal fato revela que os acusados não eram os únicos envolvidos no tráfico em questão, havendo uma verdadeira rede de indivíduos com tarefas independentes entre si, mas que trabalhavam para o mesmo propósito: difundir as substâncias ilícitas. Não bastasse, na garagem do local onde houve a apreensão dos quase cem quilos de “maconha”, foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita, provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas. Assim é que, a maciça quantidade de drogas aliada às demais circunstâncias acima delineadas permitem concluir que os corréus vinham se dedicando às atividades criminosas, de modo que não fazem jus ao redutor pleiteado. (Com meus grifos) Como se vê, a causa de diminuição referente ao tráfico privilegiado 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP Observo que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo assim justificou, no ponto, a dosimetria da pena do paciente, ora agravado: [...] No acórdão de fls. 793/802, esta Turma Julgadora deixou de reconhecer o tráfico privilegiado, “pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de CEM QUILOS de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas” (fls. 799). Todavia, esta não foi a única circunstância que levou ao indeferimento da almejada desclassificação. Com efeito, o local utilizado pelos acusados já vinha sendo monitorado pelos policiais há cerca de quinze dias, a fim de apurar a informação de que indivíduos lá vendiam drogas. Durante a campana, os milicianos puderam observar intensa movimentação em referido imóvel, o que é típico de locais dedicados ao comércio espúrio. Ao serem indagados, os corréus informaram que pessoa denominada Toddynho ou Tião propôs que eles guardassem a droga, o que foi feito. Tal fato revela que os acusados não eram os únicos envolvidos no tráfico em questão, havendo uma verdadeira rede de indivíduos com tarefas independentes entre si, mas que trabalhavam para o mesmo propósito: difundir as substâncias ilícitas. Não bastasse, na garagem do local onde houve a apreensão dos quase cem quilos de “maconha”, foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita, provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas. Assim é que, a maciça quantidade de drogas aliada às demais circunstâncias acima delineadas permitem concluir que os corréus vinham se dedicando às atividades criminosas, de modo que não fazem jus ao redutor pleiteado. (Com meus grifos) Como se vê, a causa de diminuição referente ao tráfico privilegiado 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 25 Voto Vogal HC 199223 AGR / SP (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006), na terceira fase da dosimetria, foi afastada ante o fato de o paciente se dedicar a atividade criminosa, notadamente o tráfico ilícito de entorpecentes. Por isso mesmo, ressalto que a quantidade de droga apreendida (mais de 100 kg de maconha) não foi utilizada unicamente para afastar a minorante do tráfico privilegiado. Longe disso, tal dado foi referido pelo Tribunal paulista como elemento indicativo de dedicação do ora agravado a atividade criminosa, esta, sim, circunstância apta a afastar a observância da causa de diminuição de pena do art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006. Logo, embora eu entenda que, em regra, a quantidade de droga não possa, por si só, afastar a causa de diminuição de pena pertinente ao tráfico privilegiado, não posso deixar de reconhecer que seria de todo ilógico considerar a conduta de pessoa flagrada com grande quantidade de entorpecente como tráfico ocasional e de menor importância, ou seja, como não comprovada a dedicação à atividade delituosa da traficância. Assim, não me comprometo, por ora, com a tese, que não me parece passível de ser havida como regra absoluta, segundo a qual a quantidade de droga nunca poderá afastar o referido redutor. Cumpre ressaltar que a figura do tráfico privilegiado, causa especial de redução de pena, não pode ser elevada à condição de regra geral (no caso, o art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006). Deve, pois, ser aplicada, segundo penso, apenas quando ficar demonstrado ser o réu pequeno traficante, eventual ou de menor potencial. Deveras, a grande quantidade de entorpecente torna, por simples lógica, inexorável a conclusão de não estar satisfeito um dos requisitos legais para configuração da causa de diminuição excepcional do art. 33, § 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006), na terceira fase da dosimetria, foi afastada ante o fato de o paciente se dedicar a atividade criminosa, notadamente o tráfico ilícito de entorpecentes. Por isso mesmo, ressalto que a quantidade de droga apreendida (mais de 100 kg de maconha) não foi utilizada unicamente para afastar a minorante do tráfico privilegiado. Longe disso, tal dado foi referido pelo Tribunal paulista como elemento indicativo de dedicação do ora agravado a atividade criminosa, esta, sim, circunstância apta a afastar a observância da causa de diminuição de pena do art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006. Logo, embora eu entenda que, em regra, a quantidade de droga não possa, por si só, afastar a causa de diminuição de pena pertinente ao tráfico privilegiado, não posso deixar de reconhecer que seria de todo ilógico considerar a conduta de pessoa flagrada com grande quantidade de entorpecente como tráfico ocasional e de menor importância, ou seja, como não comprovada a dedicação à atividade delituosa da traficância. Assim, não me comprometo, por ora, com a tese, que não me parece passível de ser havida como regra absoluta, segundo a qual a quantidade de droga nunca poderá afastar o referido redutor. Cumpre ressaltar que a figura do tráfico privilegiado, causa especial de redução de pena, não pode ser elevada à condição de regra geral (no caso, o art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006). Deve, pois, ser aplicada, segundo penso, apenas quando ficar demonstrado ser o réu pequeno traficante, eventual ou de menor potencial. Deveras, a grande quantidade de entorpecente torna, por simples lógica, inexorável a conclusão de não estar satisfeito um dos requisitos legais para configuração da causa de diminuição excepcional do art. 33, § 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 25 Voto Vogal HC 199223 AGR / SP 4º, da Lei n. 11.343/2006, qual seja, de que o agente “não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa”. Vale dizer, ninguém confiaria a um neófito na traficância expressiva carga de droga, de valor equivalente a milhões de reais, como se verificou no caso dos autos. A significativa quantidade na posse do ora agravado revela uma complexa organização para aquisição, armazenamento, transporte, proteção e distribuição do entorpecente. Exige-se, obviamente, confiança e experiência das pessoas envolvidas. Tudo isso é absolutamente incompatível com a traficância inicial e não organizada de que trata o dispositivo legal em questão. É de se destacar, a respeito, a importância que a Lei n. 11.343/2006 deu à natureza e à quantidade de substância apreendida para efeito da dosimetria da pena. Eis a dicção de seu art. 42: Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente. Note-se que a conduta social, os maus antecedentes, a reincidência, o concurso de agentes, as circunstâncias da apreensão e a quantidade de drogas são exemplos de elementos a indicarem a dedicação a atividades criminosas, fundamento idôneo para afastar a minorante do tráfico privilegiado: 2. A conduta social do agente, o concurso eventual de pessoas, a receptação, os apetrechos relacionados ao tráfico, a quantidade de droga e as situações de maus antecedentes exemplificam situações caracterizadoras de atividades criminosas. (HC 98.167, ministra Cármen Lúcia) 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP 4º, da Lei n. 11.343/2006, qual seja, de que o agente “não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa”. Vale dizer, ninguém confiaria a um neófito na traficância expressiva carga de droga, de valor equivalente a milhões de reais, como se verificou no caso dos autos. A significativa quantidade na posse do ora agravado revela uma complexa organização para aquisição, armazenamento, transporte, proteção e distribuição do entorpecente. Exige-se, obviamente, confiança e experiência das pessoas envolvidas. Tudo isso é absolutamente incompatível com a traficância inicial e não organizada de que trata o dispositivo legal em questão. É de se destacar, a respeito, a importância que a Lei n. 11.343/2006 deu à natureza e à quantidade de substância apreendida para efeito da dosimetria da pena. Eis a dicção de seu art. 42: Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente. Note-se que a conduta social, os maus antecedentes, a reincidência, o concurso de agentes, as circunstâncias da apreensão e a quantidade de drogas são exemplos de elementos a indicarem a dedicação a atividades criminosas, fundamento idôneo para afastar a minorante do tráfico privilegiado: 2. A conduta social do agente, o concurso eventual de pessoas, a receptação, os apetrechos relacionados ao tráfico, a quantidade de droga e as situações de maus antecedentes exemplificam situações caracterizadoras de atividades criminosas. (HC 98.167, ministra Cármen Lúcia) 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 25 Voto Vogal HC 199223 AGR / SP 1. A jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL chancela o afastamento da causa de diminuição (art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006) quando presentes fatos indicadores da dedicação do agente a atividades criminosas, como, por exemplo, a) a conduta social do acusado, b) o concurso eventual de pessoas, e c) a quantidade de droga (cf. HC 109.168, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 14/2/2012). (RHC 193.149, Redator do acórdão o ministro Alexandre de Moraes) Cumpre destacar, por isso mesmo, que, no caso em exame, a quantidade de droga não foi utilizada, por si só, para afastar a minorante do tráfico privilegiado, mas como elemento indicativo de dedicação a atividades criminosas, esta, sim, circunstância conducente a desautorizar a aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/06. Transcrevo da peça recursal do Ministério Público Federal fragmento elucidativo a esse respeito: [...] Com efeito, além da quantidade de drogas, o Tribunal de Justiça apontou ainda circunstâncias reveladoras de envolvimento dos agentes com a criminalidade, como o monitoramento do imóvel ocupado pelo paciente pela polícia durante 15 dias, em razão de notícia da prática delitiva naquele endereço, relato de que o paciente e comparsas guardavam droga para outro traficante, a indicar comporem rede de mercancia de drogas, e a apreensão também de veículo carro com queixa de apropriação indébita, tudo a demonstrar a dedicação do paciente à atividade criminosa, […] […] A par disso, dispôs o Tribunal Estadual que as circunstâncias delitivas demonstrariam a reiteração e habitualidade, a comprovar a dedicação da paciente a atividades criminosas, sendo certo que, a fim de se chegar a conclusão diversa, necessário seria o revolvimento de fatos e provas dos autos, inviável na angusta via. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP 1. A jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL chancela o afastamento da causa de diminuição (art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006) quando presentes fatos indicadores da dedicação do agente a atividades criminosas, como, por exemplo, a) a conduta social do acusado, b) o concurso eventual de pessoas, e c) a quantidade de droga (cf. HC 109.168, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 14/2/2012). (RHC 193.149, Redator do acórdão o ministro Alexandre de Moraes) Cumpre destacar, por isso mesmo, que, no caso em exame, a quantidade de droga não foi utilizada, por si só, para afastar a minorante do tráfico privilegiado, mas como elemento indicativo de dedicação a atividades criminosas, esta, sim, circunstância conducente a desautorizar a aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/06. Transcrevo da peça recursal do Ministério Público Federal fragmento elucidativo a esse respeito: [...] Com efeito, além da quantidade de drogas, o Tribunal de Justiça apontou ainda circunstâncias reveladoras de envolvimento dos agentes com a criminalidade, como o monitoramento do imóvel ocupado pelo paciente pela polícia durante 15 dias, em razão de notícia da prática delitiva naquele endereço, relato de que o paciente e comparsas guardavam droga para outro traficante, a indicar comporem rede de mercancia de drogas, e a apreensão também de veículo carro com queixa de apropriação indébita, tudo a demonstrar a dedicação do paciente à atividade criminosa, […] […] A par disso, dispôs o Tribunal Estadual que as circunstâncias delitivas demonstrariam a reiteração e habitualidade, a comprovar a dedicação da paciente a atividades criminosas, sendo certo que, a fim de se chegar a conclusão diversa, necessário seria o revolvimento de fatos e provas dos autos, inviável na angusta via. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 25 Voto Vogal HC 199223 AGR / SP (Com meus grifos) Observo, desse modo, que, para o acolhimento da tese defensiva – consideração do tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006) –, seria indispensável o reexame de todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem dedicar-se o ora agravado a atividades criminosas, de sorte que não pode ser tido como “pequeno traficante”. Tal revolvimento é inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência desta Suprema Corte, da qual é ilustrativa a ementa a seguir: I – A orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é firme no sentido de ser inadequada a via do habeas corpus para reexaminar fatos e provas no tocante à participação do paciente em organização criminosa ou à valoração da quantidade da droga apreendida, quando utilizados como fundamento para afastar ou dosar, aquém do patamar máximo, a causa de diminuição da pena pelo tráfico privilegiado, prevista no art. 33, § 4°, da Lei de Drogas. (RHC 170.532 AgR, ministro Ricardo Lewandowski – com meus grifos) Na espécie, não vislumbro ilegalidade na dosimetria da pena. Tal conclusão atrai a orientação geral a que aludi primeiramente, no sentido de não se conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de ministro de Tribunal Superior. Em face do exposto, dou provimento ao agravo regimental, para não conhecer deste habeas corpus. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP (Com meus grifos) Observo, desse modo, que, para o acolhimento da tese defensiva – consideração do tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006) –, seria indispensável o reexame de todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem dedicar-se o ora agravado a atividades criminosas, de sorte que não pode ser tido como “pequeno traficante”. Tal revolvimento é inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência desta Suprema Corte, da qual é ilustrativa a ementa a seguir: I – A orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é firme no sentido de ser inadequada a via do habeas corpus para reexaminar fatos e provas no tocante à participação do paciente em organização criminosa ou à valoração da quantidade da droga apreendida, quando utilizados como fundamento para afastar ou dosar, aquém do patamar máximo, a causa de diminuição da pena pelo tráfico privilegiado, prevista no art. 33, § 4°, da Lei de Drogas. (RHC 170.532 AgR, ministro Ricardo Lewandowski – com meus grifos) Na espécie, não vislumbro ilegalidade na dosimetria da pena. Tal conclusão atrai a orientação geral a que aludi primeiramente, no sentido de não se conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de ministro de Tribunal Superior. Em face do exposto, dou provimento ao agravo regimental, para não conhecer deste habeas corpus. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 25 Extrato de Ata - 03/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) : RODOLPHO PETTENA FILHO (115004/SP) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-2D3F-668B-40F1 e senha 3FA0-3A3C-0DD6-7F66 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) : RODOLPHO PETTENA FILHO (115004/SP) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-2D3F-668B-40F1 e senha 3FA0-3A3C-0DD6-7F66 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 25
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757973781
2021-08-03T00:00:00
2021-11-03T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
AG.REG. NO HABEAS CORPUS
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. MATÉRIA CRIMINAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO APTA A NEGAR O REDUTOR DO ART. 33, § 4º DA LEI 11.343/2006. ORDEM CONCEDIDA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. AUSÊNCIA DE ARGUMENTAÇÃO APTA A INFIRMAR A DECISÃO RECORRIDA. A MERA MENÇÃO À QUANTIDADE E NATUREZA DA DROGA APREENDIDA NÃO SATISFAZ A NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS PARA FINS DE NÃO INCIDÊNCIA DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. CIRCUNSTÂNCIAS INAPTAS A COMPROVAR A DEDICAÇÃO AO CRIME OU O PERTENCIMENTO A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. MANUTENÇÃO DO DECISIUM. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão agravada. 2. A quantidade e a natureza da droga apreendida não são fatores que, isoladamente, impedem a aplicação da minorante prevista no art. 33, § 4º da Lei 11.343/2006. 3. Diversamente do que ocorre na primeira fase da dosimetria da pena, em que a quantidade e qualidade de drogas são vetores legalmente expressos (art. 42 da Lei 11.343/2006) e, portanto, dispensam maiores digressões, a utilização dessa circunstância na terceira fase só é admitida se constituir uma demonstração do não preenchimento de algum dos vetores legalmente eligidos. Precedentes. 4. Imperiosa a comprovação de algum evento concreto, dentro da cadeia factual, de que o agente efetivamente pertença a organização criminosa ou se dedique a atividades criminosas. 5. Agravo regimental desprovido.
sjur455398
- Acórdão(s) citado(s): (INQUÉRITO POLICIAL EM CURSO, PROCESSO PENAL EM CURSO, DEDICAÇÃO A ATIVIDADE CRIMINOSA) HC 151431 (2ªT), RHC 182516 AgR (2ªT), HC 193457 AgR (2ªT). (HC, IMPUGNAÇÃO, DECISÃO MONOCRÁTICA, MINISTRO, TRIBUNAL SUPERIOR) RHC 114737 (2ªT), HC 158755 AgR (2ªT), HC 162214 AgR (2ªT), HC 176297 AgR (2ªT), HC 181999 (1ªT), HC 184614 AgR (2ªT). (CARACTERIZAÇÃO, DEDICAÇÃO A ATIVIDADE CRIMINOSA, TRÁFICO DE DROGAS PRIVILEGIADO) HC 98167 (1ªT), RHC 193149 (1ªT). (HC, REEXAME, FATO, PROVA, VERIFICAÇÃO, PREENCHIMENTO, REQUISITO, TRÁFICO DE DROGAS PRIVILEGIADO) RHC 170532 AgR (2ªT). Número de páginas: 25. Análise: 04/08/2022, DAP.
EDSON FACHIN
Segunda Turma
199223
[ "LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\n ART-00033 \"CAPUT\" PAR-00004 ART-00042\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS" ]
HC-AgR
acordaos
HC 199223 AgR
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AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) : RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) :RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. MATÉRIA CRIMINAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO APTA A NEGAR O REDUTOR DO ART. 33, § 4... DA LEI 11.343/2006. ORDEM CONCEDIDA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. AUSÊNCIA DE ARGUMENTAÇÃO APTA A INFIRMAR A DECISÃO RECORRIDA. A MERA MENÇÃO À QUANTIDADE E NATUREZA DA DROGA APREENDIDA NÃO SATISFAZ A NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS PARA FINS DE NÃO INCIDÊNCIA DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. CIRCUNSTÂNCIAS INAPTAS A COMPROVAR A DEDICAÇÃO AO CRIME OU O PERTENCIMENTO A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. MANUTENÇÃO DO DECISIUM. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão agravada. 2. A quantidade e a natureza da droga apreendida não são fatores que, isoladamente, impedem a aplicação da minorante prevista no art. 33, § 4... da Lei 11.343/2006. 3. Diversamente do que ocorre na primeira fase da dosimetria da pena, em que a quantidade e qualidade de drogas são vetores legalmente expressos (art. 42 da Lei 11.343/2006) e, portanto, dispensam maiores digressões, a utilização dessa circunstância na terceira fase só é admitida se constituir uma demonstração do não preenchimento de algum dos vetores legalmente eligidos. Precedentes. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CE2-86BA-8A16-CBF0 e senha FC28-B1A0-23D8-4BAA Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 25 Ementa e Acórdão HC 199223 AGR / SP 4. Imperiosa a comprovação de algum evento concreto, dentro da cadeia factual, de que o agente efetivamente pertença a organização criminosa ou se dedique a atividades criminosas. 5. Agravo regimental desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia . Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CE2-86BA-8A16-CBF0 e senha FC28-B1A0-23D8-4BAA Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP 4. Imperiosa a comprovação de algum evento concreto, dentro da cadeia factual, de que o agente efetivamente pertença a organização criminosa ou se dedique a atividades criminosas. 5. Agravo regimental desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia . Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CE2-86BA-8A16-CBF0 e senha FC28-B1A0-23D8-4BAA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 25 Relatório 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) :RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 13) interposto contra decisão que não conheceu do habeas corpus mas concedeu a ordem de ofício para aplicar o redutor previsto no § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006 e fixar a pena privativa de liberdade em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida no regime inicial semiaberto(eDOC 13). Nas razões recursais, sustenta-se que: a) embora o paciente não seja reincidente e tenha bons antecedentes, o redutor do § 4... do art. 33 da Lei de Drogas foi negado com base na avaliação conjunta das circunstâncias sob as quais o delito foi praticado, especialmente a elevada quantidade de droga apreendida - “06 tijolos pesando 3.337,1g (três mil, trezentos e trinta e sete gramas e um decigrama); 150 tijolos com peso bruto de 105.540,0kg (cento e cinco quilogramas e quinhentos e quarenta gramas); e 01 porção a granel, com peso bruto de 2,480kg (dois quilogramas e quatrocentos e oitenta gramas) de maconha”; b) além da quantidade de droga, outras circunstâncias foram apontadas como indicadoras de reiteração e habitualidade, a comprovar que o paciente se dedicava à atividade criminosa, como “o monitoramento do imóvel ocupado pelo paciente pela polícia durante 15 dias, em razão de notícia da prática delitiva naquele endereço, relato de que o paciente e comparsas guardavam droga para outro traficante, a indicar comporem rede de mercancia de drogas, e a apreensão também de veículo carro com queixa de apropriação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2DE7-4BAA-C5EA-55FC e senha ADDA-63E8-6FD6-D5D0 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) :RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 13) interposto contra decisão que não conheceu do habeas corpus mas concedeu a ordem de ofício para aplicar o redutor previsto no § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006 e fixar a pena privativa de liberdade em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida no regime inicial semiaberto(eDOC 13). Nas razões recursais, sustenta-se que: a) embora o paciente não seja reincidente e tenha bons antecedentes, o redutor do § 4... do art. 33 da Lei de Drogas foi negado com base na avaliação conjunta das circunstâncias sob as quais o delito foi praticado, especialmente a elevada quantidade de droga apreendida - “06 tijolos pesando 3.337,1g (três mil, trezentos e trinta e sete gramas e um decigrama); 150 tijolos com peso bruto de 105.540,0kg (cento e cinco quilogramas e quinhentos e quarenta gramas); e 01 porção a granel, com peso bruto de 2,480kg (dois quilogramas e quatrocentos e oitenta gramas) de maconha”; b) além da quantidade de droga, outras circunstâncias foram apontadas como indicadoras de reiteração e habitualidade, a comprovar que o paciente se dedicava à atividade criminosa, como “o monitoramento do imóvel ocupado pelo paciente pela polícia durante 15 dias, em razão de notícia da prática delitiva naquele endereço, relato de que o paciente e comparsas guardavam droga para outro traficante, a indicar comporem rede de mercancia de drogas, e a apreensão também de veículo carro com queixa de apropriação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2DE7-4BAA-C5EA-55FC e senha ADDA-63E8-6FD6-D5D0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 25 Relatório HC 199223 AGR / SP indébita”. Ante o exposto, requer a reforma da decisão agravada para que seja denegado o habeas corpus. Subsidiariamente, ainda que reconhecida a causa especial de diminuição de pena, que seja fixada no mínimo, em razão da elevada quantidade de droga e das demais circunstâncias reveladoras da gravidade concreta do crime. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2DE7-4BAA-C5EA-55FC e senha ADDA-63E8-6FD6-D5D0 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP indébita”. Ante o exposto, requer a reforma da decisão agravada para que seja denegado o habeas corpus. Subsidiariamente, ainda que reconhecida a causa especial de diminuição de pena, que seja fixada no mínimo, em razão da elevada quantidade de droga e das demais circunstâncias reveladoras da gravidade concreta do crime. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2DE7-4BAA-C5EA-55FC e senha ADDA-63E8-6FD6-D5D0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O agravante não trouxe argumentos aptos a infirmar a decisão atacada, na qual concedi, de ofício, a ordem, nos seguintes termos: 1. Cabimento do habeas corpus: Inicialmente, destaco que esta Corte tem posição firme pela impossibilidade de admissão de habeas corpus impetrado contra decisão proferida por membro de Tribunal Superior, visto que, a teor do art. 102, I, i, da Constituição da República, sob o prisma da autoridade coatora, a competência originária do Supremo Tribunal Federal somente se perfectibiliza na hipótese em que Tribunal Superior, por meio de órgão colegiado, atue em tal condição. Nessa linha, cito o seguinte precedente: “É certo que a previsão constitucional do habeas corpus no artigo 5..., LXVIII, tem como escopo a proteção da liberdade. Contudo, não se há de vislumbrar antinomia na Constituição Federal, que restringiu a competência desta Corte às hipóteses nas quais o ato imputado tenha sido proferido por Tribunal Superior. Entender de outro modo, para alcançar os atos praticados por membros de Tribunais Superiores, seria atribuir à Corte competência que não lhe foi outorgada pela Constituição. Assim, a pretexto de dar efetividade ao que se contém no inciso LXVIII do artigo 5... da mesma Carta, ter-se-ia, ao fim e ao cabo, o descumprimento do que previsto no artigo 102, I, i, da Constituição como regra de competência, estabelecendo antinomia entre normas constitucionais. Ademais, com respaldo no disposto no artigo 34, inciso XVIII, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, pode o relator negar seguimento a pedido Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O agravante não trouxe argumentos aptos a infirmar a decisão atacada, na qual concedi, de ofício, a ordem, nos seguintes termos: 1. Cabimento do habeas corpus: Inicialmente, destaco que esta Corte tem posição firme pela impossibilidade de admissão de habeas corpus impetrado contra decisão proferida por membro de Tribunal Superior, visto que, a teor do art. 102, I, i, da Constituição da República, sob o prisma da autoridade coatora, a competência originária do Supremo Tribunal Federal somente se perfectibiliza na hipótese em que Tribunal Superior, por meio de órgão colegiado, atue em tal condição. Nessa linha, cito o seguinte precedente: “É certo que a previsão constitucional do habeas corpus no artigo 5..., LXVIII, tem como escopo a proteção da liberdade. Contudo, não se há de vislumbrar antinomia na Constituição Federal, que restringiu a competência desta Corte às hipóteses nas quais o ato imputado tenha sido proferido por Tribunal Superior. Entender de outro modo, para alcançar os atos praticados por membros de Tribunais Superiores, seria atribuir à Corte competência que não lhe foi outorgada pela Constituição. Assim, a pretexto de dar efetividade ao que se contém no inciso LXVIII do artigo 5... da mesma Carta, ter-se-ia, ao fim e ao cabo, o descumprimento do que previsto no artigo 102, I, i, da Constituição como regra de competência, estabelecendo antinomia entre normas constitucionais. Ademais, com respaldo no disposto no artigo 34, inciso XVIII, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, pode o relator negar seguimento a pedido Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP improcedente e incabível, fazendo-o como porta-voz do colegiado. Entretanto, há de ser observado que a competência do Supremo Tribunal Federal apenas exsurge se coator for o Tribunal Superior (Constituição Federal de 1988, artigo 102, inciso I, alínea i), e não a autoridade que subscreveu o ato impugnado. Assim, impunha-se a interposição de agravo regimental (HC 114.557 AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 12.08.2014, grifei).” Não se inaugura a competência deste Supremo nas hipóteses em que não esgotada a jurisdição antecedente, visto que tal proceder acarretaria indevida supressão de instância, dado o cabimento de agravo regimental. Precedentes: “É inadmissível o habeas corpus que se volta contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça não submetida ao crivo do colegiado por intermédio do agravo interno, por falta de exaurimento da instância antecedente.” (HC 141.316 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 05.05.2017, grifei) “1. […] O exaurimento da jurisdição e o atendimento ao princípio da colegialidade, pelo tribunal prolator, se dá justamente mediante o recurso de agravo interno, previsto em lei, que não pode simplesmente ser substituído por outra ação de habeas corpus, de competência de outro tribunal. 2. A se admitir essa possibilidade estar-se-á atribuindo ao impetrante a faculdade de eleger, segundo conveniências próprias, qual tribunal irá exercer o juízo de revisão da decisão monocrática: se o Superior Tribunal de Justiça, juízo natural indicado pelo art. 39 da Lei 8.038/1990, ou o Supremo Tribunal Federal, por via de habeas corpus substitutivo. O recurso interno para o órgão colegiado é medida indispensável não só para dar adequada atenção ao princípio do juiz natural, como para exaurir a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP improcedente e incabível, fazendo-o como porta-voz do colegiado. Entretanto, há de ser observado que a competência do Supremo Tribunal Federal apenas exsurge se coator for o Tribunal Superior (Constituição Federal de 1988, artigo 102, inciso I, alínea i), e não a autoridade que subscreveu o ato impugnado. Assim, impunha-se a interposição de agravo regimental (HC 114.557 AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 12.08.2014, grifei).” Não se inaugura a competência deste Supremo nas hipóteses em que não esgotada a jurisdição antecedente, visto que tal proceder acarretaria indevida supressão de instância, dado o cabimento de agravo regimental. Precedentes: “É inadmissível o habeas corpus que se volta contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça não submetida ao crivo do colegiado por intermédio do agravo interno, por falta de exaurimento da instância antecedente.” (HC 141.316 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 05.05.2017, grifei) “1. […] O exaurimento da jurisdição e o atendimento ao princípio da colegialidade, pelo tribunal prolator, se dá justamente mediante o recurso de agravo interno, previsto em lei, que não pode simplesmente ser substituído por outra ação de habeas corpus, de competência de outro tribunal. 2. A se admitir essa possibilidade estar-se-á atribuindo ao impetrante a faculdade de eleger, segundo conveniências próprias, qual tribunal irá exercer o juízo de revisão da decisão monocrática: se o Superior Tribunal de Justiça, juízo natural indicado pelo art. 39 da Lei 8.038/1990, ou o Supremo Tribunal Federal, por via de habeas corpus substitutivo. O recurso interno para o órgão colegiado é medida indispensável não só para dar adequada atenção ao princípio do juiz natural, como para exaurir a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP instância recorrida, pressuposto para inaugurar a competência do Supremo Tribunal Federal. (HC 130.719 AgR, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 03.11.2015, grifei) No caso concreto, por contrariar frontalmente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus não merece conhecimento, na medida em que ataca decisão monocrática que indeferiu liminarmente impetração, sem ter manejado irresignação regimental. 2. Possibilidade de concessão da ordem de ofício: Devido ao caráter excepcional da superação da jurisprudência da Corte, a concessão da ordem de ofício configura providência a ser tomada tão somente em casos absolutamente aberrantes e teratológicos, em que a ilegalidade deve ser cognoscível de plano, sem a necessidade de produção de quaisquer provas ou colheita de informações, o que se verifica na hipótese destes autos. 3. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: 3.1. No caso dos autos, a apontada ilegalidade pode ser aferida de pronto. Inicialmente, ressalto que a jurisprudência desta Corte é consolidada no sentido de que “o juízo revisional da dosimetria da pena fica circunscrito à motivação (formalmente idônea) de mérito e à congruência lógico-jurídica entre os motivos declarados e a conclusão” (HC 69.419/MS, Primeira Turma, da relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 28.08.92). Não bastasse, merece ponderação o fato de que “é vedado subtrair da instância julgadora a possibilidade de se movimentar com certa discricionariedade nos quadrantes da alternatividade 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP instância recorrida, pressuposto para inaugurar a competência do Supremo Tribunal Federal. (HC 130.719 AgR, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 03.11.2015, grifei) No caso concreto, por contrariar frontalmente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus não merece conhecimento, na medida em que ataca decisão monocrática que indeferiu liminarmente impetração, sem ter manejado irresignação regimental. 2. Possibilidade de concessão da ordem de ofício: Devido ao caráter excepcional da superação da jurisprudência da Corte, a concessão da ordem de ofício configura providência a ser tomada tão somente em casos absolutamente aberrantes e teratológicos, em que a ilegalidade deve ser cognoscível de plano, sem a necessidade de produção de quaisquer provas ou colheita de informações, o que se verifica na hipótese destes autos. 3. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: 3.1. No caso dos autos, a apontada ilegalidade pode ser aferida de pronto. Inicialmente, ressalto que a jurisprudência desta Corte é consolidada no sentido de que “o juízo revisional da dosimetria da pena fica circunscrito à motivação (formalmente idônea) de mérito e à congruência lógico-jurídica entre os motivos declarados e a conclusão” (HC 69.419/MS, Primeira Turma, da relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 28.08.92). Não bastasse, merece ponderação o fato de que “é vedado subtrair da instância julgadora a possibilidade de se movimentar com certa discricionariedade nos quadrantes da alternatividade 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP sancionatória” (HC 97.256, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 01.09.2010). Diante desse limite cognitivo, a revisão da dosimetria não permite incursão no quadro fático-probatório, tampouco a reconstrução da discricionariedade constitucionalmente atribuída às instâncias ordinárias. Quando o assunto consiste em aplicação da pena, a atividade do Supremo Tribunal Federal, em verdade, circunscreve-se “ao controle da legalidade dos critérios utilizados, com a correção de eventuais arbitrariedades” (HC 128446, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 15.09.2015). 3.2. No caso concreto, verifico que a dosimetria da pena havia sido fixada pelo TJSP nos seguintes termos (eDOC 4, p. 6- 9): “Na primeira fase, em atenção à determinação exarada pelo C. Superior Tribunal de Justiça, fixo a pena-base no mínimo legal (05 (cinco) anos de reclusão e pagamento de 500 (quinhentos) dias-multa), cancelando o aumento de 2/3 (dois terços) que havia sido operado em Primeira Instância. Na segunda fase, ausentes circunstâncias atenuantes ou agravantes a serem sopesadas. Na derradeira etapa dosimétrica, inviável o reconhecimento do tráfico privilegiado, pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de cem quilos de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas. […] Finalmente, correta a estipulação da modalidade prisional fechada, por duas razões principais: a uma, em atenção ao disposto no artigo 33, § 3..., do Código Penal, e a duas, porque guarda plena sintonia com a gravidade do caso concreto, quantidade de tóxicos apreendidos e, ainda, com as seríssimas consequências deste delito, o qual atenta contra a saúde pública e dissemina o vício.” 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP sancionatória” (HC 97.256, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 01.09.2010). Diante desse limite cognitivo, a revisão da dosimetria não permite incursão no quadro fático-probatório, tampouco a reconstrução da discricionariedade constitucionalmente atribuída às instâncias ordinárias. Quando o assunto consiste em aplicação da pena, a atividade do Supremo Tribunal Federal, em verdade, circunscreve-se “ao controle da legalidade dos critérios utilizados, com a correção de eventuais arbitrariedades” (HC 128446, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 15.09.2015). 3.2. No caso concreto, verifico que a dosimetria da pena havia sido fixada pelo TJSP nos seguintes termos (eDOC 4, p. 6- 9): “Na primeira fase, em atenção à determinação exarada pelo C. Superior Tribunal de Justiça, fixo a pena-base no mínimo legal (05 (cinco) anos de reclusão e pagamento de 500 (quinhentos) dias-multa), cancelando o aumento de 2/3 (dois terços) que havia sido operado em Primeira Instância. Na segunda fase, ausentes circunstâncias atenuantes ou agravantes a serem sopesadas. Na derradeira etapa dosimétrica, inviável o reconhecimento do tráfico privilegiado, pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de cem quilos de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas. […] Finalmente, correta a estipulação da modalidade prisional fechada, por duas razões principais: a uma, em atenção ao disposto no artigo 33, § 3..., do Código Penal, e a duas, porque guarda plena sintonia com a gravidade do caso concreto, quantidade de tóxicos apreendidos e, ainda, com as seríssimas consequências deste delito, o qual atenta contra a saúde pública e dissemina o vício.” 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP Após decisão exarada por esta Corte no HC 190.851/SP, o Tribunal de Justiça reanalisou a dosimetria da pena, mantendo o afastamento da causa de diminuição do art. 33, § 4..., da Lei de Drogas nos seguintes termos (eDOC 5): “[...] Procede-se à análise determinada pelo E. Supremo Tribunal Federal (HC 190.851). [...] O Colendo Supremo Tribunal Federal limitou-se a determinar que esta E. Corte de Justiça afaste a motivação empregada para negar a desclassificação para o tráfico privilegiado (quantidade de entorpecente apreendido), a fim de analisar as circunstâncias do caso concreto e proceder aos eventuais ajustes de pena e regime decorrentes. Pois bem. No acórdão de fls. 793/802, esta Turma Julgadora deixou de reconhecer o tráfico privilegiado, “pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de CEM QUILOS de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas” (fls. 799). Todavia, esta não foi a única circunstância que levou ao indeferimento da almejada desclassificação. Com efeito, o local utilizado pelos acusados já vinha sendo monitorado pelos policiais há cerca de quinze dias, a fim de apurar a informação de que indivíduos lá vendiam drogas. Durante a campana, os milicianos puderam observar intensa movimentação em referido imóvel, o que é típico de locais dedicados ao comércio espúrio. Ao serem indagados, os corréus informaram que pessoa denominada Toddynho ou Tião propôs que eles guardassem a droga, o que foi feito. Tal fato revela que os acusados não eram os únicos envolvidos no tráfico em 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP Após decisão exarada por esta Corte no HC 190.851/SP, o Tribunal de Justiça reanalisou a dosimetria da pena, mantendo o afastamento da causa de diminuição do art. 33, § 4..., da Lei de Drogas nos seguintes termos (eDOC 5): “[...] Procede-se à análise determinada pelo E. Supremo Tribunal Federal (HC 190.851). [...] O Colendo Supremo Tribunal Federal limitou-se a determinar que esta E. Corte de Justiça afaste a motivação empregada para negar a desclassificação para o tráfico privilegiado (quantidade de entorpecente apreendido), a fim de analisar as circunstâncias do caso concreto e proceder aos eventuais ajustes de pena e regime decorrentes. Pois bem. No acórdão de fls. 793/802, esta Turma Julgadora deixou de reconhecer o tráfico privilegiado, “pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de CEM QUILOS de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas” (fls. 799). Todavia, esta não foi a única circunstância que levou ao indeferimento da almejada desclassificação. Com efeito, o local utilizado pelos acusados já vinha sendo monitorado pelos policiais há cerca de quinze dias, a fim de apurar a informação de que indivíduos lá vendiam drogas. Durante a campana, os milicianos puderam observar intensa movimentação em referido imóvel, o que é típico de locais dedicados ao comércio espúrio. Ao serem indagados, os corréus informaram que pessoa denominada Toddynho ou Tião propôs que eles guardassem a droga, o que foi feito. Tal fato revela que os acusados não eram os únicos envolvidos no tráfico em 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP questão, havendo uma verdadeira rede de indivíduos com tarefas independentes entre si, mas que trabalhavam para o mesmo propósito: difundir as substâncias ilícitas. Não bastasse, na garagem do local onde houve a apreensão dos quase cem quilos de “maconha”, foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita, provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas. Assim é que, a maciça quantidade de drogas aliada às demais circunstâncias acima delineadas permitem concluir que os corréus vinham se dedicando às atividades criminosas, de modo que não fazem jus ao redutor pleiteado. Pelos mesmos motivos, entendo que o regime fechado é a única modalidade suficiente à repressão da hipótese em testilha. Em tempo, verifica-se não ser o caso de conceder efeito extensivo ao quanto decidido pelo C. Superior Tribunal de Justiça no HC n 610.191. Isso porque, a benesse foi concedida ao corréu JOÃO PEDRO RIBEIRO GAROFO sob o argumento de que “não foram declinados elementos concretos aptos a justificarem a não aplicação da fração redutora do tráfico privilegiado” (fls. 898). Ocorre que o presente aresto objetiva, justamente, refazer a argumentação e reforçar as teses que levaram ao indeferimento do privilégio, com base nas circunstâncias concretas já esmiuçadas. Assim, deflui-se que não há que se estender os efeitos da decisão concedida em favor do corréu JOÃO PEDRO RIBEIRO GAROFO ao ora recorrente MATHEUS MORETTI BRAGA, pois se fundam em razões distintas. Ante o exposto, conforme determinação do Colendo Supremo Tribunal Federal, refaço a fundamentação utilizada para negar provimento à concessão do privilégio previsto no artigo 33, § 4..., da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), mantendo, 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP questão, havendo uma verdadeira rede de indivíduos com tarefas independentes entre si, mas que trabalhavam para o mesmo propósito: difundir as substâncias ilícitas. Não bastasse, na garagem do local onde houve a apreensão dos quase cem quilos de “maconha”, foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita, provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas. Assim é que, a maciça quantidade de drogas aliada às demais circunstâncias acima delineadas permitem concluir que os corréus vinham se dedicando às atividades criminosas, de modo que não fazem jus ao redutor pleiteado. Pelos mesmos motivos, entendo que o regime fechado é a única modalidade suficiente à repressão da hipótese em testilha. Em tempo, verifica-se não ser o caso de conceder efeito extensivo ao quanto decidido pelo C. Superior Tribunal de Justiça no HC n 610.191. Isso porque, a benesse foi concedida ao corréu JOÃO PEDRO RIBEIRO GAROFO sob o argumento de que “não foram declinados elementos concretos aptos a justificarem a não aplicação da fração redutora do tráfico privilegiado” (fls. 898). Ocorre que o presente aresto objetiva, justamente, refazer a argumentação e reforçar as teses que levaram ao indeferimento do privilégio, com base nas circunstâncias concretas já esmiuçadas. Assim, deflui-se que não há que se estender os efeitos da decisão concedida em favor do corréu JOÃO PEDRO RIBEIRO GAROFO ao ora recorrente MATHEUS MORETTI BRAGA, pois se fundam em razões distintas. Ante o exposto, conforme determinação do Colendo Supremo Tribunal Federal, refaço a fundamentação utilizada para negar provimento à concessão do privilégio previsto no artigo 33, § 4..., da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), mantendo, 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP porém, a conclusão pelo seu não cabimento.” (grifei) 3.3. Inicialmente, observo que, muito embora o Tribunal de origem tenha refeito a dosimetria da pena, insistiu na motivação anteriormente exarada, que não se compatibiliza com a atual e consolidada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “[a] quantidade e natureza da droga são circunstâncias que, apesar de configurarem elementos determinantes na modulação da causa de diminuição de pena, por si sós, não são aptas a comprovar o envolvimento com o crime organizado ou a dedicação à atividade criminosa.” (HC 152.001 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Redator p/ acórdão Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 28.11.2019). Na mesma linha: “[...] 2. A quantidade e a natureza da droga apreendida não são fatores que, isoladamente, impedem a aplicação da minorante prevista no art. 33, §4... da Lei 11.343/2006. 3. Diversamente do que ocorre na primeira fase da dosimetria da pena, em que a quantidade e qualidade de drogas são vetores legalmente expressos (art. 42 da Lei 11.343/2006) e, portanto, dispensam maiores digressões, a utilização dessa circunstância na terceira fase só é admitida se constituir um indicativo de não preenchimento de algum dos vetores legalmente eligidos. Precedentes. 4. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão agravada. 5. Agravo regimental desprovido.” (HC 186.909 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, julgado em 08.09.2020, grifei) “[...] A grande quantidade de entorpecente, apesar de não ter sido o único fundamento utilizado para afastar a aplicação do redutor do art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, foi, isoladamente, utilizado como elemento para presumir- 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP porém, a conclusão pelo seu não cabimento.” (grifei) 3.3. Inicialmente, observo que, muito embora o Tribunal de origem tenha refeito a dosimetria da pena, insistiu na motivação anteriormente exarada, que não se compatibiliza com a atual e consolidada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “[a] quantidade e natureza da droga são circunstâncias que, apesar de configurarem elementos determinantes na modulação da causa de diminuição de pena, por si sós, não são aptas a comprovar o envolvimento com o crime organizado ou a dedicação à atividade criminosa.” (HC 152.001 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Redator p/ acórdão Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 28.11.2019). Na mesma linha: “[...] 2. A quantidade e a natureza da droga apreendida não são fatores que, isoladamente, impedem a aplicação da minorante prevista no art. 33, §4... da Lei 11.343/2006. 3. Diversamente do que ocorre na primeira fase da dosimetria da pena, em que a quantidade e qualidade de drogas são vetores legalmente expressos (art. 42 da Lei 11.343/2006) e, portanto, dispensam maiores digressões, a utilização dessa circunstância na terceira fase só é admitida se constituir um indicativo de não preenchimento de algum dos vetores legalmente eligidos. Precedentes. 4. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão agravada. 5. Agravo regimental desprovido.” (HC 186.909 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, julgado em 08.09.2020, grifei) “[...] A grande quantidade de entorpecente, apesar de não ter sido o único fundamento utilizado para afastar a aplicação do redutor do art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, foi, isoladamente, utilizado como elemento para presumir- 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP se a participação da paciente em uma organização criminosa e, assim, negar-lhe o direito à minorante. II – A quantidade de drogas não poderia, automaticamente, proporcionar o entendimento de que a paciente faria do tráfico seu meio de vida ou integraria uma organização criminosa. Ausência de fundamentação idônea, apta a justificar o afastamento da aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006. Precedentes. III - É patente a contradição entre os fundamentos expendidos para absolver a paciente da acusação da prática do delito tipificado pelo art. 35 da Lei 11.343/2006 e aqueles utilizados para negar-lhe o direito à minorante constante do art. 33, § 4..., do mesmo diploma legal. Precedentes. IV - Recurso ordinário ao qual se dá provimento, em parte, para reconhecer a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, e determinar que o juízo a quo, após definir o patamar de redução, recalcule a pena e proceda ao reexame do regime inicial do cumprimento da sanção e da substituição da pena privativa de liberdade por sanções restritivas de direitos, se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal.” (RHC 138.715, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 09.06.2017) Desse modo, o afastamento do redutor deveria lastrear-se em elementos que comprovassem que o réu não preenche os requisitos legais para a concessão da referida benesse. Todavia, as instâncias antecedentes negaram a aplicação da causa de diminuição de pena apenas em razão da quantidade da droga apreendida (“mais de cem quilos de maconha”) e em elementos que dizem respeito à comprovação do crime de tráfico, fundamentos que, conforme demonstrado, não se compatibilizam com a jurisprudência desta Corte. Desse modo, constatada a motivação inidônea, concluo que a deficiência na fundamentação da dosimetria da 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP se a participação da paciente em uma organização criminosa e, assim, negar-lhe o direito à minorante. II – A quantidade de drogas não poderia, automaticamente, proporcionar o entendimento de que a paciente faria do tráfico seu meio de vida ou integraria uma organização criminosa. Ausência de fundamentação idônea, apta a justificar o afastamento da aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006. Precedentes. III - É patente a contradição entre os fundamentos expendidos para absolver a paciente da acusação da prática do delito tipificado pelo art. 35 da Lei 11.343/2006 e aqueles utilizados para negar-lhe o direito à minorante constante do art. 33, § 4..., do mesmo diploma legal. Precedentes. IV - Recurso ordinário ao qual se dá provimento, em parte, para reconhecer a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, e determinar que o juízo a quo, após definir o patamar de redução, recalcule a pena e proceda ao reexame do regime inicial do cumprimento da sanção e da substituição da pena privativa de liberdade por sanções restritivas de direitos, se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal.” (RHC 138.715, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 09.06.2017) Desse modo, o afastamento do redutor deveria lastrear-se em elementos que comprovassem que o réu não preenche os requisitos legais para a concessão da referida benesse. Todavia, as instâncias antecedentes negaram a aplicação da causa de diminuição de pena apenas em razão da quantidade da droga apreendida (“mais de cem quilos de maconha”) e em elementos que dizem respeito à comprovação do crime de tráfico, fundamentos que, conforme demonstrado, não se compatibilizam com a jurisprudência desta Corte. Desse modo, constatada a motivação inidônea, concluo que a deficiência na fundamentação da dosimetria da 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP reprimenda configura situação de flagrante ilegalidade, especialmente porque o paciente é primário, não ostenta maus antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância habitualmente. Por fim, cumpre destacar que o corréu João Pedro, preso em circunstâncias fáticas semelhantes às do paciente, teve reconhecida a incidência do privilégio contido no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006. Assim, a manutenção do afastamento do redutor no caso do paciente configura grave ofensa ao princípio da isonomia. Dito isso, não visualizo qualquer argumento ou fundamento hábil a negar a incidência da minorante, razão pela qual, neste ponto, o acórdão deve ser reformado. 3.4. Partindo das balizas já fixadas no acórdão condenatório, passo à alteração da dosimetria. A pena-base deve permanecer no mínimo legal, ou seja, 5 (cinco) anos de reclusão e pagamento de 500 (quinhentos) dias- multa), e mantida na segunda fase, à míngua de circunstâncias atenuantes ou agravantes a serem sopesadas. Na terceira fase, conforme anteriormente consignado, não há motivação idônea apta a afastar o redutor do § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006, que deve ser aplicado no patamar de 1/2 (metade), em razão da quantidade de droga apreendida (mais de cem quilos de maconha), fixando a pena definitiva em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão e 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa. Finalmente, à luz das modificações realizadas na dosimetria, o regime prisional imposto ao paciente deve ser o semiaberto, uma vez que, embora o quantum de pena, por si 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP reprimenda configura situação de flagrante ilegalidade, especialmente porque o paciente é primário, não ostenta maus antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância habitualmente. Por fim, cumpre destacar que o corréu João Pedro, preso em circunstâncias fáticas semelhantes às do paciente, teve reconhecida a incidência do privilégio contido no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006. Assim, a manutenção do afastamento do redutor no caso do paciente configura grave ofensa ao princípio da isonomia. Dito isso, não visualizo qualquer argumento ou fundamento hábil a negar a incidência da minorante, razão pela qual, neste ponto, o acórdão deve ser reformado. 3.4. Partindo das balizas já fixadas no acórdão condenatório, passo à alteração da dosimetria. A pena-base deve permanecer no mínimo legal, ou seja, 5 (cinco) anos de reclusão e pagamento de 500 (quinhentos) dias- multa), e mantida na segunda fase, à míngua de circunstâncias atenuantes ou agravantes a serem sopesadas. Na terceira fase, conforme anteriormente consignado, não há motivação idônea apta a afastar o redutor do § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006, que deve ser aplicado no patamar de 1/2 (metade), em razão da quantidade de droga apreendida (mais de cem quilos de maconha), fixando a pena definitiva em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão e 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa. Finalmente, à luz das modificações realizadas na dosimetria, o regime prisional imposto ao paciente deve ser o semiaberto, uma vez que, embora o quantum de pena, por si 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP só, indique a fixação do regime aberto, a quantidade da droga apreendida, sopesada na terceira fase da dosimetria, recomenda a imposição de regime mais gravoso, nos termos do art. 33, § 3..., do Código Penal e do art. 42 da Lei 11.343/2006. Registro que, na hipótese do crime de tráfico de drogas, as circunstâncias do art. 42 da Lei 11.343/2006, por expressa previsão legal, preponderam sobre as do art. 59 do Código Penal Brasileiro e, por tal razão, desempenham especial função na fixação do regime inicial. Da mesma forma, a fixação de regime mais severo que o correspondente para a pena é admissível tão somente nas hipóteses de motivação idônea, calcada, como dito, nas circunstâncias descritas no art. 59 do Código Penal: Súmula 719: A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. Nesse contexto, a expressiva quantidade da droga apreendida – mais de cem quilos de maconha – , sopesada na terceira fase da dosimetria, justifica a imposição do regime mais gravoso. 4. Posto isso, com base no art. 192 do RISTF, não conheço do writ, mas concedo a ordem, de ofício, para aplicar o redutor do § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006 no percentual de ½ (metade) e, consequentemente, fixar a pena privativa de liberdade em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida no regime inicial semiaberto, nos termos do art. 33, §§ 3..., do Código Penal Brasileiro, e a pena pecuniária em 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa. Comunique-se ao Juiz da causa, com urgência e pelo meio mais expedito, a quem incumbirá a cientificação do Juiz 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP só, indique a fixação do regime aberto, a quantidade da droga apreendida, sopesada na terceira fase da dosimetria, recomenda a imposição de regime mais gravoso, nos termos do art. 33, § 3..., do Código Penal e do art. 42 da Lei 11.343/2006. Registro que, na hipótese do crime de tráfico de drogas, as circunstâncias do art. 42 da Lei 11.343/2006, por expressa previsão legal, preponderam sobre as do art. 59 do Código Penal Brasileiro e, por tal razão, desempenham especial função na fixação do regime inicial. Da mesma forma, a fixação de regime mais severo que o correspondente para a pena é admissível tão somente nas hipóteses de motivação idônea, calcada, como dito, nas circunstâncias descritas no art. 59 do Código Penal: Súmula 719: A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. Nesse contexto, a expressiva quantidade da droga apreendida – mais de cem quilos de maconha – , sopesada na terceira fase da dosimetria, justifica a imposição do regime mais gravoso. 4. Posto isso, com base no art. 192 do RISTF, não conheço do writ, mas concedo a ordem, de ofício, para aplicar o redutor do § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006 no percentual de ½ (metade) e, consequentemente, fixar a pena privativa de liberdade em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida no regime inicial semiaberto, nos termos do art. 33, §§ 3..., do Código Penal Brasileiro, e a pena pecuniária em 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa. Comunique-se ao Juiz da causa, com urgência e pelo meio mais expedito, a quem incumbirá a cientificação do Juiz 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP da Execução Penal, se já definido. Comunique-se, outrossim, ao TJSP, para ciência.” Conforme assentei na decisão agravada, as instâncias antecedentes não apresentaram fundamentação apta a afastar a incidência da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). A quantidade da droga apreendida, diversamente do que aduz o recorrente, não é fator que impede a aplicação da minorante. Quanto ao ponto, enfatizo que o intérprete encontra-se inexoravelmente ancorado ao texto legal, pois o “princípio da legalidade penal exige que o exercício do poder punitivo do sistema penal aconteça dentro dos limites previamente estabelecidos para a punibilidade” (ZAFFARONI, E. Raúl. Em busca das penas perdidas. Rio de Janeiro: Revan, 2001. p.21). Nessa esteira, é importante ressaltar que, dentre os critérios eligidos pelo legislador para aplicação da causa de diminuição em comento, não figuram a quantidade e qualidade de drogas apreendidas. O agravante sustenta que outros elementos apontados pela Corte local comprovariam a dedicação do paciente à atividade criminosa, a saber: a) policiais que investigavam notícia sobre venda de drogas no local, avistaram uma intensa movimentação de pessoas no imóvel; b) indagados, os acusados assumiram que guardaram a droga para pessoa denominada Toddynho ou Tião, em troca de uma quantia de maconha; c) na garagem do local foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita “provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas”. Como expus na decisão monocrática, esses elementos acrescentados pelo Tribunal local, após ordem de habeas corpus concedida por esta Corte, somente comprovam a prática do crime de tráfico de entorpecentes – como, aliás, foi reconhecido – , mas não demonstram, de forma 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP da Execução Penal, se já definido. Comunique-se, outrossim, ao TJSP, para ciência.” Conforme assentei na decisão agravada, as instâncias antecedentes não apresentaram fundamentação apta a afastar a incidência da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). A quantidade da droga apreendida, diversamente do que aduz o recorrente, não é fator que impede a aplicação da minorante. Quanto ao ponto, enfatizo que o intérprete encontra-se inexoravelmente ancorado ao texto legal, pois o “princípio da legalidade penal exige que o exercício do poder punitivo do sistema penal aconteça dentro dos limites previamente estabelecidos para a punibilidade” (ZAFFARONI, E. Raúl. Em busca das penas perdidas. Rio de Janeiro: Revan, 2001. p.21). Nessa esteira, é importante ressaltar que, dentre os critérios eligidos pelo legislador para aplicação da causa de diminuição em comento, não figuram a quantidade e qualidade de drogas apreendidas. O agravante sustenta que outros elementos apontados pela Corte local comprovariam a dedicação do paciente à atividade criminosa, a saber: a) policiais que investigavam notícia sobre venda de drogas no local, avistaram uma intensa movimentação de pessoas no imóvel; b) indagados, os acusados assumiram que guardaram a droga para pessoa denominada Toddynho ou Tião, em troca de uma quantia de maconha; c) na garagem do local foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita “provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas”. Como expus na decisão monocrática, esses elementos acrescentados pelo Tribunal local, após ordem de habeas corpus concedida por esta Corte, somente comprovam a prática do crime de tráfico de entorpecentes – como, aliás, foi reconhecido – , mas não demonstram, de forma 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP inequívoca, a dedicação do paciente às atividades criminosas ou sua participação em organização criminosa. De início, quanto à informação contida no acórdão do TJSP de que o veículo localizado no imóvel possuía “queixa” (sic) de apropriação indébita, cumpre registrar que inquéritos policiais e ações penais em concurso não são suficientes para obstar a minorante em questão, quanto mais um mero registro de ocorrência. Não bastasse, não consta sequer no acórdão do Tribunal de origem que tal gravame foi atribuído ao paciente. No ponto, destaco a jurisprudência desta Corte no sentido de que, à luz do princípio da presunção de inocência, a utilização de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado é insuficiente para comprovar a dedicação do paciente a atividades criminosas. Vejamos: “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. ORDEM CONCEDIDA PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DO REDUTOR DO § 4... DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. MANUTENÇÃO DA DECISÃO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. […] 4. À luz do princípio constitucional da presunção da não culpabilidade, a existência de inquéritos ou ações penais em curso não constitui fundamento válido para afastar a incidência da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, §4..., da Lei de Drogas. 5. Agravo regimental desprovido.” (HC 193.457 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Segunda Turma, DJe 07.06.2021) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. CONDENAÇÃO POR TRÁFICO DE DROGAS. INCIDÊNCIA DA CAUSA ESPECIAL DE REDUÇÃO DE PENA PREVISTA NO § 4... DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. POSSIBILIDADE. DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA NÃO DEMONSTRADA. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS PROVIDO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP inequívoca, a dedicação do paciente às atividades criminosas ou sua participação em organização criminosa. De início, quanto à informação contida no acórdão do TJSP de que o veículo localizado no imóvel possuía “queixa” (sic) de apropriação indébita, cumpre registrar que inquéritos policiais e ações penais em concurso não são suficientes para obstar a minorante em questão, quanto mais um mero registro de ocorrência. Não bastasse, não consta sequer no acórdão do Tribunal de origem que tal gravame foi atribuído ao paciente. No ponto, destaco a jurisprudência desta Corte no sentido de que, à luz do princípio da presunção de inocência, a utilização de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado é insuficiente para comprovar a dedicação do paciente a atividades criminosas. Vejamos: “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. ORDEM CONCEDIDA PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DO REDUTOR DO § 4... DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. MANUTENÇÃO DA DECISÃO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. […] 4. À luz do princípio constitucional da presunção da não culpabilidade, a existência de inquéritos ou ações penais em curso não constitui fundamento válido para afastar a incidência da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, §4..., da Lei de Drogas. 5. Agravo regimental desprovido.” (HC 193.457 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Segunda Turma, DJe 07.06.2021) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. CONDENAÇÃO POR TRÁFICO DE DROGAS. INCIDÊNCIA DA CAUSA ESPECIAL DE REDUÇÃO DE PENA PREVISTA NO § 4... DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. POSSIBILIDADE. DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA NÃO DEMONSTRADA. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS PROVIDO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP NEGA PROVIMENTO. I – A orientação jurisprudencial da Segunda Turma desta Suprema Corte é no sentido de que deve ser idônea a fundamentação para justificar o afastamento da minorante prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, sendo insuficiente, por si só, a utilização de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado para comprovar a dedicação do paciente a atividades criminosas. II […]” (RHC 182.516 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 22.05.2020) Habeas corpus. 2. Tráfico de entorpecentes. Condenação. 3. Causa de diminuição de pena do § 4... do artigo 33 da Lei 11.343/2006. 4. Não aplicação da minorante em razão de sentença sem trânsito em julgado. 5. Paciente primário. 6. Ausência de provas de que integra organização criminosa ou se dedique à prática de crimes. 7. Decisão contrária à jurisprudência desta Corte. Constrangimento ilegal configurado. […] (HC 151.431, Relator Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 08.05.2018) De outra parte, a fato de os acusados terem aceitado guardar, na residência, drogas de terceiros em troca de benefícios não pressupõe necessariamente a integração à organização criminosa ou habitualidade delitiva, como supôs o acórdão condenatório. Uma situação não leva, necessariamente, à outra. Nesse sentido, vale lembrar que o delito de organização criminosa pressupõe um acerto de vontade de se associar de maneira estável e permanente. Por fim, no tocante à informação de que os policiais verificaram intensa movimentação na residência, cumpre registrar que não houve flagrante de mercancia de drogas no local, tanto que o paciente foi denunciado apenas pelo núcleo do tipo na modalidade “guardar”. Noutras palavras, não há comprovação de que essa movimentação de pessoas está relacionada ao tráfico de drogas. Houve apenas uma nova suposição por parte do acórdão da Corte local. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP NEGA PROVIMENTO. I – A orientação jurisprudencial da Segunda Turma desta Suprema Corte é no sentido de que deve ser idônea a fundamentação para justificar o afastamento da minorante prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, sendo insuficiente, por si só, a utilização de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado para comprovar a dedicação do paciente a atividades criminosas. II […]” (RHC 182.516 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 22.05.2020) Habeas corpus. 2. Tráfico de entorpecentes. Condenação. 3. Causa de diminuição de pena do § 4... do artigo 33 da Lei 11.343/2006. 4. Não aplicação da minorante em razão de sentença sem trânsito em julgado. 5. Paciente primário. 6. Ausência de provas de que integra organização criminosa ou se dedique à prática de crimes. 7. Decisão contrária à jurisprudência desta Corte. Constrangimento ilegal configurado. […] (HC 151.431, Relator Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 08.05.2018) De outra parte, a fato de os acusados terem aceitado guardar, na residência, drogas de terceiros em troca de benefícios não pressupõe necessariamente a integração à organização criminosa ou habitualidade delitiva, como supôs o acórdão condenatório. Uma situação não leva, necessariamente, à outra. Nesse sentido, vale lembrar que o delito de organização criminosa pressupõe um acerto de vontade de se associar de maneira estável e permanente. Por fim, no tocante à informação de que os policiais verificaram intensa movimentação na residência, cumpre registrar que não houve flagrante de mercancia de drogas no local, tanto que o paciente foi denunciado apenas pelo núcleo do tipo na modalidade “guardar”. Noutras palavras, não há comprovação de que essa movimentação de pessoas está relacionada ao tráfico de drogas. Houve apenas uma nova suposição por parte do acórdão da Corte local. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 199223 AGR / SP Assim, em que pese o esforço argumentativo da Corte de origem para excepcionar a aplicação do já mencionado redutor, o fato é que as razões empregadas na fundamentação são insuficientes para refutar a conclusão de que, nos termos do parágrafo quarto, o agente “não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.” Não bastasse, cumpre destacar, novamente, que o corréu João Pedro, preso em circunstâncias fáticas semelhantes às do paciente, teve reconhecida a incidência do privilégio contido no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, de modo que o afastamento do redutor para o paciente configura grave ofensa ao princípio constitucional da isonomia. Por fim, quanto ao pleito subsidiário formulado pelo agravante, de aplicação da fração mínima do redutor, ressalto que, conforme anteriormente consignado, o paciente é primário, não ostenta maus antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância habitualmente. De outra parte, embora a quantidade de droga apreendida deve ser sopesada negativamente, parece-me razoável a fixação da fração do redutor na metade, sobretudo quando se considera que a pena do corréu, que se encontrava em situação jurídico-processual semelhante ao do paciente, foi fixada em patamar similar. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP Assim, em que pese o esforço argumentativo da Corte de origem para excepcionar a aplicação do já mencionado redutor, o fato é que as razões empregadas na fundamentação são insuficientes para refutar a conclusão de que, nos termos do parágrafo quarto, o agente “não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.” Não bastasse, cumpre destacar, novamente, que o corréu João Pedro, preso em circunstâncias fáticas semelhantes às do paciente, teve reconhecida a incidência do privilégio contido no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, de modo que o afastamento do redutor para o paciente configura grave ofensa ao princípio constitucional da isonomia. Por fim, quanto ao pleito subsidiário formulado pelo agravante, de aplicação da fração mínima do redutor, ressalto que, conforme anteriormente consignado, o paciente é primário, não ostenta maus antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância habitualmente. De outra parte, embora a quantidade de droga apreendida deve ser sopesada negativamente, parece-me razoável a fixação da fração do redutor na metade, sobretudo quando se considera que a pena do corréu, que se encontrava em situação jurídico-processual semelhante ao do paciente, foi fixada em patamar similar. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C418-59AB-300C-1B62 e senha 8E25-09E1-059B-8606 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 25 Voto Vogal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) :RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO-VOGAL O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Com a devida vênia do Ministro Relator, entendo assistir razão ao agravante. Em preliminar, destaco tratar-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado contra decisão monocrática de ministro do Superior Tribunal de Justiça. Tal o contexto, tenho-o como inadmissível. O Supremo consolidou jurisprudência no sentido de não se conhecer de habeas corpus quando impetrado contra pronunciamento singular de ministro de Tribunal Superior, em razão de caracterizar-se inaceitável supressão de instância. Ilustram essa orientação os seguintes julgados: HC 158.755 AgR, ministro Dias Toffoli; HC 162.214 AgR, ministro Ricardo Lewandowski; HC 176.297 AgR, ministro Edson Fachin; HC 181.999, ministro Alexandre de Moraes; HC 184.614 AgR, ministro Gilmar Mendes; RHC 114.737, ministra Cármen Lúcia. No caso em exame, não vislumbro ilegalidade evidente apta a autorizar a superação desse consagrado entendimento. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) :RODOLPHO PETTENA FILHO COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO-VOGAL O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Com a devida vênia do Ministro Relator, entendo assistir razão ao agravante. Em preliminar, destaco tratar-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado contra decisão monocrática de ministro do Superior Tribunal de Justiça. Tal o contexto, tenho-o como inadmissível. O Supremo consolidou jurisprudência no sentido de não se conhecer de habeas corpus quando impetrado contra pronunciamento singular de ministro de Tribunal Superior, em razão de caracterizar-se inaceitável supressão de instância. Ilustram essa orientação os seguintes julgados: HC 158.755 AgR, ministro Dias Toffoli; HC 162.214 AgR, ministro Ricardo Lewandowski; HC 176.297 AgR, ministro Edson Fachin; HC 181.999, ministro Alexandre de Moraes; HC 184.614 AgR, ministro Gilmar Mendes; RHC 114.737, ministra Cármen Lúcia. No caso em exame, não vislumbro ilegalidade evidente apta a autorizar a superação desse consagrado entendimento. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 25 Voto Vogal HC 199223 AGR / SP Observo que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo assim justificou, no ponto, a dosimetria da pena do paciente, ora agravado: [...] No acórdão de fls. 793/802, esta Turma Julgadora deixou de reconhecer o tráfico privilegiado, “pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de CEM QUILOS de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas” (fls. 799). Todavia, esta não foi a única circunstância que levou ao indeferimento da almejada desclassificação. Com efeito, o local utilizado pelos acusados já vinha sendo monitorado pelos policiais há cerca de quinze dias, a fim de apurar a informação de que indivíduos lá vendiam drogas. Durante a campana, os milicianos puderam observar intensa movimentação em referido imóvel, o que é típico de locais dedicados ao comércio espúrio. Ao serem indagados, os corréus informaram que pessoa denominada Toddynho ou Tião propôs que eles guardassem a droga, o que foi feito. Tal fato revela que os acusados não eram os únicos envolvidos no tráfico em questão, havendo uma verdadeira rede de indivíduos com tarefas independentes entre si, mas que trabalhavam para o mesmo propósito: difundir as substâncias ilícitas. Não bastasse, na garagem do local onde houve a apreensão dos quase cem quilos de “maconha”, foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita, provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas. Assim é que, a maciça quantidade de drogas aliada às demais circunstâncias acima delineadas permitem concluir que os corréus vinham se dedicando às atividades criminosas, de modo que não fazem jus ao redutor pleiteado. (Com meus grifos) Como se vê, a causa de diminuição referente ao tráfico privilegiado 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP Observo que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo assim justificou, no ponto, a dosimetria da pena do paciente, ora agravado: [...] No acórdão de fls. 793/802, esta Turma Julgadora deixou de reconhecer o tráfico privilegiado, “pois a maciça quantidade de entorpecentes apreendidos (mais de CEM QUILOS de “maconha”) está a indicar o envolvimento dos corréus com as atividades criminosas” (fls. 799). Todavia, esta não foi a única circunstância que levou ao indeferimento da almejada desclassificação. Com efeito, o local utilizado pelos acusados já vinha sendo monitorado pelos policiais há cerca de quinze dias, a fim de apurar a informação de que indivíduos lá vendiam drogas. Durante a campana, os milicianos puderam observar intensa movimentação em referido imóvel, o que é típico de locais dedicados ao comércio espúrio. Ao serem indagados, os corréus informaram que pessoa denominada Toddynho ou Tião propôs que eles guardassem a droga, o que foi feito. Tal fato revela que os acusados não eram os únicos envolvidos no tráfico em questão, havendo uma verdadeira rede de indivíduos com tarefas independentes entre si, mas que trabalhavam para o mesmo propósito: difundir as substâncias ilícitas. Não bastasse, na garagem do local onde houve a apreensão dos quase cem quilos de “maconha”, foi encontrado um carro com queixa de apropriação indébita, provavelmente utilizado para o transporte e distribuição das drogas. Assim é que, a maciça quantidade de drogas aliada às demais circunstâncias acima delineadas permitem concluir que os corréus vinham se dedicando às atividades criminosas, de modo que não fazem jus ao redutor pleiteado. (Com meus grifos) Como se vê, a causa de diminuição referente ao tráfico privilegiado 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 25 Voto Vogal HC 199223 AGR / SP (art. 33, § 4..., da Lei n. 11.343/2006), na terceira fase da dosimetria, foi afastada ante o fato de o paciente se dedicar a atividade criminosa, notadamente o tráfico ilícito de entorpecentes. Por isso mesmo, ressalto que a quantidade de droga apreendida (mais de 100 kg de maconha) não foi utilizada unicamente para afastar a minorante do tráfico privilegiado. Longe disso, tal dado foi referido pelo Tribunal paulista como elemento indicativo de dedicação do ora agravado a atividade criminosa, esta, sim, circunstância apta a afastar a observância da causa de diminuição de pena do art. 33, § 4..., da Lei n. 11.343/2006. Logo, embora eu entenda que, em regra, a quantidade de droga não possa, por si só, afastar a causa de diminuição de pena pertinente ao tráfico privilegiado, não posso deixar de reconhecer que seria de todo ilógico considerar a conduta de pessoa flagrada com grande quantidade de entorpecente como tráfico ocasional e de menor importância, ou seja, como não comprovada a dedicação à atividade delituosa da traficância. Assim, não me comprometo, por ora, com a tese, que não me parece passível de ser havida como regra absoluta, segundo a qual a quantidade de droga nunca poderá afastar o referido redutor. Cumpre ressaltar que a figura do tráfico privilegiado, causa especial de redução de pena, não pode ser elevada à condição de regra geral (no caso, o art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006). Deve, pois, ser aplicada, segundo penso, apenas quando ficar demonstrado ser o réu pequeno traficante, eventual ou de menor potencial. Deveras, a grande quantidade de entorpecente torna, por simples lógica, inexorável a conclusão de não estar satisfeito um dos requisitos legais para configuração da causa de diminuição excepcional do art. 33, § 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP (art. 33, § 4..., da Lei n. 11.343/2006), na terceira fase da dosimetria, foi afastada ante o fato de o paciente se dedicar a atividade criminosa, notadamente o tráfico ilícito de entorpecentes. Por isso mesmo, ressalto que a quantidade de droga apreendida (mais de 100 kg de maconha) não foi utilizada unicamente para afastar a minorante do tráfico privilegiado. Longe disso, tal dado foi referido pelo Tribunal paulista como elemento indicativo de dedicação do ora agravado a atividade criminosa, esta, sim, circunstância apta a afastar a observância da causa de diminuição de pena do art. 33, § 4..., da Lei n. 11.343/2006. Logo, embora eu entenda que, em regra, a quantidade de droga não possa, por si só, afastar a causa de diminuição de pena pertinente ao tráfico privilegiado, não posso deixar de reconhecer que seria de todo ilógico considerar a conduta de pessoa flagrada com grande quantidade de entorpecente como tráfico ocasional e de menor importância, ou seja, como não comprovada a dedicação à atividade delituosa da traficância. Assim, não me comprometo, por ora, com a tese, que não me parece passível de ser havida como regra absoluta, segundo a qual a quantidade de droga nunca poderá afastar o referido redutor. Cumpre ressaltar que a figura do tráfico privilegiado, causa especial de redução de pena, não pode ser elevada à condição de regra geral (no caso, o art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006). Deve, pois, ser aplicada, segundo penso, apenas quando ficar demonstrado ser o réu pequeno traficante, eventual ou de menor potencial. Deveras, a grande quantidade de entorpecente torna, por simples lógica, inexorável a conclusão de não estar satisfeito um dos requisitos legais para configuração da causa de diminuição excepcional do art. 33, § 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 25 Voto Vogal HC 199223 AGR / SP 4..., da Lei n. 11.343/2006, qual seja, de que o agente “não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa”. Vale dizer, ninguém confiaria a um neófito na traficância expressiva carga de droga, de valor equivalente a milhões de reais, como se verificou no caso dos autos. A significativa quantidade na posse do ora agravado revela uma complexa organização para aquisição, armazenamento, transporte, proteção e distribuição do entorpecente. Exige-se, obviamente, confiança e experiência das pessoas envolvidas. Tudo isso é absolutamente incompatível com a traficância inicial e não organizada de que trata o dispositivo legal em questão. É de se destacar, a respeito, a importância que a Lei n. 11.343/2006 deu à natureza e à quantidade de substância apreendida para efeito da dosimetria da pena. Eis a dicção de seu art. 42: Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente. Note-se que a conduta social, os maus antecedentes, a reincidência, o concurso de agentes, as circunstâncias da apreensão e a quantidade de drogas são exemplos de elementos a indicarem a dedicação a atividades criminosas, fundamento idôneo para afastar a minorante do tráfico privilegiado: 2. A conduta social do agente, o concurso eventual de pessoas, a receptação, os apetrechos relacionados ao tráfico, a quantidade de droga e as situações de maus antecedentes exemplificam situações caracterizadoras de atividades criminosas. (HC 98.167, ministra Cármen Lúcia) 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP 4..., da Lei n. 11.343/2006, qual seja, de que o agente “não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa”. Vale dizer, ninguém confiaria a um neófito na traficância expressiva carga de droga, de valor equivalente a milhões de reais, como se verificou no caso dos autos. A significativa quantidade na posse do ora agravado revela uma complexa organização para aquisição, armazenamento, transporte, proteção e distribuição do entorpecente. Exige-se, obviamente, confiança e experiência das pessoas envolvidas. Tudo isso é absolutamente incompatível com a traficância inicial e não organizada de que trata o dispositivo legal em questão. É de se destacar, a respeito, a importância que a Lei n. 11.343/2006 deu à natureza e à quantidade de substância apreendida para efeito da dosimetria da pena. Eis a dicção de seu art. 42: Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente. Note-se que a conduta social, os maus antecedentes, a reincidência, o concurso de agentes, as circunstâncias da apreensão e a quantidade de drogas são exemplos de elementos a indicarem a dedicação a atividades criminosas, fundamento idôneo para afastar a minorante do tráfico privilegiado: 2. A conduta social do agente, o concurso eventual de pessoas, a receptação, os apetrechos relacionados ao tráfico, a quantidade de droga e as situações de maus antecedentes exemplificam situações caracterizadoras de atividades criminosas. (HC 98.167, ministra Cármen Lúcia) 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 25 Voto Vogal HC 199223 AGR / SP 1. A jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL chancela o afastamento da causa de diminuição (art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006) quando presentes fatos indicadores da dedicação do agente a atividades criminosas, como, por exemplo, a) a conduta social do acusado, b) o concurso eventual de pessoas, e c) a quantidade de droga (cf. HC 109.168, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 14/2/2012). (RHC 193.149, Redator do acórdão o ministro Alexandre de Moraes) Cumpre destacar, por isso mesmo, que, no caso em exame, a quantidade de droga não foi utilizada, por si só, para afastar a minorante do tráfico privilegiado, mas como elemento indicativo de dedicação a atividades criminosas, esta, sim, circunstância conducente a desautorizar a aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/06. Transcrevo da peça recursal do Ministério Público Federal fragmento elucidativo a esse respeito: [...] Com efeito, além da quantidade de drogas, o Tribunal de Justiça apontou ainda circunstâncias reveladoras de envolvimento dos agentes com a criminalidade, como o monitoramento do imóvel ocupado pelo paciente pela polícia durante 15 dias, em razão de notícia da prática delitiva naquele endereço, relato de que o paciente e comparsas guardavam droga para outro traficante, a indicar comporem rede de mercancia de drogas, e a apreensão também de veículo carro com queixa de apropriação indébita, tudo a demonstrar a dedicação do paciente à atividade criminosa, […] […] A par disso, dispôs o Tribunal Estadual que as circunstâncias delitivas demonstrariam a reiteração e habitualidade, a comprovar a dedicação da paciente a atividades criminosas, sendo certo que, a fim de se chegar a conclusão diversa, necessário seria o revolvimento de fatos e provas dos autos, inviável na angusta via. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP 1. A jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL chancela o afastamento da causa de diminuição (art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006) quando presentes fatos indicadores da dedicação do agente a atividades criminosas, como, por exemplo, a) a conduta social do acusado, b) o concurso eventual de pessoas, e c) a quantidade de droga (cf. HC 109.168, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 14/2/2012). (RHC 193.149, Redator do acórdão o ministro Alexandre de Moraes) Cumpre destacar, por isso mesmo, que, no caso em exame, a quantidade de droga não foi utilizada, por si só, para afastar a minorante do tráfico privilegiado, mas como elemento indicativo de dedicação a atividades criminosas, esta, sim, circunstância conducente a desautorizar a aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/06. Transcrevo da peça recursal do Ministério Público Federal fragmento elucidativo a esse respeito: [...] Com efeito, além da quantidade de drogas, o Tribunal de Justiça apontou ainda circunstâncias reveladoras de envolvimento dos agentes com a criminalidade, como o monitoramento do imóvel ocupado pelo paciente pela polícia durante 15 dias, em razão de notícia da prática delitiva naquele endereço, relato de que o paciente e comparsas guardavam droga para outro traficante, a indicar comporem rede de mercancia de drogas, e a apreensão também de veículo carro com queixa de apropriação indébita, tudo a demonstrar a dedicação do paciente à atividade criminosa, […] […] A par disso, dispôs o Tribunal Estadual que as circunstâncias delitivas demonstrariam a reiteração e habitualidade, a comprovar a dedicação da paciente a atividades criminosas, sendo certo que, a fim de se chegar a conclusão diversa, necessário seria o revolvimento de fatos e provas dos autos, inviável na angusta via. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 25 Voto Vogal HC 199223 AGR / SP (Com meus grifos) Observo, desse modo, que, para o acolhimento da tese defensiva – consideração do tráfico privilegiado (art. 33, § 4..., da Lei n. 11.343/2006) –, seria indispensável o reexame de todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem dedicar-se o ora agravado a atividades criminosas, de sorte que não pode ser tido como “pequeno traficante”. Tal revolvimento é inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência desta Suprema Corte, da qual é ilustrativa a ementa a seguir: I – A orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é firme no sentido de ser inadequada a via do habeas corpus para reexaminar fatos e provas no tocante à participação do paciente em organização criminosa ou à valoração da quantidade da droga apreendida, quando utilizados como fundamento para afastar ou dosar, aquém do patamar máximo, a causa de diminuição da pena pelo tráfico privilegiado, prevista no art. 33, § 4..., da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). (RHC 170.532 AgR, ministro Ricardo Lewandowski – com meus grifos) Na espécie, não vislumbro ilegalidade na dosimetria da pena. Tal conclusão atrai a orientação geral a que aludi primeiramente, no sentido de não se conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de ministro de Tribunal Superior. Em face do exposto, dou provimento ao agravo regimental, para não conhecer deste habeas corpus. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Supremo Tribunal Federal HC 199223 AGR / SP (Com meus grifos) Observo, desse modo, que, para o acolhimento da tese defensiva – consideração do tráfico privilegiado (art. 33, § 4..., da Lei n. 11.343/2006) –, seria indispensável o reexame de todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem dedicar-se o ora agravado a atividades criminosas, de sorte que não pode ser tido como “pequeno traficante”. Tal revolvimento é inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência desta Suprema Corte, da qual é ilustrativa a ementa a seguir: I – A orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é firme no sentido de ser inadequada a via do habeas corpus para reexaminar fatos e provas no tocante à participação do paciente em organização criminosa ou à valoração da quantidade da droga apreendida, quando utilizados como fundamento para afastar ou dosar, aquém do patamar máximo, a causa de diminuição da pena pelo tráfico privilegiado, prevista no art. 33, § 4..., da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). (RHC 170.532 AgR, ministro Ricardo Lewandowski – com meus grifos) Na espécie, não vislumbro ilegalidade na dosimetria da pena. Tal conclusão atrai a orientação geral a que aludi primeiramente, no sentido de não se conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de ministro de Tribunal Superior. Em face do exposto, dou provimento ao agravo regimental, para não conhecer deste habeas corpus. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 93A0-FBF9-7372-5910 e senha C9C0-00FC-CC42-4713 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 25 Extrato de Ata - 03/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) : RODOLPHO PETTENA FILHO (115004/SP) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC n 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-2D3F-668B-40F1 e senha 3FA0-3A3C-0DD6-7F66 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 199.223 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : MATHEUS MORETTI BRAGA ADV.(A/S) : RODOLPHO PETTENA FILHO (115004/SP) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC n 649.088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-2D3F-668B-40F1 e senha 3FA0-3A3C-0DD6-7F66 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 25
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 199 . 223", "HC n 649 . 088", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HABEAS CORPUS 199 . 223", "HC n 649 . 088", "HABEAS CORPUS 199 . 223", "HC n 649 . 088", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HABEAS CORPUS 199 . 223", "HABEAS CORPUS 199 . 223", "HC 199223 AGR / SP", "HC 114 . 557 AgR", "HC 141 . 316 AgR", "HC 199223 AGR / SP", "HC 114 . 557 AgR", "HC 141 . 316 AgR", "HC 199223 AGR / SP", "HC 130 . 719 AgR", "HC 69 . 419 / MS", "HC 199223 AGR / SP", "HC 130 . 719 AgR", "HC 69 . 419 / MS", "HC 199223 AGR / SP", "HC 97 . 256", "HC 128446", "HC 199223 AGR / SP", "HC 97 . 256", "HC 128446", "HC 199223 AGR / SP", "HC 190 . 851 / SP", "HC 190 . 851", "HC 199223 AGR / SP", "HC 190 . 851 / SP", "HC 190 . 851", "HC 199223 AGR / SP", "HC n 610 . 191", "HC 199223 AGR / SP", "HC n 610 . 191", "HC 199223 AGR / SP", "HC 152 . 001 AgR", "HC 186 . 909 AgR", "HC 199223 AGR / SP", "HC 152 . 001 AgR", "HC 186 . 909 AgR", "HC 199223 AGR / SP", "RHC 138 . 715", "HC 199223 AGR / SP", "RHC 138 . 715", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HC 193 . 457 AgR", "HC 199223 AGR / SP", "HC 193 . 457 AgR", "HC 199223 AGR / SP", "RHC 182 . 516 AgR", "HC 151 . 431", "HC 199223 AGR / SP", "RHC 182 . 516 AgR", "HC 151 . 431", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HABEAS CORPUS 199 . 223", "HC n 649 . 088", "HC 158 . 755 AgR", "HC 162 . 214 AgR", "HC 176 . 297 AgR", "HC 181 . 999", "HC 184 . 614 AgR", "RHC 114 . 737", "HABEAS CORPUS 199 . 223 SÃO", "HC n 649 . 088", "HC 158 . 755 AgR", "HC 162 . 214 AgR", "HC 176 . 297 AgR", "HC 181 . 999", "HC 184 . 614 AgR", "RHC 114 . 737", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HC 199223 AGR / SP", "HC 98 . 167", "HC 199223 AGR / SP", "HC 98 . 167", "HC 199223 AGR / SP", "HC 109 . 168", "RHC 193 . 149", "HC 199223 AGR / SP", "HC 109 . 168", "RHC 193 . 149", "HC 199223 AGR / SP", "RHC 170 . 532", "HC 199223", "RHC 170 . 532 AgR", "HABEAS CORPUS 199 . 223", "HC n 649 . 088", "HABEAS CORPUS 199 . 223", "HC n 649 . 088" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 33 , § 4 . . . DA LEI 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§", "art . 33 da Lei de Drogas", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 da Lei de Drogas", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 102 , I , i , da Constituição da República", "Constituição Federal", "Constituição", "artigo 102 , I , i , da Constituição", "artigo 34 , inciso XVIII , do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 102 , I , i , da Constituição da República", "Constituição Federal", "Constituição", "artigo 102 , I , i , da Constituição", "artigo 34 , inciso XVIII , do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal de 1988 , artigo 102 , inciso", "art . 39 da Lei 8 . 038 / 1990", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal de 1988 , artigo 102 , inciso I ,", "art . 39 da Lei 8 . 038 / 1990", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 , § 3 . . . , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 , § 3 . . . , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei de Drogas", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei de Drogas", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 , § 4 . . . , da Lei [UNK] 11 . 343 /", "2006", "Lei de Drogas", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 , § 4 . . . , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de Drogas", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 35 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 44 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 35 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 44 do Código Penal .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 3 . . . , do Código Penal", "art . 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 59 do Código Penal Brasileiro", "art . 59 do Código Penal", "art . 192 do RISTF", "art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § § 3 . . . , do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 3 . . . , do Código Penal", "art . 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 59 do Código Penal Brasileiro", "art . 59 do Código Penal", "art . 192 do RISTF", "art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § § 3 . . . , do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 33 DA LEI 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei de Drogas", "§ 4 . . . 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. Raúl", "Toddynho", "Tião", "ZAFFARONI , E . Raúl", "Toddynho", "Tião", "EDSON FACHIN", "EDSON FACHIN", "EDSON FACHIN", "EDSON FACHIN", "RICARDO LEWANDOWSKI", "Gilmar Mendes", "RICARDO LEWANDOWSKI", "Gilmar Mendes", "EDSON FACHIN", "João Pedro", "João Pedro", "EDSON FACHIN", "MATHEUS MORETTI BRAGA", "RODOLPHO PETTENA FILHO", "NUNES MARQUES", "Dias Toffoli", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Gilmar Mendes", "Cármen Lúcia", "EDSON FACHIN", "MATHEUS MORETTI BRAGA", "RODOLPHO PETTENA FILHO", "NUNES MARQUES", "Dias Toffoli", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Gilmar Mendes", "Cármen Lúcia", "Toddynho", "Tião", "Toddynho", "Tião", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Alexandre de Moraes", "CÁRMEN LÚCIA", "Alexandre de Moraes", "Ricardo Lewandowski", "Ricardo Lewandowski", "EDSON FACHIN", "MATHEUS MORETTI BRAGA", "RODOLPHO PETTENA FILHO", "Nunes Marques", "Cármen Lúcia", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Hannah Gevartosky", "EDSON FACHIN", "MATHEUS MORETTI BRAGA", "RODOLPHO PETTENA FILHO", "Nunes Marques", "Cármen Lúcia", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25 de junho a", "2 de agosto de 2021", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25 de junho a 2 de agosto de 2021", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "12", ".", "08", ".", "2014", "05", ".", "05", ".", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "12", ".", "08", ".", "2014", "05", ".", "05", ".", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", ".", "11", ".", "2015", "28", ".", "08", ".", "92", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", ".", "11", ".", "2015", "28", ".", "08", ".", "92", "24", "/", "08", "/", "2001", "01", ".", "09", ".", "2010", "15", ".", "09", ".", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "01", ".", "09", ".", "2010", "15", ".", "09", ".", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", ".", "11", ".", "2019", "08", ".", "09", ".", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", ".", "11", ".", "2019", "08", ".", "09", ".", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "09", ".", "06", ".", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "09", ".", "06", ".", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "2001", ".", "24", "/", "08", "/", "2001", "2001", ".", "24", "/", "08", "/", "2001", "07", ".", "06", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "07", ".", "06", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "22", ".", "05", ".", "2020", "08", ".", "05", ".", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "22", ".", "05", ".", "2020", "08", ".", "05", ".", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "2", "/", "2012", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "2", "/", "2012", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E M E N T A AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRETENDIDO RECONHECIMENTO DE CONCURSO FORMAL ENTRE OS CRIMES DE TRÁFICO E ASSOCIAÇÃO. INDISPENSÁVEL REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO PROBATÓRIO. INVIÁVEL A APLICAÇÃO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO. CAUSA DE AUMENTO DE PENA COM FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação – seria indispensável o reexame de todo conjunto fático- probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória. 2. “Uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006” (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). 3. O acórdão do Superior Tribunal de Justiça corretamente justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3B65-4804-868D-A789 e senha 8D3F-9296-4895-3FCE Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 15 Ementa e Acórdão HC 197770 AGR / SP 4. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Brasília, Sessão Virtual de 28 de maio a 07 de junho de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3B65-4804-868D-A789 e senha 8D3F-9296-4895-3FCE Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP 4. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Brasília, Sessão Virtual de 28 de maio a 07 de junho de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3B65-4804-868D-A789 e senha 8D3F-9296-4895-3FCE Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 15 Relatório 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão monocrática que indeferiu habeas corpus impetrado contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça assim ementado: “AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. PLEITO DE ABSOLVIÇÃO. ART. 35 DA LEI ANTIDROGAS. DIVISÃO DE TAREFAS COM O CORRÉU. ASSOCIAÇÃO ESTÁVEL E PERMANENTE. RECONHECIMENTO DE CONCURSO FORMAL DE CRIMES. REVISÃO DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA (ART. 33, § 4º, DA LEI N. 11.343/2006). CONDENAÇÃO PELO CRIME PREVISTO NO ART. 35 DA LEI N. 11.343/2006. DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA INERENTE AO DELITO. INVIÁVEL O RECONHECIMENTO DA REDUTORA DE PENA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O Tribunal a quo entendeu que o réu praticou os delitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico, de acordo com o conjunto probatório colhido nos autos. A fundamentação apresentada mostra-se idônea e em conformidade com a jurisprudência desta Corte. Para afastá-la, é necessário o reexame de todo o conjunto probatório, o que é vedado em habeas corpus. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E1-0A0C-EE9E-5379 e senha CB2A-8C33-3B33-E0B2 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão monocrática que indeferiu habeas corpus impetrado contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça assim ementado: “AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. PLEITO DE ABSOLVIÇÃO. ART. 35 DA LEI ANTIDROGAS. DIVISÃO DE TAREFAS COM O CORRÉU. ASSOCIAÇÃO ESTÁVEL E PERMANENTE. RECONHECIMENTO DE CONCURSO FORMAL DE CRIMES. REVISÃO DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA (ART. 33, § 4º, DA LEI N. 11.343/2006). CONDENAÇÃO PELO CRIME PREVISTO NO ART. 35 DA LEI N. 11.343/2006. DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA INERENTE AO DELITO. INVIÁVEL O RECONHECIMENTO DA REDUTORA DE PENA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O Tribunal a quo entendeu que o réu praticou os delitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico, de acordo com o conjunto probatório colhido nos autos. A fundamentação apresentada mostra-se idônea e em conformidade com a jurisprudência desta Corte. Para afastá-la, é necessário o reexame de todo o conjunto probatório, o que é vedado em habeas corpus. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E1-0A0C-EE9E-5379 e senha CB2A-8C33-3B33-E0B2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 15 Relatório HC 197770 AGR / SP 2. Diante da manutenção da condenação pela prática do crime previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006, não há possibilidade de aplicação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas. Isso porque a condenação pela prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4º do art. 33 da norma, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito. 3. Agravo regimental desprovido.” (HC 591.634-AgRg/SP, Ministro Joel Ilan Paciornik) Em suas razões, a parte agravante busca, em síntese, a absolvição pela “(...)acusação do crime de associação para o tráfico, art. 35 da lei de Drogas, afastar a causa de aumento prevista no art. 40, inc. III da lei de Drogas, reconhecer o tráfico privilegiado, reduzindo-se a pena em ½ (metade), fixar o regime aberto e substituiu a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.” Subsidiariamente, requer o reconhecimento do “(...) concurso formal de crimes entre o tráfico e a associação para o tráfico e aplicar o regime semiaberto.” O Ministério Público Federal emitiu parecer pela denegação da ordem em pronunciamento assim ementado: “’Habeas corpus’. Condenação pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. A prática do tráfico por parte do paciente em conjunto com outra pessoa, de forma estável e habitual, mediante divisão de tarefas, justifica o juízo de estar configurada a associação para o tráfico. Majorante de tráfico nas proximidades de estabelecimento de ensino se aplica independentemente de a escola estar em atividade no momento do fato. Integrar grupo criminoso exclui a pertinência da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006. Parecer pelo indeferimento do ‘writ’.” É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E1-0A0C-EE9E-5379 e senha CB2A-8C33-3B33-E0B2 Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP 2. Diante da manutenção da condenação pela prática do crime previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006, não há possibilidade de aplicação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas. Isso porque a condenação pela prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4º do art. 33 da norma, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito. 3. Agravo regimental desprovido.” (HC 591.634-AgRg/SP, Ministro Joel Ilan Paciornik) Em suas razões, a parte agravante busca, em síntese, a absolvição pela “(...)acusação do crime de associação para o tráfico, art. 35 da lei de Drogas, afastar a causa de aumento prevista no art. 40, inc. III da lei de Drogas, reconhecer o tráfico privilegiado, reduzindo-se a pena em ½ (metade), fixar o regime aberto e substituiu a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.” Subsidiariamente, requer o reconhecimento do “(...) concurso formal de crimes entre o tráfico e a associação para o tráfico e aplicar o regime semiaberto.” O Ministério Público Federal emitiu parecer pela denegação da ordem em pronunciamento assim ementado: “’Habeas corpus’. Condenação pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. A prática do tráfico por parte do paciente em conjunto com outra pessoa, de forma estável e habitual, mediante divisão de tarefas, justifica o juízo de estar configurada a associação para o tráfico. Majorante de tráfico nas proximidades de estabelecimento de ensino se aplica independentemente de a escola estar em atividade no momento do fato. Integrar grupo criminoso exclui a pertinência da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006. Parecer pelo indeferimento do ‘writ’.” É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E1-0A0C-EE9E-5379 e senha CB2A-8C33-3B33-E0B2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 15 Voto - MIN. NUNES MARQUES 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão à parte agravante. Observo, considerando que as instâncias inferiores a concluíram que o agravante “e o tal ‘Vaninho’ atuavam de forma estável e permanente, mediante divisão de tarefas, fato suficientemente caracterizado na hipótese”, que, para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação –, como bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, seria indispensável o reexame de todo conjunto fático-probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência pacífica desta Suprema Corte: “AGRAVO REGIMENTAL EM ‘HABEAS CORPUS’. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. ABSOLVIÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. 1. Inviável o exame das teses defensivas não analisadas pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 2. Para concluir em sentido diverso quanto à tese de absolvição do crime de associação para o tráfico de drogas, imprescindível o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 3. Agravo regimental conhecido e não provido.” (HC 157.952-AgR/SP, Ministra Rosa Weber – com meus grifos) Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão à parte agravante. Observo, considerando que as instâncias inferiores a concluíram que o agravante “e o tal ‘Vaninho’ atuavam de forma estável e permanente, mediante divisão de tarefas, fato suficientemente caracterizado na hipótese”, que, para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação –, como bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, seria indispensável o reexame de todo conjunto fático-probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência pacífica desta Suprema Corte: “AGRAVO REGIMENTAL EM ‘HABEAS CORPUS’. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. ABSOLVIÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. 1. Inviável o exame das teses defensivas não analisadas pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 2. Para concluir em sentido diverso quanto à tese de absolvição do crime de associação para o tráfico de drogas, imprescindível o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 3. Agravo regimental conhecido e não provido.” (HC 157.952-AgR/SP, Ministra Rosa Weber – com meus grifos) Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 15 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 197770 AGR / SP Por outro lado, também não assiste razão à parte impetrante no que toca à pretendida aplicação do tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei 11.343/06), eis que, conforme bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, “a condenação pela prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei Antidrogas, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito”. Nesse mesmo sentido, a jurisprudência desta Suprema Corte entende que “uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006” (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). Para além disso, melhor sorte não socorre a parte agravante, no que toca ao pretendido afastamento da causa de aumento de pena relativa à proximidade de estabelecimento de ensino. Vejamos que o acórdão recorrido assim justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06: “A majoração da pena em razão da aplicação da causa de aumento prevista no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 é de índole objetiva, incidindo em função do local do cometimento do crime. Na hipótese, em que o delito foi cometido nas proximidades de escola, é desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia visava a atingir os frequentadores, como ocorre no presente caso.” Em caso fronteiriço, a Primeira Turma desta Suprema Corte, no mesmo sentido do acórdão impugnado, assim entendeu: “4. O Superior Tribunal de Justiça, chancelando a dosimetria realizada pela Corte estadual, manteve a incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/2006, em razão dos pacientes terem sido flagrados praticando o crime de tráfico de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP Por outro lado, também não assiste razão à parte impetrante no que toca à pretendida aplicação do tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei 11.343/06), eis que, conforme bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, “a condenação pela prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei Antidrogas, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito”. Nesse mesmo sentido, a jurisprudência desta Suprema Corte entende que “uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006” (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). Para além disso, melhor sorte não socorre a parte agravante, no que toca ao pretendido afastamento da causa de aumento de pena relativa à proximidade de estabelecimento de ensino. Vejamos que o acórdão recorrido assim justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06: “A majoração da pena em razão da aplicação da causa de aumento prevista no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 é de índole objetiva, incidindo em função do local do cometimento do crime. Na hipótese, em que o delito foi cometido nas proximidades de escola, é desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia visava a atingir os frequentadores, como ocorre no presente caso.” Em caso fronteiriço, a Primeira Turma desta Suprema Corte, no mesmo sentido do acórdão impugnado, assim entendeu: “4. O Superior Tribunal de Justiça, chancelando a dosimetria realizada pela Corte estadual, manteve a incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/2006, em razão dos pacientes terem sido flagrados praticando o crime de tráfico de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 15 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 197770 AGR / SP entorpecentes próximo a estabelecimento de ensino. 5. No caso sub examine, conforme destacou a Procuradoria Geral da República, ‘o entendimento jurisprudencial e doutrinário é no sentido que a causa de aumento deve incidir sempre que o tráfico seja praticado em locais em que há maior facilidade de difusão do vício diante da maior concentração pessoas. No caso, cuidando-se de crime praticado nas imediações de estabelecimentos de ensino, não há como negar que é maior o perigo para a saúde pública e, mais: não exige a lei que esse estabelecimento seja especialmente visado pelo delinquente. Basta a proximidade física e o conhecimento dessa proximidade’.” (HC 116.929/SP, Ministro Luiz Fux) Entendo, dessa forma, não haver reparo a ser feito na condenação ou na dosimetria da pena. Em consequência, resta prejudicada a pretensão de fixação do regime aberto e substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito. Dispositivo Em face do exposto, nego provimento ao presente agravo regimental. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP entorpecentes próximo a estabelecimento de ensino. 5. No caso sub examine, conforme destacou a Procuradoria Geral da República, ‘o entendimento jurisprudencial e doutrinário é no sentido que a causa de aumento deve incidir sempre que o tráfico seja praticado em locais em que há maior facilidade de difusão do vício diante da maior concentração pessoas. No caso, cuidando-se de crime praticado nas imediações de estabelecimentos de ensino, não há como negar que é maior o perigo para a saúde pública e, mais: não exige a lei que esse estabelecimento seja especialmente visado pelo delinquente. Basta a proximidade física e o conhecimento dessa proximidade’.” (HC 116.929/SP, Ministro Luiz Fux) Entendo, dessa forma, não haver reparo a ser feito na condenação ou na dosimetria da pena. Em consequência, resta prejudicada a pretensão de fixação do regime aberto e substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito. Dispositivo Em face do exposto, nego provimento ao presente agravo regimental. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 15 Voto Vogal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O - V O G A L O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Trata-se de agravo regimental interposto por Maurício Inácio da Silva Junior, por intermédio da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (eDOC 1, p. 1- 3), da decisão do Relator que indeferiu o presente habeas corpus (eDOC 8, p. 1-2). Destaco, pois, da decisão ora agravada: “Observo, considerando que as instâncias inferiores a concluíram que o paciente“e o tal ‘Vaninho’ atuavam de forma estável e permanente, mediante divisão de tarefas, fato suficientemente caracterizado na hipótese”, que, para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação –, como bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, seria indispensável o reexame de todo conjunto fático- probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência pacífica desta Suprema Corte. (…) Por outro lado, também não assiste razão à parte impetrante no que toca à pretendida aplicação do tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei 11.343/06), eis que, conforme bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, ‘a condenação pela Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O - V O G A L O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Trata-se de agravo regimental interposto por Maurício Inácio da Silva Junior, por intermédio da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (eDOC 1, p. 1- 3), da decisão do Relator que indeferiu o presente habeas corpus (eDOC 8, p. 1-2). Destaco, pois, da decisão ora agravada: “Observo, considerando que as instâncias inferiores a concluíram que o paciente“e o tal ‘Vaninho’ atuavam de forma estável e permanente, mediante divisão de tarefas, fato suficientemente caracterizado na hipótese”, que, para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação –, como bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, seria indispensável o reexame de todo conjunto fático- probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência pacífica desta Suprema Corte. (…) Por outro lado, também não assiste razão à parte impetrante no que toca à pretendida aplicação do tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei 11.343/06), eis que, conforme bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, ‘a condenação pela Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei Antidrogas, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito’. Nesse mesmo sentido, a jurisprudência desta Suprema Corte entende que ‘uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006’ (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). Para além disso, o acórdão recorrido assim justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06: ‘A majoração da pena em razão da aplicação da causa de aumento prevista no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 é de índole objetiva, incidindo em função do local do cometimento do crime. Na hipótese, em que o delito foi cometido nas proximidades de escola, é desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia visava a atingir os frequentadores, como ocorre no presente caso.’ Por fim, não havendo reparo a ser feito na condenação ou na dosimetria da pena, restam prejudicadas as pretensões de fixação do regime aberto e substituição da pena privativa de liberdade em restritivas de direito.” (eDOC 8, p. 2-4; grifos originais) No presente agravo regimental, sustenta-se, em síntese, o seguinte: “A Defensoria Pública não visa discutir fatos ou provas, mas tão-somente a ilegalidade da decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça. Não se alegou, por exemplo, que os fatos ocorreram de forma diversa, mas tão-somente que a conclusão jurídica impôs constrangimento ilegal ao direito de ir e vir do paciente. Questiona-se, apenas, o enquadramento 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei Antidrogas, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito’. Nesse mesmo sentido, a jurisprudência desta Suprema Corte entende que ‘uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006’ (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). Para além disso, o acórdão recorrido assim justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06: ‘A majoração da pena em razão da aplicação da causa de aumento prevista no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 é de índole objetiva, incidindo em função do local do cometimento do crime. Na hipótese, em que o delito foi cometido nas proximidades de escola, é desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia visava a atingir os frequentadores, como ocorre no presente caso.’ Por fim, não havendo reparo a ser feito na condenação ou na dosimetria da pena, restam prejudicadas as pretensões de fixação do regime aberto e substituição da pena privativa de liberdade em restritivas de direito.” (eDOC 8, p. 2-4; grifos originais) No presente agravo regimental, sustenta-se, em síntese, o seguinte: “A Defensoria Pública não visa discutir fatos ou provas, mas tão-somente a ilegalidade da decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça. Não se alegou, por exemplo, que os fatos ocorreram de forma diversa, mas tão-somente que a conclusão jurídica impôs constrangimento ilegal ao direito de ir e vir do paciente. Questiona-se, apenas, o enquadramento 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP jurídico de fatos certos e incontroversos no ordenamento jurídico, aplicação do direito, portanto. O reconhecimento ou não do crime previsto no art. 35 da lei de Drogas depende apenas da análise das provas que já estão nos autos. Trata-se, com efeito, de subsunção do fato à norma, aplicação do direito. Destarte, o writ versa sobre questões jurídicas, não debatendo fatos ou provas.” (eDOC 15, p. 2; grifos originais) Ao final, a parte agravante pede a concessão da presente ordem de habeas corpus. Iniciou-se o julgamento virtual perante a Segunda Turma na Sessão de 28.5.2021 a 7.6.2021. O ilustre relator votou no sentido de negar provimento ao presente agravo regimental. Peço vênia ao eminente relator para dar parcial provimento ao presente agravo regimental da defesa, sobretudo diante dos relevantes e legítimos argumentos da defesa e dos posicionamentos, sobre a matéria, externados em casos anteriores desta Segunda Turma. Assim, inicialmente, considero pertinente e legítimo, o fundamento da sentença que absolveu o ora agravante do crime de associação para o tráfico previsto no art. 35, caput, da Lei 11.343/2006 (eDOC 2, p. 59-60), sobretudo porque não demonstrados, no caso, a estabilidade, a divisão de tarefas e o dolo necessários para tipificar referido crime. Merece prosperar, pois, esse argumento da defesa contido na petição do presente habeas corpus nos seguintes termos: “Como cediço, a doutrina e a jurisprudência entendem que o delito previsto no artigo 35 da Lei 11.343/06 somente se configura se a comunhão de esforços voltados à execução criminosa ocorrer de forma permanente e estável. Além disso, é imprescindível a presença de animus associativo por parte dos envolvidos na empreitada criminosa, 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP jurídico de fatos certos e incontroversos no ordenamento jurídico, aplicação do direito, portanto. O reconhecimento ou não do crime previsto no art. 35 da lei de Drogas depende apenas da análise das provas que já estão nos autos. Trata-se, com efeito, de subsunção do fato à norma, aplicação do direito. Destarte, o writ versa sobre questões jurídicas, não debatendo fatos ou provas.” (eDOC 15, p. 2; grifos originais) Ao final, a parte agravante pede a concessão da presente ordem de habeas corpus. Iniciou-se o julgamento virtual perante a Segunda Turma na Sessão de 28.5.2021 a 7.6.2021. O ilustre relator votou no sentido de negar provimento ao presente agravo regimental. Peço vênia ao eminente relator para dar parcial provimento ao presente agravo regimental da defesa, sobretudo diante dos relevantes e legítimos argumentos da defesa e dos posicionamentos, sobre a matéria, externados em casos anteriores desta Segunda Turma. Assim, inicialmente, considero pertinente e legítimo, o fundamento da sentença que absolveu o ora agravante do crime de associação para o tráfico previsto no art. 35, caput, da Lei 11.343/2006 (eDOC 2, p. 59-60), sobretudo porque não demonstrados, no caso, a estabilidade, a divisão de tarefas e o dolo necessários para tipificar referido crime. Merece prosperar, pois, esse argumento da defesa contido na petição do presente habeas corpus nos seguintes termos: “Como cediço, a doutrina e a jurisprudência entendem que o delito previsto no artigo 35 da Lei 11.343/06 somente se configura se a comunhão de esforços voltados à execução criminosa ocorrer de forma permanente e estável. Além disso, é imprescindível a presença de animus associativo por parte dos envolvidos na empreitada criminosa, 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP ou seja, específico envolvimento subjetivo para praticar os elementos previstos no preceito primário da norma penal incriminadora do artigo 35 da Lei de Drogas. (...) No caso em tela, contudo, houve a incidência do art. 35 da Lei de Drogas mesmo ausentes os requisitos legais exigidos para a sua aplicação. Com efeito, em depoimento judicial, o próprio policial civil e testemunha, Vagner Capaldo (vide mídia digital nos autos), não soube informar se havia participação ou contribuição do segundo indivíduo no delito praticado, apenas esclarecendo que havia um segundo homem no local, que fugiu ao notar a aproximação dos policiais, não mencionando em nenhum momento a associação criminosa entre ambos. ” (eDOC 1, p. 3-5; grifos originais) Nesse sentido: HC 124.164/AC, Rel. Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, DJe 24.11.2014 e HC 168.442 AgR/SP, por mim relatado, Segunda Turma, DJe 20.3.2020, de cuja ementa transcrevo, porque pertinente à espécie ora em exame: “Agravo regimental no habeas corpus. 2. Associação para o tráfico e redutor previsto no artigo 33, § 4º, da Lei de Drogas. 3. Desnecessidade de revolvimento de fatos e provas. 4. Agravo a que se nega provimento.” Ademais, assevero que a previsão da redução de pena contida no §4º do artigo 33 tem como fundamento distinguir o traficante contumaz e profissional daquele iniciante na vida criminosa, bem como do que se aventura na vida da traficância por motivos que, por vezes, confundem- se com a sua própria sobrevivência e/ou de sua família. Assim, para legitimar a não aplicação do redutor é essencial fundamentação corroborada em elementos capazes de afastar um dos requisitos legais, sob pena de desrespeito ao princípio da individualização da pena e de fundamentação das decisões judiciais. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP ou seja, específico envolvimento subjetivo para praticar os elementos previstos no preceito primário da norma penal incriminadora do artigo 35 da Lei de Drogas. (...) No caso em tela, contudo, houve a incidência do art. 35 da Lei de Drogas mesmo ausentes os requisitos legais exigidos para a sua aplicação. Com efeito, em depoimento judicial, o próprio policial civil e testemunha, Vagner Capaldo (vide mídia digital nos autos), não soube informar se havia participação ou contribuição do segundo indivíduo no delito praticado, apenas esclarecendo que havia um segundo homem no local, que fugiu ao notar a aproximação dos policiais, não mencionando em nenhum momento a associação criminosa entre ambos. ” (eDOC 1, p. 3-5; grifos originais) Nesse sentido: HC 124.164/AC, Rel. Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, DJe 24.11.2014 e HC 168.442 AgR/SP, por mim relatado, Segunda Turma, DJe 20.3.2020, de cuja ementa transcrevo, porque pertinente à espécie ora em exame: “Agravo regimental no habeas corpus. 2. Associação para o tráfico e redutor previsto no artigo 33, § 4º, da Lei de Drogas. 3. Desnecessidade de revolvimento de fatos e provas. 4. Agravo a que se nega provimento.” Ademais, assevero que a previsão da redução de pena contida no §4º do artigo 33 tem como fundamento distinguir o traficante contumaz e profissional daquele iniciante na vida criminosa, bem como do que se aventura na vida da traficância por motivos que, por vezes, confundem- se com a sua própria sobrevivência e/ou de sua família. Assim, para legitimar a não aplicação do redutor é essencial fundamentação corroborada em elementos capazes de afastar um dos requisitos legais, sob pena de desrespeito ao princípio da individualização da pena e de fundamentação das decisões judiciais. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP Conforme assentado na doutrina: “A habitualidade e o pertencimento a organizações criminosas deverão ser comprovados, não valendo a simples presunção. Não havendo prova nesse sentido, o condenado fará jus à redução de pena” (QUEIROZ, Paulo; LOPES, Marcus. Comentários à Lei de Drogas. 2016. p. 50). Assim, a quantidade e natureza da droga são circunstâncias que, apesar de configurarem elementos determinantes na modulação da causa de diminuição de pena, por si sós, não são aptas a comprovar o envolvimento com o crime organizado ou a dedicação à atividade criminosa, devendo o juízo condenatório obter outros elementos hábeis a embasar tal afirmativa. Nesse sentido, assentou a Segunda Turma deste Supremo Tribunal: “HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. LEI 11.343/2006. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA PREVISTA NO ART. 33, § 4°, DA LEI 11.343/2006. GRANDE QUANTIDADE DE MACONHA APREENDIDA (132,85 KG). DEDICAÇÃO À ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. PACIENTE ABSOLVIDA PELO CRIME DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. CONTRADIÇÃO ENTRE OS FUNDAMENTOS. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. RECURSO ORDINÁRIO AO QUAL SE DÁ PROVIMENTO EM PARTE. I – A grande quantidade de entorpecente, apesar de não ter sido o único fundamento utilizado para afastar a aplicação do redutor do art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, foi, isoladamente, utilizado como elemento para presumir-se a participação da paciente em uma organização criminosa e, assim, negar-lhe o direito à minorante. II – A quantidade de drogas não poderia, automaticamente, proporcionar o entendimento de que a paciente faria do tráfico seu meio de vida ou integraria uma organização criminosa. Ausência de fundamentação idônea, apta a 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP Conforme assentado na doutrina: “A habitualidade e o pertencimento a organizações criminosas deverão ser comprovados, não valendo a simples presunção. Não havendo prova nesse sentido, o condenado fará jus à redução de pena” (QUEIROZ, Paulo; LOPES, Marcus. Comentários à Lei de Drogas. 2016. p. 50). Assim, a quantidade e natureza da droga são circunstâncias que, apesar de configurarem elementos determinantes na modulação da causa de diminuição de pena, por si sós, não são aptas a comprovar o envolvimento com o crime organizado ou a dedicação à atividade criminosa, devendo o juízo condenatório obter outros elementos hábeis a embasar tal afirmativa. Nesse sentido, assentou a Segunda Turma deste Supremo Tribunal: “HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. LEI 11.343/2006. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA PREVISTA NO ART. 33, § 4°, DA LEI 11.343/2006. GRANDE QUANTIDADE DE MACONHA APREENDIDA (132,85 KG). DEDICAÇÃO À ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. PACIENTE ABSOLVIDA PELO CRIME DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. CONTRADIÇÃO ENTRE OS FUNDAMENTOS. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. RECURSO ORDINÁRIO AO QUAL SE DÁ PROVIMENTO EM PARTE. I – A grande quantidade de entorpecente, apesar de não ter sido o único fundamento utilizado para afastar a aplicação do redutor do art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, foi, isoladamente, utilizado como elemento para presumir-se a participação da paciente em uma organização criminosa e, assim, negar-lhe o direito à minorante. II – A quantidade de drogas não poderia, automaticamente, proporcionar o entendimento de que a paciente faria do tráfico seu meio de vida ou integraria uma organização criminosa. Ausência de fundamentação idônea, apta a 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP justificar o afastamento da aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006. Precedentes. III - É patente a contradição entre os fundamentos expendidos para absolver a paciente da acusação da prática do delito tipificado pelo art. 35 da Lei 11.343/2006 e aqueles utilizados para negar-lhe o direito à minorante constante do art. 33, § 4°, do mesmo diploma legal. Precedentes. IV - Recurso ordinário ao qual se dá provimento, em parte, para reconhecer a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, e determinar que o juízo a quo, após definir o patamar de redução, recalcule a pena e proceda ao reexame do regime inicial do cumprimento da sanção e da substituição da pena privativa de liberdade por sanções restritivas de direitos, se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal”. (RHC 138.715, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 09.06.2017) Menciono, ainda, mais recentemente: HC 190.492 AgR/SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 09.10.2020; HC 186.909 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 18.9.2020; HC 185.287 AgR/MS, por mim relatado, Segunda Turma, DJe 1º.9.2020; HCs 191.876 AgR/SP, 193.498 AgR/SP e 195.319 AgR/SP, dos quais fui redator para acórdão, Segunda Turma, DJe 30.11.2020, 19.2.2021 e 5.3.2021, respectivamente; entre outros. Além disso, nos termos assentados na doutrina: “(...) militará em favor do réu a presunção de que é primário e de bons antecedentes e de que não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa. O ônus da prova, nesse caso, é do Ministério Público (...)” (GRECO FILHO, Vicente; RASSI, João Daniel. Lei de Drogas anotada. 2009. p. 109). No caso, saliente-se o contido na sentença condenatória (eDOC 2, p. 61-62) a respeito da fundamentada e legítima aplicação da causa especial de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, em face da primariedade do agravante e da pequena 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP justificar o afastamento da aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006. Precedentes. III - É patente a contradição entre os fundamentos expendidos para absolver a paciente da acusação da prática do delito tipificado pelo art. 35 da Lei 11.343/2006 e aqueles utilizados para negar-lhe o direito à minorante constante do art. 33, § 4°, do mesmo diploma legal. Precedentes. IV - Recurso ordinário ao qual se dá provimento, em parte, para reconhecer a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, e determinar que o juízo a quo, após definir o patamar de redução, recalcule a pena e proceda ao reexame do regime inicial do cumprimento da sanção e da substituição da pena privativa de liberdade por sanções restritivas de direitos, se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal”. (RHC 138.715, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 09.06.2017) Menciono, ainda, mais recentemente: HC 190.492 AgR/SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 09.10.2020; HC 186.909 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 18.9.2020; HC 185.287 AgR/MS, por mim relatado, Segunda Turma, DJe 1º.9.2020; HCs 191.876 AgR/SP, 193.498 AgR/SP e 195.319 AgR/SP, dos quais fui redator para acórdão, Segunda Turma, DJe 30.11.2020, 19.2.2021 e 5.3.2021, respectivamente; entre outros. Além disso, nos termos assentados na doutrina: “(...) militará em favor do réu a presunção de que é primário e de bons antecedentes e de que não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa. O ônus da prova, nesse caso, é do Ministério Público (...)” (GRECO FILHO, Vicente; RASSI, João Daniel. Lei de Drogas anotada. 2009. p. 109). No caso, saliente-se o contido na sentença condenatória (eDOC 2, p. 61-62) a respeito da fundamentada e legítima aplicação da causa especial de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei 11.343/2006, em face da primariedade do agravante e da pequena 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP quantidade da substância entorpecente (2,8 g de crack; laudos, eDOC 2, p. 37-39 e 44-46), “o que não indica haver íntima ligação com o crime organizado e autoriza a concessão do benefício pretendido” (eDOC 2, p. 62; grifos originais). Tecidas as considerações pertinentes e preenchidas as condições do §4º do artigo 33 da Lei 11.343/2006, entendo que o agravante possui o direito à redução, uma vez que se cuida de réu primário (reconhecido na sentença, eDOC 2, p. 61) e não há qualquer indicação inequívoca de envolvimento em atividades ilícitas, além de indevidas presunções. Ante o exposto, dou parcial provimento ao presente agravo regimental e, de consequência, concedo parcialmente a ordem para restabelecer a dosimetria da pena imposta ao agravante Maurício Inácio da Silva Junior, nos termos da sentença condenatória proferida pelo juízo de primeiro grau (eDOC 2, p. 58-68). É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP quantidade da substância entorpecente (2,8 g de crack; laudos, eDOC 2, p. 37-39 e 44-46), “o que não indica haver íntima ligação com o crime organizado e autoriza a concessão do benefício pretendido” (eDOC 2, p. 62; grifos originais). Tecidas as considerações pertinentes e preenchidas as condições do §4º do artigo 33 da Lei 11.343/2006, entendo que o agravante possui o direito à redução, uma vez que se cuida de réu primário (reconhecido na sentença, eDOC 2, p. 61) e não há qualquer indicação inequívoca de envolvimento em atividades ilícitas, além de indevidas presunções. Ante o exposto, dou parcial provimento ao presente agravo regimental e, de consequência, concedo parcialmente a ordem para restabelecer a dosimetria da pena imposta ao agravante Maurício Inácio da Silva Junior, nos termos da sentença condenatória proferida pelo juízo de primeiro grau (eDOC 2, p. 58-68). É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 15 Extrato de Ata - 08/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Gilmar Mendes. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B537-E55C-536E-D5BF e senha 9E51-973F-ED44-A05C Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Gilmar Mendes. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B537-E55C-536E-D5BF e senha 9E51-973F-ED44-A05C Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 15
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756199954
2021-06-08T00:00:00
2021-06-21T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Gilmar Mendes. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NO HABEAS CORPUS
E M E N T A AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRETENDIDO RECONHECIMENTO DE CONCURSO FORMAL ENTRE OS CRIMES DE TRÁFICO E ASSOCIAÇÃO. INDISPENSÁVEL REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO PROBATÓRIO. INVIÁVEL A APLICAÇÃO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO. CAUSA DE AUMENTO DE PENA COM FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação – seria indispensável o reexame de todo conjunto fático-probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória. 2. “Uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006” (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). 3. O acórdão do Superior Tribunal de Justiça corretamente justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
sjur449008
- Acórdão(s) citado(s): (AFASTAMENTO, CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA, DEDICAÇÃO A ATIVIDADE CRIMINOSA,ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA) HC 104434 (2ªT). (HC, REEXAME, FATO, PROVA) HC 157952 AgR (1ªT). (AFASTAMENTO, CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA, LOCAL, CRIME) HC 116929 (1ªT). (ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, NECESSIDADE, DEMONSTRAÇÃO, TIPIFICAÇÃO DO CRIME) HC 124164 (2ªT), HC 168442 AgR (2ªT). (QUANTIDADE, NATUREZA DO ENTORPECENTE, DISTINÇÃO, DEDICAÇÃO A ATIVIDADE CRIMINOSA) RHC 138715 (2ªT), HC 185287 AgR (2ªT), HC 186909 AgR (2ªT), HC 190492 AgR (2ªT), HC 191876 AgR (2ªT), HC 193498 AgR (2ªT), HC 195319 AgR (2ªT). Número de páginas: 15. Análise: 06/06/2022, MAV.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
197770
[ "LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\n ART-00033 PAR-00004 ART-00035 \"CAPUT\"\n ART-00040 INC-00003\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS" ]
HC-AgR
acordaos
HC 197770 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E M E N T A AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRETENDIDO RECONHECIMENTO DE CONCURSO FORMAL ENTRE OS CRIMES DE TRÁFICO E ASSOCIAÇÃO. INDISPENSÁVEL REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO PROBATÓRIO. INVIÁVEL A APLICAÇÃO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO. CAUSA DE AUMENTO DE PENA COM FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação – seria indispensável o reexame de todo conjunto fático- probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória. 2. “Uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4..., da Lei n 11.343/2006” (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). 3. O acórdão do Superior Tribunal de Justiça corretamente justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3B65-4804-868D-A789 e senha 8D3F-9296-4895-3FCE Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 15 Ementa e Acórdão HC 197770 AGR / SP 4. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Brasília, Sessão Virtual de 28 de maio a 07 de junho de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3B65-4804-868D-A789 e senha 8D3F-9296-4895-3FCE Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP 4. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Brasília, Sessão Virtual de 28 de maio a 07 de junho de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3B65-4804-868D-A789 e senha 8D3F-9296-4895-3FCE Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 15 Relatório 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão monocrática que indeferiu habeas corpus impetrado contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça assim ementado: “AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. PLEITO DE ABSOLVIÇÃO. ART. 35 DA LEI ANTIDROGAS. DIVISÃO DE TAREFAS COM O CORRÉU. ASSOCIAÇÃO ESTÁVEL E PERMANENTE. RECONHECIMENTO DE CONCURSO FORMAL DE CRIMES. REVISÃO DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA (ART. 33, § 4..., DA LEI N. 11.343/2006). CONDENAÇÃO PELO CRIME PREVISTO NO ART. 35 DA LEI N. 11.343/2006. DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA INERENTE AO DELITO. INVIÁVEL O RECONHECIMENTO DA REDUTORA DE PENA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O Tribunal a quo entendeu que o réu praticou os delitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico, de acordo com o conjunto probatório colhido nos autos. A fundamentação apresentada mostra-se idônea e em conformidade com a jurisprudência desta Corte. Para afastá-la, é necessário o reexame de todo o conjunto probatório, o que é vedado em habeas corpus. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E1-0A0C-EE9E-5379 e senha CB2A-8C33-3B33-E0B2 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão monocrática que indeferiu habeas corpus impetrado contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça assim ementado: “AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. PLEITO DE ABSOLVIÇÃO. ART. 35 DA LEI ANTIDROGAS. DIVISÃO DE TAREFAS COM O CORRÉU. ASSOCIAÇÃO ESTÁVEL E PERMANENTE. RECONHECIMENTO DE CONCURSO FORMAL DE CRIMES. REVISÃO DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA (ART. 33, § 4..., DA LEI N. 11.343/2006). CONDENAÇÃO PELO CRIME PREVISTO NO ART. 35 DA LEI N. 11.343/2006. DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA INERENTE AO DELITO. INVIÁVEL O RECONHECIMENTO DA REDUTORA DE PENA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O Tribunal a quo entendeu que o réu praticou os delitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico, de acordo com o conjunto probatório colhido nos autos. A fundamentação apresentada mostra-se idônea e em conformidade com a jurisprudência desta Corte. Para afastá-la, é necessário o reexame de todo o conjunto probatório, o que é vedado em habeas corpus. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E1-0A0C-EE9E-5379 e senha CB2A-8C33-3B33-E0B2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 15 Relatório HC 197770 AGR / SP 2. Diante da manutenção da condenação pela prática do crime previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006, não há possibilidade de aplicação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4..., da Lei Antidrogas. Isso porque a condenação pela prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4... do art. 33 da norma, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito. 3. Agravo regimental desprovido.” (HC 591.634-AgRg/SP, Ministro Joel Ilan Paciornik) Em suas razões, a parte agravante busca, em síntese, a absolvição pela “(...)acusação do crime de associação para o tráfico, art. 35 da lei de Drogas, afastar a causa de aumento prevista no art. 40, inc. III da lei de Drogas, reconhecer o tráfico privilegiado, reduzindo-se a pena em ½ (metade), fixar o regime aberto e substituiu a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.” Subsidiariamente, requer o reconhecimento do “(...) concurso formal de crimes entre o tráfico e a associação para o tráfico e aplicar o regime semiaberto.” O Ministério Público Federal emitiu parecer pela denegação da ordem em pronunciamento assim ementado: “’Habeas corpus’. Condenação pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. A prática do tráfico por parte do paciente em conjunto com outra pessoa, de forma estável e habitual, mediante divisão de tarefas, justifica o juízo de estar configurada a associação para o tráfico. Majorante de tráfico nas proximidades de estabelecimento de ensino se aplica independentemente de a escola estar em atividade no momento do fato. Integrar grupo criminoso exclui a pertinência da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4..., da Lei n 11.343/2006. Parecer pelo indeferimento do ‘writ’.” É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E1-0A0C-EE9E-5379 e senha CB2A-8C33-3B33-E0B2 Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP 2. Diante da manutenção da condenação pela prática do crime previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006, não há possibilidade de aplicação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4..., da Lei Antidrogas. Isso porque a condenação pela prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4... do art. 33 da norma, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito. 3. Agravo regimental desprovido.” (HC 591.634-AgRg/SP, Ministro Joel Ilan Paciornik) Em suas razões, a parte agravante busca, em síntese, a absolvição pela “(...)acusação do crime de associação para o tráfico, art. 35 da lei de Drogas, afastar a causa de aumento prevista no art. 40, inc. III da lei de Drogas, reconhecer o tráfico privilegiado, reduzindo-se a pena em ½ (metade), fixar o regime aberto e substituiu a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.” Subsidiariamente, requer o reconhecimento do “(...) concurso formal de crimes entre o tráfico e a associação para o tráfico e aplicar o regime semiaberto.” O Ministério Público Federal emitiu parecer pela denegação da ordem em pronunciamento assim ementado: “’Habeas corpus’. Condenação pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. A prática do tráfico por parte do paciente em conjunto com outra pessoa, de forma estável e habitual, mediante divisão de tarefas, justifica o juízo de estar configurada a associação para o tráfico. Majorante de tráfico nas proximidades de estabelecimento de ensino se aplica independentemente de a escola estar em atividade no momento do fato. Integrar grupo criminoso exclui a pertinência da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4..., da Lei n 11.343/2006. Parecer pelo indeferimento do ‘writ’.” É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E1-0A0C-EE9E-5379 e senha CB2A-8C33-3B33-E0B2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 15 Voto - MIN. NUNES MARQUES 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão à parte agravante. Observo, considerando que as instâncias inferiores a concluíram que o agravante “e o tal ‘Vaninho’ atuavam de forma estável e permanente, mediante divisão de tarefas, fato suficientemente caracterizado na hipótese”, que, para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação –, como bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, seria indispensável o reexame de todo conjunto fático-probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência pacífica desta Suprema Corte: “AGRAVO REGIMENTAL EM ‘HABEAS CORPUS’. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. ABSOLVIÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. 1. Inviável o exame das teses defensivas não analisadas pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 2. Para concluir em sentido diverso quanto à tese de absolvição do crime de associação para o tráfico de drogas, imprescindível o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 3. Agravo regimental conhecido e não provido.” (HC 157.952-AgR/SP, Ministra Rosa Weber – com meus grifos) Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão à parte agravante. Observo, considerando que as instâncias inferiores a concluíram que o agravante “e o tal ‘Vaninho’ atuavam de forma estável e permanente, mediante divisão de tarefas, fato suficientemente caracterizado na hipótese”, que, para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação –, como bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, seria indispensável o reexame de todo conjunto fático-probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência pacífica desta Suprema Corte: “AGRAVO REGIMENTAL EM ‘HABEAS CORPUS’. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. ABSOLVIÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. 1. Inviável o exame das teses defensivas não analisadas pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 2. Para concluir em sentido diverso quanto à tese de absolvição do crime de associação para o tráfico de drogas, imprescindível o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 3. Agravo regimental conhecido e não provido.” (HC 157.952-AgR/SP, Ministra Rosa Weber – com meus grifos) Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 15 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 197770 AGR / SP Por outro lado, também não assiste razão à parte impetrante no que toca à pretendida aplicação do tráfico privilegiado (art. 33, § 4..., da Lei 11.343/06), eis que, conforme bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, “a condenação pela prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4... do art. 33 da Lei Antidrogas, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito”. Nesse mesmo sentido, a jurisprudência desta Suprema Corte entende que “uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4..., da Lei n 11.343/2006” (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). Para além disso, melhor sorte não socorre a parte agravante, no que toca ao pretendido afastamento da causa de aumento de pena relativa à proximidade de estabelecimento de ensino. Vejamos que o acórdão recorrido assim justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06: “A majoração da pena em razão da aplicação da causa de aumento prevista no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 é de índole objetiva, incidindo em função do local do cometimento do crime. Na hipótese, em que o delito foi cometido nas proximidades de escola, é desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia visava a atingir os frequentadores, como ocorre no presente caso.” Em caso fronteiriço, a Primeira Turma desta Suprema Corte, no mesmo sentido do acórdão impugnado, assim entendeu: “4. O Superior Tribunal de Justiça, chancelando a dosimetria realizada pela Corte estadual, manteve a incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/2006, em razão dos pacientes terem sido flagrados praticando o crime de tráfico de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP Por outro lado, também não assiste razão à parte impetrante no que toca à pretendida aplicação do tráfico privilegiado (art. 33, § 4..., da Lei 11.343/06), eis que, conforme bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, “a condenação pela prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4... do art. 33 da Lei Antidrogas, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito”. Nesse mesmo sentido, a jurisprudência desta Suprema Corte entende que “uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4..., da Lei n 11.343/2006” (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). Para além disso, melhor sorte não socorre a parte agravante, no que toca ao pretendido afastamento da causa de aumento de pena relativa à proximidade de estabelecimento de ensino. Vejamos que o acórdão recorrido assim justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06: “A majoração da pena em razão da aplicação da causa de aumento prevista no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 é de índole objetiva, incidindo em função do local do cometimento do crime. Na hipótese, em que o delito foi cometido nas proximidades de escola, é desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia visava a atingir os frequentadores, como ocorre no presente caso.” Em caso fronteiriço, a Primeira Turma desta Suprema Corte, no mesmo sentido do acórdão impugnado, assim entendeu: “4. O Superior Tribunal de Justiça, chancelando a dosimetria realizada pela Corte estadual, manteve a incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/2006, em razão dos pacientes terem sido flagrados praticando o crime de tráfico de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 15 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 197770 AGR / SP entorpecentes próximo a estabelecimento de ensino. 5. No caso sub examine, conforme destacou a Procuradoria Geral da República, ‘o entendimento jurisprudencial e doutrinário é no sentido que a causa de aumento deve incidir sempre que o tráfico seja praticado em locais em que há maior facilidade de difusão do vício diante da maior concentração pessoas. No caso, cuidando-se de crime praticado nas imediações de estabelecimentos de ensino, não há como negar que é maior o perigo para a saúde pública e, mais: não exige a lei que esse estabelecimento seja especialmente visado pelo delinquente. Basta a proximidade física e o conhecimento dessa proximidade’.” (HC 116.929/SP, Ministro Luiz Fux) Entendo, dessa forma, não haver reparo a ser feito na condenação ou na dosimetria da pena. Em consequência, resta prejudicada a pretensão de fixação do regime aberto e substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito. Dispositivo Em face do exposto, nego provimento ao presente agravo regimental. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP entorpecentes próximo a estabelecimento de ensino. 5. No caso sub examine, conforme destacou a Procuradoria Geral da República, ‘o entendimento jurisprudencial e doutrinário é no sentido que a causa de aumento deve incidir sempre que o tráfico seja praticado em locais em que há maior facilidade de difusão do vício diante da maior concentração pessoas. No caso, cuidando-se de crime praticado nas imediações de estabelecimentos de ensino, não há como negar que é maior o perigo para a saúde pública e, mais: não exige a lei que esse estabelecimento seja especialmente visado pelo delinquente. Basta a proximidade física e o conhecimento dessa proximidade’.” (HC 116.929/SP, Ministro Luiz Fux) Entendo, dessa forma, não haver reparo a ser feito na condenação ou na dosimetria da pena. Em consequência, resta prejudicada a pretensão de fixação do regime aberto e substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito. Dispositivo Em face do exposto, nego provimento ao presente agravo regimental. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D481-A2F6-C9FF-62D6 e senha D7A4-BDDB-2C9B-B0FA Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 15 Voto Vogal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O - V O G A L O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Trata-se de agravo regimental interposto por Maurício Inácio da Silva Junior, por intermédio da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (eDOC 1, p. 1- 3), da decisão do Relator que indeferiu o presente habeas corpus (eDOC 8, p. 1-2). Destaco, pois, da decisão ora agravada: “Observo, considerando que as instâncias inferiores a concluíram que o paciente“e o tal ‘Vaninho’ atuavam de forma estável e permanente, mediante divisão de tarefas, fato suficientemente caracterizado na hipótese”, que, para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação –, como bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, seria indispensável o reexame de todo conjunto fático- probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência pacífica desta Suprema Corte. (…) Por outro lado, também não assiste razão à parte impetrante no que toca à pretendida aplicação do tráfico privilegiado (art. 33, § 4..., da Lei 11.343/06), eis que, conforme bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, ‘a condenação pela Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O - V O G A L O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Trata-se de agravo regimental interposto por Maurício Inácio da Silva Junior, por intermédio da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (eDOC 1, p. 1- 3), da decisão do Relator que indeferiu o presente habeas corpus (eDOC 8, p. 1-2). Destaco, pois, da decisão ora agravada: “Observo, considerando que as instâncias inferiores a concluíram que o paciente“e o tal ‘Vaninho’ atuavam de forma estável e permanente, mediante divisão de tarefas, fato suficientemente caracterizado na hipótese”, que, para o acolhimento das teses defensiva – a absolvição pela prática do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/06) e o reconhecimento do concurso formal entre os delitos de tráfico e associação –, como bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, seria indispensável o reexame de todo conjunto fático- probatório, fato esse inviável na via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência pacífica desta Suprema Corte. (…) Por outro lado, também não assiste razão à parte impetrante no que toca à pretendida aplicação do tráfico privilegiado (art. 33, § 4..., da Lei 11.343/06), eis que, conforme bem ressaltou o Superior Tribunal de Justiça, ‘a condenação pela Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4... do art. 33 da Lei Antidrogas, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito’. Nesse mesmo sentido, a jurisprudência desta Suprema Corte entende que ‘uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4..., da Lei n 11.343/2006’ (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). Para além disso, o acórdão recorrido assim justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06: ‘A majoração da pena em razão da aplicação da causa de aumento prevista no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 é de índole objetiva, incidindo em função do local do cometimento do crime. Na hipótese, em que o delito foi cometido nas proximidades de escola, é desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia visava a atingir os frequentadores, como ocorre no presente caso.’ Por fim, não havendo reparo a ser feito na condenação ou na dosimetria da pena, restam prejudicadas as pretensões de fixação do regime aberto e substituição da pena privativa de liberdade em restritivas de direito.” (eDOC 8, p. 2-4; grifos originais) No presente agravo regimental, sustenta-se, em síntese, o seguinte: “A Defensoria Pública não visa discutir fatos ou provas, mas tão-somente a ilegalidade da decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça. Não se alegou, por exemplo, que os fatos ocorreram de forma diversa, mas tão-somente que a conclusão jurídica impôs constrangimento ilegal ao direito de ir e vir do paciente. Questiona-se, apenas, o enquadramento 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP prática do crime de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da minorante prevista no § 4... do art. 33 da Lei Antidrogas, ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito’. Nesse mesmo sentido, a jurisprudência desta Suprema Corte entende que ‘uma vez configurada a associação para o tráfico, não se abre, ante a integração a grupo criminoso, campo propício para a observância da causa de diminuição da pena prevista no artigo 33, § 4..., da Lei n 11.343/2006’ (HC 104.434/AC, Ministro Marco Aurélio). Para além disso, o acórdão recorrido assim justificou a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/06: ‘A majoração da pena em razão da aplicação da causa de aumento prevista no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 é de índole objetiva, incidindo em função do local do cometimento do crime. Na hipótese, em que o delito foi cometido nas proximidades de escola, é desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia visava a atingir os frequentadores, como ocorre no presente caso.’ Por fim, não havendo reparo a ser feito na condenação ou na dosimetria da pena, restam prejudicadas as pretensões de fixação do regime aberto e substituição da pena privativa de liberdade em restritivas de direito.” (eDOC 8, p. 2-4; grifos originais) No presente agravo regimental, sustenta-se, em síntese, o seguinte: “A Defensoria Pública não visa discutir fatos ou provas, mas tão-somente a ilegalidade da decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça. Não se alegou, por exemplo, que os fatos ocorreram de forma diversa, mas tão-somente que a conclusão jurídica impôs constrangimento ilegal ao direito de ir e vir do paciente. Questiona-se, apenas, o enquadramento 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP jurídico de fatos certos e incontroversos no ordenamento jurídico, aplicação do direito, portanto. O reconhecimento ou não do crime previsto no art. 35 da lei de Drogas depende apenas da análise das provas que já estão nos autos. Trata-se, com efeito, de subsunção do fato à norma, aplicação do direito. Destarte, o writ versa sobre questões jurídicas, não debatendo fatos ou provas.” (eDOC 15, p. 2; grifos originais) Ao final, a parte agravante pede a concessão da presente ordem de habeas corpus. Iniciou-se o julgamento virtual perante a Segunda Turma na Sessão de 28.5.2021 a 7.6.2021. O ilustre relator votou no sentido de negar provimento ao presente agravo regimental. Peço vênia ao eminente relator para dar parcial provimento ao presente agravo regimental da defesa, sobretudo diante dos relevantes e legítimos argumentos da defesa e dos posicionamentos, sobre a matéria, externados em casos anteriores desta Segunda Turma. Assim, inicialmente, considero pertinente e legítimo, o fundamento da sentença que absolveu o ora agravante do crime de associação para o tráfico previsto no art. 35, caput, da Lei 11.343/2006 (eDOC 2, p. 59-60), sobretudo porque não demonstrados, no caso, a estabilidade, a divisão de tarefas e o dolo necessários para tipificar referido crime. Merece prosperar, pois, esse argumento da defesa contido na petição do presente habeas corpus nos seguintes termos: “Como cediço, a doutrina e a jurisprudência entendem que o delito previsto no artigo 35 da Lei 11.343/06 somente se configura se a comunhão de esforços voltados à execução criminosa ocorrer de forma permanente e estável. Além disso, é imprescindível a presença de animus associativo por parte dos envolvidos na empreitada criminosa, 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP jurídico de fatos certos e incontroversos no ordenamento jurídico, aplicação do direito, portanto. O reconhecimento ou não do crime previsto no art. 35 da lei de Drogas depende apenas da análise das provas que já estão nos autos. Trata-se, com efeito, de subsunção do fato à norma, aplicação do direito. Destarte, o writ versa sobre questões jurídicas, não debatendo fatos ou provas.” (eDOC 15, p. 2; grifos originais) Ao final, a parte agravante pede a concessão da presente ordem de habeas corpus. Iniciou-se o julgamento virtual perante a Segunda Turma na Sessão de 28.5.2021 a 7.6.2021. O ilustre relator votou no sentido de negar provimento ao presente agravo regimental. Peço vênia ao eminente relator para dar parcial provimento ao presente agravo regimental da defesa, sobretudo diante dos relevantes e legítimos argumentos da defesa e dos posicionamentos, sobre a matéria, externados em casos anteriores desta Segunda Turma. Assim, inicialmente, considero pertinente e legítimo, o fundamento da sentença que absolveu o ora agravante do crime de associação para o tráfico previsto no art. 35, caput, da Lei 11.343/2006 (eDOC 2, p. 59-60), sobretudo porque não demonstrados, no caso, a estabilidade, a divisão de tarefas e o dolo necessários para tipificar referido crime. Merece prosperar, pois, esse argumento da defesa contido na petição do presente habeas corpus nos seguintes termos: “Como cediço, a doutrina e a jurisprudência entendem que o delito previsto no artigo 35 da Lei 11.343/06 somente se configura se a comunhão de esforços voltados à execução criminosa ocorrer de forma permanente e estável. Além disso, é imprescindível a presença de animus associativo por parte dos envolvidos na empreitada criminosa, 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP ou seja, específico envolvimento subjetivo para praticar os elementos previstos no preceito primário da norma penal incriminadora do artigo 35 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). (...) No caso em tela, contudo, houve a incidência do art. 35 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) mesmo ausentes os requisitos legais exigidos para a sua aplicação. Com efeito, em depoimento judicial, o próprio policial civil e testemunha, Vagner Capaldo (vide mídia digital nos autos), não soube informar se havia participação ou contribuição do segundo indivíduo no delito praticado, apenas esclarecendo que havia um segundo homem no local, que fugiu ao notar a aproximação dos policiais, não mencionando em nenhum momento a associação criminosa entre ambos. ” (eDOC 1, p. 3-5; grifos originais) Nesse sentido: HC 124.164/AC, Rel. Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, DJe 24.11.2014 e HC 168.442 AgR/SP, por mim relatado, Segunda Turma, DJe 20.3.2020, de cuja ementa transcrevo, porque pertinente à espécie ora em exame: “Agravo regimental no habeas corpus. 2. Associação para o tráfico e redutor previsto no artigo 33, § 4..., da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). 3. Desnecessidade de revolvimento de fatos e provas. 4. Agravo a que se nega provimento.” Ademais, assevero que a previsão da redução de pena contida no §4... do artigo 33 tem como fundamento distinguir o traficante contumaz e profissional daquele iniciante na vida criminosa, bem como do que se aventura na vida da traficância por motivos que, por vezes, confundem- se com a sua própria sobrevivência e/ou de sua família. Assim, para legitimar a não aplicação do redutor é essencial fundamentação corroborada em elementos capazes de afastar um dos requisitos legais, sob pena de desrespeito ao princípio da individualização da pena e de fundamentação das decisões judiciais. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP ou seja, específico envolvimento subjetivo para praticar os elementos previstos no preceito primário da norma penal incriminadora do artigo 35 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). (...) No caso em tela, contudo, houve a incidência do art. 35 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) mesmo ausentes os requisitos legais exigidos para a sua aplicação. Com efeito, em depoimento judicial, o próprio policial civil e testemunha, Vagner Capaldo (vide mídia digital nos autos), não soube informar se havia participação ou contribuição do segundo indivíduo no delito praticado, apenas esclarecendo que havia um segundo homem no local, que fugiu ao notar a aproximação dos policiais, não mencionando em nenhum momento a associação criminosa entre ambos. ” (eDOC 1, p. 3-5; grifos originais) Nesse sentido: HC 124.164/AC, Rel. Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, DJe 24.11.2014 e HC 168.442 AgR/SP, por mim relatado, Segunda Turma, DJe 20.3.2020, de cuja ementa transcrevo, porque pertinente à espécie ora em exame: “Agravo regimental no habeas corpus. 2. Associação para o tráfico e redutor previsto no artigo 33, § 4..., da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). 3. Desnecessidade de revolvimento de fatos e provas. 4. Agravo a que se nega provimento.” Ademais, assevero que a previsão da redução de pena contida no §4... do artigo 33 tem como fundamento distinguir o traficante contumaz e profissional daquele iniciante na vida criminosa, bem como do que se aventura na vida da traficância por motivos que, por vezes, confundem- se com a sua própria sobrevivência e/ou de sua família. Assim, para legitimar a não aplicação do redutor é essencial fundamentação corroborada em elementos capazes de afastar um dos requisitos legais, sob pena de desrespeito ao princípio da individualização da pena e de fundamentação das decisões judiciais. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP Conforme assentado na doutrina: “A habitualidade e o pertencimento a organizações criminosas deverão ser comprovados, não valendo a simples presunção. Não havendo prova nesse sentido, o condenado fará jus à redução de pena” (QUEIROZ, Paulo; LOPES, Marcus. Comentários à Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). 2016. p. 50). Assim, a quantidade e natureza da droga são circunstâncias que, apesar de configurarem elementos determinantes na modulação da causa de diminuição de pena, por si sós, não são aptas a comprovar o envolvimento com o crime organizado ou a dedicação à atividade criminosa, devendo o juízo condenatório obter outros elementos hábeis a embasar tal afirmativa. Nesse sentido, assentou a Segunda Turma deste Supremo Tribunal: “HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. LEI 11.343/2006. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA PREVISTA NO ART. 33, § 4..., DA LEI 11.343/2006. GRANDE QUANTIDADE DE MACONHA APREENDIDA (132,85 KG). DEDICAÇÃO À ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. PACIENTE ABSOLVIDA PELO CRIME DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. CONTRADIÇÃO ENTRE OS FUNDAMENTOS. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. RECURSO ORDINÁRIO AO QUAL SE DÁ PROVIMENTO EM PARTE. I – A grande quantidade de entorpecente, apesar de não ter sido o único fundamento utilizado para afastar a aplicação do redutor do art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, foi, isoladamente, utilizado como elemento para presumir-se a participação da paciente em uma organização criminosa e, assim, negar-lhe o direito à minorante. II – A quantidade de drogas não poderia, automaticamente, proporcionar o entendimento de que a paciente faria do tráfico seu meio de vida ou integraria uma organização criminosa. Ausência de fundamentação idônea, apta a 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP Conforme assentado na doutrina: “A habitualidade e o pertencimento a organizações criminosas deverão ser comprovados, não valendo a simples presunção. Não havendo prova nesse sentido, o condenado fará jus à redução de pena” (QUEIROZ, Paulo; LOPES, Marcus. Comentários à Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). 2016. p. 50). Assim, a quantidade e natureza da droga são circunstâncias que, apesar de configurarem elementos determinantes na modulação da causa de diminuição de pena, por si sós, não são aptas a comprovar o envolvimento com o crime organizado ou a dedicação à atividade criminosa, devendo o juízo condenatório obter outros elementos hábeis a embasar tal afirmativa. Nesse sentido, assentou a Segunda Turma deste Supremo Tribunal: “HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. LEI 11.343/2006. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA PREVISTA NO ART. 33, § 4..., DA LEI 11.343/2006. GRANDE QUANTIDADE DE MACONHA APREENDIDA (132,85 KG). DEDICAÇÃO À ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. PACIENTE ABSOLVIDA PELO CRIME DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. CONTRADIÇÃO ENTRE OS FUNDAMENTOS. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. RECURSO ORDINÁRIO AO QUAL SE DÁ PROVIMENTO EM PARTE. I – A grande quantidade de entorpecente, apesar de não ter sido o único fundamento utilizado para afastar a aplicação do redutor do art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, foi, isoladamente, utilizado como elemento para presumir-se a participação da paciente em uma organização criminosa e, assim, negar-lhe o direito à minorante. II – A quantidade de drogas não poderia, automaticamente, proporcionar o entendimento de que a paciente faria do tráfico seu meio de vida ou integraria uma organização criminosa. Ausência de fundamentação idônea, apta a 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP justificar o afastamento da aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006. Precedentes. III - É patente a contradição entre os fundamentos expendidos para absolver a paciente da acusação da prática do delito tipificado pelo art. 35 da Lei 11.343/2006 e aqueles utilizados para negar-lhe o direito à minorante constante do art. 33, § 4..., do mesmo diploma legal. Precedentes. IV - Recurso ordinário ao qual se dá provimento, em parte, para reconhecer a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, e determinar que o juízo a quo, após definir o patamar de redução, recalcule a pena e proceda ao reexame do regime inicial do cumprimento da sanção e da substituição da pena privativa de liberdade por sanções restritivas de direitos, se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal”. (RHC 138.715, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 09.06.2017) Menciono, ainda, mais recentemente: HC 190.492 AgR/SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 09.10.2020; HC 186.909 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 18.9.2020; HC 185.287 AgR/MS, por mim relatado, Segunda Turma, DJe 1....9.2020; HCs 191.876 AgR/SP, 193.498 AgR/SP e 195.319 AgR/SP, dos quais fui redator para acórdão, Segunda Turma, DJe 30.11.2020, 19.2.2021 e 5.3.2021, respectivamente; entre outros. Além disso, nos termos assentados na doutrina: “(...) militará em favor do réu a presunção de que é primário e de bons antecedentes e de que não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa. O ônus da prova, nesse caso, é do Ministério Público (...)” (GRECO FILHO, Vicente; RASSI, João Daniel. Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) anotada. 2009. p. 109). No caso, saliente-se o contido na sentença condenatória (eDOC 2, p. 61-62) a respeito da fundamentada e legítima aplicação da causa especial de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, em face da primariedade do agravante e da pequena 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP justificar o afastamento da aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006. Precedentes. III - É patente a contradição entre os fundamentos expendidos para absolver a paciente da acusação da prática do delito tipificado pelo art. 35 da Lei 11.343/2006 e aqueles utilizados para negar-lhe o direito à minorante constante do art. 33, § 4..., do mesmo diploma legal. Precedentes. IV - Recurso ordinário ao qual se dá provimento, em parte, para reconhecer a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, e determinar que o juízo a quo, após definir o patamar de redução, recalcule a pena e proceda ao reexame do regime inicial do cumprimento da sanção e da substituição da pena privativa de liberdade por sanções restritivas de direitos, se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal”. (RHC 138.715, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 09.06.2017) Menciono, ainda, mais recentemente: HC 190.492 AgR/SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 09.10.2020; HC 186.909 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 18.9.2020; HC 185.287 AgR/MS, por mim relatado, Segunda Turma, DJe 1....9.2020; HCs 191.876 AgR/SP, 193.498 AgR/SP e 195.319 AgR/SP, dos quais fui redator para acórdão, Segunda Turma, DJe 30.11.2020, 19.2.2021 e 5.3.2021, respectivamente; entre outros. Além disso, nos termos assentados na doutrina: “(...) militará em favor do réu a presunção de que é primário e de bons antecedentes e de que não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa. O ônus da prova, nesse caso, é do Ministério Público (...)” (GRECO FILHO, Vicente; RASSI, João Daniel. Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) anotada. 2009. p. 109). No caso, saliente-se o contido na sentença condenatória (eDOC 2, p. 61-62) a respeito da fundamentada e legítima aplicação da causa especial de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4..., da Lei 11.343/2006, em face da primariedade do agravante e da pequena 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 15 Voto Vogal HC 197770 AGR / SP quantidade da substância entorpecente (2,8 g de crack; laudos, eDOC 2, p. 37-39 e 44-46), “o que não indica haver íntima ligação com o crime organizado e autoriza a concessão do benefício pretendido” (eDOC 2, p. 62; grifos originais). Tecidas as considerações pertinentes e preenchidas as condições do §4... do artigo 33 da Lei 11.343/2006, entendo que o agravante possui o direito à redução, uma vez que se cuida de réu primário (reconhecido na sentença, eDOC 2, p. 61) e não há qualquer indicação inequívoca de envolvimento em atividades ilícitas, além de indevidas presunções. Ante o exposto, dou parcial provimento ao presente agravo regimental e, de consequência, concedo parcialmente a ordem para restabelecer a dosimetria da pena imposta ao agravante Maurício Inácio da Silva Junior, nos termos da sentença condenatória proferida pelo juízo de primeiro grau (eDOC 2, p. 58-68). É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Supremo Tribunal Federal HC 197770 AGR / SP quantidade da substância entorpecente (2,8 g de crack; laudos, eDOC 2, p. 37-39 e 44-46), “o que não indica haver íntima ligação com o crime organizado e autoriza a concessão do benefício pretendido” (eDOC 2, p. 62; grifos originais). Tecidas as considerações pertinentes e preenchidas as condições do §4... do artigo 33 da Lei 11.343/2006, entendo que o agravante possui o direito à redução, uma vez que se cuida de réu primário (reconhecido na sentença, eDOC 2, p. 61) e não há qualquer indicação inequívoca de envolvimento em atividades ilícitas, além de indevidas presunções. Ante o exposto, dou parcial provimento ao presente agravo regimental e, de consequência, concedo parcialmente a ordem para restabelecer a dosimetria da pena imposta ao agravante Maurício Inácio da Silva Junior, nos termos da sentença condenatória proferida pelo juízo de primeiro grau (eDOC 2, p. 58-68). É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C6B-5BF3-6C1B-7E18 e senha 017C-ED81-16F8-3E0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 15 Extrato de Ata - 08/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Gilmar Mendes. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B537-E55C-536E-D5BF e senha 9E51-973F-ED44-A05C Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 197.770 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : MAURÍCIO INÁCIO DA SILVA JUNIOR ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Gilmar Mendes. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B537-E55C-536E-D5BF e senha 9E51-973F-ED44-A05C Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 15
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 197 . 770", "HC 104 . 434 / AC", "HC 197770 AGR / SP", "HC 197770 AGR / SP", "HABEAS CORPUS 197 . 770 SÃO", "HABEAS CORPUS 197 . 770", "HC 197770 AGR / SP", "HC 591 . 634 - AgRg / SP", "HC 197770 AGR / SP", "HC 591 . 634 - AgRg / SP", "HABEAS CORPUS 197 . 770", "HC 157 . 952 - AgR / SP", "HABEAS CORPUS 197 . 770", "HC 157 . 952 - AgR / SP", "HC 197770 AGR / SP", "HC 104 . 434 / AC", "HC 197770 AGR / SP", "HC 104 . 434 / AC", "HC 197770", "HC 116 . 929 / SP", "HC 197770 AGR / SP", "HC 116 . 929 / SP", "HABEAS CORPUS 197 . 770 SÃO", "HABEAS CORPUS 197 . 770", "HC 197770 AGR / SP", "HC 104 . 434 / AC", "HC 197770 AGR / SP", "HC 104 . 434 / AC", "HC 197770 AGR / SP", "HC 197770 AGR / SP", "HC 197770 AGR / SP", "HC 124 . 164 / AC", "HC 168 . 442 AgR / SP", "HC 197770 AGR / SP", "HC 124 . 164 / AC", "HC 168 . 442 AgR / SP", "HC 197770 AGR / SP", "HC 197770 AGR / SP", "HC 197770 AGR / SP", "RHC 138 . 715", "HC 190 . 492 AgR / SC", "HC 186 . 909 AgR / SP", "HC 185 . 287 AgR / MS", "HCs 191 . 876 AgR / SP", "193", ".", "498", "AgR / SP", "195", ".", "319 AgR / SP", "HC 197770 AGR / SP", "RHC 138 . 715", "HC 190 . 492 AgR / SC", "HC 186 . 909 AgR / SP", "HC 185 . 287 AgR / MS", "HCs 191 . 876 AgR / SP", "193", ".", "498", "AgR /", "SP", "195", ".", "319", "AgR", "/", "SP", "HC 197770 AGR / SP", "HC 197770 AGR / SP", "HABEAS CORPUS 197 . 770", "HABEAS CORPUS 197 . 770" ], "LEGISLACAO": [ "art . 35 da Lei 11 . 343 / 06", "artigo 33 , § 4 . . . , da Lei n 11 . 343 / 2006", "art . 40 , III , da Lei 11 . 343 / 06", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 35 DA LEI", "ART . 33 , § 4 . . . , DA LEI N . 11 . 343 / 2006", "ART . 35 DA LEI N . 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 35 DA LEI ANTIDROGAS", "ART . 33 , § 4 . . . , DA LEI N . 11 . 343 / 2006", "ART . 35 DA LEI N . 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 35 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei Antidrogas", "art . 35 da lei de Drogas", "art . 40 , inc . III da lei de Drogas", "artigo 33 , § 4 . . . , da", "Lei n 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 35 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei Antidrogas", "art . 35 da lei de Drogas", "art . 40 , inc . III da lei de Drogas", "artigo 33 , § 4 . . . , da Lei n 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 35 da Lei 11 . 343 / 06", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 35 da Lei 11 . 343 / 06", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 06", "artigo 33 , § 4 . . . , da Lei n 11 . 343 / 2006", "art . 40 , III , da Lei 11 . 343 / 06", "inciso III do art . 40 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "art . 40 , III , da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 06", "art . 33 da Lei Antidrogas", "artigo 33 , § 4 . . . , da Lei n 11 . 343 / 2006", "art . 40 , III , da Lei 11 . 343 / 06", "inciso III do art . 40 da Lei", "art . 40 , III , da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 35 da Lei 11 . 343 / 06", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 06", 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Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "artigo 35 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "art . 35 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "artigo 33 , § 4 . . . , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "LEI 11 . 343 / 2006", "ART . 33 , § 4 . . . , DA LEI 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de Drogas", "LEI 11 . 343 / 2006", "ART . 33 , § 4 . . . , DA LEI 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 35 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 44 do Código Penal ”", "Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 35 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 44 do Código Penal ”", "Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§", "artigo 33 da Lei 11 . 343", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "Brasília", "Brasília", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda 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Ementa e Acórdão 03/08/2021 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 202.557 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN PACTE.(S) :TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) :VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO QUE FIGURA COMO SUCEDÂNEO DE REVISÃO CRIMINAL. NÃO CONHECIMENTO. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. ILEGALIDADE FLAGRANTE VERIFICADA NO CASO CONCRETO. ATUAÇÃO DO JUIZ E ORDEM DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS. ART. 212 DO CPP. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA APTA A AFASTAR A INCIDÊNCIA DE NORMA COGENTE E DE APLICABILIDADE IMEDIATA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. ATUAÇÃO ATIVA E DE PROTAGONISMO DESEMPENHADA PELO JUÍZO A QUO NA INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO. AFRONTA AO PRINCÍPIO ACUSATÓRIO. COMPROMETIMENTO AO ACTUM TRIUM PERSONARUM. UTILIZAÇÃO DE DEPOIMENTOS COLHIDOS EM DESCOMPASSO COM A LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA PARA FUNDAMENTAR O DECRETO CONDENATÓRIO. PREJUÍZO DEMONSTRADO. RÉU CUSTODIADO EM DECORRÊNCIA DE SENTENÇA ORA REPUTADA NULA. RESTITUIÇÃO AO STATUS LIBERTATIS QUE SE IMPÕE. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO PARA RECONHECER A NULIDADE DA AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA A PARTIR DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO E DETERMINAR A IMEDIATA SOLTURA DO PACIENTE . 1. A Constituição Federal de 1988, ao atribuir a privatividade da promoção da ação penal pública ao Ministério Público (art. 129, I); ao assegurar aos ligantes o direito ao contraditório e à ampla defesa e assentar o advogado como função essencial à Justiça (art. 5º, LV e 133); Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 20 Ementa e Acórdão HC 202557 / SP bem como, ao prever a resolução da lide penal, após o devido processo legal, por um terceiro imparcial, o Juiz natural (art. 5º, LIII e LXI; 93 e seguintes), consagra o sistema acusatório. 2. A separação entre as atividades de acusar e julgar não autoriza que o juiz, em substituição ao órgão de acusação, assuma papel ativo na produção probatória, sob pena de quebra da necessária imparcialidade do Poder Judiciário. 3. O processo penal é instrumento de legitimação do direito de punir do Estado e, para que a intervenção estatal opere nas liberdades individuais com legitimidade, é necessário o respeito à legalidade estrita e às garantias fundamentais. 4. No que tange à oitiva das testemunhas em audiência de instrução e julgamento, deve o magistrado, em atenção ao art. 212 do CPP, logo após a qualificação do depoente, passar a palavra às partes, a fim de que produzam a prova, somente cabendo-lhe intervir em duas hipóteses: se evidenciada ilegalidade ou irregularidade na condução do depoimento ou, ao final, para complementar a oitiva, se ainda existir dúvida - nessa última hipótese sempre atuando de forma supletiva e subsidiária (como se extrai da expressão “poderá complementar”). 5. A redação do art. 212 é clara e não encerra uma opção ou recomendação. Trata-se de norma cogente, de aplicabilidade imediata, e portanto o seu descumprimento pelo magistrado acarreta nulidade à ação penal correlata quando demonstrado prejuízo ao acusado. 6. A demonstração de efetivo prejuízo no campo das nulidades processuais penais é sempre prospectiva e nunca presumida. É dizer, não cabe ao magistrado já antecipar e prever que a inobservância a norma processual cogente gerará ou não prejuízo à parte, pois desconhece quo ante a estratégia defensiva. 7. Demonstrado, no caso dos autos, iniciativa e protagonismo exercido pelo Juízo singular na inquirição das testemunhas de acusação e verificado que foram esses elementos considerados na fundamentação do decreto condenatório, forçoso reconhecer a existência de prejuízo ao acusado. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP bem como, ao prever a resolução da lide penal, após o devido processo legal, por um terceiro imparcial, o Juiz natural (art. 5º, LIII e LXI; 93 e seguintes), consagra o sistema acusatório. 2. A separação entre as atividades de acusar e julgar não autoriza que o juiz, em substituição ao órgão de acusação, assuma papel ativo na produção probatória, sob pena de quebra da necessária imparcialidade do Poder Judiciário. 3. O processo penal é instrumento de legitimação do direito de punir do Estado e, para que a intervenção estatal opere nas liberdades individuais com legitimidade, é necessário o respeito à legalidade estrita e às garantias fundamentais. 4. No que tange à oitiva das testemunhas em audiência de instrução e julgamento, deve o magistrado, em atenção ao art. 212 do CPP, logo após a qualificação do depoente, passar a palavra às partes, a fim de que produzam a prova, somente cabendo-lhe intervir em duas hipóteses: se evidenciada ilegalidade ou irregularidade na condução do depoimento ou, ao final, para complementar a oitiva, se ainda existir dúvida - nessa última hipótese sempre atuando de forma supletiva e subsidiária (como se extrai da expressão “poderá complementar”). 5. A redação do art. 212 é clara e não encerra uma opção ou recomendação. Trata-se de norma cogente, de aplicabilidade imediata, e portanto o seu descumprimento pelo magistrado acarreta nulidade à ação penal correlata quando demonstrado prejuízo ao acusado. 6. A demonstração de efetivo prejuízo no campo das nulidades processuais penais é sempre prospectiva e nunca presumida. É dizer, não cabe ao magistrado já antecipar e prever que a inobservância a norma processual cogente gerará ou não prejuízo à parte, pois desconhece quo ante a estratégia defensiva. 7. Demonstrado, no caso dos autos, iniciativa e protagonismo exercido pelo Juízo singular na inquirição das testemunhas de acusação e verificado que foram esses elementos considerados na fundamentação do decreto condenatório, forçoso reconhecer a existência de prejuízo ao acusado. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 20 Ementa e Acórdão HC 202557 / SP 8. O Juízo a quo ao iniciar e questionar detalhadamente a testemunha de acusação, além de subverter a norma processual do art. 212 do CPP, violando a diretiva legal, exerceu papel que não lhe cabia na dinâmica instrutória da ação penal, comprometendo o actum trium personarum, já que a “separação rígida entre, de um lado, as tarefas de investigar e acusar e, de outro, a função propriamente jurisdicional” é consectário lógico e inafastável do sistema penal acusatório (ADIMC 5.104, Plenário, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 21.5.2014 ). 9. Habeas corpus concedido de ofício a fim de reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento e, como consequência, restituir a liberdade ao acusado, a fim de que responda solto à instrução da ação penal que deverá ser renovada. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, com base no art. 192 do RISTF, em não conhecer do habeas corpus, mas conceder a ordem, de ofício, a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Determinou, ainda, a comunicação, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP 8. O Juízo a quo ao iniciar e questionar detalhadamente a testemunha de acusação, além de subverter a norma processual do art. 212 do CPP, violando a diretiva legal, exerceu papel que não lhe cabia na dinâmica instrutória da ação penal, comprometendo o actum trium personarum, já que a “separação rígida entre, de um lado, as tarefas de investigar e acusar e, de outro, a função propriamente jurisdicional” é consectário lógico e inafastável do sistema penal acusatório (ADIMC 5.104, Plenário, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 21.5.2014 ). 9. Habeas corpus concedido de ofício a fim de reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento e, como consequência, restituir a liberdade ao acusado, a fim de que responda solto à instrução da ação penal que deverá ser renovada. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, com base no art. 192 do RISTF, em não conhecer do habeas corpus, mas conceder a ordem, de ofício, a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Determinou, ainda, a comunicação, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 20 Ementa e Acórdão HC 202557 / SP o implemento desta decisão e, outrossim, o TJSP e o STJ, para ciência, tudo nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP o implemento desta decisão e, outrossim, o TJSP e o STJ, para ciência, tudo nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 20 Relatório 03/08/2021 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 202.557 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN PACTE.(S) :TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) :VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática proferida no âmbito do Superior Tribunal de Justiça que não conheceu do HC 535.249/SP (eDOC.02). Busca-se, em síntese, o reconhecimento de nulidade no trâmite da ação penal, por violação ao art. 212 do CPP, com a consequente invalidação de todos os atos processuais subsequentes, pois, durante a instrução probatória, o “magistrado realizou uma série de perguntas às testemunhas de acusação, ao passo que a acusação apresentou postura subsidiária, fazendo poucas perguntas, ou nada perguntando”. Articula que “a atual sistemática processual brasileira consagra o modelo processual acusatório”, a qual “assegura às partes o protagonismo na produção de provas, a fim de assegurar a necessária imparcialidade do magistrado”. Nada obstante, tal postulado não teria sido observado a contento no trâmite processual originário, pois denota-se “pelas leituras das transcrições das oitivas, que o I. Magistrado não apenas conduziu a audiência, mas protagonizou as oitivas testemunhas, sobretudo das testemunhas de acusação. Quanto às duas primeiras testemunhas ouvidas, RAFAEL RIBEIRO ALVES e SILAS PEREIRA DA SILVA, ambas de acusação, nota-se que a acusação não dirigiu qualquer pergunta, ou seja, o magistrado exauriu por completo os questionamentos acusatórios.” Conclui aduzindo que a postura adotada pelo magistrado sentenciante violou o princípio da imparcialidade e do devido processo Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF3F-39B2-39D8-9543 e senha 55FB-4EA2-F044-1FC3 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 202.557 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN PACTE.(S) :TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) :VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática proferida no âmbito do Superior Tribunal de Justiça que não conheceu do HC 535.249/SP (eDOC.02). Busca-se, em síntese, o reconhecimento de nulidade no trâmite da ação penal, por violação ao art. 212 do CPP, com a consequente invalidação de todos os atos processuais subsequentes, pois, durante a instrução probatória, o “magistrado realizou uma série de perguntas às testemunhas de acusação, ao passo que a acusação apresentou postura subsidiária, fazendo poucas perguntas, ou nada perguntando”. Articula que “a atual sistemática processual brasileira consagra o modelo processual acusatório”, a qual “assegura às partes o protagonismo na produção de provas, a fim de assegurar a necessária imparcialidade do magistrado”. Nada obstante, tal postulado não teria sido observado a contento no trâmite processual originário, pois denota-se “pelas leituras das transcrições das oitivas, que o I. Magistrado não apenas conduziu a audiência, mas protagonizou as oitivas testemunhas, sobretudo das testemunhas de acusação. Quanto às duas primeiras testemunhas ouvidas, RAFAEL RIBEIRO ALVES e SILAS PEREIRA DA SILVA, ambas de acusação, nota-se que a acusação não dirigiu qualquer pergunta, ou seja, o magistrado exauriu por completo os questionamentos acusatórios.” Conclui aduzindo que a postura adotada pelo magistrado sentenciante violou o princípio da imparcialidade e do devido processo Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF3F-39B2-39D8-9543 e senha 55FB-4EA2-F044-1FC3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 20 Relatório HC 202557 / SP legal, pois “o douto magistrado demonstrou maior interesse nos relatos das testemunhas de acusação, apresentando uma série de perguntas a estas, ao passo que nenhuma pergunta sobre os fatos ou sobre o paciente foi dirigida às testemunhas de defesa, mesmo àquelas que presenciaram parcela dos fatos ou que demonstram a veracidade da versão defensiva, o que demonstra que, de fato, os poderes instrutórios do juiz foram utilizados in casu não apenas para esclarecer obscuridades, mas sim para substituir as partes no protagonismo da produção das provas, em flagrante violação ao modelo processual acusatório.” A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo não conhecimento do habeas corpus, e caso conhecido, pela denegação da ordem (eDOC.10). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF3F-39B2-39D8-9543 e senha 55FB-4EA2-F044-1FC3 Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP legal, pois “o douto magistrado demonstrou maior interesse nos relatos das testemunhas de acusação, apresentando uma série de perguntas a estas, ao passo que nenhuma pergunta sobre os fatos ou sobre o paciente foi dirigida às testemunhas de defesa, mesmo àquelas que presenciaram parcela dos fatos ou que demonstram a veracidade da versão defensiva, o que demonstra que, de fato, os poderes instrutórios do juiz foram utilizados in casu não apenas para esclarecer obscuridades, mas sim para substituir as partes no protagonismo da produção das provas, em flagrante violação ao modelo processual acusatório.” A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo não conhecimento do habeas corpus, e caso conhecido, pela denegação da ordem (eDOC.10). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF3F-39B2-39D8-9543 e senha 55FB-4EA2-F044-1FC3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN 03/08/2021 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 202.557 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): 1. Cabimento do habeas corpus: A Corte compreende que o habeas corpus não se presta, ordinariamente, a rescindir provimento condenatório acobertado pelo manto da coisa julgada, daí a impossibilidade de figurar como sucedâneo de revisão criminal. Sobre o tema: “O Supremo Tribunal Federal não admite a utilização do habeas corpus em substituição à ação de revisão criminal.” (HC 128693 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 04/08/2015, grifei) “O habeas corpus não pode ser utilizado como sucedâneo de revisão criminal.” (HC 123430, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 14/10/2014, grifei) “(...) habeas corpus não pode ser utilizado, em regra, como sucedâneo de revisão criminal, a menos que haja manifesta ilegalidade ou abuso no ato praticado pelo tribunal superior.” (HC 86367, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 30/09/2008, grifei) No caso concreto, por contrariar frontalmente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus não merece conhecimento, na medida em que está a funcionar como sucedâneo de revisão criminal. 2. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 202.557 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): 1. Cabimento do habeas corpus: A Corte compreende que o habeas corpus não se presta, ordinariamente, a rescindir provimento condenatório acobertado pelo manto da coisa julgada, daí a impossibilidade de figurar como sucedâneo de revisão criminal. Sobre o tema: “O Supremo Tribunal Federal não admite a utilização do habeas corpus em substituição à ação de revisão criminal.” (HC 128693 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 04/08/2015, grifei) “O habeas corpus não pode ser utilizado como sucedâneo de revisão criminal.” (HC 123430, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 14/10/2014, grifei) “(...) habeas corpus não pode ser utilizado, em regra, como sucedâneo de revisão criminal, a menos que haja manifesta ilegalidade ou abuso no ato praticado pelo tribunal superior.” (HC 86367, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 30/09/2008, grifei) No caso concreto, por contrariar frontalmente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus não merece conhecimento, na medida em que está a funcionar como sucedâneo de revisão criminal. 2. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP No julgamento do HC 186.421, da relatoria do ministro Celso de Mello, em que figurei como redator do acórdão em virtude da aposentadoria do saudoso Decano desta Corte, esta Segunda Turma assentou a impossibilidade de conversão ex officio da prisão em flagrante em preventiva. Por ocasião deste julgamento, registrei ser imprescindível a adequada leitura da legislação processual penal sob o filtro do princípio acusatório, adotado pela Constituição Federal 1988 por força da conjugação dos arts. 5º, incisos LIII, LXI, LV; 93; 129, 133 e 144, dispositivos nos quais o legislador constituinte diferencia as funções de investigação/acusação, defesa e julgamento. Confira-se trecho do voto em que consignei: “A Constituição Federal de 1988 atribui com privatividade a promoção da ação penal pública ao Ministério Público, ressalvada a ação penal privada em hipóteses excepcionais (art. 129, I). A ação penal, para demonstrar a justa causa, deve vir instruída com peças de informações ou com inquérito policial, procedimento administrativo a cargo das Polícias Federal e Civis, a quem a Constituição atribui as funções de apuração das infrações penais e da autoria (art. 144, § 1º, I e § 4º), sob o controle externo do Ministério Público (art. 129, VII). Por outro lado, a Carta de 1988 assegura aos ligantes o direito ao contraditório e à ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes, e coloca o advogado como função essencial à Justiça (art. 5º, LV e 133). Por fim, a Constituição consagra que a resolução da lide penal será feita, após o devido processo legal, de maneira privativa pela autoridade judicial competente, a saber, o Juiz Natural (art. 5º, LIII e LXI; 93 e seguintes). Esse desenho institucional tripartido entre atores distintos a desempenhar funções díspares – investigação/acusação, defesa e julgamento – evidencia que a Constituição Federal de 1988 adota o sistema acusatório a orientar a persecução penal brasileira. Tem-se, assim, um sistema baseado na atuação de três personagens – actum 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP No julgamento do HC 186.421, da relatoria do ministro Celso de Mello, em que figurei como redator do acórdão em virtude da aposentadoria do saudoso Decano desta Corte, esta Segunda Turma assentou a impossibilidade de conversão ex officio da prisão em flagrante em preventiva. Por ocasião deste julgamento, registrei ser imprescindível a adequada leitura da legislação processual penal sob o filtro do princípio acusatório, adotado pela Constituição Federal 1988 por força da conjugação dos arts. 5º, incisos LIII, LXI, LV; 93; 129, 133 e 144, dispositivos nos quais o legislador constituinte diferencia as funções de investigação/acusação, defesa e julgamento. Confira-se trecho do voto em que consignei: “A Constituição Federal de 1988 atribui com privatividade a promoção da ação penal pública ao Ministério Público, ressalvada a ação penal privada em hipóteses excepcionais (art. 129, I). A ação penal, para demonstrar a justa causa, deve vir instruída com peças de informações ou com inquérito policial, procedimento administrativo a cargo das Polícias Federal e Civis, a quem a Constituição atribui as funções de apuração das infrações penais e da autoria (art. 144, § 1º, I e § 4º), sob o controle externo do Ministério Público (art. 129, VII). Por outro lado, a Carta de 1988 assegura aos ligantes o direito ao contraditório e à ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes, e coloca o advogado como função essencial à Justiça (art. 5º, LV e 133). Por fim, a Constituição consagra que a resolução da lide penal será feita, após o devido processo legal, de maneira privativa pela autoridade judicial competente, a saber, o Juiz Natural (art. 5º, LIII e LXI; 93 e seguintes). Esse desenho institucional tripartido entre atores distintos a desempenhar funções díspares – investigação/acusação, defesa e julgamento – evidencia que a Constituição Federal de 1988 adota o sistema acusatório a orientar a persecução penal brasileira. Tem-se, assim, um sistema baseado na atuação de três personagens – actum 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP trium personarum –, a saber, as partes (autor e réu) e um terceiro imparcial (juiz). “ (sem grifos no original) Naquela ocasião, pontuei também que, em razão da rígida separação entre as atividades de acusar e julgar, não cabia ao juiz, em substituição ao órgão de acusação, assumir um papel ativo na produção probatória ou no desempenho de atividades típicas da função acusatória, sob pena de quebra da necessária imparcialidade do Poder Judiciário. Forte nessa compreensão, ainda, asseverei que a persecução penal não é apenas instrumento para o legítimo exercício do poder de punir do Estado, mas é também instrumento limitador do direito de punir estatal que deverá ocorrer, sem arbítrios, estritamente com base na lei e, sobretudo, na Constituição Federal. Noutros termos, o processo penal é instrumento de legitimação do direito de punir do Estado e, para que a intervenção estatal opere nas liberdades individuais com legitimidade, é necessário o respeito à legalidade estrita e às garantias fundamentais. Com efeito, é inegável a correlação do princípio acusatório com a efetiva consolidação à ampla defesa e ao devido processo legal, porquanto, como elucida a professora Ada Pellegrini, a Constituição “dá conteúdo a esses direitos, pois não se limita a permitir o acesso aos tribunais, mas assegura também, ao longo de todo o iter procedimental, aquele conjunto de garantias constitucionais que, de um lado, tutelam as partes quanto ao exercício de suas faculdades e poderes processuais e, do outro,são indispensáveis ao correto exercício da jurisdição: trata-se se das garantias do 'devido processo legal.'" (GRINOVER, Ada Pellegrini. As nulidades no processo penal. 9 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 84). Feito esse prefácio, a fim de situar o plano principiológico que figura como o pano de fundo da presente impetração, esclareço que a questão que ora se coloca no presente habeas corpus toca novamente o basilar princípio acusatório, dessa vez, mais propriamente, relacionando-o com a atuação e iniciativa do magistrado no campo da produção de provas no 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP trium personarum –, a saber, as partes (autor e réu) e um terceiro imparcial (juiz). “ (sem grifos no original) Naquela ocasião, pontuei também que, em razão da rígida separação entre as atividades de acusar e julgar, não cabia ao juiz, em substituição ao órgão de acusação, assumir um papel ativo na produção probatória ou no desempenho de atividades típicas da função acusatória, sob pena de quebra da necessária imparcialidade do Poder Judiciário. Forte nessa compreensão, ainda, asseverei que a persecução penal não é apenas instrumento para o legítimo exercício do poder de punir do Estado, mas é também instrumento limitador do direito de punir estatal que deverá ocorrer, sem arbítrios, estritamente com base na lei e, sobretudo, na Constituição Federal. Noutros termos, o processo penal é instrumento de legitimação do direito de punir do Estado e, para que a intervenção estatal opere nas liberdades individuais com legitimidade, é necessário o respeito à legalidade estrita e às garantias fundamentais. Com efeito, é inegável a correlação do princípio acusatório com a efetiva consolidação à ampla defesa e ao devido processo legal, porquanto, como elucida a professora Ada Pellegrini, a Constituição “dá conteúdo a esses direitos, pois não se limita a permitir o acesso aos tribunais, mas assegura também, ao longo de todo o iter procedimental, aquele conjunto de garantias constitucionais que, de um lado, tutelam as partes quanto ao exercício de suas faculdades e poderes processuais e, do outro,são indispensáveis ao correto exercício da jurisdição: trata-se se das garantias do 'devido processo legal.'" (GRINOVER, Ada Pellegrini. As nulidades no processo penal. 9 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 84). Feito esse prefácio, a fim de situar o plano principiológico que figura como o pano de fundo da presente impetração, esclareço que a questão que ora se coloca no presente habeas corpus toca novamente o basilar princípio acusatório, dessa vez, mais propriamente, relacionando-o com a atuação e iniciativa do magistrado no campo da produção de provas no 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP processo penal. A matéria controvertida também tangencia o princípio do devido processo legal, na medida em que a forma prevista em lei (especificamente no art. 212 do CPP), não teria sido observada pelo Juízo singular, apesar de expressos pedidos da defesa técnica do Paciente, devidamente registrados na ata da audiência de instrução e julgamento. Sigo, nesse passo, a examinar a tese pela defesa articulada. 2.1. No caso específico dos autos, a acusação arrolou 3 (três) e, a defesa, 4 (quatro) testemunhas, todas ouvidas em ato processual conduzido pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de Tupã/SP. Já no início da audiência de instrução e julgamento o advogado do acusado apontou a desconformidade do procedimento adotado pelo Juiz com o disposto no art. 212 do CPP, insurgindo-se expressamente contra o o modo de agir do magistrado que formulava perguntas às testemunhas de acusação antes mesmo de dar a palavra ao membro Ministério Público. Nada obstante, a irresignação foi repelida pelo Juízo singular nos seguintes termos: "O artigo 212 possui apenas uma forma de recomendação na condução na forma da oitiva das testemunhas por parte do Magistrado. Portanto, indefiro o pedido por não vislumbrar qualquer prejuízo à defesa dos acusados.” (eDOC.03, p. 01). (destaquei). Afastada a preliminar, deu o juiz seguimento à oitiva das testemunhas, de acusação e defesa, destacando-se que na oitiva de 2 (duas) das 3 (três) testemunhas de acusação o Juízo não só iniciou a produção probatória, como questionou os depoentes de forma exaustiva. A inquirição pelo magistrado foi tão detalhada que, terminada sua intervenção, e passada a palavra à acusação, declinou o Ministério Público de outras perguntas. Confira-se trecho do termo de depoimento de testemunha arrolada pela acusação (Rafael Ribeiro Alves): 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP processo penal. A matéria controvertida também tangencia o princípio do devido processo legal, na medida em que a forma prevista em lei (especificamente no art. 212 do CPP), não teria sido observada pelo Juízo singular, apesar de expressos pedidos da defesa técnica do Paciente, devidamente registrados na ata da audiência de instrução e julgamento. Sigo, nesse passo, a examinar a tese pela defesa articulada. 2.1. No caso específico dos autos, a acusação arrolou 3 (três) e, a defesa, 4 (quatro) testemunhas, todas ouvidas em ato processual conduzido pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de Tupã/SP. Já no início da audiência de instrução e julgamento o advogado do acusado apontou a desconformidade do procedimento adotado pelo Juiz com o disposto no art. 212 do CPP, insurgindo-se expressamente contra o o modo de agir do magistrado que formulava perguntas às testemunhas de acusação antes mesmo de dar a palavra ao membro Ministério Público. Nada obstante, a irresignação foi repelida pelo Juízo singular nos seguintes termos: "O artigo 212 possui apenas uma forma de recomendação na condução na forma da oitiva das testemunhas por parte do Magistrado. Portanto, indefiro o pedido por não vislumbrar qualquer prejuízo à defesa dos acusados.” (eDOC.03, p. 01). (destaquei). Afastada a preliminar, deu o juiz seguimento à oitiva das testemunhas, de acusação e defesa, destacando-se que na oitiva de 2 (duas) das 3 (três) testemunhas de acusação o Juízo não só iniciou a produção probatória, como questionou os depoentes de forma exaustiva. A inquirição pelo magistrado foi tão detalhada que, terminada sua intervenção, e passada a palavra à acusação, declinou o Ministério Público de outras perguntas. Confira-se trecho do termo de depoimento de testemunha arrolada pela acusação (Rafael Ribeiro Alves): 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP “Já qualificada, compromissada sob palavra de honra e a promessa de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado. Inquirida pelo(a) Meritíssimo(a) Juiz(a), na forma e sob as penas da lei, respondeu o que a seguir passo a transcrever: J.: Boa tarde. D.: Boa tarde. (...) D.: Não senhor. J.: Está compromissado a dizer a verdade. Ele é acusado de tráfico de drogas. Dia primeiro de agosto de 2018 ele foi preso na Rua Francisco Gomes Pato, número 371, tinha consigo 04 porções maconha. O que o senhor sabe do episódio? D.: Eu estava trabalhando na barbearia, ele ligou para mim para mim fazer um favor para ele descer na casa dele, "hora que chegar lá me liga". Eu desci na casa dele, ele falou "entra dentro da minha casa vê se acha um potinho da tampa vermelha". Eu entrei, no que entrei me deparei com um monte de policial (...)Depois disso virou uma bola de neve. Fui agredido, eu tinha uma barbearia, fechei a barbearia, fui agredido duas vezes (…) J.: Agredido por quem, ameaçado por quem? D.: Ameaçado pelo "Taquinha", Tiago (…). J.: Esse "Taquinha" é o Tiago Pereira de Deus Costa? D.: É. J.: O Delegado representou pela prisão dele porque o senhor estava sendo ameaçado por ele, o senhor estava temendo sofrer consequências porque tinha apontado que tinha ido lá buscar droga para ele. É isso que aconteceu, que o senhor está confirmando agora? D.: Isso. J.: O senhor já conhecia ele? D.: Não senhor. J.: E porque o senhor aceitou fazer esse favor para ele? D.: Conhecia assim só de vista das pessoas falar, entendeu. De vista só, mas não conhecia pessoalmente não. J.: O senhor comprava droga dele? D.: Cheguei comprar já, lá no posto de gasolina. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP “Já qualificada, compromissada sob palavra de honra e a promessa de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado. Inquirida pelo(a) Meritíssimo(a) Juiz(a), na forma e sob as penas da lei, respondeu o que a seguir passo a transcrever: J.: Boa tarde. D.: Boa tarde. (...) D.: Não senhor. J.: Está compromissado a dizer a verdade. Ele é acusado de tráfico de drogas. Dia primeiro de agosto de 2018 ele foi preso na Rua Francisco Gomes Pato, número 371, tinha consigo 04 porções maconha. O que o senhor sabe do episódio? D.: Eu estava trabalhando na barbearia, ele ligou para mim para mim fazer um favor para ele descer na casa dele, "hora que chegar lá me liga". Eu desci na casa dele, ele falou "entra dentro da minha casa vê se acha um potinho da tampa vermelha". Eu entrei, no que entrei me deparei com um monte de policial (...)Depois disso virou uma bola de neve. Fui agredido, eu tinha uma barbearia, fechei a barbearia, fui agredido duas vezes (…) J.: Agredido por quem, ameaçado por quem? D.: Ameaçado pelo "Taquinha", Tiago (…). J.: Esse "Taquinha" é o Tiago Pereira de Deus Costa? D.: É. J.: O Delegado representou pela prisão dele porque o senhor estava sendo ameaçado por ele, o senhor estava temendo sofrer consequências porque tinha apontado que tinha ido lá buscar droga para ele. É isso que aconteceu, que o senhor está confirmando agora? D.: Isso. J.: O senhor já conhecia ele? D.: Não senhor. J.: E porque o senhor aceitou fazer esse favor para ele? D.: Conhecia assim só de vista das pessoas falar, entendeu. De vista só, mas não conhecia pessoalmente não. J.: O senhor comprava droga dele? D.: Cheguei comprar já, lá no posto de gasolina. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP J.: Essa Rua Francisco Gomes Pato, onde o senhor foi buscar o potinho, essa casa quem morava lá, quem ocupava a casa? D.: Olha, dizia que era a mãe dele, mas entrei lá estava abandonada, não tinha nada. J.: Da mãe do "Taquinha"? D.: Isso. Dada a palavra ao(à) representante do Ministério Público nada foi perguntado.” Em contraste, outra foi a conduta do julgador na inquirição das testemunhas de defesa, a cuja iniciativa das perguntas o Juízo transferiu à defesa técnica de quem as arrolou. A título também ilustrativo confira-se trecho da inquirição da testemunha arrolada pela defesa (Thainara Vicente da Silva): “Inquirida pelo(a) Meritíssimo(a) Juiz(a), na forma e sob as penas da lei, respondeu o que a seguir passo a transcrever: J.: Boa tarde. D.: Boa tarde. J.: Qual o nome da senhora? D.: Thainara. J.: A senhora é testemunha de defesa do Tiago Pereira de Deus Costa. Ele é acusado tráfico de drogas. A senhora é parente dele? D.: Ex-namorada. J.: Atualmente tem relacionamento com ele? D.: Agora não. J.: Compromissada a dizer a verdade. Dada a palavra ao(à) Dr(a). Defensor(a), às perguntas respondeu: Def.: Thainara, boa tarde. A senhora não visita o Tiago na penitenciária? D.: Não (…).” Em que pesem as razões invocadas pelo magistrado singular, há nítido descompasso do procedimento adotado na ação penal originária com a legislação de regência, bem como desconformidade com a orientação desta Corte quanto à observância ao princípio acusatório e do 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP J.: Essa Rua Francisco Gomes Pato, onde o senhor foi buscar o potinho, essa casa quem morava lá, quem ocupava a casa? D.: Olha, dizia que era a mãe dele, mas entrei lá estava abandonada, não tinha nada. J.: Da mãe do "Taquinha"? D.: Isso. Dada a palavra ao(à) representante do Ministério Público nada foi perguntado.” Em contraste, outra foi a conduta do julgador na inquirição das testemunhas de defesa, a cuja iniciativa das perguntas o Juízo transferiu à defesa técnica de quem as arrolou. A título também ilustrativo confira-se trecho da inquirição da testemunha arrolada pela defesa (Thainara Vicente da Silva): “Inquirida pelo(a) Meritíssimo(a) Juiz(a), na forma e sob as penas da lei, respondeu o que a seguir passo a transcrever: J.: Boa tarde. D.: Boa tarde. J.: Qual o nome da senhora? D.: Thainara. J.: A senhora é testemunha de defesa do Tiago Pereira de Deus Costa. Ele é acusado tráfico de drogas. A senhora é parente dele? D.: Ex-namorada. J.: Atualmente tem relacionamento com ele? D.: Agora não. J.: Compromissada a dizer a verdade. Dada a palavra ao(à) Dr(a). Defensor(a), às perguntas respondeu: Def.: Thainara, boa tarde. A senhora não visita o Tiago na penitenciária? D.: Não (…).” Em que pesem as razões invocadas pelo magistrado singular, há nítido descompasso do procedimento adotado na ação penal originária com a legislação de regência, bem como desconformidade com a orientação desta Corte quanto à observância ao princípio acusatório e do 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP devido processo legal. 2.2. Primeiramente visualizo, no procedimento adotado pelo Juízo a quo, manifesto descumprimento à previsão normativa do art. 212 do CPP: “Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição”. (sem destaques no original) A redação do dispositivo é clara e não encerra uma opção ou recomendação ao magistrado. Trata-se de norma cogente, de aplicabilidade imediata, e, alterada pelo legislador ordinário, para conferir plena concretude ao princípio acusatório. Com efeito, cumpre rememorar que, anteriormente às alterações promovidas pela Lei 11.690/2008 na sistemática processual penal, o Código de Processo Penal previa a inquirição de testemunhas de forma indireta, mediada pelo magistrado, que iniciava as perguntas. A nova redação do artigo, contudo, dispôs, de forma inovadora, o sistema de inquirição direta e cruzada, abandonando o anterior sistema presidencial e deixando a cargo das partes a primazia na produção da prova. A inovação foi reverenciada doutrinariamente, justamente por sua maior afinidade com o sistema acusatório: “Esse novo regramento vem, ademais, ao encontro do sistema acusatório adotado no ordenamento pátrio (CF, art. 129, inciso I), deixando a cargo das partes a primazia da produção da prova, sem olvidar da iniciativa probatória do juiz, a ser exercida de maneira subsidiária, para complementar a prova e dirimir dúvida sobre pontos relevantes. Além de contribuir para uma apuração mais correta dos fatos delituosos e atestar a correção do debate dialético entre as partes, a adoção desse 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP devido processo legal. 2.2. Primeiramente visualizo, no procedimento adotado pelo Juízo a quo, manifesto descumprimento à previsão normativa do art. 212 do CPP: “Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição”. (sem destaques no original) A redação do dispositivo é clara e não encerra uma opção ou recomendação ao magistrado. Trata-se de norma cogente, de aplicabilidade imediata, e, alterada pelo legislador ordinário, para conferir plena concretude ao princípio acusatório. Com efeito, cumpre rememorar que, anteriormente às alterações promovidas pela Lei 11.690/2008 na sistemática processual penal, o Código de Processo Penal previa a inquirição de testemunhas de forma indireta, mediada pelo magistrado, que iniciava as perguntas. A nova redação do artigo, contudo, dispôs, de forma inovadora, o sistema de inquirição direta e cruzada, abandonando o anterior sistema presidencial e deixando a cargo das partes a primazia na produção da prova. A inovação foi reverenciada doutrinariamente, justamente por sua maior afinidade com o sistema acusatório: “Esse novo regramento vem, ademais, ao encontro do sistema acusatório adotado no ordenamento pátrio (CF, art. 129, inciso I), deixando a cargo das partes a primazia da produção da prova, sem olvidar da iniciativa probatória do juiz, a ser exercida de maneira subsidiária, para complementar a prova e dirimir dúvida sobre pontos relevantes. Além de contribuir para uma apuração mais correta dos fatos delituosos e atestar a correção do debate dialético entre as partes, a adoção desse 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP método de exame direto e cruzado serve igualmente à legitimação das decisões. De mais a mais, não se pode esquecer que uma das grandes diretrizes da reforma processual penal de 2008 é o prestígio do sistema acusatório, por meio do qual se valoriza a imparcialidade do juiz, que deve ser o destinatário da prova, e não seu produtor, na feição inquisitiva. ” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 8.ed. Salvador: Jus poivm, 2020. p. 777.) Assim, diversamente do que constou na decisão de 1° grau, o dispositivo não deixa dúvidas quanto a sua cogência e adequada forma de aplicação. No que tange à oitiva das testemunhas deve o magistrado, logo após a qualificação do depoente, passar a palavra às partes, a fim de que produzam a prova, somente cabendo-lhe intervir em duas hipóteses: se evidenciada ilegalidade ou irregularidade na condução do depoimento ou, ao final, para complementar a oitiva, se ainda existir dúvida - nessa última hipótese sempre atuando de forma supletiva e subsidiária (como se extrai da expressão “poderá complementar”). No caso concreto não foi anotada nenhuma justificativa plausível para atuação ativa e de protagonismo exercida pelo magistrado e, portanto, já sob a óptica da ausência de observância à legislação processual prevista, evidenciado o constrangimento ilegal. 2.3 Noutro lanço, importante ressaltar ainda que, no caso concreto, notadamente à luz das diretrizes que regem o princípio acusatório e o devido processo legal, o prejuízo ao acusado restou cabalmente demonstrado. Conquanto a jurisprudência desta Suprema Corte oriente-se no sentido de exigir a demonstração de efetivo prejuízo no campo das nulidades processuais penais, sejam elas de cunho relativo ou absoluto, a aferição do gravame é sempre prospectiva e nunca presumida. É dizer, não cabe ao magistrado já antecipar e prever que a inobservância gerará ou não prejuízo à parte, pois não conhece quo ante a estratégia defensiva. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP método de exame direto e cruzado serve igualmente à legitimação das decisões. De mais a mais, não se pode esquecer que uma das grandes diretrizes da reforma processual penal de 2008 é o prestígio do sistema acusatório, por meio do qual se valoriza a imparcialidade do juiz, que deve ser o destinatário da prova, e não seu produtor, na feição inquisitiva. ” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 8.ed. Salvador: Jus poivm, 2020. p. 777.) Assim, diversamente do que constou na decisão de 1° grau, o dispositivo não deixa dúvidas quanto a sua cogência e adequada forma de aplicação. No que tange à oitiva das testemunhas deve o magistrado, logo após a qualificação do depoente, passar a palavra às partes, a fim de que produzam a prova, somente cabendo-lhe intervir em duas hipóteses: se evidenciada ilegalidade ou irregularidade na condução do depoimento ou, ao final, para complementar a oitiva, se ainda existir dúvida - nessa última hipótese sempre atuando de forma supletiva e subsidiária (como se extrai da expressão “poderá complementar”). No caso concreto não foi anotada nenhuma justificativa plausível para atuação ativa e de protagonismo exercida pelo magistrado e, portanto, já sob a óptica da ausência de observância à legislação processual prevista, evidenciado o constrangimento ilegal. 2.3 Noutro lanço, importante ressaltar ainda que, no caso concreto, notadamente à luz das diretrizes que regem o princípio acusatório e o devido processo legal, o prejuízo ao acusado restou cabalmente demonstrado. Conquanto a jurisprudência desta Suprema Corte oriente-se no sentido de exigir a demonstração de efetivo prejuízo no campo das nulidades processuais penais, sejam elas de cunho relativo ou absoluto, a aferição do gravame é sempre prospectiva e nunca presumida. É dizer, não cabe ao magistrado já antecipar e prever que a inobservância gerará ou não prejuízo à parte, pois não conhece quo ante a estratégia defensiva. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP Portanto, não prospera a justificativa do Juízo de que não seguiria o rito do art. 212 porque, já no início da audiência, não “vislumbrava” “qualquer prejuízo à defesa dos acusado.” Passando a análise do restante da fundamentação exarada pelo Juízo a quo, consigno, ademais, que não é tecnicamente apropriada a assertiva de que não houve prejuízo no caso concreto. O simples cotejo dos termos de depoimentos acostados aos autos denota o comprometimento do magistrado com a produção probatória, circunstância hábil a eivar de nulidade os atos instrutórios realizados e toda cadeia processual subsequente. Não bastasse, os depoimentos que ora reconheço como viciados integraram os fundamentos da sentença de 1° grau, constituindo base indispensável para o desfecho condenatório contra o acusado, o que novamente, sobreleva a convicção de que o procedimento desviado adotado em 1ª instância acarretou prejuízo ao acusado. Com efeito, como se nota da transcrição do termo de depoimento de testemunha de acusação, o magistrado exerceu protagonismo na inquirição das testemunhas de acusação. Questionou-lhe sobre detalhes dos fatos denunciados; formulou perguntas indutivas; perquiriu sobre antecedentes e supostos envolvimentos pretéritos do acusado com o tráfico; leu trechos do inquérito policial, sugerindo a testemunha que os confirmasse. Procedimento semelhante ocorreu também com outra testemunha arrolada pela acusação (Silas Pereira da Silva). Noutra ponta, como já dito, diametralmente oposta foi sua atuação quando da oitiva das testemunhas de defesa, na qual adotou papel contido, limitando-se a qualificar os depoentes, após o que transferiu aos advogados inquirição direta. Portanto, não houve mera inobservância à previsão legal; restou a nítida disparidade da conduta do Juízo quanto ao procedimento adotado para a oitiva das testemunhas de acusação e as testemunhas de defesa. Não se tratou, a conduta do magistrado, de mero error in procedendo sem reflexo no campo das nulidades. Nesse sentido, cumpre ressaltar que, como bem sintetiza Aury 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP Portanto, não prospera a justificativa do Juízo de que não seguiria o rito do art. 212 porque, já no início da audiência, não “vislumbrava” “qualquer prejuízo à defesa dos acusado.” Passando a análise do restante da fundamentação exarada pelo Juízo a quo, consigno, ademais, que não é tecnicamente apropriada a assertiva de que não houve prejuízo no caso concreto. O simples cotejo dos termos de depoimentos acostados aos autos denota o comprometimento do magistrado com a produção probatória, circunstância hábil a eivar de nulidade os atos instrutórios realizados e toda cadeia processual subsequente. Não bastasse, os depoimentos que ora reconheço como viciados integraram os fundamentos da sentença de 1° grau, constituindo base indispensável para o desfecho condenatório contra o acusado, o que novamente, sobreleva a convicção de que o procedimento desviado adotado em 1ª instância acarretou prejuízo ao acusado. Com efeito, como se nota da transcrição do termo de depoimento de testemunha de acusação, o magistrado exerceu protagonismo na inquirição das testemunhas de acusação. Questionou-lhe sobre detalhes dos fatos denunciados; formulou perguntas indutivas; perquiriu sobre antecedentes e supostos envolvimentos pretéritos do acusado com o tráfico; leu trechos do inquérito policial, sugerindo a testemunha que os confirmasse. Procedimento semelhante ocorreu também com outra testemunha arrolada pela acusação (Silas Pereira da Silva). Noutra ponta, como já dito, diametralmente oposta foi sua atuação quando da oitiva das testemunhas de defesa, na qual adotou papel contido, limitando-se a qualificar os depoentes, após o que transferiu aos advogados inquirição direta. Portanto, não houve mera inobservância à previsão legal; restou a nítida disparidade da conduta do Juízo quanto ao procedimento adotado para a oitiva das testemunhas de acusação e as testemunhas de defesa. Não se tratou, a conduta do magistrado, de mero error in procedendo sem reflexo no campo das nulidades. Nesse sentido, cumpre ressaltar que, como bem sintetiza Aury 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP Lopes, “no processo penal, forma é garantia” (op. cit, p. 910), e no caso concreto, foi justamente a não observância à forma prevista em lei que propiciou a atuação desviada do magistrado, a comprometer a paridade de armas, na medida que uma das partes já iniciou a produção probatória com farta contribuição da inquirição promovida pelo juiz. Ademais, entrelaçam-se como regra – e o caso concreto não foge a ela (a regra) – o comprometimento ao princípio do devido processo legal e ao princípio acusatório. Com efeito, o Juízo a quo ao iniciar e questionar detalhadamente a testemunha de acusação, além de subverter a norma processual do art. 212 do CPP, violando a diretiva legal, exerceu papel que não lhe cabia na dinâmica instrutória da ação penal, comprometendo o actum trium personarum, já que a “separação rígida entre, de um lado, as tarefas de investigar e acusar e, de outro, a função propriamente jurisdicional” é consectário lógico e inafastável do sistema penal acusatório (ADIMC 5.104, Plenário, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 21.5.2014 ). Entrementes, como bem adverte Jacinto Coutinho, a observância ao princípio acusatório reclama, invariavelmente, a plena e estrita observância ao devido processo legal. É por isso “incompatível com aquele no qual o juiz é o senhor do processo, o senhor das provas e, sobretudo – como sempre se passou no Sistema Inquisitório – pode decidir antes (naturalmente raciocinando, por primário e em geral bem intencionado) e depois sair à cata da prova que justifique a decisão antes tomada” (COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. Sistema acusatório: cada parte no lugar constitucionalmente demarcado. In: O novo processo penal à luz da Constituição: análise crítica do Projeto de Lei n. 156/2009, do Senado Federal. Organizadores: Jacinto Nelson de Miranda Coutinho; Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. p. 15). Assim, no caso presente, seja por evidente prejuízo causado à parte no caso concreto, seja por deliberada afronta, por parte do Juízo a quo, ao princípio acusatório e do devido processo legal, inevitável a decretação da nulidade pelo impetrante postulada. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP Lopes, “no processo penal, forma é garantia” (op. cit, p. 910), e no caso concreto, foi justamente a não observância à forma prevista em lei que propiciou a atuação desviada do magistrado, a comprometer a paridade de armas, na medida que uma das partes já iniciou a produção probatória com farta contribuição da inquirição promovida pelo juiz. Ademais, entrelaçam-se como regra – e o caso concreto não foge a ela (a regra) – o comprometimento ao princípio do devido processo legal e ao princípio acusatório. Com efeito, o Juízo a quo ao iniciar e questionar detalhadamente a testemunha de acusação, além de subverter a norma processual do art. 212 do CPP, violando a diretiva legal, exerceu papel que não lhe cabia na dinâmica instrutória da ação penal, comprometendo o actum trium personarum, já que a “separação rígida entre, de um lado, as tarefas de investigar e acusar e, de outro, a função propriamente jurisdicional” é consectário lógico e inafastável do sistema penal acusatório (ADIMC 5.104, Plenário, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 21.5.2014 ). Entrementes, como bem adverte Jacinto Coutinho, a observância ao princípio acusatório reclama, invariavelmente, a plena e estrita observância ao devido processo legal. É por isso “incompatível com aquele no qual o juiz é o senhor do processo, o senhor das provas e, sobretudo – como sempre se passou no Sistema Inquisitório – pode decidir antes (naturalmente raciocinando, por primário e em geral bem intencionado) e depois sair à cata da prova que justifique a decisão antes tomada” (COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. Sistema acusatório: cada parte no lugar constitucionalmente demarcado. In: O novo processo penal à luz da Constituição: análise crítica do Projeto de Lei n. 156/2009, do Senado Federal. Organizadores: Jacinto Nelson de Miranda Coutinho; Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. p. 15). Assim, no caso presente, seja por evidente prejuízo causado à parte no caso concreto, seja por deliberada afronta, por parte do Juízo a quo, ao princípio acusatório e do devido processo legal, inevitável a decretação da nulidade pelo impetrante postulada. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP Também nesse sentido e por similares razões caminha o atual posicionamento da 1ª Turma desta Suprema Corte, que, em recentíssimo julgado reconheceu, no HC 187.035/SP, de relatoria do Ministro Marco Aurélio, a existência de nulidade processual e prejuízo ao acusado pela não observância à norma prevista no art. 212 do CPP. A respeito, transcrevo trecho do voto proferido pela Min. Rosa Weber, que bem sintetiza o contexto fático (similar ao presente) e a fundamentação considerada pelo órgão fracionário ao reconhecer a nulidade pela defesa invocada: “Pedindo todas as vênias às compreensões em contrário, Senhor Presidente, entendo que a alteração promovida pela Lei 11.690/2008 modificou substancialmente a sistemática procedimental da inquirição de testemunhas. As partes agora, em modelo mais consentâneo com o sistema acusatório, têm o protagonismo na audiência. Cabe-lhes a formulação de perguntas diretamente às testemunhas (direct examination, quando quem arrolou pergunta e cross examination, quando formulada pela outra parte). (…) No caso em análise, a Defesa do ora paciente pleiteou, antes mesmo de iniciadas as inquirições, a observância estrita do art. 212 do Código de Processo Penal, ou seja, que as perguntas fossem inicialmente formuladas pelas partes, somente após se abriria a possibilidade, de forma complementar, de a magistrada fazê-las. Tal pleito, no entanto restou indeferido ao entendimento de que: A nova redação do artigo 212 do CPP, não impede que o juiz inicie inquirindo as testemunhas. (...) Além do que, a suposta falta de observância da nova sistemática 212 do CPP não acarreta nulidade absoluta. Pelo que ressai da inteligência do artigo 563 do CPP, nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. A defesa não afirmou qual prejuízo sofreria o réu, pois evidentemente inexistente. Vê-se, pois, que a magistrada de primeiro grau deliberadamente deixou de seguir o rito previsto no art. 212 do 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP Também nesse sentido e por similares razões caminha o atual posicionamento da 1ª Turma desta Suprema Corte, que, em recentíssimo julgado reconheceu, no HC 187.035/SP, de relatoria do Ministro Marco Aurélio, a existência de nulidade processual e prejuízo ao acusado pela não observância à norma prevista no art. 212 do CPP. A respeito, transcrevo trecho do voto proferido pela Min. Rosa Weber, que bem sintetiza o contexto fático (similar ao presente) e a fundamentação considerada pelo órgão fracionário ao reconhecer a nulidade pela defesa invocada: “Pedindo todas as vênias às compreensões em contrário, Senhor Presidente, entendo que a alteração promovida pela Lei 11.690/2008 modificou substancialmente a sistemática procedimental da inquirição de testemunhas. As partes agora, em modelo mais consentâneo com o sistema acusatório, têm o protagonismo na audiência. Cabe-lhes a formulação de perguntas diretamente às testemunhas (direct examination, quando quem arrolou pergunta e cross examination, quando formulada pela outra parte). (…) No caso em análise, a Defesa do ora paciente pleiteou, antes mesmo de iniciadas as inquirições, a observância estrita do art. 212 do Código de Processo Penal, ou seja, que as perguntas fossem inicialmente formuladas pelas partes, somente após se abriria a possibilidade, de forma complementar, de a magistrada fazê-las. Tal pleito, no entanto restou indeferido ao entendimento de que: A nova redação do artigo 212 do CPP, não impede que o juiz inicie inquirindo as testemunhas. (...) Além do que, a suposta falta de observância da nova sistemática 212 do CPP não acarreta nulidade absoluta. Pelo que ressai da inteligência do artigo 563 do CPP, nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. A defesa não afirmou qual prejuízo sofreria o réu, pois evidentemente inexistente. Vê-se, pois, que a magistrada de primeiro grau deliberadamente deixou de seguir o rito previsto no art. 212 do 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP Código de Processo Penal. Parece crer que, por não configurar nulidade absoluta, seria possível o descumprimento da ordem de inquirição determinada pela legislação processual penal, em absoluto descompasso com os limites interpretativos impostos. O art. 212 não encerra mera recomendação, é norma cogente e deve ser seguida. O fato de a sua eventual inobservância acarretar nulidade relativa não descaracteriza sua força normativa Na realidade, a nulidade relativa também pode implicar a declaração de nulidade do ato viciado e, portanto, retirar-lhe seus efeitos regulares, desde que comprovado o prejuízo causado às partes. A análise dos autos evidencia que a magistrada de primeiro grau, na condução da audiência de inquirição de testemunhas, atuou de forma absolutamente desconectada do ordenamento jurídico-positivo, agiu como protagonista e em substituição à produção probatória inerente às partes, violando o devido processo legal e o sistema acusatório, em nítido prejuízo ao ora paciente. Destaco, a título meramente exemplificativo, que a magistrada de primeiro grau, ao questionar a testemunha Rodrigo Ayres da Silva, delegado de Polícia condutor das investigações subjacentes, além de iniciar a inquirição, fez perguntas capazes de induzir as respostas (e-doc. 8), sugestionando, por exemplo, o nome do ora paciente e a forma de atuação dos investigados. Evidente, dessa forma, o gerado prejuízo ao paciente.” (Trecho do voto vista da Min. Rosa Weber proferido no HC 187.035/SP, Relator(a): Min. Marco Aurélio, j. 06.04.2021, acórdão pendente de publicação) Dito isso, tenho que o procedimento adotado pelo Juízo singular e referendado pelo STJ violou a previsão normativa do art. 212 do CPP, o princípio acusatório e do devido processo legal, devendo-se reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da oitiva das testemunhas de acusação, reputando-se também nulos todos os atos processuais seguintes, inclusive a sentença condenatória proferida contra o acusado. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP Código de Processo Penal. Parece crer que, por não configurar nulidade absoluta, seria possível o descumprimento da ordem de inquirição determinada pela legislação processual penal, em absoluto descompasso com os limites interpretativos impostos. O art. 212 não encerra mera recomendação, é norma cogente e deve ser seguida. O fato de a sua eventual inobservância acarretar nulidade relativa não descaracteriza sua força normativa Na realidade, a nulidade relativa também pode implicar a declaração de nulidade do ato viciado e, portanto, retirar-lhe seus efeitos regulares, desde que comprovado o prejuízo causado às partes. A análise dos autos evidencia que a magistrada de primeiro grau, na condução da audiência de inquirição de testemunhas, atuou de forma absolutamente desconectada do ordenamento jurídico-positivo, agiu como protagonista e em substituição à produção probatória inerente às partes, violando o devido processo legal e o sistema acusatório, em nítido prejuízo ao ora paciente. Destaco, a título meramente exemplificativo, que a magistrada de primeiro grau, ao questionar a testemunha Rodrigo Ayres da Silva, delegado de Polícia condutor das investigações subjacentes, além de iniciar a inquirição, fez perguntas capazes de induzir as respostas (e-doc. 8), sugestionando, por exemplo, o nome do ora paciente e a forma de atuação dos investigados. Evidente, dessa forma, o gerado prejuízo ao paciente.” (Trecho do voto vista da Min. Rosa Weber proferido no HC 187.035/SP, Relator(a): Min. Marco Aurélio, j. 06.04.2021, acórdão pendente de publicação) Dito isso, tenho que o procedimento adotado pelo Juízo singular e referendado pelo STJ violou a previsão normativa do art. 212 do CPP, o princípio acusatório e do devido processo legal, devendo-se reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da oitiva das testemunhas de acusação, reputando-se também nulos todos os atos processuais seguintes, inclusive a sentença condenatória proferida contra o acusado. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP Como consequência, eivado de nulidade o título prisional que mantém atualmente o acusado custodiado (sentença condenatória que ora também se reconhece nula), é o caso de restituir-lhe a liberdade, a fim de que responda solto à nova instrução da ação penal que deverá ser renovada. Esclareço que o alvará de soltura, ora concedido, não impede que o Juízo singular, em reconhecendo presentes os requisitos do art. 312 e 313 do CPP, decrete nova prisão preventiva ou imponha medida cautelar, desde que modificado o panorama fático ora delineado, e presente fundamentação idônea. 3. Ante o exposto, com base no art. 192 do RISTF, não conheço do habeas corpus, mas concedo a ordem de ofício a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Comunique-se, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá o implemento desta decisão. Comunique-se, outrossim, o TJSP e o STJ, para ciência. É como voto. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP Como consequência, eivado de nulidade o título prisional que mantém atualmente o acusado custodiado (sentença condenatória que ora também se reconhece nula), é o caso de restituir-lhe a liberdade, a fim de que responda solto à nova instrução da ação penal que deverá ser renovada. Esclareço que o alvará de soltura, ora concedido, não impede que o Juízo singular, em reconhecendo presentes os requisitos do art. 312 e 313 do CPP, decrete nova prisão preventiva ou imponha medida cautelar, desde que modificado o panorama fático ora delineado, e presente fundamentação idônea. 3. Ante o exposto, com base no art. 192 do RISTF, não conheço do habeas corpus, mas concedo a ordem de ofício a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Comunique-se, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá o implemento desta decisão. Comunique-se, outrossim, o TJSP e o STJ, para ciência. É como voto. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 20 Extrato de Ata - 03/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 202.557 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN PACTE.(S) : TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) : VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES (331639/SP) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, com base no art. 192 do RISTF, não conheceu do habeas corpus, mas concedeu a ordem, de ofício, a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Determinou, ainda, a comunicação, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá o implemento desta decisão e, outrossim, o TJSP e o STJ, para ciência, tudo nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB7A-1743-70D3-6B0E e senha 0A95-D220-3F1B-CE6B Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 202.557 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN PACTE.(S) : TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) : VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES (331639/SP) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, com base no art. 192 do RISTF, não conheceu do habeas corpus, mas concedeu a ordem, de ofício, a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Determinou, ainda, a comunicação, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá o implemento desta decisão e, outrossim, o TJSP e o STJ, para ciência, tudo nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB7A-1743-70D3-6B0E e senha 0A95-D220-3F1B-CE6B Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 20
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756729163
2021-08-03T00:00:00
2021-08-12T00:00:00
A Turma, por unanimidade, com base no art. 192 do RISTF, não conheceu do habeas corpus, mas concedeu a ordem, de ofício, a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Determinou, ainda, a comunicação, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá o implemento desta decisão e, outrossim, o TJSP e o STJ, para ciência, tudo nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
HABEAS CORPUS
Ementa: HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO QUE FIGURA COMO SUCEDÂNEO DE REVISÃO CRIMINAL. NÃO CONHECIMENTO. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. ILEGALIDADE FLAGRANTE VERIFICADA NO CASO CONCRETO. ATUAÇÃO DO JUIZ E ORDEM DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS. ART. 212 DO CPP. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA APTA A AFASTAR A INCIDÊNCIA DE NORMA COGENTE E DE APLICABILIDADE IMEDIATA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. ATUAÇÃO ATIVA E DE PROTAGONISMO DESEMPENHADA PELO JUÍZO A QUO NA INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO. AFRONTA AO PRINCÍPIO ACUSATÓRIO. COMPROMETIMENTO AO ACTUM TRIUM PERSONARUM. UTILIZAÇÃO DE DEPOIMENTOS COLHIDOS EM DESCOMPASSO COM A LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA PARA FUNDAMENTAR O DECRETO CONDENATÓRIO. PREJUÍZO DEMONSTRADO. RÉU CUSTODIADO EM DECORRÊNCIA DE SENTENÇA ORA REPUTADA NULA. RESTITUIÇÃO AO STATUS LIBERTATIS QUE SE IMPÕE. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO PARA RECONHECER A NULIDADE DA AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA A PARTIR DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO E DETERMINAR A IMEDIATA SOLTURA DO PACIENTE . 1. A Constituição Federal de 1988, ao atribuir a privatividade da promoção da ação penal pública ao Ministério Público (art. 129, I); ao assegurar aos ligantes o direito ao contraditório e à ampla defesa e assentar o advogado como função essencial à Justiça (art. 5º, LV e 133); bem como, ao prever a resolução da lide penal, após o devido processo legal, por um terceiro imparcial, o Juiz natural (art. 5º, LIII e LXI; 93 e seguintes), consagra o sistema acusatório. 2. A separação entre as atividades de acusar e julgar não autoriza que o juiz, em substituição ao órgão de acusação, assuma papel ativo na produção probatória, sob pena de quebra da necessária imparcialidade do Poder Judiciário. 3. O processo penal é instrumento de legitimação do direito de punir do Estado e, para que a intervenção estatal opere nas liberdades individuais com legitimidade, é necessário o respeito à legalidade estrita e às garantias fundamentais. 4. No que tange à oitiva das testemunhas em audiência de instrução e julgamento, deve o magistrado, em atenção ao art. 212 do CPP, logo após a qualificação do depoente, passar a palavra às partes, a fim de que produzam a prova, somente cabendo-lhe intervir em duas hipóteses: se evidenciada ilegalidade ou irregularidade na condução do depoimento ou, ao final, para complementar a oitiva, se ainda existir dúvida - nessa última hipótese sempre atuando de forma supletiva e subsidiária (como se extrai da expressão “poderá complementar”). 5. A redação do art. 212 é clara e não encerra uma opção ou recomendação. Trata-se de norma cogente, de aplicabilidade imediata, e portanto o seu descumprimento pelo magistrado acarreta nulidade à ação penal correlata quando demonstrado prejuízo ao acusado. 6. A demonstração de efetivo prejuízo no campo das nulidades processuais penais é sempre prospectiva e nunca presumida. É dizer, não cabe ao magistrado já antecipar e prever que a inobservância a norma processual cogente gerará ou não prejuízo à parte, pois desconhece quo ante a estratégia defensiva. 7. Demonstrado, no caso dos autos, iniciativa e protagonismo exercido pelo Juízo singular na inquirição das testemunhas de acusação e verificado que foram esses elementos considerados na fundamentação do decreto condenatório, forçoso reconhecer a existência de prejuízo ao acusado. 8. O Juízo a quo ao iniciar e questionar detalhadamente a testemunha de acusação, além de subverter a norma processual do art. 212 do CPP, violando a diretiva legal, exerceu papel que não lhe cabia na dinâmica instrutória da ação penal, comprometendo o actum trium personarum, já que a “separação rígida entre, de um lado, as tarefas de investigar e acusar e, de outro, a função propriamente jurisdicional” é consectário lógico e inafastável do sistema penal acusatório (ADIMC 5.104, Plenário, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 21.5.2014 ). 9. Habeas corpus concedido de ofício a fim de reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento e, como consequência, restituir a liberdade ao acusado, a fim de que responda solto à instrução da ação penal que deverá ser renovada.
sjur450713
- Acórdão(s) citado(s): (HC, SUCEDÂNEO, REVISÃO CRIMINAL) HC 86367 (2ªT), HC 123430 (1ªT), HC 128693 AgR (1ªT). (IMPOSSIBILIDADE, CONVERSÃO, EX OFFICIO, PRISÃO EM FLAGRANTE, PRISÃO PREVENTIVA) HC 186421 (2ªT). (SISTEMA ACUSATÓRIO, AUTOR, RÉU, JUIZ, DISTINÇÃO, INVESTIGAÇÃO, ACUSAÇÃO, DEFESA, JULGAMENTO) ADI 5104 MC (TP), HC 186421 (2ªT). (INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHA, JUIZ, INOBSERVÂNCIA, SISTEMA ACUSATÓRIO, NULIDADE, PREJUÍZO PARA A DEFESA) HC 187035 (1ªT). Número de páginas: 20. Análise: 08/04/2022, BMP.
EDSON FACHIN
Segunda Turma
202557
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00005 INC-00053 INC-00055 INC-00061\n ART-00093 ART-00129 INC-00001 ART-00133\n ART-00144\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-011690 ANO-2008\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00212 ART-00312 ART-00313 ART-00319\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\n\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\n ART-00192\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL" ]
HC
acordaos
HC 202557
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PACTE.(S) : TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) : VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 202.557 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN PACTE.(S) :TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) :VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO QUE FIGURA COMO SUCEDÂNEO DE REVISÃO CRIMINAL. NÃO CONHECIMENTO. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. ILEGALIDADE FLAGRANTE VERIFICADA NO CASO CONCRETO. ATUAÇÃO DO JUIZ E ORDEM DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS. ART. 212 DO CPP. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA APTA A AFASTAR A INCIDÊNCIA DE NORMA COGENTE E DE APLICABILIDADE IMEDIATA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. ATUAÇÃO ATIVA E DE PROTAGONISMO DESEMPENHADA PELO JUÍZO A QUO NA INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO. AFRONTA AO PRINCÍPIO ACUSATÓRIO. COMPROMETIMENTO AO ACTUM TRIUM PERSONARUM. UTILIZAÇÃO DE DEPOIMENTOS COLHIDOS EM DESCOMPASSO COM A LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA PARA FUNDAMENTAR O DECRETO CONDENATÓRIO. PREJUÍZO DEMONSTRADO. RÉU CUSTODIADO EM DECORRÊNCIA DE SENTENÇA ORA REPUTADA NULA. RESTITUIÇÃO AO STATUS LIBERTATIS QUE SE IMPÕE. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO PARA RECONHECER A NULIDADE DA AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA A PARTIR DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO E DETERMINAR A IMEDIATA SOLTURA DO PACIENTE . 1. A Constituição Federal de 1988, ao atribuir a privatividade da promoção da ação penal pública ao Ministério Público (art. 129, I); ao assegurar aos ligantes o direito ao contraditório e à ampla defesa e assentar o advogado como função essencial à Justiça (art. 5..., LV e 133); Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 20 Ementa e Acórdão HC 202557 / SP bem como, ao prever a resolução da lide penal, após o devido processo legal, por um terceiro imparcial, o Juiz natural (art. 5..., LIII e LXI; 93 e seguintes), consagra o sistema acusatório. 2. A separação entre as atividades de acusar e julgar não autoriza que o juiz, em substituição ao órgão de acusação, assuma papel ativo na produção probatória, sob pena de quebra da necessária imparcialidade do Poder Judiciário. 3. O processo penal é instrumento de legitimação do direito de punir do Estado e, para que a intervenção estatal opere nas liberdades individuais com legitimidade, é necessário o respeito à legalidade estrita e às garantias fundamentais. 4. No que tange à oitiva das testemunhas em audiência de instrução e julgamento, deve o magistrado, em atenção ao art. 212 do CPP, logo após a qualificação do depoente, passar a palavra às partes, a fim de que produzam a prova, somente cabendo-lhe intervir em duas hipóteses: se evidenciada ilegalidade ou irregularidade na condução do depoimento ou, ao final, para complementar a oitiva, se ainda existir dúvida - nessa última hipótese sempre atuando de forma supletiva e subsidiária (como se extrai da expressão “poderá complementar”). 5. A redação do art. 212 é clara e não encerra uma opção ou recomendação. Trata-se de norma cogente, de aplicabilidade imediata, e portanto o seu descumprimento pelo magistrado acarreta nulidade à ação penal correlata quando demonstrado prejuízo ao acusado. 6. A demonstração de efetivo prejuízo no campo das nulidades processuais penais é sempre prospectiva e nunca presumida. É dizer, não cabe ao magistrado já antecipar e prever que a inobservância a norma processual cogente gerará ou não prejuízo à parte, pois desconhece quo ante a estratégia defensiva. 7. Demonstrado, no caso dos autos, iniciativa e protagonismo exercido pelo Juízo singular na inquirição das testemunhas de acusação e verificado que foram esses elementos considerados na fundamentação do decreto condenatório, forçoso reconhecer a existência de prejuízo ao acusado. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP bem como, ao prever a resolução da lide penal, após o devido processo legal, por um terceiro imparcial, o Juiz natural (art. 5..., LIII e LXI; 93 e seguintes), consagra o sistema acusatório. 2. A separação entre as atividades de acusar e julgar não autoriza que o juiz, em substituição ao órgão de acusação, assuma papel ativo na produção probatória, sob pena de quebra da necessária imparcialidade do Poder Judiciário. 3. O processo penal é instrumento de legitimação do direito de punir do Estado e, para que a intervenção estatal opere nas liberdades individuais com legitimidade, é necessário o respeito à legalidade estrita e às garantias fundamentais. 4. No que tange à oitiva das testemunhas em audiência de instrução e julgamento, deve o magistrado, em atenção ao art. 212 do CPP, logo após a qualificação do depoente, passar a palavra às partes, a fim de que produzam a prova, somente cabendo-lhe intervir em duas hipóteses: se evidenciada ilegalidade ou irregularidade na condução do depoimento ou, ao final, para complementar a oitiva, se ainda existir dúvida - nessa última hipótese sempre atuando de forma supletiva e subsidiária (como se extrai da expressão “poderá complementar”). 5. A redação do art. 212 é clara e não encerra uma opção ou recomendação. Trata-se de norma cogente, de aplicabilidade imediata, e portanto o seu descumprimento pelo magistrado acarreta nulidade à ação penal correlata quando demonstrado prejuízo ao acusado. 6. A demonstração de efetivo prejuízo no campo das nulidades processuais penais é sempre prospectiva e nunca presumida. É dizer, não cabe ao magistrado já antecipar e prever que a inobservância a norma processual cogente gerará ou não prejuízo à parte, pois desconhece quo ante a estratégia defensiva. 7. Demonstrado, no caso dos autos, iniciativa e protagonismo exercido pelo Juízo singular na inquirição das testemunhas de acusação e verificado que foram esses elementos considerados na fundamentação do decreto condenatório, forçoso reconhecer a existência de prejuízo ao acusado. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 20 Ementa e Acórdão HC 202557 / SP 8. O Juízo a quo ao iniciar e questionar detalhadamente a testemunha de acusação, além de subverter a norma processual do art. 212 do CPP, violando a diretiva legal, exerceu papel que não lhe cabia na dinâmica instrutória da ação penal, comprometendo o actum trium personarum, já que a “separação rígida entre, de um lado, as tarefas de investigar e acusar e, de outro, a função propriamente jurisdicional” é consectário lógico e inafastável do sistema penal acusatório (ADIMC 5.104, Plenário, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 21.5.2014 ). 9. Habeas corpus concedido de ofício a fim de reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento e, como consequência, restituir a liberdade ao acusado, a fim de que responda solto à instrução da ação penal que deverá ser renovada. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, com base no art. 192 do RISTF, em não conhecer do habeas corpus, mas conceder a ordem, de ofício, a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Determinou, ainda, a comunicação, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP 8. O Juízo a quo ao iniciar e questionar detalhadamente a testemunha de acusação, além de subverter a norma processual do art. 212 do CPP, violando a diretiva legal, exerceu papel que não lhe cabia na dinâmica instrutória da ação penal, comprometendo o actum trium personarum, já que a “separação rígida entre, de um lado, as tarefas de investigar e acusar e, de outro, a função propriamente jurisdicional” é consectário lógico e inafastável do sistema penal acusatório (ADIMC 5.104, Plenário, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 21.5.2014 ). 9. Habeas corpus concedido de ofício a fim de reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento e, como consequência, restituir a liberdade ao acusado, a fim de que responda solto à instrução da ação penal que deverá ser renovada. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, com base no art. 192 do RISTF, em não conhecer do habeas corpus, mas conceder a ordem, de ofício, a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Determinou, ainda, a comunicação, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 20 Ementa e Acórdão HC 202557 / SP o implemento desta decisão e, outrossim, o TJSP e o Superior Tribunal de Justiça, para ciência, tudo nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP o implemento desta decisão e, outrossim, o TJSP e o Superior Tribunal de Justiça, para ciência, tudo nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70E3-A645-7264-4212 e senha 95A2-006B-371D-8EF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 20 Relatório 03/08/2021 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 202.557 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN PACTE.(S) :TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) :VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática proferida no âmbito do Superior Tribunal de Justiça que não conheceu do HC 535.249/SP (eDOC.02). Busca-se, em síntese, o reconhecimento de nulidade no trâmite da ação penal, por violação ao art. 212 do CPP, com a consequente invalidação de todos os atos processuais subsequentes, pois, durante a instrução probatória, o “magistrado realizou uma série de perguntas às testemunhas de acusação, ao passo que a acusação apresentou postura subsidiária, fazendo poucas perguntas, ou nada perguntando”. Articula que “a atual sistemática processual brasileira consagra o modelo processual acusatório”, a qual “assegura às partes o protagonismo na produção de provas, a fim de assegurar a necessária imparcialidade do magistrado”. Nada obstante, tal postulado não teria sido observado a contento no trâmite processual originário, pois denota-se “pelas leituras das transcrições das oitivas, que o I. Magistrado não apenas conduziu a audiência, mas protagonizou as oitivas testemunhas, sobretudo das testemunhas de acusação. Quanto às duas primeiras testemunhas ouvidas, RAFAEL RIBEIRO ALVES e SILAS PEREIRA DA SILVA, ambas de acusação, nota-se que a acusação não dirigiu qualquer pergunta, ou seja, o magistrado exauriu por completo os questionamentos acusatórios.” Conclui aduzindo que a postura adotada pelo magistrado sentenciante violou o princípio da imparcialidade e do devido processo Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF3F-39B2-39D8-9543 e senha 55FB-4EA2-F044-1FC3 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 202.557 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN PACTE.(S) :TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) :VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática proferida no âmbito do Superior Tribunal de Justiça que não conheceu do HC 535.249/SP (eDOC.02). Busca-se, em síntese, o reconhecimento de nulidade no trâmite da ação penal, por violação ao art. 212 do CPP, com a consequente invalidação de todos os atos processuais subsequentes, pois, durante a instrução probatória, o “magistrado realizou uma série de perguntas às testemunhas de acusação, ao passo que a acusação apresentou postura subsidiária, fazendo poucas perguntas, ou nada perguntando”. Articula que “a atual sistemática processual brasileira consagra o modelo processual acusatório”, a qual “assegura às partes o protagonismo na produção de provas, a fim de assegurar a necessária imparcialidade do magistrado”. Nada obstante, tal postulado não teria sido observado a contento no trâmite processual originário, pois denota-se “pelas leituras das transcrições das oitivas, que o I. Magistrado não apenas conduziu a audiência, mas protagonizou as oitivas testemunhas, sobretudo das testemunhas de acusação. Quanto às duas primeiras testemunhas ouvidas, RAFAEL RIBEIRO ALVES e SILAS PEREIRA DA SILVA, ambas de acusação, nota-se que a acusação não dirigiu qualquer pergunta, ou seja, o magistrado exauriu por completo os questionamentos acusatórios.” Conclui aduzindo que a postura adotada pelo magistrado sentenciante violou o princípio da imparcialidade e do devido processo Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF3F-39B2-39D8-9543 e senha 55FB-4EA2-F044-1FC3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 20 Relatório HC 202557 / SP legal, pois “o douto magistrado demonstrou maior interesse nos relatos das testemunhas de acusação, apresentando uma série de perguntas a estas, ao passo que nenhuma pergunta sobre os fatos ou sobre o paciente foi dirigida às testemunhas de defesa, mesmo àquelas que presenciaram parcela dos fatos ou que demonstram a veracidade da versão defensiva, o que demonstra que, de fato, os poderes instrutórios do juiz foram utilizados in casu não apenas para esclarecer obscuridades, mas sim para substituir as partes no protagonismo da produção das provas, em flagrante violação ao modelo processual acusatório.” A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo não conhecimento do habeas corpus, e caso conhecido, pela denegação da ordem (eDOC.10). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF3F-39B2-39D8-9543 e senha 55FB-4EA2-F044-1FC3 Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP legal, pois “o douto magistrado demonstrou maior interesse nos relatos das testemunhas de acusação, apresentando uma série de perguntas a estas, ao passo que nenhuma pergunta sobre os fatos ou sobre o paciente foi dirigida às testemunhas de defesa, mesmo àquelas que presenciaram parcela dos fatos ou que demonstram a veracidade da versão defensiva, o que demonstra que, de fato, os poderes instrutórios do juiz foram utilizados in casu não apenas para esclarecer obscuridades, mas sim para substituir as partes no protagonismo da produção das provas, em flagrante violação ao modelo processual acusatório.” A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo não conhecimento do habeas corpus, e caso conhecido, pela denegação da ordem (eDOC.10). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF3F-39B2-39D8-9543 e senha 55FB-4EA2-F044-1FC3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN 03/08/2021 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 202.557 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): 1. Cabimento do habeas corpus: A Corte compreende que o habeas corpus não se presta, ordinariamente, a rescindir provimento condenatório acobertado pelo manto da coisa julgada, daí a impossibilidade de figurar como sucedâneo de revisão criminal. Sobre o tema: “O Supremo Tribunal Federal não admite a utilização do habeas corpus em substituição à ação de revisão criminal.” (HC 128693 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 04/08/2015, grifei) “O habeas corpus não pode ser utilizado como sucedâneo de revisão criminal.” (HC 123430, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 14/10/2014, grifei) “(...) habeas corpus não pode ser utilizado, em regra, como sucedâneo de revisão criminal, a menos que haja manifesta ilegalidade ou abuso no ato praticado pelo tribunal superior.” (HC 86367, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 30/09/2008, grifei) No caso concreto, por contrariar frontalmente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus não merece conhecimento, na medida em que está a funcionar como sucedâneo de revisão criminal. 2. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 202.557 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): 1. Cabimento do habeas corpus: A Corte compreende que o habeas corpus não se presta, ordinariamente, a rescindir provimento condenatório acobertado pelo manto da coisa julgada, daí a impossibilidade de figurar como sucedâneo de revisão criminal. Sobre o tema: “O Supremo Tribunal Federal não admite a utilização do habeas corpus em substituição à ação de revisão criminal.” (HC 128693 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 04/08/2015, grifei) “O habeas corpus não pode ser utilizado como sucedâneo de revisão criminal.” (HC 123430, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 14/10/2014, grifei) “(...) habeas corpus não pode ser utilizado, em regra, como sucedâneo de revisão criminal, a menos que haja manifesta ilegalidade ou abuso no ato praticado pelo tribunal superior.” (HC 86367, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 30/09/2008, grifei) No caso concreto, por contrariar frontalmente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus não merece conhecimento, na medida em que está a funcionar como sucedâneo de revisão criminal. 2. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP No julgamento do HC 186.421, da relatoria do ministro Celso de Mello, em que figurei como redator do acórdão em virtude da aposentadoria do saudoso Decano desta Corte, esta Segunda Turma assentou a impossibilidade de conversão ex officio da prisão em flagrante em preventiva. Por ocasião deste julgamento, registrei ser imprescindível a adequada leitura da legislação processual penal sob o filtro do princípio acusatório, adotado pela Constituição Federal 1988 por força da conjugação dos arts. 5..., incisos LIII, LXI, LV; 93; 129, 133 e 144, dispositivos nos quais o legislador constituinte diferencia as funções de investigação/acusação, defesa e julgamento. Confira-se trecho do voto em que consignei: “A Constituição Federal de 1988 atribui com privatividade a promoção da ação penal pública ao Ministério Público, ressalvada a ação penal privada em hipóteses excepcionais (art. 129, I). A ação penal, para demonstrar a justa causa, deve vir instruída com peças de informações ou com inquérito policial, procedimento administrativo a cargo das Polícias Federal e Civis, a quem a Constituição atribui as funções de apuração das infrações penais e da autoria (art. 144, § 1..., I e § 4...), sob o controle externo do Ministério Público (art. 129, VII). Por outro lado, a Carta de 1988 assegura aos ligantes o direito ao contraditório e à ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes, e coloca o advogado como função essencial à Justiça (art. 5..., LV e 133). Por fim, a Constituição consagra que a resolução da lide penal será feita, após o devido processo legal, de maneira privativa pela autoridade judicial competente, a saber, o Juiz Natural (art. 5..., LIII e LXI; 93 e seguintes). Esse desenho institucional tripartido entre atores distintos a desempenhar funções díspares – investigação/acusação, defesa e julgamento – evidencia que a Constituição Federal de 1988 adota o sistema acusatório a orientar a persecução penal brasileira. Tem-se, assim, um sistema baseado na atuação de três personagens – actum 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP No julgamento do HC 186.421, da relatoria do ministro Celso de Mello, em que figurei como redator do acórdão em virtude da aposentadoria do saudoso Decano desta Corte, esta Segunda Turma assentou a impossibilidade de conversão ex officio da prisão em flagrante em preventiva. Por ocasião deste julgamento, registrei ser imprescindível a adequada leitura da legislação processual penal sob o filtro do princípio acusatório, adotado pela Constituição Federal 1988 por força da conjugação dos arts. 5..., incisos LIII, LXI, LV; 93; 129, 133 e 144, dispositivos nos quais o legislador constituinte diferencia as funções de investigação/acusação, defesa e julgamento. Confira-se trecho do voto em que consignei: “A Constituição Federal de 1988 atribui com privatividade a promoção da ação penal pública ao Ministério Público, ressalvada a ação penal privada em hipóteses excepcionais (art. 129, I). A ação penal, para demonstrar a justa causa, deve vir instruída com peças de informações ou com inquérito policial, procedimento administrativo a cargo das Polícias Federal e Civis, a quem a Constituição atribui as funções de apuração das infrações penais e da autoria (art. 144, § 1..., I e § 4...), sob o controle externo do Ministério Público (art. 129, VII). Por outro lado, a Carta de 1988 assegura aos ligantes o direito ao contraditório e à ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes, e coloca o advogado como função essencial à Justiça (art. 5..., LV e 133). Por fim, a Constituição consagra que a resolução da lide penal será feita, após o devido processo legal, de maneira privativa pela autoridade judicial competente, a saber, o Juiz Natural (art. 5..., LIII e LXI; 93 e seguintes). Esse desenho institucional tripartido entre atores distintos a desempenhar funções díspares – investigação/acusação, defesa e julgamento – evidencia que a Constituição Federal de 1988 adota o sistema acusatório a orientar a persecução penal brasileira. Tem-se, assim, um sistema baseado na atuação de três personagens – actum 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP trium personarum –, a saber, as partes (autor e réu) e um terceiro imparcial (juiz). “ (sem grifos no original) Naquela ocasião, pontuei também que, em razão da rígida separação entre as atividades de acusar e julgar, não cabia ao juiz, em substituição ao órgão de acusação, assumir um papel ativo na produção probatória ou no desempenho de atividades típicas da função acusatória, sob pena de quebra da necessária imparcialidade do Poder Judiciário. Forte nessa compreensão, ainda, asseverei que a persecução penal não é apenas instrumento para o legítimo exercício do poder de punir do Estado, mas é também instrumento limitador do direito de punir estatal que deverá ocorrer, sem arbítrios, estritamente com base na lei e, sobretudo, na Constituição Federal. Noutros termos, o processo penal é instrumento de legitimação do direito de punir do Estado e, para que a intervenção estatal opere nas liberdades individuais com legitimidade, é necessário o respeito à legalidade estrita e às garantias fundamentais. Com efeito, é inegável a correlação do princípio acusatório com a efetiva consolidação à ampla defesa e ao devido processo legal, porquanto, como elucida a professora Ada Pellegrini, a Constituição “dá conteúdo a esses direitos, pois não se limita a permitir o acesso aos tribunais, mas assegura também, ao longo de todo o iter procedimental, aquele conjunto de garantias constitucionais que, de um lado, tutelam as partes quanto ao exercício de suas faculdades e poderes processuais e, do outro,são indispensáveis ao correto exercício da jurisdição: trata-se se das garantias do 'devido processo legal.'" (GRINOVER, Ada Pellegrini. As nulidades no processo penal. 9 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 84). Feito esse prefácio, a fim de situar o plano principiológico que figura como o pano de fundo da presente impetração, esclareço que a questão que ora se coloca no presente habeas corpus toca novamente o basilar princípio acusatório, dessa vez, mais propriamente, relacionando-o com a atuação e iniciativa do magistrado no campo da produção de provas no 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP trium personarum –, a saber, as partes (autor e réu) e um terceiro imparcial (juiz). “ (sem grifos no original) Naquela ocasião, pontuei também que, em razão da rígida separação entre as atividades de acusar e julgar, não cabia ao juiz, em substituição ao órgão de acusação, assumir um papel ativo na produção probatória ou no desempenho de atividades típicas da função acusatória, sob pena de quebra da necessária imparcialidade do Poder Judiciário. Forte nessa compreensão, ainda, asseverei que a persecução penal não é apenas instrumento para o legítimo exercício do poder de punir do Estado, mas é também instrumento limitador do direito de punir estatal que deverá ocorrer, sem arbítrios, estritamente com base na lei e, sobretudo, na Constituição Federal. Noutros termos, o processo penal é instrumento de legitimação do direito de punir do Estado e, para que a intervenção estatal opere nas liberdades individuais com legitimidade, é necessário o respeito à legalidade estrita e às garantias fundamentais. Com efeito, é inegável a correlação do princípio acusatório com a efetiva consolidação à ampla defesa e ao devido processo legal, porquanto, como elucida a professora Ada Pellegrini, a Constituição “dá conteúdo a esses direitos, pois não se limita a permitir o acesso aos tribunais, mas assegura também, ao longo de todo o iter procedimental, aquele conjunto de garantias constitucionais que, de um lado, tutelam as partes quanto ao exercício de suas faculdades e poderes processuais e, do outro,são indispensáveis ao correto exercício da jurisdição: trata-se se das garantias do 'devido processo legal.'" (GRINOVER, Ada Pellegrini. As nulidades no processo penal. 9 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 84). Feito esse prefácio, a fim de situar o plano principiológico que figura como o pano de fundo da presente impetração, esclareço que a questão que ora se coloca no presente habeas corpus toca novamente o basilar princípio acusatório, dessa vez, mais propriamente, relacionando-o com a atuação e iniciativa do magistrado no campo da produção de provas no 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP processo penal. A matéria controvertida também tangencia o princípio do devido processo legal, na medida em que a forma prevista em lei (especificamente no art. 212 do CPP), não teria sido observada pelo Juízo singular, apesar de expressos pedidos da defesa técnica do Paciente, devidamente registrados na ata da audiência de instrução e julgamento. Sigo, nesse passo, a examinar a tese pela defesa articulada. 2.1. No caso específico dos autos, a acusação arrolou 3 (três) e, a defesa, 4 (quatro) testemunhas, todas ouvidas em ato processual conduzido pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de Tupã/SP. Já no início da audiência de instrução e julgamento o advogado do acusado apontou a desconformidade do procedimento adotado pelo Juiz com o disposto no art. 212 do CPP, insurgindo-se expressamente contra o o modo de agir do magistrado que formulava perguntas às testemunhas de acusação antes mesmo de dar a palavra ao membro Ministério Público. Nada obstante, a irresignação foi repelida pelo Juízo singular nos seguintes termos: "O artigo 212 possui apenas uma forma de recomendação na condução na forma da oitiva das testemunhas por parte do Magistrado. Portanto, indefiro o pedido por não vislumbrar qualquer prejuízo à defesa dos acusados.” (eDOC.03, p. 01). (destaquei). Afastada a preliminar, deu o juiz seguimento à oitiva das testemunhas, de acusação e defesa, destacando-se que na oitiva de 2 (duas) das 3 (três) testemunhas de acusação o Juízo não só iniciou a produção probatória, como questionou os depoentes de forma exaustiva. A inquirição pelo magistrado foi tão detalhada que, terminada sua intervenção, e passada a palavra à acusação, declinou o Ministério Público de outras perguntas. Confira-se trecho do termo de depoimento de testemunha arrolada pela acusação (Rafael Ribeiro Alves): 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP processo penal. A matéria controvertida também tangencia o princípio do devido processo legal, na medida em que a forma prevista em lei (especificamente no art. 212 do CPP), não teria sido observada pelo Juízo singular, apesar de expressos pedidos da defesa técnica do Paciente, devidamente registrados na ata da audiência de instrução e julgamento. Sigo, nesse passo, a examinar a tese pela defesa articulada. 2.1. No caso específico dos autos, a acusação arrolou 3 (três) e, a defesa, 4 (quatro) testemunhas, todas ouvidas em ato processual conduzido pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de Tupã/SP. Já no início da audiência de instrução e julgamento o advogado do acusado apontou a desconformidade do procedimento adotado pelo Juiz com o disposto no art. 212 do CPP, insurgindo-se expressamente contra o o modo de agir do magistrado que formulava perguntas às testemunhas de acusação antes mesmo de dar a palavra ao membro Ministério Público. Nada obstante, a irresignação foi repelida pelo Juízo singular nos seguintes termos: "O artigo 212 possui apenas uma forma de recomendação na condução na forma da oitiva das testemunhas por parte do Magistrado. Portanto, indefiro o pedido por não vislumbrar qualquer prejuízo à defesa dos acusados.” (eDOC.03, p. 01). (destaquei). Afastada a preliminar, deu o juiz seguimento à oitiva das testemunhas, de acusação e defesa, destacando-se que na oitiva de 2 (duas) das 3 (três) testemunhas de acusação o Juízo não só iniciou a produção probatória, como questionou os depoentes de forma exaustiva. A inquirição pelo magistrado foi tão detalhada que, terminada sua intervenção, e passada a palavra à acusação, declinou o Ministério Público de outras perguntas. Confira-se trecho do termo de depoimento de testemunha arrolada pela acusação (Rafael Ribeiro Alves): 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP “Já qualificada, compromissada sob palavra de honra e a promessa de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado. Inquirida pelo(a) Meritíssimo(a) Juiz(a), na forma e sob as penas da lei, respondeu o que a seguir passo a transcrever: J.: Boa tarde. D.: Boa tarde. (...) D.: Não senhor. J.: Está compromissado a dizer a verdade. Ele é acusado de tráfico de drogas. Dia primeiro de agosto de 2018 ele foi preso na Rua Francisco Gomes Pato, número 371, tinha consigo 04 porções maconha. O que o senhor sabe do episódio? D.: Eu estava trabalhando na barbearia, ele ligou para mim para mim fazer um favor para ele descer na casa dele, "hora que chegar lá me liga". Eu desci na casa dele, ele falou "entra dentro da minha casa vê se acha um potinho da tampa vermelha". Eu entrei, no que entrei me deparei com um monte de policial (...)Depois disso virou uma bola de neve. Fui agredido, eu tinha uma barbearia, fechei a barbearia, fui agredido duas vezes (…) J.: Agredido por quem, ameaçado por quem? D.: Ameaçado pelo "Taquinha", Tiago (…). J.: Esse "Taquinha" é o Tiago Pereira de Deus Costa? D.: É. J.: O Delegado representou pela prisão dele porque o senhor estava sendo ameaçado por ele, o senhor estava temendo sofrer consequências porque tinha apontado que tinha ido lá buscar droga para ele. É isso que aconteceu, que o senhor está confirmando agora? D.: Isso. J.: O senhor já conhecia ele? D.: Não senhor. J.: E porque o senhor aceitou fazer esse favor para ele? D.: Conhecia assim só de vista das pessoas falar, entendeu. De vista só, mas não conhecia pessoalmente não. J.: O senhor comprava droga dele? D.: Cheguei comprar já, lá no posto de gasolina. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP “Já qualificada, compromissada sob palavra de honra e a promessa de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado. Inquirida pelo(a) Meritíssimo(a) Juiz(a), na forma e sob as penas da lei, respondeu o que a seguir passo a transcrever: J.: Boa tarde. D.: Boa tarde. (...) D.: Não senhor. J.: Está compromissado a dizer a verdade. Ele é acusado de tráfico de drogas. Dia primeiro de agosto de 2018 ele foi preso na Rua Francisco Gomes Pato, número 371, tinha consigo 04 porções maconha. O que o senhor sabe do episódio? D.: Eu estava trabalhando na barbearia, ele ligou para mim para mim fazer um favor para ele descer na casa dele, "hora que chegar lá me liga". Eu desci na casa dele, ele falou "entra dentro da minha casa vê se acha um potinho da tampa vermelha". Eu entrei, no que entrei me deparei com um monte de policial (...)Depois disso virou uma bola de neve. Fui agredido, eu tinha uma barbearia, fechei a barbearia, fui agredido duas vezes (…) J.: Agredido por quem, ameaçado por quem? D.: Ameaçado pelo "Taquinha", Tiago (…). J.: Esse "Taquinha" é o Tiago Pereira de Deus Costa? D.: É. J.: O Delegado representou pela prisão dele porque o senhor estava sendo ameaçado por ele, o senhor estava temendo sofrer consequências porque tinha apontado que tinha ido lá buscar droga para ele. É isso que aconteceu, que o senhor está confirmando agora? D.: Isso. J.: O senhor já conhecia ele? D.: Não senhor. J.: E porque o senhor aceitou fazer esse favor para ele? D.: Conhecia assim só de vista das pessoas falar, entendeu. De vista só, mas não conhecia pessoalmente não. J.: O senhor comprava droga dele? D.: Cheguei comprar já, lá no posto de gasolina. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP J.: Essa Rua Francisco Gomes Pato, onde o senhor foi buscar o potinho, essa casa quem morava lá, quem ocupava a casa? D.: Olha, dizia que era a mãe dele, mas entrei lá estava abandonada, não tinha nada. J.: Da mãe do "Taquinha"? D.: Isso. Dada a palavra ao(à) representante do Ministério Público nada foi perguntado.” Em contraste, outra foi a conduta do julgador na inquirição das testemunhas de defesa, a cuja iniciativa das perguntas o Juízo transferiu à defesa técnica de quem as arrolou. A título também ilustrativo confira-se trecho da inquirição da testemunha arrolada pela defesa (Thainara Vicente da Silva): “Inquirida pelo(a) Meritíssimo(a) Juiz(a), na forma e sob as penas da lei, respondeu o que a seguir passo a transcrever: J.: Boa tarde. D.: Boa tarde. J.: Qual o nome da senhora? D.: Thainara. J.: A senhora é testemunha de defesa do Tiago Pereira de Deus Costa. Ele é acusado tráfico de drogas. A senhora é parente dele? D.: Ex-namorada. J.: Atualmente tem relacionamento com ele? D.: Agora não. J.: Compromissada a dizer a verdade. Dada a palavra ao(à) Dr(a). Defensor(a), às perguntas respondeu: Def.: Thainara, boa tarde. A senhora não visita o Tiago na penitenciária? D.: Não (…).” Em que pesem as razões invocadas pelo magistrado singular, há nítido descompasso do procedimento adotado na ação penal originária com a legislação de regência, bem como desconformidade com a orientação desta Corte quanto à observância ao princípio acusatório e do 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP J.: Essa Rua Francisco Gomes Pato, onde o senhor foi buscar o potinho, essa casa quem morava lá, quem ocupava a casa? D.: Olha, dizia que era a mãe dele, mas entrei lá estava abandonada, não tinha nada. J.: Da mãe do "Taquinha"? D.: Isso. Dada a palavra ao(à) representante do Ministério Público nada foi perguntado.” Em contraste, outra foi a conduta do julgador na inquirição das testemunhas de defesa, a cuja iniciativa das perguntas o Juízo transferiu à defesa técnica de quem as arrolou. A título também ilustrativo confira-se trecho da inquirição da testemunha arrolada pela defesa (Thainara Vicente da Silva): “Inquirida pelo(a) Meritíssimo(a) Juiz(a), na forma e sob as penas da lei, respondeu o que a seguir passo a transcrever: J.: Boa tarde. D.: Boa tarde. J.: Qual o nome da senhora? D.: Thainara. J.: A senhora é testemunha de defesa do Tiago Pereira de Deus Costa. Ele é acusado tráfico de drogas. A senhora é parente dele? D.: Ex-namorada. J.: Atualmente tem relacionamento com ele? D.: Agora não. J.: Compromissada a dizer a verdade. Dada a palavra ao(à) Dr(a). Defensor(a), às perguntas respondeu: Def.: Thainara, boa tarde. A senhora não visita o Tiago na penitenciária? D.: Não (…).” Em que pesem as razões invocadas pelo magistrado singular, há nítido descompasso do procedimento adotado na ação penal originária com a legislação de regência, bem como desconformidade com a orientação desta Corte quanto à observância ao princípio acusatório e do 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP devido processo legal. 2.2. Primeiramente visualizo, no procedimento adotado pelo Juízo a quo, manifesto descumprimento à previsão normativa do art. 212 do CPP: “Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição”. (sem destaques no original) A redação do dispositivo é clara e não encerra uma opção ou recomendação ao magistrado. Trata-se de norma cogente, de aplicabilidade imediata, e, alterada pelo legislador ordinário, para conferir plena concretude ao princípio acusatório. Com efeito, cumpre rememorar que, anteriormente às alterações promovidas pela Lei 11.690/2008 na sistemática processual penal, o Código de Processo Penal previa a inquirição de testemunhas de forma indireta, mediada pelo magistrado, que iniciava as perguntas. A nova redação do artigo, contudo, dispôs, de forma inovadora, o sistema de inquirição direta e cruzada, abandonando o anterior sistema presidencial e deixando a cargo das partes a primazia na produção da prova. A inovação foi reverenciada doutrinariamente, justamente por sua maior afinidade com o sistema acusatório: “Esse novo regramento vem, ademais, ao encontro do sistema acusatório adotado no ordenamento pátrio (Constituição Federal de 1988, art. 129, inciso I), deixando a cargo das partes a primazia da produção da prova, sem olvidar da iniciativa probatória do juiz, a ser exercida de maneira subsidiária, para complementar a prova e dirimir dúvida sobre pontos relevantes. Além de contribuir para uma apuração mais correta dos fatos delituosos e atestar a correção do debate dialético entre as partes, a adoção desse 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP devido processo legal. 2.2. Primeiramente visualizo, no procedimento adotado pelo Juízo a quo, manifesto descumprimento à previsão normativa do art. 212 do CPP: “Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição”. (sem destaques no original) A redação do dispositivo é clara e não encerra uma opção ou recomendação ao magistrado. Trata-se de norma cogente, de aplicabilidade imediata, e, alterada pelo legislador ordinário, para conferir plena concretude ao princípio acusatório. Com efeito, cumpre rememorar que, anteriormente às alterações promovidas pela Lei 11.690/2008 na sistemática processual penal, o Código de Processo Penal previa a inquirição de testemunhas de forma indireta, mediada pelo magistrado, que iniciava as perguntas. A nova redação do artigo, contudo, dispôs, de forma inovadora, o sistema de inquirição direta e cruzada, abandonando o anterior sistema presidencial e deixando a cargo das partes a primazia na produção da prova. A inovação foi reverenciada doutrinariamente, justamente por sua maior afinidade com o sistema acusatório: “Esse novo regramento vem, ademais, ao encontro do sistema acusatório adotado no ordenamento pátrio (Constituição Federal de 1988, art. 129, inciso I), deixando a cargo das partes a primazia da produção da prova, sem olvidar da iniciativa probatória do juiz, a ser exercida de maneira subsidiária, para complementar a prova e dirimir dúvida sobre pontos relevantes. Além de contribuir para uma apuração mais correta dos fatos delituosos e atestar a correção do debate dialético entre as partes, a adoção desse 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP método de exame direto e cruzado serve igualmente à legitimação das decisões. De mais a mais, não se pode esquecer que uma das grandes diretrizes da reforma processual penal de 2008 é o prestígio do sistema acusatório, por meio do qual se valoriza a imparcialidade do juiz, que deve ser o destinatário da prova, e não seu produtor, na feição inquisitiva. ” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 8.ed. Salvador: Jus poivm, 2020. p. 777.) Assim, diversamente do que constou na decisão de 1... grau, o dispositivo não deixa dúvidas quanto a sua cogência e adequada forma de aplicação. No que tange à oitiva das testemunhas deve o magistrado, logo após a qualificação do depoente, passar a palavra às partes, a fim de que produzam a prova, somente cabendo-lhe intervir em duas hipóteses: se evidenciada ilegalidade ou irregularidade na condução do depoimento ou, ao final, para complementar a oitiva, se ainda existir dúvida - nessa última hipótese sempre atuando de forma supletiva e subsidiária (como se extrai da expressão “poderá complementar”). No caso concreto não foi anotada nenhuma justificativa plausível para atuação ativa e de protagonismo exercida pelo magistrado e, portanto, já sob a óptica da ausência de observância à legislação processual prevista, evidenciado o constrangimento ilegal. 2.3 Noutro lanço, importante ressaltar ainda que, no caso concreto, notadamente à luz das diretrizes que regem o princípio acusatório e o devido processo legal, o prejuízo ao acusado restou cabalmente demonstrado. Conquanto a jurisprudência desta Suprema Corte oriente-se no sentido de exigir a demonstração de efetivo prejuízo no campo das nulidades processuais penais, sejam elas de cunho relativo ou absoluto, a aferição do gravame é sempre prospectiva e nunca presumida. É dizer, não cabe ao magistrado já antecipar e prever que a inobservância gerará ou não prejuízo à parte, pois não conhece quo ante a estratégia defensiva. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP método de exame direto e cruzado serve igualmente à legitimação das decisões. De mais a mais, não se pode esquecer que uma das grandes diretrizes da reforma processual penal de 2008 é o prestígio do sistema acusatório, por meio do qual se valoriza a imparcialidade do juiz, que deve ser o destinatário da prova, e não seu produtor, na feição inquisitiva. ” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 8.ed. Salvador: Jus poivm, 2020. p. 777.) Assim, diversamente do que constou na decisão de 1... grau, o dispositivo não deixa dúvidas quanto a sua cogência e adequada forma de aplicação. No que tange à oitiva das testemunhas deve o magistrado, logo após a qualificação do depoente, passar a palavra às partes, a fim de que produzam a prova, somente cabendo-lhe intervir em duas hipóteses: se evidenciada ilegalidade ou irregularidade na condução do depoimento ou, ao final, para complementar a oitiva, se ainda existir dúvida - nessa última hipótese sempre atuando de forma supletiva e subsidiária (como se extrai da expressão “poderá complementar”). No caso concreto não foi anotada nenhuma justificativa plausível para atuação ativa e de protagonismo exercida pelo magistrado e, portanto, já sob a óptica da ausência de observância à legislação processual prevista, evidenciado o constrangimento ilegal. 2.3 Noutro lanço, importante ressaltar ainda que, no caso concreto, notadamente à luz das diretrizes que regem o princípio acusatório e o devido processo legal, o prejuízo ao acusado restou cabalmente demonstrado. Conquanto a jurisprudência desta Suprema Corte oriente-se no sentido de exigir a demonstração de efetivo prejuízo no campo das nulidades processuais penais, sejam elas de cunho relativo ou absoluto, a aferição do gravame é sempre prospectiva e nunca presumida. É dizer, não cabe ao magistrado já antecipar e prever que a inobservância gerará ou não prejuízo à parte, pois não conhece quo ante a estratégia defensiva. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP Portanto, não prospera a justificativa do Juízo de que não seguiria o rito do art. 212 porque, já no início da audiência, não “vislumbrava” “qualquer prejuízo à defesa dos acusado.” Passando a análise do restante da fundamentação exarada pelo Juízo a quo, consigno, ademais, que não é tecnicamente apropriada a assertiva de que não houve prejuízo no caso concreto. O simples cotejo dos termos de depoimentos acostados aos autos denota o comprometimento do magistrado com a produção probatória, circunstância hábil a eivar de nulidade os atos instrutórios realizados e toda cadeia processual subsequente. Não bastasse, os depoimentos que ora reconheço como viciados integraram os fundamentos da sentença de 1... grau, constituindo base indispensável para o desfecho condenatório contra o acusado, o que novamente, sobreleva a convicção de que o procedimento desviado adotado em 1... instância acarretou prejuízo ao acusado. Com efeito, como se nota da transcrição do termo de depoimento de testemunha de acusação, o magistrado exerceu protagonismo na inquirição das testemunhas de acusação. Questionou-lhe sobre detalhes dos fatos denunciados; formulou perguntas indutivas; perquiriu sobre antecedentes e supostos envolvimentos pretéritos do acusado com o tráfico; leu trechos do inquérito policial, sugerindo a testemunha que os confirmasse. Procedimento semelhante ocorreu também com outra testemunha arrolada pela acusação (Silas Pereira da Silva). Noutra ponta, como já dito, diametralmente oposta foi sua atuação quando da oitiva das testemunhas de defesa, na qual adotou papel contido, limitando-se a qualificar os depoentes, após o que transferiu aos advogados inquirição direta. Portanto, não houve mera inobservância à previsão legal; restou a nítida disparidade da conduta do Juízo quanto ao procedimento adotado para a oitiva das testemunhas de acusação e as testemunhas de defesa. Não se tratou, a conduta do magistrado, de mero error in procedendo sem reflexo no campo das nulidades. Nesse sentido, cumpre ressaltar que, como bem sintetiza Aury 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP Portanto, não prospera a justificativa do Juízo de que não seguiria o rito do art. 212 porque, já no início da audiência, não “vislumbrava” “qualquer prejuízo à defesa dos acusado.” Passando a análise do restante da fundamentação exarada pelo Juízo a quo, consigno, ademais, que não é tecnicamente apropriada a assertiva de que não houve prejuízo no caso concreto. O simples cotejo dos termos de depoimentos acostados aos autos denota o comprometimento do magistrado com a produção probatória, circunstância hábil a eivar de nulidade os atos instrutórios realizados e toda cadeia processual subsequente. Não bastasse, os depoimentos que ora reconheço como viciados integraram os fundamentos da sentença de 1... grau, constituindo base indispensável para o desfecho condenatório contra o acusado, o que novamente, sobreleva a convicção de que o procedimento desviado adotado em 1... instância acarretou prejuízo ao acusado. Com efeito, como se nota da transcrição do termo de depoimento de testemunha de acusação, o magistrado exerceu protagonismo na inquirição das testemunhas de acusação. Questionou-lhe sobre detalhes dos fatos denunciados; formulou perguntas indutivas; perquiriu sobre antecedentes e supostos envolvimentos pretéritos do acusado com o tráfico; leu trechos do inquérito policial, sugerindo a testemunha que os confirmasse. Procedimento semelhante ocorreu também com outra testemunha arrolada pela acusação (Silas Pereira da Silva). Noutra ponta, como já dito, diametralmente oposta foi sua atuação quando da oitiva das testemunhas de defesa, na qual adotou papel contido, limitando-se a qualificar os depoentes, após o que transferiu aos advogados inquirição direta. Portanto, não houve mera inobservância à previsão legal; restou a nítida disparidade da conduta do Juízo quanto ao procedimento adotado para a oitiva das testemunhas de acusação e as testemunhas de defesa. Não se tratou, a conduta do magistrado, de mero error in procedendo sem reflexo no campo das nulidades. Nesse sentido, cumpre ressaltar que, como bem sintetiza Aury 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP Lopes, “no processo penal, forma é garantia” (op. cit, p. 910), e no caso concreto, foi justamente a não observância à forma prevista em lei que propiciou a atuação desviada do magistrado, a comprometer a paridade de armas, na medida que uma das partes já iniciou a produção probatória com farta contribuição da inquirição promovida pelo juiz. Ademais, entrelaçam-se como regra – e o caso concreto não foge a ela (a regra) – o comprometimento ao princípio do devido processo legal e ao princípio acusatório. Com efeito, o Juízo a quo ao iniciar e questionar detalhadamente a testemunha de acusação, além de subverter a norma processual do art. 212 do CPP, violando a diretiva legal, exerceu papel que não lhe cabia na dinâmica instrutória da ação penal, comprometendo o actum trium personarum, já que a “separação rígida entre, de um lado, as tarefas de investigar e acusar e, de outro, a função propriamente jurisdicional” é consectário lógico e inafastável do sistema penal acusatório (ADIMC 5.104, Plenário, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 21.5.2014 ). Entrementes, como bem adverte Jacinto Coutinho, a observância ao princípio acusatório reclama, invariavelmente, a plena e estrita observância ao devido processo legal. É por isso “incompatível com aquele no qual o juiz é o senhor do processo, o senhor das provas e, sobretudo – como sempre se passou no Sistema Inquisitório – pode decidir antes (naturalmente raciocinando, por primário e em geral bem intencionado) e depois sair à cata da prova que justifique a decisão antes tomada” (COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. Sistema acusatório: cada parte no lugar constitucionalmente demarcado. In: O novo processo penal à luz da Constituição: análise crítica do Projeto de Lei n. 156/2009, do Senado Federal. Organizadores: Jacinto Nelson de Miranda Coutinho; Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. p. 15). Assim, no caso presente, seja por evidente prejuízo causado à parte no caso concreto, seja por deliberada afronta, por parte do Juízo a quo, ao princípio acusatório e do devido processo legal, inevitável a decretação da nulidade pelo impetrante postulada. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP Lopes, “no processo penal, forma é garantia” (op. cit, p. 910), e no caso concreto, foi justamente a não observância à forma prevista em lei que propiciou a atuação desviada do magistrado, a comprometer a paridade de armas, na medida que uma das partes já iniciou a produção probatória com farta contribuição da inquirição promovida pelo juiz. Ademais, entrelaçam-se como regra – e o caso concreto não foge a ela (a regra) – o comprometimento ao princípio do devido processo legal e ao princípio acusatório. Com efeito, o Juízo a quo ao iniciar e questionar detalhadamente a testemunha de acusação, além de subverter a norma processual do art. 212 do CPP, violando a diretiva legal, exerceu papel que não lhe cabia na dinâmica instrutória da ação penal, comprometendo o actum trium personarum, já que a “separação rígida entre, de um lado, as tarefas de investigar e acusar e, de outro, a função propriamente jurisdicional” é consectário lógico e inafastável do sistema penal acusatório (ADIMC 5.104, Plenário, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 21.5.2014 ). Entrementes, como bem adverte Jacinto Coutinho, a observância ao princípio acusatório reclama, invariavelmente, a plena e estrita observância ao devido processo legal. É por isso “incompatível com aquele no qual o juiz é o senhor do processo, o senhor das provas e, sobretudo – como sempre se passou no Sistema Inquisitório – pode decidir antes (naturalmente raciocinando, por primário e em geral bem intencionado) e depois sair à cata da prova que justifique a decisão antes tomada” (COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. Sistema acusatório: cada parte no lugar constitucionalmente demarcado. In: O novo processo penal à luz da Constituição: análise crítica do Projeto de Lei n. 156/2009, do Senado Federal. Organizadores: Jacinto Nelson de Miranda Coutinho; Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. p. 15). Assim, no caso presente, seja por evidente prejuízo causado à parte no caso concreto, seja por deliberada afronta, por parte do Juízo a quo, ao princípio acusatório e do devido processo legal, inevitável a decretação da nulidade pelo impetrante postulada. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP Também nesse sentido e por similares razões caminha o atual posicionamento da 1... Turma desta Suprema Corte, que, em recentíssimo julgado reconheceu, no HC 187.035/SP, de relatoria do Ministro Marco Aurélio, a existência de nulidade processual e prejuízo ao acusado pela não observância à norma prevista no art. 212 do CPP. A respeito, transcrevo trecho do voto proferido pela Min. Rosa Weber, que bem sintetiza o contexto fático (similar ao presente) e a fundamentação considerada pelo órgão fracionário ao reconhecer a nulidade pela defesa invocada: “Pedindo todas as vênias às compreensões em contrário, Senhor Presidente, entendo que a alteração promovida pela Lei 11.690/2008 modificou substancialmente a sistemática procedimental da inquirição de testemunhas. As partes agora, em modelo mais consentâneo com o sistema acusatório, têm o protagonismo na audiência. Cabe-lhes a formulação de perguntas diretamente às testemunhas (direct examination, quando quem arrolou pergunta e cross examination, quando formulada pela outra parte). (…) No caso em análise, a Defesa do ora paciente pleiteou, antes mesmo de iniciadas as inquirições, a observância estrita do art. 212 do Código de Processo Penal, ou seja, que as perguntas fossem inicialmente formuladas pelas partes, somente após se abriria a possibilidade, de forma complementar, de a magistrada fazê-las. Tal pleito, no entanto restou indeferido ao entendimento de que: A nova redação do artigo 212 do CPP, não impede que o juiz inicie inquirindo as testemunhas. (...) Além do que, a suposta falta de observância da nova sistemática 212 do CPP não acarreta nulidade absoluta. Pelo que ressai da inteligência do artigo 563 do CPP, nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. A defesa não afirmou qual prejuízo sofreria o réu, pois evidentemente inexistente. Vê-se, pois, que a magistrada de primeiro grau deliberadamente deixou de seguir o rito previsto no art. 212 do 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP Também nesse sentido e por similares razões caminha o atual posicionamento da 1... Turma desta Suprema Corte, que, em recentíssimo julgado reconheceu, no HC 187.035/SP, de relatoria do Ministro Marco Aurélio, a existência de nulidade processual e prejuízo ao acusado pela não observância à norma prevista no art. 212 do CPP. A respeito, transcrevo trecho do voto proferido pela Min. Rosa Weber, que bem sintetiza o contexto fático (similar ao presente) e a fundamentação considerada pelo órgão fracionário ao reconhecer a nulidade pela defesa invocada: “Pedindo todas as vênias às compreensões em contrário, Senhor Presidente, entendo que a alteração promovida pela Lei 11.690/2008 modificou substancialmente a sistemática procedimental da inquirição de testemunhas. As partes agora, em modelo mais consentâneo com o sistema acusatório, têm o protagonismo na audiência. Cabe-lhes a formulação de perguntas diretamente às testemunhas (direct examination, quando quem arrolou pergunta e cross examination, quando formulada pela outra parte). (…) No caso em análise, a Defesa do ora paciente pleiteou, antes mesmo de iniciadas as inquirições, a observância estrita do art. 212 do Código de Processo Penal, ou seja, que as perguntas fossem inicialmente formuladas pelas partes, somente após se abriria a possibilidade, de forma complementar, de a magistrada fazê-las. Tal pleito, no entanto restou indeferido ao entendimento de que: A nova redação do artigo 212 do CPP, não impede que o juiz inicie inquirindo as testemunhas. (...) Além do que, a suposta falta de observância da nova sistemática 212 do CPP não acarreta nulidade absoluta. Pelo que ressai da inteligência do artigo 563 do CPP, nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. A defesa não afirmou qual prejuízo sofreria o réu, pois evidentemente inexistente. Vê-se, pois, que a magistrada de primeiro grau deliberadamente deixou de seguir o rito previsto no art. 212 do 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP Código de Processo Penal. Parece crer que, por não configurar nulidade absoluta, seria possível o descumprimento da ordem de inquirição determinada pela legislação processual penal, em absoluto descompasso com os limites interpretativos impostos. O art. 212 não encerra mera recomendação, é norma cogente e deve ser seguida. O fato de a sua eventual inobservância acarretar nulidade relativa não descaracteriza sua força normativa Na realidade, a nulidade relativa também pode implicar a declaração de nulidade do ato viciado e, portanto, retirar-lhe seus efeitos regulares, desde que comprovado o prejuízo causado às partes. A análise dos autos evidencia que a magistrada de primeiro grau, na condução da audiência de inquirição de testemunhas, atuou de forma absolutamente desconectada do ordenamento jurídico-positivo, agiu como protagonista e em substituição à produção probatória inerente às partes, violando o devido processo legal e o sistema acusatório, em nítido prejuízo ao ora paciente. Destaco, a título meramente exemplificativo, que a magistrada de primeiro grau, ao questionar a testemunha Rodrigo Ayres da Silva, delegado de Polícia condutor das investigações subjacentes, além de iniciar a inquirição, fez perguntas capazes de induzir as respostas (e-doc. 8), sugestionando, por exemplo, o nome do ora paciente e a forma de atuação dos investigados. Evidente, dessa forma, o gerado prejuízo ao paciente.” (Trecho do voto vista da Min. Rosa Weber proferido no HC 187.035/SP, Relator(a): Min. Marco Aurélio, j. 06.04.2021, acórdão pendente de publicação) Dito isso, tenho que o procedimento adotado pelo Juízo singular e referendado pelo Superior Tribunal de Justiça violou a previsão normativa do art. 212 do CPP, o princípio acusatório e do devido processo legal, devendo-se reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da oitiva das testemunhas de acusação, reputando-se também nulos todos os atos processuais seguintes, inclusive a sentença condenatória proferida contra o acusado. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP Código de Processo Penal. Parece crer que, por não configurar nulidade absoluta, seria possível o descumprimento da ordem de inquirição determinada pela legislação processual penal, em absoluto descompasso com os limites interpretativos impostos. O art. 212 não encerra mera recomendação, é norma cogente e deve ser seguida. O fato de a sua eventual inobservância acarretar nulidade relativa não descaracteriza sua força normativa Na realidade, a nulidade relativa também pode implicar a declaração de nulidade do ato viciado e, portanto, retirar-lhe seus efeitos regulares, desde que comprovado o prejuízo causado às partes. A análise dos autos evidencia que a magistrada de primeiro grau, na condução da audiência de inquirição de testemunhas, atuou de forma absolutamente desconectada do ordenamento jurídico-positivo, agiu como protagonista e em substituição à produção probatória inerente às partes, violando o devido processo legal e o sistema acusatório, em nítido prejuízo ao ora paciente. Destaco, a título meramente exemplificativo, que a magistrada de primeiro grau, ao questionar a testemunha Rodrigo Ayres da Silva, delegado de Polícia condutor das investigações subjacentes, além de iniciar a inquirição, fez perguntas capazes de induzir as respostas (e-doc. 8), sugestionando, por exemplo, o nome do ora paciente e a forma de atuação dos investigados. Evidente, dessa forma, o gerado prejuízo ao paciente.” (Trecho do voto vista da Min. Rosa Weber proferido no HC 187.035/SP, Relator(a): Min. Marco Aurélio, j. 06.04.2021, acórdão pendente de publicação) Dito isso, tenho que o procedimento adotado pelo Juízo singular e referendado pelo Superior Tribunal de Justiça violou a previsão normativa do art. 212 do CPP, o princípio acusatório e do devido processo legal, devendo-se reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da oitiva das testemunhas de acusação, reputando-se também nulos todos os atos processuais seguintes, inclusive a sentença condenatória proferida contra o acusado. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 20 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202557 / SP Como consequência, eivado de nulidade o título prisional que mantém atualmente o acusado custodiado (sentença condenatória que ora também se reconhece nula), é o caso de restituir-lhe a liberdade, a fim de que responda solto à nova instrução da ação penal que deverá ser renovada. Esclareço que o alvará de soltura, ora concedido, não impede que o Juízo singular, em reconhecendo presentes os requisitos do art. 312 e 313 do CPP, decrete nova prisão preventiva ou imponha medida cautelar, desde que modificado o panorama fático ora delineado, e presente fundamentação idônea. 3. Ante o exposto, com base no art. 192 do RISTF, não conheço do habeas corpus, mas concedo a ordem de ofício a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Comunique-se, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá o implemento desta decisão. Comunique-se, outrossim, o TJSP e o Superior Tribunal de Justiça, para ciência. É como voto. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Supremo Tribunal Federal HC 202557 / SP Como consequência, eivado de nulidade o título prisional que mantém atualmente o acusado custodiado (sentença condenatória que ora também se reconhece nula), é o caso de restituir-lhe a liberdade, a fim de que responda solto à nova instrução da ação penal que deverá ser renovada. Esclareço que o alvará de soltura, ora concedido, não impede que o Juízo singular, em reconhecendo presentes os requisitos do art. 312 e 313 do CPP, decrete nova prisão preventiva ou imponha medida cautelar, desde que modificado o panorama fático ora delineado, e presente fundamentação idônea. 3. Ante o exposto, com base no art. 192 do RISTF, não conheço do habeas corpus, mas concedo a ordem de ofício a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Comunique-se, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá o implemento desta decisão. Comunique-se, outrossim, o TJSP e o Superior Tribunal de Justiça, para ciência. É como voto. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 617D-98D2-A8F0-3FD8 e senha 395B-474A-C38D-296C Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 20 Extrato de Ata - 03/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 202.557 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN PACTE.(S) : TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) : VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES (331639/SP) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC n 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, com base no art. 192 do RISTF, não conheceu do habeas corpus, mas concedeu a ordem, de ofício, a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Determinou, ainda, a comunicação, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá o implemento desta decisão e, outrossim, o TJSP e o Superior Tribunal de Justiça, para ciência, tudo nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB7A-1743-70D3-6B0E e senha 0A95-D220-3F1B-CE6B Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 202.557 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN PACTE.(S) : TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA IMPTE.(S) : VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES (331639/SP) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC n 535.249 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, com base no art. 192 do RISTF, não conheceu do habeas corpus, mas concedeu a ordem, de ofício, a fim de: (i) reconhecer a nulidade da ação penal originária a partir da audiência de instrução e julgamento, com reflexo em todos os atos processuais subsequentes; (ii) determinar, como consequência, a imediata soltura de TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA, salvo se preso por outro motivo, sem prejuízo da imposição, pelo Magistrado de primeiro grau, se assim entender pertinente, das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, ou de decretar nova custódia cautelar, se ocorrer modificação substancial do panorama fático processual ora apresentado. Determinou, ainda, a comunicação, com urgência e pelo meio mais expedito (inclusive com utilização de fax, se necessário), ao Juiz da causa, a quem incumbirá o implemento desta decisão e, outrossim, o TJSP e o Superior Tribunal de Justiça, para ciência, tudo nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB7A-1743-70D3-6B0E e senha 0A95-D220-3F1B-CE6B Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 20
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2 / 2001", "art . 192 do RISTF", "art . 319 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 192 do RISTF", "art . 319 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "Brasília", "Brasília", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "São Paulo", "São Paulo", "Vara Criminal da Comarca de Tupã / SP", "Vara Criminal da Comarca de Tupã / SP", "Rua Francisco Gomes Pato", "Francisco Gomes Pato", "Rua Francisco Gomes Pato", "Rua Francisco Gomes Pato", "Salvador", "Salvador", "Rio de Janeiro", "Rio de Janeiro", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Segunda Turma do", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "TJSP", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "TJSP", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Ministério Público", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Ministério Público", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Revista dos Tribunais", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Revista dos Tribunais", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Jus poivm", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Jus poivm", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Senado Federal", "Lumen Juris", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Senado Federal", "Lumen Juris", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema Corte", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "1", ".", ". Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "TJSP", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "TJSP", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "TJSP", "Superior Tribunal de Justiça", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "TJSP", "Superior Tribunal de Justiça", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "EDSON FACHIN", "TIAGO PEREIRA DE DEUS", "VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES", "Roberto Barroso", "Gilmar Mendes", "TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA", "Roberto Barroso", "Gilmar Mendes", "TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA", "EDSON FACHIN", "EDSON FACHIN", "EDSON FACHIN", "TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA", "VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES", "EDSON FACHIN", "RAFAEL RIBEIRO ALVES", "SILAS PEREIRA DA SILVA", "EDSON FACHIN", "TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA", "VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES", "EDSON FACHIN", "RAFAEL RIBEIRO ALVES", "SILAS PEREIRA DA SILVA", "EDSON FACHIN", "EDSON FACHIN", "ROBERTO BARROSO", "LUIZ FUX", "ELLEN GRACIE", "EDSON FACHIN", "ROBERTO BARROSO", "LUIZ FUX", "ELLEN GRACIE", "EDSON FACHIN", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "EDSON FACHIN", "Ada Pellegrini", "GRINOVER , Ada Pellegrini", "Ada Pellegrini", "GRINOVER , Ada Pellegrini", "EDSON FACHIN", "Rafael Ribeiro Alves", "Rafael Ribeiro Alves", "EDSON FACHIN", "Tiago", "Tiago Pereira de Deus Costa", "Tiago", "Tiago Pereira de Deus Costa", "EDSON FACHIN", "Thainara Vicente da Silva", "Thainara", "Tiago Pereira de Deus Costa", "Thainara", "Tiago", "Thainara Vicente da Silva", "Thainara", "Tiago Pereira de Deus Costa", "Thainara", "Tiago", "EDSON FACHIN", "EDSON FACHIN", "LIMA , Renato Brasileiro de", "LIMA , Renato Brasileiro de", "EDSON FACHIN", "Silas Pereira da Silva", "Aury", "Silas Pereira da Silva", "Aury", "EDSON FACHIN", "Roberto Barroso", "Jacinto Coutinho", "COUTINHO , Jacinto Nelson de Miranda", "Jacinto Nelson de Miranda Coutinho", "Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho", "Roberto Barroso", "Jacinto Coutinho", "COUTINHO , Jacinto Nelson de Miranda", "Jacinto Nelson de Miranda Coutinho", "Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho", "EDSON FACHIN", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "EDSON FACHIN", "Rodrigo Ayres da Silva", "Rosa Weber", "Marco Aurélio", "Rodrigo Ayres da Silva", "Rosa Weber", "Marco Aurélio", "EDSON FACHIN", "TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA", "TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA", "EDSON FACHIN", "TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA", "VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES", "TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Hannah Gevartosky", "EDSON FACHIN", "TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA", "VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES", "TIAGO PEREIRA DE DEUS COSTA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2014", "25 de junho", "2 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2014", "25 de junho a", "2 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "04", "/", "08", "/", "2015", "14", "/", "10", "/", "2014", "30", "/", "09", "/", "2008", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "04", "/", "08", "/", "2015", "14", "/", "10", "/", "2014", "30", "/", "09", "/", "2008", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "2006", ".", "24", "/", "08", "/", "2001", "2006", ".", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "primeiro de agosto de 2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "primeiro de agosto de 2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "2008", "2020", ".", "24", "/", "08", "/", "2001", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2014", "2010", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2014", "2010", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "06", ".", "04", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "06", ".", "04", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) :PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) :DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) :LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. AÇÃO POPULAR. ANULAÇÃO DE ATO. FIXAÇÃO DE ASTREINTES. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Não se presta o recurso extraordinário para o reexame dos fatos e das provas dos autos, tampouco para análise de matéria infraconstitucional (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 11 a 18/6/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1168-400F-8B9A-1470 e senha A0CA-BA96-7052-FA91 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão ARE 1315599 AGR / MG majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1168-400F-8B9A-1470 e senha A0CA-BA96-7052-FA91 Supremo Tribunal Federal ARE 1315599 AGR / MG majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1168-400F-8B9A-1470 e senha A0CA-BA96-7052-FA91 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) :PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) :DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) :LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte, a qual negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Em atenção ao princípio da celeridade processual e por não verificar prejuízo à parte agravada, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 21A3-19BA-56BC-CD60 e senha 3CF7-59DC-0FCA-F5FD Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) :PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) :DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) :LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte, a qual negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Em atenção ao princípio da celeridade processual e por não verificar prejuízo à parte agravada, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 21A3-19BA-56BC-CD60 e senha 3CF7-59DC-0FCA-F5FD Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado na decisão ora agravada, verifica-se que para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem seria necessário analisar a legislação infraconstitucional pertinente, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, acaso existente, seria indireta ou reflexa, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra nos óbices das Súmulas 279 do STF. Nesse sentido: “SEGUNDO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. AÇÃO POPULAR. CRIAÇÃO ILEGAL DE CARGOS EM COMISSÃO NA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL. DESVIO DE FINALIDADE. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. INCURSIONAMENTO NO CONTEXTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULAS 279 E 280 DO STF. INCIDÊNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. REITERADA REJEIÇÃO DOS ARGUMENTOS EXPENDIDOS PELA PARTE NAS SEDES RECURSAIS ANTERIORES. MANIFESTO INTUITO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6975-6DD1-1FDD-F86D e senha B2B0-BF7A-FB3E-CDFF Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado na decisão ora agravada, verifica-se que para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem seria necessário analisar a legislação infraconstitucional pertinente, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, acaso existente, seria indireta ou reflexa, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra nos óbices das Súmulas 279 do STF. Nesse sentido: “SEGUNDO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. AÇÃO POPULAR. CRIAÇÃO ILEGAL DE CARGOS EM COMISSÃO NA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL. DESVIO DE FINALIDADE. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. INCURSIONAMENTO NO CONTEXTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULAS 279 E 280 DO STF. INCIDÊNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. REITERADA REJEIÇÃO DOS ARGUMENTOS EXPENDIDOS PELA PARTE NAS SEDES RECURSAIS ANTERIORES. MANIFESTO INTUITO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6975-6DD1-1FDD-F86D e senha B2B0-BF7A-FB3E-CDFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1315599 AGR / MG PROTELATÓRIO. MULTA DO ARTIGO 1.021, § 4º, DO CPC/2015. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO JUÍZO RECORRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO NESTA SEDE RECURSAL. ARTIGO 85, § 11, DO CPC/2015. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.” (ARE 1.178.365-AgR-segundo, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 4/6/2019) “Agravo regimental no recurso extraordinário. 2. Obrigação imposta ao Iphan para criar o cadastro nacional para fins de registro de todos os negociantes de antiguidades, de obras de arte de qualquer natureza, de manuscritos e livros antigos ou raros (arts. 26 e 28 do Decreto-Lei 25/1937). 3. Pretensão de revisão de astreintes fixada pelo descumprimento da obrigação. 4. Discussão de índole infraconstitucional. Necessidade do reexame do conjunto fático-probatório. Impossibilidade. Súmula 279 do STF. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental.” (RE 1.274.577-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 18/12/2020) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6975-6DD1-1FDD-F86D e senha B2B0-BF7A-FB3E-CDFF Supremo Tribunal Federal ARE 1315599 AGR / MG PROTELATÓRIO. MULTA DO ARTIGO 1.021, § 4º, DO CPC/2015. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO JUÍZO RECORRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO NESTA SEDE RECURSAL. ARTIGO 85, § 11, DO CPC/2015. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.” (ARE 1.178.365-AgR-segundo, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 4/6/2019) “Agravo regimental no recurso extraordinário. 2. Obrigação imposta ao Iphan para criar o cadastro nacional para fins de registro de todos os negociantes de antiguidades, de obras de arte de qualquer natureza, de manuscritos e livros antigos ou raros (arts. 26 e 28 do Decreto-Lei 25/1937). 3. Pretensão de revisão de astreintes fixada pelo descumprimento da obrigação. 4. Discussão de índole infraconstitucional. Necessidade do reexame do conjunto fático-probatório. Impossibilidade. Súmula 279 do STF. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental.” (RE 1.274.577-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 18/12/2020) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6975-6DD1-1FDD-F86D e senha B2B0-BF7A-FB3E-CDFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) :PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) :DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) :LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED9-5232-8A8C-5C41 e senha D0DE-4843-4622-EE8A Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) :PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) :DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) :LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED9-5232-8A8C-5C41 e senha D0DE-4843-4622-EE8A Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 21/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) : PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO (65610/MG) PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) : DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) : LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO (181874/MG) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CDD5-3040-EB7A-4F5D e senha 2045-4FC1-2666-1E40 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) : PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO (65610/MG) PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) : DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) : LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO (181874/MG) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CDD5-3040-EB7A-4F5D e senha 2045-4FC1-2666-1E40 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756356597
2021-06-21T00:00:00
2021-07-01T00:00:00
O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. AÇÃO POPULAR. ANULAÇÃO DE ATO. FIXAÇÃO DE ASTREINTES. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Não se presta o recurso extraordinário para o reexame dos fatos e das provas dos autos, tampouco para análise de matéria infraconstitucional (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
sjur449742
- Acórdão(s) citado(s): (RE, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) ARE 1178365 AgR-segundo (1ªT), RE 1274577 AgR (2ªT). Número de páginas: 7. Análise: 28/01/2022, LPC.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1315599
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1315599 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) : PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) : DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) : LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO
[ "" ]
Ementa e Acórdão 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) :PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) :DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) :LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. AÇÃO POPULAR. ANULAÇÃO DE ATO. FIXAÇÃO DE ASTREINTES. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Não se presta o recurso extraordinário para o reexame dos fatos e das provas dos autos, tampouco para análise de matéria infraconstitucional (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 11 a 18/6/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1168-400F-8B9A-1470 e senha A0CA-BA96-7052-FA91 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão ARE 1315599 AGR / MG majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1168-400F-8B9A-1470 e senha A0CA-BA96-7052-FA91 Supremo Tribunal Federal ARE 1315599 AGR / MG majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1168-400F-8B9A-1470 e senha A0CA-BA96-7052-FA91 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) :PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) :DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) :LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte, a qual negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Em atenção ao princípio da celeridade processual e por não verificar prejuízo à parte agravada, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 21A3-19BA-56BC-CD60 e senha 3CF7-59DC-0FCA-F5FD Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) :PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) :DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) :LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte, a qual negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Em atenção ao princípio da celeridade processual e por não verificar prejuízo à parte agravada, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 21A3-19BA-56BC-CD60 e senha 3CF7-59DC-0FCA-F5FD Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado na decisão ora agravada, verifica-se que para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem seria necessário analisar a legislação infraconstitucional pertinente, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, acaso existente, seria indireta ou reflexa, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra nos óbices das Súmulas 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “SEGUNDO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. AÇÃO POPULAR. CRIAÇÃO ILEGAL DE CARGOS EM COMISSÃO NA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL. DESVIO DE FINALIDADE. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. INCURSIONAMENTO NO CONTEXTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULAS 279 E 280 DO Supremo Tribunal Federal. INCIDÊNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. REITERADA REJEIÇÃO DOS ARGUMENTOS EXPENDIDOS PELA PARTE NAS SEDES RECURSAIS ANTERIORES. MANIFESTO INTUITO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6975-6DD1-1FDD-F86D e senha B2B0-BF7A-FB3E-CDFF Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado na decisão ora agravada, verifica-se que para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem seria necessário analisar a legislação infraconstitucional pertinente, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, acaso existente, seria indireta ou reflexa, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra nos óbices das Súmulas 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “SEGUNDO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. AÇÃO POPULAR. CRIAÇÃO ILEGAL DE CARGOS EM COMISSÃO NA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL. DESVIO DE FINALIDADE. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. INCURSIONAMENTO NO CONTEXTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULAS 279 E 280 DO Supremo Tribunal Federal. INCIDÊNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. REITERADA REJEIÇÃO DOS ARGUMENTOS EXPENDIDOS PELA PARTE NAS SEDES RECURSAIS ANTERIORES. MANIFESTO INTUITO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6975-6DD1-1FDD-F86D e senha B2B0-BF7A-FB3E-CDFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1315599 AGR / MG PROTELATÓRIO. MULTA DO ARTIGO 1.021, § 4..., DO Código de Processo Civil/2015. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO JUÍZO RECORRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO NESTA SEDE RECURSAL. ARTIGO 85, § 11, DO Código de Processo Civil/2015. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.” (ARE 1.178.365-AgR-segundo, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 4/6/2019) “Agravo regimental no recurso extraordinário. 2. Obrigação imposta ao Iphan para criar o cadastro nacional para fins de registro de todos os negociantes de antiguidades, de obras de arte de qualquer natureza, de manuscritos e livros antigos ou raros (arts. 26 e 28 do Decreto-Lei 25/1937). 3. Pretensão de revisão de astreintes fixada pelo descumprimento da obrigação. 4. Discussão de índole infraconstitucional. Necessidade do reexame do conjunto fático-probatório. Impossibilidade. Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental.” (Recurso Extraordinário 1.274.577-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 18/12/2020) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6975-6DD1-1FDD-F86D e senha B2B0-BF7A-FB3E-CDFF Supremo Tribunal Federal ARE 1315599 AGR / MG PROTELATÓRIO. MULTA DO ARTIGO 1.021, § 4..., DO Código de Processo Civil/2015. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO JUÍZO RECORRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO NESTA SEDE RECURSAL. ARTIGO 85, § 11, DO Código de Processo Civil/2015. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.” (ARE 1.178.365-AgR-segundo, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 4/6/2019) “Agravo regimental no recurso extraordinário. 2. Obrigação imposta ao Iphan para criar o cadastro nacional para fins de registro de todos os negociantes de antiguidades, de obras de arte de qualquer natureza, de manuscritos e livros antigos ou raros (arts. 26 e 28 do Decreto-Lei 25/1937). 3. Pretensão de revisão de astreintes fixada pelo descumprimento da obrigação. 4. Discussão de índole infraconstitucional. Necessidade do reexame do conjunto fático-probatório. Impossibilidade. Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental.” (Recurso Extraordinário 1.274.577-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 18/12/2020) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6975-6DD1-1FDD-F86D e senha B2B0-BF7A-FB3E-CDFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) :PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) :DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) :LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED9-5232-8A8C-5C41 e senha D0DE-4843-4622-EE8A Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) :PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) :DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) :LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED9-5232-8A8C-5C41 e senha D0DE-4843-4622-EE8A Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 21/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) : PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO (65610/MG) PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) : DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) : LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO (181874/MG) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CDD5-3040-EB7A-4F5D e senha 2045-4FC1-2666-1E40 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.599 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : MUNICIPIO DE GOVERNADOR VALADARES ADV.(A/S) : PATRICIA HENRIQUES RIBEIRO (65610/MG) PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES AGDO.(A/S) : DAIANA DE SOUZA ADV.(A/S) : LUANA CANDIDA SOARES RIBEIRO (181874/MG) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CDD5-3040-EB7A-4F5D e senha 2045-4FC1-2666-1E40 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 315 . 599", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1315599 AGR / MG", "ARE 1315599 AGR / MG", "RECURSO", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "SÚMULAS 279", "Súmulas 279 do Supremo Tribunal", "SÚMULAS 279", "ARE 1315599", "ARE 1 . 178 . 365 - AgR - segundo", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 274 . 577 - AgR", "ARE 1315599 AGR / MG", "ARE 1 . 178 . 365 - AgR - segundo", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 274 . 577 - AgR" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 1 . 021 , § 4 . . . , DO Código de Processo Civil / 2015", "ARTIGO 85 , § 11 , DO Código de Processo Civil / 2015", "arts . 26 e 28 do Decreto - Lei 25 / 1937", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 1 . 021 , § 4 . . . , DO Código de Processo Civil / 2015", "ARTIGO 85 , § 11 , DO Código de Processo Civil / 2015", "arts . 26 e 28 do Decreto - Lei 25 / 1937", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ATO DO TCU QUE INDEFERIU ACESSO A DOCUMENTOS. VIOLAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. INOBSERVÂNCIA DOS PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ORDEM CONCEDIDA. 1. O exercício da prerrogativa do TCU relacionada com a competência constitucional implícita para garantir o cumprimento de suas atribuições, conforme o art. 71 da Constituição Federal, encontra-se delimitada por outros valores constitucionais, em especial, o do devido processo legal, que deixou de ser observado no presente caso. 2. Nessa linha de consideração, o poder geral de cautela não exime o TCU de observar o contraditório e a ampla defesa, disponibilizando os documentos levados em consideração para a concessão da medida restritiva, sob pena de tornar, inclusive, a decisão imune a controle. 3. Mandado de Segurança em que se concede a ordem. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão realizada por videoconferência pela Primeira Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B2FC-9BE3-4E2C-6C07 e senha 9FFE-4371-7FA9-5389 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 31 Ementa e Acórdão MS 35715 / DF Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conceder a ordem, nos termos dos fundamentos trazidos no voto-vista do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator p/ o Acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B2FC-9BE3-4E2C-6C07 e senha 9FFE-4371-7FA9-5389 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conceder a ordem, nos termos dos fundamentos trazidos no voto-vista do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator p/ o Acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B2FC-9BE3-4E2C-6C07 e senha 9FFE-4371-7FA9-5389 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 31 Relatório 19/04/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Eduardo Lasmar Prado Lopes: Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. insurge-se contra pronunciamento do Relator da representação TC nº 021.195/2017-0, em curso no Tribunal de Contas da União, mediante o qual implementada medida cautelar para que a Agência Nacional dos Transportes Terrestres – ANTT proceda, no prazo de 10 dias, à revisão da tarifa-base do pedágio de rodovia por si explorada – BR-290/RS, Trecho Osório-Porto Alegre, Entr. BR-116. Apontou como litisconsortes passivos a União, o Ministério Público de Contas e a autarquia. Narra ter o Órgão de controle, no processo TC nº 31.985/2016, investigado supostas irregularidades em estradas federais. Menciona deferida liminar vedando a celebração de novos termos aditivos ao contrato de concessão referente à BR- 290/RS, ressalvada prorrogação visando nova licitação – artigo 32 da Lei nº 13.448/2017 – e desde que reduzida a tarifa. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Supremo Tribunal Federal 19/04/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Eduardo Lasmar Prado Lopes: Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. insurge-se contra pronunciamento do Relator da representação TC nº 021.195/2017-0, em curso no Tribunal de Contas da União, mediante o qual implementada medida cautelar para que a Agência Nacional dos Transportes Terrestres – ANTT proceda, no prazo de 10 dias, à revisão da tarifa-base do pedágio de rodovia por si explorada – BR-290/RS, Trecho Osório-Porto Alegre, Entr. BR-116. Apontou como litisconsortes passivos a União, o Ministério Público de Contas e a autarquia. Narra ter o Órgão de controle, no processo TC nº 31.985/2016, investigado supostas irregularidades em estradas federais. Menciona deferida liminar vedando a celebração de novos termos aditivos ao contrato de concessão referente à BR- 290/RS, ressalvada prorrogação visando nova licitação – artigo 32 da Lei nº 13.448/2017 – e desde que reduzida a tarifa. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 31 Relatório MS 35715 / DF Noticia haver assinado, em 3 de julho de 2017, o Décimo Quarto Termo Aditivo, por meio do qual efetivada dilação do ajuste por 12 meses e diminuído em 49% o pedágio. Menciona a subsequente instauração do processo nº 021.195/2017-0, voltado a aferir a regularidade do novo instrumento contratual. Realça juntados elementos de prova e manifestações, apresentadas por si e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, além de relatório, elaborado pela Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e Aviação Civil, apontando inconsistências nos cálculos a embasarem o preço público. Esclarece que várias peças foram classificadas como sigilosas, a inviabilizar consulta. Enfatiza formulado pedido de acesso, sem êxito. Tem como ilegal e abusivo o pronunciamento determinando a revisão da tarifa, considerados o artigo 5º, inciso LV, da Constituição e os verbetes vinculantes nº 3 e 14 da Súmula. Ressalta inobservados os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que não pôde consultar nem pronunciar-se a respeito dos seguintes dados, os quais serviram de fundamento ao relatório da unidade técnica do Tribunal de Contas e à decisão atacada: (i) estudo da empresa Engemind, por si contratada; (ii) mensagens eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal; (iii) afirmações dos representantes sobre o valor cobrado; (iv) memória de cálculo; (v) outro documento objeto de busca e apreensão; (vi) “resultados encaminhados à ANTT”; (vii) “Auto de Infração”; e (viii) o recurso. Evoca precedentes no sentido de ser dever da autoridade administrativa levar em conta os argumentos da administrada. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, para possibilitar consulta e argumentação relativamente aos elementos probatórios. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Noticia haver assinado, em 3 de julho de 2017, o Décimo Quarto Termo Aditivo, por meio do qual efetivada dilação do ajuste por 12 meses e diminuído em 49% o pedágio. Menciona a subsequente instauração do processo nº 021.195/2017-0, voltado a aferir a regularidade do novo instrumento contratual. Realça juntados elementos de prova e manifestações, apresentadas por si e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, além de relatório, elaborado pela Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e Aviação Civil, apontando inconsistências nos cálculos a embasarem o preço público. Esclarece que várias peças foram classificadas como sigilosas, a inviabilizar consulta. Enfatiza formulado pedido de acesso, sem êxito. Tem como ilegal e abusivo o pronunciamento determinando a revisão da tarifa, considerados o artigo 5º, inciso LV, da Constituição e os verbetes vinculantes nº 3 e 14 da Súmula. Ressalta inobservados os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que não pôde consultar nem pronunciar-se a respeito dos seguintes dados, os quais serviram de fundamento ao relatório da unidade técnica do Tribunal de Contas e à decisão atacada: (i) estudo da empresa Engemind, por si contratada; (ii) mensagens eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal; (iii) afirmações dos representantes sobre o valor cobrado; (iv) memória de cálculo; (v) outro documento objeto de busca e apreensão; (vi) “resultados encaminhados à ANTT”; (vii) “Auto de Infração”; e (viii) o recurso. Evoca precedentes no sentido de ser dever da autoridade administrativa levar em conta os argumentos da administrada. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, para possibilitar consulta e argumentação relativamente aos elementos probatórios. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 31 Relatório MS 35715 / DF Vossa Excelência, em 16 de maio de 2018, deferiu a medida acauteladora e determinou a retificação da autuação, excluindo do polo passivo a União, o Ministério Público de Contas e a Agência Nacional de Transportes Terrestres. A impetrante, com a petição/STF nº 34.152/2018, informa referendado, pelo Plenário do Tribunal de Contas, no mesmo dia do implemento da tutela de urgência, o pronunciamento impugnado – acórdão publicado em 28 de maio de 2018. Busca a sequência do processo, mantendo-se, no polo passivo, os indicados na petição inicial. Pede, sucessivamente, para constar, como autoridade coatora, o Colegiado Maior do Órgão. A União requereu o ingresso na condição de litisconsorte passiva e interpôs agravo, contraminutado. Vossa Excelência, em 25 de março de 2020, admitiu-a no processo. Em 7 de abril seguinte, deferiu o aditamento e determinou a retificação da autuação, para constar, como impetrado, o Tribunal de Contas da União. O Órgão de controle afirma possível implementar, sem prévia manifestação do interessado, medida acauteladora visando preservar o patrimônio público – artigo 276 do Regimento Interno. Refere-se à competência para, consideradas legalidade, legitimidade e economicidade, fiscalizar contratos de concessão relacionados à atividade regulatória da ANTT, impondo providências a fim de prevenir lesão ao interesse público e aos direitos dos usuários – artigos 70, 71 da Constituição Federal e 1º, § 1º, da Lei nº 8.443/1992. Aludindo às atribuições constitucionais no exercício do controle externo, argumenta ausentes ofensa à separação de poderes e interferência na autonomia e discricionariedade técnica da Agência. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Vossa Excelência, em 16 de maio de 2018, deferiu a medida acauteladora e determinou a retificação da autuação, excluindo do polo passivo a União, o Ministério Público de Contas e a Agência Nacional de Transportes Terrestres. A impetrante, com a petição/STF nº 34.152/2018, informa referendado, pelo Plenário do Tribunal de Contas, no mesmo dia do implemento da tutela de urgência, o pronunciamento impugnado – acórdão publicado em 28 de maio de 2018. Busca a sequência do processo, mantendo-se, no polo passivo, os indicados na petição inicial. Pede, sucessivamente, para constar, como autoridade coatora, o Colegiado Maior do Órgão. A União requereu o ingresso na condição de litisconsorte passiva e interpôs agravo, contraminutado. Vossa Excelência, em 25 de março de 2020, admitiu-a no processo. Em 7 de abril seguinte, deferiu o aditamento e determinou a retificação da autuação, para constar, como impetrado, o Tribunal de Contas da União. O Órgão de controle afirma possível implementar, sem prévia manifestação do interessado, medida acauteladora visando preservar o patrimônio público – artigo 276 do Regimento Interno. Refere-se à competência para, consideradas legalidade, legitimidade e economicidade, fiscalizar contratos de concessão relacionados à atividade regulatória da ANTT, impondo providências a fim de prevenir lesão ao interesse público e aos direitos dos usuários – artigos 70, 71 da Constituição Federal e 1º, § 1º, da Lei nº 8.443/1992. Aludindo às atribuições constitucionais no exercício do controle externo, argumenta ausentes ofensa à separação de poderes e interferência na autonomia e discricionariedade técnica da Agência. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 31 Relatório MS 35715 / DF A Procuradoria-Geral da República opina pelo deferimento da ordem. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF A Procuradoria-Geral da República opina pelo deferimento da ordem. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 31 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 19/04/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Ao deferir a medida acauteladora, deixei para examinar a matéria de fundo quando do julgamento do mandado de segurança. Apreciei a questão atinente ao devido processo administrativo e, então, fiz ver: Surge com relevância maior a causa de pedir alusiva ao devido processo legal, considerada a ausência de resposta da autoridade dita coatora relativamente ao pedido de acesso a documentos constantes do processo administrativo que serviram de fundamento para o ato impugnado. Atentem para os seguintes trechos: […] 5. Os parâmetros numéricos e percentuais que balizam a proposta da unidade técnica resultam de suas próprias conclusões iniciais e de análise complementar fundada em documentos oriundos da operação “Cancela Livre”, deflagrada pela Polícia Federal, compartilhados com os auditores deste Tribunal mediante autorização do juízo da 11ª Vara Federal de Porto Alegre/RS (peça 21). […] 8. Documentos relativos a comunicações eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal evidenciam que as novas tarifas calculadas pela ANTT (sem consideração da indução de tráfego) seriam benéficas à Concepa, consoante se noticia naquela instrução técnica. […] 10. A análise identificou, ainda, por meio de levantamento calcado em notas fiscais apreendidas pela Polícia Federal, que a maior parte desses custos foi Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Supremo Tribunal Federal 19/04/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Ao deferir a medida acauteladora, deixei para examinar a matéria de fundo quando do julgamento do mandado de segurança. Apreciei a questão atinente ao devido processo administrativo e, então, fiz ver: Surge com relevância maior a causa de pedir alusiva ao devido processo legal, considerada a ausência de resposta da autoridade dita coatora relativamente ao pedido de acesso a documentos constantes do processo administrativo que serviram de fundamento para o ato impugnado. Atentem para os seguintes trechos: […] 5. Os parâmetros numéricos e percentuais que balizam a proposta da unidade técnica resultam de suas próprias conclusões iniciais e de análise complementar fundada em documentos oriundos da operação “Cancela Livre”, deflagrada pela Polícia Federal, compartilhados com os auditores deste Tribunal mediante autorização do juízo da 11ª Vara Federal de Porto Alegre/RS (peça 21). […] 8. Documentos relativos a comunicações eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal evidenciam que as novas tarifas calculadas pela ANTT (sem consideração da indução de tráfego) seriam benéficas à Concepa, consoante se noticia naquela instrução técnica. […] 10. A análise identificou, ainda, por meio de levantamento calcado em notas fiscais apreendidas pela Polícia Federal, que a maior parte desses custos foi Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 31 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO MS 35715 / DF contabilizada como despesas da Concepa com suas partes relacionadas. Formulado o requerimento, cumpria à Administração respondê-lo, consignando os motivos pelos quais o sigilo devia ser mantido ou fornecendo os elementos de prova com trechos confidenciais devidamente suprimidos. A teor do verbete vinculante nº 3 da Súmula, o contraditório e a ampla defesa devem ser observados nos processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado. Suspendi a eficácia do pronunciamento do órgão auxiliar do Legislativo, do Tribunal de Contas da União, no processo administrativo nº TC 021.195.2017.0. A reflexão sobre o quadro leva a providência mais profunda. Em contrato de concessão, supervisionado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, interveio o Órgão de controle, determinando certas providências, fixado, para tanto, o prazo de 10 dias: a.1) no cálculo da estimativa de tráfego, levar em conta a parcela de indução, com base nos percentuais de 13%, 14% e 21%, nas praças de pedágio nº 1, 2 e 3, respectivamente, conforme peça 55 destes autos; a.2) no cálculo da estimativa de custos de operação e manutenção, levar em conta o valor de R$ 59,819 milhões, conforme peça 29 destes autos; a.3) com base na tarifa obtida a partir das premissas indicadas nos itens a.1 e a.2, compensar ainda os valores pagos a maior pelos usuários da rodovia desde o início da vigência do 14º termo aditivo. Vê-se, de início, que acabou sendo colocada em segundo plano a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o acompanhamento que faz, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF contabilizada como despesas da Concepa com suas partes relacionadas. Formulado o requerimento, cumpria à Administração respondê-lo, consignando os motivos pelos quais o sigilo devia ser mantido ou fornecendo os elementos de prova com trechos confidenciais devidamente suprimidos. A teor do verbete vinculante nº 3 da Súmula, o contraditório e a ampla defesa devem ser observados nos processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado. Suspendi a eficácia do pronunciamento do órgão auxiliar do Legislativo, do Tribunal de Contas da União, no processo administrativo nº TC 021.195.2017.0. A reflexão sobre o quadro leva a providência mais profunda. Em contrato de concessão, supervisionado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, interveio o Órgão de controle, determinando certas providências, fixado, para tanto, o prazo de 10 dias: a.1) no cálculo da estimativa de tráfego, levar em conta a parcela de indução, com base nos percentuais de 13%, 14% e 21%, nas praças de pedágio nº 1, 2 e 3, respectivamente, conforme peça 55 destes autos; a.2) no cálculo da estimativa de custos de operação e manutenção, levar em conta o valor de R$ 59,819 milhões, conforme peça 29 destes autos; a.3) com base na tarifa obtida a partir das premissas indicadas nos itens a.1 e a.2, compensar ainda os valores pagos a maior pelos usuários da rodovia desde o início da vigência do 14º termo aditivo. Vê-se, de início, que acabou sendo colocada em segundo plano a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o acompanhamento que faz, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 31 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO MS 35715 / DF considerada a concessão, e, portanto, a prestação dos serviços. Toda agência controladora é autarquia especial, submete-se ao princípio da legalidade estrita e tem autonomia nas providências que entenda necessárias. Extravasamento deve ser alvo não da atuação do Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar, simplesmente auxiliar – repita-se –, do Legislativo nacional. Cumpre observar, principalmente levando em conta o contrato de concessão a encerrar, a teor do disposto no artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, direitos e obrigações, o que pactuado, sob pena de surgir desequilíbrio, maltratando-se as cláusulas do ajuste que, há de presumir-se, se mostrem harmônicas com a proposta formulada e que veio a vencer a concorrência. O primado do Judiciário merece ser respeitado, sendo que o Órgão de Contas da União, embora possua, na nomenclatura, o vocábulo Tribunal, não integra o Poder, no que – repita-se mais uma vez – órgão administrativo, simplesmente auxiliar do Legislativo. As providências implementadas sem passar, com largueza maior, pelo contraditório extrapolam o campo de atuação do Tribunal de Contas, definido no artigo 71 da Constituição Federal. Ante irregularidade, deve o Órgão acionar a Advocacia-Geral da União, adotando esta, se for o caso, providências no âmbito do Judiciário. Defiro a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, a esta altura, o acórdão nº 1.098/2018 – TCU – Plenário. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF considerada a concessão, e, portanto, a prestação dos serviços. Toda agência controladora é autarquia especial, submete-se ao princípio da legalidade estrita e tem autonomia nas providências que entenda necessárias. Extravasamento deve ser alvo não da atuação do Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar, simplesmente auxiliar – repita-se –, do Legislativo nacional. Cumpre observar, principalmente levando em conta o contrato de concessão a encerrar, a teor do disposto no artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, direitos e obrigações, o que pactuado, sob pena de surgir desequilíbrio, maltratando-se as cláusulas do ajuste que, há de presumir-se, se mostrem harmônicas com a proposta formulada e que veio a vencer a concorrência. O primado do Judiciário merece ser respeitado, sendo que o Órgão de Contas da União, embora possua, na nomenclatura, o vocábulo Tribunal, não integra o Poder, no que – repita-se mais uma vez – órgão administrativo, simplesmente auxiliar do Legislativo. As providências implementadas sem passar, com largueza maior, pelo contraditório extrapolam o campo de atuação do Tribunal de Contas, definido no artigo 71 da Constituição Federal. Ante irregularidade, deve o Órgão acionar a Advocacia-Geral da União, adotando esta, se for o caso, providências no âmbito do Judiciário. Defiro a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, a esta altura, o acórdão nº 1.098/2018 – TCU – Plenário. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 31 Extrato de Ata - 19/04/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) : FLAVIO RIBEIRO BETTEGA (20657/PR) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio, Relator, que deferia a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, o acórdão nº 1.098/2018 TCU-Plenário, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou o Dr. Alberto Pavie Ribeiro pela Impetrante. Primeira Turma, Sessão Virtual de 9.4.2021 a 16.4.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1923-5D77-3130-49C6 e senha D0A8-DA1A-C887-77DC Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) : FLAVIO RIBEIRO BETTEGA (20657/PR) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio, Relator, que deferia a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, o acórdão nº 1.098/2018 TCU-Plenário, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou o Dr. Alberto Pavie Ribeiro pela Impetrante. Primeira Turma, Sessão Virtual de 9.4.2021 a 16.4.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1923-5D77-3130-49C6 e senha D0A8-DA1A-C887-77DC Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 31 Voto Vista MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO V O T O O Senhor Ministro Alexandre de Moraes: Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pela Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. – CONCEPA contra medida cautelar concedida pelo Tribunal de Contas da União nos autos da Representação TC 021.195/2017-0, determinando “à ANTT que no prazo de 10 (dez) dias proceda à revisão da tarifa-fase do pedágio hoje em vigor na rodovia explorada pela impetrante por força de contrato de concessão (Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório – Porto Alegre – Entr. BR-116)” (doc. 1, fl. 1). O Ministro MARCO AURÉLIO apresentou o seguinte relatório do caso, que adiro: Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Eduardo Lasmar Prado Lopes: Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. insurge-se contra pronunciamento do Relator da representação TC nº 021.195/2017-0, em curso no Tribunal de Contas da União, mediante o qual implementada medida cautelar para que a Agência Nacional dos Transportes Terrestres ANTT proceda, no prazo de 10 dias, à revisão da tarifa-base do pedágio de rodovia por si explorada BR-290/RS, Trecho Osório-Porto Alegre, Entr. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO V O T O O Senhor Ministro Alexandre de Moraes: Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pela Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. – CONCEPA contra medida cautelar concedida pelo Tribunal de Contas da União nos autos da Representação TC 021.195/2017-0, determinando “à ANTT que no prazo de 10 (dez) dias proceda à revisão da tarifa-fase do pedágio hoje em vigor na rodovia explorada pela impetrante por força de contrato de concessão (Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório – Porto Alegre – Entr. BR-116)” (doc. 1, fl. 1). O Ministro MARCO AURÉLIO apresentou o seguinte relatório do caso, que adiro: Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Eduardo Lasmar Prado Lopes: Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. insurge-se contra pronunciamento do Relator da representação TC nº 021.195/2017-0, em curso no Tribunal de Contas da União, mediante o qual implementada medida cautelar para que a Agência Nacional dos Transportes Terrestres ANTT proceda, no prazo de 10 dias, à revisão da tarifa-base do pedágio de rodovia por si explorada BR-290/RS, Trecho Osório-Porto Alegre, Entr. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF BR-116. Apontou como litisconsortes passivos a União, o Ministério Público de Contas e a autarquia. Narra ter o Órgão de controle, no processo TC nº 31.985/2016, investigado supostas irregularidades em estradas federais. Menciona deferida liminar vedando a celebração de novos termos aditivos ao contrato de concessão referente à BR- 290/RS, ressalvada prorrogação visando nova licitação artigo 32 da Lei nº 13.448/2017 e desde que reduzida a tarifa. Noticia haver assinado, em 3 de julho de 2017, o Décimo Quarto Termo Aditivo, por meio do qual efetivada dilação do ajuste por 12 meses e diminuído em 49% o pedágio. Menciona a subsequente instauração do processo nº 021.195/2017-0, voltado a aferir a regularidade do novo instrumento contratual. Realça juntados elementos de prova e manifestações, apresentadas por si e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, além de relatório, elaborado pela Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e Aviação Civil, apontando inconsistências nos cálculos a embasarem o preço público. Esclarece que várias peças foram classificadas como sigilosas, a inviabilizar consulta. Enfatiza formulado pedido de acesso, sem êxito. Tem como ilegal e abusivo o pronunciamento determinando a revisão da tarifa, considerados o artigo 5º, inciso LV, da Constituição e os verbetes vinculantes nº 3 e 14 da Súmula. Ressalta inobservados os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que não pôde consultar nem pronunciar-se a respeito dos seguintes dados, os quais serviram de fundamento ao relatório da unidade técnica do Tribunal de Contas e à decisão atacada: (i) estudo da empresa Engemind, por si contratada; (ii) mensagens eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal; (iii) afirmações dos representantes sobre o valor cobrado; (iv) memória de cálculo; (v) outro documento objeto de busca e apreensão; (vi) resultados encaminhados à ANTT; (vii) Auto de Infração; e (viii) o recurso. Evoca precedentes no sentido de ser dever da autoridade administrativa levar em 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF BR-116. Apontou como litisconsortes passivos a União, o Ministério Público de Contas e a autarquia. Narra ter o Órgão de controle, no processo TC nº 31.985/2016, investigado supostas irregularidades em estradas federais. Menciona deferida liminar vedando a celebração de novos termos aditivos ao contrato de concessão referente à BR- 290/RS, ressalvada prorrogação visando nova licitação artigo 32 da Lei nº 13.448/2017 e desde que reduzida a tarifa. Noticia haver assinado, em 3 de julho de 2017, o Décimo Quarto Termo Aditivo, por meio do qual efetivada dilação do ajuste por 12 meses e diminuído em 49% o pedágio. Menciona a subsequente instauração do processo nº 021.195/2017-0, voltado a aferir a regularidade do novo instrumento contratual. Realça juntados elementos de prova e manifestações, apresentadas por si e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, além de relatório, elaborado pela Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e Aviação Civil, apontando inconsistências nos cálculos a embasarem o preço público. Esclarece que várias peças foram classificadas como sigilosas, a inviabilizar consulta. Enfatiza formulado pedido de acesso, sem êxito. Tem como ilegal e abusivo o pronunciamento determinando a revisão da tarifa, considerados o artigo 5º, inciso LV, da Constituição e os verbetes vinculantes nº 3 e 14 da Súmula. Ressalta inobservados os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que não pôde consultar nem pronunciar-se a respeito dos seguintes dados, os quais serviram de fundamento ao relatório da unidade técnica do Tribunal de Contas e à decisão atacada: (i) estudo da empresa Engemind, por si contratada; (ii) mensagens eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal; (iii) afirmações dos representantes sobre o valor cobrado; (iv) memória de cálculo; (v) outro documento objeto de busca e apreensão; (vi) resultados encaminhados à ANTT; (vii) Auto de Infração; e (viii) o recurso. Evoca precedentes no sentido de ser dever da autoridade administrativa levar em 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF conta os argumentos da administrada. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, para possibilitar consulta e argumentação relativamente aos elementos probatórios. Vossa Excelência, em 16 de maio de 2018, deferiu a medida acauteladora e determinou a retificação da autuação, excluindo do polo passivo a União, o Ministério Público de Contas e a Agência Nacional de Transportes Terrestres. A impetrante, com a petição/STF nº 34.152/2018, informa referendado, pelo Plenário do Tribunal de Contas, no mesmo dia do implemento da tutela de urgência, o pronunciamento impugnado acórdão publicado em 28 de maio de 2018. Busca a sequência do processo, mantendo-se, no polo passivo, os indicados na petição inicial. Pede, sucessivamente, para constar, como autoridade coatora, o Colegiado Maior do Órgão. A União requereu o ingresso na condição de litisconsorte passiva e interpôs agravo, contraminutado. Vossa Excelência, em 25 de março de 2020, admitiu-a no processo. Em 7 de abril seguinte, deferiu o aditamento e determinou a retificação da autuação, para constar, como impetrado, o Tribunal de Contas da União. O Órgão de controle afirma possível implementar, sem prévia manifestação do interessado, medida acauteladora visando preservar o patrimônio público artigo 276 do Regimento Interno. Refere-se à competência para, consideradas legalidade, legitimidade e economicidade, fiscalizar contratos de concessão relacionados à atividade regulatória da ANTT, impondo providências a fim de prevenir lesão ao interesse público e aos direitos dos usuários artigos 70, 71 da Constituição Federal e 1º, § 1º, da Lei nº 8.443/1992. Aludindo às atribuições constitucionais no exercício do controle externo, argumenta ausentes ofensa à separação de poderes e interferência na autonomia e discricionariedade técnica da Agência. A Procuradoria-Geral da República opina pelo 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF conta os argumentos da administrada. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, para possibilitar consulta e argumentação relativamente aos elementos probatórios. Vossa Excelência, em 16 de maio de 2018, deferiu a medida acauteladora e determinou a retificação da autuação, excluindo do polo passivo a União, o Ministério Público de Contas e a Agência Nacional de Transportes Terrestres. A impetrante, com a petição/STF nº 34.152/2018, informa referendado, pelo Plenário do Tribunal de Contas, no mesmo dia do implemento da tutela de urgência, o pronunciamento impugnado acórdão publicado em 28 de maio de 2018. Busca a sequência do processo, mantendo-se, no polo passivo, os indicados na petição inicial. Pede, sucessivamente, para constar, como autoridade coatora, o Colegiado Maior do Órgão. A União requereu o ingresso na condição de litisconsorte passiva e interpôs agravo, contraminutado. Vossa Excelência, em 25 de março de 2020, admitiu-a no processo. Em 7 de abril seguinte, deferiu o aditamento e determinou a retificação da autuação, para constar, como impetrado, o Tribunal de Contas da União. O Órgão de controle afirma possível implementar, sem prévia manifestação do interessado, medida acauteladora visando preservar o patrimônio público artigo 276 do Regimento Interno. Refere-se à competência para, consideradas legalidade, legitimidade e economicidade, fiscalizar contratos de concessão relacionados à atividade regulatória da ANTT, impondo providências a fim de prevenir lesão ao interesse público e aos direitos dos usuários artigos 70, 71 da Constituição Federal e 1º, § 1º, da Lei nº 8.443/1992. Aludindo às atribuições constitucionais no exercício do controle externo, argumenta ausentes ofensa à separação de poderes e interferência na autonomia e discricionariedade técnica da Agência. A Procuradoria-Geral da República opina pelo 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF deferimento da ordem. Pautado o processo na Sessão Virtual de 9/4/2021 a 16/4/2021, o Ministro Relator propôs a seguinte solução ao caso: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES CONCESSÃO. Descompasso na concessão, considerados parâmetros do contrato, há de ser analisado não pelo órgão auxiliar do Legislativo, o Tribunal de Contas da União, mas pela Agência do setor, à qual cabe glosar eventual irregularidade e, presente o ajuste firmado, as balizas da concessão, acionando a Advocacia-Geral da União para, se for o caso, adentrar o Judiciário. Insubsistência de providências determinadas pelo Tribunal de Contas substituindo-se à Agência e, mais grave, ao Judiciário. Iniciado o julgamento, pedi destaque do caso para melhor analisar a demanda. É o breve relatório. Estudado detidamente os autos, concluo ser o caso de acompanhar o Relator para, confirmando a medida liminar, conceder a Segurança, embora por fundamento parcialmente diverso. Com efeito, o objeto deste Mandado de Segurança está circunscrito ao seguinte pedido (doc. 1, fl. 17): [Requer], ao final, a confirmação da liminar e a concessão definitiva da Segurança declarando-se a nulidade do ato impugnado e determinando-se seja oportunizada à Impetrante a obtenção e cópias e manifestação acerca dos elementos que serviram de fundamento para o relatório da Seinfra e a decisão cautelar . 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF deferimento da ordem. Pautado o processo na Sessão Virtual de 9/4/2021 a 16/4/2021, o Ministro Relator propôs a seguinte solução ao caso: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES CONCESSÃO. Descompasso na concessão, considerados parâmetros do contrato, há de ser analisado não pelo órgão auxiliar do Legislativo, o Tribunal de Contas da União, mas pela Agência do setor, à qual cabe glosar eventual irregularidade e, presente o ajuste firmado, as balizas da concessão, acionando a Advocacia-Geral da União para, se for o caso, adentrar o Judiciário. Insubsistência de providências determinadas pelo Tribunal de Contas substituindo-se à Agência e, mais grave, ao Judiciário. Iniciado o julgamento, pedi destaque do caso para melhor analisar a demanda. É o breve relatório. Estudado detidamente os autos, concluo ser o caso de acompanhar o Relator para, confirmando a medida liminar, conceder a Segurança, embora por fundamento parcialmente diverso. Com efeito, o objeto deste Mandado de Segurança está circunscrito ao seguinte pedido (doc. 1, fl. 17): [Requer], ao final, a confirmação da liminar e a concessão definitiva da Segurança declarando-se a nulidade do ato impugnado e determinando-se seja oportunizada à Impetrante a obtenção e cópias e manifestação acerca dos elementos que serviram de fundamento para o relatório da Seinfra e a decisão cautelar . 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF Desse modo, a impetrante afirma, em síntese, que “a Autoridade Coatora agiu ilegal e abusivamente, ofendendo, inter alia, o direito líquido e certo da Impetrante (i) tanto quanto ao direito de ter acesso aos documentos sigilosos juntados aos autos, (ii) quanto ao direito de se manifestar acerca deles, uma vez que serviram de base ao relatório da Seinfra que, por sua vez, fundamentou a concessão da medida cautelar” (doc. 1, fl. 6). É bem verdade que esta CORTE, em reiterados precedentes, já se posicionou no sentido de que não configura ilegalidade ou abuso de poder o ato do TCU que impõe medidas cautelares, porque relacionada com a competência constitucional implícita para garantir o cumprimento de suas atribuições, conforme o art. 71 da Constituição Federal, diante da incorporação em nosso ordenamento jurídico da Doutrina Constitucional Norte-Americana sobre a Teoria dos Poderes Implícitos – inherent powers – pela qual, no exercício de sua missão constitucional enumerada, o órgão executivo deveria dispor de todas as funções necessárias, ainda que implícitas, desde que não expressamente limitadas (Myers v. Estados Unidos – US 272 – 52, 118), consagrando-se, dessa forma, o reconhecimento de competências genéricas implícitas que possibilitem o exercício integral de sua missão constitucional, apenas sujeitas às proibições e limites estruturais da Constituição Federal. Nesse sentido, cito, por exemplo, o MS 35.038 AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 12/11/2019; e o MS 33.092, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 24/3/2015. Apesar disso, o exercício da prerrogativa supracitada encontra-se delimitada por outros valores constitucionais, em especial, o do devido processo legal, que deixou de ser observado no presente caso. Assim, conforme aduzido pelo Ministro Relator na oportunidade em que concedeu a medida liminar (doc. 18): Surge com relevância maior a causa de pedir alusiva ao devido processo legal, considerada a ausência de resposta da autoridade dita coatora relativamente ao pedido de acesso a 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Desse modo, a impetrante afirma, em síntese, que “a Autoridade Coatora agiu ilegal e abusivamente, ofendendo, inter alia, o direito líquido e certo da Impetrante (i) tanto quanto ao direito de ter acesso aos documentos sigilosos juntados aos autos, (ii) quanto ao direito de se manifestar acerca deles, uma vez que serviram de base ao relatório da Seinfra que, por sua vez, fundamentou a concessão da medida cautelar” (doc. 1, fl. 6). É bem verdade que esta CORTE, em reiterados precedentes, já se posicionou no sentido de que não configura ilegalidade ou abuso de poder o ato do TCU que impõe medidas cautelares, porque relacionada com a competência constitucional implícita para garantir o cumprimento de suas atribuições, conforme o art. 71 da Constituição Federal, diante da incorporação em nosso ordenamento jurídico da Doutrina Constitucional Norte-Americana sobre a Teoria dos Poderes Implícitos – inherent powers – pela qual, no exercício de sua missão constitucional enumerada, o órgão executivo deveria dispor de todas as funções necessárias, ainda que implícitas, desde que não expressamente limitadas (Myers v. Estados Unidos – US 272 – 52, 118), consagrando-se, dessa forma, o reconhecimento de competências genéricas implícitas que possibilitem o exercício integral de sua missão constitucional, apenas sujeitas às proibições e limites estruturais da Constituição Federal. Nesse sentido, cito, por exemplo, o MS 35.038 AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 12/11/2019; e o MS 33.092, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 24/3/2015. Apesar disso, o exercício da prerrogativa supracitada encontra-se delimitada por outros valores constitucionais, em especial, o do devido processo legal, que deixou de ser observado no presente caso. Assim, conforme aduzido pelo Ministro Relator na oportunidade em que concedeu a medida liminar (doc. 18): Surge com relevância maior a causa de pedir alusiva ao devido processo legal, considerada a ausência de resposta da autoridade dita coatora relativamente ao pedido de acesso a 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF documentos constantes do processo administrativo que serviram de fundamento para o ato impugnado. Atentem para os seguintes trechos: […] 5. Os parâmetros numéricos e percentuais que balizam a proposta da unidade técnica resultam de suas próprias conclusões iniciais e de análise complementar fundada em documentos oriundos da operação “Cancela Livre”, deflagrada pela Polícia Federal, compartilhados com os auditores deste Tribunal mediante autorização do juízo da 11ª Vara Federal de Porto Alegre/RS (peça 21). […] 8. Documentos relativos a comunicações eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal evidenciam que as novas tarifas calculadas pela ANTT (sem consideração da indução de tráfego) seriam benéficas à Concepa, consoante se noticia naquela instrução técnica. […] 10. A análise identificou, ainda, por meio de levantamento calcado em notas fiscais apreendidas pela Polícia Federal, que a maior parte desses custos foi contabilizada como despesas da Concepa com suas partes relacionadas. Formulado o requerimento, cumpria à Administração respondê-lo, consignando os motivos pelos quais o sigilo devia ser mantido ou fornecendo os elementos de prova com trechos confidenciais devidamente suprimidos. A teor do verbete vinculante nº 3 da Súmula, o contraditório e a ampla defesa devem ser observados nos processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado. Nessa linha de consideração, o poder geral de cautela não exime o 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF documentos constantes do processo administrativo que serviram de fundamento para o ato impugnado. Atentem para os seguintes trechos: […] 5. Os parâmetros numéricos e percentuais que balizam a proposta da unidade técnica resultam de suas próprias conclusões iniciais e de análise complementar fundada em documentos oriundos da operação “Cancela Livre”, deflagrada pela Polícia Federal, compartilhados com os auditores deste Tribunal mediante autorização do juízo da 11ª Vara Federal de Porto Alegre/RS (peça 21). […] 8. Documentos relativos a comunicações eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal evidenciam que as novas tarifas calculadas pela ANTT (sem consideração da indução de tráfego) seriam benéficas à Concepa, consoante se noticia naquela instrução técnica. […] 10. A análise identificou, ainda, por meio de levantamento calcado em notas fiscais apreendidas pela Polícia Federal, que a maior parte desses custos foi contabilizada como despesas da Concepa com suas partes relacionadas. Formulado o requerimento, cumpria à Administração respondê-lo, consignando os motivos pelos quais o sigilo devia ser mantido ou fornecendo os elementos de prova com trechos confidenciais devidamente suprimidos. A teor do verbete vinculante nº 3 da Súmula, o contraditório e a ampla defesa devem ser observados nos processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado. Nessa linha de consideração, o poder geral de cautela não exime o 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF TCU de observar o contraditório e a ampla defesa, disponibilizando os documentos levados em consideração para a concessão da medida restritiva, sob pena de tornar, inclusive, a decisão imune a controle. Nesse sentido, também é o parecer da Procuradoria-Geral da República (doc. 46): DIREITO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. CONTRATO DE CONCESSÃO. REVISÃO DE TARIFA. MEDIDA CAUTELAR. SEM OITIVA DA PARTE CONTRÁRIA. DECISÃO COM BASE EM DOCUMENTOS DE QUE A IMPETRANTE NÃO TEVE CIÊNCIA, NEM PODE SE MANIFESTAR. VIOLADA GARANTIA DO CONTRADITÓRIO. PARECER PELA CONCESSÃO DA SEGURANÇA. (...) Em se tratando da instauração de procedimentos, para apuração de irregularidades em contratos administrativos, deve o Tribunal de Contas observar garantias como do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, assegurando aos interessados a ciência da instauração do procedimento e as intervenções cabíveis, com oportunidade de manifestar, produzir ou requerer a produção de prova, antes mesmo da decisão. Portanto, para afastar o ato jurídico perfeito - consubstanciado no contrato de concessão - determinando a fixação de novas cláusulas, há necessidade de oportunizar ao concessionário o exercício de contraditório e ampla defesa por imposição constitucional. Aliás, como bem pontuado pelo Ministro Relator em seu voto: Vê-se, de início, que acabou sendo colocada em segundo plano a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o acompanhamento que faz, considerada a concessão, e, portanto, a prestação dos serviços. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF TCU de observar o contraditório e a ampla defesa, disponibilizando os documentos levados em consideração para a concessão da medida restritiva, sob pena de tornar, inclusive, a decisão imune a controle. Nesse sentido, também é o parecer da Procuradoria-Geral da República (doc. 46): DIREITO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. CONTRATO DE CONCESSÃO. REVISÃO DE TARIFA. MEDIDA CAUTELAR. SEM OITIVA DA PARTE CONTRÁRIA. DECISÃO COM BASE EM DOCUMENTOS DE QUE A IMPETRANTE NÃO TEVE CIÊNCIA, NEM PODE SE MANIFESTAR. VIOLADA GARANTIA DO CONTRADITÓRIO. PARECER PELA CONCESSÃO DA SEGURANÇA. (...) Em se tratando da instauração de procedimentos, para apuração de irregularidades em contratos administrativos, deve o Tribunal de Contas observar garantias como do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, assegurando aos interessados a ciência da instauração do procedimento e as intervenções cabíveis, com oportunidade de manifestar, produzir ou requerer a produção de prova, antes mesmo da decisão. Portanto, para afastar o ato jurídico perfeito - consubstanciado no contrato de concessão - determinando a fixação de novas cláusulas, há necessidade de oportunizar ao concessionário o exercício de contraditório e ampla defesa por imposição constitucional. Aliás, como bem pontuado pelo Ministro Relator em seu voto: Vê-se, de início, que acabou sendo colocada em segundo plano a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o acompanhamento que faz, considerada a concessão, e, portanto, a prestação dos serviços. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF Toda agência controladora é autarquia especial, submete- se ao princípio da legalidade estrita e tem autonomia nas providências que entenda necessárias. Extravasamento deve ser alvo não da atuação do Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar, simplesmente auxiliar – repita-se –, do Legislativo nacional. Cumpre observar, principalmente levando em conta o contrato de concessão a encerrar, a teor do disposto no artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, direitos e obrigações, o que pactuado, sob pena de surgir desequilíbrio, maltratando-se as cláusulas do ajuste que, há de presumir-se, se mostrem harmônicas com a proposta formulada e que veio a vencer a concorrência. O primado do Judiciário merece ser respeitado, sendo que o Órgão de Contas da União, embora possua, na nomenclatura, o vocábulo Tribunal, não integra o Poder, no que – repita-se mais uma vez – órgão administrativo, simplesmente auxiliar do Legislativo. As providências implementadas sem passar, com largueza maior, pelo contraditório extrapolam o campo de atuação do Tribunal de Contas, definido no artigo 71 da Constituição Federal. Ante irregularidade, deve o Órgão acionar a Advocacia-Geral da União, adotando esta, se for o caso, providências no âmbito do Judiciário. Diante do exposto, acompanho o relator e voto pela CONCESSÃO DA ORDEM. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Toda agência controladora é autarquia especial, submete- se ao princípio da legalidade estrita e tem autonomia nas providências que entenda necessárias. Extravasamento deve ser alvo não da atuação do Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar, simplesmente auxiliar – repita-se –, do Legislativo nacional. Cumpre observar, principalmente levando em conta o contrato de concessão a encerrar, a teor do disposto no artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, direitos e obrigações, o que pactuado, sob pena de surgir desequilíbrio, maltratando-se as cláusulas do ajuste que, há de presumir-se, se mostrem harmônicas com a proposta formulada e que veio a vencer a concorrência. O primado do Judiciário merece ser respeitado, sendo que o Órgão de Contas da União, embora possua, na nomenclatura, o vocábulo Tribunal, não integra o Poder, no que – repita-se mais uma vez – órgão administrativo, simplesmente auxiliar do Legislativo. As providências implementadas sem passar, com largueza maior, pelo contraditório extrapolam o campo de atuação do Tribunal de Contas, definido no artigo 71 da Constituição Federal. Ante irregularidade, deve o Órgão acionar a Advocacia-Geral da União, adotando esta, se for o caso, providências no âmbito do Judiciário. Diante do exposto, acompanho o relator e voto pela CONCESSÃO DA ORDEM. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 31 Aparte 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL APARTE O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): O Ministro Marco Aurélio concedeu a ordem porque entendeu que o Tribunal de Contas não poderia se imiscuir no que seria uma competência da ANTT. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Por isso que eu fiz uma ressalva sobre o que é o objeto realmente. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): E deferia a ordem. O parecer da PGR vai no sentido de conceder a ordem, mas sem retirar a competência do Tribunal de Contas, por conta exatamente do que Vossa Excelência acaba de destacar, que é a ausência de total participação da concessionária na determinação. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Eu estou resumindo o voto porque são vários casos. Eu não retiro, obviamente, o poder geral de cautela do Tribunal de Contas da União. Reconheço, citando precedentes, que aqui se aplica ao art. 71 da Constituição Federal, ao Tribunal de Contas, a teoria dos poderes implícitos. Mas o poder geral de cautela não exime o Tribunal de Contas, neste caso, de observar o contraditório e a ampla defesa. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFFB-2F21-F7D0-7BA8 e senha 0C64-26AF-8354-F7B3 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL APARTE O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): O Ministro Marco Aurélio concedeu a ordem porque entendeu que o Tribunal de Contas não poderia se imiscuir no que seria uma competência da ANTT. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Por isso que eu fiz uma ressalva sobre o que é o objeto realmente. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): E deferia a ordem. O parecer da PGR vai no sentido de conceder a ordem, mas sem retirar a competência do Tribunal de Contas, por conta exatamente do que Vossa Excelência acaba de destacar, que é a ausência de total participação da concessionária na determinação. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Eu estou resumindo o voto porque são vários casos. Eu não retiro, obviamente, o poder geral de cautela do Tribunal de Contas da União. Reconheço, citando precedentes, que aqui se aplica ao art. 71 da Constituição Federal, ao Tribunal de Contas, a teoria dos poderes implícitos. Mas o poder geral de cautela não exime o Tribunal de Contas, neste caso, de observar o contraditório e a ampla defesa. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFFB-2F21-F7D0-7BA8 e senha 0C64-26AF-8354-F7B3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 31 Observação 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO OBSERVAÇÃO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Agradeço o poder de síntese do eminente Ministro Vistor, Alexandre de Moraes, que concede a ordem por outra fundamentação e ressalva o poder de cautela do Tribunal de Contas, que é também meu posicionamento. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 16F6-EFB0-31EB-1300 e senha 8526-A0FF-BA81-E8E7 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO OBSERVAÇÃO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Agradeço o poder de síntese do eminente Ministro Vistor, Alexandre de Moraes, que concede a ordem por outra fundamentação e ressalva o poder de cautela do Tribunal de Contas, que é também meu posicionamento. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 16F6-EFB0-31EB-1300 e senha 8526-A0FF-BA81-E8E7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 31 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, também eu reconheço o poder geral de cautela ao Tribunal de Contas. Eu devo dizer que sou muito parcimonioso na intervenção judicial de órgão especificados. Sou parcimonioso em invalidar atos do CNJ, em invalidar atos do CADE, de uma maneira geral. E criei um teste, que sempre adoto, um teste triplo de verificar se houve extrapolação da competência, se houve violação ao devido processo legal, ou se houve total falta de razoabilidade no ato impugnado. São os três critérios que adoto. Aqui, parece-me fora de dúvida que houve inobservância do devido processo legal ao não se permitir a participação da empresa afetada em uma decisão de redução do valor do pedágio, porque esses contratos têm um equilíbrio contratual. Portanto, tem de haver uma possibilidade de se explicitar e se procurar demonstrar onde está o ponto adequado de equilíbrio. De modo que, pelos fundamentos do Ministro Alexandre de Moraes de inobservância do devido processo legal, estou acompanhando Sua Excelência. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C20A-5A63-9B92-03DD e senha 6F50-B17F-DB5D-6EB3 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, também eu reconheço o poder geral de cautela ao Tribunal de Contas. Eu devo dizer que sou muito parcimonioso na intervenção judicial de órgão especificados. Sou parcimonioso em invalidar atos do CNJ, em invalidar atos do CADE, de uma maneira geral. E criei um teste, que sempre adoto, um teste triplo de verificar se houve extrapolação da competência, se houve violação ao devido processo legal, ou se houve total falta de razoabilidade no ato impugnado. São os três critérios que adoto. Aqui, parece-me fora de dúvida que houve inobservância do devido processo legal ao não se permitir a participação da empresa afetada em uma decisão de redução do valor do pedágio, porque esses contratos têm um equilíbrio contratual. Portanto, tem de haver uma possibilidade de se explicitar e se procurar demonstrar onde está o ponto adequado de equilíbrio. De modo que, pelos fundamentos do Ministro Alexandre de Moraes de inobservância do devido processo legal, estou acompanhando Sua Excelência. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C20A-5A63-9B92-03DD e senha 6F50-B17F-DB5D-6EB3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 31 Voto Vogal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO VOTO VOGAL A Senhora Ministra Rosa Weber: Senhor Presidente, da mesma forma, acompanho a divergência de fundamentação aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes, concedendo a ordem, porque também reconheço o poder geral de cautela ao Tribunal de Contas. Reputo aplicável a teoria dos poderes implícitos, mas entendo que deva, sim, ser observado o contraditório, o devido processo legal, na linha do que já aqui foi afirmado. Então, concedo a ordem, acompanhando o Relator, mas com essa fundamentação. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7972-DF0F-353F-43AC e senha 05B3-1AAF-9C75-C077 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO VOTO VOGAL A Senhora Ministra Rosa Weber: Senhor Presidente, da mesma forma, acompanho a divergência de fundamentação aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes, concedendo a ordem, porque também reconheço o poder geral de cautela ao Tribunal de Contas. Reputo aplicável a teoria dos poderes implícitos, mas entendo que deva, sim, ser observado o contraditório, o devido processo legal, na linha do que já aqui foi afirmado. Então, concedo a ordem, acompanhando o Relator, mas com essa fundamentação. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7972-DF0F-353F-43AC e senha 05B3-1AAF-9C75-C077 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 31 Antecipação ao Voto 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL ANTECIPAÇÃO AO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Eu também reconheço o poder geral de cautela conferido pela Constituição à Corte de Contas, tendo ela competência para determinar, de forma excepcional, medidas cautelares, se justificadas. Entretanto, no caso, embora haja argumentos vários, o pedido pode ser atendido, porque é exatamente a problemática referente à violação do princípio da ampla defesa e do contraditório. Concedo a segurança nos termos do fundamento divergente do Ministro Alexandre de Moraes, que também era a posição da Procuradoria-Geral da República, do Ministro Luís Roberto Barroso e da Ministra Rosa Weber. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 64E8-495C-05C9-3856 e senha D94B-055C-3976-C4D7 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL ANTECIPAÇÃO AO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Eu também reconheço o poder geral de cautela conferido pela Constituição à Corte de Contas, tendo ela competência para determinar, de forma excepcional, medidas cautelares, se justificadas. Entretanto, no caso, embora haja argumentos vários, o pedido pode ser atendido, porque é exatamente a problemática referente à violação do princípio da ampla defesa e do contraditório. Concedo a segurança nos termos do fundamento divergente do Ministro Alexandre de Moraes, que também era a posição da Procuradoria-Geral da República, do Ministro Luís Roberto Barroso e da Ministra Rosa Weber. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 64E8-495C-05C9-3856 e senha D94B-055C-3976-C4D7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Cuida-se de mandado de segurança impetrado pela Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. (Concepa), em face de decisão proferida pelo Tribunal de Contas da União, o qual deferiu medida cautelar para determinar à ANTT que, no prazo de 10 (dez) dias, proceda à revisão da tarifa-fase do pedágio hoje em vigor na rodovia explorada pela impetrante por força de contrato de concessão (Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório Porto Alegre Entr. BR-116). O Ministro Relator concede a pleiteada segurança, firmando a incompetência do Tribunal de Contas da União. Entretanto, apesar de igualmente entender que a ordem deve ser concedida, com o devido respeito ao posicionamento de Sua Excelência, reconheço a competência da Corte de Contas para a implementação das medidas deferidas cautelarmente. Explico. De partida, considere-se que o Tribunal de Contas da União não é um tribunal administrativo, no sentido francês, dotado de poder de solução dos conflitos em última instância. O princípio da inafastabilidade da jurisdição impede que haja essa equiparação. Além disso, os poderes desse órgão estão devidamente delimitados constitucionalmente no art. 71 da Constituição, o qual, na parte de interesse, estabelece: “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...) IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Cuida-se de mandado de segurança impetrado pela Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. (Concepa), em face de decisão proferida pelo Tribunal de Contas da União, o qual deferiu medida cautelar para determinar à ANTT que, no prazo de 10 (dez) dias, proceda à revisão da tarifa-fase do pedágio hoje em vigor na rodovia explorada pela impetrante por força de contrato de concessão (Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório Porto Alegre Entr. BR-116). O Ministro Relator concede a pleiteada segurança, firmando a incompetência do Tribunal de Contas da União. Entretanto, apesar de igualmente entender que a ordem deve ser concedida, com o devido respeito ao posicionamento de Sua Excelência, reconheço a competência da Corte de Contas para a implementação das medidas deferidas cautelarmente. Explico. De partida, considere-se que o Tribunal de Contas da União não é um tribunal administrativo, no sentido francês, dotado de poder de solução dos conflitos em última instância. O princípio da inafastabilidade da jurisdição impede que haja essa equiparação. Além disso, os poderes desse órgão estão devidamente delimitados constitucionalmente no art. 71 da Constituição, o qual, na parte de interesse, estabelece: “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...) IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF Federal; (...) § 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.” Especificamente no que se refere ao caso dos autos, o inciso IX do art. 71 da Carta Maior fornece o núcleo das prerrogativas do TCU no exame de atos e negócios administrativos. Suas atribuições abrangem a fixação de prazo ao órgão ou à entidade a fim de que adote providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade ou irregularidades. De acordo com a jurisprudência do STF em torno desse inciso, "o Tribunal de Contas da União, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou" (MS nº 23.550, red. do ac. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 4/4/02, Plenário, DJ de 31/10/01). Vide o que salientou a eminente Ministra Ellen Gracie no julgamento do MS nº 23.550: “Sr. Presidente, parece-me, na hipótese, estarmos diante de um desses casos em que se aplica a regra geral na qual o administrador é quem deve corrigir eventuais falhas cometidas no exercício da sua atividade. Realizada a licitação, ela, ao que parece, se encontra viciada de problemas que afetariam a lisura da concorrência, porque violado o princípio da isonomia entre os contratantes. Não obstante, o certame foi levado a cabo e firmado o contrato. Portanto, o administrador nem durante o processo licitatório verificou essa irregularidade, nem posteriormente a corrigiu. Constatada a irregularidade pelo 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Federal; (...) § 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.” Especificamente no que se refere ao caso dos autos, o inciso IX do art. 71 da Carta Maior fornece o núcleo das prerrogativas do TCU no exame de atos e negócios administrativos. Suas atribuições abrangem a fixação de prazo ao órgão ou à entidade a fim de que adote providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade ou irregularidades. De acordo com a jurisprudência do STF em torno desse inciso, "o Tribunal de Contas da União, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou" (MS nº 23.550, red. do ac. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 4/4/02, Plenário, DJ de 31/10/01). Vide o que salientou a eminente Ministra Ellen Gracie no julgamento do MS nº 23.550: “Sr. Presidente, parece-me, na hipótese, estarmos diante de um desses casos em que se aplica a regra geral na qual o administrador é quem deve corrigir eventuais falhas cometidas no exercício da sua atividade. Realizada a licitação, ela, ao que parece, se encontra viciada de problemas que afetariam a lisura da concorrência, porque violado o princípio da isonomia entre os contratantes. Não obstante, o certame foi levado a cabo e firmado o contrato. Portanto, o administrador nem durante o processo licitatório verificou essa irregularidade, nem posteriormente a corrigiu. Constatada a irregularidade pelo 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF Tribunal de Contas, sua decisão é exatamente essa de deferir quinze dias para que o administrador corrija o erro em que incorreu, anulando, portanto, a concorrência e o contrato eivados de sérios vícios.” Creio, com a vênia do eminente Ministro Relator, estarmos diante da hipótese em que o Tribunal de Contas recomenda ao administrador a correção do ato (CF, art. 71, IX). Se ele não acatar essa determinação, então, retorna a iniciativa ao próprio Tribunal de Contas (CF, art. 71, X). No caso de contrato, de acordo com a norma do § 2º do art. 71, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional. É exatamente o que se verifica na espécie. O Tribunal de Contas da União fixou prazo à Agência Nacional de Transportes Terrestres para que procedesse à revisão da tarifa-base de pedágio em vigor na Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório Porto Alegre Entr. BR-116, ante a aparente irregularidade no exame de documentos e pareceres que subsidiaram a prorrogação do contrato administrativo. Não se vislumbra ilegalidade ou abuso de poder nessa conduta. Nesse sentido, cito: “Mandado de segurança. Ato do Tribunal de Contas da União. Competência prevista no art. 71, IX, da Constituição Federal. Termo de sub-rogação e rerratificação derivado de contrato de concessão anulado. Nulidade. Não configuração de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. Segurança denegada. 1. De acordo com a jurisprudência do STF, o Tribunal de Contas da União, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou (MS 23.550, redator do acórdão o Ministro Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ de 31/10/01). Assim, perfeitamente legal a atuação da Corte de Contas ao assinar prazo ao Ministério dos Transportes para garantir o exato 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Tribunal de Contas, sua decisão é exatamente essa de deferir quinze dias para que o administrador corrija o erro em que incorreu, anulando, portanto, a concorrência e o contrato eivados de sérios vícios.” Creio, com a vênia do eminente Ministro Relator, estarmos diante da hipótese em que o Tribunal de Contas recomenda ao administrador a correção do ato (CF, art. 71, IX). Se ele não acatar essa determinação, então, retorna a iniciativa ao próprio Tribunal de Contas (CF, art. 71, X). No caso de contrato, de acordo com a norma do § 2º do art. 71, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional. É exatamente o que se verifica na espécie. O Tribunal de Contas da União fixou prazo à Agência Nacional de Transportes Terrestres para que procedesse à revisão da tarifa-base de pedágio em vigor na Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório Porto Alegre Entr. BR-116, ante a aparente irregularidade no exame de documentos e pareceres que subsidiaram a prorrogação do contrato administrativo. Não se vislumbra ilegalidade ou abuso de poder nessa conduta. Nesse sentido, cito: “Mandado de segurança. Ato do Tribunal de Contas da União. Competência prevista no art. 71, IX, da Constituição Federal. Termo de sub-rogação e rerratificação derivado de contrato de concessão anulado. Nulidade. Não configuração de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. Segurança denegada. 1. De acordo com a jurisprudência do STF, o Tribunal de Contas da União, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou (MS 23.550, redator do acórdão o Ministro Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ de 31/10/01). Assim, perfeitamente legal a atuação da Corte de Contas ao assinar prazo ao Ministério dos Transportes para garantir o exato 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF cumprimento da lei. 2. Contrato de concessão anulado em decorrência de vícios insanáveis praticados no procedimento licitatório. Atos que não podem ser convalidados pela Administração Federal. Não pode subsistir sub-rogação se o contrato do qual derivou é inexistente. 3. Não ocorrência de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. A teor do art. 250, V, do RITCU, participaram do processo tanto a entidade solicitante do exame de legalidade, neste caso a ANTT, órgão competente para tanto, como a empresa interessada, a impetrante (Ecovale S.A.). 4. Segurança denegada” (MS nº 26.000/DF, Primeira Turma, minha relatoria, DJe de 14/11/12). Ademais, esta Suprema Corte reconhece o poder geral de cautela do Tribunal de Contas da União, que lhe confere a competência para determinar, de forma excepcional, medidas cautelares, com urgência justificada. Confira-se: “Agravo regimental em mandado de segurança. 2. Direito Administrativo. 3. Tribunal de Contas da União. 4. Medida cautelar de indisponibilidade de bens dos responsáveis. Poder geral de cautela reconhecido ao TCU como decorrência de suas atribuições constitucionais. Natureza pública dos recursos. Indícios da participação dos particulares no esquema fraudulento. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental” (MS nº 35.555/DF-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 31/5/19). “AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. INAPLICABILIDADE DO ART. 54 DA LEI Nº 9.784/1999 A APURAÇÃO QUE PODE RESULTAR NA INSTAURAÇÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. SUSPENSÃO DE PAGAMENTOS DECORRENTES 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF cumprimento da lei. 2. Contrato de concessão anulado em decorrência de vícios insanáveis praticados no procedimento licitatório. Atos que não podem ser convalidados pela Administração Federal. Não pode subsistir sub-rogação se o contrato do qual derivou é inexistente. 3. Não ocorrência de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. A teor do art. 250, V, do RITCU, participaram do processo tanto a entidade solicitante do exame de legalidade, neste caso a ANTT, órgão competente para tanto, como a empresa interessada, a impetrante (Ecovale S.A.). 4. Segurança denegada” (MS nº 26.000/DF, Primeira Turma, minha relatoria, DJe de 14/11/12). Ademais, esta Suprema Corte reconhece o poder geral de cautela do Tribunal de Contas da União, que lhe confere a competência para determinar, de forma excepcional, medidas cautelares, com urgência justificada. Confira-se: “Agravo regimental em mandado de segurança. 2. Direito Administrativo. 3. Tribunal de Contas da União. 4. Medida cautelar de indisponibilidade de bens dos responsáveis. Poder geral de cautela reconhecido ao TCU como decorrência de suas atribuições constitucionais. Natureza pública dos recursos. Indícios da participação dos particulares no esquema fraudulento. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental” (MS nº 35.555/DF-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 31/5/19). “AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. INAPLICABILIDADE DO ART. 54 DA LEI Nº 9.784/1999 A APURAÇÃO QUE PODE RESULTAR NA INSTAURAÇÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. SUSPENSÃO DE PAGAMENTOS DECORRENTES 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF DE CONTRATOS DE CONFISSÃO DE DÍVIDA. MEDIDA QUE TEM RESPALDO NO PODER GERAL DE CAUTELA CONFERIDO À AUTORIDADE IMPETRADA E NO ART. 71, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES DESTA SUPREMA CORTE. 1. A possibilidade de conversão da representação em tomada de contas especial, com disciplina específica, prevista na Lei nº 8.443/1992, afasta, na espécie, a submissão linear da atuação do Tribunal de Contas da União aos ditames do art. 54 da Lei nº 9.784/1999, quadro a conjurar a liquidez e certeza do direito vindicado. Precedentes. 2. Eventual inconstitucionalidade flagrante dos aportes unilaterais empreendidos pelos patrocinadores, por meio dos contratos de confissão de dívida sob escrutínio da autoridade impetrada, acaso evidenciada, também tem o condão de afastar a regra do art. 54 da Lei nº 9.784/1999. Precedentes. 3. O estágio embrionário das apurações empreendidas no TC nº 029.845/2016-5 não autoriza, ademais, juízo antecipado sobre a configuração da decadência, ante a possível identificação de má-fé (art. 54, caput, parte final, da Lei nº 9.784/1999) ou de medida impugnativa apta a impedir o decurso do prazo decadencial (art. 54, § 2º, da Lei nº 9.784/1999). Precedentes. 4. Uma vez que a autoridade impetrada pode vir a determinar que BNDES, BNDESPAR e FINAME, patrocinadores da FAPES, anulem os contratos de confissão de dívida, a essa possível determinação futura está atrelado o poder geral de cautela de impor a suspensão dos repasses mensais decorrentes dessas avenças, como forma de assegurar o próprio resultado útil da futura manifestação do Tribunal de Contas da União. Precedentes. 5. Agravo interno conhecido e não provido” (MS nº 35.038/DF-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 5/3/20). Assim, na linha da jurisprudência desta Corte e das normas 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF DE CONTRATOS DE CONFISSÃO DE DÍVIDA. MEDIDA QUE TEM RESPALDO NO PODER GERAL DE CAUTELA CONFERIDO À AUTORIDADE IMPETRADA E NO ART. 71, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES DESTA SUPREMA CORTE. 1. A possibilidade de conversão da representação em tomada de contas especial, com disciplina específica, prevista na Lei nº 8.443/1992, afasta, na espécie, a submissão linear da atuação do Tribunal de Contas da União aos ditames do art. 54 da Lei nº 9.784/1999, quadro a conjurar a liquidez e certeza do direito vindicado. Precedentes. 2. Eventual inconstitucionalidade flagrante dos aportes unilaterais empreendidos pelos patrocinadores, por meio dos contratos de confissão de dívida sob escrutínio da autoridade impetrada, acaso evidenciada, também tem o condão de afastar a regra do art. 54 da Lei nº 9.784/1999. Precedentes. 3. O estágio embrionário das apurações empreendidas no TC nº 029.845/2016-5 não autoriza, ademais, juízo antecipado sobre a configuração da decadência, ante a possível identificação de má-fé (art. 54, caput, parte final, da Lei nº 9.784/1999) ou de medida impugnativa apta a impedir o decurso do prazo decadencial (art. 54, § 2º, da Lei nº 9.784/1999). Precedentes. 4. Uma vez que a autoridade impetrada pode vir a determinar que BNDES, BNDESPAR e FINAME, patrocinadores da FAPES, anulem os contratos de confissão de dívida, a essa possível determinação futura está atrelado o poder geral de cautela de impor a suspensão dos repasses mensais decorrentes dessas avenças, como forma de assegurar o próprio resultado útil da futura manifestação do Tribunal de Contas da União. Precedentes. 5. Agravo interno conhecido e não provido” (MS nº 35.038/DF-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 5/3/20). Assim, na linha da jurisprudência desta Corte e das normas 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF constitucionais e legais, entendo ser perfeitamente legal a atuação da Corte de Contas ao assinar prazo à Agência Nacional de Transportes Terrestres para garantir o exato cumprimento da lei. No entanto, remanesce a problemática relativa à violação dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Isso porque, conforme bem pontuou o Ministro Relator na decisão em que deferiu a liminar, o Tribunal de Contas da União, ao deixar de responder o requerimento da ora impetrante acerca do sigilo imposto aos documentos que levaram à decretação da medida cautelar, claramente violou o princípio do devido processo legal. Assim, foi desrespeitada a Súmula Vinculante nº 3 desta Suprema Corte, que dispõe: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” Nessa toada, cumpre reproduzir os fundamentos trazidos pela Procuradoria-Geral da República em sua manifestação, os quais agrego às razões de decidir desse voto: “De outra sorte, o poder geral de cautela reconhecido ao TCU não é capaz de legitimar a negativa ao contraditório, por meio do deferimento de medida cautelar, sem que a impetrante tenha acesso de documentos sigilosos de seu interesse, que embasariam a decisão, como o relatório produzido pelo Seinfra, bem como pudesse se manifestar no procedimento de sobre tais dados, diante de demanda contra ela, em concreto, formulada. Em se tratando da instauração de procedimentos, para apuração de irregularidades em contratos administrativos, deve o Tribunal de Contas observar garantias como do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, assegurando aos 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF constitucionais e legais, entendo ser perfeitamente legal a atuação da Corte de Contas ao assinar prazo à Agência Nacional de Transportes Terrestres para garantir o exato cumprimento da lei. No entanto, remanesce a problemática relativa à violação dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Isso porque, conforme bem pontuou o Ministro Relator na decisão em que deferiu a liminar, o Tribunal de Contas da União, ao deixar de responder o requerimento da ora impetrante acerca do sigilo imposto aos documentos que levaram à decretação da medida cautelar, claramente violou o princípio do devido processo legal. Assim, foi desrespeitada a Súmula Vinculante nº 3 desta Suprema Corte, que dispõe: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” Nessa toada, cumpre reproduzir os fundamentos trazidos pela Procuradoria-Geral da República em sua manifestação, os quais agrego às razões de decidir desse voto: “De outra sorte, o poder geral de cautela reconhecido ao TCU não é capaz de legitimar a negativa ao contraditório, por meio do deferimento de medida cautelar, sem que a impetrante tenha acesso de documentos sigilosos de seu interesse, que embasariam a decisão, como o relatório produzido pelo Seinfra, bem como pudesse se manifestar no procedimento de sobre tais dados, diante de demanda contra ela, em concreto, formulada. Em se tratando da instauração de procedimentos, para apuração de irregularidades em contratos administrativos, deve o Tribunal de Contas observar garantias como do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, assegurando aos 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 29 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF interessados a ciência da instauração do procedimento e as intervenções cabíveis, com oportunidade de manifestar, produzir ou requerer a produção de prova, antes mesmo da decisão. (...) Sobre este viés, abusiva seria a decisão questionada onde determinada a revisão da tarifa de pedágio, sobre fundamento de inconsistências na forma de cálculo, com base em relatório de que a parte contrária não teve ciência, nem pode se manifestar Conclui-se, portanto, que subsiste o direito alegado na petição inicial desta impetração, pois evidentemente abusiva e ilegal a recusa da Corte de Contas a promover o amplo acesso, à impetrante, dos documentos que serviram de base ao relatório da Seinfra, o qual fundamentou a decisão do TCU que concedeu a medida cautelar.” Ante o exposto, peço vênia para acompanhar o Ministro Alexandre de Moraes, que também concede a ordem. Entretanto, o faço por fundamento diverso daquele proposto pelo eminente Ministro Relator. É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF interessados a ciência da instauração do procedimento e as intervenções cabíveis, com oportunidade de manifestar, produzir ou requerer a produção de prova, antes mesmo da decisão. (...) Sobre este viés, abusiva seria a decisão questionada onde determinada a revisão da tarifa de pedágio, sobre fundamento de inconsistências na forma de cálculo, com base em relatório de que a parte contrária não teve ciência, nem pode se manifestar Conclui-se, portanto, que subsiste o direito alegado na petição inicial desta impetração, pois evidentemente abusiva e ilegal a recusa da Corte de Contas a promover o amplo acesso, à impetrante, dos documentos que serviram de base ao relatório da Seinfra, o qual fundamentou a decisão do TCU que concedeu a medida cautelar.” Ante o exposto, peço vênia para acompanhar o Ministro Alexandre de Moraes, que também concede a ordem. Entretanto, o faço por fundamento diverso daquele proposto pelo eminente Ministro Relator. É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 31 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) : CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) : FLAVIO RIBEIRO BETTEGA (20657/PR) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio, Relator, que deferia a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, o acórdão nº 1.098/2018 TCU-Plenário, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou o Dr. Alberto Pavie Ribeiro pela Impetrante. Primeira Turma, Sessão Virtual de 9.4.2021 a 16.4.2021. Decisão: A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem, nos termos dos fundamentos trazidos no voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 3.8.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocuradora-Geral da República, Dr. Wagner Natal Batista. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4381-A187-E47B-97D7 e senha BD79-1186-4339-5DBE Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) : CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) : FLAVIO RIBEIRO BETTEGA (20657/PR) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio, Relator, que deferia a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, o acórdão nº 1.098/2018 TCU-Plenário, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou o Dr. Alberto Pavie Ribeiro pela Impetrante. Primeira Turma, Sessão Virtual de 9.4.2021 a 16.4.2021. Decisão: A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem, nos termos dos fundamentos trazidos no voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 3.8.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocuradora-Geral da República, Dr. Wagner Natal Batista. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4381-A187-E47B-97D7 e senha BD79-1186-4339-5DBE Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 31
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=758358346
2021-08-03T00:00:00
2021-11-25T00:00:00
Após o voto do Ministro Marco Aurélio, Relator, que deferia a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, o acórdão nº 1.098/2018 TCU-Plenário, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou o Dr. Alberto Pavie Ribeiro pela Impetrante. Primeira Turma, Sessão Virtual de 9.4.2021 a 16.4.2021. Decisão: A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem, nos termos dos fundamentos trazidos no voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 3.8.2021.
MANDADO DE SEGURANÇA
Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ATO DO TCU QUE INDEFERIU ACESSO A DOCUMENTOS. VIOLAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. INOBSERVÂNCIA DOS PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ORDEM CONCEDIDA. 1. O exercício da prerrogativa do TCU relacionada com a competência constitucional implícita para garantir o cumprimento de suas atribuições, conforme o art. 71 da Constituição Federal, encontra-se delimitada por outros valores constitucionais, em especial, o do devido processo legal, que deixou de ser observado no presente caso. 2. Nessa linha de consideração, o poder geral de cautela não exime o TCU de observar o contraditório e a ampla defesa, disponibilizando os documentos levados em consideração para a concessão da medida restritiva, sob pena de tornar, inclusive, a decisão imune a controle. 3. Mandado de Segurança em que se concede a ordem.
sjur456487
- Acórdão(s) citado(s): (TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS, CONSTITUIÇÃO, TCU, PODER GERAL DE CAUTELA) MS 33092 (2ªT), MS 35038 AgR (1ªT). (TCU, COMPETÊNCIA, DETERMINAÇÃO, AUTORIDADE ADMINISTRATIVA, ANULAÇÃO, CONTRATO ADMINISTRATIVO, LICITAÇÃO) MS 23550 (1ªT), MS 26000 (1ªT). (PODER GERAL DE CAUTELA, TCU, COMPETÊNCIA, DETERMINAÇÃO, MEDIDA CAUTELAR, URGÊNCIA) MS 35038 AgR (1ªT), MS 35555 AgR (2ªT). - Decisão estrangeira citada: Caso Myers vs. Estados Unidos (US 272 – 52, 118), dos Estados Unidos. Número de páginas: 31. Análise: 22/08/2022, DAP.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
35715
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00037 INC-00021 ART-00071 INC-00009\n INC-00010 PAR-00001 PAR-00002\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED SUV-000003\n SÚMULA VINCULANTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
MS
acordaos
MS 35715
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IMPTE.(S) : CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) : FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ATO DO TCU QUE INDEFERIU ACESSO A DOCUMENTOS. VIOLAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. INOBSERVÂNCIA DOS PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ORDEM CONCEDIDA. 1. O exercício da prerrogativa do TCU relacionada com a competência constitucional implícita para garantir o cumprimento de suas atribuições, conforme o art. 71 da Constituição Federal, encontra-se delimitada por outros valores constitucionais, em especial, o do devido processo legal, que deixou de ser observado no presente caso. 2. Nessa linha de consideração, o poder geral de cautela não exime o TCU de observar o contraditório e a ampla defesa, disponibilizando os documentos levados em consideração para a concessão da medida restritiva, sob pena de tornar, inclusive, a decisão imune a controle. 3. Mandado de Segurança em que se concede a ordem. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão realizada por videoconferência pela Primeira Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B2FC-9BE3-4E2C-6C07 e senha 9FFE-4371-7FA9-5389 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 31 Ementa e Acórdão MS 35715 / DF Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conceder a ordem, nos termos dos fundamentos trazidos no voto-vista do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator p/ o Acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B2FC-9BE3-4E2C-6C07 e senha 9FFE-4371-7FA9-5389 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conceder a ordem, nos termos dos fundamentos trazidos no voto-vista do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator p/ o Acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B2FC-9BE3-4E2C-6C07 e senha 9FFE-4371-7FA9-5389 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 31 Relatório 19/04/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Eduardo Lasmar Prado Lopes: Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. insurge-se contra pronunciamento do Relator da representação TC n 021.195/2017-0, em curso no Tribunal de Contas da União, mediante o qual implementada medida cautelar para que a Agência Nacional dos Transportes Terrestres – ANTT proceda, no prazo de 10 dias, à revisão da tarifa-base do pedágio de rodovia por si explorada – BR-290/RS, Trecho Osório-Porto Alegre, Entr. BR-116. Apontou como litisconsortes passivos a União, o Ministério Público de Contas e a autarquia. Narra ter o Órgão de controle, no processo TC n 31.985/2016, investigado supostas irregularidades em estradas federais. Menciona deferida liminar vedando a celebração de novos termos aditivos ao contrato de concessão referente à BR- 290/RS, ressalvada prorrogação visando nova licitação – artigo 32 da Lei n 13.448/2017 – e desde que reduzida a tarifa. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Supremo Tribunal Federal 19/04/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Eduardo Lasmar Prado Lopes: Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. insurge-se contra pronunciamento do Relator da representação TC n 021.195/2017-0, em curso no Tribunal de Contas da União, mediante o qual implementada medida cautelar para que a Agência Nacional dos Transportes Terrestres – ANTT proceda, no prazo de 10 dias, à revisão da tarifa-base do pedágio de rodovia por si explorada – BR-290/RS, Trecho Osório-Porto Alegre, Entr. BR-116. Apontou como litisconsortes passivos a União, o Ministério Público de Contas e a autarquia. Narra ter o Órgão de controle, no processo TC n 31.985/2016, investigado supostas irregularidades em estradas federais. Menciona deferida liminar vedando a celebração de novos termos aditivos ao contrato de concessão referente à BR- 290/RS, ressalvada prorrogação visando nova licitação – artigo 32 da Lei n 13.448/2017 – e desde que reduzida a tarifa. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 31 Relatório MS 35715 / DF Noticia haver assinado, em 3 de julho de 2017, o Décimo Quarto Termo Aditivo, por meio do qual efetivada dilação do ajuste por 12 meses e diminuído em 49% o pedágio. Menciona a subsequente instauração do processo n 021.195/2017-0, voltado a aferir a regularidade do novo instrumento contratual. Realça juntados elementos de prova e manifestações, apresentadas por si e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, além de relatório, elaborado pela Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e Aviação Civil, apontando inconsistências nos cálculos a embasarem o preço público. Esclarece que várias peças foram classificadas como sigilosas, a inviabilizar consulta. Enfatiza formulado pedido de acesso, sem êxito. Tem como ilegal e abusivo o pronunciamento determinando a revisão da tarifa, considerados o artigo 5..., inciso LV, da Constituição e os verbetes vinculantes n 3 e 14 da Súmula. Ressalta inobservados os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que não pôde consultar nem pronunciar-se a respeito dos seguintes dados, os quais serviram de fundamento ao relatório da unidade técnica do Tribunal de Contas e à decisão atacada: (i) estudo da empresa Engemind, por si contratada; (ii) mensagens eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal; (iii) afirmações dos representantes sobre o valor cobrado; (iv) memória de cálculo; (v) outro documento objeto de busca e apreensão; (vi) “resultados encaminhados à ANTT”; (vii) “Auto de Infração”; e (viii) o recurso. Evoca precedentes no sentido de ser dever da autoridade administrativa levar em conta os argumentos da administrada. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, para possibilitar consulta e argumentação relativamente aos elementos probatórios. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Noticia haver assinado, em 3 de julho de 2017, o Décimo Quarto Termo Aditivo, por meio do qual efetivada dilação do ajuste por 12 meses e diminuído em 49% o pedágio. Menciona a subsequente instauração do processo n 021.195/2017-0, voltado a aferir a regularidade do novo instrumento contratual. Realça juntados elementos de prova e manifestações, apresentadas por si e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, além de relatório, elaborado pela Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e Aviação Civil, apontando inconsistências nos cálculos a embasarem o preço público. Esclarece que várias peças foram classificadas como sigilosas, a inviabilizar consulta. Enfatiza formulado pedido de acesso, sem êxito. Tem como ilegal e abusivo o pronunciamento determinando a revisão da tarifa, considerados o artigo 5..., inciso LV, da Constituição e os verbetes vinculantes n 3 e 14 da Súmula. Ressalta inobservados os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que não pôde consultar nem pronunciar-se a respeito dos seguintes dados, os quais serviram de fundamento ao relatório da unidade técnica do Tribunal de Contas e à decisão atacada: (i) estudo da empresa Engemind, por si contratada; (ii) mensagens eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal; (iii) afirmações dos representantes sobre o valor cobrado; (iv) memória de cálculo; (v) outro documento objeto de busca e apreensão; (vi) “resultados encaminhados à ANTT”; (vii) “Auto de Infração”; e (viii) o recurso. Evoca precedentes no sentido de ser dever da autoridade administrativa levar em conta os argumentos da administrada. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, para possibilitar consulta e argumentação relativamente aos elementos probatórios. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 31 Relatório MS 35715 / DF Vossa Excelência, em 16 de maio de 2018, deferiu a medida acauteladora e determinou a retificação da autuação, excluindo do polo passivo a União, o Ministério Público de Contas e a Agência Nacional de Transportes Terrestres. A impetrante, com a petição/Supremo Tribunal Federal n 34.152/2018, informa referendado, pelo Plenário do Tribunal de Contas, no mesmo dia do implemento da tutela de urgência, o pronunciamento impugnado – acórdão publicado em 28 de maio de 2018. Busca a sequência do processo, mantendo-se, no polo passivo, os indicados na petição inicial. Pede, sucessivamente, para constar, como autoridade coatora, o Colegiado Maior do Órgão. A União requereu o ingresso na condição de litisconsorte passiva e interpôs agravo, contraminutado. Vossa Excelência, em 25 de março de 2020, admitiu-a no processo. Em 7 de abril seguinte, deferiu o aditamento e determinou a retificação da autuação, para constar, como impetrado, o Tribunal de Contas da União. O Órgão de controle afirma possível implementar, sem prévia manifestação do interessado, medida acauteladora visando preservar o patrimônio público – artigo 276 do Regimento Interno. Refere-se à competência para, consideradas legalidade, legitimidade e economicidade, fiscalizar contratos de concessão relacionados à atividade regulatória da ANTT, impondo providências a fim de prevenir lesão ao interesse público e aos direitos dos usuários – artigos 70, 71 da Constituição Federal e 1..., § 1..., da Lei n 8.443/1992. Aludindo às atribuições constitucionais no exercício do controle externo, argumenta ausentes ofensa à separação de poderes e interferência na autonomia e discricionariedade técnica da Agência. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Vossa Excelência, em 16 de maio de 2018, deferiu a medida acauteladora e determinou a retificação da autuação, excluindo do polo passivo a União, o Ministério Público de Contas e a Agência Nacional de Transportes Terrestres. A impetrante, com a petição/Supremo Tribunal Federal n 34.152/2018, informa referendado, pelo Plenário do Tribunal de Contas, no mesmo dia do implemento da tutela de urgência, o pronunciamento impugnado – acórdão publicado em 28 de maio de 2018. Busca a sequência do processo, mantendo-se, no polo passivo, os indicados na petição inicial. Pede, sucessivamente, para constar, como autoridade coatora, o Colegiado Maior do Órgão. A União requereu o ingresso na condição de litisconsorte passiva e interpôs agravo, contraminutado. Vossa Excelência, em 25 de março de 2020, admitiu-a no processo. Em 7 de abril seguinte, deferiu o aditamento e determinou a retificação da autuação, para constar, como impetrado, o Tribunal de Contas da União. O Órgão de controle afirma possível implementar, sem prévia manifestação do interessado, medida acauteladora visando preservar o patrimônio público – artigo 276 do Regimento Interno. Refere-se à competência para, consideradas legalidade, legitimidade e economicidade, fiscalizar contratos de concessão relacionados à atividade regulatória da ANTT, impondo providências a fim de prevenir lesão ao interesse público e aos direitos dos usuários – artigos 70, 71 da Constituição Federal e 1..., § 1..., da Lei n 8.443/1992. Aludindo às atribuições constitucionais no exercício do controle externo, argumenta ausentes ofensa à separação de poderes e interferência na autonomia e discricionariedade técnica da Agência. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 31 Relatório MS 35715 / DF A Procuradoria-Geral da República opina pelo deferimento da ordem. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF A Procuradoria-Geral da República opina pelo deferimento da ordem. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7437-7C56-FBD9-B698 e senha 9721-85D2-EC06-811E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 31 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 19/04/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Ao deferir a medida acauteladora, deixei para examinar a matéria de fundo quando do julgamento do mandado de segurança. Apreciei a questão atinente ao devido processo administrativo e, então, fiz ver: Surge com relevância maior a causa de pedir alusiva ao devido processo legal, considerada a ausência de resposta da autoridade dita coatora relativamente ao pedido de acesso a documentos constantes do processo administrativo que serviram de fundamento para o ato impugnado. Atentem para os seguintes trechos: […] 5. Os parâmetros numéricos e percentuais que balizam a proposta da unidade técnica resultam de suas próprias conclusões iniciais e de análise complementar fundada em documentos oriundos da operação “Cancela Livre”, deflagrada pela Polícia Federal, compartilhados com os auditores deste Tribunal mediante autorização do juízo da 11... Vara Federal de Porto Alegre/RS (peça 21). […] 8. Documentos relativos a comunicações eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal evidenciam que as novas tarifas calculadas pela ANTT (sem consideração da indução de tráfego) seriam benéficas à Concepa, consoante se noticia naquela instrução técnica. […] 10. A análise identificou, ainda, por meio de levantamento calcado em notas fiscais apreendidas pela Polícia Federal, que a maior parte desses custos foi Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Supremo Tribunal Federal 19/04/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Ao deferir a medida acauteladora, deixei para examinar a matéria de fundo quando do julgamento do mandado de segurança. Apreciei a questão atinente ao devido processo administrativo e, então, fiz ver: Surge com relevância maior a causa de pedir alusiva ao devido processo legal, considerada a ausência de resposta da autoridade dita coatora relativamente ao pedido de acesso a documentos constantes do processo administrativo que serviram de fundamento para o ato impugnado. Atentem para os seguintes trechos: […] 5. Os parâmetros numéricos e percentuais que balizam a proposta da unidade técnica resultam de suas próprias conclusões iniciais e de análise complementar fundada em documentos oriundos da operação “Cancela Livre”, deflagrada pela Polícia Federal, compartilhados com os auditores deste Tribunal mediante autorização do juízo da 11... Vara Federal de Porto Alegre/RS (peça 21). […] 8. Documentos relativos a comunicações eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal evidenciam que as novas tarifas calculadas pela ANTT (sem consideração da indução de tráfego) seriam benéficas à Concepa, consoante se noticia naquela instrução técnica. […] 10. A análise identificou, ainda, por meio de levantamento calcado em notas fiscais apreendidas pela Polícia Federal, que a maior parte desses custos foi Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 31 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO MS 35715 / DF contabilizada como despesas da Concepa com suas partes relacionadas. Formulado o requerimento, cumpria à Administração respondê-lo, consignando os motivos pelos quais o sigilo devia ser mantido ou fornecendo os elementos de prova com trechos confidenciais devidamente suprimidos. A teor do verbete vinculante n 3 da Súmula, o contraditório e a ampla defesa devem ser observados nos processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado. Suspendi a eficácia do pronunciamento do órgão auxiliar do Legislativo, do Tribunal de Contas da União, no processo administrativo n TC 021.195.2017.0. A reflexão sobre o quadro leva a providência mais profunda. Em contrato de concessão, supervisionado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, interveio o Órgão de controle, determinando certas providências, fixado, para tanto, o prazo de 10 dias: a.1) no cálculo da estimativa de tráfego, levar em conta a parcela de indução, com base nos percentuais de 13%, 14% e 21%, nas praças de pedágio n 1, 2 e 3, respectivamente, conforme peça 55 destes autos; a.2) no cálculo da estimativa de custos de operação e manutenção, levar em conta o valor de R$ 59,819 milhões, conforme peça 29 destes autos; a.3) com base na tarifa obtida a partir das premissas indicadas nos itens a.1 e a.2, compensar ainda os valores pagos a maior pelos usuários da rodovia desde o início da vigência do 14... termo aditivo. Vê-se, de início, que acabou sendo colocada em segundo plano a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o acompanhamento que faz, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF contabilizada como despesas da Concepa com suas partes relacionadas. Formulado o requerimento, cumpria à Administração respondê-lo, consignando os motivos pelos quais o sigilo devia ser mantido ou fornecendo os elementos de prova com trechos confidenciais devidamente suprimidos. A teor do verbete vinculante n 3 da Súmula, o contraditório e a ampla defesa devem ser observados nos processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado. Suspendi a eficácia do pronunciamento do órgão auxiliar do Legislativo, do Tribunal de Contas da União, no processo administrativo n TC 021.195.2017.0. A reflexão sobre o quadro leva a providência mais profunda. Em contrato de concessão, supervisionado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, interveio o Órgão de controle, determinando certas providências, fixado, para tanto, o prazo de 10 dias: a.1) no cálculo da estimativa de tráfego, levar em conta a parcela de indução, com base nos percentuais de 13%, 14% e 21%, nas praças de pedágio n 1, 2 e 3, respectivamente, conforme peça 55 destes autos; a.2) no cálculo da estimativa de custos de operação e manutenção, levar em conta o valor de R$ 59,819 milhões, conforme peça 29 destes autos; a.3) com base na tarifa obtida a partir das premissas indicadas nos itens a.1 e a.2, compensar ainda os valores pagos a maior pelos usuários da rodovia desde o início da vigência do 14... termo aditivo. Vê-se, de início, que acabou sendo colocada em segundo plano a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o acompanhamento que faz, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 31 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO MS 35715 / DF considerada a concessão, e, portanto, a prestação dos serviços. Toda agência controladora é autarquia especial, submete-se ao princípio da legalidade estrita e tem autonomia nas providências que entenda necessárias. Extravasamento deve ser alvo não da atuação do Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar, simplesmente auxiliar – repita-se –, do Legislativo nacional. Cumpre observar, principalmente levando em conta o contrato de concessão a encerrar, a teor do disposto no artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, direitos e obrigações, o que pactuado, sob pena de surgir desequilíbrio, maltratando-se as cláusulas do ajuste que, há de presumir-se, se mostrem harmônicas com a proposta formulada e que veio a vencer a concorrência. O primado do Judiciário merece ser respeitado, sendo que o Órgão de Contas da União, embora possua, na nomenclatura, o vocábulo Tribunal, não integra o Poder, no que – repita-se mais uma vez – órgão administrativo, simplesmente auxiliar do Legislativo. As providências implementadas sem passar, com largueza maior, pelo contraditório extrapolam o campo de atuação do Tribunal de Contas, definido no artigo 71 da Constituição Federal. Ante irregularidade, deve o Órgão acionar a Advocacia-Geral da União, adotando esta, se for o caso, providências no âmbito do Judiciário. Defiro a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, a esta altura, o acórdão n 1.098/2018 – TCU – Plenário. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF considerada a concessão, e, portanto, a prestação dos serviços. Toda agência controladora é autarquia especial, submete-se ao princípio da legalidade estrita e tem autonomia nas providências que entenda necessárias. Extravasamento deve ser alvo não da atuação do Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar, simplesmente auxiliar – repita-se –, do Legislativo nacional. Cumpre observar, principalmente levando em conta o contrato de concessão a encerrar, a teor do disposto no artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, direitos e obrigações, o que pactuado, sob pena de surgir desequilíbrio, maltratando-se as cláusulas do ajuste que, há de presumir-se, se mostrem harmônicas com a proposta formulada e que veio a vencer a concorrência. O primado do Judiciário merece ser respeitado, sendo que o Órgão de Contas da União, embora possua, na nomenclatura, o vocábulo Tribunal, não integra o Poder, no que – repita-se mais uma vez – órgão administrativo, simplesmente auxiliar do Legislativo. As providências implementadas sem passar, com largueza maior, pelo contraditório extrapolam o campo de atuação do Tribunal de Contas, definido no artigo 71 da Constituição Federal. Ante irregularidade, deve o Órgão acionar a Advocacia-Geral da União, adotando esta, se for o caso, providências no âmbito do Judiciário. Defiro a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, a esta altura, o acórdão n 1.098/2018 – TCU – Plenário. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EDF-8C80-B204-6A5D e senha 2B6C-2E91-7D1D-8917 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 31 Extrato de Ata - 19/04/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) : FLAVIO RIBEIRO BETTEGA (20657/PR) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio, Relator, que deferia a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, o acórdão n 1.098/2018 TCU-Plenário, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou o Dr. Alberto Pavie Ribeiro pela Impetrante. Primeira Turma, Sessão Virtual de 9.4.2021 a 16.4.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1923-5D77-3130-49C6 e senha D0A8-DA1A-C887-77DC Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) : FLAVIO RIBEIRO BETTEGA (20657/PR) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio, Relator, que deferia a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, o acórdão n 1.098/2018 TCU-Plenário, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou o Dr. Alberto Pavie Ribeiro pela Impetrante. Primeira Turma, Sessão Virtual de 9.4.2021 a 16.4.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1923-5D77-3130-49C6 e senha D0A8-DA1A-C887-77DC Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 31 Voto Vista MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO V O T O O Senhor Ministro Alexandre de Moraes: Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pela Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. – CONCEPA contra medida cautelar concedida pelo Tribunal de Contas da União nos autos da Representação TC 021.195/2017-0, determinando “à ANTT que no prazo de 10 (dez) dias proceda à revisão da tarifa-fase do pedágio hoje em vigor na rodovia explorada pela impetrante por força de contrato de concessão (Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório – Porto Alegre – Entr. BR-116)” (doc. 1, fl. 1). O Ministro MARCO AURÉLIO apresentou o seguinte relatório do caso, que adiro: Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Eduardo Lasmar Prado Lopes: Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. insurge-se contra pronunciamento do Relator da representação TC n 021.195/2017-0, em curso no Tribunal de Contas da União, mediante o qual implementada medida cautelar para que a Agência Nacional dos Transportes Terrestres ANTT proceda, no prazo de 10 dias, à revisão da tarifa-base do pedágio de rodovia por si explorada BR-290/RS, Trecho Osório-Porto Alegre, Entr. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO V O T O O Senhor Ministro Alexandre de Moraes: Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pela Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. – CONCEPA contra medida cautelar concedida pelo Tribunal de Contas da União nos autos da Representação TC 021.195/2017-0, determinando “à ANTT que no prazo de 10 (dez) dias proceda à revisão da tarifa-fase do pedágio hoje em vigor na rodovia explorada pela impetrante por força de contrato de concessão (Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório – Porto Alegre – Entr. BR-116)” (doc. 1, fl. 1). O Ministro MARCO AURÉLIO apresentou o seguinte relatório do caso, que adiro: Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Eduardo Lasmar Prado Lopes: Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. insurge-se contra pronunciamento do Relator da representação TC n 021.195/2017-0, em curso no Tribunal de Contas da União, mediante o qual implementada medida cautelar para que a Agência Nacional dos Transportes Terrestres ANTT proceda, no prazo de 10 dias, à revisão da tarifa-base do pedágio de rodovia por si explorada BR-290/RS, Trecho Osório-Porto Alegre, Entr. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF BR-116. Apontou como litisconsortes passivos a União, o Ministério Público de Contas e a autarquia. Narra ter o Órgão de controle, no processo TC n 31.985/2016, investigado supostas irregularidades em estradas federais. Menciona deferida liminar vedando a celebração de novos termos aditivos ao contrato de concessão referente à BR- 290/RS, ressalvada prorrogação visando nova licitação artigo 32 da Lei n 13.448/2017 e desde que reduzida a tarifa. Noticia haver assinado, em 3 de julho de 2017, o Décimo Quarto Termo Aditivo, por meio do qual efetivada dilação do ajuste por 12 meses e diminuído em 49% o pedágio. Menciona a subsequente instauração do processo n 021.195/2017-0, voltado a aferir a regularidade do novo instrumento contratual. Realça juntados elementos de prova e manifestações, apresentadas por si e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, além de relatório, elaborado pela Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e Aviação Civil, apontando inconsistências nos cálculos a embasarem o preço público. Esclarece que várias peças foram classificadas como sigilosas, a inviabilizar consulta. Enfatiza formulado pedido de acesso, sem êxito. Tem como ilegal e abusivo o pronunciamento determinando a revisão da tarifa, considerados o artigo 5..., inciso LV, da Constituição e os verbetes vinculantes n 3 e 14 da Súmula. Ressalta inobservados os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que não pôde consultar nem pronunciar-se a respeito dos seguintes dados, os quais serviram de fundamento ao relatório da unidade técnica do Tribunal de Contas e à decisão atacada: (i) estudo da empresa Engemind, por si contratada; (ii) mensagens eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal; (iii) afirmações dos representantes sobre o valor cobrado; (iv) memória de cálculo; (v) outro documento objeto de busca e apreensão; (vi) resultados encaminhados à ANTT; (vii) Auto de Infração; e (viii) o recurso. Evoca precedentes no sentido de ser dever da autoridade administrativa levar em 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF BR-116. Apontou como litisconsortes passivos a União, o Ministério Público de Contas e a autarquia. Narra ter o Órgão de controle, no processo TC n 31.985/2016, investigado supostas irregularidades em estradas federais. Menciona deferida liminar vedando a celebração de novos termos aditivos ao contrato de concessão referente à BR- 290/RS, ressalvada prorrogação visando nova licitação artigo 32 da Lei n 13.448/2017 e desde que reduzida a tarifa. Noticia haver assinado, em 3 de julho de 2017, o Décimo Quarto Termo Aditivo, por meio do qual efetivada dilação do ajuste por 12 meses e diminuído em 49% o pedágio. Menciona a subsequente instauração do processo n 021.195/2017-0, voltado a aferir a regularidade do novo instrumento contratual. Realça juntados elementos de prova e manifestações, apresentadas por si e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, além de relatório, elaborado pela Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e Aviação Civil, apontando inconsistências nos cálculos a embasarem o preço público. Esclarece que várias peças foram classificadas como sigilosas, a inviabilizar consulta. Enfatiza formulado pedido de acesso, sem êxito. Tem como ilegal e abusivo o pronunciamento determinando a revisão da tarifa, considerados o artigo 5..., inciso LV, da Constituição e os verbetes vinculantes n 3 e 14 da Súmula. Ressalta inobservados os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que não pôde consultar nem pronunciar-se a respeito dos seguintes dados, os quais serviram de fundamento ao relatório da unidade técnica do Tribunal de Contas e à decisão atacada: (i) estudo da empresa Engemind, por si contratada; (ii) mensagens eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal; (iii) afirmações dos representantes sobre o valor cobrado; (iv) memória de cálculo; (v) outro documento objeto de busca e apreensão; (vi) resultados encaminhados à ANTT; (vii) Auto de Infração; e (viii) o recurso. Evoca precedentes no sentido de ser dever da autoridade administrativa levar em 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF conta os argumentos da administrada. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, para possibilitar consulta e argumentação relativamente aos elementos probatórios. Vossa Excelência, em 16 de maio de 2018, deferiu a medida acauteladora e determinou a retificação da autuação, excluindo do polo passivo a União, o Ministério Público de Contas e a Agência Nacional de Transportes Terrestres. A impetrante, com a petição/Supremo Tribunal Federal n 34.152/2018, informa referendado, pelo Plenário do Tribunal de Contas, no mesmo dia do implemento da tutela de urgência, o pronunciamento impugnado acórdão publicado em 28 de maio de 2018. Busca a sequência do processo, mantendo-se, no polo passivo, os indicados na petição inicial. Pede, sucessivamente, para constar, como autoridade coatora, o Colegiado Maior do Órgão. A União requereu o ingresso na condição de litisconsorte passiva e interpôs agravo, contraminutado. Vossa Excelência, em 25 de março de 2020, admitiu-a no processo. Em 7 de abril seguinte, deferiu o aditamento e determinou a retificação da autuação, para constar, como impetrado, o Tribunal de Contas da União. O Órgão de controle afirma possível implementar, sem prévia manifestação do interessado, medida acauteladora visando preservar o patrimônio público artigo 276 do Regimento Interno. Refere-se à competência para, consideradas legalidade, legitimidade e economicidade, fiscalizar contratos de concessão relacionados à atividade regulatória da ANTT, impondo providências a fim de prevenir lesão ao interesse público e aos direitos dos usuários artigos 70, 71 da Constituição Federal e 1..., § 1..., da Lei n 8.443/1992. Aludindo às atribuições constitucionais no exercício do controle externo, argumenta ausentes ofensa à separação de poderes e interferência na autonomia e discricionariedade técnica da Agência. A Procuradoria-Geral da República opina pelo 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF conta os argumentos da administrada. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, para possibilitar consulta e argumentação relativamente aos elementos probatórios. Vossa Excelência, em 16 de maio de 2018, deferiu a medida acauteladora e determinou a retificação da autuação, excluindo do polo passivo a União, o Ministério Público de Contas e a Agência Nacional de Transportes Terrestres. A impetrante, com a petição/Supremo Tribunal Federal n 34.152/2018, informa referendado, pelo Plenário do Tribunal de Contas, no mesmo dia do implemento da tutela de urgência, o pronunciamento impugnado acórdão publicado em 28 de maio de 2018. Busca a sequência do processo, mantendo-se, no polo passivo, os indicados na petição inicial. Pede, sucessivamente, para constar, como autoridade coatora, o Colegiado Maior do Órgão. A União requereu o ingresso na condição de litisconsorte passiva e interpôs agravo, contraminutado. Vossa Excelência, em 25 de março de 2020, admitiu-a no processo. Em 7 de abril seguinte, deferiu o aditamento e determinou a retificação da autuação, para constar, como impetrado, o Tribunal de Contas da União. O Órgão de controle afirma possível implementar, sem prévia manifestação do interessado, medida acauteladora visando preservar o patrimônio público artigo 276 do Regimento Interno. Refere-se à competência para, consideradas legalidade, legitimidade e economicidade, fiscalizar contratos de concessão relacionados à atividade regulatória da ANTT, impondo providências a fim de prevenir lesão ao interesse público e aos direitos dos usuários artigos 70, 71 da Constituição Federal e 1..., § 1..., da Lei n 8.443/1992. Aludindo às atribuições constitucionais no exercício do controle externo, argumenta ausentes ofensa à separação de poderes e interferência na autonomia e discricionariedade técnica da Agência. A Procuradoria-Geral da República opina pelo 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF deferimento da ordem. Pautado o processo na Sessão Virtual de 9/4/2021 a 16/4/2021, o Ministro Relator propôs a seguinte solução ao caso: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES CONCESSÃO. Descompasso na concessão, considerados parâmetros do contrato, há de ser analisado não pelo órgão auxiliar do Legislativo, o Tribunal de Contas da União, mas pela Agência do setor, à qual cabe glosar eventual irregularidade e, presente o ajuste firmado, as balizas da concessão, acionando a Advocacia-Geral da União para, se for o caso, adentrar o Judiciário. Insubsistência de providências determinadas pelo Tribunal de Contas substituindo-se à Agência e, mais grave, ao Judiciário. Iniciado o julgamento, pedi destaque do caso para melhor analisar a demanda. É o breve relatório. Estudado detidamente os autos, concluo ser o caso de acompanhar o Relator para, confirmando a medida liminar, conceder a Segurança, embora por fundamento parcialmente diverso. Com efeito, o objeto deste Mandado de Segurança está circunscrito ao seguinte pedido (doc. 1, fl. 17): [Requer], ao final, a confirmação da liminar e a concessão definitiva da Segurança declarando-se a nulidade do ato impugnado e determinando-se seja oportunizada à Impetrante a obtenção e cópias e manifestação acerca dos elementos que serviram de fundamento para o relatório da Seinfra e a decisão cautelar . 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF deferimento da ordem. Pautado o processo na Sessão Virtual de 9/4/2021 a 16/4/2021, o Ministro Relator propôs a seguinte solução ao caso: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES CONCESSÃO. Descompasso na concessão, considerados parâmetros do contrato, há de ser analisado não pelo órgão auxiliar do Legislativo, o Tribunal de Contas da União, mas pela Agência do setor, à qual cabe glosar eventual irregularidade e, presente o ajuste firmado, as balizas da concessão, acionando a Advocacia-Geral da União para, se for o caso, adentrar o Judiciário. Insubsistência de providências determinadas pelo Tribunal de Contas substituindo-se à Agência e, mais grave, ao Judiciário. Iniciado o julgamento, pedi destaque do caso para melhor analisar a demanda. É o breve relatório. Estudado detidamente os autos, concluo ser o caso de acompanhar o Relator para, confirmando a medida liminar, conceder a Segurança, embora por fundamento parcialmente diverso. Com efeito, o objeto deste Mandado de Segurança está circunscrito ao seguinte pedido (doc. 1, fl. 17): [Requer], ao final, a confirmação da liminar e a concessão definitiva da Segurança declarando-se a nulidade do ato impugnado e determinando-se seja oportunizada à Impetrante a obtenção e cópias e manifestação acerca dos elementos que serviram de fundamento para o relatório da Seinfra e a decisão cautelar . 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF Desse modo, a impetrante afirma, em síntese, que “a Autoridade Coatora agiu ilegal e abusivamente, ofendendo, inter alia, o direito líquido e certo da Impetrante (i) tanto quanto ao direito de ter acesso aos documentos sigilosos juntados aos autos, (ii) quanto ao direito de se manifestar acerca deles, uma vez que serviram de base ao relatório da Seinfra que, por sua vez, fundamentou a concessão da medida cautelar” (doc. 1, fl. 6). É bem verdade que esta CORTE, em reiterados precedentes, já se posicionou no sentido de que não configura ilegalidade ou abuso de poder o ato do TCU que impõe medidas cautelares, porque relacionada com a competência constitucional implícita para garantir o cumprimento de suas atribuições, conforme o art. 71 da Constituição Federal, diante da incorporação em nosso ordenamento jurídico da Doutrina Constitucional Norte-Americana sobre a Teoria dos Poderes Implícitos – inherent powers – pela qual, no exercício de sua missão constitucional enumerada, o órgão executivo deveria dispor de todas as funções necessárias, ainda que implícitas, desde que não expressamente limitadas (Myers v. Estados Unidos – US 272 – 52, 118), consagrando-se, dessa forma, o reconhecimento de competências genéricas implícitas que possibilitem o exercício integral de sua missão constitucional, apenas sujeitas às proibições e limites estruturais da Constituição Federal. Nesse sentido, cito, por exemplo, o MS 35.038 AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 12/11/2019; e o MS 33.092, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 24/3/2015. Apesar disso, o exercício da prerrogativa supracitada encontra-se delimitada por outros valores constitucionais, em especial, o do devido processo legal, que deixou de ser observado no presente caso. Assim, conforme aduzido pelo Ministro Relator na oportunidade em que concedeu a medida liminar (doc. 18): Surge com relevância maior a causa de pedir alusiva ao devido processo legal, considerada a ausência de resposta da autoridade dita coatora relativamente ao pedido de acesso a 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Desse modo, a impetrante afirma, em síntese, que “a Autoridade Coatora agiu ilegal e abusivamente, ofendendo, inter alia, o direito líquido e certo da Impetrante (i) tanto quanto ao direito de ter acesso aos documentos sigilosos juntados aos autos, (ii) quanto ao direito de se manifestar acerca deles, uma vez que serviram de base ao relatório da Seinfra que, por sua vez, fundamentou a concessão da medida cautelar” (doc. 1, fl. 6). É bem verdade que esta CORTE, em reiterados precedentes, já se posicionou no sentido de que não configura ilegalidade ou abuso de poder o ato do TCU que impõe medidas cautelares, porque relacionada com a competência constitucional implícita para garantir o cumprimento de suas atribuições, conforme o art. 71 da Constituição Federal, diante da incorporação em nosso ordenamento jurídico da Doutrina Constitucional Norte-Americana sobre a Teoria dos Poderes Implícitos – inherent powers – pela qual, no exercício de sua missão constitucional enumerada, o órgão executivo deveria dispor de todas as funções necessárias, ainda que implícitas, desde que não expressamente limitadas (Myers v. Estados Unidos – US 272 – 52, 118), consagrando-se, dessa forma, o reconhecimento de competências genéricas implícitas que possibilitem o exercício integral de sua missão constitucional, apenas sujeitas às proibições e limites estruturais da Constituição Federal. Nesse sentido, cito, por exemplo, o MS 35.038 AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 12/11/2019; e o MS 33.092, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 24/3/2015. Apesar disso, o exercício da prerrogativa supracitada encontra-se delimitada por outros valores constitucionais, em especial, o do devido processo legal, que deixou de ser observado no presente caso. Assim, conforme aduzido pelo Ministro Relator na oportunidade em que concedeu a medida liminar (doc. 18): Surge com relevância maior a causa de pedir alusiva ao devido processo legal, considerada a ausência de resposta da autoridade dita coatora relativamente ao pedido de acesso a 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF documentos constantes do processo administrativo que serviram de fundamento para o ato impugnado. Atentem para os seguintes trechos: […] 5. Os parâmetros numéricos e percentuais que balizam a proposta da unidade técnica resultam de suas próprias conclusões iniciais e de análise complementar fundada em documentos oriundos da operação “Cancela Livre”, deflagrada pela Polícia Federal, compartilhados com os auditores deste Tribunal mediante autorização do juízo da 11... Vara Federal de Porto Alegre/RS (peça 21). […] 8. Documentos relativos a comunicações eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal evidenciam que as novas tarifas calculadas pela ANTT (sem consideração da indução de tráfego) seriam benéficas à Concepa, consoante se noticia naquela instrução técnica. […] 10. A análise identificou, ainda, por meio de levantamento calcado em notas fiscais apreendidas pela Polícia Federal, que a maior parte desses custos foi contabilizada como despesas da Concepa com suas partes relacionadas. Formulado o requerimento, cumpria à Administração respondê-lo, consignando os motivos pelos quais o sigilo devia ser mantido ou fornecendo os elementos de prova com trechos confidenciais devidamente suprimidos. A teor do verbete vinculante n 3 da Súmula, o contraditório e a ampla defesa devem ser observados nos processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado. Nessa linha de consideração, o poder geral de cautela não exime o 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF documentos constantes do processo administrativo que serviram de fundamento para o ato impugnado. Atentem para os seguintes trechos: […] 5. Os parâmetros numéricos e percentuais que balizam a proposta da unidade técnica resultam de suas próprias conclusões iniciais e de análise complementar fundada em documentos oriundos da operação “Cancela Livre”, deflagrada pela Polícia Federal, compartilhados com os auditores deste Tribunal mediante autorização do juízo da 11... Vara Federal de Porto Alegre/RS (peça 21). […] 8. Documentos relativos a comunicações eletrônicas apreendidas pela Polícia Federal evidenciam que as novas tarifas calculadas pela ANTT (sem consideração da indução de tráfego) seriam benéficas à Concepa, consoante se noticia naquela instrução técnica. […] 10. A análise identificou, ainda, por meio de levantamento calcado em notas fiscais apreendidas pela Polícia Federal, que a maior parte desses custos foi contabilizada como despesas da Concepa com suas partes relacionadas. Formulado o requerimento, cumpria à Administração respondê-lo, consignando os motivos pelos quais o sigilo devia ser mantido ou fornecendo os elementos de prova com trechos confidenciais devidamente suprimidos. A teor do verbete vinculante n 3 da Súmula, o contraditório e a ampla defesa devem ser observados nos processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado. Nessa linha de consideração, o poder geral de cautela não exime o 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF TCU de observar o contraditório e a ampla defesa, disponibilizando os documentos levados em consideração para a concessão da medida restritiva, sob pena de tornar, inclusive, a decisão imune a controle. Nesse sentido, também é o parecer da Procuradoria-Geral da República (doc. 46): DIREITO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. CONTRATO DE CONCESSÃO. REVISÃO DE TARIFA. MEDIDA CAUTELAR. SEM OITIVA DA PARTE CONTRÁRIA. DECISÃO COM BASE EM DOCUMENTOS DE QUE A IMPETRANTE NÃO TEVE CIÊNCIA, NEM PODE SE MANIFESTAR. VIOLADA GARANTIA DO CONTRADITÓRIO. PARECER PELA CONCESSÃO DA SEGURANÇA. (...) Em se tratando da instauração de procedimentos, para apuração de irregularidades em contratos administrativos, deve o Tribunal de Contas observar garantias como do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, assegurando aos interessados a ciência da instauração do procedimento e as intervenções cabíveis, com oportunidade de manifestar, produzir ou requerer a produção de prova, antes mesmo da decisão. Portanto, para afastar o ato jurídico perfeito - consubstanciado no contrato de concessão - determinando a fixação de novas cláusulas, há necessidade de oportunizar ao concessionário o exercício de contraditório e ampla defesa por imposição constitucional. Aliás, como bem pontuado pelo Ministro Relator em seu voto: Vê-se, de início, que acabou sendo colocada em segundo plano a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o acompanhamento que faz, considerada a concessão, e, portanto, a prestação dos serviços. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF TCU de observar o contraditório e a ampla defesa, disponibilizando os documentos levados em consideração para a concessão da medida restritiva, sob pena de tornar, inclusive, a decisão imune a controle. Nesse sentido, também é o parecer da Procuradoria-Geral da República (doc. 46): DIREITO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. CONTRATO DE CONCESSÃO. REVISÃO DE TARIFA. MEDIDA CAUTELAR. SEM OITIVA DA PARTE CONTRÁRIA. DECISÃO COM BASE EM DOCUMENTOS DE QUE A IMPETRANTE NÃO TEVE CIÊNCIA, NEM PODE SE MANIFESTAR. VIOLADA GARANTIA DO CONTRADITÓRIO. PARECER PELA CONCESSÃO DA SEGURANÇA. (...) Em se tratando da instauração de procedimentos, para apuração de irregularidades em contratos administrativos, deve o Tribunal de Contas observar garantias como do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, assegurando aos interessados a ciência da instauração do procedimento e as intervenções cabíveis, com oportunidade de manifestar, produzir ou requerer a produção de prova, antes mesmo da decisão. Portanto, para afastar o ato jurídico perfeito - consubstanciado no contrato de concessão - determinando a fixação de novas cláusulas, há necessidade de oportunizar ao concessionário o exercício de contraditório e ampla defesa por imposição constitucional. Aliás, como bem pontuado pelo Ministro Relator em seu voto: Vê-se, de início, que acabou sendo colocada em segundo plano a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o acompanhamento que faz, considerada a concessão, e, portanto, a prestação dos serviços. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 31 Voto Vista MS 35715 / DF Toda agência controladora é autarquia especial, submete- se ao princípio da legalidade estrita e tem autonomia nas providências que entenda necessárias. Extravasamento deve ser alvo não da atuação do Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar, simplesmente auxiliar – repita-se –, do Legislativo nacional. Cumpre observar, principalmente levando em conta o contrato de concessão a encerrar, a teor do disposto no artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, direitos e obrigações, o que pactuado, sob pena de surgir desequilíbrio, maltratando-se as cláusulas do ajuste que, há de presumir-se, se mostrem harmônicas com a proposta formulada e que veio a vencer a concorrência. O primado do Judiciário merece ser respeitado, sendo que o Órgão de Contas da União, embora possua, na nomenclatura, o vocábulo Tribunal, não integra o Poder, no que – repita-se mais uma vez – órgão administrativo, simplesmente auxiliar do Legislativo. As providências implementadas sem passar, com largueza maior, pelo contraditório extrapolam o campo de atuação do Tribunal de Contas, definido no artigo 71 da Constituição Federal. Ante irregularidade, deve o Órgão acionar a Advocacia-Geral da União, adotando esta, se for o caso, providências no âmbito do Judiciário. Diante do exposto, acompanho o relator e voto pela CONCESSÃO DA ORDEM. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Toda agência controladora é autarquia especial, submete- se ao princípio da legalidade estrita e tem autonomia nas providências que entenda necessárias. Extravasamento deve ser alvo não da atuação do Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar, simplesmente auxiliar – repita-se –, do Legislativo nacional. Cumpre observar, principalmente levando em conta o contrato de concessão a encerrar, a teor do disposto no artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, direitos e obrigações, o que pactuado, sob pena de surgir desequilíbrio, maltratando-se as cláusulas do ajuste que, há de presumir-se, se mostrem harmônicas com a proposta formulada e que veio a vencer a concorrência. O primado do Judiciário merece ser respeitado, sendo que o Órgão de Contas da União, embora possua, na nomenclatura, o vocábulo Tribunal, não integra o Poder, no que – repita-se mais uma vez – órgão administrativo, simplesmente auxiliar do Legislativo. As providências implementadas sem passar, com largueza maior, pelo contraditório extrapolam o campo de atuação do Tribunal de Contas, definido no artigo 71 da Constituição Federal. Ante irregularidade, deve o Órgão acionar a Advocacia-Geral da União, adotando esta, se for o caso, providências no âmbito do Judiciário. Diante do exposto, acompanho o relator e voto pela CONCESSÃO DA ORDEM. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69A3-7F22-4BBF-4320 e senha 1519-D8FE-28F2-A63C Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 31 Aparte 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL APARTE O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): O Ministro Marco Aurélio concedeu a ordem porque entendeu que o Tribunal de Contas não poderia se imiscuir no que seria uma competência da ANTT. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Por isso que eu fiz uma ressalva sobre o que é o objeto realmente. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): E deferia a ordem. O parecer da PGR vai no sentido de conceder a ordem, mas sem retirar a competência do Tribunal de Contas, por conta exatamente do que Vossa Excelência acaba de destacar, que é a ausência de total participação da concessionária na determinação. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Eu estou resumindo o voto porque são vários casos. Eu não retiro, obviamente, o poder geral de cautela do Tribunal de Contas da União. Reconheço, citando precedentes, que aqui se aplica ao art. 71 da Constituição Federal, ao Tribunal de Contas, a teoria dos poderes implícitos. Mas o poder geral de cautela não exime o Tribunal de Contas, neste caso, de observar o contraditório e a ampla defesa. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFFB-2F21-F7D0-7BA8 e senha 0C64-26AF-8354-F7B3 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL APARTE O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): O Ministro Marco Aurélio concedeu a ordem porque entendeu que o Tribunal de Contas não poderia se imiscuir no que seria uma competência da ANTT. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Por isso que eu fiz uma ressalva sobre o que é o objeto realmente. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): E deferia a ordem. O parecer da PGR vai no sentido de conceder a ordem, mas sem retirar a competência do Tribunal de Contas, por conta exatamente do que Vossa Excelência acaba de destacar, que é a ausência de total participação da concessionária na determinação. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Eu estou resumindo o voto porque são vários casos. Eu não retiro, obviamente, o poder geral de cautela do Tribunal de Contas da União. Reconheço, citando precedentes, que aqui se aplica ao art. 71 da Constituição Federal, ao Tribunal de Contas, a teoria dos poderes implícitos. Mas o poder geral de cautela não exime o Tribunal de Contas, neste caso, de observar o contraditório e a ampla defesa. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFFB-2F21-F7D0-7BA8 e senha 0C64-26AF-8354-F7B3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 31 Observação 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO OBSERVAÇÃO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Agradeço o poder de síntese do eminente Ministro Vistor, Alexandre de Moraes, que concede a ordem por outra fundamentação e ressalva o poder de cautela do Tribunal de Contas, que é também meu posicionamento. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 16F6-EFB0-31EB-1300 e senha 8526-A0FF-BA81-E8E7 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO OBSERVAÇÃO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Agradeço o poder de síntese do eminente Ministro Vistor, Alexandre de Moraes, que concede a ordem por outra fundamentação e ressalva o poder de cautela do Tribunal de Contas, que é também meu posicionamento. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 16F6-EFB0-31EB-1300 e senha 8526-A0FF-BA81-E8E7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 31 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, também eu reconheço o poder geral de cautela ao Tribunal de Contas. Eu devo dizer que sou muito parcimonioso na intervenção judicial de órgão especificados. Sou parcimonioso em invalidar atos do CNJ, em invalidar atos do CADE, de uma maneira geral. E criei um teste, que sempre adoto, um teste triplo de verificar se houve extrapolação da competência, se houve violação ao devido processo legal, ou se houve total falta de razoabilidade no ato impugnado. São os três critérios que adoto. Aqui, parece-me fora de dúvida que houve inobservância do devido processo legal ao não se permitir a participação da empresa afetada em uma decisão de redução do valor do pedágio, porque esses contratos têm um equilíbrio contratual. Portanto, tem de haver uma possibilidade de se explicitar e se procurar demonstrar onde está o ponto adequado de equilíbrio. De modo que, pelos fundamentos do Ministro Alexandre de Moraes de inobservância do devido processo legal, estou acompanhando Sua Excelência. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C20A-5A63-9B92-03DD e senha 6F50-B17F-DB5D-6EB3 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, também eu reconheço o poder geral de cautela ao Tribunal de Contas. Eu devo dizer que sou muito parcimonioso na intervenção judicial de órgão especificados. Sou parcimonioso em invalidar atos do CNJ, em invalidar atos do CADE, de uma maneira geral. E criei um teste, que sempre adoto, um teste triplo de verificar se houve extrapolação da competência, se houve violação ao devido processo legal, ou se houve total falta de razoabilidade no ato impugnado. São os três critérios que adoto. Aqui, parece-me fora de dúvida que houve inobservância do devido processo legal ao não se permitir a participação da empresa afetada em uma decisão de redução do valor do pedágio, porque esses contratos têm um equilíbrio contratual. Portanto, tem de haver uma possibilidade de se explicitar e se procurar demonstrar onde está o ponto adequado de equilíbrio. De modo que, pelos fundamentos do Ministro Alexandre de Moraes de inobservância do devido processo legal, estou acompanhando Sua Excelência. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C20A-5A63-9B92-03DD e senha 6F50-B17F-DB5D-6EB3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 31 Voto Vogal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO VOTO VOGAL A Senhora Ministra Rosa Weber: Senhor Presidente, da mesma forma, acompanho a divergência de fundamentação aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes, concedendo a ordem, porque também reconheço o poder geral de cautela ao Tribunal de Contas. Reputo aplicável a teoria dos poderes implícitos, mas entendo que deva, sim, ser observado o contraditório, o devido processo legal, na linha do que já aqui foi afirmado. Então, concedo a ordem, acompanhando o Relator, mas com essa fundamentação. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7972-DF0F-353F-43AC e senha 05B3-1AAF-9C75-C077 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) :CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) :FLAVIO RIBEIRO BETTEGA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. :UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO VOTO VOGAL A Senhora Ministra Rosa Weber: Senhor Presidente, da mesma forma, acompanho a divergência de fundamentação aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes, concedendo a ordem, porque também reconheço o poder geral de cautela ao Tribunal de Contas. Reputo aplicável a teoria dos poderes implícitos, mas entendo que deva, sim, ser observado o contraditório, o devido processo legal, na linha do que já aqui foi afirmado. Então, concedo a ordem, acompanhando o Relator, mas com essa fundamentação. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7972-DF0F-353F-43AC e senha 05B3-1AAF-9C75-C077 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 31 Antecipação ao Voto 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL ANTECIPAÇÃO AO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Eu também reconheço o poder geral de cautela conferido pela Constituição à Corte de Contas, tendo ela competência para determinar, de forma excepcional, medidas cautelares, se justificadas. Entretanto, no caso, embora haja argumentos vários, o pedido pode ser atendido, porque é exatamente a problemática referente à violação do princípio da ampla defesa e do contraditório. Concedo a segurança nos termos do fundamento divergente do Ministro Alexandre de Moraes, que também era a posição da Procuradoria-Geral da República, do Ministro Luís Roberto Barroso e da Ministra Rosa Weber. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 64E8-495C-05C9-3856 e senha D94B-055C-3976-C4D7 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL ANTECIPAÇÃO AO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Eu também reconheço o poder geral de cautela conferido pela Constituição à Corte de Contas, tendo ela competência para determinar, de forma excepcional, medidas cautelares, se justificadas. Entretanto, no caso, embora haja argumentos vários, o pedido pode ser atendido, porque é exatamente a problemática referente à violação do princípio da ampla defesa e do contraditório. Concedo a segurança nos termos do fundamento divergente do Ministro Alexandre de Moraes, que também era a posição da Procuradoria-Geral da República, do Ministro Luís Roberto Barroso e da Ministra Rosa Weber. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 64E8-495C-05C9-3856 e senha D94B-055C-3976-C4D7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Cuida-se de mandado de segurança impetrado pela Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. (Concepa), em face de decisão proferida pelo Tribunal de Contas da União, o qual deferiu medida cautelar para determinar à ANTT que, no prazo de 10 (dez) dias, proceda à revisão da tarifa-fase do pedágio hoje em vigor na rodovia explorada pela impetrante por força de contrato de concessão (Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório Porto Alegre Entr. BR-116). O Ministro Relator concede a pleiteada segurança, firmando a incompetência do Tribunal de Contas da União. Entretanto, apesar de igualmente entender que a ordem deve ser concedida, com o devido respeito ao posicionamento de Sua Excelência, reconheço a competência da Corte de Contas para a implementação das medidas deferidas cautelarmente. Explico. De partida, considere-se que o Tribunal de Contas da União não é um tribunal administrativo, no sentido francês, dotado de poder de solução dos conflitos em última instância. O princípio da inafastabilidade da jurisdição impede que haja essa equiparação. Além disso, os poderes desse órgão estão devidamente delimitados constitucionalmente no art. 71 da Constituição, o qual, na parte de interesse, estabelece: “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...) IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Cuida-se de mandado de segurança impetrado pela Concessionária da Rodovia Osório Porto Alegre S.A. (Concepa), em face de decisão proferida pelo Tribunal de Contas da União, o qual deferiu medida cautelar para determinar à ANTT que, no prazo de 10 (dez) dias, proceda à revisão da tarifa-fase do pedágio hoje em vigor na rodovia explorada pela impetrante por força de contrato de concessão (Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório Porto Alegre Entr. BR-116). O Ministro Relator concede a pleiteada segurança, firmando a incompetência do Tribunal de Contas da União. Entretanto, apesar de igualmente entender que a ordem deve ser concedida, com o devido respeito ao posicionamento de Sua Excelência, reconheço a competência da Corte de Contas para a implementação das medidas deferidas cautelarmente. Explico. De partida, considere-se que o Tribunal de Contas da União não é um tribunal administrativo, no sentido francês, dotado de poder de solução dos conflitos em última instância. O princípio da inafastabilidade da jurisdição impede que haja essa equiparação. Além disso, os poderes desse órgão estão devidamente delimitados constitucionalmente no art. 71 da Constituição, o qual, na parte de interesse, estabelece: “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...) IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF Federal; (...) § 1... - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.” Especificamente no que se refere ao caso dos autos, o inciso IX do art. 71 da Carta Maior fornece o núcleo das prerrogativas do TCU no exame de atos e negócios administrativos. Suas atribuições abrangem a fixação de prazo ao órgão ou à entidade a fim de que adote providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade ou irregularidades. De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal em torno desse inciso, "o Tribunal de Contas da União, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou" (MS n 23.550, red. do ac. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 4/4/02, Plenário, DJ de 31/10/01). Vide o que salientou a eminente Ministra Ellen Gracie no julgamento do MS n 23.550: “Sr. Presidente, parece-me, na hipótese, estarmos diante de um desses casos em que se aplica a regra geral na qual o administrador é quem deve corrigir eventuais falhas cometidas no exercício da sua atividade. Realizada a licitação, ela, ao que parece, se encontra viciada de problemas que afetariam a lisura da concorrência, porque violado o princípio da isonomia entre os contratantes. Não obstante, o certame foi levado a cabo e firmado o contrato. Portanto, o administrador nem durante o processo licitatório verificou essa irregularidade, nem posteriormente a corrigiu. Constatada a irregularidade pelo 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Federal; (...) § 1... - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.” Especificamente no que se refere ao caso dos autos, o inciso IX do art. 71 da Carta Maior fornece o núcleo das prerrogativas do TCU no exame de atos e negócios administrativos. Suas atribuições abrangem a fixação de prazo ao órgão ou à entidade a fim de que adote providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade ou irregularidades. De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal em torno desse inciso, "o Tribunal de Contas da União, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou" (MS n 23.550, red. do ac. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 4/4/02, Plenário, DJ de 31/10/01). Vide o que salientou a eminente Ministra Ellen Gracie no julgamento do MS n 23.550: “Sr. Presidente, parece-me, na hipótese, estarmos diante de um desses casos em que se aplica a regra geral na qual o administrador é quem deve corrigir eventuais falhas cometidas no exercício da sua atividade. Realizada a licitação, ela, ao que parece, se encontra viciada de problemas que afetariam a lisura da concorrência, porque violado o princípio da isonomia entre os contratantes. Não obstante, o certame foi levado a cabo e firmado o contrato. Portanto, o administrador nem durante o processo licitatório verificou essa irregularidade, nem posteriormente a corrigiu. Constatada a irregularidade pelo 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF Tribunal de Contas, sua decisão é exatamente essa de deferir quinze dias para que o administrador corrija o erro em que incorreu, anulando, portanto, a concorrência e o contrato eivados de sérios vícios.” Creio, com a vênia do eminente Ministro Relator, estarmos diante da hipótese em que o Tribunal de Contas recomenda ao administrador a correção do ato (Constituição Federal de 1988, art. 71, IX). Se ele não acatar essa determinação, então, retorna a iniciativa ao próprio Tribunal de Contas (Constituição Federal de 1988, art. 71, X). No caso de contrato, de acordo com a norma do § 2... do art. 71, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional. É exatamente o que se verifica na espécie. O Tribunal de Contas da União fixou prazo à Agência Nacional de Transportes Terrestres para que procedesse à revisão da tarifa-base de pedágio em vigor na Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório Porto Alegre Entr. BR-116, ante a aparente irregularidade no exame de documentos e pareceres que subsidiaram a prorrogação do contrato administrativo. Não se vislumbra ilegalidade ou abuso de poder nessa conduta. Nesse sentido, cito: “Mandado de segurança. Ato do Tribunal de Contas da União. Competência prevista no art. 71, IX, da Constituição Federal. Termo de sub-rogação e rerratificação derivado de contrato de concessão anulado. Nulidade. Não configuração de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. Segurança denegada. 1. De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o Tribunal de Contas da União, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou (MS 23.550, redator do acórdão o Ministro Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ de 31/10/01). Assim, perfeitamente legal a atuação da Corte de Contas ao assinar prazo ao Ministério dos Transportes para garantir o exato 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF Tribunal de Contas, sua decisão é exatamente essa de deferir quinze dias para que o administrador corrija o erro em que incorreu, anulando, portanto, a concorrência e o contrato eivados de sérios vícios.” Creio, com a vênia do eminente Ministro Relator, estarmos diante da hipótese em que o Tribunal de Contas recomenda ao administrador a correção do ato (Constituição Federal de 1988, art. 71, IX). Se ele não acatar essa determinação, então, retorna a iniciativa ao próprio Tribunal de Contas (Constituição Federal de 1988, art. 71, X). No caso de contrato, de acordo com a norma do § 2... do art. 71, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional. É exatamente o que se verifica na espécie. O Tribunal de Contas da União fixou prazo à Agência Nacional de Transportes Terrestres para que procedesse à revisão da tarifa-base de pedágio em vigor na Rodovia BR-290/RS, Trecho Osório Porto Alegre Entr. BR-116, ante a aparente irregularidade no exame de documentos e pareceres que subsidiaram a prorrogação do contrato administrativo. Não se vislumbra ilegalidade ou abuso de poder nessa conduta. Nesse sentido, cito: “Mandado de segurança. Ato do Tribunal de Contas da União. Competência prevista no art. 71, IX, da Constituição Federal. Termo de sub-rogação e rerratificação derivado de contrato de concessão anulado. Nulidade. Não configuração de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. Segurança denegada. 1. De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o Tribunal de Contas da União, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou (MS 23.550, redator do acórdão o Ministro Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ de 31/10/01). Assim, perfeitamente legal a atuação da Corte de Contas ao assinar prazo ao Ministério dos Transportes para garantir o exato 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF cumprimento da lei. 2. Contrato de concessão anulado em decorrência de vícios insanáveis praticados no procedimento licitatório. Atos que não podem ser convalidados pela Administração Federal. Não pode subsistir sub-rogação se o contrato do qual derivou é inexistente. 3. Não ocorrência de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. A teor do art. 250, V, do RITCU, participaram do processo tanto a entidade solicitante do exame de legalidade, neste caso a ANTT, órgão competente para tanto, como a empresa interessada, a impetrante (Ecovale S.A.). 4. Segurança denegada” (MS n 26.000/DF, Primeira Turma, minha relatoria, DJe de 14/11/12). Ademais, esta Suprema Corte reconhece o poder geral de cautela do Tribunal de Contas da União, que lhe confere a competência para determinar, de forma excepcional, medidas cautelares, com urgência justificada. Confira-se: “Agravo regimental em mandado de segurança. 2. Direito Administrativo. 3. Tribunal de Contas da União. 4. Medida cautelar de indisponibilidade de bens dos responsáveis. Poder geral de cautela reconhecido ao TCU como decorrência de suas atribuições constitucionais. Natureza pública dos recursos. Indícios da participação dos particulares no esquema fraudulento. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental” (MS n 35.555/DF-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 31/5/19). “AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. INAPLICABILIDADE DO ART. 54 DA LEI n 9.784/1999 A APURAÇÃO QUE PODE RESULTAR NA INSTAURAÇÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. SUSPENSÃO DE PAGAMENTOS DECORRENTES 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF cumprimento da lei. 2. Contrato de concessão anulado em decorrência de vícios insanáveis praticados no procedimento licitatório. Atos que não podem ser convalidados pela Administração Federal. Não pode subsistir sub-rogação se o contrato do qual derivou é inexistente. 3. Não ocorrência de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. A teor do art. 250, V, do RITCU, participaram do processo tanto a entidade solicitante do exame de legalidade, neste caso a ANTT, órgão competente para tanto, como a empresa interessada, a impetrante (Ecovale S.A.). 4. Segurança denegada” (MS n 26.000/DF, Primeira Turma, minha relatoria, DJe de 14/11/12). Ademais, esta Suprema Corte reconhece o poder geral de cautela do Tribunal de Contas da União, que lhe confere a competência para determinar, de forma excepcional, medidas cautelares, com urgência justificada. Confira-se: “Agravo regimental em mandado de segurança. 2. Direito Administrativo. 3. Tribunal de Contas da União. 4. Medida cautelar de indisponibilidade de bens dos responsáveis. Poder geral de cautela reconhecido ao TCU como decorrência de suas atribuições constitucionais. Natureza pública dos recursos. Indícios da participação dos particulares no esquema fraudulento. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental” (MS n 35.555/DF-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 31/5/19). “AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. INAPLICABILIDADE DO ART. 54 DA LEI n 9.784/1999 A APURAÇÃO QUE PODE RESULTAR NA INSTAURAÇÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. SUSPENSÃO DE PAGAMENTOS DECORRENTES 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF DE CONTRATOS DE CONFISSÃO DE DÍVIDA. MEDIDA QUE TEM RESPALDO NO PODER GERAL DE CAUTELA CONFERIDO À AUTORIDADE IMPETRADA E NO ART. 71, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES DESTA SUPREMA CORTE. 1. A possibilidade de conversão da representação em tomada de contas especial, com disciplina específica, prevista na Lei n 8.443/1992, afasta, na espécie, a submissão linear da atuação do Tribunal de Contas da União aos ditames do art. 54 da Lei n 9.784/1999, quadro a conjurar a liquidez e certeza do direito vindicado. Precedentes. 2. Eventual inconstitucionalidade flagrante dos aportes unilaterais empreendidos pelos patrocinadores, por meio dos contratos de confissão de dívida sob escrutínio da autoridade impetrada, acaso evidenciada, também tem o condão de afastar a regra do art. 54 da Lei n 9.784/1999. Precedentes. 3. O estágio embrionário das apurações empreendidas no TC n 029.845/2016-5 não autoriza, ademais, juízo antecipado sobre a configuração da decadência, ante a possível identificação de má-fé (art. 54, caput, parte final, da Lei n 9.784/1999) ou de medida impugnativa apta a impedir o decurso do prazo decadencial (art. 54, § 2..., da Lei n 9.784/1999). Precedentes. 4. Uma vez que a autoridade impetrada pode vir a determinar que BNDES, BNDESPAR e FINAME, patrocinadores da FAPES, anulem os contratos de confissão de dívida, a essa possível determinação futura está atrelado o poder geral de cautela de impor a suspensão dos repasses mensais decorrentes dessas avenças, como forma de assegurar o próprio resultado útil da futura manifestação do Tribunal de Contas da União. Precedentes. 5. Agravo interno conhecido e não provido” (MS n 35.038/DF-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 5/3/20). Assim, na linha da jurisprudência desta Corte e das normas 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF DE CONTRATOS DE CONFISSÃO DE DÍVIDA. MEDIDA QUE TEM RESPALDO NO PODER GERAL DE CAUTELA CONFERIDO À AUTORIDADE IMPETRADA E NO ART. 71, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES DESTA SUPREMA CORTE. 1. A possibilidade de conversão da representação em tomada de contas especial, com disciplina específica, prevista na Lei n 8.443/1992, afasta, na espécie, a submissão linear da atuação do Tribunal de Contas da União aos ditames do art. 54 da Lei n 9.784/1999, quadro a conjurar a liquidez e certeza do direito vindicado. Precedentes. 2. Eventual inconstitucionalidade flagrante dos aportes unilaterais empreendidos pelos patrocinadores, por meio dos contratos de confissão de dívida sob escrutínio da autoridade impetrada, acaso evidenciada, também tem o condão de afastar a regra do art. 54 da Lei n 9.784/1999. Precedentes. 3. O estágio embrionário das apurações empreendidas no TC n 029.845/2016-5 não autoriza, ademais, juízo antecipado sobre a configuração da decadência, ante a possível identificação de má-fé (art. 54, caput, parte final, da Lei n 9.784/1999) ou de medida impugnativa apta a impedir o decurso do prazo decadencial (art. 54, § 2..., da Lei n 9.784/1999). Precedentes. 4. Uma vez que a autoridade impetrada pode vir a determinar que BNDES, BNDESPAR e FINAME, patrocinadores da FAPES, anulem os contratos de confissão de dívida, a essa possível determinação futura está atrelado o poder geral de cautela de impor a suspensão dos repasses mensais decorrentes dessas avenças, como forma de assegurar o próprio resultado útil da futura manifestação do Tribunal de Contas da União. Precedentes. 5. Agravo interno conhecido e não provido” (MS n 35.038/DF-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 5/3/20). Assim, na linha da jurisprudência desta Corte e das normas 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF constitucionais e legais, entendo ser perfeitamente legal a atuação da Corte de Contas ao assinar prazo à Agência Nacional de Transportes Terrestres para garantir o exato cumprimento da lei. No entanto, remanesce a problemática relativa à violação dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Isso porque, conforme bem pontuou o Ministro Relator na decisão em que deferiu a liminar, o Tribunal de Contas da União, ao deixar de responder o requerimento da ora impetrante acerca do sigilo imposto aos documentos que levaram à decretação da medida cautelar, claramente violou o princípio do devido processo legal. Assim, foi desrespeitada a Súmula Vinculante n 3 desta Suprema Corte, que dispõe: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” Nessa toada, cumpre reproduzir os fundamentos trazidos pela Procuradoria-Geral da República em sua manifestação, os quais agrego às razões de decidir desse voto: “De outra sorte, o poder geral de cautela reconhecido ao TCU não é capaz de legitimar a negativa ao contraditório, por meio do deferimento de medida cautelar, sem que a impetrante tenha acesso de documentos sigilosos de seu interesse, que embasariam a decisão, como o relatório produzido pelo Seinfra, bem como pudesse se manifestar no procedimento de sobre tais dados, diante de demanda contra ela, em concreto, formulada. Em se tratando da instauração de procedimentos, para apuração de irregularidades em contratos administrativos, deve o Tribunal de Contas observar garantias como do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, assegurando aos 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF constitucionais e legais, entendo ser perfeitamente legal a atuação da Corte de Contas ao assinar prazo à Agência Nacional de Transportes Terrestres para garantir o exato cumprimento da lei. No entanto, remanesce a problemática relativa à violação dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Isso porque, conforme bem pontuou o Ministro Relator na decisão em que deferiu a liminar, o Tribunal de Contas da União, ao deixar de responder o requerimento da ora impetrante acerca do sigilo imposto aos documentos que levaram à decretação da medida cautelar, claramente violou o princípio do devido processo legal. Assim, foi desrespeitada a Súmula Vinculante n 3 desta Suprema Corte, que dispõe: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” Nessa toada, cumpre reproduzir os fundamentos trazidos pela Procuradoria-Geral da República em sua manifestação, os quais agrego às razões de decidir desse voto: “De outra sorte, o poder geral de cautela reconhecido ao TCU não é capaz de legitimar a negativa ao contraditório, por meio do deferimento de medida cautelar, sem que a impetrante tenha acesso de documentos sigilosos de seu interesse, que embasariam a decisão, como o relatório produzido pelo Seinfra, bem como pudesse se manifestar no procedimento de sobre tais dados, diante de demanda contra ela, em concreto, formulada. Em se tratando da instauração de procedimentos, para apuração de irregularidades em contratos administrativos, deve o Tribunal de Contas observar garantias como do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, assegurando aos 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 29 de 31 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI MS 35715 / DF interessados a ciência da instauração do procedimento e as intervenções cabíveis, com oportunidade de manifestar, produzir ou requerer a produção de prova, antes mesmo da decisão. (...) Sobre este viés, abusiva seria a decisão questionada onde determinada a revisão da tarifa de pedágio, sobre fundamento de inconsistências na forma de cálculo, com base em relatório de que a parte contrária não teve ciência, nem pode se manifestar Conclui-se, portanto, que subsiste o direito alegado na petição inicial desta impetração, pois evidentemente abusiva e ilegal a recusa da Corte de Contas a promover o amplo acesso, à impetrante, dos documentos que serviram de base ao relatório da Seinfra, o qual fundamentou a decisão do TCU que concedeu a medida cautelar.” Ante o exposto, peço vênia para acompanhar o Ministro Alexandre de Moraes, que também concede a ordem. Entretanto, o faço por fundamento diverso daquele proposto pelo eminente Ministro Relator. É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Supremo Tribunal Federal MS 35715 / DF interessados a ciência da instauração do procedimento e as intervenções cabíveis, com oportunidade de manifestar, produzir ou requerer a produção de prova, antes mesmo da decisão. (...) Sobre este viés, abusiva seria a decisão questionada onde determinada a revisão da tarifa de pedágio, sobre fundamento de inconsistências na forma de cálculo, com base em relatório de que a parte contrária não teve ciência, nem pode se manifestar Conclui-se, portanto, que subsiste o direito alegado na petição inicial desta impetração, pois evidentemente abusiva e ilegal a recusa da Corte de Contas a promover o amplo acesso, à impetrante, dos documentos que serviram de base ao relatório da Seinfra, o qual fundamentou a decisão do TCU que concedeu a medida cautelar.” Ante o exposto, peço vênia para acompanhar o Ministro Alexandre de Moraes, que também concede a ordem. Entretanto, o faço por fundamento diverso daquele proposto pelo eminente Ministro Relator. É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA2D-1280-8362-C5FE e senha 28AF-AF71-089F-26C3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 31 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) : CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) : FLAVIO RIBEIRO BETTEGA (20657/PR) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio, Relator, que deferia a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, o acórdão n 1.098/2018 TCU-Plenário, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou o Dr. Alberto Pavie Ribeiro pela Impetrante. Primeira Turma, Sessão Virtual de 9.4.2021 a 16.4.2021. Decisão: A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem, nos termos dos fundamentos trazidos no voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 3.8.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocuradora-Geral da República, Dr. Wagner Natal Batista. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4381-A187-E47B-97D7 e senha BD79-1186-4339-5DBE Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 35.715 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES IMPTE.(S) : CONCESSIONARIA DA RODOVIA OSORIO PORTO ALEGRE SA - CONCEPA ADV.(A/S) : FLAVIO RIBEIRO BETTEGA (20657/PR) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : RELATOR DA TC 021.195/2017-0 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS. : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio, Relator, que deferia a ordem, para tornar definitiva a medida acauteladora, declarando a insubsistência do que decidido pelo Tribunal de Contas da União no procedimento referido, mediante, o acórdão n 1.098/2018 TCU-Plenário, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou o Dr. Alberto Pavie Ribeiro pela Impetrante. Primeira Turma, Sessão Virtual de 9.4.2021 a 16.4.2021. Decisão: A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem, nos termos dos fundamentos trazidos no voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 3.8.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocuradora-Geral da República, Dr. Wagner Natal Batista. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4381-A187-E47B-97D7 e senha BD79-1186-4339-5DBE Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 31
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Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "FLAVIO RIBEIRO BETTEGA", "Marco Aurélio", "Alexandre de Moraes", "Alberto Pavie Ribeiro", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FLAVIO RIBEIRO BETTEGA", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "Eduardo Lasmar Prado Lopes", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FLAVIO RIBEIRO BETTEGA", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "Eduardo Lasmar Prado Lopes", "ROSA WEBER", "GILMAR MENDES", "ROSA WEBER", "GILMAR MENDES", "DIAS TOFFOLI", "Marco Aurélio", "ALEXANDRE DE MORAES", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "DIAS TOFFOLI", "Marco Aurélio", "ALEXANDRE DE MORAES", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FLAVIO RIBEIRO BETTEGA", "DIAS TOFFOLI", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FLAVIO RIBEIRO BETTEGA", "DIAS TOFFOLI", "Alexandre de Moraes", "ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Alexandre de Moraes", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FLAVIO RIBEIRO BETTEGA", "Rosa Weber", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FLAVIO RIBEIRO BETTEGA", "Rosa Weber", "Alexandre de Moraes", "DIAS TOFFOLI", "Alexandre de Moraes", "Luís Roberto Barroso", "Rosa Weber", "DIAS TOFFOLI", "Alexandre de Moraes", "Luís Roberto Barroso", "Rosa Weber", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "Sepúlveda Pertence", "Ellen Gracie", "Sepúlveda Pertence", "Ellen Gracie", "DIAS TOFFOLI", "Sepúlveda Pertence", "Sepúlveda Pertence", "DIAS TOFFOLI", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "DIAS TOFFOLI", "Rosa Weber", "Rosa Weber", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "Alexandre de Moraes", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FLAVIO RIBEIRO BETTEGA", "Marco Aurélio", "Alexandre de Moraes", "Alberto Pavie Ribeiro", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Wagner Natal Batista", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FLAVIO RIBEIRO BETTEGA", "Marco Aurélio", "Alexandre de Moraes", "Alberto Pavie Ribeiro", "Alexandre de Moraes", "Dias", "Toffoli", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Wagner Natal Batista", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "19", "/", "04", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "19", "/", "04", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "3 de julho de 2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "3 de julho de 2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "16 de maio de 2018", "28 de maio de 2018", "25 de março de 2020", "7 de abril seguinte", "24", "/", 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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) :ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA DENÚNCIA – INÉPCIA – FIGURINO LEGAL – ATENDIMENTO. Uma vez atendido o disposto no artigo 41 do Código de Processo Penal contendo a denúncia a narração dos fatos a viabilizar defesa, não cabe concluir pela inépcia da denúncia. PROCESSO – DESMEMBRAMENTO – DEFINIÇÃO. Cumpre ao Juízo avaliar a conveniência e oportunidade do desmembramento do processo – artigo 80 Código de Processo Penal. SUSPEIÇÃO – ARTICULAÇÃO – OPORTUNIDADE. Sob pena de preclusão, a suspeição há de ser arguida na primeira oportunidade que a parte tiver para falar no processo. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o recurso ordinário em habeas corpus, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 21 a 28 de maio de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 31 de maio de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 01A3-4F3D-1C15-ED75 e senha 669B-E302-FBFE-45FF Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) :ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina assim revelou os contornos do recurso: O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, no inquérito nº 2008.205.038442-1, ofereceu denúncia em face do recorrente e de outros acusados, ante o crime do artigo 288 (formação de quadrilha), redação anterior à Lei nº 12.850/2013, do Código Penal. Narrou que, a teor de dados de investigação, os denunciados, entre janeiro de 2005 e maio de 2009, integraram grupo criminoso direcionado à prática de homicídio qualificado, extorsão, corrupção, concussão, posse e porte ilegais de arma de fogo de usos permitido e restrito a fim de manter a exploração territorial e econômica da região. Destacou ser o recorrente responsável pela execução de desafetos da quadrilha. O Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Campo Grande/RJ, no processo nº 2008.001.433428-2, condenou-o a 9 anos e 2 meses de reclusão, no regime fechado. Afastou nulidade decorrente do desmembramento, ressaltando haverem sido as testemunhas de acusação ouvidas em todos os processos, viabilizada a ampla defesa. Destacou que, na formação da convicção alusiva ao recorrente, não foi utilizado nenhum depoimento de processo resultante do desmembramento. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1FD1-1895-88F0-DA43 e senha F8C5-3001-9A32-6104 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) :ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina assim revelou os contornos do recurso: O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, no inquérito nº 2008.205.038442-1, ofereceu denúncia em face do recorrente e de outros acusados, ante o crime do artigo 288 (formação de quadrilha), redação anterior à Lei nº 12.850/2013, do Código Penal. Narrou que, a teor de dados de investigação, os denunciados, entre janeiro de 2005 e maio de 2009, integraram grupo criminoso direcionado à prática de homicídio qualificado, extorsão, corrupção, concussão, posse e porte ilegais de arma de fogo de usos permitido e restrito a fim de manter a exploração territorial e econômica da região. Destacou ser o recorrente responsável pela execução de desafetos da quadrilha. O Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Campo Grande/RJ, no processo nº 2008.001.433428-2, condenou-o a 9 anos e 2 meses de reclusão, no regime fechado. Afastou nulidade decorrente do desmembramento, ressaltando haverem sido as testemunhas de acusação ouvidas em todos os processos, viabilizada a ampla defesa. Destacou que, na formação da convicção alusiva ao recorrente, não foi utilizado nenhum depoimento de processo resultante do desmembramento. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1FD1-1895-88F0-DA43 e senha F8C5-3001-9A32-6104 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório RHC 114586 / RJ A Oitava Câmara do Tribunal de Justiça proveu parcialmente apelação, redimensionando a pena, em 9 anos de reclusão, considerado erro material na sentença, mantidos os demais termos. Recurso especial teve a sequência indeferida. O título condenatório transitou em julgado em 8 de agosto de 2012. No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus nº 204.539/RJ. O recorrente sustenta a inépcia da denúncia. Aponta cerceamento de defesa ante o desmembramento do processo. Diz inobservados o contraditório e a ampla defesa. Sublinha a suspeição do julgador. Busca o reconhecimento da nulidade do processo-crime. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso, afirmando inexistir ilegalidade. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1FD1-1895-88F0-DA43 e senha F8C5-3001-9A32-6104 Supremo Tribunal Federal RHC 114586 / RJ A Oitava Câmara do Tribunal de Justiça proveu parcialmente apelação, redimensionando a pena, em 9 anos de reclusão, considerado erro material na sentença, mantidos os demais termos. Recurso especial teve a sequência indeferida. O título condenatório transitou em julgado em 8 de agosto de 2012. No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus nº 204.539/RJ. O recorrente sustenta a inépcia da denúncia. Aponta cerceamento de defesa ante o desmembramento do processo. Diz inobservados o contraditório e a ampla defesa. Sublinha a suspeição do julgador. Busca o reconhecimento da nulidade do processo-crime. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso, afirmando inexistir ilegalidade. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1FD1-1895-88F0-DA43 e senha F8C5-3001-9A32-6104 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 29 de março de 2012 e a manifestação do inconformismo em 17 de abril seguinte. A legislação instrumental – artigo 41 do Código de Processo Penal – prevê que a denúncia deve conter a exposição do fato criminoso, com todas as circunstâncias, a qualificação do agente ou esclarecimentos por meio dos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. A peça remete à conduta do requerente. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro narrou a integração, entre janeiro de 2005 e maio de 2009, a organização criminosa, voltada à prática de homicídio, extorsão, corrupção ativa, concussão, posse e porte ilegais de arma de fogo de usos permitido e restrito a fim de manter a exploração territorial e econômica da região, frisando ser o recorrente o executor da quadrilha. Com a inicial acusatória, atendeu-se à organicidade do Direito. Quanto à nulidade, ante o desmembramento, o Juízo assentou que as testemunhas de acusação foram ouvidas em todos os processos desmembrados, observando-se o contraditório e a ampla defesa. Destacou que, na formação da convicção alusiva ao recorrente, não foi utilizado nenhum depoimento de processo desmembrado. O desmembramento situa-se no âmbito da conveniência do Juízo competente. Sob o ângulo da nulidade processual, a suspeição do magistrado há de ser alegada na primeira oportunidade para manifestar-se no processo. O significativo distanciamento temporal entre a ciência do motivo que resultaria na impossibilidade de atuação e a oposição da exceção implica a preclusão da matéria – habeas corpus nº 126.104, Primeira Turma, de minha relatoria; e habeas corpus nº 88.188, Segunda Turma, relatora ministra Ellen Gracie. Soma-se a esse dado, não haver o recorrente, apesar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A50C-675D-F24D-2A03 e senha 128A-93E3-3BBC-6BB5 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 29 de março de 2012 e a manifestação do inconformismo em 17 de abril seguinte. A legislação instrumental – artigo 41 do Código de Processo Penal – prevê que a denúncia deve conter a exposição do fato criminoso, com todas as circunstâncias, a qualificação do agente ou esclarecimentos por meio dos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. A peça remete à conduta do requerente. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro narrou a integração, entre janeiro de 2005 e maio de 2009, a organização criminosa, voltada à prática de homicídio, extorsão, corrupção ativa, concussão, posse e porte ilegais de arma de fogo de usos permitido e restrito a fim de manter a exploração territorial e econômica da região, frisando ser o recorrente o executor da quadrilha. Com a inicial acusatória, atendeu-se à organicidade do Direito. Quanto à nulidade, ante o desmembramento, o Juízo assentou que as testemunhas de acusação foram ouvidas em todos os processos desmembrados, observando-se o contraditório e a ampla defesa. Destacou que, na formação da convicção alusiva ao recorrente, não foi utilizado nenhum depoimento de processo desmembrado. O desmembramento situa-se no âmbito da conveniência do Juízo competente. Sob o ângulo da nulidade processual, a suspeição do magistrado há de ser alegada na primeira oportunidade para manifestar-se no processo. O significativo distanciamento temporal entre a ciência do motivo que resultaria na impossibilidade de atuação e a oposição da exceção implica a preclusão da matéria – habeas corpus nº 126.104, Primeira Turma, de minha relatoria; e habeas corpus nº 88.188, Segunda Turma, relatora ministra Ellen Gracie. Soma-se a esse dado, não haver o recorrente, apesar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A50C-675D-F24D-2A03 e senha 128A-93E3-3BBC-6BB5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 114586 / RJ de mencionar, no recurso, a suspeição, indicado qualquer dado a respaldá-la. Desprovejo-o. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A50C-675D-F24D-2A03 e senha 128A-93E3-3BBC-6BB5 Supremo Tribunal Federal RHC 114586 / RJ de mencionar, no recurso, a suspeição, indicado qualquer dado a respaldá-la. Desprovejo-o. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A50C-675D-F24D-2A03 e senha 128A-93E3-3BBC-6BB5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) : ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA (48116/RJ) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A62C-99CD-3C0F-3ACB e senha C37C-CD1C-EC0F-BE5E Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) : ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA (48116/RJ) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A62C-99CD-3C0F-3ACB e senha C37C-CD1C-EC0F-BE5E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
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2021-05-31T00:00:00
2021-06-07T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
DENÚNCIA – INÉPCIA – FIGURINO LEGAL – ATENDIMENTO. Uma vez atendido o disposto no artigo 41 do Código de Processo Penal contendo a denúncia a narração dos fatos a viabilizar defesa, não cabe concluir pela inépcia da denúncia. PROCESSO – DESMEMBRAMENTO – DEFINIÇÃO. Cumpre ao Juízo avaliar a conveniência e oportunidade do desmembramento do processo – artigo 80 Código de Processo Penal. SUSPEIÇÃO – ARTICULAÇÃO – OPORTUNIDADE. Sob pena de preclusão, a suspeição há de ser arguida na primeira oportunidade que a parte tiver para falar no processo.
sjur447943
Número de páginas: 6. Análise: 16/08/2021, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
114586
[ "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00041 ART-00080\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL" ]
RHC
acordaos
RHC 114586
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RECTE.(S) : AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) : ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) :ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA DENÚNCIA – INÉPCIA – FIGURINO LEGAL – ATENDIMENTO. Uma vez atendido o disposto no artigo 41 do Código de Processo Penal contendo a denúncia a narração dos fatos a viabilizar defesa, não cabe concluir pela inépcia da denúncia. PROCESSO – DESMEMBRAMENTO – DEFINIÇÃO. Cumpre ao Juízo avaliar a conveniência e oportunidade do desmembramento do processo – artigo 80 Código de Processo Penal. SUSPEIÇÃO – ARTICULAÇÃO – OPORTUNIDADE. Sob pena de preclusão, a suspeição há de ser arguida na primeira oportunidade que a parte tiver para falar no processo. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o recurso ordinário em habeas corpus, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 21 a 28 de maio de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 31 de maio de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 01A3-4F3D-1C15-ED75 e senha 669B-E302-FBFE-45FF Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) :ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina assim revelou os contornos do recurso: O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, no inquérito n 2008.205.038442-1, ofereceu denúncia em face do recorrente e de outros acusados, ante o crime do artigo 288 (formação de quadrilha), redação anterior à Lei n 12.850/2013, do Código Penal. Narrou que, a teor de dados de investigação, os denunciados, entre janeiro de 2005 e maio de 2009, integraram grupo criminoso direcionado à prática de homicídio qualificado, extorsão, corrupção, concussão, posse e porte ilegais de arma de fogo de usos permitido e restrito a fim de manter a exploração territorial e econômica da região. Destacou ser o recorrente responsável pela execução de desafetos da quadrilha. O Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Campo Grande/RJ, no processo n 2008.001.433428-2, condenou-o a 9 anos e 2 meses de reclusão, no regime fechado. Afastou nulidade decorrente do desmembramento, ressaltando haverem sido as testemunhas de acusação ouvidas em todos os processos, viabilizada a ampla defesa. Destacou que, na formação da convicção alusiva ao recorrente, não foi utilizado nenhum depoimento de processo resultante do desmembramento. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1FD1-1895-88F0-DA43 e senha F8C5-3001-9A32-6104 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) :ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina assim revelou os contornos do recurso: O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, no inquérito n 2008.205.038442-1, ofereceu denúncia em face do recorrente e de outros acusados, ante o crime do artigo 288 (formação de quadrilha), redação anterior à Lei n 12.850/2013, do Código Penal. Narrou que, a teor de dados de investigação, os denunciados, entre janeiro de 2005 e maio de 2009, integraram grupo criminoso direcionado à prática de homicídio qualificado, extorsão, corrupção, concussão, posse e porte ilegais de arma de fogo de usos permitido e restrito a fim de manter a exploração territorial e econômica da região. Destacou ser o recorrente responsável pela execução de desafetos da quadrilha. O Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Campo Grande/RJ, no processo n 2008.001.433428-2, condenou-o a 9 anos e 2 meses de reclusão, no regime fechado. Afastou nulidade decorrente do desmembramento, ressaltando haverem sido as testemunhas de acusação ouvidas em todos os processos, viabilizada a ampla defesa. Destacou que, na formação da convicção alusiva ao recorrente, não foi utilizado nenhum depoimento de processo resultante do desmembramento. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1FD1-1895-88F0-DA43 e senha F8C5-3001-9A32-6104 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório RHC 114586 / RJ A Oitava Câmara do Tribunal de Justiça proveu parcialmente apelação, redimensionando a pena, em 9 anos de reclusão, considerado erro material na sentença, mantidos os demais termos. Recurso especial teve a sequência indeferida. O título condenatório transitou em julgado em 8 de agosto de 2012. No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus n 204.539/RJ. O recorrente sustenta a inépcia da denúncia. Aponta cerceamento de defesa ante o desmembramento do processo. Diz inobservados o contraditório e a ampla defesa. Sublinha a suspeição do julgador. Busca o reconhecimento da nulidade do processo-crime. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso, afirmando inexistir ilegalidade. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1FD1-1895-88F0-DA43 e senha F8C5-3001-9A32-6104 Supremo Tribunal Federal RHC 114586 / RJ A Oitava Câmara do Tribunal de Justiça proveu parcialmente apelação, redimensionando a pena, em 9 anos de reclusão, considerado erro material na sentença, mantidos os demais termos. Recurso especial teve a sequência indeferida. O título condenatório transitou em julgado em 8 de agosto de 2012. No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus n 204.539/RJ. O recorrente sustenta a inépcia da denúncia. Aponta cerceamento de defesa ante o desmembramento do processo. Diz inobservados o contraditório e a ampla defesa. Sublinha a suspeição do julgador. Busca o reconhecimento da nulidade do processo-crime. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso, afirmando inexistir ilegalidade. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1FD1-1895-88F0-DA43 e senha F8C5-3001-9A32-6104 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 29 de março de 2012 e a manifestação do inconformismo em 17 de abril seguinte. A legislação instrumental – artigo 41 do Código de Processo Penal – prevê que a denúncia deve conter a exposição do fato criminoso, com todas as circunstâncias, a qualificação do agente ou esclarecimentos por meio dos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. A peça remete à conduta do requerente. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro narrou a integração, entre janeiro de 2005 e maio de 2009, a organização criminosa, voltada à prática de homicídio, extorsão, corrupção ativa, concussão, posse e porte ilegais de arma de fogo de usos permitido e restrito a fim de manter a exploração territorial e econômica da região, frisando ser o recorrente o executor da quadrilha. Com a inicial acusatória, atendeu-se à organicidade do Direito. Quanto à nulidade, ante o desmembramento, o Juízo assentou que as testemunhas de acusação foram ouvidas em todos os processos desmembrados, observando-se o contraditório e a ampla defesa. Destacou que, na formação da convicção alusiva ao recorrente, não foi utilizado nenhum depoimento de processo desmembrado. O desmembramento situa-se no âmbito da conveniência do Juízo competente. Sob o ângulo da nulidade processual, a suspeição do magistrado há de ser alegada na primeira oportunidade para manifestar-se no processo. O significativo distanciamento temporal entre a ciência do motivo que resultaria na impossibilidade de atuação e a oposição da exceção implica a preclusão da matéria – habeas corpus n 126.104, Primeira Turma, de minha relatoria; e habeas corpus n 88.188, Segunda Turma, relatora ministra Ellen Gracie. Soma-se a esse dado, não haver o recorrente, apesar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A50C-675D-F24D-2A03 e senha 128A-93E3-3BBC-6BB5 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 29 de março de 2012 e a manifestação do inconformismo em 17 de abril seguinte. A legislação instrumental – artigo 41 do Código de Processo Penal – prevê que a denúncia deve conter a exposição do fato criminoso, com todas as circunstâncias, a qualificação do agente ou esclarecimentos por meio dos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. A peça remete à conduta do requerente. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro narrou a integração, entre janeiro de 2005 e maio de 2009, a organização criminosa, voltada à prática de homicídio, extorsão, corrupção ativa, concussão, posse e porte ilegais de arma de fogo de usos permitido e restrito a fim de manter a exploração territorial e econômica da região, frisando ser o recorrente o executor da quadrilha. Com a inicial acusatória, atendeu-se à organicidade do Direito. Quanto à nulidade, ante o desmembramento, o Juízo assentou que as testemunhas de acusação foram ouvidas em todos os processos desmembrados, observando-se o contraditório e a ampla defesa. Destacou que, na formação da convicção alusiva ao recorrente, não foi utilizado nenhum depoimento de processo desmembrado. O desmembramento situa-se no âmbito da conveniência do Juízo competente. Sob o ângulo da nulidade processual, a suspeição do magistrado há de ser alegada na primeira oportunidade para manifestar-se no processo. O significativo distanciamento temporal entre a ciência do motivo que resultaria na impossibilidade de atuação e a oposição da exceção implica a preclusão da matéria – habeas corpus n 126.104, Primeira Turma, de minha relatoria; e habeas corpus n 88.188, Segunda Turma, relatora ministra Ellen Gracie. Soma-se a esse dado, não haver o recorrente, apesar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A50C-675D-F24D-2A03 e senha 128A-93E3-3BBC-6BB5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 114586 / RJ de mencionar, no recurso, a suspeição, indicado qualquer dado a respaldá-la. Desprovejo-o. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A50C-675D-F24D-2A03 e senha 128A-93E3-3BBC-6BB5 Supremo Tribunal Federal RHC 114586 / RJ de mencionar, no recurso, a suspeição, indicado qualquer dado a respaldá-la. Desprovejo-o. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A50C-675D-F24D-2A03 e senha 128A-93E3-3BBC-6BB5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) : ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA (48116/RJ) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A62C-99CD-3C0F-3ACB e senha C37C-CD1C-EC0F-BE5E Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114.586 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : AIRTON PADILHA DE MENESES ADV.(A/S) : ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA (48116/RJ) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A62C-99CD-3C0F-3ACB e senha C37C-CD1C-EC0F-BE5E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 114 . 586", "HABEAS CORPUS 114 . 586", "processo n 2008 . 001 . 433428 - 2", "habeas corpus n 204 . 539 / RJ", "RHC 114586 / RJ", "habeas corpus n 204 . 539 / RJ", "HABEAS CORPUS 114 . 586", "habeas corpus n 126 . 104", "habeas corpus n 88 . 188", "habeas corpus n 126 . 104", "habeas corpus n 88 . 188", "RHC 114586 /", "RHC 114586 /", "HABEAS CORPUS 114" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 41 do Código de Processo Penal", "artigo 80 Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 12 . 850 / 2013", "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo", "Lei n 12 . 850 / 2013", "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 41 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 41 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO DE JANEIRO", "Brasília", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma do", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro", "Primeira Vara Criminal da Comarca de Campo Grande / RJ", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro", "Primeira Vara Criminal da Comarca de Campo Grande / RJ", "Supremo Tribunal Federal", "Oitava Câmara do Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Oitava Câmara do Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "AIRTON PADILHA DE MENESES", "ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "AIRTON PADILHA DE MENESES", "ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA", "MARCO AURÉLIO", "Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina", "MARCO AURÉLIO", "AIRTON PADILHA DE MENESES", "ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA", "MARCO AURÉLIO", "Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "Ellen Gracie", "MARCO AURÉLIO", "Ellen Gracie", "MARCO AURÉLIO", "AIRTON PADILHA DE MENESES", "ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "AIRTON PADILHA DE MENESES", "ALBERTO SILVA DOS SANTOS LOUVERA", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "21", "28 de maio de 2021", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "janeiro de 2005 e maio de 2009", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "janeiro de 2005", "maio de 2009", "24", "/", "08", "/", "2001", "8 de agosto de 2012", "24", "/", "08", "/", "2001", "8 de agosto de 2012", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "29 de março de 2012", "17 de abril seguinte", "janeiro de 2005", "maio de 2009", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "29 de março de 2012", "17 de abril seguinte", "janeiro de 2005", "maio de 2009", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE.(S) :ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) :WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. IMPETRAÇÃO CONTRA ATO DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM PARA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. IRRECORRIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido da impossibilidade de impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de Colegiado do próprio Tribunal, salvo nas hipóteses de teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante. III – Não cabe recurso contra a decisão que determina a devolução dos autos à origem para aplicação da sistemática da Repercussão Geral. Precedentes. IV - Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1DF4-0AFB-B927-013B e senha 0172-6DC0-E120-7959 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 Ementa e Acórdão MS 37893 AGR / SP voto do Relator. Brasília, 21 de junho de 2021. RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1DF4-0AFB-B927-013B e senha 0172-6DC0-E120-7959 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP voto do Relator. Brasília, 21 de junho de 2021. RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1DF4-0AFB-B927-013B e senha 0172-6DC0-E120-7959 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 Relatório 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE.(S) :ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) :WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Trata-se de agravo regimental contra decisão por meio da qual foi negado seguimento ao mandado de segurança (documento eletrônico 10). Neste agravo, sustenta-se que não se impugnou a decisão proferida pelo Ministro Presidente no ARE 1.320.843/SP, mas a impossibilidade de interpor agravo interno contra ela. Ao final, requer-se o provimento deste regimental para que seja concedida a segurança e processado o agravo interno anexado à inicial da impetração e que não pode ser juntado aos autos do citado recurso extraordinário com agravo (documento eletrônico 11). É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D111-7BF3-FF65-BC5D e senha 47EA-09BE-407B-B1A8 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE.(S) :ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) :WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Trata-se de agravo regimental contra decisão por meio da qual foi negado seguimento ao mandado de segurança (documento eletrônico 10). Neste agravo, sustenta-se que não se impugnou a decisão proferida pelo Ministro Presidente no ARE 1.320.843/SP, mas a impossibilidade de interpor agravo interno contra ela. Ao final, requer-se o provimento deste regimental para que seja concedida a segurança e processado o agravo interno anexado à inicial da impetração e que não pode ser juntado aos autos do citado recurso extraordinário com agravo (documento eletrônico 11). É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D111-7BF3-FF65-BC5D e senha 47EA-09BE-407B-B1A8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 SÃO PAULO V O T O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Eis o teor da decisão agravada: “Trata-se de mandado de segurança com pedido de liminar impetrado contra o Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal. A impetrante alega, em suma, o seguinte: ‘[...] ao tentar interpor o recurso do Agravo Interno, no peticionamento eletrônico desta Suprema Corte, é informado, conforme já mencionado e demonstrado acima, que ‘Não é possível pesquisar/peticionar, pois o processo possui andamento impeditivo ou está deslocado para órgão externo.’. Motivo pelo qual, não restando alternativa à Recorrente senão impetrar o presente Mandado de Segurança, para se valer do seu direito de peticionamento, uma vez que os autos foram baixados/devolvidos ao tribunal de origem, antes de findar o prazo recursal da ora Impetrante (pág. 6 da inicial). É o relatório. Decido. Eis o teor da decisão impugnada: ‘Trata-se de recurso extraordinário com agravo contra decisão de inadmissão do recurso extraordinário. Analisados os autos, verifica-se que a decisão de inadmissão do recurso extraordinário está amparada exclusivamente em aplicação de precedente firmado com base na sistemática da repercussão geral. Assim, não há razão jurídica para a remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal, uma vez que o art. 1.042 do Código de Processo Civil é expresso sobre o não cabimento de agravo dirigido ao STF nas hipóteses em que a negativa de Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 SÃO PAULO V O T O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Eis o teor da decisão agravada: “Trata-se de mandado de segurança com pedido de liminar impetrado contra o Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal. A impetrante alega, em suma, o seguinte: ‘[...] ao tentar interpor o recurso do Agravo Interno, no peticionamento eletrônico desta Suprema Corte, é informado, conforme já mencionado e demonstrado acima, que ‘Não é possível pesquisar/peticionar, pois o processo possui andamento impeditivo ou está deslocado para órgão externo.’. Motivo pelo qual, não restando alternativa à Recorrente senão impetrar o presente Mandado de Segurança, para se valer do seu direito de peticionamento, uma vez que os autos foram baixados/devolvidos ao tribunal de origem, antes de findar o prazo recursal da ora Impetrante (pág. 6 da inicial). É o relatório. Decido. Eis o teor da decisão impugnada: ‘Trata-se de recurso extraordinário com agravo contra decisão de inadmissão do recurso extraordinário. Analisados os autos, verifica-se que a decisão de inadmissão do recurso extraordinário está amparada exclusivamente em aplicação de precedente firmado com base na sistemática da repercussão geral. Assim, não há razão jurídica para a remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal, uma vez que o art. 1.042 do Código de Processo Civil é expresso sobre o não cabimento de agravo dirigido ao STF nas hipóteses em que a negativa de Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP seguimento do recurso extraordinário tiver-se dado exclusivamente com base na sistemática da repercussão geral, sendo essa decisão passível de impugnação somente por agravo interno (art. 1.030, § 2º, do CPC/2015). Sobre o tema, destaque-se: […] Ressalte-se, ademais, que não caracteriza usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal o não conhecimento pela Corte local do agravo previsto no art. 1.042, caput, do CPC interposto contra decisão em que se aplique a sistemática da repercussão geral. Sobre o tema, anote-se: Rcl nº 25.078/SP-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 21/2/17; Rcl nº 31.882/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 28/9/18; Rcl nº 31.883/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 25/9/18; Rcl nº 31.880/GO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 24/9/18; Rcl nº 28.242/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 20/9/18; Rcl nº 31.497/PR, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 12/9/18; e Rcl nº 30.972/PR, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 3/8/18. Ex positis, determino a devolução dos autos ao tribunal de origem para que proceda conforme as disposições acima consignadas (alínea c do inciso V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)’ (documento eletrônico 5). Inicialmente, destaco que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal - STF é pacífica no sentido da impossibilidade de impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de colegiado do próprio Tribunal. Além disso, esta Suprema Corte também já firmou orientação no sentido do não conhecimento de mandados de segurança contra decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Vejam-se os seguintes precedentes proferidos em casos análogos: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DE MINISTRO DO SUPREMO 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP seguimento do recurso extraordinário tiver-se dado exclusivamente com base na sistemática da repercussão geral, sendo essa decisão passível de impugnação somente por agravo interno (art. 1.030, § 2º, do CPC/2015). Sobre o tema, destaque-se: […] Ressalte-se, ademais, que não caracteriza usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal o não conhecimento pela Corte local do agravo previsto no art. 1.042, caput, do CPC interposto contra decisão em que se aplique a sistemática da repercussão geral. Sobre o tema, anote-se: Rcl nº 25.078/SP-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 21/2/17; Rcl nº 31.882/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 28/9/18; Rcl nº 31.883/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 25/9/18; Rcl nº 31.880/GO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 24/9/18; Rcl nº 28.242/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 20/9/18; Rcl nº 31.497/PR, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 12/9/18; e Rcl nº 30.972/PR, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 3/8/18. Ex positis, determino a devolução dos autos ao tribunal de origem para que proceda conforme as disposições acima consignadas (alínea c do inciso V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)’ (documento eletrônico 5). Inicialmente, destaco que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal - STF é pacífica no sentido da impossibilidade de impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de colegiado do próprio Tribunal. Além disso, esta Suprema Corte também já firmou orientação no sentido do não conhecimento de mandados de segurança contra decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Vejam-se os seguintes precedentes proferidos em casos análogos: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DE MINISTRO DO SUPREMO 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. ART. 543-B DO CPC/1973. NÃO CABIMENTO DO WRIT. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. É inadmissível mandado de segurança contra atos praticados por membros do Supremo Tribunal, no exercício da prestação jurisdicional, sejam eles proferidos por seus Ministros, monocraticamente, ou por seus órgãos colegiados. Precedentes: MS 31.019-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 16/6/2014 e RMS 31.214-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 14/12/2012. 2. Esta Suprema Corte já firmou orientação no sentido do não conhecimento de mandados de segurança contra decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Precedentes: MS 31.955-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 18/8/2014 e MS 28.379-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe 30/10/2014. 3. In casu, o ato impugnado foi praticado por membro do Supremo Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes, monocraticamente, nos autos do RE 603.213/AL. 4. Agravo regimental a que se NEGA PROVIMENTO’ (MS 33459 AgR/AL, Rel. Min. Luiz Fux). ‘AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. 1. Não cabe mandado de segurança contra decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal porque a competência para processar e julgar esta ação só lhe é outorgada para ‘proteger direito líquido e certo, quando a autoridade responsável pela ilegalidade ou abuso de poder estiver sob a jurisdição do Tribunal’ (Regimento, art. 200), cabendo lembrar que as decisões das Turmas, nos limites da sua competência, são decisões soberanas do próprio Tribunal (AGRMS nº 20.469-MG, Rel. Min. SOARES MUÑOZ, in DJU de 30.11.84; MS nº 20.378- DF, Rel. Min. ALFREDO BUZAID, in DJU de 31.05.85). Fundamento suficiente da decisão agravada não 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. ART. 543-B DO CPC/1973. NÃO CABIMENTO DO WRIT. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. É inadmissível mandado de segurança contra atos praticados por membros do Supremo Tribunal, no exercício da prestação jurisdicional, sejam eles proferidos por seus Ministros, monocraticamente, ou por seus órgãos colegiados. Precedentes: MS 31.019-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 16/6/2014 e RMS 31.214-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 14/12/2012. 2. Esta Suprema Corte já firmou orientação no sentido do não conhecimento de mandados de segurança contra decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Precedentes: MS 31.955-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 18/8/2014 e MS 28.379-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe 30/10/2014. 3. In casu, o ato impugnado foi praticado por membro do Supremo Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes, monocraticamente, nos autos do RE 603.213/AL. 4. Agravo regimental a que se NEGA PROVIMENTO’ (MS 33459 AgR/AL, Rel. Min. Luiz Fux). ‘AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. 1. Não cabe mandado de segurança contra decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal porque a competência para processar e julgar esta ação só lhe é outorgada para ‘proteger direito líquido e certo, quando a autoridade responsável pela ilegalidade ou abuso de poder estiver sob a jurisdição do Tribunal’ (Regimento, art. 200), cabendo lembrar que as decisões das Turmas, nos limites da sua competência, são decisões soberanas do próprio Tribunal (AGRMS nº 20.469-MG, Rel. Min. SOARES MUÑOZ, in DJU de 30.11.84; MS nº 20.378- DF, Rel. Min. ALFREDO BUZAID, in DJU de 31.05.85). Fundamento suficiente da decisão agravada não 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP impugnado no petição de agravo regimental. Precedente: AGRAG nº 172.396-GO 2. Agravo regimental a que se nega provimento’ (MS 23224 AgR/PR, Rel. Min. Maurício Corrêa). ‘MANDADO DE SEGURANÇA - IMPETRAÇÃO CONTRA ATO DE CONTEÚDO JURISDICIONAL EMANADO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - INADMISSIBILIDADE - POSSIBILIDADE DE O RELATOR DA CAUSA, NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DELA NÃO CONHECER MEDIANTE DECISÃO MONOCRÁTICA - LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DESSE PODER PROCESSUAL DO RELATOR - INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO POSTULADO DA COLEGIALIDADE - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. DESCABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JURISDICIONAL EMANADO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. - Não cabe mandado de segurança contra julgamentos impregnados de conteúdo jurisdicional, não importando se monocráticos ou colegiados, proferidos no âmbito do Supremo Tribunal Federal. É que tais decisões, ainda quando emanadas de Ministro-Relator, somente serão suscetíveis de desconstituição mediante utilização dos recursos pertinentes, ou, tratando-se de pronunciamentos de mérito já transitados em julgado, mediante ajuizamento originário da pertinente ação rescisória. Precedentes. PODERES PROCESSUAIS DO MINISTRO-RELATOR E PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. - Assiste, ao Ministro-Relator, competência plena para exercer, monocraticamente, com fundamento nos poderes processuais de que dispõe, o controle de admissibilidade das ações, pedidos ou recursos dirigidos ao Supremo Tribunal Federal. Pode, em consequência, negar trânsito, em decisão monocrática, a ações, pedidos ou recursos, quando incabíveis, intempestivos, sem objeto ou, ainda, quando veicularem 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP impugnado no petição de agravo regimental. Precedente: AGRAG nº 172.396-GO 2. Agravo regimental a que se nega provimento’ (MS 23224 AgR/PR, Rel. Min. Maurício Corrêa). ‘MANDADO DE SEGURANÇA - IMPETRAÇÃO CONTRA ATO DE CONTEÚDO JURISDICIONAL EMANADO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - INADMISSIBILIDADE - POSSIBILIDADE DE O RELATOR DA CAUSA, NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DELA NÃO CONHECER MEDIANTE DECISÃO MONOCRÁTICA - LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DESSE PODER PROCESSUAL DO RELATOR - INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO POSTULADO DA COLEGIALIDADE - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. DESCABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JURISDICIONAL EMANADO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. - Não cabe mandado de segurança contra julgamentos impregnados de conteúdo jurisdicional, não importando se monocráticos ou colegiados, proferidos no âmbito do Supremo Tribunal Federal. É que tais decisões, ainda quando emanadas de Ministro-Relator, somente serão suscetíveis de desconstituição mediante utilização dos recursos pertinentes, ou, tratando-se de pronunciamentos de mérito já transitados em julgado, mediante ajuizamento originário da pertinente ação rescisória. Precedentes. PODERES PROCESSUAIS DO MINISTRO-RELATOR E PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. - Assiste, ao Ministro-Relator, competência plena para exercer, monocraticamente, com fundamento nos poderes processuais de que dispõe, o controle de admissibilidade das ações, pedidos ou recursos dirigidos ao Supremo Tribunal Federal. Pode, em consequência, negar trânsito, em decisão monocrática, a ações, pedidos ou recursos, quando incabíveis, intempestivos, sem objeto ou, ainda, quando veicularem 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP pretensão incompatível com a jurisprudência predominante na Suprema Corte. Precedentes. - O reconhecimento dessa competência monocrática, deferida ao Relator da causa, não transgride o postulado da colegialidade, pois sempre caberá, para os órgãos colegiados do Supremo Tribunal Federal (Plenário e Turmas), recurso contra as decisões singulares que venham a ser proferidas por seus Juízes’ (MS 28097 AgR/DF, Rel.Min. Celso de Mello). No mesmo sentido, os seguintes precedentes: MS 23.572/MG, Rel. Min. Celso de Mello; MS 26.704/DF, Rel. Min. Celso de Mello; MS 21.734/DF, Rel. Min. Ilmar Galvão; MS 22.988/MS, Rel. Min. Carlos Velloso; MS 24.399/DF, Rel Min. Joaquim Barbosa; MS 25.070/DF, Rel. Min. Cezar Peluso; MS 30.599/PA, Rel. Min. Luiz Fux; MS 35.230/DF, Rel Min. Edson Fachin. [...] Isso posto, por ser incabível o presente mandado de segurança, nego-lhe seguimento (art. 21, § 1°, do RISTF)” (documento eletrônico 10). Não assiste razão à agravante. Conforme asseverado na decisão agravada, o Supremo Tribunal Federal – STF não admite a impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de Colegiado do próprio Tribunal, salvo nas hipóteses de teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante. No caso, não há tais excepcionalidades, uma vez que a jurisprudência da Corte firmou-se no sentido da irrecorribilidade da decisão em que determinada a devolução dos autos à origem para a aplicação de tema de repercussão geral. Confira-se: “Agravo interno em mandado de segurança. Ministro do STF. Petição avulsa em face de decisão que determinou a 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP pretensão incompatível com a jurisprudência predominante na Suprema Corte. Precedentes. - O reconhecimento dessa competência monocrática, deferida ao Relator da causa, não transgride o postulado da colegialidade, pois sempre caberá, para os órgãos colegiados do Supremo Tribunal Federal (Plenário e Turmas), recurso contra as decisões singulares que venham a ser proferidas por seus Juízes’ (MS 28097 AgR/DF, Rel.Min. Celso de Mello). No mesmo sentido, os seguintes precedentes: MS 23.572/MG, Rel. Min. Celso de Mello; MS 26.704/DF, Rel. Min. Celso de Mello; MS 21.734/DF, Rel. Min. Ilmar Galvão; MS 22.988/MS, Rel. Min. Carlos Velloso; MS 24.399/DF, Rel Min. Joaquim Barbosa; MS 25.070/DF, Rel. Min. Cezar Peluso; MS 30.599/PA, Rel. Min. Luiz Fux; MS 35.230/DF, Rel Min. Edson Fachin. [...] Isso posto, por ser incabível o presente mandado de segurança, nego-lhe seguimento (art. 21, § 1°, do RISTF)” (documento eletrônico 10). Não assiste razão à agravante. Conforme asseverado na decisão agravada, o Supremo Tribunal Federal – STF não admite a impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de Colegiado do próprio Tribunal, salvo nas hipóteses de teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante. No caso, não há tais excepcionalidades, uma vez que a jurisprudência da Corte firmou-se no sentido da irrecorribilidade da decisão em que determinada a devolução dos autos à origem para a aplicação de tema de repercussão geral. Confira-se: “Agravo interno em mandado de segurança. Ministro do STF. Petição avulsa em face de decisão que determinou a 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP devolução de RE ao tribunal de origem. Sistemática da repercussão geral. Irrecorribilidade. Processo incidental encerrado. Fundamentação. Ausência de teratologia. Agravo interno não provido. 1. Não há direito líquido e certo do impetrante de ter analisado o agravo regimental interposto em petição acessória a recurso extraordinário no bojo do qual se decidiu a celeuma (alegação de aplicação errônea da sistemática de repercussão geral, com devolução dos autos à origem). Com a apreciação da pretensão nos autos principais (RE nº 593.709/RN), restou prejudicada a mesma discussão no processo incidental (Pet nº 5.618/RN). 2. Ausência de teratologia na decisão judicial apontada como ato coator. É assente a jurisprudência do STF no sentido de ser irrecorrível a decisão em que, com base no art. 328, parágrafo único, do RISTF, se determina a devolução dos autos ao Tribunal de origem para a observância da sistemática da repercussão geral, diante da inexistência de conteúdo decisório. Precedentes. 3. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão recorrida. 4. Agravo interno não provido” (MS 34.400-AgR Rel. Min. Dias Toffoli – grifei). “Agravo regimental em mandado de segurança. 2. Não cabe mandado de segurança contra ato jurisdicional de Ministro do STF. 3. Irrecorribilidade da decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (MS 28.982-AgR/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes). “AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 16.9.2016. ATO QUE DETERMINA A REMESSA DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM PARA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE CONTEÚDO DECISÓRIO. NÃO CABIMENTO DE RECURSO. 1. Nos termos 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP devolução de RE ao tribunal de origem. Sistemática da repercussão geral. Irrecorribilidade. Processo incidental encerrado. Fundamentação. Ausência de teratologia. Agravo interno não provido. 1. Não há direito líquido e certo do impetrante de ter analisado o agravo regimental interposto em petição acessória a recurso extraordinário no bojo do qual se decidiu a celeuma (alegação de aplicação errônea da sistemática de repercussão geral, com devolução dos autos à origem). Com a apreciação da pretensão nos autos principais (RE nº 593.709/RN), restou prejudicada a mesma discussão no processo incidental (Pet nº 5.618/RN). 2. Ausência de teratologia na decisão judicial apontada como ato coator. É assente a jurisprudência do STF no sentido de ser irrecorrível a decisão em que, com base no art. 328, parágrafo único, do RISTF, se determina a devolução dos autos ao Tribunal de origem para a observância da sistemática da repercussão geral, diante da inexistência de conteúdo decisório. Precedentes. 3. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão recorrida. 4. Agravo interno não provido” (MS 34.400-AgR Rel. Min. Dias Toffoli – grifei). “Agravo regimental em mandado de segurança. 2. Não cabe mandado de segurança contra ato jurisdicional de Ministro do STF. 3. Irrecorribilidade da decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (MS 28.982-AgR/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes). “AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 16.9.2016. ATO QUE DETERMINA A REMESSA DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM PARA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE CONTEÚDO DECISÓRIO. NÃO CABIMENTO DE RECURSO. 1. Nos termos 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP da orientação firmada nesta Corte, não cabe recurso contra ato que determina a remessa dos autos ao tribunal de origem para aplicação da sistemática da repercussão geral. 2. Determinação da imediata remessa dos autos à origem. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 964.717-ED-AgR/RJ, Rel. Min. Edson Fachin). Assim, bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada não merece reforma, visto que a recorrente não aduz argumentos capazes de afastar as razões expendidas. Deve, assim, ser mantida por seus próprios fundamentos. Isso posto, nego provimento ao agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP da orientação firmada nesta Corte, não cabe recurso contra ato que determina a remessa dos autos ao tribunal de origem para aplicação da sistemática da repercussão geral. 2. Determinação da imediata remessa dos autos à origem. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 964.717-ED-AgR/RJ, Rel. Min. Edson Fachin). Assim, bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada não merece reforma, visto que a recorrente não aduz argumentos capazes de afastar as razões expendidas. Deve, assim, ser mantida por seus próprios fundamentos. Isso posto, nego provimento ao agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Extrato de Ata - 21/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE.(S) : ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) : WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO (372572/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Falou, pela agravante, o Dr. Willian Artale da Silva Agudo. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 630E-B9E3-AC5B-68BD e senha 9CE7-93EC-EAC4-1A66 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE.(S) : ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) : WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO (372572/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Falou, pela agravante, o Dr. Willian Artale da Silva Agudo. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 630E-B9E3-AC5B-68BD e senha 9CE7-93EC-EAC4-1A66 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756349199
2021-06-21T00:00:00
2021-06-30T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Falou, pela agravante, o Dr. Willian Artale da Silva Agudo. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021.
AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. IMPETRAÇÃO CONTRA ATO DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM PARA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. IRRECORRIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido da impossibilidade de impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de Colegiado do próprio Tribunal, salvo nas hipóteses de teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante. III – Não cabe recurso contra a decisão que determina a devolução dos autos à origem para aplicação da sistemática da Repercussão Geral. Precedentes. IV - Agravo regimental a que se nega provimento.
sjur449657
- Acórdão(s) citado(s): (IRRECORRIBILIDADE, DECISÃO, REMESSA, AUTOS, TRIBUNAL DE ORIGEM, REPERCUSSÃO GERAL) MS 28982 AgR (TP), ARE 964717 ED-AgR (1ªT), MS 34400 AgR (2ªT). Número de páginas: 11. Análise: 19/01/2022, ABO.
RICARDO LEWANDOWSKI
Tribunal Pleno
37893
null
MS-AgR
acordaos
MS 37893 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) : WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE.(S) :ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) :WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. IMPETRAÇÃO CONTRA ATO DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM PARA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. IRRECORRIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido da impossibilidade de impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de Colegiado do próprio Tribunal, salvo nas hipóteses de teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante. III – Não cabe recurso contra a decisão que determina a devolução dos autos à origem para aplicação da sistemática da Repercussão Geral. Precedentes. IV - Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1DF4-0AFB-B927-013B e senha 0172-6DC0-E120-7959 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 Ementa e Acórdão MS 37893 AGR / SP voto do Relator. Brasília, 21 de junho de 2021. RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1DF4-0AFB-B927-013B e senha 0172-6DC0-E120-7959 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP voto do Relator. Brasília, 21 de junho de 2021. RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1DF4-0AFB-B927-013B e senha 0172-6DC0-E120-7959 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 Relatório 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE.(S) :ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) :WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Trata-se de agravo regimental contra decisão por meio da qual foi negado seguimento ao mandado de segurança (documento eletrônico 10). Neste agravo, sustenta-se que não se impugnou a decisão proferida pelo Ministro Presidente no ARE 1.320.843/SP, mas a impossibilidade de interpor agravo interno contra ela. Ao final, requer-se o provimento deste regimental para que seja concedida a segurança e processado o agravo interno anexado à inicial da impetração e que não pode ser juntado aos autos do citado recurso extraordinário com agravo (documento eletrônico 11). É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D111-7BF3-FF65-BC5D e senha 47EA-09BE-407B-B1A8 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE.(S) :ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) :WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Trata-se de agravo regimental contra decisão por meio da qual foi negado seguimento ao mandado de segurança (documento eletrônico 10). Neste agravo, sustenta-se que não se impugnou a decisão proferida pelo Ministro Presidente no ARE 1.320.843/SP, mas a impossibilidade de interpor agravo interno contra ela. Ao final, requer-se o provimento deste regimental para que seja concedida a segurança e processado o agravo interno anexado à inicial da impetração e que não pode ser juntado aos autos do citado recurso extraordinário com agravo (documento eletrônico 11). É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D111-7BF3-FF65-BC5D e senha 47EA-09BE-407B-B1A8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 SÃO PAULO V O T O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Eis o teor da decisão agravada: “Trata-se de mandado de segurança com pedido de liminar impetrado contra o Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal. A impetrante alega, em suma, o seguinte: ‘[...] ao tentar interpor o recurso do Agravo Interno, no peticionamento eletrônico desta Suprema Corte, é informado, conforme já mencionado e demonstrado acima, que ‘Não é possível pesquisar/peticionar, pois o processo possui andamento impeditivo ou está deslocado para órgão externo.’. Motivo pelo qual, não restando alternativa à Recorrente senão impetrar o presente Mandado de Segurança, para se valer do seu direito de peticionamento, uma vez que os autos foram baixados/devolvidos ao tribunal de origem, antes de findar o prazo recursal da ora Impetrante (pág. 6 da inicial). É o relatório. Decido. Eis o teor da decisão impugnada: ‘Trata-se de recurso extraordinário com agravo contra decisão de inadmissão do recurso extraordinário. Analisados os autos, verifica-se que a decisão de inadmissão do recurso extraordinário está amparada exclusivamente em aplicação de precedente firmado com base na sistemática da repercussão geral. Assim, não há razão jurídica para a remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal, uma vez que o art. 1.042 do Código de Processo Civil é expresso sobre o não cabimento de agravo dirigido ao Supremo Tribunal Federal nas hipóteses em que a negativa de Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 SÃO PAULO V O T O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Relator): Eis o teor da decisão agravada: “Trata-se de mandado de segurança com pedido de liminar impetrado contra o Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal. A impetrante alega, em suma, o seguinte: ‘[...] ao tentar interpor o recurso do Agravo Interno, no peticionamento eletrônico desta Suprema Corte, é informado, conforme já mencionado e demonstrado acima, que ‘Não é possível pesquisar/peticionar, pois o processo possui andamento impeditivo ou está deslocado para órgão externo.’. Motivo pelo qual, não restando alternativa à Recorrente senão impetrar o presente Mandado de Segurança, para se valer do seu direito de peticionamento, uma vez que os autos foram baixados/devolvidos ao tribunal de origem, antes de findar o prazo recursal da ora Impetrante (pág. 6 da inicial). É o relatório. Decido. Eis o teor da decisão impugnada: ‘Trata-se de recurso extraordinário com agravo contra decisão de inadmissão do recurso extraordinário. Analisados os autos, verifica-se que a decisão de inadmissão do recurso extraordinário está amparada exclusivamente em aplicação de precedente firmado com base na sistemática da repercussão geral. Assim, não há razão jurídica para a remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal, uma vez que o art. 1.042 do Código de Processo Civil é expresso sobre o não cabimento de agravo dirigido ao Supremo Tribunal Federal nas hipóteses em que a negativa de Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP seguimento do recurso extraordinário tiver-se dado exclusivamente com base na sistemática da repercussão geral, sendo essa decisão passível de impugnação somente por agravo interno (art. 1.030, § 2..., do Código de Processo Civil/2015). Sobre o tema, destaque-se: […] Ressalte-se, ademais, que não caracteriza usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal o não conhecimento pela Corte local do agravo previsto no art. 1.042, caput, do Código de Processo Civil interposto contra decisão em que se aplique a sistemática da repercussão geral. Sobre o tema, anote-se: Rcl n 25.078/SP-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 21/2/17; Rcl n 31.882/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 28/9/18; Rcl n 31.883/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 25/9/18; Rcl n 31.880/GO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 24/9/18; Rcl n 28.242/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 20/9/18; Rcl n 31.497/PR, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 12/9/18; e Rcl n 30.972/PR, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 3/8/18. Ex positis, determino a devolução dos autos ao tribunal de origem para que proceda conforme as disposições acima consignadas (alínea c do inciso V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)’ (documento eletrônico 5). Inicialmente, destaco que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal - Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido da impossibilidade de impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de colegiado do próprio Tribunal. Além disso, esta Suprema Corte também já firmou orientação no sentido do não conhecimento de mandados de segurança contra decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Vejam-se os seguintes precedentes proferidos em casos análogos: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DE MINISTRO DO SUPREMO 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP seguimento do recurso extraordinário tiver-se dado exclusivamente com base na sistemática da repercussão geral, sendo essa decisão passível de impugnação somente por agravo interno (art. 1.030, § 2..., do Código de Processo Civil/2015). Sobre o tema, destaque-se: […] Ressalte-se, ademais, que não caracteriza usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal o não conhecimento pela Corte local do agravo previsto no art. 1.042, caput, do Código de Processo Civil interposto contra decisão em que se aplique a sistemática da repercussão geral. Sobre o tema, anote-se: Rcl n 25.078/SP-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 21/2/17; Rcl n 31.882/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 28/9/18; Rcl n 31.883/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 25/9/18; Rcl n 31.880/GO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 24/9/18; Rcl n 28.242/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 20/9/18; Rcl n 31.497/PR, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 12/9/18; e Rcl n 30.972/PR, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 3/8/18. Ex positis, determino a devolução dos autos ao tribunal de origem para que proceda conforme as disposições acima consignadas (alínea c do inciso V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)’ (documento eletrônico 5). Inicialmente, destaco que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal - Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido da impossibilidade de impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de colegiado do próprio Tribunal. Além disso, esta Suprema Corte também já firmou orientação no sentido do não conhecimento de mandados de segurança contra decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Vejam-se os seguintes precedentes proferidos em casos análogos: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DE MINISTRO DO SUPREMO 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. ART. 543-B DO Código de Processo Civil/1973. NÃO CABIMENTO DO WRIT. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. É inadmissível mandado de segurança contra atos praticados por membros do Supremo Tribunal, no exercício da prestação jurisdicional, sejam eles proferidos por seus Ministros, monocraticamente, ou por seus órgãos colegiados. Precedentes: MS 31.019-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 16/6/2014 e RMS 31.214-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 14/12/2012. 2. Esta Suprema Corte já firmou orientação no sentido do não conhecimento de mandados de segurança contra decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Precedentes: MS 31.955-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 18/8/2014 e MS 28.379-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe 30/10/2014. 3. In casu, o ato impugnado foi praticado por membro do Supremo Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes, monocraticamente, nos autos do Recurso Extraordinário 603.213/AL. 4. Agravo regimental a que se NEGA PROVIMENTO’ (MS 33459 AgR/AL, Rel. Min. Luiz Fux). ‘AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. 1. Não cabe mandado de segurança contra decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal porque a competência para processar e julgar esta ação só lhe é outorgada para ‘proteger direito líquido e certo, quando a autoridade responsável pela ilegalidade ou abuso de poder estiver sob a jurisdição do Tribunal’ (Regimento, art. 200), cabendo lembrar que as decisões das Turmas, nos limites da sua competência, são decisões soberanas do próprio Tribunal (AGRMS n 20.469-MG, Rel. Min. SOARES MUÑOZ, in DJU de 30.11.84; MS n 20.378- DF, Rel. Min. ALFREDO BUZAID, in DJU de 31.05.85). Fundamento suficiente da decisão agravada não 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. ART. 543-B DO Código de Processo Civil/1973. NÃO CABIMENTO DO WRIT. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. É inadmissível mandado de segurança contra atos praticados por membros do Supremo Tribunal, no exercício da prestação jurisdicional, sejam eles proferidos por seus Ministros, monocraticamente, ou por seus órgãos colegiados. Precedentes: MS 31.019-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 16/6/2014 e RMS 31.214-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 14/12/2012. 2. Esta Suprema Corte já firmou orientação no sentido do não conhecimento de mandados de segurança contra decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Precedentes: MS 31.955-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 18/8/2014 e MS 28.379-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe 30/10/2014. 3. In casu, o ato impugnado foi praticado por membro do Supremo Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes, monocraticamente, nos autos do Recurso Extraordinário 603.213/AL. 4. Agravo regimental a que se NEGA PROVIMENTO’ (MS 33459 AgR/AL, Rel. Min. Luiz Fux). ‘AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. 1. Não cabe mandado de segurança contra decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal porque a competência para processar e julgar esta ação só lhe é outorgada para ‘proteger direito líquido e certo, quando a autoridade responsável pela ilegalidade ou abuso de poder estiver sob a jurisdição do Tribunal’ (Regimento, art. 200), cabendo lembrar que as decisões das Turmas, nos limites da sua competência, são decisões soberanas do próprio Tribunal (AGRMS n 20.469-MG, Rel. Min. SOARES MUÑOZ, in DJU de 30.11.84; MS n 20.378- DF, Rel. Min. ALFREDO BUZAID, in DJU de 31.05.85). Fundamento suficiente da decisão agravada não 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP impugnado no petição de agravo regimental. Precedente: AGRAG n 172.396-GO 2. Agravo regimental a que se nega provimento’ (MS 23224 AgR/PR, Rel. Min. Maurício Corrêa). ‘MANDADO DE SEGURANÇA - IMPETRAÇÃO CONTRA ATO DE CONTEÚDO JURISDICIONAL EMANADO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - INADMISSIBILIDADE - POSSIBILIDADE DE O RELATOR DA CAUSA, NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DELA NÃO CONHECER MEDIANTE DECISÃO MONOCRÁTICA - LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DESSE PODER PROCESSUAL DO RELATOR - INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO POSTULADO DA COLEGIALIDADE - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. DESCABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JURISDICIONAL EMANADO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. - Não cabe mandado de segurança contra julgamentos impregnados de conteúdo jurisdicional, não importando se monocráticos ou colegiados, proferidos no âmbito do Supremo Tribunal Federal. É que tais decisões, ainda quando emanadas de Ministro-Relator, somente serão suscetíveis de desconstituição mediante utilização dos recursos pertinentes, ou, tratando-se de pronunciamentos de mérito já transitados em julgado, mediante ajuizamento originário da pertinente ação rescisória. Precedentes. PODERES PROCESSUAIS DO MINISTRO-RELATOR E PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. - Assiste, ao Ministro-Relator, competência plena para exercer, monocraticamente, com fundamento nos poderes processuais de que dispõe, o controle de admissibilidade das ações, pedidos ou recursos dirigidos ao Supremo Tribunal Federal. Pode, em consequência, negar trânsito, em decisão monocrática, a ações, pedidos ou recursos, quando incabíveis, intempestivos, sem objeto ou, ainda, quando veicularem 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP impugnado no petição de agravo regimental. Precedente: AGRAG n 172.396-GO 2. Agravo regimental a que se nega provimento’ (MS 23224 AgR/PR, Rel. Min. Maurício Corrêa). ‘MANDADO DE SEGURANÇA - IMPETRAÇÃO CONTRA ATO DE CONTEÚDO JURISDICIONAL EMANADO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - INADMISSIBILIDADE - POSSIBILIDADE DE O RELATOR DA CAUSA, NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DELA NÃO CONHECER MEDIANTE DECISÃO MONOCRÁTICA - LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DESSE PODER PROCESSUAL DO RELATOR - INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO POSTULADO DA COLEGIALIDADE - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. DESCABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JURISDICIONAL EMANADO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. - Não cabe mandado de segurança contra julgamentos impregnados de conteúdo jurisdicional, não importando se monocráticos ou colegiados, proferidos no âmbito do Supremo Tribunal Federal. É que tais decisões, ainda quando emanadas de Ministro-Relator, somente serão suscetíveis de desconstituição mediante utilização dos recursos pertinentes, ou, tratando-se de pronunciamentos de mérito já transitados em julgado, mediante ajuizamento originário da pertinente ação rescisória. Precedentes. PODERES PROCESSUAIS DO MINISTRO-RELATOR E PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. - Assiste, ao Ministro-Relator, competência plena para exercer, monocraticamente, com fundamento nos poderes processuais de que dispõe, o controle de admissibilidade das ações, pedidos ou recursos dirigidos ao Supremo Tribunal Federal. Pode, em consequência, negar trânsito, em decisão monocrática, a ações, pedidos ou recursos, quando incabíveis, intempestivos, sem objeto ou, ainda, quando veicularem 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP pretensão incompatível com a jurisprudência predominante na Suprema Corte. Precedentes. - O reconhecimento dessa competência monocrática, deferida ao Relator da causa, não transgride o postulado da colegialidade, pois sempre caberá, para os órgãos colegiados do Supremo Tribunal Federal (Plenário e Turmas), recurso contra as decisões singulares que venham a ser proferidas por seus Juízes’ (MS 28097 AgR/DF, Rel.Min. Celso de Mello). No mesmo sentido, os seguintes precedentes: MS 23.572/MG, Rel. Min. Celso de Mello; MS 26.704/DF, Rel. Min. Celso de Mello; MS 21.734/DF, Rel. Min. Ilmar Galvão; MS 22.988/MS, Rel. Min. Carlos Velloso; MS 24.399/DF, Rel Min. Joaquim Barbosa; MS 25.070/DF, Rel. Min. Cezar Peluso; MS 30.599/PA, Rel. Min. Luiz Fux; MS 35.230/DF, Rel Min. Edson Fachin. [...] Isso posto, por ser incabível o presente mandado de segurança, nego-lhe seguimento (art. 21, § 1..., do RISTF)” (documento eletrônico 10). Não assiste razão à agravante. Conforme asseverado na decisão agravada, o Supremo Tribunal Federal – Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de Colegiado do próprio Tribunal, salvo nas hipóteses de teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante. No caso, não há tais excepcionalidades, uma vez que a jurisprudência da Corte firmou-se no sentido da irrecorribilidade da decisão em que determinada a devolução dos autos à origem para a aplicação de tema de repercussão geral. Confira-se: “Agravo interno em mandado de segurança. Ministro do Supremo Tribunal Federal. Petição avulsa em face de decisão que determinou a 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP pretensão incompatível com a jurisprudência predominante na Suprema Corte. Precedentes. - O reconhecimento dessa competência monocrática, deferida ao Relator da causa, não transgride o postulado da colegialidade, pois sempre caberá, para os órgãos colegiados do Supremo Tribunal Federal (Plenário e Turmas), recurso contra as decisões singulares que venham a ser proferidas por seus Juízes’ (MS 28097 AgR/DF, Rel.Min. Celso de Mello). No mesmo sentido, os seguintes precedentes: MS 23.572/MG, Rel. Min. Celso de Mello; MS 26.704/DF, Rel. Min. Celso de Mello; MS 21.734/DF, Rel. Min. Ilmar Galvão; MS 22.988/MS, Rel. Min. Carlos Velloso; MS 24.399/DF, Rel Min. Joaquim Barbosa; MS 25.070/DF, Rel. Min. Cezar Peluso; MS 30.599/PA, Rel. Min. Luiz Fux; MS 35.230/DF, Rel Min. Edson Fachin. [...] Isso posto, por ser incabível o presente mandado de segurança, nego-lhe seguimento (art. 21, § 1..., do RISTF)” (documento eletrônico 10). Não assiste razão à agravante. Conforme asseverado na decisão agravada, o Supremo Tribunal Federal – Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de mandado de segurança contra decisão de Ministro ou de Colegiado do próprio Tribunal, salvo nas hipóteses de teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante. No caso, não há tais excepcionalidades, uma vez que a jurisprudência da Corte firmou-se no sentido da irrecorribilidade da decisão em que determinada a devolução dos autos à origem para a aplicação de tema de repercussão geral. Confira-se: “Agravo interno em mandado de segurança. Ministro do Supremo Tribunal Federal. Petição avulsa em face de decisão que determinou a 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP devolução de Recurso Extraordinário ao tribunal de origem. Sistemática da repercussão geral. Irrecorribilidade. Processo incidental encerrado. Fundamentação. Ausência de teratologia. Agravo interno não provido. 1. Não há direito líquido e certo do impetrante de ter analisado o agravo regimental interposto em petição acessória a recurso extraordinário no bojo do qual se decidiu a celeuma (alegação de aplicação errônea da sistemática de repercussão geral, com devolução dos autos à origem). Com a apreciação da pretensão nos autos principais (Recurso Extraordinário n 593.709/RN), restou prejudicada a mesma discussão no processo incidental (Pet n 5.618/RN). 2. Ausência de teratologia na decisão judicial apontada como ato coator. É assente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de ser irrecorrível a decisão em que, com base no art. 328, parágrafo único, do RISTF, se determina a devolução dos autos ao Tribunal de origem para a observância da sistemática da repercussão geral, diante da inexistência de conteúdo decisório. Precedentes. 3. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão recorrida. 4. Agravo interno não provido” (MS 34.400-AgR Rel. Min. Dias Toffoli – grifei). “Agravo regimental em mandado de segurança. 2. Não cabe mandado de segurança contra ato jurisdicional de Ministro do Supremo Tribunal Federal. 3. Irrecorribilidade da decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (MS 28.982-AgR/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes). “AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 16.9.2016. ATO QUE DETERMINA A REMESSA DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM PARA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE CONTEÚDO DECISÓRIO. NÃO CABIMENTO DE RECURSO. 1. Nos termos 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP devolução de Recurso Extraordinário ao tribunal de origem. Sistemática da repercussão geral. Irrecorribilidade. Processo incidental encerrado. Fundamentação. Ausência de teratologia. Agravo interno não provido. 1. Não há direito líquido e certo do impetrante de ter analisado o agravo regimental interposto em petição acessória a recurso extraordinário no bojo do qual se decidiu a celeuma (alegação de aplicação errônea da sistemática de repercussão geral, com devolução dos autos à origem). Com a apreciação da pretensão nos autos principais (Recurso Extraordinário n 593.709/RN), restou prejudicada a mesma discussão no processo incidental (Pet n 5.618/RN). 2. Ausência de teratologia na decisão judicial apontada como ato coator. É assente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de ser irrecorrível a decisão em que, com base no art. 328, parágrafo único, do RISTF, se determina a devolução dos autos ao Tribunal de origem para a observância da sistemática da repercussão geral, diante da inexistência de conteúdo decisório. Precedentes. 3. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão recorrida. 4. Agravo interno não provido” (MS 34.400-AgR Rel. Min. Dias Toffoli – grifei). “Agravo regimental em mandado de segurança. 2. Não cabe mandado de segurança contra ato jurisdicional de Ministro do Supremo Tribunal Federal. 3. Irrecorribilidade da decisão que aplica a sistemática da repercussão geral. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (MS 28.982-AgR/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes). “AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 16.9.2016. ATO QUE DETERMINA A REMESSA DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM PARA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE CONTEÚDO DECISÓRIO. NÃO CABIMENTO DE RECURSO. 1. Nos termos 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 37893 AGR / SP da orientação firmada nesta Corte, não cabe recurso contra ato que determina a remessa dos autos ao tribunal de origem para aplicação da sistemática da repercussão geral. 2. Determinação da imediata remessa dos autos à origem. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 964.717-ED-AgR/RJ, Rel. Min. Edson Fachin). Assim, bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada não merece reforma, visto que a recorrente não aduz argumentos capazes de afastar as razões expendidas. Deve, assim, ser mantida por seus próprios fundamentos. Isso posto, nego provimento ao agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Supremo Tribunal Federal MS 37893 AGR / SP da orientação firmada nesta Corte, não cabe recurso contra ato que determina a remessa dos autos ao tribunal de origem para aplicação da sistemática da repercussão geral. 2. Determinação da imediata remessa dos autos à origem. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 964.717-ED-AgR/RJ, Rel. Min. Edson Fachin). Assim, bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada não merece reforma, visto que a recorrente não aduz argumentos capazes de afastar as razões expendidas. Deve, assim, ser mantida por seus próprios fundamentos. Isso posto, nego provimento ao agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B077-C77E-24B5-4184 e senha 0BF5-1CFC-08F8-E323 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Extrato de Ata - 21/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE.(S) : ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) : WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO (372572/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Falou, pela agravante, o Dr. Willian Artale da Silva Agudo. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 630E-B9E3-AC5B-68BD e senha 9CE7-93EC-EAC4-1A66 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.893 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE.(S) : ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA ADV.(A/S) : WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO (372572/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Falou, pela agravante, o Dr. Willian Artale da Silva Agudo. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 630E-B9E3-AC5B-68BD e senha 9CE7-93EC-EAC4-1A66 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
{ "JURISPRUDENCIA": [ "MS 37893 AGR / SP", "MS 37893 AGR / SP", "ARE 1 . 320 . 843 / SP", "ARE 1 . 320 . 843 / SP", "MS 37893", "Rcl n 25 . 078 / SP - AgR", "Rcl n 31 . 882 / GO", "Rcl n 31 . 883 / GO", "Rcl n 31 . 880 / GO", "Rcl n 28 . 242 / MG", "Rcl n 31 . 497 / PR", "Rcl n 30 . 972 / PR", "MS 37893 AGR / SP", "Rcl n 25 . 078 / SP - AgR", "Rcl n 31 . 882 / GO", "Rcl n 31 . 883 / GO", "Rcl n 31 . 880 / GO", "Rcl n 28 . 242 / MG", "Rcl n 31 . 497 / PR", "Rcl n 30 . 972 / PR", "MS 37893", "MS 31 . 019 - AgR", "RMS 31 . 214 -", "AgR", "MS 31 . 955 - AgR", "MS 28 . 379 - AgR", "Recurso Extraordinário 603 . 213 / AL", "MS 33459 AgR / AL", "AGRMS n 20 . 469 - MG", "MS n 20 . 378 - DF", "MS 37893 AGR / SP", "MS 31 . 019 - AgR", "RMS 31 . 214 - AgR", "MS 31 . 955 - AgR", "MS 28 . 379 - AgR", "Recurso Extraordinário 603 . 213 / AL", "MS 33459 AgR / AL", "AGRMS n 20 . 469 - MG", "MS n 20 . 378 - DF", "MS 37893", "AGRAG n 172 . 396 - GO", "MS 23224 AgR / PR", "MS 37893 AGR / SP", "AGRAG n 172 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200 - 2 / 2001", "art . 1 . 042 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 042 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 030 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 1 . 042 , caput , do Código de Processo Civil", "alínea c do inciso V do art . 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 030 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 1 . 042 , caput , do Código de Processo Civil", "alínea c do inciso V do art . 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 543 - B DO Código de Processo Civil / 1973", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 543 - B DO Código de Processo Civil / 1973", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 21 , § 1 . . . , do RISTF", 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ARTALE DA SILVA", "Ricardo Lewandowski", "RICARDO LEWANDOWSKI", "Ricardo Lewandowski", "Ricardo Lewandowski", "RICARDO LEWANDOWSKI", "Dias Toffoli", "Ricardo Lewandowski", "Gilmar Mendes", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Edson Fachin", "Dias Toffoli", "Ricardo Lewandowski", "Gilmar Mendes", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Edson Fachin", "RICARDO LEWANDOWSKI", "Luiz Fux", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "Celso de Mello", "Gilmar Mendes", "Luiz Fux", "SOARES MUÑOZ", "ALFREDO BUZAID", "Luiz Fux", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "Celso de Mello", "Gilmar Mendes", "Luiz Fux", "SOARES MUÑOZ", "ALFREDO BUZAID", "RICARDO LEWANDOWSKI", "Maurício Corrêa", "Maurício Corrêa", "RICARDO LEWANDOWSKI", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "Ilmar Galvão", "Carlos Velloso", "Joaquim Barbosa", "Cezar Peluso", "Luiz Fux", "Edson Fachin", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "Ilmar Galvão", "Carlos Velloso", "Joaquim Barbosa", "Cezar Peluso", "Luiz Fux", "Edson Fachin", "RICARDO LEWANDOWSKI", "Dias Toffoli", "Gilmar Mendes", "Dias Toffoli", "Gilmar Mendes", "RICARDO LEWANDOWSKI", "Edson Fachin", "Edson Fachin", "RICARDO LEWANDOWSKI", "ROSA MARIANO DA SILVA", "WILLIAN ARTALE DA SILVA", "Willian Artale da Silva Agudo", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "RICARDO LEWANDOWSKI", "ETELVINA ROSA MARIANO DA SILVA", "WILLIAN ARTALE DA SILVA AGUDO", "Willian Artale da Silva Agudo", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21 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Ementa e Acórdão 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) :LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA HABEAS CORPUS – INSTÂNCIA – SUPRESSÃO. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. PENA – EXECUÇÃO – FALTA GRAVE. Desobediência a ordem expressa de servidor configura falta disciplinar de natureza grave – artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II, da Lei nº 7.210/1984. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o recurso ordinário em habeas corpus, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 11 a 18 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 21 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3675-18B7-201A-555C e senha 2AE4-A073-D41E-F3D4 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Relatório 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) :LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Rafael Ferreira de Souza: O Juízo da Quinta Vara de Execuções Criminais da Comarca da São Paulo/SP, no processo de execução nº 782.252, ante falta grave, versada no artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II (inobservar o dever de obediência a servidor) da Lei de Execuções Penais, determinou a perda de 1/3 dos dias remidos, destacando a reprovabilidade da conduta. A Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça desproveu agravo em execução. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus nº 533.904/SP. A Quinta Turma negou provimento a agravo. O recorrente sustenta constrangimento ilegal oriundo do reconhecimento da falta grave. Sublinha enquadrar-se a conduta como falta de natureza média. Alude a procedimentos administrativos relacionados a detentos da Penitenciária I de Avaré/SP, no que absolvidos ou punidos de forma menos gravosa, considerada idêntica infração disciplinar. Busca a desclassificação da conduta imputada ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C77B-8966-F481-7691 e senha 1182-05BE-6091-238C Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) :LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Rafael Ferreira de Souza: O Juízo da Quinta Vara de Execuções Criminais da Comarca da São Paulo/SP, no processo de execução nº 782.252, ante falta grave, versada no artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II (inobservar o dever de obediência a servidor) da Lei de Execuções Penais, determinou a perda de 1/3 dos dias remidos, destacando a reprovabilidade da conduta. A Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça desproveu agravo em execução. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus nº 533.904/SP. A Quinta Turma negou provimento a agravo. O recorrente sustenta constrangimento ilegal oriundo do reconhecimento da falta grave. Sublinha enquadrar-se a conduta como falta de natureza média. Alude a procedimentos administrativos relacionados a detentos da Penitenciária I de Avaré/SP, no que absolvidos ou punidos de forma menos gravosa, considerada idêntica infração disciplinar. Busca a desclassificação da conduta imputada ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C77B-8966-F481-7691 e senha 1182-05BE-6091-238C Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório RHC 179062 / SP recorrente para falta disciplinar média. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo não conhecimento do recurso, dizendo não analisada, no Superior Tribunal de Justiça, a causa de pedir veiculada na manifestação do inconformismo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C77B-8966-F481-7691 e senha 1182-05BE-6091-238C Supremo Tribunal Federal RHC 179062 / SP recorrente para falta disciplinar média. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo não conhecimento do recurso, dizendo não analisada, no Superior Tribunal de Justiça, a causa de pedir veiculada na manifestação do inconformismo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C77B-8966-F481-7691 e senha 1182-05BE-6091-238C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcede a preliminar veiculada pela Procuradoria-Geral da República. O princípio da vedação da supressão de instância há de ser tomado com reserva em se tratando de impetração. Visa beneficiar a parte, e esta, no habeas corpus, é unicamente o paciente, personificado pelo impetrante. A publicação da decisão atacada ocorreu em 28 de outubro de 2019 e a manifestação do inconformismo em 4 de novembro seguinte. Eis o teor do artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II, da Lei nº 7.210/1984: […] Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. Art. 39. Constituem deveres do condenado: II – obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; […] O Juízo, ao determinar a perda de 1/3 dos dias remidos – volume nº 1, folha 131 a 134 –, assentou verificada falta grave, referindo-se a dados coligidos em procedimento disciplinar. Destacou as manifestações do Ministério Público e da defesa, salientando realizada inquirição do reeducando, no que negou a autoria dos fatos. Fez ver que o recorrente, durante procedimento de revista, em 29 de agosto de 2017, se recusou a cumprir a ordem do agente penitenciário de colocar as mãos na cabeça e seguir em direção à cela de contenção. Aludiu ao artigo 57 da Lei nº 7.210/1984, levando em conta a gravidade e os contornos da conduta. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D3C-0FB0-65BB-031F e senha 8719-6BCB-060F-DDD9 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcede a preliminar veiculada pela Procuradoria-Geral da República. O princípio da vedação da supressão de instância há de ser tomado com reserva em se tratando de impetração. Visa beneficiar a parte, e esta, no habeas corpus, é unicamente o paciente, personificado pelo impetrante. A publicação da decisão atacada ocorreu em 28 de outubro de 2019 e a manifestação do inconformismo em 4 de novembro seguinte. Eis o teor do artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II, da Lei nº 7.210/1984: […] Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. Art. 39. Constituem deveres do condenado: II – obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; […] O Juízo, ao determinar a perda de 1/3 dos dias remidos – volume nº 1, folha 131 a 134 –, assentou verificada falta grave, referindo-se a dados coligidos em procedimento disciplinar. Destacou as manifestações do Ministério Público e da defesa, salientando realizada inquirição do reeducando, no que negou a autoria dos fatos. Fez ver que o recorrente, durante procedimento de revista, em 29 de agosto de 2017, se recusou a cumprir a ordem do agente penitenciário de colocar as mãos na cabeça e seguir em direção à cela de contenção. Aludiu ao artigo 57 da Lei nº 7.210/1984, levando em conta a gravidade e os contornos da conduta. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D3C-0FB0-65BB-031F e senha 8719-6BCB-060F-DDD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 179062 / SP O Tribunal de Justiça, no acórdão formalizado no agravo em execução – volume nº 1, folha 39 – proclamou correto o entendimento do Juízo. Concluiu demonstrada subversão da ordem e da disciplina no estabelecimento prisional. Realçou exercer o recorrente, junto a outros onze detentos, liderança negativa sobre os demais presos, tendo como justificada a caracterização da falta grave. Afastou o argumento de haver sido a sanção imposta coletivamente, ressaltando individualizada a conduta, considerados depoimentos de agentes públicos. Atendeu-se ao figurino legal. Conheço e desprovejo o recurso. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D3C-0FB0-65BB-031F e senha 8719-6BCB-060F-DDD9 Supremo Tribunal Federal RHC 179062 / SP O Tribunal de Justiça, no acórdão formalizado no agravo em execução – volume nº 1, folha 39 – proclamou correto o entendimento do Juízo. Concluiu demonstrada subversão da ordem e da disciplina no estabelecimento prisional. Realçou exercer o recorrente, junto a outros onze detentos, liderança negativa sobre os demais presos, tendo como justificada a caracterização da falta grave. Afastou o argumento de haver sido a sanção imposta coletivamente, ressaltando individualizada a conduta, considerados depoimentos de agentes públicos. Atendeu-se ao figurino legal. Conheço e desprovejo o recurso. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D3C-0FB0-65BB-031F e senha 8719-6BCB-060F-DDD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto Vogal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) :LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4944-FF5A-B702-0D0B e senha C3D5-FE31-0D5F-3CF3 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) :LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4944-FF5A-B702-0D0B e senha C3D5-FE31-0D5F-3CF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) : LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA (277006/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber. Primeira Turma, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDD2-9B94-F0C2-79DB e senha 5BB4-4386-AA63-9941 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) : LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA (277006/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber. Primeira Turma, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDD2-9B94-F0C2-79DB e senha 5BB4-4386-AA63-9941 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756268302
2021-06-21T00:00:00
2021-06-25T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber. Primeira Turma, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
HABEAS CORPUS – INSTÂNCIA – SUPRESSÃO. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. PENA – EXECUÇÃO – FALTA GRAVE. Desobediência a ordem expressa de servidor configura falta disciplinar de natureza grave – artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II, da Lei nº 7.210/1984.
sjur449439
Número de páginas: 7. Análise: 12/01/2022, ABO.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
179062
[ "LEG-FED LEI-007210 ANO-1984\n ART-00039 INC-00002 ART-00050 INC-00006\n ART-00057\n LEP-1984 LEI DE EXECUÇÃO PENAL" ]
RHC
acordaos
RHC 179062
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RECTE.(S) : RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) : LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) :LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA HABEAS CORPUS – INSTÂNCIA – SUPRESSÃO. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. PENA – EXECUÇÃO – FALTA GRAVE. Desobediência a ordem expressa de servidor configura falta disciplinar de natureza grave – artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II, da Lei n 7.210/1984. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o recurso ordinário em habeas corpus, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 11 a 18 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 21 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3675-18B7-201A-555C e senha 2AE4-A073-D41E-F3D4 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Relatório 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) :LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Rafael Ferreira de Souza: O Juízo da Quinta Vara de Execuções Criminais da Comarca da São Paulo/SP, no processo de execução n 782.252, ante falta grave, versada no artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II (inobservar o dever de obediência a servidor) da Lei de Execuções Penais, determinou a perda de 1/3 dos dias remidos, destacando a reprovabilidade da conduta. A Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça desproveu agravo em execução. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus n 533.904/SP. A Quinta Turma negou provimento a agravo. O recorrente sustenta constrangimento ilegal oriundo do reconhecimento da falta grave. Sublinha enquadrar-se a conduta como falta de natureza média. Alude a procedimentos administrativos relacionados a detentos da Penitenciária I de Avaré/SP, no que absolvidos ou punidos de forma menos gravosa, considerada idêntica infração disciplinar. Busca a desclassificação da conduta imputada ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C77B-8966-F481-7691 e senha 1182-05BE-6091-238C Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) :LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Rafael Ferreira de Souza: O Juízo da Quinta Vara de Execuções Criminais da Comarca da São Paulo/SP, no processo de execução n 782.252, ante falta grave, versada no artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II (inobservar o dever de obediência a servidor) da Lei de Execuções Penais, determinou a perda de 1/3 dos dias remidos, destacando a reprovabilidade da conduta. A Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça desproveu agravo em execução. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus n 533.904/SP. A Quinta Turma negou provimento a agravo. O recorrente sustenta constrangimento ilegal oriundo do reconhecimento da falta grave. Sublinha enquadrar-se a conduta como falta de natureza média. Alude a procedimentos administrativos relacionados a detentos da Penitenciária I de Avaré/SP, no que absolvidos ou punidos de forma menos gravosa, considerada idêntica infração disciplinar. Busca a desclassificação da conduta imputada ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C77B-8966-F481-7691 e senha 1182-05BE-6091-238C Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório RHC 179062 / SP recorrente para falta disciplinar média. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo não conhecimento do recurso, dizendo não analisada, no Superior Tribunal de Justiça, a causa de pedir veiculada na manifestação do inconformismo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C77B-8966-F481-7691 e senha 1182-05BE-6091-238C Supremo Tribunal Federal RHC 179062 / SP recorrente para falta disciplinar média. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo não conhecimento do recurso, dizendo não analisada, no Superior Tribunal de Justiça, a causa de pedir veiculada na manifestação do inconformismo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C77B-8966-F481-7691 e senha 1182-05BE-6091-238C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcede a preliminar veiculada pela Procuradoria-Geral da República. O princípio da vedação da supressão de instância há de ser tomado com reserva em se tratando de impetração. Visa beneficiar a parte, e esta, no habeas corpus, é unicamente o paciente, personificado pelo impetrante. A publicação da decisão atacada ocorreu em 28 de outubro de 2019 e a manifestação do inconformismo em 4 de novembro seguinte. Eis o teor do artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II, da Lei n 7.210/1984: […] Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. Art. 39. Constituem deveres do condenado: II – obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; […] O Juízo, ao determinar a perda de 1/3 dos dias remidos – volume n 1, folha 131 a 134 –, assentou verificada falta grave, referindo-se a dados coligidos em procedimento disciplinar. Destacou as manifestações do Ministério Público e da defesa, salientando realizada inquirição do reeducando, no que negou a autoria dos fatos. Fez ver que o recorrente, durante procedimento de revista, em 29 de agosto de 2017, se recusou a cumprir a ordem do agente penitenciário de colocar as mãos na cabeça e seguir em direção à cela de contenção. Aludiu ao artigo 57 da Lei n 7.210/1984, levando em conta a gravidade e os contornos da conduta. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D3C-0FB0-65BB-031F e senha 8719-6BCB-060F-DDD9 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcede a preliminar veiculada pela Procuradoria-Geral da República. O princípio da vedação da supressão de instância há de ser tomado com reserva em se tratando de impetração. Visa beneficiar a parte, e esta, no habeas corpus, é unicamente o paciente, personificado pelo impetrante. A publicação da decisão atacada ocorreu em 28 de outubro de 2019 e a manifestação do inconformismo em 4 de novembro seguinte. Eis o teor do artigo 50, inciso VI, combinado com o artigo 39, inciso II, da Lei n 7.210/1984: […] Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. Art. 39. Constituem deveres do condenado: II – obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; […] O Juízo, ao determinar a perda de 1/3 dos dias remidos – volume n 1, folha 131 a 134 –, assentou verificada falta grave, referindo-se a dados coligidos em procedimento disciplinar. Destacou as manifestações do Ministério Público e da defesa, salientando realizada inquirição do reeducando, no que negou a autoria dos fatos. Fez ver que o recorrente, durante procedimento de revista, em 29 de agosto de 2017, se recusou a cumprir a ordem do agente penitenciário de colocar as mãos na cabeça e seguir em direção à cela de contenção. Aludiu ao artigo 57 da Lei n 7.210/1984, levando em conta a gravidade e os contornos da conduta. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D3C-0FB0-65BB-031F e senha 8719-6BCB-060F-DDD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 179062 / SP O Tribunal de Justiça, no acórdão formalizado no agravo em execução – volume n 1, folha 39 – proclamou correto o entendimento do Juízo. Concluiu demonstrada subversão da ordem e da disciplina no estabelecimento prisional. Realçou exercer o recorrente, junto a outros onze detentos, liderança negativa sobre os demais presos, tendo como justificada a caracterização da falta grave. Afastou o argumento de haver sido a sanção imposta coletivamente, ressaltando individualizada a conduta, considerados depoimentos de agentes públicos. Atendeu-se ao figurino legal. Conheço e desprovejo o recurso. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D3C-0FB0-65BB-031F e senha 8719-6BCB-060F-DDD9 Supremo Tribunal Federal RHC 179062 / SP O Tribunal de Justiça, no acórdão formalizado no agravo em execução – volume n 1, folha 39 – proclamou correto o entendimento do Juízo. Concluiu demonstrada subversão da ordem e da disciplina no estabelecimento prisional. Realçou exercer o recorrente, junto a outros onze detentos, liderança negativa sobre os demais presos, tendo como justificada a caracterização da falta grave. Afastou o argumento de haver sido a sanção imposta coletivamente, ressaltando individualizada a conduta, considerados depoimentos de agentes públicos. Atendeu-se ao figurino legal. Conheço e desprovejo o recurso. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D3C-0FB0-65BB-031F e senha 8719-6BCB-060F-DDD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto Vogal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) :LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4944-FF5A-B702-0D0B e senha C3D5-FE31-0D5F-3CF3 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) :LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4944-FF5A-B702-0D0B e senha C3D5-FE31-0D5F-3CF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) : LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA (277006/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber. Primeira Turma, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDD2-9B94-F0C2-79DB e senha 5BB4-4386-AA63-9941 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179.062 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : RONALDO SEVERINO DA SILVA ADV.(A/S) : LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA (277006/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber. Primeira Turma, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDD2-9B94-F0C2-79DB e senha 5BB4-4386-AA63-9941 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179 . 062", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179 . 062", "habeas corpus n 533 . 904 / SP", "RECURSO", "habeas corpus n 533 . 904 / SP", "RHC", "RHC", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179 . 062", "RECURSO", "HABEAS CORPUS 179 . 062 SÃO", "RHC 179062 / SP", "RHC 179062 / SP", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 179 . 062" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 50 , inciso VI ,", "artigo 39 , inciso II , da Lei n 7 . 210 / 1984", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 50 ,", "artigo 39 , inciso II", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 50 , inciso", "artigo 39 , inciso II", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 50 , inciso VI , combinado com o", "artigo 39 , inciso II , da Lei n 7 . 210 / 1984", "artigo 57 da Lei n 7 . 210 / 1984", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 50 , inciso", "artigo 39 , inciso II , da Lei n 7 . 210 / 1984", "artigo 57 da Lei n 7 . 210 / 1984", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "Brasília", "SÃO PAULO", "Penitenciária I de Avaré / SP", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma do", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Quinta Vara de Execuções Criminais da Comarca da São Paulo / SP", "Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Quinta Vara de Execuções Criminais da Comarca da São Paulo / SP", "Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Penitenciária I de Avaré / SP", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "RONALDO SEVERINO DA SILVA", "LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "RONALDO SEVERINO DA SILVA", "LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA", "MARCO AURÉLIO", "Rafael Ferreira de Souza", "MARCO AURÉLIO", "RONALDO SEVERINO DA SILVA", "LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA", "MARCO AURÉLIO", "Rafael Ferreira de Souza", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "RONALDO SEVERINO DA SILVA", "LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA", "Rosa Weber", "MARCO AURÉLIO", "RONALDO SEVERINO DA SILVA", "LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA", "Rosa Weber", "MARCO AURÉLIO", "RONALDO SEVERINO DA SILVA", "LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA", "Rosa Weber", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "RONALDO SEVERINO DA SILVA", "LEONARDO VINICIUS OLIVEIRA DA SILVA", "Rosa Weber", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "21", "/", "06", "/", "2021", "11", "21 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "28 de outubro de 2019", "4 de novembro", "29 de agosto de 2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "28 de outubro de 2019", "4 de novembro seguinte", "29 de agosto de 2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "11", ".", "6", ".", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11", ".", "6", ".", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) :MARCELO BRAGA RIOS ADV.(A/S) :RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE EMENTA Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário. Direito Tributário. ISS. Instituição financeira e equiparadas. Lista anexa ao DL nº 406/67. Enquadramento das atividades. Legislação infraconstitucional. Afronta reflexa. Fatos e provas. Súmula nº 279/STF. 1. Para se ultrapassar o entendimento firmado pelo Tribunal de origem acerca do enquadramento das atividades realizadas pela parte agravante nas exceções previstas em itens da lista anexa à legislação complementar, para fins de incidência do ISS, seria necessário o reexame da causa à luz da legislação infraconstitucional e das provas dos autos (Súmula nº 279/STF), o que não é cabível em sede de recurso extraordinário. 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento), nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC. 3. Majoração da verba honorária em valor equivalente a 10% (dez por cento) do total daquela já fixada (art. 85, §§ 2º, 3º e 11, do CPC), observada a eventual concessão do benefício da gratuidade da justiça. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CAB-9508-0901-C435 e senha C238-41E0-5D3D-7993 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão RE 590121 ED-AGR / MG Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 11 a 18/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo, com aplicação da multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), determinando que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CAB-9508-0901-C435 e senha C238-41E0-5D3D-7993 Supremo Tribunal Federal RE 590121 ED-AGR / MG Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 11 a 18/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo, com aplicação da multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), determinando que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CAB-9508-0901-C435 e senha C238-41E0-5D3D-7993 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) :MARCELO BRAGA RIOS ADV.(A/S) :RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Amaril Franklin Corretora de Títulos e Valores Ltda. interpõe tempestivo agravo regimental contra decisão mediante a qual rejeitei os embargos de declaração, por ausência de qualquer dos requisitos constantes do art. 1.022 e incisos do Código de Processo Civil. A parte agravante sustenta que, na condição de instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central, ajuizou ação declaratória no Tribunal de origem e informou o enquadramento de seus serviços nos itens 44, 46 e 56 da lista de serviços anexa ao DL nº 406/68 e à LC nº 56/87. Afirma, ademais, que o Município de Belo Horizonte jamais questionou o referido enquadramento. Aduz que “a controvérsia girou em torno apenas da constitucionalidade ou não das exceções constantes dos itens 44, 46 e 56 da lista de serviços da lei complementar”. Alega que resta definir apenas se as exceções previstas nos itens 44, 46 e 56 da LC 56/87 foram ou não recepcionadas pela Constituição Federal. Em razão da celeridade processual e da ausência de prejuízo para a parte contrária, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F549-5D6B-93D3-DF53 e senha B62F-518B-4D66-E3B2 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) :MARCELO BRAGA RIOS ADV.(A/S) :RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Amaril Franklin Corretora de Títulos e Valores Ltda. interpõe tempestivo agravo regimental contra decisão mediante a qual rejeitei os embargos de declaração, por ausência de qualquer dos requisitos constantes do art. 1.022 e incisos do Código de Processo Civil. A parte agravante sustenta que, na condição de instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central, ajuizou ação declaratória no Tribunal de origem e informou o enquadramento de seus serviços nos itens 44, 46 e 56 da lista de serviços anexa ao DL nº 406/68 e à LC nº 56/87. Afirma, ademais, que o Município de Belo Horizonte jamais questionou o referido enquadramento. Aduz que “a controvérsia girou em torno apenas da constitucionalidade ou não das exceções constantes dos itens 44, 46 e 56 da lista de serviços da lei complementar”. Alega que resta definir apenas se as exceções previstas nos itens 44, 46 e 56 da LC 56/87 foram ou não recepcionadas pela Constituição Federal. Em razão da celeridade processual e da ausência de prejuízo para a parte contrária, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F549-5D6B-93D3-DF53 e senha B62F-518B-4D66-E3B2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): O recurso não merece prosperar. Esta Corte, no julgamento do RE nº 784.439/DF (Tema nº 296 da repercussão geral), decidiu ser taxativa a lista de serviços anexa à lei complementar de normas gerais em matéria de ISS, “admitindo-se, contudo, a incidência do tributo sobre as atividades inerentes aos serviços elencados em lei em razão da interpretação extensiva”. Na mesma assentada, o Plenário ratificou seu entendimento de que o enquadramento feito pelo Tribunal local de determinadas atividades em itens da lista de serviços sujeitos ao ISS não pode ser revisto pelo Supremo Tribunal Federal, sendo que eventual violação da Constituição Federal seria reflexa e demandaria a revaloração das provas produzidas no processo. A parte agravante pretende não se submeter ao recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza que incide sobre as atividades que ela realiza, as quais estariam enquadradas na exceção prevista nos itens 44, 46 e 56 da lista anexa ao DL nº 406/68, modificada pela LC nº 56/87, dada sua condição de instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central. O Tribunal de origem assentou, peremptoriamente, que os serviços “adjacentes ou acessórios” das operações praticadas pelas instituições financeiras, desde que não fossem tributados por meio do IOF, se sujeitariam ao ISS, conforme trecho do acórdão dos embargos de declaração em que se reanalisou a matéria de fundo: “No caso, os serviços adjacentes ou acessórios das operações praticadas pelas instituições financeiras, desde que não tributados pela União, especialmente através do IOF, por certo que serão alcançados pelo ISSQN, máxime porque Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): O recurso não merece prosperar. Esta Corte, no julgamento do RE nº 784.439/DF (Tema nº 296 da repercussão geral), decidiu ser taxativa a lista de serviços anexa à lei complementar de normas gerais em matéria de ISS, “admitindo-se, contudo, a incidência do tributo sobre as atividades inerentes aos serviços elencados em lei em razão da interpretação extensiva”. Na mesma assentada, o Plenário ratificou seu entendimento de que o enquadramento feito pelo Tribunal local de determinadas atividades em itens da lista de serviços sujeitos ao ISS não pode ser revisto pelo Supremo Tribunal Federal, sendo que eventual violação da Constituição Federal seria reflexa e demandaria a revaloração das provas produzidas no processo. A parte agravante pretende não se submeter ao recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza que incide sobre as atividades que ela realiza, as quais estariam enquadradas na exceção prevista nos itens 44, 46 e 56 da lista anexa ao DL nº 406/68, modificada pela LC nº 56/87, dada sua condição de instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central. O Tribunal de origem assentou, peremptoriamente, que os serviços “adjacentes ou acessórios” das operações praticadas pelas instituições financeiras, desde que não fossem tributados por meio do IOF, se sujeitariam ao ISS, conforme trecho do acórdão dos embargos de declaração em que se reanalisou a matéria de fundo: “No caso, os serviços adjacentes ou acessórios das operações praticadas pelas instituições financeiras, desde que não tributados pela União, especialmente através do IOF, por certo que serão alcançados pelo ISSQN, máxime porque Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI RE 590121 ED-AGR / MG arrolados não só na Lei Complementar como na Legislação Municipal. Especificamente quanto aos itens 44, 46 e 56, faço as seguintes considerações: Item 44 - Administração do Fundo de Investimento Aprioristicamente, os fundos administram bens de terceiros e, nessa qualidade, têm remuneração comissionada a título de taxa de administração, através de operações em agências bancárias para movimentação de conta corrente, recebendo extratos, regulamentos, orientações sobre aplicações, resgates, transferências, etc. A incidência do encargo municipal somente ocorre em razão da taxa recebida pela prestação do serviço de administração. Item 46 - Agenciamento, Corretagem ou Intermediação de Quaisquer Títulos O crédito tributário se refere a receitas oriundas de tarifas, comissões e corretagens cobradas pela prestação de serviços de colocação de títulos e valores mobiliários por conta e ordem de terceiros, cujos serviços estão previstos no Manual de Normas e Instruções - MNI e consta do Plano Contábil das Instituições Financeiras - COSIF, editadas pelo BACEN e constantes da Lista de Serviços da municipalidade. Item 56 - Serviços de Custódia Sobre o fato da hipótese de isenção sobre referida operação não ter sido recepcionada pela Carta Maior e, com isto, sendo revogada pela Legislação Municipal, dá lugar ao fato da exação do ISSQN não incidir sobre os depósitos, mas sobre a taxa de custódia, que é um serviço acessório” (e-Doc 28, p.623-627). Dessa forma, a partir das balizas delineadas no acórdão recorrido, analisar se as atividades que foram objeto da incidência do ISS estariam abarcadas nas exceções previstas nos referidos itens da lista anexa ao DL nº 406/68 e à LC nº 56/87 demandaria novo exame da causa à luz da legislação infraconstitucional de regência, bem como dos fatos e das 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Supremo Tribunal Federal RE 590121 ED-AGR / MG arrolados não só na Lei Complementar como na Legislação Municipal. Especificamente quanto aos itens 44, 46 e 56, faço as seguintes considerações: Item 44 - Administração do Fundo de Investimento Aprioristicamente, os fundos administram bens de terceiros e, nessa qualidade, têm remuneração comissionada a título de taxa de administração, através de operações em agências bancárias para movimentação de conta corrente, recebendo extratos, regulamentos, orientações sobre aplicações, resgates, transferências, etc. A incidência do encargo municipal somente ocorre em razão da taxa recebida pela prestação do serviço de administração. Item 46 - Agenciamento, Corretagem ou Intermediação de Quaisquer Títulos O crédito tributário se refere a receitas oriundas de tarifas, comissões e corretagens cobradas pela prestação de serviços de colocação de títulos e valores mobiliários por conta e ordem de terceiros, cujos serviços estão previstos no Manual de Normas e Instruções - MNI e consta do Plano Contábil das Instituições Financeiras - COSIF, editadas pelo BACEN e constantes da Lista de Serviços da municipalidade. Item 56 - Serviços de Custódia Sobre o fato da hipótese de isenção sobre referida operação não ter sido recepcionada pela Carta Maior e, com isto, sendo revogada pela Legislação Municipal, dá lugar ao fato da exação do ISSQN não incidir sobre os depósitos, mas sobre a taxa de custódia, que é um serviço acessório” (e-Doc 28, p.623-627). Dessa forma, a partir das balizas delineadas no acórdão recorrido, analisar se as atividades que foram objeto da incidência do ISS estariam abarcadas nas exceções previstas nos referidos itens da lista anexa ao DL nº 406/68 e à LC nº 56/87 demandaria novo exame da causa à luz da legislação infraconstitucional de regência, bem como dos fatos e das 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI RE 590121 ED-AGR / MG provas dos autos. A afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria meramente reflexa ou indireta, incidindo no caso, ademais, a Súmula nº 279/STF. Nesse sentido, vide: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário. 3. Imposto Sobre Serviços. Agenciamento e corretagem de títulos. 4 Item 10.02 da Lista Anexa da Lei Complementar 116/03. 5. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Necessidade de reexame do acervo probatório. Súmulas 279 e 280 do STF. Precedentes. 6. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 7. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE nº 955.358-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 10/10/17). “AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. INTERMEDIAÇÃO EM ATIVIDADE SUJEITA À FISCALIZAÇÃO DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. CONTROVÉRSIA SOBRE O ENQUADRAMENTO DO SERVIÇO DESEMPENHADO PELA CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO CONSTITUCIONAL. SÚMULA 279/STF. A controvérsia sobre o enquadramento da atividade desempenhada pelo contribuinte para fins de incidência do ISS demanda o exame da legislação infraconstitucional pertinente à hipótese (Lei Complementar nº 56/1987) e do acervo probatório constante dos autos, providência vedada nesta via processual. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº 641.314-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 22/8/14). Vide que a mesma solução foi dada pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Resp nº 887.105/MG, ao entender que “o exame do enquadramento das atividades desempenhadas pela instituição bancária na Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406/68 demanda o reexame do conteúdo fático probatório dos autos, insindicável por esta Corte em 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Supremo Tribunal Federal RE 590121 ED-AGR / MG provas dos autos. A afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria meramente reflexa ou indireta, incidindo no caso, ademais, a Súmula nº 279/STF. Nesse sentido, vide: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário. 3. Imposto Sobre Serviços. Agenciamento e corretagem de títulos. 4 Item 10.02 da Lista Anexa da Lei Complementar 116/03. 5. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Necessidade de reexame do acervo probatório. Súmulas 279 e 280 do STF. Precedentes. 6. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 7. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE nº 955.358-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 10/10/17). “AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. INTERMEDIAÇÃO EM ATIVIDADE SUJEITA À FISCALIZAÇÃO DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. CONTROVÉRSIA SOBRE O ENQUADRAMENTO DO SERVIÇO DESEMPENHADO PELA CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO CONSTITUCIONAL. SÚMULA 279/STF. A controvérsia sobre o enquadramento da atividade desempenhada pelo contribuinte para fins de incidência do ISS demanda o exame da legislação infraconstitucional pertinente à hipótese (Lei Complementar nº 56/1987) e do acervo probatório constante dos autos, providência vedada nesta via processual. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº 641.314-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 22/8/14). Vide que a mesma solução foi dada pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Resp nº 887.105/MG, ao entender que “o exame do enquadramento das atividades desempenhadas pela instituição bancária na Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406/68 demanda o reexame do conteúdo fático probatório dos autos, insindicável por esta Corte em 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI RE 590121 ED-AGR / MG sede de recurso especial, ante a incidência da Súmula 7/STJ”. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental e, caso seja unânime a votação, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 1% (dois por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do novo CPC. Determino que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do novo Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Supremo Tribunal Federal RE 590121 ED-AGR / MG sede de recurso especial, ante a incidência da Súmula 7/STJ”. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental e, caso seja unânime a votação, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 1% (dois por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do novo CPC. Determino que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do novo Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) : MARCELO BRAGA RIOS (77838/MG) ADV.(A/S) : RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA (81212/MG) AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com aplicação da multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC) e determinou que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9604-B08D-C35C-9794 e senha 02D0-D458-4793-2545 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) : MARCELO BRAGA RIOS (77838/MG) ADV.(A/S) : RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA (81212/MG) AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com aplicação da multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC) e determinou que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9604-B08D-C35C-9794 e senha 02D0-D458-4793-2545 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756641904
2021-06-21T00:00:00
2021-08-04T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com aplicação da multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC) e determinou que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021.
AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário. Direito Tributário. ISS. Instituição financeira e equiparadas. Lista anexa ao DL nº 406/67. Enquadramento das atividades. Legislação infraconstitucional. Afronta reflexa. Fatos e provas. Súmula nº 279/STF. 1. Para se ultrapassar o entendimento firmado pelo Tribunal de origem acerca do enquadramento das atividades realizadas pela parte agravante nas exceções previstas em itens da lista anexa à legislação complementar, para fins de incidência do ISS, seria necessário o reexame da causa à luz da legislação infraconstitucional e das provas dos autos (Súmula nº 279/STF), o que não é cabível em sede de recurso extraordinário. 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento), nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC. 3. Majoração da verba honorária em valor equivalente a 10% (dez por cento) do total daquela já fixada (art. 85, §§ 2º, 3º e 11, do CPC), observada a eventual concessão do benefício da gratuidade da justiça.
sjur450392
- Acórdão(s) citado(s): (TAXATIVIDADE, LISTA, SERVIÇO, ISSQN) RE 784439 (TP). (RE, ISSQN, REEXAME, FATO, PROVA) AI 641314 AgR (1ªT), ARE 955358 AgR (2ªT). - Acórdão(s) citado(s) - outros tribunais: (RE, ISSQN, REEXAME, FATO, PROVA) STJ: Resp 887105/MG. Número de páginas: 8. Análise: 26/01/2022, ABO.
DIAS TOFFOLI
Primeira Turma
590121
[ "LEG-FED LCP-000056 ANO-1987\n LEI COMPLEMENTAR\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED DEL-000406 ANO-1967\n ITEM-00044 ITEM-00046 ITEM-00056\n DECRETO-LEI\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
RE-ED-AgR
acordaos
RE 590121 ED-AgR
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AGTE.(S) : AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) : MARCELO BRAGA RIOS ADV.(A/S) : RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE
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Ementa e Acórdão 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) :MARCELO BRAGA RIOS ADV.(A/S) :RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE EMENTA Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário. Direito Tributário. ISS. Instituição financeira e equiparadas. Lista anexa ao DL n 406/67. Enquadramento das atividades. Legislação infraconstitucional. Afronta reflexa. Fatos e provas. Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal. 1. Para se ultrapassar o entendimento firmado pelo Tribunal de origem acerca do enquadramento das atividades realizadas pela parte agravante nas exceções previstas em itens da lista anexa à legislação complementar, para fins de incidência do ISS, seria necessário o reexame da causa à luz da legislação infraconstitucional e das provas dos autos (Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal), o que não é cabível em sede de recurso extraordinário. 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento), nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil. 3. Majoração da verba honorária em valor equivalente a 10% (dez por cento) do total daquela já fixada (art. 85, §§ 2..., 3... e 11, do Código de Processo Civil), observada a eventual concessão do benefício da gratuidade da justiça. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CAB-9508-0901-C435 e senha C238-41E0-5D3D-7993 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 590121 ED-AGR / MG Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 11 a 18/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo, com aplicação da multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), determinando que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CAB-9508-0901-C435 e senha C238-41E0-5D3D-7993 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 590121 ED-AGR / MG Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 11 a 18/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo, com aplicação da multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), determinando que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5CAB-9508-0901-C435 e senha C238-41E0-5D3D-7993 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) :MARCELO BRAGA RIOS ADV.(A/S) :RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Amaril Franklin Corretora de Títulos e Valores Ltda. interpõe tempestivo agravo regimental contra decisão mediante a qual rejeitei os embargos de declaração, por ausência de qualquer dos requisitos constantes do art. 1.022 e incisos do Código de Processo Civil. A parte agravante sustenta que, na condição de instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central, ajuizou ação declaratória no Tribunal de origem e informou o enquadramento de seus serviços nos itens 44, 46 e 56 da lista de serviços anexa ao DL n 406/68 e à Lei Complementar n 56/87. Afirma, ademais, que o Município de Belo Horizonte jamais questionou o referido enquadramento. Aduz que “a controvérsia girou em torno apenas da constitucionalidade ou não das exceções constantes dos itens 44, 46 e 56 da lista de serviços da lei complementar”. Alega que resta definir apenas se as exceções previstas nos itens 44, 46 e 56 da Lei Complementar 56/87 foram ou não recepcionadas pela Constituição Federal. Em razão da celeridade processual e da ausência de prejuízo para a parte contrária, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F549-5D6B-93D3-DF53 e senha B62F-518B-4D66-E3B2 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) :MARCELO BRAGA RIOS ADV.(A/S) :RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Amaril Franklin Corretora de Títulos e Valores Ltda. interpõe tempestivo agravo regimental contra decisão mediante a qual rejeitei os embargos de declaração, por ausência de qualquer dos requisitos constantes do art. 1.022 e incisos do Código de Processo Civil. A parte agravante sustenta que, na condição de instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central, ajuizou ação declaratória no Tribunal de origem e informou o enquadramento de seus serviços nos itens 44, 46 e 56 da lista de serviços anexa ao DL n 406/68 e à Lei Complementar n 56/87. Afirma, ademais, que o Município de Belo Horizonte jamais questionou o referido enquadramento. Aduz que “a controvérsia girou em torno apenas da constitucionalidade ou não das exceções constantes dos itens 44, 46 e 56 da lista de serviços da lei complementar”. Alega que resta definir apenas se as exceções previstas nos itens 44, 46 e 56 da Lei Complementar 56/87 foram ou não recepcionadas pela Constituição Federal. Em razão da celeridade processual e da ausência de prejuízo para a parte contrária, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F549-5D6B-93D3-DF53 e senha B62F-518B-4D66-E3B2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): O recurso não merece prosperar. Esta Corte, no julgamento do Recurso Extraordinário n 784.439/DF (Tema n 296 da repercussão geral), decidiu ser taxativa a lista de serviços anexa à lei complementar de normas gerais em matéria de ISS, “admitindo-se, contudo, a incidência do tributo sobre as atividades inerentes aos serviços elencados em lei em razão da interpretação extensiva”. Na mesma assentada, o Plenário ratificou seu entendimento de que o enquadramento feito pelo Tribunal local de determinadas atividades em itens da lista de serviços sujeitos ao ISS não pode ser revisto pelo Supremo Tribunal Federal, sendo que eventual violação da Constituição Federal seria reflexa e demandaria a revaloração das provas produzidas no processo. A parte agravante pretende não se submeter ao recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza que incide sobre as atividades que ela realiza, as quais estariam enquadradas na exceção prevista nos itens 44, 46 e 56 da lista anexa ao DL n 406/68, modificada pela Lei Complementar n 56/87, dada sua condição de instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central. O Tribunal de origem assentou, peremptoriamente, que os serviços “adjacentes ou acessórios” das operações praticadas pelas instituições financeiras, desde que não fossem tributados por meio do IOF, se sujeitariam ao ISS, conforme trecho do acórdão dos embargos de declaração em que se reanalisou a matéria de fundo: “No caso, os serviços adjacentes ou acessórios das operações praticadas pelas instituições financeiras, desde que não tributados pela União, especialmente através do IOF, por certo que serão alcançados pelo ISSQN, máxime porque Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): O recurso não merece prosperar. Esta Corte, no julgamento do Recurso Extraordinário n 784.439/DF (Tema n 296 da repercussão geral), decidiu ser taxativa a lista de serviços anexa à lei complementar de normas gerais em matéria de ISS, “admitindo-se, contudo, a incidência do tributo sobre as atividades inerentes aos serviços elencados em lei em razão da interpretação extensiva”. Na mesma assentada, o Plenário ratificou seu entendimento de que o enquadramento feito pelo Tribunal local de determinadas atividades em itens da lista de serviços sujeitos ao ISS não pode ser revisto pelo Supremo Tribunal Federal, sendo que eventual violação da Constituição Federal seria reflexa e demandaria a revaloração das provas produzidas no processo. A parte agravante pretende não se submeter ao recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza que incide sobre as atividades que ela realiza, as quais estariam enquadradas na exceção prevista nos itens 44, 46 e 56 da lista anexa ao DL n 406/68, modificada pela Lei Complementar n 56/87, dada sua condição de instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central. O Tribunal de origem assentou, peremptoriamente, que os serviços “adjacentes ou acessórios” das operações praticadas pelas instituições financeiras, desde que não fossem tributados por meio do IOF, se sujeitariam ao ISS, conforme trecho do acórdão dos embargos de declaração em que se reanalisou a matéria de fundo: “No caso, os serviços adjacentes ou acessórios das operações praticadas pelas instituições financeiras, desde que não tributados pela União, especialmente através do IOF, por certo que serão alcançados pelo ISSQN, máxime porque Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI Recurso Extraordinário 590121 ED-AGR / MG arrolados não só na Lei Complementar como na Legislação Municipal. Especificamente quanto aos itens 44, 46 e 56, faço as seguintes considerações: Item 44 - Administração do Fundo de Investimento Aprioristicamente, os fundos administram bens de terceiros e, nessa qualidade, têm remuneração comissionada a título de taxa de administração, através de operações em agências bancárias para movimentação de conta corrente, recebendo extratos, regulamentos, orientações sobre aplicações, resgates, transferências, etc. A incidência do encargo municipal somente ocorre em razão da taxa recebida pela prestação do serviço de administração. Item 46 - Agenciamento, Corretagem ou Intermediação de Quaisquer Títulos O crédito tributário se refere a receitas oriundas de tarifas, comissões e corretagens cobradas pela prestação de serviços de colocação de títulos e valores mobiliários por conta e ordem de terceiros, cujos serviços estão previstos no Manual de Normas e Instruções - MNI e consta do Plano Contábil das Instituições Financeiras - COSIF, editadas pelo BACEN e constantes da Lista de Serviços da municipalidade. Item 56 - Serviços de Custódia Sobre o fato da hipótese de isenção sobre referida operação não ter sido recepcionada pela Carta Maior e, com isto, sendo revogada pela Legislação Municipal, dá lugar ao fato da exação do ISSQN não incidir sobre os depósitos, mas sobre a taxa de custódia, que é um serviço acessório” (e-Doc 28, p.623-627). Dessa forma, a partir das balizas delineadas no acórdão recorrido, analisar se as atividades que foram objeto da incidência do ISS estariam abarcadas nas exceções previstas nos referidos itens da lista anexa ao DL n 406/68 e à Lei Complementar n 56/87 demandaria novo exame da causa à luz da legislação infraconstitucional de regência, bem como dos fatos e das 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 590121 ED-AGR / MG arrolados não só na Lei Complementar como na Legislação Municipal. Especificamente quanto aos itens 44, 46 e 56, faço as seguintes considerações: Item 44 - Administração do Fundo de Investimento Aprioristicamente, os fundos administram bens de terceiros e, nessa qualidade, têm remuneração comissionada a título de taxa de administração, através de operações em agências bancárias para movimentação de conta corrente, recebendo extratos, regulamentos, orientações sobre aplicações, resgates, transferências, etc. A incidência do encargo municipal somente ocorre em razão da taxa recebida pela prestação do serviço de administração. Item 46 - Agenciamento, Corretagem ou Intermediação de Quaisquer Títulos O crédito tributário se refere a receitas oriundas de tarifas, comissões e corretagens cobradas pela prestação de serviços de colocação de títulos e valores mobiliários por conta e ordem de terceiros, cujos serviços estão previstos no Manual de Normas e Instruções - MNI e consta do Plano Contábil das Instituições Financeiras - COSIF, editadas pelo BACEN e constantes da Lista de Serviços da municipalidade. Item 56 - Serviços de Custódia Sobre o fato da hipótese de isenção sobre referida operação não ter sido recepcionada pela Carta Maior e, com isto, sendo revogada pela Legislação Municipal, dá lugar ao fato da exação do ISSQN não incidir sobre os depósitos, mas sobre a taxa de custódia, que é um serviço acessório” (e-Doc 28, p.623-627). Dessa forma, a partir das balizas delineadas no acórdão recorrido, analisar se as atividades que foram objeto da incidência do ISS estariam abarcadas nas exceções previstas nos referidos itens da lista anexa ao DL n 406/68 e à Lei Complementar n 56/87 demandaria novo exame da causa à luz da legislação infraconstitucional de regência, bem como dos fatos e das 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI Recurso Extraordinário 590121 ED-AGR / MG provas dos autos. A afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria meramente reflexa ou indireta, incidindo no caso, ademais, a Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, vide: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário. 3. Imposto Sobre Serviços. Agenciamento e corretagem de títulos. 4 Item 10.02 da Lista Anexa da Lei Complementar 116/03. 5. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Necessidade de reexame do acervo probatório. Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 6. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 7. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n 955.358-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 10/10/17). “AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. INTERMEDIAÇÃO EM ATIVIDADE SUJEITA À FISCALIZAÇÃO DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. CONTROVÉRSIA SOBRE O ENQUADRAMENTO DO SERVIÇO DESEMPENHADO PELA CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO CONSTITUCIONAL. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. A controvérsia sobre o enquadramento da atividade desempenhada pelo contribuinte para fins de incidência do ISS demanda o exame da legislação infraconstitucional pertinente à hipótese (Lei Complementar n 56/1987) e do acervo probatório constante dos autos, providência vedada nesta via processual. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI n 641.314-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 22/8/14). Vide que a mesma solução foi dada pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Resp n 887.105/MG, ao entender que “o exame do enquadramento das atividades desempenhadas pela instituição bancária na Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei n 406/68 demanda o reexame do conteúdo fático probatório dos autos, insindicável por esta Corte em 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 590121 ED-AGR / MG provas dos autos. A afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria meramente reflexa ou indireta, incidindo no caso, ademais, a Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, vide: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário. 3. Imposto Sobre Serviços. Agenciamento e corretagem de títulos. 4 Item 10.02 da Lista Anexa da Lei Complementar 116/03. 5. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Necessidade de reexame do acervo probatório. Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 6. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 7. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n 955.358-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 10/10/17). “AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. INTERMEDIAÇÃO EM ATIVIDADE SUJEITA À FISCALIZAÇÃO DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. CONTROVÉRSIA SOBRE O ENQUADRAMENTO DO SERVIÇO DESEMPENHADO PELA CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO CONSTITUCIONAL. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. A controvérsia sobre o enquadramento da atividade desempenhada pelo contribuinte para fins de incidência do ISS demanda o exame da legislação infraconstitucional pertinente à hipótese (Lei Complementar n 56/1987) e do acervo probatório constante dos autos, providência vedada nesta via processual. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI n 641.314-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 22/8/14). Vide que a mesma solução foi dada pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Resp n 887.105/MG, ao entender que “o exame do enquadramento das atividades desempenhadas pela instituição bancária na Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei n 406/68 demanda o reexame do conteúdo fático probatório dos autos, insindicável por esta Corte em 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI Recurso Extraordinário 590121 ED-AGR / MG sede de recurso especial, ante a incidência da Súmula 7/Superior Tribunal de Justiça”. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental e, caso seja unânime a votação, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 1% (dois por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do novo Código de Processo Civil. Determino que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do novo Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 590121 ED-AGR / MG sede de recurso especial, ante a incidência da Súmula 7/Superior Tribunal de Justiça”. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental e, caso seja unânime a votação, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 1% (dois por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do novo Código de Processo Civil. Determino que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do novo Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE5E-BA31-3FBA-2B98 e senha 1547-4F8F-785B-E22A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 21/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) : MARCELO BRAGA RIOS (77838/MG) ADV.(A/S) : RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA (81212/MG) AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com aplicação da multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e determinou que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9604-B08D-C35C-9794 e senha 02D0-D458-4793-2545 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.121 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : AMARIL FRANKLIN CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA ADV.(A/S) : MARCELO BRAGA RIOS (77838/MG) ADV.(A/S) : RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA (81212/MG) AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com aplicação da multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e determinou que, a título de honorários recursais, a verba honorária já fixada seja acrescida do valor equivalente a 10% (dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9604-B08D-C35C-9794 e senha 02D0-D458-4793-2545 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590 . 121", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 590121 ED - AGR / MG", "Recurso Extraordinário 590121 ED - AGR / MG", "Recurso Extraordinário n 784 . 439 / DF", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590 . 121", "Recurso Extraordinário n 784 . 439 / DF", "Recurso Extraordinário 590121 ED - AGR / MG", "Recurso Extraordinário 590121 ED - AGR / MG", "Recurso Extraordinário 590121 ED - AGR / MG", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 279", "ARE n 955 . 358 - AgR", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "AI n 641 . 314 - AgR", "Resp n 887 . 105 / MG", "Recurso Extraordinário 590121 ED - AGR / MG", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 279", "ARE n 955 . 358 - AgR", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "AI n 641 . 314 - AgR", "Resp n 887 . 105 / MG", "Recurso", "Súmula 7 / Superior Tribunal de Justiça", "Recurso", "Súmula 7 / Superior Tribunal de Justiça", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590 . 121" ], "LEGISLACAO": [ "DL n 406 / 67", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § § 2 . . . , 3 . . . e 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 022 e incisos do Código de Processo Civil", "DL n 406 / 68", "Lei Complementar n 56 / 87", "itens 44 , 46 e 56 da Lei Complementar 56 / 87", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 022 e incisos do Código de Processo Civil", "DL n 406 / 68", "Lei Complementar n 56 / 87", "itens 44 , 46 e 56 da Lei Complementar 56 / 87", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "DL n 406 / 68", "Lei Complementar n 56 / 87", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Lei Complementar n 56 / 87", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Carta Maior", "DL n 406 / 68", "Lei Complementar n 56 / 87", "Medida Provisória n 2", "Carta Maior", "DL n 406 / 68", "Lei Complementar n 56 / 87", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Lei Complementar n 56 / 1987", "Decreto", "-", "Lei n 406 / 68", "Medida Provisória n 2 . 200 -", "Constituição Federal", "Lei Complementar n 56 / 1987", "Decreto", "-", "Lei n 406 / 68", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art .", "Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do novo Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 .", "art . 85 ,", "Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MINAS GERAIS", "MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE", "MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE", "Brasília", "Brasília", "MINAS GERAIS", "MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE", "MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE", "Município de Belo Horizonte", "MINAS GERAIS", "MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE", "MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE", "Município de Belo Horizonte", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE", "MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE", "MINAS GERAIS", "MUNICÍPIO", "MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Banco Central", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Amaril Franklin Corretora de Títulos e Valores Ltda .", "Banco Central", "PRIMEIRA TURMA", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Banco Central", "União", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Banco Central", "União", "BACEN", "Supremo Tribunal Federal", "BACEN", "Segunda Turma", "COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS", "Primeira Turma", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "CORRETORA DE TITULOS E VALORES LTDA", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "DIAS TOFFOLI", "AMARIL FRANKLIN", "MARCELO BRAGA RIOS", "RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "DIAS TOFFOLI", "AMARIL FRANKLIN", "MARCELO BRAGA RIOS", "RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA", "DIAS TOFFOLI", "Amaril Franklin Corretora", "DIAS TOFFOLI", "AMARIL FRANKLIN", "MARCELO BRAGA RIOS", "RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "Gilmar Mendes", "Roberto Barroso", "Gilmar Mendes", "Roberto Barroso", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "AMARIL FRANKLIN", "MARCELO BRAGA RIOS", "RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "DIAS TOFFOLI", "AMARIL FRANKLIN", "MARCELO BRAGA RIOS", "RAQUEL RIOS DE OLIVEIRA", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11", "18", "/", "6", "/", "21", "21 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11", "18", "/", "6", "/", "21", "21 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "10", "/", "10", "/", "17", "22", "/", "8", "/", "14", "24", "/", "08", "/", "2001", "10", "/", "10", "/", "17", "22", "/", "8", "/", "14", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "11", ".", "6", ".", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11", ".", "6", ".", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 21/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 SÃO PAULO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI EMBTE.(S) :JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) :ANTONIO LUCIANO TAMBELLI E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) :JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMENTA Embargos de declaração em embargos de declaração em recurso extraordinário. Recurso paradigma do Tema nº 545 da Repercussão Geral (extensão da estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT a empregados de fundação privada). Empregado da Fundação Padre Anchieta. Inexistência de vícios a serem sanados. Questões devidamente apreciadas no acórdão embargado. Pretensão de rediscussão da causa. Embargos declaratórios dos quais não se conhece. Precedentes. Caráter protelatório. Multa. 1) Não estão configurados, in casu, os vícios do art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15), porquanto não há omissão, contradição, obscuridade ou erro material a serem sanados nesta via procedimental. 2) As questões trazidas nos declaratórios foram apreciadas de forma clara e fundamentada no acórdão embargado, não sendo cabíveis os embargos opostos com a mera pretensão infringente, o que denota seu caráter protelatório, ensejando a aplicação de multa processual. 3) Na linha da remansosa jurisprudência deste Tribunal, o órgão julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes nem a responder cada um de seus argumentos quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão. Precedentes. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 61D6-8FDC-3C7E-77BD e senha 9F03-7148-9ADB-227B Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão RE 716378 ED-ED / SP 4) Não conhecimento dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário de 11 a 18/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em não conhecer dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 61D6-8FDC-3C7E-77BD e senha 9F03-7148-9ADB-227B Supremo Tribunal Federal RE 716378 ED-ED / SP 4) Não conhecimento dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário de 11 a 18/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em não conhecer dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 61D6-8FDC-3C7E-77BD e senha 9F03-7148-9ADB-227B Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 21/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 SÃO PAULO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI EMBTE.(S) :JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) :ANTONIO LUCIANO TAMBELLI E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) :JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Trata-se de segundos embargos de declaração opostos em face do acórdão proferido pelo Plenário desta Corte no julgamento dos embargos de declaração em recurso extraordinário, cuja ementa possui o seguinte teor: “Embargos de declaração em recurso extraordinário. Paradigma do Tema nº 545 da Repercussão Geral (’Extensão da estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT a empregados de fundação privada’). Empregado da Fundação Padre Anchieta. Centro Paulista de Rádio e TV Educativas. Inexistência de vícios a serem sanados. Questões devidamente apreciadas no acórdão embargado. Intuito de reapreciação da causa. Impossibilidade. Precedentes. Embargos de declaração rejeitados. 1. Inexistência, in casu, dos vícios elencados no art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15) a ensejar a oposição de embargos de declaração. Não há omissão, contradição, obscuridade ou erro material a serem sanados nesta via processual, de cognição estreita e vinculada. 2. As questões articuladas nos declaratórios foram devidamente apreciadas no acórdão ora embargado, no qual se Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 SÃO PAULO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI EMBTE.(S) :JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) :ANTONIO LUCIANO TAMBELLI E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) :JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Trata-se de segundos embargos de declaração opostos em face do acórdão proferido pelo Plenário desta Corte no julgamento dos embargos de declaração em recurso extraordinário, cuja ementa possui o seguinte teor: “Embargos de declaração em recurso extraordinário. Paradigma do Tema nº 545 da Repercussão Geral (’Extensão da estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT a empregados de fundação privada’). Empregado da Fundação Padre Anchieta. Centro Paulista de Rádio e TV Educativas. Inexistência de vícios a serem sanados. Questões devidamente apreciadas no acórdão embargado. Intuito de reapreciação da causa. Impossibilidade. Precedentes. Embargos de declaração rejeitados. 1. Inexistência, in casu, dos vícios elencados no art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15) a ensejar a oposição de embargos de declaração. Não há omissão, contradição, obscuridade ou erro material a serem sanados nesta via processual, de cognição estreita e vinculada. 2. As questões articuladas nos declaratórios foram devidamente apreciadas no acórdão ora embargado, no qual se Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório RE 716378 ED-ED / SP consignou, em síntese, que a estabilidade especial do art. 19 do ADCT alcança somente os servidores das pessoas jurídicas de direito público e, por conseguinte, não se estende aos empregados das fundações públicas de direito privado, como é o caso da ora embargada, Fundação Padre Anchieta. 3. Inviável o acolhimento dos embargos de declaração cujo objetivo reside na rediscussão dos argumentos verticalmente analisados no decisum vergastado. Precedentes. 4. Embargos de declaração rejeitados.” O embargante sustenta, em síntese, que a) “a expressão ‘SERVIDORES’, adotada tanto pela SEÇÃO II do CAPÍTULO VII que trata da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA do Texto Constitucional, quanto pelo artigo 19 do ADCT da CF, é gênero do qual CARGOS, FUNÇÕES E EMPREGOS são ESPÉCIES, independentemente do regime jurídico atribuído ao servidor” (fl. 10 do eDoc. 104); b) “se, de acordo com o § 2º do artigo 19 do ADCT da CF, não gozam de estabilidade aqueles que exercem CARGOS, FUNÇÕES e EMPREGOS de confiança ou em comissão, é porque reciprocamente gozam da aludida estabilidade aqueles que exercem CARGOS, FUNÇÕES e EMPREGOS que não são de confiança ou em comissão, como é o caso do embargante que exerce função técnica de radialista (operador de microfone)” (fls. 10- 11 do eDoc. 104); c) a distinção feita no acórdão embargado entre servidores e empregados seria incabível, uma vez que “pela Constituição Federal, sendo o reclamante EMPREGADO de uma FUNDAÇÃO PÚBLICA (seja de direito público ou de direito privado), é ele SERVIDOR para fins do artigo 19 do ADCT da Constituição Federal e do artigo 18 do ADCT da Constituição Estadual/SP” (fl. 11 – eDoc. 104); d) o reclamante não se encontra inserido em nenhuma das exceções constantes do caput e do § 2º do art. 19 do ADCT, “porque não era empregado nem de uma empresa pública nem de uma sociedade de economia mista, mas de uma fundação instituída e mantida pela Poder 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Supremo Tribunal Federal RE 716378 ED-ED / SP consignou, em síntese, que a estabilidade especial do art. 19 do ADCT alcança somente os servidores das pessoas jurídicas de direito público e, por conseguinte, não se estende aos empregados das fundações públicas de direito privado, como é o caso da ora embargada, Fundação Padre Anchieta. 3. Inviável o acolhimento dos embargos de declaração cujo objetivo reside na rediscussão dos argumentos verticalmente analisados no decisum vergastado. Precedentes. 4. Embargos de declaração rejeitados.” O embargante sustenta, em síntese, que a) “a expressão ‘SERVIDORES’, adotada tanto pela SEÇÃO II do CAPÍTULO VII que trata da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA do Texto Constitucional, quanto pelo artigo 19 do ADCT da CF, é gênero do qual CARGOS, FUNÇÕES E EMPREGOS são ESPÉCIES, independentemente do regime jurídico atribuído ao servidor” (fl. 10 do eDoc. 104); b) “se, de acordo com o § 2º do artigo 19 do ADCT da CF, não gozam de estabilidade aqueles que exercem CARGOS, FUNÇÕES e EMPREGOS de confiança ou em comissão, é porque reciprocamente gozam da aludida estabilidade aqueles que exercem CARGOS, FUNÇÕES e EMPREGOS que não são de confiança ou em comissão, como é o caso do embargante que exerce função técnica de radialista (operador de microfone)” (fls. 10- 11 do eDoc. 104); c) a distinção feita no acórdão embargado entre servidores e empregados seria incabível, uma vez que “pela Constituição Federal, sendo o reclamante EMPREGADO de uma FUNDAÇÃO PÚBLICA (seja de direito público ou de direito privado), é ele SERVIDOR para fins do artigo 19 do ADCT da Constituição Federal e do artigo 18 do ADCT da Constituição Estadual/SP” (fl. 11 – eDoc. 104); d) o reclamante não se encontra inserido em nenhuma das exceções constantes do caput e do § 2º do art. 19 do ADCT, “porque não era empregado nem de uma empresa pública nem de uma sociedade de economia mista, mas de uma fundação instituída e mantida pela Poder 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Relatório RE 716378 ED-ED / SP Público e porque não se tratava de emprego de confiança ou em comissão” (fl. 12 – eDoc. 104), de modo que possui direito à estabilidade prevista no caput do art. 19 do ADCT; d) o acórdão embargado “firmou o entendimento contrário sem enfrentar o § 2º do artigo 19 do ADCT da Carta Magna, restando, pois, omisso” (fl. 12 do eDoc. 104); e) haveria omissão, também, quanto à “apreciação do artigo 18 do ADCT da Constituição do Estado de São Paulo, a qual era essencial para firmar-se entendimento no presente caso”, pois “o legislador constitucional estadual definiu que os servidores do Estado de São Paulo que se ativavam nas fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público eram estáveis, desde que contassem com cinco anos de serviço em 05.10.88” (fls. 13-14 do eDoc. 104); f) não se devia ter conhecido do recurso extraordinário, visto que ele esbarrava no óbice da Súmula nº 280/STF, uma vez que, para análise da natureza jurídica da Fundação Padre Anchieta, “não basta analisar o Art. 19 do ADCT da CF, mas também é essencial que seja feita a análise das legislações locais arguidas: o Art. 18 da ADCT do Estado de São Paulo e a Lei Estadual Paulista n° 9.849/67” (fl. 15 – eDoc. 104). Por fim, o embargante requer sejam sanadas as apontadas obscuridades, dúvidas, omissões e contradições no acórdão embargado, “caso delas resulte como consequência necessária alguma causa que importe na mudança de entendimento de quaisquer dos Eminentes Ministros e, que, por sua vez, tal conduza à alteração do resultado majoritário de seis votos favoráveis contra cinco desfavoráveis tomados na sessão de julgamento antecedente, com a consequente implementação de EFEITO MODIFICATIVO ao referido venerando acórdão embargado, tomado pelo Plenário deste E. Supremo Tribunal Federal na Tese n° 545 de Repercussão Geral, passando a reconhecer a aplicabilidade da estabilidade prevista no artigo 19 do ADCT da Constituição Federal aos empregados da Fundação Padre 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Supremo Tribunal Federal RE 716378 ED-ED / SP Público e porque não se tratava de emprego de confiança ou em comissão” (fl. 12 – eDoc. 104), de modo que possui direito à estabilidade prevista no caput do art. 19 do ADCT; d) o acórdão embargado “firmou o entendimento contrário sem enfrentar o § 2º do artigo 19 do ADCT da Carta Magna, restando, pois, omisso” (fl. 12 do eDoc. 104); e) haveria omissão, também, quanto à “apreciação do artigo 18 do ADCT da Constituição do Estado de São Paulo, a qual era essencial para firmar-se entendimento no presente caso”, pois “o legislador constitucional estadual definiu que os servidores do Estado de São Paulo que se ativavam nas fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público eram estáveis, desde que contassem com cinco anos de serviço em 05.10.88” (fls. 13-14 do eDoc. 104); f) não se devia ter conhecido do recurso extraordinário, visto que ele esbarrava no óbice da Súmula nº 280/STF, uma vez que, para análise da natureza jurídica da Fundação Padre Anchieta, “não basta analisar o Art. 19 do ADCT da CF, mas também é essencial que seja feita a análise das legislações locais arguidas: o Art. 18 da ADCT do Estado de São Paulo e a Lei Estadual Paulista n° 9.849/67” (fl. 15 – eDoc. 104). Por fim, o embargante requer sejam sanadas as apontadas obscuridades, dúvidas, omissões e contradições no acórdão embargado, “caso delas resulte como consequência necessária alguma causa que importe na mudança de entendimento de quaisquer dos Eminentes Ministros e, que, por sua vez, tal conduza à alteração do resultado majoritário de seis votos favoráveis contra cinco desfavoráveis tomados na sessão de julgamento antecedente, com a consequente implementação de EFEITO MODIFICATIVO ao referido venerando acórdão embargado, tomado pelo Plenário deste E. Supremo Tribunal Federal na Tese n° 545 de Repercussão Geral, passando a reconhecer a aplicabilidade da estabilidade prevista no artigo 19 do ADCT da Constituição Federal aos empregados da Fundação Padre 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Relatório RE 716378 ED-ED / SP Anchieta – Centro Paulista de Rádio e TV Educativas, com a decretação da improcedência do Recurso Extraordinário da reclamada” (fl. 19 – eDoc. 104). É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Supremo Tribunal Federal RE 716378 ED-ED / SP Anchieta – Centro Paulista de Rádio e TV Educativas, com a decretação da improcedência do Recurso Extraordinário da reclamada” (fl. 19 – eDoc. 104). É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 21/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Não há como acolher as razões do embargante, porquanto não padece o acórdão vergastado dos vícios que autorizam o manejo dos embargos, nos termos do art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15). No tocante à repisada alegação do embargante de que não se deveria conhecer do recurso extraordinário em razão do óbice da Súmula nº 280/STF, cabe ressaltar o que foi consignado no decisum embargado quanto ao ponto: “Relativamente à argumentação do embargante de que o acordão teria sido omisso quanto à suscitada ausência de pressupostos de admissibilidade do recurso extraordinário necessários à análise do mérito recursal, cumpre destacar que as alegações deduzidas a esse respeito em contrarrazões ao recurso extraordinário (fls. 63 a 68 do eDoc. 54) foram devidamente apreciadas e refutadas no voto condutor do acórdão ora embargado, nos seguintes termos: ‘Não só pela leitura desse trecho do acórdão, como pelo que foi relatado no recurso extraordinário interposto, refuto desde já qualquer suspeita sobre o caráter imediato da controvérsia constitucional debatida nos autos. É certo que, em relação aos empregados da Fundação Padre Anchieta, há precedentes das Turmas do Supremo Tribunal Federal atestando possível ofensa reflexa à Constituição Federal quando em análise os acórdãos da Corte Superior Trabalhista que vinham assegurando a estabilidade prevista no art. 19 do ADCT Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Não há como acolher as razões do embargante, porquanto não padece o acórdão vergastado dos vícios que autorizam o manejo dos embargos, nos termos do art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15). No tocante à repisada alegação do embargante de que não se deveria conhecer do recurso extraordinário em razão do óbice da Súmula nº 280/STF, cabe ressaltar o que foi consignado no decisum embargado quanto ao ponto: “Relativamente à argumentação do embargante de que o acordão teria sido omisso quanto à suscitada ausência de pressupostos de admissibilidade do recurso extraordinário necessários à análise do mérito recursal, cumpre destacar que as alegações deduzidas a esse respeito em contrarrazões ao recurso extraordinário (fls. 63 a 68 do eDoc. 54) foram devidamente apreciadas e refutadas no voto condutor do acórdão ora embargado, nos seguintes termos: ‘Não só pela leitura desse trecho do acórdão, como pelo que foi relatado no recurso extraordinário interposto, refuto desde já qualquer suspeita sobre o caráter imediato da controvérsia constitucional debatida nos autos. É certo que, em relação aos empregados da Fundação Padre Anchieta, há precedentes das Turmas do Supremo Tribunal Federal atestando possível ofensa reflexa à Constituição Federal quando em análise os acórdãos da Corte Superior Trabalhista que vinham assegurando a estabilidade prevista no art. 19 do ADCT Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI RE 716378 ED-ED / SP aos empregados da comentada fundação, a saber: AI nº 239.048-AgR, Rel. Min. Nelson Jobim, Segunda Turma; AI nº 209.205, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma; e RE nº 205.693/SP-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de 28/5/10. Contudo, esse posicionamento não se coaduna com o matiz nitidamente constitucional do conflito, já que a natureza jurídica do ente governamental com o qual é estabelecido o vínculo celetista é fator preponderante e nuclear para a configuração ou não da estabilidade no emprego, ou seja, para a possibilidade ou não de a empregadora efetuar a demissão sem justa causa. Remonto às justificativas que apresentei quando da apreciação da existência de repercussão geral: A matéria suscitada no recurso extraordinário, acerca da efetiva existência, em favor dos funcionários da recorrente, da aludida estabilidade, com suas consequências quanto à eventual dispensa desses empregados, é de índole eminentemente constitucional, pois diz respeito à correta exegese da norma do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. A questão posta apresenta densidade constitucional e extrapola os interesses subjetivos das partes, sendo relevante para todos os demais servidores da recorrente que se encontrem na mesma situação do ora recorrido, sendo certo que há em curso, neste Supremo Tribunal Federal, diversas outras ações similares em que se controverte esse mesmo ponto. Cuida-se, portanto, de discussão que tem o potencial de repetir-se em inúmeros processos, sendo atinente, por conseguinte, aos interesses de muitos servidores e, também, de várias outras entidades similares à recorrente, a recomendar uma tomada de posição definitiva desta Suprema Corte sobre o tema. O conflito imediato com a Carta Federal é requisito 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal RE 716378 ED-ED / SP aos empregados da comentada fundação, a saber: AI nº 239.048-AgR, Rel. Min. Nelson Jobim, Segunda Turma; AI nº 209.205, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma; e RE nº 205.693/SP-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de 28/5/10. Contudo, esse posicionamento não se coaduna com o matiz nitidamente constitucional do conflito, já que a natureza jurídica do ente governamental com o qual é estabelecido o vínculo celetista é fator preponderante e nuclear para a configuração ou não da estabilidade no emprego, ou seja, para a possibilidade ou não de a empregadora efetuar a demissão sem justa causa. Remonto às justificativas que apresentei quando da apreciação da existência de repercussão geral: A matéria suscitada no recurso extraordinário, acerca da efetiva existência, em favor dos funcionários da recorrente, da aludida estabilidade, com suas consequências quanto à eventual dispensa desses empregados, é de índole eminentemente constitucional, pois diz respeito à correta exegese da norma do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. A questão posta apresenta densidade constitucional e extrapola os interesses subjetivos das partes, sendo relevante para todos os demais servidores da recorrente que se encontrem na mesma situação do ora recorrido, sendo certo que há em curso, neste Supremo Tribunal Federal, diversas outras ações similares em que se controverte esse mesmo ponto. Cuida-se, portanto, de discussão que tem o potencial de repetir-se em inúmeros processos, sendo atinente, por conseguinte, aos interesses de muitos servidores e, também, de várias outras entidades similares à recorrente, a recomendar uma tomada de posição definitiva desta Suprema Corte sobre o tema. O conflito imediato com a Carta Federal é requisito 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI RE 716378 ED-ED / SP antecedente para a atestação da ocorrência de repercussão geral, nos termos dos arts. 323 e 324, § 2º, do Regimento Interno da Corte, tendo sido confirmada sua existência nos autos” (grifos nossos). No mais, conforme foi destacado no julgamento dos primeiros embargos de declaração, todas as questões meritórias foram apreciadas de forma clara e adequadamente fundamentadas pelo Plenário, nos limites necessários ao deslinde da controvérsia. Quanto aos argumentos supostamente não analisados, cumpre enfatizar que o órgão julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes nem a responder cada um de seus argumentos quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão. A jurisprudência da Corte é farta nesse sentido: “EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. OPOSIÇÃO EM 26.05.2020. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA POR IDADE. REQUISITOS. COMPROVAÇÃO. AUSÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO STF. OFENSA REFLEXA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. TEMAS 660 E 339 DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALÍNEA B DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL. NÃO CABIMENTO DO RECURSO. PRETENSÃO DE AFASTAMENTO DA MULTA IMPOSTA NO AGRAVO REGIMENTAL. ART. 1.021, § 4º, DO CPC. IMPROCEDÊNCIA. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU ERRO MATERIAL. EMBARGOS REJEITADOS. 1. Aplicável a multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC, diante do julgamento unânime do agravo regimental pela Segunda Turma desta Corte que, reconhecendo a sua manifesta improcedência, negou-lhe provimento. 2. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal RE 716378 ED-ED / SP antecedente para a atestação da ocorrência de repercussão geral, nos termos dos arts. 323 e 324, § 2º, do Regimento Interno da Corte, tendo sido confirmada sua existência nos autos” (grifos nossos). No mais, conforme foi destacado no julgamento dos primeiros embargos de declaração, todas as questões meritórias foram apreciadas de forma clara e adequadamente fundamentadas pelo Plenário, nos limites necessários ao deslinde da controvérsia. Quanto aos argumentos supostamente não analisados, cumpre enfatizar que o órgão julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes nem a responder cada um de seus argumentos quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão. A jurisprudência da Corte é farta nesse sentido: “EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. OPOSIÇÃO EM 26.05.2020. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA POR IDADE. REQUISITOS. COMPROVAÇÃO. AUSÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO STF. OFENSA REFLEXA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. TEMAS 660 E 339 DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALÍNEA B DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL. NÃO CABIMENTO DO RECURSO. PRETENSÃO DE AFASTAMENTO DA MULTA IMPOSTA NO AGRAVO REGIMENTAL. ART. 1.021, § 4º, DO CPC. IMPROCEDÊNCIA. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU ERRO MATERIAL. EMBARGOS REJEITADOS. 1. Aplicável a multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC, diante do julgamento unânime do agravo regimental pela Segunda Turma desta Corte que, reconhecendo a sua manifesta improcedência, negou-lhe provimento. 2. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI RE 716378 ED-ED / SP somente quando houver no acórdão omissão, contradição, obscuridade ou erro material. 3. O julgador não é obrigado a responder a todos os pontos suscitados no recurso, caso encontre motivos suficientes para fundamentar a decisão. Precedentes. 4. Embargos de declaração rejeitados com a manutenção da multa aplicada no julgamento do agravo regimental” (ARE nº 1.185.632/CE-ED-AgR-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 18/3/21 – grifos nossos). “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ICMS. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. CONSTITUCIONALIDADE ANTES E DEPOIS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 3. ALEGADA OMISSÃO DA DECISÃO AGRAVADA. INEXISTÊNCIA. DECISÃO SUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADA. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA PARA SUPRIR EVENTUAL OMISSÃO DO JULGADO. [...]. 2. É entendimento assente do Supremo Tribunal Federal que o julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão, nem se obriga a ater-se aos fundamentos indicados por elas ou a responder um a um os seus argumentos. Precedentes. 3. Caso entendesse omissa a decisão monocrática, deveria a parte opor embargos declaratórios com o fito de suprir eventual omissão relativa à fundamentação. 4. Nos termos do art. 85, §11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. 5. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE nº 830.821/MG-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 14/8/17 – grifos nossos). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. ESCLARECIMENTOS PRESTADOS NA DECISÃO RECORRIDA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS. 1. O julgador não está 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal RE 716378 ED-ED / SP somente quando houver no acórdão omissão, contradição, obscuridade ou erro material. 3. O julgador não é obrigado a responder a todos os pontos suscitados no recurso, caso encontre motivos suficientes para fundamentar a decisão. Precedentes. 4. Embargos de declaração rejeitados com a manutenção da multa aplicada no julgamento do agravo regimental” (ARE nº 1.185.632/CE-ED-AgR-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 18/3/21 – grifos nossos). “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ICMS. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. CONSTITUCIONALIDADE ANTES E DEPOIS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 3. ALEGADA OMISSÃO DA DECISÃO AGRAVADA. INEXISTÊNCIA. DECISÃO SUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADA. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA PARA SUPRIR EVENTUAL OMISSÃO DO JULGADO. [...]. 2. É entendimento assente do Supremo Tribunal Federal que o julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão, nem se obriga a ater-se aos fundamentos indicados por elas ou a responder um a um os seus argumentos. Precedentes. 3. Caso entendesse omissa a decisão monocrática, deveria a parte opor embargos declaratórios com o fito de suprir eventual omissão relativa à fundamentação. 4. Nos termos do art. 85, §11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. 5. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE nº 830.821/MG-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 14/8/17 – grifos nossos). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. ESCLARECIMENTOS PRESTADOS NA DECISÃO RECORRIDA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS. 1. O julgador não está 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI RE 716378 ED-ED / SP obrigado a responder a todos os questionamentos formulados pelas partes, competindo-lhe, apenas, indicar a fundamentação adequada ao deslinde da controvérsia, observadas as peculiaridades de cada caso concreto. 2. Embargos de declaração não conhecidos” (Rcl nº 5.783/ CE-ED- ED, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 29/10/14 – grifos nossos). Reitere-se, ainda, que a contradição que autoriza opor os declaratórios deve ser interna à decisão, constatada entre os fundamentos do julgado embargado e sua conclusão, o que não ocorreu na espécie, pelo que se verifica na motivação e na conclusão adotadas no acórdão impugnado. Ademais, o decisum embargado não padece de erro material nem de obscuridade, pois a ele não faltam clareza nem certeza quanto ao que fora decidido. Tenho, portanto, que o acórdão impugnado não incidiu em qualquer espécie de vício que autorize a oposição dos embargos de declaração, com base no art. 1.022 do CPC. O embargante pretende, mais uma vez, mediante a oposição destes segundos embargos de declaração, promover o rejulgamento da causa, fim para o qual não se presta o recurso aclaratório. Desse modo, revela-se incabível o conhecimento do recurso. Nesse sentido, vide: “Embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental em recurso extraordinário. Segundos embargos com que se busca a rediscussão da causa. Impossibilidade. Caráter procrastinatório caracterizado. Precedentes. 1. Não se conhece de segundos embargos de declaração cujo objetivo seja promover a rediscussão da causa. 2. A embargante insiste em reiterar questões que já foram devidamente analisadas em julgamentos anteriores, comportamento esse claramente procrastinatório, a impedir o 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal RE 716378 ED-ED / SP obrigado a responder a todos os questionamentos formulados pelas partes, competindo-lhe, apenas, indicar a fundamentação adequada ao deslinde da controvérsia, observadas as peculiaridades de cada caso concreto. 2. Embargos de declaração não conhecidos” (Rcl nº 5.783/ CE-ED- ED, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 29/10/14 – grifos nossos). Reitere-se, ainda, que a contradição que autoriza opor os declaratórios deve ser interna à decisão, constatada entre os fundamentos do julgado embargado e sua conclusão, o que não ocorreu na espécie, pelo que se verifica na motivação e na conclusão adotadas no acórdão impugnado. Ademais, o decisum embargado não padece de erro material nem de obscuridade, pois a ele não faltam clareza nem certeza quanto ao que fora decidido. Tenho, portanto, que o acórdão impugnado não incidiu em qualquer espécie de vício que autorize a oposição dos embargos de declaração, com base no art. 1.022 do CPC. O embargante pretende, mais uma vez, mediante a oposição destes segundos embargos de declaração, promover o rejulgamento da causa, fim para o qual não se presta o recurso aclaratório. Desse modo, revela-se incabível o conhecimento do recurso. Nesse sentido, vide: “Embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental em recurso extraordinário. Segundos embargos com que se busca a rediscussão da causa. Impossibilidade. Caráter procrastinatório caracterizado. Precedentes. 1. Não se conhece de segundos embargos de declaração cujo objetivo seja promover a rediscussão da causa. 2. A embargante insiste em reiterar questões que já foram devidamente analisadas em julgamentos anteriores, comportamento esse claramente procrastinatório, a impedir o 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI RE 716378 ED-ED / SP regular prosseguimento do feito. 3. Não conhecimento dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do Código de Processo Civil” (RE nº 231.673/MG-AgR-ED-ED, Segunda Turma, de minha relatoria, DJe de 6/4/17 – grifos nossos). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU ERRO MATERIAL (CPC/15, ART. 1.022) – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – REITERAÇÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – IMPOSIÇÃO DE MULTA NO VALOR MÁXIMO (10% SOBRE O VALOR CORRIGIDO DA CAUSA) – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS” (RE nº 439.834 AgR-ED-ED/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/3/17 – grifos nossos). Saliento que não se nega que o direito de ação é constitucionalmente assegurado, o que abrange os meios a isso inerentes, dentre os quais se inclui o inegável direito de interpor recursos. Entretanto, no caso em tela, forçoso se mostra reconhecer que o embargante já exerceu, à saciedade, tal direito, insistindo em reiterar questões que já foram devidamente analisadas nos julgamentos anteriores nestes autos, comportamento claramente procrastinatório, a impedir o regular prosseguimento do feito. Assim procedendo, o embargante, inegavelmente, interpôs recurso manifestamente protelatório, nos termos do disposto no art. 1.026, § 2º, do CPC. Ante o exposto, não conheço dos presentes embargos de declaração e, reconhecendo o caráter manifestamente protelatório do recurso, condeno o embargante ao pagamento de multa de 2% (dois por cento) do valor atualizado da causa, com fundamento no art. 1.026, § 2º, do CPC. 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal RE 716378 ED-ED / SP regular prosseguimento do feito. 3. Não conhecimento dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do Código de Processo Civil” (RE nº 231.673/MG-AgR-ED-ED, Segunda Turma, de minha relatoria, DJe de 6/4/17 – grifos nossos). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU ERRO MATERIAL (CPC/15, ART. 1.022) – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – REITERAÇÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – IMPOSIÇÃO DE MULTA NO VALOR MÁXIMO (10% SOBRE O VALOR CORRIGIDO DA CAUSA) – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS” (RE nº 439.834 AgR-ED-ED/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/3/17 – grifos nossos). Saliento que não se nega que o direito de ação é constitucionalmente assegurado, o que abrange os meios a isso inerentes, dentre os quais se inclui o inegável direito de interpor recursos. Entretanto, no caso em tela, forçoso se mostra reconhecer que o embargante já exerceu, à saciedade, tal direito, insistindo em reiterar questões que já foram devidamente analisadas nos julgamentos anteriores nestes autos, comportamento claramente procrastinatório, a impedir o regular prosseguimento do feito. Assim procedendo, o embargante, inegavelmente, interpôs recurso manifestamente protelatório, nos termos do disposto no art. 1.026, § 2º, do CPC. Ante o exposto, não conheço dos presentes embargos de declaração e, reconhecendo o caráter manifestamente protelatório do recurso, condeno o embargante ao pagamento de multa de 2% (dois por cento) do valor atualizado da causa, com fundamento no art. 1.026, § 2º, do CPC. 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI RE 716378 ED-ED / SP É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal RE 716378 ED-ED / SP É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 21/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI EMBTE.(S) : JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) : ANTONIO LUCIANO TAMBELLI (0039690/SP) E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) : FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) : JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL (00513/DF, 197854/MG) E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, não conheceu dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 265D-4BDE-E39E-26DE e senha B3E0-6E68-9E76-E4AE Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI EMBTE.(S) : JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) : ANTONIO LUCIANO TAMBELLI (0039690/SP) E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) : FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) : JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL (00513/DF, 197854/MG) E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, não conheceu dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 265D-4BDE-E39E-26DE e senha B3E0-6E68-9E76-E4AE Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756636917
2021-06-21T00:00:00
2021-08-04T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, não conheceu dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021.
EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA Embargos de declaração em embargos de declaração em recurso extraordinário. Recurso paradigma do Tema nº 545 da Repercussão Geral (extensão da estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT a empregados de fundação privada). Empregado da Fundação Padre Anchieta. Inexistência de vícios a serem sanados. Questões devidamente apreciadas no acórdão embargado. Pretensão de rediscussão da causa. Embargos declaratórios dos quais não se conhece. Precedentes. Caráter protelatório. Multa. 1) Não estão configurados, in casu, os vícios do art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15), porquanto não há omissão, contradição, obscuridade ou erro material a serem sanados nesta via procedimental. 2) As questões trazidas nos declaratórios foram apreciadas de forma clara e fundamentada no acórdão embargado, não sendo cabíveis os embargos opostos com a mera pretensão infringente, o que denota seu caráter protelatório, ensejando a aplicação de multa processual. 3) Na linha da remansosa jurisprudência deste Tribunal, o órgão julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes nem a responder cada um de seus argumentos quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão. Precedentes. 4) Não conhecimento dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC.
sjur450350
- Acórdão(s) citado(s): (FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO JUDICIAL) ARE 830821 AgR (1ªT), ARE 1185632 ED-AgR-ED (2ªT). (EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, REDISCUSSÃO, MATÉRIA) RE 439834 AgR-ED-ED (2ªT), RE 231673 AgR-ED-ED (2ªT). - Decisão monocrática citada: (FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO JUDICIAL) Rcl 5783 ED. Número de páginas: 14. Análise: 26/01/2022, ABO.
DIAS TOFFOLI
Tribunal Pleno
716378
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED ADCT ANO-1988\n ART-00019\n ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-01022 ART-01026 PAR-00002\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000280\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
RE-ED-ED
acordaos
RE 716378 ED-ED
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EMBTE.(S) : JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) : ANTONIO LUCIANO TAMBELLI E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) : FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) : JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Ementa e Acórdão 21/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 SÃO PAULO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI EMBTE.(S) :JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) :ANTONIO LUCIANO TAMBELLI E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) :JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMENTA Embargos de declaração em embargos de declaração em recurso extraordinário. Recurso paradigma do Tema n 545 da Repercussão Geral (extensão da estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT a empregados de fundação privada). Empregado da Fundação Padre Anchieta. Inexistência de vícios a serem sanados. Questões devidamente apreciadas no acórdão embargado. Pretensão de rediscussão da causa. Embargos declaratórios dos quais não se conhece. Precedentes. Caráter protelatório. Multa. 1) Não estão configurados, in casu, os vícios do art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei n 13.105/15), porquanto não há omissão, contradição, obscuridade ou erro material a serem sanados nesta via procedimental. 2) As questões trazidas nos declaratórios foram apreciadas de forma clara e fundamentada no acórdão embargado, não sendo cabíveis os embargos opostos com a mera pretensão infringente, o que denota seu caráter protelatório, ensejando a aplicação de multa processual. 3) Na linha da remansosa jurisprudência deste Tribunal, o órgão julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes nem a responder cada um de seus argumentos quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão. Precedentes. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 61D6-8FDC-3C7E-77BD e senha 9F03-7148-9ADB-227B Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP 4) Não conhecimento dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário de 11 a 18/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em não conhecer dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 61D6-8FDC-3C7E-77BD e senha 9F03-7148-9ADB-227B Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP 4) Não conhecimento dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário de 11 a 18/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em não conhecer dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 61D6-8FDC-3C7E-77BD e senha 9F03-7148-9ADB-227B Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 21/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 SÃO PAULO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI EMBTE.(S) :JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) :ANTONIO LUCIANO TAMBELLI E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) :JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Trata-se de segundos embargos de declaração opostos em face do acórdão proferido pelo Plenário desta Corte no julgamento dos embargos de declaração em recurso extraordinário, cuja ementa possui o seguinte teor: “Embargos de declaração em recurso extraordinário. Paradigma do Tema n 545 da Repercussão Geral (’Extensão da estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT a empregados de fundação privada’). Empregado da Fundação Padre Anchieta. Centro Paulista de Rádio e TV Educativas. Inexistência de vícios a serem sanados. Questões devidamente apreciadas no acórdão embargado. Intuito de reapreciação da causa. Impossibilidade. Precedentes. Embargos de declaração rejeitados. 1. Inexistência, in casu, dos vícios elencados no art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei n 13.105/15) a ensejar a oposição de embargos de declaração. Não há omissão, contradição, obscuridade ou erro material a serem sanados nesta via processual, de cognição estreita e vinculada. 2. As questões articuladas nos declaratórios foram devidamente apreciadas no acórdão ora embargado, no qual se Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 SÃO PAULO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI EMBTE.(S) :JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) :ANTONIO LUCIANO TAMBELLI E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) :JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Trata-se de segundos embargos de declaração opostos em face do acórdão proferido pelo Plenário desta Corte no julgamento dos embargos de declaração em recurso extraordinário, cuja ementa possui o seguinte teor: “Embargos de declaração em recurso extraordinário. Paradigma do Tema n 545 da Repercussão Geral (’Extensão da estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT a empregados de fundação privada’). Empregado da Fundação Padre Anchieta. Centro Paulista de Rádio e TV Educativas. Inexistência de vícios a serem sanados. Questões devidamente apreciadas no acórdão embargado. Intuito de reapreciação da causa. Impossibilidade. Precedentes. Embargos de declaração rejeitados. 1. Inexistência, in casu, dos vícios elencados no art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei n 13.105/15) a ensejar a oposição de embargos de declaração. Não há omissão, contradição, obscuridade ou erro material a serem sanados nesta via processual, de cognição estreita e vinculada. 2. As questões articuladas nos declaratórios foram devidamente apreciadas no acórdão ora embargado, no qual se Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP consignou, em síntese, que a estabilidade especial do art. 19 do ADCT alcança somente os servidores das pessoas jurídicas de direito público e, por conseguinte, não se estende aos empregados das fundações públicas de direito privado, como é o caso da ora embargada, Fundação Padre Anchieta. 3. Inviável o acolhimento dos embargos de declaração cujo objetivo reside na rediscussão dos argumentos verticalmente analisados no decisum vergastado. Precedentes. 4. Embargos de declaração rejeitados.” O embargante sustenta, em síntese, que a) “a expressão ‘SERVIDORES’, adotada tanto pela SEÇÃO II do CAPÍTULO VII que trata da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA do Texto Constitucional, quanto pelo artigo 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988, é gênero do qual CARGOS, FUNÇÕES E EMPREGOS são ESPÉCIES, independentemente do regime jurídico atribuído ao servidor” (fl. 10 do eDoc. 104); b) “se, de acordo com o § 2... do artigo 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988, não gozam de estabilidade aqueles que exercem CARGOS, FUNÇÕES e EMPREGOS de confiança ou em comissão, é porque reciprocamente gozam da aludida estabilidade aqueles que exercem CARGOS, FUNÇÕES e EMPREGOS que não são de confiança ou em comissão, como é o caso do embargante que exerce função técnica de radialista (operador de microfone)” (fls. 10- 11 do eDoc. 104); c) a distinção feita no acórdão embargado entre servidores e empregados seria incabível, uma vez que “pela Constituição Federal, sendo o reclamante EMPREGADO de uma FUNDAÇÃO PÚBLICA (seja de direito público ou de direito privado), é ele SERVIDOR para fins do artigo 19 do ADCT da Constituição Federal e do artigo 18 do ADCT da Constituição Estadual/SP” (fl. 11 – eDoc. 104); d) o reclamante não se encontra inserido em nenhuma das exceções constantes do caput e do § 2... do art. 19 do ADCT, “porque não era empregado nem de uma empresa pública nem de uma sociedade de economia mista, mas de uma fundação instituída e mantida pela Poder 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP consignou, em síntese, que a estabilidade especial do art. 19 do ADCT alcança somente os servidores das pessoas jurídicas de direito público e, por conseguinte, não se estende aos empregados das fundações públicas de direito privado, como é o caso da ora embargada, Fundação Padre Anchieta. 3. Inviável o acolhimento dos embargos de declaração cujo objetivo reside na rediscussão dos argumentos verticalmente analisados no decisum vergastado. Precedentes. 4. Embargos de declaração rejeitados.” O embargante sustenta, em síntese, que a) “a expressão ‘SERVIDORES’, adotada tanto pela SEÇÃO II do CAPÍTULO VII que trata da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA do Texto Constitucional, quanto pelo artigo 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988, é gênero do qual CARGOS, FUNÇÕES E EMPREGOS são ESPÉCIES, independentemente do regime jurídico atribuído ao servidor” (fl. 10 do eDoc. 104); b) “se, de acordo com o § 2... do artigo 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988, não gozam de estabilidade aqueles que exercem CARGOS, FUNÇÕES e EMPREGOS de confiança ou em comissão, é porque reciprocamente gozam da aludida estabilidade aqueles que exercem CARGOS, FUNÇÕES e EMPREGOS que não são de confiança ou em comissão, como é o caso do embargante que exerce função técnica de radialista (operador de microfone)” (fls. 10- 11 do eDoc. 104); c) a distinção feita no acórdão embargado entre servidores e empregados seria incabível, uma vez que “pela Constituição Federal, sendo o reclamante EMPREGADO de uma FUNDAÇÃO PÚBLICA (seja de direito público ou de direito privado), é ele SERVIDOR para fins do artigo 19 do ADCT da Constituição Federal e do artigo 18 do ADCT da Constituição Estadual/SP” (fl. 11 – eDoc. 104); d) o reclamante não se encontra inserido em nenhuma das exceções constantes do caput e do § 2... do art. 19 do ADCT, “porque não era empregado nem de uma empresa pública nem de uma sociedade de economia mista, mas de uma fundação instituída e mantida pela Poder 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Relatório Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP Público e porque não se tratava de emprego de confiança ou em comissão” (fl. 12 – eDoc. 104), de modo que possui direito à estabilidade prevista no caput do art. 19 do ADCT; d) o acórdão embargado “firmou o entendimento contrário sem enfrentar o § 2... do artigo 19 do ADCT da Carta Magna, restando, pois, omisso” (fl. 12 do eDoc. 104); e) haveria omissão, também, quanto à “apreciação do artigo 18 do ADCT da Constituição do Estado de São Paulo, a qual era essencial para firmar-se entendimento no presente caso”, pois “o legislador constitucional estadual definiu que os servidores do Estado de São Paulo que se ativavam nas fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público eram estáveis, desde que contassem com cinco anos de serviço em 05.10.88” (fls. 13-14 do eDoc. 104); f) não se devia ter conhecido do recurso extraordinário, visto que ele esbarrava no óbice da Súmula n 280/Supremo Tribunal Federal, uma vez que, para análise da natureza jurídica da Fundação Padre Anchieta, “não basta analisar o Art. 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988, mas também é essencial que seja feita a análise das legislações locais arguidas: o Art. 18 da ADCT do Estado de São Paulo e a Lei Estadual Paulista n 9.849/67” (fl. 15 – eDoc. 104). Por fim, o embargante requer sejam sanadas as apontadas obscuridades, dúvidas, omissões e contradições no acórdão embargado, “caso delas resulte como consequência necessária alguma causa que importe na mudança de entendimento de quaisquer dos Eminentes Ministros e, que, por sua vez, tal conduza à alteração do resultado majoritário de seis votos favoráveis contra cinco desfavoráveis tomados na sessão de julgamento antecedente, com a consequente implementação de EFEITO MODIFICATIVO ao referido venerando acórdão embargado, tomado pelo Plenário deste E. Supremo Tribunal Federal na Tese n 545 de Repercussão Geral, passando a reconhecer a aplicabilidade da estabilidade prevista no artigo 19 do ADCT da Constituição Federal aos empregados da Fundação Padre 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP Público e porque não se tratava de emprego de confiança ou em comissão” (fl. 12 – eDoc. 104), de modo que possui direito à estabilidade prevista no caput do art. 19 do ADCT; d) o acórdão embargado “firmou o entendimento contrário sem enfrentar o § 2... do artigo 19 do ADCT da Carta Magna, restando, pois, omisso” (fl. 12 do eDoc. 104); e) haveria omissão, também, quanto à “apreciação do artigo 18 do ADCT da Constituição do Estado de São Paulo, a qual era essencial para firmar-se entendimento no presente caso”, pois “o legislador constitucional estadual definiu que os servidores do Estado de São Paulo que se ativavam nas fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público eram estáveis, desde que contassem com cinco anos de serviço em 05.10.88” (fls. 13-14 do eDoc. 104); f) não se devia ter conhecido do recurso extraordinário, visto que ele esbarrava no óbice da Súmula n 280/Supremo Tribunal Federal, uma vez que, para análise da natureza jurídica da Fundação Padre Anchieta, “não basta analisar o Art. 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988, mas também é essencial que seja feita a análise das legislações locais arguidas: o Art. 18 da ADCT do Estado de São Paulo e a Lei Estadual Paulista n 9.849/67” (fl. 15 – eDoc. 104). Por fim, o embargante requer sejam sanadas as apontadas obscuridades, dúvidas, omissões e contradições no acórdão embargado, “caso delas resulte como consequência necessária alguma causa que importe na mudança de entendimento de quaisquer dos Eminentes Ministros e, que, por sua vez, tal conduza à alteração do resultado majoritário de seis votos favoráveis contra cinco desfavoráveis tomados na sessão de julgamento antecedente, com a consequente implementação de EFEITO MODIFICATIVO ao referido venerando acórdão embargado, tomado pelo Plenário deste E. Supremo Tribunal Federal na Tese n 545 de Repercussão Geral, passando a reconhecer a aplicabilidade da estabilidade prevista no artigo 19 do ADCT da Constituição Federal aos empregados da Fundação Padre 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Relatório Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP Anchieta – Centro Paulista de Rádio e TV Educativas, com a decretação da improcedência do Recurso Extraordinário da reclamada” (fl. 19 – eDoc. 104). É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP Anchieta – Centro Paulista de Rádio e TV Educativas, com a decretação da improcedência do Recurso Extraordinário da reclamada” (fl. 19 – eDoc. 104). É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F2E-EDA2-27AF-054D e senha 5CBF-EA15-141A-2708 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 21/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Não há como acolher as razões do embargante, porquanto não padece o acórdão vergastado dos vícios que autorizam o manejo dos embargos, nos termos do art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei n 13.105/15). No tocante à repisada alegação do embargante de que não se deveria conhecer do recurso extraordinário em razão do óbice da Súmula n 280/Supremo Tribunal Federal, cabe ressaltar o que foi consignado no decisum embargado quanto ao ponto: “Relativamente à argumentação do embargante de que o acordão teria sido omisso quanto à suscitada ausência de pressupostos de admissibilidade do recurso extraordinário necessários à análise do mérito recursal, cumpre destacar que as alegações deduzidas a esse respeito em contrarrazões ao recurso extraordinário (fls. 63 a 68 do eDoc. 54) foram devidamente apreciadas e refutadas no voto condutor do acórdão ora embargado, nos seguintes termos: ‘Não só pela leitura desse trecho do acórdão, como pelo que foi relatado no recurso extraordinário interposto, refuto desde já qualquer suspeita sobre o caráter imediato da controvérsia constitucional debatida nos autos. É certo que, em relação aos empregados da Fundação Padre Anchieta, há precedentes das Turmas do Supremo Tribunal Federal atestando possível ofensa reflexa à Constituição Federal quando em análise os acórdãos da Corte Superior Trabalhista que vinham assegurando a estabilidade prevista no art. 19 do ADCT Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Não há como acolher as razões do embargante, porquanto não padece o acórdão vergastado dos vícios que autorizam o manejo dos embargos, nos termos do art. 1.022 do Código de Processo Civil (Lei n 13.105/15). No tocante à repisada alegação do embargante de que não se deveria conhecer do recurso extraordinário em razão do óbice da Súmula n 280/Supremo Tribunal Federal, cabe ressaltar o que foi consignado no decisum embargado quanto ao ponto: “Relativamente à argumentação do embargante de que o acordão teria sido omisso quanto à suscitada ausência de pressupostos de admissibilidade do recurso extraordinário necessários à análise do mérito recursal, cumpre destacar que as alegações deduzidas a esse respeito em contrarrazões ao recurso extraordinário (fls. 63 a 68 do eDoc. 54) foram devidamente apreciadas e refutadas no voto condutor do acórdão ora embargado, nos seguintes termos: ‘Não só pela leitura desse trecho do acórdão, como pelo que foi relatado no recurso extraordinário interposto, refuto desde já qualquer suspeita sobre o caráter imediato da controvérsia constitucional debatida nos autos. É certo que, em relação aos empregados da Fundação Padre Anchieta, há precedentes das Turmas do Supremo Tribunal Federal atestando possível ofensa reflexa à Constituição Federal quando em análise os acórdãos da Corte Superior Trabalhista que vinham assegurando a estabilidade prevista no art. 19 do ADCT Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP aos empregados da comentada fundação, a saber: AI n 239.048-AgR, Rel. Min. Nelson Jobim, Segunda Turma; AI n 209.205, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma; e Recurso Extraordinário n 205.693/SP-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de 28/5/10. Contudo, esse posicionamento não se coaduna com o matiz nitidamente constitucional do conflito, já que a natureza jurídica do ente governamental com o qual é estabelecido o vínculo celetista é fator preponderante e nuclear para a configuração ou não da estabilidade no emprego, ou seja, para a possibilidade ou não de a empregadora efetuar a demissão sem justa causa. Remonto às justificativas que apresentei quando da apreciação da existência de repercussão geral: A matéria suscitada no recurso extraordinário, acerca da efetiva existência, em favor dos funcionários da recorrente, da aludida estabilidade, com suas consequências quanto à eventual dispensa desses empregados, é de índole eminentemente constitucional, pois diz respeito à correta exegese da norma do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. A questão posta apresenta densidade constitucional e extrapola os interesses subjetivos das partes, sendo relevante para todos os demais servidores da recorrente que se encontrem na mesma situação do ora recorrido, sendo certo que há em curso, neste Supremo Tribunal Federal, diversas outras ações similares em que se controverte esse mesmo ponto. Cuida-se, portanto, de discussão que tem o potencial de repetir-se em inúmeros processos, sendo atinente, por conseguinte, aos interesses de muitos servidores e, também, de várias outras entidades similares à recorrente, a recomendar uma tomada de posição definitiva desta Suprema Corte sobre o tema. O conflito imediato com a Carta Federal é requisito 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP aos empregados da comentada fundação, a saber: AI n 239.048-AgR, Rel. Min. Nelson Jobim, Segunda Turma; AI n 209.205, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma; e Recurso Extraordinário n 205.693/SP-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de 28/5/10. Contudo, esse posicionamento não se coaduna com o matiz nitidamente constitucional do conflito, já que a natureza jurídica do ente governamental com o qual é estabelecido o vínculo celetista é fator preponderante e nuclear para a configuração ou não da estabilidade no emprego, ou seja, para a possibilidade ou não de a empregadora efetuar a demissão sem justa causa. Remonto às justificativas que apresentei quando da apreciação da existência de repercussão geral: A matéria suscitada no recurso extraordinário, acerca da efetiva existência, em favor dos funcionários da recorrente, da aludida estabilidade, com suas consequências quanto à eventual dispensa desses empregados, é de índole eminentemente constitucional, pois diz respeito à correta exegese da norma do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. A questão posta apresenta densidade constitucional e extrapola os interesses subjetivos das partes, sendo relevante para todos os demais servidores da recorrente que se encontrem na mesma situação do ora recorrido, sendo certo que há em curso, neste Supremo Tribunal Federal, diversas outras ações similares em que se controverte esse mesmo ponto. Cuida-se, portanto, de discussão que tem o potencial de repetir-se em inúmeros processos, sendo atinente, por conseguinte, aos interesses de muitos servidores e, também, de várias outras entidades similares à recorrente, a recomendar uma tomada de posição definitiva desta Suprema Corte sobre o tema. O conflito imediato com a Carta Federal é requisito 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP antecedente para a atestação da ocorrência de repercussão geral, nos termos dos arts. 323 e 324, § 2..., do Regimento Interno da Corte, tendo sido confirmada sua existência nos autos” (grifos nossos). No mais, conforme foi destacado no julgamento dos primeiros embargos de declaração, todas as questões meritórias foram apreciadas de forma clara e adequadamente fundamentadas pelo Plenário, nos limites necessários ao deslinde da controvérsia. Quanto aos argumentos supostamente não analisados, cumpre enfatizar que o órgão julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes nem a responder cada um de seus argumentos quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão. A jurisprudência da Corte é farta nesse sentido: “EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. OPOSIÇÃO EM 26.05.2020. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA POR IDADE. REQUISITOS. COMPROVAÇÃO. AUSÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. OFENSA REFLEXA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. TEMAS 660 E 339 DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALÍNEA B DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL. NÃO CABIMENTO DO RECURSO. PRETENSÃO DE AFASTAMENTO DA MULTA IMPOSTA NO AGRAVO REGIMENTAL. ART. 1.021, § 4..., DO Código de Processo Civil. IMPROCEDÊNCIA. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU ERRO MATERIAL. EMBARGOS REJEITADOS. 1. Aplicável a multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, diante do julgamento unânime do agravo regimental pela Segunda Turma desta Corte que, reconhecendo a sua manifesta improcedência, negou-lhe provimento. 2. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP antecedente para a atestação da ocorrência de repercussão geral, nos termos dos arts. 323 e 324, § 2..., do Regimento Interno da Corte, tendo sido confirmada sua existência nos autos” (grifos nossos). No mais, conforme foi destacado no julgamento dos primeiros embargos de declaração, todas as questões meritórias foram apreciadas de forma clara e adequadamente fundamentadas pelo Plenário, nos limites necessários ao deslinde da controvérsia. Quanto aos argumentos supostamente não analisados, cumpre enfatizar que o órgão julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes nem a responder cada um de seus argumentos quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão. A jurisprudência da Corte é farta nesse sentido: “EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. OPOSIÇÃO EM 26.05.2020. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA POR IDADE. REQUISITOS. COMPROVAÇÃO. AUSÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. OFENSA REFLEXA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. TEMAS 660 E 339 DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALÍNEA B DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL. NÃO CABIMENTO DO RECURSO. PRETENSÃO DE AFASTAMENTO DA MULTA IMPOSTA NO AGRAVO REGIMENTAL. ART. 1.021, § 4..., DO Código de Processo Civil. IMPROCEDÊNCIA. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU ERRO MATERIAL. EMBARGOS REJEITADOS. 1. Aplicável a multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, diante do julgamento unânime do agravo regimental pela Segunda Turma desta Corte que, reconhecendo a sua manifesta improcedência, negou-lhe provimento. 2. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP somente quando houver no acórdão omissão, contradição, obscuridade ou erro material. 3. O julgador não é obrigado a responder a todos os pontos suscitados no recurso, caso encontre motivos suficientes para fundamentar a decisão. Precedentes. 4. Embargos de declaração rejeitados com a manutenção da multa aplicada no julgamento do agravo regimental” (ARE n 1.185.632/CE-ED-AgR-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 18/3/21 – grifos nossos). “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ICMS. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. CONSTITUCIONALIDADE ANTES E DEPOIS DA EMENDA CONSTITUCIONAL n 3. ALEGADA OMISSÃO DA DECISÃO AGRAVADA. INEXISTÊNCIA. DECISÃO SUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADA. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA PARA SUPRIR EVENTUAL OMISSÃO DO JULGADO. [...]. 2. É entendimento assente do Supremo Tribunal Federal que o julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão, nem se obriga a ater-se aos fundamentos indicados por elas ou a responder um a um os seus argumentos. Precedentes. 3. Caso entendesse omissa a decisão monocrática, deveria a parte opor embargos declaratórios com o fito de suprir eventual omissão relativa à fundamentação. 4. Nos termos do art. 85, §11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. 5. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE n 830.821/MG-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 14/8/17 – grifos nossos). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. ESCLARECIMENTOS PRESTADOS NA DECISÃO RECORRIDA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS. 1. O julgador não está 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP somente quando houver no acórdão omissão, contradição, obscuridade ou erro material. 3. O julgador não é obrigado a responder a todos os pontos suscitados no recurso, caso encontre motivos suficientes para fundamentar a decisão. Precedentes. 4. Embargos de declaração rejeitados com a manutenção da multa aplicada no julgamento do agravo regimental” (ARE n 1.185.632/CE-ED-AgR-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 18/3/21 – grifos nossos). “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ICMS. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. CONSTITUCIONALIDADE ANTES E DEPOIS DA EMENDA CONSTITUCIONAL n 3. ALEGADA OMISSÃO DA DECISÃO AGRAVADA. INEXISTÊNCIA. DECISÃO SUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADA. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA PARA SUPRIR EVENTUAL OMISSÃO DO JULGADO. [...]. 2. É entendimento assente do Supremo Tribunal Federal que o julgador não está obrigado a responder todas as alegações das partes quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar sua decisão, nem se obriga a ater-se aos fundamentos indicados por elas ou a responder um a um os seus argumentos. Precedentes. 3. Caso entendesse omissa a decisão monocrática, deveria a parte opor embargos declaratórios com o fito de suprir eventual omissão relativa à fundamentação. 4. Nos termos do art. 85, §11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. 5. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE n 830.821/MG-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 14/8/17 – grifos nossos). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. ESCLARECIMENTOS PRESTADOS NA DECISÃO RECORRIDA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS. 1. O julgador não está 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP obrigado a responder a todos os questionamentos formulados pelas partes, competindo-lhe, apenas, indicar a fundamentação adequada ao deslinde da controvérsia, observadas as peculiaridades de cada caso concreto. 2. Embargos de declaração não conhecidos” (Rcl n 5.783/ CE-ED- ED, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 29/10/14 – grifos nossos). Reitere-se, ainda, que a contradição que autoriza opor os declaratórios deve ser interna à decisão, constatada entre os fundamentos do julgado embargado e sua conclusão, o que não ocorreu na espécie, pelo que se verifica na motivação e na conclusão adotadas no acórdão impugnado. Ademais, o decisum embargado não padece de erro material nem de obscuridade, pois a ele não faltam clareza nem certeza quanto ao que fora decidido. Tenho, portanto, que o acórdão impugnado não incidiu em qualquer espécie de vício que autorize a oposição dos embargos de declaração, com base no art. 1.022 do Código de Processo Civil. O embargante pretende, mais uma vez, mediante a oposição destes segundos embargos de declaração, promover o rejulgamento da causa, fim para o qual não se presta o recurso aclaratório. Desse modo, revela-se incabível o conhecimento do recurso. Nesse sentido, vide: “Embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental em recurso extraordinário. Segundos embargos com que se busca a rediscussão da causa. Impossibilidade. Caráter procrastinatório caracterizado. Precedentes. 1. Não se conhece de segundos embargos de declaração cujo objetivo seja promover a rediscussão da causa. 2. A embargante insiste em reiterar questões que já foram devidamente analisadas em julgamentos anteriores, comportamento esse claramente procrastinatório, a impedir o 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP obrigado a responder a todos os questionamentos formulados pelas partes, competindo-lhe, apenas, indicar a fundamentação adequada ao deslinde da controvérsia, observadas as peculiaridades de cada caso concreto. 2. Embargos de declaração não conhecidos” (Rcl n 5.783/ CE-ED- ED, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 29/10/14 – grifos nossos). Reitere-se, ainda, que a contradição que autoriza opor os declaratórios deve ser interna à decisão, constatada entre os fundamentos do julgado embargado e sua conclusão, o que não ocorreu na espécie, pelo que se verifica na motivação e na conclusão adotadas no acórdão impugnado. Ademais, o decisum embargado não padece de erro material nem de obscuridade, pois a ele não faltam clareza nem certeza quanto ao que fora decidido. Tenho, portanto, que o acórdão impugnado não incidiu em qualquer espécie de vício que autorize a oposição dos embargos de declaração, com base no art. 1.022 do Código de Processo Civil. O embargante pretende, mais uma vez, mediante a oposição destes segundos embargos de declaração, promover o rejulgamento da causa, fim para o qual não se presta o recurso aclaratório. Desse modo, revela-se incabível o conhecimento do recurso. Nesse sentido, vide: “Embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental em recurso extraordinário. Segundos embargos com que se busca a rediscussão da causa. Impossibilidade. Caráter procrastinatório caracterizado. Precedentes. 1. Não se conhece de segundos embargos de declaração cujo objetivo seja promover a rediscussão da causa. 2. A embargante insiste em reiterar questões que já foram devidamente analisadas em julgamentos anteriores, comportamento esse claramente procrastinatório, a impedir o 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP regular prosseguimento do feito. 3. Não conhecimento dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil” (Recurso Extraordinário n 231.673/MG-AgR-ED-ED, Segunda Turma, de minha relatoria, DJe de 6/4/17 – grifos nossos). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU ERRO MATERIAL (Código de Processo Civil/15, ART. 1.022) – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – REITERAÇÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – IMPOSIÇÃO DE MULTA NO VALOR MÁXIMO (10% SOBRE O VALOR CORRIGIDO DA CAUSA) – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS” (Recurso Extraordinário n 439.834 AgR-ED-ED/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/3/17 – grifos nossos). Saliento que não se nega que o direito de ação é constitucionalmente assegurado, o que abrange os meios a isso inerentes, dentre os quais se inclui o inegável direito de interpor recursos. Entretanto, no caso em tela, forçoso se mostra reconhecer que o embargante já exerceu, à saciedade, tal direito, insistindo em reiterar questões que já foram devidamente analisadas nos julgamentos anteriores nestes autos, comportamento claramente procrastinatório, a impedir o regular prosseguimento do feito. Assim procedendo, o embargante, inegavelmente, interpôs recurso manifestamente protelatório, nos termos do disposto no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil. Ante o exposto, não conheço dos presentes embargos de declaração e, reconhecendo o caráter manifestamente protelatório do recurso, condeno o embargante ao pagamento de multa de 2% (dois por cento) do valor atualizado da causa, com fundamento no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil. 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP regular prosseguimento do feito. 3. Não conhecimento dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil” (Recurso Extraordinário n 231.673/MG-AgR-ED-ED, Segunda Turma, de minha relatoria, DJe de 6/4/17 – grifos nossos). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU ERRO MATERIAL (Código de Processo Civil/15, ART. 1.022) – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – REITERAÇÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – IMPOSIÇÃO DE MULTA NO VALOR MÁXIMO (10% SOBRE O VALOR CORRIGIDO DA CAUSA) – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS” (Recurso Extraordinário n 439.834 AgR-ED-ED/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/3/17 – grifos nossos). Saliento que não se nega que o direito de ação é constitucionalmente assegurado, o que abrange os meios a isso inerentes, dentre os quais se inclui o inegável direito de interpor recursos. Entretanto, no caso em tela, forçoso se mostra reconhecer que o embargante já exerceu, à saciedade, tal direito, insistindo em reiterar questões que já foram devidamente analisadas nos julgamentos anteriores nestes autos, comportamento claramente procrastinatório, a impedir o regular prosseguimento do feito. Assim procedendo, o embargante, inegavelmente, interpôs recurso manifestamente protelatório, nos termos do disposto no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil. Ante o exposto, não conheço dos presentes embargos de declaração e, reconhecendo o caráter manifestamente protelatório do recurso, condeno o embargante ao pagamento de multa de 2% (dois por cento) do valor atualizado da causa, com fundamento no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil. 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 716378 ED-ED / SP É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E5E-F2AC-7F26-E8D4 e senha 37E4-EA92-9B0B-345C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 21/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI EMBTE.(S) : JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) : ANTONIO LUCIANO TAMBELLI (0039690/SP) E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) : FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) : JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL (00513/DF, 197854/MG) E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, não conheceu dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 265D-4BDE-E39E-26DE e senha B3E0-6E68-9E76-E4AE Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716.378 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI EMBTE.(S) : JOSÉ ANGEL ARIAS ADV.(A/S) : ANTONIO LUCIANO TAMBELLI (0039690/SP) E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) : FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA - CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS ADV.(A/S) : JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL (00513/DF, 197854/MG) E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, não conheceu dos embargos de declaração, com aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2..., do Código de Processo Civil, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 265D-4BDE-E39E-26DE e senha B3E0-6E68-9E76-E4AE Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716 . 378", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "Recurso Extraordinário 716378 ED -", "Recurso Extraordinário 716378", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "Súmula n 280 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula n 280 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso", "Súmula n 280 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula n 280 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "AI n 239 . 048 - AgR", "AI n 209 . 205", "Recurso Extraordinário n 205 . 693 / SP - AgR", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "AI n 239 . 048 - AgR", "AI n 209 . 205", "Recurso Extraordinário n 205 . 693 / SP - AgR", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "ARE n 1", "ARE n 830 . 821 / MG - AgR", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "ARE n 1 . 185 . 632 / CE -", "ARE n 830 . 821 / MG - AgR", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "Rcl n 5 . 783 / CE - ED - ED", "Rcl n 5 .", "783", "/", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "Recurso Extraordinário n 231 . 673 / MG - AgR - ED - ED", "Recurso Extraordinário n 439 . 834 AgR - ED - ED / RS", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "Recurso Extraordinário n 231 . 673 / MG - AgR -", "Recurso Extraordinário n 439 . 834 AgR - ED - ED / RS", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "Recurso Extraordinário 716378 ED - ED / SP", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716 .", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 716" ], "LEGISLACAO": [ "art . 1 . 022 do Código de Processo Civil", "Lei n 13 . 105 / 15", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 19 do ADCT", "art . 1 . 022 do Código de Processo Civil", "Lei n 13 . 105 / 15", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 19 do ADCT", "art . 1 . 022 do Código de Processo Civil", "Lei n 13 . 105 / 15", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "SEÇÃO", "Texto Constitucional", "artigo 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988", "Constituição Federal", "artigo 19 do ADCT da Constituição Federal", "artigo 18 do ADCT da Constituição Estadual / SP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988", "§ 2 . . . do artigo 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988", "Constituição Federal", "artigo 19 do ADCT da Constituição Federal", "artigo 18 do ADCT da Constituição Estadual / SP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 2 .", "artigo 18 do ADCT da Constituição do Estado de São Paulo", "Art . 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988", "Art . 18 da ADCT do Estado de São Paulo", "Lei Estadual Paulista n 9 . 849 / 67", "artigo 19 do ADCT da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 19 do ADCT da Carta Magna", "artigo 18 do ADCT da Constituição do Estado de São Paulo", "Art . 19 do ADCT da Constituição Federal de 1988", "Art . 18 da ADCT do Estado de São Paulo", "Lei Estadual Paulista n 9 . 849 / 67", "artigo 19 do ADCT da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 022 do Código de Processo Civil", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 022 do Código de Processo Civil", "Lei n 13 .", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal", "Carta Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal", "Carta Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 1 . 021 , § 4 . . . , DO Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts . 323 e 324 , § 2 . . . , do Regimento Interno da Corte", "ART . 1 . 021 , § 4 . . . , DO Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 022 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 022 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Código de Processo Civil / 15 , ART . 1 . 022", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Código de Processo Civil / 15 , ART . 1 . 022", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 026 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "Brasília", "Brasília", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "Estado de São Paulo", "Estado de São Paulo", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "PLENÁRIO", "FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA", "CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS", "Fundação Padre Anchieta", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "FUNDAÇÃO", "PADRE ANCHIETA", "CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV", "Plenário", "Fundação Padre Anchieta", "Centro Paulista de Rádio e TV Educativas", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "FUNDAÇÃO", "PADRE ANCHIETA", "CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV", "Plenário", "Fundação Padre Anchieta", "Centro Paulista de Rádio e TV Educativas", "-", "ED", "/", "SP", "Fundação Padre Anchieta", "Supremo Tribunal Federal", "Fundação Padre Anchieta", "Poder", "Fundação Padre Anchieta", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", 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Federal", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA", "CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "FUNDAÇÃO", "CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV", "Plenário", "Plenário" ], "PESSOA": [ "DIAS TOFFOLI", "JOSÉ ANGEL ARIAS", "ANTONIO LUCIANO TAMBELLI", "JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "DIAS TOFFOLI", "JOSÉ ANGEL ARIAS", "ANTONIO LUCIANO TAMBELLI", "JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "JOSÉ ANGEL ARIAS", "ANTONIO LUCIANO TAMBELLI", "JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "Nelson Jobim", "Ilmar Galvão", "Joaquim Barbosa", "Nelson Jobim", "Ilmar Galvão", "Joaquim Barbosa", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "Edson Fachin", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Roberto Barroso", "DIAS TOFFOLI", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "DIAS TOFFOLI", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "JOSÉ ANGEL ARIAS", "ANTONIO LUCIANO TAMBELLI", "JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "DIAS TOFFOLI", "JOSÉ ANGEL ARIAS", "ANTONIO LUCIANO TAMBELLI", "JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11", "18", "/", "6", "/", "21", "21 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11", "18", "/", "6", "/", "21", "21 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "05", ".", "10", ".", "88", "24", "/", "08", "/", "2001", "05", ".", "10", ".", "88", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "5", "/", "10", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "5", "/", "10", "24", "/", "08", "/", "2001", "26", ".", "05", ".", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "26", ".", "05", ".", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", "/", "3", "/", "21", "14", "/", "8", "/", "17", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", "/", "3", "/", "21", "14", "/", "8", "/", "17", "24", "/", "08", "/", "2001", "29", "/", "10", "/", "14", "24", "/", "08", "/", "2001", "29", "/", "10", "/", "14", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "/", "4", "/", "17", "28", "/", "3", "/", "17", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "/", "4", "/", "17", "28", "/", "3", "/", "17", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "11", ".", "6", ".", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11", ".", "6", ".", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) :EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) :ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :TOMAZ MARCELLO BELASQUE EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. ATERRO SANITÁRIO. ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 18 a 25/6/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C9DC-23A4-9855-C828 e senha 0DB8-21E3-3D61-1B8D Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão ARE 1316839 AGR / PR majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C9DC-23A4-9855-C828 e senha 0DB8-21E3-3D61-1B8D Supremo Tribunal Federal ARE 1316839 AGR / PR majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C9DC-23A4-9855-C828 e senha 0DB8-21E3-3D61-1B8D Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) :EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) :ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :TOMAZ MARCELLO BELASQUE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AEFE-5EDD-8052-4824 e senha 5E51-5BEF-D842-BA2B Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) :EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) :ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :TOMAZ MARCELLO BELASQUE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AEFE-5EDD-8052-4824 e senha 5E51-5BEF-D842-BA2B Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula 279 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO. LICENÇA AMBIENTAL. DIREITO ADQUIRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.224.182-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 10/12/2019) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Administrativo. Estação de Rádio Base (ERB). Alvará. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 926D-4FFB-BAE4-9172 e senha EF9D-81DE-B0A1-2E3A Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula 279 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO. LICENÇA AMBIENTAL. DIREITO ADQUIRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.224.182-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 10/12/2019) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Administrativo. Estação de Rádio Base (ERB). Alvará. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 926D-4FFB-BAE4-9172 e senha EF9D-81DE-B0A1-2E3A Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316839 AGR / PR infraconstitucional, bem como do conjunto fático-probatório dos autos. Incidência das Súmulas nºs 280 e 279/STF. 2. Agravo regimental não provido.” (ARE 1.210.584-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 18/9/2019) “DIREITO AMBIENTAL. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PROTEÇÃO AMBIENTAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. NÃO CARACTERIZADA. LAUDO PERICIAL. SÚMULA 279/STF. 1. A resolução da controvérsia demanda a análise dos fatos e provas constantes dos autos, o que é vedado em recurso extraordinário. Incidência da Súmula 279/STF. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível condenação em honorários advocatícios (arts. 17 e 18, Lei nº 7.347/1985). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.” (ARE 1.012.930-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 16/6/2017) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 926D-4FFB-BAE4-9172 e senha EF9D-81DE-B0A1-2E3A Supremo Tribunal Federal ARE 1316839 AGR / PR infraconstitucional, bem como do conjunto fático-probatório dos autos. Incidência das Súmulas nºs 280 e 279/STF. 2. Agravo regimental não provido.” (ARE 1.210.584-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 18/9/2019) “DIREITO AMBIENTAL. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PROTEÇÃO AMBIENTAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. NÃO CARACTERIZADA. LAUDO PERICIAL. SÚMULA 279/STF. 1. A resolução da controvérsia demanda a análise dos fatos e provas constantes dos autos, o que é vedado em recurso extraordinário. Incidência da Súmula 279/STF. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível condenação em honorários advocatícios (arts. 17 e 18, Lei nº 7.347/1985). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.” (ARE 1.012.930-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 16/6/2017) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 926D-4FFB-BAE4-9172 e senha EF9D-81DE-B0A1-2E3A Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) :EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) :ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :TOMAZ MARCELLO BELASQUE V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F4BB-397A-2F27-CEB7 e senha 244E-7876-6819-9E96 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) :EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) :ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :TOMAZ MARCELLO BELASQUE V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F4BB-397A-2F27-CEB7 e senha 244E-7876-6819-9E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 28/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PROCED. : PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) : FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA (34388/DF, 18661/PR, 198031/ SP) ADV.(A/S) : PAULO OSTERNACK AMARAL (38234/PR) ADV.(A/S) : EDUARDO TALAMINI (19920/PR, 45591/SC, 198029/SP) AGDO.(A/S) : ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : TOMAZ MARCELLO BELASQUE (13951/PR) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B109-AF7D-5491-122A e senha C4ED-0663-B758-7505 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PROCED. : PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) : FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA (34388/DF, 18661/PR, 198031/ SP) ADV.(A/S) : PAULO OSTERNACK AMARAL (38234/PR) ADV.(A/S) : EDUARDO TALAMINI (19920/PR, 45591/SC, 198029/SP) AGDO.(A/S) : ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : TOMAZ MARCELLO BELASQUE (13951/PR) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B109-AF7D-5491-122A e senha C4ED-0663-B758-7505 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756720182
2021-06-28T00:00:00
2021-08-12T00:00:00
O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. ATERRO SANITÁRIO. ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
sjur450677
- Acórdão(s) citado(s): (RE, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) ARE 1012930 AgR (1ªT), ARE 1210584 AgR (TP), ARE 1224182 AgR (2ªT). Número de páginas: 7. Análise: 24/01/2022, MAF.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1316839
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1316839 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) : FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) : EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) : ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : TOMAZ MARCELLO BELASQUE
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) :EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) :ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :TOMAZ MARCELLO BELASQUE EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. ATERRO SANITÁRIO. ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 18 a 25/6/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C9DC-23A4-9855-C828 e senha 0DB8-21E3-3D61-1B8D Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão ARE 1316839 AGR / PR majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C9DC-23A4-9855-C828 e senha 0DB8-21E3-3D61-1B8D Supremo Tribunal Federal ARE 1316839 AGR / PR majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C9DC-23A4-9855-C828 e senha 0DB8-21E3-3D61-1B8D Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) :EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) :ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :TOMAZ MARCELLO BELASQUE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AEFE-5EDD-8052-4824 e senha 5E51-5BEF-D842-BA2B Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) :EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) :ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :TOMAZ MARCELLO BELASQUE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AEFE-5EDD-8052-4824 e senha 5E51-5BEF-D842-BA2B Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO. LICENÇA AMBIENTAL. DIREITO ADQUIRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.224.182-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 10/12/2019) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Administrativo. Estação de Rádio Base (ERB). Alvará. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 926D-4FFB-BAE4-9172 e senha EF9D-81DE-B0A1-2E3A Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO. LICENÇA AMBIENTAL. DIREITO ADQUIRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.224.182-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 10/12/2019) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Administrativo. Estação de Rádio Base (ERB). Alvará. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 926D-4FFB-BAE4-9172 e senha EF9D-81DE-B0A1-2E3A Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316839 AGR / PR infraconstitucional, bem como do conjunto fático-probatório dos autos. Incidência das Súmulas ns 280 e 279/Supremo Tribunal Federal. 2. Agravo regimental não provido.” (ARE 1.210.584-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 18/9/2019) “DIREITO AMBIENTAL. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PROTEÇÃO AMBIENTAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. NÃO CARACTERIZADA. LAUDO PERICIAL. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. 1. A resolução da controvérsia demanda a análise dos fatos e provas constantes dos autos, o que é vedado em recurso extraordinário. Incidência da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível condenação em honorários advocatícios (arts. 17 e 18, Lei n 7.347/1985). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015.” (ARE 1.012.930-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 16/6/2017) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 926D-4FFB-BAE4-9172 e senha EF9D-81DE-B0A1-2E3A Supremo Tribunal Federal ARE 1316839 AGR / PR infraconstitucional, bem como do conjunto fático-probatório dos autos. Incidência das Súmulas ns 280 e 279/Supremo Tribunal Federal. 2. Agravo regimental não provido.” (ARE 1.210.584-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 18/9/2019) “DIREITO AMBIENTAL. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PROTEÇÃO AMBIENTAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. NÃO CARACTERIZADA. LAUDO PERICIAL. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. 1. A resolução da controvérsia demanda a análise dos fatos e provas constantes dos autos, o que é vedado em recurso extraordinário. Incidência da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível condenação em honorários advocatícios (arts. 17 e 18, Lei n 7.347/1985). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015.” (ARE 1.012.930-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 16/6/2017) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 926D-4FFB-BAE4-9172 e senha EF9D-81DE-B0A1-2E3A Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) :EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) :ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :TOMAZ MARCELLO BELASQUE V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F4BB-397A-2F27-CEB7 e senha 244E-7876-6819-9E96 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :PAULO OSTERNACK AMARAL ADV.(A/S) :EDUARDO TALAMINI AGDO.(A/S) :ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :TOMAZ MARCELLO BELASQUE V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F4BB-397A-2F27-CEB7 e senha 244E-7876-6819-9E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 28/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PROCED. : PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) : FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA (34388/DF, 18661/PR, 198031/ SP) ADV.(A/S) : PAULO OSTERNACK AMARAL (38234/PR) ADV.(A/S) : EDUARDO TALAMINI (19920/PR, 45591/SC, 198029/SP) AGDO.(A/S) : ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : TOMAZ MARCELLO BELASQUE (13951/PR) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B109-AF7D-5491-122A e senha C4ED-0663-B758-7505 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.839 PROCED. : PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : SERRANA ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) : FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA (34388/DF, 18661/PR, 198031/ SP) ADV.(A/S) : PAULO OSTERNACK AMARAL (38234/PR) ADV.(A/S) : EDUARDO TALAMINI (19920/PR, 45591/SC, 198029/SP) AGDO.(A/S) : ANTONIO CARLOS ZAMPAR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : TOMAZ MARCELLO BELASQUE (13951/PR) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B109-AF7D-5491-122A e senha C4ED-0663-B758-7505 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 316 . 839", "ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1316839 AGR / PR", "RECURSO", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "ARE 1 . 224 . 182 - AgR", "AGRAVO 1 . 316 . 839", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "ARE 1 . 224 . 182 - AgR", "ARE 1316839 AGR /", "Súmulas ns 280", "ARE 1 . 210 . 584 - AgR", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 012 . 930 - AgR", "ARE 1316839 AGR / PR", "Súmulas ns 280 e 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 210 . 584 - AgR", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 012 . 930 - AgR", "AGRAVO 1 . 316 . 839", "RECURSO" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "arts . 17 e 18 , Lei n 7 . 347 / 1985", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "arts . 17 e 18 , Lei n 7 . 347 / 1985", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", ",", "§ 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "PARANÁ", "Brasília", "Brasília", "PARANÁ", "PARANÁ", "PARANÁ", "PARANÁ", "PARANÁ", "PARANÁ", "PARANÁ", "PARANÁ" ], "ORGANIZACAO": [ "PLENÁRIO", "SERRANA ENGENHARIA LTDA", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "SERRANA ENGENHARIA LTDA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "SERRANA ENGENHARIA LTDA", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Segunda Turma", "Estação de", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SERRANA ENGENHARIA LTDA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SERRANA ENGENHARIA LTDA", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "SERRANA ENGENHARIA LTDA", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "SERRANA ENGENHARIA LTDA", "Plenário" ], "PESSOA": [ "FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA", "PAULO OSTERNACK AMARAL", "EDUARDO TALAMINI", "ANTONIO CARLOS ZAMPAR", "TOMAZ MARCELLO BELASQUE", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA", "PAULO OSTERNACK AMARAL", "EDUARDO TALAMINI", "ANTONIO CARLOS ZAMPAR", "TOMAZ MARCELLO BELASQUE", "FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA", "PAULO OSTERNACK AMARAL", "EDUARDO TALAMINI", "ANTONIO CARLOS ZAMPAR", "TOMAZ MARCELLO BELASQUE", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "Cármen Lúcia", "LUIZ FUX", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Roberto Barroso", "Dias Toffoli", "Roberto Barroso", "FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA", "PAULO OSTERNACK AMARAL", "EDUARDO TALAMINI", "ANTONIO CARLOS ZAMPAR", "TOMAZ MARCELLO BELASQUE", "MARCO AURÉLIO", "FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA", "PAULO OSTERNACK AMARAL", "EDUARDO TALAMINI", "ANTONIO CARLOS ZAMPAR", "TOMAZ MARCELLO BELASQUE", "MARCO AURÉLIO", "FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA", "PAULO OSTERNACK AMARAL", "EDUARDO TALAMINI", "ANTONIO CARLOS ZAMPAR", "TOMAZ MARCELLO BELASQUE", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "FERNAO JUSTEN DE OLIVEIRA", "PAULO OSTERNACK AMARAL", "EDUARDO TALAMINI", "ANTONIO CARLOS ZAMPAR", "TOMAZ MARCELLO BELASQUE", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "18", "a", "25", "/", "6", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "10", "/", "12", "/", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "10", "/", "12", "/", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", "/", "9", "/", "2019", "16", "/", "6", "/", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", "/", "9", "/", "2019", "16", "/", "6", "/", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) :LEONARDO PIRES DE ALMEIDA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO. ALEGADA ATIPICIDADE DE CONDUTA EM APLICAÇÃO AO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO CABIMENTO. CRIME DE MERA CONDUTA, SENDO SUFICIENTE A AÇÃO DE POSSUIR ILEGALMENTE O ARMAMENTO OU A MUNIÇÃO. CONDENAÇÃO COM TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO. AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL UTILIZADA COMO SEGUNDA APELAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 621, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por unanimidade, acordam em negar provimento ao Agravo Regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 265F-9CD6-3CA1-0860 e senha 9A84-D2E8-B39B-8E1E Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Ementa e Acórdão RHC 202161 AGR / RS Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 265F-9CD6-3CA1-0860 e senha 9A84-D2E8-B39B-8E1E Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 265F-9CD6-3CA1-0860 e senha 9A84-D2E8-B39B-8E1E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) :LEONARDO PIRES DE ALMEIDA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto contra decisão monocrática de minha lavra, que negou provimento ao Recurso Ordinário em habeas corpus, sob o fundamento de que o Superior Tribunal de Justiça, na trilha do que foi decidido pelas instâncias ordinárias, especialmente pela recursal, reconheceu a impossibilidade do uso da ação de revisão criminal como uma segunda apelação, em que se reavaliem as provas, as teses examinadas e a condenação imposta, sem a presença de qualquer elemento novo que apoie a sua pretensão. Consta dos autos, em apertada síntese, que o recorrente foi condenado à pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em regime aberto, substituída por duas restritivas de direitos, consistentes em prestação pecuniária no valor de 01 salário-mínimo e prestação de serviço à comunidade, além de 10 (dez) dias-multa, no piso, pela prática do crime previsto no art. 16, caput, da Lei n. 10.826/03. Não satisfeito, o recorrente apelou ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, o qual negou provimento ao recurso. Após o trânsito em julgado da decisão em 11/02/2015, a defesa ajuizou Revisão Criminal na Corte local, que julgou improcedente o pedido. Contra essa decisão, impetrou-se Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça, apontando-se como autoridade coatora o Tribunal de Justiça Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) :LEONARDO PIRES DE ALMEIDA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto contra decisão monocrática de minha lavra, que negou provimento ao Recurso Ordinário em habeas corpus, sob o fundamento de que o Superior Tribunal de Justiça, na trilha do que foi decidido pelas instâncias ordinárias, especialmente pela recursal, reconheceu a impossibilidade do uso da ação de revisão criminal como uma segunda apelação, em que se reavaliem as provas, as teses examinadas e a condenação imposta, sem a presença de qualquer elemento novo que apoie a sua pretensão. Consta dos autos, em apertada síntese, que o recorrente foi condenado à pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em regime aberto, substituída por duas restritivas de direitos, consistentes em prestação pecuniária no valor de 01 salário-mínimo e prestação de serviço à comunidade, além de 10 (dez) dias-multa, no piso, pela prática do crime previsto no art. 16, caput, da Lei n. 10.826/03. Não satisfeito, o recorrente apelou ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, o qual negou provimento ao recurso. Após o trânsito em julgado da decisão em 11/02/2015, a defesa ajuizou Revisão Criminal na Corte local, que julgou improcedente o pedido. Contra essa decisão, impetrou-se Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça, apontando-se como autoridade coatora o Tribunal de Justiça Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Relatório RHC 202161 AGR / RS do Estado do Rio Grande do Sul, buscando, em síntese, "a aplicação do princípio da insignificância ao caso concreto, com a consequente absolvição do réu dada a atipicidade material da conduta por ele praticada.". Sobreveio, então, decisão monocrática da lavra do Min. JOEL ILAN PACIORNIK, que não conheceu do writ. Contra essa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental no Habeas Corpus 626.883/RS (Rel. Min. JOEL ILAN PACIORNIK), o qual foi desprovido: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO. REVISÃO CRIMINAL. NOVA APELAÇÃO E MUDANÇA JURISPRUDENCIAL. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O aresto recorrido está em harmonia com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido do não cabimento da revisão criminal quando utilizada como nova apelação. 2. Nos termos do entendimento deste Sodalício, a mudança jurisprudencial não autoriza o ajuizamento de revisão criminal. 3. Agravo regimental desprovido. Insatisfeita com a decisão da Corte da Cidadania, a defesa interpôs Recurso Ordinário em habeas corpus, no qual alegou, uma vez mais, que "se uma pessoa possui apenas uma pequena quantidade de munição, desacompanhada de arma de fogo, a sua conduta se torna irrelevante para o mundo jurídico, pois não representa nenhuma expectativa de perigo de dano à incolumidade pública.". Sustentou, ainda, que "no caso concreto, foram apreendidas munições na residência do recorrente que não possuía qualquer arma de fogo em sua posse, muito menos como gerar perigo de dano com sua conduta. Não é justo, pois, que receba um apenamento de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão pela pequena posse de munição em sua residência, ante a atipicidade da conduta narrada na exordial acusatória em razão do entendimento desta Suprema Corte.". Por fim, afirmou que "a posse ou o porte de pequena 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS do Estado do Rio Grande do Sul, buscando, em síntese, "a aplicação do princípio da insignificância ao caso concreto, com a consequente absolvição do réu dada a atipicidade material da conduta por ele praticada.". Sobreveio, então, decisão monocrática da lavra do Min. JOEL ILAN PACIORNIK, que não conheceu do writ. Contra essa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental no Habeas Corpus 626.883/RS (Rel. Min. JOEL ILAN PACIORNIK), o qual foi desprovido: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO. REVISÃO CRIMINAL. NOVA APELAÇÃO E MUDANÇA JURISPRUDENCIAL. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O aresto recorrido está em harmonia com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido do não cabimento da revisão criminal quando utilizada como nova apelação. 2. Nos termos do entendimento deste Sodalício, a mudança jurisprudencial não autoriza o ajuizamento de revisão criminal. 3. Agravo regimental desprovido. Insatisfeita com a decisão da Corte da Cidadania, a defesa interpôs Recurso Ordinário em habeas corpus, no qual alegou, uma vez mais, que "se uma pessoa possui apenas uma pequena quantidade de munição, desacompanhada de arma de fogo, a sua conduta se torna irrelevante para o mundo jurídico, pois não representa nenhuma expectativa de perigo de dano à incolumidade pública.". Sustentou, ainda, que "no caso concreto, foram apreendidas munições na residência do recorrente que não possuía qualquer arma de fogo em sua posse, muito menos como gerar perigo de dano com sua conduta. Não é justo, pois, que receba um apenamento de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão pela pequena posse de munição em sua residência, ante a atipicidade da conduta narrada na exordial acusatória em razão do entendimento desta Suprema Corte.". Por fim, afirmou que "a posse ou o porte de pequena 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Relatório RHC 202161 AGR / RS quantidade de munição, desacompanhada da arma apta a deflagrá-la, não é considerado crime, em razão do princípio da insignificância, razão pela qual há flagrante injustiça no caso concreto, que autoriza a procedência do pedido, como forma de buscar a tão almejada justiça, devendo o réu ser absolvido, nos termos do art. 386, III, do CPP, tendo em vista que o réu foi condenado a uma pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão pela simples posse de quatro munições, o que é completamente irrazoável, ilógico e ilegal, o que somente poderá ser reparado por esta digna Suprema Corte de Justiça!". Requereu, por fim, "o conhecimento e provimento do recurso ordinário para reformar o acórdão recorrido ao efeito de conceder a ordem de habeas corpus impetrada, inclusive de ofício, nos termos do art. 654, §2º, do CPP, para absolver o recorrente Anderson Gomes de Freitas das imputações do art. 16, caput, da Lei nº 10.826/03, onde fora condenado definitivamente a uma pena de 02 anos e 06 meses de reclusão pela simples posse de 04 (quatro) munições em sua residência, dada a atipicidade material de sua conduta, nos termos do art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal, reconhecendo-se, no caso concreto, a incidência do princípio da insignificância, porquanto restou vulnerado o art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal e art. 648, inciso I, do CPP.". Por decisão monocrática, neguei provimento ao Recurso Ordinário em habeas corpus. Neste recurso, a defesa do agravante alega, novamente, que o "recorrente foi condenado criminalmente, pois havia, em sua residência, apenas 04 (quatro) munições, sem a presença de nenhuma arma de fogo, visto que, cumprido mandado de busca e apreensão na residência do requerente, somente foram encontradas as referidas munições.". Sustenta, ainda, que esta CORTE, "nos autos do HC 154.390, desconstituiu o trânsito de um acusado que havia sido condenado pelo delito do art. 16, da Lei nº 10.826/03, pela posse de uma única munição de fuzil (calibre 762), reconhecendo o princípio da insignificância e absolvendo o paciente das acusações formuladas, dada a atipicidade material da conduta (...)". Por fim, argumenta que a decisão condenatória ao fazer referência ao fato de "que 'os cartuchos de calibre 7,63mm Mauser que não deflagraram as suas cargas, resultando falhas na produção de tiros', estes não devem ser considerados para fins de culpabilidade, visto que se uma arma de fogo sem potencialidade lesiva não se presta para caracterizar o referido delito, quiçá 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS quantidade de munição, desacompanhada da arma apta a deflagrá-la, não é considerado crime, em razão do princípio da insignificância, razão pela qual há flagrante injustiça no caso concreto, que autoriza a procedência do pedido, como forma de buscar a tão almejada justiça, devendo o réu ser absolvido, nos termos do art. 386, III, do CPP, tendo em vista que o réu foi condenado a uma pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão pela simples posse de quatro munições, o que é completamente irrazoável, ilógico e ilegal, o que somente poderá ser reparado por esta digna Suprema Corte de Justiça!". Requereu, por fim, "o conhecimento e provimento do recurso ordinário para reformar o acórdão recorrido ao efeito de conceder a ordem de habeas corpus impetrada, inclusive de ofício, nos termos do art. 654, §2º, do CPP, para absolver o recorrente Anderson Gomes de Freitas das imputações do art. 16, caput, da Lei nº 10.826/03, onde fora condenado definitivamente a uma pena de 02 anos e 06 meses de reclusão pela simples posse de 04 (quatro) munições em sua residência, dada a atipicidade material de sua conduta, nos termos do art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal, reconhecendo-se, no caso concreto, a incidência do princípio da insignificância, porquanto restou vulnerado o art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal e art. 648, inciso I, do CPP.". Por decisão monocrática, neguei provimento ao Recurso Ordinário em habeas corpus. Neste recurso, a defesa do agravante alega, novamente, que o "recorrente foi condenado criminalmente, pois havia, em sua residência, apenas 04 (quatro) munições, sem a presença de nenhuma arma de fogo, visto que, cumprido mandado de busca e apreensão na residência do requerente, somente foram encontradas as referidas munições.". Sustenta, ainda, que esta CORTE, "nos autos do HC 154.390, desconstituiu o trânsito de um acusado que havia sido condenado pelo delito do art. 16, da Lei nº 10.826/03, pela posse de uma única munição de fuzil (calibre 762), reconhecendo o princípio da insignificância e absolvendo o paciente das acusações formuladas, dada a atipicidade material da conduta (...)". Por fim, argumenta que a decisão condenatória ao fazer referência ao fato de "que 'os cartuchos de calibre 7,63mm Mauser que não deflagraram as suas cargas, resultando falhas na produção de tiros', estes não devem ser considerados para fins de culpabilidade, visto que se uma arma de fogo sem potencialidade lesiva não se presta para caracterizar o referido delito, quiçá 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Relatório RHC 202161 AGR / RS servirá a posse de munições imprestáveis para o uso, diante da ausência de afetação do bem jurídico incolumidade pública, tratando-se de crime impossível pela ineficácia absoluta do meio.". Requer, portanto, a reconsideração da decisão impugnada ou o provimento do presente recurso, "para, julgando procedente a revisão criminal originária, absolver o paciente Anderson Gomes de Freitas das imputações do art. 16, caput, da Lei nº 10.826/03, onde fora condenado definitivamente a uma pena de 02 anos e 06 meses de reclusão pela simples posse de 04 (quatro) munições em sua residência, dada a atipicidade de sua conduta, nos termos do art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal, reconhecendo-se, no caso concreto, a incidência do princípio da insignificância, ausente, pois, tipicidade material da conduta quando evidenciada a inexpressividade da lesão ao bem jurídico tutelado.". Alternativamente, requer "seja encaminhado o recurso à Colenda 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal para apreciação e julgamento (...)". É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS servirá a posse de munições imprestáveis para o uso, diante da ausência de afetação do bem jurídico incolumidade pública, tratando-se de crime impossível pela ineficácia absoluta do meio.". Requer, portanto, a reconsideração da decisão impugnada ou o provimento do presente recurso, "para, julgando procedente a revisão criminal originária, absolver o paciente Anderson Gomes de Freitas das imputações do art. 16, caput, da Lei nº 10.826/03, onde fora condenado definitivamente a uma pena de 02 anos e 06 meses de reclusão pela simples posse de 04 (quatro) munições em sua residência, dada a atipicidade de sua conduta, nos termos do art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal, reconhecendo-se, no caso concreto, a incidência do princípio da insignificância, ausente, pois, tipicidade material da conduta quando evidenciada a inexpressividade da lesão ao bem jurídico tutelado.". Alternativamente, requer "seja encaminhado o recurso à Colenda 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal para apreciação e julgamento (...)". É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Não há reparo a fazer, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados, pelo que se reafirma o seu teor. No caso em tela, o Superior Tribunal de Justiça, na trilha do que foi decidido pelas instâncias ordinárias, especialmente pela recursal, entendeu "que a jurisprudência dá conta de que a Revisão Criminal não pode ser utilizada como uma segunda apelação, para reavaliar a prova, as teses examinadas e a condenação imposta, sem qualquer elemento novo que apoie a pretensão.". De se ver que não há ilegalidade no acórdão impugnado. Com efeito, a Corte estadual julgou improcedente a revisão criminal, conforme a seguinte ementa: REVISÃO CRIMINAL.CONDENAÇÃO PELO DELITO DE ARMAS. Artigo 16, caput, da Lei nº 10.826/03. A condenação foi devidamente referendada no acórdão que julgou a apelação. A Revisão Criminal não é uma segunda apelação, destinada a mero reexame de matérias anteriormente analisadas, devendo enquadrar-se em uma das restritas hipóteses do artigo 621, do CPP. Tangente à postulação de absolvição ou de eventual redução da pena, nada a alterar, tendo sido esta fixada dentro dos parâmetros de lei. A revisão não serve à reapreciação da matéria já decidida. REVISÃO CRIMINAL IMPROCEDENTE. UNÂNIME. A propósito, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em sede de revisão criminal, destacou: Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Não há reparo a fazer, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados, pelo que se reafirma o seu teor. No caso em tela, o Superior Tribunal de Justiça, na trilha do que foi decidido pelas instâncias ordinárias, especialmente pela recursal, entendeu "que a jurisprudência dá conta de que a Revisão Criminal não pode ser utilizada como uma segunda apelação, para reavaliar a prova, as teses examinadas e a condenação imposta, sem qualquer elemento novo que apoie a pretensão.". De se ver que não há ilegalidade no acórdão impugnado. Com efeito, a Corte estadual julgou improcedente a revisão criminal, conforme a seguinte ementa: REVISÃO CRIMINAL.CONDENAÇÃO PELO DELITO DE ARMAS. Artigo 16, caput, da Lei nº 10.826/03. A condenação foi devidamente referendada no acórdão que julgou a apelação. A Revisão Criminal não é uma segunda apelação, destinada a mero reexame de matérias anteriormente analisadas, devendo enquadrar-se em uma das restritas hipóteses do artigo 621, do CPP. Tangente à postulação de absolvição ou de eventual redução da pena, nada a alterar, tendo sido esta fixada dentro dos parâmetros de lei. A revisão não serve à reapreciação da matéria já decidida. REVISÃO CRIMINAL IMPROCEDENTE. UNÂNIME. A propósito, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em sede de revisão criminal, destacou: Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RHC 202161 AGR / RS [...] Sumariando o caso ora em julgamento, destaco que a jurisprudência dá conta de que a Revisão Criminal não pode ser utilizada como uma segunda apelação, para reavaliar a prova, as teses examinadas e a condenação imposta, sem qualquer elemento novo que apoie a pretensão. No caso, ainda que parte da munição não tenha se mostrado eficaz, o restante possuía capacidade lesiva, devidamente atestada pelo laudo pericial. Há precedentes do STF, em que se aplica o princípio da insignificância, somente quando existe uma única munição com capacidade lesiva, o que não se mostra compatível com o caso em apreço, eis que existem 4 munições com potencial poder lesivo atestado, a configurar o delito em questão. Neste rumo, calha citar o decidido pelo egrégio STF, no Agravo Regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus nº 158.087, relatado pelo Ministro Luiz Fux. Embora não se constate irresignação quanto ao apenamento, destaco que somente em se verificando erro grosseiro ou técnico na fixação da pena poderá ela ser revista e, frise-se, tal não ocorreu no caso vertente. No caso, o acusado foi até beneficiado, pois sua pena restou fixada abaixo do mínimo legal, em face da atenuante da confissão. Em situação semelhante, já decidiu esta CORTE: [...] 2. A revisão criminal, instrumento processual posto à disposição do condenado, tem como finalidade precípua conciliar, de um lado, a exigência de juridicidade da prestação jurisdicional e, de outro, a necessária segurança jurídica decorrente dos pronunciamentos emanados do Estado-Juiz, mediante observância de hipóteses de cabimento taxativamente previstas no ordenamento jurídico e que traduzam situações efetivamente graves que, em tese, possam autorizar a excepcional desconstituição da coisa julgada material. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS [...] Sumariando o caso ora em julgamento, destaco que a jurisprudência dá conta de que a Revisão Criminal não pode ser utilizada como uma segunda apelação, para reavaliar a prova, as teses examinadas e a condenação imposta, sem qualquer elemento novo que apoie a pretensão. No caso, ainda que parte da munição não tenha se mostrado eficaz, o restante possuía capacidade lesiva, devidamente atestada pelo laudo pericial. Há precedentes do STF, em que se aplica o princípio da insignificância, somente quando existe uma única munição com capacidade lesiva, o que não se mostra compatível com o caso em apreço, eis que existem 4 munições com potencial poder lesivo atestado, a configurar o delito em questão. Neste rumo, calha citar o decidido pelo egrégio STF, no Agravo Regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus nº 158.087, relatado pelo Ministro Luiz Fux. Embora não se constate irresignação quanto ao apenamento, destaco que somente em se verificando erro grosseiro ou técnico na fixação da pena poderá ela ser revista e, frise-se, tal não ocorreu no caso vertente. No caso, o acusado foi até beneficiado, pois sua pena restou fixada abaixo do mínimo legal, em face da atenuante da confissão. Em situação semelhante, já decidiu esta CORTE: [...] 2. A revisão criminal, instrumento processual posto à disposição do condenado, tem como finalidade precípua conciliar, de um lado, a exigência de juridicidade da prestação jurisdicional e, de outro, a necessária segurança jurídica decorrente dos pronunciamentos emanados do Estado-Juiz, mediante observância de hipóteses de cabimento taxativamente previstas no ordenamento jurídico e que traduzam situações efetivamente graves que, em tese, possam autorizar a excepcional desconstituição da coisa julgada material. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RHC 202161 AGR / RS (RvC 5.475/AM, Rel. Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, DJe 15/04/2020). Esse entendimento não fere a jurisprudência do Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: A inadmissão da Revisão Criminal em razão de meras variações jurisprudenciais, ressalvadas situações excepcionais de abolitio criminis ou declaração de inconstitucionalidade de dispositivos legais (inclusive incidenter tantum), é historicamente assentada por esta Corte (RE 113601, Primeira Turma, Rel. Min. Moreira Alves, j. 12/06/1987; RvC 4645, Tribunal Pleno, Rel. Min. Néri da Silveira, j. 01/04/1982) (RvC n. 5.457-AgR/SP, Tribunal Pleno, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 11/10/17). Além do trânsito em julgado da condenação, não se pode ignorar que a resposta estatal revela-se proporcional e suficiente para reprovação da conduta, tendo em vista que a pena privativa de liberdade foi substituída por restritivas de direitos, consistentes em prestação pecuniária no valor de 01 salário mínimo e prestação de serviço à comunidade. Por fim, acrescente-se a jurisprudência deste SUPREMO TRIBUNAL, no sentido de que O delito de posse de arma de fogo de uso restrito, de seus acessórios ou de munições ‘contempla crime de mera conduta, sendo suficiente a ação de possuir ilegalmente o armamento ou a munição. Objetiva-se, assim, antecipar a punição de fatos que apresentam potencial lesivo à população, prevenindo a prática de crimes’ (HC 127.652, DJe de 17/6/2015) (HC 148269 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 6/3/2018). Nesse mesmo sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. CRIMES DE TRÁFICO DE DROGAS E DE POSSE IRREGULAR DE MUNIÇÃO DE USO PERMITIDO. ARTIGO 12 DA LEI Nº 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS (RvC 5.475/AM, Rel. Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, DJe 15/04/2020). Esse entendimento não fere a jurisprudência do Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: A inadmissão da Revisão Criminal em razão de meras variações jurisprudenciais, ressalvadas situações excepcionais de abolitio criminis ou declaração de inconstitucionalidade de dispositivos legais (inclusive incidenter tantum), é historicamente assentada por esta Corte (RE 113601, Primeira Turma, Rel. Min. Moreira Alves, j. 12/06/1987; RvC 4645, Tribunal Pleno, Rel. Min. Néri da Silveira, j. 01/04/1982) (RvC n. 5.457-AgR/SP, Tribunal Pleno, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 11/10/17). Além do trânsito em julgado da condenação, não se pode ignorar que a resposta estatal revela-se proporcional e suficiente para reprovação da conduta, tendo em vista que a pena privativa de liberdade foi substituída por restritivas de direitos, consistentes em prestação pecuniária no valor de 01 salário mínimo e prestação de serviço à comunidade. Por fim, acrescente-se a jurisprudência deste SUPREMO TRIBUNAL, no sentido de que O delito de posse de arma de fogo de uso restrito, de seus acessórios ou de munições ‘contempla crime de mera conduta, sendo suficiente a ação de possuir ilegalmente o armamento ou a munição. Objetiva-se, assim, antecipar a punição de fatos que apresentam potencial lesivo à população, prevenindo a prática de crimes’ (HC 127.652, DJe de 17/6/2015) (HC 148269 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 6/3/2018). Nesse mesmo sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. CRIMES DE TRÁFICO DE DROGAS E DE POSSE IRREGULAR DE MUNIÇÃO DE USO PERMITIDO. ARTIGO 12 DA LEI Nº 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RHC 202161 AGR / RS 10.826/2003. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. TIPICIDADE. 1. A posse irregular de munição de uso permitido (art. 12 da Lei 10.826/2003) constitui crime de perigo abstrato, não se exigindo demonstração de ofensividade concreta para sua consumação, sendo irrelevante a presença da arma de fogo para tipificá-lo. Precedentes. 2. Agravo regimental conhecido e não provido. (RHC 146.081-AgR, Relator Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 20/11/2017) Processual penal. Agravo regimental em Habeas corpus. Posse de munição. Alegação de atipicidade da conduta. Improcedência. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que “O delito de porte ilegal de arma de fogo tutela a segurança pública e a paz social, e não a incolumidade física, sendo irrelevante o fato de o armamento estar municiado ou não. Tanto é assim que a lei tipifica até mesmo o porte da munição, isoladamente” (RHC 117.566, Rel. Min. Luiz Fux). 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (HC 138.157-AgR, Relator Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe 19/6/2017) Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Condenação. Condenado por infração ao art. 12 da Lei 10.826/03 e art. 33 da Lei nº 11.343/06. Posse de 2 (duas) munições de calibre 38. Alegada ausência de lesão ao bem juridicamente tutelado. Reconhecimento da atipicidade material da conduta. Impossibilidade. Crime de mera conduta e de perigo abstrato. Precedentes. Regimental não provido. 1. A posse de arma de fogo de uso restrito, de seus acessórios ou de munições constitui crime de mera conduta e de perigo abstrato cujo objeto jurídico tutelado compreende a segurança coletiva e a incolumidade pública. Precedentes. 2. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (RHC 138.843-AgR, Relator Min. DIAS TOFFOLI, Segunda 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS 10.826/2003. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. TIPICIDADE. 1. A posse irregular de munição de uso permitido (art. 12 da Lei 10.826/2003) constitui crime de perigo abstrato, não se exigindo demonstração de ofensividade concreta para sua consumação, sendo irrelevante a presença da arma de fogo para tipificá-lo. Precedentes. 2. Agravo regimental conhecido e não provido. (RHC 146.081-AgR, Relator Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 20/11/2017) Processual penal. Agravo regimental em Habeas corpus. Posse de munição. Alegação de atipicidade da conduta. Improcedência. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que “O delito de porte ilegal de arma de fogo tutela a segurança pública e a paz social, e não a incolumidade física, sendo irrelevante o fato de o armamento estar municiado ou não. Tanto é assim que a lei tipifica até mesmo o porte da munição, isoladamente” (RHC 117.566, Rel. Min. Luiz Fux). 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (HC 138.157-AgR, Relator Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe 19/6/2017) Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Condenação. Condenado por infração ao art. 12 da Lei 10.826/03 e art. 33 da Lei nº 11.343/06. Posse de 2 (duas) munições de calibre 38. Alegada ausência de lesão ao bem juridicamente tutelado. Reconhecimento da atipicidade material da conduta. Impossibilidade. Crime de mera conduta e de perigo abstrato. Precedentes. Regimental não provido. 1. A posse de arma de fogo de uso restrito, de seus acessórios ou de munições constitui crime de mera conduta e de perigo abstrato cujo objeto jurídico tutelado compreende a segurança coletiva e a incolumidade pública. Precedentes. 2. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (RHC 138.843-AgR, Relator Min. DIAS TOFFOLI, Segunda 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RHC 202161 AGR / RS Turma, DJe de 19/5/2017) E ainda: ARE 900.105 AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 14/10/2015; RHC 123.553 AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 22/10/2014; RHC 128.281, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 26/8/2015. Em conclusão, não há reparo a fazer, pois o Recurso Ordinário Constitucional não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Em igual sentido, não existe reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo regimental. É o voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS Turma, DJe de 19/5/2017) E ainda: ARE 900.105 AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 14/10/2015; RHC 123.553 AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 22/10/2014; RHC 128.281, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 26/8/2015. Em conclusão, não há reparo a fazer, pois o Recurso Ordinário Constitucional não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Em igual sentido, não existe reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo regimental. É o voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) : LEONARDO PIRES DE ALMEIDA (100573/RS) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DDA-5E3E-458E-3F83 e senha 95DA-502D-8A8C-CD1E Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) : LEONARDO PIRES DE ALMEIDA (100573/RS) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DDA-5E3E-458E-3F83 e senha 95DA-502D-8A8C-CD1E Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756372068
2021-06-28T00:00:00
2021-07-01T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO. ALEGADA ATIPICIDADE DE CONDUTA EM APLICAÇÃO AO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO CABIMENTO. CRIME DE MERA CONDUTA, SENDO SUFICIENTE A AÇÃO DE POSSUIR ILEGALMENTE O ARMAMENTO OU A MUNIÇÃO. CONDENAÇÃO COM TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO. AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL UTILIZADA COMO SEGUNDA APELAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 621, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
sjur449843
- Acórdão(s) citado(s): (REVISÃO CRIMINAL, EXCEPCIONALIDADE) RvC 5457 AgR (TP), RvC 5475 (TP). (PORTE DE MUNIÇÃO, USO RESTRITO, CRIME DE MERA CONDUTA) RHC 123553 AgR (2ªT), RHC 128281 (2ªT), ARE 900105 AgR (1ªT), HC 138157 AgR (1ªT), RHC 138843 AgR (2ªT), RHC 146081 AgR (1ªT). - Decisão monocrática citada: (PORTE DE MUNIÇÃO, USO RESTRITO, CRIME DE MERA CONDUTA) HC 127652. Número de páginas: 12. Análise: 26/01/2022, ABO.
ALEXANDRE DE MORAES
Primeira Turma
202161
[ "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00621\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL" ]
RHC-AgR
acordaos
RHC 202161 AgR
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AGTE.(S) : ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) : LEONARDO PIRES DE ALMEIDA AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) :LEONARDO PIRES DE ALMEIDA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO. ALEGADA ATIPICIDADE DE CONDUTA EM APLICAÇÃO AO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO CABIMENTO. CRIME DE MERA CONDUTA, SENDO SUFICIENTE A AÇÃO DE POSSUIR ILEGALMENTE O ARMAMENTO OU A MUNIÇÃO. CONDENAÇÃO COM TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO. AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL UTILIZADA COMO SEGUNDA APELAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 621, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por unanimidade, acordam em negar provimento ao Agravo Regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 265F-9CD6-3CA1-0860 e senha 9A84-D2E8-B39B-8E1E Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Ementa e Acórdão RHC 202161 AGR / RS Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 265F-9CD6-3CA1-0860 e senha 9A84-D2E8-B39B-8E1E Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 265F-9CD6-3CA1-0860 e senha 9A84-D2E8-B39B-8E1E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) :LEONARDO PIRES DE ALMEIDA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto contra decisão monocrática de minha lavra, que negou provimento ao Recurso Ordinário em habeas corpus, sob o fundamento de que o Superior Tribunal de Justiça, na trilha do que foi decidido pelas instâncias ordinárias, especialmente pela recursal, reconheceu a impossibilidade do uso da ação de revisão criminal como uma segunda apelação, em que se reavaliem as provas, as teses examinadas e a condenação imposta, sem a presença de qualquer elemento novo que apoie a sua pretensão. Consta dos autos, em apertada síntese, que o recorrente foi condenado à pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em regime aberto, substituída por duas restritivas de direitos, consistentes em prestação pecuniária no valor de 01 salário-mínimo e prestação de serviço à comunidade, além de 10 (dez) dias-multa, no piso, pela prática do crime previsto no art. 16, caput, da Lei n. 10.826/03. Não satisfeito, o recorrente apelou ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, o qual negou provimento ao recurso. Após o trânsito em julgado da decisão em 11/02/2015, a defesa ajuizou Revisão Criminal na Corte local, que julgou improcedente o pedido. Contra essa decisão, impetrou-se Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça, apontando-se como autoridade coatora o Tribunal de Justiça Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) :LEONARDO PIRES DE ALMEIDA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto contra decisão monocrática de minha lavra, que negou provimento ao Recurso Ordinário em habeas corpus, sob o fundamento de que o Superior Tribunal de Justiça, na trilha do que foi decidido pelas instâncias ordinárias, especialmente pela recursal, reconheceu a impossibilidade do uso da ação de revisão criminal como uma segunda apelação, em que se reavaliem as provas, as teses examinadas e a condenação imposta, sem a presença de qualquer elemento novo que apoie a sua pretensão. Consta dos autos, em apertada síntese, que o recorrente foi condenado à pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em regime aberto, substituída por duas restritivas de direitos, consistentes em prestação pecuniária no valor de 01 salário-mínimo e prestação de serviço à comunidade, além de 10 (dez) dias-multa, no piso, pela prática do crime previsto no art. 16, caput, da Lei n. 10.826/03. Não satisfeito, o recorrente apelou ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, o qual negou provimento ao recurso. Após o trânsito em julgado da decisão em 11/02/2015, a defesa ajuizou Revisão Criminal na Corte local, que julgou improcedente o pedido. Contra essa decisão, impetrou-se Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça, apontando-se como autoridade coatora o Tribunal de Justiça Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Relatório RHC 202161 AGR / RS do Estado do Rio Grande do Sul, buscando, em síntese, "a aplicação do princípio da insignificância ao caso concreto, com a consequente absolvição do réu dada a atipicidade material da conduta por ele praticada.". Sobreveio, então, decisão monocrática da lavra do Min. JOEL ILAN PACIORNIK, que não conheceu do writ. Contra essa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental no Habeas Corpus 626.883/RS (Rel. Min. JOEL ILAN PACIORNIK), o qual foi desprovido: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO. REVISÃO CRIMINAL. NOVA APELAÇÃO E MUDANÇA JURISPRUDENCIAL. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O aresto recorrido está em harmonia com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido do não cabimento da revisão criminal quando utilizada como nova apelação. 2. Nos termos do entendimento deste Sodalício, a mudança jurisprudencial não autoriza o ajuizamento de revisão criminal. 3. Agravo regimental desprovido. Insatisfeita com a decisão da Corte da Cidadania, a defesa interpôs Recurso Ordinário em habeas corpus, no qual alegou, uma vez mais, que "se uma pessoa possui apenas uma pequena quantidade de munição, desacompanhada de arma de fogo, a sua conduta se torna irrelevante para o mundo jurídico, pois não representa nenhuma expectativa de perigo de dano à incolumidade pública.". Sustentou, ainda, que "no caso concreto, foram apreendidas munições na residência do recorrente que não possuía qualquer arma de fogo em sua posse, muito menos como gerar perigo de dano com sua conduta. Não é justo, pois, que receba um apenamento de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão pela pequena posse de munição em sua residência, ante a atipicidade da conduta narrada na exordial acusatória em razão do entendimento desta Suprema Corte.". Por fim, afirmou que "a posse ou o porte de pequena 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS do Estado do Rio Grande do Sul, buscando, em síntese, "a aplicação do princípio da insignificância ao caso concreto, com a consequente absolvição do réu dada a atipicidade material da conduta por ele praticada.". Sobreveio, então, decisão monocrática da lavra do Min. JOEL ILAN PACIORNIK, que não conheceu do writ. Contra essa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental no Habeas Corpus 626.883/RS (Rel. Min. JOEL ILAN PACIORNIK), o qual foi desprovido: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO. REVISÃO CRIMINAL. NOVA APELAÇÃO E MUDANÇA JURISPRUDENCIAL. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O aresto recorrido está em harmonia com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido do não cabimento da revisão criminal quando utilizada como nova apelação. 2. Nos termos do entendimento deste Sodalício, a mudança jurisprudencial não autoriza o ajuizamento de revisão criminal. 3. Agravo regimental desprovido. Insatisfeita com a decisão da Corte da Cidadania, a defesa interpôs Recurso Ordinário em habeas corpus, no qual alegou, uma vez mais, que "se uma pessoa possui apenas uma pequena quantidade de munição, desacompanhada de arma de fogo, a sua conduta se torna irrelevante para o mundo jurídico, pois não representa nenhuma expectativa de perigo de dano à incolumidade pública.". Sustentou, ainda, que "no caso concreto, foram apreendidas munições na residência do recorrente que não possuía qualquer arma de fogo em sua posse, muito menos como gerar perigo de dano com sua conduta. Não é justo, pois, que receba um apenamento de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão pela pequena posse de munição em sua residência, ante a atipicidade da conduta narrada na exordial acusatória em razão do entendimento desta Suprema Corte.". Por fim, afirmou que "a posse ou o porte de pequena 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Relatório RHC 202161 AGR / RS quantidade de munição, desacompanhada da arma apta a deflagrá-la, não é considerado crime, em razão do princípio da insignificância, razão pela qual há flagrante injustiça no caso concreto, que autoriza a procedência do pedido, como forma de buscar a tão almejada justiça, devendo o réu ser absolvido, nos termos do art. 386, III, do CPP, tendo em vista que o réu foi condenado a uma pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão pela simples posse de quatro munições, o que é completamente irrazoável, ilógico e ilegal, o que somente poderá ser reparado por esta digna Suprema Corte de Justiça!". Requereu, por fim, "o conhecimento e provimento do recurso ordinário para reformar o acórdão recorrido ao efeito de conceder a ordem de habeas corpus impetrada, inclusive de ofício, nos termos do art. 654, §2..., do CPP, para absolver o recorrente Anderson Gomes de Freitas das imputações do art. 16, caput, da Lei n 10.826/03, onde fora condenado definitivamente a uma pena de 02 anos e 06 meses de reclusão pela simples posse de 04 (quatro) munições em sua residência, dada a atipicidade material de sua conduta, nos termos do art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal, reconhecendo-se, no caso concreto, a incidência do princípio da insignificância, porquanto restou vulnerado o art. 5..., LXVIII, da Constituição Federal e art. 648, inciso I, do CPP.". Por decisão monocrática, neguei provimento ao Recurso Ordinário em habeas corpus. Neste recurso, a defesa do agravante alega, novamente, que o "recorrente foi condenado criminalmente, pois havia, em sua residência, apenas 04 (quatro) munições, sem a presença de nenhuma arma de fogo, visto que, cumprido mandado de busca e apreensão na residência do requerente, somente foram encontradas as referidas munições.". Sustenta, ainda, que esta CORTE, "nos autos do HC 154.390, desconstituiu o trânsito de um acusado que havia sido condenado pelo delito do art. 16, da Lei n 10.826/03, pela posse de uma única munição de fuzil (calibre 762), reconhecendo o princípio da insignificância e absolvendo o paciente das acusações formuladas, dada a atipicidade material da conduta (...)". Por fim, argumenta que a decisão condenatória ao fazer referência ao fato de "que 'os cartuchos de calibre 7,63mm Mauser que não deflagraram as suas cargas, resultando falhas na produção de tiros', estes não devem ser considerados para fins de culpabilidade, visto que se uma arma de fogo sem potencialidade lesiva não se presta para caracterizar o referido delito, quiçá 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS quantidade de munição, desacompanhada da arma apta a deflagrá-la, não é considerado crime, em razão do princípio da insignificância, razão pela qual há flagrante injustiça no caso concreto, que autoriza a procedência do pedido, como forma de buscar a tão almejada justiça, devendo o réu ser absolvido, nos termos do art. 386, III, do CPP, tendo em vista que o réu foi condenado a uma pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão pela simples posse de quatro munições, o que é completamente irrazoável, ilógico e ilegal, o que somente poderá ser reparado por esta digna Suprema Corte de Justiça!". Requereu, por fim, "o conhecimento e provimento do recurso ordinário para reformar o acórdão recorrido ao efeito de conceder a ordem de habeas corpus impetrada, inclusive de ofício, nos termos do art. 654, §2..., do CPP, para absolver o recorrente Anderson Gomes de Freitas das imputações do art. 16, caput, da Lei n 10.826/03, onde fora condenado definitivamente a uma pena de 02 anos e 06 meses de reclusão pela simples posse de 04 (quatro) munições em sua residência, dada a atipicidade material de sua conduta, nos termos do art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal, reconhecendo-se, no caso concreto, a incidência do princípio da insignificância, porquanto restou vulnerado o art. 5..., LXVIII, da Constituição Federal e art. 648, inciso I, do CPP.". Por decisão monocrática, neguei provimento ao Recurso Ordinário em habeas corpus. Neste recurso, a defesa do agravante alega, novamente, que o "recorrente foi condenado criminalmente, pois havia, em sua residência, apenas 04 (quatro) munições, sem a presença de nenhuma arma de fogo, visto que, cumprido mandado de busca e apreensão na residência do requerente, somente foram encontradas as referidas munições.". Sustenta, ainda, que esta CORTE, "nos autos do HC 154.390, desconstituiu o trânsito de um acusado que havia sido condenado pelo delito do art. 16, da Lei n 10.826/03, pela posse de uma única munição de fuzil (calibre 762), reconhecendo o princípio da insignificância e absolvendo o paciente das acusações formuladas, dada a atipicidade material da conduta (...)". Por fim, argumenta que a decisão condenatória ao fazer referência ao fato de "que 'os cartuchos de calibre 7,63mm Mauser que não deflagraram as suas cargas, resultando falhas na produção de tiros', estes não devem ser considerados para fins de culpabilidade, visto que se uma arma de fogo sem potencialidade lesiva não se presta para caracterizar o referido delito, quiçá 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Relatório RHC 202161 AGR / RS servirá a posse de munições imprestáveis para o uso, diante da ausência de afetação do bem jurídico incolumidade pública, tratando-se de crime impossível pela ineficácia absoluta do meio.". Requer, portanto, a reconsideração da decisão impugnada ou o provimento do presente recurso, "para, julgando procedente a revisão criminal originária, absolver o paciente Anderson Gomes de Freitas das imputações do art. 16, caput, da Lei n 10.826/03, onde fora condenado definitivamente a uma pena de 02 anos e 06 meses de reclusão pela simples posse de 04 (quatro) munições em sua residência, dada a atipicidade de sua conduta, nos termos do art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal, reconhecendo-se, no caso concreto, a incidência do princípio da insignificância, ausente, pois, tipicidade material da conduta quando evidenciada a inexpressividade da lesão ao bem jurídico tutelado.". Alternativamente, requer "seja encaminhado o recurso à Colenda 1... Turma do Supremo Tribunal Federal para apreciação e julgamento (...)". É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS servirá a posse de munições imprestáveis para o uso, diante da ausência de afetação do bem jurídico incolumidade pública, tratando-se de crime impossível pela ineficácia absoluta do meio.". Requer, portanto, a reconsideração da decisão impugnada ou o provimento do presente recurso, "para, julgando procedente a revisão criminal originária, absolver o paciente Anderson Gomes de Freitas das imputações do art. 16, caput, da Lei n 10.826/03, onde fora condenado definitivamente a uma pena de 02 anos e 06 meses de reclusão pela simples posse de 04 (quatro) munições em sua residência, dada a atipicidade de sua conduta, nos termos do art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal, reconhecendo-se, no caso concreto, a incidência do princípio da insignificância, ausente, pois, tipicidade material da conduta quando evidenciada a inexpressividade da lesão ao bem jurídico tutelado.". Alternativamente, requer "seja encaminhado o recurso à Colenda 1... Turma do Supremo Tribunal Federal para apreciação e julgamento (...)". É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EEA8-59E0-7F8F-8B4B e senha 6BF7-E393-CAA6-B99D Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Não há reparo a fazer, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados, pelo que se reafirma o seu teor. No caso em tela, o Superior Tribunal de Justiça, na trilha do que foi decidido pelas instâncias ordinárias, especialmente pela recursal, entendeu "que a jurisprudência dá conta de que a Revisão Criminal não pode ser utilizada como uma segunda apelação, para reavaliar a prova, as teses examinadas e a condenação imposta, sem qualquer elemento novo que apoie a pretensão.". De se ver que não há ilegalidade no acórdão impugnado. Com efeito, a Corte estadual julgou improcedente a revisão criminal, conforme a seguinte ementa: REVISÃO CRIMINAL.CONDENAÇÃO PELO DELITO DE ARMAS. Artigo 16, caput, da Lei n 10.826/03. A condenação foi devidamente referendada no acórdão que julgou a apelação. A Revisão Criminal não é uma segunda apelação, destinada a mero reexame de matérias anteriormente analisadas, devendo enquadrar-se em uma das restritas hipóteses do artigo 621, do CPP. Tangente à postulação de absolvição ou de eventual redução da pena, nada a alterar, tendo sido esta fixada dentro dos parâmetros de lei. A revisão não serve à reapreciação da matéria já decidida. REVISÃO CRIMINAL IMPROCEDENTE. UNÂNIME. A propósito, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em sede de revisão criminal, destacou: Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Não há reparo a fazer, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados, pelo que se reafirma o seu teor. No caso em tela, o Superior Tribunal de Justiça, na trilha do que foi decidido pelas instâncias ordinárias, especialmente pela recursal, entendeu "que a jurisprudência dá conta de que a Revisão Criminal não pode ser utilizada como uma segunda apelação, para reavaliar a prova, as teses examinadas e a condenação imposta, sem qualquer elemento novo que apoie a pretensão.". De se ver que não há ilegalidade no acórdão impugnado. Com efeito, a Corte estadual julgou improcedente a revisão criminal, conforme a seguinte ementa: REVISÃO CRIMINAL.CONDENAÇÃO PELO DELITO DE ARMAS. Artigo 16, caput, da Lei n 10.826/03. A condenação foi devidamente referendada no acórdão que julgou a apelação. A Revisão Criminal não é uma segunda apelação, destinada a mero reexame de matérias anteriormente analisadas, devendo enquadrar-se em uma das restritas hipóteses do artigo 621, do CPP. Tangente à postulação de absolvição ou de eventual redução da pena, nada a alterar, tendo sido esta fixada dentro dos parâmetros de lei. A revisão não serve à reapreciação da matéria já decidida. REVISÃO CRIMINAL IMPROCEDENTE. UNÂNIME. A propósito, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em sede de revisão criminal, destacou: Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RHC 202161 AGR / RS [...] Sumariando o caso ora em julgamento, destaco que a jurisprudência dá conta de que a Revisão Criminal não pode ser utilizada como uma segunda apelação, para reavaliar a prova, as teses examinadas e a condenação imposta, sem qualquer elemento novo que apoie a pretensão. No caso, ainda que parte da munição não tenha se mostrado eficaz, o restante possuía capacidade lesiva, devidamente atestada pelo laudo pericial. Há precedentes do Supremo Tribunal Federal, em que se aplica o princípio da insignificância, somente quando existe uma única munição com capacidade lesiva, o que não se mostra compatível com o caso em apreço, eis que existem 4 munições com potencial poder lesivo atestado, a configurar o delito em questão. Neste rumo, calha citar o decidido pelo egrégio Supremo Tribunal Federal, no Agravo Regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus n 158.087, relatado pelo Ministro Luiz Fux. Embora não se constate irresignação quanto ao apenamento, destaco que somente em se verificando erro grosseiro ou técnico na fixação da pena poderá ela ser revista e, frise-se, tal não ocorreu no caso vertente. No caso, o acusado foi até beneficiado, pois sua pena restou fixada abaixo do mínimo legal, em face da atenuante da confissão. Em situação semelhante, já decidiu esta CORTE: [...] 2. A revisão criminal, instrumento processual posto à disposição do condenado, tem como finalidade precípua conciliar, de um lado, a exigência de juridicidade da prestação jurisdicional e, de outro, a necessária segurança jurídica decorrente dos pronunciamentos emanados do Estado-Juiz, mediante observância de hipóteses de cabimento taxativamente previstas no ordenamento jurídico e que traduzam situações efetivamente graves que, em tese, possam autorizar a excepcional desconstituição da coisa julgada material. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS [...] Sumariando o caso ora em julgamento, destaco que a jurisprudência dá conta de que a Revisão Criminal não pode ser utilizada como uma segunda apelação, para reavaliar a prova, as teses examinadas e a condenação imposta, sem qualquer elemento novo que apoie a pretensão. No caso, ainda que parte da munição não tenha se mostrado eficaz, o restante possuía capacidade lesiva, devidamente atestada pelo laudo pericial. Há precedentes do Supremo Tribunal Federal, em que se aplica o princípio da insignificância, somente quando existe uma única munição com capacidade lesiva, o que não se mostra compatível com o caso em apreço, eis que existem 4 munições com potencial poder lesivo atestado, a configurar o delito em questão. Neste rumo, calha citar o decidido pelo egrégio Supremo Tribunal Federal, no Agravo Regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus n 158.087, relatado pelo Ministro Luiz Fux. Embora não se constate irresignação quanto ao apenamento, destaco que somente em se verificando erro grosseiro ou técnico na fixação da pena poderá ela ser revista e, frise-se, tal não ocorreu no caso vertente. No caso, o acusado foi até beneficiado, pois sua pena restou fixada abaixo do mínimo legal, em face da atenuante da confissão. Em situação semelhante, já decidiu esta CORTE: [...] 2. A revisão criminal, instrumento processual posto à disposição do condenado, tem como finalidade precípua conciliar, de um lado, a exigência de juridicidade da prestação jurisdicional e, de outro, a necessária segurança jurídica decorrente dos pronunciamentos emanados do Estado-Juiz, mediante observância de hipóteses de cabimento taxativamente previstas no ordenamento jurídico e que traduzam situações efetivamente graves que, em tese, possam autorizar a excepcional desconstituição da coisa julgada material. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RHC 202161 AGR / RS (RvC 5.475/AM, Rel. Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, DJe 15/04/2020). Esse entendimento não fere a jurisprudência do Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: A inadmissão da Revisão Criminal em razão de meras variações jurisprudenciais, ressalvadas situações excepcionais de abolitio criminis ou declaração de inconstitucionalidade de dispositivos legais (inclusive incidenter tantum), é historicamente assentada por esta Corte (Recurso Extraordinário 113601, Primeira Turma, Rel. Min. Moreira Alves, j. 12/06/1987; RvC 4645, Tribunal Pleno, Rel. Min. Néri da Silveira, j. 01/04/1982) (RvC n. 5.457-AgR/SP, Tribunal Pleno, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 11/10/17). Além do trânsito em julgado da condenação, não se pode ignorar que a resposta estatal revela-se proporcional e suficiente para reprovação da conduta, tendo em vista que a pena privativa de liberdade foi substituída por restritivas de direitos, consistentes em prestação pecuniária no valor de 01 salário mínimo e prestação de serviço à comunidade. Por fim, acrescente-se a jurisprudência deste SUPREMO TRIBUNAL, no sentido de que O delito de posse de arma de fogo de uso restrito, de seus acessórios ou de munições ‘contempla crime de mera conduta, sendo suficiente a ação de possuir ilegalmente o armamento ou a munição. Objetiva-se, assim, antecipar a punição de fatos que apresentam potencial lesivo à população, prevenindo a prática de crimes’ (HC 127.652, DJe de 17/6/2015) (HC 148269 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 6/3/2018). Nesse mesmo sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. CRIMES DE TRÁFICO DE DROGAS E DE POSSE IRREGULAR DE MUNIÇÃO DE USO PERMITIDO. ARTIGO 12 DA LEI n 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS (RvC 5.475/AM, Rel. Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, DJe 15/04/2020). Esse entendimento não fere a jurisprudência do Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: A inadmissão da Revisão Criminal em razão de meras variações jurisprudenciais, ressalvadas situações excepcionais de abolitio criminis ou declaração de inconstitucionalidade de dispositivos legais (inclusive incidenter tantum), é historicamente assentada por esta Corte (Recurso Extraordinário 113601, Primeira Turma, Rel. Min. Moreira Alves, j. 12/06/1987; RvC 4645, Tribunal Pleno, Rel. Min. Néri da Silveira, j. 01/04/1982) (RvC n. 5.457-AgR/SP, Tribunal Pleno, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 11/10/17). Além do trânsito em julgado da condenação, não se pode ignorar que a resposta estatal revela-se proporcional e suficiente para reprovação da conduta, tendo em vista que a pena privativa de liberdade foi substituída por restritivas de direitos, consistentes em prestação pecuniária no valor de 01 salário mínimo e prestação de serviço à comunidade. Por fim, acrescente-se a jurisprudência deste SUPREMO TRIBUNAL, no sentido de que O delito de posse de arma de fogo de uso restrito, de seus acessórios ou de munições ‘contempla crime de mera conduta, sendo suficiente a ação de possuir ilegalmente o armamento ou a munição. Objetiva-se, assim, antecipar a punição de fatos que apresentam potencial lesivo à população, prevenindo a prática de crimes’ (HC 127.652, DJe de 17/6/2015) (HC 148269 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 6/3/2018). Nesse mesmo sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. CRIMES DE TRÁFICO DE DROGAS E DE POSSE IRREGULAR DE MUNIÇÃO DE USO PERMITIDO. ARTIGO 12 DA LEI n 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RHC 202161 AGR / RS 10.826/2003. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. TIPICIDADE. 1. A posse irregular de munição de uso permitido (art. 12 da Lei 10.826/2003) constitui crime de perigo abstrato, não se exigindo demonstração de ofensividade concreta para sua consumação, sendo irrelevante a presença da arma de fogo para tipificá-lo. Precedentes. 2. Agravo regimental conhecido e não provido. (RHC 146.081-AgR, Relator Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 20/11/2017) Processual penal. Agravo regimental em Habeas corpus. Posse de munição. Alegação de atipicidade da conduta. Improcedência. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que “O delito de porte ilegal de arma de fogo tutela a segurança pública e a paz social, e não a incolumidade física, sendo irrelevante o fato de o armamento estar municiado ou não. Tanto é assim que a lei tipifica até mesmo o porte da munição, isoladamente” (RHC 117.566, Rel. Min. Luiz Fux). 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (HC 138.157-AgR, Relator Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe 19/6/2017) Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Condenação. Condenado por infração ao art. 12 da Lei 10.826/03 e art. 33 da Lei n 11.343/06. Posse de 2 (duas) munições de calibre 38. Alegada ausência de lesão ao bem juridicamente tutelado. Reconhecimento da atipicidade material da conduta. Impossibilidade. Crime de mera conduta e de perigo abstrato. Precedentes. Regimental não provido. 1. A posse de arma de fogo de uso restrito, de seus acessórios ou de munições constitui crime de mera conduta e de perigo abstrato cujo objeto jurídico tutelado compreende a segurança coletiva e a incolumidade pública. Precedentes. 2. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (RHC 138.843-AgR, Relator Min. DIAS TOFFOLI, Segunda 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS 10.826/2003. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. TIPICIDADE. 1. A posse irregular de munição de uso permitido (art. 12 da Lei 10.826/2003) constitui crime de perigo abstrato, não se exigindo demonstração de ofensividade concreta para sua consumação, sendo irrelevante a presença da arma de fogo para tipificá-lo. Precedentes. 2. Agravo regimental conhecido e não provido. (RHC 146.081-AgR, Relator Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 20/11/2017) Processual penal. Agravo regimental em Habeas corpus. Posse de munição. Alegação de atipicidade da conduta. Improcedência. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que “O delito de porte ilegal de arma de fogo tutela a segurança pública e a paz social, e não a incolumidade física, sendo irrelevante o fato de o armamento estar municiado ou não. Tanto é assim que a lei tipifica até mesmo o porte da munição, isoladamente” (RHC 117.566, Rel. Min. Luiz Fux). 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (HC 138.157-AgR, Relator Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe 19/6/2017) Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Condenação. Condenado por infração ao art. 12 da Lei 10.826/03 e art. 33 da Lei n 11.343/06. Posse de 2 (duas) munições de calibre 38. Alegada ausência de lesão ao bem juridicamente tutelado. Reconhecimento da atipicidade material da conduta. Impossibilidade. Crime de mera conduta e de perigo abstrato. Precedentes. Regimental não provido. 1. A posse de arma de fogo de uso restrito, de seus acessórios ou de munições constitui crime de mera conduta e de perigo abstrato cujo objeto jurídico tutelado compreende a segurança coletiva e a incolumidade pública. Precedentes. 2. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (RHC 138.843-AgR, Relator Min. DIAS TOFFOLI, Segunda 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RHC 202161 AGR / RS Turma, DJe de 19/5/2017) E ainda: ARE 900.105 AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 14/10/2015; RHC 123.553 AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 22/10/2014; RHC 128.281, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 26/8/2015. Em conclusão, não há reparo a fazer, pois o Recurso Ordinário Constitucional não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Em igual sentido, não existe reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo regimental. É o voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Supremo Tribunal Federal RHC 202161 AGR / RS Turma, DJe de 19/5/2017) E ainda: ARE 900.105 AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 14/10/2015; RHC 123.553 AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 22/10/2014; RHC 128.281, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 26/8/2015. Em conclusão, não há reparo a fazer, pois o Recurso Ordinário Constitucional não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Em igual sentido, não existe reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo regimental. É o voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0C09-4B8A-3758-3070 e senha 3153-915D-6A0C-08E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) : LEONARDO PIRES DE ALMEIDA (100573/RS) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DDA-5E3E-458E-3F83 e senha 95DA-502D-8A8C-CD1E Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202.161 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : ANDERSON GOMES DE FREITAS ADV.(A/S) : LEONARDO PIRES DE ALMEIDA (100573/RS) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DDA-5E3E-458E-3F83 e senha 95DA-502D-8A8C-CD1E Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202 . 161", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202 . 161", "RHC 202161 AGR", "Habeas Corpus 626 . 883 / RS", "HC 154", "HC 154 . 390", "RHC", "HABEAS CORPUS 202 . 161", "Agravo Regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus n 158 . 087", "Agravo Regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus n 158 . 087", "RHC 202161 AGR / RS", "RvC 5 . 475 / AM", "Recurso Extraordinário 113601", "RvC 4645", "RvC n . 5 . 457 - AgR / SP", "HC 127 . 652", "HC 148269 AgR", "RHC 202161 AGR / RS", "RvC 5 . 475 / AM", "Recurso Extraordinário 113601", "RvC 4645", "RvC n . 5 . 457 - AgR / SP", "HC 127 . 652", "HC 148269 AgR", "RHC 146 . 081 - AgR", "RHC 117 . 566", "HC 138 . 157 - AgR", "RHC 138 . 843 - AgR", "RHC 146 . 081 - AgR", "RHC 117 . 566", "HC 138 . 157 - AgR", "RHC 138 . 843 - AgR", "ARE 900 . 105 AgR", "RHC 123 . 553 AgR", "RHC 128 . 281", "ARE 900 . 105 AgR", "RHC 123 . 553 AgR", "RHC 128 . 281", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 202 . 161" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 621 , DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 16 , caput , da Lei n . 10 . 826 / 03", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 16 , caput , da Lei n", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 386 , III , do CPP", "art . 654 , § 2 . . . , do CPP", "art . 16 , caput , da Lei n 10 . 826 / 03", "art . 386 , inciso III , do Código de Processo Penal", "art . 5 . . . , LXVIII , da Constituição Federal", "art . 648 , inciso I , do CPP", "art . 16 , da Lei n 10 . 826 / 03", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 386 , III , do CPP", "art . 654 , § 2 . . . , do CPP", "art . 16 , caput , da Lei n 10 . 826 / 03", "art . 386 , inciso III , do Código de Processo Penal", "art . 5 . . . , LXVIII , da Constituição Federal", "art . 648 , inciso I , do CPP", "art . 16 , da Lei n 10 . 826 / 03", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 16 , caput , da Lei n 10 . 826 / 03", "art . 386 , inciso III , do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 16 , caput , da Lei n 10 . 826 / 03", "art . 386 , inciso III , do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Artigo 16 , caput , da Lei n 10 . 826 / 03", "artigo 621 , do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Artigo 16 , caput , da Lei n 10 . 826 / 03", "artigo 621 , do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 12 DA LEI n 3", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 12 DA LEI", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 12 da Lei 10 . 826 / 2003", "art . 12 da Lei 10 . 826 / 03", "art . 33 da Lei n 11 . 343 / 06", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 12 da Lei 10 . 826 / 2003", "art . 12 da Lei 10 . 826 / 03", "art . 33 da Lei n 11 . 343 / 06", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO GRANDE DO SUL", "Brasília", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "Estado do Rio Grande do Sul", "Estado do Rio Grande do Sul", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal", "Supremo Tribunal Federal", "Corte", "Suprema Corte de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema Corte de Justiça", "Colenda", "1", ".", ". . 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Turma do Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul", "AGR", "/", "RS", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Primeira Turma", "Tribunal Pleno", "Tribunal Pleno", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Primeira Turma", "Tribunal Pleno", "Tribunal Pleno", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "RHC", "/", "RS Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "RHC", "202161", "AGR", "/", "RS Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "ALEXANDRE DE MORAES", "ANDERSON GOMES DE FREITAS", "LEONARDO PIRES DE ALMEIDA", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "ANDERSON GOMES DE FREITAS", "LEONARDO PIRES DE ALMEIDA", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "ANDERSON GOMES DE FREITAS", "LEONARDO PIRES DE ALMEIDA", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOEL", "ILAN PACIORNIK", "ILAN PACIORNIK", "JOEL ILAN PACIORNIK", "JOEL", "ILAN PACIORNIK", "Anderson Gomes de Freitas", "Anderson Gomes de Freitas", "Anderson Gomes de Freitas", "Anderson Gomes de Freitas", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON FACHIN", "Moreira Alves", "Néri da Silveira", "LUIZ FUX", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON FACHIN", "Moreira Alves", "Néri da Silveira", "LUIZ FUX", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "ROSA WEBER", "Luiz Fux", "ROBERTO BARROSO", "DIAS TOFFOLI", "ROSA WEBER", "Luiz Fux", "ROBERTO BARROSO", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "ROBERTO BARROSO", "GILMAR MENDES", "TEORI ZAVASCKI", "ROBERTO BARROSO", "GILMAR MENDES", "TEORI ZAVASCKI", "ALEXANDRE DE MORAES", "ANDERSON GOMES DE FREITAS", "LEONARDO PIRES DE ALMEIDA", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Gustavo Silva Almeida", "ALEXANDRE DE MORAES", "ANDERSON GOMES DE FREITAS", "LEONARDO PIRES DE ALMEIDA", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "28 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "11", "/", "02", "/", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "11", "/", "02", "/", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "04", "/", "2020", "12", "/", "06", "/", "1987", "01", "/", "04", "/", "1982", "11", "/", "10", "/", "17", "17", "/", "6", "/", "2015", "6", "/", "3", "/", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "04", "/", "2020", "12", "/", "06", "/", "1987", "01", "/", "04", "/", "1982", "11", "/", "10", "/", "17", "17", "/", "6", "/", "2015", "6", "/", "3", "/", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "20", "/", "11", "/", "2017", "19", "/", "6", "/", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "20", "/", "11", "/", "2017", "19", "/", "6", "/", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "19", "/", "5", "/", "2017", "14", "/", "10", "/", "2015", "22", "/", "10", "/", "2014", "26", "/", "8", "/", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "19", "/", "5", "/", "2017", "14", "/", "10", "/", "2015", "22", "/", "10", "/", "2014", "26", "/", "8", "/", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Decisão sobre Repercussão Geral 17/06/2021 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.303.874 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE RECTE.(S) :MARIA APARECIDA DALA PAULA ADV.(A/S) :ANDRE RIBEIRO SILVA RECDO.(A/S) :ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. APOSENTADORIA NO CARGO EFETIVO DE PROFESSOR. APOSTILAMENTO NO CARGO EM COMISSÃO DE DIRETOR DE ESCOLA. OPÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 23, § 4º, DA LEI 21.710/2015 DO ESTADO DE MINAS GERAIS. PAGAMENTO DO DOBRO DA REMUNERAÇÃO DO CARGO EFETIVO ACRESCIDO DE 50% (CINQUENTA PORCENTO) DO CARGO COMISSIONADO. ARGUIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE NA ORIGEM. CONTROVÉRSIA SOBRE COMPROVAÇÃO FÁTICA DE INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 40, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 20/1998). NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Decisão: O Tribunal, por maioria, reputou constitucional a questão, vencidos os Ministros Rosa Weber e Marco Aurélio. O Tribunal, por maioria, reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão constitucional suscitada, vencidos os Ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDC3-124A-8C4D-1E8A e senha 4BB7-B150-C184-1347 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 19 Decisão sobre Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG Ministro LUIZ FUX Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDC3-124A-8C4D-1E8A e senha 4BB7-B150-C184-1347 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG Ministro LUIZ FUX Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDC3-124A-8C4D-1E8A e senha 4BB7-B150-C184-1347 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.303.874 MINAS GERAIS RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. APOSENTADORIA NO CARGO EFETIVO DE PROFESSOR. APOSTILAMENTO NO CARGO EM COMISSÃO DE DIRETOR DE ESCOLA. OPÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 23, § 4º, DA LEI 21.710/2015 DO ESTADO DE MINAS GERAIS. PAGAMENTO DO DOBRO DA REMUNERAÇÃO DO CARGO EFETIVO ACRESCIDO DE 50% (CINQUENTA PORCENTO) DO CARGO COMISSIONADO. ARGUIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE NA ORIGEM. CONTROVÉRSIA SOBRE COMPROVAÇÃO FÁTICA DE INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 40, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 20/1998). NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de recurso extraordinário interposto por MARIA APARECIDA DALA PAULA, com arrimo nas alíneas a e b do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.303.874 MINAS GERAIS RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. APOSENTADORIA NO CARGO EFETIVO DE PROFESSOR. APOSTILAMENTO NO CARGO EM COMISSÃO DE DIRETOR DE ESCOLA. OPÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 23, § 4º, DA LEI 21.710/2015 DO ESTADO DE MINAS GERAIS. PAGAMENTO DO DOBRO DA REMUNERAÇÃO DO CARGO EFETIVO ACRESCIDO DE 50% (CINQUENTA PORCENTO) DO CARGO COMISSIONADO. ARGUIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE NA ORIGEM. CONTROVÉRSIA SOBRE COMPROVAÇÃO FÁTICA DE INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 40, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 20/1998). NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de recurso extraordinário interposto por MARIA APARECIDA DALA PAULA, com arrimo nas alíneas a e b do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG permissivo constitucional, contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado: “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. REEXAME NECESSÁRIO. APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. RECEBIMENTO DOS PROVENTOS. DIREITO À OPÇÃO DO ART. 23, § 4º DA LEI Nº 21.710/2015. DISPOSITIVO CONSIDERADO INCONSTITUCIONAL PELO ÓRGÃO ESPECIAL EM INCIDENTE ESPECÍFICO. SENTENÇA REFORMADA. - A declaração incidental de inconstitucionalidade feita pelo Órgão Especial deve ser observada pelos juízes e órgãos fracionários do Tribunal enquanto não houver pronunciamento contrário do STF, sob pena de ocorrer violação à isonomia jurídica. - Deve ser reformada a sentença que reconheceu o direito da servidora pública estadual aposentada à opção prevista no art. 23, § 4º da Lei Estadual nº 21.710/2015 em face do reconhecimento da inconstitucionalidade do dispositivo por ocasião do julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade n. 1.0000.17.003425-0/002.” (Doc. 18, p. 1) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 24). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 1º, III, 2º, 5º, XXXV e LV, 37, X, 40, § 2º e § 8º, 61, § 1º, II, c, 93, IX, 169, § 1º, 194, IV, 195, § 5º, e 202, § 4º, da Constituição Federal, 7º da Emenda Constitucional 41/2003 e 3º da Emenda Constitucional 47/2005 (Doc. 28). Em relação à repercussão geral, alega que a causa ultrapassa o interesse subjetivo das partes, sendo possível estimar “o número de 5.000 (cinco mil) servidores inativos apostilados no cargo em comissão de Diretor de Escola beneficiados pela regra inserta no § 4º do art. 23 da Lei 21.710/2015 cuja constitucionalidade se busca afirmar”. Assevera que “o tema constitucional versado nestes autos é relevante do ponto de vista econômico (regime previdenciário), político (iniciativa legislativa para 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG permissivo constitucional, contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado: “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. REEXAME NECESSÁRIO. APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. RECEBIMENTO DOS PROVENTOS. DIREITO À OPÇÃO DO ART. 23, § 4º DA LEI Nº 21.710/2015. DISPOSITIVO CONSIDERADO INCONSTITUCIONAL PELO ÓRGÃO ESPECIAL EM INCIDENTE ESPECÍFICO. SENTENÇA REFORMADA. - A declaração incidental de inconstitucionalidade feita pelo Órgão Especial deve ser observada pelos juízes e órgãos fracionários do Tribunal enquanto não houver pronunciamento contrário do STF, sob pena de ocorrer violação à isonomia jurídica. - Deve ser reformada a sentença que reconheceu o direito da servidora pública estadual aposentada à opção prevista no art. 23, § 4º da Lei Estadual nº 21.710/2015 em face do reconhecimento da inconstitucionalidade do dispositivo por ocasião do julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade n. 1.0000.17.003425-0/002.” (Doc. 18, p. 1) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 24). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 1º, III, 2º, 5º, XXXV e LV, 37, X, 40, § 2º e § 8º, 61, § 1º, II, c, 93, IX, 169, § 1º, 194, IV, 195, § 5º, e 202, § 4º, da Constituição Federal, 7º da Emenda Constitucional 41/2003 e 3º da Emenda Constitucional 47/2005 (Doc. 28). Em relação à repercussão geral, alega que a causa ultrapassa o interesse subjetivo das partes, sendo possível estimar “o número de 5.000 (cinco mil) servidores inativos apostilados no cargo em comissão de Diretor de Escola beneficiados pela regra inserta no § 4º do art. 23 da Lei 21.710/2015 cuja constitucionalidade se busca afirmar”. Assevera que “o tema constitucional versado nestes autos é relevante do ponto de vista econômico (regime previdenciário), político (iniciativa legislativa para 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG modificação da estrutura administrativa e remuneração de servidor público), social (beneficiários da norma são majoritariamente idosos sem possibilidade de retorno ao mercado de trabalho, dependentes dos proventos de aposentadoria para garantia do mínimo existencial) e jurídico (pacificação social), ensejando a manifestação da Corte Suprema para pacificar o entendimento”. No que concerne ao mérito, argui “a nulidade dos acórdãos recorridos (...) por afronta aos artigos 5º, inciso XXXV e LV; e art. 93, IX da Constituição Federal”, pois o Tribunal a quo teria aplicado “o incidente de inconstitucionalidade, pura e simplesmente pela pretensão do direito a opção legal, sem analisar se no caso concreto se trata de concessão de benefício ou reajuste de proventos, e sem verificar se houve efetiva contribuição previdenciária”. Ademais, entende não competir “ao Judiciário julgar os critérios adotados pela Administração Pública para estabelecer a recomposição dos proventos de aposentadoria, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos Poderes” e que “a interpretação da Corte de origem desafia o próprio princípio federativo e autonomia constitucional assegurada aos Estados-membros para fixar o vencimento de seus servidores ativos e inativos”. Afirma que “o desiderato da Lei nº 21.710/15 é a correção das perdas históricas dos servidores (ativos e inativos) da educação do Estado de Minas Gerais”, bem como “a pretensão da recorrente, amparada no § 4º do art. 23 da Lei nº 21.710/15, se encontra em perfeita sintonia com o que dispõe o art. 61, caput, § 1º, II, c, da CF/88”. Argumenta que “o apostilamento era uma vantagem pecuniária que existia no Estado de Minas Gerais e que se incorporava ao patrimônio jurídico do servidor na ativa e, em razão da integralidade e paridade, também se integrava aos seus proventos (...) estando plenamente abrangido pela acepção ‘remuneração’ contida no art. 40, § 2º, da CR/88.” Por essa razão, “o fato de lei superveniente alterar a forma de cálculo da remuneração do servidor aposentado que já havia se apostilado e incorporado o direito à estabilidade financeira aos seus proventos não tem o condão de violar o disposto mencionado”. Esclarece que “a 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG modificação da estrutura administrativa e remuneração de servidor público), social (beneficiários da norma são majoritariamente idosos sem possibilidade de retorno ao mercado de trabalho, dependentes dos proventos de aposentadoria para garantia do mínimo existencial) e jurídico (pacificação social), ensejando a manifestação da Corte Suprema para pacificar o entendimento”. No que concerne ao mérito, argui “a nulidade dos acórdãos recorridos (...) por afronta aos artigos 5º, inciso XXXV e LV; e art. 93, IX da Constituição Federal”, pois o Tribunal a quo teria aplicado “o incidente de inconstitucionalidade, pura e simplesmente pela pretensão do direito a opção legal, sem analisar se no caso concreto se trata de concessão de benefício ou reajuste de proventos, e sem verificar se houve efetiva contribuição previdenciária”. Ademais, entende não competir “ao Judiciário julgar os critérios adotados pela Administração Pública para estabelecer a recomposição dos proventos de aposentadoria, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos Poderes” e que “a interpretação da Corte de origem desafia o próprio princípio federativo e autonomia constitucional assegurada aos Estados-membros para fixar o vencimento de seus servidores ativos e inativos”. Afirma que “o desiderato da Lei nº 21.710/15 é a correção das perdas históricas dos servidores (ativos e inativos) da educação do Estado de Minas Gerais”, bem como “a pretensão da recorrente, amparada no § 4º do art. 23 da Lei nº 21.710/15, se encontra em perfeita sintonia com o que dispõe o art. 61, caput, § 1º, II, c, da CF/88”. Argumenta que “o apostilamento era uma vantagem pecuniária que existia no Estado de Minas Gerais e que se incorporava ao patrimônio jurídico do servidor na ativa e, em razão da integralidade e paridade, também se integrava aos seus proventos (...) estando plenamente abrangido pela acepção ‘remuneração’ contida no art. 40, § 2º, da CR/88.” Por essa razão, “o fato de lei superveniente alterar a forma de cálculo da remuneração do servidor aposentado que já havia se apostilado e incorporado o direito à estabilidade financeira aos seus proventos não tem o condão de violar o disposto mencionado”. Esclarece que “a 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG hipótese dos autos não se confunde com concessão de benefício, cuida-se diversa e claramente de reajuste de proventos, conforme assegurado pelo art. 7º da EC nº 41/2003”. Sobre o artigo 40, § 2º, da Constituição Federal (redação da Emenda Constitucional 20/1998), sustenta que a regra “tem aplicabilidade no momento da concessão do benefício previdenciário”, razão pela qual a inconstitucionalidade da norma estadual “depende da comprovação fática da referida situação de excesso de remuneração, verificada no momento em que o servidor passou para a inatividade”. Por fim, aduz que “a regra do § 4º do art. 23 da Lei nº 21.710/15 (...) não provoca qualquer ofensa aos princípios da contributividade ou equilíbrio financeiro e atuarial do sistema de previdência próprio do Estado recorrido”, porquanto “seu custeio se encontra devidamente amparado por dotação na Lei Orçamentária Anual e autorização na Lei de Diretrizes Orçamentárias, bem como por contribuições previdenciárias vertidas ao RPPS pela recorrente”. Em contrarrazões, a parte recorrida postula o não conhecimento do recurso extraordinário por ausência de repercussão geral do tema e pela incidência dos óbices das Súmulas 279, 280, 282, 356 e 400 do Supremo Tribunal Federal. Caso conhecido, pede a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 32). O Primeiro Vice-Presidente do Tribunal a quo admitiu o recurso extraordinário como representativo da controvérsia, nos seguintes termos: “A situação exposta evidencia que a matéria em debate apresenta expressivo potencial de se reproduzir em múltiplos feitos, circunstância que justifica o julgamento qualificado da questão perante a Corte Suprema. Revela-se, portanto, prudente o encaminhamento destes autos ao Supremo Tribunal Federal como representativo da presente controvérsia, como forma de assegurar racionalidade, efetividade e celeridade ao julgamento dos processos em que se discute a referida temática. Dessa maneira, considerando o disposto no artigo 1.036, § 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG hipótese dos autos não se confunde com concessão de benefício, cuida-se diversa e claramente de reajuste de proventos, conforme assegurado pelo art. 7º da EC nº 41/2003”. Sobre o artigo 40, § 2º, da Constituição Federal (redação da Emenda Constitucional 20/1998), sustenta que a regra “tem aplicabilidade no momento da concessão do benefício previdenciário”, razão pela qual a inconstitucionalidade da norma estadual “depende da comprovação fática da referida situação de excesso de remuneração, verificada no momento em que o servidor passou para a inatividade”. Por fim, aduz que “a regra do § 4º do art. 23 da Lei nº 21.710/15 (...) não provoca qualquer ofensa aos princípios da contributividade ou equilíbrio financeiro e atuarial do sistema de previdência próprio do Estado recorrido”, porquanto “seu custeio se encontra devidamente amparado por dotação na Lei Orçamentária Anual e autorização na Lei de Diretrizes Orçamentárias, bem como por contribuições previdenciárias vertidas ao RPPS pela recorrente”. Em contrarrazões, a parte recorrida postula o não conhecimento do recurso extraordinário por ausência de repercussão geral do tema e pela incidência dos óbices das Súmulas 279, 280, 282, 356 e 400 do Supremo Tribunal Federal. Caso conhecido, pede a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 32). O Primeiro Vice-Presidente do Tribunal a quo admitiu o recurso extraordinário como representativo da controvérsia, nos seguintes termos: “A situação exposta evidencia que a matéria em debate apresenta expressivo potencial de se reproduzir em múltiplos feitos, circunstância que justifica o julgamento qualificado da questão perante a Corte Suprema. Revela-se, portanto, prudente o encaminhamento destes autos ao Supremo Tribunal Federal como representativo da presente controvérsia, como forma de assegurar racionalidade, efetividade e celeridade ao julgamento dos processos em que se discute a referida temática. Dessa maneira, considerando o disposto no artigo 1.036, § 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG 1º, do CPC, seleciono o presente recurso extraordinário para encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal como representativo da seguinte controvérsia: definir se a aplicação dos efeitos da declaração incidental de inconstitucionalidade do artigo 23, § 4º, da Lei Estadual nº 21.710/2015, depende ou não de uma prévia verificação pelo Órgão Fracionário, de que, no caso concreto, ocorreu a efetiva inobservância dos princípios que regem o sistema previdenciário dos servidores públicos e do disposto no artigo 40, § 2º, da Constituição da República (com a redação dada pela EC nº 20/98).” (Doc. 34, p. 4-5, grifei) É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: necessidade de verificação, no caso concreto, da efetiva inobservância dos princípios que regem o sistema previdenciário dos servidores públicos e do disposto no artigo 40, § 2º, da Constituição (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998), em razão da declaração incidental de inconstitucionalidade do artigo 23, § 4º, da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais. Importa observar que o presente recurso foi indicado como representativo da controvérsia pelo Tribunal de origem, nos termos do artigo 1.036 do Código de Processo Civil, inserindo-se no contexto da regra prevista do artigo 326-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, incluído pela Emenda Regimental 54/2020, in verbis: “Art. 326-A. Os recursos indicados como representativos de controvérsia constitucional pelas instâncias de origem e os feitos julgados no Superior Tribunal de Justiça sob a sistemática de recursos repetitivos serão registrados previamente ao Presidente, que poderá afetar o tema diretamente ao Plenário Virtual, na forma do art. 323 do regimento interno, distribuindo-se o feito por sorteio, em caso de reconhecimento da repercussão geral, a um dos ministros que tenham se manifestado nesse sentido.” 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG 1º, do CPC, seleciono o presente recurso extraordinário para encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal como representativo da seguinte controvérsia: definir se a aplicação dos efeitos da declaração incidental de inconstitucionalidade do artigo 23, § 4º, da Lei Estadual nº 21.710/2015, depende ou não de uma prévia verificação pelo Órgão Fracionário, de que, no caso concreto, ocorreu a efetiva inobservância dos princípios que regem o sistema previdenciário dos servidores públicos e do disposto no artigo 40, § 2º, da Constituição da República (com a redação dada pela EC nº 20/98).” (Doc. 34, p. 4-5, grifei) É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: necessidade de verificação, no caso concreto, da efetiva inobservância dos princípios que regem o sistema previdenciário dos servidores públicos e do disposto no artigo 40, § 2º, da Constituição (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998), em razão da declaração incidental de inconstitucionalidade do artigo 23, § 4º, da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais. Importa observar que o presente recurso foi indicado como representativo da controvérsia pelo Tribunal de origem, nos termos do artigo 1.036 do Código de Processo Civil, inserindo-se no contexto da regra prevista do artigo 326-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, incluído pela Emenda Regimental 54/2020, in verbis: “Art. 326-A. Os recursos indicados como representativos de controvérsia constitucional pelas instâncias de origem e os feitos julgados no Superior Tribunal de Justiça sob a sistemática de recursos repetitivos serão registrados previamente ao Presidente, que poderá afetar o tema diretamente ao Plenário Virtual, na forma do art. 323 do regimento interno, distribuindo-se o feito por sorteio, em caso de reconhecimento da repercussão geral, a um dos ministros que tenham se manifestado nesse sentido.” 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG A temática em análise revela potencial impacto em outros casos, tendo em vista a multiplicidade de recursos sobre essa específica questão jurídica, como se verifica da argumentação da parte recorrente, que menciona uma quantia aproximada de 5.000 (cinco mil) servidores inativos apostilados no cargo em comissão de Diretor de Escola e que se enquadrariam no § 4º do artigo 23 da Lei 21.710/2015. Ademais, consta do juízo de admissibilidade deste recurso, o ajuizamento de cerca de “mil e duzentas ações, dentre as quais mais de duzentos feitos ainda se encontram pendentes de julgamento (...) inclusive ações rescisórias”, com aumento expressivo na interposição de recursos extraordinários. Desse modo, entendo ser indispensável atribuir racionalidade ao sistema de precedentes qualificados, a fim de assegurar o relevante papel deste Supremo Tribunal como Corte Constitucional e prevenir tanto o recebimento de novos recursos extraordinários como a prolação desnecessária de múltiplas decisões sobre idêntica controvérsia. Do exame dos autos, verifico que os artigos 1º, III, 2º, 37, X, 40, § 8º, 61, § 1º, II, c, 169, § 1º, 194, IV, e 202, § 4º, da Constituição, que a parte recorrente considera violados, não foram debatidos no acórdão recorrido. Além disso, os embargos de declaração opostos não sanaram essa omissão, faltando, ao caso, o necessário prequestionamento da matéria constitucional, o que inviabiliza a pretensão de exame do recurso extraordinário. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 282 e 356 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada” e “o ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”. No que se refere à questão remanescente, a Corte de origem assim resumiu os fatos relativos à causa: “A controvérsia reside em saber se a servidora aposentada no cargo efetivo de Professor de Educação Básica, no qual se apostilou no cargo em comissão de Diretor de Escola, tem 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG A temática em análise revela potencial impacto em outros casos, tendo em vista a multiplicidade de recursos sobre essa específica questão jurídica, como se verifica da argumentação da parte recorrente, que menciona uma quantia aproximada de 5.000 (cinco mil) servidores inativos apostilados no cargo em comissão de Diretor de Escola e que se enquadrariam no § 4º do artigo 23 da Lei 21.710/2015. Ademais, consta do juízo de admissibilidade deste recurso, o ajuizamento de cerca de “mil e duzentas ações, dentre as quais mais de duzentos feitos ainda se encontram pendentes de julgamento (...) inclusive ações rescisórias”, com aumento expressivo na interposição de recursos extraordinários. Desse modo, entendo ser indispensável atribuir racionalidade ao sistema de precedentes qualificados, a fim de assegurar o relevante papel deste Supremo Tribunal como Corte Constitucional e prevenir tanto o recebimento de novos recursos extraordinários como a prolação desnecessária de múltiplas decisões sobre idêntica controvérsia. Do exame dos autos, verifico que os artigos 1º, III, 2º, 37, X, 40, § 8º, 61, § 1º, II, c, 169, § 1º, 194, IV, e 202, § 4º, da Constituição, que a parte recorrente considera violados, não foram debatidos no acórdão recorrido. Além disso, os embargos de declaração opostos não sanaram essa omissão, faltando, ao caso, o necessário prequestionamento da matéria constitucional, o que inviabiliza a pretensão de exame do recurso extraordinário. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 282 e 356 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada” e “o ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”. No que se refere à questão remanescente, a Corte de origem assim resumiu os fatos relativos à causa: “A controvérsia reside em saber se a servidora aposentada no cargo efetivo de Professor de Educação Básica, no qual se apostilou no cargo em comissão de Diretor de Escola, tem 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG direito de optar pelo recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido da parcela de cinquenta por cento da remuneração do cargo de provimento em comissão. Com efeito, a LE nº 21.710, de 30 de junho de 2015, que dispõe sobre a política remuneratória das carreiras do Grupo de Atividades de Educação Básica do Poder Executivo, prescreve que: (...) Portanto, especificamente no caso do servidor inativo apostilado no cargo de provimento em comissão de Diretor de Escola e que tenha se aposentado em cargo com jornada igual ou inferior a vinte e quatro horas semanais, foi dada a opção de recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido da parcela de 50% da remuneração do cargo de provimento em comissão. Os requisitos necessários dispostos na referida lei, para que a opção fosse feita - ser apostilado no cargo em comissão de Diretor de Escola e estar aposentado em cargo efetivo com jornada de trabalho igual ou inferior a 24 (vinte e quatro) horas semanais - encontram-se preenchidos pela parte autora (...)” (Doc. 18, p. 3 e 5) Entretanto, assentou que o artigo 23, § 4º, da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, que fundamenta o pedido inicial, foi declarado inconstitucional pelo órgão Especial do Tribunal a quo, em arguição incidental de inconstitucionalidade, por fixar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, em contrariedade ao artigo 40, § 2º, da Constituição Federal (artigo 36, § 2º, da Constituição Mineira). Considerou, ainda, desnecessária uma verificação, em cada caso, da ocorrência de violação aos dispositivos constitucionais. Por oportuno, transcrevo trecho do voto condutor proferido no julgamento dos embargos de declaração, in verbis: “Restou definido no aresto que conquanto a embargante tenha preenchido os requisitos do art. 23, §1º da LE nº 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG direito de optar pelo recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido da parcela de cinquenta por cento da remuneração do cargo de provimento em comissão. Com efeito, a LE nº 21.710, de 30 de junho de 2015, que dispõe sobre a política remuneratória das carreiras do Grupo de Atividades de Educação Básica do Poder Executivo, prescreve que: (...) Portanto, especificamente no caso do servidor inativo apostilado no cargo de provimento em comissão de Diretor de Escola e que tenha se aposentado em cargo com jornada igual ou inferior a vinte e quatro horas semanais, foi dada a opção de recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido da parcela de 50% da remuneração do cargo de provimento em comissão. Os requisitos necessários dispostos na referida lei, para que a opção fosse feita - ser apostilado no cargo em comissão de Diretor de Escola e estar aposentado em cargo efetivo com jornada de trabalho igual ou inferior a 24 (vinte e quatro) horas semanais - encontram-se preenchidos pela parte autora (...)” (Doc. 18, p. 3 e 5) Entretanto, assentou que o artigo 23, § 4º, da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, que fundamenta o pedido inicial, foi declarado inconstitucional pelo órgão Especial do Tribunal a quo, em arguição incidental de inconstitucionalidade, por fixar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, em contrariedade ao artigo 40, § 2º, da Constituição Federal (artigo 36, § 2º, da Constituição Mineira). Considerou, ainda, desnecessária uma verificação, em cada caso, da ocorrência de violação aos dispositivos constitucionais. Por oportuno, transcrevo trecho do voto condutor proferido no julgamento dos embargos de declaração, in verbis: “Restou definido no aresto que conquanto a embargante tenha preenchido os requisitos do art. 23, §1º da LE nº 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG 21.710/2015 para optar pelo recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido de 50% da remuneração do cargo de provimento em comissão, o art. 40, § 2º da Constituição da República (art. 36, § 2º, da Constituição Estadual) veda o pagamento de proventos em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo em que se deu o benefício de aposentadoria. Isto porque, conforme entendimento exarado no Incidente de Inconstitucionalidade nº 1.0000.17.003425.0/002, a nova opção remuneratória criada na Lei Estadual nº 21.710/2015 não observou o caráter contributivo e a preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do regime previdenciário dos servidores públicos. Ressalto que, com relação à alegação da embargante, de que a produção de efeitos do julgamento do incidente de inconstitucionalidade depender de apuração, no caso concreto, dos ‘fatos particulares ali em causa’,(...) (...) É desnecessária a comprovação pelo embargado do montante percebido pela embargante, pois a aplicação do art. 23, § 4º, da LE nº 21.710/2015, por si só, tornaria o valor do provento superior ao percebido no cargo efetivo.” (Doc. 24, p. 3-4, grifei) Assim, acolher a pretensão da parte recorrente e divergir do entendimento firmado pelo acórdão ora recorrido - de que a aplicação do referido dispositivo estadual, “por si só, tornaria o valor do provento superior ao percebido no cargo efetivo” e prescindiria da comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2º, da Constituição Federal (redação da Emenda Constitucional 20/1998) - demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 desta Corte, que dispõe: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG 21.710/2015 para optar pelo recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido de 50% da remuneração do cargo de provimento em comissão, o art. 40, § 2º da Constituição da República (art. 36, § 2º, da Constituição Estadual) veda o pagamento de proventos em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo em que se deu o benefício de aposentadoria. Isto porque, conforme entendimento exarado no Incidente de Inconstitucionalidade nº 1.0000.17.003425.0/002, a nova opção remuneratória criada na Lei Estadual nº 21.710/2015 não observou o caráter contributivo e a preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do regime previdenciário dos servidores públicos. Ressalto que, com relação à alegação da embargante, de que a produção de efeitos do julgamento do incidente de inconstitucionalidade depender de apuração, no caso concreto, dos ‘fatos particulares ali em causa’,(...) (...) É desnecessária a comprovação pelo embargado do montante percebido pela embargante, pois a aplicação do art. 23, § 4º, da LE nº 21.710/2015, por si só, tornaria o valor do provento superior ao percebido no cargo efetivo.” (Doc. 24, p. 3-4, grifei) Assim, acolher a pretensão da parte recorrente e divergir do entendimento firmado pelo acórdão ora recorrido - de que a aplicação do referido dispositivo estadual, “por si só, tornaria o valor do provento superior ao percebido no cargo efetivo” e prescindiria da comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2º, da Constituição Federal (redação da Emenda Constitucional 20/1998) - demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 desta Corte, que dispõe: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG ADMINISTRATIVO. SERVIDOR MUNICIPAL. REVISÃO DE PROVENTOS. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DA LEGISLAÇÃO LOCAL: INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4º DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.113.893-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe de 22/8/2018) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. VANTAGENS PESSOAIS NOMINALMENTE IDENTIFICADAS. INCORPORAÇÃO. PROVENTOS. LEGISLAÇÃO LOCAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULAS 279 E 280 DO STF. 1. As razões recursais estão dissociadas dos fundamentos do acórdão recorrido, porquanto este versou sobre a inclusão de vantagens pessoais nominalmente identificadas nos proventos da parte recorrida, mas não dispõe de elementos que permitam concluir pela indevida utilização do salário mínimo como indexador automático dos proventos pelo reajuste anual do salário mínimo, matéria enfocada no extraordinário interposto pela Fazenda Pública. Súmula 284 do STF. 2. A questão da inclusão de vantagens aos proventos de aposentadoria do servidor demandaria a análise da legislação infraconstitucional aplicável a espécie, no caso, a Lei Complementar Estadual 33/2003, bem como dos fatos e provas da causa. Logo, o recurso encontra óbice nas Súmulas 279 e 280 do STF. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC.” (RE 1.173.253-AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 23/4/2021) “AGRAVO INTERNO NO RECURSO 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG ADMINISTRATIVO. SERVIDOR MUNICIPAL. REVISÃO DE PROVENTOS. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DA LEGISLAÇÃO LOCAL: INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4º DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.113.893-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe de 22/8/2018) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. VANTAGENS PESSOAIS NOMINALMENTE IDENTIFICADAS. INCORPORAÇÃO. PROVENTOS. LEGISLAÇÃO LOCAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULAS 279 E 280 DO STF. 1. As razões recursais estão dissociadas dos fundamentos do acórdão recorrido, porquanto este versou sobre a inclusão de vantagens pessoais nominalmente identificadas nos proventos da parte recorrida, mas não dispõe de elementos que permitam concluir pela indevida utilização do salário mínimo como indexador automático dos proventos pelo reajuste anual do salário mínimo, matéria enfocada no extraordinário interposto pela Fazenda Pública. Súmula 284 do STF. 2. A questão da inclusão de vantagens aos proventos de aposentadoria do servidor demandaria a análise da legislação infraconstitucional aplicável a espécie, no caso, a Lei Complementar Estadual 33/2003, bem como dos fatos e provas da causa. Logo, o recurso encontra óbice nas Súmulas 279 e 280 do STF. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC.” (RE 1.173.253-AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 23/4/2021) “AGRAVO INTERNO NO RECURSO 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. PREVIDÊNCIA DE SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA ESPECIAL. PROVENTOS INTEGRAIS. FORMA DE CÁLCULO. OFENSA REFLEXA. LEGISLAÇÃO LOCAL. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 844.039-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 24/08/2015; ARE 1.271.280-AgR, Tribunal Pleno, DJe de 25/09/2020; e ARE 1.238.534-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 15/09/2020. 2. O recurso extraordinário é incompatível com o exame de direito local, ex vi, do enunciado 280 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação.” (ARE 1.298.986- AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO. INCORPORAÇÃO. LEI ESTADUAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280/STF. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Inviável o recurso extraordinário quando sua apreciação demanda reexame, por esta Corte, da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Incidência da Súmula 280/STF. II - Agravo regimental a que se nega provimento.” (RE 1.205.208-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 18/5/2020) 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. PREVIDÊNCIA DE SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA ESPECIAL. PROVENTOS INTEGRAIS. FORMA DE CÁLCULO. OFENSA REFLEXA. LEGISLAÇÃO LOCAL. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 844.039-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 24/08/2015; ARE 1.271.280-AgR, Tribunal Pleno, DJe de 25/09/2020; e ARE 1.238.534-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 15/09/2020. 2. O recurso extraordinário é incompatível com o exame de direito local, ex vi, do enunciado 280 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação.” (ARE 1.298.986- AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO. INCORPORAÇÃO. LEI ESTADUAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280/STF. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Inviável o recurso extraordinário quando sua apreciação demanda reexame, por esta Corte, da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Incidência da Súmula 280/STF. II - Agravo regimental a que se nega provimento.” (RE 1.205.208-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 18/5/2020) 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG “Agravo regimental em embargos de declaração no recurso extraordinário. 2. Direito administrativo. 3. Servidor público inativo. Reestruturação de carreira. Lei Complementar Estadual 1.080/2008. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Súmula 280 do STF. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental.” (RE 1.163.781-ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 10/12/2019) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. FUNDAMENTAÇÃO A RESPEITO DA REPERCUSSÃO GERAL. INSUFICIÊNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. SÚMULA 636 DO STF. OFENSA CONSTITUCIONAL REFLEXA. EXAME DE DIREITO LOCAL. INVIABILIDADE. SÚMULA 280/STF. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. (...) 3. ‘Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida’ (Súmula 636/STF). 4. A solução da controvérsia depende da análise do conjunto probatório dos autos e da legislação local, o que é incabível em sede de recurso extraordinário, conforme consubstanciado nas Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 280 do STF (Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário). 5. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 1.209.499-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 20/9/2019) “DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG “Agravo regimental em embargos de declaração no recurso extraordinário. 2. Direito administrativo. 3. Servidor público inativo. Reestruturação de carreira. Lei Complementar Estadual 1.080/2008. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Súmula 280 do STF. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental.” (RE 1.163.781-ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 10/12/2019) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. FUNDAMENTAÇÃO A RESPEITO DA REPERCUSSÃO GERAL. INSUFICIÊNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. SÚMULA 636 DO STF. OFENSA CONSTITUCIONAL REFLEXA. EXAME DE DIREITO LOCAL. INVIABILIDADE. SÚMULA 280/STF. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. (...) 3. ‘Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida’ (Súmula 636/STF). 4. A solução da controvérsia depende da análise do conjunto probatório dos autos e da legislação local, o que é incabível em sede de recurso extraordinário, conforme consubstanciado nas Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 280 do STF (Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário). 5. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 1.209.499-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 20/9/2019) “DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 40, § 1º, I, 61, § 1º, II, ‘C’, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E 6º-A DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO LOCAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 280/STF. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Obstada a análise da suposta afronta aos preceitos constitucionais invocados, porquanto dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, procedimento que foge à competência jurisdicional extraordinária desta Corte Suprema, a teor do art. 102 da Magna Carta. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Majoração em 10% (dez por cento) dos honorários anteriormente fixados, obedecidos os limites previstos no art. 85, §§ 2º, 3º e 11, do CPC/2015, ressalvada eventual concessão do benefício da gratuidade da Justiça. 4. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação.” (RE 1.167.770-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 29/3/2019) Relativamente à alegada nulidade do acórdão recorrido, ressalto que o artigo 93, IX, da Constituição Federal resta incólume quando o Tribunal de origem, ainda que sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Releva notar que o Plenário deste Tribunal, instado a se manifestar sobre o tema, reconheceu a repercussão geral da matéria para reafirmar a jurisprudência da Corte, no sentido de que a decisão judicial tem que ser fundamentada, ainda que 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 40, § 1º, I, 61, § 1º, II, ‘C’, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E 6º-A DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO LOCAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 280/STF. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Obstada a análise da suposta afronta aos preceitos constitucionais invocados, porquanto dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, procedimento que foge à competência jurisdicional extraordinária desta Corte Suprema, a teor do art. 102 da Magna Carta. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Majoração em 10% (dez por cento) dos honorários anteriormente fixados, obedecidos os limites previstos no art. 85, §§ 2º, 3º e 11, do CPC/2015, ressalvada eventual concessão do benefício da gratuidade da Justiça. 4. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação.” (RE 1.167.770-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 29/3/2019) Relativamente à alegada nulidade do acórdão recorrido, ressalto que o artigo 93, IX, da Constituição Federal resta incólume quando o Tribunal de origem, ainda que sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Releva notar que o Plenário deste Tribunal, instado a se manifestar sobre o tema, reconheceu a repercussão geral da matéria para reafirmar a jurisprudência da Corte, no sentido de que a decisão judicial tem que ser fundamentada, ainda que 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG sucintamente, sendo prescindível que se funde na tese suscitada pela parte. O julgado restou assim ementado: “Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3º e 4º). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral.” (AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJe de 13/8/2010 - Tema 339 da Repercussão Geral) Outrossim, a jurisprudência desta Suprema Corte é assente no sentido de que a afronta aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, não configura ofensa direta ou frontal à Constituição da República. Ressalte-se que esta Corte, ao examinar o ARE 748.371-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/2013, Tema 660, reafirmou esse entendimento, em julgado assim ementado: “Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral.” Destarte, para os fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: 13 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG sucintamente, sendo prescindível que se funde na tese suscitada pela parte. O julgado restou assim ementado: “Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3º e 4º). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral.” (AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJe de 13/8/2010 - Tema 339 da Repercussão Geral) Outrossim, a jurisprudência desta Suprema Corte é assente no sentido de que a afronta aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, não configura ofensa direta ou frontal à Constituição da República. Ressalte-se que esta Corte, ao examinar o ARE 748.371-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/2013, Tema 660, reafirmou esse entendimento, em julgado assim ementado: “Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral.” Destarte, para os fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: 13 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG “Assentada a inconstitucionalidade do artigo 23, § 4º, da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, por autorizar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, não possui repercussão geral a controvérsia relativa à necessidade de comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2º, da Constituição Federal (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998).” Ex positis, nos termos do artigo 1.035 do Código de Processo Civil de 2015 e dos artigos 323 e 326-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão suscitada e submeto o tema à apreciação dos demais Ministros da Corte. Brasília, 28 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 14 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG “Assentada a inconstitucionalidade do artigo 23, § 4º, da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, por autorizar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, não possui repercussão geral a controvérsia relativa à necessidade de comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2º, da Constituição Federal (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998).” Ex positis, nos termos do artigo 1.035 do Código de Processo Civil de 2015 e dos artigos 323 e 326-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão suscitada e submeto o tema à apreciação dos demais Ministros da Corte. Brasília, 28 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 14 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.303.874 MINAS GERAIS MANIFESTAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR PÚBLICO – MAGISTÉRIO – APOSENTADORIA – DIRETOR DE ESCOLA – LEI ESTADUAL Nº 21.710/2015 – PROVENTOS – MONTANTE SUPERIOR AO PERCEBIDO NA ATIVIDADE – MATÉRIA FÁTICA – REPERCUSSÃO GERAL – INADEQUAÇÃO. 1. A assessora Adriane da Rocha Callado Henriques prestou as seguintes informações: Eis a síntese do discutido no recurso extraordinário nº 1.278.617, inserido no sistema eletrônico da repercussão geral em 28 de maio de 2021, sexta-feira, relator ministro Luiz Fux, sendo o último dia para manifestação 17 de junho próximo, quinta-feira. Maria Aparecida Dala Paula insurge-se, a partir da alínea “a” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, contra acórdão mediante o qual o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, reformando a sentença, julgou improcedente o pedido, assentando a impossibilidade de professora de educação básica aposentada, com apostilamento do cargo de diretora, optar por receber proventos calculados na forma do artigo 23, § 4º, da Lei estadual nº 21.710/2015, ou seja, o valor equivalente ao dobro dos vencimentos do cargo efetivo em que se aposentou, acrescido de metade da remuneração do cargo comissionado. O Colegiado de origem aludiu a demanda anterior, ocasião em que o Órgão Especial concluiu no sentido da inconstitucionalidade da legislação indicada, afirmando Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Supremo Tribunal Federal REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.303.874 MINAS GERAIS MANIFESTAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR PÚBLICO – MAGISTÉRIO – APOSENTADORIA – DIRETOR DE ESCOLA – LEI ESTADUAL Nº 21.710/2015 – PROVENTOS – MONTANTE SUPERIOR AO PERCEBIDO NA ATIVIDADE – MATÉRIA FÁTICA – REPERCUSSÃO GERAL – INADEQUAÇÃO. 1. A assessora Adriane da Rocha Callado Henriques prestou as seguintes informações: Eis a síntese do discutido no recurso extraordinário nº 1.278.617, inserido no sistema eletrônico da repercussão geral em 28 de maio de 2021, sexta-feira, relator ministro Luiz Fux, sendo o último dia para manifestação 17 de junho próximo, quinta-feira. Maria Aparecida Dala Paula insurge-se, a partir da alínea “a” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, contra acórdão mediante o qual o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, reformando a sentença, julgou improcedente o pedido, assentando a impossibilidade de professora de educação básica aposentada, com apostilamento do cargo de diretora, optar por receber proventos calculados na forma do artigo 23, § 4º, da Lei estadual nº 21.710/2015, ou seja, o valor equivalente ao dobro dos vencimentos do cargo efetivo em que se aposentou, acrescido de metade da remuneração do cargo comissionado. O Colegiado de origem aludiu a demanda anterior, ocasião em que o Órgão Especial concluiu no sentido da inconstitucionalidade da legislação indicada, afirmando Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG inviável conceder proventos em quantia superior à recebida na atividade. Aponta violados os artigos 1º, inciso III, 2º, 5º, incisos XXXV e LV, 37, inciso X, 40, parágrafos 2º e 8º, 61, § 1º, inciso II, alínea “c”, 93, inciso IX, 169, § 1º, 194, inciso IV, 195, § 5º, e 202, § 4º, da Constituição Federal, 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 e 3º da Emenda Constitucional nº 47/2005. Realça contrariados os princípios federativo e da separação dos Poderes. Frisa versar a norma a correção de perdas financeiras dos servidores da educação no Estado de Minas Gerais. Articula com a incorporação do apostilamento ao patrimônio, a implicar direito à opção, da qual não resulta importe superior àquele percebido na ativa. Sustenta a harmonia com os princípios previdenciários da contributividade e do equilíbrio financeiro, atuarial. Salienta ultrapassar o tema os limites subjetivos da lide, mostrando-se relevante dos pontos de vista jurídico, econômico e social. O recurso extraordinário foi admitido na origem. O Relator teve como óbice à análise do mérito a necessidade de revisão do quadro fático no tocante ao valor decorrente da opção – se maior ou menor do que o recebido na ativa. Visando a racionalidade dos trabalhos, submeteu o processo ao Plenário Virtual, manifestando-se pela falta da repercussão geral. Propõe a seguinte tese: “Assentada a inconstitucionalidade do artigo 23, § 4º, da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, por autorizar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, não possui repercussão geral a controvérsia relativa à necessidade de comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2º, da Constituição Federal (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998)”. 2. Conforme consignado pelo Relator, a matéria não possui envergadura constitucional. É impróprio o lançamento do recurso no 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG inviável conceder proventos em quantia superior à recebida na atividade. Aponta violados os artigos 1º, inciso III, 2º, 5º, incisos XXXV e LV, 37, inciso X, 40, parágrafos 2º e 8º, 61, § 1º, inciso II, alínea “c”, 93, inciso IX, 169, § 1º, 194, inciso IV, 195, § 5º, e 202, § 4º, da Constituição Federal, 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 e 3º da Emenda Constitucional nº 47/2005. Realça contrariados os princípios federativo e da separação dos Poderes. Frisa versar a norma a correção de perdas financeiras dos servidores da educação no Estado de Minas Gerais. Articula com a incorporação do apostilamento ao patrimônio, a implicar direito à opção, da qual não resulta importe superior àquele percebido na ativa. Sustenta a harmonia com os princípios previdenciários da contributividade e do equilíbrio financeiro, atuarial. Salienta ultrapassar o tema os limites subjetivos da lide, mostrando-se relevante dos pontos de vista jurídico, econômico e social. O recurso extraordinário foi admitido na origem. O Relator teve como óbice à análise do mérito a necessidade de revisão do quadro fático no tocante ao valor decorrente da opção – se maior ou menor do que o recebido na ativa. Visando a racionalidade dos trabalhos, submeteu o processo ao Plenário Virtual, manifestando-se pela falta da repercussão geral. Propõe a seguinte tese: “Assentada a inconstitucionalidade do artigo 23, § 4º, da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, por autorizar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, não possui repercussão geral a controvérsia relativa à necessidade de comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2º, da Constituição Federal (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998)”. 2. Conforme consignado pelo Relator, a matéria não possui envergadura constitucional. É impróprio o lançamento do recurso no 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1303874 RG / MG Plenário Virtual, a fim de reconhecer-se, ou não, a repercussão maior. 3. Pronuncio-me no sentido da inadequação, inexistente questão constitucional. 4. Publiquem. Brasília, 4 de junho de 2021. Ministro MARCO AURÉLIO 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Supremo Tribunal Federal RE 1303874 RG / MG Plenário Virtual, a fim de reconhecer-se, ou não, a repercussão maior. 3. Pronuncio-me no sentido da inadequação, inexistente questão constitucional. 4. Publiquem. Brasília, 4 de junho de 2021. Ministro MARCO AURÉLIO 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 19
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756215471
2021-06-17T00:00:00
2021-06-22T00:00:00
Decisão: O Tribunal, por maioria, reputou constitucional a questão, vencidos os Ministros Rosa Weber e Marco Aurélio. O Tribunal, por maioria, reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão constitucional suscitada, vencidos os Ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski. Ministro LUIZ FUX Relator
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. APOSENTADORIA NO CARGO EFETIVO DE PROFESSOR. APOSTILAMENTO NO CARGO EM COMISSÃO DE DIRETOR DE ESCOLA. OPÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 23, § 4º, DA LEI 21.710/2015 DO ESTADO DE MINAS GERAIS. PAGAMENTO DO DOBRO DA REMUNERAÇÃO DO CARGO EFETIVO ACRESCIDO DE 50% (CINQUENTA PORCENTO) DO CARGO COMISSIONADO. ARGUIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE NA ORIGEM. CONTROVÉRSIA SOBRE COMPROVAÇÃO FÁTICA DE INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 40, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 20/1998). NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
repercussao-geral11902
- Acórdão(s) citado(s): (SÚMULA 279/STF) ARE 1113893 AgR (TP), RE 1173253 AgR (2ªT), ARE 1298986 AgR (TP), RE 1205208 AgR, (2ªT), RE 1163781 ED-AgR (2ªT), ARE 1209499 AgR (1ªT), RE 1167770 AgR (1ªT). (FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO JUDICIAL) AI 791292 QO-AgR. (CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA, COISA JULGADA, DEVIDO PROCESSO LEGAL, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) ARE 748371 RG. Número de páginas: 19. Análise: 25/06/2021, KBP.
MINISTRO PRESIDENTE
Tribunal Pleno
1303874
[ "LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00001 INC-00003 ART-00002 ART-00005\r\n INC-00035 INC-00055 ART-00037 INC-00010\r\n ART-00040 PAR-00002 PAR-00008 ART-00061\r\n PAR-00001 INC-00002 LET-C ART-00093\r\n INC-00009 ART-00102 INC-00003 LET-A\r\n LET-B ART-00169 PAR-00001 ART-00194\r\n INC-00004 ART-00195 PAR-00005 ART-00202\r\n PAR-00004\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n", "LEG-FED EMC-000020 ANO-1998\r\n EMENDA CONSTITUCIONAL\r\n", "LEG-FED EMC-000041 ANO-2003\r\n ART-00007 \r\n EMENDA CONSTITUCIONAL\r\n", "LEG-FED EMC-000047 ANO-2005\r\n ART-00003 \r\n EMENDA CONSTITUCIONAL\r\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\r\n ART-01035 ART-01036 \r\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-00323 ART-0326A \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\r\n", "LEG-FED EMR-000054 ANO-2020\r\n EMENDA REGIMENTAL DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n", "LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n", "LEG-FED SUMSTF-000280 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n", "LEG-FED SUMSTF-000282 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n", "LEG-FED SUMSTF-000356 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n", "LEG-FED SUMSTF-000400 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n", "LEG-EST CES ANO-1989\r\n ART-00036 PAR-00002 \r\n CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, MG\r\n", "LEG-EST LEI-021710 ANO-2015\r\n ART-00023 PAR-00004 \r\n LEI ORDINÁRIA, MG" ]
RE-RG
acordaos
RE 1303874 RG
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RECTE.(S) : MARIA APARECIDA DALA PAULA ADV.(A/S) : ANDRE RIBEIRO SILVA RECDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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Decisão sobre Repercussão Geral 17/06/2021 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.303.874 MINAS GERAIS RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE RECTE.(S) :MARIA APARECIDA DALA PAULA ADV.(A/S) :ANDRE RIBEIRO SILVA RECDO.(A/S) :ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. APOSENTADORIA NO CARGO EFETIVO DE PROFESSOR. APOSTILAMENTO NO CARGO EM COMISSÃO DE DIRETOR DE ESCOLA. OPÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 23, § 4..., DA LEI 21.710/2015 DO ESTADO DE MINAS GERAIS. PAGAMENTO DO DOBRO DA REMUNERAÇÃO DO CARGO EFETIVO ACRESCIDO DE 50% (CINQUENTA PORCENTO) DO CARGO COMISSIONADO. ARGUIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE NA ORIGEM. CONTROVÉRSIA SOBRE COMPROVAÇÃO FÁTICA DE INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 40, § 2..., DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 20/1998). NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Decisão: O Tribunal, por maioria, reputou constitucional a questão, vencidos os Ministros Rosa Weber e Marco Aurélio. O Tribunal, por maioria, reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão constitucional suscitada, vencidos os Ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDC3-124A-8C4D-1E8A e senha 4BB7-B150-C184-1347 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 19 Decisão sobre Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG Ministro LUIZ FUX Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDC3-124A-8C4D-1E8A e senha 4BB7-B150-C184-1347 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG Ministro LUIZ FUX Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDC3-124A-8C4D-1E8A e senha 4BB7-B150-C184-1347 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.303.874 MINAS GERAIS RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. APOSENTADORIA NO CARGO EFETIVO DE PROFESSOR. APOSTILAMENTO NO CARGO EM COMISSÃO DE DIRETOR DE ESCOLA. OPÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 23, § 4..., DA LEI 21.710/2015 DO ESTADO DE MINAS GERAIS. PAGAMENTO DO DOBRO DA REMUNERAÇÃO DO CARGO EFETIVO ACRESCIDO DE 50% (CINQUENTA PORCENTO) DO CARGO COMISSIONADO. ARGUIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE NA ORIGEM. CONTROVÉRSIA SOBRE COMPROVAÇÃO FÁTICA DE INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 40, § 2..., DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 20/1998). NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de recurso extraordinário interposto por MARIA APARECIDA DALA PAULA, com arrimo nas alíneas a e b do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.303.874 MINAS GERAIS RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. APOSENTADORIA NO CARGO EFETIVO DE PROFESSOR. APOSTILAMENTO NO CARGO EM COMISSÃO DE DIRETOR DE ESCOLA. OPÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 23, § 4..., DA LEI 21.710/2015 DO ESTADO DE MINAS GERAIS. PAGAMENTO DO DOBRO DA REMUNERAÇÃO DO CARGO EFETIVO ACRESCIDO DE 50% (CINQUENTA PORCENTO) DO CARGO COMISSIONADO. ARGUIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE NA ORIGEM. CONTROVÉRSIA SOBRE COMPROVAÇÃO FÁTICA DE INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 40, § 2..., DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 20/1998). NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de recurso extraordinário interposto por MARIA APARECIDA DALA PAULA, com arrimo nas alíneas a e b do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG permissivo constitucional, contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado: “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. REEXAME NECESSÁRIO. APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. RECEBIMENTO DOS PROVENTOS. DIREITO À OPÇÃO DO ART. 23, § 4... DA LEI n 21.710/2015. DISPOSITIVO CONSIDERADO INCONSTITUCIONAL PELO ÓRGÃO ESPECIAL EM INCIDENTE ESPECÍFICO. SENTENÇA REFORMADA. - A declaração incidental de inconstitucionalidade feita pelo Órgão Especial deve ser observada pelos juízes e órgãos fracionários do Tribunal enquanto não houver pronunciamento contrário do Supremo Tribunal Federal, sob pena de ocorrer violação à isonomia jurídica. - Deve ser reformada a sentença que reconheceu o direito da servidora pública estadual aposentada à opção prevista no art. 23, § 4... da Lei Estadual n 21.710/2015 em face do reconhecimento da inconstitucionalidade do dispositivo por ocasião do julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade n. 1.0000.17.003425-0/002.” (Doc. 18, p. 1) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 24). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 1..., III, 2..., 5..., XXXV e LV, 37, X, 40, § 2... e § 8..., 61, § 1..., II, c, 93, IX, 169, § 1..., 194, IV, 195, § 5..., e 202, § 4..., da Constituição Federal, 7... da Emenda Constitucional 41/2003 e 3... da Emenda Constitucional 47/2005 (Doc. 28). Em relação à repercussão geral, alega que a causa ultrapassa o interesse subjetivo das partes, sendo possível estimar “o número de 5.000 (cinco mil) servidores inativos apostilados no cargo em comissão de Diretor de Escola beneficiados pela regra inserta no § 4... do art. 23 da Lei 21.710/2015 cuja constitucionalidade se busca afirmar”. Assevera que “o tema constitucional versado nestes autos é relevante do ponto de vista econômico (regime previdenciário), político (iniciativa legislativa para 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG permissivo constitucional, contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado: “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. REEXAME NECESSÁRIO. APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. RECEBIMENTO DOS PROVENTOS. DIREITO À OPÇÃO DO ART. 23, § 4... DA LEI n 21.710/2015. DISPOSITIVO CONSIDERADO INCONSTITUCIONAL PELO ÓRGÃO ESPECIAL EM INCIDENTE ESPECÍFICO. SENTENÇA REFORMADA. - A declaração incidental de inconstitucionalidade feita pelo Órgão Especial deve ser observada pelos juízes e órgãos fracionários do Tribunal enquanto não houver pronunciamento contrário do Supremo Tribunal Federal, sob pena de ocorrer violação à isonomia jurídica. - Deve ser reformada a sentença que reconheceu o direito da servidora pública estadual aposentada à opção prevista no art. 23, § 4... da Lei Estadual n 21.710/2015 em face do reconhecimento da inconstitucionalidade do dispositivo por ocasião do julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade n. 1.0000.17.003425-0/002.” (Doc. 18, p. 1) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 24). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 1..., III, 2..., 5..., XXXV e LV, 37, X, 40, § 2... e § 8..., 61, § 1..., II, c, 93, IX, 169, § 1..., 194, IV, 195, § 5..., e 202, § 4..., da Constituição Federal, 7... da Emenda Constitucional 41/2003 e 3... da Emenda Constitucional 47/2005 (Doc. 28). Em relação à repercussão geral, alega que a causa ultrapassa o interesse subjetivo das partes, sendo possível estimar “o número de 5.000 (cinco mil) servidores inativos apostilados no cargo em comissão de Diretor de Escola beneficiados pela regra inserta no § 4... do art. 23 da Lei 21.710/2015 cuja constitucionalidade se busca afirmar”. Assevera que “o tema constitucional versado nestes autos é relevante do ponto de vista econômico (regime previdenciário), político (iniciativa legislativa para 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG modificação da estrutura administrativa e remuneração de servidor público), social (beneficiários da norma são majoritariamente idosos sem possibilidade de retorno ao mercado de trabalho, dependentes dos proventos de aposentadoria para garantia do mínimo existencial) e jurídico (pacificação social), ensejando a manifestação da Corte Suprema para pacificar o entendimento”. No que concerne ao mérito, argui “a nulidade dos acórdãos recorridos (...) por afronta aos artigos 5..., inciso XXXV e LV; e art. 93, IX da Constituição Federal”, pois o Tribunal a quo teria aplicado “o incidente de inconstitucionalidade, pura e simplesmente pela pretensão do direito a opção legal, sem analisar se no caso concreto se trata de concessão de benefício ou reajuste de proventos, e sem verificar se houve efetiva contribuição previdenciária”. Ademais, entende não competir “ao Judiciário julgar os critérios adotados pela Administração Pública para estabelecer a recomposição dos proventos de aposentadoria, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos Poderes” e que “a interpretação da Corte de origem desafia o próprio princípio federativo e autonomia constitucional assegurada aos Estados-membros para fixar o vencimento de seus servidores ativos e inativos”. Afirma que “o desiderato da Lei n 21.710/15 é a correção das perdas históricas dos servidores (ativos e inativos) da educação do Estado de Minas Gerais”, bem como “a pretensão da recorrente, amparada no § 4... do art. 23 da Lei n 21.710/15, se encontra em perfeita sintonia com o que dispõe o art. 61, caput, § 1..., II, c, da Constituição Federal de 1988/88”. Argumenta que “o apostilamento era uma vantagem pecuniária que existia no Estado de Minas Gerais e que se incorporava ao patrimônio jurídico do servidor na ativa e, em razão da integralidade e paridade, também se integrava aos seus proventos (...) estando plenamente abrangido pela acepção ‘remuneração’ contida no art. 40, § 2..., da CR/88.” Por essa razão, “o fato de lei superveniente alterar a forma de cálculo da remuneração do servidor aposentado que já havia se apostilado e incorporado o direito à estabilidade financeira aos seus proventos não tem o condão de violar o disposto mencionado”. Esclarece que “a 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG modificação da estrutura administrativa e remuneração de servidor público), social (beneficiários da norma são majoritariamente idosos sem possibilidade de retorno ao mercado de trabalho, dependentes dos proventos de aposentadoria para garantia do mínimo existencial) e jurídico (pacificação social), ensejando a manifestação da Corte Suprema para pacificar o entendimento”. No que concerne ao mérito, argui “a nulidade dos acórdãos recorridos (...) por afronta aos artigos 5..., inciso XXXV e LV; e art. 93, IX da Constituição Federal”, pois o Tribunal a quo teria aplicado “o incidente de inconstitucionalidade, pura e simplesmente pela pretensão do direito a opção legal, sem analisar se no caso concreto se trata de concessão de benefício ou reajuste de proventos, e sem verificar se houve efetiva contribuição previdenciária”. Ademais, entende não competir “ao Judiciário julgar os critérios adotados pela Administração Pública para estabelecer a recomposição dos proventos de aposentadoria, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos Poderes” e que “a interpretação da Corte de origem desafia o próprio princípio federativo e autonomia constitucional assegurada aos Estados-membros para fixar o vencimento de seus servidores ativos e inativos”. Afirma que “o desiderato da Lei n 21.710/15 é a correção das perdas históricas dos servidores (ativos e inativos) da educação do Estado de Minas Gerais”, bem como “a pretensão da recorrente, amparada no § 4... do art. 23 da Lei n 21.710/15, se encontra em perfeita sintonia com o que dispõe o art. 61, caput, § 1..., II, c, da Constituição Federal de 1988/88”. Argumenta que “o apostilamento era uma vantagem pecuniária que existia no Estado de Minas Gerais e que se incorporava ao patrimônio jurídico do servidor na ativa e, em razão da integralidade e paridade, também se integrava aos seus proventos (...) estando plenamente abrangido pela acepção ‘remuneração’ contida no art. 40, § 2..., da CR/88.” Por essa razão, “o fato de lei superveniente alterar a forma de cálculo da remuneração do servidor aposentado que já havia se apostilado e incorporado o direito à estabilidade financeira aos seus proventos não tem o condão de violar o disposto mencionado”. Esclarece que “a 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG hipótese dos autos não se confunde com concessão de benefício, cuida-se diversa e claramente de reajuste de proventos, conforme assegurado pelo art. 7... da EC n 41/2003”. Sobre o artigo 40, § 2..., da Constituição Federal (redação da Emenda Constitucional 20/1998), sustenta que a regra “tem aplicabilidade no momento da concessão do benefício previdenciário”, razão pela qual a inconstitucionalidade da norma estadual “depende da comprovação fática da referida situação de excesso de remuneração, verificada no momento em que o servidor passou para a inatividade”. Por fim, aduz que “a regra do § 4... do art. 23 da Lei n 21.710/15 (...) não provoca qualquer ofensa aos princípios da contributividade ou equilíbrio financeiro e atuarial do sistema de previdência próprio do Estado recorrido”, porquanto “seu custeio se encontra devidamente amparado por dotação na Lei Orçamentária Anual e autorização na Lei de Diretrizes Orçamentárias, bem como por contribuições previdenciárias vertidas ao RPPS pela recorrente”. Em contrarrazões, a parte recorrida postula o não conhecimento do recurso extraordinário por ausência de repercussão geral do tema e pela incidência dos óbices das Súmulas 279, 280, 282, 356 e 400 do Supremo Tribunal Federal. Caso conhecido, pede a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 32). O Primeiro Vice-Presidente do Tribunal a quo admitiu o recurso extraordinário como representativo da controvérsia, nos seguintes termos: “A situação exposta evidencia que a matéria em debate apresenta expressivo potencial de se reproduzir em múltiplos feitos, circunstância que justifica o julgamento qualificado da questão perante a Corte Suprema. Revela-se, portanto, prudente o encaminhamento destes autos ao Supremo Tribunal Federal como representativo da presente controvérsia, como forma de assegurar racionalidade, efetividade e celeridade ao julgamento dos processos em que se discute a referida temática. Dessa maneira, considerando o disposto no artigo 1.036, § 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG hipótese dos autos não se confunde com concessão de benefício, cuida-se diversa e claramente de reajuste de proventos, conforme assegurado pelo art. 7... da EC n 41/2003”. Sobre o artigo 40, § 2..., da Constituição Federal (redação da Emenda Constitucional 20/1998), sustenta que a regra “tem aplicabilidade no momento da concessão do benefício previdenciário”, razão pela qual a inconstitucionalidade da norma estadual “depende da comprovação fática da referida situação de excesso de remuneração, verificada no momento em que o servidor passou para a inatividade”. Por fim, aduz que “a regra do § 4... do art. 23 da Lei n 21.710/15 (...) não provoca qualquer ofensa aos princípios da contributividade ou equilíbrio financeiro e atuarial do sistema de previdência próprio do Estado recorrido”, porquanto “seu custeio se encontra devidamente amparado por dotação na Lei Orçamentária Anual e autorização na Lei de Diretrizes Orçamentárias, bem como por contribuições previdenciárias vertidas ao RPPS pela recorrente”. Em contrarrazões, a parte recorrida postula o não conhecimento do recurso extraordinário por ausência de repercussão geral do tema e pela incidência dos óbices das Súmulas 279, 280, 282, 356 e 400 do Supremo Tribunal Federal. Caso conhecido, pede a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 32). O Primeiro Vice-Presidente do Tribunal a quo admitiu o recurso extraordinário como representativo da controvérsia, nos seguintes termos: “A situação exposta evidencia que a matéria em debate apresenta expressivo potencial de se reproduzir em múltiplos feitos, circunstância que justifica o julgamento qualificado da questão perante a Corte Suprema. Revela-se, portanto, prudente o encaminhamento destes autos ao Supremo Tribunal Federal como representativo da presente controvérsia, como forma de assegurar racionalidade, efetividade e celeridade ao julgamento dos processos em que se discute a referida temática. Dessa maneira, considerando o disposto no artigo 1.036, § 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG 1..., do Código de Processo Civil, seleciono o presente recurso extraordinário para encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal como representativo da seguinte controvérsia: definir se a aplicação dos efeitos da declaração incidental de inconstitucionalidade do artigo 23, § 4..., da Lei Estadual n 21.710/2015, depende ou não de uma prévia verificação pelo Órgão Fracionário, de que, no caso concreto, ocorreu a efetiva inobservância dos princípios que regem o sistema previdenciário dos servidores públicos e do disposto no artigo 40, § 2..., da Constituição da República (com a redação dada pela EC n 20/98).” (Doc. 34, p. 4-5, grifei) É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: necessidade de verificação, no caso concreto, da efetiva inobservância dos princípios que regem o sistema previdenciário dos servidores públicos e do disposto no artigo 40, § 2..., da Constituição (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998), em razão da declaração incidental de inconstitucionalidade do artigo 23, § 4..., da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais. Importa observar que o presente recurso foi indicado como representativo da controvérsia pelo Tribunal de origem, nos termos do artigo 1.036 do Código de Processo Civil, inserindo-se no contexto da regra prevista do artigo 326-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, incluído pela Emenda Regimental 54/2020, in verbis: “Art. 326-A. Os recursos indicados como representativos de controvérsia constitucional pelas instâncias de origem e os feitos julgados no Superior Tribunal de Justiça sob a sistemática de recursos repetitivos serão registrados previamente ao Presidente, que poderá afetar o tema diretamente ao Plenário Virtual, na forma do art. 323 do regimento interno, distribuindo-se o feito por sorteio, em caso de reconhecimento da repercussão geral, a um dos ministros que tenham se manifestado nesse sentido.” 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG 1..., do Código de Processo Civil, seleciono o presente recurso extraordinário para encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal como representativo da seguinte controvérsia: definir se a aplicação dos efeitos da declaração incidental de inconstitucionalidade do artigo 23, § 4..., da Lei Estadual n 21.710/2015, depende ou não de uma prévia verificação pelo Órgão Fracionário, de que, no caso concreto, ocorreu a efetiva inobservância dos princípios que regem o sistema previdenciário dos servidores públicos e do disposto no artigo 40, § 2..., da Constituição da República (com a redação dada pela EC n 20/98).” (Doc. 34, p. 4-5, grifei) É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: necessidade de verificação, no caso concreto, da efetiva inobservância dos princípios que regem o sistema previdenciário dos servidores públicos e do disposto no artigo 40, § 2..., da Constituição (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998), em razão da declaração incidental de inconstitucionalidade do artigo 23, § 4..., da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais. Importa observar que o presente recurso foi indicado como representativo da controvérsia pelo Tribunal de origem, nos termos do artigo 1.036 do Código de Processo Civil, inserindo-se no contexto da regra prevista do artigo 326-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, incluído pela Emenda Regimental 54/2020, in verbis: “Art. 326-A. Os recursos indicados como representativos de controvérsia constitucional pelas instâncias de origem e os feitos julgados no Superior Tribunal de Justiça sob a sistemática de recursos repetitivos serão registrados previamente ao Presidente, que poderá afetar o tema diretamente ao Plenário Virtual, na forma do art. 323 do regimento interno, distribuindo-se o feito por sorteio, em caso de reconhecimento da repercussão geral, a um dos ministros que tenham se manifestado nesse sentido.” 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG A temática em análise revela potencial impacto em outros casos, tendo em vista a multiplicidade de recursos sobre essa específica questão jurídica, como se verifica da argumentação da parte recorrente, que menciona uma quantia aproximada de 5.000 (cinco mil) servidores inativos apostilados no cargo em comissão de Diretor de Escola e que se enquadrariam no § 4... do artigo 23 da Lei 21.710/2015. Ademais, consta do juízo de admissibilidade deste recurso, o ajuizamento de cerca de “mil e duzentas ações, dentre as quais mais de duzentos feitos ainda se encontram pendentes de julgamento (...) inclusive ações rescisórias”, com aumento expressivo na interposição de recursos extraordinários. Desse modo, entendo ser indispensável atribuir racionalidade ao sistema de precedentes qualificados, a fim de assegurar o relevante papel deste Supremo Tribunal como Corte Constitucional e prevenir tanto o recebimento de novos recursos extraordinários como a prolação desnecessária de múltiplas decisões sobre idêntica controvérsia. Do exame dos autos, verifico que os artigos 1..., III, 2..., 37, X, 40, § 8..., 61, § 1..., II, c, 169, § 1..., 194, IV, e 202, § 4..., da Constituição, que a parte recorrente considera violados, não foram debatidos no acórdão recorrido. Além disso, os embargos de declaração opostos não sanaram essa omissão, faltando, ao caso, o necessário prequestionamento da matéria constitucional, o que inviabiliza a pretensão de exame do recurso extraordinário. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada” e “o ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”. No que se refere à questão remanescente, a Corte de origem assim resumiu os fatos relativos à causa: “A controvérsia reside em saber se a servidora aposentada no cargo efetivo de Professor de Educação Básica, no qual se apostilou no cargo em comissão de Diretor de Escola, tem 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG A temática em análise revela potencial impacto em outros casos, tendo em vista a multiplicidade de recursos sobre essa específica questão jurídica, como se verifica da argumentação da parte recorrente, que menciona uma quantia aproximada de 5.000 (cinco mil) servidores inativos apostilados no cargo em comissão de Diretor de Escola e que se enquadrariam no § 4... do artigo 23 da Lei 21.710/2015. Ademais, consta do juízo de admissibilidade deste recurso, o ajuizamento de cerca de “mil e duzentas ações, dentre as quais mais de duzentos feitos ainda se encontram pendentes de julgamento (...) inclusive ações rescisórias”, com aumento expressivo na interposição de recursos extraordinários. Desse modo, entendo ser indispensável atribuir racionalidade ao sistema de precedentes qualificados, a fim de assegurar o relevante papel deste Supremo Tribunal como Corte Constitucional e prevenir tanto o recebimento de novos recursos extraordinários como a prolação desnecessária de múltiplas decisões sobre idêntica controvérsia. Do exame dos autos, verifico que os artigos 1..., III, 2..., 37, X, 40, § 8..., 61, § 1..., II, c, 169, § 1..., 194, IV, e 202, § 4..., da Constituição, que a parte recorrente considera violados, não foram debatidos no acórdão recorrido. Além disso, os embargos de declaração opostos não sanaram essa omissão, faltando, ao caso, o necessário prequestionamento da matéria constitucional, o que inviabiliza a pretensão de exame do recurso extraordinário. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada” e “o ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”. No que se refere à questão remanescente, a Corte de origem assim resumiu os fatos relativos à causa: “A controvérsia reside em saber se a servidora aposentada no cargo efetivo de Professor de Educação Básica, no qual se apostilou no cargo em comissão de Diretor de Escola, tem 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG direito de optar pelo recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido da parcela de cinquenta por cento da remuneração do cargo de provimento em comissão. Com efeito, a LE n 21.710, de 30 de junho de 2015, que dispõe sobre a política remuneratória das carreiras do Grupo de Atividades de Educação Básica do Poder Executivo, prescreve que: (...) Portanto, especificamente no caso do servidor inativo apostilado no cargo de provimento em comissão de Diretor de Escola e que tenha se aposentado em cargo com jornada igual ou inferior a vinte e quatro horas semanais, foi dada a opção de recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido da parcela de 50% da remuneração do cargo de provimento em comissão. Os requisitos necessários dispostos na referida lei, para que a opção fosse feita - ser apostilado no cargo em comissão de Diretor de Escola e estar aposentado em cargo efetivo com jornada de trabalho igual ou inferior a 24 (vinte e quatro) horas semanais - encontram-se preenchidos pela parte autora (...)” (Doc. 18, p. 3 e 5) Entretanto, assentou que o artigo 23, § 4..., da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, que fundamenta o pedido inicial, foi declarado inconstitucional pelo órgão Especial do Tribunal a quo, em arguição incidental de inconstitucionalidade, por fixar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, em contrariedade ao artigo 40, § 2..., da Constituição Federal (artigo 36, § 2..., da Constituição Mineira). Considerou, ainda, desnecessária uma verificação, em cada caso, da ocorrência de violação aos dispositivos constitucionais. Por oportuno, transcrevo trecho do voto condutor proferido no julgamento dos embargos de declaração, in verbis: “Restou definido no aresto que conquanto a embargante tenha preenchido os requisitos do art. 23, §1... da LE n 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG direito de optar pelo recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido da parcela de cinquenta por cento da remuneração do cargo de provimento em comissão. Com efeito, a LE n 21.710, de 30 de junho de 2015, que dispõe sobre a política remuneratória das carreiras do Grupo de Atividades de Educação Básica do Poder Executivo, prescreve que: (...) Portanto, especificamente no caso do servidor inativo apostilado no cargo de provimento em comissão de Diretor de Escola e que tenha se aposentado em cargo com jornada igual ou inferior a vinte e quatro horas semanais, foi dada a opção de recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido da parcela de 50% da remuneração do cargo de provimento em comissão. Os requisitos necessários dispostos na referida lei, para que a opção fosse feita - ser apostilado no cargo em comissão de Diretor de Escola e estar aposentado em cargo efetivo com jornada de trabalho igual ou inferior a 24 (vinte e quatro) horas semanais - encontram-se preenchidos pela parte autora (...)” (Doc. 18, p. 3 e 5) Entretanto, assentou que o artigo 23, § 4..., da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, que fundamenta o pedido inicial, foi declarado inconstitucional pelo órgão Especial do Tribunal a quo, em arguição incidental de inconstitucionalidade, por fixar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, em contrariedade ao artigo 40, § 2..., da Constituição Federal (artigo 36, § 2..., da Constituição Mineira). Considerou, ainda, desnecessária uma verificação, em cada caso, da ocorrência de violação aos dispositivos constitucionais. Por oportuno, transcrevo trecho do voto condutor proferido no julgamento dos embargos de declaração, in verbis: “Restou definido no aresto que conquanto a embargante tenha preenchido os requisitos do art. 23, §1... da LE n 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG 21.710/2015 para optar pelo recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido de 50% da remuneração do cargo de provimento em comissão, o art. 40, § 2... da Constituição da República (art. 36, § 2..., da Constituição Estadual) veda o pagamento de proventos em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo em que se deu o benefício de aposentadoria. Isto porque, conforme entendimento exarado no Incidente de Inconstitucionalidade n 1.0000.17.003425.0/002, a nova opção remuneratória criada na Lei Estadual n 21.710/2015 não observou o caráter contributivo e a preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do regime previdenciário dos servidores públicos. Ressalto que, com relação à alegação da embargante, de que a produção de efeitos do julgamento do incidente de inconstitucionalidade depender de apuração, no caso concreto, dos ‘fatos particulares ali em causa’,(...) (...) É desnecessária a comprovação pelo embargado do montante percebido pela embargante, pois a aplicação do art. 23, § 4..., da LE n 21.710/2015, por si só, tornaria o valor do provento superior ao percebido no cargo efetivo.” (Doc. 24, p. 3-4, grifei) Assim, acolher a pretensão da parte recorrente e divergir do entendimento firmado pelo acórdão ora recorrido - de que a aplicação do referido dispositivo estadual, “por si só, tornaria o valor do provento superior ao percebido no cargo efetivo” e prescindiria da comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2..., da Constituição Federal (redação da Emenda Constitucional 20/1998) - demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 desta Corte, que dispõe: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG 21.710/2015 para optar pelo recebimento do dobro da remuneração do cargo de provimento efetivo acrescido de 50% da remuneração do cargo de provimento em comissão, o art. 40, § 2... da Constituição da República (art. 36, § 2..., da Constituição Estadual) veda o pagamento de proventos em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo em que se deu o benefício de aposentadoria. Isto porque, conforme entendimento exarado no Incidente de Inconstitucionalidade n 1.0000.17.003425.0/002, a nova opção remuneratória criada na Lei Estadual n 21.710/2015 não observou o caráter contributivo e a preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do regime previdenciário dos servidores públicos. Ressalto que, com relação à alegação da embargante, de que a produção de efeitos do julgamento do incidente de inconstitucionalidade depender de apuração, no caso concreto, dos ‘fatos particulares ali em causa’,(...) (...) É desnecessária a comprovação pelo embargado do montante percebido pela embargante, pois a aplicação do art. 23, § 4..., da LE n 21.710/2015, por si só, tornaria o valor do provento superior ao percebido no cargo efetivo.” (Doc. 24, p. 3-4, grifei) Assim, acolher a pretensão da parte recorrente e divergir do entendimento firmado pelo acórdão ora recorrido - de que a aplicação do referido dispositivo estadual, “por si só, tornaria o valor do provento superior ao percebido no cargo efetivo” e prescindiria da comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2..., da Constituição Federal (redação da Emenda Constitucional 20/1998) - demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 desta Corte, que dispõe: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG ADMINISTRATIVO. SERVIDOR MUNICIPAL. REVISÃO DE PROVENTOS. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DA LEGISLAÇÃO LOCAL: INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4... DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.113.893-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe de 22/8/2018) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. VANTAGENS PESSOAIS NOMINALMENTE IDENTIFICADAS. INCORPORAÇÃO. PROVENTOS. LEGISLAÇÃO LOCAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULAS 279 E 280 DO Supremo Tribunal Federal. 1. As razões recursais estão dissociadas dos fundamentos do acórdão recorrido, porquanto este versou sobre a inclusão de vantagens pessoais nominalmente identificadas nos proventos da parte recorrida, mas não dispõe de elementos que permitam concluir pela indevida utilização do salário mínimo como indexador automático dos proventos pelo reajuste anual do salário mínimo, matéria enfocada no extraordinário interposto pela Fazenda Pública. Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal. 2. A questão da inclusão de vantagens aos proventos de aposentadoria do servidor demandaria a análise da legislação infraconstitucional aplicável a espécie, no caso, a Lei Complementar Estadual 33/2003, bem como dos fatos e provas da causa. Logo, o recurso encontra óbice nas Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil.” (Recurso Extraordinário 1.173.253-AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 23/4/2021) “AGRAVO INTERNO NO RECURSO 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG ADMINISTRATIVO. SERVIDOR MUNICIPAL. REVISÃO DE PROVENTOS. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DA LEGISLAÇÃO LOCAL: INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4... DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.113.893-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe de 22/8/2018) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. VANTAGENS PESSOAIS NOMINALMENTE IDENTIFICADAS. INCORPORAÇÃO. PROVENTOS. LEGISLAÇÃO LOCAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULAS 279 E 280 DO Supremo Tribunal Federal. 1. As razões recursais estão dissociadas dos fundamentos do acórdão recorrido, porquanto este versou sobre a inclusão de vantagens pessoais nominalmente identificadas nos proventos da parte recorrida, mas não dispõe de elementos que permitam concluir pela indevida utilização do salário mínimo como indexador automático dos proventos pelo reajuste anual do salário mínimo, matéria enfocada no extraordinário interposto pela Fazenda Pública. Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal. 2. A questão da inclusão de vantagens aos proventos de aposentadoria do servidor demandaria a análise da legislação infraconstitucional aplicável a espécie, no caso, a Lei Complementar Estadual 33/2003, bem como dos fatos e provas da causa. Logo, o recurso encontra óbice nas Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil.” (Recurso Extraordinário 1.173.253-AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 23/4/2021) “AGRAVO INTERNO NO RECURSO 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. PREVIDÊNCIA DE SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA ESPECIAL. PROVENTOS INTEGRAIS. FORMA DE CÁLCULO. OFENSA REFLEXA. LEGISLAÇÃO LOCAL. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 844.039-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 24/08/2015; ARE 1.271.280-AgR, Tribunal Pleno, DJe de 25/09/2020; e ARE 1.238.534-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 15/09/2020. 2. O recurso extraordinário é incompatível com o exame de direito local, ex vi, do enunciado 280 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação.” (ARE 1.298.986- AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO. INCORPORAÇÃO. LEI ESTADUAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Inviável o recurso extraordinário quando sua apreciação demanda reexame, por esta Corte, da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Incidência da Súmula 280/Supremo Tribunal Federal. II - Agravo regimental a que se nega provimento.” (Recurso Extraordinário 1.205.208-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 18/5/2020) 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. PREVIDÊNCIA DE SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA ESPECIAL. PROVENTOS INTEGRAIS. FORMA DE CÁLCULO. OFENSA REFLEXA. LEGISLAÇÃO LOCAL. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 844.039-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 24/08/2015; ARE 1.271.280-AgR, Tribunal Pleno, DJe de 25/09/2020; e ARE 1.238.534-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 15/09/2020. 2. O recurso extraordinário é incompatível com o exame de direito local, ex vi, do enunciado 280 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação.” (ARE 1.298.986- AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO. INCORPORAÇÃO. LEI ESTADUAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Inviável o recurso extraordinário quando sua apreciação demanda reexame, por esta Corte, da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Incidência da Súmula 280/Supremo Tribunal Federal. II - Agravo regimental a que se nega provimento.” (Recurso Extraordinário 1.205.208-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 18/5/2020) 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG “Agravo regimental em embargos de declaração no recurso extraordinário. 2. Direito administrativo. 3. Servidor público inativo. Reestruturação de carreira. Lei Complementar Estadual 1.080/2008. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental.” (Recurso Extraordinário 1.163.781-ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 10/12/2019) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. FUNDAMENTAÇÃO A RESPEITO DA REPERCUSSÃO GERAL. INSUFICIÊNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. SÚMULA 636 DO Supremo Tribunal Federal. OFENSA CONSTITUCIONAL REFLEXA. EXAME DE DIREITO LOCAL. INVIABILIDADE. SÚMULA 280/Supremo Tribunal Federal. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. (...) 3. ‘Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida’ (Súmula 636/Supremo Tribunal Federal). 4. A solução da controvérsia depende da análise do conjunto probatório dos autos e da legislação local, o que é incabível em sede de recurso extraordinário, conforme consubstanciado nas Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 280 do Supremo Tribunal Federal (Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário). 5. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 1.209.499-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 20/9/2019) “DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG “Agravo regimental em embargos de declaração no recurso extraordinário. 2. Direito administrativo. 3. Servidor público inativo. Reestruturação de carreira. Lei Complementar Estadual 1.080/2008. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental.” (Recurso Extraordinário 1.163.781-ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 10/12/2019) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. FUNDAMENTAÇÃO A RESPEITO DA REPERCUSSÃO GERAL. INSUFICIÊNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. SÚMULA 636 DO Supremo Tribunal Federal. OFENSA CONSTITUCIONAL REFLEXA. EXAME DE DIREITO LOCAL. INVIABILIDADE. SÚMULA 280/Supremo Tribunal Federal. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. (...) 3. ‘Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida’ (Súmula 636/Supremo Tribunal Federal). 4. A solução da controvérsia depende da análise do conjunto probatório dos autos e da legislação local, o que é incabível em sede de recurso extraordinário, conforme consubstanciado nas Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 280 do Supremo Tribunal Federal (Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário). 5. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 1.209.499-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 20/9/2019) “DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 40, § 1..., I, 61, § 1..., II, ‘C’, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E 6...-A DA EMENDA CONSTITUCIONAL n 41/2003. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO LOCAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA n 280/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Obstada a análise da suposta afronta aos preceitos constitucionais invocados, porquanto dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, procedimento que foge à competência jurisdicional extraordinária desta Corte Suprema, a teor do art. 102 da Magna Carta. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Majoração em 10% (dez por cento) dos honorários anteriormente fixados, obedecidos os limites previstos no art. 85, §§ 2..., 3... e 11, do Código de Processo Civil/2015, ressalvada eventual concessão do benefício da gratuidade da Justiça. 4. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação.” (Recurso Extraordinário 1.167.770-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 29/3/2019) Relativamente à alegada nulidade do acórdão recorrido, ressalto que o artigo 93, IX, da Constituição Federal resta incólume quando o Tribunal de origem, ainda que sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Releva notar que o Plenário deste Tribunal, instado a se manifestar sobre o tema, reconheceu a repercussão geral da matéria para reafirmar a jurisprudência da Corte, no sentido de que a decisão judicial tem que ser fundamentada, ainda que 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 40, § 1..., I, 61, § 1..., II, ‘C’, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E 6...-A DA EMENDA CONSTITUCIONAL n 41/2003. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO LOCAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA n 280/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Obstada a análise da suposta afronta aos preceitos constitucionais invocados, porquanto dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, procedimento que foge à competência jurisdicional extraordinária desta Corte Suprema, a teor do art. 102 da Magna Carta. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Majoração em 10% (dez por cento) dos honorários anteriormente fixados, obedecidos os limites previstos no art. 85, §§ 2..., 3... e 11, do Código de Processo Civil/2015, ressalvada eventual concessão do benefício da gratuidade da Justiça. 4. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação.” (Recurso Extraordinário 1.167.770-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 29/3/2019) Relativamente à alegada nulidade do acórdão recorrido, ressalto que o artigo 93, IX, da Constituição Federal resta incólume quando o Tribunal de origem, ainda que sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Releva notar que o Plenário deste Tribunal, instado a se manifestar sobre o tema, reconheceu a repercussão geral da matéria para reafirmar a jurisprudência da Corte, no sentido de que a decisão judicial tem que ser fundamentada, ainda que 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG sucintamente, sendo prescindível que se funde na tese suscitada pela parte. O julgado restou assim ementado: “Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (Código de Processo Civil, art. 544, §§ 3... e 4...). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5... e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral.” (AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJe de 13/8/2010 - Tema 339 da Repercussão Geral) Outrossim, a jurisprudência desta Suprema Corte é assente no sentido de que a afronta aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, não configura ofensa direta ou frontal à Constituição da República. Ressalte-se que esta Corte, ao examinar o ARE 748.371-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1.../8/2013, Tema 660, reafirmou esse entendimento, em julgado assim ementado: “Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral.” Destarte, para os fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: 13 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG sucintamente, sendo prescindível que se funde na tese suscitada pela parte. O julgado restou assim ementado: “Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (Código de Processo Civil, art. 544, §§ 3... e 4...). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5... e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral.” (AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJe de 13/8/2010 - Tema 339 da Repercussão Geral) Outrossim, a jurisprudência desta Suprema Corte é assente no sentido de que a afronta aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, não configura ofensa direta ou frontal à Constituição da República. Ressalte-se que esta Corte, ao examinar o ARE 748.371-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1.../8/2013, Tema 660, reafirmou esse entendimento, em julgado assim ementado: “Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral.” Destarte, para os fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: 13 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG “Assentada a inconstitucionalidade do artigo 23, § 4..., da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, por autorizar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, não possui repercussão geral a controvérsia relativa à necessidade de comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2..., da Constituição Federal (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998).” Ex positis, nos termos do artigo 1.035 do Código de Processo Civil de 2015 e dos artigos 323 e 326-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão suscitada e submeto o tema à apreciação dos demais Ministros da Corte. Brasília, 28 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 14 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG “Assentada a inconstitucionalidade do artigo 23, § 4..., da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, por autorizar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, não possui repercussão geral a controvérsia relativa à necessidade de comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2..., da Constituição Federal (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998).” Ex positis, nos termos do artigo 1.035 do Código de Processo Civil de 2015 e dos artigos 323 e 326-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão suscitada e submeto o tema à apreciação dos demais Ministros da Corte. Brasília, 28 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 14 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF24-485C-D067-C354 e senha 9DED-76EF-ACE5-1C01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.303.874 MINAS GERAIS MANIFESTAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR PÚBLICO – MAGISTÉRIO – APOSENTADORIA – DIRETOR DE ESCOLA – LEI ESTADUAL n 21.710/2015 – PROVENTOS – MONTANTE SUPERIOR AO PERCEBIDO NA ATIVIDADE – MATÉRIA FÁTICA – REPERCUSSÃO GERAL – INADEQUAÇÃO. 1. A assessora Adriane da Rocha Callado Henriques prestou as seguintes informações: Eis a síntese do discutido no recurso extraordinário n 1.278.617, inserido no sistema eletrônico da repercussão geral em 28 de maio de 2021, sexta-feira, relator ministro Luiz Fux, sendo o último dia para manifestação 17 de junho próximo, quinta-feira. Maria Aparecida Dala Paula insurge-se, a partir da alínea “a” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, contra acórdão mediante o qual o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, reformando a sentença, julgou improcedente o pedido, assentando a impossibilidade de professora de educação básica aposentada, com apostilamento do cargo de diretora, optar por receber proventos calculados na forma do artigo 23, § 4..., da Lei estadual n 21.710/2015, ou seja, o valor equivalente ao dobro dos vencimentos do cargo efetivo em que se aposentou, acrescido de metade da remuneração do cargo comissionado. O Colegiado de origem aludiu a demanda anterior, ocasião em que o Órgão Especial concluiu no sentido da inconstitucionalidade da legislação indicada, afirmando Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Supremo Tribunal Federal REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.303.874 MINAS GERAIS MANIFESTAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR PÚBLICO – MAGISTÉRIO – APOSENTADORIA – DIRETOR DE ESCOLA – LEI ESTADUAL n 21.710/2015 – PROVENTOS – MONTANTE SUPERIOR AO PERCEBIDO NA ATIVIDADE – MATÉRIA FÁTICA – REPERCUSSÃO GERAL – INADEQUAÇÃO. 1. A assessora Adriane da Rocha Callado Henriques prestou as seguintes informações: Eis a síntese do discutido no recurso extraordinário n 1.278.617, inserido no sistema eletrônico da repercussão geral em 28 de maio de 2021, sexta-feira, relator ministro Luiz Fux, sendo o último dia para manifestação 17 de junho próximo, quinta-feira. Maria Aparecida Dala Paula insurge-se, a partir da alínea “a” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, contra acórdão mediante o qual o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, reformando a sentença, julgou improcedente o pedido, assentando a impossibilidade de professora de educação básica aposentada, com apostilamento do cargo de diretora, optar por receber proventos calculados na forma do artigo 23, § 4..., da Lei estadual n 21.710/2015, ou seja, o valor equivalente ao dobro dos vencimentos do cargo efetivo em que se aposentou, acrescido de metade da remuneração do cargo comissionado. O Colegiado de origem aludiu a demanda anterior, ocasião em que o Órgão Especial concluiu no sentido da inconstitucionalidade da legislação indicada, afirmando Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG inviável conceder proventos em quantia superior à recebida na atividade. Aponta violados os artigos 1..., inciso III, 2..., 5..., incisos XXXV e LV, 37, inciso X, 40, parágrafos 2... e 8..., 61, § 1..., inciso II, alínea “c”, 93, inciso IX, 169, § 1..., 194, inciso IV, 195, § 5..., e 202, § 4..., da Constituição Federal, 7... da Emenda Constitucional n 41/2003 e 3... da Emenda Constitucional n 47/2005. Realça contrariados os princípios federativo e da separação dos Poderes. Frisa versar a norma a correção de perdas financeiras dos servidores da educação no Estado de Minas Gerais. Articula com a incorporação do apostilamento ao patrimônio, a implicar direito à opção, da qual não resulta importe superior àquele percebido na ativa. Sustenta a harmonia com os princípios previdenciários da contributividade e do equilíbrio financeiro, atuarial. Salienta ultrapassar o tema os limites subjetivos da lide, mostrando-se relevante dos pontos de vista jurídico, econômico e social. O recurso extraordinário foi admitido na origem. O Relator teve como óbice à análise do mérito a necessidade de revisão do quadro fático no tocante ao valor decorrente da opção – se maior ou menor do que o recebido na ativa. Visando a racionalidade dos trabalhos, submeteu o processo ao Plenário Virtual, manifestando-se pela falta da repercussão geral. Propõe a seguinte tese: “Assentada a inconstitucionalidade do artigo 23, § 4..., da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, por autorizar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, não possui repercussão geral a controvérsia relativa à necessidade de comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2..., da Constituição Federal (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998)”. 2. Conforme consignado pelo Relator, a matéria não possui envergadura constitucional. É impróprio o lançamento do recurso no 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG inviável conceder proventos em quantia superior à recebida na atividade. Aponta violados os artigos 1..., inciso III, 2..., 5..., incisos XXXV e LV, 37, inciso X, 40, parágrafos 2... e 8..., 61, § 1..., inciso II, alínea “c”, 93, inciso IX, 169, § 1..., 194, inciso IV, 195, § 5..., e 202, § 4..., da Constituição Federal, 7... da Emenda Constitucional n 41/2003 e 3... da Emenda Constitucional n 47/2005. Realça contrariados os princípios federativo e da separação dos Poderes. Frisa versar a norma a correção de perdas financeiras dos servidores da educação no Estado de Minas Gerais. Articula com a incorporação do apostilamento ao patrimônio, a implicar direito à opção, da qual não resulta importe superior àquele percebido na ativa. Sustenta a harmonia com os princípios previdenciários da contributividade e do equilíbrio financeiro, atuarial. Salienta ultrapassar o tema os limites subjetivos da lide, mostrando-se relevante dos pontos de vista jurídico, econômico e social. O recurso extraordinário foi admitido na origem. O Relator teve como óbice à análise do mérito a necessidade de revisão do quadro fático no tocante ao valor decorrente da opção – se maior ou menor do que o recebido na ativa. Visando a racionalidade dos trabalhos, submeteu o processo ao Plenário Virtual, manifestando-se pela falta da repercussão geral. Propõe a seguinte tese: “Assentada a inconstitucionalidade do artigo 23, § 4..., da Lei 21.710/2015 do Estado de Minas Gerais, por autorizar pagamento de proventos de aposentadoria em montante superior ao que o servidor percebia no cargo efetivo, não possui repercussão geral a controvérsia relativa à necessidade de comprovação, em concreto, da inobservância do disposto no artigo 40, § 2..., da Constituição Federal (na redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998)”. 2. Conforme consignado pelo Relator, a matéria não possui envergadura constitucional. É impróprio o lançamento do recurso no 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 19 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG Plenário Virtual, a fim de reconhecer-se, ou não, a repercussão maior. 3. Pronuncio-me no sentido da inadequação, inexistente questão constitucional. 4. Publiquem. Brasília, 4 de junho de 2021. Ministro MARCO AURÉLIO 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG Plenário Virtual, a fim de reconhecer-se, ou não, a repercussão maior. 3. Pronuncio-me no sentido da inadequação, inexistente questão constitucional. 4. Publiquem. Brasília, 4 de junho de 2021. Ministro MARCO AURÉLIO 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FEA-90C8-DA90-D605 e senha D6BB-9B89-3A28-2646 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 19
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 303 . 874", "SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 303 . 874", "SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "RECURSO", "SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Arguição de Inconstitucionalidade n . 1 . 0000 . 17 . 003425 - 0 / 002 .", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Arguição de Inconstitucionalidade n . 1 . 0000 . 17 . 003425 - 0 / 002 .", "Recurso Extraordinário 1303874 RG /", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Súmulas", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Súmulas 279 , 280 , 282 , 356 e 400 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1303874 RG /", "Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG 21 . 710 / 2015", "Incidente de Inconstitucionalidade n 1 . 0000 . 17 . 003425 . 0 / 002", "Súmula 279 desta Corte", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG 21 .", "Incidente de Inconstitucionalidade n 1 . 0000 . 17 . 003425 . 0 / 002", "SÚMULAS 279", "ARE 1 . 113 . 893 - AgR", "SÚMULAS 279 E 280 DO Supremo Tribunal Federal", "Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 173 . 253 - AgR", "Recurso Extraordinário 1303874 RG /", "SÚMULAS 279", "ARE 1 . 113 . 893 - AgR", "SÚMULAS 279", "Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 279", "Recurso Extraordinário 1 . 173 . 253 - AgR", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "ARE 844 . 039 - AgR", "ARE 1 . 271 . 280 - AgR", "ARE 1 . 238 . 534 - AgR", "enunciado 280 da Súmula do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 298 . 986 - AgR", "SÚMULA 280 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 280 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 205 . 208 - AgR", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "ARE 844 . 039 - AgR", "ARE 1 . 271 . 280 - AgR", "ARE 1 . 238 . 534 - AgR", "enunciado 280 da Súmula do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 298 . 986 - AgR", "SÚMULA 280 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 280 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 205 . 208 - AgR", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Súmula 280 do Supremo", "Recurso Extraordinário 1 . 163 . 781 - ED - AgR", "SÚMULA 636 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 280 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Súmula 636 / Supremo Tribunal Federal", "Súmulas", "ARE 1 . 209 . 499 - AgR", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 163 . 781 - ED - AgR", "SÚMULA 636 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 280 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Súmula 636 / Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 279", "ARE 1 . 209 . 499 - AgR", "EMENDA CONSTITUCIONAL n 41 / 2003", "SÚMULA n 280 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 167 . 770 - AgR", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "SÚMULA n 280 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 167 . 770 - AgR", "AI 791 . 292 - QO - RG", "ARE 748 . 371 - RG", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "AI 791 . 292 - QO - RG", "ARE 748 . 371 - RG", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 303 . 874", "recurso extraordinário n 1 . 278 . 617", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 303 . 874", "recurso extraordinário n 1 . 278 . 617", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG", "Recurso Extraordinário 1303874 RG / MG" ], "LEGISLACAO": [ "ARTIGO 23 , § 4 . . . , DA LEI 21 . 710 / 2015", "ARTIGO", "EMENDA CONSTITUCIONAL 20 / 1998", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 23 , § 4 . . . , DA LEI 21 . 710 / 2015", "ARTIGO 40 , § 2 . . . , DA", "CONSTITUIÇÃO", "EMENDA CONSTITUCIONAL 20 / 1998", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 23 , § 4 . . . , DA LEI 21 . 710 / 2015", "ARTIGO 40 , § 2 . . . , DA", "CONSTITUIÇÃO", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 23 , § 4 . . . DA LEI n 21 . 710 / 2015", "art . 23 , § 4 . . . da Lei Estadual n 21 . 710 / 2015", "artigos 1 . . . , III , 2 . . . , 5 . . . , XXXV e LV , 37 , X , 40 , § 2 . . . e § 8 . . . , 61 , § 1 . . . , II , c , 93 , IX , 169 , §", "7 . . . da Emenda Constitucional", "3", ". . . da Emenda Constitucional 47 / 2005", "art . 23 da Lei 21 . 710 / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 23 , § 4 . . . DA LEI n 21 . 710 / 2015", "art . 23 , § 4 . . . da Lei Estadual n 21 . 710 / 2015", "artigos", "7 . . . da", "Emenda Constitucional 41 / 2003", "Emenda Constitucional 47 / 2005", "§ 4 .", "art . 23 da Lei 21 . 710 / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 5 . . . , inciso XXXV e LV ;", "art . 93 , IX da Constituição Federal", "Lei n 21 . 710 / 15", "§ 4 . . . do art . 23 da Lei n 21 . 710 / 15", "art . 61 , caput , § 1 . . . , II , c , da Constituição Federal de 1988 / 88", "art . 40 , § 2 . . . , da CR / 88 .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 5 . . . , inciso XXXV e LV ;", "art . 93 , IX da Constituição Federal", "Lei n 21 . 710 / 15", "§ 4 . . . do art . 23 da Lei n 21 . 710 / 15", "art . 61 , caput , § 1 . . . , II , c , da Constituição Federal de 1988 / 88", "art . 40 , § 2 . . . , da CR / 88", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 7 . . . da EC n 41 / 2003", "artigo 40 , § 2 . . . , da Constituição Federal", "Emenda Constitucional 20 / 1998", "§ 4 . . . do", "art . 23 da Lei n 21 . 710 / 15", "Lei Orçamentária Anual", "Lei de Diretrizes Orçamentárias", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 7 . . . da EC n 41 / 2003", "artigo 40 , § 2 . . . , da Constituição Federal", "Emenda Constitucional 20 / 1998", "§ 4 . . . do art . 23 da Lei n 21 . 710 / 15", "Lei Orçamentária Anual", "Lei de Diretrizes Orçamentárias", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil", "artigo 23 , § 4 . . . , da Lei Estadual n 21 . 710 / 2015", "artigo 40 , § 2 . . . , da Constituição da República", "EC n 20 / 98", "artigo 40 , § 2 . . . , da Constituição", "Emenda Constitucional 20 / 1998", "artigo 23 , § 4 . . . , da", "Lei 21 . 710 / 2015", "artigo 1 . 036 do Código de Processo Civil", "artigo 326 - A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Emenda Regimental 54 / 2020", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil", "artigo 23 , § 4 . . . , da", "Lei Estadual n 21 . 710 / 2015", "artigo 40 , § 2 . . . , da Constituição da República", "EC n 20 / 98", "artigo 40 , § 2 . . . , da Constituição", "Emenda Constitucional 20 / 1998", "artigo 23 , § 4 . . . , da Lei 21 . 710 / 2015", "artigo 1 . 036 do Código de Processo Civil", "artigo 326 - A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Emenda Regimental 54 / 2020", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 23 da Lei 21 . 710 / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 23 da Lei 21 . 710 / 2015", "artigos 1 . . . , III , 2 . . . , 37 , X , 40 , § 8 . . . , 61 , § 1 . . . , II , c , 169 , § 1 . . . , 194 , IV , e 202 , § 4 . . . , da Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LE n 21 . 710", "artigo 23 , § 4 . . . , da Lei 21 . 710 / 2015", "artigo 40 , § 2 . . . , da Constituição Federal", "artigo 36 , § 2 . . . , da Constituição Mineira", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LE n 21 . 710", "artigo 23 , § 4 . . . , da Lei 21 . 710 / 2015", "artigo 40 , § 2 . . . , da Constituição Federal", "artigo 36 , § 2 . . . , da Constituição Mineira", "art . 23 , § 1 . . . da LE n 7", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 40 , § 2 . . . da Constituição da República", "art . 36 , § 2 . . . , da Constituição Estadual", "Lei Estadual n 21 . 710 / 2015", "art . 23 , § 4 . . . , da LE n 21 . 710", "artigo 40 , § 2 . . . , da Constituição Federal", "Emenda Constitucional 20 / 1998", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 40 , § 2 . . . da Constituição da República", "art . 36 , § 2 . . . , da Constituição Estadual", "Lei Estadual n 21 . 710 / 2015", "LE n 21 . 710 / 2015", "artigo 40 , § 2 . . . , da Constituição Federal", "Emenda Constitucional 20 / 1998", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 4 . . . 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Ementa e Acórdão 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PARANÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) :SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) :NEUSA MARIA GARANTESKI EMENTA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. ADMINISTRATIVO. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL N. 13/2007. CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO. ASSISTENTE SOCIAL. JORNADA DE TRABALHO. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em converter os embargos de declaração em agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AEBE-AEE3-18CE-5C19 e senha E4F4-642B-E025-DE13 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Relatório 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PARANÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) :SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) :NEUSA MARIA GARANTESKI R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 31.5.2021, foi dado provimento ao recurso extraordinário com agravo e ao recurso extraordinário interpostos pelo Sindicato dos Assistentes Sociais do Paraná – Sindasp, ao fundamento de ser competência privativa da União legislar sobre condições para o exercício profissional e jornada de trabalho (e-doc. 71). 2. Publicada essa decisão no DJe de 1º.6.2021, Município de Castro opõe, em 2.6.2021, tempestivamente, embargos de declaração (e-doc. 73). 3. O agravante alega que “este e. Tribunal deixou de se manifestar expressamente quanto à aplicabilidade do decisum aos servidores estatutários, ocupantes de cargos públicos providos por concurso público, nos moldes do art. 37, II, da Constituição Federal, e que são regidos por um estatuto, no âmbito da competência administrativa delegada constitucionalmente aos Estados e aos Municípios” (fl. 2, e-doc. 73). Argumenta que “os Municípios possuem competência constitucional para legislar sobre o regime jurídico dos seus servidores públicos, bem como são dotados de autonomia administrativa (art. 18 e 29, da CF), expressa na auto- organização, com os limites impostos pela Constituição Federal e pelas Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F677-5766-86CD-BD2A e senha 9160-AAC1-5505-BC6C Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PARANÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) :SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) :NEUSA MARIA GARANTESKI R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 31.5.2021, foi dado provimento ao recurso extraordinário com agravo e ao recurso extraordinário interpostos pelo Sindicato dos Assistentes Sociais do Paraná – Sindasp, ao fundamento de ser competência privativa da União legislar sobre condições para o exercício profissional e jornada de trabalho (e-doc. 71). 2. Publicada essa decisão no DJe de 1º.6.2021, Município de Castro opõe, em 2.6.2021, tempestivamente, embargos de declaração (e-doc. 73). 3. O agravante alega que “este e. Tribunal deixou de se manifestar expressamente quanto à aplicabilidade do decisum aos servidores estatutários, ocupantes de cargos públicos providos por concurso público, nos moldes do art. 37, II, da Constituição Federal, e que são regidos por um estatuto, no âmbito da competência administrativa delegada constitucionalmente aos Estados e aos Municípios” (fl. 2, e-doc. 73). Argumenta que “os Municípios possuem competência constitucional para legislar sobre o regime jurídico dos seus servidores públicos, bem como são dotados de autonomia administrativa (art. 18 e 29, da CF), expressa na auto- organização, com os limites impostos pela Constituição Federal e pelas Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F677-5766-86CD-BD2A e senha 9160-AAC1-5505-BC6C Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório ARE 1298543 ED / PR Constituições dos Estados. Decorre, então, que lei federal não pode ter a pretensão de regrar diretamente os regimes jurídicos dos servidores dos Estados. Nessa esteira, eventual aplicação direta da Lei nº 12.317/2010 aos servidores públicos estatutários municipais traria o paradoxo de uma lei federal de iniciativa legislativa ser aplicável aos servidores municipais, regidos por estatuto próprio” (fl. 2, e-doc. 73). Salienta que “o art. 5º-A da Lei 8.662/93, incluído pela Lei 12.317/2010, que dispõe sobre a duração do trabalho do Assistente Social, disciplinaria, em tese, tão somente a jornada de trabalho dos empregados celetistas, não se aplicando, por óbvio, servidores estatutários, regidos por Estatuto dos Servidores Públicos Municipais (no caso do Município Recorrido, a Lei Complementar Municipal nº 13/2007)” (fl. 3, e-doc. 73). Pondera que “o artigo 2º da Lei 12.317/2010 expressamente limita seus efeitos aos profissionais com ‘contrato de trabalho’, o que não é o caso de servidores estatutários, que detêm ‘cargo público’, de vínculo administrativo” (fl. 3, e-doc. 73). Pede o acolhimento dos embargos de declaração. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F677-5766-86CD-BD2A e senha 9160-AAC1-5505-BC6C Supremo Tribunal Federal ARE 1298543 ED / PR Constituições dos Estados. Decorre, então, que lei federal não pode ter a pretensão de regrar diretamente os regimes jurídicos dos servidores dos Estados. Nessa esteira, eventual aplicação direta da Lei nº 12.317/2010 aos servidores públicos estatutários municipais traria o paradoxo de uma lei federal de iniciativa legislativa ser aplicável aos servidores municipais, regidos por estatuto próprio” (fl. 2, e-doc. 73). Salienta que “o art. 5º-A da Lei 8.662/93, incluído pela Lei 12.317/2010, que dispõe sobre a duração do trabalho do Assistente Social, disciplinaria, em tese, tão somente a jornada de trabalho dos empregados celetistas, não se aplicando, por óbvio, servidores estatutários, regidos por Estatuto dos Servidores Públicos Municipais (no caso do Município Recorrido, a Lei Complementar Municipal nº 13/2007)” (fl. 3, e-doc. 73). Pondera que “o artigo 2º da Lei 12.317/2010 expressamente limita seus efeitos aos profissionais com ‘contrato de trabalho’, o que não é o caso de servidores estatutários, que detêm ‘cargo público’, de vínculo administrativo” (fl. 3, e-doc. 73). Pede o acolhimento dos embargos de declaração. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F677-5766-86CD-BD2A e senha 9160-AAC1-5505-BC6C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PARANÁ V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Recebo os embargos de declaração como agravo regimental, nos termos do § 3º do art. 1.024 do Código de Processo Civil. Deixo de intimar o agravante para complementar as razões recursais, pois o recurso atende ao disposto no § 1º do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Assim, por exemplo: “O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO (Relator): Preliminarmente, conheço dos presentes embargos de declaração como agravo interno, nos termos do art. 1.024, § 3º, do CPC (RTJ 145/664 RTJ 153/834 AI 243.159-ED/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA AI 243.832-ED/MG, Rel. Min. MOREIRA ALVES Rcl 4.395-ED/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, v.g.), e destaco ser desnecessária a intimação da parte embargante para complementar suas razões recursais, pois atendida a exigência do art. 1.021, § 1º, do CPC (ARE 953.024-ED/MG, Rel. Min. GILMAR MENDES ARE 953.448- ED/DF, Rel. Min. EDSON FACHIN ARE 966.749-ED/PR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA RE 955.845-ED/SC, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, v.g.)” (ARE n. 1.000.456-ED-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 18.5.2017). 2. Razão jurídica não assiste ao agravante. 3. O Tribunal de origem decidiu: “Cinge-se a controvérsia recursal em verificar se aos assistentes sociais do Município de Castro deve ser aplicada a carga horária de trabalho prevista pela Lei Complementar Municipal n.º 13/07 (40 horas semanais) ou a estabelecida pela Lei Federal n.º 12.317/10 (30 horas semanais) e, em consequência, se é possível condenar o réu- Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PARANÁ V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Recebo os embargos de declaração como agravo regimental, nos termos do § 3º do art. 1.024 do Código de Processo Civil. Deixo de intimar o agravante para complementar as razões recursais, pois o recurso atende ao disposto no § 1º do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Assim, por exemplo: “O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO (Relator): Preliminarmente, conheço dos presentes embargos de declaração como agravo interno, nos termos do art. 1.024, § 3º, do CPC (RTJ 145/664 RTJ 153/834 AI 243.159-ED/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA AI 243.832-ED/MG, Rel. Min. MOREIRA ALVES Rcl 4.395-ED/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, v.g.), e destaco ser desnecessária a intimação da parte embargante para complementar suas razões recursais, pois atendida a exigência do art. 1.021, § 1º, do CPC (ARE 953.024-ED/MG, Rel. Min. GILMAR MENDES ARE 953.448- ED/DF, Rel. Min. EDSON FACHIN ARE 966.749-ED/PR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA RE 955.845-ED/SC, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, v.g.)” (ARE n. 1.000.456-ED-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 18.5.2017). 2. Razão jurídica não assiste ao agravante. 3. O Tribunal de origem decidiu: “Cinge-se a controvérsia recursal em verificar se aos assistentes sociais do Município de Castro deve ser aplicada a carga horária de trabalho prevista pela Lei Complementar Municipal n.º 13/07 (40 horas semanais) ou a estabelecida pela Lei Federal n.º 12.317/10 (30 horas semanais) e, em consequência, se é possível condenar o réu- Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298543 ED / PR apelado ao pagamento de horas extras. Sobre o tema é desnecessário protelar. O Órgão Especial desta Corte, em incidente de declaração de inconstitucionalidade suscitado neste processo, autuado sob n.º 1.347.606-9/01 (número único: 0045773-91.2016.8.16.0000) entendeu ser constitucional o artigo 21 da mencionada lei municipal, ainda que estabeleça jornada superior àquela disposta na legislação federal. (…) Visando, então, conciliar ambas as premissas, decidiram que os cargos de assistente social criados e providos antes da Lei Federal n.º 12.317/10 devem respeitar a carga horária definida pela lei local e, somente os posteriores, estarão vinculados à regra federal” (fl. 4, e- doc. 18). Como posto na decisão agravada, este Supremo Tribunal assentou ser competência privativa da União legislar sobre condições para o exercício profissional e jornada de trabalho. Assim, por exemplo: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS. CARGA HORÁRIA. LEI 8.856/1994. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – 1. O acórdão recorrido está em harmonia com a orientação firmada nesta Corte no sentido de que compete privativamente à União legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional, inclusive a respeito da jornada de trabalho. II – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4°, do CPC” (ARE n. 1.266.354-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 12.3.2021). “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – LEI Nº 12.317/2010, QUE ESTABELECE A JORNADA NORMAL DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS EM 30 (TRINTA) HORAS SEMANAIS – (…) DIREITO DO TRABALHO – 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Supremo Tribunal Federal ARE 1298543 ED / PR apelado ao pagamento de horas extras. Sobre o tema é desnecessário protelar. O Órgão Especial desta Corte, em incidente de declaração de inconstitucionalidade suscitado neste processo, autuado sob n.º 1.347.606-9/01 (número único: 0045773-91.2016.8.16.0000) entendeu ser constitucional o artigo 21 da mencionada lei municipal, ainda que estabeleça jornada superior àquela disposta na legislação federal. (…) Visando, então, conciliar ambas as premissas, decidiram que os cargos de assistente social criados e providos antes da Lei Federal n.º 12.317/10 devem respeitar a carga horária definida pela lei local e, somente os posteriores, estarão vinculados à regra federal” (fl. 4, e- doc. 18). Como posto na decisão agravada, este Supremo Tribunal assentou ser competência privativa da União legislar sobre condições para o exercício profissional e jornada de trabalho. Assim, por exemplo: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS. CARGA HORÁRIA. LEI 8.856/1994. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – 1. O acórdão recorrido está em harmonia com a orientação firmada nesta Corte no sentido de que compete privativamente à União legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional, inclusive a respeito da jornada de trabalho. II – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4°, do CPC” (ARE n. 1.266.354-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 12.3.2021). “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – LEI Nº 12.317/2010, QUE ESTABELECE A JORNADA NORMAL DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS EM 30 (TRINTA) HORAS SEMANAIS – (…) DIREITO DO TRABALHO – 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298543 ED / PR MATÉRIA SUBMETIDA, POR EXPRESSA PREVISÃO CONSTITUCIONAL, À COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO FEDERAL (CF, ART. 22, I) – (…) A fixação da jornada de trabalho mediante lei (tal como sucedeu em relação aos Assistentes Sociais), além de não traduzir ofensa à autonomia sindical ou ao processo de negociação coletiva para deliberar sobre esse tema, revela-se plenamente legítima e inteiramente compatível com o texto da Constituição da República, seja porque a Lei nº 12.317/2010 emanou de pessoa estatal competente (CF, art. 22, I), seja, ainda, porque mencionado diploma legislativo veiculou, no caso, norma claramente favorável a essa categoria profissional, pois instituiu, ‘in melius’, regime jurídico mais benéfico pertinente à jornada de trabalho em favor dos Assistentes Sociais, consideradas, para tanto, as peculiaridades e as condições a que estão sujeitos referidos profissionais no desempenho” (ADI n. 4.468, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJe 27.10.2020). “CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. RESPEITO ÀS REGRAS DE DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA. LEI ESTADUAL. INSTITUIÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO. ATRIBUIÇÃO DE PODER FISCALIZATÓRIO E SANCIONATÓRIO AO PODER EXECUTIVO ESTADUAL EM MATÉRIA DE DIREITO DO TRABALHO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO. VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 22, PARÁGRAFO ÚNICO, E 21, XXIV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL” (ADI n. 6.149, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Plenário, DJe 18.12.2019). “Agravo regimental nos embargos de declaração em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário e Constitucional. 3. Competência privativa da União para legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional. 4. O acórdão recorrido diverge da orientação firmada nesta Corte no sentido de que compete privativamente à União legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 1.032.912-AgR, Relator o Ministro Gilmar 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Supremo Tribunal Federal ARE 1298543 ED / PR MATÉRIA SUBMETIDA, POR EXPRESSA PREVISÃO CONSTITUCIONAL, À COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO FEDERAL (CF, ART. 22, I) – (…) A fixação da jornada de trabalho mediante lei (tal como sucedeu em relação aos Assistentes Sociais), além de não traduzir ofensa à autonomia sindical ou ao processo de negociação coletiva para deliberar sobre esse tema, revela-se plenamente legítima e inteiramente compatível com o texto da Constituição da República, seja porque a Lei nº 12.317/2010 emanou de pessoa estatal competente (CF, art. 22, I), seja, ainda, porque mencionado diploma legislativo veiculou, no caso, norma claramente favorável a essa categoria profissional, pois instituiu, ‘in melius’, regime jurídico mais benéfico pertinente à jornada de trabalho em favor dos Assistentes Sociais, consideradas, para tanto, as peculiaridades e as condições a que estão sujeitos referidos profissionais no desempenho” (ADI n. 4.468, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJe 27.10.2020). “CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. RESPEITO ÀS REGRAS DE DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA. LEI ESTADUAL. INSTITUIÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO. ATRIBUIÇÃO DE PODER FISCALIZATÓRIO E SANCIONATÓRIO AO PODER EXECUTIVO ESTADUAL EM MATÉRIA DE DIREITO DO TRABALHO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO. VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 22, PARÁGRAFO ÚNICO, E 21, XXIV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL” (ADI n. 6.149, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Plenário, DJe 18.12.2019). “Agravo regimental nos embargos de declaração em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário e Constitucional. 3. Competência privativa da União para legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional. 4. O acórdão recorrido diverge da orientação firmada nesta Corte no sentido de que compete privativamente à União legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 1.032.912-AgR, Relator o Ministro Gilmar 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298543 ED / PR Mendes, Segunda Turma, DJe 6.9.2017). “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR PÚBLICO. JORNADA DE TRABALHO. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA. CONDIÇÕES PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL. COMPETÊNCIA DA UNIÃO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que compete à União legislar privativamente sobre normas que estabeleçam condições para o exercício profissional. Precedentes. 2. No caso, aplica-se a Lei federal nº 8.856/1994, a qual prevê jornada de trabalho de 30 horas semanais para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 869.896-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 24.9.2015). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL. PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS E TERAPEUTAS OCUPACIONAIS. CARGA HORÁRIA. LEI N. 8.856/1994. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (ARE n. 758.227-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 4.11.2013). 4. Quanto à alegação de que a Lei n. 12.317/2010 se aplicaria exclusivamente aos servidores celetistas, o Tribunal de origem afirmou: “Ao se concluir que a Lei Federal nº 12.317/10 só se aplica aos empregados da iniciativa privada, estar-se-ia desconsiderando que as condições peculiares de trabalho da profissão de Assistente Social se aplicam tanto àqueles que laboram nas empresas quanto aos que exercem cargo público. Ressalta-se que em nenhum momento o projeto de lei previu qualquer diferenciação entre os empregados e os servidores” (fl. 31, e-doc. 22). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Supremo Tribunal Federal ARE 1298543 ED / PR Mendes, Segunda Turma, DJe 6.9.2017). “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR PÚBLICO. JORNADA DE TRABALHO. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA. CONDIÇÕES PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL. COMPETÊNCIA DA UNIÃO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que compete à União legislar privativamente sobre normas que estabeleçam condições para o exercício profissional. Precedentes. 2. No caso, aplica-se a Lei federal nº 8.856/1994, a qual prevê jornada de trabalho de 30 horas semanais para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 869.896-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 24.9.2015). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL. PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS E TERAPEUTAS OCUPACIONAIS. CARGA HORÁRIA. LEI N. 8.856/1994. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (ARE n. 758.227-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 4.11.2013). 4. Quanto à alegação de que a Lei n. 12.317/2010 se aplicaria exclusivamente aos servidores celetistas, o Tribunal de origem afirmou: “Ao se concluir que a Lei Federal nº 12.317/10 só se aplica aos empregados da iniciativa privada, estar-se-ia desconsiderando que as condições peculiares de trabalho da profissão de Assistente Social se aplicam tanto àqueles que laboram nas empresas quanto aos que exercem cargo público. Ressalta-se que em nenhum momento o projeto de lei previu qualquer diferenciação entre os empregados e os servidores” (fl. 31, e-doc. 22). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298543 ED / PR Rever o posicionamento adotado no acórdão recorrido demandaria o reexame dessa legislação infraconstitucional, inviável em recurso extraordinário. Assim, por exemplo: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Administrativo. 3. Duração semanal do trabalho de assistente social. Lei 12.317/2010. Aplicabilidade a servidor público. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 961.663-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, 9.4.2018). 5. Os argumentos do agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Supremo Tribunal Federal ARE 1298543 ED / PR Rever o posicionamento adotado no acórdão recorrido demandaria o reexame dessa legislação infraconstitucional, inviável em recurso extraordinário. Assim, por exemplo: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Administrativo. 3. Duração semanal do trabalho de assistente social. Lei 12.317/2010. Aplicabilidade a servidor público. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 961.663-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, 9.4.2018). 5. Os argumentos do agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PROCED. : PARANÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) : MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) : SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) : NEUSA MARIA GARANTESKI (25668/PR) Decisão: A Turma, por unanimidade, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB2C-A0BB-26BE-AA9A e senha 7FDB-2C4F-BFE2-986C Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PROCED. : PARANÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) : MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) : SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) : NEUSA MARIA GARANTESKI (25668/PR) Decisão: A Turma, por unanimidade, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB2C-A0BB-26BE-AA9A e senha 7FDB-2C4F-BFE2-986C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756345939
2021-06-28T00:00:00
2021-06-30T00:00:00
A Turma, por unanimidade, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. ADMINISTRATIVO. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL N. 13/2007. CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO. ASSISTENTE SOCIAL. JORNADA DE TRABALHO. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
sjur449713
- Acórdão(s) citado(s): (EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, CONVERSÃO, AGRAVO) ARE 1000456 ED-ED (2ªT). (COMPETÊNCIA PRIVATIVA, UNIÃO FEDERAL, LEGISLAÇÃO, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, JORNADA DE TRABALHO) ADI 4468 (TP), ARE 758227 AgR (2ªT), ARE 869896 AgR (1ªT), ARE 1032912 ED-AgR (2ªT), ADI 6149 (TP), ARE 1266354 AgR (2ªT). (RE, CARGA HORÁRIA, SEMANA, ASSISTENTE SOCIAL, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) ARE 961663 AgR (2ªT). Número de páginas: 9. Análise: 20/01/2022, ABO.
CÁRMEN LÚCIA
Segunda Turma
1298543
[ "LEG-FED LEI-012317 ANO-2010\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-01021 PAR-00001 ART-01024 PAR-00003\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-MUN LCP-000013 ANO-2007\n LEI COMPLEMENTAR DO MUNICÍPIO DE CASTRO, PR" ]
ARE-ED
acordaos
ARE 1298543 ED
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EMBTE.(S) : MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) : SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) : NEUSA MARIA GARANTESKI
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PARANÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) :SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) :NEUSA MARIA GARANTESKI EMENTA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. ADMINISTRATIVO. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL N. 13/2007. CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO. ASSISTENTE SOCIAL. JORNADA DE TRABALHO. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em converter os embargos de declaração em agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AEBE-AEE3-18CE-5C19 e senha E4F4-642B-E025-DE13 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Relatório 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PARANÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) :SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) :NEUSA MARIA GARANTESKI R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 31.5.2021, foi dado provimento ao recurso extraordinário com agravo e ao recurso extraordinário interpostos pelo Sindicato dos Assistentes Sociais do Paraná – Sindasp, ao fundamento de ser competência privativa da União legislar sobre condições para o exercício profissional e jornada de trabalho (e-doc. 71). 2. Publicada essa decisão no DJe de 1....6.2021, Município de Castro opõe, em 2.6.2021, tempestivamente, embargos de declaração (e-doc. 73). 3. O agravante alega que “este e. Tribunal deixou de se manifestar expressamente quanto à aplicabilidade do decisum aos servidores estatutários, ocupantes de cargos públicos providos por concurso público, nos moldes do art. 37, II, da Constituição Federal, e que são regidos por um estatuto, no âmbito da competência administrativa delegada constitucionalmente aos Estados e aos Municípios” (fl. 2, e-doc. 73). Argumenta que “os Municípios possuem competência constitucional para legislar sobre o regime jurídico dos seus servidores públicos, bem como são dotados de autonomia administrativa (art. 18 e 29, da Constituição Federal de 1988), expressa na auto- organização, com os limites impostos pela Constituição Federal e pelas Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F677-5766-86CD-BD2A e senha 9160-AAC1-5505-BC6C Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PARANÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) :SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) :NEUSA MARIA GARANTESKI R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 31.5.2021, foi dado provimento ao recurso extraordinário com agravo e ao recurso extraordinário interpostos pelo Sindicato dos Assistentes Sociais do Paraná – Sindasp, ao fundamento de ser competência privativa da União legislar sobre condições para o exercício profissional e jornada de trabalho (e-doc. 71). 2. Publicada essa decisão no DJe de 1....6.2021, Município de Castro opõe, em 2.6.2021, tempestivamente, embargos de declaração (e-doc. 73). 3. O agravante alega que “este e. Tribunal deixou de se manifestar expressamente quanto à aplicabilidade do decisum aos servidores estatutários, ocupantes de cargos públicos providos por concurso público, nos moldes do art. 37, II, da Constituição Federal, e que são regidos por um estatuto, no âmbito da competência administrativa delegada constitucionalmente aos Estados e aos Municípios” (fl. 2, e-doc. 73). Argumenta que “os Municípios possuem competência constitucional para legislar sobre o regime jurídico dos seus servidores públicos, bem como são dotados de autonomia administrativa (art. 18 e 29, da Constituição Federal de 1988), expressa na auto- organização, com os limites impostos pela Constituição Federal e pelas Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F677-5766-86CD-BD2A e senha 9160-AAC1-5505-BC6C Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório ARE 1298543 ED / PR Constituições dos Estados. Decorre, então, que lei federal não pode ter a pretensão de regrar diretamente os regimes jurídicos dos servidores dos Estados. Nessa esteira, eventual aplicação direta da Lei n 12.317/2010 aos servidores públicos estatutários municipais traria o paradoxo de uma lei federal de iniciativa legislativa ser aplicável aos servidores municipais, regidos por estatuto próprio” (fl. 2, e-doc. 73). Salienta que “o art. 5...-A da Lei 8.662/93, incluído pela Lei 12.317/2010, que dispõe sobre a duração do trabalho do Assistente Social, disciplinaria, em tese, tão somente a jornada de trabalho dos empregados celetistas, não se aplicando, por óbvio, servidores estatutários, regidos por Estatuto dos Servidores Públicos Municipais (no caso do Município Recorrido, a Lei Complementar Municipal n 13/2007)” (fl. 3, e-doc. 73). Pondera que “o artigo 2... da Lei 12.317/2010 expressamente limita seus efeitos aos profissionais com ‘contrato de trabalho’, o que não é o caso de servidores estatutários, que detêm ‘cargo público’, de vínculo administrativo” (fl. 3, e-doc. 73). Pede o acolhimento dos embargos de declaração. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F677-5766-86CD-BD2A e senha 9160-AAC1-5505-BC6C Supremo Tribunal Federal ARE 1298543 ED / PR Constituições dos Estados. Decorre, então, que lei federal não pode ter a pretensão de regrar diretamente os regimes jurídicos dos servidores dos Estados. Nessa esteira, eventual aplicação direta da Lei n 12.317/2010 aos servidores públicos estatutários municipais traria o paradoxo de uma lei federal de iniciativa legislativa ser aplicável aos servidores municipais, regidos por estatuto próprio” (fl. 2, e-doc. 73). Salienta que “o art. 5...-A da Lei 8.662/93, incluído pela Lei 12.317/2010, que dispõe sobre a duração do trabalho do Assistente Social, disciplinaria, em tese, tão somente a jornada de trabalho dos empregados celetistas, não se aplicando, por óbvio, servidores estatutários, regidos por Estatuto dos Servidores Públicos Municipais (no caso do Município Recorrido, a Lei Complementar Municipal n 13/2007)” (fl. 3, e-doc. 73). Pondera que “o artigo 2... da Lei 12.317/2010 expressamente limita seus efeitos aos profissionais com ‘contrato de trabalho’, o que não é o caso de servidores estatutários, que detêm ‘cargo público’, de vínculo administrativo” (fl. 3, e-doc. 73). Pede o acolhimento dos embargos de declaração. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F677-5766-86CD-BD2A e senha 9160-AAC1-5505-BC6C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PARANÁ V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Recebo os embargos de declaração como agravo regimental, nos termos do § 3... do art. 1.024 do Código de Processo Civil. Deixo de intimar o agravante para complementar as razões recursais, pois o recurso atende ao disposto no § 1... do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Assim, por exemplo: “O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO (Relator): Preliminarmente, conheço dos presentes embargos de declaração como agravo interno, nos termos do art. 1.024, § 3..., do Código de Processo Civil (RTJ 145/664 RTJ 153/834 AI 243.159-ED/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA AI 243.832-ED/MG, Rel. Min. MOREIRA ALVES Rcl 4.395-ED/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, v.g.), e destaco ser desnecessária a intimação da parte embargante para complementar suas razões recursais, pois atendida a exigência do art. 1.021, § 1..., do Código de Processo Civil (ARE 953.024-ED/MG, Rel. Min. GILMAR MENDES ARE 953.448- ED/DF, Rel. Min. EDSON FACHIN ARE 966.749-ED/PR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA Recurso Extraordinário 955.845-ED/SC, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, v.g.)” (ARE n. 1.000.456-ED-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 18.5.2017). 2. Razão jurídica não assiste ao agravante. 3. O Tribunal de origem decidiu: “Cinge-se a controvérsia recursal em verificar se aos assistentes sociais do Município de Castro deve ser aplicada a carga horária de trabalho prevista pela Lei Complementar Municipal n. 13/07 (40 horas semanais) ou a estabelecida pela Lei Federal n. 12.317/10 (30 horas semanais) e, em consequência, se é possível condenar o réu- Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PARANÁ V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Recebo os embargos de declaração como agravo regimental, nos termos do § 3... do art. 1.024 do Código de Processo Civil. Deixo de intimar o agravante para complementar as razões recursais, pois o recurso atende ao disposto no § 1... do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Assim, por exemplo: “O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO (Relator): Preliminarmente, conheço dos presentes embargos de declaração como agravo interno, nos termos do art. 1.024, § 3..., do Código de Processo Civil (RTJ 145/664 RTJ 153/834 AI 243.159-ED/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA AI 243.832-ED/MG, Rel. Min. MOREIRA ALVES Rcl 4.395-ED/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, v.g.), e destaco ser desnecessária a intimação da parte embargante para complementar suas razões recursais, pois atendida a exigência do art. 1.021, § 1..., do Código de Processo Civil (ARE 953.024-ED/MG, Rel. Min. GILMAR MENDES ARE 953.448- ED/DF, Rel. Min. EDSON FACHIN ARE 966.749-ED/PR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA Recurso Extraordinário 955.845-ED/SC, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, v.g.)” (ARE n. 1.000.456-ED-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 18.5.2017). 2. Razão jurídica não assiste ao agravante. 3. O Tribunal de origem decidiu: “Cinge-se a controvérsia recursal em verificar se aos assistentes sociais do Município de Castro deve ser aplicada a carga horária de trabalho prevista pela Lei Complementar Municipal n. 13/07 (40 horas semanais) ou a estabelecida pela Lei Federal n. 12.317/10 (30 horas semanais) e, em consequência, se é possível condenar o réu- Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298543 ED / PR apelado ao pagamento de horas extras. Sobre o tema é desnecessário protelar. O Órgão Especial desta Corte, em incidente de declaração de inconstitucionalidade suscitado neste processo, autuado sob n. 1.347.606-9/01 (número único: 0045773-91.2016.8.16.0000) entendeu ser constitucional o artigo 21 da mencionada lei municipal, ainda que estabeleça jornada superior àquela disposta na legislação federal. (…) Visando, então, conciliar ambas as premissas, decidiram que os cargos de assistente social criados e providos antes da Lei Federal n. 12.317/10 devem respeitar a carga horária definida pela lei local e, somente os posteriores, estarão vinculados à regra federal” (fl. 4, e- doc. 18). Como posto na decisão agravada, este Supremo Tribunal assentou ser competência privativa da União legislar sobre condições para o exercício profissional e jornada de trabalho. Assim, por exemplo: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS. CARGA HORÁRIA. LEI 8.856/1994. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – 1. O acórdão recorrido está em harmonia com a orientação firmada nesta Corte no sentido de que compete privativamente à União legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional, inclusive a respeito da jornada de trabalho. II – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil” (ARE n. 1.266.354-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 12.3.2021). “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – LEI n 12.317/2010, QUE ESTABELECE A JORNADA NORMAL DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS EM 30 (TRINTA) HORAS SEMANAIS – (…) DIREITO DO TRABALHO – 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Supremo Tribunal Federal ARE 1298543 ED / PR apelado ao pagamento de horas extras. Sobre o tema é desnecessário protelar. O Órgão Especial desta Corte, em incidente de declaração de inconstitucionalidade suscitado neste processo, autuado sob n. 1.347.606-9/01 (número único: 0045773-91.2016.8.16.0000) entendeu ser constitucional o artigo 21 da mencionada lei municipal, ainda que estabeleça jornada superior àquela disposta na legislação federal. (…) Visando, então, conciliar ambas as premissas, decidiram que os cargos de assistente social criados e providos antes da Lei Federal n. 12.317/10 devem respeitar a carga horária definida pela lei local e, somente os posteriores, estarão vinculados à regra federal” (fl. 4, e- doc. 18). Como posto na decisão agravada, este Supremo Tribunal assentou ser competência privativa da União legislar sobre condições para o exercício profissional e jornada de trabalho. Assim, por exemplo: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS. CARGA HORÁRIA. LEI 8.856/1994. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – 1. O acórdão recorrido está em harmonia com a orientação firmada nesta Corte no sentido de que compete privativamente à União legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional, inclusive a respeito da jornada de trabalho. II – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil” (ARE n. 1.266.354-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 12.3.2021). “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – LEI n 12.317/2010, QUE ESTABELECE A JORNADA NORMAL DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS EM 30 (TRINTA) HORAS SEMANAIS – (…) DIREITO DO TRABALHO – 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298543 ED / PR MATÉRIA SUBMETIDA, POR EXPRESSA PREVISÃO CONSTITUCIONAL, À COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO FEDERAL (Constituição Federal de 1988, ART. 22, I) – (…) A fixação da jornada de trabalho mediante lei (tal como sucedeu em relação aos Assistentes Sociais), além de não traduzir ofensa à autonomia sindical ou ao processo de negociação coletiva para deliberar sobre esse tema, revela-se plenamente legítima e inteiramente compatível com o texto da Constituição da República, seja porque a Lei n 12.317/2010 emanou de pessoa estatal competente (Constituição Federal de 1988, art. 22, I), seja, ainda, porque mencionado diploma legislativo veiculou, no caso, norma claramente favorável a essa categoria profissional, pois instituiu, ‘in melius’, regime jurídico mais benéfico pertinente à jornada de trabalho em favor dos Assistentes Sociais, consideradas, para tanto, as peculiaridades e as condições a que estão sujeitos referidos profissionais no desempenho” (ADI n. 4.468, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJe 27.10.2020). “CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. RESPEITO ÀS REGRAS DE DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA. LEI ESTADUAL. INSTITUIÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO. ATRIBUIÇÃO DE PODER FISCALIZATÓRIO E SANCIONATÓRIO AO PODER EXECUTIVO ESTADUAL EM MATÉRIA DE DIREITO DO TRABALHO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO. VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 22, PARÁGRAFO ÚNICO, E 21, XXIV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL” (ADI n. 6.149, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Plenário, DJe 18.12.2019). “Agravo regimental nos embargos de declaração em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário e Constitucional. 3. Competência privativa da União para legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional. 4. O acórdão recorrido diverge da orientação firmada nesta Corte no sentido de que compete privativamente à União legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 1.032.912-AgR, Relator o Ministro Gilmar 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Supremo Tribunal Federal ARE 1298543 ED / PR MATÉRIA SUBMETIDA, POR EXPRESSA PREVISÃO CONSTITUCIONAL, À COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO FEDERAL (Constituição Federal de 1988, ART. 22, I) – (…) A fixação da jornada de trabalho mediante lei (tal como sucedeu em relação aos Assistentes Sociais), além de não traduzir ofensa à autonomia sindical ou ao processo de negociação coletiva para deliberar sobre esse tema, revela-se plenamente legítima e inteiramente compatível com o texto da Constituição da República, seja porque a Lei n 12.317/2010 emanou de pessoa estatal competente (Constituição Federal de 1988, art. 22, I), seja, ainda, porque mencionado diploma legislativo veiculou, no caso, norma claramente favorável a essa categoria profissional, pois instituiu, ‘in melius’, regime jurídico mais benéfico pertinente à jornada de trabalho em favor dos Assistentes Sociais, consideradas, para tanto, as peculiaridades e as condições a que estão sujeitos referidos profissionais no desempenho” (ADI n. 4.468, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJe 27.10.2020). “CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. RESPEITO ÀS REGRAS DE DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA. LEI ESTADUAL. INSTITUIÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO. ATRIBUIÇÃO DE PODER FISCALIZATÓRIO E SANCIONATÓRIO AO PODER EXECUTIVO ESTADUAL EM MATÉRIA DE DIREITO DO TRABALHO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO. VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 22, PARÁGRAFO ÚNICO, E 21, XXIV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL” (ADI n. 6.149, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Plenário, DJe 18.12.2019). “Agravo regimental nos embargos de declaração em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário e Constitucional. 3. Competência privativa da União para legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional. 4. O acórdão recorrido diverge da orientação firmada nesta Corte no sentido de que compete privativamente à União legislar sobre trabalho e condições para o exercício profissional. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 1.032.912-AgR, Relator o Ministro Gilmar 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298543 ED / PR Mendes, Segunda Turma, DJe 6.9.2017). “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR PÚBLICO. JORNADA DE TRABALHO. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA. CONDIÇÕES PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL. COMPETÊNCIA DA UNIÃO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que compete à União legislar privativamente sobre normas que estabeleçam condições para o exercício profissional. Precedentes. 2. No caso, aplica-se a Lei federal n 8.856/1994, a qual prevê jornada de trabalho de 30 horas semanais para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 869.896-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 24.9.2015). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL. PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS E TERAPEUTAS OCUPACIONAIS. CARGA HORÁRIA. LEI N. 8.856/1994. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (ARE n. 758.227-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 4.11.2013). 4. Quanto à alegação de que a Lei n. 12.317/2010 se aplicaria exclusivamente aos servidores celetistas, o Tribunal de origem afirmou: “Ao se concluir que a Lei Federal n 12.317/10 só se aplica aos empregados da iniciativa privada, estar-se-ia desconsiderando que as condições peculiares de trabalho da profissão de Assistente Social se aplicam tanto àqueles que laboram nas empresas quanto aos que exercem cargo público. Ressalta-se que em nenhum momento o projeto de lei previu qualquer diferenciação entre os empregados e os servidores” (fl. 31, e-doc. 22). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Supremo Tribunal Federal ARE 1298543 ED / PR Mendes, Segunda Turma, DJe 6.9.2017). “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR PÚBLICO. JORNADA DE TRABALHO. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA. CONDIÇÕES PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL. COMPETÊNCIA DA UNIÃO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que compete à União legislar privativamente sobre normas que estabeleçam condições para o exercício profissional. Precedentes. 2. No caso, aplica-se a Lei federal n 8.856/1994, a qual prevê jornada de trabalho de 30 horas semanais para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 869.896-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 24.9.2015). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL. PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS E TERAPEUTAS OCUPACIONAIS. CARGA HORÁRIA. LEI N. 8.856/1994. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (ARE n. 758.227-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 4.11.2013). 4. Quanto à alegação de que a Lei n. 12.317/2010 se aplicaria exclusivamente aos servidores celetistas, o Tribunal de origem afirmou: “Ao se concluir que a Lei Federal n 12.317/10 só se aplica aos empregados da iniciativa privada, estar-se-ia desconsiderando que as condições peculiares de trabalho da profissão de Assistente Social se aplicam tanto àqueles que laboram nas empresas quanto aos que exercem cargo público. Ressalta-se que em nenhum momento o projeto de lei previu qualquer diferenciação entre os empregados e os servidores” (fl. 31, e-doc. 22). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298543 ED / PR Rever o posicionamento adotado no acórdão recorrido demandaria o reexame dessa legislação infraconstitucional, inviável em recurso extraordinário. Assim, por exemplo: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Administrativo. 3. Duração semanal do trabalho de assistente social. Lei 12.317/2010. Aplicabilidade a servidor público. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 961.663-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, 9.4.2018). 5. Os argumentos do agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Supremo Tribunal Federal ARE 1298543 ED / PR Rever o posicionamento adotado no acórdão recorrido demandaria o reexame dessa legislação infraconstitucional, inviável em recurso extraordinário. Assim, por exemplo: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Administrativo. 3. Duração semanal do trabalho de assistente social. Lei 12.317/2010. Aplicabilidade a servidor público. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 961.663-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, 9.4.2018). 5. Os argumentos do agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77DF-BA53-01D8-FDFC e senha CDAD-C1FA-976B-49F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PROCED. : PARANÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) : MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) : SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) : NEUSA MARIA GARANTESKI (25668/PR) Decisão: A Turma, por unanimidade, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB2C-A0BB-26BE-AA9A e senha 7FDB-2C4F-BFE2-986C Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.543 PROCED. : PARANÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) : MUNICIPIO DE CASTRO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE CASTRO EMBDO.(A/S) : SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA - SINDASP ADV.(A/S) : NEUSA MARIA GARANTESKI (25668/PR) Decisão: A Turma, por unanimidade, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB2C-A0BB-26BE-AA9A e senha 7FDB-2C4F-BFE2-986C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
{ "JURISPRUDENCIA": [ "AI 243 . 159 - ED / DF", "AI 243 . 832 - ED / MG", "Rcl 4 . 395 - ED / SP", ".", "024", "-", "ED", "/", "MG", "ARE 953 . 448 - ED / DF", "ARE 966 . 749 - ED / PR", "Recurso Extraordinário 955 . 845 - ED / SC", "ARE n . 1 . 000 . 456 - ED - ED", "RTJ 145 / 664 RTJ 153 / 834", "AI 243 . 159 - ED / DF", "AI 243 . 832 - ED / MG", "Rcl 4 . 395 - ED / SP", "ARE 953 . 024 - ED / MG", "ARE 953 . 448 - ED / DF", "ARE 966 . 749 - ED / PR", "Recurso Extraordinário 955 . 845 - ED / SC", "ARE n . 1 . 000 . 456 -", "ARE 1298543 ED / PR", "ARE n . 1 . 266 . 354 - AgR", "ARE 1298543 ED / PR", "-", "ARE n . 1 . 266 . 354 - AgR", "ARE 1298543 ED / PR", "ADI n . 4 . 468", "ADI n . 6 . 149", "ARE n . 1 . 032 . 912 - AgR", "ADI n . 4 . 468", "ADI n . 6 . 149", "ARE n . 1 . 032 . 912 -", "ARE 1298543 ED / PR Mendes", "ARE n . 869 . 896 - AgR", "ARE n . 758 . 227", "ARE 1298543 ED / PR Mendes", "ARE n . 869 . 896 - AgR", "ARE n . 758 . 227 - AgR", "ARE 1298543 ED / PR", "ARE n . 961 . 663 - AgR", "ARE 1298543 ED / PR", "ARE n . 961 .", "-" ], "LEGISLACAO": [ "LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL N . 13 / 2007", ". . . , do Código de Processo Civil", "art . 37 , II , da Constituição Federal", "art . 18 e 29 , da Constituição Federal de 1988", "Constituição Federal", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 37 , II , da Constituição Federal", "art . 18 e 29 , da Constituição Federal de 1988", "Constituição Federal", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Lei n 12 . 317 / 2010", "art . 5 . . . - A da Lei 8 . 662 / 93", "Lei 12 . 317 / 2010", "Estatuto dos Servidores Públicos Municipais", "Lei Complementar Municipal n 13 / 2007", "artigo 2 . . . da Lei 12 . 317 / 2010", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Lei n 12 . 317 / 2010", "art . 5 . . . - A da Lei 8 . 662 / 93", "Lei 12 . 317 / 2010", "Estatuto dos Servidores Públicos Municipais", "Lei Complementar Municipal n 13 / 2007", "artigo 2 . . . da Lei 12 . 317 / 2010", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "§", "art . 1 . 024 do Código de Processo Civil", "§ 1 . . . do art . 1 . 021 do Código de Processo Civil", "art . 1 . 024 , § 3 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 1 . . . , do Código de Processo Civil", "ARE", "Lei Complementar Municipal n . 13 / 07", "Lei Federal n . 12 . 317 / 10", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 024 do Código de Processo Civil", ".", "1 .", "021 do Código de Processo Civil", "art . 1 . 024 , § 3 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 1 . . . , do Código de Processo Civil", "Lei Complementar Municipal n . 13 / 07", "Lei Federal n . 12 . 317 / 10", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo", "Lei Federal n . 12 . 317 / 10", "LEI 8 . 856 / 1994", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "LEI n 12 . 317 / 2010", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Lei Federal n . 12 . 317 / 10", "LEI 8 . 856 / 1994", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "LEI n 12 . 317 / 2010", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Constituição Federal de 1988 , ART . 22 , I", "Constituição da República", "Lei n 12 . 317 / 2010", "Constituição Federal de 1988 , art . 22 , I", "ARTIGOS", "21 , XXIV , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL", "Art . 205 , § 2 . .", "Constituição Federal de 1988 , ART . 22 , I", "Constituição da República", "Lei n 12 . 317 / 2010", "Constituição Federal de 1988 , art . 22 , I", "ARTIGOS 22 , PARÁGRAFO ÚNICO , E 21 , XXIV , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Lei federal n 8 . 856 / 1994", "LEI N . 8 . 856 / 1994", "Lei n . 12 . 317 / 2010", "Lei Federal n 12 . 317 / 10", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Lei federal n 8 . 856 / 1994", "LEI N . 8 . 856 / 1994", "Lei n . 12 . 317 / 2010", "Lei Federal n 12 . 317 / 10", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Lei 12 . 317 / 2010", "Constituição Federal", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Lei 12 . 317 / 2010", "Constituição Federal", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "PARANÁ", "MUNICIPIO DE CASTRO", "Brasília", "PARANÁ", "MUNICIPIO DE CASTRO", "Município de Castro", "PARANÁ", "MUNICIPIO DE CASTRO", "MUNICIPIO DE CASTRO", "Município de Castro", "PARANÁ", "Município de Castro", "PARANÁ", "Município de Castro", "PARANÁ", "MUNICIPIO DE CASTRO", "MUNICIPIO", "PARANÁ", "MUNICIPIO", "CASTRO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "MUNICIPIO", "SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA", "SINDASP", "UNIÃO", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "MUNICIPIO DE CASTRO", "SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA", "SINDASP", "Sindicato dos Assistentes Sociais do Paraná", "Sindasp", "União", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA", "SINDASP", "Sindicato dos Assistentes Sociais do Paraná", "Sindasp", "União", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Órgão Especial", "Supremo Tribunal", "União", "UNIÃO", "União", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Órgão Especial", "Supremo Tribunal", "União", "UNIÃO", "União", "Segunda Turma", "2", "Supremo Tribunal Federal", "UNIÃO", "Plenário", "UNIÃO", "Plenário", "União", "União", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "UNIÃO", "Plenário", "UNIÃO", "Plenário", "União", "União", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "UNIÃO", "Supremo Tribunal Federal", "União", "Primeira Turma", "UNIÃO", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "UNIÃO", "Supremo Tribunal Federal", "União", "Primeira Turma", "UNIÃO", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA", "SINDASP", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "MUNICIPIO DE CASTRO", "SINDICATO DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO PARANA", "SINDASP", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "NEUSA MARIA GARANTESKI", "Gilmar Mendes", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "NEUSA MARIA GARANTESKI", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "NEUSA MARIA GARANTESKI", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "CELSO DE MELLO", "NÉRI DA SILVEIRA", "MOREIRA ALVES", "CEZAR PELUSO", "GILMAR MENDES", "EDSON FACHIN", "CÁRMEN LÚCIA", "ROBERTO BARROSO", "Celso de Mello", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "CELSO DE MELLO", "NÉRI DA SILVEIRA", "MOREIRA", "CEZAR PELUSO", "GILMAR MENDES", "EDSON FACHIN", "CÁRMEN LÚCIA", "ROBERTO BARROSO", "Celso de Mello", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Celso de Mello", "Alexandre de Moraes", "Gilmar", "Cármen Lúcia", "Celso de Mello", "Alexandre de Moraes", "Gilmar", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Roberto Barroso", "Cármen Lúcia", "Roberto Barroso", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Gilmar Mendes", "Cármen Lúcia", "Gilmar Mendes", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "NEUSA MARIA GARANTESKI", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck", "CÁRMEN LÚCIA", "NEUSA MARIA GARANTESKI", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "28 de junho de 2021", "28", "/", "06", "/", "2021", "31", ".", "5", ".", "2021", "1", ".", ". .", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "6", ".", "2021", "28", "/", "06", "/", "2021", "31", ".", "5", ".", "2021", "1", ".", ".", ".", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "6", ".", "2021", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "5", ".", "2017", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "5", ".", "2017", "12", ".", "3", ".", "2021", "12", ".", "3", ".", "2021", "27", ".", "10", ".", "2020", "18", ".", "12", ".", "2019", "27", ".", "10", ".", "2020", "18", ".", "12", ".", "2019", "6", ".", "9", ".", "2017", "24", ".", "9", ".", "2015", "4", ".", "11", ".", "2013", "6", ".", "9", ".", "2017", "24", ".", "9", ".", "2015", "4", ".", "11", ".", "2013", "9", ".", "4", ".", "2018", "9", ".", "4", ".", "2018", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PERNAMBUCO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :ALFREDO FERNANDO ZART AGDO.(A/S) :GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. TRABALHISTA. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE DÉBITOS TRABALHISTAS. AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE NS. 58 E 59 E AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE NS. 5.867 E 6.021. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO. INOCORRÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2C67-36B3-05D1-A442 e senha 6EBE-411F-428D-8A72 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Relatório 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PERNAMBUCO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :ALFREDO FERNANDO ZART AGDO.(A/S) :GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 19.4.2021, a reclamação proposta pela agravante teve seguimento negado nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. TRABALHISTA. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE DÉBITOS TRABALHISTAS. AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE NS. 58 E 59 E AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE NS. 5.867 E 6.021. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO. INOCORRÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 12). 2. Publicada essa decisão no DJe de 22.4.2021, a agravante interpõe tempestivamente, em 26.4.2021, agravo regimental (e-doc. 16). 3. A agravante alega que “a SELIC já carrega consigo juros moratórios, além da própria atualização monetária, razão pela qual determinar a aplicação de juros de mora em adição à SELIC configura verdadeira caracterização de bis in idem e manifesto enriquecimento ilício da parte beneficiada, violando o artigo Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30DB-44F5-D2DF-F3ED e senha 8E90-2DC9-90E8-F9ED Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PERNAMBUCO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :ALFREDO FERNANDO ZART AGDO.(A/S) :GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 19.4.2021, a reclamação proposta pela agravante teve seguimento negado nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. TRABALHISTA. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE DÉBITOS TRABALHISTAS. AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE NS. 58 E 59 E AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE NS. 5.867 E 6.021. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO. INOCORRÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 12). 2. Publicada essa decisão no DJe de 22.4.2021, a agravante interpõe tempestivamente, em 26.4.2021, agravo regimental (e-doc. 16). 3. A agravante alega que “a SELIC já carrega consigo juros moratórios, além da própria atualização monetária, razão pela qual determinar a aplicação de juros de mora em adição à SELIC configura verdadeira caracterização de bis in idem e manifesto enriquecimento ilício da parte beneficiada, violando o artigo Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30DB-44F5-D2DF-F3ED e senha 8E90-2DC9-90E8-F9ED Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório RCL 46747 AGR / PE 884, do Código Civil. Cumpre à reclamante apontar, ainda, que a decisão proferida por esta e. Suprema Corte e manifestamente desrespeitada pelo MM. Juízo da 1ª Vara do Trabalho de Pesqueira/PE é expressa ao afirmar que a SELIC deve ser aplicada em substituição aos juros e correção monetária” (fl. 5, e-doc. 16). Sustenta que, “evidenciada a violação da autoridade da decisão proferida por esta E. Corte Maior nas ADCs 58 e 59 e as ADIs 5.867 e 6.021, pelo MM. Juízo da Vara do Trabalho de Araçuaí – Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região – na sentença proferida nos autos da reclamação trabalhista nº 0010509‐ 82.2019.5.03.0141 (Doc. 3), deve ser a mesma alterada para que se faça aplicar a decisão desta e. Suprema Corte e afastada a aplicação de juros na fase processual” (fls. 5-6, e-doc. 16). Pede o provimento do presente agravo regimental. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30DB-44F5-D2DF-F3ED e senha 8E90-2DC9-90E8-F9ED Supremo Tribunal Federal RCL 46747 AGR / PE 884, do Código Civil. Cumpre à reclamante apontar, ainda, que a decisão proferida por esta e. Suprema Corte e manifestamente desrespeitada pelo MM. Juízo da 1ª Vara do Trabalho de Pesqueira/PE é expressa ao afirmar que a SELIC deve ser aplicada em substituição aos juros e correção monetária” (fl. 5, e-doc. 16). Sustenta que, “evidenciada a violação da autoridade da decisão proferida por esta E. Corte Maior nas ADCs 58 e 59 e as ADIs 5.867 e 6.021, pelo MM. Juízo da Vara do Trabalho de Araçuaí – Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região – na sentença proferida nos autos da reclamação trabalhista nº 0010509‐ 82.2019.5.03.0141 (Doc. 3), deve ser a mesma alterada para que se faça aplicar a decisão desta e. Suprema Corte e afastada a aplicação de juros na fase processual” (fls. 5-6, e-doc. 16). Pede o provimento do presente agravo regimental. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30DB-44F5-D2DF-F3ED e senha 8E90-2DC9-90E8-F9ED Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PERNAMBUCO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Como assentado na decisão agravada, no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021, Relator o Ministro Gilmar Mendes, o Plenário deste Supremo Tribunal concluiu: “DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE. ÍNDICES DE CORREÇÃO DOS DEPÓSITOS RECURSAIS E DOS DÉBITOS JUDICIAIS NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 879, §7º, E ART. 899, §4º, DA CLT, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 13. 467, DE 2017. ART. 39, CAPUT E §1º, DA LEI 8.177 DE 1991. POLÍTICA DE CORREÇÃO MONETÁRIA E TABELAMENTO DE JUROS. INSTITUCIONALIZAÇÃO DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO POLÍTICA DE DESINDEXAÇÃO DA ECONOMIA. TR COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES DO STF. APELO AO LEGISLADOR. AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE JULGADAS PARCIALMENTE PROCEDENTES, PARA CONFERIR INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO AO ART. 879, §7º, E AO ART. 899, §4º, DA CLT, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 13.467, DE 2017. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A exigência quanto à configuração de controvérsia judicial ou de controvérsia jurídica para conhecimento das Ações Declaratórias de Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PERNAMBUCO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Como assentado na decisão agravada, no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021, Relator o Ministro Gilmar Mendes, o Plenário deste Supremo Tribunal concluiu: “DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE. ÍNDICES DE CORREÇÃO DOS DEPÓSITOS RECURSAIS E DOS DÉBITOS JUDICIAIS NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 879, §7º, E ART. 899, §4º, DA CLT, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 13. 467, DE 2017. ART. 39, CAPUT E §1º, DA LEI 8.177 DE 1991. POLÍTICA DE CORREÇÃO MONETÁRIA E TABELAMENTO DE JUROS. INSTITUCIONALIZAÇÃO DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO POLÍTICA DE DESINDEXAÇÃO DA ECONOMIA. TR COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES DO STF. APELO AO LEGISLADOR. AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE JULGADAS PARCIALMENTE PROCEDENTES, PARA CONFERIR INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO AO ART. 879, §7º, E AO ART. 899, §4º, DA CLT, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 13.467, DE 2017. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A exigência quanto à configuração de controvérsia judicial ou de controvérsia jurídica para conhecimento das Ações Declaratórias de Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 46747 AGR / PE Constitucionalidade (ADC) associa-se não só à ameaça ao princípio da presunção de constitucionalidade – esta independe de um número quantitativamente relevante de decisões de um e de outro lado –, mas também, e sobretudo, à invalidação prévia de uma decisão tomada por segmentos expressivos do modelo representativo. 2. O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, decidindo que a TR seria insuficiente para a atualização monetária das dívidas do Poder Público, pois sua utilização violaria o direito de propriedade. Em relação aos débitos de natureza tributária, a quantificação dos juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança foi reputada ofensiva à isonomia, pela discriminação em detrimento da parte processual privada (ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e RE 870.947-RG – tema 810). 3. A indevida utilização do IPCA-E pela jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) tornou-se confusa ao ponto de se imaginar que, diante da inaplicabilidade da TR, o uso daquele índice seria a única consequência possível. A solução da Corte Superior Trabalhista, todavia, lastreia-se em uma indevida equiparação da natureza do crédito trabalhista com o crédito assumido em face da Fazenda Pública, o qual está submetido a regime jurídico próprio da Lei 9.494/1997, com as alterações promovidas pela Lei 11.960/2009. 4. A aplicação da TR na Justiça do Trabalho demanda análise específica, a partir das normas em vigor para a relação trabalhista. A partir da análise das repercussões econômicas da aplicação da lei, verifica-se que a TR se mostra inadequada, pelo menos no contexto da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), como índice de atualização dos débitos trabalhistas. 5. Confere-se interpretação conforme à Constituição ao art. 879, §7º, e ao art. 899, §4º, da CLT, na redação dada pela Lei 13.467, de 2017, definindo-se que, até que sobrevenha solução legislativa, deverão ser aplicados à atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial e à correção dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça do Trabalho os mesmos índices de correção monetária e de juros vigentes para as hipóteses de condenações cíveis em geral (art. 406 do Código Civil), à exceção das dívidas da Fazenda Pública que 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Supremo Tribunal Federal RCL 46747 AGR / PE Constitucionalidade (ADC) associa-se não só à ameaça ao princípio da presunção de constitucionalidade – esta independe de um número quantitativamente relevante de decisões de um e de outro lado –, mas também, e sobretudo, à invalidação prévia de uma decisão tomada por segmentos expressivos do modelo representativo. 2. O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, decidindo que a TR seria insuficiente para a atualização monetária das dívidas do Poder Público, pois sua utilização violaria o direito de propriedade. Em relação aos débitos de natureza tributária, a quantificação dos juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança foi reputada ofensiva à isonomia, pela discriminação em detrimento da parte processual privada (ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e RE 870.947-RG – tema 810). 3. A indevida utilização do IPCA-E pela jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) tornou-se confusa ao ponto de se imaginar que, diante da inaplicabilidade da TR, o uso daquele índice seria a única consequência possível. A solução da Corte Superior Trabalhista, todavia, lastreia-se em uma indevida equiparação da natureza do crédito trabalhista com o crédito assumido em face da Fazenda Pública, o qual está submetido a regime jurídico próprio da Lei 9.494/1997, com as alterações promovidas pela Lei 11.960/2009. 4. A aplicação da TR na Justiça do Trabalho demanda análise específica, a partir das normas em vigor para a relação trabalhista. A partir da análise das repercussões econômicas da aplicação da lei, verifica-se que a TR se mostra inadequada, pelo menos no contexto da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), como índice de atualização dos débitos trabalhistas. 5. Confere-se interpretação conforme à Constituição ao art. 879, §7º, e ao art. 899, §4º, da CLT, na redação dada pela Lei 13.467, de 2017, definindo-se que, até que sobrevenha solução legislativa, deverão ser aplicados à atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial e à correção dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça do Trabalho os mesmos índices de correção monetária e de juros vigentes para as hipóteses de condenações cíveis em geral (art. 406 do Código Civil), à exceção das dívidas da Fazenda Pública que 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 46747 AGR / PE possui regramento específico (art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009), com a exegese conferida por esta Corte na ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e no RE 870.947-RG (tema 810). 6. Em relação à fase extrajudicial, ou seja, a que antecede o ajuizamento das ações trabalhistas, deverá ser utilizado como indexador o IPCA-E acumulado no período de janeiro a dezembro de 2000. A partir de janeiro de 2001, deverá ser utilizado o IPCA-E mensal (IPCA-15/IBGE), em razão da extinção da UFIR como indexador, nos termos do art. 29, § 3º, da MP 1.973-67/2000. Além da indexação, serão aplicados os juros legais (art. 39, caput, da Lei 8.177, de 1991). 7. Em relação à fase judicial, a atualização dos débitos judiciais deve ser efetuada pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, considerando que ela incide como juros moratórios dos tributos federais (arts. 13 da Lei 9.065/95; 84 da Lei 8.981/95; 39, § 4º, da Lei 9.250/95; 61, § 3º, da Lei 9.430/96; e 30 da Lei 10.522/02). A incidência de juros moratórios com base na variação da taxa SELIC não pode ser cumulada com a aplicação de outros índices de atualização monetária, cumulação que representaria bis in idem. 8. A fim de garantir segurança jurídica e isonomia na aplicação do novo entendimento, fixam-se os seguintes marcos para modulação dos efeitos da decisão: (i) são reputados válidos e não ensejarão qualquer rediscussão, em ação em curso ou em nova demanda, incluindo ação rescisória, todos os pagamentos realizados utilizando a TR (IPCA-E ou qualquer outro índice), no tempo e modo oportunos (de forma extrajudicial ou judicial, inclusive depósitos judiciais) e os juros de mora de 1% ao mês, assim como devem ser mantidas e executadas as sentenças transitadas em julgado que expressamente adotaram, na sua fundamentação ou no dispositivo, a TR (ou o IPCA- E) e os juros de mora de 1% ao mês; (ii) os processos em curso que estejam sobrestados na fase de conhecimento, independentemente de estarem com ou sem sentença, inclusive na fase recursal, devem ter aplicação, de forma retroativa, da taxa Selic (juros e correção monetária), sob pena de alegação futura de inexigibilidade de título 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Supremo Tribunal Federal RCL 46747 AGR / PE possui regramento específico (art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009), com a exegese conferida por esta Corte na ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e no RE 870.947-RG (tema 810). 6. Em relação à fase extrajudicial, ou seja, a que antecede o ajuizamento das ações trabalhistas, deverá ser utilizado como indexador o IPCA-E acumulado no período de janeiro a dezembro de 2000. A partir de janeiro de 2001, deverá ser utilizado o IPCA-E mensal (IPCA-15/IBGE), em razão da extinção da UFIR como indexador, nos termos do art. 29, § 3º, da MP 1.973-67/2000. Além da indexação, serão aplicados os juros legais (art. 39, caput, da Lei 8.177, de 1991). 7. Em relação à fase judicial, a atualização dos débitos judiciais deve ser efetuada pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, considerando que ela incide como juros moratórios dos tributos federais (arts. 13 da Lei 9.065/95; 84 da Lei 8.981/95; 39, § 4º, da Lei 9.250/95; 61, § 3º, da Lei 9.430/96; e 30 da Lei 10.522/02). A incidência de juros moratórios com base na variação da taxa SELIC não pode ser cumulada com a aplicação de outros índices de atualização monetária, cumulação que representaria bis in idem. 8. A fim de garantir segurança jurídica e isonomia na aplicação do novo entendimento, fixam-se os seguintes marcos para modulação dos efeitos da decisão: (i) são reputados válidos e não ensejarão qualquer rediscussão, em ação em curso ou em nova demanda, incluindo ação rescisória, todos os pagamentos realizados utilizando a TR (IPCA-E ou qualquer outro índice), no tempo e modo oportunos (de forma extrajudicial ou judicial, inclusive depósitos judiciais) e os juros de mora de 1% ao mês, assim como devem ser mantidas e executadas as sentenças transitadas em julgado que expressamente adotaram, na sua fundamentação ou no dispositivo, a TR (ou o IPCA- E) e os juros de mora de 1% ao mês; (ii) os processos em curso que estejam sobrestados na fase de conhecimento, independentemente de estarem com ou sem sentença, inclusive na fase recursal, devem ter aplicação, de forma retroativa, da taxa Selic (juros e correção monetária), sob pena de alegação futura de inexigibilidade de título 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 46747 AGR / PE judicial fundado em interpretação contrária ao posicionamento do STF (art. 525, §§ 12 e 14, ou art. 535, §§ 5º e 7º, do CPC. 9. Os parâmetros fixados neste julgamento aplicam-se aos processos, ainda que transitados em julgado, em que a sentença não tenha consignado manifestação expressa quanto aos índices de correção monetária e taxa de juros (omissão expressa ou simples consideração de seguir os critérios legais). 10. Ação Declaratória de Constitucionalidade e Ações Diretas de Inconstitucionalidade julgadas parcialmente procedentes” (DJe 7.4.2021). 3. Na espécie em exame, o Juiz do Trabalho da Vara Única de Pesqueira assentou a incidência do decidido no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021. Não se vislumbra descompasso entre o ato impugnado e o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021. 4. A argumentação trazida pela reclamante revela pretensão recursal. A reclamante pretende valer-se indevidamente da reclamação, com finalidade imprópria e divorciada de sua vocação constitucional, buscando fazer uso desta via como sucedâneo recursal, o que não se admite pela reiterada jurisprudência deste Supremo Tribunal. Assim, por exemplo: “Ausentes os pressupostos legitimadores da reclamação, este remédio constitucional não pode ser utilizado como um atalho processual destinado à submissão imediata do litígio ao exame direto desta Suprema Corte, nem tampouco como sucedâneo recursal viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado” (Rcl n. 10.036-AgR, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, Plenário, DJe 1º.2.2012). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Supremo Tribunal Federal RCL 46747 AGR / PE judicial fundado em interpretação contrária ao posicionamento do STF (art. 525, §§ 12 e 14, ou art. 535, §§ 5º e 7º, do CPC. 9. Os parâmetros fixados neste julgamento aplicam-se aos processos, ainda que transitados em julgado, em que a sentença não tenha consignado manifestação expressa quanto aos índices de correção monetária e taxa de juros (omissão expressa ou simples consideração de seguir os critérios legais). 10. Ação Declaratória de Constitucionalidade e Ações Diretas de Inconstitucionalidade julgadas parcialmente procedentes” (DJe 7.4.2021). 3. Na espécie em exame, o Juiz do Trabalho da Vara Única de Pesqueira assentou a incidência do decidido no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021. Não se vislumbra descompasso entre o ato impugnado e o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021. 4. A argumentação trazida pela reclamante revela pretensão recursal. A reclamante pretende valer-se indevidamente da reclamação, com finalidade imprópria e divorciada de sua vocação constitucional, buscando fazer uso desta via como sucedâneo recursal, o que não se admite pela reiterada jurisprudência deste Supremo Tribunal. Assim, por exemplo: “Ausentes os pressupostos legitimadores da reclamação, este remédio constitucional não pode ser utilizado como um atalho processual destinado à submissão imediata do litígio ao exame direto desta Suprema Corte, nem tampouco como sucedâneo recursal viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado” (Rcl n. 10.036-AgR, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, Plenário, DJe 1º.2.2012). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 46747 AGR / PE “O remédio constitucional da reclamação não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. - A reclamação, constitucionalmente vocacionada a cumprir a dupla função a que alude o art. 102, I, ‘l’, da Carta Política (RTJ 134/1033), não se qualifica como sucedâneo recursal nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, eis que tal finalidade revela-se estranha à destinação constitucional subjacente à instituição dessa medida processual. Precedentes” (Rcl n. 4.381-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJe 5.8.2011). “O instituto da Reclamação não se presta para substituir recurso específico que a legislação tenha posto à disposição do jurisdicionado irresignado com a decisão judicial proferida pelo juízo a quo. 2. Inaplicabilidade da teoria da transcendência dos motivos determinantes” (Rcl n. 5.703-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 16.10.2009). Confiram-se no mesmo sentido as decisões monocráticas proferidas pelo Ministro Marco Aurélio na Reclamação n. 46.226 (DJe 12.4.2021) e pelo Ministro Ricardo Lewandowski na Reclamação n. 47.488 (DJe 2.6.2021). 5. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Supremo Tribunal Federal RCL 46747 AGR / PE “O remédio constitucional da reclamação não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. - A reclamação, constitucionalmente vocacionada a cumprir a dupla função a que alude o art. 102, I, ‘l’, da Carta Política (RTJ 134/1033), não se qualifica como sucedâneo recursal nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, eis que tal finalidade revela-se estranha à destinação constitucional subjacente à instituição dessa medida processual. Precedentes” (Rcl n. 4.381-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJe 5.8.2011). “O instituto da Reclamação não se presta para substituir recurso específico que a legislação tenha posto à disposição do jurisdicionado irresignado com a decisão judicial proferida pelo juízo a quo. 2. Inaplicabilidade da teoria da transcendência dos motivos determinantes” (Rcl n. 5.703-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 16.10.2009). Confiram-se no mesmo sentido as decisões monocráticas proferidas pelo Ministro Marco Aurélio na Reclamação n. 46.226 (DJe 12.4.2021) e pelo Ministro Ricardo Lewandowski na Reclamação n. 47.488 (DJe 2.6.2021). 5. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PROCED. : PERNAMBUCO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) : ALFREDO FERNANDO ZART (61846/RS, 284518/SP) AGDO.(A/S) : GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3AD1-C6F1-4A1F-33C7 e senha A47D-3D6C-AC90-8637 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PROCED. : PERNAMBUCO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) : ALFREDO FERNANDO ZART (61846/RS, 284518/SP) AGDO.(A/S) : GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3AD1-C6F1-4A1F-33C7 e senha A47D-3D6C-AC90-8637 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756345923
2021-06-28T00:00:00
2021-06-30T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. TRABALHISTA. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE DÉBITOS TRABALHISTAS. AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE NS. 58 E 59 E AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE NS. 5.867 E 6.021. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO. INOCORRÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
sjur449698
- Acórdão(s) citado(s): (RECLAMAÇÃO, SUCEDÂNEO, RECURSO) Rcl 4381 AgR (TP), Rcl 5703 AgR (TP), Rcl 10036 AgR (TP). - Decisões monocráticas citadas: (RECLAMAÇÃO, SUCEDÂNEO, RECURSO) Rcl 46226, Rcl 47488. - Veja ADC 58 e ADC 59 do STF. - Veja ADI 5867 e ADI 6021 do STF. Número de páginas: 9. Análise: 21/01/2022, ABO.
CÁRMEN LÚCIA
Segunda Turma
46747
null
Rcl-AgR
acordaos
Rcl 46747 AgR
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AGTE.(S) : SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) : ALFREDO FERNANDO ZART AGDO.(A/S) : GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PERNAMBUCO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :ALFREDO FERNANDO ZART AGDO.(A/S) :GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. TRABALHISTA. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE DÉBITOS TRABALHISTAS. AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE NS. 58 E 59 E AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE NS. 5.867 E 6.021. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO. INOCORRÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2C67-36B3-05D1-A442 e senha 6EBE-411F-428D-8A72 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Relatório 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PERNAMBUCO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :ALFREDO FERNANDO ZART AGDO.(A/S) :GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 19.4.2021, a reclamação proposta pela agravante teve seguimento negado nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. TRABALHISTA. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE DÉBITOS TRABALHISTAS. AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE NS. 58 E 59 E AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE NS. 5.867 E 6.021. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO. INOCORRÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 12). 2. Publicada essa decisão no DJe de 22.4.2021, a agravante interpõe tempestivamente, em 26.4.2021, agravo regimental (e-doc. 16). 3. A agravante alega que “a SELIC já carrega consigo juros moratórios, além da própria atualização monetária, razão pela qual determinar a aplicação de juros de mora em adição à SELIC configura verdadeira caracterização de bis in idem e manifesto enriquecimento ilício da parte beneficiada, violando o artigo Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30DB-44F5-D2DF-F3ED e senha 8E90-2DC9-90E8-F9ED Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PERNAMBUCO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) :ALFREDO FERNANDO ZART AGDO.(A/S) :GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 19.4.2021, a reclamação proposta pela agravante teve seguimento negado nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. TRABALHISTA. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE DÉBITOS TRABALHISTAS. AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE NS. 58 E 59 E AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE NS. 5.867 E 6.021. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO. INOCORRÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 12). 2. Publicada essa decisão no DJe de 22.4.2021, a agravante interpõe tempestivamente, em 26.4.2021, agravo regimental (e-doc. 16). 3. A agravante alega que “a SELIC já carrega consigo juros moratórios, além da própria atualização monetária, razão pela qual determinar a aplicação de juros de mora em adição à SELIC configura verdadeira caracterização de bis in idem e manifesto enriquecimento ilício da parte beneficiada, violando o artigo Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30DB-44F5-D2DF-F3ED e senha 8E90-2DC9-90E8-F9ED Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório RCL 46747 AGR / PE 884, do Código Civil. Cumpre à reclamante apontar, ainda, que a decisão proferida por esta e. Suprema Corte e manifestamente desrespeitada pelo MM. Juízo da 1... Vara do Trabalho de Pesqueira/PE é expressa ao afirmar que a SELIC deve ser aplicada em substituição aos juros e correção monetária” (fl. 5, e-doc. 16). Sustenta que, “evidenciada a violação da autoridade da decisão proferida por esta E. Corte Maior nas ADCs 58 e 59 e as ADIs 5.867 e 6.021, pelo MM. Juízo da Vara do Trabalho de Araçuaí – Tribunal Regional do Trabalho da 3... Região – na sentença proferida nos autos da reclamação trabalhista n 0010509‐ 82.2019.5.03.0141 (Doc. 3), deve ser a mesma alterada para que se faça aplicar a decisão desta e. Suprema Corte e afastada a aplicação de juros na fase processual” (fls. 5-6, e-doc. 16). Pede o provimento do presente agravo regimental. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30DB-44F5-D2DF-F3ED e senha 8E90-2DC9-90E8-F9ED Supremo Tribunal Federal RCL 46747 AGR / PE 884, do Código Civil. Cumpre à reclamante apontar, ainda, que a decisão proferida por esta e. Suprema Corte e manifestamente desrespeitada pelo MM. Juízo da 1... Vara do Trabalho de Pesqueira/PE é expressa ao afirmar que a SELIC deve ser aplicada em substituição aos juros e correção monetária” (fl. 5, e-doc. 16). Sustenta que, “evidenciada a violação da autoridade da decisão proferida por esta E. Corte Maior nas ADCs 58 e 59 e as ADIs 5.867 e 6.021, pelo MM. Juízo da Vara do Trabalho de Araçuaí – Tribunal Regional do Trabalho da 3... Região – na sentença proferida nos autos da reclamação trabalhista n 0010509‐ 82.2019.5.03.0141 (Doc. 3), deve ser a mesma alterada para que se faça aplicar a decisão desta e. Suprema Corte e afastada a aplicação de juros na fase processual” (fls. 5-6, e-doc. 16). Pede o provimento do presente agravo regimental. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30DB-44F5-D2DF-F3ED e senha 8E90-2DC9-90E8-F9ED Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PERNAMBUCO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Como assentado na decisão agravada, no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021, Relator o Ministro Gilmar Mendes, o Plenário deste Supremo Tribunal concluiu: “DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE. ÍNDICES DE CORREÇÃO DOS DEPÓSITOS RECURSAIS E DOS DÉBITOS JUDICIAIS NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 879, §7..., E ART. 899, §4..., DA Consolidação das Leis do Trabalho, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 13. 467, DE 2017. ART. 39, CAPUT E §1..., DA LEI 8.177 DE 1991. POLÍTICA DE CORREÇÃO MONETÁRIA E TABELAMENTO DE JUROS. INSTITUCIONALIZAÇÃO DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO POLÍTICA DE DESINDEXAÇÃO DA ECONOMIA. TR COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES DO Supremo Tribunal Federal. APELO AO LEGISLADOR. AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE JULGADAS PARCIALMENTE PROCEDENTES, PARA CONFERIR INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO AO ART. 879, §7..., E AO ART. 899, §4..., DA Consolidação das Leis do Trabalho, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 13.467, DE 2017. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A exigência quanto à configuração de controvérsia judicial ou de controvérsia jurídica para conhecimento das Ações Declaratórias de Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PERNAMBUCO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Como assentado na decisão agravada, no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021, Relator o Ministro Gilmar Mendes, o Plenário deste Supremo Tribunal concluiu: “DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE. ÍNDICES DE CORREÇÃO DOS DEPÓSITOS RECURSAIS E DOS DÉBITOS JUDICIAIS NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 879, §7..., E ART. 899, §4..., DA Consolidação das Leis do Trabalho, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 13. 467, DE 2017. ART. 39, CAPUT E §1..., DA LEI 8.177 DE 1991. POLÍTICA DE CORREÇÃO MONETÁRIA E TABELAMENTO DE JUROS. INSTITUCIONALIZAÇÃO DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO POLÍTICA DE DESINDEXAÇÃO DA ECONOMIA. TR COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES DO Supremo Tribunal Federal. APELO AO LEGISLADOR. AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE JULGADAS PARCIALMENTE PROCEDENTES, PARA CONFERIR INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO AO ART. 879, §7..., E AO ART. 899, §4..., DA Consolidação das Leis do Trabalho, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 13.467, DE 2017. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A exigência quanto à configuração de controvérsia judicial ou de controvérsia jurídica para conhecimento das Ações Declaratórias de Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 46747 AGR / PE Constitucionalidade (ADC) associa-se não só à ameaça ao princípio da presunção de constitucionalidade – esta independe de um número quantitativamente relevante de decisões de um e de outro lado –, mas também, e sobretudo, à invalidação prévia de uma decisão tomada por segmentos expressivos do modelo representativo. 2. O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do art. 1...-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, decidindo que a TR seria insuficiente para a atualização monetária das dívidas do Poder Público, pois sua utilização violaria o direito de propriedade. Em relação aos débitos de natureza tributária, a quantificação dos juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança foi reputada ofensiva à isonomia, pela discriminação em detrimento da parte processual privada (ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e Recurso Extraordinário 870.947-RG – tema 810). 3. A indevida utilização do IPCA-E pela jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (Tribunal Superior do Trabalho) tornou-se confusa ao ponto de se imaginar que, diante da inaplicabilidade da TR, o uso daquele índice seria a única consequência possível. A solução da Corte Superior Trabalhista, todavia, lastreia-se em uma indevida equiparação da natureza do crédito trabalhista com o crédito assumido em face da Fazenda Pública, o qual está submetido a regime jurídico próprio da Lei 9.494/1997, com as alterações promovidas pela Lei 11.960/2009. 4. A aplicação da TR na Justiça do Trabalho demanda análise específica, a partir das normas em vigor para a relação trabalhista. A partir da análise das repercussões econômicas da aplicação da lei, verifica-se que a TR se mostra inadequada, pelo menos no contexto da Consolidação das Leis Trabalhistas (Consolidação das Leis do Trabalho), como índice de atualização dos débitos trabalhistas. 5. Confere-se interpretação conforme à Constituição ao art. 879, §7..., e ao art. 899, §4..., da Consolidação das Leis do Trabalho, na redação dada pela Lei 13.467, de 2017, definindo-se que, até que sobrevenha solução legislativa, deverão ser aplicados à atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial e à correção dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça do Trabalho os mesmos índices de correção monetária e de juros vigentes para as hipóteses de condenações cíveis em geral (art. 406 do Código Civil), à exceção das dívidas da Fazenda Pública que 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Supremo Tribunal Federal RCL 46747 AGR / PE Constitucionalidade (ADC) associa-se não só à ameaça ao princípio da presunção de constitucionalidade – esta independe de um número quantitativamente relevante de decisões de um e de outro lado –, mas também, e sobretudo, à invalidação prévia de uma decisão tomada por segmentos expressivos do modelo representativo. 2. O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do art. 1...-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, decidindo que a TR seria insuficiente para a atualização monetária das dívidas do Poder Público, pois sua utilização violaria o direito de propriedade. Em relação aos débitos de natureza tributária, a quantificação dos juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança foi reputada ofensiva à isonomia, pela discriminação em detrimento da parte processual privada (ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e Recurso Extraordinário 870.947-RG – tema 810). 3. A indevida utilização do IPCA-E pela jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (Tribunal Superior do Trabalho) tornou-se confusa ao ponto de se imaginar que, diante da inaplicabilidade da TR, o uso daquele índice seria a única consequência possível. A solução da Corte Superior Trabalhista, todavia, lastreia-se em uma indevida equiparação da natureza do crédito trabalhista com o crédito assumido em face da Fazenda Pública, o qual está submetido a regime jurídico próprio da Lei 9.494/1997, com as alterações promovidas pela Lei 11.960/2009. 4. A aplicação da TR na Justiça do Trabalho demanda análise específica, a partir das normas em vigor para a relação trabalhista. A partir da análise das repercussões econômicas da aplicação da lei, verifica-se que a TR se mostra inadequada, pelo menos no contexto da Consolidação das Leis Trabalhistas (Consolidação das Leis do Trabalho), como índice de atualização dos débitos trabalhistas. 5. Confere-se interpretação conforme à Constituição ao art. 879, §7..., e ao art. 899, §4..., da Consolidação das Leis do Trabalho, na redação dada pela Lei 13.467, de 2017, definindo-se que, até que sobrevenha solução legislativa, deverão ser aplicados à atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial e à correção dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça do Trabalho os mesmos índices de correção monetária e de juros vigentes para as hipóteses de condenações cíveis em geral (art. 406 do Código Civil), à exceção das dívidas da Fazenda Pública que 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 46747 AGR / PE possui regramento específico (art. 1...-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009), com a exegese conferida por esta Corte na ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e no Recurso Extraordinário 870.947-RG (tema 810). 6. Em relação à fase extrajudicial, ou seja, a que antecede o ajuizamento das ações trabalhistas, deverá ser utilizado como indexador o IPCA-E acumulado no período de janeiro a dezembro de 2000. A partir de janeiro de 2001, deverá ser utilizado o IPCA-E mensal (IPCA-15/IBGE), em razão da extinção da UFIR como indexador, nos termos do art. 29, § 3..., da Medida Provisória 1.973-67/2000. Além da indexação, serão aplicados os juros legais (art. 39, caput, da Lei 8.177, de 1991). 7. Em relação à fase judicial, a atualização dos débitos judiciais deve ser efetuada pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, considerando que ela incide como juros moratórios dos tributos federais (arts. 13 da Lei 9.065/95; 84 da Lei 8.981/95; 39, § 4..., da Lei 9.250/95; 61, § 3..., da Lei 9.430/96; e 30 da Lei 10.522/02). A incidência de juros moratórios com base na variação da taxa SELIC não pode ser cumulada com a aplicação de outros índices de atualização monetária, cumulação que representaria bis in idem. 8. A fim de garantir segurança jurídica e isonomia na aplicação do novo entendimento, fixam-se os seguintes marcos para modulação dos efeitos da decisão: (i) são reputados válidos e não ensejarão qualquer rediscussão, em ação em curso ou em nova demanda, incluindo ação rescisória, todos os pagamentos realizados utilizando a TR (IPCA-E ou qualquer outro índice), no tempo e modo oportunos (de forma extrajudicial ou judicial, inclusive depósitos judiciais) e os juros de mora de 1% ao mês, assim como devem ser mantidas e executadas as sentenças transitadas em julgado que expressamente adotaram, na sua fundamentação ou no dispositivo, a TR (ou o IPCA- E) e os juros de mora de 1% ao mês; (ii) os processos em curso que estejam sobrestados na fase de conhecimento, independentemente de estarem com ou sem sentença, inclusive na fase recursal, devem ter aplicação, de forma retroativa, da taxa Selic (juros e correção monetária), sob pena de alegação futura de inexigibilidade de título 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Supremo Tribunal Federal RCL 46747 AGR / PE possui regramento específico (art. 1...-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009), com a exegese conferida por esta Corte na ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e no Recurso Extraordinário 870.947-RG (tema 810). 6. Em relação à fase extrajudicial, ou seja, a que antecede o ajuizamento das ações trabalhistas, deverá ser utilizado como indexador o IPCA-E acumulado no período de janeiro a dezembro de 2000. A partir de janeiro de 2001, deverá ser utilizado o IPCA-E mensal (IPCA-15/IBGE), em razão da extinção da UFIR como indexador, nos termos do art. 29, § 3..., da Medida Provisória 1.973-67/2000. Além da indexação, serão aplicados os juros legais (art. 39, caput, da Lei 8.177, de 1991). 7. Em relação à fase judicial, a atualização dos débitos judiciais deve ser efetuada pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, considerando que ela incide como juros moratórios dos tributos federais (arts. 13 da Lei 9.065/95; 84 da Lei 8.981/95; 39, § 4..., da Lei 9.250/95; 61, § 3..., da Lei 9.430/96; e 30 da Lei 10.522/02). A incidência de juros moratórios com base na variação da taxa SELIC não pode ser cumulada com a aplicação de outros índices de atualização monetária, cumulação que representaria bis in idem. 8. A fim de garantir segurança jurídica e isonomia na aplicação do novo entendimento, fixam-se os seguintes marcos para modulação dos efeitos da decisão: (i) são reputados válidos e não ensejarão qualquer rediscussão, em ação em curso ou em nova demanda, incluindo ação rescisória, todos os pagamentos realizados utilizando a TR (IPCA-E ou qualquer outro índice), no tempo e modo oportunos (de forma extrajudicial ou judicial, inclusive depósitos judiciais) e os juros de mora de 1% ao mês, assim como devem ser mantidas e executadas as sentenças transitadas em julgado que expressamente adotaram, na sua fundamentação ou no dispositivo, a TR (ou o IPCA- E) e os juros de mora de 1% ao mês; (ii) os processos em curso que estejam sobrestados na fase de conhecimento, independentemente de estarem com ou sem sentença, inclusive na fase recursal, devem ter aplicação, de forma retroativa, da taxa Selic (juros e correção monetária), sob pena de alegação futura de inexigibilidade de título 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 46747 AGR / PE judicial fundado em interpretação contrária ao posicionamento do Supremo Tribunal Federal (art. 525, §§ 12 e 14, ou art. 535, §§ 5... e 7..., do Código de Processo Civil. 9. Os parâmetros fixados neste julgamento aplicam-se aos processos, ainda que transitados em julgado, em que a sentença não tenha consignado manifestação expressa quanto aos índices de correção monetária e taxa de juros (omissão expressa ou simples consideração de seguir os critérios legais). 10. Ação Declaratória de Constitucionalidade e Ações Diretas de Inconstitucionalidade julgadas parcialmente procedentes” (DJe 7.4.2021). 3. Na espécie em exame, o Juiz do Trabalho da Vara Única de Pesqueira assentou a incidência do decidido no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021. Não se vislumbra descompasso entre o ato impugnado e o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021. 4. A argumentação trazida pela reclamante revela pretensão recursal. A reclamante pretende valer-se indevidamente da reclamação, com finalidade imprópria e divorciada de sua vocação constitucional, buscando fazer uso desta via como sucedâneo recursal, o que não se admite pela reiterada jurisprudência deste Supremo Tribunal. Assim, por exemplo: “Ausentes os pressupostos legitimadores da reclamação, este remédio constitucional não pode ser utilizado como um atalho processual destinado à submissão imediata do litígio ao exame direto desta Suprema Corte, nem tampouco como sucedâneo recursal viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado” (Rcl n. 10.036-AgR, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, Plenário, DJe 1....2.2012). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Supremo Tribunal Federal RCL 46747 AGR / PE judicial fundado em interpretação contrária ao posicionamento do Supremo Tribunal Federal (art. 525, §§ 12 e 14, ou art. 535, §§ 5... e 7..., do Código de Processo Civil. 9. Os parâmetros fixados neste julgamento aplicam-se aos processos, ainda que transitados em julgado, em que a sentença não tenha consignado manifestação expressa quanto aos índices de correção monetária e taxa de juros (omissão expressa ou simples consideração de seguir os critérios legais). 10. Ação Declaratória de Constitucionalidade e Ações Diretas de Inconstitucionalidade julgadas parcialmente procedentes” (DJe 7.4.2021). 3. Na espécie em exame, o Juiz do Trabalho da Vara Única de Pesqueira assentou a incidência do decidido no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021. Não se vislumbra descompasso entre o ato impugnado e o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns. 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 5.867 e 6.021. 4. A argumentação trazida pela reclamante revela pretensão recursal. A reclamante pretende valer-se indevidamente da reclamação, com finalidade imprópria e divorciada de sua vocação constitucional, buscando fazer uso desta via como sucedâneo recursal, o que não se admite pela reiterada jurisprudência deste Supremo Tribunal. Assim, por exemplo: “Ausentes os pressupostos legitimadores da reclamação, este remédio constitucional não pode ser utilizado como um atalho processual destinado à submissão imediata do litígio ao exame direto desta Suprema Corte, nem tampouco como sucedâneo recursal viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado” (Rcl n. 10.036-AgR, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, Plenário, DJe 1....2.2012). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 46747 AGR / PE “O remédio constitucional da reclamação não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. - A reclamação, constitucionalmente vocacionada a cumprir a dupla função a que alude o art. 102, I, ‘l’, da Carta Política (RTJ 134/1033), não se qualifica como sucedâneo recursal nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, eis que tal finalidade revela-se estranha à destinação constitucional subjacente à instituição dessa medida processual. Precedentes” (Rcl n. 4.381-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJe 5.8.2011). “O instituto da Reclamação não se presta para substituir recurso específico que a legislação tenha posto à disposição do jurisdicionado irresignado com a decisão judicial proferida pelo juízo a quo. 2. Inaplicabilidade da teoria da transcendência dos motivos determinantes” (Rcl n. 5.703-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 16.10.2009). Confiram-se no mesmo sentido as decisões monocráticas proferidas pelo Ministro Marco Aurélio na Reclamação n. 46.226 (DJe 12.4.2021) e pelo Ministro Ricardo Lewandowski na Reclamação n. 47.488 (DJe 2.6.2021). 5. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Supremo Tribunal Federal RCL 46747 AGR / PE “O remédio constitucional da reclamação não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. - A reclamação, constitucionalmente vocacionada a cumprir a dupla função a que alude o art. 102, I, ‘l’, da Carta Política (RTJ 134/1033), não se qualifica como sucedâneo recursal nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, eis que tal finalidade revela-se estranha à destinação constitucional subjacente à instituição dessa medida processual. Precedentes” (Rcl n. 4.381-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJe 5.8.2011). “O instituto da Reclamação não se presta para substituir recurso específico que a legislação tenha posto à disposição do jurisdicionado irresignado com a decisão judicial proferida pelo juízo a quo. 2. Inaplicabilidade da teoria da transcendência dos motivos determinantes” (Rcl n. 5.703-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 16.10.2009). Confiram-se no mesmo sentido as decisões monocráticas proferidas pelo Ministro Marco Aurélio na Reclamação n. 46.226 (DJe 12.4.2021) e pelo Ministro Ricardo Lewandowski na Reclamação n. 47.488 (DJe 2.6.2021). 5. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0DD2-4046-D86A-C303 e senha AAAE-67C5-E14D-DD06 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PROCED. : PERNAMBUCO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) : ALFREDO FERNANDO ZART (61846/RS, 284518/SP) AGDO.(A/S) : GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3AD1-C6F1-4A1F-33C7 e senha A47D-3D6C-AC90-8637 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 46.747 PROCED. : PERNAMBUCO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : SKILL ENGENHARIA LTDA ADV.(A/S) : ALFREDO FERNANDO ZART (61846/RS, 284518/SP) AGDO.(A/S) : GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3AD1-C6F1-4A1F-33C7 e senha A47D-3D6C-AC90-8637 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECLAMAÇÃO 46 . 747", "AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE NS . 5 . 867", "RCL 46747 AGR / PE 884", "ADCs 58", "ADIs 5 . 867", "reclamação trabalhista n 0010509 ‐ 82 . 2019 . 5 . 03 . 0141", "RCL 46747 AGR / PE 884", "ADCs", "ADIs 5 . 867", "reclamação trabalhista n 0010509 ‐ 82 . 2019 . 5 . 03 . 0141", "Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns .", "Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns . 5 . 867", "Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns . 5 . 867", "RCL 46747", "ADI 4 . 357", "ADI 4 . 425", "ADI 5 . 348", "Recurso Extraordinário 870 . 947 - RG", "RCL 46747", "ADI 4 . 357", "ADI 4 . 425", "ADI 5 . 348", "Recurso Extraordinário 870 . 947 - RG", "RCL 46747", "ADI 4 . 357", "ADI 4 . 425", "ADI 5 . 348", "Recurso Extraordinário 870 . 947 - RG", "ADI 4 . 357", "ADI 4 . 425", "ADI 5", "Recurso Extraordinário 870 . 947 - RG", "Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns . 5 . 867", "Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns . 58", "Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns . 5 . 867", "Rcl n . 10 . 036 - AgR", "RCL 46747 AGR / PE", "Ações Declaratórias de Constitucionalidade ns . 58", "Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns . 5 . 867", "Ações", "Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns . 5 . 867", "Rcl n . 10 . 036 - AgR", "RCL 46747 AGR", "Rcl n . 4 . 381 - AgR", "Rcl n . 5 . 703 - AgR", "Reclamação n . 46 . 226", "Reclamação n . 47 . 488", "RCL 46747", "Rcl n . 4 . 381 - AgR", "Rcl n . 5 . 703 - AgR", "Reclamação n . 46 . 226", "Reclamação n . 47 . 488", "RECLAMAÇÃO", "-", "AC90", "-", "8637" ], "LEGISLACAO": [ "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Código de Processo Civil", "Código Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Código Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "ART . 879 , § 7 . . . ,", "ART . 899 , § 4 . . . , DA Consolidação das Leis do Trabalho", "LEI 13 . 467", "ART . 39 , CAPUT E § 1 . . . , DA LEI 8 . 177 DE 1991", "ART . 879 , § 7 . . .", "ART . 899 , § 4 . . . , DA", "Consolidação das Leis do Trabalho", "LEI 13 . 467", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "ART", "ART . 899 ,", "Consolidação das Leis do Trabalho", "LEI 13 . 467", "LEI 8 . 177 DE 1991", "ART . 879 , § 7 .", "ART . 899 , § 4 . . . , DA Consolidação das Leis do Trabalho", "LEI 13 . 467", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . . . - F da Lei 9 . 494 / 1997", "Lei 11 . 960 / 2009", "Lei 9 . 494 / 1997", "Lei 11 . 960 / 2009", "Consolidação das Leis Trabalhistas", "Consolidação das Leis do Trabalho", "Constituição ao art . 879 , § 7 . .", "art . 899 , § 4 . . . , da", "Consolidação das Leis do Trabalho", "Lei 13 . 467", "art . 406 do Código Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . . . - F da Lei 9 . 494 / 1997", "Lei 11 . 960 / 2009", "Lei 9 . 494 / 1997", "Lei 11 . 960 / 2009", "Consolidação das Leis Trabalhistas", "Consolidação das Leis do Trabalho", "Constituição", "art . 879 , § 7 . . .", "art . 899 , § 4 . . . , da Consolidação das Leis do Trabalho", "Lei 13 . 467", "art . 406 do Código Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . . . - F da Lei 9 . 494 / 1997", "Lei 11 . 960 / 2009", "art . 29 , § 3 . . . , da Medida Provisória 1 . 973 - 67 / 2000", "art . 39 , caput , da Lei 8 . 177", "arts . 13 da Lei 9 . 065 / 95", "84 da Lei 8 . 981 / 95", "39 , § 4 . . . , da Lei 9 . 250 / 95", "61 , § 3 . . . , da Lei 9 . 430 / 96", "30 da Lei 10 . 522 / 02", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . . . - F da Lei 9 . 494 / 1997", "Lei 11 . 960 / 2009", "art . 29 , § 3 . . . , da", "Medida Provisória 1 . 973 - 67 / 2000", "art . 39 , caput , da Lei 8 . 177", "arts . 13 da Lei 9 . 065 / 95", "84 da Lei 8 . 981 / 95", "39 , § 4 . . . , da Lei 9 . 250 / 95", "61 , § 3 . . . , da Lei 9 .", "430", "/", "96", "30 da Lei 10 . 522 / 02", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 525 , § § 12 e 14 , ou art . 535 , § § 5 . . . e", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 525 , § § 12 e 14 , ou art . 535 , § § 5 . . . e 7 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 102 , I , ‘ l ’ , da Carta Política", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 102 , I , ‘ l ’ , da Carta Política", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "PERNAMBUCO", "Brasília", "PERNAMBUCO", "PERNAMBUCO", "Vara do Trabalho de Araçuaí", "Vara do Trabalho de Araçuaí", "PERNAMBUCO", "PERNAMBUCO", "Vara Única de Pesqueira", "Vara Única de Pesqueira", "PERNAMBUCO", "PERNAMBUCO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "SKILL ENGENHARIA LTDA", "VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SKILL ENGENHARIA LTDA", "VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SKILL ENGENHARIA LTDA", "VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema Corte", "Vara do Trabalho de Pesqueira / PE", "Tribunal Regional do Trabalho da 3 . . . Região", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema Corte", "1", ".", ".", ". Vara do Trabalho de Pesqueira / PE", "Tribunal Regional do Trabalho da 3 . . . Região", "Suprema Corte", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Plenário deste Supremo Tribunal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Superior do Trabalho", "Tribunal Superior do Trabalho", "Corte Superior Trabalhista", "Fazenda Pública", "Fazenda", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "AGR", "/", "PE", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Superior do Trabalho", "Tribunal Superior do Trabalho", "Supremo Tribunal Federal", "AGR", "/", "PE", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "PE", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SKILL ENGENHARIA LTDA", "VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SKILL ENGENHARIA LTDA", "VARA ÚNICA DO TRABALHO DE PESQUEIRA", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "CÁRMEN LÚCIA", "ALFREDO FERNANDO ZART", "GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR", "Gilmar Mendes", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "ALFREDO FERNANDO ZART", "GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "ALFREDO FERNANDO ZART", "GERSON DE OLIVEIRA", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "Gilmar Mendes", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Gilmar Mendes", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA RCL", "Joaquim Barbosa", "Cármen Lúcia", "Joaquim Barbosa", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Celso de Mello", "Marco Aurélio", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Celso de Mello", "Marco Aurélio", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "ALFREDO FERNANDO ZART", "GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck", "CÁRMEN LÚCIA", "ALFREDO FERNANDO ZART", "GERSON DE OLIVEIRA JUNIOR", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "28 de junho de 2021", "28", "/", "06", "/", "2021", "19", ".", "4", ".", "2021", "22", ".", "4", ".", "2021", "26", ".", "4", ".", "2021", "28", "/", "06", "/", "2021", "19", ".", "4", ".", "2021", "22", ".", "4", ".", "2021", "26", ".", "4", ".", "2021", "28", "/", "06", "/", "2021", "2017", "2017", "28", "/", "06", "/", "2021", "2017", "2017", "2017", "janeiro a dezembro de 2000", "janeiro de 2001", "1991", "janeiro a dezembro de 2000", "janeiro de 2001", "1991", "7", ".", "4", ".", "2021", "1", ".", ".", ".", ".", "2", ".", "2012", "7", ".", "4", ".", "2021", "1", ".", ".", ".", ".", "2", ".", "2012", "5", ".", "8", ".", "2011", "16", ".", "10", ".", "2009", "12", ".", "4", ".", "2021", "2", ".", "6", ".", "2021", "5", ".", "8", ".", "2011", "16", ".", "10", ".", "2009", "12", ".", "4", ".", "2021", "2", ".", "6", ".", "2021", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) :VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDEVIDO ASSISTENCIALISMO. PENALIDADES. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 11 a 18/6/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F3A-7D94-EFBB-1B22 e senha C90F-DFAC-1934-8E04 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão ARE 1316443 AGR / RN parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F3A-7D94-EFBB-1B22 e senha C90F-DFAC-1934-8E04 Supremo Tribunal Federal ARE 1316443 AGR / RN parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F3A-7D94-EFBB-1B22 e senha C90F-DFAC-1934-8E04 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) :VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19F8-F7D0-7B86-E13F e senha 5758-DB64-528D-5B72 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) :VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19F8-F7D0-7B86-E13F e senha 5758-DB64-528D-5B72 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem seria necessário analisar a legislação infraconstitucional pertinente, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, acaso existente, seria indireta ou reflexa, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra no óbice da Súmula 279 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: CONTRATAÇÕES IRREGULARES. INDENIZAÇÃO. ACÓRDÃO FUNDAMENTADO NO CONJUNTO PROBATÓRIO E NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL: SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.218.723-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 6/2/2020) “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem seria necessário analisar a legislação infraconstitucional pertinente, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, acaso existente, seria indireta ou reflexa, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra no óbice da Súmula 279 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: CONTRATAÇÕES IRREGULARES. INDENIZAÇÃO. ACÓRDÃO FUNDAMENTADO NO CONJUNTO PROBATÓRIO E NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL: SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.218.723-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 6/2/2020) “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316443 AGR / RN AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PRESIDENTES DA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES. NOMEAÇÃO EXCESSIVA DE CARGOS EM COMISSÃO. OFENSA REFLEXA. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 1.237.888-AgR, Tribunal Pleno, DJe de 03/03/2020; ARE 1.210.759-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 05/09/2019; ARE 1.110.829- AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 25/09/2018. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.301.430-ED-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 7/5/2021) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. SÚMULAS NS. 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS INCS. XXXVI, LIV E LV DO ART. 5º DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Supremo Tribunal Federal ARE 1316443 AGR / RN AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PRESIDENTES DA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES. NOMEAÇÃO EXCESSIVA DE CARGOS EM COMISSÃO. OFENSA REFLEXA. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 1.237.888-AgR, Tribunal Pleno, DJe de 03/03/2020; ARE 1.210.759-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 05/09/2019; ARE 1.110.829- AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 25/09/2018. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.301.430-ED-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 7/5/2021) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. SÚMULAS NS. 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS INCS. XXXVI, LIV E LV DO ART. 5º DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316443 AGR / RN 660. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (RE 1.299.799-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 15/4/2021) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Supremo Tribunal Federal ARE 1316443 AGR / RN 660. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (RE 1.299.799-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 15/4/2021) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) :VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9DF-BBB0-3AE3-5848 e senha 970B-C6C2-36DA-1DBF Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) :VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9DF-BBB0-3AE3-5848 e senha 970B-C6C2-36DA-1DBF Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 21/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) : VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS (12628/RN) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B41-7EA6-DD7C-EB4B e senha 2C26-62E3-90F5-3ABC Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) : VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS (12628/RN) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B41-7EA6-DD7C-EB4B e senha 2C26-62E3-90F5-3ABC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
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2021-06-21T00:00:00
2021-07-01T00:00:00
O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDEVIDO ASSISTENCIALISMO. PENALIDADES. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
sjur449791
- Acórdão(s) citado(s): (RE, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) ARE 1218723 AgR (2ªT), RE 1299799 AgR (2ªT), ARE 1301430 ED-AgR (TP). Número de páginas: 8. Análise: 24/01/2022, LPC.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1316443
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1316443 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) : VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
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Ementa e Acórdão 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) :VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDEVIDO ASSISTENCIALISMO. PENALIDADES. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 11 a 18/6/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F3A-7D94-EFBB-1B22 e senha C90F-DFAC-1934-8E04 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão ARE 1316443 AGR / RN parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F3A-7D94-EFBB-1B22 e senha C90F-DFAC-1934-8E04 Supremo Tribunal Federal ARE 1316443 AGR / RN parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 21 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F3A-7D94-EFBB-1B22 e senha C90F-DFAC-1934-8E04 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) :VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19F8-F7D0-7B86-E13F e senha 5758-DB64-528D-5B72 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) :VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19F8-F7D0-7B86-E13F e senha 5758-DB64-528D-5B72 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem seria necessário analisar a legislação infraconstitucional pertinente, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, acaso existente, seria indireta ou reflexa, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra no óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: CONTRATAÇÕES IRREGULARES. INDENIZAÇÃO. ACÓRDÃO FUNDAMENTADO NO CONJUNTO PROBATÓRIO E NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL: SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.218.723-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 6/2/2020) “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Supremo Tribunal Federal 21/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem seria necessário analisar a legislação infraconstitucional pertinente, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, acaso existente, seria indireta ou reflexa, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra no óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: CONTRATAÇÕES IRREGULARES. INDENIZAÇÃO. ACÓRDÃO FUNDAMENTADO NO CONJUNTO PROBATÓRIO E NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL: SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.218.723-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 6/2/2020) “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316443 AGR / RN AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PRESIDENTES DA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES. NOMEAÇÃO EXCESSIVA DE CARGOS EM COMISSÃO. OFENSA REFLEXA. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 1.237.888-AgR, Tribunal Pleno, DJe de 03/03/2020; ARE 1.210.759-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 05/09/2019; ARE 1.110.829- AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 25/09/2018. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.301.430-ED-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 7/5/2021) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. SÚMULAS NS. 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS INCS. XXXVI, LIV E LV DO ART. 5... DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Supremo Tribunal Federal ARE 1316443 AGR / RN AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PRESIDENTES DA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES. NOMEAÇÃO EXCESSIVA DE CARGOS EM COMISSÃO. OFENSA REFLEXA. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 1.237.888-AgR, Tribunal Pleno, DJe de 03/03/2020; ARE 1.210.759-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 05/09/2019; ARE 1.110.829- AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 25/09/2018. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.301.430-ED-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 7/5/2021) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. SÚMULAS NS. 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS INCS. XXXVI, LIV E LV DO ART. 5... DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316443 AGR / RN 660. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (Recurso Extraordinário 1.299.799-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 15/4/2021) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Supremo Tribunal Federal ARE 1316443 AGR / RN 660. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (Recurso Extraordinário 1.299.799-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 15/4/2021) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 08F4-46F3-96B5-6919 e senha 5E69-E54D-6BC0-E966 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) :VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9DF-BBB0-3AE3-5848 e senha 970B-C6C2-36DA-1DBF Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) :VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9DF-BBB0-3AE3-5848 e senha 970B-C6C2-36DA-1DBF Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 21/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) : VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS (12628/RN) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B41-7EA6-DD7C-EB4B e senha 2C26-62E3-90F5-3ABC Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.443 PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO ADV.(A/S) : VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS (12628/RN) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 11.6.2021 a 18.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B41-7EA6-DD7C-EB4B e senha 2C26-62E3-90F5-3ABC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 316 . 443", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "ARE 1 . 218 . 723 - AgR", "Súmula 279 do Supremo", "SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "ARE 1 . 218 . 723 - AgR", "ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "ARE 1 . 237 . 888 - AgR", "ARE 1 . 210 . 759 - AgR", "ARE 1 . 110 . 829 - AgR", "ARE 1 . 301 . 430 - ED - AgR", "SÚMULAS NS . 279", "ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO", "ARE 1 . 237 . 888 - AgR", "ARE 1 . 210 . 759 - AgR", "ARE 1 . 110 . 829 - AgR", "ARE 1 . 301 . 430 - ED - AgR", "SÚMULAS NS . 279", "Recurso Extraordinário 1 . 299 . 799 - AgR", "ARE 1316443 AGR / RN 660", "Recurso Extraordinário 1 . 299 . 799 - AgR" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 -", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO GRANDE DO NORTE", "ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE", "Brasília", "Brasília", "RIO GRANDE DO NORTE", "ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE", "RIO GRANDE DO NORTE", "ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE", "RIO GRANDE DO NORTE", "RIO GRANDE DO NORTE", "RIO GRANDE DO NORTE", "ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE", "RIO GRANDE DO NORTE", "ESTADO DO RIO GRANDE", "RIO GRANDE DO NORTE", "ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE", "RIO GRANDE DO NORTE", "ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE" ], "ORGANIZACAO": [ "PLENÁRIO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES", "Tribunal Pleno", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES", "Tribunal Pleno", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO", "Plenário", "Plenário" ], "PESSOA": [ "FRANCISCO NILTON", "VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO", "VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS", "LUIZ FUX", "FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO", "VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "Cármen Lúcia", "LUIZ FUX", "Cármen Lúcia", "Gilmar Mendes", "Rosa Weber", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Rosa Weber", "Luiz Fux", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "FRANCISCO NILTON", "MARCO AURÉLIO", "FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO", "VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS", "MARCO AURÉLIO", "FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO", "VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "FRANCISCO NILTON PASCOAL DE FIGUEIREDO", "VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "21", "/", "06", "/", "2021", "11", "18", "/", "6", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "6", "/", "2", "/", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "6", "/", "2", "/", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "03", "/", "2020", "05", "/", "09", "/", "2019", "25", "/", "09", "/", "2018", "7", "/", "5", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "03", "/", "2020", "05", "/", "09", "/", "2019", "25", "/", "09", "/", "2018", "7", "/", "5", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "4", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "4", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", "/", "06", "/", "2021", "11", ".", "6", ".", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11", ".", "6", ".", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) :MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) :ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EMENTA: PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. HOMICÍDIO. DECISÃO DE PRONÚNCIA. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ANÁLISE DE FATOS E PROVAS. EXCESSO DE PRAZO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 1. Tendo em vista o caráter infringente da pretensão formulada pela parte recorrente de ver reformada a decisão impugnada, os embargos de declaração devem ser recebidos como agravo regimental. Precedentes: HC 152.642-ED, Rel. Min. Luiz Fux; ARE 732.028-ED, Rel. Min. Celso de Mello; ARE 684.535-ED, Relª. Minª. Rosa Weber. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que “bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri” e que “as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri [...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Relª. Minª. Cármen Lúcia). 3. Hipótese em que as instâncias de origem atestaram a presença de “indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia”. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98C0-6A0B-E88E-6DFB e senha F7F5-F342-09DA-B863 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão RHC 201643 ED / RJ 4. Para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. 5. No que se refere à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, a matéria não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 6. Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em receber os embargos de declaração como agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98C0-6A0B-E88E-6DFB e senha F7F5-F342-09DA-B863 Supremo Tribunal Federal RHC 201643 ED / RJ 4. Para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. 5. No que se refere à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, a matéria não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 6. Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em receber os embargos de declaração como agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98C0-6A0B-E88E-6DFB e senha F7F5-F342-09DA-B863 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) :MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) :ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RELATÓRIO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Trata-se de embargos declaratórios opostos contra decisão monocrática de minha lavra que, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/STF, negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. 2. O embargante reitera os argumentos trazidos no recurso ordinário. Sustenta que, “sendo a prisão exceção e não regra, e se tratando de matéria de ordem pública, requer, via declaratórios, seja dado efeito modificativo ao julgado para reconhecer ao embargante a benesse da aplicação da Sumula No. 697 do STF, e, por se tratar de matéria de ordem pública, dar efeito modificativo ao julgado para determinar o relaxamento da prisão do embargante, modificando a decisão impugnada e determinando a apreciação do mérito pelo Colegiado, como de Direito”. 3. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4C5A-A7AF-57E2-C6D8 e senha 751A-B869-352E-3FB4 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) :MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) :ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RELATÓRIO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Trata-se de embargos declaratórios opostos contra decisão monocrática de minha lavra que, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/STF, negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. 2. O embargante reitera os argumentos trazidos no recurso ordinário. Sustenta que, “sendo a prisão exceção e não regra, e se tratando de matéria de ordem pública, requer, via declaratórios, seja dado efeito modificativo ao julgado para reconhecer ao embargante a benesse da aplicação da Sumula No. 697 do STF, e, por se tratar de matéria de ordem pública, dar efeito modificativo ao julgado para determinar o relaxamento da prisão do embargante, modificando a decisão impugnada e determinando a apreciação do mérito pelo Colegiado, como de Direito”. 3. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4C5A-A7AF-57E2-C6D8 e senha 751A-B869-352E-3FB4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO VOTO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Recebo os presentes embargos de declaração como agravo regimental, tendo em vista o caráter infringente da pretensão formulada pela parte recorrente, em ver reformada a decisão impugnada. Precedentes: HC 152.642-ED, Rel. Min. Luiz Fux; ARE 732.028-ED, Rel. Min. Celso de Mello; ARE 684.535-ED, Relª. Minª. Rosa Weber. 2. O recurso não deve ser provido, tendo em vista que a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos: “1. Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus, com pedido liminar, interposto contra acórdão unânime da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), assim ementado: ‘AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO INDEFERIDA LIMINARMENTE. SÚMULA 691/STF. HOMICÍDIO. PRISÃO PREVENTIVA. ALEGAÇÃO DE PRONÚNCIA BASEADA EM ELEMENTOS INQUISITORIAIS. AUSÊNCIA DE PATENTE ILEGALIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que não cabe habeas corpus contra decisão que indefere pedido liminar, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão impugnada (Súmula 691/STF). Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO VOTO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Recebo os presentes embargos de declaração como agravo regimental, tendo em vista o caráter infringente da pretensão formulada pela parte recorrente, em ver reformada a decisão impugnada. Precedentes: HC 152.642-ED, Rel. Min. Luiz Fux; ARE 732.028-ED, Rel. Min. Celso de Mello; ARE 684.535-ED, Relª. Minª. Rosa Weber. 2. O recurso não deve ser provido, tendo em vista que a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos: “1. Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus, com pedido liminar, interposto contra acórdão unânime da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), assim ementado: ‘AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO INDEFERIDA LIMINARMENTE. SÚMULA 691/STF. HOMICÍDIO. PRISÃO PREVENTIVA. ALEGAÇÃO DE PRONÚNCIA BASEADA EM ELEMENTOS INQUISITORIAIS. AUSÊNCIA DE PATENTE ILEGALIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que não cabe habeas corpus contra decisão que indefere pedido liminar, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão impugnada (Súmula 691/STF). Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201643 ED / RJ 2 Não se verifica a ocorrência de flagrante ilegalidade na decisão impugnada, de modo a justificar o processamento da presente ordem, antes do julgamento da questão pelo Tribunal de origem, na medida em que fundamenta que que há indícios suficientes de autoria, uma vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia. 3. Agravo regimental desprovido.’ 2. Extrai-se dos autos que o paciente foi pronunciado pela suposta prática do crime previsto no art. 121, § 2º, I e II, c/c o art. 29, do CP. A defesa impetrou habeas corpus no Tribunal estadual, o qual teve a liminar indeferida. 3. Na sequência, foi impetrado habeas corpus no STJ. O Ministro Ribeiro Dantas, ao analisar o HC 649.910, indeferiu liminarmente o writ. Interposto agravo regimental, o recurso foi desprovido. 4. Neste recurso ordinário, a defesa aduz que se está “diante de um quadro em que o paciente, sem sentença de reconhecimento de culpa, NEGA A AUTORIA E POR UMA PRESUNÇÃO APRIORISTICA ESTÁ PRESO PREVENTIVAMENTE POR QUATRO ANOS”. Sustenta que “a hipótese já foi objeto de precedentes judiciais, tanto no que tange a configuração do excesso de prazo, quanto a matéria de Direito do writ originário, que questiona a hipótese já consagrada quanto a impossibilidade de recebimento de pronúncia baseado somente em elementos inquisitórios”. 5. Decido. 6. O recurso não deve ser provido. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Supremo Tribunal Federal RHC 201643 ED / RJ 2 Não se verifica a ocorrência de flagrante ilegalidade na decisão impugnada, de modo a justificar o processamento da presente ordem, antes do julgamento da questão pelo Tribunal de origem, na medida em que fundamenta que que há indícios suficientes de autoria, uma vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia. 3. Agravo regimental desprovido.’ 2. Extrai-se dos autos que o paciente foi pronunciado pela suposta prática do crime previsto no art. 121, § 2º, I e II, c/c o art. 29, do CP. A defesa impetrou habeas corpus no Tribunal estadual, o qual teve a liminar indeferida. 3. Na sequência, foi impetrado habeas corpus no STJ. O Ministro Ribeiro Dantas, ao analisar o HC 649.910, indeferiu liminarmente o writ. Interposto agravo regimental, o recurso foi desprovido. 4. Neste recurso ordinário, a defesa aduz que se está “diante de um quadro em que o paciente, sem sentença de reconhecimento de culpa, NEGA A AUTORIA E POR UMA PRESUNÇÃO APRIORISTICA ESTÁ PRESO PREVENTIVAMENTE POR QUATRO ANOS”. Sustenta que “a hipótese já foi objeto de precedentes judiciais, tanto no que tange a configuração do excesso de prazo, quanto a matéria de Direito do writ originário, que questiona a hipótese já consagrada quanto a impossibilidade de recebimento de pronúncia baseado somente em elementos inquisitórios”. 5. Decido. 6. O recurso não deve ser provido. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201643 ED / RJ 7. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que ‘bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri’ e que ‘as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri’[...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Relª. Minª. Cármen Lúcia). 8. No caso, a decisão recorrida não divergiu dessa orientação. Veja-se a seguinte passagem do voto condutor do acórdão proferido pelo STJ: ‘[...] No caso dos autos, não se verifica a ocorrência de flagrante ilegalidade na decisão impugnada, de modo a justificar o processamento da presente ordem antes do pronunciamento do Tribunal de origem, na medida em que se extrai da decisão de pronúncia de fls. 58-61 (e-STJ): ‘Verifica-se, também, que há indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia.’ [...]’. 9. E mais: para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, assim ementado: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRONÚNCIA. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Supremo Tribunal Federal RHC 201643 ED / RJ 7. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que ‘bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri’ e que ‘as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri’[...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Relª. Minª. Cármen Lúcia). 8. No caso, a decisão recorrida não divergiu dessa orientação. Veja-se a seguinte passagem do voto condutor do acórdão proferido pelo STJ: ‘[...] No caso dos autos, não se verifica a ocorrência de flagrante ilegalidade na decisão impugnada, de modo a justificar o processamento da presente ordem antes do pronunciamento do Tribunal de origem, na medida em que se extrai da decisão de pronúncia de fls. 58-61 (e-STJ): ‘Verifica-se, também, que há indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia.’ [...]’. 9. E mais: para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, assim ementado: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRONÚNCIA. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201643 ED / RJ FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ALEGAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. VIA INADEQUADA. 1. Nos termos do artigo 413 do Código de Processo Penal, a decisão de pronúncia configura um juízo de admissibilidade da acusação, aplicável nas situações em que o julgador se mostra convencido (a) da materialidade do delito e (b) da existência de indícios e não certeza de autoria ou de participação. 2. Os indícios declinados pelo Juízo de primeira instância, ao menos nesta sede processual, revelam-se idôneos para submissão do paciente ao Conselho de Sentença. 3. Para acolher a alegação de insuficiência probatória, tal como já afirmou o STJ, seria necessário proceder à análise de fatos e provas, providência incompatível com a via do Habeas Corpus. 4. Agravo Regimental a que se nega provimento.’ 10. Quanto à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, anoto que a matéria não foi analisada pelo STJ, o que impede o imediato exame pelo STF, sob pena de supressão de instância. 11. Diante do exposto, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/STF, nego provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. […].” 3. Reitero que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) é no sentido de que “bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri” e que “as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri [...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Relª. Minª. Cármen Lúcia). 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Supremo Tribunal Federal RHC 201643 ED / RJ FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ALEGAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. VIA INADEQUADA. 1. Nos termos do artigo 413 do Código de Processo Penal, a decisão de pronúncia configura um juízo de admissibilidade da acusação, aplicável nas situações em que o julgador se mostra convencido (a) da materialidade do delito e (b) da existência de indícios e não certeza de autoria ou de participação. 2. Os indícios declinados pelo Juízo de primeira instância, ao menos nesta sede processual, revelam-se idôneos para submissão do paciente ao Conselho de Sentença. 3. Para acolher a alegação de insuficiência probatória, tal como já afirmou o STJ, seria necessário proceder à análise de fatos e provas, providência incompatível com a via do Habeas Corpus. 4. Agravo Regimental a que se nega provimento.’ 10. Quanto à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, anoto que a matéria não foi analisada pelo STJ, o que impede o imediato exame pelo STF, sob pena de supressão de instância. 11. Diante do exposto, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/STF, nego provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. […].” 3. Reitero que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) é no sentido de que “bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri” e que “as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri [...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Relª. Minª. Cármen Lúcia). 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201643 ED / RJ 4. No caso, a decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) não divergiu dessa orientação ao assentar “que há indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia”. 5. Ademais, para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. 6. Por fim, tal como consta na decisão agravada, no que se refere à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, a matéria não foi analisada pelo STJ, o que impede o imediato exame pelo STF, sob pena de supressão de instância. 7. Verifica-se, portanto, que não há nenhuma espécie de teratologia, abuso de poder ou ilegalidade flagrante que autorize o acolhimento da pretensão defensiva no presente caso. 8. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9. É como voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Supremo Tribunal Federal RHC 201643 ED / RJ 4. No caso, a decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) não divergiu dessa orientação ao assentar “que há indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia”. 5. Ademais, para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. 6. Por fim, tal como consta na decisão agravada, no que se refere à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, a matéria não foi analisada pelo STJ, o que impede o imediato exame pelo STF, sob pena de supressão de instância. 7. Verifica-se, portanto, que não há nenhuma espécie de teratologia, abuso de poder ou ilegalidade flagrante que autorize o acolhimento da pretensão defensiva no presente caso. 8. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9. É como voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto Vogal EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) :MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) :ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo do Relator quanto à conversão. Conforme venho me pronunciando, entendo ser incabível, na regência do Código de Processo Civil de 1973, a conversão dos declaratórios em agravo regimental. Já sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015, o relator deverá observar o disposto no § 3º do artigo 1.024, determinando a intimação do recorrente para complementação das razões, em observância à exigência do § 1º do artigo 1.021, nele contido. O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, ainda que haja necessidade de análise de fatos e prova. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Provejo o agravo, para que o recurso em habeas corpus tenha sequência. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3302-913F-8FAF-0590 e senha 48B3-0B89-2C5A-4CF5 Supremo Tribunal Federal EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) :MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) :ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo do Relator quanto à conversão. Conforme venho me pronunciando, entendo ser incabível, na regência do Código de Processo Civil de 1973, a conversão dos declaratórios em agravo regimental. Já sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015, o relator deverá observar o disposto no § 3º do artigo 1.024, determinando a intimação do recorrente para complementação das razões, em observância à exigência do § 1º do artigo 1.021, nele contido. O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, ainda que haja necessidade de análise de fatos e prova. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Provejo o agravo, para que o recurso em habeas corpus tenha sequência. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3302-913F-8FAF-0590 e senha 48B3-0B89-2C5A-4CF5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) : MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) : ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por maioria, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6242-AFFA-C986-4043 e senha 04D7-CAE1-C8CB-BC19 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) : MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) : ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por maioria, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6242-AFFA-C986-4043 e senha 04D7-CAE1-C8CB-BC19 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756372046
2021-06-28T00:00:00
2021-07-01T00:00:00
A Turma, por maioria, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
EMENTA: Processual penal. Embargos declaratórios em recurso ordinário em habeas corpus recebidos como agravo regimental. Homicídio. Decisão de pronúncia. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Análise de fatos e provas. Excesso de prazo. Supressão de instância. 1. Tendo em vista o caráter infringente da pretensão formulada pela parte recorrente de ver reformada a decisão impugnada, os embargos de declaração devem ser recebidos como agravo regimental. Precedentes: HC 152.642-ED, Rel. Min. Luiz Fux; ARE 732.028-ED, Rel. Min. Celso de Mello; ARE 684.535-ED, Relª. Minª. Rosa Weber. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que “bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri” e que “as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri [...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Relª. Minª. Cármen Lúcia). 3. Hipótese em que as instâncias de origem atestaram a presença de “indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia”. 4. Para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. 5. No que se refere à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, a matéria não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 6. Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental a que se nega provimento.
sjur449821
- Acórdão(s) citado(s): (EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, EFEITO MODIFICATIVO) ARE 732028 ED (2ªT), ARE 684532 ED (1ªT), HC 152642 ED (1ªT). (MATERIALIDADE DO FATO, JULGAMENTO) HC 95549 (1ªT). (HC, REEXAME, FATO, PROVA) HC 194162 AgR (1ªT). Número de páginas: 10. Análise: 21/01/2022, LPC.
ROBERTO BARROSO
Primeira Turma
201643
[ "LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-01021 PAR-00001 ART-01024 PAR-00003\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL" ]
RHC-ED
acordaos
RHC 201643 ED
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EMBTE.(S) : MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) : ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) :MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) :ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EMENTA: PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. HOMICÍDIO. DECISÃO DE PRONÚNCIA. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ANÁLISE DE FATOS E PROVAS. EXCESSO DE PRAZO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 1. Tendo em vista o caráter infringente da pretensão formulada pela parte recorrente de ver reformada a decisão impugnada, os embargos de declaração devem ser recebidos como agravo regimental. Precedentes: HC 152.642-ED, Rel. Min. Luiz Fux; ARE 732.028-ED, Rel. Min. Celso de Mello; ARE 684.535-ED, Rel. Min. Rosa Weber. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que “bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri” e que “as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri [...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Rel. Min. Cármen Lúcia). 3. Hipótese em que as instâncias de origem atestaram a presença de “indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia”. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98C0-6A0B-E88E-6DFB e senha F7F5-F342-09DA-B863 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão RHC 201643 ED / RJ 4. Para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. 5. No que se refere à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, a matéria não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 6. Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em receber os embargos de declaração como agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98C0-6A0B-E88E-6DFB e senha F7F5-F342-09DA-B863 Supremo Tribunal Federal RHC 201643 ED / RJ 4. Para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. 5. No que se refere à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, a matéria não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 6. Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em receber os embargos de declaração como agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98C0-6A0B-E88E-6DFB e senha F7F5-F342-09DA-B863 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) :MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) :ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RELATÓRIO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Trata-se de embargos declaratórios opostos contra decisão monocrática de minha lavra que, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/Supremo Tribunal Federal, negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. 2. O embargante reitera os argumentos trazidos no recurso ordinário. Sustenta que, “sendo a prisão exceção e não regra, e se tratando de matéria de ordem pública, requer, via declaratórios, seja dado efeito modificativo ao julgado para reconhecer ao embargante a benesse da aplicação da Sumula No. 697 do Supremo Tribunal Federal, e, por se tratar de matéria de ordem pública, dar efeito modificativo ao julgado para determinar o relaxamento da prisão do embargante, modificando a decisão impugnada e determinando a apreciação do mérito pelo Colegiado, como de Direito”. 3. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4C5A-A7AF-57E2-C6D8 e senha 751A-B869-352E-3FB4 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) :MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) :ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RELATÓRIO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Trata-se de embargos declaratórios opostos contra decisão monocrática de minha lavra que, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/Supremo Tribunal Federal, negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. 2. O embargante reitera os argumentos trazidos no recurso ordinário. Sustenta que, “sendo a prisão exceção e não regra, e se tratando de matéria de ordem pública, requer, via declaratórios, seja dado efeito modificativo ao julgado para reconhecer ao embargante a benesse da aplicação da Sumula No. 697 do Supremo Tribunal Federal, e, por se tratar de matéria de ordem pública, dar efeito modificativo ao julgado para determinar o relaxamento da prisão do embargante, modificando a decisão impugnada e determinando a apreciação do mérito pelo Colegiado, como de Direito”. 3. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4C5A-A7AF-57E2-C6D8 e senha 751A-B869-352E-3FB4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO VOTO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Recebo os presentes embargos de declaração como agravo regimental, tendo em vista o caráter infringente da pretensão formulada pela parte recorrente, em ver reformada a decisão impugnada. Precedentes: HC 152.642-ED, Rel. Min. Luiz Fux; ARE 732.028-ED, Rel. Min. Celso de Mello; ARE 684.535-ED, Rel. Min. Rosa Weber. 2. O recurso não deve ser provido, tendo em vista que a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos: “1. Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus, com pedido liminar, interposto contra acórdão unânime da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (Superior Tribunal de Justiça), assim ementado: ‘AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO INDEFERIDA LIMINARMENTE. SÚMULA 691/Supremo Tribunal Federal. HOMICÍDIO. PRISÃO PREVENTIVA. ALEGAÇÃO DE PRONÚNCIA BASEADA EM ELEMENTOS INQUISITORIAIS. AUSÊNCIA DE PATENTE ILEGALIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que não cabe habeas corpus contra decisão que indefere pedido liminar, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão impugnada (Súmula 691/Supremo Tribunal Federal). Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO VOTO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Recebo os presentes embargos de declaração como agravo regimental, tendo em vista o caráter infringente da pretensão formulada pela parte recorrente, em ver reformada a decisão impugnada. Precedentes: HC 152.642-ED, Rel. Min. Luiz Fux; ARE 732.028-ED, Rel. Min. Celso de Mello; ARE 684.535-ED, Rel. Min. Rosa Weber. 2. O recurso não deve ser provido, tendo em vista que a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos: “1. Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus, com pedido liminar, interposto contra acórdão unânime da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (Superior Tribunal de Justiça), assim ementado: ‘AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO INDEFERIDA LIMINARMENTE. SÚMULA 691/Supremo Tribunal Federal. HOMICÍDIO. PRISÃO PREVENTIVA. ALEGAÇÃO DE PRONÚNCIA BASEADA EM ELEMENTOS INQUISITORIAIS. AUSÊNCIA DE PATENTE ILEGALIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que não cabe habeas corpus contra decisão que indefere pedido liminar, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão impugnada (Súmula 691/Supremo Tribunal Federal). Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201643 ED / RJ 2 Não se verifica a ocorrência de flagrante ilegalidade na decisão impugnada, de modo a justificar o processamento da presente ordem, antes do julgamento da questão pelo Tribunal de origem, na medida em que fundamenta que que há indícios suficientes de autoria, uma vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia. 3. Agravo regimental desprovido.’ 2. Extrai-se dos autos que o paciente foi pronunciado pela suposta prática do crime previsto no art. 121, § 2..., I e II, c/c o art. 29, do Código Penal Brasileiro. A defesa impetrou habeas corpus no Tribunal estadual, o qual teve a liminar indeferida. 3. Na sequência, foi impetrado habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça. O Ministro Ribeiro Dantas, ao analisar o HC 649.910, indeferiu liminarmente o writ. Interposto agravo regimental, o recurso foi desprovido. 4. Neste recurso ordinário, a defesa aduz que se está “diante de um quadro em que o paciente, sem sentença de reconhecimento de culpa, NEGA A AUTORIA E POR UMA PRESUNÇÃO APRIORISTICA ESTÁ PRESO PREVENTIVAMENTE POR QUATRO ANOS”. Sustenta que “a hipótese já foi objeto de precedentes judiciais, tanto no que tange a configuração do excesso de prazo, quanto a matéria de Direito do writ originário, que questiona a hipótese já consagrada quanto a impossibilidade de recebimento de pronúncia baseado somente em elementos inquisitórios”. 5. Decido. 6. O recurso não deve ser provido. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Supremo Tribunal Federal RHC 201643 ED / RJ 2 Não se verifica a ocorrência de flagrante ilegalidade na decisão impugnada, de modo a justificar o processamento da presente ordem, antes do julgamento da questão pelo Tribunal de origem, na medida em que fundamenta que que há indícios suficientes de autoria, uma vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia. 3. Agravo regimental desprovido.’ 2. Extrai-se dos autos que o paciente foi pronunciado pela suposta prática do crime previsto no art. 121, § 2..., I e II, c/c o art. 29, do Código Penal Brasileiro. A defesa impetrou habeas corpus no Tribunal estadual, o qual teve a liminar indeferida. 3. Na sequência, foi impetrado habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça. O Ministro Ribeiro Dantas, ao analisar o HC 649.910, indeferiu liminarmente o writ. Interposto agravo regimental, o recurso foi desprovido. 4. Neste recurso ordinário, a defesa aduz que se está “diante de um quadro em que o paciente, sem sentença de reconhecimento de culpa, NEGA A AUTORIA E POR UMA PRESUNÇÃO APRIORISTICA ESTÁ PRESO PREVENTIVAMENTE POR QUATRO ANOS”. Sustenta que “a hipótese já foi objeto de precedentes judiciais, tanto no que tange a configuração do excesso de prazo, quanto a matéria de Direito do writ originário, que questiona a hipótese já consagrada quanto a impossibilidade de recebimento de pronúncia baseado somente em elementos inquisitórios”. 5. Decido. 6. O recurso não deve ser provido. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201643 ED / RJ 7. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que ‘bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri’ e que ‘as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri’[...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Rel. Min. Cármen Lúcia). 8. No caso, a decisão recorrida não divergiu dessa orientação. Veja-se a seguinte passagem do voto condutor do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça: ‘[...] No caso dos autos, não se verifica a ocorrência de flagrante ilegalidade na decisão impugnada, de modo a justificar o processamento da presente ordem antes do pronunciamento do Tribunal de origem, na medida em que se extrai da decisão de pronúncia de fls. 58-61 (e-Superior Tribunal de Justiça): ‘Verifica-se, também, que há indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia.’ [...]’. 9. E mais: para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, assim ementado: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRONÚNCIA. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Supremo Tribunal Federal RHC 201643 ED / RJ 7. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que ‘bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri’ e que ‘as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri’[...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Rel. Min. Cármen Lúcia). 8. No caso, a decisão recorrida não divergiu dessa orientação. Veja-se a seguinte passagem do voto condutor do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça: ‘[...] No caso dos autos, não se verifica a ocorrência de flagrante ilegalidade na decisão impugnada, de modo a justificar o processamento da presente ordem antes do pronunciamento do Tribunal de origem, na medida em que se extrai da decisão de pronúncia de fls. 58-61 (e-Superior Tribunal de Justiça): ‘Verifica-se, também, que há indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia.’ [...]’. 9. E mais: para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, assim ementado: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRONÚNCIA. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201643 ED / RJ FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ALEGAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. VIA INADEQUADA. 1. Nos termos do artigo 413 do Código de Processo Penal, a decisão de pronúncia configura um juízo de admissibilidade da acusação, aplicável nas situações em que o julgador se mostra convencido (a) da materialidade do delito e (b) da existência de indícios e não certeza de autoria ou de participação. 2. Os indícios declinados pelo Juízo de primeira instância, ao menos nesta sede processual, revelam-se idôneos para submissão do paciente ao Conselho de Sentença. 3. Para acolher a alegação de insuficiência probatória, tal como já afirmou o Superior Tribunal de Justiça, seria necessário proceder à análise de fatos e provas, providência incompatível com a via do Habeas Corpus. 4. Agravo Regimental a que se nega provimento.’ 10. Quanto à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, anoto que a matéria não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 11. Diante do exposto, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/Supremo Tribunal Federal, nego provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. […].” 3. Reitero que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) é no sentido de que “bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri” e que “as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri [...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Rel. Min. Cármen Lúcia). 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Supremo Tribunal Federal RHC 201643 ED / RJ FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ALEGAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. VIA INADEQUADA. 1. Nos termos do artigo 413 do Código de Processo Penal, a decisão de pronúncia configura um juízo de admissibilidade da acusação, aplicável nas situações em que o julgador se mostra convencido (a) da materialidade do delito e (b) da existência de indícios e não certeza de autoria ou de participação. 2. Os indícios declinados pelo Juízo de primeira instância, ao menos nesta sede processual, revelam-se idôneos para submissão do paciente ao Conselho de Sentença. 3. Para acolher a alegação de insuficiência probatória, tal como já afirmou o Superior Tribunal de Justiça, seria necessário proceder à análise de fatos e provas, providência incompatível com a via do Habeas Corpus. 4. Agravo Regimental a que se nega provimento.’ 10. Quanto à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, anoto que a matéria não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 11. Diante do exposto, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/Supremo Tribunal Federal, nego provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. […].” 3. Reitero que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) é no sentido de que “bastam a prova da materialidade e os indícios da autoria para levar o indivíduo a julgamento pelo tribunal do júri” e que “as dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri [...], já que a sentença de pronúncia não faz juízo definitivo sobre o mérito das imputações e sobre a eventual controvérsia do conjunto probatório” (HC 95.549, Rel. Min. Cármen Lúcia). 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201643 ED / RJ 4. No caso, a decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (Superior Tribunal de Justiça) não divergiu dessa orientação ao assentar “que há indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia”. 5. Ademais, para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. 6. Por fim, tal como consta na decisão agravada, no que se refere à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, a matéria não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 7. Verifica-se, portanto, que não há nenhuma espécie de teratologia, abuso de poder ou ilegalidade flagrante que autorize o acolhimento da pretensão defensiva no presente caso. 8. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9. É como voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Supremo Tribunal Federal RHC 201643 ED / RJ 4. No caso, a decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (Superior Tribunal de Justiça) não divergiu dessa orientação ao assentar “que há indícios suficientes de autoria, vez que a prova testemunhal produzida nesta fase do iudicium accusationis indicou que o acusado Marcos teria participado da infração penal na forma imputada na denúncia”. 5. Ademais, para chegar a conclusão diversa das instâncias antecedentes, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é possível na via processual restrita do habeas corpus. Nessa linha, veja-se o HC 194.162-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. 6. Por fim, tal como consta na decisão agravada, no que se refere à alegação de excesso de prazo na prisão cautelar, a matéria não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 7. Verifica-se, portanto, que não há nenhuma espécie de teratologia, abuso de poder ou ilegalidade flagrante que autorize o acolhimento da pretensão defensiva no presente caso. 8. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9. É como voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D4F9-65D0-0AA6-7583 e senha 1349-E4FF-92C1-FF03 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto Vogal EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) :MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) :ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo do Relator quanto à conversão. Conforme venho me pronunciando, entendo ser incabível, na regência do Código de Processo Civil de 1973, a conversão dos declaratórios em agravo regimental. Já sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015, o relator deverá observar o disposto no § 3... do artigo 1.024, determinando a intimação do recorrente para complementação das razões, em observância à exigência do § 1... do artigo 1.021, nele contido. O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, ainda que haja necessidade de análise de fatos e prova. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Provejo o agravo, para que o recurso em habeas corpus tenha sequência. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3302-913F-8FAF-0590 e senha 48B3-0B89-2C5A-4CF5 Supremo Tribunal Federal EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) :MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) :ANDERSON FERREIRA PINTO EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo do Relator quanto à conversão. Conforme venho me pronunciando, entendo ser incabível, na regência do Código de Processo Civil de 1973, a conversão dos declaratórios em agravo regimental. Já sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015, o relator deverá observar o disposto no § 3... do artigo 1.024, determinando a intimação do recorrente para complementação das razões, em observância à exigência do § 1... do artigo 1.021, nele contido. O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, ainda que haja necessidade de análise de fatos e prova. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Provejo o agravo, para que o recurso em habeas corpus tenha sequência. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3302-913F-8FAF-0590 e senha 48B3-0B89-2C5A-4CF5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) : MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) : ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por maioria, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6242-AFFA-C986-4043 e senha 04D7-CAE1-C8CB-BC19 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.643 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO EMBTE.(S) : MARCOS ANDRADE AGUIAR ADV.(A/S) : ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por maioria, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6242-AFFA-C986-4043 e senha 04D7-CAE1-C8CB-BC19 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HC 152 . 642 - ED", "ARE 732 . 028 - ED", "ARE 684 . 535 - ED", "HC 95 . 549", "RHC 201643", "HC 194 . 162 - AgR", "HC 194 . 162 - AgR", "HABEAS CORPUS 201 . 643", "Sumula No . 697 do Supremo Tribunal Federal", "Sumula No . 697 do Supremo Tribunal Federal", "HABEAS CORPUS 201 . 643", "HC 152 . 642 - ED", "ARE 732 . 028 - ED", "ARE 684 . 535 - ED", "SÚMULA 691 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 691 / Supremo Tribunal Federal", "RECURSO", "HC 152 . 642 - ED", "ARE 732 . 028 - ED", "ARE 684 . 535 - ED", "SÚMULA 691 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 691 / Supremo Tribunal Federal", "HC 649 . 910", "HC 649 . 910", "HC 95 . 549", "HC 194 . 162 - AgR", "HC 95 . 549", "HC 194 . 162 - AgR", "HC 95 . 549", "RHC 201643 ED / RJ", "HC 95 . 549", "RHC 201643", "HC 194 . 162 - AgR", "RHC 201643 ED / RJ", "HC 194 . 162 - AgR", "HABEAS CORPUS 201 . 643", "HABEAS CORPUS 201 . 643" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 192 , c", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 192 , c / c o art . 312 , ambos do RI / Supremo Tribunal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 121 , § 2 . . . , I e II , c / c o art . 29 , do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 121 , § 2 . . . , I e II , c / c o", "art . 29 , do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 413 do Código de Processo Penal", "art . 192 , c / c o art . 312 , ambos do RI / Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 413 do Código de Processo Penal", "art . 192 , c / c o art . 312 , ambos do RI / Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil de 1973", "Código de Processo Civil de 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil de 1973", "Código de Processo Civil de 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Brasília", "Brasília", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma do", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "PRIMEIRA TURMA", "Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "e", "-", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "e", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "ROBERTO BARROSO", "MARCOS ANDRADE", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "Luiz Fux", "Celso de Mello", "Rosa Weber", "Cármen Lúcia", "Marcos", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "LUÍS ROBERTO", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "MARCOS ANDRADE", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "MARCOS ANDRADE", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Luiz Fux", "Celso de Mello", "Rosa Weber", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Luiz Fux", "Celso de Mello", "Rosa Weber", "ROBERTO BARROSO", "Ribeiro Dantas", "Ribeiro Dantas", "ROBERTO BARROSO", "Cármen Lúcia", "Marcos", "Alexandre de Moraes", "Cármen Lúcia", "Marcos", "Alexandre de Moraes", "ROBERTO BARROSO", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "ROBERTO BARROSO", "Marcos", "Alexandre de Moraes", "Marcos", "Alexandre de Moraes", "ROBERTO BARROSO", "MARCOS ANDRADE AGUIAR", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "MARCO AURÉLIO", "ROBERTO BARROSO", "MARCOS ANDRADE AGUIAR", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "MARCO AURÉLIO", "ROBERTO BARROSO", "MARCOS ANDRADE AGUIAR", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "ROBERTO BARROSO", "MARCOS ANDRADE", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18 a 25 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", 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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) :RAFAEL MOLINA LOPES AGDO.(A/S) :CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :DIEGO MARTIGNONI AGDO.(A/S) :MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE. IMÓVEL ORIUNDO DO FUNDO DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL (FAR). EXTENSÃO AO ARRENDATÁRIO. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. A tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. No paradigma, esta Corte não abordou a eventual extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. 2. Para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5933-117A-7D7E-4702 e senha 3BFD-2881-B064-433F Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Ementa e Acórdão RE 1319663 AGR / RS incidência do enunciado da Súmula 279/STF. 3. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015. 4. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, majorado o valor da verba honorária fixada anteriormente, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5933-117A-7D7E-4702 e senha 3BFD-2881-B064-433F Supremo Tribunal Federal RE 1319663 AGR / RS incidência do enunciado da Súmula 279/STF. 3. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015. 4. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, majorado o valor da verba honorária fixada anteriormente, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5933-117A-7D7E-4702 e senha 3BFD-2881-B064-433F Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) :RAFAEL MOLINA LOPES AGDO.(A/S) :CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :DIEGO MARTIGNONI AGDO.(A/S) :MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Agravo interno cujo objeto é decisão monocrática que conheceu do recurso extraordinário para negar-lhe provimento, pelos seguintes fundamentos: “Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão da 5ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal do Rio Grande do Sul, que rejeitou a extensão da imunidade tributária recíproca à arrendatário de imóvel oriundo do Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, administrado pela Caixa Econômica Federal. O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação ao art. 150, VI, a, da CF. Sustenta, em essência, que ‘sobre bens e direitos os quais integram o patrimônio do FAR beneficiam-se da imunidade tributária prevista naquele dispositivo constitucional’. A pretensão recursal não merece prosperar. De início, importa destacar que a tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) :RAFAEL MOLINA LOPES AGDO.(A/S) :CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :DIEGO MARTIGNONI AGDO.(A/S) :MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Agravo interno cujo objeto é decisão monocrática que conheceu do recurso extraordinário para negar-lhe provimento, pelos seguintes fundamentos: “Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão da 5ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal do Rio Grande do Sul, que rejeitou a extensão da imunidade tributária recíproca à arrendatário de imóvel oriundo do Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, administrado pela Caixa Econômica Federal. O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação ao art. 150, VI, a, da CF. Sustenta, em essência, que ‘sobre bens e direitos os quais integram o patrimônio do FAR beneficiam-se da imunidade tributária prevista naquele dispositivo constitucional’. A pretensão recursal não merece prosperar. De início, importa destacar que a tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Relatório RE 1319663 AGR / RS abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. Confira-se a ementa do julgado: ‘’CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL – PAR. POLÍTICA HABITACIONAL DA UNIÃO. FINALIDADE DE GARANTIR A EFETIVIDADE DO DIREITO DE MORADIA E A REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL. LEGÍTIMO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIAS GOVERNAMENTAIS. INEXISTÊNCIA DE NATUREZA COMERCIAL OU DE PREJUÍZO À LIVRE CONCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. Os fatores subjetivo e finalístico da imunidade recíproca em relação ao Programa de Arrendamento Residencial estão presentes, bem como a estratégia de organização administrativa utilizada pela União – com a utilização instrumental da Caixa Econômica Federal – não implica qualquer prejuízo ao equilíbrio econômico; pelo contrário, está diretamente ligada à realização e à efetividade de uma das mais importantes previsões de Direitos Sociais, no caput do artigo 6º, e em consonância com um dos objetivos fundamentais da República consagrados no artigo 3º, III, ambos da Constituição Federal: o direito de moradia e erradicação da pobreza e a marginalização com a redução 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Supremo Tribunal Federal RE 1319663 AGR / RS abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. Confira-se a ementa do julgado: ‘’CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL – PAR. POLÍTICA HABITACIONAL DA UNIÃO. FINALIDADE DE GARANTIR A EFETIVIDADE DO DIREITO DE MORADIA E A REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL. LEGÍTIMO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIAS GOVERNAMENTAIS. INEXISTÊNCIA DE NATUREZA COMERCIAL OU DE PREJUÍZO À LIVRE CONCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. Os fatores subjetivo e finalístico da imunidade recíproca em relação ao Programa de Arrendamento Residencial estão presentes, bem como a estratégia de organização administrativa utilizada pela União – com a utilização instrumental da Caixa Econômica Federal – não implica qualquer prejuízo ao equilíbrio econômico; pelo contrário, está diretamente ligada à realização e à efetividade de uma das mais importantes previsões de Direitos Sociais, no caput do artigo 6º, e em consonância com um dos objetivos fundamentais da República consagrados no artigo 3º, III, ambos da Constituição Federal: o direito de moradia e erradicação da pobreza e a marginalização com a redução 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Relatório RE 1319663 AGR / RS de desigualdades sociais. 2. O Fundo de Arrendamento Residencial possui típica natureza fiduciária: a União, por meio da integralização de cotas, repassa à Caixa Econômica Federal os recursos necessários à consecução do PAR, que passam a integrar o FAR, cujo patrimônio, contudo, não se confunde com o da empresa pública e está afetado aos fins da Lei 10.188/2001, sendo revertido ao ente federal ao final do programa. 3. O patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais anteriormente descritas. 4. Recurso extraordinário provido com a fixação da seguinte tese: TEMA 884: Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR, criado pela Lei 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal.’ (RE 928.902, Rel. Min. Alexandre de Moraes) Esta Corte, na apreciação do tema da repercussão geral, não abordou a eventual extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. Ademais, no caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: ‘Impende registrar que embora o IPTU incida sobre a propriedade (art. 32), o artigo 34 do Código Tributário Nacional prevê expressamente que o IPTU pode incidir não somente sobre o proprietário, como também sobre o possuidor ou aquele que possui domínio útil do bem: Art. 32. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Supremo Tribunal Federal RE 1319663 AGR / RS de desigualdades sociais. 2. O Fundo de Arrendamento Residencial possui típica natureza fiduciária: a União, por meio da integralização de cotas, repassa à Caixa Econômica Federal os recursos necessários à consecução do PAR, que passam a integrar o FAR, cujo patrimônio, contudo, não se confunde com o da empresa pública e está afetado aos fins da Lei 10.188/2001, sendo revertido ao ente federal ao final do programa. 3. O patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais anteriormente descritas. 4. Recurso extraordinário provido com a fixação da seguinte tese: TEMA 884: Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR, criado pela Lei 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal.’ (RE 928.902, Rel. Min. Alexandre de Moraes) Esta Corte, na apreciação do tema da repercussão geral, não abordou a eventual extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. Ademais, no caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: ‘Impende registrar que embora o IPTU incida sobre a propriedade (art. 32), o artigo 34 do Código Tributário Nacional prevê expressamente que o IPTU pode incidir não somente sobre o proprietário, como também sobre o possuidor ou aquele que possui domínio útil do bem: Art. 32. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Relatório RE 1319663 AGR / RS localizado na zona urbana do Município. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Portanto, mesmo o beneficiário arrendatário, que certamente tem a posse do bem, poderá estar sujeito ao pagamento do IPTU. (…) A corroborar, o art. 72 da Lei nº 11.977, de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa Minha Vida, prevê a responsabilidade do possuidor investido nos direitos aquisitivos do bem para arcar com o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana: (…) Tal responsabilidade é reafirmada por ocasião da assinatura do contrato firmado com o(a) beneficiário(a), o qual prevê em suas cláusulas a responsabilidade destes pelo pagamentos de todos os tributos incidentes sobre o imóvel (vide Cláusula Terceira). Aqui também é importante referir que os beneficiários que arrendaram os imóveis têm perspectiva de adquiri-los (vide art. 7º da Lei 10.188/01, na sua redação original, e art. 8º do mesmo diploma), e alguns o fazem antecipadamente. Ou seja, em relação ao beneficiário, a capacidade passiva tributária relativa ao IPTU somente poderia ser afastada por lei municipal - do que não há provas nos autos, sendo inviável este Juízo fazer as vezes do legislador municipal para estender a isenção prevista.’ Nesse contexto, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência do enunciado da Súmula 279/STF. No mesmo sentido, cito as seguintes decisões 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Supremo Tribunal Federal RE 1319663 AGR / RS localizado na zona urbana do Município. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Portanto, mesmo o beneficiário arrendatário, que certamente tem a posse do bem, poderá estar sujeito ao pagamento do IPTU. (…) A corroborar, o art. 72 da Lei nº 11.977, de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa Minha Vida, prevê a responsabilidade do possuidor investido nos direitos aquisitivos do bem para arcar com o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana: (…) Tal responsabilidade é reafirmada por ocasião da assinatura do contrato firmado com o(a) beneficiário(a), o qual prevê em suas cláusulas a responsabilidade destes pelo pagamentos de todos os tributos incidentes sobre o imóvel (vide Cláusula Terceira). Aqui também é importante referir que os beneficiários que arrendaram os imóveis têm perspectiva de adquiri-los (vide art. 7º da Lei 10.188/01, na sua redação original, e art. 8º do mesmo diploma), e alguns o fazem antecipadamente. Ou seja, em relação ao beneficiário, a capacidade passiva tributária relativa ao IPTU somente poderia ser afastada por lei municipal - do que não há provas nos autos, sendo inviável este Juízo fazer as vezes do legislador municipal para estender a isenção prevista.’ Nesse contexto, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência do enunciado da Súmula 279/STF. No mesmo sentido, cito as seguintes decisões 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Relatório RE 1319663 AGR / RS monocráticas: RE 1.313.411/RS, Relª. Minª. Cármen Lúcia; RE 1.318.437/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes; RE 1.319.958/RS, Rel. Min. Marco Aurélio; RE 1.318.438/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; e RE 1.319.662/RS, Rel. Min. Marco Aurélio. Diante do exposto, com base no art. 932, IV e VIII, do CPC/2015 e no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego provimento ao recurso. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015.” 2. A parte agravante sustenta que: (i) as conclusões do tema 884 da sistemática da repercussão geral devem ser aplicadas à espécie; (ii) a solução da controvérsia prescinde do reexame de provas. 3. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Supremo Tribunal Federal RE 1319663 AGR / RS monocráticas: RE 1.313.411/RS, Relª. Minª. Cármen Lúcia; RE 1.318.437/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes; RE 1.319.958/RS, Rel. Min. Marco Aurélio; RE 1.318.438/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; e RE 1.319.662/RS, Rel. Min. Marco Aurélio. Diante do exposto, com base no art. 932, IV e VIII, do CPC/2015 e no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego provimento ao recurso. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015.” 2. A parte agravante sustenta que: (i) as conclusões do tema 884 da sistemática da repercussão geral devem ser aplicadas à espécie; (ii) a solução da controvérsia prescinde do reexame de provas. 3. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à análise do recurso. 2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista que a parte recorrente não traz novos argumentos aptos a afastar a decisão agravada. 3. A tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição. Confira-se a ementa do julgado: “CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL – PAR. POLÍTICA HABITACIONAL DA UNIÃO. FINALIDADE DE GARANTIR A EFETIVIDADE DO DIREITO DE MORADIA E A REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL. LEGÍTIMO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIAS GOVERNAMENTAIS. INEXISTÊNCIA DE Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à análise do recurso. 2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista que a parte recorrente não traz novos argumentos aptos a afastar a decisão agravada. 3. A tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição. Confira-se a ementa do julgado: “CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL – PAR. POLÍTICA HABITACIONAL DA UNIÃO. FINALIDADE DE GARANTIR A EFETIVIDADE DO DIREITO DE MORADIA E A REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL. LEGÍTIMO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIAS GOVERNAMENTAIS. INEXISTÊNCIA DE Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RE 1319663 AGR / RS NATUREZA COMERCIAL OU DE PREJUÍZO À LIVRE CONCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. Os fatores subjetivo e finalístico da imunidade recíproca em relação ao Programa de Arrendamento Residencial estão presentes, bem como a estratégia de organização administrativa utilizada pela União – com a utilização instrumental da Caixa Econômica Federal – não implica qualquer prejuízo ao equilíbrio econômico; pelo contrário, está diretamente ligada à realização e à efetividade de uma das mais importantes previsões de Direitos Sociais, no caput do artigo 6º, e em consonância com um dos objetivos fundamentais da República consagrados no artigo 3º, III, ambos da Constituição Federal: o direito de moradia e erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais. 2. O Fundo de Arrendamento Residencial possui típica natureza fiduciária: a União, por meio da integralização de cotas, repassa à Caixa Econômica Federal os recursos necessários à consecução do PAR, que passam a integrar o FAR, cujo patrimônio, contudo, não se confunde com o da empresa pública e está afetado aos fins da Lei 10.188/2001, sendo revertido ao ente federal ao final do programa. 3. O patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais anteriormente descritas. 4. Recurso extraordinário provido com a fixação da seguinte tese: TEMA 884: Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR, criado pela Lei 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal.” (RE 928.902, Rel. Min. Alexandre de Moraes) 4. No paradigma, esta Corte não abordou a eventual 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Supremo Tribunal Federal RE 1319663 AGR / RS NATUREZA COMERCIAL OU DE PREJUÍZO À LIVRE CONCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. Os fatores subjetivo e finalístico da imunidade recíproca em relação ao Programa de Arrendamento Residencial estão presentes, bem como a estratégia de organização administrativa utilizada pela União – com a utilização instrumental da Caixa Econômica Federal – não implica qualquer prejuízo ao equilíbrio econômico; pelo contrário, está diretamente ligada à realização e à efetividade de uma das mais importantes previsões de Direitos Sociais, no caput do artigo 6º, e em consonância com um dos objetivos fundamentais da República consagrados no artigo 3º, III, ambos da Constituição Federal: o direito de moradia e erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais. 2. O Fundo de Arrendamento Residencial possui típica natureza fiduciária: a União, por meio da integralização de cotas, repassa à Caixa Econômica Federal os recursos necessários à consecução do PAR, que passam a integrar o FAR, cujo patrimônio, contudo, não se confunde com o da empresa pública e está afetado aos fins da Lei 10.188/2001, sendo revertido ao ente federal ao final do programa. 3. O patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais anteriormente descritas. 4. Recurso extraordinário provido com a fixação da seguinte tese: TEMA 884: Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR, criado pela Lei 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal.” (RE 928.902, Rel. Min. Alexandre de Moraes) 4. No paradigma, esta Corte não abordou a eventual 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RE 1319663 AGR / RS extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. Além disso, no caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: “Impende registrar que embora o IPTU incida sobre a propriedade (art. 32), o artigo 34 do Código Tributário Nacional prevê expressamente que o IPTU pode incidir não somente sobre o proprietário, como também sobre o possuidor ou aquele que possui domínio útil do bem: Art. 32. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Portanto, mesmo o beneficiário arrendatário, que certamente tem a posse do bem, poderá estar sujeito ao pagamento do IPTU. (…) A corroborar, o art. 72 da Lei nº 11.977, de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa Minha Vida, prevê a responsabilidade do possuidor investido nos direitos aquisitivos do bem para arcar com o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana: (…) Tal responsabilidade é reafirmada por ocasião da assinatura do contrato firmado com o(a) beneficiário(a), o qual prevê em suas cláusulas a responsabilidade destes pelo pagamentos de todos os tributos incidentes sobre o imóvel (vide Cláusula Terceira). Aqui também é importante referir que os beneficiários que arrendaram os imóveis têm perspectiva de adquiri-los (vide art. 7º da Lei 10.188/01, na sua redação original, e art. 8º do mesmo diploma), e alguns o fazem antecipadamente. Ou seja, em relação ao beneficiário, a capacidade passiva tributária relativa ao IPTU somente poderia ser afastada por lei municipal - do que não há provas nos autos, sendo inviável este 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Supremo Tribunal Federal RE 1319663 AGR / RS extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. Além disso, no caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: “Impende registrar que embora o IPTU incida sobre a propriedade (art. 32), o artigo 34 do Código Tributário Nacional prevê expressamente que o IPTU pode incidir não somente sobre o proprietário, como também sobre o possuidor ou aquele que possui domínio útil do bem: Art. 32. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Portanto, mesmo o beneficiário arrendatário, que certamente tem a posse do bem, poderá estar sujeito ao pagamento do IPTU. (…) A corroborar, o art. 72 da Lei nº 11.977, de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa Minha Vida, prevê a responsabilidade do possuidor investido nos direitos aquisitivos do bem para arcar com o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana: (…) Tal responsabilidade é reafirmada por ocasião da assinatura do contrato firmado com o(a) beneficiário(a), o qual prevê em suas cláusulas a responsabilidade destes pelo pagamentos de todos os tributos incidentes sobre o imóvel (vide Cláusula Terceira). Aqui também é importante referir que os beneficiários que arrendaram os imóveis têm perspectiva de adquiri-los (vide art. 7º da Lei 10.188/01, na sua redação original, e art. 8º do mesmo diploma), e alguns o fazem antecipadamente. Ou seja, em relação ao beneficiário, a capacidade passiva tributária relativa ao IPTU somente poderia ser afastada por lei municipal - do que não há provas nos autos, sendo inviável este 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RE 1319663 AGR / RS Juízo fazer as vezes do legislador municipal para estender a isenção prevista.” 5. Nesse contexto, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência do enunciado da Súmula 279/STF. 6. No mesmo sentido, cito as seguintes decisões monocráticas: RE 1.313.411/RS, Relª. Minª. Cármen Lúcia; RE 1.318.437/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes; RE 1.319.958/RS, Rel. Min. Marco Aurélio; RE 1.318.438/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowsk. 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Aplico à parte agravante multa de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4°, do CPC/2015, em caso de unanimidade da decisão. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Supremo Tribunal Federal RE 1319663 AGR / RS Juízo fazer as vezes do legislador municipal para estender a isenção prevista.” 5. Nesse contexto, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência do enunciado da Súmula 279/STF. 6. No mesmo sentido, cito as seguintes decisões monocráticas: RE 1.313.411/RS, Relª. Minª. Cármen Lúcia; RE 1.318.437/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes; RE 1.319.958/RS, Rel. Min. Marco Aurélio; RE 1.318.438/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowsk. 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Aplico à parte agravante multa de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4°, do CPC/2015, em caso de unanimidade da decisão. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) : RAFAEL MOLINA LOPES (120371/RS) AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) : DIEGO MARTIGNONI (5808/AC, A628/AM/AM, 29844-A/PA, 11432/RO, 65244/RS, 426247/SP) AGDO.(A/S) : MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, majorado o valor da verba honorária fixada anteriormente, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3FAD-3EC3-A372-B75D e senha F78D-DFDB-00B1-8892 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) : RAFAEL MOLINA LOPES (120371/RS) AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) : DIEGO MARTIGNONI (5808/AC, A628/AM/AM, 29844-A/PA, 11432/RO, 65244/RS, 426247/SP) AGDO.(A/S) : MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, majorado o valor da verba honorária fixada anteriormente, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3FAD-3EC3-A372-B75D e senha F78D-DFDB-00B1-8892 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756641950
2021-06-28T00:00:00
2021-08-04T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, majorado o valor da verba honorária fixada anteriormente, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE. IMÓVEL ORIUNDO DO FUNDO DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL (FAR). EXTENSÃO AO ARRENDATÁRIO. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. A tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. No paradigma, esta Corte não abordou a eventual extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. 2. Para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência do enunciado da Súmula 279/STF. 3. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015. 4. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.
sjur450432
- Acórdão(s) citado(s): (IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA, IMÓVEL, FUNDO DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL (FAR)) RE 928902 (TP). - Decisões monocráticas citadas: (RE, EXTENSÃO, IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA, ARRENDATÁRIO, IMÓVEL, PROGRAMA DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL (PAR), REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) RE 1318437, RE 1313411, RE 1318438, RE 1319958. Número de páginas: 12. Análise: 28/01/2022, ABO.
ROBERTO BARROSO
Primeira Turma
1319663
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00150 INC-00006 LET-A\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n ART-00098 PAR-00003 ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
RE-AgR
acordaos
RE 1319663 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) : RAFAEL MOLINA LOPES AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) : DIEGO MARTIGNONI AGDO.(A/S) : MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) :RAFAEL MOLINA LOPES AGDO.(A/S) :CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :DIEGO MARTIGNONI AGDO.(A/S) :MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE. IMÓVEL ORIUNDO DO FUNDO DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL (FAR). EXTENSÃO AO ARRENDATÁRIO. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. A tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. No paradigma, esta Corte não abordou a eventual extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. 2. Para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5933-117A-7D7E-4702 e senha 3BFD-2881-B064-433F Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS incidência do enunciado da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. 3. Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3..., do Código de Processo Civil/2015. 4. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, majorado o valor da verba honorária fixada anteriormente, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5933-117A-7D7E-4702 e senha 3BFD-2881-B064-433F Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS incidência do enunciado da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. 3. Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3..., do Código de Processo Civil/2015. 4. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, majorado o valor da verba honorária fixada anteriormente, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5933-117A-7D7E-4702 e senha 3BFD-2881-B064-433F Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) :RAFAEL MOLINA LOPES AGDO.(A/S) :CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :DIEGO MARTIGNONI AGDO.(A/S) :MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Agravo interno cujo objeto é decisão monocrática que conheceu do recurso extraordinário para negar-lhe provimento, pelos seguintes fundamentos: “Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão da 5... Turma Recursal do Juizado Especial Federal do Rio Grande do Sul, que rejeitou a extensão da imunidade tributária recíproca à arrendatário de imóvel oriundo do Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, administrado pela Caixa Econômica Federal. O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação ao art. 150, VI, a, da Constituição Federal de 1988. Sustenta, em essência, que ‘sobre bens e direitos os quais integram o patrimônio do FAR beneficiam-se da imunidade tributária prevista naquele dispositivo constitucional’. A pretensão recursal não merece prosperar. De início, importa destacar que a tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) :RAFAEL MOLINA LOPES AGDO.(A/S) :CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :DIEGO MARTIGNONI AGDO.(A/S) :MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Agravo interno cujo objeto é decisão monocrática que conheceu do recurso extraordinário para negar-lhe provimento, pelos seguintes fundamentos: “Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão da 5... Turma Recursal do Juizado Especial Federal do Rio Grande do Sul, que rejeitou a extensão da imunidade tributária recíproca à arrendatário de imóvel oriundo do Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, administrado pela Caixa Econômica Federal. O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação ao art. 150, VI, a, da Constituição Federal de 1988. Sustenta, em essência, que ‘sobre bens e direitos os quais integram o patrimônio do FAR beneficiam-se da imunidade tributária prevista naquele dispositivo constitucional’. A pretensão recursal não merece prosperar. De início, importa destacar que a tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Relatório Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. Confira-se a ementa do julgado: ‘’CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL – PAR. POLÍTICA HABITACIONAL DA UNIÃO. FINALIDADE DE GARANTIR A EFETIVIDADE DO DIREITO DE MORADIA E A REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL. LEGÍTIMO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIAS GOVERNAMENTAIS. INEXISTÊNCIA DE NATUREZA COMERCIAL OU DE PREJUÍZO À LIVRE CONCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. Os fatores subjetivo e finalístico da imunidade recíproca em relação ao Programa de Arrendamento Residencial estão presentes, bem como a estratégia de organização administrativa utilizada pela União – com a utilização instrumental da Caixa Econômica Federal – não implica qualquer prejuízo ao equilíbrio econômico; pelo contrário, está diretamente ligada à realização e à efetividade de uma das mais importantes previsões de Direitos Sociais, no caput do artigo 6..., e em consonância com um dos objetivos fundamentais da República consagrados no artigo 3..., III, ambos da Constituição Federal: o direito de moradia e erradicação da pobreza e a marginalização com a redução 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. Confira-se a ementa do julgado: ‘’CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL – PAR. POLÍTICA HABITACIONAL DA UNIÃO. FINALIDADE DE GARANTIR A EFETIVIDADE DO DIREITO DE MORADIA E A REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL. LEGÍTIMO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIAS GOVERNAMENTAIS. INEXISTÊNCIA DE NATUREZA COMERCIAL OU DE PREJUÍZO À LIVRE CONCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. Os fatores subjetivo e finalístico da imunidade recíproca em relação ao Programa de Arrendamento Residencial estão presentes, bem como a estratégia de organização administrativa utilizada pela União – com a utilização instrumental da Caixa Econômica Federal – não implica qualquer prejuízo ao equilíbrio econômico; pelo contrário, está diretamente ligada à realização e à efetividade de uma das mais importantes previsões de Direitos Sociais, no caput do artigo 6..., e em consonância com um dos objetivos fundamentais da República consagrados no artigo 3..., III, ambos da Constituição Federal: o direito de moradia e erradicação da pobreza e a marginalização com a redução 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Relatório Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS de desigualdades sociais. 2. O Fundo de Arrendamento Residencial possui típica natureza fiduciária: a União, por meio da integralização de cotas, repassa à Caixa Econômica Federal os recursos necessários à consecução do PAR, que passam a integrar o FAR, cujo patrimônio, contudo, não se confunde com o da empresa pública e está afetado aos fins da Lei 10.188/2001, sendo revertido ao ente federal ao final do programa. 3. O patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais anteriormente descritas. 4. Recurso extraordinário provido com a fixação da seguinte tese: TEMA 884: Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR, criado pela Lei 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal.’ (Recurso Extraordinário 928.902, Rel. Min. Alexandre de Moraes) Esta Corte, na apreciação do tema da repercussão geral, não abordou a eventual extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. Ademais, no caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: ‘Impende registrar que embora o IPTU incida sobre a propriedade (art. 32), o artigo 34 do Código Tributário Nacional prevê expressamente que o IPTU pode incidir não somente sobre o proprietário, como também sobre o possuidor ou aquele que possui domínio útil do bem: Art. 32. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS de desigualdades sociais. 2. O Fundo de Arrendamento Residencial possui típica natureza fiduciária: a União, por meio da integralização de cotas, repassa à Caixa Econômica Federal os recursos necessários à consecução do PAR, que passam a integrar o FAR, cujo patrimônio, contudo, não se confunde com o da empresa pública e está afetado aos fins da Lei 10.188/2001, sendo revertido ao ente federal ao final do programa. 3. O patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais anteriormente descritas. 4. Recurso extraordinário provido com a fixação da seguinte tese: TEMA 884: Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR, criado pela Lei 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal.’ (Recurso Extraordinário 928.902, Rel. Min. Alexandre de Moraes) Esta Corte, na apreciação do tema da repercussão geral, não abordou a eventual extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. Ademais, no caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: ‘Impende registrar que embora o IPTU incida sobre a propriedade (art. 32), o artigo 34 do Código Tributário Nacional prevê expressamente que o IPTU pode incidir não somente sobre o proprietário, como também sobre o possuidor ou aquele que possui domínio útil do bem: Art. 32. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Relatório Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS localizado na zona urbana do Município. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Portanto, mesmo o beneficiário arrendatário, que certamente tem a posse do bem, poderá estar sujeito ao pagamento do IPTU. (…) A corroborar, o art. 72 da Lei n 11.977, de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa Minha Vida, prevê a responsabilidade do possuidor investido nos direitos aquisitivos do bem para arcar com o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana: (…) Tal responsabilidade é reafirmada por ocasião da assinatura do contrato firmado com o(a) beneficiário(a), o qual prevê em suas cláusulas a responsabilidade destes pelo pagamentos de todos os tributos incidentes sobre o imóvel (vide Cláusula Terceira). Aqui também é importante referir que os beneficiários que arrendaram os imóveis têm perspectiva de adquiri-los (vide art. 7... da Lei 10.188/01, na sua redação original, e art. 8... do mesmo diploma), e alguns o fazem antecipadamente. Ou seja, em relação ao beneficiário, a capacidade passiva tributária relativa ao IPTU somente poderia ser afastada por lei municipal - do que não há provas nos autos, sendo inviável este Juízo fazer as vezes do legislador municipal para estender a isenção prevista.’ Nesse contexto, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência do enunciado da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. No mesmo sentido, cito as seguintes decisões 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS localizado na zona urbana do Município. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Portanto, mesmo o beneficiário arrendatário, que certamente tem a posse do bem, poderá estar sujeito ao pagamento do IPTU. (…) A corroborar, o art. 72 da Lei n 11.977, de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa Minha Vida, prevê a responsabilidade do possuidor investido nos direitos aquisitivos do bem para arcar com o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana: (…) Tal responsabilidade é reafirmada por ocasião da assinatura do contrato firmado com o(a) beneficiário(a), o qual prevê em suas cláusulas a responsabilidade destes pelo pagamentos de todos os tributos incidentes sobre o imóvel (vide Cláusula Terceira). Aqui também é importante referir que os beneficiários que arrendaram os imóveis têm perspectiva de adquiri-los (vide art. 7... da Lei 10.188/01, na sua redação original, e art. 8... do mesmo diploma), e alguns o fazem antecipadamente. Ou seja, em relação ao beneficiário, a capacidade passiva tributária relativa ao IPTU somente poderia ser afastada por lei municipal - do que não há provas nos autos, sendo inviável este Juízo fazer as vezes do legislador municipal para estender a isenção prevista.’ Nesse contexto, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência do enunciado da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. No mesmo sentido, cito as seguintes decisões 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Relatório Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS monocráticas: Recurso Extraordinário 1.313.411/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia; Recurso Extraordinário 1.318.437/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes; Recurso Extraordinário 1.319.958/RS, Rel. Min. Marco Aurélio; Recurso Extraordinário 1.318.438/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; e Recurso Extraordinário 1.319.662/RS, Rel. Min. Marco Aurélio. Diante do exposto, com base no art. 932, IV e VIII, do Código de Processo Civil/2015 e no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, nego provimento ao recurso. Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3..., do Código de Processo Civil/2015.” 2. A parte agravante sustenta que: (i) as conclusões do tema 884 da sistemática da repercussão geral devem ser aplicadas à espécie; (ii) a solução da controvérsia prescinde do reexame de provas. 3. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS monocráticas: Recurso Extraordinário 1.313.411/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia; Recurso Extraordinário 1.318.437/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes; Recurso Extraordinário 1.319.958/RS, Rel. Min. Marco Aurélio; Recurso Extraordinário 1.318.438/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; e Recurso Extraordinário 1.319.662/RS, Rel. Min. Marco Aurélio. Diante do exposto, com base no art. 932, IV e VIII, do Código de Processo Civil/2015 e no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, nego provimento ao recurso. Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3..., do Código de Processo Civil/2015.” 2. A parte agravante sustenta que: (i) as conclusões do tema 884 da sistemática da repercussão geral devem ser aplicadas à espécie; (ii) a solução da controvérsia prescinde do reexame de provas. 3. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5AE4-9A40-90D2-9821 e senha AA94-B9C8-8427-49E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à análise do recurso. 2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista que a parte recorrente não traz novos argumentos aptos a afastar a decisão agravada. 3. A tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição. Confira-se a ementa do julgado: “CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL – PAR. POLÍTICA HABITACIONAL DA UNIÃO. FINALIDADE DE GARANTIR A EFETIVIDADE DO DIREITO DE MORADIA E A REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL. LEGÍTIMO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIAS GOVERNAMENTAIS. INEXISTÊNCIA DE Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à análise do recurso. 2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista que a parte recorrente não traz novos argumentos aptos a afastar a decisão agravada. 3. A tese do Tema 884 da sistemática da repercussão geral não se aplica ao presente caso, uma vez que, no paradigma, o Supremo Tribunal Federal abordou a incidência da imunidade tributária recíproca em imóvel vinculado ao FAR, tendo assentado que o patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais relativas ao direito de moradia, erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais, razão pela qual os bens e direitos que o integram beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição. Confira-se a ementa do julgado: “CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL – PAR. POLÍTICA HABITACIONAL DA UNIÃO. FINALIDADE DE GARANTIR A EFETIVIDADE DO DIREITO DE MORADIA E A REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL. LEGÍTIMO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIAS GOVERNAMENTAIS. INEXISTÊNCIA DE Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS NATUREZA COMERCIAL OU DE PREJUÍZO À LIVRE CONCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. Os fatores subjetivo e finalístico da imunidade recíproca em relação ao Programa de Arrendamento Residencial estão presentes, bem como a estratégia de organização administrativa utilizada pela União – com a utilização instrumental da Caixa Econômica Federal – não implica qualquer prejuízo ao equilíbrio econômico; pelo contrário, está diretamente ligada à realização e à efetividade de uma das mais importantes previsões de Direitos Sociais, no caput do artigo 6..., e em consonância com um dos objetivos fundamentais da República consagrados no artigo 3..., III, ambos da Constituição Federal: o direito de moradia e erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais. 2. O Fundo de Arrendamento Residencial possui típica natureza fiduciária: a União, por meio da integralização de cotas, repassa à Caixa Econômica Federal os recursos necessários à consecução do PAR, que passam a integrar o FAR, cujo patrimônio, contudo, não se confunde com o da empresa pública e está afetado aos fins da Lei 10.188/2001, sendo revertido ao ente federal ao final do programa. 3. O patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais anteriormente descritas. 4. Recurso extraordinário provido com a fixação da seguinte tese: TEMA 884: Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR, criado pela Lei 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal.” (Recurso Extraordinário 928.902, Rel. Min. Alexandre de Moraes) 4. No paradigma, esta Corte não abordou a eventual 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS NATUREZA COMERCIAL OU DE PREJUÍZO À LIVRE CONCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. Os fatores subjetivo e finalístico da imunidade recíproca em relação ao Programa de Arrendamento Residencial estão presentes, bem como a estratégia de organização administrativa utilizada pela União – com a utilização instrumental da Caixa Econômica Federal – não implica qualquer prejuízo ao equilíbrio econômico; pelo contrário, está diretamente ligada à realização e à efetividade de uma das mais importantes previsões de Direitos Sociais, no caput do artigo 6..., e em consonância com um dos objetivos fundamentais da República consagrados no artigo 3..., III, ambos da Constituição Federal: o direito de moradia e erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desigualdades sociais. 2. O Fundo de Arrendamento Residencial possui típica natureza fiduciária: a União, por meio da integralização de cotas, repassa à Caixa Econômica Federal os recursos necessários à consecução do PAR, que passam a integrar o FAR, cujo patrimônio, contudo, não se confunde com o da empresa pública e está afetado aos fins da Lei 10.188/2001, sendo revertido ao ente federal ao final do programa. 3. O patrimônio afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo formado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude das normas constitucionais anteriormente descritas. 4. Recurso extraordinário provido com a fixação da seguinte tese: TEMA 884: Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR, criado pela Lei 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal.” (Recurso Extraordinário 928.902, Rel. Min. Alexandre de Moraes) 4. No paradigma, esta Corte não abordou a eventual 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. Além disso, no caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: “Impende registrar que embora o IPTU incida sobre a propriedade (art. 32), o artigo 34 do Código Tributário Nacional prevê expressamente que o IPTU pode incidir não somente sobre o proprietário, como também sobre o possuidor ou aquele que possui domínio útil do bem: Art. 32. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Portanto, mesmo o beneficiário arrendatário, que certamente tem a posse do bem, poderá estar sujeito ao pagamento do IPTU. (…) A corroborar, o art. 72 da Lei n 11.977, de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa Minha Vida, prevê a responsabilidade do possuidor investido nos direitos aquisitivos do bem para arcar com o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana: (…) Tal responsabilidade é reafirmada por ocasião da assinatura do contrato firmado com o(a) beneficiário(a), o qual prevê em suas cláusulas a responsabilidade destes pelo pagamentos de todos os tributos incidentes sobre o imóvel (vide Cláusula Terceira). Aqui também é importante referir que os beneficiários que arrendaram os imóveis têm perspectiva de adquiri-los (vide art. 7... da Lei 10.188/01, na sua redação original, e art. 8... do mesmo diploma), e alguns o fazem antecipadamente. Ou seja, em relação ao beneficiário, a capacidade passiva tributária relativa ao IPTU somente poderia ser afastada por lei municipal - do que não há provas nos autos, sendo inviável este 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS extensão dessa imunidade ao arrendatário do imóvel. Além disso, no caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: “Impende registrar que embora o IPTU incida sobre a propriedade (art. 32), o artigo 34 do Código Tributário Nacional prevê expressamente que o IPTU pode incidir não somente sobre o proprietário, como também sobre o possuidor ou aquele que possui domínio útil do bem: Art. 32. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Portanto, mesmo o beneficiário arrendatário, que certamente tem a posse do bem, poderá estar sujeito ao pagamento do IPTU. (…) A corroborar, o art. 72 da Lei n 11.977, de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa Minha Vida, prevê a responsabilidade do possuidor investido nos direitos aquisitivos do bem para arcar com o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana: (…) Tal responsabilidade é reafirmada por ocasião da assinatura do contrato firmado com o(a) beneficiário(a), o qual prevê em suas cláusulas a responsabilidade destes pelo pagamentos de todos os tributos incidentes sobre o imóvel (vide Cláusula Terceira). Aqui também é importante referir que os beneficiários que arrendaram os imóveis têm perspectiva de adquiri-los (vide art. 7... da Lei 10.188/01, na sua redação original, e art. 8... do mesmo diploma), e alguns o fazem antecipadamente. Ou seja, em relação ao beneficiário, a capacidade passiva tributária relativa ao IPTU somente poderia ser afastada por lei municipal - do que não há provas nos autos, sendo inviável este 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS Juízo fazer as vezes do legislador municipal para estender a isenção prevista.” 5. Nesse contexto, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência do enunciado da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. 6. No mesmo sentido, cito as seguintes decisões monocráticas: Recurso Extraordinário 1.313.411/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia; Recurso Extraordinário 1.318.437/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes; Recurso Extraordinário 1.319.958/RS, Rel. Min. Marco Aurélio; Recurso Extraordinário 1.318.438/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowsk. 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Aplico à parte agravante multa de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, em caso de unanimidade da decisão. Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3..., do Código de Processo Civil/2015. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS Juízo fazer as vezes do legislador municipal para estender a isenção prevista.” 5. Nesse contexto, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência do enunciado da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. 6. No mesmo sentido, cito as seguintes decisões monocráticas: Recurso Extraordinário 1.313.411/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia; Recurso Extraordinário 1.318.437/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes; Recurso Extraordinário 1.319.958/RS, Rel. Min. Marco Aurélio; Recurso Extraordinário 1.318.438/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowsk. 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Aplico à parte agravante multa de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, em caso de unanimidade da decisão. Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao recorrente, nos termos do art. 98, § 3..., do Código de Processo Civil/2015. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D67-6F15-4860-DD85 e senha 6460-A48D-F32F-4DCC Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) : RAFAEL MOLINA LOPES (120371/RS) AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) : DIEGO MARTIGNONI (5808/AC, A628/AM/AM, 29844-A/PA, 11432/RO, 65244/RS, 426247/SP) AGDO.(A/S) : MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, majorado o valor da verba honorária fixada anteriormente, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3FAD-3EC3-A372-B75D e senha F78D-DFDB-00B1-8892 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.663 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : JORGE KUHN CASCAES BATISTA ADV.(A/S) : RAFAEL MOLINA LOPES (120371/RS) AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) : DIEGO MARTIGNONI (5808/AC, A628/AM/AM, 29844-A/PA, 11432/RO, 65244/RS, 426247/SP) AGDO.(A/S) : MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, majorado o valor da verba honorária fixada anteriormente, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3FAD-3EC3-A372-B75D e senha F78D-DFDB-00B1-8892 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 319 . 663", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1319663 AGR", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 319 . 663", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 319 . 663", "Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS", "Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS", "Recurso Extraordinário 928 . 902", "Recurso Extraordinário 928 . 902", "Recurso Extraordinário 1319663", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 313 . 411 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 318 . 437 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 319 . 958 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 318 . 438 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 319 . 662 / RS", "Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 313 . 411 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 318 . 437 /", "Recurso Extraordinário 1 . 319 . 958 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 318 . 438 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 319 . 662 / RS", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 319 . 663", "Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS", "Recurso Extraordinário 928 . 902", "Recurso Extraordinário 1319663 AGR /", "Recurso Extraordinário 928 . 902", "Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS", "Recurso Extraordinário 1319663 AGR", "Recurso Extraordinário 1319663 AGR / RS", "Súmula 279 / Supremo", "Recurso Extraordinário 1 . 313 . 411 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 318 . 437 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 319 . 958 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 318 . 438 / RS", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 313 . 411 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 318 . 437 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 319 . 958 / RS", "Recurso Extraordinário 1 . 318 . 438 / RS", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 319 . 663" ], "LEGISLACAO": [ "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 98 , § 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 98 , § 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 102 , III , a , da Constituição Federal", "art . 150 , VI , a , da Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 102 , III , a , da Constituição Federal", "art . 150 , VI , a , da Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 150 , VI , a , da Constituição Federal", "artigo 3 . . . , III , ambos da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 150 , VI , a , da Constituição Federal", "artigo 3 . . . , III , ambos da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 10 . 188 / 2001", "Lei 10 . 188 / 2001", "art . 150 , VI , “ a ” , da Constituição Federal", "artigo 34 do Código Tributário Nacional", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 10 . 188 / 2001", "Lei 10 . 188 / 2001", "art . 150 , VI , “ a ” , da Constituição Federal", "artigo 34 do Código Tributário Nacional", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 72 da Lei n 11 . 977", "art . 7 . . . da Lei 10 . 188 / 01", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 72 da Lei n 11 . 977", "art . 7 . . . da Lei 10 . 188 / 01", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 932 , IV e VIII , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 21 , § 1 . . . , do RI / Supremo Tribunal Federal", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código de Processo Civil /", "art . 98 , § 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 -", "art . 932 , IV e VIII , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 21 , § 1 . . . , do RI / Supremo Tribunal Federal", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 98 , § 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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Turma Recursal do Juizado Especial Federal do Rio Grande do Sul", "Fundo de", "FAR", "Caixa Econômica Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "CAIXA ECONÔMICA FEDERAL", "CEF", "MUNICIPIO", "Fundo de Arrendamento Residencial", "FAR", "Caixa Econômica Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Caixa Econômica Federal", "União", "UNIÃO", "União", "Caixa Econômica Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Caixa Econômica Federal", "União", "UNIÃO", "União", "Caixa Econômica Federal", "AGR", "/", "RS", "União", "Caixa Econômica Federal", "Caixa Econômica Federal", "União", "Supremo Tribunal Federal", "União", "Caixa Econômica Federal", "Caixa Econômica Federal", "União", "/", "Programa", "Minha", "Supremo Tribunal Federal", "/", "RS", "Programa", "Minha", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Caixa Econômica Federal", "União", "UNIÃO", "DESIGUALDADE", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "FAR", "Caixa Econômica Federal", "União", "UNIÃO", "União", "Caixa Econômica Federal", "União", "Caixa Econômica Federal", "Caixa Econômica Federal", "União", "Supremo Tribunal Federal", "União", "Caixa Econômica Federal", "União", "Caixa Econômica Federal", "Caixa Econômica Federal", "União", "Minha Casa", "Supremo Tribunal Federal", "/", "RS", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "CAIXA ECONÔMICA FEDERAL", "CEF", "MUNICIPIO", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "CAIXA ECONÔMICA FEDERAL", "CEF", "MUNICIPIO DE", "Primeira Turma", "Primeira" ], "PESSOA": [ "ROBERTO BARROSO", "JORGE KUHN CASCAES BATISTA", "RAFAEL MOLINA LOPES", "DIEGO MARTIGNONI", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "JORGE KUHN CASCAES BATISTA", "RAFAEL MOLINA LOPES", "DIEGO MARTIGNONI", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "JORGE KUHN CASCAES BATISTA", "RAFAEL MOLINA LOPES", "DIEGO MARTIGNONI", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Alexandre de Moraes", "Alexandre de Moraes", "Cármen Lúcia", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Ricardo Lewandowski", "Marco Aurélio", "Cármen Lúcia", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Ricardo Lewandowski", "Marco Aurélio", "ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "Alexandre de Moraes", "Alexandre de Moraes", "ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "Cármen Lúcia", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Ricardo Lewandowsk", "Cármen Lúcia", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Ricardo Lewandowsk", "ROBERTO BARROSO", "JORGE KUHN CASCAES BATISTA", "RAFAEL MOLINA LOPES", "DIEGO MARTIGNONI", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "ROBERTO BARROSO", "JORGE KUHN CASCAES BATISTA", "RAFAEL MOLINA LOPES", "DIEGO MARTIGNONI", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18 a 25 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18 a 25 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "2009", "24", "/", "08", "/", "2001", "2009", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "2009", "24", "/", "08", "/", "2001", "2009", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) :RENATO ANDRE DE SOUZA ADV.(A/S) :ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA EMBDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. SUSPENSÃO DO PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 626.307, 591.797, 631.363 E 632.212. TEMAS 264, 265, 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em converter os embargos de declaração em agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Afirmou suspeição o Ministro Edson Fachin. Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 86A9-AD68-A4CD-EA6D e senha 9504-9569-9546-A912 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13 Ementa e Acórdão RCL 47410 ED / SP Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 86A9-AD68-A4CD-EA6D e senha 9504-9569-9546-A912 Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 86A9-AD68-A4CD-EA6D e senha 9504-9569-9546-A912 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13 Relatório 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) :RENATO ANDRE DE SOUZA ADV.(A/S) :ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA EMBDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 20.5.2021, foi negado seguimento à reclamação ajuizada por Monika Manfrini Ferraz Nogueira contra decisão proferida pelo Presidente do Colégio Recursal Central da Capital dos Juizados Especiais de São Paulo no Recurso Inominado n. 0001859-23.2011.8.26.0016, nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. SUSPENSÃO DO PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 626.307, 591.797, 631.363 E 632.212. TEMAS 264, 265, 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 14). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8FDC-0FEA-614D-1898 e senha 8CCD-4CD4-AE3B-6EA0 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) :RENATO ANDRE DE SOUZA ADV.(A/S) :ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA EMBDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 20.5.2021, foi negado seguimento à reclamação ajuizada por Monika Manfrini Ferraz Nogueira contra decisão proferida pelo Presidente do Colégio Recursal Central da Capital dos Juizados Especiais de São Paulo no Recurso Inominado n. 0001859-23.2011.8.26.0016, nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. SUSPENSÃO DO PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 626.307, 591.797, 631.363 E 632.212. TEMAS 264, 265, 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 14). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8FDC-0FEA-614D-1898 e senha 8CCD-4CD4-AE3B-6EA0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13 Relatório RCL 47410 ED / SP 2. Publicada essa decisão no DJe de 25.5.2021, a embargante opõe embargos de declaração tempestivamente em 1º.6.2021 (doc. 15). 3. A embargante aponta omissão, pois na decisão embargada não se teria enfrentado “o fundamento (…) de que não mais subsistem as decisões de suspensão nacional, para aguardar os julgamentos dos recursos extraordinários paradigmas anteriormente determinadas nos TEMAS 264, 265, 284 e 285”, e porque “se limit[ou] a invocar precedentes sem identificar seus fundamentos ao presente caso” (fl. 9, e-doc. 15). Alega ser “contraditória a vossa r. decisão quando nega que na ADPF 165 ficou decidido, pelo PLENO dessa Suprema Corte, o INDEFERIMENTO DA SUSPENSÃO NACIONAL”, pois, “diante da ausência de homologação do ‘Aditivo ao Acordo’ nos processos de vossa relatoria (...), diante do que foi decidido na ADPF 165, com Vossa Excelência acompanhando o voto do relator que dedicou 80% do voto a esclarecer que estava INDEFERINDO o PEDIDO DE SUSPENSÃO NACIONAL (...), como alegar que a suspensão subsiste?” (fls. 12-15, e-doc. 15). Requer sejam sanadas as omissões apontadas e “seja proferida uma nova r. decisão em conformidade com os pedidos” (sic, fl. 20, e-doc. 15). 4. Não foi aberto prazo para contrarrazões em observância ao princípio da celeridade processual. Assim têm procedido os Ministros deste Supremo Tribunal em hipóteses nas quais não se vislumbra prejuízo à parte agravada (Rcl n. 27.226-AgR/AP, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 7.2.2018; Rcl n. 24.639-AgR/PR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.6.2017; e Rcl n. 31.543-AgR/RS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1º.2.2019). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8FDC-0FEA-614D-1898 e senha 8CCD-4CD4-AE3B-6EA0 Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP 2. Publicada essa decisão no DJe de 25.5.2021, a embargante opõe embargos de declaração tempestivamente em 1º.6.2021 (doc. 15). 3. A embargante aponta omissão, pois na decisão embargada não se teria enfrentado “o fundamento (…) de que não mais subsistem as decisões de suspensão nacional, para aguardar os julgamentos dos recursos extraordinários paradigmas anteriormente determinadas nos TEMAS 264, 265, 284 e 285”, e porque “se limit[ou] a invocar precedentes sem identificar seus fundamentos ao presente caso” (fl. 9, e-doc. 15). Alega ser “contraditória a vossa r. decisão quando nega que na ADPF 165 ficou decidido, pelo PLENO dessa Suprema Corte, o INDEFERIMENTO DA SUSPENSÃO NACIONAL”, pois, “diante da ausência de homologação do ‘Aditivo ao Acordo’ nos processos de vossa relatoria (...), diante do que foi decidido na ADPF 165, com Vossa Excelência acompanhando o voto do relator que dedicou 80% do voto a esclarecer que estava INDEFERINDO o PEDIDO DE SUSPENSÃO NACIONAL (...), como alegar que a suspensão subsiste?” (fls. 12-15, e-doc. 15). Requer sejam sanadas as omissões apontadas e “seja proferida uma nova r. decisão em conformidade com os pedidos” (sic, fl. 20, e-doc. 15). 4. Não foi aberto prazo para contrarrazões em observância ao princípio da celeridade processual. Assim têm procedido os Ministros deste Supremo Tribunal em hipóteses nas quais não se vislumbra prejuízo à parte agravada (Rcl n. 27.226-AgR/AP, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 7.2.2018; Rcl n. 24.639-AgR/PR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.6.2017; e Rcl n. 31.543-AgR/RS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1º.2.2019). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8FDC-0FEA-614D-1898 e senha 8CCD-4CD4-AE3B-6EA0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Recebo estes embargos de declaração como agravo regimental, nos termos do § 3º do art. 1.024 do Código de Processo Civil. Deixo de intimar a agravante para complementar as razões recursais, pois o recurso atende ao disposto no § 1º do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Assim, por exemplo: “O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO (Relator): Preliminarmente, conheço dos presentes embargos de declaração como agravo interno, nos termos do art. 1.024, § 3º, do CPC (RTJ 145/664 RTJ 153/834 AI 243.159-ED/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA AI 243.832-ED/MG, Rel. Min. MOREIRA ALVES Rcl 4.395-ED/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, v.g.), e destaco ser desnecessária a intimação da parte embargante para complementar suas razões recursais, pois atendida a exigência do art. 1.021, § 1º, do CPC (ARE 953.024-ED/MG, Rel. Min. GILMAR MENDES ARE 953.448- ED/DF, Rel. Min. EDSON FACHIN ARE 966.749-ED/PR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA RE 955.845-ED/SC, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, v.g.)” (ARE n. 1.000.456-ED-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 18.5.2017). 2. Razão jurídica não assiste à agravante. 3. Nos Recursos Extraordinários ns. 626.307 (Tema 264) e 591.797 (Tema 265), de minha relatoria, este Supremo Tribunal concluiu terem repercussão geral, respectivamente, as controvérsias sobre as “diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança por alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos Bresser e Verão” (DJe 15.6.2010) e “diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Recebo estes embargos de declaração como agravo regimental, nos termos do § 3º do art. 1.024 do Código de Processo Civil. Deixo de intimar a agravante para complementar as razões recursais, pois o recurso atende ao disposto no § 1º do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Assim, por exemplo: “O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO (Relator): Preliminarmente, conheço dos presentes embargos de declaração como agravo interno, nos termos do art. 1.024, § 3º, do CPC (RTJ 145/664 RTJ 153/834 AI 243.159-ED/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA AI 243.832-ED/MG, Rel. Min. MOREIRA ALVES Rcl 4.395-ED/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, v.g.), e destaco ser desnecessária a intimação da parte embargante para complementar suas razões recursais, pois atendida a exigência do art. 1.021, § 1º, do CPC (ARE 953.024-ED/MG, Rel. Min. GILMAR MENDES ARE 953.448- ED/DF, Rel. Min. EDSON FACHIN ARE 966.749-ED/PR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA RE 955.845-ED/SC, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, v.g.)” (ARE n. 1.000.456-ED-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 18.5.2017). 2. Razão jurídica não assiste à agravante. 3. Nos Recursos Extraordinários ns. 626.307 (Tema 264) e 591.797 (Tema 265), de minha relatoria, este Supremo Tribunal concluiu terem repercussão geral, respectivamente, as controvérsias sobre as “diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança por alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos Bresser e Verão” (DJe 15.6.2010) e “diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP plano Collor I” (DJe 16.4.2010). Em 26.8.2010, o Ministro Dias Toffoli, então Relator dos Recursos Extraordinários ns. 626.307 e 591.797, determinou “o sobrestamento de todos os recursos que se refiram ao objeto desta repercussão geral, excluindo-se, conforme delineado pelo Ministério Público, as ações em sede executiva (decorrente de sentença trânsita em julgado) e as que se encontrem em fase instrutória” (DJe 1º.9.2010). Em 31.10.2018, o Ministro Gilmar Mendes, Relator do Recurso Extraordinário n. 632.212, Tema 285, determinou “a suspensão de todos os processos individuais ou coletivos, seja na fase de conhecimento ou execução, que versem sobre a questão, pelo prazo de 24 meses a contar de 5.2.2018” (DJe 7.11.2018). Em 7.4.2020, o Ministro Gilmar Mendes “determino[u] a prorrogação da suspensão do julgamento dos REs 631.363 e 632.212, pelo prazo de 60 meses, a contar de 12.3.2020” (DJe 14.4.2020). Em 29.5.2020, este Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos segundos embargos de declaração na ADPF n. 165, homologou “Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Planos Econômicos que aprimora as condições de anterior Instrumento de Acordo Coletivo, prevendo o pagamento das diferenças relativas aos Planos Econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II”. Na oportunidade foi indeferido o pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos. Tem-se na emenda do julgado: “TERMO ADITIVO AO ACORDO COLETIVO DE PLANOS ECONÔMICOS. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. VIABILIDADE. LEGITIMADOS COLETIVOS PRIVADOS. NATUREZA DELIBATÓRIA DA HOMOLOGAÇÃO. REQUISITOS FORMAIS PRESENTES. REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA. PUBLICIDADE AMPLA. PARECER FAVORÁVEL DO PARQUET. SALVAGUARDAS PROCESSUAIS PRESENTES. PROCESSO COLETIVO COMO INSTRUMENTO DE DEMOCRATIZAÇÃO 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP plano Collor I” (DJe 16.4.2010). Em 26.8.2010, o Ministro Dias Toffoli, então Relator dos Recursos Extraordinários ns. 626.307 e 591.797, determinou “o sobrestamento de todos os recursos que se refiram ao objeto desta repercussão geral, excluindo-se, conforme delineado pelo Ministério Público, as ações em sede executiva (decorrente de sentença trânsita em julgado) e as que se encontrem em fase instrutória” (DJe 1º.9.2010). Em 31.10.2018, o Ministro Gilmar Mendes, Relator do Recurso Extraordinário n. 632.212, Tema 285, determinou “a suspensão de todos os processos individuais ou coletivos, seja na fase de conhecimento ou execução, que versem sobre a questão, pelo prazo de 24 meses a contar de 5.2.2018” (DJe 7.11.2018). Em 7.4.2020, o Ministro Gilmar Mendes “determino[u] a prorrogação da suspensão do julgamento dos REs 631.363 e 632.212, pelo prazo de 60 meses, a contar de 12.3.2020” (DJe 14.4.2020). Em 29.5.2020, este Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos segundos embargos de declaração na ADPF n. 165, homologou “Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Planos Econômicos que aprimora as condições de anterior Instrumento de Acordo Coletivo, prevendo o pagamento das diferenças relativas aos Planos Econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II”. Na oportunidade foi indeferido o pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos. Tem-se na emenda do julgado: “TERMO ADITIVO AO ACORDO COLETIVO DE PLANOS ECONÔMICOS. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. VIABILIDADE. LEGITIMADOS COLETIVOS PRIVADOS. NATUREZA DELIBATÓRIA DA HOMOLOGAÇÃO. REQUISITOS FORMAIS PRESENTES. REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA. PUBLICIDADE AMPLA. PARECER FAVORÁVEL DO PARQUET. SALVAGUARDAS PROCESSUAIS PRESENTES. PROCESSO COLETIVO COMO INSTRUMENTO DE DEMOCRATIZAÇÃO 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP DO ACESSO À JUSTIÇA. PLEITO GENÉRICO DE SUSPENSÃO DE PROCESSOS. INDEFERIMENTO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTINGENTES DEVIDOS. REGRAS RELATIVAS AO CONTRATO DE MANDATO. INCENTIVOS FINANCEIROS PARA ATUAÇÃO NA SOCIEDADE CIVIL NA TUTELA DE DIREITOS COLETIVOS. JUSTA REMUNERAÇÃO DOS PATRONOS DE AÇÕES COLETIVAS. APRIMORAMENTO DO PROCESSO COLETIVO BRASILEIRO. BASE TERRITORIAL DA SENTENÇA COLETIVA. INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AOS POUPADORES. NÃO VINCULAÇÃO ÀS TESES JURÍDICAS VEICULADAS NO ACORDO. CONTRATOS BANCÁRIOS DE ADESÃO. SUBMISSÃO À ARBITRAGEM. IMPOSSIBILIDADE NO CASO. CARÁTER SIGILOSO DO PROCEDIMENTO. EVENTUAL CONTROVÉRSIA HAVIDA NO CURSO DA EXECUÇÃO DO ADITIVO QUE DEVERÁ SER SOLUCIONADA NESTES MESMOS AUTOS. INCIDENTE PROCESSUAL RESOLVIDO COM A HOMOLOGAÇÃO DO ADITIVO COLETIVO PELO PRAZO DE 30 MESES, COM PRESTAÇÃO DE CONTAS, PARA ANÁLISE DE EVENTUAL PRORROGAÇÃO POR IGUAL PRAZO. I – Pedido de homologação de Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Planos Econômicos que aprimora as condições de anterior Instrumento de Acordo Coletivo, prevendo o pagamento das diferenças relativas aos Planos Econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II. II – Viabilidade do acordo firmado por legitimados coletivos privados, em processo de índole objetiva, dada a existência de notável conflito intersubjetivo subjacente e a necessidade de conferir-se efetividade à prestação jurisdicional. III – Presença das formalidades extrínsecas e das salvaguardas necessárias para a chancela do acordo, notadamente das relativas à representatividade adequada, publicidade ampla dos atos processuais, admissão de amici curiae e complementação da atuação das partes pela fiscalização do Ministério Público. IV – Indeferimento do pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos. V – Divergências entre a parte e seu advogado quanto à adesão do acordo solucionam-se por meio das regras relativas ao contrato de mandato. VI – Adoção de um sistema de honorários advocatícios contingentes 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP DO ACESSO À JUSTIÇA. PLEITO GENÉRICO DE SUSPENSÃO DE PROCESSOS. INDEFERIMENTO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTINGENTES DEVIDOS. REGRAS RELATIVAS AO CONTRATO DE MANDATO. INCENTIVOS FINANCEIROS PARA ATUAÇÃO NA SOCIEDADE CIVIL NA TUTELA DE DIREITOS COLETIVOS. JUSTA REMUNERAÇÃO DOS PATRONOS DE AÇÕES COLETIVAS. APRIMORAMENTO DO PROCESSO COLETIVO BRASILEIRO. BASE TERRITORIAL DA SENTENÇA COLETIVA. INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AOS POUPADORES. NÃO VINCULAÇÃO ÀS TESES JURÍDICAS VEICULADAS NO ACORDO. CONTRATOS BANCÁRIOS DE ADESÃO. SUBMISSÃO À ARBITRAGEM. IMPOSSIBILIDADE NO CASO. CARÁTER SIGILOSO DO PROCEDIMENTO. EVENTUAL CONTROVÉRSIA HAVIDA NO CURSO DA EXECUÇÃO DO ADITIVO QUE DEVERÁ SER SOLUCIONADA NESTES MESMOS AUTOS. INCIDENTE PROCESSUAL RESOLVIDO COM A HOMOLOGAÇÃO DO ADITIVO COLETIVO PELO PRAZO DE 30 MESES, COM PRESTAÇÃO DE CONTAS, PARA ANÁLISE DE EVENTUAL PRORROGAÇÃO POR IGUAL PRAZO. I – Pedido de homologação de Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Planos Econômicos que aprimora as condições de anterior Instrumento de Acordo Coletivo, prevendo o pagamento das diferenças relativas aos Planos Econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II. II – Viabilidade do acordo firmado por legitimados coletivos privados, em processo de índole objetiva, dada a existência de notável conflito intersubjetivo subjacente e a necessidade de conferir-se efetividade à prestação jurisdicional. III – Presença das formalidades extrínsecas e das salvaguardas necessárias para a chancela do acordo, notadamente das relativas à representatividade adequada, publicidade ampla dos atos processuais, admissão de amici curiae e complementação da atuação das partes pela fiscalização do Ministério Público. IV – Indeferimento do pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos. V – Divergências entre a parte e seu advogado quanto à adesão do acordo solucionam-se por meio das regras relativas ao contrato de mandato. VI – Adoção de um sistema de honorários advocatícios contingentes 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP que é de suma importância para fortalecer a posição do autor coletivo e, consequentemente, do próprio processo coletivo. VII – Cláusulas que fazem referência à base territorial abrangida pela sentença coletiva originária devem ser interpretadas favoravelmente aos poupadores, aplicando-se o art. 103 do Código de Defesa do Consumidor em detrimento do art. 16 da Lei da Ação Civil Pública, prestigiando-se o atual posicionamento do STJ a respeito, tal como cristalizado no Recurso Especial 1.243.887/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos (Tema 480). VIII – Necessidade de pacificação da controvérsia espelhada nestes autos, a qual, há décadas, se arrasta irresolvida nos distintos foros do País, possibilitando-se aos interessados aderir ou não ao ajuste, conforme a conveniência de cada um. IX – Ausência de comprometimento desta Suprema Corte com as teses jurídicas veiculadas na avença, especialmente aquelas que pretendam, explícita ou implicitamente, vincular terceiras pessoas ou futuras decisões do Poder Judiciário. X – Direitos dos poupadores que não podem estar sujeitos, ainda que indiretamente, à solução arbitral, sob pena de ofensa ao art. 4º, § 2º, da Lei da Arbitragem e, ainda, porque o interesse público que caracteriza este processo contrasta com o sigilo do procedimento arbitral, notadamente aquele levado a efeito pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil- Canadá. XI – Eventual controvérsia havida no curso da execução da avença deverá ser solucionada nestes mesmos autos. XI – Homologação de acordo judicial, pelo prazo inicial de 30 meses, prorrogáveis por mais 30 meses, com prestação de contas na forma da fundamentação” (DJe 8.6.2020). 4. Em 22.4.2021, o Presidente do Colégio Recursal Central da Capital dos Juizados Especiais de São Paulo observou o decidido pelo Ministro Gilmar Mendes, Relator do Recurso Extraordinário n. 632.212, Tema 285, em 7.4.2020, em harmonia com o decidido por este Ministro no mesmo processo em 23.4.2021. 5. Este Supremo Tribunal assentou não caber reclamação contra decisão pela qual se suspende o processo para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma. Assim, por exemplo: 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP que é de suma importância para fortalecer a posição do autor coletivo e, consequentemente, do próprio processo coletivo. VII – Cláusulas que fazem referência à base territorial abrangida pela sentença coletiva originária devem ser interpretadas favoravelmente aos poupadores, aplicando-se o art. 103 do Código de Defesa do Consumidor em detrimento do art. 16 da Lei da Ação Civil Pública, prestigiando-se o atual posicionamento do STJ a respeito, tal como cristalizado no Recurso Especial 1.243.887/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos (Tema 480). VIII – Necessidade de pacificação da controvérsia espelhada nestes autos, a qual, há décadas, se arrasta irresolvida nos distintos foros do País, possibilitando-se aos interessados aderir ou não ao ajuste, conforme a conveniência de cada um. IX – Ausência de comprometimento desta Suprema Corte com as teses jurídicas veiculadas na avença, especialmente aquelas que pretendam, explícita ou implicitamente, vincular terceiras pessoas ou futuras decisões do Poder Judiciário. X – Direitos dos poupadores que não podem estar sujeitos, ainda que indiretamente, à solução arbitral, sob pena de ofensa ao art. 4º, § 2º, da Lei da Arbitragem e, ainda, porque o interesse público que caracteriza este processo contrasta com o sigilo do procedimento arbitral, notadamente aquele levado a efeito pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil- Canadá. XI – Eventual controvérsia havida no curso da execução da avença deverá ser solucionada nestes mesmos autos. XI – Homologação de acordo judicial, pelo prazo inicial de 30 meses, prorrogáveis por mais 30 meses, com prestação de contas na forma da fundamentação” (DJe 8.6.2020). 4. Em 22.4.2021, o Presidente do Colégio Recursal Central da Capital dos Juizados Especiais de São Paulo observou o decidido pelo Ministro Gilmar Mendes, Relator do Recurso Extraordinário n. 632.212, Tema 285, em 7.4.2020, em harmonia com o decidido por este Ministro no mesmo processo em 23.4.2021. 5. Este Supremo Tribunal assentou não caber reclamação contra decisão pela qual se suspende o processo para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma. Assim, por exemplo: 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP “RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF Nº 165. RE’S Nº 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO” (Rcl n. 43.323, Relatora a Ministra Rosa Weber, decisão monocrática, DJe 12.4.2021). “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. SOBRESTAMENTO COM BASE EM TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STF. 1. É firme o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de que não cabe reclamação contra a decisão que promove a suspensão do processo, para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma” (Rcl n. 39.015- AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 17.2.2021). “AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO FEITO PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DE TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE QUALQUER DAS HIPÓTESES DE COGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTIGO 988, INCISOS I, II, III E IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU OUTRAS AÇÕES CABÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO” (Rcl n. 36.033-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 10.10.2019). “AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO RECURSO NA ORIGEM PELO JUÍZO RECLAMADO. ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE IMPUGNAÇÃO NA INSTÂNCIA A QUO. USO DA 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP “RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF Nº 165. RE’S Nº 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO” (Rcl n. 43.323, Relatora a Ministra Rosa Weber, decisão monocrática, DJe 12.4.2021). “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. SOBRESTAMENTO COM BASE EM TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STF. 1. É firme o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de que não cabe reclamação contra a decisão que promove a suspensão do processo, para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma” (Rcl n. 39.015- AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 17.2.2021). “AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO FEITO PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DE TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE QUALQUER DAS HIPÓTESES DE COGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTIGO 988, INCISOS I, II, III E IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU OUTRAS AÇÕES CABÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO” (Rcl n. 36.033-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 10.10.2019). “AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO RECURSO NA ORIGEM PELO JUÍZO RECLAMADO. ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE IMPUGNAÇÃO NA INSTÂNCIA A QUO. USO DA 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP RECLAMAÇÃO COMO EXPEDIENTE RECURSAL. INVIABILIDADE. 1. Não cabe Reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL com o objetivo de contestar a paralisação de processo nas instâncias ordinárias, para se aguardar a fixação de tese a ser estabelecida pelo STF sob o rito da Repercussão Geral. 2. Admitir o contrário seria convolar a Reclamação em mero substitutivo recursal. (Rcl 4.381-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 5/8/2011). 3. Agravo Interno ao qual se nega provimento” (Rcl n. 27.372-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 13.2.2019) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. COFINS. SOCIEDADES CIVIS. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. É inviável o ajuizamento de reclamação em face de ato do Tribunal de origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma da sistemática da repercussão geral. Precedentes. CPC/73 e CPC/15. 2. Não se consideram esgotadas as instâncias ordinárias antes da realização do juízo positivo ou negativo de admissão do apelo extremo pelo Tribunal de origem em relação aos requisitos processuais, cuja resultante é a subida dos autos ao STF ou a possibilidade de interposição de agravo em recurso extraordinário. 3. A reclamação não é sucedâneo recursal, de modo que a pretensão de distinção (distinguishing) entre feito sobrestado e o respectivo caso piloto deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6º e 7º, do CPC/15. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl n. 24.632-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.9.2017). 6. Impossível vislumbrar descompasso ou estrita aderência entre o ato impugnado e o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165. Assim, por exemplo: “Trata-se de reclamação com pedido de liminar proposta por 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP RECLAMAÇÃO COMO EXPEDIENTE RECURSAL. INVIABILIDADE. 1. Não cabe Reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL com o objetivo de contestar a paralisação de processo nas instâncias ordinárias, para se aguardar a fixação de tese a ser estabelecida pelo STF sob o rito da Repercussão Geral. 2. Admitir o contrário seria convolar a Reclamação em mero substitutivo recursal. (Rcl 4.381-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 5/8/2011). 3. Agravo Interno ao qual se nega provimento” (Rcl n. 27.372-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 13.2.2019) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. COFINS. SOCIEDADES CIVIS. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. É inviável o ajuizamento de reclamação em face de ato do Tribunal de origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma da sistemática da repercussão geral. Precedentes. CPC/73 e CPC/15. 2. Não se consideram esgotadas as instâncias ordinárias antes da realização do juízo positivo ou negativo de admissão do apelo extremo pelo Tribunal de origem em relação aos requisitos processuais, cuja resultante é a subida dos autos ao STF ou a possibilidade de interposição de agravo em recurso extraordinário. 3. A reclamação não é sucedâneo recursal, de modo que a pretensão de distinção (distinguishing) entre feito sobrestado e o respectivo caso piloto deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6º e 7º, do CPC/15. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl n. 24.632-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.9.2017). 6. Impossível vislumbrar descompasso ou estrita aderência entre o ato impugnado e o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165. Assim, por exemplo: “Trata-se de reclamação com pedido de liminar proposta por 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP Maria da Conceição Cunha Garcia Chavez e outros contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia nos autos do Agravo de Instrumento 8016169-13.2020.8.05.0000, por suposto desrespeito ao decidido por esta Suprema Corte na ADPF 165/DF e à decisão do Ministro Alexandre de Moraes, proferida no RE 1.101.937/SP, que determinou a suspensão do processamento das demandas que envolvam o Tema 1.075 da Repercussão Geral . (…) No mais, quanto à ADPF 165/DF, de minha relatoria, a reclamação é manifestamente incabível. Em relação ao indeferimento, na ADPF 165/DF, do pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos, entendo que não há estrita aderência entre a decisão reclamada e o acórdão apontado como paradigma, requisito indispensável para o cabimento de reclamação, segundo a jurisprudência pacífica desta Corte, porquanto o ato reclamado determinou a suspensão com base no RE 1.101.937/SP.] (…) Isso posto, nego seguimento a esta reclamação” (Rcl n. 46.124, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, decisão monocrática, DJe 30.3.2021). “JULGADA COM EFEITOS ERGA OMNES. COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO ÓRGÃO PROLATOR DA DECISÃO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. APONTADA VIOLAÇÃO À DECISÃO PROFERIDA NA HOMOLAGAÇÃO DO ADITIVO DO ACORDO NA ADPF 165 E NO RE 1.101.937 EM REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 1075. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO” (Rcl n. 45.641, Relatora a Ministra Rosa Weber, decisão monocrática, DJe 3.3.2021). “RECLAMAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. SUSPENSÃO NACIONAL DETERMINADA NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 1.101.937-RG, TEMA 1.075. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DAS EXCEÇÕES ESTABELECIDAS. INOCORRÊNCIA. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP Maria da Conceição Cunha Garcia Chavez e outros contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia nos autos do Agravo de Instrumento 8016169-13.2020.8.05.0000, por suposto desrespeito ao decidido por esta Suprema Corte na ADPF 165/DF e à decisão do Ministro Alexandre de Moraes, proferida no RE 1.101.937/SP, que determinou a suspensão do processamento das demandas que envolvam o Tema 1.075 da Repercussão Geral . (…) No mais, quanto à ADPF 165/DF, de minha relatoria, a reclamação é manifestamente incabível. Em relação ao indeferimento, na ADPF 165/DF, do pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos, entendo que não há estrita aderência entre a decisão reclamada e o acórdão apontado como paradigma, requisito indispensável para o cabimento de reclamação, segundo a jurisprudência pacífica desta Corte, porquanto o ato reclamado determinou a suspensão com base no RE 1.101.937/SP.] (…) Isso posto, nego seguimento a esta reclamação” (Rcl n. 46.124, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, decisão monocrática, DJe 30.3.2021). “JULGADA COM EFEITOS ERGA OMNES. COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO ÓRGÃO PROLATOR DA DECISÃO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. APONTADA VIOLAÇÃO À DECISÃO PROFERIDA NA HOMOLAGAÇÃO DO ADITIVO DO ACORDO NA ADPF 165 E NO RE 1.101.937 EM REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 1075. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO” (Rcl n. 45.641, Relatora a Ministra Rosa Weber, decisão monocrática, DJe 3.3.2021). “RECLAMAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. SUSPENSÃO NACIONAL DETERMINADA NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 1.101.937-RG, TEMA 1.075. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DAS EXCEÇÕES ESTABELECIDAS. INOCORRÊNCIA. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP (…) 1. Reclamação, com requerimento de medida liminar, ajuizada em 27.1.2021 por Maria Virgínia da Costa Lino de Góes Barros e outros, contra a seguinte decisão proferida pela Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia no Processo n. 8024235-79.2020.8.05.0000, pela qual teria sido desrespeitado o decidido por este Supremo Tribunal no Recurso Extraordinário n. 1.101.937-RG, Tema 1.075, e na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165/DF. (…) 5. O ato judicial homologatório de acordo não serve de parâmero de controle em reclamação por ausência de previsão legal. A presente reclamação não pode, portanto, ser conhecida no ponto referente ao alegado desrespeito ao termo aditivo do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165/DF. (…) Pelo exposto, nego seguimento à presente reclamação” (Rcl n. 45.637, de minha relatoria, decisão monocrática, DJe 18.3.2021). 7. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 8. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP (…) 1. Reclamação, com requerimento de medida liminar, ajuizada em 27.1.2021 por Maria Virgínia da Costa Lino de Góes Barros e outros, contra a seguinte decisão proferida pela Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia no Processo n. 8024235-79.2020.8.05.0000, pela qual teria sido desrespeitado o decidido por este Supremo Tribunal no Recurso Extraordinário n. 1.101.937-RG, Tema 1.075, e na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165/DF. (…) 5. O ato judicial homologatório de acordo não serve de parâmero de controle em reclamação por ausência de previsão legal. A presente reclamação não pode, portanto, ser conhecida no ponto referente ao alegado desrespeito ao termo aditivo do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165/DF. (…) Pelo exposto, nego seguimento à presente reclamação” (Rcl n. 45.637, de minha relatoria, decisão monocrática, DJe 18.3.2021). 7. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 8. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13 Extrato de Ata - 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) : MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) : RENATO ANDRE DE SOUZA (108792/SP) ADV.(A/S) : ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA (148494/SP) EMBDO.(A/S) : BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Afirmou suspeição o Ministro Edson Fachin. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDBB-65DC-0A0F-096D e senha AD78-BDD5-7A1E-3D57 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) : MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) : RENATO ANDRE DE SOUZA (108792/SP) ADV.(A/S) : ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA (148494/SP) EMBDO.(A/S) : BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Afirmou suspeição o Ministro Edson Fachin. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDBB-65DC-0A0F-096D e senha AD78-BDD5-7A1E-3D57 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756345936
2021-06-28T00:00:00
2021-06-30T00:00:00
A Turma, por unanimidade, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Afirmou suspeição o Ministro Edson Fachin. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. SUSPENSÃO DO PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 626.307, 591.797, 631.363 E 632.212. TEMAS 264, 265, 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
sjur449710
- Acórdão(s) citado(s): (EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, CONVERSÃO, AGRAVO) ARE 1000456 ED-ED (2ªT). (RECLAMAÇÃO, SOBRESTAMENTO DO PROCESSO, REPERCUSSÃO GERAL) Rcl 24632 AgR (2ªT), Rcl 27372 AgR-ED (1ªT), Rcl 36033 AgR (1ªT), Rcl 39015 AgR (1ªT). - Decisões monocráticas citadas: (RECLAMAÇÃO, SOBRESTAMENTO DO PROCESSO, REPERCUSSÃO GERAL) Rcl 43323. (RECLAMAÇÃO, AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA) Rcl 45641, Rcl 45637, Rcl 46124. - Veja RE 626307 (Tema 264), RE 591797 (Tema 265), RE 631363 (Tema 284), RE 632212 (Tema 285) do STF. - Veja ADPF 165 do STF. Número de páginas: 13. Análise: 20/01/2022, ABO.
CÁRMEN LÚCIA
Segunda Turma
47410
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-01021 PAR-00001 ART-01024 PAR-00003\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL" ]
Rcl-ED
acordaos
Rcl 47410 ED
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EMBTE.(S) : MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) : RENATO ANDRE DE SOUZA ADV.(A/S) : ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA EMBDO.(A/S) : BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) :RENATO ANDRE DE SOUZA ADV.(A/S) :ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA EMBDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. SUSPENSÃO DO PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 626.307, 591.797, 631.363 E 632.212. TEMAS 264, 265, 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em converter os embargos de declaração em agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Afirmou suspeição o Ministro Edson Fachin. Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 86A9-AD68-A4CD-EA6D e senha 9504-9569-9546-A912 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13 Ementa e Acórdão RCL 47410 ED / SP Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 86A9-AD68-A4CD-EA6D e senha 9504-9569-9546-A912 Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 86A9-AD68-A4CD-EA6D e senha 9504-9569-9546-A912 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13 Relatório 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) :RENATO ANDRE DE SOUZA ADV.(A/S) :ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA EMBDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 20.5.2021, foi negado seguimento à reclamação ajuizada por Monika Manfrini Ferraz Nogueira contra decisão proferida pelo Presidente do Colégio Recursal Central da Capital dos Juizados Especiais de São Paulo no Recurso Inominado n. 0001859-23.2011.8.26.0016, nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. SUSPENSÃO DO PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 626.307, 591.797, 631.363 E 632.212. TEMAS 264, 265, 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 14). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8FDC-0FEA-614D-1898 e senha 8CCD-4CD4-AE3B-6EA0 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) :MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) :RENATO ANDRE DE SOUZA ADV.(A/S) :ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA EMBDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 20.5.2021, foi negado seguimento à reclamação ajuizada por Monika Manfrini Ferraz Nogueira contra decisão proferida pelo Presidente do Colégio Recursal Central da Capital dos Juizados Especiais de São Paulo no Recurso Inominado n. 0001859-23.2011.8.26.0016, nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. SUSPENSÃO DO PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 626.307, 591.797, 631.363 E 632.212. TEMAS 264, 265, 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 14). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8FDC-0FEA-614D-1898 e senha 8CCD-4CD4-AE3B-6EA0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13 Relatório RCL 47410 ED / SP 2. Publicada essa decisão no DJe de 25.5.2021, a embargante opõe embargos de declaração tempestivamente em 1....6.2021 (doc. 15). 3. A embargante aponta omissão, pois na decisão embargada não se teria enfrentado “o fundamento (…) de que não mais subsistem as decisões de suspensão nacional, para aguardar os julgamentos dos recursos extraordinários paradigmas anteriormente determinadas nos TEMAS 264, 265, 284 e 285”, e porque “se limit[ou] a invocar precedentes sem identificar seus fundamentos ao presente caso” (fl. 9, e-doc. 15). Alega ser “contraditória a vossa r. decisão quando nega que na ADPF 165 ficou decidido, pelo PLENO dessa Suprema Corte, o INDEFERIMENTO DA SUSPENSÃO NACIONAL”, pois, “diante da ausência de homologação do ‘Aditivo ao Acordo’ nos processos de vossa relatoria (...), diante do que foi decidido na ADPF 165, com Vossa Excelência acompanhando o voto do relator que dedicou 80% do voto a esclarecer que estava INDEFERINDO o PEDIDO DE SUSPENSÃO NACIONAL (...), como alegar que a suspensão subsiste?” (fls. 12-15, e-doc. 15). Requer sejam sanadas as omissões apontadas e “seja proferida uma nova r. decisão em conformidade com os pedidos” (sic, fl. 20, e-doc. 15). 4. Não foi aberto prazo para contrarrazões em observância ao princípio da celeridade processual. Assim têm procedido os Ministros deste Supremo Tribunal em hipóteses nas quais não se vislumbra prejuízo à parte agravada (Rcl n. 27.226-AgR/AP, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 7.2.2018; Rcl n. 24.639-AgR/PR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.6.2017; e Rcl n. 31.543-AgR/RS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1....2.2019). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8FDC-0FEA-614D-1898 e senha 8CCD-4CD4-AE3B-6EA0 Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP 2. Publicada essa decisão no DJe de 25.5.2021, a embargante opõe embargos de declaração tempestivamente em 1....6.2021 (doc. 15). 3. A embargante aponta omissão, pois na decisão embargada não se teria enfrentado “o fundamento (…) de que não mais subsistem as decisões de suspensão nacional, para aguardar os julgamentos dos recursos extraordinários paradigmas anteriormente determinadas nos TEMAS 264, 265, 284 e 285”, e porque “se limit[ou] a invocar precedentes sem identificar seus fundamentos ao presente caso” (fl. 9, e-doc. 15). Alega ser “contraditória a vossa r. decisão quando nega que na ADPF 165 ficou decidido, pelo PLENO dessa Suprema Corte, o INDEFERIMENTO DA SUSPENSÃO NACIONAL”, pois, “diante da ausência de homologação do ‘Aditivo ao Acordo’ nos processos de vossa relatoria (...), diante do que foi decidido na ADPF 165, com Vossa Excelência acompanhando o voto do relator que dedicou 80% do voto a esclarecer que estava INDEFERINDO o PEDIDO DE SUSPENSÃO NACIONAL (...), como alegar que a suspensão subsiste?” (fls. 12-15, e-doc. 15). Requer sejam sanadas as omissões apontadas e “seja proferida uma nova r. decisão em conformidade com os pedidos” (sic, fl. 20, e-doc. 15). 4. Não foi aberto prazo para contrarrazões em observância ao princípio da celeridade processual. Assim têm procedido os Ministros deste Supremo Tribunal em hipóteses nas quais não se vislumbra prejuízo à parte agravada (Rcl n. 27.226-AgR/AP, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 7.2.2018; Rcl n. 24.639-AgR/PR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.6.2017; e Rcl n. 31.543-AgR/RS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1....2.2019). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8FDC-0FEA-614D-1898 e senha 8CCD-4CD4-AE3B-6EA0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Recebo estes embargos de declaração como agravo regimental, nos termos do § 3... do art. 1.024 do Código de Processo Civil. Deixo de intimar a agravante para complementar as razões recursais, pois o recurso atende ao disposto no § 1... do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Assim, por exemplo: “O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO (Relator): Preliminarmente, conheço dos presentes embargos de declaração como agravo interno, nos termos do art. 1.024, § 3..., do Código de Processo Civil (RTJ 145/664 RTJ 153/834 AI 243.159-ED/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA AI 243.832-ED/MG, Rel. Min. MOREIRA ALVES Rcl 4.395-ED/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, v.g.), e destaco ser desnecessária a intimação da parte embargante para complementar suas razões recursais, pois atendida a exigência do art. 1.021, § 1..., do Código de Processo Civil (ARE 953.024-ED/MG, Rel. Min. GILMAR MENDES ARE 953.448- ED/DF, Rel. Min. EDSON FACHIN ARE 966.749-ED/PR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA Recurso Extraordinário 955.845-ED/SC, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, v.g.)” (ARE n. 1.000.456-ED-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 18.5.2017). 2. Razão jurídica não assiste à agravante. 3. Nos Recursos Extraordinários ns. 626.307 (Tema 264) e 591.797 (Tema 265), de minha relatoria, este Supremo Tribunal concluiu terem repercussão geral, respectivamente, as controvérsias sobre as “diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança por alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos Bresser e Verão” (DJe 15.6.2010) e “diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Recebo estes embargos de declaração como agravo regimental, nos termos do § 3... do art. 1.024 do Código de Processo Civil. Deixo de intimar a agravante para complementar as razões recursais, pois o recurso atende ao disposto no § 1... do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Assim, por exemplo: “O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO (Relator): Preliminarmente, conheço dos presentes embargos de declaração como agravo interno, nos termos do art. 1.024, § 3..., do Código de Processo Civil (RTJ 145/664 RTJ 153/834 AI 243.159-ED/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA AI 243.832-ED/MG, Rel. Min. MOREIRA ALVES Rcl 4.395-ED/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, v.g.), e destaco ser desnecessária a intimação da parte embargante para complementar suas razões recursais, pois atendida a exigência do art. 1.021, § 1..., do Código de Processo Civil (ARE 953.024-ED/MG, Rel. Min. GILMAR MENDES ARE 953.448- ED/DF, Rel. Min. EDSON FACHIN ARE 966.749-ED/PR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA Recurso Extraordinário 955.845-ED/SC, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, v.g.)” (ARE n. 1.000.456-ED-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 18.5.2017). 2. Razão jurídica não assiste à agravante. 3. Nos Recursos Extraordinários ns. 626.307 (Tema 264) e 591.797 (Tema 265), de minha relatoria, este Supremo Tribunal concluiu terem repercussão geral, respectivamente, as controvérsias sobre as “diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança por alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos Bresser e Verão” (DJe 15.6.2010) e “diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP plano Collor I” (DJe 16.4.2010). Em 26.8.2010, o Ministro Dias Toffoli, então Relator dos Recursos Extraordinários ns. 626.307 e 591.797, determinou “o sobrestamento de todos os recursos que se refiram ao objeto desta repercussão geral, excluindo-se, conforme delineado pelo Ministério Público, as ações em sede executiva (decorrente de sentença trânsita em julgado) e as que se encontrem em fase instrutória” (DJe 1....9.2010). Em 31.10.2018, o Ministro Gilmar Mendes, Relator do Recurso Extraordinário n. 632.212, Tema 285, determinou “a suspensão de todos os processos individuais ou coletivos, seja na fase de conhecimento ou execução, que versem sobre a questão, pelo prazo de 24 meses a contar de 5.2.2018” (DJe 7.11.2018). Em 7.4.2020, o Ministro Gilmar Mendes “determino[u] a prorrogação da suspensão do julgamento dos REs 631.363 e 632.212, pelo prazo de 60 meses, a contar de 12.3.2020” (DJe 14.4.2020). Em 29.5.2020, este Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos segundos embargos de declaração na ADPF n. 165, homologou “Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Planos Econômicos que aprimora as condições de anterior Instrumento de Acordo Coletivo, prevendo o pagamento das diferenças relativas aos Planos Econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II”. Na oportunidade foi indeferido o pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos. Tem-se na emenda do julgado: “TERMO ADITIVO AO ACORDO COLETIVO DE PLANOS ECONÔMICOS. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. VIABILIDADE. LEGITIMADOS COLETIVOS PRIVADOS. NATUREZA DELIBATÓRIA DA HOMOLOGAÇÃO. REQUISITOS FORMAIS PRESENTES. REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA. PUBLICIDADE AMPLA. PARECER FAVORÁVEL DO PARQUET. SALVAGUARDAS PROCESSUAIS PRESENTES. PROCESSO COLETIVO COMO INSTRUMENTO DE DEMOCRATIZAÇÃO 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP plano Collor I” (DJe 16.4.2010). Em 26.8.2010, o Ministro Dias Toffoli, então Relator dos Recursos Extraordinários ns. 626.307 e 591.797, determinou “o sobrestamento de todos os recursos que se refiram ao objeto desta repercussão geral, excluindo-se, conforme delineado pelo Ministério Público, as ações em sede executiva (decorrente de sentença trânsita em julgado) e as que se encontrem em fase instrutória” (DJe 1....9.2010). Em 31.10.2018, o Ministro Gilmar Mendes, Relator do Recurso Extraordinário n. 632.212, Tema 285, determinou “a suspensão de todos os processos individuais ou coletivos, seja na fase de conhecimento ou execução, que versem sobre a questão, pelo prazo de 24 meses a contar de 5.2.2018” (DJe 7.11.2018). Em 7.4.2020, o Ministro Gilmar Mendes “determino[u] a prorrogação da suspensão do julgamento dos REs 631.363 e 632.212, pelo prazo de 60 meses, a contar de 12.3.2020” (DJe 14.4.2020). Em 29.5.2020, este Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos segundos embargos de declaração na ADPF n. 165, homologou “Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Planos Econômicos que aprimora as condições de anterior Instrumento de Acordo Coletivo, prevendo o pagamento das diferenças relativas aos Planos Econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II”. Na oportunidade foi indeferido o pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos. Tem-se na emenda do julgado: “TERMO ADITIVO AO ACORDO COLETIVO DE PLANOS ECONÔMICOS. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. VIABILIDADE. LEGITIMADOS COLETIVOS PRIVADOS. NATUREZA DELIBATÓRIA DA HOMOLOGAÇÃO. REQUISITOS FORMAIS PRESENTES. REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA. PUBLICIDADE AMPLA. PARECER FAVORÁVEL DO PARQUET. SALVAGUARDAS PROCESSUAIS PRESENTES. PROCESSO COLETIVO COMO INSTRUMENTO DE DEMOCRATIZAÇÃO 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP DO ACESSO À JUSTIÇA. PLEITO GENÉRICO DE SUSPENSÃO DE PROCESSOS. INDEFERIMENTO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTINGENTES DEVIDOS. REGRAS RELATIVAS AO CONTRATO DE MANDATO. INCENTIVOS FINANCEIROS PARA ATUAÇÃO NA SOCIEDADE CIVIL NA TUTELA DE DIREITOS COLETIVOS. JUSTA REMUNERAÇÃO DOS PATRONOS DE AÇÕES COLETIVAS. APRIMORAMENTO DO PROCESSO COLETIVO BRASILEIRO. BASE TERRITORIAL DA SENTENÇA COLETIVA. INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AOS POUPADORES. NÃO VINCULAÇÃO ÀS TESES JURÍDICAS VEICULADAS NO ACORDO. CONTRATOS BANCÁRIOS DE ADESÃO. SUBMISSÃO À ARBITRAGEM. IMPOSSIBILIDADE NO CASO. CARÁTER SIGILOSO DO PROCEDIMENTO. EVENTUAL CONTROVÉRSIA HAVIDA NO CURSO DA EXECUÇÃO DO ADITIVO QUE DEVERÁ SER SOLUCIONADA NESTES MESMOS AUTOS. INCIDENTE PROCESSUAL RESOLVIDO COM A HOMOLOGAÇÃO DO ADITIVO COLETIVO PELO PRAZO DE 30 MESES, COM PRESTAÇÃO DE CONTAS, PARA ANÁLISE DE EVENTUAL PRORROGAÇÃO POR IGUAL PRAZO. I – Pedido de homologação de Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Planos Econômicos que aprimora as condições de anterior Instrumento de Acordo Coletivo, prevendo o pagamento das diferenças relativas aos Planos Econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II. II – Viabilidade do acordo firmado por legitimados coletivos privados, em processo de índole objetiva, dada a existência de notável conflito intersubjetivo subjacente e a necessidade de conferir-se efetividade à prestação jurisdicional. III – Presença das formalidades extrínsecas e das salvaguardas necessárias para a chancela do acordo, notadamente das relativas à representatividade adequada, publicidade ampla dos atos processuais, admissão de amici curiae e complementação da atuação das partes pela fiscalização do Ministério Público. IV – Indeferimento do pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos. V – Divergências entre a parte e seu advogado quanto à adesão do acordo solucionam-se por meio das regras relativas ao contrato de mandato. VI – Adoção de um sistema de honorários advocatícios contingentes 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP DO ACESSO À JUSTIÇA. PLEITO GENÉRICO DE SUSPENSÃO DE PROCESSOS. INDEFERIMENTO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTINGENTES DEVIDOS. REGRAS RELATIVAS AO CONTRATO DE MANDATO. INCENTIVOS FINANCEIROS PARA ATUAÇÃO NA SOCIEDADE CIVIL NA TUTELA DE DIREITOS COLETIVOS. JUSTA REMUNERAÇÃO DOS PATRONOS DE AÇÕES COLETIVAS. APRIMORAMENTO DO PROCESSO COLETIVO BRASILEIRO. BASE TERRITORIAL DA SENTENÇA COLETIVA. INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AOS POUPADORES. NÃO VINCULAÇÃO ÀS TESES JURÍDICAS VEICULADAS NO ACORDO. CONTRATOS BANCÁRIOS DE ADESÃO. SUBMISSÃO À ARBITRAGEM. IMPOSSIBILIDADE NO CASO. CARÁTER SIGILOSO DO PROCEDIMENTO. EVENTUAL CONTROVÉRSIA HAVIDA NO CURSO DA EXECUÇÃO DO ADITIVO QUE DEVERÁ SER SOLUCIONADA NESTES MESMOS AUTOS. INCIDENTE PROCESSUAL RESOLVIDO COM A HOMOLOGAÇÃO DO ADITIVO COLETIVO PELO PRAZO DE 30 MESES, COM PRESTAÇÃO DE CONTAS, PARA ANÁLISE DE EVENTUAL PRORROGAÇÃO POR IGUAL PRAZO. I – Pedido de homologação de Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Planos Econômicos que aprimora as condições de anterior Instrumento de Acordo Coletivo, prevendo o pagamento das diferenças relativas aos Planos Econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II. II – Viabilidade do acordo firmado por legitimados coletivos privados, em processo de índole objetiva, dada a existência de notável conflito intersubjetivo subjacente e a necessidade de conferir-se efetividade à prestação jurisdicional. III – Presença das formalidades extrínsecas e das salvaguardas necessárias para a chancela do acordo, notadamente das relativas à representatividade adequada, publicidade ampla dos atos processuais, admissão de amici curiae e complementação da atuação das partes pela fiscalização do Ministério Público. IV – Indeferimento do pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos. V – Divergências entre a parte e seu advogado quanto à adesão do acordo solucionam-se por meio das regras relativas ao contrato de mandato. VI – Adoção de um sistema de honorários advocatícios contingentes 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP que é de suma importância para fortalecer a posição do autor coletivo e, consequentemente, do próprio processo coletivo. VII – Cláusulas que fazem referência à base territorial abrangida pela sentença coletiva originária devem ser interpretadas favoravelmente aos poupadores, aplicando-se o art. 103 do Código de Defesa do Consumidor em detrimento do art. 16 da Lei da Ação Civil Pública, prestigiando-se o atual posicionamento do Superior Tribunal de Justiça a respeito, tal como cristalizado no Recurso Especial 1.243.887/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos (Tema 480). VIII – Necessidade de pacificação da controvérsia espelhada nestes autos, a qual, há décadas, se arrasta irresolvida nos distintos foros do País, possibilitando-se aos interessados aderir ou não ao ajuste, conforme a conveniência de cada um. IX – Ausência de comprometimento desta Suprema Corte com as teses jurídicas veiculadas na avença, especialmente aquelas que pretendam, explícita ou implicitamente, vincular terceiras pessoas ou futuras decisões do Poder Judiciário. X – Direitos dos poupadores que não podem estar sujeitos, ainda que indiretamente, à solução arbitral, sob pena de ofensa ao art. 4..., § 2..., da Lei da Arbitragem e, ainda, porque o interesse público que caracteriza este processo contrasta com o sigilo do procedimento arbitral, notadamente aquele levado a efeito pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil- Canadá. XI – Eventual controvérsia havida no curso da execução da avença deverá ser solucionada nestes mesmos autos. XI – Homologação de acordo judicial, pelo prazo inicial de 30 meses, prorrogáveis por mais 30 meses, com prestação de contas na forma da fundamentação” (DJe 8.6.2020). 4. Em 22.4.2021, o Presidente do Colégio Recursal Central da Capital dos Juizados Especiais de São Paulo observou o decidido pelo Ministro Gilmar Mendes, Relator do Recurso Extraordinário n. 632.212, Tema 285, em 7.4.2020, em harmonia com o decidido por este Ministro no mesmo processo em 23.4.2021. 5. Este Supremo Tribunal assentou não caber reclamação contra decisão pela qual se suspende o processo para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma. Assim, por exemplo: 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP que é de suma importância para fortalecer a posição do autor coletivo e, consequentemente, do próprio processo coletivo. VII – Cláusulas que fazem referência à base territorial abrangida pela sentença coletiva originária devem ser interpretadas favoravelmente aos poupadores, aplicando-se o art. 103 do Código de Defesa do Consumidor em detrimento do art. 16 da Lei da Ação Civil Pública, prestigiando-se o atual posicionamento do Superior Tribunal de Justiça a respeito, tal como cristalizado no Recurso Especial 1.243.887/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos (Tema 480). VIII – Necessidade de pacificação da controvérsia espelhada nestes autos, a qual, há décadas, se arrasta irresolvida nos distintos foros do País, possibilitando-se aos interessados aderir ou não ao ajuste, conforme a conveniência de cada um. IX – Ausência de comprometimento desta Suprema Corte com as teses jurídicas veiculadas na avença, especialmente aquelas que pretendam, explícita ou implicitamente, vincular terceiras pessoas ou futuras decisões do Poder Judiciário. X – Direitos dos poupadores que não podem estar sujeitos, ainda que indiretamente, à solução arbitral, sob pena de ofensa ao art. 4..., § 2..., da Lei da Arbitragem e, ainda, porque o interesse público que caracteriza este processo contrasta com o sigilo do procedimento arbitral, notadamente aquele levado a efeito pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil- Canadá. XI – Eventual controvérsia havida no curso da execução da avença deverá ser solucionada nestes mesmos autos. XI – Homologação de acordo judicial, pelo prazo inicial de 30 meses, prorrogáveis por mais 30 meses, com prestação de contas na forma da fundamentação” (DJe 8.6.2020). 4. Em 22.4.2021, o Presidente do Colégio Recursal Central da Capital dos Juizados Especiais de São Paulo observou o decidido pelo Ministro Gilmar Mendes, Relator do Recurso Extraordinário n. 632.212, Tema 285, em 7.4.2020, em harmonia com o decidido por este Ministro no mesmo processo em 23.4.2021. 5. Este Supremo Tribunal assentou não caber reclamação contra decisão pela qual se suspende o processo para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma. Assim, por exemplo: 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP “RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF n 165. Recurso Extraordinário’S n 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO” (Rcl n. 43.323, Relatora a Ministra Rosa Weber, decisão monocrática, DJe 12.4.2021). “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. SOBRESTAMENTO COM BASE EM TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO Supremo Tribunal Federal. 1. É firme o entendimento do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) no sentido de que não cabe reclamação contra a decisão que promove a suspensão do processo, para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma” (Rcl n. 39.015- AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 17.2.2021). “AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO FEITO PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DE TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE QUALQUER DAS HIPÓTESES DE COGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTIGO 988, INCISOS I, II, III E IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU OUTRAS AÇÕES CABÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO” (Rcl n. 36.033-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 10.10.2019). “AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO RECURSO NA ORIGEM PELO JUÍZO RECLAMADO. ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE IMPUGNAÇÃO NA INSTÂNCIA A QUO. USO DA 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP “RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF n 165. Recurso Extraordinário’S n 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO” (Rcl n. 43.323, Relatora a Ministra Rosa Weber, decisão monocrática, DJe 12.4.2021). “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. SOBRESTAMENTO COM BASE EM TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO Supremo Tribunal Federal. 1. É firme o entendimento do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) no sentido de que não cabe reclamação contra a decisão que promove a suspensão do processo, para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma” (Rcl n. 39.015- AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 17.2.2021). “AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO FEITO PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DE TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE QUALQUER DAS HIPÓTESES DE COGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTIGO 988, INCISOS I, II, III E IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU OUTRAS AÇÕES CABÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO” (Rcl n. 36.033-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 10.10.2019). “AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO RECURSO NA ORIGEM PELO JUÍZO RECLAMADO. ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE IMPUGNAÇÃO NA INSTÂNCIA A QUO. USO DA 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP RECLAMAÇÃO COMO EXPEDIENTE RECURSAL. INVIABILIDADE. 1. Não cabe Reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL com o objetivo de contestar a paralisação de processo nas instâncias ordinárias, para se aguardar a fixação de tese a ser estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal sob o rito da Repercussão Geral. 2. Admitir o contrário seria convolar a Reclamação em mero substitutivo recursal. (Rcl 4.381-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 5/8/2011). 3. Agravo Interno ao qual se nega provimento” (Rcl n. 27.372-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 13.2.2019) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. COFINS. SOCIEDADES CIVIS. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. É inviável o ajuizamento de reclamação em face de ato do Tribunal de origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma da sistemática da repercussão geral. Precedentes. Código de Processo Civil/73 e Código de Processo Civil/15. 2. Não se consideram esgotadas as instâncias ordinárias antes da realização do juízo positivo ou negativo de admissão do apelo extremo pelo Tribunal de origem em relação aos requisitos processuais, cuja resultante é a subida dos autos ao Supremo Tribunal Federal ou a possibilidade de interposição de agravo em recurso extraordinário. 3. A reclamação não é sucedâneo recursal, de modo que a pretensão de distinção (distinguishing) entre feito sobrestado e o respectivo caso piloto deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6... e 7..., do Código de Processo Civil/15. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl n. 24.632-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.9.2017). 6. Impossível vislumbrar descompasso ou estrita aderência entre o ato impugnado e o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165. Assim, por exemplo: “Trata-se de reclamação com pedido de liminar proposta por 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP RECLAMAÇÃO COMO EXPEDIENTE RECURSAL. INVIABILIDADE. 1. Não cabe Reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL com o objetivo de contestar a paralisação de processo nas instâncias ordinárias, para se aguardar a fixação de tese a ser estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal sob o rito da Repercussão Geral. 2. Admitir o contrário seria convolar a Reclamação em mero substitutivo recursal. (Rcl 4.381-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 5/8/2011). 3. Agravo Interno ao qual se nega provimento” (Rcl n. 27.372-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 13.2.2019) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. COFINS. SOCIEDADES CIVIS. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. É inviável o ajuizamento de reclamação em face de ato do Tribunal de origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma da sistemática da repercussão geral. Precedentes. Código de Processo Civil/73 e Código de Processo Civil/15. 2. Não se consideram esgotadas as instâncias ordinárias antes da realização do juízo positivo ou negativo de admissão do apelo extremo pelo Tribunal de origem em relação aos requisitos processuais, cuja resultante é a subida dos autos ao Supremo Tribunal Federal ou a possibilidade de interposição de agravo em recurso extraordinário. 3. A reclamação não é sucedâneo recursal, de modo que a pretensão de distinção (distinguishing) entre feito sobrestado e o respectivo caso piloto deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6... e 7..., do Código de Processo Civil/15. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl n. 24.632-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.9.2017). 6. Impossível vislumbrar descompasso ou estrita aderência entre o ato impugnado e o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165. Assim, por exemplo: “Trata-se de reclamação com pedido de liminar proposta por 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP Maria da Conceição Cunha Garcia Chavez e outros contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia nos autos do Agravo de Instrumento 8016169-13.2020.8.05.0000, por suposto desrespeito ao decidido por esta Suprema Corte na ADPF 165/DF e à decisão do Ministro Alexandre de Moraes, proferida no Recurso Extraordinário 1.101.937/SP, que determinou a suspensão do processamento das demandas que envolvam o Tema 1.075 da Repercussão Geral . (…) No mais, quanto à ADPF 165/DF, de minha relatoria, a reclamação é manifestamente incabível. Em relação ao indeferimento, na ADPF 165/DF, do pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos, entendo que não há estrita aderência entre a decisão reclamada e o acórdão apontado como paradigma, requisito indispensável para o cabimento de reclamação, segundo a jurisprudência pacífica desta Corte, porquanto o ato reclamado determinou a suspensão com base no Recurso Extraordinário 1.101.937/SP.] (…) Isso posto, nego seguimento a esta reclamação” (Rcl n. 46.124, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, decisão monocrática, DJe 30.3.2021). “JULGADA COM EFEITOS ERGA OMNES. COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO ÓRGÃO PROLATOR DA DECISÃO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. APONTADA VIOLAÇÃO À DECISÃO PROFERIDA NA HOMOLAGAÇÃO DO ADITIVO DO ACORDO NA ADPF 165 E NO Recurso Extraordinário 1.101.937 EM REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 1075. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO” (Rcl n. 45.641, Relatora a Ministra Rosa Weber, decisão monocrática, DJe 3.3.2021). “RECLAMAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. SUSPENSÃO NACIONAL DETERMINADA NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 1.101.937-RG, TEMA 1.075. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DAS EXCEÇÕES ESTABELECIDAS. INOCORRÊNCIA. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP Maria da Conceição Cunha Garcia Chavez e outros contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia nos autos do Agravo de Instrumento 8016169-13.2020.8.05.0000, por suposto desrespeito ao decidido por esta Suprema Corte na ADPF 165/DF e à decisão do Ministro Alexandre de Moraes, proferida no Recurso Extraordinário 1.101.937/SP, que determinou a suspensão do processamento das demandas que envolvam o Tema 1.075 da Repercussão Geral . (…) No mais, quanto à ADPF 165/DF, de minha relatoria, a reclamação é manifestamente incabível. Em relação ao indeferimento, na ADPF 165/DF, do pedido genérico de suspensão de processos individuais e coletivos, entendo que não há estrita aderência entre a decisão reclamada e o acórdão apontado como paradigma, requisito indispensável para o cabimento de reclamação, segundo a jurisprudência pacífica desta Corte, porquanto o ato reclamado determinou a suspensão com base no Recurso Extraordinário 1.101.937/SP.] (…) Isso posto, nego seguimento a esta reclamação” (Rcl n. 46.124, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, decisão monocrática, DJe 30.3.2021). “JULGADA COM EFEITOS ERGA OMNES. COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO ÓRGÃO PROLATOR DA DECISÃO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. APONTADA VIOLAÇÃO À DECISÃO PROFERIDA NA HOMOLAGAÇÃO DO ADITIVO DO ACORDO NA ADPF 165 E NO Recurso Extraordinário 1.101.937 EM REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 1075. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO” (Rcl n. 45.641, Relatora a Ministra Rosa Weber, decisão monocrática, DJe 3.3.2021). “RECLAMAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. SUSPENSÃO NACIONAL DETERMINADA NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 1.101.937-RG, TEMA 1.075. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DAS EXCEÇÕES ESTABELECIDAS. INOCORRÊNCIA. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 47410 ED / SP (…) 1. Reclamação, com requerimento de medida liminar, ajuizada em 27.1.2021 por Maria Virgínia da Costa Lino de Góes Barros e outros, contra a seguinte decisão proferida pela Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia no Processo n. 8024235-79.2020.8.05.0000, pela qual teria sido desrespeitado o decidido por este Supremo Tribunal no Recurso Extraordinário n. 1.101.937-RG, Tema 1.075, e na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165/DF. (…) 5. O ato judicial homologatório de acordo não serve de parâmero de controle em reclamação por ausência de previsão legal. A presente reclamação não pode, portanto, ser conhecida no ponto referente ao alegado desrespeito ao termo aditivo do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165/DF. (…) Pelo exposto, nego seguimento à presente reclamação” (Rcl n. 45.637, de minha relatoria, decisão monocrática, DJe 18.3.2021). 7. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 8. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Supremo Tribunal Federal RCL 47410 ED / SP (…) 1. Reclamação, com requerimento de medida liminar, ajuizada em 27.1.2021 por Maria Virgínia da Costa Lino de Góes Barros e outros, contra a seguinte decisão proferida pela Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia no Processo n. 8024235-79.2020.8.05.0000, pela qual teria sido desrespeitado o decidido por este Supremo Tribunal no Recurso Extraordinário n. 1.101.937-RG, Tema 1.075, e na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165/DF. (…) 5. O ato judicial homologatório de acordo não serve de parâmero de controle em reclamação por ausência de previsão legal. A presente reclamação não pode, portanto, ser conhecida no ponto referente ao alegado desrespeito ao termo aditivo do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165/DF. (…) Pelo exposto, nego seguimento à presente reclamação” (Rcl n. 45.637, de minha relatoria, decisão monocrática, DJe 18.3.2021). 7. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 8. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8820-CA46-30C4-3FEE e senha D1E7-E70C-DA70-7A0D Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13 Extrato de Ata - 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) : MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) : RENATO ANDRE DE SOUZA (108792/SP) ADV.(A/S) : ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA (148494/SP) EMBDO.(A/S) : BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Afirmou suspeição o Ministro Edson Fachin. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDBB-65DC-0A0F-096D e senha AD78-BDD5-7A1E-3D57 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.410 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA EMBTE.(S) : MONIKA MANFRINI FERRAZ NOGUEIRA ADV.(A/S) : RENATO ANDRE DE SOUZA (108792/SP) ADV.(A/S) : ANA BEATRIZ CARRAMASCHI DE SOUZA (148494/SP) EMBDO.(A/S) : BANCO BRADESCO SA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL CENTRAL DA CAPITAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. Afirmou suspeição o Ministro Edson Fachin. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDBB-65DC-0A0F-096D e senha AD78-BDD5-7A1E-3D57 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECLAMAÇÃO 47 . 410", "RCL 47410 ED / SP", "RCL 47410 ED / SP", "RECLAMAÇÃO 47 . 410", "Recurso Inominado n . 0001859 - 23 . 2011 . 8 . 26 . 0016", "Recurso Inominado n . 0001859 - 23 . 2011 . 8 . 26 . 0016", "RCL 47410 ED / SP", "ADPF 165", "Rcl n . 27 . 226 - AgR / AP", "Rcl n . 24 . 639 - AgR / PR", "Rcl n . 31 . 543 - AgR / RS", "RCL 47410 ED / SP", "ADPF 165", "ADPF 165", "Rcl n . 27 . 226 - AgR / AP", "Rcl n . 24 . 639 - AgR / PR", "Rcl n . 31 . 543 - AgR / RS", "RTJ 145 / 664", "RTJ 153 / 834", "AI 243 . 159 - ED / DF", "Rcl 4 . 395 - ED / SP", "ARE 953 . 024 - ED / MG", "ARE 953 . 448 - ED / DF", "ARE 966 . 749 - ED / PR", "Recurso Extraordinário 955 . 845 - ED / SC", "ARE n . 1 . 000 . 456 - ED - ED", "Recursos Extraordinários ns . 626 . 307", "AI 243 . 159 - ED", "AI 243 . 832 - ED / MG", "Rcl 4 . 395 - ED / SP", "ARE 953 . 024 - ED / MG", "ARE 953 . 448 - ED / DF", "ARE 966 . 749 - ED / PR", "Recurso Extraordinário 955 . 845 - ED / SC", "ARE n . 1 . 000 . 456 - ED - ED", "Recursos Extraordinários ns .", "RCL 47410 ED / SP", "Recursos Extraordinários ns . 626 . 307", "591", ".", "797", "Recurso Extraordinário n . 632 . 212", "REs 631 . 363", "ADPF n . 165", "RCL 47410", "Recursos Extraordinários ns . 626 . 307", "Recurso Extraordinário n . 632 . 212", "REs 631 . 363", "ADPF n . 165", "RCL 47410 ED /", "RCL 47410 ED / SP", "RCL 47410 ED / SP", "Recurso Especial 1 . 243 . 887 / PR", "Recurso Extraordinário n . 632 . 212", "RCL 47410 ED / SP", "Recurso Especial 1 . 243 . 887 / PR", "Recurso Extraordinário n . 632 . 212", "RCL 47410 ED / SP", "ADPF n 165", "Recurso Extraordinário ’ S n 626 . 307 - RG", "Rcl n . 43 . 323", "Rcl n . 39 . 015 - AgR", "Rcl n . 36 . 033 - AgR", "RCL 47410 ED / SP", "Recurso Extraordinário ’ S n 626 . 307 -", "Rcl n . 43 . 323", "Rcl n . 39 . 015 - AgR", "Rcl n . 36 . 033 - AgR", "Rcl 4 . 381 - AgR", "Rcl n . 27 . 372 - AgR", "Rcl n . 24 . 632 - AgR", "Arguição", "RCL 47410 ED / SP", "Rcl 4 . 381 - AgR", "Rcl n . 27 . 372 - AgR", "Rcl n . 24 . 632 - AgR", "Arguição de", "RCL 47410 ED / SP", "Agravo de Instrumento 8016169 - 13 . 2020 . 8 . 05 . 0000", "ADPF 165 / DF", "Recurso Extraordinário 1 . 101 . 937 / SP", "ADPF 165 / DF", "ADPF 165 / DF", "Recurso Extraordinário 1 . 101 . 937 / SP", "Rcl n . 46 . 124", "ADPF 165", "Recurso Extraordinário 1 . 101 . 937", "Rcl n . 45 . 641", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO N . 1 . 101 . 937 - RG", "Agravo de Instrumento 8016169 - 13 . 2020 . 8 . 05", "ADPF 165 / DF", "Recurso Extraordinário 1 . 101 . 937 / SP", "ADPF 165 / DF", "ADPF 165 / DF", "Recurso Extraordinário 1 . 101 . 937 / SP", "Rcl n . 46 . 124", "ADPF 165", "Recurso Extraordinário 1 . 101 . 937", "Rcl n . 45 . 641", "Processo n . 8024235 - 79 . 2020 . 8 . 05 . 0000", "Recurso Extraordinário n . 1 . 101 . 937 - RG", "Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n . 165 / DF", "Arguição", "Rcl n . 45 . 637", "RCL 47410 ED / SP", "Processo n . 8024235 - 79 . 2020 . 8 . 05 . 0000", "Recurso 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. . , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 103 do Código de Defesa do Consumidor", "art . 16 da Lei da Ação Civil Pública", "art . 4 . . . , § 2 . . . , da Lei da Arbitragem", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 103 do Código de Defesa do Consumidor", "art . 16 da Lei da Ação Civil Pública", "art . 4 . . . , § 2 . . . , da Lei da Arbitragem", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "ARTIGO 988 , INCISOS I , II , III E IV , DO CÓDIGO DE PROCESSO", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "ARTIGO 988 , INCISOS I , II , III E IV , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Código de Processo Civil / 73", "Código de 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"Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Centro de Arbitragem", "Colégio Recursal Central da Capital dos Juizados Especiais de São Paulo", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Centro de Arbitragem", "Colégio Recursal Central da Capital dos Juizados Especiais de São Paulo", "Supremo Tribunal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Primeira Turma", "Supremo 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Ementa e Acórdão 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) :RUDI MEIRA CASSEL AGDO.(A/S) :FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) :DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. ANULAÇÃO DA PROVA PRÁTICA. CRITÉRIOS DE FORMULAÇÃO. ARTIGO 93, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO. VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal não determina que o órgão judicante se manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelas partes, mas sim que ele explicite as razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (AI 791.292-RG-QO, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010, Tema 339 da Repercussão Geral). 2. O tema relativo à suposta violação dos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal não possui repercussão geral (ARE 748.371-RG, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/2013, Tema 660). 3. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 91CF-2F0B-BBB5-20DC e senha 3163-80E0-0D3A-B5C1 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão ARE 1324464 AGR / DF constantes dos autos tampouco de cláusulas contratuais (Súmulas 279 e 454 do STF). 4. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 5. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 6 a 16/8/2021, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 91CF-2F0B-BBB5-20DC e senha 3163-80E0-0D3A-B5C1 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF constantes dos autos tampouco de cláusulas contratuais (Súmulas 279 e 454 do STF). 4. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 5. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 6 a 16/8/2021, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 91CF-2F0B-BBB5-20DC e senha 3163-80E0-0D3A-B5C1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) :RUDI MEIRA CASSEL AGDO.(A/S) :FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) :DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia, da aplicação dos Temas 339 e 660 da sistemática de Repercussão Geral e da incidência do óbice da Súmula 279 e 454 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5BBF-66D8-9974-73C9 e senha A4A0-398B-5F32-C634 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) :RUDI MEIRA CASSEL AGDO.(A/S) :FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) :DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia, da aplicação dos Temas 339 e 660 da sistemática de Repercussão Geral e da incidência do óbice da Súmula 279 e 454 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5BBF-66D8-9974-73C9 e senha A4A0-398B-5F32-C634 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante consignado na decisão objurgada, esta Suprema Corte, em sua composição plenária, na oportunidade do julgamento do AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes publicado no DJe de 13/8/2010, julgado sob a sistemática da repercussão geral (tema 339), firmou o entendimento no sentido de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão . Por oportuno, transcrevo a ementa do referido julgado: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante consignado na decisão objurgada, esta Suprema Corte, em sua composição plenária, na oportunidade do julgamento do AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes publicado no DJe de 13/8/2010, julgado sob a sistemática da repercussão geral (tema 339), firmou o entendimento no sentido de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão . Por oportuno, transcrevo a ementa do referido julgado: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1324464 AGR / DF ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010) Demais disso, o Plenário desta Corte, nos autos do ARE nº 748.371, Rel. Min. Gilmar Mendes, publicado no DJe de 1º/8/2013, julgado sob o rito da repercussão geral (Tema 660), reafirmou o entendimento de que a afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional que dependa, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que não enseja reexame da questão em recurso extraordinário. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Militar. Cerceamento de defesa. Indeferimento de provas. Repercussão geral. Ausência. Proventos com remuneração correspondente ao grau hierárquico superior. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. A afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal. 2. Esse entendimento foi reafirmado em sede de repercussão geral. Vide: i) ARE nº 748.371/MT, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/13 - Tema 660 e ii) ARE nº 639.228/RJ, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 31/8/11 - Tema 424. 3. Inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos e a análise da legislação infraconstitucional. Incidência das Súmulas nºs 279 e 636/STF. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 5. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010) Demais disso, o Plenário desta Corte, nos autos do ARE nº 748.371, Rel. Min. Gilmar Mendes, publicado no DJe de 1º/8/2013, julgado sob o rito da repercussão geral (Tema 660), reafirmou o entendimento de que a afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional que dependa, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que não enseja reexame da questão em recurso extraordinário. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Militar. Cerceamento de defesa. Indeferimento de provas. Repercussão geral. Ausência. Proventos com remuneração correspondente ao grau hierárquico superior. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. A afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal. 2. Esse entendimento foi reafirmado em sede de repercussão geral. Vide: i) ARE nº 748.371/MT, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/13 - Tema 660 e ii) ARE nº 639.228/RJ, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 31/8/11 - Tema 424. 3. Inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos e a análise da legislação infraconstitucional. Incidência das Súmulas nºs 279 e 636/STF. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 5. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. (ARE 1.143.354-AgR, Plenário, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 1º/2/2019). Outrossim, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula e 279 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CURSO BÁSICO DE FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR. REMARCAÇÃO DE PROVA PRÁTICA. BAIXA HOSPITALAR APÓS A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADE PROMOVIDA PELO PRÓPRIO CURSO. OFENSA REFLEXA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS E DAS CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. ENUNCIADOS 279 E 454 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional e de cláusulas editalícias. Precedentes: RE 1.176.732-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 08/04/2019; ARE 1.163.398-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 11/03/2019; ARE 1.124.183-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 25/09/2018, e ARE 997.559-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 16/05/2017. 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. (ARE 1.143.354-AgR, Plenário, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 1º/2/2019). Outrossim, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula e 279 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CURSO BÁSICO DE FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR. REMARCAÇÃO DE PROVA PRÁTICA. BAIXA HOSPITALAR APÓS A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADE PROMOVIDA PELO PRÓPRIO CURSO. OFENSA REFLEXA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS E DAS CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. ENUNCIADOS 279 E 454 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional e de cláusulas editalícias. Precedentes: RE 1.176.732-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 08/04/2019; ARE 1.163.398-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 11/03/2019; ARE 1.124.183-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 25/09/2018, e ARE 997.559-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 16/05/2017. 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1312659 AgR, Rel. Min. Luiz Fux - Presidente, Tribunal Pleno, DJe de 02-06-2021) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS E DE CLÁUSULAS DE EDITAL DO CONCURSO PÚBLICO. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS 279 E 454 DO STF. 1. O acolhimento do recurso passa necessariamente pela revisão das provas e das cláusulas do edital do certame público. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 454 (Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário), ambas desta CORTE. 2. Agravo Interno a que se nega provimento.” (RE 1030969 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16-10-2019) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAMENTAÇÃO A RESPEITO DA REPERCUSSÃO GERAL. INSUFICIÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS 279 E 454 DO STF. 1. Os Recursos Extraordinários somente serão conhecidos e julgados, quando essenciais e relevantes as questões constitucionais a serem analisadas, sendo imprescindível ao recorrente, em sua petição de interposição de recurso, a apresentação formal e motivada da repercussão geral, que demonstre, perante o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a existência de acentuado interesse geral na solução das questões constitucionais discutidas no processo, que transcenda a defesa puramente de interesses subjetivos e particulares. 2. A obrigação do recorrente em apresentar formal e motivadamente a preliminar de repercussão geral, que demonstre sob o ponto 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1312659 AgR, Rel. Min. Luiz Fux - Presidente, Tribunal Pleno, DJe de 02-06-2021) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS E DE CLÁUSULAS DE EDITAL DO CONCURSO PÚBLICO. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS 279 E 454 DO STF. 1. O acolhimento do recurso passa necessariamente pela revisão das provas e das cláusulas do edital do certame público. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 454 (Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário), ambas desta CORTE. 2. Agravo Interno a que se nega provimento.” (RE 1030969 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16-10-2019) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAMENTAÇÃO A RESPEITO DA REPERCUSSÃO GERAL. INSUFICIÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS 279 E 454 DO STF. 1. Os Recursos Extraordinários somente serão conhecidos e julgados, quando essenciais e relevantes as questões constitucionais a serem analisadas, sendo imprescindível ao recorrente, em sua petição de interposição de recurso, a apresentação formal e motivada da repercussão geral, que demonstre, perante o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a existência de acentuado interesse geral na solução das questões constitucionais discutidas no processo, que transcenda a defesa puramente de interesses subjetivos e particulares. 2. A obrigação do recorrente em apresentar formal e motivadamente a preliminar de repercussão geral, que demonstre sob o ponto 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1324464 AGR / DF de vista econômico, político, social ou jurídico, a relevância da questão constitucional debatida que ultrapasse os interesses subjetivos da causa, conforme exigência constitucional, legal e regimental (art. 102, § 3º, da CF/88, c/c art. 1.035, § 2º, do CPC/2015), não se confunde com meras invocações desacompanhadas de sólidos fundamentos no sentido de que o tema controvertido é portador de ampla repercussão e de suma importância para o cenário econômico, político, social ou jurídico, ou que não interessa única e simplesmente às partes envolvidas na lide, muito menos ainda divagações de que a jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL é incontroversa no tocante à causa debatida, entre outras de igual patamar argumentativo. 3. O Juízo de origem não analisou a questão constitucional veiculada, não tendo sido esgotados todos os mecanismos ordinários de discussão, INEXISTINDO, portanto, o NECESSÁRIO PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO, que pressupõe o debate e a decisão prévios sobre o tema jurígeno constitucional versado no recurso. Incidência das Súmulas 282 e 356 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 4. O acolhimento do recurso passa necessariamente pela revisão das provas e das cláusulas do edital do certame público. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 454 (Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário), ambas desta CORTE. 5. Agravo Interno a que se nega provimento.” (RE 1147519 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16-11-2018) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF de vista econômico, político, social ou jurídico, a relevância da questão constitucional debatida que ultrapasse os interesses subjetivos da causa, conforme exigência constitucional, legal e regimental (art. 102, § 3º, da CF/88, c/c art. 1.035, § 2º, do CPC/2015), não se confunde com meras invocações desacompanhadas de sólidos fundamentos no sentido de que o tema controvertido é portador de ampla repercussão e de suma importância para o cenário econômico, político, social ou jurídico, ou que não interessa única e simplesmente às partes envolvidas na lide, muito menos ainda divagações de que a jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL é incontroversa no tocante à causa debatida, entre outras de igual patamar argumentativo. 3. O Juízo de origem não analisou a questão constitucional veiculada, não tendo sido esgotados todos os mecanismos ordinários de discussão, INEXISTINDO, portanto, o NECESSÁRIO PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO, que pressupõe o debate e a decisão prévios sobre o tema jurígeno constitucional versado no recurso. Incidência das Súmulas 282 e 356 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 4. O acolhimento do recurso passa necessariamente pela revisão das provas e das cláusulas do edital do certame público. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 454 (Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário), ambas desta CORTE. 5. Agravo Interno a que se nega provimento.” (RE 1147519 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16-11-2018) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 17/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) : RUDI MEIRA CASSEL (22256/DF, 165498/MG, 170271/RJ, 49862A/RS, 421811/SP) AGDO.(A/S) : FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) : DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE (3927/AC, 12170A/ AL, A697/AM, 2961-A/AP, 22696/BA, 30116-A/CE, 01742/A/DF, 12082/ES, 51178/GO, 18262-A/MA, 56543/MG, 23613-A/MS, 19376/A/MT, 19919-A/PA, 19531-A/PB, 00815/PE, 7369/PI, 87425/PR, 002255-A/RJ, 1024-A/RN, 6540/RO, 592-A/RR, 97892A/RS, 34752/SC, 873A/SE, 191664/SP, 9778-A/TO) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F9D8-C463-9538-83EA e senha 041D-2A2C-F89B-4C39 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) : RUDI MEIRA CASSEL (22256/DF, 165498/MG, 170271/RJ, 49862A/RS, 421811/SP) AGDO.(A/S) : FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) : DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE (3927/AC, 12170A/ AL, A697/AM, 2961-A/AP, 22696/BA, 30116-A/CE, 01742/A/DF, 12082/ES, 51178/GO, 18262-A/MA, 56543/MG, 23613-A/MS, 19376/A/MT, 19919-A/PA, 19531-A/PB, 00815/PE, 7369/PI, 87425/PR, 002255-A/RJ, 1024-A/RN, 6540/RO, 592-A/RR, 97892A/RS, 34752/SC, 873A/SE, 191664/SP, 9778-A/TO) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F9D8-C463-9538-83EA e senha 041D-2A2C-F89B-4C39 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
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2021-08-17T00:00:00
2021-08-26T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. ANULAÇÃO DA PROVA PRÁTICA. CRITÉRIOS DE FORMULAÇÃO. ARTIGO 93, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO. VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal não determina que o órgão judicante se manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelas partes, mas sim que ele explicite as razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (AI 791.292-RG-QO, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010, Tema 339 da Repercussão Geral). 2. O tema relativo à suposta violação dos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal não possui repercussão geral (ARE 748.371-RG, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/2013, Tema 660). 3. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos tampouco de cláusulas contratuais (Súmulas 279 e 454 do STF). 4. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 5. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
sjur451519
- Acórdão(s) citado(s): (FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO JUDICIAL) AI 791292 QO-RG. (CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA, COISA JULGADA, DEVIDO PROCESSO LEGAL) ARE 748371 RG (TP). (RE, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) ARE 1143354 AgR (TP). (RE, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) RE 1147519 AgR (1ªT), RE 1030969 AgR (1ªT), ARE 1312659 AgR (TP). Número de páginas: 10. Análise: 22/02/2022, LPC.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1324464
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00093 INC-00009\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000454\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1324464 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) : RUDI MEIRA CASSEL AGDO.(A/S) : FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) : DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) :RUDI MEIRA CASSEL AGDO.(A/S) :FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) :DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. ANULAÇÃO DA PROVA PRÁTICA. CRITÉRIOS DE FORMULAÇÃO. ARTIGO 93, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO. VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal não determina que o órgão judicante se manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelas partes, mas sim que ele explicite as razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (AI 791.292-RG-QO, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010, Tema 339 da Repercussão Geral). 2. O tema relativo à suposta violação dos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal não possui repercussão geral (ARE 748.371-RG, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1.../8/2013, Tema 660). 3. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 91CF-2F0B-BBB5-20DC e senha 3163-80E0-0D3A-B5C1 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão ARE 1324464 AGR / DF constantes dos autos tampouco de cláusulas contratuais (Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal). 4. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 5. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 6 a 16/8/2021, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 91CF-2F0B-BBB5-20DC e senha 3163-80E0-0D3A-B5C1 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF constantes dos autos tampouco de cláusulas contratuais (Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal). 4. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 5. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 6 a 16/8/2021, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 91CF-2F0B-BBB5-20DC e senha 3163-80E0-0D3A-B5C1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) :RUDI MEIRA CASSEL AGDO.(A/S) :FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) :DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia, da aplicação dos Temas 339 e 660 da sistemática de Repercussão Geral e da incidência do óbice da Súmula 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5BBF-66D8-9974-73C9 e senha A4A0-398B-5F32-C634 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) :RUDI MEIRA CASSEL AGDO.(A/S) :FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) :DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia, da aplicação dos Temas 339 e 660 da sistemática de Repercussão Geral e da incidência do óbice da Súmula 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5BBF-66D8-9974-73C9 e senha A4A0-398B-5F32-C634 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante consignado na decisão objurgada, esta Suprema Corte, em sua composição plenária, na oportunidade do julgamento do AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes publicado no DJe de 13/8/2010, julgado sob a sistemática da repercussão geral (tema 339), firmou o entendimento no sentido de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão . Por oportuno, transcrevo a ementa do referido julgado: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (Código de Processo Civil, art. 544, §§ 3... e 4...). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5... e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante consignado na decisão objurgada, esta Suprema Corte, em sua composição plenária, na oportunidade do julgamento do AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes publicado no DJe de 13/8/2010, julgado sob a sistemática da repercussão geral (tema 339), firmou o entendimento no sentido de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão . Por oportuno, transcrevo a ementa do referido julgado: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (Código de Processo Civil, art. 544, §§ 3... e 4...). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5... e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1324464 AGR / DF ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010) Demais disso, o Plenário desta Corte, nos autos do ARE n 748.371, Rel. Min. Gilmar Mendes, publicado no DJe de 1.../8/2013, julgado sob o rito da repercussão geral (Tema 660), reafirmou o entendimento de que a afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional que dependa, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que não enseja reexame da questão em recurso extraordinário. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Militar. Cerceamento de defesa. Indeferimento de provas. Repercussão geral. Ausência. Proventos com remuneração correspondente ao grau hierárquico superior. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. A afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal. 2. Esse entendimento foi reafirmado em sede de repercussão geral. Vide: i) ARE n 748.371/MT, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1.../8/13 - Tema 660 e ii) ARE n 639.228/RJ, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 31/8/11 - Tema 424. 3. Inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos e a análise da legislação infraconstitucional. Incidência das Súmulas ns 279 e 636/Supremo Tribunal Federal. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 5. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010) Demais disso, o Plenário desta Corte, nos autos do ARE n 748.371, Rel. Min. Gilmar Mendes, publicado no DJe de 1.../8/2013, julgado sob o rito da repercussão geral (Tema 660), reafirmou o entendimento de que a afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional que dependa, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que não enseja reexame da questão em recurso extraordinário. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Militar. Cerceamento de defesa. Indeferimento de provas. Repercussão geral. Ausência. Proventos com remuneração correspondente ao grau hierárquico superior. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. A afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal. 2. Esse entendimento foi reafirmado em sede de repercussão geral. Vide: i) ARE n 748.371/MT, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1.../8/13 - Tema 660 e ii) ARE n 639.228/RJ, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 31/8/11 - Tema 424. 3. Inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos e a análise da legislação infraconstitucional. Incidência das Súmulas ns 279 e 636/Supremo Tribunal Federal. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 5. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. (ARE 1.143.354-AgR, Plenário, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 1.../2/2019). Outrossim, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula e 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CURSO BÁSICO DE FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR. REMARCAÇÃO DE PROVA PRÁTICA. BAIXA HOSPITALAR APÓS A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADE PROMOVIDA PELO PRÓPRIO CURSO. OFENSA REFLEXA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS E DAS CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. ENUNCIADOS 279 E 454 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional e de cláusulas editalícias. Precedentes: Recurso Extraordinário 1.176.732-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 08/04/2019; ARE 1.163.398-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 11/03/2019; ARE 1.124.183-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 25/09/2018, e ARE 997.559-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 16/05/2017. 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. (ARE 1.143.354-AgR, Plenário, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 1.../2/2019). Outrossim, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula e 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CURSO BÁSICO DE FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR. REMARCAÇÃO DE PROVA PRÁTICA. BAIXA HOSPITALAR APÓS A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADE PROMOVIDA PELO PRÓPRIO CURSO. OFENSA REFLEXA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS E DAS CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. ENUNCIADOS 279 E 454 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional e de cláusulas editalícias. Precedentes: Recurso Extraordinário 1.176.732-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 08/04/2019; ARE 1.163.398-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 11/03/2019; ARE 1.124.183-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 25/09/2018, e ARE 997.559-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 16/05/2017. 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1312659 AgR, Rel. Min. Luiz Fux - Presidente, Tribunal Pleno, DJe de 02-06-2021) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS E DE CLÁUSULAS DE EDITAL DO CONCURSO PÚBLICO. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS 279 E 454 DO Supremo Tribunal Federal. 1. O acolhimento do recurso passa necessariamente pela revisão das provas e das cláusulas do edital do certame público. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 454 (Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário), ambas desta CORTE. 2. Agravo Interno a que se nega provimento.” (Recurso Extraordinário 1030969 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16-10-2019) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAMENTAÇÃO A RESPEITO DA REPERCUSSÃO GERAL. INSUFICIÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS 279 E 454 DO Supremo Tribunal Federal. 1. Os Recursos Extraordinários somente serão conhecidos e julgados, quando essenciais e relevantes as questões constitucionais a serem analisadas, sendo imprescindível ao recorrente, em sua petição de interposição de recurso, a apresentação formal e motivada da repercussão geral, que demonstre, perante o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a existência de acentuado interesse geral na solução das questões constitucionais discutidas no processo, que transcenda a defesa puramente de interesses subjetivos e particulares. 2. A obrigação do recorrente em apresentar formal e motivadamente a preliminar de repercussão geral, que demonstre sob o ponto 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1312659 AgR, Rel. Min. Luiz Fux - Presidente, Tribunal Pleno, DJe de 02-06-2021) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS E DE CLÁUSULAS DE EDITAL DO CONCURSO PÚBLICO. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS 279 E 454 DO Supremo Tribunal Federal. 1. O acolhimento do recurso passa necessariamente pela revisão das provas e das cláusulas do edital do certame público. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 454 (Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário), ambas desta CORTE. 2. Agravo Interno a que se nega provimento.” (Recurso Extraordinário 1030969 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16-10-2019) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAMENTAÇÃO A RESPEITO DA REPERCUSSÃO GERAL. INSUFICIÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS 279 E 454 DO Supremo Tribunal Federal. 1. Os Recursos Extraordinários somente serão conhecidos e julgados, quando essenciais e relevantes as questões constitucionais a serem analisadas, sendo imprescindível ao recorrente, em sua petição de interposição de recurso, a apresentação formal e motivada da repercussão geral, que demonstre, perante o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a existência de acentuado interesse geral na solução das questões constitucionais discutidas no processo, que transcenda a defesa puramente de interesses subjetivos e particulares. 2. A obrigação do recorrente em apresentar formal e motivadamente a preliminar de repercussão geral, que demonstre sob o ponto 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1324464 AGR / DF de vista econômico, político, social ou jurídico, a relevância da questão constitucional debatida que ultrapasse os interesses subjetivos da causa, conforme exigência constitucional, legal e regimental (art. 102, § 3..., da Constituição Federal de 1988/88, c/c art. 1.035, § 2..., do Código de Processo Civil/2015), não se confunde com meras invocações desacompanhadas de sólidos fundamentos no sentido de que o tema controvertido é portador de ampla repercussão e de suma importância para o cenário econômico, político, social ou jurídico, ou que não interessa única e simplesmente às partes envolvidas na lide, muito menos ainda divagações de que a jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL é incontroversa no tocante à causa debatida, entre outras de igual patamar argumentativo. 3. O Juízo de origem não analisou a questão constitucional veiculada, não tendo sido esgotados todos os mecanismos ordinários de discussão, INEXISTINDO, portanto, o NECESSÁRIO PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO, que pressupõe o debate e a decisão prévios sobre o tema jurígeno constitucional versado no recurso. Incidência das Súmulas 282 e 356 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 4. O acolhimento do recurso passa necessariamente pela revisão das provas e das cláusulas do edital do certame público. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 454 (Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário), ambas desta CORTE. 5. Agravo Interno a que se nega provimento.” (Recurso Extraordinário 1147519 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16-11-2018) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF de vista econômico, político, social ou jurídico, a relevância da questão constitucional debatida que ultrapasse os interesses subjetivos da causa, conforme exigência constitucional, legal e regimental (art. 102, § 3..., da Constituição Federal de 1988/88, c/c art. 1.035, § 2..., do Código de Processo Civil/2015), não se confunde com meras invocações desacompanhadas de sólidos fundamentos no sentido de que o tema controvertido é portador de ampla repercussão e de suma importância para o cenário econômico, político, social ou jurídico, ou que não interessa única e simplesmente às partes envolvidas na lide, muito menos ainda divagações de que a jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL é incontroversa no tocante à causa debatida, entre outras de igual patamar argumentativo. 3. O Juízo de origem não analisou a questão constitucional veiculada, não tendo sido esgotados todos os mecanismos ordinários de discussão, INEXISTINDO, portanto, o NECESSÁRIO PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO, que pressupõe o debate e a decisão prévios sobre o tema jurígeno constitucional versado no recurso. Incidência das Súmulas 282 e 356 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 4. O acolhimento do recurso passa necessariamente pela revisão das provas e das cláusulas do edital do certame público. Incidem, portanto, os óbices das Súmulas 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário) e 454 (Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário), ambas desta CORTE. 5. Agravo Interno a que se nega provimento.” (Recurso Extraordinário 1147519 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16-11-2018) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Supremo Tribunal Federal ARE 1324464 AGR / DF desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5C8-B33F-415B-AA59 e senha 2A21-4082-0514-9841 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 17/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) : RUDI MEIRA CASSEL (22256/DF, 165498/MG, 170271/RJ, 49862A/RS, 421811/SP) AGDO.(A/S) : FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) : DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE (3927/AC, 12170A/ AL, A697/AM, 2961-A/AP, 22696/BA, 30116-A/CE, 01742/A/DF, 12082/ES, 51178/GO, 18262-A/MA, 56543/MG, 23613-A/MS, 19376/A/MT, 19919-A/PA, 19531-A/PB, 00815/PE, 7369/PI, 87425/PR, 002255-A/RJ, 1024-A/RN, 6540/RO, 592-A/RR, 97892A/RS, 34752/SC, 873A/SE, 191664/SP, 9778-A/TO) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F9D8-C463-9538-83EA e senha 041D-2A2C-F89B-4C39 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.324.464 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : MARCONI SIMOES COSTA ADV.(A/S) : RUDI MEIRA CASSEL (22256/DF, 165498/MG, 170271/RJ, 49862A/RS, 421811/SP) AGDO.(A/S) : FUNDACAO GETULIO VARGAS ADV.(A/S) : DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE (3927/AC, 12170A/ AL, A697/AM, 2961-A/AP, 22696/BA, 30116-A/CE, 01742/A/DF, 12082/ES, 51178/GO, 18262-A/MA, 56543/MG, 23613-A/MS, 19376/A/MT, 19919-A/PA, 19531-A/PB, 00815/PE, 7369/PI, 87425/PR, 002255-A/RJ, 1024-A/RN, 6540/RO, 592-A/RR, 97892A/RS, 34752/SC, 873A/SE, 191664/SP, 9778-A/TO) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F9D8-C463-9538-83EA e senha 041D-2A2C-F89B-4C39 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
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"MARCONI SIMOES COSTA", "RUDI MEIRA CASSEL", "GETULIO VARGAS", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "MARCONI SIMOES COSTA", "RUDI MEIRA CASSEL", "GETULIO VARGAS", "DECIO FLAVIO GONCALVES TORRES FREIRE", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "17", "/", "08", "/", "2021", "13", "/", "8", "/", "2010", "1", ".", ".", ".", "/", "8", "/", "2013", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16", "/", "8", "/", "2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16", "/", "8", "/", "2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", 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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 172.316 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) :ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ERRO – ILICITUDE – AUSÊNCIA. Uma vez demonstrado que o agente, considerado o contexto do crime, tinha condições de compreender o caráter ilícito da conduta, não surge configurado erro sobre a ilicitude do fato – artigo 21 do Código Penal. PENA – DOSIMETRIA – CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL VALORAÇÃO. A valoração de circunstância judicial, inserida na dosimetria da pena, envolve, de regra, o justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. CONTINUIDADE DELITIVA – PERCENTUAL. Percentual alusivo à continuidade delitiva é definido ante o número de crimes praticados. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 18 a 25 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 28 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 72BD-6DAD-CC1E-124A e senha 1350-474F-D651-DB34 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 172.316 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) :ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Juízo da Terceira Vara Criminal Federal de Campinas/SP, no processo nº 00091606720084036105, condenou o paciente a 5 anos e 4 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 26 dias-multa, considerado o crime do artigo 1º, inciso I (supressão ou redução de tributo mediante omissão de informação ou declaração falsa às autoridades fazendárias), da Lei nº 8.137/1990, na forma do artigo 71 (continuidade delitiva) do Código Penal. Assentou que o paciente, na qualidade de administrador da empresa Álamo Distribuidora de Derivados de Petróleos Ltda., omitiu, na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais e na Declaração de Informação Econômico- fiscais de Pessoa Jurídica, valores referentes ao PIS/Cofins, incidentes sobre a venda de álcool etílico hidratado carburante, nos períodos de janeiro de 2003 a dezembro de 2004, janeiro a agosto e outubro a dezembro de 2005, janeiro, fevereiro, junho a setembro e novembro de 2006. Impôs a pena-base em 4 anos de reclusão, levando em conta o piso de 2 e o teto de 5 anos, valorando negativas as consequências do crime, em razão do tributo sonegado – mais de vinte milhões de reais. Teve presente, em 1/3, a continuidade delitiva, observada a quantidade de anos de fraude – 4. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 172.316 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) :ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Juízo da Terceira Vara Criminal Federal de Campinas/SP, no processo nº 00091606720084036105, condenou o paciente a 5 anos e 4 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 26 dias-multa, considerado o crime do artigo 1º, inciso I (supressão ou redução de tributo mediante omissão de informação ou declaração falsa às autoridades fazendárias), da Lei nº 8.137/1990, na forma do artigo 71 (continuidade delitiva) do Código Penal. Assentou que o paciente, na qualidade de administrador da empresa Álamo Distribuidora de Derivados de Petróleos Ltda., omitiu, na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais e na Declaração de Informação Econômico- fiscais de Pessoa Jurídica, valores referentes ao PIS/Cofins, incidentes sobre a venda de álcool etílico hidratado carburante, nos períodos de janeiro de 2003 a dezembro de 2004, janeiro a agosto e outubro a dezembro de 2005, janeiro, fevereiro, junho a setembro e novembro de 2006. Impôs a pena-base em 4 anos de reclusão, levando em conta o piso de 2 e o teto de 5 anos, valorando negativas as consequências do crime, em razão do tributo sonegado – mais de vinte milhões de reais. Teve presente, em 1/3, a continuidade delitiva, observada a quantidade de anos de fraude – 4. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório HC 172316 / SP A Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, no julgamento de apelação da defesa, afastou o alegado em relação à ocorrência de erro de proibição, uma vez que o paciente era auxiliado, na administração da empresa, por contador, tendo condições de entender a ilicitude da conduta. Destacou configurado o dolo, ressaltando demonstrada a omissão de declaração alusiva ao PIS/Cofins. Fez ver prescindível o dolo específico. Deu parcial provimento ao recurso da defesa, estabelecendo a pena-base em 3 anos e 6 meses de reclusão Proveu parcialmente apelação do Ministério Público Federal, redimensionando, em 1/2, o percentual do artigo 71 do Código Penal. A pena final ficou em 5 anos e 3 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 25 dias-multa. Embargos de declaração foram providos, sem efeito modificativo. Chegou-se ao Superior Tribunal de Justiça com o recurso especial nº 1.791.719, formalizado pelo Ministério Público e defesa. O Relator negou provimento ao recurso da defesa. Ao prover o do Órgão acusador, fixou, em 2/3, o patamar referente à continuidade delitiva, apontando omissão em 25 declarações de débitos e créditos tributários fiscais. Readequou a pena para 5 anos e 10 meses de reclusão, mantido o regime semiaberto. Com embargos declaratórios, não se alcançou êxito. A Quinta Turma desproveu agravo. O impetrante sustenta caracterizado erro de proibição, dizendo não ter o paciente conhecimento técnico do sistema tributário, nem saber da incidência de PIS/Cofins sobre operações relativas aos derivados de petróleo e combustíveis. Sublinha não demonstrado o dolo da conduta. Articula com a desproporcionalidade da pena-base, argumentando que o valor sonegado, excluídas multa e correção monetária, totaliza R$ 3.800,00. Assinala não ser o caso de continuidade delitiva, frisando configurado crime único, consumado com a constituição definitiva do crédito tributário. Menciona o verbete 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Supremo Tribunal Federal HC 172316 / SP A Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, no julgamento de apelação da defesa, afastou o alegado em relação à ocorrência de erro de proibição, uma vez que o paciente era auxiliado, na administração da empresa, por contador, tendo condições de entender a ilicitude da conduta. Destacou configurado o dolo, ressaltando demonstrada a omissão de declaração alusiva ao PIS/Cofins. Fez ver prescindível o dolo específico. Deu parcial provimento ao recurso da defesa, estabelecendo a pena-base em 3 anos e 6 meses de reclusão Proveu parcialmente apelação do Ministério Público Federal, redimensionando, em 1/2, o percentual do artigo 71 do Código Penal. A pena final ficou em 5 anos e 3 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 25 dias-multa. Embargos de declaração foram providos, sem efeito modificativo. Chegou-se ao Superior Tribunal de Justiça com o recurso especial nº 1.791.719, formalizado pelo Ministério Público e defesa. O Relator negou provimento ao recurso da defesa. Ao prover o do Órgão acusador, fixou, em 2/3, o patamar referente à continuidade delitiva, apontando omissão em 25 declarações de débitos e créditos tributários fiscais. Readequou a pena para 5 anos e 10 meses de reclusão, mantido o regime semiaberto. Com embargos declaratórios, não se alcançou êxito. A Quinta Turma desproveu agravo. O impetrante sustenta caracterizado erro de proibição, dizendo não ter o paciente conhecimento técnico do sistema tributário, nem saber da incidência de PIS/Cofins sobre operações relativas aos derivados de petróleo e combustíveis. Sublinha não demonstrado o dolo da conduta. Articula com a desproporcionalidade da pena-base, argumentando que o valor sonegado, excluídas multa e correção monetária, totaliza R$ 3.800,00. Assinala não ser o caso de continuidade delitiva, frisando configurado crime único, consumado com a constituição definitiva do crédito tributário. Menciona o verbete 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Relatório HC 172316 / SP vinculante nº 24 da Súmula. Afirma inadequada a observância do artigo 71 do Código Penal na fração de 2/3. Tem como viável o percentual de 1/4, considerada a prática criminosa em 4 anos- calendário. Requer a absolvição. Sucessivamente, busca a redução da pena-base, o afastamento da continuidade delitiva e, quando menos, seja redimensionado o patamar do artigo 71 do Código Penal. A Procuradoria-Geral da República opina pelo indeferimento da ordem. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Supremo Tribunal Federal HC 172316 / SP vinculante nº 24 da Súmula. Afirma inadequada a observância do artigo 71 do Código Penal na fração de 2/3. Tem como viável o percentual de 1/4, considerada a prática criminosa em 4 anos- calendário. Requer a absolvição. Sucessivamente, busca a redução da pena-base, o afastamento da continuidade delitiva e, quando menos, seja redimensionado o patamar do artigo 71 do Código Penal. A Procuradoria-Geral da República opina pelo indeferimento da ordem. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 172.316 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A teor do artigo 21 do Código Penal, o erro sobre a ilicitude do fato, quando inevitável, torna o acusado isento de pena. O agente não será apenado pelo crime quando, observadas as circunstâncias concretas, não puder compreender a ilegalidade da conduta. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, no julgamento dos embargos de declaração, ao afastar a ocorrência, ressaltou que o paciente, na qualidade de administrador da empresa, tinha condições de entender a natureza ilícita da conduta de não declarar, à autoridade fazendária, as informações referentes à incidência de PIS/Cofins. Fez ver a existência, na pessoa jurídica, de serviços de contador, responsável por fazer as declarações e os cálculos dos valores, auxiliando o acusado na gestão. Ante o contexto fático, não se tem erro de proibição. No tocante ao dolo, destacou suficiente, à caracterização do tipo do artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90, o genérico – intenção de suprimir tributo mediante omissão voluntária na prestação de informação, ao Fisco. Quanto à pena-base, o Regional Federal, levando em conta o piso de 2 e o teto de 5 anos, fixou-a em 3 anos e 6 meses de reclusão, reportando- se às consequências do crime, ante o valor de tributos sonegados – R$ 9.032.973,86, excluídos os acréscimos legais. Atendeu-se ao artigo 59 do Código Penal. A dosimetria resolve-se, de regra, no campo do justo ou injusto. Uma vez verificada, conforme se depreende da sentença e do acórdão, a prática de diversas condutas voltadas à sonegação de tributo, descabe concluir pela configuração de crime único. O fato de a consumação dos crimes, tendo em conta a constituição definitiva dos créditos, ocorrer em momento posterior não afasta a premissa. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F110-2B9A-3323-BCD7 e senha A258-D0CB-5AD2-0619 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 172.316 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A teor do artigo 21 do Código Penal, o erro sobre a ilicitude do fato, quando inevitável, torna o acusado isento de pena. O agente não será apenado pelo crime quando, observadas as circunstâncias concretas, não puder compreender a ilegalidade da conduta. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, no julgamento dos embargos de declaração, ao afastar a ocorrência, ressaltou que o paciente, na qualidade de administrador da empresa, tinha condições de entender a natureza ilícita da conduta de não declarar, à autoridade fazendária, as informações referentes à incidência de PIS/Cofins. Fez ver a existência, na pessoa jurídica, de serviços de contador, responsável por fazer as declarações e os cálculos dos valores, auxiliando o acusado na gestão. Ante o contexto fático, não se tem erro de proibição. No tocante ao dolo, destacou suficiente, à caracterização do tipo do artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90, o genérico – intenção de suprimir tributo mediante omissão voluntária na prestação de informação, ao Fisco. Quanto à pena-base, o Regional Federal, levando em conta o piso de 2 e o teto de 5 anos, fixou-a em 3 anos e 6 meses de reclusão, reportando- se às consequências do crime, ante o valor de tributos sonegados – R$ 9.032.973,86, excluídos os acréscimos legais. Atendeu-se ao artigo 59 do Código Penal. A dosimetria resolve-se, de regra, no campo do justo ou injusto. Uma vez verificada, conforme se depreende da sentença e do acórdão, a prática de diversas condutas voltadas à sonegação de tributo, descabe concluir pela configuração de crime único. O fato de a consumação dos crimes, tendo em conta a constituição definitiva dos créditos, ocorrer em momento posterior não afasta a premissa. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F110-2B9A-3323-BCD7 e senha A258-D0CB-5AD2-0619 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 172316 / SP Relativamente à observância, em 2/3, do percentual previsto no artigo 71 do Código Penal, o Superior Tribunal de Justiça aludiu à quantidade de crimes cometidos, no que constatada omissão de informações em 25 declarações de créditos e débitos tributários. O patamar foi fundamentado. Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F110-2B9A-3323-BCD7 e senha A258-D0CB-5AD2-0619 Supremo Tribunal Federal HC 172316 / SP Relativamente à observância, em 2/3, do percentual previsto no artigo 71 do Código Penal, o Superior Tribunal de Justiça aludiu à quantidade de crimes cometidos, no que constatada omissão de informações em 25 declarações de créditos e débitos tributários. O patamar foi fundamentado. Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F110-2B9A-3323-BCD7 e senha A258-D0CB-5AD2-0619 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 172.316 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) : ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR (33249-A/CE, 52131/DF, 329848/SP) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7D2F-140F-01C9-0430 e senha CD02-CEA8-529C-7012 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 172.316 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) : ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR (33249-A/CE, 52131/DF, 329848/SP) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7D2F-140F-01C9-0430 e senha CD02-CEA8-529C-7012 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756394143
2021-06-28T00:00:00
2021-07-02T00:00:00
A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
HABEAS CORPUS
ERRO – ILICITUDE – AUSÊNCIA. Uma vez demonstrado que o agente, considerado o contexto do crime, tinha condições de compreender o caráter ilícito da conduta, não surge configurado erro sobre a ilicitude do fato – artigo 21 do Código Penal. PENA – DOSIMETRIA – CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL VALORAÇÃO. A valoração de circunstância judicial, inserida na dosimetria da pena, envolve, de regra, o justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. CONTINUIDADE DELITIVA – PERCENTUAL. Percentual alusivo à continuidade delitiva é definido ante o número de crimes praticados.
sjur449921
Número de páginas: 7. Análise: 12/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
172316
[ "LEG-FED LEI-008137 ANO-1990\n ART-00001 INC-00001\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00021 ART-00059 ART-00071\n CP-1940 CÓDIGO PENAL" ]
HC
acordaos
HC 172316
[ "" ]
PACTE.(S) : ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) : ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 172.316 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) :ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ERRO – ILICITUDE – AUSÊNCIA. Uma vez demonstrado que o agente, considerado o contexto do crime, tinha condições de compreender o caráter ilícito da conduta, não surge configurado erro sobre a ilicitude do fato – artigo 21 do Código Penal. PENA – DOSIMETRIA – CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL VALORAÇÃO. A valoração de circunstância judicial, inserida na dosimetria da pena, envolve, de regra, o justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. CONTINUIDADE DELITIVA – PERCENTUAL. Percentual alusivo à continuidade delitiva é definido ante o número de crimes praticados. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 18 a 25 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 28 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 72BD-6DAD-CC1E-124A e senha 1350-474F-D651-DB34 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 172.316 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) :ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Juízo da Terceira Vara Criminal Federal de Campinas/SP, no processo n 00091606720084036105, condenou o paciente a 5 anos e 4 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 26 dias-multa, considerado o crime do artigo 1..., inciso I (supressão ou redução de tributo mediante omissão de informação ou declaração falsa às autoridades fazendárias), da Lei n 8.137/1990, na forma do artigo 71 (continuidade delitiva) do Código Penal. Assentou que o paciente, na qualidade de administrador da empresa Álamo Distribuidora de Derivados de Petróleos Ltda., omitiu, na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais e na Declaração de Informação Econômico- fiscais de Pessoa Jurídica, valores referentes ao PIS/Cofins, incidentes sobre a venda de álcool etílico hidratado carburante, nos períodos de janeiro de 2003 a dezembro de 2004, janeiro a agosto e outubro a dezembro de 2005, janeiro, fevereiro, junho a setembro e novembro de 2006. Impôs a pena-base em 4 anos de reclusão, levando em conta o piso de 2 e o teto de 5 anos, valorando negativas as consequências do crime, em razão do tributo sonegado – mais de vinte milhões de reais. Teve presente, em 1/3, a continuidade delitiva, observada a quantidade de anos de fraude – 4. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 172.316 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) :ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Juízo da Terceira Vara Criminal Federal de Campinas/SP, no processo n 00091606720084036105, condenou o paciente a 5 anos e 4 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 26 dias-multa, considerado o crime do artigo 1..., inciso I (supressão ou redução de tributo mediante omissão de informação ou declaração falsa às autoridades fazendárias), da Lei n 8.137/1990, na forma do artigo 71 (continuidade delitiva) do Código Penal. Assentou que o paciente, na qualidade de administrador da empresa Álamo Distribuidora de Derivados de Petróleos Ltda., omitiu, na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais e na Declaração de Informação Econômico- fiscais de Pessoa Jurídica, valores referentes ao PIS/Cofins, incidentes sobre a venda de álcool etílico hidratado carburante, nos períodos de janeiro de 2003 a dezembro de 2004, janeiro a agosto e outubro a dezembro de 2005, janeiro, fevereiro, junho a setembro e novembro de 2006. Impôs a pena-base em 4 anos de reclusão, levando em conta o piso de 2 e o teto de 5 anos, valorando negativas as consequências do crime, em razão do tributo sonegado – mais de vinte milhões de reais. Teve presente, em 1/3, a continuidade delitiva, observada a quantidade de anos de fraude – 4. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório HC 172316 / SP A Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 3... Região, no julgamento de apelação da defesa, afastou o alegado em relação à ocorrência de erro de proibição, uma vez que o paciente era auxiliado, na administração da empresa, por contador, tendo condições de entender a ilicitude da conduta. Destacou configurado o dolo, ressaltando demonstrada a omissão de declaração alusiva ao PIS/Cofins. Fez ver prescindível o dolo específico. Deu parcial provimento ao recurso da defesa, estabelecendo a pena-base em 3 anos e 6 meses de reclusão Proveu parcialmente apelação do Ministério Público Federal, redimensionando, em 1/2, o percentual do artigo 71 do Código Penal. A pena final ficou em 5 anos e 3 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 25 dias-multa. Embargos de declaração foram providos, sem efeito modificativo. Chegou-se ao Superior Tribunal de Justiça com o recurso especial n 1.791.719, formalizado pelo Ministério Público e defesa. O Relator negou provimento ao recurso da defesa. Ao prover o do Órgão acusador, fixou, em 2/3, o patamar referente à continuidade delitiva, apontando omissão em 25 declarações de débitos e créditos tributários fiscais. Readequou a pena para 5 anos e 10 meses de reclusão, mantido o regime semiaberto. Com embargos declaratórios, não se alcançou êxito. A Quinta Turma desproveu agravo. O impetrante sustenta caracterizado erro de proibição, dizendo não ter o paciente conhecimento técnico do sistema tributário, nem saber da incidência de PIS/Cofins sobre operações relativas aos derivados de petróleo e combustíveis. Sublinha não demonstrado o dolo da conduta. Articula com a desproporcionalidade da pena-base, argumentando que o valor sonegado, excluídas multa e correção monetária, totaliza R$ 3.800,00. Assinala não ser o caso de continuidade delitiva, frisando configurado crime único, consumado com a constituição definitiva do crédito tributário. Menciona o verbete 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Supremo Tribunal Federal HC 172316 / SP A Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 3... Região, no julgamento de apelação da defesa, afastou o alegado em relação à ocorrência de erro de proibição, uma vez que o paciente era auxiliado, na administração da empresa, por contador, tendo condições de entender a ilicitude da conduta. Destacou configurado o dolo, ressaltando demonstrada a omissão de declaração alusiva ao PIS/Cofins. Fez ver prescindível o dolo específico. Deu parcial provimento ao recurso da defesa, estabelecendo a pena-base em 3 anos e 6 meses de reclusão Proveu parcialmente apelação do Ministério Público Federal, redimensionando, em 1/2, o percentual do artigo 71 do Código Penal. A pena final ficou em 5 anos e 3 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 25 dias-multa. Embargos de declaração foram providos, sem efeito modificativo. Chegou-se ao Superior Tribunal de Justiça com o recurso especial n 1.791.719, formalizado pelo Ministério Público e defesa. O Relator negou provimento ao recurso da defesa. Ao prover o do Órgão acusador, fixou, em 2/3, o patamar referente à continuidade delitiva, apontando omissão em 25 declarações de débitos e créditos tributários fiscais. Readequou a pena para 5 anos e 10 meses de reclusão, mantido o regime semiaberto. Com embargos declaratórios, não se alcançou êxito. A Quinta Turma desproveu agravo. O impetrante sustenta caracterizado erro de proibição, dizendo não ter o paciente conhecimento técnico do sistema tributário, nem saber da incidência de PIS/Cofins sobre operações relativas aos derivados de petróleo e combustíveis. Sublinha não demonstrado o dolo da conduta. Articula com a desproporcionalidade da pena-base, argumentando que o valor sonegado, excluídas multa e correção monetária, totaliza R$ 3.800,00. Assinala não ser o caso de continuidade delitiva, frisando configurado crime único, consumado com a constituição definitiva do crédito tributário. Menciona o verbete 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Relatório HC 172316 / SP vinculante n 24 da Súmula. Afirma inadequada a observância do artigo 71 do Código Penal na fração de 2/3. Tem como viável o percentual de 1/4, considerada a prática criminosa em 4 anos- calendário. Requer a absolvição. Sucessivamente, busca a redução da pena-base, o afastamento da continuidade delitiva e, quando menos, seja redimensionado o patamar do artigo 71 do Código Penal. A Procuradoria-Geral da República opina pelo indeferimento da ordem. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Supremo Tribunal Federal HC 172316 / SP vinculante n 24 da Súmula. Afirma inadequada a observância do artigo 71 do Código Penal na fração de 2/3. Tem como viável o percentual de 1/4, considerada a prática criminosa em 4 anos- calendário. Requer a absolvição. Sucessivamente, busca a redução da pena-base, o afastamento da continuidade delitiva e, quando menos, seja redimensionado o patamar do artigo 71 do Código Penal. A Procuradoria-Geral da República opina pelo indeferimento da ordem. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5177-F8AC-6B99-B518 e senha 5899-8438-F59C-B847 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 172.316 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A teor do artigo 21 do Código Penal, o erro sobre a ilicitude do fato, quando inevitável, torna o acusado isento de pena. O agente não será apenado pelo crime quando, observadas as circunstâncias concretas, não puder compreender a ilegalidade da conduta. O Tribunal Regional Federal da 3... Região, no julgamento dos embargos de declaração, ao afastar a ocorrência, ressaltou que o paciente, na qualidade de administrador da empresa, tinha condições de entender a natureza ilícita da conduta de não declarar, à autoridade fazendária, as informações referentes à incidência de PIS/Cofins. Fez ver a existência, na pessoa jurídica, de serviços de contador, responsável por fazer as declarações e os cálculos dos valores, auxiliando o acusado na gestão. Ante o contexto fático, não se tem erro de proibição. No tocante ao dolo, destacou suficiente, à caracterização do tipo do artigo 1..., inciso I, da Lei n 8.137/90, o genérico – intenção de suprimir tributo mediante omissão voluntária na prestação de informação, ao Fisco. Quanto à pena-base, o Regional Federal, levando em conta o piso de 2 e o teto de 5 anos, fixou-a em 3 anos e 6 meses de reclusão, reportando- se às consequências do crime, ante o valor de tributos sonegados – R$ 9.032.973,86, excluídos os acréscimos legais. Atendeu-se ao artigo 59 do Código Penal. A dosimetria resolve-se, de regra, no campo do justo ou injusto. Uma vez verificada, conforme se depreende da sentença e do acórdão, a prática de diversas condutas voltadas à sonegação de tributo, descabe concluir pela configuração de crime único. O fato de a consumação dos crimes, tendo em conta a constituição definitiva dos créditos, ocorrer em momento posterior não afasta a premissa. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F110-2B9A-3323-BCD7 e senha A258-D0CB-5AD2-0619 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 172.316 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A teor do artigo 21 do Código Penal, o erro sobre a ilicitude do fato, quando inevitável, torna o acusado isento de pena. O agente não será apenado pelo crime quando, observadas as circunstâncias concretas, não puder compreender a ilegalidade da conduta. O Tribunal Regional Federal da 3... Região, no julgamento dos embargos de declaração, ao afastar a ocorrência, ressaltou que o paciente, na qualidade de administrador da empresa, tinha condições de entender a natureza ilícita da conduta de não declarar, à autoridade fazendária, as informações referentes à incidência de PIS/Cofins. Fez ver a existência, na pessoa jurídica, de serviços de contador, responsável por fazer as declarações e os cálculos dos valores, auxiliando o acusado na gestão. Ante o contexto fático, não se tem erro de proibição. No tocante ao dolo, destacou suficiente, à caracterização do tipo do artigo 1..., inciso I, da Lei n 8.137/90, o genérico – intenção de suprimir tributo mediante omissão voluntária na prestação de informação, ao Fisco. Quanto à pena-base, o Regional Federal, levando em conta o piso de 2 e o teto de 5 anos, fixou-a em 3 anos e 6 meses de reclusão, reportando- se às consequências do crime, ante o valor de tributos sonegados – R$ 9.032.973,86, excluídos os acréscimos legais. Atendeu-se ao artigo 59 do Código Penal. A dosimetria resolve-se, de regra, no campo do justo ou injusto. Uma vez verificada, conforme se depreende da sentença e do acórdão, a prática de diversas condutas voltadas à sonegação de tributo, descabe concluir pela configuração de crime único. O fato de a consumação dos crimes, tendo em conta a constituição definitiva dos créditos, ocorrer em momento posterior não afasta a premissa. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F110-2B9A-3323-BCD7 e senha A258-D0CB-5AD2-0619 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 172316 / SP Relativamente à observância, em 2/3, do percentual previsto no artigo 71 do Código Penal, o Superior Tribunal de Justiça aludiu à quantidade de crimes cometidos, no que constatada omissão de informações em 25 declarações de créditos e débitos tributários. O patamar foi fundamentado. Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F110-2B9A-3323-BCD7 e senha A258-D0CB-5AD2-0619 Supremo Tribunal Federal HC 172316 / SP Relativamente à observância, em 2/3, do percentual previsto no artigo 71 do Código Penal, o Superior Tribunal de Justiça aludiu à quantidade de crimes cometidos, no que constatada omissão de informações em 25 declarações de créditos e débitos tributários. O patamar foi fundamentado. Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F110-2B9A-3323-BCD7 e senha A258-D0CB-5AD2-0619 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 172.316 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) : ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR (33249-A/CE, 52131/DF, 329848/SP) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7D2F-140F-01C9-0430 e senha CD02-CEA8-529C-7012 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 172.316 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : ADILSON TOMAZ IMPTE.(S) : ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR (33249-A/CE, 52131/DF, 329848/SP) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7D2F-140F-01C9-0430 e senha CD02-CEA8-529C-7012 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 172 . 316", "HABEAS CORPUS 172 . 316", "HABEAS CORPUS 172 . 316 SÃO", "HC 172316 / SP", "HC 172316 / SP", "recurso especial n 1 . 791 . 719", "HC 172316 / SP", "HC 172316 / SP", "HABEAS CORPUS 172 . 316", "HABEAS CORPUS 172 . 316", "HC 172316 / SP", "HC 172316 / SP", "HABEAS CORPUS 172 . 316", "HABEAS CORPUS 172 . 316" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 21 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . . . , inciso I", "artigo 71 (", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 8 . 137 / 1990", "artigo 71", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 71 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 71 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 71 do Código Penal", "artigo 71 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 71 do Código Penal", "artigo 71 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 21 do Código Penal", "artigo 1 . . . , inciso I , da Lei n 8 . 137 / 90", "artigo 59 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 21 do Código Penal", "artigo 1 . . . , inciso I , da Lei n 8 . 137 / 90", "artigo 59 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 71 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 71 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "Brasília", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Terceira Vara Criminal Federal de Campinas / SP", "Álamo Distribuidora de Derivados de Petróleos Ltda .", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Terceira Vara Criminal Federal de Campinas / SP", "Álamo Distribuidora de Derivados de Petróleos Ltda .", "Supremo Tribunal Federal", "Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 3 . . . Região", "Ministério Público Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público", "Quinta Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 3 . . . Região", "Ministério Público Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público", "Quinta Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Tribunal Regional Federal da 3 . . . Região", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Tribunal Regional Federal da 3 . . . Região", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ADILSON TOMAZ", "ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ADILSON TOMAZ", "ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR", "MARCO AURÉLIO", "Caio Salles", "MARCO AURÉLIO", "ADILSON TOMAZ", "ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR", "MARCO AURÉLIO", "Caio Salles", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ADILSON TOMAZ", "ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ADILSON TOMAZ", "ROBERTO LINCOLN DE SOUSA GOMES JUNIOR", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "18", "25 de junho de 2021", "28 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 RIO DE JANEIRO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) :JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES AGDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) :BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) :JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF Nº 165. RE’S Nº 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. É inviável a reclamação constitucional contra a decisão que determina a suspensão do processo subjacente para aguardar a fixação de tese em paradigma de recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. Precedentes. 2. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1692-3D59-174C-B535 e senha 0F6B-922E-9547-6C18 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão RCL 43323 AGR / RJ Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, impedido o Ministro Dias Toffoli, afirmou suspeição o Ministro Luís Roberto Barroso, em sessão virtual da Primeira Turma de 18 a 25 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1692-3D59-174C-B535 e senha 0F6B-922E-9547-6C18 Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, impedido o Ministro Dias Toffoli, afirmou suspeição o Ministro Luís Roberto Barroso, em sessão virtual da Primeira Turma de 18 a 25 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1692-3D59-174C-B535 e senha 0F6B-922E-9547-6C18 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 RIO DE JANEIRO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) :JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES AGDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) :BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) :JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): 1. Trata-se de agravo interno, interposto por Seguros Sura S.A. - atual denominação de Royal & Sunalliance Seguros (Brasil) S.A. - , contra decisão de minha lavra, em que neguei seguimento à reclamação constitucional. Na decisão singular, assinalei incabível a reclamação constitucional contra a decisão que suspende o processo subjacente para aguardar a fixação de tese em paradigma de repercussão geral. 2. O agravante renova a arguição de que a Corte de origem violou a autoridade das decisões deste Supremo Tribunal Federal proferidas ao julgamento da ADPF nº 165 e dos Recursos Extraordinários nº 626.307- RG, 591.797-RG, 631.363-RG e 632.212-RG (Temas 264, 265, 284 e 285). Sustenta que o Tribunal de origem estendeu a ordem de sobrestamento conferida nos paradigmas veiculados a hipótese jurídica diversa. Explica que o caso dos autos diz com a cobrança de diferenças de correção monetária sobre Recibo de Depósito Bancário (RDB), investimento financeiro distinto das cadernetas de poupança versadas nos parâmetros de repercussão geral. Requer seja o presente agravo conhecido e provido, para reformar a decisão agravada. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9D57-1CC1-2153-BE49 e senha A684-795B-DF77-FF96 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 RIO DE JANEIRO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) :JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES AGDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) :BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) :JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): 1. Trata-se de agravo interno, interposto por Seguros Sura S.A. - atual denominação de Royal & Sunalliance Seguros (Brasil) S.A. - , contra decisão de minha lavra, em que neguei seguimento à reclamação constitucional. Na decisão singular, assinalei incabível a reclamação constitucional contra a decisão que suspende o processo subjacente para aguardar a fixação de tese em paradigma de repercussão geral. 2. O agravante renova a arguição de que a Corte de origem violou a autoridade das decisões deste Supremo Tribunal Federal proferidas ao julgamento da ADPF nº 165 e dos Recursos Extraordinários nº 626.307- RG, 591.797-RG, 631.363-RG e 632.212-RG (Temas 264, 265, 284 e 285). Sustenta que o Tribunal de origem estendeu a ordem de sobrestamento conferida nos paradigmas veiculados a hipótese jurídica diversa. Explica que o caso dos autos diz com a cobrança de diferenças de correção monetária sobre Recibo de Depósito Bancário (RDB), investimento financeiro distinto das cadernetas de poupança versadas nos parâmetros de repercussão geral. Requer seja o presente agravo conhecido e provido, para reformar a decisão agravada. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9D57-1CC1-2153-BE49 e senha A684-795B-DF77-FF96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório RCL 43323 AGR / RJ 3. A parte beneficiária do ato reclamado apresentou contraminuta. Preliminarmente, defende que, intimada para comprovar o recolhimento de custas, a agravante apresentou um documento do qual não se pode extrair que se refere à presente reclamação. No mérito, afirma que, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não cabe reclamação contra a decisão que determinou o sobrestamento dos autos para aguardar a fixação de tese em recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9D57-1CC1-2153-BE49 e senha A684-795B-DF77-FF96 Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ 3. A parte beneficiária do ato reclamado apresentou contraminuta. Preliminarmente, defende que, intimada para comprovar o recolhimento de custas, a agravante apresentou um documento do qual não se pode extrair que se refere à presente reclamação. No mérito, afirma que, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não cabe reclamação contra a decisão que determinou o sobrestamento dos autos para aguardar a fixação de tese em recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9D57-1CC1-2153-BE49 e senha A684-795B-DF77-FF96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 RIO DE JANEIRO VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): 1. Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo interno e passo ao exame do mérito. 2. De início, afasto a preliminar deduzida pela parte agravada quanto à irregularidade no recolhimento de custas. Do documento apresentado pela parte agravante (edoc. 51), extrai-se comprovado o pagamento da Guia de Recolhimento da União – GRU (edoc. 8) referente à presente reclamação. Reputo, portanto, saneado o defeito processual (art. 290 do CPC). 3. Transcrevo a ementa da decisão que desafiou o agravo interno: “RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF Nº 165. RES Nº 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO”. 4. Nada colhe o agravo interno. 5. Circunscreve-se a controvérsia à violação da autoridade das decisões deste Supremo Tribunal Federal proferidas ao julgamento da ADPF nº 165 e dos Recursos Extraordinários nº 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG e 632.212-RG (Temas 264, 265, 284 e 285 da sistemática de repercussão geral). A agravante questiona a decisão que sobrestou recurso na origem para aguardar a fixação de tese por este Supremo Tribunal Federal em leading case. 6. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro suspendeu recurso em que debatida a cobrança de diferenças de correção monetária Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 RIO DE JANEIRO VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): 1. Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo interno e passo ao exame do mérito. 2. De início, afasto a preliminar deduzida pela parte agravada quanto à irregularidade no recolhimento de custas. Do documento apresentado pela parte agravante (edoc. 51), extrai-se comprovado o pagamento da Guia de Recolhimento da União – GRU (edoc. 8) referente à presente reclamação. Reputo, portanto, saneado o defeito processual (art. 290 do CPC). 3. Transcrevo a ementa da decisão que desafiou o agravo interno: “RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF Nº 165. RES Nº 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO”. 4. Nada colhe o agravo interno. 5. Circunscreve-se a controvérsia à violação da autoridade das decisões deste Supremo Tribunal Federal proferidas ao julgamento da ADPF nº 165 e dos Recursos Extraordinários nº 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG e 632.212-RG (Temas 264, 265, 284 e 285 da sistemática de repercussão geral). A agravante questiona a decisão que sobrestou recurso na origem para aguardar a fixação de tese por este Supremo Tribunal Federal em leading case. 6. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro suspendeu recurso em que debatida a cobrança de diferenças de correção monetária Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ sobre Recibo de Depósito Bancário (RDB) relativas ao Plano Econômico Verão, ao fundamento de que a questão deve aguardar o julgamento, por esta Suprema Corte, de tema de repercussão geral: “Agravo Interno interposto nos termos do artigo 1.030, §2º c/c artigo 1.021 do CPC em face da decisão da 3ª Vice- presidência que determinou o sobrestamento do recurso interposto - Sobrestamento do recurso extraordinário à luz dos Temas n. 264 do STF (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança por alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos Bresser e Verão.), n. 265 do STF (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do plano Collor I.), n. 284 do STF (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Plano Collor I.) e n. 285 do STF (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Plano Collor II.) Mantida a decisão recorrida Recurso conhecido e não provido”. 7. Consoante consignei na decisão agravada, é firme a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido da inviabilidade da reclamação constitucional contra a decisão que determina o sobrestamento do processo subjacente com base em paradigma de recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. Nesse sentido, colho os seguintes precedentes (grifei): “Agravo regimental em reclamação. 2. Direito Processual Civil. 3. Sobrestamento praticado pelo Tribunal a quo fundamentado em norma legal. 4. Usurpação de competência. Não ocorrência. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 43947 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 02.6.2021). 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ sobre Recibo de Depósito Bancário (RDB) relativas ao Plano Econômico Verão, ao fundamento de que a questão deve aguardar o julgamento, por esta Suprema Corte, de tema de repercussão geral: “Agravo Interno interposto nos termos do artigo 1.030, §2º c/c artigo 1.021 do CPC em face da decisão da 3ª Vice- presidência que determinou o sobrestamento do recurso interposto - Sobrestamento do recurso extraordinário à luz dos Temas n. 264 do STF (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança por alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos Bresser e Verão.), n. 265 do STF (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do plano Collor I.), n. 284 do STF (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Plano Collor I.) e n. 285 do STF (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Plano Collor II.) Mantida a decisão recorrida Recurso conhecido e não provido”. 7. Consoante consignei na decisão agravada, é firme a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido da inviabilidade da reclamação constitucional contra a decisão que determina o sobrestamento do processo subjacente com base em paradigma de recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. Nesse sentido, colho os seguintes precedentes (grifei): “Agravo regimental em reclamação. 2. Direito Processual Civil. 3. Sobrestamento praticado pelo Tribunal a quo fundamentado em norma legal. 4. Usurpação de competência. Não ocorrência. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 43947 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 02.6.2021). 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ “EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. SOBRESTAMENTO COM BASE EM TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STF. 1. É firme o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de que não cabe reclamação contra a decisão que promove a suspensão do processo, para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma. 2. Quanto à alegação de inobservância da decisão proferida pelo Ministro Marco Aurélio no RE 714.139/SC, observe-se que, embora não tenha determinado expressamente a paralisação dos feitos que tratem do Tema 745 da repercussão geral, também não fixou vedação nesse sentido. Assim, a ordem emanada pelo Tribunal reclamado não implica, por si só, afronta à autoridade de decisão do STF. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, §§ 4º e 5º, do CPC/2015, em caso de decisão unânime” (Rcl 39015 AgR, Relator Ministro Luís Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 17.02.2021). “Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. PROCESSO CIVIL. DECISÃO QUE DETERMINA O SOBRESTAMENTO DO FEITO NA ORIGEM PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 695.911 TEMA 492 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE INADEQUAÇÃO ENTRE A HIPÓTESE DOS AUTOS E O TEMA MENCIONADO. INADEQUAÇÃO DO MEIO PROCESSUAL UTILIZADO. PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO MANIFESTAMENTE INCABÍVEL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl 38666 ED, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 03.4.2020). “Ementa: AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ “EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. SOBRESTAMENTO COM BASE EM TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STF. 1. É firme o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de que não cabe reclamação contra a decisão que promove a suspensão do processo, para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma. 2. Quanto à alegação de inobservância da decisão proferida pelo Ministro Marco Aurélio no RE 714.139/SC, observe-se que, embora não tenha determinado expressamente a paralisação dos feitos que tratem do Tema 745 da repercussão geral, também não fixou vedação nesse sentido. Assim, a ordem emanada pelo Tribunal reclamado não implica, por si só, afronta à autoridade de decisão do STF. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, §§ 4º e 5º, do CPC/2015, em caso de decisão unânime” (Rcl 39015 AgR, Relator Ministro Luís Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 17.02.2021). “Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. PROCESSO CIVIL. DECISÃO QUE DETERMINA O SOBRESTAMENTO DO FEITO NA ORIGEM PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 695.911 TEMA 492 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE INADEQUAÇÃO ENTRE A HIPÓTESE DOS AUTOS E O TEMA MENCIONADO. INADEQUAÇÃO DO MEIO PROCESSUAL UTILIZADO. PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO MANIFESTAMENTE INCABÍVEL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl 38666 ED, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 03.4.2020). “Ementa: AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO FEITO PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DE TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE QUALQUER DAS HIPÓTESES DE COGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTIGO 988, INCISOS I, II, III E IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU OUTRAS AÇÕES CABÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A reclamação, por expressa determinação constitucional, destina-se a preservar a competência desta Suprema Corte e garantir a autoridade de suas decisões, ex vi do artigo 102, I, l, da CF além de salvaguardar o estrito cumprimento dos enunciados da Súmula Vinculante, nos termos do artigo 103-A, § 3º da Constituição, incluído pela EC n. 45/2004. Neste particular, o exercício regular e funcional do direito de demandar pela via processual da reclamação pressupõe: i) a impossibilidade de se proceder a um elastério hermenêutico da competência desta Corte, por estar definida pela Constituição Federal em rol numerus clausus; ii) a impossibilidade de utilização per saltum da reclamação, suprimindo graus de jurisdição ou outros instrumentos processuais adequados; iii) a observância da estrita aderência da controvérsia contida no ato reclamado ao conteúdo dos acórdãos desta Suprema Corte apontados como paradigma; iv) a inexistência de trânsito em julgado do ato jurisdicional reclamado; v) o não revolvimento da moldura fática delineada nos autos em que proferida a decisão objurgada, devendo a reclamação se ater à prova documental (artigo 988, § 2º, do CPC), sob pena de se instaurar nova instrução processual, paralela à da demanda de origem. 2. In casu, insurge-se a parte reclamante contra decisão que indeferiu pedido de revogação de sobrestamento do feito na origem, em que pese a pendência de julgamento de embargos de declaração no recurso extraordinário submetido à sistemática da repercussão geral, cujo objeto supostamente guardaria identidade com a 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO FEITO PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DE TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE QUALQUER DAS HIPÓTESES DE COGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTIGO 988, INCISOS I, II, III E IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU OUTRAS AÇÕES CABÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A reclamação, por expressa determinação constitucional, destina-se a preservar a competência desta Suprema Corte e garantir a autoridade de suas decisões, ex vi do artigo 102, I, l, da CF além de salvaguardar o estrito cumprimento dos enunciados da Súmula Vinculante, nos termos do artigo 103-A, § 3º da Constituição, incluído pela EC n. 45/2004. Neste particular, o exercício regular e funcional do direito de demandar pela via processual da reclamação pressupõe: i) a impossibilidade de se proceder a um elastério hermenêutico da competência desta Corte, por estar definida pela Constituição Federal em rol numerus clausus; ii) a impossibilidade de utilização per saltum da reclamação, suprimindo graus de jurisdição ou outros instrumentos processuais adequados; iii) a observância da estrita aderência da controvérsia contida no ato reclamado ao conteúdo dos acórdãos desta Suprema Corte apontados como paradigma; iv) a inexistência de trânsito em julgado do ato jurisdicional reclamado; v) o não revolvimento da moldura fática delineada nos autos em que proferida a decisão objurgada, devendo a reclamação se ater à prova documental (artigo 988, § 2º, do CPC), sob pena de se instaurar nova instrução processual, paralela à da demanda de origem. 2. In casu, insurge-se a parte reclamante contra decisão que indeferiu pedido de revogação de sobrestamento do feito na origem, em que pese a pendência de julgamento de embargos de declaração no recurso extraordinário submetido à sistemática da repercussão geral, cujo objeto supostamente guardaria identidade com a 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ discussão posta nos autos. Tal situação não se amolda à nenhuma das hipóteses de cabimento da Reclamação, previstas nos incisos I a IV do art. 988, do Código de Processo Civil. 3. A reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, eis que tal finalidade revela-se estranha à destinação constitucional subjacente à instituição dessa medida processual (Rcl nº 4.381/RJ-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 5/8/11). 4. A reiteração dos argumentos trazidos pela parte agravante na petição inicial é insuscetível de modificar a decisão agravada. Precedente: Rcl 22.048-ED, Tribunal Pleno, DJe de 23/08/2016. 5. Agravo interno desprovido” (Rcl 36033 AgR, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 10.10.2019). “AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO RECURSO NA ORIGEM PELO JUÍZO RECLAMADO. ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE IMPUGNAÇÃO NA INSTÂNCIA A QUO. USO DA RECLAMAÇÃO COMO EXPEDIENTE RECURSAL. INVIABILIDADE. 1. Não cabe Reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL com o objetivo de contestar a paralisação de processo nas instâncias ordinárias, para se aguardar a fixação de tese a ser estabelecida pelo STF sob o rito da Repercussão Geral. 2. Admitir o contrário seria convolar a Reclamação em mero substitutivo recursal. (Rcl 4.381-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 5/8/2011). 3. Agravo Interno ao qual se nega provimento” (Rcl 27.372 AgR, Relator Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16.10.2018). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. COFINS. SOCIEDADES CIVIS. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. É inviável o ajuizamento de reclamação em face de ato do Tribunal de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ discussão posta nos autos. Tal situação não se amolda à nenhuma das hipóteses de cabimento da Reclamação, previstas nos incisos I a IV do art. 988, do Código de Processo Civil. 3. A reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, eis que tal finalidade revela-se estranha à destinação constitucional subjacente à instituição dessa medida processual (Rcl nº 4.381/RJ-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 5/8/11). 4. A reiteração dos argumentos trazidos pela parte agravante na petição inicial é insuscetível de modificar a decisão agravada. Precedente: Rcl 22.048-ED, Tribunal Pleno, DJe de 23/08/2016. 5. Agravo interno desprovido” (Rcl 36033 AgR, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 10.10.2019). “AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO RECURSO NA ORIGEM PELO JUÍZO RECLAMADO. ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE IMPUGNAÇÃO NA INSTÂNCIA A QUO. USO DA RECLAMAÇÃO COMO EXPEDIENTE RECURSAL. INVIABILIDADE. 1. Não cabe Reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL com o objetivo de contestar a paralisação de processo nas instâncias ordinárias, para se aguardar a fixação de tese a ser estabelecida pelo STF sob o rito da Repercussão Geral. 2. Admitir o contrário seria convolar a Reclamação em mero substitutivo recursal. (Rcl 4.381-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 5/8/2011). 3. Agravo Interno ao qual se nega provimento” (Rcl 27.372 AgR, Relator Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16.10.2018). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. COFINS. SOCIEDADES CIVIS. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. É inviável o ajuizamento de reclamação em face de ato do Tribunal de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma da sistemática da repercussão geral. Precedentes. CPC/73 e CPC/15. 2. Não se consideram esgotadas as instâncias ordinárias antes da realização do juízo positivo ou negativo de admissão do apelo extremo pelo Tribunal de origem em relação aos requisitos processuais, cuja resultante é a subida dos autos ao STF ou a possibilidade de interposição de agravo em recurso extraordinário. 3. A reclamação não é sucedâneo recursal, de modo que a pretensão de distinção (distinguishing) entre feito sobrestado e o respectivo caso piloto deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6º e 7º, do CPC/15. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 24632 AgR, Relator Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.9.2017). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de considerar incabível a reclamação em face de ato do Tribunal de origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma de recurso extraordinário julgado sob a sistemática da repercussão geral, o que não se alterou com a sucessão de legislação processual. 2. A reclamação não é sucedâneo recursal, haja vista que a pretensão de distinção entre feito sobrestado e paradigma de repercussão geral deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6º e 7º, do CPC/15. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 25090 AgR, Relator Ministro Edson Fachin, Primeira Turma, 28.11.2016). 8. Reitero que a insurgência na reclamação não se dá contra a decisão de origem que aplica – ou deixa de aplicar – tese já definida por esta Suprema Corte, mas sim contra decisão que apenas determina a suspensão de recurso para aguardar o julgamento do paradigma, pelo 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma da sistemática da repercussão geral. Precedentes. CPC/73 e CPC/15. 2. Não se consideram esgotadas as instâncias ordinárias antes da realização do juízo positivo ou negativo de admissão do apelo extremo pelo Tribunal de origem em relação aos requisitos processuais, cuja resultante é a subida dos autos ao STF ou a possibilidade de interposição de agravo em recurso extraordinário. 3. A reclamação não é sucedâneo recursal, de modo que a pretensão de distinção (distinguishing) entre feito sobrestado e o respectivo caso piloto deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6º e 7º, do CPC/15. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 24632 AgR, Relator Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.9.2017). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de considerar incabível a reclamação em face de ato do Tribunal de origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma de recurso extraordinário julgado sob a sistemática da repercussão geral, o que não se alterou com a sucessão de legislação processual. 2. A reclamação não é sucedâneo recursal, haja vista que a pretensão de distinção entre feito sobrestado e paradigma de repercussão geral deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6º e 7º, do CPC/15. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 25090 AgR, Relator Ministro Edson Fachin, Primeira Turma, 28.11.2016). 8. Reitero que a insurgência na reclamação não se dá contra a decisão de origem que aplica – ou deixa de aplicar – tese já definida por esta Suprema Corte, mas sim contra decisão que apenas determina a suspensão de recurso para aguardar o julgamento do paradigma, pelo 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ que inviável a reclamação, à míngua de hipótese de cabimento (art. 988, § 5º, II, do CPC). Acresço que, em momento algum, nas razões da reclamação, a parte aponta ter seguido o iter do art. 1.037 do CPC. 9. Consabido que o instituto processual da reclamação constitucional não se destina ao atropelamento da marcha processual, indevida a sua utilização como técnica per saltum de acesso a esta Corte Suprema, a substituir ou complementar os meios de defesa previstos na legislação processual. Nesse sentido (grifei): “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. ALEGADO EQUÍVOCO NA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM: AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl 45162 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 02.6.2021). “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ADIS 6.363-MC-REF/DF E 6.625-MC/DF. INEXISTÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA AOS PARADIGMAS INDICADOS. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. FUNDAMENTO SUFICIENTE DA DECISÃO AGRAVADA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO. INCIDÊNCIA DO ART. 317, § 1°, DO RISTF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - É imprescindível a demonstração da estrita aderência entre a decisão reclamada e os acórdãos apontados como paradigmas. II - A reclamação não pode ser utilizada como sucedâneo recursal. III - A decisão atacada não cuidou do tema da ADI 6.363-MC-Ref/DF, haja vista que não tratou dos acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão temporária de contrato de trabalho com anuência do sindicato laboral. IV -O ato reclamado também não afastou a interpretação conforme à 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ que inviável a reclamação, à míngua de hipótese de cabimento (art. 988, § 5º, II, do CPC). Acresço que, em momento algum, nas razões da reclamação, a parte aponta ter seguido o iter do art. 1.037 do CPC. 9. Consabido que o instituto processual da reclamação constitucional não se destina ao atropelamento da marcha processual, indevida a sua utilização como técnica per saltum de acesso a esta Corte Suprema, a substituir ou complementar os meios de defesa previstos na legislação processual. Nesse sentido (grifei): “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. ALEGADO EQUÍVOCO NA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM: AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl 45162 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 02.6.2021). “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ADIS 6.363-MC-REF/DF E 6.625-MC/DF. INEXISTÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA AOS PARADIGMAS INDICADOS. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. FUNDAMENTO SUFICIENTE DA DECISÃO AGRAVADA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO. INCIDÊNCIA DO ART. 317, § 1°, DO RISTF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - É imprescindível a demonstração da estrita aderência entre a decisão reclamada e os acórdãos apontados como paradigmas. II - A reclamação não pode ser utilizada como sucedâneo recursal. III - A decisão atacada não cuidou do tema da ADI 6.363-MC-Ref/DF, haja vista que não tratou dos acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão temporária de contrato de trabalho com anuência do sindicato laboral. IV -O ato reclamado também não afastou a interpretação conforme à 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ Constituição dada ao art. 8° da Lei 13.979/2020, com a redação pela Lei 14.035/2020, já que tratou da Lei 14.020/2020, a qual, além de instituir o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, dispõe sobre medidas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo 6/2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus, de que trata a Lei 13.979/2020. V - A agravante não refutou o fundamento da decisão agravada relativo à impossibilidade de utilização da reclamação como sucedâneo recursal, o que atrai a incidência do art. 317, § 1°, do RISTF. Precedentes. VI - Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 46037 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 26.5.2021). “EMENTA AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE EQUÍVOCO NA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. INEXISTÊNCIA. AI 791.292 QO-RG . TEMA 339. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Na esteira da jurisprudência desta Suprema Corte, é pressuposto de cabimento da reclamação, em casos de aplicação do entendimento firmado pelo STF em repercussão geral, a demonstração da teratologia da decisão reclamada. 2. A reclamação constitucional não consubstancia sucedâneo recursal. 3. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação” (Rcl 43446 AgR, da minha lavra, Primeira Turma, DJe 26.5.2021). 10. De outro lado, cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ Constituição dada ao art. 8° da Lei 13.979/2020, com a redação pela Lei 14.035/2020, já que tratou da Lei 14.020/2020, a qual, além de instituir o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, dispõe sobre medidas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo 6/2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus, de que trata a Lei 13.979/2020. V - A agravante não refutou o fundamento da decisão agravada relativo à impossibilidade de utilização da reclamação como sucedâneo recursal, o que atrai a incidência do art. 317, § 1°, do RISTF. Precedentes. VI - Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 46037 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 26.5.2021). “EMENTA AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE EQUÍVOCO NA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. INEXISTÊNCIA. AI 791.292 QO-RG . TEMA 339. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Na esteira da jurisprudência desta Suprema Corte, é pressuposto de cabimento da reclamação, em casos de aplicação do entendimento firmado pelo STF em repercussão geral, a demonstração da teratologia da decisão reclamada. 2. A reclamação constitucional não consubstancia sucedâneo recursal. 3. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação” (Rcl 43446 AgR, da minha lavra, Primeira Turma, DJe 26.5.2021). 10. De outro lado, cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5º da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. 11. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. 12. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de recursos manifestamente inadmissíveis, improcedentes ou contrários à jurisprudência desta Suprema Corte como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer, a ensejar a aplicação da penalidade prevista no art. 1021, § 4º, do CPC, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação. Nesse sentido: Rcl 14259 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, Dje 14.10.2019, Rcl 35075 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, Dje10.10.2019, Rcl 25416 AgR-segundo, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, Dje 05.9.2019, Rcl 32370 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, Dje 08.5.2019, Rcl 29985 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, Dje 06.02.2019, Rcl 30260 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, Dje 30.10.2018. 13. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5º da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. 11. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. 12. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de recursos manifestamente inadmissíveis, improcedentes ou contrários à jurisprudência desta Suprema Corte como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer, a ensejar a aplicação da penalidade prevista no art. 1021, § 4º, do CPC, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação. Nesse sentido: Rcl 14259 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, Dje 14.10.2019, Rcl 35075 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, Dje10.10.2019, Rcl 25416 AgR-segundo, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, Dje 05.9.2019, Rcl 32370 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, Dje 08.5.2019, Rcl 29985 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, Dje 06.02.2019, Rcl 30260 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, Dje 30.10.2018. 13. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) : JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES (174605/MG, 079091/RJ) AGDO.(A/S) : BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) : BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) : JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO (40994/DF, 2605- A/RJ, 12363/SP) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) : TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto da Relatora. Impedido o Ministro Dias Toffoli. Afirmou suspeição o Ministro Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB54-7F85-2EC1-0A02 e senha F5CD-0D22-3ABF-4A96 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) : JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES (174605/MG, 079091/RJ) AGDO.(A/S) : BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) : BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) : JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO (40994/DF, 2605- A/RJ, 12363/SP) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) : TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto da Relatora. Impedido o Ministro Dias Toffoli. Afirmou suspeição o Ministro Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB54-7F85-2EC1-0A02 e senha F5CD-0D22-3ABF-4A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756351410
2021-06-28T00:00:00
2021-06-30T00:00:00
A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto da Relatora. Impedido o Ministro Dias Toffoli. Afirmou suspeição o Ministro Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO
EMENTA AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF Nº 165. RE’S Nº 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. É inviável a reclamação constitucional contra a decisão que determina a suspensão do processo subjacente para aguardar a fixação de tese em paradigma de recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. Precedentes. 2. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação.
sjur449675
- Acórdão(s) citado(s): (RECLAMAÇÃO, SOBRESTAMENTO DO PROCESSO, TRIBUNAL DE ORIGEM, REPERCUSSÃO GERAL) Rcl 25090 AgR (1ªT), Rcl 24632 AgR (2ªT), Rcl 27372 AgR (1ªT), Rcl 36033 AgR (1ªT), Rcl 38666 ED (1ªT), Rcl 39015 AgR (1ªT), Rcl 43941 AgR (2ªT). (RECLAMAÇÃO, SUCEDÂNEO, RECURSO) Rcl 43446 AgR (1ªT), Rcl 46037 AgR (2ªT), Rcl 45162 AgR (2ªT). (RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO, ABUSO DE DIREITO, APLICAÇÃO DE MULTA) Rcl 25416 AgR-segundo (2ªT), Rcl 29985 AgR (1ªT), Rcl 30260 AgR (2ªT), Rcl 32370 AgR (2ªT), Rcl 14259 AgR (2ªT), Rcl 35075 AgR (1ªT). Número de páginas: 14. Análise: 19/01/2022, ABO.
ROSA WEBER
Primeira Turma
43323
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00005 INC-00078\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED EMC-000045 ANO-2004\n EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00290 ART-00988 PAR-00005 INC-00002\n ART-01021 PAR-00004 ART-01037\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL" ]
Rcl-AgR
acordaos
Rcl 43323 AgR
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AGTE.(S) : ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) : JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES AGDO.(A/S) : BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) : BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) : JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) : TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 RIO DE JANEIRO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) :JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES AGDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) :BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) :JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF n 165. Recurso Extraordinário’S n 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. É inviável a reclamação constitucional contra a decisão que determina a suspensão do processo subjacente para aguardar a fixação de tese em paradigma de recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. Precedentes. 2. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1692-3D59-174C-B535 e senha 0F6B-922E-9547-6C18 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão RCL 43323 AGR / RJ Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, impedido o Ministro Dias Toffoli, afirmou suspeição o Ministro Luís Roberto Barroso, em sessão virtual da Primeira Turma de 18 a 25 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1692-3D59-174C-B535 e senha 0F6B-922E-9547-6C18 Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, impedido o Ministro Dias Toffoli, afirmou suspeição o Ministro Luís Roberto Barroso, em sessão virtual da Primeira Turma de 18 a 25 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1692-3D59-174C-B535 e senha 0F6B-922E-9547-6C18 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 RIO DE JANEIRO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) :JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES AGDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) :BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) :JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): 1. Trata-se de agravo interno, interposto por Seguros Sura S.A. - atual denominação de Royal & Sunalliance Seguros (Brasil) S.A. - , contra decisão de minha lavra, em que neguei seguimento à reclamação constitucional. Na decisão singular, assinalei incabível a reclamação constitucional contra a decisão que suspende o processo subjacente para aguardar a fixação de tese em paradigma de repercussão geral. 2. O agravante renova a arguição de que a Corte de origem violou a autoridade das decisões deste Supremo Tribunal Federal proferidas ao julgamento da ADPF n 165 e dos Recursos Extraordinários n 626.307- RG, 591.797-RG, 631.363-RG e 632.212-RG (Temas 264, 265, 284 e 285). Sustenta que o Tribunal de origem estendeu a ordem de sobrestamento conferida nos paradigmas veiculados a hipótese jurídica diversa. Explica que o caso dos autos diz com a cobrança de diferenças de correção monetária sobre Recibo de Depósito Bancário (RDB), investimento financeiro distinto das cadernetas de poupança versadas nos parâmetros de repercussão geral. Requer seja o presente agravo conhecido e provido, para reformar a decisão agravada. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9D57-1CC1-2153-BE49 e senha A684-795B-DF77-FF96 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 RIO DE JANEIRO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) :JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES AGDO.(A/S) :BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) :BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) :JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): 1. Trata-se de agravo interno, interposto por Seguros Sura S.A. - atual denominação de Royal & Sunalliance Seguros (Brasil) S.A. - , contra decisão de minha lavra, em que neguei seguimento à reclamação constitucional. Na decisão singular, assinalei incabível a reclamação constitucional contra a decisão que suspende o processo subjacente para aguardar a fixação de tese em paradigma de repercussão geral. 2. O agravante renova a arguição de que a Corte de origem violou a autoridade das decisões deste Supremo Tribunal Federal proferidas ao julgamento da ADPF n 165 e dos Recursos Extraordinários n 626.307- RG, 591.797-RG, 631.363-RG e 632.212-RG (Temas 264, 265, 284 e 285). Sustenta que o Tribunal de origem estendeu a ordem de sobrestamento conferida nos paradigmas veiculados a hipótese jurídica diversa. Explica que o caso dos autos diz com a cobrança de diferenças de correção monetária sobre Recibo de Depósito Bancário (RDB), investimento financeiro distinto das cadernetas de poupança versadas nos parâmetros de repercussão geral. Requer seja o presente agravo conhecido e provido, para reformar a decisão agravada. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9D57-1CC1-2153-BE49 e senha A684-795B-DF77-FF96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório RCL 43323 AGR / RJ 3. A parte beneficiária do ato reclamado apresentou contraminuta. Preliminarmente, defende que, intimada para comprovar o recolhimento de custas, a agravante apresentou um documento do qual não se pode extrair que se refere à presente reclamação. No mérito, afirma que, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não cabe reclamação contra a decisão que determinou o sobrestamento dos autos para aguardar a fixação de tese em recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9D57-1CC1-2153-BE49 e senha A684-795B-DF77-FF96 Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ 3. A parte beneficiária do ato reclamado apresentou contraminuta. Preliminarmente, defende que, intimada para comprovar o recolhimento de custas, a agravante apresentou um documento do qual não se pode extrair que se refere à presente reclamação. No mérito, afirma que, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não cabe reclamação contra a decisão que determinou o sobrestamento dos autos para aguardar a fixação de tese em recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9D57-1CC1-2153-BE49 e senha A684-795B-DF77-FF96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 RIO DE JANEIRO VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): 1. Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo interno e passo ao exame do mérito. 2. De início, afasto a preliminar deduzida pela parte agravada quanto à irregularidade no recolhimento de custas. Do documento apresentado pela parte agravante (edoc. 51), extrai-se comprovado o pagamento da Guia de Recolhimento da União – GRU (edoc. 8) referente à presente reclamação. Reputo, portanto, saneado o defeito processual (art. 290 do Código de Processo Civil). 3. Transcrevo a ementa da decisão que desafiou o agravo interno: “RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF n 165. RES n 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO”. 4. Nada colhe o agravo interno. 5. Circunscreve-se a controvérsia à violação da autoridade das decisões deste Supremo Tribunal Federal proferidas ao julgamento da ADPF n 165 e dos Recursos Extraordinários n 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG e 632.212-RG (Temas 264, 265, 284 e 285 da sistemática de repercussão geral). A agravante questiona a decisão que sobrestou recurso na origem para aguardar a fixação de tese por este Supremo Tribunal Federal em leading case. 6. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro suspendeu recurso em que debatida a cobrança de diferenças de correção monetária Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 RIO DE JANEIRO VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): 1. Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo interno e passo ao exame do mérito. 2. De início, afasto a preliminar deduzida pela parte agravada quanto à irregularidade no recolhimento de custas. Do documento apresentado pela parte agravante (edoc. 51), extrai-se comprovado o pagamento da Guia de Recolhimento da União – GRU (edoc. 8) referente à presente reclamação. Reputo, portanto, saneado o defeito processual (art. 290 do Código de Processo Civil). 3. Transcrevo a ementa da decisão que desafiou o agravo interno: “RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. ADPF n 165. RES n 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG E 632.212-RG (TEMAS 264, 265, 284 e 285 DA SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL). RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE INDEVIDO SOBRESTAMENTO DO FEITO. INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO. NEGADO SEGUIMENTO”. 4. Nada colhe o agravo interno. 5. Circunscreve-se a controvérsia à violação da autoridade das decisões deste Supremo Tribunal Federal proferidas ao julgamento da ADPF n 165 e dos Recursos Extraordinários n 626.307-RG, 591.797-RG, 631.363-RG e 632.212-RG (Temas 264, 265, 284 e 285 da sistemática de repercussão geral). A agravante questiona a decisão que sobrestou recurso na origem para aguardar a fixação de tese por este Supremo Tribunal Federal em leading case. 6. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro suspendeu recurso em que debatida a cobrança de diferenças de correção monetária Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ sobre Recibo de Depósito Bancário (RDB) relativas ao Plano Econômico Verão, ao fundamento de que a questão deve aguardar o julgamento, por esta Suprema Corte, de tema de repercussão geral: “Agravo Interno interposto nos termos do artigo 1.030, §2... c/c artigo 1.021 do Código de Processo Civil em face da decisão da 3... Vice- presidência que determinou o sobrestamento do recurso interposto - Sobrestamento do recurso extraordinário à luz dos Temas n. 264 do Supremo Tribunal Federal (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança por alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos Bresser e Verão.), n. 265 do Supremo Tribunal Federal (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do plano Collor I.), n. 284 do Supremo Tribunal Federal (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Plano Collor I.) e n. 285 do Supremo Tribunal Federal (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Plano Collor II.) Mantida a decisão recorrida Recurso conhecido e não provido”. 7. Consoante consignei na decisão agravada, é firme a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido da inviabilidade da reclamação constitucional contra a decisão que determina o sobrestamento do processo subjacente com base em paradigma de recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. Nesse sentido, colho os seguintes precedentes (grifei): “Agravo regimental em reclamação. 2. Direito Processual Civil. 3. Sobrestamento praticado pelo Tribunal a quo fundamentado em norma legal. 4. Usurpação de competência. Não ocorrência. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 43947 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 02.6.2021). 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ sobre Recibo de Depósito Bancário (RDB) relativas ao Plano Econômico Verão, ao fundamento de que a questão deve aguardar o julgamento, por esta Suprema Corte, de tema de repercussão geral: “Agravo Interno interposto nos termos do artigo 1.030, §2... c/c artigo 1.021 do Código de Processo Civil em face da decisão da 3... Vice- presidência que determinou o sobrestamento do recurso interposto - Sobrestamento do recurso extraordinário à luz dos Temas n. 264 do Supremo Tribunal Federal (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança por alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos Bresser e Verão.), n. 265 do Supremo Tribunal Federal (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do plano Collor I.), n. 284 do Supremo Tribunal Federal (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Plano Collor I.) e n. 285 do Supremo Tribunal Federal (Diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança, não bloqueados pelo BACEN, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do Plano Collor II.) Mantida a decisão recorrida Recurso conhecido e não provido”. 7. Consoante consignei na decisão agravada, é firme a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido da inviabilidade da reclamação constitucional contra a decisão que determina o sobrestamento do processo subjacente com base em paradigma de recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral. Nesse sentido, colho os seguintes precedentes (grifei): “Agravo regimental em reclamação. 2. Direito Processual Civil. 3. Sobrestamento praticado pelo Tribunal a quo fundamentado em norma legal. 4. Usurpação de competência. Não ocorrência. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 43947 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 02.6.2021). 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ “EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. SOBRESTAMENTO COM BASE EM TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO Supremo Tribunal Federal. 1. É firme o entendimento do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) no sentido de que não cabe reclamação contra a decisão que promove a suspensão do processo, para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma. 2. Quanto à alegação de inobservância da decisão proferida pelo Ministro Marco Aurélio no Recurso Extraordinário 714.139/SC, observe-se que, embora não tenha determinado expressamente a paralisação dos feitos que tratem do Tema 745 da repercussão geral, também não fixou vedação nesse sentido. Assim, a ordem emanada pelo Tribunal reclamado não implica, por si só, afronta à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, §§ 4... e 5..., do Código de Processo Civil/2015, em caso de decisão unânime” (Rcl 39015 AgR, Relator Ministro Luís Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 17.02.2021). “Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. PROCESSO CIVIL. DECISÃO QUE DETERMINA O SOBRESTAMENTO DO FEITO NA ORIGEM PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 695.911 TEMA 492 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE INADEQUAÇÃO ENTRE A HIPÓTESE DOS AUTOS E O TEMA MENCIONADO. INADEQUAÇÃO DO MEIO PROCESSUAL UTILIZADO. PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO MANIFESTAMENTE INCABÍVEL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl 38666 ED, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 03.4.2020). “Ementa: AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ “EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. SOBRESTAMENTO COM BASE EM TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO Supremo Tribunal Federal. 1. É firme o entendimento do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) no sentido de que não cabe reclamação contra a decisão que promove a suspensão do processo, para aguardar o julgamento de recurso extraordinário paradigma. 2. Quanto à alegação de inobservância da decisão proferida pelo Ministro Marco Aurélio no Recurso Extraordinário 714.139/SC, observe-se que, embora não tenha determinado expressamente a paralisação dos feitos que tratem do Tema 745 da repercussão geral, também não fixou vedação nesse sentido. Assim, a ordem emanada pelo Tribunal reclamado não implica, por si só, afronta à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, §§ 4... e 5..., do Código de Processo Civil/2015, em caso de decisão unânime” (Rcl 39015 AgR, Relator Ministro Luís Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 17.02.2021). “Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. PROCESSO CIVIL. DECISÃO QUE DETERMINA O SOBRESTAMENTO DO FEITO NA ORIGEM PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 695.911 TEMA 492 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE INADEQUAÇÃO ENTRE A HIPÓTESE DOS AUTOS E O TEMA MENCIONADO. INADEQUAÇÃO DO MEIO PROCESSUAL UTILIZADO. PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO MANIFESTAMENTE INCABÍVEL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl 38666 ED, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 03.4.2020). “Ementa: AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO FEITO PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DE TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE QUALQUER DAS HIPÓTESES DE COGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTIGO 988, INCISOS I, II, III E IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU OUTRAS AÇÕES CABÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A reclamação, por expressa determinação constitucional, destina-se a preservar a competência desta Suprema Corte e garantir a autoridade de suas decisões, ex vi do artigo 102, I, l, da Constituição Federal de 1988 além de salvaguardar o estrito cumprimento dos enunciados da Súmula Vinculante, nos termos do artigo 103-A, § 3... da Constituição, incluído pela EC n. 45/2004. Neste particular, o exercício regular e funcional do direito de demandar pela via processual da reclamação pressupõe: i) a impossibilidade de se proceder a um elastério hermenêutico da competência desta Corte, por estar definida pela Constituição Federal em rol numerus clausus; ii) a impossibilidade de utilização per saltum da reclamação, suprimindo graus de jurisdição ou outros instrumentos processuais adequados; iii) a observância da estrita aderência da controvérsia contida no ato reclamado ao conteúdo dos acórdãos desta Suprema Corte apontados como paradigma; iv) a inexistência de trânsito em julgado do ato jurisdicional reclamado; v) o não revolvimento da moldura fática delineada nos autos em que proferida a decisão objurgada, devendo a reclamação se ater à prova documental (artigo 988, § 2..., do Código de Processo Civil), sob pena de se instaurar nova instrução processual, paralela à da demanda de origem. 2. In casu, insurge-se a parte reclamante contra decisão que indeferiu pedido de revogação de sobrestamento do feito na origem, em que pese a pendência de julgamento de embargos de declaração no recurso extraordinário submetido à sistemática da repercussão geral, cujo objeto supostamente guardaria identidade com a 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO FEITO PARA AGUARDAR O JULGAMENTO DE TEMA DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE QUALQUER DAS HIPÓTESES DE COGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTIGO 988, INCISOS I, II, III E IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU OUTRAS AÇÕES CABÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A reclamação, por expressa determinação constitucional, destina-se a preservar a competência desta Suprema Corte e garantir a autoridade de suas decisões, ex vi do artigo 102, I, l, da Constituição Federal de 1988 além de salvaguardar o estrito cumprimento dos enunciados da Súmula Vinculante, nos termos do artigo 103-A, § 3... da Constituição, incluído pela EC n. 45/2004. Neste particular, o exercício regular e funcional do direito de demandar pela via processual da reclamação pressupõe: i) a impossibilidade de se proceder a um elastério hermenêutico da competência desta Corte, por estar definida pela Constituição Federal em rol numerus clausus; ii) a impossibilidade de utilização per saltum da reclamação, suprimindo graus de jurisdição ou outros instrumentos processuais adequados; iii) a observância da estrita aderência da controvérsia contida no ato reclamado ao conteúdo dos acórdãos desta Suprema Corte apontados como paradigma; iv) a inexistência de trânsito em julgado do ato jurisdicional reclamado; v) o não revolvimento da moldura fática delineada nos autos em que proferida a decisão objurgada, devendo a reclamação se ater à prova documental (artigo 988, § 2..., do Código de Processo Civil), sob pena de se instaurar nova instrução processual, paralela à da demanda de origem. 2. In casu, insurge-se a parte reclamante contra decisão que indeferiu pedido de revogação de sobrestamento do feito na origem, em que pese a pendência de julgamento de embargos de declaração no recurso extraordinário submetido à sistemática da repercussão geral, cujo objeto supostamente guardaria identidade com a 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ discussão posta nos autos. Tal situação não se amolda à nenhuma das hipóteses de cabimento da Reclamação, previstas nos incisos I a IV do art. 988, do Código de Processo Civil. 3. A reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, eis que tal finalidade revela-se estranha à destinação constitucional subjacente à instituição dessa medida processual (Rcl n 4.381/RJ-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 5/8/11). 4. A reiteração dos argumentos trazidos pela parte agravante na petição inicial é insuscetível de modificar a decisão agravada. Precedente: Rcl 22.048-ED, Tribunal Pleno, DJe de 23/08/2016. 5. Agravo interno desprovido” (Rcl 36033 AgR, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 10.10.2019). “AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO RECURSO NA ORIGEM PELO JUÍZO RECLAMADO. ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE IMPUGNAÇÃO NA INSTÂNCIA A QUO. USO DA RECLAMAÇÃO COMO EXPEDIENTE RECURSAL. INVIABILIDADE. 1. Não cabe Reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL com o objetivo de contestar a paralisação de processo nas instâncias ordinárias, para se aguardar a fixação de tese a ser estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal sob o rito da Repercussão Geral. 2. Admitir o contrário seria convolar a Reclamação em mero substitutivo recursal. (Rcl 4.381-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 5/8/2011). 3. Agravo Interno ao qual se nega provimento” (Rcl 27.372 AgR, Relator Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16.10.2018). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. COFINS. SOCIEDADES CIVIS. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. É inviável o ajuizamento de reclamação em face de ato do Tribunal de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ discussão posta nos autos. Tal situação não se amolda à nenhuma das hipóteses de cabimento da Reclamação, previstas nos incisos I a IV do art. 988, do Código de Processo Civil. 3. A reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, eis que tal finalidade revela-se estranha à destinação constitucional subjacente à instituição dessa medida processual (Rcl n 4.381/RJ-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 5/8/11). 4. A reiteração dos argumentos trazidos pela parte agravante na petição inicial é insuscetível de modificar a decisão agravada. Precedente: Rcl 22.048-ED, Tribunal Pleno, DJe de 23/08/2016. 5. Agravo interno desprovido” (Rcl 36033 AgR, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 10.10.2019). “AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SOBRESTAMENTO DO RECURSO NA ORIGEM PELO JUÍZO RECLAMADO. ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE IMPUGNAÇÃO NA INSTÂNCIA A QUO. USO DA RECLAMAÇÃO COMO EXPEDIENTE RECURSAL. INVIABILIDADE. 1. Não cabe Reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL com o objetivo de contestar a paralisação de processo nas instâncias ordinárias, para se aguardar a fixação de tese a ser estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal sob o rito da Repercussão Geral. 2. Admitir o contrário seria convolar a Reclamação em mero substitutivo recursal. (Rcl 4.381-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 5/8/2011). 3. Agravo Interno ao qual se nega provimento” (Rcl 27.372 AgR, Relator Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 16.10.2018). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. COFINS. SOCIEDADES CIVIS. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. É inviável o ajuizamento de reclamação em face de ato do Tribunal de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma da sistemática da repercussão geral. Precedentes. Código de Processo Civil/73 e Código de Processo Civil/15. 2. Não se consideram esgotadas as instâncias ordinárias antes da realização do juízo positivo ou negativo de admissão do apelo extremo pelo Tribunal de origem em relação aos requisitos processuais, cuja resultante é a subida dos autos ao Supremo Tribunal Federal ou a possibilidade de interposição de agravo em recurso extraordinário. 3. A reclamação não é sucedâneo recursal, de modo que a pretensão de distinção (distinguishing) entre feito sobrestado e o respectivo caso piloto deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6... e 7..., do Código de Processo Civil/15. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 24632 AgR, Relator Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.9.2017). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de considerar incabível a reclamação em face de ato do Tribunal de origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma de recurso extraordinário julgado sob a sistemática da repercussão geral, o que não se alterou com a sucessão de legislação processual. 2. A reclamação não é sucedâneo recursal, haja vista que a pretensão de distinção entre feito sobrestado e paradigma de repercussão geral deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6... e 7..., do Código de Processo Civil/15. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 25090 AgR, Relator Ministro Edson Fachin, Primeira Turma, 28.11.2016). 8. Reitero que a insurgência na reclamação não se dá contra a decisão de origem que aplica – ou deixa de aplicar – tese já definida por esta Suprema Corte, mas sim contra decisão que apenas determina a suspensão de recurso para aguardar o julgamento do paradigma, pelo 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma da sistemática da repercussão geral. Precedentes. Código de Processo Civil/73 e Código de Processo Civil/15. 2. Não se consideram esgotadas as instâncias ordinárias antes da realização do juízo positivo ou negativo de admissão do apelo extremo pelo Tribunal de origem em relação aos requisitos processuais, cuja resultante é a subida dos autos ao Supremo Tribunal Federal ou a possibilidade de interposição de agravo em recurso extraordinário. 3. A reclamação não é sucedâneo recursal, de modo que a pretensão de distinção (distinguishing) entre feito sobrestado e o respectivo caso piloto deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6... e 7..., do Código de Processo Civil/15. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 24632 AgR, Relator Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.9.2017). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. SOBRESTAMENTO DE RECURSO. SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de considerar incabível a reclamação em face de ato do Tribunal de origem que determina o sobrestamento de recurso com base em paradigma de recurso extraordinário julgado sob a sistemática da repercussão geral, o que não se alterou com a sucessão de legislação processual. 2. A reclamação não é sucedâneo recursal, haja vista que a pretensão de distinção entre feito sobrestado e paradigma de repercussão geral deve ser deduzida em sede recursal própria junto ao juízo a quo. Art. 1.035, §§6... e 7..., do Código de Processo Civil/15. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 25090 AgR, Relator Ministro Edson Fachin, Primeira Turma, 28.11.2016). 8. Reitero que a insurgência na reclamação não se dá contra a decisão de origem que aplica – ou deixa de aplicar – tese já definida por esta Suprema Corte, mas sim contra decisão que apenas determina a suspensão de recurso para aguardar o julgamento do paradigma, pelo 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ que inviável a reclamação, à míngua de hipótese de cabimento (art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil). Acresço que, em momento algum, nas razões da reclamação, a parte aponta ter seguido o iter do art. 1.037 do Código de Processo Civil. 9. Consabido que o instituto processual da reclamação constitucional não se destina ao atropelamento da marcha processual, indevida a sua utilização como técnica per saltum de acesso a esta Corte Suprema, a substituir ou complementar os meios de defesa previstos na legislação processual. Nesse sentido (grifei): “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. ALEGADO EQUÍVOCO NA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM: AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl 45162 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 02.6.2021). “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ADIS 6.363-MC-REF/DF E 6.625-MC/DF. INEXISTÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA AOS PARADIGMAS INDICADOS. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. FUNDAMENTO SUFICIENTE DA DECISÃO AGRAVADA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO. INCIDÊNCIA DO ART. 317, § 1..., DO RISTF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - É imprescindível a demonstração da estrita aderência entre a decisão reclamada e os acórdãos apontados como paradigmas. II - A reclamação não pode ser utilizada como sucedâneo recursal. III - A decisão atacada não cuidou do tema da ADI 6.363-MC-Ref/DF, haja vista que não tratou dos acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão temporária de contrato de trabalho com anuência do sindicato laboral. IV -O ato reclamado também não afastou a interpretação conforme à 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ que inviável a reclamação, à míngua de hipótese de cabimento (art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil). Acresço que, em momento algum, nas razões da reclamação, a parte aponta ter seguido o iter do art. 1.037 do Código de Processo Civil. 9. Consabido que o instituto processual da reclamação constitucional não se destina ao atropelamento da marcha processual, indevida a sua utilização como técnica per saltum de acesso a esta Corte Suprema, a substituir ou complementar os meios de defesa previstos na legislação processual. Nesse sentido (grifei): “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. ALEGADO EQUÍVOCO NA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM: AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO: PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl 45162 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 02.6.2021). “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ADIS 6.363-MC-REF/DF E 6.625-MC/DF. INEXISTÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA AOS PARADIGMAS INDICADOS. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. FUNDAMENTO SUFICIENTE DA DECISÃO AGRAVADA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO. INCIDÊNCIA DO ART. 317, § 1..., DO RISTF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - É imprescindível a demonstração da estrita aderência entre a decisão reclamada e os acórdãos apontados como paradigmas. II - A reclamação não pode ser utilizada como sucedâneo recursal. III - A decisão atacada não cuidou do tema da ADI 6.363-MC-Ref/DF, haja vista que não tratou dos acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão temporária de contrato de trabalho com anuência do sindicato laboral. IV -O ato reclamado também não afastou a interpretação conforme à 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ Constituição dada ao art. 8... da Lei 13.979/2020, com a redação pela Lei 14.035/2020, já que tratou da Lei 14.020/2020, a qual, além de instituir o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, dispõe sobre medidas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo 6/2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus, de que trata a Lei 13.979/2020. V - A agravante não refutou o fundamento da decisão agravada relativo à impossibilidade de utilização da reclamação como sucedâneo recursal, o que atrai a incidência do art. 317, § 1..., do RISTF. Precedentes. VI - Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 46037 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 26.5.2021). “EMENTA AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE EQUÍVOCO NA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. INEXISTÊNCIA. AI 791.292 QO-RG . TEMA 339. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Na esteira da jurisprudência desta Suprema Corte, é pressuposto de cabimento da reclamação, em casos de aplicação do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal em repercussão geral, a demonstração da teratologia da decisão reclamada. 2. A reclamação constitucional não consubstancia sucedâneo recursal. 3. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação” (Rcl 43446 AgR, da minha lavra, Primeira Turma, DJe 26.5.2021). 10. De outro lado, cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ Constituição dada ao art. 8... da Lei 13.979/2020, com a redação pela Lei 14.035/2020, já que tratou da Lei 14.020/2020, a qual, além de instituir o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, dispõe sobre medidas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo 6/2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus, de que trata a Lei 13.979/2020. V - A agravante não refutou o fundamento da decisão agravada relativo à impossibilidade de utilização da reclamação como sucedâneo recursal, o que atrai a incidência do art. 317, § 1..., do RISTF. Precedentes. VI - Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl 46037 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 26.5.2021). “EMENTA AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE EQUÍVOCO NA APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. INEXISTÊNCIA. AI 791.292 QO-RG . TEMA 339. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAR RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Na esteira da jurisprudência desta Suprema Corte, é pressuposto de cabimento da reclamação, em casos de aplicação do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal em repercussão geral, a demonstração da teratologia da decisão reclamada. 2. A reclamação constitucional não consubstancia sucedâneo recursal. 3. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação” (Rcl 43446 AgR, da minha lavra, Primeira Turma, DJe 26.5.2021). 10. De outro lado, cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RCL 43323 AGR / RJ figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5... da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. 11. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. 12. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de recursos manifestamente inadmissíveis, improcedentes ou contrários à jurisprudência desta Suprema Corte como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer, a ensejar a aplicação da penalidade prevista no art. 1021, § 4..., do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação. Nesse sentido: Rcl 14259 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, Dje 14.10.2019, Rcl 35075 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, Dje10.10.2019, Rcl 25416 AgR-segundo, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, Dje 05.9.2019, Rcl 32370 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, Dje 08.5.2019, Rcl 29985 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, Dje 06.02.2019, Rcl 30260 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, Dje 30.10.2018. 13. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Supremo Tribunal Federal RCL 43323 AGR / RJ figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5... da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. 11. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. 12. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de recursos manifestamente inadmissíveis, improcedentes ou contrários à jurisprudência desta Suprema Corte como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer, a ensejar a aplicação da penalidade prevista no art. 1021, § 4..., do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação. Nesse sentido: Rcl 14259 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, Dje 14.10.2019, Rcl 35075 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, Dje10.10.2019, Rcl 25416 AgR-segundo, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, Dje 05.9.2019, Rcl 32370 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, Dje 08.5.2019, Rcl 29985 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, Dje 06.02.2019, Rcl 30260 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, Dje 30.10.2018. 13. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a votação. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A9F6-EC91-3A1C-C244 e senha BB8C-638B-29BA-EEFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) : JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES (174605/MG, 079091/RJ) AGDO.(A/S) : BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) : BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) : JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO (40994/DF, 2605- A/RJ, 12363/SP) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) : TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto da Relatora. Impedido o Ministro Dias Toffoli. Afirmou suspeição o Ministro Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB54-7F85-2EC1-0A02 e senha F5CD-0D22-3ABF-4A96 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 43.323 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : ROYAL & SUNALLIANCE SEGUROS (BRASIL)S.A ADV.(A/S) : JORGE VANNIER RIBEIRO ALVES (174605/MG, 079091/RJ) AGDO.(A/S) : BANCO BRADESCO SA AGDO.(A/S) : BANCO ALVORADA S.A. ADV.(A/S) : JOSE MANOEL DE ARRUDA ALVIM NETTO (40994/DF, 2605- A/RJ, 12363/SP) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) : TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto da Relatora. Impedido o Ministro Dias Toffoli. Afirmou suspeição o Ministro Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB54-7F85-2EC1-0A02 e senha F5CD-0D22-3ABF-4A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
{ "JURISPRUDENCIA": [ "ADPF n 165", "Recurso Extraordinário ’ S n 626 . 307 -", "RECLAMAÇÃO", "ADPF n 165", "ADPF n 165", "RCL 43323 AGR / RJ", "ADPF n 165 . RES n 626 . 307", "ADPF n 165", "ADPF n 165 . 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Ementa e Acórdão 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PIAUÍ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) :PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PLEITO DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 37, § 6°, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NEXO DE CAUSALIDADE. INDENIZAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC)l caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 6 a 16/8/2021, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C159-8CE8-B173-E624 e senha 3E05-1CF8-4224-A94C Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Relatório 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PIAUÍ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) :PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência do óbice apontado. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4E61-A2D1-BFCB-BE8A e senha 3CF4-A558-46E8-F894 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PIAUÍ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) :PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência do óbice apontado. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4E61-A2D1-BFCB-BE8A e senha 3CF4-A558-46E8-F894 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PIAUÍ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra no óbice da Súmula 279 do STF. Colho do acórdão os seguintes trechos: “Assim, sem razão a apelante, eis que pelo exposto acima depreende-se a obrigatoriedade por parte do Estado do fornecimento de medicamentos essencial à preservação da saúde e vida de cidadãos. Portanto, tendo a parte comprovado a necessidade de uso da medicação ZELBORAF, bem como não possuir recursos financeiros para arcar com sua aquisição, deve o Estado fornecer a medicação. Na hipótese dos autos, o Estado deixou de cumprir decisão judicial para fornecer o medicamento, o que levou o apelante a realizar empréstimos para custear a medicação para o tratamento de saúde do seu filho. (…) Entretanto, analisando os documentos de fls. 20/25, comprov cabalmente o gastos com a medicação prescrita pelo médico (fls. 18/19), medicamento este não fornecido pelo Estado. O apelado em estado de desespero realizou empréstimos para custear toda a medicação prescrita para o tratamento do seu filho, totalizando R$ 35.060,00 (trinta e cinco mil e sessenta reais), conforme faz prova as notas fiscais de fls. 20/25. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PIAUÍ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra no óbice da Súmula 279 do STF. Colho do acórdão os seguintes trechos: “Assim, sem razão a apelante, eis que pelo exposto acima depreende-se a obrigatoriedade por parte do Estado do fornecimento de medicamentos essencial à preservação da saúde e vida de cidadãos. Portanto, tendo a parte comprovado a necessidade de uso da medicação ZELBORAF, bem como não possuir recursos financeiros para arcar com sua aquisição, deve o Estado fornecer a medicação. Na hipótese dos autos, o Estado deixou de cumprir decisão judicial para fornecer o medicamento, o que levou o apelante a realizar empréstimos para custear a medicação para o tratamento de saúde do seu filho. (…) Entretanto, analisando os documentos de fls. 20/25, comprov cabalmente o gastos com a medicação prescrita pelo médico (fls. 18/19), medicamento este não fornecido pelo Estado. O apelado em estado de desespero realizou empréstimos para custear toda a medicação prescrita para o tratamento do seu filho, totalizando R$ 35.060,00 (trinta e cinco mil e sessenta reais), conforme faz prova as notas fiscais de fls. 20/25. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1330212 AGR / PI Comprovado que o apelado custeou a medicação solicitada pelo médico, entendo que, agiu acertadamente o magistrado, vez que, restou comprovado nos autos o dano material, em razão do não fornecimento da medicação indicada, sendo pois, devida a condenação dos danos materiais alegados, nos valores indicados nos comprovantes de fls. 20/25. (…) O apelante em suas razões alega que a condenação dos danos morais não deve prosperar, vez que, não existiu o nexo de causalidade entre o fato e qualquer conduta comissiva e omissiva do Estado. No caso dos autos, tenho que restou demonstrada a conduta culposa do Estado, já que foi concedido o pedido em sede de antecipação de tutela no Mandado de Segurança (processo n° 0007942-57.2013.8.18.0000), todavia o Estado descumpriu a ordem judicial, obrigando o apelado a efetuar empréstimos para comprar a medicação prescrita para tratamento da enfermidade do seu filho. Assim, constatada a necessidade de aquisição de medicamento pelo apelado, com a utilização de recursos próprios, consoante faz provas os documentos de fls. 20/25, não obstante a existência de decisão judicial determinando ao ente estatal o fornecimento gratuito do fármaco, resta evidenciada a conduta omissiva, o dano e o nexo causal.” (grifei) Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PLEITO DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. ALEGADA VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 1º, INCISO III; 3º, INCISO IV; 5º, CAPUT E INCISO XXXVI; 6°; 23, INCISO II; 24, INCISO II; 196; 197, E 198, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NEXO DE CAUSALIDADE. INDENIZAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Supremo Tribunal Federal ARE 1330212 AGR / PI Comprovado que o apelado custeou a medicação solicitada pelo médico, entendo que, agiu acertadamente o magistrado, vez que, restou comprovado nos autos o dano material, em razão do não fornecimento da medicação indicada, sendo pois, devida a condenação dos danos materiais alegados, nos valores indicados nos comprovantes de fls. 20/25. (…) O apelante em suas razões alega que a condenação dos danos morais não deve prosperar, vez que, não existiu o nexo de causalidade entre o fato e qualquer conduta comissiva e omissiva do Estado. No caso dos autos, tenho que restou demonstrada a conduta culposa do Estado, já que foi concedido o pedido em sede de antecipação de tutela no Mandado de Segurança (processo n° 0007942-57.2013.8.18.0000), todavia o Estado descumpriu a ordem judicial, obrigando o apelado a efetuar empréstimos para comprar a medicação prescrita para tratamento da enfermidade do seu filho. Assim, constatada a necessidade de aquisição de medicamento pelo apelado, com a utilização de recursos próprios, consoante faz provas os documentos de fls. 20/25, não obstante a existência de decisão judicial determinando ao ente estatal o fornecimento gratuito do fármaco, resta evidenciada a conduta omissiva, o dano e o nexo causal.” (grifei) Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PLEITO DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. ALEGADA VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 1º, INCISO III; 3º, INCISO IV; 5º, CAPUT E INCISO XXXVI; 6°; 23, INCISO II; 24, INCISO II; 196; 197, E 198, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NEXO DE CAUSALIDADE. INDENIZAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1330212 AGR / PI Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC)l caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1293962 AgR, Rel. Min. Luiz Fux - Presidente, Tribunal Pleno, DJe de 17-02-2021) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 12.03.2020. INTERNAÇÃO. HOME CARE. ART. 196 DA CF. DIREITO À SAÚDE. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. AFRONTA. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES. ALEGADA VIOLAÇÃO AO POSTULADO DA LEGALIDADE. SÚMULA 636. OFENSA REFLEXA. SUPOSTA OFENSA AO POSTULADO DA ISONOMIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO STF. ALTO CUSTO DOS MEDICAMENTOS. AUSÊNCIA DE DISCUSSÃO PARA FINS DE APLICAÇÃO DO TEMA 6 DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. O acórdão recorrido, na hipótese, não destoa da jurisprudência desta Corte, quanto à inocorrência de violação ao princípio da separação dos poderes, eis que o julgamento, pelo Poder Judiciário, da legalidade dos atos dos demais poderes, não representa ofensa ao princípio da separação dos poderes, especialmente em se tratando de políticas públicas nas questões envolvendo o direito constitucional à saúde. 2. Ademais, na espécie, ressalta-se que a violação do princípio da legalidade demanda necessariamente a análise de normas infraconstitucionais (Portaria 963/2013 e ECA). Aplicável, portanto, in casu, a Súmula 636 do STF: “Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.” 3. No que tange à suposta ofensa ao postulado da 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Supremo Tribunal Federal ARE 1330212 AGR / PI Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC)l caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1293962 AgR, Rel. Min. Luiz Fux - Presidente, Tribunal Pleno, DJe de 17-02-2021) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 12.03.2020. INTERNAÇÃO. HOME CARE. ART. 196 DA CF. DIREITO À SAÚDE. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. AFRONTA. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES. ALEGADA VIOLAÇÃO AO POSTULADO DA LEGALIDADE. SÚMULA 636. OFENSA REFLEXA. SUPOSTA OFENSA AO POSTULADO DA ISONOMIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO STF. ALTO CUSTO DOS MEDICAMENTOS. AUSÊNCIA DE DISCUSSÃO PARA FINS DE APLICAÇÃO DO TEMA 6 DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. O acórdão recorrido, na hipótese, não destoa da jurisprudência desta Corte, quanto à inocorrência de violação ao princípio da separação dos poderes, eis que o julgamento, pelo Poder Judiciário, da legalidade dos atos dos demais poderes, não representa ofensa ao princípio da separação dos poderes, especialmente em se tratando de políticas públicas nas questões envolvendo o direito constitucional à saúde. 2. Ademais, na espécie, ressalta-se que a violação do princípio da legalidade demanda necessariamente a análise de normas infraconstitucionais (Portaria 963/2013 e ECA). Aplicável, portanto, in casu, a Súmula 636 do STF: “Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.” 3. No que tange à suposta ofensa ao postulado da 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1330212 AGR / PI isonomia, para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, seria necessário o reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula 279 do STF. 4. A questão envolvendo o alto custo dos medicamentos não foi objeto de discussão no acórdão recorrido para fins de aplicação do Tema 6 da repercussão geral, cujo paradigma é o RE 566.471-RG, de relatoria do Min. Marco Aurélio. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. Mantida a decisão agravada quanto aos honorários advocatícios, eis que já majorados nos limites do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC.” (ARE 1227381 AgR-segundo, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 22-05-2020) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Administrativo. Responsabilidade civil do Estado. Danos morais e materiais. Erro na entrega do medicamento. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise de matéria infraconstitucional, tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula nº 279/STF). 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 3. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1227304 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli - Presidente, Tribunal Pleno, julgado em 05/11/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-264 DIVULG 03-12-2019 PUBLIC 04-12-2019) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO. DIREITO À SAÚDE. DEVER DO ESTADO. FORNECIMENTO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Supremo Tribunal Federal ARE 1330212 AGR / PI isonomia, para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, seria necessário o reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula 279 do STF. 4. A questão envolvendo o alto custo dos medicamentos não foi objeto de discussão no acórdão recorrido para fins de aplicação do Tema 6 da repercussão geral, cujo paradigma é o RE 566.471-RG, de relatoria do Min. Marco Aurélio. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. Mantida a decisão agravada quanto aos honorários advocatícios, eis que já majorados nos limites do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC.” (ARE 1227381 AgR-segundo, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 22-05-2020) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Administrativo. Responsabilidade civil do Estado. Danos morais e materiais. Erro na entrega do medicamento. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise de matéria infraconstitucional, tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula nº 279/STF). 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 3. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1227304 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli - Presidente, Tribunal Pleno, julgado em 05/11/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-264 DIVULG 03-12-2019 PUBLIC 04-12-2019) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO. DIREITO À SAÚDE. DEVER DO ESTADO. FORNECIMENTO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1330212 AGR / PI DE MEDICAMENTO. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA DOS ENTES DA FEDERAÇÃO (TEMA 793 DA REPERCUSSÃO GERAL). COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE DO MEDICAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 279/STF. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - Reconhecida a ocorrência de inexatidão material na majoração de honorários recursais, o dispositivo da decisão agravada deve ser corrigido para excluí- la. II - A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que é solidária a obrigação dos entes da Federação em promover os atos indispensáveis à concretização do direito à saúde, tais como o fornecimento de medicamento a pessoa destituída de recursos materiais para arcar com o próprio tratamento. III - É inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos (Súmula 279/STF). IV - Agravo regimental a que se nega provimento.” (ARE 1169334 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandownski, Segunda Turma, DJe de 23-09-2019) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Supremo Tribunal Federal ARE 1330212 AGR / PI DE MEDICAMENTO. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA DOS ENTES DA FEDERAÇÃO (TEMA 793 DA REPERCUSSÃO GERAL). COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE DO MEDICAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 279/STF. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - Reconhecida a ocorrência de inexatidão material na majoração de honorários recursais, o dispositivo da decisão agravada deve ser corrigido para excluí- la. II - A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que é solidária a obrigação dos entes da Federação em promover os atos indispensáveis à concretização do direito à saúde, tais como o fornecimento de medicamento a pessoa destituída de recursos materiais para arcar com o próprio tratamento. III - É inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos (Súmula 279/STF). IV - Agravo regimental a que se nega provimento.” (ARE 1169334 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandownski, Segunda Turma, DJe de 23-09-2019) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 17/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PROCED. : PIAUÍ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) : PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A87-9719-65F1-0158 e senha 8636-9AE7-E24D-B768 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PROCED. : PIAUÍ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) : PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A87-9719-65F1-0158 e senha 8636-9AE7-E24D-B768 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756931186
2021-08-17T00:00:00
2021-08-26T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PLEITO DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 37, § 6°, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NEXO DE CAUSALIDADE. INDENIZAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC)l caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
sjur451521
- Acórdão(s) citado(s): (RE, REEXAME, FATO, PROVA) ARE 1169334 AgR (2ªT), ARE 1227304 AgR (TP), ARE 1227381 AgR-segundo (2ªT), ARE 1293962 AgR (TP). Número de páginas: 8. Análise: 22/02/2022, LPC.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1330212
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00037 PAR-00006\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1330212 AgR
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AGTE.(S) : ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) : PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PIAUÍ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) :PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PLEITO DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 37, § 6..., DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NEXO DE CAUSALIDADE. INDENIZAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil)l caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 6 a 16/8/2021, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C159-8CE8-B173-E624 e senha 3E05-1CF8-4224-A94C Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Relatório 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PIAUÍ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) :PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência do óbice apontado. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4E61-A2D1-BFCB-BE8A e senha 3CF4-A558-46E8-F894 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PIAUÍ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) :PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência do óbice apontado. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4E61-A2D1-BFCB-BE8A e senha 3CF4-A558-46E8-F894 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PIAUÍ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra no óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Colho do acórdão os seguintes trechos: “Assim, sem razão a apelante, eis que pelo exposto acima depreende-se a obrigatoriedade por parte do Estado do fornecimento de medicamentos essencial à preservação da saúde e vida de cidadãos. Portanto, tendo a parte comprovado a necessidade de uso da medicação ZELBORAF, bem como não possuir recursos financeiros para arcar com sua aquisição, deve o Estado fornecer a medicação. Na hipótese dos autos, o Estado deixou de cumprir decisão judicial para fornecer o medicamento, o que levou o apelante a realizar empréstimos para custear a medicação para o tratamento de saúde do seu filho. (…) Entretanto, analisando os documentos de fls. 20/25, comprov cabalmente o gastos com a medicação prescrita pelo médico (fls. 18/19), medicamento este não fornecido pelo Estado. O apelado em estado de desespero realizou empréstimos para custear toda a medicação prescrita para o tratamento do seu filho, totalizando R$ 35.060,00 (trinta e cinco mil e sessenta reais), conforme faz prova as notas fiscais de fls. 20/25. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PIAUÍ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providência que esbarra no óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Colho do acórdão os seguintes trechos: “Assim, sem razão a apelante, eis que pelo exposto acima depreende-se a obrigatoriedade por parte do Estado do fornecimento de medicamentos essencial à preservação da saúde e vida de cidadãos. Portanto, tendo a parte comprovado a necessidade de uso da medicação ZELBORAF, bem como não possuir recursos financeiros para arcar com sua aquisição, deve o Estado fornecer a medicação. Na hipótese dos autos, o Estado deixou de cumprir decisão judicial para fornecer o medicamento, o que levou o apelante a realizar empréstimos para custear a medicação para o tratamento de saúde do seu filho. (…) Entretanto, analisando os documentos de fls. 20/25, comprov cabalmente o gastos com a medicação prescrita pelo médico (fls. 18/19), medicamento este não fornecido pelo Estado. O apelado em estado de desespero realizou empréstimos para custear toda a medicação prescrita para o tratamento do seu filho, totalizando R$ 35.060,00 (trinta e cinco mil e sessenta reais), conforme faz prova as notas fiscais de fls. 20/25. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1330212 AGR / PI Comprovado que o apelado custeou a medicação solicitada pelo médico, entendo que, agiu acertadamente o magistrado, vez que, restou comprovado nos autos o dano material, em razão do não fornecimento da medicação indicada, sendo pois, devida a condenação dos danos materiais alegados, nos valores indicados nos comprovantes de fls. 20/25. (…) O apelante em suas razões alega que a condenação dos danos morais não deve prosperar, vez que, não existiu o nexo de causalidade entre o fato e qualquer conduta comissiva e omissiva do Estado. No caso dos autos, tenho que restou demonstrada a conduta culposa do Estado, já que foi concedido o pedido em sede de antecipação de tutela no Mandado de Segurança (processo n 0007942-57.2013.8.18.0000), todavia o Estado descumpriu a ordem judicial, obrigando o apelado a efetuar empréstimos para comprar a medicação prescrita para tratamento da enfermidade do seu filho. Assim, constatada a necessidade de aquisição de medicamento pelo apelado, com a utilização de recursos próprios, consoante faz provas os documentos de fls. 20/25, não obstante a existência de decisão judicial determinando ao ente estatal o fornecimento gratuito do fármaco, resta evidenciada a conduta omissiva, o dano e o nexo causal.” (grifei) Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PLEITO DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. ALEGADA VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 1..., INCISO III; 3..., INCISO IV; 5..., CAPUT E INCISO XXXVI; 6...; 23, INCISO II; 24, INCISO II; 196; 197, E 198, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NEXO DE CAUSALIDADE. INDENIZAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). 2. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Supremo Tribunal Federal ARE 1330212 AGR / PI Comprovado que o apelado custeou a medicação solicitada pelo médico, entendo que, agiu acertadamente o magistrado, vez que, restou comprovado nos autos o dano material, em razão do não fornecimento da medicação indicada, sendo pois, devida a condenação dos danos materiais alegados, nos valores indicados nos comprovantes de fls. 20/25. (…) O apelante em suas razões alega que a condenação dos danos morais não deve prosperar, vez que, não existiu o nexo de causalidade entre o fato e qualquer conduta comissiva e omissiva do Estado. No caso dos autos, tenho que restou demonstrada a conduta culposa do Estado, já que foi concedido o pedido em sede de antecipação de tutela no Mandado de Segurança (processo n 0007942-57.2013.8.18.0000), todavia o Estado descumpriu a ordem judicial, obrigando o apelado a efetuar empréstimos para comprar a medicação prescrita para tratamento da enfermidade do seu filho. Assim, constatada a necessidade de aquisição de medicamento pelo apelado, com a utilização de recursos próprios, consoante faz provas os documentos de fls. 20/25, não obstante a existência de decisão judicial determinando ao ente estatal o fornecimento gratuito do fármaco, resta evidenciada a conduta omissiva, o dano e o nexo causal.” (grifei) Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PLEITO DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. ALEGADA VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 1..., INCISO III; 3..., INCISO IV; 5..., CAPUT E INCISO XXXVI; 6...; 23, INCISO II; 24, INCISO II; 196; 197, E 198, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NEXO DE CAUSALIDADE. INDENIZAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). 2. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1330212 AGR / PI Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil)l caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1293962 AgR, Rel. Min. Luiz Fux - Presidente, Tribunal Pleno, DJe de 17-02-2021) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 12.03.2020. INTERNAÇÃO. HOME CARE. ART. 196 DA Constituição Federal de 1988. DIREITO À SAÚDE. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. AFRONTA. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES. ALEGADA VIOLAÇÃO AO POSTULADO DA LEGALIDADE. SÚMULA 636. OFENSA REFLEXA. SUPOSTA OFENSA AO POSTULADO DA ISONOMIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. ALTO CUSTO DOS MEDICAMENTOS. AUSÊNCIA DE DISCUSSÃO PARA FINS DE APLICAÇÃO DO TEMA 6 DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. O acórdão recorrido, na hipótese, não destoa da jurisprudência desta Corte, quanto à inocorrência de violação ao princípio da separação dos poderes, eis que o julgamento, pelo Poder Judiciário, da legalidade dos atos dos demais poderes, não representa ofensa ao princípio da separação dos poderes, especialmente em se tratando de políticas públicas nas questões envolvendo o direito constitucional à saúde. 2. Ademais, na espécie, ressalta-se que a violação do princípio da legalidade demanda necessariamente a análise de normas infraconstitucionais (Portaria 963/2013 e Estatuto da Criança e do Adolescente). Aplicável, portanto, in casu, a Súmula 636 do Supremo Tribunal Federal: “Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.” 3. No que tange à suposta ofensa ao postulado da 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Supremo Tribunal Federal ARE 1330212 AGR / PI Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil)l caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1293962 AgR, Rel. Min. Luiz Fux - Presidente, Tribunal Pleno, DJe de 17-02-2021) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 12.03.2020. INTERNAÇÃO. HOME CARE. ART. 196 DA Constituição Federal de 1988. DIREITO À SAÚDE. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. AFRONTA. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES. ALEGADA VIOLAÇÃO AO POSTULADO DA LEGALIDADE. SÚMULA 636. OFENSA REFLEXA. SUPOSTA OFENSA AO POSTULADO DA ISONOMIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. ALTO CUSTO DOS MEDICAMENTOS. AUSÊNCIA DE DISCUSSÃO PARA FINS DE APLICAÇÃO DO TEMA 6 DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. O acórdão recorrido, na hipótese, não destoa da jurisprudência desta Corte, quanto à inocorrência de violação ao princípio da separação dos poderes, eis que o julgamento, pelo Poder Judiciário, da legalidade dos atos dos demais poderes, não representa ofensa ao princípio da separação dos poderes, especialmente em se tratando de políticas públicas nas questões envolvendo o direito constitucional à saúde. 2. Ademais, na espécie, ressalta-se que a violação do princípio da legalidade demanda necessariamente a análise de normas infraconstitucionais (Portaria 963/2013 e Estatuto da Criança e do Adolescente). Aplicável, portanto, in casu, a Súmula 636 do Supremo Tribunal Federal: “Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.” 3. No que tange à suposta ofensa ao postulado da 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1330212 AGR / PI isonomia, para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, seria necessário o reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. 4. A questão envolvendo o alto custo dos medicamentos não foi objeto de discussão no acórdão recorrido para fins de aplicação do Tema 6 da repercussão geral, cujo paradigma é o Recurso Extraordinário 566.471-RG, de relatoria do Min. Marco Aurélio. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. Mantida a decisão agravada quanto aos honorários advocatícios, eis que já majorados nos limites do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil.” (ARE 1227381 AgR-segundo, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 22-05-2020) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Administrativo. Responsabilidade civil do Estado. Danos morais e materiais. Erro na entrega do medicamento. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise de matéria infraconstitucional, tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 3. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1227304 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli - Presidente, Tribunal Pleno, julgado em 05/11/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-264 DIVULG 03-12-2019 PUBLIC 04-12-2019) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO. DIREITO À SAÚDE. DEVER DO ESTADO. FORNECIMENTO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Supremo Tribunal Federal ARE 1330212 AGR / PI isonomia, para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, seria necessário o reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. 4. A questão envolvendo o alto custo dos medicamentos não foi objeto de discussão no acórdão recorrido para fins de aplicação do Tema 6 da repercussão geral, cujo paradigma é o Recurso Extraordinário 566.471-RG, de relatoria do Min. Marco Aurélio. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. Mantida a decisão agravada quanto aos honorários advocatícios, eis que já majorados nos limites do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil.” (ARE 1227381 AgR-segundo, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 22-05-2020) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Administrativo. Responsabilidade civil do Estado. Danos morais e materiais. Erro na entrega do medicamento. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise de matéria infraconstitucional, tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 3. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1227304 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli - Presidente, Tribunal Pleno, julgado em 05/11/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-264 DIVULG 03-12-2019 PUBLIC 04-12-2019) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO. DIREITO À SAÚDE. DEVER DO ESTADO. FORNECIMENTO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1330212 AGR / PI DE MEDICAMENTO. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA DOS ENTES DA FEDERAÇÃO (TEMA 793 DA REPERCUSSÃO GERAL). COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE DO MEDICAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - Reconhecida a ocorrência de inexatidão material na majoração de honorários recursais, o dispositivo da decisão agravada deve ser corrigido para excluí- la. II - A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que é solidária a obrigação dos entes da Federação em promover os atos indispensáveis à concretização do direito à saúde, tais como o fornecimento de medicamento a pessoa destituída de recursos materiais para arcar com o próprio tratamento. III - É inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos (Súmula 279/Supremo Tribunal Federal). IV - Agravo regimental a que se nega provimento.” (ARE 1169334 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandownski, Segunda Turma, DJe de 23-09-2019) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Supremo Tribunal Federal ARE 1330212 AGR / PI DE MEDICAMENTO. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA DOS ENTES DA FEDERAÇÃO (TEMA 793 DA REPERCUSSÃO GERAL). COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE DO MEDICAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - Reconhecida a ocorrência de inexatidão material na majoração de honorários recursais, o dispositivo da decisão agravada deve ser corrigido para excluí- la. II - A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que é solidária a obrigação dos entes da Federação em promover os atos indispensáveis à concretização do direito à saúde, tais como o fornecimento de medicamento a pessoa destituída de recursos materiais para arcar com o próprio tratamento. III - É inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos (Súmula 279/Supremo Tribunal Federal). IV - Agravo regimental a que se nega provimento.” (ARE 1169334 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandownski, Segunda Turma, DJe de 23-09-2019) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7067-8EAC-98CE-E419 e senha C2AC-C715-0CB2-798C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 17/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PROCED. : PIAUÍ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) : PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A87-9719-65F1-0158 e senha 8636-9AE7-E24D-B768 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.330.212 PROCED. : PIAUÍ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ AGDO.(A/S) : PEDRO PEREIRA LIMA PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A87-9719-65F1-0158 e senha 8636-9AE7-E24D-B768 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 330 . 212", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "AGRAVO 1 . 330 . 212", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 330 . 212", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "RECURSO", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1330212 AGR", "processo n 0007942 - 57 . 2013 . 8 . 18 . 0000", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1330212 AGR / PI", "processo n 0007942 - 57 . 2013 . 8 . 18 . 0000", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1330212 AGR / PI", "ARE 1293962 AgR", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Súmula 636 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1330212 AGR / PI", "ARE 1293962 AgR", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Súmula 636 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1330212 AGR / PI", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 566 . 471 - RG", "ARE 1227381 AgR - segundo", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal )", "ARE 1227304 AgR", "ARE 1330212 AGR / PI", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 566 . 471 - RG", "ARE 1227381 AgR - segundo", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1227304 AgR", "ARE 1330212 AGR / PI", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1169334 AgR", "ARE 1330212 AGR / PI", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1169334 AgR" ], "LEGISLACAO": [ "ARTIGO 37 , § 6 . . . , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGOS 1 . . . , INCISO III ; 3 . . . , INCISO IV ; 5 . . . , CAPUT E INCISO", "23 , INCISO II ; 24 , INCISO II ; 196 ; 197 , E 198 , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGOS", "23 , INCISO", "24 , INCISO II ; 196 ; 197 , E 198 , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "ART . 196 DA Constituição Federal de 1988", "Portaria 963 / 2013", "Estatuto da Criança e", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "ART . 196 DA Constituição Federal de 1988", "Portaria 963 / 2013", "Estatuto da Criança e do Adolescente", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § § 2 . . . e", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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Ementa e Acórdão 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) :ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :OSMAR MENDES PAIXAO CORTES ADV.(A/S) :CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR ADV.(A/S) :RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO ADV.(A/S) :MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN ADV.(A/S) :FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA ADV.(A/S) :JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO ADV.(A/S) :BEATRIZ MARTINS COSTA ADV.(A/S) :THOMAS RIETH MARCELLO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. INTERPOSIÇÃO DE SEGUNDO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NOS AUTOS DO RESP Nº 1.647.329, COM REITERAÇÃO DE MATÉRIA JÁ ABORDADA NO PRIMEIRO APELO EXTREMO, CUJO SEGUIMENTO HOUVERA SIDO NEGADO, À LUZ DOS TEMAS NºS 339 E 660 DA REPERCUSSÃO GERAL, EM DECISÃO DA MINISTRA VICE-PRESIDENTE DO STJ, MANTIDA, EM SEDE DE AGRAVO INTERNO, PELA CORTE ESPECIAL DAQUELE TRIBUNAL. ERRO GROSSEIRO. CARACTERIZAÇÃO DE COMPORTAMENTO PROCESSUAL ABUSIVO. INVIABILIDADE DE IMPETRAÇÃO VOLTADA A QUESTIONAR ATO JURISDICIONAL QUE, ALÉM DE ACOBERTADO PELA EFICÁCIA IMUNIZADORA DA COISA JULGADA (ART. 5º, III, DA LEI Nº 12.016/2009 E SÚMULA Nº 268/STF), NÃO SE REVESTE DE TERATOLOGIA OU DE MANIFESTA Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D110-627F-5009-8596 e senha 0668-D1C1-3F80-B7DE Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 21 Ementa e Acórdão RMS 37894 AGR / DF ILEGALIDADE. PRECEDENTES. 1. Incabível mandado de segurança contra ato jurisdicional transitado em julgado (art. 5º, III, da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 268/STF). 2. Ainda quando se repute a impetração como voltada a questionar a própria higidez da determinação de certificação do trânsito em julgado, nos autos do Resp nº 1.647.329, inviável o mandado de segurança, uma vez que o ato jurisdicional impugnado, prolatado em sintonia com precedentes desta Suprema Corte, não está revestido de teratologia ou de manifesta ilegalidade. 3. Inaplicável o art. 85, § 1º, do CPC/2015, por se tratar de recurso interposto em mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula nº 512/STF). 4. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação, no caso de votação unânime, da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual da Primeira Turma de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 16 de agosto de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D110-627F-5009-8596 e senha 0668-D1C1-3F80-B7DE Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF ILEGALIDADE. PRECEDENTES. 1. Incabível mandado de segurança contra ato jurisdicional transitado em julgado (art. 5º, III, da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 268/STF). 2. Ainda quando se repute a impetração como voltada a questionar a própria higidez da determinação de certificação do trânsito em julgado, nos autos do Resp nº 1.647.329, inviável o mandado de segurança, uma vez que o ato jurisdicional impugnado, prolatado em sintonia com precedentes desta Suprema Corte, não está revestido de teratologia ou de manifesta ilegalidade. 3. Inaplicável o art. 85, § 1º, do CPC/2015, por se tratar de recurso interposto em mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula nº 512/STF). 4. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação, no caso de votação unânime, da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual da Primeira Turma de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 16 de agosto de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D110-627F-5009-8596 e senha 0668-D1C1-3F80-B7DE Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 21 Relatório 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) :ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :OSMAR MENDES PAIXAO CORTES ADV.(A/S) :CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR ADV.(A/S) :RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO ADV.(A/S) :MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN ADV.(A/S) :FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA ADV.(A/S) :JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO ADV.(A/S) :BEATRIZ MARTINS COSTA ADV.(A/S) :THOMAS RIETH MARCELLO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão unipessoal por meio da qual, com respaldo nos arts. 932, VIII, do CPC e 21, § 1º, do RISTF, neguei seguimento ao recurso ordinário em mandado de segurança, interpõe agravo interno Proeng Construtora e Incorporadora Ltda.. Em busca da superação da decisão agravada, o recurso veicula os seguintes argumentos (evento 22, fls. 6-13): “Ao analisar o primeiro Recurso Extraordinário, o Excelentíssimo Senhor Ministro Dias Toffoli reconhecendo a existência de repercussão geral quanto aos tópicos suscitados pela impetrante/agravante, proferiu o seguinte despacho (fls. 1788 e-STJ): Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) :ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :OSMAR MENDES PAIXAO CORTES ADV.(A/S) :CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR ADV.(A/S) :RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO ADV.(A/S) :MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN ADV.(A/S) :FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA ADV.(A/S) :JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO ADV.(A/S) :BEATRIZ MARTINS COSTA ADV.(A/S) :THOMAS RIETH MARCELLO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão unipessoal por meio da qual, com respaldo nos arts. 932, VIII, do CPC e 21, § 1º, do RISTF, neguei seguimento ao recurso ordinário em mandado de segurança, interpõe agravo interno Proeng Construtora e Incorporadora Ltda.. Em busca da superação da decisão agravada, o recurso veicula os seguintes argumentos (evento 22, fls. 6-13): “Ao analisar o primeiro Recurso Extraordinário, o Excelentíssimo Senhor Ministro Dias Toffoli reconhecendo a existência de repercussão geral quanto aos tópicos suscitados pela impetrante/agravante, proferiu o seguinte despacho (fls. 1788 e-STJ): Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 21 Relatório RMS 37894 AGR / DF Este Supremo Tribunal submeteu as questões trazidas no presente processo à sistemática da repercussão geral: a) Tema 339, Agravo de Instrumento n. 791.292: repercussão geral reconhecida e mérito julgado, e b) Tema 660, Recurso Extraordinário com Agravo n. 748.371: ausência de repercussão geral. Pelo exposto, nos termos da al. c do inc. V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem, para: a) quanto ao Tema 339, observar os procedimentos previstos nos incs. I e II do art. 1.030 do Código de Processo Civil, e b) quanto ao Tema 660, observar os procedimentos previstos na al. a do inc. I do art. 1.030 do Código de Processo Civil Portanto, percebe-se nitidamente que, quanto ao Tema 339 - ‘obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais’ -, o então Senhor Presidente desse Pretório Excelso determinou que o E. STJ observasse os procedimentos previstos no artigo 1.030, incisos I e II do CPC/15. Veja-se, Excelência, a diferença do quanto restou determinado em relação ao outro Tema de Repercussão Geral (Tema 660) em que o Excelentíssimo Ministro Presidente determina APENAS a observância do inciso I do citado diploma legal. Não obstante, com o retorno dos autos ao E. STJ, a Excelentíssima Senhora Ministra Vice-Presidente negou seguimento ao Recurso Extraordinário com base no artigo 1.030, I, ‘a’ do CPC/15, entendendo que, quanto ao Tema 339, o julgado (decisão que julgou o Recurso Especial, omissa ao ver da impetrante – Súmula 356 STF) estava de acordo com o decidido pelo Pretório Excelso – entendendo não haver qualquer nulidade ou tese sem a devida fundamentação, mas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF Este Supremo Tribunal submeteu as questões trazidas no presente processo à sistemática da repercussão geral: a) Tema 339, Agravo de Instrumento n. 791.292: repercussão geral reconhecida e mérito julgado, e b) Tema 660, Recurso Extraordinário com Agravo n. 748.371: ausência de repercussão geral. Pelo exposto, nos termos da al. c do inc. V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem, para: a) quanto ao Tema 339, observar os procedimentos previstos nos incs. I e II do art. 1.030 do Código de Processo Civil, e b) quanto ao Tema 660, observar os procedimentos previstos na al. a do inc. I do art. 1.030 do Código de Processo Civil Portanto, percebe-se nitidamente que, quanto ao Tema 339 - ‘obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais’ -, o então Senhor Presidente desse Pretório Excelso determinou que o E. STJ observasse os procedimentos previstos no artigo 1.030, incisos I e II do CPC/15. Veja-se, Excelência, a diferença do quanto restou determinado em relação ao outro Tema de Repercussão Geral (Tema 660) em que o Excelentíssimo Ministro Presidente determina APENAS a observância do inciso I do citado diploma legal. Não obstante, com o retorno dos autos ao E. STJ, a Excelentíssima Senhora Ministra Vice-Presidente negou seguimento ao Recurso Extraordinário com base no artigo 1.030, I, ‘a’ do CPC/15, entendendo que, quanto ao Tema 339, o julgado (decisão que julgou o Recurso Especial, omissa ao ver da impetrante – Súmula 356 STF) estava de acordo com o decidido pelo Pretório Excelso – entendendo não haver qualquer nulidade ou tese sem a devida fundamentação, mas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 21 Relatório RMS 37894 AGR / DF tão somente reafirmou que ‘o acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, impugnado no Recurso Extraordinário, está de acordo com a orientação do Excelso Pretório, pois foram devidamente explicitadas razões suficientes para o colegiado negar provimento ao agravo interno’. Dessa forma, tendo em vista o fato de que EM NENHUM MOMENTO o E. STJ se manifestou acerca da tese relativa à existência de coisa julgada – contrariando a tese firmada no Tema 339 da Repercussão Geral – a agravante interpôs novo Agravo Interno e, posteriormente, novo Recurso Extraordinário, a fim de ver a determinação do Excelentíssimo Ministro Dias Toffoli realizada, conforme se passará a demonstrar de forma cristalina a seguir. (…) Com a devida vênia, o Impetrante cumpriu todo o rito processual a fim de legitimar novamente o seu acesso ao Pretório Excelso para que a coisa julgada seja examinada, uma vez que a Corte Cidadã entendeu por não observar o que fora decidido pelo Ministro Dias Toffoli, então Presidente deste Eg. STF. Assim, com o devido respeito, não há que se falar em abuso de direito de recorrer, mas apenas a busca dos princípios basilares do processo através do respeito as garantias fundamentais do contraditório e ampla defesa, conforme esculpido de forma expressa na Constituição Federal (art. 5º, LV). (…) É por estas razões que, apesar do teor da Súmula 268/STF, o presente Mandado de Segurança é absolutamente cabível, vez que a decisão atacada, que certificou o trânsito em julgado dos autos originários, encontra-se em dissonância com o CPC/15, com o Tema 339 de Repercussão Geral, Súmula 356/STF e, ainda, com o que restara decidido quando da interposição do primeiro RE, demonstrando a sua manifesta ilegalidade.” Com base nesses fundamentos, pugna o agravante pela 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF tão somente reafirmou que ‘o acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, impugnado no Recurso Extraordinário, está de acordo com a orientação do Excelso Pretório, pois foram devidamente explicitadas razões suficientes para o colegiado negar provimento ao agravo interno’. Dessa forma, tendo em vista o fato de que EM NENHUM MOMENTO o E. STJ se manifestou acerca da tese relativa à existência de coisa julgada – contrariando a tese firmada no Tema 339 da Repercussão Geral – a agravante interpôs novo Agravo Interno e, posteriormente, novo Recurso Extraordinário, a fim de ver a determinação do Excelentíssimo Ministro Dias Toffoli realizada, conforme se passará a demonstrar de forma cristalina a seguir. (…) Com a devida vênia, o Impetrante cumpriu todo o rito processual a fim de legitimar novamente o seu acesso ao Pretório Excelso para que a coisa julgada seja examinada, uma vez que a Corte Cidadã entendeu por não observar o que fora decidido pelo Ministro Dias Toffoli, então Presidente deste Eg. STF. Assim, com o devido respeito, não há que se falar em abuso de direito de recorrer, mas apenas a busca dos princípios basilares do processo através do respeito as garantias fundamentais do contraditório e ampla defesa, conforme esculpido de forma expressa na Constituição Federal (art. 5º, LV). (…) É por estas razões que, apesar do teor da Súmula 268/STF, o presente Mandado de Segurança é absolutamente cabível, vez que a decisão atacada, que certificou o trânsito em julgado dos autos originários, encontra-se em dissonância com o CPC/15, com o Tema 339 de Repercussão Geral, Súmula 356/STF e, ainda, com o que restara decidido quando da interposição do primeiro RE, demonstrando a sua manifesta ilegalidade.” Com base nesses fundamentos, pugna o agravante pela 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 21 Relatório RMS 37894 AGR / DF reconsideração da decisão agravada ou pela submissão do agravo ao órgão colegiado competente, a fim de que, provido, seja concedida a ordem mandamental pretendida. Dispensada a intimação da parte agravada, nos termos dos arts. 6º e 9º do CPC. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF reconsideração da decisão agravada ou pela submissão do agravo ao órgão colegiado competente, a fim de que, provido, seja concedida a ordem mandamental pretendida. Dispensada a intimação da parte agravada, nos termos dos arts. 6º e 9º do CPC. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 DISTRITO FEDERAL VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo interno e passo ao exame do mérito. Nada colhe o agravo. Como destaquei na decisão unipessoal agravada, o descabimento de mandado de segurança voltado a impugnar ato jurisdicional transitado em julgado, além de decorrer do art. 5º, III, da Lei nº 12.016/2009, encontra apoio no enunciado da Súmula nº 268/STF: “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado”. Ainda quando se afaste esse empecilho, à compreensão de que a impetração está voltada a questionar a própria higidez da certificação do trânsito em julgado, nos autos do Resp nº 1.647.329, cabe enfatizar que, à luz da jurisprudência sedimentada no âmbito desta Casa, salvo em casos excepcionais, revestidos de flagrante teratologia, incabível o manejo de mandado de segurança para impugnar ato de conteúdo jurisdicional. A propósito, em acréscimo às já transcritas na decisão agravada, reporto-me às ementas dos seguintes precedentes (destaquei): EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ACÓRDÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA NO ATO JURISDICIONAL IMPUGNADO. DECISÃO QUE SE ENCONTRA EM CONSONÂNCIA COM ENTENDIMENTO DESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (PRECEDENTE EDITADO PELA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL – AI nº 738444/PE, Tema nº 320). 1. Salvo nas hipóteses de teratologia ou de flagrante ilegalidade, afigura-se incabível a impetração de mandado de segurança contra ato jurisdicional. 2. Incabível o presente mandado de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 DISTRITO FEDERAL VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo interno e passo ao exame do mérito. Nada colhe o agravo. Como destaquei na decisão unipessoal agravada, o descabimento de mandado de segurança voltado a impugnar ato jurisdicional transitado em julgado, além de decorrer do art. 5º, III, da Lei nº 12.016/2009, encontra apoio no enunciado da Súmula nº 268/STF: “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado”. Ainda quando se afaste esse empecilho, à compreensão de que a impetração está voltada a questionar a própria higidez da certificação do trânsito em julgado, nos autos do Resp nº 1.647.329, cabe enfatizar que, à luz da jurisprudência sedimentada no âmbito desta Casa, salvo em casos excepcionais, revestidos de flagrante teratologia, incabível o manejo de mandado de segurança para impugnar ato de conteúdo jurisdicional. A propósito, em acréscimo às já transcritas na decisão agravada, reporto-me às ementas dos seguintes precedentes (destaquei): EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ACÓRDÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA NO ATO JURISDICIONAL IMPUGNADO. DECISÃO QUE SE ENCONTRA EM CONSONÂNCIA COM ENTENDIMENTO DESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (PRECEDENTE EDITADO PELA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL – AI nº 738444/PE, Tema nº 320). 1. Salvo nas hipóteses de teratologia ou de flagrante ilegalidade, afigura-se incabível a impetração de mandado de segurança contra ato jurisdicional. 2. Incabível o presente mandado de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF segurança, enquanto manejado contra ato jurisdicional que, em sintonia com os dispositivos legais e regimentais aplicáveis à espécie, bem como com a jurisprudência desta Suprema Corte, não atrai o rótulo de teratológico ou de manifestamente ilegal. 3. O Superior Tribunal de Justiça aplicou entendimento firmado em repercussão geral (Tema nº 320, julgado no AI nº 738444/PE), no sentido de que a discussão a respeito do reconhecimento da condição de ex-combatente para fins de recebimento de pensão especial tem natureza infraconstitucional, sendo reflexas as alegações de violação da Constituição Federal. Não há, assim, teratologia no ato impugnado. 4. Agravo regimental conhecido e não provido. (RMS 34268 AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, julgado em 13/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-258 DIVULG 26-10-2020 PUBLIC 27-10-2020) Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO JURISDICIONAL PRATICADO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE. INEXISTÊNCIA DE TERATOLOGIA, ILEGALIDADE OU ABUSO FLAGRANTE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 267/STF. NÃO CABIMENTO DO WRIT. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II – Nos termos da jurisprudência desta Suprema Corte, é possível a determinação do trânsito em julgado, bem como a baixa imediata dos autos à origem, independentemente de publicação do acórdão, quando houver abuso do direito de recorrer, a desvirtuar a garantia constitucional da ampla defesa. Precedentes. III - De acordo com a Súmula 267/STF, não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. A mitigação dessa Súmula somente seria possível se houvesse teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante, no ato judicial questionado, o que não se verifica no 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF segurança, enquanto manejado contra ato jurisdicional que, em sintonia com os dispositivos legais e regimentais aplicáveis à espécie, bem como com a jurisprudência desta Suprema Corte, não atrai o rótulo de teratológico ou de manifestamente ilegal. 3. O Superior Tribunal de Justiça aplicou entendimento firmado em repercussão geral (Tema nº 320, julgado no AI nº 738444/PE), no sentido de que a discussão a respeito do reconhecimento da condição de ex-combatente para fins de recebimento de pensão especial tem natureza infraconstitucional, sendo reflexas as alegações de violação da Constituição Federal. Não há, assim, teratologia no ato impugnado. 4. Agravo regimental conhecido e não provido. (RMS 34268 AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, julgado em 13/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-258 DIVULG 26-10-2020 PUBLIC 27-10-2020) Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO JURISDICIONAL PRATICADO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE. INEXISTÊNCIA DE TERATOLOGIA, ILEGALIDADE OU ABUSO FLAGRANTE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 267/STF. NÃO CABIMENTO DO WRIT. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II – Nos termos da jurisprudência desta Suprema Corte, é possível a determinação do trânsito em julgado, bem como a baixa imediata dos autos à origem, independentemente de publicação do acórdão, quando houver abuso do direito de recorrer, a desvirtuar a garantia constitucional da ampla defesa. Precedentes. III - De acordo com a Súmula 267/STF, não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. A mitigação dessa Súmula somente seria possível se houvesse teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante, no ato judicial questionado, o que não se verifica no 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF caso. IV - Agravo regimental a que se nega provimento. (RMS 36809 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 10/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 255 DIVULG 21-10-2020 PUBLIC 22-10-2020) Não está demonstrada, repiso, na espécie, teratologia ou manifesta ilegalidade no ato apontado como coator, adiante reproduzido, no fragmento de interesse (sem destaques no original): “Não há mais nada a prover na espécie. Observa-se que, após o primeiro recurso extremo ter tido seu seguimento negado por esta Corte, a parte recorrente interpõe, novamente, o presente recurso extraordinário com o mesmo propósito de discutir o tema de fundo da controvérsia suscitada no prévio recurso extraordinário. Portanto, verifica-se a indevida reiteração de recurso já manejado, sendo evidente o exaurimento da jurisdição. Observa-se, na realidade, a pretensão da parte de interpor recursos sucessivamente, ainda que manifestamente incabíveis, almejando postergar o trânsito em julgado definitivo, o que não se coaduna com a sistemática processual de repercussão geral. Feitas essas considerações, determino a certificação do trânsito em julgado do decisum de fls. 1.947/1.955 e o arquivamento imediato de quaisquer outras manifestações, dispensando o envio de expediente avulso à Vice-Presidência, podendo a Coordenadoria, ainda, realizar, se o caso, a baixa dos autos e de eventuais expedientes.” O ato jurisdicional questionado está, na realidade, em sintonia com as normas processuais de regência, sobretudo quando se tem em mira que o autor já houvera esgotado, no Resp nº 1.647.329, todo o arsenal recursal a seu dispor, para impugnar decisões do STJ contrárias às suas pretensões. Com efeito, naqueles autos, o ora agravante interpôs, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF caso. IV - Agravo regimental a que se nega provimento. (RMS 36809 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 10/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 255 DIVULG 21-10-2020 PUBLIC 22-10-2020) Não está demonstrada, repiso, na espécie, teratologia ou manifesta ilegalidade no ato apontado como coator, adiante reproduzido, no fragmento de interesse (sem destaques no original): “Não há mais nada a prover na espécie. Observa-se que, após o primeiro recurso extremo ter tido seu seguimento negado por esta Corte, a parte recorrente interpõe, novamente, o presente recurso extraordinário com o mesmo propósito de discutir o tema de fundo da controvérsia suscitada no prévio recurso extraordinário. Portanto, verifica-se a indevida reiteração de recurso já manejado, sendo evidente o exaurimento da jurisdição. Observa-se, na realidade, a pretensão da parte de interpor recursos sucessivamente, ainda que manifestamente incabíveis, almejando postergar o trânsito em julgado definitivo, o que não se coaduna com a sistemática processual de repercussão geral. Feitas essas considerações, determino a certificação do trânsito em julgado do decisum de fls. 1.947/1.955 e o arquivamento imediato de quaisquer outras manifestações, dispensando o envio de expediente avulso à Vice-Presidência, podendo a Coordenadoria, ainda, realizar, se o caso, a baixa dos autos e de eventuais expedientes.” O ato jurisdicional questionado está, na realidade, em sintonia com as normas processuais de regência, sobretudo quando se tem em mira que o autor já houvera esgotado, no Resp nº 1.647.329, todo o arsenal recursal a seu dispor, para impugnar decisões do STJ contrárias às suas pretensões. Com efeito, naqueles autos, o ora agravante interpôs, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF sucessivamente, recurso extraordinário, cujo seguimento foi negado pela Vice-Presidência do STJ, com respaldo no art. 1.030, I, “a”, primeira e segunda partes, do CPC/2015; agravo interno, desprovido pela Corte Especial daquele Tribunal; e embargos de declaração, os quais foram rejeitados por aquele mesmo colegiado. Ao determinar a certificação do trânsito em julgado, levou em conta a Vice-Presidência do Superior Tribunal de Justiça o fato de que o único recurso ainda cabível - novos embargos de declaração, em face do acórdão da Corte Especial que rejeitara aclaratórios opostos pelo ora impetrante - não fora manejado no prazo legal, aspecto confirmado pelo andamento processual do Resp nº 1.647.329, a teor do qual, em 05.06.2020, foi protocolizada a Petição nº 383727/2020, nominada de “recurso extraordinário”, apelo manifestamente incabível àquela altura e insuscetível, ante o erro grosseiro, de ser recebido como embargos de declaração. Sobre a inviabilidade de aplicação do princípio da fungibilidade recursal, no caso de erro grosseiro, recordo, em reforço aos já citados na decisão agravada, os seguintes precedentes deste Supremo Tribunal Federal: Ementa: AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. WRIT DENEGADO. SÚMULA 22/TSE. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO INVÉS DE RECURSO ORDINÁRIO. INADMISSIBILIDADE. ERRO GROSSEIRO. ART. 102, II, “A” DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO. RECURSO INTERNO DESPROVIDO. 1. As decisões denegatórias de mandado de segurança, quando proferidas em instância originária pelos Tribunais Superiores, admitem, exclusivamente, impugnação por intermédio de recurso ordinário (art. 102, II, “a”, da CRFB/88), que ativará a inafastável competência recursal ordinária desta Corte 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF sucessivamente, recurso extraordinário, cujo seguimento foi negado pela Vice-Presidência do STJ, com respaldo no art. 1.030, I, “a”, primeira e segunda partes, do CPC/2015; agravo interno, desprovido pela Corte Especial daquele Tribunal; e embargos de declaração, os quais foram rejeitados por aquele mesmo colegiado. Ao determinar a certificação do trânsito em julgado, levou em conta a Vice-Presidência do Superior Tribunal de Justiça o fato de que o único recurso ainda cabível - novos embargos de declaração, em face do acórdão da Corte Especial que rejeitara aclaratórios opostos pelo ora impetrante - não fora manejado no prazo legal, aspecto confirmado pelo andamento processual do Resp nº 1.647.329, a teor do qual, em 05.06.2020, foi protocolizada a Petição nº 383727/2020, nominada de “recurso extraordinário”, apelo manifestamente incabível àquela altura e insuscetível, ante o erro grosseiro, de ser recebido como embargos de declaração. Sobre a inviabilidade de aplicação do princípio da fungibilidade recursal, no caso de erro grosseiro, recordo, em reforço aos já citados na decisão agravada, os seguintes precedentes deste Supremo Tribunal Federal: Ementa: AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. WRIT DENEGADO. SÚMULA 22/TSE. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO INVÉS DE RECURSO ORDINÁRIO. INADMISSIBILIDADE. ERRO GROSSEIRO. ART. 102, II, “A” DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO. RECURSO INTERNO DESPROVIDO. 1. As decisões denegatórias de mandado de segurança, quando proferidas em instância originária pelos Tribunais Superiores, admitem, exclusivamente, impugnação por intermédio de recurso ordinário (art. 102, II, “a”, da CRFB/88), que ativará a inafastável competência recursal ordinária desta Corte 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF Constitucional. 2. A interposição de recurso extraordinário em face de decisão denegatória de mandado de segurança originário configura flagrante erro grosseiro na escolha do instrumento (Súmula STF 272), tornando incabível aplicar o princípio da fungibilidade para recebê-lo como recurso ordinário em mandado de segurança. Precedentes desta Corte: ARE 1.047.026 AgR, Relator Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 22.09.2017; RMS 21.336 AgR, Relator Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, DJ 30.06.1995, e RMS 21.498, Relator Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 02.10.1992. 3. In casu, tratando-se de recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que denegou a segurança pleiteada, o não conhecimento do recurso é medida que se impõe, mercê de seu flagrante descabimento. 4. Agravo interno DESPROVIDO por manifesta improcedência, com aplicação de multa de 2 (dois) salários mínimos, ficando a interposição de qualquer recurso condicionada ao prévio depósito do referido valor, em caso de decisão unânime (CPC/2015, art. 1.021, §§ 4º e 5º, c/c art. 81, § 2º). (RMS 35628 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 12/11/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-254 DIVULG 28-11- 2018 PUBLIC 29-11-2018) Ementa: Direito administrativo e processual civil. Agravo interno em mandado de segurança. Ato do TCU. Tomada de contas especial. Cobrança administrativa. Recurso ordinário interposto contra decisão monocrática de Relator no STF. Não conhecimento. 1. Mandado de Segurança impetrado contra ato do TCU que não concedeu efeito suspensivo ao recurso administrativo interposto de acórdão que julgou irregulares as contas prestadas pelo ora agravante, com determinação de ressarcimento. Interposição de recurso ordinário contra a decisão monocrática que denegou a segurança. 2. Não cabe recurso ordinário contra decisão monocrática proferida em mandado de segurança impetrado originariamente no STF (CF/1988, art. 102, II, a). O recurso cabível seria o agravo 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF Constitucional. 2. A interposição de recurso extraordinário em face de decisão denegatória de mandado de segurança originário configura flagrante erro grosseiro na escolha do instrumento (Súmula STF 272), tornando incabível aplicar o princípio da fungibilidade para recebê-lo como recurso ordinário em mandado de segurança. Precedentes desta Corte: ARE 1.047.026 AgR, Relator Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 22.09.2017; RMS 21.336 AgR, Relator Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, DJ 30.06.1995, e RMS 21.498, Relator Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 02.10.1992. 3. In casu, tratando-se de recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que denegou a segurança pleiteada, o não conhecimento do recurso é medida que se impõe, mercê de seu flagrante descabimento. 4. Agravo interno DESPROVIDO por manifesta improcedência, com aplicação de multa de 2 (dois) salários mínimos, ficando a interposição de qualquer recurso condicionada ao prévio depósito do referido valor, em caso de decisão unânime (CPC/2015, art. 1.021, §§ 4º e 5º, c/c art. 81, § 2º). (RMS 35628 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 12/11/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-254 DIVULG 28-11- 2018 PUBLIC 29-11-2018) Ementa: Direito administrativo e processual civil. Agravo interno em mandado de segurança. Ato do TCU. Tomada de contas especial. Cobrança administrativa. Recurso ordinário interposto contra decisão monocrática de Relator no STF. Não conhecimento. 1. Mandado de Segurança impetrado contra ato do TCU que não concedeu efeito suspensivo ao recurso administrativo interposto de acórdão que julgou irregulares as contas prestadas pelo ora agravante, com determinação de ressarcimento. Interposição de recurso ordinário contra a decisão monocrática que denegou a segurança. 2. Não cabe recurso ordinário contra decisão monocrática proferida em mandado de segurança impetrado originariamente no STF (CF/1988, art. 102, II, a). O recurso cabível seria o agravo 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF interno (art. 1.021 do CPC). Em se tratando de erro grosseiro, é inaplicável o princípio da fungibilidade recursal. Precedentes. 3. Agravo a que se nega provimento por manifesta improcedência, com aplicação de multa de 2 (dois) salários mínimos, ficando a interposição de qualquer recurso condicionada ao prévio depósito do referido valor, em caso de decisão unânime (CPC/2015, art. 1.021, §§ 4º e 5º, c/c art. 81, § 2º). (MS 36051 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 23/08/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 191 DIVULG 02-09-2019 PUBLIC 03-09-2019) A determinação de certificação imediata de trânsito em julgado do Resp nº 1.647.329, após o julgamento, pela Corte Especial do STJ, dos embargos de declaração opostos do acórdão que desprovera o agravo interno, mantida a negativa de seguimento ao recurso extraordinário, levou em conta, portanto, o comportamento processual abusivo da ora impetrante. De modo correlato, registro que, identificado manifesto abuso do direito de recorrer, esta Suprema Corte tem entendido pela possibilidade de determinar a imediata certificação do trânsito em julgado, com o arquivamento ou a baixa dos autos à origem. Nesse sentido, dentre vários, volto a reproduzir os seguintes precedentes, a que me reportei na decisão unipessoal agravada: “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL. CRIME PREVISTO NO ARTIGO 242 DA LEI 8.069/1990. RECURSO INTERPOSTO FORA DO QUINQUÍDIO LEGAL. INTEMPESTIVIDADE. A SUCESSIVA INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS CONTRÁRIOS À JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA PELO PRETÓRIO EXCELSO CONFIGURA ABUSO DO DIREITO DE RECORRER. PRECEDENTES. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF interno (art. 1.021 do CPC). Em se tratando de erro grosseiro, é inaplicável o princípio da fungibilidade recursal. Precedentes. 3. Agravo a que se nega provimento por manifesta improcedência, com aplicação de multa de 2 (dois) salários mínimos, ficando a interposição de qualquer recurso condicionada ao prévio depósito do referido valor, em caso de decisão unânime (CPC/2015, art. 1.021, §§ 4º e 5º, c/c art. 81, § 2º). (MS 36051 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 23/08/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 191 DIVULG 02-09-2019 PUBLIC 03-09-2019) A determinação de certificação imediata de trânsito em julgado do Resp nº 1.647.329, após o julgamento, pela Corte Especial do STJ, dos embargos de declaração opostos do acórdão que desprovera o agravo interno, mantida a negativa de seguimento ao recurso extraordinário, levou em conta, portanto, o comportamento processual abusivo da ora impetrante. De modo correlato, registro que, identificado manifesto abuso do direito de recorrer, esta Suprema Corte tem entendido pela possibilidade de determinar a imediata certificação do trânsito em julgado, com o arquivamento ou a baixa dos autos à origem. Nesse sentido, dentre vários, volto a reproduzir os seguintes precedentes, a que me reportei na decisão unipessoal agravada: “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL. CRIME PREVISTO NO ARTIGO 242 DA LEI 8.069/1990. RECURSO INTERPOSTO FORA DO QUINQUÍDIO LEGAL. INTEMPESTIVIDADE. A SUCESSIVA INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS CONTRÁRIOS À JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA PELO PRETÓRIO EXCELSO CONFIGURA ABUSO DO DIREITO DE RECORRER. PRECEDENTES. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO.” (ARE 798339 AgR-AgR- AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 24/11/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-248 DIVULG 09-12- 2015 PUBLIC 10-12-2015. Sem destaque no original.) “Agravo regimental em embargos de divergência em embargos declaratórios em agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Processual Civil. Aplicação de multa por embargos protelatórios. Art. 538, parágrafo único, CPC. Necessidade de prévio depósito do valor da multa como requisito de admissibilidade de novos recursos. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão.” (ARE 872672 AgR-ED-EDv-AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 24/09/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-211 DIVULG 21-10-2015 PUBLIC 22-10- 2015. Sem destaque no original.) “EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. ART. 535 DO CPC. RECURSO PROTELATÓRIO. 1. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis somente quando houver no acórdão omissão, contradição ou obscuridade, o que não ocorre no presente caso. 2. Os Embargantes buscam indevidamente rediscutir a matéria, com objetivo de obter excepcionais efeitos infringentes. 3. A suposta contradição representa apenas a demonstração da inconsistência jurídica das alegações da parte embargante já examinadas diversas vezes pelos órgãos fracionários e plenário do Supremo Tribunal Federal. 4. Fixação de multa em 1% do valor da causa, em decorrência de litigância de má-fé. 5. O STF 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO.” (ARE 798339 AgR-AgR- AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 24/11/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-248 DIVULG 09-12- 2015 PUBLIC 10-12-2015. Sem destaque no original.) “Agravo regimental em embargos de divergência em embargos declaratórios em agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Processual Civil. Aplicação de multa por embargos protelatórios. Art. 538, parágrafo único, CPC. Necessidade de prévio depósito do valor da multa como requisito de admissibilidade de novos recursos. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão.” (ARE 872672 AgR-ED-EDv-AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 24/09/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-211 DIVULG 21-10-2015 PUBLIC 22-10- 2015. Sem destaque no original.) “EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. ART. 535 DO CPC. RECURSO PROTELATÓRIO. 1. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis somente quando houver no acórdão omissão, contradição ou obscuridade, o que não ocorre no presente caso. 2. Os Embargantes buscam indevidamente rediscutir a matéria, com objetivo de obter excepcionais efeitos infringentes. 3. A suposta contradição representa apenas a demonstração da inconsistência jurídica das alegações da parte embargante já examinadas diversas vezes pelos órgãos fracionários e plenário do Supremo Tribunal Federal. 4. Fixação de multa em 1% do valor da causa, em decorrência de litigância de má-fé. 5. O STF 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF possui entendimento firme no sentido de que a presente situação autoriza a certificação do trânsito em julgado e baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 6. Embargos de declaração a que se nega provimento, com a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão.” (RE 208277 EDv-ED-ED-ED, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe- 032 DIVULG 19-02-2016 PUBLIC 22-02-2016. Sem destaque no original.) Ao contrário do que alega o agravante, a autoridade impetrada não descumpriu o determinado pela Presidência desta Suprema Corte, em despacho proferido no ARE nº 1.241.073. No referido despacho, ficou registrado: “Este Supremo Tribunal submeteu as questões trazidas no presente processo à sistemática da repercussão geral: a) Tema 339, Agravo de Instrumento n. 791.292: repercussão geral reconhecida e mérito julgado, e b) Tema 660, Recurso Extraordinário com Agravo n. 748.371: ausência de repercussão geral. Pelo exposto, nos termos da al. c do inc. V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem, para: a) quanto ao Tema 339, observar os procedimentos previstos nos incs. I e II do art. 1.030 do Código de Processo Civil, e b) quanto ao Tema 660, observar os procedimentos previstos na al. A do inc. I do art. 1.030 do Código de Processo Civil.” Observada essa diretriz, a Vice-Presidência do STJ, em decisão, reitero, mantida pela Corte Especial daquele Tribunal, ao julgamento do agravo interno e dos embargos de declaração que se seguiram, consignou, quanto ao tema nº 339 da repercussão geral (destaquei): 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF possui entendimento firme no sentido de que a presente situação autoriza a certificação do trânsito em julgado e baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 6. Embargos de declaração a que se nega provimento, com a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão.” (RE 208277 EDv-ED-ED-ED, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe- 032 DIVULG 19-02-2016 PUBLIC 22-02-2016. Sem destaque no original.) Ao contrário do que alega o agravante, a autoridade impetrada não descumpriu o determinado pela Presidência desta Suprema Corte, em despacho proferido no ARE nº 1.241.073. No referido despacho, ficou registrado: “Este Supremo Tribunal submeteu as questões trazidas no presente processo à sistemática da repercussão geral: a) Tema 339, Agravo de Instrumento n. 791.292: repercussão geral reconhecida e mérito julgado, e b) Tema 660, Recurso Extraordinário com Agravo n. 748.371: ausência de repercussão geral. Pelo exposto, nos termos da al. c do inc. V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem, para: a) quanto ao Tema 339, observar os procedimentos previstos nos incs. I e II do art. 1.030 do Código de Processo Civil, e b) quanto ao Tema 660, observar os procedimentos previstos na al. A do inc. I do art. 1.030 do Código de Processo Civil.” Observada essa diretriz, a Vice-Presidência do STJ, em decisão, reitero, mantida pela Corte Especial daquele Tribunal, ao julgamento do agravo interno e dos embargos de declaração que se seguiram, consignou, quanto ao tema nº 339 da repercussão geral (destaquei): 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF “Quanto à alegada afronta ao artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, consoante a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal, reafirmada no julgamento, sob o regime de repercussão geral, do AI-RG-QO 791.292/PE, "o artigo 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas" (Tema 339/STF). A ementa do aresto foi sintetizada nos seguintes termos: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 23/06/2010, REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-149 DIVULG 12-08-2010 PUBLIC 13-08-2010 EMENT VOL-02410-06 PP-01289 RDECTRAB v. 18, n. 203, 2011, pp. 113-118) Na espécie, o acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, impugnado no recurso extraordinário, está de acordo com a orientação do Excelso Pretório, pois foram devidamente explicitadas razões suficientes para o colegiado negar provimento ao agravo interno, hipótese distinta da ausência de motivação do julgado, que caracterizaria ofensa 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF “Quanto à alegada afronta ao artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, consoante a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal, reafirmada no julgamento, sob o regime de repercussão geral, do AI-RG-QO 791.292/PE, "o artigo 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas" (Tema 339/STF). A ementa do aresto foi sintetizada nos seguintes termos: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 23/06/2010, REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-149 DIVULG 12-08-2010 PUBLIC 13-08-2010 EMENT VOL-02410-06 PP-01289 RDECTRAB v. 18, n. 203, 2011, pp. 113-118) Na espécie, o acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, impugnado no recurso extraordinário, está de acordo com a orientação do Excelso Pretório, pois foram devidamente explicitadas razões suficientes para o colegiado negar provimento ao agravo interno, hipótese distinta da ausência de motivação do julgado, que caracterizaria ofensa 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF ao princípio constitucional da obrigatoriedade da motivação das decisões judiciais. A propósito, cumpre transcrever trechos da fundamentação do aresto: Eminentes Colegas, o agravo interno não merece provimento. Em que pese o arrazoado, entendo que a ausência de qualquer novo subsídio trazido pela agravante, capaz de alterar os fundamentos da decisão ora agravada, faz subsistir incólume o entendimento nela firmado. Passo, de todo modo, ao exame do presente agravo interno. 1. Cerceamento de defesa: Conforme destacado na decisão monocrática ora agravada, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que não há cerceamento de defesa quando o julgador considera desnecessária a produção de prova ou suficientes as já produzidas, mediante a existência nos autos de elementos suficiente para a formação de seu convencimento. A propósito: RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS. TRATAMENTO INEFICAZ. PSORÍASE. FALSA PROMESSA DE CURA. DESPACHO SANEADOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INDEFERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. ARTS. 130, 333, INCISO II E 420 DO CPC/1973. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO CONFIGURAÇÃO. INUTILIDADE DA PROVA TÉCNICA. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. PRESCRIÇÃO. NÃO 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF ao princípio constitucional da obrigatoriedade da motivação das decisões judiciais. A propósito, cumpre transcrever trechos da fundamentação do aresto: Eminentes Colegas, o agravo interno não merece provimento. Em que pese o arrazoado, entendo que a ausência de qualquer novo subsídio trazido pela agravante, capaz de alterar os fundamentos da decisão ora agravada, faz subsistir incólume o entendimento nela firmado. Passo, de todo modo, ao exame do presente agravo interno. 1. Cerceamento de defesa: Conforme destacado na decisão monocrática ora agravada, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que não há cerceamento de defesa quando o julgador considera desnecessária a produção de prova ou suficientes as já produzidas, mediante a existência nos autos de elementos suficiente para a formação de seu convencimento. A propósito: RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS. TRATAMENTO INEFICAZ. PSORÍASE. FALSA PROMESSA DE CURA. DESPACHO SANEADOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INDEFERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. ARTS. 130, 333, INCISO II E 420 DO CPC/1973. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO CONFIGURAÇÃO. INUTILIDADE DA PROVA TÉCNICA. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. PRESCRIÇÃO. NÃO 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF OCORRÊNCIA. PREJUDICIALIDADE. QUESTÃO DECIDIDA NO JULGAMENTO DE RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO NOS AUTOS PRINCIPAIS. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. Na origem, trata-se de ação indenizatória ajuizada em março de 2010 por consumidor que, no ano de 2001, teria sido submetido, por médico não habilitado para tanto, a tratamento de psoríase que se revelou completamente ineficaz. 3. Acórdão recorrido que, no bojo de agravo de instrumento, manteve íntegra decisão do juízo singular, proferida na fase de saneamento do processo, indeferindo pedido de produção de prova pericial para fins de aferição da eventual eficácia do tratamento médico questionado e rechaçando preliminar de mérito de prescrição. 4. Não há falar em negativa de prestação jurisdicional se o tribunal de origem motiva adequadamente sua decisão, solucionando a controvérsia com a aplicação do direito que entende cabível à hipótese, apenas não no sentido pretendido pela parte. 5. O indeferimento de pedido de produção de prova pericial que, em virtude do acervo fático-probatório já carreado aos autos, revele-se inútil ou redundante, não implica cerceamento de defesa. 6. Tendo o magistrado, com base nos elementos do processo, concluído ser desnecessária a produção de prova técnica, revela-se inviável o recurso especial interposto com a finalidade de infirmar tal conclusão, haja vista a necessidade para tanto do revolvimento do acervo fático- probatório dos autos, providência obstada pela Súmula nº 7/STJ. 7. Rechaçada por esta Corte Superior, quando do julgamento do REsp nº 1.798.127/PR interposto nos autos principais, a preliminar de prescrição da pretensão autoral em virtude do reconhecimento da incidência, no caso, do art. 200 do Código Civil, fica prejudicado o reexame dessa tese recursal. 8. Recurso especial parcialmente conhecido e 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF OCORRÊNCIA. PREJUDICIALIDADE. QUESTÃO DECIDIDA NO JULGAMENTO DE RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO NOS AUTOS PRINCIPAIS. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. Na origem, trata-se de ação indenizatória ajuizada em março de 2010 por consumidor que, no ano de 2001, teria sido submetido, por médico não habilitado para tanto, a tratamento de psoríase que se revelou completamente ineficaz. 3. Acórdão recorrido que, no bojo de agravo de instrumento, manteve íntegra decisão do juízo singular, proferida na fase de saneamento do processo, indeferindo pedido de produção de prova pericial para fins de aferição da eventual eficácia do tratamento médico questionado e rechaçando preliminar de mérito de prescrição. 4. Não há falar em negativa de prestação jurisdicional se o tribunal de origem motiva adequadamente sua decisão, solucionando a controvérsia com a aplicação do direito que entende cabível à hipótese, apenas não no sentido pretendido pela parte. 5. O indeferimento de pedido de produção de prova pericial que, em virtude do acervo fático-probatório já carreado aos autos, revele-se inútil ou redundante, não implica cerceamento de defesa. 6. Tendo o magistrado, com base nos elementos do processo, concluído ser desnecessária a produção de prova técnica, revela-se inviável o recurso especial interposto com a finalidade de infirmar tal conclusão, haja vista a necessidade para tanto do revolvimento do acervo fático- probatório dos autos, providência obstada pela Súmula nº 7/STJ. 7. Rechaçada por esta Corte Superior, quando do julgamento do REsp nº 1.798.127/PR interposto nos autos principais, a preliminar de prescrição da pretensão autoral em virtude do reconhecimento da incidência, no caso, do art. 200 do Código Civil, fica prejudicado o reexame dessa tese recursal. 8. Recurso especial parcialmente conhecido e 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF não provido. (REsp 1547775/PR, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 05/04/2019) 2. No que tange à constituição em mora: O julgado singular também destacou que há julgados no âmbito do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que mesmo na falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel, não se dispensa a prévia interpelação para se constituir em mora o devedor. A propósito: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESCISÃO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. CONSTITUIÇÃO EM MORA DO DEVEDOR. INTERPELAÇÃO. NECESSIDADE. MORA EX PERSONA. SÚMULA 76/STJ. CITAÇÃO INICIAL VÁLIDA. INAPLICABILIDADE DO ART. 219. PRECLUSÃO. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO INFIRMADOS. SÚMULA 182/STJ. 1. Nos termos de pacífica jurisprudência desta egrégia Corte, o desfazimento do contrato de promessa de compra e venda exige a prévia interpelação do devedor para constitui-lo em mora. Precedentes. 2. A matéria foi consolidada no enunciado da Súmula 76/STJ, segundo a qual "A falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel não dispensa a prévia interpelação para constituir em mora o devedor". 3. Há necessidade de prévia notificação para configuração da mora quando se trata da modalidade ex persona, porquanto, segundo assentado em precedentes do Superior Tribunal de Justiça, o disposto no artigo 219 do Código de Processo Civil versa somente acerca da mora ex re. Além disso, a citação inicial somente se presta a constituir mora nos casos em que a ação não se funda na mora do réu, hipótese em que esta 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF não provido. (REsp 1547775/PR, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 05/04/2019) 2. No que tange à constituição em mora: O julgado singular também destacou que há julgados no âmbito do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que mesmo na falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel, não se dispensa a prévia interpelação para se constituir em mora o devedor. A propósito: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESCISÃO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. CONSTITUIÇÃO EM MORA DO DEVEDOR. INTERPELAÇÃO. NECESSIDADE. MORA EX PERSONA. SÚMULA 76/STJ. CITAÇÃO INICIAL VÁLIDA. INAPLICABILIDADE DO ART. 219. PRECLUSÃO. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO INFIRMADOS. SÚMULA 182/STJ. 1. Nos termos de pacífica jurisprudência desta egrégia Corte, o desfazimento do contrato de promessa de compra e venda exige a prévia interpelação do devedor para constitui-lo em mora. Precedentes. 2. A matéria foi consolidada no enunciado da Súmula 76/STJ, segundo a qual "A falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel não dispensa a prévia interpelação para constituir em mora o devedor". 3. Há necessidade de prévia notificação para configuração da mora quando se trata da modalidade ex persona, porquanto, segundo assentado em precedentes do Superior Tribunal de Justiça, o disposto no artigo 219 do Código de Processo Civil versa somente acerca da mora ex re. Além disso, a citação inicial somente se presta a constituir mora nos casos em que a ação não se funda na mora do réu, hipótese em que esta 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF deve preceder ao ajuizamento, e que não se coaduna com a situação ora tratada. 4. Os agravantes não impugnaram a Súmula 283/STF, utilizada na decisão agravada para rechaçar o recurso especial no que toca à alegada ocorrência de preclusão. Aplica-se à espécie a Súmula 182/STJ: "É inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada." 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 862.646/ES, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 11/12/2012) Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno. Em assim sendo, nos moldes definidos pela Corte Suprema, o aresto impugnado foi suficientemente fundamentado, não havendo falar em negativa de prestação jurisdicional quando o Tribunal decide em sentido contrário ao interesse da parte. Saliente-se que o exame da referida questão constitucional nesta fase processual limita-se à análise acerca da existência de motivação suficiente para embasar o acórdão recorrido, não competindo a esta Vice-Presidência examinar se corretos os seus fundamentos, o que extrapolaria os limites da cognição inerente ao juízo de admissibilidade do recurso extraordinário.” Assim, por qualquer ângulo que se examine a pretensão, concluo pela insuficiência das razões da agravante para modificar a decisão agravada, balizada na jurisprudência desta Suprema Corte a respeito do tema, traduzindo o presente recurso mero inconformismo e resistência em pôr fim à demanda. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF deve preceder ao ajuizamento, e que não se coaduna com a situação ora tratada. 4. Os agravantes não impugnaram a Súmula 283/STF, utilizada na decisão agravada para rechaçar o recurso especial no que toca à alegada ocorrência de preclusão. Aplica-se à espécie a Súmula 182/STJ: "É inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada." 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 862.646/ES, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 11/12/2012) Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno. Em assim sendo, nos moldes definidos pela Corte Suprema, o aresto impugnado foi suficientemente fundamentado, não havendo falar em negativa de prestação jurisdicional quando o Tribunal decide em sentido contrário ao interesse da parte. Saliente-se que o exame da referida questão constitucional nesta fase processual limita-se à análise acerca da existência de motivação suficiente para embasar o acórdão recorrido, não competindo a esta Vice-Presidência examinar se corretos os seus fundamentos, o que extrapolaria os limites da cognição inerente ao juízo de admissibilidade do recurso extraordinário.” Assim, por qualquer ângulo que se examine a pretensão, concluo pela insuficiência das razões da agravante para modificar a decisão agravada, balizada na jurisprudência desta Suprema Corte a respeito do tema, traduzindo o presente recurso mero inconformismo e resistência em pôr fim à demanda. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF Constitucional nº 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5º da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de recursos manifestamente inadmissíveis, improcedentes ou contrários à jurisprudência desta Suprema Corte como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer, a ensejar a aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. Nesse sentido: RE 1113596 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, publicado em 06.08.2018; ARE 1109514 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, publicado em 06.08.2018; RMS 34563 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, publicado em 19.06.2018. Inaplicável o art. 85, § 1º, do CPC/2015, por se tratar de recurso interposto em mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação, no caso de votação unânime, da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF Constitucional nº 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5º da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de recursos manifestamente inadmissíveis, improcedentes ou contrários à jurisprudência desta Suprema Corte como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer, a ensejar a aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. Nesse sentido: RE 1113596 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, publicado em 06.08.2018; ARE 1109514 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, publicado em 06.08.2018; RMS 34563 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, publicado em 19.06.2018. Inaplicável o art. 85, § 1º, do CPC/2015, por se tratar de recurso interposto em mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação, no caso de votação unânime, da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 21 Extrato de Ata - 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) : ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO (00846/A/DF, 14707/RJ) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : OSMAR MENDES PAIXAO CORTES (15553/DF, 27284/GO, 164494/MG, 21572-A/MS, 75879/PR, 184565/RJ, 310314/SP) ADV.(A/S) : CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR (10424/DF, 27022/GO, 164759/MG, 310298/SP) ADV.(A/S) : RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO (12324/DF, 30409/GO) ADV.(A/S) : MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN (14750/DF, 30410/GO) ADV.(A/S) : FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA (19246/DF) ADV.(A/S) : JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO (26930/DF) ADV.(A/S) : BEATRIZ MARTINS COSTA (33181/DF, 386540/SP) ADV.(A/S) : THOMAS RIETH MARCELLO (25181/DF) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto da Relatora. Primeira Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C7D-A26F-32E6-003D e senha 3136-7BF0-ACB6-1E3E Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) : ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO (00846/A/DF, 14707/RJ) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : OSMAR MENDES PAIXAO CORTES (15553/DF, 27284/GO, 164494/MG, 21572-A/MS, 75879/PR, 184565/RJ, 310314/SP) ADV.(A/S) : CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR (10424/DF, 27022/GO, 164759/MG, 310298/SP) ADV.(A/S) : RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO (12324/DF, 30409/GO) ADV.(A/S) : MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN (14750/DF, 30410/GO) ADV.(A/S) : FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA (19246/DF) ADV.(A/S) : JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO (26930/DF) ADV.(A/S) : BEATRIZ MARTINS COSTA (33181/DF, 386540/SP) ADV.(A/S) : THOMAS RIETH MARCELLO (25181/DF) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto da Relatora. Primeira Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C7D-A26F-32E6-003D e senha 3136-7BF0-ACB6-1E3E Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 21
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756863160
2021-08-17T00:00:00
2021-08-20T00:00:00
A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto da Relatora. Primeira Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA
EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. INTERPOSIÇÃO DE SEGUNDO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NOS AUTOS DO RESP Nº 1.647.329, COM REITERAÇÃO DE MATÉRIA JÁ ABORDADA NO PRIMEIRO APELO EXTREMO, CUJO SEGUIMENTO HOUVERA SIDO NEGADO, À LUZ DOS TEMAS NºS 339 E 660 DA REPERCUSSÃO GERAL, EM DECISÃO DA MINISTRA VICE-PRESIDENTE DO STJ, MANTIDA, EM SEDE DE AGRAVO INTERNO, PELA CORTE ESPECIAL DAQUELE TRIBUNAL. ERRO GROSSEIRO. CARACTERIZAÇÃO DE COMPORTAMENTO PROCESSUAL ABUSIVO. INVIABILIDADE DE IMPETRAÇÃO VOLTADA A QUESTIONAR ATO JURISDICIONAL QUE, ALÉM DE ACOBERTADO PELA EFICÁCIA IMUNIZADORA DA COISA JULGADA (ART. 5º, III, DA LEI Nº 12.016/2009 E SÚMULA Nº 268/STF), NÃO SE REVESTE DE TERATOLOGIA OU DE MANIFESTA ILEGALIDADE. PRECEDENTES. 1. Incabível mandado de segurança contra ato jurisdicional transitado em julgado (art. 5º, III, da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 268/STF). 2. Ainda quando se repute a impetração como voltada a questionar a própria higidez da determinação de certificação do trânsito em julgado, nos autos do Resp nº 1.647.329, inviável o mandado de segurança, uma vez que o ato jurisdicional impugnado, prolatado em sintonia com precedentes desta Suprema Corte, não está revestido de teratologia ou de manifesta ilegalidade. 3. Inaplicável o art. 85, § 1º, do CPC/2015, por se tratar de recurso interposto em mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula nº 512/STF). 4. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação, no caso de votação unânime, da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa.
sjur451145
- Acórdão(s) citado(s): (MS, IMPETRAÇÃO, EXCEPCIONALIDADE, TERATOLOGIA) RMS 36809 AgR (2ªT), RMS 34268 AgR (1ªT). (DESCABIMENTO, PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL, ERRO GROSSEIRO) RMS 35628 AgR (1ªT), MS 36051 AgR (1ªT). (ABUSO, DIREITO DE RECORRER, TRÂNSITO EM JULGADO) RE 208277 EDv-ED-ED-ED (TP), ARE 798339 AgR-AgR (1ªT), ARE 872672 AgR-ED-EDv-AgR (TP). (MULTA, RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO) RMS 34563 AgR (1ªT), RE 1113596 AgR (2ªT), ARE 1109514 AgR (1ªT). Número de páginas: 21. Análise: 02/05/2022, BMP.
ROSA WEBER
Primeira Turma
37894
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00005 INC-00078\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED EMC-000045 ANO-2004\n EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED LEI-012016 ANO-2009\n ART-00005 INC-00003 ART-00025\n LMS-2009 LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00006 ART-00009 ART-00085 PAR-00001\n ART-01021 PAR-00004 ART-01030 INC-00001\n LET-A\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000268\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000512\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
RMS-AgR
acordaos
RMS 37894 AgR
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AGTE.(S) : PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) : ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : OSMAR MENDES PAIXAO CORTES ADV.(A/S) : CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR ADV.(A/S) : RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO ADV.(A/S) : MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN ADV.(A/S) : FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA ADV.(A/S) : JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO ADV.(A/S) : BEATRIZ MARTINS COSTA ADV.(A/S) : THOMAS RIETH MARCELLO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) :ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :OSMAR MENDES PAIXAO CORTES ADV.(A/S) :CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR ADV.(A/S) :RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO ADV.(A/S) :MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN ADV.(A/S) :FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA ADV.(A/S) :JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO ADV.(A/S) :BEATRIZ MARTINS COSTA ADV.(A/S) :THOMAS RIETH MARCELLO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. INTERPOSIÇÃO DE SEGUNDO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NOS AUTOS DO RESP n 1.647.329, COM REITERAÇÃO DE MATÉRIA JÁ ABORDADA NO PRIMEIRO APELO EXTREMO, CUJO SEGUIMENTO HOUVERA SIDO NEGADO, À LUZ DOS TEMAS nS 339 E 660 DA REPERCUSSÃO GERAL, EM DECISÃO DA MINISTRA VICE-PRESIDENTE DO Superior Tribunal de Justiça, MANTIDA, EM SEDE DE AGRAVO INTERNO, PELA CORTE ESPECIAL DAQUELE TRIBUNAL. ERRO GROSSEIRO. CARACTERIZAÇÃO DE COMPORTAMENTO PROCESSUAL ABUSIVO. INVIABILIDADE DE IMPETRAÇÃO VOLTADA A QUESTIONAR ATO JURISDICIONAL QUE, ALÉM DE ACOBERTADO PELA EFICÁCIA IMUNIZADORA DA COISA JULGADA (ART. 5..., III, DA LEI n 12.016/2009 E SÚMULA n 268/Supremo Tribunal Federal), NÃO SE REVESTE DE TERATOLOGIA OU DE MANIFESTA Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D110-627F-5009-8596 e senha 0668-D1C1-3F80-B7DE Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 21 Ementa e Acórdão RMS 37894 AGR / DF ILEGALIDADE. PRECEDENTES. 1. Incabível mandado de segurança contra ato jurisdicional transitado em julgado (art. 5..., III, da Lei n 12.016/2009 e Súmula 268/Supremo Tribunal Federal). 2. Ainda quando se repute a impetração como voltada a questionar a própria higidez da determinação de certificação do trânsito em julgado, nos autos do Resp n 1.647.329, inviável o mandado de segurança, uma vez que o ato jurisdicional impugnado, prolatado em sintonia com precedentes desta Suprema Corte, não está revestido de teratologia ou de manifesta ilegalidade. 3. Inaplicável o art. 85, § 1..., do Código de Processo Civil/2015, por se tratar de recurso interposto em mandado de segurança (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula n 512/Supremo Tribunal Federal). 4. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação, no caso de votação unânime, da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual da Primeira Turma de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 16 de agosto de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D110-627F-5009-8596 e senha 0668-D1C1-3F80-B7DE Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF ILEGALIDADE. PRECEDENTES. 1. Incabível mandado de segurança contra ato jurisdicional transitado em julgado (art. 5..., III, da Lei n 12.016/2009 e Súmula 268/Supremo Tribunal Federal). 2. Ainda quando se repute a impetração como voltada a questionar a própria higidez da determinação de certificação do trânsito em julgado, nos autos do Resp n 1.647.329, inviável o mandado de segurança, uma vez que o ato jurisdicional impugnado, prolatado em sintonia com precedentes desta Suprema Corte, não está revestido de teratologia ou de manifesta ilegalidade. 3. Inaplicável o art. 85, § 1..., do Código de Processo Civil/2015, por se tratar de recurso interposto em mandado de segurança (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula n 512/Supremo Tribunal Federal). 4. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação, no caso de votação unânime, da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual da Primeira Turma de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 16 de agosto de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D110-627F-5009-8596 e senha 0668-D1C1-3F80-B7DE Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 21 Relatório 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) :ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :OSMAR MENDES PAIXAO CORTES ADV.(A/S) :CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR ADV.(A/S) :RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO ADV.(A/S) :MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN ADV.(A/S) :FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA ADV.(A/S) :JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO ADV.(A/S) :BEATRIZ MARTINS COSTA ADV.(A/S) :THOMAS RIETH MARCELLO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão unipessoal por meio da qual, com respaldo nos arts. 932, VIII, do Código de Processo Civil e 21, § 1..., do RISTF, neguei seguimento ao recurso ordinário em mandado de segurança, interpõe agravo interno Proeng Construtora e Incorporadora Ltda.. Em busca da superação da decisão agravada, o recurso veicula os seguintes argumentos (evento 22, fls. 6-13): “Ao analisar o primeiro Recurso Extraordinário, o Excelentíssimo Senhor Ministro Dias Toffoli reconhecendo a existência de repercussão geral quanto aos tópicos suscitados pela impetrante/agravante, proferiu o seguinte despacho (fls. 1788 e-Superior Tribunal de Justiça): Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) :ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :OSMAR MENDES PAIXAO CORTES ADV.(A/S) :CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR ADV.(A/S) :RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO ADV.(A/S) :MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN ADV.(A/S) :FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA ADV.(A/S) :JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO ADV.(A/S) :BEATRIZ MARTINS COSTA ADV.(A/S) :THOMAS RIETH MARCELLO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão unipessoal por meio da qual, com respaldo nos arts. 932, VIII, do Código de Processo Civil e 21, § 1..., do RISTF, neguei seguimento ao recurso ordinário em mandado de segurança, interpõe agravo interno Proeng Construtora e Incorporadora Ltda.. Em busca da superação da decisão agravada, o recurso veicula os seguintes argumentos (evento 22, fls. 6-13): “Ao analisar o primeiro Recurso Extraordinário, o Excelentíssimo Senhor Ministro Dias Toffoli reconhecendo a existência de repercussão geral quanto aos tópicos suscitados pela impetrante/agravante, proferiu o seguinte despacho (fls. 1788 e-Superior Tribunal de Justiça): Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 21 Relatório RMS 37894 AGR / DF Este Supremo Tribunal submeteu as questões trazidas no presente processo à sistemática da repercussão geral: a) Tema 339, Agravo de Instrumento n. 791.292: repercussão geral reconhecida e mérito julgado, e b) Tema 660, Recurso Extraordinário com Agravo n. 748.371: ausência de repercussão geral. Pelo exposto, nos termos da al. c do inc. V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem, para: a) quanto ao Tema 339, observar os procedimentos previstos nos incs. I e II do art. 1.030 do Código de Processo Civil, e b) quanto ao Tema 660, observar os procedimentos previstos na al. a do inc. I do art. 1.030 do Código de Processo Civil Portanto, percebe-se nitidamente que, quanto ao Tema 339 - ‘obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais’ -, o então Senhor Presidente desse Pretório Excelso determinou que o E. Superior Tribunal de Justiça observasse os procedimentos previstos no artigo 1.030, incisos I e II do Código de Processo Civil/15. Veja-se, Excelência, a diferença do quanto restou determinado em relação ao outro Tema de Repercussão Geral (Tema 660) em que o Excelentíssimo Ministro Presidente determina APENAS a observância do inciso I do citado diploma legal. Não obstante, com o retorno dos autos ao E. Superior Tribunal de Justiça, a Excelentíssima Senhora Ministra Vice-Presidente negou seguimento ao Recurso Extraordinário com base no artigo 1.030, I, ‘a’ do Código de Processo Civil/15, entendendo que, quanto ao Tema 339, o julgado (decisão que julgou o Recurso Especial, omissa ao ver da impetrante – Súmula 356 Supremo Tribunal Federal) estava de acordo com o decidido pelo Pretório Excelso – entendendo não haver qualquer nulidade ou tese sem a devida fundamentação, mas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF Este Supremo Tribunal submeteu as questões trazidas no presente processo à sistemática da repercussão geral: a) Tema 339, Agravo de Instrumento n. 791.292: repercussão geral reconhecida e mérito julgado, e b) Tema 660, Recurso Extraordinário com Agravo n. 748.371: ausência de repercussão geral. Pelo exposto, nos termos da al. c do inc. V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem, para: a) quanto ao Tema 339, observar os procedimentos previstos nos incs. I e II do art. 1.030 do Código de Processo Civil, e b) quanto ao Tema 660, observar os procedimentos previstos na al. a do inc. I do art. 1.030 do Código de Processo Civil Portanto, percebe-se nitidamente que, quanto ao Tema 339 - ‘obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais’ -, o então Senhor Presidente desse Pretório Excelso determinou que o E. Superior Tribunal de Justiça observasse os procedimentos previstos no artigo 1.030, incisos I e II do Código de Processo Civil/15. Veja-se, Excelência, a diferença do quanto restou determinado em relação ao outro Tema de Repercussão Geral (Tema 660) em que o Excelentíssimo Ministro Presidente determina APENAS a observância do inciso I do citado diploma legal. Não obstante, com o retorno dos autos ao E. Superior Tribunal de Justiça, a Excelentíssima Senhora Ministra Vice-Presidente negou seguimento ao Recurso Extraordinário com base no artigo 1.030, I, ‘a’ do Código de Processo Civil/15, entendendo que, quanto ao Tema 339, o julgado (decisão que julgou o Recurso Especial, omissa ao ver da impetrante – Súmula 356 Supremo Tribunal Federal) estava de acordo com o decidido pelo Pretório Excelso – entendendo não haver qualquer nulidade ou tese sem a devida fundamentação, mas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 21 Relatório RMS 37894 AGR / DF tão somente reafirmou que ‘o acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, impugnado no Recurso Extraordinário, está de acordo com a orientação do Excelso Pretório, pois foram devidamente explicitadas razões suficientes para o colegiado negar provimento ao agravo interno’. Dessa forma, tendo em vista o fato de que EM NENHUM MOMENTO o E. Superior Tribunal de Justiça se manifestou acerca da tese relativa à existência de coisa julgada – contrariando a tese firmada no Tema 339 da Repercussão Geral – a agravante interpôs novo Agravo Interno e, posteriormente, novo Recurso Extraordinário, a fim de ver a determinação do Excelentíssimo Ministro Dias Toffoli realizada, conforme se passará a demonstrar de forma cristalina a seguir. (…) Com a devida vênia, o Impetrante cumpriu todo o rito processual a fim de legitimar novamente o seu acesso ao Pretório Excelso para que a coisa julgada seja examinada, uma vez que a Corte Cidadã entendeu por não observar o que fora decidido pelo Ministro Dias Toffoli, então Presidente deste Eg. Supremo Tribunal Federal. Assim, com o devido respeito, não há que se falar em abuso de direito de recorrer, mas apenas a busca dos princípios basilares do processo através do respeito as garantias fundamentais do contraditório e ampla defesa, conforme esculpido de forma expressa na Constituição Federal (art. 5..., LV). (…) É por estas razões que, apesar do teor da Súmula 268/Supremo Tribunal Federal, o presente Mandado de Segurança é absolutamente cabível, vez que a decisão atacada, que certificou o trânsito em julgado dos autos originários, encontra-se em dissonância com o Código de Processo Civil/15, com o Tema 339 de Repercussão Geral, Súmula 356/Supremo Tribunal Federal e, ainda, com o que restara decidido quando da interposição do primeiro Recurso Extraordinário, demonstrando a sua manifesta ilegalidade.” Com base nesses fundamentos, pugna o agravante pela 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF tão somente reafirmou que ‘o acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, impugnado no Recurso Extraordinário, está de acordo com a orientação do Excelso Pretório, pois foram devidamente explicitadas razões suficientes para o colegiado negar provimento ao agravo interno’. Dessa forma, tendo em vista o fato de que EM NENHUM MOMENTO o E. Superior Tribunal de Justiça se manifestou acerca da tese relativa à existência de coisa julgada – contrariando a tese firmada no Tema 339 da Repercussão Geral – a agravante interpôs novo Agravo Interno e, posteriormente, novo Recurso Extraordinário, a fim de ver a determinação do Excelentíssimo Ministro Dias Toffoli realizada, conforme se passará a demonstrar de forma cristalina a seguir. (…) Com a devida vênia, o Impetrante cumpriu todo o rito processual a fim de legitimar novamente o seu acesso ao Pretório Excelso para que a coisa julgada seja examinada, uma vez que a Corte Cidadã entendeu por não observar o que fora decidido pelo Ministro Dias Toffoli, então Presidente deste Eg. Supremo Tribunal Federal. Assim, com o devido respeito, não há que se falar em abuso de direito de recorrer, mas apenas a busca dos princípios basilares do processo através do respeito as garantias fundamentais do contraditório e ampla defesa, conforme esculpido de forma expressa na Constituição Federal (art. 5..., LV). (…) É por estas razões que, apesar do teor da Súmula 268/Supremo Tribunal Federal, o presente Mandado de Segurança é absolutamente cabível, vez que a decisão atacada, que certificou o trânsito em julgado dos autos originários, encontra-se em dissonância com o Código de Processo Civil/15, com o Tema 339 de Repercussão Geral, Súmula 356/Supremo Tribunal Federal e, ainda, com o que restara decidido quando da interposição do primeiro Recurso Extraordinário, demonstrando a sua manifesta ilegalidade.” Com base nesses fundamentos, pugna o agravante pela 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 21 Relatório RMS 37894 AGR / DF reconsideração da decisão agravada ou pela submissão do agravo ao órgão colegiado competente, a fim de que, provido, seja concedida a ordem mandamental pretendida. Dispensada a intimação da parte agravada, nos termos dos arts. 6... e 9... do Código de Processo Civil. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF reconsideração da decisão agravada ou pela submissão do agravo ao órgão colegiado competente, a fim de que, provido, seja concedida a ordem mandamental pretendida. Dispensada a intimação da parte agravada, nos termos dos arts. 6... e 9... do Código de Processo Civil. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50FF-2C33-2D85-B160 e senha B5CD-3D38-6307-B405 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 DISTRITO FEDERAL VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo interno e passo ao exame do mérito. Nada colhe o agravo. Como destaquei na decisão unipessoal agravada, o descabimento de mandado de segurança voltado a impugnar ato jurisdicional transitado em julgado, além de decorrer do art. 5..., III, da Lei n 12.016/2009, encontra apoio no enunciado da Súmula n 268/Supremo Tribunal Federal: “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado”. Ainda quando se afaste esse empecilho, à compreensão de que a impetração está voltada a questionar a própria higidez da certificação do trânsito em julgado, nos autos do Resp n 1.647.329, cabe enfatizar que, à luz da jurisprudência sedimentada no âmbito desta Casa, salvo em casos excepcionais, revestidos de flagrante teratologia, incabível o manejo de mandado de segurança para impugnar ato de conteúdo jurisdicional. A propósito, em acréscimo às já transcritas na decisão agravada, reporto-me às ementas dos seguintes precedentes (destaquei): EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ACÓRDÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA NO ATO JURISDICIONAL IMPUGNADO. DECISÃO QUE SE ENCONTRA EM CONSONÂNCIA COM ENTENDIMENTO DESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (PRECEDENTE EDITADO PELA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL – AI n 738444/PE, Tema n 320). 1. Salvo nas hipóteses de teratologia ou de flagrante ilegalidade, afigura-se incabível a impetração de mandado de segurança contra ato jurisdicional. 2. Incabível o presente mandado de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 DISTRITO FEDERAL VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo interno e passo ao exame do mérito. Nada colhe o agravo. Como destaquei na decisão unipessoal agravada, o descabimento de mandado de segurança voltado a impugnar ato jurisdicional transitado em julgado, além de decorrer do art. 5..., III, da Lei n 12.016/2009, encontra apoio no enunciado da Súmula n 268/Supremo Tribunal Federal: “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado”. Ainda quando se afaste esse empecilho, à compreensão de que a impetração está voltada a questionar a própria higidez da certificação do trânsito em julgado, nos autos do Resp n 1.647.329, cabe enfatizar que, à luz da jurisprudência sedimentada no âmbito desta Casa, salvo em casos excepcionais, revestidos de flagrante teratologia, incabível o manejo de mandado de segurança para impugnar ato de conteúdo jurisdicional. A propósito, em acréscimo às já transcritas na decisão agravada, reporto-me às ementas dos seguintes precedentes (destaquei): EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ACÓRDÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA NO ATO JURISDICIONAL IMPUGNADO. DECISÃO QUE SE ENCONTRA EM CONSONÂNCIA COM ENTENDIMENTO DESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (PRECEDENTE EDITADO PELA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL – AI n 738444/PE, Tema n 320). 1. Salvo nas hipóteses de teratologia ou de flagrante ilegalidade, afigura-se incabível a impetração de mandado de segurança contra ato jurisdicional. 2. Incabível o presente mandado de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF segurança, enquanto manejado contra ato jurisdicional que, em sintonia com os dispositivos legais e regimentais aplicáveis à espécie, bem como com a jurisprudência desta Suprema Corte, não atrai o rótulo de teratológico ou de manifestamente ilegal. 3. O Superior Tribunal de Justiça aplicou entendimento firmado em repercussão geral (Tema n 320, julgado no AI n 738444/PE), no sentido de que a discussão a respeito do reconhecimento da condição de ex-combatente para fins de recebimento de pensão especial tem natureza infraconstitucional, sendo reflexas as alegações de violação da Constituição Federal. Não há, assim, teratologia no ato impugnado. 4. Agravo regimental conhecido e não provido. (RMS 34268 AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, julgado em 13/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-258 DIVULG 26-10-2020 PUBLIC 27-10-2020) Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO JURISDICIONAL PRATICADO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE. INEXISTÊNCIA DE TERATOLOGIA, ILEGALIDADE OU ABUSO FLAGRANTE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 267/Supremo Tribunal Federal. NÃO CABIMENTO DO WRIT. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II – Nos termos da jurisprudência desta Suprema Corte, é possível a determinação do trânsito em julgado, bem como a baixa imediata dos autos à origem, independentemente de publicação do acórdão, quando houver abuso do direito de recorrer, a desvirtuar a garantia constitucional da ampla defesa. Precedentes. III - De acordo com a Súmula 267/Supremo Tribunal Federal, não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. A mitigação dessa Súmula somente seria possível se houvesse teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante, no ato judicial questionado, o que não se verifica no 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF segurança, enquanto manejado contra ato jurisdicional que, em sintonia com os dispositivos legais e regimentais aplicáveis à espécie, bem como com a jurisprudência desta Suprema Corte, não atrai o rótulo de teratológico ou de manifestamente ilegal. 3. O Superior Tribunal de Justiça aplicou entendimento firmado em repercussão geral (Tema n 320, julgado no AI n 738444/PE), no sentido de que a discussão a respeito do reconhecimento da condição de ex-combatente para fins de recebimento de pensão especial tem natureza infraconstitucional, sendo reflexas as alegações de violação da Constituição Federal. Não há, assim, teratologia no ato impugnado. 4. Agravo regimental conhecido e não provido. (RMS 34268 AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, julgado em 13/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-258 DIVULG 26-10-2020 PUBLIC 27-10-2020) Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO JURISDICIONAL PRATICADO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE. INEXISTÊNCIA DE TERATOLOGIA, ILEGALIDADE OU ABUSO FLAGRANTE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 267/Supremo Tribunal Federal. NÃO CABIMENTO DO WRIT. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II – Nos termos da jurisprudência desta Suprema Corte, é possível a determinação do trânsito em julgado, bem como a baixa imediata dos autos à origem, independentemente de publicação do acórdão, quando houver abuso do direito de recorrer, a desvirtuar a garantia constitucional da ampla defesa. Precedentes. III - De acordo com a Súmula 267/Supremo Tribunal Federal, não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. A mitigação dessa Súmula somente seria possível se houvesse teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante, no ato judicial questionado, o que não se verifica no 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF caso. IV - Agravo regimental a que se nega provimento. (RMS 36809 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 10/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 255 DIVULG 21-10-2020 PUBLIC 22-10-2020) Não está demonstrada, repiso, na espécie, teratologia ou manifesta ilegalidade no ato apontado como coator, adiante reproduzido, no fragmento de interesse (sem destaques no original): “Não há mais nada a prover na espécie. Observa-se que, após o primeiro recurso extremo ter tido seu seguimento negado por esta Corte, a parte recorrente interpõe, novamente, o presente recurso extraordinário com o mesmo propósito de discutir o tema de fundo da controvérsia suscitada no prévio recurso extraordinário. Portanto, verifica-se a indevida reiteração de recurso já manejado, sendo evidente o exaurimento da jurisdição. Observa-se, na realidade, a pretensão da parte de interpor recursos sucessivamente, ainda que manifestamente incabíveis, almejando postergar o trânsito em julgado definitivo, o que não se coaduna com a sistemática processual de repercussão geral. Feitas essas considerações, determino a certificação do trânsito em julgado do decisum de fls. 1.947/1.955 e o arquivamento imediato de quaisquer outras manifestações, dispensando o envio de expediente avulso à Vice-Presidência, podendo a Coordenadoria, ainda, realizar, se o caso, a baixa dos autos e de eventuais expedientes.” O ato jurisdicional questionado está, na realidade, em sintonia com as normas processuais de regência, sobretudo quando se tem em mira que o autor já houvera esgotado, no Resp n 1.647.329, todo o arsenal recursal a seu dispor, para impugnar decisões do Superior Tribunal de Justiça contrárias às suas pretensões. Com efeito, naqueles autos, o ora agravante interpôs, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF caso. IV - Agravo regimental a que se nega provimento. (RMS 36809 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 10/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 255 DIVULG 21-10-2020 PUBLIC 22-10-2020) Não está demonstrada, repiso, na espécie, teratologia ou manifesta ilegalidade no ato apontado como coator, adiante reproduzido, no fragmento de interesse (sem destaques no original): “Não há mais nada a prover na espécie. Observa-se que, após o primeiro recurso extremo ter tido seu seguimento negado por esta Corte, a parte recorrente interpõe, novamente, o presente recurso extraordinário com o mesmo propósito de discutir o tema de fundo da controvérsia suscitada no prévio recurso extraordinário. Portanto, verifica-se a indevida reiteração de recurso já manejado, sendo evidente o exaurimento da jurisdição. Observa-se, na realidade, a pretensão da parte de interpor recursos sucessivamente, ainda que manifestamente incabíveis, almejando postergar o trânsito em julgado definitivo, o que não se coaduna com a sistemática processual de repercussão geral. Feitas essas considerações, determino a certificação do trânsito em julgado do decisum de fls. 1.947/1.955 e o arquivamento imediato de quaisquer outras manifestações, dispensando o envio de expediente avulso à Vice-Presidência, podendo a Coordenadoria, ainda, realizar, se o caso, a baixa dos autos e de eventuais expedientes.” O ato jurisdicional questionado está, na realidade, em sintonia com as normas processuais de regência, sobretudo quando se tem em mira que o autor já houvera esgotado, no Resp n 1.647.329, todo o arsenal recursal a seu dispor, para impugnar decisões do Superior Tribunal de Justiça contrárias às suas pretensões. Com efeito, naqueles autos, o ora agravante interpôs, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF sucessivamente, recurso extraordinário, cujo seguimento foi negado pela Vice-Presidência do Superior Tribunal de Justiça, com respaldo no art. 1.030, I, “a”, primeira e segunda partes, do Código de Processo Civil/2015; agravo interno, desprovido pela Corte Especial daquele Tribunal; e embargos de declaração, os quais foram rejeitados por aquele mesmo colegiado. Ao determinar a certificação do trânsito em julgado, levou em conta a Vice-Presidência do Superior Tribunal de Justiça o fato de que o único recurso ainda cabível - novos embargos de declaração, em face do acórdão da Corte Especial que rejeitara aclaratórios opostos pelo ora impetrante - não fora manejado no prazo legal, aspecto confirmado pelo andamento processual do Resp n 1.647.329, a teor do qual, em 05.06.2020, foi protocolizada a Petição n 383727/2020, nominada de “recurso extraordinário”, apelo manifestamente incabível àquela altura e insuscetível, ante o erro grosseiro, de ser recebido como embargos de declaração. Sobre a inviabilidade de aplicação do princípio da fungibilidade recursal, no caso de erro grosseiro, recordo, em reforço aos já citados na decisão agravada, os seguintes precedentes deste Supremo Tribunal Federal: Ementa: AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. WRIT DENEGADO. SÚMULA 22/TSE. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO INVÉS DE RECURSO ORDINÁRIO. INADMISSIBILIDADE. ERRO GROSSEIRO. ART. 102, II, “A” DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO. RECURSO INTERNO DESPROVIDO. 1. As decisões denegatórias de mandado de segurança, quando proferidas em instância originária pelos Tribunais Superiores, admitem, exclusivamente, impugnação por intermédio de recurso ordinário (art. 102, II, “a”, da CRFB/88), que ativará a inafastável competência recursal ordinária desta Corte 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF sucessivamente, recurso extraordinário, cujo seguimento foi negado pela Vice-Presidência do Superior Tribunal de Justiça, com respaldo no art. 1.030, I, “a”, primeira e segunda partes, do Código de Processo Civil/2015; agravo interno, desprovido pela Corte Especial daquele Tribunal; e embargos de declaração, os quais foram rejeitados por aquele mesmo colegiado. Ao determinar a certificação do trânsito em julgado, levou em conta a Vice-Presidência do Superior Tribunal de Justiça o fato de que o único recurso ainda cabível - novos embargos de declaração, em face do acórdão da Corte Especial que rejeitara aclaratórios opostos pelo ora impetrante - não fora manejado no prazo legal, aspecto confirmado pelo andamento processual do Resp n 1.647.329, a teor do qual, em 05.06.2020, foi protocolizada a Petição n 383727/2020, nominada de “recurso extraordinário”, apelo manifestamente incabível àquela altura e insuscetível, ante o erro grosseiro, de ser recebido como embargos de declaração. Sobre a inviabilidade de aplicação do princípio da fungibilidade recursal, no caso de erro grosseiro, recordo, em reforço aos já citados na decisão agravada, os seguintes precedentes deste Supremo Tribunal Federal: Ementa: AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. WRIT DENEGADO. SÚMULA 22/TSE. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO INVÉS DE RECURSO ORDINÁRIO. INADMISSIBILIDADE. ERRO GROSSEIRO. ART. 102, II, “A” DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO. RECURSO INTERNO DESPROVIDO. 1. As decisões denegatórias de mandado de segurança, quando proferidas em instância originária pelos Tribunais Superiores, admitem, exclusivamente, impugnação por intermédio de recurso ordinário (art. 102, II, “a”, da CRFB/88), que ativará a inafastável competência recursal ordinária desta Corte 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF Constitucional. 2. A interposição de recurso extraordinário em face de decisão denegatória de mandado de segurança originário configura flagrante erro grosseiro na escolha do instrumento (Súmula Supremo Tribunal Federal 272), tornando incabível aplicar o princípio da fungibilidade para recebê-lo como recurso ordinário em mandado de segurança. Precedentes desta Corte: ARE 1.047.026 AgR, Relator Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 22.09.2017; RMS 21.336 AgR, Relator Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, DJ 30.06.1995, e RMS 21.498, Relator Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 02.10.1992. 3. In casu, tratando-se de recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que denegou a segurança pleiteada, o não conhecimento do recurso é medida que se impõe, mercê de seu flagrante descabimento. 4. Agravo interno DESPROVIDO por manifesta improcedência, com aplicação de multa de 2 (dois) salários mínimos, ficando a interposição de qualquer recurso condicionada ao prévio depósito do referido valor, em caso de decisão unânime (Código de Processo Civil/2015, art. 1.021, §§ 4... e 5..., c/c art. 81, § 2...). (RMS 35628 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 12/11/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-254 DIVULG 28-11- 2018 PUBLIC 29-11-2018) Ementa: Direito administrativo e processual civil. Agravo interno em mandado de segurança. Ato do TCU. Tomada de contas especial. Cobrança administrativa. Recurso ordinário interposto contra decisão monocrática de Relator no Supremo Tribunal Federal. Não conhecimento. 1. Mandado de Segurança impetrado contra ato do TCU que não concedeu efeito suspensivo ao recurso administrativo interposto de acórdão que julgou irregulares as contas prestadas pelo ora agravante, com determinação de ressarcimento. Interposição de recurso ordinário contra a decisão monocrática que denegou a segurança. 2. Não cabe recurso ordinário contra decisão monocrática proferida em mandado de segurança impetrado originariamente no Supremo Tribunal Federal (Constituição Federal de 1988/1988, art. 102, II, a). O recurso cabível seria o agravo 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF Constitucional. 2. A interposição de recurso extraordinário em face de decisão denegatória de mandado de segurança originário configura flagrante erro grosseiro na escolha do instrumento (Súmula Supremo Tribunal Federal 272), tornando incabível aplicar o princípio da fungibilidade para recebê-lo como recurso ordinário em mandado de segurança. Precedentes desta Corte: ARE 1.047.026 AgR, Relator Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 22.09.2017; RMS 21.336 AgR, Relator Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, DJ 30.06.1995, e RMS 21.498, Relator Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 02.10.1992. 3. In casu, tratando-se de recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que denegou a segurança pleiteada, o não conhecimento do recurso é medida que se impõe, mercê de seu flagrante descabimento. 4. Agravo interno DESPROVIDO por manifesta improcedência, com aplicação de multa de 2 (dois) salários mínimos, ficando a interposição de qualquer recurso condicionada ao prévio depósito do referido valor, em caso de decisão unânime (Código de Processo Civil/2015, art. 1.021, §§ 4... e 5..., c/c art. 81, § 2...). (RMS 35628 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 12/11/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-254 DIVULG 28-11- 2018 PUBLIC 29-11-2018) Ementa: Direito administrativo e processual civil. Agravo interno em mandado de segurança. Ato do TCU. Tomada de contas especial. Cobrança administrativa. Recurso ordinário interposto contra decisão monocrática de Relator no Supremo Tribunal Federal. Não conhecimento. 1. Mandado de Segurança impetrado contra ato do TCU que não concedeu efeito suspensivo ao recurso administrativo interposto de acórdão que julgou irregulares as contas prestadas pelo ora agravante, com determinação de ressarcimento. Interposição de recurso ordinário contra a decisão monocrática que denegou a segurança. 2. Não cabe recurso ordinário contra decisão monocrática proferida em mandado de segurança impetrado originariamente no Supremo Tribunal Federal (Constituição Federal de 1988/1988, art. 102, II, a). O recurso cabível seria o agravo 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF interno (art. 1.021 do Código de Processo Civil). Em se tratando de erro grosseiro, é inaplicável o princípio da fungibilidade recursal. Precedentes. 3. Agravo a que se nega provimento por manifesta improcedência, com aplicação de multa de 2 (dois) salários mínimos, ficando a interposição de qualquer recurso condicionada ao prévio depósito do referido valor, em caso de decisão unânime (Código de Processo Civil/2015, art. 1.021, §§ 4... e 5..., c/c art. 81, § 2...). (MS 36051 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 23/08/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 191 DIVULG 02-09-2019 PUBLIC 03-09-2019) A determinação de certificação imediata de trânsito em julgado do Resp n 1.647.329, após o julgamento, pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, dos embargos de declaração opostos do acórdão que desprovera o agravo interno, mantida a negativa de seguimento ao recurso extraordinário, levou em conta, portanto, o comportamento processual abusivo da ora impetrante. De modo correlato, registro que, identificado manifesto abuso do direito de recorrer, esta Suprema Corte tem entendido pela possibilidade de determinar a imediata certificação do trânsito em julgado, com o arquivamento ou a baixa dos autos à origem. Nesse sentido, dentre vários, volto a reproduzir os seguintes precedentes, a que me reportei na decisão unipessoal agravada: “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL. CRIME PREVISTO NO ARTIGO 242 DA LEI 8.069/1990. RECURSO INTERPOSTO FORA DO QUINQUÍDIO LEGAL. INTEMPESTIVIDADE. A SUCESSIVA INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS CONTRÁRIOS À JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA PELO PRETÓRIO EXCELSO CONFIGURA ABUSO DO DIREITO DE RECORRER. PRECEDENTES. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF interno (art. 1.021 do Código de Processo Civil). Em se tratando de erro grosseiro, é inaplicável o princípio da fungibilidade recursal. Precedentes. 3. Agravo a que se nega provimento por manifesta improcedência, com aplicação de multa de 2 (dois) salários mínimos, ficando a interposição de qualquer recurso condicionada ao prévio depósito do referido valor, em caso de decisão unânime (Código de Processo Civil/2015, art. 1.021, §§ 4... e 5..., c/c art. 81, § 2...). (MS 36051 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 23/08/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 191 DIVULG 02-09-2019 PUBLIC 03-09-2019) A determinação de certificação imediata de trânsito em julgado do Resp n 1.647.329, após o julgamento, pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, dos embargos de declaração opostos do acórdão que desprovera o agravo interno, mantida a negativa de seguimento ao recurso extraordinário, levou em conta, portanto, o comportamento processual abusivo da ora impetrante. De modo correlato, registro que, identificado manifesto abuso do direito de recorrer, esta Suprema Corte tem entendido pela possibilidade de determinar a imediata certificação do trânsito em julgado, com o arquivamento ou a baixa dos autos à origem. Nesse sentido, dentre vários, volto a reproduzir os seguintes precedentes, a que me reportei na decisão unipessoal agravada: “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL. CRIME PREVISTO NO ARTIGO 242 DA LEI 8.069/1990. RECURSO INTERPOSTO FORA DO QUINQUÍDIO LEGAL. INTEMPESTIVIDADE. A SUCESSIVA INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS CONTRÁRIOS À JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA PELO PRETÓRIO EXCELSO CONFIGURA ABUSO DO DIREITO DE RECORRER. PRECEDENTES. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO.” (ARE 798339 AgR-AgR- AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 24/11/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-248 DIVULG 09-12- 2015 PUBLIC 10-12-2015. Sem destaque no original.) “Agravo regimental em embargos de divergência em embargos declaratórios em agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Processual Civil. Aplicação de multa por embargos protelatórios. Art. 538, parágrafo único, Código de Processo Civil. Necessidade de prévio depósito do valor da multa como requisito de admissibilidade de novos recursos. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão.” (ARE 872672 AgR-ED-EDv-AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 24/09/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-211 DIVULG 21-10-2015 PUBLIC 22-10- 2015. Sem destaque no original.) “EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. ART. 535 DO Código de Processo Civil. RECURSO PROTELATÓRIO. 1. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis somente quando houver no acórdão omissão, contradição ou obscuridade, o que não ocorre no presente caso. 2. Os Embargantes buscam indevidamente rediscutir a matéria, com objetivo de obter excepcionais efeitos infringentes. 3. A suposta contradição representa apenas a demonstração da inconsistência jurídica das alegações da parte embargante já examinadas diversas vezes pelos órgãos fracionários e plenário do Supremo Tribunal Federal. 4. Fixação de multa em 1% do valor da causa, em decorrência de litigância de má-fé. 5. O Supremo Tribunal Federal 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO.” (ARE 798339 AgR-AgR- AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 24/11/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-248 DIVULG 09-12- 2015 PUBLIC 10-12-2015. Sem destaque no original.) “Agravo regimental em embargos de divergência em embargos declaratórios em agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Processual Civil. Aplicação de multa por embargos protelatórios. Art. 538, parágrafo único, Código de Processo Civil. Necessidade de prévio depósito do valor da multa como requisito de admissibilidade de novos recursos. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão.” (ARE 872672 AgR-ED-EDv-AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 24/09/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-211 DIVULG 21-10-2015 PUBLIC 22-10- 2015. Sem destaque no original.) “EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. ART. 535 DO Código de Processo Civil. RECURSO PROTELATÓRIO. 1. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis somente quando houver no acórdão omissão, contradição ou obscuridade, o que não ocorre no presente caso. 2. Os Embargantes buscam indevidamente rediscutir a matéria, com objetivo de obter excepcionais efeitos infringentes. 3. A suposta contradição representa apenas a demonstração da inconsistência jurídica das alegações da parte embargante já examinadas diversas vezes pelos órgãos fracionários e plenário do Supremo Tribunal Federal. 4. Fixação de multa em 1% do valor da causa, em decorrência de litigância de má-fé. 5. O Supremo Tribunal Federal 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF possui entendimento firme no sentido de que a presente situação autoriza a certificação do trânsito em julgado e baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 6. Embargos de declaração a que se nega provimento, com a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão.” (Recurso Extraordinário 208277 EDv-ED-ED-ED, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe- 032 DIVULG 19-02-2016 PUBLIC 22-02-2016. Sem destaque no original.) Ao contrário do que alega o agravante, a autoridade impetrada não descumpriu o determinado pela Presidência desta Suprema Corte, em despacho proferido no ARE n 1.241.073. No referido despacho, ficou registrado: “Este Supremo Tribunal submeteu as questões trazidas no presente processo à sistemática da repercussão geral: a) Tema 339, Agravo de Instrumento n. 791.292: repercussão geral reconhecida e mérito julgado, e b) Tema 660, Recurso Extraordinário com Agravo n. 748.371: ausência de repercussão geral. Pelo exposto, nos termos da al. c do inc. V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem, para: a) quanto ao Tema 339, observar os procedimentos previstos nos incs. I e II do art. 1.030 do Código de Processo Civil, e b) quanto ao Tema 660, observar os procedimentos previstos na al. A do inc. I do art. 1.030 do Código de Processo Civil.” Observada essa diretriz, a Vice-Presidência do Superior Tribunal de Justiça, em decisão, reitero, mantida pela Corte Especial daquele Tribunal, ao julgamento do agravo interno e dos embargos de declaração que se seguiram, consignou, quanto ao tema n 339 da repercussão geral (destaquei): 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF possui entendimento firme no sentido de que a presente situação autoriza a certificação do trânsito em julgado e baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 6. Embargos de declaração a que se nega provimento, com a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão.” (Recurso Extraordinário 208277 EDv-ED-ED-ED, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe- 032 DIVULG 19-02-2016 PUBLIC 22-02-2016. Sem destaque no original.) Ao contrário do que alega o agravante, a autoridade impetrada não descumpriu o determinado pela Presidência desta Suprema Corte, em despacho proferido no ARE n 1.241.073. No referido despacho, ficou registrado: “Este Supremo Tribunal submeteu as questões trazidas no presente processo à sistemática da repercussão geral: a) Tema 339, Agravo de Instrumento n. 791.292: repercussão geral reconhecida e mérito julgado, e b) Tema 660, Recurso Extraordinário com Agravo n. 748.371: ausência de repercussão geral. Pelo exposto, nos termos da al. c do inc. V do art. 13 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem, para: a) quanto ao Tema 339, observar os procedimentos previstos nos incs. I e II do art. 1.030 do Código de Processo Civil, e b) quanto ao Tema 660, observar os procedimentos previstos na al. A do inc. I do art. 1.030 do Código de Processo Civil.” Observada essa diretriz, a Vice-Presidência do Superior Tribunal de Justiça, em decisão, reitero, mantida pela Corte Especial daquele Tribunal, ao julgamento do agravo interno e dos embargos de declaração que se seguiram, consignou, quanto ao tema n 339 da repercussão geral (destaquei): 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF “Quanto à alegada afronta ao artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, consoante a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal, reafirmada no julgamento, sob o regime de repercussão geral, do AI-RG-QO 791.292/PE, "o artigo 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas" (Tema 339/Supremo Tribunal Federal). A ementa do aresto foi sintetizada nos seguintes termos: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (Código de Processo Civil, art. 544, §§ 3... e 4...). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5... e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 23/06/2010, REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-149 DIVULG 12-08-2010 PUBLIC 13-08-2010 EMENT VOL-02410-06 PP-01289 RDECTRAB v. 18, n. 203, 2011, pp. 113-118) Na espécie, o acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, impugnado no recurso extraordinário, está de acordo com a orientação do Excelso Pretório, pois foram devidamente explicitadas razões suficientes para o colegiado negar provimento ao agravo interno, hipótese distinta da ausência de motivação do julgado, que caracterizaria ofensa 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF “Quanto à alegada afronta ao artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, consoante a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal, reafirmada no julgamento, sob o regime de repercussão geral, do AI-RG-QO 791.292/PE, "o artigo 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas" (Tema 339/Supremo Tribunal Federal). A ementa do aresto foi sintetizada nos seguintes termos: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (Código de Processo Civil, art. 544, §§ 3... e 4...). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5... e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 23/06/2010, REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-149 DIVULG 12-08-2010 PUBLIC 13-08-2010 EMENT VOL-02410-06 PP-01289 RDECTRAB v. 18, n. 203, 2011, pp. 113-118) Na espécie, o acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, impugnado no recurso extraordinário, está de acordo com a orientação do Excelso Pretório, pois foram devidamente explicitadas razões suficientes para o colegiado negar provimento ao agravo interno, hipótese distinta da ausência de motivação do julgado, que caracterizaria ofensa 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF ao princípio constitucional da obrigatoriedade da motivação das decisões judiciais. A propósito, cumpre transcrever trechos da fundamentação do aresto: Eminentes Colegas, o agravo interno não merece provimento. Em que pese o arrazoado, entendo que a ausência de qualquer novo subsídio trazido pela agravante, capaz de alterar os fundamentos da decisão ora agravada, faz subsistir incólume o entendimento nela firmado. Passo, de todo modo, ao exame do presente agravo interno. 1. Cerceamento de defesa: Conforme destacado na decisão monocrática ora agravada, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que não há cerceamento de defesa quando o julgador considera desnecessária a produção de prova ou suficientes as já produzidas, mediante a existência nos autos de elementos suficiente para a formação de seu convencimento. A propósito: RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS. TRATAMENTO INEFICAZ. PSORÍASE. FALSA PROMESSA DE CURA. DESPACHO SANEADOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INDEFERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. ARTS. 130, 333, INCISO II E 420 DO Código de Processo Civil/1973. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO CONFIGURAÇÃO. INUTILIDADE DA PROVA TÉCNICA. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/Superior Tribunal de Justiça. PRESCRIÇÃO. NÃO 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF ao princípio constitucional da obrigatoriedade da motivação das decisões judiciais. A propósito, cumpre transcrever trechos da fundamentação do aresto: Eminentes Colegas, o agravo interno não merece provimento. Em que pese o arrazoado, entendo que a ausência de qualquer novo subsídio trazido pela agravante, capaz de alterar os fundamentos da decisão ora agravada, faz subsistir incólume o entendimento nela firmado. Passo, de todo modo, ao exame do presente agravo interno. 1. Cerceamento de defesa: Conforme destacado na decisão monocrática ora agravada, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que não há cerceamento de defesa quando o julgador considera desnecessária a produção de prova ou suficientes as já produzidas, mediante a existência nos autos de elementos suficiente para a formação de seu convencimento. A propósito: RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS. TRATAMENTO INEFICAZ. PSORÍASE. FALSA PROMESSA DE CURA. DESPACHO SANEADOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INDEFERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. ARTS. 130, 333, INCISO II E 420 DO Código de Processo Civil/1973. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO CONFIGURAÇÃO. INUTILIDADE DA PROVA TÉCNICA. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/Superior Tribunal de Justiça. PRESCRIÇÃO. NÃO 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF OCORRÊNCIA. PREJUDICIALIDADE. QUESTÃO DECIDIDA NO JULGAMENTO DE RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO NOS AUTOS PRINCIPAIS. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos ns 2 e 3/Superior Tribunal de Justiça). 2. Na origem, trata-se de ação indenizatória ajuizada em março de 2010 por consumidor que, no ano de 2001, teria sido submetido, por médico não habilitado para tanto, a tratamento de psoríase que se revelou completamente ineficaz. 3. Acórdão recorrido que, no bojo de agravo de instrumento, manteve íntegra decisão do juízo singular, proferida na fase de saneamento do processo, indeferindo pedido de produção de prova pericial para fins de aferição da eventual eficácia do tratamento médico questionado e rechaçando preliminar de mérito de prescrição. 4. Não há falar em negativa de prestação jurisdicional se o tribunal de origem motiva adequadamente sua decisão, solucionando a controvérsia com a aplicação do direito que entende cabível à hipótese, apenas não no sentido pretendido pela parte. 5. O indeferimento de pedido de produção de prova pericial que, em virtude do acervo fático-probatório já carreado aos autos, revele-se inútil ou redundante, não implica cerceamento de defesa. 6. Tendo o magistrado, com base nos elementos do processo, concluído ser desnecessária a produção de prova técnica, revela-se inviável o recurso especial interposto com a finalidade de infirmar tal conclusão, haja vista a necessidade para tanto do revolvimento do acervo fático- probatório dos autos, providência obstada pela Súmula n 7/Superior Tribunal de Justiça. 7. Rechaçada por esta Corte Superior, quando do julgamento do REsp n 1.798.127/PR interposto nos autos principais, a preliminar de prescrição da pretensão autoral em virtude do reconhecimento da incidência, no caso, do art. 200 do Código Civil, fica prejudicado o reexame dessa tese recursal. 8. Recurso especial parcialmente conhecido e 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF OCORRÊNCIA. PREJUDICIALIDADE. QUESTÃO DECIDIDA NO JULGAMENTO DE RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO NOS AUTOS PRINCIPAIS. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos ns 2 e 3/Superior Tribunal de Justiça). 2. Na origem, trata-se de ação indenizatória ajuizada em março de 2010 por consumidor que, no ano de 2001, teria sido submetido, por médico não habilitado para tanto, a tratamento de psoríase que se revelou completamente ineficaz. 3. Acórdão recorrido que, no bojo de agravo de instrumento, manteve íntegra decisão do juízo singular, proferida na fase de saneamento do processo, indeferindo pedido de produção de prova pericial para fins de aferição da eventual eficácia do tratamento médico questionado e rechaçando preliminar de mérito de prescrição. 4. Não há falar em negativa de prestação jurisdicional se o tribunal de origem motiva adequadamente sua decisão, solucionando a controvérsia com a aplicação do direito que entende cabível à hipótese, apenas não no sentido pretendido pela parte. 5. O indeferimento de pedido de produção de prova pericial que, em virtude do acervo fático-probatório já carreado aos autos, revele-se inútil ou redundante, não implica cerceamento de defesa. 6. Tendo o magistrado, com base nos elementos do processo, concluído ser desnecessária a produção de prova técnica, revela-se inviável o recurso especial interposto com a finalidade de infirmar tal conclusão, haja vista a necessidade para tanto do revolvimento do acervo fático- probatório dos autos, providência obstada pela Súmula n 7/Superior Tribunal de Justiça. 7. Rechaçada por esta Corte Superior, quando do julgamento do REsp n 1.798.127/PR interposto nos autos principais, a preliminar de prescrição da pretensão autoral em virtude do reconhecimento da incidência, no caso, do art. 200 do Código Civil, fica prejudicado o reexame dessa tese recursal. 8. Recurso especial parcialmente conhecido e 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF não provido. (REsp 1547775/PR, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 05/04/2019) 2. No que tange à constituição em mora: O julgado singular também destacou que há julgados no âmbito do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que mesmo na falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel, não se dispensa a prévia interpelação para se constituir em mora o devedor. A propósito: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESCISÃO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. CONSTITUIÇÃO EM MORA DO DEVEDOR. INTERPELAÇÃO. NECESSIDADE. MORA EX PERSONA. SÚMULA 76/Superior Tribunal de Justiça. CITAÇÃO INICIAL VÁLIDA. INAPLICABILIDADE DO ART. 219. PRECLUSÃO. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO INFIRMADOS. SÚMULA 182/Superior Tribunal de Justiça. 1. Nos termos de pacífica jurisprudência desta egrégia Corte, o desfazimento do contrato de promessa de compra e venda exige a prévia interpelação do devedor para constitui-lo em mora. Precedentes. 2. A matéria foi consolidada no enunciado da Súmula 76/Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual "A falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel não dispensa a prévia interpelação para constituir em mora o devedor". 3. Há necessidade de prévia notificação para configuração da mora quando se trata da modalidade ex persona, porquanto, segundo assentado em precedentes do Superior Tribunal de Justiça, o disposto no artigo 219 do Código de Processo Civil versa somente acerca da mora ex re. Além disso, a citação inicial somente se presta a constituir mora nos casos em que a ação não se funda na mora do réu, hipótese em que esta 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF não provido. (REsp 1547775/PR, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 05/04/2019) 2. No que tange à constituição em mora: O julgado singular também destacou que há julgados no âmbito do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que mesmo na falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel, não se dispensa a prévia interpelação para se constituir em mora o devedor. A propósito: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESCISÃO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. CONSTITUIÇÃO EM MORA DO DEVEDOR. INTERPELAÇÃO. NECESSIDADE. MORA EX PERSONA. SÚMULA 76/Superior Tribunal de Justiça. CITAÇÃO INICIAL VÁLIDA. INAPLICABILIDADE DO ART. 219. PRECLUSÃO. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO INFIRMADOS. SÚMULA 182/Superior Tribunal de Justiça. 1. Nos termos de pacífica jurisprudência desta egrégia Corte, o desfazimento do contrato de promessa de compra e venda exige a prévia interpelação do devedor para constitui-lo em mora. Precedentes. 2. A matéria foi consolidada no enunciado da Súmula 76/Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual "A falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel não dispensa a prévia interpelação para constituir em mora o devedor". 3. Há necessidade de prévia notificação para configuração da mora quando se trata da modalidade ex persona, porquanto, segundo assentado em precedentes do Superior Tribunal de Justiça, o disposto no artigo 219 do Código de Processo Civil versa somente acerca da mora ex re. Além disso, a citação inicial somente se presta a constituir mora nos casos em que a ação não se funda na mora do réu, hipótese em que esta 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF deve preceder ao ajuizamento, e que não se coaduna com a situação ora tratada. 4. Os agravantes não impugnaram a Súmula 283/Supremo Tribunal Federal, utilizada na decisão agravada para rechaçar o recurso especial no que toca à alegada ocorrência de preclusão. Aplica-se à espécie a Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça: "É inviável o agravo do art. 545 do Código de Processo Civil que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada." 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 862.646/ES, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 11/12/2012) Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno. Em assim sendo, nos moldes definidos pela Corte Suprema, o aresto impugnado foi suficientemente fundamentado, não havendo falar em negativa de prestação jurisdicional quando o Tribunal decide em sentido contrário ao interesse da parte. Saliente-se que o exame da referida questão constitucional nesta fase processual limita-se à análise acerca da existência de motivação suficiente para embasar o acórdão recorrido, não competindo a esta Vice-Presidência examinar se corretos os seus fundamentos, o que extrapolaria os limites da cognição inerente ao juízo de admissibilidade do recurso extraordinário.” Assim, por qualquer ângulo que se examine a pretensão, concluo pela insuficiência das razões da agravante para modificar a decisão agravada, balizada na jurisprudência desta Suprema Corte a respeito do tema, traduzindo o presente recurso mero inconformismo e resistência em pôr fim à demanda. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF deve preceder ao ajuizamento, e que não se coaduna com a situação ora tratada. 4. Os agravantes não impugnaram a Súmula 283/Supremo Tribunal Federal, utilizada na decisão agravada para rechaçar o recurso especial no que toca à alegada ocorrência de preclusão. Aplica-se à espécie a Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça: "É inviável o agravo do art. 545 do Código de Processo Civil que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada." 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 862.646/ES, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 11/12/2012) Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno. Em assim sendo, nos moldes definidos pela Corte Suprema, o aresto impugnado foi suficientemente fundamentado, não havendo falar em negativa de prestação jurisdicional quando o Tribunal decide em sentido contrário ao interesse da parte. Saliente-se que o exame da referida questão constitucional nesta fase processual limita-se à análise acerca da existência de motivação suficiente para embasar o acórdão recorrido, não competindo a esta Vice-Presidência examinar se corretos os seus fundamentos, o que extrapolaria os limites da cognição inerente ao juízo de admissibilidade do recurso extraordinário.” Assim, por qualquer ângulo que se examine a pretensão, concluo pela insuficiência das razões da agravante para modificar a decisão agravada, balizada na jurisprudência desta Suprema Corte a respeito do tema, traduzindo o presente recurso mero inconformismo e resistência em pôr fim à demanda. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 21 Voto - MIN. ROSA WEBER RMS 37894 AGR / DF Constitucional n 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5... da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de recursos manifestamente inadmissíveis, improcedentes ou contrários à jurisprudência desta Suprema Corte como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer, a ensejar a aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. Nesse sentido: Recurso Extraordinário 1113596 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, publicado em 06.08.2018; ARE 1109514 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, publicado em 06.08.2018; RMS 34563 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, publicado em 19.06.2018. Inaplicável o art. 85, § 1..., do Código de Processo Civil/2015, por se tratar de recurso interposto em mandado de segurança (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal). Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação, no caso de votação unânime, da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Supremo Tribunal Federal RMS 37894 AGR / DF Constitucional n 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5... da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de recursos manifestamente inadmissíveis, improcedentes ou contrários à jurisprudência desta Suprema Corte como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer, a ensejar a aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. Nesse sentido: Recurso Extraordinário 1113596 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, publicado em 06.08.2018; ARE 1109514 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, publicado em 06.08.2018; RMS 34563 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, publicado em 19.06.2018. Inaplicável o art. 85, § 1..., do Código de Processo Civil/2015, por se tratar de recurso interposto em mandado de segurança (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal). Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação, no caso de votação unânime, da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. É como voto. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9E8B-0061-94F6-B130 e senha C04D-364F-5175-1FE9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 21 Extrato de Ata - 17/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) : ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO (00846/A/DF, 14707/RJ) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : OSMAR MENDES PAIXAO CORTES (15553/DF, 27284/GO, 164494/MG, 21572-A/MS, 75879/PR, 184565/RJ, 310314/SP) ADV.(A/S) : CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR (10424/DF, 27022/GO, 164759/MG, 310298/SP) ADV.(A/S) : RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO (12324/DF, 30409/GO) ADV.(A/S) : MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN (14750/DF, 30410/GO) ADV.(A/S) : FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA (19246/DF) ADV.(A/S) : JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO (26930/DF) ADV.(A/S) : BEATRIZ MARTINS COSTA (33181/DF, 386540/SP) ADV.(A/S) : THOMAS RIETH MARCELLO (25181/DF) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto da Relatora. Primeira Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C7D-A26F-32E6-003D e senha 3136-7BF0-ACB6-1E3E Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.894 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : PROENG CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ADV.(A/S) : ARTHUR PEREIRA DE CASTILHO NETO (00846/A/DF, 14707/RJ) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : OSMAR MENDES PAIXAO CORTES (15553/DF, 27284/GO, 164494/MG, 21572-A/MS, 75879/PR, 184565/RJ, 310314/SP) ADV.(A/S) : CARLOS JOSE ELIAS JUNIOR (10424/DF, 27022/GO, 164759/MG, 310298/SP) ADV.(A/S) : RENATA MOUTA PEREIRA PINHEIRO (12324/DF, 30409/GO) ADV.(A/S) : MARCUS DE OLIVEIRA KAUFMANN (14750/DF, 30410/GO) ADV.(A/S) : FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA (19246/DF) ADV.(A/S) : JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO (26930/DF) ADV.(A/S) : BEATRIZ MARTINS COSTA (33181/DF, 386540/SP) ADV.(A/S) : THOMAS RIETH MARCELLO (25181/DF) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto da Relatora. Primeira Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9C7D-A26F-32E6-003D e senha 3136-7BF0-ACB6-1E3E Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 21
{ "JURISPRUDENCIA": [ "MANDADO", "RESP n 1 . 647 . 329", "SÚMULA n 268 / Supremo Tribunal Federal", "RMS 37894", "Súmula 268 / Supremo Tribunal Federal", "Resp n 1 . 647 . 329", "Súmula n 512 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 268 / Supremo Tribunal Federal", "Resp n 1 . 647 . 329", "Súmula n 512 / Supremo Tribunal Federal", "RECURSO ORD . 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I do art . 1 . 030 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 93 , inciso IX , da Constituição Federal", "artigo 93 , IX , da Constituição Federal", "Código de Processo Civil , art . 544 , § § 3 . . .", "inciso IX do art . 93 da Constituição Federal", "art . 93 , IX , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 93 , inciso IX , da Constituição Federal", "artigo 93 , IX , da Constituição Federal", "Código de Processo Civil , art . 544 , § § 3 .", "inciso IX do art . 93 da Constituição Federal", "art . 93 , IX , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTS . 130 , 333 , INCISO II E 420 DO Código de Processo Civil / 1973", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTS . 130 , 333 , INCISO II E 420 DO Código de Processo Civil / 1973", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil de 1973", "art . 200 do Código Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil de 1973", "art . 200 do Código Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 219 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 219 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 -", "art . 545 do Código de Processo Civil", "Emenda 13", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 545 do Código de Processo Civil", "Emenda 13", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "inciso LXXVIII", "art . 5 . . . da Lei Maior", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § 1 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 25 da Lei n 12 . 016 / 2009", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "inciso LXXVIII", "art . 5 . . . da Lei Maior", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § 1 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 25 da Lei n 12 . 016 / 2009", "art", "Medida Provisória n 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"FERNANDO HUGO RABELLO MIRANDA", "JOAO PAULO FERNANDES DE CARVALHO", "BEATRIZ MARTINS COSTA", "THOMAS RIETH MARCELLO", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16 de agosto de 2021", "16 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16 de agosto de 2021", "16 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "13", "/", "10", "/", "2020", "26", "-", "10", "-", "2020", "27", "-", "10", "-", "2020", "24", 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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES EMBTE.(S) :ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) :LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO INTERNO EM HABEAS CORPUS. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. PROPÓSITO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. BAIXA IMEDIATA. REJEIÇÃO. 1. Ambiguidade, omissão, contradição, obscuridade e erro material são as hipóteses exaustivas de cabimento dos embargos de declaração. 2. Não identificada a existência das pechas imputadas ao acórdão embargado – como na hipótese dos autos –, a rejeição dos embargos de declaração é medida que se impõe. 3. O propósito manifestamente protelatório dos embargos de declaração justifica a determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Embargos de declaração conhecidos e rejeitados. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F35B-8109-A651-9FBE e senha ADFA-E8F2-7D97-C5B2 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em rejeitar os embargos de declaração nos embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental no habeas corpus e determinar a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F35B-8109-A651-9FBE e senha ADFA-E8F2-7D97-C5B2 Supremo Tribunal Federal HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em rejeitar os embargos de declaração nos embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental no habeas corpus e determinar a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F35B-8109-A651-9FBE e senha ADFA-E8F2-7D97-C5B2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES EMBTE.(S) :ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) :LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de embargos de declaração interpostos contra acórdão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal assim ementado: PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO EM HABEAS CORPUS. PRETENDIDA DESCONSTITUIÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. REJEIÇÃO. 1. Ambiguidade, omissão, contradição, obscuridade e erro material são as hipóteses exaustivas de cabimento dos embargos de declaração. 2. Não identificada a existência das pechas imputadas ao acórdão embargado – como na hipótese dos autos –, a rejeição dos embargos de declaração é medida que se impõe. 3. Embargos de declaração conhecidos e rejeitados. O embargante, com fundamento no art. 619 do Código de Processo Penal, aponta a existência de vícios na referida decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77E8-41CA-9CD5-914A e senha C452-28C9-E422-1928 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES EMBTE.(S) :ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) :LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de embargos de declaração interpostos contra acórdão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal assim ementado: PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO EM HABEAS CORPUS. PRETENDIDA DESCONSTITUIÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. REJEIÇÃO. 1. Ambiguidade, omissão, contradição, obscuridade e erro material são as hipóteses exaustivas de cabimento dos embargos de declaração. 2. Não identificada a existência das pechas imputadas ao acórdão embargado – como na hipótese dos autos –, a rejeição dos embargos de declaração é medida que se impõe. 3. Embargos de declaração conhecidos e rejeitados. O embargante, com fundamento no art. 619 do Código de Processo Penal, aponta a existência de vícios na referida decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77E8-41CA-9CD5-914A e senha C452-28C9-E422-1928 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão à parte recorrente. De início, estão ausentes os pressupostos de embargabilidade aptos ao cabimento do recurso, conforme jurisprudência uníssona do Supremo Tribunal Federal: RHC 79.952 ED/MG, ministro Celso de Mello; AP 892 ED-ED/RS, ministro Luiz Fux; AP 863 AgR-ED/SP, ministro Edson Fachin; e AP 968 ED/SP, ministro Luiz Fux. Em suma, o embargante busca, a pretexto de sanar omissão, contradição ou obscuridade na decisão recorrida, o reexame do ato e a consequente reforma, o que não cabe na via recursal eleita, nos termos da jurisprudência do Supremo – HC 165.139 AgR-ED/PR, ministro Edson Fachin. Excepcionalmente, é possível a alteração de pronunciamento judicial para corrigir evidente erro material (HC 189.272 AgR-ED/RJ, ministro Roberto Barroso) ou sanar ambiguidade, omissão, contradição ou obscuridade – HC 183.195 ED, ministro Alexandre de Moraes. Todavia, como já foi por mim explicitado, não há nenhuma pecha ou erro material a serem reparados na espécie. Nesse ponto, é preciso reforçar que os embargos de declaração possuem funções meramente integrativas do acórdão recorrido e têm seu conhecimento restrito às hipóteses em que se busca a correção de eventuais vícios (ambiguidade, omissão, contradição ou obscuridade) ou, ainda, de flagrante erro material. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão à parte recorrente. De início, estão ausentes os pressupostos de embargabilidade aptos ao cabimento do recurso, conforme jurisprudência uníssona do Supremo Tribunal Federal: RHC 79.952 ED/MG, ministro Celso de Mello; AP 892 ED-ED/RS, ministro Luiz Fux; AP 863 AgR-ED/SP, ministro Edson Fachin; e AP 968 ED/SP, ministro Luiz Fux. Em suma, o embargante busca, a pretexto de sanar omissão, contradição ou obscuridade na decisão recorrida, o reexame do ato e a consequente reforma, o que não cabe na via recursal eleita, nos termos da jurisprudência do Supremo – HC 165.139 AgR-ED/PR, ministro Edson Fachin. Excepcionalmente, é possível a alteração de pronunciamento judicial para corrigir evidente erro material (HC 189.272 AgR-ED/RJ, ministro Roberto Barroso) ou sanar ambiguidade, omissão, contradição ou obscuridade – HC 183.195 ED, ministro Alexandre de Moraes. Todavia, como já foi por mim explicitado, não há nenhuma pecha ou erro material a serem reparados na espécie. Nesse ponto, é preciso reforçar que os embargos de declaração possuem funções meramente integrativas do acórdão recorrido e têm seu conhecimento restrito às hipóteses em que se busca a correção de eventuais vícios (ambiguidade, omissão, contradição ou obscuridade) ou, ainda, de flagrante erro material. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Por isso mesmo, não se admite a pretensão do recorrente de atribuir efeitos modificativos aos embargos e, por consequência, rediscutir toda a matéria já julgada por esta Turma, nos termos da pacífica jurisprudência do Supremo: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CONTRADIÇÕES INEXISTENTES. PRETENSÃO DE MERO REEXAME DA DECISÃO RECORRIDA E ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS REJEITADOS 1. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis somente quando houver no acórdão ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão, nos termos do art. 619 do Código de Processo Penal. 2. No caso, não se constata a existência das contradições apontadas pelo embargante, que tão somente as invoca com o fim de rediscutir o tema, já analisado no exaustivo acórdão, para atribuir-lhe efeitos infringentes. 3. Embargos de declaração rejeitados. (RHC 156.734 AgR-ED/MG, ministro Edson Fachin) Tal entendimento encontra respaldo na doutrina especializada (MARCÃO, Renato. Código de Processo Penal comentado. São Paulo: Saraiva, 2016; NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comentado. 15. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016), cabendo destacar o seguinte trecho da obra do professor Eugênio Pacelli (Comentários ao Código de Processo Penal e sua jurisprudência. 10. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2018: [os embargos de declaração] se prestam para sanar os pontos em que a Lei estipulou cabível a complementação (possibilidade jurídica do recurso). Significa que os embargos de declaração não estão previstos como um recurso destinado a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Supremo Tribunal Federal HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Por isso mesmo, não se admite a pretensão do recorrente de atribuir efeitos modificativos aos embargos e, por consequência, rediscutir toda a matéria já julgada por esta Turma, nos termos da pacífica jurisprudência do Supremo: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CONTRADIÇÕES INEXISTENTES. PRETENSÃO DE MERO REEXAME DA DECISÃO RECORRIDA E ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS REJEITADOS 1. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis somente quando houver no acórdão ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão, nos termos do art. 619 do Código de Processo Penal. 2. No caso, não se constata a existência das contradições apontadas pelo embargante, que tão somente as invoca com o fim de rediscutir o tema, já analisado no exaustivo acórdão, para atribuir-lhe efeitos infringentes. 3. Embargos de declaração rejeitados. (RHC 156.734 AgR-ED/MG, ministro Edson Fachin) Tal entendimento encontra respaldo na doutrina especializada (MARCÃO, Renato. Código de Processo Penal comentado. São Paulo: Saraiva, 2016; NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comentado. 15. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016), cabendo destacar o seguinte trecho da obra do professor Eugênio Pacelli (Comentários ao Código de Processo Penal e sua jurisprudência. 10. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2018: [os embargos de declaração] se prestam para sanar os pontos em que a Lei estipulou cabível a complementação (possibilidade jurídica do recurso). Significa que os embargos de declaração não estão previstos como um recurso destinado a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP rediscutir as questões enfrentadas pelo acórdão. Por esse prisma, realmente não se pode permitir a utilização dos embargos de declaração como forma de reabrir o debate já objeto de decisão. Por fim, reconheço o propósito manifestamente protelatório dos embargos de declaração, o que justifica, nos termos da jurisprudência, a determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão – ARE 1.123.866 AgR-ED-ED/PR, ministro Gilmar Mendes; ARE 1.158.085 AgR-ED-EDv-AgR-ED/PB, ministro Edson Fachin; ARE 1.267.784 AgR-ED-AgR/SC, Ministro Presidente; HC 178.171 ED-AgR-ED-ED/SP, Ministro Presidente; RE 1.225.252 AgR-terceiro-ED- segundos/RS, ministro Ricardo Lewandowski; RHC 176.789 AgR-ED- ED/SP, ministro Celso de Mello; e RHC 170.559 915.112-ED-ED/MT, ministro Alexandre de Moraes, cuja ementa transcrevo: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DOS VÍCIOS DO ART. 619, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. NÍTIDO CARÁTER INFRINGENTE. CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO E BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO REFERENTE AO PRESENTE JULGAMENTO. 1. Não merecem acolhida os Embargos de Declaração quando o acórdão recorrido não padece de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. 2. A parte embargante pretende dar nítido caráter infringente aos declaratórios, os quais não estão vocacionados a essa função, salvo em situações excepcionais, não caracterizadas no caso. 3. Embargos de Declaração rejeitados. Determinação de certificação do trânsito em julgado e baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão referente ao presente julgamento. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Supremo Tribunal Federal HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP rediscutir as questões enfrentadas pelo acórdão. Por esse prisma, realmente não se pode permitir a utilização dos embargos de declaração como forma de reabrir o debate já objeto de decisão. Por fim, reconheço o propósito manifestamente protelatório dos embargos de declaração, o que justifica, nos termos da jurisprudência, a determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão – ARE 1.123.866 AgR-ED-ED/PR, ministro Gilmar Mendes; ARE 1.158.085 AgR-ED-EDv-AgR-ED/PB, ministro Edson Fachin; ARE 1.267.784 AgR-ED-AgR/SC, Ministro Presidente; HC 178.171 ED-AgR-ED-ED/SP, Ministro Presidente; RE 1.225.252 AgR-terceiro-ED- segundos/RS, ministro Ricardo Lewandowski; RHC 176.789 AgR-ED- ED/SP, ministro Celso de Mello; e RHC 170.559 915.112-ED-ED/MT, ministro Alexandre de Moraes, cuja ementa transcrevo: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DOS VÍCIOS DO ART. 619, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. NÍTIDO CARÁTER INFRINGENTE. CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO E BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO REFERENTE AO PRESENTE JULGAMENTO. 1. Não merecem acolhida os Embargos de Declaração quando o acórdão recorrido não padece de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. 2. A parte embargante pretende dar nítido caráter infringente aos declaratórios, os quais não estão vocacionados a essa função, salvo em situações excepcionais, não caracterizadas no caso. 3. Embargos de Declaração rejeitados. Determinação de certificação do trânsito em julgado e baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão referente ao presente julgamento. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Em face do exposto, conheço dos embargos de declaração e os rejeito, determinando a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Supremo Tribunal Federal HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Em face do exposto, conheço dos embargos de declaração e os rejeito, determinando a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES EMBTE.(S) : ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) : LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ (307123/SP) E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) : VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração e determinou a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98F4-9F6F-1ADB-DC26 e senha 303D-C098-F642-07EC Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES EMBTE.(S) : ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) : LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ (307123/SP) E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) : VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração e determinou a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98F4-9F6F-1ADB-DC26 e senha 303D-C098-F642-07EC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757410594
2021-08-17T00:00:00
2021-09-23T00:00:00
A Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração e determinou a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS
EMENTA PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO INTERNO EM HABEAS CORPUS. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. PROPÓSITO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. BAIXA IMEDIATA. REJEIÇÃO. 1. Ambiguidade, omissão, contradição, obscuridade e erro material são as hipóteses exaustivas de cabimento dos embargos de declaração. 2. Não identificada a existência das pechas imputadas ao acórdão embargado – como na hipótese dos autos –, a rejeição dos embargos de declaração é medida que se impõe. 3. O propósito manifestamente protelatório dos embargos de declaração justifica a determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Embargos de declaração conhecidos e rejeitados.
sjur453122
- Acórdão(s) citado(s): (ED, AUSÊNCIA, PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE) RHC 79952 ED (2ªT), AP 968 ED (1ªT), AP 863 AgR-ED (1ªT), AP 892 ED-ED (1ªT). (ED, REDISCUSSÃO, MATÉRIA) HC 165139 AgR-ED (2ªT), RHC 156734 AgR-ED (2ªT). (ED, EFEITO MODIFICATIVO, EXCEPCIONALIDADE, ERRO MATERIAL, CARÁTER DÚBIO, OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE) HC 189272 AgR-ED (1ªT), HC 183195 ED (1ªT). (ED, RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO, BAIXA DOS AUTOS) RHC 176789 AgR-ED-ED (2ªT), ARE 1123866 AgR-ED-ED (2ªT), HC 178171 ED-AgR-ED-ED (TP), ARE 1158085 AgR-ED-EDv-AgR-ED (TP), ARE 1267784 AgR-ED-AgR (TP), RHC 170559 ED-ED (1ªT). Número de páginas: 8. Análise: 23/03/2022, ABO.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
178381
null
HC-AgR-ED-ED-ED
acordaos
HC 178381 AgR-ED-ED-ED
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EMBTE.(S) : ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) : LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) : VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES EMBTE.(S) :ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) :LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO INTERNO EM HABEAS CORPUS. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. PROPÓSITO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. BAIXA IMEDIATA. REJEIÇÃO. 1. Ambiguidade, omissão, contradição, obscuridade e erro material são as hipóteses exaustivas de cabimento dos embargos de declaração. 2. Não identificada a existência das pechas imputadas ao acórdão embargado – como na hipótese dos autos –, a rejeição dos embargos de declaração é medida que se impõe. 3. O propósito manifestamente protelatório dos embargos de declaração justifica a determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Embargos de declaração conhecidos e rejeitados. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F35B-8109-A651-9FBE e senha ADFA-E8F2-7D97-C5B2 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em rejeitar os embargos de declaração nos embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental no habeas corpus e determinar a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F35B-8109-A651-9FBE e senha ADFA-E8F2-7D97-C5B2 Supremo Tribunal Federal HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em rejeitar os embargos de declaração nos embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental no habeas corpus e determinar a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F35B-8109-A651-9FBE e senha ADFA-E8F2-7D97-C5B2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES EMBTE.(S) :ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) :LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de embargos de declaração interpostos contra acórdão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal assim ementado: PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO EM HABEAS CORPUS. PRETENDIDA DESCONSTITUIÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. REJEIÇÃO. 1. Ambiguidade, omissão, contradição, obscuridade e erro material são as hipóteses exaustivas de cabimento dos embargos de declaração. 2. Não identificada a existência das pechas imputadas ao acórdão embargado – como na hipótese dos autos –, a rejeição dos embargos de declaração é medida que se impõe. 3. Embargos de declaração conhecidos e rejeitados. O embargante, com fundamento no art. 619 do Código de Processo Penal, aponta a existência de vícios na referida decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77E8-41CA-9CD5-914A e senha C452-28C9-E422-1928 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES EMBTE.(S) :ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) :LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) :VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de embargos de declaração interpostos contra acórdão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal assim ementado: PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO EM HABEAS CORPUS. PRETENDIDA DESCONSTITUIÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DE EMBARGABILIDADE. REJEIÇÃO. 1. Ambiguidade, omissão, contradição, obscuridade e erro material são as hipóteses exaustivas de cabimento dos embargos de declaração. 2. Não identificada a existência das pechas imputadas ao acórdão embargado – como na hipótese dos autos –, a rejeição dos embargos de declaração é medida que se impõe. 3. Embargos de declaração conhecidos e rejeitados. O embargante, com fundamento no art. 619 do Código de Processo Penal, aponta a existência de vícios na referida decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 77E8-41CA-9CD5-914A e senha C452-28C9-E422-1928 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão à parte recorrente. De início, estão ausentes os pressupostos de embargabilidade aptos ao cabimento do recurso, conforme jurisprudência uníssona do Supremo Tribunal Federal: RHC 79.952 ED/MG, ministro Celso de Mello; AP 892 ED-ED/RS, ministro Luiz Fux; AP 863 AgR-ED/SP, ministro Edson Fachin; e AP 968 ED/SP, ministro Luiz Fux. Em suma, o embargante busca, a pretexto de sanar omissão, contradição ou obscuridade na decisão recorrida, o reexame do ato e a consequente reforma, o que não cabe na via recursal eleita, nos termos da jurisprudência do Supremo – HC 165.139 AgR-ED/PR, ministro Edson Fachin. Excepcionalmente, é possível a alteração de pronunciamento judicial para corrigir evidente erro material (HC 189.272 AgR-ED/RJ, ministro Roberto Barroso) ou sanar ambiguidade, omissão, contradição ou obscuridade – HC 183.195 ED, ministro Alexandre de Moraes. Todavia, como já foi por mim explicitado, não há nenhuma pecha ou erro material a serem reparados na espécie. Nesse ponto, é preciso reforçar que os embargos de declaração possuem funções meramente integrativas do acórdão recorrido e têm seu conhecimento restrito às hipóteses em que se busca a correção de eventuais vícios (ambiguidade, omissão, contradição ou obscuridade) ou, ainda, de flagrante erro material. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão à parte recorrente. De início, estão ausentes os pressupostos de embargabilidade aptos ao cabimento do recurso, conforme jurisprudência uníssona do Supremo Tribunal Federal: RHC 79.952 ED/MG, ministro Celso de Mello; AP 892 ED-ED/RS, ministro Luiz Fux; AP 863 AgR-ED/SP, ministro Edson Fachin; e AP 968 ED/SP, ministro Luiz Fux. Em suma, o embargante busca, a pretexto de sanar omissão, contradição ou obscuridade na decisão recorrida, o reexame do ato e a consequente reforma, o que não cabe na via recursal eleita, nos termos da jurisprudência do Supremo – HC 165.139 AgR-ED/PR, ministro Edson Fachin. Excepcionalmente, é possível a alteração de pronunciamento judicial para corrigir evidente erro material (HC 189.272 AgR-ED/RJ, ministro Roberto Barroso) ou sanar ambiguidade, omissão, contradição ou obscuridade – HC 183.195 ED, ministro Alexandre de Moraes. Todavia, como já foi por mim explicitado, não há nenhuma pecha ou erro material a serem reparados na espécie. Nesse ponto, é preciso reforçar que os embargos de declaração possuem funções meramente integrativas do acórdão recorrido e têm seu conhecimento restrito às hipóteses em que se busca a correção de eventuais vícios (ambiguidade, omissão, contradição ou obscuridade) ou, ainda, de flagrante erro material. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Por isso mesmo, não se admite a pretensão do recorrente de atribuir efeitos modificativos aos embargos e, por consequência, rediscutir toda a matéria já julgada por esta Turma, nos termos da pacífica jurisprudência do Supremo: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CONTRADIÇÕES INEXISTENTES. PRETENSÃO DE MERO REEXAME DA DECISÃO RECORRIDA E ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS REJEITADOS 1. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis somente quando houver no acórdão ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão, nos termos do art. 619 do Código de Processo Penal. 2. No caso, não se constata a existência das contradições apontadas pelo embargante, que tão somente as invoca com o fim de rediscutir o tema, já analisado no exaustivo acórdão, para atribuir-lhe efeitos infringentes. 3. Embargos de declaração rejeitados. (RHC 156.734 AgR-ED/MG, ministro Edson Fachin) Tal entendimento encontra respaldo na doutrina especializada (MARCÃO, Renato. Código de Processo Penal comentado. São Paulo: Saraiva, 2016; NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comentado. 15. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016), cabendo destacar o seguinte trecho da obra do professor Eugênio Pacelli (Comentários ao Código de Processo Penal e sua jurisprudência. 10. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2018: [os embargos de declaração] se prestam para sanar os pontos em que a Lei estipulou cabível a complementação (possibilidade jurídica do recurso). Significa que os embargos de declaração não estão previstos como um recurso destinado a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Supremo Tribunal Federal HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Por isso mesmo, não se admite a pretensão do recorrente de atribuir efeitos modificativos aos embargos e, por consequência, rediscutir toda a matéria já julgada por esta Turma, nos termos da pacífica jurisprudência do Supremo: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CONTRADIÇÕES INEXISTENTES. PRETENSÃO DE MERO REEXAME DA DECISÃO RECORRIDA E ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS REJEITADOS 1. Os embargos de declaração não constituem meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis somente quando houver no acórdão ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão, nos termos do art. 619 do Código de Processo Penal. 2. No caso, não se constata a existência das contradições apontadas pelo embargante, que tão somente as invoca com o fim de rediscutir o tema, já analisado no exaustivo acórdão, para atribuir-lhe efeitos infringentes. 3. Embargos de declaração rejeitados. (RHC 156.734 AgR-ED/MG, ministro Edson Fachin) Tal entendimento encontra respaldo na doutrina especializada (MARCÃO, Renato. Código de Processo Penal comentado. São Paulo: Saraiva, 2016; NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comentado. 15. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016), cabendo destacar o seguinte trecho da obra do professor Eugênio Pacelli (Comentários ao Código de Processo Penal e sua jurisprudência. 10. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2018: [os embargos de declaração] se prestam para sanar os pontos em que a Lei estipulou cabível a complementação (possibilidade jurídica do recurso). Significa que os embargos de declaração não estão previstos como um recurso destinado a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP rediscutir as questões enfrentadas pelo acórdão. Por esse prisma, realmente não se pode permitir a utilização dos embargos de declaração como forma de reabrir o debate já objeto de decisão. Por fim, reconheço o propósito manifestamente protelatório dos embargos de declaração, o que justifica, nos termos da jurisprudência, a determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão – ARE 1.123.866 AgR-ED-ED/PR, ministro Gilmar Mendes; ARE 1.158.085 AgR-ED-EDv-AgR-ED/PB, ministro Edson Fachin; ARE 1.267.784 AgR-ED-AgR/SC, Ministro Presidente; HC 178.171 ED-AgR-ED-ED/SP, Ministro Presidente; Recurso Extraordinário 1.225.252 AgR-terceiro-ED- segundos/RS, ministro Ricardo Lewandowski; RHC 176.789 AgR-ED- ED/SP, ministro Celso de Mello; e RHC 170.559 915.112-ED-ED/MT, ministro Alexandre de Moraes, cuja ementa transcrevo: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DOS VÍCIOS DO ART. 619, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. NÍTIDO CARÁTER INFRINGENTE. CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO E BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO REFERENTE AO PRESENTE JULGAMENTO. 1. Não merecem acolhida os Embargos de Declaração quando o acórdão recorrido não padece de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. 2. A parte embargante pretende dar nítido caráter infringente aos declaratórios, os quais não estão vocacionados a essa função, salvo em situações excepcionais, não caracterizadas no caso. 3. Embargos de Declaração rejeitados. Determinação de certificação do trânsito em julgado e baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão referente ao presente julgamento. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Supremo Tribunal Federal HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP rediscutir as questões enfrentadas pelo acórdão. Por esse prisma, realmente não se pode permitir a utilização dos embargos de declaração como forma de reabrir o debate já objeto de decisão. Por fim, reconheço o propósito manifestamente protelatório dos embargos de declaração, o que justifica, nos termos da jurisprudência, a determinação de baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão – ARE 1.123.866 AgR-ED-ED/PR, ministro Gilmar Mendes; ARE 1.158.085 AgR-ED-EDv-AgR-ED/PB, ministro Edson Fachin; ARE 1.267.784 AgR-ED-AgR/SC, Ministro Presidente; HC 178.171 ED-AgR-ED-ED/SP, Ministro Presidente; Recurso Extraordinário 1.225.252 AgR-terceiro-ED- segundos/RS, ministro Ricardo Lewandowski; RHC 176.789 AgR-ED- ED/SP, ministro Celso de Mello; e RHC 170.559 915.112-ED-ED/MT, ministro Alexandre de Moraes, cuja ementa transcrevo: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DOS VÍCIOS DO ART. 619, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. NÍTIDO CARÁTER INFRINGENTE. CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO E BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO REFERENTE AO PRESENTE JULGAMENTO. 1. Não merecem acolhida os Embargos de Declaração quando o acórdão recorrido não padece de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. 2. A parte embargante pretende dar nítido caráter infringente aos declaratórios, os quais não estão vocacionados a essa função, salvo em situações excepcionais, não caracterizadas no caso. 3. Embargos de Declaração rejeitados. Determinação de certificação do trânsito em julgado e baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão referente ao presente julgamento. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Em face do exposto, conheço dos embargos de declaração e os rejeito, determinando a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Supremo Tribunal Federal HC 178381 AGR-ED-ED-ED / SP Em face do exposto, conheço dos embargos de declaração e os rejeito, determinando a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F04-F069-1619-C24B e senha E758-0D1F-6337-E80B Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES EMBTE.(S) : ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) : LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ (307123/SP) E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) : VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração e determinou a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98F4-9F6F-1ADB-DC26 e senha 303D-C098-F642-07EC Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO HABEAS CORPUS 178.381 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES EMBTE.(S) : ARQUIMEDES CARRILHO CELERI ADV.(A/S) : LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ (307123/SP) E OUTRO(A/S) EMBDO.(A/S) : VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração e determinou a baixa imediata dos autos, independentemente da publicação do acórdão, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98F4-9F6F-1ADB-DC26 e senha 303D-C098-F642-07EC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 178 . 381 SÃO", "HC 178381 AGR", "HC 178381 AGR -", "HABEAS CORPUS 178 . 381", "HABEAS CORPUS 178 . 381", "HABEAS CORPUS 178 . 381", "RHC 79 . 952 ED / MG", "AP 892 ED - ED / RS", "AP 863 AgR -", "AP 968 ED / SP", "HC 165 . 139 AgR - ED / PR", "HC 189 . 272 AgR - ED / RJ", "HC 183 . 195 ED", "HABEAS CORPUS 178 . 381", "RHC 79 . 952 ED / MG", "AP 892 ED -", "AP 863 AgR - ED / SP", "AP 968 ED / SP", "HC 165 . 139 AgR - ED / PR", "HC 189 . 272 AgR - ED / RJ", "HC 183 . 195 ED", "HC 178381 AGR - ED - ED - ED / SP", "RHC 156 . 734 AgR - ED / MG", "HC 178381 AGR", "RHC 156 . 734 AgR - ED / MG", "HC 178381 AGR - ED - ED - ED / SP", "ARE 1 . 123 . 866 AgR -", "ARE", "ARE 1 . 267 . 784 AgR - ED - AgR / SC", "HC 178 . 171 ED - AgR - ED - ED / SP", "Recurso Extraordinário 1 . 225 . 252 AgR - terceiro - ED - segundos / RS", "RHC 176 . 789 AgR - ED - ED / SP", "RHC 170 . 559 915 . 112 - ED - ED / MT", "HC 178381 AGR", "ARE 1 . 123 . 866 AgR - ED -", "ARE 1 . 158 . 085 AgR", "ARE 1 . 267 . 784 AgR -", "HC 178 . 171 ED - AgR - ED - ED / SP", "Recurso Extraordinário 1 . 225 . 252 AgR - terceiro - ED - segundos / RS", "RHC 176 . 789", "RHC 170 . 559 915 . 112 - ED - ED /", "HC 178381 AGR", "HC 178381 AGR", "HABEAS CORPUS 178 . 381", "HABEAS CORPUS 178 . 381" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 619 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 619 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 619 do Código de Processo Penal", "Código de Processo Penal", "Código de Processo Penal", "Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 619 do Código de Processo Penal", "Código de Processo Penal", "Código de Processo Penal", "Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 619 , DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 ." ], "LOCAL": [ "Brasília", "Brasília", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "São Paulo", "Rio de Janeiro", "São Paulo", "São Paulo", "Rio de Janeiro", "São Paulo", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Saraiva", "Forense", "Atlas", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Saraiva", "Forense", "Atlas", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "NUNES MARQUES", "ARQUIMEDES CARRILHO CELERI", "LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "ARQUIMEDES CARRILHO CELERI", "LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "ARQUIMEDES", "LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "Celso de Mello", "Luiz Fux", "Edson Fachin", "Luiz Fux", "Edson Fachin", "Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "NUNES MARQUES", "Celso de Mello", "Luiz Fux", "Edson Fachin", "Luiz Fux", "Edson Fachin", "Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "NUNES MARQUES", "Edson Fachin", "MARCÃO , Renato", "NUCCI , Guilherme de Souza", "Eugênio Pacelli", "Edson Fachin", "MARCÃO , Renato", "NUCCI , Guilherme de Souza", "Eugênio Pacelli", "NUNES MARQUES", "Gilmar Mendes", "Edson Fachin", "Ricardo Lewandowski", "Celso de Mello", "Alexandre de Moraes", "Gilmar Mendes", "Edson Fachin", "Ricardo Lewandowski", "Celso de Mello", "Alexandre de Moraes", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "ARQUIMEDES CARRILHO CELERI", "LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky", "NUNES MARQUES", "ARQUIMEDES CARRILHO CELERI", "LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA SANTOS KUNTZ", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16 de agosto de 2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16 de agosto de 2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "/", "24", "/", "08", "/", "2001", "2016", "2016", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "2016", "2016", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "6", ".", "8", ".", "2021", "16", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", ".", "8", ".", "2021", "16", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.291.689 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :S.R.P. ADV.(A/S) :FREDERICO THADEU DE TORRES FERREIRA PEIXOTO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMENTA Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário com agravo. Direito Penal e Processual Penal. Condenação penal transitada em julgado. Suspensão dos direitos políticos (art. 15, III, da CF). Autoaplicabilidade. Suspensão condicional da pena. Irrelevância. Precedentes. Agravo regimental não provido. 1. A regra de suspensão dos direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF é autoaplicável, pois é consequência imediata da sentença penal condenatória transitada em julgado (RE nº 601.182/MG, Tribunal Pleno, red. do ac. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 2/10/19). 2. A suspensão condicional da pena não impede a suspensão dos direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado (ARE nº 1.046.939-AgR/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 5/9/19). 3. Agravo regimental não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 21 a 28/5/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1357-4448-960D-4C39 e senha C41C-B4BB-5F84-6A46 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 3 Ementa e Acórdão ARE 1291689 ED-AGR / MG Relator, Ministro Dias Toffoli, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1357-4448-960D-4C39 e senha C41C-B4BB-5F84-6A46 Supremo Tribunal Federal ARE 1291689 ED-AGR / MG Relator, Ministro Dias Toffoli, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1357-4448-960D-4C39 e senha C41C-B4BB-5F84-6A46 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 3 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.291.689 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : S.R.P. ADV.(A/S) : FREDERICO THADEU DE TORRES FERREIRA PEIXOTO (128312/MG) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C901-6FBD-D6DB-4CD6 e senha 5827-5BDF-2369-30CD Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.291.689 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : S.R.P. ADV.(A/S) : FREDERICO THADEU DE TORRES FERREIRA PEIXOTO (128312/MG) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C901-6FBD-D6DB-4CD6 e senha 5827-5BDF-2369-30CD Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 3
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756774066
2021-05-31T00:00:00
2021-08-16T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário com agravo. Direito Penal e Processual Penal. Condenação penal transitada em julgado. Suspensão dos direitos políticos (art. 15, III, da CF). Autoaplicabilidade. Suspensão condicional da pena. Irrelevância. Precedentes. Agravo regimental não provido. 1. A regra de suspensão dos direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF é autoaplicável, pois é consequência imediata da sentença penal condenatória transitada em julgado (RE nº 601.182/MG, Tribunal Pleno, red. do ac. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 2/10/19). 2. A suspensão condicional da pena não impede a suspensão dos direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado (ARE nº 1.046.939-AgR/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 5/9/19). 3. Agravo regimental não provido.
sjur450933
- Acórdão(s) citado(s): (SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS, SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA, DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO) RE 601182 (TP), ARE 1046939 AgR (2ªT). Número de páginas: 3. Análise: 12/01/2022, AMS.
DIAS TOFFOLI
Primeira Turma
1291689
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00015 INC-00003\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL" ]
ARE-ED-AgR
acordaos
ARE 1291689 ED-AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : S.R.P. ADV.(A/S) : FREDERICO THADEU DE TORRES FERREIRA PEIXOTO AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
[ "" ]
Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.291.689 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :S.R.P. ADV.(A/S) :FREDERICO THADEU DE TORRES FERREIRA PEIXOTO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMENTA Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário com agravo. Direito Penal e Processual Penal. Condenação penal transitada em julgado. Suspensão dos direitos políticos (art. 15, III, da Constituição Federal de 1988). Autoaplicabilidade. Suspensão condicional da pena. Irrelevância. Precedentes. Agravo regimental não provido. 1. A regra de suspensão dos direitos políticos prevista no art. 15, III, da Constituição Federal de 1988 é autoaplicável, pois é consequência imediata da sentença penal condenatória transitada em julgado (Recurso Extraordinário n 601.182/MG, Tribunal Pleno, red. do ac. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 2/10/19). 2. A suspensão condicional da pena não impede a suspensão dos direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado (ARE n 1.046.939-AgR/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 5/9/19). 3. Agravo regimental não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 21 a 28/5/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1357-4448-960D-4C39 e senha C41C-B4BB-5F84-6A46 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 3 Ementa e Acórdão ARE 1291689 ED-AGR / MG Relator, Ministro Dias Toffoli, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1357-4448-960D-4C39 e senha C41C-B4BB-5F84-6A46 Supremo Tribunal Federal ARE 1291689 ED-AGR / MG Relator, Ministro Dias Toffoli, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1357-4448-960D-4C39 e senha C41C-B4BB-5F84-6A46 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 3 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.291.689 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : S.R.P. ADV.(A/S) : FREDERICO THADEU DE TORRES FERREIRA PEIXOTO (128312/MG) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C901-6FBD-D6DB-4CD6 e senha 5827-5BDF-2369-30CD Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.291.689 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : S.R.P. ADV.(A/S) : FREDERICO THADEU DE TORRES FERREIRA PEIXOTO (128312/MG) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C901-6FBD-D6DB-4CD6 e senha 5827-5BDF-2369-30CD Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 3
{ "JURISPRUDENCIA": [ "Recurso Extraordinário n 601 . 182 / MG", "ARE n 1 . 046 . 939 - AgR /" ], "LEGISLACAO": [ "art . 15 , III , da Constituição Federal de 1988", "art . 15 , III , da Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MINAS GERAIS", "ESTADO DE MINAS GERAIS", "Brasília", "Brasília", "MINAS GERAIS", "ESTADO DE MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "ESTADO DE MINAS GERAIS" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS", "Tribunal Pleno", "Segunda Turma", "Primeira Turma do", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS", "Primeira", "Primeira", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "DIAS TOFFOLI", "FREDERICO THADEU DE TORRES FERREIRA PEIXOTO", "Alexandre de Moraes", "Gilmar Mendes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "DIAS TOFFOLI", "FREDERICO THADEU DE TORRES FERREIRA PEIXOTO", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "DIAS TOFFOLI", "FREDERICO THADEU DE TORRES FERREIRA", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "2", "/", "10", "/", "19", "5", "/", "9", "/", "19", "21", "28", "/", "5", "/", "21", "24", "/", "08", "/", "2001", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) :DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO ADV.(A/S) :HENRIQUE MARAVALHA MOLINA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (AL. A DO INC. VI DO ART. 150 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA) REFERENTE APENAS A IMPOSTO. REQUISITOS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual do Plenário, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8508-A75E-F39D-68D0 e senha E498-F609-2C84-E648 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Relatório 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) :DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO ADV.(A/S) :HENRIQUE MARAVALHA MOLINA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 12.4.2021, a ação cível originária ajuizada por Companhia de Águas e Esgotos de Roraima – CAER foi julgada parcialmente procedente nos seguintes termos: “AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (AL. A DO INC. VI DO ART. 150 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA) REFERENTE SOMENTE A IMPOSTO. REQUISITOS. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE” (e-doc. 41). Intimada dessa decisão em 23.4.2021, a União interpõe, em 2.6.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 48). 2. A agravante alega que “a presente ação sequer merecia conhecimento, vez que a parte autora formulou pedidos genéricos, pugnando pelo reconhecimento da imunidade tributária recíproca, sem especificar os atos administrativos de cobrança de exações” (fl. 4, e-doc. 48). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D374-FB22-D1E1-2705 e senha B685-B3FB-16F5-5D1B Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) :DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO ADV.(A/S) :HENRIQUE MARAVALHA MOLINA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 12.4.2021, a ação cível originária ajuizada por Companhia de Águas e Esgotos de Roraima – CAER foi julgada parcialmente procedente nos seguintes termos: “AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (AL. A DO INC. VI DO ART. 150 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA) REFERENTE SOMENTE A IMPOSTO. REQUISITOS. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE” (e-doc. 41). Intimada dessa decisão em 23.4.2021, a União interpõe, em 2.6.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 48). 2. A agravante alega que “a presente ação sequer merecia conhecimento, vez que a parte autora formulou pedidos genéricos, pugnando pelo reconhecimento da imunidade tributária recíproca, sem especificar os atos administrativos de cobrança de exações” (fl. 4, e-doc. 48). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D374-FB22-D1E1-2705 e senha B685-B3FB-16F5-5D1B Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório ACO 3297 AGR / DF Argumenta que “a CAER possui finalidade lucrativa, redistribuindo os lucros entre os acionistas – dentre eles, o próprio Estado de Roraima –, desatendendo ao segundo requisito elencado no RE 253.472, para que seja beneficiado pela imunidade tributária recíproca” (fl. 17, e-doc. 48). Sustenta que, “ao exigir procedimento licitatório, bem como a celebração de contrato de concessão, a Lei nº 14.026/2020 indica que a livre concorrência passará a reger o serviço de saneamento básico ” (fl. 20, e-doc. 48). Salienta que “eventual diferenciação no regime de tributação de empresas estatais, em detrimento do setor privado, teria o condão de mitigar os avanços promovidos pelo novo marco regulatório do saneamento básico, na direção contrária da mens legis da Lei nº 14.026/2020, que incentiva a atração de investimentos no setor” (fl. 22, e-doc. 48). Pede que “a) Este processo seja extinto sem exame de mérito, em razão da inépcia da petição inicial, nos termos do artigo 485, inciso I, do Código de Processo Civil; b) No mérito, a reconsideração da decisão agravada, para que seja julgada improcedente a ação, denegando-se o pedido de imunidade tributária recíproca formulado pelo autor” (fl. 23, e-doc. 48). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D374-FB22-D1E1-2705 e senha B685-B3FB-16F5-5D1B Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF Argumenta que “a CAER possui finalidade lucrativa, redistribuindo os lucros entre os acionistas – dentre eles, o próprio Estado de Roraima –, desatendendo ao segundo requisito elencado no RE 253.472, para que seja beneficiado pela imunidade tributária recíproca” (fl. 17, e-doc. 48). Sustenta que, “ao exigir procedimento licitatório, bem como a celebração de contrato de concessão, a Lei nº 14.026/2020 indica que a livre concorrência passará a reger o serviço de saneamento básico ” (fl. 20, e-doc. 48). Salienta que “eventual diferenciação no regime de tributação de empresas estatais, em detrimento do setor privado, teria o condão de mitigar os avanços promovidos pelo novo marco regulatório do saneamento básico, na direção contrária da mens legis da Lei nº 14.026/2020, que incentiva a atração de investimentos no setor” (fl. 22, e-doc. 48). Pede que “a) Este processo seja extinto sem exame de mérito, em razão da inépcia da petição inicial, nos termos do artigo 485, inciso I, do Código de Processo Civil; b) No mérito, a reconsideração da decisão agravada, para que seja julgada improcedente a ação, denegando-se o pedido de imunidade tributária recíproca formulado pelo autor” (fl. 23, e-doc. 48). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D374-FB22-D1E1-2705 e senha B685-B3FB-16F5-5D1B Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 DISTRITO FEDERAL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Como assentado na decisão agravada, este Supremo Tribunal firmou jurisprudência no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se refere somente a imposto. Assim, por exemplo: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM AGRAVO INTERNO ME RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. EXTENSÃO ÀS AUTARQUIAS. IMPOSSIBILIDADE. IMUNIDADE QUE ALCANÇA SOMENTE IMPOSTOS. 1. A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal – extensiva às autarquias e fundações públicas – tem aplicabilidade restrita a impostos, não se estendendo, em consequência, a outras espécies tributárias, a exemplo das contribuições sociais. Precedentes. 2. Nos termos do art. 85, §11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§2º e 3º, do CPC/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (RE n. 831.381-AgR-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 21.3.2018). “Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Contribuição previdenciária. Imunidade recíproca. Inexistência. Artigo 195, I, a, e II, da CF, na versão da EC nº 20/98. Lei nº 10.887/04. Exercentes de mandato eletivo. Agentes políticos. Condição de segurado do RGPS. Incidência das contribuições previdenciárias do segurado e do patrão. Possibilidade. 1. A Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 DISTRITO FEDERAL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Como assentado na decisão agravada, este Supremo Tribunal firmou jurisprudência no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se refere somente a imposto. Assim, por exemplo: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM AGRAVO INTERNO ME RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. EXTENSÃO ÀS AUTARQUIAS. IMPOSSIBILIDADE. IMUNIDADE QUE ALCANÇA SOMENTE IMPOSTOS. 1. A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal – extensiva às autarquias e fundações públicas – tem aplicabilidade restrita a impostos, não se estendendo, em consequência, a outras espécies tributárias, a exemplo das contribuições sociais. Precedentes. 2. Nos termos do art. 85, §11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§2º e 3º, do CPC/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (RE n. 831.381-AgR-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 21.3.2018). “Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Contribuição previdenciária. Imunidade recíproca. Inexistência. Artigo 195, I, a, e II, da CF, na versão da EC nº 20/98. Lei nº 10.887/04. Exercentes de mandato eletivo. Agentes políticos. Condição de segurado do RGPS. Incidência das contribuições previdenciárias do segurado e do patrão. Possibilidade. 1. A Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF imunidade recíproca do art. 150, VI, a, da Constituição alcança tão somente a espécie tributária imposto” (RE n. 626.837, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 1º.2.2018). “TRIBUTÁRIO. ICMS. AQUISIÇÕES DE BENS. MUNICÍPIO. CONTRIBUINTE DE FATO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito” (ARE n. 690.382 AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 17.12.2012). 3. Este Supremo Tribunal também consolidou jurisprudência no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se estende à sociedade de economia mista desde que comprovado seja o serviço público por ela prestado essencial, exclusivo e não concorrencial. Confiram-se, por exemplo, os seguintes julgados: “TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA CONTROLADA POR ENTE FEDERADO. CONDIÇÕES PARA APLICABILIDADE DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL. ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (CODESP). INSTRUMENTALIDADE ESTATAL. ARTS. 21, XII, f, 22, X, e 150, VI, a DA CONSTITUIÇÃO. DECRETO FEDERAL 85.309/1980. 1. IMUNIDADE RECÍPROCA. CARACTERIZAÇÃO. Segundo teste proposto pelo ministro-relator, a aplicabilidade da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constituição) deve passar por três estágios, sem prejuízo do atendimento de outras normas constitucionais e legais: 1.1. A imunidade tributária recíproca se aplica à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado, cuja tributação poderia colocar em risco a respectiva autonomia política. Em consequência, é incorreto ler a cláusula de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF imunidade recíproca do art. 150, VI, a, da Constituição alcança tão somente a espécie tributária imposto” (RE n. 626.837, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 1º.2.2018). “TRIBUTÁRIO. ICMS. AQUISIÇÕES DE BENS. MUNICÍPIO. CONTRIBUINTE DE FATO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito” (ARE n. 690.382 AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 17.12.2012). 3. Este Supremo Tribunal também consolidou jurisprudência no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se estende à sociedade de economia mista desde que comprovado seja o serviço público por ela prestado essencial, exclusivo e não concorrencial. Confiram-se, por exemplo, os seguintes julgados: “TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA CONTROLADA POR ENTE FEDERADO. CONDIÇÕES PARA APLICABILIDADE DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL. ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (CODESP). INSTRUMENTALIDADE ESTATAL. ARTS. 21, XII, f, 22, X, e 150, VI, a DA CONSTITUIÇÃO. DECRETO FEDERAL 85.309/1980. 1. IMUNIDADE RECÍPROCA. CARACTERIZAÇÃO. Segundo teste proposto pelo ministro-relator, a aplicabilidade da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constituição) deve passar por três estágios, sem prejuízo do atendimento de outras normas constitucionais e legais: 1.1. A imunidade tributária recíproca se aplica à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado, cuja tributação poderia colocar em risco a respectiva autonomia política. Em consequência, é incorreto ler a cláusula de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF imunização de modo a reduzi-la a mero instrumento destinado a dar ao ente federado condições de contratar em circunstâncias mais vantajosas, independentemente do contexto. 1.2. Atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política. 1.3. A desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre- concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. Em princípio, o sucesso ou a desventura empresarial devem pautar-se por virtudes e vícios próprios do mercado e da administração, sem que a intervenção do Estado seja favor preponderante. 2. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. EXPLORAÇÃO DE SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. CONTROLE ACIONÁRIO MAJORITÁRIO DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE INTUITO LUCRATIVO. FALTA DE RISCO AO EQUILÍBRIO CONCORRENCIAL E À LIVRE- INICIATIVA. Segundo se depreende dos autos, a Codesp é instrumentalidade estatal, pois: 2.1. Em uma série de precedentes, esta Corte reconheceu que a exploração dos portos marítimos, fluviais e lacustres caracteriza-se como serviço público. 2.2. O controle acionário da Codesp pertence em sua quase totalidade à União (99,97%). Falta da indicação de que a atividade da pessoa jurídica satisfaça primordialmente interesse de acúmulo patrimonial público ou privado. 2.3. Não há indicação de risco de quebra do equilíbrio concorrencial ou de livre-iniciativa, eis que ausente comprovação de que a Codesp concorra com outras entidades no campo de sua atuação. 3. Ressalva do ministro-relator, no sentido de que “cabe à autoridade fiscal indicar com precisão se a destinação concreta dada ao imóvel atende ao interesse público primário ou à geração de receita de interesse particular ou privado”. Recurso conhecido parcialmente e ao qual se dá parcial provimento” (RE n. 253.472, Redator para o acórdão o Ministro Joaquim Barbosa, Plenário, DJe 1º.2.2011). “AGRAVO INTERNO NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. ALCANCE DA 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF imunização de modo a reduzi-la a mero instrumento destinado a dar ao ente federado condições de contratar em circunstâncias mais vantajosas, independentemente do contexto. 1.2. Atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política. 1.3. A desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre- concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. Em princípio, o sucesso ou a desventura empresarial devem pautar-se por virtudes e vícios próprios do mercado e da administração, sem que a intervenção do Estado seja favor preponderante. 2. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. EXPLORAÇÃO DE SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. CONTROLE ACIONÁRIO MAJORITÁRIO DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE INTUITO LUCRATIVO. FALTA DE RISCO AO EQUILÍBRIO CONCORRENCIAL E À LIVRE- INICIATIVA. Segundo se depreende dos autos, a Codesp é instrumentalidade estatal, pois: 2.1. Em uma série de precedentes, esta Corte reconheceu que a exploração dos portos marítimos, fluviais e lacustres caracteriza-se como serviço público. 2.2. O controle acionário da Codesp pertence em sua quase totalidade à União (99,97%). Falta da indicação de que a atividade da pessoa jurídica satisfaça primordialmente interesse de acúmulo patrimonial público ou privado. 2.3. Não há indicação de risco de quebra do equilíbrio concorrencial ou de livre-iniciativa, eis que ausente comprovação de que a Codesp concorra com outras entidades no campo de sua atuação. 3. Ressalva do ministro-relator, no sentido de que “cabe à autoridade fiscal indicar com precisão se a destinação concreta dada ao imóvel atende ao interesse público primário ou à geração de receita de interesse particular ou privado”. Recurso conhecido parcialmente e ao qual se dá parcial provimento” (RE n. 253.472, Redator para o acórdão o Ministro Joaquim Barbosa, Plenário, DJe 1º.2.2011). “AGRAVO INTERNO NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. ALCANCE DA 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. ART. 150, VI, ‘A’, DA CRFB/88. NATUREZA PÚBLICA DOS SERVIÇOS DE ÁGUA E SANEAMENTO PRESTADOS POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA CORRESPONDENTE A 99,9996% DO CAPITAL SOCIAL. SERVIÇO PRESTADO DE MANEIRA EXCLUSIVA E NÃO CONCORRENCIAL. IRRELEVÂNCIA DO CAPITAL PRIVADO PARTICIPANTE DA COMPOSIÇÃO SOCIETÁRIA DA AUTORA. JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE NO SENTIDO DE QUE A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA ALCANÇA AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, ‘a’, da CRFB/88) é extensível às empresas públicas e às sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, notadamente quando prestados com cunho essencial e exclusivo. 2. In casu, trata-se de sociedade de economia mista que executa serviço público de modo exclusivo, com capital social fechado e quase que integralmente titularizado pelo Estado do Ceará (99,9996%), sem indicação de qualquer risco de quebra do equilíbrio concorrencial ou de livre-iniciativa, mercê da ausência de comprovação de que a COGERH concorra com outras entidades no campo de sua atuação. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (Ação Cível Originária n. 2.149-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 19.10.2017). “AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. DIREITO TRIBUTÁRIO. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. TRIBUTOS FEDERAIS. SERVIÇO PÚBLICO DE CUNHO ESSENCIAL E DE EXPLORAÇÃO EXCLUSIVA. SANEAMENTO. TRATAMENTO DE ÁGUA. COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO. 1. A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo. Precedente: RE 253.472, Rel. Min. Marco 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. ART. 150, VI, ‘A’, DA CRFB/88. NATUREZA PÚBLICA DOS SERVIÇOS DE ÁGUA E SANEAMENTO PRESTADOS POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA CORRESPONDENTE A 99,9996% DO CAPITAL SOCIAL. SERVIÇO PRESTADO DE MANEIRA EXCLUSIVA E NÃO CONCORRENCIAL. IRRELEVÂNCIA DO CAPITAL PRIVADO PARTICIPANTE DA COMPOSIÇÃO SOCIETÁRIA DA AUTORA. JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE NO SENTIDO DE QUE A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA ALCANÇA AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, ‘a’, da CRFB/88) é extensível às empresas públicas e às sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, notadamente quando prestados com cunho essencial e exclusivo. 2. In casu, trata-se de sociedade de economia mista que executa serviço público de modo exclusivo, com capital social fechado e quase que integralmente titularizado pelo Estado do Ceará (99,9996%), sem indicação de qualquer risco de quebra do equilíbrio concorrencial ou de livre-iniciativa, mercê da ausência de comprovação de que a COGERH concorra com outras entidades no campo de sua atuação. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (Ação Cível Originária n. 2.149-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 19.10.2017). “AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. DIREITO TRIBUTÁRIO. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. TRIBUTOS FEDERAIS. SERVIÇO PÚBLICO DE CUNHO ESSENCIAL E DE EXPLORAÇÃO EXCLUSIVA. SANEAMENTO. TRATAMENTO DE ÁGUA. COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO. 1. A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo. Precedente: RE 253.472, Rel. Min. Marco 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF Aurélio, Redator para o acórdão Min. Joaquim Babosa, Pleno, DJe 1º.02.2011. 2. Acerca da natureza do serviço público de saneamento básico, trata-se de compreensão iterativa do Supremo Tribunal Federal ser interesse comum dos entes federativos, vocacionado à formação de monopólio natural, com altos custos operacionais. Precedente: ADI 1.842, de relatoria do ministro Luiz Fux e com acórdão redigido pelo Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 16.09.2013. 3. A empresa estatal presta serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto, de forma exclusiva, por meio de convênios municipais. Constata-se que a participação privada no quadro societário é irrisória e não há intuito lucrativo. Não há risco ao equilíbrio concorrencial ou à livre iniciativa, pois o tratamento de água e esgoto consiste em regime de monopólio natural e não se comprovou concorrência com outras sociedades empresárias no mercado relevante. Precedentes: ARE-AgR 763.000, de relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 30.09.2014 (CESAN); RE-AgR 631.309, de relatoria do Ministro Ayres Britto, Segunda Turma, DJe 26.04.2012; e ACO-AgR-segundo 2.243, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 27.05.2016. 4. A cobrança de tarifa, isoladamente considerada, não possui aptidão para descaracterizar a regra imunizante prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição da República. Precedente: RE-AgR 482.814, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 14.12.2011. 5. Agravo regimental a que se nega provimento, com majoração de honorários advocatícios, nos termos do art. 85, § 11, do CPC” (Ação Cível Originária n. 2.730-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Plenário, DJe 3.4.2017). “Agravos regimentais em ação cível originária. Imunidade tributária recíproca. Artigo 150, VI, a, da CF/88. Possibilidade de reconhecimento a sociedade de economia mista, atendidos os pressupostos fixados pelo Supremo Tribunal Federal. Competência para apreciação da causa. Artigo 102, I, f, da CF/88. Interpretação restritiva. Exclusão de município do polo passivo. Direito a repetição do indébito e ao reenquadramento do sistema de PIS/COFINS. Matérias de ordem infraconstitucional inaptas a abalar o pacto 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF Aurélio, Redator para o acórdão Min. Joaquim Babosa, Pleno, DJe 1º.02.2011. 2. Acerca da natureza do serviço público de saneamento básico, trata-se de compreensão iterativa do Supremo Tribunal Federal ser interesse comum dos entes federativos, vocacionado à formação de monopólio natural, com altos custos operacionais. Precedente: ADI 1.842, de relatoria do ministro Luiz Fux e com acórdão redigido pelo Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 16.09.2013. 3. A empresa estatal presta serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto, de forma exclusiva, por meio de convênios municipais. Constata-se que a participação privada no quadro societário é irrisória e não há intuito lucrativo. Não há risco ao equilíbrio concorrencial ou à livre iniciativa, pois o tratamento de água e esgoto consiste em regime de monopólio natural e não se comprovou concorrência com outras sociedades empresárias no mercado relevante. Precedentes: ARE-AgR 763.000, de relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 30.09.2014 (CESAN); RE-AgR 631.309, de relatoria do Ministro Ayres Britto, Segunda Turma, DJe 26.04.2012; e ACO-AgR-segundo 2.243, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 27.05.2016. 4. A cobrança de tarifa, isoladamente considerada, não possui aptidão para descaracterizar a regra imunizante prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição da República. Precedente: RE-AgR 482.814, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 14.12.2011. 5. Agravo regimental a que se nega provimento, com majoração de honorários advocatícios, nos termos do art. 85, § 11, do CPC” (Ação Cível Originária n. 2.730-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Plenário, DJe 3.4.2017). “Agravos regimentais em ação cível originária. Imunidade tributária recíproca. Artigo 150, VI, a, da CF/88. Possibilidade de reconhecimento a sociedade de economia mista, atendidos os pressupostos fixados pelo Supremo Tribunal Federal. Competência para apreciação da causa. Artigo 102, I, f, da CF/88. Interpretação restritiva. Exclusão de município do polo passivo. Direito a repetição do indébito e ao reenquadramento do sistema de PIS/COFINS. Matérias de ordem infraconstitucional inaptas a abalar o pacto 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF federativo. Agravos regimentais não providos. 1. Nos autos do RE nº 253.472/SP, esta Corte firmou o entendimento de que é possível a extensão da imunidade tributária recíproca às sociedades de economia mistas prestadoras de serviço público, desde que observados os seguintes parâmetros: (i) a imunidade tributária recíproca, quando reconhecida, se aplica apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; (ii) atividades de exploração econômica destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares devem ser submetidas à tributação, por se apresentarem como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política; e c) a desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. 2. É possível a concessão de imunidade tributária recíproca à Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), pois, em que pese ostentar, como sociedade de economia mista, natureza de ente privado: (i) executa serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto; e (ii) o faz de modo exclusivo; (iii) o percentual de participação do Estado de Alagoas no capital social da empresa é de 99,96%; (iv) trata-se de empresa de capital fechado. São, ademais, tais premissas que, juntamente com o dispositivo do decisum, formam a coisa julgada, não havendo, destarte, que se falar que a mera possibilidade de alteração no quadro societário da empresa seria impedimento à prolação de decisão concessiva da imunidade tributária recíproca a sociedade de economia mista. 3. Em face da literalidade da norma inscrita no art. 102, I, f, da Carta Maior, não compete a esta Corte, em sede originária, processar e julgar causas na qual antagonizem sociedade de economia mista estadual e município, ainda que se trate de demanda versante sobre imunidade tributária recíproca em cujo polo passivo se situe também a União. 4. Questões referentes à repetição do indébito tributário e à mudança no regime de recolhimento do PIS e COFINS não guardam feição constitucional e não são aptas a atrair a competência do STF, ante a ausência de potencial para abalar o pacto federativo. 5. Agravos regimentais não providos” (Ação Cível Originária n. 2.243-AgR-segundo, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 27.5.2016). 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF federativo. Agravos regimentais não providos. 1. Nos autos do RE nº 253.472/SP, esta Corte firmou o entendimento de que é possível a extensão da imunidade tributária recíproca às sociedades de economia mistas prestadoras de serviço público, desde que observados os seguintes parâmetros: (i) a imunidade tributária recíproca, quando reconhecida, se aplica apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; (ii) atividades de exploração econômica destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares devem ser submetidas à tributação, por se apresentarem como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política; e c) a desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. 2. É possível a concessão de imunidade tributária recíproca à Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), pois, em que pese ostentar, como sociedade de economia mista, natureza de ente privado: (i) executa serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto; e (ii) o faz de modo exclusivo; (iii) o percentual de participação do Estado de Alagoas no capital social da empresa é de 99,96%; (iv) trata-se de empresa de capital fechado. São, ademais, tais premissas que, juntamente com o dispositivo do decisum, formam a coisa julgada, não havendo, destarte, que se falar que a mera possibilidade de alteração no quadro societário da empresa seria impedimento à prolação de decisão concessiva da imunidade tributária recíproca a sociedade de economia mista. 3. Em face da literalidade da norma inscrita no art. 102, I, f, da Carta Maior, não compete a esta Corte, em sede originária, processar e julgar causas na qual antagonizem sociedade de economia mista estadual e município, ainda que se trate de demanda versante sobre imunidade tributária recíproca em cujo polo passivo se situe também a União. 4. Questões referentes à repetição do indébito tributário e à mudança no regime de recolhimento do PIS e COFINS não guardam feição constitucional e não são aptas a atrair a competência do STF, ante a ausência de potencial para abalar o pacto federativo. 5. Agravos regimentais não providos” (Ação Cível Originária n. 2.243-AgR-segundo, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 27.5.2016). 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF Nem se alegue que deveria ser aplicado à espécie o decidido na Ação Cível Originária n. 1.460-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 11.12.2015. Naquela ação o Estado era acionário somente de 61,25% do capital social da sociedade de economia mista, sendo os demais acionários outras sociedades de economia mista e uma sociedade anônima. Havia distribuição de lucros a terceiros que tinham intuito lucrativo que beneficiaria agentes econômicos privados com possibilidade de risco ao equilíbrio concorrencial e à livre iniciativa. Na espécie em análise, a autora executa serviço público essencial de abastecimento de água e tratamento de esgoto de modo exclusivo, o percentual de participação de Roraima no capital social da empresa é de 98,99% (art. 8º do estatuto social, fl. 4, e-doc. 4) e não há risco ao equilíbrio concorrencial e à livre iniciativa. Preenche, portanto, os requisitos fixados por este Supremo Tribunal no RE n. 253.472 para extensão da imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República. 4. A autora pediu fosse declarada sua imunidade quanto aos “tributos federais que recaem sobre a Companhia” e “determinada a suspensão de todas as ações que tenham por objeto a cobrança desses tributos (...) que tramitam no âmbito do TRF1” (fl. 19, grifos nossos). A jurisprudência deste Supremo Tribunal é firme no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se refere somente a impostos, assim devendo ser reconhecido o direito da autora. 5. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF Nem se alegue que deveria ser aplicado à espécie o decidido na Ação Cível Originária n. 1.460-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 11.12.2015. Naquela ação o Estado era acionário somente de 61,25% do capital social da sociedade de economia mista, sendo os demais acionários outras sociedades de economia mista e uma sociedade anônima. Havia distribuição de lucros a terceiros que tinham intuito lucrativo que beneficiaria agentes econômicos privados com possibilidade de risco ao equilíbrio concorrencial e à livre iniciativa. Na espécie em análise, a autora executa serviço público essencial de abastecimento de água e tratamento de esgoto de modo exclusivo, o percentual de participação de Roraima no capital social da empresa é de 98,99% (art. 8º do estatuto social, fl. 4, e-doc. 4) e não há risco ao equilíbrio concorrencial e à livre iniciativa. Preenche, portanto, os requisitos fixados por este Supremo Tribunal no RE n. 253.472 para extensão da imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República. 4. A autora pediu fosse declarada sua imunidade quanto aos “tributos federais que recaem sobre a Companhia” e “determinada a suspensão de todas as ações que tenham por objeto a cobrança desses tributos (...) que tramitam no âmbito do TRF1” (fl. 19, grifos nossos). A jurisprudência deste Supremo Tribunal é firme no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se refere somente a impostos, assim devendo ser reconhecido o direito da autora. 5. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 17/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) : DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO (550/RR) ADV.(A/S) : HENRIQUE MARAVALHA MOLINA (1546/RR) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 80AE-DE24-59BC-118E e senha 02E2-0B8D-607D-E479 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) : DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO (550/RR) ADV.(A/S) : HENRIQUE MARAVALHA MOLINA (1546/RR) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 80AE-DE24-59BC-118E e senha 02E2-0B8D-607D-E479 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756889419
2021-08-17T00:00:00
2021-08-24T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (AL. A DO INC. VI DO ART. 150 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA) REFERENTE APENAS A IMPOSTO. REQUISITOS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
sjur451292
- Acórdão(s) citado(s): (SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA, IMPOSTO) RE 626837 (TP), ARE 690382 AgR (2ªT), RE 831381 AgR-AgR (1ªT). (IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA, SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, SERVIÇO PÚBLICO ESSENCIAL) RE 253472 (TP), ACO 1460 AgR (TP), ACO 2243 AgR-segundo (TP), ACO 2730 AgR (TP), ACO 2149 AgR (1ªT). Número de páginas: 12. Análise: 25/04/2022, JSF.
CÁRMEN LÚCIA
Tribunal Pleno
3297
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00150 INC-00006 LET-A\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL" ]
ACO-AgR
acordaos
ACO 3297 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) : DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO ADV.(A/S) : HENRIQUE MARAVALHA MOLINA
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) :DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO ADV.(A/S) :HENRIQUE MARAVALHA MOLINA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (AL. A DO INC. VI DO ART. 150 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA) REFERENTE APENAS A IMPOSTO. REQUISITOS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual do Plenário, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8508-A75E-F39D-68D0 e senha E498-F609-2C84-E648 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Relatório 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) :DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO ADV.(A/S) :HENRIQUE MARAVALHA MOLINA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 12.4.2021, a ação cível originária ajuizada por Companhia de Águas e Esgotos de Roraima – CAER foi julgada parcialmente procedente nos seguintes termos: “AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (AL. A DO INC. VI DO ART. 150 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA) REFERENTE SOMENTE A IMPOSTO. REQUISITOS. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE” (e-doc. 41). Intimada dessa decisão em 23.4.2021, a União interpõe, em 2.6.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 48). 2. A agravante alega que “a presente ação sequer merecia conhecimento, vez que a parte autora formulou pedidos genéricos, pugnando pelo reconhecimento da imunidade tributária recíproca, sem especificar os atos administrativos de cobrança de exações” (fl. 4, e-doc. 48). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D374-FB22-D1E1-2705 e senha B685-B3FB-16F5-5D1B Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) :DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO ADV.(A/S) :HENRIQUE MARAVALHA MOLINA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 12.4.2021, a ação cível originária ajuizada por Companhia de Águas e Esgotos de Roraima – CAER foi julgada parcialmente procedente nos seguintes termos: “AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (AL. A DO INC. VI DO ART. 150 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA) REFERENTE SOMENTE A IMPOSTO. REQUISITOS. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE” (e-doc. 41). Intimada dessa decisão em 23.4.2021, a União interpõe, em 2.6.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 48). 2. A agravante alega que “a presente ação sequer merecia conhecimento, vez que a parte autora formulou pedidos genéricos, pugnando pelo reconhecimento da imunidade tributária recíproca, sem especificar os atos administrativos de cobrança de exações” (fl. 4, e-doc. 48). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D374-FB22-D1E1-2705 e senha B685-B3FB-16F5-5D1B Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório ACO 3297 AGR / DF Argumenta que “a CAER possui finalidade lucrativa, redistribuindo os lucros entre os acionistas – dentre eles, o próprio Estado de Roraima –, desatendendo ao segundo requisito elencado no Recurso Extraordinário 253.472, para que seja beneficiado pela imunidade tributária recíproca” (fl. 17, e-doc. 48). Sustenta que, “ao exigir procedimento licitatório, bem como a celebração de contrato de concessão, a Lei n 14.026/2020 indica que a livre concorrência passará a reger o serviço de saneamento básico ” (fl. 20, e-doc. 48). Salienta que “eventual diferenciação no regime de tributação de empresas estatais, em detrimento do setor privado, teria o condão de mitigar os avanços promovidos pelo novo marco regulatório do saneamento básico, na direção contrária da mens legis da Lei n 14.026/2020, que incentiva a atração de investimentos no setor” (fl. 22, e-doc. 48). Pede que “a) Este processo seja extinto sem exame de mérito, em razão da inépcia da petição inicial, nos termos do artigo 485, inciso I, do Código de Processo Civil; b) No mérito, a reconsideração da decisão agravada, para que seja julgada improcedente a ação, denegando-se o pedido de imunidade tributária recíproca formulado pelo autor” (fl. 23, e-doc. 48). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D374-FB22-D1E1-2705 e senha B685-B3FB-16F5-5D1B Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF Argumenta que “a CAER possui finalidade lucrativa, redistribuindo os lucros entre os acionistas – dentre eles, o próprio Estado de Roraima –, desatendendo ao segundo requisito elencado no Recurso Extraordinário 253.472, para que seja beneficiado pela imunidade tributária recíproca” (fl. 17, e-doc. 48). Sustenta que, “ao exigir procedimento licitatório, bem como a celebração de contrato de concessão, a Lei n 14.026/2020 indica que a livre concorrência passará a reger o serviço de saneamento básico ” (fl. 20, e-doc. 48). Salienta que “eventual diferenciação no regime de tributação de empresas estatais, em detrimento do setor privado, teria o condão de mitigar os avanços promovidos pelo novo marco regulatório do saneamento básico, na direção contrária da mens legis da Lei n 14.026/2020, que incentiva a atração de investimentos no setor” (fl. 22, e-doc. 48). Pede que “a) Este processo seja extinto sem exame de mérito, em razão da inépcia da petição inicial, nos termos do artigo 485, inciso I, do Código de Processo Civil; b) No mérito, a reconsideração da decisão agravada, para que seja julgada improcedente a ação, denegando-se o pedido de imunidade tributária recíproca formulado pelo autor” (fl. 23, e-doc. 48). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D374-FB22-D1E1-2705 e senha B685-B3FB-16F5-5D1B Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 DISTRITO FEDERAL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Como assentado na decisão agravada, este Supremo Tribunal firmou jurisprudência no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se refere somente a imposto. Assim, por exemplo: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM AGRAVO INTERNO ME RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. EXTENSÃO ÀS AUTARQUIAS. IMPOSSIBILIDADE. IMUNIDADE QUE ALCANÇA SOMENTE IMPOSTOS. 1. A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal – extensiva às autarquias e fundações públicas – tem aplicabilidade restrita a impostos, não se estendendo, em consequência, a outras espécies tributárias, a exemplo das contribuições sociais. Precedentes. 2. Nos termos do art. 85, §11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (Recurso Extraordinário n. 831.381-AgR-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 21.3.2018). “Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Contribuição previdenciária. Imunidade recíproca. Inexistência. Artigo 195, I, a, e II, da Constituição Federal de 1988, na versão da EC n 20/98. Lei n 10.887/04. Exercentes de mandato eletivo. Agentes políticos. Condição de segurado do RGPS. Incidência das contribuições previdenciárias do segurado e do patrão. Possibilidade. 1. A Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 DISTRITO FEDERAL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Como assentado na decisão agravada, este Supremo Tribunal firmou jurisprudência no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se refere somente a imposto. Assim, por exemplo: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM AGRAVO INTERNO ME RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. EXTENSÃO ÀS AUTARQUIAS. IMPOSSIBILIDADE. IMUNIDADE QUE ALCANÇA SOMENTE IMPOSTOS. 1. A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal – extensiva às autarquias e fundações públicas – tem aplicabilidade restrita a impostos, não se estendendo, em consequência, a outras espécies tributárias, a exemplo das contribuições sociais. Precedentes. 2. Nos termos do art. 85, §11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (Recurso Extraordinário n. 831.381-AgR-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 21.3.2018). “Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Contribuição previdenciária. Imunidade recíproca. Inexistência. Artigo 195, I, a, e II, da Constituição Federal de 1988, na versão da EC n 20/98. Lei n 10.887/04. Exercentes de mandato eletivo. Agentes políticos. Condição de segurado do RGPS. Incidência das contribuições previdenciárias do segurado e do patrão. Possibilidade. 1. A Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF imunidade recíproca do art. 150, VI, a, da Constituição alcança tão somente a espécie tributária imposto” (Recurso Extraordinário n. 626.837, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 1....2.2018). “TRIBUTÁRIO. ICMS. AQUISIÇÕES DE BENS. MUNICÍPIO. CONTRIBUINTE DE FATO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito” (ARE n. 690.382 AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 17.12.2012). 3. Este Supremo Tribunal também consolidou jurisprudência no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se estende à sociedade de economia mista desde que comprovado seja o serviço público por ela prestado essencial, exclusivo e não concorrencial. Confiram-se, por exemplo, os seguintes julgados: “TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA CONTROLADA POR ENTE FEDERADO. CONDIÇÕES PARA APLICABILIDADE DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL. ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (CODESP). INSTRUMENTALIDADE ESTATAL. ARTS. 21, XII, f, 22, X, e 150, VI, a DA CONSTITUIÇÃO. DECRETO FEDERAL 85.309/1980. 1. IMUNIDADE RECÍPROCA. CARACTERIZAÇÃO. Segundo teste proposto pelo ministro-relator, a aplicabilidade da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constituição) deve passar por três estágios, sem prejuízo do atendimento de outras normas constitucionais e legais: 1.1. A imunidade tributária recíproca se aplica à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado, cuja tributação poderia colocar em risco a respectiva autonomia política. Em consequência, é incorreto ler a cláusula de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF imunidade recíproca do art. 150, VI, a, da Constituição alcança tão somente a espécie tributária imposto” (Recurso Extraordinário n. 626.837, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 1....2.2018). “TRIBUTÁRIO. ICMS. AQUISIÇÕES DE BENS. MUNICÍPIO. CONTRIBUINTE DE FATO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito” (ARE n. 690.382 AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 17.12.2012). 3. Este Supremo Tribunal também consolidou jurisprudência no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se estende à sociedade de economia mista desde que comprovado seja o serviço público por ela prestado essencial, exclusivo e não concorrencial. Confiram-se, por exemplo, os seguintes julgados: “TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA CONTROLADA POR ENTE FEDERADO. CONDIÇÕES PARA APLICABILIDADE DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL. ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (CODESP). INSTRUMENTALIDADE ESTATAL. ARTS. 21, XII, f, 22, X, e 150, VI, a DA CONSTITUIÇÃO. DECRETO FEDERAL 85.309/1980. 1. IMUNIDADE RECÍPROCA. CARACTERIZAÇÃO. Segundo teste proposto pelo ministro-relator, a aplicabilidade da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constituição) deve passar por três estágios, sem prejuízo do atendimento de outras normas constitucionais e legais: 1.1. A imunidade tributária recíproca se aplica à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado, cuja tributação poderia colocar em risco a respectiva autonomia política. Em consequência, é incorreto ler a cláusula de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF imunização de modo a reduzi-la a mero instrumento destinado a dar ao ente federado condições de contratar em circunstâncias mais vantajosas, independentemente do contexto. 1.2. Atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política. 1.3. A desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre- concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. Em princípio, o sucesso ou a desventura empresarial devem pautar-se por virtudes e vícios próprios do mercado e da administração, sem que a intervenção do Estado seja favor preponderante. 2. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. EXPLORAÇÃO DE SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. CONTROLE ACIONÁRIO MAJORITÁRIO DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE INTUITO LUCRATIVO. FALTA DE RISCO AO EQUILÍBRIO CONCORRENCIAL E À LIVRE- INICIATIVA. Segundo se depreende dos autos, a Codesp é instrumentalidade estatal, pois: 2.1. Em uma série de precedentes, esta Corte reconheceu que a exploração dos portos marítimos, fluviais e lacustres caracteriza-se como serviço público. 2.2. O controle acionário da Codesp pertence em sua quase totalidade à União (99,97%). Falta da indicação de que a atividade da pessoa jurídica satisfaça primordialmente interesse de acúmulo patrimonial público ou privado. 2.3. Não há indicação de risco de quebra do equilíbrio concorrencial ou de livre-iniciativa, eis que ausente comprovação de que a Codesp concorra com outras entidades no campo de sua atuação. 3. Ressalva do ministro-relator, no sentido de que “cabe à autoridade fiscal indicar com precisão se a destinação concreta dada ao imóvel atende ao interesse público primário ou à geração de receita de interesse particular ou privado”. Recurso conhecido parcialmente e ao qual se dá parcial provimento” (Recurso Extraordinário n. 253.472, Redator para o acórdão o Ministro Joaquim Barbosa, Plenário, DJe 1....2.2011). “AGRAVO INTERNO NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. ALCANCE DA 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF imunização de modo a reduzi-la a mero instrumento destinado a dar ao ente federado condições de contratar em circunstâncias mais vantajosas, independentemente do contexto. 1.2. Atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política. 1.3. A desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre- concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. Em princípio, o sucesso ou a desventura empresarial devem pautar-se por virtudes e vícios próprios do mercado e da administração, sem que a intervenção do Estado seja favor preponderante. 2. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. EXPLORAÇÃO DE SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. CONTROLE ACIONÁRIO MAJORITÁRIO DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE INTUITO LUCRATIVO. FALTA DE RISCO AO EQUILÍBRIO CONCORRENCIAL E À LIVRE- INICIATIVA. Segundo se depreende dos autos, a Codesp é instrumentalidade estatal, pois: 2.1. Em uma série de precedentes, esta Corte reconheceu que a exploração dos portos marítimos, fluviais e lacustres caracteriza-se como serviço público. 2.2. O controle acionário da Codesp pertence em sua quase totalidade à União (99,97%). Falta da indicação de que a atividade da pessoa jurídica satisfaça primordialmente interesse de acúmulo patrimonial público ou privado. 2.3. Não há indicação de risco de quebra do equilíbrio concorrencial ou de livre-iniciativa, eis que ausente comprovação de que a Codesp concorra com outras entidades no campo de sua atuação. 3. Ressalva do ministro-relator, no sentido de que “cabe à autoridade fiscal indicar com precisão se a destinação concreta dada ao imóvel atende ao interesse público primário ou à geração de receita de interesse particular ou privado”. Recurso conhecido parcialmente e ao qual se dá parcial provimento” (Recurso Extraordinário n. 253.472, Redator para o acórdão o Ministro Joaquim Barbosa, Plenário, DJe 1....2.2011). “AGRAVO INTERNO NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. ALCANCE DA 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. ART. 150, VI, ‘A’, DA CRFB/88. NATUREZA PÚBLICA DOS SERVIÇOS DE ÁGUA E SANEAMENTO PRESTADOS POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA CORRESPONDENTE A 99,9996% DO CAPITAL SOCIAL. SERVIÇO PRESTADO DE MANEIRA EXCLUSIVA E NÃO CONCORRENCIAL. IRRELEVÂNCIA DO CAPITAL PRIVADO PARTICIPANTE DA COMPOSIÇÃO SOCIETÁRIA DA AUTORA. JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE NO SENTIDO DE QUE A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA ALCANÇA AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, ‘a’, da CRFB/88) é extensível às empresas públicas e às sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, notadamente quando prestados com cunho essencial e exclusivo. 2. In casu, trata-se de sociedade de economia mista que executa serviço público de modo exclusivo, com capital social fechado e quase que integralmente titularizado pelo Estado do Ceará (99,9996%), sem indicação de qualquer risco de quebra do equilíbrio concorrencial ou de livre-iniciativa, mercê da ausência de comprovação de que a COGERH concorra com outras entidades no campo de sua atuação. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (Ação Cível Originária n. 2.149-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 19.10.2017). “AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. DIREITO TRIBUTÁRIO. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. TRIBUTOS FEDERAIS. SERVIÇO PÚBLICO DE CUNHO ESSENCIAL E DE EXPLORAÇÃO EXCLUSIVA. SANEAMENTO. TRATAMENTO DE ÁGUA. COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO. 1. A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo. Precedente: Recurso Extraordinário 253.472, Rel. Min. Marco 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. ART. 150, VI, ‘A’, DA CRFB/88. NATUREZA PÚBLICA DOS SERVIÇOS DE ÁGUA E SANEAMENTO PRESTADOS POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA CORRESPONDENTE A 99,9996% DO CAPITAL SOCIAL. SERVIÇO PRESTADO DE MANEIRA EXCLUSIVA E NÃO CONCORRENCIAL. IRRELEVÂNCIA DO CAPITAL PRIVADO PARTICIPANTE DA COMPOSIÇÃO SOCIETÁRIA DA AUTORA. JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE NO SENTIDO DE QUE A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA ALCANÇA AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, ‘a’, da CRFB/88) é extensível às empresas públicas e às sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, notadamente quando prestados com cunho essencial e exclusivo. 2. In casu, trata-se de sociedade de economia mista que executa serviço público de modo exclusivo, com capital social fechado e quase que integralmente titularizado pelo Estado do Ceará (99,9996%), sem indicação de qualquer risco de quebra do equilíbrio concorrencial ou de livre-iniciativa, mercê da ausência de comprovação de que a COGERH concorra com outras entidades no campo de sua atuação. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (Ação Cível Originária n. 2.149-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 19.10.2017). “AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. DIREITO TRIBUTÁRIO. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. TRIBUTOS FEDERAIS. SERVIÇO PÚBLICO DE CUNHO ESSENCIAL E DE EXPLORAÇÃO EXCLUSIVA. SANEAMENTO. TRATAMENTO DE ÁGUA. COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO. 1. A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo. Precedente: Recurso Extraordinário 253.472, Rel. Min. Marco 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF Aurélio, Redator para o acórdão Min. Joaquim Babosa, Pleno, DJe 1....02.2011. 2. Acerca da natureza do serviço público de saneamento básico, trata-se de compreensão iterativa do Supremo Tribunal Federal ser interesse comum dos entes federativos, vocacionado à formação de monopólio natural, com altos custos operacionais. Precedente: ADI 1.842, de relatoria do ministro Luiz Fux e com acórdão redigido pelo Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 16.09.2013. 3. A empresa estatal presta serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto, de forma exclusiva, por meio de convênios municipais. Constata-se que a participação privada no quadro societário é irrisória e não há intuito lucrativo. Não há risco ao equilíbrio concorrencial ou à livre iniciativa, pois o tratamento de água e esgoto consiste em regime de monopólio natural e não se comprovou concorrência com outras sociedades empresárias no mercado relevante. Precedentes: ARE-AgR 763.000, de relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 30.09.2014 (CESAN); Recurso Extraordinário-AgR 631.309, de relatoria do Ministro Ayres Britto, Segunda Turma, DJe 26.04.2012; e ACO-AgR-segundo 2.243, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 27.05.2016. 4. A cobrança de tarifa, isoladamente considerada, não possui aptidão para descaracterizar a regra imunizante prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição da República. Precedente: Recurso Extraordinário-AgR 482.814, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 14.12.2011. 5. Agravo regimental a que se nega provimento, com majoração de honorários advocatícios, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil” (Ação Cível Originária n. 2.730-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Plenário, DJe 3.4.2017). “Agravos regimentais em ação cível originária. Imunidade tributária recíproca. Artigo 150, VI, a, da Constituição Federal de 1988/88. Possibilidade de reconhecimento a sociedade de economia mista, atendidos os pressupostos fixados pelo Supremo Tribunal Federal. Competência para apreciação da causa. Artigo 102, I, f, da Constituição Federal de 1988/88. Interpretação restritiva. Exclusão de município do polo passivo. Direito a repetição do indébito e ao reenquadramento do sistema de PIS/COFINS. Matérias de ordem infraconstitucional inaptas a abalar o pacto 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF Aurélio, Redator para o acórdão Min. Joaquim Babosa, Pleno, DJe 1....02.2011. 2. Acerca da natureza do serviço público de saneamento básico, trata-se de compreensão iterativa do Supremo Tribunal Federal ser interesse comum dos entes federativos, vocacionado à formação de monopólio natural, com altos custos operacionais. Precedente: ADI 1.842, de relatoria do ministro Luiz Fux e com acórdão redigido pelo Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 16.09.2013. 3. A empresa estatal presta serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto, de forma exclusiva, por meio de convênios municipais. Constata-se que a participação privada no quadro societário é irrisória e não há intuito lucrativo. Não há risco ao equilíbrio concorrencial ou à livre iniciativa, pois o tratamento de água e esgoto consiste em regime de monopólio natural e não se comprovou concorrência com outras sociedades empresárias no mercado relevante. Precedentes: ARE-AgR 763.000, de relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 30.09.2014 (CESAN); Recurso Extraordinário-AgR 631.309, de relatoria do Ministro Ayres Britto, Segunda Turma, DJe 26.04.2012; e ACO-AgR-segundo 2.243, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 27.05.2016. 4. A cobrança de tarifa, isoladamente considerada, não possui aptidão para descaracterizar a regra imunizante prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição da República. Precedente: Recurso Extraordinário-AgR 482.814, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 14.12.2011. 5. Agravo regimental a que se nega provimento, com majoração de honorários advocatícios, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil” (Ação Cível Originária n. 2.730-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Plenário, DJe 3.4.2017). “Agravos regimentais em ação cível originária. Imunidade tributária recíproca. Artigo 150, VI, a, da Constituição Federal de 1988/88. Possibilidade de reconhecimento a sociedade de economia mista, atendidos os pressupostos fixados pelo Supremo Tribunal Federal. Competência para apreciação da causa. Artigo 102, I, f, da Constituição Federal de 1988/88. Interpretação restritiva. Exclusão de município do polo passivo. Direito a repetição do indébito e ao reenquadramento do sistema de PIS/COFINS. Matérias de ordem infraconstitucional inaptas a abalar o pacto 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF federativo. Agravos regimentais não providos. 1. Nos autos do Recurso Extraordinário n 253.472/SP, esta Corte firmou o entendimento de que é possível a extensão da imunidade tributária recíproca às sociedades de economia mistas prestadoras de serviço público, desde que observados os seguintes parâmetros: (i) a imunidade tributária recíproca, quando reconhecida, se aplica apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; (ii) atividades de exploração econômica destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares devem ser submetidas à tributação, por se apresentarem como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política; e c) a desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. 2. É possível a concessão de imunidade tributária recíproca à Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), pois, em que pese ostentar, como sociedade de economia mista, natureza de ente privado: (i) executa serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto; e (ii) o faz de modo exclusivo; (iii) o percentual de participação do Estado de Alagoas no capital social da empresa é de 99,96%; (iv) trata-se de empresa de capital fechado. São, ademais, tais premissas que, juntamente com o dispositivo do decisum, formam a coisa julgada, não havendo, destarte, que se falar que a mera possibilidade de alteração no quadro societário da empresa seria impedimento à prolação de decisão concessiva da imunidade tributária recíproca a sociedade de economia mista. 3. Em face da literalidade da norma inscrita no art. 102, I, f, da Carta Maior, não compete a esta Corte, em sede originária, processar e julgar causas na qual antagonizem sociedade de economia mista estadual e município, ainda que se trate de demanda versante sobre imunidade tributária recíproca em cujo polo passivo se situe também a União. 4. Questões referentes à repetição do indébito tributário e à mudança no regime de recolhimento do PIS e COFINS não guardam feição constitucional e não são aptas a atrair a competência do Supremo Tribunal Federal, ante a ausência de potencial para abalar o pacto federativo. 5. Agravos regimentais não providos” (Ação Cível Originária n. 2.243-AgR-segundo, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 27.5.2016). 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF federativo. Agravos regimentais não providos. 1. Nos autos do Recurso Extraordinário n 253.472/SP, esta Corte firmou o entendimento de que é possível a extensão da imunidade tributária recíproca às sociedades de economia mistas prestadoras de serviço público, desde que observados os seguintes parâmetros: (i) a imunidade tributária recíproca, quando reconhecida, se aplica apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; (ii) atividades de exploração econômica destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares devem ser submetidas à tributação, por se apresentarem como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política; e c) a desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. 2. É possível a concessão de imunidade tributária recíproca à Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), pois, em que pese ostentar, como sociedade de economia mista, natureza de ente privado: (i) executa serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto; e (ii) o faz de modo exclusivo; (iii) o percentual de participação do Estado de Alagoas no capital social da empresa é de 99,96%; (iv) trata-se de empresa de capital fechado. São, ademais, tais premissas que, juntamente com o dispositivo do decisum, formam a coisa julgada, não havendo, destarte, que se falar que a mera possibilidade de alteração no quadro societário da empresa seria impedimento à prolação de decisão concessiva da imunidade tributária recíproca a sociedade de economia mista. 3. Em face da literalidade da norma inscrita no art. 102, I, f, da Carta Maior, não compete a esta Corte, em sede originária, processar e julgar causas na qual antagonizem sociedade de economia mista estadual e município, ainda que se trate de demanda versante sobre imunidade tributária recíproca em cujo polo passivo se situe também a União. 4. Questões referentes à repetição do indébito tributário e à mudança no regime de recolhimento do PIS e COFINS não guardam feição constitucional e não são aptas a atrair a competência do Supremo Tribunal Federal, ante a ausência de potencial para abalar o pacto federativo. 5. Agravos regimentais não providos” (Ação Cível Originária n. 2.243-AgR-segundo, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 27.5.2016). 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF Nem se alegue que deveria ser aplicado à espécie o decidido na Ação Cível Originária n. 1.460-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 11.12.2015. Naquela ação o Estado era acionário somente de 61,25% do capital social da sociedade de economia mista, sendo os demais acionários outras sociedades de economia mista e uma sociedade anônima. Havia distribuição de lucros a terceiros que tinham intuito lucrativo que beneficiaria agentes econômicos privados com possibilidade de risco ao equilíbrio concorrencial e à livre iniciativa. Na espécie em análise, a autora executa serviço público essencial de abastecimento de água e tratamento de esgoto de modo exclusivo, o percentual de participação de Roraima no capital social da empresa é de 98,99% (art. 8... do estatuto social, fl. 4, e-doc. 4) e não há risco ao equilíbrio concorrencial e à livre iniciativa. Preenche, portanto, os requisitos fixados por este Supremo Tribunal no Recurso Extraordinário n. 253.472 para extensão da imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República. 4. A autora pediu fosse declarada sua imunidade quanto aos “tributos federais que recaem sobre a Companhia” e “determinada a suspensão de todas as ações que tenham por objeto a cobrança desses tributos (...) que tramitam no âmbito do TRF1” (fl. 19, grifos nossos). A jurisprudência deste Supremo Tribunal é firme no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se refere somente a impostos, assim devendo ser reconhecido o direito da autora. 5. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF Nem se alegue que deveria ser aplicado à espécie o decidido na Ação Cível Originária n. 1.460-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 11.12.2015. Naquela ação o Estado era acionário somente de 61,25% do capital social da sociedade de economia mista, sendo os demais acionários outras sociedades de economia mista e uma sociedade anônima. Havia distribuição de lucros a terceiros que tinham intuito lucrativo que beneficiaria agentes econômicos privados com possibilidade de risco ao equilíbrio concorrencial e à livre iniciativa. Na espécie em análise, a autora executa serviço público essencial de abastecimento de água e tratamento de esgoto de modo exclusivo, o percentual de participação de Roraima no capital social da empresa é de 98,99% (art. 8... do estatuto social, fl. 4, e-doc. 4) e não há risco ao equilíbrio concorrencial e à livre iniciativa. Preenche, portanto, os requisitos fixados por este Supremo Tribunal no Recurso Extraordinário n. 253.472 para extensão da imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República. 4. A autora pediu fosse declarada sua imunidade quanto aos “tributos federais que recaem sobre a Companhia” e “determinada a suspensão de todas as ações que tenham por objeto a cobrança desses tributos (...) que tramitam no âmbito do TRF1” (fl. 19, grifos nossos). A jurisprudência deste Supremo Tribunal é firme no sentido de que a imunidade tributária prevista na al. a do inc. VI do art. 150 da Constituição da República se refere somente a impostos, assim devendo ser reconhecido o direito da autora. 5. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ACO 3297 AGR / DF 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Supremo Tribunal Federal ACO 3297 AGR / DF 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5A-AE50-2546-FA06 e senha 34A4-CC8B-3CBE-C851 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 17/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) : DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO (550/RR) ADV.(A/S) : HENRIQUE MARAVALHA MOLINA (1546/RR) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 80AE-DE24-59BC-118E e senha 02E2-0B8D-607D-E479 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.297 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER ADV.(A/S) : DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO (550/RR) ADV.(A/S) : HENRIQUE MARAVALHA MOLINA (1546/RR) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 80AE-DE24-59BC-118E e senha 02E2-0B8D-607D-E479 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
{ "JURISPRUDENCIA": [ "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 297", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 297", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 297", "Recurso Extraordinário 253 . 472", "Recurso Extraordinário 253 . 472", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 297", "Recurso Extraordinário n . 831 . 381 - AgR - AgR", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 297", "Recurso Extraordinário n . 831 . 381 - AgR - AgR", "Recurso Extraordinário n . 626 . 837", "ARE n . 690 . 382 AgR", "ACO 3297 AGR / DF", "Recurso Extraordinário n . 626 . 837", "ARE n . 690 . 382 AgR", "Recurso Extraordinário n . 253 . 472", "Recurso Extraordinário n . 253 . 472", "ACO 3297", "Ação Cível Originária n . 2 . 149 - AgR", "Recurso Extraordinário 253 . 472", "ACO 3297 AGR / DF", "Ação Cível Originária n . 2 . 149 - AgR", "Recurso Extraordinário 253 . 472", "ACO 3297 AGR / DF", "ADI 1 . 842", "ARE", "-", "AgR 763 . 000", "Recurso Extraordinário - AgR 631 . 309", "ACO", "-", "AgR", "-", "segundo 2 . 243", "Recurso Extraordinário - AgR 482 . 814", "Ação Cível Originária n . 2 . 730 - AgR", "ACO 3297 AGR / DF", "ADI 1 . 842", "ARE", "-", "AgR 763 . 000", "Recurso Extraordinário - AgR 631 . 309", "ACO", "-", "AgR", "-", "segundo 2 . 243", "Recurso Extraordinário - AgR 482 . 814", "Ação Cível Originária n . 2 . 730 - AgR", "Recurso Extraordinário n 253 . 472 / SP", "Ação Cível Originária n . 2 . 243 - AgR - segundo", "ACO 3297 AGR /", "Recurso Extraordinário n 253 . 472 / SP", "Ação Cível Originária n . 2 . 243 - AgR - segundo", "Ação Cível Originária n . 1 . 460 - AgR", "Recurso Extraordinário n . 253 . 472", "ACO 3297", "Ação Cível Originária n . 1 . 460 - AgR", "Recurso Extraordinário n . 253 . 472", "ACO 3297 AGR / DF", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 297", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 297" ], "LEGISLACAO": [ "INC . VI DO ART . 150 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", ". . . , do Código de Processo Civil", "INC . VI DO ART . 150 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "INC . VI DO ART . 150 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Lei n 14 . 026 / 2020", "Lei n 14 . 026 / 2020", "artigo 485 , inciso I , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Lei n 14 . 026", "Lei n 14 . 026 / 2020", "artigo 485 , inciso I , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "al . a do inc . VI do art . 150 da Constituição da República", "art . 150 , VI , a , da Constituição Federal", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Artigo 195 , I , a , e II , da Constituição Federal de 1988", "EC n 20 / 98", "Lei n 10 . 887 / 04", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "al . a do inc . VI do art . 150 da Constituição da República", "art . 150 , VI , a , da Constituição Federal", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Artigo 195 , I , a , e II , da Constituição Federal de 1988", "EC n 20 / 98", "Lei n 10 . 887 / 04", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 150 , VI , a , da Constituição", "ART . 150 , VI , A , DA CONSTITUIÇÃO", "art . 150 , VI , a , da Constituição", "inc . VI do art . 150 da Constituição da República", "ARTS . 21 , XII , f , 22 , X , e 150 , VI , a DA CONSTITUIÇÃO", "DECRETO FEDERAL 85 . 309 / 1980", "art . 150 , VI , a da Constituição", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 150 , VI", "Constituição", "ART . 150 , VI , A , DA CONSTITUIÇÃO", "art . 150 , VI , a , da Constituição", "al . a do inc . VI do art . 150 da Constituição da República", "ARTS", "DECRETO FEDERAL 85 . 309 / 1980", "art . 150 , VI , a da Constituição", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "ART . 150 , VI , ‘ A ’ , DA CRFB / 88", "art . 150 , VI , ‘ a ’ , da CRFB / 88", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "ART . 150 , VI , ‘ A ’ , DA CRFB / 88", "art . 150 , VI , ‘ a ’ , da CRFB / 88", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 150 , VI , “ a ” , da Constituição da República", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Artigo 150 , VI , a , da Constituição Federal de 1988 / 88", "Artigo 102 , I , f , da Constituição Federal de 1988 / 88", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 150 , VI , “ a ” , da Constituição da República", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Artigo 150 , VI , a , da Constituição Federal de 1988 / 88", "Artigo 102 , I , f , da Constituição Federal de 1988 / 88", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 102 , I , f , da Carta Maior", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 102 , I , f , da Carta Maior", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "al . a do inc . 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de", "CAER", "SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL", "União", "Supremo Tribunal Federal", "/", "CAER", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "CAER", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal", "COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO", "CODESP", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal", "COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO", "CODESP", "Supremo Tribunal Federal", "/", "UNIÃO", "Codesp", "Codesp", "União", "Codesp", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SOCIEDADE", "UNIÃO", "Codesp", "Codesp", "União", "Codesp", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Estado do", "COGERH", "Primeira Turma", "COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA", "Primeira Turma", "COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Primeira Turma", "CESAN", "Segunda Turma", "Tribunal Pleno", "Segunda Turma", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Primeira Turma", "CESAN", "Segunda Turma", "Tribunal Pleno", "Segunda Turma", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Companhia de Saneamento de Alagoas", "CASAL", "Estado de Alagoas", "União", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Companhia de Saneamento de Alagoas", "CASAL", "Estado de Alagoas", "União", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "TRF1", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Supremo Tribunal", "TRF1", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "UNIÃO", "UNIÃO", "COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA CAER", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "UNIÃO", "UNIÃO", "COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE RORAIMA", "CAER", "Plenário", "Plenário" ], "PESSOA": [ "CÁRMEN LÚCIA", "DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO", "HENRIQUE MARAVALHA MOLINA", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO", "HENRIQUE MARAVALHA MOLINA", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO", "HENRIQUE MARAVALHA MOLINA", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "Roberto Barroso", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Roberto Barroso", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Joaquim Barbosa", "Cármen Lúcia", "Joaquim Barbosa", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Luiz Fux", "Marco", "Cármen Lúcia", "Luiz Fux", "Marco", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Aurélio", "Joaquim Babosa", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Luís Roberto Barroso", "Ayres Britto", "Dias Toffoli", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Cármen Lúcia", "Aurélio", "Joaquim Babosa", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Luís Roberto Barroso", "Ayres Britto", "Dias Toffoli", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA ACO 3297", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Roraima", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO", "HENRIQUE MARAVALHA MOLINA", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "CÁRMEN LÚCIA", "DEUSDEDITH FERREIRA ARAUJO", "HENRIQUE MARAVALHA MOLINA", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "17", "/", "08", "/", "2021", "6", ".", "8", ".", "2021", "16", ".", "8", ".", "2021", "17 de agosto de 2021", "17", "/", "08", "/", "2021", "12", ".", "4", ".", "2021", "23", ".", "4", ".", "2021", "2", ".", "6", ".", "2021", "17", "/", "08", "/", "2021", "12", ".", "4", ".", "2021", "23", ".", "4", ".", "2021", "2", ".", "6", ".", "2021", "17", "/", "08", "/", "2021", "21", ".", "3", ".", "2018", "17", "/", "08", "/", "2021", "21", ".", "3", ".", "2018", "1", ".", ".", ".", ".", "2", ".", "2018", "17", ".", "12", ".", "2012", "1", ".", ".", ".", ".", "2", ".", "2018", "17", ".", "12", ".", "2012", "1", ".", ".", ".", ".", "2", ".", "2011", "1", ".", ".", ".", ".", "2", ".", "2011", "19", ".", "10", 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Ementa e Acórdão 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 MATO GROSSO DO SUL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) :MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. PRISÃO CAUTELAR FUNDAMENTADA. GRAVIDADE CONCRETA DAS CONDUTAS IMPUTADAS E PERICULOSIDADE DO AGRAVANTE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 79ED-DBD4-EA70-31DC e senha 286D-BCA4-B2FF-72DF Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13 Relatório 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 MATO GROSSO DO SUL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) :MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 18.1.2021, foi negado seguimento ao habeas corpus, com requerimento de medida liminar, impetrado por Márcio Messias de Oliveira, advogado, em benefício de Elson Marques dos Santos, contra julgado da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça pelo qual, em 9.12.2020, negado provimento ao Agravo Regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus n. 138.183, Relator o Ministro Reynaldo Soares da Fonseca. 2. Publicada essa decisão no DJe de 21.1.2021, foi interposto, em 25.1.2021, tempestivamente, o presente agravo regimental. 3. O agravante alega ausência de fundamentação idônea para a prisão do paciente e dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, ressaltando que seria possível a aplicação de medidas cautelares diversas. Sustenta que “há mera suposição de que (...) teria praticado o Crime de Tráfico de Drogas, tipificado no art. 33 da Lei n.º 11.343/2006, visto que o simples fato de manter caixas guardadas em sua residência, as quais, insta salientar, não era sabido ao certo do seu conteúdo, não pode por si só ensejar a imputação do crime em comento, mormente manter cautelar tão severa quanto a PRISÃO. (…) vem pagando um alto preço pelo simples fato de ter prestado um favor Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F8EA-E758-4363-72F9 e senha EC8B-27E3-B91F-C9B5 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 MATO GROSSO DO SUL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) :MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 18.1.2021, foi negado seguimento ao habeas corpus, com requerimento de medida liminar, impetrado por Márcio Messias de Oliveira, advogado, em benefício de Elson Marques dos Santos, contra julgado da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça pelo qual, em 9.12.2020, negado provimento ao Agravo Regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus n. 138.183, Relator o Ministro Reynaldo Soares da Fonseca. 2. Publicada essa decisão no DJe de 21.1.2021, foi interposto, em 25.1.2021, tempestivamente, o presente agravo regimental. 3. O agravante alega ausência de fundamentação idônea para a prisão do paciente e dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, ressaltando que seria possível a aplicação de medidas cautelares diversas. Sustenta que “há mera suposição de que (...) teria praticado o Crime de Tráfico de Drogas, tipificado no art. 33 da Lei n.º 11.343/2006, visto que o simples fato de manter caixas guardadas em sua residência, as quais, insta salientar, não era sabido ao certo do seu conteúdo, não pode por si só ensejar a imputação do crime em comento, mormente manter cautelar tão severa quanto a PRISÃO. (…) vem pagando um alto preço pelo simples fato de ter prestado um favor Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F8EA-E758-4363-72F9 e senha EC8B-27E3-B91F-C9B5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13 Relatório HC 196224 AGR / MS a um conhecido, ora, se soubesse com certeza sobre conteúdo das caixas JAMAIS teria mantido em depósito tais substâncias, haja vista que no presente momento é a sua liberdade que está sendo cerceada, visto que se encontra preso preventivamente”. Estes os pedidos: “(...) 1. O recebimento do presente AGRAVO REGIMENTAL EM ORDEM DE HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR C/C IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO LEI N.º 12.403/2011, nos seus efeitos ativo e suspensivo, para fins de suspender a Decisão Monocrática (Peça n.º 07), a qual negou seguimento ao HABEAS CORPUS N.º 196224 MATO GROSSO DO SUL – NÚMERO ÚNICO 0111970- 18.2020.1.00.0000, para que seja feito seu devido processamento, reformando-se a r. Decisão, o que poderá ocorrer em Juízo de Retratação ou para que, caso não o faça a Autoridade Julgadora Agravada, apresente em mesa as razões do Agravo Regimental em anexo com a matéria penal debatida, na forma do artigo 317, §1º, do Regimento Interno do STF; 2. Que seja dado provimento aos pedidos requeridos na HABEAS CORPUS N.º 196224 MATO GROSSO DO SUL – NUMERAÇÃO ÚNICA 01119701820201000000, por ser medida de justiça”. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F8EA-E758-4363-72F9 e senha EC8B-27E3-B91F-C9B5 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS a um conhecido, ora, se soubesse com certeza sobre conteúdo das caixas JAMAIS teria mantido em depósito tais substâncias, haja vista que no presente momento é a sua liberdade que está sendo cerceada, visto que se encontra preso preventivamente”. Estes os pedidos: “(...) 1. O recebimento do presente AGRAVO REGIMENTAL EM ORDEM DE HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR C/C IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO LEI N.º 12.403/2011, nos seus efeitos ativo e suspensivo, para fins de suspender a Decisão Monocrática (Peça n.º 07), a qual negou seguimento ao HABEAS CORPUS N.º 196224 MATO GROSSO DO SUL – NÚMERO ÚNICO 0111970- 18.2020.1.00.0000, para que seja feito seu devido processamento, reformando-se a r. Decisão, o que poderá ocorrer em Juízo de Retratação ou para que, caso não o faça a Autoridade Julgadora Agravada, apresente em mesa as razões do Agravo Regimental em anexo com a matéria penal debatida, na forma do artigo 317, §1º, do Regimento Interno do STF; 2. Que seja dado provimento aos pedidos requeridos na HABEAS CORPUS N.º 196224 MATO GROSSO DO SUL – NUMERAÇÃO ÚNICA 01119701820201000000, por ser medida de justiça”. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F8EA-E758-4363-72F9 e senha EC8B-27E3-B91F-C9B5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 MATO GROSSO DO SUL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Ao proferir o julgado objeto da presente impetração, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça assentou: “(...) Inicialmente, é de se notar que a tese de negativa de autoria consiste em alegação de inocência, a qual não encontra espaço de análise na estreita via do habeas corpus ou do recurso ordinário, por demandar exame do contexto fático- probatório. Com efeito, segundo o STF, ‘não se admite no habeas corpus a análise aprofundada de fatos e provas, a fim de se verificar a inocência do Paciente’ (HC n. 115.116/RJ, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 16/9/2014, DJe 17/11/2014). Também é o entendimento desta Corte que ‘reconhecer a ausência, ou não, de elementos de autoria e materialidade delitiva acarreta, inevitavelmente, aprofundado reexame do conjunto fático- probatório, sendo impróprio na via do habeas corpus’ (RHC n. 119.441/CE, Relatora Ministra LAURITA VAZ, Sexta Turma, julgado em 7/11/2019, DJe 3/12/2019). A prisão preventiva é uma medida excepcional, de natureza cautelar, que autoriza o Estado, observadas as balizas legais e demonstrada a absoluta necessidade, a restringir a liberdade do cidadão antes de eventual condenação com trânsito em julgado (art. 5º, LXI, LXV, LXVI e art. 93, IX, da CF). (…) No caso, assim foi fundamentada a prisão (e-STJ fls. 112/113, destaquei): Nos termos do art. 312, do CPP, a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 MATO GROSSO DO SUL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Ao proferir o julgado objeto da presente impetração, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça assentou: “(...) Inicialmente, é de se notar que a tese de negativa de autoria consiste em alegação de inocência, a qual não encontra espaço de análise na estreita via do habeas corpus ou do recurso ordinário, por demandar exame do contexto fático- probatório. Com efeito, segundo o STF, ‘não se admite no habeas corpus a análise aprofundada de fatos e provas, a fim de se verificar a inocência do Paciente’ (HC n. 115.116/RJ, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 16/9/2014, DJe 17/11/2014). Também é o entendimento desta Corte que ‘reconhecer a ausência, ou não, de elementos de autoria e materialidade delitiva acarreta, inevitavelmente, aprofundado reexame do conjunto fático- probatório, sendo impróprio na via do habeas corpus’ (RHC n. 119.441/CE, Relatora Ministra LAURITA VAZ, Sexta Turma, julgado em 7/11/2019, DJe 3/12/2019). A prisão preventiva é uma medida excepcional, de natureza cautelar, que autoriza o Estado, observadas as balizas legais e demonstrada a absoluta necessidade, a restringir a liberdade do cidadão antes de eventual condenação com trânsito em julgado (art. 5º, LXI, LXV, LXVI e art. 93, IX, da CF). (…) No caso, assim foi fundamentada a prisão (e-STJ fls. 112/113, destaquei): Nos termos do art. 312, do CPP, a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, conforme redação dada pela Lei 13.964/2019. Aliado a isso, prevê o art. 313, do CPP que, será admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; ou se condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado; bem como, para os casos em que haja dúvida sobre a identidade civil da pessoa. Na hipótese dos autos, verifica-se pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, espécie e quantidade de substância apreendida, consistente em 129.400g (cento e vinte e nove quilos e quatrocentos gramas) de maconha acondicionada em 8 (oito) caixas de papelão e armazenadas no interior da residência do custodiado, conforme constatado pelos agentes da Polícia Federal quando do cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão da Operação Status-Equipe MS 13, conforme Laudo Preliminar acostado ao APF, que há prova da materialidade. O contexto da apreensão descrito no APF indica envolvimento em atividade de traficância, com indícios suficientes de autoria. Ademais, embora não registre antecedentes criminais, não houve a comprovação de trabalho lícito e residência fixa, não sendo recomendável a concessão de medida cautelar mais branda. Destarte, presentes o fumus comissi delicti e o periculum libertatis, entendo necessária a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, à luz do artigo 312, do CPP, imprescindível no caso ora em análise para garantia da ordem pública e aplicação da lei penal, bem como o perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, conforme descrito acima. Ressalto, outrossim, embora haja Recomendação do Conselho Nacional de Justiça acerca da máxima excepcionalidade na decretação de novas ordens de prisão preventiva no Período de Pandemia, verifica-se, in casu, o fato do crime de tráfico de drogas ser equiparado a hediondo, de modo que infiro não ser recomendável a concessão de medidas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, conforme redação dada pela Lei 13.964/2019. Aliado a isso, prevê o art. 313, do CPP que, será admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; ou se condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado; bem como, para os casos em que haja dúvida sobre a identidade civil da pessoa. Na hipótese dos autos, verifica-se pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, espécie e quantidade de substância apreendida, consistente em 129.400g (cento e vinte e nove quilos e quatrocentos gramas) de maconha acondicionada em 8 (oito) caixas de papelão e armazenadas no interior da residência do custodiado, conforme constatado pelos agentes da Polícia Federal quando do cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão da Operação Status-Equipe MS 13, conforme Laudo Preliminar acostado ao APF, que há prova da materialidade. O contexto da apreensão descrito no APF indica envolvimento em atividade de traficância, com indícios suficientes de autoria. Ademais, embora não registre antecedentes criminais, não houve a comprovação de trabalho lícito e residência fixa, não sendo recomendável a concessão de medida cautelar mais branda. Destarte, presentes o fumus comissi delicti e o periculum libertatis, entendo necessária a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, à luz do artigo 312, do CPP, imprescindível no caso ora em análise para garantia da ordem pública e aplicação da lei penal, bem como o perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, conforme descrito acima. Ressalto, outrossim, embora haja Recomendação do Conselho Nacional de Justiça acerca da máxima excepcionalidade na decretação de novas ordens de prisão preventiva no Período de Pandemia, verifica-se, in casu, o fato do crime de tráfico de drogas ser equiparado a hediondo, de modo que infiro não ser recomendável a concessão de medidas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS cautelares mais brandas. ISTO POSTO, preenchidos os requisitos legais, HOMOLOGO o Auto de Prisão em Flagrante e converto a prisão em flagrante delito em PRISÃO PREVENTIVA de ELSON MARQUES DOS SANTOS, nos termos do artigo 310, II, in fine, c.c artigos 312 e 313, do CPP. Ao examinar a matéria, o Tribunal manteve a custódia, ponderando o seguinte (e-STJ fls. 205/213): Segundo extrai-se dos autos, no dia 11 de setembro de 2020, por volta das 06h10min, na Rua Nhamundá, nº 1010, em Campo Grande/MS, uma equipe da Policia Federal, no cumprimento de mandado de busca e a apreensão (operação status- equipe MS 13), flagrou o paciente Elson Marques dos Santos, supostamente, guardando, em um dos quartos da residência, cerca de 129,2 kg (cento e vinte e nove quilos e duzentos gramas) de ‘maconha’, que estavam acondicionados em caixas de papelão, envoltas em fita adesiva, cujo entorpecente havia sido recebido no dia anterior. Tal empreitada, em tese, se deu mediante promessa de pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Em razão desse fato, o d. Juiz de Direito da Comarca de Campo Grande, ao homologar o auto de prisão em flagrante, entendeu por converter em prisão preventiva, diante do requerimento do Ministério Público (…). No caso em epígrafe, observa-se que o decreto prisional está calcado em decisão devidamente fundamentada, que demonstra os indícios suficientes de autoria da paciente no delito tipificado no artigo 33, caput, da Lei 11.343/06, bem como a necessidade da medida como forma, principalmente, de garantir a ordem pública e por conveniência da instrução criminal. Com efeito, quanto ao fummus comissi delicti, verifica- se que resta cristalino nos autos, notadamente em face dos elementos colhidos no curso da investigação policial, sobretudo pelo auto de prisão em flagrante, depoimento de testemunhas, auto de apreensão, laudo preliminar de constatação e 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS cautelares mais brandas. ISTO POSTO, preenchidos os requisitos legais, HOMOLOGO o Auto de Prisão em Flagrante e converto a prisão em flagrante delito em PRISÃO PREVENTIVA de ELSON MARQUES DOS SANTOS, nos termos do artigo 310, II, in fine, c.c artigos 312 e 313, do CPP. Ao examinar a matéria, o Tribunal manteve a custódia, ponderando o seguinte (e-STJ fls. 205/213): Segundo extrai-se dos autos, no dia 11 de setembro de 2020, por volta das 06h10min, na Rua Nhamundá, nº 1010, em Campo Grande/MS, uma equipe da Policia Federal, no cumprimento de mandado de busca e a apreensão (operação status- equipe MS 13), flagrou o paciente Elson Marques dos Santos, supostamente, guardando, em um dos quartos da residência, cerca de 129,2 kg (cento e vinte e nove quilos e duzentos gramas) de ‘maconha’, que estavam acondicionados em caixas de papelão, envoltas em fita adesiva, cujo entorpecente havia sido recebido no dia anterior. Tal empreitada, em tese, se deu mediante promessa de pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Em razão desse fato, o d. Juiz de Direito da Comarca de Campo Grande, ao homologar o auto de prisão em flagrante, entendeu por converter em prisão preventiva, diante do requerimento do Ministério Público (…). No caso em epígrafe, observa-se que o decreto prisional está calcado em decisão devidamente fundamentada, que demonstra os indícios suficientes de autoria da paciente no delito tipificado no artigo 33, caput, da Lei 11.343/06, bem como a necessidade da medida como forma, principalmente, de garantir a ordem pública e por conveniência da instrução criminal. Com efeito, quanto ao fummus comissi delicti, verifica- se que resta cristalino nos autos, notadamente em face dos elementos colhidos no curso da investigação policial, sobretudo pelo auto de prisão em flagrante, depoimento de testemunhas, auto de apreensão, laudo preliminar de constatação e 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS interrogatório do paciente, pois, segundo ele, teria recebido as caixas e, pela guarda, foi-lhe prometido a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais). (…) Ressalte-se que a grande quantidade e a natureza da droga são consideradas circunstâncias preponderantes pelo artigo 42 da Lei nº 11.343/06, e, em princípio, traduzem forte indício de periculosidade do agente, bem como de dedicação ao tráfico, e pode ser considerada um dado concreto, a justificar a confirmação da custódia excepcional em razão do efetivo risco à garantia da ordem pública, a exigir do julgador maior prudência na análise. (…) Com efeito, o decreto prisional está embasado na gravidade concreta do delito imputado ao paciente, eis que, segundo consta dos autos investigativos, este foi preso em flagrante por uma equipe da Policia Federal, no cumprimento de mandado de busca e a apreensão (operação status-equipe MS 13), supostamente, guardando, em um dos quartos da residência, cerca de 129,2 kg (cento e vinte e nove quilos e duzentos gramas) de ‘maconha’, que estavam acondicionados em caixas de papelão, envoltas em fita adesiva, cujo entorpecente havia sido recebido no dia anterior. Tal empreitada, em tese, se deu mediante promessa de pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Por certo, as circunstâncias que envolvem o caso enfocado, destacando-se a quantidade elevada de drogas, a utilização da residência do paciente como entreposto do tráfico de drogas, a promessa de pagamento de quantia pela guarda, a divisão de tarefas entre os agentes e os altos valores envolvidos em operações dessa magnitude, certamente evidenciam uma atividade elaborada e, possivelmente, suportada por organização criminosa, realçando fortes indicativos de periculosidade do paciente, ainda mais quando a descoberta do estupefacientes se deu quando do cumprimento de mandado de busca e apreensão, proveniente da operação ‘status-equipe MS 13’, deflagrada pela Polícia Federal. Imperioso ressaltar que esse é o modus operandi de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS interrogatório do paciente, pois, segundo ele, teria recebido as caixas e, pela guarda, foi-lhe prometido a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais). (…) Ressalte-se que a grande quantidade e a natureza da droga são consideradas circunstâncias preponderantes pelo artigo 42 da Lei nº 11.343/06, e, em princípio, traduzem forte indício de periculosidade do agente, bem como de dedicação ao tráfico, e pode ser considerada um dado concreto, a justificar a confirmação da custódia excepcional em razão do efetivo risco à garantia da ordem pública, a exigir do julgador maior prudência na análise. (…) Com efeito, o decreto prisional está embasado na gravidade concreta do delito imputado ao paciente, eis que, segundo consta dos autos investigativos, este foi preso em flagrante por uma equipe da Policia Federal, no cumprimento de mandado de busca e a apreensão (operação status-equipe MS 13), supostamente, guardando, em um dos quartos da residência, cerca de 129,2 kg (cento e vinte e nove quilos e duzentos gramas) de ‘maconha’, que estavam acondicionados em caixas de papelão, envoltas em fita adesiva, cujo entorpecente havia sido recebido no dia anterior. Tal empreitada, em tese, se deu mediante promessa de pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Por certo, as circunstâncias que envolvem o caso enfocado, destacando-se a quantidade elevada de drogas, a utilização da residência do paciente como entreposto do tráfico de drogas, a promessa de pagamento de quantia pela guarda, a divisão de tarefas entre os agentes e os altos valores envolvidos em operações dessa magnitude, certamente evidenciam uma atividade elaborada e, possivelmente, suportada por organização criminosa, realçando fortes indicativos de periculosidade do paciente, ainda mais quando a descoberta do estupefacientes se deu quando do cumprimento de mandado de busca e apreensão, proveniente da operação ‘status-equipe MS 13’, deflagrada pela Polícia Federal. Imperioso ressaltar que esse é o modus operandi de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS organizações criminosas que agem neste Estado, fatos públicos e notórios. (…) Portanto, no caso em epígrafe, a prisão cautelar encontra-se devidamente fundamentada na necessidade imperiosa de resguardar a ordem pública, diante da gravidade concreta da conduta apurada, que revela evidente inaptidão para responder ao processo em liberdade. (…) No tocante ao risco de contaminação pela Covid-19, a despeito do momento crítico vivenciado em nosso país, em decorrência da atual pandemia do ‘Coronavírus’, tal situação, por si só, não pode ser interpretada como uma espécie de ‘alvará de soltura’ para todo e qualquer indivíduo que se encontre encarcerado, pois, em contrapartida, ainda persiste o direito da coletividade de ver preservada a paz social, que não se desvincula da ideia de que o sistema de justiça penal há de ser efetivo, de modo a evitar a reiteração criminosa e a intensificação da insegurança social. Com efeito, se por um lado é dever do Estado salvaguardar a vida, a saúde e a integridade física e psíquica dos internos do sistema prisional, também o é, por outro viés, promover a paz e a segurança da sociedade, cuja essência reside no combate à criminalidade. (…) Deve ser ressaltado que inexiste informação de que o paciente sofra de algum tipo de enfermidade grave que o coloque no grupo de risco. Ademais, nada impede que, sobrevindo situação contrária, o paciente seja inserido em isolamento e sejam observadas as orientações necessárias com o escopo de evitar a disseminação do COVID-19, bem como, que seja ministrado de imediato o tratamento pertinente na hipótese de aparecimento dos sintomas. (…) No caso, como se viu das transcrições, a segregação cautelar foi decretada pelo Juízo processante e mantida pelo Tribunal estadual em razão da periculosidade social do paciente, evidenciada pelas circunstâncias concretas do fato e pela sua vida pregressa . De acordo com as decisões anteriores, o recorrente guardava e 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS organizações criminosas que agem neste Estado, fatos públicos e notórios. (…) Portanto, no caso em epígrafe, a prisão cautelar encontra-se devidamente fundamentada na necessidade imperiosa de resguardar a ordem pública, diante da gravidade concreta da conduta apurada, que revela evidente inaptidão para responder ao processo em liberdade. (…) No tocante ao risco de contaminação pela Covid-19, a despeito do momento crítico vivenciado em nosso país, em decorrência da atual pandemia do ‘Coronavírus’, tal situação, por si só, não pode ser interpretada como uma espécie de ‘alvará de soltura’ para todo e qualquer indivíduo que se encontre encarcerado, pois, em contrapartida, ainda persiste o direito da coletividade de ver preservada a paz social, que não se desvincula da ideia de que o sistema de justiça penal há de ser efetivo, de modo a evitar a reiteração criminosa e a intensificação da insegurança social. Com efeito, se por um lado é dever do Estado salvaguardar a vida, a saúde e a integridade física e psíquica dos internos do sistema prisional, também o é, por outro viés, promover a paz e a segurança da sociedade, cuja essência reside no combate à criminalidade. (…) Deve ser ressaltado que inexiste informação de que o paciente sofra de algum tipo de enfermidade grave que o coloque no grupo de risco. Ademais, nada impede que, sobrevindo situação contrária, o paciente seja inserido em isolamento e sejam observadas as orientações necessárias com o escopo de evitar a disseminação do COVID-19, bem como, que seja ministrado de imediato o tratamento pertinente na hipótese de aparecimento dos sintomas. (…) No caso, como se viu das transcrições, a segregação cautelar foi decretada pelo Juízo processante e mantida pelo Tribunal estadual em razão da periculosidade social do paciente, evidenciada pelas circunstâncias concretas do fato e pela sua vida pregressa . De acordo com as decisões anteriores, o recorrente guardava e 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS tinha em depósito na sua casa, no momento do flagrante 129,2kg de maconha. As circunstâncias fáticas do crime, como a grande quantidade apreendida, a natureza nociva dos entorpecentes, a forma de acondicionamento, entre outros aspectos, como a tentativa de fuga e os disparos de arma de fogo, podem servir de fundamentos para o decreto prisional quando evidenciarem a periculosidade do agente e o efetivo risco à ordem pública, caso permaneça em liberdade. Nesse sentido, o Supremo Tribunal assentou que ‘a gravidade concreta do crime, o modus operandi da ação delituosa e a periculosidade do agente, evidenciados pela expressiva quantidade e pluralidade de entorpecentes apreendidos, respaldam a prisão preventiva para a garantia da ordem pública’ (HC n. 130.708/SP, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 15/3/2016, DJe 6/4/2016). (…) Ademais, as circunstâncias que envolvem o fato demonstram que outras medidas previstas no art. 319 do Código de Processo Penal são insuficientes para a consecução do efeito almejado. Ou seja, tendo sido exposta de forma fundamentada e concreta a necessidade da prisão, revela-se incabível sua substituição por outras medidas cautelares mais brandas. (…) No presente caso, os documentos carreados aos autos não evidenciam que o paciente se encontra nas hipóteses previstas na Recomendação n. 62 do CNJ, para fins de revogação da prisão preventiva ou concessão da prisão domiciliar, pois não comprovou estar inserido no grupo de risco”. 3. Pelo que demonstrado nestes autos, a prisão preventiva está fundamentada na gravidade concreta das condutas imputadas e na periculosidade do agravante, considerada a “grande quantidade apreendida, a natureza nociva dos entorpecentes, a forma de acondicionamento, entre outros aspectos, como a tentativa de fuga e os disparos de arma de fogo”. Pelas circunstâncias do ato praticado e com os dados apresentados nas instâncias antecedentes, adotou-se fundamentação idônea para a decretação da prisão e não aplicação de medida cautelar diversa. A 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS tinha em depósito na sua casa, no momento do flagrante 129,2kg de maconha. As circunstâncias fáticas do crime, como a grande quantidade apreendida, a natureza nociva dos entorpecentes, a forma de acondicionamento, entre outros aspectos, como a tentativa de fuga e os disparos de arma de fogo, podem servir de fundamentos para o decreto prisional quando evidenciarem a periculosidade do agente e o efetivo risco à ordem pública, caso permaneça em liberdade. Nesse sentido, o Supremo Tribunal assentou que ‘a gravidade concreta do crime, o modus operandi da ação delituosa e a periculosidade do agente, evidenciados pela expressiva quantidade e pluralidade de entorpecentes apreendidos, respaldam a prisão preventiva para a garantia da ordem pública’ (HC n. 130.708/SP, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 15/3/2016, DJe 6/4/2016). (…) Ademais, as circunstâncias que envolvem o fato demonstram que outras medidas previstas no art. 319 do Código de Processo Penal são insuficientes para a consecução do efeito almejado. Ou seja, tendo sido exposta de forma fundamentada e concreta a necessidade da prisão, revela-se incabível sua substituição por outras medidas cautelares mais brandas. (…) No presente caso, os documentos carreados aos autos não evidenciam que o paciente se encontra nas hipóteses previstas na Recomendação n. 62 do CNJ, para fins de revogação da prisão preventiva ou concessão da prisão domiciliar, pois não comprovou estar inserido no grupo de risco”. 3. Pelo que demonstrado nestes autos, a prisão preventiva está fundamentada na gravidade concreta das condutas imputadas e na periculosidade do agravante, considerada a “grande quantidade apreendida, a natureza nociva dos entorpecentes, a forma de acondicionamento, entre outros aspectos, como a tentativa de fuga e os disparos de arma de fogo”. Pelas circunstâncias do ato praticado e com os dados apresentados nas instâncias antecedentes, adotou-se fundamentação idônea para a decretação da prisão e não aplicação de medida cautelar diversa. A 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS constrição da liberdade do agravante harmoniza-se com a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de a periculosidade do agente, evidenciada pelo modus operandi e pelo risco de reiteração delitiva, ser motivo idôneo para a custódia cautelar. Assim, por exemplo: “PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a gravidade em concreto do crime e a fundada probabilidade de reiteração criminosa constituem fundamentação idônea para a decretação da custódia preventiva. Precedentes. 2. Não há nenhuma espécie de teratologia, abuso de poder ou ilegalidade flagrante no presente caso. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 177.941-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 29.5.2020). “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. (...) TRÁFICO DE DROGAS (ART. 33 DA LEI 11..343/2006), ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS (ART. 35 DA LEI 11.343/2006) E CORRUPÇÃO DE MENORES (ART. 244-B DA LEI 8.069/1990). PRISÃO PREVENTIVA. PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE PROCESSUAL E EXCESSO DE PRAZO DA CONSTRIÇÃO CAUTELAR. MATÉRIAS NÃO ANALISADAS PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. (...) A decisão que manteve a segregação cautelar apresenta fundamentação jurídica idônea, já que lastreada nas circunstâncias do caso para resguardar a ordem pública, ante a periculosidade social do agente (…). 3. Agravo Regimental a que se nega provimento” (HC n. 171.390-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, DJe 1º.8.2019). “HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS constrição da liberdade do agravante harmoniza-se com a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de a periculosidade do agente, evidenciada pelo modus operandi e pelo risco de reiteração delitiva, ser motivo idôneo para a custódia cautelar. Assim, por exemplo: “PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a gravidade em concreto do crime e a fundada probabilidade de reiteração criminosa constituem fundamentação idônea para a decretação da custódia preventiva. Precedentes. 2. Não há nenhuma espécie de teratologia, abuso de poder ou ilegalidade flagrante no presente caso. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 177.941-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 29.5.2020). “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. (...) TRÁFICO DE DROGAS (ART. 33 DA LEI 11..343/2006), ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS (ART. 35 DA LEI 11.343/2006) E CORRUPÇÃO DE MENORES (ART. 244-B DA LEI 8.069/1990). PRISÃO PREVENTIVA. PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE PROCESSUAL E EXCESSO DE PRAZO DA CONSTRIÇÃO CAUTELAR. MATÉRIAS NÃO ANALISADAS PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. (...) A decisão que manteve a segregação cautelar apresenta fundamentação jurídica idônea, já que lastreada nas circunstâncias do caso para resguardar a ordem pública, ante a periculosidade social do agente (…). 3. Agravo Regimental a que se nega provimento” (HC n. 171.390-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, DJe 1º.8.2019). “HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS SUBSTITUTIVO DE RECURSO CONSTITUCIONAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CRIMES DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO, ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E LAVAGEM DE DINHEIRO. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INAPLICABILIDADE DE EXTENSÃO DO BENEFÍCIO CONCEDIDO AOS CORRÉUS. SITUAÇÕES DISTINTAS. AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA NÃO CONFIGURADO. 1. Contra a denegação de habeas corpus por Tribunal Superior prevê a Constituição Federal remédio jurídico expresso, o recurso ordinário. Diante da dicção do art. 102, II, a, da Constituição da República, a impetração de novo habeas corpus em caráter substitutivo escamoteia o instituto recursal próprio, em manifesta burla ao preceito constitucional. 2. Prisão preventiva decretada em razão do risco à ordem pública, por indicarem, as circunstâncias concretas do caso, a periculosidade e o risco de reiteração delitiva do paciente” (HC n. 129.463, Relatora a Ministra Rosa Weber, DJe 1º.12.2015). 4. As instâncias antecedentes consideraram o conjunto probatório para concluir demonstrados indícios de autoria quanto à prática do delito imputado e dos requisitos para a prisão cautelar. Para rever os pressupostos da prisão cautelar na forma adotada pelas instâncias antecedentes e acolher a alegação do agravante de que “há mera suposição de que (...) teria praticado o Crime de Tráfico de Drogas, tipificado no art. 33 da Lei n.º 11.343/2006”, seria necessário reexaminar os fatos e as provas dos autos pelos quais se permitiu identificar o modus operandi da prática delitiva, ao que não se presta o habeas corpus. Assim, por exemplo: “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. REITERAÇÃO DOS ARGUMENTOS EXPOSTOS NA INICIAL 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS SUBSTITUTIVO DE RECURSO CONSTITUCIONAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CRIMES DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO, ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E LAVAGEM DE DINHEIRO. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INAPLICABILIDADE DE EXTENSÃO DO BENEFÍCIO CONCEDIDO AOS CORRÉUS. SITUAÇÕES DISTINTAS. AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA NÃO CONFIGURADO. 1. Contra a denegação de habeas corpus por Tribunal Superior prevê a Constituição Federal remédio jurídico expresso, o recurso ordinário. Diante da dicção do art. 102, II, a, da Constituição da República, a impetração de novo habeas corpus em caráter substitutivo escamoteia o instituto recursal próprio, em manifesta burla ao preceito constitucional. 2. Prisão preventiva decretada em razão do risco à ordem pública, por indicarem, as circunstâncias concretas do caso, a periculosidade e o risco de reiteração delitiva do paciente” (HC n. 129.463, Relatora a Ministra Rosa Weber, DJe 1º.12.2015). 4. As instâncias antecedentes consideraram o conjunto probatório para concluir demonstrados indícios de autoria quanto à prática do delito imputado e dos requisitos para a prisão cautelar. Para rever os pressupostos da prisão cautelar na forma adotada pelas instâncias antecedentes e acolher a alegação do agravante de que “há mera suposição de que (...) teria praticado o Crime de Tráfico de Drogas, tipificado no art. 33 da Lei n.º 11.343/2006”, seria necessário reexaminar os fatos e as provas dos autos pelos quais se permitiu identificar o modus operandi da prática delitiva, ao que não se presta o habeas corpus. Assim, por exemplo: “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. REITERAÇÃO DOS ARGUMENTOS EXPOSTOS NA INICIAL 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS QUE NÃO INFIRMAM OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. (…) PRISÃO PREVENTIVA COM FUNDAMENTO NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. INVIABILIDADE DE EXAME DA QUESTÃO ATINENTE À NEGATIVA DE AUTORIA NA VIA DO HABEAS CORPUS. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – O agravante apenas reitera os argumentos anteriormente expostos na inicial do habeas corpus, sem, contudo, aduzir novos elementos capazes de afastar as razões expendidas na decisão agravada. II – Há farta jurisprudência desta Corte, em ambas as Turmas, no sentido de que a gravidade em concreto do delito, ante o modus operandi empregado, e a reincidência delitiva permitem concluir pela periculosidade social do paciente e pela consequente presença dos requisitos autorizadores da prisão cautelar, elencados no art. 312 do Código de Processo Penal, em especial para garantia da ordem pública. III – O exame da questão atinente à negativa de autoria implicaria, necessariamente, aprofundado exame do conjunto fático-probatório da causa, o que, como se sabe, não é possível nesta estreita via do habeas corpus, instrumento que exige a demonstração do direito alegado de plano e que não admite dilação probatória. IV – Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 176.246-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 18.11.2019). 5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS QUE NÃO INFIRMAM OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. (…) PRISÃO PREVENTIVA COM FUNDAMENTO NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. INVIABILIDADE DE EXAME DA QUESTÃO ATINENTE À NEGATIVA DE AUTORIA NA VIA DO HABEAS CORPUS. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – O agravante apenas reitera os argumentos anteriormente expostos na inicial do habeas corpus, sem, contudo, aduzir novos elementos capazes de afastar as razões expendidas na decisão agravada. II – Há farta jurisprudência desta Corte, em ambas as Turmas, no sentido de que a gravidade em concreto do delito, ante o modus operandi empregado, e a reincidência delitiva permitem concluir pela periculosidade social do paciente e pela consequente presença dos requisitos autorizadores da prisão cautelar, elencados no art. 312 do Código de Processo Penal, em especial para garantia da ordem pública. III – O exame da questão atinente à negativa de autoria implicaria, necessariamente, aprofundado exame do conjunto fático-probatório da causa, o que, como se sabe, não é possível nesta estreita via do habeas corpus, instrumento que exige a demonstração do direito alegado de plano e que não admite dilação probatória. IV – Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 176.246-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 18.11.2019). 5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13 Extrato de Ata - 31/05/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 PROCED. : MATO GROSSO DO SUL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) : MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA (10217/MS) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7721-FBE9-AF6C-7F3D e senha C651-CB74-B9EA-0CCB Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 PROCED. : MATO GROSSO DO SUL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) : MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA (10217/MS) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7721-FBE9-AF6C-7F3D e senha C651-CB74-B9EA-0CCB Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756034312
2021-05-31T00:00:00
2021-06-02T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NO HABEAS CORPUS
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. PRISÃO CAUTELAR FUNDAMENTADA. GRAVIDADE CONCRETA DAS CONDUTAS IMPUTADAS E PERICULOSIDADE DO AGRAVANTE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
sjur447683
- Acórdão(s) citado(s): (PERICULOSIDADE, AGENTE, MODUS OPERANDI, PRISÃO PREVENTIVA) HC 129463 (1ªT), HC 171390 AgR (1ªT), HC 177941 AgR (1ªT). (HC, REEXAME, FATO, PROVA) HC 176246 AgR (2ªT). Número de páginas: 13. Análise: 12/01/2022, MAF.
CÁRMEN LÚCIA
Segunda Turma
196224
null
HC-AgR
acordaos
HC 196224 AgR
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AGTE.(S) : ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) : MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 MATO GROSSO DO SUL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) :MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. PRISÃO CAUTELAR FUNDAMENTADA. GRAVIDADE CONCRETA DAS CONDUTAS IMPUTADAS E PERICULOSIDADE DO AGRAVANTE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 79ED-DBD4-EA70-31DC e senha 286D-BCA4-B2FF-72DF Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13 Relatório 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 MATO GROSSO DO SUL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) :MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 18.1.2021, foi negado seguimento ao habeas corpus, com requerimento de medida liminar, impetrado por Márcio Messias de Oliveira, advogado, em benefício de Elson Marques dos Santos, contra julgado da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça pelo qual, em 9.12.2020, negado provimento ao Agravo Regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus n. 138.183, Relator o Ministro Reynaldo Soares da Fonseca. 2. Publicada essa decisão no DJe de 21.1.2021, foi interposto, em 25.1.2021, tempestivamente, o presente agravo regimental. 3. O agravante alega ausência de fundamentação idônea para a prisão do paciente e dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, ressaltando que seria possível a aplicação de medidas cautelares diversas. Sustenta que “há mera suposição de que (...) teria praticado o Crime de Tráfico de Drogas, tipificado no art. 33 da Lei n. 11.343/2006, visto que o simples fato de manter caixas guardadas em sua residência, as quais, insta salientar, não era sabido ao certo do seu conteúdo, não pode por si só ensejar a imputação do crime em comento, mormente manter cautelar tão severa quanto a PRISÃO. (…) vem pagando um alto preço pelo simples fato de ter prestado um favor Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F8EA-E758-4363-72F9 e senha EC8B-27E3-B91F-C9B5 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 MATO GROSSO DO SUL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) :MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 18.1.2021, foi negado seguimento ao habeas corpus, com requerimento de medida liminar, impetrado por Márcio Messias de Oliveira, advogado, em benefício de Elson Marques dos Santos, contra julgado da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça pelo qual, em 9.12.2020, negado provimento ao Agravo Regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus n. 138.183, Relator o Ministro Reynaldo Soares da Fonseca. 2. Publicada essa decisão no DJe de 21.1.2021, foi interposto, em 25.1.2021, tempestivamente, o presente agravo regimental. 3. O agravante alega ausência de fundamentação idônea para a prisão do paciente e dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, ressaltando que seria possível a aplicação de medidas cautelares diversas. Sustenta que “há mera suposição de que (...) teria praticado o Crime de Tráfico de Drogas, tipificado no art. 33 da Lei n. 11.343/2006, visto que o simples fato de manter caixas guardadas em sua residência, as quais, insta salientar, não era sabido ao certo do seu conteúdo, não pode por si só ensejar a imputação do crime em comento, mormente manter cautelar tão severa quanto a PRISÃO. (…) vem pagando um alto preço pelo simples fato de ter prestado um favor Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F8EA-E758-4363-72F9 e senha EC8B-27E3-B91F-C9B5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13 Relatório HC 196224 AGR / MS a um conhecido, ora, se soubesse com certeza sobre conteúdo das caixas JAMAIS teria mantido em depósito tais substâncias, haja vista que no presente momento é a sua liberdade que está sendo cerceada, visto que se encontra preso preventivamente”. Estes os pedidos: “(...) 1. O recebimento do presente AGRAVO REGIMENTAL EM ORDEM DE HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR C/C IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO LEI N. 12.403/2011, nos seus efeitos ativo e suspensivo, para fins de suspender a Decisão Monocrática (Peça n. 07), a qual negou seguimento ao HABEAS CORPUS N. 196224 MATO GROSSO DO SUL – NÚMERO ÚNICO 0111970- 18.2020.1.00.0000, para que seja feito seu devido processamento, reformando-se a r. Decisão, o que poderá ocorrer em Juízo de Retratação ou para que, caso não o faça a Autoridade Julgadora Agravada, apresente em mesa as razões do Agravo Regimental em anexo com a matéria penal debatida, na forma do artigo 317, §1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal; 2. Que seja dado provimento aos pedidos requeridos na HABEAS CORPUS N. 196224 MATO GROSSO DO SUL – NUMERAÇÃO ÚNICA 01119701820201000000, por ser medida de justiça”. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F8EA-E758-4363-72F9 e senha EC8B-27E3-B91F-C9B5 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS a um conhecido, ora, se soubesse com certeza sobre conteúdo das caixas JAMAIS teria mantido em depósito tais substâncias, haja vista que no presente momento é a sua liberdade que está sendo cerceada, visto que se encontra preso preventivamente”. Estes os pedidos: “(...) 1. O recebimento do presente AGRAVO REGIMENTAL EM ORDEM DE HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR C/C IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO LEI N. 12.403/2011, nos seus efeitos ativo e suspensivo, para fins de suspender a Decisão Monocrática (Peça n. 07), a qual negou seguimento ao HABEAS CORPUS N. 196224 MATO GROSSO DO SUL – NÚMERO ÚNICO 0111970- 18.2020.1.00.0000, para que seja feito seu devido processamento, reformando-se a r. Decisão, o que poderá ocorrer em Juízo de Retratação ou para que, caso não o faça a Autoridade Julgadora Agravada, apresente em mesa as razões do Agravo Regimental em anexo com a matéria penal debatida, na forma do artigo 317, §1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal; 2. Que seja dado provimento aos pedidos requeridos na HABEAS CORPUS N. 196224 MATO GROSSO DO SUL – NUMERAÇÃO ÚNICA 01119701820201000000, por ser medida de justiça”. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F8EA-E758-4363-72F9 e senha EC8B-27E3-B91F-C9B5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 MATO GROSSO DO SUL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Ao proferir o julgado objeto da presente impetração, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça assentou: “(...) Inicialmente, é de se notar que a tese de negativa de autoria consiste em alegação de inocência, a qual não encontra espaço de análise na estreita via do habeas corpus ou do recurso ordinário, por demandar exame do contexto fático- probatório. Com efeito, segundo o Supremo Tribunal Federal, ‘não se admite no habeas corpus a análise aprofundada de fatos e provas, a fim de se verificar a inocência do Paciente’ (HC n. 115.116/RJ, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 16/9/2014, DJe 17/11/2014). Também é o entendimento desta Corte que ‘reconhecer a ausência, ou não, de elementos de autoria e materialidade delitiva acarreta, inevitavelmente, aprofundado reexame do conjunto fático- probatório, sendo impróprio na via do habeas corpus’ (RHC n. 119.441/CE, Relatora Ministra LAURITA VAZ, Sexta Turma, julgado em 7/11/2019, DJe 3/12/2019). A prisão preventiva é uma medida excepcional, de natureza cautelar, que autoriza o Estado, observadas as balizas legais e demonstrada a absoluta necessidade, a restringir a liberdade do cidadão antes de eventual condenação com trânsito em julgado (art. 5..., LXI, LXV, LXVI e art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988). (…) No caso, assim foi fundamentada a prisão (e-Superior Tribunal de Justiça fls. 112/113, destaquei): Nos termos do art. 312, do CPP, a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 MATO GROSSO DO SUL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Ao proferir o julgado objeto da presente impetração, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça assentou: “(...) Inicialmente, é de se notar que a tese de negativa de autoria consiste em alegação de inocência, a qual não encontra espaço de análise na estreita via do habeas corpus ou do recurso ordinário, por demandar exame do contexto fático- probatório. Com efeito, segundo o Supremo Tribunal Federal, ‘não se admite no habeas corpus a análise aprofundada de fatos e provas, a fim de se verificar a inocência do Paciente’ (HC n. 115.116/RJ, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 16/9/2014, DJe 17/11/2014). Também é o entendimento desta Corte que ‘reconhecer a ausência, ou não, de elementos de autoria e materialidade delitiva acarreta, inevitavelmente, aprofundado reexame do conjunto fático- probatório, sendo impróprio na via do habeas corpus’ (RHC n. 119.441/CE, Relatora Ministra LAURITA VAZ, Sexta Turma, julgado em 7/11/2019, DJe 3/12/2019). A prisão preventiva é uma medida excepcional, de natureza cautelar, que autoriza o Estado, observadas as balizas legais e demonstrada a absoluta necessidade, a restringir a liberdade do cidadão antes de eventual condenação com trânsito em julgado (art. 5..., LXI, LXV, LXVI e art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988). (…) No caso, assim foi fundamentada a prisão (e-Superior Tribunal de Justiça fls. 112/113, destaquei): Nos termos do art. 312, do CPP, a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, conforme redação dada pela Lei 13.964/2019. Aliado a isso, prevê o art. 313, do CPP que, será admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; ou se condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado; bem como, para os casos em que haja dúvida sobre a identidade civil da pessoa. Na hipótese dos autos, verifica-se pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, espécie e quantidade de substância apreendida, consistente em 129.400g (cento e vinte e nove quilos e quatrocentos gramas) de maconha acondicionada em 8 (oito) caixas de papelão e armazenadas no interior da residência do custodiado, conforme constatado pelos agentes da Polícia Federal quando do cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão da Operação Status-Equipe MS 13, conforme Laudo Preliminar acostado ao APF, que há prova da materialidade. O contexto da apreensão descrito no APF indica envolvimento em atividade de traficância, com indícios suficientes de autoria. Ademais, embora não registre antecedentes criminais, não houve a comprovação de trabalho lícito e residência fixa, não sendo recomendável a concessão de medida cautelar mais branda. Destarte, presentes o fumus comissi delicti e o periculum libertatis, entendo necessária a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, à luz do artigo 312, do CPP, imprescindível no caso ora em análise para garantia da ordem pública e aplicação da lei penal, bem como o perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, conforme descrito acima. Ressalto, outrossim, embora haja Recomendação do Conselho Nacional de Justiça acerca da máxima excepcionalidade na decretação de novas ordens de prisão preventiva no Período de Pandemia, verifica-se, in casu, o fato do crime de tráfico de drogas ser equiparado a hediondo, de modo que infiro não ser recomendável a concessão de medidas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, conforme redação dada pela Lei 13.964/2019. Aliado a isso, prevê o art. 313, do CPP que, será admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; ou se condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado; bem como, para os casos em que haja dúvida sobre a identidade civil da pessoa. Na hipótese dos autos, verifica-se pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, espécie e quantidade de substância apreendida, consistente em 129.400g (cento e vinte e nove quilos e quatrocentos gramas) de maconha acondicionada em 8 (oito) caixas de papelão e armazenadas no interior da residência do custodiado, conforme constatado pelos agentes da Polícia Federal quando do cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão da Operação Status-Equipe MS 13, conforme Laudo Preliminar acostado ao APF, que há prova da materialidade. O contexto da apreensão descrito no APF indica envolvimento em atividade de traficância, com indícios suficientes de autoria. Ademais, embora não registre antecedentes criminais, não houve a comprovação de trabalho lícito e residência fixa, não sendo recomendável a concessão de medida cautelar mais branda. Destarte, presentes o fumus comissi delicti e o periculum libertatis, entendo necessária a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, à luz do artigo 312, do CPP, imprescindível no caso ora em análise para garantia da ordem pública e aplicação da lei penal, bem como o perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, conforme descrito acima. Ressalto, outrossim, embora haja Recomendação do Conselho Nacional de Justiça acerca da máxima excepcionalidade na decretação de novas ordens de prisão preventiva no Período de Pandemia, verifica-se, in casu, o fato do crime de tráfico de drogas ser equiparado a hediondo, de modo que infiro não ser recomendável a concessão de medidas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS cautelares mais brandas. ISTO POSTO, preenchidos os requisitos legais, HOMOLOGO o Auto de Prisão em Flagrante e converto a prisão em flagrante delito em PRISÃO PREVENTIVA de ELSON MARQUES DOS SANTOS, nos termos do artigo 310, II, in fine, c.c artigos 312 e 313, do CPP. Ao examinar a matéria, o Tribunal manteve a custódia, ponderando o seguinte (e-Superior Tribunal de Justiça fls. 205/213): Segundo extrai-se dos autos, no dia 11 de setembro de 2020, por volta das 06h10min, na Rua Nhamundá, n 1010, em Campo Grande/MS, uma equipe da Policia Federal, no cumprimento de mandado de busca e a apreensão (operação status- equipe MS 13), flagrou o paciente Elson Marques dos Santos, supostamente, guardando, em um dos quartos da residência, cerca de 129,2 kg (cento e vinte e nove quilos e duzentos gramas) de ‘maconha’, que estavam acondicionados em caixas de papelão, envoltas em fita adesiva, cujo entorpecente havia sido recebido no dia anterior. Tal empreitada, em tese, se deu mediante promessa de pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Em razão desse fato, o d. Juiz de Direito da Comarca de Campo Grande, ao homologar o auto de prisão em flagrante, entendeu por converter em prisão preventiva, diante do requerimento do Ministério Público (…). No caso em epígrafe, observa-se que o decreto prisional está calcado em decisão devidamente fundamentada, que demonstra os indícios suficientes de autoria da paciente no delito tipificado no artigo 33, caput, da Lei 11.343/06, bem como a necessidade da medida como forma, principalmente, de garantir a ordem pública e por conveniência da instrução criminal. Com efeito, quanto ao fummus comissi delicti, verifica- se que resta cristalino nos autos, notadamente em face dos elementos colhidos no curso da investigação policial, sobretudo pelo auto de prisão em flagrante, depoimento de testemunhas, auto de apreensão, laudo preliminar de constatação e 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS cautelares mais brandas. ISTO POSTO, preenchidos os requisitos legais, HOMOLOGO o Auto de Prisão em Flagrante e converto a prisão em flagrante delito em PRISÃO PREVENTIVA de ELSON MARQUES DOS SANTOS, nos termos do artigo 310, II, in fine, c.c artigos 312 e 313, do CPP. Ao examinar a matéria, o Tribunal manteve a custódia, ponderando o seguinte (e-Superior Tribunal de Justiça fls. 205/213): Segundo extrai-se dos autos, no dia 11 de setembro de 2020, por volta das 06h10min, na Rua Nhamundá, n 1010, em Campo Grande/MS, uma equipe da Policia Federal, no cumprimento de mandado de busca e a apreensão (operação status- equipe MS 13), flagrou o paciente Elson Marques dos Santos, supostamente, guardando, em um dos quartos da residência, cerca de 129,2 kg (cento e vinte e nove quilos e duzentos gramas) de ‘maconha’, que estavam acondicionados em caixas de papelão, envoltas em fita adesiva, cujo entorpecente havia sido recebido no dia anterior. Tal empreitada, em tese, se deu mediante promessa de pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Em razão desse fato, o d. Juiz de Direito da Comarca de Campo Grande, ao homologar o auto de prisão em flagrante, entendeu por converter em prisão preventiva, diante do requerimento do Ministério Público (…). No caso em epígrafe, observa-se que o decreto prisional está calcado em decisão devidamente fundamentada, que demonstra os indícios suficientes de autoria da paciente no delito tipificado no artigo 33, caput, da Lei 11.343/06, bem como a necessidade da medida como forma, principalmente, de garantir a ordem pública e por conveniência da instrução criminal. Com efeito, quanto ao fummus comissi delicti, verifica- se que resta cristalino nos autos, notadamente em face dos elementos colhidos no curso da investigação policial, sobretudo pelo auto de prisão em flagrante, depoimento de testemunhas, auto de apreensão, laudo preliminar de constatação e 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS interrogatório do paciente, pois, segundo ele, teria recebido as caixas e, pela guarda, foi-lhe prometido a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais). (…) Ressalte-se que a grande quantidade e a natureza da droga são consideradas circunstâncias preponderantes pelo artigo 42 da Lei n 11.343/06, e, em princípio, traduzem forte indício de periculosidade do agente, bem como de dedicação ao tráfico, e pode ser considerada um dado concreto, a justificar a confirmação da custódia excepcional em razão do efetivo risco à garantia da ordem pública, a exigir do julgador maior prudência na análise. (…) Com efeito, o decreto prisional está embasado na gravidade concreta do delito imputado ao paciente, eis que, segundo consta dos autos investigativos, este foi preso em flagrante por uma equipe da Policia Federal, no cumprimento de mandado de busca e a apreensão (operação status-equipe MS 13), supostamente, guardando, em um dos quartos da residência, cerca de 129,2 kg (cento e vinte e nove quilos e duzentos gramas) de ‘maconha’, que estavam acondicionados em caixas de papelão, envoltas em fita adesiva, cujo entorpecente havia sido recebido no dia anterior. Tal empreitada, em tese, se deu mediante promessa de pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Por certo, as circunstâncias que envolvem o caso enfocado, destacando-se a quantidade elevada de drogas, a utilização da residência do paciente como entreposto do tráfico de drogas, a promessa de pagamento de quantia pela guarda, a divisão de tarefas entre os agentes e os altos valores envolvidos em operações dessa magnitude, certamente evidenciam uma atividade elaborada e, possivelmente, suportada por organização criminosa, realçando fortes indicativos de periculosidade do paciente, ainda mais quando a descoberta do estupefacientes se deu quando do cumprimento de mandado de busca e apreensão, proveniente da operação ‘status-equipe MS 13’, deflagrada pela Polícia Federal. Imperioso ressaltar que esse é o modus operandi de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS interrogatório do paciente, pois, segundo ele, teria recebido as caixas e, pela guarda, foi-lhe prometido a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais). (…) Ressalte-se que a grande quantidade e a natureza da droga são consideradas circunstâncias preponderantes pelo artigo 42 da Lei n 11.343/06, e, em princípio, traduzem forte indício de periculosidade do agente, bem como de dedicação ao tráfico, e pode ser considerada um dado concreto, a justificar a confirmação da custódia excepcional em razão do efetivo risco à garantia da ordem pública, a exigir do julgador maior prudência na análise. (…) Com efeito, o decreto prisional está embasado na gravidade concreta do delito imputado ao paciente, eis que, segundo consta dos autos investigativos, este foi preso em flagrante por uma equipe da Policia Federal, no cumprimento de mandado de busca e a apreensão (operação status-equipe MS 13), supostamente, guardando, em um dos quartos da residência, cerca de 129,2 kg (cento e vinte e nove quilos e duzentos gramas) de ‘maconha’, que estavam acondicionados em caixas de papelão, envoltas em fita adesiva, cujo entorpecente havia sido recebido no dia anterior. Tal empreitada, em tese, se deu mediante promessa de pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Por certo, as circunstâncias que envolvem o caso enfocado, destacando-se a quantidade elevada de drogas, a utilização da residência do paciente como entreposto do tráfico de drogas, a promessa de pagamento de quantia pela guarda, a divisão de tarefas entre os agentes e os altos valores envolvidos em operações dessa magnitude, certamente evidenciam uma atividade elaborada e, possivelmente, suportada por organização criminosa, realçando fortes indicativos de periculosidade do paciente, ainda mais quando a descoberta do estupefacientes se deu quando do cumprimento de mandado de busca e apreensão, proveniente da operação ‘status-equipe MS 13’, deflagrada pela Polícia Federal. Imperioso ressaltar que esse é o modus operandi de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS organizações criminosas que agem neste Estado, fatos públicos e notórios. (…) Portanto, no caso em epígrafe, a prisão cautelar encontra-se devidamente fundamentada na necessidade imperiosa de resguardar a ordem pública, diante da gravidade concreta da conduta apurada, que revela evidente inaptidão para responder ao processo em liberdade. (…) No tocante ao risco de contaminação pela Covid-19, a despeito do momento crítico vivenciado em nosso país, em decorrência da atual pandemia do ‘Coronavírus’, tal situação, por si só, não pode ser interpretada como uma espécie de ‘alvará de soltura’ para todo e qualquer indivíduo que se encontre encarcerado, pois, em contrapartida, ainda persiste o direito da coletividade de ver preservada a paz social, que não se desvincula da ideia de que o sistema de justiça penal há de ser efetivo, de modo a evitar a reiteração criminosa e a intensificação da insegurança social. Com efeito, se por um lado é dever do Estado salvaguardar a vida, a saúde e a integridade física e psíquica dos internos do sistema prisional, também o é, por outro viés, promover a paz e a segurança da sociedade, cuja essência reside no combate à criminalidade. (…) Deve ser ressaltado que inexiste informação de que o paciente sofra de algum tipo de enfermidade grave que o coloque no grupo de risco. Ademais, nada impede que, sobrevindo situação contrária, o paciente seja inserido em isolamento e sejam observadas as orientações necessárias com o escopo de evitar a disseminação do COVID-19, bem como, que seja ministrado de imediato o tratamento pertinente na hipótese de aparecimento dos sintomas. (…) No caso, como se viu das transcrições, a segregação cautelar foi decretada pelo Juízo processante e mantida pelo Tribunal estadual em razão da periculosidade social do paciente, evidenciada pelas circunstâncias concretas do fato e pela sua vida pregressa . De acordo com as decisões anteriores, o recorrente guardava e 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS organizações criminosas que agem neste Estado, fatos públicos e notórios. (…) Portanto, no caso em epígrafe, a prisão cautelar encontra-se devidamente fundamentada na necessidade imperiosa de resguardar a ordem pública, diante da gravidade concreta da conduta apurada, que revela evidente inaptidão para responder ao processo em liberdade. (…) No tocante ao risco de contaminação pela Covid-19, a despeito do momento crítico vivenciado em nosso país, em decorrência da atual pandemia do ‘Coronavírus’, tal situação, por si só, não pode ser interpretada como uma espécie de ‘alvará de soltura’ para todo e qualquer indivíduo que se encontre encarcerado, pois, em contrapartida, ainda persiste o direito da coletividade de ver preservada a paz social, que não se desvincula da ideia de que o sistema de justiça penal há de ser efetivo, de modo a evitar a reiteração criminosa e a intensificação da insegurança social. Com efeito, se por um lado é dever do Estado salvaguardar a vida, a saúde e a integridade física e psíquica dos internos do sistema prisional, também o é, por outro viés, promover a paz e a segurança da sociedade, cuja essência reside no combate à criminalidade. (…) Deve ser ressaltado que inexiste informação de que o paciente sofra de algum tipo de enfermidade grave que o coloque no grupo de risco. Ademais, nada impede que, sobrevindo situação contrária, o paciente seja inserido em isolamento e sejam observadas as orientações necessárias com o escopo de evitar a disseminação do COVID-19, bem como, que seja ministrado de imediato o tratamento pertinente na hipótese de aparecimento dos sintomas. (…) No caso, como se viu das transcrições, a segregação cautelar foi decretada pelo Juízo processante e mantida pelo Tribunal estadual em razão da periculosidade social do paciente, evidenciada pelas circunstâncias concretas do fato e pela sua vida pregressa . De acordo com as decisões anteriores, o recorrente guardava e 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS tinha em depósito na sua casa, no momento do flagrante 129,2kg de maconha. As circunstâncias fáticas do crime, como a grande quantidade apreendida, a natureza nociva dos entorpecentes, a forma de acondicionamento, entre outros aspectos, como a tentativa de fuga e os disparos de arma de fogo, podem servir de fundamentos para o decreto prisional quando evidenciarem a periculosidade do agente e o efetivo risco à ordem pública, caso permaneça em liberdade. Nesse sentido, o Supremo Tribunal assentou que ‘a gravidade concreta do crime, o modus operandi da ação delituosa e a periculosidade do agente, evidenciados pela expressiva quantidade e pluralidade de entorpecentes apreendidos, respaldam a prisão preventiva para a garantia da ordem pública’ (HC n. 130.708/SP, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 15/3/2016, DJe 6/4/2016). (…) Ademais, as circunstâncias que envolvem o fato demonstram que outras medidas previstas no art. 319 do Código de Processo Penal são insuficientes para a consecução do efeito almejado. Ou seja, tendo sido exposta de forma fundamentada e concreta a necessidade da prisão, revela-se incabível sua substituição por outras medidas cautelares mais brandas. (…) No presente caso, os documentos carreados aos autos não evidenciam que o paciente se encontra nas hipóteses previstas na Recomendação n. 62 do CNJ, para fins de revogação da prisão preventiva ou concessão da prisão domiciliar, pois não comprovou estar inserido no grupo de risco”. 3. Pelo que demonstrado nestes autos, a prisão preventiva está fundamentada na gravidade concreta das condutas imputadas e na periculosidade do agravante, considerada a “grande quantidade apreendida, a natureza nociva dos entorpecentes, a forma de acondicionamento, entre outros aspectos, como a tentativa de fuga e os disparos de arma de fogo”. Pelas circunstâncias do ato praticado e com os dados apresentados nas instâncias antecedentes, adotou-se fundamentação idônea para a decretação da prisão e não aplicação de medida cautelar diversa. A 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS tinha em depósito na sua casa, no momento do flagrante 129,2kg de maconha. As circunstâncias fáticas do crime, como a grande quantidade apreendida, a natureza nociva dos entorpecentes, a forma de acondicionamento, entre outros aspectos, como a tentativa de fuga e os disparos de arma de fogo, podem servir de fundamentos para o decreto prisional quando evidenciarem a periculosidade do agente e o efetivo risco à ordem pública, caso permaneça em liberdade. Nesse sentido, o Supremo Tribunal assentou que ‘a gravidade concreta do crime, o modus operandi da ação delituosa e a periculosidade do agente, evidenciados pela expressiva quantidade e pluralidade de entorpecentes apreendidos, respaldam a prisão preventiva para a garantia da ordem pública’ (HC n. 130.708/SP, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 15/3/2016, DJe 6/4/2016). (…) Ademais, as circunstâncias que envolvem o fato demonstram que outras medidas previstas no art. 319 do Código de Processo Penal são insuficientes para a consecução do efeito almejado. Ou seja, tendo sido exposta de forma fundamentada e concreta a necessidade da prisão, revela-se incabível sua substituição por outras medidas cautelares mais brandas. (…) No presente caso, os documentos carreados aos autos não evidenciam que o paciente se encontra nas hipóteses previstas na Recomendação n. 62 do CNJ, para fins de revogação da prisão preventiva ou concessão da prisão domiciliar, pois não comprovou estar inserido no grupo de risco”. 3. Pelo que demonstrado nestes autos, a prisão preventiva está fundamentada na gravidade concreta das condutas imputadas e na periculosidade do agravante, considerada a “grande quantidade apreendida, a natureza nociva dos entorpecentes, a forma de acondicionamento, entre outros aspectos, como a tentativa de fuga e os disparos de arma de fogo”. Pelas circunstâncias do ato praticado e com os dados apresentados nas instâncias antecedentes, adotou-se fundamentação idônea para a decretação da prisão e não aplicação de medida cautelar diversa. A 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS constrição da liberdade do agravante harmoniza-se com a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de a periculosidade do agente, evidenciada pelo modus operandi e pelo risco de reiteração delitiva, ser motivo idôneo para a custódia cautelar. Assim, por exemplo: “PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a gravidade em concreto do crime e a fundada probabilidade de reiteração criminosa constituem fundamentação idônea para a decretação da custódia preventiva. Precedentes. 2. Não há nenhuma espécie de teratologia, abuso de poder ou ilegalidade flagrante no presente caso. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 177.941-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 29.5.2020). “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. (...) TRÁFICO DE DROGAS (ART. 33 DA LEI 11..343/2006), ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS (ART. 35 DA LEI 11.343/2006) E CORRUPÇÃO DE MENORES (ART. 244-B DA LEI 8.069/1990). PRISÃO PREVENTIVA. PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE PROCESSUAL E EXCESSO DE PRAZO DA CONSTRIÇÃO CAUTELAR. MATÉRIAS NÃO ANALISADAS PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. (...) A decisão que manteve a segregação cautelar apresenta fundamentação jurídica idônea, já que lastreada nas circunstâncias do caso para resguardar a ordem pública, ante a periculosidade social do agente (…). 3. Agravo Regimental a que se nega provimento” (HC n. 171.390-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, DJe 1....8.2019). “HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS constrição da liberdade do agravante harmoniza-se com a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de a periculosidade do agente, evidenciada pelo modus operandi e pelo risco de reiteração delitiva, ser motivo idôneo para a custódia cautelar. Assim, por exemplo: “PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a gravidade em concreto do crime e a fundada probabilidade de reiteração criminosa constituem fundamentação idônea para a decretação da custódia preventiva. Precedentes. 2. Não há nenhuma espécie de teratologia, abuso de poder ou ilegalidade flagrante no presente caso. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 177.941-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 29.5.2020). “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. (...) TRÁFICO DE DROGAS (ART. 33 DA LEI 11..343/2006), ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS (ART. 35 DA LEI 11.343/2006) E CORRUPÇÃO DE MENORES (ART. 244-B DA LEI 8.069/1990). PRISÃO PREVENTIVA. PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE PROCESSUAL E EXCESSO DE PRAZO DA CONSTRIÇÃO CAUTELAR. MATÉRIAS NÃO ANALISADAS PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. (...) A decisão que manteve a segregação cautelar apresenta fundamentação jurídica idônea, já que lastreada nas circunstâncias do caso para resguardar a ordem pública, ante a periculosidade social do agente (…). 3. Agravo Regimental a que se nega provimento” (HC n. 171.390-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, DJe 1....8.2019). “HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS SUBSTITUTIVO DE RECURSO CONSTITUCIONAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CRIMES DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO, ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E LAVAGEM DE DINHEIRO. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INAPLICABILIDADE DE EXTENSÃO DO BENEFÍCIO CONCEDIDO AOS CORRÉUS. SITUAÇÕES DISTINTAS. AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA NÃO CONFIGURADO. 1. Contra a denegação de habeas corpus por Tribunal Superior prevê a Constituição Federal remédio jurídico expresso, o recurso ordinário. Diante da dicção do art. 102, II, a, da Constituição da República, a impetração de novo habeas corpus em caráter substitutivo escamoteia o instituto recursal próprio, em manifesta burla ao preceito constitucional. 2. Prisão preventiva decretada em razão do risco à ordem pública, por indicarem, as circunstâncias concretas do caso, a periculosidade e o risco de reiteração delitiva do paciente” (HC n. 129.463, Relatora a Ministra Rosa Weber, DJe 1....12.2015). 4. As instâncias antecedentes consideraram o conjunto probatório para concluir demonstrados indícios de autoria quanto à prática do delito imputado e dos requisitos para a prisão cautelar. Para rever os pressupostos da prisão cautelar na forma adotada pelas instâncias antecedentes e acolher a alegação do agravante de que “há mera suposição de que (...) teria praticado o Crime de Tráfico de Drogas, tipificado no art. 33 da Lei n. 11.343/2006”, seria necessário reexaminar os fatos e as provas dos autos pelos quais se permitiu identificar o modus operandi da prática delitiva, ao que não se presta o habeas corpus. Assim, por exemplo: “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. REITERAÇÃO DOS ARGUMENTOS EXPOSTOS NA INICIAL 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS SUBSTITUTIVO DE RECURSO CONSTITUCIONAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CRIMES DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO, ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E LAVAGEM DE DINHEIRO. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INAPLICABILIDADE DE EXTENSÃO DO BENEFÍCIO CONCEDIDO AOS CORRÉUS. SITUAÇÕES DISTINTAS. AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA NÃO CONFIGURADO. 1. Contra a denegação de habeas corpus por Tribunal Superior prevê a Constituição Federal remédio jurídico expresso, o recurso ordinário. Diante da dicção do art. 102, II, a, da Constituição da República, a impetração de novo habeas corpus em caráter substitutivo escamoteia o instituto recursal próprio, em manifesta burla ao preceito constitucional. 2. Prisão preventiva decretada em razão do risco à ordem pública, por indicarem, as circunstâncias concretas do caso, a periculosidade e o risco de reiteração delitiva do paciente” (HC n. 129.463, Relatora a Ministra Rosa Weber, DJe 1....12.2015). 4. As instâncias antecedentes consideraram o conjunto probatório para concluir demonstrados indícios de autoria quanto à prática do delito imputado e dos requisitos para a prisão cautelar. Para rever os pressupostos da prisão cautelar na forma adotada pelas instâncias antecedentes e acolher a alegação do agravante de que “há mera suposição de que (...) teria praticado o Crime de Tráfico de Drogas, tipificado no art. 33 da Lei n. 11.343/2006”, seria necessário reexaminar os fatos e as provas dos autos pelos quais se permitiu identificar o modus operandi da prática delitiva, ao que não se presta o habeas corpus. Assim, por exemplo: “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. REITERAÇÃO DOS ARGUMENTOS EXPOSTOS NA INICIAL 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 196224 AGR / MS QUE NÃO INFIRMAM OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. (…) PRISÃO PREVENTIVA COM FUNDAMENTO NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. INVIABILIDADE DE EXAME DA QUESTÃO ATINENTE À NEGATIVA DE AUTORIA NA VIA DO HABEAS CORPUS. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – O agravante apenas reitera os argumentos anteriormente expostos na inicial do habeas corpus, sem, contudo, aduzir novos elementos capazes de afastar as razões expendidas na decisão agravada. II – Há farta jurisprudência desta Corte, em ambas as Turmas, no sentido de que a gravidade em concreto do delito, ante o modus operandi empregado, e a reincidência delitiva permitem concluir pela periculosidade social do paciente e pela consequente presença dos requisitos autorizadores da prisão cautelar, elencados no art. 312 do Código de Processo Penal, em especial para garantia da ordem pública. III – O exame da questão atinente à negativa de autoria implicaria, necessariamente, aprofundado exame do conjunto fático-probatório da causa, o que, como se sabe, não é possível nesta estreita via do habeas corpus, instrumento que exige a demonstração do direito alegado de plano e que não admite dilação probatória. IV – Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 176.246-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 18.11.2019). 5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Supremo Tribunal Federal HC 196224 AGR / MS QUE NÃO INFIRMAM OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. (…) PRISÃO PREVENTIVA COM FUNDAMENTO NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. INVIABILIDADE DE EXAME DA QUESTÃO ATINENTE À NEGATIVA DE AUTORIA NA VIA DO HABEAS CORPUS. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – O agravante apenas reitera os argumentos anteriormente expostos na inicial do habeas corpus, sem, contudo, aduzir novos elementos capazes de afastar as razões expendidas na decisão agravada. II – Há farta jurisprudência desta Corte, em ambas as Turmas, no sentido de que a gravidade em concreto do delito, ante o modus operandi empregado, e a reincidência delitiva permitem concluir pela periculosidade social do paciente e pela consequente presença dos requisitos autorizadores da prisão cautelar, elencados no art. 312 do Código de Processo Penal, em especial para garantia da ordem pública. III – O exame da questão atinente à negativa de autoria implicaria, necessariamente, aprofundado exame do conjunto fático-probatório da causa, o que, como se sabe, não é possível nesta estreita via do habeas corpus, instrumento que exige a demonstração do direito alegado de plano e que não admite dilação probatória. IV – Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 176.246-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 18.11.2019). 5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5764-48EE-2A47-0213 e senha 844A-8E1B-CC1C-B4C8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13 Extrato de Ata - 31/05/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 PROCED. : MATO GROSSO DO SUL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) : MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA (10217/MS) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7721-FBE9-AF6C-7F3D e senha C651-CB74-B9EA-0CCB Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 196.224 PROCED. : MATO GROSSO DO SUL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : ELSON MARQUES DOS SANTOS ADV.(A/S) : MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA (10217/MS) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7721-FBE9-AF6C-7F3D e senha C651-CB74-B9EA-0CCB Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 196 . 224", "HABEAS CORPUS 196 . 224", "Recurso Ordinário em Habeas Corpus n . 138 . 183", "HABEAS CORPUS 196 . 224", "HC 196224 AGR / MS", "HABEAS CORPUS N . 196224", "HC 196224 AGR / MS", "HABEAS CORPUS N . 196224", "HABEAS CORPUS N . 196224", "HABEAS CORPUS 196 . 224", "HC n . 115 . 116 / RJ", "RHC n . 119 . 441 /", "HABEAS CORPUS 196 . 224", "HC n . 115 . 116 / RJ", "RHC n . 119 . 441 / CE", "HC 196224 AGR / MS", "HC 196224 AGR / MS", "HC 196224 AGR / MS", "HC 196224 AGR / MS", "HC 196224 AGR / MS", "HC 196224 AGR / MS", "HC 196224 AGR", "HC 196224 AGR / MS", "HC 196224 AGR / MS", "HC n . 130 . 708 / SP", "Recomendação n . 62 do CNJ", "HC 196224 AGR / MS", "HC n . 130 . 708 / SP", "Recomendação n . 62 do CNJ", "HC 196224 AGR / MS", "HC n . 177 . 941 - AgR", "HC n . 171 . 390 - AgR", "HC 196224 AGR / MS", "HC n . 177 . 941 - AgR", "HC n . 171 . 390 - AgR", "HC 196224 AGR / MS", "HC n . 129 . 463", "HC 196224 AGR / MS", "HC n . 129 . 463", "HC 196224 AGR / MS", "HC n . 176 . 246 - AgR", "HC 196224 AGR / MS", "HC n . 176 . 246 - AgR", "HABEAS CORPUS 196 . 224", "HABEAS CORPUS 196 . 224" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 312 do Código de Processo Penal", "art . 33 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 312 do Código de Processo Penal", "art . 33 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI N . 12 . 403 / 2011", "artigo 317 , § 1 . . . , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI N . 12 . 403 / 2011", "artigo 317 , § 1 . . . , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 5 . . . , LXI , LXV , LXVI e art . 93 , IX , da Constituição Federal de 1988", "art . 312 , do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art", "art . 312 , do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 13 . 964 / 2019", "art . 313 , do CPP", "artigo 312 , do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 13 . 964 / 2019", "art . 313 , do CPP", "artigo 312 , do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 310 , II , in fine , c . c artigos 312 e 313 , do CPP", "artigo 33 , caput , da Lei 11 . 343 / 06", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 310 , II , in fine , c . c artigos 312 e 313 , do CPP", "artigo 33 , caput , da Lei 11 . 343 / 06", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 42 da Lei n 11 . 343 / 06", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 42 da Lei n 11 . 343 / 06", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 319 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 319 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 33 DA LEI 11 . . 343 / 2006", "ART . 35 DA LEI 11 . 343 / 2006", "ART . 244 - B DA LEI 8 . 069 / 1990", "ART . 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL", "Medida Provisória n 2 .", "ART . 33 DA LEI 11 . . 343 / 2006", "ART . 35 DA LEI 11 . 343 / 2006", "ART . 244 - B DA LEI 8 . 069 / 1990", "ART . 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "art . 102 , II , a , da Constituição da República", "art . 33 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "art . 102 , II , a , da Constituição da República", "art . 33 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 312 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 312 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MATO GROSSO DO SUL", "Brasília", "MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "Rua Nhamundá", "Campo Grande / MS", "Comarca de Campo Grande", "Rua Nhamundá", "Campo Grande / MS", "Comarca de Campo Grande", "MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Sexta Turma", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Sexta Turma", "Superior", "Supremo Tribunal Federal", "Polícia", "Federal", "Conselho Nacional de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Polícia Federal", "Conselho Nacional de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Superior", "Policia Federal", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Policia Federal", "Polícia Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Policia Federal", "Polícia Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "MS", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "SUPERIOR TRIBUNAL DE", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "CÁRMEN LÚCIA", "ELSON MARQUES DOS SANTOS", "MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA", "Gilmar Mendes", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "ELSON MARQUES DOS SANTOS", "MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA", "CÁRMEN LÚCIA", "Márcio Messias de Oliveira", "Elson Marques dos Santos", "Reynaldo Soares da Fonseca", "CÁRMEN LÚCIA", "ELSON MARQUES DOS SANTOS", "MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA", "CÁRMEN", "LÚCIA", "Márcio Messias de Oliveira", "Elson Marques dos Santos", "Reynaldo Soares da Fonseca", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "LAURITA VAZ", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "LAURITA VAZ", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "ELSON MARQUES DOS SANTOS", "Elson Marques dos Santos", "ELSON MARQUES DOS SANTOS", "Elson Marques dos Santos", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "CÁRMEN LÚCIA", "Rosa Weber", "Rosa Weber", "CÁRMEN LÚCIA", "Ricardo Lewandowski", "Ricardo Lewandowski", "CÁRMEN LÚCIA", "ELSON MARQUES DOS SANTOS", "MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck", "CÁRMEN LÚCIA", "ELSON MARQUES DOS SANTOS", "MARCIO MESSIAS DE OLIVEIRA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "18", ".", "1", ".", "2021", "9", ".", "12", ".", "2020", "21", ".", "1", ".", "2021", "25", ".", "1", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "18", ".", "1", ".", "2021", "9", ".", "12", ".", "2020", "21", ".", "1", ".", "2021", "25", ".", "1", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "16", "/", "9", "/", "2014", "17", "/", "11", "/", "2014", "7", "/", "11", "/", "2019", "3", "/", "12", "/", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "16", "/", "9", "/", "2014", "17", "/", "11", "/", "2014", "7", "/", "11", "/", "2019", "3", "/", "12", "/", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "11 de setembro de 2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "11 de setembro de 2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "3", "/", "2016", "6", "/", "4", "/", "2016", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "3", "/", "2016", "6", "/", "4", "/", "2016", "24", "/", "08", "/", "2001", "29", ".", "5", ".", "2020", "1", ".", ".", ".", ".", "8", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "29", ".", "5", ".", "2020", "1", ".", ".", ".", ".", "8", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "1", ".", ".", ".", ".", "12", ".", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "1", ".", ".", ".", ".", "12", ".", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "11", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "11", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", 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Ementa e Acórdão 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E M E N T A AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO CONSTITUCIONAL. REVER A DETERMINAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS A SEREM CUMPRIDAS PELO PODER EXECUTIVO DEMANDA REEXAME DE FATOS E PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM ENTENDIMENTO FIRMADO POR ESTA SUPREMA CORTE. PRECEDENTES. VERBA NÃO FIXADA NA ORIGEM. MAJORAÇÃO INCABÍVEL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. I – A devolução, a esta Corte, do conhecimento da matéria impugnada, passaria necessariamente pelo reexame fático probatório inviável na sede extraordinário, a teor da dicção do Enunciado nº 279 da Súmula/STF. II – Os honorários recursais, previstos no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, não têm autonomia nem existência independente da sucumbência fixada na origem e representam um acréscimo ao ônus estabelecido previamente, motivo porque, na hipótese de descabimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7772-E37F-5561-22D9 e senha B6A1-8D6C-9901-A095 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão ARE 1304719 AGR / RJ ou de ausência de fixação anterior – como na espécie dos autos – a sua incidência é indevida. III – Agravo interno desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 21 a 28 de maio de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7772-E37F-5561-22D9 e senha B6A1-8D6C-9901-A095 Supremo Tribunal Federal ARE 1304719 AGR / RJ ou de ausência de fixação anterior – como na espécie dos autos – a sua incidência é indevida. III – Agravo interno desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 21 a 28 de maio de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7772-E37F-5561-22D9 e senha B6A1-8D6C-9901-A095 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a incidência, na espécie, do Enunciados nº 279 da Súmula/STF, bem como ate a ausência de violação ao princípio da separação de poderes, negou provimento ao recurso extraordinário interposto pelo Estado do Rio de Janeiro. Sustenta, a agravante, o desacerto do ato judicial impugnado. Ao final, requer a reconsideração da mencionada decisão ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 55AD-6ADF-69B7-5CE2 e senha 8E33-E8FB-6771-AE6D Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a incidência, na espécie, do Enunciados nº 279 da Súmula/STF, bem como ate a ausência de violação ao princípio da separação de poderes, negou provimento ao recurso extraordinário interposto pelo Estado do Rio de Janeiro. Sustenta, a agravante, o desacerto do ato judicial impugnado. Ao final, requer a reconsideração da mencionada decisão ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 55AD-6ADF-69B7-5CE2 e senha 8E33-E8FB-6771-AE6D Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Correta a decisão agravada. A decisão impugnada não merece reforma, eis que a parte agravante, em suas razões recursais, não se desvencilhou de apresentar argumentos novos aptos a infirmar o ato decisório questionado. Transcrevo, parcialmente, a decisão instigada pelo presente recurso de agravo: “Trata-se de recurso de agravo contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto, com fundamento em permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro assim ementado: ‘APELAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA, AJUIZADA PELA DEFENSORIA PÚBLICA. DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. CUMPRIMENTO DE MEDIDA DE SEGURANÇA NO HOSPITAL PENITENCIÁRIO ESTADUAL HEITOR CARRILHO. PORTADORES DE DOENÇA MENTAL EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE. OMISSÃO ESPECIFICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS QUE ASSEGUREM A DESINTERNAÇÃO. GRAVE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. DANO MORAL INDIVIDUAL E COLETIVO, CONFIGURADOS. HONORÁRIOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 421 DO STJ. PROVIMENTO DO RECURSO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Correta a decisão agravada. A decisão impugnada não merece reforma, eis que a parte agravante, em suas razões recursais, não se desvencilhou de apresentar argumentos novos aptos a infirmar o ato decisório questionado. Transcrevo, parcialmente, a decisão instigada pelo presente recurso de agravo: “Trata-se de recurso de agravo contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto, com fundamento em permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro assim ementado: ‘APELAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA, AJUIZADA PELA DEFENSORIA PÚBLICA. DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. CUMPRIMENTO DE MEDIDA DE SEGURANÇA NO HOSPITAL PENITENCIÁRIO ESTADUAL HEITOR CARRILHO. PORTADORES DE DOENÇA MENTAL EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE. OMISSÃO ESPECIFICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS QUE ASSEGUREM A DESINTERNAÇÃO. GRAVE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. DANO MORAL INDIVIDUAL E COLETIVO, CONFIGURADOS. HONORÁRIOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 421 DO STJ. PROVIMENTO DO RECURSO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES ARE 1304719 AGR / RJ PARA CONFIRMAR A LIMINAR CAUTELAR, DEFERIDA, PROIBINDO O INGRESSO DE NOVOS INTERNADOS NO REFERIDO NOSOCÔMIO, BEM COMO, REFORMAR A SENTENÇA PARA JULGAR PARCIALMENTE PROCEDENTE OS PEDIDOS DA DEFENSORIA PÚBLICA.’ O recorrente alega violação a preceitos contidos na Constituição Federal. Esse é o sucinto relatório. Decido. Consigno, desde logo, que o Colegiado a quo se baseou nos elementos fático-probatórios dos autos para confirmar a sentença que condenou o Estado do Rio de Janeiro na obrigação de não fazer consistente na expressa proibição de novos ingressos de pessoas com sentença de desinternação no Hospital de Custódia e Tratamento Penitenciário Heitor Carrilho’. A toda evidência, infirmar essas conclusões passaria, necessariamente, pela reapreciação vedada pelo Enunciado nº 279 da Súmula/STF. Ademais, no que se refere à alegada violação ao princípio da separação dos poderes (art. 2º, CF), esta Suprema Corte já assentiu que é ‘(...) possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado, quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo‘ (ARE 1.015.529-AgR/SE, Ministro Ricardo Lewandowski). É o que se extrai, também, do seguinte julgado: ‘Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Ação civil pública. Meio ambiente. 3. Ausência de prequestionamento (súmulas 282 e 356). 4. O Poder Judiciário, em situações excepcionais, pode determinar que a Administração Pública adote medidas assecuratórias de direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais sem que isso configure violação do princípio da separação de poderes. Precedentes desta Corte. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.’ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Supremo Tribunal Federal ARE 1304719 AGR / RJ PARA CONFIRMAR A LIMINAR CAUTELAR, DEFERIDA, PROIBINDO O INGRESSO DE NOVOS INTERNADOS NO REFERIDO NOSOCÔMIO, BEM COMO, REFORMAR A SENTENÇA PARA JULGAR PARCIALMENTE PROCEDENTE OS PEDIDOS DA DEFENSORIA PÚBLICA.’ O recorrente alega violação a preceitos contidos na Constituição Federal. Esse é o sucinto relatório. Decido. Consigno, desde logo, que o Colegiado a quo se baseou nos elementos fático-probatórios dos autos para confirmar a sentença que condenou o Estado do Rio de Janeiro na obrigação de não fazer consistente na expressa proibição de novos ingressos de pessoas com sentença de desinternação no Hospital de Custódia e Tratamento Penitenciário Heitor Carrilho’. A toda evidência, infirmar essas conclusões passaria, necessariamente, pela reapreciação vedada pelo Enunciado nº 279 da Súmula/STF. Ademais, no que se refere à alegada violação ao princípio da separação dos poderes (art. 2º, CF), esta Suprema Corte já assentiu que é ‘(...) possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado, quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo‘ (ARE 1.015.529-AgR/SE, Ministro Ricardo Lewandowski). É o que se extrai, também, do seguinte julgado: ‘Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Ação civil pública. Meio ambiente. 3. Ausência de prequestionamento (súmulas 282 e 356). 4. O Poder Judiciário, em situações excepcionais, pode determinar que a Administração Pública adote medidas assecuratórias de direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais sem que isso configure violação do princípio da separação de poderes. Precedentes desta Corte. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.’ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES ARE 1304719 AGR / RJ (RE 563.144-AgR/DF, Ministro Gilmar Mendes) Em casos fronteiriços, há – entre muitos outros – os seguintes precedentes: ARE 942.573/PB, Ministro Edson Fachin; RE 592.581/RS, Ministro Ricardo Lewandowski; RE 850.215/PB, Ministra Carmem Lúcia; RE 1.183.517/CE, Ministro Celso de Mello.” (com grifos do documento original) Honorários advocatícios recursais. Os honorários recursais, previstos no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, não têm autonomia nem existência independente da sucumbência fixada na origem e representam um acréscimo ao ônus estabelecido previamente, motivo porque, na hipótese de descabimento ou de ausência de fixação anterior – como na espécie dos autos –, a sua incidência é indevida. Nesse sentido, entre muitos outros, os seguintes acórdãos proferidos no Superior Tribunal de Justiça: AgInt no REsp-1.341.886/SP, DJ de 30.5.2019; EDcl no REsp-1.731.612/RS, DJ de 23.4.2019; e AgInt no AREsp-1.167.338/DF, DJ de 26.3.2019. Ante o exposto, ausente fato novo capaz de alterar os fundamentos da decisão ora agravada, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Supremo Tribunal Federal ARE 1304719 AGR / RJ (RE 563.144-AgR/DF, Ministro Gilmar Mendes) Em casos fronteiriços, há – entre muitos outros – os seguintes precedentes: ARE 942.573/PB, Ministro Edson Fachin; RE 592.581/RS, Ministro Ricardo Lewandowski; RE 850.215/PB, Ministra Carmem Lúcia; RE 1.183.517/CE, Ministro Celso de Mello.” (com grifos do documento original) Honorários advocatícios recursais. Os honorários recursais, previstos no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, não têm autonomia nem existência independente da sucumbência fixada na origem e representam um acréscimo ao ônus estabelecido previamente, motivo porque, na hipótese de descabimento ou de ausência de fixação anterior – como na espécie dos autos –, a sua incidência é indevida. Nesse sentido, entre muitos outros, os seguintes acórdãos proferidos no Superior Tribunal de Justiça: AgInt no REsp-1.341.886/SP, DJ de 30.5.2019; EDcl no REsp-1.731.612/RS, DJ de 23.4.2019; e AgInt no AREsp-1.167.338/DF, DJ de 26.3.2019. Ante o exposto, ausente fato novo capaz de alterar os fundamentos da decisão ora agravada, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 31/05/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BEF1-A68E-B439-FA55 e senha 818B-0CFE-347A-C7E8 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BEF1-A68E-B439-FA55 e senha 818B-0CFE-347A-C7E8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756199951
2021-05-31T00:00:00
2021-06-21T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
E M E N T A AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO CONSTITUCIONAL. REVER A DETERMINAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS A SEREM CUMPRIDAS PELO PODER EXECUTIVO DEMANDA REEXAME DE FATOS E PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM ENTENDIMENTO FIRMADO POR ESTA SUPREMA CORTE. PRECEDENTES. VERBA NÃO FIXADA NA ORIGEM. MAJORAÇÃO INCABÍVEL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. I – A devolução, a esta Corte, do conhecimento da matéria impugnada, passaria necessariamente pelo reexame fático probatório inviável na sede extraordinário, a teor da dicção do Enunciado nº 279 da Súmula/STF. II – Os honorários recursais, previstos no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, não têm autonomia nem existência independente da sucumbência fixada na origem e representam um acréscimo ao ônus estabelecido previamente, motivo porque, na hipótese de descabimento ou de ausência de fixação anterior – como na espécie dos autos – a sua incidência é indevida. III – Agravo interno desprovido.
sjur449005
- Acórdão(s) citado(s) - outros tribunais: (HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, SUCUMBÊNCIA) STJ: AgInt no REsp-1.341.886/SP, REsp-1.731.612/RS, AgInt no AREsp-1.167.338/DF. Número de páginas: 7. Análise: 30/11/2021, MAF.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
1304719
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00011\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1304719 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E M E N T A AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO CONSTITUCIONAL. REVER A DETERMINAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS A SEREM CUMPRIDAS PELO PODER EXECUTIVO DEMANDA REEXAME DE FATOS E PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM ENTENDIMENTO FIRMADO POR ESTA SUPREMA CORTE. PRECEDENTES. VERBA NÃO FIXADA NA ORIGEM. MAJORAÇÃO INCABÍVEL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. I – A devolução, a esta Corte, do conhecimento da matéria impugnada, passaria necessariamente pelo reexame fático probatório inviável na sede extraordinário, a teor da dicção do Enunciado n 279 da Súmula/Supremo Tribunal Federal. II – Os honorários recursais, previstos no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, não têm autonomia nem existência independente da sucumbência fixada na origem e representam um acréscimo ao ônus estabelecido previamente, motivo porque, na hipótese de descabimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7772-E37F-5561-22D9 e senha B6A1-8D6C-9901-A095 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão ARE 1304719 AGR / RJ ou de ausência de fixação anterior – como na espécie dos autos – a sua incidência é indevida. III – Agravo interno desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 21 a 28 de maio de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7772-E37F-5561-22D9 e senha B6A1-8D6C-9901-A095 Supremo Tribunal Federal ARE 1304719 AGR / RJ ou de ausência de fixação anterior – como na espécie dos autos – a sua incidência é indevida. III – Agravo interno desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 21 a 28 de maio de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7772-E37F-5561-22D9 e senha B6A1-8D6C-9901-A095 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a incidência, na espécie, do Enunciados n 279 da Súmula/Supremo Tribunal Federal, bem como ate a ausência de violação ao princípio da separação de poderes, negou provimento ao recurso extraordinário interposto pelo Estado do Rio de Janeiro. Sustenta, a agravante, o desacerto do ato judicial impugnado. Ao final, requer a reconsideração da mencionada decisão ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 55AD-6ADF-69B7-5CE2 e senha 8E33-E8FB-6771-AE6D Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a incidência, na espécie, do Enunciados n 279 da Súmula/Supremo Tribunal Federal, bem como ate a ausência de violação ao princípio da separação de poderes, negou provimento ao recurso extraordinário interposto pelo Estado do Rio de Janeiro. Sustenta, a agravante, o desacerto do ato judicial impugnado. Ao final, requer a reconsideração da mencionada decisão ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 55AD-6ADF-69B7-5CE2 e senha 8E33-E8FB-6771-AE6D Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Correta a decisão agravada. A decisão impugnada não merece reforma, eis que a parte agravante, em suas razões recursais, não se desvencilhou de apresentar argumentos novos aptos a infirmar o ato decisório questionado. Transcrevo, parcialmente, a decisão instigada pelo presente recurso de agravo: “Trata-se de recurso de agravo contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto, com fundamento em permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro assim ementado: ‘APELAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA, AJUIZADA PELA DEFENSORIA PÚBLICA. DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. CUMPRIMENTO DE MEDIDA DE SEGURANÇA NO HOSPITAL PENITENCIÁRIO ESTADUAL HEITOR CARRILHO. PORTADORES DE DOENÇA MENTAL EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE. OMISSÃO ESPECIFICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS QUE ASSEGUREM A DESINTERNAÇÃO. GRAVE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. DANO MORAL INDIVIDUAL E COLETIVO, CONFIGURADOS. HONORÁRIOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 421 DO Superior Tribunal de Justiça. PROVIMENTO DO RECURSO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Correta a decisão agravada. A decisão impugnada não merece reforma, eis que a parte agravante, em suas razões recursais, não se desvencilhou de apresentar argumentos novos aptos a infirmar o ato decisório questionado. Transcrevo, parcialmente, a decisão instigada pelo presente recurso de agravo: “Trata-se de recurso de agravo contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto, com fundamento em permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro assim ementado: ‘APELAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA, AJUIZADA PELA DEFENSORIA PÚBLICA. DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. CUMPRIMENTO DE MEDIDA DE SEGURANÇA NO HOSPITAL PENITENCIÁRIO ESTADUAL HEITOR CARRILHO. PORTADORES DE DOENÇA MENTAL EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE. OMISSÃO ESPECIFICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS QUE ASSEGUREM A DESINTERNAÇÃO. GRAVE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. DANO MORAL INDIVIDUAL E COLETIVO, CONFIGURADOS. HONORÁRIOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 421 DO Superior Tribunal de Justiça. PROVIMENTO DO RECURSO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES ARE 1304719 AGR / RJ PARA CONFIRMAR A LIMINAR CAUTELAR, DEFERIDA, PROIBINDO O INGRESSO DE NOVOS INTERNADOS NO REFERIDO NOSOCÔMIO, BEM COMO, REFORMAR A SENTENÇA PARA JULGAR PARCIALMENTE PROCEDENTE OS PEDIDOS DA DEFENSORIA PÚBLICA.’ O recorrente alega violação a preceitos contidos na Constituição Federal. Esse é o sucinto relatório. Decido. Consigno, desde logo, que o Colegiado a quo se baseou nos elementos fático-probatórios dos autos para confirmar a sentença que condenou o Estado do Rio de Janeiro na obrigação de não fazer consistente na expressa proibição de novos ingressos de pessoas com sentença de desinternação no Hospital de Custódia e Tratamento Penitenciário Heitor Carrilho’. A toda evidência, infirmar essas conclusões passaria, necessariamente, pela reapreciação vedada pelo Enunciado n 279 da Súmula/Supremo Tribunal Federal. Ademais, no que se refere à alegada violação ao princípio da separação dos poderes (art. 2..., Constituição Federal de 1988), esta Suprema Corte já assentiu que é ‘(...) possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado, quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo‘ (ARE 1.015.529-AgR/SE, Ministro Ricardo Lewandowski). É o que se extrai, também, do seguinte julgado: ‘Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Ação civil pública. Meio ambiente. 3. Ausência de prequestionamento (súmulas 282 e 356). 4. O Poder Judiciário, em situações excepcionais, pode determinar que a Administração Pública adote medidas assecuratórias de direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais sem que isso configure violação do princípio da separação de poderes. Precedentes desta Corte. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.’ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Supremo Tribunal Federal ARE 1304719 AGR / RJ PARA CONFIRMAR A LIMINAR CAUTELAR, DEFERIDA, PROIBINDO O INGRESSO DE NOVOS INTERNADOS NO REFERIDO NOSOCÔMIO, BEM COMO, REFORMAR A SENTENÇA PARA JULGAR PARCIALMENTE PROCEDENTE OS PEDIDOS DA DEFENSORIA PÚBLICA.’ O recorrente alega violação a preceitos contidos na Constituição Federal. Esse é o sucinto relatório. Decido. Consigno, desde logo, que o Colegiado a quo se baseou nos elementos fático-probatórios dos autos para confirmar a sentença que condenou o Estado do Rio de Janeiro na obrigação de não fazer consistente na expressa proibição de novos ingressos de pessoas com sentença de desinternação no Hospital de Custódia e Tratamento Penitenciário Heitor Carrilho’. A toda evidência, infirmar essas conclusões passaria, necessariamente, pela reapreciação vedada pelo Enunciado n 279 da Súmula/Supremo Tribunal Federal. Ademais, no que se refere à alegada violação ao princípio da separação dos poderes (art. 2..., Constituição Federal de 1988), esta Suprema Corte já assentiu que é ‘(...) possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado, quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo‘ (ARE 1.015.529-AgR/SE, Ministro Ricardo Lewandowski). É o que se extrai, também, do seguinte julgado: ‘Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Ação civil pública. Meio ambiente. 3. Ausência de prequestionamento (súmulas 282 e 356). 4. O Poder Judiciário, em situações excepcionais, pode determinar que a Administração Pública adote medidas assecuratórias de direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais sem que isso configure violação do princípio da separação de poderes. Precedentes desta Corte. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.’ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES ARE 1304719 AGR / RJ (Recurso Extraordinário 563.144-AgR/DF, Ministro Gilmar Mendes) Em casos fronteiriços, há – entre muitos outros – os seguintes precedentes: ARE 942.573/PB, Ministro Edson Fachin; Recurso Extraordinário 592.581/RS, Ministro Ricardo Lewandowski; Recurso Extraordinário 850.215/PB, Ministra Carmem Lúcia; Recurso Extraordinário 1.183.517/CE, Ministro Celso de Mello.” (com grifos do documento original) Honorários advocatícios recursais. Os honorários recursais, previstos no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, não têm autonomia nem existência independente da sucumbência fixada na origem e representam um acréscimo ao ônus estabelecido previamente, motivo porque, na hipótese de descabimento ou de ausência de fixação anterior – como na espécie dos autos –, a sua incidência é indevida. Nesse sentido, entre muitos outros, os seguintes acórdãos proferidos no Superior Tribunal de Justiça: AgInt no REsp-1.341.886/SP, DJ de 30.5.2019; EDcl no REsp-1.731.612/RS, DJ de 23.4.2019; e AgInt no AREsp-1.167.338/DF, DJ de 26.3.2019. Ante o exposto, ausente fato novo capaz de alterar os fundamentos da decisão ora agravada, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Supremo Tribunal Federal ARE 1304719 AGR / RJ (Recurso Extraordinário 563.144-AgR/DF, Ministro Gilmar Mendes) Em casos fronteiriços, há – entre muitos outros – os seguintes precedentes: ARE 942.573/PB, Ministro Edson Fachin; Recurso Extraordinário 592.581/RS, Ministro Ricardo Lewandowski; Recurso Extraordinário 850.215/PB, Ministra Carmem Lúcia; Recurso Extraordinário 1.183.517/CE, Ministro Celso de Mello.” (com grifos do documento original) Honorários advocatícios recursais. Os honorários recursais, previstos no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, não têm autonomia nem existência independente da sucumbência fixada na origem e representam um acréscimo ao ônus estabelecido previamente, motivo porque, na hipótese de descabimento ou de ausência de fixação anterior – como na espécie dos autos –, a sua incidência é indevida. Nesse sentido, entre muitos outros, os seguintes acórdãos proferidos no Superior Tribunal de Justiça: AgInt no REsp-1.341.886/SP, DJ de 30.5.2019; EDcl no REsp-1.731.612/RS, DJ de 23.4.2019; e AgInt no AREsp-1.167.338/DF, DJ de 26.3.2019. Ante o exposto, ausente fato novo capaz de alterar os fundamentos da decisão ora agravada, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2053-C3B8-F409-D922 e senha 0AFF-0236-D580-5F18 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 31/05/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BEF1-A68E-B439-FA55 e senha 818B-0CFE-347A-C7E8 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.304.719 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BEF1-A68E-B439-FA55 e senha 818B-0CFE-347A-C7E8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 304 . 719", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "Enunciado n 279 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1304719 AGR /", "ARE 1304719", "Enunciados n 279 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "Enunciados n 279 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM", "SÚMULA 421 DO Superior Tribunal de Justiça", "SÚMULA 421 DO Superior Tribunal de Justiça", "ARE 1304719 AGR", "Enunciado n 279 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 015 . 529 - AgR / SE", "ARE 1304719 AGR / RJ", "Enunciado n 279 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 015 . 529 - AgR / SE", "ARE 1304719 AGR / RJ", "Recurso Extraordinário 563 . 144 - AgR / DF", "ARE 942 . 573 / PB", "Recurso Extraordinário 592 . 581 / RS", "Recurso Extraordinário 850 . 215 / PB", "Recurso Extraordinário 1 . 183 . 517 / CE", "AgInt no REsp - 1 . 341 . 886 / SP", "EDcl no REsp - 1 . 731 . 612 / RS", "AgInt no AREsp - 1 . 167 . 338 / DF", "ARE 1304719 AGR / RJ", "Recurso Extraordinário 563 . 144 - AgR / DF", "ARE 942 . 573 / PB", "Recurso Extraordinário 592 . 581 / RS", "Recurso Extraordinário 850 . 215 / PB", "Recurso Extraordinário 1 . 183 . 517 / CE", "AgInt no REsp - 1 . 341 . 886 / SP", "EDcl no REsp - 1 . 731 . 612 / RS", "AgInt no AREsp - 1 . 167 . 338 / DF", "RECURSO" ], "LEGISLACAO": [ "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "art . 2 . . . , Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "art . 2 . . . , Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Brasília", "Brasília", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Estado do Rio de Janeiro", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Estado do Rio de Janeiro", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Hospital", "RIO DE JANEIRO RELATOR", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro", "DEFENSORIA PÚBLICA", "HOSPITAL PENITENCIÁRIO ESTADUAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro", "DEFENSORIA PÚBLICA", "HOSPITAL PENITENCIÁRIO ESTADUAL", "Supremo Tribunal Federal", "/", "RJ", "DEFENSORIA PÚBLICA .", "Estado do Rio de Janeiro", "Hospital de Custódia e Tratamento Penitenciário Heitor Carrilho ’", "Suprema", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "DEFENSORIA PÚBLICA .", "Estado do Rio de", "Suprema Corte", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "HEITOR CARRILHO", "NUNES MARQUES", "HEITOR CARRILHO", "NUNES MARQUES", "Ricardo Lewandowski", "Ricardo Lewandowski", "NUNES MARQUES", "Gilmar Mendes", "Edson Fachin", "Ricardo Lewandowski", "Carmem Lúcia", "Celso de Mello", "Gilmar Mendes", "Edson Fachin", "Ricardo Lewandowski", "Carmem Lúcia", "Celso de Mello", "NUNES MARQUES", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck", "NUNES MARQUES", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21 a 28 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21 a 28 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "30", ".", "5", ".", "2019", "23", ".", "4", ".", "2019", "26", ".", "3", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "30", ".", "5", ".", "2019", "23", ".", "4", ".", "2019", "26", ".", "3", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) :JENNER SILVERIO JACULI AGDO.(A/S) :RELATOR DO ARESP Nº 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA Agravo regimental em habeas corpus. Direito Processual Penal. Pretensão de revogação da custódia cautelar. Falta de contemporaneidade e excesso de prazo relativo a análise de agravo regimental formalizado no Superior Tribunal de Justiça. Ausência de impugnação de todos os fundamentos da decisão agravada. Não conhecimento do agravo regimental. Precedentes. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal é firme no sentido de que a parte deve impugnar, na petição de agravo regimental, todos os fundamentos da decisão que pretende infirmar, o que não ocorreu na espécie. 2. Agravo regimental do qual não se conhece. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 21 a 28/5/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em não conhecer do agravo regimental. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 47FB-F0E3-EC6E-A504 e senha CA4C-C2FD-5A40-9258 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) :JENNER SILVERIO JACULI AGDO.(A/S) :RELATOR DO ARESP Nº 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de Agenor Lasaro Soares, apontando como autoridade coatora o Ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça, que, em juízo de retratação, conheceu do agravo no AREsp nº 1.521.534/MG interposto pelo Ministério Público e deu provimento “ao recurso especial, para restabelecer a prisão preventiva do agravado, nos termos do art. 34, VII, c/c o art. 253, parágrafo único, II, c, ambos do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça”. Sustenta o impetrante, em síntese, a presença de constrangimento ilegal ao paciente, em decorrência do restabelecimento de sua prisão preventiva após 2 anos da soltura, sem apresentar novos argumentos, concluindo pela inexistência de contemporaneidade do novo decreto prisional. Acrescenta que “7. Em 30/08/2019, foi interposto Agravo Interno pelo Ministério Público Federal, sendo que em 02/03/2020, em juízo de retratação, APÓS PASSADOS MAIS DE 14 (QUATORZE) MESES DA REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, o Eminente Ministro Jorge Mussi conhece do agravo e dá provimento ao Recurso Especial em Habeas Corpus, reestabelecendo a prisão preventiva do paciente. (Documento anexo VI).“ Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DEA-2172-4CCC-42C8 e senha 5D22-F33C-FAD7-B5FC Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) :JENNER SILVERIO JACULI AGDO.(A/S) :RELATOR DO ARESP Nº 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de Agenor Lasaro Soares, apontando como autoridade coatora o Ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça, que, em juízo de retratação, conheceu do agravo no AREsp nº 1.521.534/MG interposto pelo Ministério Público e deu provimento “ao recurso especial, para restabelecer a prisão preventiva do agravado, nos termos do art. 34, VII, c/c o art. 253, parágrafo único, II, c, ambos do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça”. Sustenta o impetrante, em síntese, a presença de constrangimento ilegal ao paciente, em decorrência do restabelecimento de sua prisão preventiva após 2 anos da soltura, sem apresentar novos argumentos, concluindo pela inexistência de contemporaneidade do novo decreto prisional. Acrescenta que “7. Em 30/08/2019, foi interposto Agravo Interno pelo Ministério Público Federal, sendo que em 02/03/2020, em juízo de retratação, APÓS PASSADOS MAIS DE 14 (QUATORZE) MESES DA REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, o Eminente Ministro Jorge Mussi conhece do agravo e dá provimento ao Recurso Especial em Habeas Corpus, reestabelecendo a prisão preventiva do paciente. (Documento anexo VI).“ Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DEA-2172-4CCC-42C8 e senha 5D22-F33C-FAD7-B5FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório HC 200614 AGR / MG Aduz, ainda, não terem sido satisfeitos os requisitos do art. 312 do CPP para a decretação da custódia cautelar do paciente. Alega a ocorrência de excesso de prazo para a apreciação do agravo regimental, com pedido de reconsideração, porque “até o presente momento, em 12/04/2021, mais de 1 (UM) ANO DEPOIS, pendente está de apreciação pelo Ministro Relator, prazo este que alcançou mais que o limite do razoável, demonstrando restar claro e inequívoco constrangimento ilegal”. Requereu, liminarmente, a concessão da ordem para revogar a prisão preventiva do paciente e, no mérito, a confirmação da medida. Em 16/4/21, neguei seguimento ao writ, nos termos do art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, ficando prejudicado o pedido de liminar. Contra essa decisão a defesa interpõe, tempestivamente, o presente agravo regimental, no qual questiona os fundamentos da decisão agravada. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DEA-2172-4CCC-42C8 e senha 5D22-F33C-FAD7-B5FC Supremo Tribunal Federal HC 200614 AGR / MG Aduz, ainda, não terem sido satisfeitos os requisitos do art. 312 do CPP para a decretação da custódia cautelar do paciente. Alega a ocorrência de excesso de prazo para a apreciação do agravo regimental, com pedido de reconsideração, porque “até o presente momento, em 12/04/2021, mais de 1 (UM) ANO DEPOIS, pendente está de apreciação pelo Ministro Relator, prazo este que alcançou mais que o limite do razoável, demonstrando restar claro e inequívoco constrangimento ilegal”. Requereu, liminarmente, a concessão da ordem para revogar a prisão preventiva do paciente e, no mérito, a confirmação da medida. Em 16/4/21, neguei seguimento ao writ, nos termos do art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, ficando prejudicado o pedido de liminar. Contra essa decisão a defesa interpõe, tempestivamente, o presente agravo regimental, no qual questiona os fundamentos da decisão agravada. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DEA-2172-4CCC-42C8 e senha 5D22-F33C-FAD7-B5FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): O recurso não comporta conhecimento. Isso porque neguei seguimento ao habeas corpus com os fundamentos seguintes: i) inadmissibilidade de habeas corpus que se volte contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça; ii) ausência de excesso de prazo decorrente de desídia do Poder Judiciário; e, iii) inadmissível supressão de instância quanto à suposta inidoneidade do ato que determinou a prisão preventiva. Verifico que o agravante não impugnou, nas razões do agravo regimental, todos os fundamentos supramencionados, limitando-se a reiterar os fundamentos suscitados na inicial da impetração. Essa circunstância atrai a incidência da jurisprudência pacífica da Corte no sentido de ser “inviável o agravo regimental no qual não são impugnados todos os fundamentos da decisão agravada” (RE nº 563.881/RN-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJ de 1º/2/08). Perfilham esse entendimento os seguinte julgados: “Agravo regimental em habeas corpus. Recurso interposto pelo próprio impetrante/paciente, que não detinha habilitação legal para tanto. Possibilidade. Precedente. Ausência de impugnação dos fundamentos da decisão agravada. Regimental não provido. 1. O fato de o agravante não possuir capacidade postulatória não impede o conhecimento do recurso. Segundo a jurisprudência contemporânea da Corte não é necessário exigir daquele que impetra a ordem de habeas corpus habilitação legal ou representação para dele recorrer (HC nº 102.836/PE- AgR, redator para acórdão o Ministro Dias Toffoli, DJe de 27/2/12) 2. Agravo regimental cujas razões não impugnam os Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 49E0-07F6-8972-C024 e senha D6D6-FD97-C39D-F970 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): O recurso não comporta conhecimento. Isso porque neguei seguimento ao habeas corpus com os fundamentos seguintes: i) inadmissibilidade de habeas corpus que se volte contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça; ii) ausência de excesso de prazo decorrente de desídia do Poder Judiciário; e, iii) inadmissível supressão de instância quanto à suposta inidoneidade do ato que determinou a prisão preventiva. Verifico que o agravante não impugnou, nas razões do agravo regimental, todos os fundamentos supramencionados, limitando-se a reiterar os fundamentos suscitados na inicial da impetração. Essa circunstância atrai a incidência da jurisprudência pacífica da Corte no sentido de ser “inviável o agravo regimental no qual não são impugnados todos os fundamentos da decisão agravada” (RE nº 563.881/RN-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJ de 1º/2/08). Perfilham esse entendimento os seguinte julgados: “Agravo regimental em habeas corpus. Recurso interposto pelo próprio impetrante/paciente, que não detinha habilitação legal para tanto. Possibilidade. Precedente. Ausência de impugnação dos fundamentos da decisão agravada. Regimental não provido. 1. O fato de o agravante não possuir capacidade postulatória não impede o conhecimento do recurso. Segundo a jurisprudência contemporânea da Corte não é necessário exigir daquele que impetra a ordem de habeas corpus habilitação legal ou representação para dele recorrer (HC nº 102.836/PE- AgR, redator para acórdão o Ministro Dias Toffoli, DJe de 27/2/12) 2. Agravo regimental cujas razões não impugnam os Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 49E0-07F6-8972-C024 e senha D6D6-FD97-C39D-F970 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI HC 200614 AGR / MG fundamentos da decisão agravada. 3. Recurso ao qual se nega provimento” (HC nº 112.498/SP-AgR, Primeira Turma, de minha relatoria, DJe de 6/8/12). “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. fundamentos INATACADOS. 1. A agravante não impugnou os fundamentos da decisão agravada. Incidência do artigo 317, § 1º, do RISTF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº 664.174/SC-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Eros Grau, DJ de 1º/2/08). “Embargos de declaração em recurso extraordinário. 2. Decisão monocrática do relator. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Recurso que não ataca o fundamento da decisão agravada. Aplicação do art. 317, § 1º, do RISTF. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 490.720/MS-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 1º/2/08). Ante o exposto, não conheço do agravo regimental. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 49E0-07F6-8972-C024 e senha D6D6-FD97-C39D-F970 Supremo Tribunal Federal HC 200614 AGR / MG fundamentos da decisão agravada. 3. Recurso ao qual se nega provimento” (HC nº 112.498/SP-AgR, Primeira Turma, de minha relatoria, DJe de 6/8/12). “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. fundamentos INATACADOS. 1. A agravante não impugnou os fundamentos da decisão agravada. Incidência do artigo 317, § 1º, do RISTF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº 664.174/SC-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Eros Grau, DJ de 1º/2/08). “Embargos de declaração em recurso extraordinário. 2. Decisão monocrática do relator. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Recurso que não ataca o fundamento da decisão agravada. Aplicação do art. 317, § 1º, do RISTF. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 490.720/MS-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 1º/2/08). Ante o exposto, não conheço do agravo regimental. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 49E0-07F6-8972-C024 e senha D6D6-FD97-C39D-F970 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) : JENNER SILVERIO JACULI (157983/MG) AGDO.(A/S) : RELATOR DO ARESP Nº 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 82A4-20F4-01F4-4969 e senha CC7D-373D-D88D-99C6 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) : JENNER SILVERIO JACULI (157983/MG) AGDO.(A/S) : RELATOR DO ARESP Nº 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 82A4-20F4-01F4-4969 e senha CC7D-373D-D88D-99C6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756347057
2021-05-31T00:00:00
2021-06-30T00:00:00
A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NO HABEAS CORPUS
EMENTA Agravo regimental em habeas corpus. Direito Processual Penal. Pretensão de revogação da custódia cautelar. Falta de contemporaneidade e excesso de prazo relativo a análise de agravo regimental formalizado no Superior Tribunal de Justiça. Ausência de impugnação de todos os fundamentos da decisão agravada. Não conhecimento do agravo regimental. Precedentes. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal é firme no sentido de que a parte deve impugnar, na petição de agravo regimental, todos os fundamentos da decisão que pretende infirmar, o que não ocorreu na espécie. 2. Agravo regimental do qual não se conhece.
sjur449691
- Acórdão(s) citado(s): (IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA, FUNDAMENTO, DECISÃO AGRAVADA) AI 664174 AgR (2ªT), RE 563881 AgR (1ªT), RE 490720 ED (2ªT), HC 112498 AgR (1ªT). Número de páginas: 6. Análise: 20/01/2022, ABO.
DIAS TOFFOLI
Primeira Turma
200614
null
HC-AgR
acordaos
HC 200614 AgR
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AGTE.(S) : AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) : JENNER SILVERIO JACULI AGDO.(A/S) : RELATOR DO ARESP Nº 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) :JENNER SILVERIO JACULI AGDO.(A/S) :RELATOR DO ARESP n 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA Agravo regimental em habeas corpus. Direito Processual Penal. Pretensão de revogação da custódia cautelar. Falta de contemporaneidade e excesso de prazo relativo a análise de agravo regimental formalizado no Superior Tribunal de Justiça. Ausência de impugnação de todos os fundamentos da decisão agravada. Não conhecimento do agravo regimental. Precedentes. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal é firme no sentido de que a parte deve impugnar, na petição de agravo regimental, todos os fundamentos da decisão que pretende infirmar, o que não ocorreu na espécie. 2. Agravo regimental do qual não se conhece. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 21 a 28/5/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em não conhecer do agravo regimental. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 47FB-F0E3-EC6E-A504 e senha CA4C-C2FD-5A40-9258 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) :JENNER SILVERIO JACULI AGDO.(A/S) :RELATOR DO ARESP n 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de Agenor Lasaro Soares, apontando como autoridade coatora o Ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça, que, em juízo de retratação, conheceu do agravo no AREsp n 1.521.534/MG interposto pelo Ministério Público e deu provimento “ao recurso especial, para restabelecer a prisão preventiva do agravado, nos termos do art. 34, VII, c/c o art. 253, parágrafo único, II, c, ambos do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça”. Sustenta o impetrante, em síntese, a presença de constrangimento ilegal ao paciente, em decorrência do restabelecimento de sua prisão preventiva após 2 anos da soltura, sem apresentar novos argumentos, concluindo pela inexistência de contemporaneidade do novo decreto prisional. Acrescenta que “7. Em 30/08/2019, foi interposto Agravo Interno pelo Ministério Público Federal, sendo que em 02/03/2020, em juízo de retratação, APÓS PASSADOS MAIS DE 14 (QUATORZE) MESES DA REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, o Eminente Ministro Jorge Mussi conhece do agravo e dá provimento ao Recurso Especial em Habeas Corpus, reestabelecendo a prisão preventiva do paciente. (Documento anexo VI).“ Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DEA-2172-4CCC-42C8 e senha 5D22-F33C-FAD7-B5FC Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) :JENNER SILVERIO JACULI AGDO.(A/S) :RELATOR DO ARESP n 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de Agenor Lasaro Soares, apontando como autoridade coatora o Ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça, que, em juízo de retratação, conheceu do agravo no AREsp n 1.521.534/MG interposto pelo Ministério Público e deu provimento “ao recurso especial, para restabelecer a prisão preventiva do agravado, nos termos do art. 34, VII, c/c o art. 253, parágrafo único, II, c, ambos do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça”. Sustenta o impetrante, em síntese, a presença de constrangimento ilegal ao paciente, em decorrência do restabelecimento de sua prisão preventiva após 2 anos da soltura, sem apresentar novos argumentos, concluindo pela inexistência de contemporaneidade do novo decreto prisional. Acrescenta que “7. Em 30/08/2019, foi interposto Agravo Interno pelo Ministério Público Federal, sendo que em 02/03/2020, em juízo de retratação, APÓS PASSADOS MAIS DE 14 (QUATORZE) MESES DA REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, o Eminente Ministro Jorge Mussi conhece do agravo e dá provimento ao Recurso Especial em Habeas Corpus, reestabelecendo a prisão preventiva do paciente. (Documento anexo VI).“ Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DEA-2172-4CCC-42C8 e senha 5D22-F33C-FAD7-B5FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório HC 200614 AGR / MG Aduz, ainda, não terem sido satisfeitos os requisitos do art. 312 do CPP para a decretação da custódia cautelar do paciente. Alega a ocorrência de excesso de prazo para a apreciação do agravo regimental, com pedido de reconsideração, porque “até o presente momento, em 12/04/2021, mais de 1 (UM) ANO DEPOIS, pendente está de apreciação pelo Ministro Relator, prazo este que alcançou mais que o limite do razoável, demonstrando restar claro e inequívoco constrangimento ilegal”. Requereu, liminarmente, a concessão da ordem para revogar a prisão preventiva do paciente e, no mérito, a confirmação da medida. Em 16/4/21, neguei seguimento ao writ, nos termos do art. 21, § 1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, ficando prejudicado o pedido de liminar. Contra essa decisão a defesa interpõe, tempestivamente, o presente agravo regimental, no qual questiona os fundamentos da decisão agravada. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DEA-2172-4CCC-42C8 e senha 5D22-F33C-FAD7-B5FC Supremo Tribunal Federal HC 200614 AGR / MG Aduz, ainda, não terem sido satisfeitos os requisitos do art. 312 do CPP para a decretação da custódia cautelar do paciente. Alega a ocorrência de excesso de prazo para a apreciação do agravo regimental, com pedido de reconsideração, porque “até o presente momento, em 12/04/2021, mais de 1 (UM) ANO DEPOIS, pendente está de apreciação pelo Ministro Relator, prazo este que alcançou mais que o limite do razoável, demonstrando restar claro e inequívoco constrangimento ilegal”. Requereu, liminarmente, a concessão da ordem para revogar a prisão preventiva do paciente e, no mérito, a confirmação da medida. Em 16/4/21, neguei seguimento ao writ, nos termos do art. 21, § 1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, ficando prejudicado o pedido de liminar. Contra essa decisão a defesa interpõe, tempestivamente, o presente agravo regimental, no qual questiona os fundamentos da decisão agravada. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DEA-2172-4CCC-42C8 e senha 5D22-F33C-FAD7-B5FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): O recurso não comporta conhecimento. Isso porque neguei seguimento ao habeas corpus com os fundamentos seguintes: i) inadmissibilidade de habeas corpus que se volte contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça; ii) ausência de excesso de prazo decorrente de desídia do Poder Judiciário; e, iii) inadmissível supressão de instância quanto à suposta inidoneidade do ato que determinou a prisão preventiva. Verifico que o agravante não impugnou, nas razões do agravo regimental, todos os fundamentos supramencionados, limitando-se a reiterar os fundamentos suscitados na inicial da impetração. Essa circunstância atrai a incidência da jurisprudência pacífica da Corte no sentido de ser “inviável o agravo regimental no qual não são impugnados todos os fundamentos da decisão agravada” (Recurso Extraordinário n 563.881/RN-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJ de 1.../2/08). Perfilham esse entendimento os seguinte julgados: “Agravo regimental em habeas corpus. Recurso interposto pelo próprio impetrante/paciente, que não detinha habilitação legal para tanto. Possibilidade. Precedente. Ausência de impugnação dos fundamentos da decisão agravada. Regimental não provido. 1. O fato de o agravante não possuir capacidade postulatória não impede o conhecimento do recurso. Segundo a jurisprudência contemporânea da Corte não é necessário exigir daquele que impetra a ordem de habeas corpus habilitação legal ou representação para dele recorrer (HC n 102.836/PE- AgR, redator para acórdão o Ministro Dias Toffoli, DJe de 27/2/12) 2. Agravo regimental cujas razões não impugnam os Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 49E0-07F6-8972-C024 e senha D6D6-FD97-C39D-F970 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): O recurso não comporta conhecimento. Isso porque neguei seguimento ao habeas corpus com os fundamentos seguintes: i) inadmissibilidade de habeas corpus que se volte contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça; ii) ausência de excesso de prazo decorrente de desídia do Poder Judiciário; e, iii) inadmissível supressão de instância quanto à suposta inidoneidade do ato que determinou a prisão preventiva. Verifico que o agravante não impugnou, nas razões do agravo regimental, todos os fundamentos supramencionados, limitando-se a reiterar os fundamentos suscitados na inicial da impetração. Essa circunstância atrai a incidência da jurisprudência pacífica da Corte no sentido de ser “inviável o agravo regimental no qual não são impugnados todos os fundamentos da decisão agravada” (Recurso Extraordinário n 563.881/RN-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJ de 1.../2/08). Perfilham esse entendimento os seguinte julgados: “Agravo regimental em habeas corpus. Recurso interposto pelo próprio impetrante/paciente, que não detinha habilitação legal para tanto. Possibilidade. Precedente. Ausência de impugnação dos fundamentos da decisão agravada. Regimental não provido. 1. O fato de o agravante não possuir capacidade postulatória não impede o conhecimento do recurso. Segundo a jurisprudência contemporânea da Corte não é necessário exigir daquele que impetra a ordem de habeas corpus habilitação legal ou representação para dele recorrer (HC n 102.836/PE- AgR, redator para acórdão o Ministro Dias Toffoli, DJe de 27/2/12) 2. Agravo regimental cujas razões não impugnam os Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 49E0-07F6-8972-C024 e senha D6D6-FD97-C39D-F970 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI HC 200614 AGR / MG fundamentos da decisão agravada. 3. Recurso ao qual se nega provimento” (HC n 112.498/SP-AgR, Primeira Turma, de minha relatoria, DJe de 6/8/12). “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. fundamentos INATACADOS. 1. A agravante não impugnou os fundamentos da decisão agravada. Incidência do artigo 317, § 1..., do RISTF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI n 664.174/SC-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Eros Grau, DJ de 1.../2/08). “Embargos de declaração em recurso extraordinário. 2. Decisão monocrática do relator. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Recurso que não ataca o fundamento da decisão agravada. Aplicação do art. 317, § 1..., do RISTF. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (Recurso Extraordinário n 490.720/MS-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 1.../2/08). Ante o exposto, não conheço do agravo regimental. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 49E0-07F6-8972-C024 e senha D6D6-FD97-C39D-F970 Supremo Tribunal Federal HC 200614 AGR / MG fundamentos da decisão agravada. 3. Recurso ao qual se nega provimento” (HC n 112.498/SP-AgR, Primeira Turma, de minha relatoria, DJe de 6/8/12). “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. fundamentos INATACADOS. 1. A agravante não impugnou os fundamentos da decisão agravada. Incidência do artigo 317, § 1..., do RISTF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI n 664.174/SC-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Eros Grau, DJ de 1.../2/08). “Embargos de declaração em recurso extraordinário. 2. Decisão monocrática do relator. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Recurso que não ataca o fundamento da decisão agravada. Aplicação do art. 317, § 1..., do RISTF. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (Recurso Extraordinário n 490.720/MS-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 1.../2/08). Ante o exposto, não conheço do agravo regimental. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 49E0-07F6-8972-C024 e senha D6D6-FD97-C39D-F970 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) : JENNER SILVERIO JACULI (157983/MG) AGDO.(A/S) : RELATOR DO ARESP n 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 82A4-20F4-01F4-4969 e senha CC7D-373D-D88D-99C6 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.614 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : AGENOR LASARO SOARES ADV.(A/S) : JENNER SILVERIO JACULI (157983/MG) AGDO.(A/S) : RELATOR DO ARESP n 1.521.534 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 82A4-20F4-01F4-4969 e senha CC7D-373D-D88D-99C6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 200 . 614", "ARESP n 1 . 521 . 534", "HABEAS CORPUS 200 . 614", "ARESP n 1 . 521 . 534", "AREsp n 1 . 521 . 534 / MG", "HABEAS CORPUS 200 . 614", "ARESP n 1 . 521 . 534", "AREsp n 1 . 521 . 534 / MG", "HC 200614 AGR / MG", "HC 200614 AGR / MG", "HABEAS CORPUS 200 .", "Recurso Extraordinário n 563 . 881 / RN - AgR", "HC n 102 . 836 / PE - AgR", "Recurso Extraordinário n 563 . 881 / RN - AgR", "HC n 102 . 836 / PE -", "HC 200614 AGR / MG", "HC n 112 . 498 / SP - AgR", "AI n 664 . 174 / SC - AgR", "Recurso Extraordinário n 490 . 720 / MS - ED", "HC 200614", "HC n 112 . 498 / SP - AgR", "AI n 664 . 174 / SC - AgR", "Recurso Extraordinário n 490 . 720 / MS - ED", "HABEAS CORPUS 200 . 614", "ARESP n 1 . 521 . 534", "HABEAS CORPUS 200 . 614", "ARESP n 1 . 521 . 534" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 34 , VII , c / c o art . 253 , parágrafo único , II , c , ambos do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça", "Medida Provisória n 2 . 200 -", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 312 do CPP", "art . 21 , § 1 . . . , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 312 do CPP", "art . 21 , § 1 . . . , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 317 , § 1 . . . , do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 317 , § 1 . . . , do RISTF", "art", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MINAS GERAIS", "Brasília", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal", "Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público", "Ministério Público Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "AGR", "/", "MG", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "DIAS TOFFOLI", "AGENOR LASARO SOARES", "JENNER SILVERIO JACULI", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "DIAS TOFFOLI", "AGENOR LASARO SOARES", "JENNER SILVERIO JACULI", "DIAS TOFFOLI", "Agenor Lasaro Soares", "Jorge Mussi", "Jorge Mussi", "DIAS TOFFOLI", "AGENOR LASARO SOARES", "JENNER SILVERIO JACULI", "DIAS TOFFOLI", "Agenor Lasaro Soares", "Jorge Mussi", "Jorge Mussi", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "DIAS TOFFOLI", "Cármen Lúcia", "AgR", "Dias Toffoli", "DIAS TOFFOLI", "Eros Grau", "Gilmar Mendes", "Eros Grau", "Gilmar Mendes", "DIAS TOFFOLI", "AGENOR LASARO SOARES", "JENNER SILVERIO JACULI", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "DIAS TOFFOLI", "AGENOR LASARO SOARES", "JENNER SILVERIO JACULI", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "21", "28", "/", "5", "/", "21", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "/", "05", "/", "2021", "30", "/", "08", "/", "2019", "02", "/", "03", "/", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "30", "/", "08", "/", "2019", "02", "/", "03", "/", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "12", "/", "04", "/", "2021", "16", "/", "4", "/", "21", "24", "/", "08", "/", "2001", "12", "/", "04", "/", "2021", "16", "/", "4", "/", "21", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "1", ".", ".", ".", "/", "2", "/", "08", "27", "/", "2", "/", "12", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "1", ".", ".", ".", "/", "2", "/", "08", "27", "/", "2", "/", "12", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "/", "8", "/", "12", "1", ".", ".", ".", "/", "2", "/", "08", "1", ".", ".", ".", "/", "2", "/", "08", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "/", "8", "/", "12", "1", ".", ".", ".", "/", "2", "/", "08", "1", ".", ".", ".", "/", "2", "/", "08", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) :RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. EXTORSÃO COM RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA, CONCURSO DE PESSOAS E EMPREGO DE ARMA DE FOGO. BUSCA E APREENSÃO DETERMINADA PELO JUÍZO DE ORIGEM. ACESSO A DADOS DE APARELHOS CEULARES PELA POLÍCIA CIVIL. POSSIBILIDADE. EVENTUAL RECONHECIMENTO DE NULIDADE DAS PROVAS INSUFICIENTE A INFIRMAR A SENTENÇA CONDENATÓRIA. MATÉRIAS NÃO EXAMINADAS PELAS INSTÂNCIAS ANTECEDENTES. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C6E0-24A3-0EA9-5279 e senha AFE0-85F3-4AEC-05F2 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 28 Relatório 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) :RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 30.4.2021, foi negado seguimento ao habeas corpus, com requerimento de medida liminar, impetrado por Rafael Lanfranchi Pereira, advogado, em benefício de Marcos Aurélio Correa Saraiva, contra julgado da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça pelo qual, em 23.2.2021, negado provimento ao Agravo Regimental no Recurso em Habeas Corpus n. 137.152, Relator o Ministro Sebastião Reis Júnior. 2. Publicada essa decisão no DJe de 4.5.2021, Marcos Aurélio Correa Saraiva interpõe, em 10.5.2021, tempestivamente, o presente agravo regimental. 3. O agravante alega que, “embora tenha deferido a medida de busca e apreensão, o Juízo de primeiro grau não concedeu “autorização judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados”, conforme requerido pela autoridade policial”. Sustenta que, “embora a jurisprudência reconheça a possibilidade de utilização da técnica per relationem como apta ao preenchimento do art. 93, IX, da Constituição Federal, extrai-se que há necessidade de um mínimo de motivação, o que não ocorre na espécie”. Enfatiza que “não se trata (…) de nulidade capaz de ter a absolvição do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F96C-8601-4917-0B0D e senha 7EF5-9EA2-D5C6-16E0 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) :RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 30.4.2021, foi negado seguimento ao habeas corpus, com requerimento de medida liminar, impetrado por Rafael Lanfranchi Pereira, advogado, em benefício de Marcos Aurélio Correa Saraiva, contra julgado da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça pelo qual, em 23.2.2021, negado provimento ao Agravo Regimental no Recurso em Habeas Corpus n. 137.152, Relator o Ministro Sebastião Reis Júnior. 2. Publicada essa decisão no DJe de 4.5.2021, Marcos Aurélio Correa Saraiva interpõe, em 10.5.2021, tempestivamente, o presente agravo regimental. 3. O agravante alega que, “embora tenha deferido a medida de busca e apreensão, o Juízo de primeiro grau não concedeu “autorização judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados”, conforme requerido pela autoridade policial”. Sustenta que, “embora a jurisprudência reconheça a possibilidade de utilização da técnica per relationem como apta ao preenchimento do art. 93, IX, da Constituição Federal, extrai-se que há necessidade de um mínimo de motivação, o que não ocorre na espécie”. Enfatiza que “não se trata (…) de nulidade capaz de ter a absolvição do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F96C-8601-4917-0B0D e senha 7EF5-9EA2-D5C6-16E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 28 Relatório HC 200793 AGR / SP paciente como consequência, tal como corretamente asseverou a Eminente Ministra Cármen Lúcia, mas de retirar as referências processuais sobre a prova ilícita e que certamente foram prejudiciais à coacusada Viviane”. Este o pedido: “Ante o exposto, com base nos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, requer o CONHECIMENTO e PROVIMENTO do presente agravo regimental para, reformando-se a decisão proferida pela eminente Ministra Relatora, para que o Colegiado desta Segunda Turma CONCEDA A ORDEM de habeas corpus, a fim de declarar a nulidade da prova ilícita mantida nos autos e que foi produzida sem a devida autorização, em flagrante quebra da cadeia de custódia a fragilizar sua confiabilidade e com seletividade do conteúdo disponibilizado”. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F96C-8601-4917-0B0D e senha 7EF5-9EA2-D5C6-16E0 Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP paciente como consequência, tal como corretamente asseverou a Eminente Ministra Cármen Lúcia, mas de retirar as referências processuais sobre a prova ilícita e que certamente foram prejudiciais à coacusada Viviane”. Este o pedido: “Ante o exposto, com base nos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, requer o CONHECIMENTO e PROVIMENTO do presente agravo regimental para, reformando-se a decisão proferida pela eminente Ministra Relatora, para que o Colegiado desta Segunda Turma CONCEDA A ORDEM de habeas corpus, a fim de declarar a nulidade da prova ilícita mantida nos autos e que foi produzida sem a devida autorização, em flagrante quebra da cadeia de custódia a fragilizar sua confiabilidade e com seletividade do conteúdo disponibilizado”. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F96C-8601-4917-0B0D e senha 7EF5-9EA2-D5C6-16E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Consta dos autos que, em 8.4.2019, a autoridade policial representou pela busca e apreensão em endereços vinculados ao agravante e a corréus, o que foi acolhido pelo juízo de origem em 10.4.2019. Em 26.4.2019, o magistrado de primeira instância decretou a prisão preventiva do agravante para garantia da ordem pública. Em 30.4.2019, o Ministério Público denunciou o agravante pela suposta prática dos crimes previstos nos §§ 1º e 3º do art. 158 (extorsão com restrição de liberdade da vítima, concurso de pessoas e emprego de arma de fogo) e no parágrafo único do art. 288 (associação criminosa), ambos do Código Penal, e no art. 45 da Lei das Contravenções Penais (simulação da qualidade de funcionário). 3. Em 27.9.2019, o juízo de origem indeferiu requerimento de desentranhamento de mensagens obtidas em aparelhos celulares apreendidos durante a busca judicialmente determinada. 4. A defesa impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo, que denegou a ordem: “Habeas corpus – Extorsão e associação criminosa – Pedido de desentranhamento de provas – Impossibilidade – Aparelhos de telefonia celular apreendidos por meio de decisão judicial que autoriza acesso aos mesmos – Ordem denegada”. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Consta dos autos que, em 8.4.2019, a autoridade policial representou pela busca e apreensão em endereços vinculados ao agravante e a corréus, o que foi acolhido pelo juízo de origem em 10.4.2019. Em 26.4.2019, o magistrado de primeira instância decretou a prisão preventiva do agravante para garantia da ordem pública. Em 30.4.2019, o Ministério Público denunciou o agravante pela suposta prática dos crimes previstos nos §§ 1º e 3º do art. 158 (extorsão com restrição de liberdade da vítima, concurso de pessoas e emprego de arma de fogo) e no parágrafo único do art. 288 (associação criminosa), ambos do Código Penal, e no art. 45 da Lei das Contravenções Penais (simulação da qualidade de funcionário). 3. Em 27.9.2019, o juízo de origem indeferiu requerimento de desentranhamento de mensagens obtidas em aparelhos celulares apreendidos durante a busca judicialmente determinada. 4. A defesa impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo, que denegou a ordem: “Habeas corpus – Extorsão e associação criminosa – Pedido de desentranhamento de provas – Impossibilidade – Aparelhos de telefonia celular apreendidos por meio de decisão judicial que autoriza acesso aos mesmos – Ordem denegada”. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP 5. Em 10.9.2020, sobreveio sentença com a condenação do agravante às penas de quatorze anos, cinco meses e sete dias de reclusão, em regime inicial fechado, e de vinte e cinco dias-multa, pela prática do crime previsto nos §§ 1º e 3º do art. 158 do Código Penal. 6. Contra o acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo pelo qual denegado o habeas corpus, o agravante interpôs o Recurso em Habeas Corpus n. 137.152 no Superior Tribunal de Justiça. Em 28.10.2020, o Relator, Ministro Sebastião Reis Júnior, negou provimento ao recurso. Essa decisão foi mantida pela Sexta Turma, que negou provimento ao agravo regimental da defesa em 23.2.2021: “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. EXTORSÃO QUALIFICADA PELO CONCURSO DE AGENTES, EMPREGO DE ARMA DE FOGO E RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS E ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ARMADA. DESENTRANHAMENTO DE PROVAS. MENSAGENS OBTIDAS EM CELULAR APREENDIDO EM CUMPRIMENDO DE MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO. ORDEM JUDICIAL DE CONSTRIÇÃO DE APARELHO CELULAR E SMARTPHONE PRESSUPÕE O ACESSO AOS DADOS NELES CONTIDOS. ACÓRDÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO E EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU TERATOLOGIA. 1. Não há como abrigar agravo regimental que não logra desconstituir o fundamento da decisão atacada. 2. Agravo regimental improvido”. 7. Esse acórdão é o objeto do presente habeas corpus, cujo seguimento foi negado em 30.4.2021. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP 5. Em 10.9.2020, sobreveio sentença com a condenação do agravante às penas de quatorze anos, cinco meses e sete dias de reclusão, em regime inicial fechado, e de vinte e cinco dias-multa, pela prática do crime previsto nos §§ 1º e 3º do art. 158 do Código Penal. 6. Contra o acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo pelo qual denegado o habeas corpus, o agravante interpôs o Recurso em Habeas Corpus n. 137.152 no Superior Tribunal de Justiça. Em 28.10.2020, o Relator, Ministro Sebastião Reis Júnior, negou provimento ao recurso. Essa decisão foi mantida pela Sexta Turma, que negou provimento ao agravo regimental da defesa em 23.2.2021: “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. EXTORSÃO QUALIFICADA PELO CONCURSO DE AGENTES, EMPREGO DE ARMA DE FOGO E RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS E ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ARMADA. DESENTRANHAMENTO DE PROVAS. MENSAGENS OBTIDAS EM CELULAR APREENDIDO EM CUMPRIMENDO DE MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO. ORDEM JUDICIAL DE CONSTRIÇÃO DE APARELHO CELULAR E SMARTPHONE PRESSUPÕE O ACESSO AOS DADOS NELES CONTIDOS. ACÓRDÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO E EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU TERATOLOGIA. 1. Não há como abrigar agravo regimental que não logra desconstituir o fundamento da decisão atacada. 2. Agravo regimental improvido”. 7. Esse acórdão é o objeto do presente habeas corpus, cujo seguimento foi negado em 30.4.2021. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP 8. É controvertida na jurisprudência deste Supremo Tribunal a necessidade de autorização judicial para acesso de dados havidos em dispositivos eletrônicos. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 418.416, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJe 14.12.2007, o Plenário deste Supremo Tribunal firmou entendimento de que “a proteção a que se refere o art.5º, XII, da Constituição, é da comunicação 'de dados' e não dos 'dados em si mesmos', ainda quando armazenados em computador”. Também assim decidiu a Segunda Turma deste Supremo Tribunal no Habeas Corpus n. 91.867, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 20.9.2012, ao assentar a licitude da análise de registros telefônicos em aparelhos celulares sem autorização judicial: “HABEAS CORPUS. NULIDADES: (1) INÉPCIA DA DENÚNCIA; (2) ILICITUDE DA PROVA PRODUZIDA DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL; VIOLAÇÃO DE REGISTROS TELEFÔNICOS DO CORRÉU, EXECUTOR DO CRIME, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL; (3) ILICITUDE DA PROVA DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS DE CONVERSAS DOS ACUSADOS COM ADVOGADOS, PORQUANTO ESSAS GRAVAÇÕES OFENDERIAM O DISPOSTO NO ART. 7º, II, DA LEI 8.906/96, QUE GARANTE O SIGILO DESSAS CONVERSAS. VÍCIOS NÃO CARACTERIZADOS. ORDEM DENEGADA. 1. Inépcia da denúncia. Improcedência. Preenchimento dos requisitos do art. 41 do CPP. A denúncia narra, de forma pormenorizada, os fatos e as circunstâncias. Pretensas omissões – nomes completos de outras vítimas, relacionadas a fatos que não constituem objeto da imputação –- não importam em prejuízo à defesa. 2. Ilicitude da prova produzida durante o inquérito policial - violação de registros telefônicos de corréu, executor do crime, sem autorização judicial. 2.1 Suposta ilegalidade decorrente do fato de os policiais, após a prisão em flagrante do corréu, terem realizado a 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP 8. É controvertida na jurisprudência deste Supremo Tribunal a necessidade de autorização judicial para acesso de dados havidos em dispositivos eletrônicos. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 418.416, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJe 14.12.2007, o Plenário deste Supremo Tribunal firmou entendimento de que “a proteção a que se refere o art.5º, XII, da Constituição, é da comunicação 'de dados' e não dos 'dados em si mesmos', ainda quando armazenados em computador”. Também assim decidiu a Segunda Turma deste Supremo Tribunal no Habeas Corpus n. 91.867, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 20.9.2012, ao assentar a licitude da análise de registros telefônicos em aparelhos celulares sem autorização judicial: “HABEAS CORPUS. NULIDADES: (1) INÉPCIA DA DENÚNCIA; (2) ILICITUDE DA PROVA PRODUZIDA DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL; VIOLAÇÃO DE REGISTROS TELEFÔNICOS DO CORRÉU, EXECUTOR DO CRIME, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL; (3) ILICITUDE DA PROVA DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS DE CONVERSAS DOS ACUSADOS COM ADVOGADOS, PORQUANTO ESSAS GRAVAÇÕES OFENDERIAM O DISPOSTO NO ART. 7º, II, DA LEI 8.906/96, QUE GARANTE O SIGILO DESSAS CONVERSAS. VÍCIOS NÃO CARACTERIZADOS. ORDEM DENEGADA. 1. Inépcia da denúncia. Improcedência. Preenchimento dos requisitos do art. 41 do CPP. A denúncia narra, de forma pormenorizada, os fatos e as circunstâncias. Pretensas omissões – nomes completos de outras vítimas, relacionadas a fatos que não constituem objeto da imputação –- não importam em prejuízo à defesa. 2. Ilicitude da prova produzida durante o inquérito policial - violação de registros telefônicos de corréu, executor do crime, sem autorização judicial. 2.1 Suposta ilegalidade decorrente do fato de os policiais, após a prisão em flagrante do corréu, terem realizado a 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP análise dos últimos registros telefônicos dos dois aparelhos celulares apreendidos. Não ocorrência. 2.2 Não se confundem comunicação telefônica e registros telefônicos, que recebem, inclusive, proteção jurídica distinta. Não se pode interpretar a cláusula do artigo 5º, XII, da CF, no sentido de proteção aos dados enquanto registro, depósito registral. A proteção constitucional é da comunicação de dados e não dos dados. 2.3 Art. 6º do CPP: dever da autoridade policial de proceder à coleta do material comprobatório da prática da infração penal. Ao proceder à pesquisa na agenda eletrônica dos aparelhos devidamente apreendidos, meio material indireto de prova, a autoridade policial, cumprindo o seu mister, buscou, unicamente, colher elementos de informação hábeis a esclarecer a autoria e a materialidade do delito (dessa análise logrou encontrar ligações entre o executor do homicídio e o ora paciente). Verificação que permitiu a orientação inicial da linha investigatória a ser adotada, bem como possibilitou concluir que os aparelhos seriam relevantes para a investigação. 2.4 À guisa de mera argumentação, mesmo que se pudesse reputar a prova produzida como ilícita e as demais, ilícitas por derivação, nos termos da teoria dos frutos da árvore venenosa (fruit of the poisonous tree), é certo que, ainda assim, melhor sorte não assistiria à defesa. É que, na hipótese, não há que se falar em prova ilícita por derivação. Nos termos da teoria da descoberta inevitável, construída pela Suprema Corte norte-americana no caso Nix x Williams (1984), o curso normal das investigações conduziria a elementos informativos que vinculariam os pacientes ao fato investigado. Bases desse entendimento que parecem ter encontrado guarida no ordenamento jurídico pátrio com o advento da Lei 11.690/2008, que deu nova redação ao art. 157 do CPP, em especial o seu § 2º. 3. Ilicitude da prova das interceptações telefônicas de conversas dos acusados com advogados, ao argumento de que essas gravações ofenderiam o disposto no art. 7º, II, da Lei n. 8.906/96, que garante o sigilo dessas conversas. 3.1 Nos termos do art. 7º, II, da Lei 8.906/94, o Estatuto da Advocacia garante ao advogado a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP análise dos últimos registros telefônicos dos dois aparelhos celulares apreendidos. Não ocorrência. 2.2 Não se confundem comunicação telefônica e registros telefônicos, que recebem, inclusive, proteção jurídica distinta. Não se pode interpretar a cláusula do artigo 5º, XII, da CF, no sentido de proteção aos dados enquanto registro, depósito registral. A proteção constitucional é da comunicação de dados e não dos dados. 2.3 Art. 6º do CPP: dever da autoridade policial de proceder à coleta do material comprobatório da prática da infração penal. Ao proceder à pesquisa na agenda eletrônica dos aparelhos devidamente apreendidos, meio material indireto de prova, a autoridade policial, cumprindo o seu mister, buscou, unicamente, colher elementos de informação hábeis a esclarecer a autoria e a materialidade do delito (dessa análise logrou encontrar ligações entre o executor do homicídio e o ora paciente). Verificação que permitiu a orientação inicial da linha investigatória a ser adotada, bem como possibilitou concluir que os aparelhos seriam relevantes para a investigação. 2.4 À guisa de mera argumentação, mesmo que se pudesse reputar a prova produzida como ilícita e as demais, ilícitas por derivação, nos termos da teoria dos frutos da árvore venenosa (fruit of the poisonous tree), é certo que, ainda assim, melhor sorte não assistiria à defesa. É que, na hipótese, não há que se falar em prova ilícita por derivação. Nos termos da teoria da descoberta inevitável, construída pela Suprema Corte norte-americana no caso Nix x Williams (1984), o curso normal das investigações conduziria a elementos informativos que vinculariam os pacientes ao fato investigado. Bases desse entendimento que parecem ter encontrado guarida no ordenamento jurídico pátrio com o advento da Lei 11.690/2008, que deu nova redação ao art. 157 do CPP, em especial o seu § 2º. 3. Ilicitude da prova das interceptações telefônicas de conversas dos acusados com advogados, ao argumento de que essas gravações ofenderiam o disposto no art. 7º, II, da Lei n. 8.906/96, que garante o sigilo dessas conversas. 3.1 Nos termos do art. 7º, II, da Lei 8.906/94, o Estatuto da Advocacia garante ao advogado a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. 3.2 Na hipótese, o magistrado de primeiro grau, por reputar necessária a realização da prova, determinou, de forma fundamentada, a interceptação telefônica direcionada às pessoas investigadas, não tendo, em momento algum, ordenado a devassa das linhas telefônicas dos advogados dos pacientes. Mitigação que pode, eventualmente, burlar a proteção jurídica. 3.3 Sucede que, no curso da execução da medida, os diálogos travados entre o paciente e o advogado do corréu acabaram, de maneira automática, interceptados, aliás, como qualquer outra conversa direcionada ao ramal do paciente. Inexistência, no caso, de relação jurídica cliente-advogado. 3.4 Não cabe aos policiais executores da medida proceder a uma espécie de filtragem das escutas interceptadas. A impossibilidade desse filtro atua, inclusive, como verdadeira garantia ao cidadão, porquanto retira da esfera de arbítrio da polícia escolher o que é ou não conveniente ser interceptado e gravado. Valoração, e eventual exclusão, que cabe ao magistrado a quem a prova é dirigida. 4. Ordem denegada” (HC n. 91.867, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 20.9.2012). A Segunda Turma adotou orientação contrária na apreciação do Habeas Corpus n. 168.052, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 2.12.2020, em que fiquei vencida juntamente com o Ministro Edson Fachin. Nesse caso, assentou-se a necessidade de autorização judicial para o acesso a dados contidos em aparelho celular: “Habeas corpus. 2. Acesso a aparelho celular por policiais sem autorização judicial. Verificação de conversas em aplicativo WhatsApp. Sigilo das comunicações e da proteção de dados. Direito fundamental à intimidade e à vida privada. Superação da jurisprudência firmada no HC 91.867/PA. Relevante modificação das circunstâncias fáticas e jurídicas. Mutação constitucional. Necessidade de autorização judicial. 3. Violação ao domicílio do réu após apreensão ilegal do celular. 4. Alegação de fornecimento voluntário do acesso ao aparelho telefônico. 5. Necessidade de se estabelecer garantias para a efetivação do direito à não 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. 3.2 Na hipótese, o magistrado de primeiro grau, por reputar necessária a realização da prova, determinou, de forma fundamentada, a interceptação telefônica direcionada às pessoas investigadas, não tendo, em momento algum, ordenado a devassa das linhas telefônicas dos advogados dos pacientes. Mitigação que pode, eventualmente, burlar a proteção jurídica. 3.3 Sucede que, no curso da execução da medida, os diálogos travados entre o paciente e o advogado do corréu acabaram, de maneira automática, interceptados, aliás, como qualquer outra conversa direcionada ao ramal do paciente. Inexistência, no caso, de relação jurídica cliente-advogado. 3.4 Não cabe aos policiais executores da medida proceder a uma espécie de filtragem das escutas interceptadas. A impossibilidade desse filtro atua, inclusive, como verdadeira garantia ao cidadão, porquanto retira da esfera de arbítrio da polícia escolher o que é ou não conveniente ser interceptado e gravado. Valoração, e eventual exclusão, que cabe ao magistrado a quem a prova é dirigida. 4. Ordem denegada” (HC n. 91.867, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 20.9.2012). A Segunda Turma adotou orientação contrária na apreciação do Habeas Corpus n. 168.052, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 2.12.2020, em que fiquei vencida juntamente com o Ministro Edson Fachin. Nesse caso, assentou-se a necessidade de autorização judicial para o acesso a dados contidos em aparelho celular: “Habeas corpus. 2. Acesso a aparelho celular por policiais sem autorização judicial. Verificação de conversas em aplicativo WhatsApp. Sigilo das comunicações e da proteção de dados. Direito fundamental à intimidade e à vida privada. Superação da jurisprudência firmada no HC 91.867/PA. Relevante modificação das circunstâncias fáticas e jurídicas. Mutação constitucional. Necessidade de autorização judicial. 3. Violação ao domicílio do réu após apreensão ilegal do celular. 4. Alegação de fornecimento voluntário do acesso ao aparelho telefônico. 5. Necessidade de se estabelecer garantias para a efetivação do direito à não 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP autoincriminação. 6. Ordem concedida para declarar a ilicitude das provas ilícitas e de todas dela derivadas” (HC n. 168.052, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 2.12.2020). A repercussão geral da matéria foi reconhecida no Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.042.075, Relator o Ministro Dias Toffoli: “CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. PERÍCIA REALIZADA PELA AUTORIDADE POLICIAL EM APARELHO CELULAR ENCONTRADO FORTUITAMENTE NO LOCAL DO CRIME. ACESSO À AGENDA TELEFÔNICA E AO REGISTRO DE CHAMADAS SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ACÓRDÃO RECORRIDO EM QUE SE RECONHECEU A ILICITUDE DA PROVA (CF, ART. 5º, INCISO LVII) POR VIOLAÇÃO DO SIGILO DAS COMUNICAÇÕES (CF, ART. 5º, INCISOS XII). QUESTÃO EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL. MATÉRIA PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA ESFERA DO INTERESSE PÚBLICO. TEMA COM REPERCUSSÃO GERAL” (ARE n. 1.042.075-RG, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 12.12.2017). O julgamento desse recurso foi iniciado em 30.10.2020 e, após voto do Ministro Dias Toffoli no sentido da licitude da “prova obtida pela autoridade policial, sem autorização judicial, mediante acesso a registro telefônico ou agenda de contatos de celular apreendido ato contínuo no local do crime atribuído ao acusado”, e votos contrários dos Ministros Gilmar Mendes e Edson Fachin, foi suspenso por pedido de vista do Ministro Alexandre de Moraes. 9. Há peculiaridades no caso dos autos que afastam a alegação de ilicitude no acesso dos dados de aparelho celular do agravante. Tem-se nos autos que, ao representar a autoridade policial pela busca e apreensão em endereço vinculado ao agravante, pediu expressamente fosse autorizado o acesso a eventuais aparelhos celulares 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP autoincriminação. 6. Ordem concedida para declarar a ilicitude das provas ilícitas e de todas dela derivadas” (HC n. 168.052, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 2.12.2020). A repercussão geral da matéria foi reconhecida no Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.042.075, Relator o Ministro Dias Toffoli: “CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. PERÍCIA REALIZADA PELA AUTORIDADE POLICIAL EM APARELHO CELULAR ENCONTRADO FORTUITAMENTE NO LOCAL DO CRIME. ACESSO À AGENDA TELEFÔNICA E AO REGISTRO DE CHAMADAS SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ACÓRDÃO RECORRIDO EM QUE SE RECONHECEU A ILICITUDE DA PROVA (CF, ART. 5º, INCISO LVII) POR VIOLAÇÃO DO SIGILO DAS COMUNICAÇÕES (CF, ART. 5º, INCISOS XII). QUESTÃO EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL. MATÉRIA PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA ESFERA DO INTERESSE PÚBLICO. TEMA COM REPERCUSSÃO GERAL” (ARE n. 1.042.075-RG, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 12.12.2017). O julgamento desse recurso foi iniciado em 30.10.2020 e, após voto do Ministro Dias Toffoli no sentido da licitude da “prova obtida pela autoridade policial, sem autorização judicial, mediante acesso a registro telefônico ou agenda de contatos de celular apreendido ato contínuo no local do crime atribuído ao acusado”, e votos contrários dos Ministros Gilmar Mendes e Edson Fachin, foi suspenso por pedido de vista do Ministro Alexandre de Moraes. 9. Há peculiaridades no caso dos autos que afastam a alegação de ilicitude no acesso dos dados de aparelho celular do agravante. Tem-se nos autos que, ao representar a autoridade policial pela busca e apreensão em endereço vinculado ao agravante, pediu expressamente fosse autorizado o acesso a eventuais aparelhos celulares 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP apreendidos: “Caso seja acolhida a representação, pugna-se desde já pela concessão de autorização judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados”. O magistrado de primeira instância sobre ele não se manifestou expressamente, limitando-se a deferir de forma fundamentada “a medida cautelar pleiteada”: “1. Trata-se de representação da Polícia Civil do Estado de São Paulo para realizar busca e apreensão nas residências de ERICA ROBERTA DA SILVA SANTOS, MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA, VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI e de VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA com fundamento no artigo 240, § 1º, do Código de Processo Penal, ao argumento de que, segundo informações preliminares, há fortes indícios de que o/a(s) representado/a(s) estaria(m) envolvido/a(s) em prática delitiva. O Ministério Público manifestou-se pelo deferimento da medida. É o breve relatório. 2. A inviolabilidade do domicílio é garantia constitucional (CF, art. 5º, XI), somente sendo permitida sua violação em casos absolutamente excepcionais, quando fundadas razões autorizarem (CPP, art. 240). E “quando a lei se refere a fundadas razões exige que haja um fato concreto autorizador da formação da suspeita. A busca somente será legítima se, efetivamente, houver um dado objetivo, um dado concreto, um fato da vida que autorize os agentes realizarem a busca e apreensão” (Paulo Rangel, Direito Processual Penal, 18. ed., Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2011, p. 181). Pois bem. No caso em apreço a despeito de os autos ainda não estarem arrimados por provas tão contundentes (o que é normal nesta fase da investigação), entendo que os subsídios carreados são suficientes a assentar a viabilidade do pedido. Em suma, é preciso prestigiar o trabalho de investigação policial, não se podendo olvidar que os órgãos de segurança pública, a rigor, não buscam outra coisa que não a tutela da incolumidade social, pelo que, resguardada a legalidade e a proporcionalidade, suas 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP apreendidos: “Caso seja acolhida a representação, pugna-se desde já pela concessão de autorização judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados”. O magistrado de primeira instância sobre ele não se manifestou expressamente, limitando-se a deferir de forma fundamentada “a medida cautelar pleiteada”: “1. Trata-se de representação da Polícia Civil do Estado de São Paulo para realizar busca e apreensão nas residências de ERICA ROBERTA DA SILVA SANTOS, MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA, VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI e de VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA com fundamento no artigo 240, § 1º, do Código de Processo Penal, ao argumento de que, segundo informações preliminares, há fortes indícios de que o/a(s) representado/a(s) estaria(m) envolvido/a(s) em prática delitiva. O Ministério Público manifestou-se pelo deferimento da medida. É o breve relatório. 2. A inviolabilidade do domicílio é garantia constitucional (CF, art. 5º, XI), somente sendo permitida sua violação em casos absolutamente excepcionais, quando fundadas razões autorizarem (CPP, art. 240). E “quando a lei se refere a fundadas razões exige que haja um fato concreto autorizador da formação da suspeita. A busca somente será legítima se, efetivamente, houver um dado objetivo, um dado concreto, um fato da vida que autorize os agentes realizarem a busca e apreensão” (Paulo Rangel, Direito Processual Penal, 18. ed., Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2011, p. 181). Pois bem. No caso em apreço a despeito de os autos ainda não estarem arrimados por provas tão contundentes (o que é normal nesta fase da investigação), entendo que os subsídios carreados são suficientes a assentar a viabilidade do pedido. Em suma, é preciso prestigiar o trabalho de investigação policial, não se podendo olvidar que os órgãos de segurança pública, a rigor, não buscam outra coisa que não a tutela da incolumidade social, pelo que, resguardada a legalidade e a proporcionalidade, suas 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP declarações devem gozar de credibilidade, só devendo ser peremptoriamente afastadas acaso haja elementos que recomendem análise diversa. Com efeito, os requisitos fáticos e normativos mínimos para ensejar a autorização da busca e apreensão domiciliar estão presentes na hipótese em tela. Eis que as investigações preliminares levadas a efeito até agora pela autoridade policial apontam para a possível ocorrência do crime de extorsão (CP, art. 158), assentando o fumus commissi delicti. Ademais, em casos como o presente têm-se como esgotados os meios ordinários para coleta de elementos substanciais de materialidade e autoria as campanas já foram realizadas, mas, para assentar a prática do delito, é preciso ingressar no interior do imóvel. E vejo como benéfica e elogiável a atitude policial ao requerer ordem judicial para a quebra da inviolabilidade domiciliar, preocupando-se em respeitar as garantias fundamentais, previamente submetendo seu entendimento ao crivo do Ministério Público e do Poder Judiciário. Aliás e, por derradeiro, é preciso ressaltar que a irreversibilidade, na hipótese, manifesta-se ao reverso: o indeferimento da medida pode fazer com que a prova da materialidade dos crimes investigados se perca pelo desaparecimento de seus indícios. Por outro lado, acaso nada de ilícito seja encontrado no local, os moradores sofrerão um inconveniente suportável, especialmente quando a razoabilidade indicar que a medida é essencial ao atendimento do interesse público, em resguardo aos direitos da sociedade como um todo. 3. Em que pese o respeitável entendimento de parcela da jurisprudência, perfilho da linha segundo a qual “os direitos e garantias individuais e coletivos não podem ser utilizados como um verdadeiro escudo protetivo da prática de atividades ilícitas” (Alexandre de Moraes. Direito constitucional. 19. ed., São Paulo: Atlas, 2006. p. 27), de modo que “a intimidade e a privacidade das pessoas não constituem direitos absolutos, podendo sofrer restrições” (STF, ARE nº 760372/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 06/09/2013). Na hipótese, trata-se de crime de extorsão cometido, em tese, pelos representados que estariam envolvidos com os fatos cometidos contra a vítima, dona de uma auto escola, que teria sido extorquida à entregar a quantia de R$ 130.000,00 ao investigado que 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP declarações devem gozar de credibilidade, só devendo ser peremptoriamente afastadas acaso haja elementos que recomendem análise diversa. Com efeito, os requisitos fáticos e normativos mínimos para ensejar a autorização da busca e apreensão domiciliar estão presentes na hipótese em tela. Eis que as investigações preliminares levadas a efeito até agora pela autoridade policial apontam para a possível ocorrência do crime de extorsão (CP, art. 158), assentando o fumus commissi delicti. Ademais, em casos como o presente têm-se como esgotados os meios ordinários para coleta de elementos substanciais de materialidade e autoria as campanas já foram realizadas, mas, para assentar a prática do delito, é preciso ingressar no interior do imóvel. E vejo como benéfica e elogiável a atitude policial ao requerer ordem judicial para a quebra da inviolabilidade domiciliar, preocupando-se em respeitar as garantias fundamentais, previamente submetendo seu entendimento ao crivo do Ministério Público e do Poder Judiciário. Aliás e, por derradeiro, é preciso ressaltar que a irreversibilidade, na hipótese, manifesta-se ao reverso: o indeferimento da medida pode fazer com que a prova da materialidade dos crimes investigados se perca pelo desaparecimento de seus indícios. Por outro lado, acaso nada de ilícito seja encontrado no local, os moradores sofrerão um inconveniente suportável, especialmente quando a razoabilidade indicar que a medida é essencial ao atendimento do interesse público, em resguardo aos direitos da sociedade como um todo. 3. Em que pese o respeitável entendimento de parcela da jurisprudência, perfilho da linha segundo a qual “os direitos e garantias individuais e coletivos não podem ser utilizados como um verdadeiro escudo protetivo da prática de atividades ilícitas” (Alexandre de Moraes. Direito constitucional. 19. ed., São Paulo: Atlas, 2006. p. 27), de modo que “a intimidade e a privacidade das pessoas não constituem direitos absolutos, podendo sofrer restrições” (STF, ARE nº 760372/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 06/09/2013). Na hipótese, trata-se de crime de extorsão cometido, em tese, pelos representados que estariam envolvidos com os fatos cometidos contra a vítima, dona de uma auto escola, que teria sido extorquida à entregar a quantia de R$ 130.000,00 ao investigado que 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP teria se passando por policial federal e exigidos os valores como contrapartida para não fechar o estabelecimento. Ao que tudo indica, Marcos teria comparecido ao estabelecimento comercial na companhia de mais dois comparsas, todos se passando por policiais federais armados e com distintivos falsos, apontando irregularidades nas atividades ali exercidas, exigindo os referidos valores para não fecharem o local, tendo a vítima realizado uma transferência no valor de R$ 100.000,00 para a conta indicada por Marcos mas de titularidade de VERA LÚCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI, além de R$ 30.000,00 em dinheiro à Marcos. 4. Ante o exposto, DEFIRO a medida cautelar pleiteada e, em consequência disso, AUTORIZO a busca e apreensão domiciliar, com prazo de validade de 30 dias, de objetos ilícitos, de origem ilícita ou relacionados com os fatos investigados que forem encontrados nas residências de ERICA ROBERTA DA SILVA SANTOS, MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA, VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI e de VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA, localizadas nas: 1) Rua Alto Alecrim, nº 1237, Vila Aricanduva, em São Paulo/SP; 2) Rua Alto Alecrim, nº 107, Jd. Das Rosas, em São Paulo/SP; 3) Rua Alto Alecrim, nº 107, Jd. Das Rosas, em São Paulo/SP; 4) Rua Antonio Ferraciolli, nº 405, Jd. Catarina, em São Paulo/SP; 5) Rua Parati, nº 269, Vila Marilena, em São Paulo/SP; devendo os agentes responsáveis pelo cumprimento observar com rigor as formalidades e as garantias previstas na Constituição Federal e no Código de Processo Penal, de tudo lavrando termo circunstanciado a ser apresentado em Juízo. A ordem deverá ser cumprida durante o dia, salvo se o morador consentir que se realize à noite. Se o morador estiver ausente ou oferecer resistência, PROCEDA-SE na forma do artigo 245 do Código de Processo Penal. 5. Com a vinda do relatório detalhado do ocorrido, que deverá ser remetido pela autoridade policial em 5 dias do cumprimento da diligência, ou com o vencimento do prazo, ABRA-SE nova vista dos autos ao Ministério Público” (sic). Efetivada a busca e apreensão, a polícia civil identificou no aparelho 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP teria se passando por policial federal e exigidos os valores como contrapartida para não fechar o estabelecimento. Ao que tudo indica, Marcos teria comparecido ao estabelecimento comercial na companhia de mais dois comparsas, todos se passando por policiais federais armados e com distintivos falsos, apontando irregularidades nas atividades ali exercidas, exigindo os referidos valores para não fecharem o local, tendo a vítima realizado uma transferência no valor de R$ 100.000,00 para a conta indicada por Marcos mas de titularidade de VERA LÚCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI, além de R$ 30.000,00 em dinheiro à Marcos. 4. Ante o exposto, DEFIRO a medida cautelar pleiteada e, em consequência disso, AUTORIZO a busca e apreensão domiciliar, com prazo de validade de 30 dias, de objetos ilícitos, de origem ilícita ou relacionados com os fatos investigados que forem encontrados nas residências de ERICA ROBERTA DA SILVA SANTOS, MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA, VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI e de VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA, localizadas nas: 1) Rua Alto Alecrim, nº 1237, Vila Aricanduva, em São Paulo/SP; 2) Rua Alto Alecrim, nº 107, Jd. Das Rosas, em São Paulo/SP; 3) Rua Alto Alecrim, nº 107, Jd. Das Rosas, em São Paulo/SP; 4) Rua Antonio Ferraciolli, nº 405, Jd. Catarina, em São Paulo/SP; 5) Rua Parati, nº 269, Vila Marilena, em São Paulo/SP; devendo os agentes responsáveis pelo cumprimento observar com rigor as formalidades e as garantias previstas na Constituição Federal e no Código de Processo Penal, de tudo lavrando termo circunstanciado a ser apresentado em Juízo. A ordem deverá ser cumprida durante o dia, salvo se o morador consentir que se realize à noite. Se o morador estiver ausente ou oferecer resistência, PROCEDA-SE na forma do artigo 245 do Código de Processo Penal. 5. Com a vinda do relatório detalhado do ocorrido, que deverá ser remetido pela autoridade policial em 5 dias do cumprimento da diligência, ou com o vencimento do prazo, ABRA-SE nova vista dos autos ao Ministério Público” (sic). Efetivada a busca e apreensão, a polícia civil identificou no aparelho 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP celular do agravante troca de mensagens de interesse probatório entre ele e sua companheira, ambos investigados no inquérito e alvos da medida de busca e apreensão. As instâncias antecedentes afastaram a ilicitude da prova arguida pela defesa ao fundamento de que a autorização judicial de acesso aos aparelhos celulares estaria contida na decisão pela qual autorizada a busca e apreensão. Sobre o tema, o magistrado de primeira instância decidiu, na sentença condenatória: “Ao contrário do quanto alegado, não há que se falar em ilicitude das provas colhidas nos autos às fls. 114/120 e 154/160, conforme, aliás, já decidido às fls. 567. Conforme se observa dos autos, foi deferida a medida de busca e apreensão, ocasião na qual o aparelho celular em questão foi apreendido, eis que diretamente ligado à investigação dos fatos apurados, o que já evidencia a legalidade da prova obtida. Aliás, conforme amplamente consagrado na jurisprudência, a obtenção do conteúdo de conversas e mensagens armazenadas em aparelho de telefone celular não se sujeita regras estabelecidas na Lei 9.296/96, eis que não se trata propriamente de interceptação telefônica. Ademais, obviamente, com a concessão da ordem de apreensão do aparelho celular, dentro do próprio contexto da medida de busca e apreensão concedida, há notoriamente autorização para o acesso aos dados que estejam armazenados no aparelho apreendido, eis que entendimento contrário tornaria inócua a própria medida de busca e apreensão autorizada judicialmente” (grifos nossos). O Tribunal de Justiça de São Paulo anotou: “Consta da representação emitida pela Autoridade Policial para a concessão de mandado judicial de busca e apreensão na residência do paciente e demais corréus, o pedido de concessão de autorização 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP celular do agravante troca de mensagens de interesse probatório entre ele e sua companheira, ambos investigados no inquérito e alvos da medida de busca e apreensão. As instâncias antecedentes afastaram a ilicitude da prova arguida pela defesa ao fundamento de que a autorização judicial de acesso aos aparelhos celulares estaria contida na decisão pela qual autorizada a busca e apreensão. Sobre o tema, o magistrado de primeira instância decidiu, na sentença condenatória: “Ao contrário do quanto alegado, não há que se falar em ilicitude das provas colhidas nos autos às fls. 114/120 e 154/160, conforme, aliás, já decidido às fls. 567. Conforme se observa dos autos, foi deferida a medida de busca e apreensão, ocasião na qual o aparelho celular em questão foi apreendido, eis que diretamente ligado à investigação dos fatos apurados, o que já evidencia a legalidade da prova obtida. Aliás, conforme amplamente consagrado na jurisprudência, a obtenção do conteúdo de conversas e mensagens armazenadas em aparelho de telefone celular não se sujeita regras estabelecidas na Lei 9.296/96, eis que não se trata propriamente de interceptação telefônica. Ademais, obviamente, com a concessão da ordem de apreensão do aparelho celular, dentro do próprio contexto da medida de busca e apreensão concedida, há notoriamente autorização para o acesso aos dados que estejam armazenados no aparelho apreendido, eis que entendimento contrário tornaria inócua a própria medida de busca e apreensão autorizada judicialmente” (grifos nossos). O Tribunal de Justiça de São Paulo anotou: “Consta da representação emitida pela Autoridade Policial para a concessão de mandado judicial de busca e apreensão na residência do paciente e demais corréus, o pedido de concessão de autorização 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados (fls. 42). A autoridade tida como coatora, ao conceder a busca e apreensão requerida pela Autoridade Policial, nada mencionou quanto ao pedido de devassa aos aparelhos telefônicos apreendidos. Assim, ao acatar o pleito, por óbvio, está implícito, inclusive, a autorização ao acesso aos aparelhos de telefonia celular apreendidos. Se assim não fosse, faria constar da decisão o impedimento para tanto. Além disso, para apuração da extorsão, em que estão envolvidos vários réus e que as vítimas tinham mencionado contatos telefônicos efetuados pelos investigados, imprescindível a verificação dos referidos aparelhos. Cumpre ressaltar que o entendimento do STJ é no sentido de que não é necessária nova autorização judicial para o acesso e utilização dos dados armazenados nos celulares apreendidos mediante autorização judicial, conforme segue: “…IV - No presente caso, contudo, o aparelho celular foi apreendido em cumprimento a ordem judicial que autorizou a busca e apreensão nos endereços ligados aos corréus, tendo a recorrente sido presa em flagrante na ocasião, na posse de uma mochila contendo tabletes de maconha. V - Se ocorreu a busca e apreensão dos aparelhos de telefone celular, não há óbice para se adentrar ao seu conteúdo já armazenado, porquanto necessário ao deslinde do feito, sendo prescindível nova autorização judicial para análise e utilização dos dados neles armazenados. Recurso ordinário não provido. (RHC 77232/SC, Quinta Turma, Rel. Min Felix Fischer, j. 3/10/2017). Desta feita, não há como se determinar o desentranhamento das provas em questão, posto que adquiridas por meio lícitos. Resta nítido que impetração pretende a impunidade do paciente e dos demais corréus porquanto por meio das conversas extraídas do aplicativo Whatsapp restou evidente o envolvimento dos acusados no delito em questão”. O Superior Tribunal de Justiça assinalou que a conclusão do Tribunal de Justiça de São Paulo “vai ao encontro do entendimento do Superior 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados (fls. 42). A autoridade tida como coatora, ao conceder a busca e apreensão requerida pela Autoridade Policial, nada mencionou quanto ao pedido de devassa aos aparelhos telefônicos apreendidos. Assim, ao acatar o pleito, por óbvio, está implícito, inclusive, a autorização ao acesso aos aparelhos de telefonia celular apreendidos. Se assim não fosse, faria constar da decisão o impedimento para tanto. Além disso, para apuração da extorsão, em que estão envolvidos vários réus e que as vítimas tinham mencionado contatos telefônicos efetuados pelos investigados, imprescindível a verificação dos referidos aparelhos. Cumpre ressaltar que o entendimento do STJ é no sentido de que não é necessária nova autorização judicial para o acesso e utilização dos dados armazenados nos celulares apreendidos mediante autorização judicial, conforme segue: “…IV - No presente caso, contudo, o aparelho celular foi apreendido em cumprimento a ordem judicial que autorizou a busca e apreensão nos endereços ligados aos corréus, tendo a recorrente sido presa em flagrante na ocasião, na posse de uma mochila contendo tabletes de maconha. V - Se ocorreu a busca e apreensão dos aparelhos de telefone celular, não há óbice para se adentrar ao seu conteúdo já armazenado, porquanto necessário ao deslinde do feito, sendo prescindível nova autorização judicial para análise e utilização dos dados neles armazenados. Recurso ordinário não provido. (RHC 77232/SC, Quinta Turma, Rel. Min Felix Fischer, j. 3/10/2017). Desta feita, não há como se determinar o desentranhamento das provas em questão, posto que adquiridas por meio lícitos. Resta nítido que impetração pretende a impunidade do paciente e dos demais corréus porquanto por meio das conversas extraídas do aplicativo Whatsapp restou evidente o envolvimento dos acusados no delito em questão”. O Superior Tribunal de Justiça assinalou que a conclusão do Tribunal de Justiça de São Paulo “vai ao encontro do entendimento do Superior 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP Tribunal de Justiça de que ‘se ocorreu a busca e apreensão da base física dos aparelhos de telefone celular, ante a relevância para as investigações, a fortiori, não há óbice para se adentrar ao seu conteúdo já armazenado, porquanto necessário ao deslinde do feito, sendo prescindível nova autorização judicial para análise e utilização dos dados neles armazenados’ [...] (HC n. 530.282/SE, Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, DJe 27/2/2020 – grifei)”. 10. O caso difere daquele julgado pela Segunda Turma deste Supremo Tribunal no Habeas Corpus n. 168.052, em que o acesso aos dados do celular do agravante tinha ocorrido durante abordagem por policiais militares sem autorização judicial. Como anotado, no caso em análise, o juízo de origem deferiu representação da autoridade policial pela busca e apreensão em endereços vinculados aos investigados e pelo acesso dos dados constantes de aparelhos eletrônicos porventura localizados, ainda que não tenha havido a clareza esperada naquela manifestação expressa sobre esse segundo pedido. 11. Na espécie vertente, mesmo que se adotasse entendimento diverso àquele acolhido pelas instâncias anteriores, no sentido de não ter sido expressa aquela autorização e se pudesse discutir a licitude ou não das provas oriundas do acesso dos aparelhos celulares, constata-se que isso não seria suficiente para a infirmar a sentença condenatória. Sem ingressar no mérito causa, considerando-se a pendência de apelação defensiva no Tribunal de Justiça de São Paulo, a sentença condenatória aparenta estar fundada em elementos probatórios independentes das provas cuja nulidade pretende a defesa seja reconhecida, como o reconhecimento fotográfico e pessoal do agravante, extratos bancários e prova oral colhida em juízo, incluída a confissão parcial do agravante. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP Tribunal de Justiça de que ‘se ocorreu a busca e apreensão da base física dos aparelhos de telefone celular, ante a relevância para as investigações, a fortiori, não há óbice para se adentrar ao seu conteúdo já armazenado, porquanto necessário ao deslinde do feito, sendo prescindível nova autorização judicial para análise e utilização dos dados neles armazenados’ [...] (HC n. 530.282/SE, Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, DJe 27/2/2020 – grifei)”. 10. O caso difere daquele julgado pela Segunda Turma deste Supremo Tribunal no Habeas Corpus n. 168.052, em que o acesso aos dados do celular do agravante tinha ocorrido durante abordagem por policiais militares sem autorização judicial. Como anotado, no caso em análise, o juízo de origem deferiu representação da autoridade policial pela busca e apreensão em endereços vinculados aos investigados e pelo acesso dos dados constantes de aparelhos eletrônicos porventura localizados, ainda que não tenha havido a clareza esperada naquela manifestação expressa sobre esse segundo pedido. 11. Na espécie vertente, mesmo que se adotasse entendimento diverso àquele acolhido pelas instâncias anteriores, no sentido de não ter sido expressa aquela autorização e se pudesse discutir a licitude ou não das provas oriundas do acesso dos aparelhos celulares, constata-se que isso não seria suficiente para a infirmar a sentença condenatória. Sem ingressar no mérito causa, considerando-se a pendência de apelação defensiva no Tribunal de Justiça de São Paulo, a sentença condenatória aparenta estar fundada em elementos probatórios independentes das provas cuja nulidade pretende a defesa seja reconhecida, como o reconhecimento fotográfico e pessoal do agravante, extratos bancários e prova oral colhida em juízo, incluída a confissão parcial do agravante. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP Tem-se na sentença condenatória: “A materialidade do crime de extorsão foi cabalmente demonstrada nos autos pelos boletins de ocorrência (fls. 09/10, 11/12 e 16/21), pelos autos de reconhecimento fotográfico dos réus MARCOS, CÁSSIO e CARLOS, pelo reconhecimento pessoal do réu MARCOS em juízo (fls. 850), pelos extratos bancários (fls. 1264/1266), pelas mensagens de celular (fls. 154/160), bem como pela prova oral colhida em juízo. A autoria de referido delito, por sua vez, é certa e insta ser atribuída aos réus MARCOS AURÉLIO CORREA SARAIVA; VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO e VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA; e ERICA ROBERTO DA SILVA SANTOS. Em resumo, extrai-se dos autos, em consonância com o quanto relatado pelas vítimas que, no dia dos fatos, enquanto trabalhavam normalmente, as vítimas foram abordadas bruscamente pelos réus MARCOS, que se apresentou como Francisco, CÁSSIO e CARLOS, os quais, exibindo arma de fogo e ostentando distintivos policiais, se identificaram como agentes da polícia federal e, de forma incisiva, agressiva e ameaçadora, passaram a dizer que tinham recebido uma denúncia de irregularidades no local, onde funciona um Centro de Formação de Condutores CFC e que iriam fechar o estabelecimento caso não recebessem R$ 300.000,00, exigindo a entrega de referido valor. Ainda de acordo com o relato das vítimas, os réus lhes ameaçavam com armas vociferando que queriam receber o dinheiro, embora, em nenhum momento, tenham apresentado qualquer documento que legitimasse suas condutas como agentes da polícia federal. Segundo o narrado pelas vítimas, enquanto CARLOS e CÁSSIO permaneceram no andar térreo do CFC, incumbidos de vigiar Aprígio e os demais funcionários que estavam no local, restringindo-lhes a liberdade com constantes ameaças e a utilização de arma de fogo, MARCOS se dirigiu ao andar superior, onde abordou as vítimas Regiane e Rodrigo, ocasião na qual passou a exigir a entrega 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP Tem-se na sentença condenatória: “A materialidade do crime de extorsão foi cabalmente demonstrada nos autos pelos boletins de ocorrência (fls. 09/10, 11/12 e 16/21), pelos autos de reconhecimento fotográfico dos réus MARCOS, CÁSSIO e CARLOS, pelo reconhecimento pessoal do réu MARCOS em juízo (fls. 850), pelos extratos bancários (fls. 1264/1266), pelas mensagens de celular (fls. 154/160), bem como pela prova oral colhida em juízo. A autoria de referido delito, por sua vez, é certa e insta ser atribuída aos réus MARCOS AURÉLIO CORREA SARAIVA; VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO e VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA; e ERICA ROBERTO DA SILVA SANTOS. Em resumo, extrai-se dos autos, em consonância com o quanto relatado pelas vítimas que, no dia dos fatos, enquanto trabalhavam normalmente, as vítimas foram abordadas bruscamente pelos réus MARCOS, que se apresentou como Francisco, CÁSSIO e CARLOS, os quais, exibindo arma de fogo e ostentando distintivos policiais, se identificaram como agentes da polícia federal e, de forma incisiva, agressiva e ameaçadora, passaram a dizer que tinham recebido uma denúncia de irregularidades no local, onde funciona um Centro de Formação de Condutores CFC e que iriam fechar o estabelecimento caso não recebessem R$ 300.000,00, exigindo a entrega de referido valor. Ainda de acordo com o relato das vítimas, os réus lhes ameaçavam com armas vociferando que queriam receber o dinheiro, embora, em nenhum momento, tenham apresentado qualquer documento que legitimasse suas condutas como agentes da polícia federal. Segundo o narrado pelas vítimas, enquanto CARLOS e CÁSSIO permaneceram no andar térreo do CFC, incumbidos de vigiar Aprígio e os demais funcionários que estavam no local, restringindo-lhes a liberdade com constantes ameaças e a utilização de arma de fogo, MARCOS se dirigiu ao andar superior, onde abordou as vítimas Regiane e Rodrigo, ocasião na qual passou a exigir a entrega 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP do dinheiro. Diante de tal situação, Rodrigo sugeriu que fossem ao banco para tentar obter a quantia desejada. Juntamente com a vítima Regiane e acompanhados do réu MARCOS, eles se dirigiram a uma agência do Banco Santander, não tendo conseguido, porém, sacar a quantia de R$ 100.000,00 em espécie. Em razão disso, foi sugerida a realização de transferência bancária de referida quantia. Nessa ocasião, o réu MARCOS entrou em contato com sua companheira VIVIANE e sua sogra VERA e obteve os dados bancários desta última, sendo realizada a transferência da quantia de R$ 100.000,00 em favor da ré VERA. Durante tal ocasião, o réu CARLOS se dirigiu à residência da vítima Aprígio, local onde referida vítima lhe entregou, mediante constante ameaça e sob arma de fogo, a quantia de R$ 20.000,00 em espécie. Enquanto as vítimas Regiane e Rodrigo estavam no banco com o réu MARCOS, a mãe de Regiane a telefonou informando da presença de um homem armado em sua residência (CARLOS) com a vítima Aprígio exigindo a entrega de dinheiro. Ainda de acordo com o relato das vítimas, os réus continuaram ameaçando para obter mais dinheiro, tendo conseguido, junto do irmão de Regiane, a quantia de R$ 10.000,00. Ao conseguirem tais valores (R$ 100.000,00 da transferência bancária e R$ 30.000,00 em espécie) os réus foram embora do local. Contudo, o réu MARCOS ligou novamente para as vítimas posteriormente ameaçando-lhes e exigindo mais dinheiro, sendo que, na ocasião, com o objetivo de causar terror, passou a ameaçar de forma indireta os filhos das vítimas, afirmando que sabia onde eles moravam, onde estudavam e a rotina diária da família. Ainda, os réus afirmaram que voltariam a manter contato após o carnaval para receber mais dinheiro, ameaçando-lhes novamente, exigindo a entrega de mais R$ 30.000,00. Em seu interrogatório em juízo, o réu MARCOS afirmou, em resumo, que, no dia anterior aos fatos, se encontrou com CÁSSIO e CARLOS, ocasião na qual CARLOS teria lhe apresentado um dossiê referente ao CFC das vítimas, no qual constavam informações de que 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP do dinheiro. Diante de tal situação, Rodrigo sugeriu que fossem ao banco para tentar obter a quantia desejada. Juntamente com a vítima Regiane e acompanhados do réu MARCOS, eles se dirigiram a uma agência do Banco Santander, não tendo conseguido, porém, sacar a quantia de R$ 100.000,00 em espécie. Em razão disso, foi sugerida a realização de transferência bancária de referida quantia. Nessa ocasião, o réu MARCOS entrou em contato com sua companheira VIVIANE e sua sogra VERA e obteve os dados bancários desta última, sendo realizada a transferência da quantia de R$ 100.000,00 em favor da ré VERA. Durante tal ocasião, o réu CARLOS se dirigiu à residência da vítima Aprígio, local onde referida vítima lhe entregou, mediante constante ameaça e sob arma de fogo, a quantia de R$ 20.000,00 em espécie. Enquanto as vítimas Regiane e Rodrigo estavam no banco com o réu MARCOS, a mãe de Regiane a telefonou informando da presença de um homem armado em sua residência (CARLOS) com a vítima Aprígio exigindo a entrega de dinheiro. Ainda de acordo com o relato das vítimas, os réus continuaram ameaçando para obter mais dinheiro, tendo conseguido, junto do irmão de Regiane, a quantia de R$ 10.000,00. Ao conseguirem tais valores (R$ 100.000,00 da transferência bancária e R$ 30.000,00 em espécie) os réus foram embora do local. Contudo, o réu MARCOS ligou novamente para as vítimas posteriormente ameaçando-lhes e exigindo mais dinheiro, sendo que, na ocasião, com o objetivo de causar terror, passou a ameaçar de forma indireta os filhos das vítimas, afirmando que sabia onde eles moravam, onde estudavam e a rotina diária da família. Ainda, os réus afirmaram que voltariam a manter contato após o carnaval para receber mais dinheiro, ameaçando-lhes novamente, exigindo a entrega de mais R$ 30.000,00. Em seu interrogatório em juízo, o réu MARCOS afirmou, em resumo, que, no dia anterior aos fatos, se encontrou com CÁSSIO e CARLOS, ocasião na qual CARLOS teria lhe apresentado um dossiê referente ao CFC das vítimas, no qual constavam informações de que 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP as vítimas estariam praticando crimes contra a administração pública. Relatou que, no dia dos fatos, eles foram ao CFC das vítimas, onde se apresentaram como policiais federais, dando o nome de Francisco, e encontrou com a vítima Aprígio a quem teria mostrado o dossiê. Afirmou que Aprígio os teria mandado falar com Regiane, a quem novamente se apresentou como policial e mostrou o dossiê. Contou que Regiane teria visto o dossiê e confirmado que fazia depósitos de R$ 3.000,00 a R$ 8.000,00 para alguém de nome Ricardo como pagamento de propina para ludibriar o sistema de aulas e provas. Nessa ocasião, Rodrigo teria entrado e ela teria proposto um acordo, oferecendo o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) em duas vezes, propondo que fossem ao banco para realizar o pagamento, oportunidade em que procedeu pela transferência de apenas R$ 100.000,00 (cem mil reais). Admitiu que, de posse de informações que afirma serem verdadeiras, viu a oportunidade de se beneficiar das vítimas, mas negou que tenha usado violência, grave ameaça e armas de fogo. A ré VIVIANE, em seu interrogatório em juízo, em resumo, negou a prática delitiva, afirmando que desconhecia totalmente as atividades de seu companheiro MARCOS, embora estivessem juntos há bastante tempo. Relatou que ficou junto com o réu MARCOS, mesmo quando ele foi preso, tendo, inclusive, casado com ele na penitenciária. Negou-se a responder acerca das mensagens trocadas com seu marido. Informou que, após a realização da transferência, sua mãe (VERA), passou a receber ligações de ameaça, bem como percebeu a presença de pessoas estranhas e que estavam sendo seguidas. Contou que não se recorda se foi ela mesma quem passou a ligação de MARCOS para sua mãe ou se foi sua mãe quem atendeu a ligação e passou o número da conta. Disse que sua mãe teria comentado com ela sobre o pedido de MARCOS de fornecer os dados bancários, sendo que lhe disse que não tinha problemas, já que ele era seu marido. Em seu interrogatório em juízo, a ré VERA também negou a prática delitiva. Afirmou que, no dia dos fatos, MARCOS ligou na empresa e sua filha lhe passou a ligação, momento em que ele pediu os seus dados bancários, tendo ela passado por questão de confiança. Relatou que, quando falou com ele ao telefone, MARCOS não lhe 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP as vítimas estariam praticando crimes contra a administração pública. Relatou que, no dia dos fatos, eles foram ao CFC das vítimas, onde se apresentaram como policiais federais, dando o nome de Francisco, e encontrou com a vítima Aprígio a quem teria mostrado o dossiê. Afirmou que Aprígio os teria mandado falar com Regiane, a quem novamente se apresentou como policial e mostrou o dossiê. Contou que Regiane teria visto o dossiê e confirmado que fazia depósitos de R$ 3.000,00 a R$ 8.000,00 para alguém de nome Ricardo como pagamento de propina para ludibriar o sistema de aulas e provas. Nessa ocasião, Rodrigo teria entrado e ela teria proposto um acordo, oferecendo o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) em duas vezes, propondo que fossem ao banco para realizar o pagamento, oportunidade em que procedeu pela transferência de apenas R$ 100.000,00 (cem mil reais). Admitiu que, de posse de informações que afirma serem verdadeiras, viu a oportunidade de se beneficiar das vítimas, mas negou que tenha usado violência, grave ameaça e armas de fogo. A ré VIVIANE, em seu interrogatório em juízo, em resumo, negou a prática delitiva, afirmando que desconhecia totalmente as atividades de seu companheiro MARCOS, embora estivessem juntos há bastante tempo. Relatou que ficou junto com o réu MARCOS, mesmo quando ele foi preso, tendo, inclusive, casado com ele na penitenciária. Negou-se a responder acerca das mensagens trocadas com seu marido. Informou que, após a realização da transferência, sua mãe (VERA), passou a receber ligações de ameaça, bem como percebeu a presença de pessoas estranhas e que estavam sendo seguidas. Contou que não se recorda se foi ela mesma quem passou a ligação de MARCOS para sua mãe ou se foi sua mãe quem atendeu a ligação e passou o número da conta. Disse que sua mãe teria comentado com ela sobre o pedido de MARCOS de fornecer os dados bancários, sendo que lhe disse que não tinha problemas, já que ele era seu marido. Em seu interrogatório em juízo, a ré VERA também negou a prática delitiva. Afirmou que, no dia dos fatos, MARCOS ligou na empresa e sua filha lhe passou a ligação, momento em que ele pediu os seus dados bancários, tendo ela passado por questão de confiança. Relatou que, quando falou com ele ao telefone, MARCOS não lhe 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP disse nada sobre valores ou de onde viria o dinheiro. Contou que o valor depositado foi de R$ 100.000,00 (cem mil reais), sendo que MARCOS lhe pediu para fazer a transferência do valor para ÉRICA, a qual ela não conhece. Relatou que não conseguiu transferir a totalidade do valor, de modo que transferiu R$ 50.000,00. Disse que, naquele momento, sem que MARCOS tivesse falado nada, VIVIANE lhe disse para transferir a outra parte para a conta dela, que ela passaria o restante para MARCOS, o que foi feito. Narrou que apenas tomou conhecimento da existência do dinheiro quando caiu em sua conta e que só teve ciência da origem ilícita do dinheiro, quando passou a receber ligações de ameaça. Relatou que foi registrar um boletim de ocorrência, porque se sentiu ameaçada, pois passou a receber ligações ofensivas. Disse, ainda, que MARCOS nunca lhe disse que se tratava de dinheiro ilícito, mas apenas que era dinheiro de auto escola. Contou que nem ela, nem VIVIANE conheciam ÉRICA, e que apenas tomou conhecimento de que MARCOS não era policial, quando foi preso anteriormente. A ré ÉRICA, em seu interrogatório em juízo, negou a prática delitiva. Disse que fez vários empréstimos a MARCOS entre 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017, período em que ele estava preso, num montante total de R$ 25.000,00, sendo que entregava tais valores à sua exesposa de nome Maria. Afirmou que MARCOS, quando saiu da cadeia em 2018, lhe pagou o que devia, tendo feito uma transferência para sua conta no importe de R$ 50.000,00, informando-lhe que transferiu a mais, pedindo para que a diferença fosse sacada e entregue em dinheiro. Disse que, por ter dinheiro em sua residência, entregou a MARCOS a quantia de R$ 8.250,00, sendo que sacou a diferença de aproximadamente R$ 12.000,00 de sua conta e, também, lhe entregou no dia seguinte. Relatou que não tinha nenhum conhecimento quanto aos fatos, esclarecendo que os valores que tinha e que emprestou a MARCOS eram oriundos de seu trabalho e de rescisões e ações trabalhistas que moveu contra a SABESP e ELETROPAULO. Pois bem. Não há dúvidas da prática do crime de extorsão nos autos. Com efeito, o conjunto probatório colhido é robusto e apto a confirmar a veracidade dos fatos descritos na denúncia nesse ponto. 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP disse nada sobre valores ou de onde viria o dinheiro. Contou que o valor depositado foi de R$ 100.000,00 (cem mil reais), sendo que MARCOS lhe pediu para fazer a transferência do valor para ÉRICA, a qual ela não conhece. Relatou que não conseguiu transferir a totalidade do valor, de modo que transferiu R$ 50.000,00. Disse que, naquele momento, sem que MARCOS tivesse falado nada, VIVIANE lhe disse para transferir a outra parte para a conta dela, que ela passaria o restante para MARCOS, o que foi feito. Narrou que apenas tomou conhecimento da existência do dinheiro quando caiu em sua conta e que só teve ciência da origem ilícita do dinheiro, quando passou a receber ligações de ameaça. Relatou que foi registrar um boletim de ocorrência, porque se sentiu ameaçada, pois passou a receber ligações ofensivas. Disse, ainda, que MARCOS nunca lhe disse que se tratava de dinheiro ilícito, mas apenas que era dinheiro de auto escola. Contou que nem ela, nem VIVIANE conheciam ÉRICA, e que apenas tomou conhecimento de que MARCOS não era policial, quando foi preso anteriormente. A ré ÉRICA, em seu interrogatório em juízo, negou a prática delitiva. Disse que fez vários empréstimos a MARCOS entre 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017, período em que ele estava preso, num montante total de R$ 25.000,00, sendo que entregava tais valores à sua exesposa de nome Maria. Afirmou que MARCOS, quando saiu da cadeia em 2018, lhe pagou o que devia, tendo feito uma transferência para sua conta no importe de R$ 50.000,00, informando-lhe que transferiu a mais, pedindo para que a diferença fosse sacada e entregue em dinheiro. Disse que, por ter dinheiro em sua residência, entregou a MARCOS a quantia de R$ 8.250,00, sendo que sacou a diferença de aproximadamente R$ 12.000,00 de sua conta e, também, lhe entregou no dia seguinte. Relatou que não tinha nenhum conhecimento quanto aos fatos, esclarecendo que os valores que tinha e que emprestou a MARCOS eram oriundos de seu trabalho e de rescisões e ações trabalhistas que moveu contra a SABESP e ELETROPAULO. Pois bem. Não há dúvidas da prática do crime de extorsão nos autos. Com efeito, o conjunto probatório colhido é robusto e apto a confirmar a veracidade dos fatos descritos na denúncia nesse ponto. 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP Aliás, a própria defesa do réu MARCOS AURÉLIO CORREA SARAIVA admite que houve a obtenção de valores pela utilização da falsa condição de polícia federal pelo acusado, diante da robustez das provas colhidas, como se denota às fls. 1456/1457. A defesa do acusado se limita a pugnar, nesse ponto, assim como a defesa das rés VERA e VIVIANE, pela desclassificação do delito para o crime de estelionato, sustentando não terem sido comprovadas satisfatoriamente as elementares violência ou grave ameaça do tipo penal imputado. Sem razão os acusados, contudo. Os depoimentos das vítimas nesse ponto foram uniformes, claros e firmes, aptos, portanto, a confirmar que os réus se valeram tanto de ameaças, quanto do uso de arma de fogo para obterem a vantagem indevida. Destaco, nesse ponto, que a jurisprudência é firme no sentido da suficiência da palavra da vítima, quando corroborada pelos demais elementos de prova, para comprovar a ocorrência da ameaça em crimes como o ora analisado. (…) Os relatos das vítimas, aliás, estão em absoluta consonância com os demais elementos de prova colhidos, em especial o relato das demais testemunhas, e as mensagens de Whatsapp trocadas entre o réu MARCOS e a ré VIVIANE, na qual o acusado MARCOS se refere à vítima Rodrigo como “defunto”, afirmando que não mata mulher, mas que ele (Rodrigo) já é “defunto” (fls. 159). Notoriamente, tais mensagens evidenciam o conteúdo intimidatório das ameaças perpetradas pelos réus na ocasião dos fatos. Não bastasse isso, a própria conjectura dos fatos apurados evidencia que houve efetivamente uso de ameaça para a obtenção da vantagem indevida. Isso porque, conforme apurado, os réus ingressaram no CFC se passando por policiais federais e, portanto, obviamente, armados e, ainda, mantiveram Aprígio e os demais funcionários sob vigilância e com a liberdade restrita, enquanto MARCOS acompanhava Rodrigo e Regiane ao banco. A própria situação em si dos fatos é suficiente, portanto, para demonstrar cabalmente a existência de grave ameaça e violência, eis 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP Aliás, a própria defesa do réu MARCOS AURÉLIO CORREA SARAIVA admite que houve a obtenção de valores pela utilização da falsa condição de polícia federal pelo acusado, diante da robustez das provas colhidas, como se denota às fls. 1456/1457. A defesa do acusado se limita a pugnar, nesse ponto, assim como a defesa das rés VERA e VIVIANE, pela desclassificação do delito para o crime de estelionato, sustentando não terem sido comprovadas satisfatoriamente as elementares violência ou grave ameaça do tipo penal imputado. Sem razão os acusados, contudo. Os depoimentos das vítimas nesse ponto foram uniformes, claros e firmes, aptos, portanto, a confirmar que os réus se valeram tanto de ameaças, quanto do uso de arma de fogo para obterem a vantagem indevida. Destaco, nesse ponto, que a jurisprudência é firme no sentido da suficiência da palavra da vítima, quando corroborada pelos demais elementos de prova, para comprovar a ocorrência da ameaça em crimes como o ora analisado. (…) Os relatos das vítimas, aliás, estão em absoluta consonância com os demais elementos de prova colhidos, em especial o relato das demais testemunhas, e as mensagens de Whatsapp trocadas entre o réu MARCOS e a ré VIVIANE, na qual o acusado MARCOS se refere à vítima Rodrigo como “defunto”, afirmando que não mata mulher, mas que ele (Rodrigo) já é “defunto” (fls. 159). Notoriamente, tais mensagens evidenciam o conteúdo intimidatório das ameaças perpetradas pelos réus na ocasião dos fatos. Não bastasse isso, a própria conjectura dos fatos apurados evidencia que houve efetivamente uso de ameaça para a obtenção da vantagem indevida. Isso porque, conforme apurado, os réus ingressaram no CFC se passando por policiais federais e, portanto, obviamente, armados e, ainda, mantiveram Aprígio e os demais funcionários sob vigilância e com a liberdade restrita, enquanto MARCOS acompanhava Rodrigo e Regiane ao banco. A própria situação em si dos fatos é suficiente, portanto, para demonstrar cabalmente a existência de grave ameaça e violência, eis 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP que sequer faria sentido que, em tais circunstâncias, não havendo ameaça ou violência, as vítimas se dispusessem a, livremente, transferir vultosa quantia de dinheiro para uma conta indicada pelo réu. Não há, portanto, que se cogitar na pretendida desclassificação para o delito de estelionato, previsto no artigo 171, caput, do Código Penal. (…) Diante desse robusto conjunto probatório colhido, portanto, de rigor o afastamento das simplórias e fantasiosas versões exculpantes apresentadas pelas acusadas, com a condenação das rés pela imputação do delito de extorsão. Ainda com relação ao crime de extorsão, de rigor o reconhecimento da qualificadora prevista no artigo 158, § 3º, do Código Penal, eis que demonstrada inequivocamente a restrição de liberdade das vítimas, como condição necessária para a obtenção da vantagem indevida, conforme apurado e demonstrado nos autos pelos depoimentos das vítimas, bem como da causa de aumento prevista no artigo 158, § 1º, do Código Penal, seja pelo concurso de pessoas (inequívoco e admitido pelo próprio réu MARCOS), bem como pelo emprego de arma, conforme apurado na instrução probatória pelo relato uniforme das vítimas acerca de tal circunstância, conforme já delineado (…)”. É pacífico neste Supremo Tribunal o entendimento de que “a ilicitude de uma prova não contamina os demais elementos cognitivos obtidos e que dela não derivaram” (HC n. 106.244, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 19.8.2011). Nesse sentido, por exemplo: “PROVA ILÍCITA – CONTAMINAÇÃO – AUSÊNCIA. Uma vez obtida a prova de forma independente e desvinculada de ilicitude anteriormente reconhecida, não se tem ilegalidade, sendo adequada a utilização dos elementos de convicção” (HC n. 149.692, Relator o Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 13.4.2021). “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. QUADRILHA, CORRUPÇÃO PASSIVA, VIOLAÇÃO DE SIGILO 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP que sequer faria sentido que, em tais circunstâncias, não havendo ameaça ou violência, as vítimas se dispusessem a, livremente, transferir vultosa quantia de dinheiro para uma conta indicada pelo réu. Não há, portanto, que se cogitar na pretendida desclassificação para o delito de estelionato, previsto no artigo 171, caput, do Código Penal. (…) Diante desse robusto conjunto probatório colhido, portanto, de rigor o afastamento das simplórias e fantasiosas versões exculpantes apresentadas pelas acusadas, com a condenação das rés pela imputação do delito de extorsão. Ainda com relação ao crime de extorsão, de rigor o reconhecimento da qualificadora prevista no artigo 158, § 3º, do Código Penal, eis que demonstrada inequivocamente a restrição de liberdade das vítimas, como condição necessária para a obtenção da vantagem indevida, conforme apurado e demonstrado nos autos pelos depoimentos das vítimas, bem como da causa de aumento prevista no artigo 158, § 1º, do Código Penal, seja pelo concurso de pessoas (inequívoco e admitido pelo próprio réu MARCOS), bem como pelo emprego de arma, conforme apurado na instrução probatória pelo relato uniforme das vítimas acerca de tal circunstância, conforme já delineado (…)”. É pacífico neste Supremo Tribunal o entendimento de que “a ilicitude de uma prova não contamina os demais elementos cognitivos obtidos e que dela não derivaram” (HC n. 106.244, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 19.8.2011). Nesse sentido, por exemplo: “PROVA ILÍCITA – CONTAMINAÇÃO – AUSÊNCIA. Uma vez obtida a prova de forma independente e desvinculada de ilicitude anteriormente reconhecida, não se tem ilegalidade, sendo adequada a utilização dos elementos de convicção” (HC n. 149.692, Relator o Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 13.4.2021). “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. QUADRILHA, CORRUPÇÃO PASSIVA, VIOLAÇÃO DE SIGILO 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP FUNCIONAL, FALSIDADE IDEOLÓGICA E LAVAGEM DE DINHEIRO. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS AUTORIZADAS POR DECISÃO JUDICIAL. ALEGAÇÃO DE “QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA”. PERDA OU SUBTRAÇÃO DE PARTE DAS GRAVAÇÕES. CONSTRAGIMENTO ILEGAL RECONHECIDO NAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NA DETERMINAÇÃO DE REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. 1. As provas ilícitas, bem como todas aquelas delas derivadas, são constitucionalmente inadmissíveis, mesmo quando reconduzidas aos autos de forma indireta, devendo, pois, serem desentranhadas do processo, não tendo, porém, o condão de anulá-lo, permanecendo válidas as demais provas lícitas e autônomas delas não decorrentes, ou ainda, que também decorreram de outras fontes, além da própria prova ilícita; garantindo-se, pois, a licitude da prova derivada da ilícita, quando, conforme salientado pelo Ministro EROS GRAU, “arrimada em elementos probatórios coligidos antes de sua juntada aos autos”. 2. Assentou o Superior Tribunal de Justiça que, em matéria de provas ilícitas, o art. 157, § 1º, do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei n. 11.690/2008, excepciona a adoção da teoria dos frutos da árvore envenenada na hipótese em que os demais elementos probatórios não estiverem vinculados àquele cuja ilicitude foi reconhecida. (…) 4. Agravo Regimental a que se nega provimento” (HC n. 156.157-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 26.11.2018). “Recurso ordinário em habeas corpus. Penal e Processual Penal. Crime contra a ordem tributária (art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90). Condenação calcada em prova ilícita decorrente de quebra ilegal de sigilos fiscal e bancário. Não ocorrência. Existência de fonte autônoma de prova que não guarda relação de dependência com a suposta prova originariamente ilícita. Admissibilidade. Precedentes. Adesão a programa de recuperação fiscal na vigência da Lei nº 10.684/03. Pretendida extinção da punibilidade nos termos do art. 34 da Lei nº 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP FUNCIONAL, FALSIDADE IDEOLÓGICA E LAVAGEM DE DINHEIRO. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS AUTORIZADAS POR DECISÃO JUDICIAL. ALEGAÇÃO DE “QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA”. PERDA OU SUBTRAÇÃO DE PARTE DAS GRAVAÇÕES. CONSTRAGIMENTO ILEGAL RECONHECIDO NAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NA DETERMINAÇÃO DE REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. 1. As provas ilícitas, bem como todas aquelas delas derivadas, são constitucionalmente inadmissíveis, mesmo quando reconduzidas aos autos de forma indireta, devendo, pois, serem desentranhadas do processo, não tendo, porém, o condão de anulá-lo, permanecendo válidas as demais provas lícitas e autônomas delas não decorrentes, ou ainda, que também decorreram de outras fontes, além da própria prova ilícita; garantindo-se, pois, a licitude da prova derivada da ilícita, quando, conforme salientado pelo Ministro EROS GRAU, “arrimada em elementos probatórios coligidos antes de sua juntada aos autos”. 2. Assentou o Superior Tribunal de Justiça que, em matéria de provas ilícitas, o art. 157, § 1º, do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei n. 11.690/2008, excepciona a adoção da teoria dos frutos da árvore envenenada na hipótese em que os demais elementos probatórios não estiverem vinculados àquele cuja ilicitude foi reconhecida. (…) 4. Agravo Regimental a que se nega provimento” (HC n. 156.157-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 26.11.2018). “Recurso ordinário em habeas corpus. Penal e Processual Penal. Crime contra a ordem tributária (art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90). Condenação calcada em prova ilícita decorrente de quebra ilegal de sigilos fiscal e bancário. Não ocorrência. Existência de fonte autônoma de prova que não guarda relação de dependência com a suposta prova originariamente ilícita. Admissibilidade. Precedentes. Adesão a programa de recuperação fiscal na vigência da Lei nº 10.684/03. Pretendida extinção da punibilidade nos termos do art. 34 da Lei nº 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP 9.249/95. Questão não analisada pelas instâncias antecedentes. Dupla supressão de instância não admitida. Precedentes. Inexistência de constrangimento ilegal a justificar a concessão da ordem de habeas corpus de ofício. Ausência de comprovação da quitação integral do débito tributário. Recurso não provido. (…) 3. A Suprema Corte já assentou que, “se (…) o órgão da persecução penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova - que não guarde qualquer relação de dependência nem decorra da prova originariamente ilícita, com es[s]a não mantendo vinculação causal -, tais dados probatórios revelar-se-ão plenamente admissíveis, porque não contaminados pela mácula da ilicitude originária” (HC nº 93.050/RJ, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe 31/7/08). 4. Recurso ao qual se nega provimento” (RHC n. 121.496, Relator o Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 16.12.2015). Neste mesmo sentido, é o que se tem do julgamento realizado no HC n. 93.050, Relator o Ministro Celso de Mello: “A doutrina da ilicitude por derivação (teoria dos “frutos da árvore envenenada”) repudia, por constitucionalmente inadmissíveis, os meios probatórios, que, não obstante produzidos, validamente, em momento ulterior, acham-se afetados, no entanto, pelo vício (gravíssimo) da ilicitude originária, que a eles se transmite, contaminando-os, por efeito de repercussão causal. Hipótese em que os novos dados probatórios somente foram conhecidos, pelo Poder Público, em razão de anterior transgressão praticada, originariamente, pelos agentes estatais, que desrespeitaram a garantia constitucional da inviolabilidade domiciliar. - Revelam-se inadmissíveis, desse modo, em decorrência da ilicitude por derivação, os elementos probatórios a que os órgãos estatais somente tiveram acesso em razão da prova originariamente ilícita, obtida como resultado da transgressão, por agentes públicos, de direitos e garantias constitucionais e legais, cuja eficácia condicionante, no plano do ordenamento positivo brasileiro, traduz 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP 9.249/95. Questão não analisada pelas instâncias antecedentes. Dupla supressão de instância não admitida. Precedentes. Inexistência de constrangimento ilegal a justificar a concessão da ordem de habeas corpus de ofício. Ausência de comprovação da quitação integral do débito tributário. Recurso não provido. (…) 3. A Suprema Corte já assentou que, “se (…) o órgão da persecução penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova - que não guarde qualquer relação de dependência nem decorra da prova originariamente ilícita, com es[s]a não mantendo vinculação causal -, tais dados probatórios revelar-se-ão plenamente admissíveis, porque não contaminados pela mácula da ilicitude originária” (HC nº 93.050/RJ, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe 31/7/08). 4. Recurso ao qual se nega provimento” (RHC n. 121.496, Relator o Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 16.12.2015). Neste mesmo sentido, é o que se tem do julgamento realizado no HC n. 93.050, Relator o Ministro Celso de Mello: “A doutrina da ilicitude por derivação (teoria dos “frutos da árvore envenenada”) repudia, por constitucionalmente inadmissíveis, os meios probatórios, que, não obstante produzidos, validamente, em momento ulterior, acham-se afetados, no entanto, pelo vício (gravíssimo) da ilicitude originária, que a eles se transmite, contaminando-os, por efeito de repercussão causal. Hipótese em que os novos dados probatórios somente foram conhecidos, pelo Poder Público, em razão de anterior transgressão praticada, originariamente, pelos agentes estatais, que desrespeitaram a garantia constitucional da inviolabilidade domiciliar. - Revelam-se inadmissíveis, desse modo, em decorrência da ilicitude por derivação, os elementos probatórios a que os órgãos estatais somente tiveram acesso em razão da prova originariamente ilícita, obtida como resultado da transgressão, por agentes públicos, de direitos e garantias constitucionais e legais, cuja eficácia condicionante, no plano do ordenamento positivo brasileiro, traduz 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP significativa limitação de ordem jurídica ao poder do Estado em face dos cidadãos. - Se, no entanto, o órgão da persecução penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova - que não guarde qualquer relação de dependência nem decorra da prova originariamente ilícita, com esta não mantendo vinculação causal -, tais dados probatórios revelar-se-ão plenamente admissíveis, porque não contaminados pela mácula da ilicitude originária” (DJe 1.8.2008 – grifos nossos). No caso agora examinado, foi com igual entendimento que se posicionou o Superior Tribunal de Justiça ao analisar o pedido defensivo: “Por oportuno, anoto que o Juízo de origem julgou procedente a acusação e condenou o paciente a 14 anos, 5 meses e 7 dias de reclusão, em regime fechado, além de 25 dias-multa, no valor mínimo legal, destacando, quanto ao lastro probatório, que as mensagens não foram os únicos elementos de prova (…)”. Assim, constatada pelas instâncias antecedentes fonte autônoma de prova, que não está na linha de desdobramento das provas tidas como ilícitas, capaz se sustentar a condenação do agravante, tem-se ser hígida a sentença proferida. No agravo regimental, o próprio agravante reconhece não se tratar de “nulidade capaz de ter a absolvição do paciente como consequência, tal como corretamente asseverou a Eminente Ministra Cármen Lúcia, mas de retirar as referências processuais sobre a prova ilícita e que certamente foram prejudiciais à coacusada Viviane”. A corré Viviane, entretanto, não é paciente deste habeas corpus, de modo que, caso sua defesa entenda pela nulidade da prova em questão, pode arguí-la pelas vias processuais cabíveis. 12. Ao indeferir o desentranhamento das mensagens obtidas no 21 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP significativa limitação de ordem jurídica ao poder do Estado em face dos cidadãos. - Se, no entanto, o órgão da persecução penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova - que não guarde qualquer relação de dependência nem decorra da prova originariamente ilícita, com esta não mantendo vinculação causal -, tais dados probatórios revelar-se-ão plenamente admissíveis, porque não contaminados pela mácula da ilicitude originária” (DJe 1.8.2008 – grifos nossos). No caso agora examinado, foi com igual entendimento que se posicionou o Superior Tribunal de Justiça ao analisar o pedido defensivo: “Por oportuno, anoto que o Juízo de origem julgou procedente a acusação e condenou o paciente a 14 anos, 5 meses e 7 dias de reclusão, em regime fechado, além de 25 dias-multa, no valor mínimo legal, destacando, quanto ao lastro probatório, que as mensagens não foram os únicos elementos de prova (…)”. Assim, constatada pelas instâncias antecedentes fonte autônoma de prova, que não está na linha de desdobramento das provas tidas como ilícitas, capaz se sustentar a condenação do agravante, tem-se ser hígida a sentença proferida. No agravo regimental, o próprio agravante reconhece não se tratar de “nulidade capaz de ter a absolvição do paciente como consequência, tal como corretamente asseverou a Eminente Ministra Cármen Lúcia, mas de retirar as referências processuais sobre a prova ilícita e que certamente foram prejudiciais à coacusada Viviane”. A corré Viviane, entretanto, não é paciente deste habeas corpus, de modo que, caso sua defesa entenda pela nulidade da prova em questão, pode arguí-la pelas vias processuais cabíveis. 12. Ao indeferir o desentranhamento das mensagens obtidas no 21 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP aparelho celular do agravante, o juízo de origem decidiu: “Indefiro o pedido de desentranhamento de fls. 440/446, observando a bem lançada cota Ministerial de fls. 462/465, a qual acolho e adoto como razão de decidir, bem como pelo fato de que a ré Viviane Gonçalves Cassetari Correa Saraiva, quando de seu interrogatório, a fls. 64, autorizou o acesso aos dispositivos eletrônicos apreendidos em sua residência, razão pela qual não há que se falar em nulidade”. A alegação de deficiência na fundamentação dessa decisão está superada pela superveniência da sentença condenatória, na qual se assentou novamente, e de forma fundamentada, a licitude da prova. Ademais, este Supremo Tribunal tem jurisprudência pacífica no sentido da legitimidade da fundamentação per relationem de decisões judiciais. Assim, por exemplo: “Penal e processual penal. Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Latrocínio tentado. Fundamentação per relationem. Possibilidade. Dosimetria da pena. Dupla supressão de instâncias. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que “a técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da CF” (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 2. A alegação de ilegalidade “levada a cabo pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo ao manter a exasperação da pena base”, não foi apreciada pelas instâncias antecedentes (Tribunal estadual e Superior Tribunal de Justiça). Fato esse que impede o imediato exame da matéria pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de dupla supressão de instâncias. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (RHC n. 194.881-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira 22 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP aparelho celular do agravante, o juízo de origem decidiu: “Indefiro o pedido de desentranhamento de fls. 440/446, observando a bem lançada cota Ministerial de fls. 462/465, a qual acolho e adoto como razão de decidir, bem como pelo fato de que a ré Viviane Gonçalves Cassetari Correa Saraiva, quando de seu interrogatório, a fls. 64, autorizou o acesso aos dispositivos eletrônicos apreendidos em sua residência, razão pela qual não há que se falar em nulidade”. A alegação de deficiência na fundamentação dessa decisão está superada pela superveniência da sentença condenatória, na qual se assentou novamente, e de forma fundamentada, a licitude da prova. Ademais, este Supremo Tribunal tem jurisprudência pacífica no sentido da legitimidade da fundamentação per relationem de decisões judiciais. Assim, por exemplo: “Penal e processual penal. Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Latrocínio tentado. Fundamentação per relationem. Possibilidade. Dosimetria da pena. Dupla supressão de instâncias. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que “a técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da CF” (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 2. A alegação de ilegalidade “levada a cabo pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo ao manter a exasperação da pena base”, não foi apreciada pelas instâncias antecedentes (Tribunal estadual e Superior Tribunal de Justiça). Fato esse que impede o imediato exame da matéria pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de dupla supressão de instâncias. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (RHC n. 194.881-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira 22 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP Turma, DJe 9.4.2021). ““HABEAS CORPUS” – ADOÇÃO DA TÉCNICA DE MOTIVAÇÃO “PER RELATIONEM” – LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DESSA TÉCNICA DECISÓRIA – FUNDAMENTAÇÃO VÁLIDA – JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONSOLIDADA QUANTO À MATÉRIA VERSADA NA IMPETRAÇÃO – PRETENDIDO RECONHECIMENTO DA ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA – CONFISSÃO DE FATO DIVERSO – INAPLICABILIDADE DA NORMA INSCRITA NO ART. 65, III, “d”, DO CÓDIGO PENAL – PRECEDENTES – PARECER DA DOUTA PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO” (HC n. 173.498-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 3.9.2020). 13. O Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça de São Paulo não se manifestaram sobre as alegações do impetrante sobre a veracidade e confiabilidade das mensagens utilizadas como prova nem sobre a afirmação de que não teriam sido disponibilizadas na íntegra para a defesa. Conforme firme jurisprudência, é inviável a este Supremo Tribunal conhecer originariamente de matéria não examinada pelas instâncias antecedentes, “sob pena de indevida supressão de instância e violação das regras constitucionais de repartição de competências” (HC n. 168.981-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 1º.8.2019). No mesmo sentido, por exemplo: “PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA DA PENA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. 23 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP Turma, DJe 9.4.2021). ““HABEAS CORPUS” – ADOÇÃO DA TÉCNICA DE MOTIVAÇÃO “PER RELATIONEM” – LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DESSA TÉCNICA DECISÓRIA – FUNDAMENTAÇÃO VÁLIDA – JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONSOLIDADA QUANTO À MATÉRIA VERSADA NA IMPETRAÇÃO – PRETENDIDO RECONHECIMENTO DA ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA – CONFISSÃO DE FATO DIVERSO – INAPLICABILIDADE DA NORMA INSCRITA NO ART. 65, III, “d”, DO CÓDIGO PENAL – PRECEDENTES – PARECER DA DOUTA PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO” (HC n. 173.498-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 3.9.2020). 13. O Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça de São Paulo não se manifestaram sobre as alegações do impetrante sobre a veracidade e confiabilidade das mensagens utilizadas como prova nem sobre a afirmação de que não teriam sido disponibilizadas na íntegra para a defesa. Conforme firme jurisprudência, é inviável a este Supremo Tribunal conhecer originariamente de matéria não examinada pelas instâncias antecedentes, “sob pena de indevida supressão de instância e violação das regras constitucionais de repartição de competências” (HC n. 168.981-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 1º.8.2019). No mesmo sentido, por exemplo: “PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA DA PENA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. 23 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP SUPRESSÃO DE INSTÂNCIAS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER. 1. A dosimetria da pena é questão relativa ao mérito da ação penal, estando necessariamente vinculada ao conjunto fático probatório, não sendo possível, em habeas corpus, a análise de dados fáticos da causa para redimensionar a pena finalmente aplicada. Assim, a discussão a respeito da dosimetria da pena cinge-se ao controle da legalidade dos critérios utilizados, restringindo-se, portanto, ao exame da “motivação [formalmente idônea] de mérito e à congruência lógico-jurídica entre os motivos declarados e a conclusão” (HC 69.419, Rel. Min. Sepúlveda pertence). 2. A possibilidade de aplicação da atenuante relativa à confissão espontânea não foi apreciada pelo Tribunal Regional Federal, nem pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame da matéria por esta Corte, sob pena de dupla supressão de instâncias. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 160.369-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 6.8.2019). “Agravo regimental em habeas corpus. 2. Penal e Processo Penal. 3. Prisão preventiva. Alegação de ausência de fundamentos idôneos aptos a ensejar a manutenção da constrição cautelar. Inexistente. Paciente preso em flagrante delito na posse de 671kg de maconha, acondicionada em tabletes. Decreto baseado na gravidade concreta do delito. 4. Supressão de instância. Matéria não enfrentada pelo STJ. Não exaurimento da jurisdição. Precedentes. 5. Afastada a possibilidade de concessão da ordem de ofício. Não configuração de patente constrangimento ilegal ou abuso de poder. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 170.391-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 6.8.2019). Na espécie, há apelação defensiva pendente de julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo, ao qual caberá o exame dessas questões. 14. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 24 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP SUPRESSÃO DE INSTÂNCIAS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER. 1. A dosimetria da pena é questão relativa ao mérito da ação penal, estando necessariamente vinculada ao conjunto fático probatório, não sendo possível, em habeas corpus, a análise de dados fáticos da causa para redimensionar a pena finalmente aplicada. Assim, a discussão a respeito da dosimetria da pena cinge-se ao controle da legalidade dos critérios utilizados, restringindo-se, portanto, ao exame da “motivação [formalmente idônea] de mérito e à congruência lógico-jurídica entre os motivos declarados e a conclusão” (HC 69.419, Rel. Min. Sepúlveda pertence). 2. A possibilidade de aplicação da atenuante relativa à confissão espontânea não foi apreciada pelo Tribunal Regional Federal, nem pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame da matéria por esta Corte, sob pena de dupla supressão de instâncias. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 160.369-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 6.8.2019). “Agravo regimental em habeas corpus. 2. Penal e Processo Penal. 3. Prisão preventiva. Alegação de ausência de fundamentos idôneos aptos a ensejar a manutenção da constrição cautelar. Inexistente. Paciente preso em flagrante delito na posse de 671kg de maconha, acondicionada em tabletes. Decreto baseado na gravidade concreta do delito. 4. Supressão de instância. Matéria não enfrentada pelo STJ. Não exaurimento da jurisdição. Precedentes. 5. Afastada a possibilidade de concessão da ordem de ofício. Não configuração de patente constrangimento ilegal ou abuso de poder. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 170.391-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 6.8.2019). Na espécie, há apelação defensiva pendente de julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo, ao qual caberá o exame dessas questões. 14. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 24 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 28 Extrato de Ata - 31/05/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) : RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA (402466/SP) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8F8D-72FB-C201-76C1 e senha 1736-59F2-18C8-0698 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) : RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA (402466/SP) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8F8D-72FB-C201-76C1 e senha 1736-59F2-18C8-0698 Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 28
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756034352
2021-05-31T00:00:00
2021-06-02T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NO HABEAS CORPUS
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. EXTORSÃO COM RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA, CONCURSO DE PESSOAS E EMPREGO DE ARMA DE FOGO. BUSCA E APREENSÃO DETERMINADA PELO JUÍZO DE ORIGEM. ACESSO A DADOS DE APARELHOS CEULARES PELA POLÍCIA CIVIL. POSSIBILIDADE. EVENTUAL RECONHECIMENTO DE NULIDADE DAS PROVAS INSUFICIENTE A INFIRMAR A SENTENÇA CONDENATÓRIA. MATÉRIAS NÃO EXAMINADAS PELAS INSTÂNCIAS ANTECEDENTES. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
sjur447722
- Acórdão(s) citado(s): (AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, APRECIAÇÃO, REGISTRO, CELULAR) RE 418416 (TP), HC 91867 (2ªT), HC 168052 (2ªT), ARE 1042075 RG (TP). (PROVA ILÍCITA, CONTAMINAÇÃO, PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO) HC 93050 (2ªT), HC 106244 (1ªT), RHC 121496 (2ªT), HC 149692 (1ªT), HC 156157 AgR (1ªT). (LEGITIMIDADE, FUNDAMENTAÇÃO, MOTIVAÇÃO PER RELATIONEM) HC 173498 AgR (2ªT), RHC 194881 AgR (1ªT). (HC, SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA) HC 160369 AgR (1ªT), HC 170391 AgR (2ªT), HC 168981 AgR (1ªT). - Decisão monocrática citada: (AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, APRECIAÇÃO, REGISTRO, CELULAR) ARE 1042075. Número de páginas: 28. Análise: 03/12/2021, JRS.
CÁRMEN LÚCIA
Segunda Turma
200793
[ "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00158 PAR-00001 PAR-00003\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\n\n", "LEG-FED DEL-003688 ANO-1941\n ART-00045\n LCP-41-1941 LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS" ]
HC-AgR
acordaos
HC 200793 AgR
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AGTE.(S) : MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) : RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) :RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. EXTORSÃO COM RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA, CONCURSO DE PESSOAS E EMPREGO DE ARMA DE FOGO. BUSCA E APREENSÃO DETERMINADA PELO JUÍZO DE ORIGEM. ACESSO A DADOS DE APARELHOS CEULARES PELA POLÍCIA CIVIL. POSSIBILIDADE. EVENTUAL RECONHECIMENTO DE NULIDADE DAS PROVAS INSUFICIENTE A INFIRMAR A SENTENÇA CONDENATÓRIA. MATÉRIAS NÃO EXAMINADAS PELAS INSTÂNCIAS ANTECEDENTES. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C6E0-24A3-0EA9-5279 e senha AFE0-85F3-4AEC-05F2 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 28 Relatório 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) :RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 30.4.2021, foi negado seguimento ao habeas corpus, com requerimento de medida liminar, impetrado por Rafael Lanfranchi Pereira, advogado, em benefício de Marcos Aurélio Correa Saraiva, contra julgado da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça pelo qual, em 23.2.2021, negado provimento ao Agravo Regimental no Recurso em Habeas Corpus n. 137.152, Relator o Ministro Sebastião Reis Júnior. 2. Publicada essa decisão no DJe de 4.5.2021, Marcos Aurélio Correa Saraiva interpõe, em 10.5.2021, tempestivamente, o presente agravo regimental. 3. O agravante alega que, “embora tenha deferido a medida de busca e apreensão, o Juízo de primeiro grau não concedeu “autorização judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados”, conforme requerido pela autoridade policial”. Sustenta que, “embora a jurisprudência reconheça a possibilidade de utilização da técnica per relationem como apta ao preenchimento do art. 93, IX, da Constituição Federal, extrai-se que há necessidade de um mínimo de motivação, o que não ocorre na espécie”. Enfatiza que “não se trata (…) de nulidade capaz de ter a absolvição do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F96C-8601-4917-0B0D e senha 7EF5-9EA2-D5C6-16E0 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) :RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 30.4.2021, foi negado seguimento ao habeas corpus, com requerimento de medida liminar, impetrado por Rafael Lanfranchi Pereira, advogado, em benefício de Marcos Aurélio Correa Saraiva, contra julgado da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça pelo qual, em 23.2.2021, negado provimento ao Agravo Regimental no Recurso em Habeas Corpus n. 137.152, Relator o Ministro Sebastião Reis Júnior. 2. Publicada essa decisão no DJe de 4.5.2021, Marcos Aurélio Correa Saraiva interpõe, em 10.5.2021, tempestivamente, o presente agravo regimental. 3. O agravante alega que, “embora tenha deferido a medida de busca e apreensão, o Juízo de primeiro grau não concedeu “autorização judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados”, conforme requerido pela autoridade policial”. Sustenta que, “embora a jurisprudência reconheça a possibilidade de utilização da técnica per relationem como apta ao preenchimento do art. 93, IX, da Constituição Federal, extrai-se que há necessidade de um mínimo de motivação, o que não ocorre na espécie”. Enfatiza que “não se trata (…) de nulidade capaz de ter a absolvição do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F96C-8601-4917-0B0D e senha 7EF5-9EA2-D5C6-16E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 28 Relatório HC 200793 AGR / SP paciente como consequência, tal como corretamente asseverou a Eminente Ministra Cármen Lúcia, mas de retirar as referências processuais sobre a prova ilícita e que certamente foram prejudiciais à coacusada Viviane”. Este o pedido: “Ante o exposto, com base nos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, requer o CONHECIMENTO e PROVIMENTO do presente agravo regimental para, reformando-se a decisão proferida pela eminente Ministra Relatora, para que o Colegiado desta Segunda Turma CONCEDA A ORDEM de habeas corpus, a fim de declarar a nulidade da prova ilícita mantida nos autos e que foi produzida sem a devida autorização, em flagrante quebra da cadeia de custódia a fragilizar sua confiabilidade e com seletividade do conteúdo disponibilizado”. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F96C-8601-4917-0B0D e senha 7EF5-9EA2-D5C6-16E0 Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP paciente como consequência, tal como corretamente asseverou a Eminente Ministra Cármen Lúcia, mas de retirar as referências processuais sobre a prova ilícita e que certamente foram prejudiciais à coacusada Viviane”. Este o pedido: “Ante o exposto, com base nos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, requer o CONHECIMENTO e PROVIMENTO do presente agravo regimental para, reformando-se a decisão proferida pela eminente Ministra Relatora, para que o Colegiado desta Segunda Turma CONCEDA A ORDEM de habeas corpus, a fim de declarar a nulidade da prova ilícita mantida nos autos e que foi produzida sem a devida autorização, em flagrante quebra da cadeia de custódia a fragilizar sua confiabilidade e com seletividade do conteúdo disponibilizado”. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F96C-8601-4917-0B0D e senha 7EF5-9EA2-D5C6-16E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Consta dos autos que, em 8.4.2019, a autoridade policial representou pela busca e apreensão em endereços vinculados ao agravante e a corréus, o que foi acolhido pelo juízo de origem em 10.4.2019. Em 26.4.2019, o magistrado de primeira instância decretou a prisão preventiva do agravante para garantia da ordem pública. Em 30.4.2019, o Ministério Público denunciou o agravante pela suposta prática dos crimes previstos nos §§ 1... e 3... do art. 158 (extorsão com restrição de liberdade da vítima, concurso de pessoas e emprego de arma de fogo) e no parágrafo único do art. 288 (associação criminosa), ambos do Código Penal, e no art. 45 da Lei das Contravenções Penais (simulação da qualidade de funcionário). 3. Em 27.9.2019, o juízo de origem indeferiu requerimento de desentranhamento de mensagens obtidas em aparelhos celulares apreendidos durante a busca judicialmente determinada. 4. A defesa impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo, que denegou a ordem: “Habeas corpus – Extorsão e associação criminosa – Pedido de desentranhamento de provas – Impossibilidade – Aparelhos de telefonia celular apreendidos por meio de decisão judicial que autoriza acesso aos mesmos – Ordem denegada”. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Consta dos autos que, em 8.4.2019, a autoridade policial representou pela busca e apreensão em endereços vinculados ao agravante e a corréus, o que foi acolhido pelo juízo de origem em 10.4.2019. Em 26.4.2019, o magistrado de primeira instância decretou a prisão preventiva do agravante para garantia da ordem pública. Em 30.4.2019, o Ministério Público denunciou o agravante pela suposta prática dos crimes previstos nos §§ 1... e 3... do art. 158 (extorsão com restrição de liberdade da vítima, concurso de pessoas e emprego de arma de fogo) e no parágrafo único do art. 288 (associação criminosa), ambos do Código Penal, e no art. 45 da Lei das Contravenções Penais (simulação da qualidade de funcionário). 3. Em 27.9.2019, o juízo de origem indeferiu requerimento de desentranhamento de mensagens obtidas em aparelhos celulares apreendidos durante a busca judicialmente determinada. 4. A defesa impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo, que denegou a ordem: “Habeas corpus – Extorsão e associação criminosa – Pedido de desentranhamento de provas – Impossibilidade – Aparelhos de telefonia celular apreendidos por meio de decisão judicial que autoriza acesso aos mesmos – Ordem denegada”. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP 5. Em 10.9.2020, sobreveio sentença com a condenação do agravante às penas de quatorze anos, cinco meses e sete dias de reclusão, em regime inicial fechado, e de vinte e cinco dias-multa, pela prática do crime previsto nos §§ 1... e 3... do art. 158 do Código Penal. 6. Contra o acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo pelo qual denegado o habeas corpus, o agravante interpôs o Recurso em Habeas Corpus n. 137.152 no Superior Tribunal de Justiça. Em 28.10.2020, o Relator, Ministro Sebastião Reis Júnior, negou provimento ao recurso. Essa decisão foi mantida pela Sexta Turma, que negou provimento ao agravo regimental da defesa em 23.2.2021: “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. EXTORSÃO QUALIFICADA PELO CONCURSO DE AGENTES, EMPREGO DE ARMA DE FOGO E RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS E ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ARMADA. DESENTRANHAMENTO DE PROVAS. MENSAGENS OBTIDAS EM CELULAR APREENDIDO EM CUMPRIMENDO DE MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO. ORDEM JUDICIAL DE CONSTRIÇÃO DE APARELHO CELULAR E SMARTPHONE PRESSUPÕE O ACESSO AOS DADOS NELES CONTIDOS. ACÓRDÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO E EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU TERATOLOGIA. 1. Não há como abrigar agravo regimental que não logra desconstituir o fundamento da decisão atacada. 2. Agravo regimental improvido”. 7. Esse acórdão é o objeto do presente habeas corpus, cujo seguimento foi negado em 30.4.2021. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP 5. Em 10.9.2020, sobreveio sentença com a condenação do agravante às penas de quatorze anos, cinco meses e sete dias de reclusão, em regime inicial fechado, e de vinte e cinco dias-multa, pela prática do crime previsto nos §§ 1... e 3... do art. 158 do Código Penal. 6. Contra o acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo pelo qual denegado o habeas corpus, o agravante interpôs o Recurso em Habeas Corpus n. 137.152 no Superior Tribunal de Justiça. Em 28.10.2020, o Relator, Ministro Sebastião Reis Júnior, negou provimento ao recurso. Essa decisão foi mantida pela Sexta Turma, que negou provimento ao agravo regimental da defesa em 23.2.2021: “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. EXTORSÃO QUALIFICADA PELO CONCURSO DE AGENTES, EMPREGO DE ARMA DE FOGO E RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS E ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ARMADA. DESENTRANHAMENTO DE PROVAS. MENSAGENS OBTIDAS EM CELULAR APREENDIDO EM CUMPRIMENDO DE MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO. ORDEM JUDICIAL DE CONSTRIÇÃO DE APARELHO CELULAR E SMARTPHONE PRESSUPÕE O ACESSO AOS DADOS NELES CONTIDOS. ACÓRDÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO E EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU TERATOLOGIA. 1. Não há como abrigar agravo regimental que não logra desconstituir o fundamento da decisão atacada. 2. Agravo regimental improvido”. 7. Esse acórdão é o objeto do presente habeas corpus, cujo seguimento foi negado em 30.4.2021. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP 8. É controvertida na jurisprudência deste Supremo Tribunal a necessidade de autorização judicial para acesso de dados havidos em dispositivos eletrônicos. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 418.416, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJe 14.12.2007, o Plenário deste Supremo Tribunal firmou entendimento de que “a proteção a que se refere o art.5..., XII, da Constituição, é da comunicação 'de dados' e não dos 'dados em si mesmos', ainda quando armazenados em computador”. Também assim decidiu a Segunda Turma deste Supremo Tribunal no Habeas Corpus n. 91.867, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 20.9.2012, ao assentar a licitude da análise de registros telefônicos em aparelhos celulares sem autorização judicial: “HABEAS CORPUS. NULIDADES: (1) INÉPCIA DA DENÚNCIA; (2) ILICITUDE DA PROVA PRODUZIDA DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL; VIOLAÇÃO DE REGISTROS TELEFÔNICOS DO CORRÉU, EXECUTOR DO CRIME, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL; (3) ILICITUDE DA PROVA DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS DE CONVERSAS DOS ACUSADOS COM ADVOGADOS, PORQUANTO ESSAS GRAVAÇÕES OFENDERIAM O DISPOSTO NO ART. 7..., II, DA LEI 8.906/96, QUE GARANTE O SIGILO DESSAS CONVERSAS. VÍCIOS NÃO CARACTERIZADOS. ORDEM DENEGADA. 1. Inépcia da denúncia. Improcedência. Preenchimento dos requisitos do art. 41 do CPP. A denúncia narra, de forma pormenorizada, os fatos e as circunstâncias. Pretensas omissões – nomes completos de outras vítimas, relacionadas a fatos que não constituem objeto da imputação –- não importam em prejuízo à defesa. 2. Ilicitude da prova produzida durante o inquérito policial - violação de registros telefônicos de corréu, executor do crime, sem autorização judicial. 2.1 Suposta ilegalidade decorrente do fato de os policiais, após a prisão em flagrante do corréu, terem realizado a 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP 8. É controvertida na jurisprudência deste Supremo Tribunal a necessidade de autorização judicial para acesso de dados havidos em dispositivos eletrônicos. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 418.416, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJe 14.12.2007, o Plenário deste Supremo Tribunal firmou entendimento de que “a proteção a que se refere o art.5..., XII, da Constituição, é da comunicação 'de dados' e não dos 'dados em si mesmos', ainda quando armazenados em computador”. Também assim decidiu a Segunda Turma deste Supremo Tribunal no Habeas Corpus n. 91.867, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 20.9.2012, ao assentar a licitude da análise de registros telefônicos em aparelhos celulares sem autorização judicial: “HABEAS CORPUS. NULIDADES: (1) INÉPCIA DA DENÚNCIA; (2) ILICITUDE DA PROVA PRODUZIDA DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL; VIOLAÇÃO DE REGISTROS TELEFÔNICOS DO CORRÉU, EXECUTOR DO CRIME, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL; (3) ILICITUDE DA PROVA DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS DE CONVERSAS DOS ACUSADOS COM ADVOGADOS, PORQUANTO ESSAS GRAVAÇÕES OFENDERIAM O DISPOSTO NO ART. 7..., II, DA LEI 8.906/96, QUE GARANTE O SIGILO DESSAS CONVERSAS. VÍCIOS NÃO CARACTERIZADOS. ORDEM DENEGADA. 1. Inépcia da denúncia. Improcedência. Preenchimento dos requisitos do art. 41 do CPP. A denúncia narra, de forma pormenorizada, os fatos e as circunstâncias. Pretensas omissões – nomes completos de outras vítimas, relacionadas a fatos que não constituem objeto da imputação –- não importam em prejuízo à defesa. 2. Ilicitude da prova produzida durante o inquérito policial - violação de registros telefônicos de corréu, executor do crime, sem autorização judicial. 2.1 Suposta ilegalidade decorrente do fato de os policiais, após a prisão em flagrante do corréu, terem realizado a 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP análise dos últimos registros telefônicos dos dois aparelhos celulares apreendidos. Não ocorrência. 2.2 Não se confundem comunicação telefônica e registros telefônicos, que recebem, inclusive, proteção jurídica distinta. Não se pode interpretar a cláusula do artigo 5..., XII, da Constituição Federal de 1988, no sentido de proteção aos dados enquanto registro, depósito registral. A proteção constitucional é da comunicação de dados e não dos dados. 2.3 Art. 6... do CPP: dever da autoridade policial de proceder à coleta do material comprobatório da prática da infração penal. Ao proceder à pesquisa na agenda eletrônica dos aparelhos devidamente apreendidos, meio material indireto de prova, a autoridade policial, cumprindo o seu mister, buscou, unicamente, colher elementos de informação hábeis a esclarecer a autoria e a materialidade do delito (dessa análise logrou encontrar ligações entre o executor do homicídio e o ora paciente). Verificação que permitiu a orientação inicial da linha investigatória a ser adotada, bem como possibilitou concluir que os aparelhos seriam relevantes para a investigação. 2.4 À guisa de mera argumentação, mesmo que se pudesse reputar a prova produzida como ilícita e as demais, ilícitas por derivação, nos termos da teoria dos frutos da árvore venenosa (fruit of the poisonous tree), é certo que, ainda assim, melhor sorte não assistiria à defesa. É que, na hipótese, não há que se falar em prova ilícita por derivação. Nos termos da teoria da descoberta inevitável, construída pela Suprema Corte norte-americana no caso Nix x Williams (1984), o curso normal das investigações conduziria a elementos informativos que vinculariam os pacientes ao fato investigado. Bases desse entendimento que parecem ter encontrado guarida no ordenamento jurídico pátrio com o advento da Lei 11.690/2008, que deu nova redação ao art. 157 do CPP, em especial o seu § 2.... 3. Ilicitude da prova das interceptações telefônicas de conversas dos acusados com advogados, ao argumento de que essas gravações ofenderiam o disposto no art. 7..., II, da Lei n. 8.906/96, que garante o sigilo dessas conversas. 3.1 Nos termos do art. 7..., II, da Lei 8.906/94, o Estatuto da Advocacia garante ao advogado a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP análise dos últimos registros telefônicos dos dois aparelhos celulares apreendidos. Não ocorrência. 2.2 Não se confundem comunicação telefônica e registros telefônicos, que recebem, inclusive, proteção jurídica distinta. Não se pode interpretar a cláusula do artigo 5..., XII, da Constituição Federal de 1988, no sentido de proteção aos dados enquanto registro, depósito registral. A proteção constitucional é da comunicação de dados e não dos dados. 2.3 Art. 6... do CPP: dever da autoridade policial de proceder à coleta do material comprobatório da prática da infração penal. Ao proceder à pesquisa na agenda eletrônica dos aparelhos devidamente apreendidos, meio material indireto de prova, a autoridade policial, cumprindo o seu mister, buscou, unicamente, colher elementos de informação hábeis a esclarecer a autoria e a materialidade do delito (dessa análise logrou encontrar ligações entre o executor do homicídio e o ora paciente). Verificação que permitiu a orientação inicial da linha investigatória a ser adotada, bem como possibilitou concluir que os aparelhos seriam relevantes para a investigação. 2.4 À guisa de mera argumentação, mesmo que se pudesse reputar a prova produzida como ilícita e as demais, ilícitas por derivação, nos termos da teoria dos frutos da árvore venenosa (fruit of the poisonous tree), é certo que, ainda assim, melhor sorte não assistiria à defesa. É que, na hipótese, não há que se falar em prova ilícita por derivação. Nos termos da teoria da descoberta inevitável, construída pela Suprema Corte norte-americana no caso Nix x Williams (1984), o curso normal das investigações conduziria a elementos informativos que vinculariam os pacientes ao fato investigado. Bases desse entendimento que parecem ter encontrado guarida no ordenamento jurídico pátrio com o advento da Lei 11.690/2008, que deu nova redação ao art. 157 do CPP, em especial o seu § 2.... 3. Ilicitude da prova das interceptações telefônicas de conversas dos acusados com advogados, ao argumento de que essas gravações ofenderiam o disposto no art. 7..., II, da Lei n. 8.906/96, que garante o sigilo dessas conversas. 3.1 Nos termos do art. 7..., II, da Lei 8.906/94, o Estatuto da Advocacia garante ao advogado a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. 3.2 Na hipótese, o magistrado de primeiro grau, por reputar necessária a realização da prova, determinou, de forma fundamentada, a interceptação telefônica direcionada às pessoas investigadas, não tendo, em momento algum, ordenado a devassa das linhas telefônicas dos advogados dos pacientes. Mitigação que pode, eventualmente, burlar a proteção jurídica. 3.3 Sucede que, no curso da execução da medida, os diálogos travados entre o paciente e o advogado do corréu acabaram, de maneira automática, interceptados, aliás, como qualquer outra conversa direcionada ao ramal do paciente. Inexistência, no caso, de relação jurídica cliente-advogado. 3.4 Não cabe aos policiais executores da medida proceder a uma espécie de filtragem das escutas interceptadas. A impossibilidade desse filtro atua, inclusive, como verdadeira garantia ao cidadão, porquanto retira da esfera de arbítrio da polícia escolher o que é ou não conveniente ser interceptado e gravado. Valoração, e eventual exclusão, que cabe ao magistrado a quem a prova é dirigida. 4. Ordem denegada” (HC n. 91.867, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 20.9.2012). A Segunda Turma adotou orientação contrária na apreciação do Habeas Corpus n. 168.052, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 2.12.2020, em que fiquei vencida juntamente com o Ministro Edson Fachin. Nesse caso, assentou-se a necessidade de autorização judicial para o acesso a dados contidos em aparelho celular: “Habeas corpus. 2. Acesso a aparelho celular por policiais sem autorização judicial. Verificação de conversas em aplicativo WhatsApp. Sigilo das comunicações e da proteção de dados. Direito fundamental à intimidade e à vida privada. Superação da jurisprudência firmada no HC 91.867/PA. Relevante modificação das circunstâncias fáticas e jurídicas. Mutação constitucional. Necessidade de autorização judicial. 3. Violação ao domicílio do réu após apreensão ilegal do celular. 4. Alegação de fornecimento voluntário do acesso ao aparelho telefônico. 5. Necessidade de se estabelecer garantias para a efetivação do direito à não 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. 3.2 Na hipótese, o magistrado de primeiro grau, por reputar necessária a realização da prova, determinou, de forma fundamentada, a interceptação telefônica direcionada às pessoas investigadas, não tendo, em momento algum, ordenado a devassa das linhas telefônicas dos advogados dos pacientes. Mitigação que pode, eventualmente, burlar a proteção jurídica. 3.3 Sucede que, no curso da execução da medida, os diálogos travados entre o paciente e o advogado do corréu acabaram, de maneira automática, interceptados, aliás, como qualquer outra conversa direcionada ao ramal do paciente. Inexistência, no caso, de relação jurídica cliente-advogado. 3.4 Não cabe aos policiais executores da medida proceder a uma espécie de filtragem das escutas interceptadas. A impossibilidade desse filtro atua, inclusive, como verdadeira garantia ao cidadão, porquanto retira da esfera de arbítrio da polícia escolher o que é ou não conveniente ser interceptado e gravado. Valoração, e eventual exclusão, que cabe ao magistrado a quem a prova é dirigida. 4. Ordem denegada” (HC n. 91.867, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 20.9.2012). A Segunda Turma adotou orientação contrária na apreciação do Habeas Corpus n. 168.052, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 2.12.2020, em que fiquei vencida juntamente com o Ministro Edson Fachin. Nesse caso, assentou-se a necessidade de autorização judicial para o acesso a dados contidos em aparelho celular: “Habeas corpus. 2. Acesso a aparelho celular por policiais sem autorização judicial. Verificação de conversas em aplicativo WhatsApp. Sigilo das comunicações e da proteção de dados. Direito fundamental à intimidade e à vida privada. Superação da jurisprudência firmada no HC 91.867/PA. Relevante modificação das circunstâncias fáticas e jurídicas. Mutação constitucional. Necessidade de autorização judicial. 3. Violação ao domicílio do réu após apreensão ilegal do celular. 4. Alegação de fornecimento voluntário do acesso ao aparelho telefônico. 5. Necessidade de se estabelecer garantias para a efetivação do direito à não 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP autoincriminação. 6. Ordem concedida para declarar a ilicitude das provas ilícitas e de todas dela derivadas” (HC n. 168.052, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 2.12.2020). A repercussão geral da matéria foi reconhecida no Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.042.075, Relator o Ministro Dias Toffoli: “CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. PERÍCIA REALIZADA PELA AUTORIDADE POLICIAL EM APARELHO CELULAR ENCONTRADO FORTUITAMENTE NO LOCAL DO CRIME. ACESSO À AGENDA TELEFÔNICA E AO REGISTRO DE CHAMADAS SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ACÓRDÃO RECORRIDO EM QUE SE RECONHECEU A ILICITUDE DA PROVA (Constituição Federal de 1988, ART. 5..., INCISO LVII) POR VIOLAÇÃO DO SIGILO DAS COMUNICAÇÕES (Constituição Federal de 1988, ART. 5..., INCISOS XII). QUESTÃO EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL. MATÉRIA PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA ESFERA DO INTERESSE PÚBLICO. TEMA COM REPERCUSSÃO GERAL” (ARE n. 1.042.075-RG, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 12.12.2017). O julgamento desse recurso foi iniciado em 30.10.2020 e, após voto do Ministro Dias Toffoli no sentido da licitude da “prova obtida pela autoridade policial, sem autorização judicial, mediante acesso a registro telefônico ou agenda de contatos de celular apreendido ato contínuo no local do crime atribuído ao acusado”, e votos contrários dos Ministros Gilmar Mendes e Edson Fachin, foi suspenso por pedido de vista do Ministro Alexandre de Moraes. 9. Há peculiaridades no caso dos autos que afastam a alegação de ilicitude no acesso dos dados de aparelho celular do agravante. Tem-se nos autos que, ao representar a autoridade policial pela busca e apreensão em endereço vinculado ao agravante, pediu expressamente fosse autorizado o acesso a eventuais aparelhos celulares 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP autoincriminação. 6. Ordem concedida para declarar a ilicitude das provas ilícitas e de todas dela derivadas” (HC n. 168.052, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 2.12.2020). A repercussão geral da matéria foi reconhecida no Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.042.075, Relator o Ministro Dias Toffoli: “CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. PERÍCIA REALIZADA PELA AUTORIDADE POLICIAL EM APARELHO CELULAR ENCONTRADO FORTUITAMENTE NO LOCAL DO CRIME. ACESSO À AGENDA TELEFÔNICA E AO REGISTRO DE CHAMADAS SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ACÓRDÃO RECORRIDO EM QUE SE RECONHECEU A ILICITUDE DA PROVA (Constituição Federal de 1988, ART. 5..., INCISO LVII) POR VIOLAÇÃO DO SIGILO DAS COMUNICAÇÕES (Constituição Federal de 1988, ART. 5..., INCISOS XII). QUESTÃO EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL. MATÉRIA PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA ESFERA DO INTERESSE PÚBLICO. TEMA COM REPERCUSSÃO GERAL” (ARE n. 1.042.075-RG, Relator o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 12.12.2017). O julgamento desse recurso foi iniciado em 30.10.2020 e, após voto do Ministro Dias Toffoli no sentido da licitude da “prova obtida pela autoridade policial, sem autorização judicial, mediante acesso a registro telefônico ou agenda de contatos de celular apreendido ato contínuo no local do crime atribuído ao acusado”, e votos contrários dos Ministros Gilmar Mendes e Edson Fachin, foi suspenso por pedido de vista do Ministro Alexandre de Moraes. 9. Há peculiaridades no caso dos autos que afastam a alegação de ilicitude no acesso dos dados de aparelho celular do agravante. Tem-se nos autos que, ao representar a autoridade policial pela busca e apreensão em endereço vinculado ao agravante, pediu expressamente fosse autorizado o acesso a eventuais aparelhos celulares 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP apreendidos: “Caso seja acolhida a representação, pugna-se desde já pela concessão de autorização judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados”. O magistrado de primeira instância sobre ele não se manifestou expressamente, limitando-se a deferir de forma fundamentada “a medida cautelar pleiteada”: “1. Trata-se de representação da Polícia Civil do Estado de São Paulo para realizar busca e apreensão nas residências de ERICA ROBERTA DA SILVA SANTOS, MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA, VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI e de VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA com fundamento no artigo 240, § 1..., do Código de Processo Penal, ao argumento de que, segundo informações preliminares, há fortes indícios de que o/a(s) representado/a(s) estaria(m) envolvido/a(s) em prática delitiva. O Ministério Público manifestou-se pelo deferimento da medida. É o breve relatório. 2. A inviolabilidade do domicílio é garantia constitucional (Constituição Federal de 1988, art. 5..., XI), somente sendo permitida sua violação em casos absolutamente excepcionais, quando fundadas razões autorizarem (CPP, art. 240). E “quando a lei se refere a fundadas razões exige que haja um fato concreto autorizador da formação da suspeita. A busca somente será legítima se, efetivamente, houver um dado objetivo, um dado concreto, um fato da vida que autorize os agentes realizarem a busca e apreensão” (Paulo Rangel, Direito Processual Penal, 18. ed., Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2011, p. 181). Pois bem. No caso em apreço a despeito de os autos ainda não estarem arrimados por provas tão contundentes (o que é normal nesta fase da investigação), entendo que os subsídios carreados são suficientes a assentar a viabilidade do pedido. Em suma, é preciso prestigiar o trabalho de investigação policial, não se podendo olvidar que os órgãos de segurança pública, a rigor, não buscam outra coisa que não a tutela da incolumidade social, pelo que, resguardada a legalidade e a proporcionalidade, suas 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP apreendidos: “Caso seja acolhida a representação, pugna-se desde já pela concessão de autorização judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados”. O magistrado de primeira instância sobre ele não se manifestou expressamente, limitando-se a deferir de forma fundamentada “a medida cautelar pleiteada”: “1. Trata-se de representação da Polícia Civil do Estado de São Paulo para realizar busca e apreensão nas residências de ERICA ROBERTA DA SILVA SANTOS, MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA, VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI e de VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA com fundamento no artigo 240, § 1..., do Código de Processo Penal, ao argumento de que, segundo informações preliminares, há fortes indícios de que o/a(s) representado/a(s) estaria(m) envolvido/a(s) em prática delitiva. O Ministério Público manifestou-se pelo deferimento da medida. É o breve relatório. 2. A inviolabilidade do domicílio é garantia constitucional (Constituição Federal de 1988, art. 5..., XI), somente sendo permitida sua violação em casos absolutamente excepcionais, quando fundadas razões autorizarem (CPP, art. 240). E “quando a lei se refere a fundadas razões exige que haja um fato concreto autorizador da formação da suspeita. A busca somente será legítima se, efetivamente, houver um dado objetivo, um dado concreto, um fato da vida que autorize os agentes realizarem a busca e apreensão” (Paulo Rangel, Direito Processual Penal, 18. ed., Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2011, p. 181). Pois bem. No caso em apreço a despeito de os autos ainda não estarem arrimados por provas tão contundentes (o que é normal nesta fase da investigação), entendo que os subsídios carreados são suficientes a assentar a viabilidade do pedido. Em suma, é preciso prestigiar o trabalho de investigação policial, não se podendo olvidar que os órgãos de segurança pública, a rigor, não buscam outra coisa que não a tutela da incolumidade social, pelo que, resguardada a legalidade e a proporcionalidade, suas 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP declarações devem gozar de credibilidade, só devendo ser peremptoriamente afastadas acaso haja elementos que recomendem análise diversa. Com efeito, os requisitos fáticos e normativos mínimos para ensejar a autorização da busca e apreensão domiciliar estão presentes na hipótese em tela. Eis que as investigações preliminares levadas a efeito até agora pela autoridade policial apontam para a possível ocorrência do crime de extorsão (Código Penal Brasileiro, art. 158), assentando o fumus commissi delicti. Ademais, em casos como o presente têm-se como esgotados os meios ordinários para coleta de elementos substanciais de materialidade e autoria as campanas já foram realizadas, mas, para assentar a prática do delito, é preciso ingressar no interior do imóvel. E vejo como benéfica e elogiável a atitude policial ao requerer ordem judicial para a quebra da inviolabilidade domiciliar, preocupando-se em respeitar as garantias fundamentais, previamente submetendo seu entendimento ao crivo do Ministério Público e do Poder Judiciário. Aliás e, por derradeiro, é preciso ressaltar que a irreversibilidade, na hipótese, manifesta-se ao reverso: o indeferimento da medida pode fazer com que a prova da materialidade dos crimes investigados se perca pelo desaparecimento de seus indícios. Por outro lado, acaso nada de ilícito seja encontrado no local, os moradores sofrerão um inconveniente suportável, especialmente quando a razoabilidade indicar que a medida é essencial ao atendimento do interesse público, em resguardo aos direitos da sociedade como um todo. 3. Em que pese o respeitável entendimento de parcela da jurisprudência, perfilho da linha segundo a qual “os direitos e garantias individuais e coletivos não podem ser utilizados como um verdadeiro escudo protetivo da prática de atividades ilícitas” (Alexandre de Moraes. Direito constitucional. 19. ed., São Paulo: Atlas, 2006. p. 27), de modo que “a intimidade e a privacidade das pessoas não constituem direitos absolutos, podendo sofrer restrições” (Supremo Tribunal Federal, ARE n 760372/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 06/09/2013). Na hipótese, trata-se de crime de extorsão cometido, em tese, pelos representados que estariam envolvidos com os fatos cometidos contra a vítima, dona de uma auto escola, que teria sido extorquida à entregar a quantia de R$ 130.000,00 ao investigado que 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP declarações devem gozar de credibilidade, só devendo ser peremptoriamente afastadas acaso haja elementos que recomendem análise diversa. Com efeito, os requisitos fáticos e normativos mínimos para ensejar a autorização da busca e apreensão domiciliar estão presentes na hipótese em tela. Eis que as investigações preliminares levadas a efeito até agora pela autoridade policial apontam para a possível ocorrência do crime de extorsão (Código Penal Brasileiro, art. 158), assentando o fumus commissi delicti. Ademais, em casos como o presente têm-se como esgotados os meios ordinários para coleta de elementos substanciais de materialidade e autoria as campanas já foram realizadas, mas, para assentar a prática do delito, é preciso ingressar no interior do imóvel. E vejo como benéfica e elogiável a atitude policial ao requerer ordem judicial para a quebra da inviolabilidade domiciliar, preocupando-se em respeitar as garantias fundamentais, previamente submetendo seu entendimento ao crivo do Ministério Público e do Poder Judiciário. Aliás e, por derradeiro, é preciso ressaltar que a irreversibilidade, na hipótese, manifesta-se ao reverso: o indeferimento da medida pode fazer com que a prova da materialidade dos crimes investigados se perca pelo desaparecimento de seus indícios. Por outro lado, acaso nada de ilícito seja encontrado no local, os moradores sofrerão um inconveniente suportável, especialmente quando a razoabilidade indicar que a medida é essencial ao atendimento do interesse público, em resguardo aos direitos da sociedade como um todo. 3. Em que pese o respeitável entendimento de parcela da jurisprudência, perfilho da linha segundo a qual “os direitos e garantias individuais e coletivos não podem ser utilizados como um verdadeiro escudo protetivo da prática de atividades ilícitas” (Alexandre de Moraes. Direito constitucional. 19. ed., São Paulo: Atlas, 2006. p. 27), de modo que “a intimidade e a privacidade das pessoas não constituem direitos absolutos, podendo sofrer restrições” (Supremo Tribunal Federal, ARE n 760372/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 06/09/2013). Na hipótese, trata-se de crime de extorsão cometido, em tese, pelos representados que estariam envolvidos com os fatos cometidos contra a vítima, dona de uma auto escola, que teria sido extorquida à entregar a quantia de R$ 130.000,00 ao investigado que 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP teria se passando por policial federal e exigidos os valores como contrapartida para não fechar o estabelecimento. Ao que tudo indica, Marcos teria comparecido ao estabelecimento comercial na companhia de mais dois comparsas, todos se passando por policiais federais armados e com distintivos falsos, apontando irregularidades nas atividades ali exercidas, exigindo os referidos valores para não fecharem o local, tendo a vítima realizado uma transferência no valor de R$ 100.000,00 para a conta indicada por Marcos mas de titularidade de VERA LÚCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI, além de R$ 30.000,00 em dinheiro à Marcos. 4. Ante o exposto, DEFIRO a medida cautelar pleiteada e, em consequência disso, AUTORIZO a busca e apreensão domiciliar, com prazo de validade de 30 dias, de objetos ilícitos, de origem ilícita ou relacionados com os fatos investigados que forem encontrados nas residências de ERICA ROBERTA DA SILVA SANTOS, MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA, VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI e de VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA, localizadas nas: 1) Rua Alto Alecrim, n 1237, Vila Aricanduva, em São Paulo/SP; 2) Rua Alto Alecrim, n 107, Jd. Das Rosas, em São Paulo/SP; 3) Rua Alto Alecrim, n 107, Jd. Das Rosas, em São Paulo/SP; 4) Rua Antonio Ferraciolli, n 405, Jd. Catarina, em São Paulo/SP; 5) Rua Parati, n 269, Vila Marilena, em São Paulo/SP; devendo os agentes responsáveis pelo cumprimento observar com rigor as formalidades e as garantias previstas na Constituição Federal e no Código de Processo Penal, de tudo lavrando termo circunstanciado a ser apresentado em Juízo. A ordem deverá ser cumprida durante o dia, salvo se o morador consentir que se realize à noite. Se o morador estiver ausente ou oferecer resistência, PROCEDA-SE na forma do artigo 245 do Código de Processo Penal. 5. Com a vinda do relatório detalhado do ocorrido, que deverá ser remetido pela autoridade policial em 5 dias do cumprimento da diligência, ou com o vencimento do prazo, ABRA-SE nova vista dos autos ao Ministério Público” (sic). Efetivada a busca e apreensão, a polícia civil identificou no aparelho 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP teria se passando por policial federal e exigidos os valores como contrapartida para não fechar o estabelecimento. Ao que tudo indica, Marcos teria comparecido ao estabelecimento comercial na companhia de mais dois comparsas, todos se passando por policiais federais armados e com distintivos falsos, apontando irregularidades nas atividades ali exercidas, exigindo os referidos valores para não fecharem o local, tendo a vítima realizado uma transferência no valor de R$ 100.000,00 para a conta indicada por Marcos mas de titularidade de VERA LÚCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI, além de R$ 30.000,00 em dinheiro à Marcos. 4. Ante o exposto, DEFIRO a medida cautelar pleiteada e, em consequência disso, AUTORIZO a busca e apreensão domiciliar, com prazo de validade de 30 dias, de objetos ilícitos, de origem ilícita ou relacionados com os fatos investigados que forem encontrados nas residências de ERICA ROBERTA DA SILVA SANTOS, MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA, VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO CASSETARI e de VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA, localizadas nas: 1) Rua Alto Alecrim, n 1237, Vila Aricanduva, em São Paulo/SP; 2) Rua Alto Alecrim, n 107, Jd. Das Rosas, em São Paulo/SP; 3) Rua Alto Alecrim, n 107, Jd. Das Rosas, em São Paulo/SP; 4) Rua Antonio Ferraciolli, n 405, Jd. Catarina, em São Paulo/SP; 5) Rua Parati, n 269, Vila Marilena, em São Paulo/SP; devendo os agentes responsáveis pelo cumprimento observar com rigor as formalidades e as garantias previstas na Constituição Federal e no Código de Processo Penal, de tudo lavrando termo circunstanciado a ser apresentado em Juízo. A ordem deverá ser cumprida durante o dia, salvo se o morador consentir que se realize à noite. Se o morador estiver ausente ou oferecer resistência, PROCEDA-SE na forma do artigo 245 do Código de Processo Penal. 5. Com a vinda do relatório detalhado do ocorrido, que deverá ser remetido pela autoridade policial em 5 dias do cumprimento da diligência, ou com o vencimento do prazo, ABRA-SE nova vista dos autos ao Ministério Público” (sic). Efetivada a busca e apreensão, a polícia civil identificou no aparelho 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP celular do agravante troca de mensagens de interesse probatório entre ele e sua companheira, ambos investigados no inquérito e alvos da medida de busca e apreensão. As instâncias antecedentes afastaram a ilicitude da prova arguida pela defesa ao fundamento de que a autorização judicial de acesso aos aparelhos celulares estaria contida na decisão pela qual autorizada a busca e apreensão. Sobre o tema, o magistrado de primeira instância decidiu, na sentença condenatória: “Ao contrário do quanto alegado, não há que se falar em ilicitude das provas colhidas nos autos às fls. 114/120 e 154/160, conforme, aliás, já decidido às fls. 567. Conforme se observa dos autos, foi deferida a medida de busca e apreensão, ocasião na qual o aparelho celular em questão foi apreendido, eis que diretamente ligado à investigação dos fatos apurados, o que já evidencia a legalidade da prova obtida. Aliás, conforme amplamente consagrado na jurisprudência, a obtenção do conteúdo de conversas e mensagens armazenadas em aparelho de telefone celular não se sujeita regras estabelecidas na Lei 9.296/96, eis que não se trata propriamente de interceptação telefônica. Ademais, obviamente, com a concessão da ordem de apreensão do aparelho celular, dentro do próprio contexto da medida de busca e apreensão concedida, há notoriamente autorização para o acesso aos dados que estejam armazenados no aparelho apreendido, eis que entendimento contrário tornaria inócua a própria medida de busca e apreensão autorizada judicialmente” (grifos nossos). O Tribunal de Justiça de São Paulo anotou: “Consta da representação emitida pela Autoridade Policial para a concessão de mandado judicial de busca e apreensão na residência do paciente e demais corréus, o pedido de concessão de autorização 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP celular do agravante troca de mensagens de interesse probatório entre ele e sua companheira, ambos investigados no inquérito e alvos da medida de busca e apreensão. As instâncias antecedentes afastaram a ilicitude da prova arguida pela defesa ao fundamento de que a autorização judicial de acesso aos aparelhos celulares estaria contida na decisão pela qual autorizada a busca e apreensão. Sobre o tema, o magistrado de primeira instância decidiu, na sentença condenatória: “Ao contrário do quanto alegado, não há que se falar em ilicitude das provas colhidas nos autos às fls. 114/120 e 154/160, conforme, aliás, já decidido às fls. 567. Conforme se observa dos autos, foi deferida a medida de busca e apreensão, ocasião na qual o aparelho celular em questão foi apreendido, eis que diretamente ligado à investigação dos fatos apurados, o que já evidencia a legalidade da prova obtida. Aliás, conforme amplamente consagrado na jurisprudência, a obtenção do conteúdo de conversas e mensagens armazenadas em aparelho de telefone celular não se sujeita regras estabelecidas na Lei 9.296/96, eis que não se trata propriamente de interceptação telefônica. Ademais, obviamente, com a concessão da ordem de apreensão do aparelho celular, dentro do próprio contexto da medida de busca e apreensão concedida, há notoriamente autorização para o acesso aos dados que estejam armazenados no aparelho apreendido, eis que entendimento contrário tornaria inócua a própria medida de busca e apreensão autorizada judicialmente” (grifos nossos). O Tribunal de Justiça de São Paulo anotou: “Consta da representação emitida pela Autoridade Policial para a concessão de mandado judicial de busca e apreensão na residência do paciente e demais corréus, o pedido de concessão de autorização 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados (fls. 42). A autoridade tida como coatora, ao conceder a busca e apreensão requerida pela Autoridade Policial, nada mencionou quanto ao pedido de devassa aos aparelhos telefônicos apreendidos. Assim, ao acatar o pleito, por óbvio, está implícito, inclusive, a autorização ao acesso aos aparelhos de telefonia celular apreendidos. Se assim não fosse, faria constar da decisão o impedimento para tanto. Além disso, para apuração da extorsão, em que estão envolvidos vários réus e que as vítimas tinham mencionado contatos telefônicos efetuados pelos investigados, imprescindível a verificação dos referidos aparelhos. Cumpre ressaltar que o entendimento do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que não é necessária nova autorização judicial para o acesso e utilização dos dados armazenados nos celulares apreendidos mediante autorização judicial, conforme segue: “…IV - No presente caso, contudo, o aparelho celular foi apreendido em cumprimento a ordem judicial que autorizou a busca e apreensão nos endereços ligados aos corréus, tendo a recorrente sido presa em flagrante na ocasião, na posse de uma mochila contendo tabletes de maconha. V - Se ocorreu a busca e apreensão dos aparelhos de telefone celular, não há óbice para se adentrar ao seu conteúdo já armazenado, porquanto necessário ao deslinde do feito, sendo prescindível nova autorização judicial para análise e utilização dos dados neles armazenados. Recurso ordinário não provido. (RHC 77232/SC, Quinta Turma, Rel. Min Felix Fischer, j. 3/10/2017). Desta feita, não há como se determinar o desentranhamento das provas em questão, posto que adquiridas por meio lícitos. Resta nítido que impetração pretende a impunidade do paciente e dos demais corréus porquanto por meio das conversas extraídas do aplicativo Whatsapp restou evidente o envolvimento dos acusados no delito em questão”. O Superior Tribunal de Justiça assinalou que a conclusão do Tribunal de Justiça de São Paulo “vai ao encontro do entendimento do Superior 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP judicial para proceder à devassa em aparelhos eletrônicos porventura localizados nas buscas, afastando-se os sigilos de comunicação e dados dos investigados (fls. 42). A autoridade tida como coatora, ao conceder a busca e apreensão requerida pela Autoridade Policial, nada mencionou quanto ao pedido de devassa aos aparelhos telefônicos apreendidos. Assim, ao acatar o pleito, por óbvio, está implícito, inclusive, a autorização ao acesso aos aparelhos de telefonia celular apreendidos. Se assim não fosse, faria constar da decisão o impedimento para tanto. Além disso, para apuração da extorsão, em que estão envolvidos vários réus e que as vítimas tinham mencionado contatos telefônicos efetuados pelos investigados, imprescindível a verificação dos referidos aparelhos. Cumpre ressaltar que o entendimento do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que não é necessária nova autorização judicial para o acesso e utilização dos dados armazenados nos celulares apreendidos mediante autorização judicial, conforme segue: “…IV - No presente caso, contudo, o aparelho celular foi apreendido em cumprimento a ordem judicial que autorizou a busca e apreensão nos endereços ligados aos corréus, tendo a recorrente sido presa em flagrante na ocasião, na posse de uma mochila contendo tabletes de maconha. V - Se ocorreu a busca e apreensão dos aparelhos de telefone celular, não há óbice para se adentrar ao seu conteúdo já armazenado, porquanto necessário ao deslinde do feito, sendo prescindível nova autorização judicial para análise e utilização dos dados neles armazenados. Recurso ordinário não provido. (RHC 77232/SC, Quinta Turma, Rel. Min Felix Fischer, j. 3/10/2017). Desta feita, não há como se determinar o desentranhamento das provas em questão, posto que adquiridas por meio lícitos. Resta nítido que impetração pretende a impunidade do paciente e dos demais corréus porquanto por meio das conversas extraídas do aplicativo Whatsapp restou evidente o envolvimento dos acusados no delito em questão”. O Superior Tribunal de Justiça assinalou que a conclusão do Tribunal de Justiça de São Paulo “vai ao encontro do entendimento do Superior 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP Tribunal de Justiça de que ‘se ocorreu a busca e apreensão da base física dos aparelhos de telefone celular, ante a relevância para as investigações, a fortiori, não há óbice para se adentrar ao seu conteúdo já armazenado, porquanto necessário ao deslinde do feito, sendo prescindível nova autorização judicial para análise e utilização dos dados neles armazenados’ [...] (HC n. 530.282/SE, Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, DJe 27/2/2020 – grifei)”. 10. O caso difere daquele julgado pela Segunda Turma deste Supremo Tribunal no Habeas Corpus n. 168.052, em que o acesso aos dados do celular do agravante tinha ocorrido durante abordagem por policiais militares sem autorização judicial. Como anotado, no caso em análise, o juízo de origem deferiu representação da autoridade policial pela busca e apreensão em endereços vinculados aos investigados e pelo acesso dos dados constantes de aparelhos eletrônicos porventura localizados, ainda que não tenha havido a clareza esperada naquela manifestação expressa sobre esse segundo pedido. 11. Na espécie vertente, mesmo que se adotasse entendimento diverso àquele acolhido pelas instâncias anteriores, no sentido de não ter sido expressa aquela autorização e se pudesse discutir a licitude ou não das provas oriundas do acesso dos aparelhos celulares, constata-se que isso não seria suficiente para a infirmar a sentença condenatória. Sem ingressar no mérito causa, considerando-se a pendência de apelação defensiva no Tribunal de Justiça de São Paulo, a sentença condenatória aparenta estar fundada em elementos probatórios independentes das provas cuja nulidade pretende a defesa seja reconhecida, como o reconhecimento fotográfico e pessoal do agravante, extratos bancários e prova oral colhida em juízo, incluída a confissão parcial do agravante. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP Tribunal de Justiça de que ‘se ocorreu a busca e apreensão da base física dos aparelhos de telefone celular, ante a relevância para as investigações, a fortiori, não há óbice para se adentrar ao seu conteúdo já armazenado, porquanto necessário ao deslinde do feito, sendo prescindível nova autorização judicial para análise e utilização dos dados neles armazenados’ [...] (HC n. 530.282/SE, Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, DJe 27/2/2020 – grifei)”. 10. O caso difere daquele julgado pela Segunda Turma deste Supremo Tribunal no Habeas Corpus n. 168.052, em que o acesso aos dados do celular do agravante tinha ocorrido durante abordagem por policiais militares sem autorização judicial. Como anotado, no caso em análise, o juízo de origem deferiu representação da autoridade policial pela busca e apreensão em endereços vinculados aos investigados e pelo acesso dos dados constantes de aparelhos eletrônicos porventura localizados, ainda que não tenha havido a clareza esperada naquela manifestação expressa sobre esse segundo pedido. 11. Na espécie vertente, mesmo que se adotasse entendimento diverso àquele acolhido pelas instâncias anteriores, no sentido de não ter sido expressa aquela autorização e se pudesse discutir a licitude ou não das provas oriundas do acesso dos aparelhos celulares, constata-se que isso não seria suficiente para a infirmar a sentença condenatória. Sem ingressar no mérito causa, considerando-se a pendência de apelação defensiva no Tribunal de Justiça de São Paulo, a sentença condenatória aparenta estar fundada em elementos probatórios independentes das provas cuja nulidade pretende a defesa seja reconhecida, como o reconhecimento fotográfico e pessoal do agravante, extratos bancários e prova oral colhida em juízo, incluída a confissão parcial do agravante. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP Tem-se na sentença condenatória: “A materialidade do crime de extorsão foi cabalmente demonstrada nos autos pelos boletins de ocorrência (fls. 09/10, 11/12 e 16/21), pelos autos de reconhecimento fotográfico dos réus MARCOS, CÁSSIO e CARLOS, pelo reconhecimento pessoal do réu MARCOS em juízo (fls. 850), pelos extratos bancários (fls. 1264/1266), pelas mensagens de celular (fls. 154/160), bem como pela prova oral colhida em juízo. A autoria de referido delito, por sua vez, é certa e insta ser atribuída aos réus MARCOS AURÉLIO CORREA SARAIVA; VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO e VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA; e ERICA ROBERTO DA SILVA SANTOS. Em resumo, extrai-se dos autos, em consonância com o quanto relatado pelas vítimas que, no dia dos fatos, enquanto trabalhavam normalmente, as vítimas foram abordadas bruscamente pelos réus MARCOS, que se apresentou como Francisco, CÁSSIO e CARLOS, os quais, exibindo arma de fogo e ostentando distintivos policiais, se identificaram como agentes da polícia federal e, de forma incisiva, agressiva e ameaçadora, passaram a dizer que tinham recebido uma denúncia de irregularidades no local, onde funciona um Centro de Formação de Condutores CFC e que iriam fechar o estabelecimento caso não recebessem R$ 300.000,00, exigindo a entrega de referido valor. Ainda de acordo com o relato das vítimas, os réus lhes ameaçavam com armas vociferando que queriam receber o dinheiro, embora, em nenhum momento, tenham apresentado qualquer documento que legitimasse suas condutas como agentes da polícia federal. Segundo o narrado pelas vítimas, enquanto CARLOS e CÁSSIO permaneceram no andar térreo do CFC, incumbidos de vigiar Aprígio e os demais funcionários que estavam no local, restringindo-lhes a liberdade com constantes ameaças e a utilização de arma de fogo, MARCOS se dirigiu ao andar superior, onde abordou as vítimas Regiane e Rodrigo, ocasião na qual passou a exigir a entrega 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP Tem-se na sentença condenatória: “A materialidade do crime de extorsão foi cabalmente demonstrada nos autos pelos boletins de ocorrência (fls. 09/10, 11/12 e 16/21), pelos autos de reconhecimento fotográfico dos réus MARCOS, CÁSSIO e CARLOS, pelo reconhecimento pessoal do réu MARCOS em juízo (fls. 850), pelos extratos bancários (fls. 1264/1266), pelas mensagens de celular (fls. 154/160), bem como pela prova oral colhida em juízo. A autoria de referido delito, por sua vez, é certa e insta ser atribuída aos réus MARCOS AURÉLIO CORREA SARAIVA; VERA LUCIA GONÇALVES DO NASCIMENTO e VIVIANE GONÇALVES CASSETARI CORREA SARAIVA; e ERICA ROBERTO DA SILVA SANTOS. Em resumo, extrai-se dos autos, em consonância com o quanto relatado pelas vítimas que, no dia dos fatos, enquanto trabalhavam normalmente, as vítimas foram abordadas bruscamente pelos réus MARCOS, que se apresentou como Francisco, CÁSSIO e CARLOS, os quais, exibindo arma de fogo e ostentando distintivos policiais, se identificaram como agentes da polícia federal e, de forma incisiva, agressiva e ameaçadora, passaram a dizer que tinham recebido uma denúncia de irregularidades no local, onde funciona um Centro de Formação de Condutores CFC e que iriam fechar o estabelecimento caso não recebessem R$ 300.000,00, exigindo a entrega de referido valor. Ainda de acordo com o relato das vítimas, os réus lhes ameaçavam com armas vociferando que queriam receber o dinheiro, embora, em nenhum momento, tenham apresentado qualquer documento que legitimasse suas condutas como agentes da polícia federal. Segundo o narrado pelas vítimas, enquanto CARLOS e CÁSSIO permaneceram no andar térreo do CFC, incumbidos de vigiar Aprígio e os demais funcionários que estavam no local, restringindo-lhes a liberdade com constantes ameaças e a utilização de arma de fogo, MARCOS se dirigiu ao andar superior, onde abordou as vítimas Regiane e Rodrigo, ocasião na qual passou a exigir a entrega 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP do dinheiro. Diante de tal situação, Rodrigo sugeriu que fossem ao banco para tentar obter a quantia desejada. Juntamente com a vítima Regiane e acompanhados do réu MARCOS, eles se dirigiram a uma agência do Banco Santander, não tendo conseguido, porém, sacar a quantia de R$ 100.000,00 em espécie. Em razão disso, foi sugerida a realização de transferência bancária de referida quantia. Nessa ocasião, o réu MARCOS entrou em contato com sua companheira VIVIANE e sua sogra VERA e obteve os dados bancários desta última, sendo realizada a transferência da quantia de R$ 100.000,00 em favor da ré VERA. Durante tal ocasião, o réu CARLOS se dirigiu à residência da vítima Aprígio, local onde referida vítima lhe entregou, mediante constante ameaça e sob arma de fogo, a quantia de R$ 20.000,00 em espécie. Enquanto as vítimas Regiane e Rodrigo estavam no banco com o réu MARCOS, a mãe de Regiane a telefonou informando da presença de um homem armado em sua residência (CARLOS) com a vítima Aprígio exigindo a entrega de dinheiro. Ainda de acordo com o relato das vítimas, os réus continuaram ameaçando para obter mais dinheiro, tendo conseguido, junto do irmão de Regiane, a quantia de R$ 10.000,00. Ao conseguirem tais valores (R$ 100.000,00 da transferência bancária e R$ 30.000,00 em espécie) os réus foram embora do local. Contudo, o réu MARCOS ligou novamente para as vítimas posteriormente ameaçando-lhes e exigindo mais dinheiro, sendo que, na ocasião, com o objetivo de causar terror, passou a ameaçar de forma indireta os filhos das vítimas, afirmando que sabia onde eles moravam, onde estudavam e a rotina diária da família. Ainda, os réus afirmaram que voltariam a manter contato após o carnaval para receber mais dinheiro, ameaçando-lhes novamente, exigindo a entrega de mais R$ 30.000,00. Em seu interrogatório em juízo, o réu MARCOS afirmou, em resumo, que, no dia anterior aos fatos, se encontrou com CÁSSIO e CARLOS, ocasião na qual CARLOS teria lhe apresentado um dossiê referente ao CFC das vítimas, no qual constavam informações de que 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP do dinheiro. Diante de tal situação, Rodrigo sugeriu que fossem ao banco para tentar obter a quantia desejada. Juntamente com a vítima Regiane e acompanhados do réu MARCOS, eles se dirigiram a uma agência do Banco Santander, não tendo conseguido, porém, sacar a quantia de R$ 100.000,00 em espécie. Em razão disso, foi sugerida a realização de transferência bancária de referida quantia. Nessa ocasião, o réu MARCOS entrou em contato com sua companheira VIVIANE e sua sogra VERA e obteve os dados bancários desta última, sendo realizada a transferência da quantia de R$ 100.000,00 em favor da ré VERA. Durante tal ocasião, o réu CARLOS se dirigiu à residência da vítima Aprígio, local onde referida vítima lhe entregou, mediante constante ameaça e sob arma de fogo, a quantia de R$ 20.000,00 em espécie. Enquanto as vítimas Regiane e Rodrigo estavam no banco com o réu MARCOS, a mãe de Regiane a telefonou informando da presença de um homem armado em sua residência (CARLOS) com a vítima Aprígio exigindo a entrega de dinheiro. Ainda de acordo com o relato das vítimas, os réus continuaram ameaçando para obter mais dinheiro, tendo conseguido, junto do irmão de Regiane, a quantia de R$ 10.000,00. Ao conseguirem tais valores (R$ 100.000,00 da transferência bancária e R$ 30.000,00 em espécie) os réus foram embora do local. Contudo, o réu MARCOS ligou novamente para as vítimas posteriormente ameaçando-lhes e exigindo mais dinheiro, sendo que, na ocasião, com o objetivo de causar terror, passou a ameaçar de forma indireta os filhos das vítimas, afirmando que sabia onde eles moravam, onde estudavam e a rotina diária da família. Ainda, os réus afirmaram que voltariam a manter contato após o carnaval para receber mais dinheiro, ameaçando-lhes novamente, exigindo a entrega de mais R$ 30.000,00. Em seu interrogatório em juízo, o réu MARCOS afirmou, em resumo, que, no dia anterior aos fatos, se encontrou com CÁSSIO e CARLOS, ocasião na qual CARLOS teria lhe apresentado um dossiê referente ao CFC das vítimas, no qual constavam informações de que 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP as vítimas estariam praticando crimes contra a administração pública. Relatou que, no dia dos fatos, eles foram ao CFC das vítimas, onde se apresentaram como policiais federais, dando o nome de Francisco, e encontrou com a vítima Aprígio a quem teria mostrado o dossiê. Afirmou que Aprígio os teria mandado falar com Regiane, a quem novamente se apresentou como policial e mostrou o dossiê. Contou que Regiane teria visto o dossiê e confirmado que fazia depósitos de R$ 3.000,00 a R$ 8.000,00 para alguém de nome Ricardo como pagamento de propina para ludibriar o sistema de aulas e provas. Nessa ocasião, Rodrigo teria entrado e ela teria proposto um acordo, oferecendo o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) em duas vezes, propondo que fossem ao banco para realizar o pagamento, oportunidade em que procedeu pela transferência de apenas R$ 100.000,00 (cem mil reais). Admitiu que, de posse de informações que afirma serem verdadeiras, viu a oportunidade de se beneficiar das vítimas, mas negou que tenha usado violência, grave ameaça e armas de fogo. A ré VIVIANE, em seu interrogatório em juízo, em resumo, negou a prática delitiva, afirmando que desconhecia totalmente as atividades de seu companheiro MARCOS, embora estivessem juntos há bastante tempo. Relatou que ficou junto com o réu MARCOS, mesmo quando ele foi preso, tendo, inclusive, casado com ele na penitenciária. Negou-se a responder acerca das mensagens trocadas com seu marido. Informou que, após a realização da transferência, sua mãe (VERA), passou a receber ligações de ameaça, bem como percebeu a presença de pessoas estranhas e que estavam sendo seguidas. Contou que não se recorda se foi ela mesma quem passou a ligação de MARCOS para sua mãe ou se foi sua mãe quem atendeu a ligação e passou o número da conta. Disse que sua mãe teria comentado com ela sobre o pedido de MARCOS de fornecer os dados bancários, sendo que lhe disse que não tinha problemas, já que ele era seu marido. Em seu interrogatório em juízo, a ré VERA também negou a prática delitiva. Afirmou que, no dia dos fatos, MARCOS ligou na empresa e sua filha lhe passou a ligação, momento em que ele pediu os seus dados bancários, tendo ela passado por questão de confiança. Relatou que, quando falou com ele ao telefone, MARCOS não lhe 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP as vítimas estariam praticando crimes contra a administração pública. Relatou que, no dia dos fatos, eles foram ao CFC das vítimas, onde se apresentaram como policiais federais, dando o nome de Francisco, e encontrou com a vítima Aprígio a quem teria mostrado o dossiê. Afirmou que Aprígio os teria mandado falar com Regiane, a quem novamente se apresentou como policial e mostrou o dossiê. Contou que Regiane teria visto o dossiê e confirmado que fazia depósitos de R$ 3.000,00 a R$ 8.000,00 para alguém de nome Ricardo como pagamento de propina para ludibriar o sistema de aulas e provas. Nessa ocasião, Rodrigo teria entrado e ela teria proposto um acordo, oferecendo o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) em duas vezes, propondo que fossem ao banco para realizar o pagamento, oportunidade em que procedeu pela transferência de apenas R$ 100.000,00 (cem mil reais). Admitiu que, de posse de informações que afirma serem verdadeiras, viu a oportunidade de se beneficiar das vítimas, mas negou que tenha usado violência, grave ameaça e armas de fogo. A ré VIVIANE, em seu interrogatório em juízo, em resumo, negou a prática delitiva, afirmando que desconhecia totalmente as atividades de seu companheiro MARCOS, embora estivessem juntos há bastante tempo. Relatou que ficou junto com o réu MARCOS, mesmo quando ele foi preso, tendo, inclusive, casado com ele na penitenciária. Negou-se a responder acerca das mensagens trocadas com seu marido. Informou que, após a realização da transferência, sua mãe (VERA), passou a receber ligações de ameaça, bem como percebeu a presença de pessoas estranhas e que estavam sendo seguidas. Contou que não se recorda se foi ela mesma quem passou a ligação de MARCOS para sua mãe ou se foi sua mãe quem atendeu a ligação e passou o número da conta. Disse que sua mãe teria comentado com ela sobre o pedido de MARCOS de fornecer os dados bancários, sendo que lhe disse que não tinha problemas, já que ele era seu marido. Em seu interrogatório em juízo, a ré VERA também negou a prática delitiva. Afirmou que, no dia dos fatos, MARCOS ligou na empresa e sua filha lhe passou a ligação, momento em que ele pediu os seus dados bancários, tendo ela passado por questão de confiança. Relatou que, quando falou com ele ao telefone, MARCOS não lhe 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP disse nada sobre valores ou de onde viria o dinheiro. Contou que o valor depositado foi de R$ 100.000,00 (cem mil reais), sendo que MARCOS lhe pediu para fazer a transferência do valor para ÉRICA, a qual ela não conhece. Relatou que não conseguiu transferir a totalidade do valor, de modo que transferiu R$ 50.000,00. Disse que, naquele momento, sem que MARCOS tivesse falado nada, VIVIANE lhe disse para transferir a outra parte para a conta dela, que ela passaria o restante para MARCOS, o que foi feito. Narrou que apenas tomou conhecimento da existência do dinheiro quando caiu em sua conta e que só teve ciência da origem ilícita do dinheiro, quando passou a receber ligações de ameaça. Relatou que foi registrar um boletim de ocorrência, porque se sentiu ameaçada, pois passou a receber ligações ofensivas. Disse, ainda, que MARCOS nunca lhe disse que se tratava de dinheiro ilícito, mas apenas que era dinheiro de auto escola. Contou que nem ela, nem VIVIANE conheciam ÉRICA, e que apenas tomou conhecimento de que MARCOS não era policial, quando foi preso anteriormente. A ré ÉRICA, em seu interrogatório em juízo, negou a prática delitiva. Disse que fez vários empréstimos a MARCOS entre 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017, período em que ele estava preso, num montante total de R$ 25.000,00, sendo que entregava tais valores à sua exesposa de nome Maria. Afirmou que MARCOS, quando saiu da cadeia em 2018, lhe pagou o que devia, tendo feito uma transferência para sua conta no importe de R$ 50.000,00, informando-lhe que transferiu a mais, pedindo para que a diferença fosse sacada e entregue em dinheiro. Disse que, por ter dinheiro em sua residência, entregou a MARCOS a quantia de R$ 8.250,00, sendo que sacou a diferença de aproximadamente R$ 12.000,00 de sua conta e, também, lhe entregou no dia seguinte. Relatou que não tinha nenhum conhecimento quanto aos fatos, esclarecendo que os valores que tinha e que emprestou a MARCOS eram oriundos de seu trabalho e de rescisões e ações trabalhistas que moveu contra a SABESP e ELETROPAULO. Pois bem. Não há dúvidas da prática do crime de extorsão nos autos. Com efeito, o conjunto probatório colhido é robusto e apto a confirmar a veracidade dos fatos descritos na denúncia nesse ponto. 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP disse nada sobre valores ou de onde viria o dinheiro. Contou que o valor depositado foi de R$ 100.000,00 (cem mil reais), sendo que MARCOS lhe pediu para fazer a transferência do valor para ÉRICA, a qual ela não conhece. Relatou que não conseguiu transferir a totalidade do valor, de modo que transferiu R$ 50.000,00. Disse que, naquele momento, sem que MARCOS tivesse falado nada, VIVIANE lhe disse para transferir a outra parte para a conta dela, que ela passaria o restante para MARCOS, o que foi feito. Narrou que apenas tomou conhecimento da existência do dinheiro quando caiu em sua conta e que só teve ciência da origem ilícita do dinheiro, quando passou a receber ligações de ameaça. Relatou que foi registrar um boletim de ocorrência, porque se sentiu ameaçada, pois passou a receber ligações ofensivas. Disse, ainda, que MARCOS nunca lhe disse que se tratava de dinheiro ilícito, mas apenas que era dinheiro de auto escola. Contou que nem ela, nem VIVIANE conheciam ÉRICA, e que apenas tomou conhecimento de que MARCOS não era policial, quando foi preso anteriormente. A ré ÉRICA, em seu interrogatório em juízo, negou a prática delitiva. Disse que fez vários empréstimos a MARCOS entre 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017, período em que ele estava preso, num montante total de R$ 25.000,00, sendo que entregava tais valores à sua exesposa de nome Maria. Afirmou que MARCOS, quando saiu da cadeia em 2018, lhe pagou o que devia, tendo feito uma transferência para sua conta no importe de R$ 50.000,00, informando-lhe que transferiu a mais, pedindo para que a diferença fosse sacada e entregue em dinheiro. Disse que, por ter dinheiro em sua residência, entregou a MARCOS a quantia de R$ 8.250,00, sendo que sacou a diferença de aproximadamente R$ 12.000,00 de sua conta e, também, lhe entregou no dia seguinte. Relatou que não tinha nenhum conhecimento quanto aos fatos, esclarecendo que os valores que tinha e que emprestou a MARCOS eram oriundos de seu trabalho e de rescisões e ações trabalhistas que moveu contra a SABESP e ELETROPAULO. Pois bem. Não há dúvidas da prática do crime de extorsão nos autos. Com efeito, o conjunto probatório colhido é robusto e apto a confirmar a veracidade dos fatos descritos na denúncia nesse ponto. 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP Aliás, a própria defesa do réu MARCOS AURÉLIO CORREA SARAIVA admite que houve a obtenção de valores pela utilização da falsa condição de polícia federal pelo acusado, diante da robustez das provas colhidas, como se denota às fls. 1456/1457. A defesa do acusado se limita a pugnar, nesse ponto, assim como a defesa das rés VERA e VIVIANE, pela desclassificação do delito para o crime de estelionato, sustentando não terem sido comprovadas satisfatoriamente as elementares violência ou grave ameaça do tipo penal imputado. Sem razão os acusados, contudo. Os depoimentos das vítimas nesse ponto foram uniformes, claros e firmes, aptos, portanto, a confirmar que os réus se valeram tanto de ameaças, quanto do uso de arma de fogo para obterem a vantagem indevida. Destaco, nesse ponto, que a jurisprudência é firme no sentido da suficiência da palavra da vítima, quando corroborada pelos demais elementos de prova, para comprovar a ocorrência da ameaça em crimes como o ora analisado. (…) Os relatos das vítimas, aliás, estão em absoluta consonância com os demais elementos de prova colhidos, em especial o relato das demais testemunhas, e as mensagens de Whatsapp trocadas entre o réu MARCOS e a ré VIVIANE, na qual o acusado MARCOS se refere à vítima Rodrigo como “defunto”, afirmando que não mata mulher, mas que ele (Rodrigo) já é “defunto” (fls. 159). Notoriamente, tais mensagens evidenciam o conteúdo intimidatório das ameaças perpetradas pelos réus na ocasião dos fatos. Não bastasse isso, a própria conjectura dos fatos apurados evidencia que houve efetivamente uso de ameaça para a obtenção da vantagem indevida. Isso porque, conforme apurado, os réus ingressaram no CFC se passando por policiais federais e, portanto, obviamente, armados e, ainda, mantiveram Aprígio e os demais funcionários sob vigilância e com a liberdade restrita, enquanto MARCOS acompanhava Rodrigo e Regiane ao banco. A própria situação em si dos fatos é suficiente, portanto, para demonstrar cabalmente a existência de grave ameaça e violência, eis 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP Aliás, a própria defesa do réu MARCOS AURÉLIO CORREA SARAIVA admite que houve a obtenção de valores pela utilização da falsa condição de polícia federal pelo acusado, diante da robustez das provas colhidas, como se denota às fls. 1456/1457. A defesa do acusado se limita a pugnar, nesse ponto, assim como a defesa das rés VERA e VIVIANE, pela desclassificação do delito para o crime de estelionato, sustentando não terem sido comprovadas satisfatoriamente as elementares violência ou grave ameaça do tipo penal imputado. Sem razão os acusados, contudo. Os depoimentos das vítimas nesse ponto foram uniformes, claros e firmes, aptos, portanto, a confirmar que os réus se valeram tanto de ameaças, quanto do uso de arma de fogo para obterem a vantagem indevida. Destaco, nesse ponto, que a jurisprudência é firme no sentido da suficiência da palavra da vítima, quando corroborada pelos demais elementos de prova, para comprovar a ocorrência da ameaça em crimes como o ora analisado. (…) Os relatos das vítimas, aliás, estão em absoluta consonância com os demais elementos de prova colhidos, em especial o relato das demais testemunhas, e as mensagens de Whatsapp trocadas entre o réu MARCOS e a ré VIVIANE, na qual o acusado MARCOS se refere à vítima Rodrigo como “defunto”, afirmando que não mata mulher, mas que ele (Rodrigo) já é “defunto” (fls. 159). Notoriamente, tais mensagens evidenciam o conteúdo intimidatório das ameaças perpetradas pelos réus na ocasião dos fatos. Não bastasse isso, a própria conjectura dos fatos apurados evidencia que houve efetivamente uso de ameaça para a obtenção da vantagem indevida. Isso porque, conforme apurado, os réus ingressaram no CFC se passando por policiais federais e, portanto, obviamente, armados e, ainda, mantiveram Aprígio e os demais funcionários sob vigilância e com a liberdade restrita, enquanto MARCOS acompanhava Rodrigo e Regiane ao banco. A própria situação em si dos fatos é suficiente, portanto, para demonstrar cabalmente a existência de grave ameaça e violência, eis 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP que sequer faria sentido que, em tais circunstâncias, não havendo ameaça ou violência, as vítimas se dispusessem a, livremente, transferir vultosa quantia de dinheiro para uma conta indicada pelo réu. Não há, portanto, que se cogitar na pretendida desclassificação para o delito de estelionato, previsto no artigo 171, caput, do Código Penal. (…) Diante desse robusto conjunto probatório colhido, portanto, de rigor o afastamento das simplórias e fantasiosas versões exculpantes apresentadas pelas acusadas, com a condenação das rés pela imputação do delito de extorsão. Ainda com relação ao crime de extorsão, de rigor o reconhecimento da qualificadora prevista no artigo 158, § 3..., do Código Penal, eis que demonstrada inequivocamente a restrição de liberdade das vítimas, como condição necessária para a obtenção da vantagem indevida, conforme apurado e demonstrado nos autos pelos depoimentos das vítimas, bem como da causa de aumento prevista no artigo 158, § 1..., do Código Penal, seja pelo concurso de pessoas (inequívoco e admitido pelo próprio réu MARCOS), bem como pelo emprego de arma, conforme apurado na instrução probatória pelo relato uniforme das vítimas acerca de tal circunstância, conforme já delineado (…)”. É pacífico neste Supremo Tribunal o entendimento de que “a ilicitude de uma prova não contamina os demais elementos cognitivos obtidos e que dela não derivaram” (HC n. 106.244, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 19.8.2011). Nesse sentido, por exemplo: “PROVA ILÍCITA – CONTAMINAÇÃO – AUSÊNCIA. Uma vez obtida a prova de forma independente e desvinculada de ilicitude anteriormente reconhecida, não se tem ilegalidade, sendo adequada a utilização dos elementos de convicção” (HC n. 149.692, Relator o Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 13.4.2021). “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. QUADRILHA, CORRUPÇÃO PASSIVA, VIOLAÇÃO DE SIGILO 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP que sequer faria sentido que, em tais circunstâncias, não havendo ameaça ou violência, as vítimas se dispusessem a, livremente, transferir vultosa quantia de dinheiro para uma conta indicada pelo réu. Não há, portanto, que se cogitar na pretendida desclassificação para o delito de estelionato, previsto no artigo 171, caput, do Código Penal. (…) Diante desse robusto conjunto probatório colhido, portanto, de rigor o afastamento das simplórias e fantasiosas versões exculpantes apresentadas pelas acusadas, com a condenação das rés pela imputação do delito de extorsão. Ainda com relação ao crime de extorsão, de rigor o reconhecimento da qualificadora prevista no artigo 158, § 3..., do Código Penal, eis que demonstrada inequivocamente a restrição de liberdade das vítimas, como condição necessária para a obtenção da vantagem indevida, conforme apurado e demonstrado nos autos pelos depoimentos das vítimas, bem como da causa de aumento prevista no artigo 158, § 1..., do Código Penal, seja pelo concurso de pessoas (inequívoco e admitido pelo próprio réu MARCOS), bem como pelo emprego de arma, conforme apurado na instrução probatória pelo relato uniforme das vítimas acerca de tal circunstância, conforme já delineado (…)”. É pacífico neste Supremo Tribunal o entendimento de que “a ilicitude de uma prova não contamina os demais elementos cognitivos obtidos e que dela não derivaram” (HC n. 106.244, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 19.8.2011). Nesse sentido, por exemplo: “PROVA ILÍCITA – CONTAMINAÇÃO – AUSÊNCIA. Uma vez obtida a prova de forma independente e desvinculada de ilicitude anteriormente reconhecida, não se tem ilegalidade, sendo adequada a utilização dos elementos de convicção” (HC n. 149.692, Relator o Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 13.4.2021). “AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. QUADRILHA, CORRUPÇÃO PASSIVA, VIOLAÇÃO DE SIGILO 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP FUNCIONAL, FALSIDADE IDEOLÓGICA E LAVAGEM DE DINHEIRO. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS AUTORIZADAS POR DECISÃO JUDICIAL. ALEGAÇÃO DE “QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA”. PERDA OU SUBTRAÇÃO DE PARTE DAS GRAVAÇÕES. CONSTRAGIMENTO ILEGAL RECONHECIDO NAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NA DETERMINAÇÃO DE REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. 1. As provas ilícitas, bem como todas aquelas delas derivadas, são constitucionalmente inadmissíveis, mesmo quando reconduzidas aos autos de forma indireta, devendo, pois, serem desentranhadas do processo, não tendo, porém, o condão de anulá-lo, permanecendo válidas as demais provas lícitas e autônomas delas não decorrentes, ou ainda, que também decorreram de outras fontes, além da própria prova ilícita; garantindo-se, pois, a licitude da prova derivada da ilícita, quando, conforme salientado pelo Ministro EROS GRAU, “arrimada em elementos probatórios coligidos antes de sua juntada aos autos”. 2. Assentou o Superior Tribunal de Justiça que, em matéria de provas ilícitas, o art. 157, § 1..., do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei n. 11.690/2008, excepciona a adoção da teoria dos frutos da árvore envenenada na hipótese em que os demais elementos probatórios não estiverem vinculados àquele cuja ilicitude foi reconhecida. (…) 4. Agravo Regimental a que se nega provimento” (HC n. 156.157-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 26.11.2018). “Recurso ordinário em habeas corpus. Penal e Processual Penal. Crime contra a ordem tributária (art. 1..., inciso I, da Lei n 8.137/90). Condenação calcada em prova ilícita decorrente de quebra ilegal de sigilos fiscal e bancário. Não ocorrência. Existência de fonte autônoma de prova que não guarda relação de dependência com a suposta prova originariamente ilícita. Admissibilidade. Precedentes. Adesão a programa de recuperação fiscal na vigência da Lei n 10.684/03. Pretendida extinção da punibilidade nos termos do art. 34 da Lei n 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP FUNCIONAL, FALSIDADE IDEOLÓGICA E LAVAGEM DE DINHEIRO. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS AUTORIZADAS POR DECISÃO JUDICIAL. ALEGAÇÃO DE “QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA”. PERDA OU SUBTRAÇÃO DE PARTE DAS GRAVAÇÕES. CONSTRAGIMENTO ILEGAL RECONHECIDO NAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NA DETERMINAÇÃO DE REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. 1. As provas ilícitas, bem como todas aquelas delas derivadas, são constitucionalmente inadmissíveis, mesmo quando reconduzidas aos autos de forma indireta, devendo, pois, serem desentranhadas do processo, não tendo, porém, o condão de anulá-lo, permanecendo válidas as demais provas lícitas e autônomas delas não decorrentes, ou ainda, que também decorreram de outras fontes, além da própria prova ilícita; garantindo-se, pois, a licitude da prova derivada da ilícita, quando, conforme salientado pelo Ministro EROS GRAU, “arrimada em elementos probatórios coligidos antes de sua juntada aos autos”. 2. Assentou o Superior Tribunal de Justiça que, em matéria de provas ilícitas, o art. 157, § 1..., do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei n. 11.690/2008, excepciona a adoção da teoria dos frutos da árvore envenenada na hipótese em que os demais elementos probatórios não estiverem vinculados àquele cuja ilicitude foi reconhecida. (…) 4. Agravo Regimental a que se nega provimento” (HC n. 156.157-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 26.11.2018). “Recurso ordinário em habeas corpus. Penal e Processual Penal. Crime contra a ordem tributária (art. 1..., inciso I, da Lei n 8.137/90). Condenação calcada em prova ilícita decorrente de quebra ilegal de sigilos fiscal e bancário. Não ocorrência. Existência de fonte autônoma de prova que não guarda relação de dependência com a suposta prova originariamente ilícita. Admissibilidade. Precedentes. Adesão a programa de recuperação fiscal na vigência da Lei n 10.684/03. Pretendida extinção da punibilidade nos termos do art. 34 da Lei n 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP 9.249/95. Questão não analisada pelas instâncias antecedentes. Dupla supressão de instância não admitida. Precedentes. Inexistência de constrangimento ilegal a justificar a concessão da ordem de habeas corpus de ofício. Ausência de comprovação da quitação integral do débito tributário. Recurso não provido. (…) 3. A Suprema Corte já assentou que, “se (…) o órgão da persecução penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova - que não guarde qualquer relação de dependência nem decorra da prova originariamente ilícita, com es[s]a não mantendo vinculação causal -, tais dados probatórios revelar-se-ão plenamente admissíveis, porque não contaminados pela mácula da ilicitude originária” (HC n 93.050/RJ, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe 31/7/08). 4. Recurso ao qual se nega provimento” (RHC n. 121.496, Relator o Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 16.12.2015). Neste mesmo sentido, é o que se tem do julgamento realizado no HC n. 93.050, Relator o Ministro Celso de Mello: “A doutrina da ilicitude por derivação (teoria dos “frutos da árvore envenenada”) repudia, por constitucionalmente inadmissíveis, os meios probatórios, que, não obstante produzidos, validamente, em momento ulterior, acham-se afetados, no entanto, pelo vício (gravíssimo) da ilicitude originária, que a eles se transmite, contaminando-os, por efeito de repercussão causal. Hipótese em que os novos dados probatórios somente foram conhecidos, pelo Poder Público, em razão de anterior transgressão praticada, originariamente, pelos agentes estatais, que desrespeitaram a garantia constitucional da inviolabilidade domiciliar. - Revelam-se inadmissíveis, desse modo, em decorrência da ilicitude por derivação, os elementos probatórios a que os órgãos estatais somente tiveram acesso em razão da prova originariamente ilícita, obtida como resultado da transgressão, por agentes públicos, de direitos e garantias constitucionais e legais, cuja eficácia condicionante, no plano do ordenamento positivo brasileiro, traduz 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP 9.249/95. Questão não analisada pelas instâncias antecedentes. Dupla supressão de instância não admitida. Precedentes. Inexistência de constrangimento ilegal a justificar a concessão da ordem de habeas corpus de ofício. Ausência de comprovação da quitação integral do débito tributário. Recurso não provido. (…) 3. A Suprema Corte já assentou que, “se (…) o órgão da persecução penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova - que não guarde qualquer relação de dependência nem decorra da prova originariamente ilícita, com es[s]a não mantendo vinculação causal -, tais dados probatórios revelar-se-ão plenamente admissíveis, porque não contaminados pela mácula da ilicitude originária” (HC n 93.050/RJ, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe 31/7/08). 4. Recurso ao qual se nega provimento” (RHC n. 121.496, Relator o Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 16.12.2015). Neste mesmo sentido, é o que se tem do julgamento realizado no HC n. 93.050, Relator o Ministro Celso de Mello: “A doutrina da ilicitude por derivação (teoria dos “frutos da árvore envenenada”) repudia, por constitucionalmente inadmissíveis, os meios probatórios, que, não obstante produzidos, validamente, em momento ulterior, acham-se afetados, no entanto, pelo vício (gravíssimo) da ilicitude originária, que a eles se transmite, contaminando-os, por efeito de repercussão causal. Hipótese em que os novos dados probatórios somente foram conhecidos, pelo Poder Público, em razão de anterior transgressão praticada, originariamente, pelos agentes estatais, que desrespeitaram a garantia constitucional da inviolabilidade domiciliar. - Revelam-se inadmissíveis, desse modo, em decorrência da ilicitude por derivação, os elementos probatórios a que os órgãos estatais somente tiveram acesso em razão da prova originariamente ilícita, obtida como resultado da transgressão, por agentes públicos, de direitos e garantias constitucionais e legais, cuja eficácia condicionante, no plano do ordenamento positivo brasileiro, traduz 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP significativa limitação de ordem jurídica ao poder do Estado em face dos cidadãos. - Se, no entanto, o órgão da persecução penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova - que não guarde qualquer relação de dependência nem decorra da prova originariamente ilícita, com esta não mantendo vinculação causal -, tais dados probatórios revelar-se-ão plenamente admissíveis, porque não contaminados pela mácula da ilicitude originária” (DJe 1.8.2008 – grifos nossos). No caso agora examinado, foi com igual entendimento que se posicionou o Superior Tribunal de Justiça ao analisar o pedido defensivo: “Por oportuno, anoto que o Juízo de origem julgou procedente a acusação e condenou o paciente a 14 anos, 5 meses e 7 dias de reclusão, em regime fechado, além de 25 dias-multa, no valor mínimo legal, destacando, quanto ao lastro probatório, que as mensagens não foram os únicos elementos de prova (…)”. Assim, constatada pelas instâncias antecedentes fonte autônoma de prova, que não está na linha de desdobramento das provas tidas como ilícitas, capaz se sustentar a condenação do agravante, tem-se ser hígida a sentença proferida. No agravo regimental, o próprio agravante reconhece não se tratar de “nulidade capaz de ter a absolvição do paciente como consequência, tal como corretamente asseverou a Eminente Ministra Cármen Lúcia, mas de retirar as referências processuais sobre a prova ilícita e que certamente foram prejudiciais à coacusada Viviane”. A corré Viviane, entretanto, não é paciente deste habeas corpus, de modo que, caso sua defesa entenda pela nulidade da prova em questão, pode arguí-la pelas vias processuais cabíveis. 12. Ao indeferir o desentranhamento das mensagens obtidas no 21 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP significativa limitação de ordem jurídica ao poder do Estado em face dos cidadãos. - Se, no entanto, o órgão da persecução penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova - que não guarde qualquer relação de dependência nem decorra da prova originariamente ilícita, com esta não mantendo vinculação causal -, tais dados probatórios revelar-se-ão plenamente admissíveis, porque não contaminados pela mácula da ilicitude originária” (DJe 1.8.2008 – grifos nossos). No caso agora examinado, foi com igual entendimento que se posicionou o Superior Tribunal de Justiça ao analisar o pedido defensivo: “Por oportuno, anoto que o Juízo de origem julgou procedente a acusação e condenou o paciente a 14 anos, 5 meses e 7 dias de reclusão, em regime fechado, além de 25 dias-multa, no valor mínimo legal, destacando, quanto ao lastro probatório, que as mensagens não foram os únicos elementos de prova (…)”. Assim, constatada pelas instâncias antecedentes fonte autônoma de prova, que não está na linha de desdobramento das provas tidas como ilícitas, capaz se sustentar a condenação do agravante, tem-se ser hígida a sentença proferida. No agravo regimental, o próprio agravante reconhece não se tratar de “nulidade capaz de ter a absolvição do paciente como consequência, tal como corretamente asseverou a Eminente Ministra Cármen Lúcia, mas de retirar as referências processuais sobre a prova ilícita e que certamente foram prejudiciais à coacusada Viviane”. A corré Viviane, entretanto, não é paciente deste habeas corpus, de modo que, caso sua defesa entenda pela nulidade da prova em questão, pode arguí-la pelas vias processuais cabíveis. 12. Ao indeferir o desentranhamento das mensagens obtidas no 21 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP aparelho celular do agravante, o juízo de origem decidiu: “Indefiro o pedido de desentranhamento de fls. 440/446, observando a bem lançada cota Ministerial de fls. 462/465, a qual acolho e adoto como razão de decidir, bem como pelo fato de que a ré Viviane Gonçalves Cassetari Correa Saraiva, quando de seu interrogatório, a fls. 64, autorizou o acesso aos dispositivos eletrônicos apreendidos em sua residência, razão pela qual não há que se falar em nulidade”. A alegação de deficiência na fundamentação dessa decisão está superada pela superveniência da sentença condenatória, na qual se assentou novamente, e de forma fundamentada, a licitude da prova. Ademais, este Supremo Tribunal tem jurisprudência pacífica no sentido da legitimidade da fundamentação per relationem de decisões judiciais. Assim, por exemplo: “Penal e processual penal. Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Latrocínio tentado. Fundamentação per relationem. Possibilidade. Dosimetria da pena. Dupla supressão de instâncias. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que “a técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988” (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 2. A alegação de ilegalidade “levada a cabo pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo ao manter a exasperação da pena base”, não foi apreciada pelas instâncias antecedentes (Tribunal estadual e Superior Tribunal de Justiça). Fato esse que impede o imediato exame da matéria pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de dupla supressão de instâncias. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (RHC n. 194.881-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira 22 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP aparelho celular do agravante, o juízo de origem decidiu: “Indefiro o pedido de desentranhamento de fls. 440/446, observando a bem lançada cota Ministerial de fls. 462/465, a qual acolho e adoto como razão de decidir, bem como pelo fato de que a ré Viviane Gonçalves Cassetari Correa Saraiva, quando de seu interrogatório, a fls. 64, autorizou o acesso aos dispositivos eletrônicos apreendidos em sua residência, razão pela qual não há que se falar em nulidade”. A alegação de deficiência na fundamentação dessa decisão está superada pela superveniência da sentença condenatória, na qual se assentou novamente, e de forma fundamentada, a licitude da prova. Ademais, este Supremo Tribunal tem jurisprudência pacífica no sentido da legitimidade da fundamentação per relationem de decisões judiciais. Assim, por exemplo: “Penal e processual penal. Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Latrocínio tentado. Fundamentação per relationem. Possibilidade. Dosimetria da pena. Dupla supressão de instâncias. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que “a técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988” (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 2. A alegação de ilegalidade “levada a cabo pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo ao manter a exasperação da pena base”, não foi apreciada pelas instâncias antecedentes (Tribunal estadual e Superior Tribunal de Justiça). Fato esse que impede o imediato exame da matéria pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de dupla supressão de instâncias. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (RHC n. 194.881-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira 22 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP Turma, DJe 9.4.2021). ““HABEAS CORPUS” – ADOÇÃO DA TÉCNICA DE MOTIVAÇÃO “PER RELATIONEM” – LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DESSA TÉCNICA DECISÓRIA – FUNDAMENTAÇÃO VÁLIDA – JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONSOLIDADA QUANTO À MATÉRIA VERSADA NA IMPETRAÇÃO – PRETENDIDO RECONHECIMENTO DA ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA – CONFISSÃO DE FATO DIVERSO – INAPLICABILIDADE DA NORMA INSCRITA NO ART. 65, III, “d”, DO CÓDIGO PENAL – PRECEDENTES – PARECER DA DOUTA PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO” (HC n. 173.498-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 3.9.2020). 13. O Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça de São Paulo não se manifestaram sobre as alegações do impetrante sobre a veracidade e confiabilidade das mensagens utilizadas como prova nem sobre a afirmação de que não teriam sido disponibilizadas na íntegra para a defesa. Conforme firme jurisprudência, é inviável a este Supremo Tribunal conhecer originariamente de matéria não examinada pelas instâncias antecedentes, “sob pena de indevida supressão de instância e violação das regras constitucionais de repartição de competências” (HC n. 168.981-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 1....8.2019). No mesmo sentido, por exemplo: “PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA DA PENA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. 23 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP Turma, DJe 9.4.2021). ““HABEAS CORPUS” – ADOÇÃO DA TÉCNICA DE MOTIVAÇÃO “PER RELATIONEM” – LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DESSA TÉCNICA DECISÓRIA – FUNDAMENTAÇÃO VÁLIDA – JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONSOLIDADA QUANTO À MATÉRIA VERSADA NA IMPETRAÇÃO – PRETENDIDO RECONHECIMENTO DA ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA – CONFISSÃO DE FATO DIVERSO – INAPLICABILIDADE DA NORMA INSCRITA NO ART. 65, III, “d”, DO CÓDIGO PENAL – PRECEDENTES – PARECER DA DOUTA PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO” (HC n. 173.498-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 3.9.2020). 13. O Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça de São Paulo não se manifestaram sobre as alegações do impetrante sobre a veracidade e confiabilidade das mensagens utilizadas como prova nem sobre a afirmação de que não teriam sido disponibilizadas na íntegra para a defesa. Conforme firme jurisprudência, é inviável a este Supremo Tribunal conhecer originariamente de matéria não examinada pelas instâncias antecedentes, “sob pena de indevida supressão de instância e violação das regras constitucionais de repartição de competências” (HC n. 168.981-AgR, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 1....8.2019). No mesmo sentido, por exemplo: “PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA DA PENA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. 23 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 28 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA HC 200793 AGR / SP SUPRESSÃO DE INSTÂNCIAS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER. 1. A dosimetria da pena é questão relativa ao mérito da ação penal, estando necessariamente vinculada ao conjunto fático probatório, não sendo possível, em habeas corpus, a análise de dados fáticos da causa para redimensionar a pena finalmente aplicada. Assim, a discussão a respeito da dosimetria da pena cinge-se ao controle da legalidade dos critérios utilizados, restringindo-se, portanto, ao exame da “motivação [formalmente idônea] de mérito e à congruência lógico-jurídica entre os motivos declarados e a conclusão” (HC 69.419, Rel. Min. Sepúlveda pertence). 2. A possibilidade de aplicação da atenuante relativa à confissão espontânea não foi apreciada pelo Tribunal Regional Federal, nem pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame da matéria por esta Corte, sob pena de dupla supressão de instâncias. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 160.369-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 6.8.2019). “Agravo regimental em habeas corpus. 2. Penal e Processo Penal. 3. Prisão preventiva. Alegação de ausência de fundamentos idôneos aptos a ensejar a manutenção da constrição cautelar. Inexistente. Paciente preso em flagrante delito na posse de 671kg de maconha, acondicionada em tabletes. Decreto baseado na gravidade concreta do delito. 4. Supressão de instância. Matéria não enfrentada pelo Superior Tribunal de Justiça. Não exaurimento da jurisdição. Precedentes. 5. Afastada a possibilidade de concessão da ordem de ofício. Não configuração de patente constrangimento ilegal ou abuso de poder. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 170.391-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 6.8.2019). Na espécie, há apelação defensiva pendente de julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo, ao qual caberá o exame dessas questões. 14. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 24 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Supremo Tribunal Federal HC 200793 AGR / SP SUPRESSÃO DE INSTÂNCIAS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER. 1. A dosimetria da pena é questão relativa ao mérito da ação penal, estando necessariamente vinculada ao conjunto fático probatório, não sendo possível, em habeas corpus, a análise de dados fáticos da causa para redimensionar a pena finalmente aplicada. Assim, a discussão a respeito da dosimetria da pena cinge-se ao controle da legalidade dos critérios utilizados, restringindo-se, portanto, ao exame da “motivação [formalmente idônea] de mérito e à congruência lógico-jurídica entre os motivos declarados e a conclusão” (HC 69.419, Rel. Min. Sepúlveda pertence). 2. A possibilidade de aplicação da atenuante relativa à confissão espontânea não foi apreciada pelo Tribunal Regional Federal, nem pelo Superior Tribunal de Justiça, o que impede o imediato exame da matéria por esta Corte, sob pena de dupla supressão de instâncias. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 160.369-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 6.8.2019). “Agravo regimental em habeas corpus. 2. Penal e Processo Penal. 3. Prisão preventiva. Alegação de ausência de fundamentos idôneos aptos a ensejar a manutenção da constrição cautelar. Inexistente. Paciente preso em flagrante delito na posse de 671kg de maconha, acondicionada em tabletes. Decreto baseado na gravidade concreta do delito. 4. Supressão de instância. Matéria não enfrentada pelo Superior Tribunal de Justiça. Não exaurimento da jurisdição. Precedentes. 5. Afastada a possibilidade de concessão da ordem de ofício. Não configuração de patente constrangimento ilegal ou abuso de poder. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (HC n. 170.391-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 6.8.2019). Na espécie, há apelação defensiva pendente de julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo, ao qual caberá o exame dessas questões. 14. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 24 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1728-BF98-1539-3D64 e senha 80C8-C9EE-1C73-F53E Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 28 Extrato de Ata - 31/05/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) : RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA (402466/SP) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8F8D-72FB-C201-76C1 e senha 1736-59F2-18C8-0698 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 200.793 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA ADV.(A/S) : RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA (402466/SP) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8F8D-72FB-C201-76C1 e senha 1736-59F2-18C8-0698 Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 28
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 200 . 793", "HABEAS CORPUS 200 . 793 SÃO", "Agravo", "HABEAS CORPUS 200 . 793", "Agravo Regimental no Recurso em Habeas Corpus n . 137 . 152", "HC 200793 AGR / SP", "HC 200793 AGR / SP", "HABEAS CORPUS 200 . 793", "HC 200793 AGR / SP", "Recurso em Habeas Corpus n . 137 . 152", "HC 200793 AGR / SP", "Recurso em Habeas Corpus n . 137 . 152", "HC 200793 AGR / SP", "Recurso Extraordinário n . 418 . 416", "Habeas Corpus n . 91 . 867", "HC 200793 AGR / SP", "Recurso Extraordinário n . 418 . 416", "Habeas Corpus n . 91 . 867", "HC 200793 AGR / SP", "HC 200793 AGR / SP", "HC 200793 AGR / SP", "HC n . 91 . 867", "Habeas Corpus n . 168 . 052", "HC 91 . 867 / PA", "HC 200793 AGR / SP", "HC n . 91 . 867", "Habeas Corpus n . 168 . 052", "HC 91 . 867 / PA", "HC 200793 AGR / SP", "HC n . 168 . 052", "Recurso Extraordinário com Agravo n . 1 . 042 . 075", "ARE n . 1 . 042 . 075 - RG", "HC 200793 AGR / SP", "HC n . 168 . 052", "Recurso Extraordinário com Agravo n . 1 . 042 . 075", "ARE n . 1 . 042 . 075 - 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AgR", "HC 200793 AGR / SP", "RHC 116 . 166", "RHC n . 194 . 881 - AgR", "HC 200793 AGR / SP Turma", "HC n . 173 . 498 - AgR", "HC n . 168 . 981 - AgR", "HC 200793 AGR / SP Turma", "HC n . 173 . 498 - AgR", "HC n . 168 . 981 - AgR", "HC 200793 AGR / SP", "HC 69 . 419", "HC n . 160 . 369 - AgR", "HC n . 170 . 391 - AgR", "HC 200793", "HC 69 . 419", "HC n . 160 . 369 - AgR", "HC n . 170 . 391 - AgR", "HABEAS CORPUS 200 . 793" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 93 , IX , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 93 , IX , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§", "§", "parágrafo único do art . 288", "art . 45 da Lei das Contravenções Penais", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código Penal", "art . 45 da Lei das Contravenções Penais", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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PEREIRA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck", "CÁRMEN LÚCIA", "MARCOS AURELIO CORREA SARAIVA", "RAFAEL LANFRANCHI PEREIRA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "30", ".", "4", ".", "2021", "23", ".", "2", ".", "2021", "4", ".", "5", ".", "2021", "10", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "30", ".", "4", ".", "2021", "23", ".", "2", ".", "2021", "4", ".", "5", ".", "2021", "10", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "8", ".", "4", ".", "2019", "10", ".", "4", ".", "2019", "26", ".", "4", ".", "2019", 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"2013", "2014", "2015", "2016", "2017", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "2013", "2014", "2015", "2016", "2017", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "19", ".", "8", ".", "2011", "13", ".", "4", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "19", ".", "8", ".", "2011", "13", ".", "4", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "26", ".", "11", ".", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "26", ".", "11", ".", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "7", "/", "08", "16", ".", "12", ".", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "7", "/", "08", "16", ".", "12", ".", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "1", ".", "8", ".", "2008", "24", "/", "08", "/", "2001", "1", ".", "8", ".", "2008", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "9", ".", "4", ".", "2021", "3", ".", "9", ".", "2020", "1", ".", ".", ".", ".", "8", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "9", ".", "4", ".", "2021", "3", ".", "9", ".", "2020", "1", ".", ".", ".", ".", "8", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", ".", "8", ".", "2019", "6", ".", "8", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", ".", "8", ".", "2019", "6", ".", "8", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA HABEAS CORPUS – REVISÃO CRIMINAL – ÓBICE – INEXISTÊNCIA. Em jogo a liberdade de ir e vir, cabível é o habeas corpus, ainda que o ato impugnado desafie revisão criminal. PRONÚNCIA – HIGIDEZ. Constando da sentença de pronúncia notícia da materialidade e indícios de autoria a justificarem a atuação do Conselho de Sentença, ante elementos coligidos sob o crivo do contraditório, não cabe o afastamento sob argumento de haver sido baseada exclusivamente em dados colhidos na fase policial. JÚRI – ANULAÇÃO – VEREDICTOS – SOBERANIA. A Constituição Federal, ao versar a instituição Júri, consagra a soberania dos veredictos. TRIBUNAL DO JÚRI – NULIDADE – PRECLUSÃO. Os vícios referentes a julgamento no Tribunal do Júri devem ser alegados de imediato, implicando preclusão a ausência de protesto. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 21 a 28 de maio de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CDE6-66B4-6DFF-D385 e senha 6BC2-87CF-AE3D-5177 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão HC 139176 / SP Brasília, 31 de maio de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CDE6-66B4-6DFF-D385 e senha 6BC2-87CF-AE3D-5177 Supremo Tribunal Federal HC 139176 / SP Brasília, 31 de maio de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CDE6-66B4-6DFF-D385 e senha 6BC2-87CF-AE3D-5177 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Rafael Ferreira de Souza assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Quinta Vara do Tribunal do Júri da Comarca de São Paulo/SP, no processo-crime nº 0006937-28.2002 (336/02), pronunciou o paciente considerados os crimes dos artigos 121, § 2º, incisos I, III e IV (homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa), e 121, § 2º, inciso II (homicídio qualificado por motivo fútil), combinado com o artigo 14, inciso II (forma tentada), do Código Penal. O Tribunal do Júri condenou-o, ante os crimes mencionados. O Juízo fixou a pena em 18 anos e 8 meses de reclusão, no regime fechado. A Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça proveu parcialmente apelação, assentando a possibilidade de progressão de regime. O título condenatório transitou em julgado em 11 de maio de 2009. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus nº 347.424/SP. O paciente-impetrante sustenta nulidade da sentença de pronúncia, dizendo-a baseada exclusivamente em dados Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA97-8D28-CDAA-6674 e senha 769C-2479-9EFA-D132 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Rafael Ferreira de Souza assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Quinta Vara do Tribunal do Júri da Comarca de São Paulo/SP, no processo-crime nº 0006937-28.2002 (336/02), pronunciou o paciente considerados os crimes dos artigos 121, § 2º, incisos I, III e IV (homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa), e 121, § 2º, inciso II (homicídio qualificado por motivo fútil), combinado com o artigo 14, inciso II (forma tentada), do Código Penal. O Tribunal do Júri condenou-o, ante os crimes mencionados. O Juízo fixou a pena em 18 anos e 8 meses de reclusão, no regime fechado. A Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça proveu parcialmente apelação, assentando a possibilidade de progressão de regime. O título condenatório transitou em julgado em 11 de maio de 2009. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus nº 347.424/SP. O paciente-impetrante sustenta nulidade da sentença de pronúncia, dizendo-a baseada exclusivamente em dados Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA97-8D28-CDAA-6674 e senha 769C-2479-9EFA-D132 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Relatório HC 139176 / SP colhidos na fase policial. Articula com inexistência de prova alusiva ao crime tentado. Aponta nulidade do Júri, aludindo ao emprego de algemas durante o interrogatório. Frisa contrariado o verbete vinculante nº 11 da Súmula. Busca o reconhecimento das nulidades. A Defensoria Pública da União, intimada a prestar assistência, observada a formalização da impetração, de próprio punho, por pessoa não profissional da advocacia, juntou, mediante a petição/STF nº 42.148/2018, peças para exame da controvérsia. A Procuradoria-Geral da República opina pela inadmissão do habeas corpus, afirmando-o substitutivo de revisão criminal. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA97-8D28-CDAA-6674 e senha 769C-2479-9EFA-D132 Supremo Tribunal Federal HC 139176 / SP colhidos na fase policial. Articula com inexistência de prova alusiva ao crime tentado. Aponta nulidade do Júri, aludindo ao emprego de algemas durante o interrogatório. Frisa contrariado o verbete vinculante nº 11 da Súmula. Busca o reconhecimento das nulidades. A Defensoria Pública da União, intimada a prestar assistência, observada a formalização da impetração, de próprio punho, por pessoa não profissional da advocacia, juntou, mediante a petição/STF nº 42.148/2018, peças para exame da controvérsia. A Procuradoria-Geral da República opina pela inadmissão do habeas corpus, afirmando-o substitutivo de revisão criminal. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA97-8D28-CDAA-6674 e senha 769C-2479-9EFA-D132 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, muito menos o decorrente de ter-se, em tese, a possibilidade de impugnação, mediante revisão criminal, do título condenatório. Rejeito a preliminar suscitada pela Procuradoria- Geral da República. O Juízo, ao pronunciar o paciente – documento nº 9, folha 78 a 82 –, fez ver materialidade e indícios de autoria a justificarem a atuação do Conselho de Sentença. Aludiu a laudo de exame necroscópico. Salientou o interrogatório do acusado e a audiência de testemunhas em Juízo. Citou conteúdo de depoimento de testemunha ocular, realizado durante a instrução, a indicar haver o agressor, em um veículo escuro, desferido tiros contra as vítimas. O quadro revela observado o figurino legal, considerado o artigo 413 do Código de Processo Penal. Improcede o articulado quanto à decisão ter sido baseada exclusivamente em dados colhidos na fase policial. Consta dos documentos juntados que o Conselho de Sentença, ao responder afirmativamente aos quesitos formulados pelo Juízo – documento nº 10, folha 1 –, assentou a autoria do crime de homicídio, na forma tentada, considerada a vítima Edilaine Aparecida da Silva, e a qualificadora do inciso II do § 2º do artigo 121 do Código Penal – motivo fútil. O Tribunal de Justiça, ao afastar a tese segundo a qual a condenação se fez desvinculada dos dados de convicção existentes no processo – documento nº 10, folha 43 a 49 –, reportou-se aos documentos produzidos e aos depoimentos prestados no curso da instrução, no que revelado haver o paciente, por motivo fútil, desferido oito disparos de arma de fogo contra a vítima Edilene, não alcançando o resultado pretendido – morte – por fatores alheios à própria vontade. Ressaltou inexistir dissonância considerada a decisão do Conselho de Sentença. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7955-6578-CDB6-37F3 e senha 1474-D77F-74F7-C985 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, muito menos o decorrente de ter-se, em tese, a possibilidade de impugnação, mediante revisão criminal, do título condenatório. Rejeito a preliminar suscitada pela Procuradoria- Geral da República. O Juízo, ao pronunciar o paciente – documento nº 9, folha 78 a 82 –, fez ver materialidade e indícios de autoria a justificarem a atuação do Conselho de Sentença. Aludiu a laudo de exame necroscópico. Salientou o interrogatório do acusado e a audiência de testemunhas em Juízo. Citou conteúdo de depoimento de testemunha ocular, realizado durante a instrução, a indicar haver o agressor, em um veículo escuro, desferido tiros contra as vítimas. O quadro revela observado o figurino legal, considerado o artigo 413 do Código de Processo Penal. Improcede o articulado quanto à decisão ter sido baseada exclusivamente em dados colhidos na fase policial. Consta dos documentos juntados que o Conselho de Sentença, ao responder afirmativamente aos quesitos formulados pelo Juízo – documento nº 10, folha 1 –, assentou a autoria do crime de homicídio, na forma tentada, considerada a vítima Edilaine Aparecida da Silva, e a qualificadora do inciso II do § 2º do artigo 121 do Código Penal – motivo fútil. O Tribunal de Justiça, ao afastar a tese segundo a qual a condenação se fez desvinculada dos dados de convicção existentes no processo – documento nº 10, folha 43 a 49 –, reportou-se aos documentos produzidos e aos depoimentos prestados no curso da instrução, no que revelado haver o paciente, por motivo fútil, desferido oito disparos de arma de fogo contra a vítima Edilene, não alcançando o resultado pretendido – morte – por fatores alheios à própria vontade. Ressaltou inexistir dissonância considerada a decisão do Conselho de Sentença. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7955-6578-CDB6-37F3 e senha 1474-D77F-74F7-C985 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 139176 / SP Quanto ao emprego de algema durante a sessão do Júri, não consta da ata de julgamento – documento nº 10, folha 7 – informação alusiva ao fato. Tampouco há registro de insurgência pela defesa, na ocasião, ou no recurso de apelação, vindo a fazê-lo somente após o trânsito em julgado do título condenatório. Vícios referentes a julgamento pelo Tribunal do Júri devem ser alegados de imediato, implicando preclusão a ausência de protesto. Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7955-6578-CDB6-37F3 e senha 1474-D77F-74F7-C985 Supremo Tribunal Federal HC 139176 / SP Quanto ao emprego de algema durante a sessão do Júri, não consta da ata de julgamento – documento nº 10, folha 7 – informação alusiva ao fato. Tampouco há registro de insurgência pela defesa, na ocasião, ou no recurso de apelação, vindo a fazê-lo somente após o trânsito em julgado do título condenatório. Vícios referentes a julgamento pelo Tribunal do Júri devem ser alegados de imediato, implicando preclusão a ausência de protesto. Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7955-6578-CDB6-37F3 e senha 1474-D77F-74F7-C985 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto Vogal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F81C-B9C5-00C4-7261 e senha 8B13-F6FD-5EF4-BB15 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F81C-B9C5-00C4-7261 e senha 8B13-F6FD-5EF4-BB15 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto Vogal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Ressalvada minha posição quanto à inadequação do presente Habeas Corpus, acompanho o Ministro relator. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0211-E942-2DFD-F120 e senha ACD1-09F0-F8DB-9152 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Ressalvada minha posição quanto à inadequação do presente Habeas Corpus, acompanho o Ministro relator. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0211-E942-2DFD-F120 e senha ACD1-09F0-F8DB-9152 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto Vogal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição à revisão criminal. Vejam-se, nessa linha, o HC 179.479- AgR, Rel. Min. Edson Fachin; e o HC 177.602-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 18E5-7D6C-AADF-B7F7 e senha C335-6C02-787F-BE9D Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição à revisão criminal. Vejam-se, nessa linha, o HC 179.479- AgR, Rel. Min. Edson Fachin; e o HC 177.602-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 18E5-7D6C-AADF-B7F7 e senha C335-6C02-787F-BE9D Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 139.176 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : MARLON LINO IMPTE.(S) : MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, com ressalvas dos Ministros Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B3F9-018D-2BBB-BD0B e senha FA0F-D505-4BC1-98BB Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 139.176 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : MARLON LINO IMPTE.(S) : MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, com ressalvas dos Ministros Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B3F9-018D-2BBB-BD0B e senha FA0F-D505-4BC1-98BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756174431
2021-05-31T00:00:00
2021-06-17T00:00:00
A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, com ressalvas dos Ministros Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
HABEAS CORPUS
HABEAS CORPUS – REVISÃO CRIMINAL – ÓBICE – INEXISTÊNCIA. Em jogo a liberdade de ir e vir, cabível é o habeas corpus, ainda que o ato impugnado desafie revisão criminal. PRONÚNCIA – HIGIDEZ. Constando da sentença de pronúncia notícia da materialidade e indícios de autoria a justificarem a atuação do Conselho de Sentença, ante elementos coligidos sob o crivo do contraditório, não cabe o afastamento sob argumento de haver sido baseada exclusivamente em dados colhidos na fase policial. JÚRI – ANULAÇÃO – VEREDICTOS – SOBERANIA. A Constituição Federal, ao versar a instituição Júri, consagra a soberania dos veredictos. TRIBUNAL DO JÚRI – NULIDADE – PRECLUSÃO. Os vícios referentes a julgamento no Tribunal do Júri devem ser alegados de imediato, implicando preclusão a ausência de protesto.
sjur448782
- Acórdão(s) citado(s): (HC, SUCEDÂNEO, RECURSO, REVISÃO CRIMINAL) HC 177602 AgR (1ªT), HC 179479 AgR (2ªT). Número de páginas: 10. Análise: 23/06/2022, JAS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
139176
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00121 PAR-00002 INC-00002\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\n\n", "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00413\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL" ]
HC
acordaos
HC 139176
[ "" ]
PACTE.(S) : MARLON LINO IMPTE.(S) : MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA HABEAS CORPUS – REVISÃO CRIMINAL – ÓBICE – INEXISTÊNCIA. Em jogo a liberdade de ir e vir, cabível é o habeas corpus, ainda que o ato impugnado desafie revisão criminal. PRONÚNCIA – HIGIDEZ. Constando da sentença de pronúncia notícia da materialidade e indícios de autoria a justificarem a atuação do Conselho de Sentença, ante elementos coligidos sob o crivo do contraditório, não cabe o afastamento sob argumento de haver sido baseada exclusivamente em dados colhidos na fase policial. JÚRI – ANULAÇÃO – VEREDICTOS – SOBERANIA. A Constituição Federal, ao versar a instituição Júri, consagra a soberania dos veredictos. TRIBUNAL DO JÚRI – NULIDADE – PRECLUSÃO. Os vícios referentes a julgamento no Tribunal do Júri devem ser alegados de imediato, implicando preclusão a ausência de protesto. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 21 a 28 de maio de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CDE6-66B4-6DFF-D385 e senha 6BC2-87CF-AE3D-5177 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão HC 139176 / SP Brasília, 31 de maio de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CDE6-66B4-6DFF-D385 e senha 6BC2-87CF-AE3D-5177 Supremo Tribunal Federal HC 139176 / SP Brasília, 31 de maio de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CDE6-66B4-6DFF-D385 e senha 6BC2-87CF-AE3D-5177 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Rafael Ferreira de Souza assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Quinta Vara do Tribunal do Júri da Comarca de São Paulo/SP, no processo-crime n 0006937-28.2002 (336/02), pronunciou o paciente considerados os crimes dos artigos 121, § 2..., incisos I, III e IV (homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa), e 121, § 2..., inciso II (homicídio qualificado por motivo fútil), combinado com o artigo 14, inciso II (forma tentada), do Código Penal. O Tribunal do Júri condenou-o, ante os crimes mencionados. O Juízo fixou a pena em 18 anos e 8 meses de reclusão, no regime fechado. A Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça proveu parcialmente apelação, assentando a possibilidade de progressão de regime. O título condenatório transitou em julgado em 11 de maio de 2009. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus n 347.424/SP. O paciente-impetrante sustenta nulidade da sentença de pronúncia, dizendo-a baseada exclusivamente em dados Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA97-8D28-CDAA-6674 e senha 769C-2479-9EFA-D132 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Rafael Ferreira de Souza assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Quinta Vara do Tribunal do Júri da Comarca de São Paulo/SP, no processo-crime n 0006937-28.2002 (336/02), pronunciou o paciente considerados os crimes dos artigos 121, § 2..., incisos I, III e IV (homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa), e 121, § 2..., inciso II (homicídio qualificado por motivo fútil), combinado com o artigo 14, inciso II (forma tentada), do Código Penal. O Tribunal do Júri condenou-o, ante os crimes mencionados. O Juízo fixou a pena em 18 anos e 8 meses de reclusão, no regime fechado. A Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça proveu parcialmente apelação, assentando a possibilidade de progressão de regime. O título condenatório transitou em julgado em 11 de maio de 2009. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus n 347.424/SP. O paciente-impetrante sustenta nulidade da sentença de pronúncia, dizendo-a baseada exclusivamente em dados Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA97-8D28-CDAA-6674 e senha 769C-2479-9EFA-D132 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Relatório HC 139176 / SP colhidos na fase policial. Articula com inexistência de prova alusiva ao crime tentado. Aponta nulidade do Júri, aludindo ao emprego de algemas durante o interrogatório. Frisa contrariado o verbete vinculante n 11 da Súmula. Busca o reconhecimento das nulidades. A Defensoria Pública da União, intimada a prestar assistência, observada a formalização da impetração, de próprio punho, por pessoa não profissional da advocacia, juntou, mediante a petição/Supremo Tribunal Federal n 42.148/2018, peças para exame da controvérsia. A Procuradoria-Geral da República opina pela inadmissão do habeas corpus, afirmando-o substitutivo de revisão criminal. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA97-8D28-CDAA-6674 e senha 769C-2479-9EFA-D132 Supremo Tribunal Federal HC 139176 / SP colhidos na fase policial. Articula com inexistência de prova alusiva ao crime tentado. Aponta nulidade do Júri, aludindo ao emprego de algemas durante o interrogatório. Frisa contrariado o verbete vinculante n 11 da Súmula. Busca o reconhecimento das nulidades. A Defensoria Pública da União, intimada a prestar assistência, observada a formalização da impetração, de próprio punho, por pessoa não profissional da advocacia, juntou, mediante a petição/Supremo Tribunal Federal n 42.148/2018, peças para exame da controvérsia. A Procuradoria-Geral da República opina pela inadmissão do habeas corpus, afirmando-o substitutivo de revisão criminal. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA97-8D28-CDAA-6674 e senha 769C-2479-9EFA-D132 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, muito menos o decorrente de ter-se, em tese, a possibilidade de impugnação, mediante revisão criminal, do título condenatório. Rejeito a preliminar suscitada pela Procuradoria- Geral da República. O Juízo, ao pronunciar o paciente – documento n 9, folha 78 a 82 –, fez ver materialidade e indícios de autoria a justificarem a atuação do Conselho de Sentença. Aludiu a laudo de exame necroscópico. Salientou o interrogatório do acusado e a audiência de testemunhas em Juízo. Citou conteúdo de depoimento de testemunha ocular, realizado durante a instrução, a indicar haver o agressor, em um veículo escuro, desferido tiros contra as vítimas. O quadro revela observado o figurino legal, considerado o artigo 413 do Código de Processo Penal. Improcede o articulado quanto à decisão ter sido baseada exclusivamente em dados colhidos na fase policial. Consta dos documentos juntados que o Conselho de Sentença, ao responder afirmativamente aos quesitos formulados pelo Juízo – documento n 10, folha 1 –, assentou a autoria do crime de homicídio, na forma tentada, considerada a vítima Edilaine Aparecida da Silva, e a qualificadora do inciso II do § 2... do artigo 121 do Código Penal – motivo fútil. O Tribunal de Justiça, ao afastar a tese segundo a qual a condenação se fez desvinculada dos dados de convicção existentes no processo – documento n 10, folha 43 a 49 –, reportou-se aos documentos produzidos e aos depoimentos prestados no curso da instrução, no que revelado haver o paciente, por motivo fútil, desferido oito disparos de arma de fogo contra a vítima Edilene, não alcançando o resultado pretendido – morte – por fatores alheios à própria vontade. Ressaltou inexistir dissonância considerada a decisão do Conselho de Sentença. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7955-6578-CDB6-37F3 e senha 1474-D77F-74F7-C985 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, muito menos o decorrente de ter-se, em tese, a possibilidade de impugnação, mediante revisão criminal, do título condenatório. Rejeito a preliminar suscitada pela Procuradoria- Geral da República. O Juízo, ao pronunciar o paciente – documento n 9, folha 78 a 82 –, fez ver materialidade e indícios de autoria a justificarem a atuação do Conselho de Sentença. Aludiu a laudo de exame necroscópico. Salientou o interrogatório do acusado e a audiência de testemunhas em Juízo. Citou conteúdo de depoimento de testemunha ocular, realizado durante a instrução, a indicar haver o agressor, em um veículo escuro, desferido tiros contra as vítimas. O quadro revela observado o figurino legal, considerado o artigo 413 do Código de Processo Penal. Improcede o articulado quanto à decisão ter sido baseada exclusivamente em dados colhidos na fase policial. Consta dos documentos juntados que o Conselho de Sentença, ao responder afirmativamente aos quesitos formulados pelo Juízo – documento n 10, folha 1 –, assentou a autoria do crime de homicídio, na forma tentada, considerada a vítima Edilaine Aparecida da Silva, e a qualificadora do inciso II do § 2... do artigo 121 do Código Penal – motivo fútil. O Tribunal de Justiça, ao afastar a tese segundo a qual a condenação se fez desvinculada dos dados de convicção existentes no processo – documento n 10, folha 43 a 49 –, reportou-se aos documentos produzidos e aos depoimentos prestados no curso da instrução, no que revelado haver o paciente, por motivo fútil, desferido oito disparos de arma de fogo contra a vítima Edilene, não alcançando o resultado pretendido – morte – por fatores alheios à própria vontade. Ressaltou inexistir dissonância considerada a decisão do Conselho de Sentença. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7955-6578-CDB6-37F3 e senha 1474-D77F-74F7-C985 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 139176 / SP Quanto ao emprego de algema durante a sessão do Júri, não consta da ata de julgamento – documento n 10, folha 7 – informação alusiva ao fato. Tampouco há registro de insurgência pela defesa, na ocasião, ou no recurso de apelação, vindo a fazê-lo somente após o trânsito em julgado do título condenatório. Vícios referentes a julgamento pelo Tribunal do Júri devem ser alegados de imediato, implicando preclusão a ausência de protesto. Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7955-6578-CDB6-37F3 e senha 1474-D77F-74F7-C985 Supremo Tribunal Federal HC 139176 / SP Quanto ao emprego de algema durante a sessão do Júri, não consta da ata de julgamento – documento n 10, folha 7 – informação alusiva ao fato. Tampouco há registro de insurgência pela defesa, na ocasião, ou no recurso de apelação, vindo a fazê-lo somente após o trânsito em julgado do título condenatório. Vícios referentes a julgamento pelo Tribunal do Júri devem ser alegados de imediato, implicando preclusão a ausência de protesto. Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7955-6578-CDB6-37F3 e senha 1474-D77F-74F7-C985 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto Vogal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F81C-B9C5-00C4-7261 e senha 8B13-F6FD-5EF4-BB15 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F81C-B9C5-00C4-7261 e senha 8B13-F6FD-5EF4-BB15 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto Vogal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Ressalvada minha posição quanto à inadequação do presente Habeas Corpus, acompanho o Ministro relator. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0211-E942-2DFD-F120 e senha ACD1-09F0-F8DB-9152 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Ressalvada minha posição quanto à inadequação do presente Habeas Corpus, acompanho o Ministro relator. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0211-E942-2DFD-F120 e senha ACD1-09F0-F8DB-9152 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto Vogal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição à revisão criminal. Vejam-se, nessa linha, o HC 179.479- AgR, Rel. Min. Edson Fachin; e o HC 177.602-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 18E5-7D6C-AADF-B7F7 e senha C335-6C02-787F-BE9D Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 139.176 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :MARLON LINO IMPTE.(S) :MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição à revisão criminal. Vejam-se, nessa linha, o HC 179.479- AgR, Rel. Min. Edson Fachin; e o HC 177.602-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 18E5-7D6C-AADF-B7F7 e senha C335-6C02-787F-BE9D Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 139.176 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : MARLON LINO IMPTE.(S) : MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, com ressalvas dos Ministros Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B3F9-018D-2BBB-BD0B e senha FA0F-D505-4BC1-98BB Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 139.176 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : MARLON LINO IMPTE.(S) : MARLON LINO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC n 347.424 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, com ressalvas dos Ministros Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B3F9-018D-2BBB-BD0B e senha FA0F-D505-4BC1-98BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 139 . 176", "HC n 347 . 424", "HC 139176 / SP", "HC 139176 / SP", "HABEAS CORPUS 139 . 176", "HC n 347 . 424", "habeas corpus n 347 . 424 / SP", "HABEAS CORPUS 139 . 176", "HC n 347 . 424 DO SUPERIOR", "habeas corpus n 347 . 424 / SP", "HC 139176 / SP", "verbete vinculante n 11 da Súmula", "HC 139176 / SP", "verbete vinculante n 11 da Súmula", "HABEAS CORPUS 139 . 176 SÃO PAULO", "HABEAS CORPUS 139 . 176", "HC 139176 / SP", "HC 139176 / SP", "HABEAS CORPUS 139 . 176 SÃO", "HC n 347 . 424 DO SUPERIOR", "HABEAS CORPUS 139 . 176", "HC n 347 . 424", "HABEAS CORPUS 139 . 176 SÃO", "HC n 347 . 424", "HABEAS CORPUS 139 . 176 SÃO", "HC n 347 . 424", "HC n 347 . 424", "HC 179 . 479 - AgR", "HC 177 . 602 - AgR", "HABEAS CORPUS 139 . 176 SÃO", "HC n 347 . 424 DO SUPERIOR", "HC 179 . 479 - AgR", "HC 177 . 602", "HABEAS CORPUS 139 . 176", "HC n 347 . 424", "HABEAS CORPUS 139 . 176", "HC n 347 . 424" ], "LEGISLACAO": [ "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 121 ,", "artigo 14 , inciso II ( forma tentada ) , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 121 , § 2 . . . , incisos I , III", "artigo 14 , inciso II (", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 413 do Código de Processo Penal", "inciso II do § 2 . . . do artigo 121 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 413 do Código de Processo Penal", "inciso II do § 2 . . . do artigo 121 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "Brasília", "Brasília", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE", "Quinta Vara do Tribunal do Júri da Comarca de São Paulo / SP", "Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Quinta Vara do Tribunal do Júri da Comarca de São Paulo / SP", "Oitava Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Defensoria Pública da União", "Supremo", "Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Defensoria Pública da União", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "TRIBUNAL", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "MARCO AURÉLIO", "Rafael Ferreira de Souza", "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "MARCO AURÉLIO", "Rafael Ferreira de Souza", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "Edilaine Aparecida da Silva", "Edilene", "MARCO AURÉLIO", "Edilaine Aparecida da Silva", "Edilene", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "Rosa Weber", "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "Rosa Weber", "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "Rosa Weber", "Alexandre de Moraes", "Luís Roberto Barroso", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "MARLON LINO", "MARLON LINO", "Rosa Weber", "Alexandre de Moraes", "Luís Roberto Barroso", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "21", "28 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "11 de maio de 2009", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "11 de maio de 2009", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CONVOCAÇÃO DE JUÍZES FEDERAIS DA PRIMEIRA INSTÂNCIA PARA PARTICIPAR DE JULGAMENTO NO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO A QUE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar provimento ao Recurso Ordinário em Habeas Corpus, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO, Relator. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D66A-F730-74FD-69C4 e senha 8B13-84D1-00B4-3D58 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Rafael Ferreira de Souza: O Juízo da Terceira Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro/RJ, no processo nº 2003.51.01.500281-0, condenou o recorrente a 17 anos e 6 meses de reclusão, no regime fechado, e 180 dias-multa, ante os crimes dos artigos 1º, inciso V (lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes de crimes contra a Administração Pública), da Lei nº 9.613/1998, 22, parágrafo único (evasão de divisas), da Lei nº 7.492/1986, 1º, inciso I (prestar declaração falsa às autoridades fazendárias), e 3º, inciso II (exigir vantagem para deixar de lançar tributo), da Lei nº 8.137/1990, combinados com o artigo 71 (em continuidade delitiva), 299 (falsidade ideológica) e 317 (corrupção passiva) do Código Penal. A Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região desproveu apelação da defesa e proveu parcialmente a do Ministério Público Federal, para condená-lo pelo crime de formação de quadrilha. Elevou a pena-base quanto à lavagem de dinheiro e à evasão de divisas, tendo em conta a culpabilidade exacerbada. Fixou a pena definitiva em 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Rafael Ferreira de Souza: O Juízo da Terceira Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro/RJ, no processo nº 2003.51.01.500281-0, condenou o recorrente a 17 anos e 6 meses de reclusão, no regime fechado, e 180 dias-multa, ante os crimes dos artigos 1º, inciso V (lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes de crimes contra a Administração Pública), da Lei nº 9.613/1998, 22, parágrafo único (evasão de divisas), da Lei nº 7.492/1986, 1º, inciso I (prestar declaração falsa às autoridades fazendárias), e 3º, inciso II (exigir vantagem para deixar de lançar tributo), da Lei nº 8.137/1990, combinados com o artigo 71 (em continuidade delitiva), 299 (falsidade ideológica) e 317 (corrupção passiva) do Código Penal. A Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região desproveu apelação da defesa e proveu parcialmente a do Ministério Público Federal, para condená-lo pelo crime de formação de quadrilha. Elevou a pena-base quanto à lavagem de dinheiro e à evasão de divisas, tendo em conta a culpabilidade exacerbada. Fixou a pena definitiva em 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 Relatório RHC 126914 / RJ anos e 6 meses de reclusão e 175 dias-multa. Embargos de declaração não foram acolhidos. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma inadmitiu o habeas corpus nº 127.643/RJ. O recorrente sustenta nulos os acórdãos formalizados pela Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal, considerado o menosprezo ao princípio do juiz natural. Articula com a ilegalidade da convocação dos juízes federais de primeira instância participantes dos julgamentos. Refere-se à Resolução nº 30, de 11 de outubro de 2005, daquele Tribunal, na qual regulamentado o sistema de convocação para atuação na segunda instância. Assinala que a Lei Complementar nº 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura Nacional – determina seja feita a escolha pela maioria absoluta do Tribunal, ante critério objetivo. Diz inobservadas normas de substituição considerados os magistrados Guilherme Calmon e Márcia Helena Nunes, no julgamento da apelação, e essa última e Marcelo Granado, no dos embargos de declaração. Sublinha pessoalidade na escolha de Márcia, por ato do Presidente do Tribunal, uma vez não levados em conta antiguidade e merecimento. Realça convocado Guilherme Calmon por prazo indeterminado. Frisa que o chamamento de Marcelo, conforme revela o ato de convocação, foi voltado à finalidade de auxílio. Ressalta erronia na distribuição, ao ministro Nefi Cordeiro, do habeas corpus nº 127.643/RJ, a gerar nulidade dos julgamentos no Superior. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo desprovimento do recurso. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma proveu parcialmente o recurso especial nº 1.170.545/RJ, assentando a extinção da punibilidade quanto aos crimes dos artigos 22, parágrafo único, da Lei nº 7.492/1986 e 1º, inciso I, e 3º, inciso II, da Lei nº 8.137/1990. Afastou a aplicação da multa do artigo 538, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ anos e 6 meses de reclusão e 175 dias-multa. Embargos de declaração não foram acolhidos. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma inadmitiu o habeas corpus nº 127.643/RJ. O recorrente sustenta nulos os acórdãos formalizados pela Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal, considerado o menosprezo ao princípio do juiz natural. Articula com a ilegalidade da convocação dos juízes federais de primeira instância participantes dos julgamentos. Refere-se à Resolução nº 30, de 11 de outubro de 2005, daquele Tribunal, na qual regulamentado o sistema de convocação para atuação na segunda instância. Assinala que a Lei Complementar nº 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura Nacional – determina seja feita a escolha pela maioria absoluta do Tribunal, ante critério objetivo. Diz inobservadas normas de substituição considerados os magistrados Guilherme Calmon e Márcia Helena Nunes, no julgamento da apelação, e essa última e Marcelo Granado, no dos embargos de declaração. Sublinha pessoalidade na escolha de Márcia, por ato do Presidente do Tribunal, uma vez não levados em conta antiguidade e merecimento. Realça convocado Guilherme Calmon por prazo indeterminado. Frisa que o chamamento de Marcelo, conforme revela o ato de convocação, foi voltado à finalidade de auxílio. Ressalta erronia na distribuição, ao ministro Nefi Cordeiro, do habeas corpus nº 127.643/RJ, a gerar nulidade dos julgamentos no Superior. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo desprovimento do recurso. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma proveu parcialmente o recurso especial nº 1.170.545/RJ, assentando a extinção da punibilidade quanto aos crimes dos artigos 22, parágrafo único, da Lei nº 7.492/1986 e 1º, inciso I, e 3º, inciso II, da Lei nº 8.137/1990. Afastou a aplicação da multa do artigo 538, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 Relatório RHC 126914 / RJ parágrafo único, do Código de Processo Civil. Manteve a condenação pelo crime do artigo 288 do Código Penal e, quanto à do artigo 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/1996, reduziu a pena para 6 anos e 2 meses de reclusão e 61 dias-multa. Embargos declaratórios foram acolhidos, estendendo-se ao paciente o afastamento do efeito secundário da condenação – perda do cargo. Com segundos embargos de declaração se alcançou êxito, sendo reconhecida a prescrição da pretensão punitiva do crime de quadrilha, remanescendo a condenação, pelo crime de lavagem de dinheiro, em 6 anos e 2 meses de reclusão, no regime fechado. Terceiros embargos de declaração não foram acolhidos. Consulta, em 22 de abril de 2021, ao sítio do Supremo revelou pendente o recurso extraordinário nº 1.069.317. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ parágrafo único, do Código de Processo Civil. Manteve a condenação pelo crime do artigo 288 do Código Penal e, quanto à do artigo 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/1996, reduziu a pena para 6 anos e 2 meses de reclusão e 61 dias-multa. Embargos declaratórios foram acolhidos, estendendo-se ao paciente o afastamento do efeito secundário da condenação – perda do cargo. Com segundos embargos de declaração se alcançou êxito, sendo reconhecida a prescrição da pretensão punitiva do crime de quadrilha, remanescendo a condenação, pelo crime de lavagem de dinheiro, em 6 anos e 2 meses de reclusão, no regime fechado. Terceiros embargos de declaração não foram acolhidos. Consulta, em 22 de abril de 2021, ao sítio do Supremo revelou pendente o recurso extraordinário nº 1.069.317. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): HABEAS CORPUS – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – RELATORIA – SUCESSÃO. Uma vez observadas regras atinentes à sucessão na relatoria de processo revelador de habeas corpus, não há ilegalidade. COLEGIADO – COMPOSIÇÃO – JUIZ AUXILIAR. Revela contrariedade ao princípio do juiz natural atuação, em Colegiado, de juiz de primeira instância convocado para auxiliar titular. A publicação do acórdão ocorreu em 4 de novembro de 2014 e a manifestação do inconformismo em 13 seguinte. Quanto à alegada erronia da distribuição, ao ministro Nefi Cordeiro, do habeas corpus nº 127.643/RJ, Sua Excelência, no exame da impetração – volume nº 8, folha 19 a 29 –, fez ver atribuída a relatoria do processo, originariamente, ao ministro Paulo Galloti, considerada prevenção, em razão de diversas impetrações anteriores relacionadas ao processo-crime nº 2003.51.01.500281-0. Ressaltou, ante aposentadoria, sucessão pelos ministros Haroldo Rodrigues, em 1º de agosto de 2009, Alderita Ramos de Oliveira, em 14 de maio de 2012, e Assussete Magalhães, em 22 de agosto de 2012, chegando o processo ao Gabinete em 4 de abril de 2014. O figurino legal foi observado. Há de distinguir-se convocação de juiz federal visando recompor colegiado – observada a ausência de titular em gozo de férias, licença ou, até mesmo, estar vago o cargo – daquela a envolver verdadeira sobreposição, convocando-se, para auxiliar em gabinete, magistrado que, a seguir, passa a exercer atividade no colegiado, como se o integrasse. O artigo 109 da Constituição Federal dispõe competir aos juízes Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): HABEAS CORPUS – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – RELATORIA – SUCESSÃO. Uma vez observadas regras atinentes à sucessão na relatoria de processo revelador de habeas corpus, não há ilegalidade. COLEGIADO – COMPOSIÇÃO – JUIZ AUXILIAR. Revela contrariedade ao princípio do juiz natural atuação, em Colegiado, de juiz de primeira instância convocado para auxiliar titular. A publicação do acórdão ocorreu em 4 de novembro de 2014 e a manifestação do inconformismo em 13 seguinte. Quanto à alegada erronia da distribuição, ao ministro Nefi Cordeiro, do habeas corpus nº 127.643/RJ, Sua Excelência, no exame da impetração – volume nº 8, folha 19 a 29 –, fez ver atribuída a relatoria do processo, originariamente, ao ministro Paulo Galloti, considerada prevenção, em razão de diversas impetrações anteriores relacionadas ao processo-crime nº 2003.51.01.500281-0. Ressaltou, ante aposentadoria, sucessão pelos ministros Haroldo Rodrigues, em 1º de agosto de 2009, Alderita Ramos de Oliveira, em 14 de maio de 2012, e Assussete Magalhães, em 22 de agosto de 2012, chegando o processo ao Gabinete em 4 de abril de 2014. O figurino legal foi observado. Há de distinguir-se convocação de juiz federal visando recompor colegiado – observada a ausência de titular em gozo de férias, licença ou, até mesmo, estar vago o cargo – daquela a envolver verdadeira sobreposição, convocando-se, para auxiliar em gabinete, magistrado que, a seguir, passa a exercer atividade no colegiado, como se o integrasse. O artigo 109 da Constituição Federal dispõe competir aos juízes Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 126914 / RJ federais o processamento e julgamento das ações mencionadas nos incisos. Em harmonia com esse texto tem-se o artigo 118 da Lei Complementar nº 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura: […] Art. 118. Em caso de vaga ou afastamento, por prazo superior a 30 (trinta) dias, de membro dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais, dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais de Alçada, (Vetado) poderão ser convocados Juízes, em Substituição (Vetado) escolhidos (Vetado) por decisão da maioria absoluta do Tribunal respectivo, ou, se houver, de seu Órgão Especial: […] No acórdão alusivo à apelação – volumes nº 2, folha 53 a 77, 3, 4 e 5, folha 1 a 39 –, consta terem participado do julgamento o Relator, juiz Abel Gomes, Guilherme Calmon e Márcia Helena Nunes, juízes federais de primeira instância convocados para atuarem no segundo grau. O ato convocatório referente a Guilherme Calmon, de nº 237, de 23 de junho de 2004, subscrito pelo Presidente do Tribunal Regional Federal – volume nº 6, folha 33 – revela voltado à substituição do juiz Ivan Athié, em razão de afastamento. A participação na apreciação do recurso ocorreu em consonância com o instrumento convocatório. Atendeu-se ao figurino legal. No tocante à atuação da juíza Márcia, o ato de convocação, a envolver 9 magistrados, foi o de nº 559. Levou-se em conta, a título de base normativa, o artigo 1º da Resolução nº 30/2005 do Tribunal: […] Art. 1º Fica o Presidente do Tribunal autorizado a convocar até 10 (dez) Juízes Federais Titulares, para que atuem junto a cada uma das Turmas Especializadas, de modo que as mesmas possam funcionar com a composição de quatro membros permanentes. […] 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ federais o processamento e julgamento das ações mencionadas nos incisos. Em harmonia com esse texto tem-se o artigo 118 da Lei Complementar nº 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura: […] Art. 118. Em caso de vaga ou afastamento, por prazo superior a 30 (trinta) dias, de membro dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais, dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais de Alçada, (Vetado) poderão ser convocados Juízes, em Substituição (Vetado) escolhidos (Vetado) por decisão da maioria absoluta do Tribunal respectivo, ou, se houver, de seu Órgão Especial: […] No acórdão alusivo à apelação – volumes nº 2, folha 53 a 77, 3, 4 e 5, folha 1 a 39 –, consta terem participado do julgamento o Relator, juiz Abel Gomes, Guilherme Calmon e Márcia Helena Nunes, juízes federais de primeira instância convocados para atuarem no segundo grau. O ato convocatório referente a Guilherme Calmon, de nº 237, de 23 de junho de 2004, subscrito pelo Presidente do Tribunal Regional Federal – volume nº 6, folha 33 – revela voltado à substituição do juiz Ivan Athié, em razão de afastamento. A participação na apreciação do recurso ocorreu em consonância com o instrumento convocatório. Atendeu-se ao figurino legal. No tocante à atuação da juíza Márcia, o ato de convocação, a envolver 9 magistrados, foi o de nº 559. Levou-se em conta, a título de base normativa, o artigo 1º da Resolução nº 30/2005 do Tribunal: […] Art. 1º Fica o Presidente do Tribunal autorizado a convocar até 10 (dez) Juízes Federais Titulares, para que atuem junto a cada uma das Turmas Especializadas, de modo que as mesmas possam funcionar com a composição de quatro membros permanentes. […] 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 126914 / RJ Consta do acórdão – folha 70 – que a juíza Márcia foi vogal no julgamento da apelação no âmbito da Primeira Turma Especializada, substituindo a juíza Maria Helena Cisne, a qual se declarara impedida. Ausente ilegalidade no ocorrido. Não procede o que articulado quanto à pessoalidade na escolha da juíza Márcia, inobservando-se merecimento e antiguidade. O artigo 2º da Resolução disciplina a convocação: […] Art. 2º As convocações serão formalizadas mediante ato do Presidente do Tribunal, cabendo a cada Turma Especializada indicar o magistrado a ser convocado, dentre aqueles que manifestem interesse na convocação. […] Inexiste previsão sobre a necessidade de atendimento dos critérios antiguidade e merecimento. A par desse aspecto, tem-se, no processo, documento revelador de informações prestadas pelo juiz Abel Gomes – volume nº 7, folha 124 a 126 –, demonstrando integrar a juíza Márcia Helena Nunes a quinta parte de magistrados mais antigos. Na análise, em 22 de outubro de 2008, dos embargos de declaração – volume nº 5, folha 40 – além do Relator, juiz Abel Gomes, atuaram os juízes Márcia Helena e Marcelo Granado. A juíza foi designada em substituição ao juiz Ivan Athié, uma vez ter sido o juiz Guilherme Calmon promovido em dezembro de 2008. O ato, de nº 254, de 28 de abril de 2008, foi subscrito pelo Presidente do Tribunal Regional Federal, inexistindo ilegalidade. Quanto à convocação do juiz Marcelo Granado, o ato de nº 326, de 1º de julho de 2008 – volume nº 6, folha 38 –, indica ter sido formalizada visando “auxílio” à juíza Maria Helena Cisne. O Colegiado acabou integrado por juiz de primeira instância que estava no Tribunal para finalidade específica – auxiliar titular. Tem-se a inadequação, uma vez convocado, para auxiliar em gabinete, passando, a seguir, a exercer 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ Consta do acórdão – folha 70 – que a juíza Márcia foi vogal no julgamento da apelação no âmbito da Primeira Turma Especializada, substituindo a juíza Maria Helena Cisne, a qual se declarara impedida. Ausente ilegalidade no ocorrido. Não procede o que articulado quanto à pessoalidade na escolha da juíza Márcia, inobservando-se merecimento e antiguidade. O artigo 2º da Resolução disciplina a convocação: […] Art. 2º As convocações serão formalizadas mediante ato do Presidente do Tribunal, cabendo a cada Turma Especializada indicar o magistrado a ser convocado, dentre aqueles que manifestem interesse na convocação. […] Inexiste previsão sobre a necessidade de atendimento dos critérios antiguidade e merecimento. A par desse aspecto, tem-se, no processo, documento revelador de informações prestadas pelo juiz Abel Gomes – volume nº 7, folha 124 a 126 –, demonstrando integrar a juíza Márcia Helena Nunes a quinta parte de magistrados mais antigos. Na análise, em 22 de outubro de 2008, dos embargos de declaração – volume nº 5, folha 40 – além do Relator, juiz Abel Gomes, atuaram os juízes Márcia Helena e Marcelo Granado. A juíza foi designada em substituição ao juiz Ivan Athié, uma vez ter sido o juiz Guilherme Calmon promovido em dezembro de 2008. O ato, de nº 254, de 28 de abril de 2008, foi subscrito pelo Presidente do Tribunal Regional Federal, inexistindo ilegalidade. Quanto à convocação do juiz Marcelo Granado, o ato de nº 326, de 1º de julho de 2008 – volume nº 6, folha 38 –, indica ter sido formalizada visando “auxílio” à juíza Maria Helena Cisne. O Colegiado acabou integrado por juiz de primeira instância que estava no Tribunal para finalidade específica – auxiliar titular. Tem-se a inadequação, uma vez convocado, para auxiliar em gabinete, passando, a seguir, a exercer 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 126914 / RJ atividade como se titular da cadeira fosse. O quadro revela que o julgamento, no Regional Federal, dos embargos de declaração, ocorreu mediante atuação de órgão composto ao arrepio da ordem jurídica e, portanto, em contrariedade ao princípio do juiz natural. O Tribunal Regional Federal reconheceu a irregularidade da convocação – ato nº 51, de 10 de março de 2010 –, sendo anulada ante desconformidade com a Resolução nº 72/2009 do Conselho Nacional de Justiça. Provejo parcialmente o recurso, assentando a nulidade do acórdão formalizado pela Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, alusivo aos embargos de declaração na apelação, considerado o processo-crime nº 2003.51.01.500281-0, da Terceira Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro/RJ. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ atividade como se titular da cadeira fosse. O quadro revela que o julgamento, no Regional Federal, dos embargos de declaração, ocorreu mediante atuação de órgão composto ao arrepio da ordem jurídica e, portanto, em contrariedade ao princípio do juiz natural. O Tribunal Regional Federal reconheceu a irregularidade da convocação – ato nº 51, de 10 de março de 2010 –, sendo anulada ante desconformidade com a Resolução nº 72/2009 do Conselho Nacional de Justiça. Provejo parcialmente o recurso, assentando a nulidade do acórdão formalizado pela Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, alusivo aos embargos de declaração na apelação, considerado o processo-crime nº 2003.51.01.500281-0, da Terceira Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro/RJ. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 Voto Vogal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Peço vênia ao eminente Ministro Relator, para divergir. A respeito da matéria, o Superior Tribunal de Justiça registrou: [...] tendo sido observadas as regras legais de regência da convocação, não constitui ilegalidade a composição majoritária do órgão julgador por juízes federais de 1º Grau. [...] Vale ressaltar que a forma de convocação dos juízes de 1º Grau, para o julgamento perante o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, obedeceu às diretrizes legais. Por oportuno, destaco as informações prestadas pela Corte de origem, in verbis (fls. 555/556): [...] Da leitura das informações prestadas pelo Tribunal de origem, vê-se que a convocação dos magistrados se deu em consonância com a legislação, inexistindo a apontada ofensa ao principio do juiz natural, não havendo que se falar em nulidade no julgamento realizado por juízes substitutos. Realmente, a convocação de magistrados dá-se no interesse objetivo da jurisdição, substituindo Desembargadores funcionalmente afastados, ampliando extraordinariamente o número de Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8BB9-F402-B392-9863 e senha 58D4-D8B6-9849-9EE0 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Peço vênia ao eminente Ministro Relator, para divergir. A respeito da matéria, o Superior Tribunal de Justiça registrou: [...] tendo sido observadas as regras legais de regência da convocação, não constitui ilegalidade a composição majoritária do órgão julgador por juízes federais de 1º Grau. [...] Vale ressaltar que a forma de convocação dos juízes de 1º Grau, para o julgamento perante o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, obedeceu às diretrizes legais. Por oportuno, destaco as informações prestadas pela Corte de origem, in verbis (fls. 555/556): [...] Da leitura das informações prestadas pelo Tribunal de origem, vê-se que a convocação dos magistrados se deu em consonância com a legislação, inexistindo a apontada ofensa ao principio do juiz natural, não havendo que se falar em nulidade no julgamento realizado por juízes substitutos. Realmente, a convocação de magistrados dá-se no interesse objetivo da jurisdição, substituindo Desembargadores funcionalmente afastados, ampliando extraordinariamente o número de Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8BB9-F402-B392-9863 e senha 58D4-D8B6-9849-9EE0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Voto Vogal RHC 126914 / RJ julgadores do órgão - mutirão. Sempre o objetivo destacado é de benefício à prestação jurisdicional. Não se tem em regra, e nem se especifica na espécie, indicação de magistrado para ações específicas - a generidade dos feitos é a padrão -, de modo que não se verifica violação ao juízo natural, mas simples gestão do trabalho dos julgadores em órgão jurisdicional. Essa conclusão alinha-se ao entendimento desta SUPREMA CORTE sobre o tema, como se observa dos seguintes julgados: HC 115182, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 17/12/2012; HC 112151, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 18/6/2012; HC 101473, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 8/6/2016; este último assim fundamentado: 14. A convocação excepcional e transitória de Juízes de primeiro grau para fazer frente ao excessivo número de processos (seja para substituir Desembargadores, seja para integrar câmaras julgadoras) [...] longe de caracterizar a criação de Juízos de exceção ou “ad hoc”, teve a virtude de tentar concretizar uma prestação jurisdicional célere e efetiva, em plena conformidade com a garantia constitucional da razoável duração do processo (art. 5º, inciso LXXVIII, da CF/88). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso. É o voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8BB9-F402-B392-9863 e senha 58D4-D8B6-9849-9EE0 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ julgadores do órgão - mutirão. Sempre o objetivo destacado é de benefício à prestação jurisdicional. Não se tem em regra, e nem se especifica na espécie, indicação de magistrado para ações específicas - a generidade dos feitos é a padrão -, de modo que não se verifica violação ao juízo natural, mas simples gestão do trabalho dos julgadores em órgão jurisdicional. Essa conclusão alinha-se ao entendimento desta SUPREMA CORTE sobre o tema, como se observa dos seguintes julgados: HC 115182, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 17/12/2012; HC 112151, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 18/6/2012; HC 101473, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 8/6/2016; este último assim fundamentado: 14. A convocação excepcional e transitória de Juízes de primeiro grau para fazer frente ao excessivo número de processos (seja para substituir Desembargadores, seja para integrar câmaras julgadoras) [...] longe de caracterizar a criação de Juízos de exceção ou “ad hoc”, teve a virtude de tentar concretizar uma prestação jurisdicional célere e efetiva, em plena conformidade com a garantia constitucional da razoável duração do processo (art. 5º, inciso LXXVIII, da CF/88). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso. É o voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8BB9-F402-B392-9863 e senha 58D4-D8B6-9849-9EE0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) : CLOVIS SAHIONE (13393/RJ) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBFD-5233-93E0-5834 e senha 7255-43B6-AEBD-097A Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) : CLOVIS SAHIONE (13393/RJ) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBFD-5233-93E0-5834 e senha 7255-43B6-AEBD-097A Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756174428
2021-05-31T00:00:00
2021-06-17T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CONVOCAÇÃO DE JUÍZES FEDERAIS DA PRIMEIRA INSTÂNCIA PARA PARTICIPAR DE JULGAMENTO NO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO A QUE NEGA PROVIMENTO.
sjur448779
- Acórdão(s) citado(s): (COMPOSIÇÃO DE TURMA, JUIZ FEDERAL, PRIMEIRA INSTÂNCIA, PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL) HC 101473 (1ªT), HC 112151 (1ªT), HC 115182 (2ªT). Número de páginas: 11. Análise: 14/12/2021, LPC.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
126914
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00109\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LCP-000035 ANO-1979\n ART-00118\n LOMAN-1979 LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL\n\n", "LEG-FED RES-000030 ANO-2005\n ART-00001 ART-00002\n RESOLUÇÃO\n\n", "LEG-FED RES-000072 ANO-2009\n RESOLUÇÃO" ]
RHC
acordaos
RHC 126914
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RECTE.(S) : CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) : CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CONVOCAÇÃO DE JUÍZES FEDERAIS DA PRIMEIRA INSTÂNCIA PARA PARTICIPAR DE JULGAMENTO NO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2... REGIÃO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO A QUE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar provimento ao Recurso Ordinário em Habeas Corpus, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO, Relator. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D66A-F730-74FD-69C4 e senha 8B13-84D1-00B4-3D58 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Rafael Ferreira de Souza: O Juízo da Terceira Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro/RJ, no processo n 2003.51.01.500281-0, condenou o recorrente a 17 anos e 6 meses de reclusão, no regime fechado, e 180 dias-multa, ante os crimes dos artigos 1..., inciso V (lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes de crimes contra a Administração Pública), da Lei n 9.613/1998, 22, parágrafo único (evasão de divisas), da Lei n 7.492/1986, 1..., inciso I (prestar declaração falsa às autoridades fazendárias), e 3..., inciso II (exigir vantagem para deixar de lançar tributo), da Lei n 8.137/1990, combinados com o artigo 71 (em continuidade delitiva), 299 (falsidade ideológica) e 317 (corrupção passiva) do Código Penal. A Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2... Região desproveu apelação da defesa e proveu parcialmente a do Ministério Público Federal, para condená-lo pelo crime de formação de quadrilha. Elevou a pena-base quanto à lavagem de dinheiro e à evasão de divisas, tendo em conta a culpabilidade exacerbada. Fixou a pena definitiva em 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Rafael Ferreira de Souza: O Juízo da Terceira Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro/RJ, no processo n 2003.51.01.500281-0, condenou o recorrente a 17 anos e 6 meses de reclusão, no regime fechado, e 180 dias-multa, ante os crimes dos artigos 1..., inciso V (lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes de crimes contra a Administração Pública), da Lei n 9.613/1998, 22, parágrafo único (evasão de divisas), da Lei n 7.492/1986, 1..., inciso I (prestar declaração falsa às autoridades fazendárias), e 3..., inciso II (exigir vantagem para deixar de lançar tributo), da Lei n 8.137/1990, combinados com o artigo 71 (em continuidade delitiva), 299 (falsidade ideológica) e 317 (corrupção passiva) do Código Penal. A Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2... Região desproveu apelação da defesa e proveu parcialmente a do Ministério Público Federal, para condená-lo pelo crime de formação de quadrilha. Elevou a pena-base quanto à lavagem de dinheiro e à evasão de divisas, tendo em conta a culpabilidade exacerbada. Fixou a pena definitiva em 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 Relatório RHC 126914 / RJ anos e 6 meses de reclusão e 175 dias-multa. Embargos de declaração não foram acolhidos. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma inadmitiu o habeas corpus n 127.643/RJ. O recorrente sustenta nulos os acórdãos formalizados pela Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal, considerado o menosprezo ao princípio do juiz natural. Articula com a ilegalidade da convocação dos juízes federais de primeira instância participantes dos julgamentos. Refere-se à Resolução n 30, de 11 de outubro de 2005, daquele Tribunal, na qual regulamentado o sistema de convocação para atuação na segunda instância. Assinala que a Lei Complementar n 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura Nacional – determina seja feita a escolha pela maioria absoluta do Tribunal, ante critério objetivo. Diz inobservadas normas de substituição considerados os magistrados Guilherme Calmon e Márcia Helena Nunes, no julgamento da apelação, e essa última e Marcelo Granado, no dos embargos de declaração. Sublinha pessoalidade na escolha de Márcia, por ato do Presidente do Tribunal, uma vez não levados em conta antiguidade e merecimento. Realça convocado Guilherme Calmon por prazo indeterminado. Frisa que o chamamento de Marcelo, conforme revela o ato de convocação, foi voltado à finalidade de auxílio. Ressalta erronia na distribuição, ao ministro Nefi Cordeiro, do habeas corpus n 127.643/RJ, a gerar nulidade dos julgamentos no Superior. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo desprovimento do recurso. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma proveu parcialmente o recurso especial n 1.170.545/RJ, assentando a extinção da punibilidade quanto aos crimes dos artigos 22, parágrafo único, da Lei n 7.492/1986 e 1..., inciso I, e 3..., inciso II, da Lei n 8.137/1990. Afastou a aplicação da multa do artigo 538, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ anos e 6 meses de reclusão e 175 dias-multa. Embargos de declaração não foram acolhidos. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma inadmitiu o habeas corpus n 127.643/RJ. O recorrente sustenta nulos os acórdãos formalizados pela Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal, considerado o menosprezo ao princípio do juiz natural. Articula com a ilegalidade da convocação dos juízes federais de primeira instância participantes dos julgamentos. Refere-se à Resolução n 30, de 11 de outubro de 2005, daquele Tribunal, na qual regulamentado o sistema de convocação para atuação na segunda instância. Assinala que a Lei Complementar n 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura Nacional – determina seja feita a escolha pela maioria absoluta do Tribunal, ante critério objetivo. Diz inobservadas normas de substituição considerados os magistrados Guilherme Calmon e Márcia Helena Nunes, no julgamento da apelação, e essa última e Marcelo Granado, no dos embargos de declaração. Sublinha pessoalidade na escolha de Márcia, por ato do Presidente do Tribunal, uma vez não levados em conta antiguidade e merecimento. Realça convocado Guilherme Calmon por prazo indeterminado. Frisa que o chamamento de Marcelo, conforme revela o ato de convocação, foi voltado à finalidade de auxílio. Ressalta erronia na distribuição, ao ministro Nefi Cordeiro, do habeas corpus n 127.643/RJ, a gerar nulidade dos julgamentos no Superior. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo desprovimento do recurso. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma proveu parcialmente o recurso especial n 1.170.545/RJ, assentando a extinção da punibilidade quanto aos crimes dos artigos 22, parágrafo único, da Lei n 7.492/1986 e 1..., inciso I, e 3..., inciso II, da Lei n 8.137/1990. Afastou a aplicação da multa do artigo 538, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 Relatório RHC 126914 / RJ parágrafo único, do Código de Processo Civil. Manteve a condenação pelo crime do artigo 288 do Código Penal e, quanto à do artigo 1..., inciso V, da Lei n 9.613/1996, reduziu a pena para 6 anos e 2 meses de reclusão e 61 dias-multa. Embargos declaratórios foram acolhidos, estendendo-se ao paciente o afastamento do efeito secundário da condenação – perda do cargo. Com segundos embargos de declaração se alcançou êxito, sendo reconhecida a prescrição da pretensão punitiva do crime de quadrilha, remanescendo a condenação, pelo crime de lavagem de dinheiro, em 6 anos e 2 meses de reclusão, no regime fechado. Terceiros embargos de declaração não foram acolhidos. Consulta, em 22 de abril de 2021, ao sítio do Supremo revelou pendente o recurso extraordinário n 1.069.317. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ parágrafo único, do Código de Processo Civil. Manteve a condenação pelo crime do artigo 288 do Código Penal e, quanto à do artigo 1..., inciso V, da Lei n 9.613/1996, reduziu a pena para 6 anos e 2 meses de reclusão e 61 dias-multa. Embargos declaratórios foram acolhidos, estendendo-se ao paciente o afastamento do efeito secundário da condenação – perda do cargo. Com segundos embargos de declaração se alcançou êxito, sendo reconhecida a prescrição da pretensão punitiva do crime de quadrilha, remanescendo a condenação, pelo crime de lavagem de dinheiro, em 6 anos e 2 meses de reclusão, no regime fechado. Terceiros embargos de declaração não foram acolhidos. Consulta, em 22 de abril de 2021, ao sítio do Supremo revelou pendente o recurso extraordinário n 1.069.317. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D159-A134-1C3C-E470 e senha F803-6CE0-AE4A-45E8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): HABEAS CORPUS – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – RELATORIA – SUCESSÃO. Uma vez observadas regras atinentes à sucessão na relatoria de processo revelador de habeas corpus, não há ilegalidade. COLEGIADO – COMPOSIÇÃO – JUIZ AUXILIAR. Revela contrariedade ao princípio do juiz natural atuação, em Colegiado, de juiz de primeira instância convocado para auxiliar titular. A publicação do acórdão ocorreu em 4 de novembro de 2014 e a manifestação do inconformismo em 13 seguinte. Quanto à alegada erronia da distribuição, ao ministro Nefi Cordeiro, do habeas corpus n 127.643/RJ, Sua Excelência, no exame da impetração – volume n 8, folha 19 a 29 –, fez ver atribuída a relatoria do processo, originariamente, ao ministro Paulo Galloti, considerada prevenção, em razão de diversas impetrações anteriores relacionadas ao processo-crime n 2003.51.01.500281-0. Ressaltou, ante aposentadoria, sucessão pelos ministros Haroldo Rodrigues, em 1... de agosto de 2009, Alderita Ramos de Oliveira, em 14 de maio de 2012, e Assussete Magalhães, em 22 de agosto de 2012, chegando o processo ao Gabinete em 4 de abril de 2014. O figurino legal foi observado. Há de distinguir-se convocação de juiz federal visando recompor colegiado – observada a ausência de titular em gozo de férias, licença ou, até mesmo, estar vago o cargo – daquela a envolver verdadeira sobreposição, convocando-se, para auxiliar em gabinete, magistrado que, a seguir, passa a exercer atividade no colegiado, como se o integrasse. O artigo 109 da Constituição Federal dispõe competir aos juízes Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): HABEAS CORPUS – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – RELATORIA – SUCESSÃO. Uma vez observadas regras atinentes à sucessão na relatoria de processo revelador de habeas corpus, não há ilegalidade. COLEGIADO – COMPOSIÇÃO – JUIZ AUXILIAR. Revela contrariedade ao princípio do juiz natural atuação, em Colegiado, de juiz de primeira instância convocado para auxiliar titular. A publicação do acórdão ocorreu em 4 de novembro de 2014 e a manifestação do inconformismo em 13 seguinte. Quanto à alegada erronia da distribuição, ao ministro Nefi Cordeiro, do habeas corpus n 127.643/RJ, Sua Excelência, no exame da impetração – volume n 8, folha 19 a 29 –, fez ver atribuída a relatoria do processo, originariamente, ao ministro Paulo Galloti, considerada prevenção, em razão de diversas impetrações anteriores relacionadas ao processo-crime n 2003.51.01.500281-0. Ressaltou, ante aposentadoria, sucessão pelos ministros Haroldo Rodrigues, em 1... de agosto de 2009, Alderita Ramos de Oliveira, em 14 de maio de 2012, e Assussete Magalhães, em 22 de agosto de 2012, chegando o processo ao Gabinete em 4 de abril de 2014. O figurino legal foi observado. Há de distinguir-se convocação de juiz federal visando recompor colegiado – observada a ausência de titular em gozo de férias, licença ou, até mesmo, estar vago o cargo – daquela a envolver verdadeira sobreposição, convocando-se, para auxiliar em gabinete, magistrado que, a seguir, passa a exercer atividade no colegiado, como se o integrasse. O artigo 109 da Constituição Federal dispõe competir aos juízes Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 126914 / RJ federais o processamento e julgamento das ações mencionadas nos incisos. Em harmonia com esse texto tem-se o artigo 118 da Lei Complementar n 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura: […] Art. 118. Em caso de vaga ou afastamento, por prazo superior a 30 (trinta) dias, de membro dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais, dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais de Alçada, (Vetado) poderão ser convocados Juízes, em Substituição (Vetado) escolhidos (Vetado) por decisão da maioria absoluta do Tribunal respectivo, ou, se houver, de seu Órgão Especial: […] No acórdão alusivo à apelação – volumes n 2, folha 53 a 77, 3, 4 e 5, folha 1 a 39 –, consta terem participado do julgamento o Relator, juiz Abel Gomes, Guilherme Calmon e Márcia Helena Nunes, juízes federais de primeira instância convocados para atuarem no segundo grau. O ato convocatório referente a Guilherme Calmon, de n 237, de 23 de junho de 2004, subscrito pelo Presidente do Tribunal Regional Federal – volume n 6, folha 33 – revela voltado à substituição do juiz Ivan Athié, em razão de afastamento. A participação na apreciação do recurso ocorreu em consonância com o instrumento convocatório. Atendeu-se ao figurino legal. No tocante à atuação da juíza Márcia, o ato de convocação, a envolver 9 magistrados, foi o de n 559. Levou-se em conta, a título de base normativa, o artigo 1... da Resolução n 30/2005 do Tribunal: […] Art. 1... Fica o Presidente do Tribunal autorizado a convocar até 10 (dez) Juízes Federais Titulares, para que atuem junto a cada uma das Turmas Especializadas, de modo que as mesmas possam funcionar com a composição de quatro membros permanentes. […] 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ federais o processamento e julgamento das ações mencionadas nos incisos. Em harmonia com esse texto tem-se o artigo 118 da Lei Complementar n 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura: […] Art. 118. Em caso de vaga ou afastamento, por prazo superior a 30 (trinta) dias, de membro dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais, dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais de Alçada, (Vetado) poderão ser convocados Juízes, em Substituição (Vetado) escolhidos (Vetado) por decisão da maioria absoluta do Tribunal respectivo, ou, se houver, de seu Órgão Especial: […] No acórdão alusivo à apelação – volumes n 2, folha 53 a 77, 3, 4 e 5, folha 1 a 39 –, consta terem participado do julgamento o Relator, juiz Abel Gomes, Guilherme Calmon e Márcia Helena Nunes, juízes federais de primeira instância convocados para atuarem no segundo grau. O ato convocatório referente a Guilherme Calmon, de n 237, de 23 de junho de 2004, subscrito pelo Presidente do Tribunal Regional Federal – volume n 6, folha 33 – revela voltado à substituição do juiz Ivan Athié, em razão de afastamento. A participação na apreciação do recurso ocorreu em consonância com o instrumento convocatório. Atendeu-se ao figurino legal. No tocante à atuação da juíza Márcia, o ato de convocação, a envolver 9 magistrados, foi o de n 559. Levou-se em conta, a título de base normativa, o artigo 1... da Resolução n 30/2005 do Tribunal: […] Art. 1... Fica o Presidente do Tribunal autorizado a convocar até 10 (dez) Juízes Federais Titulares, para que atuem junto a cada uma das Turmas Especializadas, de modo que as mesmas possam funcionar com a composição de quatro membros permanentes. […] 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 126914 / RJ Consta do acórdão – folha 70 – que a juíza Márcia foi vogal no julgamento da apelação no âmbito da Primeira Turma Especializada, substituindo a juíza Maria Helena Cisne, a qual se declarara impedida. Ausente ilegalidade no ocorrido. Não procede o que articulado quanto à pessoalidade na escolha da juíza Márcia, inobservando-se merecimento e antiguidade. O artigo 2... da Resolução disciplina a convocação: […] Art. 2... As convocações serão formalizadas mediante ato do Presidente do Tribunal, cabendo a cada Turma Especializada indicar o magistrado a ser convocado, dentre aqueles que manifestem interesse na convocação. […] Inexiste previsão sobre a necessidade de atendimento dos critérios antiguidade e merecimento. A par desse aspecto, tem-se, no processo, documento revelador de informações prestadas pelo juiz Abel Gomes – volume n 7, folha 124 a 126 –, demonstrando integrar a juíza Márcia Helena Nunes a quinta parte de magistrados mais antigos. Na análise, em 22 de outubro de 2008, dos embargos de declaração – volume n 5, folha 40 – além do Relator, juiz Abel Gomes, atuaram os juízes Márcia Helena e Marcelo Granado. A juíza foi designada em substituição ao juiz Ivan Athié, uma vez ter sido o juiz Guilherme Calmon promovido em dezembro de 2008. O ato, de n 254, de 28 de abril de 2008, foi subscrito pelo Presidente do Tribunal Regional Federal, inexistindo ilegalidade. Quanto à convocação do juiz Marcelo Granado, o ato de n 326, de 1... de julho de 2008 – volume n 6, folha 38 –, indica ter sido formalizada visando “auxílio” à juíza Maria Helena Cisne. O Colegiado acabou integrado por juiz de primeira instância que estava no Tribunal para finalidade específica – auxiliar titular. Tem-se a inadequação, uma vez convocado, para auxiliar em gabinete, passando, a seguir, a exercer 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ Consta do acórdão – folha 70 – que a juíza Márcia foi vogal no julgamento da apelação no âmbito da Primeira Turma Especializada, substituindo a juíza Maria Helena Cisne, a qual se declarara impedida. Ausente ilegalidade no ocorrido. Não procede o que articulado quanto à pessoalidade na escolha da juíza Márcia, inobservando-se merecimento e antiguidade. O artigo 2... da Resolução disciplina a convocação: […] Art. 2... As convocações serão formalizadas mediante ato do Presidente do Tribunal, cabendo a cada Turma Especializada indicar o magistrado a ser convocado, dentre aqueles que manifestem interesse na convocação. […] Inexiste previsão sobre a necessidade de atendimento dos critérios antiguidade e merecimento. A par desse aspecto, tem-se, no processo, documento revelador de informações prestadas pelo juiz Abel Gomes – volume n 7, folha 124 a 126 –, demonstrando integrar a juíza Márcia Helena Nunes a quinta parte de magistrados mais antigos. Na análise, em 22 de outubro de 2008, dos embargos de declaração – volume n 5, folha 40 – além do Relator, juiz Abel Gomes, atuaram os juízes Márcia Helena e Marcelo Granado. A juíza foi designada em substituição ao juiz Ivan Athié, uma vez ter sido o juiz Guilherme Calmon promovido em dezembro de 2008. O ato, de n 254, de 28 de abril de 2008, foi subscrito pelo Presidente do Tribunal Regional Federal, inexistindo ilegalidade. Quanto à convocação do juiz Marcelo Granado, o ato de n 326, de 1... de julho de 2008 – volume n 6, folha 38 –, indica ter sido formalizada visando “auxílio” à juíza Maria Helena Cisne. O Colegiado acabou integrado por juiz de primeira instância que estava no Tribunal para finalidade específica – auxiliar titular. Tem-se a inadequação, uma vez convocado, para auxiliar em gabinete, passando, a seguir, a exercer 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 126914 / RJ atividade como se titular da cadeira fosse. O quadro revela que o julgamento, no Regional Federal, dos embargos de declaração, ocorreu mediante atuação de órgão composto ao arrepio da ordem jurídica e, portanto, em contrariedade ao princípio do juiz natural. O Tribunal Regional Federal reconheceu a irregularidade da convocação – ato n 51, de 10 de março de 2010 –, sendo anulada ante desconformidade com a Resolução n 72/2009 do Conselho Nacional de Justiça. Provejo parcialmente o recurso, assentando a nulidade do acórdão formalizado pela Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2... Região, alusivo aos embargos de declaração na apelação, considerado o processo-crime n 2003.51.01.500281-0, da Terceira Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro/RJ. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ atividade como se titular da cadeira fosse. O quadro revela que o julgamento, no Regional Federal, dos embargos de declaração, ocorreu mediante atuação de órgão composto ao arrepio da ordem jurídica e, portanto, em contrariedade ao princípio do juiz natural. O Tribunal Regional Federal reconheceu a irregularidade da convocação – ato n 51, de 10 de março de 2010 –, sendo anulada ante desconformidade com a Resolução n 72/2009 do Conselho Nacional de Justiça. Provejo parcialmente o recurso, assentando a nulidade do acórdão formalizado pela Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2... Região, alusivo aos embargos de declaração na apelação, considerado o processo-crime n 2003.51.01.500281-0, da Terceira Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro/RJ. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AAC-C981-9D05-2451 e senha D09C-04FC-9856-8748 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 Voto Vogal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Peço vênia ao eminente Ministro Relator, para divergir. A respeito da matéria, o Superior Tribunal de Justiça registrou: [...] tendo sido observadas as regras legais de regência da convocação, não constitui ilegalidade a composição majoritária do órgão julgador por juízes federais de 1... Grau. [...] Vale ressaltar que a forma de convocação dos juízes de 1... Grau, para o julgamento perante o Tribunal Regional Federal da 2... Região, obedeceu às diretrizes legais. Por oportuno, destaco as informações prestadas pela Corte de origem, in verbis (fls. 555/556): [...] Da leitura das informações prestadas pelo Tribunal de origem, vê-se que a convocação dos magistrados se deu em consonância com a legislação, inexistindo a apontada ofensa ao principio do juiz natural, não havendo que se falar em nulidade no julgamento realizado por juízes substitutos. Realmente, a convocação de magistrados dá-se no interesse objetivo da jurisdição, substituindo Desembargadores funcionalmente afastados, ampliando extraordinariamente o número de Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8BB9-F402-B392-9863 e senha 58D4-D8B6-9849-9EE0 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :CLOVIS SAHIONE E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Peço vênia ao eminente Ministro Relator, para divergir. A respeito da matéria, o Superior Tribunal de Justiça registrou: [...] tendo sido observadas as regras legais de regência da convocação, não constitui ilegalidade a composição majoritária do órgão julgador por juízes federais de 1... Grau. [...] Vale ressaltar que a forma de convocação dos juízes de 1... Grau, para o julgamento perante o Tribunal Regional Federal da 2... Região, obedeceu às diretrizes legais. Por oportuno, destaco as informações prestadas pela Corte de origem, in verbis (fls. 555/556): [...] Da leitura das informações prestadas pelo Tribunal de origem, vê-se que a convocação dos magistrados se deu em consonância com a legislação, inexistindo a apontada ofensa ao principio do juiz natural, não havendo que se falar em nulidade no julgamento realizado por juízes substitutos. Realmente, a convocação de magistrados dá-se no interesse objetivo da jurisdição, substituindo Desembargadores funcionalmente afastados, ampliando extraordinariamente o número de Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8BB9-F402-B392-9863 e senha 58D4-D8B6-9849-9EE0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Voto Vogal RHC 126914 / RJ julgadores do órgão - mutirão. Sempre o objetivo destacado é de benefício à prestação jurisdicional. Não se tem em regra, e nem se especifica na espécie, indicação de magistrado para ações específicas - a generidade dos feitos é a padrão -, de modo que não se verifica violação ao juízo natural, mas simples gestão do trabalho dos julgadores em órgão jurisdicional. Essa conclusão alinha-se ao entendimento desta SUPREMA CORTE sobre o tema, como se observa dos seguintes julgados: HC 115182, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 17/12/2012; HC 112151, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 18/6/2012; HC 101473, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 8/6/2016; este último assim fundamentado: 14. A convocação excepcional e transitória de Juízes de primeiro grau para fazer frente ao excessivo número de processos (seja para substituir Desembargadores, seja para integrar câmaras julgadoras) [...] longe de caracterizar a criação de Juízos de exceção ou “ad hoc”, teve a virtude de tentar concretizar uma prestação jurisdicional célere e efetiva, em plena conformidade com a garantia constitucional da razoável duração do processo (art. 5..., inciso LXXVIII, da Constituição Federal de 1988/88). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso. É o voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8BB9-F402-B392-9863 e senha 58D4-D8B6-9849-9EE0 Supremo Tribunal Federal RHC 126914 / RJ julgadores do órgão - mutirão. Sempre o objetivo destacado é de benefício à prestação jurisdicional. Não se tem em regra, e nem se especifica na espécie, indicação de magistrado para ações específicas - a generidade dos feitos é a padrão -, de modo que não se verifica violação ao juízo natural, mas simples gestão do trabalho dos julgadores em órgão jurisdicional. Essa conclusão alinha-se ao entendimento desta SUPREMA CORTE sobre o tema, como se observa dos seguintes julgados: HC 115182, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 17/12/2012; HC 112151, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 18/6/2012; HC 101473, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 8/6/2016; este último assim fundamentado: 14. A convocação excepcional e transitória de Juízes de primeiro grau para fazer frente ao excessivo número de processos (seja para substituir Desembargadores, seja para integrar câmaras julgadoras) [...] longe de caracterizar a criação de Juízos de exceção ou “ad hoc”, teve a virtude de tentar concretizar uma prestação jurisdicional célere e efetiva, em plena conformidade com a garantia constitucional da razoável duração do processo (art. 5..., inciso LXXVIII, da Constituição Federal de 1988/88). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso. É o voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8BB9-F402-B392-9863 e senha 58D4-D8B6-9849-9EE0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) : CLOVIS SAHIONE (13393/RJ) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBFD-5233-93E0-5834 e senha 7255-43B6-AEBD-097A Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126.914 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) : CLOVIS SAHIONE (13393/RJ) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBFD-5233-93E0-5834 e senha 7255-43B6-AEBD-097A Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126 . 914", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126 . 914", "processo n 2003 . 51 . 01 . 500281 - 0", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126 . 914", "processo n 2003 . 51 . 01 . 500281 - 0", "RHC 126914 / RJ", "habeas corpus n 127 . 643 / RJ", "habeas corpus n 127 . 643 / RJ", "recurso especial n 1 . 170 . 545 / RJ", "RHC 126914 /", "habeas corpus n 127 . 643 / RJ", "habeas corpus n 127 . 643 / RJ", "recurso especial n 1 . 170 . 545 / RJ", "RHC 126914 / RJ", "recurso extraordinário n 1 . 069 . 317 .", "recurso", "HABEAS CORPUS 126 . 914", "habeas corpus n 127 . 643 / RJ", "processo", "-", "crime n 2003 . 51 . 01 . 500281 - 0", "RECURSO", "habeas corpus n 127 . 643 / RJ", "RHC 126914 / RJ", "51", ".", "01", ".", "51", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 126 . 914", "RHC 126914 / RJ", "HC 115182", "HC 112151", "HC 101473", "RHC 126914 / RJ", "HC 115182", "HC 112151", "HC 101473", "HABEAS CORPUS 126 . 914" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 9 . 613 / 1998", "Lei n 7 . 492 / 1986", "3 . . . , inciso II", "Lei n 8 . 137 / 1990", "artigo 71", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 9 . 613 / 1998", "Lei n 7 . 492 / 1986", "Lei n 8 . 137 / 1990", "artigo 71", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n 35 / 1979", "Lei Orgânica da Magistratura Nacional", "artigos 22 , parágrafo único , da Lei n 7 . 492 / 1986", "1", ".", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n 35 / 1979", "Lei Orgânica da Magistratura Nacional", "artigos 22 , parágrafo único , da Lei n 7 . 492 / 1986", "1", "artigo 538 ,", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 288 do Código Penal", "artigo 1 . . . , inciso V , da Lei n 9 . 613 / 1996", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "RHC 126914 / RJ parágrafo único , do Código de Processo Civil", "artigo 288 do Código Penal", "artigo 1 . . . , inciso V , da Lei n 9 . 613 / 1996", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 109 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 109 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 118 da Lei Complementar n 35 / 1979", "Lei Orgânica da Magistratura", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 118 da Lei Complementar n 35 / 1979", "Lei Orgânica da Magistratura", "Resolução n 30 / 2005", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução n 72 / 2009 do Conselho Nacional de Justiça", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução n 72 / 2009 do", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 5 . . . , inciso LXXVIII , da Constituição Federal de 1988 / 88", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 5 . . . , inciso LXXVIII , da Constituição Federal de 1988 / 88", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO DE JANEIRO", "Brasília", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "Janeiro", "/", "RJ", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2 . . . 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Região", "Terceira Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro / RJ", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Conselho", "Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2 . . . Região", "Terceira Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro / RJ", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal Regional Federal da 2 . . . Região", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal Regional Federal da 2 . . . Região", "SUPREMA CORTE", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SUPREMA CORTE", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Primeira", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "CLOVIS SAHIONE", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "CLOVIS SAHIONE", "MARCO AURÉLIO", "Rafael Ferreira de Souza", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "CLOVIS SAHIONE", "MARCO AURÉLIO", "Rafael Ferreira de Souza", "Guilherme Calmon", "Márcia Helena Nunes", "Marcelo Granado", "Márcia", "Guilherme Calmon", "Marcelo", "Nefi Cordeiro", "Guilherme Calmon", "Márcia Helena Nunes", "Marcelo Granado", "Márcia", "Guilherme Calmon", "Marcelo", "Nefi Cordeiro", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "Nefi Cordeiro", "Paulo Galloti", "Haroldo Rodrigues", "Alderita Ramos de Oliveira", "Assussete Magalhães", "MARCO AURÉLIO", "Nefi Cordeiro", "Paulo Galloti", "Haroldo Rodrigues", "Alderita Ramos de Oliveira", "Assussete Magalhães", "MARCO AURÉLIO", "Abel Gomes", "Guilherme Calmon", "Márcia Helena Nunes", "Guilherme Calmon", "Ivan Athié", "Márcia", "Abel Gomes", "Guilherme Calmon", "Márcia Helena Nunes", "Guilherme Calmon", "Ivan Athié", "Márcia", "MARCO AURÉLIO RHC", "Márcia", "Maria Helena Cisne", "Márcia", "Abel Gomes", "Márcia Helena Nunes", "Abel Gomes", "Márcia Helena", "Marcelo Granado", "Ivan Athié", "Guilherme Calmon", "Marcelo Granado", "Maria Helena Cisne", "Márcia", "Maria Helena Cisne", "Abel Gomes", "Márcia Helena Nunes", "Abel Gomes", "Márcia Helena", "Marcelo Granado", "Ivan Athié", "Guilherme Calmon", "Marcelo Granado", "Maria Helena Cisne", "MARCO AURÉLIO RHC 126914", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "CLOVIS SAHIONE", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "CLOVIS SAHIONE", "ALEXANDRE DE MORAES", "GILMAR MENDES", "LUIZ FUX", "MARCO AURÉLIO", "ROBERTO BARROSO", "GILMAR MENDES", "LUIZ FUX", "MARCO AURÉLIO", "ROBERTO BARROSO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "CLOVIS SAHIONE", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "CLOVIS SAHIONE", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11 de outubro de 2005", "24", "/", "08", "/", "2001", "11 de outubro de 2005", "24", "/", "08", "/", "2001", "22 de abril de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "22 de abril de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "4 de novembro de 2014", "13", "1", ". . . de agosto de 2009", "14 de maio de 2012", "22 de agosto de 2012", "4 de abril de 2014", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "4 de novembro de 2014", "13", "1", ". . . de agosto de 2009", "14 de maio de 2012", "22 de agosto de 2012", "4 de abril de 2014", "24", "/", "08", "/", "2001", "23 de junho de 2004", "24", "/", "08", "/", "2001", "23 de junho de 2004", "24", "/", "08", "/", "2001", "22 de outubro de 2008", "dezembro de 2008", "28 de abril de 2008", "1", ".", ". . de julho de 2008", "24", "/", "08", "/", "2001", "22 de outubro de 2008", "dezembro de 2008", "28 de abril de 2008", "1", ".", ". . de julho de 2008", "24", "/", "08", "/", "2001", "10 de março de 2010", "24", "/", "08", "/", "2001", "10 de março de 2010", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "12", "/", "2012", "18", "/", "6", "/", "2012", "8", "/", "6", "/", "2016", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "12", "/", "2012", "18", "/", "6", "/", "2012", "8", "/", "6", "/", "2016", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS E M E N T A AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA ENTRE O CONTEÚDO DO ATO RECLAMADO E O PARADIGMA INDICADO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Inexistência de ofensa à autoridade da decisão proferida por esta Suprema Corte no julgamento da ADI 3.395-6, por ausência de similitude fática e de estrita aderência entre o conteúdo do ato reclamado e o objeto da decisão paradigma. II – Agravo regimental não provido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Brasília, Sessão Virtual de 28 de maio a 07 de junho de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 21AA-DA18-BAC3-6A0B e senha 003C-4340-3CB9-FA05 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 21 Relatório 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de Agravo Regimental interposto contra decisão que não conheceu da presente Reclamação, à consideração de que falta à espécie aderência estrita em relação ao paradigma invocado (ADI 3.395/DF), haja vista que o ponto controvertido, relacionado à competência da Justiça do Trabalho, não foi objeto de análise pela decisão reclamada. A parte agravante reafirma os argumentos lançados na inicial, sustentando a incompetência da Justiça do Trabalho para o julgamento da ação originária em razão da alegada natureza administrativa do vínculo jurídico da parte autora com o ente público. Requer seja exercido o juízo de retratação e, ao final, a procedência da presente Reclamação para cassar a decisão reclamada. Dispenso a intimação da parte ora agravada, em homenagem ao princípio da celeridade processual e ausente prejuízo para a recorrida (artigo 6º c/c artigo 9º do CPC/2015). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71BB-7426-33A8-1CD0 e senha 6152-853F-3799-E65E Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de Agravo Regimental interposto contra decisão que não conheceu da presente Reclamação, à consideração de que falta à espécie aderência estrita em relação ao paradigma invocado (ADI 3.395/DF), haja vista que o ponto controvertido, relacionado à competência da Justiça do Trabalho, não foi objeto de análise pela decisão reclamada. A parte agravante reafirma os argumentos lançados na inicial, sustentando a incompetência da Justiça do Trabalho para o julgamento da ação originária em razão da alegada natureza administrativa do vínculo jurídico da parte autora com o ente público. Requer seja exercido o juízo de retratação e, ao final, a procedência da presente Reclamação para cassar a decisão reclamada. Dispenso a intimação da parte ora agravada, em homenagem ao princípio da celeridade processual e ausente prejuízo para a recorrida (artigo 6º c/c artigo 9º do CPC/2015). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71BB-7426-33A8-1CD0 e senha 6152-853F-3799-E65E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 21 Relatório RCL 26496 AGR / PR Dispenso, ainda, a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/STF, art. 52, parágrafo único). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71BB-7426-33A8-1CD0 e senha 6152-853F-3799-E65E Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR Dispenso, ainda, a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/STF, art. 52, parágrafo único). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71BB-7426-33A8-1CD0 e senha 6152-853F-3799-E65E Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão ao recorrente. A decisão recorrida, proferida pelo Ministro Celso de Mello, que me antecedeu na relatoria destes autos, negou seguimento à reclamação, nos seguintes termos: “Trata-se de reclamação formulada com o objetivo de fazer preservar a autoridade de decisão que, referendada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (ADI 3.395-MC/DF, Rel. Min. CEZAR PELUSO), suspendeu, cautelarmente, qualquer interpretação do art. 114, I, da Constituição Federal (na redação dada pela EC nº 45/2004) “(...) que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a ‘(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo’” (grifei). A parte reclamante alega que o órgão judiciário reclamado (Processo nº 6457400-73.2002.5.09.0900) – ao reconhecer-se competente para apreciar litígio alcançado pelos efeitos da providência cautelar emanada desta Suprema Corte – teria desrespeitado a eficácia vinculante que é inerente aos pronunciamentos do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata (ADI 3.395- MC/DF), comprometendo, desse modo, a integridade de tal ato decisório. Registro que, em juízo de estrita delibação, deferi o pedido de medida cautelar formulado nestes autos, por vislumbrar plausibilidade jurídica na pretensão ora deduzida. Observo, ainda, haver determinado a citação da parte beneficiária, que deixou de oferecer contestação à pretensão deduzida pela parte ora reclamante. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão ao recorrente. A decisão recorrida, proferida pelo Ministro Celso de Mello, que me antecedeu na relatoria destes autos, negou seguimento à reclamação, nos seguintes termos: “Trata-se de reclamação formulada com o objetivo de fazer preservar a autoridade de decisão que, referendada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (ADI 3.395-MC/DF, Rel. Min. CEZAR PELUSO), suspendeu, cautelarmente, qualquer interpretação do art. 114, I, da Constituição Federal (na redação dada pela EC nº 45/2004) “(...) que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a ‘(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo’” (grifei). A parte reclamante alega que o órgão judiciário reclamado (Processo nº 6457400-73.2002.5.09.0900) – ao reconhecer-se competente para apreciar litígio alcançado pelos efeitos da providência cautelar emanada desta Suprema Corte – teria desrespeitado a eficácia vinculante que é inerente aos pronunciamentos do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata (ADI 3.395- MC/DF), comprometendo, desse modo, a integridade de tal ato decisório. Registro que, em juízo de estrita delibação, deferi o pedido de medida cautelar formulado nestes autos, por vislumbrar plausibilidade jurídica na pretensão ora deduzida. Observo, ainda, haver determinado a citação da parte beneficiária, que deixou de oferecer contestação à pretensão deduzida pela parte ora reclamante. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR O Ministério Público Federal, em manifestação da lavra do eminente Procurador-Geral da República Dr. AUGUSTO ARAS, opinou pelo não conhecimento da presente reclamação, em parecer assim ementado: “RECLAMAÇÃO. EMPREGADO CONTRATADO SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. ADI 3.395/DF. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. NÃO CONHECIMENTO. 1. No julgamento da ADI 3.395/DF, o Pleno do STF referendou, em 5.4.2006, decisão liminar, suspendendo interpretação conferida ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre a Administração Pública e servidores a ela vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Na via da reclamação, não é possível o revolvimento de fatos e provas para aferição da natureza da relação jurídica mantida com a Administração Pública. – Parecer pelo não conhecimento da reclamação.” (grifei) O Supremo Tribunal Federal tem enfatizado, em sucessivas decisões, que a reclamação reveste-se de idoneidade jurídico- processual, quando utilizada, como na espécie, com o objetivo de fazer prevalecer a autoridade decisória dos julgamentos emanados desta Corte, notadamente quando impregnados de eficácia vinculante, como sucede com aqueles que deferem provimentos cautelares em sede de fiscalização normativa abstrata (RTJ 169/383-384 – RTJ 183/1173- 1174, v.g.): “O DESRESPEITO À EFICÁCIA VINCULANTE DERIVADA DE DECISÃO EMANADA DO PLENÁRIO DA SUPREMA CORTE AUTORIZA O USO DA RECLAMAÇÃO . O descumprimento, por quaisquer juízes ou Tribunais, de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR O Ministério Público Federal, em manifestação da lavra do eminente Procurador-Geral da República Dr. AUGUSTO ARAS, opinou pelo não conhecimento da presente reclamação, em parecer assim ementado: “RECLAMAÇÃO. EMPREGADO CONTRATADO SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. ADI 3.395/DF. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. NÃO CONHECIMENTO. 1. No julgamento da ADI 3.395/DF, o Pleno do STF referendou, em 5.4.2006, decisão liminar, suspendendo interpretação conferida ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre a Administração Pública e servidores a ela vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Na via da reclamação, não é possível o revolvimento de fatos e provas para aferição da natureza da relação jurídica mantida com a Administração Pública. – Parecer pelo não conhecimento da reclamação.” (grifei) O Supremo Tribunal Federal tem enfatizado, em sucessivas decisões, que a reclamação reveste-se de idoneidade jurídico- processual, quando utilizada, como na espécie, com o objetivo de fazer prevalecer a autoridade decisória dos julgamentos emanados desta Corte, notadamente quando impregnados de eficácia vinculante, como sucede com aqueles que deferem provimentos cautelares em sede de fiscalização normativa abstrata (RTJ 169/383-384 – RTJ 183/1173- 1174, v.g.): “O DESRESPEITO À EFICÁCIA VINCULANTE DERIVADA DE DECISÃO EMANADA DO PLENÁRIO DA SUPREMA CORTE AUTORIZA O USO DA RECLAMAÇÃO . O descumprimento, por quaisquer juízes ou Tribunais, de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR decisões proferidas com efeito vinculante, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade, autoriza a utilização da via reclamatória, também vocacionada, em sua específica função processual, a resguardar e a fazer prevalecer, no que concerne à Suprema Corte, a integridade, a autoridade e a eficácia subordinante dos comandos que emergem de seus atos decisórios. Precedente: Rcl 1.722/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO (Pleno).” (RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Cabe examinar, de outro lado, se terceiros – que não intervieram no processo objetivo de controle normativo abstrato – dispõem, ou não, de legitimidade ativa para o ajuizamento de reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, quando promovida com o objetivo de fazer restaurar o “imperium” inerente às decisões emanadas desta Corte proferidas em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, a propósito de tal questão, ao analisar o alcance da norma inscrita no art. 28 da Lei nº 9.868/99 (Rcl 1.880-AgR/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA), firmou orientação que reconhece a terceiros qualidade para agir, em sede reclamatória, quando se torne necessário assegurar o efetivo respeito aos julgamentos desta Suprema Corte proferidos no âmbito de processos de controle normativo abstrato: “(...) LEGITIMIDADE ATIVA PARA A RECLAMAÇÃO NA HIPÓTESE DE INOBSERVÂNCIA DO EFEITO VINCULANTE – Assiste plena legitimidade ativa, em sede de reclamação, àquele – particular ou não – que venha a ser afetado, em sua esfera jurídica, por decisões de outros magistrados ou Tribunais que se revelem contrárias ao entendimento fixado, em caráter vinculante, pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos processos objetivos de controle normativo abstrato instaurados mediante ajuizamento quer de ação direta de inconstitucionalidade, quer de ação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR decisões proferidas com efeito vinculante, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade, autoriza a utilização da via reclamatória, também vocacionada, em sua específica função processual, a resguardar e a fazer prevalecer, no que concerne à Suprema Corte, a integridade, a autoridade e a eficácia subordinante dos comandos que emergem de seus atos decisórios. Precedente: Rcl 1.722/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO (Pleno).” (RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Cabe examinar, de outro lado, se terceiros – que não intervieram no processo objetivo de controle normativo abstrato – dispõem, ou não, de legitimidade ativa para o ajuizamento de reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, quando promovida com o objetivo de fazer restaurar o “imperium” inerente às decisões emanadas desta Corte proferidas em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, a propósito de tal questão, ao analisar o alcance da norma inscrita no art. 28 da Lei nº 9.868/99 (Rcl 1.880-AgR/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA), firmou orientação que reconhece a terceiros qualidade para agir, em sede reclamatória, quando se torne necessário assegurar o efetivo respeito aos julgamentos desta Suprema Corte proferidos no âmbito de processos de controle normativo abstrato: “(...) LEGITIMIDADE ATIVA PARA A RECLAMAÇÃO NA HIPÓTESE DE INOBSERVÂNCIA DO EFEITO VINCULANTE – Assiste plena legitimidade ativa, em sede de reclamação, àquele – particular ou não – que venha a ser afetado, em sua esfera jurídica, por decisões de outros magistrados ou Tribunais que se revelem contrárias ao entendimento fixado, em caráter vinculante, pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos processos objetivos de controle normativo abstrato instaurados mediante ajuizamento quer de ação direta de inconstitucionalidade, quer de ação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR declaratória de constitucionalidade. Precedente. (…).” (RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Vê-se, portanto, que assiste à parte ora reclamante plena legitimidade ativa “ad causam” para fazer instaurar este processo reclamatório. Cumpre verificar, agora, se a situação exposta na presente reclamação pode traduzir, ou não, hipótese de ofensa à autoridade do julgamento que o Supremo Tribunal Federal proferiu, com eficácia vinculante, em sede de fiscalização normativa abstrata, não obstante o acórdão invocado como paradigma (ADI 3.395-MC/DF) consubstancie decisão concessiva de provimento cautelar. Entendo que não. É que a autoridade judiciária ora reclamada sequer analisou, no âmbito da decisão impugnada nesta sede reclamatória (RR nº 6457400-73.2002.5.09.0900-E), a questão preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho suscitada pela parte reclamante, nos autos da causa originária, limitando-se, tão somente, a manifestar-se nos seguintes termos: “EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. DECISÃO EMBARGADA PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI 11.496/2007. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. CONTRATAÇÃO POR PRAZO DETERMINADO PARA A CONSECUÇÃO DE OBRA PARA ATENDER À NECESSIDADE TEMPORÁRIA DO SERVIÇO PÚBLICO. No acórdão do TRT restou esclarecido que o Reclamante fora admitido por meio de contrato celetista, por prazo determinado. Assinalou, ainda, que a contratação fora efetivada pelo Ministério do Exército (1º Batalhão Ferroviário), através de contrato por prazo determinado a encerrar-se em 30.03.94, o qual foi prorrogado tacitamente, encerrando-se apenas em 30.06.94 Por fim, reconhecera que não há nulidade a ser declarada, uma vez que o contrato por tempo determinado é possível para atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse publico em razão do previsto no art. 37, IX, da CF/BB. Nesse contexto, o entendimento do TRT 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR declaratória de constitucionalidade. Precedente. (…).” (RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Vê-se, portanto, que assiste à parte ora reclamante plena legitimidade ativa “ad causam” para fazer instaurar este processo reclamatório. Cumpre verificar, agora, se a situação exposta na presente reclamação pode traduzir, ou não, hipótese de ofensa à autoridade do julgamento que o Supremo Tribunal Federal proferiu, com eficácia vinculante, em sede de fiscalização normativa abstrata, não obstante o acórdão invocado como paradigma (ADI 3.395-MC/DF) consubstancie decisão concessiva de provimento cautelar. Entendo que não. É que a autoridade judiciária ora reclamada sequer analisou, no âmbito da decisão impugnada nesta sede reclamatória (RR nº 6457400-73.2002.5.09.0900-E), a questão preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho suscitada pela parte reclamante, nos autos da causa originária, limitando-se, tão somente, a manifestar-se nos seguintes termos: “EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. DECISÃO EMBARGADA PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI 11.496/2007. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. CONTRATAÇÃO POR PRAZO DETERMINADO PARA A CONSECUÇÃO DE OBRA PARA ATENDER À NECESSIDADE TEMPORÁRIA DO SERVIÇO PÚBLICO. No acórdão do TRT restou esclarecido que o Reclamante fora admitido por meio de contrato celetista, por prazo determinado. Assinalou, ainda, que a contratação fora efetivada pelo Ministério do Exército (1º Batalhão Ferroviário), através de contrato por prazo determinado a encerrar-se em 30.03.94, o qual foi prorrogado tacitamente, encerrando-se apenas em 30.06.94 Por fim, reconhecera que não há nulidade a ser declarada, uma vez que o contrato por tempo determinado é possível para atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse publico em razão do previsto no art. 37, IX, da CF/BB. Nesse contexto, o entendimento do TRT 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR coaduna-se com a jurisprudência desta Corte, que se firmou no sentido de ser válida a contratação por tempo determinado para atender a excepcional interesse público. Recurso de embargos conhecido e provido.” (grifei) Vê-se, daí, que o ato ora impugnado não pode ser qualificado como transgressor da autoridade da decisão invocada pela parte reclamante como referência paradigmática, pois os fundamentos em que se apoiou são estranhos à própria “ratio decidendi” subjacente à ADI 3.395-MC/DF. Esse fato – incoincidência dos fundamentos – inviabiliza o próprio conhecimento da presente reclamação pelo Supremo Tribunal Federal. É que as razões de decidir invocadas no ato ora questionado revelam-se substancialmente diversas daquelas que deram suporte à ADI 3.395- -MC/DF, o que basta para afastar, por inocorrente, a alegação de desrespeito à autoridade daquele pronunciamento do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata, inviabilizando-se, desse modo, o acesso à via reclamatória. Esse mesmo entendimento, vale assinalar, tem sido observado por eminentes Juízes de ambas as Turmas desta Suprema Corte (Rcl 11.801- -AgR/SP, Rel. Min. ROSA WEBER – Rcl 13.670/BA, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.): “(…) A ausência de identidade entre o ato impugnado e a decisão apontada como violada é circunstância que inviabiliza o conhecimento da reclamação.” (Rcl 12.897/MG, Rel. Min. LUIZ FUX – grifei) É importante assinalar, quanto a esse ponto, precisamente por tratar-se de caso em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal, que os atos questionados em reclamação, considerado o respectivo contexto, hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR coaduna-se com a jurisprudência desta Corte, que se firmou no sentido de ser válida a contratação por tempo determinado para atender a excepcional interesse público. Recurso de embargos conhecido e provido.” (grifei) Vê-se, daí, que o ato ora impugnado não pode ser qualificado como transgressor da autoridade da decisão invocada pela parte reclamante como referência paradigmática, pois os fundamentos em que se apoiou são estranhos à própria “ratio decidendi” subjacente à ADI 3.395-MC/DF. Esse fato – incoincidência dos fundamentos – inviabiliza o próprio conhecimento da presente reclamação pelo Supremo Tribunal Federal. É que as razões de decidir invocadas no ato ora questionado revelam-se substancialmente diversas daquelas que deram suporte à ADI 3.395- -MC/DF, o que basta para afastar, por inocorrente, a alegação de desrespeito à autoridade daquele pronunciamento do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata, inviabilizando-se, desse modo, o acesso à via reclamatória. Esse mesmo entendimento, vale assinalar, tem sido observado por eminentes Juízes de ambas as Turmas desta Suprema Corte (Rcl 11.801- -AgR/SP, Rel. Min. ROSA WEBER – Rcl 13.670/BA, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.): “(…) A ausência de identidade entre o ato impugnado e a decisão apontada como violada é circunstância que inviabiliza o conhecimento da reclamação.” (Rcl 12.897/MG, Rel. Min. LUIZ FUX – grifei) É importante assinalar, quanto a esse ponto, precisamente por tratar-se de caso em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal, que os atos questionados em reclamação, considerado o respectivo contexto, hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR deliberação estatal impugnada em relação aos parâmetros de controle emanados deste Tribunal (ADI 3.395-MC/DF, no caso), como reiteradamente tem advertido a jurisprudência desta Corte: “(…) – Os atos questionados em qualquer reclamação – nos casos em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal – hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da deliberação estatal impugnada em relação ao parâmetro de controle emanado deste Tribunal. Precedentes. (…).” (Rcl 6.534-AgR/MA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Impende registrar, por necessário, um outro aspecto que, assinalado em sucessivas decisões desta Corte, afasta a possibilidade jurídico- -processual de emprego da reclamação, notadamente naqueles casos em que a parte reclamante busca a revisão de certo ato decisório, por entendê-lo incompatível com a jurisprudência do Supremo Tribunal. Refiro-me ao fato de que, considerada a ausência, no caso, dos pressupostos legitimadores do ajuizamento da reclamação, este remédio constitucional não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto desta Suprema Corte. A reclamação, como se sabe, reveste-se de múltiplas funções, tal como revelado por precedentes desta Corte (RTJ 134/1033, v.g.) e definido pelo novo Código de Processo Civil (art. 988), as quais, em síntese, compreendem (a) a preservação da competência global do Supremo Tribunal Federal, (b) a restauração da autoridade das decisões proferidas por esta Corte Suprema e (c) a garantia de observância da jurisprudência vinculante deste Tribunal Supremo (tanto a decorrente de enunciado sumular vinculante quanto a resultante dos julgamentos da Corte em sede de controle normativo abstrato), além de atuar como expressivo meio vocacionado a fazer prevalecer os acórdãos deste Tribunal proferidos em incidentes de 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR deliberação estatal impugnada em relação aos parâmetros de controle emanados deste Tribunal (ADI 3.395-MC/DF, no caso), como reiteradamente tem advertido a jurisprudência desta Corte: “(…) – Os atos questionados em qualquer reclamação – nos casos em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal – hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da deliberação estatal impugnada em relação ao parâmetro de controle emanado deste Tribunal. Precedentes. (…).” (Rcl 6.534-AgR/MA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Impende registrar, por necessário, um outro aspecto que, assinalado em sucessivas decisões desta Corte, afasta a possibilidade jurídico- -processual de emprego da reclamação, notadamente naqueles casos em que a parte reclamante busca a revisão de certo ato decisório, por entendê-lo incompatível com a jurisprudência do Supremo Tribunal. Refiro-me ao fato de que, considerada a ausência, no caso, dos pressupostos legitimadores do ajuizamento da reclamação, este remédio constitucional não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto desta Suprema Corte. A reclamação, como se sabe, reveste-se de múltiplas funções, tal como revelado por precedentes desta Corte (RTJ 134/1033, v.g.) e definido pelo novo Código de Processo Civil (art. 988), as quais, em síntese, compreendem (a) a preservação da competência global do Supremo Tribunal Federal, (b) a restauração da autoridade das decisões proferidas por esta Corte Suprema e (c) a garantia de observância da jurisprudência vinculante deste Tribunal Supremo (tanto a decorrente de enunciado sumular vinculante quanto a resultante dos julgamentos da Corte em sede de controle normativo abstrato), além de atuar como expressivo meio vocacionado a fazer prevalecer os acórdãos deste Tribunal proferidos em incidentes de 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR assunção de competência. Isso significa, portanto, que a reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal, nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, nem traduz meio de uniformização de jurisprudência, eis que tais finalidades revelam-se estranhas à destinação subjacente à instituição dessa medida processual, consoante adverte a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: “CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. RECLAMAÇÃO: NÃO É SUCEDÂNEO DE RECURSO OU DE AÇÃO RESCISÓRIA. I. – A reclamação não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso ou de ação rescisória. II. – Reclamação não conhecida.” (RTJ 168/718, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, Pleno – grifei) “Não cabe reclamação destinada a invalidar decisão de outro Tribunal, que haja porventura divergido da jurisprudência do Supremo Tribunal, firmada no julgamento de causa diferente, mesmo em se tratando de controvérsias de porte constitucional. Também não é a reclamação instrumento idôneo de uniformização de jurisprudência, tampouco sucedâneo de recurso ou rescisória, não utilizados tempestivamente pelas partes.” (Rcl 724-AgR/ES, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI, Pleno – grifei) “O despacho acoimado de ofender a autoridade da decisão do Supremo Tribunal Federal negou seguimento, por razões processuais suficientes, ao recurso ordinário interposto contra acórdão em mandado de segurança. Por esse fundamento não é cabível reclamação, eis que a decisão da Corte Maior não cuida da matéria. .............................................................................................. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR assunção de competência. Isso significa, portanto, que a reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal, nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, nem traduz meio de uniformização de jurisprudência, eis que tais finalidades revelam-se estranhas à destinação subjacente à instituição dessa medida processual, consoante adverte a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: “CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. RECLAMAÇÃO: NÃO É SUCEDÂNEO DE RECURSO OU DE AÇÃO RESCISÓRIA. I. – A reclamação não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso ou de ação rescisória. II. – Reclamação não conhecida.” (RTJ 168/718, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, Pleno – grifei) “Não cabe reclamação destinada a invalidar decisão de outro Tribunal, que haja porventura divergido da jurisprudência do Supremo Tribunal, firmada no julgamento de causa diferente, mesmo em se tratando de controvérsias de porte constitucional. Também não é a reclamação instrumento idôneo de uniformização de jurisprudência, tampouco sucedâneo de recurso ou rescisória, não utilizados tempestivamente pelas partes.” (Rcl 724-AgR/ES, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI, Pleno – grifei) “O despacho acoimado de ofender a autoridade da decisão do Supremo Tribunal Federal negou seguimento, por razões processuais suficientes, ao recurso ordinário interposto contra acórdão em mandado de segurança. Por esse fundamento não é cabível reclamação, eis que a decisão da Corte Maior não cuida da matéria. .............................................................................................. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR A reclamação não pode servir de sucedâneo de recursos e ações cabíveis, como decidiu esse Plenário nas Rcl Ag.Rg. 1852, relator Maurício Corrêa, e Rcl Ag.Rg. 724, rel. Min. Octavio Gallotti. (…).” (Rcl 1.591/RN, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Pleno – grifei) “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. AFRONTA À DECISÃO PROFERIDA NA ADI 1662-SP. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE OU SIMILITUDE DE OBJETOS ENTRE O ATO IMPUGNADO E A EXEGESE DADA PELO TRIBUNAL. .............................................................................................. A questão da responsabilidade do Estado pelas dívidas da instituição financeira estatal revela tema afeto ao processo de execução que tramita na Justiça do Trabalho, não guardando pertinência com o objeto da presente ação. A reclamação não pode servir de sucedâneo de outros recursos ou ações cabíveis.” (Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, Pleno – grifei) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. AUSÊNCIA DE ARGUMENTOS NOVOS. RECLAMAÇÃO UTILIZADA COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. .............................................................................................. 3. O instituto da Reclamação não se presta para substituir recurso específico que a legislação tenha posto à disposição do jurisdicionado irresignado com a decisão judicial proferida pelo juízo ‘a quo’. .............................................................................................. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR A reclamação não pode servir de sucedâneo de recursos e ações cabíveis, como decidiu esse Plenário nas Rcl Ag.Rg. 1852, relator Maurício Corrêa, e Rcl Ag.Rg. 724, rel. Min. Octavio Gallotti. (…).” (Rcl 1.591/RN, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Pleno – grifei) “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. AFRONTA À DECISÃO PROFERIDA NA ADI 1662-SP. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE OU SIMILITUDE DE OBJETOS ENTRE O ATO IMPUGNADO E A EXEGESE DADA PELO TRIBUNAL. .............................................................................................. A questão da responsabilidade do Estado pelas dívidas da instituição financeira estatal revela tema afeto ao processo de execução que tramita na Justiça do Trabalho, não guardando pertinência com o objeto da presente ação. A reclamação não pode servir de sucedâneo de outros recursos ou ações cabíveis.” (Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, Pleno – grifei) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. AUSÊNCIA DE ARGUMENTOS NOVOS. RECLAMAÇÃO UTILIZADA COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. .............................................................................................. 3. O instituto da Reclamação não se presta para substituir recurso específico que a legislação tenha posto à disposição do jurisdicionado irresignado com a decisão judicial proferida pelo juízo ‘a quo’. .............................................................................................. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR 5. Agravo regimental não provido.” (Rcl 5.465-ED/ES, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Pleno – grifei) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. A RECLAMAÇÃO NÃO É SUCEDÂNEO DE RECURSO PRÓPRIO. RECURSO IMPROVIDO. I – A reclamação constitucional não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso próprio para conferir eficácia à jurisdição invocada nos autos da decisão de mérito. .............................................................................................. III – Reclamação improcedente. IV – Agravo regimental improvido.” (Rcl 5.684-AgR/PE, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Pleno – grifei) “(…) – O remédio constitucional da reclamação não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. (…).” (Rcl 6.534-AgR/MA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Em conclusão, não se acham caracterizadas, na espécie, as situações legitimadoras da utilização do instrumento reclamatório. Sendo assim, e em face das razões expostas, nego seguimento a esta reclamação (CPC, art. 932, VIII, c/c o RISTF, art. 21, § 1º), tornando sem efeito, em consequência, a medida liminar anteriormente deferida.” Verifico que as alegações da parte decorrem de mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal. A agravante não trouxe argumentos suficientes para infirmar a decisão, visando apenas à rediscussão da matéria já decidida em consonância com a jurisprudência pacífica desta Corte. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR 5. Agravo regimental não provido.” (Rcl 5.465-ED/ES, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Pleno – grifei) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. A RECLAMAÇÃO NÃO É SUCEDÂNEO DE RECURSO PRÓPRIO. RECURSO IMPROVIDO. I – A reclamação constitucional não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso próprio para conferir eficácia à jurisdição invocada nos autos da decisão de mérito. .............................................................................................. III – Reclamação improcedente. IV – Agravo regimental improvido.” (Rcl 5.684-AgR/PE, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Pleno – grifei) “(…) – O remédio constitucional da reclamação não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. (…).” (Rcl 6.534-AgR/MA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Em conclusão, não se acham caracterizadas, na espécie, as situações legitimadoras da utilização do instrumento reclamatório. Sendo assim, e em face das razões expostas, nego seguimento a esta reclamação (CPC, art. 932, VIII, c/c o RISTF, art. 21, § 1º), tornando sem efeito, em consequência, a medida liminar anteriormente deferida.” Verifico que as alegações da parte decorrem de mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal. A agravante não trouxe argumentos suficientes para infirmar a decisão, visando apenas à rediscussão da matéria já decidida em consonância com a jurisprudência pacífica desta Corte. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR Com efeito, conforme a supracitada fundamentação da decisão agravada, o ato reclamado não tratou da matéria arguida nos autos, não havendo estrita aderência temática em relação ao paradigma indicado. Incabível, assim a reclamação. No mesmo sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA ENTRE O CONTEÚDO DO ATO RECLAMADO, QUE NÃO TRATOU DO TEMA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO, E O DO ACÓRDÃO PARADIGMA (ADI 3.395 MC). INADMISSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.” (Rcl 22.051-AgR/BA, Ministro Teori Zavascki) Dispositivo Em face do exposto, nego provimento ao Agravo Regimental. É como voto. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR Com efeito, conforme a supracitada fundamentação da decisão agravada, o ato reclamado não tratou da matéria arguida nos autos, não havendo estrita aderência temática em relação ao paradigma indicado. Incabível, assim a reclamação. No mesmo sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA ENTRE O CONTEÚDO DO ATO RECLAMADO, QUE NÃO TRATOU DO TEMA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO, E O DO ACÓRDÃO PARADIGMA (ADI 3.395 MC). INADMISSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.” (Rcl 22.051-AgR/BA, Ministro Teori Zavascki) Dispositivo Em face do exposto, nego provimento ao Agravo Regimental. É como voto. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 21 Voto Vogal AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O V O G A L A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA: 1. Em 28.9.2020, o Ministro Celso de Mello, então Relator, negou seguimento à reclamação ajuizada pela União ao seguinte fundamento: “Cumpre verificar, agora, se a situação exposta na presente reclamação pode traduzir, ou não, hipótese de ofensa à autoridade do julgamento que o Supremo Tribunal Federal proferiu, com eficácia vinculante, em sede de fiscalização normativa abstrata, não obstante o acórdão invocado como paradigma (ADI 3.395-MC/DF) consubstancie decisão concessiva de provimento cautelar. Entendo que não. É que a autoridade judiciária ora reclamada sequer analisou, no âmbito da decisão impugnada nesta sede reclamatória (RR nº 6457400-73.2002.5.09.0900-E), a questão preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho suscitada pela parte reclamante, nos autos da causa originária, limitando-se, tão somente, a manifestar-se nos seguintes termos (…) Vê-se, daí, que o ato ora impugnado não pode ser qualificado como transgressor da autoridade da decisão invocada pela parte reclamante como referência paradigmática, pois os fundamentos em que se apoiou são estranhos à própria “ratio decidendi” subjacente à ADI 3.395-MC/DF. Esse fato – incoincidência dos fundamentos – inviabiliza o próprio conhecimento da presente reclamação pelo Supremo Tribunal Federal. É que as razões de decidir invocadas no ato ora questionado revelam-se substancialmente diversas daquelas que deram suporte à ADI 3.395- -MC/DF, o que basta para afastar, por Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O V O G A L A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA: 1. Em 28.9.2020, o Ministro Celso de Mello, então Relator, negou seguimento à reclamação ajuizada pela União ao seguinte fundamento: “Cumpre verificar, agora, se a situação exposta na presente reclamação pode traduzir, ou não, hipótese de ofensa à autoridade do julgamento que o Supremo Tribunal Federal proferiu, com eficácia vinculante, em sede de fiscalização normativa abstrata, não obstante o acórdão invocado como paradigma (ADI 3.395-MC/DF) consubstancie decisão concessiva de provimento cautelar. Entendo que não. É que a autoridade judiciária ora reclamada sequer analisou, no âmbito da decisão impugnada nesta sede reclamatória (RR nº 6457400-73.2002.5.09.0900-E), a questão preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho suscitada pela parte reclamante, nos autos da causa originária, limitando-se, tão somente, a manifestar-se nos seguintes termos (…) Vê-se, daí, que o ato ora impugnado não pode ser qualificado como transgressor da autoridade da decisão invocada pela parte reclamante como referência paradigmática, pois os fundamentos em que se apoiou são estranhos à própria “ratio decidendi” subjacente à ADI 3.395-MC/DF. Esse fato – incoincidência dos fundamentos – inviabiliza o próprio conhecimento da presente reclamação pelo Supremo Tribunal Federal. É que as razões de decidir invocadas no ato ora questionado revelam-se substancialmente diversas daquelas que deram suporte à ADI 3.395- -MC/DF, o que basta para afastar, por Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR inocorrente, a alegação de desrespeito à autoridade daquele pronunciamento do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata, inviabilizando-se, desse modo, o acesso à via reclamatória. (…) É importante assinalar, quanto a esse ponto, precisamente por tratar-se de caso em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal, que os atos questionados em reclamação, considerado o respectivo contexto, hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da deliberação estatal impugnada em relação aos parâmetros de controle emanados deste Tribunal (ADI 3.395-MC/DF, no caso), como reiteradamente tem advertido a jurisprudência desta Corte (…) Isso significa, portanto, que a reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal, nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, nem traduz meio de uniformização de jurisprudência, eis que tais finalidades revelam-se estranhas à destinação subjacente à instituição dessa medida processual, consoante adverte a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (…) Em conclusão, não se acham caracterizadas, na espécie, as situações legitimadoras da utilização do instrumento reclamatório. Sendo assim, e em face das razões expostas, nego seguimento a esta reclamação” (doc. 53). Contra essa decisão a União interpôs o presente agravo regimental, no qual alega ter “esclarec[ido] que ‘a decisão reclamada reconheceu que foi celebrado contrato temporário, nos moldes do art. 37, IX, da CF, regulamentado pela Lei nº 8.745/93’ [e] é cediço que as demandas judiciais sobre relações funcionais de empregados contratados com base no art. 37, inciso IX, da Constituição Federal são de competência da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho” (fl. 3, doc. 53). Aponta ser “suficiente para atrair a competência da Justiça Comum a mera discussão prévia sobre a existência e validade de contratos temporários 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR inocorrente, a alegação de desrespeito à autoridade daquele pronunciamento do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata, inviabilizando-se, desse modo, o acesso à via reclamatória. (…) É importante assinalar, quanto a esse ponto, precisamente por tratar-se de caso em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal, que os atos questionados em reclamação, considerado o respectivo contexto, hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da deliberação estatal impugnada em relação aos parâmetros de controle emanados deste Tribunal (ADI 3.395-MC/DF, no caso), como reiteradamente tem advertido a jurisprudência desta Corte (…) Isso significa, portanto, que a reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal, nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, nem traduz meio de uniformização de jurisprudência, eis que tais finalidades revelam-se estranhas à destinação subjacente à instituição dessa medida processual, consoante adverte a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (…) Em conclusão, não se acham caracterizadas, na espécie, as situações legitimadoras da utilização do instrumento reclamatório. Sendo assim, e em face das razões expostas, nego seguimento a esta reclamação” (doc. 53). Contra essa decisão a União interpôs o presente agravo regimental, no qual alega ter “esclarec[ido] que ‘a decisão reclamada reconheceu que foi celebrado contrato temporário, nos moldes do art. 37, IX, da CF, regulamentado pela Lei nº 8.745/93’ [e] é cediço que as demandas judiciais sobre relações funcionais de empregados contratados com base no art. 37, inciso IX, da Constituição Federal são de competência da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho” (fl. 3, doc. 53). Aponta ser “suficiente para atrair a competência da Justiça Comum a mera discussão prévia sobre a existência e validade de contratos temporários 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR estabelecidos com a Administração” (fl. 4, doc. 53) e, “não obstante a contratação mediante a Lei nº 8.745/93 ser hipótese excepcional de admissão de servidor público sem concurso público, o vínculo formado com a Administração Pública é de caráter jurídico-administrativo, regulado pela diploma legal de regência do ente federado contratante” (fl. 7, doc. 53). Requer “a inclusão do processo em pauta, para que o órgão colegiado desse Supremo Tribunal Federal julgue o presente agravo, dando-lhe provimento” (fl. 8, doc. 53). 2. Razão jurídica assiste à agravante. 3. Põe-se em foco neste recurso se a Justiça do Trabalho teria competência para processar e julgar lide sobre a relação jurídica estabelecida entre o agravado e a Administração Pública, em ação ajuizada por servidor contratado por tempo determinado, nos moldes do inc. IX do art. 37 da Constituição da República. 4. Em 5.4.2006, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395/DF, este Supremo Tribunal, por maioria, referendou medida cautelar deferida pelo Ministro Nelson Jobim: “INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico- estatutária” (DJ 10.11.2006). Na decisão de deferimento da medida liminar, ad referendum, o 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR estabelecidos com a Administração” (fl. 4, doc. 53) e, “não obstante a contratação mediante a Lei nº 8.745/93 ser hipótese excepcional de admissão de servidor público sem concurso público, o vínculo formado com a Administração Pública é de caráter jurídico-administrativo, regulado pela diploma legal de regência do ente federado contratante” (fl. 7, doc. 53). Requer “a inclusão do processo em pauta, para que o órgão colegiado desse Supremo Tribunal Federal julgue o presente agravo, dando-lhe provimento” (fl. 8, doc. 53). 2. Razão jurídica assiste à agravante. 3. Põe-se em foco neste recurso se a Justiça do Trabalho teria competência para processar e julgar lide sobre a relação jurídica estabelecida entre o agravado e a Administração Pública, em ação ajuizada por servidor contratado por tempo determinado, nos moldes do inc. IX do art. 37 da Constituição da República. 4. Em 5.4.2006, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395/DF, este Supremo Tribunal, por maioria, referendou medida cautelar deferida pelo Ministro Nelson Jobim: “INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico- estatutária” (DJ 10.11.2006). Na decisão de deferimento da medida liminar, ad referendum, o 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR Ministro Nelson Jobim asseverou: “Dou interpretação conforme ao inciso I do art. 114 da CF, na redação da EC n. 45/2004. Suspendo, ad referendum, toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a ‘(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo’” (DJ 4.2.2005). Esse entendimento foi confirmado pelo Supremo Tribunal Federal na sessão virtual de 3.4.2020 a 14.4.2020, ao julgar o mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395: “CONSTITUCIONAL E TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 114, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004. AUSÊNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. EXPRESSÃO “RELAÇÃO DE TRABALHO”. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO. EXCLUSÃO DAS AÇÕES ENTRE O PODER PÚBLICO E SEUS SERVIDORES. PRECEDENTES. MEDIDA CAUTELAR CONFIRMADA. AÇÃO DIRETA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE.1. O processo legislativo para edição da Emenda Constitucional 45/2004, que deu nova redação ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, é, do ponto de vista formal, constitucionalmente hígido.2. A interpretação adequadamente constitucional da expressão “relação do trabalho” deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder Público e seus servidores.3. Medida Cautelar confirmada e Ação Direta julgada parcialmente procedente” (ADI n. 3.395, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Plenário, DJe 1º.7.2020). O vínculo jurídico estabelecido entre servidores contratados e a Administração é de direito administrativo, pelo que não comporta 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR Ministro Nelson Jobim asseverou: “Dou interpretação conforme ao inciso I do art. 114 da CF, na redação da EC n. 45/2004. Suspendo, ad referendum, toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a ‘(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo’” (DJ 4.2.2005). Esse entendimento foi confirmado pelo Supremo Tribunal Federal na sessão virtual de 3.4.2020 a 14.4.2020, ao julgar o mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395: “CONSTITUCIONAL E TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 114, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004. AUSÊNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. EXPRESSÃO “RELAÇÃO DE TRABALHO”. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO. EXCLUSÃO DAS AÇÕES ENTRE O PODER PÚBLICO E SEUS SERVIDORES. PRECEDENTES. MEDIDA CAUTELAR CONFIRMADA. AÇÃO DIRETA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE.1. O processo legislativo para edição da Emenda Constitucional 45/2004, que deu nova redação ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, é, do ponto de vista formal, constitucionalmente hígido.2. A interpretação adequadamente constitucional da expressão “relação do trabalho” deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder Público e seus servidores.3. Medida Cautelar confirmada e Ação Direta julgada parcialmente procedente” (ADI n. 3.395, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Plenário, DJe 1º.7.2020). O vínculo jurídico estabelecido entre servidores contratados e a Administração é de direito administrativo, pelo que não comporta 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR discussão na Justiça Trabalhista. 5. Em 17.3.2008, no julgamento da Reclamação n. 5.381/AM, Relator o Ministro Ayres Britto, na qual se examinava ação civil pública ajuizada na Justiça do Trabalho, com o objetivo de impor o desligamento de servidores contratados por tempo determinado, este Supremo Tribunal decidiu: “CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA. 1. No julgamento da ADI 3.395- MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da CF (na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense nº 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados. 3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado” (DJ 8.8.2008). Confira-se também o seguinte julgado: “Agravo regimental na medida cautelar na reclamação – Administrativo e Processual Civil – Ação civil pública – Vínculo entre servidor e o poder público – Contratação temporária - ADI n. 3.395/DF-MC – Cabimento da reclamação – Incompetência da Justiça do Trabalho. 1. A reclamação é meio hábil para conservar a autoridade do Supremo Tribunal Federal e a eficácia de suas decisões e súmulas vinculantes. Não se reveste de caráter primário ou se transforma em sucedâneo recursal quando é utilizada para confrontar decisões de juízos e tribunais que afrontam o conteúdo do acórdão do STF na ADI n. 3.395/DF-MC. 2. Compete à Justiça comum pronunciar-se sobre a existência, a validade e a eficácia das relações entre servidores e o 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR discussão na Justiça Trabalhista. 5. Em 17.3.2008, no julgamento da Reclamação n. 5.381/AM, Relator o Ministro Ayres Britto, na qual se examinava ação civil pública ajuizada na Justiça do Trabalho, com o objetivo de impor o desligamento de servidores contratados por tempo determinado, este Supremo Tribunal decidiu: “CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA. 1. No julgamento da ADI 3.395- MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da CF (na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense nº 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados. 3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado” (DJ 8.8.2008). Confira-se também o seguinte julgado: “Agravo regimental na medida cautelar na reclamação – Administrativo e Processual Civil – Ação civil pública – Vínculo entre servidor e o poder público – Contratação temporária - ADI n. 3.395/DF-MC – Cabimento da reclamação – Incompetência da Justiça do Trabalho. 1. A reclamação é meio hábil para conservar a autoridade do Supremo Tribunal Federal e a eficácia de suas decisões e súmulas vinculantes. Não se reveste de caráter primário ou se transforma em sucedâneo recursal quando é utilizada para confrontar decisões de juízos e tribunais que afrontam o conteúdo do acórdão do STF na ADI n. 3.395/DF-MC. 2. Compete à Justiça comum pronunciar-se sobre a existência, a validade e a eficácia das relações entre servidores e o 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR poder público fundadas em vínculo jurídico-administrativo. É irrelevante a argumentação de que o contrato é temporário ou precário, ainda que haja sido extrapolado seu prazo inicial, bem assim se o liame decorre de ocupação de cargo comissionado ou função gratificada. 3. Não descaracteriza a competência da Justiça comum, em tais dissídios, o fato de se requerer verbas rescisórias, FGTS e outros encargos de natureza símile, dada a prevalência da questão de fundo, que diz respeito à própria natureza da relação jurídico- administrativa, posto que desvirtuada ou submetida a vícios de origem, como fraude, simulação ou ausência de concurso público. Nesse último caso, ultrapassa o limite da competência do STF a investigação sobre o conteúdo dessa causa de pedir específica. 4. Agravo regimental provido e, por efeito da instrumentalidade de formas e da economia processual, reclamação julgada procedente, declarando-se a competência da Justiça comum” (Rcl n. 4.069-MC- AgR, Redator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 6.6.2011). Confiram-se também, por exemplo, os seguintes julgados: Rcl n. 8.481, de minha relatoria, DJe 4.8.2009; Rcl n. 8.501/PI, de minha relatoria, DJe 3.8.2009; Rcl n. 8.514/PI, de minha relatoria, DJe 3.8.2009; Rcl n. 4.912/GO, de minha relatoria, DJe 15.10.2008; Rcl n. 4.974/GO, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ 10.2.2009; Rcl n. 6.994/ES, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ 9.2.2009; Rcl n. 4.371/TO, Relator o Ministro Ayres Britto, DJe 30.1.2009; Rcl n. 6.159/GO, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 19.11.2008; Rcl n. 5.255/GO, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 5.793/AM, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 6.229/PA, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 4.824/MS, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 18.11.2008; Rcl n. 6.018/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 18.11.2008; Rcl n. 5.184/SP, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 5.11.2008; Rcl n. 5.297/PA, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe 29.10.2008; Rcl n. 6.410/PA, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 10.10.2008; Rcl n. 4.940/GO, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 19.9.2008; Rcl n. 6.002/MT, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 17.9.2008; Rcl n. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR poder público fundadas em vínculo jurídico-administrativo. É irrelevante a argumentação de que o contrato é temporário ou precário, ainda que haja sido extrapolado seu prazo inicial, bem assim se o liame decorre de ocupação de cargo comissionado ou função gratificada. 3. Não descaracteriza a competência da Justiça comum, em tais dissídios, o fato de se requerer verbas rescisórias, FGTS e outros encargos de natureza símile, dada a prevalência da questão de fundo, que diz respeito à própria natureza da relação jurídico- administrativa, posto que desvirtuada ou submetida a vícios de origem, como fraude, simulação ou ausência de concurso público. Nesse último caso, ultrapassa o limite da competência do STF a investigação sobre o conteúdo dessa causa de pedir específica. 4. Agravo regimental provido e, por efeito da instrumentalidade de formas e da economia processual, reclamação julgada procedente, declarando-se a competência da Justiça comum” (Rcl n. 4.069-MC- AgR, Redator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 6.6.2011). Confiram-se também, por exemplo, os seguintes julgados: Rcl n. 8.481, de minha relatoria, DJe 4.8.2009; Rcl n. 8.501/PI, de minha relatoria, DJe 3.8.2009; Rcl n. 8.514/PI, de minha relatoria, DJe 3.8.2009; Rcl n. 4.912/GO, de minha relatoria, DJe 15.10.2008; Rcl n. 4.974/GO, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ 10.2.2009; Rcl n. 6.994/ES, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ 9.2.2009; Rcl n. 4.371/TO, Relator o Ministro Ayres Britto, DJe 30.1.2009; Rcl n. 6.159/GO, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 19.11.2008; Rcl n. 5.255/GO, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 5.793/AM, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 6.229/PA, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 4.824/MS, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 18.11.2008; Rcl n. 6.018/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 18.11.2008; Rcl n. 5.184/SP, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 5.11.2008; Rcl n. 5.297/PA, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe 29.10.2008; Rcl n. 6.410/PA, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 10.10.2008; Rcl n. 4.940/GO, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 19.9.2008; Rcl n. 6.002/MT, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 17.9.2008; Rcl n. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR 4.940/GO, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 19.9.2008; Rcl n. 6.536/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 15.9.2008; Rcl n. 6.424/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 9.9.2008; Rcl n. 5.235/GO, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe 3.9.2008; e Rcl n. 6.321/MT, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 27.8.2008. Na espécie em exame, o vínculo firmado entre o agravante e o agravado está submetido a regime jurídico-administrativo. A competência para dirimir conflito decorrente dessa relação administrativa não comporta discussão jurídica, de acordo com os precedentes. A decisão agravada diverge dessa orientação jurisprudencial. 6. Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao agravo regimental para declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a ação e determinar a remessa dos autos à Justiça comum estadual para decidir como de direito. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR 4.940/GO, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 19.9.2008; Rcl n. 6.536/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 15.9.2008; Rcl n. 6.424/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 9.9.2008; Rcl n. 5.235/GO, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe 3.9.2008; e Rcl n. 6.321/MT, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 27.8.2008. Na espécie em exame, o vínculo firmado entre o agravante e o agravado está submetido a regime jurídico-administrativo. A competência para dirimir conflito decorrente dessa relação administrativa não comporta discussão jurídica, de acordo com os precedentes. A decisão agravada diverge dessa orientação jurisprudencial. 6. Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao agravo regimental para declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a ação e determinar a remessa dos autos à Justiça comum estadual para decidir como de direito. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 21 Extrato de Ata - 08/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PROCED. : PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BBEC-7452-9A93-A3E4 e senha 03E2-4280-1EC0-6B81 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PROCED. : PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BBEC-7452-9A93-A3E4 e senha 03E2-4280-1EC0-6B81 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 21
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756199930
2021-06-08T00:00:00
2021-06-21T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO
E M E N T A AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA ENTRE O CONTEÚDO DO ATO RECLAMADO E O PARADIGMA INDICADO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Inexistência de ofensa à autoridade da decisão proferida por esta Suprema Corte no julgamento da ADI 3.395-6, por ausência de similitude fática e de estrita aderência entre o conteúdo do ato reclamado e o objeto da decisão paradigma. II – Agravo regimental não provido.
sjur448985
- Acórdão(s) citado(s): (RECLAMAÇÃO, AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA, DECISÃO RECLAMADA, ACÓRDÃO PARADIGMA) Rcl 22051 AgR (2ªT). (NATUREZA JURÍDICA, VÍNCULO, SERVIDOR PÚBLICO TEMPORÁRIO, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, COMPETÊNCIA) Rcl 5381 (TP), Rcl 4069 MC-AgR (TP). - Decisões monocráticas citadas: (NATUREZA JURÍDICA, VÍNCULO, SERVIDOR PÚBLICO TEMPORÁRIO, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, COMPETÊNCIA) Rcl 6321, Rcl 5235, Rcl 6424, Rcl 6536, Rcl 4940, Rcl 6002, Rcl 4912, Rcl 6410, Rcl 5297, Rcl 5184, Rcl 6018, Rcl 4824, Rcl 4371, Rcl 5793, Rcl 6229, Rcl 5255, Rcl 6159, Rcl 4971, Rcl 6994, Rcl 8481, Rcl 8514, Rcl 8501. - Veja ADI 3395 do STF. Número de páginas: 21. Análise: 07/06/2022, DAP.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
26496
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00037 INC-00009\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL" ]
Rcl-AgR
acordaos
Rcl 26496 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS E M E N T A AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA ENTRE O CONTEÚDO DO ATO RECLAMADO E O PARADIGMA INDICADO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Inexistência de ofensa à autoridade da decisão proferida por esta Suprema Corte no julgamento da ADI 3.395-6, por ausência de similitude fática e de estrita aderência entre o conteúdo do ato reclamado e o objeto da decisão paradigma. II – Agravo regimental não provido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Brasília, Sessão Virtual de 28 de maio a 07 de junho de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 21AA-DA18-BAC3-6A0B e senha 003C-4340-3CB9-FA05 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 21 Relatório 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de Agravo Regimental interposto contra decisão que não conheceu da presente Reclamação, à consideração de que falta à espécie aderência estrita em relação ao paradigma invocado (ADI 3.395/DF), haja vista que o ponto controvertido, relacionado à competência da Justiça do Trabalho, não foi objeto de análise pela decisão reclamada. A parte agravante reafirma os argumentos lançados na inicial, sustentando a incompetência da Justiça do Trabalho para o julgamento da ação originária em razão da alegada natureza administrativa do vínculo jurídico da parte autora com o ente público. Requer seja exercido o juízo de retratação e, ao final, a procedência da presente Reclamação para cassar a decisão reclamada. Dispenso a intimação da parte ora agravada, em homenagem ao princípio da celeridade processual e ausente prejuízo para a recorrida (artigo 6... c/c artigo 9... do Código de Processo Civil/2015). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71BB-7426-33A8-1CD0 e senha 6152-853F-3799-E65E Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de Agravo Regimental interposto contra decisão que não conheceu da presente Reclamação, à consideração de que falta à espécie aderência estrita em relação ao paradigma invocado (ADI 3.395/DF), haja vista que o ponto controvertido, relacionado à competência da Justiça do Trabalho, não foi objeto de análise pela decisão reclamada. A parte agravante reafirma os argumentos lançados na inicial, sustentando a incompetência da Justiça do Trabalho para o julgamento da ação originária em razão da alegada natureza administrativa do vínculo jurídico da parte autora com o ente público. Requer seja exercido o juízo de retratação e, ao final, a procedência da presente Reclamação para cassar a decisão reclamada. Dispenso a intimação da parte ora agravada, em homenagem ao princípio da celeridade processual e ausente prejuízo para a recorrida (artigo 6... c/c artigo 9... do Código de Processo Civil/2015). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71BB-7426-33A8-1CD0 e senha 6152-853F-3799-E65E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 21 Relatório RCL 26496 AGR / PR Dispenso, ainda, a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/Supremo Tribunal Federal, art. 52, parágrafo único). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71BB-7426-33A8-1CD0 e senha 6152-853F-3799-E65E Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR Dispenso, ainda, a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/Supremo Tribunal Federal, art. 52, parágrafo único). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71BB-7426-33A8-1CD0 e senha 6152-853F-3799-E65E Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão ao recorrente. A decisão recorrida, proferida pelo Ministro Celso de Mello, que me antecedeu na relatoria destes autos, negou seguimento à reclamação, nos seguintes termos: “Trata-se de reclamação formulada com o objetivo de fazer preservar a autoridade de decisão que, referendada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (ADI 3.395-MC/DF, Rel. Min. CEZAR PELUSO), suspendeu, cautelarmente, qualquer interpretação do art. 114, I, da Constituição Federal (na redação dada pela EC n 45/2004) “(...) que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a ‘(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo’” (grifei). A parte reclamante alega que o órgão judiciário reclamado (Processo n 6457400-73.2002.5.09.0900) – ao reconhecer-se competente para apreciar litígio alcançado pelos efeitos da providência cautelar emanada desta Suprema Corte – teria desrespeitado a eficácia vinculante que é inerente aos pronunciamentos do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata (ADI 3.395- MC/DF), comprometendo, desse modo, a integridade de tal ato decisório. Registro que, em juízo de estrita delibação, deferi o pedido de medida cautelar formulado nestes autos, por vislumbrar plausibilidade jurídica na pretensão ora deduzida. Observo, ainda, haver determinado a citação da parte beneficiária, que deixou de oferecer contestação à pretensão deduzida pela parte ora reclamante. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão ao recorrente. A decisão recorrida, proferida pelo Ministro Celso de Mello, que me antecedeu na relatoria destes autos, negou seguimento à reclamação, nos seguintes termos: “Trata-se de reclamação formulada com o objetivo de fazer preservar a autoridade de decisão que, referendada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (ADI 3.395-MC/DF, Rel. Min. CEZAR PELUSO), suspendeu, cautelarmente, qualquer interpretação do art. 114, I, da Constituição Federal (na redação dada pela EC n 45/2004) “(...) que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a ‘(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo’” (grifei). A parte reclamante alega que o órgão judiciário reclamado (Processo n 6457400-73.2002.5.09.0900) – ao reconhecer-se competente para apreciar litígio alcançado pelos efeitos da providência cautelar emanada desta Suprema Corte – teria desrespeitado a eficácia vinculante que é inerente aos pronunciamentos do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata (ADI 3.395- MC/DF), comprometendo, desse modo, a integridade de tal ato decisório. Registro que, em juízo de estrita delibação, deferi o pedido de medida cautelar formulado nestes autos, por vislumbrar plausibilidade jurídica na pretensão ora deduzida. Observo, ainda, haver determinado a citação da parte beneficiária, que deixou de oferecer contestação à pretensão deduzida pela parte ora reclamante. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR O Ministério Público Federal, em manifestação da lavra do eminente Procurador-Geral da República Dr. AUGUSTO ARAS, opinou pelo não conhecimento da presente reclamação, em parecer assim ementado: “RECLAMAÇÃO. EMPREGADO CONTRATADO SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. ADI 3.395/DF. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. NÃO CONHECIMENTO. 1. No julgamento da ADI 3.395/DF, o Pleno do Supremo Tribunal Federal referendou, em 5.4.2006, decisão liminar, suspendendo interpretação conferida ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre a Administração Pública e servidores a ela vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Na via da reclamação, não é possível o revolvimento de fatos e provas para aferição da natureza da relação jurídica mantida com a Administração Pública. – Parecer pelo não conhecimento da reclamação.” (grifei) O Supremo Tribunal Federal tem enfatizado, em sucessivas decisões, que a reclamação reveste-se de idoneidade jurídico- processual, quando utilizada, como na espécie, com o objetivo de fazer prevalecer a autoridade decisória dos julgamentos emanados desta Corte, notadamente quando impregnados de eficácia vinculante, como sucede com aqueles que deferem provimentos cautelares em sede de fiscalização normativa abstrata (RTJ 169/383-384 – RTJ 183/1173- 1174, v.g.): “O DESRESPEITO À EFICÁCIA VINCULANTE DERIVADA DE DECISÃO EMANADA DO PLENÁRIO DA SUPREMA CORTE AUTORIZA O USO DA RECLAMAÇÃO . O descumprimento, por quaisquer juízes ou Tribunais, de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR O Ministério Público Federal, em manifestação da lavra do eminente Procurador-Geral da República Dr. AUGUSTO ARAS, opinou pelo não conhecimento da presente reclamação, em parecer assim ementado: “RECLAMAÇÃO. EMPREGADO CONTRATADO SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. ADI 3.395/DF. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. NÃO CONHECIMENTO. 1. No julgamento da ADI 3.395/DF, o Pleno do Supremo Tribunal Federal referendou, em 5.4.2006, decisão liminar, suspendendo interpretação conferida ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre a Administração Pública e servidores a ela vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Na via da reclamação, não é possível o revolvimento de fatos e provas para aferição da natureza da relação jurídica mantida com a Administração Pública. – Parecer pelo não conhecimento da reclamação.” (grifei) O Supremo Tribunal Federal tem enfatizado, em sucessivas decisões, que a reclamação reveste-se de idoneidade jurídico- processual, quando utilizada, como na espécie, com o objetivo de fazer prevalecer a autoridade decisória dos julgamentos emanados desta Corte, notadamente quando impregnados de eficácia vinculante, como sucede com aqueles que deferem provimentos cautelares em sede de fiscalização normativa abstrata (RTJ 169/383-384 – RTJ 183/1173- 1174, v.g.): “O DESRESPEITO À EFICÁCIA VINCULANTE DERIVADA DE DECISÃO EMANADA DO PLENÁRIO DA SUPREMA CORTE AUTORIZA O USO DA RECLAMAÇÃO . O descumprimento, por quaisquer juízes ou Tribunais, de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR decisões proferidas com efeito vinculante, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade, autoriza a utilização da via reclamatória, também vocacionada, em sua específica função processual, a resguardar e a fazer prevalecer, no que concerne à Suprema Corte, a integridade, a autoridade e a eficácia subordinante dos comandos que emergem de seus atos decisórios. Precedente: Rcl 1.722/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO (Pleno).” (RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Cabe examinar, de outro lado, se terceiros – que não intervieram no processo objetivo de controle normativo abstrato – dispõem, ou não, de legitimidade ativa para o ajuizamento de reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, quando promovida com o objetivo de fazer restaurar o “imperium” inerente às decisões emanadas desta Corte proferidas em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, a propósito de tal questão, ao analisar o alcance da norma inscrita no art. 28 da Lei n 9.868/99 (Rcl 1.880-AgR/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA), firmou orientação que reconhece a terceiros qualidade para agir, em sede reclamatória, quando se torne necessário assegurar o efetivo respeito aos julgamentos desta Suprema Corte proferidos no âmbito de processos de controle normativo abstrato: “(...) LEGITIMIDADE ATIVA PARA A RECLAMAÇÃO NA HIPÓTESE DE INOBSERVÂNCIA DO EFEITO VINCULANTE – Assiste plena legitimidade ativa, em sede de reclamação, àquele – particular ou não – que venha a ser afetado, em sua esfera jurídica, por decisões de outros magistrados ou Tribunais que se revelem contrárias ao entendimento fixado, em caráter vinculante, pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos processos objetivos de controle normativo abstrato instaurados mediante ajuizamento quer de ação direta de inconstitucionalidade, quer de ação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR decisões proferidas com efeito vinculante, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade, autoriza a utilização da via reclamatória, também vocacionada, em sua específica função processual, a resguardar e a fazer prevalecer, no que concerne à Suprema Corte, a integridade, a autoridade e a eficácia subordinante dos comandos que emergem de seus atos decisórios. Precedente: Rcl 1.722/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO (Pleno).” (RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Cabe examinar, de outro lado, se terceiros – que não intervieram no processo objetivo de controle normativo abstrato – dispõem, ou não, de legitimidade ativa para o ajuizamento de reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, quando promovida com o objetivo de fazer restaurar o “imperium” inerente às decisões emanadas desta Corte proferidas em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, a propósito de tal questão, ao analisar o alcance da norma inscrita no art. 28 da Lei n 9.868/99 (Rcl 1.880-AgR/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA), firmou orientação que reconhece a terceiros qualidade para agir, em sede reclamatória, quando se torne necessário assegurar o efetivo respeito aos julgamentos desta Suprema Corte proferidos no âmbito de processos de controle normativo abstrato: “(...) LEGITIMIDADE ATIVA PARA A RECLAMAÇÃO NA HIPÓTESE DE INOBSERVÂNCIA DO EFEITO VINCULANTE – Assiste plena legitimidade ativa, em sede de reclamação, àquele – particular ou não – que venha a ser afetado, em sua esfera jurídica, por decisões de outros magistrados ou Tribunais que se revelem contrárias ao entendimento fixado, em caráter vinculante, pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos processos objetivos de controle normativo abstrato instaurados mediante ajuizamento quer de ação direta de inconstitucionalidade, quer de ação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR declaratória de constitucionalidade. Precedente. (…).” (RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Vê-se, portanto, que assiste à parte ora reclamante plena legitimidade ativa “ad causam” para fazer instaurar este processo reclamatório. Cumpre verificar, agora, se a situação exposta na presente reclamação pode traduzir, ou não, hipótese de ofensa à autoridade do julgamento que o Supremo Tribunal Federal proferiu, com eficácia vinculante, em sede de fiscalização normativa abstrata, não obstante o acórdão invocado como paradigma (ADI 3.395-MC/DF) consubstancie decisão concessiva de provimento cautelar. Entendo que não. É que a autoridade judiciária ora reclamada sequer analisou, no âmbito da decisão impugnada nesta sede reclamatória (RR n 6457400-73.2002.5.09.0900-E), a questão preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho suscitada pela parte reclamante, nos autos da causa originária, limitando-se, tão somente, a manifestar-se nos seguintes termos: “EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. DECISÃO EMBARGADA PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI 11.496/2007. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. CONTRATAÇÃO POR PRAZO DETERMINADO PARA A CONSECUÇÃO DE OBRA PARA ATENDER À NECESSIDADE TEMPORÁRIA DO SERVIÇO PÚBLICO. No acórdão do TRT restou esclarecido que o Reclamante fora admitido por meio de contrato celetista, por prazo determinado. Assinalou, ainda, que a contratação fora efetivada pelo Ministério do Exército (1... Batalhão Ferroviário), através de contrato por prazo determinado a encerrar-se em 30.03.94, o qual foi prorrogado tacitamente, encerrando-se apenas em 30.06.94 Por fim, reconhecera que não há nulidade a ser declarada, uma vez que o contrato por tempo determinado é possível para atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse publico em razão do previsto no art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988/BB. Nesse contexto, o entendimento do TRT 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR declaratória de constitucionalidade. Precedente. (…).” (RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Vê-se, portanto, que assiste à parte ora reclamante plena legitimidade ativa “ad causam” para fazer instaurar este processo reclamatório. Cumpre verificar, agora, se a situação exposta na presente reclamação pode traduzir, ou não, hipótese de ofensa à autoridade do julgamento que o Supremo Tribunal Federal proferiu, com eficácia vinculante, em sede de fiscalização normativa abstrata, não obstante o acórdão invocado como paradigma (ADI 3.395-MC/DF) consubstancie decisão concessiva de provimento cautelar. Entendo que não. É que a autoridade judiciária ora reclamada sequer analisou, no âmbito da decisão impugnada nesta sede reclamatória (RR n 6457400-73.2002.5.09.0900-E), a questão preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho suscitada pela parte reclamante, nos autos da causa originária, limitando-se, tão somente, a manifestar-se nos seguintes termos: “EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. DECISÃO EMBARGADA PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI 11.496/2007. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. CONTRATAÇÃO POR PRAZO DETERMINADO PARA A CONSECUÇÃO DE OBRA PARA ATENDER À NECESSIDADE TEMPORÁRIA DO SERVIÇO PÚBLICO. No acórdão do TRT restou esclarecido que o Reclamante fora admitido por meio de contrato celetista, por prazo determinado. Assinalou, ainda, que a contratação fora efetivada pelo Ministério do Exército (1... Batalhão Ferroviário), através de contrato por prazo determinado a encerrar-se em 30.03.94, o qual foi prorrogado tacitamente, encerrando-se apenas em 30.06.94 Por fim, reconhecera que não há nulidade a ser declarada, uma vez que o contrato por tempo determinado é possível para atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse publico em razão do previsto no art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988/BB. Nesse contexto, o entendimento do TRT 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR coaduna-se com a jurisprudência desta Corte, que se firmou no sentido de ser válida a contratação por tempo determinado para atender a excepcional interesse público. Recurso de embargos conhecido e provido.” (grifei) Vê-se, daí, que o ato ora impugnado não pode ser qualificado como transgressor da autoridade da decisão invocada pela parte reclamante como referência paradigmática, pois os fundamentos em que se apoiou são estranhos à própria “ratio decidendi” subjacente à ADI 3.395-MC/DF. Esse fato – incoincidência dos fundamentos – inviabiliza o próprio conhecimento da presente reclamação pelo Supremo Tribunal Federal. É que as razões de decidir invocadas no ato ora questionado revelam-se substancialmente diversas daquelas que deram suporte à ADI 3.395- -MC/DF, o que basta para afastar, por inocorrente, a alegação de desrespeito à autoridade daquele pronunciamento do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata, inviabilizando-se, desse modo, o acesso à via reclamatória. Esse mesmo entendimento, vale assinalar, tem sido observado por eminentes Juízes de ambas as Turmas desta Suprema Corte (Rcl 11.801- -AgR/SP, Rel. Min. ROSA WEBER – Rcl 13.670/BA, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.): “(…) A ausência de identidade entre o ato impugnado e a decisão apontada como violada é circunstância que inviabiliza o conhecimento da reclamação.” (Rcl 12.897/MG, Rel. Min. LUIZ FUX – grifei) É importante assinalar, quanto a esse ponto, precisamente por tratar-se de caso em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal, que os atos questionados em reclamação, considerado o respectivo contexto, hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR coaduna-se com a jurisprudência desta Corte, que se firmou no sentido de ser válida a contratação por tempo determinado para atender a excepcional interesse público. Recurso de embargos conhecido e provido.” (grifei) Vê-se, daí, que o ato ora impugnado não pode ser qualificado como transgressor da autoridade da decisão invocada pela parte reclamante como referência paradigmática, pois os fundamentos em que se apoiou são estranhos à própria “ratio decidendi” subjacente à ADI 3.395-MC/DF. Esse fato – incoincidência dos fundamentos – inviabiliza o próprio conhecimento da presente reclamação pelo Supremo Tribunal Federal. É que as razões de decidir invocadas no ato ora questionado revelam-se substancialmente diversas daquelas que deram suporte à ADI 3.395- -MC/DF, o que basta para afastar, por inocorrente, a alegação de desrespeito à autoridade daquele pronunciamento do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata, inviabilizando-se, desse modo, o acesso à via reclamatória. Esse mesmo entendimento, vale assinalar, tem sido observado por eminentes Juízes de ambas as Turmas desta Suprema Corte (Rcl 11.801- -AgR/SP, Rel. Min. ROSA WEBER – Rcl 13.670/BA, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.): “(…) A ausência de identidade entre o ato impugnado e a decisão apontada como violada é circunstância que inviabiliza o conhecimento da reclamação.” (Rcl 12.897/MG, Rel. Min. LUIZ FUX – grifei) É importante assinalar, quanto a esse ponto, precisamente por tratar-se de caso em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal, que os atos questionados em reclamação, considerado o respectivo contexto, hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR deliberação estatal impugnada em relação aos parâmetros de controle emanados deste Tribunal (ADI 3.395-MC/DF, no caso), como reiteradamente tem advertido a jurisprudência desta Corte: “(…) – Os atos questionados em qualquer reclamação – nos casos em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal – hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da deliberação estatal impugnada em relação ao parâmetro de controle emanado deste Tribunal. Precedentes. (…).” (Rcl 6.534-AgR/MA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Impende registrar, por necessário, um outro aspecto que, assinalado em sucessivas decisões desta Corte, afasta a possibilidade jurídico- -processual de emprego da reclamação, notadamente naqueles casos em que a parte reclamante busca a revisão de certo ato decisório, por entendê-lo incompatível com a jurisprudência do Supremo Tribunal. Refiro-me ao fato de que, considerada a ausência, no caso, dos pressupostos legitimadores do ajuizamento da reclamação, este remédio constitucional não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto desta Suprema Corte. A reclamação, como se sabe, reveste-se de múltiplas funções, tal como revelado por precedentes desta Corte (RTJ 134/1033, v.g.) e definido pelo novo Código de Processo Civil (art. 988), as quais, em síntese, compreendem (a) a preservação da competência global do Supremo Tribunal Federal, (b) a restauração da autoridade das decisões proferidas por esta Corte Suprema e (c) a garantia de observância da jurisprudência vinculante deste Tribunal Supremo (tanto a decorrente de enunciado sumular vinculante quanto a resultante dos julgamentos da Corte em sede de controle normativo abstrato), além de atuar como expressivo meio vocacionado a fazer prevalecer os acórdãos deste Tribunal proferidos em incidentes de 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR deliberação estatal impugnada em relação aos parâmetros de controle emanados deste Tribunal (ADI 3.395-MC/DF, no caso), como reiteradamente tem advertido a jurisprudência desta Corte: “(…) – Os atos questionados em qualquer reclamação – nos casos em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal – hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da deliberação estatal impugnada em relação ao parâmetro de controle emanado deste Tribunal. Precedentes. (…).” (Rcl 6.534-AgR/MA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Impende registrar, por necessário, um outro aspecto que, assinalado em sucessivas decisões desta Corte, afasta a possibilidade jurídico- -processual de emprego da reclamação, notadamente naqueles casos em que a parte reclamante busca a revisão de certo ato decisório, por entendê-lo incompatível com a jurisprudência do Supremo Tribunal. Refiro-me ao fato de que, considerada a ausência, no caso, dos pressupostos legitimadores do ajuizamento da reclamação, este remédio constitucional não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto desta Suprema Corte. A reclamação, como se sabe, reveste-se de múltiplas funções, tal como revelado por precedentes desta Corte (RTJ 134/1033, v.g.) e definido pelo novo Código de Processo Civil (art. 988), as quais, em síntese, compreendem (a) a preservação da competência global do Supremo Tribunal Federal, (b) a restauração da autoridade das decisões proferidas por esta Corte Suprema e (c) a garantia de observância da jurisprudência vinculante deste Tribunal Supremo (tanto a decorrente de enunciado sumular vinculante quanto a resultante dos julgamentos da Corte em sede de controle normativo abstrato), além de atuar como expressivo meio vocacionado a fazer prevalecer os acórdãos deste Tribunal proferidos em incidentes de 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR assunção de competência. Isso significa, portanto, que a reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal, nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, nem traduz meio de uniformização de jurisprudência, eis que tais finalidades revelam-se estranhas à destinação subjacente à instituição dessa medida processual, consoante adverte a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: “CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. RECLAMAÇÃO: NÃO É SUCEDÂNEO DE RECURSO OU DE AÇÃO RESCISÓRIA. I. – A reclamação não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso ou de ação rescisória. II. – Reclamação não conhecida.” (RTJ 168/718, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, Pleno – grifei) “Não cabe reclamação destinada a invalidar decisão de outro Tribunal, que haja porventura divergido da jurisprudência do Supremo Tribunal, firmada no julgamento de causa diferente, mesmo em se tratando de controvérsias de porte constitucional. Também não é a reclamação instrumento idôneo de uniformização de jurisprudência, tampouco sucedâneo de recurso ou rescisória, não utilizados tempestivamente pelas partes.” (Rcl 724-AgR/ES, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI, Pleno – grifei) “O despacho acoimado de ofender a autoridade da decisão do Supremo Tribunal Federal negou seguimento, por razões processuais suficientes, ao recurso ordinário interposto contra acórdão em mandado de segurança. Por esse fundamento não é cabível reclamação, eis que a decisão da Corte Maior não cuida da matéria. .............................................................................................. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR assunção de competência. Isso significa, portanto, que a reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal, nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, nem traduz meio de uniformização de jurisprudência, eis que tais finalidades revelam-se estranhas à destinação subjacente à instituição dessa medida processual, consoante adverte a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: “CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. RECLAMAÇÃO: NÃO É SUCEDÂNEO DE RECURSO OU DE AÇÃO RESCISÓRIA. I. – A reclamação não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso ou de ação rescisória. II. – Reclamação não conhecida.” (RTJ 168/718, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, Pleno – grifei) “Não cabe reclamação destinada a invalidar decisão de outro Tribunal, que haja porventura divergido da jurisprudência do Supremo Tribunal, firmada no julgamento de causa diferente, mesmo em se tratando de controvérsias de porte constitucional. Também não é a reclamação instrumento idôneo de uniformização de jurisprudência, tampouco sucedâneo de recurso ou rescisória, não utilizados tempestivamente pelas partes.” (Rcl 724-AgR/ES, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI, Pleno – grifei) “O despacho acoimado de ofender a autoridade da decisão do Supremo Tribunal Federal negou seguimento, por razões processuais suficientes, ao recurso ordinário interposto contra acórdão em mandado de segurança. Por esse fundamento não é cabível reclamação, eis que a decisão da Corte Maior não cuida da matéria. .............................................................................................. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR A reclamação não pode servir de sucedâneo de recursos e ações cabíveis, como decidiu esse Plenário nas Rcl Ag.Rg. 1852, relator Maurício Corrêa, e Rcl Ag.Rg. 724, rel. Min. Octavio Gallotti. (…).” (Rcl 1.591/RN, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Pleno – grifei) “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. AFRONTA À DECISÃO PROFERIDA NA ADI 1662-SP. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE OU SIMILITUDE DE OBJETOS ENTRE O ATO IMPUGNADO E A EXEGESE DADA PELO TRIBUNAL. .............................................................................................. A questão da responsabilidade do Estado pelas dívidas da instituição financeira estatal revela tema afeto ao processo de execução que tramita na Justiça do Trabalho, não guardando pertinência com o objeto da presente ação. A reclamação não pode servir de sucedâneo de outros recursos ou ações cabíveis.” (Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, Pleno – grifei) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. AUSÊNCIA DE ARGUMENTOS NOVOS. RECLAMAÇÃO UTILIZADA COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. .............................................................................................. 3. O instituto da Reclamação não se presta para substituir recurso específico que a legislação tenha posto à disposição do jurisdicionado irresignado com a decisão judicial proferida pelo juízo ‘a quo’. .............................................................................................. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR A reclamação não pode servir de sucedâneo de recursos e ações cabíveis, como decidiu esse Plenário nas Rcl Ag.Rg. 1852, relator Maurício Corrêa, e Rcl Ag.Rg. 724, rel. Min. Octavio Gallotti. (…).” (Rcl 1.591/RN, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Pleno – grifei) “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. AFRONTA À DECISÃO PROFERIDA NA ADI 1662-SP. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE OU SIMILITUDE DE OBJETOS ENTRE O ATO IMPUGNADO E A EXEGESE DADA PELO TRIBUNAL. .............................................................................................. A questão da responsabilidade do Estado pelas dívidas da instituição financeira estatal revela tema afeto ao processo de execução que tramita na Justiça do Trabalho, não guardando pertinência com o objeto da presente ação. A reclamação não pode servir de sucedâneo de outros recursos ou ações cabíveis.” (Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, Pleno – grifei) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. AUSÊNCIA DE ARGUMENTOS NOVOS. RECLAMAÇÃO UTILIZADA COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. .............................................................................................. 3. O instituto da Reclamação não se presta para substituir recurso específico que a legislação tenha posto à disposição do jurisdicionado irresignado com a decisão judicial proferida pelo juízo ‘a quo’. .............................................................................................. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR 5. Agravo regimental não provido.” (Rcl 5.465-ED/ES, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Pleno – grifei) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. A RECLAMAÇÃO NÃO É SUCEDÂNEO DE RECURSO PRÓPRIO. RECURSO IMPROVIDO. I – A reclamação constitucional não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso próprio para conferir eficácia à jurisdição invocada nos autos da decisão de mérito. .............................................................................................. III – Reclamação improcedente. IV – Agravo regimental improvido.” (Rcl 5.684-AgR/PE, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Pleno – grifei) “(…) – O remédio constitucional da reclamação não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. (…).” (Rcl 6.534-AgR/MA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Em conclusão, não se acham caracterizadas, na espécie, as situações legitimadoras da utilização do instrumento reclamatório. Sendo assim, e em face das razões expostas, nego seguimento a esta reclamação (Código de Processo Civil, art. 932, VIII, c/c o RISTF, art. 21, § 1...), tornando sem efeito, em consequência, a medida liminar anteriormente deferida.” Verifico que as alegações da parte decorrem de mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal. A agravante não trouxe argumentos suficientes para infirmar a decisão, visando apenas à rediscussão da matéria já decidida em consonância com a jurisprudência pacífica desta Corte. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR 5. Agravo regimental não provido.” (Rcl 5.465-ED/ES, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Pleno – grifei) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. A RECLAMAÇÃO NÃO É SUCEDÂNEO DE RECURSO PRÓPRIO. RECURSO IMPROVIDO. I – A reclamação constitucional não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso próprio para conferir eficácia à jurisdição invocada nos autos da decisão de mérito. .............................................................................................. III – Reclamação improcedente. IV – Agravo regimental improvido.” (Rcl 5.684-AgR/PE, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Pleno – grifei) “(…) – O remédio constitucional da reclamação não pode ser utilizado como um (inadmissível) atalho processual destinado a permitir, por razões de caráter meramente pragmático, a submissão imediata do litígio ao exame direto do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. (…).” (Rcl 6.534-AgR/MA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Em conclusão, não se acham caracterizadas, na espécie, as situações legitimadoras da utilização do instrumento reclamatório. Sendo assim, e em face das razões expostas, nego seguimento a esta reclamação (Código de Processo Civil, art. 932, VIII, c/c o RISTF, art. 21, § 1...), tornando sem efeito, em consequência, a medida liminar anteriormente deferida.” Verifico que as alegações da parte decorrem de mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal. A agravante não trouxe argumentos suficientes para infirmar a decisão, visando apenas à rediscussão da matéria já decidida em consonância com a jurisprudência pacífica desta Corte. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 21 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 26496 AGR / PR Com efeito, conforme a supracitada fundamentação da decisão agravada, o ato reclamado não tratou da matéria arguida nos autos, não havendo estrita aderência temática em relação ao paradigma indicado. Incabível, assim a reclamação. No mesmo sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA ENTRE O CONTEÚDO DO ATO RECLAMADO, QUE NÃO TRATOU DO TEMA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO, E O DO ACÓRDÃO PARADIGMA (ADI 3.395 MC). INADMISSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.” (Rcl 22.051-AgR/BA, Ministro Teori Zavascki) Dispositivo Em face do exposto, nego provimento ao Agravo Regimental. É como voto. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR Com efeito, conforme a supracitada fundamentação da decisão agravada, o ato reclamado não tratou da matéria arguida nos autos, não havendo estrita aderência temática em relação ao paradigma indicado. Incabível, assim a reclamação. No mesmo sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA ENTRE O CONTEÚDO DO ATO RECLAMADO, QUE NÃO TRATOU DO TEMA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO, E O DO ACÓRDÃO PARADIGMA (ADI 3.395 MC). INADMISSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.” (Rcl 22.051-AgR/BA, Ministro Teori Zavascki) Dispositivo Em face do exposto, nego provimento ao Agravo Regimental. É como voto. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DD-5D81-D1E2-282D e senha 3213-67A3-EB76-C338 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 21 Voto Vogal AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O V O G A L A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA: 1. Em 28.9.2020, o Ministro Celso de Mello, então Relator, negou seguimento à reclamação ajuizada pela União ao seguinte fundamento: “Cumpre verificar, agora, se a situação exposta na presente reclamação pode traduzir, ou não, hipótese de ofensa à autoridade do julgamento que o Supremo Tribunal Federal proferiu, com eficácia vinculante, em sede de fiscalização normativa abstrata, não obstante o acórdão invocado como paradigma (ADI 3.395-MC/DF) consubstancie decisão concessiva de provimento cautelar. Entendo que não. É que a autoridade judiciária ora reclamada sequer analisou, no âmbito da decisão impugnada nesta sede reclamatória (RR n 6457400-73.2002.5.09.0900-E), a questão preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho suscitada pela parte reclamante, nos autos da causa originária, limitando-se, tão somente, a manifestar-se nos seguintes termos (…) Vê-se, daí, que o ato ora impugnado não pode ser qualificado como transgressor da autoridade da decisão invocada pela parte reclamante como referência paradigmática, pois os fundamentos em que se apoiou são estranhos à própria “ratio decidendi” subjacente à ADI 3.395-MC/DF. Esse fato – incoincidência dos fundamentos – inviabiliza o próprio conhecimento da presente reclamação pelo Supremo Tribunal Federal. É que as razões de decidir invocadas no ato ora questionado revelam-se substancialmente diversas daquelas que deram suporte à ADI 3.395- -MC/DF, o que basta para afastar, por Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O V O G A L A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA: 1. Em 28.9.2020, o Ministro Celso de Mello, então Relator, negou seguimento à reclamação ajuizada pela União ao seguinte fundamento: “Cumpre verificar, agora, se a situação exposta na presente reclamação pode traduzir, ou não, hipótese de ofensa à autoridade do julgamento que o Supremo Tribunal Federal proferiu, com eficácia vinculante, em sede de fiscalização normativa abstrata, não obstante o acórdão invocado como paradigma (ADI 3.395-MC/DF) consubstancie decisão concessiva de provimento cautelar. Entendo que não. É que a autoridade judiciária ora reclamada sequer analisou, no âmbito da decisão impugnada nesta sede reclamatória (RR n 6457400-73.2002.5.09.0900-E), a questão preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho suscitada pela parte reclamante, nos autos da causa originária, limitando-se, tão somente, a manifestar-se nos seguintes termos (…) Vê-se, daí, que o ato ora impugnado não pode ser qualificado como transgressor da autoridade da decisão invocada pela parte reclamante como referência paradigmática, pois os fundamentos em que se apoiou são estranhos à própria “ratio decidendi” subjacente à ADI 3.395-MC/DF. Esse fato – incoincidência dos fundamentos – inviabiliza o próprio conhecimento da presente reclamação pelo Supremo Tribunal Federal. É que as razões de decidir invocadas no ato ora questionado revelam-se substancialmente diversas daquelas que deram suporte à ADI 3.395- -MC/DF, o que basta para afastar, por Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR inocorrente, a alegação de desrespeito à autoridade daquele pronunciamento do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata, inviabilizando-se, desse modo, o acesso à via reclamatória. (…) É importante assinalar, quanto a esse ponto, precisamente por tratar-se de caso em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal, que os atos questionados em reclamação, considerado o respectivo contexto, hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da deliberação estatal impugnada em relação aos parâmetros de controle emanados deste Tribunal (ADI 3.395-MC/DF, no caso), como reiteradamente tem advertido a jurisprudência desta Corte (…) Isso significa, portanto, que a reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal, nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, nem traduz meio de uniformização de jurisprudência, eis que tais finalidades revelam-se estranhas à destinação subjacente à instituição dessa medida processual, consoante adverte a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (…) Em conclusão, não se acham caracterizadas, na espécie, as situações legitimadoras da utilização do instrumento reclamatório. Sendo assim, e em face das razões expostas, nego seguimento a esta reclamação” (doc. 53). Contra essa decisão a União interpôs o presente agravo regimental, no qual alega ter “esclarec[ido] que ‘a decisão reclamada reconheceu que foi celebrado contrato temporário, nos moldes do art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, regulamentado pela Lei n 8.745/93’ [e] é cediço que as demandas judiciais sobre relações funcionais de empregados contratados com base no art. 37, inciso IX, da Constituição Federal são de competência da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho” (fl. 3, doc. 53). Aponta ser “suficiente para atrair a competência da Justiça Comum a mera discussão prévia sobre a existência e validade de contratos temporários 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR inocorrente, a alegação de desrespeito à autoridade daquele pronunciamento do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata, inviabilizando-se, desse modo, o acesso à via reclamatória. (…) É importante assinalar, quanto a esse ponto, precisamente por tratar-se de caso em que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal, que os atos questionados em reclamação, considerado o respectivo contexto, hão de ajustar-se, com exatidão e pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da deliberação estatal impugnada em relação aos parâmetros de controle emanados deste Tribunal (ADI 3.395-MC/DF, no caso), como reiteradamente tem advertido a jurisprudência desta Corte (…) Isso significa, portanto, que a reclamação não se qualifica como sucedâneo recursal, nem configura instrumento viabilizador do reexame do conteúdo do ato reclamado, nem traduz meio de uniformização de jurisprudência, eis que tais finalidades revelam-se estranhas à destinação subjacente à instituição dessa medida processual, consoante adverte a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (…) Em conclusão, não se acham caracterizadas, na espécie, as situações legitimadoras da utilização do instrumento reclamatório. Sendo assim, e em face das razões expostas, nego seguimento a esta reclamação” (doc. 53). Contra essa decisão a União interpôs o presente agravo regimental, no qual alega ter “esclarec[ido] que ‘a decisão reclamada reconheceu que foi celebrado contrato temporário, nos moldes do art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, regulamentado pela Lei n 8.745/93’ [e] é cediço que as demandas judiciais sobre relações funcionais de empregados contratados com base no art. 37, inciso IX, da Constituição Federal são de competência da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho” (fl. 3, doc. 53). Aponta ser “suficiente para atrair a competência da Justiça Comum a mera discussão prévia sobre a existência e validade de contratos temporários 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR estabelecidos com a Administração” (fl. 4, doc. 53) e, “não obstante a contratação mediante a Lei n 8.745/93 ser hipótese excepcional de admissão de servidor público sem concurso público, o vínculo formado com a Administração Pública é de caráter jurídico-administrativo, regulado pela diploma legal de regência do ente federado contratante” (fl. 7, doc. 53). Requer “a inclusão do processo em pauta, para que o órgão colegiado desse Supremo Tribunal Federal julgue o presente agravo, dando-lhe provimento” (fl. 8, doc. 53). 2. Razão jurídica assiste à agravante. 3. Põe-se em foco neste recurso se a Justiça do Trabalho teria competência para processar e julgar lide sobre a relação jurídica estabelecida entre o agravado e a Administração Pública, em ação ajuizada por servidor contratado por tempo determinado, nos moldes do inc. IX do art. 37 da Constituição da República. 4. Em 5.4.2006, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395/DF, este Supremo Tribunal, por maioria, referendou medida cautelar deferida pelo Ministro Nelson Jobim: “INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da Constituição Federal de 1988, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico- estatutária” (DJ 10.11.2006). Na decisão de deferimento da medida liminar, ad referendum, o 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR estabelecidos com a Administração” (fl. 4, doc. 53) e, “não obstante a contratação mediante a Lei n 8.745/93 ser hipótese excepcional de admissão de servidor público sem concurso público, o vínculo formado com a Administração Pública é de caráter jurídico-administrativo, regulado pela diploma legal de regência do ente federado contratante” (fl. 7, doc. 53). Requer “a inclusão do processo em pauta, para que o órgão colegiado desse Supremo Tribunal Federal julgue o presente agravo, dando-lhe provimento” (fl. 8, doc. 53). 2. Razão jurídica assiste à agravante. 3. Põe-se em foco neste recurso se a Justiça do Trabalho teria competência para processar e julgar lide sobre a relação jurídica estabelecida entre o agravado e a Administração Pública, em ação ajuizada por servidor contratado por tempo determinado, nos moldes do inc. IX do art. 37 da Constituição da República. 4. Em 5.4.2006, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395/DF, este Supremo Tribunal, por maioria, referendou medida cautelar deferida pelo Ministro Nelson Jobim: “INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da Constituição Federal de 1988, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico- estatutária” (DJ 10.11.2006). Na decisão de deferimento da medida liminar, ad referendum, o 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR Ministro Nelson Jobim asseverou: “Dou interpretação conforme ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal de 1988, na redação da EC n. 45/2004. Suspendo, ad referendum, toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal de 1988, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a ‘(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo’” (DJ 4.2.2005). Esse entendimento foi confirmado pelo Supremo Tribunal Federal na sessão virtual de 3.4.2020 a 14.4.2020, ao julgar o mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395: “CONSTITUCIONAL E TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 114, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004. AUSÊNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. EXPRESSÃO “RELAÇÃO DE TRABALHO”. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO. EXCLUSÃO DAS AÇÕES ENTRE O PODER PÚBLICO E SEUS SERVIDORES. PRECEDENTES. MEDIDA CAUTELAR CONFIRMADA. AÇÃO DIRETA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE.1. O processo legislativo para edição da Emenda Constitucional 45/2004, que deu nova redação ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, é, do ponto de vista formal, constitucionalmente hígido.2. A interpretação adequadamente constitucional da expressão “relação do trabalho” deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder Público e seus servidores.3. Medida Cautelar confirmada e Ação Direta julgada parcialmente procedente” (ADI n. 3.395, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Plenário, DJe 1....7.2020). O vínculo jurídico estabelecido entre servidores contratados e a Administração é de direito administrativo, pelo que não comporta 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR Ministro Nelson Jobim asseverou: “Dou interpretação conforme ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal de 1988, na redação da EC n. 45/2004. Suspendo, ad referendum, toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal de 1988, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a ‘(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo’” (DJ 4.2.2005). Esse entendimento foi confirmado pelo Supremo Tribunal Federal na sessão virtual de 3.4.2020 a 14.4.2020, ao julgar o mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395: “CONSTITUCIONAL E TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 114, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004. AUSÊNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. EXPRESSÃO “RELAÇÃO DE TRABALHO”. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO. EXCLUSÃO DAS AÇÕES ENTRE O PODER PÚBLICO E SEUS SERVIDORES. PRECEDENTES. MEDIDA CAUTELAR CONFIRMADA. AÇÃO DIRETA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE.1. O processo legislativo para edição da Emenda Constitucional 45/2004, que deu nova redação ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, é, do ponto de vista formal, constitucionalmente hígido.2. A interpretação adequadamente constitucional da expressão “relação do trabalho” deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder Público e seus servidores.3. Medida Cautelar confirmada e Ação Direta julgada parcialmente procedente” (ADI n. 3.395, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Plenário, DJe 1....7.2020). O vínculo jurídico estabelecido entre servidores contratados e a Administração é de direito administrativo, pelo que não comporta 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR discussão na Justiça Trabalhista. 5. Em 17.3.2008, no julgamento da Reclamação n. 5.381/AM, Relator o Ministro Ayres Britto, na qual se examinava ação civil pública ajuizada na Justiça do Trabalho, com o objetivo de impor o desligamento de servidores contratados por tempo determinado, este Supremo Tribunal decidiu: “CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA. 1. No julgamento da ADI 3.395- MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da Constituição Federal de 1988 (na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense n 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados. 3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado” (DJ 8.8.2008). Confira-se também o seguinte julgado: “Agravo regimental na medida cautelar na reclamação – Administrativo e Processual Civil – Ação civil pública – Vínculo entre servidor e o poder público – Contratação temporária - ADI n. 3.395/DF-MC – Cabimento da reclamação – Incompetência da Justiça do Trabalho. 1. A reclamação é meio hábil para conservar a autoridade do Supremo Tribunal Federal e a eficácia de suas decisões e súmulas vinculantes. Não se reveste de caráter primário ou se transforma em sucedâneo recursal quando é utilizada para confrontar decisões de juízos e tribunais que afrontam o conteúdo do acórdão do Supremo Tribunal Federal na ADI n. 3.395/DF-MC. 2. Compete à Justiça comum pronunciar-se sobre a existência, a validade e a eficácia das relações entre servidores e o 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR discussão na Justiça Trabalhista. 5. Em 17.3.2008, no julgamento da Reclamação n. 5.381/AM, Relator o Ministro Ayres Britto, na qual se examinava ação civil pública ajuizada na Justiça do Trabalho, com o objetivo de impor o desligamento de servidores contratados por tempo determinado, este Supremo Tribunal decidiu: “CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA. 1. No julgamento da ADI 3.395- MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da Constituição Federal de 1988 (na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense n 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados. 3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado” (DJ 8.8.2008). Confira-se também o seguinte julgado: “Agravo regimental na medida cautelar na reclamação – Administrativo e Processual Civil – Ação civil pública – Vínculo entre servidor e o poder público – Contratação temporária - ADI n. 3.395/DF-MC – Cabimento da reclamação – Incompetência da Justiça do Trabalho. 1. A reclamação é meio hábil para conservar a autoridade do Supremo Tribunal Federal e a eficácia de suas decisões e súmulas vinculantes. Não se reveste de caráter primário ou se transforma em sucedâneo recursal quando é utilizada para confrontar decisões de juízos e tribunais que afrontam o conteúdo do acórdão do Supremo Tribunal Federal na ADI n. 3.395/DF-MC. 2. Compete à Justiça comum pronunciar-se sobre a existência, a validade e a eficácia das relações entre servidores e o 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR poder público fundadas em vínculo jurídico-administrativo. É irrelevante a argumentação de que o contrato é temporário ou precário, ainda que haja sido extrapolado seu prazo inicial, bem assim se o liame decorre de ocupação de cargo comissionado ou função gratificada. 3. Não descaracteriza a competência da Justiça comum, em tais dissídios, o fato de se requerer verbas rescisórias, FGTS e outros encargos de natureza símile, dada a prevalência da questão de fundo, que diz respeito à própria natureza da relação jurídico- administrativa, posto que desvirtuada ou submetida a vícios de origem, como fraude, simulação ou ausência de concurso público. Nesse último caso, ultrapassa o limite da competência do Supremo Tribunal Federal a investigação sobre o conteúdo dessa causa de pedir específica. 4. Agravo regimental provido e, por efeito da instrumentalidade de formas e da economia processual, reclamação julgada procedente, declarando-se a competência da Justiça comum” (Rcl n. 4.069-MC- AgR, Redator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 6.6.2011). Confiram-se também, por exemplo, os seguintes julgados: Rcl n. 8.481, de minha relatoria, DJe 4.8.2009; Rcl n. 8.501/PI, de minha relatoria, DJe 3.8.2009; Rcl n. 8.514/PI, de minha relatoria, DJe 3.8.2009; Rcl n. 4.912/GO, de minha relatoria, DJe 15.10.2008; Rcl n. 4.974/GO, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ 10.2.2009; Rcl n. 6.994/ES, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ 9.2.2009; Rcl n. 4.371/TO, Relator o Ministro Ayres Britto, DJe 30.1.2009; Rcl n. 6.159/GO, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 19.11.2008; Rcl n. 5.255/GO, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 5.793/AM, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 6.229/PA, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 4.824/MS, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 18.11.2008; Rcl n. 6.018/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 18.11.2008; Rcl n. 5.184/SP, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 5.11.2008; Rcl n. 5.297/PA, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe 29.10.2008; Rcl n. 6.410/PA, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 10.10.2008; Rcl n. 4.940/GO, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 19.9.2008; Rcl n. 6.002/MT, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 17.9.2008; Rcl n. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR poder público fundadas em vínculo jurídico-administrativo. É irrelevante a argumentação de que o contrato é temporário ou precário, ainda que haja sido extrapolado seu prazo inicial, bem assim se o liame decorre de ocupação de cargo comissionado ou função gratificada. 3. Não descaracteriza a competência da Justiça comum, em tais dissídios, o fato de se requerer verbas rescisórias, FGTS e outros encargos de natureza símile, dada a prevalência da questão de fundo, que diz respeito à própria natureza da relação jurídico- administrativa, posto que desvirtuada ou submetida a vícios de origem, como fraude, simulação ou ausência de concurso público. Nesse último caso, ultrapassa o limite da competência do Supremo Tribunal Federal a investigação sobre o conteúdo dessa causa de pedir específica. 4. Agravo regimental provido e, por efeito da instrumentalidade de formas e da economia processual, reclamação julgada procedente, declarando-se a competência da Justiça comum” (Rcl n. 4.069-MC- AgR, Redator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli, Plenário, DJe 6.6.2011). Confiram-se também, por exemplo, os seguintes julgados: Rcl n. 8.481, de minha relatoria, DJe 4.8.2009; Rcl n. 8.501/PI, de minha relatoria, DJe 3.8.2009; Rcl n. 8.514/PI, de minha relatoria, DJe 3.8.2009; Rcl n. 4.912/GO, de minha relatoria, DJe 15.10.2008; Rcl n. 4.974/GO, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ 10.2.2009; Rcl n. 6.994/ES, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ 9.2.2009; Rcl n. 4.371/TO, Relator o Ministro Ayres Britto, DJe 30.1.2009; Rcl n. 6.159/GO, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 19.11.2008; Rcl n. 5.255/GO, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 5.793/AM, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 6.229/PA, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 18.11.2008; Rcl n. 4.824/MS, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 18.11.2008; Rcl n. 6.018/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 18.11.2008; Rcl n. 5.184/SP, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 5.11.2008; Rcl n. 5.297/PA, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe 29.10.2008; Rcl n. 6.410/PA, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 10.10.2008; Rcl n. 4.940/GO, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 19.9.2008; Rcl n. 6.002/MT, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 17.9.2008; Rcl n. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 21 Voto Vogal RCL 26496 AGR / PR 4.940/GO, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 19.9.2008; Rcl n. 6.536/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 15.9.2008; Rcl n. 6.424/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 9.9.2008; Rcl n. 5.235/GO, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe 3.9.2008; e Rcl n. 6.321/MT, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 27.8.2008. Na espécie em exame, o vínculo firmado entre o agravante e o agravado está submetido a regime jurídico-administrativo. A competência para dirimir conflito decorrente dessa relação administrativa não comporta discussão jurídica, de acordo com os precedentes. A decisão agravada diverge dessa orientação jurisprudencial. 6. Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao agravo regimental para declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a ação e determinar a remessa dos autos à Justiça comum estadual para decidir como de direito. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Supremo Tribunal Federal RCL 26496 AGR / PR 4.940/GO, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 19.9.2008; Rcl n. 6.536/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 15.9.2008; Rcl n. 6.424/PA, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 9.9.2008; Rcl n. 5.235/GO, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe 3.9.2008; e Rcl n. 6.321/MT, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 27.8.2008. Na espécie em exame, o vínculo firmado entre o agravante e o agravado está submetido a regime jurídico-administrativo. A competência para dirimir conflito decorrente dessa relação administrativa não comporta discussão jurídica, de acordo com os precedentes. A decisão agravada diverge dessa orientação jurisprudencial. 6. Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao agravo regimental para declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a ação e determinar a remessa dos autos à Justiça comum estadual para decidir como de direito. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87C6-AB89-F33A-DA80 e senha E91E-3A03-1FF4-4AA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 21 Extrato de Ata - 08/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PROCED. : PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BBEC-7452-9A93-A3E4 e senha 03E2-4280-1EC0-6B81 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 26.496 PROCED. : PARANÁ RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : ADÃO MAURER DA ROCHA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencida a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Gilmar Mendes. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BBEC-7452-9A93-A3E4 e senha 03E2-4280-1EC0-6B81 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 21
{ "JURISPRUDENCIA": [ "ADI 3 . 395 - 6", "RECLAMAÇÃO 26 . 496", "ADI 3 . 395 / DF", "RECLAMAÇÃO 26 . 496", "ADI 3 . 395 / DF", "RCL", "RCL 26496", "ADI 3 . 395 - MC / DF", "Processo n 6457400 - 73 . 2002 . 5 . 09 . 0900", "ADI 3 . 395 - MC / DF", "RECLAMAÇÃO 26 . 496", "ADI 3 . 395 - MC / DF", "Processo n 6457400 - 73 . 2002 . 5 . 09 . 0900", "ADI 3 . 395 - MC / DF", "RCL 26496 AGR / PR", "ADI 3 . 395 / DF", "ADI 3 . 395 / DF", "RTJ 169 / 383 - 384", "RTJ 183 / 1173 - 1174", "RCL", "ADI 3 . 395 / DF", "ADI 3 . 395 / DF", "RTJ 169 / 383 - 384", "RTJ 183 / 1173 - 1174", "RCL 26496 AGR", "Rcl 1 . 722 / RJ", "RTJ 187 / 151", "Rcl 1 . 880 - AgR / SP", "Rcl 1 . 722 / RJ", "RTJ 187 / 151", "Rcl 1 . 880 - AgR / SP", "RCL 26496 AGR / PR", "RTJ 187 / 151", "ADI 3 . 395 - MC / DF", "RR n 6457400 - 73 . 2002 . 5 . 09 . 0900 - E", "RTJ 187 / 151", "ADI 3 . 395 - MC / DF", "RR n 6457400 - 73 . 2002 . 5 . 09 . 0900 - E", "ADI 3 . 395 - MC / DF", "ADI 3 . 395 - - MC / DF", "Rcl 11 . 801 - - AgR / SP", "Rcl 13 . 670 / BA", "Rcl 12 . 897 / MG", "RCL 26496 AGR /", "ADI 3 . 395 - MC / DF", "ADI 3 . 395 - - MC / DF", "Rcl 11 . 801 - - AgR / SP", "Rcl 13 . 670 / BA", "Rcl 12 . 897 / MG", "RCL 26496 AGR / PR", "ADI 3 . 395 - MC / DF", "Rcl 6 . 534 - AgR / MA", "RTJ 134 / 1033", "ADI 3 . 395 - MC / DF", "Rcl 6 . 534 - AgR / MA", "RTJ 134 / 1033", "RCL 26496 AGR", "RTJ 168 / 718", "Rcl 724 - AgR / ES", "RTJ 168 / 718", "Rcl 724 - AgR / ES", "RCL 26496 AGR / PR", "Rcl Ag . 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Ementa e Acórdão 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) :ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. POLÍCIA MILITAR. REPROVAÇÃO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DE CLÁUSULAS DO EDITAL: SÚMULAS NS. 279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por maioria, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencido o Ministro Ricardo Lewandowski. Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C878-8292-7FB7-EE37 e senha 5497-2615-D455-A42E Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Relatório 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) :ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 15.2.2021, foi negado provimento ao recurso extraordinário interposto por Vanessa Randi Teodoro ao fundamento de incidência das Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal (e-doc. 28). 2. Publicada essa decisão no DJe de 18.2.2021, a agravante interpõe, em 10.3.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 26). 3. A agravante alega que “o caso posto a julgamento não guarda relação com a reanálise de provas e fatos, mas tão somente a questões de cunho jurídico, uma vez que pelo que dessume das razões da decisão proferida pelo C. TJSP a Agravante foi cortada do certame em decorrência de passagem pela polícia de seu companheiro” (fl. 7, e-doc. 30). Pondera que “a conclusão adotada pela corte estadual apresenta flagrante ilegalidade constitucional, isso porque consentiu pela exclusão da Agravante com base em penas ou até mesmo passagem pelo seu companheiro em flagrante afronta ao princípio da individualização da pena, posto que não há por parte da Agravante qualquer conduta que pudesse desaboná-la” (fl. 8, e-doc. 30). Pede “pelo afastamento das Súmulas 279 e 454 do STF para que se conheça do Recurso Extraordinário e [se] dê total provimento para anular a reprovação na Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDE1-0BD2-9293-B2AD e senha D5B6-FD94-67EB-B4A9 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) :ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 15.2.2021, foi negado provimento ao recurso extraordinário interposto por Vanessa Randi Teodoro ao fundamento de incidência das Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal (e-doc. 28). 2. Publicada essa decisão no DJe de 18.2.2021, a agravante interpõe, em 10.3.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 26). 3. A agravante alega que “o caso posto a julgamento não guarda relação com a reanálise de provas e fatos, mas tão somente a questões de cunho jurídico, uma vez que pelo que dessume das razões da decisão proferida pelo C. TJSP a Agravante foi cortada do certame em decorrência de passagem pela polícia de seu companheiro” (fl. 7, e-doc. 30). Pondera que “a conclusão adotada pela corte estadual apresenta flagrante ilegalidade constitucional, isso porque consentiu pela exclusão da Agravante com base em penas ou até mesmo passagem pelo seu companheiro em flagrante afronta ao princípio da individualização da pena, posto que não há por parte da Agravante qualquer conduta que pudesse desaboná-la” (fl. 8, e-doc. 30). Pede “pelo afastamento das Súmulas 279 e 454 do STF para que se conheça do Recurso Extraordinário e [se] dê total provimento para anular a reprovação na Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDE1-0BD2-9293-B2AD e senha D5B6-FD94-67EB-B4A9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório ARE 1298770 AGR / SP investigação social da polícia militar do Estado de São Paulo, face a violação do artigo 5, incisos XLV e LVII, da Constituição Federação e também aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, conforme as razões esculpidas na petição do recurso extraordinário” (fl. 10, e-doc. 30). 4. O agravado não apresentou contrarrazões ao agravo regimental (e-doc. 35). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDE1-0BD2-9293-B2AD e senha D5B6-FD94-67EB-B4A9 Supremo Tribunal Federal ARE 1298770 AGR / SP investigação social da polícia militar do Estado de São Paulo, face a violação do artigo 5, incisos XLV e LVII, da Constituição Federação e também aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, conforme as razões esculpidas na petição do recurso extraordinário” (fl. 10, e-doc. 30). 4. O agravado não apresentou contrarrazões ao agravo regimental (e-doc. 35). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDE1-0BD2-9293-B2AD e senha D5B6-FD94-67EB-B4A9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. O Tribunal de origem decidiu: “No caso em comento consta das informações prestadas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo que a autora foi eliminada do concurso para ingresso na Polícia Militar na fase de ‘Avaliação da Conduta Social, da Reputação e da Idoneidade’, pois a pesquisa social identificou que a candidata está casada há cerca de 15 (quinze) anos com indivíduo usuário indiscriminado e habitual de substâncias entorpecentes ilícitas - drogas e que possui inclusive registro criminal. (…) 6.1.7. a pesquisa sigilosa revelou que a Interessada mantém forte relação de convívio/amizade com pessoa envolvida em práticas delituosas diversas, bem como é dado ao consumo de tóxicos, que inclusive é seu cônjuge, ou seja, pessoa muito próxima a candidata e com isso está caracterizada a ambiência criminosa da Autora, assim a Interessada apresenta um histórico de conduta contrário aos valores e deveres institucionais e ao interesse público - portanto, não há pendor algum da autora em servir nas fileiras da instituição policia militar (…) O Edital de Concurso Público em comento dispõe expressamente em sua cláusula 5.13: ‘5. A avaliação será realizada no intuito de identificar condutas inadequadas e reprováveis do candidato, nos mais diversos aspectos da vida em sociedade, incompatíveis com o exercício da profissão policial-militar, impedindo a aprovação, dentre outras hipóteses possíveis, de: (...) 5.13. pessoa que mantenha relação de amizade, convivência ou conivência com indivíduos envolvidos em práticas delituosas, sabidamente lançadas à ambiência criminosa ou Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. O Tribunal de origem decidiu: “No caso em comento consta das informações prestadas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo que a autora foi eliminada do concurso para ingresso na Polícia Militar na fase de ‘Avaliação da Conduta Social, da Reputação e da Idoneidade’, pois a pesquisa social identificou que a candidata está casada há cerca de 15 (quinze) anos com indivíduo usuário indiscriminado e habitual de substâncias entorpecentes ilícitas - drogas e que possui inclusive registro criminal. (…) 6.1.7. a pesquisa sigilosa revelou que a Interessada mantém forte relação de convívio/amizade com pessoa envolvida em práticas delituosas diversas, bem como é dado ao consumo de tóxicos, que inclusive é seu cônjuge, ou seja, pessoa muito próxima a candidata e com isso está caracterizada a ambiência criminosa da Autora, assim a Interessada apresenta um histórico de conduta contrário aos valores e deveres institucionais e ao interesse público - portanto, não há pendor algum da autora em servir nas fileiras da instituição policia militar (…) O Edital de Concurso Público em comento dispõe expressamente em sua cláusula 5.13: ‘5. A avaliação será realizada no intuito de identificar condutas inadequadas e reprováveis do candidato, nos mais diversos aspectos da vida em sociedade, incompatíveis com o exercício da profissão policial-militar, impedindo a aprovação, dentre outras hipóteses possíveis, de: (...) 5.13. pessoa que mantenha relação de amizade, convivência ou conivência com indivíduos envolvidos em práticas delituosas, sabidamente lançadas à ambiência criminosa ou Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298770 AGR / SP que possam induzir ao cometimento de crimes’ (…) E mediante observância das bases e regras do concurso expressas no edital, nesse quesito, a Administração goza de certa discricionariedade na análise dos elementos concretos, a ser anulada somente em caso de excesso ou desproporcionalidade” (fls. 7-9, e-doc. 11). Concluir de forma diversa do acórdão recorrido demandaria o reexame do edital do concurso e do conjunto probatório dos autos, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. Confiram- se os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Controle judicial da legalidade dos atos administrativos do Poder Executivo. Possibilidade. Investigação social. Exclusão do certame. Inquérito policial arquivado. Ausência de sentença penal condenatória transitada em julgado. Princípio da presunção de inocência. Violação. Cláusulas editalícias. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O controle, pelo Poder Judiciário, de ato administrativo eivado de ilegalidade ou abusividade não viola o princípio da separação dos poderes. 2. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que há afronta ao princípio da presunção de inocência na hipótese de exclusão de candidato inscrito em certame público que responde a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório da causa, bem como das cláusulas que regem o certame. Incidência das Súmulas nºs 279 e 454/STF. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 5. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, haja vista tratar- se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/09)” (RE n. 1.293.426-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 30.4.2021). “ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Supremo Tribunal Federal ARE 1298770 AGR / SP que possam induzir ao cometimento de crimes’ (…) E mediante observância das bases e regras do concurso expressas no edital, nesse quesito, a Administração goza de certa discricionariedade na análise dos elementos concretos, a ser anulada somente em caso de excesso ou desproporcionalidade” (fls. 7-9, e-doc. 11). Concluir de forma diversa do acórdão recorrido demandaria o reexame do edital do concurso e do conjunto probatório dos autos, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. Confiram- se os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Controle judicial da legalidade dos atos administrativos do Poder Executivo. Possibilidade. Investigação social. Exclusão do certame. Inquérito policial arquivado. Ausência de sentença penal condenatória transitada em julgado. Princípio da presunção de inocência. Violação. Cláusulas editalícias. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O controle, pelo Poder Judiciário, de ato administrativo eivado de ilegalidade ou abusividade não viola o princípio da separação dos poderes. 2. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que há afronta ao princípio da presunção de inocência na hipótese de exclusão de candidato inscrito em certame público que responde a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório da causa, bem como das cláusulas que regem o certame. Incidência das Súmulas nºs 279 e 454/STF. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 5. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, haja vista tratar- se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/09)” (RE n. 1.293.426-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 30.4.2021). “ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298770 AGR / SP AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 557 DO CPC. APLICABILIDADE. ALEGADA OFENSA AO ART. 2º DA CF. ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO. ILEGALIDADE. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. APRECIAÇÃO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA STF 279. 1. Matéria pacificada nesta Corte possibilita ao relator julgá-la monocraticamente, nos termos do art. 557 do Código de Processo Civil e da jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. 2. A apreciação pelo Poder Judiciário do ato administrativo discricionário tido por ilegal e abusivo não ofende o Princípio da Separação dos Poderes. Precedentes. 3. É incabível o Recurso Extraordinário nos casos em que se impõe o reexame do quadro fático-probatório para apreciar a apontada ofensa à Constituição Federal. Incidência da Súmula STF 279. 4. Agravo regimental improvido” (AI n. 777.502-AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 25.10.2010). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 17.4.2018. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INAPTIDÃO DE CANDIDATO. EXCLUSÃO DO CERTAME. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. SÚMULAS 279 E 454/STF. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal a quo , quanto à razoabilidade da exclusão do Recorrente do certame, seria necessário o reexame das provas dos autos, bem como das cláusulas editalícias, o que encontra óbice nas Súmulas 279 e 454 do STF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4º, CPC. Nos termos do artigo 85, § 11, CPC, majoro em ¼ (um quarto) a verba honorária fixada anteriormente, devendo ser observados os §§ 2º e 3º do mesmo dispositivo” (ARE n. 1.092.856- AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.8.2018). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. Direito Constitucional e Administrativo. 2. Concurso público. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Supremo Tribunal Federal ARE 1298770 AGR / SP AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 557 DO CPC. APLICABILIDADE. ALEGADA OFENSA AO ART. 2º DA CF. ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO. ILEGALIDADE. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. APRECIAÇÃO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA STF 279. 1. Matéria pacificada nesta Corte possibilita ao relator julgá-la monocraticamente, nos termos do art. 557 do Código de Processo Civil e da jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. 2. A apreciação pelo Poder Judiciário do ato administrativo discricionário tido por ilegal e abusivo não ofende o Princípio da Separação dos Poderes. Precedentes. 3. É incabível o Recurso Extraordinário nos casos em que se impõe o reexame do quadro fático-probatório para apreciar a apontada ofensa à Constituição Federal. Incidência da Súmula STF 279. 4. Agravo regimental improvido” (AI n. 777.502-AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 25.10.2010). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 17.4.2018. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INAPTIDÃO DE CANDIDATO. EXCLUSÃO DO CERTAME. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. SÚMULAS 279 E 454/STF. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal a quo , quanto à razoabilidade da exclusão do Recorrente do certame, seria necessário o reexame das provas dos autos, bem como das cláusulas editalícias, o que encontra óbice nas Súmulas 279 e 454 do STF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4º, CPC. Nos termos do artigo 85, § 11, CPC, majoro em ¼ (um quarto) a verba honorária fixada anteriormente, devendo ser observados os §§ 2º e 3º do mesmo dispositivo” (ARE n. 1.092.856- AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.8.2018). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. Direito Constitucional e Administrativo. 2. Concurso público. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298770 AGR / SP Exclusão de candidato em investigação social. Impossibilidade de interpretação de cláusula de edital. Enunciados 279 e 454 da Súmula do STF. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 794.670-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1º.4.2014). 3. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 4. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Supremo Tribunal Federal ARE 1298770 AGR / SP Exclusão de candidato em investigação social. Impossibilidade de interpretação de cláusula de edital. Enunciados 279 e 454 da Súmula do STF. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 794.670-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1º.4.2014). 3. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 4. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) :ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO V O T O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (vogal): Divirjo da Ministra relatora para dar provimento ao recurso de agravo regimental. Isso porque, entendo que o caso em tela não depende do reexame de fatos e provas, tratando-se, sim, de grave violação ao pricípio da individualização da pena, uma vez que o texto constitucional preceitua que nenhuma pena passará da pessoa do condenado. O que se tem nos autos é a imposição de uma punição a quem nunca cometeu um crime. Esta Suprema Corte possui jurisprudência pacífica no sentido de que “viola o princípio constitucional da presunção da inocência, previsto no art. 5º, LVII, da Constituição Federal, a exclusão de candidato de concurso público que respondeu a inquérito ou ação penal sem trânsito em julgado de sentença condenatória” (ARE 655.179-AgR segundo, Rel. Min. Edson Fachin). Ou seja, mesmo que o próprio candidato e, neste caso em concreto, a candidata fosse o suposto autor do delito, o seu direito à presunção de inocência sempre foi assegurado pelo STF, quiça na situação de não ter nenhum mau antecedente e nem mesmo responder à inquéritos. No mesmo sentido: ARE 974.489-AgR, Rel. Min. Ministra Cámen Lúcia; AI 829.186-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; ARE 1.141.471-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 754.728-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, entre Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2E4B-FDAB-7206-5BF8 e senha 4FB2-1E5D-A63C-DDCD Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) :ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO V O T O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (vogal): Divirjo da Ministra relatora para dar provimento ao recurso de agravo regimental. Isso porque, entendo que o caso em tela não depende do reexame de fatos e provas, tratando-se, sim, de grave violação ao pricípio da individualização da pena, uma vez que o texto constitucional preceitua que nenhuma pena passará da pessoa do condenado. O que se tem nos autos é a imposição de uma punição a quem nunca cometeu um crime. Esta Suprema Corte possui jurisprudência pacífica no sentido de que “viola o princípio constitucional da presunção da inocência, previsto no art. 5º, LVII, da Constituição Federal, a exclusão de candidato de concurso público que respondeu a inquérito ou ação penal sem trânsito em julgado de sentença condenatória” (ARE 655.179-AgR segundo, Rel. Min. Edson Fachin). Ou seja, mesmo que o próprio candidato e, neste caso em concreto, a candidata fosse o suposto autor do delito, o seu direito à presunção de inocência sempre foi assegurado pelo STF, quiça na situação de não ter nenhum mau antecedente e nem mesmo responder à inquéritos. No mesmo sentido: ARE 974.489-AgR, Rel. Min. Ministra Cámen Lúcia; AI 829.186-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; ARE 1.141.471-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 754.728-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, entre Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2E4B-FDAB-7206-5BF8 e senha 4FB2-1E5D-A63C-DDCD Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto Vogal ARE 1298770 AGR / SP outros. Tal prática parece ressucitar uma das sentenças criminais mais conhecidas da história de nosso país, quando, ainda no Império, Tiradentes, além de ter sido condenado a morte, mediante pena cruel (esquartejamento) e vexatória (membros pendurados em postes), teve sua família amaldiçoada e os terrenos de seus herdeiros salgados, para evitar que prosperasse, ali, qualquer cultura subsitencial. Isso posto, dou provimento ao agravo regimental. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2E4B-FDAB-7206-5BF8 e senha 4FB2-1E5D-A63C-DDCD Supremo Tribunal Federal ARE 1298770 AGR / SP outros. Tal prática parece ressucitar uma das sentenças criminais mais conhecidas da história de nosso país, quando, ainda no Império, Tiradentes, além de ter sido condenado a morte, mediante pena cruel (esquartejamento) e vexatória (membros pendurados em postes), teve sua família amaldiçoada e os terrenos de seus herdeiros salgados, para evitar que prosperasse, ali, qualquer cultura subsitencial. Isso posto, dou provimento ao agravo regimental. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2E4B-FDAB-7206-5BF8 e senha 4FB2-1E5D-A63C-DDCD Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 31/05/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) : ARETHA ALVES DE FARIA (445300/SP) AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencido o Ministro Ricardo Lewandowski. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DFF5-FA3E-6A31-FFCB e senha F255-51C5-2564-3E27 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) : ARETHA ALVES DE FARIA (445300/SP) AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencido o Ministro Ricardo Lewandowski. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DFF5-FA3E-6A31-FFCB e senha F255-51C5-2564-3E27 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756044863
2021-05-31T00:00:00
2021-06-04T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencido o Ministro Ricardo Lewandowski. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. POLÍCIA MILITAR. REPROVAÇÃO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DE CLÁUSULAS DO EDITAL: SÚMULAS NS. 279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
sjur447770
- Acórdão(s) citado(s): (RE, CLÁUSULA EDITALÍCIA, REEXAME, FATO, PROVA) AI 777502 AgR (2ªT), ARE 794670 AgR (2ªT), ARE 1092856 AgR (2ªT), RE 1293426 AgR (1ªT). (CANDIDATO (CONCURSO PÚBLICO), INQUÉRITO POLICIAL, AÇÃO PENAL, TRÂNSITO EM JULGADO, PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA) AI 829186 AgR (1ªT), ARE 754528 AgR (1ªT), ARE 655179 AgR-segundo (1ªT), ARE 974489 AgR (2ªT), ARE 1141471 AgR (1ªT). Número de páginas: 10. Análise: 13/12/2021, ABO.
CÁRMEN LÚCIA
Segunda Turma
1298770
[ "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000454\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1298770 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) : ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) :ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. POLÍCIA MILITAR. REPROVAÇÃO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DE CLÁUSULAS DO EDITAL: SÚMULAS NS. 279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por maioria, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencido o Ministro Ricardo Lewandowski. Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C878-8292-7FB7-EE37 e senha 5497-2615-D455-A42E Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Relatório 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) :ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 15.2.2021, foi negado provimento ao recurso extraordinário interposto por Vanessa Randi Teodoro ao fundamento de incidência das Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal (e-doc. 28). 2. Publicada essa decisão no DJe de 18.2.2021, a agravante interpõe, em 10.3.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 26). 3. A agravante alega que “o caso posto a julgamento não guarda relação com a reanálise de provas e fatos, mas tão somente a questões de cunho jurídico, uma vez que pelo que dessume das razões da decisão proferida pelo C. TJSP a Agravante foi cortada do certame em decorrência de passagem pela polícia de seu companheiro” (fl. 7, e-doc. 30). Pondera que “a conclusão adotada pela corte estadual apresenta flagrante ilegalidade constitucional, isso porque consentiu pela exclusão da Agravante com base em penas ou até mesmo passagem pelo seu companheiro em flagrante afronta ao princípio da individualização da pena, posto que não há por parte da Agravante qualquer conduta que pudesse desaboná-la” (fl. 8, e-doc. 30). Pede “pelo afastamento das Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal para que se conheça do Recurso Extraordinário e [se] dê total provimento para anular a reprovação na Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDE1-0BD2-9293-B2AD e senha D5B6-FD94-67EB-B4A9 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) :ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 15.2.2021, foi negado provimento ao recurso extraordinário interposto por Vanessa Randi Teodoro ao fundamento de incidência das Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal (e-doc. 28). 2. Publicada essa decisão no DJe de 18.2.2021, a agravante interpõe, em 10.3.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 26). 3. A agravante alega que “o caso posto a julgamento não guarda relação com a reanálise de provas e fatos, mas tão somente a questões de cunho jurídico, uma vez que pelo que dessume das razões da decisão proferida pelo C. TJSP a Agravante foi cortada do certame em decorrência de passagem pela polícia de seu companheiro” (fl. 7, e-doc. 30). Pondera que “a conclusão adotada pela corte estadual apresenta flagrante ilegalidade constitucional, isso porque consentiu pela exclusão da Agravante com base em penas ou até mesmo passagem pelo seu companheiro em flagrante afronta ao princípio da individualização da pena, posto que não há por parte da Agravante qualquer conduta que pudesse desaboná-la” (fl. 8, e-doc. 30). Pede “pelo afastamento das Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal para que se conheça do Recurso Extraordinário e [se] dê total provimento para anular a reprovação na Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDE1-0BD2-9293-B2AD e senha D5B6-FD94-67EB-B4A9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório ARE 1298770 AGR / SP investigação social da polícia militar do Estado de São Paulo, face a violação do artigo 5, incisos XLV e LVII, da Constituição Federação e também aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, conforme as razões esculpidas na petição do recurso extraordinário” (fl. 10, e-doc. 30). 4. O agravado não apresentou contrarrazões ao agravo regimental (e-doc. 35). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDE1-0BD2-9293-B2AD e senha D5B6-FD94-67EB-B4A9 Supremo Tribunal Federal ARE 1298770 AGR / SP investigação social da polícia militar do Estado de São Paulo, face a violação do artigo 5, incisos XLV e LVII, da Constituição Federação e também aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, conforme as razões esculpidas na petição do recurso extraordinário” (fl. 10, e-doc. 30). 4. O agravado não apresentou contrarrazões ao agravo regimental (e-doc. 35). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FDE1-0BD2-9293-B2AD e senha D5B6-FD94-67EB-B4A9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. O Tribunal de origem decidiu: “No caso em comento consta das informações prestadas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo que a autora foi eliminada do concurso para ingresso na Polícia Militar na fase de ‘Avaliação da Conduta Social, da Reputação e da Idoneidade’, pois a pesquisa social identificou que a candidata está casada há cerca de 15 (quinze) anos com indivíduo usuário indiscriminado e habitual de substâncias entorpecentes ilícitas - drogas e que possui inclusive registro criminal. (…) 6.1.7. a pesquisa sigilosa revelou que a Interessada mantém forte relação de convívio/amizade com pessoa envolvida em práticas delituosas diversas, bem como é dado ao consumo de tóxicos, que inclusive é seu cônjuge, ou seja, pessoa muito próxima a candidata e com isso está caracterizada a ambiência criminosa da Autora, assim a Interessada apresenta um histórico de conduta contrário aos valores e deveres institucionais e ao interesse público - portanto, não há pendor algum da autora em servir nas fileiras da instituição policia militar (…) O Edital de Concurso Público em comento dispõe expressamente em sua cláusula 5.13: ‘5. A avaliação será realizada no intuito de identificar condutas inadequadas e reprováveis do candidato, nos mais diversos aspectos da vida em sociedade, incompatíveis com o exercício da profissão policial-militar, impedindo a aprovação, dentre outras hipóteses possíveis, de: (...) 5.13. pessoa que mantenha relação de amizade, convivência ou conivência com indivíduos envolvidos em práticas delituosas, sabidamente lançadas à ambiência criminosa ou Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. O Tribunal de origem decidiu: “No caso em comento consta das informações prestadas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo que a autora foi eliminada do concurso para ingresso na Polícia Militar na fase de ‘Avaliação da Conduta Social, da Reputação e da Idoneidade’, pois a pesquisa social identificou que a candidata está casada há cerca de 15 (quinze) anos com indivíduo usuário indiscriminado e habitual de substâncias entorpecentes ilícitas - drogas e que possui inclusive registro criminal. (…) 6.1.7. a pesquisa sigilosa revelou que a Interessada mantém forte relação de convívio/amizade com pessoa envolvida em práticas delituosas diversas, bem como é dado ao consumo de tóxicos, que inclusive é seu cônjuge, ou seja, pessoa muito próxima a candidata e com isso está caracterizada a ambiência criminosa da Autora, assim a Interessada apresenta um histórico de conduta contrário aos valores e deveres institucionais e ao interesse público - portanto, não há pendor algum da autora em servir nas fileiras da instituição policia militar (…) O Edital de Concurso Público em comento dispõe expressamente em sua cláusula 5.13: ‘5. A avaliação será realizada no intuito de identificar condutas inadequadas e reprováveis do candidato, nos mais diversos aspectos da vida em sociedade, incompatíveis com o exercício da profissão policial-militar, impedindo a aprovação, dentre outras hipóteses possíveis, de: (...) 5.13. pessoa que mantenha relação de amizade, convivência ou conivência com indivíduos envolvidos em práticas delituosas, sabidamente lançadas à ambiência criminosa ou Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298770 AGR / SP que possam induzir ao cometimento de crimes’ (…) E mediante observância das bases e regras do concurso expressas no edital, nesse quesito, a Administração goza de certa discricionariedade na análise dos elementos concretos, a ser anulada somente em caso de excesso ou desproporcionalidade” (fls. 7-9, e-doc. 11). Concluir de forma diversa do acórdão recorrido demandaria o reexame do edital do concurso e do conjunto probatório dos autos, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. Confiram- se os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Controle judicial da legalidade dos atos administrativos do Poder Executivo. Possibilidade. Investigação social. Exclusão do certame. Inquérito policial arquivado. Ausência de sentença penal condenatória transitada em julgado. Princípio da presunção de inocência. Violação. Cláusulas editalícias. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O controle, pelo Poder Judiciário, de ato administrativo eivado de ilegalidade ou abusividade não viola o princípio da separação dos poderes. 2. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que há afronta ao princípio da presunção de inocência na hipótese de exclusão de candidato inscrito em certame público que responde a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório da causa, bem como das cláusulas que regem o certame. Incidência das Súmulas ns 279 e 454/Supremo Tribunal Federal. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 5. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, haja vista tratar- se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei n 12.016/09)” (Recurso Extraordinário n. 1.293.426-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 30.4.2021). “ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Supremo Tribunal Federal ARE 1298770 AGR / SP que possam induzir ao cometimento de crimes’ (…) E mediante observância das bases e regras do concurso expressas no edital, nesse quesito, a Administração goza de certa discricionariedade na análise dos elementos concretos, a ser anulada somente em caso de excesso ou desproporcionalidade” (fls. 7-9, e-doc. 11). Concluir de forma diversa do acórdão recorrido demandaria o reexame do edital do concurso e do conjunto probatório dos autos, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. Confiram- se os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Controle judicial da legalidade dos atos administrativos do Poder Executivo. Possibilidade. Investigação social. Exclusão do certame. Inquérito policial arquivado. Ausência de sentença penal condenatória transitada em julgado. Princípio da presunção de inocência. Violação. Cláusulas editalícias. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O controle, pelo Poder Judiciário, de ato administrativo eivado de ilegalidade ou abusividade não viola o princípio da separação dos poderes. 2. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que há afronta ao princípio da presunção de inocência na hipótese de exclusão de candidato inscrito em certame público que responde a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório da causa, bem como das cláusulas que regem o certame. Incidência das Súmulas ns 279 e 454/Supremo Tribunal Federal. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 5. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, haja vista tratar- se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei n 12.016/09)” (Recurso Extraordinário n. 1.293.426-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 30.4.2021). “ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298770 AGR / SP AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 557 DO Código de Processo Civil. APLICABILIDADE. ALEGADA OFENSA AO ART. 2... DA Constituição Federal de 1988. ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO. ILEGALIDADE. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. APRECIAÇÃO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA Supremo Tribunal Federal 279. 1. Matéria pacificada nesta Corte possibilita ao relator julgá-la monocraticamente, nos termos do art. 557 do Código de Processo Civil e da jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. 2. A apreciação pelo Poder Judiciário do ato administrativo discricionário tido por ilegal e abusivo não ofende o Princípio da Separação dos Poderes. Precedentes. 3. É incabível o Recurso Extraordinário nos casos em que se impõe o reexame do quadro fático-probatório para apreciar a apontada ofensa à Constituição Federal. Incidência da Súmula Supremo Tribunal Federal 279. 4. Agravo regimental improvido” (AI n. 777.502-AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 25.10.2010). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 17.4.2018. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INAPTIDÃO DE CANDIDATO. EXCLUSÃO DO CERTAME. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. SÚMULAS 279 E 454/Supremo Tribunal Federal. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal a quo , quanto à razoabilidade da exclusão do Recorrente do certame, seria necessário o reexame das provas dos autos, bem como das cláusulas editalícias, o que encontra óbice nas Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4..., Código de Processo Civil. Nos termos do artigo 85, § 11, Código de Processo Civil, majoro em ¼ (um quarto) a verba honorária fixada anteriormente, devendo ser observados os §§ 2... e 3... do mesmo dispositivo” (ARE n. 1.092.856- AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.8.2018). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. Direito Constitucional e Administrativo. 2. Concurso público. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Supremo Tribunal Federal ARE 1298770 AGR / SP AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 557 DO Código de Processo Civil. APLICABILIDADE. ALEGADA OFENSA AO ART. 2... DA Constituição Federal de 1988. ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO. ILEGALIDADE. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. APRECIAÇÃO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA Supremo Tribunal Federal 279. 1. Matéria pacificada nesta Corte possibilita ao relator julgá-la monocraticamente, nos termos do art. 557 do Código de Processo Civil e da jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. 2. A apreciação pelo Poder Judiciário do ato administrativo discricionário tido por ilegal e abusivo não ofende o Princípio da Separação dos Poderes. Precedentes. 3. É incabível o Recurso Extraordinário nos casos em que se impõe o reexame do quadro fático-probatório para apreciar a apontada ofensa à Constituição Federal. Incidência da Súmula Supremo Tribunal Federal 279. 4. Agravo regimental improvido” (AI n. 777.502-AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 25.10.2010). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 17.4.2018. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INAPTIDÃO DE CANDIDATO. EXCLUSÃO DO CERTAME. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. SÚMULAS 279 E 454/Supremo Tribunal Federal. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal a quo , quanto à razoabilidade da exclusão do Recorrente do certame, seria necessário o reexame das provas dos autos, bem como das cláusulas editalícias, o que encontra óbice nas Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4..., Código de Processo Civil. Nos termos do artigo 85, § 11, Código de Processo Civil, majoro em ¼ (um quarto) a verba honorária fixada anteriormente, devendo ser observados os §§ 2... e 3... do mesmo dispositivo” (ARE n. 1.092.856- AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.8.2018). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. Direito Constitucional e Administrativo. 2. Concurso público. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ARE 1298770 AGR / SP Exclusão de candidato em investigação social. Impossibilidade de interpretação de cláusula de edital. Enunciados 279 e 454 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 794.670-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1....4.2014). 3. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 4. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Supremo Tribunal Federal ARE 1298770 AGR / SP Exclusão de candidato em investigação social. Impossibilidade de interpretação de cláusula de edital. Enunciados 279 e 454 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 794.670-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1....4.2014). 3. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 4. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EBD0-8D62-6212-B717 e senha 9BF5-9EFB-9EAA-2CE1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) :ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO V O T O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (vogal): Divirjo da Ministra relatora para dar provimento ao recurso de agravo regimental. Isso porque, entendo que o caso em tela não depende do reexame de fatos e provas, tratando-se, sim, de grave violação ao pricípio da individualização da pena, uma vez que o texto constitucional preceitua que nenhuma pena passará da pessoa do condenado. O que se tem nos autos é a imposição de uma punição a quem nunca cometeu um crime. Esta Suprema Corte possui jurisprudência pacífica no sentido de que “viola o princípio constitucional da presunção da inocência, previsto no art. 5..., LVII, da Constituição Federal, a exclusão de candidato de concurso público que respondeu a inquérito ou ação penal sem trânsito em julgado de sentença condenatória” (ARE 655.179-AgR segundo, Rel. Min. Edson Fachin). Ou seja, mesmo que o próprio candidato e, neste caso em concreto, a candidata fosse o suposto autor do delito, o seu direito à presunção de inocência sempre foi assegurado pelo Supremo Tribunal Federal, quiça na situação de não ter nenhum mau antecedente e nem mesmo responder à inquéritos. No mesmo sentido: ARE 974.489-AgR, Rel. Min. Ministra Cámen Lúcia; AI 829.186-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; ARE 1.141.471-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 754.728-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, entre Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2E4B-FDAB-7206-5BF8 e senha 4FB2-1E5D-A63C-DDCD Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) :ARETHA ALVES DE FARIA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO V O T O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (vogal): Divirjo da Ministra relatora para dar provimento ao recurso de agravo regimental. Isso porque, entendo que o caso em tela não depende do reexame de fatos e provas, tratando-se, sim, de grave violação ao pricípio da individualização da pena, uma vez que o texto constitucional preceitua que nenhuma pena passará da pessoa do condenado. O que se tem nos autos é a imposição de uma punição a quem nunca cometeu um crime. Esta Suprema Corte possui jurisprudência pacífica no sentido de que “viola o princípio constitucional da presunção da inocência, previsto no art. 5..., LVII, da Constituição Federal, a exclusão de candidato de concurso público que respondeu a inquérito ou ação penal sem trânsito em julgado de sentença condenatória” (ARE 655.179-AgR segundo, Rel. Min. Edson Fachin). Ou seja, mesmo que o próprio candidato e, neste caso em concreto, a candidata fosse o suposto autor do delito, o seu direito à presunção de inocência sempre foi assegurado pelo Supremo Tribunal Federal, quiça na situação de não ter nenhum mau antecedente e nem mesmo responder à inquéritos. No mesmo sentido: ARE 974.489-AgR, Rel. Min. Ministra Cámen Lúcia; AI 829.186-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; ARE 1.141.471-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 754.728-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, entre Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2E4B-FDAB-7206-5BF8 e senha 4FB2-1E5D-A63C-DDCD Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto Vogal ARE 1298770 AGR / SP outros. Tal prática parece ressucitar uma das sentenças criminais mais conhecidas da história de nosso país, quando, ainda no Império, Tiradentes, além de ter sido condenado a morte, mediante pena cruel (esquartejamento) e vexatória (membros pendurados em postes), teve sua família amaldiçoada e os terrenos de seus herdeiros salgados, para evitar que prosperasse, ali, qualquer cultura subsitencial. Isso posto, dou provimento ao agravo regimental. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2E4B-FDAB-7206-5BF8 e senha 4FB2-1E5D-A63C-DDCD Supremo Tribunal Federal ARE 1298770 AGR / SP outros. Tal prática parece ressucitar uma das sentenças criminais mais conhecidas da história de nosso país, quando, ainda no Império, Tiradentes, além de ter sido condenado a morte, mediante pena cruel (esquartejamento) e vexatória (membros pendurados em postes), teve sua família amaldiçoada e os terrenos de seus herdeiros salgados, para evitar que prosperasse, ali, qualquer cultura subsitencial. Isso posto, dou provimento ao agravo regimental. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2E4B-FDAB-7206-5BF8 e senha 4FB2-1E5D-A63C-DDCD Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 31/05/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) : ARETHA ALVES DE FARIA (445300/SP) AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencido o Ministro Ricardo Lewandowski. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DFF5-FA3E-6A31-FFCB e senha F255-51C5-2564-3E27 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.298.770 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : VANESSA RANDI TEODORO ADV.(A/S) : ARETHA ALVES DE FARIA (445300/SP) AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencido o Ministro Ricardo Lewandowski. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DFF5-FA3E-6A31-FFCB e senha F255-51C5-2564-3E27 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 298 . 770", "SÚMULAS NS . 279", "RECURSO", "Súmulas ns . 279", "Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal", "Súmulas ns . 279", "Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1298770 AGR / SP", "ARE 1298770 AGR / SP", "ARE 1298770 AGR / SP", "Súmulas ns 279 e 454 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário n . 1 . 293 . 426 - AgR", "ARE 1298770 AGR / SP", "Súmulas ns . 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal", "Súmulas ns 279 e 454 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário n . 1 . 293 . 426 - AgR", "AI n . 777 . 502 -", "SÚMULAS 279 E 454 / Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal", "ARE n . 1 . 092 . 856 - AgR", "ARE 1298770 AGR / SP", "AI n . 777 . 502 - AgR", "SÚMULAS 279", "Súmulas 279", "ARE n . 1 . 092 . 856 - AgR", "ARE 1298770 AGR / SP", "Enunciados 279 e 454 da Súmula do Supremo Tribunal Federal", "ARE n . 794 . 670 -", "ARE 1298770 AGR / SP", "Enunciados 279 e 454 da Súmula do Supremo Tribunal Federal", "ARE n . 794 . 670 - AgR", "ARE 655 . 179 - AgR segundo", "ARE 974 . 489 - AgR", "AI 829 . 186 - AgR", "ARE 1 . 141 . 471 - AgR", "ARE 754 . 728 - AgR", "ARE 655 . 179 - AgR segundo", "ARE 974 . 489 - AgR", "AI 829 . 186 - AgR", "ARE 1 . 141 . 471 - AgR", "ARE 754 . 728 - AgR", "ARE 1298770 AGR / SP", "ARE 1298770 AGR / SP" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 5 , incisos XLV e LVII , da Constituição Federação", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 5 , incisos XLV e LVII , da Constituição Federação", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 25 da Lei n 12 . 016 / 09", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 25 da Lei n 12 . 016 / 09", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 557 DO Código de Processo Civil", "ART . 2 . . . DA Constituição Federal de 1988", "art . 557 do Código de Processo Civil", "Constituição Federal", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 557 DO Código de Processo Civil", "ART . 2 . . . DA Constituição Federal de 1988", "art . 557 do Código de Processo Civil", "Constituição Federal", "art . 1 . 021 , § 4 . . .", "Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 5 . . . , LVII , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 5 . . . , LVII , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "Brasília", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "Estado de São Paulo", "Estado de São Paulo", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "C", ".", "TJSP", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "C", ".", "TJSP", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Polícia Militar do Estado de São Paulo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Polícia Militar do Estado de São Paulo", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "2", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema Corte", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "VANESSA RANDI TEODORO", "ARETHA ALVES DE FARIA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "VANESSA RANDI TEODORO", "ARETHA ALVES DE FARIA", "CÁRMEN LÚCIA", "Vanessa Randi Teodoro", "CÁRMEN LÚCIA", "VANESSA RANDI TEODORO", "ARETHA ALVES DE FARIA", "CÁRMEN LÚCIA", "Vanessa Randi Teodoro", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "CÁRMEN LÚCIA", "Ellen Gracie", "Edson Fachin", "Ellen Gracie", "Edson Fachin", "CÁRMEN LÚCIA", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "CÁRMEN LÚCIA", "VANESSA RANDI TEODORO", "ARETHA ALVES DE FARIA", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Cámen Lúcia", "Dias Toffoli", "Roberto Barroso", "Rosa Weber", "CÁRMEN LÚCIA", "VANESSA RANDI TEODORO", "ARETHA ALVES DE FARIA", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Cámen Lúcia", "Dias Toffoli", "Roberto Barroso", "Rosa Weber", "Tiradentes", "CÁRMEN LÚCIA", "VANESSA RANDI TEODORO", "ARETHA ALVES DE FARIA", "Ricardo Lewandowski", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck", "VANESSA RANDI", "ARETHA ALVES DE FARIA", "Ricardo Lewandowski", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "31 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Ementa e Acórdão 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 CEARÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR ADV.(A/S) :RIBAMAR BRITO BEZERRA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. EXCLUSÃO DO CERTAME. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. AUSÊNCIA DE CARÁTER CONDENATÓRIO. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE PENAL. ATO ADMINISTRATIVO. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DE CLÁUSULAS DE EDITAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A806-F885-6D16-C228 e senha 7C62-EAF1-941B-D3FD Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Relatório 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 CEARÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR ADV.(A/S) :RIBAMAR BRITO BEZERRA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 2.3.2021, foi negado provimento ao recurso extraordinário interposto pelo Ceará sob os fundamentos de harmonia do acórdão recorrido com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e de incidência das Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal (e-doc. 24). 2. Publicada essa decisão no DJe de 15.3.2021, o Ceará interpõe, em 29.4.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 26). 3. O agravante alega que “não é necessário que revisite o arcabouço fático-probatório, mas sim que prossiga com uma nova qualificação jurídica, diante da expressa violação aos dispositivos constitucionais. Isso porque a moldura fática do acórdão recorrido é suficiente para que esta Suprema Corte proceda com uma requalificação jurídica dos fatos. Todos os elementos fáticos e editalícios colacionados no recurso extraordinário podem ser vistos no acórdão recorrido. No entanto, o ora Agravante tentou demonstrar que a conclusão adotada pelo decisum partiu de premissa equivocada” (fl. 4, e-doc. 26). Assevera que “o caso em apreço insere-se na situação excepcional prevista na tese firmada em repercussão geral no RE 560900, vez que existe previsão legal de que o a ingresso na carreira militar estadual não esteja respondendo a processo Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C23E-D264-2174-8DFF e senha ADA1-A48C-67C9-80BC Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 CEARÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR ADV.(A/S) :RIBAMAR BRITO BEZERRA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 2.3.2021, foi negado provimento ao recurso extraordinário interposto pelo Ceará sob os fundamentos de harmonia do acórdão recorrido com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e de incidência das Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal (e-doc. 24). 2. Publicada essa decisão no DJe de 15.3.2021, o Ceará interpõe, em 29.4.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 26). 3. O agravante alega que “não é necessário que revisite o arcabouço fático-probatório, mas sim que prossiga com uma nova qualificação jurídica, diante da expressa violação aos dispositivos constitucionais. Isso porque a moldura fática do acórdão recorrido é suficiente para que esta Suprema Corte proceda com uma requalificação jurídica dos fatos. Todos os elementos fáticos e editalícios colacionados no recurso extraordinário podem ser vistos no acórdão recorrido. No entanto, o ora Agravante tentou demonstrar que a conclusão adotada pelo decisum partiu de premissa equivocada” (fl. 4, e-doc. 26). Assevera que “o caso em apreço insere-se na situação excepcional prevista na tese firmada em repercussão geral no RE 560900, vez que existe previsão legal de que o a ingresso na carreira militar estadual não esteja respondendo a processo Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C23E-D264-2174-8DFF e senha ADA1-A48C-67C9-80BC Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório RE 1306020 AGR / CE criminal e nem seja indiciado em inquérito policial. Logo, ao contrário do que entendeu a decisão ora agravada, não há o que se falar em violação reflexa a constituição, nem que a ofensa se refere a direito local” (sic, fl. 4, e-doc. 26). Pede a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do presente recurso. 4. O agravado requer o não provimento do agravo regimental (e-doc. 29). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C23E-D264-2174-8DFF e senha ADA1-A48C-67C9-80BC Supremo Tribunal Federal RE 1306020 AGR / CE criminal e nem seja indiciado em inquérito policial. Logo, ao contrário do que entendeu a decisão ora agravada, não há o que se falar em violação reflexa a constituição, nem que a ofensa se refere a direito local” (sic, fl. 4, e-doc. 26). Pede a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do presente recurso. 4. O agravado requer o não provimento do agravo regimental (e-doc. 29). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C23E-D264-2174-8DFF e senha ADA1-A48C-67C9-80BC Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 CEARÁ V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. O Plenário do Supremo Tribunal, ao julgar o Recurso Extraordinário n. 566.900, Tema 22, Relator o Ministro Roberto Barroso, fixou a seguinte tese: “Sem previsão constitucional adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal”: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. IDONEIDADE MORAL DE CANDIDATOS EM CONCURSOS PÚBLICOS. INQUÉRITOS POLICIAIS OU PROCESSOS PENAIS EM CURSO. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA. 1. Como regra geral, a simples existência de inquéritos ou processos penais em curso não autoriza a eliminação de candidatos em concursos públicos, o que pressupõe: (i) condenação por órgão colegiado ou definitiva; e (ii) relação de incompatibilidade entre a natureza do crime em questão e as atribuições do cargo concretamente pretendido, a ser demonstrada de forma motivada por decisão da autoridade competente. 2. A lei pode instituir requisitos mais rigorosos para determinados cargos, em razão da relevância das atribuições envolvidas, como é o caso, por exemplo, das carreiras da magistratura, das funções essenciais à justiça e da segurança pública (CRFB/1988, art. 144), sendo vedada, em qualquer caso, a valoração negativa de simples processo em andamento, salvo situações excepcionalíssimas e de indiscutível gravidade. 3. Por se tratar de mudança de jurisprudência, a orientação ora firmada não se aplica a certames já realizados e que não tenham sido objeto de impugnação até Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 CEARÁ V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. O Plenário do Supremo Tribunal, ao julgar o Recurso Extraordinário n. 566.900, Tema 22, Relator o Ministro Roberto Barroso, fixou a seguinte tese: “Sem previsão constitucional adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal”: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. IDONEIDADE MORAL DE CANDIDATOS EM CONCURSOS PÚBLICOS. INQUÉRITOS POLICIAIS OU PROCESSOS PENAIS EM CURSO. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA. 1. Como regra geral, a simples existência de inquéritos ou processos penais em curso não autoriza a eliminação de candidatos em concursos públicos, o que pressupõe: (i) condenação por órgão colegiado ou definitiva; e (ii) relação de incompatibilidade entre a natureza do crime em questão e as atribuições do cargo concretamente pretendido, a ser demonstrada de forma motivada por decisão da autoridade competente. 2. A lei pode instituir requisitos mais rigorosos para determinados cargos, em razão da relevância das atribuições envolvidas, como é o caso, por exemplo, das carreiras da magistratura, das funções essenciais à justiça e da segurança pública (CRFB/1988, art. 144), sendo vedada, em qualquer caso, a valoração negativa de simples processo em andamento, salvo situações excepcionalíssimas e de indiscutível gravidade. 3. Por se tratar de mudança de jurisprudência, a orientação ora firmada não se aplica a certames já realizados e que não tenham sido objeto de impugnação até Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RE 1306020 AGR / CE a data do presente julgamento. 4. Recurso extraordinário desprovido, com a fixação da seguinte tese de julgamento: “Sem previsão constitucional adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal” (Tema 22, DJe 17.8.2020). Nesse sentido: “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. ANÁLISE DA VIDA PREGRESSA. TEMA 22. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o mérito da repercussão geral no RE 560.900-RG (Tema 22), firmou o entendimento no sentido de que sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal. 2. Nesse contexto, conclui-se igualmente ilegítima a cláusula de edital de concurso público capaz de excluir candidato beneficiado por transação penal que resultou na extinção da sua punibilidade, ou seja, situação em que a ação penal sequer chegou a existir. 3. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). 4. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE n. 1.034.405-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.5.2020). “Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário com agravo. Concurso público. Prequestionamento. Ausência. Investigação social. Exclusão do certame. Processo criminal. Extinção da punibilidade. Princípio da presunção de inocência. Violação. Precedentes. 1. Não se admite o recurso extraordinário quando o dispositivo constitucional que nele se alega violado não está devidamente prequestionado. Incidência das Súmulas nºs 282 e 356/STF. 2. A jurisprudência da Corte firmou o 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Supremo Tribunal Federal RE 1306020 AGR / CE a data do presente julgamento. 4. Recurso extraordinário desprovido, com a fixação da seguinte tese de julgamento: “Sem previsão constitucional adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal” (Tema 22, DJe 17.8.2020). Nesse sentido: “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. ANÁLISE DA VIDA PREGRESSA. TEMA 22. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o mérito da repercussão geral no RE 560.900-RG (Tema 22), firmou o entendimento no sentido de que sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal. 2. Nesse contexto, conclui-se igualmente ilegítima a cláusula de edital de concurso público capaz de excluir candidato beneficiado por transação penal que resultou na extinção da sua punibilidade, ou seja, situação em que a ação penal sequer chegou a existir. 3. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). 4. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE n. 1.034.405-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.5.2020). “Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário com agravo. Concurso público. Prequestionamento. Ausência. Investigação social. Exclusão do certame. Processo criminal. Extinção da punibilidade. Princípio da presunção de inocência. Violação. Precedentes. 1. Não se admite o recurso extraordinário quando o dispositivo constitucional que nele se alega violado não está devidamente prequestionado. Incidência das Súmulas nºs 282 e 356/STF. 2. A jurisprudência da Corte firmou o 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RE 1306020 AGR / CE entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de candidato de concurso que haja sido beneficiado pela extinção da punibilidade. 3. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 2% sobre o valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 4. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, haja vista tratar-se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/09)” (ARE n. 1.057.338-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 20.10.2017). “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INQUÉRITO POLICIAL. EXCLUSÃO DE CANDIDATO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE. PRECEDENTES. 1. O acórdão do Tribunal de origem está alinhado à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que viola o princípio constitucional da não culpabilidade (art. 5º, LVII) a exclusão de candidato de certame que responde a inquérito policial. Precedentes. 2. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE n. 1.141.471-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 17.9.2018). 3. Compete ao Poder Judiciário exercer o controle de legalidade de ato administrativo, não se permitindo prevaleçam ilegalidade ou abuso de poder no exercício das atribuições administrativas do Poder Público. Na espécie vertente, concluir de forma diversa do acórdão recorrido demandaria o reexame do edital do concurso e do conjunto probatório dos autos, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Controle judicial da legalidade dos atos administrativos do 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Supremo Tribunal Federal RE 1306020 AGR / CE entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de candidato de concurso que haja sido beneficiado pela extinção da punibilidade. 3. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 2% sobre o valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 4. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, haja vista tratar-se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/09)” (ARE n. 1.057.338-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 20.10.2017). “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INQUÉRITO POLICIAL. EXCLUSÃO DE CANDIDATO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE. PRECEDENTES. 1. O acórdão do Tribunal de origem está alinhado à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que viola o princípio constitucional da não culpabilidade (art. 5º, LVII) a exclusão de candidato de certame que responde a inquérito policial. Precedentes. 2. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE n. 1.141.471-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 17.9.2018). 3. Compete ao Poder Judiciário exercer o controle de legalidade de ato administrativo, não se permitindo prevaleçam ilegalidade ou abuso de poder no exercício das atribuições administrativas do Poder Público. Na espécie vertente, concluir de forma diversa do acórdão recorrido demandaria o reexame do edital do concurso e do conjunto probatório dos autos, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Controle judicial da legalidade dos atos administrativos do 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RE 1306020 AGR / CE Poder Executivo. Possibilidade. Investigação social. Exclusão do certame. Inquérito policial arquivado. Ausência de sentença penal condenatória transitada em julgado. Princípio da presunção de inocência. Violação. Cláusulas editalícias. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O controle, pelo Poder Judiciário, de ato administrativo eivado de ilegalidade ou abusividade não viola o princípio da separação dos poderes. 2. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que há afronta ao princípio da presunção de inocência na hipótese de exclusão de candidato inscrito em certame público que responde a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório da causa, bem como das cláusulas que regem o certame. Incidência das Súmulas nºs 279 e 454/STF. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 5. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, haja vista tratar- se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/09)” (RE n. 1.293.426-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 30.4.2021). “ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 557 DO CPC. APLICABILIDADE. ALEGADA OFENSA AO ART. 2º DA CF. ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO. ILEGALIDADE. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. APRECIAÇÃO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA STF 279. 1. Matéria pacificada nesta Corte possibilita ao relator julgá-la monocraticamente, nos termos do art. 557 do Código de Processo Civil e da jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. 2. A apreciação pelo Poder Judiciário do ato administrativo discricionário tido por ilegal e abusivo não ofende o Princípio da Separação dos Poderes. Precedentes. 3. É incabível o Recurso Extraordinário nos casos em que se impõe o reexame do quadro fático-probatório para apreciar a apontada ofensa à Constituição Federal. Incidência da Súmula STF 279. 4. Agravo regimental improvido” (AI n. 777.502-AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 25.10.2010). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Supremo Tribunal Federal RE 1306020 AGR / CE Poder Executivo. Possibilidade. Investigação social. Exclusão do certame. Inquérito policial arquivado. Ausência de sentença penal condenatória transitada em julgado. Princípio da presunção de inocência. Violação. Cláusulas editalícias. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O controle, pelo Poder Judiciário, de ato administrativo eivado de ilegalidade ou abusividade não viola o princípio da separação dos poderes. 2. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que há afronta ao princípio da presunção de inocência na hipótese de exclusão de candidato inscrito em certame público que responde a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório da causa, bem como das cláusulas que regem o certame. Incidência das Súmulas nºs 279 e 454/STF. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 5. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, haja vista tratar- se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/09)” (RE n. 1.293.426-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 30.4.2021). “ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 557 DO CPC. APLICABILIDADE. ALEGADA OFENSA AO ART. 2º DA CF. ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO. ILEGALIDADE. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. APRECIAÇÃO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA STF 279. 1. Matéria pacificada nesta Corte possibilita ao relator julgá-la monocraticamente, nos termos do art. 557 do Código de Processo Civil e da jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. 2. A apreciação pelo Poder Judiciário do ato administrativo discricionário tido por ilegal e abusivo não ofende o Princípio da Separação dos Poderes. Precedentes. 3. É incabível o Recurso Extraordinário nos casos em que se impõe o reexame do quadro fático-probatório para apreciar a apontada ofensa à Constituição Federal. Incidência da Súmula STF 279. 4. Agravo regimental improvido” (AI n. 777.502-AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 25.10.2010). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RE 1306020 AGR / CE “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 17.4.2018. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INAPTIDÃO DE CANDIDATO. EXCLUSÃO DO CERTAME. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. SÚMULAS 279 E 454/STF. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal a quo , quanto à razoabilidade da exclusão do Recorrente do certame, seria necessário o reexame das provas dos autos, bem como das cláusulas editalícias, o que encontra óbice nas Súmulas 279 e 454 do STF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4º, CPC. Nos termos do artigo 85, § 11, CPC, majoro em ¼ (um quarto) a verba honorária fixada anteriormente, devendo ser observados os §§ 2º e 3º do mesmo dispositivo” (ARE n. 1.092.856- AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.8.2018). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. Direito Constitucional e Administrativo. 2. Concurso público. Exclusão de candidato em investigação social. Impossibilidade de interpretação de cláusula de edital. Enunciados 279 e 454 da Súmula do STF. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 794.670-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1º.4.2014). 4. Os argumentos do agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Supremo Tribunal Federal RE 1306020 AGR / CE “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 17.4.2018. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INAPTIDÃO DE CANDIDATO. EXCLUSÃO DO CERTAME. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. SÚMULAS 279 E 454/STF. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal a quo , quanto à razoabilidade da exclusão do Recorrente do certame, seria necessário o reexame das provas dos autos, bem como das cláusulas editalícias, o que encontra óbice nas Súmulas 279 e 454 do STF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4º, CPC. Nos termos do artigo 85, § 11, CPC, majoro em ¼ (um quarto) a verba honorária fixada anteriormente, devendo ser observados os §§ 2º e 3º do mesmo dispositivo” (ARE n. 1.092.856- AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.8.2018). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. Direito Constitucional e Administrativo. 2. Concurso público. Exclusão de candidato em investigação social. Impossibilidade de interpretação de cláusula de edital. Enunciados 279 e 454 da Súmula do STF. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 794.670-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1º.4.2014). 4. Os argumentos do agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 31/05/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 PROCED. : CEARÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) : DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR (29854/CE) ADV.(A/S) : RIBAMAR BRITO BEZERRA (35360/CE) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7397-59D3-0285-608C e senha D603-74A9-9BA6-2467 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 PROCED. : CEARÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) : DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR (29854/CE) ADV.(A/S) : RIBAMAR BRITO BEZERRA (35360/CE) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7397-59D3-0285-608C e senha D603-74A9-9BA6-2467 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756034326
2021-05-31T00:00:00
2021-06-02T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. EXCLUSÃO DO CERTAME. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. AUSÊNCIA DE CARÁTER CONDENATÓRIO. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE PENAL. ATO ADMINISTRATIVO. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DE CLÁUSULAS DE EDITAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
sjur447696
- Acórdão(s) citado(s): (ILEGITIMIDADE, CLÁUSULA EDITALÍCIA, CONCURSO PÚBLICO, RESTRIÇÃO, PARTICIPAÇÃO, CANDIDATO (CONCURSO PÚBLICO), INQUÉRITO, AÇÃO PENAL) ARE 1034405 AgR (1ªT), ARE 1057338 ED-AgR (2ªT), ARE 1141471 AgR (1ªT). (RE, REEXAME, FATO, PROVA) AI 777502 AgR (2ªT), ARE 794670 AgR (2ªT), ARE 1092856 AgR (2ªT), RE 1293426 AgR (1ªT). Número de páginas: 9. Análise: 26/11/2021, MAF.
CÁRMEN LÚCIA
Segunda Turma
1306020
[ "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000454\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
RE-AgR
acordaos
RE 1306020 AgR
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AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) : DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR ADV.(A/S) : RIBAMAR BRITO BEZERRA
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 CEARÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR ADV.(A/S) :RIBAMAR BRITO BEZERRA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. EXCLUSÃO DO CERTAME. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. AUSÊNCIA DE CARÁTER CONDENATÓRIO. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE PENAL. ATO ADMINISTRATIVO. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DE CLÁUSULAS DE EDITAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A806-F885-6D16-C228 e senha 7C62-EAF1-941B-D3FD Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Relatório 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 CEARÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR ADV.(A/S) :RIBAMAR BRITO BEZERRA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 2.3.2021, foi negado provimento ao recurso extraordinário interposto pelo Ceará sob os fundamentos de harmonia do acórdão recorrido com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e de incidência das Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal (e-doc. 24). 2. Publicada essa decisão no DJe de 15.3.2021, o Ceará interpõe, em 29.4.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 26). 3. O agravante alega que “não é necessário que revisite o arcabouço fático-probatório, mas sim que prossiga com uma nova qualificação jurídica, diante da expressa violação aos dispositivos constitucionais. Isso porque a moldura fática do acórdão recorrido é suficiente para que esta Suprema Corte proceda com uma requalificação jurídica dos fatos. Todos os elementos fáticos e editalícios colacionados no recurso extraordinário podem ser vistos no acórdão recorrido. No entanto, o ora Agravante tentou demonstrar que a conclusão adotada pelo decisum partiu de premissa equivocada” (fl. 4, e-doc. 26). Assevera que “o caso em apreço insere-se na situação excepcional prevista na tese firmada em repercussão geral no Recurso Extraordinário 560900, vez que existe previsão legal de que o a ingresso na carreira militar estadual não esteja respondendo a processo Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C23E-D264-2174-8DFF e senha ADA1-A48C-67C9-80BC Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 CEARÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR ADV.(A/S) :RIBAMAR BRITO BEZERRA R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 2.3.2021, foi negado provimento ao recurso extraordinário interposto pelo Ceará sob os fundamentos de harmonia do acórdão recorrido com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e de incidência das Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal (e-doc. 24). 2. Publicada essa decisão no DJe de 15.3.2021, o Ceará interpõe, em 29.4.2021, tempestivamente, agravo regimental (e-doc. 26). 3. O agravante alega que “não é necessário que revisite o arcabouço fático-probatório, mas sim que prossiga com uma nova qualificação jurídica, diante da expressa violação aos dispositivos constitucionais. Isso porque a moldura fática do acórdão recorrido é suficiente para que esta Suprema Corte proceda com uma requalificação jurídica dos fatos. Todos os elementos fáticos e editalícios colacionados no recurso extraordinário podem ser vistos no acórdão recorrido. No entanto, o ora Agravante tentou demonstrar que a conclusão adotada pelo decisum partiu de premissa equivocada” (fl. 4, e-doc. 26). Assevera que “o caso em apreço insere-se na situação excepcional prevista na tese firmada em repercussão geral no Recurso Extraordinário 560900, vez que existe previsão legal de que o a ingresso na carreira militar estadual não esteja respondendo a processo Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C23E-D264-2174-8DFF e senha ADA1-A48C-67C9-80BC Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE criminal e nem seja indiciado em inquérito policial. Logo, ao contrário do que entendeu a decisão ora agravada, não há o que se falar em violação reflexa a constituição, nem que a ofensa se refere a direito local” (sic, fl. 4, e-doc. 26). Pede a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do presente recurso. 4. O agravado requer o não provimento do agravo regimental (e-doc. 29). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C23E-D264-2174-8DFF e senha ADA1-A48C-67C9-80BC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE criminal e nem seja indiciado em inquérito policial. Logo, ao contrário do que entendeu a decisão ora agravada, não há o que se falar em violação reflexa a constituição, nem que a ofensa se refere a direito local” (sic, fl. 4, e-doc. 26). Pede a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do presente recurso. 4. O agravado requer o não provimento do agravo regimental (e-doc. 29). É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C23E-D264-2174-8DFF e senha ADA1-A48C-67C9-80BC Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 CEARÁ V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. O Plenário do Supremo Tribunal, ao julgar o Recurso Extraordinário n. 566.900, Tema 22, Relator o Ministro Roberto Barroso, fixou a seguinte tese: “Sem previsão constitucional adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal”: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. IDONEIDADE MORAL DE CANDIDATOS EM CONCURSOS PÚBLICOS. INQUÉRITOS POLICIAIS OU PROCESSOS PENAIS EM CURSO. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA. 1. Como regra geral, a simples existência de inquéritos ou processos penais em curso não autoriza a eliminação de candidatos em concursos públicos, o que pressupõe: (i) condenação por órgão colegiado ou definitiva; e (ii) relação de incompatibilidade entre a natureza do crime em questão e as atribuições do cargo concretamente pretendido, a ser demonstrada de forma motivada por decisão da autoridade competente. 2. A lei pode instituir requisitos mais rigorosos para determinados cargos, em razão da relevância das atribuições envolvidas, como é o caso, por exemplo, das carreiras da magistratura, das funções essenciais à justiça e da segurança pública (CRFB/1988, art. 144), sendo vedada, em qualquer caso, a valoração negativa de simples processo em andamento, salvo situações excepcionalíssimas e de indiscutível gravidade. 3. Por se tratar de mudança de jurisprudência, a orientação ora firmada não se aplica a certames já realizados e que não tenham sido objeto de impugnação até Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 CEARÁ V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. O Plenário do Supremo Tribunal, ao julgar o Recurso Extraordinário n. 566.900, Tema 22, Relator o Ministro Roberto Barroso, fixou a seguinte tese: “Sem previsão constitucional adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal”: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. IDONEIDADE MORAL DE CANDIDATOS EM CONCURSOS PÚBLICOS. INQUÉRITOS POLICIAIS OU PROCESSOS PENAIS EM CURSO. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA. 1. Como regra geral, a simples existência de inquéritos ou processos penais em curso não autoriza a eliminação de candidatos em concursos públicos, o que pressupõe: (i) condenação por órgão colegiado ou definitiva; e (ii) relação de incompatibilidade entre a natureza do crime em questão e as atribuições do cargo concretamente pretendido, a ser demonstrada de forma motivada por decisão da autoridade competente. 2. A lei pode instituir requisitos mais rigorosos para determinados cargos, em razão da relevância das atribuições envolvidas, como é o caso, por exemplo, das carreiras da magistratura, das funções essenciais à justiça e da segurança pública (CRFB/1988, art. 144), sendo vedada, em qualquer caso, a valoração negativa de simples processo em andamento, salvo situações excepcionalíssimas e de indiscutível gravidade. 3. Por se tratar de mudança de jurisprudência, a orientação ora firmada não se aplica a certames já realizados e que não tenham sido objeto de impugnação até Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE a data do presente julgamento. 4. Recurso extraordinário desprovido, com a fixação da seguinte tese de julgamento: “Sem previsão constitucional adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal” (Tema 22, DJe 17.8.2020). Nesse sentido: “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. ANÁLISE DA VIDA PREGRESSA. TEMA 22. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o mérito da repercussão geral no Recurso Extraordinário 560.900-RG (Tema 22), firmou o entendimento no sentido de que sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal. 2. Nesse contexto, conclui-se igualmente ilegítima a cláusula de edital de concurso público capaz de excluir candidato beneficiado por transação penal que resultou na extinção da sua punibilidade, ou seja, situação em que a ação penal sequer chegou a existir. 3. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal). 4. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE n. 1.034.405-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.5.2020). “Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário com agravo. Concurso público. Prequestionamento. Ausência. Investigação social. Exclusão do certame. Processo criminal. Extinção da punibilidade. Princípio da presunção de inocência. Violação. Precedentes. 1. Não se admite o recurso extraordinário quando o dispositivo constitucional que nele se alega violado não está devidamente prequestionado. Incidência das Súmulas ns 282 e 356/Supremo Tribunal Federal. 2. A jurisprudência da Corte firmou o 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE a data do presente julgamento. 4. Recurso extraordinário desprovido, com a fixação da seguinte tese de julgamento: “Sem previsão constitucional adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal” (Tema 22, DJe 17.8.2020). Nesse sentido: “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. ANÁLISE DA VIDA PREGRESSA. TEMA 22. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o mérito da repercussão geral no Recurso Extraordinário 560.900-RG (Tema 22), firmou o entendimento no sentido de que sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal. 2. Nesse contexto, conclui-se igualmente ilegítima a cláusula de edital de concurso público capaz de excluir candidato beneficiado por transação penal que resultou na extinção da sua punibilidade, ou seja, situação em que a ação penal sequer chegou a existir. 3. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal). 4. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE n. 1.034.405-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.5.2020). “Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário com agravo. Concurso público. Prequestionamento. Ausência. Investigação social. Exclusão do certame. Processo criminal. Extinção da punibilidade. Princípio da presunção de inocência. Violação. Precedentes. 1. Não se admite o recurso extraordinário quando o dispositivo constitucional que nele se alega violado não está devidamente prequestionado. Incidência das Súmulas ns 282 e 356/Supremo Tribunal Federal. 2. A jurisprudência da Corte firmou o 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de candidato de concurso que haja sido beneficiado pela extinção da punibilidade. 3. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 2% sobre o valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 4. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, haja vista tratar-se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei n 12.016/09)” (ARE n. 1.057.338-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 20.10.2017). “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INQUÉRITO POLICIAL. EXCLUSÃO DE CANDIDATO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE. PRECEDENTES. 1. O acórdão do Tribunal de origem está alinhado à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que viola o princípio constitucional da não culpabilidade (art. 5..., LVII) a exclusão de candidato de certame que responde a inquérito policial. Precedentes. 2. Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE n. 1.141.471-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 17.9.2018). 3. Compete ao Poder Judiciário exercer o controle de legalidade de ato administrativo, não se permitindo prevaleçam ilegalidade ou abuso de poder no exercício das atribuições administrativas do Poder Público. Na espécie vertente, concluir de forma diversa do acórdão recorrido demandaria o reexame do edital do concurso e do conjunto probatório dos autos, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Controle judicial da legalidade dos atos administrativos do 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de candidato de concurso que haja sido beneficiado pela extinção da punibilidade. 3. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 2% sobre o valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 4. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, haja vista tratar-se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei n 12.016/09)” (ARE n. 1.057.338-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 20.10.2017). “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INQUÉRITO POLICIAL. EXCLUSÃO DE CANDIDATO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE. PRECEDENTES. 1. O acórdão do Tribunal de origem está alinhado à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que viola o princípio constitucional da não culpabilidade (art. 5..., LVII) a exclusão de candidato de certame que responde a inquérito policial. Precedentes. 2. Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento” (ARE n. 1.141.471-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 17.9.2018). 3. Compete ao Poder Judiciário exercer o controle de legalidade de ato administrativo, não se permitindo prevaleçam ilegalidade ou abuso de poder no exercício das atribuições administrativas do Poder Público. Na espécie vertente, concluir de forma diversa do acórdão recorrido demandaria o reexame do edital do concurso e do conjunto probatório dos autos, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Controle judicial da legalidade dos atos administrativos do 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE Poder Executivo. Possibilidade. Investigação social. Exclusão do certame. Inquérito policial arquivado. Ausência de sentença penal condenatória transitada em julgado. Princípio da presunção de inocência. Violação. Cláusulas editalícias. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O controle, pelo Poder Judiciário, de ato administrativo eivado de ilegalidade ou abusividade não viola o princípio da separação dos poderes. 2. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que há afronta ao princípio da presunção de inocência na hipótese de exclusão de candidato inscrito em certame público que responde a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório da causa, bem como das cláusulas que regem o certame. Incidência das Súmulas ns 279 e 454/Supremo Tribunal Federal. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 5. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, haja vista tratar- se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei n 12.016/09)” (Recurso Extraordinário n. 1.293.426-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 30.4.2021). “ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 557 DO Código de Processo Civil. APLICABILIDADE. ALEGADA OFENSA AO ART. 2... DA Constituição Federal de 1988. ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO. ILEGALIDADE. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. APRECIAÇÃO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA Supremo Tribunal Federal 279. 1. Matéria pacificada nesta Corte possibilita ao relator julgá-la monocraticamente, nos termos do art. 557 do Código de Processo Civil e da jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. 2. A apreciação pelo Poder Judiciário do ato administrativo discricionário tido por ilegal e abusivo não ofende o Princípio da Separação dos Poderes. Precedentes. 3. É incabível o Recurso Extraordinário nos casos em que se impõe o reexame do quadro fático-probatório para apreciar a apontada ofensa à Constituição Federal. Incidência da Súmula Supremo Tribunal Federal 279. 4. Agravo regimental improvido” (AI n. 777.502-AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 25.10.2010). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE Poder Executivo. Possibilidade. Investigação social. Exclusão do certame. Inquérito policial arquivado. Ausência de sentença penal condenatória transitada em julgado. Princípio da presunção de inocência. Violação. Cláusulas editalícias. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O controle, pelo Poder Judiciário, de ato administrativo eivado de ilegalidade ou abusividade não viola o princípio da separação dos poderes. 2. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que há afronta ao princípio da presunção de inocência na hipótese de exclusão de candidato inscrito em certame público que responde a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório da causa, bem como das cláusulas que regem o certame. Incidência das Súmulas ns 279 e 454/Supremo Tribunal Federal. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 5. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, haja vista tratar- se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei n 12.016/09)” (Recurso Extraordinário n. 1.293.426-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 30.4.2021). “ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 557 DO Código de Processo Civil. APLICABILIDADE. ALEGADA OFENSA AO ART. 2... DA Constituição Federal de 1988. ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO. ILEGALIDADE. CONTROLE JUDICIAL. POSSIBILIDADE. APRECIAÇÃO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA Supremo Tribunal Federal 279. 1. Matéria pacificada nesta Corte possibilita ao relator julgá-la monocraticamente, nos termos do art. 557 do Código de Processo Civil e da jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. 2. A apreciação pelo Poder Judiciário do ato administrativo discricionário tido por ilegal e abusivo não ofende o Princípio da Separação dos Poderes. Precedentes. 3. É incabível o Recurso Extraordinário nos casos em que se impõe o reexame do quadro fático-probatório para apreciar a apontada ofensa à Constituição Federal. Incidência da Súmula Supremo Tribunal Federal 279. 4. Agravo regimental improvido” (AI n. 777.502-AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 25.10.2010). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 17.4.2018. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INAPTIDÃO DE CANDIDATO. EXCLUSÃO DO CERTAME. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. SÚMULAS 279 E 454/Supremo Tribunal Federal. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal a quo , quanto à razoabilidade da exclusão do Recorrente do certame, seria necessário o reexame das provas dos autos, bem como das cláusulas editalícias, o que encontra óbice nas Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4..., Código de Processo Civil. Nos termos do artigo 85, § 11, Código de Processo Civil, majoro em ¼ (um quarto) a verba honorária fixada anteriormente, devendo ser observados os §§ 2... e 3... do mesmo dispositivo” (ARE n. 1.092.856- AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.8.2018). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. Direito Constitucional e Administrativo. 2. Concurso público. Exclusão de candidato em investigação social. Impossibilidade de interpretação de cláusula de edital. Enunciados 279 e 454 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 794.670-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1....4.2014). 4. Os argumentos do agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 17.4.2018. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. INAPTIDÃO DE CANDIDATO. EXCLUSÃO DO CERTAME. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. SÚMULAS 279 E 454/Supremo Tribunal Federal. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal a quo , quanto à razoabilidade da exclusão do Recorrente do certame, seria necessário o reexame das provas dos autos, bem como das cláusulas editalícias, o que encontra óbice nas Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4..., Código de Processo Civil. Nos termos do artigo 85, § 11, Código de Processo Civil, majoro em ¼ (um quarto) a verba honorária fixada anteriormente, devendo ser observados os §§ 2... e 3... do mesmo dispositivo” (ARE n. 1.092.856- AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 21.8.2018). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. Direito Constitucional e Administrativo. 2. Concurso público. Exclusão de candidato em investigação social. Impossibilidade de interpretação de cláusula de edital. Enunciados 279 e 454 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 794.670-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 1....4.2014). 4. Os argumentos do agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CFF-D58D-EC72-E01E e senha 8409-9B9E-B239-ADD9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 31/05/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 PROCED. : CEARÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) : DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR (29854/CE) ADV.(A/S) : RIBAMAR BRITO BEZERRA (35360/CE) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7397-59D3-0285-608C e senha D603-74A9-9BA6-2467 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.306.020 PROCED. : CEARÁ RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) : DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR (29854/CE) ADV.(A/S) : RIBAMAR BRITO BEZERRA (35360/CE) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7397-59D3-0285-608C e senha D603-74A9-9BA6-2467 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 306 . 020", "SÚMULAS NS . 279", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 306 . 020", "Súmulas ns . 279", "Recurso Extraordinário 560900", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 306 . 020", "Súmulas ns . 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 560900", "Recurso Extraordinário 1306020 AGR", "Recurso Extraordinário n . 566 . 900", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 306 . 020", "Recurso Extraordinário n . 566 . 900", "Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE", "Recurso Extraordinário 560 . 900 - RG", "Súmula 512 / Supremo Tribunal Federal", "ARE n . 1 . 034 . 405 - AgR", "Súmulas ns 282 e 356 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE", "Recurso Extraordinário 560 . 900 - RG", "Súmula 512 / Supremo Tribunal Federal", "ARE n . 1 . 034 . 405 - AgR", "Súmulas ns 282 e 356 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE", "ARE n . 1 . 057 . 338 - AgR", "ARE n . 1 . 141 . 471 - AgR", "Súmulas ns . 279", "Recurso Extraordinário 1306020 AGR", "ARE n . 1 . 057 . 338 - AgR", "ARE n . 1 . 141 . 471 - AgR", "Súmulas ns . 279", "Recurso Extraordinário 1306020", "Súmulas ns 279 e 454 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário n . 1 . 293 . 426 - AgR", "AI n . 777 . 502 - AgR", "Recurso Extraordinário 1306020 AGR", "Recurso Extraordinário n . 1 . 293 . 426 - AgR", "AI n . 777 . 502 - AgR", "Recurso Extraordinário 1306020 AGR / CE", "SÚMULAS 279 E 454 / Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal", "ARE n . 1 . 092 . 856 - AgR", "Enunciados 279", "ARE n . 794 . 670 - AgR", "Recurso Extraordinário 1306020 AGR /", "SÚMULAS 279", "Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal", "ARE n . 1 . 092 . 856 - AgR", "Enunciados 279 e 454 da Súmula do Supremo Tribunal Federal", "ARE n . 794 . 670 - AgR", "RECURSO" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "CRFB", "/", "1988 , art . 144", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "CRFB", "/", "1988 , art . 144", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 25 da Lei n 12 . 016 / 2009", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 25 da Lei n 12 .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 25 da Lei n 12 . 016 / 09", "art . 5 . . . , LVII", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § §", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 25 da Lei n 12 . 016 / 09", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 85 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 25 da Lei n 12 . 016 / 09", "ART . 557 DO Código de Processo Civil", "ART . 2 . . . DA Constituição Federal de 1988", "art . 557 do Código de Processo Civil", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 25 da Lei n 12 . 016 / 09", "ART . 557 DO Código de Processo Civil", "ART . 2 . . . DA Constituição Federal de 1988", "art . 557 do Código de Processo Civil", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 .", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "Brasília", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "CEARÁ", "CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Ceará", "Suprema", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Ceará", "Supremo Tribunal Federal", "Ceará", "Suprema", "Supremo Tribunal Federal", "/", "CE", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Plenário do Supremo Tribunal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Plenário do Supremo Tribunal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "CE", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "CE", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "CÁRMEN LÚCIA", "DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA", "JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR", "RIBAMAR BRITO BEZERRA", "Gilmar Mendes", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA", "JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR", "RIBAMAR BRITO BEZERRA", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA", "JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR", "RIBAMAR BRITO BEZERRA", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "CÁRMEN LÚCIA", "Roberto Barroso", "CÁRMEN LÚCIA", "Roberto Barroso", "CÁRMEN LÚCIA", "Roberto Barroso", "Roberto Barroso", "CÁRMEN LÚCIA", "Dias Toffoli", "Roberto Barroso", "Dias Toffoli", "Roberto Barroso", "LÚCIA", "Dias Toffoli", "Ellen Gracie", "Dias Toffoli", "Ellen Gracie", "CÁRMEN LÚCIA", "Edson Fachin", "Gilmar Mendes", "Edson Fachin", "Gilmar Mendes", "DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA", "JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR", "RIBAMAR BRITO BEZERRA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck", "CÁRMEN LÚCIA", "DENIS DAVID CASTRO DE OLIVEIRA", "JOHN ROOSEVELT ROGERIO DE ALENCAR", "RIBAMAR BRITO BEZERRA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "2", ".", "3", ".", "2021", "15", ".", "3", ".", "2021", "29", ".", "4", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "2", 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".", "2018", ".", ".", ".", "4", ".", "2014", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) :CLAUDIO ROBERTO VIANNA ADV.(A/S) :SERGIO DO REGO MACEDO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) :MANUEL DE JESUS SOARES ADV.(A/S) :NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO INTDO.(A/S) :HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) :ARTHUR LAVIGNE JUNIOR ADV.(A/S) :HELTON MARCIO PINTO INTDO.(A/S) :MARLENE ROZEN ADV.(A/S) :ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :CAMILA FREITAS RIBEIRO ADV.(A/S) :RENATO RIBEIRO DE MORAES INTDO.(A/S) :RONALDO ADLER ADV.(A/S) :JOAO MESTIERI INTDO.(A/S) :HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) :SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES ADV.(A/S) :ANDRE LUIZ SANTANA LIMA INTDO.(A/S) :RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) :FERNANDO FRAGOSO INTDO.(A/S) :MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) :RENATO SANT ANA ADV.(A/S) :LUIZ CARLOS DA SILVA NETO INTDO.(A/S) :AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF ADV.(A/S) :ILANA FRIED BENJO INTDO.(A/S) :JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EEC-871B-7966-ECC7 e senha D294-7804-C66E-2BB5 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 18 Ementa e Acórdão RE 1264126 ED-AGR / RJ INTDO.(A/S) :HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) :RENATO NEVES TONINI ADV.(A/S) :LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA INTDO.(A/S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO ADV.(A/S) :GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA INTDO.(A/S) :G.S.F. INTDO.(A/S) :A.S.D. INTDO.(A/S) :V.F.F. INTDO.(A/S) :P.H.B.S. ADV.(A/S) :CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO ADV.(A/S) :LUCIANA CERVIERI DA CAMARA INTDO.(A/S) :R.M.R.P. INTDO.(A/S) :A.S.M. ADV.(A/S) :JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES ADV.(A/S) :ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES INTDO.(A/S) :R.C.V. ADV.(A/S) :RANIERI MAZZILLI NETO INTDO.(A/S) :L.M.S.P. ADV.(A/S) :PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES INTDO.(A/S) :S.J.L. ADV.(A/S) :JOSE MAURO COUTO DE ASSIS INTDO.(A/S) :M.R.R. ADV.(A/S) :LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO INTDO.(A/S) :I.C.F. ADV.(A/S) :MAURO VIDAL MOTTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EEC-871B-7966-ECC7 e senha D294-7804-C66E-2BB5 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ INTDO.(A/S) :HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) :RENATO NEVES TONINI ADV.(A/S) :LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA INTDO.(A/S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO ADV.(A/S) :GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA INTDO.(A/S) :G.S.F. INTDO.(A/S) :A.S.D. INTDO.(A/S) :V.F.F. INTDO.(A/S) :P.H.B.S. ADV.(A/S) :CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO ADV.(A/S) :LUCIANA CERVIERI DA CAMARA INTDO.(A/S) :R.M.R.P. INTDO.(A/S) :A.S.M. ADV.(A/S) :JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES ADV.(A/S) :ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES INTDO.(A/S) :R.C.V. ADV.(A/S) :RANIERI MAZZILLI NETO INTDO.(A/S) :L.M.S.P. ADV.(A/S) :PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES INTDO.(A/S) :S.J.L. ADV.(A/S) :JOSE MAURO COUTO DE ASSIS INTDO.(A/S) :M.R.R. ADV.(A/S) :LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO INTDO.(A/S) :I.C.F. ADV.(A/S) :MAURO VIDAL MOTTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EEC-871B-7966-ECC7 e senha D294-7804-C66E-2BB5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 18 Ementa e Acórdão RE 1264126 ED-AGR / RJ Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em conhecer e desprover o agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 28 de maio a 7 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EEC-871B-7966-ECC7 e senha D294-7804-C66E-2BB5 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em conhecer e desprover o agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 28 de maio a 7 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EEC-871B-7966-ECC7 e senha D294-7804-C66E-2BB5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 18 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) :CLAUDIO ROBERTO VIANNA ADV.(A/S) :SERGIO DO REGO MACEDO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) :MANUEL DE JESUS SOARES ADV.(A/S) :NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO INTDO.(A/S) :HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) :ARTHUR LAVIGNE JUNIOR ADV.(A/S) :HELTON MARCIO PINTO INTDO.(A/S) :MARLENE ROZEN ADV.(A/S) :ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :CAMILA FREITAS RIBEIRO ADV.(A/S) :RENATO RIBEIRO DE MORAES INTDO.(A/S) :RONALDO ADLER ADV.(A/S) :JOAO MESTIERI INTDO.(A/S) :HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) :SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES ADV.(A/S) :ANDRE LUIZ SANTANA LIMA INTDO.(A/S) :RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) :FERNANDO FRAGOSO INTDO.(A/S) :MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) :RENATO SANT ANA ADV.(A/S) :LUIZ CARLOS DA SILVA NETO INTDO.(A/S) :AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF ADV.(A/S) :ILANA FRIED BENJO INTDO.(A/S) :JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) :CLAUDIO ROBERTO VIANNA ADV.(A/S) :SERGIO DO REGO MACEDO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) :MANUEL DE JESUS SOARES ADV.(A/S) :NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO INTDO.(A/S) :HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) :ARTHUR LAVIGNE JUNIOR ADV.(A/S) :HELTON MARCIO PINTO INTDO.(A/S) :MARLENE ROZEN ADV.(A/S) :ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :CAMILA FREITAS RIBEIRO ADV.(A/S) :RENATO RIBEIRO DE MORAES INTDO.(A/S) :RONALDO ADLER ADV.(A/S) :JOAO MESTIERI INTDO.(A/S) :HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) :SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES ADV.(A/S) :ANDRE LUIZ SANTANA LIMA INTDO.(A/S) :RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) :FERNANDO FRAGOSO INTDO.(A/S) :MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) :RENATO SANT ANA ADV.(A/S) :LUIZ CARLOS DA SILVA NETO INTDO.(A/S) :AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF ADV.(A/S) :ILANA FRIED BENJO INTDO.(A/S) :JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 18 Relatório RE 1264126 ED-AGR / RJ INTDO.(A/S) :HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) :RENATO NEVES TONINI ADV.(A/S) :LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA INTDO.(A/S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO ADV.(A/S) :GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA INTDO.(A/S) :G.S.F. INTDO.(A/S) :A.S.D. INTDO.(A/S) :V.F.F. INTDO.(A/S) :P.H.B.S. ADV.(A/S) :CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO ADV.(A/S) :LUCIANA CERVIERI DA CAMARA INTDO.(A/S) :R.M.R.P. INTDO.(A/S) :A.S.M. ADV.(A/S) :JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES ADV.(A/S) :ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES INTDO.(A/S) :R.C.V. ADV.(A/S) :RANIERI MAZZILLI NETO INTDO.(A/S) :L.M.S.P. ADV.(A/S) :PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES INTDO.(A/S) :S.J.L. ADV.(A/S) :JOSE MAURO COUTO DE ASSIS INTDO.(A/S) :M.R.R. ADV.(A/S) :LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO INTDO.(A/S) :I.C.F. ADV.(A/S) :MAURO VIDAL MOTTA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ INTDO.(A/S) :HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) :RENATO NEVES TONINI ADV.(A/S) :LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA INTDO.(A/S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO ADV.(A/S) :GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA INTDO.(A/S) :G.S.F. INTDO.(A/S) :A.S.D. INTDO.(A/S) :V.F.F. INTDO.(A/S) :P.H.B.S. ADV.(A/S) :CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO ADV.(A/S) :LUCIANA CERVIERI DA CAMARA INTDO.(A/S) :R.M.R.P. INTDO.(A/S) :A.S.M. ADV.(A/S) :JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES ADV.(A/S) :ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES INTDO.(A/S) :R.C.V. ADV.(A/S) :RANIERI MAZZILLI NETO INTDO.(A/S) :L.M.S.P. ADV.(A/S) :PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES INTDO.(A/S) :S.J.L. ADV.(A/S) :JOSE MAURO COUTO DE ASSIS INTDO.(A/S) :M.R.R. ADV.(A/S) :LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO INTDO.(A/S) :I.C.F. ADV.(A/S) :MAURO VIDAL MOTTA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 18 Relatório RE 1264126 ED-AGR / RJ Em 17 de setembro de 2020, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: EMBARGOS DECLARATÓRIOS – OMISSÃO – EXISTÊNCIA – CORREÇÃO – PROVIMENTO. 1. Em 17 de abril de 2020, neguei seguimento ao extraordinário, consignando: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INVIABILIDADE – SEGUIMENTO – NEGATIVA. 1. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região confirmou o entendimento do Juízo quanto à condenação do réu pela prática dos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/1998, 1º, inciso I, e 3º, inciso II, da Lei nº 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei nº 7.493/1986. No extraordinário, o recorrente Rômulo Gonçalves aponta a violação dos artigos 1º, inciso II, 5º, incisos XXXIX, LIII, LIV, LV e LVI, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Sustenta a nulidade do acórdão recorrido por ausência de fundamentação, cerceamento de defesa, e em razão da afronta do princípio do juiz natural. Insurge-se contra o julgamento realizado majoritariamente por juízes federais de primeira instância, aludindo a norma interna do Tribunal de origem. Aduz ter sido condenado com base em provas obtidas por meios ilícitos. Afirma que a falta de notificação prévia à denúncia implicou prejuízo à defesa. 2. Simultaneamente com o extraordinário, foi 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ Em 17 de setembro de 2020, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: EMBARGOS DECLARATÓRIOS – OMISSÃO – EXISTÊNCIA – CORREÇÃO – PROVIMENTO. 1. Em 17 de abril de 2020, neguei seguimento ao extraordinário, consignando: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INVIABILIDADE – SEGUIMENTO – NEGATIVA. 1. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região confirmou o entendimento do Juízo quanto à condenação do réu pela prática dos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/1998, 1º, inciso I, e 3º, inciso II, da Lei nº 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei nº 7.493/1986. No extraordinário, o recorrente Rômulo Gonçalves aponta a violação dos artigos 1º, inciso II, 5º, incisos XXXIX, LIII, LIV, LV e LVI, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Sustenta a nulidade do acórdão recorrido por ausência de fundamentação, cerceamento de defesa, e em razão da afronta do princípio do juiz natural. Insurge-se contra o julgamento realizado majoritariamente por juízes federais de primeira instância, aludindo a norma interna do Tribunal de origem. Aduz ter sido condenado com base em provas obtidas por meios ilícitos. Afirma que a falta de notificação prévia à denúncia implicou prejuízo à defesa. 2. Simultaneamente com o extraordinário, foi 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 18 Relatório RE 1264126 ED-AGR / RJ interposto recurso especial. O Superior Tribunal de Justiça dele conheceu e reconheceu a extinção da punibilidade em razão da prescrição da pretensão punitiva em relação aos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1º, inciso I, e 3º, inciso II, da Lei nº 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei nº 7.493/1986. A decisão prolatada substituiu, consoante o disposto no artigo 512 do Código de Processo Civil, a formalizada pelo Tribunal de origem, a qual, assim, não mais subsiste, no particular. Quanto à arguição de nulidade, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses com solução na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea com a ordem jurídica. No mais, colho do acórdão os seguintes trechos: O quorum de julgamento estabelecido para a presente apelação está de acordo com o disposto no art. 93, inciso XII da Constituição da República e art. 1º § 1º da Resolução n ° 30/2005 do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O Eminente Juiz Federal Convocado GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA compõe a Primeira Turma Especializada, em razão de afastamento de um de seus membros, sendo certo que, por 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ interposto recurso especial. O Superior Tribunal de Justiça dele conheceu e reconheceu a extinção da punibilidade em razão da prescrição da pretensão punitiva em relação aos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1º, inciso I, e 3º, inciso II, da Lei nº 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei nº 7.493/1986. A decisão prolatada substituiu, consoante o disposto no artigo 512 do Código de Processo Civil, a formalizada pelo Tribunal de origem, a qual, assim, não mais subsiste, no particular. Quanto à arguição de nulidade, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses com solução na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea com a ordem jurídica. No mais, colho do acórdão os seguintes trechos: O quorum de julgamento estabelecido para a presente apelação está de acordo com o disposto no art. 93, inciso XII da Constituição da República e art. 1º § 1º da Resolução n ° 30/2005 do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O Eminente Juiz Federal Convocado GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA compõe a Primeira Turma Especializada, em razão de afastamento de um de seus membros, sendo certo que, por 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 18 Relatório RE 1264126 ED-AGR / RJ nenhuma razão, poderá o Judiciário ver interrompidas as suas atividades. Quanto à Eminente Juíza Federal Convocada MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES, note-se que, diante do impedimento declarado nos autos da Desembargadora Federal MARIA HELENA CISNE, Sua Excelência, convocada para compor o quorum da Primeira Turma Especializada, desde 11/10/2005 (ato n° 559 do TRF da 2ª Região), funciona no presente julgamento na condição de vogal, exatamente como dispõe a Resolução n° 30/2005, até porque as Turmas passaram a funcionar, a partir de 25/11/2004 (Resolução n° 36/2004 do TRF da 2ª Região), apenas com 3 membros efetivos. [...] Apenas merece ser realçado, que o Magistrado a quo julgou acertadamente a causa com base nas provas já existentes à época da sentença, afora os documentos solicitados à Suíça no pedido de cooperação, já que as provas com as quais julgou, se prestaram a demonstrar os fatos imputados na denúncia, inclusive existência das contas na Suíça. […] Em que pese ter chegado a haver liminar concedida em habeas corpus pelo eminente Ministro MARCO AURÉLIO, do Supremo Tribunal Federal (fis. 436/43 8), suspendendo o que fora deliberado pelo órgão Especial do STJ 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ nenhuma razão, poderá o Judiciário ver interrompidas as suas atividades. Quanto à Eminente Juíza Federal Convocada MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES, note-se que, diante do impedimento declarado nos autos da Desembargadora Federal MARIA HELENA CISNE, Sua Excelência, convocada para compor o quorum da Primeira Turma Especializada, desde 11/10/2005 (ato n° 559 do TRF da 2ª Região), funciona no presente julgamento na condição de vogal, exatamente como dispõe a Resolução n° 30/2005, até porque as Turmas passaram a funcionar, a partir de 25/11/2004 (Resolução n° 36/2004 do TRF da 2ª Região), apenas com 3 membros efetivos. [...] Apenas merece ser realçado, que o Magistrado a quo julgou acertadamente a causa com base nas provas já existentes à época da sentença, afora os documentos solicitados à Suíça no pedido de cooperação, já que as provas com as quais julgou, se prestaram a demonstrar os fatos imputados na denúncia, inclusive existência das contas na Suíça. […] Em que pese ter chegado a haver liminar concedida em habeas corpus pelo eminente Ministro MARCO AURÉLIO, do Supremo Tribunal Federal (fis. 436/43 8), suspendendo o que fora deliberado pelo órgão Especial do STJ 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 18 Relatório RE 1264126 ED-AGR / RJ no julgamento da Reclamação 1819/RJ, no sentido de que se prosseguisse com a execução da parte passiva da cooperação, que correspondia às diligências que as autoridades suíças pretendiam, que fossem realizadas no Brasil (fl. 394), o mérito desse HC acabou sendo julgado, no sentido de que as solicitações feitas pelo Brasil em nada ficaram arranhadas pelo que foi pedido pela autoridade suíça. […] Destarte, os apensos que compõem os autos da Cooperação Internacional, são a segunda prova, de caráter complementar da primeira a corroborar, especialmente em relação àqueles oito acusados, a existência das contas na Suíça. […] Na verdade o crime da lavagem de dinheiro se encontra demonstrado devido à prova cabal da existência das contas em nome dos acusados que são fiscais, ao que acresce a prova da existência do crime de quadrilha organizada para a prática de crimes contra a Administração Pública que foram causas dos depósitos naquelas contas. Os laudos seriam até dispensáveis no caso, à míngua da existência de regularidade na abertura, manutenção e declaração das contas às autoridades competentes, mas acabaram por complementar tal prova. A decisão impugnada mediante o 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ no julgamento da Reclamação 1819/RJ, no sentido de que se prosseguisse com a execução da parte passiva da cooperação, que correspondia às diligências que as autoridades suíças pretendiam, que fossem realizadas no Brasil (fl. 394), o mérito desse HC acabou sendo julgado, no sentido de que as solicitações feitas pelo Brasil em nada ficaram arranhadas pelo que foi pedido pela autoridade suíça. […] Destarte, os apensos que compõem os autos da Cooperação Internacional, são a segunda prova, de caráter complementar da primeira a corroborar, especialmente em relação àqueles oito acusados, a existência das contas na Suíça. […] Na verdade o crime da lavagem de dinheiro se encontra demonstrado devido à prova cabal da existência das contas em nome dos acusados que são fiscais, ao que acresce a prova da existência do crime de quadrilha organizada para a prática de crimes contra a Administração Pública que foram causas dos depósitos naquelas contas. Os laudos seriam até dispensáveis no caso, à míngua da existência de regularidade na abertura, manutenção e declaração das contas às autoridades competentes, mas acabaram por complementar tal prova. A decisão impugnada mediante o 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 18 Relatório RE 1264126 ED-AGR / RJ extraordinário revela análise de normas estritamente legais, não ensejando campo ao acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se submeter a análise matéria que não se enquadra no parágrafo § 3º do artigo 102 da Constituição Federal. A recorribilidade extraordinária é distinta daquela revelada por simples revisão do que decidido, procedida, na maioria das vezes, mediante o recurso por excelência – a apelação. Atua-se em sede excepcional a partir da moldura fática delineada soberanamente pelo Colegiado de origem, das premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o verbete nº 279 da Súmula do Supremo: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. Por fim, o Tribunal, no recurso extraordinário com agravo nº 748.371/MT, da relatoria do ministro Gilmar Mendes, consignando a natureza infraconstitucional da matéria, entendeu não ter repercussão geral o tema relativo ao devido processo legal (contraditório e ampla defesa) quando o julgamento da causa depender de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. 3. Nego seguimento ao extraordinário interposto por Rômulo Gonçalves. 4. Publiquem. O embargante Rômulo Gonçalves aponta omissão na decisão, afirmando não analisados os argumentos alusivos 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ extraordinário revela análise de normas estritamente legais, não ensejando campo ao acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se submeter a análise matéria que não se enquadra no parágrafo § 3º do artigo 102 da Constituição Federal. A recorribilidade extraordinária é distinta daquela revelada por simples revisão do que decidido, procedida, na maioria das vezes, mediante o recurso por excelência – a apelação. Atua-se em sede excepcional a partir da moldura fática delineada soberanamente pelo Colegiado de origem, das premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o verbete nº 279 da Súmula do Supremo: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. Por fim, o Tribunal, no recurso extraordinário com agravo nº 748.371/MT, da relatoria do ministro Gilmar Mendes, consignando a natureza infraconstitucional da matéria, entendeu não ter repercussão geral o tema relativo ao devido processo legal (contraditório e ampla defesa) quando o julgamento da causa depender de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. 3. Nego seguimento ao extraordinário interposto por Rômulo Gonçalves. 4. Publiquem. O embargante Rômulo Gonçalves aponta omissão na decisão, afirmando não analisados os argumentos alusivos 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 18 Relatório RE 1264126 ED-AGR / RJ ao princípio da anterioridade. Aponta, ainda, a fundamentação de forma genérica quanto às teses relativas à ausência de defesa prévia, à composição irregular da Turma e à falta de tipificação do crime de organização criminosa. A União, em contrarrazões, alude à inexistência de vícios no julgado, dizendo buscar o embargante o reapreciação da matéria de fundo. Frisa a fundamentação de forma consentânea com a ordem jurídica, aludindo a precedente do Supremo. 2. Atendeu-se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por advogado regularmente credenciado, foi protocolada no prazo assinado em lei. Conforme consignado no ato embargado, divergir do entendimento do Tribunal de origem demandaria, em última análise, a interpretação de normas legais e o reexame fático-probatório para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso. Não se pode cogitar da ocorrência de qualquer um dos vícios suficientes a respaldarem os declaratórios. O embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar obscuridade, contradição ou omissão no pronunciamento atacado, pretendendo, em última análise, seja a matéria de fundo reapreciada, providência inviável na estreita via dos declaratórios. Reexaminando o processo, verifico omissão no tocante ao item 1 da decisão impugnada, passando a ter o seguinte teor: 1. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região confirmou o entendimento do Juízo quanto à condenação 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ ao princípio da anterioridade. Aponta, ainda, a fundamentação de forma genérica quanto às teses relativas à ausência de defesa prévia, à composição irregular da Turma e à falta de tipificação do crime de organização criminosa. A União, em contrarrazões, alude à inexistência de vícios no julgado, dizendo buscar o embargante o reapreciação da matéria de fundo. Frisa a fundamentação de forma consentânea com a ordem jurídica, aludindo a precedente do Supremo. 2. Atendeu-se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por advogado regularmente credenciado, foi protocolada no prazo assinado em lei. Conforme consignado no ato embargado, divergir do entendimento do Tribunal de origem demandaria, em última análise, a interpretação de normas legais e o reexame fático-probatório para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso. Não se pode cogitar da ocorrência de qualquer um dos vícios suficientes a respaldarem os declaratórios. O embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar obscuridade, contradição ou omissão no pronunciamento atacado, pretendendo, em última análise, seja a matéria de fundo reapreciada, providência inviável na estreita via dos declaratórios. Reexaminando o processo, verifico omissão no tocante ao item 1 da decisão impugnada, passando a ter o seguinte teor: 1. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região confirmou o entendimento do Juízo quanto à condenação 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 18 Relatório RE 1264126 ED-AGR / RJ do réu pela prática dos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/1998, 1º, inciso I, e 3º, inciso II, da Lei nº 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei nº 7.493/1986. No extraordinário, o recorrente Rômulo Gonçalves aponta a violação dos artigos 1º, inciso II, 5º, incisos XXXIX, LIII, LIV, LV e LVI, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Sustenta a nulidade do acórdão recorrido por ausência de fundamentação, cerceamento de defesa, e em razão da afronta do princípio do juiz natural. Insurge-se contra o julgamento realizado majoritariamente por juízes federais de primeira instância, aludindo a norma interna do Tribunal de origem. Aduz ter sido condenado com base em provas obtidas por meios ilícitos. Afirma que a falta de notificação prévia à denúncia implicou prejuízo à defesa. Conforme aduz, foi considerado como crime antecedente ao de lavagem de dinheiro o crime de organização criminosa, mesmo que inexistente no ordenamento jurídico, tendo por contrariado o princípio da anterioridade. 3. Conheço dos embargos de declaração e os provejo para sanar a omissão, sem concessão de efeito modificativo. 4. Publiquem. O agravante diz da impertinência do verbete nº 279 da Súmula do Supremo, afirmando prescindível a análise de matéria fática para adentrar a temática da ausência de defesa prévia, insistindo na nulidade do acórdão recorrido. Realça ter indicado jurisprudência do Supremo a evidenciar a afronta do devido processo legal quando da composição da Turma majoritariamente por Juízes convocados. Reitera a alegação de contrariedade ao princípio da anterioridade no tocante ao crime de lavagem de capitais. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ do réu pela prática dos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/1998, 1º, inciso I, e 3º, inciso II, da Lei nº 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei nº 7.493/1986. No extraordinário, o recorrente Rômulo Gonçalves aponta a violação dos artigos 1º, inciso II, 5º, incisos XXXIX, LIII, LIV, LV e LVI, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Sustenta a nulidade do acórdão recorrido por ausência de fundamentação, cerceamento de defesa, e em razão da afronta do princípio do juiz natural. Insurge-se contra o julgamento realizado majoritariamente por juízes federais de primeira instância, aludindo a norma interna do Tribunal de origem. Aduz ter sido condenado com base em provas obtidas por meios ilícitos. Afirma que a falta de notificação prévia à denúncia implicou prejuízo à defesa. Conforme aduz, foi considerado como crime antecedente ao de lavagem de dinheiro o crime de organização criminosa, mesmo que inexistente no ordenamento jurídico, tendo por contrariado o princípio da anterioridade. 3. Conheço dos embargos de declaração e os provejo para sanar a omissão, sem concessão de efeito modificativo. 4. Publiquem. O agravante diz da impertinência do verbete nº 279 da Súmula do Supremo, afirmando prescindível a análise de matéria fática para adentrar a temática da ausência de defesa prévia, insistindo na nulidade do acórdão recorrido. Realça ter indicado jurisprudência do Supremo a evidenciar a afronta do devido processo legal quando da composição da Turma majoritariamente por Juízes convocados. Reitera a alegação de contrariedade ao princípio da anterioridade no tocante ao crime de lavagem de capitais. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 18 Relatório RE 1264126 ED-AGR / RJ A União, em contraminuta, aponta o acerto do pronunciamento impugnado. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ A União, em contraminuta, aponta o acerto do pronunciamento impugnado. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 18 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogado credenciado, foi protocolada no prazo legal. Conforme fiz ver no pronunciamento individual, a controvérsia foi solucionada sob o ângulo legal e mediante apreciação de fatos e provas. Concluir de forma diversa implica reexame do acervo probatório e de legislação, inviável nesta estreita via recursal. Rememorem o decidido na origem: O quorum de julgamento estabelecido para a presente apelação está de acordo com o disposto no art. 93, inciso XII da Constituição da República e art. 1º § 1º da Resolução n ° 30/2005 do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O Eminente Juiz Federal Convocado GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA compõe a Primeira Turma Especializada, em razão de afastamento de um de seus membros, sendo certo que, por nenhuma razão, poderá o Judiciário ver interrompidas as suas atividades. Quanto à Eminente Juíza Federal Convocada MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES, note-se que, diante do impedimento declarado nos autos da Desembargadora Federal MARIA HELENA CISNE, Sua Excelência, convocada para compor o quorum da Primeira Turma Especializada, desde 11/10/2005 (ato n° 559 do TRF da 2ª Região), funciona no presente julgamento na condição de vogal, exatamente como dispõe a Resolução n° 30/2005, até porque as Turmas passaram a funcionar, a partir de 25/11/2004 (Resolução n° 36/2004 do TRF da 2ª Região), apenas com 3 membros efetivos. [...] Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogado credenciado, foi protocolada no prazo legal. Conforme fiz ver no pronunciamento individual, a controvérsia foi solucionada sob o ângulo legal e mediante apreciação de fatos e provas. Concluir de forma diversa implica reexame do acervo probatório e de legislação, inviável nesta estreita via recursal. Rememorem o decidido na origem: O quorum de julgamento estabelecido para a presente apelação está de acordo com o disposto no art. 93, inciso XII da Constituição da República e art. 1º § 1º da Resolução n ° 30/2005 do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O Eminente Juiz Federal Convocado GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA compõe a Primeira Turma Especializada, em razão de afastamento de um de seus membros, sendo certo que, por nenhuma razão, poderá o Judiciário ver interrompidas as suas atividades. Quanto à Eminente Juíza Federal Convocada MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES, note-se que, diante do impedimento declarado nos autos da Desembargadora Federal MARIA HELENA CISNE, Sua Excelência, convocada para compor o quorum da Primeira Turma Especializada, desde 11/10/2005 (ato n° 559 do TRF da 2ª Região), funciona no presente julgamento na condição de vogal, exatamente como dispõe a Resolução n° 30/2005, até porque as Turmas passaram a funcionar, a partir de 25/11/2004 (Resolução n° 36/2004 do TRF da 2ª Região), apenas com 3 membros efetivos. [...] Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 18 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RE 1264126 ED-AGR / RJ Apenas merece ser realçado, que o Magistrado a quo julgou acertadamente a causa com base nas provas já existentes à época da sentença, afora os documentos solicitados à Suíça no pedido de cooperação, já que as provas com as quais julgou, se prestaram a demonstrar os fatos imputados na denúncia, inclusive existência das contas na Suíça. […] Em que pese ter chegado a haver liminar concedida em habeas corpus pelo eminente Ministro MARCO AURÉLIO, do Supremo Tribunal Federal (fis. 436/43 8), suspendendo o que fora deliberado pelo órgão Especial do STJ no julgamento da Reclamação 1819/RJ, no sentido de que se prosseguisse com a execução da parte passiva da cooperação, que correspondia às diligências que as autoridades suíças pretendiam, que fossem realizadas no Brasil (fl. 394), o mérito desse HC acabou sendo julgado, no sentido de que as solicitações feitas pelo Brasil em nada ficaram arranhadas pelo que foi pedido pela autoridade suíça. […] Destarte, os apensos que compõem os autos da Cooperação Internacional, são a segunda prova, de caráter complementar da primeira a corroborar, especialmente em relação àqueles oito acusados, a existência das contas na Suíça. […] Na verdade o crime da lavagem de dinheiro se encontra demonstrado devido à prova cabal da existência das contas em nome dos acusados que são fiscais, ao que acresce a prova da existência do crime de quadrilha organizada para a prática de crimes contra a Administração Pública que foram causas dos 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ Apenas merece ser realçado, que o Magistrado a quo julgou acertadamente a causa com base nas provas já existentes à época da sentença, afora os documentos solicitados à Suíça no pedido de cooperação, já que as provas com as quais julgou, se prestaram a demonstrar os fatos imputados na denúncia, inclusive existência das contas na Suíça. […] Em que pese ter chegado a haver liminar concedida em habeas corpus pelo eminente Ministro MARCO AURÉLIO, do Supremo Tribunal Federal (fis. 436/43 8), suspendendo o que fora deliberado pelo órgão Especial do STJ no julgamento da Reclamação 1819/RJ, no sentido de que se prosseguisse com a execução da parte passiva da cooperação, que correspondia às diligências que as autoridades suíças pretendiam, que fossem realizadas no Brasil (fl. 394), o mérito desse HC acabou sendo julgado, no sentido de que as solicitações feitas pelo Brasil em nada ficaram arranhadas pelo que foi pedido pela autoridade suíça. […] Destarte, os apensos que compõem os autos da Cooperação Internacional, são a segunda prova, de caráter complementar da primeira a corroborar, especialmente em relação àqueles oito acusados, a existência das contas na Suíça. […] Na verdade o crime da lavagem de dinheiro se encontra demonstrado devido à prova cabal da existência das contas em nome dos acusados que são fiscais, ao que acresce a prova da existência do crime de quadrilha organizada para a prática de crimes contra a Administração Pública que foram causas dos 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 18 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RE 1264126 ED-AGR / RJ depósitos naquelas contas. Os laudos seriam até dispensáveis no caso, à míngua da existência de regularidade na abertura, manutenção e declaração das contas às autoridades competentes, mas acabaram por complementar tal prova. Não cabe confundir ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A inobservância ao devido processo legal não pode ser tomada como alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses já solucionado. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em revisor dos atos dos demais tribunais. O Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado, de forma consentânea com a ordem jurídica, versando, detalhadamente, os crimes antecedentes ao de lavagem de capitais e a existência de provas a embasarem a condenação. Conheço e desprovejo o agravo. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Supremo Tribunal Federal RE 1264126 ED-AGR / RJ depósitos naquelas contas. Os laudos seriam até dispensáveis no caso, à míngua da existência de regularidade na abertura, manutenção e declaração das contas às autoridades competentes, mas acabaram por complementar tal prova. Não cabe confundir ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A inobservância ao devido processo legal não pode ser tomada como alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses já solucionado. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em revisor dos atos dos demais tribunais. O Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado, de forma consentânea com a ordem jurídica, versando, detalhadamente, os crimes antecedentes ao de lavagem de capitais e a existência de provas a embasarem a condenação. Conheço e desprovejo o agravo. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 18 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) : ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) : CLAUDIO ROBERTO VIANNA (82207/RJ) ADV.(A/S) : SERGIO DO REGO MACEDO (10637/RJ, 130-A/RR) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) : MANUEL DE JESUS SOARES (19552/RJ) ADV.(A/S) : NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO (34251/DF, 23532/RJ, 218516/SP) INTDO.(A/S) : HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) : ARTHUR LAVIGNE JUNIOR (18629/RJ, 181500/SP) ADV.(A/S) : HELTON MARCIO PINTO (079525/RJ, 270540/SP) INTDO.(A/S) : MARLENE ROZEN ADV.(A/S) : ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA (81570/RJ) ADV.(A/S) : CAMILA FREITAS RIBEIRO (126963/RJ) ADV.(A/S) : RENATO RIBEIRO DE MORAES (099755/RJ) INTDO.(A/S) : RONALDO ADLER ADV.(A/S) : JOAO MESTIERI (13645/RJ) INTDO.(A/S) : HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) : SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES (074730/RJ) ADV.(A/S) : ANDRE LUIZ SANTANA LIMA (123381/RJ) INTDO.(A/S) : RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) : FERNANDO FRAGOSO (021600/RJ, 291909/SP) INTDO.(A/S) : MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) : RENATO SANT ANA (77862/RJ) ADV.(A/S) : LUIZ CARLOS DA SILVA NETO (58804/DF, 071111/RJ) INTDO.(A/S) : AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) : PAULO RICARDO LICODIEDOFF (24138/GO) ADV.(A/S) : ILANA FRIED BENJO (26793/DF, 103345/RJ) INTDO.(A/S) : JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) : PAULO RICARDO LICODIEDOFF (24138/GO) INTDO.(A/S) : HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) : RENATO NEVES TONINI (046151/RJ) ADV.(A/S) : LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA (133556/RJ) INTDO.(A/S) : CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) : YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE (145879/RJ, 388749/SP) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO (13393/RJ, 418892/SP) ADV.(A/S) : GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA (36828/DF, 47079/GO, 402833/SP) INTDO.(A/S) : G.S.F. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BBCF-A779-2420-9BA5 e senha BC41-DB5A-450C-C52C Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) : ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) : CLAUDIO ROBERTO VIANNA (82207/RJ) ADV.(A/S) : SERGIO DO REGO MACEDO (10637/RJ, 130-A/RR) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) : MANUEL DE JESUS SOARES (19552/RJ) ADV.(A/S) : NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO (34251/DF, 23532/RJ, 218516/SP) INTDO.(A/S) : HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) : ARTHUR LAVIGNE JUNIOR (18629/RJ, 181500/SP) ADV.(A/S) : HELTON MARCIO PINTO (079525/RJ, 270540/SP) INTDO.(A/S) : MARLENE ROZEN ADV.(A/S) : ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA (81570/RJ) ADV.(A/S) : CAMILA FREITAS RIBEIRO (126963/RJ) ADV.(A/S) : RENATO RIBEIRO DE MORAES (099755/RJ) INTDO.(A/S) : RONALDO ADLER ADV.(A/S) : JOAO MESTIERI (13645/RJ) INTDO.(A/S) : HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) : SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES (074730/RJ) ADV.(A/S) : ANDRE LUIZ SANTANA LIMA (123381/RJ) INTDO.(A/S) : RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) : FERNANDO FRAGOSO (021600/RJ, 291909/SP) INTDO.(A/S) : MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) : RENATO SANT ANA (77862/RJ) ADV.(A/S) : LUIZ CARLOS DA SILVA NETO (58804/DF, 071111/RJ) INTDO.(A/S) : AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) : PAULO RICARDO LICODIEDOFF (24138/GO) ADV.(A/S) : ILANA FRIED BENJO (26793/DF, 103345/RJ) INTDO.(A/S) : JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) : PAULO RICARDO LICODIEDOFF (24138/GO) INTDO.(A/S) : HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) : RENATO NEVES TONINI (046151/RJ) ADV.(A/S) : LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA (133556/RJ) INTDO.(A/S) : CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) : YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE (145879/RJ, 388749/SP) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO (13393/RJ, 418892/SP) ADV.(A/S) : GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA (36828/DF, 47079/GO, 402833/SP) INTDO.(A/S) : G.S.F. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BBCF-A779-2420-9BA5 e senha BC41-DB5A-450C-C52C Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 18 Extrato de Ata - 08/06/2021 INTDO.(A/S) : A.S.D. INTDO.(A/S) : V.F.F. INTDO.(A/S) : P.H.B.S. ADV.(A/S) : CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO (91982/RJ) ADV.(A/S) : LUCIANA CERVIERI DA CAMARA (84376/RJ) INTDO.(A/S) : R.M.R.P. INTDO.(A/S) : A.S.M. ADV.(A/S) : JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES (046626/RJ) ADV.(A/S) : ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES (1109/AL, 01465/A/DF, 102152/PR, 2251-A/RJ) INTDO.(A/S) : R.C.V. ADV.(A/S) : RANIERI MAZZILLI NETO (71619/RJ) INTDO.(A/S) : L.M.S.P. ADV.(A/S) : PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES (4102/RJ) INTDO.(A/S) : S.J.L. ADV.(A/S) : JOSE MAURO COUTO DE ASSIS (027548/RJ) INTDO.(A/S) : M.R.R. ADV.(A/S) : LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO (48380/RJ) INTDO.(A/S) : I.C.F. ADV.(A/S) : MAURO VIDAL MOTTA (115231/RJ) Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BBCF-A779-2420-9BA5 e senha BC41-DB5A-450C-C52C Supremo Tribunal Federal INTDO.(A/S) : A.S.D. INTDO.(A/S) : V.F.F. INTDO.(A/S) : P.H.B.S. ADV.(A/S) : CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO (91982/RJ) ADV.(A/S) : LUCIANA CERVIERI DA CAMARA (84376/RJ) INTDO.(A/S) : R.M.R.P. INTDO.(A/S) : A.S.M. ADV.(A/S) : JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES (046626/RJ) ADV.(A/S) : ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES (1109/AL, 01465/A/DF, 102152/PR, 2251-A/RJ) INTDO.(A/S) : R.C.V. ADV.(A/S) : RANIERI MAZZILLI NETO (71619/RJ) INTDO.(A/S) : L.M.S.P. ADV.(A/S) : PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES (4102/RJ) INTDO.(A/S) : S.J.L. ADV.(A/S) : JOSE MAURO COUTO DE ASSIS (027548/RJ) INTDO.(A/S) : M.R.R. ADV.(A/S) : LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO (48380/RJ) INTDO.(A/S) : I.C.F. ADV.(A/S) : MAURO VIDAL MOTTA (115231/RJ) Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BBCF-A779-2420-9BA5 e senha BC41-DB5A-450C-C52C Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 18
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756141945
2021-06-08T00:00:00
2021-06-15T00:00:00
A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais.
sjur448553
Número de páginas: 18. Análise: 30/08/2021, BMP.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
1264126
null
RE-ED-AgR
acordaos
RE 1264126 ED-AgR
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AGTE.(S) : ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) : CLAUDIO ROBERTO VIANNA ADV.(A/S) : SERGIO DO REGO MACEDO AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) : MANUEL DE JESUS SOARES ADV.(A/S) : NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO INTDO.(A/S) : HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) : ARTHUR LAVIGNE JUNIOR ADV.(A/S) : HELTON MARCIO PINTO INTDO.(A/S) : MARLENE ROZEN ADV.(A/S) : ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : CAMILA FREITAS RIBEIRO ADV.(A/S) : RENATO RIBEIRO DE MORAES INTDO.(A/S) : RONALDO ADLER ADV.(A/S) : JOAO MESTIERI INTDO.(A/S) : HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) : SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES ADV.(A/S) : ANDRE LUIZ SANTANA LIMA INTDO.(A/S) : RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) : FERNANDO FRAGOSO INTDO.(A/S) : MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) : RENATO SANT ANA ADV.(A/S) : LUIZ CARLOS DA SILVA NETO INTDO.(A/S) : AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) : PAULO RICARDO LICODIEDOFF ADV.(A/S) : ILANA FRIED BENJO INTDO.(A/S) : JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) : PAULO RICARDO LICODIEDOFF INTDO.(A/S) : HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) : RENATO NEVES TONINI ADV.(A/S) : LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA INTDO.(A/S) : CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) : YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO ADV.(A/S) : GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA INTDO.(A/S) : G.S.F. INTDO.(A/S) : A.S.D. INTDO.(A/S) : V.F.F. INTDO.(A/S) : P.H.B.S. ADV.(A/S) : CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO ADV.(A/S) : LUCIANA CERVIERI DA CAMARA INTDO.(A/S) : R.M.R.P. INTDO.(A/S) : A.S.M. ADV.(A/S) : JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES ADV.(A/S) : ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES INTDO.(A/S) : R.C.V. ADV.(A/S) : RANIERI MAZZILLI NETO INTDO.(A/S) : L.M.S.P. ADV.(A/S) : PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES INTDO.(A/S) : S.J.L. ADV.(A/S) : JOSE MAURO COUTO DE ASSIS INTDO.(A/S) : M.R.R. ADV.(A/S) : LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO INTDO.(A/S) : I.C.F. ADV.(A/S) : MAURO VIDAL MOTTA
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) :CLAUDIO ROBERTO VIANNA ADV.(A/S) :SERGIO DO REGO MACEDO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) :MANUEL DE JESUS SOARES ADV.(A/S) :NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO INTDO.(A/S) :HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) :ARTHUR LAVIGNE JUNIOR ADV.(A/S) :HELTON MARCIO PINTO INTDO.(A/S) :MARLENE ROZEN ADV.(A/S) :ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :CAMILA FREITAS RIBEIRO ADV.(A/S) :RENATO RIBEIRO DE MORAES INTDO.(A/S) :RONALDO ADLER ADV.(A/S) :JOAO MESTIERI INTDO.(A/S) :HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) :SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES ADV.(A/S) :ANDRE LUIZ SANTANA LIMA INTDO.(A/S) :RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) :FERNANDO FRAGOSO INTDO.(A/S) :MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) :RENATO SANT ANA ADV.(A/S) :LUIZ CARLOS DA SILVA NETO INTDO.(A/S) :AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF ADV.(A/S) :ILANA FRIED BENJO INTDO.(A/S) :JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EEC-871B-7966-ECC7 e senha D294-7804-C66E-2BB5 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 18 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ INTDO.(A/S) :HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) :RENATO NEVES TONINI ADV.(A/S) :LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA INTDO.(A/S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO ADV.(A/S) :GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA INTDO.(A/S) :G.S.F. INTDO.(A/S) :A.S.D. INTDO.(A/S) :V.F.F. INTDO.(A/S) :P.H.B.S. ADV.(A/S) :CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO ADV.(A/S) :LUCIANA CERVIERI DA CAMARA INTDO.(A/S) :R.M.R.P. INTDO.(A/S) :A.S.M. ADV.(A/S) :JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES ADV.(A/S) :ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES INTDO.(A/S) :R.C.V. ADV.(A/S) :RANIERI MAZZILLI NETO INTDO.(A/S) :L.M.S.P. ADV.(A/S) :PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES INTDO.(A/S) :S.J.L. ADV.(A/S) :JOSE MAURO COUTO DE ASSIS INTDO.(A/S) :M.R.R. ADV.(A/S) :LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO INTDO.(A/S) :I.C.F. ADV.(A/S) :MAURO VIDAL MOTTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EEC-871B-7966-ECC7 e senha D294-7804-C66E-2BB5 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ INTDO.(A/S) :HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) :RENATO NEVES TONINI ADV.(A/S) :LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA INTDO.(A/S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO ADV.(A/S) :GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA INTDO.(A/S) :G.S.F. INTDO.(A/S) :A.S.D. INTDO.(A/S) :V.F.F. INTDO.(A/S) :P.H.B.S. ADV.(A/S) :CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO ADV.(A/S) :LUCIANA CERVIERI DA CAMARA INTDO.(A/S) :R.M.R.P. INTDO.(A/S) :A.S.M. ADV.(A/S) :JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES ADV.(A/S) :ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES INTDO.(A/S) :R.C.V. ADV.(A/S) :RANIERI MAZZILLI NETO INTDO.(A/S) :L.M.S.P. ADV.(A/S) :PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES INTDO.(A/S) :S.J.L. ADV.(A/S) :JOSE MAURO COUTO DE ASSIS INTDO.(A/S) :M.R.R. ADV.(A/S) :LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO INTDO.(A/S) :I.C.F. ADV.(A/S) :MAURO VIDAL MOTTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EEC-871B-7966-ECC7 e senha D294-7804-C66E-2BB5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 18 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em conhecer e desprover o agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 28 de maio a 7 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EEC-871B-7966-ECC7 e senha D294-7804-C66E-2BB5 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em conhecer e desprover o agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 28 de maio a 7 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5EEC-871B-7966-ECC7 e senha D294-7804-C66E-2BB5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 18 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) :CLAUDIO ROBERTO VIANNA ADV.(A/S) :SERGIO DO REGO MACEDO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) :MANUEL DE JESUS SOARES ADV.(A/S) :NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO INTDO.(A/S) :HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) :ARTHUR LAVIGNE JUNIOR ADV.(A/S) :HELTON MARCIO PINTO INTDO.(A/S) :MARLENE ROZEN ADV.(A/S) :ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :CAMILA FREITAS RIBEIRO ADV.(A/S) :RENATO RIBEIRO DE MORAES INTDO.(A/S) :RONALDO ADLER ADV.(A/S) :JOAO MESTIERI INTDO.(A/S) :HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) :SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES ADV.(A/S) :ANDRE LUIZ SANTANA LIMA INTDO.(A/S) :RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) :FERNANDO FRAGOSO INTDO.(A/S) :MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) :RENATO SANT ANA ADV.(A/S) :LUIZ CARLOS DA SILVA NETO INTDO.(A/S) :AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF ADV.(A/S) :ILANA FRIED BENJO INTDO.(A/S) :JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) :CLAUDIO ROBERTO VIANNA ADV.(A/S) :SERGIO DO REGO MACEDO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) :MANUEL DE JESUS SOARES ADV.(A/S) :NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO INTDO.(A/S) :HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) :ARTHUR LAVIGNE JUNIOR ADV.(A/S) :HELTON MARCIO PINTO INTDO.(A/S) :MARLENE ROZEN ADV.(A/S) :ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :CAMILA FREITAS RIBEIRO ADV.(A/S) :RENATO RIBEIRO DE MORAES INTDO.(A/S) :RONALDO ADLER ADV.(A/S) :JOAO MESTIERI INTDO.(A/S) :HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) :SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES ADV.(A/S) :ANDRE LUIZ SANTANA LIMA INTDO.(A/S) :RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) :FERNANDO FRAGOSO INTDO.(A/S) :MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) :RENATO SANT ANA ADV.(A/S) :LUIZ CARLOS DA SILVA NETO INTDO.(A/S) :AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF ADV.(A/S) :ILANA FRIED BENJO INTDO.(A/S) :JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) :PAULO RICARDO LICODIEDOFF Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 18 Relatório Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ INTDO.(A/S) :HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) :RENATO NEVES TONINI ADV.(A/S) :LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA INTDO.(A/S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO ADV.(A/S) :GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA INTDO.(A/S) :G.S.F. INTDO.(A/S) :A.S.D. INTDO.(A/S) :V.F.F. INTDO.(A/S) :P.H.B.S. ADV.(A/S) :CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO ADV.(A/S) :LUCIANA CERVIERI DA CAMARA INTDO.(A/S) :R.M.R.P. INTDO.(A/S) :A.S.M. ADV.(A/S) :JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES ADV.(A/S) :ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES INTDO.(A/S) :R.C.V. ADV.(A/S) :RANIERI MAZZILLI NETO INTDO.(A/S) :L.M.S.P. ADV.(A/S) :PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES INTDO.(A/S) :S.J.L. ADV.(A/S) :JOSE MAURO COUTO DE ASSIS INTDO.(A/S) :M.R.R. ADV.(A/S) :LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO INTDO.(A/S) :I.C.F. ADV.(A/S) :MAURO VIDAL MOTTA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ INTDO.(A/S) :HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) :RENATO NEVES TONINI ADV.(A/S) :LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA INTDO.(A/S) :CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) :YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO ADV.(A/S) :GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA INTDO.(A/S) :G.S.F. INTDO.(A/S) :A.S.D. INTDO.(A/S) :V.F.F. INTDO.(A/S) :P.H.B.S. ADV.(A/S) :CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO ADV.(A/S) :LUCIANA CERVIERI DA CAMARA INTDO.(A/S) :R.M.R.P. INTDO.(A/S) :A.S.M. ADV.(A/S) :JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES ADV.(A/S) :ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES INTDO.(A/S) :R.C.V. ADV.(A/S) :RANIERI MAZZILLI NETO INTDO.(A/S) :L.M.S.P. ADV.(A/S) :PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES INTDO.(A/S) :S.J.L. ADV.(A/S) :JOSE MAURO COUTO DE ASSIS INTDO.(A/S) :M.R.R. ADV.(A/S) :LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO INTDO.(A/S) :I.C.F. ADV.(A/S) :MAURO VIDAL MOTTA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 18 Relatório Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ Em 17 de setembro de 2020, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: EMBARGOS DECLARATÓRIOS – OMISSÃO – EXISTÊNCIA – CORREÇÃO – PROVIMENTO. 1. Em 17 de abril de 2020, neguei seguimento ao extraordinário, consignando: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INVIABILIDADE – SEGUIMENTO – NEGATIVA. 1. O Tribunal Regional Federal da 2... Região confirmou o entendimento do Juízo quanto à condenação do réu pela prática dos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1..., inciso V, da Lei n 9.613/1998, 1..., inciso I, e 3..., inciso II, da Lei n 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei n 7.493/1986. No extraordinário, o recorrente Rômulo Gonçalves aponta a violação dos artigos 1..., inciso II, 5..., incisos XXXIX, LIII, LIV, LV e LVI, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Sustenta a nulidade do acórdão recorrido por ausência de fundamentação, cerceamento de defesa, e em razão da afronta do princípio do juiz natural. Insurge-se contra o julgamento realizado majoritariamente por juízes federais de primeira instância, aludindo a norma interna do Tribunal de origem. Aduz ter sido condenado com base em provas obtidas por meios ilícitos. Afirma que a falta de notificação prévia à denúncia implicou prejuízo à defesa. 2. Simultaneamente com o extraordinário, foi 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ Em 17 de setembro de 2020, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: EMBARGOS DECLARATÓRIOS – OMISSÃO – EXISTÊNCIA – CORREÇÃO – PROVIMENTO. 1. Em 17 de abril de 2020, neguei seguimento ao extraordinário, consignando: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INVIABILIDADE – SEGUIMENTO – NEGATIVA. 1. O Tribunal Regional Federal da 2... Região confirmou o entendimento do Juízo quanto à condenação do réu pela prática dos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1..., inciso V, da Lei n 9.613/1998, 1..., inciso I, e 3..., inciso II, da Lei n 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei n 7.493/1986. No extraordinário, o recorrente Rômulo Gonçalves aponta a violação dos artigos 1..., inciso II, 5..., incisos XXXIX, LIII, LIV, LV e LVI, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Sustenta a nulidade do acórdão recorrido por ausência de fundamentação, cerceamento de defesa, e em razão da afronta do princípio do juiz natural. Insurge-se contra o julgamento realizado majoritariamente por juízes federais de primeira instância, aludindo a norma interna do Tribunal de origem. Aduz ter sido condenado com base em provas obtidas por meios ilícitos. Afirma que a falta de notificação prévia à denúncia implicou prejuízo à defesa. 2. Simultaneamente com o extraordinário, foi 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 18 Relatório Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ interposto recurso especial. O Superior Tribunal de Justiça dele conheceu e reconheceu a extinção da punibilidade em razão da prescrição da pretensão punitiva em relação aos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1..., inciso I, e 3..., inciso II, da Lei n 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei n 7.493/1986. A decisão prolatada substituiu, consoante o disposto no artigo 512 do Código de Processo Civil, a formalizada pelo Tribunal de origem, a qual, assim, não mais subsiste, no particular. Quanto à arguição de nulidade, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses com solução na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea com a ordem jurídica. No mais, colho do acórdão os seguintes trechos: O quorum de julgamento estabelecido para a presente apelação está de acordo com o disposto no art. 93, inciso XII da Constituição da República e art. 1... § 1... da Resolução n 30/2005 do Tribunal Regional Federal da 2... Região. O Eminente Juiz Federal Convocado GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA compõe a Primeira Turma Especializada, em razão de afastamento de um de seus membros, sendo certo que, por 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ interposto recurso especial. O Superior Tribunal de Justiça dele conheceu e reconheceu a extinção da punibilidade em razão da prescrição da pretensão punitiva em relação aos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1..., inciso I, e 3..., inciso II, da Lei n 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei n 7.493/1986. A decisão prolatada substituiu, consoante o disposto no artigo 512 do Código de Processo Civil, a formalizada pelo Tribunal de origem, a qual, assim, não mais subsiste, no particular. Quanto à arguição de nulidade, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses com solução na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea com a ordem jurídica. No mais, colho do acórdão os seguintes trechos: O quorum de julgamento estabelecido para a presente apelação está de acordo com o disposto no art. 93, inciso XII da Constituição da República e art. 1... § 1... da Resolução n 30/2005 do Tribunal Regional Federal da 2... Região. O Eminente Juiz Federal Convocado GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA compõe a Primeira Turma Especializada, em razão de afastamento de um de seus membros, sendo certo que, por 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 18 Relatório Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ nenhuma razão, poderá o Judiciário ver interrompidas as suas atividades. Quanto à Eminente Juíza Federal Convocada MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES, note-se que, diante do impedimento declarado nos autos da Desembargadora Federal MARIA HELENA CISNE, Sua Excelência, convocada para compor o quorum da Primeira Turma Especializada, desde 11/10/2005 (ato n 559 do TRF da 2... Região), funciona no presente julgamento na condição de vogal, exatamente como dispõe a Resolução n 30/2005, até porque as Turmas passaram a funcionar, a partir de 25/11/2004 (Resolução n 36/2004 do TRF da 2... Região), apenas com 3 membros efetivos. [...] Apenas merece ser realçado, que o Magistrado a quo julgou acertadamente a causa com base nas provas já existentes à época da sentença, afora os documentos solicitados à Suíça no pedido de cooperação, já que as provas com as quais julgou, se prestaram a demonstrar os fatos imputados na denúncia, inclusive existência das contas na Suíça. […] Em que pese ter chegado a haver liminar concedida em habeas corpus pelo eminente Ministro MARCO AURÉLIO, do Supremo Tribunal Federal (fis. 436/43 8), suspendendo o que fora deliberado pelo órgão Especial do Superior Tribunal de Justiça 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ nenhuma razão, poderá o Judiciário ver interrompidas as suas atividades. Quanto à Eminente Juíza Federal Convocada MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES, note-se que, diante do impedimento declarado nos autos da Desembargadora Federal MARIA HELENA CISNE, Sua Excelência, convocada para compor o quorum da Primeira Turma Especializada, desde 11/10/2005 (ato n 559 do TRF da 2... Região), funciona no presente julgamento na condição de vogal, exatamente como dispõe a Resolução n 30/2005, até porque as Turmas passaram a funcionar, a partir de 25/11/2004 (Resolução n 36/2004 do TRF da 2... Região), apenas com 3 membros efetivos. [...] Apenas merece ser realçado, que o Magistrado a quo julgou acertadamente a causa com base nas provas já existentes à época da sentença, afora os documentos solicitados à Suíça no pedido de cooperação, já que as provas com as quais julgou, se prestaram a demonstrar os fatos imputados na denúncia, inclusive existência das contas na Suíça. […] Em que pese ter chegado a haver liminar concedida em habeas corpus pelo eminente Ministro MARCO AURÉLIO, do Supremo Tribunal Federal (fis. 436/43 8), suspendendo o que fora deliberado pelo órgão Especial do Superior Tribunal de Justiça 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 18 Relatório Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ no julgamento da Reclamação 1819/RJ, no sentido de que se prosseguisse com a execução da parte passiva da cooperação, que correspondia às diligências que as autoridades suíças pretendiam, que fossem realizadas no Brasil (fl. 394), o mérito desse HC acabou sendo julgado, no sentido de que as solicitações feitas pelo Brasil em nada ficaram arranhadas pelo que foi pedido pela autoridade suíça. […] Destarte, os apensos que compõem os autos da Cooperação Internacional, são a segunda prova, de caráter complementar da primeira a corroborar, especialmente em relação àqueles oito acusados, a existência das contas na Suíça. […] Na verdade o crime da lavagem de dinheiro se encontra demonstrado devido à prova cabal da existência das contas em nome dos acusados que são fiscais, ao que acresce a prova da existência do crime de quadrilha organizada para a prática de crimes contra a Administração Pública que foram causas dos depósitos naquelas contas. Os laudos seriam até dispensáveis no caso, à míngua da existência de regularidade na abertura, manutenção e declaração das contas às autoridades competentes, mas acabaram por complementar tal prova. A decisão impugnada mediante o 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ no julgamento da Reclamação 1819/RJ, no sentido de que se prosseguisse com a execução da parte passiva da cooperação, que correspondia às diligências que as autoridades suíças pretendiam, que fossem realizadas no Brasil (fl. 394), o mérito desse HC acabou sendo julgado, no sentido de que as solicitações feitas pelo Brasil em nada ficaram arranhadas pelo que foi pedido pela autoridade suíça. […] Destarte, os apensos que compõem os autos da Cooperação Internacional, são a segunda prova, de caráter complementar da primeira a corroborar, especialmente em relação àqueles oito acusados, a existência das contas na Suíça. […] Na verdade o crime da lavagem de dinheiro se encontra demonstrado devido à prova cabal da existência das contas em nome dos acusados que são fiscais, ao que acresce a prova da existência do crime de quadrilha organizada para a prática de crimes contra a Administração Pública que foram causas dos depósitos naquelas contas. Os laudos seriam até dispensáveis no caso, à míngua da existência de regularidade na abertura, manutenção e declaração das contas às autoridades competentes, mas acabaram por complementar tal prova. A decisão impugnada mediante o 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 18 Relatório Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ extraordinário revela análise de normas estritamente legais, não ensejando campo ao acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se submeter a análise matéria que não se enquadra no parágrafo § 3... do artigo 102 da Constituição Federal. A recorribilidade extraordinária é distinta daquela revelada por simples revisão do que decidido, procedida, na maioria das vezes, mediante o recurso por excelência – a apelação. Atua-se em sede excepcional a partir da moldura fática delineada soberanamente pelo Colegiado de origem, das premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o verbete n 279 da Súmula do Supremo: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. Por fim, o Tribunal, no recurso extraordinário com agravo n 748.371/MT, da relatoria do ministro Gilmar Mendes, consignando a natureza infraconstitucional da matéria, entendeu não ter repercussão geral o tema relativo ao devido processo legal (contraditório e ampla defesa) quando o julgamento da causa depender de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. 3. Nego seguimento ao extraordinário interposto por Rômulo Gonçalves. 4. Publiquem. O embargante Rômulo Gonçalves aponta omissão na decisão, afirmando não analisados os argumentos alusivos 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ extraordinário revela análise de normas estritamente legais, não ensejando campo ao acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se submeter a análise matéria que não se enquadra no parágrafo § 3... do artigo 102 da Constituição Federal. A recorribilidade extraordinária é distinta daquela revelada por simples revisão do que decidido, procedida, na maioria das vezes, mediante o recurso por excelência – a apelação. Atua-se em sede excepcional a partir da moldura fática delineada soberanamente pelo Colegiado de origem, das premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o verbete n 279 da Súmula do Supremo: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. Por fim, o Tribunal, no recurso extraordinário com agravo n 748.371/MT, da relatoria do ministro Gilmar Mendes, consignando a natureza infraconstitucional da matéria, entendeu não ter repercussão geral o tema relativo ao devido processo legal (contraditório e ampla defesa) quando o julgamento da causa depender de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. 3. Nego seguimento ao extraordinário interposto por Rômulo Gonçalves. 4. Publiquem. O embargante Rômulo Gonçalves aponta omissão na decisão, afirmando não analisados os argumentos alusivos 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 18 Relatório Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ ao princípio da anterioridade. Aponta, ainda, a fundamentação de forma genérica quanto às teses relativas à ausência de defesa prévia, à composição irregular da Turma e à falta de tipificação do crime de organização criminosa. A União, em contrarrazões, alude à inexistência de vícios no julgado, dizendo buscar o embargante o reapreciação da matéria de fundo. Frisa a fundamentação de forma consentânea com a ordem jurídica, aludindo a precedente do Supremo. 2. Atendeu-se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por advogado regularmente credenciado, foi protocolada no prazo assinado em lei. Conforme consignado no ato embargado, divergir do entendimento do Tribunal de origem demandaria, em última análise, a interpretação de normas legais e o reexame fático-probatório para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso. Não se pode cogitar da ocorrência de qualquer um dos vícios suficientes a respaldarem os declaratórios. O embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar obscuridade, contradição ou omissão no pronunciamento atacado, pretendendo, em última análise, seja a matéria de fundo reapreciada, providência inviável na estreita via dos declaratórios. Reexaminando o processo, verifico omissão no tocante ao item 1 da decisão impugnada, passando a ter o seguinte teor: 1. O Tribunal Regional Federal da 2... Região confirmou o entendimento do Juízo quanto à condenação 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ ao princípio da anterioridade. Aponta, ainda, a fundamentação de forma genérica quanto às teses relativas à ausência de defesa prévia, à composição irregular da Turma e à falta de tipificação do crime de organização criminosa. A União, em contrarrazões, alude à inexistência de vícios no julgado, dizendo buscar o embargante o reapreciação da matéria de fundo. Frisa a fundamentação de forma consentânea com a ordem jurídica, aludindo a precedente do Supremo. 2. Atendeu-se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por advogado regularmente credenciado, foi protocolada no prazo assinado em lei. Conforme consignado no ato embargado, divergir do entendimento do Tribunal de origem demandaria, em última análise, a interpretação de normas legais e o reexame fático-probatório para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso. Não se pode cogitar da ocorrência de qualquer um dos vícios suficientes a respaldarem os declaratórios. O embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar obscuridade, contradição ou omissão no pronunciamento atacado, pretendendo, em última análise, seja a matéria de fundo reapreciada, providência inviável na estreita via dos declaratórios. Reexaminando o processo, verifico omissão no tocante ao item 1 da decisão impugnada, passando a ter o seguinte teor: 1. O Tribunal Regional Federal da 2... Região confirmou o entendimento do Juízo quanto à condenação 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 18 Relatório Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ do réu pela prática dos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1..., inciso V, da Lei n 9.613/1998, 1..., inciso I, e 3..., inciso II, da Lei n 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei n 7.493/1986. No extraordinário, o recorrente Rômulo Gonçalves aponta a violação dos artigos 1..., inciso II, 5..., incisos XXXIX, LIII, LIV, LV e LVI, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Sustenta a nulidade do acórdão recorrido por ausência de fundamentação, cerceamento de defesa, e em razão da afronta do princípio do juiz natural. Insurge-se contra o julgamento realizado majoritariamente por juízes federais de primeira instância, aludindo a norma interna do Tribunal de origem. Aduz ter sido condenado com base em provas obtidas por meios ilícitos. Afirma que a falta de notificação prévia à denúncia implicou prejuízo à defesa. Conforme aduz, foi considerado como crime antecedente ao de lavagem de dinheiro o crime de organização criminosa, mesmo que inexistente no ordenamento jurídico, tendo por contrariado o princípio da anterioridade. 3. Conheço dos embargos de declaração e os provejo para sanar a omissão, sem concessão de efeito modificativo. 4. Publiquem. O agravante diz da impertinência do verbete n 279 da Súmula do Supremo, afirmando prescindível a análise de matéria fática para adentrar a temática da ausência de defesa prévia, insistindo na nulidade do acórdão recorrido. Realça ter indicado jurisprudência do Supremo a evidenciar a afronta do devido processo legal quando da composição da Turma majoritariamente por Juízes convocados. Reitera a alegação de contrariedade ao princípio da anterioridade no tocante ao crime de lavagem de capitais. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ do réu pela prática dos crimes previstos nos artigos 288 do Código Penal, 1..., inciso V, da Lei n 9.613/1998, 1..., inciso I, e 3..., inciso II, da Lei n 8.137/1990 e 22, parágrafo único, da Lei n 7.493/1986. No extraordinário, o recorrente Rômulo Gonçalves aponta a violação dos artigos 1..., inciso II, 5..., incisos XXXIX, LIII, LIV, LV e LVI, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Sustenta a nulidade do acórdão recorrido por ausência de fundamentação, cerceamento de defesa, e em razão da afronta do princípio do juiz natural. Insurge-se contra o julgamento realizado majoritariamente por juízes federais de primeira instância, aludindo a norma interna do Tribunal de origem. Aduz ter sido condenado com base em provas obtidas por meios ilícitos. Afirma que a falta de notificação prévia à denúncia implicou prejuízo à defesa. Conforme aduz, foi considerado como crime antecedente ao de lavagem de dinheiro o crime de organização criminosa, mesmo que inexistente no ordenamento jurídico, tendo por contrariado o princípio da anterioridade. 3. Conheço dos embargos de declaração e os provejo para sanar a omissão, sem concessão de efeito modificativo. 4. Publiquem. O agravante diz da impertinência do verbete n 279 da Súmula do Supremo, afirmando prescindível a análise de matéria fática para adentrar a temática da ausência de defesa prévia, insistindo na nulidade do acórdão recorrido. Realça ter indicado jurisprudência do Supremo a evidenciar a afronta do devido processo legal quando da composição da Turma majoritariamente por Juízes convocados. Reitera a alegação de contrariedade ao princípio da anterioridade no tocante ao crime de lavagem de capitais. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 18 Relatório Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ A União, em contraminuta, aponta o acerto do pronunciamento impugnado. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ A União, em contraminuta, aponta o acerto do pronunciamento impugnado. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C692-9686-1B3F-FB4D e senha F3D1-9EFC-794E-0C43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 18 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogado credenciado, foi protocolada no prazo legal. Conforme fiz ver no pronunciamento individual, a controvérsia foi solucionada sob o ângulo legal e mediante apreciação de fatos e provas. Concluir de forma diversa implica reexame do acervo probatório e de legislação, inviável nesta estreita via recursal. Rememorem o decidido na origem: O quorum de julgamento estabelecido para a presente apelação está de acordo com o disposto no art. 93, inciso XII da Constituição da República e art. 1... § 1... da Resolução n 30/2005 do Tribunal Regional Federal da 2... Região. O Eminente Juiz Federal Convocado GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA compõe a Primeira Turma Especializada, em razão de afastamento de um de seus membros, sendo certo que, por nenhuma razão, poderá o Judiciário ver interrompidas as suas atividades. Quanto à Eminente Juíza Federal Convocada MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES, note-se que, diante do impedimento declarado nos autos da Desembargadora Federal MARIA HELENA CISNE, Sua Excelência, convocada para compor o quorum da Primeira Turma Especializada, desde 11/10/2005 (ato n 559 do TRF da 2... Região), funciona no presente julgamento na condição de vogal, exatamente como dispõe a Resolução n 30/2005, até porque as Turmas passaram a funcionar, a partir de 25/11/2004 (Resolução n 36/2004 do TRF da 2... Região), apenas com 3 membros efetivos. [...] Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogado credenciado, foi protocolada no prazo legal. Conforme fiz ver no pronunciamento individual, a controvérsia foi solucionada sob o ângulo legal e mediante apreciação de fatos e provas. Concluir de forma diversa implica reexame do acervo probatório e de legislação, inviável nesta estreita via recursal. Rememorem o decidido na origem: O quorum de julgamento estabelecido para a presente apelação está de acordo com o disposto no art. 93, inciso XII da Constituição da República e art. 1... § 1... da Resolução n 30/2005 do Tribunal Regional Federal da 2... Região. O Eminente Juiz Federal Convocado GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA compõe a Primeira Turma Especializada, em razão de afastamento de um de seus membros, sendo certo que, por nenhuma razão, poderá o Judiciário ver interrompidas as suas atividades. Quanto à Eminente Juíza Federal Convocada MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES, note-se que, diante do impedimento declarado nos autos da Desembargadora Federal MARIA HELENA CISNE, Sua Excelência, convocada para compor o quorum da Primeira Turma Especializada, desde 11/10/2005 (ato n 559 do TRF da 2... Região), funciona no presente julgamento na condição de vogal, exatamente como dispõe a Resolução n 30/2005, até porque as Turmas passaram a funcionar, a partir de 25/11/2004 (Resolução n 36/2004 do TRF da 2... Região), apenas com 3 membros efetivos. [...] Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 18 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ Apenas merece ser realçado, que o Magistrado a quo julgou acertadamente a causa com base nas provas já existentes à época da sentença, afora os documentos solicitados à Suíça no pedido de cooperação, já que as provas com as quais julgou, se prestaram a demonstrar os fatos imputados na denúncia, inclusive existência das contas na Suíça. […] Em que pese ter chegado a haver liminar concedida em habeas corpus pelo eminente Ministro MARCO AURÉLIO, do Supremo Tribunal Federal (fis. 436/43 8), suspendendo o que fora deliberado pelo órgão Especial do Superior Tribunal de Justiça no julgamento da Reclamação 1819/RJ, no sentido de que se prosseguisse com a execução da parte passiva da cooperação, que correspondia às diligências que as autoridades suíças pretendiam, que fossem realizadas no Brasil (fl. 394), o mérito desse HC acabou sendo julgado, no sentido de que as solicitações feitas pelo Brasil em nada ficaram arranhadas pelo que foi pedido pela autoridade suíça. […] Destarte, os apensos que compõem os autos da Cooperação Internacional, são a segunda prova, de caráter complementar da primeira a corroborar, especialmente em relação àqueles oito acusados, a existência das contas na Suíça. […] Na verdade o crime da lavagem de dinheiro se encontra demonstrado devido à prova cabal da existência das contas em nome dos acusados que são fiscais, ao que acresce a prova da existência do crime de quadrilha organizada para a prática de crimes contra a Administração Pública que foram causas dos 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ Apenas merece ser realçado, que o Magistrado a quo julgou acertadamente a causa com base nas provas já existentes à época da sentença, afora os documentos solicitados à Suíça no pedido de cooperação, já que as provas com as quais julgou, se prestaram a demonstrar os fatos imputados na denúncia, inclusive existência das contas na Suíça. […] Em que pese ter chegado a haver liminar concedida em habeas corpus pelo eminente Ministro MARCO AURÉLIO, do Supremo Tribunal Federal (fis. 436/43 8), suspendendo o que fora deliberado pelo órgão Especial do Superior Tribunal de Justiça no julgamento da Reclamação 1819/RJ, no sentido de que se prosseguisse com a execução da parte passiva da cooperação, que correspondia às diligências que as autoridades suíças pretendiam, que fossem realizadas no Brasil (fl. 394), o mérito desse HC acabou sendo julgado, no sentido de que as solicitações feitas pelo Brasil em nada ficaram arranhadas pelo que foi pedido pela autoridade suíça. […] Destarte, os apensos que compõem os autos da Cooperação Internacional, são a segunda prova, de caráter complementar da primeira a corroborar, especialmente em relação àqueles oito acusados, a existência das contas na Suíça. […] Na verdade o crime da lavagem de dinheiro se encontra demonstrado devido à prova cabal da existência das contas em nome dos acusados que são fiscais, ao que acresce a prova da existência do crime de quadrilha organizada para a prática de crimes contra a Administração Pública que foram causas dos 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 18 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ depósitos naquelas contas. Os laudos seriam até dispensáveis no caso, à míngua da existência de regularidade na abertura, manutenção e declaração das contas às autoridades competentes, mas acabaram por complementar tal prova. Não cabe confundir ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A inobservância ao devido processo legal não pode ser tomada como alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses já solucionado. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em revisor dos atos dos demais tribunais. O Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado, de forma consentânea com a ordem jurídica, versando, detalhadamente, os crimes antecedentes ao de lavagem de capitais e a existência de provas a embasarem a condenação. Conheço e desprovejo o agravo. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1264126 ED-AGR / RJ depósitos naquelas contas. Os laudos seriam até dispensáveis no caso, à míngua da existência de regularidade na abertura, manutenção e declaração das contas às autoridades competentes, mas acabaram por complementar tal prova. Não cabe confundir ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A inobservância ao devido processo legal não pode ser tomada como alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses já solucionado. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em revisor dos atos dos demais tribunais. O Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado, de forma consentânea com a ordem jurídica, versando, detalhadamente, os crimes antecedentes ao de lavagem de capitais e a existência de provas a embasarem a condenação. Conheço e desprovejo o agravo. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6617-6BD2-80E0-B850 e senha DB60-C9CA-430E-8686 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 18 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) : ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) : CLAUDIO ROBERTO VIANNA (82207/RJ) ADV.(A/S) : SERGIO DO REGO MACEDO (10637/RJ, 130-A/RR) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) : MANUEL DE JESUS SOARES (19552/RJ) ADV.(A/S) : NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO (34251/DF, 23532/RJ, 218516/SP) INTDO.(A/S) : HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) : ARTHUR LAVIGNE JUNIOR (18629/RJ, 181500/SP) ADV.(A/S) : HELTON MARCIO PINTO (079525/RJ, 270540/SP) INTDO.(A/S) : MARLENE ROZEN ADV.(A/S) : ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA (81570/RJ) ADV.(A/S) : CAMILA FREITAS RIBEIRO (126963/RJ) ADV.(A/S) : RENATO RIBEIRO DE MORAES (099755/RJ) INTDO.(A/S) : RONALDO ADLER ADV.(A/S) : JOAO MESTIERI (13645/RJ) INTDO.(A/S) : HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) : SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES (074730/RJ) ADV.(A/S) : ANDRE LUIZ SANTANA LIMA (123381/RJ) INTDO.(A/S) : RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) : FERNANDO FRAGOSO (021600/RJ, 291909/SP) INTDO.(A/S) : MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) : RENATO SANT ANA (77862/RJ) ADV.(A/S) : LUIZ CARLOS DA SILVA NETO (58804/DF, 071111/RJ) INTDO.(A/S) : AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) : PAULO RICARDO LICODIEDOFF (24138/GO) ADV.(A/S) : ILANA FRIED BENJO (26793/DF, 103345/RJ) INTDO.(A/S) : JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) : PAULO RICARDO LICODIEDOFF (24138/GO) INTDO.(A/S) : HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) : RENATO NEVES TONINI (046151/RJ) ADV.(A/S) : LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA (133556/RJ) INTDO.(A/S) : CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) : YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE (145879/RJ, 388749/SP) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO (13393/RJ, 418892/SP) ADV.(A/S) : GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA (36828/DF, 47079/GO, 402833/SP) INTDO.(A/S) : G.S.F. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BBCF-A779-2420-9BA5 e senha BC41-DB5A-450C-C52C Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.264.126 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) : ROMULO GONCALVES ADV.(A/S) : CLAUDIO ROBERTO VIANNA (82207/RJ) ADV.(A/S) : SERGIO DO REGO MACEDO (10637/RJ, 130-A/RR) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : AXEL RIPOLL HAMER ADV.(A/S) : MANUEL DE JESUS SOARES (19552/RJ) ADV.(A/S) : NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO (34251/DF, 23532/RJ, 218516/SP) INTDO.(A/S) : HERRY ROSENBERG ADV.(A/S) : ARTHUR LAVIGNE JUNIOR (18629/RJ, 181500/SP) ADV.(A/S) : HELTON MARCIO PINTO (079525/RJ, 270540/SP) INTDO.(A/S) : MARLENE ROZEN ADV.(A/S) : ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA (81570/RJ) ADV.(A/S) : CAMILA FREITAS RIBEIRO (126963/RJ) ADV.(A/S) : RENATO RIBEIRO DE MORAES (099755/RJ) INTDO.(A/S) : RONALDO ADLER ADV.(A/S) : JOAO MESTIERI (13645/RJ) INTDO.(A/S) : HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA ADV.(A/S) : SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES (074730/RJ) ADV.(A/S) : ANDRE LUIZ SANTANA LIMA (123381/RJ) INTDO.(A/S) : RODRIGO SILVEIRINHA CORREA ADV.(A/S) : FERNANDO FRAGOSO (021600/RJ, 291909/SP) INTDO.(A/S) : MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA ADV.(A/S) : RENATO SANT ANA (77862/RJ) ADV.(A/S) : LUIZ CARLOS DA SILVA NETO (58804/DF, 071111/RJ) INTDO.(A/S) : AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO ADV.(A/S) : PAULO RICARDO LICODIEDOFF (24138/GO) ADV.(A/S) : ILANA FRIED BENJO (26793/DF, 103345/RJ) INTDO.(A/S) : JULIO CESAR NOGUEIRA ADV.(A/S) : PAULO RICARDO LICODIEDOFF (24138/GO) INTDO.(A/S) : HERALDO DA SILVA BRAGA ADV.(A/S) : RENATO NEVES TONINI (046151/RJ) ADV.(A/S) : LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA (133556/RJ) INTDO.(A/S) : CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS ADV.(A/S) : YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE (145879/RJ, 388749/SP) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO (13393/RJ, 418892/SP) ADV.(A/S) : GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA (36828/DF, 47079/GO, 402833/SP) INTDO.(A/S) : G.S.F. 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ADV.(A/S) : MAURO VIDAL MOTTA (115231/RJ) Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BBCF-A779-2420-9BA5 e senha BC41-DB5A-450C-C52C Supremo Tribunal Federal INTDO.(A/S) : A.S.D. INTDO.(A/S) : V.F.F. INTDO.(A/S) : P.H.B.S. ADV.(A/S) : CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO (91982/RJ) ADV.(A/S) : LUCIANA CERVIERI DA CAMARA (84376/RJ) INTDO.(A/S) : R.M.R.P. INTDO.(A/S) : A.S.M. ADV.(A/S) : JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES (046626/RJ) ADV.(A/S) : ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES (1109/AL, 01465/A/DF, 102152/PR, 2251-A/RJ) INTDO.(A/S) : R.C.V. ADV.(A/S) : RANIERI MAZZILLI NETO (71619/RJ) INTDO.(A/S) : L.M.S.P. 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PUGLIESE", "CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO", "GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA", "CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO", "LUCIANA CERVIERI DA CAMARA", "JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES", "ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES", "RANIERI MAZZILLI NETO", "PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES", "JOSE MAURO COUTO DE ASSIS", "LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO", "MAURO VIDAL MOTTA", "HERALDO DA SILVA BRAGA", "RENATO NEVES TONINI", "LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE", "CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO", "GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA", "CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO", "LUCIANA CERVIERI DA CAMARA", "JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES", "ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES", "RANIERI MAZZILLI NETO", "PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES", "JOSE MAURO COUTO DE ASSIS", "LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO", "MAURO VIDAL MOTTA", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ROMULO GONCALVES", "CLAUDIO ROBERTO VIANNA", "SERGIO", "DO REGO MACEDO", "AXEL RIPOLL HAMER", "MANUEL DE JESUS SOARES", "NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO", "HERRY ROSENBERG", "ARTHUR LAVIGNE JUNIOR", "HELTON MARCIO PINTO", "MARLENE ROZEN", "ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA", "CAMILA FREITAS RIBEIRO", "RENATO RIBEIRO DE MORAES", "RONALDO ADLER", "JOAO MESTIERI", "HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA", "SERGIO CHASTINET", "ANDRE LUIZ SANTANA LIMA", "RODRIGO SILVEIRINHA CORREA", "FERNANDO FRAGOSO", "MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA", "RENATO SANT ANA", "LUIZ CARLOS DA SILVA NETO", "AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO", "PAULO RICARDO LICODIEDOFF", "ILANA FRIED BENJO", "JULIO CESAR NOGUEIRA", "PAULO RICARDO LICODIEDOFF", "MARCO AURÉLIO", "ROMULO GONCALVES", "CLAUDIO ROBERTO VIANNA", "SERGIO DO REGO MACEDO", "AXEL RIPOLL HAMER", "MANUEL DE JESUS SOARES", "NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO", "HERRY ROSENBERG", "ARTHUR LAVIGNE JUNIOR", "HELTON MARCIO PINTO", "MARLENE ROZEN", "ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA", "CAMILA FREITAS RIBEIRO", "RENATO RIBEIRO DE MORAES", "RONALDO ADLER", "JOAO MESTIERI", "HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA", "SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES", "ANDRE LUIZ SANTANA LIMA", "RODRIGO SILVEIRINHA CORREA", "FERNANDO FRAGOSO", "MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA", "RENATO SANT ANA", "LUIZ CARLOS DA SILVA NETO", "AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO", "PAULO RICARDO LICODIEDOFF", "ILANA FRIED BENJO", "JULIO CESAR NOGUEIRA", "PAULO RICARDO LICODIEDOFF", "HERALDO DA SILVA BRAGA", "RENATO NEVES TONINI", "LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE", "CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO", "GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA", "CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO", "LUCIANA CERVIERI DA CAMARA", "JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES", "ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES", "RANIERI MAZZILLI NETO", "PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES", "JOSE MAURO COUTO DE ASSIS", "LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO", "MAURO VIDAL MOTTA", "MARCO AURÉLIO", "Adriane da Rocha Callado Henriques", "HERALDO DA SILVA BRAGA", "RENATO NEVES TONINI", "LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE", "CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO", "GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA", "CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO", "LUCIANA CERVIERI DA CAMARA", "JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES", "ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES", "L", ".", "PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES", "JOSE MAURO COUTO DE ASSIS", "LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO", "MAURO VIDAL MOTTA", "MARCO AURÉLIO", "Adriane da Rocha Callado Henriques", "Rômulo Gonçalves", "Rômulo Gonçalves", "GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA", "GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA", "MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES", "MARIA HELENA CISNE", "MARCO AURÉLIO", "MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES", "MARIA HELENA CISNE", "MARCO AURÉLIO", "Gilmar Mendes", "Rômulo Gonçalves", "Rômulo Gonçalves", "Gilmar Mendes", "Rômulo Gonçalves", "Rômulo Gonçalves", "Rômulo Gonçalves", "Rômulo Gonçalves", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA", "MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES", "MARIA HELENA CISNE", "MARCO AURÉLIO", "GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA", "MÁRCIA HELENA RIBEIRO PEREIRA NUNES", "MARIA HELENA CISNE", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ROMULO GONCALVES", "CLAUDIO ROBERTO VIANNA", "SERGIO DO REGO MACEDO", "AXEL RIPOLL HAMER", "MANUEL DE JESUS SOARES", "NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO", "HERRY ROSENBERG", "ARTHUR LAVIGNE JUNIOR", "HELTON MARCIO PINTO", "MARLENE ROZEN", "ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA", "CAMILA FREITAS RIBEIRO", "RENATO RIBEIRO DE MORAES", "RONALDO ADLER", "JOAO MESTIERI", "HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA", "SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES", "ANDRE LUIZ SANTANA LIMA", "RODRIGO SILVEIRINHA CORREA", "FERNANDO FRAGOSO", "MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA", "RENATO SANT ANA", "LUIZ CARLOS DA SILVA NETO", "AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO", "PAULO RICARDO LICODIEDOFF", "ILANA FRIED BENJO", "JULIO CESAR NOGUEIRA", "PAULO RICARDO LICODIEDOFF", "HERALDO DA SILVA BRAGA", "RENATO NEVES TONINI", "LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE", "CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO", "GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA", "MARCO AURÉLIO", "ROMULO GONCALVES", "SERGIO DO REGO MACEDO", "AXEL RIPOLL HAMER", "MANUEL DE JESUS SOARES", "NELIO ROBERTO SEIDL MACHADO", "HERRY ROSENBERG", "HELTON MARCIO PINTO", "MARLENE ROZEN", "ALEXANDRE LOPES DE OLIVEIRA", "CAMILA FREITAS RIBEIRO", "RENATO RIBEIRO DE MORAES", "RONALDO ADLER", "JOAO MESTIERI", "HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA", "SERGIO CHASTINET DUARTE GUIMARAES", "ANDRE LUIZ SANTANA LIMA", "RODRIGO SILVEIRINHA CORREA", "FERNANDO FRAGOSO", "MARCOS ANTONIO BONFIM DA SILVA", "RENATO SANT ANA", "LUIZ CARLOS DA SILVA NETO", "AMAURI FRANKLIN NOGUEIRA FILHO", "PAULO RICARDO LICODIEDOFF", "ILANA FRIED BENJO", "JULIO CESAR NOGUEIRA", "PAULO RICARDO LICODIEDOFF", "HERALDO DA SILVA BRAGA", "RENATO NEVES TONINI", "LUCAS BITTENCOURT MARTINS MOREIRA", "CARLOS EDUARDO PEREIRA RAMOS", "YURI SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO PUGLIESE", "CLOVIS MURILO SAHIONE DE ARAUJO", "GIOVANA ELISA MONTEIRO E SOUZA", "CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO", "LUCIANA CERVIERI DA CAMARA", "JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES", "ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES", "RANIERI MAZZILLI NETO", "PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES", "JOSE MAURO COUTO DE ASSIS", "LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO", "MAURO VIDAL MOTTA", "CARLOS ALBERTO LEOPOLDO DA CAMARA FILHO", "LUCIANA CERVIERI DA CAMARA", "JOSE RICARDO CERQUEIRA LOPES", "ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES", "RANIERI MAZZILLI NETO", "PAULO EDMUNDO AUGUSTO LOPES", "JOSE MAURO COUTO DE ASSIS", "LUCIA RODRIGUES DA ROCHA MAGLIANO", "MAURO VIDAL MOTTA" ], "TEMPO": [ "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de maio", "7 de junho de 2021", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de maio", "7 de junho de 2021", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", 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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 194.951 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER EMBTE.(S) :A.F. ADV.(A/S) :ROBSON PEREIRA LOPES JUNIOR EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL. AUDIÊNCIA DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA. NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO POR EDITAL. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. REEXAME DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. MANIFESTA ILEGALIDADE OU TERATOLOGIA NÃO IDENTIFICADAS. 1. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, consoante iterativa jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 2. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP. Precedentes. 3. Inviável o exame de tese defensiva não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 114E-265A-2B96-C5F5 e senha EF1D-3844-9295-10DC Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 3 Ementa e Acórdão RHC 194951 ED / MG 4. Para acolhimento das teses defensivas imprescindíveis o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 5. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em receber os embargos de declaração como agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 114E-265A-2B96-C5F5 e senha EF1D-3844-9295-10DC Supremo Tribunal Federal RHC 194951 ED / MG 4. Para acolhimento das teses defensivas imprescindíveis o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 5. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em receber os embargos de declaração como agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 114E-265A-2B96-C5F5 e senha EF1D-3844-9295-10DC Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 3 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 194.951 PROCED. : MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER EMBTE.(S) : A.F. ADV.(A/S) : ROBSON PEREIRA LOPES JUNIOR (168688/MG) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2387-1B22-C605-854F e senha C00F-E86D-2CAE-C574 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 194.951 PROCED. : MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER EMBTE.(S) : A.F. ADV.(A/S) : ROBSON PEREIRA LOPES JUNIOR (168688/MG) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2387-1B22-C605-854F e senha C00F-E86D-2CAE-C574 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 3
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756145335
2021-06-08T00:00:00
2021-06-15T00:00:00
A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL. AUDIÊNCIA DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA. NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO POR EDITAL. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. REEXAME DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. MANIFESTA ILEGALIDADE OU TERATOLOGIA NÃO IDENTIFICADAS. 1. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, consoante iterativa jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 2. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP. Precedentes. 3. Inviável o exame de tese defensiva não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 4. Para acolhimento das teses defensivas imprescindíveis o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 5. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento.
sjur448576
Número de páginas: 3. Análise: 30/08/2021, BMP.
ROSA WEBER
Primeira Turma
194951
[ "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00563\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL" ]
RHC-ED
acordaos
RHC 194951 ED
[ "" ]
EMBTE.(S) : A.F. ADV.(A/S) : ROBSON PEREIRA LOPES JUNIOR EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 194.951 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER EMBTE.(S) :A.F. ADV.(A/S) :ROBSON PEREIRA LOPES JUNIOR EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL. AUDIÊNCIA DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA. NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO POR EDITAL. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. REEXAME DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. MANIFESTA ILEGALIDADE OU TERATOLOGIA NÃO IDENTIFICADAS. 1. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, consoante iterativa jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 2. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal exige, como regra, a demonstração concreta de prejuízo tanto para as nulidades absolutas quanto para as nulidades relativas, marcadas que são pelo princípio do pas de nullité san grief, previsto no artigo 563 do CPP. Precedentes. 3. Inviável o exame de tese defensiva não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 114E-265A-2B96-C5F5 e senha EF1D-3844-9295-10DC Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 3 Ementa e Acórdão RHC 194951 ED / MG 4. Para acolhimento das teses defensivas imprescindíveis o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 5. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em receber os embargos de declaração como agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 114E-265A-2B96-C5F5 e senha EF1D-3844-9295-10DC Supremo Tribunal Federal RHC 194951 ED / MG 4. Para acolhimento das teses defensivas imprescindíveis o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 5. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em receber os embargos de declaração como agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 114E-265A-2B96-C5F5 e senha EF1D-3844-9295-10DC Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 3 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 194.951 PROCED. : MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER EMBTE.(S) : A.F. ADV.(A/S) : ROBSON PEREIRA LOPES JUNIOR (168688/MG) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2387-1B22-C605-854F e senha C00F-E86D-2CAE-C574 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 194.951 PROCED. : MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER EMBTE.(S) : A.F. ADV.(A/S) : ROBSON PEREIRA LOPES JUNIOR (168688/MG) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2387-1B22-C605-854F e senha C00F-E86D-2CAE-C574 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 3
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 194 . 951", "RHC 194951" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 563 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "ESTADO DE MINAS GERAIS", "Brasília", "Brasília", "MINAS GERAIS", "ESTADO DE MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "ESTADO DE MINAS GERAIS" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "ROSA WEBER", "ROBSON PEREIRA LOPES JUNIOR", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "ROSA WEBER", "ROBSON PEREIRA LOPES JUNIOR", "Marco Aurélio", "ROSA WEBER", "ROBSON PEREIRA LOPES JUNIOR", "Marco Aurélio" ], "TEMPO": [ "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de maio a", "7 de junho de 2021", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de maio", "7 de junho de 2021", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "7", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", ".", "5", ".", "2021", "7", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 08/06/2021 SEGUNDA TURMA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) :EDGARD MOREIRA DA SILVA AGDO.(A/S) :ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) :RODRIGO HASSEN DOS SANTOS ADV.(A/S) :GUSTAVO CARNEIRO MENDES INTDO.(A/S) :ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. ART. 5º, XXI, DA CRFB. OFENSA REFLEXA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279. PRETENSÃO DE NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. ALEGADA OCORRÊNCIA DE PRECLUSÃO. RETRATAÇÃO PELA PRESIDÊNCIA DESTA CORTE DE DECISUM BASEADO EM IDÊNTICO FUNDAMENTO. IMPROCEDÊNCIA. TEMA 82 DA REPERCUSSÃO GERAL. INAPLICABILIDADE. 1. Não gera preclusão a decisão de admissibilidade do recurso extraordinário pela Presidência desta Corte que, diante dos argumentos expostos no recurso de agravo regimental, anteriormente interposto, baseada no mesmo fundamento da decisão ora agravada, determinou à Secretaria Judiciária a distribuição do recurso para melhor análise da questão pelo Ministro Relator. Precedente. 2. Eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo, quanto ao debate sobre a legitimidade ativa para a propositura da ação civil pública, demandaria o reexame de fatos e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D70-71F6-3DB3-FCFE e senha 13C1-437A-76D3-F1E0 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 16 Ementa e Acórdão ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG provas constante dos autos, além da análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014), o que impede o trânsito do apelo extremo, por ser reflexa a alegada afronta à Constituição Federal, além de incidir, no caso, o óbice da Súmula 279 do STF. 3. Inaplicável, portanto, ao caso, o Tema 82 da repercussão geral, que versa sobre situação diversa da discutida nos presentes autos. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, sem honorários, por se tratar de ação civil pública, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D70-71F6-3DB3-FCFE e senha 13C1-437A-76D3-F1E0 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG provas constante dos autos, além da análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014), o que impede o trânsito do apelo extremo, por ser reflexa a alegada afronta à Constituição Federal, além de incidir, no caso, o óbice da Súmula 279 do STF. 3. Inaplicável, portanto, ao caso, o Tema 82 da repercussão geral, que versa sobre situação diversa da discutida nos presentes autos. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, sem honorários, por se tratar de ação civil pública, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D70-71F6-3DB3-FCFE e senha 13C1-437A-76D3-F1E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 16 Relatório 08/06/2021 SEGUNDA TURMA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) :EDGARD MOREIRA DA SILVA AGDO.(A/S) :ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) :RODRIGO HASSEN DOS SANTOS ADV.(A/S) :GUSTAVO CARNEIRO MENDES INTDO.(A/S) :ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 12) interposto em 18.02.2021 (eDOC 13) em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso extraordinário com agravo, nos seguintes termos (eDOC 10): “Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado (eDOC 1, p. 471): ‘PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - CONSTITUIÇÃO LEGAL HÁ MAIS DE ANO - PERTINÊNCIA TEMÁTICA - TUTELA DE INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS - PROTEÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E DA MORALIDADE - LEGITIMIDADE ATIVA CONFIGURADA - RECURSO PROVIDO. Demonstrada a constituição legal da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) :EDGARD MOREIRA DA SILVA AGDO.(A/S) :ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) :RODRIGO HASSEN DOS SANTOS ADV.(A/S) :GUSTAVO CARNEIRO MENDES INTDO.(A/S) :ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 12) interposto em 18.02.2021 (eDOC 13) em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso extraordinário com agravo, nos seguintes termos (eDOC 10): “Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado (eDOC 1, p. 471): ‘PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - CONSTITUIÇÃO LEGAL HÁ MAIS DE ANO - PERTINÊNCIA TEMÁTICA - TUTELA DE INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS - PROTEÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E DA MORALIDADE - LEGITIMIDADE ATIVA CONFIGURADA - RECURSO PROVIDO. Demonstrada a constituição legal da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 16 Relatório ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG associação há mais de ano, a pertinência temática e a pretensão de tutela de direitos transindividuais, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora da ação civil pública.’ Os embargos de declaração foram acolhidos sem efeitos modificativos. (eDOC 2, p. 4). No recurso extraordinário, com fundamento no art. 102, III, a, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 5º, XXI, da Constituição Federal. Nas razões recursais, defende-se, em suma, que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos dos Cartórios – ANDECC – é ilegítima para a propositura da ação civil pública. (eDOC 2, pp. 32-41) A Primeira Vice-Presidência do TJ/MG inadmitiu o recurso extraordinário por entender que incide na hipótese a Súmula 283 do STF (eDOC 2, pp. 93-95). É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. O Tribunal de origem, quando do julgamento da apelação, asseverou que (eDOC 1, pp. 471-484): “A controvérsia submetida à apreciação da Turma Julgadora consiste em saber se a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC tem legitimidade para propor Ação Civil Púbica com a finalidade de que seja declarada, incidentalmente, a inconstitucionalidade do artigo 66, do ADCT da Constituição Estadual e, consequentemente, suspender os efeitos do ato de outorga de delegação, declarar a vaga no 1° Tabelionato de Notas de Manhumirim, ordenar o afastamento do titular e nomear substituto legal para exercer interinamente a função, e incluir a serventia em concurso público. (...) A Associação é formada com a finalidade, especificamente, de democratizar a participação nos concursos públicos, com a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG associação há mais de ano, a pertinência temática e a pretensão de tutela de direitos transindividuais, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora da ação civil pública.’ Os embargos de declaração foram acolhidos sem efeitos modificativos. (eDOC 2, p. 4). No recurso extraordinário, com fundamento no art. 102, III, a, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 5º, XXI, da Constituição Federal. Nas razões recursais, defende-se, em suma, que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos dos Cartórios – ANDECC – é ilegítima para a propositura da ação civil pública. (eDOC 2, pp. 32-41) A Primeira Vice-Presidência do TJ/MG inadmitiu o recurso extraordinário por entender que incide na hipótese a Súmula 283 do STF (eDOC 2, pp. 93-95). É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. O Tribunal de origem, quando do julgamento da apelação, asseverou que (eDOC 1, pp. 471-484): “A controvérsia submetida à apreciação da Turma Julgadora consiste em saber se a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC tem legitimidade para propor Ação Civil Púbica com a finalidade de que seja declarada, incidentalmente, a inconstitucionalidade do artigo 66, do ADCT da Constituição Estadual e, consequentemente, suspender os efeitos do ato de outorga de delegação, declarar a vaga no 1° Tabelionato de Notas de Manhumirim, ordenar o afastamento do titular e nomear substituto legal para exercer interinamente a função, e incluir a serventia em concurso público. (...) A Associação é formada com a finalidade, especificamente, de democratizar a participação nos concursos públicos, com a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 16 Relatório ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG observância de princípios constitucionais da igualdade e moralidade, sendo que a matéria é de difícil solução no âmbito estadual e federal até mesmo porque hoje existe uma PEC (471/05) em tramitação no Congresso, revertendo ao tempo anterior -daquelas situações de transferência de pais para filhos, como se fosse uma capitania hereditária. Ademais, é notório o fato de que muitos cartórios permanecem sem um titular conforme a regra constitucional e são dirigidos por substitutos, que na maioria das vezes, são indicados pelo antigo titular. Nesse contexto, no que diz respeito à ação civil pública, a Lei n° 7.347/85 surgiu, inicialmente, para tutelar direito difuso e coletivo, tendo por objeto, dentre outros, atribuir responsabilidade ao causador de dano moral e patrimonial ao meio ambiente, ao consumidor, bens e direitos de valor artístico, histórico e turístico (artigo 1°). Posteriormente, com o advento da Lei n° 8.078/90, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor, estabeleceu-se uma maior abrangência das tutelas previstas na ação civil pública, passando a ser admitida para fins de proteção de outros interesses difusos e coletivos, bem como de interesses individuais homogêneos. Os legitimados ativos na ação civil pública, que tem por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, estão previstos no artigo 5° da Lei n° 7.347/92 (...). Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n° 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) No caso concreto, constato que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios - ANDECC - elenca, dentre seus princípios fundamentais: a) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para outorga de delegações de notas e registros, promovidos por todos os Tribunais de Justiça (supressão do termo "estaduais"), conforme prevê a Constituição Federal; (-) c) Defesa dos 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG observância de princípios constitucionais da igualdade e moralidade, sendo que a matéria é de difícil solução no âmbito estadual e federal até mesmo porque hoje existe uma PEC (471/05) em tramitação no Congresso, revertendo ao tempo anterior -daquelas situações de transferência de pais para filhos, como se fosse uma capitania hereditária. Ademais, é notório o fato de que muitos cartórios permanecem sem um titular conforme a regra constitucional e são dirigidos por substitutos, que na maioria das vezes, são indicados pelo antigo titular. Nesse contexto, no que diz respeito à ação civil pública, a Lei n° 7.347/85 surgiu, inicialmente, para tutelar direito difuso e coletivo, tendo por objeto, dentre outros, atribuir responsabilidade ao causador de dano moral e patrimonial ao meio ambiente, ao consumidor, bens e direitos de valor artístico, histórico e turístico (artigo 1°). Posteriormente, com o advento da Lei n° 8.078/90, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor, estabeleceu-se uma maior abrangência das tutelas previstas na ação civil pública, passando a ser admitida para fins de proteção de outros interesses difusos e coletivos, bem como de interesses individuais homogêneos. Os legitimados ativos na ação civil pública, que tem por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, estão previstos no artigo 5° da Lei n° 7.347/92 (...). Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n° 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) No caso concreto, constato que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios - ANDECC - elenca, dentre seus princípios fundamentais: a) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para outorga de delegações de notas e registros, promovidos por todos os Tribunais de Justiça (supressão do termo "estaduais"), conforme prevê a Constituição Federal; (-) c) Defesa dos 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 16 Relatório ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG concursos públicos de provas e títulos para ingresso, tanto por provimento quanto por remoção, bem como da efetiva delegação de todas as serventias vagas dentro do prazo constitucional; (-) f) Defesa da moralidade, transparência e ampla acessibilidade nos citados concursos públicos; g) Busca de transparência absoluta na identificação de serventias irregularmente preenchidas, e adoção de medidas administrativas, judiciais e políticas, nos limites da lei, para sua regularização mediante concurso (f. 35 - destaquei). (...) Assim, considerando a causa de pedir, observo que esta ação tem por finalidade proteger a igualdade de participação em concurso público e a moralidade administrativa, interesses inquestionavelmente transindividuais, base da República Federativa do Brasil e da Administração Pública. (...) Portanto, demonstrada a constituição legal da associação há mais de ano, a pertinência temática, a pretensão de tutela de direitos transindividuais e a defesa do patrimônio público, assim entendida a realização de concurso público objetivando a preservação dos princípios da moralidade e da eficiência, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora, com o processamento regular do processo no juízo de origem. (...).” Depreende-se dos fundamentos que constam no acórdão recorrido que eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo demandaria o reexame de fatos e provas constante dos autos e o exame da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014). Dessa forma, resta demonstrada a não ocorrência de ofensa constitucional direta, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, além da vedação contida na Súmula 279 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG concursos públicos de provas e títulos para ingresso, tanto por provimento quanto por remoção, bem como da efetiva delegação de todas as serventias vagas dentro do prazo constitucional; (-) f) Defesa da moralidade, transparência e ampla acessibilidade nos citados concursos públicos; g) Busca de transparência absoluta na identificação de serventias irregularmente preenchidas, e adoção de medidas administrativas, judiciais e políticas, nos limites da lei, para sua regularização mediante concurso (f. 35 - destaquei). (...) Assim, considerando a causa de pedir, observo que esta ação tem por finalidade proteger a igualdade de participação em concurso público e a moralidade administrativa, interesses inquestionavelmente transindividuais, base da República Federativa do Brasil e da Administração Pública. (...) Portanto, demonstrada a constituição legal da associação há mais de ano, a pertinência temática, a pretensão de tutela de direitos transindividuais e a defesa do patrimônio público, assim entendida a realização de concurso público objetivando a preservação dos princípios da moralidade e da eficiência, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora, com o processamento regular do processo no juízo de origem. (...).” Depreende-se dos fundamentos que constam no acórdão recorrido que eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo demandaria o reexame de fatos e provas constante dos autos e o exame da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014). Dessa forma, resta demonstrada a não ocorrência de ofensa constitucional direta, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, além da vedação contida na Súmula 279 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 16 Relatório ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 1º.9.2017. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ILEGITIMIDADE ATIVA. SINDICATO. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. 1. A via estreita do recurso extraordinário não comporta discussão sobre a legitimidade de sindicato para representar em juízo determinada categoria profissional quando posta à luz dos preceitos infraconstitucionais que definem o enquadramento sindical das respectivas categorias, visto que eventual ofensa à Constituição, quanto ao particular, ocorreria somente por via oblíqua. 2. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 3. Agravo regimental não provido, com previsão de aplicação de multa de 5% do valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, porquanto não houve fixação de verba honorária nas instâncias de origem”. (ARE-AgR 1.010.583, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 22.11.2017) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO CIVIL PÚBLICA: SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO: FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL AUTÔNOMO E SUFICIENTE PARA MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO: SÚMULA 283 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1054956 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Pleno, DJe 6.12.2017) Ante o exposto, nego provimento ao recurso, nos termos do art. 932, IV, a, do CPC. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública (art. 18 da Lei 7.347/1985)”. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 1º.9.2017. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ILEGITIMIDADE ATIVA. SINDICATO. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. 1. A via estreita do recurso extraordinário não comporta discussão sobre a legitimidade de sindicato para representar em juízo determinada categoria profissional quando posta à luz dos preceitos infraconstitucionais que definem o enquadramento sindical das respectivas categorias, visto que eventual ofensa à Constituição, quanto ao particular, ocorreria somente por via oblíqua. 2. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 3. Agravo regimental não provido, com previsão de aplicação de multa de 5% do valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, porquanto não houve fixação de verba honorária nas instâncias de origem”. (ARE-AgR 1.010.583, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 22.11.2017) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO CIVIL PÚBLICA: SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO: FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL AUTÔNOMO E SUFICIENTE PARA MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO: SÚMULA 283 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1054956 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Pleno, DJe 6.12.2017) Ante o exposto, nego provimento ao recurso, nos termos do art. 932, IV, a, do CPC. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública (art. 18 da Lei 7.347/1985)”. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 16 Relatório ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG Nas razões recursais, alega-se, preliminarmente, nulidade da decisão agravada, sustentando-se a ocorrência de preclusão, tendo em vista que, para negar provimento ao recurso, utilizou-se dos mesmos fundamentos daquela proferida pela Presidência desta Corte, a qual foi posteriormente retratada. Para tanto, invoca o art. 932, III, do CPC, o qual possui a seguinte redação: “Art. 932. Incumbe ao relator: III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida”. Aduz-se, portanto, que a decisão, que já foi reconsiderada pela Presidência, não poderia novamente ser analisada sem a interposição de novo agravo interno. Neste ponto, argumenta-se que, diante da preclusão já operada, não incidem, na hipótese, os óbices das Súmulas 279 e 283, tendo em vista que são questões afetas ao juízo de admissibilidade. Quanto ao mérito, reporta-se aos mesmos argumentos postos no primeiro agravo regimental, apontando-se que a questão dos autos já foi objeto de reconhecimento da repercussão geral no paradigma RE 573.232- RG, Tema 82, no qual, versou a respeito da “legitimidade ativa das associações em face da regra inserta no art. 5º, XXI, da CF”. Ao final, postula-se, em preliminar, a nulidade da decisão, diante da preclusão ou, no mérito, a “vinculação com a repercussão geral que foi proclamada no julgamento plenário” do RE 573.232-RG, Tema 82 (eDOC 12, p. 9). É o relatório. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG Nas razões recursais, alega-se, preliminarmente, nulidade da decisão agravada, sustentando-se a ocorrência de preclusão, tendo em vista que, para negar provimento ao recurso, utilizou-se dos mesmos fundamentos daquela proferida pela Presidência desta Corte, a qual foi posteriormente retratada. Para tanto, invoca o art. 932, III, do CPC, o qual possui a seguinte redação: “Art. 932. Incumbe ao relator: III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida”. Aduz-se, portanto, que a decisão, que já foi reconsiderada pela Presidência, não poderia novamente ser analisada sem a interposição de novo agravo interno. Neste ponto, argumenta-se que, diante da preclusão já operada, não incidem, na hipótese, os óbices das Súmulas 279 e 283, tendo em vista que são questões afetas ao juízo de admissibilidade. Quanto ao mérito, reporta-se aos mesmos argumentos postos no primeiro agravo regimental, apontando-se que a questão dos autos já foi objeto de reconhecimento da repercussão geral no paradigma RE 573.232- RG, Tema 82, no qual, versou a respeito da “legitimidade ativa das associações em face da regra inserta no art. 5º, XXI, da CF”. Ao final, postula-se, em preliminar, a nulidade da decisão, diante da preclusão ou, no mérito, a “vinculação com a repercussão geral que foi proclamada no julgamento plenário” do RE 573.232-RG, Tema 82 (eDOC 12, p. 9). É o relatório. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN 08/06/2021 SEGUNDA TURMA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Não assiste razão à parte ora Agravante, pois não trouxe novos argumentos com aptidão para infirmar a decisão ora agravada. Inicialmente, passo ao exame da preliminar de nulidade da decisão agravada suscitada no presente recurso. Constato que tal preliminar não merece acolhida, tendo em vista que não gera preclusão a decisão de admissibilidade do recurso extraordinário pela Presidência desta Corte que, diante dos argumentos expostos no recurso de agravo regimental, anteriormente interposto, baseada no mesmo fundamento da decisão ora agravada, determinou à Secretaria Judiciária a distribuição do recurso para melhor análise da questão pelo Ministro Relator. Nesse sentido, aponto o seguinte julgado: “(...) Decisão proferida pelo Presidente da Corte, despachando o processo antes de sua distribuição, não vincula o relator sorteado, a quem incumbe, precipuamente, a análise do recurso, bem como do preenchimento de todos os seus requisitos de admissibilidade” (grifei) (ARE 690.064-ED- segundos, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 20.11.2014). Ademais, não é necessária, na hipótese, a interposição de um novo agravo interno, como alega o Recorrente, para a análise do recurso extraordinário, uma vez que a decisão da Presidência foi tornada sem efeito, julgado prejudicado o regimental e distribuído o feito para apreciação do Relator, o qual fará uma nova análise dos pressupostos processuais. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Não assiste razão à parte ora Agravante, pois não trouxe novos argumentos com aptidão para infirmar a decisão ora agravada. Inicialmente, passo ao exame da preliminar de nulidade da decisão agravada suscitada no presente recurso. Constato que tal preliminar não merece acolhida, tendo em vista que não gera preclusão a decisão de admissibilidade do recurso extraordinário pela Presidência desta Corte que, diante dos argumentos expostos no recurso de agravo regimental, anteriormente interposto, baseada no mesmo fundamento da decisão ora agravada, determinou à Secretaria Judiciária a distribuição do recurso para melhor análise da questão pelo Ministro Relator. Nesse sentido, aponto o seguinte julgado: “(...) Decisão proferida pelo Presidente da Corte, despachando o processo antes de sua distribuição, não vincula o relator sorteado, a quem incumbe, precipuamente, a análise do recurso, bem como do preenchimento de todos os seus requisitos de admissibilidade” (grifei) (ARE 690.064-ED- segundos, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 20.11.2014). Ademais, não é necessária, na hipótese, a interposição de um novo agravo interno, como alega o Recorrente, para a análise do recurso extraordinário, uma vez que a decisão da Presidência foi tornada sem efeito, julgado prejudicado o regimental e distribuído o feito para apreciação do Relator, o qual fará uma nova análise dos pressupostos processuais. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG Quanto à questão objeto do apelo extremo, o Tribunal de origem, quando do julgamento da apelação, asseverou que (eDOC 1, p. 471-484): “A controvérsia submetida à apreciação da Turma Julgadora consiste em saber se a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC tem legitimidade para propor Ação Civil Púbica com a finalidade de que seja declarada, incidentalmente, a inconstitucionalidade do artigo 66, do ADCT da Constituição Estadual e, consequentemente, suspender os efeitos do ato de outorga de delegação, declarar a vaga no 1° Tabelionato de Notas de Manhumirim, ordenar o afastamento do titular e nomear substituto legal para exercer interinamente a função, e incluir a serventia em concurso público. (...) A Associação é formada com a finalidade, especificamente, de democratizar a participação nos concursos públicos, com a observância de princípios constitucionais da igualdade e moralidade, sendo que a matéria é de difícil solução no âmbito estadual e federal até mesmo porque hoje existe uma PEC (471/05) em tramitação no Congresso, revertendo ao tempo anterior -daquelas situações de transferência de pais para filhos, como se fosse uma capitania hereditária. Ademais, é notório o fato de que muitos cartórios permanecem sem um titular conforme a regra constitucional e são dirigidos por substitutos, que na maioria das vezes, são indicados pelo antigo titular. Nesse contexto, no que diz respeito à ação civil pública, a Lei n° 7.347/85 surgiu, inicialmente, para tutelar direito difuso e coletivo, tendo por objeto, dentre outros, atribuir responsabilidade ao causador de dano moral e patrimonial ao meio ambiente, ao consumidor, bens e direitos de valor artístico, histórico e turístico (artigo 1°). Posteriormente, com o advento da Lei n° 8.078/90, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor, estabeleceu-se uma maior abrangência das tutelas previstas na ação civil pública, passando a ser admitida para fins de proteção de outros interesses difusos e coletivos, bem 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG Quanto à questão objeto do apelo extremo, o Tribunal de origem, quando do julgamento da apelação, asseverou que (eDOC 1, p. 471-484): “A controvérsia submetida à apreciação da Turma Julgadora consiste em saber se a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC tem legitimidade para propor Ação Civil Púbica com a finalidade de que seja declarada, incidentalmente, a inconstitucionalidade do artigo 66, do ADCT da Constituição Estadual e, consequentemente, suspender os efeitos do ato de outorga de delegação, declarar a vaga no 1° Tabelionato de Notas de Manhumirim, ordenar o afastamento do titular e nomear substituto legal para exercer interinamente a função, e incluir a serventia em concurso público. (...) A Associação é formada com a finalidade, especificamente, de democratizar a participação nos concursos públicos, com a observância de princípios constitucionais da igualdade e moralidade, sendo que a matéria é de difícil solução no âmbito estadual e federal até mesmo porque hoje existe uma PEC (471/05) em tramitação no Congresso, revertendo ao tempo anterior -daquelas situações de transferência de pais para filhos, como se fosse uma capitania hereditária. Ademais, é notório o fato de que muitos cartórios permanecem sem um titular conforme a regra constitucional e são dirigidos por substitutos, que na maioria das vezes, são indicados pelo antigo titular. Nesse contexto, no que diz respeito à ação civil pública, a Lei n° 7.347/85 surgiu, inicialmente, para tutelar direito difuso e coletivo, tendo por objeto, dentre outros, atribuir responsabilidade ao causador de dano moral e patrimonial ao meio ambiente, ao consumidor, bens e direitos de valor artístico, histórico e turístico (artigo 1°). Posteriormente, com o advento da Lei n° 8.078/90, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor, estabeleceu-se uma maior abrangência das tutelas previstas na ação civil pública, passando a ser admitida para fins de proteção de outros interesses difusos e coletivos, bem 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG como de interesses individuais homogêneos. Os legitimados ativos na ação civil pública, que tem por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, estão previstos no artigo 5° da Lei n° 7.347/92 (...). Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n° 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n° 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) No caso concreto, constato que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios - ANDECC - elenca, dentre seus princípios fundamentais: a) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para outorga de delegações de notas e registros, promovidos por todos os Tribunais de Justiça (supressão do termo "estaduais"), conforme prevê a Constituição Federal; (-) c) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para ingresso, tanto por provimento quanto por remoção, bem como da efetiva delegação de todas as serventias vagas dentro do prazo constitucional; (-) f) Defesa da moralidade, transparência e ampla acessibilidade nos citados concursos públicos; g) Busca de transparência absoluta na identificação de serventias irregularmente preenchidas, e adoção de medidas administrativas, judiciais e políticas, nos limites da lei, para sua regularização mediante concurso (f. 35 - destaquei). (...) Assim, considerando a causa de pedir, observo que esta ação tem por finalidade proteger a igualdade de participação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG como de interesses individuais homogêneos. Os legitimados ativos na ação civil pública, que tem por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, estão previstos no artigo 5° da Lei n° 7.347/92 (...). Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n° 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n° 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) No caso concreto, constato que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios - ANDECC - elenca, dentre seus princípios fundamentais: a) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para outorga de delegações de notas e registros, promovidos por todos os Tribunais de Justiça (supressão do termo "estaduais"), conforme prevê a Constituição Federal; (-) c) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para ingresso, tanto por provimento quanto por remoção, bem como da efetiva delegação de todas as serventias vagas dentro do prazo constitucional; (-) f) Defesa da moralidade, transparência e ampla acessibilidade nos citados concursos públicos; g) Busca de transparência absoluta na identificação de serventias irregularmente preenchidas, e adoção de medidas administrativas, judiciais e políticas, nos limites da lei, para sua regularização mediante concurso (f. 35 - destaquei). (...) Assim, considerando a causa de pedir, observo que esta ação tem por finalidade proteger a igualdade de participação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG em concurso público e a moralidade administrativa, interesses inquestionavelmente transindividuais, base da República Federativa do Brasil e da Administração Pública. (...) Portanto, demonstrada a constituição legal da associação há mais de ano, a pertinência temática, a pretensão de tutela de direitos transindividuais e a defesa do patrimônio público, assim entendida a realização de concurso público objetivando a preservação dos princípios da moralidade e da eficiência, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora, com o processamento regular do processo no juízo de origem. (...).” Neste contexto, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo, quanto ao debate sobre a legitimidade ativa para a propositura da ação civil pública, demandaria o reexame de fatos e provas constante dos autos, além da análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014), o que impede o trânsito do apelo extremo, por ser reflexa a alegada afronta à Constituição Federal, além de incidir, no caso, o óbice da Súmula 279 do STF. Nesse sentido, confiram os seguintes precedentes, envolvendo a legitimidade ativa da Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios – ANDECC: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO CIVIL PÚBLICA: SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO: FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL AUTÔNOMO E SUFICIENTE PARA MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO: SÚMULA 283 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (ARE 1.054.956-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe 06.12.2017). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG em concurso público e a moralidade administrativa, interesses inquestionavelmente transindividuais, base da República Federativa do Brasil e da Administração Pública. (...) Portanto, demonstrada a constituição legal da associação há mais de ano, a pertinência temática, a pretensão de tutela de direitos transindividuais e a defesa do patrimônio público, assim entendida a realização de concurso público objetivando a preservação dos princípios da moralidade e da eficiência, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora, com o processamento regular do processo no juízo de origem. (...).” Neste contexto, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo, quanto ao debate sobre a legitimidade ativa para a propositura da ação civil pública, demandaria o reexame de fatos e provas constante dos autos, além da análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014), o que impede o trânsito do apelo extremo, por ser reflexa a alegada afronta à Constituição Federal, além de incidir, no caso, o óbice da Súmula 279 do STF. Nesse sentido, confiram os seguintes precedentes, envolvendo a legitimidade ativa da Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios – ANDECC: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO CIVIL PÚBLICA: SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO: FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL AUTÔNOMO E SUFICIENTE PARA MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO: SÚMULA 283 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (ARE 1.054.956-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe 06.12.2017). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG “RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais” (ARE 1.138.992-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 19.02.2019). “DIREITO CONSTITUCIONAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ASSOCIAÇÃO. LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 284/STF. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Razões do recurso extraordinário que não atacam os fundamentos do acórdão recorrido. Aplicação da Súmula nº 284/STF. 2. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, principalmente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido” (ARE 1.046.441-AgR- segundo, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 23.10.2019). Inaplicável, portanto, ao caso, o Tema 82 da repercussão geral, situação diversa da discutida nos presentes autos. Tal questão já foi enfrentada no julgamento do ARE 1.065.353-AgR- ED-EDv-AgR, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJe 17.09.2020, de cujo voto condutor do acórdão proferido em referido julgado, destaco os seguintes trechos: “Como já demonstrado na decisão ora agravada, a ora recorrente não logrou demonstrar objetivamente a divergência suscitada, nos termos do que dispõe os artigos 330 e seguintes do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Isso porque, conforme asseverado, o Tema 82 da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG “RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais” (ARE 1.138.992-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 19.02.2019). “DIREITO CONSTITUCIONAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ASSOCIAÇÃO. LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 284/STF. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Razões do recurso extraordinário que não atacam os fundamentos do acórdão recorrido. Aplicação da Súmula nº 284/STF. 2. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, principalmente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido” (ARE 1.046.441-AgR- segundo, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 23.10.2019). Inaplicável, portanto, ao caso, o Tema 82 da repercussão geral, situação diversa da discutida nos presentes autos. Tal questão já foi enfrentada no julgamento do ARE 1.065.353-AgR- ED-EDv-AgR, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJe 17.09.2020, de cujo voto condutor do acórdão proferido em referido julgado, destaco os seguintes trechos: “Como já demonstrado na decisão ora agravada, a ora recorrente não logrou demonstrar objetivamente a divergência suscitada, nos termos do que dispõe os artigos 330 e seguintes do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Isso porque, conforme asseverado, o Tema 82 da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG sistemática de repercussão geral, apontado como paradigma nos EDv, cuida especificamente de execução de sentenças coletivas e, consequentemente, dos limites da coisa julgada. Diversamente, o caso dos autos versa sobre legitimidade ativa para a propositura de Ação Civil Pública, discussão esta de índole infraconstitucional. (grifei) No mesmo sentido exposto, o Relator do mencionado precedente, aponta os seguintes julgados: “DIREITO ADMINISTRATIVO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. OBRA IRREGULAR. PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO URBANÍSTICO. PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. REGULARIZAÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. CONTROVÉRSIA QUE DEMANDA ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULA 279/STF. CARÁTER PROTELATÓRIO. IMPOSIÇÃO DE MULTA. (...)” (ARE 1.168.710-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 15.03.2019). “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA DE ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E DE VIOLAÇÃO AO ART. 93, IX, DA CF. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO. AGRAVO IMPROVIDO. I – O acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos com base na legislação infraconstitucional aplicável à espécie. Inadmissível o recurso extraordinário, porquanto a ofensa à Constituição, se ocorrente, seria reflexa. II – O julgamento contrário aos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG sistemática de repercussão geral, apontado como paradigma nos EDv, cuida especificamente de execução de sentenças coletivas e, consequentemente, dos limites da coisa julgada. Diversamente, o caso dos autos versa sobre legitimidade ativa para a propositura de Ação Civil Pública, discussão esta de índole infraconstitucional. (grifei) No mesmo sentido exposto, o Relator do mencionado precedente, aponta os seguintes julgados: “DIREITO ADMINISTRATIVO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. OBRA IRREGULAR. PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO URBANÍSTICO. PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. REGULARIZAÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. CONTROVÉRSIA QUE DEMANDA ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULA 279/STF. CARÁTER PROTELATÓRIO. IMPOSIÇÃO DE MULTA. (...)” (ARE 1.168.710-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 15.03.2019). “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA DE ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E DE VIOLAÇÃO AO ART. 93, IX, DA CF. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO. AGRAVO IMPROVIDO. I – O acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos com base na legislação infraconstitucional aplicável à espécie. Inadmissível o recurso extraordinário, porquanto a ofensa à Constituição, se ocorrente, seria reflexa. II – O julgamento contrário aos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG interesses da parte não basta à configuração da negativa de prestação jurisdicional. Precedentes. IV – Agravo regimental improvido.”(AI 844.693-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 21.11.2012). Desse modo, nada há a reparar na decisão agravada. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública. É como voto. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG interesses da parte não basta à configuração da negativa de prestação jurisdicional. Precedentes. IV – Agravo regimental improvido.”(AI 844.693-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 21.11.2012). Desse modo, nada há a reparar na decisão agravada. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública. É como voto. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 16 Extrato de Ata - 08/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) : EDGARD MOREIRA DA SILVA (9936/MG) AGDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) : RODRIGO HASSEN DOS SANTOS (121815/MG) ADV.(A/S) : GUSTAVO CARNEIRO MENDES (131524/MG) INTDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, sem honorários, por se tratar de ação civil pública, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E23E-37FC-C54F-CF2A e senha D0F6-F2CB-2DD9-7940 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) : EDGARD MOREIRA DA SILVA (9936/MG) AGDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) : RODRIGO HASSEN DOS SANTOS (121815/MG) ADV.(A/S) : GUSTAVO CARNEIRO MENDES (131524/MG) INTDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, sem honorários, por se tratar de ação civil pública, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E23E-37FC-C54F-CF2A e senha D0F6-F2CB-2DD9-7940 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 16
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756142108
2021-06-08T00:00:00
2021-06-15T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, sem honorários, por se tratar de ação civil pública, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. ART. 5º, XXI, DA CRFB. OFENSA REFLEXA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279. PRETENSÃO DE NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. ALEGADA OCORRÊNCIA DE PRECLUSÃO. RETRATAÇÃO PELA PRESIDÊNCIA DESTA CORTE DE DECISUM BASEADO EM IDÊNTICO FUNDAMENTO. IMPROCEDÊNCIA. TEMA 82 DA REPERCUSSÃO GERAL. INAPLICABILIDADE. 1. Não gera preclusão a decisão de admissibilidade do recurso extraordinário pela Presidência desta Corte que, diante dos argumentos expostos no recurso de agravo regimental, anteriormente interposto, baseada no mesmo fundamento da decisão ora agravada, determinou à Secretaria Judiciária a distribuição do recurso para melhor análise da questão pelo Ministro Relator. Precedente. 2. Eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo, quanto ao debate sobre a legitimidade ativa para a propositura da ação civil pública, demandaria o reexame de fatos e provas constante dos autos, além da análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014), o que impede o trânsito do apelo extremo, por ser reflexa a alegada afronta à Constituição Federal, além de incidir, no caso, o óbice da Súmula 279 do STF. 3. Inaplicável, portanto, ao caso, o Tema 82 da repercussão geral, que versa sobre situação diversa da discutida nos presentes autos. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública.
sjur448535
- Acórdão(s) citado(s): (RE, PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE) ARE 690064 ED-segundos (1ªT). (LEGITIMIDADE ATIVA, PROPOSITURA, AÇÃO CIVIL PÚBLICA, REEXAME, FATO, PROVA) ARE 1054956 AgR (TP), ARE 1138992 AgR (1ªT), ARE 1046441 AgR-segundo (1ªT). (LEGITIMIDADE ATIVA, PROPOSITURA, AÇÃO CIVIL PÚBLICA, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) AI 844693 AgR (2ªT), ARE 1168710 AgR (1ªT), ARE 1065353 AgR-ED-EDv-AgR (TP). Número de páginas: 16. Análise: 30/08/2021, AMS.
EDSON FACHIN
Segunda Turma
1273187
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00005 INC-00021\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279 \n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-EST LEI-007347 ANO-1985\n LEI ORDINÁRIA, MG\n\n", "LEG-EST LEI-013004 ANO-2014\n LEI ORDINÁRIA, MG" ]
ARE-AgR-segundo
acordaos
ARE 1273187 AgR-segundo
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AGTE.(S) : ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) : EDGARD MOREIRA DA SILVA AGDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) : RODRIGO HASSEN DOS SANTOS ADV.(A/S) : GUSTAVO CARNEIRO MENDES INTDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 SEGUNDA TURMA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) :EDGARD MOREIRA DA SILVA AGDO.(A/S) :ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) :RODRIGO HASSEN DOS SANTOS ADV.(A/S) :GUSTAVO CARNEIRO MENDES INTDO.(A/S) :ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. ART. 5..., XXI, DA CRFB. OFENSA REFLEXA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279. PRETENSÃO DE NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. ALEGADA OCORRÊNCIA DE PRECLUSÃO. RETRATAÇÃO PELA PRESIDÊNCIA DESTA CORTE DE DECISUM BASEADO EM IDÊNTICO FUNDAMENTO. IMPROCEDÊNCIA. TEMA 82 DA REPERCUSSÃO GERAL. INAPLICABILIDADE. 1. Não gera preclusão a decisão de admissibilidade do recurso extraordinário pela Presidência desta Corte que, diante dos argumentos expostos no recurso de agravo regimental, anteriormente interposto, baseada no mesmo fundamento da decisão ora agravada, determinou à Secretaria Judiciária a distribuição do recurso para melhor análise da questão pelo Ministro Relator. Precedente. 2. Eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo, quanto ao debate sobre a legitimidade ativa para a propositura da ação civil pública, demandaria o reexame de fatos e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D70-71F6-3DB3-FCFE e senha 13C1-437A-76D3-F1E0 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 16 Ementa e Acórdão ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG provas constante dos autos, além da análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014), o que impede o trânsito do apelo extremo, por ser reflexa a alegada afronta à Constituição Federal, além de incidir, no caso, o óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. 3. Inaplicável, portanto, ao caso, o Tema 82 da repercussão geral, que versa sobre situação diversa da discutida nos presentes autos. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, sem honorários, por se tratar de ação civil pública, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D70-71F6-3DB3-FCFE e senha 13C1-437A-76D3-F1E0 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG provas constante dos autos, além da análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014), o que impede o trânsito do apelo extremo, por ser reflexa a alegada afronta à Constituição Federal, além de incidir, no caso, o óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. 3. Inaplicável, portanto, ao caso, o Tema 82 da repercussão geral, que versa sobre situação diversa da discutida nos presentes autos. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, sem honorários, por se tratar de ação civil pública, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D70-71F6-3DB3-FCFE e senha 13C1-437A-76D3-F1E0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 16 Relatório 08/06/2021 SEGUNDA TURMA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) :EDGARD MOREIRA DA SILVA AGDO.(A/S) :ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) :RODRIGO HASSEN DOS SANTOS ADV.(A/S) :GUSTAVO CARNEIRO MENDES INTDO.(A/S) :ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 12) interposto em 18.02.2021 (eDOC 13) em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso extraordinário com agravo, nos seguintes termos (eDOC 10): “Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado (eDOC 1, p. 471): ‘PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - CONSTITUIÇÃO LEGAL HÁ MAIS DE ANO - PERTINÊNCIA TEMÁTICA - TUTELA DE INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS - PROTEÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E DA MORALIDADE - LEGITIMIDADE ATIVA CONFIGURADA - RECURSO PROVIDO. Demonstrada a constituição legal da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) :EDGARD MOREIRA DA SILVA AGDO.(A/S) :ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) :RODRIGO HASSEN DOS SANTOS ADV.(A/S) :GUSTAVO CARNEIRO MENDES INTDO.(A/S) :ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 12) interposto em 18.02.2021 (eDOC 13) em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso extraordinário com agravo, nos seguintes termos (eDOC 10): “Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado (eDOC 1, p. 471): ‘PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - CONSTITUIÇÃO LEGAL HÁ MAIS DE ANO - PERTINÊNCIA TEMÁTICA - TUTELA DE INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS - PROTEÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E DA MORALIDADE - LEGITIMIDADE ATIVA CONFIGURADA - RECURSO PROVIDO. Demonstrada a constituição legal da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 16 Relatório ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG associação há mais de ano, a pertinência temática e a pretensão de tutela de direitos transindividuais, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora da ação civil pública.’ Os embargos de declaração foram acolhidos sem efeitos modificativos. (eDOC 2, p. 4). No recurso extraordinário, com fundamento no art. 102, III, a, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 5..., XXI, da Constituição Federal. Nas razões recursais, defende-se, em suma, que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos dos Cartórios – ANDECC – é ilegítima para a propositura da ação civil pública. (eDOC 2, pp. 32-41) A Primeira Vice-Presidência do TJ/MG inadmitiu o recurso extraordinário por entender que incide na hipótese a Súmula 283 do Supremo Tribunal Federal (eDOC 2, pp. 93-95). É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. O Tribunal de origem, quando do julgamento da apelação, asseverou que (eDOC 1, pp. 471-484): “A controvérsia submetida à apreciação da Turma Julgadora consiste em saber se a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC tem legitimidade para propor Ação Civil Púbica com a finalidade de que seja declarada, incidentalmente, a inconstitucionalidade do artigo 66, do ADCT da Constituição Estadual e, consequentemente, suspender os efeitos do ato de outorga de delegação, declarar a vaga no 1... Tabelionato de Notas de Manhumirim, ordenar o afastamento do titular e nomear substituto legal para exercer interinamente a função, e incluir a serventia em concurso público. (...) A Associação é formada com a finalidade, especificamente, de democratizar a participação nos concursos públicos, com a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG associação há mais de ano, a pertinência temática e a pretensão de tutela de direitos transindividuais, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora da ação civil pública.’ Os embargos de declaração foram acolhidos sem efeitos modificativos. (eDOC 2, p. 4). No recurso extraordinário, com fundamento no art. 102, III, a, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 5..., XXI, da Constituição Federal. Nas razões recursais, defende-se, em suma, que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos dos Cartórios – ANDECC – é ilegítima para a propositura da ação civil pública. (eDOC 2, pp. 32-41) A Primeira Vice-Presidência do TJ/MG inadmitiu o recurso extraordinário por entender que incide na hipótese a Súmula 283 do Supremo Tribunal Federal (eDOC 2, pp. 93-95). É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. O Tribunal de origem, quando do julgamento da apelação, asseverou que (eDOC 1, pp. 471-484): “A controvérsia submetida à apreciação da Turma Julgadora consiste em saber se a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC tem legitimidade para propor Ação Civil Púbica com a finalidade de que seja declarada, incidentalmente, a inconstitucionalidade do artigo 66, do ADCT da Constituição Estadual e, consequentemente, suspender os efeitos do ato de outorga de delegação, declarar a vaga no 1... Tabelionato de Notas de Manhumirim, ordenar o afastamento do titular e nomear substituto legal para exercer interinamente a função, e incluir a serventia em concurso público. (...) A Associação é formada com a finalidade, especificamente, de democratizar a participação nos concursos públicos, com a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 16 Relatório ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG observância de princípios constitucionais da igualdade e moralidade, sendo que a matéria é de difícil solução no âmbito estadual e federal até mesmo porque hoje existe uma PEC (471/05) em tramitação no Congresso, revertendo ao tempo anterior -daquelas situações de transferência de pais para filhos, como se fosse uma capitania hereditária. Ademais, é notório o fato de que muitos cartórios permanecem sem um titular conforme a regra constitucional e são dirigidos por substitutos, que na maioria das vezes, são indicados pelo antigo titular. Nesse contexto, no que diz respeito à ação civil pública, a Lei n 7.347/85 surgiu, inicialmente, para tutelar direito difuso e coletivo, tendo por objeto, dentre outros, atribuir responsabilidade ao causador de dano moral e patrimonial ao meio ambiente, ao consumidor, bens e direitos de valor artístico, histórico e turístico (artigo 1...). Posteriormente, com o advento da Lei n 8.078/90, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor, estabeleceu-se uma maior abrangência das tutelas previstas na ação civil pública, passando a ser admitida para fins de proteção de outros interesses difusos e coletivos, bem como de interesses individuais homogêneos. Os legitimados ativos na ação civil pública, que tem por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, estão previstos no artigo 5... da Lei n 7.347/92 (...). Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) No caso concreto, constato que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios - ANDECC - elenca, dentre seus princípios fundamentais: a) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para outorga de delegações de notas e registros, promovidos por todos os Tribunais de Justiça (supressão do termo "estaduais"), conforme prevê a Constituição Federal; (-) c) Defesa dos 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG observância de princípios constitucionais da igualdade e moralidade, sendo que a matéria é de difícil solução no âmbito estadual e federal até mesmo porque hoje existe uma PEC (471/05) em tramitação no Congresso, revertendo ao tempo anterior -daquelas situações de transferência de pais para filhos, como se fosse uma capitania hereditária. Ademais, é notório o fato de que muitos cartórios permanecem sem um titular conforme a regra constitucional e são dirigidos por substitutos, que na maioria das vezes, são indicados pelo antigo titular. Nesse contexto, no que diz respeito à ação civil pública, a Lei n 7.347/85 surgiu, inicialmente, para tutelar direito difuso e coletivo, tendo por objeto, dentre outros, atribuir responsabilidade ao causador de dano moral e patrimonial ao meio ambiente, ao consumidor, bens e direitos de valor artístico, histórico e turístico (artigo 1...). Posteriormente, com o advento da Lei n 8.078/90, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor, estabeleceu-se uma maior abrangência das tutelas previstas na ação civil pública, passando a ser admitida para fins de proteção de outros interesses difusos e coletivos, bem como de interesses individuais homogêneos. Os legitimados ativos na ação civil pública, que tem por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, estão previstos no artigo 5... da Lei n 7.347/92 (...). Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) No caso concreto, constato que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios - ANDECC - elenca, dentre seus princípios fundamentais: a) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para outorga de delegações de notas e registros, promovidos por todos os Tribunais de Justiça (supressão do termo "estaduais"), conforme prevê a Constituição Federal; (-) c) Defesa dos 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 16 Relatório ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG concursos públicos de provas e títulos para ingresso, tanto por provimento quanto por remoção, bem como da efetiva delegação de todas as serventias vagas dentro do prazo constitucional; (-) f) Defesa da moralidade, transparência e ampla acessibilidade nos citados concursos públicos; g) Busca de transparência absoluta na identificação de serventias irregularmente preenchidas, e adoção de medidas administrativas, judiciais e políticas, nos limites da lei, para sua regularização mediante concurso (f. 35 - destaquei). (...) Assim, considerando a causa de pedir, observo que esta ação tem por finalidade proteger a igualdade de participação em concurso público e a moralidade administrativa, interesses inquestionavelmente transindividuais, base da República Federativa do Brasil e da Administração Pública. (...) Portanto, demonstrada a constituição legal da associação há mais de ano, a pertinência temática, a pretensão de tutela de direitos transindividuais e a defesa do patrimônio público, assim entendida a realização de concurso público objetivando a preservação dos princípios da moralidade e da eficiência, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora, com o processamento regular do processo no juízo de origem. (...).” Depreende-se dos fundamentos que constam no acórdão recorrido que eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo demandaria o reexame de fatos e provas constante dos autos e o exame da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014). Dessa forma, resta demonstrada a não ocorrência de ofensa constitucional direta, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, além da vedação contida na Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG concursos públicos de provas e títulos para ingresso, tanto por provimento quanto por remoção, bem como da efetiva delegação de todas as serventias vagas dentro do prazo constitucional; (-) f) Defesa da moralidade, transparência e ampla acessibilidade nos citados concursos públicos; g) Busca de transparência absoluta na identificação de serventias irregularmente preenchidas, e adoção de medidas administrativas, judiciais e políticas, nos limites da lei, para sua regularização mediante concurso (f. 35 - destaquei). (...) Assim, considerando a causa de pedir, observo que esta ação tem por finalidade proteger a igualdade de participação em concurso público e a moralidade administrativa, interesses inquestionavelmente transindividuais, base da República Federativa do Brasil e da Administração Pública. (...) Portanto, demonstrada a constituição legal da associação há mais de ano, a pertinência temática, a pretensão de tutela de direitos transindividuais e a defesa do patrimônio público, assim entendida a realização de concurso público objetivando a preservação dos princípios da moralidade e da eficiência, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora, com o processamento regular do processo no juízo de origem. (...).” Depreende-se dos fundamentos que constam no acórdão recorrido que eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo demandaria o reexame de fatos e provas constante dos autos e o exame da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014). Dessa forma, resta demonstrada a não ocorrência de ofensa constitucional direta, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, além da vedação contida na Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 16 Relatório ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 1....9.2017. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ILEGITIMIDADE ATIVA. SINDICATO. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. 1. A via estreita do recurso extraordinário não comporta discussão sobre a legitimidade de sindicato para representar em juízo determinada categoria profissional quando posta à luz dos preceitos infraconstitucionais que definem o enquadramento sindical das respectivas categorias, visto que eventual ofensa à Constituição, quanto ao particular, ocorreria somente por via oblíqua. 2. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 3. Agravo regimental não provido, com previsão de aplicação de multa de 5% do valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, porquanto não houve fixação de verba honorária nas instâncias de origem”. (ARE-AgR 1.010.583, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 22.11.2017) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO CIVIL PÚBLICA: SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO: FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL AUTÔNOMO E SUFICIENTE PARA MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO: SÚMULA 283 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1054956 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Pleno, DJe 6.12.2017) Ante o exposto, nego provimento ao recurso, nos termos do art. 932, IV, a, do Código de Processo Civil. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública (art. 18 da Lei 7.347/1985)”. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 1....9.2017. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ILEGITIMIDADE ATIVA. SINDICATO. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. 1. A via estreita do recurso extraordinário não comporta discussão sobre a legitimidade de sindicato para representar em juízo determinada categoria profissional quando posta à luz dos preceitos infraconstitucionais que definem o enquadramento sindical das respectivas categorias, visto que eventual ofensa à Constituição, quanto ao particular, ocorreria somente por via oblíqua. 2. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 3. Agravo regimental não provido, com previsão de aplicação de multa de 5% do valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, porquanto não houve fixação de verba honorária nas instâncias de origem”. (ARE-AgR 1.010.583, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 22.11.2017) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO CIVIL PÚBLICA: SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO: FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL AUTÔNOMO E SUFICIENTE PARA MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO: SÚMULA 283 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1054956 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Pleno, DJe 6.12.2017) Ante o exposto, nego provimento ao recurso, nos termos do art. 932, IV, a, do Código de Processo Civil. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública (art. 18 da Lei 7.347/1985)”. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 16 Relatório ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG Nas razões recursais, alega-se, preliminarmente, nulidade da decisão agravada, sustentando-se a ocorrência de preclusão, tendo em vista que, para negar provimento ao recurso, utilizou-se dos mesmos fundamentos daquela proferida pela Presidência desta Corte, a qual foi posteriormente retratada. Para tanto, invoca o art. 932, III, do Código de Processo Civil, o qual possui a seguinte redação: “Art. 932. Incumbe ao relator: III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida”. Aduz-se, portanto, que a decisão, que já foi reconsiderada pela Presidência, não poderia novamente ser analisada sem a interposição de novo agravo interno. Neste ponto, argumenta-se que, diante da preclusão já operada, não incidem, na hipótese, os óbices das Súmulas 279 e 283, tendo em vista que são questões afetas ao juízo de admissibilidade. Quanto ao mérito, reporta-se aos mesmos argumentos postos no primeiro agravo regimental, apontando-se que a questão dos autos já foi objeto de reconhecimento da repercussão geral no paradigma Recurso Extraordinário 573.232- RG, Tema 82, no qual, versou a respeito da “legitimidade ativa das associações em face da regra inserta no art. 5..., XXI, da Constituição Federal de 1988”. Ao final, postula-se, em preliminar, a nulidade da decisão, diante da preclusão ou, no mérito, a “vinculação com a repercussão geral que foi proclamada no julgamento plenário” do Recurso Extraordinário 573.232-RG, Tema 82 (eDOC 12, p. 9). É o relatório. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG Nas razões recursais, alega-se, preliminarmente, nulidade da decisão agravada, sustentando-se a ocorrência de preclusão, tendo em vista que, para negar provimento ao recurso, utilizou-se dos mesmos fundamentos daquela proferida pela Presidência desta Corte, a qual foi posteriormente retratada. Para tanto, invoca o art. 932, III, do Código de Processo Civil, o qual possui a seguinte redação: “Art. 932. Incumbe ao relator: III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida”. Aduz-se, portanto, que a decisão, que já foi reconsiderada pela Presidência, não poderia novamente ser analisada sem a interposição de novo agravo interno. Neste ponto, argumenta-se que, diante da preclusão já operada, não incidem, na hipótese, os óbices das Súmulas 279 e 283, tendo em vista que são questões afetas ao juízo de admissibilidade. Quanto ao mérito, reporta-se aos mesmos argumentos postos no primeiro agravo regimental, apontando-se que a questão dos autos já foi objeto de reconhecimento da repercussão geral no paradigma Recurso Extraordinário 573.232- RG, Tema 82, no qual, versou a respeito da “legitimidade ativa das associações em face da regra inserta no art. 5..., XXI, da Constituição Federal de 1988”. Ao final, postula-se, em preliminar, a nulidade da decisão, diante da preclusão ou, no mérito, a “vinculação com a repercussão geral que foi proclamada no julgamento plenário” do Recurso Extraordinário 573.232-RG, Tema 82 (eDOC 12, p. 9). É o relatório. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D550-31CB-0409-F3B1 e senha FFF1-A41C-8F94-CEA6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN 08/06/2021 SEGUNDA TURMA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Não assiste razão à parte ora Agravante, pois não trouxe novos argumentos com aptidão para infirmar a decisão ora agravada. Inicialmente, passo ao exame da preliminar de nulidade da decisão agravada suscitada no presente recurso. Constato que tal preliminar não merece acolhida, tendo em vista que não gera preclusão a decisão de admissibilidade do recurso extraordinário pela Presidência desta Corte que, diante dos argumentos expostos no recurso de agravo regimental, anteriormente interposto, baseada no mesmo fundamento da decisão ora agravada, determinou à Secretaria Judiciária a distribuição do recurso para melhor análise da questão pelo Ministro Relator. Nesse sentido, aponto o seguinte julgado: “(...) Decisão proferida pelo Presidente da Corte, despachando o processo antes de sua distribuição, não vincula o relator sorteado, a quem incumbe, precipuamente, a análise do recurso, bem como do preenchimento de todos os seus requisitos de admissibilidade” (grifei) (ARE 690.064-ED- segundos, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 20.11.2014). Ademais, não é necessária, na hipótese, a interposição de um novo agravo interno, como alega o Recorrente, para a análise do recurso extraordinário, uma vez que a decisão da Presidência foi tornada sem efeito, julgado prejudicado o regimental e distribuído o feito para apreciação do Relator, o qual fará uma nova análise dos pressupostos processuais. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 MINAS GERAIS VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Não assiste razão à parte ora Agravante, pois não trouxe novos argumentos com aptidão para infirmar a decisão ora agravada. Inicialmente, passo ao exame da preliminar de nulidade da decisão agravada suscitada no presente recurso. Constato que tal preliminar não merece acolhida, tendo em vista que não gera preclusão a decisão de admissibilidade do recurso extraordinário pela Presidência desta Corte que, diante dos argumentos expostos no recurso de agravo regimental, anteriormente interposto, baseada no mesmo fundamento da decisão ora agravada, determinou à Secretaria Judiciária a distribuição do recurso para melhor análise da questão pelo Ministro Relator. Nesse sentido, aponto o seguinte julgado: “(...) Decisão proferida pelo Presidente da Corte, despachando o processo antes de sua distribuição, não vincula o relator sorteado, a quem incumbe, precipuamente, a análise do recurso, bem como do preenchimento de todos os seus requisitos de admissibilidade” (grifei) (ARE 690.064-ED- segundos, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 20.11.2014). Ademais, não é necessária, na hipótese, a interposição de um novo agravo interno, como alega o Recorrente, para a análise do recurso extraordinário, uma vez que a decisão da Presidência foi tornada sem efeito, julgado prejudicado o regimental e distribuído o feito para apreciação do Relator, o qual fará uma nova análise dos pressupostos processuais. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG Quanto à questão objeto do apelo extremo, o Tribunal de origem, quando do julgamento da apelação, asseverou que (eDOC 1, p. 471-484): “A controvérsia submetida à apreciação da Turma Julgadora consiste em saber se a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC tem legitimidade para propor Ação Civil Púbica com a finalidade de que seja declarada, incidentalmente, a inconstitucionalidade do artigo 66, do ADCT da Constituição Estadual e, consequentemente, suspender os efeitos do ato de outorga de delegação, declarar a vaga no 1... Tabelionato de Notas de Manhumirim, ordenar o afastamento do titular e nomear substituto legal para exercer interinamente a função, e incluir a serventia em concurso público. (...) A Associação é formada com a finalidade, especificamente, de democratizar a participação nos concursos públicos, com a observância de princípios constitucionais da igualdade e moralidade, sendo que a matéria é de difícil solução no âmbito estadual e federal até mesmo porque hoje existe uma PEC (471/05) em tramitação no Congresso, revertendo ao tempo anterior -daquelas situações de transferência de pais para filhos, como se fosse uma capitania hereditária. Ademais, é notório o fato de que muitos cartórios permanecem sem um titular conforme a regra constitucional e são dirigidos por substitutos, que na maioria das vezes, são indicados pelo antigo titular. Nesse contexto, no que diz respeito à ação civil pública, a Lei n 7.347/85 surgiu, inicialmente, para tutelar direito difuso e coletivo, tendo por objeto, dentre outros, atribuir responsabilidade ao causador de dano moral e patrimonial ao meio ambiente, ao consumidor, bens e direitos de valor artístico, histórico e turístico (artigo 1...). Posteriormente, com o advento da Lei n 8.078/90, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor, estabeleceu-se uma maior abrangência das tutelas previstas na ação civil pública, passando a ser admitida para fins de proteção de outros interesses difusos e coletivos, bem 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG Quanto à questão objeto do apelo extremo, o Tribunal de origem, quando do julgamento da apelação, asseverou que (eDOC 1, p. 471-484): “A controvérsia submetida à apreciação da Turma Julgadora consiste em saber se a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC tem legitimidade para propor Ação Civil Púbica com a finalidade de que seja declarada, incidentalmente, a inconstitucionalidade do artigo 66, do ADCT da Constituição Estadual e, consequentemente, suspender os efeitos do ato de outorga de delegação, declarar a vaga no 1... Tabelionato de Notas de Manhumirim, ordenar o afastamento do titular e nomear substituto legal para exercer interinamente a função, e incluir a serventia em concurso público. (...) A Associação é formada com a finalidade, especificamente, de democratizar a participação nos concursos públicos, com a observância de princípios constitucionais da igualdade e moralidade, sendo que a matéria é de difícil solução no âmbito estadual e federal até mesmo porque hoje existe uma PEC (471/05) em tramitação no Congresso, revertendo ao tempo anterior -daquelas situações de transferência de pais para filhos, como se fosse uma capitania hereditária. Ademais, é notório o fato de que muitos cartórios permanecem sem um titular conforme a regra constitucional e são dirigidos por substitutos, que na maioria das vezes, são indicados pelo antigo titular. Nesse contexto, no que diz respeito à ação civil pública, a Lei n 7.347/85 surgiu, inicialmente, para tutelar direito difuso e coletivo, tendo por objeto, dentre outros, atribuir responsabilidade ao causador de dano moral e patrimonial ao meio ambiente, ao consumidor, bens e direitos de valor artístico, histórico e turístico (artigo 1...). Posteriormente, com o advento da Lei n 8.078/90, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor, estabeleceu-se uma maior abrangência das tutelas previstas na ação civil pública, passando a ser admitida para fins de proteção de outros interesses difusos e coletivos, bem 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG como de interesses individuais homogêneos. Os legitimados ativos na ação civil pública, que tem por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, estão previstos no artigo 5... da Lei n 7.347/92 (...). Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) No caso concreto, constato que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios - ANDECC - elenca, dentre seus princípios fundamentais: a) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para outorga de delegações de notas e registros, promovidos por todos os Tribunais de Justiça (supressão do termo "estaduais"), conforme prevê a Constituição Federal; (-) c) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para ingresso, tanto por provimento quanto por remoção, bem como da efetiva delegação de todas as serventias vagas dentro do prazo constitucional; (-) f) Defesa da moralidade, transparência e ampla acessibilidade nos citados concursos públicos; g) Busca de transparência absoluta na identificação de serventias irregularmente preenchidas, e adoção de medidas administrativas, judiciais e políticas, nos limites da lei, para sua regularização mediante concurso (f. 35 - destaquei). (...) Assim, considerando a causa de pedir, observo que esta ação tem por finalidade proteger a igualdade de participação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG como de interesses individuais homogêneos. Os legitimados ativos na ação civil pública, que tem por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, estão previstos no artigo 5... da Lei n 7.347/92 (...). Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) Com a atual redação do mencionado dispositivo legal dada pela Lei n 13.004/2014, as associações passaram a ter legitimidade para a proteção do patrimônio público e social, desde que referida tutela esteja dentre suas finalidades. (...) No caso concreto, constato que a Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios - ANDECC - elenca, dentre seus princípios fundamentais: a) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para outorga de delegações de notas e registros, promovidos por todos os Tribunais de Justiça (supressão do termo "estaduais"), conforme prevê a Constituição Federal; (-) c) Defesa dos concursos públicos de provas e títulos para ingresso, tanto por provimento quanto por remoção, bem como da efetiva delegação de todas as serventias vagas dentro do prazo constitucional; (-) f) Defesa da moralidade, transparência e ampla acessibilidade nos citados concursos públicos; g) Busca de transparência absoluta na identificação de serventias irregularmente preenchidas, e adoção de medidas administrativas, judiciais e políticas, nos limites da lei, para sua regularização mediante concurso (f. 35 - destaquei). (...) Assim, considerando a causa de pedir, observo que esta ação tem por finalidade proteger a igualdade de participação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG em concurso público e a moralidade administrativa, interesses inquestionavelmente transindividuais, base da República Federativa do Brasil e da Administração Pública. (...) Portanto, demonstrada a constituição legal da associação há mais de ano, a pertinência temática, a pretensão de tutela de direitos transindividuais e a defesa do patrimônio público, assim entendida a realização de concurso público objetivando a preservação dos princípios da moralidade e da eficiência, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora, com o processamento regular do processo no juízo de origem. (...).” Neste contexto, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo, quanto ao debate sobre a legitimidade ativa para a propositura da ação civil pública, demandaria o reexame de fatos e provas constante dos autos, além da análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014), o que impede o trânsito do apelo extremo, por ser reflexa a alegada afronta à Constituição Federal, além de incidir, no caso, o óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, confiram os seguintes precedentes, envolvendo a legitimidade ativa da Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios – ANDECC: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO CIVIL PÚBLICA: SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO: FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL AUTÔNOMO E SUFICIENTE PARA MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO: SÚMULA 283 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (ARE 1.054.956-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe 06.12.2017). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG em concurso público e a moralidade administrativa, interesses inquestionavelmente transindividuais, base da República Federativa do Brasil e da Administração Pública. (...) Portanto, demonstrada a constituição legal da associação há mais de ano, a pertinência temática, a pretensão de tutela de direitos transindividuais e a defesa do patrimônio público, assim entendida a realização de concurso público objetivando a preservação dos princípios da moralidade e da eficiência, imperioso o reconhecimento da legitimação ativa da autora, com o processamento regular do processo no juízo de origem. (...).” Neste contexto, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo, quanto ao debate sobre a legitimidade ativa para a propositura da ação civil pública, demandaria o reexame de fatos e provas constante dos autos, além da análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 7.347/85 e 13.004/2014), o que impede o trânsito do apelo extremo, por ser reflexa a alegada afronta à Constituição Federal, além de incidir, no caso, o óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, confiram os seguintes precedentes, envolvendo a legitimidade ativa da Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios – ANDECC: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO CIVIL PÚBLICA: SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO: FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL AUTÔNOMO E SUFICIENTE PARA MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO: SÚMULA 283 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (ARE 1.054.956-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe 06.12.2017). 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG “RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais” (ARE 1.138.992-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 19.02.2019). “DIREITO CONSTITUCIONAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ASSOCIAÇÃO. LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. APLICAÇÃO DA SÚMULA n 284/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Razões do recurso extraordinário que não atacam os fundamentos do acórdão recorrido. Aplicação da Súmula n 284/Supremo Tribunal Federal. 2. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, principalmente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido” (ARE 1.046.441-AgR- segundo, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 23.10.2019). Inaplicável, portanto, ao caso, o Tema 82 da repercussão geral, situação diversa da discutida nos presentes autos. Tal questão já foi enfrentada no julgamento do ARE 1.065.353-AgR- ED-EDv-AgR, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJe 17.09.2020, de cujo voto condutor do acórdão proferido em referido julgado, destaco os seguintes trechos: “Como já demonstrado na decisão ora agravada, a ora recorrente não logrou demonstrar objetivamente a divergência suscitada, nos termos do que dispõe os artigos 330 e seguintes do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Isso porque, conforme asseverado, o Tema 82 da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG “RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais” (ARE 1.138.992-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 19.02.2019). “DIREITO CONSTITUCIONAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ASSOCIAÇÃO. LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. APLICAÇÃO DA SÚMULA n 284/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Razões do recurso extraordinário que não atacam os fundamentos do acórdão recorrido. Aplicação da Súmula n 284/Supremo Tribunal Federal. 2. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, principalmente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido” (ARE 1.046.441-AgR- segundo, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 23.10.2019). Inaplicável, portanto, ao caso, o Tema 82 da repercussão geral, situação diversa da discutida nos presentes autos. Tal questão já foi enfrentada no julgamento do ARE 1.065.353-AgR- ED-EDv-AgR, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJe 17.09.2020, de cujo voto condutor do acórdão proferido em referido julgado, destaco os seguintes trechos: “Como já demonstrado na decisão ora agravada, a ora recorrente não logrou demonstrar objetivamente a divergência suscitada, nos termos do que dispõe os artigos 330 e seguintes do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Isso porque, conforme asseverado, o Tema 82 da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG sistemática de repercussão geral, apontado como paradigma nos EDv, cuida especificamente de execução de sentenças coletivas e, consequentemente, dos limites da coisa julgada. Diversamente, o caso dos autos versa sobre legitimidade ativa para a propositura de Ação Civil Pública, discussão esta de índole infraconstitucional. (grifei) No mesmo sentido exposto, o Relator do mencionado precedente, aponta os seguintes julgados: “DIREITO ADMINISTRATIVO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. OBRA IRREGULAR. PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO URBANÍSTICO. PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. REGULARIZAÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. CONTROVÉRSIA QUE DEMANDA ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. CARÁTER PROTELATÓRIO. IMPOSIÇÃO DE MULTA. (...)” (ARE 1.168.710-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 15.03.2019). “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA DE ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E DE VIOLAÇÃO AO ART. 93, IX, DA Constituição Federal de 1988. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO. AGRAVO IMPROVIDO. I – O acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos com base na legislação infraconstitucional aplicável à espécie. Inadmissível o recurso extraordinário, porquanto a ofensa à Constituição, se ocorrente, seria reflexa. II – O julgamento contrário aos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG sistemática de repercussão geral, apontado como paradigma nos EDv, cuida especificamente de execução de sentenças coletivas e, consequentemente, dos limites da coisa julgada. Diversamente, o caso dos autos versa sobre legitimidade ativa para a propositura de Ação Civil Pública, discussão esta de índole infraconstitucional. (grifei) No mesmo sentido exposto, o Relator do mencionado precedente, aponta os seguintes julgados: “DIREITO ADMINISTRATIVO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. OBRA IRREGULAR. PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO URBANÍSTICO. PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. REGULARIZAÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. CONTROVÉRSIA QUE DEMANDA ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. CARÁTER PROTELATÓRIO. IMPOSIÇÃO DE MULTA. (...)” (ARE 1.168.710-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 15.03.2019). “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA DE ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E DE VIOLAÇÃO AO ART. 93, IX, DA Constituição Federal de 1988. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO. AGRAVO IMPROVIDO. I – O acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos com base na legislação infraconstitucional aplicável à espécie. Inadmissível o recurso extraordinário, porquanto a ofensa à Constituição, se ocorrente, seria reflexa. II – O julgamento contrário aos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG interesses da parte não basta à configuração da negativa de prestação jurisdicional. Precedentes. IV – Agravo regimental improvido.”(AI 844.693-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 21.11.2012). Desse modo, nada há a reparar na decisão agravada. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública. É como voto. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Supremo Tribunal Federal ARE 1273187 AGR-SEGUNDO / MG interesses da parte não basta à configuração da negativa de prestação jurisdicional. Precedentes. IV – Agravo regimental improvido.”(AI 844.693-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 21.11.2012). Desse modo, nada há a reparar na decisão agravada. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. Sem honorários, por se tratar de ação civil pública. É como voto. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C12B-CAE3-2AE3-3394 e senha 94FA-9BC5-B965-CAED Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 16 Extrato de Ata - 08/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) : EDGARD MOREIRA DA SILVA (9936/MG) AGDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) : RODRIGO HASSEN DOS SANTOS (121815/MG) ADV.(A/S) : GUSTAVO CARNEIRO MENDES (131524/MG) INTDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, sem honorários, por se tratar de ação civil pública, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E23E-37FC-C54F-CF2A e senha D0F6-F2CB-2DD9-7940 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA SEGUNDO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.273.187 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : ADEMIR CORREA TOSTES ADV.(A/S) : EDGARD MOREIRA DA SILVA (9936/MG) AGDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS - ANDECC ADV.(A/S) : RODRIGO HASSEN DOS SANTOS (121815/MG) ADV.(A/S) : GUSTAVO CARNEIRO MENDES (131524/MG) INTDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, sem honorários, por se tratar de ação civil pública, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E23E-37FC-C54F-CF2A e senha D0F6-F2CB-2DD9-7940 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 16
{ "JURISPRUDENCIA": [ "ARE 1273187 AGR - SEGUNDO / MG", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "RECURSO", "Súmula 283 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1273187 AGR", "Súmula 283 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1273187 AGR - SEGUNDO / MG", "ARE 1273187 AGR", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE", "-", "AgR 1 . 010 . 583", "SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "SÚMULA 283 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "ARE 1054956 AgR", "ARE 1273187 AGR - SEGUNDO / MG", "ARE", "-", "AgR 1 . 010 . 583", "SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "SÚMULA 283 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "ARE 1054956 AgR", "Recurso Extraordinário 573 . 232 - RG", "Recurso Extraordinário 573 . 232 - RG", "Recurso Extraordinário 573 . 232 - RG", "ARE 690 . 064 - ED - segundos", "ARE 690 . 064 - ED - segundos", "ARE 1273187", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "SÚMULA 283 DO 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"República Federativa do Brasil", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SEGUNDO", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SEGUNDO", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS", "ANDECC", "1", ".", "Tabelionato de Notas de Manhumirim", "Congresso", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS CONCURSOS PARA CARTÓRIOS", "ANDECC", "Tabelionato de Notas de Manhumirim", "Congresso", "Supremo Tribunal Federal", "AGR", "-", "SEGUNDO", "/", "MG", "Associação Nacional de Defesa dos Concursos para Cartórios", "ANDECC", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "-", "SEGUNDO", "/", "MG", "Associação Nacional de Defesa 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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) :ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMENTA: AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. NULIDADE DE COBRANÇAS DE PARCELAS DE CONVÊNIO. AUSÊNCIA DE RISCO FEDERATIVO. CONTROVÉRSIA DE CUNHO MERAMENTE PATRIMONIAL. INCOMPETÊNCIA DO STF. INSCRIÇÃO DE ESTADO- MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLÊNCIA. SIAFI/CAUC/CADIN. UNIÃO. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. PRECEDENTES. IRREGULARIDADE DA GESTÃO ANTERIOR. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA. INAPLICABILIDADE. INSCRIÇÃO SEM PRÉVIA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. O pedido de declaração de nulidade das cobranças referentes ao Convênio, não gera risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. 2. A União possui legitimidade ad causam em ações nas quais o ente federado impugne sua inscrição em cadastro federal de inadimplentes. 3. A jurisprudência desta CORTE se firmou no sentido de que o princípio da intranscendência subjetiva das sanções não se aplica com mudança do mandatário local, sob o fundamento da impossibilidade de Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF2-82B7-3AC4-3819 e senha 8979-F7C0-63F8-8232 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 21 Ementa e Acórdão ACO 3275 / DF penalização do Estado em razão de irregularidades apontadas em convênios firmados por ex-gestores. 4. A não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, configura violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Precedentes. 5. Ação Cível Originária julgada parcialmente procedente para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. 6. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8º, do CPC de 2015. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual do Plenário, sob a Presidência do Senhor Ministro LUIZ FUX, em conformidade com a certidão de julgamento, por maioria, julgaram parcialmente procedente a ação, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e, caracterizada a sucumbência parcial, condenaram as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, arbitrados em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão (artigo 85, § 8º, do CPC de 2015), nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros MARCO AURÉLIO (Relator) e EDSON FACHIN, que julgavam improcedente o pedido. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF2-82B7-3AC4-3819 e senha 8979-F7C0-63F8-8232 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF penalização do Estado em razão de irregularidades apontadas em convênios firmados por ex-gestores. 4. A não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, configura violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Precedentes. 5. Ação Cível Originária julgada parcialmente procedente para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. 6. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8º, do CPC de 2015. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual do Plenário, sob a Presidência do Senhor Ministro LUIZ FUX, em conformidade com a certidão de julgamento, por maioria, julgaram parcialmente procedente a ação, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e, caracterizada a sucumbência parcial, condenaram as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, arbitrados em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão (artigo 85, § 8º, do CPC de 2015), nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros MARCO AURÉLIO (Relator) e EDSON FACHIN, que julgavam improcedente o pedido. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF2-82B7-3AC4-3819 e senha 8979-F7C0-63F8-8232 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 21 Ementa e Acórdão ACO 3275 / DF Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF2-82B7-3AC4-3819 e senha 8979-F7C0-63F8-8232 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF2-82B7-3AC4-3819 e senha 8979-F7C0-63F8-8232 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 21 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) :ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: O Estado de Pernambuco ajuizou ação cível originária, com pedido de tutela de urgência, contra a União e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, buscando exclusão do Cadastro Único de Convênios – CAUC e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, nos quais inscrito em decorrência da rejeição das contas referentes ao Convênio nº 93.023/2001 (SIAFI nº 418.095), cujo objeto envolve capacitação de técnicos de secretarias municipais de educação. Segundo narra, após 16 anos da execução do referido convênio foi solicitado, mediante o parecer técnico 1268/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIM/FNDE, o cumprimento de novas exigências pertinentes à prestação de contas. Aduz inobservância aos princípios do contraditório, da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-B3D1-5DDF-DCA7 e senha C71C-703C-9256-63BB Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) :ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: O Estado de Pernambuco ajuizou ação cível originária, com pedido de tutela de urgência, contra a União e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, buscando exclusão do Cadastro Único de Convênios – CAUC e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, nos quais inscrito em decorrência da rejeição das contas referentes ao Convênio nº 93.023/2001 (SIAFI nº 418.095), cujo objeto envolve capacitação de técnicos de secretarias municipais de educação. Segundo narra, após 16 anos da execução do referido convênio foi solicitado, mediante o parecer técnico 1268/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIM/FNDE, o cumprimento de novas exigências pertinentes à prestação de contas. Aduz inobservância aos princípios do contraditório, da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-B3D1-5DDF-DCA7 e senha C71C-703C-9256-63BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 21 Relatório ACO 3275 / DF ampla defesa e do devido processo legal, ante a inscrição nos cadastros federais de inadimplência sem a tomada de contas especial. Sob o ângulo do risco, aponta ameaça à continuidade de operação de transferência de aproximadamente R$ 150.000.000,00 a serem recebidos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, bem como de outros convênios vigentes. Discorre sobre o princípio da intranscendência. Requereu, no campo precário e efêmero, a retirada da inscrição referente ao Convênio nº 93023/2001. Postula, alfim, a confirmação da providência. Em 08 de agosto de 2019, Vossa Excelência deferiu a tutela de urgência. A União, em contestação, aponta preliminar de ilegitimidade passiva, considerado ter sido o convênio firmado com o FNDE. Assinala a incompetência do Supremo. Sustenta ausente violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, ante a desnecessidade de prévia tomada de contas. O FNDE, em contestação, sustenta interesse meramente patrimonial do autor, sem densidade para abalar o pacto federativo. Aduz inexistente dano resultante do registro ao ente federado ou à população do Estado de Pernambuco. As partes afirmam não ter outras provas a produzir. Em alegações finais, reiteraram argumentos. A Procuradoria-Geral da República opina pela improcedência do pedido. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-B3D1-5DDF-DCA7 e senha C71C-703C-9256-63BB Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF ampla defesa e do devido processo legal, ante a inscrição nos cadastros federais de inadimplência sem a tomada de contas especial. Sob o ângulo do risco, aponta ameaça à continuidade de operação de transferência de aproximadamente R$ 150.000.000,00 a serem recebidos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, bem como de outros convênios vigentes. Discorre sobre o princípio da intranscendência. Requereu, no campo precário e efêmero, a retirada da inscrição referente ao Convênio nº 93023/2001. Postula, alfim, a confirmação da providência. Em 08 de agosto de 2019, Vossa Excelência deferiu a tutela de urgência. A União, em contestação, aponta preliminar de ilegitimidade passiva, considerado ter sido o convênio firmado com o FNDE. Assinala a incompetência do Supremo. Sustenta ausente violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, ante a desnecessidade de prévia tomada de contas. O FNDE, em contestação, sustenta interesse meramente patrimonial do autor, sem densidade para abalar o pacto federativo. Aduz inexistente dano resultante do registro ao ente federado ou à população do Estado de Pernambuco. As partes afirmam não ter outras provas a produzir. Em alegações finais, reiteraram argumentos. A Procuradoria-Geral da República opina pela improcedência do pedido. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-B3D1-5DDF-DCA7 e senha C71C-703C-9256-63BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 21 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): CONVÊNIO – VERBAS FEDERAIS – PRESTAÇÃO DE CONTAS. A rejeição de contas alusivas a convênio é conducente ao registro do Estado nos cadastros federais de inadimplência. CADASTRO DE INADIMPLENTES – ESTADO – REGISTRO – DEVIDO PROCESSO LEGAL. Uma vez oportunizado, ao Estado, sanar irregularidade, não cabe concluir pela inobservância do devido processo legal. Cumpre assentar a competência do Supremo, considerada a presença da União e Estado em polos opostos da lide e de conflito a causar risco à estabilidade do pacto federativo – artigo 102, inciso I, alínea “f”, da Constituição Federal. Rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva da União. Embora o FNDE possua personalidade jurídica própria, cabe à União, enquanto instituidora e mantenedora dos cadastros de inadimplência, proceder à inscrição de entes federados no Cadastro Único de Convênios – CAUC. No mérito, para inclusão de ente no cadastro federal de inadimplentes é necessária a prévia audição, permitindo-lhe afastar, a tempo de evitar as restrições, as irregularidades apontadas. É incontroversa, a partir dos documentos apresentados, a cientificação do ente federado antes da inscrição em cadastro restritivo. A notificação formal ocorreu mediante os ofícios 36952/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107464), 36953/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107470) e 36954/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107475). Observou-se o devido processo legal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCEA-7117-752A-DFCB e senha 5FD8-25A0-3F09-5A27 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): CONVÊNIO – VERBAS FEDERAIS – PRESTAÇÃO DE CONTAS. A rejeição de contas alusivas a convênio é conducente ao registro do Estado nos cadastros federais de inadimplência. CADASTRO DE INADIMPLENTES – ESTADO – REGISTRO – DEVIDO PROCESSO LEGAL. Uma vez oportunizado, ao Estado, sanar irregularidade, não cabe concluir pela inobservância do devido processo legal. Cumpre assentar a competência do Supremo, considerada a presença da União e Estado em polos opostos da lide e de conflito a causar risco à estabilidade do pacto federativo – artigo 102, inciso I, alínea “f”, da Constituição Federal. Rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva da União. Embora o FNDE possua personalidade jurídica própria, cabe à União, enquanto instituidora e mantenedora dos cadastros de inadimplência, proceder à inscrição de entes federados no Cadastro Único de Convênios – CAUC. No mérito, para inclusão de ente no cadastro federal de inadimplentes é necessária a prévia audição, permitindo-lhe afastar, a tempo de evitar as restrições, as irregularidades apontadas. É incontroversa, a partir dos documentos apresentados, a cientificação do ente federado antes da inscrição em cadastro restritivo. A notificação formal ocorreu mediante os ofícios 36952/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107464), 36953/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107470) e 36954/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107475). Observou-se o devido processo legal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCEA-7117-752A-DFCB e senha 5FD8-25A0-3F09-5A27 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 21 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO ACO 3275 / DF Condicionar o registro à tomada de contas especial vai de encontro à eficiência e responsabilidade na gestão da coisa pública. A potencialização do procedimento inviabiliza a administração dos ajustes, em prejuízo da ordem jurídica. Sobre o princípio da intranscendência, tem-se presente a impessoalidade no âmbito da Administração Pública. Não cabe ao governo atual alegar simplesmente que deve ser responsabilizado, sem envolvimento do Estado, o gestor anterior. Fora isso é caminhar-se para dinâmica a desaguar em verdadeira irresponsabilidade do setor público, conforme a modificação da direção de órgãos. Julgo improcedente o pedido, tornando sem efeito a liminar implementada. Condeno o autor a arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios, que arbitro em R$ 5.000,00. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCEA-7117-752A-DFCB e senha 5FD8-25A0-3F09-5A27 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF Condicionar o registro à tomada de contas especial vai de encontro à eficiência e responsabilidade na gestão da coisa pública. A potencialização do procedimento inviabiliza a administração dos ajustes, em prejuízo da ordem jurídica. Sobre o princípio da intranscendência, tem-se presente a impessoalidade no âmbito da Administração Pública. Não cabe ao governo atual alegar simplesmente que deve ser responsabilizado, sem envolvimento do Estado, o gestor anterior. Fora isso é caminhar-se para dinâmica a desaguar em verdadeira irresponsabilidade do setor público, conforme a modificação da direção de órgãos. Julgo improcedente o pedido, tornando sem efeito a liminar implementada. Condeno o autor a arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios, que arbitro em R$ 5.000,00. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCEA-7117-752A-DFCB e senha 5FD8-25A0-3F09-5A27 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 21 Voto Vogal 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) :ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMENTA: AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. NULIDADE DE COBRANÇAS DE PARCELAS DE CONVÊNIO. AUSÊNCIA DE RISCO FEDERATIVO. CONTROVÉRSIA DE CUNHO MERAMENTE PATRIMONIAL. INCOMPETÊNCIA DO STF. INSCRIÇÃO DE ESTADO- MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLÊNCIA. SIAFI/CAUC/CADIN. UNIÃO. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. PRECEDENTES. IRREGULARIDADE DA GESTÃO ANTERIOR. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA. INAPLICABILIDADE. INSCRIÇÃO SEM PRÉVIA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. O pedido de declaração de nulidade das cobranças referentes ao Convênio, não gera risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. 2. A União possui legitimidade ad causam em ações nas quais o ente federado impugne sua inscrição em cadastro federal de inadimplentes. 3. A jurisprudência desta CORTE se firmou no sentido de que o princípio da intranscendência subjetiva das sanções não se aplica com mudança do mandatário local, sob o fundamento da impossibilidade de Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) :ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMENTA: AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. NULIDADE DE COBRANÇAS DE PARCELAS DE CONVÊNIO. AUSÊNCIA DE RISCO FEDERATIVO. CONTROVÉRSIA DE CUNHO MERAMENTE PATRIMONIAL. INCOMPETÊNCIA DO STF. INSCRIÇÃO DE ESTADO- MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLÊNCIA. SIAFI/CAUC/CADIN. UNIÃO. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. PRECEDENTES. IRREGULARIDADE DA GESTÃO ANTERIOR. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA. INAPLICABILIDADE. INSCRIÇÃO SEM PRÉVIA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. O pedido de declaração de nulidade das cobranças referentes ao Convênio, não gera risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. 2. A União possui legitimidade ad causam em ações nas quais o ente federado impugne sua inscrição em cadastro federal de inadimplentes. 3. A jurisprudência desta CORTE se firmou no sentido de que o princípio da intranscendência subjetiva das sanções não se aplica com mudança do mandatário local, sob o fundamento da impossibilidade de Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF penalização do Estado em razão de irregularidades apontadas em convênios firmados por ex-gestores. 4. A não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, configura violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Precedentes. 5. Ação Cível Originária julgada parcialmente procedente para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. 6. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8º, do CPC de 2015. V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Trata-se de Ação Cível Originária proposta pelo Estado de Pernambuco em face da União e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, com fundamento no art. 102, I, f, da Constituição Federal, na qual o Estado- autor pleiteia “a procedência da Ação para, confirmando a tutela de urgência, CANCELAR DEFINITIVAMENTE A INSCRIÇÃO DE INADIMPLÊNCIA DO AUTOR NO SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL – SIAFI E DEMAIS CADASTROS CORRELATOS, notadamente o CAUC – CADASTRO ÚNICO DE CONVENENTES, decorrentes do Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), e as cobranças a ele referentes, garantindo as transferências voluntárias dos recursos federais e as operações de crédito, impedindo ainda a Requerida de promover novas inscrições decorrentes do referido Convênio”. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF penalização do Estado em razão de irregularidades apontadas em convênios firmados por ex-gestores. 4. A não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, configura violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Precedentes. 5. Ação Cível Originária julgada parcialmente procedente para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. 6. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8º, do CPC de 2015. V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Trata-se de Ação Cível Originária proposta pelo Estado de Pernambuco em face da União e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, com fundamento no art. 102, I, f, da Constituição Federal, na qual o Estado- autor pleiteia “a procedência da Ação para, confirmando a tutela de urgência, CANCELAR DEFINITIVAMENTE A INSCRIÇÃO DE INADIMPLÊNCIA DO AUTOR NO SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL – SIAFI E DEMAIS CADASTROS CORRELATOS, notadamente o CAUC – CADASTRO ÚNICO DE CONVENENTES, decorrentes do Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), e as cobranças a ele referentes, garantindo as transferências voluntárias dos recursos federais e as operações de crédito, impedindo ainda a Requerida de promover novas inscrições decorrentes do referido Convênio”. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF A presente ação foi assim relatada pelo Ministro MARCO AURÉLIO: “Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: O Estado de Pernambuco ajuizou ação cível originária, com pedido de tutela de urgência, contra a União e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, buscando exclusão do Cadastro Único de Convênios – CAUC e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, nos quais inscrito em decorrência da rejeição das contas referentes ao Convênio nº 93.023/2001 (SIAFI nº 418.095), cujo objeto envolve capacitação de técnicos de secretarias municipais de educação. Segundo narra, após 16 anos da execução do referido convênio foi solicitado, mediante o parecer técnico 1268/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIM/FNDE, o cumprimento de novas exigências pertinentes à prestação de contas. Aduz inobservância aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, ante a inscrição nos cadastros federais de inadimplência sem a tomada de contas especial. Sob o ângulo do risco, aponta ameaça à continuidade de operação de transferência de aproximadamente R$ 150.000.000,00 a serem recebidos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, bem como de outros convênios vigentes. Discorre sobre o princípio da intranscendência. Requereu, no campo precário e efêmero, a retirada da inscrição referente ao Convênio nº 93023/2001. Postula, alfim, a confirmação da providência. Em 08 de agosto de 2019, Vossa Excelência deferiu a tutela de urgência. A União, em contestação, aponta preliminar de ilegitimidade passiva, considerado ter sido o convênio firmado com o FNDE. Assinala a incompetência do Supremo. Sustenta ausente violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, ante a desnecessidade de prévia tomada de 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF A presente ação foi assim relatada pelo Ministro MARCO AURÉLIO: “Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: O Estado de Pernambuco ajuizou ação cível originária, com pedido de tutela de urgência, contra a União e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, buscando exclusão do Cadastro Único de Convênios – CAUC e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, nos quais inscrito em decorrência da rejeição das contas referentes ao Convênio nº 93.023/2001 (SIAFI nº 418.095), cujo objeto envolve capacitação de técnicos de secretarias municipais de educação. Segundo narra, após 16 anos da execução do referido convênio foi solicitado, mediante o parecer técnico 1268/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIM/FNDE, o cumprimento de novas exigências pertinentes à prestação de contas. Aduz inobservância aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, ante a inscrição nos cadastros federais de inadimplência sem a tomada de contas especial. Sob o ângulo do risco, aponta ameaça à continuidade de operação de transferência de aproximadamente R$ 150.000.000,00 a serem recebidos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, bem como de outros convênios vigentes. Discorre sobre o princípio da intranscendência. Requereu, no campo precário e efêmero, a retirada da inscrição referente ao Convênio nº 93023/2001. Postula, alfim, a confirmação da providência. Em 08 de agosto de 2019, Vossa Excelência deferiu a tutela de urgência. A União, em contestação, aponta preliminar de ilegitimidade passiva, considerado ter sido o convênio firmado com o FNDE. Assinala a incompetência do Supremo. Sustenta ausente violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, ante a desnecessidade de prévia tomada de 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF contas. O FNDE, em contestação, sustenta interesse meramente patrimonial do autor, sem densidade para abalar o pacto federativo. Aduz inexistente dano resultante do registro ao ente federado ou à população do Estado de Pernambuco. As partes afirmam não ter outras provas a produzir. Em alegações finais, reiteraram argumentos. A Procuradoria-Geral da República opina pela improcedência do pedido.” De início, já antecipo, com todas as vênias, que vou divergir do Relator, Ministro MARCO AURÉLIO, para prover parcialmente a presente Ação, nos termos da pacífica jurisprudência da CORTE. Explico. Importante a delimitação do objeto desta ação principal. Os pedidos expressamente deduzidos pelo autor e já relatados têm como objetivo o cancelamento definitivo da “INSCRIÇÃO DE INADIMPLÊNCIA DO AUTOR NO SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL – SIAFI E DEMAIS CADASTROS CORRELATOS, notadamente o CAUC – CADASTRO ÚNICO DE CONVENENTES, decorrentes do Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095)”, bem como o cancelamento das “cobranças a ele referentes, garantindo as transferências voluntárias dos recursos federais e as operações de crédito, impedindo ainda a Requerida de promover novas inscrições decorrentes do referido Convênio”. Assim, cumpre ressaltar que, no que concerne ao pedido de cancelamento das cobranças referentes ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), não há risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. A rigor, tal pleito tem por gênese a aferição da correta execução do convênio entabulado entre os entes políticos, o que deve ser objeto de via processual adequada, ajuizada perante juízo competente. Descabe, portanto, a cumulação deste pedido ao de obstar a inscrição do Estado Membro em cadastros de inadimplentes geridos pela União, de sua parte escudado em vício formal relacionado ao direito de 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF contas. O FNDE, em contestação, sustenta interesse meramente patrimonial do autor, sem densidade para abalar o pacto federativo. Aduz inexistente dano resultante do registro ao ente federado ou à população do Estado de Pernambuco. As partes afirmam não ter outras provas a produzir. Em alegações finais, reiteraram argumentos. A Procuradoria-Geral da República opina pela improcedência do pedido.” De início, já antecipo, com todas as vênias, que vou divergir do Relator, Ministro MARCO AURÉLIO, para prover parcialmente a presente Ação, nos termos da pacífica jurisprudência da CORTE. Explico. Importante a delimitação do objeto desta ação principal. Os pedidos expressamente deduzidos pelo autor e já relatados têm como objetivo o cancelamento definitivo da “INSCRIÇÃO DE INADIMPLÊNCIA DO AUTOR NO SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL – SIAFI E DEMAIS CADASTROS CORRELATOS, notadamente o CAUC – CADASTRO ÚNICO DE CONVENENTES, decorrentes do Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095)”, bem como o cancelamento das “cobranças a ele referentes, garantindo as transferências voluntárias dos recursos federais e as operações de crédito, impedindo ainda a Requerida de promover novas inscrições decorrentes do referido Convênio”. Assim, cumpre ressaltar que, no que concerne ao pedido de cancelamento das cobranças referentes ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), não há risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. A rigor, tal pleito tem por gênese a aferição da correta execução do convênio entabulado entre os entes políticos, o que deve ser objeto de via processual adequada, ajuizada perante juízo competente. Descabe, portanto, a cumulação deste pedido ao de obstar a inscrição do Estado Membro em cadastros de inadimplentes geridos pela União, de sua parte escudado em vício formal relacionado ao direito de 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF defesa. Essa conclusão reflete a orientação desta CORTE, conforme se verifica no seguinte precedente da Primeira Turma: “COMPETÊNCIA DEFINIÇÃO. A definição da competência concernente à ação proposta decorre das balizas objetivas e subjetivas da lide. COMPETÊNCIA ALÍNEA F DO INCISO I DO ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Não se enquadra, na previsão constitucional, o processamento e o julgamento de ação na qual, embora figurem como partes adversas Estado-membro e União, a contenda não revele em xeque a unidade e a harmonia inerentes ao pacto federativo”. (RE 664206 AgR, Primeira Turma, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJe de 6/2/2013). Já em relação ao pedido de impedir sua inscrição no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV) e no Cadastro Único de Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC), verifica-se a competência originária desta SUPREMA CORTE, considerando a potencialidade ofensiva apta a vulnerar o pacto federativo, nos termos do artigo 102, I, alínea f, da Carta Magna, que assim dispõe: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - Processar e julgar, originariamente: f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;” É firme a jurisprudência deste SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL no sentido de sua competência originária para julgar as lides que envolvem a inscrição de Estado-Membro nos cadastros federais de inadimplência, obstando o repasse de transferências voluntárias e a celebração de acordos de cooperação, convênios e operações de crédito. Nesse sentido: ACO 2.455 MC-AgR/AC, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF defesa. Essa conclusão reflete a orientação desta CORTE, conforme se verifica no seguinte precedente da Primeira Turma: “COMPETÊNCIA DEFINIÇÃO. A definição da competência concernente à ação proposta decorre das balizas objetivas e subjetivas da lide. COMPETÊNCIA ALÍNEA F DO INCISO I DO ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Não se enquadra, na previsão constitucional, o processamento e o julgamento de ação na qual, embora figurem como partes adversas Estado-membro e União, a contenda não revele em xeque a unidade e a harmonia inerentes ao pacto federativo”. (RE 664206 AgR, Primeira Turma, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJe de 6/2/2013). Já em relação ao pedido de impedir sua inscrição no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV) e no Cadastro Único de Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC), verifica-se a competência originária desta SUPREMA CORTE, considerando a potencialidade ofensiva apta a vulnerar o pacto federativo, nos termos do artigo 102, I, alínea f, da Carta Magna, que assim dispõe: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - Processar e julgar, originariamente: f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;” É firme a jurisprudência deste SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL no sentido de sua competência originária para julgar as lides que envolvem a inscrição de Estado-Membro nos cadastros federais de inadimplência, obstando o repasse de transferências voluntárias e a celebração de acordos de cooperação, convênios e operações de crédito. Nesse sentido: ACO 2.455 MC-AgR/AC, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF DJe de 4/11/2015; ACO 2.183/MS, Rel. Min. ROSA WEBER, 1ª Turma, DJe de 1º/8/2018; ACO 3.011 AgR/MG, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe de 13/6/2018. Nessa linha, cite-se o seguinte precedente: “AGRAVO INTERNO NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. INSCRIÇÃO DE ESTADO-MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLENTES. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ART. 102, I ‘F’, DA CRFB/88. AFIRMAÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO PROVIDO. 1. O Supremo Tribunal Federal é originariamente competente para processar e julgar as causas que revelem potencial conflito federativo entre a União e os Estados- membros (art. 102, I, ‘f’, da CRFB/88), como nos casos em que se discute a inscrição destes nos cadastros federais de irregularidades ou inadimplência. (...)”. (ACO 2.764-AgR, Relator para o acórdão Ministro LUIZ FUX, Plenário, DJe de 2/2/2018). Ultrapassado esse ponto, verifica-se que o outro objetivo desta ação é impedir o registro do Estado de Pernambuco no sistema SIAFI/CADIN/CAUC, em razão de supostas irregularidades no âmbito Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095), celebrado entre o Estado-Autor e o FNDE. Nesse ponto, tem-se por incabível a alegação de que a União não é parte legítima para figurar no polo passivo da demanda, pois esta CORTE já firmou entendimento no sentido de que a União é parte legítima para figurar nas ações em que se discute a inscrição dos Estados-Membros em cadastros de inadimplentes, tendo em vista ser a responsável por organizar e manter os referidos cadastros, tais como o SIAFI/CAUC/CADIN, que serão de observação obrigatória pelas entidades federais quando da realização de operações de créditos que envolvam utilização de recursos públicos, concessão de incentivos fiscais 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF DJe de 4/11/2015; ACO 2.183/MS, Rel. Min. ROSA WEBER, 1ª Turma, DJe de 1º/8/2018; ACO 3.011 AgR/MG, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe de 13/6/2018. Nessa linha, cite-se o seguinte precedente: “AGRAVO INTERNO NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. INSCRIÇÃO DE ESTADO-MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLENTES. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ART. 102, I ‘F’, DA CRFB/88. AFIRMAÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO PROVIDO. 1. O Supremo Tribunal Federal é originariamente competente para processar e julgar as causas que revelem potencial conflito federativo entre a União e os Estados- membros (art. 102, I, ‘f’, da CRFB/88), como nos casos em que se discute a inscrição destes nos cadastros federais de irregularidades ou inadimplência. (...)”. (ACO 2.764-AgR, Relator para o acórdão Ministro LUIZ FUX, Plenário, DJe de 2/2/2018). Ultrapassado esse ponto, verifica-se que o outro objetivo desta ação é impedir o registro do Estado de Pernambuco no sistema SIAFI/CADIN/CAUC, em razão de supostas irregularidades no âmbito Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095), celebrado entre o Estado-Autor e o FNDE. Nesse ponto, tem-se por incabível a alegação de que a União não é parte legítima para figurar no polo passivo da demanda, pois esta CORTE já firmou entendimento no sentido de que a União é parte legítima para figurar nas ações em que se discute a inscrição dos Estados-Membros em cadastros de inadimplentes, tendo em vista ser a responsável por organizar e manter os referidos cadastros, tais como o SIAFI/CAUC/CADIN, que serão de observação obrigatória pelas entidades federais quando da realização de operações de créditos que envolvam utilização de recursos públicos, concessão de incentivos fiscais 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF e financeiros, celebrações de convênios, acordos e ajustes. Nesse sentido, confira-se: ACO 2811 AgR-segundo, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Plenário, DJe 18/9/2017; e ACO 2656 AgR-segundo, Rel. Min. RICARDO LEWANDOSWKI, Plenário, DJe 25/8/2017. Além disso, o autor afirma, em síntese, que a sua inscrição no sistema de cadastro federal de inadimplência viola (a) o princípio da intranscendência; e (b) os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, em razão da ausência de conclusão do procedimento de Tomada de Contas Especial. Aqui, destaco que, conforme tenho afirmado em minhas decisões sobre a presente controvérsia, razão assiste ao Relator no ponto em que rechaça o argumento de que o governo em curso não pode sofrer as consequências da má gestão do governo anterior. A União não transfere recursos para os governantes e sim para os entes públicos, que passam a ser responsáveis pela execução dos projetos objetos dos convênios, e a quem cabe, também, as consequências jurídicas no caso de inadimplemento. Esse foi o entendimento adotado pelo Ministro GILMAR MENDES, que ao apreciar a ACO 2.745, assim discorreu: “A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) não deve ser aplicada de forma limitada ao mandato dos gestores do Poder Executivo, haja vista ser antirrepublicano e incoerente ao Estado de Direito a hipótese de se apagar o passado por simples mudança de governante, no mínimo, a cada quatro anos. Em outras palavras, a LRF não se destina ao mandatário, mas em proteção ao Estado e, consequentemente, ao mandante (povo), evitando desgovernos que dilapidem as contas públicas. Em outras palavras, a LRF não se destina ao mandatário, mas em proteção ao Estado e, consequentemente, ao mandante (povo), evitando desgovernos que dilapidem as contas públicas.” Quanto ao mais, ganha consistência o pedido escudado em eventual irregularidade da inscrição porque não precedido do procedimento da tomada de contas especial. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF e financeiros, celebrações de convênios, acordos e ajustes. Nesse sentido, confira-se: ACO 2811 AgR-segundo, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Plenário, DJe 18/9/2017; e ACO 2656 AgR-segundo, Rel. Min. RICARDO LEWANDOSWKI, Plenário, DJe 25/8/2017. Além disso, o autor afirma, em síntese, que a sua inscrição no sistema de cadastro federal de inadimplência viola (a) o princípio da intranscendência; e (b) os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, em razão da ausência de conclusão do procedimento de Tomada de Contas Especial. Aqui, destaco que, conforme tenho afirmado em minhas decisões sobre a presente controvérsia, razão assiste ao Relator no ponto em que rechaça o argumento de que o governo em curso não pode sofrer as consequências da má gestão do governo anterior. A União não transfere recursos para os governantes e sim para os entes públicos, que passam a ser responsáveis pela execução dos projetos objetos dos convênios, e a quem cabe, também, as consequências jurídicas no caso de inadimplemento. Esse foi o entendimento adotado pelo Ministro GILMAR MENDES, que ao apreciar a ACO 2.745, assim discorreu: “A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) não deve ser aplicada de forma limitada ao mandato dos gestores do Poder Executivo, haja vista ser antirrepublicano e incoerente ao Estado de Direito a hipótese de se apagar o passado por simples mudança de governante, no mínimo, a cada quatro anos. Em outras palavras, a LRF não se destina ao mandatário, mas em proteção ao Estado e, consequentemente, ao mandante (povo), evitando desgovernos que dilapidem as contas públicas. Em outras palavras, a LRF não se destina ao mandatário, mas em proteção ao Estado e, consequentemente, ao mandante (povo), evitando desgovernos que dilapidem as contas públicas.” Quanto ao mais, ganha consistência o pedido escudado em eventual irregularidade da inscrição porque não precedido do procedimento da tomada de contas especial. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF Com efeito, o entendimento desta CORTE é no sentido de que, em que pese a possibilidade de a União proceder à inscrição de entes federativos em cadastros de inadimplência, nos termos da lei, em hipóteses como a presente, haverá a necessidade de verificação da veracidade das irregularidades apontadas durante o cumprimento de contratos ou convênios, sendo, portanto, imprescindível a observância dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. A Constituição Federal de 1988 incorporou o princípio do devido processo legal, que remonta à Magna Charta Libertatum, de 1215, de vital importância no direito anglo-saxão. Igualmente, o art. XI, nº 1, da Declaração Universal dos Direitos do Homem garante que: “todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa”. O devido processo legal configura dupla proteção ao indivíduo, atuando tanto no âmbito material de proteção ao direito de liberdade, quanto no âmbito formal, ao assegurar-lhe paridade total de condições com o Estado-persecutor e plenitude de defesa, tendo como corolários a ampla defesa e o contraditório, que deverão ser assegurados aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, conforme o texto constitucional expresso (art. 5º, LV). Assim, embora no campo administrativo não exista necessidade de tipificação estrita que subsuma rigorosamente a conduta à norma, a capitulação do ilícito administrativo não pode ser tão aberta a ponto de impossibilitar o direito de defesa, pois nenhuma penalidade poderá ser imposta, tanto no campo judicial, quanto nos campos administrativos ou disciplinares, sem a necessária amplitude de defesa (RTJ 83/385; RJTJSP 14/219). A inscrição nos cadastros de inadimplência acarretará, diretamente, o bloqueio do repasse de valores e/ou a proibição de celebração de convênios, e, consequentemente, implicará inegável restrição à autonomia 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF Com efeito, o entendimento desta CORTE é no sentido de que, em que pese a possibilidade de a União proceder à inscrição de entes federativos em cadastros de inadimplência, nos termos da lei, em hipóteses como a presente, haverá a necessidade de verificação da veracidade das irregularidades apontadas durante o cumprimento de contratos ou convênios, sendo, portanto, imprescindível a observância dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. A Constituição Federal de 1988 incorporou o princípio do devido processo legal, que remonta à Magna Charta Libertatum, de 1215, de vital importância no direito anglo-saxão. Igualmente, o art. XI, nº 1, da Declaração Universal dos Direitos do Homem garante que: “todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa”. O devido processo legal configura dupla proteção ao indivíduo, atuando tanto no âmbito material de proteção ao direito de liberdade, quanto no âmbito formal, ao assegurar-lhe paridade total de condições com o Estado-persecutor e plenitude de defesa, tendo como corolários a ampla defesa e o contraditório, que deverão ser assegurados aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, conforme o texto constitucional expresso (art. 5º, LV). Assim, embora no campo administrativo não exista necessidade de tipificação estrita que subsuma rigorosamente a conduta à norma, a capitulação do ilícito administrativo não pode ser tão aberta a ponto de impossibilitar o direito de defesa, pois nenhuma penalidade poderá ser imposta, tanto no campo judicial, quanto nos campos administrativos ou disciplinares, sem a necessária amplitude de defesa (RTJ 83/385; RJTJSP 14/219). A inscrição nos cadastros de inadimplência acarretará, diretamente, o bloqueio do repasse de valores e/ou a proibição de celebração de convênios, e, consequentemente, implicará inegável restrição à autonomia 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF administrativa do ente federativo, que sofrerá limitação na continuidade ou implementação de políticas públicas. A gravidade dessa inscrição exige a observância integral da ampla defesa e do contraditório. Por ampla defesa entende-se o asseguramento que é dado ao réu de condições que lhe possibilitem trazer para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo omitir-se ou calar-se, se entender necessário, enquanto o contraditório é a própria exteriorização da ampla defesa, impondo a condução dialética do processo (par conditio), pois a todo ato produzido pela acusação caberá igual direito da defesa de opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que melhor lhe apresente, ou, ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa daquela feita pelo autor. Em relação a esses fundamentos, esta SUPREMA CORTE tem entendido que, na hipótese de não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, fica configurada a violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. INSCRIÇÃO DE ENTE FEDERATIVO NO CADASTRO ÚNICO DE CONVÊNIO (CAUC). LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. PRESENÇA DE INTERESSE PROCESSUAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. INSTAURAÇÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. NECESSIDADE. JURISPRUDÊNCIA. PRECEDENTES. ACO 2.131/MT-AgR, REL. MIN. CELSO DE MELLO, DJE 20/2/2015. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal proferiu entendimento no sentido de que viola o postulado constitucional do devido processo legal a inscrição do ente federativo no cadastro de inadimplentes sem a garantia do contraditório e da ampla defesa. ACO 2.131/MT-AgR, Rel. Min. 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF administrativa do ente federativo, que sofrerá limitação na continuidade ou implementação de políticas públicas. A gravidade dessa inscrição exige a observância integral da ampla defesa e do contraditório. Por ampla defesa entende-se o asseguramento que é dado ao réu de condições que lhe possibilitem trazer para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo omitir-se ou calar-se, se entender necessário, enquanto o contraditório é a própria exteriorização da ampla defesa, impondo a condução dialética do processo (par conditio), pois a todo ato produzido pela acusação caberá igual direito da defesa de opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que melhor lhe apresente, ou, ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa daquela feita pelo autor. Em relação a esses fundamentos, esta SUPREMA CORTE tem entendido que, na hipótese de não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, fica configurada a violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. INSCRIÇÃO DE ENTE FEDERATIVO NO CADASTRO ÚNICO DE CONVÊNIO (CAUC). LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. PRESENÇA DE INTERESSE PROCESSUAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. INSTAURAÇÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. NECESSIDADE. JURISPRUDÊNCIA. PRECEDENTES. ACO 2.131/MT-AgR, REL. MIN. CELSO DE MELLO, DJE 20/2/2015. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal proferiu entendimento no sentido de que viola o postulado constitucional do devido processo legal a inscrição do ente federativo no cadastro de inadimplentes sem a garantia do contraditório e da ampla defesa. ACO 2.131/MT-AgR, Rel. Min. 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF Celso de Mello, DJe 20/2/2015. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (ACO 964-AgR-segundo, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Pleno, DJe 16/2/2016)”. “AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. INSCRIÇÃO DE ESTADO-MEMBRO NO CAUC. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Plenário deste Supremo Tribunal Federal assentou a necessidade de prévia tomada de contas especial por parte do Tribunal de Contas para a inserção de Estado-membro nos cadastros federais desabonadores, atendendo-se assim às garantias constitucionais do devido processo legal. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (ACO-AgR 2.240, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Pleno, DJe 7/2/2018)” Na ocasião do julgamento do AgR na ACO 3.011/MG, o Relator, Ministro DIAS TOFFOLI, consignou que: “Antes, portanto, da instauração da tomada de contas especial não há validade na inscrição do ente federado em cadastros restritivos, por ausência do devido processo legal para tanto exigido. (...) Desta feita, porque não ultimado o procedimento de tomada de contas especial, tenho – nos termos da jurisprudência desta Corte – que é ilegítima a inscrição da autora nos cadastros de inadimplência federal. ” O Ministro CELSO DE MELLO, ao apreciar a AC 2.895 (Plenário, DJe de 30/10/2014), muito bem discorreu sobre a necessidade de observância do princípio constitucional do devido processo legal pelos entes públicos, conforme se infere do seguinte trecho do voto condutor do acórdão: “Impende assinalar, bem por isso, na linha de decisões 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF Celso de Mello, DJe 20/2/2015. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (ACO 964-AgR-segundo, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Pleno, DJe 16/2/2016)”. “AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. INSCRIÇÃO DE ESTADO-MEMBRO NO CAUC. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Plenário deste Supremo Tribunal Federal assentou a necessidade de prévia tomada de contas especial por parte do Tribunal de Contas para a inserção de Estado-membro nos cadastros federais desabonadores, atendendo-se assim às garantias constitucionais do devido processo legal. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (ACO-AgR 2.240, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Pleno, DJe 7/2/2018)” Na ocasião do julgamento do AgR na ACO 3.011/MG, o Relator, Ministro DIAS TOFFOLI, consignou que: “Antes, portanto, da instauração da tomada de contas especial não há validade na inscrição do ente federado em cadastros restritivos, por ausência do devido processo legal para tanto exigido. (...) Desta feita, porque não ultimado o procedimento de tomada de contas especial, tenho – nos termos da jurisprudência desta Corte – que é ilegítima a inscrição da autora nos cadastros de inadimplência federal. ” O Ministro CELSO DE MELLO, ao apreciar a AC 2.895 (Plenário, DJe de 30/10/2014), muito bem discorreu sobre a necessidade de observância do princípio constitucional do devido processo legal pelos entes públicos, conforme se infere do seguinte trecho do voto condutor do acórdão: “Impende assinalar, bem por isso, na linha de decisões 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF que já proferi nesta Corte (RTJ 183/371-372, Rel. Min. CELSO DE MELLO – AI 306.626/MT, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), que o Estado, em tema de restrição à esfera jurídica de qualquer pessoa (inclusive das pessoas estatais), não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva ou arbitrária, desconsiderando, no exercício de sua atividade, o postulado da plenitude de defesa, pois, cabe enfatizar, o reconhecimento da legitimidade ético jurídica de qualquer medida imposta pelo Poder Público, de que resultem, como no caso, consequências gravosas no plano dos direitos e garantias individuais, exige a fiel observância do princípio do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV e LV), consoante adverte autorizado magistério doutrinário (MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO, “Comentários à Constituição Brasileira de 1988”, vol. 1/68-69, 1990, Saraiva; PINTO FERREIRA, “Comentários à Constituição Brasileira”, vol. 1/176 e 180, 1989, Saraiva; JESSÉ TORRES PEREIRA JÚNIOR, “O Direito à Defesa na Constituição de 1988”, p. 71/73, item n. 17, 1991, Renovar; EDGARD SILVEIRA BUENO FILHO, “O Direito à Defesa na Constituição”, p. 47/49, 1994, Saraiva; CELSO RIBEIRO BASTOS, “Comentários à Constituição do Brasil”, vol. 2/268-269, 1989, Saraiva; MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, “Direito Administrativo”, p. 401/402, 5ª ed., 1995, Atlas; LÚCIA VALLE FIGUEIREDO, “Curso de Direito Administrativo”, p. 290 e 293/294, 2ª ed., 1995, Malheiros; HELY LOPES MEIRELLES, “Direito Administrativo Brasileiro”, p. 588, 17ª ed., 1992, Malheiros, v.g.).” Portanto, verifica-se que esta CORTE entende que somente após a realização do procedimento de Tomada de Contas Especial é possível a inscrição dos entes federativos nos cadastros federais de inadimplentes que tenham repercussão no repasse de verbas imprescindíveis para a continuidade de projetos públicos daqueles entes. Registre-se que, em recente julgamento, a CORTE, ao apreciar o mérito da repercussão geral reconhecida nos autos do RE 1.067.086, Rel. Min. ROSA WEBER, reafirmou esse entendimento, momento no qual se 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF que já proferi nesta Corte (RTJ 183/371-372, Rel. Min. CELSO DE MELLO – AI 306.626/MT, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), que o Estado, em tema de restrição à esfera jurídica de qualquer pessoa (inclusive das pessoas estatais), não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva ou arbitrária, desconsiderando, no exercício de sua atividade, o postulado da plenitude de defesa, pois, cabe enfatizar, o reconhecimento da legitimidade ético jurídica de qualquer medida imposta pelo Poder Público, de que resultem, como no caso, consequências gravosas no plano dos direitos e garantias individuais, exige a fiel observância do princípio do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV e LV), consoante adverte autorizado magistério doutrinário (MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO, “Comentários à Constituição Brasileira de 1988”, vol. 1/68-69, 1990, Saraiva; PINTO FERREIRA, “Comentários à Constituição Brasileira”, vol. 1/176 e 180, 1989, Saraiva; JESSÉ TORRES PEREIRA JÚNIOR, “O Direito à Defesa na Constituição de 1988”, p. 71/73, item n. 17, 1991, Renovar; EDGARD SILVEIRA BUENO FILHO, “O Direito à Defesa na Constituição”, p. 47/49, 1994, Saraiva; CELSO RIBEIRO BASTOS, “Comentários à Constituição do Brasil”, vol. 2/268-269, 1989, Saraiva; MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, “Direito Administrativo”, p. 401/402, 5ª ed., 1995, Atlas; LÚCIA VALLE FIGUEIREDO, “Curso de Direito Administrativo”, p. 290 e 293/294, 2ª ed., 1995, Malheiros; HELY LOPES MEIRELLES, “Direito Administrativo Brasileiro”, p. 588, 17ª ed., 1992, Malheiros, v.g.).” Portanto, verifica-se que esta CORTE entende que somente após a realização do procedimento de Tomada de Contas Especial é possível a inscrição dos entes federativos nos cadastros federais de inadimplentes que tenham repercussão no repasse de verbas imprescindíveis para a continuidade de projetos públicos daqueles entes. Registre-se que, em recente julgamento, a CORTE, ao apreciar o mérito da repercussão geral reconhecida nos autos do RE 1.067.086, Rel. Min. ROSA WEBER, reafirmou esse entendimento, momento no qual se 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF firmou a seguinte tese: “A inscrição de entes federados em cadastro de inadimplentes (ou outro que dê causa à negativa de realização de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres que impliquem transferência voluntária de recursos) pressupõe o respeito aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, somente reconhecido: a) após o julgamento de tomada de contas especial ou procedimento análogo perante o Tribunal de Contas, nos casos de descumprimento parcial ou total de convênio, prestação de contas rejeitada, ou existência de débito decorrente de ressarcimento de recursos de natureza contratual (salvo os de conta não prestada); b) após a devida notificação do ente faltoso e o decurso do prazo nela previsto (conforme constante em lei, regras infralegais ou em contrato), independentemente de tomada de contas especial, nos casos de não prestação de contas, não fornecimento de informações, débito decorrente de conta não prestada, ou quaisquer outras hipóteses em que incabível a tomada de contas especial.” Assim, verifica-se que o presente caso se enquadra na alínea “a” da tese firmada pela CORTE, tendo em vista que as irregularidades foram constatadas quando da análise das contas prestadas no âmbito do Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095). No caso destes autos, não há notícia da conclusão do procedimento de Tomada de Contas Especial, com a devida apuração dos danos ao Erário federal e das respectivas responsabilidades. Ante o exposto, voto pela PARCIAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF firmou a seguinte tese: “A inscrição de entes federados em cadastro de inadimplentes (ou outro que dê causa à negativa de realização de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres que impliquem transferência voluntária de recursos) pressupõe o respeito aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, somente reconhecido: a) após o julgamento de tomada de contas especial ou procedimento análogo perante o Tribunal de Contas, nos casos de descumprimento parcial ou total de convênio, prestação de contas rejeitada, ou existência de débito decorrente de ressarcimento de recursos de natureza contratual (salvo os de conta não prestada); b) após a devida notificação do ente faltoso e o decurso do prazo nela previsto (conforme constante em lei, regras infralegais ou em contrato), independentemente de tomada de contas especial, nos casos de não prestação de contas, não fornecimento de informações, débito decorrente de conta não prestada, ou quaisquer outras hipóteses em que incabível a tomada de contas especial.” Assim, verifica-se que o presente caso se enquadra na alínea “a” da tese firmada pela CORTE, tendo em vista que as irregularidades foram constatadas quando da análise das contas prestadas no âmbito do Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095). No caso destes autos, não há notícia da conclusão do procedimento de Tomada de Contas Especial, com a devida apuração dos danos ao Erário federal e das respectivas responsabilidades. Ante o exposto, voto pela PARCIAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8º, do CPC de 2015. 13 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8º, do CPC de 2015. 13 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 21 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) : ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) : FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e, caracterizada a sucumbência parcial, condenou as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, arbitrados em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão (artigo 85, § 8º, do CPC de 2015), nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin, que julgavam improcedente o pedido. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D94-0CF5-9216-917E e senha 8329-2B58-01D6-D416 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) : ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) : FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e, caracterizada a sucumbência parcial, condenou as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, arbitrados em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão (artigo 85, § 8º, do CPC de 2015), nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin, que julgavam improcedente o pedido. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D94-0CF5-9216-917E e senha 8329-2B58-01D6-D416 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 21
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756180902
2021-06-08T00:00:00
2021-06-18T00:00:00
O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio nº 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e, caracterizada a sucumbência parcial, condenou as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, arbitrados em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão (artigo 85, § 8º, do CPC de 2015), nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin, que julgavam improcedente o pedido. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA
EMENTA: AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. NULIDADE DE COBRANÇAS DE PARCELAS DE CONVÊNIO. AUSÊNCIA DE RISCO FEDERATIVO. CONTROVÉRSIA DE CUNHO MERAMENTE PATRIMONIAL. INCOMPETÊNCIA DO STF. INSCRIÇÃO DE ESTADO-MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLÊNCIA. SIAFI/CAUC/CADIN. UNIÃO. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. PRECEDENTES. IRREGULARIDADE DA GESTÃO ANTERIOR. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA. INAPLICABILIDADE. INSCRIÇÃO SEM PRÉVIA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. O pedido de declaração de nulidade das cobranças referentes ao Convênio, não gera risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. 2. A União possui legitimidade ad causam em ações nas quais o ente federado impugne sua inscrição em cadastro federal de inadimplentes. 3. A jurisprudência desta CORTE se firmou no sentido de que o princípio da intranscendência subjetiva das sanções não se aplica com mudança do mandatário local, sob o fundamento da impossibilidade de penalização do Estado em razão de irregularidades apontadas em convênios firmados por ex-gestores. 4. A não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, configura violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Precedentes. 5. Ação Cível Originária julgada parcialmente procedente para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. 6. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8º, do CPC de 2015.
sjur448950
- Acórdão(s) citado(s): (INCOMPETÊNCIA, STF, AUSÊNCIA, RISCO, PACTO FEDERATIVO) RE 664206 AgR (1ªT). (COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA, STF, CONTROVÉRSIA, INSCRIÇÃO, ESTADO-MEMBRO, CADASTRO DE INADIMPLENTES) ACO 2455 MC-AgR (TP), ACO 2764 AgR (TP), ACO 3011 AgR (TP), ACO 2183 AgR (1ªT). (LEGITIMIDADE PASSIVA, UNIÃO FEDERAL, CONTROVÉRSIA, INSCRIÇÃO, ESTADO-MEMBRO, CADASTRO DE INADIMPLENTES) ACO 2656 AgR-segundo (TP), ACO 2811 AgR-segundo (TP). (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL, PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA SANÇÃO) ACO 2745 AgR (TP). (TIPICIDADE, ILÍCITO ADMINISTRATIVO, DIREITO DE DEFESA) AI 71414 AgR (2ªT) - RTJ 83/385. (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL, INSCRIÇÃO, ENTE FEDERADO, CADASTRO DE INADIMPLENTES) ACO 964 AgR-segundo (TP), ACO 2240 AgR (TP), RE 1067086 (TP), ACO 3011 AgR (TP). (INSCRIÇÃO, ENTE FEDERADO, CADASTRO DE INADIMPLENTES, DEVIDO PROCESSO LEGAL) AC 2895 MC (TP). - Acórdão(s) citado(s) - outros tribunais: (TIPICIDADE, ILÍCITO ADMINISTRATIVO, DIREITO DE DEFESA) TJSP: RJTJSP 14/2019. - Legislação estrangeira citada: Magna Charta Libertatum, de 1215. - Veja art. XI, n. 1, da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Número de páginas: 21. Análise: 27/06/2022, JAS.
MARCO AURÉLIO
Tribunal Pleno
3275
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00005 INC-00055 ART-00102 INC-00001\n LET-F\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00008\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED CNV-093023 ANO-2001\n CONVÊNIO FIRMADO ENTRE O ESTADO DE PERNAMBUCO E O FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE" ]
ACO
acordaos
ACO 3275
[ "" ]
AUTOR(A/S)(ES) : ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) : FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) :ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMENTA: AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. NULIDADE DE COBRANÇAS DE PARCELAS DE CONVÊNIO. AUSÊNCIA DE RISCO FEDERATIVO. CONTROVÉRSIA DE CUNHO MERAMENTE PATRIMONIAL. INCOMPETÊNCIA DO Supremo Tribunal Federal. INSCRIÇÃO DE ESTADO- MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLÊNCIA. SIAFI/CAUC/CADIN. UNIÃO. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. PRECEDENTES. IRREGULARIDADE DA GESTÃO ANTERIOR. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA. INAPLICABILIDADE. INSCRIÇÃO SEM PRÉVIA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. O pedido de declaração de nulidade das cobranças referentes ao Convênio, não gera risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. 2. A União possui legitimidade ad causam em ações nas quais o ente federado impugne sua inscrição em cadastro federal de inadimplentes. 3. A jurisprudência desta CORTE se firmou no sentido de que o princípio da intranscendência subjetiva das sanções não se aplica com mudança do mandatário local, sob o fundamento da impossibilidade de Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF2-82B7-3AC4-3819 e senha 8979-F7C0-63F8-8232 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 21 Ementa e Acórdão ACO 3275 / DF penalização do Estado em razão de irregularidades apontadas em convênios firmados por ex-gestores. 4. A não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, configura violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Precedentes. 5. Ação Cível Originária julgada parcialmente procedente para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. 6. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8..., do Código de Processo Civil de 2015. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual do Plenário, sob a Presidência do Senhor Ministro LUIZ FUX, em conformidade com a certidão de julgamento, por maioria, julgaram parcialmente procedente a ação, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e, caracterizada a sucumbência parcial, condenaram as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, arbitrados em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão (artigo 85, § 8..., do Código de Processo Civil de 2015), nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros MARCO AURÉLIO (Relator) e EDSON FACHIN, que julgavam improcedente o pedido. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF2-82B7-3AC4-3819 e senha 8979-F7C0-63F8-8232 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF penalização do Estado em razão de irregularidades apontadas em convênios firmados por ex-gestores. 4. A não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, configura violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Precedentes. 5. Ação Cível Originária julgada parcialmente procedente para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. 6. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8..., do Código de Processo Civil de 2015. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual do Plenário, sob a Presidência do Senhor Ministro LUIZ FUX, em conformidade com a certidão de julgamento, por maioria, julgaram parcialmente procedente a ação, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e, caracterizada a sucumbência parcial, condenaram as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, arbitrados em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão (artigo 85, § 8..., do Código de Processo Civil de 2015), nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros MARCO AURÉLIO (Relator) e EDSON FACHIN, que julgavam improcedente o pedido. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF2-82B7-3AC4-3819 e senha 8979-F7C0-63F8-8232 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 21 Ementa e Acórdão ACO 3275 / DF Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF2-82B7-3AC4-3819 e senha 8979-F7C0-63F8-8232 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF2-82B7-3AC4-3819 e senha 8979-F7C0-63F8-8232 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 21 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) :ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: O Estado de Pernambuco ajuizou ação cível originária, com pedido de tutela de urgência, contra a União e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, buscando exclusão do Cadastro Único de Convênios – CAUC e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, nos quais inscrito em decorrência da rejeição das contas referentes ao Convênio n 93.023/2001 (SIAFI n 418.095), cujo objeto envolve capacitação de técnicos de secretarias municipais de educação. Segundo narra, após 16 anos da execução do referido convênio foi solicitado, mediante o parecer técnico 1268/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIM/FNDE, o cumprimento de novas exigências pertinentes à prestação de contas. Aduz inobservância aos princípios do contraditório, da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-B3D1-5DDF-DCA7 e senha C71C-703C-9256-63BB Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) :ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: O Estado de Pernambuco ajuizou ação cível originária, com pedido de tutela de urgência, contra a União e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, buscando exclusão do Cadastro Único de Convênios – CAUC e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, nos quais inscrito em decorrência da rejeição das contas referentes ao Convênio n 93.023/2001 (SIAFI n 418.095), cujo objeto envolve capacitação de técnicos de secretarias municipais de educação. Segundo narra, após 16 anos da execução do referido convênio foi solicitado, mediante o parecer técnico 1268/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIM/FNDE, o cumprimento de novas exigências pertinentes à prestação de contas. Aduz inobservância aos princípios do contraditório, da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-B3D1-5DDF-DCA7 e senha C71C-703C-9256-63BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 21 Relatório ACO 3275 / DF ampla defesa e do devido processo legal, ante a inscrição nos cadastros federais de inadimplência sem a tomada de contas especial. Sob o ângulo do risco, aponta ameaça à continuidade de operação de transferência de aproximadamente R$ 150.000.000,00 a serem recebidos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, bem como de outros convênios vigentes. Discorre sobre o princípio da intranscendência. Requereu, no campo precário e efêmero, a retirada da inscrição referente ao Convênio n 93023/2001. Postula, alfim, a confirmação da providência. Em 08 de agosto de 2019, Vossa Excelência deferiu a tutela de urgência. A União, em contestação, aponta preliminar de ilegitimidade passiva, considerado ter sido o convênio firmado com o FNDE. Assinala a incompetência do Supremo. Sustenta ausente violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, ante a desnecessidade de prévia tomada de contas. O FNDE, em contestação, sustenta interesse meramente patrimonial do autor, sem densidade para abalar o pacto federativo. Aduz inexistente dano resultante do registro ao ente federado ou à população do Estado de Pernambuco. As partes afirmam não ter outras provas a produzir. Em alegações finais, reiteraram argumentos. A Procuradoria-Geral da República opina pela improcedência do pedido. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-B3D1-5DDF-DCA7 e senha C71C-703C-9256-63BB Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF ampla defesa e do devido processo legal, ante a inscrição nos cadastros federais de inadimplência sem a tomada de contas especial. Sob o ângulo do risco, aponta ameaça à continuidade de operação de transferência de aproximadamente R$ 150.000.000,00 a serem recebidos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, bem como de outros convênios vigentes. Discorre sobre o princípio da intranscendência. Requereu, no campo precário e efêmero, a retirada da inscrição referente ao Convênio n 93023/2001. Postula, alfim, a confirmação da providência. Em 08 de agosto de 2019, Vossa Excelência deferiu a tutela de urgência. A União, em contestação, aponta preliminar de ilegitimidade passiva, considerado ter sido o convênio firmado com o FNDE. Assinala a incompetência do Supremo. Sustenta ausente violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, ante a desnecessidade de prévia tomada de contas. O FNDE, em contestação, sustenta interesse meramente patrimonial do autor, sem densidade para abalar o pacto federativo. Aduz inexistente dano resultante do registro ao ente federado ou à população do Estado de Pernambuco. As partes afirmam não ter outras provas a produzir. Em alegações finais, reiteraram argumentos. A Procuradoria-Geral da República opina pela improcedência do pedido. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-B3D1-5DDF-DCA7 e senha C71C-703C-9256-63BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 21 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): CONVÊNIO – VERBAS FEDERAIS – PRESTAÇÃO DE CONTAS. A rejeição de contas alusivas a convênio é conducente ao registro do Estado nos cadastros federais de inadimplência. CADASTRO DE INADIMPLENTES – ESTADO – REGISTRO – DEVIDO PROCESSO LEGAL. Uma vez oportunizado, ao Estado, sanar irregularidade, não cabe concluir pela inobservância do devido processo legal. Cumpre assentar a competência do Supremo, considerada a presença da União e Estado em polos opostos da lide e de conflito a causar risco à estabilidade do pacto federativo – artigo 102, inciso I, alínea “f”, da Constituição Federal. Rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva da União. Embora o FNDE possua personalidade jurídica própria, cabe à União, enquanto instituidora e mantenedora dos cadastros de inadimplência, proceder à inscrição de entes federados no Cadastro Único de Convênios – CAUC. No mérito, para inclusão de ente no cadastro federal de inadimplentes é necessária a prévia audição, permitindo-lhe afastar, a tempo de evitar as restrições, as irregularidades apontadas. É incontroversa, a partir dos documentos apresentados, a cientificação do ente federado antes da inscrição em cadastro restritivo. A notificação formal ocorreu mediante os ofícios 36952/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107464), 36953/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107470) e 36954/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107475). Observou-se o devido processo legal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCEA-7117-752A-DFCB e senha 5FD8-25A0-3F09-5A27 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): CONVÊNIO – VERBAS FEDERAIS – PRESTAÇÃO DE CONTAS. A rejeição de contas alusivas a convênio é conducente ao registro do Estado nos cadastros federais de inadimplência. CADASTRO DE INADIMPLENTES – ESTADO – REGISTRO – DEVIDO PROCESSO LEGAL. Uma vez oportunizado, ao Estado, sanar irregularidade, não cabe concluir pela inobservância do devido processo legal. Cumpre assentar a competência do Supremo, considerada a presença da União e Estado em polos opostos da lide e de conflito a causar risco à estabilidade do pacto federativo – artigo 102, inciso I, alínea “f”, da Constituição Federal. Rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva da União. Embora o FNDE possua personalidade jurídica própria, cabe à União, enquanto instituidora e mantenedora dos cadastros de inadimplência, proceder à inscrição de entes federados no Cadastro Único de Convênios – CAUC. No mérito, para inclusão de ente no cadastro federal de inadimplentes é necessária a prévia audição, permitindo-lhe afastar, a tempo de evitar as restrições, as irregularidades apontadas. É incontroversa, a partir dos documentos apresentados, a cientificação do ente federado antes da inscrição em cadastro restritivo. A notificação formal ocorreu mediante os ofícios 36952/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107464), 36953/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107470) e 36954/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIN (SEI 1107475). Observou-se o devido processo legal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCEA-7117-752A-DFCB e senha 5FD8-25A0-3F09-5A27 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 21 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO ACO 3275 / DF Condicionar o registro à tomada de contas especial vai de encontro à eficiência e responsabilidade na gestão da coisa pública. A potencialização do procedimento inviabiliza a administração dos ajustes, em prejuízo da ordem jurídica. Sobre o princípio da intranscendência, tem-se presente a impessoalidade no âmbito da Administração Pública. Não cabe ao governo atual alegar simplesmente que deve ser responsabilizado, sem envolvimento do Estado, o gestor anterior. Fora isso é caminhar-se para dinâmica a desaguar em verdadeira irresponsabilidade do setor público, conforme a modificação da direção de órgãos. Julgo improcedente o pedido, tornando sem efeito a liminar implementada. Condeno o autor a arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios, que arbitro em R$ 5.000,00. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCEA-7117-752A-DFCB e senha 5FD8-25A0-3F09-5A27 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF Condicionar o registro à tomada de contas especial vai de encontro à eficiência e responsabilidade na gestão da coisa pública. A potencialização do procedimento inviabiliza a administração dos ajustes, em prejuízo da ordem jurídica. Sobre o princípio da intranscendência, tem-se presente a impessoalidade no âmbito da Administração Pública. Não cabe ao governo atual alegar simplesmente que deve ser responsabilizado, sem envolvimento do Estado, o gestor anterior. Fora isso é caminhar-se para dinâmica a desaguar em verdadeira irresponsabilidade do setor público, conforme a modificação da direção de órgãos. Julgo improcedente o pedido, tornando sem efeito a liminar implementada. Condeno o autor a arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios, que arbitro em R$ 5.000,00. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCEA-7117-752A-DFCB e senha 5FD8-25A0-3F09-5A27 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 21 Voto Vogal 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) :ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMENTA: AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. NULIDADE DE COBRANÇAS DE PARCELAS DE CONVÊNIO. AUSÊNCIA DE RISCO FEDERATIVO. CONTROVÉRSIA DE CUNHO MERAMENTE PATRIMONIAL. INCOMPETÊNCIA DO Supremo Tribunal Federal. INSCRIÇÃO DE ESTADO- MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLÊNCIA. SIAFI/CAUC/CADIN. UNIÃO. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. PRECEDENTES. IRREGULARIDADE DA GESTÃO ANTERIOR. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA. INAPLICABILIDADE. INSCRIÇÃO SEM PRÉVIA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. O pedido de declaração de nulidade das cobranças referentes ao Convênio, não gera risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. 2. A União possui legitimidade ad causam em ações nas quais o ente federado impugne sua inscrição em cadastro federal de inadimplentes. 3. A jurisprudência desta CORTE se firmou no sentido de que o princípio da intranscendência subjetiva das sanções não se aplica com mudança do mandatário local, sob o fundamento da impossibilidade de Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) :ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMENTA: AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. NULIDADE DE COBRANÇAS DE PARCELAS DE CONVÊNIO. AUSÊNCIA DE RISCO FEDERATIVO. CONTROVÉRSIA DE CUNHO MERAMENTE PATRIMONIAL. INCOMPETÊNCIA DO Supremo Tribunal Federal. INSCRIÇÃO DE ESTADO- MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLÊNCIA. SIAFI/CAUC/CADIN. UNIÃO. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. PRECEDENTES. IRREGULARIDADE DA GESTÃO ANTERIOR. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA. INAPLICABILIDADE. INSCRIÇÃO SEM PRÉVIA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. O pedido de declaração de nulidade das cobranças referentes ao Convênio, não gera risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. 2. A União possui legitimidade ad causam em ações nas quais o ente federado impugne sua inscrição em cadastro federal de inadimplentes. 3. A jurisprudência desta CORTE se firmou no sentido de que o princípio da intranscendência subjetiva das sanções não se aplica com mudança do mandatário local, sob o fundamento da impossibilidade de Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF penalização do Estado em razão de irregularidades apontadas em convênios firmados por ex-gestores. 4. A não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, configura violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Precedentes. 5. Ação Cível Originária julgada parcialmente procedente para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. 6. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8..., do Código de Processo Civil de 2015. V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Trata-se de Ação Cível Originária proposta pelo Estado de Pernambuco em face da União e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, com fundamento no art. 102, I, f, da Constituição Federal, na qual o Estado- autor pleiteia “a procedência da Ação para, confirmando a tutela de urgência, CANCELAR DEFINITIVAMENTE A INSCRIÇÃO DE INADIMPLÊNCIA DO AUTOR NO SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL – SIAFI E DEMAIS CADASTROS CORRELATOS, notadamente o CAUC – CADASTRO ÚNICO DE CONVENENTES, decorrentes do Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), e as cobranças a ele referentes, garantindo as transferências voluntárias dos recursos federais e as operações de crédito, impedindo ainda a Requerida de promover novas inscrições decorrentes do referido Convênio”. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF penalização do Estado em razão de irregularidades apontadas em convênios firmados por ex-gestores. 4. A não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, configura violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Precedentes. 5. Ação Cível Originária julgada parcialmente procedente para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. 6. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8..., do Código de Processo Civil de 2015. V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Trata-se de Ação Cível Originária proposta pelo Estado de Pernambuco em face da União e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, com fundamento no art. 102, I, f, da Constituição Federal, na qual o Estado- autor pleiteia “a procedência da Ação para, confirmando a tutela de urgência, CANCELAR DEFINITIVAMENTE A INSCRIÇÃO DE INADIMPLÊNCIA DO AUTOR NO SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL – SIAFI E DEMAIS CADASTROS CORRELATOS, notadamente o CAUC – CADASTRO ÚNICO DE CONVENENTES, decorrentes do Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), e as cobranças a ele referentes, garantindo as transferências voluntárias dos recursos federais e as operações de crédito, impedindo ainda a Requerida de promover novas inscrições decorrentes do referido Convênio”. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF A presente ação foi assim relatada pelo Ministro MARCO AURÉLIO: “Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: O Estado de Pernambuco ajuizou ação cível originária, com pedido de tutela de urgência, contra a União e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, buscando exclusão do Cadastro Único de Convênios – CAUC e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, nos quais inscrito em decorrência da rejeição das contas referentes ao Convênio n 93.023/2001 (SIAFI n 418.095), cujo objeto envolve capacitação de técnicos de secretarias municipais de educação. Segundo narra, após 16 anos da execução do referido convênio foi solicitado, mediante o parecer técnico 1268/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIM/FNDE, o cumprimento de novas exigências pertinentes à prestação de contas. Aduz inobservância aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, ante a inscrição nos cadastros federais de inadimplência sem a tomada de contas especial. Sob o ângulo do risco, aponta ameaça à continuidade de operação de transferência de aproximadamente R$ 150.000.000,00 a serem recebidos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, bem como de outros convênios vigentes. Discorre sobre o princípio da intranscendência. Requereu, no campo precário e efêmero, a retirada da inscrição referente ao Convênio n 93023/2001. Postula, alfim, a confirmação da providência. Em 08 de agosto de 2019, Vossa Excelência deferiu a tutela de urgência. A União, em contestação, aponta preliminar de ilegitimidade passiva, considerado ter sido o convênio firmado com o FNDE. Assinala a incompetência do Supremo. Sustenta ausente violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, ante a desnecessidade de prévia tomada de 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF A presente ação foi assim relatada pelo Ministro MARCO AURÉLIO: “Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: O Estado de Pernambuco ajuizou ação cível originária, com pedido de tutela de urgência, contra a União e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, buscando exclusão do Cadastro Único de Convênios – CAUC e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, nos quais inscrito em decorrência da rejeição das contas referentes ao Convênio n 93.023/2001 (SIAFI n 418.095), cujo objeto envolve capacitação de técnicos de secretarias municipais de educação. Segundo narra, após 16 anos da execução do referido convênio foi solicitado, mediante o parecer técnico 1268/2018/DIPRE/COAPC/CGAPC/DIFIM/FNDE, o cumprimento de novas exigências pertinentes à prestação de contas. Aduz inobservância aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, ante a inscrição nos cadastros federais de inadimplência sem a tomada de contas especial. Sob o ângulo do risco, aponta ameaça à continuidade de operação de transferência de aproximadamente R$ 150.000.000,00 a serem recebidos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, bem como de outros convênios vigentes. Discorre sobre o princípio da intranscendência. Requereu, no campo precário e efêmero, a retirada da inscrição referente ao Convênio n 93023/2001. Postula, alfim, a confirmação da providência. Em 08 de agosto de 2019, Vossa Excelência deferiu a tutela de urgência. A União, em contestação, aponta preliminar de ilegitimidade passiva, considerado ter sido o convênio firmado com o FNDE. Assinala a incompetência do Supremo. Sustenta ausente violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, ante a desnecessidade de prévia tomada de 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF contas. O FNDE, em contestação, sustenta interesse meramente patrimonial do autor, sem densidade para abalar o pacto federativo. Aduz inexistente dano resultante do registro ao ente federado ou à população do Estado de Pernambuco. As partes afirmam não ter outras provas a produzir. Em alegações finais, reiteraram argumentos. A Procuradoria-Geral da República opina pela improcedência do pedido.” De início, já antecipo, com todas as vênias, que vou divergir do Relator, Ministro MARCO AURÉLIO, para prover parcialmente a presente Ação, nos termos da pacífica jurisprudência da CORTE. Explico. Importante a delimitação do objeto desta ação principal. Os pedidos expressamente deduzidos pelo autor e já relatados têm como objetivo o cancelamento definitivo da “INSCRIÇÃO DE INADIMPLÊNCIA DO AUTOR NO SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL – SIAFI E DEMAIS CADASTROS CORRELATOS, notadamente o CAUC – CADASTRO ÚNICO DE CONVENENTES, decorrentes do Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095)”, bem como o cancelamento das “cobranças a ele referentes, garantindo as transferências voluntárias dos recursos federais e as operações de crédito, impedindo ainda a Requerida de promover novas inscrições decorrentes do referido Convênio”. Assim, cumpre ressaltar que, no que concerne ao pedido de cancelamento das cobranças referentes ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), não há risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. A rigor, tal pleito tem por gênese a aferição da correta execução do convênio entabulado entre os entes políticos, o que deve ser objeto de via processual adequada, ajuizada perante juízo competente. Descabe, portanto, a cumulação deste pedido ao de obstar a inscrição do Estado Membro em cadastros de inadimplentes geridos pela União, de sua parte escudado em vício formal relacionado ao direito de 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF contas. O FNDE, em contestação, sustenta interesse meramente patrimonial do autor, sem densidade para abalar o pacto federativo. Aduz inexistente dano resultante do registro ao ente federado ou à população do Estado de Pernambuco. As partes afirmam não ter outras provas a produzir. Em alegações finais, reiteraram argumentos. A Procuradoria-Geral da República opina pela improcedência do pedido.” De início, já antecipo, com todas as vênias, que vou divergir do Relator, Ministro MARCO AURÉLIO, para prover parcialmente a presente Ação, nos termos da pacífica jurisprudência da CORTE. Explico. Importante a delimitação do objeto desta ação principal. Os pedidos expressamente deduzidos pelo autor e já relatados têm como objetivo o cancelamento definitivo da “INSCRIÇÃO DE INADIMPLÊNCIA DO AUTOR NO SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL – SIAFI E DEMAIS CADASTROS CORRELATOS, notadamente o CAUC – CADASTRO ÚNICO DE CONVENENTES, decorrentes do Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095)”, bem como o cancelamento das “cobranças a ele referentes, garantindo as transferências voluntárias dos recursos federais e as operações de crédito, impedindo ainda a Requerida de promover novas inscrições decorrentes do referido Convênio”. Assim, cumpre ressaltar que, no que concerne ao pedido de cancelamento das cobranças referentes ao Convênio n. 93023/2001 (SIAFI 418095), não há risco ao pacto federativo apto a atrair a competência originária da SUPREMA CORTE, por se tratar de questão de cunho meramente patrimonial. A rigor, tal pleito tem por gênese a aferição da correta execução do convênio entabulado entre os entes políticos, o que deve ser objeto de via processual adequada, ajuizada perante juízo competente. Descabe, portanto, a cumulação deste pedido ao de obstar a inscrição do Estado Membro em cadastros de inadimplentes geridos pela União, de sua parte escudado em vício formal relacionado ao direito de 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF defesa. Essa conclusão reflete a orientação desta CORTE, conforme se verifica no seguinte precedente da Primeira Turma: “COMPETÊNCIA DEFINIÇÃO. A definição da competência concernente à ação proposta decorre das balizas objetivas e subjetivas da lide. COMPETÊNCIA ALÍNEA F DO INCISO I DO ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Não se enquadra, na previsão constitucional, o processamento e o julgamento de ação na qual, embora figurem como partes adversas Estado-membro e União, a contenda não revele em xeque a unidade e a harmonia inerentes ao pacto federativo”. (Recurso Extraordinário 664206 AgR, Primeira Turma, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJe de 6/2/2013). Já em relação ao pedido de impedir sua inscrição no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV) e no Cadastro Único de Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC), verifica-se a competência originária desta SUPREMA CORTE, considerando a potencialidade ofensiva apta a vulnerar o pacto federativo, nos termos do artigo 102, I, alínea f, da Carta Magna, que assim dispõe: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - Processar e julgar, originariamente: f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;” É firme a jurisprudência deste SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL no sentido de sua competência originária para julgar as lides que envolvem a inscrição de Estado-Membro nos cadastros federais de inadimplência, obstando o repasse de transferências voluntárias e a celebração de acordos de cooperação, convênios e operações de crédito. Nesse sentido: ACO 2.455 MC-AgR/AC, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF defesa. Essa conclusão reflete a orientação desta CORTE, conforme se verifica no seguinte precedente da Primeira Turma: “COMPETÊNCIA DEFINIÇÃO. A definição da competência concernente à ação proposta decorre das balizas objetivas e subjetivas da lide. COMPETÊNCIA ALÍNEA F DO INCISO I DO ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Não se enquadra, na previsão constitucional, o processamento e o julgamento de ação na qual, embora figurem como partes adversas Estado-membro e União, a contenda não revele em xeque a unidade e a harmonia inerentes ao pacto federativo”. (Recurso Extraordinário 664206 AgR, Primeira Turma, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJe de 6/2/2013). Já em relação ao pedido de impedir sua inscrição no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV) e no Cadastro Único de Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC), verifica-se a competência originária desta SUPREMA CORTE, considerando a potencialidade ofensiva apta a vulnerar o pacto federativo, nos termos do artigo 102, I, alínea f, da Carta Magna, que assim dispõe: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - Processar e julgar, originariamente: f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;” É firme a jurisprudência deste SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL no sentido de sua competência originária para julgar as lides que envolvem a inscrição de Estado-Membro nos cadastros federais de inadimplência, obstando o repasse de transferências voluntárias e a celebração de acordos de cooperação, convênios e operações de crédito. Nesse sentido: ACO 2.455 MC-AgR/AC, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF DJe de 4/11/2015; ACO 2.183/MS, Rel. Min. ROSA WEBER, 1... Turma, DJe de 1.../8/2018; ACO 3.011 AgR/MG, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe de 13/6/2018. Nessa linha, cite-se o seguinte precedente: “AGRAVO INTERNO NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. INSCRIÇÃO DE ESTADO-MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLENTES. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ART. 102, I ‘F’, DA CRFB/88. AFIRMAÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO PROVIDO. 1. O Supremo Tribunal Federal é originariamente competente para processar e julgar as causas que revelem potencial conflito federativo entre a União e os Estados- membros (art. 102, I, ‘f’, da CRFB/88), como nos casos em que se discute a inscrição destes nos cadastros federais de irregularidades ou inadimplência. (...)”. (ACO 2.764-AgR, Relator para o acórdão Ministro LUIZ FUX, Plenário, DJe de 2/2/2018). Ultrapassado esse ponto, verifica-se que o outro objetivo desta ação é impedir o registro do Estado de Pernambuco no sistema SIAFI/CADIN/CAUC, em razão de supostas irregularidades no âmbito Convênio n 93023/2001 (SIAFI 418095), celebrado entre o Estado-Autor e o FNDE. Nesse ponto, tem-se por incabível a alegação de que a União não é parte legítima para figurar no polo passivo da demanda, pois esta CORTE já firmou entendimento no sentido de que a União é parte legítima para figurar nas ações em que se discute a inscrição dos Estados-Membros em cadastros de inadimplentes, tendo em vista ser a responsável por organizar e manter os referidos cadastros, tais como o SIAFI/CAUC/CADIN, que serão de observação obrigatória pelas entidades federais quando da realização de operações de créditos que envolvam utilização de recursos públicos, concessão de incentivos fiscais 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF DJe de 4/11/2015; ACO 2.183/MS, Rel. Min. ROSA WEBER, 1... Turma, DJe de 1.../8/2018; ACO 3.011 AgR/MG, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe de 13/6/2018. Nessa linha, cite-se o seguinte precedente: “AGRAVO INTERNO NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. INSCRIÇÃO DE ESTADO-MEMBRO EM CADASTRO FEDERAL DE INADIMPLENTES. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ART. 102, I ‘F’, DA CRFB/88. AFIRMAÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO PROVIDO. 1. O Supremo Tribunal Federal é originariamente competente para processar e julgar as causas que revelem potencial conflito federativo entre a União e os Estados- membros (art. 102, I, ‘f’, da CRFB/88), como nos casos em que se discute a inscrição destes nos cadastros federais de irregularidades ou inadimplência. (...)”. (ACO 2.764-AgR, Relator para o acórdão Ministro LUIZ FUX, Plenário, DJe de 2/2/2018). Ultrapassado esse ponto, verifica-se que o outro objetivo desta ação é impedir o registro do Estado de Pernambuco no sistema SIAFI/CADIN/CAUC, em razão de supostas irregularidades no âmbito Convênio n 93023/2001 (SIAFI 418095), celebrado entre o Estado-Autor e o FNDE. Nesse ponto, tem-se por incabível a alegação de que a União não é parte legítima para figurar no polo passivo da demanda, pois esta CORTE já firmou entendimento no sentido de que a União é parte legítima para figurar nas ações em que se discute a inscrição dos Estados-Membros em cadastros de inadimplentes, tendo em vista ser a responsável por organizar e manter os referidos cadastros, tais como o SIAFI/CAUC/CADIN, que serão de observação obrigatória pelas entidades federais quando da realização de operações de créditos que envolvam utilização de recursos públicos, concessão de incentivos fiscais 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF e financeiros, celebrações de convênios, acordos e ajustes. Nesse sentido, confira-se: ACO 2811 AgR-segundo, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Plenário, DJe 18/9/2017; e ACO 2656 AgR-segundo, Rel. Min. RICARDO LEWANDOSWKI, Plenário, DJe 25/8/2017. Além disso, o autor afirma, em síntese, que a sua inscrição no sistema de cadastro federal de inadimplência viola (a) o princípio da intranscendência; e (b) os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, em razão da ausência de conclusão do procedimento de Tomada de Contas Especial. Aqui, destaco que, conforme tenho afirmado em minhas decisões sobre a presente controvérsia, razão assiste ao Relator no ponto em que rechaça o argumento de que o governo em curso não pode sofrer as consequências da má gestão do governo anterior. A União não transfere recursos para os governantes e sim para os entes públicos, que passam a ser responsáveis pela execução dos projetos objetos dos convênios, e a quem cabe, também, as consequências jurídicas no caso de inadimplemento. Esse foi o entendimento adotado pelo Ministro GILMAR MENDES, que ao apreciar a ACO 2.745, assim discorreu: “A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei de Responsabilidade Fiscal) não deve ser aplicada de forma limitada ao mandato dos gestores do Poder Executivo, haja vista ser antirrepublicano e incoerente ao Estado de Direito a hipótese de se apagar o passado por simples mudança de governante, no mínimo, a cada quatro anos. Em outras palavras, a Lei de Responsabilidade Fiscal não se destina ao mandatário, mas em proteção ao Estado e, consequentemente, ao mandante (povo), evitando desgovernos que dilapidem as contas públicas. Em outras palavras, a Lei de Responsabilidade Fiscal não se destina ao mandatário, mas em proteção ao Estado e, consequentemente, ao mandante (povo), evitando desgovernos que dilapidem as contas públicas.” Quanto ao mais, ganha consistência o pedido escudado em eventual irregularidade da inscrição porque não precedido do procedimento da tomada de contas especial. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF e financeiros, celebrações de convênios, acordos e ajustes. Nesse sentido, confira-se: ACO 2811 AgR-segundo, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Plenário, DJe 18/9/2017; e ACO 2656 AgR-segundo, Rel. Min. RICARDO LEWANDOSWKI, Plenário, DJe 25/8/2017. Além disso, o autor afirma, em síntese, que a sua inscrição no sistema de cadastro federal de inadimplência viola (a) o princípio da intranscendência; e (b) os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, em razão da ausência de conclusão do procedimento de Tomada de Contas Especial. Aqui, destaco que, conforme tenho afirmado em minhas decisões sobre a presente controvérsia, razão assiste ao Relator no ponto em que rechaça o argumento de que o governo em curso não pode sofrer as consequências da má gestão do governo anterior. A União não transfere recursos para os governantes e sim para os entes públicos, que passam a ser responsáveis pela execução dos projetos objetos dos convênios, e a quem cabe, também, as consequências jurídicas no caso de inadimplemento. Esse foi o entendimento adotado pelo Ministro GILMAR MENDES, que ao apreciar a ACO 2.745, assim discorreu: “A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei de Responsabilidade Fiscal) não deve ser aplicada de forma limitada ao mandato dos gestores do Poder Executivo, haja vista ser antirrepublicano e incoerente ao Estado de Direito a hipótese de se apagar o passado por simples mudança de governante, no mínimo, a cada quatro anos. Em outras palavras, a Lei de Responsabilidade Fiscal não se destina ao mandatário, mas em proteção ao Estado e, consequentemente, ao mandante (povo), evitando desgovernos que dilapidem as contas públicas. Em outras palavras, a Lei de Responsabilidade Fiscal não se destina ao mandatário, mas em proteção ao Estado e, consequentemente, ao mandante (povo), evitando desgovernos que dilapidem as contas públicas.” Quanto ao mais, ganha consistência o pedido escudado em eventual irregularidade da inscrição porque não precedido do procedimento da tomada de contas especial. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF Com efeito, o entendimento desta CORTE é no sentido de que, em que pese a possibilidade de a União proceder à inscrição de entes federativos em cadastros de inadimplência, nos termos da lei, em hipóteses como a presente, haverá a necessidade de verificação da veracidade das irregularidades apontadas durante o cumprimento de contratos ou convênios, sendo, portanto, imprescindível a observância dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. A Constituição Federal de 1988 incorporou o princípio do devido processo legal, que remonta à Magna Charta Libertatum, de 1215, de vital importância no direito anglo-saxão. Igualmente, o art. XI, n 1, da Declaração Universal dos Direitos do Homem garante que: “todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa”. O devido processo legal configura dupla proteção ao indivíduo, atuando tanto no âmbito material de proteção ao direito de liberdade, quanto no âmbito formal, ao assegurar-lhe paridade total de condições com o Estado-persecutor e plenitude de defesa, tendo como corolários a ampla defesa e o contraditório, que deverão ser assegurados aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, conforme o texto constitucional expresso (art. 5..., LV). Assim, embora no campo administrativo não exista necessidade de tipificação estrita que subsuma rigorosamente a conduta à norma, a capitulação do ilícito administrativo não pode ser tão aberta a ponto de impossibilitar o direito de defesa, pois nenhuma penalidade poderá ser imposta, tanto no campo judicial, quanto nos campos administrativos ou disciplinares, sem a necessária amplitude de defesa (RTJ 83/385; RJTJSP 14/219). A inscrição nos cadastros de inadimplência acarretará, diretamente, o bloqueio do repasse de valores e/ou a proibição de celebração de convênios, e, consequentemente, implicará inegável restrição à autonomia 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF Com efeito, o entendimento desta CORTE é no sentido de que, em que pese a possibilidade de a União proceder à inscrição de entes federativos em cadastros de inadimplência, nos termos da lei, em hipóteses como a presente, haverá a necessidade de verificação da veracidade das irregularidades apontadas durante o cumprimento de contratos ou convênios, sendo, portanto, imprescindível a observância dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. A Constituição Federal de 1988 incorporou o princípio do devido processo legal, que remonta à Magna Charta Libertatum, de 1215, de vital importância no direito anglo-saxão. Igualmente, o art. XI, n 1, da Declaração Universal dos Direitos do Homem garante que: “todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa”. O devido processo legal configura dupla proteção ao indivíduo, atuando tanto no âmbito material de proteção ao direito de liberdade, quanto no âmbito formal, ao assegurar-lhe paridade total de condições com o Estado-persecutor e plenitude de defesa, tendo como corolários a ampla defesa e o contraditório, que deverão ser assegurados aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, conforme o texto constitucional expresso (art. 5..., LV). Assim, embora no campo administrativo não exista necessidade de tipificação estrita que subsuma rigorosamente a conduta à norma, a capitulação do ilícito administrativo não pode ser tão aberta a ponto de impossibilitar o direito de defesa, pois nenhuma penalidade poderá ser imposta, tanto no campo judicial, quanto nos campos administrativos ou disciplinares, sem a necessária amplitude de defesa (RTJ 83/385; RJTJSP 14/219). A inscrição nos cadastros de inadimplência acarretará, diretamente, o bloqueio do repasse de valores e/ou a proibição de celebração de convênios, e, consequentemente, implicará inegável restrição à autonomia 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF administrativa do ente federativo, que sofrerá limitação na continuidade ou implementação de políticas públicas. A gravidade dessa inscrição exige a observância integral da ampla defesa e do contraditório. Por ampla defesa entende-se o asseguramento que é dado ao réu de condições que lhe possibilitem trazer para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo omitir-se ou calar-se, se entender necessário, enquanto o contraditório é a própria exteriorização da ampla defesa, impondo a condução dialética do processo (par conditio), pois a todo ato produzido pela acusação caberá igual direito da defesa de opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que melhor lhe apresente, ou, ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa daquela feita pelo autor. Em relação a esses fundamentos, esta SUPREMA CORTE tem entendido que, na hipótese de não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, fica configurada a violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. INSCRIÇÃO DE ENTE FEDERATIVO NO CADASTRO ÚNICO DE CONVÊNIO (CAUC). LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. PRESENÇA DE INTERESSE PROCESSUAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. INSTAURAÇÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. NECESSIDADE. JURISPRUDÊNCIA. PRECEDENTES. ACO 2.131/MT-AgR, REL. MIN. CELSO DE MELLO, DJE 20/2/2015. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal proferiu entendimento no sentido de que viola o postulado constitucional do devido processo legal a inscrição do ente federativo no cadastro de inadimplentes sem a garantia do contraditório e da ampla defesa. ACO 2.131/MT-AgR, Rel. Min. 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF administrativa do ente federativo, que sofrerá limitação na continuidade ou implementação de políticas públicas. A gravidade dessa inscrição exige a observância integral da ampla defesa e do contraditório. Por ampla defesa entende-se o asseguramento que é dado ao réu de condições que lhe possibilitem trazer para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo omitir-se ou calar-se, se entender necessário, enquanto o contraditório é a própria exteriorização da ampla defesa, impondo a condução dialética do processo (par conditio), pois a todo ato produzido pela acusação caberá igual direito da defesa de opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que melhor lhe apresente, ou, ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa daquela feita pelo autor. Em relação a esses fundamentos, esta SUPREMA CORTE tem entendido que, na hipótese de não abertura do procedimento de Tomada de Contas Especial, quando da inscrição dos entes federados nos cadastros de inadimplentes, fica configurada a violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. INSCRIÇÃO DE ENTE FEDERATIVO NO CADASTRO ÚNICO DE CONVÊNIO (CAUC). LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. PRESENÇA DE INTERESSE PROCESSUAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. INSTAURAÇÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. NECESSIDADE. JURISPRUDÊNCIA. PRECEDENTES. ACO 2.131/MT-AgR, REL. MIN. CELSO DE MELLO, DJE 20/2/2015. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal proferiu entendimento no sentido de que viola o postulado constitucional do devido processo legal a inscrição do ente federativo no cadastro de inadimplentes sem a garantia do contraditório e da ampla defesa. ACO 2.131/MT-AgR, Rel. Min. 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF Celso de Mello, DJe 20/2/2015. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (ACO 964-AgR-segundo, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Pleno, DJe 16/2/2016)”. “AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. INSCRIÇÃO DE ESTADO-MEMBRO NO CAUC. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Plenário deste Supremo Tribunal Federal assentou a necessidade de prévia tomada de contas especial por parte do Tribunal de Contas para a inserção de Estado-membro nos cadastros federais desabonadores, atendendo-se assim às garantias constitucionais do devido processo legal. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (ACO-AgR 2.240, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Pleno, DJe 7/2/2018)” Na ocasião do julgamento do AgR na ACO 3.011/MG, o Relator, Ministro DIAS TOFFOLI, consignou que: “Antes, portanto, da instauração da tomada de contas especial não há validade na inscrição do ente federado em cadastros restritivos, por ausência do devido processo legal para tanto exigido. (...) Desta feita, porque não ultimado o procedimento de tomada de contas especial, tenho – nos termos da jurisprudência desta Corte – que é ilegítima a inscrição da autora nos cadastros de inadimplência federal. ” O Ministro CELSO DE MELLO, ao apreciar a AC 2.895 (Plenário, DJe de 30/10/2014), muito bem discorreu sobre a necessidade de observância do princípio constitucional do devido processo legal pelos entes públicos, conforme se infere do seguinte trecho do voto condutor do acórdão: “Impende assinalar, bem por isso, na linha de decisões 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF Celso de Mello, DJe 20/2/2015. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (ACO 964-AgR-segundo, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Pleno, DJe 16/2/2016)”. “AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. INSCRIÇÃO DE ESTADO-MEMBRO NO CAUC. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Plenário deste Supremo Tribunal Federal assentou a necessidade de prévia tomada de contas especial por parte do Tribunal de Contas para a inserção de Estado-membro nos cadastros federais desabonadores, atendendo-se assim às garantias constitucionais do devido processo legal. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (ACO-AgR 2.240, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Pleno, DJe 7/2/2018)” Na ocasião do julgamento do AgR na ACO 3.011/MG, o Relator, Ministro DIAS TOFFOLI, consignou que: “Antes, portanto, da instauração da tomada de contas especial não há validade na inscrição do ente federado em cadastros restritivos, por ausência do devido processo legal para tanto exigido. (...) Desta feita, porque não ultimado o procedimento de tomada de contas especial, tenho – nos termos da jurisprudência desta Corte – que é ilegítima a inscrição da autora nos cadastros de inadimplência federal. ” O Ministro CELSO DE MELLO, ao apreciar a AC 2.895 (Plenário, DJe de 30/10/2014), muito bem discorreu sobre a necessidade de observância do princípio constitucional do devido processo legal pelos entes públicos, conforme se infere do seguinte trecho do voto condutor do acórdão: “Impende assinalar, bem por isso, na linha de decisões 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF que já proferi nesta Corte (RTJ 183/371-372, Rel. Min. CELSO DE MELLO – AI 306.626/MT, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), que o Estado, em tema de restrição à esfera jurídica de qualquer pessoa (inclusive das pessoas estatais), não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva ou arbitrária, desconsiderando, no exercício de sua atividade, o postulado da plenitude de defesa, pois, cabe enfatizar, o reconhecimento da legitimidade ético jurídica de qualquer medida imposta pelo Poder Público, de que resultem, como no caso, consequências gravosas no plano dos direitos e garantias individuais, exige a fiel observância do princípio do devido processo legal (Constituição Federal de 1988, art. 5..., LIV e LV), consoante adverte autorizado magistério doutrinário (MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO, “Comentários à Constituição Brasileira de 1988”, vol. 1/68-69, 1990, Saraiva; PINTO FERREIRA, “Comentários à Constituição Brasileira”, vol. 1/176 e 180, 1989, Saraiva; JESSÉ TORRES PEREIRA JÚNIOR, “O Direito à Defesa na Constituição de 1988”, p. 71/73, item n. 17, 1991, Renovar; EDGARD SILVEIRA BUENO FILHO, “O Direito à Defesa na Constituição”, p. 47/49, 1994, Saraiva; CELSO RIBEIRO BASTOS, “Comentários à Constituição do Brasil”, vol. 2/268-269, 1989, Saraiva; MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, “Direito Administrativo”, p. 401/402, 5... ed., 1995, Atlas; LÚCIA VALLE FIGUEIREDO, “Curso de Direito Administrativo”, p. 290 e 293/294, 2... ed., 1995, Malheiros; HELY LOPES MEIRELLES, “Direito Administrativo Brasileiro”, p. 588, 17... ed., 1992, Malheiros, v.g.).” Portanto, verifica-se que esta CORTE entende que somente após a realização do procedimento de Tomada de Contas Especial é possível a inscrição dos entes federativos nos cadastros federais de inadimplentes que tenham repercussão no repasse de verbas imprescindíveis para a continuidade de projetos públicos daqueles entes. Registre-se que, em recente julgamento, a CORTE, ao apreciar o mérito da repercussão geral reconhecida nos autos do Recurso Extraordinário 1.067.086, Rel. Min. ROSA WEBER, reafirmou esse entendimento, momento no qual se 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF que já proferi nesta Corte (RTJ 183/371-372, Rel. Min. CELSO DE MELLO – AI 306.626/MT, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), que o Estado, em tema de restrição à esfera jurídica de qualquer pessoa (inclusive das pessoas estatais), não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva ou arbitrária, desconsiderando, no exercício de sua atividade, o postulado da plenitude de defesa, pois, cabe enfatizar, o reconhecimento da legitimidade ético jurídica de qualquer medida imposta pelo Poder Público, de que resultem, como no caso, consequências gravosas no plano dos direitos e garantias individuais, exige a fiel observância do princípio do devido processo legal (Constituição Federal de 1988, art. 5..., LIV e LV), consoante adverte autorizado magistério doutrinário (MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO, “Comentários à Constituição Brasileira de 1988”, vol. 1/68-69, 1990, Saraiva; PINTO FERREIRA, “Comentários à Constituição Brasileira”, vol. 1/176 e 180, 1989, Saraiva; JESSÉ TORRES PEREIRA JÚNIOR, “O Direito à Defesa na Constituição de 1988”, p. 71/73, item n. 17, 1991, Renovar; EDGARD SILVEIRA BUENO FILHO, “O Direito à Defesa na Constituição”, p. 47/49, 1994, Saraiva; CELSO RIBEIRO BASTOS, “Comentários à Constituição do Brasil”, vol. 2/268-269, 1989, Saraiva; MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, “Direito Administrativo”, p. 401/402, 5... ed., 1995, Atlas; LÚCIA VALLE FIGUEIREDO, “Curso de Direito Administrativo”, p. 290 e 293/294, 2... ed., 1995, Malheiros; HELY LOPES MEIRELLES, “Direito Administrativo Brasileiro”, p. 588, 17... ed., 1992, Malheiros, v.g.).” Portanto, verifica-se que esta CORTE entende que somente após a realização do procedimento de Tomada de Contas Especial é possível a inscrição dos entes federativos nos cadastros federais de inadimplentes que tenham repercussão no repasse de verbas imprescindíveis para a continuidade de projetos públicos daqueles entes. Registre-se que, em recente julgamento, a CORTE, ao apreciar o mérito da repercussão geral reconhecida nos autos do Recurso Extraordinário 1.067.086, Rel. Min. ROSA WEBER, reafirmou esse entendimento, momento no qual se 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF firmou a seguinte tese: “A inscrição de entes federados em cadastro de inadimplentes (ou outro que dê causa à negativa de realização de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres que impliquem transferência voluntária de recursos) pressupõe o respeito aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, somente reconhecido: a) após o julgamento de tomada de contas especial ou procedimento análogo perante o Tribunal de Contas, nos casos de descumprimento parcial ou total de convênio, prestação de contas rejeitada, ou existência de débito decorrente de ressarcimento de recursos de natureza contratual (salvo os de conta não prestada); b) após a devida notificação do ente faltoso e o decurso do prazo nela previsto (conforme constante em lei, regras infralegais ou em contrato), independentemente de tomada de contas especial, nos casos de não prestação de contas, não fornecimento de informações, débito decorrente de conta não prestada, ou quaisquer outras hipóteses em que incabível a tomada de contas especial.” Assim, verifica-se que o presente caso se enquadra na alínea “a” da tese firmada pela CORTE, tendo em vista que as irregularidades foram constatadas quando da análise das contas prestadas no âmbito do Convênio n 93023/2001 (SIAFI 418095). No caso destes autos, não há notícia da conclusão do procedimento de Tomada de Contas Especial, com a devida apuração dos danos ao Erário federal e das respectivas responsabilidades. Ante o exposto, voto pela PARCIAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF firmou a seguinte tese: “A inscrição de entes federados em cadastro de inadimplentes (ou outro que dê causa à negativa de realização de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres que impliquem transferência voluntária de recursos) pressupõe o respeito aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, somente reconhecido: a) após o julgamento de tomada de contas especial ou procedimento análogo perante o Tribunal de Contas, nos casos de descumprimento parcial ou total de convênio, prestação de contas rejeitada, ou existência de débito decorrente de ressarcimento de recursos de natureza contratual (salvo os de conta não prestada); b) após a devida notificação do ente faltoso e o decurso do prazo nela previsto (conforme constante em lei, regras infralegais ou em contrato), independentemente de tomada de contas especial, nos casos de não prestação de contas, não fornecimento de informações, débito decorrente de conta não prestada, ou quaisquer outras hipóteses em que incabível a tomada de contas especial.” Assim, verifica-se que o presente caso se enquadra na alínea “a” da tese firmada pela CORTE, tendo em vista que as irregularidades foram constatadas quando da análise das contas prestadas no âmbito do Convênio n 93023/2001 (SIAFI 418095). No caso destes autos, não há notícia da conclusão do procedimento de Tomada de Contas Especial, com a devida apuração dos danos ao Erário federal e das respectivas responsabilidades. Ante o exposto, voto pela PARCIAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 21 Voto Vogal ACO 3275 / DF observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8..., do Código de Processo Civil de 2015. 13 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Supremo Tribunal Federal ACO 3275 / DF observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Caracterizada a sucumbência parcial, condeno as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, que ora arbitro em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão, nos termos do artigo 85, § 8..., do Código de Processo Civil de 2015. 13 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C55F-852F-1CD4-8302 e senha 1416-B1A6-CF70-AAF8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 21 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) : ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) : FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e, caracterizada a sucumbência parcial, condenou as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, arbitrados em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão (artigo 85, § 8..., do Código de Processo Civil de 2015), nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin, que julgavam improcedente o pedido. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D94-0CF5-9216-917E e senha 8329-2B58-01D6-D416 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3.275 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AUTOR(A/S)(ES) : ESTADO DE PERNAMBUCO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO RÉU(É)(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) : FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação, para determinar à União que se abstenha de incluir o Estado de Pernambuco em cadastros de inadimplências nos sistemas SIAFI/CADIN/CAUC, em relação ao Convênio n 93023/2001 (SIAFI 418095), tão somente até o exaurimento da Prestação de Contas Especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e, caracterizada a sucumbência parcial, condenou as partes rés, de forma solidária, ao pagamento de honorários sucumbenciais, arbitrados em R$ 2.000,00 (dois mil reais), corrigidos a partir desta decisão (artigo 85, § 8..., do Código de Processo Civil de 2015), nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin, que julgavam improcedente o pedido. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D94-0CF5-9216-917E e senha 8329-2B58-01D6-D416 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 21
{ "JURISPRUDENCIA": [ "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 275", "ACO 3275 / DF", "ACO 3275 / DF", "ACO 3275 /", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 275", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 275", "ACO 3275 /", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 275", "ACO 3275 / DF", "ACO 3275 / DF", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 275", "AÇÃO", "ACO 3275 / DF", "Convênio n . 93023 / 2001", "ACO 3275 / DF", "ACO 3275 / DF", "SIAFI n 418 . 095", "ACO 3275 / DF", "ACO 3275 / DF", "ACO 3275 / DF", "Convênio n . 93023 / 2001", "ACO 3275 / DF", "Recurso Extraordinário 664206 AgR", "ACO 2 . 455 MC - AgR / AC", "ACO 3275 / DF", "Recurso Extraordinário 664206 AgR", "ACO 2 . 455 MC - AgR / AC", "ACO 3275 / DF", "ACO 2 . 183 / MS", "ACO 3 . 011 AgR / MG", "ACO 2 . 764 - AgR", "ACO 3275 / DF", "ACO 2 . 183 / MS", "ACO 3 . 011 AgR / MG", "ACO 2 . 764 - AgR", "ACO 3275 / DF", "ACO 2811 AgR - segundo", "ACO 2656 AgR - segundo", "ACO 2 . 745", "ACO 3275 / DF", "ACO 2811 AgR - segundo", "ACO 2656 AgR - segundo", "ACO 2 . 745", "ACO 3275 / DF", "RTJ 83 / 385", "RJTJSP 14 / 219", "ACO 3275 / DF", "RTJ 83 / 385", "RJTJSP 14 / 219", "ACO 3275 / DF", "ACO 2 . 131 / MT - AgR", "ACO 2 . 131 / MT - AgR", "ACO 2 . 131 / MT - AgR", "ACO 2 . 131 / MT - AgR", "ACO 3275 / DF", "ACO 964 - AgR - segundo", "ACO", "-", "AgR 2 . 240", "ACO 3 . 011 / MG", "AC 2 . 895", "ACO 3275 / DF", "ACO 964 - AgR - segundo", "ACO", "-", "AgR 2 . 240", "ACO 3 . 011 / MG", "AC 2 . 895", "ACO 3275 / DF", "RTJ 183 / 371 - 372", "AI 306 . 626 / MT", "Recurso Extraordinário 1 . 067 . 086", "ACO 3275 / DF", "RTJ 183 / 371 - 372", "AI 306 . 626 / MT", "Recurso Extraordinário 1 . 067 . 086", "ACO 3275 / DF", "ACO 3275 / DF", "AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 3 . 275" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convênio n .", "artigo 85 , § 8 . . . , do Código de Processo Civil de 2015", "artigo 85 , § 8 . . . , do Código de Processo Civil de 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convênio n . 93023 / 2001", "artigo 85 , § 8 . . . , do Código de Processo Civil de 2015", "Convênio n 93023 / 2001", "artigo 85 , § 8 . . . , do Código de Processo Civil de 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convênio n 93 . 023 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convênio n 93023 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convênio n 93023 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 102 , inciso I , alínea “ f ” , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 102 , inciso I , alínea “ f ” , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 8 . . . , do Código de Processo Civil de 2015", "art . 102 , I , f , da Constituição", "Convênio n . 93023 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convênio n . 93023 / 2001", "artigo 85 , § 8 . . . , do Código de Processo Civil de 2015", "art . 102 , I , f , da Constituição Federal", "Convênio n . 93023 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convênio n 93 . 023 / 2001", "Convênio n", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convênio n 93 . 023 / 2001", "Convênio n 93023 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convênio n . 93023 / 2001", "Convênio n . 93023 /", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convênio n . 93023 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "INCISO I DO ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL", "artigo 102 , I , alínea f , da Carta Magna", "Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "INCISO I DO ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL", "artigo 102 , I , alínea f , da Carta Magna", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 102 , I ‘ F ’ , DA CRFB / 88", "art . 102 , I , ‘ f ’ , da CRFB / 88", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 102 , I ‘ F ’ , DA CRFB / 88", "art . 102 , I , ‘ f ’ , da CRFB / 88", "Convênio n 93023 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei de Responsabilidade Fiscal", "Lei de Responsabilidade Fiscal", "Lei de Responsabilidade Fiscal", "Lei de Responsabilidade Fiscal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei de Responsabilidade Fiscal", "Lei de Responsabilidade Fiscal", "Lei de Responsabilidade Fiscal", "Lei de Responsabilidade", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal de 1988", "Magna Charta Libertatum", "art . 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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) :OSVALDO JOSÉ DUNCKE EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INEXISTÊNCIA DOS VÍCIOS DO ART. 619 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. DETERMINAÇÃO DE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS À ORIGEM. 1. Não merecem acolhida os Embargos de Declaração quando a decisão recorrida não padece de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. 2. Embargos de Declaração rejeitados. Certificação do trânsito em julgado e determinação de baixa imediata dos autos à origem, uma vez considerado o caráter manifestamente protelatório do recurso. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual do Plenário, sob a Presidência do Senhor Ministro LUIZ FUX, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em rejeitar os embargos de declaração, e determinar a certificação do trânsito em julgado e baixa dos autos ao Juízo de origem imediatamente, nos termos do voto do Relator. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA55-C77A-6582-D74A e senha 2533-A9CB-877A-DCDA Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão RE 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA55-C77A-6582-D74A e senha 2533-A9CB-877A-DCDA Supremo Tribunal Federal RE 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA55-C77A-6582-D74A e senha 2533-A9CB-877A-DCDA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) :OSVALDO JOSÉ DUNCKE EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Embargos de Declaração opostos contra acórdão proferido pelo Plenário desta CORTE, que, por unanimidade, não conheceu do Agravo Regimental, em julgamento assim ementado (eDoc. 93): “AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA A TODOS OS FUNDAMENTOS APTOS, POR SI SÓS, PARA SUSTENTAR A DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO. 1. Não pode ser conhecido o Agravo Regimental (Interno) quando não impugna especificamente a decisão monocrática proferida pelo Relator(a), inteligência do art. 317, § 1º, do RISTF. Precedentes. 2. Agravo Regimental não conhecido.” Neste recurso, alega o embargante que o acórdão recorrido afronta o art. 93, inciso IX, da CF/88, uma vez que “não se verifica na Decisão embargada a existência de fundamentação idônea apta para afastar ou rejeitar aqueles, ainda que de forma tácita, porquanto se trata de direito subjetivo do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD3-3AC5-EF1A-1937 e senha 623D-576F-DCB1-070C Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) :OSVALDO JOSÉ DUNCKE EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Embargos de Declaração opostos contra acórdão proferido pelo Plenário desta CORTE, que, por unanimidade, não conheceu do Agravo Regimental, em julgamento assim ementado (eDoc. 93): “AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA A TODOS OS FUNDAMENTOS APTOS, POR SI SÓS, PARA SUSTENTAR A DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO. 1. Não pode ser conhecido o Agravo Regimental (Interno) quando não impugna especificamente a decisão monocrática proferida pelo Relator(a), inteligência do art. 317, § 1º, do RISTF. Precedentes. 2. Agravo Regimental não conhecido.” Neste recurso, alega o embargante que o acórdão recorrido afronta o art. 93, inciso IX, da CF/88, uma vez que “não se verifica na Decisão embargada a existência de fundamentação idônea apta para afastar ou rejeitar aqueles, ainda que de forma tácita, porquanto se trata de direito subjetivo do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD3-3AC5-EF1A-1937 e senha 623D-576F-DCB1-070C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Relatório RE 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC jurisdicionado, ora Embargante, receber a entrega de provimento jurisdicional devidamente fundamentado” (eDoc. 94, fl. 2), razão pela qual seria necessário que esta CORTE “aprecie e fundamente as teses jurídicas apresentadas” (eDoc. 94, fl. 3). Todavia, muito embora o embargante indique a existência de omissão/contradição/obscuridade, suas razões recursais não mostram pormenorizadamente em que consistiriam os alegados vícios, limitando- se, por outro lado, a tão somente ratificar os argumentos já apresentados nos recursos pretéritos, que se referem unicamente ao mérito da causa. Objetiva, com este recurso, (a) a sua absolvição quanto ao crime de tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06) ou, subsidiariamente, a desclassificação de sua conduta para o delito previsto no artigo 28 da Lei nº 11.343/06; (b) a fixação da pena-base em seu mínimo legal; e (c) o reconhecimento da figura do tráfico privilegiado, causa de diminuição da pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/06, com a fixação de seu patamar máximo de 2/3. Ao final, pede que os aclaratórios sejam conhecidos e providos “a fim de que, data maxima venia, Vossas Excelências declarem a Decisão combatida, mediante o reconhecimento da contradição, omissão e obscuridade, sejam-nos sanados e, consequentemente, sejam acolhidos os pleitos aventados no hodierno petitório, como medida da mais imperiosa e escorreita aplicação do Direito” (eDoc. 94, fl. 10). É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD3-3AC5-EF1A-1937 e senha 623D-576F-DCB1-070C Supremo Tribunal Federal RE 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC jurisdicionado, ora Embargante, receber a entrega de provimento jurisdicional devidamente fundamentado” (eDoc. 94, fl. 2), razão pela qual seria necessário que esta CORTE “aprecie e fundamente as teses jurídicas apresentadas” (eDoc. 94, fl. 3). Todavia, muito embora o embargante indique a existência de omissão/contradição/obscuridade, suas razões recursais não mostram pormenorizadamente em que consistiriam os alegados vícios, limitando- se, por outro lado, a tão somente ratificar os argumentos já apresentados nos recursos pretéritos, que se referem unicamente ao mérito da causa. Objetiva, com este recurso, (a) a sua absolvição quanto ao crime de tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06) ou, subsidiariamente, a desclassificação de sua conduta para o delito previsto no artigo 28 da Lei nº 11.343/06; (b) a fixação da pena-base em seu mínimo legal; e (c) o reconhecimento da figura do tráfico privilegiado, causa de diminuição da pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/06, com a fixação de seu patamar máximo de 2/3. Ao final, pede que os aclaratórios sejam conhecidos e providos “a fim de que, data maxima venia, Vossas Excelências declarem a Decisão combatida, mediante o reconhecimento da contradição, omissão e obscuridade, sejam-nos sanados e, consequentemente, sejam acolhidos os pleitos aventados no hodierno petitório, como medida da mais imperiosa e escorreita aplicação do Direito” (eDoc. 94, fl. 10). É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD3-3AC5-EF1A-1937 e senha 623D-576F-DCB1-070C Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 08/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Não prosperam, mais uma vez, as irresignações do embargante. De acordo com o estatuído no art. 619 do Código de Processo Penal, são cabíveis embargos de declaração nas hipóteses de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão do julgado atacado. Da mesma forma, prevê o art. 337 do RISTF: “Cabem embargos de declaração, quando houver no acórdão obscuridade, dúvida, contradição ou omissão que devam ser sanadas”. Haverá ambiguidade se o julgado revelar incerteza, dubiedade; omissão, quando não enfrentadas todas as questões postas ou esquecido algum dos pedidos dos litigantes; obscuridade, ao faltar clareza no acórdão; contradição, sempre que se desvelarem incongruências entre a fundamentação e a conclusão ou forem registradas proposições inconciliáveis. Ainda se tem admitido, em hipóteses excepcionalíssimas, a atribuição de efeito infringente quando a consequência lógica do provimento dos embargos de declaração impuser a correção do caminho anteriormente adotado. No presente caso, não se constata a existência de nenhuma dessas deficiências. Ao contrário, o que existe é a invocação de fundamentos já esgotados na decisão recorrida, que, a pretexto de buscar sanar suposta omissão, contradição e obscuridade, traduzem mero inconformismo com as conclusões adotadas (RHC 122.806 ED, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, DJe de 11/3/2015; HC 112.254 ED, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 11/3/2013; AI 751.637 AgR-ED, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, DJe de 1º/3/2011; RHC 112.702 AgR-ED, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 4/3/2016; RHC 114.739 ED, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe de 30/4/2013). Em verdade, evidencia-se das razões recursais o nítido propósito Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2B38-25EB-3934-B048 e senha 8E23-A67C-06A4-5F15 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Não prosperam, mais uma vez, as irresignações do embargante. De acordo com o estatuído no art. 619 do Código de Processo Penal, são cabíveis embargos de declaração nas hipóteses de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão do julgado atacado. Da mesma forma, prevê o art. 337 do RISTF: “Cabem embargos de declaração, quando houver no acórdão obscuridade, dúvida, contradição ou omissão que devam ser sanadas”. Haverá ambiguidade se o julgado revelar incerteza, dubiedade; omissão, quando não enfrentadas todas as questões postas ou esquecido algum dos pedidos dos litigantes; obscuridade, ao faltar clareza no acórdão; contradição, sempre que se desvelarem incongruências entre a fundamentação e a conclusão ou forem registradas proposições inconciliáveis. Ainda se tem admitido, em hipóteses excepcionalíssimas, a atribuição de efeito infringente quando a consequência lógica do provimento dos embargos de declaração impuser a correção do caminho anteriormente adotado. No presente caso, não se constata a existência de nenhuma dessas deficiências. Ao contrário, o que existe é a invocação de fundamentos já esgotados na decisão recorrida, que, a pretexto de buscar sanar suposta omissão, contradição e obscuridade, traduzem mero inconformismo com as conclusões adotadas (RHC 122.806 ED, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, DJe de 11/3/2015; HC 112.254 ED, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 11/3/2013; AI 751.637 AgR-ED, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, DJe de 1º/3/2011; RHC 112.702 AgR-ED, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 4/3/2016; RHC 114.739 ED, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe de 30/4/2013). Em verdade, evidencia-se das razões recursais o nítido propósito Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2B38-25EB-3934-B048 e senha 8E23-A67C-06A4-5F15 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RE 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC infringente, para o qual não está originalmente vocacionado o presente recurso, pois, diferentemente do que alega o embargante, o ofício judicante realizou-se de forma completa e satisfatória, não se mostrando necessários quaisquer reparos. Reforço que, no caso concreto, não há se falar na ausência ou deficiência de fundamentação ou ainda em negativa de prestação jurisdicional, estando clarividente que as razões recursais somente representam a mera insatisfação da parte com o desprovimento/não conhecimento dos recursos interpostos/opostos anteriormente. Por fim, verifica-se, ainda, o intuito claramente protelatório do presente recurso, que representa o quinto apresentado perante esta CORTE, sendo possível observar que as irresignações sempre reiteram teses que já foram exaustivamente rechaçadas. Fato esse que leva, nos termos da jurisprudência consolidada do TRIBUNAL, à baixa imediata dos autos, certificando-se o trânsito em julgado. Diante do exposto, REJEITO os Embargos de Declaração. Certifique- se o trânsito em julgado e baixem os autos ao Juízo de origem imediatamente. É o voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2B38-25EB-3934-B048 e senha 8E23-A67C-06A4-5F15 Supremo Tribunal Federal RE 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC infringente, para o qual não está originalmente vocacionado o presente recurso, pois, diferentemente do que alega o embargante, o ofício judicante realizou-se de forma completa e satisfatória, não se mostrando necessários quaisquer reparos. Reforço que, no caso concreto, não há se falar na ausência ou deficiência de fundamentação ou ainda em negativa de prestação jurisdicional, estando clarividente que as razões recursais somente representam a mera insatisfação da parte com o desprovimento/não conhecimento dos recursos interpostos/opostos anteriormente. Por fim, verifica-se, ainda, o intuito claramente protelatório do presente recurso, que representa o quinto apresentado perante esta CORTE, sendo possível observar que as irresignações sempre reiteram teses que já foram exaustivamente rechaçadas. Fato esse que leva, nos termos da jurisprudência consolidada do TRIBUNAL, à baixa imediata dos autos, certificando-se o trânsito em julgado. Diante do exposto, REJEITO os Embargos de Declaração. Certifique- se o trânsito em julgado e baixem os autos ao Juízo de origem imediatamente. É o voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2B38-25EB-3934-B048 e senha 8E23-A67C-06A4-5F15 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) : OSVALDO JOSÉ DUNCKE (34143/SC) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA Decisão: O Tribunal, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração e determinou a certificação do trânsito em julgado e a baixa dos autos ao Juízo de origem imediatamente, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3806-EF59-764C-15FC e senha 8C98-B9B2-88AB-8A75 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) : OSVALDO JOSÉ DUNCKE (34143/SC) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA Decisão: O Tribunal, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração e determinou a certificação do trânsito em julgado e a baixa dos autos ao Juízo de origem imediatamente, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3806-EF59-764C-15FC e senha 8C98-B9B2-88AB-8A75 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756167559
2021-06-08T00:00:00
2021-06-17T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração e determinou a certificação do trânsito em julgado e a baixa dos autos ao Juízo de origem imediatamente, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INEXISTÊNCIA DOS VÍCIOS DO ART. 619 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. DETERMINAÇÃO DE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS À ORIGEM. 1. Não merecem acolhida os Embargos de Declaração quando a decisão recorrida não padece de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. 2. Embargos de Declaração rejeitados. Certificação do trânsito em julgado e determinação de baixa imediata dos autos à origem, uma vez considerado o caráter manifestamente protelatório do recurso.
sjur448915
- Acórdão(s) citado(s): (EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, FUNDAMENTO, ESGOTAMENTO, DECISÃO JUDICIAL, INEXISTÊNCIA, VÍCIOS) AI 751637 AgR-ED (2ªT), RHC 114739 ED (1ªT), HC 112254 ED (2ªT), RHC 112702 AgR-ED (1ªT), RHC 122806 ED (2ªT). Número de páginas: 7. Análise: 06/12/2021, MAF.
ALEXANDRE DE MORAES
Tribunal Pleno
1304244
[ "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00619\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\n\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\n ART-00337\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL" ]
RE-AgR-ED-EDv-AgR-ED
acordaos
RE 1304244 AgR-ED-EDv-AgR-ED
[ "" ]
EMBTE.(S) : RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) : OSVALDO JOSÉ DUNCKE EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) :OSVALDO JOSÉ DUNCKE EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INEXISTÊNCIA DOS VÍCIOS DO ART. 619 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. DETERMINAÇÃO DE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS À ORIGEM. 1. Não merecem acolhida os Embargos de Declaração quando a decisão recorrida não padece de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. 2. Embargos de Declaração rejeitados. Certificação do trânsito em julgado e determinação de baixa imediata dos autos à origem, uma vez considerado o caráter manifestamente protelatório do recurso. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual do Plenário, sob a Presidência do Senhor Ministro LUIZ FUX, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em rejeitar os embargos de declaração, e determinar a certificação do trânsito em julgado e baixa dos autos ao Juízo de origem imediatamente, nos termos do voto do Relator. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA55-C77A-6582-D74A e senha 2533-A9CB-877A-DCDA Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA55-C77A-6582-D74A e senha 2533-A9CB-877A-DCDA Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CA55-C77A-6582-D74A e senha 2533-A9CB-877A-DCDA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) :OSVALDO JOSÉ DUNCKE EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Embargos de Declaração opostos contra acórdão proferido pelo Plenário desta CORTE, que, por unanimidade, não conheceu do Agravo Regimental, em julgamento assim ementado (eDoc. 93): “AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA A TODOS OS FUNDAMENTOS APTOS, POR SI SÓS, PARA SUSTENTAR A DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO. 1. Não pode ser conhecido o Agravo Regimental (Interno) quando não impugna especificamente a decisão monocrática proferida pelo Relator(a), inteligência do art. 317, § 1..., do RISTF. Precedentes. 2. Agravo Regimental não conhecido.” Neste recurso, alega o embargante que o acórdão recorrido afronta o art. 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988/88, uma vez que “não se verifica na Decisão embargada a existência de fundamentação idônea apta para afastar ou rejeitar aqueles, ainda que de forma tácita, porquanto se trata de direito subjetivo do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD3-3AC5-EF1A-1937 e senha 623D-576F-DCB1-070C Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) :OSVALDO JOSÉ DUNCKE EMBDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Embargos de Declaração opostos contra acórdão proferido pelo Plenário desta CORTE, que, por unanimidade, não conheceu do Agravo Regimental, em julgamento assim ementado (eDoc. 93): “AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA A TODOS OS FUNDAMENTOS APTOS, POR SI SÓS, PARA SUSTENTAR A DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO. 1. Não pode ser conhecido o Agravo Regimental (Interno) quando não impugna especificamente a decisão monocrática proferida pelo Relator(a), inteligência do art. 317, § 1..., do RISTF. Precedentes. 2. Agravo Regimental não conhecido.” Neste recurso, alega o embargante que o acórdão recorrido afronta o art. 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988/88, uma vez que “não se verifica na Decisão embargada a existência de fundamentação idônea apta para afastar ou rejeitar aqueles, ainda que de forma tácita, porquanto se trata de direito subjetivo do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD3-3AC5-EF1A-1937 e senha 623D-576F-DCB1-070C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Relatório Recurso Extraordinário 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC jurisdicionado, ora Embargante, receber a entrega de provimento jurisdicional devidamente fundamentado” (eDoc. 94, fl. 2), razão pela qual seria necessário que esta CORTE “aprecie e fundamente as teses jurídicas apresentadas” (eDoc. 94, fl. 3). Todavia, muito embora o embargante indique a existência de omissão/contradição/obscuridade, suas razões recursais não mostram pormenorizadamente em que consistiriam os alegados vícios, limitando- se, por outro lado, a tão somente ratificar os argumentos já apresentados nos recursos pretéritos, que se referem unicamente ao mérito da causa. Objetiva, com este recurso, (a) a sua absolvição quanto ao crime de tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei n 11.343/06) ou, subsidiariamente, a desclassificação de sua conduta para o delito previsto no artigo 28 da Lei n 11.343/06; (b) a fixação da pena-base em seu mínimo legal; e (c) o reconhecimento da figura do tráfico privilegiado, causa de diminuição da pena prevista no § 4... do art. 33 da Lei n 11.343/06, com a fixação de seu patamar máximo de 2/3. Ao final, pede que os aclaratórios sejam conhecidos e providos “a fim de que, data maxima venia, Vossas Excelências declarem a Decisão combatida, mediante o reconhecimento da contradição, omissão e obscuridade, sejam-nos sanados e, consequentemente, sejam acolhidos os pleitos aventados no hodierno petitório, como medida da mais imperiosa e escorreita aplicação do Direito” (eDoc. 94, fl. 10). É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD3-3AC5-EF1A-1937 e senha 623D-576F-DCB1-070C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC jurisdicionado, ora Embargante, receber a entrega de provimento jurisdicional devidamente fundamentado” (eDoc. 94, fl. 2), razão pela qual seria necessário que esta CORTE “aprecie e fundamente as teses jurídicas apresentadas” (eDoc. 94, fl. 3). Todavia, muito embora o embargante indique a existência de omissão/contradição/obscuridade, suas razões recursais não mostram pormenorizadamente em que consistiriam os alegados vícios, limitando- se, por outro lado, a tão somente ratificar os argumentos já apresentados nos recursos pretéritos, que se referem unicamente ao mérito da causa. Objetiva, com este recurso, (a) a sua absolvição quanto ao crime de tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei n 11.343/06) ou, subsidiariamente, a desclassificação de sua conduta para o delito previsto no artigo 28 da Lei n 11.343/06; (b) a fixação da pena-base em seu mínimo legal; e (c) o reconhecimento da figura do tráfico privilegiado, causa de diminuição da pena prevista no § 4... do art. 33 da Lei n 11.343/06, com a fixação de seu patamar máximo de 2/3. Ao final, pede que os aclaratórios sejam conhecidos e providos “a fim de que, data maxima venia, Vossas Excelências declarem a Decisão combatida, mediante o reconhecimento da contradição, omissão e obscuridade, sejam-nos sanados e, consequentemente, sejam acolhidos os pleitos aventados no hodierno petitório, como medida da mais imperiosa e escorreita aplicação do Direito” (eDoc. 94, fl. 10). É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD3-3AC5-EF1A-1937 e senha 623D-576F-DCB1-070C Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 08/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Não prosperam, mais uma vez, as irresignações do embargante. De acordo com o estatuído no art. 619 do Código de Processo Penal, são cabíveis embargos de declaração nas hipóteses de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão do julgado atacado. Da mesma forma, prevê o art. 337 do RISTF: “Cabem embargos de declaração, quando houver no acórdão obscuridade, dúvida, contradição ou omissão que devam ser sanadas”. Haverá ambiguidade se o julgado revelar incerteza, dubiedade; omissão, quando não enfrentadas todas as questões postas ou esquecido algum dos pedidos dos litigantes; obscuridade, ao faltar clareza no acórdão; contradição, sempre que se desvelarem incongruências entre a fundamentação e a conclusão ou forem registradas proposições inconciliáveis. Ainda se tem admitido, em hipóteses excepcionalíssimas, a atribuição de efeito infringente quando a consequência lógica do provimento dos embargos de declaração impuser a correção do caminho anteriormente adotado. No presente caso, não se constata a existência de nenhuma dessas deficiências. Ao contrário, o que existe é a invocação de fundamentos já esgotados na decisão recorrida, que, a pretexto de buscar sanar suposta omissão, contradição e obscuridade, traduzem mero inconformismo com as conclusões adotadas (RHC 122.806 ED, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, DJe de 11/3/2015; HC 112.254 ED, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 11/3/2013; AI 751.637 AgR-ED, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, DJe de 1.../3/2011; RHC 112.702 AgR-ED, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 4/3/2016; RHC 114.739 ED, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe de 30/4/2013). Em verdade, evidencia-se das razões recursais o nítido propósito Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2B38-25EB-3934-B048 e senha 8E23-A67C-06A4-5F15 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Não prosperam, mais uma vez, as irresignações do embargante. De acordo com o estatuído no art. 619 do Código de Processo Penal, são cabíveis embargos de declaração nas hipóteses de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão do julgado atacado. Da mesma forma, prevê o art. 337 do RISTF: “Cabem embargos de declaração, quando houver no acórdão obscuridade, dúvida, contradição ou omissão que devam ser sanadas”. Haverá ambiguidade se o julgado revelar incerteza, dubiedade; omissão, quando não enfrentadas todas as questões postas ou esquecido algum dos pedidos dos litigantes; obscuridade, ao faltar clareza no acórdão; contradição, sempre que se desvelarem incongruências entre a fundamentação e a conclusão ou forem registradas proposições inconciliáveis. Ainda se tem admitido, em hipóteses excepcionalíssimas, a atribuição de efeito infringente quando a consequência lógica do provimento dos embargos de declaração impuser a correção do caminho anteriormente adotado. No presente caso, não se constata a existência de nenhuma dessas deficiências. Ao contrário, o que existe é a invocação de fundamentos já esgotados na decisão recorrida, que, a pretexto de buscar sanar suposta omissão, contradição e obscuridade, traduzem mero inconformismo com as conclusões adotadas (RHC 122.806 ED, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, DJe de 11/3/2015; HC 112.254 ED, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 11/3/2013; AI 751.637 AgR-ED, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, DJe de 1.../3/2011; RHC 112.702 AgR-ED, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 4/3/2016; RHC 114.739 ED, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe de 30/4/2013). Em verdade, evidencia-se das razões recursais o nítido propósito Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2B38-25EB-3934-B048 e senha 8E23-A67C-06A4-5F15 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES Recurso Extraordinário 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC infringente, para o qual não está originalmente vocacionado o presente recurso, pois, diferentemente do que alega o embargante, o ofício judicante realizou-se de forma completa e satisfatória, não se mostrando necessários quaisquer reparos. Reforço que, no caso concreto, não há se falar na ausência ou deficiência de fundamentação ou ainda em negativa de prestação jurisdicional, estando clarividente que as razões recursais somente representam a mera insatisfação da parte com o desprovimento/não conhecimento dos recursos interpostos/opostos anteriormente. Por fim, verifica-se, ainda, o intuito claramente protelatório do presente recurso, que representa o quinto apresentado perante esta CORTE, sendo possível observar que as irresignações sempre reiteram teses que já foram exaustivamente rechaçadas. Fato esse que leva, nos termos da jurisprudência consolidada do TRIBUNAL, à baixa imediata dos autos, certificando-se o trânsito em julgado. Diante do exposto, REJEITO os Embargos de Declaração. Certifique- se o trânsito em julgado e baixem os autos ao Juízo de origem imediatamente. É o voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2B38-25EB-3934-B048 e senha 8E23-A67C-06A4-5F15 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1304244 AGR-ED-EDV-AGR-ED / SC infringente, para o qual não está originalmente vocacionado o presente recurso, pois, diferentemente do que alega o embargante, o ofício judicante realizou-se de forma completa e satisfatória, não se mostrando necessários quaisquer reparos. Reforço que, no caso concreto, não há se falar na ausência ou deficiência de fundamentação ou ainda em negativa de prestação jurisdicional, estando clarividente que as razões recursais somente representam a mera insatisfação da parte com o desprovimento/não conhecimento dos recursos interpostos/opostos anteriormente. Por fim, verifica-se, ainda, o intuito claramente protelatório do presente recurso, que representa o quinto apresentado perante esta CORTE, sendo possível observar que as irresignações sempre reiteram teses que já foram exaustivamente rechaçadas. Fato esse que leva, nos termos da jurisprudência consolidada do TRIBUNAL, à baixa imediata dos autos, certificando-se o trânsito em julgado. Diante do exposto, REJEITO os Embargos de Declaração. Certifique- se o trânsito em julgado e baixem os autos ao Juízo de origem imediatamente. É o voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2B38-25EB-3934-B048 e senha 8E23-A67C-06A4-5F15 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) : OSVALDO JOSÉ DUNCKE (34143/SC) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA Decisão: O Tribunal, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração e determinou a certificação do trânsito em julgado e a baixa dos autos ao Juízo de origem imediatamente, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3806-EF59-764C-15FC e senha 8C98-B9B2-88AB-8A75 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.304.244 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : RODRIGO MOMM DE LINS ADV.(A/S) : OSVALDO JOSÉ DUNCKE (34143/SC) EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA Decisão: O Tribunal, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração e determinou a certificação do trânsito em julgado e a baixa dos autos ao Juízo de origem imediatamente, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3806-EF59-764C-15FC e senha 8C98-B9B2-88AB-8A75 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 304 . 244", "Recurso Extraordinário 1304244", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 304 . 244", "Recurso Extraordinário 1304244", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 304 . 244", "RHC 122 . 806 ED", "HC 112 . 254 ED", "AI 751 . 637 AgR - ED", "RHC 112 . 702 AgR - ED", "RHC 114 . 739 ED", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 304 . 244", "RHC 122 . 806 ED", "HC 112 . 254 ED", "AI 751 . 637 AgR - ED", "RHC 112 . 702 AgR - ED", "RHC 114 . 739 ED", "Recurso Extraordinário 1304244", "Recurso Extraordinário 1304244 AGR", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 304 . 244" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 619 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 317 , § 1 . . . , do RISTF", "art . 93 , inciso IX , da Constituição Federal de 1988 / 88", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 93 , inciso IX , da Constituição Federal de 1988 / 88", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. FURTO. PACIENTE CONDENADO À PENA DE UM ANO E DOIS MESES DE RECLUSÃO, SUBSITUÍDA POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. INVIABILIDADE. DOSIMETRIA. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (art. 38, IV, b, do RISTF). Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B8F-ED49-6ECA-0557 e senha 2DBB-C437-AC53-2725 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Juízo da Vara Criminal da Comarca de Concórdia/SC, no processo nº 0003061-70.217.8.24.0019, absolveu o recorrente dos crimes dos artigos 155, cabeça (furto), e 155, § 4º, inciso II (furto qualificado por abuso de confiança), do Código Penal. No tocante ao furto simples, assentou a atipicidade material da conduta, considerada subtração de tênis, avaliado em R$ 89,99, que foi recuperado. Em relação ao crime qualificado, concluiu pela inexistência de prova a respaldar a condenação. A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina proveu parcialmente apelação do Ministério Público, condenando-o a 1 ano e 2 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 11 dias-multa, ante o crime do artigo 155, cabeça, do Código Penal. Fixou a pena-base no mínimo previsto para o tipo, considerados o piso de 1 e o teto de 4 anos. Observou, em 1/6, a agravante reincidência. Substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F757-21BA-DDB0-6441 e senha DE14-2816-0ACC-EF07 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Juízo da Vara Criminal da Comarca de Concórdia/SC, no processo nº 0003061-70.217.8.24.0019, absolveu o recorrente dos crimes dos artigos 155, cabeça (furto), e 155, § 4º, inciso II (furto qualificado por abuso de confiança), do Código Penal. No tocante ao furto simples, assentou a atipicidade material da conduta, considerada subtração de tênis, avaliado em R$ 89,99, que foi recuperado. Em relação ao crime qualificado, concluiu pela inexistência de prova a respaldar a condenação. A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina proveu parcialmente apelação do Ministério Público, condenando-o a 1 ano e 2 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 11 dias-multa, ante o crime do artigo 155, cabeça, do Código Penal. Fixou a pena-base no mínimo previsto para o tipo, considerados o piso de 1 e o teto de 4 anos. Observou, em 1/6, a agravante reincidência. Substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F757-21BA-DDB0-6441 e senha DE14-2816-0ACC-EF07 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório RHC 199922 / SC consistentes em prestação pecuniária e serviços à comunidade. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus nº 632.310/SC. A Quinta Turma desproveu agravo. O recorrente sustenta a atipicidade material da conduta, ressaltando ausente violação ao bem jurídico tutelado. Sublinha tratar-se de furto de tênis, velho e surrado, avaliado em R$ 89,99, e que foi recuperado. Aludindo ao artigo 44, § 2º, do Código Penal, destaca viável a substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos e multa. Aponta inadequada a conversão em duas limitadoras de direitos. Requer a absolvição, ante o reconhecimento da insignificância da conduta. Sucessivamente, busca a substituição da pena por uma restritiva de direitos e multa. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F757-21BA-DDB0-6441 e senha DE14-2816-0ACC-EF07 Supremo Tribunal Federal RHC 199922 / SC consistentes em prestação pecuniária e serviços à comunidade. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus nº 632.310/SC. A Quinta Turma desproveu agravo. O recorrente sustenta a atipicidade material da conduta, ressaltando ausente violação ao bem jurídico tutelado. Sublinha tratar-se de furto de tênis, velho e surrado, avaliado em R$ 89,99, e que foi recuperado. Aludindo ao artigo 44, § 2º, do Código Penal, destaca viável a substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos e multa. Aponta inadequada a conversão em duas limitadoras de direitos. Requer a absolvição, ante o reconhecimento da insignificância da conduta. Sucessivamente, busca a substituição da pena por uma restritiva de direitos e multa. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F757-21BA-DDB0-6441 e senha DE14-2816-0ACC-EF07 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A Defensoria Pública da União foi intimada do acórdão impugnado em 1º de março de 2021, surgindo a manifestação de inconformismo em 7 seguinte, considerada a contagem em dobro do prazo, a teor do artigo 5º, § 5º, da Lei nº 1.060/1950. Quanto à atipicidade da conduta, observem a ordem jurídica. Para a situação em que o bem furtado é de pequeno valor, há figura típica. Eis o preceito regedor da matéria: Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. […] § 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Descabe concluir no sentido da insignificância. No tocante à substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos e multa, o artigo 44, § 2º, do Código Penal prevê: […] § 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. […] O dispositivo versa a possibilidade de, considerada pena superior a 1 ano, substituição por duas restritivas de direitos ou por uma restritiva e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FBF7-D404-65E2-79B5 e senha 5635-28B7-4FD9-0F82 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A Defensoria Pública da União foi intimada do acórdão impugnado em 1º de março de 2021, surgindo a manifestação de inconformismo em 7 seguinte, considerada a contagem em dobro do prazo, a teor do artigo 5º, § 5º, da Lei nº 1.060/1950. Quanto à atipicidade da conduta, observem a ordem jurídica. Para a situação em que o bem furtado é de pequeno valor, há figura típica. Eis o preceito regedor da matéria: Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. […] § 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Descabe concluir no sentido da insignificância. No tocante à substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos e multa, o artigo 44, § 2º, do Código Penal prevê: […] § 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. […] O dispositivo versa a possibilidade de, considerada pena superior a 1 ano, substituição por duas restritivas de direitos ou por uma restritiva e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FBF7-D404-65E2-79B5 e senha 5635-28B7-4FD9-0F82 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 199922 / SC multa. O preceito não indica os dados a serem considerados. A dosimetria resolve-se, de regra, no campo do justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. Desprovejo o recurso ordinário. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FBF7-D404-65E2-79B5 e senha 5635-28B7-4FD9-0F82 Supremo Tribunal Federal RHC 199922 / SC multa. O preceito não indica os dados a serem considerados. A dosimetria resolve-se, de regra, no campo do justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. Desprovejo o recurso ordinário. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FBF7-D404-65E2-79B5 e senha 5635-28B7-4FD9-0F82 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D35-A819-7852-0D65 e senha 92FC-56A2-9A53-2046 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D35-A819-7852-0D65 e senha 92FC-56A2-9A53-2046 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757870289
2021-08-03T00:00:00
2021-10-22T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. FURTO. PACIENTE CONDENADO À PENA DE UM ANO E DOIS MESES DE RECLUSÃO, SUBSITUÍDA POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. INVIABILIDADE. DOSIMETRIA. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
sjur454862
Número de páginas: 6. Análise: 26/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
199922
[ "LEG-FED LEI-001060 ANO-1950\n ART-00005 PAR-00005\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00044 PAR-00002 ART-00155 PAR-00002\n CP-1940 CÓDIGO PENAL" ]
RHC
acordaos
RHC 199922
[ "" ]
RECTE.(S) : HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. FURTO. PACIENTE CONDENADO À PENA DE UM ANO E DOIS MESES DE RECLUSÃO, SUBSITUÍDA POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. INVIABILIDADE. DOSIMETRIA. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (art. 38, IV, b, do RISTF). Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B8F-ED49-6ECA-0557 e senha 2DBB-C437-AC53-2725 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Juízo da Vara Criminal da Comarca de Concórdia/SC, no processo n 0003061-70.217.8.24.0019, absolveu o recorrente dos crimes dos artigos 155, cabeça (furto), e 155, § 4..., inciso II (furto qualificado por abuso de confiança), do Código Penal. No tocante ao furto simples, assentou a atipicidade material da conduta, considerada subtração de tênis, avaliado em R$ 89,99, que foi recuperado. Em relação ao crime qualificado, concluiu pela inexistência de prova a respaldar a condenação. A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina proveu parcialmente apelação do Ministério Público, condenando-o a 1 ano e 2 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 11 dias-multa, ante o crime do artigo 155, cabeça, do Código Penal. Fixou a pena-base no mínimo previsto para o tipo, considerados o piso de 1 e o teto de 4 anos. Observou, em 1/6, a agravante reincidência. Substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F757-21BA-DDB0-6441 e senha DE14-2816-0ACC-EF07 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Juízo da Vara Criminal da Comarca de Concórdia/SC, no processo n 0003061-70.217.8.24.0019, absolveu o recorrente dos crimes dos artigos 155, cabeça (furto), e 155, § 4..., inciso II (furto qualificado por abuso de confiança), do Código Penal. No tocante ao furto simples, assentou a atipicidade material da conduta, considerada subtração de tênis, avaliado em R$ 89,99, que foi recuperado. Em relação ao crime qualificado, concluiu pela inexistência de prova a respaldar a condenação. A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina proveu parcialmente apelação do Ministério Público, condenando-o a 1 ano e 2 meses de reclusão, no regime semiaberto, e 11 dias-multa, ante o crime do artigo 155, cabeça, do Código Penal. Fixou a pena-base no mínimo previsto para o tipo, considerados o piso de 1 e o teto de 4 anos. Observou, em 1/6, a agravante reincidência. Substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F757-21BA-DDB0-6441 e senha DE14-2816-0ACC-EF07 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório RHC 199922 / SC consistentes em prestação pecuniária e serviços à comunidade. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus n 632.310/SC. A Quinta Turma desproveu agravo. O recorrente sustenta a atipicidade material da conduta, ressaltando ausente violação ao bem jurídico tutelado. Sublinha tratar-se de furto de tênis, velho e surrado, avaliado em R$ 89,99, e que foi recuperado. Aludindo ao artigo 44, § 2..., do Código Penal, destaca viável a substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos e multa. Aponta inadequada a conversão em duas limitadoras de direitos. Requer a absolvição, ante o reconhecimento da insignificância da conduta. Sucessivamente, busca a substituição da pena por uma restritiva de direitos e multa. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F757-21BA-DDB0-6441 e senha DE14-2816-0ACC-EF07 Supremo Tribunal Federal RHC 199922 / SC consistentes em prestação pecuniária e serviços à comunidade. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus n 632.310/SC. A Quinta Turma desproveu agravo. O recorrente sustenta a atipicidade material da conduta, ressaltando ausente violação ao bem jurídico tutelado. Sublinha tratar-se de furto de tênis, velho e surrado, avaliado em R$ 89,99, e que foi recuperado. Aludindo ao artigo 44, § 2..., do Código Penal, destaca viável a substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos e multa. Aponta inadequada a conversão em duas limitadoras de direitos. Requer a absolvição, ante o reconhecimento da insignificância da conduta. Sucessivamente, busca a substituição da pena por uma restritiva de direitos e multa. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F757-21BA-DDB0-6441 e senha DE14-2816-0ACC-EF07 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A Defensoria Pública da União foi intimada do acórdão impugnado em 1... de março de 2021, surgindo a manifestação de inconformismo em 7 seguinte, considerada a contagem em dobro do prazo, a teor do artigo 5..., § 5..., da Lei n 1.060/1950. Quanto à atipicidade da conduta, observem a ordem jurídica. Para a situação em que o bem furtado é de pequeno valor, há figura típica. Eis o preceito regedor da matéria: Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. […] § 2... Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Descabe concluir no sentido da insignificância. No tocante à substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos e multa, o artigo 44, § 2..., do Código Penal prevê: […] § 2... Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. […] O dispositivo versa a possibilidade de, considerada pena superior a 1 ano, substituição por duas restritivas de direitos ou por uma restritiva e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FBF7-D404-65E2-79B5 e senha 5635-28B7-4FD9-0F82 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A Defensoria Pública da União foi intimada do acórdão impugnado em 1... de março de 2021, surgindo a manifestação de inconformismo em 7 seguinte, considerada a contagem em dobro do prazo, a teor do artigo 5..., § 5..., da Lei n 1.060/1950. Quanto à atipicidade da conduta, observem a ordem jurídica. Para a situação em que o bem furtado é de pequeno valor, há figura típica. Eis o preceito regedor da matéria: Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. […] § 2... Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Descabe concluir no sentido da insignificância. No tocante à substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos e multa, o artigo 44, § 2..., do Código Penal prevê: […] § 2... Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. […] O dispositivo versa a possibilidade de, considerada pena superior a 1 ano, substituição por duas restritivas de direitos ou por uma restritiva e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FBF7-D404-65E2-79B5 e senha 5635-28B7-4FD9-0F82 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 199922 / SC multa. O preceito não indica os dados a serem considerados. A dosimetria resolve-se, de regra, no campo do justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. Desprovejo o recurso ordinário. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FBF7-D404-65E2-79B5 e senha 5635-28B7-4FD9-0F82 Supremo Tribunal Federal RHC 199922 / SC multa. O preceito não indica os dados a serem considerados. A dosimetria resolve-se, de regra, no campo do justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. Desprovejo o recurso ordinário. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FBF7-D404-65E2-79B5 e senha 5635-28B7-4FD9-0F82 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D35-A819-7852-0D65 e senha 92FC-56A2-9A53-2046 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199.922 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : HERCILIO SARTOR PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D35-A819-7852-0D65 e senha 92FC-56A2-9A53-2046 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199 . 922", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 199 . 922", "processo n 0003061 - 70 . 217 . 8 . 24 . 0019", "processo n 0003061 - 70 . 217 . 8 . 24 . 0019", "RHC 199922", "habeas corpus n 632 . 310 / SC", "RHC 199922 / SC", "habeas corpus n 632 . 310 / SC", "HABEAS CORPUS 199 . 922" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 155 , cabeça", "artigo 155 , cabeça , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 155 , cabeça", "artigo 155 , cabeça , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 44 , § 2 . . . , do Código Penal", "Art", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 44 , § 2 . . . , do Código Penal", "Art . 95 do RISTF .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 5 . . . , § 5 . . . , da Lei n 1 . 060 / 1950", "artigo 44 , § 2 . . . , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 5 . . . , § 5 . . . , da Lei n 1 . 060 / 1950", "artigo 44 , § 2 . . . , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2", "Medida Provisória n 2", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "Brasília", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "Vara Criminal da Comarca", "Concórdia", "/", "SC", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "Vara Criminal da Comarca de Concórdia / SC", "SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Defensoria Pública da União", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Defensoria Pública da União", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HERCILIO SARTOR", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HERCILIO SARTOR", "MARCO AURÉLIO", "Caio Salles", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HERCILIO SARTOR", "MARCO AURÉLIO", "Caio Salles", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HERCILIO SARTOR", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HERCILIO SARTOR", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "1", ".", ". . de março de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "1", ".", ". . de março de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 RIO GRANDE DO SUL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :MEIRE APARECIDA DE AMORIM AGDO.(A/S) :FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) :ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS INTDO.(A/S) :ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) :REGIS ELENO FONTANA EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO PREENCHIDOS. ART. 1.043, I E III, DO CPC/2015. ART. 330 DO RISTF. ARESTOS INESPECÍFICOS. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 454/STF. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 279/STF. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO DA TURMA QUE NÃO ENFRENTA O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. DISSENSO JURISPRUDENCIAL INTERNA CORPORIS NÃO DEMONSTRADO. CONSONÂNCIA DA DECISÃO EMBARGADA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. Mostram-se inespecíficos, não evidenciando o dissenso de teses necessário a autorizar a admissibilidade dos embargos de divergência, arestos paradigmas assentados sobre premissas fáticas diversas da decisão embargada, que não versam sobre a questão debatida ou cuja tese jurídica converge no mesmo sentido da decisão embargada. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 36EC-48DB-0E77-5E4E e senha 3B8A-CE59-353E-CB87 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS 2. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese assentada no aresto cotejado. 3. A sucessiva interposição de recursos manifestamente inadmissíveis ou improcedentes traduz o intuito meramente protelatório da parte, a autorizar o imediato cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Agravo regimental conhecido e não provido, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual do Pleno de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 36EC-48DB-0E77-5E4E e senha 3B8A-CE59-353E-CB87 Supremo Tribunal Federal RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS 2. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese assentada no aresto cotejado. 3. A sucessiva interposição de recursos manifestamente inadmissíveis ou improcedentes traduz o intuito meramente protelatório da parte, a autorizar o imediato cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Agravo regimental conhecido e não provido, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual do Pleno de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 36EC-48DB-0E77-5E4E e senha 3B8A-CE59-353E-CB87 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 RIO GRANDE DO SUL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :MEIRE APARECIDA DE AMORIM AGDO.(A/S) :FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) :ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS INTDO.(A/S) :ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) :REGIS ELENO FONTANA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão pela qual neguei seguimento aos embargos de divergência opostos em face de acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja agravo a Caixa Econômica Federal (CEF). Insiste demonstrado o dissenso jurisprudencial apto a ensejar a admissibilidade dos embargos de divergência. Sustenta que “o entendimento sufragado no julgado trazido como paradigma teve como lastro orientação firmada pelo STF no julgamento dos RREE 586.453 e 583.050, com eficácia de repercussão geral (Tema 190), circunstância que demonstra a inequívoca estatura constitucional do tema em discussão”. Assevera “indubitável a divergência de entendimentos entre as Turmas quanto à caracterização de questão constitucional a ser dirimida com base em decisão anterior do próprio STF proferida sob o regime da repercussão geral, atinente à violação do parágrafo 2º do artigo 202 da Constituição da República”. Repisa a tese de que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no RE nºs 586.453/SE-RG e no 583.050/RS- RG, bem como no ARE 1.021.537/AM, 2ª Turma, Rel. Ministro Dias Toffoli. Requer o provimento dos Embargos de Divergência. O acórdão Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FBA-6D64-F11E-81CE e senha 8789-89F2-DDC3-098A Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 RIO GRANDE DO SUL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :MEIRE APARECIDA DE AMORIM AGDO.(A/S) :FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) :ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS INTDO.(A/S) :ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) :REGIS ELENO FONTANA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão pela qual neguei seguimento aos embargos de divergência opostos em face de acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja agravo a Caixa Econômica Federal (CEF). Insiste demonstrado o dissenso jurisprudencial apto a ensejar a admissibilidade dos embargos de divergência. Sustenta que “o entendimento sufragado no julgado trazido como paradigma teve como lastro orientação firmada pelo STF no julgamento dos RREE 586.453 e 583.050, com eficácia de repercussão geral (Tema 190), circunstância que demonstra a inequívoca estatura constitucional do tema em discussão”. Assevera “indubitável a divergência de entendimentos entre as Turmas quanto à caracterização de questão constitucional a ser dirimida com base em decisão anterior do próprio STF proferida sob o regime da repercussão geral, atinente à violação do parágrafo 2º do artigo 202 da Constituição da República”. Repisa a tese de que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no RE nºs 586.453/SE-RG e no 583.050/RS- RG, bem como no ARE 1.021.537/AM, 2ª Turma, Rel. Ministro Dias Toffoli. Requer o provimento dos Embargos de Divergência. O acórdão Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FBA-6D64-F11E-81CE e senha 8789-89F2-DDC3-098A Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS embargado está assim ementado: “DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 5º, XXXVI, E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. DIREITO ADQUIRIDO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional, bem como o reexame da interpretação conferida a cláusulas contratuais, procedimentos vedados em sede extraordinária. Aplicação da Súmula nº 454/STF: Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido.” Agravo manejado sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FBA-6D64-F11E-81CE e senha 8789-89F2-DDC3-098A Supremo Tribunal Federal RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS embargado está assim ementado: “DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 5º, XXXVI, E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. DIREITO ADQUIRIDO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional, bem como o reexame da interpretação conferida a cláusulas contratuais, procedimentos vedados em sede extraordinária. Aplicação da Súmula nº 454/STF: Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido.” Agravo manejado sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FBA-6D64-F11E-81CE e senha 8789-89F2-DDC3-098A Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 RIO GRANDE DO SUL VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo e passo ao exame do mérito. Transcrevo o teor da decisão que desafiou o agravo: “Vistos etc. Contra acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual rejeitados os embargos de declaração opostos de acórdão que negou provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja embargos de divergência a Caixa Econômica Federal (CEF). Eis a ementa do acórdão embargado: ‘DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 5º, XXXVI, E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. DIREITO ADQUIRIDO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional, bem como o reexame da interpretação conferida a cláusulas contratuais, procedimentos vedados em sede extraordinária. Aplicação da Súmula nº 454/STF: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 RIO GRANDE DO SUL VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo e passo ao exame do mérito. Transcrevo o teor da decisão que desafiou o agravo: “Vistos etc. Contra acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual rejeitados os embargos de declaração opostos de acórdão que negou provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja embargos de divergência a Caixa Econômica Federal (CEF). Eis a ementa do acórdão embargado: ‘DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 5º, XXXVI, E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. DIREITO ADQUIRIDO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional, bem como o reexame da interpretação conferida a cláusulas contratuais, procedimentos vedados em sede extraordinária. Aplicação da Súmula nº 454/STF: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido.’ A embargante sustenta divergência com o ARE 1.021.537/AM, 2ª Turma, Rel. Ministro Dias Toffoli, no qual determinado o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que aquele colegiado, com amparo na legislação pertinente e nos elementos coligidos no acórdão prolatado pelo Tribunal de 2ª instância, profira nova decisão acerca do saldamento operado e da cláusula de quitação plena celebrada, à luz do que dispõe o Direito Civil. O paradigma está assim ementado: ‘Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Previdência privada. Complementação de aposentadoria. RE nºs 586.453/SE-RG e 583.050/RS-RG. Competência da Justiça comum. Modulação dos efeitos para manter na Justiça do Trabalho processos com sentença de mérito proferida até a conclusão do julgamento do recurso (20/2/13). Regras do Direito Civil. Utilização pela Justiça Laboral. Possibilidade. 1. Por força do que decidido pelo Supremo Tribunal Federal na análise conjunta dos RE nºs 586.453/SE e 583.050/RS, a competência para processar e julgar a questão relativa ao saldamento do plano previdenciário, embora fosse, de fato, da Justiça comum, permaneceu com a Justiça do Trabalho em razão da modulação dos efeitos do julgamento. 2. Mesmo sendo a competência da Justiça do Trabalho, não significa, que essa não deva observar, ao se debruçar sobre uma relação de direito civil, as regras desse último. 3. O Contrato de previdência complementar dissocia-se do contrato de trabalho, não havendo razão ou respaldo legal para aplicar ao primeiro a lógica e o regramento do segundo. 4. Correta a decisão monocrática na qual se determinou o retorno dos autos à instância de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido.’ A embargante sustenta divergência com o ARE 1.021.537/AM, 2ª Turma, Rel. Ministro Dias Toffoli, no qual determinado o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que aquele colegiado, com amparo na legislação pertinente e nos elementos coligidos no acórdão prolatado pelo Tribunal de 2ª instância, profira nova decisão acerca do saldamento operado e da cláusula de quitação plena celebrada, à luz do que dispõe o Direito Civil. O paradigma está assim ementado: ‘Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Previdência privada. Complementação de aposentadoria. RE nºs 586.453/SE-RG e 583.050/RS-RG. Competência da Justiça comum. Modulação dos efeitos para manter na Justiça do Trabalho processos com sentença de mérito proferida até a conclusão do julgamento do recurso (20/2/13). Regras do Direito Civil. Utilização pela Justiça Laboral. Possibilidade. 1. Por força do que decidido pelo Supremo Tribunal Federal na análise conjunta dos RE nºs 586.453/SE e 583.050/RS, a competência para processar e julgar a questão relativa ao saldamento do plano previdenciário, embora fosse, de fato, da Justiça comum, permaneceu com a Justiça do Trabalho em razão da modulação dos efeitos do julgamento. 2. Mesmo sendo a competência da Justiça do Trabalho, não significa, que essa não deva observar, ao se debruçar sobre uma relação de direito civil, as regras desse último. 3. O Contrato de previdência complementar dissocia-se do contrato de trabalho, não havendo razão ou respaldo legal para aplicar ao primeiro a lógica e o regramento do segundo. 4. Correta a decisão monocrática na qual se determinou o retorno dos autos à instância de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS origem, a fim de que aquele colegiado, com amparo na legislação pertinente e nos elementos coligidos no acórdão prolatado pelo Tribunal de 2ª instância, profira nova decisão acerca do saldamento operado e da cláusula de quitação plena celebrada, à luz do que dispõe o Direito Civil. 5. Agravo regimental não provido. 6. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, pois não houve fixação prévia de honorários advocatícios na causa’ (ARE 1021537 AgR, Relator(a): Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 06.10.2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-250 DIVULG 30.10.2017 PUBLIC 31.10.2017). Sustenta que: ‘Ambos os casos versavam sobre questão atinente a contrato de previdência privada, relativa ao cômputo das diferenças de CTVA no pacto de saldamento, matéria submetida à apreciação da Justiça do Trabalho em virtude da modulação de efeitos promovida pelo STF no julgamento dos RREE 586.453/SE e 583.050/RS. Em ambos os casos, o recurso extraordinário interposto invocava violação do parágrafo 2º do artigo 202 da Constituição da República, que consagra a autonomia da relação jurídica de previdência privada em relação ao contrato de trabalho, porque o TST desconsiderou os termos de cláusula inserta no pacto de saldamento com base em regras aplicáveis exclusivamente ao contrato de trabalho’. Intimada, a parte embargada apresentou contraminuta. É o relatório. Decido. Apesar da representação processual regular e da tempestividade do recurso, não se fazem presentes na espécie os pressupostos de admissibilidade recursal. Desafia embargos de divergência decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal que, ao julgamento de recurso extraordinário, diverge do julgamento da outra Turma ou do Plenário (art. 1.043, I e III, do CPC/2015). 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS origem, a fim de que aquele colegiado, com amparo na legislação pertinente e nos elementos coligidos no acórdão prolatado pelo Tribunal de 2ª instância, profira nova decisão acerca do saldamento operado e da cláusula de quitação plena celebrada, à luz do que dispõe o Direito Civil. 5. Agravo regimental não provido. 6. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, pois não houve fixação prévia de honorários advocatícios na causa’ (ARE 1021537 AgR, Relator(a): Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 06.10.2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-250 DIVULG 30.10.2017 PUBLIC 31.10.2017). Sustenta que: ‘Ambos os casos versavam sobre questão atinente a contrato de previdência privada, relativa ao cômputo das diferenças de CTVA no pacto de saldamento, matéria submetida à apreciação da Justiça do Trabalho em virtude da modulação de efeitos promovida pelo STF no julgamento dos RREE 586.453/SE e 583.050/RS. Em ambos os casos, o recurso extraordinário interposto invocava violação do parágrafo 2º do artigo 202 da Constituição da República, que consagra a autonomia da relação jurídica de previdência privada em relação ao contrato de trabalho, porque o TST desconsiderou os termos de cláusula inserta no pacto de saldamento com base em regras aplicáveis exclusivamente ao contrato de trabalho’. Intimada, a parte embargada apresentou contraminuta. É o relatório. Decido. Apesar da representação processual regular e da tempestividade do recurso, não se fazem presentes na espécie os pressupostos de admissibilidade recursal. Desafia embargos de divergência decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal que, ao julgamento de recurso extraordinário, diverge do julgamento da outra Turma ou do Plenário (art. 1.043, I e III, do CPC/2015). 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS O embargante, contudo, não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043 do CPC/2015 e 330 do RISTF, na medida em que os arestos trazidos à colação tratam da questão de fundo deduzida no apelo extremo, enquanto a Turma, ao julgamento de agravo interno, cingiu-se ao não conhecimento da irresignação, forte no entendimento de que não satisfeitos os pressupostos específicos de admissibilidade recursal exigidos pelo o art. 102, III, a, da Lei Maior. Uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a aplicação dos óbices das Súmulas nºs 279 e 454/STF, de todo inviável o conhecimento da divergência. A situação é distinta da hipótese, alcançada ora pelo art. 1043, I e III, do CPC de 2015, ora pelo art. 330 do RISTF, em que a Turma, ao julgamento de agravo interno, se pronuncia sobre o mérito de recurso extraordinário decidido monocraticamente pelo Relator, o que não ocorreu na espécie. Firme, nesse sentido, em recursos idênticos manejados pelo ora embargante, a jurisprudência do Plenário desta Casa: ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO CPC/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. A USÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (RE 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 27.3.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-089 DIVULG 14.4.2020 PUBLIC 15.4.2020). ‘AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO CPC/2015. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS O embargante, contudo, não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043 do CPC/2015 e 330 do RISTF, na medida em que os arestos trazidos à colação tratam da questão de fundo deduzida no apelo extremo, enquanto a Turma, ao julgamento de agravo interno, cingiu-se ao não conhecimento da irresignação, forte no entendimento de que não satisfeitos os pressupostos específicos de admissibilidade recursal exigidos pelo o art. 102, III, a, da Lei Maior. Uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a aplicação dos óbices das Súmulas nºs 279 e 454/STF, de todo inviável o conhecimento da divergência. A situação é distinta da hipótese, alcançada ora pelo art. 1043, I e III, do CPC de 2015, ora pelo art. 330 do RISTF, em que a Turma, ao julgamento de agravo interno, se pronuncia sobre o mérito de recurso extraordinário decidido monocraticamente pelo Relator, o que não ocorreu na espécie. Firme, nesse sentido, em recursos idênticos manejados pelo ora embargante, a jurisprudência do Plenário desta Casa: ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO CPC/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. A USÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (RE 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 27.3.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-089 DIVULG 14.4.2020 PUBLIC 15.4.2020). ‘AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO CPC/2015. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO STF. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO’ (RE 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO STF. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (RE 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 06.12.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-280 DIVULG 16.12.2019 PUBLIC 17.12.2019). Ressalto que o recorrente não indica qualquer precedente de Turma ou do Plenário que afirme tese contrária à adotada no acórdão embargado. Ante o exposto, nego seguimento aos embargos de divergência (art. 21, § 1º, do RISTF). Nada colhe o agravo. Consoante assentado na decisão agravada, a embargante não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do CPC/2015 e 332 do RISTF, na medida em que “os arestos trazidos à colação tratam da questão de fundo deduzida no apelo extremo, enquanto a Turma, ao 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO STF. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO’ (RE 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO STF. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (RE 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 06.12.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-280 DIVULG 16.12.2019 PUBLIC 17.12.2019). Ressalto que o recorrente não indica qualquer precedente de Turma ou do Plenário que afirme tese contrária à adotada no acórdão embargado. Ante o exposto, nego seguimento aos embargos de divergência (art. 21, § 1º, do RISTF). Nada colhe o agravo. Consoante assentado na decisão agravada, a embargante não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do CPC/2015 e 332 do RISTF, na medida em que “os arestos trazidos à colação tratam da questão de fundo deduzida no apelo extremo, enquanto a Turma, ao 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS julgamento de agravo interno, cingiu-se ao não conhecimento da irresignação, forte no entendimento de que não satisfeitos os pressupostos específicos de admissibilidade recursal exigidos pelo o art. 102, III, a, da Lei Maior”. Nessa linha, uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a aplicação dos óbices das Súmulas nºs 279 e 454/STF, de todo inviável o conhecimento da divergência. Nesse sentido, colho precedentes do Plenário desta suprema Corte, em que analisada idêntica controvérsia, em recursos manejados pela ora agravante: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO CPC/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO STF. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (RE 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO STF. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS julgamento de agravo interno, cingiu-se ao não conhecimento da irresignação, forte no entendimento de que não satisfeitos os pressupostos específicos de admissibilidade recursal exigidos pelo o art. 102, III, a, da Lei Maior”. Nessa linha, uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a aplicação dos óbices das Súmulas nºs 279 e 454/STF, de todo inviável o conhecimento da divergência. Nesse sentido, colho precedentes do Plenário desta suprema Corte, em que analisada idêntica controvérsia, em recursos manejados pela ora agravante: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO CPC/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO STF. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (RE 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO STF. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS CONHECIDOS” (RE 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). Irrepreensível, pois, a decisão agravada. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional nº 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5º da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição, quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de inúmeros recursos contrários à jurisprudência como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer. O que se observa é que a parte busca, na realidade, repisar questões já examinadas com o escopo de alterar o mérito da decisão, bem como evitar o trânsito em julgado. Nesse contexto, à luz da orientação desta Suprema Corte, revela-se impositiva a determinação do trânsito em julgado, independentemente de publicação do acórdão, bem como a baixa imediata dos autos à origem, como se colhe dos seguintes precedentes: “DIREITO PENAL. AGRAVO INTERNO. EMBARGOS INFRINGENTES. CABIMENTO. REITERAÇÃO DE ALEGAÇÕES EXPENDIDAS. PRETENSÃO DE CARÁTER PROTELATÓRIO. 1. Entre as hipóteses de cabimento dos embargos infringentes, previstas no mencionado art. 333 do 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS CONHECIDOS” (RE 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). Irrepreensível, pois, a decisão agravada. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional nº 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5º da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição, quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de inúmeros recursos contrários à jurisprudência como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer. O que se observa é que a parte busca, na realidade, repisar questões já examinadas com o escopo de alterar o mérito da decisão, bem como evitar o trânsito em julgado. Nesse contexto, à luz da orientação desta Suprema Corte, revela-se impositiva a determinação do trânsito em julgado, independentemente de publicação do acórdão, bem como a baixa imediata dos autos à origem, como se colhe dos seguintes precedentes: “DIREITO PENAL. AGRAVO INTERNO. EMBARGOS INFRINGENTES. CABIMENTO. REITERAÇÃO DE ALEGAÇÕES EXPENDIDAS. PRETENSÃO DE CARÁTER PROTELATÓRIO. 1. Entre as hipóteses de cabimento dos embargos infringentes, previstas no mencionado art. 333 do 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS RI/STF, não se inserem as decisões não unânimes proferidas pela Turma que negam provimento a agravos regimentais interpostos em recursos extraordinários com agravos criminais, sendo, por isso, incabíveis os embargos infringentes. 2. A interposição do agravo interno mal disfarça a natureza abusiva do recurso, o que autoriza a execução imediata da decisão, independentemente de seu trânsito em julgado. Precedentes. 3. Agravo interno a que se nega provimento. Determinada a imediata baixa dos autos à origem para a pronta execução do julgado, independentemente da publicação do acórdão” (RE 1145965 AgR-EI-AgR, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.4.2019). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – MATÉRIA PENAL – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU AMBIGUIDADE – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – DEVOLUÇÃO IMEDIATA DOS AUTOS INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO RESPECTIVO ACÓRDÃO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO SE REVESTEM, ORDINARIAMENTE, DE CARÁTER INFRINGENTE – Não se revelam cabíveis os embargos de declaração quando a parte recorrente – a pretexto de esclarecer uma inexistente situação de obscuridade, omissão, contradição ou ambiguidade (CPP, art. 619, e RISTF, art. 337) – vem a utilizá- los com o objetivo de infringir o julgado e de, assim, viabilizar um indevido reexame da causa. Precedentes. EXERCÍCIO ABUSIVO DO DIREITO DE RECORRER – O abuso do direito de recorrer – por qualificar-se como prática incompatível com o postulado ético-jurídico da lealdade processual – constitui ato de litigância maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em que a parte interpõe recurso com intuito evidentemente protelatório” (ARE 1005365 AgR-ED-ED, 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS RI/STF, não se inserem as decisões não unânimes proferidas pela Turma que negam provimento a agravos regimentais interpostos em recursos extraordinários com agravos criminais, sendo, por isso, incabíveis os embargos infringentes. 2. A interposição do agravo interno mal disfarça a natureza abusiva do recurso, o que autoriza a execução imediata da decisão, independentemente de seu trânsito em julgado. Precedentes. 3. Agravo interno a que se nega provimento. Determinada a imediata baixa dos autos à origem para a pronta execução do julgado, independentemente da publicação do acórdão” (RE 1145965 AgR-EI-AgR, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.4.2019). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – MATÉRIA PENAL – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU AMBIGUIDADE – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – DEVOLUÇÃO IMEDIATA DOS AUTOS INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO RESPECTIVO ACÓRDÃO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO SE REVESTEM, ORDINARIAMENTE, DE CARÁTER INFRINGENTE – Não se revelam cabíveis os embargos de declaração quando a parte recorrente – a pretexto de esclarecer uma inexistente situação de obscuridade, omissão, contradição ou ambiguidade (CPP, art. 619, e RISTF, art. 337) – vem a utilizá- los com o objetivo de infringir o julgado e de, assim, viabilizar um indevido reexame da causa. Precedentes. EXERCÍCIO ABUSIVO DO DIREITO DE RECORRER – O abuso do direito de recorrer – por qualificar-se como prática incompatível com o postulado ético-jurídico da lealdade processual – constitui ato de litigância maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em que a parte interpõe recurso com intuito evidentemente protelatório” (ARE 1005365 AgR-ED-ED, 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS 2ª Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 20.3.2018). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIO APTO A ENSEJAR QUALQUER DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE LESÃO OU AMEAÇA DE LESÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADES. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGOS DECLARATÓRIOS DESPROVIDOS” (RHC 132111 AgR-ED-ED, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.11.2017). Agravo interno conhecido e não provido. Determino a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal RE 1184101 AGR-EDV-AGR / RS 2ª Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 20.3.2018). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIO APTO A ENSEJAR QUALQUER DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE LESÃO OU AMEAÇA DE LESÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADES. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGOS DECLARATÓRIOS DESPROVIDOS” (RHC 132111 AgR-ED-ED, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.11.2017). Agravo interno conhecido e não provido. Determino a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) : MEIRE APARECIDA DE AMORIM (19673/DF) AGDO.(A/S) : FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) : ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS (0011694/DF) INTDO.(A/S) : ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) : REGIS ELENO FONTANA (A654/AM, 29199/DF, 58441/PR, 27389/RS, 25014/SC, 266450/SP) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 081C-BB34-267B-980C e senha 4471-24FB-524D-9123 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) : MEIRE APARECIDA DE AMORIM (19673/DF) AGDO.(A/S) : FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) : ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS (0011694/DF) INTDO.(A/S) : ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) : REGIS ELENO FONTANA (A654/AM, 29199/DF, 58441/PR, 27389/RS, 25014/SC, 266450/SP) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 081C-BB34-267B-980C e senha 4471-24FB-524D-9123 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756167541
2021-06-08T00:00:00
2021-06-17T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO PREENCHIDOS. ART. 1.043, I E III, DO CPC/2015. ART. 330 DO RISTF. ARESTOS INESPECÍFICOS. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 454/STF. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 279/STF. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO DA TURMA QUE NÃO ENFRENTA O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. DISSENSO JURISPRUDENCIAL INTERNA CORPORIS NÃO DEMONSTRADO. CONSONÂNCIA DA DECISÃO EMBARGADA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. Mostram-se inespecíficos, não evidenciando o dissenso de teses necessário a autorizar a admissibilidade dos embargos de divergência, arestos paradigmas assentados sobre premissas fáticas diversas da decisão embargada, que não versam sobre a questão debatida ou cuja tese jurídica converge no mesmo sentido da decisão embargada. 2. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese assentada no aresto cotejado. 3. A sucessiva interposição de recursos manifestamente inadmissíveis ou improcedentes traduz o intuito meramente protelatório da parte, a autorizar o imediato cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Agravo regimental conhecido e não provido, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão.
sjur448965
- Acórdão(s) citado(s): (AUSÊNCIA, PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE, RECURSO) RE 1155786 AgR-EDv-AgR (TP), RE 1222385 AgR-EDv (TP). (RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO, ABUSO, DIREITO DE RECORRER) RHC 132111 AgR-ED-ED (1ªT), ARE 1005365 AgR-ED-ED (2ªT), RE 1145965 AgR-EI-AgR (1ªT). Número de páginas: 14. Análise: 27/06/2022, MAV.
ROSA WEBER
Tribunal Pleno
1184101
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00005 INC-00078\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED EMC-000045 ANO-2004\n EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-01043 INC-00001 INC-00003\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\n ART-00330 ART-00332\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000454\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
RE-AgR-EDv-AgR
acordaos
RE 1184101 AgR-EDv-AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) : MEIRE APARECIDA DE AMORIM AGDO.(A/S) : FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) : ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS INTDO.(A/S) : ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) : REGIS ELENO FONTANA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 RIO GRANDE DO SUL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :MEIRE APARECIDA DE AMORIM AGDO.(A/S) :FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) :ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS INTDO.(A/S) :ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) :REGIS ELENO FONTANA EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO PREENCHIDOS. ART. 1.043, I E III, DO Código de Processo Civil/2015. ART. 330 DO RISTF. ARESTOS INESPECÍFICOS. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA n 454/Supremo Tribunal Federal. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA n 279/Supremo Tribunal Federal. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO DA TURMA QUE NÃO ENFRENTA O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. DISSENSO JURISPRUDENCIAL INTERNA CORPORIS NÃO DEMONSTRADO. CONSONÂNCIA DA DECISÃO EMBARGADA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. Mostram-se inespecíficos, não evidenciando o dissenso de teses necessário a autorizar a admissibilidade dos embargos de divergência, arestos paradigmas assentados sobre premissas fáticas diversas da decisão embargada, que não versam sobre a questão debatida ou cuja tese jurídica converge no mesmo sentido da decisão embargada. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 36EC-48DB-0E77-5E4E e senha 3B8A-CE59-353E-CB87 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS 2. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese assentada no aresto cotejado. 3. A sucessiva interposição de recursos manifestamente inadmissíveis ou improcedentes traduz o intuito meramente protelatório da parte, a autorizar o imediato cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Agravo regimental conhecido e não provido, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual do Pleno de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 36EC-48DB-0E77-5E4E e senha 3B8A-CE59-353E-CB87 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS 2. Não se conhece dos embargos de divergência quando firmada a jurisprudência de ambas as Turmas ou do Plenário no sentido da decisão embargada (art. 332 do RISTF), a evidenciar a superação da tese assentada no aresto cotejado. 3. A sucessiva interposição de recursos manifestamente inadmissíveis ou improcedentes traduz o intuito meramente protelatório da parte, a autorizar o imediato cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal, independentemente da publicação do acórdão. Precedentes. 4. Agravo regimental conhecido e não provido, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual do Pleno de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 36EC-48DB-0E77-5E4E e senha 3B8A-CE59-353E-CB87 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 RIO GRANDE DO SUL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :MEIRE APARECIDA DE AMORIM AGDO.(A/S) :FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) :ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS INTDO.(A/S) :ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) :REGIS ELENO FONTANA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão pela qual neguei seguimento aos embargos de divergência opostos em face de acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja agravo a Caixa Econômica Federal (CEF). Insiste demonstrado o dissenso jurisprudencial apto a ensejar a admissibilidade dos embargos de divergência. Sustenta que “o entendimento sufragado no julgado trazido como paradigma teve como lastro orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento dos RREE 586.453 e 583.050, com eficácia de repercussão geral (Tema 190), circunstância que demonstra a inequívoca estatura constitucional do tema em discussão”. Assevera “indubitável a divergência de entendimentos entre as Turmas quanto à caracterização de questão constitucional a ser dirimida com base em decisão anterior do próprio Supremo Tribunal Federal proferida sob o regime da repercussão geral, atinente à violação do parágrafo 2... do artigo 202 da Constituição da República”. Repisa a tese de que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no Recurso Extraordinário ns 586.453/SE-RG e no 583.050/RS- RG, bem como no ARE 1.021.537/AM, 2... Turma, Rel. Ministro Dias Toffoli. Requer o provimento dos Embargos de Divergência. O acórdão Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FBA-6D64-F11E-81CE e senha 8789-89F2-DDC3-098A Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 RIO GRANDE DO SUL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) :MEIRE APARECIDA DE AMORIM AGDO.(A/S) :FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) :ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS INTDO.(A/S) :ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) :REGIS ELENO FONTANA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão pela qual neguei seguimento aos embargos de divergência opostos em face de acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual foi negado provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja agravo a Caixa Econômica Federal (CEF). Insiste demonstrado o dissenso jurisprudencial apto a ensejar a admissibilidade dos embargos de divergência. Sustenta que “o entendimento sufragado no julgado trazido como paradigma teve como lastro orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento dos RREE 586.453 e 583.050, com eficácia de repercussão geral (Tema 190), circunstância que demonstra a inequívoca estatura constitucional do tema em discussão”. Assevera “indubitável a divergência de entendimentos entre as Turmas quanto à caracterização de questão constitucional a ser dirimida com base em decisão anterior do próprio Supremo Tribunal Federal proferida sob o regime da repercussão geral, atinente à violação do parágrafo 2... do artigo 202 da Constituição da República”. Repisa a tese de que o decisum embargado diverge de julgamento proferido pelo Plenário desta Suprema Corte no Recurso Extraordinário ns 586.453/SE-RG e no 583.050/RS- RG, bem como no ARE 1.021.537/AM, 2... Turma, Rel. Ministro Dias Toffoli. Requer o provimento dos Embargos de Divergência. O acórdão Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FBA-6D64-F11E-81CE e senha 8789-89F2-DDC3-098A Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS embargado está assim ementado: “DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 5..., XXXVI, E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. DIREITO ADQUIRIDO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional, bem como o reexame da interpretação conferida a cláusulas contratuais, procedimentos vedados em sede extraordinária. Aplicação da Súmula n 454/Supremo Tribunal Federal: Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido.” Agravo manejado sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FBA-6D64-F11E-81CE e senha 8789-89F2-DDC3-098A Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS embargado está assim ementado: “DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 5..., XXXVI, E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. DIREITO ADQUIRIDO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional, bem como o reexame da interpretação conferida a cláusulas contratuais, procedimentos vedados em sede extraordinária. Aplicação da Súmula n 454/Supremo Tribunal Federal: Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido.” Agravo manejado sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2FBA-6D64-F11E-81CE e senha 8789-89F2-DDC3-098A Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 RIO GRANDE DO SUL VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo e passo ao exame do mérito. Transcrevo o teor da decisão que desafiou o agravo: “Vistos etc. Contra acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual rejeitados os embargos de declaração opostos de acórdão que negou provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja embargos de divergência a Caixa Econômica Federal (CEF). Eis a ementa do acórdão embargado: ‘DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 5..., XXXVI, E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. DIREITO ADQUIRIDO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional, bem como o reexame da interpretação conferida a cláusulas contratuais, procedimentos vedados em sede extraordinária. Aplicação da Súmula n 454/Supremo Tribunal Federal: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 RIO GRANDE DO SUL VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo e passo ao exame do mérito. Transcrevo o teor da decisão que desafiou o agravo: “Vistos etc. Contra acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da minha lavra, mediante o qual rejeitados os embargos de declaração opostos de acórdão que negou provimento ao seu agravo regimental em recurso extraordinário, maneja embargos de divergência a Caixa Econômica Federal (CEF). Eis a ementa do acórdão embargado: ‘DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 5..., XXXVI, E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. DIREITO ADQUIRIDO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional, bem como o reexame da interpretação conferida a cláusulas contratuais, procedimentos vedados em sede extraordinária. Aplicação da Súmula n 454/Supremo Tribunal Federal: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido.’ A embargante sustenta divergência com o ARE 1.021.537/AM, 2... Turma, Rel. Ministro Dias Toffoli, no qual determinado o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que aquele colegiado, com amparo na legislação pertinente e nos elementos coligidos no acórdão prolatado pelo Tribunal de 2... instância, profira nova decisão acerca do saldamento operado e da cláusula de quitação plena celebrada, à luz do que dispõe o Direito Civil. O paradigma está assim ementado: ‘Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Previdência privada. Complementação de aposentadoria. Recurso Extraordinário ns 586.453/SE-RG e 583.050/RS-RG. Competência da Justiça comum. Modulação dos efeitos para manter na Justiça do Trabalho processos com sentença de mérito proferida até a conclusão do julgamento do recurso (20/2/13). Regras do Direito Civil. Utilização pela Justiça Laboral. Possibilidade. 1. Por força do que decidido pelo Supremo Tribunal Federal na análise conjunta dos Recurso Extraordinário ns 586.453/SE e 583.050/RS, a competência para processar e julgar a questão relativa ao saldamento do plano previdenciário, embora fosse, de fato, da Justiça comum, permaneceu com a Justiça do Trabalho em razão da modulação dos efeitos do julgamento. 2. Mesmo sendo a competência da Justiça do Trabalho, não significa, que essa não deva observar, ao se debruçar sobre uma relação de direito civil, as regras desse último. 3. O Contrato de previdência complementar dissocia-se do contrato de trabalho, não havendo razão ou respaldo legal para aplicar ao primeiro a lógica e o regramento do segundo. 4. Correta a decisão monocrática na qual se determinou o retorno dos autos à instância de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, sobretudo no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Agravo interno conhecido e não provido.’ A embargante sustenta divergência com o ARE 1.021.537/AM, 2... Turma, Rel. Ministro Dias Toffoli, no qual determinado o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que aquele colegiado, com amparo na legislação pertinente e nos elementos coligidos no acórdão prolatado pelo Tribunal de 2... instância, profira nova decisão acerca do saldamento operado e da cláusula de quitação plena celebrada, à luz do que dispõe o Direito Civil. O paradigma está assim ementado: ‘Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Previdência privada. Complementação de aposentadoria. Recurso Extraordinário ns 586.453/SE-RG e 583.050/RS-RG. Competência da Justiça comum. Modulação dos efeitos para manter na Justiça do Trabalho processos com sentença de mérito proferida até a conclusão do julgamento do recurso (20/2/13). Regras do Direito Civil. Utilização pela Justiça Laboral. Possibilidade. 1. Por força do que decidido pelo Supremo Tribunal Federal na análise conjunta dos Recurso Extraordinário ns 586.453/SE e 583.050/RS, a competência para processar e julgar a questão relativa ao saldamento do plano previdenciário, embora fosse, de fato, da Justiça comum, permaneceu com a Justiça do Trabalho em razão da modulação dos efeitos do julgamento. 2. Mesmo sendo a competência da Justiça do Trabalho, não significa, que essa não deva observar, ao se debruçar sobre uma relação de direito civil, as regras desse último. 3. O Contrato de previdência complementar dissocia-se do contrato de trabalho, não havendo razão ou respaldo legal para aplicar ao primeiro a lógica e o regramento do segundo. 4. Correta a decisão monocrática na qual se determinou o retorno dos autos à instância de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS origem, a fim de que aquele colegiado, com amparo na legislação pertinente e nos elementos coligidos no acórdão prolatado pelo Tribunal de 2... instância, profira nova decisão acerca do saldamento operado e da cláusula de quitação plena celebrada, à luz do que dispõe o Direito Civil. 5. Agravo regimental não provido. 6. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, pois não houve fixação prévia de honorários advocatícios na causa’ (ARE 1021537 AgR, Relator(a): Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 06.10.2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-250 DIVULG 30.10.2017 PUBLIC 31.10.2017). Sustenta que: ‘Ambos os casos versavam sobre questão atinente a contrato de previdência privada, relativa ao cômputo das diferenças de CTVA no pacto de saldamento, matéria submetida à apreciação da Justiça do Trabalho em virtude da modulação de efeitos promovida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento dos RREE 586.453/SE e 583.050/RS. Em ambos os casos, o recurso extraordinário interposto invocava violação do parágrafo 2... do artigo 202 da Constituição da República, que consagra a autonomia da relação jurídica de previdência privada em relação ao contrato de trabalho, porque o Tribunal Superior do Trabalho desconsiderou os termos de cláusula inserta no pacto de saldamento com base em regras aplicáveis exclusivamente ao contrato de trabalho’. Intimada, a parte embargada apresentou contraminuta. É o relatório. Decido. Apesar da representação processual regular e da tempestividade do recurso, não se fazem presentes na espécie os pressupostos de admissibilidade recursal. Desafia embargos de divergência decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal que, ao julgamento de recurso extraordinário, diverge do julgamento da outra Turma ou do Plenário (art. 1.043, I e III, do Código de Processo Civil/2015). 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS origem, a fim de que aquele colegiado, com amparo na legislação pertinente e nos elementos coligidos no acórdão prolatado pelo Tribunal de 2... instância, profira nova decisão acerca do saldamento operado e da cláusula de quitação plena celebrada, à luz do que dispõe o Direito Civil. 5. Agravo regimental não provido. 6. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, pois não houve fixação prévia de honorários advocatícios na causa’ (ARE 1021537 AgR, Relator(a): Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 06.10.2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-250 DIVULG 30.10.2017 PUBLIC 31.10.2017). Sustenta que: ‘Ambos os casos versavam sobre questão atinente a contrato de previdência privada, relativa ao cômputo das diferenças de CTVA no pacto de saldamento, matéria submetida à apreciação da Justiça do Trabalho em virtude da modulação de efeitos promovida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento dos RREE 586.453/SE e 583.050/RS. Em ambos os casos, o recurso extraordinário interposto invocava violação do parágrafo 2... do artigo 202 da Constituição da República, que consagra a autonomia da relação jurídica de previdência privada em relação ao contrato de trabalho, porque o Tribunal Superior do Trabalho desconsiderou os termos de cláusula inserta no pacto de saldamento com base em regras aplicáveis exclusivamente ao contrato de trabalho’. Intimada, a parte embargada apresentou contraminuta. É o relatório. Decido. Apesar da representação processual regular e da tempestividade do recurso, não se fazem presentes na espécie os pressupostos de admissibilidade recursal. Desafia embargos de divergência decisão de Turma do Supremo Tribunal Federal que, ao julgamento de recurso extraordinário, diverge do julgamento da outra Turma ou do Plenário (art. 1.043, I e III, do Código de Processo Civil/2015). 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS O embargante, contudo, não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043 do Código de Processo Civil/2015 e 330 do RISTF, na medida em que os arestos trazidos à colação tratam da questão de fundo deduzida no apelo extremo, enquanto a Turma, ao julgamento de agravo interno, cingiu-se ao não conhecimento da irresignação, forte no entendimento de que não satisfeitos os pressupostos específicos de admissibilidade recursal exigidos pelo o art. 102, III, a, da Lei Maior. Uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a aplicação dos óbices das Súmulas ns 279 e 454/Supremo Tribunal Federal, de todo inviável o conhecimento da divergência. A situação é distinta da hipótese, alcançada ora pelo art. 1043, I e III, do Código de Processo Civil de 2015, ora pelo art. 330 do RISTF, em que a Turma, ao julgamento de agravo interno, se pronuncia sobre o mérito de recurso extraordinário decidido monocraticamente pelo Relator, o que não ocorreu na espécie. Firme, nesse sentido, em recursos idênticos manejados pelo ora embargante, a jurisprudência do Plenário desta Casa: ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO Código de Processo Civil/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. A USÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (Recurso Extraordinário 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 27.3.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-089 DIVULG 14.4.2020 PUBLIC 15.4.2020). ‘AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO Código de Processo Civil/2015. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS O embargante, contudo, não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043 do Código de Processo Civil/2015 e 330 do RISTF, na medida em que os arestos trazidos à colação tratam da questão de fundo deduzida no apelo extremo, enquanto a Turma, ao julgamento de agravo interno, cingiu-se ao não conhecimento da irresignação, forte no entendimento de que não satisfeitos os pressupostos específicos de admissibilidade recursal exigidos pelo o art. 102, III, a, da Lei Maior. Uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso, sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a aplicação dos óbices das Súmulas ns 279 e 454/Supremo Tribunal Federal, de todo inviável o conhecimento da divergência. A situação é distinta da hipótese, alcançada ora pelo art. 1043, I e III, do Código de Processo Civil de 2015, ora pelo art. 330 do RISTF, em que a Turma, ao julgamento de agravo interno, se pronuncia sobre o mérito de recurso extraordinário decidido monocraticamente pelo Relator, o que não ocorreu na espécie. Firme, nesse sentido, em recursos idênticos manejados pelo ora embargante, a jurisprudência do Plenário desta Casa: ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGOS 1.043 E 1.044 DO Código de Processo Civil/2015. ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF. A USÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (Recurso Extraordinário 1242489 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 27.3.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-089 DIVULG 14.4.2020 PUBLIC 15.4.2020). ‘AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO Código de Processo Civil/2015. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO’ (Recurso Extraordinário 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (Recurso Extraordinário 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 06.12.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-280 DIVULG 16.12.2019 PUBLIC 17.12.2019). Ressalto que o recorrente não indica qualquer precedente de Turma ou do Plenário que afirme tese contrária à adotada no acórdão embargado. Ante o exposto, nego seguimento aos embargos de divergência (art. 21, § 1..., do RISTF). Nada colhe o agravo. Consoante assentado na decisão agravada, a embargante não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do Código de Processo Civil/2015 e 332 do RISTF, na medida em que “os arestos trazidos à colação tratam da questão de fundo deduzida no apelo extremo, enquanto a Turma, ao 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO’ (Recurso Extraordinário 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). ‘EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO CONHECIDOS’ (Recurso Extraordinário 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 06.12.2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-280 DIVULG 16.12.2019 PUBLIC 17.12.2019). Ressalto que o recorrente não indica qualquer precedente de Turma ou do Plenário que afirme tese contrária à adotada no acórdão embargado. Ante o exposto, nego seguimento aos embargos de divergência (art. 21, § 1..., do RISTF). Nada colhe o agravo. Consoante assentado na decisão agravada, a embargante não logrou demonstrar o dissenso pretoriano exigido pelos arts. 1.043, I e III, do Código de Processo Civil/2015 e 332 do RISTF, na medida em que “os arestos trazidos à colação tratam da questão de fundo deduzida no apelo extremo, enquanto a Turma, ao 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS julgamento de agravo interno, cingiu-se ao não conhecimento da irresignação, forte no entendimento de que não satisfeitos os pressupostos específicos de admissibilidade recursal exigidos pelo o art. 102, III, a, da Lei Maior”. Nessa linha, uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a aplicação dos óbices das Súmulas ns 279 e 454/Supremo Tribunal Federal, de todo inviável o conhecimento da divergência. Nesse sentido, colho precedentes do Plenário desta suprema Corte, em que analisada idêntica controvérsia, em recursos manejados pela ora agravante: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO Código de Processo Civil/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Recurso Extraordinário 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS julgamento de agravo interno, cingiu-se ao não conhecimento da irresignação, forte no entendimento de que não satisfeitos os pressupostos específicos de admissibilidade recursal exigidos pelo o art. 102, III, a, da Lei Maior”. Nessa linha, uma vez limitada, a decisão turmária, à afirmação de ausência dos pressupostos específicos de admissibilidade do recurso sem emitir juízo sobre o mérito recursal, ante o caráter infraconstitucional da controvérsia e a aplicação dos óbices das Súmulas ns 279 e 454/Supremo Tribunal Federal, de todo inviável o conhecimento da divergência. Nesse sentido, colho precedentes do Plenário desta suprema Corte, em que analisada idêntica controvérsia, em recursos manejados pela ora agravante: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ARTIGO 1.043, III, DO Código de Processo Civil/2015. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE NÃO APRECIOU O MÉRITO DA CAUSA. AUSÊNCIA DE DISSENSO JURISPRUDENCIAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA INADMITIDOS. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Recurso Extraordinário 1155786 AgR-EDv-AgR, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 14.02.2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05.3.2020 PUBLIC 06.3.2020). “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PARCELA CTVA. NATUREZA JURÍDICA. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM ACÓRDÃO PARADIGMA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS CONHECIDOS” (Recurso Extraordinário 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). Irrepreensível, pois, a decisão agravada. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional n 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5... da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição, quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de inúmeros recursos contrários à jurisprudência como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer. O que se observa é que a parte busca, na realidade, repisar questões já examinadas com o escopo de alterar o mérito da decisão, bem como evitar o trânsito em julgado. Nesse contexto, à luz da orientação desta Suprema Corte, revela-se impositiva a determinação do trânsito em julgado, independentemente de publicação do acórdão, bem como a baixa imediata dos autos à origem, como se colhe dos seguintes precedentes: “DIREITO PENAL. AGRAVO INTERNO. EMBARGOS INFRINGENTES. CABIMENTO. REITERAÇÃO DE ALEGAÇÕES EXPENDIDAS. PRETENSÃO DE CARÁTER PROTELATÓRIO. 1. Entre as hipóteses de cabimento dos embargos infringentes, previstas no mencionado art. 333 do 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS CONHECIDOS” (Recurso Extraordinário 1222385 AgR-EDv, Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe 17.12.2019). Irrepreensível, pois, a decisão agravada. Cumpre destacar que a garantia de prestação jurisdicional em tempo razoável, decorrência lógica da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, passou a figurar, de forma explícita, entre as cláusulas pétreas, a partir da Emenda Constitucional n 45/2004, quando inserido o inciso LXXVIII no art. 5... da Lei Maior. Ressalte-se que a proteção contida no referido dispositivo não se dirige apenas às partes, individualmente consideradas, estendendo-se a todos os usuários do Sistema Judiciário, porquanto beneficiados pelo desafogo dos Tribunais Pátrios. Se a parte, ainda que não interessada na postergação do desenlace da demanda, utiliza a esmo o instrumento processual colocado à sua disposição, quando já obteve uma prestação jurisdicional completa, todos os demais jurisdicionados são virtualmente lesados no seu direito à prestação jurisdicional célere e eficiente. A utilização indevida das espécies recursais, consubstanciada na interposição de inúmeros recursos contrários à jurisprudência como mero expediente protelatório, desvirtua o próprio postulado constitucional da ampla defesa e configura abuso do direito de recorrer. O que se observa é que a parte busca, na realidade, repisar questões já examinadas com o escopo de alterar o mérito da decisão, bem como evitar o trânsito em julgado. Nesse contexto, à luz da orientação desta Suprema Corte, revela-se impositiva a determinação do trânsito em julgado, independentemente de publicação do acórdão, bem como a baixa imediata dos autos à origem, como se colhe dos seguintes precedentes: “DIREITO PENAL. AGRAVO INTERNO. EMBARGOS INFRINGENTES. CABIMENTO. REITERAÇÃO DE ALEGAÇÕES EXPENDIDAS. PRETENSÃO DE CARÁTER PROTELATÓRIO. 1. Entre as hipóteses de cabimento dos embargos infringentes, previstas no mencionado art. 333 do 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS RI/Supremo Tribunal Federal, não se inserem as decisões não unânimes proferidas pela Turma que negam provimento a agravos regimentais interpostos em recursos extraordinários com agravos criminais, sendo, por isso, incabíveis os embargos infringentes. 2. A interposição do agravo interno mal disfarça a natureza abusiva do recurso, o que autoriza a execução imediata da decisão, independentemente de seu trânsito em julgado. Precedentes. 3. Agravo interno a que se nega provimento. Determinada a imediata baixa dos autos à origem para a pronta execução do julgado, independentemente da publicação do acórdão” (Recurso Extraordinário 1145965 AgR-EI-AgR, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.4.2019). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – MATÉRIA PENAL – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU AMBIGUIDADE – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – DEVOLUÇÃO IMEDIATA DOS AUTOS INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO RESPECTIVO ACÓRDÃO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO SE REVESTEM, ORDINARIAMENTE, DE CARÁTER INFRINGENTE – Não se revelam cabíveis os embargos de declaração quando a parte recorrente – a pretexto de esclarecer uma inexistente situação de obscuridade, omissão, contradição ou ambiguidade (CPP, art. 619, e RISTF, art. 337) – vem a utilizá- los com o objetivo de infringir o julgado e de, assim, viabilizar um indevido reexame da causa. Precedentes. EXERCÍCIO ABUSIVO DO DIREITO DE RECORRER – O abuso do direito de recorrer – por qualificar-se como prática incompatível com o postulado ético-jurídico da lealdade processual – constitui ato de litigância maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em que a parte interpõe recurso com intuito evidentemente protelatório” (ARE 1005365 AgR-ED-ED, 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS RI/Supremo Tribunal Federal, não se inserem as decisões não unânimes proferidas pela Turma que negam provimento a agravos regimentais interpostos em recursos extraordinários com agravos criminais, sendo, por isso, incabíveis os embargos infringentes. 2. A interposição do agravo interno mal disfarça a natureza abusiva do recurso, o que autoriza a execução imediata da decisão, independentemente de seu trânsito em julgado. Precedentes. 3. Agravo interno a que se nega provimento. Determinada a imediata baixa dos autos à origem para a pronta execução do julgado, independentemente da publicação do acórdão” (Recurso Extraordinário 1145965 AgR-EI-AgR, Relator(a): Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.4.2019). “SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – MATÉRIA PENAL – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, OMISSÃO OU AMBIGUIDADE – PRETENDIDO REEXAME DA CAUSA – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO – ABUSO DO DIREITO DE RECORRER – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE NO CASO – DEVOLUÇÃO IMEDIATA DOS AUTOS INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO RESPECTIVO ACÓRDÃO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO SE REVESTEM, ORDINARIAMENTE, DE CARÁTER INFRINGENTE – Não se revelam cabíveis os embargos de declaração quando a parte recorrente – a pretexto de esclarecer uma inexistente situação de obscuridade, omissão, contradição ou ambiguidade (CPP, art. 619, e RISTF, art. 337) – vem a utilizá- los com o objetivo de infringir o julgado e de, assim, viabilizar um indevido reexame da causa. Precedentes. EXERCÍCIO ABUSIVO DO DIREITO DE RECORRER – O abuso do direito de recorrer – por qualificar-se como prática incompatível com o postulado ético-jurídico da lealdade processual – constitui ato de litigância maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em que a parte interpõe recurso com intuito evidentemente protelatório” (ARE 1005365 AgR-ED-ED, 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS 2... Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 20.3.2018). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIO APTO A ENSEJAR QUALQUER DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE LESÃO OU AMEAÇA DE LESÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADES. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGOS DECLARATÓRIOS DESPROVIDOS” (RHC 132111 AgR-ED-ED, 1... Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.11.2017). Agravo interno conhecido e não provido. Determino a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1184101 AGR-EDV-AGR / RS 2... Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 20.3.2018). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIO APTO A ENSEJAR QUALQUER DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE LESÃO OU AMEAÇA DE LESÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADES. NÃO COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER PROTELATÓRIO DO RECURSO. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGOS DECLARATÓRIOS DESPROVIDOS” (RHC 132111 AgR-ED-ED, 1... Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.11.2017). Agravo interno conhecido e não provido. Determino a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 637F-FB29-7DA9-9995 e senha 37B0-00E3-C143-845C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) : MEIRE APARECIDA DE AMORIM (19673/DF) AGDO.(A/S) : FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) : ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS (0011694/DF) INTDO.(A/S) : ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) : REGIS ELENO FONTANA (A654/AM, 29199/DF, 58441/PR, 27389/RS, 25014/SC, 266450/SP) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 081C-BB34-267B-980C e senha 4471-24FB-524D-9123 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.184.101 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADV.(A/S) : MEIRE APARECIDA DE AMORIM (19673/DF) AGDO.(A/S) : FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS - FUNCEF ADV.(A/S) : ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS (0011694/DF) INTDO.(A/S) : ERICO MARTINS RAMOS ADV.(A/S) : REGIS ELENO FONTANA (A654/AM, 29199/DF, 58441/PR, 27389/RS, 25014/SC, 266450/SP) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, determinando a certificação do trânsito em julgado e a baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do acórdão, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 081C-BB34-267B-980C e senha 4471-24FB-524D-9123 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 184 . 101", "SÚMULA n 454 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA n 279 / Supremo Tribunal Federal", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 184 . 101", "RREE 586 . 453", "583", ".", "050", "Recurso Extraordinário ns 586 . 453 / SE - RG", "ARE 1 . 021 . 537 / AM", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 184 . 101", "RREE 586 . 453", "583", ".", "050", "Recurso Extraordinário ns 586 . 453 / SE - RG", "583", ".", "050", "/", "RS", "-", "RG", "ARE 1 . 021 . 537 / AM", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR - EDV - AGR / RS", "Súmula n 454 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR - EDV - AGR / RS", "Súmula n 454 / Supremo Tribunal Federal", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 184 . 101", "Súmula n 454 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula n 454 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR", "ARE 1 . 021 . 537 / AM", "Recurso Extraordinário ns 586 . 453 / SE - RG", "583", ".", "050 / RS", "Recurso Extraordinário ns 586 . 453 / SE", "583", ".", "050", "/", "RS", "ARE 1 . 021 . 537 / AM", "Recurso Extraordinário ns 586 . 453 / SE - RG", "583", ".", "050", "/", "RS", "-", "RG", "Recurso Extraordinário ns 586 . 453 / SE", "583", ".", "050", "/", "RS", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR - EDV - AGR / RS", "ARE 1021537 AgR", "RREE 586 . 453 / SE", "583", ".", "050", "/", "RS", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR", "ARE 1021537 AgR", "RREE 586 . 453 / SE", "583", ".", "050", "/", "RS", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR - EDV - AGR / RS", "Súmulas ns 279 e 454 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1242489 AgR - EDv", "Súmulas ns 279 e 454 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1242489 AgR - EDv", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR -", "SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1155786 AgR - EDv - AgR", "SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1222385 AgR - EDv", "Recurso", "SÚMULAS 279", "Recurso Extraordinário 1155786 AgR - EDv - AgR", "SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1222385 AgR - EDv", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR - EDV - AGR / RS", "Súmulas ns 279 e 454 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULAS 279 e 454 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1155786 AgR - EDv - AgR", "SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR", "Súmulas ns 279 e 454 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULAS 279", "Recurso Extraordinário 1155786 AgR - EDv - AgR", "SÚMULA 454 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR - EDV - AGR / RS", "Recurso Extraordinário 1222385 AgR - EDv", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR - EDV - AGR / RS", "Recurso Extraordinário 1222385 AgR - EDv", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR - EDV - AGR / RS", "Recurso Extraordinário 1145965 AgR - EI - AgR", "ARE 1005365 AgR - ED - ED ,", "Recurso Extraordinário 1184101", "Recurso Extraordinário 1145965 AgR - EI - AgR", "ARE 1005365 AgR - ED - ED", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR - EDV - AGR / RS", "RHC 132111 AgR - ED - ED", "Recurso Extraordinário 1184101 AGR", "RHC 132111 AgR - ED - ED" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 1 . 043 , I E III , DO Código de Processo Civil / 2015", "ART . 330 DO RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 332 do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "parágrafo 2 . . . do artigo 202 da Constituição da República ”", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "parágrafo", "artigo 202 da Constituição da República", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil / 2015", "ARTS . 5 . . . , XXXVI , E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "Código de Processo Civil / 2015", "Constituição da", "Código de Processo Civil de 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil / 2015", "ARTS . 5 . . . , XXXVI , E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "Código de Processo Civil / 2015", "Constituição da República", "Código de Processo Civil de 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil / 2015", "ARTS . 5 . . . , XXXVI , E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Civil / 2015", "ARTS . 5 . . . , XXXVI , E 202 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "CONSTITUIÇÃO", "Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2", "Constituição da República", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição da República", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "parágrafo 2 . . . do artigo 202 da Constituição da República", "art . 1 . 043 , I e III , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "parágrafo 2 . . . do artigo 202 da Constituição da República", "art . 1 . 043 , I e III , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts . 1 . 043 do Código de Processo Civil / 2015", "330 do RISTF", "art . 102 , III , a , da Lei Maior", "art . 1043 , I e III , do Código de Processo Civil de 2015", "art . 330 do RISTF", "ARTIGOS 1 . 043 E 1 . 044 DO Código de Processo Civil / 2015", "ARTIGOS 330", "ARTIGO 1 . 043 , III , DO Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts . 1 . 043 do Código de Processo Civil / 2015", "330", "art . 102 , III , a , da Lei Maior", "art . 1043 , I e III , do Código de Processo Civil de 2015", "art . 330 do RISTF", "ARTIGOS 1 . 043 E 1 . 044 DO Código de Processo Civil / 2015", "ARTIGOS 330 E 331 DO RISTF", "ARTIGO 1 . 043 , III , DO Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 21 , § 1 . . . , do RISTF", "arts . 1 . 043 , I e III , do Código de Processo Civil / 2015", "332 do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 21 , § 1 . . . , do RISTF", "arts . 1 . 043 , I e III , do Código de Processo Civil / 2015", "332 do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 102 , III , a , da Lei Maior", "ARTIGO 1 . 043 , III , DO Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 102 , III , a , da Lei Maior", "ARTIGO 1 . 043 , III , DO Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Emenda Constitucional n 45 / 2004", "inciso LXXVIII no", "art . 5 . . . da Lei Maior", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Emenda Constitucional n 45 / 2004", "inciso LXXVIII", "art . 5 . . . da Lei Maior", "art . 333 do 7", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "CPP , art . 619 ,", "RISTF , art . 337", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "CPP , art . 619", "RISTF , art . 337", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO GRANDE DO SUL", "Brasília", "Brasília", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL" ], "ORGANIZACAO": [ "CAIXA ECONOMICA FEDERAL", "CEF", "FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS", "FUNCEF", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "CAIXA ECONOMICA FEDERAL", "CEF", "FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS", "FUNCEF", "Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal", "Caixa 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Toffoli", "ROSA WEBER", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "ROSA WEBER", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "ROSA WEBER", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "ROSA WEBER", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "ROSA WEBER", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "ROSA WEBER", "Roberto Barroso", "Roberto Barroso", "ROSA WEBER", "Celso de Mello", "Luiz Fux", "Celso de Mello", "Luiz Fux", "ROSA WEBER", "ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS", "ERICO MARTINS RAMOS", "REGIS ELENO FONTANA", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "ROSA WEBER", "MEIRE APARECIDA DE AMORIM", "ESTEFÂNIA FERREIRA DE SOUZA DE VIVEIROS", "ERICO MARTINS RAMOS", "REGIS ELENO FONTANA", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes 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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) :EDUARDO DE VILHENA TOLEDO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. OFENSA CONSTITUCIONAL MERAMENTE REFLEXA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Observa-se que o aresto impugnado procedeu ao julgamento com fundamento na legislação ordinária e no substrato fático constante dos autos. Trata-se, assim, de matéria situada no contexto normativo infraconstitucional, de forma que as ofensas à Constituição são meramente indiretas (ou mediatas), o que inviabiliza o conhecimento do referido apelo. 2. Agravo Regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conhecer do agravo e negar provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D1FE-D208-02A9-C006 e senha 09F9-9D2E-8430-D8CD Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão ARE 1325175 AGR / RJ Brasília, 03 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D1FE-D208-02A9-C006 e senha 09F9-9D2E-8430-D8CD Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ Brasília, 03 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D1FE-D208-02A9-C006 e senha 09F9-9D2E-8430-D8CD Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) :EDUARDO DE VILHENA TOLEDO (11830/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: Em 7 de maio de 2021, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA LEGAL – INVIABILIDADE – AGRAVO – DESPROVIMENTO. 1. O Superior Tribunal de Justiça confirmou o entendimento do Tribunal de origem quanto à ausência de nulidade das provas. No extraordinário cujo trânsito busca alcançar, o recorrente aponta violado o artigo 5º, incisos X, XI, XII e LXI, da Constituição Federal. Sustenta contrariado o direito à intimidade e ao sigilo das comunicações telefônicas o acesso, por órgão policial, sem autorização judicial, a dados telefônicos. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) :EDUARDO DE VILHENA TOLEDO (11830/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: Em 7 de maio de 2021, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA LEGAL – INVIABILIDADE – AGRAVO – DESPROVIMENTO. 1. O Superior Tribunal de Justiça confirmou o entendimento do Tribunal de origem quanto à ausência de nulidade das provas. No extraordinário cujo trânsito busca alcançar, o recorrente aponta violado o artigo 5º, incisos X, XI, XII e LXI, da Constituição Federal. Sustenta contrariado o direito à intimidade e ao sigilo das comunicações telefônicas o acesso, por órgão policial, sem autorização judicial, a dados telefônicos. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Relatório ARE 1325175 AGR / RJ 2. Eis a síntese do acórdão recorrido: DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. JÚRI. HOMICÍDIO. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. LEGALIDADE. MOTIVAÇÃO PER RELATIONEM. QUEBRA DE SIGILO DE DADOS. PROCEDIMENTO DIFERENTE DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS PREVISTO NA LEI N.º 9.296/96. ATRIBUIÇÃO DE INVESTIGAÇÃO À AUTORIDADE POLICIAL. PRONÚNCIA. EXCESSO DE LINGUAGEM. INEXISTENTE. ERRO MATERIAL EM TRANSCRIÇÃO. POSSIBILIDADE DE AMPLA DEFESA. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. "O inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal assegura o sigilo das comunicações telefônicas, de modo que, para que haja o seu afastamento, é imprescindível ordem judicial, devidamente fundamentada, segundo o comando constitucional estabelecido no artigo 93, inciso IX, da Carta Magna. [...] A Corte de origem ponderou sobre a necessidade da medida considerando que "somente a partir dos dados cadastrais é que se poderá obter êxito na individualização do autor do crime e os demais envolvidos, não havendo outro meio legal disponível, senão com a quebra de sigilo dos dados cadastrais das linhas supramencionadas como medida proporcional à gravidade, bem como para desvendar-se autoria até então ignorada" (e-STJ, fl. 120). 2. "A utilização da técnica de motivação per relationem, quando o ato decisório se reporte a outra decisão ou manifestação dos autos e as adote como razão de decidir, não vulnera o disposto no artigo 93, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ 2. Eis a síntese do acórdão recorrido: DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. JÚRI. HOMICÍDIO. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. LEGALIDADE. MOTIVAÇÃO PER RELATIONEM. QUEBRA DE SIGILO DE DADOS. PROCEDIMENTO DIFERENTE DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS PREVISTO NA LEI N.º 9.296/96. ATRIBUIÇÃO DE INVESTIGAÇÃO À AUTORIDADE POLICIAL. PRONÚNCIA. EXCESSO DE LINGUAGEM. INEXISTENTE. ERRO MATERIAL EM TRANSCRIÇÃO. POSSIBILIDADE DE AMPLA DEFESA. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. "O inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal assegura o sigilo das comunicações telefônicas, de modo que, para que haja o seu afastamento, é imprescindível ordem judicial, devidamente fundamentada, segundo o comando constitucional estabelecido no artigo 93, inciso IX, da Carta Magna. [...] A Corte de origem ponderou sobre a necessidade da medida considerando que "somente a partir dos dados cadastrais é que se poderá obter êxito na individualização do autor do crime e os demais envolvidos, não havendo outro meio legal disponível, senão com a quebra de sigilo dos dados cadastrais das linhas supramencionadas como medida proporcional à gravidade, bem como para desvendar-se autoria até então ignorada" (e-STJ, fl. 120). 2. "A utilização da técnica de motivação per relationem, quando o ato decisório se reporte a outra decisão ou manifestação dos autos e as adote como razão de decidir, não vulnera o disposto no artigo 93, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Relatório ARE 1325175 AGR / RJ IX, da Constituição Federal" (HC 414.455/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 07/06/2018, DJe 20/06/2018). 3. "Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a quebra de sigilo dos dados cadastrais dos usuários, relações de números de chamadas, horário, duração, dentre outros registros similares, que são informes externos à comunicação telemática, não se submetem a disciplina da Lei n.º 9.296/96, que trata da interceptação do que é transmitido pelo interlocutor ou do teor da comunicação telefônica" (AgRg no REsp 1760815/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 13/11/2018). 4. Quanto à alegação de nulidade no requerimento dos dados cadastrais diretamente à operadora de celulares pela autoridade policial, os artigos 6º, inciso III, e 13, I, ambos do Código de Processo Penal trazem as atribuições da autoridade policial: "Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: [...] III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos", inexistindo portanto, violação legal. 5. Nos termos do art. 417, §1º, do Código de Processo Civil, a decisão de pronúncia consiste em um simples juízo de admissibilidade da acusação, satisfazendo-se, tão somente, pelo exame da ocorrência do crime e de indícios de sua autoria, não demandando juízo de certeza necessário à sentença condenatória, uma vez que as eventuais dúvidas, nessa fase processual, resolvem-se em favor da sociedade – in dubio pro societate. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ IX, da Constituição Federal" (HC 414.455/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 07/06/2018, DJe 20/06/2018). 3. "Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a quebra de sigilo dos dados cadastrais dos usuários, relações de números de chamadas, horário, duração, dentre outros registros similares, que são informes externos à comunicação telemática, não se submetem a disciplina da Lei n.º 9.296/96, que trata da interceptação do que é transmitido pelo interlocutor ou do teor da comunicação telefônica" (AgRg no REsp 1760815/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 13/11/2018). 4. Quanto à alegação de nulidade no requerimento dos dados cadastrais diretamente à operadora de celulares pela autoridade policial, os artigos 6º, inciso III, e 13, I, ambos do Código de Processo Penal trazem as atribuições da autoridade policial: "Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: [...] III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos", inexistindo portanto, violação legal. 5. Nos termos do art. 417, §1º, do Código de Processo Civil, a decisão de pronúncia consiste em um simples juízo de admissibilidade da acusação, satisfazendo-se, tão somente, pelo exame da ocorrência do crime e de indícios de sua autoria, não demandando juízo de certeza necessário à sentença condenatória, uma vez que as eventuais dúvidas, nessa fase processual, resolvem-se em favor da sociedade – in dubio pro societate. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Relatório ARE 1325175 AGR / RJ 6. Não se cogita excesso de linguagem, uma vez que as instâncias ordinárias mantiveram postura absolutamente imparcial em relação aos fatos, somente apontando, com cautela e cuidado as provas constantes dos autos que justificaram a decisão de pronúncia, para que seja o agravante submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, órgão constitucionalmente competente para dirimir as dúvidas e resolver a controvérsia, nos termos do art. 5º, inciso XXXVIII, "d", da CF/88. 7. O acórdão objurgado esclarece que mesmo havendo erro material de transcrição, inexiste mácula em detrimento do agravante pois o depoimento está disponível em meio audiovisual, o qual viabiliza todo o acesso ao conteúdo e compreensão das informações prestadas, não havendo falar em nulidade ou prejuízo à defesa. 8. Recurso especial não provido. O acórdão impugnado mediante o extraordinário a interpretação de normas estritamente legais, não ensejando campo ao acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se submeter a análise matéria que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. 3. Conheço e desprovejo o agravo. 4. Publiquem. O agravante sustenta a constitucionalidade da controvérsia referente à validade do acesso a dados telefônicos por parte de órgão policial mediante requerimento direto à operadora de telefonia celular. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ 6. Não se cogita excesso de linguagem, uma vez que as instâncias ordinárias mantiveram postura absolutamente imparcial em relação aos fatos, somente apontando, com cautela e cuidado as provas constantes dos autos que justificaram a decisão de pronúncia, para que seja o agravante submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, órgão constitucionalmente competente para dirimir as dúvidas e resolver a controvérsia, nos termos do art. 5º, inciso XXXVIII, "d", da CF/88. 7. O acórdão objurgado esclarece que mesmo havendo erro material de transcrição, inexiste mácula em detrimento do agravante pois o depoimento está disponível em meio audiovisual, o qual viabiliza todo o acesso ao conteúdo e compreensão das informações prestadas, não havendo falar em nulidade ou prejuízo à defesa. 8. Recurso especial não provido. O acórdão impugnado mediante o extraordinário a interpretação de normas estritamente legais, não ensejando campo ao acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se submeter a análise matéria que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. 3. Conheço e desprovejo o agravo. 4. Publiquem. O agravante sustenta a constitucionalidade da controvérsia referente à validade do acesso a dados telefônicos por parte de órgão policial mediante requerimento direto à operadora de telefonia celular. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Relatório ARE 1325175 AGR / RJ O agravado, em contraminuta, aponta o acerto do ato. Publicado sem revisão. Art.95 do RISTF. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ O agravado, em contraminuta, aponta o acerto do ato. Publicado sem revisão. Art.95 do RISTF. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogados credenciados, foi protocolada no prazo legal. Observem trecho da síntese da decisão recorrida mediante o recurso extraordinário: 3. "Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a quebra de sigilo dos dados cadastrais dos usuários, relações de números de chamadas, horário, duração, dentre outros registros similares, que são informes externos à comunicação telemática, não se submetem a disciplina da Lei n.º 9.296/96, que trata da interceptação do que é transmitido pelo interlocutor ou do teor da comunicação telefônica" (AgRg no REsp 1760815/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 13/11/2018). 4. Quanto à alegação de nulidade no requerimento dos dados cadastrais diretamente à operadora de celulares pela autoridade policial, os artigos 6º, inciso III, e 13, I, ambos do Código de Processo Penal trazem as atribuições da autoridade policial: "Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: [...] III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos", inexistindo portanto, violação legal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB12-4998-BA53-CDC4 e senha 3FC7-F1B2-449C-663E Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogados credenciados, foi protocolada no prazo legal. Observem trecho da síntese da decisão recorrida mediante o recurso extraordinário: 3. "Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a quebra de sigilo dos dados cadastrais dos usuários, relações de números de chamadas, horário, duração, dentre outros registros similares, que são informes externos à comunicação telemática, não se submetem a disciplina da Lei n.º 9.296/96, que trata da interceptação do que é transmitido pelo interlocutor ou do teor da comunicação telefônica" (AgRg no REsp 1760815/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 13/11/2018). 4. Quanto à alegação de nulidade no requerimento dos dados cadastrais diretamente à operadora de celulares pela autoridade policial, os artigos 6º, inciso III, e 13, I, ambos do Código de Processo Penal trazem as atribuições da autoridade policial: "Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: [...] III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos", inexistindo portanto, violação legal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB12-4998-BA53-CDC4 e senha 3FC7-F1B2-449C-663E Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO ARE 1325175 AGR / RJ Conforme fiz ver no pronunciamento, concluir de forma diversa do Tribunal de origem decorreria do exame de matéria legal, o que é defeso em sede extraordinária. Conheço e desprovejo o agravo. Publicado sem revisão. Art.95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB12-4998-BA53-CDC4 e senha 3FC7-F1B2-449C-663E Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ Conforme fiz ver no pronunciamento, concluir de forma diversa do Tribunal de origem decorreria do exame de matéria legal, o que é defeso em sede extraordinária. Conheço e desprovejo o agravo. Publicado sem revisão. Art.95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB12-4998-BA53-CDC4 e senha 3FC7-F1B2-449C-663E Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) : EDUARDO DE VILHENA TOLEDO (11830/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ED4F-0045-7FB8-9BA6 e senha 7F9C-B3DF-809D-BE04 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) : EDUARDO DE VILHENA TOLEDO (11830/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ED4F-0045-7FB8-9BA6 e senha 7F9C-B3DF-809D-BE04 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=758227441
2021-08-03T00:00:00
2021-11-18T00:00:00
A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. OFENSA CONSTITUCIONAL MERAMENTE REFLEXA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Observa-se que o aresto impugnado procedeu ao julgamento com fundamento na legislação ordinária e no substrato fático constante dos autos. Trata-se, assim, de matéria situada no contexto normativo infraconstitucional, de forma que as ofensas à Constituição são meramente indiretas (ou mediatas), o que inviabiliza o conhecimento do referido apelo. 2. Agravo Regimental a que se nega provimento.
sjur456090
Número de páginas: 10. Análise: 17/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
1325175
null
ARE-AgR
acordaos
ARE 1325175 AgR
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AGTE.(S) : RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) : EDUARDO DE VILHENA TOLEDO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) :EDUARDO DE VILHENA TOLEDO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. OFENSA CONSTITUCIONAL MERAMENTE REFLEXA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Observa-se que o aresto impugnado procedeu ao julgamento com fundamento na legislação ordinária e no substrato fático constante dos autos. Trata-se, assim, de matéria situada no contexto normativo infraconstitucional, de forma que as ofensas à Constituição são meramente indiretas (ou mediatas), o que inviabiliza o conhecimento do referido apelo. 2. Agravo Regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conhecer do agravo e negar provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D1FE-D208-02A9-C006 e senha 09F9-9D2E-8430-D8CD Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão ARE 1325175 AGR / RJ Brasília, 03 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D1FE-D208-02A9-C006 e senha 09F9-9D2E-8430-D8CD Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ Brasília, 03 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D1FE-D208-02A9-C006 e senha 09F9-9D2E-8430-D8CD Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) :EDUARDO DE VILHENA TOLEDO (11830/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: Em 7 de maio de 2021, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA LEGAL – INVIABILIDADE – AGRAVO – DESPROVIMENTO. 1. O Superior Tribunal de Justiça confirmou o entendimento do Tribunal de origem quanto à ausência de nulidade das provas. No extraordinário cujo trânsito busca alcançar, o recorrente aponta violado o artigo 5..., incisos X, XI, XII e LXI, da Constituição Federal. Sustenta contrariado o direito à intimidade e ao sigilo das comunicações telefônicas o acesso, por órgão policial, sem autorização judicial, a dados telefônicos. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) :EDUARDO DE VILHENA TOLEDO (11830/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: Em 7 de maio de 2021, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA LEGAL – INVIABILIDADE – AGRAVO – DESPROVIMENTO. 1. O Superior Tribunal de Justiça confirmou o entendimento do Tribunal de origem quanto à ausência de nulidade das provas. No extraordinário cujo trânsito busca alcançar, o recorrente aponta violado o artigo 5..., incisos X, XI, XII e LXI, da Constituição Federal. Sustenta contrariado o direito à intimidade e ao sigilo das comunicações telefônicas o acesso, por órgão policial, sem autorização judicial, a dados telefônicos. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Relatório ARE 1325175 AGR / RJ 2. Eis a síntese do acórdão recorrido: DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. JÚRI. HOMICÍDIO. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. LEGALIDADE. MOTIVAÇÃO PER RELATIONEM. QUEBRA DE SIGILO DE DADOS. PROCEDIMENTO DIFERENTE DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS PREVISTO NA LEI N. 9.296/96. ATRIBUIÇÃO DE INVESTIGAÇÃO À AUTORIDADE POLICIAL. PRONÚNCIA. EXCESSO DE LINGUAGEM. INEXISTENTE. ERRO MATERIAL EM TRANSCRIÇÃO. POSSIBILIDADE DE AMPLA DEFESA. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. "O inciso XII do artigo 5... da Constituição Federal assegura o sigilo das comunicações telefônicas, de modo que, para que haja o seu afastamento, é imprescindível ordem judicial, devidamente fundamentada, segundo o comando constitucional estabelecido no artigo 93, inciso IX, da Carta Magna. [...] A Corte de origem ponderou sobre a necessidade da medida considerando que "somente a partir dos dados cadastrais é que se poderá obter êxito na individualização do autor do crime e os demais envolvidos, não havendo outro meio legal disponível, senão com a quebra de sigilo dos dados cadastrais das linhas supramencionadas como medida proporcional à gravidade, bem como para desvendar-se autoria até então ignorada" (e-Superior Tribunal de Justiça, fl. 120). 2. "A utilização da técnica de motivação per relationem, quando o ato decisório se reporte a outra decisão ou manifestação dos autos e as adote como razão de decidir, não vulnera o disposto no artigo 93, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ 2. Eis a síntese do acórdão recorrido: DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. JÚRI. HOMICÍDIO. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. LEGALIDADE. MOTIVAÇÃO PER RELATIONEM. QUEBRA DE SIGILO DE DADOS. PROCEDIMENTO DIFERENTE DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS PREVISTO NA LEI N. 9.296/96. ATRIBUIÇÃO DE INVESTIGAÇÃO À AUTORIDADE POLICIAL. PRONÚNCIA. EXCESSO DE LINGUAGEM. INEXISTENTE. ERRO MATERIAL EM TRANSCRIÇÃO. POSSIBILIDADE DE AMPLA DEFESA. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. "O inciso XII do artigo 5... da Constituição Federal assegura o sigilo das comunicações telefônicas, de modo que, para que haja o seu afastamento, é imprescindível ordem judicial, devidamente fundamentada, segundo o comando constitucional estabelecido no artigo 93, inciso IX, da Carta Magna. [...] A Corte de origem ponderou sobre a necessidade da medida considerando que "somente a partir dos dados cadastrais é que se poderá obter êxito na individualização do autor do crime e os demais envolvidos, não havendo outro meio legal disponível, senão com a quebra de sigilo dos dados cadastrais das linhas supramencionadas como medida proporcional à gravidade, bem como para desvendar-se autoria até então ignorada" (e-Superior Tribunal de Justiça, fl. 120). 2. "A utilização da técnica de motivação per relationem, quando o ato decisório se reporte a outra decisão ou manifestação dos autos e as adote como razão de decidir, não vulnera o disposto no artigo 93, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Relatório ARE 1325175 AGR / RJ IX, da Constituição Federal" (HC 414.455/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 07/06/2018, DJe 20/06/2018). 3. "Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a quebra de sigilo dos dados cadastrais dos usuários, relações de números de chamadas, horário, duração, dentre outros registros similares, que são informes externos à comunicação telemática, não se submetem a disciplina da Lei n. 9.296/96, que trata da interceptação do que é transmitido pelo interlocutor ou do teor da comunicação telefônica" (AgRg no REsp 1760815/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 13/11/2018). 4. Quanto à alegação de nulidade no requerimento dos dados cadastrais diretamente à operadora de celulares pela autoridade policial, os artigos 6..., inciso III, e 13, I, ambos do Código de Processo Penal trazem as atribuições da autoridade policial: "Art. 6... Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: [...] III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos", inexistindo portanto, violação legal. 5. Nos termos do art. 417, §1..., do Código de Processo Civil, a decisão de pronúncia consiste em um simples juízo de admissibilidade da acusação, satisfazendo-se, tão somente, pelo exame da ocorrência do crime e de indícios de sua autoria, não demandando juízo de certeza necessário à sentença condenatória, uma vez que as eventuais dúvidas, nessa fase processual, resolvem-se em favor da sociedade – in dubio pro societate. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ IX, da Constituição Federal" (HC 414.455/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 07/06/2018, DJe 20/06/2018). 3. "Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a quebra de sigilo dos dados cadastrais dos usuários, relações de números de chamadas, horário, duração, dentre outros registros similares, que são informes externos à comunicação telemática, não se submetem a disciplina da Lei n. 9.296/96, que trata da interceptação do que é transmitido pelo interlocutor ou do teor da comunicação telefônica" (AgRg no REsp 1760815/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 13/11/2018). 4. Quanto à alegação de nulidade no requerimento dos dados cadastrais diretamente à operadora de celulares pela autoridade policial, os artigos 6..., inciso III, e 13, I, ambos do Código de Processo Penal trazem as atribuições da autoridade policial: "Art. 6... Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: [...] III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos", inexistindo portanto, violação legal. 5. Nos termos do art. 417, §1..., do Código de Processo Civil, a decisão de pronúncia consiste em um simples juízo de admissibilidade da acusação, satisfazendo-se, tão somente, pelo exame da ocorrência do crime e de indícios de sua autoria, não demandando juízo de certeza necessário à sentença condenatória, uma vez que as eventuais dúvidas, nessa fase processual, resolvem-se em favor da sociedade – in dubio pro societate. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Relatório ARE 1325175 AGR / RJ 6. Não se cogita excesso de linguagem, uma vez que as instâncias ordinárias mantiveram postura absolutamente imparcial em relação aos fatos, somente apontando, com cautela e cuidado as provas constantes dos autos que justificaram a decisão de pronúncia, para que seja o agravante submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, órgão constitucionalmente competente para dirimir as dúvidas e resolver a controvérsia, nos termos do art. 5..., inciso XXXVIII, "d", da Constituição Federal de 1988/88. 7. O acórdão objurgado esclarece que mesmo havendo erro material de transcrição, inexiste mácula em detrimento do agravante pois o depoimento está disponível em meio audiovisual, o qual viabiliza todo o acesso ao conteúdo e compreensão das informações prestadas, não havendo falar em nulidade ou prejuízo à defesa. 8. Recurso especial não provido. O acórdão impugnado mediante o extraordinário a interpretação de normas estritamente legais, não ensejando campo ao acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se submeter a análise matéria que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. 3. Conheço e desprovejo o agravo. 4. Publiquem. O agravante sustenta a constitucionalidade da controvérsia referente à validade do acesso a dados telefônicos por parte de órgão policial mediante requerimento direto à operadora de telefonia celular. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ 6. Não se cogita excesso de linguagem, uma vez que as instâncias ordinárias mantiveram postura absolutamente imparcial em relação aos fatos, somente apontando, com cautela e cuidado as provas constantes dos autos que justificaram a decisão de pronúncia, para que seja o agravante submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, órgão constitucionalmente competente para dirimir as dúvidas e resolver a controvérsia, nos termos do art. 5..., inciso XXXVIII, "d", da Constituição Federal de 1988/88. 7. O acórdão objurgado esclarece que mesmo havendo erro material de transcrição, inexiste mácula em detrimento do agravante pois o depoimento está disponível em meio audiovisual, o qual viabiliza todo o acesso ao conteúdo e compreensão das informações prestadas, não havendo falar em nulidade ou prejuízo à defesa. 8. Recurso especial não provido. O acórdão impugnado mediante o extraordinário a interpretação de normas estritamente legais, não ensejando campo ao acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se submeter a análise matéria que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. 3. Conheço e desprovejo o agravo. 4. Publiquem. O agravante sustenta a constitucionalidade da controvérsia referente à validade do acesso a dados telefônicos por parte de órgão policial mediante requerimento direto à operadora de telefonia celular. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Relatório ARE 1325175 AGR / RJ O agravado, em contraminuta, aponta o acerto do ato. Publicado sem revisão. Art.95 do RISTF. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ O agravado, em contraminuta, aponta o acerto do ato. Publicado sem revisão. Art.95 do RISTF. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30ED-5AE3-5038-6CEF e senha EBA2-7151-B9F0-3DAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogados credenciados, foi protocolada no prazo legal. Observem trecho da síntese da decisão recorrida mediante o recurso extraordinário: 3. "Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a quebra de sigilo dos dados cadastrais dos usuários, relações de números de chamadas, horário, duração, dentre outros registros similares, que são informes externos à comunicação telemática, não se submetem a disciplina da Lei n. 9.296/96, que trata da interceptação do que é transmitido pelo interlocutor ou do teor da comunicação telefônica" (AgRg no REsp 1760815/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 13/11/2018). 4. Quanto à alegação de nulidade no requerimento dos dados cadastrais diretamente à operadora de celulares pela autoridade policial, os artigos 6..., inciso III, e 13, I, ambos do Código de Processo Penal trazem as atribuições da autoridade policial: "Art. 6... Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: [...] III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos", inexistindo portanto, violação legal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB12-4998-BA53-CDC4 e senha 3FC7-F1B2-449C-663E Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogados credenciados, foi protocolada no prazo legal. Observem trecho da síntese da decisão recorrida mediante o recurso extraordinário: 3. "Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a quebra de sigilo dos dados cadastrais dos usuários, relações de números de chamadas, horário, duração, dentre outros registros similares, que são informes externos à comunicação telemática, não se submetem a disciplina da Lei n. 9.296/96, que trata da interceptação do que é transmitido pelo interlocutor ou do teor da comunicação telefônica" (AgRg no REsp 1760815/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 13/11/2018). 4. Quanto à alegação de nulidade no requerimento dos dados cadastrais diretamente à operadora de celulares pela autoridade policial, os artigos 6..., inciso III, e 13, I, ambos do Código de Processo Penal trazem as atribuições da autoridade policial: "Art. 6... Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: [...] III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos", inexistindo portanto, violação legal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB12-4998-BA53-CDC4 e senha 3FC7-F1B2-449C-663E Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO ARE 1325175 AGR / RJ Conforme fiz ver no pronunciamento, concluir de forma diversa do Tribunal de origem decorreria do exame de matéria legal, o que é defeso em sede extraordinária. Conheço e desprovejo o agravo. Publicado sem revisão. Art.95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB12-4998-BA53-CDC4 e senha 3FC7-F1B2-449C-663E Supremo Tribunal Federal ARE 1325175 AGR / RJ Conforme fiz ver no pronunciamento, concluir de forma diversa do Tribunal de origem decorreria do exame de matéria legal, o que é defeso em sede extraordinária. Conheço e desprovejo o agravo. Publicado sem revisão. Art.95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FB12-4998-BA53-CDC4 e senha 3FC7-F1B2-449C-663E Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) : EDUARDO DE VILHENA TOLEDO (11830/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ED4F-0045-7FB8-9BA6 e senha 7F9C-B3DF-809D-BE04 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.325.175 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES ADV.(A/S) : EDUARDO DE VILHENA TOLEDO (11830/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ED4F-0045-7FB8-9BA6 e senha 7F9C-B3DF-809D-BE04 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 325 . 175", "ARE 1325175 AGR / RJ", "ARE 1325175 AGR / RJ", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 325 . 175", "ARE 1325175 AGR / RJ", "ARE 1325175 AGR / RJ", "HC 414 . 455 / MG", "AgRg no REsp 1760815 / PR", "HC 414 . 455 / MG", "AgRg no REsp 1760815 / PR", "ARE 1325175 AGR / RJ", "ARE 1325175 AGR / RJ", "ARE 1325175 AGR / RJ", "AGRAVO 1 . 325 . 175", "AgRg no REsp 1760815 / PR", "AGRAVO 1 . 325 . 175", "AgRg no REsp 1760815 / PR", "ARE 1325175 AGR / RJ" ], "LEGISLACAO": [ "Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 5 . . . , incisos X , XI , XII e LXI , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 5 . . . , incisos X , XI , XII e LXI , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI N . 9 . 296 / 96", "inciso XII do artigo 5 . . . da Constituição Federal", "artigo 93 , inciso IX , da Carta Magna", "artigo 93 , 2 Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI N . 9 . 296 / 96", "inciso XII do artigo 5 . . . da Constituição Federal", "artigo 93 , inciso IX , da Carta Magna", "artigo 93 , 2 Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n . 9 . 296 / 96", "artigos 6 . . . , inciso III , e 13 , I , ambos do Código de Processo", "art . 417 , § 1 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARE", "Lei n . 9 . 296 / 96", "artigos 6 . . . , inciso III , e 13 , I , ambos do Código de Processo Penal", "art . 417 , § 1 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 5 . . . , inciso XXXVIII , \" d \" , da Constituição Federal de 1988 / 88", "Carta da República", "inciso III do artigo 102 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 5 . . . , inciso XXXVIII , \" d \" , da Constituição Federal de 1988 / 88", "Carta da República", "inciso III do artigo 102 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n . 9 . 296 / 96", "artigos 6 . . . , inciso III , e 13 , I , ambos do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n . 9 . 296 / 96", "artigos 6 . . . , inciso III , e 13 , I , ambos do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Brasília", "Brasília", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "e", "-", "Superior Tribunal de Justiça", "QUINTA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "SEXTA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "QUINTA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "SEXTA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "SEXTA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "SEXTA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Primeira", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES", "EDUARDO DE VILHENA TOLEDO", "DIAS TOFFOLI", "Alexandre de Moraes", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES", "EDUARDO DE VILHENA TOLEDO", "MARCO AURÉLIO", "Adriane da Rocha Callado Henriques", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES", "EDUARDO DE VILHENA TOLEDO", "MARCO AURÉLIO", "Adriane da Rocha Callado Henriques", "JORGE MUSSI", "LAURITA VAZ", "JORGE MUSSI", "LAURITA VAZ", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "LAURITA VAZ", "MARCO AURÉLIO", "LAURITA VAZ", "MARCO AURÉLIO", "MARCO", "ALEXANDRE DE MORAES", "RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES", "EDUARDO DE VILHENA TOLEDO", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "RAFAEL MAZZIOTTI DE OLIVEIRA ALVES", "EDUARDO DE VILHENA TOLEDO", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "7 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "7 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "07", "/", "06", "/", "2018", "20", "/", "06", "/", "2018", "23", "/", "10", "/", "2018", "13", "/", "11", "/", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "07", "/", "06", "/", "2018", "20", "/", "06", "/", "2018", "23", "/", "10", "/", "2018", "13", "/", "11", "/", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "23", "/", "10", "/", "2018", "13", "/", "11", "/", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "23", "/", "10", "/", "2018", "13", "/", "11", "/", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. DOSIMETRIA DA PENA. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. REGIME INICIAL FECHADO. VIABILIDADE. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em indeferir a ordem de Habeas Corpus, nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (art. 38, IV, b, do RISTF) Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 14F0-6545-AC30-E71A e senha A770-FE5A-18A5-DFCE Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina: O Juízo da Quarta Vara Federal da Subseção Judiciária de Guarulhos/SP, no processo nº 0007210-73.2011.4.03.6119, condenou o paciente a 25 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, no regime fechado, e 2.500 dias-multa, ante os crimes dos artigos 33 (tráfico de drogas) e 35 (associação para o tráfico), combinados com o artigo 40, incisos I e VII (causas de aumento alusivas à transnacionalidade e ao financiamento do crime), da Lei nº 11.343/2006. Impôs as penas-base em 11 anos e 6 meses em relação ao tráfico, considerados o piso de 5 e o teto de 15 anos, e 7 anos no tocante à associação, observados o mínimo de 3 e o máximo de 10 anos. Reportando-se à natureza e à quantidade de entorpecente (43,8 quilos de cocaína), teve como desfavoráveis a culpabilidade – proprietário da droga a ser enviada ao exterior; o motivo – objetivo de lucro fácil – e os contornos dos crimes – apreensão de expressiva quantidade de entorpecente em aeroporto, realização de diversas remessas ao exterior, número de integrantes e sofisticação do grupo. Reconheceu a agravante do artigo 62, inciso I, do Código Penal, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina: O Juízo da Quarta Vara Federal da Subseção Judiciária de Guarulhos/SP, no processo nº 0007210-73.2011.4.03.6119, condenou o paciente a 25 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, no regime fechado, e 2.500 dias-multa, ante os crimes dos artigos 33 (tráfico de drogas) e 35 (associação para o tráfico), combinados com o artigo 40, incisos I e VII (causas de aumento alusivas à transnacionalidade e ao financiamento do crime), da Lei nº 11.343/2006. Impôs as penas-base em 11 anos e 6 meses em relação ao tráfico, considerados o piso de 5 e o teto de 15 anos, e 7 anos no tocante à associação, observados o mínimo de 3 e o máximo de 10 anos. Reportando-se à natureza e à quantidade de entorpecente (43,8 quilos de cocaína), teve como desfavoráveis a culpabilidade – proprietário da droga a ser enviada ao exterior; o motivo – objetivo de lucro fácil – e os contornos dos crimes – apreensão de expressiva quantidade de entorpecente em aeroporto, realização de diversas remessas ao exterior, número de integrantes e sofisticação do grupo. Reconheceu a agravante do artigo 62, inciso I, do Código Penal, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório HC 200971 / SP em razão de organizar a atividade dos demais agentes, elevando a pena em 6 meses, quanto ao tráfico, e em 4 meses, relativamente à associação. Não considerou a causa de diminuição do § 4º do citado artigo 33, assentando a dedicação a atividades criminosas. Fez incidir, em 1/3, o aumento decorrente da transnacionalidade e do financiamento do crime. A pena final ficou em 16 anos de reclusão, em relação ao tráfico, e 9 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, no tocante à associação. A Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região proveu parcialmente apelação, absolvendo-o da imputação de tráfico de drogas, nos termos do artigo 386, inciso V, do Código de Processo Penal. Quanto à associação, afastou a tomada da culpabilidade e do motivo, reduzindo a pena-base em 6 anos de reclusão. Ressaltou a complexidade da associação criminosa, atuante no Aeroporto de Guarulhos, com capacidade para exportar grande quantidade de cocaína. Redimensionou a pena em 8 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão, no regime fechado, e 1.000 dias-multa. O título condenatório transitou em julgado em 23 de novembro de 2016. A Quarta Seção do Regional Federal julgou improcedente pedido formulado na revisão criminal nº 0004058- 31.2017.4.03.0000. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator negou provimento ao recurso especial com agravo nº 1.404.658/SP. A Sexta Turma desproveu agravo. A Defensoria Pública da União sustenta insubsistentes os fundamentos por meio dos quais estabelecida a pena-base acima do mínimo legal. Alega inviável o aumento a partir da natureza e quantidade de entorpecente, ante a absolvição por tráfico. Sublinha indevida a valoração do número de integrantes do grupo, afirmando constituir dado inerente ao tipo. Tem como impróprio o reconhecimento da agravante do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Supremo Tribunal Federal HC 200971 / SP em razão de organizar a atividade dos demais agentes, elevando a pena em 6 meses, quanto ao tráfico, e em 4 meses, relativamente à associação. Não considerou a causa de diminuição do § 4º do citado artigo 33, assentando a dedicação a atividades criminosas. Fez incidir, em 1/3, o aumento decorrente da transnacionalidade e do financiamento do crime. A pena final ficou em 16 anos de reclusão, em relação ao tráfico, e 9 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, no tocante à associação. A Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região proveu parcialmente apelação, absolvendo-o da imputação de tráfico de drogas, nos termos do artigo 386, inciso V, do Código de Processo Penal. Quanto à associação, afastou a tomada da culpabilidade e do motivo, reduzindo a pena-base em 6 anos de reclusão. Ressaltou a complexidade da associação criminosa, atuante no Aeroporto de Guarulhos, com capacidade para exportar grande quantidade de cocaína. Redimensionou a pena em 8 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão, no regime fechado, e 1.000 dias-multa. O título condenatório transitou em julgado em 23 de novembro de 2016. A Quarta Seção do Regional Federal julgou improcedente pedido formulado na revisão criminal nº 0004058- 31.2017.4.03.0000. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator negou provimento ao recurso especial com agravo nº 1.404.658/SP. A Sexta Turma desproveu agravo. A Defensoria Pública da União sustenta insubsistentes os fundamentos por meio dos quais estabelecida a pena-base acima do mínimo legal. Alega inviável o aumento a partir da natureza e quantidade de entorpecente, ante a absolvição por tráfico. Sublinha indevida a valoração do número de integrantes do grupo, afirmando constituir dado inerente ao tipo. Tem como impróprio o reconhecimento da agravante do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Relatório HC 200971 / SP artigo 62, inciso I, do Código Penal, dizendo-a inaplicável aos crimes em que há pluralidade de agentes. Aponta sobreposição, consideradas a agravante e a causa de aumento do artigo 40, inciso VII, da Lei de Drogas. Destaca inadequada a aplicação desta considerado o crime de associação para o tráfico. Realça cabível, reduzida a pena, o regime aberto. Postulou, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do título condenatório. Busca, alfim, a imposição da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante, da causa de aumento alusiva ao financiamento do crime e a fixação do regime aberto. A Procuradoria-Geral da República, com vista do processo desde 11 de junho de 2021, não se manifestou. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Supremo Tribunal Federal HC 200971 / SP artigo 62, inciso I, do Código Penal, dizendo-a inaplicável aos crimes em que há pluralidade de agentes. Aponta sobreposição, consideradas a agravante e a causa de aumento do artigo 40, inciso VII, da Lei de Drogas. Destaca inadequada a aplicação desta considerado o crime de associação para o tráfico. Realça cabível, reduzida a pena, o regime aberto. Postulou, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do título condenatório. Busca, alfim, a imposição da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante, da causa de aumento alusiva ao financiamento do crime e a fixação do regime aberto. A Procuradoria-Geral da República, com vista do processo desde 11 de junho de 2021, não se manifestou. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A suspensão dos efeitos de título condenatório alcançado pela preclusão maior é exceção. Indispensável é ilegalidade manifesta. O Regional Federal, no julgamento da apelação, estabeleceu a pena- base em 6 anos de reclusão, tendo em conta o piso de 3 e o teto de 10 anos, referindo-se à estrutura sofisticada do grupo e à quantidade de droga. Atendeu-se aos artigos 59 do Código Penal e 42 da Lei nº 11.343/2006, não havendo óbice à observância deste último quanto ao crime de associação criminosa. No tocante à alegada dupla tomada – seja em relação ao número de pessoas do grupo, seja quanto à agravante e à causa de aumento do artigo 40, inciso VII, da Lei de regência –, inexiste sobreposição. Para o tipo, são previstas penas mínima e máxima. A definição da adequada ocorre considerados os contornos da prática criminosa. A dosimetria resolve-se, em regra, no campo do justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. O Tribunal manteve o entendimento do Juízo quanto à agravante do artigo 62, inciso I, do Código Penal, destacando a coordenação da atividade dos demais integrantes do grupo criminoso, no que agendava remessas de droga e providenciava o pagamento aos envolvidos. A fundamentação é válida, surgindo desinfluente o fato de se tratar de participação eventual. O artigo 40 da Lei de Drogas dispõe sobre causas de aumento em relação ao crime de associação para o tráfico: […] Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2993-CE10-7001-81C0 e senha D98F-5180-9866-1D01 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A suspensão dos efeitos de título condenatório alcançado pela preclusão maior é exceção. Indispensável é ilegalidade manifesta. O Regional Federal, no julgamento da apelação, estabeleceu a pena- base em 6 anos de reclusão, tendo em conta o piso de 3 e o teto de 10 anos, referindo-se à estrutura sofisticada do grupo e à quantidade de droga. Atendeu-se aos artigos 59 do Código Penal e 42 da Lei nº 11.343/2006, não havendo óbice à observância deste último quanto ao crime de associação criminosa. No tocante à alegada dupla tomada – seja em relação ao número de pessoas do grupo, seja quanto à agravante e à causa de aumento do artigo 40, inciso VII, da Lei de regência –, inexiste sobreposição. Para o tipo, são previstas penas mínima e máxima. A definição da adequada ocorre considerados os contornos da prática criminosa. A dosimetria resolve-se, em regra, no campo do justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. O Tribunal manteve o entendimento do Juízo quanto à agravante do artigo 62, inciso I, do Código Penal, destacando a coordenação da atividade dos demais integrantes do grupo criminoso, no que agendava remessas de droga e providenciava o pagamento aos envolvidos. A fundamentação é válida, surgindo desinfluente o fato de se tratar de participação eventual. O artigo 40 da Lei de Drogas dispõe sobre causas de aumento em relação ao crime de associação para o tráfico: […] Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2993-CE10-7001-81C0 e senha D98F-5180-9866-1D01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 200971 / SP […] O regime de cumprimento da pena é norteado, a teor do artigo 33, parágrafos 2º e 3º, do Código Penal, pelo patamar da condenação e as circunstâncias judiciais. Ante a pena imposta – 6 anos e 4 meses de reclusão – e as circunstâncias judiciais desfavoráveis, surgiu viável o fechado. Indefiro a ordem. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2993-CE10-7001-81C0 e senha D98F-5180-9866-1D01 Supremo Tribunal Federal HC 200971 / SP […] O regime de cumprimento da pena é norteado, a teor do artigo 33, parágrafos 2º e 3º, do Código Penal, pelo patamar da condenação e as circunstâncias judiciais. Ante a pena imposta – 6 anos e 4 meses de reclusão – e as circunstâncias judiciais desfavoráveis, surgiu viável o fechado. Indefiro a ordem. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2993-CE10-7001-81C0 e senha D98F-5180-9866-1D01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição à revisão criminal. Vejam-se, nessa linha, o HC 179.479- AgR, Rel. Min. Edson Fachin; e o HC 177.602-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E41C-61EE-5FFC-91C2 e senha 4625-E6CF-6E32-93C9 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição à revisão criminal. Vejam-se, nessa linha, o HC 179.479- AgR, Rel. Min. Edson Fachin; e o HC 177.602-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E41C-61EE-5FFC-91C2 e senha 4625-E6CF-6E32-93C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 200.971 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B0B-8B30-C80C-3400 e senha 7BFB-F952-A18F-0E07 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 200.971 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B0B-8B30-C80C-3400 e senha 7BFB-F952-A18F-0E07 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757909626
2021-08-03T00:00:00
2021-10-26T00:00:00
A Turma, por unanimidade indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
HABEAS CORPUS
Ementa: HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. DOSIMETRIA DA PENA. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. REGIME INICIAL FECHADO. VIABILIDADE. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. HABEAS CORPUS INDEFERIDO.
sjur455132
Número de páginas: 8. Análise: 27/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
200971
[ "LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\n ART-00040 INC-00007 ART-00042\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS\n\n", "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00033 PAR-00002 PAR-00003 ART-00040\n ART-00059 ART-00062 INC-00001\n CP-1940 CÓDIGO PENAL" ]
HC
acordaos
HC 200971
[ "" ]
PACTE.(S) : FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. DOSIMETRIA DA PENA. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. REGIME INICIAL FECHADO. VIABILIDADE. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em indeferir a ordem de Habeas Corpus, nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (art. 38, IV, b, do RISTF) Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 14F0-6545-AC30-E71A e senha A770-FE5A-18A5-DFCE Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina: O Juízo da Quarta Vara Federal da Subseção Judiciária de Guarulhos/SP, no processo n 0007210-73.2011.4.03.6119, condenou o paciente a 25 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, no regime fechado, e 2.500 dias-multa, ante os crimes dos artigos 33 (tráfico de drogas) e 35 (associação para o tráfico), combinados com o artigo 40, incisos I e VII (causas de aumento alusivas à transnacionalidade e ao financiamento do crime), da Lei n 11.343/2006. Impôs as penas-base em 11 anos e 6 meses em relação ao tráfico, considerados o piso de 5 e o teto de 15 anos, e 7 anos no tocante à associação, observados o mínimo de 3 e o máximo de 10 anos. Reportando-se à natureza e à quantidade de entorpecente (43,8 quilos de cocaína), teve como desfavoráveis a culpabilidade – proprietário da droga a ser enviada ao exterior; o motivo – objetivo de lucro fácil – e os contornos dos crimes – apreensão de expressiva quantidade de entorpecente em aeroporto, realização de diversas remessas ao exterior, número de integrantes e sofisticação do grupo. Reconheceu a agravante do artigo 62, inciso I, do Código Penal, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina: O Juízo da Quarta Vara Federal da Subseção Judiciária de Guarulhos/SP, no processo n 0007210-73.2011.4.03.6119, condenou o paciente a 25 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, no regime fechado, e 2.500 dias-multa, ante os crimes dos artigos 33 (tráfico de drogas) e 35 (associação para o tráfico), combinados com o artigo 40, incisos I e VII (causas de aumento alusivas à transnacionalidade e ao financiamento do crime), da Lei n 11.343/2006. Impôs as penas-base em 11 anos e 6 meses em relação ao tráfico, considerados o piso de 5 e o teto de 15 anos, e 7 anos no tocante à associação, observados o mínimo de 3 e o máximo de 10 anos. Reportando-se à natureza e à quantidade de entorpecente (43,8 quilos de cocaína), teve como desfavoráveis a culpabilidade – proprietário da droga a ser enviada ao exterior; o motivo – objetivo de lucro fácil – e os contornos dos crimes – apreensão de expressiva quantidade de entorpecente em aeroporto, realização de diversas remessas ao exterior, número de integrantes e sofisticação do grupo. Reconheceu a agravante do artigo 62, inciso I, do Código Penal, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório HC 200971 / SP em razão de organizar a atividade dos demais agentes, elevando a pena em 6 meses, quanto ao tráfico, e em 4 meses, relativamente à associação. Não considerou a causa de diminuição do § 4... do citado artigo 33, assentando a dedicação a atividades criminosas. Fez incidir, em 1/3, o aumento decorrente da transnacionalidade e do financiamento do crime. A pena final ficou em 16 anos de reclusão, em relação ao tráfico, e 9 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, no tocante à associação. A Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3... Região proveu parcialmente apelação, absolvendo-o da imputação de tráfico de drogas, nos termos do artigo 386, inciso V, do Código de Processo Penal. Quanto à associação, afastou a tomada da culpabilidade e do motivo, reduzindo a pena-base em 6 anos de reclusão. Ressaltou a complexidade da associação criminosa, atuante no Aeroporto de Guarulhos, com capacidade para exportar grande quantidade de cocaína. Redimensionou a pena em 8 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão, no regime fechado, e 1.000 dias-multa. O título condenatório transitou em julgado em 23 de novembro de 2016. A Quarta Seção do Regional Federal julgou improcedente pedido formulado na revisão criminal n 0004058- 31.2017.4.03.0000. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator negou provimento ao recurso especial com agravo n 1.404.658/SP. A Sexta Turma desproveu agravo. A Defensoria Pública da União sustenta insubsistentes os fundamentos por meio dos quais estabelecida a pena-base acima do mínimo legal. Alega inviável o aumento a partir da natureza e quantidade de entorpecente, ante a absolvição por tráfico. Sublinha indevida a valoração do número de integrantes do grupo, afirmando constituir dado inerente ao tipo. Tem como impróprio o reconhecimento da agravante do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Supremo Tribunal Federal HC 200971 / SP em razão de organizar a atividade dos demais agentes, elevando a pena em 6 meses, quanto ao tráfico, e em 4 meses, relativamente à associação. Não considerou a causa de diminuição do § 4... do citado artigo 33, assentando a dedicação a atividades criminosas. Fez incidir, em 1/3, o aumento decorrente da transnacionalidade e do financiamento do crime. A pena final ficou em 16 anos de reclusão, em relação ao tráfico, e 9 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, no tocante à associação. A Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3... Região proveu parcialmente apelação, absolvendo-o da imputação de tráfico de drogas, nos termos do artigo 386, inciso V, do Código de Processo Penal. Quanto à associação, afastou a tomada da culpabilidade e do motivo, reduzindo a pena-base em 6 anos de reclusão. Ressaltou a complexidade da associação criminosa, atuante no Aeroporto de Guarulhos, com capacidade para exportar grande quantidade de cocaína. Redimensionou a pena em 8 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão, no regime fechado, e 1.000 dias-multa. O título condenatório transitou em julgado em 23 de novembro de 2016. A Quarta Seção do Regional Federal julgou improcedente pedido formulado na revisão criminal n 0004058- 31.2017.4.03.0000. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator negou provimento ao recurso especial com agravo n 1.404.658/SP. A Sexta Turma desproveu agravo. A Defensoria Pública da União sustenta insubsistentes os fundamentos por meio dos quais estabelecida a pena-base acima do mínimo legal. Alega inviável o aumento a partir da natureza e quantidade de entorpecente, ante a absolvição por tráfico. Sublinha indevida a valoração do número de integrantes do grupo, afirmando constituir dado inerente ao tipo. Tem como impróprio o reconhecimento da agravante do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Relatório HC 200971 / SP artigo 62, inciso I, do Código Penal, dizendo-a inaplicável aos crimes em que há pluralidade de agentes. Aponta sobreposição, consideradas a agravante e a causa de aumento do artigo 40, inciso VII, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). Destaca inadequada a aplicação desta considerado o crime de associação para o tráfico. Realça cabível, reduzida a pena, o regime aberto. Postulou, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do título condenatório. Busca, alfim, a imposição da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante, da causa de aumento alusiva ao financiamento do crime e a fixação do regime aberto. A Procuradoria-Geral da República, com vista do processo desde 11 de junho de 2021, não se manifestou. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Supremo Tribunal Federal HC 200971 / SP artigo 62, inciso I, do Código Penal, dizendo-a inaplicável aos crimes em que há pluralidade de agentes. Aponta sobreposição, consideradas a agravante e a causa de aumento do artigo 40, inciso VII, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). Destaca inadequada a aplicação desta considerado o crime de associação para o tráfico. Realça cabível, reduzida a pena, o regime aberto. Postulou, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do título condenatório. Busca, alfim, a imposição da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante, da causa de aumento alusiva ao financiamento do crime e a fixação do regime aberto. A Procuradoria-Geral da República, com vista do processo desde 11 de junho de 2021, não se manifestou. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CBA-9ED2-F828-6C52 e senha 2706-A8F0-2660-CF86 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A suspensão dos efeitos de título condenatório alcançado pela preclusão maior é exceção. Indispensável é ilegalidade manifesta. O Regional Federal, no julgamento da apelação, estabeleceu a pena- base em 6 anos de reclusão, tendo em conta o piso de 3 e o teto de 10 anos, referindo-se à estrutura sofisticada do grupo e à quantidade de droga. Atendeu-se aos artigos 59 do Código Penal e 42 da Lei n 11.343/2006, não havendo óbice à observância deste último quanto ao crime de associação criminosa. No tocante à alegada dupla tomada – seja em relação ao número de pessoas do grupo, seja quanto à agravante e à causa de aumento do artigo 40, inciso VII, da Lei de regência –, inexiste sobreposição. Para o tipo, são previstas penas mínima e máxima. A definição da adequada ocorre considerados os contornos da prática criminosa. A dosimetria resolve-se, em regra, no campo do justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. O Tribunal manteve o entendimento do Juízo quanto à agravante do artigo 62, inciso I, do Código Penal, destacando a coordenação da atividade dos demais integrantes do grupo criminoso, no que agendava remessas de droga e providenciava o pagamento aos envolvidos. A fundamentação é válida, surgindo desinfluente o fato de se tratar de participação eventual. O artigo 40 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) dispõe sobre causas de aumento em relação ao crime de associação para o tráfico: […] Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2993-CE10-7001-81C0 e senha D98F-5180-9866-1D01 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A suspensão dos efeitos de título condenatório alcançado pela preclusão maior é exceção. Indispensável é ilegalidade manifesta. O Regional Federal, no julgamento da apelação, estabeleceu a pena- base em 6 anos de reclusão, tendo em conta o piso de 3 e o teto de 10 anos, referindo-se à estrutura sofisticada do grupo e à quantidade de droga. Atendeu-se aos artigos 59 do Código Penal e 42 da Lei n 11.343/2006, não havendo óbice à observância deste último quanto ao crime de associação criminosa. No tocante à alegada dupla tomada – seja em relação ao número de pessoas do grupo, seja quanto à agravante e à causa de aumento do artigo 40, inciso VII, da Lei de regência –, inexiste sobreposição. Para o tipo, são previstas penas mínima e máxima. A definição da adequada ocorre considerados os contornos da prática criminosa. A dosimetria resolve-se, em regra, no campo do justo ou injusto, não encerrando ilegalidade. O Tribunal manteve o entendimento do Juízo quanto à agravante do artigo 62, inciso I, do Código Penal, destacando a coordenação da atividade dos demais integrantes do grupo criminoso, no que agendava remessas de droga e providenciava o pagamento aos envolvidos. A fundamentação é válida, surgindo desinfluente o fato de se tratar de participação eventual. O artigo 40 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) dispõe sobre causas de aumento em relação ao crime de associação para o tráfico: […] Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2993-CE10-7001-81C0 e senha D98F-5180-9866-1D01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 200971 / SP […] O regime de cumprimento da pena é norteado, a teor do artigo 33, parágrafos 2... e 3..., do Código Penal, pelo patamar da condenação e as circunstâncias judiciais. Ante a pena imposta – 6 anos e 4 meses de reclusão – e as circunstâncias judiciais desfavoráveis, surgiu viável o fechado. Indefiro a ordem. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2993-CE10-7001-81C0 e senha D98F-5180-9866-1D01 Supremo Tribunal Federal HC 200971 / SP […] O regime de cumprimento da pena é norteado, a teor do artigo 33, parágrafos 2... e 3..., do Código Penal, pelo patamar da condenação e as circunstâncias judiciais. Ante a pena imposta – 6 anos e 4 meses de reclusão – e as circunstâncias judiciais desfavoráveis, surgiu viável o fechado. Indefiro a ordem. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2993-CE10-7001-81C0 e senha D98F-5180-9866-1D01 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição à revisão criminal. Vejam-se, nessa linha, o HC 179.479- AgR, Rel. Min. Edson Fachin; e o HC 177.602-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E41C-61EE-5FFC-91C2 e senha 4625-E6CF-6E32-93C9 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.971 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição à revisão criminal. Vejam-se, nessa linha, o HC 179.479- AgR, Rel. Min. Edson Fachin; e o HC 177.602-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E41C-61EE-5FFC-91C2 e senha 4625-E6CF-6E32-93C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 200.971 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B0B-8B30-C80C-3400 e senha 7BFB-F952-A18F-0E07 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 200.971 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B0B-8B30-C80C-3400 e senha 7BFB-F952-A18F-0E07 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 200 . 971", "HABEAS CORPUS 200 . 971 SÃO PAULO", "processo n 0007210 - 73 . 2011 . 4 . 03 . 6119", "HABEAS CORPUS 200 . 971", "processo n 0007210 - 73 . 2011 . 4 . 03 . 6119", "HC 200971 / SP", "revisão criminal n 0004058 - 31 . 2017 . 4 . 03 . 0000", "agravo n 1 . 404 . 658 / SP", "HC 200971 / SP", "revisão criminal n 0004058 - 31 . 2017 . 4 . 03 . 0000", "agravo n 1 . 404 . 658 / SP", "HC 200971 / SP", "HC 200971 / SP", "HABEAS CORPUS 200 . 971", "HABEAS CORPUS 200 . 971", "HC 200971 / SP", "HC 200971 / SP", "HABEAS CORPUS 200 . 971", "HC 179 . 479 - AgR", "HC 177 . 602 - AgR", "HABEAS CORPUS 200 . 971", "HC 179 . 479 - AgR", "HC 177 . 602 - AgR", "HABEAS CORPUS 200 . 971", "HABEAS CORPUS 200 . 971" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 40 ,", "Lei n 11 . 343 / 2006", "artigo 62 , inciso I , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 11 . 343 / 2006", "artigo 62 , inciso I , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 386 , inciso V , do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 386 , inciso V , do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 62 , inciso I , do Código Penal", "artigo 40 , inciso VII , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de Drogas", "Art", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 62 , inciso I , do Código Penal", "artigo 40 , inciso VII , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 59 do Código Penal", "42 da Lei n 11 . 343 / 2006", "artigo 62 , inciso I , do Código Penal", "artigo 40 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 59 do Código Penal", "42 da Lei n 11 . 343 / 2006", "artigo 62 , inciso I , do Código Penal", "artigo 40 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 , parágrafos 2 . . . e 3 . . . , do Código Penal", "Art .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 , parágrafos 2 . . . e 3 . . . , do Código Penal", "Art .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "Brasília", "SÃO PAULO", "Aeroporto de Guarulhos", "Aeroporto de Guarulhos", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Quarta Vara Federal da Subseção Judiciária de Guarulhos / SP", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Quarta Vara Federal da Subseção", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3 . . . Região", "Quarta Seção do Regional Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Sexta Turma", "Defensoria Pública da União", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3 . . . Região", "Quarta Seção do Regional Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Sexta Turma", "Defensoria Pública da União", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES", "MARCO AURÉLIO", "Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES", "MARCO AURÉLIO", "Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIPE GUERRA CAMARGO MENDES", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "23 de novembro de 2016", "24", "/", "08", "/", "2001", "23 de novembro de 2016", "24", "/", "08", "/", "2001", "11 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) :RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA ADV.(A/S) :NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) AGDO.(A/S) :UNIÃO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal de origem, com apoio na legislação infraconstitucional e no acervo fático-probatório, decidiu pela possibilidade de inclusão do Imposto de Renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Lei . 10.168/2000), assim como do acervo probatório dos autos, providência inviável em recurso extraordinário. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98EC-B7E2-7693-0B54 e senha B62D-29B3-D9AD-98BB Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 15 Ementa e Acórdão ARE 1263186 AGR / RJ conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Brasília, 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98EC-B7E2-7693-0B54 e senha B62D-29B3-D9AD-98BB Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Brasília, 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98EC-B7E2-7693-0B54 e senha B62D-29B3-D9AD-98BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 15 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) :RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA ADV.(A/S) :NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) AGDO.(A/S) :UNIÃO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Agravo interno cujo objeto é decisão monocrática que conheceu do agravo em recurso extraordinário para negar-lhe provimento, pelos seguintes fundamentos: “Trata-se de agravo cujo objeto é decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado: ‘TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CIDEROYALTIES. LEI N. 10.168/2000. INCLUSÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. NA BASE DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE. 1. A controvérsia limita-se à análise sobre a possibilidade de incluir o imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, instituída pela Lei n.10.168/2000. 2. A tese recursal se alicerça no fato de que a incidência tributária da referida contribuição se dar sobre o valor que é devido à pessoa sediada no exterior como Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) :RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA ADV.(A/S) :NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) AGDO.(A/S) :UNIÃO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Agravo interno cujo objeto é decisão monocrática que conheceu do agravo em recurso extraordinário para negar-lhe provimento, pelos seguintes fundamentos: “Trata-se de agravo cujo objeto é decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado: ‘TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CIDEROYALTIES. LEI N. 10.168/2000. INCLUSÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. NA BASE DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE. 1. A controvérsia limita-se à análise sobre a possibilidade de incluir o imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, instituída pela Lei n.10.168/2000. 2. A tese recursal se alicerça no fato de que a incidência tributária da referida contribuição se dar sobre o valor que é devido à pessoa sediada no exterior como Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ remuneração decorrente do contrato, pouco importando que parte desse valor fique no país, a título de imposto incidente sobre os rendimentos do beneficiário residente ou domiciliado em país estrangeiro. 3. O fato gerador e a base de cálculo da CIDE correspondem aos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos ao exterior. Logo, não há obstáculo à inclusão do imposto de renda retido na fonte (IRRF) na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, pois o tributo incide sobre o valor pago, e não sobre o valor líquido recebido, ainda que esse valor bruto gere uma obrigação tributária (IR) para quem o recebe, na qualidade de contribuinte, e uma obrigação tributária para quem o paga, na qualidade de responsável tributário (retenção). A lei também definiu as hipóteses de não incidência do imposto de renda, não sendo esta a situação dos autos. 4. Não há bis in idem, eis que a CIDE é um tributo vinculado com destinação específica, não possuindo identidade quanto ao fato gerador do IRRF. A capacidade contributiva não é violada, na medida em que o contribuinte do IRRF é a pessoa jurídica sediada no exterior, que recebe os rendimentos, enquanto que a contribuinte da CIDE é a pessoa jurídica que remete royalties ao exterior. 5. Apelação e Reexame Necessário a que se dá provimento.’ O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação ao art. 149, § 2º, III, a, da CF. Sustenta, em essência, que o Imposto de Renda retido na fonte não compõe a base de cálculo da CIDE royalties. A decisão agravada negou seguimento ao recurso sob os seguintes fundamentos: ‘O recurso não deve ser admitido. O acórdão recorrido apresenta fundamento infraconstitucional suficiente para rebater a tese defendida nas razões do 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ remuneração decorrente do contrato, pouco importando que parte desse valor fique no país, a título de imposto incidente sobre os rendimentos do beneficiário residente ou domiciliado em país estrangeiro. 3. O fato gerador e a base de cálculo da CIDE correspondem aos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos ao exterior. Logo, não há obstáculo à inclusão do imposto de renda retido na fonte (IRRF) na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, pois o tributo incide sobre o valor pago, e não sobre o valor líquido recebido, ainda que esse valor bruto gere uma obrigação tributária (IR) para quem o recebe, na qualidade de contribuinte, e uma obrigação tributária para quem o paga, na qualidade de responsável tributário (retenção). A lei também definiu as hipóteses de não incidência do imposto de renda, não sendo esta a situação dos autos. 4. Não há bis in idem, eis que a CIDE é um tributo vinculado com destinação específica, não possuindo identidade quanto ao fato gerador do IRRF. A capacidade contributiva não é violada, na medida em que o contribuinte do IRRF é a pessoa jurídica sediada no exterior, que recebe os rendimentos, enquanto que a contribuinte da CIDE é a pessoa jurídica que remete royalties ao exterior. 5. Apelação e Reexame Necessário a que se dá provimento.’ O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação ao art. 149, § 2º, III, a, da CF. Sustenta, em essência, que o Imposto de Renda retido na fonte não compõe a base de cálculo da CIDE royalties. A decisão agravada negou seguimento ao recurso sob os seguintes fundamentos: ‘O recurso não deve ser admitido. O acórdão recorrido apresenta fundamento infraconstitucional suficiente para rebater a tese defendida nas razões do 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ recurso. A violação constitucional alegada é indireta, reflexa, e não é apta a fundamentar a admissibilidade do recurso extraordinário. No mais, os artigos constitucionais citados apenas suportariam a admissibilidade do recurso se, dos próprios termos do julgado, e independentemente do revolvimento e completo reexame de fatos, houvesse ofensa ao seu teor. Não é o caso. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional, providência vedada em sede de recurso extraordinário. […] Assim, não há qualquer violação direta aos dispositivos constitucionais mencionados, à luz dos pressupostos de fato considerados pelo acórdão Aplica-se ainda, à hipótese, mutatis mutandis, a Súmula n.° 636/STF (‘Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida’). Nada há, portanto, no acórdão impugnado que contrarie, in abstracto, os dispositivos constitucionais alegadamente violados. Note-se, ainda, que nem o julgado faz referência ou debate tais dispositivos constitucionais, e isto mostra que eles não estão em jogo, no caso. Incide, no caso, também o verbete n.° 282 da súmula do Supremo Tribunal Federal (‘É inadmissível recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida a questão federal suscitada’). Por derradeiro, divergir do entendimento firmado pelo tribunal de origem demandaria o revolvimento do acervo fático-probatório. Nesses termos, incide no caso a Súmula 279 do STF. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ recurso. A violação constitucional alegada é indireta, reflexa, e não é apta a fundamentar a admissibilidade do recurso extraordinário. No mais, os artigos constitucionais citados apenas suportariam a admissibilidade do recurso se, dos próprios termos do julgado, e independentemente do revolvimento e completo reexame de fatos, houvesse ofensa ao seu teor. Não é o caso. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional, providência vedada em sede de recurso extraordinário. […] Assim, não há qualquer violação direta aos dispositivos constitucionais mencionados, à luz dos pressupostos de fato considerados pelo acórdão Aplica-se ainda, à hipótese, mutatis mutandis, a Súmula n.° 636/STF (‘Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida’). Nada há, portanto, no acórdão impugnado que contrarie, in abstracto, os dispositivos constitucionais alegadamente violados. Note-se, ainda, que nem o julgado faz referência ou debate tais dispositivos constitucionais, e isto mostra que eles não estão em jogo, no caso. Incide, no caso, também o verbete n.° 282 da súmula do Supremo Tribunal Federal (‘É inadmissível recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida a questão federal suscitada’). Por derradeiro, divergir do entendimento firmado pelo tribunal de origem demandaria o revolvimento do acervo fático-probatório. Nesses termos, incide no caso a Súmula 279 do STF. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ Diz o verbete n.° 279 da súmula do STF: ‘Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário’. Ou seja, a premissa que o recurso diz equivocada deve ser demonstrada no corpo inequívoco do acórdão atacado, à luz das premissas de fato por ele vislumbradas. In casu, da análise dos autos, verifica-se que o órgão julgador decidiu a controvérsia após análise dos fatos, sendo certo que, para se chegar à conclusão diversa, seria imprescindível reexaminar todo o conjunto fático- probatório dos autos, o que, como visto, é vedado. Do exposto, INADMITO o recurso extraordinário.’ A pretensão recursal não merece prosperar. No caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: ‘A controvérsia limita-se à inclusão do imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE- ROYALTIES, instituída pela Lei n. 10.168/2000. A tese recursal se alicerça no fato de que a incidência tributária da referida contribuição se dá sobre o valor que é devido à pessoa sediada no exterior como remuneração decorrente do contrato, pouco importando que parte desse valor fique no país, a título de imposto incidente sobre os rendimentos do beneficiário residente ou domiciliado em país estrangeiro. A contribuição de intervenção no domínio econômico sob análise foi instituída por meio da Lei n. 10.168/2000, com a seguinte hipótese de incidência: ‘Art. 2º Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. (Vide Decreto nº 6.233, de 2007) (Vide Medida Provisória nº 510, de 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ Diz o verbete n.° 279 da súmula do STF: ‘Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário’. Ou seja, a premissa que o recurso diz equivocada deve ser demonstrada no corpo inequívoco do acórdão atacado, à luz das premissas de fato por ele vislumbradas. In casu, da análise dos autos, verifica-se que o órgão julgador decidiu a controvérsia após análise dos fatos, sendo certo que, para se chegar à conclusão diversa, seria imprescindível reexaminar todo o conjunto fático- probatório dos autos, o que, como visto, é vedado. Do exposto, INADMITO o recurso extraordinário.’ A pretensão recursal não merece prosperar. No caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: ‘A controvérsia limita-se à inclusão do imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE- ROYALTIES, instituída pela Lei n. 10.168/2000. A tese recursal se alicerça no fato de que a incidência tributária da referida contribuição se dá sobre o valor que é devido à pessoa sediada no exterior como remuneração decorrente do contrato, pouco importando que parte desse valor fique no país, a título de imposto incidente sobre os rendimentos do beneficiário residente ou domiciliado em país estrangeiro. A contribuição de intervenção no domínio econômico sob análise foi instituída por meio da Lei n. 10.168/2000, com a seguinte hipótese de incidência: ‘Art. 2º Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. (Vide Decreto nº 6.233, de 2007) (Vide Medida Provisória nº 510, de 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ 2010) §1º Consideram-se, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. §1º-A. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. (Incluído pela Lei nº 11.452, de 2007) §2º A partir de 1º de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. (Redação da pela Lei nº 10.332, de 2001) §3º A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2º deste artigo. (Redação da pela Lei nº 10.332, de 2001) §4º A alíquota da contribuição será de 10% (dez por cento). (Redação da pela Lei nº 10.332, de 2001) §5º O pagamento da contribuição será efetuado até o último dia útil da quinzena subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador. (Incluído pela Lei nº 10.332, de 2001) §6º Não se aplica a Contribuição de que trata o caput quando o contratante for órgão ou entidade da 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ 2010) §1º Consideram-se, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. §1º-A. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. (Incluído pela Lei nº 11.452, de 2007) §2º A partir de 1º de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. (Redação da pela Lei nº 10.332, de 2001) §3º A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2º deste artigo. (Redação da pela Lei nº 10.332, de 2001) §4º A alíquota da contribuição será de 10% (dez por cento). (Redação da pela Lei nº 10.332, de 2001) §5º O pagamento da contribuição será efetuado até o último dia útil da quinzena subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador. (Incluído pela Lei nº 10.332, de 2001) §6º Não se aplica a Contribuição de que trata o caput quando o contratante for órgão ou entidade da 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ administração direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e o contratado for instituição de ensino ou pesquisa situada no exterior, para o oferecimento de curso ou atividade de treinamento ou qualificação profissional a servidores civis ou militares do respectivo ente estatal, órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 12.402, de 2011) Art. 2º-A. Fica reduzida para 15% (quinze por cento), a partir de 1º de janeiro de 2002, a alíquota do imposto de renda na fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a título de remuneração de serviços de assistência administrativa e semelhantes. (Incluído pela Lei nº 10.332, de 2001) Art. 2º-B. O imposto sobre a renda na fonte não incidirá sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior por órgãos ou entidades da administração direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em razão de despesas contratuais com instituições de ensino e pesquisa relacionadas à participação em cursos ou atividades de treinamento ou qualificação profissional de servidores civis ou militares do respectivo ente estatal, órgão ou entidade . (Incluído pela Lei nº 12.402, de 2011)’ O fato gerador e a base de cálculo da CIDE correspondem aos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos ao exterior. Logo, não há obstáculo à inclusão do imposto de renda retido na fonte (IRRF) na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, pois o tributo incide sobre o valor pago, e não sobre o valor líquido recebido, ainda que esse valor bruto gere uma obrigação tributária (IR) para quem o recebe, na qualidade 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ administração direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e o contratado for instituição de ensino ou pesquisa situada no exterior, para o oferecimento de curso ou atividade de treinamento ou qualificação profissional a servidores civis ou militares do respectivo ente estatal, órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 12.402, de 2011) Art. 2º-A. Fica reduzida para 15% (quinze por cento), a partir de 1º de janeiro de 2002, a alíquota do imposto de renda na fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a título de remuneração de serviços de assistência administrativa e semelhantes. (Incluído pela Lei nº 10.332, de 2001) Art. 2º-B. O imposto sobre a renda na fonte não incidirá sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior por órgãos ou entidades da administração direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em razão de despesas contratuais com instituições de ensino e pesquisa relacionadas à participação em cursos ou atividades de treinamento ou qualificação profissional de servidores civis ou militares do respectivo ente estatal, órgão ou entidade . (Incluído pela Lei nº 12.402, de 2011)’ O fato gerador e a base de cálculo da CIDE correspondem aos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos ao exterior. Logo, não há obstáculo à inclusão do imposto de renda retido na fonte (IRRF) na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, pois o tributo incide sobre o valor pago, e não sobre o valor líquido recebido, ainda que esse valor bruto gere uma obrigação tributária (IR) para quem o recebe, na qualidade 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ de contribuinte, e uma obrigação tributária para quem o paga, na qualidade de responsável tributário (retenção). A lei também definiu as hipóteses de não incidência do imposto de renda, não sendo esta a situação dos autos. Não há bis in idem, eis que a CIDE é um tributo vinculado com destinação específica, não possuindo identidade quanto ao fato gerador do IRRF. A capacidade contributiva não é violada, na medida em que o contribuinte do IRRF é a pessoa jurídica sediada no exterior, que recebe os rendimentos, enquanto que a contribuinte da CIDE é a pessoa jurídica que remete royalties ao exterior.’ Nessa contextura, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência da Súmula 279/STF. A alegada ofensa à Constituição não foi apreciada pelo acórdão impugnado. Tampouco a oposição de embargos de declaração foi suficiente para sanar eventual omissão, uma vez que a questão foi tardiamente aventada. Portanto, o recurso extraordinário carece de prequestionamento (Súmulas 282 e 356/STF). Nesse sentido, veja-se o seguinte julgado: ‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 13/94. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL (SÚMULA 282). IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. O cumprimento do requisito do prequestionamento 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ de contribuinte, e uma obrigação tributária para quem o paga, na qualidade de responsável tributário (retenção). A lei também definiu as hipóteses de não incidência do imposto de renda, não sendo esta a situação dos autos. Não há bis in idem, eis que a CIDE é um tributo vinculado com destinação específica, não possuindo identidade quanto ao fato gerador do IRRF. A capacidade contributiva não é violada, na medida em que o contribuinte do IRRF é a pessoa jurídica sediada no exterior, que recebe os rendimentos, enquanto que a contribuinte da CIDE é a pessoa jurídica que remete royalties ao exterior.’ Nessa contextura, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência da Súmula 279/STF. A alegada ofensa à Constituição não foi apreciada pelo acórdão impugnado. Tampouco a oposição de embargos de declaração foi suficiente para sanar eventual omissão, uma vez que a questão foi tardiamente aventada. Portanto, o recurso extraordinário carece de prequestionamento (Súmulas 282 e 356/STF). Nesse sentido, veja-se o seguinte julgado: ‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 13/94. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL (SÚMULA 282). IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. O cumprimento do requisito do prequestionamento 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ dá-se quando oportunamente suscitada a matéria constitucional, o que ocorre em momento processualmente adequado, nos termos da legislação vigente. A inovação da matéria em sede de embargos de declaração é juridicamente inaceitável para os fins de comprovação de prequestionamento. Precedentes.’ (RE 598.123-AgR, Relª. Minª. Cármen Lúcia) Diante do exposto, com base no art. 932, IV e VIII, do CPC/2015 e no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego provimento ao recurso. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF).” 2. A parte agravante sustenta que: (i) deve ser aplicada a sistemática da repercussão geral, em virtude do Tema 914 da RG; (ii) houve o prequestionamento da matéria controvertida; (iii) há ofensa direta à Constituição Federal. 3. É o relatório. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ dá-se quando oportunamente suscitada a matéria constitucional, o que ocorre em momento processualmente adequado, nos termos da legislação vigente. A inovação da matéria em sede de embargos de declaração é juridicamente inaceitável para os fins de comprovação de prequestionamento. Precedentes.’ (RE 598.123-AgR, Relª. Minª. Cármen Lúcia) Diante do exposto, com base no art. 932, IV e VIII, do CPC/2015 e no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego provimento ao recurso. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF).” 2. A parte agravante sustenta que: (i) deve ser aplicada a sistemática da repercussão geral, em virtude do Tema 914 da RG; (ii) houve o prequestionamento da matéria controvertida; (iii) há ofensa direta à Constituição Federal. 3. É o relatório. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 15 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à análise do recurso. 2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista que a parte recorrente não traz novos argumentos aptos a afastar a decisão agravada. 3. De início, registro qque a presente controvérsia não se confunde com Tema 914 da sistemática da repercussão geral, uma vez que, no paradigma, a discussão refere-se à constitucionalidade da CIDE, hipótese diversa da presente, cujo escopo é a inclusão do imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da exação. 4. Tal como constatou a decisão agravada, dissentir das conclusões adotadas demandaria o reexame do material probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente à questão, providência vedada nesta fase processual (Súmula 279/STF). Nesse sentido, confira-se o seguinte precedente: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. BASE DE CÁLCULO. TRIBUTOS INCIDENTES NA SAÍDA DO ESTABELECIMENTO IMPORTADOR. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal de origem, com apoio na legislação infraconstitucional e no acervo fático- probatório, decidiu pela validade da base de cálculo do IPI na Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à análise do recurso. 2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista que a parte recorrente não traz novos argumentos aptos a afastar a decisão agravada. 3. De início, registro qque a presente controvérsia não se confunde com Tema 914 da sistemática da repercussão geral, uma vez que, no paradigma, a discussão refere-se à constitucionalidade da CIDE, hipótese diversa da presente, cujo escopo é a inclusão do imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da exação. 4. Tal como constatou a decisão agravada, dissentir das conclusões adotadas demandaria o reexame do material probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente à questão, providência vedada nesta fase processual (Súmula 279/STF). Nesse sentido, confira-se o seguinte precedente: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. BASE DE CÁLCULO. TRIBUTOS INCIDENTES NA SAÍDA DO ESTABELECIMENTO IMPORTADOR. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal de origem, com apoio na legislação infraconstitucional e no acervo fático- probatório, decidiu pela validade da base de cálculo do IPI na Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 15 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ARE 1263186 AGR / RJ saída do estabelecimento importador. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Código Tributário Nacional e IN SRF nº 247/2002), bem como do acervo probatório dos autos, providência inviável em recurso extraordinário. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25, Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.” (RE 1190689 AgR, sob a minha relatoria) 5. Ademais, a alegada ofensa à Constituição não foi apreciada pelo acórdão impugnado. Tampouco a oposição de embargos de declaração foi suficiente para sanar eventual omissão, uma vez que a questão foi tardiamente aventada. Portanto, o recurso extraordinário carece de prequestionamento (Súmulas 282 e 356/STF). Confiram-se: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 13/94. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL (SÚMULA 282). IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. O cumprimento do requisito do prequestionamento dá-se quando oportunamente suscitada a matéria constitucional, o que ocorre em momento processualmente adequado, nos termos da legislação vigente. A inovação da matéria em sede de embargos de declaração é juridicamente inaceitável para os fins de comprovação de prequestionamento. Precedentes.” (RE 598.123-AgR, Relª. Minª. Cármen Lúcia) “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ saída do estabelecimento importador. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Código Tributário Nacional e IN SRF nº 247/2002), bem como do acervo probatório dos autos, providência inviável em recurso extraordinário. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25, Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.” (RE 1190689 AgR, sob a minha relatoria) 5. Ademais, a alegada ofensa à Constituição não foi apreciada pelo acórdão impugnado. Tampouco a oposição de embargos de declaração foi suficiente para sanar eventual omissão, uma vez que a questão foi tardiamente aventada. Portanto, o recurso extraordinário carece de prequestionamento (Súmulas 282 e 356/STF). Confiram-se: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 13/94. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL (SÚMULA 282). IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. O cumprimento do requisito do prequestionamento dá-se quando oportunamente suscitada a matéria constitucional, o que ocorre em momento processualmente adequado, nos termos da legislação vigente. A inovação da matéria em sede de embargos de declaração é juridicamente inaceitável para os fins de comprovação de prequestionamento. Precedentes.” (RE 598.123-AgR, Relª. Minª. Cármen Lúcia) “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 15 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ARE 1263186 AGR / RJ EXCLUSÃO DO IMPOSTO DE RENDA DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO: SÚMULAS NS. 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (RE 1.242.445, Relª. Minª. Cármen Lúcia) 6. Por fim, importa destacar que o Supremo Tribunal Federal vem, reiteradamente, decidindo pela ausência de repercussão geral das controvérsias relativas à inclusão de um tributo na base de cálculo de outro tributo. Nesse sentido, cito os seguintes precedentes: “Recurso extraordinário. Repercussão geral. Contribuição previdenciária substitutiva. Receita bruta. Lei nº 12.546/11. PIS/COFINS. Receita ou faturamento. Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03. Inclusão da CPRB na base de cálculo do PIS e da COFINS. Matéria infraconstitucional. Ausência de repercussão geral. Recurso extraordinário a que se nega seguimento. Firmada a seguinte tese de repercussão geral: É infraconstitucional a ela se aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão da contribuição previdenciária substitutiva incidente sobre a receita bruta (CPRB) na base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS.” (RE 1.244.117 RG, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno) “Recurso extraordinário. Direito Tributário. Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Substituição tributária progressiva. Destaque nas notas fiscais. Recolhimento antecipado pelo substituto. Base de cálculo. Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Matéria infraconstitucional. Ausência de repercussão geral. Recurso extraordinário a que se nega seguimento. Firmada a seguinte tese de repercussão geral: É infraconstitucional, a ela se 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ EXCLUSÃO DO IMPOSTO DE RENDA DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO: SÚMULAS NS. 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (RE 1.242.445, Relª. Minª. Cármen Lúcia) 6. Por fim, importa destacar que o Supremo Tribunal Federal vem, reiteradamente, decidindo pela ausência de repercussão geral das controvérsias relativas à inclusão de um tributo na base de cálculo de outro tributo. Nesse sentido, cito os seguintes precedentes: “Recurso extraordinário. Repercussão geral. Contribuição previdenciária substitutiva. Receita bruta. Lei nº 12.546/11. PIS/COFINS. Receita ou faturamento. Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03. Inclusão da CPRB na base de cálculo do PIS e da COFINS. Matéria infraconstitucional. Ausência de repercussão geral. Recurso extraordinário a que se nega seguimento. Firmada a seguinte tese de repercussão geral: É infraconstitucional a ela se aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão da contribuição previdenciária substitutiva incidente sobre a receita bruta (CPRB) na base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS.” (RE 1.244.117 RG, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno) “Recurso extraordinário. Direito Tributário. Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Substituição tributária progressiva. Destaque nas notas fiscais. Recolhimento antecipado pelo substituto. Base de cálculo. Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Matéria infraconstitucional. Ausência de repercussão geral. Recurso extraordinário a que se nega seguimento. Firmada a seguinte tese de repercussão geral: É infraconstitucional, a ela se 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 15 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ARE 1263186 AGR / RJ aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão do montante correspondente ao ICMS destacado nas notas fiscais ou recolhido antecipadamente pelo substituto em regime de substituição tributária progressiva na base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS.” (RE 1.258.842 RG, Rel. Min. Presidente, Tribunal Pleno) “Recurso extraordinário. Tributário. Créditos presumidos de ICMS. Inclusão na base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Natureza infraconstitucional da controvérsia. Ausência de repercussão geral.” (RE 1.052.277-RG, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno) 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Ante seu caráter manifestamente protelatório, aplico à parte agravante multa de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4°, do CPC/2015, em caso de unanimidade da decisão. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão do montante correspondente ao ICMS destacado nas notas fiscais ou recolhido antecipadamente pelo substituto em regime de substituição tributária progressiva na base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS.” (RE 1.258.842 RG, Rel. Min. Presidente, Tribunal Pleno) “Recurso extraordinário. Tributário. Créditos presumidos de ICMS. Inclusão na base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Natureza infraconstitucional da controvérsia. Ausência de repercussão geral.” (RE 1.052.277-RG, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno) 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Ante seu caráter manifestamente protelatório, aplico à parte agravante multa de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4°, do CPC/2015, em caso de unanimidade da decisão. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 15 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) : RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA (002318/RJ, 146500/SP) ADV.(A/S) : NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) (RJ180122/) AGDO.(A/S) : UNIÃO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 95D6-C570-AE2B-6F8E e senha 0329-625A-1FB7-E220 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) : RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA (002318/RJ, 146500/SP) ADV.(A/S) : NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) (RJ180122/) AGDO.(A/S) : UNIÃO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 95D6-C570-AE2B-6F8E e senha 0329-625A-1FB7-E220 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 15
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756885009
2021-08-03T00:00:00
2021-08-23T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal de origem, com apoio na legislação infraconstitucional e no acervo fático-probatório, decidiu pela possibilidade de inclusão do Imposto de Renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Lei . 10.168/2000), assim como do acervo probatório dos autos, providência inviável em recurso extraordinário. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.
sjur451231
- Acórdão(s) citado(s): (RE, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) RE 1190689 AgR (1ªT). (RE, AUSÊNCIA, PREQUESTIONAMENTO, MATÉRIA CONSTITUCIONAL) RE 598123 AgR (1ªT). (AUSÊNCIA, REPERCUSSÃO GERAL, INCLUSÃO, TRIBUTO, BASE DE CÁLCULO) RE 1244117 RG (TP), RE 1258842 RG (TP), RE 1052277 RG (TP). - Decisão monocrática citada: (RE, AUSÊNCIA, PREQUESTIONAMENTO, MATÉRIA CONSTITUCIONAL) RE 1242445. Número de páginas: 15. Análise: 15/02/2022, LPC.
ROBERTO BARROSO
Primeira Turma
1263186
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-010168 ANO-2000\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-012016 ANO-2009\n ART-00025\n LMS-2009 LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00011 ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000282\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000356\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000512\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1263186 AgR
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AGTE.(S) : SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) : RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA ADV.(A/S) : NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) AGDO.(A/S) : UNIÃO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) :RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA ADV.(A/S) :NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) AGDO.(A/S) :UNIÃO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal de origem, com apoio na legislação infraconstitucional e no acervo fático-probatório, decidiu pela possibilidade de inclusão do Imposto de Renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Lei . 10.168/2000), assim como do acervo probatório dos autos, providência inviável em recurso extraordinário. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98EC-B7E2-7693-0B54 e senha B62D-29B3-D9AD-98BB Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 15 Ementa e Acórdão ARE 1263186 AGR / RJ conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Brasília, 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98EC-B7E2-7693-0B54 e senha B62D-29B3-D9AD-98BB Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Brasília, 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 98EC-B7E2-7693-0B54 e senha B62D-29B3-D9AD-98BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 15 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) :RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA ADV.(A/S) :NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) AGDO.(A/S) :UNIÃO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Agravo interno cujo objeto é decisão monocrática que conheceu do agravo em recurso extraordinário para negar-lhe provimento, pelos seguintes fundamentos: “Trata-se de agravo cujo objeto é decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado: ‘TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CIDEROYALTIES. LEI N. 10.168/2000. INCLUSÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. NA BASE DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE. 1. A controvérsia limita-se à análise sobre a possibilidade de incluir o imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, instituída pela Lei n.10.168/2000. 2. A tese recursal se alicerça no fato de que a incidência tributária da referida contribuição se dar sobre o valor que é devido à pessoa sediada no exterior como Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) :RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA ADV.(A/S) :NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) AGDO.(A/S) :UNIÃO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Agravo interno cujo objeto é decisão monocrática que conheceu do agravo em recurso extraordinário para negar-lhe provimento, pelos seguintes fundamentos: “Trata-se de agravo cujo objeto é decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado: ‘TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CIDEROYALTIES. LEI N. 10.168/2000. INCLUSÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. NA BASE DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE. 1. A controvérsia limita-se à análise sobre a possibilidade de incluir o imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, instituída pela Lei n.10.168/2000. 2. A tese recursal se alicerça no fato de que a incidência tributária da referida contribuição se dar sobre o valor que é devido à pessoa sediada no exterior como Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ remuneração decorrente do contrato, pouco importando que parte desse valor fique no país, a título de imposto incidente sobre os rendimentos do beneficiário residente ou domiciliado em país estrangeiro. 3. O fato gerador e a base de cálculo da CIDE correspondem aos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos ao exterior. Logo, não há obstáculo à inclusão do imposto de renda retido na fonte (IRRF) na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, pois o tributo incide sobre o valor pago, e não sobre o valor líquido recebido, ainda que esse valor bruto gere uma obrigação tributária (IR) para quem o recebe, na qualidade de contribuinte, e uma obrigação tributária para quem o paga, na qualidade de responsável tributário (retenção). A lei também definiu as hipóteses de não incidência do imposto de renda, não sendo esta a situação dos autos. 4. Não há bis in idem, eis que a CIDE é um tributo vinculado com destinação específica, não possuindo identidade quanto ao fato gerador do IRRF. A capacidade contributiva não é violada, na medida em que o contribuinte do IRRF é a pessoa jurídica sediada no exterior, que recebe os rendimentos, enquanto que a contribuinte da CIDE é a pessoa jurídica que remete royalties ao exterior. 5. Apelação e Reexame Necessário a que se dá provimento.’ O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação ao art. 149, § 2..., III, a, da Constituição Federal de 1988. Sustenta, em essência, que o Imposto de Renda retido na fonte não compõe a base de cálculo da CIDE royalties. A decisão agravada negou seguimento ao recurso sob os seguintes fundamentos: ‘O recurso não deve ser admitido. O acórdão recorrido apresenta fundamento infraconstitucional suficiente para rebater a tese defendida nas razões do 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ remuneração decorrente do contrato, pouco importando que parte desse valor fique no país, a título de imposto incidente sobre os rendimentos do beneficiário residente ou domiciliado em país estrangeiro. 3. O fato gerador e a base de cálculo da CIDE correspondem aos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos ao exterior. Logo, não há obstáculo à inclusão do imposto de renda retido na fonte (IRRF) na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, pois o tributo incide sobre o valor pago, e não sobre o valor líquido recebido, ainda que esse valor bruto gere uma obrigação tributária (IR) para quem o recebe, na qualidade de contribuinte, e uma obrigação tributária para quem o paga, na qualidade de responsável tributário (retenção). A lei também definiu as hipóteses de não incidência do imposto de renda, não sendo esta a situação dos autos. 4. Não há bis in idem, eis que a CIDE é um tributo vinculado com destinação específica, não possuindo identidade quanto ao fato gerador do IRRF. A capacidade contributiva não é violada, na medida em que o contribuinte do IRRF é a pessoa jurídica sediada no exterior, que recebe os rendimentos, enquanto que a contribuinte da CIDE é a pessoa jurídica que remete royalties ao exterior. 5. Apelação e Reexame Necessário a que se dá provimento.’ O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação ao art. 149, § 2..., III, a, da Constituição Federal de 1988. Sustenta, em essência, que o Imposto de Renda retido na fonte não compõe a base de cálculo da CIDE royalties. A decisão agravada negou seguimento ao recurso sob os seguintes fundamentos: ‘O recurso não deve ser admitido. O acórdão recorrido apresenta fundamento infraconstitucional suficiente para rebater a tese defendida nas razões do 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ recurso. A violação constitucional alegada é indireta, reflexa, e não é apta a fundamentar a admissibilidade do recurso extraordinário. No mais, os artigos constitucionais citados apenas suportariam a admissibilidade do recurso se, dos próprios termos do julgado, e independentemente do revolvimento e completo reexame de fatos, houvesse ofensa ao seu teor. Não é o caso. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional, providência vedada em sede de recurso extraordinário. […] Assim, não há qualquer violação direta aos dispositivos constitucionais mencionados, à luz dos pressupostos de fato considerados pelo acórdão Aplica-se ainda, à hipótese, mutatis mutandis, a Súmula n. 636/Supremo Tribunal Federal (‘Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida’). Nada há, portanto, no acórdão impugnado que contrarie, in abstracto, os dispositivos constitucionais alegadamente violados. Note-se, ainda, que nem o julgado faz referência ou debate tais dispositivos constitucionais, e isto mostra que eles não estão em jogo, no caso. Incide, no caso, também o verbete n. 282 da súmula do Supremo Tribunal Federal (‘É inadmissível recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida a questão federal suscitada’). Por derradeiro, divergir do entendimento firmado pelo tribunal de origem demandaria o revolvimento do acervo fático-probatório. Nesses termos, incide no caso a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ recurso. A violação constitucional alegada é indireta, reflexa, e não é apta a fundamentar a admissibilidade do recurso extraordinário. No mais, os artigos constitucionais citados apenas suportariam a admissibilidade do recurso se, dos próprios termos do julgado, e independentemente do revolvimento e completo reexame de fatos, houvesse ofensa ao seu teor. Não é o caso. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional, providência vedada em sede de recurso extraordinário. […] Assim, não há qualquer violação direta aos dispositivos constitucionais mencionados, à luz dos pressupostos de fato considerados pelo acórdão Aplica-se ainda, à hipótese, mutatis mutandis, a Súmula n. 636/Supremo Tribunal Federal (‘Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida’). Nada há, portanto, no acórdão impugnado que contrarie, in abstracto, os dispositivos constitucionais alegadamente violados. Note-se, ainda, que nem o julgado faz referência ou debate tais dispositivos constitucionais, e isto mostra que eles não estão em jogo, no caso. Incide, no caso, também o verbete n. 282 da súmula do Supremo Tribunal Federal (‘É inadmissível recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida a questão federal suscitada’). Por derradeiro, divergir do entendimento firmado pelo tribunal de origem demandaria o revolvimento do acervo fático-probatório. Nesses termos, incide no caso a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ Diz o verbete n. 279 da súmula do Supremo Tribunal Federal: ‘Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário’. Ou seja, a premissa que o recurso diz equivocada deve ser demonstrada no corpo inequívoco do acórdão atacado, à luz das premissas de fato por ele vislumbradas. In casu, da análise dos autos, verifica-se que o órgão julgador decidiu a controvérsia após análise dos fatos, sendo certo que, para se chegar à conclusão diversa, seria imprescindível reexaminar todo o conjunto fático- probatório dos autos, o que, como visto, é vedado. Do exposto, INADMITO o recurso extraordinário.’ A pretensão recursal não merece prosperar. No caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: ‘A controvérsia limita-se à inclusão do imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE- ROYALTIES, instituída pela Lei n. 10.168/2000. A tese recursal se alicerça no fato de que a incidência tributária da referida contribuição se dá sobre o valor que é devido à pessoa sediada no exterior como remuneração decorrente do contrato, pouco importando que parte desse valor fique no país, a título de imposto incidente sobre os rendimentos do beneficiário residente ou domiciliado em país estrangeiro. A contribuição de intervenção no domínio econômico sob análise foi instituída por meio da Lei n. 10.168/2000, com a seguinte hipótese de incidência: ‘Art. 2... Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. (Vide Decreto n 6.233, de 2007) (Vide Medida Provisória n 510, de 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ Diz o verbete n. 279 da súmula do Supremo Tribunal Federal: ‘Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário’. Ou seja, a premissa que o recurso diz equivocada deve ser demonstrada no corpo inequívoco do acórdão atacado, à luz das premissas de fato por ele vislumbradas. In casu, da análise dos autos, verifica-se que o órgão julgador decidiu a controvérsia após análise dos fatos, sendo certo que, para se chegar à conclusão diversa, seria imprescindível reexaminar todo o conjunto fático- probatório dos autos, o que, como visto, é vedado. Do exposto, INADMITO o recurso extraordinário.’ A pretensão recursal não merece prosperar. No caso dos autos, o Tribunal de origem consignou o seguinte: ‘A controvérsia limita-se à inclusão do imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da CIDE- ROYALTIES, instituída pela Lei n. 10.168/2000. A tese recursal se alicerça no fato de que a incidência tributária da referida contribuição se dá sobre o valor que é devido à pessoa sediada no exterior como remuneração decorrente do contrato, pouco importando que parte desse valor fique no país, a título de imposto incidente sobre os rendimentos do beneficiário residente ou domiciliado em país estrangeiro. A contribuição de intervenção no domínio econômico sob análise foi instituída por meio da Lei n. 10.168/2000, com a seguinte hipótese de incidência: ‘Art. 2... Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. (Vide Decreto n 6.233, de 2007) (Vide Medida Provisória n 510, de 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ 2010) §1... Consideram-se, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. §1...-A. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. (Incluído pela Lei n 11.452, de 2007) §2... A partir de 1... de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. (Redação da pela Lei n 10.332, de 2001) §3... A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2... deste artigo. (Redação da pela Lei n 10.332, de 2001) §4... A alíquota da contribuição será de 10% (dez por cento). (Redação da pela Lei n 10.332, de 2001) §5... O pagamento da contribuição será efetuado até o último dia útil da quinzena subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador. (Incluído pela Lei n 10.332, de 2001) §6... Não se aplica a Contribuição de que trata o caput quando o contratante for órgão ou entidade da 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ 2010) §1... Consideram-se, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. §1...-A. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. (Incluído pela Lei n 11.452, de 2007) §2... A partir de 1... de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. (Redação da pela Lei n 10.332, de 2001) §3... A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2... deste artigo. (Redação da pela Lei n 10.332, de 2001) §4... A alíquota da contribuição será de 10% (dez por cento). (Redação da pela Lei n 10.332, de 2001) §5... O pagamento da contribuição será efetuado até o último dia útil da quinzena subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador. (Incluído pela Lei n 10.332, de 2001) §6... Não se aplica a Contribuição de que trata o caput quando o contratante for órgão ou entidade da 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ administração direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e o contratado for instituição de ensino ou pesquisa situada no exterior, para o oferecimento de curso ou atividade de treinamento ou qualificação profissional a servidores civis ou militares do respectivo ente estatal, órgão ou entidade. (Incluído pela Lei n 12.402, de 2011) Art. 2...-A. Fica reduzida para 15% (quinze por cento), a partir de 1... de janeiro de 2002, a alíquota do imposto de renda na fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a título de remuneração de serviços de assistência administrativa e semelhantes. (Incluído pela Lei n 10.332, de 2001) Art. 2...-B. O imposto sobre a renda na fonte não incidirá sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior por órgãos ou entidades da administração direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em razão de despesas contratuais com instituições de ensino e pesquisa relacionadas à participação em cursos ou atividades de treinamento ou qualificação profissional de servidores civis ou militares do respectivo ente estatal, órgão ou entidade . (Incluído pela Lei n 12.402, de 2011)’ O fato gerador e a base de cálculo da CIDE correspondem aos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos ao exterior. Logo, não há obstáculo à inclusão do imposto de renda retido na fonte (IRRF) na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, pois o tributo incide sobre o valor pago, e não sobre o valor líquido recebido, ainda que esse valor bruto gere uma obrigação tributária (IR) para quem o recebe, na qualidade 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ administração direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e o contratado for instituição de ensino ou pesquisa situada no exterior, para o oferecimento de curso ou atividade de treinamento ou qualificação profissional a servidores civis ou militares do respectivo ente estatal, órgão ou entidade. (Incluído pela Lei n 12.402, de 2011) Art. 2...-A. Fica reduzida para 15% (quinze por cento), a partir de 1... de janeiro de 2002, a alíquota do imposto de renda na fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a título de remuneração de serviços de assistência administrativa e semelhantes. (Incluído pela Lei n 10.332, de 2001) Art. 2...-B. O imposto sobre a renda na fonte não incidirá sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior por órgãos ou entidades da administração direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em razão de despesas contratuais com instituições de ensino e pesquisa relacionadas à participação em cursos ou atividades de treinamento ou qualificação profissional de servidores civis ou militares do respectivo ente estatal, órgão ou entidade . (Incluído pela Lei n 12.402, de 2011)’ O fato gerador e a base de cálculo da CIDE correspondem aos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos ao exterior. Logo, não há obstáculo à inclusão do imposto de renda retido na fonte (IRRF) na base de cálculo da CIDE-ROYALTIES, pois o tributo incide sobre o valor pago, e não sobre o valor líquido recebido, ainda que esse valor bruto gere uma obrigação tributária (IR) para quem o recebe, na qualidade 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ de contribuinte, e uma obrigação tributária para quem o paga, na qualidade de responsável tributário (retenção). A lei também definiu as hipóteses de não incidência do imposto de renda, não sendo esta a situação dos autos. Não há bis in idem, eis que a CIDE é um tributo vinculado com destinação específica, não possuindo identidade quanto ao fato gerador do IRRF. A capacidade contributiva não é violada, na medida em que o contribuinte do IRRF é a pessoa jurídica sediada no exterior, que recebe os rendimentos, enquanto que a contribuinte da CIDE é a pessoa jurídica que remete royalties ao exterior.’ Nessa contextura, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. A alegada ofensa à Constituição não foi apreciada pelo acórdão impugnado. Tampouco a oposição de embargos de declaração foi suficiente para sanar eventual omissão, uma vez que a questão foi tardiamente aventada. Portanto, o recurso extraordinário carece de prequestionamento (Súmulas 282 e 356/Supremo Tribunal Federal). Nesse sentido, veja-se o seguinte julgado: ‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 13/94. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL (SÚMULA 282). IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. O cumprimento do requisito do prequestionamento 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ de contribuinte, e uma obrigação tributária para quem o paga, na qualidade de responsável tributário (retenção). A lei também definiu as hipóteses de não incidência do imposto de renda, não sendo esta a situação dos autos. Não há bis in idem, eis que a CIDE é um tributo vinculado com destinação específica, não possuindo identidade quanto ao fato gerador do IRRF. A capacidade contributiva não é violada, na medida em que o contribuinte do IRRF é a pessoa jurídica sediada no exterior, que recebe os rendimentos, enquanto que a contribuinte da CIDE é a pessoa jurídica que remete royalties ao exterior.’ Nessa contextura, para firmar entendimento diverso do acórdão recorrido quanto aos pontos aduzidos pela parte recorrente, seria indispensável o reexame do acervo probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência da Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. A alegada ofensa à Constituição não foi apreciada pelo acórdão impugnado. Tampouco a oposição de embargos de declaração foi suficiente para sanar eventual omissão, uma vez que a questão foi tardiamente aventada. Portanto, o recurso extraordinário carece de prequestionamento (Súmulas 282 e 356/Supremo Tribunal Federal). Nesse sentido, veja-se o seguinte julgado: ‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 13/94. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL (SÚMULA 282). IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. O cumprimento do requisito do prequestionamento 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 15 Relatório ARE 1263186 AGR / RJ dá-se quando oportunamente suscitada a matéria constitucional, o que ocorre em momento processualmente adequado, nos termos da legislação vigente. A inovação da matéria em sede de embargos de declaração é juridicamente inaceitável para os fins de comprovação de prequestionamento. Precedentes.’ (Recurso Extraordinário 598.123-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia) Diante do exposto, com base no art. 932, IV e VIII, do Código de Processo Civil/2015 e no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, nego provimento ao recurso. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal).” 2. A parte agravante sustenta que: (i) deve ser aplicada a sistemática da repercussão geral, em virtude do Tema 914 da RG; (ii) houve o prequestionamento da matéria controvertida; (iii) há ofensa direta à Constituição Federal. 3. É o relatório. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ dá-se quando oportunamente suscitada a matéria constitucional, o que ocorre em momento processualmente adequado, nos termos da legislação vigente. A inovação da matéria em sede de embargos de declaração é juridicamente inaceitável para os fins de comprovação de prequestionamento. Precedentes.’ (Recurso Extraordinário 598.123-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia) Diante do exposto, com base no art. 932, IV e VIII, do Código de Processo Civil/2015 e no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, nego provimento ao recurso. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal).” 2. A parte agravante sustenta que: (i) deve ser aplicada a sistemática da repercussão geral, em virtude do Tema 914 da RG; (ii) houve o prequestionamento da matéria controvertida; (iii) há ofensa direta à Constituição Federal. 3. É o relatório. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 550F-70FF-478C-F823 e senha 4050-47D7-CCD2-7EFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 15 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à análise do recurso. 2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista que a parte recorrente não traz novos argumentos aptos a afastar a decisão agravada. 3. De início, registro qque a presente controvérsia não se confunde com Tema 914 da sistemática da repercussão geral, uma vez que, no paradigma, a discussão refere-se à constitucionalidade da CIDE, hipótese diversa da presente, cujo escopo é a inclusão do imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da exação. 4. Tal como constatou a decisão agravada, dissentir das conclusões adotadas demandaria o reexame do material probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente à questão, providência vedada nesta fase processual (Súmula 279/Supremo Tribunal Federal). Nesse sentido, confira-se o seguinte precedente: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. BASE DE CÁLCULO. TRIBUTOS INCIDENTES NA SAÍDA DO ESTABELECIMENTO IMPORTADOR. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal de origem, com apoio na legislação infraconstitucional e no acervo fático- probatório, decidiu pela validade da base de cálculo do IPI na Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à análise do recurso. 2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista que a parte recorrente não traz novos argumentos aptos a afastar a decisão agravada. 3. De início, registro qque a presente controvérsia não se confunde com Tema 914 da sistemática da repercussão geral, uma vez que, no paradigma, a discussão refere-se à constitucionalidade da CIDE, hipótese diversa da presente, cujo escopo é a inclusão do imposto de renda retido na fonte na base de cálculo da exação. 4. Tal como constatou a decisão agravada, dissentir das conclusões adotadas demandaria o reexame do material probatório constante dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente à questão, providência vedada nesta fase processual (Súmula 279/Supremo Tribunal Federal). Nesse sentido, confira-se o seguinte precedente: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. BASE DE CÁLCULO. TRIBUTOS INCIDENTES NA SAÍDA DO ESTABELECIMENTO IMPORTADOR. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal de origem, com apoio na legislação infraconstitucional e no acervo fático- probatório, decidiu pela validade da base de cálculo do IPI na Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 15 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ARE 1263186 AGR / RJ saída do estabelecimento importador. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Código Tributário Nacional e IN SRF n 247/2002), bem como do acervo probatório dos autos, providência inviável em recurso extraordinário. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25, Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015.” (Recurso Extraordinário 1190689 AgR, sob a minha relatoria) 5. Ademais, a alegada ofensa à Constituição não foi apreciada pelo acórdão impugnado. Tampouco a oposição de embargos de declaração foi suficiente para sanar eventual omissão, uma vez que a questão foi tardiamente aventada. Portanto, o recurso extraordinário carece de prequestionamento (Súmulas 282 e 356/Supremo Tribunal Federal). Confiram-se: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 13/94. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL (SÚMULA 282). IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. O cumprimento do requisito do prequestionamento dá-se quando oportunamente suscitada a matéria constitucional, o que ocorre em momento processualmente adequado, nos termos da legislação vigente. A inovação da matéria em sede de embargos de declaração é juridicamente inaceitável para os fins de comprovação de prequestionamento. Precedentes.” (Recurso Extraordinário 598.123-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia) “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ saída do estabelecimento importador. Para dissentir das conclusões do acórdão recorrido, seria imprescindível o reexame da legislação infraconstitucional aplicável (Código Tributário Nacional e IN SRF n 247/2002), bem como do acervo probatório dos autos, providência inviável em recurso extraordinário. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25, Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015.” (Recurso Extraordinário 1190689 AgR, sob a minha relatoria) 5. Ademais, a alegada ofensa à Constituição não foi apreciada pelo acórdão impugnado. Tampouco a oposição de embargos de declaração foi suficiente para sanar eventual omissão, uma vez que a questão foi tardiamente aventada. Portanto, o recurso extraordinário carece de prequestionamento (Súmulas 282 e 356/Supremo Tribunal Federal). Confiram-se: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 13/94. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL (SÚMULA 282). IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. O cumprimento do requisito do prequestionamento dá-se quando oportunamente suscitada a matéria constitucional, o que ocorre em momento processualmente adequado, nos termos da legislação vigente. A inovação da matéria em sede de embargos de declaração é juridicamente inaceitável para os fins de comprovação de prequestionamento. Precedentes.” (Recurso Extraordinário 598.123-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia) “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 15 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ARE 1263186 AGR / RJ EXCLUSÃO DO IMPOSTO DE RENDA DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO: SÚMULAS NS. 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (Recurso Extraordinário 1.242.445, Rel. Min. Cármen Lúcia) 6. Por fim, importa destacar que o Supremo Tribunal Federal vem, reiteradamente, decidindo pela ausência de repercussão geral das controvérsias relativas à inclusão de um tributo na base de cálculo de outro tributo. Nesse sentido, cito os seguintes precedentes: “Recurso extraordinário. Repercussão geral. Contribuição previdenciária substitutiva. Receita bruta. Lei n 12.546/11. PIS/COFINS. Receita ou faturamento. Leis ns 10.637/02 e 10.833/03. Inclusão da CPRB na base de cálculo do PIS e da COFINS. Matéria infraconstitucional. Ausência de repercussão geral. Recurso extraordinário a que se nega seguimento. Firmada a seguinte tese de repercussão geral: É infraconstitucional a ela se aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão da contribuição previdenciária substitutiva incidente sobre a receita bruta (CPRB) na base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS.” (Recurso Extraordinário 1.244.117 RG, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno) “Recurso extraordinário. Direito Tributário. Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Substituição tributária progressiva. Destaque nas notas fiscais. Recolhimento antecipado pelo substituto. Base de cálculo. Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Matéria infraconstitucional. Ausência de repercussão geral. Recurso extraordinário a que se nega seguimento. Firmada a seguinte tese de repercussão geral: É infraconstitucional, a ela se 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ EXCLUSÃO DO IMPOSTO DE RENDA DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO: SÚMULAS NS. 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (Recurso Extraordinário 1.242.445, Rel. Min. Cármen Lúcia) 6. Por fim, importa destacar que o Supremo Tribunal Federal vem, reiteradamente, decidindo pela ausência de repercussão geral das controvérsias relativas à inclusão de um tributo na base de cálculo de outro tributo. Nesse sentido, cito os seguintes precedentes: “Recurso extraordinário. Repercussão geral. Contribuição previdenciária substitutiva. Receita bruta. Lei n 12.546/11. PIS/COFINS. Receita ou faturamento. Leis ns 10.637/02 e 10.833/03. Inclusão da CPRB na base de cálculo do PIS e da COFINS. Matéria infraconstitucional. Ausência de repercussão geral. Recurso extraordinário a que se nega seguimento. Firmada a seguinte tese de repercussão geral: É infraconstitucional a ela se aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão da contribuição previdenciária substitutiva incidente sobre a receita bruta (CPRB) na base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS.” (Recurso Extraordinário 1.244.117 RG, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno) “Recurso extraordinário. Direito Tributário. Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Substituição tributária progressiva. Destaque nas notas fiscais. Recolhimento antecipado pelo substituto. Base de cálculo. Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Matéria infraconstitucional. Ausência de repercussão geral. Recurso extraordinário a que se nega seguimento. Firmada a seguinte tese de repercussão geral: É infraconstitucional, a ela se 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 15 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ARE 1263186 AGR / RJ aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão do montante correspondente ao ICMS destacado nas notas fiscais ou recolhido antecipadamente pelo substituto em regime de substituição tributária progressiva na base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS.” (Recurso Extraordinário 1.258.842 RG, Rel. Min. Presidente, Tribunal Pleno) “Recurso extraordinário. Tributário. Créditos presumidos de ICMS. Inclusão na base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Natureza infraconstitucional da controvérsia. Ausência de repercussão geral.” (Recurso Extraordinário 1.052.277-RG, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno) 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Ante seu caráter manifestamente protelatório, aplico à parte agravante multa de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, em caso de unanimidade da decisão. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal). 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Supremo Tribunal Federal ARE 1263186 AGR / RJ aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão do montante correspondente ao ICMS destacado nas notas fiscais ou recolhido antecipadamente pelo substituto em regime de substituição tributária progressiva na base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS.” (Recurso Extraordinário 1.258.842 RG, Rel. Min. Presidente, Tribunal Pleno) “Recurso extraordinário. Tributário. Créditos presumidos de ICMS. Inclusão na base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Natureza infraconstitucional da controvérsia. Ausência de repercussão geral.” (Recurso Extraordinário 1.052.277-RG, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno) 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Ante seu caráter manifestamente protelatório, aplico à parte agravante multa de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, em caso de unanimidade da decisão. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei n 12.016/2009 e Súmula 512/Supremo Tribunal Federal). 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A7D3-EA29-F8C2-A080 e senha 418D-FE3E-4E59-4D8E Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 15 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) : RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA (002318/RJ, 146500/SP) ADV.(A/S) : NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) (RJ180122/) AGDO.(A/S) : UNIÃO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 95D6-C570-AE2B-6F8E e senha 0329-625A-1FB7-E220 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.263.186 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : SICPA BRASIL INDUSTRIA DE TINTAS E SISTEMAS LTDA ADV.(A/S) : RICHARD EDWARD DOTOLI TEIXEIRA FERREIRA (002318/RJ, 146500/SP) ADV.(A/S) : NATHALIA DE ANDRADE MEDEIROS TAVARES E OUTRO(S) (RJ180122/) AGDO.(A/S) : UNIÃO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 95D6-C570-AE2B-6F8E e senha 0329-625A-1FB7-E220 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 15
{ "JURISPRUDENCIA": [ "Súmula 512 / Supremo Tribunal Federal", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM", "ARE 1263186 AGR / RJ", "ARE 1263186 AGR / RJ", "Súmula n . 636 / Supremo Tribunal Federal", "verbete n . 282 da súmula do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1263186 AGR / RJ", "Súmula n . 636 / Supremo Tribunal Federal", "verbete n . 282 da súmula do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1263186 AGR / RJ", "verbete n . 279 da súmula do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1263186 AGR / RJ", "verbete n . 279 da súmula do Supremo", "ARE 1263186 AGR / RJ", "ARE 1263186 AGR /", "ARE 1263186 AGR / RJ", "ARE 1263186 AGR / RJ", "ARE 1263186 AGR / RJ", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 282 e 356 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "ARE 1263186 AGR / RJ", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 282", "SÚMULA 280 DO SUPREMO", "ARE 1263186 AGR / RJ", "Recurso Extraordinário 598 . 123 - AgR", "Súmula 512 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1263186 AGR / RJ", "Recurso Extraordinário 598 . 123 - AgR", "Súmula 512 / Supremo Tribunal Federal", "RECURSO", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "AGRAVO 1 . 263 . 186", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1263186 AGR / RJ", "Súmula 512 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1190689 AgR", "Súmulas 282", "SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL .", "Recurso Extraordinário 598 . 123 - AgR", "ARE 1263186 AGR / RJ", "Súmula 512 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1190689 AgR", "Súmulas 282 e 356 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Recurso Extraordinário 598 . 123 - AgR", "ARE 1263186 AGR / RJ", "SÚMULAS NS . 282", "Recurso Extraordinário 1 . 242 . 445", "Recurso Extraordinário 1 . 244 . 117 RG", "ARE 1263186 AGR / RJ", "SÚMULAS NS . 282", "Recurso Extraordinário 1 . 242 . 445", "Recurso Extraordinário 1 . 244 . 117 RG", "ARE 1263186 AGR / RJ", "Recurso Extraordinário 1 . 258 . 842 RG", "Recurso Extraordinário 1 . 052 . 277 - 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2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n . 10 . 168 / 2000", "Lei n . 10 . 168 / 2000", "Decreto n 6 . 233", "Medida Provisória n 510", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n . 10 . 168 / 2000", "Lei n . 10 . 168 / 2000", "Decreto n 6 . 233", "Medida Provisória n 510", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 11 . 452", "Lei n 10 . 332", "Lei n 10 . 332", "Lei n 10 . 332", "Lei n 10 . 332", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 11 . 452", "Lei n 10 . 332", "Lei n 10 . 332", "Lei n 10 . 332", "Lei n 10 . 332", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 12 . 402", "Lei n 10 . 332", "Lei n 12 . 402", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 12 . 402", "Lei n 10 . 332", "Lei n 12 . 402", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N . 13 / 94", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.277.308 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) :C.E.B.N. ADV.(A/S) :BRUNO RODRIGUES ADV.(A/S) :JOE DA CRUZ BARBOSA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS INTDO.(A/S) :R.L.E. ADV.(A/S) :ARNALDO CARDOSO DE SOUSA Agravo regimental nos embargos de divergência nos embargos de declaração no agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2 Penal. Processual Penal. 3. Requisitos dos embargos de divergência não atendidos. Não são cabíveis embargos de divergência em questão superada pelo pronunciamento Plenário. 4. Agravo conhecido e desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a presidência do Senhor Ministro Luiz Fux, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, conhecer do agravo e negar-lhe provimento , nos termos do voto do Redator para o acórdão. Brasília, Sessão Virtual de 25 de junho a 02 de agosto de 2021. Ministro GILMAR MENDES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B133-12B3-315A-E134 e senha 3ECD-643B-FA1F-2116 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 2 Extrato de Ata - 03/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.277.308 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) : C.E.B.N. ADV.(A/S) : BRUNO RODRIGUES (02042/A/DF, 084559/RJ) ADV.(A/S) : JOE DA CRUZ BARBOSA (35682/DF) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS INTDO.(A/S) : R.L.E. ADV.(A/S) : ARNALDO CARDOSO DE SOUSA (14270/DF) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Gilmar Mendes (art. 38, IV, b, do RI/STF). Plenário, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4FC8-5EA9-5C92-E147 e senha 2400-D48F-8BAC-6B6E Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.277.308 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) : C.E.B.N. ADV.(A/S) : BRUNO RODRIGUES (02042/A/DF, 084559/RJ) ADV.(A/S) : JOE DA CRUZ BARBOSA (35682/DF) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS INTDO.(A/S) : R.L.E. ADV.(A/S) : ARNALDO CARDOSO DE SOUSA (14270/DF) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Gilmar Mendes (art. 38, IV, b, do RI/STF). Plenário, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4FC8-5EA9-5C92-E147 e senha 2400-D48F-8BAC-6B6E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 2
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757709392
2021-08-03T00:00:00
2021-10-13T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Gilmar Mendes (art. 38, IV, b, do RI/STF). Plenário, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
Agravo regimental nos embargos de divergência nos embargos de declaração no agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2 Penal. Processual Penal. 3. Requisitos dos embargos de divergência não atendidos. Não são cabíveis embargos de divergência em questão superada pelo pronunciamento Plenário. 4. Agravo conhecido e desprovido.
sjur454326
Número de páginas: 2. Análise: 12/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Tribunal Pleno
1277308
null
ARE-AgR-ED-EDv-AgR
acordaos
ARE 1277308 AgR-ED-EDv-AgR
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AGTE.(S) : C.E.B.N. ADV.(A/S) : BRUNO RODRIGUES ADV.(A/S) : JOE DA CRUZ BARBOSA AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS INTDO.(A/S) : R.L.E. ADV.(A/S) : ARNALDO CARDOSO DE SOUSA
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.277.308 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) :C.E.B.N. ADV.(A/S) :BRUNO RODRIGUES ADV.(A/S) :JOE DA CRUZ BARBOSA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS INTDO.(A/S) :R.L.E. ADV.(A/S) :ARNALDO CARDOSO DE SOUSA Agravo regimental nos embargos de divergência nos embargos de declaração no agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2 Penal. Processual Penal. 3. Requisitos dos embargos de divergência não atendidos. Não são cabíveis embargos de divergência em questão superada pelo pronunciamento Plenário. 4. Agravo conhecido e desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a presidência do Senhor Ministro Luiz Fux, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, conhecer do agravo e negar-lhe provimento , nos termos do voto do Redator para o acórdão. Brasília, Sessão Virtual de 25 de junho a 02 de agosto de 2021. Ministro GILMAR MENDES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B133-12B3-315A-E134 e senha 3ECD-643B-FA1F-2116 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 2 Extrato de Ata - 03/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.277.308 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) : C.E.B.N. ADV.(A/S) : BRUNO RODRIGUES (02042/A/DF, 084559/RJ) ADV.(A/S) : JOE DA CRUZ BARBOSA (35682/DF) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS INTDO.(A/S) : R.L.E. ADV.(A/S) : ARNALDO CARDOSO DE SOUSA (14270/DF) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Gilmar Mendes (art. 38, IV, b, do RI/Supremo Tribunal Federal). Plenário, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4FC8-5EA9-5C92-E147 e senha 2400-D48F-8BAC-6B6E Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.277.308 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) : C.E.B.N. ADV.(A/S) : BRUNO RODRIGUES (02042/A/DF, 084559/RJ) ADV.(A/S) : JOE DA CRUZ BARBOSA (35682/DF) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS INTDO.(A/S) : R.L.E. ADV.(A/S) : ARNALDO CARDOSO DE SOUSA (14270/DF) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Gilmar Mendes (art. 38, IV, b, do RI/Supremo Tribunal Federal). Plenário, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4FC8-5EA9-5C92-E147 e senha 2400-D48F-8BAC-6B6E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 2
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) :FRANCISCO APRIGIO DA SILVA EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. REVISÃO DOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA. NATUREZA DA VERBA. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático- probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional local. Precedentes: RE nº 630.435/AM-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 22/3/11; RE 563229 AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe de 17/02/2012; RE nº 586.949/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluzo, DJ de 13/3/09; ARE nº 892.367/MG-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1º/9/15; e ARE nº 787.942/PE-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 10/4/14. 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE6-A21F-43DF-7790 e senha 4BDE-1D2C-D3E2-0DF3 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão RE 1319550 AGR / CE A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 25/6 a 2/8/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE6-A21F-43DF-7790 e senha 4BDE-1D2C-D3E2-0DF3 Supremo Tribunal Federal RE 1319550 AGR / CE A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 25/6 a 2/8/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE6-A21F-43DF-7790 e senha 4BDE-1D2C-D3E2-0DF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) :FRANCISCO APRIGIO DA SILVA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D97A-9A6B-25B8-9335 e senha BF57-C626-1EBF-86BB Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) :FRANCISCO APRIGIO DA SILVA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D97A-9A6B-25B8-9335 e senha BF57-C626-1EBF-86BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, bem como da legislação infraconstitucional pertinente, o que se mostra de inviável ocorrência no âmbito do recurso extraordinário, a teor do que dispõe a Súmula 279 desta Corte. Nesse sentido: “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDORES PÚBLICOS. VANTAGENS DE CARÁTER GENÉRICO. EXTENSÃO AOS INATIVOS. NATUREZA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal a quo, ao interpretar a Lei Delegada Estadual 1/2003, que majorou a benesse, entendeu que o aumento na remuneração, concedido genericamente aos servidores da ativa, estende-se aos inativos (CF/88, art. 40, § 8º). Precedentes. 2. Para se concluir de forma diversa, seria necessário o reexame de fatos e de provas, além de legislação local, o que é defeso na via extraordinária, dado o óbice das Súmulas STF 279 e 280. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 630.435/AM-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 22/3/11). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, bem como da legislação infraconstitucional pertinente, o que se mostra de inviável ocorrência no âmbito do recurso extraordinário, a teor do que dispõe a Súmula 279 desta Corte. Nesse sentido: “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDORES PÚBLICOS. VANTAGENS DE CARÁTER GENÉRICO. EXTENSÃO AOS INATIVOS. NATUREZA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal a quo, ao interpretar a Lei Delegada Estadual 1/2003, que majorou a benesse, entendeu que o aumento na remuneração, concedido genericamente aos servidores da ativa, estende-se aos inativos (CF/88, art. 40, § 8º). Precedentes. 2. Para se concluir de forma diversa, seria necessário o reexame de fatos e de provas, além de legislação local, o que é defeso na via extraordinária, dado o óbice das Súmulas STF 279 e 280. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 630.435/AM-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 22/3/11). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE RE 1319550 AGR / CE EXTRAORDINÁRIO. POLICIAL MILITAR. APOSENTADORIA. PROVENTOS. PARIDADE REMUNERATÓRIA ENTRE ATIVOS E INATIVOS. LEIS ESTADUAIS 2.066/1976 E 2.590/1986. DIREITO ADQUIRIDO. SÚMULA 359/STF. 1. “Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários” (Súmula 359/STF). 2. De mais a mais, o reexame da legislação estadual é incompatível com a via recursal extraordinária. 3. Agravo regimental desprovido.” (RE 563229 AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe de 17-02- 2012). “RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Servidor público. Vencimentos. Proventos. Vantagem pecuniária. Gratificação devida aos funcionários em atividade. Extensão aos aposentados. Rediscussão do caráter geral sob fundamento de ofensa ao art. 40, § 8º, da CF. Impossibilidade. Questão infraconstitucional. Recurso não conhecido. Aplicação das súmulas 279, 280 e 636. Reconhecido ou negado pelo tribunal a quo o caráter geral de gratificação funcional ou de outra vantagem pecuniária, perante os termos da legislação local que a disciplina, não pode o Supremo, em recurso extraordinário, rever tal premissa para estender ou negar aquela aos servidores inativos com base no art. 40, § 8º, da Constituição da República” (RE nº 586.949/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluzo, DJ de 13/3/09). “Embargos de declaração em recurso extraordinário com agravo. 2. Decisão monocrática. Embargos recebidos como agravo regimental. 3. Administrativo. Proventos. Incorporação. Abono-permanência e jornada complementar. 4. Necessidade de reexame da legislação local, Leis 6.590/1994 e 7.169/1996 do município de Belo Horizonte, bem como do conjunto fático- probatório. Incidência das súmulas 280 e 279. 5. Ausência de argumentos suficientes a infirmar a decisão recorrida. 6. Agravo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Supremo Tribunal Federal RE 1319550 AGR / CE EXTRAORDINÁRIO. POLICIAL MILITAR. APOSENTADORIA. PROVENTOS. PARIDADE REMUNERATÓRIA ENTRE ATIVOS E INATIVOS. LEIS ESTADUAIS 2.066/1976 E 2.590/1986. DIREITO ADQUIRIDO. SÚMULA 359/STF. 1. “Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários” (Súmula 359/STF). 2. De mais a mais, o reexame da legislação estadual é incompatível com a via recursal extraordinária. 3. Agravo regimental desprovido.” (RE 563229 AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe de 17-02- 2012). “RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Servidor público. Vencimentos. Proventos. Vantagem pecuniária. Gratificação devida aos funcionários em atividade. Extensão aos aposentados. Rediscussão do caráter geral sob fundamento de ofensa ao art. 40, § 8º, da CF. Impossibilidade. Questão infraconstitucional. Recurso não conhecido. Aplicação das súmulas 279, 280 e 636. Reconhecido ou negado pelo tribunal a quo o caráter geral de gratificação funcional ou de outra vantagem pecuniária, perante os termos da legislação local que a disciplina, não pode o Supremo, em recurso extraordinário, rever tal premissa para estender ou negar aquela aos servidores inativos com base no art. 40, § 8º, da Constituição da República” (RE nº 586.949/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluzo, DJ de 13/3/09). “Embargos de declaração em recurso extraordinário com agravo. 2. Decisão monocrática. Embargos recebidos como agravo regimental. 3. Administrativo. Proventos. Incorporação. Abono-permanência e jornada complementar. 4. Necessidade de reexame da legislação local, Leis 6.590/1994 e 7.169/1996 do município de Belo Horizonte, bem como do conjunto fático- probatório. Incidência das súmulas 280 e 279. 5. Ausência de argumentos suficientes a infirmar a decisão recorrida. 6. Agravo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE RE 1319550 AGR / CE regimental a que se nega provimento” (ARE nº 892.367/MG-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1º/9/15). “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. GRATIFICAÇÃO DE RISCO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO. EXTENSÃO. NATUREZA GENÉRICA. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 E 280/STF. ART. 97 DA CF. INAPLICABILIDADE. PRECEDENTES DO PLENÁRIO DESTA CORTE SOBRE A QUESTÃO. DESNECESSIDADE DA OBSERVÂNCIA DA RESERVA DE PLENÁRIO. CPC, ART. 481, § ÚNICO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (ARE nº 787.942/PE-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 10/4/14). Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Supremo Tribunal Federal RE 1319550 AGR / CE regimental a que se nega provimento” (ARE nº 892.367/MG-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1º/9/15). “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. GRATIFICAÇÃO DE RISCO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO. EXTENSÃO. NATUREZA GENÉRICA. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 E 280/STF. ART. 97 DA CF. INAPLICABILIDADE. PRECEDENTES DO PLENÁRIO DESTA CORTE SOBRE A QUESTÃO. DESNECESSIDADE DA OBSERVÂNCIA DA RESERVA DE PLENÁRIO. CPC, ART. 481, § ÚNICO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (ARE nº 787.942/PE-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 10/4/14). Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) :FRANCISCO APRIGIO DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D2EC-1663-A438-425B e senha 46E4-BE69-A564-F934 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) :FRANCISCO APRIGIO DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D2EC-1663-A438-425B e senha 46E4-BE69-A564-F934 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 03/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 PROCED. : CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) : JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) : FRANCISCO APRIGIO DA SILVA (9073/CE) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A3C-1427-3C15-9A18 e senha 8238-133C-CA39-2CE7 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 PROCED. : CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) : JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) : FRANCISCO APRIGIO DA SILVA (9073/CE) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A3C-1427-3C15-9A18 e senha 8238-133C-CA39-2CE7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756790444
2021-08-03T00:00:00
2021-08-17T00:00:00
O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. REVISÃO DOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA. NATUREZA DA VERBA. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional local. Precedentes: RE nº 630.435/AM-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 22/3/11; RE 563229 AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe de 17/02/2012; RE nº 586.949/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluzo, DJ de 13/3/09; ARE nº 892.367/MG-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1º/9/15; e ARE nº 787.942/PE-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 10/4/14. 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
sjur450974
- Acórdão(s) citado(s): (RE, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, DIREITO LOCAL) RE 586949 (2ªT), RE 630435 AgR (2ªT), RE 563229 AgR (2ªT), ARE 787942 AgR (2ªT), ARE 892367 ED (2ªT). Número de páginas: 8. Análise: 28/01/2022, MAF.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1319550
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
RE-AgR
acordaos
RE 1319550 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) : JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) : FRANCISCO APRIGIO DA SILVA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) :FRANCISCO APRIGIO DA SILVA EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. REVISÃO DOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA. NATUREZA DA VERBA. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático- probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional local. Precedentes: Recurso Extraordinário n 630.435/AM-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 22/3/11; Recurso Extraordinário 563229 AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe de 17/02/2012; Recurso Extraordinário n 586.949/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluzo, DJ de 13/3/09; ARE n 892.367/MG-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1.../9/15; e ARE n 787.942/PE-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 10/4/14. 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE6-A21F-43DF-7790 e senha 4BDE-1D2C-D3E2-0DF3 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1319550 AGR / CE A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 25/6 a 2/8/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE6-A21F-43DF-7790 e senha 4BDE-1D2C-D3E2-0DF3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319550 AGR / CE A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 25/6 a 2/8/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BFE6-A21F-43DF-7790 e senha 4BDE-1D2C-D3E2-0DF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) :FRANCISCO APRIGIO DA SILVA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D97A-9A6B-25B8-9335 e senha BF57-C626-1EBF-86BB Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) :FRANCISCO APRIGIO DA SILVA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D97A-9A6B-25B8-9335 e senha BF57-C626-1EBF-86BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, bem como da legislação infraconstitucional pertinente, o que se mostra de inviável ocorrência no âmbito do recurso extraordinário, a teor do que dispõe a Súmula 279 desta Corte. Nesse sentido: “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDORES PÚBLICOS. VANTAGENS DE CARÁTER GENÉRICO. EXTENSÃO AOS INATIVOS. NATUREZA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal a quo, ao interpretar a Lei Delegada Estadual 1/2003, que majorou a benesse, entendeu que o aumento na remuneração, concedido genericamente aos servidores da ativa, estende-se aos inativos (Constituição Federal de 1988/88, art. 40, § 8...). Precedentes. 2. Para se concluir de forma diversa, seria necessário o reexame de fatos e de provas, além de legislação local, o que é defeso na via extraordinária, dado o óbice das Súmulas Supremo Tribunal Federal 279 e 280. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (Recurso Extraordinário n 630.435/AM-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 22/3/11). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, bem como da legislação infraconstitucional pertinente, o que se mostra de inviável ocorrência no âmbito do recurso extraordinário, a teor do que dispõe a Súmula 279 desta Corte. Nesse sentido: “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDORES PÚBLICOS. VANTAGENS DE CARÁTER GENÉRICO. EXTENSÃO AOS INATIVOS. NATUREZA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal a quo, ao interpretar a Lei Delegada Estadual 1/2003, que majorou a benesse, entendeu que o aumento na remuneração, concedido genericamente aos servidores da ativa, estende-se aos inativos (Constituição Federal de 1988/88, art. 40, § 8...). Precedentes. 2. Para se concluir de forma diversa, seria necessário o reexame de fatos e de provas, além de legislação local, o que é defeso na via extraordinária, dado o óbice das Súmulas Supremo Tribunal Federal 279 e 280. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (Recurso Extraordinário n 630.435/AM-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 22/3/11). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE Recurso Extraordinário 1319550 AGR / CE EXTRAORDINÁRIO. POLICIAL MILITAR. APOSENTADORIA. PROVENTOS. PARIDADE REMUNERATÓRIA ENTRE ATIVOS E INATIVOS. LEIS ESTADUAIS 2.066/1976 E 2.590/1986. DIREITO ADQUIRIDO. SÚMULA 359/Supremo Tribunal Federal. 1. “Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários” (Súmula 359/Supremo Tribunal Federal). 2. De mais a mais, o reexame da legislação estadual é incompatível com a via recursal extraordinária. 3. Agravo regimental desprovido.” (Recurso Extraordinário 563229 AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe de 17-02- 2012). “RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Servidor público. Vencimentos. Proventos. Vantagem pecuniária. Gratificação devida aos funcionários em atividade. Extensão aos aposentados. Rediscussão do caráter geral sob fundamento de ofensa ao art. 40, § 8..., da Constituição Federal de 1988. Impossibilidade. Questão infraconstitucional. Recurso não conhecido. Aplicação das súmulas 279, 280 e 636. Reconhecido ou negado pelo tribunal a quo o caráter geral de gratificação funcional ou de outra vantagem pecuniária, perante os termos da legislação local que a disciplina, não pode o Supremo, em recurso extraordinário, rever tal premissa para estender ou negar aquela aos servidores inativos com base no art. 40, § 8..., da Constituição da República” (Recurso Extraordinário n 586.949/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluzo, DJ de 13/3/09). “Embargos de declaração em recurso extraordinário com agravo. 2. Decisão monocrática. Embargos recebidos como agravo regimental. 3. Administrativo. Proventos. Incorporação. Abono-permanência e jornada complementar. 4. Necessidade de reexame da legislação local, Leis 6.590/1994 e 7.169/1996 do município de Belo Horizonte, bem como do conjunto fático- probatório. Incidência das súmulas 280 e 279. 5. Ausência de argumentos suficientes a infirmar a decisão recorrida. 6. Agravo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319550 AGR / CE EXTRAORDINÁRIO. POLICIAL MILITAR. APOSENTADORIA. PROVENTOS. PARIDADE REMUNERATÓRIA ENTRE ATIVOS E INATIVOS. LEIS ESTADUAIS 2.066/1976 E 2.590/1986. DIREITO ADQUIRIDO. SÚMULA 359/Supremo Tribunal Federal. 1. “Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários” (Súmula 359/Supremo Tribunal Federal). 2. De mais a mais, o reexame da legislação estadual é incompatível com a via recursal extraordinária. 3. Agravo regimental desprovido.” (Recurso Extraordinário 563229 AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe de 17-02- 2012). “RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Servidor público. Vencimentos. Proventos. Vantagem pecuniária. Gratificação devida aos funcionários em atividade. Extensão aos aposentados. Rediscussão do caráter geral sob fundamento de ofensa ao art. 40, § 8..., da Constituição Federal de 1988. Impossibilidade. Questão infraconstitucional. Recurso não conhecido. Aplicação das súmulas 279, 280 e 636. Reconhecido ou negado pelo tribunal a quo o caráter geral de gratificação funcional ou de outra vantagem pecuniária, perante os termos da legislação local que a disciplina, não pode o Supremo, em recurso extraordinário, rever tal premissa para estender ou negar aquela aos servidores inativos com base no art. 40, § 8..., da Constituição da República” (Recurso Extraordinário n 586.949/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluzo, DJ de 13/3/09). “Embargos de declaração em recurso extraordinário com agravo. 2. Decisão monocrática. Embargos recebidos como agravo regimental. 3. Administrativo. Proventos. Incorporação. Abono-permanência e jornada complementar. 4. Necessidade de reexame da legislação local, Leis 6.590/1994 e 7.169/1996 do município de Belo Horizonte, bem como do conjunto fático- probatório. Incidência das súmulas 280 e 279. 5. Ausência de argumentos suficientes a infirmar a decisão recorrida. 6. Agravo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE Recurso Extraordinário 1319550 AGR / CE regimental a que se nega provimento” (ARE n 892.367/MG-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1.../9/15). “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. GRATIFICAÇÃO DE RISCO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO. EXTENSÃO. NATUREZA GENÉRICA. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 E 280/Supremo Tribunal Federal. ART. 97 DA Constituição Federal de 1988. INAPLICABILIDADE. PRECEDENTES DO PLENÁRIO DESTA CORTE SOBRE A QUESTÃO. DESNECESSIDADE DA OBSERVÂNCIA DA RESERVA DE PLENÁRIO. Código de Processo Civil, ART. 481, § ÚNICO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (ARE n 787.942/PE-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 10/4/14). Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1319550 AGR / CE regimental a que se nega provimento” (ARE n 892.367/MG-ED, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1.../9/15). “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. GRATIFICAÇÃO DE RISCO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO. EXTENSÃO. NATUREZA GENÉRICA. ÓBICE DAS SÚMULAS 279 E 280/Supremo Tribunal Federal. ART. 97 DA Constituição Federal de 1988. INAPLICABILIDADE. PRECEDENTES DO PLENÁRIO DESTA CORTE SOBRE A QUESTÃO. DESNECESSIDADE DA OBSERVÂNCIA DA RESERVA DE PLENÁRIO. Código de Processo Civil, ART. 481, § ÚNICO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (ARE n 787.942/PE-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 10/4/14). Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7956-C6C5-7610-D615 e senha 31C2-A992-1FF8-89C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) :FRANCISCO APRIGIO DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D2EC-1663-A438-425B e senha 46E4-BE69-A564-F934 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) :JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) :FRANCISCO APRIGIO DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D2EC-1663-A438-425B e senha 46E4-BE69-A564-F934 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 03/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 PROCED. : CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) : JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) : FRANCISCO APRIGIO DA SILVA (9073/CE) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A3C-1427-3C15-9A18 e senha 8238-133C-CA39-2CE7 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.319.550 PROCED. : CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ AGDO.(A/S) : JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA ADV.(A/S) : FRANCISCO APRIGIO DA SILVA (9073/CE) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A3C-1427-3C15-9A18 e senha 8238-133C-CA39-2CE7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "Recurso Extraordinário n 630 . 435 / AM - AgR", "Recurso Extraordinário 563229 AgR", "Recurso Extraordinário n 586 . 949 / MG", "ARE n 892 . 367 / MG - ED", "ARE n 787 . 942 / PE - AgR", "Recurso Extraordinário 1319550 AGR", "Recurso Extraordinário 1319550 AGR / CE", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 319 . 550", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 319 . 550", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "RECURSO", "Súmula 279 desta Corte", "Recurso Extraordinário n 630 . 435 / AM - AgR", "Súmula 279 desta Corte", "Súmulas", "Recurso Extraordinário n 630 . 435 / AM - AgR", "Recurso Extraordinário 1319550 AGR / CE", "SÚMULA 359 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 359 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 563229 AgR", "Recurso Extraordinário n 586 . 949 / MG", "Recurso Extraordinário 1319550 AGR", "SÚMULA 359 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 359 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 563229 AgR", "Recurso Extraordinário n 586 . 949 / MG", "ARE n 892 . 367 / MG - ED", "SÚMULAS 279 E 280 / Supremo Tribunal Federal", "ARE n 787 . 942 / PE - AgR", "Recurso Extraordinário 1319550 AGR / CE", "ARE n 892 . 367 / MG - ED", "SÚMULAS 279", "ARE n 787 . 942 / PE - AgR", "RECURSO" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Delegada Estadual 1 / 2003", "Constituição Federal de 1988 / 88 , art . 40 , § 8 . . .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Delegada Estadual 1 / 2003", "Constituição Federal de 1988 / 88 , art", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEIS ESTADUAIS 2 . 066 / 1976", "2", ".", "590", "/", "1986", "art . 40 , § 8 . . . , da Constituição Federal de 1988", "art . 40 , § 8 . . . , da Constituição da República", "Leis 6 . 590 / 1994", "7", ".", "169", "/", "1996", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEIS ESTADUAIS 2 . 066 / 1976", "2", ".", "590", "/", "1986", "art . 40 , § 8 . . . , da Constituição Federal de 1988", "art . 40 , § 8 . . . , da Constituição da República", "Leis 6 . 590 / 1994", "7", ".", "169", "/", "1996", "município", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2", "ART . 97 DA Constituição Federal de 1988", "Código de Processo Civil , ART . 481 , § ÚNICO . AGRAVO", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 97 DA Constituição Federal de 1988", "Código de Processo Civil", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "Brasília", "Brasília", "CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "CEARÁ", "Belo Horizonte", "Belo Horizonte", "CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ", "ESTADO DO CEARÁ" ], "ORGANIZACAO": [ "PLENÁRIO", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "CEARÁ", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Plenário" ], "PESSOA": [ "JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA", "FRANCISCO APRIGIO DA SILVA", "Ellen Gracie", "Ayres Britto", "Cezar Peluzo", "Gilmar Mendes", "Teori Zavascki", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA", "FRANCISCO APRIGIO DA SILVA", "LUIZ FUX", "JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA", "FRANCISCO APRIGIO DA SILVA", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "Ellen Gracie", "LUIZ FUX", "Ellen Gracie", "Ayres Britto", "Cezar Peluzo", "Ayres Britto", "Cezar Peluzo", "Gilmar Mendes", "Teori Zavascki", "Gilmar Mendes", "Teori Zavascki", "JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA", "FRANCISCO APRIGIO DA SILVA", "MARCO AURÉLIO", "JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA", "FRANCISCO APRIGIO DA SILVA", "MARCO AURÉLIO", "JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA", "FRANCISCO APRIGIO DA SILVA", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "JOAO VIANEI NOGUEIRA BEZERRA", "FRANCISCO APRIGIO DA SILVA", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "22", "/", "3", "/", "11", "17", "/", "02", "/", "2012", "13", "/", "3", "/", "09", "1", ".", ".", ".", "/", "9", "/", "15", "10", "/", "4", "/", "14", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", "/", "6", "2", "/", "8", "/", "2021", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", "/", "6", "a", "2", "/", "8", "/", "2021", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "22", "/", "3", "/", "11", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "22", "/", "3", "/", "11", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "-", "02", "-", "2012", "13", "/", "3", "/", "09", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "-", "02", "-", "2012", "13", "/", "3", "/", "09", "24", "/", "08", "/", "2001", "1", ".", ".", ".", "/", "9", "/", "15", "10", "/", "4", "/", "14", "24", "/", "08", "/", "2001", "1", ".", ".", ".", "/", "9", "/", "15", "10", "/", "4", "/", "14", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) :NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :DANIEL GONZALEZ PINTO Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS DE FUNDAMENTAÇÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E DESPROVIDOS. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conhecer dos embargos de declaração e negar provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Brasília, 03 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 14A9-F516-C818-5AEE e senha 1106-D716-719A-A212 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) :NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :DANIEL GONZALEZ PINTO (1554A/MG, 147785/SP) R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: A Primeira Turma desproveu agravo, ante fundamentos assim resumidos: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova. O embargante aponta contradição no ato impugnado. Diz desnecessária análise do quadro fático. Insiste no afastamento dos juros durante o denominado período da graça. O embargados, em contrarrazões, afirmam o acerto da decisão. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F455-5ED9-5F0D-24D1 e senha 387D-3034-9877-BEC3 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) :NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :DANIEL GONZALEZ PINTO (1554A/MG, 147785/SP) R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: A Primeira Turma desproveu agravo, ante fundamentos assim resumidos: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova. O embargante aponta contradição no ato impugnado. Diz desnecessária análise do quadro fático. Insiste no afastamento dos juros durante o denominado período da graça. O embargados, em contrarrazões, afirmam o acerto da decisão. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F455-5ED9-5F0D-24D1 e senha 387D-3034-9877-BEC3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório RE 1290467 AGR-ED / SP Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F455-5ED9-5F0D-24D1 e senha 387D-3034-9877-BEC3 Supremo Tribunal Federal RE 1290467 AGR-ED / SP Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F455-5ED9-5F0D-24D1 e senha 387D-3034-9877-BEC3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogados credenciados, foi protocolada no prazo legal. Eis o teor do pronunciamento individual, confirmado pela Turma: Colho do acórdão recorrido o seguinte trecho: In casu, a dívida exequenda, de fato, foi submetida à ao regime de pagamento de precatórios estatuído no art. 33, do ADCT, que estabeleceu uma espécie de moratória em prol da Fazenda Pública para pagamento dos precatórios inadimplidos até a data de promulgação da Constituição Federal de 1988, pelo prazo de 8 anos, período em que não incidiriam os juros de mora e/ou compensatórios sobre o débito em aberto, mas tão somente a correção monetária por ocasião do pagamento de cada parcela. Ocorre que, superado o limite temporal estabelecido para satisfação da dívida, sem o devido adimplemento integral por parte da Fazenda Estadual, voltam a incidir os juros de mora e somente estes (excluídos os juros compensatórios), como forma de compensar o credor pela demora ilícita verificada. E, frise-se, tal sistemática foi corretamente observada pelo contador judicial na hipótese sub examine, consoante se infere dos cálculos de e-fls. 32/39. Se não bastasse, atente-se que o Juízo “a quo”, quando da determinação de nova citação da devedora para que se viabilizasse a expedição de precatório complementar, já havia homologado os cálculos do contador judicial, não tendo a Fazenda do Estado, no momento oportuno, interposto recurso contra esta decisão. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogados credenciados, foi protocolada no prazo legal. Eis o teor do pronunciamento individual, confirmado pela Turma: Colho do acórdão recorrido o seguinte trecho: In casu, a dívida exequenda, de fato, foi submetida à ao regime de pagamento de precatórios estatuído no art. 33, do ADCT, que estabeleceu uma espécie de moratória em prol da Fazenda Pública para pagamento dos precatórios inadimplidos até a data de promulgação da Constituição Federal de 1988, pelo prazo de 8 anos, período em que não incidiriam os juros de mora e/ou compensatórios sobre o débito em aberto, mas tão somente a correção monetária por ocasião do pagamento de cada parcela. Ocorre que, superado o limite temporal estabelecido para satisfação da dívida, sem o devido adimplemento integral por parte da Fazenda Estadual, voltam a incidir os juros de mora e somente estes (excluídos os juros compensatórios), como forma de compensar o credor pela demora ilícita verificada. E, frise-se, tal sistemática foi corretamente observada pelo contador judicial na hipótese sub examine, consoante se infere dos cálculos de e-fls. 32/39. Se não bastasse, atente-se que o Juízo “a quo”, quando da determinação de nova citação da devedora para que se viabilizasse a expedição de precatório complementar, já havia homologado os cálculos do contador judicial, não tendo a Fazenda do Estado, no momento oportuno, interposto recurso contra esta decisão. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RE 1290467 AGR-ED / SP Ao revés, olvidando-se da preclusão havida sobre o tema, aguardou a resolução de questão paralela aventada pelos credores necessidade, ou não, de nova citação para determinação de pagamento da dívida remanescente dos precatórios para, inadvertidamente, reinstaurar debate sobre a possibilidade, ou não, de aplicação do art. 33, do ADCT, bem como das alterações promovidas pela Lei nº 11.960/2009 no que tange aos consectários legais. Desta forma, verificada a existência de coisa julgada material a respeito da forma de incidência dos consectários legais sobre o valor condenatório e tendo restado preclusa a questão atinente à adequada aplicação dos termos do art. 33, do ADCT, inexistem razões para se reformar a r. decisão monocrática proferida pelo Juízo “singular”. Cumpre apenas ressalvar, por último e para fins de evitar a oposição de recursos com manifesto propósito de prequestionamento da matéria, que o teor do Enunciado nº 171, da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, dedica-se exclusivamente a nortear a interpretação do §5º, do art. 100, da CF/88 (antigo §1º - EC nº 30/2000), com a redação atribuída pela EC nº 62/2009, não se estendendo aos casos de moratória constitucional (pagamento a destempo), como na hipótese do art. 33, do ADCT. Acrescente-se, ainda, que o enunciado vinculante, mesmo em interpretação extensiva, não teria o condão de atingir fatos pretéritos imutáveis por força da coisa julgada material. As razões do extraordinário partem de pressupostos fáticos estranhos ao acórdão atacado, buscando-se o reexame dos elementos probatórios para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso. O embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar contradição, deixando de apresentar fundamentos capazes de alterar a decisão. Pretende reexame da matéria de fundo, providência inviável 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Supremo Tribunal Federal RE 1290467 AGR-ED / SP Ao revés, olvidando-se da preclusão havida sobre o tema, aguardou a resolução de questão paralela aventada pelos credores necessidade, ou não, de nova citação para determinação de pagamento da dívida remanescente dos precatórios para, inadvertidamente, reinstaurar debate sobre a possibilidade, ou não, de aplicação do art. 33, do ADCT, bem como das alterações promovidas pela Lei nº 11.960/2009 no que tange aos consectários legais. Desta forma, verificada a existência de coisa julgada material a respeito da forma de incidência dos consectários legais sobre o valor condenatório e tendo restado preclusa a questão atinente à adequada aplicação dos termos do art. 33, do ADCT, inexistem razões para se reformar a r. decisão monocrática proferida pelo Juízo “singular”. Cumpre apenas ressalvar, por último e para fins de evitar a oposição de recursos com manifesto propósito de prequestionamento da matéria, que o teor do Enunciado nº 171, da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, dedica-se exclusivamente a nortear a interpretação do §5º, do art. 100, da CF/88 (antigo §1º - EC nº 30/2000), com a redação atribuída pela EC nº 62/2009, não se estendendo aos casos de moratória constitucional (pagamento a destempo), como na hipótese do art. 33, do ADCT. Acrescente-se, ainda, que o enunciado vinculante, mesmo em interpretação extensiva, não teria o condão de atingir fatos pretéritos imutáveis por força da coisa julgada material. As razões do extraordinário partem de pressupostos fáticos estranhos ao acórdão atacado, buscando-se o reexame dos elementos probatórios para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso. O embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar contradição, deixando de apresentar fundamentos capazes de alterar a decisão. Pretende reexame da matéria de fundo, providência inviável 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RE 1290467 AGR-ED / SP nesta estreita via recursal. Conheço e desprovejo os embargos declaratórios. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Supremo Tribunal Federal RE 1290467 AGR-ED / SP nesta estreita via recursal. Conheço e desprovejo os embargos declaratórios. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) : NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : DANIEL GONZALEZ PINTO (1554A/MG, 147785/SP) Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu dos embargos de declaração e negou-lhes provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BC1-951B-B2F9-4090 e senha 1AB8-4C7A-6E6A-DAF2 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) : NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : DANIEL GONZALEZ PINTO (1554A/MG, 147785/SP) Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu dos embargos de declaração e negou-lhes provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BC1-951B-B2F9-4090 e senha 1AB8-4C7A-6E6A-DAF2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757746360
2021-08-03T00:00:00
2021-10-15T00:00:00
A Turma, por unanimidade, conheceu dos embargos de declaração e negou-lhes provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS DE FUNDAMENTAÇÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E DESPROVIDOS.
sjur454483
Número de páginas: 7. Análise: 27/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
1290467
null
RE-AgR-ED
acordaos
RE 1290467 AgR-ED
[ "" ]
EMBTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) : NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : DANIEL GONZALEZ PINTO
[ "" ]
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) :NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :DANIEL GONZALEZ PINTO Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS DE FUNDAMENTAÇÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E DESPROVIDOS. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conhecer dos embargos de declaração e negar provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Brasília, 03 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 14A9-F516-C818-5AEE e senha 1106-D716-719A-A212 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) :NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :DANIEL GONZALEZ PINTO (1554A/MG, 147785/SP) R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: A Primeira Turma desproveu agravo, ante fundamentos assim resumidos: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova. O embargante aponta contradição no ato impugnado. Diz desnecessária análise do quadro fático. Insiste no afastamento dos juros durante o denominado período da graça. O embargados, em contrarrazões, afirmam o acerto da decisão. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F455-5ED9-5F0D-24D1 e senha 387D-3034-9877-BEC3 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) :NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :DANIEL GONZALEZ PINTO (1554A/MG, 147785/SP) R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: A Primeira Turma desproveu agravo, ante fundamentos assim resumidos: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova. O embargante aponta contradição no ato impugnado. Diz desnecessária análise do quadro fático. Insiste no afastamento dos juros durante o denominado período da graça. O embargados, em contrarrazões, afirmam o acerto da decisão. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F455-5ED9-5F0D-24D1 e senha 387D-3034-9877-BEC3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório Recurso Extraordinário 1290467 AGR-ED / SP Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F455-5ED9-5F0D-24D1 e senha 387D-3034-9877-BEC3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1290467 AGR-ED / SP Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F455-5ED9-5F0D-24D1 e senha 387D-3034-9877-BEC3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogados credenciados, foi protocolada no prazo legal. Eis o teor do pronunciamento individual, confirmado pela Turma: Colho do acórdão recorrido o seguinte trecho: In casu, a dívida exequenda, de fato, foi submetida à ao regime de pagamento de precatórios estatuído no art. 33, do ADCT, que estabeleceu uma espécie de moratória em prol da Fazenda Pública para pagamento dos precatórios inadimplidos até a data de promulgação da Constituição Federal de 1988, pelo prazo de 8 anos, período em que não incidiriam os juros de mora e/ou compensatórios sobre o débito em aberto, mas tão somente a correção monetária por ocasião do pagamento de cada parcela. Ocorre que, superado o limite temporal estabelecido para satisfação da dívida, sem o devido adimplemento integral por parte da Fazenda Estadual, voltam a incidir os juros de mora e somente estes (excluídos os juros compensatórios), como forma de compensar o credor pela demora ilícita verificada. E, frise-se, tal sistemática foi corretamente observada pelo contador judicial na hipótese sub examine, consoante se infere dos cálculos de e-fls. 32/39. Se não bastasse, atente-se que o Juízo “a quo”, quando da determinação de nova citação da devedora para que se viabilizasse a expedição de precatório complementar, já havia homologado os cálculos do contador judicial, não tendo a Fazenda do Estado, no momento oportuno, interposto recurso contra esta decisão. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por advogados credenciados, foi protocolada no prazo legal. Eis o teor do pronunciamento individual, confirmado pela Turma: Colho do acórdão recorrido o seguinte trecho: In casu, a dívida exequenda, de fato, foi submetida à ao regime de pagamento de precatórios estatuído no art. 33, do ADCT, que estabeleceu uma espécie de moratória em prol da Fazenda Pública para pagamento dos precatórios inadimplidos até a data de promulgação da Constituição Federal de 1988, pelo prazo de 8 anos, período em que não incidiriam os juros de mora e/ou compensatórios sobre o débito em aberto, mas tão somente a correção monetária por ocasião do pagamento de cada parcela. Ocorre que, superado o limite temporal estabelecido para satisfação da dívida, sem o devido adimplemento integral por parte da Fazenda Estadual, voltam a incidir os juros de mora e somente estes (excluídos os juros compensatórios), como forma de compensar o credor pela demora ilícita verificada. E, frise-se, tal sistemática foi corretamente observada pelo contador judicial na hipótese sub examine, consoante se infere dos cálculos de e-fls. 32/39. Se não bastasse, atente-se que o Juízo “a quo”, quando da determinação de nova citação da devedora para que se viabilizasse a expedição de precatório complementar, já havia homologado os cálculos do contador judicial, não tendo a Fazenda do Estado, no momento oportuno, interposto recurso contra esta decisão. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO Recurso Extraordinário 1290467 AGR-ED / SP Ao revés, olvidando-se da preclusão havida sobre o tema, aguardou a resolução de questão paralela aventada pelos credores necessidade, ou não, de nova citação para determinação de pagamento da dívida remanescente dos precatórios para, inadvertidamente, reinstaurar debate sobre a possibilidade, ou não, de aplicação do art. 33, do ADCT, bem como das alterações promovidas pela Lei n 11.960/2009 no que tange aos consectários legais. Desta forma, verificada a existência de coisa julgada material a respeito da forma de incidência dos consectários legais sobre o valor condenatório e tendo restado preclusa a questão atinente à adequada aplicação dos termos do art. 33, do ADCT, inexistem razões para se reformar a r. decisão monocrática proferida pelo Juízo “singular”. Cumpre apenas ressalvar, por último e para fins de evitar a oposição de recursos com manifesto propósito de prequestionamento da matéria, que o teor do Enunciado n 171, da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, dedica-se exclusivamente a nortear a interpretação do §5..., do art. 100, da Constituição Federal de 1988/88 (antigo §1... - EC n 30/2000), com a redação atribuída pela EC n 62/2009, não se estendendo aos casos de moratória constitucional (pagamento a destempo), como na hipótese do art. 33, do ADCT. Acrescente-se, ainda, que o enunciado vinculante, mesmo em interpretação extensiva, não teria o condão de atingir fatos pretéritos imutáveis por força da coisa julgada material. As razões do extraordinário partem de pressupostos fáticos estranhos ao acórdão atacado, buscando-se o reexame dos elementos probatórios para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso. O embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar contradição, deixando de apresentar fundamentos capazes de alterar a decisão. Pretende reexame da matéria de fundo, providência inviável 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1290467 AGR-ED / SP Ao revés, olvidando-se da preclusão havida sobre o tema, aguardou a resolução de questão paralela aventada pelos credores necessidade, ou não, de nova citação para determinação de pagamento da dívida remanescente dos precatórios para, inadvertidamente, reinstaurar debate sobre a possibilidade, ou não, de aplicação do art. 33, do ADCT, bem como das alterações promovidas pela Lei n 11.960/2009 no que tange aos consectários legais. Desta forma, verificada a existência de coisa julgada material a respeito da forma de incidência dos consectários legais sobre o valor condenatório e tendo restado preclusa a questão atinente à adequada aplicação dos termos do art. 33, do ADCT, inexistem razões para se reformar a r. decisão monocrática proferida pelo Juízo “singular”. Cumpre apenas ressalvar, por último e para fins de evitar a oposição de recursos com manifesto propósito de prequestionamento da matéria, que o teor do Enunciado n 171, da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, dedica-se exclusivamente a nortear a interpretação do §5..., do art. 100, da Constituição Federal de 1988/88 (antigo §1... - EC n 30/2000), com a redação atribuída pela EC n 62/2009, não se estendendo aos casos de moratória constitucional (pagamento a destempo), como na hipótese do art. 33, do ADCT. Acrescente-se, ainda, que o enunciado vinculante, mesmo em interpretação extensiva, não teria o condão de atingir fatos pretéritos imutáveis por força da coisa julgada material. As razões do extraordinário partem de pressupostos fáticos estranhos ao acórdão atacado, buscando-se o reexame dos elementos probatórios para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso. O embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar contradição, deixando de apresentar fundamentos capazes de alterar a decisão. Pretende reexame da matéria de fundo, providência inviável 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO Recurso Extraordinário 1290467 AGR-ED / SP nesta estreita via recursal. Conheço e desprovejo os embargos declaratórios. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1290467 AGR-ED / SP nesta estreita via recursal. Conheço e desprovejo os embargos declaratórios. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 71DD-9133-6D55-BF7D e senha 58D1-9B61-5E0F-E4EF Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) : NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : DANIEL GONZALEZ PINTO (1554A/MG, 147785/SP) Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu dos embargos de declaração e negou-lhes provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BC1-951B-B2F9-4090 e senha 1AB8-4C7A-6E6A-DAF2 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.290.467 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO EMBDO.(A/S) : NELSA PARADA NUNES JOSÉ E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : DANIEL GONZALEZ PINTO (1554A/MG, 147785/SP) Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu dos embargos de declaração e negou-lhes provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2BC1-951B-B2F9-4090 e senha 1AB8-4C7A-6E6A-DAF2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 290 . 467", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 290 . 467", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 290 . 467", "Recurso Extraordinário 1290467 AGR - ED / SP", "Recurso Extraordinário 1290467 AGR - ED / SP", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 290 . 467", "Recurso Extraordinário 1290467 AGR", "Enunciado n 171 , da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1290467 AGR", "Enunciado n 171 , da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1290467 AGR - ED / SP", "Recurso Extraordinário 1290467 AGR - ED / SP", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 290 . 467" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art . 95 do RISTF .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , do ADCT", "Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , do ADCT", "Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art", "Lei n 11 . 960 / 2009", "art .", "§ 5 . . . , do art . 100 , da Constituição Federal de 1988 / 88", "EC n 30 / 2000", "EC n 62 / 2009", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 11 . 960 / 2009", "art", "§ 5 . . . , do art . 100 , da Constituição Federal de 1988 / 88", "EC n 30 / 2000", "EC n 62 / 2009", "art .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 38 , IV , b , do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "Brasília", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO", "ESTADO DE SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Fazenda do Estado", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Fazenda do Estado", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Primeira", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Primeira" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "NELSA PARADA NUNES JOSÉ", "DANIEL GONZALEZ PINTO", "DIAS TOFFOLI", "Alexandre de Moraes", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "NELSA PARADA NUNES JOSÉ", "DANIEL GONZALEZ PINTO", "MARCO AURÉLIO", "Adriane da Rocha Callado Henriques", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "NELSA PARADA NUNES JOSÉ", "DANIEL GONZALEZ PINTO", "MARCO AURÉLIO", "Adriane da Rocha Callado Henriques", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "NELSA PARADA NUNES JOSÉ", "DANIEL GONZALEZ PINTO", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "NELSA PARADA NUNES JOSÉ", "DANIEL GONZALEZ PINTO", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "03 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 199.088 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) :FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS. FALSIDADE IDEOLÓGICA E CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. PEDIDO DE EXTENSÃO COM FUNDAMENTO NO ART. 580 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. IDENTIDADE DE SITUAÇÕES JURÍDICAS. INEXISTÊNCIA. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em indeferir a ordem de Habeas Corpus, nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (art. 38, IV, b, do RISTF) Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 81A5-E3EC-C780-13DA e senha CC1C-2E5A-1321-72CB Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 199.088 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) :FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS (032442/RJ) COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Segunda Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, no processo nº 0003597-26.2017.4.01.4200, substituiu a prisão preventiva do paciente – considerados os crimes dos artigos 299 (falsidade ideológica) do Código Penal, 1º, inciso I (supressão tributária mediante omissão de informação, ou declaração falsa às autoridades fazendárias), e 2º, inciso IV (deixar de aplicar, ou fazê-lo em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal), da Lei nº 8.137/1990 – por cautelares consistentes em proibição de ausentar-se da cidade onde reside, recolhimento domiciliar noturno e pagamento de fiança no valor de R$ 30.000,00. Indeferiu pedido de extensão dos efeitos de ordem implementada, pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no habeas corpus nº 1012544-08.2018.4.01.0000, em favor do corréu Keyson Lúcio Silveira, para afastar custódia preventiva, sem imposição de cautelar alternativa. Assentou serem distintas as situações jurídicas. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator desproveu o recurso em habeas corpus nº 129.413. A Sexta negou provimento a agravo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC56-9C34-58CC-DF5E e senha 887E-7550-836A-007E Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 199.088 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) :FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS (032442/RJ) COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Segunda Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, no processo nº 0003597-26.2017.4.01.4200, substituiu a prisão preventiva do paciente – considerados os crimes dos artigos 299 (falsidade ideológica) do Código Penal, 1º, inciso I (supressão tributária mediante omissão de informação, ou declaração falsa às autoridades fazendárias), e 2º, inciso IV (deixar de aplicar, ou fazê-lo em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal), da Lei nº 8.137/1990 – por cautelares consistentes em proibição de ausentar-se da cidade onde reside, recolhimento domiciliar noturno e pagamento de fiança no valor de R$ 30.000,00. Indeferiu pedido de extensão dos efeitos de ordem implementada, pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no habeas corpus nº 1012544-08.2018.4.01.0000, em favor do corréu Keyson Lúcio Silveira, para afastar custódia preventiva, sem imposição de cautelar alternativa. Assentou serem distintas as situações jurídicas. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator desproveu o recurso em habeas corpus nº 129.413. A Sexta negou provimento a agravo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC56-9C34-58CC-DF5E e senha 887E-7550-836A-007E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório HC 199088 / DF O impetrante aponta constrangimento ilegal ante a manutenção das cautelares. Sustenta viável a extensão dos efeitos do pronunciamento. Sublinha haver identidade de situações jurídicas. Requer a observância do artigo 580 do Código de Processo Penal, afastando-se as cautelares diversas da prisão. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se, preliminarmente, pela inadmissão do habeas corpus, dizendo-o formalizado em substituição a recurso extraordinário. Afirma inexistir ilegalidade. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC56-9C34-58CC-DF5E e senha 887E-7550-836A-007E Supremo Tribunal Federal HC 199088 / DF O impetrante aponta constrangimento ilegal ante a manutenção das cautelares. Sustenta viável a extensão dos efeitos do pronunciamento. Sublinha haver identidade de situações jurídicas. Requer a observância do artigo 580 do Código de Processo Penal, afastando-se as cautelares diversas da prisão. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se, preliminarmente, pela inadmissão do habeas corpus, dizendo-o formalizado em substituição a recurso extraordinário. Afirma inexistir ilegalidade. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC56-9C34-58CC-DF5E e senha 887E-7550-836A-007E Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 199.088 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcede a preliminar suscitada pela Procuradoria-Geral da República. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso extraordinário não impede a impetração. Atentem para a via estreita daquele, a pressupor atendimento ao requisito temporal, transgressão à Constituição Federal e repercussão geral da matéria. O Juízo, ao indeferir a extensão, realçou afastada a custódia do corréu Keyson, no que não mais se entendeu haver risco à ordem econômica, ausentes indícios evidenciando a comercialização de mercadorias em locais não sujeitos ao regime diferenciado de tributação, considerado programa governamental de desenvolvimento da região – Zona Franca de Manaus, ao contrário do que revelado em relação ao paciente. Inexiste identidade de situações jurídicas a viabilizar a observância do artigo 580 do Código de Processo Penal. Indefiro a ordem. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB38-2B27-D07F-FB50 e senha 9151-F24E-89EC-1598 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 199.088 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcede a preliminar suscitada pela Procuradoria-Geral da República. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso extraordinário não impede a impetração. Atentem para a via estreita daquele, a pressupor atendimento ao requisito temporal, transgressão à Constituição Federal e repercussão geral da matéria. O Juízo, ao indeferir a extensão, realçou afastada a custódia do corréu Keyson, no que não mais se entendeu haver risco à ordem econômica, ausentes indícios evidenciando a comercialização de mercadorias em locais não sujeitos ao regime diferenciado de tributação, considerado programa governamental de desenvolvimento da região – Zona Franca de Manaus, ao contrário do que revelado em relação ao paciente. Inexiste identidade de situações jurídicas a viabilizar a observância do artigo 580 do Código de Processo Penal. Indefiro a ordem. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB38-2B27-D07F-FB50 e senha 9151-F24E-89EC-1598 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 199088 / DF Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB38-2B27-D07F-FB50 e senha 9151-F24E-89EC-1598 Supremo Tribunal Federal HC 199088 / DF Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB38-2B27-D07F-FB50 e senha 9151-F24E-89EC-1598 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 199.088 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) : FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS (032442/RJ) COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E4-7D65-5033-0DC5 e senha 79AC-5E22-69BD-A022 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 199.088 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) : FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS (032442/RJ) COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E4-7D65-5033-0DC5 e senha 79AC-5E22-69BD-A022 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757965658
2021-08-03T00:00:00
2021-10-28T00:00:00
A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
HABEAS CORPUS
Ementa: HABEAS CORPUS. FALSIDADE IDEOLÓGICA E CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. PEDIDO DE EXTENSÃO COM FUNDAMENTO NO ART. 580 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. IDENTIDADE DE SITUAÇÕES JURÍDICAS. INEXISTÊNCIA. HABEAS CORPUS INDEFERIDO.
sjur455297
Número de páginas: 6. Análise: 26/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
199088
[ "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00580\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL" ]
HC
acordaos
HC 199088
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PACTE.(S) : JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) : FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 199.088 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) :FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS. FALSIDADE IDEOLÓGICA E CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. PEDIDO DE EXTENSÃO COM FUNDAMENTO NO ART. 580 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. IDENTIDADE DE SITUAÇÕES JURÍDICAS. INEXISTÊNCIA. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em indeferir a ordem de Habeas Corpus, nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (art. 38, IV, b, do RISTF) Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 81A5-E3EC-C780-13DA e senha CC1C-2E5A-1321-72CB Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 199.088 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) :FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS (032442/RJ) COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Segunda Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, no processo n 0003597-26.2017.4.01.4200, substituiu a prisão preventiva do paciente – considerados os crimes dos artigos 299 (falsidade ideológica) do Código Penal, 1..., inciso I (supressão tributária mediante omissão de informação, ou declaração falsa às autoridades fazendárias), e 2..., inciso IV (deixar de aplicar, ou fazê-lo em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal), da Lei n 8.137/1990 – por cautelares consistentes em proibição de ausentar-se da cidade onde reside, recolhimento domiciliar noturno e pagamento de fiança no valor de R$ 30.000,00. Indeferiu pedido de extensão dos efeitos de ordem implementada, pelo Tribunal Regional Federal da 1... Região, no habeas corpus n 1012544-08.2018.4.01.0000, em favor do corréu Keyson Lúcio Silveira, para afastar custódia preventiva, sem imposição de cautelar alternativa. Assentou serem distintas as situações jurídicas. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator desproveu o recurso em habeas corpus n 129.413. A Sexta negou provimento a agravo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC56-9C34-58CC-DF5E e senha 887E-7550-836A-007E Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 199.088 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) :FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS (032442/RJ) COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Segunda Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, no processo n 0003597-26.2017.4.01.4200, substituiu a prisão preventiva do paciente – considerados os crimes dos artigos 299 (falsidade ideológica) do Código Penal, 1..., inciso I (supressão tributária mediante omissão de informação, ou declaração falsa às autoridades fazendárias), e 2..., inciso IV (deixar de aplicar, ou fazê-lo em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal), da Lei n 8.137/1990 – por cautelares consistentes em proibição de ausentar-se da cidade onde reside, recolhimento domiciliar noturno e pagamento de fiança no valor de R$ 30.000,00. Indeferiu pedido de extensão dos efeitos de ordem implementada, pelo Tribunal Regional Federal da 1... Região, no habeas corpus n 1012544-08.2018.4.01.0000, em favor do corréu Keyson Lúcio Silveira, para afastar custódia preventiva, sem imposição de cautelar alternativa. Assentou serem distintas as situações jurídicas. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator desproveu o recurso em habeas corpus n 129.413. A Sexta negou provimento a agravo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC56-9C34-58CC-DF5E e senha 887E-7550-836A-007E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório HC 199088 / DF O impetrante aponta constrangimento ilegal ante a manutenção das cautelares. Sustenta viável a extensão dos efeitos do pronunciamento. Sublinha haver identidade de situações jurídicas. Requer a observância do artigo 580 do Código de Processo Penal, afastando-se as cautelares diversas da prisão. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se, preliminarmente, pela inadmissão do habeas corpus, dizendo-o formalizado em substituição a recurso extraordinário. Afirma inexistir ilegalidade. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC56-9C34-58CC-DF5E e senha 887E-7550-836A-007E Supremo Tribunal Federal HC 199088 / DF O impetrante aponta constrangimento ilegal ante a manutenção das cautelares. Sustenta viável a extensão dos efeitos do pronunciamento. Sublinha haver identidade de situações jurídicas. Requer a observância do artigo 580 do Código de Processo Penal, afastando-se as cautelares diversas da prisão. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se, preliminarmente, pela inadmissão do habeas corpus, dizendo-o formalizado em substituição a recurso extraordinário. Afirma inexistir ilegalidade. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC56-9C34-58CC-DF5E e senha 887E-7550-836A-007E Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 199.088 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcede a preliminar suscitada pela Procuradoria-Geral da República. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso extraordinário não impede a impetração. Atentem para a via estreita daquele, a pressupor atendimento ao requisito temporal, transgressão à Constituição Federal e repercussão geral da matéria. O Juízo, ao indeferir a extensão, realçou afastada a custódia do corréu Keyson, no que não mais se entendeu haver risco à ordem econômica, ausentes indícios evidenciando a comercialização de mercadorias em locais não sujeitos ao regime diferenciado de tributação, considerado programa governamental de desenvolvimento da região – Zona Franca de Manaus, ao contrário do que revelado em relação ao paciente. Inexiste identidade de situações jurídicas a viabilizar a observância do artigo 580 do Código de Processo Penal. Indefiro a ordem. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB38-2B27-D07F-FB50 e senha 9151-F24E-89EC-1598 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 199.088 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcede a preliminar suscitada pela Procuradoria-Geral da República. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso extraordinário não impede a impetração. Atentem para a via estreita daquele, a pressupor atendimento ao requisito temporal, transgressão à Constituição Federal e repercussão geral da matéria. O Juízo, ao indeferir a extensão, realçou afastada a custódia do corréu Keyson, no que não mais se entendeu haver risco à ordem econômica, ausentes indícios evidenciando a comercialização de mercadorias em locais não sujeitos ao regime diferenciado de tributação, considerado programa governamental de desenvolvimento da região – Zona Franca de Manaus, ao contrário do que revelado em relação ao paciente. Inexiste identidade de situações jurídicas a viabilizar a observância do artigo 580 do Código de Processo Penal. Indefiro a ordem. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB38-2B27-D07F-FB50 e senha 9151-F24E-89EC-1598 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 199088 / DF Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB38-2B27-D07F-FB50 e senha 9151-F24E-89EC-1598 Supremo Tribunal Federal HC 199088 / DF Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB38-2B27-D07F-FB50 e senha 9151-F24E-89EC-1598 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 199.088 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) : FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS (032442/RJ) COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E4-7D65-5033-0DC5 e senha 79AC-5E22-69BD-A022 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 199.088 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO IMPTE.(S) : FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS (032442/RJ) COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0E4-7D65-5033-0DC5 e senha 79AC-5E22-69BD-A022 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 199 . 088", "HABEAS CORPUS 199 . 088", "processo n 0003597 - 26 . 2017 . 4 . 01 . 4200", "habeas corpus n 1012544 - 08 . 2018 . 4 . 01 . 0000", "habeas corpus n 129 . 413", "HABEAS CORPUS 199 . 088", "processo n 0003597 - 26 . 2017 . 4 . 01 . 4200", "habeas corpus n 1012544 - 08 . 2018 . 4 . 01 . 0000", "habeas corpus n 129 . 413 .", "HC 199088 / DF", "HC 199088 / DF", "HABEAS CORPUS 199 . 088", "HABEAS CORPUS 199 . 088", "HC 199088 / DF", "HC 199088 / DF", "HABEAS CORPUS 199 . 088", "HABEAS CORPUS 199 . 088" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 580 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 299 (", "Lei n 8 . 137 / 1990", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 299", "Lei n 8 . 137 / 1990", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 580 do Código de Processo Penal", "Art . 95 do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Processo Penal", "Art . 95 do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "artigo 580 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "artigo 580 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "DISTRITO FEDERAL", "Brasília", "DISTRITO FEDERAL", "DISTRITO FEDERAL", "DISTRITO FEDERAL", "Zona Franca de Manaus", "DISTRITO FEDERAL", "Zona Franca de Manaus", "DISTRITO FEDERAL", "DISTRITO FEDERAL" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Segunda Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima", "Tribunal Regional Federal da 1 . . . Região", "Superior Tribunal de Justiça", "Sexta", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Segunda Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima", "Tribunal Regional Federal", "1", "Superior Tribunal de Justiça", "Sexta", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO", "FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO", "FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS", "MARCO AURÉLIO", "Edvaldo Ramos Nobre Filho", "Keyson Lúcio Silveira", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO", "FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS", "MARCO AURÉLIO", "Edvaldo Ramos Nobre Filho", "Keyson Lúcio Silveira", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "Keyson", "MARCO AURÉLIO", "Keyson", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO", "FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOAO LUIZ BARBOSA RIBEIRO", "FLAVIO JORGE DA GRACA MARTINS", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) :ANDERSON FERREIRA PINTO COATOR(A/S)(ES) :RELATORA DO HC Nº 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EMENTA: HABEAS CORPUS. APROPRIAÇÃO INDÉBITA COM CAUSA DE AUMENTO DE PENA EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO (ART. 168, § 1º, III, DO CÓDIGO PENAL). PENA RESTRITIVA DE DIREITO. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (ART. 45, § 1º, DO CP). AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS (ÂMBITO CIVIL). ALEGADA SOBREPOSIÇÃO. INOCORRÊNCIA. INDEPENDÊNCIA DAS RESPONSABILIDADES PENAL E CIVIL (ART. 935 DO CÓDIGO CIVIL). HABEAS CORPUS INDEFERIDO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por maioria, acordam em indeferir a ordem de Habeas Corpus, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro ROBERTO BARROSO. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (art. 38, IV, b, do RISTF) Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A761-2BA3-1C75-A8EE e senha 8D03-8713-C65C-5897 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) :ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) COATOR(A/S)(ES) :RELATORA DO HC Nº 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho: O Juízo da Quarta Vara Criminal da Comarca de Niterói/RJ, no processo nº 1026822-18.2011.8.19.0002, condenou o paciente a 4 anos e 4 meses de reclusão, no regime aberto, e 400 dias-multa, ante o crime do artigo 168, § 1º, inciso III (apropriação indébita com causa de aumento de pena em razão do exercício da profissão), do Código Penal. Substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, consistentes em serviços à comunidade e, a título de prestação pecuniária, ressarcimento integral do dano causado, no valor de R$ 24.477,11. A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro proveu parcialmente apelação, redimensionando a pena em 4 anos de reclusão. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator indeferiu a liminar no habeas corpus nº 577.819/RJ. No Supremo, a ministra Cármen Lúcia inadmitiu a impetração de nº 185.224/RJ. A decisão transitou em julgado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFAE-5E2C-3D7E-5CD5 e senha E9BB-3DC3-8168-9122 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) :ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) COATOR(A/S)(ES) :RELATORA DO HC Nº 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho: O Juízo da Quarta Vara Criminal da Comarca de Niterói/RJ, no processo nº 1026822-18.2011.8.19.0002, condenou o paciente a 4 anos e 4 meses de reclusão, no regime aberto, e 400 dias-multa, ante o crime do artigo 168, § 1º, inciso III (apropriação indébita com causa de aumento de pena em razão do exercício da profissão), do Código Penal. Substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, consistentes em serviços à comunidade e, a título de prestação pecuniária, ressarcimento integral do dano causado, no valor de R$ 24.477,11. A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro proveu parcialmente apelação, redimensionando a pena em 4 anos de reclusão. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator indeferiu a liminar no habeas corpus nº 577.819/RJ. No Supremo, a ministra Cármen Lúcia inadmitiu a impetração de nº 185.224/RJ. A decisão transitou em julgado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFAE-5E2C-3D7E-5CD5 e senha E9BB-3DC3-8168-9122 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório HC 185711 / RJ O impetrante sustenta ilegalidade na imposição da pena referente ao ressarcimento do dano causado. Aponta condenação, no âmbito civil, com o mesmo objeto, dizendo configurada sobreposição. Ressalta inaplicável o artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, a versar fixação de valor mínimo a título de reparação civil, uma vez que, à época dos fatos, não estava em vigor. Busca o afastamento da pena pecuniária. A Procuradoria-Geral da República opina pelo indeferimento da ordem. No Superior, o Relator inadmitiu o habeas corpus nº 577.819/RJ. Consulta, em 9 de junho de 2021, ao sítio do Tribunal de Justiça revelou a interposição dos recursos especial, desprovido, e extraordinário, pendente. Publicado sem Revisão Art.95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFAE-5E2C-3D7E-5CD5 e senha E9BB-3DC3-8168-9122 Supremo Tribunal Federal HC 185711 / RJ O impetrante sustenta ilegalidade na imposição da pena referente ao ressarcimento do dano causado. Aponta condenação, no âmbito civil, com o mesmo objeto, dizendo configurada sobreposição. Ressalta inaplicável o artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, a versar fixação de valor mínimo a título de reparação civil, uma vez que, à época dos fatos, não estava em vigor. Busca o afastamento da pena pecuniária. A Procuradoria-Geral da República opina pelo indeferimento da ordem. No Superior, o Relator inadmitiu o habeas corpus nº 577.819/RJ. Consulta, em 9 de junho de 2021, ao sítio do Tribunal de Justiça revelou a interposição dos recursos especial, desprovido, e extraordinário, pendente. Publicado sem Revisão Art.95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFAE-5E2C-3D7E-5CD5 e senha E9BB-3DC3-8168-9122 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Ao contrário do articulado pelo impetrante, o ressarcimento do prejuízo foi determinado ao paciente a título de pena restritiva de direitos – prestação pecuniária –, não estando relacionada ao disposto no artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal. O artigo 45, § 1º, do Código Penal prevê que a prestação pecuniária tem como função a reparação do dano decorrente do crime praticado: Art. 45. [...] § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. Quanto à alegada sobreposição, conforme consta do acórdão formalizado na apelação, a condenação civil refere-se a ação de prestação de contas. A par disso, o que assentado em âmbito civil não repercute no campo penal. Nos termos do artigo 935 do Código Civil, as responsabilidades civil e penal são independentes. Somente há repercussão, ante o decidido em processo-crime, se declarada a inexistência do fato ou da autoria. Indefiro a ordem. Publicado sem Revisão Art.95 do RISTF Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F234-A683-5389-7632 e senha C5A8-8793-0EC3-BB8D Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Ao contrário do articulado pelo impetrante, o ressarcimento do prejuízo foi determinado ao paciente a título de pena restritiva de direitos – prestação pecuniária –, não estando relacionada ao disposto no artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal. O artigo 45, § 1º, do Código Penal prevê que a prestação pecuniária tem como função a reparação do dano decorrente do crime praticado: Art. 45. [...] § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. Quanto à alegada sobreposição, conforme consta do acórdão formalizado na apelação, a condenação civil refere-se a ação de prestação de contas. A par disso, o que assentado em âmbito civil não repercute no campo penal. Nos termos do artigo 935 do Código Civil, as responsabilidades civil e penal são independentes. Somente há repercussão, ante o decidido em processo-crime, se declarada a inexistência do fato ou da autoria. Indefiro a ordem. Publicado sem Revisão Art.95 do RISTF Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F234-A683-5389-7632 e senha C5A8-8793-0EC3-BB8D Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 185711 / RJ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F234-A683-5389-7632 e senha C5A8-8793-0EC3-BB8D Supremo Tribunal Federal HC 185711 / RJ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F234-A683-5389-7632 e senha C5A8-8793-0EC3-BB8D Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto Vogal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) :ANDERSON FERREIRA PINTO COATOR(A/S)(ES) :RELATORA DO HC Nº 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CONTRA ATO DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 1. A jurisprudência atual e majoritária do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus contra ato de Ministro desta Corte. Precedentes. 2. Hipótese em que os autos não evidenciam teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder que autorize a concessão da ordem de ofício. 3. Habeas Corpus não conhecido, por inadequação da via eleita. 1. Peço todas as vênias ao relator para divergir. 2. O Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido do descabimento da impetração de habeas corpus contra ato de Ministro, Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5A2-E9F5-7EF8-FC01 e senha BB9F-EB8C-73D5-77FC Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) :ANDERSON FERREIRA PINTO COATOR(A/S)(ES) :RELATORA DO HC Nº 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CONTRA ATO DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 1. A jurisprudência atual e majoritária do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus contra ato de Ministro desta Corte. Precedentes. 2. Hipótese em que os autos não evidenciam teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder que autorize a concessão da ordem de ofício. 3. Habeas Corpus não conhecido, por inadequação da via eleita. 1. Peço todas as vênias ao relator para divergir. 2. O Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido do descabimento da impetração de habeas corpus contra ato de Ministro, Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5A2-E9F5-7EF8-FC01 e senha BB9F-EB8C-73D5-77FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal HC 185711 / RJ Turma ou do Plenário do Tribunal (Súmula 606/STF; HC 100.738, Redatora para o acórdão a Ministra Cármen Lúcia; HC 101.432, Redator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli; HC 88.247-AgR-AgR, Rel. Min. Celso de Mello; HC 91.020-AgR, Rel. Min. Celso de Mello; HC 86.548, Rel. Min. Cezar Peluso). 3. Muito embora essa orientação jurisprudencial tenha sido rediscutida no julgamento do HC 127.483, Rel. Min. Dias Toffoli (oportunidade em que se verificou o empate na votação), o Plenário do STF “reafirmou sua jurisprudência no sentido de não ser cabível ‘habeas corpus’ impetrado contra decisão monocrática de ministro da Corte”. Refiro-me ao HC 105.959, Redator para o acórdão o Ministro Edson Fachin, julgado com a participação de todos os integrantes do Tribunal. Esse entendimento foi ratificado pelo Tribunal Pleno, no julgamento do HC 186.296, Rel. Min. Edson Fachin. De modo que o processo deve ser extinto sem resolução do mérito. 4. De fora parte a inadequação da via eleita, não encontro nos autos situação de teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder que justifique a concessão da ordem de ofício. 5. Diante do exposto, pedindo todas as vênias ao relator, não conheço do presente habeas corpus. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5A2-E9F5-7EF8-FC01 e senha BB9F-EB8C-73D5-77FC Supremo Tribunal Federal HC 185711 / RJ Turma ou do Plenário do Tribunal (Súmula 606/STF; HC 100.738, Redatora para o acórdão a Ministra Cármen Lúcia; HC 101.432, Redator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli; HC 88.247-AgR-AgR, Rel. Min. Celso de Mello; HC 91.020-AgR, Rel. Min. Celso de Mello; HC 86.548, Rel. Min. Cezar Peluso). 3. Muito embora essa orientação jurisprudencial tenha sido rediscutida no julgamento do HC 127.483, Rel. Min. Dias Toffoli (oportunidade em que se verificou o empate na votação), o Plenário do STF “reafirmou sua jurisprudência no sentido de não ser cabível ‘habeas corpus’ impetrado contra decisão monocrática de ministro da Corte”. Refiro-me ao HC 105.959, Redator para o acórdão o Ministro Edson Fachin, julgado com a participação de todos os integrantes do Tribunal. Esse entendimento foi ratificado pelo Tribunal Pleno, no julgamento do HC 186.296, Rel. Min. Edson Fachin. De modo que o processo deve ser extinto sem resolução do mérito. 4. De fora parte a inadequação da via eleita, não encontro nos autos situação de teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder que justifique a concessão da ordem de ofício. 5. Diante do exposto, pedindo todas as vênias ao relator, não conheço do presente habeas corpus. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5A2-E9F5-7EF8-FC01 e senha BB9F-EB8C-73D5-77FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 185.711 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) : ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Decisão: A Turma, por maioria, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Luís Roberto Barroso. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D6C1-8588-CF53-F022 e senha D80C-2833-2B01-97F5 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 185.711 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) : ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Decisão: A Turma, por maioria, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Luís Roberto Barroso. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D6C1-8588-CF53-F022 e senha D80C-2833-2B01-97F5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757958175
2021-08-03T00:00:00
2021-10-28T00:00:00
A Turma, por maioria, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Luís Roberto Barroso. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
HABEAS CORPUS
Ementa: HABEAS CORPUS. APROPRIAÇÃO INDÉBITA COM CAUSA DE AUMENTO DE PENA EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO (ART. 168, § 1º, III, DO CÓDIGO PENAL). PENA RESTRITIVA DE DIREITO. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (ART. 45, § 1º, DO CP). AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS (ÂMBITO CIVIL). ALEGADA SOBREPOSIÇÃO. INOCORRÊNCIA. INDEPENDÊNCIA DAS RESPONSABILIDADES PENAL E CIVIL (ART. 935 DO CÓDIGO CIVIL). HABEAS CORPUS INDEFERIDO.
sjur455294
- Acórdão(s) citado(s): (SÚMULA 606/STF) HC 86548 (TP), HC 91020 AgR (TP), HC 88247 AgR-AgR (TP), HC 100738 (TP), HC 101432 (TP), HC 105959 (TP), HC 127483 (TP), HC 186296 (TP). Número de páginas: 8. Análise: 28/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
185711
[ "LEG-FED LEI-010406 ANO-2002\n ART-00935\n CC-2002 CÓDIGO CIVIL\n\n", "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00045 PAR-00001 ART-00168 PAR-00001\n INC-00003\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\n\n", "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00387 INC-00004\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000606\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
HC
acordaos
HC 185711
[ "" ]
PACTE.(S) : WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) : ANDERSON FERREIRA PINTO COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
[ "" ]
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) :ANDERSON FERREIRA PINTO COATOR(A/S)(ES) :RELATORA DO HC n 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EMENTA: HABEAS CORPUS. APROPRIAÇÃO INDÉBITA COM CAUSA DE AUMENTO DE PENA EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO (ART. 168, § 1..., III, DO CÓDIGO PENAL). PENA RESTRITIVA DE DIREITO. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (ART. 45, § 1..., DO Código Penal Brasileiro). AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS (ÂMBITO CIVIL). ALEGADA SOBREPOSIÇÃO. INOCORRÊNCIA. INDEPENDÊNCIA DAS RESPONSABILIDADES PENAL E CIVIL (ART. 935 DO CÓDIGO CIVIL). HABEAS CORPUS INDEFERIDO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por maioria, acordam em indeferir a ordem de Habeas Corpus, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro ROBERTO BARROSO. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (art. 38, IV, b, do RISTF) Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A761-2BA3-1C75-A8EE e senha 8D03-8713-C65C-5897 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) :ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) COATOR(A/S)(ES) :RELATORA DO HC n 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho: O Juízo da Quarta Vara Criminal da Comarca de Niterói/RJ, no processo n 1026822-18.2011.8.19.0002, condenou o paciente a 4 anos e 4 meses de reclusão, no regime aberto, e 400 dias-multa, ante o crime do artigo 168, § 1..., inciso III (apropriação indébita com causa de aumento de pena em razão do exercício da profissão), do Código Penal. Substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, consistentes em serviços à comunidade e, a título de prestação pecuniária, ressarcimento integral do dano causado, no valor de R$ 24.477,11. A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro proveu parcialmente apelação, redimensionando a pena em 4 anos de reclusão. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator indeferiu a liminar no habeas corpus n 577.819/RJ. No Supremo, a ministra Cármen Lúcia inadmitiu a impetração de n 185.224/RJ. A decisão transitou em julgado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFAE-5E2C-3D7E-5CD5 e senha E9BB-3DC3-8168-9122 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) :ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) COATOR(A/S)(ES) :RELATORA DO HC n 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho: O Juízo da Quarta Vara Criminal da Comarca de Niterói/RJ, no processo n 1026822-18.2011.8.19.0002, condenou o paciente a 4 anos e 4 meses de reclusão, no regime aberto, e 400 dias-multa, ante o crime do artigo 168, § 1..., inciso III (apropriação indébita com causa de aumento de pena em razão do exercício da profissão), do Código Penal. Substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, consistentes em serviços à comunidade e, a título de prestação pecuniária, ressarcimento integral do dano causado, no valor de R$ 24.477,11. A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro proveu parcialmente apelação, redimensionando a pena em 4 anos de reclusão. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator indeferiu a liminar no habeas corpus n 577.819/RJ. No Supremo, a ministra Cármen Lúcia inadmitiu a impetração de n 185.224/RJ. A decisão transitou em julgado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFAE-5E2C-3D7E-5CD5 e senha E9BB-3DC3-8168-9122 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório HC 185711 / RJ O impetrante sustenta ilegalidade na imposição da pena referente ao ressarcimento do dano causado. Aponta condenação, no âmbito civil, com o mesmo objeto, dizendo configurada sobreposição. Ressalta inaplicável o artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, a versar fixação de valor mínimo a título de reparação civil, uma vez que, à época dos fatos, não estava em vigor. Busca o afastamento da pena pecuniária. A Procuradoria-Geral da República opina pelo indeferimento da ordem. No Superior, o Relator inadmitiu o habeas corpus n 577.819/RJ. Consulta, em 9 de junho de 2021, ao sítio do Tribunal de Justiça revelou a interposição dos recursos especial, desprovido, e extraordinário, pendente. Publicado sem Revisão Art.95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFAE-5E2C-3D7E-5CD5 e senha E9BB-3DC3-8168-9122 Supremo Tribunal Federal HC 185711 / RJ O impetrante sustenta ilegalidade na imposição da pena referente ao ressarcimento do dano causado. Aponta condenação, no âmbito civil, com o mesmo objeto, dizendo configurada sobreposição. Ressalta inaplicável o artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, a versar fixação de valor mínimo a título de reparação civil, uma vez que, à época dos fatos, não estava em vigor. Busca o afastamento da pena pecuniária. A Procuradoria-Geral da República opina pelo indeferimento da ordem. No Superior, o Relator inadmitiu o habeas corpus n 577.819/RJ. Consulta, em 9 de junho de 2021, ao sítio do Tribunal de Justiça revelou a interposição dos recursos especial, desprovido, e extraordinário, pendente. Publicado sem Revisão Art.95 do RISTF 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FFAE-5E2C-3D7E-5CD5 e senha E9BB-3DC3-8168-9122 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Ao contrário do articulado pelo impetrante, o ressarcimento do prejuízo foi determinado ao paciente a título de pena restritiva de direitos – prestação pecuniária –, não estando relacionada ao disposto no artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal. O artigo 45, § 1..., do Código Penal prevê que a prestação pecuniária tem como função a reparação do dano decorrente do crime praticado: Art. 45. [...] § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. Quanto à alegada sobreposição, conforme consta do acórdão formalizado na apelação, a condenação civil refere-se a ação de prestação de contas. A par disso, o que assentado em âmbito civil não repercute no campo penal. Nos termos do artigo 935 do Código Civil, as responsabilidades civil e penal são independentes. Somente há repercussão, ante o decidido em processo-crime, se declarada a inexistência do fato ou da autoria. Indefiro a ordem. Publicado sem Revisão Art.95 do RISTF Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F234-A683-5389-7632 e senha C5A8-8793-0EC3-BB8D Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Ao contrário do articulado pelo impetrante, o ressarcimento do prejuízo foi determinado ao paciente a título de pena restritiva de direitos – prestação pecuniária –, não estando relacionada ao disposto no artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal. O artigo 45, § 1..., do Código Penal prevê que a prestação pecuniária tem como função a reparação do dano decorrente do crime praticado: Art. 45. [...] § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. Quanto à alegada sobreposição, conforme consta do acórdão formalizado na apelação, a condenação civil refere-se a ação de prestação de contas. A par disso, o que assentado em âmbito civil não repercute no campo penal. Nos termos do artigo 935 do Código Civil, as responsabilidades civil e penal são independentes. Somente há repercussão, ante o decidido em processo-crime, se declarada a inexistência do fato ou da autoria. Indefiro a ordem. Publicado sem Revisão Art.95 do RISTF Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F234-A683-5389-7632 e senha C5A8-8793-0EC3-BB8D Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 185711 / RJ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F234-A683-5389-7632 e senha C5A8-8793-0EC3-BB8D Supremo Tribunal Federal HC 185711 / RJ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F234-A683-5389-7632 e senha C5A8-8793-0EC3-BB8D Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto Vogal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) :ANDERSON FERREIRA PINTO COATOR(A/S)(ES) :RELATORA DO HC n 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CONTRA ATO DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 1. A jurisprudência atual e majoritária do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus contra ato de Ministro desta Corte. Precedentes. 2. Hipótese em que os autos não evidenciam teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder que autorize a concessão da ordem de ofício. 3. Habeas Corpus não conhecido, por inadequação da via eleita. 1. Peço todas as vênias ao relator para divergir. 2. O Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido do descabimento da impetração de habeas corpus contra ato de Ministro, Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5A2-E9F5-7EF8-FC01 e senha BB9F-EB8C-73D5-77FC Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 185.711 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) :ANDERSON FERREIRA PINTO COATOR(A/S)(ES) :RELATORA DO HC n 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CONTRA ATO DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 1. A jurisprudência atual e majoritária do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus contra ato de Ministro desta Corte. Precedentes. 2. Hipótese em que os autos não evidenciam teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder que autorize a concessão da ordem de ofício. 3. Habeas Corpus não conhecido, por inadequação da via eleita. 1. Peço todas as vênias ao relator para divergir. 2. O Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido do descabimento da impetração de habeas corpus contra ato de Ministro, Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5A2-E9F5-7EF8-FC01 e senha BB9F-EB8C-73D5-77FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal HC 185711 / RJ Turma ou do Plenário do Tribunal (Súmula 606/Supremo Tribunal Federal; HC 100.738, Redatora para o acórdão a Ministra Cármen Lúcia; HC 101.432, Redator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli; HC 88.247-AgR-AgR, Rel. Min. Celso de Mello; HC 91.020-AgR, Rel. Min. Celso de Mello; HC 86.548, Rel. Min. Cezar Peluso). 3. Muito embora essa orientação jurisprudencial tenha sido rediscutida no julgamento do HC 127.483, Rel. Min. Dias Toffoli (oportunidade em que se verificou o empate na votação), o Plenário do Supremo Tribunal Federal “reafirmou sua jurisprudência no sentido de não ser cabível ‘habeas corpus’ impetrado contra decisão monocrática de ministro da Corte”. Refiro-me ao HC 105.959, Redator para o acórdão o Ministro Edson Fachin, julgado com a participação de todos os integrantes do Tribunal. Esse entendimento foi ratificado pelo Tribunal Pleno, no julgamento do HC 186.296, Rel. Min. Edson Fachin. De modo que o processo deve ser extinto sem resolução do mérito. 4. De fora parte a inadequação da via eleita, não encontro nos autos situação de teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder que justifique a concessão da ordem de ofício. 5. Diante do exposto, pedindo todas as vênias ao relator, não conheço do presente habeas corpus. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5A2-E9F5-7EF8-FC01 e senha BB9F-EB8C-73D5-77FC Supremo Tribunal Federal HC 185711 / RJ Turma ou do Plenário do Tribunal (Súmula 606/Supremo Tribunal Federal; HC 100.738, Redatora para o acórdão a Ministra Cármen Lúcia; HC 101.432, Redator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli; HC 88.247-AgR-AgR, Rel. Min. Celso de Mello; HC 91.020-AgR, Rel. Min. Celso de Mello; HC 86.548, Rel. Min. Cezar Peluso). 3. Muito embora essa orientação jurisprudencial tenha sido rediscutida no julgamento do HC 127.483, Rel. Min. Dias Toffoli (oportunidade em que se verificou o empate na votação), o Plenário do Supremo Tribunal Federal “reafirmou sua jurisprudência no sentido de não ser cabível ‘habeas corpus’ impetrado contra decisão monocrática de ministro da Corte”. Refiro-me ao HC 105.959, Redator para o acórdão o Ministro Edson Fachin, julgado com a participação de todos os integrantes do Tribunal. Esse entendimento foi ratificado pelo Tribunal Pleno, no julgamento do HC 186.296, Rel. Min. Edson Fachin. De modo que o processo deve ser extinto sem resolução do mérito. 4. De fora parte a inadequação da via eleita, não encontro nos autos situação de teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder que justifique a concessão da ordem de ofício. 5. Diante do exposto, pedindo todas as vênias ao relator, não conheço do presente habeas corpus. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5A2-E9F5-7EF8-FC01 e senha BB9F-EB8C-73D5-77FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 185.711 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) : ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC n 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Decisão: A Turma, por maioria, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Luís Roberto Barroso. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D6C1-8588-CF53-F022 e senha D80C-2833-2B01-97F5 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 185.711 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO IMPTE.(S) : ANDERSON FERREIRA PINTO (089317/RJ) COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC n 185.224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Decisão: A Turma, por maioria, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Luís Roberto Barroso. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D6C1-8588-CF53-F022 e senha D80C-2833-2B01-97F5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 185 . 711", "HC n 185 . 224 DO SUPREMO", "HABEAS CORPUS 185 . 711", "HC n 185 . 224 DO", "processo n 1026822 - 18 . 2011 . 8 . 19 . 0002", "habeas corpus n 577 . 819 / RJ", "HABEAS CORPUS 185 . 711", "HC n 185 . 224 DO", "processo n 1026822 - 18 . 2011 . 8 . 19 . 0002", "habeas corpus n 577 . 819 / RJ", "HC 185711 / RJ", "habeas corpus n 577 . 819 / RJ", "HC 185711 / RJ", "habeas corpus n 577 . 819 / RJ", "HABEAS CORPUS 185 . 711", "HABEAS CORPUS 185 . 711", "HC 185711 / RJ", "HC 185711 / RJ", "HABEAS CORPUS 185 . 711", "HC n 185 . 224 DO", "HABEAS CORPUS 185 . 711", "HC n 185 . 224 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "HC 185711 / RJ", "Súmula 606 / Supremo Tribunal Federal", "HC 100 . 738", "HC 101 . 432", "HC 88 . 247 - AgR - AgR", "HC 91 . 020 - AgR", "HC 86 . 548", "HC 127 . 483", "HC 105 . 959", "HC 186 . 296", "HC 185711 / RJ", "Súmula 606 / Supremo Tribunal Federal", "HC 100 . 738", "HC 101 . 432", "HC 88 . 247 - AgR - AgR", "HC 91 . 020 - AgR", "HC 86 . 548", "HC 127 . 483", "HC 105 . 959", "HC 186 . 296", "HABEAS CORPUS 185 . 711", "HC n 185 . 224 DO SUPREMO", "HABEAS CORPUS 185 . 711", "HC n 185 . 224" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 168 , § 1 . . . , III , DO CÓDIGO PENAL", "ART . 45 , § 1 . . . , DO Código Penal Brasileiro", "ART . 935 DO CÓDIGO CIVIL", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "inciso", "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 387 , inciso IV , do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200", "artigo 387 , inciso IV , do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 387 , inciso IV , do Código de Processo Penal", "artigo 45 , § 1 . . . , do Código Penal", "artigo 935 do Código Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 387 , inciso IV , do Código de Processo Penal", "artigo 45 , § 1 . . . , do Código Penal", "artigo 935 do Código Civil", "Art", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO DE JANEIRO", "Brasília", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Quarta Vara Criminal da Comarca de Niterói / RJ", "Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Quarta Vara Criminal da Comarca de Niterói / RJ", "Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "DIAS TOFFOLI", "ROBERTO BARROSO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "MARCO AURÉLIO", "Edvaldo Ramos Nobre Filho", "Cármen Lúcia", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "MARCO AURÉLIO", "Edvaldo Ramos Nobre Filho", "Cármen Lúcia", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "Cezar Peluso", "Dias Toffoli", "Edson Fachin", "Edson Fachin", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "Cezar Peluso", "Dias Toffoli", "Edson Fachin", "Edson Fachin", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "WELLINGTON DARCI DE AMORIM BRAVO", "ANDERSON FERREIRA PINTO", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "9 de junho de 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Decisão sobre Repercussão Geral 17/06/2021 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.554 SANTA CATARINA RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE RECTE.(S) :FLEX INTERNACIONAL EXPORTACAO E IMPORTACAO LTDA - EPP ADV.(A/S) :KELLY GERBIANY MARTARELLO RECDO.(A/S) :UNIÃO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA NO VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI). PIS- IMPORTAÇÃO. COFINS-IMPORTAÇÃO. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 327/2003. ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA (AVA), LEI 12.815/2013. DECRETOS 2.498/1998 e 6.759/2009. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA À CONSTITUIÇÃO QUE, SE EXISTENTE, SERIA MERAMENTE REFLEXA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Decisão: O Tribunal, por maioria, reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão, por não se tratar de matéria constitucional, vencido o Ministro Marco Aurélio. Ministro LUIZ FUX Relator Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DAE8-9980-D06A-2A8A e senha B8CF-D482-F66B-1FA5 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Decisão sobre Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DAE8-9980-D06A-2A8A e senha B8CF-D482-F66B-1FA5 Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DAE8-9980-D06A-2A8A e senha B8CF-D482-F66B-1FA5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.554 SANTA CATARINA RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA NO VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI). PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 327/2003. ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA (AVA), LEI 12.815/2013. DECRETOS 2.498/1998 e 6.759/2009. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA À CONSTITUIÇÃO QUE, SE EXISTENTE, SERIA MERAMENTE REFLEXA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de agravo nos próprios autos objetivando a reforma de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto por FLEX INTERNACIONAL EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO LTDA., com arrimo na alínea a do permissivo constitucional, contra acórdão proferido pela 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que assentou: “TRIBUTÁRIO. TEMA 1014 STJ. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA. VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IPI. PIS- IMPORTAÇÃO. COFINS-IMPORTAÇÃO. 1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos REsp nºs 1.799.306/RS, 1.799.308/SC e 1.799.309/PR, na sistemática dos recursos especiais repetitivos, Tema 1.014, decidiu, por maioria, nos termos do voto do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.554 SANTA CATARINA RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA NO VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI). PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 327/2003. ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA (AVA), LEI 12.815/2013. DECRETOS 2.498/1998 e 6.759/2009. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA À CONSTITUIÇÃO QUE, SE EXISTENTE, SERIA MERAMENTE REFLEXA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de agravo nos próprios autos objetivando a reforma de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto por FLEX INTERNACIONAL EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO LTDA., com arrimo na alínea a do permissivo constitucional, contra acórdão proferido pela 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que assentou: “TRIBUTÁRIO. TEMA 1014 STJ. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA. VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IPI. PIS- IMPORTAÇÃO. COFINS-IMPORTAÇÃO. 1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos REsp nºs 1.799.306/RS, 1.799.308/SC e 1.799.309/PR, na sistemática dos recursos especiais repetitivos, Tema 1.014, decidiu, por maioria, nos termos do voto do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC Ministro Francisco Falcão, que as despesas relativas à capatazia são incluídas no valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação. 2. A Instrução Normativa n. 327/2003 encontra-se nos estreitos limites do acordo internacional, inocorrendo a alegada inovação no ordenamento jurídico pátrio. 3. A tese fixada no julgamento: ‘Os serviços de capatazia estão incluídos na composição do valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação’.” (Doc. 14) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 18). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 5º, II, 49, I, 84, VIII, 146, III, a, e 150, I, da Constituição Federal (Doc. 25). Em relação à repercussão geral, alega que a questão ultrapassa o interesse subjetivo das partes, pois “[t]odos os sujeitos passivos da exação, ainda que indiretamente, são interessados no desfecho do caso, mais o Erário, diretamente”. Aduz, ainda, haver relevância jurídica e econômica, uma vez que “trata de agressão a princípio constitucional extremamente importante, o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, pilar da segurança jurídica dos cidadãos em tempos modernos”. Quanto ao mérito, argumenta a inconstitucionalidade da alteração da base de cálculo de imposto federal por instrução normativa. Assevera que “em nosso ordenamento jurídico, é a LEI o instrumento ou o veículo capaz de criar direitos e impor obrigações positivas ou negativas, motivo que a leva a ser denominada de fonte primária, sendo inconcebível a adoção pelo Superior Tribunal de Justiça da aplicação da IN SRF n. 327/2003 para consolidar sua tese”. Entende que referida instrução normativa ultrapassa “os limites estabelecidos na LEI, pois (...) a base de cálculo dos tributos incidentes na importação é o valor aduaneiro apurado segundo as normas do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (AVA-GATT) – que não incluiu qualquer despesa com capatazia incorrida no território nacional no conceito de valor aduaneiro”. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC Ministro Francisco Falcão, que as despesas relativas à capatazia são incluídas no valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação. 2. A Instrução Normativa n. 327/2003 encontra-se nos estreitos limites do acordo internacional, inocorrendo a alegada inovação no ordenamento jurídico pátrio. 3. A tese fixada no julgamento: ‘Os serviços de capatazia estão incluídos na composição do valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação’.” (Doc. 14) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 18). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 5º, II, 49, I, 84, VIII, 146, III, a, e 150, I, da Constituição Federal (Doc. 25). Em relação à repercussão geral, alega que a questão ultrapassa o interesse subjetivo das partes, pois “[t]odos os sujeitos passivos da exação, ainda que indiretamente, são interessados no desfecho do caso, mais o Erário, diretamente”. Aduz, ainda, haver relevância jurídica e econômica, uma vez que “trata de agressão a princípio constitucional extremamente importante, o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, pilar da segurança jurídica dos cidadãos em tempos modernos”. Quanto ao mérito, argumenta a inconstitucionalidade da alteração da base de cálculo de imposto federal por instrução normativa. Assevera que “em nosso ordenamento jurídico, é a LEI o instrumento ou o veículo capaz de criar direitos e impor obrigações positivas ou negativas, motivo que a leva a ser denominada de fonte primária, sendo inconcebível a adoção pelo Superior Tribunal de Justiça da aplicação da IN SRF n. 327/2003 para consolidar sua tese”. Entende que referida instrução normativa ultrapassa “os limites estabelecidos na LEI, pois (...) a base de cálculo dos tributos incidentes na importação é o valor aduaneiro apurado segundo as normas do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (AVA-GATT) – que não incluiu qualquer despesa com capatazia incorrida no território nacional no conceito de valor aduaneiro”. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC Argui que, “conforme o art. 49, inciso I e art. 84, inciso VIII da Constituição Federal, há um rito estabelecido constitucionalmente para recepção de tratados internacionais (...) Assim sendo, o Acordo de Valoração Aduaneira – AVA (...) deve ser observado para qualquer norma superveniente, seja do Poder Executivo quanto do Poder Legislativo”. Segundo afirma, mencionadas normas permitem “somente a inclusão de despesas de carregamento, manuseio e descarregamento, bem como de transporte internacional, ATÉ o porto ou local de importação, então não há que se interpretar a inclusão de outras despesas, como a de capatazia do destino, que ocorre justamente após a chegada da mercadoria no porto ou local de importação.” Em contrarrazões, a UNIÃO sustenta a inadmissibilidade do recurso, por entender que incide o óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal e, no mérito, requer a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 28). O Tribunal a quo inadmitiu o recurso extraordinário por entender que a ofensa à Constituição, caso existente, seria indireta (Doc. 32), o que ensejou a interposição deste agravo, com fundamento no artigo 1.042 do Código de Processo Civil (Doc. 36). É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: a possibilidade de inclusão dos serviços de capatazia no valor aduaneiro e, consequentemente, na base de cálculo do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e do PIS/Cofins-Importação, conforme previsto na Instrução Normativa SRF 327/2003. Da análise dos autos, observo que a controvérsia foi solucionada pelo Tribunal a quo unicamente mediante a interpretação da legislação infraconstitucional, conforme entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça na sistemática dos recursos especiais repetitivos, no julgamento do Tema 1.014 daquela Corte, não havendo questão constitucional a ser submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal. Por 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC Argui que, “conforme o art. 49, inciso I e art. 84, inciso VIII da Constituição Federal, há um rito estabelecido constitucionalmente para recepção de tratados internacionais (...) Assim sendo, o Acordo de Valoração Aduaneira – AVA (...) deve ser observado para qualquer norma superveniente, seja do Poder Executivo quanto do Poder Legislativo”. Segundo afirma, mencionadas normas permitem “somente a inclusão de despesas de carregamento, manuseio e descarregamento, bem como de transporte internacional, ATÉ o porto ou local de importação, então não há que se interpretar a inclusão de outras despesas, como a de capatazia do destino, que ocorre justamente após a chegada da mercadoria no porto ou local de importação.” Em contrarrazões, a UNIÃO sustenta a inadmissibilidade do recurso, por entender que incide o óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal e, no mérito, requer a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 28). O Tribunal a quo inadmitiu o recurso extraordinário por entender que a ofensa à Constituição, caso existente, seria indireta (Doc. 32), o que ensejou a interposição deste agravo, com fundamento no artigo 1.042 do Código de Processo Civil (Doc. 36). É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: a possibilidade de inclusão dos serviços de capatazia no valor aduaneiro e, consequentemente, na base de cálculo do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e do PIS/Cofins-Importação, conforme previsto na Instrução Normativa SRF 327/2003. Da análise dos autos, observo que a controvérsia foi solucionada pelo Tribunal a quo unicamente mediante a interpretação da legislação infraconstitucional, conforme entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça na sistemática dos recursos especiais repetitivos, no julgamento do Tema 1.014 daquela Corte, não havendo questão constitucional a ser submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal. Por 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC oportuno, transcrevo trecho do voto condutor do acórdão recorrido, in verbis: “Tema STJ 1014 - Despesas com capatazia - Valor Aduaneiro A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos REsp nºs 1.799.306/RS, 1.799.308/SC e 1.799.309/PR, na sistemática dos recursos especiais repetitivos, Tema 1.014, decidiu, por maioria, nos termos do voto do Ministro Francisco Falcão, que as despesas relativas à capatazia são incluídas no valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação. O acórdão do aludido paradigma, publicado em 19.05.2020. restou assim ementado: RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015 (ART. 543-C, DO CPC/1973). PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. COMPOSIÇÃO DO VALOR ADUANEIRO. INCLUSÃO DAS DESPESAS COM CAPATAZIA. I – O acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (GATT 1994), no art. VII, estabelece normas para determinação do ‘valor para fins alfandegários’, ou seja, ‘valor aduaneiro’ na nomenclatura do nosso sistema normativo e sobre o qual incide o imposto de importação. Para implementação do referido artigo e, de resto, dos objetivos do acordo GATT 1994, os respectivos membros estabeleceram acordo sobre a implementação do acima referido artigo VII, regulado pelo Decreto n. 2.498/1998, que no art. 17 prevê a inclusão no valor aduaneiro dos gastos relativos a carga, descarga e manuseio, associados ao transporte das mercadorias importadas até o porto ou local de importação. Esta disposição é reproduzida no parágrafo 2º do art. 8º do AVA (Acordo de Valoração Aduaneira). II – Os serviços de carga, descarga e manuseio, associados ao transporte das mercadorias importadas até 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC oportuno, transcrevo trecho do voto condutor do acórdão recorrido, in verbis: “Tema STJ 1014 - Despesas com capatazia - Valor Aduaneiro A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos REsp nºs 1.799.306/RS, 1.799.308/SC e 1.799.309/PR, na sistemática dos recursos especiais repetitivos, Tema 1.014, decidiu, por maioria, nos termos do voto do Ministro Francisco Falcão, que as despesas relativas à capatazia são incluídas no valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação. O acórdão do aludido paradigma, publicado em 19.05.2020. restou assim ementado: RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015 (ART. 543-C, DO CPC/1973). PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. COMPOSIÇÃO DO VALOR ADUANEIRO. INCLUSÃO DAS DESPESAS COM CAPATAZIA. I – O acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (GATT 1994), no art. VII, estabelece normas para determinação do ‘valor para fins alfandegários’, ou seja, ‘valor aduaneiro’ na nomenclatura do nosso sistema normativo e sobre o qual incide o imposto de importação. Para implementação do referido artigo e, de resto, dos objetivos do acordo GATT 1994, os respectivos membros estabeleceram acordo sobre a implementação do acima referido artigo VII, regulado pelo Decreto n. 2.498/1998, que no art. 17 prevê a inclusão no valor aduaneiro dos gastos relativos a carga, descarga e manuseio, associados ao transporte das mercadorias importadas até o porto ou local de importação. Esta disposição é reproduzida no parágrafo 2º do art. 8º do AVA (Acordo de Valoração Aduaneira). II – Os serviços de carga, descarga e manuseio, associados ao transporte das mercadorias importadas até 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC o porto ou local de importação, representam a atividade de capatazia, conforme a previsão da Lei n. 12.815/2013, que, em seu art. 40, definiu essa atividade como de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto, compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações, quando efetuados por aparelho portuário. III - Com o objetivo de regulamentar o valor aduaneiro de mercadoria importada, a Secretaria da Receita Federal editou a Instrução Normativa SRF 327/2003, na qual ficou explicitado que a carga, descarga e manuseio das mercadorias importadas no território nacional estão incluídas na determinação do ‘valor aduaneiro’ para o fim da incidência tributária da exação. Posteriormente foi editado o Decreto n. 6.759/2009, regulamentando as atividades aduaneiras, fiscalização, controle e tributação das importações, ocasião em que ratificou a regulamentação exarada pela SRF. IV - Ao interpretar as normas acima citadas, evidencia-se que os serviços de capatazia, conforme a definição acima referida, integram o conceito de valor aduaneiro, tendo em vista que tais atividades são realizadas dentro do porto ou ponto de fronteira alfandegado na entrada do território aduaneiro. Nesse panorama, verifica-se que a Instrução Normativa n. 327/2003 encontra-se nos estreitos limites do acordo internacional já analisado, inocorrendo a alegada inovação no ordenamento jurídico pátrio. V - Tese julgada para efeito dos arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015 (art. 543-C, do CPC/1973): Os serviços de capatazia estão incluídos na composição do valor aduaneiro e integram a base de cálculo do imposto de importação. VI - Recurso provido. Acórdão submetido ao regime dos arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015 (art. 543-C, do CPC/1973). (...) 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC o porto ou local de importação, representam a atividade de capatazia, conforme a previsão da Lei n. 12.815/2013, que, em seu art. 40, definiu essa atividade como de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto, compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações, quando efetuados por aparelho portuário. III - Com o objetivo de regulamentar o valor aduaneiro de mercadoria importada, a Secretaria da Receita Federal editou a Instrução Normativa SRF 327/2003, na qual ficou explicitado que a carga, descarga e manuseio das mercadorias importadas no território nacional estão incluídas na determinação do ‘valor aduaneiro’ para o fim da incidência tributária da exação. Posteriormente foi editado o Decreto n. 6.759/2009, regulamentando as atividades aduaneiras, fiscalização, controle e tributação das importações, ocasião em que ratificou a regulamentação exarada pela SRF. IV - Ao interpretar as normas acima citadas, evidencia-se que os serviços de capatazia, conforme a definição acima referida, integram o conceito de valor aduaneiro, tendo em vista que tais atividades são realizadas dentro do porto ou ponto de fronteira alfandegado na entrada do território aduaneiro. Nesse panorama, verifica-se que a Instrução Normativa n. 327/2003 encontra-se nos estreitos limites do acordo internacional já analisado, inocorrendo a alegada inovação no ordenamento jurídico pátrio. V - Tese julgada para efeito dos arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015 (art. 543-C, do CPC/1973): Os serviços de capatazia estão incluídos na composição do valor aduaneiro e integram a base de cálculo do imposto de importação. VI - Recurso provido. Acórdão submetido ao regime dos arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015 (art. 543-C, do CPC/1973). (...) 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC Ressalta-se que a discussão do Tema 1014 STJ acerca da inclusão da taxa de capatazia no valor aduaneiro abrange o Imposto de Importação, o PIS-importação, a COFINS- importação e o IPI, tributos em que a base de cálculo é o valor aduaneiro.” (Doc. 14, p. 3-5, grifei) Concluir diversamente do acórdão recorrido sobre a manutenção dos serviços de capatazia na composição do valor aduaneiro e consequente integração da base de cálculo de Imposto de Importação e demais impostos mencionados, demandaria a interpretação de legislação infraconstitucional (Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio – GATT 1994, Acordo de Valoração Aduaneira – AVA, Lei 12.815/2013, Decretos 2.498/1998 e 6.759/2009, Instrução Normativa SRF 327/2003), cuja análise se revela inviável em sede de recurso extraordinário, por configurar ofensa indireta à Constituição Federal. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA. VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IPI. II. PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. CLÁUSULAS CONTRATUAIS. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), na hipótese de votação unânime. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.305.313-ED-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021, grifei) 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC Ressalta-se que a discussão do Tema 1014 STJ acerca da inclusão da taxa de capatazia no valor aduaneiro abrange o Imposto de Importação, o PIS-importação, a COFINS- importação e o IPI, tributos em que a base de cálculo é o valor aduaneiro.” (Doc. 14, p. 3-5, grifei) Concluir diversamente do acórdão recorrido sobre a manutenção dos serviços de capatazia na composição do valor aduaneiro e consequente integração da base de cálculo de Imposto de Importação e demais impostos mencionados, demandaria a interpretação de legislação infraconstitucional (Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio – GATT 1994, Acordo de Valoração Aduaneira – AVA, Lei 12.815/2013, Decretos 2.498/1998 e 6.759/2009, Instrução Normativa SRF 327/2003), cuja análise se revela inviável em sede de recurso extraordinário, por configurar ofensa indireta à Constituição Federal. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA. VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IPI. II. PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. CLÁUSULAS CONTRATUAIS. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), na hipótese de votação unânime. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.305.313-ED-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021, grifei) 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPI. PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. SERVIÇOS DE CAPATAZIA. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. É inviável, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.298.840-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021, grifei) No mesmo sentido, confiram-se as seguintes decisões monocráticas: ARE 1.309.571, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgada em 26/05/2021, ARE 1.306.820, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 14/4/2021, ARE 1.305.950, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 26/2/2021, ARE 1.313.167, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 26/4/2021 e RE 1.150.354, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/8/2018. Destarte, para fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: “É infraconstitucional, a ela se aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão dos serviços de capatazia no valor aduaneiro e, consequentemente, na base de cálculo do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do PIS-Importação e da Cofins-Importação." Ex positis, nos termos do artigo 1.035 do Código de Processo Civil de 2015 e artigo 324, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL da 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPI. PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. SERVIÇOS DE CAPATAZIA. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. É inviável, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.298.840-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021, grifei) No mesmo sentido, confiram-se as seguintes decisões monocráticas: ARE 1.309.571, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgada em 26/05/2021, ARE 1.306.820, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 14/4/2021, ARE 1.305.950, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 26/2/2021, ARE 1.313.167, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 26/4/2021 e RE 1.150.354, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/8/2018. Destarte, para fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: “É infraconstitucional, a ela se aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão dos serviços de capatazia no valor aduaneiro e, consequentemente, na base de cálculo do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do PIS-Importação e da Cofins-Importação." Ex positis, nos termos do artigo 1.035 do Código de Processo Civil de 2015 e artigo 324, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL da 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC matéria com a aplicação dos efeitos da AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão suscitada e submeto a matéria à apreciação dos demais Ministros da Corte. Brasília, 28 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC matéria com a aplicação dos efeitos da AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão suscitada e submeto a matéria à apreciação dos demais Ministros da Corte. Brasília, 28 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756923411
2021-06-17T00:00:00
2021-08-25T00:00:00
Decisão: O Tribunal, por maioria, reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão, por não se tratar de matéria constitucional, vencido o Ministro Marco Aurélio. Ministro LUIZ FUX Relator
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA NO VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI). PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS-IMPORTAÇÃO. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 327/2003. ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA (AVA), LEI 12.815/2013. DECRETOS 2.498/1998 e 6.759/2009. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA À CONSTITUIÇÃO QUE, SE EXISTENTE, SERIA MERAMENTE REFLEXA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
repercussao-geral11983
- Acórdão(s) citado(s): (SERVIÇO, CAPATAZIA, VALOR ADUANEIRO, BASE DE CÁLCULO, IPI) ARE 1305313 ED-AgR (TP), ARE 1298840 AgR (TP) - DECISÕES MONOCRÁTICAS CITADAS: (SERVIÇO, CAPATAZIA, VALOR ADUANEIRO, BASE DE CÁLCULO, IPI) ARE 1309571, ARE 1306820, ARE 1305950, ARE 1313167, RE 1150354. Número de páginas: 10. Análise: 02/09/2021, KBP.
MINISTRO PRESIDENTE
Tribunal Pleno
1321554
[ "LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00002 ART-00049 INC-00001\r\n ART-00084 INC-00008 ART-00102 INC-00003\r\n LET-A ART-00146 INC-00003 LET-A\r\n ART-00150 INC-00001 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n", "LEG-FED LEI-012815 ANO-2013\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\r\n ART-01035 ART-01042 \r\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n", "LEG-FED DEC-002498 ANO-1998\r\n DECRETO\r\n", "LEG-FED DEC-006759 ANO-2009\r\n DECRETO\r\n", "LEG-FED INT-000327 ANO-2003\r\n INSTRUÇÃO NORMATIVA DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL - SRF\r\n", "LEG-INT ACO ANO-1994\r\n ACORDO GERAL SOBRE TARIFAS E COMÉRCIO -GATT\r\n", "LEG-INT ACO ANO-1979\r\n ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA - AVA\r\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-00324 PAR-00002 \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\r\n", "LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-RG
acordaos
ARE 1321554 RG
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RECTE.(S) : FLEX INTERNACIONAL EXPORTACAO E IMPORTACAO LTDA - EPP ADV.(A/S) : KELLY GERBIANY MARTARELLO RECDO.(A/S) : UNIÃO ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
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Decisão sobre Repercussão Geral 17/06/2021 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.554 SANTA CATARINA RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE RECTE.(S) :FLEX INTERNACIONAL EXPORTACAO E IMPORTACAO LTDA - EPP ADV.(A/S) :KELLY GERBIANY MARTARELLO RECDO.(A/S) :UNIÃO ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA NO VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI). PIS- IMPORTAÇÃO. COFINS-IMPORTAÇÃO. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 327/2003. ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA (AVA), LEI 12.815/2013. DECRETOS 2.498/1998 e 6.759/2009. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA À CONSTITUIÇÃO QUE, SE EXISTENTE, SERIA MERAMENTE REFLEXA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Decisão: O Tribunal, por maioria, reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão, por não se tratar de matéria constitucional, vencido o Ministro Marco Aurélio. Ministro LUIZ FUX Relator Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DAE8-9980-D06A-2A8A e senha B8CF-D482-F66B-1FA5 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Decisão sobre Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DAE8-9980-D06A-2A8A e senha B8CF-D482-F66B-1FA5 Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DAE8-9980-D06A-2A8A e senha B8CF-D482-F66B-1FA5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.554 SANTA CATARINA RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA NO VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI). PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 327/2003. ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA (AVA), LEI 12.815/2013. DECRETOS 2.498/1998 e 6.759/2009. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA À CONSTITUIÇÃO QUE, SE EXISTENTE, SERIA MERAMENTE REFLEXA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de agravo nos próprios autos objetivando a reforma de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto por FLEX INTERNACIONAL EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO LTDA., com arrimo na alínea a do permissivo constitucional, contra acórdão proferido pela 2... Turma do Tribunal Regional Federal da 4... Região, que assentou: “TRIBUTÁRIO. TEMA 1014 Superior Tribunal de Justiça. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA. VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IPI. PIS- IMPORTAÇÃO. COFINS-IMPORTAÇÃO. 1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos REsp ns 1.799.306/RS, 1.799.308/SC e 1.799.309/PR, na sistemática dos recursos especiais repetitivos, Tema 1.014, decidiu, por maioria, nos termos do voto do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.554 SANTA CATARINA RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA NO VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI). PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 327/2003. ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA (AVA), LEI 12.815/2013. DECRETOS 2.498/1998 e 6.759/2009. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA À CONSTITUIÇÃO QUE, SE EXISTENTE, SERIA MERAMENTE REFLEXA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de agravo nos próprios autos objetivando a reforma de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto por FLEX INTERNACIONAL EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO LTDA., com arrimo na alínea a do permissivo constitucional, contra acórdão proferido pela 2... Turma do Tribunal Regional Federal da 4... Região, que assentou: “TRIBUTÁRIO. TEMA 1014 Superior Tribunal de Justiça. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA. VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IPI. PIS- IMPORTAÇÃO. COFINS-IMPORTAÇÃO. 1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos REsp ns 1.799.306/RS, 1.799.308/SC e 1.799.309/PR, na sistemática dos recursos especiais repetitivos, Tema 1.014, decidiu, por maioria, nos termos do voto do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC Ministro Francisco Falcão, que as despesas relativas à capatazia são incluídas no valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação. 2. A Instrução Normativa n. 327/2003 encontra-se nos estreitos limites do acordo internacional, inocorrendo a alegada inovação no ordenamento jurídico pátrio. 3. A tese fixada no julgamento: ‘Os serviços de capatazia estão incluídos na composição do valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação’.” (Doc. 14) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 18). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 5..., II, 49, I, 84, VIII, 146, III, a, e 150, I, da Constituição Federal (Doc. 25). Em relação à repercussão geral, alega que a questão ultrapassa o interesse subjetivo das partes, pois “[t]odos os sujeitos passivos da exação, ainda que indiretamente, são interessados no desfecho do caso, mais o Erário, diretamente”. Aduz, ainda, haver relevância jurídica e econômica, uma vez que “trata de agressão a princípio constitucional extremamente importante, o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, pilar da segurança jurídica dos cidadãos em tempos modernos”. Quanto ao mérito, argumenta a inconstitucionalidade da alteração da base de cálculo de imposto federal por instrução normativa. Assevera que “em nosso ordenamento jurídico, é a LEI o instrumento ou o veículo capaz de criar direitos e impor obrigações positivas ou negativas, motivo que a leva a ser denominada de fonte primária, sendo inconcebível a adoção pelo Superior Tribunal de Justiça da aplicação da IN SRF n. 327/2003 para consolidar sua tese”. Entende que referida instrução normativa ultrapassa “os limites estabelecidos na LEI, pois (...) a base de cálculo dos tributos incidentes na importação é o valor aduaneiro apurado segundo as normas do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (AVA-GATT) – que não incluiu qualquer despesa com capatazia incorrida no território nacional no conceito de valor aduaneiro”. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC Ministro Francisco Falcão, que as despesas relativas à capatazia são incluídas no valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação. 2. A Instrução Normativa n. 327/2003 encontra-se nos estreitos limites do acordo internacional, inocorrendo a alegada inovação no ordenamento jurídico pátrio. 3. A tese fixada no julgamento: ‘Os serviços de capatazia estão incluídos na composição do valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação’.” (Doc. 14) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 18). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 5..., II, 49, I, 84, VIII, 146, III, a, e 150, I, da Constituição Federal (Doc. 25). Em relação à repercussão geral, alega que a questão ultrapassa o interesse subjetivo das partes, pois “[t]odos os sujeitos passivos da exação, ainda que indiretamente, são interessados no desfecho do caso, mais o Erário, diretamente”. Aduz, ainda, haver relevância jurídica e econômica, uma vez que “trata de agressão a princípio constitucional extremamente importante, o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, pilar da segurança jurídica dos cidadãos em tempos modernos”. Quanto ao mérito, argumenta a inconstitucionalidade da alteração da base de cálculo de imposto federal por instrução normativa. Assevera que “em nosso ordenamento jurídico, é a LEI o instrumento ou o veículo capaz de criar direitos e impor obrigações positivas ou negativas, motivo que a leva a ser denominada de fonte primária, sendo inconcebível a adoção pelo Superior Tribunal de Justiça da aplicação da IN SRF n. 327/2003 para consolidar sua tese”. Entende que referida instrução normativa ultrapassa “os limites estabelecidos na LEI, pois (...) a base de cálculo dos tributos incidentes na importação é o valor aduaneiro apurado segundo as normas do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (AVA-GATT) – que não incluiu qualquer despesa com capatazia incorrida no território nacional no conceito de valor aduaneiro”. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC Argui que, “conforme o art. 49, inciso I e art. 84, inciso VIII da Constituição Federal, há um rito estabelecido constitucionalmente para recepção de tratados internacionais (...) Assim sendo, o Acordo de Valoração Aduaneira – AVA (...) deve ser observado para qualquer norma superveniente, seja do Poder Executivo quanto do Poder Legislativo”. Segundo afirma, mencionadas normas permitem “somente a inclusão de despesas de carregamento, manuseio e descarregamento, bem como de transporte internacional, ATÉ o porto ou local de importação, então não há que se interpretar a inclusão de outras despesas, como a de capatazia do destino, que ocorre justamente após a chegada da mercadoria no porto ou local de importação.” Em contrarrazões, a UNIÃO sustenta a inadmissibilidade do recurso, por entender que incide o óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal e, no mérito, requer a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 28). O Tribunal a quo inadmitiu o recurso extraordinário por entender que a ofensa à Constituição, caso existente, seria indireta (Doc. 32), o que ensejou a interposição deste agravo, com fundamento no artigo 1.042 do Código de Processo Civil (Doc. 36). É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: a possibilidade de inclusão dos serviços de capatazia no valor aduaneiro e, consequentemente, na base de cálculo do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e do PIS/Cofins-Importação, conforme previsto na Instrução Normativa SRF 327/2003. Da análise dos autos, observo que a controvérsia foi solucionada pelo Tribunal a quo unicamente mediante a interpretação da legislação infraconstitucional, conforme entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça na sistemática dos recursos especiais repetitivos, no julgamento do Tema 1.014 daquela Corte, não havendo questão constitucional a ser submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal. Por 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC Argui que, “conforme o art. 49, inciso I e art. 84, inciso VIII da Constituição Federal, há um rito estabelecido constitucionalmente para recepção de tratados internacionais (...) Assim sendo, o Acordo de Valoração Aduaneira – AVA (...) deve ser observado para qualquer norma superveniente, seja do Poder Executivo quanto do Poder Legislativo”. Segundo afirma, mencionadas normas permitem “somente a inclusão de despesas de carregamento, manuseio e descarregamento, bem como de transporte internacional, ATÉ o porto ou local de importação, então não há que se interpretar a inclusão de outras despesas, como a de capatazia do destino, que ocorre justamente após a chegada da mercadoria no porto ou local de importação.” Em contrarrazões, a UNIÃO sustenta a inadmissibilidade do recurso, por entender que incide o óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal e, no mérito, requer a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 28). O Tribunal a quo inadmitiu o recurso extraordinário por entender que a ofensa à Constituição, caso existente, seria indireta (Doc. 32), o que ensejou a interposição deste agravo, com fundamento no artigo 1.042 do Código de Processo Civil (Doc. 36). É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: a possibilidade de inclusão dos serviços de capatazia no valor aduaneiro e, consequentemente, na base de cálculo do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e do PIS/Cofins-Importação, conforme previsto na Instrução Normativa SRF 327/2003. Da análise dos autos, observo que a controvérsia foi solucionada pelo Tribunal a quo unicamente mediante a interpretação da legislação infraconstitucional, conforme entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça na sistemática dos recursos especiais repetitivos, no julgamento do Tema 1.014 daquela Corte, não havendo questão constitucional a ser submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal. Por 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC oportuno, transcrevo trecho do voto condutor do acórdão recorrido, in verbis: “Tema Superior Tribunal de Justiça 1014 - Despesas com capatazia - Valor Aduaneiro A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos REsp ns 1.799.306/RS, 1.799.308/SC e 1.799.309/PR, na sistemática dos recursos especiais repetitivos, Tema 1.014, decidiu, por maioria, nos termos do voto do Ministro Francisco Falcão, que as despesas relativas à capatazia são incluídas no valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação. O acórdão do aludido paradigma, publicado em 19.05.2020. restou assim ementado: RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO Código de Processo Civil/2015 (ART. 543-C, DO Código de Processo Civil/1973). PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. COMPOSIÇÃO DO VALOR ADUANEIRO. INCLUSÃO DAS DESPESAS COM CAPATAZIA. I – O acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (GATT 1994), no art. VII, estabelece normas para determinação do ‘valor para fins alfandegários’, ou seja, ‘valor aduaneiro’ na nomenclatura do nosso sistema normativo e sobre o qual incide o imposto de importação. Para implementação do referido artigo e, de resto, dos objetivos do acordo GATT 1994, os respectivos membros estabeleceram acordo sobre a implementação do acima referido artigo VII, regulado pelo Decreto n. 2.498/1998, que no art. 17 prevê a inclusão no valor aduaneiro dos gastos relativos a carga, descarga e manuseio, associados ao transporte das mercadorias importadas até o porto ou local de importação. Esta disposição é reproduzida no parágrafo 2... do art. 8... do AVA (Acordo de Valoração Aduaneira). II – Os serviços de carga, descarga e manuseio, associados ao transporte das mercadorias importadas até 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC oportuno, transcrevo trecho do voto condutor do acórdão recorrido, in verbis: “Tema Superior Tribunal de Justiça 1014 - Despesas com capatazia - Valor Aduaneiro A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos REsp ns 1.799.306/RS, 1.799.308/SC e 1.799.309/PR, na sistemática dos recursos especiais repetitivos, Tema 1.014, decidiu, por maioria, nos termos do voto do Ministro Francisco Falcão, que as despesas relativas à capatazia são incluídas no valor aduaneiro e integram a base de cálculo do Imposto de Importação. O acórdão do aludido paradigma, publicado em 19.05.2020. restou assim ementado: RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO Código de Processo Civil/2015 (ART. 543-C, DO Código de Processo Civil/1973). PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. COMPOSIÇÃO DO VALOR ADUANEIRO. INCLUSÃO DAS DESPESAS COM CAPATAZIA. I – O acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (GATT 1994), no art. VII, estabelece normas para determinação do ‘valor para fins alfandegários’, ou seja, ‘valor aduaneiro’ na nomenclatura do nosso sistema normativo e sobre o qual incide o imposto de importação. Para implementação do referido artigo e, de resto, dos objetivos do acordo GATT 1994, os respectivos membros estabeleceram acordo sobre a implementação do acima referido artigo VII, regulado pelo Decreto n. 2.498/1998, que no art. 17 prevê a inclusão no valor aduaneiro dos gastos relativos a carga, descarga e manuseio, associados ao transporte das mercadorias importadas até o porto ou local de importação. Esta disposição é reproduzida no parágrafo 2... do art. 8... do AVA (Acordo de Valoração Aduaneira). II – Os serviços de carga, descarga e manuseio, associados ao transporte das mercadorias importadas até 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC o porto ou local de importação, representam a atividade de capatazia, conforme a previsão da Lei n. 12.815/2013, que, em seu art. 40, definiu essa atividade como de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto, compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações, quando efetuados por aparelho portuário. III - Com o objetivo de regulamentar o valor aduaneiro de mercadoria importada, a Secretaria da Receita Federal editou a Instrução Normativa SRF 327/2003, na qual ficou explicitado que a carga, descarga e manuseio das mercadorias importadas no território nacional estão incluídas na determinação do ‘valor aduaneiro’ para o fim da incidência tributária da exação. Posteriormente foi editado o Decreto n. 6.759/2009, regulamentando as atividades aduaneiras, fiscalização, controle e tributação das importações, ocasião em que ratificou a regulamentação exarada pela SRF. IV - Ao interpretar as normas acima citadas, evidencia-se que os serviços de capatazia, conforme a definição acima referida, integram o conceito de valor aduaneiro, tendo em vista que tais atividades são realizadas dentro do porto ou ponto de fronteira alfandegado na entrada do território aduaneiro. Nesse panorama, verifica-se que a Instrução Normativa n. 327/2003 encontra-se nos estreitos limites do acordo internacional já analisado, inocorrendo a alegada inovação no ordenamento jurídico pátrio. V - Tese julgada para efeito dos arts. 1.036 e seguintes do Código de Processo Civil/2015 (art. 543-C, do Código de Processo Civil/1973): Os serviços de capatazia estão incluídos na composição do valor aduaneiro e integram a base de cálculo do imposto de importação. VI - Recurso provido. Acórdão submetido ao regime dos arts. 1.036 e seguintes do Código de Processo Civil/2015 (art. 543-C, do Código de Processo Civil/1973). (...) 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC o porto ou local de importação, representam a atividade de capatazia, conforme a previsão da Lei n. 12.815/2013, que, em seu art. 40, definiu essa atividade como de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto, compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações, quando efetuados por aparelho portuário. III - Com o objetivo de regulamentar o valor aduaneiro de mercadoria importada, a Secretaria da Receita Federal editou a Instrução Normativa SRF 327/2003, na qual ficou explicitado que a carga, descarga e manuseio das mercadorias importadas no território nacional estão incluídas na determinação do ‘valor aduaneiro’ para o fim da incidência tributária da exação. Posteriormente foi editado o Decreto n. 6.759/2009, regulamentando as atividades aduaneiras, fiscalização, controle e tributação das importações, ocasião em que ratificou a regulamentação exarada pela SRF. IV - Ao interpretar as normas acima citadas, evidencia-se que os serviços de capatazia, conforme a definição acima referida, integram o conceito de valor aduaneiro, tendo em vista que tais atividades são realizadas dentro do porto ou ponto de fronteira alfandegado na entrada do território aduaneiro. Nesse panorama, verifica-se que a Instrução Normativa n. 327/2003 encontra-se nos estreitos limites do acordo internacional já analisado, inocorrendo a alegada inovação no ordenamento jurídico pátrio. V - Tese julgada para efeito dos arts. 1.036 e seguintes do Código de Processo Civil/2015 (art. 543-C, do Código de Processo Civil/1973): Os serviços de capatazia estão incluídos na composição do valor aduaneiro e integram a base de cálculo do imposto de importação. VI - Recurso provido. Acórdão submetido ao regime dos arts. 1.036 e seguintes do Código de Processo Civil/2015 (art. 543-C, do Código de Processo Civil/1973). (...) 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC Ressalta-se que a discussão do Tema 1014 Superior Tribunal de Justiça acerca da inclusão da taxa de capatazia no valor aduaneiro abrange o Imposto de Importação, o PIS-importação, a COFINS- importação e o IPI, tributos em que a base de cálculo é o valor aduaneiro.” (Doc. 14, p. 3-5, grifei) Concluir diversamente do acórdão recorrido sobre a manutenção dos serviços de capatazia na composição do valor aduaneiro e consequente integração da base de cálculo de Imposto de Importação e demais impostos mencionados, demandaria a interpretação de legislação infraconstitucional (Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio – GATT 1994, Acordo de Valoração Aduaneira – AVA, Lei 12.815/2013, Decretos 2.498/1998 e 6.759/2009, Instrução Normativa SRF 327/2003), cuja análise se revela inviável em sede de recurso extraordinário, por configurar ofensa indireta à Constituição Federal. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA. VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IPI. II. PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. CLÁUSULAS CONTRATUAIS. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), na hipótese de votação unânime. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.305.313-ED-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021, grifei) 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC Ressalta-se que a discussão do Tema 1014 Superior Tribunal de Justiça acerca da inclusão da taxa de capatazia no valor aduaneiro abrange o Imposto de Importação, o PIS-importação, a COFINS- importação e o IPI, tributos em que a base de cálculo é o valor aduaneiro.” (Doc. 14, p. 3-5, grifei) Concluir diversamente do acórdão recorrido sobre a manutenção dos serviços de capatazia na composição do valor aduaneiro e consequente integração da base de cálculo de Imposto de Importação e demais impostos mencionados, demandaria a interpretação de legislação infraconstitucional (Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio – GATT 1994, Acordo de Valoração Aduaneira – AVA, Lei 12.815/2013, Decretos 2.498/1998 e 6.759/2009, Instrução Normativa SRF 327/2003), cuja análise se revela inviável em sede de recurso extraordinário, por configurar ofensa indireta à Constituição Federal. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOS SERVIÇOS DE CAPATAZIA. VALOR ADUANEIRO. BASE DE CÁLCULO. IPI. II. PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. CLÁUSULAS CONTRATUAIS. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), na hipótese de votação unânime. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.305.313-ED-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021, grifei) 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPI. PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. SERVIÇOS DE CAPATAZIA. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. É inviável, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.298.840-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021, grifei) No mesmo sentido, confiram-se as seguintes decisões monocráticas: ARE 1.309.571, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgada em 26/05/2021, ARE 1.306.820, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 14/4/2021, ARE 1.305.950, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 26/2/2021, ARE 1.313.167, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 26/4/2021 e Recurso Extraordinário 1.150.354, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/8/2018. Destarte, para fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: “É infraconstitucional, a ela se aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão dos serviços de capatazia no valor aduaneiro e, consequentemente, na base de cálculo do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do PIS-Importação e da Cofins-Importação." Ex positis, nos termos do artigo 1.035 do Código de Processo Civil de 2015 e artigo 324, § 2..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL da 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPI. PIS-IMPORTAÇÃO. COFINS- IMPORTAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. SERVIÇOS DE CAPATAZIA. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. É inviável, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.298.840-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, DJe de 27/4/2021, grifei) No mesmo sentido, confiram-se as seguintes decisões monocráticas: ARE 1.309.571, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgada em 26/05/2021, ARE 1.306.820, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 14/4/2021, ARE 1.305.950, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 26/2/2021, ARE 1.313.167, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 26/4/2021 e Recurso Extraordinário 1.150.354, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/8/2018. Destarte, para fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: “É infraconstitucional, a ela se aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a controvérsia relativa à inclusão dos serviços de capatazia no valor aduaneiro e, consequentemente, na base de cálculo do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do PIS-Importação e da Cofins-Importação." Ex positis, nos termos do artigo 1.035 do Código de Processo Civil de 2015 e artigo 324, § 2..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL da 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Manifestação sobre a Repercussão Geral ARE 1321554 RG / SC matéria com a aplicação dos efeitos da AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão suscitada e submeto a matéria à apreciação dos demais Ministros da Corte. Brasília, 28 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Supremo Tribunal Federal ARE 1321554 RG / SC matéria com a aplicação dos efeitos da AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão suscitada e submeto a matéria à apreciação dos demais Ministros da Corte. Brasília, 28 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1F1F-711D-DEB9-8B10 e senha 6F91-6016-BDDC-95FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
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Turma do Tribunal Regional Federal da 4 . . . 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Decisão sobre Repercussão Geral 17/06/2021 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.302.501 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE RECTE.(S) :MUNICIPIO DE IVAIPORA ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE IVAIPORA RECDO.(A/S) :MARLENE APARECIDA DA SILVA ADV.(A/S) :EDUARDO KOETZ RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS). LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM SUBMISSÃO A NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. PRECEDENTES. RE 655.283. TEMA 606 DA REPERCUSSÃO GERAL. DISTINGUISHING. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reputou constitucional a questão. O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. No mérito, por unanimidade, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DFDF-F947-0799-9790 e senha 3B18-269A-0DFC-BA7E Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 17 Decisão sobre Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR Ministro LUIZ FUX Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DFDF-F947-0799-9790 e senha 3B18-269A-0DFC-BA7E Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR Ministro LUIZ FUX Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DFDF-F947-0799-9790 e senha 3B18-269A-0DFC-BA7E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.302.501 PARANÁ RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS). LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM SUBMISSÃO A NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. PRECEDENTES. RE 655.283. TEMA 606 DA REPERCUSSÃO GERAL. DISTINGUISHING. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de recurso extraordinário interposto pelo MUNICÍPIO DE IVAIPORÃ/PR, com arrimo nas alíneas a e c do permissivo constitucional, contra acórdão proferido pela 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, assim ementado: “APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.302.501 PARANÁ RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS). LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM SUBMISSÃO A NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. PRECEDENTES. RE 655.283. TEMA 606 DA REPERCUSSÃO GERAL. DISTINGUISHING. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de recurso extraordinário interposto pelo MUNICÍPIO DE IVAIPORÃ/PR, com arrimo nas alíneas a e c do permissivo constitucional, contra acórdão proferido pela 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, assim ementado: “APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR SERVIDOR PÚBLICO. VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO EM RAZÃO DE APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. ALEGAÇÃO DE QUE O ATO ESTÁ AMPARADO NO ART. 41, III, E NO ART. 131, AMBOS DA LEI MUNICIPAL Nº 1.268/05. QUESTÃO SUPERADA POR PRECEDENTE VINCULANTE DO ÓRGÃO ESPECIAL. INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 1.533.873-5/01. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA, CONFORME O ART. 927, V, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SENTENÇA MANTIDA. REEXAME NECESSÁRIO. ALTERAÇÃO DO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA E DE JUROS DE MORA PARA O DA CADERNETA DE POUPANÇA. NÃO INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA NO PERÍODO DE GRAÇA CONSTITUCIONAL. SÚMULA VINCULANTE Nº 17. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARBITRAMENTO APÓS A LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA, CONSOANTE O ART. 85, §4º, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO PELA ATUAÇÃO EM SEGUNDO GRAU. POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO E SENTENÇA REFORMADA, EM PARTE, EM REEXAME NECESSÁRIO. a) O Órgão Especial deste Tribunal de Justiça, ao julgar o Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade nº 1.533.873-5- 01, decidiu dar interpretação conforme aos arts. 41, III, e 131, ambos da Lei Municipal nº 1.268/05, a fim de que a vacância do cargo público decorrente de aposentadoria e a vedação à percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo público não incidam na hipótese de aposentadoria pelo Regime Geral da Previdência Social (TJPR - Órgão Especial - IDI - 1533873-5/01 - Ivaiporã - Rel.: Jorge Wagih Massad - Unânime - J. 03.09.2018). b) Nos termos do art. 927, V, do Código de Processo Civil, os juízes e tribunais devem seguir ‘a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados’. Desse modo, a razão de decidir contida na fundamentação do acórdão do IAC nº 1.533.873-5-01 tem força vinculante e deve ser, 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR SERVIDOR PÚBLICO. VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO EM RAZÃO DE APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. ALEGAÇÃO DE QUE O ATO ESTÁ AMPARADO NO ART. 41, III, E NO ART. 131, AMBOS DA LEI MUNICIPAL Nº 1.268/05. QUESTÃO SUPERADA POR PRECEDENTE VINCULANTE DO ÓRGÃO ESPECIAL. INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 1.533.873-5/01. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA, CONFORME O ART. 927, V, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SENTENÇA MANTIDA. REEXAME NECESSÁRIO. ALTERAÇÃO DO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA E DE JUROS DE MORA PARA O DA CADERNETA DE POUPANÇA. NÃO INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA NO PERÍODO DE GRAÇA CONSTITUCIONAL. SÚMULA VINCULANTE Nº 17. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARBITRAMENTO APÓS A LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA, CONSOANTE O ART. 85, §4º, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO PELA ATUAÇÃO EM SEGUNDO GRAU. POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO E SENTENÇA REFORMADA, EM PARTE, EM REEXAME NECESSÁRIO. a) O Órgão Especial deste Tribunal de Justiça, ao julgar o Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade nº 1.533.873-5- 01, decidiu dar interpretação conforme aos arts. 41, III, e 131, ambos da Lei Municipal nº 1.268/05, a fim de que a vacância do cargo público decorrente de aposentadoria e a vedação à percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo público não incidam na hipótese de aposentadoria pelo Regime Geral da Previdência Social (TJPR - Órgão Especial - IDI - 1533873-5/01 - Ivaiporã - Rel.: Jorge Wagih Massad - Unânime - J. 03.09.2018). b) Nos termos do art. 927, V, do Código de Processo Civil, os juízes e tribunais devem seguir ‘a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados’. Desse modo, a razão de decidir contida na fundamentação do acórdão do IAC nº 1.533.873-5-01 tem força vinculante e deve ser, 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR obrigatoriamente, observada por esta Câmara Cível. c) O índice de correção monetária e de juros de mora aplicável nos casos de condenação da Fazenda Pública é o da caderneta de poupança, consoante art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, ante o efeito suspensivo concedido aos embargos de declaração opostos no RE nº 870.947/SE. d) Nos termos da Súmula Vinculante nº 17: ‘durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos’. e) Considerando que a sentença não é líquida, a fixação dos honorários advocatícios deve ser realizada após a liquidação, a teor do disposto no art. 85, §4º, II, do Código de Processo Civil. ” (Doc. 8, p. 1-2) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 12). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 5º, inciso LV, 37, inciso II e § 10, 39, inciso II, e 41, § 1º, da Constituição Federal (Doc. 22). Em relação à repercussão geral, alega que a questão ultrapassa o interesse subjetivo das partes. Aduz existir “grande interesse social, já que muitos municípios e servidores públicos que estão em posição semelhante” não sabem “quais as efetivas consequências da aposentadoria para o vínculo com o funcionalismo público”. Afirma, ainda, que “a perenização da presente decisão importará em insegurança jurídica”, considerando-se inclusive que o Tribunal de origem “suscitou Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas através do julgamento da AC 2764-02.2017.8.156.0097”. Quanto ao mérito, argumenta que “a Recorrida é servidora pública do Município de Ivaiporã, sendo regida por Estatuto próprio (Lei 1268/2005), e Plano de Carreira (Lei 1269/2015), que estabelece expressamente em seu artigo 41, III, que a vacância do cargo público ocorrerá pela aposentadoria”. Entende, portanto, ter ocorrido a “ruptura do vínculo jurídico existente entre servidor público e a Administração Municipal, de modo que a readmissão do inativo somente pode ocorrer 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR obrigatoriamente, observada por esta Câmara Cível. c) O índice de correção monetária e de juros de mora aplicável nos casos de condenação da Fazenda Pública é o da caderneta de poupança, consoante art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, ante o efeito suspensivo concedido aos embargos de declaração opostos no RE nº 870.947/SE. d) Nos termos da Súmula Vinculante nº 17: ‘durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos’. e) Considerando que a sentença não é líquida, a fixação dos honorários advocatícios deve ser realizada após a liquidação, a teor do disposto no art. 85, §4º, II, do Código de Processo Civil. ” (Doc. 8, p. 1-2) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 12). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 5º, inciso LV, 37, inciso II e § 10, 39, inciso II, e 41, § 1º, da Constituição Federal (Doc. 22). Em relação à repercussão geral, alega que a questão ultrapassa o interesse subjetivo das partes. Aduz existir “grande interesse social, já que muitos municípios e servidores públicos que estão em posição semelhante” não sabem “quais as efetivas consequências da aposentadoria para o vínculo com o funcionalismo público”. Afirma, ainda, que “a perenização da presente decisão importará em insegurança jurídica”, considerando-se inclusive que o Tribunal de origem “suscitou Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas através do julgamento da AC 2764-02.2017.8.156.0097”. Quanto ao mérito, argumenta que “a Recorrida é servidora pública do Município de Ivaiporã, sendo regida por Estatuto próprio (Lei 1268/2005), e Plano de Carreira (Lei 1269/2015), que estabelece expressamente em seu artigo 41, III, que a vacância do cargo público ocorrerá pela aposentadoria”. Entende, portanto, ter ocorrido a “ruptura do vínculo jurídico existente entre servidor público e a Administração Municipal, de modo que a readmissão do inativo somente pode ocorrer 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR após aprovação em novo concurso público e nas hipóteses em que se admite a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração de cargo público”. Desse modo, afirma ter agido dentro da estrita legalidade administrativa. Em contrarrazões, a parte recorrida postula o não conhecimento do recurso, por ausência de repercussão geral no caso específico, falta de prequestionamento da matéria debatida (Súmula 356 do STF) e natureza infraconstitucional do princípio da legalidade (Súmula 636 do STF). Caso conhecido, requer a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 24). Após sobrestamento do recurso extraordinário a fim de aguardar o julgamento de recursos representativos da controvérsia encaminhados a esta Corte (Doc. 25), o despacho foi cancelado em virtude do julgamento dos referidos recursos fora da sistemática da repercussão geral. Assim, retomado o curso do processo, o 1º Vice-Presidente do Tribunal a quo proferiu juízo positivo de admissibilidade deste recurso extraordinário (Doc. 26). É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: reintegração de servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ao mesmo cargo no qual se aposentou, com a consequente acumulação dos proventos e da remuneração, apesar de previsão de vacância do cargo em lei local. Com efeito, a matéria aqui suscitada possui densidade constitucional suficiente para o reconhecimento da existência de repercussão geral, competindo a esta Suprema Corte definir a correta exegese e alcance das normas constitucionais em análise, conferindo unidade interpretativa e consequente isonomia e segurança jurídica para os servidores e entes federados em todo o território nacional. Ressalte-se, ainda, a necessidade de distinção entre a presente controvérsia - aposentadoria pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) de servidor público sem regime próprio de previdência no mesmo cargo público a que pretende manter- 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR após aprovação em novo concurso público e nas hipóteses em que se admite a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração de cargo público”. Desse modo, afirma ter agido dentro da estrita legalidade administrativa. Em contrarrazões, a parte recorrida postula o não conhecimento do recurso, por ausência de repercussão geral no caso específico, falta de prequestionamento da matéria debatida (Súmula 356 do STF) e natureza infraconstitucional do princípio da legalidade (Súmula 636 do STF). Caso conhecido, requer a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 24). Após sobrestamento do recurso extraordinário a fim de aguardar o julgamento de recursos representativos da controvérsia encaminhados a esta Corte (Doc. 25), o despacho foi cancelado em virtude do julgamento dos referidos recursos fora da sistemática da repercussão geral. Assim, retomado o curso do processo, o 1º Vice-Presidente do Tribunal a quo proferiu juízo positivo de admissibilidade deste recurso extraordinário (Doc. 26). É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: reintegração de servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ao mesmo cargo no qual se aposentou, com a consequente acumulação dos proventos e da remuneração, apesar de previsão de vacância do cargo em lei local. Com efeito, a matéria aqui suscitada possui densidade constitucional suficiente para o reconhecimento da existência de repercussão geral, competindo a esta Suprema Corte definir a correta exegese e alcance das normas constitucionais em análise, conferindo unidade interpretativa e consequente isonomia e segurança jurídica para os servidores e entes federados em todo o território nacional. Ressalte-se, ainda, a necessidade de distinção entre a presente controvérsia - aposentadoria pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) de servidor público sem regime próprio de previdência no mesmo cargo público a que pretende manter- 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR se vinculado - e a jurisprudência desta Corte acerca da possibilidade de acumulação de vencimentos de cargo público com proventos de aposentadoria concedida pelo RGPS pela utilização de vínculo contributivo diverso. Demais disso, a temática revela potencial impacto em outros casos, tendo em vista a multiplicidade de recursos sobre essa específica questão constitucional, como revela simples pesquisa de jurisprudência na base de dados desta Corte, que aponta para centenas de julgados, seja no campo unipessoal ou por seus órgãos colegiados. Em reforço, releva notar a existência de incidentes de resolução de demandas repetitivas no âmbito de jurisdição de vários Estados, tais como Minas Gerais (IRDR 1.0002.14.000220-1/003), Rio Grande do Sul (IRDR 70077724862), Paraná (IRDR 0021373-08.2019.8.16.0000) e Mato Grosso do Sul (IRDR 0801383- 62.2018.8.12.0026). Importa, de igual modo, considerar a existência de distinguishing relevante entre a questão versada neste recurso extraordinário com aquela discutida no RE 655.283 (Rel. Min. Marco Aurélio, Tema 606 da Repercussão Geral). De fato, no Tema 606 da repercussão geral, esta Corte foi chamada a decidir, no que aqui interessa, sobre a possibilidade de reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência de aposentadoria espontânea e a respectiva acumulação de proventos com vencimentos. Por outro lado, o presente recurso extraordinário, como relatado, cuida de pedido de reintegração de servidora pública ocupante de cargo efetivo regido pelo regime jurídico estatutário, mas sem regime próprio de previdência. In casu, a servidora municipal requereu aposentadoria voluntária, paga pelo regime geral de previdência (RGPS), e foi exonerada em virtude de expressa previsão legal do Município de que a aposentadoria é causa de vacância do cargo. No que se refere ao mérito da controvérsia, o entendimento firmado por esta Suprema Corte é no sentido de que, se a legislação do ente federativo estabelece que a aposentadoria é causa de vacância, o servidor não pode, sem prestar novo concurso público, manter-se no mesmo cargo 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR se vinculado - e a jurisprudência desta Corte acerca da possibilidade de acumulação de vencimentos de cargo público com proventos de aposentadoria concedida pelo RGPS pela utilização de vínculo contributivo diverso. Demais disso, a temática revela potencial impacto em outros casos, tendo em vista a multiplicidade de recursos sobre essa específica questão constitucional, como revela simples pesquisa de jurisprudência na base de dados desta Corte, que aponta para centenas de julgados, seja no campo unipessoal ou por seus órgãos colegiados. Em reforço, releva notar a existência de incidentes de resolução de demandas repetitivas no âmbito de jurisdição de vários Estados, tais como Minas Gerais (IRDR 1.0002.14.000220-1/003), Rio Grande do Sul (IRDR 70077724862), Paraná (IRDR 0021373-08.2019.8.16.0000) e Mato Grosso do Sul (IRDR 0801383- 62.2018.8.12.0026). Importa, de igual modo, considerar a existência de distinguishing relevante entre a questão versada neste recurso extraordinário com aquela discutida no RE 655.283 (Rel. Min. Marco Aurélio, Tema 606 da Repercussão Geral). De fato, no Tema 606 da repercussão geral, esta Corte foi chamada a decidir, no que aqui interessa, sobre a possibilidade de reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência de aposentadoria espontânea e a respectiva acumulação de proventos com vencimentos. Por outro lado, o presente recurso extraordinário, como relatado, cuida de pedido de reintegração de servidora pública ocupante de cargo efetivo regido pelo regime jurídico estatutário, mas sem regime próprio de previdência. In casu, a servidora municipal requereu aposentadoria voluntária, paga pelo regime geral de previdência (RGPS), e foi exonerada em virtude de expressa previsão legal do Município de que a aposentadoria é causa de vacância do cargo. No que se refere ao mérito da controvérsia, o entendimento firmado por esta Suprema Corte é no sentido de que, se a legislação do ente federativo estabelece que a aposentadoria é causa de vacância, o servidor não pode, sem prestar novo concurso público, manter-se no mesmo cargo 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR ou a ele ser reintegrado depois de se aposentar, ainda que a aposentadoria se dê no âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Ademais, a acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida quando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na atividade. A respeito do tema, colaciono os seguintes julgados: “AGRAVO INTERNO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA DE AMBAS AS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMADA NO SENTIDO DA DECISÃO EMBARGADA. DESCABIMENTO DO RECURSO. 1. Segundo dispõe o art. 332 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, ‘não cabem embargos, se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada (...)’. 2. No caso concreto, o servidor público municipal foi exonerado ao se aposentar pelo Regime Geral de Previdência Social, tendo em vista que o Estatuto dos Servidores do Município estabelece a aposentadoria como causa de vacância do cargo público. 3. As duas Turmas do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL têm entendimento no sentido de que não cabe a reintegração do servidor aposentado ao mesmo cargo público - ainda que, por falta de regime próprio municipal de previdência, a inativação se dê pelo RGPS -, pois (a) tal pretensão constitui burla ao concurso público; (b) não é uma hipótese válida de acumulação de vencimentos com proventos; e (c) trata-se de ofensa à competência do Município para legislar sobre o regime de seus cargos e servidores públicos. 4. Nesse sentido: ARE 1229321 AgR-segundo-EDv, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 18/08/2020, DJe 04-09-2020); RE 1283210 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 20/10/2020, DJe 27-10-2020; RE 1221999 AgR-ED, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 16/06/2020, DJe 18-09- 2020; ARE 1244823 AgR-segundo, Relator(a): CELSO DE 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR ou a ele ser reintegrado depois de se aposentar, ainda que a aposentadoria se dê no âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Ademais, a acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida quando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na atividade. A respeito do tema, colaciono os seguintes julgados: “AGRAVO INTERNO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA DE AMBAS AS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMADA NO SENTIDO DA DECISÃO EMBARGADA. DESCABIMENTO DO RECURSO. 1. Segundo dispõe o art. 332 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, ‘não cabem embargos, se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada (...)’. 2. No caso concreto, o servidor público municipal foi exonerado ao se aposentar pelo Regime Geral de Previdência Social, tendo em vista que o Estatuto dos Servidores do Município estabelece a aposentadoria como causa de vacância do cargo público. 3. As duas Turmas do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL têm entendimento no sentido de que não cabe a reintegração do servidor aposentado ao mesmo cargo público - ainda que, por falta de regime próprio municipal de previdência, a inativação se dê pelo RGPS -, pois (a) tal pretensão constitui burla ao concurso público; (b) não é uma hipótese válida de acumulação de vencimentos com proventos; e (c) trata-se de ofensa à competência do Município para legislar sobre o regime de seus cargos e servidores públicos. 4. Nesse sentido: ARE 1229321 AgR-segundo-EDv, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 18/08/2020, DJe 04-09-2020); RE 1283210 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 20/10/2020, DJe 27-10-2020; RE 1221999 AgR-ED, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 16/06/2020, DJe 18-09- 2020; ARE 1244823 AgR-segundo, Relator(a): CELSO DE 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR MELLO, Segunda Turma, julgado em 31/08/2020, DJe 04-09- 2020; RE 1246309 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 20/03/2020, DJe 31-03-2020; RE 1269302 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 24/08/2020, DJe 04-09-2020. 5. Agravo Interno a que se nega provimento. Na forma do art. 1.021, §§ 4º e 5º, do Código de Processo Civil de 2015, em caso de votação unânime, fica condenado o agravante a pagar ao agravado multa de um por cento do valor atualizado da causa, cujo depósito prévio passa a ser condição para a interposição de qualquer outro recurso (à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final).” (ARE 1.234.192-AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Plenário, DJe de 4/2/2021, grifei) “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL MUNICIPAL. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. PREVISÃO LEGISLATIVA DE VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DE AMBAS AS TURMAS. DIVERGÊNCIA NÃO CONFIGURADA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA REJEITADOS.” (ARE 1.229.321-AgR-segundo-EDv, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe de 4/9/2020, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO PREENCHIDOS. ART. 1.043, I E III, DO CPC/2015. ART. 332 DO RISTF. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL PELO REGIME GERAL. VACÂNCIA DO CARGO PREVISTA EM LEI LOCAL. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR MELLO, Segunda Turma, julgado em 31/08/2020, DJe 04-09- 2020; RE 1246309 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 20/03/2020, DJe 31-03-2020; RE 1269302 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 24/08/2020, DJe 04-09-2020. 5. Agravo Interno a que se nega provimento. Na forma do art. 1.021, §§ 4º e 5º, do Código de Processo Civil de 2015, em caso de votação unânime, fica condenado o agravante a pagar ao agravado multa de um por cento do valor atualizado da causa, cujo depósito prévio passa a ser condição para a interposição de qualquer outro recurso (à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final).” (ARE 1.234.192-AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Plenário, DJe de 4/2/2021, grifei) “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL MUNICIPAL. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. PREVISÃO LEGISLATIVA DE VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DE AMBAS AS TURMAS. DIVERGÊNCIA NÃO CONFIGURADA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA REJEITADOS.” (ARE 1.229.321-AgR-segundo-EDv, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe de 4/9/2020, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO PREENCHIDOS. ART. 1.043, I E III, DO CPC/2015. ART. 332 DO RISTF. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL PELO REGIME GERAL. VACÂNCIA DO CARGO PREVISTA EM LEI LOCAL. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR IMPOSSIBILIDADE DE REINTEGRAÇÃO AO MESMO CARGO PARA ACUMULAR OS PROVENTOS E A REMUNERAÇÃO DO CARGO PÚBLICO. CONSONÂNCIA DO ENTENDIMENTO ADOTADO NO ACÓRDÃO EMBARGADO COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE. PARADIGMA NO MESMO SENTIDO DO ACÓRDÃO EMBARGADO. DISSENSO JURISPRUDENCIAL INTERNA CORPORIS NÃO DEMONSTRADO. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. Mostra-se inespecífico, não evidenciando o dissenso de teses necessário a autorizar a admissibilidade dos embargos de divergência, aresto paradigma assentado sobre premissas fáticas diversas da decisão embargada. 2. Firmada a jurisprudência do Plenário da Corte no sentido da decisão embargada, são incabíveis os embargos (art. 332 do RISTF). 3. Agravo regimental conhecido e não provido.” (RE 1.063.705-AgR-segundo-EDv-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Plenário, DJe de 10/12/2020, grifei) “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CARGO PÚBLICO DE PROVIMENTO EFETIVO. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS COM VENCIMENTOS ORIUNDOS DO MESMO CARGO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de que é possível a acumulação de proventos advindos de aposentadoria no Regime Geral de Previdenciária Social com remuneração de cargo público. A discussão posta neste autos é diversa, uma vez que a parte ora agravante pretende a acumulação de proventos do regime geral com vencimentos da ativa, ambos oriundos do mesmo cargo público. 2. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses de cargos acumuláveis na 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR IMPOSSIBILIDADE DE REINTEGRAÇÃO AO MESMO CARGO PARA ACUMULAR OS PROVENTOS E A REMUNERAÇÃO DO CARGO PÚBLICO. CONSONÂNCIA DO ENTENDIMENTO ADOTADO NO ACÓRDÃO EMBARGADO COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE. PARADIGMA NO MESMO SENTIDO DO ACÓRDÃO EMBARGADO. DISSENSO JURISPRUDENCIAL INTERNA CORPORIS NÃO DEMONSTRADO. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. Mostra-se inespecífico, não evidenciando o dissenso de teses necessário a autorizar a admissibilidade dos embargos de divergência, aresto paradigma assentado sobre premissas fáticas diversas da decisão embargada. 2. Firmada a jurisprudência do Plenário da Corte no sentido da decisão embargada, são incabíveis os embargos (art. 332 do RISTF). 3. Agravo regimental conhecido e não provido.” (RE 1.063.705-AgR-segundo-EDv-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Plenário, DJe de 10/12/2020, grifei) “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CARGO PÚBLICO DE PROVIMENTO EFETIVO. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS COM VENCIMENTOS ORIUNDOS DO MESMO CARGO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de que é possível a acumulação de proventos advindos de aposentadoria no Regime Geral de Previdenciária Social com remuneração de cargo público. A discussão posta neste autos é diversa, uma vez que a parte ora agravante pretende a acumulação de proventos do regime geral com vencimentos da ativa, ambos oriundos do mesmo cargo público. 2. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses de cargos acumuláveis na 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR forma da Constituição, cargos eletivos e cargos em comissão. Precedentes. 3. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao agravante, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015. 4. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 1.294.679-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 10/3/2021, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL OCUPANTE DE CARGO EFETIVO. LEGISLAÇÃO LOCAL QUE PREVÊ A VACÂNCIA DO CARGO APÓS A APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO NO MESMO CARGO QUE OCUPAVA SEM A REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO. CUMULAÇÃO DE VENCIMENTOS COM PROVENTOS DE APOSENTADORIA ORIUNDA DO RGPS. IMPOSSIBILIDADE. APELO EXTREMO DO MUNICÍPIO AGRAVADO PROVIDO. PRECEDENTES. 1. Segundo a legislação municipal a aposentadoria voluntária de servidor público regido pelo RGPS é causa de vacância do cargo público. 2. No caso, a pretensão do Recorrente é de ser reintegrado no mesmo cargo que ocupava antes de sua aposentadoria voluntária sem a realização de novo concurso público. 3. O Tribunal de origem decidiu a causa em divergência com a jurisprudência desta Corte, no sentido de que a reintegração de servidor público efetivo no mesmo cargo público após a aposentadoria exige aprovação em concurso público. 4. Na hipótese, não é possível a acumulação de vencimentos de cargo público com proventos de aposentadoria 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR forma da Constituição, cargos eletivos e cargos em comissão. Precedentes. 3. Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao agravante, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015. 4. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 1.294.679-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 10/3/2021, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL OCUPANTE DE CARGO EFETIVO. LEGISLAÇÃO LOCAL QUE PREVÊ A VACÂNCIA DO CARGO APÓS A APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO NO MESMO CARGO QUE OCUPAVA SEM A REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO. CUMULAÇÃO DE VENCIMENTOS COM PROVENTOS DE APOSENTADORIA ORIUNDA DO RGPS. IMPOSSIBILIDADE. APELO EXTREMO DO MUNICÍPIO AGRAVADO PROVIDO. PRECEDENTES. 1. Segundo a legislação municipal a aposentadoria voluntária de servidor público regido pelo RGPS é causa de vacância do cargo público. 2. No caso, a pretensão do Recorrente é de ser reintegrado no mesmo cargo que ocupava antes de sua aposentadoria voluntária sem a realização de novo concurso público. 3. O Tribunal de origem decidiu a causa em divergência com a jurisprudência desta Corte, no sentido de que a reintegração de servidor público efetivo no mesmo cargo público após a aposentadoria exige aprovação em concurso público. 4. Na hipótese, não é possível a acumulação de vencimentos de cargo público com proventos de aposentadoria 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR oriunda do Regime Geral de Previdência Social. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.” (RE 1.290.168-AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 30/3/2021) “Agravo regimental no recurso extraordinário. Direito Administrativo e Constitucional. Servidor público municipal. Ausência de regime próprio de previdência social. Aposentadoria voluntária pelo Regime Geral de Previdência Social. Previsão de vacância do cargo público em lei municipal. Reintegração. Impossibilidade. Precedentes. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou- se no sentido de que, havendo previsão legislativa municipal de que a aposentadoria é causa de vacância do cargo público, a aposentadoria voluntária de servidor público municipal pelo Regime Geral de Previdência Social impossibilita a reintegração do servidor ao cargo anteriormente ocupado. 2. Agravo regimental não provido.” (RE 1.276.421-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe de 11/2/2021, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. MUNICÍPIO DE VAZANTE. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL PELO REGIME GERAL. VACÂNCIA DO CARGO PREVISTA EM LEI LOCAL. IMPOSSIBILIDADE DE REINTEGRAÇÃO AO MESMO CARGO PARA ACUMULAR OS PROVENTOS E A REMUNERAÇÃO DELE DECORRENTES. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social e prevista a vacância do cargo em lei local, o servidor público municipal não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou a fim de acumular os proventos e a remuneração dele decorrentes. 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR oriunda do Regime Geral de Previdência Social. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.” (RE 1.290.168-AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 30/3/2021) “Agravo regimental no recurso extraordinário. Direito Administrativo e Constitucional. Servidor público municipal. Ausência de regime próprio de previdência social. Aposentadoria voluntária pelo Regime Geral de Previdência Social. Previsão de vacância do cargo público em lei municipal. Reintegração. Impossibilidade. Precedentes. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou- se no sentido de que, havendo previsão legislativa municipal de que a aposentadoria é causa de vacância do cargo público, a aposentadoria voluntária de servidor público municipal pelo Regime Geral de Previdência Social impossibilita a reintegração do servidor ao cargo anteriormente ocupado. 2. Agravo regimental não provido.” (RE 1.276.421-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe de 11/2/2021, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. MUNICÍPIO DE VAZANTE. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL PELO REGIME GERAL. VACÂNCIA DO CARGO PREVISTA EM LEI LOCAL. IMPOSSIBILIDADE DE REINTEGRAÇÃO AO MESMO CARGO PARA ACUMULAR OS PROVENTOS E A REMUNERAÇÃO DELE DECORRENTES. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social e prevista a vacância do cargo em lei local, o servidor público municipal não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou a fim de acumular os proventos e a remuneração dele decorrentes. 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR II – Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do CPC, observados os limites legais. III – Agravo regimental a que se nega provimento.” (RE 1.246.309-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 31/3/2020, grifei) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DO CARGO. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM PRESTAÇÃO DE NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROVIDOS, COM EXCEPCIONAIS EFEITOS INFRINGENTES, PARA DESPROVER O RECURSO EXTRAORDINÁRIO.” (RE 1.221.999-AgR-ED, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 18/9/2020, grifei) Assim, no caso sub examine, observo que o acórdão recorrido divergiu do entendimento dominante desta Corte ao afastar a norma municipal a fim de que a “vacância do cargo público decorrente de aposentadoria e a vedação à percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo público não incidam na hipótese de aposentadoria pelo Regime Geral da Previdência Social”. É certo que a vexata quaestio transcende os limites subjetivos da causa, porquanto o tema em apreço sobressai do ponto de vista constitucional, especialmente em razão da necessidade de, mediante a sistemática de precedentes qualificados, garantir a aplicação uniforme da 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR II – Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do CPC, observados os limites legais. III – Agravo regimental a que se nega provimento.” (RE 1.246.309-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 31/3/2020, grifei) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DO CARGO. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM PRESTAÇÃO DE NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROVIDOS, COM EXCEPCIONAIS EFEITOS INFRINGENTES, PARA DESPROVER O RECURSO EXTRAORDINÁRIO.” (RE 1.221.999-AgR-ED, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 18/9/2020, grifei) Assim, no caso sub examine, observo que o acórdão recorrido divergiu do entendimento dominante desta Corte ao afastar a norma municipal a fim de que a “vacância do cargo público decorrente de aposentadoria e a vedação à percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo público não incidam na hipótese de aposentadoria pelo Regime Geral da Previdência Social”. É certo que a vexata quaestio transcende os limites subjetivos da causa, porquanto o tema em apreço sobressai do ponto de vista constitucional, especialmente em razão da necessidade de, mediante a sistemática de precedentes qualificados, garantir a aplicação uniforme da 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR Constituição Federal com previsibilidade para os jurisdicionados, notadamente quando se verifica a multiplicidade de feitos em diversos municípios brasileiros. Desse modo, considerando a necessidade de se atribuir racionalidade ao sistema de precedentes qualificados, assegurar o relevante papel deste Supremo Tribunal como Corte Constitucional e de prevenir tanto o recebimento de novos recursos extraordinários como a prolação desnecessária de múltiplas decisões sobre idêntica controvérsia, entendo necessária a reafirmação da jurisprudência dominante desta Corte mediante submissão à sistemática da repercussão geral. Destarte, para os fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: “O servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, com previsão de vacância do cargo em lei local, não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou ou nele manter-se, por violação à regra do concurso público e à impossibilidade de acumulação de proventos e remuneração não acumuláveis em atividade.” Ex positis, nos termos dos artigos 323 e 323-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão constitucional suscitada e pela REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE, fixando-se a tese supramencionada. Por fim, nos termos da fundamentação acima exposta, PROVEJO o RECURSO EXTRAORDINÁRIO, para julgar improcedente o pedido de reintegração, e DETERMINO o retorno dos autos ao Tribunal de origem para que aprecie o pedido alternativo contido na inicial. Submeto a matéria à apreciação dos demais Ministros da Suprema Corte. Brasília, 14 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR Constituição Federal com previsibilidade para os jurisdicionados, notadamente quando se verifica a multiplicidade de feitos em diversos municípios brasileiros. Desse modo, considerando a necessidade de se atribuir racionalidade ao sistema de precedentes qualificados, assegurar o relevante papel deste Supremo Tribunal como Corte Constitucional e de prevenir tanto o recebimento de novos recursos extraordinários como a prolação desnecessária de múltiplas decisões sobre idêntica controvérsia, entendo necessária a reafirmação da jurisprudência dominante desta Corte mediante submissão à sistemática da repercussão geral. Destarte, para os fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: “O servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, com previsão de vacância do cargo em lei local, não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou ou nele manter-se, por violação à regra do concurso público e à impossibilidade de acumulação de proventos e remuneração não acumuláveis em atividade.” Ex positis, nos termos dos artigos 323 e 323-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão constitucional suscitada e pela REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE, fixando-se a tese supramencionada. Por fim, nos termos da fundamentação acima exposta, PROVEJO o RECURSO EXTRAORDINÁRIO, para julgar improcedente o pedido de reintegração, e DETERMINO o retorno dos autos ao Tribunal de origem para que aprecie o pedido alternativo contido na inicial. Submeto a matéria à apreciação dos demais Ministros da Suprema Corte. Brasília, 14 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral 17/06/2021 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.302.501 PARANÁ MANIFESTAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR PÚBLICO – APOSENTADORIA – REGIME GERAL – VACÂNCIA – PREVISÃO LEGAL – REINTEGRAÇÃO – PROVENTOS E REMUNERAÇÃO – PERCEPÇÃO SIMULTÂNEA – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. 1. A assessora Adriane da Rocha Callado Henriques prestou as seguintes informações: Eis a síntese do discutido no recurso extraordinário nº 1.302.501, inserido no sistema eletrônico da repercussão geral em 28 de maio de 2021, sexta-feira, relator ministro Luiz Fux, sendo o último dia para manifestação 17 de junho próximo, quinta-feira: O Município de Ivaiporã insurge-se, a partir das alíneas “a” e “c” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, contra acórdão por meio do qual o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná confirmou o entendimento do Juízo quanto à nulidade da declaração de vacância de cargo considerada aposentadoria, determinando a reintegração de servidora ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Supremo Tribunal Federal 17/06/2021 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.302.501 PARANÁ MANIFESTAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR PÚBLICO – APOSENTADORIA – REGIME GERAL – VACÂNCIA – PREVISÃO LEGAL – REINTEGRAÇÃO – PROVENTOS E REMUNERAÇÃO – PERCEPÇÃO SIMULTÂNEA – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. 1. A assessora Adriane da Rocha Callado Henriques prestou as seguintes informações: Eis a síntese do discutido no recurso extraordinário nº 1.302.501, inserido no sistema eletrônico da repercussão geral em 28 de maio de 2021, sexta-feira, relator ministro Luiz Fux, sendo o último dia para manifestação 17 de junho próximo, quinta-feira: O Município de Ivaiporã insurge-se, a partir das alíneas “a” e “c” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, contra acórdão por meio do qual o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná confirmou o entendimento do Juízo quanto à nulidade da declaração de vacância de cargo considerada aposentadoria, determinando a reintegração de servidora ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR que ocupava, com pagamento simultâneo de proventos e remuneração. Aponta violados os artigos 5º, inciso LV, 37, inciso II e § 10, 39, inciso II, e 41, § 1º, 18, cabeça, 24, inciso I, § 1º, 25, cabeça, 163, incisos I e V, e 169, cabeça, da Constituição Federal. Sustenta prever o estatuto dos servidores municipais a vacância do cargo em razão de aposentadoria. Afirma que a continuidade no cargo, após a aposentadoria, implica inobservância do princípio do concurso público. Alude à incompatibilidade de recebimento de proventos e remuneração, porque não cumuláveis. Sublinha ultrapassar a matéria interesse subjetivo, sendo relevante dos pontos de vista jurídico, econômico, social e político. O recurso foi admitido na origem. O Relator submeteu o processo ao Plenário Virtual, manifestando-se pela existência de repercussão maior do tema. Antecipando voto, proveu o recurso extraordinário, evocando a jurisprudência do Tribunal. Propõe a seguinte tese: “O servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, com previsão de vacância do cargo em lei local, não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou ou nele manter-se, por violação à regra do concurso público e à impossibilidade de acumulação de proventos e remuneração não acumuláveis em atividade”. 2. A questão é de envergadura constitucional, a reclamar o crivo do Supremo. Cumpre definir a compatibilidade, com a Constituição Federal, da reintegração ou permanência de servidor público no cargo no qual se aposentou, com percepção simultânea de proventos e remuneração, caso haja previsão estatutária de vacância por aposentadoria. Não cabe o julgamento de fundo. O tema deve ser analisado em momento posterior, sendo aberta oportunidade à sustentação oral, observado o devido processo legal. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR que ocupava, com pagamento simultâneo de proventos e remuneração. Aponta violados os artigos 5º, inciso LV, 37, inciso II e § 10, 39, inciso II, e 41, § 1º, 18, cabeça, 24, inciso I, § 1º, 25, cabeça, 163, incisos I e V, e 169, cabeça, da Constituição Federal. Sustenta prever o estatuto dos servidores municipais a vacância do cargo em razão de aposentadoria. Afirma que a continuidade no cargo, após a aposentadoria, implica inobservância do princípio do concurso público. Alude à incompatibilidade de recebimento de proventos e remuneração, porque não cumuláveis. Sublinha ultrapassar a matéria interesse subjetivo, sendo relevante dos pontos de vista jurídico, econômico, social e político. O recurso foi admitido na origem. O Relator submeteu o processo ao Plenário Virtual, manifestando-se pela existência de repercussão maior do tema. Antecipando voto, proveu o recurso extraordinário, evocando a jurisprudência do Tribunal. Propõe a seguinte tese: “O servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, com previsão de vacância do cargo em lei local, não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou ou nele manter-se, por violação à regra do concurso público e à impossibilidade de acumulação de proventos e remuneração não acumuláveis em atividade”. 2. A questão é de envergadura constitucional, a reclamar o crivo do Supremo. Cumpre definir a compatibilidade, com a Constituição Federal, da reintegração ou permanência de servidor público no cargo no qual se aposentou, com percepção simultânea de proventos e remuneração, caso haja previsão estatutária de vacância por aposentadoria. Não cabe o julgamento de fundo. O tema deve ser analisado em momento posterior, sendo aberta oportunidade à sustentação oral, observado o devido processo legal. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral RE 1302501 RG / PR 3. Pronuncio-me no sentido de estar configurada a repercussão geral. 4. À Assessoria, para acompanhar a tramitação do incidente. 5. Publiquem. Brasília, 2 de junho de 2021. Ministro MARCO AURÉLIO 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Supremo Tribunal Federal RE 1302501 RG / PR 3. Pronuncio-me no sentido de estar configurada a repercussão geral. 4. À Assessoria, para acompanhar a tramitação do incidente. 5. Publiquem. Brasília, 2 de junho de 2021. Ministro MARCO AURÉLIO 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 17
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756923409
2021-06-17T00:00:00
2021-08-25T00:00:00
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reputou constitucional a questão. O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. No mérito, por unanimidade, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria. Ministro LUIZ FUX Relator
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS). LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM SUBMISSÃO A NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. PRECEDENTES. RE 655.283. TEMA 606 DA REPERCUSSÃO GERAL. DISTINGUISHING. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
repercussao-geral11982
- Acórdão(s) citado(s) (SERVIDOR PÚBLICO, REINTEGRAÇÃO, CARGO PÚBLICO, EXIGÊNCIA, CONCURSO PÚBLICO) ARE 1234192 AgR-EDv-AgR (TP), ARE 1229321-AgR-segundo-EDv (TP), RE 1063705-AgR-segundo-EDv-AgR (TP), ARE 1294679-AgR (1ªT), RE 1290168-AgR (2ªT), RE 1276421-AgR (1ªT) 1246309-AgR,(2ªT), RE 1221999-AgR-ED (1ªT). Número de páginas: 17. Análise: 30/08/2021, JSF.
MINISTRO PRESIDENTE
Tribunal Pleno
1302501
[ "LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00055 ART-00018 \"CAPUT\"\r\n ART-00024 INC-00001 PAR-00001 ART-00025\r\n \" CAPUT\" ART-00037 INC-00002 PAR-00010\r\n ART-00039 INC-00002 ART-00041 PAR-00001\r\n ART-00102 INC-00003 LET-A LET-C\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-00323 ART-0323A \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\r\n", "LEG-FED SUMSTF-000356 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n", "LEG-FED SUMSTF-000636 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n", "LEG-MUN LEI-001268 ANO-2005\r\n LEI ORDINÁRIA DO MUNICÍPIO DE IVAIPORÃ, PR\r\n", "LEG-MUN LEI-001269 ANO-2015\r\n ART-00041 INC-00003\r\n LEI ORDINÁRIA DO MUNICÍPIO DE IVAIPORÃ, PR" ]
RE-RG
acordaos
RE 1302501 RG
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RECTE.(S) : MUNICIPIO DE IVAIPORA ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE IVAIPORA RECDO.(A/S) : MARLENE APARECIDA DA SILVA ADV.(A/S) : EDUARDO KOETZ
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Decisão sobre Repercussão Geral 17/06/2021 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.302.501 PARANÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE RECTE.(S) :MUNICIPIO DE IVAIPORA ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE IVAIPORA RECDO.(A/S) :MARLENE APARECIDA DA SILVA ADV.(A/S) :EDUARDO KOETZ RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS). LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM SUBMISSÃO A NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. PRECEDENTES. Recurso Extraordinário 655.283. TEMA 606 DA REPERCUSSÃO GERAL. DISTINGUISHING. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reputou constitucional a questão. O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. No mérito, por unanimidade, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DFDF-F947-0799-9790 e senha 3B18-269A-0DFC-BA7E Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 17 Decisão sobre Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR Ministro LUIZ FUX Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DFDF-F947-0799-9790 e senha 3B18-269A-0DFC-BA7E Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR Ministro LUIZ FUX Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DFDF-F947-0799-9790 e senha 3B18-269A-0DFC-BA7E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.302.501 PARANÁ RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS). LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM SUBMISSÃO A NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. PRECEDENTES. Recurso Extraordinário 655.283. TEMA 606 DA REPERCUSSÃO GERAL. DISTINGUISHING. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de recurso extraordinário interposto pelo MUNICÍPIO DE IVAIPORÃ/PR, com arrimo nas alíneas a e c do permissivo constitucional, contra acórdão proferido pela 2... Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, assim ementado: “APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.302.501 PARANÁ RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS). LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM SUBMISSÃO A NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. PRECEDENTES. Recurso Extraordinário 655.283. TEMA 606 DA REPERCUSSÃO GERAL. DISTINGUISHING. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. MANIFESTAÇÃO: Trata-se de recurso extraordinário interposto pelo MUNICÍPIO DE IVAIPORÃ/PR, com arrimo nas alíneas a e c do permissivo constitucional, contra acórdão proferido pela 2... Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, assim ementado: “APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR SERVIDOR PÚBLICO. VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO EM RAZÃO DE APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. ALEGAÇÃO DE QUE O ATO ESTÁ AMPARADO NO ART. 41, III, E NO ART. 131, AMBOS DA LEI MUNICIPAL n 1.268/05. QUESTÃO SUPERADA POR PRECEDENTE VINCULANTE DO ÓRGÃO ESPECIAL. INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE n 1.533.873-5/01. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA, CONFORME O ART. 927, V, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SENTENÇA MANTIDA. REEXAME NECESSÁRIO. ALTERAÇÃO DO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA E DE JUROS DE MORA PARA O DA CADERNETA DE POUPANÇA. NÃO INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA NO PERÍODO DE GRAÇA CONSTITUCIONAL. SÚMULA VINCULANTE n 17. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARBITRAMENTO APÓS A LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA, CONSOANTE O ART. 85, §4..., II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO PELA ATUAÇÃO EM SEGUNDO GRAU. POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO E SENTENÇA REFORMADA, EM PARTE, EM REEXAME NECESSÁRIO. a) O Órgão Especial deste Tribunal de Justiça, ao julgar o Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade n 1.533.873-5- 01, decidiu dar interpretação conforme aos arts. 41, III, e 131, ambos da Lei Municipal n 1.268/05, a fim de que a vacância do cargo público decorrente de aposentadoria e a vedação à percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo público não incidam na hipótese de aposentadoria pelo Regime Geral da Previdência Social (TJPR - Órgão Especial - IDI - 1533873-5/01 - Ivaiporã - Rel.: Jorge Wagih Massad - Unânime - J. 03.09.2018). b) Nos termos do art. 927, V, do Código de Processo Civil, os juízes e tribunais devem seguir ‘a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados’. Desse modo, a razão de decidir contida na fundamentação do acórdão do IAC n 1.533.873-5-01 tem força vinculante e deve ser, 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR SERVIDOR PÚBLICO. VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO EM RAZÃO DE APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. ALEGAÇÃO DE QUE O ATO ESTÁ AMPARADO NO ART. 41, III, E NO ART. 131, AMBOS DA LEI MUNICIPAL n 1.268/05. QUESTÃO SUPERADA POR PRECEDENTE VINCULANTE DO ÓRGÃO ESPECIAL. INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE n 1.533.873-5/01. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA, CONFORME O ART. 927, V, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SENTENÇA MANTIDA. REEXAME NECESSÁRIO. ALTERAÇÃO DO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA E DE JUROS DE MORA PARA O DA CADERNETA DE POUPANÇA. NÃO INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA NO PERÍODO DE GRAÇA CONSTITUCIONAL. SÚMULA VINCULANTE n 17. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARBITRAMENTO APÓS A LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA, CONSOANTE O ART. 85, §4..., II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO PELA ATUAÇÃO EM SEGUNDO GRAU. POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO E SENTENÇA REFORMADA, EM PARTE, EM REEXAME NECESSÁRIO. a) O Órgão Especial deste Tribunal de Justiça, ao julgar o Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade n 1.533.873-5- 01, decidiu dar interpretação conforme aos arts. 41, III, e 131, ambos da Lei Municipal n 1.268/05, a fim de que a vacância do cargo público decorrente de aposentadoria e a vedação à percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo público não incidam na hipótese de aposentadoria pelo Regime Geral da Previdência Social (TJPR - Órgão Especial - IDI - 1533873-5/01 - Ivaiporã - Rel.: Jorge Wagih Massad - Unânime - J. 03.09.2018). b) Nos termos do art. 927, V, do Código de Processo Civil, os juízes e tribunais devem seguir ‘a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados’. Desse modo, a razão de decidir contida na fundamentação do acórdão do IAC n 1.533.873-5-01 tem força vinculante e deve ser, 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR obrigatoriamente, observada por esta Câmara Cível. c) O índice de correção monetária e de juros de mora aplicável nos casos de condenação da Fazenda Pública é o da caderneta de poupança, consoante art. 1...-F da Lei n 9.494/97, ante o efeito suspensivo concedido aos embargos de declaração opostos no Recurso Extraordinário n 870.947/SE. d) Nos termos da Súmula Vinculante n 17: ‘durante o período previsto no parágrafo 1... do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos’. e) Considerando que a sentença não é líquida, a fixação dos honorários advocatícios deve ser realizada após a liquidação, a teor do disposto no art. 85, §4..., II, do Código de Processo Civil. ” (Doc. 8, p. 1-2) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 12). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 5..., inciso LV, 37, inciso II e § 10, 39, inciso II, e 41, § 1..., da Constituição Federal (Doc. 22). Em relação à repercussão geral, alega que a questão ultrapassa o interesse subjetivo das partes. Aduz existir “grande interesse social, já que muitos municípios e servidores públicos que estão em posição semelhante” não sabem “quais as efetivas consequências da aposentadoria para o vínculo com o funcionalismo público”. Afirma, ainda, que “a perenização da presente decisão importará em insegurança jurídica”, considerando-se inclusive que o Tribunal de origem “suscitou Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas através do julgamento da AC 2764-02.2017.8.156.0097”. Quanto ao mérito, argumenta que “a Recorrida é servidora pública do Município de Ivaiporã, sendo regida por Estatuto próprio (Lei 1268/2005), e Plano de Carreira (Lei 1269/2015), que estabelece expressamente em seu artigo 41, III, que a vacância do cargo público ocorrerá pela aposentadoria”. Entende, portanto, ter ocorrido a “ruptura do vínculo jurídico existente entre servidor público e a Administração Municipal, de modo que a readmissão do inativo somente pode ocorrer 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR obrigatoriamente, observada por esta Câmara Cível. c) O índice de correção monetária e de juros de mora aplicável nos casos de condenação da Fazenda Pública é o da caderneta de poupança, consoante art. 1...-F da Lei n 9.494/97, ante o efeito suspensivo concedido aos embargos de declaração opostos no Recurso Extraordinário n 870.947/SE. d) Nos termos da Súmula Vinculante n 17: ‘durante o período previsto no parágrafo 1... do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos’. e) Considerando que a sentença não é líquida, a fixação dos honorários advocatícios deve ser realizada após a liquidação, a teor do disposto no art. 85, §4..., II, do Código de Processo Civil. ” (Doc. 8, p. 1-2) Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (Doc. 12). Nas razões do apelo extremo, a parte recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 5..., inciso LV, 37, inciso II e § 10, 39, inciso II, e 41, § 1..., da Constituição Federal (Doc. 22). Em relação à repercussão geral, alega que a questão ultrapassa o interesse subjetivo das partes. Aduz existir “grande interesse social, já que muitos municípios e servidores públicos que estão em posição semelhante” não sabem “quais as efetivas consequências da aposentadoria para o vínculo com o funcionalismo público”. Afirma, ainda, que “a perenização da presente decisão importará em insegurança jurídica”, considerando-se inclusive que o Tribunal de origem “suscitou Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas através do julgamento da AC 2764-02.2017.8.156.0097”. Quanto ao mérito, argumenta que “a Recorrida é servidora pública do Município de Ivaiporã, sendo regida por Estatuto próprio (Lei 1268/2005), e Plano de Carreira (Lei 1269/2015), que estabelece expressamente em seu artigo 41, III, que a vacância do cargo público ocorrerá pela aposentadoria”. Entende, portanto, ter ocorrido a “ruptura do vínculo jurídico existente entre servidor público e a Administração Municipal, de modo que a readmissão do inativo somente pode ocorrer 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR após aprovação em novo concurso público e nas hipóteses em que se admite a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração de cargo público”. Desse modo, afirma ter agido dentro da estrita legalidade administrativa. Em contrarrazões, a parte recorrida postula o não conhecimento do recurso, por ausência de repercussão geral no caso específico, falta de prequestionamento da matéria debatida (Súmula 356 do Supremo Tribunal Federal) e natureza infraconstitucional do princípio da legalidade (Súmula 636 do Supremo Tribunal Federal). Caso conhecido, requer a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 24). Após sobrestamento do recurso extraordinário a fim de aguardar o julgamento de recursos representativos da controvérsia encaminhados a esta Corte (Doc. 25), o despacho foi cancelado em virtude do julgamento dos referidos recursos fora da sistemática da repercussão geral. Assim, retomado o curso do processo, o 1... Vice-Presidente do Tribunal a quo proferiu juízo positivo de admissibilidade deste recurso extraordinário (Doc. 26). É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: reintegração de servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ao mesmo cargo no qual se aposentou, com a consequente acumulação dos proventos e da remuneração, apesar de previsão de vacância do cargo em lei local. Com efeito, a matéria aqui suscitada possui densidade constitucional suficiente para o reconhecimento da existência de repercussão geral, competindo a esta Suprema Corte definir a correta exegese e alcance das normas constitucionais em análise, conferindo unidade interpretativa e consequente isonomia e segurança jurídica para os servidores e entes federados em todo o território nacional. Ressalte-se, ainda, a necessidade de distinção entre a presente controvérsia - aposentadoria pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) de servidor público sem regime próprio de previdência no mesmo cargo público a que pretende manter- 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR após aprovação em novo concurso público e nas hipóteses em que se admite a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração de cargo público”. Desse modo, afirma ter agido dentro da estrita legalidade administrativa. Em contrarrazões, a parte recorrida postula o não conhecimento do recurso, por ausência de repercussão geral no caso específico, falta de prequestionamento da matéria debatida (Súmula 356 do Supremo Tribunal Federal) e natureza infraconstitucional do princípio da legalidade (Súmula 636 do Supremo Tribunal Federal). Caso conhecido, requer a manutenção do acórdão recorrido (Doc. 24). Após sobrestamento do recurso extraordinário a fim de aguardar o julgamento de recursos representativos da controvérsia encaminhados a esta Corte (Doc. 25), o despacho foi cancelado em virtude do julgamento dos referidos recursos fora da sistemática da repercussão geral. Assim, retomado o curso do processo, o 1... Vice-Presidente do Tribunal a quo proferiu juízo positivo de admissibilidade deste recurso extraordinário (Doc. 26). É o relatório. Passo a me manifestar. Ab initio, cumpre delimitar a questão controvertida nos autos, qual seja: reintegração de servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ao mesmo cargo no qual se aposentou, com a consequente acumulação dos proventos e da remuneração, apesar de previsão de vacância do cargo em lei local. Com efeito, a matéria aqui suscitada possui densidade constitucional suficiente para o reconhecimento da existência de repercussão geral, competindo a esta Suprema Corte definir a correta exegese e alcance das normas constitucionais em análise, conferindo unidade interpretativa e consequente isonomia e segurança jurídica para os servidores e entes federados em todo o território nacional. Ressalte-se, ainda, a necessidade de distinção entre a presente controvérsia - aposentadoria pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) de servidor público sem regime próprio de previdência no mesmo cargo público a que pretende manter- 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR se vinculado - e a jurisprudência desta Corte acerca da possibilidade de acumulação de vencimentos de cargo público com proventos de aposentadoria concedida pelo RGPS pela utilização de vínculo contributivo diverso. Demais disso, a temática revela potencial impacto em outros casos, tendo em vista a multiplicidade de recursos sobre essa específica questão constitucional, como revela simples pesquisa de jurisprudência na base de dados desta Corte, que aponta para centenas de julgados, seja no campo unipessoal ou por seus órgãos colegiados. Em reforço, releva notar a existência de incidentes de resolução de demandas repetitivas no âmbito de jurisdição de vários Estados, tais como Minas Gerais (IRDR 1.0002.14.000220-1/003), Rio Grande do Sul (IRDR 70077724862), Paraná (IRDR 0021373-08.2019.8.16.0000) e Mato Grosso do Sul (IRDR 0801383- 62.2018.8.12.0026). Importa, de igual modo, considerar a existência de distinguishing relevante entre a questão versada neste recurso extraordinário com aquela discutida no Recurso Extraordinário 655.283 (Rel. Min. Marco Aurélio, Tema 606 da Repercussão Geral). De fato, no Tema 606 da repercussão geral, esta Corte foi chamada a decidir, no que aqui interessa, sobre a possibilidade de reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência de aposentadoria espontânea e a respectiva acumulação de proventos com vencimentos. Por outro lado, o presente recurso extraordinário, como relatado, cuida de pedido de reintegração de servidora pública ocupante de cargo efetivo regido pelo regime jurídico estatutário, mas sem regime próprio de previdência. In casu, a servidora municipal requereu aposentadoria voluntária, paga pelo regime geral de previdência (RGPS), e foi exonerada em virtude de expressa previsão legal do Município de que a aposentadoria é causa de vacância do cargo. No que se refere ao mérito da controvérsia, o entendimento firmado por esta Suprema Corte é no sentido de que, se a legislação do ente federativo estabelece que a aposentadoria é causa de vacância, o servidor não pode, sem prestar novo concurso público, manter-se no mesmo cargo 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR se vinculado - e a jurisprudência desta Corte acerca da possibilidade de acumulação de vencimentos de cargo público com proventos de aposentadoria concedida pelo RGPS pela utilização de vínculo contributivo diverso. Demais disso, a temática revela potencial impacto em outros casos, tendo em vista a multiplicidade de recursos sobre essa específica questão constitucional, como revela simples pesquisa de jurisprudência na base de dados desta Corte, que aponta para centenas de julgados, seja no campo unipessoal ou por seus órgãos colegiados. Em reforço, releva notar a existência de incidentes de resolução de demandas repetitivas no âmbito de jurisdição de vários Estados, tais como Minas Gerais (IRDR 1.0002.14.000220-1/003), Rio Grande do Sul (IRDR 70077724862), Paraná (IRDR 0021373-08.2019.8.16.0000) e Mato Grosso do Sul (IRDR 0801383- 62.2018.8.12.0026). Importa, de igual modo, considerar a existência de distinguishing relevante entre a questão versada neste recurso extraordinário com aquela discutida no Recurso Extraordinário 655.283 (Rel. Min. Marco Aurélio, Tema 606 da Repercussão Geral). De fato, no Tema 606 da repercussão geral, esta Corte foi chamada a decidir, no que aqui interessa, sobre a possibilidade de reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência de aposentadoria espontânea e a respectiva acumulação de proventos com vencimentos. Por outro lado, o presente recurso extraordinário, como relatado, cuida de pedido de reintegração de servidora pública ocupante de cargo efetivo regido pelo regime jurídico estatutário, mas sem regime próprio de previdência. In casu, a servidora municipal requereu aposentadoria voluntária, paga pelo regime geral de previdência (RGPS), e foi exonerada em virtude de expressa previsão legal do Município de que a aposentadoria é causa de vacância do cargo. No que se refere ao mérito da controvérsia, o entendimento firmado por esta Suprema Corte é no sentido de que, se a legislação do ente federativo estabelece que a aposentadoria é causa de vacância, o servidor não pode, sem prestar novo concurso público, manter-se no mesmo cargo 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR ou a ele ser reintegrado depois de se aposentar, ainda que a aposentadoria se dê no âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Ademais, a acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida quando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na atividade. A respeito do tema, colaciono os seguintes julgados: “AGRAVO INTERNO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA DE AMBAS AS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMADA NO SENTIDO DA DECISÃO EMBARGADA. DESCABIMENTO DO RECURSO. 1. Segundo dispõe o art. 332 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, ‘não cabem embargos, se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada (...)’. 2. No caso concreto, o servidor público municipal foi exonerado ao se aposentar pelo Regime Geral de Previdência Social, tendo em vista que o Estatuto dos Servidores do Município estabelece a aposentadoria como causa de vacância do cargo público. 3. As duas Turmas do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL têm entendimento no sentido de que não cabe a reintegração do servidor aposentado ao mesmo cargo público - ainda que, por falta de regime próprio municipal de previdência, a inativação se dê pelo RGPS -, pois (a) tal pretensão constitui burla ao concurso público; (b) não é uma hipótese válida de acumulação de vencimentos com proventos; e (c) trata-se de ofensa à competência do Município para legislar sobre o regime de seus cargos e servidores públicos. 4. Nesse sentido: ARE 1229321 AgR-segundo-EDv, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 18/08/2020, DJe 04-09-2020); Recurso Extraordinário 1283210 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 20/10/2020, DJe 27-10-2020; Recurso Extraordinário 1221999 AgR-ED, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 16/06/2020, DJe 18-09- 2020; ARE 1244823 AgR-segundo, Relator(a): CELSO DE 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR ou a ele ser reintegrado depois de se aposentar, ainda que a aposentadoria se dê no âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Ademais, a acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida quando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na atividade. A respeito do tema, colaciono os seguintes julgados: “AGRAVO INTERNO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA DE AMBAS AS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMADA NO SENTIDO DA DECISÃO EMBARGADA. DESCABIMENTO DO RECURSO. 1. Segundo dispõe o art. 332 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, ‘não cabem embargos, se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada (...)’. 2. No caso concreto, o servidor público municipal foi exonerado ao se aposentar pelo Regime Geral de Previdência Social, tendo em vista que o Estatuto dos Servidores do Município estabelece a aposentadoria como causa de vacância do cargo público. 3. As duas Turmas do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL têm entendimento no sentido de que não cabe a reintegração do servidor aposentado ao mesmo cargo público - ainda que, por falta de regime próprio municipal de previdência, a inativação se dê pelo RGPS -, pois (a) tal pretensão constitui burla ao concurso público; (b) não é uma hipótese válida de acumulação de vencimentos com proventos; e (c) trata-se de ofensa à competência do Município para legislar sobre o regime de seus cargos e servidores públicos. 4. Nesse sentido: ARE 1229321 AgR-segundo-EDv, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 18/08/2020, DJe 04-09-2020); Recurso Extraordinário 1283210 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 20/10/2020, DJe 27-10-2020; Recurso Extraordinário 1221999 AgR-ED, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 16/06/2020, DJe 18-09- 2020; ARE 1244823 AgR-segundo, Relator(a): CELSO DE 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR MELLO, Segunda Turma, julgado em 31/08/2020, DJe 04-09- 2020; Recurso Extraordinário 1246309 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 20/03/2020, DJe 31-03-2020; Recurso Extraordinário 1269302 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 24/08/2020, DJe 04-09-2020. 5. Agravo Interno a que se nega provimento. Na forma do art. 1.021, §§ 4... e 5..., do Código de Processo Civil de 2015, em caso de votação unânime, fica condenado o agravante a pagar ao agravado multa de um por cento do valor atualizado da causa, cujo depósito prévio passa a ser condição para a interposição de qualquer outro recurso (à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final).” (ARE 1.234.192-AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Plenário, DJe de 4/2/2021, grifei) “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL MUNICIPAL. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. PREVISÃO LEGISLATIVA DE VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DE AMBAS AS TURMAS. DIVERGÊNCIA NÃO CONFIGURADA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA REJEITADOS.” (ARE 1.229.321-AgR-segundo-EDv, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe de 4/9/2020, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO PREENCHIDOS. ART. 1.043, I E III, DO Código de Processo Civil/2015. ART. 332 DO RISTF. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL PELO REGIME GERAL. VACÂNCIA DO CARGO PREVISTA EM LEI LOCAL. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR MELLO, Segunda Turma, julgado em 31/08/2020, DJe 04-09- 2020; Recurso Extraordinário 1246309 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 20/03/2020, DJe 31-03-2020; Recurso Extraordinário 1269302 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 24/08/2020, DJe 04-09-2020. 5. Agravo Interno a que se nega provimento. Na forma do art. 1.021, §§ 4... e 5..., do Código de Processo Civil de 2015, em caso de votação unânime, fica condenado o agravante a pagar ao agravado multa de um por cento do valor atualizado da causa, cujo depósito prévio passa a ser condição para a interposição de qualquer outro recurso (à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final).” (ARE 1.234.192-AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Plenário, DJe de 4/2/2021, grifei) “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL MUNICIPAL. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. PREVISÃO LEGISLATIVA DE VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DE AMBAS AS TURMAS. DIVERGÊNCIA NÃO CONFIGURADA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA REJEITADOS.” (ARE 1.229.321-AgR-segundo-EDv, Rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, DJe de 4/9/2020, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO PREENCHIDOS. ART. 1.043, I E III, DO Código de Processo Civil/2015. ART. 332 DO RISTF. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL PELO REGIME GERAL. VACÂNCIA DO CARGO PREVISTA EM LEI LOCAL. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR IMPOSSIBILIDADE DE REINTEGRAÇÃO AO MESMO CARGO PARA ACUMULAR OS PROVENTOS E A REMUNERAÇÃO DO CARGO PÚBLICO. CONSONÂNCIA DO ENTENDIMENTO ADOTADO NO ACÓRDÃO EMBARGADO COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE. PARADIGMA NO MESMO SENTIDO DO ACÓRDÃO EMBARGADO. DISSENSO JURISPRUDENCIAL INTERNA CORPORIS NÃO DEMONSTRADO. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. Mostra-se inespecífico, não evidenciando o dissenso de teses necessário a autorizar a admissibilidade dos embargos de divergência, aresto paradigma assentado sobre premissas fáticas diversas da decisão embargada. 2. Firmada a jurisprudência do Plenário da Corte no sentido da decisão embargada, são incabíveis os embargos (art. 332 do RISTF). 3. Agravo regimental conhecido e não provido.” (Recurso Extraordinário 1.063.705-AgR-segundo-EDv-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Plenário, DJe de 10/12/2020, grifei) “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CARGO PÚBLICO DE PROVIMENTO EFETIVO. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS COM VENCIMENTOS ORIUNDOS DO MESMO CARGO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de que é possível a acumulação de proventos advindos de aposentadoria no Regime Geral de Previdenciária Social com remuneração de cargo público. A discussão posta neste autos é diversa, uma vez que a parte ora agravante pretende a acumulação de proventos do regime geral com vencimentos da ativa, ambos oriundos do mesmo cargo público. 2. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses de cargos acumuláveis na 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR IMPOSSIBILIDADE DE REINTEGRAÇÃO AO MESMO CARGO PARA ACUMULAR OS PROVENTOS E A REMUNERAÇÃO DO CARGO PÚBLICO. CONSONÂNCIA DO ENTENDIMENTO ADOTADO NO ACÓRDÃO EMBARGADO COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE. PARADIGMA NO MESMO SENTIDO DO ACÓRDÃO EMBARGADO. DISSENSO JURISPRUDENCIAL INTERNA CORPORIS NÃO DEMONSTRADO. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. Mostra-se inespecífico, não evidenciando o dissenso de teses necessário a autorizar a admissibilidade dos embargos de divergência, aresto paradigma assentado sobre premissas fáticas diversas da decisão embargada. 2. Firmada a jurisprudência do Plenário da Corte no sentido da decisão embargada, são incabíveis os embargos (art. 332 do RISTF). 3. Agravo regimental conhecido e não provido.” (Recurso Extraordinário 1.063.705-AgR-segundo-EDv-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Plenário, DJe de 10/12/2020, grifei) “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CARGO PÚBLICO DE PROVIMENTO EFETIVO. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS COM VENCIMENTOS ORIUNDOS DO MESMO CARGO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de que é possível a acumulação de proventos advindos de aposentadoria no Regime Geral de Previdenciária Social com remuneração de cargo público. A discussão posta neste autos é diversa, uma vez que a parte ora agravante pretende a acumulação de proventos do regime geral com vencimentos da ativa, ambos oriundos do mesmo cargo público. 2. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses de cargos acumuláveis na 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR forma da Constituição, cargos eletivos e cargos em comissão. Precedentes. 3. Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao agravante, nos termos do art. 98, § 3..., do Código de Processo Civil/2015. 4. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 1.294.679-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 10/3/2021, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL OCUPANTE DE CARGO EFETIVO. LEGISLAÇÃO LOCAL QUE PREVÊ A VACÂNCIA DO CARGO APÓS A APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO NO MESMO CARGO QUE OCUPAVA SEM A REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO. CUMULAÇÃO DE VENCIMENTOS COM PROVENTOS DE APOSENTADORIA ORIUNDA DO RGPS. IMPOSSIBILIDADE. APELO EXTREMO DO MUNICÍPIO AGRAVADO PROVIDO. PRECEDENTES. 1. Segundo a legislação municipal a aposentadoria voluntária de servidor público regido pelo RGPS é causa de vacância do cargo público. 2. No caso, a pretensão do Recorrente é de ser reintegrado no mesmo cargo que ocupava antes de sua aposentadoria voluntária sem a realização de novo concurso público. 3. O Tribunal de origem decidiu a causa em divergência com a jurisprudência desta Corte, no sentido de que a reintegração de servidor público efetivo no mesmo cargo público após a aposentadoria exige aprovação em concurso público. 4. Na hipótese, não é possível a acumulação de vencimentos de cargo público com proventos de aposentadoria 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR forma da Constituição, cargos eletivos e cargos em comissão. Precedentes. 3. Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. Tal verba, contudo, fica com sua exigibilidade suspensa em razão do deferimento da assistência judiciária gratuita ao agravante, nos termos do art. 98, § 3..., do Código de Processo Civil/2015. 4. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 1.294.679-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 10/3/2021, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL OCUPANTE DE CARGO EFETIVO. LEGISLAÇÃO LOCAL QUE PREVÊ A VACÂNCIA DO CARGO APÓS A APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO NO MESMO CARGO QUE OCUPAVA SEM A REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO. CUMULAÇÃO DE VENCIMENTOS COM PROVENTOS DE APOSENTADORIA ORIUNDA DO RGPS. IMPOSSIBILIDADE. APELO EXTREMO DO MUNICÍPIO AGRAVADO PROVIDO. PRECEDENTES. 1. Segundo a legislação municipal a aposentadoria voluntária de servidor público regido pelo RGPS é causa de vacância do cargo público. 2. No caso, a pretensão do Recorrente é de ser reintegrado no mesmo cargo que ocupava antes de sua aposentadoria voluntária sem a realização de novo concurso público. 3. O Tribunal de origem decidiu a causa em divergência com a jurisprudência desta Corte, no sentido de que a reintegração de servidor público efetivo no mesmo cargo público após a aposentadoria exige aprovação em concurso público. 4. Na hipótese, não é possível a acumulação de vencimentos de cargo público com proventos de aposentadoria 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR oriunda do Regime Geral de Previdência Social. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.” (Recurso Extraordinário 1.290.168-AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 30/3/2021) “Agravo regimental no recurso extraordinário. Direito Administrativo e Constitucional. Servidor público municipal. Ausência de regime próprio de previdência social. Aposentadoria voluntária pelo Regime Geral de Previdência Social. Previsão de vacância do cargo público em lei municipal. Reintegração. Impossibilidade. Precedentes. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou- se no sentido de que, havendo previsão legislativa municipal de que a aposentadoria é causa de vacância do cargo público, a aposentadoria voluntária de servidor público municipal pelo Regime Geral de Previdência Social impossibilita a reintegração do servidor ao cargo anteriormente ocupado. 2. Agravo regimental não provido.” (Recurso Extraordinário 1.276.421-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe de 11/2/2021, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. MUNICÍPIO DE VAZANTE. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL PELO REGIME GERAL. VACÂNCIA DO CARGO PREVISTA EM LEI LOCAL. IMPOSSIBILIDADE DE REINTEGRAÇÃO AO MESMO CARGO PARA ACUMULAR OS PROVENTOS E A REMUNERAÇÃO DELE DECORRENTES. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social e prevista a vacância do cargo em lei local, o servidor público municipal não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou a fim de acumular os proventos e a remuneração dele decorrentes. 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR oriunda do Regime Geral de Previdência Social. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.” (Recurso Extraordinário 1.290.168-AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe de 30/3/2021) “Agravo regimental no recurso extraordinário. Direito Administrativo e Constitucional. Servidor público municipal. Ausência de regime próprio de previdência social. Aposentadoria voluntária pelo Regime Geral de Previdência Social. Previsão de vacância do cargo público em lei municipal. Reintegração. Impossibilidade. Precedentes. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou- se no sentido de que, havendo previsão legislativa municipal de que a aposentadoria é causa de vacância do cargo público, a aposentadoria voluntária de servidor público municipal pelo Regime Geral de Previdência Social impossibilita a reintegração do servidor ao cargo anteriormente ocupado. 2. Agravo regimental não provido.” (Recurso Extraordinário 1.276.421-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe de 11/2/2021, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. MUNICÍPIO DE VAZANTE. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL PELO REGIME GERAL. VACÂNCIA DO CARGO PREVISTA EM LEI LOCAL. IMPOSSIBILIDADE DE REINTEGRAÇÃO AO MESMO CARGO PARA ACUMULAR OS PROVENTOS E A REMUNERAÇÃO DELE DECORRENTES. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social e prevista a vacância do cargo em lei local, o servidor público municipal não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou a fim de acumular os proventos e a remuneração dele decorrentes. 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR II – Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites legais. III – Agravo regimental a que se nega provimento.” (Recurso Extraordinário 1.246.309-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 31/3/2020, grifei) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DO CARGO. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM PRESTAÇÃO DE NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROVIDOS, COM EXCEPCIONAIS EFEITOS INFRINGENTES, PARA DESPROVER O RECURSO EXTRAORDINÁRIO.” (Recurso Extraordinário 1.221.999-AgR-ED, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 18/9/2020, grifei) Assim, no caso sub examine, observo que o acórdão recorrido divergiu do entendimento dominante desta Corte ao afastar a norma municipal a fim de que a “vacância do cargo público decorrente de aposentadoria e a vedação à percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo público não incidam na hipótese de aposentadoria pelo Regime Geral da Previdência Social”. É certo que a vexata quaestio transcende os limites subjetivos da causa, porquanto o tema em apreço sobressai do ponto de vista constitucional, especialmente em razão da necessidade de, mediante a sistemática de precedentes qualificados, garantir a aplicação uniforme da 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR II – Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites legais. III – Agravo regimental a que se nega provimento.” (Recurso Extraordinário 1.246.309-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 31/3/2020, grifei) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DO CARGO. AUSÊNCIA DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO QUE ESTABELECE A APOSENTADORIA COMO CAUSA DE VACÂNCIA. MANUTENÇÃO OU REINTEGRAÇÃO AO CARGO SEM PRESTAÇÃO DE NOVO CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DE CARGOS, FUNÇÕES OU EMPREGOS ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROVIDOS, COM EXCEPCIONAIS EFEITOS INFRINGENTES, PARA DESPROVER O RECURSO EXTRAORDINÁRIO.” (Recurso Extraordinário 1.221.999-AgR-ED, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 18/9/2020, grifei) Assim, no caso sub examine, observo que o acórdão recorrido divergiu do entendimento dominante desta Corte ao afastar a norma municipal a fim de que a “vacância do cargo público decorrente de aposentadoria e a vedação à percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo público não incidam na hipótese de aposentadoria pelo Regime Geral da Previdência Social”. É certo que a vexata quaestio transcende os limites subjetivos da causa, porquanto o tema em apreço sobressai do ponto de vista constitucional, especialmente em razão da necessidade de, mediante a sistemática de precedentes qualificados, garantir a aplicação uniforme da 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR Constituição Federal com previsibilidade para os jurisdicionados, notadamente quando se verifica a multiplicidade de feitos em diversos municípios brasileiros. Desse modo, considerando a necessidade de se atribuir racionalidade ao sistema de precedentes qualificados, assegurar o relevante papel deste Supremo Tribunal como Corte Constitucional e de prevenir tanto o recebimento de novos recursos extraordinários como a prolação desnecessária de múltiplas decisões sobre idêntica controvérsia, entendo necessária a reafirmação da jurisprudência dominante desta Corte mediante submissão à sistemática da repercussão geral. Destarte, para os fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: “O servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, com previsão de vacância do cargo em lei local, não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou ou nele manter-se, por violação à regra do concurso público e à impossibilidade de acumulação de proventos e remuneração não acumuláveis em atividade.” Ex positis, nos termos dos artigos 323 e 323-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão constitucional suscitada e pela REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE, fixando-se a tese supramencionada. Por fim, nos termos da fundamentação acima exposta, PROVEJO o RECURSO EXTRAORDINÁRIO, para julgar improcedente o pedido de reintegração, e DETERMINO o retorno dos autos ao Tribunal de origem para que aprecie o pedido alternativo contido na inicial. Submeto a matéria à apreciação dos demais Ministros da Suprema Corte. Brasília, 14 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR Constituição Federal com previsibilidade para os jurisdicionados, notadamente quando se verifica a multiplicidade de feitos em diversos municípios brasileiros. Desse modo, considerando a necessidade de se atribuir racionalidade ao sistema de precedentes qualificados, assegurar o relevante papel deste Supremo Tribunal como Corte Constitucional e de prevenir tanto o recebimento de novos recursos extraordinários como a prolação desnecessária de múltiplas decisões sobre idêntica controvérsia, entendo necessária a reafirmação da jurisprudência dominante desta Corte mediante submissão à sistemática da repercussão geral. Destarte, para os fins da repercussão geral, proponho a seguinte tese: “O servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, com previsão de vacância do cargo em lei local, não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou ou nele manter-se, por violação à regra do concurso público e à impossibilidade de acumulação de proventos e remuneração não acumuláveis em atividade.” Ex positis, nos termos dos artigos 323 e 323-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, manifesto-me pela EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da questão constitucional suscitada e pela REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE, fixando-se a tese supramencionada. Por fim, nos termos da fundamentação acima exposta, PROVEJO o RECURSO EXTRAORDINÁRIO, para julgar improcedente o pedido de reintegração, e DETERMINO o retorno dos autos ao Tribunal de origem para que aprecie o pedido alternativo contido na inicial. Submeto a matéria à apreciação dos demais Ministros da Suprema Corte. Brasília, 14 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX Presidente Documento assinado digitalmente 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E2EB-57BD-FA05-D0F3 e senha 6511-A18D-DDDF-E127 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral 17/06/2021 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.302.501 PARANÁ MANIFESTAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR PÚBLICO – APOSENTADORIA – REGIME GERAL – VACÂNCIA – PREVISÃO LEGAL – REINTEGRAÇÃO – PROVENTOS E REMUNERAÇÃO – PERCEPÇÃO SIMULTÂNEA – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. 1. A assessora Adriane da Rocha Callado Henriques prestou as seguintes informações: Eis a síntese do discutido no recurso extraordinário n 1.302.501, inserido no sistema eletrônico da repercussão geral em 28 de maio de 2021, sexta-feira, relator ministro Luiz Fux, sendo o último dia para manifestação 17 de junho próximo, quinta-feira: O Município de Ivaiporã insurge-se, a partir das alíneas “a” e “c” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, contra acórdão por meio do qual o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná confirmou o entendimento do Juízo quanto à nulidade da declaração de vacância de cargo considerada aposentadoria, determinando a reintegração de servidora ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Supremo Tribunal Federal 17/06/2021 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.302.501 PARANÁ MANIFESTAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR PÚBLICO – APOSENTADORIA – REGIME GERAL – VACÂNCIA – PREVISÃO LEGAL – REINTEGRAÇÃO – PROVENTOS E REMUNERAÇÃO – PERCEPÇÃO SIMULTÂNEA – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. 1. A assessora Adriane da Rocha Callado Henriques prestou as seguintes informações: Eis a síntese do discutido no recurso extraordinário n 1.302.501, inserido no sistema eletrônico da repercussão geral em 28 de maio de 2021, sexta-feira, relator ministro Luiz Fux, sendo o último dia para manifestação 17 de junho próximo, quinta-feira: O Município de Ivaiporã insurge-se, a partir das alíneas “a” e “c” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, contra acórdão por meio do qual o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná confirmou o entendimento do Juízo quanto à nulidade da declaração de vacância de cargo considerada aposentadoria, determinando a reintegração de servidora ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR que ocupava, com pagamento simultâneo de proventos e remuneração. Aponta violados os artigos 5..., inciso LV, 37, inciso II e § 10, 39, inciso II, e 41, § 1..., 18, cabeça, 24, inciso I, § 1..., 25, cabeça, 163, incisos I e V, e 169, cabeça, da Constituição Federal. Sustenta prever o estatuto dos servidores municipais a vacância do cargo em razão de aposentadoria. Afirma que a continuidade no cargo, após a aposentadoria, implica inobservância do princípio do concurso público. Alude à incompatibilidade de recebimento de proventos e remuneração, porque não cumuláveis. Sublinha ultrapassar a matéria interesse subjetivo, sendo relevante dos pontos de vista jurídico, econômico, social e político. O recurso foi admitido na origem. O Relator submeteu o processo ao Plenário Virtual, manifestando-se pela existência de repercussão maior do tema. Antecipando voto, proveu o recurso extraordinário, evocando a jurisprudência do Tribunal. Propõe a seguinte tese: “O servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, com previsão de vacância do cargo em lei local, não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou ou nele manter-se, por violação à regra do concurso público e à impossibilidade de acumulação de proventos e remuneração não acumuláveis em atividade”. 2. A questão é de envergadura constitucional, a reclamar o crivo do Supremo. Cumpre definir a compatibilidade, com a Constituição Federal, da reintegração ou permanência de servidor público no cargo no qual se aposentou, com percepção simultânea de proventos e remuneração, caso haja previsão estatutária de vacância por aposentadoria. Não cabe o julgamento de fundo. O tema deve ser analisado em momento posterior, sendo aberta oportunidade à sustentação oral, observado o devido processo legal. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR que ocupava, com pagamento simultâneo de proventos e remuneração. Aponta violados os artigos 5..., inciso LV, 37, inciso II e § 10, 39, inciso II, e 41, § 1..., 18, cabeça, 24, inciso I, § 1..., 25, cabeça, 163, incisos I e V, e 169, cabeça, da Constituição Federal. Sustenta prever o estatuto dos servidores municipais a vacância do cargo em razão de aposentadoria. Afirma que a continuidade no cargo, após a aposentadoria, implica inobservância do princípio do concurso público. Alude à incompatibilidade de recebimento de proventos e remuneração, porque não cumuláveis. Sublinha ultrapassar a matéria interesse subjetivo, sendo relevante dos pontos de vista jurídico, econômico, social e político. O recurso foi admitido na origem. O Relator submeteu o processo ao Plenário Virtual, manifestando-se pela existência de repercussão maior do tema. Antecipando voto, proveu o recurso extraordinário, evocando a jurisprudência do Tribunal. Propõe a seguinte tese: “O servidor público aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, com previsão de vacância do cargo em lei local, não tem direito a ser reintegrado ao mesmo cargo no qual se aposentou ou nele manter-se, por violação à regra do concurso público e à impossibilidade de acumulação de proventos e remuneração não acumuláveis em atividade”. 2. A questão é de envergadura constitucional, a reclamar o crivo do Supremo. Cumpre definir a compatibilidade, com a Constituição Federal, da reintegração ou permanência de servidor público no cargo no qual se aposentou, com percepção simultânea de proventos e remuneração, caso haja previsão estatutária de vacância por aposentadoria. Não cabe o julgamento de fundo. O tema deve ser analisado em momento posterior, sendo aberta oportunidade à sustentação oral, observado o devido processo legal. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 17 Manifestação sobre a Repercussão Geral Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR 3. Pronuncio-me no sentido de estar configurada a repercussão geral. 4. À Assessoria, para acompanhar a tramitação do incidente. 5. Publiquem. Brasília, 2 de junho de 2021. Ministro MARCO AURÉLIO 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1302501 RG / PR 3. Pronuncio-me no sentido de estar configurada a repercussão geral. 4. À Assessoria, para acompanhar a tramitação do incidente. 5. Publiquem. Brasília, 2 de junho de 2021. Ministro MARCO AURÉLIO 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8E8-BC2A-212E-FD9A e senha 7516-75FC-A94E-2E54 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 17
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Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná", "Órgão Especial deste Tribunal de Justiça", "TJPR", "Órgão Especial", "IDI", "IAC", "Supremo Tribunal Federal", "Órgão Especial deste Tribunal de Justiça", "TJPR", "Órgão Especial", "Fazenda Pública", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema Corte", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema", "Paraná", "Suprema", "Supremo Tribunal Federal", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Plenário", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Tribunal Pleno", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Plenário", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Tribunal Pleno", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Fazenda Pública", "Plenário", "Plenário", "Plenário da Corte", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário da Corte", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "REGIME GERAL DE", "RGPS", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal", "Suprema Corte", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal", "Suprema Corte", "PLENÁRIO", "Tribunal de Justiça do Estado do Paraná", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Tribunal de Justiça do Estado do Paraná", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário Virtual", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário Virtual", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal" ], "PESSOA": [ "MARLENE APARECIDA DA SILVA", "EDUARDO KOETZ", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "Jorge Wagih Massad", "Jorge Wagih 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Ementa e Acórdão 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. :SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) :MARCOS GOMES RIBEIRO EMENTA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES ESTADUAIS. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. AGENTES SOCIOEDUCATIVOS E TÉCNICOS DE NÍVEL SUPERIOR. AUSÊNCIA DE EXCEPCIONALIDADE. PRINCÍPIO DO CONCURSO PÚBLICO (CF, ART. 37, II). INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. É expletiva, além de insuficiente para implicar revogação automática de lei, a cláusula que evoca a revogação do que for contrário ao texto aprovado (LINDB, art. 2º, § 1º). Dispositivos da Lei Complementar n. 809/2015 do Estado do Espírito Santo validam contratações temporárias ocorridas antes de sua vigência, sob a égide de diplomas legislativos anteriores. Preliminar rejeitada. 2. A custódia de crianças e adolescentes que cumprem medidas Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 40B5-CEBD-B637-BBBE e senha A362-318E-C3D7-E77A Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 103 Ementa e Acórdão ADI 5664 / ES socioeducativas é tarefa ordinária, permanente e previsível do Estado, e a ela devem corresponder cargos públicos de provimento efetivo, mediante a realização de prévio concurso público, atendidas a natureza e a complexidade (CF, art. 37, II). 3. A contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior com a finalidade de atender necessidade educacional deve ser excepcional e voltada apenas a garantir a continuidade do serviço, até que a vacância de cargo público seja resolvida. 4. São eivadas de inconstitucionalidade as Leis Complementares n. 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. 5. Tendo em vista os princípios da segurança jurídica e da continuidade do serviço público, é pertinente a modulação dos efeitos da decisão (Lei n. 9.868/1999, art. 27), garantindo-se a vigência das contratações temporárias celebradas com base nos citados diplomas, até que expirem os prazos de duração. Nesse ínterim, o Poder Público local deverá prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases) passe, em até dois anos, contados da publicação da ata de julgamento, a desincumbir-se de suas atribuições, em sintonia com a regra do art. 37, II, da Lei Maior. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão realizada em 16 de junho de 2021, sob a Presidência do ministro Luiz Fux, na conformidade da ata de julgamentos, por maioria, em julgar procedente o pedido formulado na ação direta para declarar inconstitucionais a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 40B5-CEBD-B637-BBBE e senha A362-318E-C3D7-E77A Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES socioeducativas é tarefa ordinária, permanente e previsível do Estado, e a ela devem corresponder cargos públicos de provimento efetivo, mediante a realização de prévio concurso público, atendidas a natureza e a complexidade (CF, art. 37, II). 3. A contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior com a finalidade de atender necessidade educacional deve ser excepcional e voltada apenas a garantir a continuidade do serviço, até que a vacância de cargo público seja resolvida. 4. São eivadas de inconstitucionalidade as Leis Complementares n. 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. 5. Tendo em vista os princípios da segurança jurídica e da continuidade do serviço público, é pertinente a modulação dos efeitos da decisão (Lei n. 9.868/1999, art. 27), garantindo-se a vigência das contratações temporárias celebradas com base nos citados diplomas, até que expirem os prazos de duração. Nesse ínterim, o Poder Público local deverá prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases) passe, em até dois anos, contados da publicação da ata de julgamento, a desincumbir-se de suas atribuições, em sintonia com a regra do art. 37, II, da Lei Maior. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão realizada em 16 de junho de 2021, sob a Presidência do ministro Luiz Fux, na conformidade da ata de julgamentos, por maioria, em julgar procedente o pedido formulado na ação direta para declarar inconstitucionais a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 40B5-CEBD-B637-BBBE e senha A362-318E-C3D7-E77A Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 103 Ementa e Acórdão ADI 5664 / ES do Estado do Espírito Santo, vencidos os ministros Alexandre de Moraes, que o julgava prejudicado e, vencido, improcedente, e Ricardo Lewandowski, que o julgava improcedente, com a determinação de envio dos autos ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Por maioria, modularam os efeitos da decisão, garantindo a vigência das contratações temporárias eventualmente celebradas com base nas leis ora expungidas do ordenamento jurídico até que expirem os prazos de duração originariamente previstos, devendo o Poder Público capixaba prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), em até dois anos, contados da publicação desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições, em sintonia com a regra constitucional constante do art. 37, II, da Lei Maior, vencidos os ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin. Redigirá o acórdão o ministro Nunes Marques. Falou, pelo requerente, o Dr. Humberto Jacques de Medeiros, Vice-Procurador-Geral da República. Brasília, 16 de junho de 2021. Ministro NUNES MARQUES Redator do acórdão 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 40B5-CEBD-B637-BBBE e senha A362-318E-C3D7-E77A Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES do Estado do Espírito Santo, vencidos os ministros Alexandre de Moraes, que o julgava prejudicado e, vencido, improcedente, e Ricardo Lewandowski, que o julgava improcedente, com a determinação de envio dos autos ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Por maioria, modularam os efeitos da decisão, garantindo a vigência das contratações temporárias eventualmente celebradas com base nas leis ora expungidas do ordenamento jurídico até que expirem os prazos de duração originariamente previstos, devendo o Poder Público capixaba prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), em até dois anos, contados da publicação desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições, em sintonia com a regra constitucional constante do art. 37, II, da Lei Maior, vencidos os ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin. Redigirá o acórdão o ministro Nunes Marques. Falou, pelo requerente, o Dr. Humberto Jacques de Medeiros, Vice-Procurador-Geral da República. Brasília, 16 de junho de 2021. Ministro NUNES MARQUES Redator do acórdão 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 40B5-CEBD-B637-BBBE e senha A362-318E-C3D7-E77A Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 103 Relatório 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. :SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) :MARCOS GOMES RIBEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Hazenclever Lopes Cançado Júnior: O Procurador-Geral da República ajuizou esta ação direta, com pedido de liminar, buscando ver declarada a incompatibilidade, com a Constituição Federal, das Leis Complementares nº 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, a versarem contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – Iases. Eis o teor: Lei Complementar nº 559/2010: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. :SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) :MARCOS GOMES RIBEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Hazenclever Lopes Cançado Júnior: O Procurador-Geral da República ajuizou esta ação direta, com pedido de liminar, buscando ver declarada a incompatibilidade, com a Constituição Federal, das Leis Complementares nº 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, a versarem contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – Iases. Eis o teor: Lei Complementar nº 559/2010: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 103 Relatório ADI 5664 / ES Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência 1, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar nº 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência 1, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar nº 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 103 Relatório ADI 5664 / ES Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I - pelo término do prazo contratual; II - por iniciativa do contratado; III - por conveniência da administração; IV - quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I - pelo término do prazo contratual; II - por iniciativa do contratado; III - por conveniência da administração; IV - quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 103 Relatório ADI 5664 / ES Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo da Lei Complementar nº 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 (mil cento e nove) e 206 (duzentos e seis). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Lei Complementar nº 772/2014: Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo da Lei Complementar nº 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 (mil cento e nove) e 206 (duzentos e seis). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Lei Complementar nº 772/2014: Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 103 Relatório ADI 5664 / ES respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar nº 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 (quarenta) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 (doze) horas de trabalho e de 36 (trinta e seis) horas de descanso ou de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho e de 72 (setenta e duas) horas de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar nº 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 (quarenta) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 (doze) horas de trabalho e de 36 (trinta e seis) horas de descanso ou de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho e de 72 (setenta e duas) horas de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 103 Relatório ADI 5664 / ES descanso, respeitado o limite máximo de 192 (cento e noventa e duas) horas mensais. Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I - pelo término do prazo contratual; II - por iniciativa do contratado; III - por conveniência da administração; IV - quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES descanso, respeitado o limite máximo de 192 (cento e noventa e duas) horas mensais. Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I - pelo término do prazo contratual; II - por iniciativa do contratado; III - por conveniência da administração; IV - quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 103 Relatório ADI 5664 / ES Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Narra autorizada a contratação de 2.057 empregados temporários para atuação nas áreas de saúde e educação. Elucida em jogo cargos de agente socioeducativo, técnico de nível superior, analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo, pedagogo socioeducativo, técnico socioeducativo, assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo. Faz ver que, desde 2004, o Estado vem editando leis complementares a versarem ocupação precária de cargos técnicos, os quais, conforme sustenta, exigem provimento efetivo, ausente realização de certame nesse período – Leis Complementares nº 300/2004, 349/2005, 378/2006, 405/2007, 559/2010 e 772/2014. Aponta violados os artigos 37, incisos II e IX, e 39, cabeça, da Constituição Federal. Assevera não demonstrada a configuração dos requisitos de necessidade e excepcionalidade a justificarem admissão de servidores na modalidade temporária. Esclarece inexistir prazo para a contratação. Cita doutrina. Afirma inobservado entendimento do Supremo sobre o tema. Remete ao julgamento da ação direta de nº 3.430, relator ministro Ricardo Lewandowski, com acórdão publicado no Diário da Justiça de 23 de outubro de 2009, na qual o Pleno declarou inconstitucional a Lei Complementar nº 300/2004 do 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Narra autorizada a contratação de 2.057 empregados temporários para atuação nas áreas de saúde e educação. Elucida em jogo cargos de agente socioeducativo, técnico de nível superior, analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo, pedagogo socioeducativo, técnico socioeducativo, assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo. Faz ver que, desde 2004, o Estado vem editando leis complementares a versarem ocupação precária de cargos técnicos, os quais, conforme sustenta, exigem provimento efetivo, ausente realização de certame nesse período – Leis Complementares nº 300/2004, 349/2005, 378/2006, 405/2007, 559/2010 e 772/2014. Aponta violados os artigos 37, incisos II e IX, e 39, cabeça, da Constituição Federal. Assevera não demonstrada a configuração dos requisitos de necessidade e excepcionalidade a justificarem admissão de servidores na modalidade temporária. Esclarece inexistir prazo para a contratação. Cita doutrina. Afirma inobservado entendimento do Supremo sobre o tema. Remete ao julgamento da ação direta de nº 3.430, relator ministro Ricardo Lewandowski, com acórdão publicado no Diário da Justiça de 23 de outubro de 2009, na qual o Pleno declarou inconstitucional a Lei Complementar nº 300/2004 do 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 103 Relatório ADI 5664 / ES Estado do Espírito Santo, assentando não atendidas as condições para vínculo precário. Sob o ângulo do risco, menciona possibilidade de provimento de cargos públicos sem observância das balizas constitucionais. Requer, em sede liminar, a suspensão da eficácia das Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. Postula, alfim, a declaração de inconstitucionalidade. Vossa Excelência acionou o disposto no artigo 12 da Lei nº 9.868/1999, determinando fossem providenciadas informações, manifestação da Advocacia-Geral da União e parecer da Procuradoria-Geral da República. O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado ressalta a higidez do processo legislativo que deu origem aos diplomas impugnados. Diz editados objetivando suprir necessidade excepcional e provisória quanto a serviços públicos essenciais, ligados a segurança e bem-estar da população. Realça a capacidade financeira da unidade federativa. Sustenta a improcedência do pedido. O Governador do Espírito Santo destaca excepcional interesse público consideradas as atribuições do Estado relativamente aos sistemas socioeducativo e de saúde pública. Articula com proteção da criança e do adolescente – artigo 227 da Carta da República. Alega inexistir dano ao erário levando em conta o exercício das atividades, com proveito para a Administração, evitando riscos ao patrimônio público e à continuidade dos serviços. Postula seja o pedido julgado improcedente e, sucessivamente, modulados os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, com a finalidade de manter válidas as admissões efetivadas. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Estado do Espírito Santo, assentando não atendidas as condições para vínculo precário. Sob o ângulo do risco, menciona possibilidade de provimento de cargos públicos sem observância das balizas constitucionais. Requer, em sede liminar, a suspensão da eficácia das Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. Postula, alfim, a declaração de inconstitucionalidade. Vossa Excelência acionou o disposto no artigo 12 da Lei nº 9.868/1999, determinando fossem providenciadas informações, manifestação da Advocacia-Geral da União e parecer da Procuradoria-Geral da República. O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado ressalta a higidez do processo legislativo que deu origem aos diplomas impugnados. Diz editados objetivando suprir necessidade excepcional e provisória quanto a serviços públicos essenciais, ligados a segurança e bem-estar da população. Realça a capacidade financeira da unidade federativa. Sustenta a improcedência do pedido. O Governador do Espírito Santo destaca excepcional interesse público consideradas as atribuições do Estado relativamente aos sistemas socioeducativo e de saúde pública. Articula com proteção da criança e do adolescente – artigo 227 da Carta da República. Alega inexistir dano ao erário levando em conta o exercício das atividades, com proveito para a Administração, evitando riscos ao patrimônio público e à continuidade dos serviços. Postula seja o pedido julgado improcedente e, sucessivamente, modulados os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, com a finalidade de manter válidas as admissões efetivadas. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 103 Relatório ADI 5664 / ES A Advocacia-Geral da União manifesta-se pela improcedência da pretensão, nos seguintes termos: Contratação excepcional sem concurso público. Leis Complementares nº 5592010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo, que autorizam o Poder Executivo a realizar contratação temporária de pessoal para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Ausência de violação ao artigo 37, incisos II e IX da Constituição. As hipóteses de contratação em exame estão disciplinadas em lei editada pela unidade federada competente e possuem balizas circunstanciais e temporais especificas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente. Possibilidade de contratação temporária para o exercício de atividades de caráter permanente. Precedentes desse Supremo Tribunal Federal. Inexistência de violação ao artigo 39, caput, da Constituição. Inaplicabilidade do regime jurídico único aos prestadores de serviço púbico temporários. Manifestação pela improcedência do pedido formulado pelo requerente. A Procuradoria-Geral da República preconiza o acolhimento do que requerido, ante fundamentos assim resumidos: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES Nºs 559/2010 E 772/2014, DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO ESPÍRITO SANTO – IASES. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PESSOAL EM CARÁTER TEMPORÁRIO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA TRANSITORIEDADE DA CONTRATAÇÃO NEM DA EXCEPCIONALIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES A Advocacia-Geral da União manifesta-se pela improcedência da pretensão, nos seguintes termos: Contratação excepcional sem concurso público. Leis Complementares nº 5592010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo, que autorizam o Poder Executivo a realizar contratação temporária de pessoal para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Ausência de violação ao artigo 37, incisos II e IX da Constituição. As hipóteses de contratação em exame estão disciplinadas em lei editada pela unidade federada competente e possuem balizas circunstanciais e temporais especificas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente. Possibilidade de contratação temporária para o exercício de atividades de caráter permanente. Precedentes desse Supremo Tribunal Federal. Inexistência de violação ao artigo 39, caput, da Constituição. Inaplicabilidade do regime jurídico único aos prestadores de serviço púbico temporários. Manifestação pela improcedência do pedido formulado pelo requerente. A Procuradoria-Geral da República preconiza o acolhimento do que requerido, ante fundamentos assim resumidos: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES Nºs 559/2010 E 772/2014, DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO ESPÍRITO SANTO – IASES. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PESSOAL EM CARÁTER TEMPORÁRIO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA TRANSITORIEDADE DA CONTRATAÇÃO NEM DA EXCEPCIONALIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 103 Relatório ADI 5664 / ES - Para a contratação temporária, nos moldes do art. 37, IX, da CF, é indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica. Precedente do STF. Elementos não demonstrados nas Leis Complementares nºs 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. - Parecer pelo acolhimento do pedido, nos termos da petição inicial. Vossa Excelência admitiu, como terceiro interessado, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo – Sindipúblicos. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES - Para a contratação temporária, nos moldes do art. 37, IX, da CF, é indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica. Precedente do STF. Elementos não demonstrados nas Leis Complementares nºs 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. - Parecer pelo acolhimento do pedido, nos termos da petição inicial. Vossa Excelência admitiu, como terceiro interessado, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo – Sindipúblicos. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 103 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): CARGO OU EMPREGO PÚBLICO – OCUPAÇÃO. Cargo público há de ser ocupado de forma permanente, realizando-se concurso de provas ou de provas e títulos, atendidas a natureza e complexidade, não cabendo generalizar a exceção revelada por nomeação para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração – artigo 37, inciso II, da Constituição Federal. EDUCAÇÃO – CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – IMPROPRIEDADE. Surge conflitante com a Constituição Federal contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior visando atender necessidade educacional. Inconstitucionalidade das Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. Há de atentar-se para a supremacia da Constituição Federal, Lei das leis, que se encontra no ápice da pirâmide das normas jurídicas pátrias. Tem-se, no artigo 37, inciso II, dela constante, preceito imperativo: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E8AD-42D0-730B-24E1 e senha D1C9-076E-657A-A5CA Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): CARGO OU EMPREGO PÚBLICO – OCUPAÇÃO. Cargo público há de ser ocupado de forma permanente, realizando-se concurso de provas ou de provas e títulos, atendidas a natureza e complexidade, não cabendo generalizar a exceção revelada por nomeação para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração – artigo 37, inciso II, da Constituição Federal. EDUCAÇÃO – CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – IMPROPRIEDADE. Surge conflitante com a Constituição Federal contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior visando atender necessidade educacional. Inconstitucionalidade das Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. Há de atentar-se para a supremacia da Constituição Federal, Lei das leis, que se encontra no ápice da pirâmide das normas jurídicas pátrias. Tem-se, no artigo 37, inciso II, dela constante, preceito imperativo: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E8AD-42D0-730B-24E1 e senha D1C9-076E-657A-A5CA Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 103 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO ADI 5664 / ES nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O acesso a cargo e emprego depende da feitura de concurso público. Essa é a regra, confirmando-a a exceção, no que contempla cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Educação é um dos males existentes, em termos de ser deficitária. Cumpre ao Estado – gênero – aparelhar-se, objetivando atender esse direito básico do cidadão. Conforme ressaltado na petição inicial, tem-se, no Espírito Santo, edição de sucessivas normas prevendo contratação temporária de cargos técnicos, a exigirem provimento efetivo. Nesta ação direta de inconstitucionalidade, são questionadas as Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014. Antes, houve diplomas versando idêntica matéria, a saber: Leis Complementares nº 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007. O círculo é vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível que é o sistema socioeducativo. O conflito, com o inciso II do artigo 37 da Constituição Federal, dos atos normativos impugnados é de clareza solar. Julgo procedente o pedido formulado, para declarar inconstitucionais as Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E8AD-42D0-730B-24E1 e senha D1C9-076E-657A-A5CA Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O acesso a cargo e emprego depende da feitura de concurso público. Essa é a regra, confirmando-a a exceção, no que contempla cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Educação é um dos males existentes, em termos de ser deficitária. Cumpre ao Estado – gênero – aparelhar-se, objetivando atender esse direito básico do cidadão. Conforme ressaltado na petição inicial, tem-se, no Espírito Santo, edição de sucessivas normas prevendo contratação temporária de cargos técnicos, a exigirem provimento efetivo. Nesta ação direta de inconstitucionalidade, são questionadas as Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014. Antes, houve diplomas versando idêntica matéria, a saber: Leis Complementares nº 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007. O círculo é vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível que é o sistema socioeducativo. O conflito, com o inciso II do artigo 37 da Constituição Federal, dos atos normativos impugnados é de clareza solar. Julgo procedente o pedido formulado, para declarar inconstitucionais as Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E8AD-42D0-730B-24E1 e senha D1C9-076E-657A-A5CA Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: O Procurador-Geral da República ajuizou esta ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, tendo por objeto a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. Eis o teor das normas: LEI COMPLEMENTAR Nº 559, DE 30 DE JUNHO DE 2010. Autoriza o Poder Executivo a realizar contratação temporária de Agente Socioeducativo e Técnico de Nível Superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: O Procurador-Geral da República ajuizou esta ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, tendo por objeto a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. Eis o teor das normas: LEI COMPLEMENTAR Nº 559, DE 30 DE JUNHO DE 2010. Autoriza o Poder Executivo a realizar contratação temporária de Agente Socioeducativo e Técnico de Nível Superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar nº 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais. Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I – pelo término do prazo contratual; 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar nº 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais. Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I – pelo término do prazo contratual; 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo I da Lei Complementar nº 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 (mil cento e nove) e 206 (duzentos e seis). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.” LEI COMPLEMENTAR Nº 772, DE 04 DE ABRIL DE 2014. Autoriza o Poder Executivo a realizar contratação temporária para atender às necessidades urgentes do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES e dá 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo I da Lei Complementar nº 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 (mil cento e nove) e 206 (duzentos e seis). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.” LEI COMPLEMENTAR Nº 772, DE 04 DE ABRIL DE 2014. Autoriza o Poder Executivo a realizar contratação temporária para atender às necessidades urgentes do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES e dá 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar nº 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 (quarenta) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 (doze) horas de trabalho e de 36 (trinta e seis) horas de descanso ou de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho e de 72 (setenta e duas) horas de descanso, respeitado o limite máximo de 192 (cento e noventa e duas) horas mensais. Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar nº 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 (quarenta) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 (doze) horas de trabalho e de 36 (trinta e seis) horas de descanso ou de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho e de 72 (setenta e duas) horas de descanso, respeitado o limite máximo de 192 (cento e noventa e duas) horas mensais. Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.” Adotou-se o rito do art. 12 da Lei n. 9.868/1999. Em informações, o Governador do Estado do Espírito Santo sustentou a improcedência do pedido. O Advogado-Geral da União manifestou-se pela improcedência do pedido, mas defendeu que as contratações temporárias só devem perdurar até as respectivas atribuições poderem ser realizadas por 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.” Adotou-se o rito do art. 12 da Lei n. 9.868/1999. Em informações, o Governador do Estado do Espírito Santo sustentou a improcedência do pedido. O Advogado-Geral da União manifestou-se pela improcedência do pedido, mas defendeu que as contratações temporárias só devem perdurar até as respectivas atribuições poderem ser realizadas por 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES servidores públicos efetivos, a serem recrutados por concurso público de provas ou de provas e títulos, in verbis: Ressalte-se, outrossim, que as contratações sob invectiva somente podem ocorrer “para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espirito Santo – IASES” (artigo lº da Lei Complementar nº 559/2010 e artigo 1º da Lei Complementar nº 772/2014), o que afasta a possibilidade de sua válida aplicação quando o serviço público puder ser desempenhado a contento com o quadro de servidores permanentes, bem como impede a utilização do referido instituto com a finalidade exclusiva de postergar a realização de concurso público. A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, prestou informações, afirmando a constitucionalidade das leis impugnadas. O Procurador-Geral da República reiterou os termos da petição inicial, opinando pela declaração de inconstitucionalidade dos diplomas legais questionados. O Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo – Sindipúblicos foi admitido como amicus curiae. Por último, tornou ao feito o Governador do Estado do Espírito Santos, para comunicar a revogação das normas atacadas, o que redundaria, segundo ponderou, na perda de objeto da ação, dando azo à extinção sem julgamento do mérito. Sobreveio decisão do Relator, ministro Marco Aurélio, na qual Sua Excelência assentou: “Ausente revogação expressa, subsiste campo à atuação do Supremo, desafiado o controle concentrado, uma vez impugnados preceitos abstratos em plena vigência.” 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES servidores públicos efetivos, a serem recrutados por concurso público de provas ou de provas e títulos, in verbis: Ressalte-se, outrossim, que as contratações sob invectiva somente podem ocorrer “para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espirito Santo – IASES” (artigo lº da Lei Complementar nº 559/2010 e artigo 1º da Lei Complementar nº 772/2014), o que afasta a possibilidade de sua válida aplicação quando o serviço público puder ser desempenhado a contento com o quadro de servidores permanentes, bem como impede a utilização do referido instituto com a finalidade exclusiva de postergar a realização de concurso público. A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, prestou informações, afirmando a constitucionalidade das leis impugnadas. O Procurador-Geral da República reiterou os termos da petição inicial, opinando pela declaração de inconstitucionalidade dos diplomas legais questionados. O Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo – Sindipúblicos foi admitido como amicus curiae. Por último, tornou ao feito o Governador do Estado do Espírito Santos, para comunicar a revogação das normas atacadas, o que redundaria, segundo ponderou, na perda de objeto da ação, dando azo à extinção sem julgamento do mérito. Sobreveio decisão do Relator, ministro Marco Aurélio, na qual Sua Excelência assentou: “Ausente revogação expressa, subsiste campo à atuação do Supremo, desafiado o controle concentrado, uma vez impugnados preceitos abstratos em plena vigência.” 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES É o contexto. Passo ao voto. Preliminarmente, observo que a Lei Complementar n. 809, de setembro de 2015, do Estado do Espírito Santo, a qual teria revogado os diplomas ora impugnados, não o fez expressamente, como se pode verificar da leitura do art. 23: […] Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar. A mera cláusula de estilo legislativo, que evoca a revogação de tudo que for contrário ao novo texto aprovado, não é suficiente para efetivamente retirar a vigência das normas questionadas. No mínimo, surge duvidosa e passível de controvérsia a revogação. De resto, esse tipo de cláusula é meramente expletivo, visto que, por disposição legal de sobredireito (art. 2º, § 1º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), a lei nova haverá sempre de revogar a anterior, naquilo em que forem contrárias, in verbis: Art. 2º […] § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. A identificação de dispositivos, nos dois diplomas atacados, pretensamente revogados pela Lei Complementar estadual n. 809/2015, exigiria confronto analítico entre a lei posterior e as anteriores. Não se trata de retirada de efeitos expressa e automática, mas, sim, de algo que demandaria esforço hermenêutico nada desprezível. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES É o contexto. Passo ao voto. Preliminarmente, observo que a Lei Complementar n. 809, de setembro de 2015, do Estado do Espírito Santo, a qual teria revogado os diplomas ora impugnados, não o fez expressamente, como se pode verificar da leitura do art. 23: […] Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar. A mera cláusula de estilo legislativo, que evoca a revogação de tudo que for contrário ao novo texto aprovado, não é suficiente para efetivamente retirar a vigência das normas questionadas. No mínimo, surge duvidosa e passível de controvérsia a revogação. De resto, esse tipo de cláusula é meramente expletivo, visto que, por disposição legal de sobredireito (art. 2º, § 1º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), a lei nova haverá sempre de revogar a anterior, naquilo em que forem contrárias, in verbis: Art. 2º […] § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. A identificação de dispositivos, nos dois diplomas atacados, pretensamente revogados pela Lei Complementar estadual n. 809/2015, exigiria confronto analítico entre a lei posterior e as anteriores. Não se trata de retirada de efeitos expressa e automática, mas, sim, de algo que demandaria esforço hermenêutico nada desprezível. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES A propósito, acresça-se que, na Lei Complementar n. 809/2015 do Estado do Espírito Santo, se encontram dispositivos a validar contratações temporárias ocorridas antes de sua vigência, sob a égide de diplomas legislativos anteriores. Bem se vê, portanto, que seu ingresso no ordenamento jurídico capixaba não significou, por si só, revogação das Leis Complementares n. 559/2010 e 772/2014. Art.16. Todos os órgãos e entidades públicas deverão, no prazo de 60 (sessenta) dias contados da entrada em vigor desta Lei Complementar, apresentar ao CPCT relatório completo de todos os servidores a eles vinculados sob o regime de contratação temporária, indicando, inclusive, se for o caso, o respectivo enquadramento nos termos do art. 2º desta Lei Complementar. § 1º O CPCT (Comissão Permanente de Contratações Temporárias) validará ou não o enquadramento das contratações temporárias nas hipóteses do art. 2º desta Lei Complementar, comunicando sua decisão ao respectivo órgão ou entidade pública para as providências administrativas cabíveis. § 2º O CPCT (Comissão Permanente de Contratações Temporárias) organizará a relação oficial do quantitativo de contratações temporárias do Poder Executivo não enquadradas nas hipóteses previstas no art. 2º desta Lei Complementar, com discriminação por órgão e entidade pública. Por tais razões, adiro às apresentadas pelo eminente Relator, ministro Marco Aurélio. Rejeito, assim, a alegação de perda de objeto e conheço da ação. Avanço ao mérito. Ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) cabe a custódia de adolescentes que tenham cometido atos infracionais e estejam, por consequência disso, cumprindo medida de 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES A propósito, acresça-se que, na Lei Complementar n. 809/2015 do Estado do Espírito Santo, se encontram dispositivos a validar contratações temporárias ocorridas antes de sua vigência, sob a égide de diplomas legislativos anteriores. Bem se vê, portanto, que seu ingresso no ordenamento jurídico capixaba não significou, por si só, revogação das Leis Complementares n. 559/2010 e 772/2014. Art.16. Todos os órgãos e entidades públicas deverão, no prazo de 60 (sessenta) dias contados da entrada em vigor desta Lei Complementar, apresentar ao CPCT relatório completo de todos os servidores a eles vinculados sob o regime de contratação temporária, indicando, inclusive, se for o caso, o respectivo enquadramento nos termos do art. 2º desta Lei Complementar. § 1º O CPCT (Comissão Permanente de Contratações Temporárias) validará ou não o enquadramento das contratações temporárias nas hipóteses do art. 2º desta Lei Complementar, comunicando sua decisão ao respectivo órgão ou entidade pública para as providências administrativas cabíveis. § 2º O CPCT (Comissão Permanente de Contratações Temporárias) organizará a relação oficial do quantitativo de contratações temporárias do Poder Executivo não enquadradas nas hipóteses previstas no art. 2º desta Lei Complementar, com discriminação por órgão e entidade pública. Por tais razões, adiro às apresentadas pelo eminente Relator, ministro Marco Aurélio. Rejeito, assim, a alegação de perda de objeto e conheço da ação. Avanço ao mérito. Ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) cabe a custódia de adolescentes que tenham cometido atos infracionais e estejam, por consequência disso, cumprindo medida de 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES internação em estabelecimento educacional (Lei federal n. 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente –, art. 101, VI). Trata-se, aqui, de medida socioeducativa privativa de liberdade, a ser aplicada por autoridade judicial após o devido processo legal. Os atos infracionais que justificam tais medidas geralmente são aqueles praticados mediante grave ameaça ou violência à pessoa; ou quando são reiterações de outras infrações graves ou o insistente descumprimento de medidas menos gravosas, previamente impostas, conforme o art. 122 do Estatuto da Criança e do Adolescente. É curial que, durante o período de internação, ao adolescente infrator sejam assegurados todos os seus direitos fundamentais não atingidos pela medida socioeducativa (vida, integridade física, educação, saúde etc.), de forma a reabilitá-lo à vida em sociedade. Logicamente, para assegurar esses direitos e, ao mesmo tempo, executar a medida socioeducativa, o Estado precisa estruturar um corpo de agentes públicos capaz de cumprir a função pública correspondente a essa tarefa. Ora, tal incumbência não é transitória, nem precária, muito menos imprevisível. A custódia de menores que cumprem medidas socioeducativas é tarefa ordinária, permanente e previsível do Estado. Por isso, a ela devem corresponder cargos públicos de provimento efetivo, mediante a realização de prévio concurso público. Não há nenhuma indicação, ademais, no caso do Espírito Santo, de que o serviço público local apresentasse alguma peculiaridade transitória a exigir a contratação excepcional, em regime jurídico precário, de agentes públicos para a função estatal típica e permanente. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES internação em estabelecimento educacional (Lei federal n. 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente –, art. 101, VI). Trata-se, aqui, de medida socioeducativa privativa de liberdade, a ser aplicada por autoridade judicial após o devido processo legal. Os atos infracionais que justificam tais medidas geralmente são aqueles praticados mediante grave ameaça ou violência à pessoa; ou quando são reiterações de outras infrações graves ou o insistente descumprimento de medidas menos gravosas, previamente impostas, conforme o art. 122 do Estatuto da Criança e do Adolescente. É curial que, durante o período de internação, ao adolescente infrator sejam assegurados todos os seus direitos fundamentais não atingidos pela medida socioeducativa (vida, integridade física, educação, saúde etc.), de forma a reabilitá-lo à vida em sociedade. Logicamente, para assegurar esses direitos e, ao mesmo tempo, executar a medida socioeducativa, o Estado precisa estruturar um corpo de agentes públicos capaz de cumprir a função pública correspondente a essa tarefa. Ora, tal incumbência não é transitória, nem precária, muito menos imprevisível. A custódia de menores que cumprem medidas socioeducativas é tarefa ordinária, permanente e previsível do Estado. Por isso, a ela devem corresponder cargos públicos de provimento efetivo, mediante a realização de prévio concurso público. Não há nenhuma indicação, ademais, no caso do Espírito Santo, de que o serviço público local apresentasse alguma peculiaridade transitória a exigir a contratação excepcional, em regime jurídico precário, de agentes públicos para a função estatal típica e permanente. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES Por essas razões, as contratações autorizadas nas leis estaduais impugnadas, sem concurso público de provas ou de provas e títulos, não correspondem à hipótese fática prevista pela Constituição Federal na regra do art. 37, IX. Viola manifestamente a exigência constitucional de prévio concurso público para ingresso no serviço estatal a lei mediante a qual criados 677 postos precários de agentes socioeducativos para atuarem diretamente na guarda e vigilância dos adolescentes infratores. Sobre a exceção à regra geral do concurso público, constante do art. 37, IX, da Constituição Federal, assim leciona o Professor Marçal Justen Filho: [...] Houve também discussão a respeito da extensão da interpretação das cláusulas “necessidade temporária” e “excepcional interesse público”. O STF manifestou-se no sentido de que serviços essenciais, de natureza permanente, jamais poderiam caracterizar-se como temporários, razão pela qual descaberia a contratação segundo o regime da Lei 8.745/1993. Mas há julgado mais recente que adotou interpretação diversa. Ficou consignado que a natureza permanente de determinadas atividades não afasta, de plano, o cabimento da contratação temporária. Jurisprudência do STF “1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da CF). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da CF deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Por essas razões, as contratações autorizadas nas leis estaduais impugnadas, sem concurso público de provas ou de provas e títulos, não correspondem à hipótese fática prevista pela Constituição Federal na regra do art. 37, IX. Viola manifestamente a exigência constitucional de prévio concurso público para ingresso no serviço estatal a lei mediante a qual criados 677 postos precários de agentes socioeducativos para atuarem diretamente na guarda e vigilância dos adolescentes infratores. Sobre a exceção à regra geral do concurso público, constante do art. 37, IX, da Constituição Federal, assim leciona o Professor Marçal Justen Filho: [...] Houve também discussão a respeito da extensão da interpretação das cláusulas “necessidade temporária” e “excepcional interesse público”. O STF manifestou-se no sentido de que serviços essenciais, de natureza permanente, jamais poderiam caracterizar-se como temporários, razão pela qual descaberia a contratação segundo o regime da Lei 8.745/1993. Mas há julgado mais recente que adotou interpretação diversa. Ficou consignado que a natureza permanente de determinadas atividades não afasta, de plano, o cabimento da contratação temporária. Jurisprudência do STF “1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da CF). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da CF deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da presença de excepcional interesse público sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da CF” (ADI 3.662, Pleno, rel. Min. Marco Aurélio, rel. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes, j. 23.03.2017, DJe 25.04.2018). “(...) 6) É inconstitucional a lei que, de forma vaga, admite a contratação temporária para as atividades de educação pública, saúde pública, sistema penitenciário e assistência à infância e à adolescência, sem que haja demonstração da necessidade temporária subjacente. 7) A realização de contratação temporária pela Administração Pública nem sempre é ofensiva à salutar exigência constitucional do concurso público, máxime porque ela poderá ocorrer em hipóteses em que não há qualquer vacância de cargo efetivo e com o escopo, verbi gratia, de atendimento de necessidades temporárias até que o ocupante do cargo efetivo a ele retorne. Contudo, a contratação destinada a suprir uma necessidade temporária que exsurge da vacância do cargo efetivo há de durar apenas o tempo necessário para a realização do próximo concurso público, ressoando como razoável o prazo de 12 meses. (...)” (ADI 3.649, Pleno, j. 28.05.2014, rel. Min. Luiz Fux, DJe 30.10.2014). “(...) 1. Nos casos em que a CF/1988 atribui ao legislador o poder de dispor sobre situações de relevância autorizadoras da contratação temporária de servidores públicos, exige-se o ônus da demonstração e da adequada limitação das hipóteses de exceção ao preceito 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da presença de excepcional interesse público sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da CF” (ADI 3.662, Pleno, rel. Min. Marco Aurélio, rel. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes, j. 23.03.2017, DJe 25.04.2018). “(...) 6) É inconstitucional a lei que, de forma vaga, admite a contratação temporária para as atividades de educação pública, saúde pública, sistema penitenciário e assistência à infância e à adolescência, sem que haja demonstração da necessidade temporária subjacente. 7) A realização de contratação temporária pela Administração Pública nem sempre é ofensiva à salutar exigência constitucional do concurso público, máxime porque ela poderá ocorrer em hipóteses em que não há qualquer vacância de cargo efetivo e com o escopo, verbi gratia, de atendimento de necessidades temporárias até que o ocupante do cargo efetivo a ele retorne. Contudo, a contratação destinada a suprir uma necessidade temporária que exsurge da vacância do cargo efetivo há de durar apenas o tempo necessário para a realização do próximo concurso público, ressoando como razoável o prazo de 12 meses. (...)” (ADI 3.649, Pleno, j. 28.05.2014, rel. Min. Luiz Fux, DJe 30.10.2014). “(...) 1. Nos casos em que a CF/1988 atribui ao legislador o poder de dispor sobre situações de relevância autorizadoras da contratação temporária de servidores públicos, exige-se o ônus da demonstração e da adequada limitação das hipóteses de exceção ao preceito 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES constitucional da obrigatoriedade do concurso público. 2. O legislador, ao fixar os casos autorizadores da contratação de professores substitutos, atendeu à exigência constitucional de reserva qualificada de lei formal para as contratações temporárias. Improcedência da alegada inconstitucionalidade do inc. IV e do § 1.º do art. art. 2.º da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999. 3. Contudo, ao admitir genericamente a contratação temporária em órgãos específicos, o legislador permitiu a continuidade da situação excepcional, sem justificativa normativa adequada. Conveniência da limitação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, reconhecida a peculiaridade das atividades em questão. 4. Ação julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição às alíneas ‘d’ e ‘g’ do inc. VI do art. 2.º da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999, a fim de que as contratações temporárias por elas permitidas para as atividades finalísticas do Hospital das Forças Armadas e desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia SIVAM e do Sistema de proteção da Amazônia – SIPAM só possam ocorrer em conformidade com o art. 37, inc. IX, da CF/1988, isto é, no sentido de que as contratações temporárias a serem realizadas pela União nos referidos casos apenas sejam permitidas excepcionalmente e para atender a comprovada necessidade temporária de excepcional interesse público nas funções legalmente previstas. A Corte limitou os efeitos da declaração de inconstitucionalidade para que só incidam um ano após a publicação da decisão final desta ação no Diário Oficial da União quanto à alínea d e, quanto à alínea g, após quatro anos” (ADI 3.237, Pleno, rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 26.03.2014, DJe 19.08.2014). “(...) 1. A natureza permanente de algumas 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES constitucional da obrigatoriedade do concurso público. 2. O legislador, ao fixar os casos autorizadores da contratação de professores substitutos, atendeu à exigência constitucional de reserva qualificada de lei formal para as contratações temporárias. Improcedência da alegada inconstitucionalidade do inc. IV e do § 1.º do art. art. 2.º da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999. 3. Contudo, ao admitir genericamente a contratação temporária em órgãos específicos, o legislador permitiu a continuidade da situação excepcional, sem justificativa normativa adequada. Conveniência da limitação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, reconhecida a peculiaridade das atividades em questão. 4. Ação julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição às alíneas ‘d’ e ‘g’ do inc. VI do art. 2.º da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999, a fim de que as contratações temporárias por elas permitidas para as atividades finalísticas do Hospital das Forças Armadas e desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia SIVAM e do Sistema de proteção da Amazônia – SIPAM só possam ocorrer em conformidade com o art. 37, inc. IX, da CF/1988, isto é, no sentido de que as contratações temporárias a serem realizadas pela União nos referidos casos apenas sejam permitidas excepcionalmente e para atender a comprovada necessidade temporária de excepcional interesse público nas funções legalmente previstas. A Corte limitou os efeitos da declaração de inconstitucionalidade para que só incidam um ano após a publicação da decisão final desta ação no Diário Oficial da União quanto à alínea d e, quanto à alínea g, após quatro anos” (ADI 3.237, Pleno, rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 26.03.2014, DJe 19.08.2014). “(...) 1. A natureza permanente de algumas 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES atividades públicas – como as desenvolvidas nas áreas da saúde, educação e segurança pública – não afasta, de plano, a autorização constitucional para contratar servidores destinados a suprir demanda eventual ou passageira. Necessidade circunstancial agregada ao excepcional interesse público na prestação do serviço para o qual a contratação se afigura premente autoriza a contratação nos moldes do art. 37, inc. IX, da CF/1988. 2. A contratação destinada a atividade essencial e permanente do Estado não conduz, por si, ao reconhecimento da alegada inconstitucionalidade. Necessidade de exame sobre a transitoriedade da contratação e a excepcionalidade do interesse público que a justifica. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição” (ADI 3.247, Pleno, rel. Min. Cármen Lúcia, j. 26.03.2014, DJe 18.08.2014). “Art. 2.º, inc. III, da Lei 8.745/1993: necessidade temporária de excepcional interesse público, para fins de contratação de pessoal; realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 1. É de natureza permanente a atividade de estatística e pesquisa desenvolvida pelo IBGE; sua intensidade e o volume dessas pesquisas não são os mesmos todo o tempo. 2. Possibilidade de contratação temporária, nos termos do art. 37, inc. IX, da Constituição da República, para atender à necessidade temporária de pessoal necessário à realização de trabalhos em determinados períodos. Observância dos princípios da eficiência e da moralidade. 3. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente” (ADI 3.386, Pleno, rel. Min. Cármen Lúcia, j. 14.04.2011, DJe 24.08.2011). 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES atividades públicas – como as desenvolvidas nas áreas da saúde, educação e segurança pública – não afasta, de plano, a autorização constitucional para contratar servidores destinados a suprir demanda eventual ou passageira. Necessidade circunstancial agregada ao excepcional interesse público na prestação do serviço para o qual a contratação se afigura premente autoriza a contratação nos moldes do art. 37, inc. IX, da CF/1988. 2. A contratação destinada a atividade essencial e permanente do Estado não conduz, por si, ao reconhecimento da alegada inconstitucionalidade. Necessidade de exame sobre a transitoriedade da contratação e a excepcionalidade do interesse público que a justifica. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição” (ADI 3.247, Pleno, rel. Min. Cármen Lúcia, j. 26.03.2014, DJe 18.08.2014). “Art. 2.º, inc. III, da Lei 8.745/1993: necessidade temporária de excepcional interesse público, para fins de contratação de pessoal; realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 1. É de natureza permanente a atividade de estatística e pesquisa desenvolvida pelo IBGE; sua intensidade e o volume dessas pesquisas não são os mesmos todo o tempo. 2. Possibilidade de contratação temporária, nos termos do art. 37, inc. IX, da Constituição da República, para atender à necessidade temporária de pessoal necessário à realização de trabalhos em determinados períodos. Observância dos princípios da eficiência e da moralidade. 3. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente” (ADI 3.386, Pleno, rel. Min. Cármen Lúcia, j. 14.04.2011, DJe 24.08.2011). 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 29 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES “(...) I – A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II – Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III – O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV – Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V – É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI – Ação que se julga procedente” (ADI 3.430, Pleno, rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 12.08.2009, DJe 23.10.2009). Jurisprudência do STJ “1. A manutenção de contratos temporários para suprir a demanda por Médicos Oftalmologistas, demonstra a necessidade premente de pessoal para o desempenho da atividade, revelando flagrante preterição daqueles que, aprovados em concurso ainda válido, estariam aptos a ocupar o cargo; circunstância que, a teor da Jurisprudência desta Corte Superior, faz surgir o direito subjetivo do candidato à nomeação” (AgRg no REsp 1.124.373/RJ, 5.ª T., j. 21.06.2011, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 01.07.2011). [...] De acordo com alguns dos precedentes desta Corte, até é possível, 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES “(...) I – A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II – Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III – O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV – Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V – É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI – Ação que se julga procedente” (ADI 3.430, Pleno, rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 12.08.2009, DJe 23.10.2009). Jurisprudência do STJ “1. A manutenção de contratos temporários para suprir a demanda por Médicos Oftalmologistas, demonstra a necessidade premente de pessoal para o desempenho da atividade, revelando flagrante preterição daqueles que, aprovados em concurso ainda válido, estariam aptos a ocupar o cargo; circunstância que, a teor da Jurisprudência desta Corte Superior, faz surgir o direito subjetivo do candidato à nomeação” (AgRg no REsp 1.124.373/RJ, 5.ª T., j. 21.06.2011, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 01.07.2011). [...] De acordo com alguns dos precedentes desta Corte, até é possível, 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES em situações excepcionais, a lei prever contratação temporária para o desempenho de funções permanentes do Estado. Contudo, é preciso que efetivamente exista e seja bem demonstrada a presença dessas circunstâncias singulares, o que não ocorreu em relação às leis ora impugnadas, por meio das quais criados os espaços para contratação temporária no Iases. Mesmo que se admitisse a contratação temporária para essa finalidade, ela deveria vir conjugada com a previsão de concurso público para cargos efetivos. Ou seja, tais contratações deveriam ter o objetivo de apenas garantir a continuidade dos serviços, até que a vacância de cargos efetivos fosse resolvida, com a investidura de candidatos regularmente habilitados em concurso público. Nada disso, porém, foi comprovado nos autos. Em verdade, as leis capixabas objeto de impugnação nesta ação direta abrem oportunidade para que parte da força de trabalho imprescindível ao regular funcionamento do Iases seja recrutada precariamente, sem vínculo permanente e ao arrepio da regra constitucional a exigir aprovação prévia em concurso público, de provas ou de provas e títulos, para ingresso nos quadros funcionais da Administração Pública (CF, art. 37, II). Do exposto, acompanho o eminente Relator, ministro Marco Aurélio, para julgar procedente o pedido e, assim, declarar inconstitucionais a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. Em homenagem ao postulado da segurança jurídica, e atento ao princípio da continuidade do serviço público, proponho a modulação dos efeitos da decisão, garantindo-se a vigência das contratações temporárias eventualmente celebradas com base nas leis expungidas do ordenamento 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES em situações excepcionais, a lei prever contratação temporária para o desempenho de funções permanentes do Estado. Contudo, é preciso que efetivamente exista e seja bem demonstrada a presença dessas circunstâncias singulares, o que não ocorreu em relação às leis ora impugnadas, por meio das quais criados os espaços para contratação temporária no Iases. Mesmo que se admitisse a contratação temporária para essa finalidade, ela deveria vir conjugada com a previsão de concurso público para cargos efetivos. Ou seja, tais contratações deveriam ter o objetivo de apenas garantir a continuidade dos serviços, até que a vacância de cargos efetivos fosse resolvida, com a investidura de candidatos regularmente habilitados em concurso público. Nada disso, porém, foi comprovado nos autos. Em verdade, as leis capixabas objeto de impugnação nesta ação direta abrem oportunidade para que parte da força de trabalho imprescindível ao regular funcionamento do Iases seja recrutada precariamente, sem vínculo permanente e ao arrepio da regra constitucional a exigir aprovação prévia em concurso público, de provas ou de provas e títulos, para ingresso nos quadros funcionais da Administração Pública (CF, art. 37, II). Do exposto, acompanho o eminente Relator, ministro Marco Aurélio, para julgar procedente o pedido e, assim, declarar inconstitucionais a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. Em homenagem ao postulado da segurança jurídica, e atento ao princípio da continuidade do serviço público, proponho a modulação dos efeitos da decisão, garantindo-se a vigência das contratações temporárias eventualmente celebradas com base nas leis expungidas do ordenamento 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES jurídico, até que expirem os prazos de duração originariamente previstos. Entrementes, o Poder Público do Estado do Espírito Santo haverá de prover meios para que o Iases, no prazo de até dois anos, a contar da publicação da ata desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições, em sintonia com a regra encerrada no art. 37, II, da Lei Maior. É como voto. 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES jurídico, até que expirem os prazos de duração originariamente previstos. Entrementes, o Poder Público do Estado do Espírito Santo haverá de prover meios para que o Iases, no prazo de até dois anos, a contar da publicação da ata desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições, em sintonia com a regra encerrada no art. 37, II, da Lei Maior. É como voto. 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 32 de 103 Esclarecimento 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Então, Vossa Excelência acompanha o Relator e propõe dois anos para que haja a demissão daqueles que foram admitidos por essa lei declarada inconstitucional. É isso? O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Isso, Presidente. A preocupação é que a realização de concurso público demanda tempo razoável, porque há de se exigir a aprovação de lei orçamentária, a contratação de banca... É necessário lapso temporal razoável para que isso se efetive. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - É uma segurança jurídica não só para o Estado, como também para aqueles que serão demitidos. O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – [ininteligível] desses adolescentes que necessitam dessa prestação de serviço. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B790-681B-97EC-03EE e senha 1102-40A9-A2D5-A4D0 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Então, Vossa Excelência acompanha o Relator e propõe dois anos para que haja a demissão daqueles que foram admitidos por essa lei declarada inconstitucional. É isso? O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Isso, Presidente. A preocupação é que a realização de concurso público demanda tempo razoável, porque há de se exigir a aprovação de lei orçamentária, a contratação de banca... É necessário lapso temporal razoável para que isso se efetive. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - É uma segurança jurídica não só para o Estado, como também para aqueles que serão demitidos. O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – [ininteligível] desses adolescentes que necessitam dessa prestação de serviço. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B790-681B-97EC-03EE e senha 1102-40A9-A2D5-A4D0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 33 de 103 Voto - MIN. EDSON FACHIN 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN: Senhor Presidente, cumprimento Vossa Excelência, Ministro Luiz Fux, as eminentes Ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber, os eminentes pares e, de modo especial, o eminente Ministro Marco Aurélio, nosso Decano, Relator da ação direta em julgamento. Saúdo as sustentações orais que aqui aportaram, do Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República, e dos ilustres advogados e advogadas que também sustentaram. Senhor Presidente, consigno que adoto o Relatório lançado aos autos pelo e. Ministro Marco Aurélio. Tal como consignou Sua Excelência o Ministro Relator, trata-se de ação direta ajuizada pela Procuradoria-Geral da República almejando declaração de incompatibilidade, com a Constituição da República, das Leis Complementares nº 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, que versam sobre contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – Iases. A PGR argumenta pela violação dos artigos 37, incisos II e IX, e 39, caput, da Constituição da República, já que não teriam sido demonstrados os requisitos de necessidade e excepcionalidade a justificarem admissão de servidores na modalidade temporária, nos termos em que autorizada a contratação temporária pelas normas objeto da ADI. Conforme noticia a PGR, as leis objurgadas autorizaram a contratação de 2.057 empregados temporários para atuação nas áreas de saúde e educação. Sublinha que, desde 2004, o Estado vinha editando leis complementares a versarem ocupação precária de cargos técnicos, os quais, conforme sustenta, exigem provimento efetivo, ausente realização de certame nesse período – Leis Complementares nº 300/2004, 349/2005, 378/2006, 405/2007, 559/2010 e 772/2014, todas do Espírito Santo. Não há dúvida, Senhor Presidente, que a contratação temporária é medida excepcional e que, em regra, os servidores públicos devem ser Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN: Senhor Presidente, cumprimento Vossa Excelência, Ministro Luiz Fux, as eminentes Ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber, os eminentes pares e, de modo especial, o eminente Ministro Marco Aurélio, nosso Decano, Relator da ação direta em julgamento. Saúdo as sustentações orais que aqui aportaram, do Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República, e dos ilustres advogados e advogadas que também sustentaram. Senhor Presidente, consigno que adoto o Relatório lançado aos autos pelo e. Ministro Marco Aurélio. Tal como consignou Sua Excelência o Ministro Relator, trata-se de ação direta ajuizada pela Procuradoria-Geral da República almejando declaração de incompatibilidade, com a Constituição da República, das Leis Complementares nº 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, que versam sobre contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – Iases. A PGR argumenta pela violação dos artigos 37, incisos II e IX, e 39, caput, da Constituição da República, já que não teriam sido demonstrados os requisitos de necessidade e excepcionalidade a justificarem admissão de servidores na modalidade temporária, nos termos em que autorizada a contratação temporária pelas normas objeto da ADI. Conforme noticia a PGR, as leis objurgadas autorizaram a contratação de 2.057 empregados temporários para atuação nas áreas de saúde e educação. Sublinha que, desde 2004, o Estado vinha editando leis complementares a versarem ocupação precária de cargos técnicos, os quais, conforme sustenta, exigem provimento efetivo, ausente realização de certame nesse período – Leis Complementares nº 300/2004, 349/2005, 378/2006, 405/2007, 559/2010 e 772/2014, todas do Espírito Santo. Não há dúvida, Senhor Presidente, que a contratação temporária é medida excepcional e que, em regra, os servidores públicos devem ser Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Inteiro Teor do Acórdão - Página 34 de 103 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5664 / ES recrutados por meio de concurso público. Conforme noticiou o Governador do Estado do Espírito Santo, em 15.10.2020, mediante a petição/STF nº 86.437/2020, houve revogação expressa das normas objeto da presente ADI, nos termos do art. 23 da Lei Complementar nº 809/2015, que disciplinou a contratação temporária: “Por constituir o “estatuto das contratações temporárias” e regular inteiramente a matéria referente à contratação temporária no âmbito do Estado do Espírito Santo, a LC 809/2015 revogou todas as leis anteriores que versavam sobre o tema, incluindo-se as impugnadas Leis Complementares Estaduais de números 559/2010 e 772/2014. É o que se observa do seu art. 23: “Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar”.” Com efeito, os artigos 1º e 2º da Lei Complementar n. 809/2015 dispõem acerca dos requisitos para contratação temporária, limitando-a ao atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público. No entanto, tal como ressaltou em sustentação oral o eminente Vice- Procurador Geral da República Dr. Humberto Jacques de Medeiros, a norma revogadora autoriza a ultratividade da lei complementar objeto da presente ação direta: “Art. 17. Ficam os órgãos e entidades públicas do Poder Executivo autorizados a celebrar novos contratos administrativos de prestação de serviço, por prazo determinado, para as funções discriminadas nas leis complementares e ordinárias alcançadas pelo art. 23 desta Lei Complementar, que não se enquadrem nas situações previstas no art. 2º desta Lei Complementar. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES recrutados por meio de concurso público. Conforme noticiou o Governador do Estado do Espírito Santo, em 15.10.2020, mediante a petição/STF nº 86.437/2020, houve revogação expressa das normas objeto da presente ADI, nos termos do art. 23 da Lei Complementar nº 809/2015, que disciplinou a contratação temporária: “Por constituir o “estatuto das contratações temporárias” e regular inteiramente a matéria referente à contratação temporária no âmbito do Estado do Espírito Santo, a LC 809/2015 revogou todas as leis anteriores que versavam sobre o tema, incluindo-se as impugnadas Leis Complementares Estaduais de números 559/2010 e 772/2014. É o que se observa do seu art. 23: “Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar”.” Com efeito, os artigos 1º e 2º da Lei Complementar n. 809/2015 dispõem acerca dos requisitos para contratação temporária, limitando-a ao atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público. No entanto, tal como ressaltou em sustentação oral o eminente Vice- Procurador Geral da República Dr. Humberto Jacques de Medeiros, a norma revogadora autoriza a ultratividade da lei complementar objeto da presente ação direta: “Art. 17. Ficam os órgãos e entidades públicas do Poder Executivo autorizados a celebrar novos contratos administrativos de prestação de serviço, por prazo determinado, para as funções discriminadas nas leis complementares e ordinárias alcançadas pelo art. 23 desta Lei Complementar, que não se enquadrem nas situações previstas no art. 2º desta Lei Complementar. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Inteiro Teor do Acórdão - Página 35 de 103 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5664 / ES § 1º Cada órgão ou entidade pública autorizado a contratar na forma do caput deste artigo se responsabilizará pela redução gradativa do quantitativo geral de servidores contratados temporariamente, constante da relação oficial do § 2º do art. 16 desta Lei Complementar, na proporção estabelecida em decreto regulamentar a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias contados da publicação desta Lei Complementar. § 2º Os contratos celebrados nos termos do caput deste artigo terão prazo máximo de vigência de 12 (doze) meses, prorrogáveis por igual período.” Ultrapassada a preliminar, entendo que, no mérito, deve prevalecer a inconstitucionalidade arguida pela PGR. A jurisprudência deste STF é intransigente em relação ao princípio do concurso público, como se vê: “Ementa: CONSTITUCIONAL. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES (ART. 37, IX, CF). LEI COMPLEMENTAR 12/1992 DO ESTADO DO MATO GROSSO. INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da CF). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da CF deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da presença de excepcional interesse publico sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES § 1º Cada órgão ou entidade pública autorizado a contratar na forma do caput deste artigo se responsabilizará pela redução gradativa do quantitativo geral de servidores contratados temporariamente, constante da relação oficial do § 2º do art. 16 desta Lei Complementar, na proporção estabelecida em decreto regulamentar a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias contados da publicação desta Lei Complementar. § 2º Os contratos celebrados nos termos do caput deste artigo terão prazo máximo de vigência de 12 (doze) meses, prorrogáveis por igual período.” Ultrapassada a preliminar, entendo que, no mérito, deve prevalecer a inconstitucionalidade arguida pela PGR. A jurisprudência deste STF é intransigente em relação ao princípio do concurso público, como se vê: “Ementa: CONSTITUCIONAL. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES (ART. 37, IX, CF). LEI COMPLEMENTAR 12/1992 DO ESTADO DO MATO GROSSO. INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da CF). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da CF deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da presença de excepcional interesse publico sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Inteiro Teor do Acórdão - Página 36 de 103 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5664 / ES tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da CF. 3. Ação direta julgada procedente, para declarar inconstitucional o art. 264, inciso VI e § 1º, parte final, da Lei Complementar 4/90, ambos com redação conferida pela LC 12/92, com efeitos ex nunc, preservados os contratos em vigor que tenham sido celebrados exclusivamente com fundamento nos referidos dispositivos, por um prazo máximo de até 12 (doze) meses da publicação da ata deste julgamento. (ADI 3662, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 23/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24-04- 2018 PUBLIC 25-04-2018)” Como se observa da leitura do referido precedente, a interpretação dada por esta Corte ao art. 37, IX, da Constituição Federal não alberga a norma impugnada na presente ação direta. De fato, a possibilidade genérica de extensão do prazo de contratação, a autorizar, em tese, sua prorrogação indefinida, vai de encontro ao princípio do concurso público, que admite a exceção apenas nas delimitadas hipóteses de contratação temporária. Pedindo vênia à divergência aberta pelo e. Ministro Alexandre de Moraes, respeitosamente, consigno que eventual necessidade emergente permite contratação temporária, respeitados os limites legais e constitucionais, sem autorização de prorrogação indefinida das contratações temporárias. Tais hipóteses são, contudo, absolutamente inconstitucionais. Desse modo, Senhor Presidente, acompanho o e. Relator e julgo procedente a ação direta. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da CF. 3. Ação direta julgada procedente, para declarar inconstitucional o art. 264, inciso VI e § 1º, parte final, da Lei Complementar 4/90, ambos com redação conferida pela LC 12/92, com efeitos ex nunc, preservados os contratos em vigor que tenham sido celebrados exclusivamente com fundamento nos referidos dispositivos, por um prazo máximo de até 12 (doze) meses da publicação da ata deste julgamento. (ADI 3662, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 23/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24-04- 2018 PUBLIC 25-04-2018)” Como se observa da leitura do referido precedente, a interpretação dada por esta Corte ao art. 37, IX, da Constituição Federal não alberga a norma impugnada na presente ação direta. De fato, a possibilidade genérica de extensão do prazo de contratação, a autorizar, em tese, sua prorrogação indefinida, vai de encontro ao princípio do concurso público, que admite a exceção apenas nas delimitadas hipóteses de contratação temporária. Pedindo vênia à divergência aberta pelo e. Ministro Alexandre de Moraes, respeitosamente, consigno que eventual necessidade emergente permite contratação temporária, respeitados os limites legais e constitucionais, sem autorização de prorrogação indefinida das contratações temporárias. Tais hipóteses são, contudo, absolutamente inconstitucionais. Desse modo, Senhor Presidente, acompanho o e. Relator e julgo procedente a ação direta. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Inteiro Teor do Acórdão - Página 37 de 103 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Boa tarde, Presidente, Ministro Luiz Fux! Boa tarde, Ministra e Professora Cármen Lúcia! Boa tarde, Ministra Rosa Weber, prezados Colegas, prezado Vice- Procurador-Geral da República, Doutor Humberto Jacques, Doutora Carmen Lilian. Presidente, ouvi com muita atenção os votos e também as considerações particulares do Ministro Alexandre de Moraes, mas há alguma coisa estranha acontecendo aqui neste processo. São duas leis impugnadas: uma é de 2010, e previa uma contratação temporária por doze meses, prorrogáveis por mais doze, de modo que este imbróglio deveria ter terminado em 2012. A lei subsequente é de 2014, e igualmente permite a contratação por doze meses, com prorrogação por mais doze, então deveria ter acabado em 2016. De modo que, se estamos discutindo esse ponto aqui - em rigor, alegou-se até a revogação, mas não que elas ainda estivessem produzindo efeitos -, se computássemos esses prazos que falei, a prorrogação proposta pelo Ministro Nunes Marques não faria sentido, porque tudo já teria terminado. Mas não parece ser assim. Essas leis, supostamente se valendo do permissivo para contratação temporária do art. 37, IX, têm servido repetidamente de fundamento para contratações temporárias. Acho que temos que interpretar o Direito também à luz da normatividade dos fatos, e não apenas em tese e em abstrato. Se essas leis continuam a ser usadas para renovação de contratação ou de novas contratações temporárias, a violação do preceito constitucional é evidente. Além de - com todas as vênias e entendendo as emergências a que se referiu o Ministro Alexandre de Moraes - contratação temporária de 2.057 servidores, como aponta o Ministério Público, ser uma coisa totalmente fora de padrão. Não surge subitamente a necessidade temporária de se contratarem 2000 servidores. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Boa tarde, Presidente, Ministro Luiz Fux! Boa tarde, Ministra e Professora Cármen Lúcia! Boa tarde, Ministra Rosa Weber, prezados Colegas, prezado Vice- Procurador-Geral da República, Doutor Humberto Jacques, Doutora Carmen Lilian. Presidente, ouvi com muita atenção os votos e também as considerações particulares do Ministro Alexandre de Moraes, mas há alguma coisa estranha acontecendo aqui neste processo. São duas leis impugnadas: uma é de 2010, e previa uma contratação temporária por doze meses, prorrogáveis por mais doze, de modo que este imbróglio deveria ter terminado em 2012. A lei subsequente é de 2014, e igualmente permite a contratação por doze meses, com prorrogação por mais doze, então deveria ter acabado em 2016. De modo que, se estamos discutindo esse ponto aqui - em rigor, alegou-se até a revogação, mas não que elas ainda estivessem produzindo efeitos -, se computássemos esses prazos que falei, a prorrogação proposta pelo Ministro Nunes Marques não faria sentido, porque tudo já teria terminado. Mas não parece ser assim. Essas leis, supostamente se valendo do permissivo para contratação temporária do art. 37, IX, têm servido repetidamente de fundamento para contratações temporárias. Acho que temos que interpretar o Direito também à luz da normatividade dos fatos, e não apenas em tese e em abstrato. Se essas leis continuam a ser usadas para renovação de contratação ou de novas contratações temporárias, a violação do preceito constitucional é evidente. Além de - com todas as vênias e entendendo as emergências a que se referiu o Ministro Alexandre de Moraes - contratação temporária de 2.057 servidores, como aponta o Ministério Público, ser uma coisa totalmente fora de padrão. Não surge subitamente a necessidade temporária de se contratarem 2000 servidores. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 38 de 103 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5664 / ES Estou convencido, embora examinando à distância, que essas leis vêm sendo utilizadas para manipular a exigência constitucional do concurso público, portanto não vou interpretá-las apenas em abstrato, vou interpretá-las como vêm sendo concretizadas. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Ministro Luís Roberto, me permite um aparte, só para contribuir? Na verdade, não são tantos servidores assim, o número é alto - inclusive para reflexão, qualquer que seja a posição, para que a decisão do Supremo não seja inútil. Com certeza, não há mais nenhum contrato de trabalho temporário com base na LC nº 559, que previu 667, por exemplo, agentes socioeducativos, substituídos pelos 578 agentes socioeducativos da outra lei. Não se soma, são contratos diferentes. Só para termos em mente: se vamos declarar a inconstitucionalidade dessas duas leis, o efeito prático será nada. Na verdade, as novas contratações estão sendo feitas com base na nova lei, porque aquelas leis já se exauriram no tempo. Não é uma renovação de contrato com base na lei anterior, cada lei permite doze por mais doze. Talvez tivéssemos que pensar no arrastamento da nova lei. Só essa observação. Obrigado e desculpe interromper. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Se me permite, Ministro Luís Roberto Barroso, apenas para entender exatamente a imbricação do Direito à realidade. É preciso esclarecer se, com base nessas leis, as pessoas contratadas continuam a exercer suas funções no serviço público, passado aquele prazo, como se efetivamente nada tivesse acontecido. Isso é muito importante, porque é a única maneira que vamos ter de podar esse excesso de contratação temporária, que já tem tantos anos, de declarar a inconstitucionalidade e, eventualmente, até modular, para não admitir que as pessoas que entraram sem concurso público possam ser demitidas. O que acho que chama a atenção aqui é que essas leis, se elas se protraíram no tempo, criaram um estado de coisas inconstitucional, se a pessoa foi contratada temporariamente, mas está lá trabalhando já há mais de dez anos. Acho que foi esse o ponto que o Procurador-Geral da República 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Estou convencido, embora examinando à distância, que essas leis vêm sendo utilizadas para manipular a exigência constitucional do concurso público, portanto não vou interpretá-las apenas em abstrato, vou interpretá-las como vêm sendo concretizadas. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Ministro Luís Roberto, me permite um aparte, só para contribuir? Na verdade, não são tantos servidores assim, o número é alto - inclusive para reflexão, qualquer que seja a posição, para que a decisão do Supremo não seja inútil. Com certeza, não há mais nenhum contrato de trabalho temporário com base na LC nº 559, que previu 667, por exemplo, agentes socioeducativos, substituídos pelos 578 agentes socioeducativos da outra lei. Não se soma, são contratos diferentes. Só para termos em mente: se vamos declarar a inconstitucionalidade dessas duas leis, o efeito prático será nada. Na verdade, as novas contratações estão sendo feitas com base na nova lei, porque aquelas leis já se exauriram no tempo. Não é uma renovação de contrato com base na lei anterior, cada lei permite doze por mais doze. Talvez tivéssemos que pensar no arrastamento da nova lei. Só essa observação. Obrigado e desculpe interromper. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Se me permite, Ministro Luís Roberto Barroso, apenas para entender exatamente a imbricação do Direito à realidade. É preciso esclarecer se, com base nessas leis, as pessoas contratadas continuam a exercer suas funções no serviço público, passado aquele prazo, como se efetivamente nada tivesse acontecido. Isso é muito importante, porque é a única maneira que vamos ter de podar esse excesso de contratação temporária, que já tem tantos anos, de declarar a inconstitucionalidade e, eventualmente, até modular, para não admitir que as pessoas que entraram sem concurso público possam ser demitidas. O que acho que chama a atenção aqui é que essas leis, se elas se protraíram no tempo, criaram um estado de coisas inconstitucional, se a pessoa foi contratada temporariamente, mas está lá trabalhando já há mais de dez anos. Acho que foi esse o ponto que o Procurador-Geral da República 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 39 de 103 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5664 / ES procurou destacar. Obrigado, Ministro Barroso! O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Obrigado, Ministro Luiz Fux! Retomando aqui, a petição do Procurador-Geral da República informa a realização da contratação de aproximadamente 2.057 contratações de natureza temporária. Esse é o número que consta da petição inicial do Procurador-Geral da República, que tem fé pública. Mas, ainda que tenhamos tido uma primeira lei permitindo e, depois, tido a segunda lei permitindo a contratação temporária para o mesmo lugar, fica evidenciado que se está utilizando o mecanismo da contratação temporária em lugar da realização do concurso público. Se duas leis, uma de 2010 e outra de 2014, permitem a contratação de empregados e servidores temporários para vagas na instituição socioeducativa, parece-me fora de dúvida que se está usando o artifício da contratação temporária em lugar do concurso público. Depois ainda sobreveio uma lei genérica, permitindo contratações temporárias. Nenhum de nós aqui discute que o inciso IX do art. 37 da Constituição permite contratação temporária. Em precedente do Ministro Dias Toffoli, com o qual continuo de acordo, assentamos os requisitos da contratação temporária, Tema 612 da repercussão geral. Quais são os casos? Exige-se: "a) os casos excepcionais estejam previstos em lei; b) o prazo de contratação seja predeterminado; c) a necessidade seja temporária; d) o interesse público seja excepcional; e) a necessidade de contratação seja indispensável […]." Seria capaz de concordar que, uma primeira vez, para uma contratação excepcional, para o instituto socioeducativo, faria sentido, em uma emergência, como pontuou o Ministro Alexandre de Moraes. Mas, na sequência, veio outra lei específica para a instituição socioeducativa e, depois, uma lei genérica. Não me estou referindo a qualquer contratação temporária no Espírito Santo, mas, no tocante ao instituto socioeducativo, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES procurou destacar. Obrigado, Ministro Barroso! O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Obrigado, Ministro Luiz Fux! Retomando aqui, a petição do Procurador-Geral da República informa a realização da contratação de aproximadamente 2.057 contratações de natureza temporária. Esse é o número que consta da petição inicial do Procurador-Geral da República, que tem fé pública. Mas, ainda que tenhamos tido uma primeira lei permitindo e, depois, tido a segunda lei permitindo a contratação temporária para o mesmo lugar, fica evidenciado que se está utilizando o mecanismo da contratação temporária em lugar da realização do concurso público. Se duas leis, uma de 2010 e outra de 2014, permitem a contratação de empregados e servidores temporários para vagas na instituição socioeducativa, parece-me fora de dúvida que se está usando o artifício da contratação temporária em lugar do concurso público. Depois ainda sobreveio uma lei genérica, permitindo contratações temporárias. Nenhum de nós aqui discute que o inciso IX do art. 37 da Constituição permite contratação temporária. Em precedente do Ministro Dias Toffoli, com o qual continuo de acordo, assentamos os requisitos da contratação temporária, Tema 612 da repercussão geral. Quais são os casos? Exige-se: "a) os casos excepcionais estejam previstos em lei; b) o prazo de contratação seja predeterminado; c) a necessidade seja temporária; d) o interesse público seja excepcional; e) a necessidade de contratação seja indispensável […]." Seria capaz de concordar que, uma primeira vez, para uma contratação excepcional, para o instituto socioeducativo, faria sentido, em uma emergência, como pontuou o Ministro Alexandre de Moraes. Mas, na sequência, veio outra lei específica para a instituição socioeducativa e, depois, uma lei genérica. Não me estou referindo a qualquer contratação temporária no Espírito Santo, mas, no tocante ao instituto socioeducativo, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 40 de 103 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5664 / ES estou convencido, pelas informações que temos aqui, de que está havendo, sim, burla do princípio do concurso público. Penso que é uma decisão que poderá produzir o bem, sem nenhum risco de produzir o mal. Se declararmos inconstitucional e ela já não estiver mais sendo aplicada, ótimo, não traz consequência nenhuma; se declararmos inconstitucional, porque efetivamente está sendo aplicada, como parece ser o caso, acho que a proposta de modulação do Ministro Kassio Nunes Marques faz todo sentido. De modo que penso que não há possibilidade de se produzir um mau impacto sobre a realidade se declararmos a inconstitucionalidade dessas duas normas, que, estou assumindo, vêm sendo utilizadas para continuadamente serem feitas contratações temporárias para o instituto socioeducativo. Se essa minha premissa não for verdadeira, se eu estiver enganado, a declaração de inconstitucionalidade de uma lei que já não está sendo aplicada não vai produzir nenhum mal. Mas, se ela estiver sendo aplicada, como suspeito, creio que tenha que ser declarada inconstitucional mesmo. Porém, para atender o interesse público, como já decidimos em precedentes, também modulo em dois anos para que se possam repor esses servidores pela via do concurso público. Pelo que percebi, a única distinção entre a posição do Ministro Kassio e a do Ministro Marco Aurélio era a questão da modulação. Ministro Kassio, há alguma outra divergência de Vossa Excelência? O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Queria apenas aproveitar a oportunidade e pedir um pequeno aparte. Em meu voto, reportei-me a essa dúvida que Vossa Excelência mencionou, mas o fiz de forma muito breve, quanto à perda de objeto das leis anteriores. Posteriormente veio a Lei Complementar n. 809, e o que ela fez? Criou uma comissão permanente de contratações temporárias, que disse: os órgãos e entidades do Espírito Santo deveriam encaminhar um relatório de todas as contratações temporárias efetivadas, sob a égide das duas leis anteriores, para que fossem revalidadas. Em minha compreensão, essas leis estavam em plena eficácia. Não 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES estou convencido, pelas informações que temos aqui, de que está havendo, sim, burla do princípio do concurso público. Penso que é uma decisão que poderá produzir o bem, sem nenhum risco de produzir o mal. Se declararmos inconstitucional e ela já não estiver mais sendo aplicada, ótimo, não traz consequência nenhuma; se declararmos inconstitucional, porque efetivamente está sendo aplicada, como parece ser o caso, acho que a proposta de modulação do Ministro Kassio Nunes Marques faz todo sentido. De modo que penso que não há possibilidade de se produzir um mau impacto sobre a realidade se declararmos a inconstitucionalidade dessas duas normas, que, estou assumindo, vêm sendo utilizadas para continuadamente serem feitas contratações temporárias para o instituto socioeducativo. Se essa minha premissa não for verdadeira, se eu estiver enganado, a declaração de inconstitucionalidade de uma lei que já não está sendo aplicada não vai produzir nenhum mal. Mas, se ela estiver sendo aplicada, como suspeito, creio que tenha que ser declarada inconstitucional mesmo. Porém, para atender o interesse público, como já decidimos em precedentes, também modulo em dois anos para que se possam repor esses servidores pela via do concurso público. Pelo que percebi, a única distinção entre a posição do Ministro Kassio e a do Ministro Marco Aurélio era a questão da modulação. Ministro Kassio, há alguma outra divergência de Vossa Excelência? O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Queria apenas aproveitar a oportunidade e pedir um pequeno aparte. Em meu voto, reportei-me a essa dúvida que Vossa Excelência mencionou, mas o fiz de forma muito breve, quanto à perda de objeto das leis anteriores. Posteriormente veio a Lei Complementar n. 809, e o que ela fez? Criou uma comissão permanente de contratações temporárias, que disse: os órgãos e entidades do Espírito Santo deveriam encaminhar um relatório de todas as contratações temporárias efetivadas, sob a égide das duas leis anteriores, para que fossem revalidadas. Em minha compreensão, essas leis estavam em plena eficácia. Não 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 41 de 103 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5664 / ES houve revogação da norma, porque esses contratos foram revalidados e permanecem vigentes até esta data. Apenas deu-se perpetuidade às contratações anteriores, no art. 16, caput e § 1º, da Lei n. 809. Respondendo a pergunta de Vossa Excelência, a divergência é tão somente quanto à modulação. O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - A observação do Ministro Kassio Nunes Marques confirma minhas suspeitas. Estava suspeitando, mas parece ser a realidade, eram contratações temporárias perpetuadas no tempo. A burla ao princípio constitucional é evidente. Presidente, pedindo todas as vênias ao eminente Ministro Alexandre de Moraes, estou acompanhando a posição iniciada pelo Ministro Kassio Nunes Marques, penso, acompanhada pelo Ministro Luiz Edson Fachin. Ministro Fachin, Vossa Excelência modulou, não? O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Não, Ministro Barroso, acompanhei integralmente o Ministro-Relator. O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Ok. Estou acompanhando o Ministro-Relator no sentido de julgar procedente o pedido, mas, desde logo, proponho a modulação, também por dois anos, e, portanto, nesse particular, acompanhando o Ministro Kassio Nunes Marques. Apenas relembro que, em hipóteses anteriores, também adotamos a linha de determinar a realização do concurso, mas deixando um prazo de dois anos, prazo razoável para sua conclusão. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES houve revogação da norma, porque esses contratos foram revalidados e permanecem vigentes até esta data. Apenas deu-se perpetuidade às contratações anteriores, no art. 16, caput e § 1º, da Lei n. 809. Respondendo a pergunta de Vossa Excelência, a divergência é tão somente quanto à modulação. O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - A observação do Ministro Kassio Nunes Marques confirma minhas suspeitas. Estava suspeitando, mas parece ser a realidade, eram contratações temporárias perpetuadas no tempo. A burla ao princípio constitucional é evidente. Presidente, pedindo todas as vênias ao eminente Ministro Alexandre de Moraes, estou acompanhando a posição iniciada pelo Ministro Kassio Nunes Marques, penso, acompanhada pelo Ministro Luiz Edson Fachin. Ministro Fachin, Vossa Excelência modulou, não? O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Não, Ministro Barroso, acompanhei integralmente o Ministro-Relator. O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Ok. Estou acompanhando o Ministro-Relator no sentido de julgar procedente o pedido, mas, desde logo, proponho a modulação, também por dois anos, e, portanto, nesse particular, acompanhando o Ministro Kassio Nunes Marques. Apenas relembro que, em hipóteses anteriores, também adotamos a linha de determinar a realização do concurso, mas deixando um prazo de dois anos, prazo razoável para sua conclusão. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 42 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO A Senhora Ministra Rosa Weber: 1. Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, proposta pelo Procurador-Geral da República contra as Leis Complementares n° 559, de 30.06.2010 e n° 772, de 04.04.2014, ambas do Estado do Espírito Santo – que autorizam o Poder Executivo a realizar contratação temporária “de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES)” e “para atender a necessidades urgentes do IASES”, respectivamente. 2. Sustenta-se a inconstitucionalidade dos dispositivos atacados, por afronta ao disposto nos arts. 37, II e IX, e 39, caput, da Constituição da República, sob o fundamento que as leis complementares estaduais preveem contratação temporária mediante contrato de prestação de serviços, ao invés de prover cargos públicos por meio de concurso, sem demonstrar “excepcional interesse público e necessidade premente do serviço”. Aponta-se a “inexistência do caráter transitório da contratação, por ausência de predeterminação de prazos e da excepcionalidade do serviço, mediante as reiteradas edições de atos para novas contratações”. Aduz-se que os atos normativos impugnados vão de encontro ao texto constitucional, “segundo o qual contratação temporária somente deve ocorrer em situações efêmeras”, atendendo a necessidades urgentes e com excepcionalidade. 3. A medida cautelar pleiteada, com o escopo de suspender a eficácia dos atos normativos atacados até o julgamento final da ação, tem por fundamentos a plausibilidade jurídica da tese esposada (fumus boni juris) – haja vista os argumentos apresentados pela petição inicial e a jurisprudência desta Corte – e o perigo da demora na prestação jurisdicional (periculum in mora), dado dano de “provimento de postos de trabalho no poder público incompatíveis com preenchimento do que deveriam ser cargos públicos por empregos públicos temporários, sem a devida excepcionalidade e necessidade que o justifique”. 4. No mérito, requer a declaração de inconstitucionalidade da Lei Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO A Senhora Ministra Rosa Weber: 1. Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, proposta pelo Procurador-Geral da República contra as Leis Complementares n° 559, de 30.06.2010 e n° 772, de 04.04.2014, ambas do Estado do Espírito Santo – que autorizam o Poder Executivo a realizar contratação temporária “de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES)” e “para atender a necessidades urgentes do IASES”, respectivamente. 2. Sustenta-se a inconstitucionalidade dos dispositivos atacados, por afronta ao disposto nos arts. 37, II e IX, e 39, caput, da Constituição da República, sob o fundamento que as leis complementares estaduais preveem contratação temporária mediante contrato de prestação de serviços, ao invés de prover cargos públicos por meio de concurso, sem demonstrar “excepcional interesse público e necessidade premente do serviço”. Aponta-se a “inexistência do caráter transitório da contratação, por ausência de predeterminação de prazos e da excepcionalidade do serviço, mediante as reiteradas edições de atos para novas contratações”. Aduz-se que os atos normativos impugnados vão de encontro ao texto constitucional, “segundo o qual contratação temporária somente deve ocorrer em situações efêmeras”, atendendo a necessidades urgentes e com excepcionalidade. 3. A medida cautelar pleiteada, com o escopo de suspender a eficácia dos atos normativos atacados até o julgamento final da ação, tem por fundamentos a plausibilidade jurídica da tese esposada (fumus boni juris) – haja vista os argumentos apresentados pela petição inicial e a jurisprudência desta Corte – e o perigo da demora na prestação jurisdicional (periculum in mora), dado dano de “provimento de postos de trabalho no poder público incompatíveis com preenchimento do que deveriam ser cargos públicos por empregos públicos temporários, sem a devida excepcionalidade e necessidade que o justifique”. 4. No mérito, requer a declaração de inconstitucionalidade da Lei Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 43 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES Complementar 559, de 30 de junho de 2010, e da Lei Complementar 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. 5. Adotou-se o rito do art. 12 da Lei nº 9.868/1999. 6. O Governador do Estado do Espírito Santo defende a constitucionalidade dos atos normativos impugnados, à alegação de que o art. 37, IX, da CF/88 dispõe genericamente sobre contratação temporária e não indica os casos específicos de necessidade e excepcional interesse público. Ressalta, ainda, que a elaboração das leis complementares impugnadas ocorreu no contexto do “estado de necessidade em que se encontra o atendimento socioeducativo do Estado do Espírito Santo”, e buscou “a continuidade da prestação de serviços públicos referentes à educação, à saúde, à segurança pública e à proteção da criança e do adolescente”. 7. Por sua vez, a Advocacia-Geral da União manifesta-se pela improcedência do pedido formulado pelo requerente. Aduz a ausência de violação do artigo 37, incisos II e IX, da Constituição Federal, pois avalia que as leis impugnadas: (i) especificam “as hipóteses de contratação temporária, estabelecendo as espécies de atividades que necessitam de atendimento imediato para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES”, e; (ii) fixam “balizas circunstanciais e temporais específicas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente”. Afirma, ainda, que não houve a violação do artigo 39, caput, da Carta Magna, uma vez que “a temporariedade que caracteriza essa modalidade de contratação permite a adoção de um regime jurídico distinto daquele que rege a investidura de servidores em cargos de provimento efetivo da administração pública”. 8. A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo vindica a inexistência da inconstitucionalidade dos dispositivos atacados, uma vez que o “Estado atende provisoriamente a determinadas situações de risco social presente, de acordo com sua capacidade financeira, não tendo assim estrutura e condições de incorporar tais políticas à Administração”, de modo que as “contratações provisórias visam justamente assegurar ao Estado a possibilidade de contratar pessoal exclusivamente quando tem condições financeiras para 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Complementar 559, de 30 de junho de 2010, e da Lei Complementar 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. 5. Adotou-se o rito do art. 12 da Lei nº 9.868/1999. 6. O Governador do Estado do Espírito Santo defende a constitucionalidade dos atos normativos impugnados, à alegação de que o art. 37, IX, da CF/88 dispõe genericamente sobre contratação temporária e não indica os casos específicos de necessidade e excepcional interesse público. Ressalta, ainda, que a elaboração das leis complementares impugnadas ocorreu no contexto do “estado de necessidade em que se encontra o atendimento socioeducativo do Estado do Espírito Santo”, e buscou “a continuidade da prestação de serviços públicos referentes à educação, à saúde, à segurança pública e à proteção da criança e do adolescente”. 7. Por sua vez, a Advocacia-Geral da União manifesta-se pela improcedência do pedido formulado pelo requerente. Aduz a ausência de violação do artigo 37, incisos II e IX, da Constituição Federal, pois avalia que as leis impugnadas: (i) especificam “as hipóteses de contratação temporária, estabelecendo as espécies de atividades que necessitam de atendimento imediato para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES”, e; (ii) fixam “balizas circunstanciais e temporais específicas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente”. Afirma, ainda, que não houve a violação do artigo 39, caput, da Carta Magna, uma vez que “a temporariedade que caracteriza essa modalidade de contratação permite a adoção de um regime jurídico distinto daquele que rege a investidura de servidores em cargos de provimento efetivo da administração pública”. 8. A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo vindica a inexistência da inconstitucionalidade dos dispositivos atacados, uma vez que o “Estado atende provisoriamente a determinadas situações de risco social presente, de acordo com sua capacidade financeira, não tendo assim estrutura e condições de incorporar tais políticas à Administração”, de modo que as “contratações provisórias visam justamente assegurar ao Estado a possibilidade de contratar pessoal exclusivamente quando tem condições financeiras para 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 44 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES tanto, de acordo com as demandas sociais”. 9. Deferido o pedido de admissão no feito, na qualidade de amicus curiae, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo – SINDIPÚBLICOS. 10. A Procuradoria-Geral da República apresenta parecer assim ementado: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES Nºs 559/2010 E 772/2014, DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO ESPÍRITO SANTO – IASES. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PESSOAL EM CARÁTER TEMPORÁRIO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA TRANSITORIEDADE DA CONTRATAÇÃO NEM DA EXCEPCIONALIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. - Para a contratação temporária, nos moldes do art. 37, IX, da CF, é indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica. Precedente do STF. Elementos não demonstrados nas Leis Complementares nºs 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. - Parecer pelo acolhimento do pedido, nos termos da petição inicial”. 11. Em 05.10.2020, o processo foi liberado para apreciação no Plenário Virtual, com a proposta da seguinte ementa: “CARGO OU EMPREGO PÚBLICO – OCUPAÇÃO. Cargo público há de ser ocupado de forma permanente, realizando-se concurso de provas ou de provas e títulos, atendidas a natureza e complexidade, não cabendo generalizar a exceção revelada por nomeação para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração – artigo 37, inciso II, da Constituição Federal. EDUCAÇÃO – CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – IMPROPRIEDADE. Surge conflitante com a Constituição Federal contratação temporária de agentes socioeducativos e 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES tanto, de acordo com as demandas sociais”. 9. Deferido o pedido de admissão no feito, na qualidade de amicus curiae, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo – SINDIPÚBLICOS. 10. A Procuradoria-Geral da República apresenta parecer assim ementado: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES Nºs 559/2010 E 772/2014, DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO ESPÍRITO SANTO – IASES. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PESSOAL EM CARÁTER TEMPORÁRIO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA TRANSITORIEDADE DA CONTRATAÇÃO NEM DA EXCEPCIONALIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. - Para a contratação temporária, nos moldes do art. 37, IX, da CF, é indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica. Precedente do STF. Elementos não demonstrados nas Leis Complementares nºs 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. - Parecer pelo acolhimento do pedido, nos termos da petição inicial”. 11. Em 05.10.2020, o processo foi liberado para apreciação no Plenário Virtual, com a proposta da seguinte ementa: “CARGO OU EMPREGO PÚBLICO – OCUPAÇÃO. Cargo público há de ser ocupado de forma permanente, realizando-se concurso de provas ou de provas e títulos, atendidas a natureza e complexidade, não cabendo generalizar a exceção revelada por nomeação para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração – artigo 37, inciso II, da Constituição Federal. EDUCAÇÃO – CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – IMPROPRIEDADE. Surge conflitante com a Constituição Federal contratação temporária de agentes socioeducativos e 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 45 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES técnicos de nível superior visando atender necessidade educacional. Inconstitucionalidade das Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo”. 12. Destaque do ambiente virtual formulado pelo Ministro Alexandre de Moraes. 13. O Governador do Estado do Espírito Santo requer a extinção da presente ação por perda de objeto, tendo em vista a revogação das leis impugnadas. Aponta a vigência da Lei Complementar nº 809/2015, que disciplina as contratações temporárias e revoga, em seu art. 23, as leis complementares e ordinárias que dispõem sobre a matéria. 14. Indeferido, em 19.10.2020, o pedido de extinção do processo. Em face da ausência de revogação expressa das leis questionadas, entendeu o Ministro Marco Aurélio que: “A superveniência de regra geral atinente ao tema considerada a Administração direta e indireta não torna insubsistentes as normas atacadas, mostrando-se impróprio o exame de circunstância a encerrar eventual crise de legalidade”. É o breve relatório. 15. Inicialmente, afasto a tese do Estado do Espírito Santo quanto à alegada perda do objeto. A Lei 809/2015 dispõe que “Dispõe sobre a contratação por tempo determinado pelo Estado do Espírito Santo para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal e do inciso IX do art. 32 da Constituição Estadual, e dá outras providências”: “Art. 1º Para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, os órgãos da administração direta, as autarquias e as fundações públicas do Poder Executivo poderão efetuar contratação de pessoal por tempo determinado, nas condições e prazos previstos nesta Lei Complementar. (...) Art. 20. Aplica-se à Administração Estadual, em específico 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES técnicos de nível superior visando atender necessidade educacional. Inconstitucionalidade das Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo”. 12. Destaque do ambiente virtual formulado pelo Ministro Alexandre de Moraes. 13. O Governador do Estado do Espírito Santo requer a extinção da presente ação por perda de objeto, tendo em vista a revogação das leis impugnadas. Aponta a vigência da Lei Complementar nº 809/2015, que disciplina as contratações temporárias e revoga, em seu art. 23, as leis complementares e ordinárias que dispõem sobre a matéria. 14. Indeferido, em 19.10.2020, o pedido de extinção do processo. Em face da ausência de revogação expressa das leis questionadas, entendeu o Ministro Marco Aurélio que: “A superveniência de regra geral atinente ao tema considerada a Administração direta e indireta não torna insubsistentes as normas atacadas, mostrando-se impróprio o exame de circunstância a encerrar eventual crise de legalidade”. É o breve relatório. 15. Inicialmente, afasto a tese do Estado do Espírito Santo quanto à alegada perda do objeto. A Lei 809/2015 dispõe que “Dispõe sobre a contratação por tempo determinado pelo Estado do Espírito Santo para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal e do inciso IX do art. 32 da Constituição Estadual, e dá outras providências”: “Art. 1º Para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, os órgãos da administração direta, as autarquias e as fundações públicas do Poder Executivo poderão efetuar contratação de pessoal por tempo determinado, nas condições e prazos previstos nesta Lei Complementar. (...) Art. 20. Aplica-se à Administração Estadual, em específico 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 46 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES aos contratos administrativos, no que couber, as disposições contidas na Lei Federal nº 8.745, de 09.12.1993, e suas alterações. Art. 21. As disposições desta Lei Complementar não se aplicam aos profissionais que exerçam suas funções nas atividades das Polícias Civil e Militar. Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar”. Entendo que não houve revogação das leis complementares objeto deste processo objetivo de constitucionalidade, uma vez que não há contrariedade com a nova norma editada em 2015. Em verdade, as Leis Complementares n° 559/2010 e n° 772/2014 continuaram a ser utilizadas como fundamento para contratações temporárias no âmbito do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Conheço, pois, da ação direta, e passo ao exame do mérito. 16. Para a melhor compreensão da controvérsia, transcrevo as leis impugnadas na presente ação direta: “Lei Complementar 559/2010: Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 ([...]) Agentes Socioeducativos e 60 ([...]) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 ([...]) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES aos contratos administrativos, no que couber, as disposições contidas na Lei Federal nº 8.745, de 09.12.1993, e suas alterações. Art. 21. As disposições desta Lei Complementar não se aplicam aos profissionais que exerçam suas funções nas atividades das Polícias Civil e Militar. Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar”. Entendo que não houve revogação das leis complementares objeto deste processo objetivo de constitucionalidade, uma vez que não há contrariedade com a nova norma editada em 2015. Em verdade, as Leis Complementares n° 559/2010 e n° 772/2014 continuaram a ser utilizadas como fundamento para contratações temporárias no âmbito do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Conheço, pois, da ação direta, e passo ao exame do mérito. 16. Para a melhor compreensão da controvérsia, transcrevo as leis impugnadas na presente ação direta: “Lei Complementar 559/2010: Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 ([...]) Agentes Socioeducativos e 60 ([...]) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 ([...]) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 47 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência 1, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar nº 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 ([...]) horas semanais. Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 ([...]) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º ([...]) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência 1, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar nº 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 ([...]) horas semanais. Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 ([...]) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º ([...]) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 48 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo I da Lei Complementar nº 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 ([...]) e 206 ([...]). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Lei Complementar 772/2014: Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 ([...]) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 ([...]) nutricionista socioeducativo; 21 ([...]) pedagogos socioeducativos; 29 ([...]) psicólogos socioeducativos; 28 ([...]) assistentes sociais socioeducativos; 1 ([...]) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 ([...]) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 ([...]) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 ([...]) assistentes de suporte socioeducativos e 578 ([...]) agentes socioeducativos, totalizando 742 ([...]) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo I da Lei Complementar nº 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 ([...]) e 206 ([...]). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Lei Complementar 772/2014: Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 ([...]) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 ([...]) nutricionista socioeducativo; 21 ([...]) pedagogos socioeducativos; 29 ([...]) psicólogos socioeducativos; 28 ([...]) assistentes sociais socioeducativos; 1 ([...]) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 ([...]) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 ([...]) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 ([...]) assistentes de suporte socioeducativos e 578 ([...]) agentes socioeducativos, totalizando 742 ([...]) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 49 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES prazo de até 12 ([...]) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar nº 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 ([...]) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 ([...]) horas de trabalho e de 36 ([...]) horas de descanso ou de 24 ([...]) horas de trabalho e de 72 ([...]) horas de descanso, respeitado o limite máximo de 192 ([...]) horas mensais. Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES prazo de até 12 ([...]) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3º É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4º É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5º Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar nº 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 ([...]) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 ([...]) horas de trabalho e de 36 ([...]) horas de descanso ou de 24 ([...]) horas de trabalho e de 72 ([...]) horas de descanso, respeitado o limite máximo de 192 ([...]) horas mensais. Art. 6º Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 50 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 ([...]) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º ([...]) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação”. 17. Como parâmetros de controle, invocam-se: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES nº 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7º As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 ([...]) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8º O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9º É assegurado aos contratados: I – o 13º ([...]) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação”. 17. Como parâmetros de controle, invocam-se: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 51 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; [...] IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. […]. Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas”. 18. O problema constitucional posto envolve perquirir se as Leis Complementares estaduais que autorizam o respectivo Poder Executivo a realizar contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES) atendem o requisito da necessidade temporária em virtude da excepcionalidade do atendimento ao interesse público. Rememoro o voto liberado pelo eminente Relator no Olenário Virtual: “O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Há de atentar-se para a supremacia da Constituição Federal, Lei das leis, que se encontra no ápice da pirâmide das normas jurídicas pátrias. Tem-se, no artigo 37, inciso II, dela constante, preceito imperativo: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; [...] IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. […]. Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas”. 18. O problema constitucional posto envolve perquirir se as Leis Complementares estaduais que autorizam o respectivo Poder Executivo a realizar contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES) atendem o requisito da necessidade temporária em virtude da excepcionalidade do atendimento ao interesse público. Rememoro o voto liberado pelo eminente Relator no Olenário Virtual: “O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Há de atentar-se para a supremacia da Constituição Federal, Lei das leis, que se encontra no ápice da pirâmide das normas jurídicas pátrias. Tem-se, no artigo 37, inciso II, dela constante, preceito imperativo: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 52 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O acesso a cargo e emprego depende da feitura de concurso público. Essa é a regra, confirmando-a a exceção, no que contempla cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Educação é um dos males existentes, em termos de ser deficitária. Cumpre ao Estado – gênero – aparelhar-se, objetivando atender esse direito básico do cidadão. Conforme ressaltado na petição inicial, tem-se, no Espírito Santo, edição de sucessivas normas prevendo contratação temporária de cargos técnicos, a exigirem provimento efetivo. Nesta ação direta de inconstitucionalidade, são questionadas as Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014. Antes, houve diplomas versando idêntica matéria, a saber: Leis Complementares nº 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007. O círculo é vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível que é o sistema socioeducativo. O conflito, com o inciso II do artigo 37 da Constituição Federal, dos atos normativos impugnados é de clareza solar. Julgo procedente o pedido formulado, para declarar inconstitucionais as Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo”. Também eu não vislumbro o excepcional interesse público a informar as leis impugnadas, editadas no encadeamento de outros atos 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O acesso a cargo e emprego depende da feitura de concurso público. Essa é a regra, confirmando-a a exceção, no que contempla cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Educação é um dos males existentes, em termos de ser deficitária. Cumpre ao Estado – gênero – aparelhar-se, objetivando atender esse direito básico do cidadão. Conforme ressaltado na petição inicial, tem-se, no Espírito Santo, edição de sucessivas normas prevendo contratação temporária de cargos técnicos, a exigirem provimento efetivo. Nesta ação direta de inconstitucionalidade, são questionadas as Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014. Antes, houve diplomas versando idêntica matéria, a saber: Leis Complementares nº 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007. O círculo é vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível que é o sistema socioeducativo. O conflito, com o inciso II do artigo 37 da Constituição Federal, dos atos normativos impugnados é de clareza solar. Julgo procedente o pedido formulado, para declarar inconstitucionais as Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo”. Também eu não vislumbro o excepcional interesse público a informar as leis impugnadas, editadas no encadeamento de outros atos 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 53 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES normativos elaborados para permitir a contratação temporária em setores essenciais, como a saúde, objeto da Lei Complementar nº 300/2004, declarada inconstitucional por esta Suprema Corte ao julgamento da ADI 3430. Transcrevo o teor da ementa do acórdão: “CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES PÚBLICOS DA ÁREA DE SAÚDE. POSSÍVEL EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE. I - A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II - Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III - O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV - Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V - É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI - Ação que se julga procedente”.(ADI 3430, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2009, DJe- 200 DIVULG 22-10-2009 PUBLIC 23-10-2009 EMENT VOL- 02379-02 PP-00255, destaquei) A profusão legislativa sugere prática tendente a desnaturar a excepcionalidade constitucionalmente prevista. No caso em exame o Estado do Espírito Santo, em verdade, busca, sob o manto da contratação temporária excepcional, admitir uma vasta 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES normativos elaborados para permitir a contratação temporária em setores essenciais, como a saúde, objeto da Lei Complementar nº 300/2004, declarada inconstitucional por esta Suprema Corte ao julgamento da ADI 3430. Transcrevo o teor da ementa do acórdão: “CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES PÚBLICOS DA ÁREA DE SAÚDE. POSSÍVEL EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE. I - A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II - Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III - O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV - Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V - É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI - Ação que se julga procedente”.(ADI 3430, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2009, DJe- 200 DIVULG 22-10-2009 PUBLIC 23-10-2009 EMENT VOL- 02379-02 PP-00255, destaquei) A profusão legislativa sugere prática tendente a desnaturar a excepcionalidade constitucionalmente prevista. No caso em exame o Estado do Espírito Santo, em verdade, busca, sob o manto da contratação temporária excepcional, admitir uma vasta 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 54 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES gama de profissionais – como elencado no artigo 1º da Lei Complementar 772/2014 – para uma expressiva quantidade de vagas – “677 ([...]) Agentes Socioeducativos e 60 ([...]) Técnicos de Nível Superior”. Tal postura denota que se trata do suprimento da demanda de um real aparelhamento do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo, sem a observância do concurso público, porém. Há, no Estado, uma área essencial, a socioeducativa, cujo serviço prestado refere-se a direito fundamental social de imprescindível implementação governamental por meio de uma estruturação estável, duradoura e eficiente, a exigir a contratação mediante concurso público. Afastada, portanto, a temporariedade imprescindível para a efetivação da contratação excepcional. Ao valer-se dessa espécie de contratação, o Estado deixa de imprimir eficiência ao serviço, em manifesta desobediência ao comando do artigo 37, caput, da Carta Magna. A isso acresce que da leitura das duas leis combatidas não se observa nenhuma justificativa fática a delinear uma situação de emergência na contratação. Inexiste, então, a excepcionalidade do interesse público. A Procuradoria-Geral da República, em seu parecer, bem sintetiza o problema jurídico posto: “A importância dos serviços socioeducacionais demanda estabilidade no quadro de contratação do instituto, para fins de continuidade do importante trabalho desenvolvido com adolescentes. A contratação temporária deve ser limitada a casos de excepcional transitoriedade, não demonstrada na espécie. A diferença entre o número de contratados por tempo determinado e a quantidade de servidores efetivos no quadro do IASES evidencia que a Administração vem preferindo a contratação temporária à efetivação de esforços para a realização de concurso público“. Não caracterizado, por conseguinte, o excepcional interesse público para a execução da contratação temporária em tela. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES gama de profissionais – como elencado no artigo 1º da Lei Complementar 772/2014 – para uma expressiva quantidade de vagas – “677 ([...]) Agentes Socioeducativos e 60 ([...]) Técnicos de Nível Superior”. Tal postura denota que se trata do suprimento da demanda de um real aparelhamento do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo, sem a observância do concurso público, porém. Há, no Estado, uma área essencial, a socioeducativa, cujo serviço prestado refere-se a direito fundamental social de imprescindível implementação governamental por meio de uma estruturação estável, duradoura e eficiente, a exigir a contratação mediante concurso público. Afastada, portanto, a temporariedade imprescindível para a efetivação da contratação excepcional. Ao valer-se dessa espécie de contratação, o Estado deixa de imprimir eficiência ao serviço, em manifesta desobediência ao comando do artigo 37, caput, da Carta Magna. A isso acresce que da leitura das duas leis combatidas não se observa nenhuma justificativa fática a delinear uma situação de emergência na contratação. Inexiste, então, a excepcionalidade do interesse público. A Procuradoria-Geral da República, em seu parecer, bem sintetiza o problema jurídico posto: “A importância dos serviços socioeducacionais demanda estabilidade no quadro de contratação do instituto, para fins de continuidade do importante trabalho desenvolvido com adolescentes. A contratação temporária deve ser limitada a casos de excepcional transitoriedade, não demonstrada na espécie. A diferença entre o número de contratados por tempo determinado e a quantidade de servidores efetivos no quadro do IASES evidencia que a Administração vem preferindo a contratação temporária à efetivação de esforços para a realização de concurso público“. Não caracterizado, por conseguinte, o excepcional interesse público para a execução da contratação temporária em tela. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 55 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES Rememoro que a Constituição estabeleceu um ponto de partida para o ingresso no serviço público, sob a regra da realização de concurso público, efetivado mediante critérios prévia e objetivamente estabelecidos. Como exceção, possibilitou a contratação para suprir necessidade temporária de excepcional interesse público, desvirtuada, in casu, pelo Estado do Espírito Santo. Ao assim agir, o legislador estadual infringiu também a igualdade. Com efeito, esclarece Robert Catherine que o concurso público implementa o princípio da igualdade, por exigir equivalência de qualificações técnicas no certame e reduzir ao mínimo os elementos subjetivos de apreciação1. Nessa linha de raciocínio jurídico, as Leis Complementares capixabas n° 559/2010 e 772/2014 afrontaram os ditames constitucionais relativos ao concurso público, à eficiência e à igualdade. 19. Sobre o tema, colho precedentes desta Suprema Corte: “CONSTITUCIONAL. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES (ART. 37, IX, CF). LEI COMPLEMENTAR 12/1992 DO ESTADO DO MATO GROSSO. INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da CF). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da CF deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da 1 No original: “Le concours a précisément pour objet d’assurer cette égalité technique de départ, en réduisant au minimum les élements subjectifs d’appréciation”. CATHERINE, Robert. Le Fonctionnaire français: Introduction à une déontologie de la fonction publique. Paris: Éditions Sirey, 1973, p. 64-65. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Rememoro que a Constituição estabeleceu um ponto de partida para o ingresso no serviço público, sob a regra da realização de concurso público, efetivado mediante critérios prévia e objetivamente estabelecidos. Como exceção, possibilitou a contratação para suprir necessidade temporária de excepcional interesse público, desvirtuada, in casu, pelo Estado do Espírito Santo. Ao assim agir, o legislador estadual infringiu também a igualdade. Com efeito, esclarece Robert Catherine que o concurso público implementa o princípio da igualdade, por exigir equivalência de qualificações técnicas no certame e reduzir ao mínimo os elementos subjetivos de apreciação1. Nessa linha de raciocínio jurídico, as Leis Complementares capixabas n° 559/2010 e 772/2014 afrontaram os ditames constitucionais relativos ao concurso público, à eficiência e à igualdade. 19. Sobre o tema, colho precedentes desta Suprema Corte: “CONSTITUCIONAL. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES (ART. 37, IX, CF). LEI COMPLEMENTAR 12/1992 DO ESTADO DO MATO GROSSO. INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da CF). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da CF deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da 1 No original: “Le concours a précisément pour objet d’assurer cette égalité technique de départ, en réduisant au minimum les élements subjectifs d’appréciation”. CATHERINE, Robert. Le Fonctionnaire français: Introduction à une déontologie de la fonction publique. Paris: Éditions Sirey, 1973, p. 64-65. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 56 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES presença de excepcional interesse publico sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da CF. 3. Ação direta julgada procedente, para declarar inconstitucional o art. 264, inciso VI e § 1º, parte final, da Lei Complementar 4/90, ambos com redação conferida pela LC 12/92, com efeitos ex nunc, preservados os contratos em vigor que tenham sido celebrados exclusivamente com fundamento nos referidos dispositivos, por um prazo máximo de até 12 (doze) meses da publicação da ata deste julgamento”. (ADI 3662, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 23/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24- 04-2018 PUBLIC 25-04-2018, destaquei) “CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. LEI COMPLEMENTAR 22/2000, DO ESTADO DO CEARÁ. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO. CASOS DE LICENÇA. TRANSITORIEDADE DEMONSTRADA. CONFORMAÇÃO LEGAL IDÔNEA, SALVO QUANTO A DUAS HIPÓTESES: EM QUAISQUER CASOS DE AFASTAMENTO TEMPORÁRIO (ALÍNEA “F” DO ART. 3º). PRECEITO GENÉRICO. IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS DE ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO E OUTROS (§ ÚNICO DO ART. 3º). METAS CONTINUAMENTE EXIGÍVEIS. 1. O artigo 37, IX, da Constituição exige complementação normativa criteriosa quanto aos casos de “necessidade temporária de excepcional interesse público” que ensejam contratações sem concurso. Embora recrutamentos dessa espécie sejam admissíveis, em tese, mesmo para atividades permanentes da Administração, fica o legislador sujeito ao ônus de especificar, em cada caso, os traços de emergencialidade que justificam a medida atípica. 2. A Lei Complementar 22/2000, do Estado do Ceará, autorizou a contratação temporária de professores nas situações de “a) licença para tratamento de saúde; b) licença gestante; c) 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES presença de excepcional interesse publico sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da CF. 3. Ação direta julgada procedente, para declarar inconstitucional o art. 264, inciso VI e § 1º, parte final, da Lei Complementar 4/90, ambos com redação conferida pela LC 12/92, com efeitos ex nunc, preservados os contratos em vigor que tenham sido celebrados exclusivamente com fundamento nos referidos dispositivos, por um prazo máximo de até 12 (doze) meses da publicação da ata deste julgamento”. (ADI 3662, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 23/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24- 04-2018 PUBLIC 25-04-2018, destaquei) “CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. LEI COMPLEMENTAR 22/2000, DO ESTADO DO CEARÁ. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO. CASOS DE LICENÇA. TRANSITORIEDADE DEMONSTRADA. CONFORMAÇÃO LEGAL IDÔNEA, SALVO QUANTO A DUAS HIPÓTESES: EM QUAISQUER CASOS DE AFASTAMENTO TEMPORÁRIO (ALÍNEA “F” DO ART. 3º). PRECEITO GENÉRICO. IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS DE ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO E OUTROS (§ ÚNICO DO ART. 3º). METAS CONTINUAMENTE EXIGÍVEIS. 1. O artigo 37, IX, da Constituição exige complementação normativa criteriosa quanto aos casos de “necessidade temporária de excepcional interesse público” que ensejam contratações sem concurso. Embora recrutamentos dessa espécie sejam admissíveis, em tese, mesmo para atividades permanentes da Administração, fica o legislador sujeito ao ônus de especificar, em cada caso, os traços de emergencialidade que justificam a medida atípica. 2. A Lei Complementar 22/2000, do Estado do Ceará, autorizou a contratação temporária de professores nas situações de “a) licença para tratamento de saúde; b) licença gestante; c) 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 57 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES licença por motivo de doença de pessoa da família; d) licença para trato de interesses particulares; e ) cursos de capacitação; e f) e outros afastamentos que repercutam em carência de natureza temporária”; e para “fins de implementação de projetos educacionais, com vistas à erradicação do analfabetismo, correção do fluxo escolar e qualificação da população cearense” (art. 3º, § único). 3. As hipóteses descritas entre as alíneas “a” e “e” indicam ocorrências alheias ao controle da Administração Pública cuja superveniência pode resultar em desaparelhamento transitório do corpo docente, permitindo reconhecer que a emergencialidade está suficientemente demonstrada. O mesmo não se pode dizer, contudo, da hipótese prevista na alínea “f” do art. 3º da lei atacada, que padece de generalidade manifesta, e cuja declaração de inconstitucionalidade se impõe. 4. Os projetos educacionais previstos no § único do artigo 3º da LC 22/00 correspondem a objetivos corriqueiros das políticas públicas de educação praticadas no território nacional. Diante da continuada imprescindibilidade de ações desse tipo, não podem elas ficar à mercê de projetos de governo casuísticos, implementados por meio de contratos episódicos, sobretudo quando a lei não tratou de designar qualquer contingência especial a ser atendida. 5. Ação julgada parcialmente procedente para declarar inconstitucionais a alínea “f” e o § único do art. 3º da Lei Complementar 22/00, do Estado do Ceará, com efeitos modulados para surtir um ano após a data da publicação da ata de julgamento”. (ADI 3721, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 09/06/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-170 DIVULG 12-08-2016 PUBLIC 15-08-2016, destaquei) “CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 17.882/2012 DO ESTADO DE GOIÁS. SERVIÇO DE INTERESSE MILITAR VOLUNTÁRIO (SIMVE). INOBSERVÂNCIA DA REGRA CONSTITUCIONAL IMPOSITIVA DO CONCURSO 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES licença por motivo de doença de pessoa da família; d) licença para trato de interesses particulares; e ) cursos de capacitação; e f) e outros afastamentos que repercutam em carência de natureza temporária”; e para “fins de implementação de projetos educacionais, com vistas à erradicação do analfabetismo, correção do fluxo escolar e qualificação da população cearense” (art. 3º, § único). 3. As hipóteses descritas entre as alíneas “a” e “e” indicam ocorrências alheias ao controle da Administração Pública cuja superveniência pode resultar em desaparelhamento transitório do corpo docente, permitindo reconhecer que a emergencialidade está suficientemente demonstrada. O mesmo não se pode dizer, contudo, da hipótese prevista na alínea “f” do art. 3º da lei atacada, que padece de generalidade manifesta, e cuja declaração de inconstitucionalidade se impõe. 4. Os projetos educacionais previstos no § único do artigo 3º da LC 22/00 correspondem a objetivos corriqueiros das políticas públicas de educação praticadas no território nacional. Diante da continuada imprescindibilidade de ações desse tipo, não podem elas ficar à mercê de projetos de governo casuísticos, implementados por meio de contratos episódicos, sobretudo quando a lei não tratou de designar qualquer contingência especial a ser atendida. 5. Ação julgada parcialmente procedente para declarar inconstitucionais a alínea “f” e o § único do art. 3º da Lei Complementar 22/00, do Estado do Ceará, com efeitos modulados para surtir um ano após a data da publicação da ata de julgamento”. (ADI 3721, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 09/06/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-170 DIVULG 12-08-2016 PUBLIC 15-08-2016, destaquei) “CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 17.882/2012 DO ESTADO DE GOIÁS. SERVIÇO DE INTERESSE MILITAR VOLUNTÁRIO (SIMVE). INOBSERVÂNCIA DA REGRA CONSTITUCIONAL IMPOSITIVA DO CONCURSO 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 58 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES PÚBLICO. VIOLAÇÃO AOS ART. 37, II, E 144, § 5°, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PREVISÃO GENÉRICA E ABRANGENTE DE CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA: OFENSA AOS ARTS. 37, II, IX, E 144, CAPUT, DA CRFB/88. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. LEI ESTADUAL QUE CONTRARIA NORMAS GERAIS EDITADAS PELA UNIÃO. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. O postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o Estado conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários do merit system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, caput). 2. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, conquanto instituições públicas, pressupõem o ingresso na carreira por meio de concurso público (CRFB/88, art. 37, II), ressalvadas as funções administrativas para trabalhos voluntários (Lei nº 10.029/2000), restando inconstitucional qualquer outra forma divergente de provimento. 3. À luz do conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da Constituição da República e da jurisprudência firmada por esta Suprema Corte em sede de Repercussão Geral (RE 658.026, Relator Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 31.10.2014), a contratação temporária reclama os seguintes requisitos para sua validade: (i) os casos excepcionais devem estar previstos em lei; (ii) o prazo de contratação precisa ser predeterminado; (iii) a necessidade deve ser temporária; (iv) o interesse público deve ser excepcional; (iv) a necessidade de contratação há de ser indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais da Administração, mormente na ausência de uma necessidade temporária. 4. No caso sub examine, não há qualquer evidência de necessidade provisória que legitime a contratação de policiais temporários para o munus da segurança pública, mercê de a lei revelar-se abrangente, não respeitando os pressupostos básicos de norma que almeja justificar a sua excepcionalidade frente à 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES PÚBLICO. VIOLAÇÃO AOS ART. 37, II, E 144, § 5°, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PREVISÃO GENÉRICA E ABRANGENTE DE CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA: OFENSA AOS ARTS. 37, II, IX, E 144, CAPUT, DA CRFB/88. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. LEI ESTADUAL QUE CONTRARIA NORMAS GERAIS EDITADAS PELA UNIÃO. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. O postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o Estado conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários do merit system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, caput). 2. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, conquanto instituições públicas, pressupõem o ingresso na carreira por meio de concurso público (CRFB/88, art. 37, II), ressalvadas as funções administrativas para trabalhos voluntários (Lei nº 10.029/2000), restando inconstitucional qualquer outra forma divergente de provimento. 3. À luz do conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da Constituição da República e da jurisprudência firmada por esta Suprema Corte em sede de Repercussão Geral (RE 658.026, Relator Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 31.10.2014), a contratação temporária reclama os seguintes requisitos para sua validade: (i) os casos excepcionais devem estar previstos em lei; (ii) o prazo de contratação precisa ser predeterminado; (iii) a necessidade deve ser temporária; (iv) o interesse público deve ser excepcional; (iv) a necessidade de contratação há de ser indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais da Administração, mormente na ausência de uma necessidade temporária. 4. No caso sub examine, não há qualquer evidência de necessidade provisória que legitime a contratação de policiais temporários para o munus da segurança pública, mercê de a lei revelar-se abrangente, não respeitando os pressupostos básicos de norma que almeja justificar a sua excepcionalidade frente à 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 59 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES regra da Carta Magna (CRFB/88, art. 37, II e IX). 5. A competência legislativa concorrente entre a União e os Estados-membros (CRFB/88, art. 24), nos casos em que cabe àquela estabelecer normas gerais (§ 1º) e a estes normas suplementares (§ 2º), submete-se ao exame de constitucionalidade em sede de fiscalização normativa abstrata quando configurada inconstitucionalidade direta, imediata e frontal. Precedentes do Plenário:; ADI 1366 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe 20-09-2012; ADI 2656/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 01.08.2003; ADI 311 MC, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 14-09-1990. 6. É que afronta o texto maior lei estadual que regule fora das peculiaridades locais e de sua competência suplementar, atentando contra as normas gerais de competência da União em manifesta usurpação de competência (CRFB/88, arts. 22, XXI, e 24, § 2º). 7. É inconstitucional, por vício formal, lei estadual que inaugura relação jurídica contraposta à legislação federal que regula normas gerais sobre o tema, substituindo os critérios mínimos estabelecidos pela norma competente. 8. In casu, a Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado do Goiás, ao instituir o Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, instituiu uma classe de policiais temporários, cujos integrantes, sem o indispensável concurso público de provas e títulos, passam a ocupar, após seleção interna, função de natureza policial militar de maneira evidentemente inconstitucional. 9. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. 10. Proposta a modulação temporal pelo Relator, não se obteve, no Plenário, o quorum necessário para a sua aprovação”. (ADI 5163, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 08/04/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-091 DIVULG 15-05-2015 PUBLIC 18-05-2015) “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR N. 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES regra da Carta Magna (CRFB/88, art. 37, II e IX). 5. A competência legislativa concorrente entre a União e os Estados-membros (CRFB/88, art. 24), nos casos em que cabe àquela estabelecer normas gerais (§ 1º) e a estes normas suplementares (§ 2º), submete-se ao exame de constitucionalidade em sede de fiscalização normativa abstrata quando configurada inconstitucionalidade direta, imediata e frontal. Precedentes do Plenário:; ADI 1366 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe 20-09-2012; ADI 2656/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 01.08.2003; ADI 311 MC, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 14-09-1990. 6. É que afronta o texto maior lei estadual que regule fora das peculiaridades locais e de sua competência suplementar, atentando contra as normas gerais de competência da União em manifesta usurpação de competência (CRFB/88, arts. 22, XXI, e 24, § 2º). 7. É inconstitucional, por vício formal, lei estadual que inaugura relação jurídica contraposta à legislação federal que regula normas gerais sobre o tema, substituindo os critérios mínimos estabelecidos pela norma competente. 8. In casu, a Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado do Goiás, ao instituir o Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, instituiu uma classe de policiais temporários, cujos integrantes, sem o indispensável concurso público de provas e títulos, passam a ocupar, após seleção interna, função de natureza policial militar de maneira evidentemente inconstitucional. 9. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. 10. Proposta a modulação temporal pelo Relator, não se obteve, no Plenário, o quorum necessário para a sua aprovação”. (ADI 5163, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 08/04/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-091 DIVULG 15-05-2015 PUBLIC 18-05-2015) “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR N. 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 60 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES 1.120/2003 DO MUNICÍPIO DE CONGONHAL/MG. 1) NECESSIDADE TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO NÃO CONFIGURADOS. 2) CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE MÉDICOS, DENTISTAS, ENFERMEIROS, TÉCNICOS EM ENFERMAGEM, BIOQUÍMICO, TÉCNICOS EM RX, AUXILIARES DE ENFERMAGEM E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE, AUXILIARES ADMINISTRATIVOS, PROFESSORES, OPERÁRIOS DE OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS; OPERADORES DE MÁQUINAS, PEDREIROS, PINTORES, ELETRICISTAS, ENCANADORES, AUXILIARES DE PEDREIROS, TÉCNICO AGRIMENSOR E MESTRE DE OBRAS, MERENDEIRAS E SERVIÇAIS, MAGAREFE E MONITOR DE ESPORTES. 3) CONTRARIEDADE AO ART. 37, INC. II E IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. EXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. PRECEDENTES. . 4) RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO PARA DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DOS ARTS. 2º, 3º E 4º DA LEI COMPLEMENTAR N. 1.120/2003 DO MUNICÍPIO DE CONGONHAL/MG”. (RE 527109, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 09/04/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10- 2014) 20. Ante o exposto, conheço da ação direta e, acompanhando o eminente Relator, julgo procedente o pedido. É como voto. 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES 1.120/2003 DO MUNICÍPIO DE CONGONHAL/MG. 1) NECESSIDADE TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO NÃO CONFIGURADOS. 2) CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE MÉDICOS, DENTISTAS, ENFERMEIROS, TÉCNICOS EM ENFERMAGEM, BIOQUÍMICO, TÉCNICOS EM RX, AUXILIARES DE ENFERMAGEM E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE, AUXILIARES ADMINISTRATIVOS, PROFESSORES, OPERÁRIOS DE OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS; OPERADORES DE MÁQUINAS, PEDREIROS, PINTORES, ELETRICISTAS, ENCANADORES, AUXILIARES DE PEDREIROS, TÉCNICO AGRIMENSOR E MESTRE DE OBRAS, MERENDEIRAS E SERVIÇAIS, MAGAREFE E MONITOR DE ESPORTES. 3) CONTRARIEDADE AO ART. 37, INC. II E IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. EXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. PRECEDENTES. . 4) RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO PARA DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DOS ARTS. 2º, 3º E 4º DA LEI COMPLEMENTAR N. 1.120/2003 DO MUNICÍPIO DE CONGONHAL/MG”. (RE 527109, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 09/04/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10- 2014) 20. Ante o exposto, conheço da ação direta e, acompanhando o eminente Relator, julgo procedente o pedido. É como voto. 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 61 de 103 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhor Presidente, Senhores Ministros, cumprimento o Ministro Marco Aurélio, Relator; a Senhora Ministra Rosa Weber, Vice-Presidente; o Doutor Humberto Jacques. Senhor Presidente, não tenho a menor dúvida de que as observações do Ministro Alexandre de Moraes são extremamente pertinentes e dizem respeito à forma de administrar que, muitas vezes - e é por isso mesmo que a Constituição abre a exceção -, permite a contratação temporária. Várias vezes, em muitos julgados, esse Supremo Tribunal Federal tem reafirmado a possibilidade, cumpridos os requisitos para interpretar o inciso IX do art. 37, de contratação temporária. Entretanto, neste caso, o que se vê é uma continuidade de legislação no que se pode ter como lei cortina de fumaça: contrata-se e recontrata-se e segue-se. Uma lei vem depois para, como disse o Ministro Edson Fachin, dotar de ultratividade uma norma que já não poderia, por Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhor Presidente, Senhores Ministros, cumprimento o Ministro Marco Aurélio, Relator; a Senhora Ministra Rosa Weber, Vice-Presidente; o Doutor Humberto Jacques. Senhor Presidente, não tenho a menor dúvida de que as observações do Ministro Alexandre de Moraes são extremamente pertinentes e dizem respeito à forma de administrar que, muitas vezes - e é por isso mesmo que a Constituição abre a exceção -, permite a contratação temporária. Várias vezes, em muitos julgados, esse Supremo Tribunal Federal tem reafirmado a possibilidade, cumpridos os requisitos para interpretar o inciso IX do art. 37, de contratação temporária. Entretanto, neste caso, o que se vê é uma continuidade de legislação no que se pode ter como lei cortina de fumaça: contrata-se e recontrata-se e segue-se. Uma lei vem depois para, como disse o Ministro Edson Fachin, dotar de ultratividade uma norma que já não poderia, por Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Inteiro Teor do Acórdão - Página 62 de 103 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ADI 5664 / ES ser contrária à Constituição, ter a sua eficácia prorrogada. No caso do Espírito Santo, o Ministro Roberto Barroso fez uma referência acompanhada pelo esclarecimento que também foi ponderado pelo Ministro Nunes Marques sobre, ao que tudo indica, uma possibilidade que essas leis têm oferecido de continuidade dessas contratações temporárias em desrespeito flagrante e frontal à regra do concurso público que a Constituição estabelece. Por uma pura curiosidade, verificando o que esta Lei nº 809, que está em vigor agora e que o Ministro Alexandre alerta que teria revogado as normas anteriores, mas que vem da mesma toada, portanto permitindo a contratação, foi regulamentada, no Espírito Santo, por um decreto, o Decreto nº 3.923. Eu tive só uma curiosidade mesmo intelectual de verificar. Ali se estabelece que os órgãos da administração deveriam reduzir, de forma gradativa, o quantitativo geral de servidores contratados temporariamente na administração capixaba e dar os percentuais. Só seriam extintas as contratações temporárias, ou só serão, nos termos deste decreto do governador, em 2025. Portanto, tem toda a pertinência, não apenas a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES ser contrária à Constituição, ter a sua eficácia prorrogada. No caso do Espírito Santo, o Ministro Roberto Barroso fez uma referência acompanhada pelo esclarecimento que também foi ponderado pelo Ministro Nunes Marques sobre, ao que tudo indica, uma possibilidade que essas leis têm oferecido de continuidade dessas contratações temporárias em desrespeito flagrante e frontal à regra do concurso público que a Constituição estabelece. Por uma pura curiosidade, verificando o que esta Lei nº 809, que está em vigor agora e que o Ministro Alexandre alerta que teria revogado as normas anteriores, mas que vem da mesma toada, portanto permitindo a contratação, foi regulamentada, no Espírito Santo, por um decreto, o Decreto nº 3.923. Eu tive só uma curiosidade mesmo intelectual de verificar. Ali se estabelece que os órgãos da administração deveriam reduzir, de forma gradativa, o quantitativo geral de servidores contratados temporariamente na administração capixaba e dar os percentuais. Só seriam extintas as contratações temporárias, ou só serão, nos termos deste decreto do governador, em 2025. Portanto, tem toda a pertinência, não apenas a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Inteiro Teor do Acórdão - Página 63 de 103 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ADI 5664 / ES declaração de inconstitucionalidade, como a proposta do Ministro Nunes Marques de modulação, porque o sistema socioeducativo é extremamente sensível e depende mesmo da presença permanente de servidores. Acho que é um tema, Ministro Alexandre, que, depois, merece até um refazimento, até porque sabemos que há muitos outros problemas nesse sistema. Por exemplo, nesses institutos, não se pode manter pessoas por longo tempo no mesmo lugar. Não só porque se acostumam. Algumas até embrutecem pela dificuldade do trabalho, pela sensibilidade, pela dureza, pela amargura de tudo aquilo. Esse modelo precisa ser repensado. Não pode ocorrer a contratação para um lugar e em uma lotação só, e tudo isso não independe de concurso público. Nesse caso, o número já é suficiente para demonstrar que realmente se tem uma burla ao princípio do concurso público. Fosse pouco, a superveniência dessa Lei Complementar nº 809, de que se dá notícia nessa ação direta, e, mais, essa regulamentação na Administração Pública capixaba continuará, até 2025, com percentuais anuais, a diminuir a contratação, tem-se, portanto, o testemunho de que ali encontra-se uma permanente burla ao princípio, à regra do concurso público. Razão pela qual, Senhor Presidente, considerando, sem 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES declaração de inconstitucionalidade, como a proposta do Ministro Nunes Marques de modulação, porque o sistema socioeducativo é extremamente sensível e depende mesmo da presença permanente de servidores. Acho que é um tema, Ministro Alexandre, que, depois, merece até um refazimento, até porque sabemos que há muitos outros problemas nesse sistema. Por exemplo, nesses institutos, não se pode manter pessoas por longo tempo no mesmo lugar. Não só porque se acostumam. Algumas até embrutecem pela dificuldade do trabalho, pela sensibilidade, pela dureza, pela amargura de tudo aquilo. Esse modelo precisa ser repensado. Não pode ocorrer a contratação para um lugar e em uma lotação só, e tudo isso não independe de concurso público. Nesse caso, o número já é suficiente para demonstrar que realmente se tem uma burla ao princípio do concurso público. Fosse pouco, a superveniência dessa Lei Complementar nº 809, de que se dá notícia nessa ação direta, e, mais, essa regulamentação na Administração Pública capixaba continuará, até 2025, com percentuais anuais, a diminuir a contratação, tem-se, portanto, o testemunho de que ali encontra-se uma permanente burla ao princípio, à regra do concurso público. Razão pela qual, Senhor Presidente, considerando, sem 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Inteiro Teor do Acórdão - Página 64 de 103 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ADI 5664 / ES afirmar - e não afirmo nenhum momento - a necessidade de se retirar da Constituição a possibilidade de contratação temporária, necessária nos casos e com os requisitos que este Supremo mais de uma vez reafirmou, mas que neste caso não são cumpridos, na minha compreensão, estou acompanhando o Ministro-Relator para julgar procedente a ação. É como voto, Senhor Presidente. Agradeço a palavra. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES afirmar - e não afirmo nenhum momento - a necessidade de se retirar da Constituição a possibilidade de contratação temporária, necessária nos casos e com os requisitos que este Supremo mais de uma vez reafirmou, mas que neste caso não são cumpridos, na minha compreensão, estou acompanhando o Ministro-Relator para julgar procedente a ação. É como voto, Senhor Presidente. Agradeço a palavra. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Inteiro Teor do Acórdão - Página 65 de 103 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Boa tarde, Senhor Presidente, Senhoras Ministras; Senhores Ministros; Senhor Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques; Senhoras Advogadas e Senhores Advogados e todos que nos acompanham. Senhor Presidente, também julgo procedente a ação, na linha dos votos já proferidos. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7AF6-6FA4-35AA-E005 e senha BCE6-EB4E-5A00-6942 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Boa tarde, Senhor Presidente, Senhoras Ministras; Senhores Ministros; Senhor Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques; Senhoras Advogadas e Senhores Advogados e todos que nos acompanham. Senhor Presidente, também julgo procedente a ação, na linha dos votos já proferidos. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7AF6-6FA4-35AA-E005 e senha BCE6-EB4E-5A00-6942 Inteiro Teor do Acórdão - Página 66 de 103 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Boa tarde, Senhor Presidente! Cumprimento todos na pessoa de Vossa Excelência. Presidente, nós estamos em sede de controle concentrado de constitucionalidade, examinando uma lei em abstrato e não fatos. Estamos examinando justamente as leis capixabas à luz do que se contém no art. 37, IX, da Constituição Federal. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido de entender que a contratação por tempo indeterminado para atender a necessidade temporária e excepcional de interesse público exige, para o preenchimento dos requisitos constitucionais, o seguinte: previsão dos casos legalmente estabelecidos, tempo determinado e necessidade temporária e excepcional do interesse público. Cito como exemplo a ADI 3.210. Ademais, até numa evolução jurisprudencial, a Corte decidiu nas ADIs 890 e 2987 que a Constituição Federal autoriza sim a contratação por tempo determinado, tanto para o desempenho de atividades de natureza eventual quanto para o exercício de atividade de caráter regular e permanente, esse tipo de contratação excepcional. Então, tanto para os cargos permanentes quanto para aqueles cargos eventuais. Nesse aspecto, Senhor Presidente, quero crer, e com o devido respeito àqueles que pensam diferentemente, que as leis capixabas estão sim em conformidade com a Constituição. Agora, se o Governo do Estado está burlando a Constituição e a própria lei, é um caso que deverá ser examinado pelo Ministério Público. Nós não estamos, aqui, examinando uma ação civil pública. Eu conheço o instituto da fungibilidade dos recursos, mas não conheço o instituto da fungibilidade das ações originárias que aportam no Supremo Tribunal Federal. Quer dizer, nós estamos examinando uma ação direta de inconstitucionalidade e, nesse aspecto, data venia, estou entendendo Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85D5-D854-C0A8-2385 e senha 2612-C32B-A49B-8CEA Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Boa tarde, Senhor Presidente! Cumprimento todos na pessoa de Vossa Excelência. Presidente, nós estamos em sede de controle concentrado de constitucionalidade, examinando uma lei em abstrato e não fatos. Estamos examinando justamente as leis capixabas à luz do que se contém no art. 37, IX, da Constituição Federal. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido de entender que a contratação por tempo indeterminado para atender a necessidade temporária e excepcional de interesse público exige, para o preenchimento dos requisitos constitucionais, o seguinte: previsão dos casos legalmente estabelecidos, tempo determinado e necessidade temporária e excepcional do interesse público. Cito como exemplo a ADI 3.210. Ademais, até numa evolução jurisprudencial, a Corte decidiu nas ADIs 890 e 2987 que a Constituição Federal autoriza sim a contratação por tempo determinado, tanto para o desempenho de atividades de natureza eventual quanto para o exercício de atividade de caráter regular e permanente, esse tipo de contratação excepcional. Então, tanto para os cargos permanentes quanto para aqueles cargos eventuais. Nesse aspecto, Senhor Presidente, quero crer, e com o devido respeito àqueles que pensam diferentemente, que as leis capixabas estão sim em conformidade com a Constituição. Agora, se o Governo do Estado está burlando a Constituição e a própria lei, é um caso que deverá ser examinado pelo Ministério Público. Nós não estamos, aqui, examinando uma ação civil pública. Eu conheço o instituto da fungibilidade dos recursos, mas não conheço o instituto da fungibilidade das ações originárias que aportam no Supremo Tribunal Federal. Quer dizer, nós estamos examinando uma ação direta de inconstitucionalidade e, nesse aspecto, data venia, estou entendendo Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85D5-D854-C0A8-2385 e senha 2612-C32B-A49B-8CEA Inteiro Teor do Acórdão - Página 67 de 103 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI ADI 5664 / ES que elas estão compatíveis com a Constituição. Se houve burla, é uma questão que não podemos examinar nesta sede, no Plenário do Supremo Tribunal Federal. Então, Senhor Presidente, eu vou pedir todas as vênias ao relator e àqueles que o seguiram e vou acompanhar a divergência aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes, para julgar improcedente a ação, mas com a determinação de que os autos sejam enviados ao Ministério Público do Espírito Santo para as providências necessárias ou que julgar convenientes. É como voto, Senhor Presidente. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85D5-D854-C0A8-2385 e senha 2612-C32B-A49B-8CEA Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES que elas estão compatíveis com a Constituição. Se houve burla, é uma questão que não podemos examinar nesta sede, no Plenário do Supremo Tribunal Federal. Então, Senhor Presidente, eu vou pedir todas as vênias ao relator e àqueles que o seguiram e vou acompanhar a divergência aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes, para julgar improcedente a ação, mas com a determinação de que os autos sejam enviados ao Ministério Público do Espírito Santo para as providências necessárias ou que julgar convenientes. É como voto, Senhor Presidente. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85D5-D854-C0A8-2385 e senha 2612-C32B-A49B-8CEA Inteiro Teor do Acórdão - Página 68 de 103 Voto Vogal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. :SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) :MARCOS GOMES RIBEIRO V O T O - V O G A L O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, com pedido de liminar, buscando ver declarada a incompatibilidade das Leis Complementares 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, com a Constituição Federal de 1988. As normas questionadas versam sobre a contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo IASES. Convém transcrever, ainda que parcialmente, os textos legais, para que tenhamos uma visão mais abrangente do problema que se nos apresenta: Lei Complementar 559/2010 (ES) “Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. :SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) :MARCOS GOMES RIBEIRO V O T O - V O G A L O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, com pedido de liminar, buscando ver declarada a incompatibilidade das Leis Complementares 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, com a Constituição Federal de 1988. As normas questionadas versam sobre a contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo IASES. Convém transcrever, ainda que parcialmente, os textos legais, para que tenhamos uma visão mais abrangente do problema que se nos apresenta: Lei Complementar 559/2010 (ES) “Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 69 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. [...]” Lei Complementar 772/2014 (ES) “Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração.” 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. [...]” Lei Complementar 772/2014 (ES) “Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2º As contratações previstas no artigo 1º respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração.” 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 70 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES A Assembleia Legislativa do Espirito Santo, em sua manifestação (eDOC. 24), destaca o objetivo da norma, qual seja: suprir necessidade excepcional e provisória quanto a serviços públicos essenciais, ligados à segurança e ao bem-estar da população (sistema socioeducativo). O presidente da Casa Legislativa Estadual ressalta ainda a reduzida capacidade financeira da unidade federativa e pugna pela improcedência do pedido. O Governador do Estado (eDOC. 11) salienta o excepcional interesse público da norma, considerando-se as atribuições do Estado relativamente aos sistemas socioeducativo e de saúde pública, dialogando com o princípio da proteção integral da criança e do adolescente (Art. 227 da CF/88). Pleiteia o julgamento do pedido como improcedente e, sucessivamente, sejam modulados os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, a fim de manter válidas as admissões efetivadas. A Advocacia-Geral da União (eDOC. 15) se manifesta pela improcedência da ADI, ressaltando que as hipóteses de contratação em exame estão disciplinadas em lei editada pela unidade federada competente e que possuem balizas circunstanciais e temporais específicas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente. Afirma ainda, citando precedentes da Corte, ser possível a contratação temporária, mesmo para o exercício de atividades de caráter permanente. Por sua vez, a Procuradoria-Geral República (eDOC. 51) reitera os argumentos da petição inicial da ADI e defende, para a contratação temporária nos moldes do art. 37, IX, da CF, ser indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica, elementos estes não demonstrados nas Leis Complementares 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. Sua Excelência, o Ministro Marco Aurélio, em voto disponibilizado quando da inclusão do processo em plenário virtual, situou que esta ADI questiona as Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014. O eminente 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES A Assembleia Legislativa do Espirito Santo, em sua manifestação (eDOC. 24), destaca o objetivo da norma, qual seja: suprir necessidade excepcional e provisória quanto a serviços públicos essenciais, ligados à segurança e ao bem-estar da população (sistema socioeducativo). O presidente da Casa Legislativa Estadual ressalta ainda a reduzida capacidade financeira da unidade federativa e pugna pela improcedência do pedido. O Governador do Estado (eDOC. 11) salienta o excepcional interesse público da norma, considerando-se as atribuições do Estado relativamente aos sistemas socioeducativo e de saúde pública, dialogando com o princípio da proteção integral da criança e do adolescente (Art. 227 da CF/88). Pleiteia o julgamento do pedido como improcedente e, sucessivamente, sejam modulados os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, a fim de manter válidas as admissões efetivadas. A Advocacia-Geral da União (eDOC. 15) se manifesta pela improcedência da ADI, ressaltando que as hipóteses de contratação em exame estão disciplinadas em lei editada pela unidade federada competente e que possuem balizas circunstanciais e temporais específicas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente. Afirma ainda, citando precedentes da Corte, ser possível a contratação temporária, mesmo para o exercício de atividades de caráter permanente. Por sua vez, a Procuradoria-Geral República (eDOC. 51) reitera os argumentos da petição inicial da ADI e defende, para a contratação temporária nos moldes do art. 37, IX, da CF, ser indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica, elementos estes não demonstrados nas Leis Complementares 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. Sua Excelência, o Ministro Marco Aurélio, em voto disponibilizado quando da inclusão do processo em plenário virtual, situou que esta ADI questiona as Leis Complementares nº 559/2010 e 772/2014. O eminente 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 71 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES Relator fez notar, entretanto, ter havido outros diplomas legais anteriores, igualmente do Espirito Santo, a versar sobre idêntica matéria (Leis Complementares nº 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007). Sua Excelência julgou procedente a ADI, na compreensão de haver, no caso, verdadeiro círculo vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível, qual seja: o sistema socioeducativo. O julgamento da presente Ação Direita de Inconstitucionalidade foi então objeto de destaque pelo eminente Ministro Alexandre de Moraes para julgamento presencial, que ora se retoma. É breve o relatório. Decido. Cumpre inicialmente destacar a importância do tema de fundo que se apresenta. Ao fazê-lo, reporto-me à ilustrativo e diligente levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça, conduzido ao tempo da presidência do eminente Ministro Dias Toffoli. O estudo buscou diagnosticar, a partir de dados extraídos do Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei (CNACL), as reentradas e reiterações infracionais no sistema socioeducativo. Transcrevo pequeno trecho das conclusões do estudo, de forma a situar a importância de políticas públicas voltadas à redução de desigualdades socioeconômicas, bem como para ressaltar o destaque e a perenidade da atenção a ser dispensada ao sistema socioeducativo, verbis: “Outrossim, a pesquisa apontou, ainda, que adolescentes ingressam no sistema socioeducativo principalmente pela prática de atos infracionais equiparados aos crimes de porte de arma, roubo, furto e tráfico de drogas. Igual tendência foi encontrada no âmbito do sistema prisional. À exceção do primeiro, todos os demais atos estão diretamente relacionados a vulnerabilidades socioeconômicas, indicando, por um lado, a seletividade de ambos os sistemas quanto ao público sobre o qual incidem e, por outro, a necessidade de serem 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Relator fez notar, entretanto, ter havido outros diplomas legais anteriores, igualmente do Espirito Santo, a versar sobre idêntica matéria (Leis Complementares nº 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007). Sua Excelência julgou procedente a ADI, na compreensão de haver, no caso, verdadeiro círculo vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível, qual seja: o sistema socioeducativo. O julgamento da presente Ação Direita de Inconstitucionalidade foi então objeto de destaque pelo eminente Ministro Alexandre de Moraes para julgamento presencial, que ora se retoma. É breve o relatório. Decido. Cumpre inicialmente destacar a importância do tema de fundo que se apresenta. Ao fazê-lo, reporto-me à ilustrativo e diligente levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça, conduzido ao tempo da presidência do eminente Ministro Dias Toffoli. O estudo buscou diagnosticar, a partir de dados extraídos do Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei (CNACL), as reentradas e reiterações infracionais no sistema socioeducativo. Transcrevo pequeno trecho das conclusões do estudo, de forma a situar a importância de políticas públicas voltadas à redução de desigualdades socioeconômicas, bem como para ressaltar o destaque e a perenidade da atenção a ser dispensada ao sistema socioeducativo, verbis: “Outrossim, a pesquisa apontou, ainda, que adolescentes ingressam no sistema socioeducativo principalmente pela prática de atos infracionais equiparados aos crimes de porte de arma, roubo, furto e tráfico de drogas. Igual tendência foi encontrada no âmbito do sistema prisional. À exceção do primeiro, todos os demais atos estão diretamente relacionados a vulnerabilidades socioeconômicas, indicando, por um lado, a seletividade de ambos os sistemas quanto ao público sobre o qual incidem e, por outro, a necessidade de serem 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 72 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES aprimoradas as políticas públicas que visem à redução das desigualdades socioeconômicas como estratégia para a diminuição dos ilegalismos.” (Brasil. Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Reentradas e reinterações infracionais: um olhar sobre os sistemas socioeducativo e prisional brasileiros/ Conselho Nacional de Justiça – Brasília: CNJ, 2019) Parece-me adequada a conclusão que a atenção e o investimento no sistema socioeducativo em muito contribui para a redução da reiteração infracional e a consequente reentrada da criança ou do adolescente no sistema socioeducativo. Em última análise, rompe-se mesmo um círculo vicioso que, não raro, impacta alhures no sistema prisional. A partir das manifestações, tanto da Assembleia Legislativa quanto do Governador do Estado do Espirito Santo, não deixo de perceber um aparente descompasso entre a fundamentalidade e importância atribuídas por aquelas autoridades constituídas ao sistema socioeducativo, quando comparadas ao tratamento historicamente dispensado a ponto central do sistema: os profissionais que nele atuam. Em outras palavras, a importância destacada não representou uma desejável e adequada conformação e estruturação do sistema socioeducativo. Percebe-se com clareza que o fornecimento de meios para um adequado desenvolvimento das crianças e adolescentes passa pela centralidade da educação no sistema socioeducativo, encontrando nos seus profissionais o instrumento precípuo e fundamental. Tais aspectos não passam despercebidos a Giovana Mazzarolo Foppa, ao lecionar sobre a mudança paradigmática e cultural decorrente da substituição do Código de Menores pelo Estatuto da Criança e do Adolescente: “O Estatuto, em consonância com tal doutrina, rompeu com as velhas concepções trazidas pela Doutrina da Situação Irregular, presente no revogado CM, estabelecendo que crianças 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES aprimoradas as políticas públicas que visem à redução das desigualdades socioeconômicas como estratégia para a diminuição dos ilegalismos.” (Brasil. Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Reentradas e reinterações infracionais: um olhar sobre os sistemas socioeducativo e prisional brasileiros/ Conselho Nacional de Justiça – Brasília: CNJ, 2019) Parece-me adequada a conclusão que a atenção e o investimento no sistema socioeducativo em muito contribui para a redução da reiteração infracional e a consequente reentrada da criança ou do adolescente no sistema socioeducativo. Em última análise, rompe-se mesmo um círculo vicioso que, não raro, impacta alhures no sistema prisional. A partir das manifestações, tanto da Assembleia Legislativa quanto do Governador do Estado do Espirito Santo, não deixo de perceber um aparente descompasso entre a fundamentalidade e importância atribuídas por aquelas autoridades constituídas ao sistema socioeducativo, quando comparadas ao tratamento historicamente dispensado a ponto central do sistema: os profissionais que nele atuam. Em outras palavras, a importância destacada não representou uma desejável e adequada conformação e estruturação do sistema socioeducativo. Percebe-se com clareza que o fornecimento de meios para um adequado desenvolvimento das crianças e adolescentes passa pela centralidade da educação no sistema socioeducativo, encontrando nos seus profissionais o instrumento precípuo e fundamental. Tais aspectos não passam despercebidos a Giovana Mazzarolo Foppa, ao lecionar sobre a mudança paradigmática e cultural decorrente da substituição do Código de Menores pelo Estatuto da Criança e do Adolescente: “O Estatuto, em consonância com tal doutrina, rompeu com as velhas concepções trazidas pela Doutrina da Situação Irregular, presente no revogado CM, estabelecendo que crianças 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 73 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES e adolescentes são sujeitos de direitos, reconhecendo sua peculiar condição de pessoas em desenvolvimento, tomando-os merecedores de proteção total por parte da família, da sociedade e do Estado. E tornou obrigatório o fornecimento de todos os meios para o seu pleno crescimento, seja físico, mental, moral, espiritual ou social. Com a Doutrina da Proteção Integral se rompe com a ideia de "atos generosos" ou "caridade", exigindo-se, agora, compromisso na realização de políticas públicas que visem à inclusão social. […] O SINASE foi pensado para integrar os diferentes sistemas e as diferentes políticas, exigindo atuação dos executores tanto na questão da "responsabilização" como na satisfação de direitos dos adolescentes. Na condição de sistema integrado, procura articular os três níveis de governo no atendimento socioeducativo, levando em consideração a intersetorialidade e a corresponsabilização entre família, Estado e sociedade. Reforçando a fundamental importância do trabalho em rede, que atue nas diferentes áreas: educação; saúde; trabalho; previdência social; assistência social; cultura; esporte; lazer; segurança pública.” (FOPPA, Giovana Mazzarolo. Adolescente egresso: o desafio do atendimento socioeducativo. Porto Alegre: Nuria Fabris, 2013. p.16) Destaquei. Para se desincumbir de suas atribuições constitucionais quanto à proteção integral às crianças e aos adolescentes do sistema socioeducativo, o Estado do Espirito Santo, por meio das normas ora impugnadas, buscou amparo no seguinte permissivo constitucional: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES e adolescentes são sujeitos de direitos, reconhecendo sua peculiar condição de pessoas em desenvolvimento, tomando-os merecedores de proteção total por parte da família, da sociedade e do Estado. E tornou obrigatório o fornecimento de todos os meios para o seu pleno crescimento, seja físico, mental, moral, espiritual ou social. Com a Doutrina da Proteção Integral se rompe com a ideia de "atos generosos" ou "caridade", exigindo-se, agora, compromisso na realização de políticas públicas que visem à inclusão social. […] O SINASE foi pensado para integrar os diferentes sistemas e as diferentes políticas, exigindo atuação dos executores tanto na questão da "responsabilização" como na satisfação de direitos dos adolescentes. Na condição de sistema integrado, procura articular os três níveis de governo no atendimento socioeducativo, levando em consideração a intersetorialidade e a corresponsabilização entre família, Estado e sociedade. Reforçando a fundamental importância do trabalho em rede, que atue nas diferentes áreas: educação; saúde; trabalho; previdência social; assistência social; cultura; esporte; lazer; segurança pública.” (FOPPA, Giovana Mazzarolo. Adolescente egresso: o desafio do atendimento socioeducativo. Porto Alegre: Nuria Fabris, 2013. p.16) Destaquei. Para se desincumbir de suas atribuições constitucionais quanto à proteção integral às crianças e aos adolescentes do sistema socioeducativo, o Estado do Espirito Santo, por meio das normas ora impugnadas, buscou amparo no seguinte permissivo constitucional: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 74 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES […] IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;” Como já pontuei anteriormente, a necessidade de profissionais capacitados e adequados ao cumprimento dos objetivos do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), instituído pela Lei 12.594, de 2012, é constante e premente. Deveras oportuna, nesse sentido, a percepção do eminente Relator, Ministro Marco Aurélio, acerca da existência de legislações anteriores, no Estado do Espirito Santo, com o mesmo teor das normas ora impugnadas. O registro é importante, haja vista a doutrina administrativista, ao classificar os servidores públicos, assim lecionar quanto àqueles contratados de maneira temporária: “A última categoria é a dos servidores públicos temporários, os quais, na verdade, se configuram como um agrupamento excepcional dentro da categoria geral dos servidores públicos. A previsão dessa categoria especial de servidores está contemplada no art. 37, IX, da CF, que admite a sua contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. A própria leitura do texto constitucional demonstra o caráter de excepcionalidade de tais agentes. Entretanto, admitido o seu recrutamento na forma da lei, serão eles considerados como integrantes da categoria geral dos servidores públicos.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo – 33. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. p. 866) Portanto, a mim parece que a necessidade por servidores qualificados no sistema socioeducativo não é, de forma alguma, transitória e, no caso sob exame, a situação de precarização das contratações advém de longa data. Ainda no tema da temporariedade, Carvalho Filho assevera: 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES […] IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;” Como já pontuei anteriormente, a necessidade de profissionais capacitados e adequados ao cumprimento dos objetivos do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), instituído pela Lei 12.594, de 2012, é constante e premente. Deveras oportuna, nesse sentido, a percepção do eminente Relator, Ministro Marco Aurélio, acerca da existência de legislações anteriores, no Estado do Espirito Santo, com o mesmo teor das normas ora impugnadas. O registro é importante, haja vista a doutrina administrativista, ao classificar os servidores públicos, assim lecionar quanto àqueles contratados de maneira temporária: “A última categoria é a dos servidores públicos temporários, os quais, na verdade, se configuram como um agrupamento excepcional dentro da categoria geral dos servidores públicos. A previsão dessa categoria especial de servidores está contemplada no art. 37, IX, da CF, que admite a sua contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. A própria leitura do texto constitucional demonstra o caráter de excepcionalidade de tais agentes. Entretanto, admitido o seu recrutamento na forma da lei, serão eles considerados como integrantes da categoria geral dos servidores públicos.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo – 33. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. p. 866) Portanto, a mim parece que a necessidade por servidores qualificados no sistema socioeducativo não é, de forma alguma, transitória e, no caso sob exame, a situação de precarização das contratações advém de longa data. Ainda no tema da temporariedade, Carvalho Filho assevera: 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 75 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES “Depois, temos o pressuposto da temporariedade da função: a necessidade desses serviços deve ser sempre temporária. Se a necessidade é permanente, o Estado deve processar o recrutamento através dos demais regimes. Está, por isso, descartada a admissão de servidores temporários para o exercício de funções permanentes; se tal ocorrer, porém, haverá indisfarçável simulação, e a admissão será inteiramente inválida. Lamentavelmente, algumas Administrações, insensíveis (para dizer o mínimo) ao citado pressuposto, tentam fazer contratações temporárias para funções permanentes, em flagrante tentativa de fraudar a regra constitucional. Tal conduta, além de dissimular a ilegalidade do objetivo, não pode ter outro elemento mobilizador senão o de favorecer a alguns apaniguados para ingressarem no serviço público sem concurso, o que caracteriza inegável desvio de finalidade.48 Caso a função seja permanente, a contratação temporária só é legítima se a Administração comprovar situação emergencial e transitória, com previsão de ser posteriormente superada.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo – 33. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. p. 875) Destaquei. A perpetuação de situações não almejadas por normas que franqueiam aos gestores públicos a contratação temporária foi igualmente motivo de perplexidades na pena de Celso Antonio Bandeira de Mello: “A razão do dispositivo constitucional em apreço, obviamente, é contemplar situações nas quais ou a própria atividade a ser desempenhada, requerida por razões muitíssimo importantes, é temporária, eventual (não se justificando a criação de cargo ou emprego, pelo quê não haveria cogitar do concurso público), ou a atividade não é temporária, mas o excepcional interesse público demanda que se faça imediato suprimento temporário de uma necessidade (neste 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES “Depois, temos o pressuposto da temporariedade da função: a necessidade desses serviços deve ser sempre temporária. Se a necessidade é permanente, o Estado deve processar o recrutamento através dos demais regimes. Está, por isso, descartada a admissão de servidores temporários para o exercício de funções permanentes; se tal ocorrer, porém, haverá indisfarçável simulação, e a admissão será inteiramente inválida. Lamentavelmente, algumas Administrações, insensíveis (para dizer o mínimo) ao citado pressuposto, tentam fazer contratações temporárias para funções permanentes, em flagrante tentativa de fraudar a regra constitucional. Tal conduta, além de dissimular a ilegalidade do objetivo, não pode ter outro elemento mobilizador senão o de favorecer a alguns apaniguados para ingressarem no serviço público sem concurso, o que caracteriza inegável desvio de finalidade.48 Caso a função seja permanente, a contratação temporária só é legítima se a Administração comprovar situação emergencial e transitória, com previsão de ser posteriormente superada.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo – 33. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. p. 875) Destaquei. A perpetuação de situações não almejadas por normas que franqueiam aos gestores públicos a contratação temporária foi igualmente motivo de perplexidades na pena de Celso Antonio Bandeira de Mello: “A razão do dispositivo constitucional em apreço, obviamente, é contemplar situações nas quais ou a própria atividade a ser desempenhada, requerida por razões muitíssimo importantes, é temporária, eventual (não se justificando a criação de cargo ou emprego, pelo quê não haveria cogitar do concurso público), ou a atividade não é temporária, mas o excepcional interesse público demanda que se faça imediato suprimento temporário de uma necessidade (neste 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 76 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES sentido, “necessidade temporária”), por não haver tempo hábil para realizar concurso, sem que suas delongas deixem insuprido o interesse incomum que se tem de acobertar. Para que se faça uma ideia do escândalo em que se constitui esta lei, mencione-se apenas que os contratos referidos no art. 2º,VI, “g”, isto é, relativos a atividades desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia - SIVAM e do Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM, podem ser prorrogados até completarem um período total de cinco anos, a teor do art. 4º, parágrafo único, IV. Haja temporariedade nisto! Aliás, o art. 76 da lei da ANP, o art. 34, § 2º, da lei da ANEEL, o art. 36, § 1º, da lei da ANVISA e o art. 16 da lei da ANA, como se disse, ao tratar das “agências reguladoras”, autorizaram a admissão de pessoal técnico “em caráter temporário”, por até 36 meses.” (MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 30ª Edição. São Paulo: Malheiros, 2013.) Destaquei. Retomando-se à situação concreta que motivou o ajuizamento da presente ADI, a mim parece oportuno reverberar alguns aspectos fáticos de relevo. Isso porque, o amicus curiae SindiPúblicos noticia, em seu pedido de ingresso (eDOC. 17), que a realização do último concurso público para os cargos previstos nas normas questionadas ocorreu em 2010. Acrescenta ainda, citando representação do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), uma grande discrepância entre o número de servidores efetivos e temporários ainda no ano de 2016, reveladora, portanto, de inércia do Poder Público estadual na superação definitiva da situação. O cenário, acrescenta o SindiPúblicos, desconsidera Diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), contraria o Princípio Constitucional da Proteção Integral e, consequentemente, ofende o Artigo 227 da Constituição Federal de 1988. A jurisprudência do STF, mesmo nos julgados que reconhecem a 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES sentido, “necessidade temporária”), por não haver tempo hábil para realizar concurso, sem que suas delongas deixem insuprido o interesse incomum que se tem de acobertar. Para que se faça uma ideia do escândalo em que se constitui esta lei, mencione-se apenas que os contratos referidos no art. 2º,VI, “g”, isto é, relativos a atividades desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia - SIVAM e do Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM, podem ser prorrogados até completarem um período total de cinco anos, a teor do art. 4º, parágrafo único, IV. Haja temporariedade nisto! Aliás, o art. 76 da lei da ANP, o art. 34, § 2º, da lei da ANEEL, o art. 36, § 1º, da lei da ANVISA e o art. 16 da lei da ANA, como se disse, ao tratar das “agências reguladoras”, autorizaram a admissão de pessoal técnico “em caráter temporário”, por até 36 meses.” (MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 30ª Edição. São Paulo: Malheiros, 2013.) Destaquei. Retomando-se à situação concreta que motivou o ajuizamento da presente ADI, a mim parece oportuno reverberar alguns aspectos fáticos de relevo. Isso porque, o amicus curiae SindiPúblicos noticia, em seu pedido de ingresso (eDOC. 17), que a realização do último concurso público para os cargos previstos nas normas questionadas ocorreu em 2010. Acrescenta ainda, citando representação do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), uma grande discrepância entre o número de servidores efetivos e temporários ainda no ano de 2016, reveladora, portanto, de inércia do Poder Público estadual na superação definitiva da situação. O cenário, acrescenta o SindiPúblicos, desconsidera Diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), contraria o Princípio Constitucional da Proteção Integral e, consequentemente, ofende o Artigo 227 da Constituição Federal de 1988. A jurisprudência do STF, mesmo nos julgados que reconhecem a 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 77 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES possibilidade de contratações temporárias para cargos de natureza efetiva, não transitória, parecem ressalvar a temporariedade, ou seja, a não perpetuação das contratações indefinidamente, senão vejamos: “EMENTA: CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES PÚBLICOS DA ÁREA DE SAÚDE. POSSÍVEL EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE. I - A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II - Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III - O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV - Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V - É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI - Ação que se julga procedente.” (ADI 3430, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2009) EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 2º, INC. VII, DA LEI 6.915/1997 DO ESTADO DO MARANHÃO. CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES POR TEMPO DETERMINADO. INTERPRETAÇÃO E EFEITO DAS EXPRESSÕES “NECESSIDADE TEMPORÁRIA” E “EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO”. POSSIBILIDADE DE 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES possibilidade de contratações temporárias para cargos de natureza efetiva, não transitória, parecem ressalvar a temporariedade, ou seja, a não perpetuação das contratações indefinidamente, senão vejamos: “EMENTA: CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES PÚBLICOS DA ÁREA DE SAÚDE. POSSÍVEL EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE. I - A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II - Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III - O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV - Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V - É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI - Ação que se julga procedente.” (ADI 3430, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2009) EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 2º, INC. VII, DA LEI 6.915/1997 DO ESTADO DO MARANHÃO. CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES POR TEMPO DETERMINADO. INTERPRETAÇÃO E EFEITO DAS EXPRESSÕES “NECESSIDADE TEMPORÁRIA” E “EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO”. POSSIBILIDADE DE 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 78 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA PARA SUPRIR ATIVIDADES PÚBLICAS DE NATUREZA PERMANENTE. TRANSITORIEDADE CARACTERIZADA. PARCIAL PROVIMENTO DA AÇÃO. 1. A natureza permanente de algumas atividades públicas - como as desenvolvidas nas áreas da saúde, educação e segurança pública – não afasta, de plano, a autorização constitucional para contratar servidores destinados a suprir demanda eventual ou passageira. Necessidade circunstancial agregada ao excepcional interesse público na prestação do serviço para o qual a contratação se afigura premente autoriza a contratação nos moldes do art. 37, inc. IX, da Constituição da República. 2. A contratação destinada a atividade essencial e permanente do Estado não conduz, por si, ao reconhecimento da alegada inconstitucionalidade. Necessidade de exame sobre a transitoriedade da contratação e a excepcionalidade do interesse público que a justifica. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição . (ADI 3247, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 26/03/2014) Ainda no tema, vale destacar os seguintes julgados: “EMENTA: Servidor público: contratação temporária excepcional (CF, art. 37, IX): inconstitucionalidade de sua aplicação para a admissão de servidores para funções burocráticas ordinárias e permanentes.” (ADI 2987, Relator(a): SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 19/02/2004) Destaquei. “Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ART. 37, IX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI 8.745/1993. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. PROFESSORES SUBSTITUTOS. HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS. PROGRAMAS SIVAM E SIPAM. AÇÃO JULGADA 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA PARA SUPRIR ATIVIDADES PÚBLICAS DE NATUREZA PERMANENTE. TRANSITORIEDADE CARACTERIZADA. PARCIAL PROVIMENTO DA AÇÃO. 1. A natureza permanente de algumas atividades públicas - como as desenvolvidas nas áreas da saúde, educação e segurança pública – não afasta, de plano, a autorização constitucional para contratar servidores destinados a suprir demanda eventual ou passageira. Necessidade circunstancial agregada ao excepcional interesse público na prestação do serviço para o qual a contratação se afigura premente autoriza a contratação nos moldes do art. 37, inc. IX, da Constituição da República. 2. A contratação destinada a atividade essencial e permanente do Estado não conduz, por si, ao reconhecimento da alegada inconstitucionalidade. Necessidade de exame sobre a transitoriedade da contratação e a excepcionalidade do interesse público que a justifica. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição . (ADI 3247, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 26/03/2014) Ainda no tema, vale destacar os seguintes julgados: “EMENTA: Servidor público: contratação temporária excepcional (CF, art. 37, IX): inconstitucionalidade de sua aplicação para a admissão de servidores para funções burocráticas ordinárias e permanentes.” (ADI 2987, Relator(a): SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 19/02/2004) Destaquei. “Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ART. 37, IX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI 8.745/1993. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. PROFESSORES SUBSTITUTOS. HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS. PROGRAMAS SIVAM E SIPAM. AÇÃO JULGADA 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 79 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES PARCIALMENTE PROCEDENTE 1. Nos casos em que a Constituição Federal atribui ao legislador o poder de dispor sobre situações de relevância autorizadoras da contratação temporária de servidores públicos, exige-se o ônus da demonstração e da adequada limitação das hipóteses de exceção ao preceito constitucional da obrigatoriedade do concurso público. 2. O legislador, ao fixar os casos autorizadores da contratação de professores substitutos, atendeu à exigência constitucional de reserva qualificada de lei formal para as contratações temporárias. Improcedência da alegada inconstitucionalidade do inciso IV e do § 1º do art. art. 2º da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999. 3. Contudo, ao admitir genericamente a contratação temporária em órgãos específicos, o legislador permitiu a continuidade da situação excepcional, sem justificativa normativa adequada. Conveniência da limitação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, reconhecida a peculiaridade das atividades em questão. 4. Ação julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição às alíneas "d" e "g" do inciso VI do art. 2º da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999, a fim de que as contratações temporárias por elas permitidas para as atividades finalísticas do Hospital das Forças Armadas e desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia SIVAM e do Sistema de proteção da Amazônia – SIPAM só possam ocorrer em conformidade com o art. 37, inciso IX, da Constituição da República, isto é, no sentido de que as contratações temporárias a serem realizadas pela União nos referidos casos apenas sejam permitidas excepcionalmente e para atender a comprovada necessidade temporária de excepcional interesse público nas funções legalmente previstas. A Corte limitou os efeitos da declaração de inconstitucionalidade para que só incidam um ano após a publicação da decisão final desta ação no Diário Oficial da União quanto à alínea "d" e, quanto à alínea "g", após quatro anos.” (ADI 3237, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Tribunal 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES PARCIALMENTE PROCEDENTE 1. Nos casos em que a Constituição Federal atribui ao legislador o poder de dispor sobre situações de relevância autorizadoras da contratação temporária de servidores públicos, exige-se o ônus da demonstração e da adequada limitação das hipóteses de exceção ao preceito constitucional da obrigatoriedade do concurso público. 2. O legislador, ao fixar os casos autorizadores da contratação de professores substitutos, atendeu à exigência constitucional de reserva qualificada de lei formal para as contratações temporárias. Improcedência da alegada inconstitucionalidade do inciso IV e do § 1º do art. art. 2º da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999. 3. Contudo, ao admitir genericamente a contratação temporária em órgãos específicos, o legislador permitiu a continuidade da situação excepcional, sem justificativa normativa adequada. Conveniência da limitação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, reconhecida a peculiaridade das atividades em questão. 4. Ação julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição às alíneas "d" e "g" do inciso VI do art. 2º da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999, a fim de que as contratações temporárias por elas permitidas para as atividades finalísticas do Hospital das Forças Armadas e desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia SIVAM e do Sistema de proteção da Amazônia – SIPAM só possam ocorrer em conformidade com o art. 37, inciso IX, da Constituição da República, isto é, no sentido de que as contratações temporárias a serem realizadas pela União nos referidos casos apenas sejam permitidas excepcionalmente e para atender a comprovada necessidade temporária de excepcional interesse público nas funções legalmente previstas. A Corte limitou os efeitos da declaração de inconstitucionalidade para que só incidam um ano após a publicação da decisão final desta ação no Diário Oficial da União quanto à alínea "d" e, quanto à alínea "g", após quatro anos.” (ADI 3237, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Tribunal 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 80 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES Pleno, julgado em 26/03/2014). Destaquei. Dessa forma, penso que a perpetuação da situação fática, de reiteradas contratações temporárias em seara a exigir uma atuação permanente, constante, por parte do poder público (sistema socioeducativo), conduziu à inconstitucionalidade das normas questionadas. Pondero, entretanto, dada a sensibilidade da temática envolvida, a dialogar com os elevados interesses de crianças e adolescentes submetidas ao sistema socioeducativo, que eventual prevalência da declaração de inconstitucionalidade seja acompanhada da modulação de seus efeitos. A medida, penso eu, viabilizará a imediata realização de concursos públicos e contratação de pessoal efetivo, sem descuidar, entretanto da necessária continuidade da prestação de serviços tão sensíveis e relevantes. Dispositivo Ante o exposto, julgo procedente a presente Ação Direta de Inconstitucionalidade, e, nos termos do Art. 27 da Lei 9.868, de 1999, modulo os efeitos, para que os efeitos da declaração de inconstitucionalidade só tenha eficácia a partir de 2 anos, contados da publicação da ata deste julgamento. É como voto. 13 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Pleno, julgado em 26/03/2014). Destaquei. Dessa forma, penso que a perpetuação da situação fática, de reiteradas contratações temporárias em seara a exigir uma atuação permanente, constante, por parte do poder público (sistema socioeducativo), conduziu à inconstitucionalidade das normas questionadas. Pondero, entretanto, dada a sensibilidade da temática envolvida, a dialogar com os elevados interesses de crianças e adolescentes submetidas ao sistema socioeducativo, que eventual prevalência da declaração de inconstitucionalidade seja acompanhada da modulação de seus efeitos. A medida, penso eu, viabilizará a imediata realização de concursos públicos e contratação de pessoal efetivo, sem descuidar, entretanto da necessária continuidade da prestação de serviços tão sensíveis e relevantes. Dispositivo Ante o exposto, julgo procedente a presente Ação Direta de Inconstitucionalidade, e, nos termos do Art. 27 da Lei 9.868, de 1999, modulo os efeitos, para que os efeitos da declaração de inconstitucionalidade só tenha eficácia a partir de 2 anos, contados da publicação da ata deste julgamento. É como voto. 13 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 81 de 103 Voto - MIN. GILMAR MENDES 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Boa tarde, Presidente, Senhoras Ministras, Senhores Ministros! Este realmente é um caso desafiador do ponto de vista dos próprios fatos legislativos. Como já foi apontado, a LC nº 559, de 2010, dizia que: "Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos (...), em caráter temporário (...)" As contratações previstas no art. 1º respeitariam o prazo de doze meses. Depois veio a Lei nº 772, de 2014, que também tem lista de cargos ou de funções e prevê a contratação de agentes socioeducativos, no total de 578, em caráter temporário. Dizia que as contratações previstas no art. 1º respeitariam o prazo de doze meses, a contar da formalização do contrato administrativo. Feito todo esse exame, vou realmente poupar o Tribunal de maiores considerações, tendo em vista o profícuo debate já ocorrido. Tendo em vista, inclusive, a jurisprudência que desenvolvemos, tudo indica, parece- me, que essa é a premissa da qual a maioria está partindo: há uma perpetuação fática de reiteradas contratações temporárias, em seara a exigir uma atuação de caráter, pelo menos, mais estável. Talvez esse seja um ponto, inclusive, que se devesse discutir. Temos uma ADI - já dialoguei com o Ministro Alexandre a propósito -, acho que da relatoria da Ministra Cármen, em que se coloca a questão da ruptura do regime único, de se ter, inclusive, um regime contratual de caráter permanente para situações desse tipo, objeto de liminar lá atrás. De fato, aqui estamos diante de situação que também induz - pelo menos há uma certa percepção -a que, se já não houve a exaustão dessa norma, a prática está levando a certa ultratividade. Isso é o que está sendo indicado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Boa tarde, Presidente, Senhoras Ministras, Senhores Ministros! Este realmente é um caso desafiador do ponto de vista dos próprios fatos legislativos. Como já foi apontado, a LC nº 559, de 2010, dizia que: "Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos (...), em caráter temporário (...)" As contratações previstas no art. 1º respeitariam o prazo de doze meses. Depois veio a Lei nº 772, de 2014, que também tem lista de cargos ou de funções e prevê a contratação de agentes socioeducativos, no total de 578, em caráter temporário. Dizia que as contratações previstas no art. 1º respeitariam o prazo de doze meses, a contar da formalização do contrato administrativo. Feito todo esse exame, vou realmente poupar o Tribunal de maiores considerações, tendo em vista o profícuo debate já ocorrido. Tendo em vista, inclusive, a jurisprudência que desenvolvemos, tudo indica, parece- me, que essa é a premissa da qual a maioria está partindo: há uma perpetuação fática de reiteradas contratações temporárias, em seara a exigir uma atuação de caráter, pelo menos, mais estável. Talvez esse seja um ponto, inclusive, que se devesse discutir. Temos uma ADI - já dialoguei com o Ministro Alexandre a propósito -, acho que da relatoria da Ministra Cármen, em que se coloca a questão da ruptura do regime único, de se ter, inclusive, um regime contratual de caráter permanente para situações desse tipo, objeto de liminar lá atrás. De fato, aqui estamos diante de situação que também induz - pelo menos há uma certa percepção -a que, se já não houve a exaustão dessa norma, a prática está levando a certa ultratividade. Isso é o que está sendo indicado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 82 de 103 Voto - MIN. GILMAR MENDES ADI 5664 / ES Não quero deixar de registrar, Presidente, que as observações do Ministro Alexandre, de fato, mostram a importância dos fatos e prognoses no âmbito do exame da questão de constitucionalidade. De fato, temos que fazer o devido sopesamento, mas me parece, muito provavelmente - pelo menos essa é a percepção -, que a norma já teria exaurido seus efeitos. Com base em que norma, então, o Estado do Espírito Santo estaria contratando? Muito provavelmente fazendo uma interpretação extensiva, atribuindo, portanto, ultratividade a essa norma, o que nos coloca em situação bastante delicada, como já apontado aqui em vários pronunciamentos. Estou com voto no sentido de indicar a procedência da ação, já me estava manifestando, mas vi que vários Colegas se reservaram a se pronunciar sobre a segunda fase, a discussão sobre a modulação, a partir do voto do Ministro Nunes Marques. Tendo em vista exatamente os precedentes e delimitações que se fazem em nossa jurisprudência em torno dessa contratação temporária, estou entendendo que, ou se trata da própria norma, e aí ter-se-ia que, talvez, assentar, pelo menos, sua ilegitimidade, ou de uma extensão, que também, talvez, seria declarada inconstitucional. Por que com base em quê o Estado estaria fazendo essas contratações? A não ser que faltem elementos aqui nestes autos para uma conclusão mais... O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Permita-me um pequeno, mínimo aparte? O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Por favor, Ministro Nunes Marques. O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Talvez, para esclarecer esse ponto, tive essa dúvida no início. Quando se remete às contratações, a lei fala em prazo de validade das contratações por doze meses, renovado por doze meses. A lei não tem validade, essas leis estão em plena eficácia. Essa interpretação que estranhei. As contratações é que têm validade. Ou seja, o Estado contrata por doze meses, e esse contrato pode ser renovado por outros doze. A pessoa 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Não quero deixar de registrar, Presidente, que as observações do Ministro Alexandre, de fato, mostram a importância dos fatos e prognoses no âmbito do exame da questão de constitucionalidade. De fato, temos que fazer o devido sopesamento, mas me parece, muito provavelmente - pelo menos essa é a percepção -, que a norma já teria exaurido seus efeitos. Com base em que norma, então, o Estado do Espírito Santo estaria contratando? Muito provavelmente fazendo uma interpretação extensiva, atribuindo, portanto, ultratividade a essa norma, o que nos coloca em situação bastante delicada, como já apontado aqui em vários pronunciamentos. Estou com voto no sentido de indicar a procedência da ação, já me estava manifestando, mas vi que vários Colegas se reservaram a se pronunciar sobre a segunda fase, a discussão sobre a modulação, a partir do voto do Ministro Nunes Marques. Tendo em vista exatamente os precedentes e delimitações que se fazem em nossa jurisprudência em torno dessa contratação temporária, estou entendendo que, ou se trata da própria norma, e aí ter-se-ia que, talvez, assentar, pelo menos, sua ilegitimidade, ou de uma extensão, que também, talvez, seria declarada inconstitucional. Por que com base em quê o Estado estaria fazendo essas contratações? A não ser que faltem elementos aqui nestes autos para uma conclusão mais... O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Permita-me um pequeno, mínimo aparte? O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Por favor, Ministro Nunes Marques. O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Talvez, para esclarecer esse ponto, tive essa dúvida no início. Quando se remete às contratações, a lei fala em prazo de validade das contratações por doze meses, renovado por doze meses. A lei não tem validade, essas leis estão em plena eficácia. Essa interpretação que estranhei. As contratações é que têm validade. Ou seja, o Estado contrata por doze meses, e esse contrato pode ser renovado por outros doze. A pessoa 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 83 de 103 Voto - MIN. GILMAR MENDES ADI 5664 / ES contratada sai, entra uma nova pessoa, contratada por doze meses e, depois, esse contrato é renovado por doze meses. A lei, porém, não tem limite. Não foi a lei que teve limite de doze meses, foi o contrato. Também tive a dúvida de Vossa Excelência. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas temos duas leis. A LC nº 559, ao que tudo indica foi... ou esse número foi ampliado, na verdade, são mil e tantos agentes socioeducativos. Essa é uma leitura, então, que dá substância ao posicionamento já trazido pelo Ministro Nunes Marques. Portanto, Presidente, vou acompanhar o Relator no sentido da procedência, mas já deixo, de antemão, assinalado que vou acompanhar o Ministro Nunes Marques no que concerne à questão da modulação de efeitos. Este é um caso em que me parece que a modulação de efeitos não é sequer uma escolha. Na verdade, não há outra alternativa, sob pena de se ter como alternativa o caos, como já apontado no voto do Ministro Alexandre de Moraes. Queria só fazer essas considerações, tendo em vista realmente que o caso se coloca em uma linha muito divisória, tendo em vista a questão de ser política pública essencial, como o Ministro Alexandre demonstrou, e isso pode provocar o colapso de um serviço fundamental. A Corte Constitucional alemã se viu às voltas com a declaração de inconstitucionalidade de uma lei que declarava inconstitucional os regulamentos do sistema prisional. A Corte disse: não se pode declarar a inconstitucionalidade, mas vou fazer um apelo ao legislador para que ele venha fazer o suprimento e a regulação dessas leis em outro momento. Aqui, hoje, temos a possibilidade de lançarmos mão do art. 27 da Lei nº 9.868, para, de fato, fixarmos uma orientação mais segura. É um caso em que, se pudéssemos invocar, talvez fazer uma diligência, valeria à pena inclusive ter o pronunciamento do Estado do Espírito Santo diante dessa perplexidade que se colocou. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Então, Vossa Excelência também julga procedente e modula, nos termos do voto do 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES contratada sai, entra uma nova pessoa, contratada por doze meses e, depois, esse contrato é renovado por doze meses. A lei, porém, não tem limite. Não foi a lei que teve limite de doze meses, foi o contrato. Também tive a dúvida de Vossa Excelência. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas temos duas leis. A LC nº 559, ao que tudo indica foi... ou esse número foi ampliado, na verdade, são mil e tantos agentes socioeducativos. Essa é uma leitura, então, que dá substância ao posicionamento já trazido pelo Ministro Nunes Marques. Portanto, Presidente, vou acompanhar o Relator no sentido da procedência, mas já deixo, de antemão, assinalado que vou acompanhar o Ministro Nunes Marques no que concerne à questão da modulação de efeitos. Este é um caso em que me parece que a modulação de efeitos não é sequer uma escolha. Na verdade, não há outra alternativa, sob pena de se ter como alternativa o caos, como já apontado no voto do Ministro Alexandre de Moraes. Queria só fazer essas considerações, tendo em vista realmente que o caso se coloca em uma linha muito divisória, tendo em vista a questão de ser política pública essencial, como o Ministro Alexandre demonstrou, e isso pode provocar o colapso de um serviço fundamental. A Corte Constitucional alemã se viu às voltas com a declaração de inconstitucionalidade de uma lei que declarava inconstitucional os regulamentos do sistema prisional. A Corte disse: não se pode declarar a inconstitucionalidade, mas vou fazer um apelo ao legislador para que ele venha fazer o suprimento e a regulação dessas leis em outro momento. Aqui, hoje, temos a possibilidade de lançarmos mão do art. 27 da Lei nº 9.868, para, de fato, fixarmos uma orientação mais segura. É um caso em que, se pudéssemos invocar, talvez fazer uma diligência, valeria à pena inclusive ter o pronunciamento do Estado do Espírito Santo diante dessa perplexidade que se colocou. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Então, Vossa Excelência também julga procedente e modula, nos termos do voto do 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 84 de 103 Voto - MIN. GILMAR MENDES ADI 5664 / ES Ministro Nunes Marques. É isso, Ministro Gilmar? O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É isso. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Ministro Nunes Marques. É isso, Ministro Gilmar? O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É isso. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 85 de 103 Voto - MIN. LUIZ FUX 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Senhores Ministros, verifico que o Ministro Alexandre de Moraes tinha razão no momento em que estabeleceu que, a priori, a lei que prevê contratação temporária é contemplada pela Constituição Federal. Entretanto, a Constituição Federal prevê essa contratação temporária na pressuposição de que, posteriormente, será cumprido o postulado do concurso público. E não é isso que se verifica na prática. Então, no meu modo de ver, esse estado de fato tem de ser levado em consideração para que possamos concluir o resultado desse julgamento. Há uma regra de supradireito que se aplica ao magistrado no momento em que ele vai decidir. Qual seja: "Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão." Creio que essa regra in procedendo é aplicável in casu, porque as normas que foram instituídas no afã de estabelecer um trabalho temporário produzem efeitos até hoje. Tenho aqui alguns dados importantes, inclusive um acórdão muito sugestivo do Ministro Ricardo Lewandowski na ADI 3.430, de 12/8/2009, quando Sua Excelência, no seu voto vencedor no Plenário, estabeleceu o seguinte: "Dessa forma, não basta que a lei, seja ela federal, estadual, distrital ou municipal, autorize a contratação de pessoal por prazo limitado para conformar-se ao texto constitucional, eis que a excepcionalidade das situações emergenciais afasta a possibilidade de que elas, de transitórias, se transmudem em permanentes." Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Senhores Ministros, verifico que o Ministro Alexandre de Moraes tinha razão no momento em que estabeleceu que, a priori, a lei que prevê contratação temporária é contemplada pela Constituição Federal. Entretanto, a Constituição Federal prevê essa contratação temporária na pressuposição de que, posteriormente, será cumprido o postulado do concurso público. E não é isso que se verifica na prática. Então, no meu modo de ver, esse estado de fato tem de ser levado em consideração para que possamos concluir o resultado desse julgamento. Há uma regra de supradireito que se aplica ao magistrado no momento em que ele vai decidir. Qual seja: "Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão." Creio que essa regra in procedendo é aplicável in casu, porque as normas que foram instituídas no afã de estabelecer um trabalho temporário produzem efeitos até hoje. Tenho aqui alguns dados importantes, inclusive um acórdão muito sugestivo do Ministro Ricardo Lewandowski na ADI 3.430, de 12/8/2009, quando Sua Excelência, no seu voto vencedor no Plenário, estabeleceu o seguinte: "Dessa forma, não basta que a lei, seja ela federal, estadual, distrital ou municipal, autorize a contratação de pessoal por prazo limitado para conformar-se ao texto constitucional, eis que a excepcionalidade das situações emergenciais afasta a possibilidade de que elas, de transitórias, se transmudem em permanentes." Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Inteiro Teor do Acórdão - Página 86 de 103 Voto - MIN. LUIZ FUX ADI 5664 / ES E foi exatamente o que aconteceu aqui. Daí a razão pela qual, naquela oportunidade, ter sido declarada a inconstitucionalidade da Lei Complementar nº 300, de 2004, do mesmo Estado do Espírito Santo. E essa Lei nº 300/2004 é a lei antecedente a essas outras leis. Então, anoto aqui, apenas para concluir o meu raciocínio, que poderia ser sintetizado no fato de que essas leis acabaram gerando um estado de coisas inconstitucional, que, em consulta ao sítio eletrônico da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, verifiquei que as legislações impugnadas nesta ação permanecem em pleno vigor, a despeito da novel legislação estadual complementar mencionada pela Procuradoria do Estado do Espírito Santo. Por outro lado, o princípio do concurso público é corolário do Estado de Direito, rule of law, máxime os certames espelharem valores republicanos isonômicos. De sorte que qualquer brasileiro pode lograr êxito nessas provas e exercer o cargo no funcionalismo público brasileiro, conforme lição do Professor José Afonso da Silva, no seu Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010, página 679. Em sede meritória, verifico que, desde 2004, o Estado do Espírito Santo permanece editando normas, que foi o detalhe que o Ministro Barroso destacou, editando normas para preencher cargos públicos técnicos e permanentes no âmbito do Iases, por meio de contratações excepcionais, as quais deveriam ser temporárias, e não por via de certames públicos, como manda a Constituição Federal. Não por acaso, ainda no ano de 2004, a Lei Complementar capixaba nº 300, que é antecedente dessas leis, a qual versava igualmente sobre a contratação de servidores em caráter temporário, foi julgada inconstitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, sob a relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski. E eu destaquei este trecho: "Não basta que a lei (...) autorize a contratação de pessoal por prazo limitado para conformar-se ao Texto Constitucional, eis que a excepcionalidade das situações emergenciais afasta a possibilidade de que elas, de transitórias, transmudem-se em permanentes." 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES E foi exatamente o que aconteceu aqui. Daí a razão pela qual, naquela oportunidade, ter sido declarada a inconstitucionalidade da Lei Complementar nº 300, de 2004, do mesmo Estado do Espírito Santo. E essa Lei nº 300/2004 é a lei antecedente a essas outras leis. Então, anoto aqui, apenas para concluir o meu raciocínio, que poderia ser sintetizado no fato de que essas leis acabaram gerando um estado de coisas inconstitucional, que, em consulta ao sítio eletrônico da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, verifiquei que as legislações impugnadas nesta ação permanecem em pleno vigor, a despeito da novel legislação estadual complementar mencionada pela Procuradoria do Estado do Espírito Santo. Por outro lado, o princípio do concurso público é corolário do Estado de Direito, rule of law, máxime os certames espelharem valores republicanos isonômicos. De sorte que qualquer brasileiro pode lograr êxito nessas provas e exercer o cargo no funcionalismo público brasileiro, conforme lição do Professor José Afonso da Silva, no seu Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010, página 679. Em sede meritória, verifico que, desde 2004, o Estado do Espírito Santo permanece editando normas, que foi o detalhe que o Ministro Barroso destacou, editando normas para preencher cargos públicos técnicos e permanentes no âmbito do Iases, por meio de contratações excepcionais, as quais deveriam ser temporárias, e não por via de certames públicos, como manda a Constituição Federal. Não por acaso, ainda no ano de 2004, a Lei Complementar capixaba nº 300, que é antecedente dessas leis, a qual versava igualmente sobre a contratação de servidores em caráter temporário, foi julgada inconstitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, sob a relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski. E eu destaquei este trecho: "Não basta que a lei (...) autorize a contratação de pessoal por prazo limitado para conformar-se ao Texto Constitucional, eis que a excepcionalidade das situações emergenciais afasta a possibilidade de que elas, de transitórias, transmudem-se em permanentes." 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Inteiro Teor do Acórdão - Página 87 de 103 Voto - MIN. LUIZ FUX ADI 5664 / ES A nossa jurisprudência é clara no sentido de que o art. 37, IX, dispõe, de forma genérica e abrangente, essas possibilidades de casos emergenciais. Ao julgar o paradigma da Repercussão Geral 658.026, o Plenário ratificou esse entendimento, nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, que a Lei, ao estabelecer os casos de contratação por tempo determinado, deve regular de forma detalhada as hipóteses em que houver a necessidade temporária excepcional de interesse público. Deveras, a despeito de o Supremo admitir a contratação por tempo determinado para suprir atividades públicas de natureza permanente, a Suprema Corte brasileira exige a justificação pormenorizada e que não haja esse prosseguimento, como se colhe no voto de Sua Excelência a Ministra Cármen Lúcia, na ADI 3.247, de 2014. No caso sob exame, a simples leitura das legislações impugnadas e a reiterada recusa do Estado capixaba de realizar certames públicos demonstram cabalmente a generalidade da norma e a inexistência do caráter transitório da contratação dos servidores do Iases, a todo momento contratados temporariamente. Razão pela qual o Ministério Público de Contas e o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo realizaram uma denúncia contra ao flagrante cenário de inconstitucionalidade instaurado no ente federativo. A representação apresentada pelo Ministério Público de Contas pelo Tribunal de Contas, juntada aos autos pelo Sindpúblicos, revela que, em 7/4/2016, o instituto contava com 27 cargos comissionados, 379 servidores efetivos e 1.123 contratados por tempo determinado. Até então, o último concurso público realizado pelo Iases para provimento de cargos efetivos havia sido em 2010, como destacou aqui Sua Excelência o Vice- Procurador-Geral da República. Nós estamos em 2021. O último concurso tem onze anos, e continua a fazer contratações temporárias. Como bem-assinalado pelo Sindpúblicos, a indevida utilização de contratação temporária para suprir demanda de atendimento socioeducativo vai bem contra o princípio do concurso público. A importância dos serviços socioeducacionais demanda estabilidade 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES A nossa jurisprudência é clara no sentido de que o art. 37, IX, dispõe, de forma genérica e abrangente, essas possibilidades de casos emergenciais. Ao julgar o paradigma da Repercussão Geral 658.026, o Plenário ratificou esse entendimento, nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, que a Lei, ao estabelecer os casos de contratação por tempo determinado, deve regular de forma detalhada as hipóteses em que houver a necessidade temporária excepcional de interesse público. Deveras, a despeito de o Supremo admitir a contratação por tempo determinado para suprir atividades públicas de natureza permanente, a Suprema Corte brasileira exige a justificação pormenorizada e que não haja esse prosseguimento, como se colhe no voto de Sua Excelência a Ministra Cármen Lúcia, na ADI 3.247, de 2014. No caso sob exame, a simples leitura das legislações impugnadas e a reiterada recusa do Estado capixaba de realizar certames públicos demonstram cabalmente a generalidade da norma e a inexistência do caráter transitório da contratação dos servidores do Iases, a todo momento contratados temporariamente. Razão pela qual o Ministério Público de Contas e o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo realizaram uma denúncia contra ao flagrante cenário de inconstitucionalidade instaurado no ente federativo. A representação apresentada pelo Ministério Público de Contas pelo Tribunal de Contas, juntada aos autos pelo Sindpúblicos, revela que, em 7/4/2016, o instituto contava com 27 cargos comissionados, 379 servidores efetivos e 1.123 contratados por tempo determinado. Até então, o último concurso público realizado pelo Iases para provimento de cargos efetivos havia sido em 2010, como destacou aqui Sua Excelência o Vice- Procurador-Geral da República. Nós estamos em 2021. O último concurso tem onze anos, e continua a fazer contratações temporárias. Como bem-assinalado pelo Sindpúblicos, a indevida utilização de contratação temporária para suprir demanda de atendimento socioeducativo vai bem contra o princípio do concurso público. A importância dos serviços socioeducacionais demanda estabilidade 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Inteiro Teor do Acórdão - Página 88 de 103 Voto - MIN. LUIZ FUX ADI 5664 / ES do quadro de contratação do instituto para fins de continuidade do importante trabalho desenvolvido com adolescentes. A contratação temporária deve ser limitada a casos excepcionais não demonstrados, e a diferença do número de contratados por tempo determinado. E a quantidade de servidores efetivos evidencia que a Administração vem preferindo a contratação temporária à efetivação de esforços para a realização de concurso público. Por isso é que, nesse sentido, pela importância dos serviços socioeducacionais, conheço da presente ação também e, no mérito, julgo procedente in totum, acompanhando o Relator para declarar a inconstitucionalidade das Leis Complementares nº 559 e 772, do Espírito Santo, por violação do princípio do concurso público, mas permito-me aderir, exatamente pela importância do trabalho, à modulação que foi suscitada e indicada no voto do Ministro Nunes Marques. É assim que voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES do quadro de contratação do instituto para fins de continuidade do importante trabalho desenvolvido com adolescentes. A contratação temporária deve ser limitada a casos excepcionais não demonstrados, e a diferença do número de contratados por tempo determinado. E a quantidade de servidores efetivos evidencia que a Administração vem preferindo a contratação temporária à efetivação de esforços para a realização de concurso público. Por isso é que, nesse sentido, pela importância dos serviços socioeducacionais, conheço da presente ação também e, no mérito, julgo procedente in totum, acompanhando o Relator para declarar a inconstitucionalidade das Leis Complementares nº 559 e 772, do Espírito Santo, por violação do princípio do concurso público, mas permito-me aderir, exatamente pela importância do trabalho, à modulação que foi suscitada e indicada no voto do Ministro Nunes Marques. É assim que voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Inteiro Teor do Acórdão - Página 89 de 103 Esclarecimento 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor Presidente, como Vossa Excelência me honrou, e também a Ministra Rosa Weber, com a menção de um trecho de voto que proferi em situação análoga, quero dizer que estou acompanhando o Ministro Alexandre de Moraes, neste caso, porque se trata de uma ação direta de inconstitucionalidade. Não tenho, nos autos, as informações ventiladas por alguns Ministros, no sentido da continuidade da contratação, não obstante o prazo fixado nas leis agora impugnadas, mediante esta ADI. Por isso, não pude manifestar-me, tal como os outros Ministros, no sentido de desrespeito à Constituição e ultratividade da lei, então estou optando pela remessa de peças ao Ministério Público capixaba, mas fico vencido. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - As situações eram diferentes, mas, como o voto de Vossa Excelência tinha substância importante para a solução desse caso, foi citado ad exemplum, não para manifestar nenhuma contradição, de forma alguma. O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Fiquei muito honrado, Presidente, muito obrigado! Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2454-59E2-4567-3EBC e senha 77E4-8197-9162-344F Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor Presidente, como Vossa Excelência me honrou, e também a Ministra Rosa Weber, com a menção de um trecho de voto que proferi em situação análoga, quero dizer que estou acompanhando o Ministro Alexandre de Moraes, neste caso, porque se trata de uma ação direta de inconstitucionalidade. Não tenho, nos autos, as informações ventiladas por alguns Ministros, no sentido da continuidade da contratação, não obstante o prazo fixado nas leis agora impugnadas, mediante esta ADI. Por isso, não pude manifestar-me, tal como os outros Ministros, no sentido de desrespeito à Constituição e ultratividade da lei, então estou optando pela remessa de peças ao Ministério Público capixaba, mas fico vencido. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - As situações eram diferentes, mas, como o voto de Vossa Excelência tinha substância importante para a solução desse caso, foi citado ad exemplum, não para manifestar nenhuma contradição, de forma alguma. O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Fiquei muito honrado, Presidente, muito obrigado! Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2454-59E2-4567-3EBC e senha 77E4-8197-9162-344F Inteiro Teor do Acórdão - Página 90 de 103 Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO PROPOSTA O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Agora eu colher votos sobre se haverá ou não modulação. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3235-C244-F285-D5D7 e senha 9B7D-703F-772B-92C6 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO PROPOSTA O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Agora eu colher votos sobre se haverá ou não modulação. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3235-C244-F285-D5D7 e senha 9B7D-703F-772B-92C6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 91 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Senhor Presidente, Vossa Excelência sabe muito bem o que penso, considerado conflito entre ato normativo e a Constituição Federal. Ato normativo contrário à Constituição Federal é natimorto, não tem nenhuma eficácia. O caso é exemplar, de desprezo pela Lei Maior. Referi-me, no voto que tentei resumir – voto de página apenas, é muito curto, não gastaria vela com péssimo defunto –, a círculo vicioso. A prática vem de 2014 e ainda se caminha para projetar no tempo, por dois anos, a declaração de inconstitucionalidade! É estimular a prática que houve de, a cada ano, ter- se edição de lei prevendo a contratação temporária por doze meses, considerados cargos técnicos, cargos necessários à atuação do Estado em atividade precípua. Não modulo a decisão, Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 52BD-9C3D-5791-3FD4 e senha 57EB-89D1-0B49-9213 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Senhor Presidente, Vossa Excelência sabe muito bem o que penso, considerado conflito entre ato normativo e a Constituição Federal. Ato normativo contrário à Constituição Federal é natimorto, não tem nenhuma eficácia. O caso é exemplar, de desprezo pela Lei Maior. Referi-me, no voto que tentei resumir – voto de página apenas, é muito curto, não gastaria vela com péssimo defunto –, a círculo vicioso. A prática vem de 2014 e ainda se caminha para projetar no tempo, por dois anos, a declaração de inconstitucionalidade! É estimular a prática que houve de, a cada ano, ter- se edição de lei prevendo a contratação temporária por doze meses, considerados cargos técnicos, cargos necessários à atuação do Estado em atividade precípua. Não modulo a decisão, Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 52BD-9C3D-5791-3FD4 e senha 57EB-89D1-0B49-9213 Inteiro Teor do Acórdão - Página 92 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO SOBRE MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Senhor Presidente, nesse caso, como pontuou o ministro Alexandre de Moraes e bem frisou o ministro Gilmar Mendes, é caso de realmente instalar-se o caos. Digo isso porque é toda a estrutura do sistema carcerário de adolescentes. Por simetria, fala-se em agente penitenciário. Esse agente socioeducacional é o agente penitenciário do menor; é toda a estrutura, enfermeiro, nutricionista e agente que cuida. Retirando todo esse pessoal, instala-se imediatamente o caos. Em razão disso, modulo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EAD7-7B24-69C6-70DC e senha D426-79B9-B1A6-F5DC Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO SOBRE MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Senhor Presidente, nesse caso, como pontuou o ministro Alexandre de Moraes e bem frisou o ministro Gilmar Mendes, é caso de realmente instalar-se o caos. Digo isso porque é toda a estrutura do sistema carcerário de adolescentes. Por simetria, fala-se em agente penitenciário. Esse agente socioeducacional é o agente penitenciário do menor; é toda a estrutura, enfermeiro, nutricionista e agente que cuida. Retirando todo esse pessoal, instala-se imediatamente o caos. Em razão disso, modulo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EAD7-7B24-69C6-70DC e senha D426-79B9-B1A6-F5DC Inteiro Teor do Acórdão - Página 93 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO SOBRE MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Senhor Presidente, eu já houvera me manifestado pela não modulação e é como voto nesse ponto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A1C-ABB3-F88A-558F e senha D3FC-C1B6-E8DC-25C5 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO SOBRE MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Senhor Presidente, eu já houvera me manifestado pela não modulação e é como voto nesse ponto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A1C-ABB3-F88A-558F e senha D3FC-C1B6-E8DC-25C5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 94 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, desde meu voto original já me havia manifestado favoravelmente à modulação. Não para legitimar a prorrogação de uma situação inconstitucional, mas para impedir uma situação que, de fato, pode ser gravosa à ordem pública e à própria proteção dos menores que se encontram neste estabelecimento. De novo, aqui, e a modulação é isso, às vezes a realidade fática se impõe sobre os efeitos jurídicos puramente teóricos. De modo que estou votando pela modulação. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE99-1507-F05A-2A7F e senha 18B3-FE52-7BAD-BDB1 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, desde meu voto original já me havia manifestado favoravelmente à modulação. Não para legitimar a prorrogação de uma situação inconstitucional, mas para impedir uma situação que, de fato, pode ser gravosa à ordem pública e à própria proteção dos menores que se encontram neste estabelecimento. De novo, aqui, e a modulação é isso, às vezes a realidade fática se impõe sobre os efeitos jurídicos puramente teóricos. De modo que estou votando pela modulação. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE99-1507-F05A-2A7F e senha 18B3-FE52-7BAD-BDB1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 95 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Presidente, embora ache triste que o Supremo Tribunal Federal venha afirmando a mesma coisa desde a ADI 3.430/2004, da qual essa lei complementar foi objeto, às vezes, os fatos gritam - argumento agora enfatizado pelo Ministro Luís Roberto. Como vou ficar, com todo respeito, com uma concepção teórica que, na verdade, de fato, levaria ao caos? Então modulo, considerando ainda o segundo argumento trazido. Já agimos assim em outros processos, com questões similares. Acompanho, nessa linha, a posição do Ministro Nunes Marques. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CB32-B851-1A72-64B6 e senha E912-85C8-15A3-1593 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Presidente, embora ache triste que o Supremo Tribunal Federal venha afirmando a mesma coisa desde a ADI 3.430/2004, da qual essa lei complementar foi objeto, às vezes, os fatos gritam - argumento agora enfatizado pelo Ministro Luís Roberto. Como vou ficar, com todo respeito, com uma concepção teórica que, na verdade, de fato, levaria ao caos? Então modulo, considerando ainda o segundo argumento trazido. Já agimos assim em outros processos, com questões similares. Acompanho, nessa linha, a posição do Ministro Nunes Marques. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CB32-B851-1A72-64B6 e senha E912-85C8-15A3-1593 Inteiro Teor do Acórdão - Página 96 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Acompanho a modulação sugerida pelo Ministro Nunes Marques, Senhor Presidente. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ECFD-BCF1-381B-9B2E e senha 69B9-FFE6-E3D7-674C Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Acompanho a modulação sugerida pelo Ministro Nunes Marques, Senhor Presidente. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ECFD-BCF1-381B-9B2E e senha 69B9-FFE6-E3D7-674C Inteiro Teor do Acórdão - Página 97 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Acompanho igualmente, Senhor Presidente, a modulação, em razão do interesse público, que como exposto pelo Ministro Nunes Marques, prevaleceria neste caso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 81A7-1AAB-7D34-4E8D e senha 6C79-AAB9-6FE1-5F5F Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Acompanho igualmente, Senhor Presidente, a modulação, em razão do interesse público, que como exposto pelo Ministro Nunes Marques, prevaleceria neste caso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 81A7-1AAB-7D34-4E8D e senha 6C79-AAB9-6FE1-5F5F Inteiro Teor do Acórdão - Página 98 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Presidente, vou acompanhar a proposta de modulação do Ministro Nunes Marques. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9645-5EEF-BAE5-F499 e senha 54FE-B73F-294C-1513 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Presidente, vou acompanhar a proposta de modulação do Ministro Nunes Marques. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9645-5EEF-BAE5-F499 e senha 54FE-B73F-294C-1513 Inteiro Teor do Acórdão - Página 99 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Presidente, tenho a impressão, como já disse, de que esses são casos de modulação praticamente imperativa, até porque a alternativa é o caos. Lembro sempre um autor alemão, salvo engano, Walter Leisner, que dizia que a gente às vezes se depara com essas situações fáticas em que temos que encontrar a modulação sob pena de instalarmos o caos, ou até o comprometimento do próprio sistema. Isso ficou muito claro na exposição trazida pelo Ministro Alexandre e, agora, enfatizada pelo Ministro Nunes Marques. Não se trata apenas de um número de agentes socioeducativos. Nós estamos falando de todo o sistema que dá estrutura para o modelo de acompanhamento, contenção e eventual repressão de menores nas instalações do Estado do Espírito Santo. O exemplo que parece, assim, colocar uma aporia é aquele em que uma lei eleitoral é declarada inconstitucional depois das eleições, com todos os eleitos já nas suas funções. Então, se desfaz todo o Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDE2-F53E-35F5-E52F e senha 938C-3FDF-B269-5C5F Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Presidente, tenho a impressão, como já disse, de que esses são casos de modulação praticamente imperativa, até porque a alternativa é o caos. Lembro sempre um autor alemão, salvo engano, Walter Leisner, que dizia que a gente às vezes se depara com essas situações fáticas em que temos que encontrar a modulação sob pena de instalarmos o caos, ou até o comprometimento do próprio sistema. Isso ficou muito claro na exposição trazida pelo Ministro Alexandre e, agora, enfatizada pelo Ministro Nunes Marques. Não se trata apenas de um número de agentes socioeducativos. Nós estamos falando de todo o sistema que dá estrutura para o modelo de acompanhamento, contenção e eventual repressão de menores nas instalações do Estado do Espírito Santo. O exemplo que parece, assim, colocar uma aporia é aquele em que uma lei eleitoral é declarada inconstitucional depois das eleições, com todos os eleitos já nas suas funções. Então, se desfaz todo o Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDE2-F53E-35F5-E52F e senha 938C-3FDF-B269-5C5F Inteiro Teor do Acórdão - Página 100 de 103 Voto s/ modulação ADI 5664 / ES sistema pela nulidade com eficácia ex tunc. E aí pergunta-se: então, o que se faz com os governantes que foram eleitos e com o parlamento que foi eleito? Bom, desfaz-se tudo. E ao fim e ao cabo, então, se chega à conclusão de que precisamos de uma nova lei. E quem vai votá-la? Então, essa aporia responde ao questionamento sobre se é possível deixar de modular. Aqui, as consequências seriam outras. Uma nova lei pode ser feita, mas quem vai guardar, a partir do dia seguinte, a decisão do Supremo Tribunal Federal? Nesse sentido, acho que o Ministro Nunes Marques trouxe uma boa solução para o caso. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDE2-F53E-35F5-E52F e senha 938C-3FDF-B269-5C5F Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES sistema pela nulidade com eficácia ex tunc. E aí pergunta-se: então, o que se faz com os governantes que foram eleitos e com o parlamento que foi eleito? Bom, desfaz-se tudo. E ao fim e ao cabo, então, se chega à conclusão de que precisamos de uma nova lei. E quem vai votá-la? Então, essa aporia responde ao questionamento sobre se é possível deixar de modular. Aqui, as consequências seriam outras. Uma nova lei pode ser feita, mas quem vai guardar, a partir do dia seguinte, a decisão do Supremo Tribunal Federal? Nesse sentido, acho que o Ministro Nunes Marques trouxe uma boa solução para o caso. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDE2-F53E-35F5-E52F e senha 938C-3FDF-B269-5C5F Inteiro Teor do Acórdão - Página 101 de 103 Extrato de Ata - 16/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 PROCED. : ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. : SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) : MARCOS GOMES RIBEIRO (21094/ES) Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou procedente o pedido formulado na ação direta para declarar inconstitucionais a Lei Complementar nº 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar nº 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, vencidos o Ministro Alexandre de Moraes, que julgava prejudicada a ação e, vencido, julgava-a improcedente, e o Ministro Ricardo Lewandowski, que julgava improcedente a ação, com a determinação de envio dos autos ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Por maioria, modulou os efeitos da presente decisão, garantindo a vigência das contratações temporárias, eventualmente celebradas com base nas leis agora expungidas do ordenamento jurídico, até que se expirem os prazos de duração originariamente previstos, devendo o Poder Público capixaba prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES), no prazo de até 02 (dois) anos, a partir da publicação desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições em sintonia com a regra constitucional constante do art. 37, inciso II, da Lei Maior, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin. Redigirá o acórdão o Ministro Nunes Marques. Falou, pelo requerente, o Dr. Humberto Jacques de Medeiros, Vice-Procurador-Geral da República. Presidência do Ministro Luiz Fux. Plenário, 16.06.2021 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/STF). Presidência do Senhor Ministro Luiz Fux. Presentes à sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4141-B283-ADE8-7827 e senha B4FC-B147-486E-F970 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 PROCED. : ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. : SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) : MARCOS GOMES RIBEIRO (21094/ES) Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou procedente o pedido formulado na ação direta para declarar inconstitucionais a Lei Complementar nº 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar nº 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, vencidos o Ministro Alexandre de Moraes, que julgava prejudicada a ação e, vencido, julgava-a improcedente, e o Ministro Ricardo Lewandowski, que julgava improcedente a ação, com a determinação de envio dos autos ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Por maioria, modulou os efeitos da presente decisão, garantindo a vigência das contratações temporárias, eventualmente celebradas com base nas leis agora expungidas do ordenamento jurídico, até que se expirem os prazos de duração originariamente previstos, devendo o Poder Público capixaba prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES), no prazo de até 02 (dois) anos, a partir da publicação desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições em sintonia com a regra constitucional constante do art. 37, inciso II, da Lei Maior, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin. Redigirá o acórdão o Ministro Nunes Marques. Falou, pelo requerente, o Dr. Humberto Jacques de Medeiros, Vice-Procurador-Geral da República. Presidência do Ministro Luiz Fux. Plenário, 16.06.2021 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/STF). Presidência do Senhor Ministro Luiz Fux. Presentes à sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4141-B283-ADE8-7827 e senha B4FC-B147-486E-F970 Inteiro Teor do Acórdão - Página 102 de 103 Extrato de Ata - 16/06/2021 Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques de Medeiros. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4141-B283-ADE8-7827 e senha B4FC-B147-486E-F970 Supremo Tribunal Federal Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques de Medeiros. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4141-B283-ADE8-7827 e senha B4FC-B147-486E-F970 Inteiro Teor do Acórdão - Página 103 de 103
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=758738956
2021-06-16T00:00:00
2021-12-16T00:00:00
O Tribunal, por maioria, julgou procedente o pedido formulado na ação direta para declarar inconstitucionais a Lei Complementar nº 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar nº 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, vencidos o Ministro Alexandre de Moraes, que julgava prejudicada a ação e, vencido, julgava-a improcedente, e o Ministro Ricardo Lewandowski, que julgava improcedente a ação, com a determinação de envio dos autos ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Por maioria, modulou os efeitos da presente decisão, garantindo a vigência das contratações temporárias, eventualmente celebradas com base nas leis agora expungidas do ordenamento jurídico, até que se expirem os prazos de duração originariamente previstos, devendo o Poder Público capixaba prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES), no prazo de até 02 (dois) anos, a partir da publicação desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições em sintonia com a regra constitucional constante do art. 37, inciso II, da Lei Maior, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin. Redigirá o acórdão o Ministro Nunes Marques. Falou, pelo requerente, o Dr. Humberto Jacques de Medeiros, Vice-Procurador-Geral da República. Presidência do Ministro Luiz Fux. Plenário, 16.06.2021 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/STF).
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
EMENTA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES ESTADUAIS. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. AGENTES SOCIOEDUCATIVOS E TÉCNICOS DE NÍVEL SUPERIOR. AUSÊNCIA DE EXCEPCIONALIDADE. PRINCÍPIO DO CONCURSO PÚBLICO (CF, ART. 37, II). INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. É expletiva, além de insuficiente para implicar revogação automática de lei, a cláusula que evoca a revogação do que for contrário ao texto aprovado (LINDB, art. 2º, § 1º). Dispositivos da Lei Complementar n. 809/2015 do Estado do Espírito Santo validam contratações temporárias ocorridas antes de sua vigência, sob a égide de diplomas legislativos anteriores. Preliminar rejeitada. 2. A custódia de crianças e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas é tarefa ordinária, permanente e previsível do Estado, e a ela devem corresponder cargos públicos de provimento efetivo, mediante a realização de prévio concurso público, atendidas a natureza e a complexidade (CF, art. 37, II). 3. A contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior com a finalidade de atender necessidade educacional deve ser excepcional e voltada apenas a garantir a continuidade do serviço, até que a vacância de cargo público seja resolvida. 4. São eivadas de inconstitucionalidade as Leis Complementares n. 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. 5. Tendo em vista os princípios da segurança jurídica e da continuidade do serviço público, é pertinente a modulação dos efeitos da decisão (Lei n. 9.868/1999, art. 27), garantindo-se a vigência das contratações temporárias celebradas com base nos citados diplomas, até que expirem os prazos de duração. Nesse ínterim, o Poder Público local deverá prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases) passe, em até dois anos, contados da publicação da ata de julgamento, a desincumbir-se de suas atribuições, em sintonia com a regra do art. 37, II, da Lei Maior.
sjur457635
- Acórdão(s) citado(s): (PRINCÍPIO DO CONCURSO PÚBLICO, CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA) ADI 890 (TP), ADI 2987 (TP), ADI 3210 (TP), ADI 3237 (TP), ADI 3247 (TP), ADI 3386 (TP), ADI 3430 (TP), ADI 3662 (TP), ADI 3721 (TP), RE 527109 (TP), RE 658026 (TP), ADI 5163 (TP). - Veja RE 658026 (Tema 612), Pet 86437 do STF Número de páginas: 103. Análise: 08/11/2022, KBP.
MARCO AURÉLIO
Tribunal Pleno
5664
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00037 INC-00002 INC-00009 ART-00039\n \"CAPUT\" ART-00227\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-008069 ANO-1990\n ART-00101 INC-00006 ART-00122\n ECA-1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE\n\n", "LEG-FED LEI-012594 ANO-2012\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED DEL-004657 ANO-1942\n ART-00002 PAR-00001\n LINDB-1942 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LICC-1942 LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL)\n\n", "LEG-EST LCP-000300 ANO-2004\n LEI COMPLEMENTAR, ES\n\n", "LEG-EST LCP-000349 ANO-2005\n LEI COMPLEMENTAR, ES\n\n", "LEG-EST LCP-000387 ANO-2006\n LEI COMPLEMENTAR, ES\n\n", "LEG-EST LCP-000405 ANO-2007\n LEI COMPLEMENTAR, ES\n\n", "LEG-EST LCP-000559 ANO-2010\n ART-00001 ART-00002 ART-00003 ART-00004\n PAR-ÚNICO ART-00005 ART-00006 ART-00007\n ART-00008 INC-00001 INC-00002 INC-00003\n INC-00004 ART-00009 INC-00001 INC-00002\n INC-00003 INC-00004 ART-00010 ART-00011\n ART-00012 ART-00013\n LEI COMPLEMENTAR, ES\n\n", "LEG-EST LCP-000772 ANO-2014\n ART-00001 ART-00002 ART-00003 ART-00004\n PAR-ÚNICO ART-00005 ART-00006 ART-00007\n ART-00008 INC-00001 INC-00002 INC-00003\n INC-00004 ART-00009 INC-00001 INC-00002\n INC-00003 INC-00004 ART-00010 ART-00011\n ART-00012\n LEI COMPLEMENTAR, ES\n\n", "LEG-EST LCP-000809 ANO-2015\n ART-00001 ART-00002 ART-00016 \"CAPUT\"\n PAR-00001 PAR-00002 ART-00017 INC-00001\n INC-00002 ART-00020 ART-00021 ART-00022\n ART-00023\n LEI COMPLEMENTAR, ES\n\n", "LEG-EST LEI-009868 ANO-1999\n ART-00012 ART-00027\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-EST DEC-003923 ANO-2016\n DECRETO, ES" ]
ADI
acordaos
ADI 5664
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REQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. : SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) : MARCOS GOMES RIBEIRO
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Ementa e Acórdão 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. :SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) :MARCOS GOMES RIBEIRO EMENTA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES ESTADUAIS. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. AGENTES SOCIOEDUCATIVOS E TÉCNICOS DE NÍVEL SUPERIOR. AUSÊNCIA DE EXCEPCIONALIDADE. PRINCÍPIO DO CONCURSO PÚBLICO (Constituição Federal de 1988, ART. 37, II). INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. É expletiva, além de insuficiente para implicar revogação automática de lei, a cláusula que evoca a revogação do que for contrário ao texto aprovado (LINDB, art. 2..., § 1...). Dispositivos da Lei Complementar n. 809/2015 do Estado do Espírito Santo validam contratações temporárias ocorridas antes de sua vigência, sob a égide de diplomas legislativos anteriores. Preliminar rejeitada. 2. A custódia de crianças e adolescentes que cumprem medidas Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 40B5-CEBD-B637-BBBE e senha A362-318E-C3D7-E77A Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 103 Ementa e Acórdão ADI 5664 / ES socioeducativas é tarefa ordinária, permanente e previsível do Estado, e a ela devem corresponder cargos públicos de provimento efetivo, mediante a realização de prévio concurso público, atendidas a natureza e a complexidade (Constituição Federal de 1988, art. 37, II). 3. A contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior com a finalidade de atender necessidade educacional deve ser excepcional e voltada apenas a garantir a continuidade do serviço, até que a vacância de cargo público seja resolvida. 4. São eivadas de inconstitucionalidade as Leis Complementares n. 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. 5. Tendo em vista os princípios da segurança jurídica e da continuidade do serviço público, é pertinente a modulação dos efeitos da decisão (Lei n. 9.868/1999, art. 27), garantindo-se a vigência das contratações temporárias celebradas com base nos citados diplomas, até que expirem os prazos de duração. Nesse ínterim, o Poder Público local deverá prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases) passe, em até dois anos, contados da publicação da ata de julgamento, a desincumbir-se de suas atribuições, em sintonia com a regra do art. 37, II, da Lei Maior. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão realizada em 16 de junho de 2021, sob a Presidência do ministro Luiz Fux, na conformidade da ata de julgamentos, por maioria, em julgar procedente o pedido formulado na ação direta para declarar inconstitucionais a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 40B5-CEBD-B637-BBBE e senha A362-318E-C3D7-E77A Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES socioeducativas é tarefa ordinária, permanente e previsível do Estado, e a ela devem corresponder cargos públicos de provimento efetivo, mediante a realização de prévio concurso público, atendidas a natureza e a complexidade (Constituição Federal de 1988, art. 37, II). 3. A contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior com a finalidade de atender necessidade educacional deve ser excepcional e voltada apenas a garantir a continuidade do serviço, até que a vacância de cargo público seja resolvida. 4. São eivadas de inconstitucionalidade as Leis Complementares n. 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. 5. Tendo em vista os princípios da segurança jurídica e da continuidade do serviço público, é pertinente a modulação dos efeitos da decisão (Lei n. 9.868/1999, art. 27), garantindo-se a vigência das contratações temporárias celebradas com base nos citados diplomas, até que expirem os prazos de duração. Nesse ínterim, o Poder Público local deverá prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases) passe, em até dois anos, contados da publicação da ata de julgamento, a desincumbir-se de suas atribuições, em sintonia com a regra do art. 37, II, da Lei Maior. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão realizada em 16 de junho de 2021, sob a Presidência do ministro Luiz Fux, na conformidade da ata de julgamentos, por maioria, em julgar procedente o pedido formulado na ação direta para declarar inconstitucionais a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 40B5-CEBD-B637-BBBE e senha A362-318E-C3D7-E77A Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 103 Ementa e Acórdão ADI 5664 / ES do Estado do Espírito Santo, vencidos os ministros Alexandre de Moraes, que o julgava prejudicado e, vencido, improcedente, e Ricardo Lewandowski, que o julgava improcedente, com a determinação de envio dos autos ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Por maioria, modularam os efeitos da decisão, garantindo a vigência das contratações temporárias eventualmente celebradas com base nas leis ora expungidas do ordenamento jurídico até que expirem os prazos de duração originariamente previstos, devendo o Poder Público capixaba prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), em até dois anos, contados da publicação desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições, em sintonia com a regra constitucional constante do art. 37, II, da Lei Maior, vencidos os ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin. Redigirá o acórdão o ministro Nunes Marques. Falou, pelo requerente, o Dr. Humberto Jacques de Medeiros, Vice-Procurador-Geral da República. Brasília, 16 de junho de 2021. Ministro NUNES MARQUES Redator do acórdão 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 40B5-CEBD-B637-BBBE e senha A362-318E-C3D7-E77A Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES do Estado do Espírito Santo, vencidos os ministros Alexandre de Moraes, que o julgava prejudicado e, vencido, improcedente, e Ricardo Lewandowski, que o julgava improcedente, com a determinação de envio dos autos ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Por maioria, modularam os efeitos da decisão, garantindo a vigência das contratações temporárias eventualmente celebradas com base nas leis ora expungidas do ordenamento jurídico até que expirem os prazos de duração originariamente previstos, devendo o Poder Público capixaba prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), em até dois anos, contados da publicação desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições, em sintonia com a regra constitucional constante do art. 37, II, da Lei Maior, vencidos os ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin. Redigirá o acórdão o ministro Nunes Marques. Falou, pelo requerente, o Dr. Humberto Jacques de Medeiros, Vice-Procurador-Geral da República. Brasília, 16 de junho de 2021. Ministro NUNES MARQUES Redator do acórdão 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 40B5-CEBD-B637-BBBE e senha A362-318E-C3D7-E77A Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 103 Relatório 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. :SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) :MARCOS GOMES RIBEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Hazenclever Lopes Cançado Júnior: O Procurador-Geral da República ajuizou esta ação direta, com pedido de liminar, buscando ver declarada a incompatibilidade, com a Constituição Federal, das Leis Complementares n 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, a versarem contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – Iases. Eis o teor: Lei Complementar n 559/2010: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. :SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) :MARCOS GOMES RIBEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Hazenclever Lopes Cançado Júnior: O Procurador-Geral da República ajuizou esta ação direta, com pedido de liminar, buscando ver declarada a incompatibilidade, com a Constituição Federal, das Leis Complementares n 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, a versarem contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – Iases. Eis o teor: Lei Complementar n 559/2010: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 103 Relatório ADI 5664 / ES Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência 1, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar n 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência 1, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar n 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 103 Relatório ADI 5664 / ES Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I - pelo término do prazo contratual; II - por iniciativa do contratado; III - por conveniência da administração; IV - quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I - pelo término do prazo contratual; II - por iniciativa do contratado; III - por conveniência da administração; IV - quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 103 Relatório ADI 5664 / ES Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo da Lei Complementar n 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 (mil cento e nove) e 206 (duzentos e seis). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Lei Complementar n 772/2014: Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo da Lei Complementar n 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 (mil cento e nove) e 206 (duzentos e seis). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Lei Complementar n 772/2014: Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 103 Relatório ADI 5664 / ES respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar n 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 (quarenta) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 (doze) horas de trabalho e de 36 (trinta e seis) horas de descanso ou de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho e de 72 (setenta e duas) horas de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar n 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 (quarenta) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 (doze) horas de trabalho e de 36 (trinta e seis) horas de descanso ou de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho e de 72 (setenta e duas) horas de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 103 Relatório ADI 5664 / ES descanso, respeitado o limite máximo de 192 (cento e noventa e duas) horas mensais. Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I - pelo término do prazo contratual; II - por iniciativa do contratado; III - por conveniência da administração; IV - quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES descanso, respeitado o limite máximo de 192 (cento e noventa e duas) horas mensais. Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I - pelo término do prazo contratual; II - por iniciativa do contratado; III - por conveniência da administração; IV - quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 103 Relatório ADI 5664 / ES Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Narra autorizada a contratação de 2.057 empregados temporários para atuação nas áreas de saúde e educação. Elucida em jogo cargos de agente socioeducativo, técnico de nível superior, analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo, pedagogo socioeducativo, técnico socioeducativo, assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo. Faz ver que, desde 2004, o Estado vem editando leis complementares a versarem ocupação precária de cargos técnicos, os quais, conforme sustenta, exigem provimento efetivo, ausente realização de certame nesse período – Leis Complementares n 300/2004, 349/2005, 378/2006, 405/2007, 559/2010 e 772/2014. Aponta violados os artigos 37, incisos II e IX, e 39, cabeça, da Constituição Federal. Assevera não demonstrada a configuração dos requisitos de necessidade e excepcionalidade a justificarem admissão de servidores na modalidade temporária. Esclarece inexistir prazo para a contratação. Cita doutrina. Afirma inobservado entendimento do Supremo sobre o tema. Remete ao julgamento da ação direta de n 3.430, relator ministro Ricardo Lewandowski, com acórdão publicado no Diário da Justiça de 23 de outubro de 2009, na qual o Pleno declarou inconstitucional a Lei Complementar n 300/2004 do 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Narra autorizada a contratação de 2.057 empregados temporários para atuação nas áreas de saúde e educação. Elucida em jogo cargos de agente socioeducativo, técnico de nível superior, analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo, pedagogo socioeducativo, técnico socioeducativo, assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo. Faz ver que, desde 2004, o Estado vem editando leis complementares a versarem ocupação precária de cargos técnicos, os quais, conforme sustenta, exigem provimento efetivo, ausente realização de certame nesse período – Leis Complementares n 300/2004, 349/2005, 378/2006, 405/2007, 559/2010 e 772/2014. Aponta violados os artigos 37, incisos II e IX, e 39, cabeça, da Constituição Federal. Assevera não demonstrada a configuração dos requisitos de necessidade e excepcionalidade a justificarem admissão de servidores na modalidade temporária. Esclarece inexistir prazo para a contratação. Cita doutrina. Afirma inobservado entendimento do Supremo sobre o tema. Remete ao julgamento da ação direta de n 3.430, relator ministro Ricardo Lewandowski, com acórdão publicado no Diário da Justiça de 23 de outubro de 2009, na qual o Pleno declarou inconstitucional a Lei Complementar n 300/2004 do 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 103 Relatório ADI 5664 / ES Estado do Espírito Santo, assentando não atendidas as condições para vínculo precário. Sob o ângulo do risco, menciona possibilidade de provimento de cargos públicos sem observância das balizas constitucionais. Requer, em sede liminar, a suspensão da eficácia das Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. Postula, alfim, a declaração de inconstitucionalidade. Vossa Excelência acionou o disposto no artigo 12 da Lei n 9.868/1999, determinando fossem providenciadas informações, manifestação da Advocacia-Geral da União e parecer da Procuradoria-Geral da República. O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado ressalta a higidez do processo legislativo que deu origem aos diplomas impugnados. Diz editados objetivando suprir necessidade excepcional e provisória quanto a serviços públicos essenciais, ligados a segurança e bem-estar da população. Realça a capacidade financeira da unidade federativa. Sustenta a improcedência do pedido. O Governador do Espírito Santo destaca excepcional interesse público consideradas as atribuições do Estado relativamente aos sistemas socioeducativo e de saúde pública. Articula com proteção da criança e do adolescente – artigo 227 da Carta da República. Alega inexistir dano ao erário levando em conta o exercício das atividades, com proveito para a Administração, evitando riscos ao patrimônio público e à continuidade dos serviços. Postula seja o pedido julgado improcedente e, sucessivamente, modulados os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, com a finalidade de manter válidas as admissões efetivadas. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Estado do Espírito Santo, assentando não atendidas as condições para vínculo precário. Sob o ângulo do risco, menciona possibilidade de provimento de cargos públicos sem observância das balizas constitucionais. Requer, em sede liminar, a suspensão da eficácia das Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. Postula, alfim, a declaração de inconstitucionalidade. Vossa Excelência acionou o disposto no artigo 12 da Lei n 9.868/1999, determinando fossem providenciadas informações, manifestação da Advocacia-Geral da União e parecer da Procuradoria-Geral da República. O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado ressalta a higidez do processo legislativo que deu origem aos diplomas impugnados. Diz editados objetivando suprir necessidade excepcional e provisória quanto a serviços públicos essenciais, ligados a segurança e bem-estar da população. Realça a capacidade financeira da unidade federativa. Sustenta a improcedência do pedido. O Governador do Espírito Santo destaca excepcional interesse público consideradas as atribuições do Estado relativamente aos sistemas socioeducativo e de saúde pública. Articula com proteção da criança e do adolescente – artigo 227 da Carta da República. Alega inexistir dano ao erário levando em conta o exercício das atividades, com proveito para a Administração, evitando riscos ao patrimônio público e à continuidade dos serviços. Postula seja o pedido julgado improcedente e, sucessivamente, modulados os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, com a finalidade de manter válidas as admissões efetivadas. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 103 Relatório ADI 5664 / ES A Advocacia-Geral da União manifesta-se pela improcedência da pretensão, nos seguintes termos: Contratação excepcional sem concurso público. Leis Complementares n 5592010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo, que autorizam o Poder Executivo a realizar contratação temporária de pessoal para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Ausência de violação ao artigo 37, incisos II e IX da Constituição. As hipóteses de contratação em exame estão disciplinadas em lei editada pela unidade federada competente e possuem balizas circunstanciais e temporais especificas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente. Possibilidade de contratação temporária para o exercício de atividades de caráter permanente. Precedentes desse Supremo Tribunal Federal. Inexistência de violação ao artigo 39, caput, da Constituição. Inaplicabilidade do regime jurídico único aos prestadores de serviço púbico temporários. Manifestação pela improcedência do pedido formulado pelo requerente. A Procuradoria-Geral da República preconiza o acolhimento do que requerido, ante fundamentos assim resumidos: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES ns 559/2010 E 772/2014, DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO ESPÍRITO SANTO – IASES. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PESSOAL EM CARÁTER TEMPORÁRIO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA TRANSITORIEDADE DA CONTRATAÇÃO NEM DA EXCEPCIONALIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES A Advocacia-Geral da União manifesta-se pela improcedência da pretensão, nos seguintes termos: Contratação excepcional sem concurso público. Leis Complementares n 5592010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo, que autorizam o Poder Executivo a realizar contratação temporária de pessoal para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Ausência de violação ao artigo 37, incisos II e IX da Constituição. As hipóteses de contratação em exame estão disciplinadas em lei editada pela unidade federada competente e possuem balizas circunstanciais e temporais especificas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente. Possibilidade de contratação temporária para o exercício de atividades de caráter permanente. Precedentes desse Supremo Tribunal Federal. Inexistência de violação ao artigo 39, caput, da Constituição. Inaplicabilidade do regime jurídico único aos prestadores de serviço púbico temporários. Manifestação pela improcedência do pedido formulado pelo requerente. A Procuradoria-Geral da República preconiza o acolhimento do que requerido, ante fundamentos assim resumidos: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES ns 559/2010 E 772/2014, DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO ESPÍRITO SANTO – IASES. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PESSOAL EM CARÁTER TEMPORÁRIO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA TRANSITORIEDADE DA CONTRATAÇÃO NEM DA EXCEPCIONALIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 103 Relatório ADI 5664 / ES - Para a contratação temporária, nos moldes do art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, é indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica. Precedente do Supremo Tribunal Federal. Elementos não demonstrados nas Leis Complementares ns 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. - Parecer pelo acolhimento do pedido, nos termos da petição inicial. Vossa Excelência admitiu, como terceiro interessado, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo – Sindipúblicos. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES - Para a contratação temporária, nos moldes do art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, é indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica. Precedente do Supremo Tribunal Federal. Elementos não demonstrados nas Leis Complementares ns 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. - Parecer pelo acolhimento do pedido, nos termos da petição inicial. Vossa Excelência admitiu, como terceiro interessado, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo – Sindipúblicos. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85A5-0198-6CA5-4A54 e senha 4925-12DA-679A-F3E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 103 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): CARGO OU EMPREGO PÚBLICO – OCUPAÇÃO. Cargo público há de ser ocupado de forma permanente, realizando-se concurso de provas ou de provas e títulos, atendidas a natureza e complexidade, não cabendo generalizar a exceção revelada por nomeação para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração – artigo 37, inciso II, da Constituição Federal. EDUCAÇÃO – CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – IMPROPRIEDADE. Surge conflitante com a Constituição Federal contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior visando atender necessidade educacional. Inconstitucionalidade das Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. Há de atentar-se para a supremacia da Constituição Federal, Lei das leis, que se encontra no ápice da pirâmide das normas jurídicas pátrias. Tem-se, no artigo 37, inciso II, dela constante, preceito imperativo: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E8AD-42D0-730B-24E1 e senha D1C9-076E-657A-A5CA Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): CARGO OU EMPREGO PÚBLICO – OCUPAÇÃO. Cargo público há de ser ocupado de forma permanente, realizando-se concurso de provas ou de provas e títulos, atendidas a natureza e complexidade, não cabendo generalizar a exceção revelada por nomeação para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração – artigo 37, inciso II, da Constituição Federal. EDUCAÇÃO – CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – IMPROPRIEDADE. Surge conflitante com a Constituição Federal contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior visando atender necessidade educacional. Inconstitucionalidade das Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. Há de atentar-se para a supremacia da Constituição Federal, Lei das leis, que se encontra no ápice da pirâmide das normas jurídicas pátrias. Tem-se, no artigo 37, inciso II, dela constante, preceito imperativo: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E8AD-42D0-730B-24E1 e senha D1C9-076E-657A-A5CA Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 103 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO ADI 5664 / ES nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O acesso a cargo e emprego depende da feitura de concurso público. Essa é a regra, confirmando-a a exceção, no que contempla cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Educação é um dos males existentes, em termos de ser deficitária. Cumpre ao Estado – gênero – aparelhar-se, objetivando atender esse direito básico do cidadão. Conforme ressaltado na petição inicial, tem-se, no Espírito Santo, edição de sucessivas normas prevendo contratação temporária de cargos técnicos, a exigirem provimento efetivo. Nesta ação direta de inconstitucionalidade, são questionadas as Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014. Antes, houve diplomas versando idêntica matéria, a saber: Leis Complementares n 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007. O círculo é vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível que é o sistema socioeducativo. O conflito, com o inciso II do artigo 37 da Constituição Federal, dos atos normativos impugnados é de clareza solar. Julgo procedente o pedido formulado, para declarar inconstitucionais as Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E8AD-42D0-730B-24E1 e senha D1C9-076E-657A-A5CA Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O acesso a cargo e emprego depende da feitura de concurso público. Essa é a regra, confirmando-a a exceção, no que contempla cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Educação é um dos males existentes, em termos de ser deficitária. Cumpre ao Estado – gênero – aparelhar-se, objetivando atender esse direito básico do cidadão. Conforme ressaltado na petição inicial, tem-se, no Espírito Santo, edição de sucessivas normas prevendo contratação temporária de cargos técnicos, a exigirem provimento efetivo. Nesta ação direta de inconstitucionalidade, são questionadas as Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014. Antes, houve diplomas versando idêntica matéria, a saber: Leis Complementares n 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007. O círculo é vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível que é o sistema socioeducativo. O conflito, com o inciso II do artigo 37 da Constituição Federal, dos atos normativos impugnados é de clareza solar. Julgo procedente o pedido formulado, para declarar inconstitucionais as Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E8AD-42D0-730B-24E1 e senha D1C9-076E-657A-A5CA Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: O Procurador-Geral da República ajuizou esta ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, tendo por objeto a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. Eis o teor das normas: LEI COMPLEMENTAR n 559, DE 30 DE JUNHO DE 2010. Autoriza o Poder Executivo a realizar contratação temporária de Agente Socioeducativo e Técnico de Nível Superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: O Procurador-Geral da República ajuizou esta ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, tendo por objeto a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. Eis o teor das normas: LEI COMPLEMENTAR n 559, DE 30 DE JUNHO DE 2010. Autoriza o Poder Executivo a realizar contratação temporária de Agente Socioeducativo e Técnico de Nível Superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar n 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais. Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I – pelo término do prazo contratual; 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar n 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais. Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I – pelo término do prazo contratual; 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo I da Lei Complementar n 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 (mil cento e nove) e 206 (duzentos e seis). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.” LEI COMPLEMENTAR n 772, DE 04 DE ABRIL DE 2014. Autoriza o Poder Executivo a realizar contratação temporária para atender às necessidades urgentes do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES e dá 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo I da Lei Complementar n 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 (mil cento e nove) e 206 (duzentos e seis). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.” LEI COMPLEMENTAR n 772, DE 04 DE ABRIL DE 2014. Autoriza o Poder Executivo a realizar contratação temporária para atender às necessidades urgentes do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES e dá 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar n 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 (quarenta) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 (doze) horas de trabalho e de 36 (trinta e seis) horas de descanso ou de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho e de 72 (setenta e duas) horas de descanso, respeitado o limite máximo de 192 (cento e noventa e duas) horas mensais. Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar n 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 (quarenta) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 (doze) horas de trabalho e de 36 (trinta e seis) horas de descanso ou de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho e de 72 (setenta e duas) horas de descanso, respeitado o limite máximo de 192 (cento e noventa e duas) horas mensais. Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 (trinta) dias e assegurada a ampla defesa. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.” Adotou-se o rito do art. 12 da Lei n. 9.868/1999. Em informações, o Governador do Estado do Espírito Santo sustentou a improcedência do pedido. O Advogado-Geral da União manifestou-se pela improcedência do pedido, mas defendeu que as contratações temporárias só devem perdurar até as respectivas atribuições poderem ser realizadas por 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... (décimo terceiro) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.” Adotou-se o rito do art. 12 da Lei n. 9.868/1999. Em informações, o Governador do Estado do Espírito Santo sustentou a improcedência do pedido. O Advogado-Geral da União manifestou-se pela improcedência do pedido, mas defendeu que as contratações temporárias só devem perdurar até as respectivas atribuições poderem ser realizadas por 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES servidores públicos efetivos, a serem recrutados por concurso público de provas ou de provas e títulos, in verbis: Ressalte-se, outrossim, que as contratações sob invectiva somente podem ocorrer “para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espirito Santo – IASES” (artigo l da Lei Complementar n 559/2010 e artigo 1... da Lei Complementar n 772/2014), o que afasta a possibilidade de sua válida aplicação quando o serviço público puder ser desempenhado a contento com o quadro de servidores permanentes, bem como impede a utilização do referido instituto com a finalidade exclusiva de postergar a realização de concurso público. A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, prestou informações, afirmando a constitucionalidade das leis impugnadas. O Procurador-Geral da República reiterou os termos da petição inicial, opinando pela declaração de inconstitucionalidade dos diplomas legais questionados. O Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo – Sindipúblicos foi admitido como amicus curiae. Por último, tornou ao feito o Governador do Estado do Espírito Santos, para comunicar a revogação das normas atacadas, o que redundaria, segundo ponderou, na perda de objeto da ação, dando azo à extinção sem julgamento do mérito. Sobreveio decisão do Relator, ministro Marco Aurélio, na qual Sua Excelência assentou: “Ausente revogação expressa, subsiste campo à atuação do Supremo, desafiado o controle concentrado, uma vez impugnados preceitos abstratos em plena vigência.” 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES servidores públicos efetivos, a serem recrutados por concurso público de provas ou de provas e títulos, in verbis: Ressalte-se, outrossim, que as contratações sob invectiva somente podem ocorrer “para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espirito Santo – IASES” (artigo l da Lei Complementar n 559/2010 e artigo 1... da Lei Complementar n 772/2014), o que afasta a possibilidade de sua válida aplicação quando o serviço público puder ser desempenhado a contento com o quadro de servidores permanentes, bem como impede a utilização do referido instituto com a finalidade exclusiva de postergar a realização de concurso público. A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, prestou informações, afirmando a constitucionalidade das leis impugnadas. O Procurador-Geral da República reiterou os termos da petição inicial, opinando pela declaração de inconstitucionalidade dos diplomas legais questionados. O Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo – Sindipúblicos foi admitido como amicus curiae. Por último, tornou ao feito o Governador do Estado do Espírito Santos, para comunicar a revogação das normas atacadas, o que redundaria, segundo ponderou, na perda de objeto da ação, dando azo à extinção sem julgamento do mérito. Sobreveio decisão do Relator, ministro Marco Aurélio, na qual Sua Excelência assentou: “Ausente revogação expressa, subsiste campo à atuação do Supremo, desafiado o controle concentrado, uma vez impugnados preceitos abstratos em plena vigência.” 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES É o contexto. Passo ao voto. Preliminarmente, observo que a Lei Complementar n. 809, de setembro de 2015, do Estado do Espírito Santo, a qual teria revogado os diplomas ora impugnados, não o fez expressamente, como se pode verificar da leitura do art. 23: […] Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar. A mera cláusula de estilo legislativo, que evoca a revogação de tudo que for contrário ao novo texto aprovado, não é suficiente para efetivamente retirar a vigência das normas questionadas. No mínimo, surge duvidosa e passível de controvérsia a revogação. De resto, esse tipo de cláusula é meramente expletivo, visto que, por disposição legal de sobredireito (art. 2..., § 1..., da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), a lei nova haverá sempre de revogar a anterior, naquilo em que forem contrárias, in verbis: Art. 2... […] § 1... A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. A identificação de dispositivos, nos dois diplomas atacados, pretensamente revogados pela Lei Complementar estadual n. 809/2015, exigiria confronto analítico entre a lei posterior e as anteriores. Não se trata de retirada de efeitos expressa e automática, mas, sim, de algo que demandaria esforço hermenêutico nada desprezível. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES É o contexto. Passo ao voto. Preliminarmente, observo que a Lei Complementar n. 809, de setembro de 2015, do Estado do Espírito Santo, a qual teria revogado os diplomas ora impugnados, não o fez expressamente, como se pode verificar da leitura do art. 23: […] Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar. A mera cláusula de estilo legislativo, que evoca a revogação de tudo que for contrário ao novo texto aprovado, não é suficiente para efetivamente retirar a vigência das normas questionadas. No mínimo, surge duvidosa e passível de controvérsia a revogação. De resto, esse tipo de cláusula é meramente expletivo, visto que, por disposição legal de sobredireito (art. 2..., § 1..., da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), a lei nova haverá sempre de revogar a anterior, naquilo em que forem contrárias, in verbis: Art. 2... […] § 1... A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. A identificação de dispositivos, nos dois diplomas atacados, pretensamente revogados pela Lei Complementar estadual n. 809/2015, exigiria confronto analítico entre a lei posterior e as anteriores. Não se trata de retirada de efeitos expressa e automática, mas, sim, de algo que demandaria esforço hermenêutico nada desprezível. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES A propósito, acresça-se que, na Lei Complementar n. 809/2015 do Estado do Espírito Santo, se encontram dispositivos a validar contratações temporárias ocorridas antes de sua vigência, sob a égide de diplomas legislativos anteriores. Bem se vê, portanto, que seu ingresso no ordenamento jurídico capixaba não significou, por si só, revogação das Leis Complementares n. 559/2010 e 772/2014. Art.16. Todos os órgãos e entidades públicas deverão, no prazo de 60 (sessenta) dias contados da entrada em vigor desta Lei Complementar, apresentar ao CPCT relatório completo de todos os servidores a eles vinculados sob o regime de contratação temporária, indicando, inclusive, se for o caso, o respectivo enquadramento nos termos do art. 2... desta Lei Complementar. § 1... O CPCT (Comissão Permanente de Contratações Temporárias) validará ou não o enquadramento das contratações temporárias nas hipóteses do art. 2... desta Lei Complementar, comunicando sua decisão ao respectivo órgão ou entidade pública para as providências administrativas cabíveis. § 2... O CPCT (Comissão Permanente de Contratações Temporárias) organizará a relação oficial do quantitativo de contratações temporárias do Poder Executivo não enquadradas nas hipóteses previstas no art. 2... desta Lei Complementar, com discriminação por órgão e entidade pública. Por tais razões, adiro às apresentadas pelo eminente Relator, ministro Marco Aurélio. Rejeito, assim, a alegação de perda de objeto e conheço da ação. Avanço ao mérito. Ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) cabe a custódia de adolescentes que tenham cometido atos infracionais e estejam, por consequência disso, cumprindo medida de 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES A propósito, acresça-se que, na Lei Complementar n. 809/2015 do Estado do Espírito Santo, se encontram dispositivos a validar contratações temporárias ocorridas antes de sua vigência, sob a égide de diplomas legislativos anteriores. Bem se vê, portanto, que seu ingresso no ordenamento jurídico capixaba não significou, por si só, revogação das Leis Complementares n. 559/2010 e 772/2014. Art.16. Todos os órgãos e entidades públicas deverão, no prazo de 60 (sessenta) dias contados da entrada em vigor desta Lei Complementar, apresentar ao CPCT relatório completo de todos os servidores a eles vinculados sob o regime de contratação temporária, indicando, inclusive, se for o caso, o respectivo enquadramento nos termos do art. 2... desta Lei Complementar. § 1... O CPCT (Comissão Permanente de Contratações Temporárias) validará ou não o enquadramento das contratações temporárias nas hipóteses do art. 2... desta Lei Complementar, comunicando sua decisão ao respectivo órgão ou entidade pública para as providências administrativas cabíveis. § 2... O CPCT (Comissão Permanente de Contratações Temporárias) organizará a relação oficial do quantitativo de contratações temporárias do Poder Executivo não enquadradas nas hipóteses previstas no art. 2... desta Lei Complementar, com discriminação por órgão e entidade pública. Por tais razões, adiro às apresentadas pelo eminente Relator, ministro Marco Aurélio. Rejeito, assim, a alegação de perda de objeto e conheço da ação. Avanço ao mérito. Ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) cabe a custódia de adolescentes que tenham cometido atos infracionais e estejam, por consequência disso, cumprindo medida de 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES internação em estabelecimento educacional (Lei federal n. 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente –, art. 101, VI). Trata-se, aqui, de medida socioeducativa privativa de liberdade, a ser aplicada por autoridade judicial após o devido processo legal. Os atos infracionais que justificam tais medidas geralmente são aqueles praticados mediante grave ameaça ou violência à pessoa; ou quando são reiterações de outras infrações graves ou o insistente descumprimento de medidas menos gravosas, previamente impostas, conforme o art. 122 do Estatuto da Criança e do Adolescente. É curial que, durante o período de internação, ao adolescente infrator sejam assegurados todos os seus direitos fundamentais não atingidos pela medida socioeducativa (vida, integridade física, educação, saúde etc.), de forma a reabilitá-lo à vida em sociedade. Logicamente, para assegurar esses direitos e, ao mesmo tempo, executar a medida socioeducativa, o Estado precisa estruturar um corpo de agentes públicos capaz de cumprir a função pública correspondente a essa tarefa. Ora, tal incumbência não é transitória, nem precária, muito menos imprevisível. A custódia de menores que cumprem medidas socioeducativas é tarefa ordinária, permanente e previsível do Estado. Por isso, a ela devem corresponder cargos públicos de provimento efetivo, mediante a realização de prévio concurso público. Não há nenhuma indicação, ademais, no caso do Espírito Santo, de que o serviço público local apresentasse alguma peculiaridade transitória a exigir a contratação excepcional, em regime jurídico precário, de agentes públicos para a função estatal típica e permanente. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES internação em estabelecimento educacional (Lei federal n. 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente –, art. 101, VI). Trata-se, aqui, de medida socioeducativa privativa de liberdade, a ser aplicada por autoridade judicial após o devido processo legal. Os atos infracionais que justificam tais medidas geralmente são aqueles praticados mediante grave ameaça ou violência à pessoa; ou quando são reiterações de outras infrações graves ou o insistente descumprimento de medidas menos gravosas, previamente impostas, conforme o art. 122 do Estatuto da Criança e do Adolescente. É curial que, durante o período de internação, ao adolescente infrator sejam assegurados todos os seus direitos fundamentais não atingidos pela medida socioeducativa (vida, integridade física, educação, saúde etc.), de forma a reabilitá-lo à vida em sociedade. Logicamente, para assegurar esses direitos e, ao mesmo tempo, executar a medida socioeducativa, o Estado precisa estruturar um corpo de agentes públicos capaz de cumprir a função pública correspondente a essa tarefa. Ora, tal incumbência não é transitória, nem precária, muito menos imprevisível. A custódia de menores que cumprem medidas socioeducativas é tarefa ordinária, permanente e previsível do Estado. Por isso, a ela devem corresponder cargos públicos de provimento efetivo, mediante a realização de prévio concurso público. Não há nenhuma indicação, ademais, no caso do Espírito Santo, de que o serviço público local apresentasse alguma peculiaridade transitória a exigir a contratação excepcional, em regime jurídico precário, de agentes públicos para a função estatal típica e permanente. 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES Por essas razões, as contratações autorizadas nas leis estaduais impugnadas, sem concurso público de provas ou de provas e títulos, não correspondem à hipótese fática prevista pela Constituição Federal na regra do art. 37, IX. Viola manifestamente a exigência constitucional de prévio concurso público para ingresso no serviço estatal a lei mediante a qual criados 677 postos precários de agentes socioeducativos para atuarem diretamente na guarda e vigilância dos adolescentes infratores. Sobre a exceção à regra geral do concurso público, constante do art. 37, IX, da Constituição Federal, assim leciona o Professor Marçal Justen Filho: [...] Houve também discussão a respeito da extensão da interpretação das cláusulas “necessidade temporária” e “excepcional interesse público”. O Supremo Tribunal Federal manifestou-se no sentido de que serviços essenciais, de natureza permanente, jamais poderiam caracterizar-se como temporários, razão pela qual descaberia a contratação segundo o regime da Lei 8.745/1993. Mas há julgado mais recente que adotou interpretação diversa. Ficou consignado que a natureza permanente de determinadas atividades não afasta, de plano, o cabimento da contratação temporária. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal “1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da Constituição Federal de 1988). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da Constituição Federal de 1988 deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Por essas razões, as contratações autorizadas nas leis estaduais impugnadas, sem concurso público de provas ou de provas e títulos, não correspondem à hipótese fática prevista pela Constituição Federal na regra do art. 37, IX. Viola manifestamente a exigência constitucional de prévio concurso público para ingresso no serviço estatal a lei mediante a qual criados 677 postos precários de agentes socioeducativos para atuarem diretamente na guarda e vigilância dos adolescentes infratores. Sobre a exceção à regra geral do concurso público, constante do art. 37, IX, da Constituição Federal, assim leciona o Professor Marçal Justen Filho: [...] Houve também discussão a respeito da extensão da interpretação das cláusulas “necessidade temporária” e “excepcional interesse público”. O Supremo Tribunal Federal manifestou-se no sentido de que serviços essenciais, de natureza permanente, jamais poderiam caracterizar-se como temporários, razão pela qual descaberia a contratação segundo o regime da Lei 8.745/1993. Mas há julgado mais recente que adotou interpretação diversa. Ficou consignado que a natureza permanente de determinadas atividades não afasta, de plano, o cabimento da contratação temporária. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal “1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da Constituição Federal de 1988). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da Constituição Federal de 1988 deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da presença de excepcional interesse público sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988” (ADI 3.662, Pleno, rel. Min. Marco Aurélio, rel. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes, j. 23.03.2017, DJe 25.04.2018). “(...) 6) É inconstitucional a lei que, de forma vaga, admite a contratação temporária para as atividades de educação pública, saúde pública, sistema penitenciário e assistência à infância e à adolescência, sem que haja demonstração da necessidade temporária subjacente. 7) A realização de contratação temporária pela Administração Pública nem sempre é ofensiva à salutar exigência constitucional do concurso público, máxime porque ela poderá ocorrer em hipóteses em que não há qualquer vacância de cargo efetivo e com o escopo, verbi gratia, de atendimento de necessidades temporárias até que o ocupante do cargo efetivo a ele retorne. Contudo, a contratação destinada a suprir uma necessidade temporária que exsurge da vacância do cargo efetivo há de durar apenas o tempo necessário para a realização do próximo concurso público, ressoando como razoável o prazo de 12 meses. (...)” (ADI 3.649, Pleno, j. 28.05.2014, rel. Min. Luiz Fux, DJe 30.10.2014). “(...) 1. Nos casos em que a Constituição Federal de 1988/1988 atribui ao legislador o poder de dispor sobre situações de relevância autorizadoras da contratação temporária de servidores públicos, exige-se o ônus da demonstração e da adequada limitação das hipóteses de exceção ao preceito 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da presença de excepcional interesse público sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988” (ADI 3.662, Pleno, rel. Min. Marco Aurélio, rel. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes, j. 23.03.2017, DJe 25.04.2018). “(...) 6) É inconstitucional a lei que, de forma vaga, admite a contratação temporária para as atividades de educação pública, saúde pública, sistema penitenciário e assistência à infância e à adolescência, sem que haja demonstração da necessidade temporária subjacente. 7) A realização de contratação temporária pela Administração Pública nem sempre é ofensiva à salutar exigência constitucional do concurso público, máxime porque ela poderá ocorrer em hipóteses em que não há qualquer vacância de cargo efetivo e com o escopo, verbi gratia, de atendimento de necessidades temporárias até que o ocupante do cargo efetivo a ele retorne. Contudo, a contratação destinada a suprir uma necessidade temporária que exsurge da vacância do cargo efetivo há de durar apenas o tempo necessário para a realização do próximo concurso público, ressoando como razoável o prazo de 12 meses. (...)” (ADI 3.649, Pleno, j. 28.05.2014, rel. Min. Luiz Fux, DJe 30.10.2014). “(...) 1. Nos casos em que a Constituição Federal de 1988/1988 atribui ao legislador o poder de dispor sobre situações de relevância autorizadoras da contratação temporária de servidores públicos, exige-se o ônus da demonstração e da adequada limitação das hipóteses de exceção ao preceito 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES constitucional da obrigatoriedade do concurso público. 2. O legislador, ao fixar os casos autorizadores da contratação de professores substitutos, atendeu à exigência constitucional de reserva qualificada de lei formal para as contratações temporárias. Improcedência da alegada inconstitucionalidade do inc. IV e do § 1. do art. art. 2. da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999. 3. Contudo, ao admitir genericamente a contratação temporária em órgãos específicos, o legislador permitiu a continuidade da situação excepcional, sem justificativa normativa adequada. Conveniência da limitação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, reconhecida a peculiaridade das atividades em questão. 4. Ação julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição às alíneas ‘d’ e ‘g’ do inc. VI do art. 2. da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999, a fim de que as contratações temporárias por elas permitidas para as atividades finalísticas do Hospital das Forças Armadas e desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia SIVAM e do Sistema de proteção da Amazônia – SIPAM só possam ocorrer em conformidade com o art. 37, inc. IX, da Constituição Federal de 1988/1988, isto é, no sentido de que as contratações temporárias a serem realizadas pela União nos referidos casos apenas sejam permitidas excepcionalmente e para atender a comprovada necessidade temporária de excepcional interesse público nas funções legalmente previstas. A Corte limitou os efeitos da declaração de inconstitucionalidade para que só incidam um ano após a publicação da decisão final desta ação no Diário Oficial da União quanto à alínea d e, quanto à alínea g, após quatro anos” (ADI 3.237, Pleno, rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 26.03.2014, DJe 19.08.2014). “(...) 1. A natureza permanente de algumas 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES constitucional da obrigatoriedade do concurso público. 2. O legislador, ao fixar os casos autorizadores da contratação de professores substitutos, atendeu à exigência constitucional de reserva qualificada de lei formal para as contratações temporárias. Improcedência da alegada inconstitucionalidade do inc. IV e do § 1. do art. art. 2. da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999. 3. Contudo, ao admitir genericamente a contratação temporária em órgãos específicos, o legislador permitiu a continuidade da situação excepcional, sem justificativa normativa adequada. Conveniência da limitação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, reconhecida a peculiaridade das atividades em questão. 4. Ação julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição às alíneas ‘d’ e ‘g’ do inc. VI do art. 2. da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999, a fim de que as contratações temporárias por elas permitidas para as atividades finalísticas do Hospital das Forças Armadas e desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia SIVAM e do Sistema de proteção da Amazônia – SIPAM só possam ocorrer em conformidade com o art. 37, inc. IX, da Constituição Federal de 1988/1988, isto é, no sentido de que as contratações temporárias a serem realizadas pela União nos referidos casos apenas sejam permitidas excepcionalmente e para atender a comprovada necessidade temporária de excepcional interesse público nas funções legalmente previstas. A Corte limitou os efeitos da declaração de inconstitucionalidade para que só incidam um ano após a publicação da decisão final desta ação no Diário Oficial da União quanto à alínea d e, quanto à alínea g, após quatro anos” (ADI 3.237, Pleno, rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 26.03.2014, DJe 19.08.2014). “(...) 1. A natureza permanente de algumas 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES atividades públicas – como as desenvolvidas nas áreas da saúde, educação e segurança pública – não afasta, de plano, a autorização constitucional para contratar servidores destinados a suprir demanda eventual ou passageira. Necessidade circunstancial agregada ao excepcional interesse público na prestação do serviço para o qual a contratação se afigura premente autoriza a contratação nos moldes do art. 37, inc. IX, da Constituição Federal de 1988/1988. 2. A contratação destinada a atividade essencial e permanente do Estado não conduz, por si, ao reconhecimento da alegada inconstitucionalidade. Necessidade de exame sobre a transitoriedade da contratação e a excepcionalidade do interesse público que a justifica. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição” (ADI 3.247, Pleno, rel. Min. Cármen Lúcia, j. 26.03.2014, DJe 18.08.2014). “Art. 2., inc. III, da Lei 8.745/1993: necessidade temporária de excepcional interesse público, para fins de contratação de pessoal; realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 1. É de natureza permanente a atividade de estatística e pesquisa desenvolvida pelo IBGE; sua intensidade e o volume dessas pesquisas não são os mesmos todo o tempo. 2. Possibilidade de contratação temporária, nos termos do art. 37, inc. IX, da Constituição da República, para atender à necessidade temporária de pessoal necessário à realização de trabalhos em determinados períodos. Observância dos princípios da eficiência e da moralidade. 3. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente” (ADI 3.386, Pleno, rel. Min. Cármen Lúcia, j. 14.04.2011, DJe 24.08.2011). 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES atividades públicas – como as desenvolvidas nas áreas da saúde, educação e segurança pública – não afasta, de plano, a autorização constitucional para contratar servidores destinados a suprir demanda eventual ou passageira. Necessidade circunstancial agregada ao excepcional interesse público na prestação do serviço para o qual a contratação se afigura premente autoriza a contratação nos moldes do art. 37, inc. IX, da Constituição Federal de 1988/1988. 2. A contratação destinada a atividade essencial e permanente do Estado não conduz, por si, ao reconhecimento da alegada inconstitucionalidade. Necessidade de exame sobre a transitoriedade da contratação e a excepcionalidade do interesse público que a justifica. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição” (ADI 3.247, Pleno, rel. Min. Cármen Lúcia, j. 26.03.2014, DJe 18.08.2014). “Art. 2., inc. III, da Lei 8.745/1993: necessidade temporária de excepcional interesse público, para fins de contratação de pessoal; realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 1. É de natureza permanente a atividade de estatística e pesquisa desenvolvida pelo IBGE; sua intensidade e o volume dessas pesquisas não são os mesmos todo o tempo. 2. Possibilidade de contratação temporária, nos termos do art. 37, inc. IX, da Constituição da República, para atender à necessidade temporária de pessoal necessário à realização de trabalhos em determinados períodos. Observância dos princípios da eficiência e da moralidade. 3. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente” (ADI 3.386, Pleno, rel. Min. Cármen Lúcia, j. 14.04.2011, DJe 24.08.2011). 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 29 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES “(...) I – A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II – Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III – O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV – Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V – É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI – Ação que se julga procedente” (ADI 3.430, Pleno, rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 12.08.2009, DJe 23.10.2009). Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça “1. A manutenção de contratos temporários para suprir a demanda por Médicos Oftalmologistas, demonstra a necessidade premente de pessoal para o desempenho da atividade, revelando flagrante preterição daqueles que, aprovados em concurso ainda válido, estariam aptos a ocupar o cargo; circunstância que, a teor da Jurisprudência desta Corte Superior, faz surgir o direito subjetivo do candidato à nomeação” (AgRg no REsp 1.124.373/RJ, 5. T., j. 21.06.2011, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 01.07.2011). [...] De acordo com alguns dos precedentes desta Corte, até é possível, 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES “(...) I – A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II – Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III – O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV – Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V – É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI – Ação que se julga procedente” (ADI 3.430, Pleno, rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 12.08.2009, DJe 23.10.2009). Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça “1. A manutenção de contratos temporários para suprir a demanda por Médicos Oftalmologistas, demonstra a necessidade premente de pessoal para o desempenho da atividade, revelando flagrante preterição daqueles que, aprovados em concurso ainda válido, estariam aptos a ocupar o cargo; circunstância que, a teor da Jurisprudência desta Corte Superior, faz surgir o direito subjetivo do candidato à nomeação” (AgRg no REsp 1.124.373/RJ, 5. T., j. 21.06.2011, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 01.07.2011). [...] De acordo com alguns dos precedentes desta Corte, até é possível, 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES em situações excepcionais, a lei prever contratação temporária para o desempenho de funções permanentes do Estado. Contudo, é preciso que efetivamente exista e seja bem demonstrada a presença dessas circunstâncias singulares, o que não ocorreu em relação às leis ora impugnadas, por meio das quais criados os espaços para contratação temporária no Iases. Mesmo que se admitisse a contratação temporária para essa finalidade, ela deveria vir conjugada com a previsão de concurso público para cargos efetivos. Ou seja, tais contratações deveriam ter o objetivo de apenas garantir a continuidade dos serviços, até que a vacância de cargos efetivos fosse resolvida, com a investidura de candidatos regularmente habilitados em concurso público. Nada disso, porém, foi comprovado nos autos. Em verdade, as leis capixabas objeto de impugnação nesta ação direta abrem oportunidade para que parte da força de trabalho imprescindível ao regular funcionamento do Iases seja recrutada precariamente, sem vínculo permanente e ao arrepio da regra constitucional a exigir aprovação prévia em concurso público, de provas ou de provas e títulos, para ingresso nos quadros funcionais da Administração Pública (Constituição Federal de 1988, art. 37, II). Do exposto, acompanho o eminente Relator, ministro Marco Aurélio, para julgar procedente o pedido e, assim, declarar inconstitucionais a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. Em homenagem ao postulado da segurança jurídica, e atento ao princípio da continuidade do serviço público, proponho a modulação dos efeitos da decisão, garantindo-se a vigência das contratações temporárias eventualmente celebradas com base nas leis expungidas do ordenamento 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES em situações excepcionais, a lei prever contratação temporária para o desempenho de funções permanentes do Estado. Contudo, é preciso que efetivamente exista e seja bem demonstrada a presença dessas circunstâncias singulares, o que não ocorreu em relação às leis ora impugnadas, por meio das quais criados os espaços para contratação temporária no Iases. Mesmo que se admitisse a contratação temporária para essa finalidade, ela deveria vir conjugada com a previsão de concurso público para cargos efetivos. Ou seja, tais contratações deveriam ter o objetivo de apenas garantir a continuidade dos serviços, até que a vacância de cargos efetivos fosse resolvida, com a investidura de candidatos regularmente habilitados em concurso público. Nada disso, porém, foi comprovado nos autos. Em verdade, as leis capixabas objeto de impugnação nesta ação direta abrem oportunidade para que parte da força de trabalho imprescindível ao regular funcionamento do Iases seja recrutada precariamente, sem vínculo permanente e ao arrepio da regra constitucional a exigir aprovação prévia em concurso público, de provas ou de provas e títulos, para ingresso nos quadros funcionais da Administração Pública (Constituição Federal de 1988, art. 37, II). Do exposto, acompanho o eminente Relator, ministro Marco Aurélio, para julgar procedente o pedido e, assim, declarar inconstitucionais a Lei Complementar n. 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n. 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. Em homenagem ao postulado da segurança jurídica, e atento ao princípio da continuidade do serviço público, proponho a modulação dos efeitos da decisão, garantindo-se a vigência das contratações temporárias eventualmente celebradas com base nas leis expungidas do ordenamento 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 103 Voto - MIN. NUNES MARQUES ADI 5664 / ES jurídico, até que expirem os prazos de duração originariamente previstos. Entrementes, o Poder Público do Estado do Espírito Santo haverá de prover meios para que o Iases, no prazo de até dois anos, a contar da publicação da ata desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições, em sintonia com a regra encerrada no art. 37, II, da Lei Maior. É como voto. 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES jurídico, até que expirem os prazos de duração originariamente previstos. Entrementes, o Poder Público do Estado do Espírito Santo haverá de prover meios para que o Iases, no prazo de até dois anos, a contar da publicação da ata desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições, em sintonia com a regra encerrada no art. 37, II, da Lei Maior. É como voto. 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AF15-4FEB-B61A-73EA e senha BA5D-6428-5C45-2E96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 32 de 103 Esclarecimento 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Então, Vossa Excelência acompanha o Relator e propõe dois anos para que haja a demissão daqueles que foram admitidos por essa lei declarada inconstitucional. É isso? O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Isso, Presidente. A preocupação é que a realização de concurso público demanda tempo razoável, porque há de se exigir a aprovação de lei orçamentária, a contratação de banca... É necessário lapso temporal razoável para que isso se efetive. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - É uma segurança jurídica não só para o Estado, como também para aqueles que serão demitidos. O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – [ininteligível] desses adolescentes que necessitam dessa prestação de serviço. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B790-681B-97EC-03EE e senha 1102-40A9-A2D5-A4D0 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Então, Vossa Excelência acompanha o Relator e propõe dois anos para que haja a demissão daqueles que foram admitidos por essa lei declarada inconstitucional. É isso? O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Isso, Presidente. A preocupação é que a realização de concurso público demanda tempo razoável, porque há de se exigir a aprovação de lei orçamentária, a contratação de banca... É necessário lapso temporal razoável para que isso se efetive. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - É uma segurança jurídica não só para o Estado, como também para aqueles que serão demitidos. O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – [ininteligível] desses adolescentes que necessitam dessa prestação de serviço. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B790-681B-97EC-03EE e senha 1102-40A9-A2D5-A4D0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 33 de 103 Voto - MIN. EDSON FACHIN 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN: Senhor Presidente, cumprimento Vossa Excelência, Ministro Luiz Fux, as eminentes Ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber, os eminentes pares e, de modo especial, o eminente Ministro Marco Aurélio, nosso Decano, Relator da ação direta em julgamento. Saúdo as sustentações orais que aqui aportaram, do Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República, e dos ilustres advogados e advogadas que também sustentaram. Senhor Presidente, consigno que adoto o Relatório lançado aos autos pelo e. Ministro Marco Aurélio. Tal como consignou Sua Excelência o Ministro Relator, trata-se de ação direta ajuizada pela Procuradoria-Geral da República almejando declaração de incompatibilidade, com a Constituição da República, das Leis Complementares n 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, que versam sobre contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – Iases. A PGR argumenta pela violação dos artigos 37, incisos II e IX, e 39, caput, da Constituição da República, já que não teriam sido demonstrados os requisitos de necessidade e excepcionalidade a justificarem admissão de servidores na modalidade temporária, nos termos em que autorizada a contratação temporária pelas normas objeto da ADI. Conforme noticia a PGR, as leis objurgadas autorizaram a contratação de 2.057 empregados temporários para atuação nas áreas de saúde e educação. Sublinha que, desde 2004, o Estado vinha editando leis complementares a versarem ocupação precária de cargos técnicos, os quais, conforme sustenta, exigem provimento efetivo, ausente realização de certame nesse período – Leis Complementares n 300/2004, 349/2005, 378/2006, 405/2007, 559/2010 e 772/2014, todas do Espírito Santo. Não há dúvida, Senhor Presidente, que a contratação temporária é medida excepcional e que, em regra, os servidores públicos devem ser Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN: Senhor Presidente, cumprimento Vossa Excelência, Ministro Luiz Fux, as eminentes Ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber, os eminentes pares e, de modo especial, o eminente Ministro Marco Aurélio, nosso Decano, Relator da ação direta em julgamento. Saúdo as sustentações orais que aqui aportaram, do Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República, e dos ilustres advogados e advogadas que também sustentaram. Senhor Presidente, consigno que adoto o Relatório lançado aos autos pelo e. Ministro Marco Aurélio. Tal como consignou Sua Excelência o Ministro Relator, trata-se de ação direta ajuizada pela Procuradoria-Geral da República almejando declaração de incompatibilidade, com a Constituição da República, das Leis Complementares n 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, que versam sobre contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – Iases. A PGR argumenta pela violação dos artigos 37, incisos II e IX, e 39, caput, da Constituição da República, já que não teriam sido demonstrados os requisitos de necessidade e excepcionalidade a justificarem admissão de servidores na modalidade temporária, nos termos em que autorizada a contratação temporária pelas normas objeto da ADI. Conforme noticia a PGR, as leis objurgadas autorizaram a contratação de 2.057 empregados temporários para atuação nas áreas de saúde e educação. Sublinha que, desde 2004, o Estado vinha editando leis complementares a versarem ocupação precária de cargos técnicos, os quais, conforme sustenta, exigem provimento efetivo, ausente realização de certame nesse período – Leis Complementares n 300/2004, 349/2005, 378/2006, 405/2007, 559/2010 e 772/2014, todas do Espírito Santo. Não há dúvida, Senhor Presidente, que a contratação temporária é medida excepcional e que, em regra, os servidores públicos devem ser Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Inteiro Teor do Acórdão - Página 34 de 103 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5664 / ES recrutados por meio de concurso público. Conforme noticiou o Governador do Estado do Espírito Santo, em 15.10.2020, mediante a petição/Supremo Tribunal Federal n 86.437/2020, houve revogação expressa das normas objeto da presente ADI, nos termos do art. 23 da Lei Complementar n 809/2015, que disciplinou a contratação temporária: “Por constituir o “estatuto das contratações temporárias” e regular inteiramente a matéria referente à contratação temporária no âmbito do Estado do Espírito Santo, a Lei Complementar 809/2015 revogou todas as leis anteriores que versavam sobre o tema, incluindo-se as impugnadas Leis Complementares Estaduais de números 559/2010 e 772/2014. É o que se observa do seu art. 23: “Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar”.” Com efeito, os artigos 1... e 2... da Lei Complementar n. 809/2015 dispõem acerca dos requisitos para contratação temporária, limitando-a ao atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público. No entanto, tal como ressaltou em sustentação oral o eminente Vice- Procurador Geral da República Dr. Humberto Jacques de Medeiros, a norma revogadora autoriza a ultratividade da lei complementar objeto da presente ação direta: “Art. 17. Ficam os órgãos e entidades públicas do Poder Executivo autorizados a celebrar novos contratos administrativos de prestação de serviço, por prazo determinado, para as funções discriminadas nas leis complementares e ordinárias alcançadas pelo art. 23 desta Lei Complementar, que não se enquadrem nas situações previstas no art. 2... desta Lei Complementar. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES recrutados por meio de concurso público. Conforme noticiou o Governador do Estado do Espírito Santo, em 15.10.2020, mediante a petição/Supremo Tribunal Federal n 86.437/2020, houve revogação expressa das normas objeto da presente ADI, nos termos do art. 23 da Lei Complementar n 809/2015, que disciplinou a contratação temporária: “Por constituir o “estatuto das contratações temporárias” e regular inteiramente a matéria referente à contratação temporária no âmbito do Estado do Espírito Santo, a Lei Complementar 809/2015 revogou todas as leis anteriores que versavam sobre o tema, incluindo-se as impugnadas Leis Complementares Estaduais de números 559/2010 e 772/2014. É o que se observa do seu art. 23: “Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar”.” Com efeito, os artigos 1... e 2... da Lei Complementar n. 809/2015 dispõem acerca dos requisitos para contratação temporária, limitando-a ao atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público. No entanto, tal como ressaltou em sustentação oral o eminente Vice- Procurador Geral da República Dr. Humberto Jacques de Medeiros, a norma revogadora autoriza a ultratividade da lei complementar objeto da presente ação direta: “Art. 17. Ficam os órgãos e entidades públicas do Poder Executivo autorizados a celebrar novos contratos administrativos de prestação de serviço, por prazo determinado, para as funções discriminadas nas leis complementares e ordinárias alcançadas pelo art. 23 desta Lei Complementar, que não se enquadrem nas situações previstas no art. 2... desta Lei Complementar. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Inteiro Teor do Acórdão - Página 35 de 103 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5664 / ES § 1... Cada órgão ou entidade pública autorizado a contratar na forma do caput deste artigo se responsabilizará pela redução gradativa do quantitativo geral de servidores contratados temporariamente, constante da relação oficial do § 2... do art. 16 desta Lei Complementar, na proporção estabelecida em decreto regulamentar a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias contados da publicação desta Lei Complementar. § 2... Os contratos celebrados nos termos do caput deste artigo terão prazo máximo de vigência de 12 (doze) meses, prorrogáveis por igual período.” Ultrapassada a preliminar, entendo que, no mérito, deve prevalecer a inconstitucionalidade arguida pela PGR. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público, como se vê: “Ementa: CONSTITUCIONAL. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES (ART. 37, IX, Constituição Federal de 1988). LEI COMPLEMENTAR 12/1992 DO ESTADO DO MATO GROSSO. INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da Constituição Federal de 1988). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da Constituição Federal de 1988 deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da presença de excepcional interesse publico sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES § 1... Cada órgão ou entidade pública autorizado a contratar na forma do caput deste artigo se responsabilizará pela redução gradativa do quantitativo geral de servidores contratados temporariamente, constante da relação oficial do § 2... do art. 16 desta Lei Complementar, na proporção estabelecida em decreto regulamentar a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias contados da publicação desta Lei Complementar. § 2... Os contratos celebrados nos termos do caput deste artigo terão prazo máximo de vigência de 12 (doze) meses, prorrogáveis por igual período.” Ultrapassada a preliminar, entendo que, no mérito, deve prevalecer a inconstitucionalidade arguida pela PGR. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público, como se vê: “Ementa: CONSTITUCIONAL. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES (ART. 37, IX, Constituição Federal de 1988). LEI COMPLEMENTAR 12/1992 DO ESTADO DO MATO GROSSO. INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da Constituição Federal de 1988). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da Constituição Federal de 1988 deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da presença de excepcional interesse publico sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Inteiro Teor do Acórdão - Página 36 de 103 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5664 / ES tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988. 3. Ação direta julgada procedente, para declarar inconstitucional o art. 264, inciso VI e § 1..., parte final, da Lei Complementar 4/90, ambos com redação conferida pela Lei Complementar 12/92, com efeitos ex nunc, preservados os contratos em vigor que tenham sido celebrados exclusivamente com fundamento nos referidos dispositivos, por um prazo máximo de até 12 (doze) meses da publicação da ata deste julgamento. (ADI 3662, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 23/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24-04- 2018 PUBLIC 25-04-2018)” Como se observa da leitura do referido precedente, a interpretação dada por esta Corte ao art. 37, IX, da Constituição Federal não alberga a norma impugnada na presente ação direta. De fato, a possibilidade genérica de extensão do prazo de contratação, a autorizar, em tese, sua prorrogação indefinida, vai de encontro ao princípio do concurso público, que admite a exceção apenas nas delimitadas hipóteses de contratação temporária. Pedindo vênia à divergência aberta pelo e. Ministro Alexandre de Moraes, respeitosamente, consigno que eventual necessidade emergente permite contratação temporária, respeitados os limites legais e constitucionais, sem autorização de prorrogação indefinida das contratações temporárias. Tais hipóteses são, contudo, absolutamente inconstitucionais. Desse modo, Senhor Presidente, acompanho o e. Relator e julgo procedente a ação direta. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988. 3. Ação direta julgada procedente, para declarar inconstitucional o art. 264, inciso VI e § 1..., parte final, da Lei Complementar 4/90, ambos com redação conferida pela Lei Complementar 12/92, com efeitos ex nunc, preservados os contratos em vigor que tenham sido celebrados exclusivamente com fundamento nos referidos dispositivos, por um prazo máximo de até 12 (doze) meses da publicação da ata deste julgamento. (ADI 3662, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 23/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24-04- 2018 PUBLIC 25-04-2018)” Como se observa da leitura do referido precedente, a interpretação dada por esta Corte ao art. 37, IX, da Constituição Federal não alberga a norma impugnada na presente ação direta. De fato, a possibilidade genérica de extensão do prazo de contratação, a autorizar, em tese, sua prorrogação indefinida, vai de encontro ao princípio do concurso público, que admite a exceção apenas nas delimitadas hipóteses de contratação temporária. Pedindo vênia à divergência aberta pelo e. Ministro Alexandre de Moraes, respeitosamente, consigno que eventual necessidade emergente permite contratação temporária, respeitados os limites legais e constitucionais, sem autorização de prorrogação indefinida das contratações temporárias. Tais hipóteses são, contudo, absolutamente inconstitucionais. Desse modo, Senhor Presidente, acompanho o e. Relator e julgo procedente a ação direta. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 811C-547B-5C73-EC2D e senha A657-64A6-7502-CE90 Inteiro Teor do Acórdão - Página 37 de 103 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Boa tarde, Presidente, Ministro Luiz Fux! Boa tarde, Ministra e Professora Cármen Lúcia! Boa tarde, Ministra Rosa Weber, prezados Colegas, prezado Vice- Procurador-Geral da República, Doutor Humberto Jacques, Doutora Carmen Lilian. Presidente, ouvi com muita atenção os votos e também as considerações particulares do Ministro Alexandre de Moraes, mas há alguma coisa estranha acontecendo aqui neste processo. São duas leis impugnadas: uma é de 2010, e previa uma contratação temporária por doze meses, prorrogáveis por mais doze, de modo que este imbróglio deveria ter terminado em 2012. A lei subsequente é de 2014, e igualmente permite a contratação por doze meses, com prorrogação por mais doze, então deveria ter acabado em 2016. De modo que, se estamos discutindo esse ponto aqui - em rigor, alegou-se até a revogação, mas não que elas ainda estivessem produzindo efeitos -, se computássemos esses prazos que falei, a prorrogação proposta pelo Ministro Nunes Marques não faria sentido, porque tudo já teria terminado. Mas não parece ser assim. Essas leis, supostamente se valendo do permissivo para contratação temporária do art. 37, IX, têm servido repetidamente de fundamento para contratações temporárias. Acho que temos que interpretar o Direito também à luz da normatividade dos fatos, e não apenas em tese e em abstrato. Se essas leis continuam a ser usadas para renovação de contratação ou de novas contratações temporárias, a violação do preceito constitucional é evidente. Além de - com todas as vênias e entendendo as emergências a que se referiu o Ministro Alexandre de Moraes - contratação temporária de 2.057 servidores, como aponta o Ministério Público, ser uma coisa totalmente fora de padrão. Não surge subitamente a necessidade temporária de se contratarem 2000 servidores. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Boa tarde, Presidente, Ministro Luiz Fux! Boa tarde, Ministra e Professora Cármen Lúcia! Boa tarde, Ministra Rosa Weber, prezados Colegas, prezado Vice- Procurador-Geral da República, Doutor Humberto Jacques, Doutora Carmen Lilian. Presidente, ouvi com muita atenção os votos e também as considerações particulares do Ministro Alexandre de Moraes, mas há alguma coisa estranha acontecendo aqui neste processo. São duas leis impugnadas: uma é de 2010, e previa uma contratação temporária por doze meses, prorrogáveis por mais doze, de modo que este imbróglio deveria ter terminado em 2012. A lei subsequente é de 2014, e igualmente permite a contratação por doze meses, com prorrogação por mais doze, então deveria ter acabado em 2016. De modo que, se estamos discutindo esse ponto aqui - em rigor, alegou-se até a revogação, mas não que elas ainda estivessem produzindo efeitos -, se computássemos esses prazos que falei, a prorrogação proposta pelo Ministro Nunes Marques não faria sentido, porque tudo já teria terminado. Mas não parece ser assim. Essas leis, supostamente se valendo do permissivo para contratação temporária do art. 37, IX, têm servido repetidamente de fundamento para contratações temporárias. Acho que temos que interpretar o Direito também à luz da normatividade dos fatos, e não apenas em tese e em abstrato. Se essas leis continuam a ser usadas para renovação de contratação ou de novas contratações temporárias, a violação do preceito constitucional é evidente. Além de - com todas as vênias e entendendo as emergências a que se referiu o Ministro Alexandre de Moraes - contratação temporária de 2.057 servidores, como aponta o Ministério Público, ser uma coisa totalmente fora de padrão. Não surge subitamente a necessidade temporária de se contratarem 2000 servidores. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 38 de 103 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5664 / ES Estou convencido, embora examinando à distância, que essas leis vêm sendo utilizadas para manipular a exigência constitucional do concurso público, portanto não vou interpretá-las apenas em abstrato, vou interpretá-las como vêm sendo concretizadas. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Ministro Luís Roberto, me permite um aparte, só para contribuir? Na verdade, não são tantos servidores assim, o número é alto - inclusive para reflexão, qualquer que seja a posição, para que a decisão do Supremo não seja inútil. Com certeza, não há mais nenhum contrato de trabalho temporário com base na Lei Complementar n 559, que previu 667, por exemplo, agentes socioeducativos, substituídos pelos 578 agentes socioeducativos da outra lei. Não se soma, são contratos diferentes. Só para termos em mente: se vamos declarar a inconstitucionalidade dessas duas leis, o efeito prático será nada. Na verdade, as novas contratações estão sendo feitas com base na nova lei, porque aquelas leis já se exauriram no tempo. Não é uma renovação de contrato com base na lei anterior, cada lei permite doze por mais doze. Talvez tivéssemos que pensar no arrastamento da nova lei. Só essa observação. Obrigado e desculpe interromper. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Se me permite, Ministro Luís Roberto Barroso, apenas para entender exatamente a imbricação do Direito à realidade. É preciso esclarecer se, com base nessas leis, as pessoas contratadas continuam a exercer suas funções no serviço público, passado aquele prazo, como se efetivamente nada tivesse acontecido. Isso é muito importante, porque é a única maneira que vamos ter de podar esse excesso de contratação temporária, que já tem tantos anos, de declarar a inconstitucionalidade e, eventualmente, até modular, para não admitir que as pessoas que entraram sem concurso público possam ser demitidas. O que acho que chama a atenção aqui é que essas leis, se elas se protraíram no tempo, criaram um estado de coisas inconstitucional, se a pessoa foi contratada temporariamente, mas está lá trabalhando já há mais de dez anos. Acho que foi esse o ponto que o Procurador-Geral da República 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Estou convencido, embora examinando à distância, que essas leis vêm sendo utilizadas para manipular a exigência constitucional do concurso público, portanto não vou interpretá-las apenas em abstrato, vou interpretá-las como vêm sendo concretizadas. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Ministro Luís Roberto, me permite um aparte, só para contribuir? Na verdade, não são tantos servidores assim, o número é alto - inclusive para reflexão, qualquer que seja a posição, para que a decisão do Supremo não seja inútil. Com certeza, não há mais nenhum contrato de trabalho temporário com base na Lei Complementar n 559, que previu 667, por exemplo, agentes socioeducativos, substituídos pelos 578 agentes socioeducativos da outra lei. Não se soma, são contratos diferentes. Só para termos em mente: se vamos declarar a inconstitucionalidade dessas duas leis, o efeito prático será nada. Na verdade, as novas contratações estão sendo feitas com base na nova lei, porque aquelas leis já se exauriram no tempo. Não é uma renovação de contrato com base na lei anterior, cada lei permite doze por mais doze. Talvez tivéssemos que pensar no arrastamento da nova lei. Só essa observação. Obrigado e desculpe interromper. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Se me permite, Ministro Luís Roberto Barroso, apenas para entender exatamente a imbricação do Direito à realidade. É preciso esclarecer se, com base nessas leis, as pessoas contratadas continuam a exercer suas funções no serviço público, passado aquele prazo, como se efetivamente nada tivesse acontecido. Isso é muito importante, porque é a única maneira que vamos ter de podar esse excesso de contratação temporária, que já tem tantos anos, de declarar a inconstitucionalidade e, eventualmente, até modular, para não admitir que as pessoas que entraram sem concurso público possam ser demitidas. O que acho que chama a atenção aqui é que essas leis, se elas se protraíram no tempo, criaram um estado de coisas inconstitucional, se a pessoa foi contratada temporariamente, mas está lá trabalhando já há mais de dez anos. Acho que foi esse o ponto que o Procurador-Geral da República 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 39 de 103 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5664 / ES procurou destacar. Obrigado, Ministro Barroso! O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Obrigado, Ministro Luiz Fux! Retomando aqui, a petição do Procurador-Geral da República informa a realização da contratação de aproximadamente 2.057 contratações de natureza temporária. Esse é o número que consta da petição inicial do Procurador-Geral da República, que tem fé pública. Mas, ainda que tenhamos tido uma primeira lei permitindo e, depois, tido a segunda lei permitindo a contratação temporária para o mesmo lugar, fica evidenciado que se está utilizando o mecanismo da contratação temporária em lugar da realização do concurso público. Se duas leis, uma de 2010 e outra de 2014, permitem a contratação de empregados e servidores temporários para vagas na instituição socioeducativa, parece-me fora de dúvida que se está usando o artifício da contratação temporária em lugar do concurso público. Depois ainda sobreveio uma lei genérica, permitindo contratações temporárias. Nenhum de nós aqui discute que o inciso IX do art. 37 da Constituição permite contratação temporária. Em precedente do Ministro Dias Toffoli, com o qual continuo de acordo, assentamos os requisitos da contratação temporária, Tema 612 da repercussão geral. Quais são os casos? Exige-se: "a) os casos excepcionais estejam previstos em lei; b) o prazo de contratação seja predeterminado; c) a necessidade seja temporária; d) o interesse público seja excepcional; e) a necessidade de contratação seja indispensável […]." Seria capaz de concordar que, uma primeira vez, para uma contratação excepcional, para o instituto socioeducativo, faria sentido, em uma emergência, como pontuou o Ministro Alexandre de Moraes. Mas, na sequência, veio outra lei específica para a instituição socioeducativa e, depois, uma lei genérica. Não me estou referindo a qualquer contratação temporária no Espírito Santo, mas, no tocante ao instituto socioeducativo, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES procurou destacar. Obrigado, Ministro Barroso! O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Obrigado, Ministro Luiz Fux! Retomando aqui, a petição do Procurador-Geral da República informa a realização da contratação de aproximadamente 2.057 contratações de natureza temporária. Esse é o número que consta da petição inicial do Procurador-Geral da República, que tem fé pública. Mas, ainda que tenhamos tido uma primeira lei permitindo e, depois, tido a segunda lei permitindo a contratação temporária para o mesmo lugar, fica evidenciado que se está utilizando o mecanismo da contratação temporária em lugar da realização do concurso público. Se duas leis, uma de 2010 e outra de 2014, permitem a contratação de empregados e servidores temporários para vagas na instituição socioeducativa, parece-me fora de dúvida que se está usando o artifício da contratação temporária em lugar do concurso público. Depois ainda sobreveio uma lei genérica, permitindo contratações temporárias. Nenhum de nós aqui discute que o inciso IX do art. 37 da Constituição permite contratação temporária. Em precedente do Ministro Dias Toffoli, com o qual continuo de acordo, assentamos os requisitos da contratação temporária, Tema 612 da repercussão geral. Quais são os casos? Exige-se: "a) os casos excepcionais estejam previstos em lei; b) o prazo de contratação seja predeterminado; c) a necessidade seja temporária; d) o interesse público seja excepcional; e) a necessidade de contratação seja indispensável […]." Seria capaz de concordar que, uma primeira vez, para uma contratação excepcional, para o instituto socioeducativo, faria sentido, em uma emergência, como pontuou o Ministro Alexandre de Moraes. Mas, na sequência, veio outra lei específica para a instituição socioeducativa e, depois, uma lei genérica. Não me estou referindo a qualquer contratação temporária no Espírito Santo, mas, no tocante ao instituto socioeducativo, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 40 de 103 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5664 / ES estou convencido, pelas informações que temos aqui, de que está havendo, sim, burla do princípio do concurso público. Penso que é uma decisão que poderá produzir o bem, sem nenhum risco de produzir o mal. Se declararmos inconstitucional e ela já não estiver mais sendo aplicada, ótimo, não traz consequência nenhuma; se declararmos inconstitucional, porque efetivamente está sendo aplicada, como parece ser o caso, acho que a proposta de modulação do Ministro Kassio Nunes Marques faz todo sentido. De modo que penso que não há possibilidade de se produzir um mau impacto sobre a realidade se declararmos a inconstitucionalidade dessas duas normas, que, estou assumindo, vêm sendo utilizadas para continuadamente serem feitas contratações temporárias para o instituto socioeducativo. Se essa minha premissa não for verdadeira, se eu estiver enganado, a declaração de inconstitucionalidade de uma lei que já não está sendo aplicada não vai produzir nenhum mal. Mas, se ela estiver sendo aplicada, como suspeito, creio que tenha que ser declarada inconstitucional mesmo. Porém, para atender o interesse público, como já decidimos em precedentes, também modulo em dois anos para que se possam repor esses servidores pela via do concurso público. Pelo que percebi, a única distinção entre a posição do Ministro Kassio e a do Ministro Marco Aurélio era a questão da modulação. Ministro Kassio, há alguma outra divergência de Vossa Excelência? O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Queria apenas aproveitar a oportunidade e pedir um pequeno aparte. Em meu voto, reportei-me a essa dúvida que Vossa Excelência mencionou, mas o fiz de forma muito breve, quanto à perda de objeto das leis anteriores. Posteriormente veio a Lei Complementar n. 809, e o que ela fez? Criou uma comissão permanente de contratações temporárias, que disse: os órgãos e entidades do Espírito Santo deveriam encaminhar um relatório de todas as contratações temporárias efetivadas, sob a égide das duas leis anteriores, para que fossem revalidadas. Em minha compreensão, essas leis estavam em plena eficácia. Não 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES estou convencido, pelas informações que temos aqui, de que está havendo, sim, burla do princípio do concurso público. Penso que é uma decisão que poderá produzir o bem, sem nenhum risco de produzir o mal. Se declararmos inconstitucional e ela já não estiver mais sendo aplicada, ótimo, não traz consequência nenhuma; se declararmos inconstitucional, porque efetivamente está sendo aplicada, como parece ser o caso, acho que a proposta de modulação do Ministro Kassio Nunes Marques faz todo sentido. De modo que penso que não há possibilidade de se produzir um mau impacto sobre a realidade se declararmos a inconstitucionalidade dessas duas normas, que, estou assumindo, vêm sendo utilizadas para continuadamente serem feitas contratações temporárias para o instituto socioeducativo. Se essa minha premissa não for verdadeira, se eu estiver enganado, a declaração de inconstitucionalidade de uma lei que já não está sendo aplicada não vai produzir nenhum mal. Mas, se ela estiver sendo aplicada, como suspeito, creio que tenha que ser declarada inconstitucional mesmo. Porém, para atender o interesse público, como já decidimos em precedentes, também modulo em dois anos para que se possam repor esses servidores pela via do concurso público. Pelo que percebi, a única distinção entre a posição do Ministro Kassio e a do Ministro Marco Aurélio era a questão da modulação. Ministro Kassio, há alguma outra divergência de Vossa Excelência? O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Queria apenas aproveitar a oportunidade e pedir um pequeno aparte. Em meu voto, reportei-me a essa dúvida que Vossa Excelência mencionou, mas o fiz de forma muito breve, quanto à perda de objeto das leis anteriores. Posteriormente veio a Lei Complementar n. 809, e o que ela fez? Criou uma comissão permanente de contratações temporárias, que disse: os órgãos e entidades do Espírito Santo deveriam encaminhar um relatório de todas as contratações temporárias efetivadas, sob a égide das duas leis anteriores, para que fossem revalidadas. Em minha compreensão, essas leis estavam em plena eficácia. Não 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 41 de 103 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5664 / ES houve revogação da norma, porque esses contratos foram revalidados e permanecem vigentes até esta data. Apenas deu-se perpetuidade às contratações anteriores, no art. 16, caput e § 1..., da Lei n. 809. Respondendo a pergunta de Vossa Excelência, a divergência é tão somente quanto à modulação. O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - A observação do Ministro Kassio Nunes Marques confirma minhas suspeitas. Estava suspeitando, mas parece ser a realidade, eram contratações temporárias perpetuadas no tempo. A burla ao princípio constitucional é evidente. Presidente, pedindo todas as vênias ao eminente Ministro Alexandre de Moraes, estou acompanhando a posição iniciada pelo Ministro Kassio Nunes Marques, penso, acompanhada pelo Ministro Luiz Edson Fachin. Ministro Fachin, Vossa Excelência modulou, não? O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Não, Ministro Barroso, acompanhei integralmente o Ministro-Relator. O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Ok. Estou acompanhando o Ministro-Relator no sentido de julgar procedente o pedido, mas, desde logo, proponho a modulação, também por dois anos, e, portanto, nesse particular, acompanhando o Ministro Kassio Nunes Marques. Apenas relembro que, em hipóteses anteriores, também adotamos a linha de determinar a realização do concurso, mas deixando um prazo de dois anos, prazo razoável para sua conclusão. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES houve revogação da norma, porque esses contratos foram revalidados e permanecem vigentes até esta data. Apenas deu-se perpetuidade às contratações anteriores, no art. 16, caput e § 1..., da Lei n. 809. Respondendo a pergunta de Vossa Excelência, a divergência é tão somente quanto à modulação. O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - A observação do Ministro Kassio Nunes Marques confirma minhas suspeitas. Estava suspeitando, mas parece ser a realidade, eram contratações temporárias perpetuadas no tempo. A burla ao princípio constitucional é evidente. Presidente, pedindo todas as vênias ao eminente Ministro Alexandre de Moraes, estou acompanhando a posição iniciada pelo Ministro Kassio Nunes Marques, penso, acompanhada pelo Ministro Luiz Edson Fachin. Ministro Fachin, Vossa Excelência modulou, não? O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Não, Ministro Barroso, acompanhei integralmente o Ministro-Relator. O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Ok. Estou acompanhando o Ministro-Relator no sentido de julgar procedente o pedido, mas, desde logo, proponho a modulação, também por dois anos, e, portanto, nesse particular, acompanhando o Ministro Kassio Nunes Marques. Apenas relembro que, em hipóteses anteriores, também adotamos a linha de determinar a realização do concurso, mas deixando um prazo de dois anos, prazo razoável para sua conclusão. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A39-526A-E327-C242 e senha 10EC-07F8-418A-51B4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 42 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO A Senhora Ministra Rosa Weber: 1. Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, proposta pelo Procurador-Geral da República contra as Leis Complementares n 559, de 30.06.2010 e n 772, de 04.04.2014, ambas do Estado do Espírito Santo – que autorizam o Poder Executivo a realizar contratação temporária “de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES)” e “para atender a necessidades urgentes do IASES”, respectivamente. 2. Sustenta-se a inconstitucionalidade dos dispositivos atacados, por afronta ao disposto nos arts. 37, II e IX, e 39, caput, da Constituição da República, sob o fundamento que as leis complementares estaduais preveem contratação temporária mediante contrato de prestação de serviços, ao invés de prover cargos públicos por meio de concurso, sem demonstrar “excepcional interesse público e necessidade premente do serviço”. Aponta-se a “inexistência do caráter transitório da contratação, por ausência de predeterminação de prazos e da excepcionalidade do serviço, mediante as reiteradas edições de atos para novas contratações”. Aduz-se que os atos normativos impugnados vão de encontro ao texto constitucional, “segundo o qual contratação temporária somente deve ocorrer em situações efêmeras”, atendendo a necessidades urgentes e com excepcionalidade. 3. A medida cautelar pleiteada, com o escopo de suspender a eficácia dos atos normativos atacados até o julgamento final da ação, tem por fundamentos a plausibilidade jurídica da tese esposada (fumus boni juris) – haja vista os argumentos apresentados pela petição inicial e a jurisprudência desta Corte – e o perigo da demora na prestação jurisdicional (periculum in mora), dado dano de “provimento de postos de trabalho no poder público incompatíveis com preenchimento do que deveriam ser cargos públicos por empregos públicos temporários, sem a devida excepcionalidade e necessidade que o justifique”. 4. No mérito, requer a declaração de inconstitucionalidade da Lei Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO A Senhora Ministra Rosa Weber: 1. Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, proposta pelo Procurador-Geral da República contra as Leis Complementares n 559, de 30.06.2010 e n 772, de 04.04.2014, ambas do Estado do Espírito Santo – que autorizam o Poder Executivo a realizar contratação temporária “de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES)” e “para atender a necessidades urgentes do IASES”, respectivamente. 2. Sustenta-se a inconstitucionalidade dos dispositivos atacados, por afronta ao disposto nos arts. 37, II e IX, e 39, caput, da Constituição da República, sob o fundamento que as leis complementares estaduais preveem contratação temporária mediante contrato de prestação de serviços, ao invés de prover cargos públicos por meio de concurso, sem demonstrar “excepcional interesse público e necessidade premente do serviço”. Aponta-se a “inexistência do caráter transitório da contratação, por ausência de predeterminação de prazos e da excepcionalidade do serviço, mediante as reiteradas edições de atos para novas contratações”. Aduz-se que os atos normativos impugnados vão de encontro ao texto constitucional, “segundo o qual contratação temporária somente deve ocorrer em situações efêmeras”, atendendo a necessidades urgentes e com excepcionalidade. 3. A medida cautelar pleiteada, com o escopo de suspender a eficácia dos atos normativos atacados até o julgamento final da ação, tem por fundamentos a plausibilidade jurídica da tese esposada (fumus boni juris) – haja vista os argumentos apresentados pela petição inicial e a jurisprudência desta Corte – e o perigo da demora na prestação jurisdicional (periculum in mora), dado dano de “provimento de postos de trabalho no poder público incompatíveis com preenchimento do que deveriam ser cargos públicos por empregos públicos temporários, sem a devida excepcionalidade e necessidade que o justifique”. 4. No mérito, requer a declaração de inconstitucionalidade da Lei Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 43 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES Complementar 559, de 30 de junho de 2010, e da Lei Complementar 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. 5. Adotou-se o rito do art. 12 da Lei n 9.868/1999. 6. O Governador do Estado do Espírito Santo defende a constitucionalidade dos atos normativos impugnados, à alegação de que o art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988/88 dispõe genericamente sobre contratação temporária e não indica os casos específicos de necessidade e excepcional interesse público. Ressalta, ainda, que a elaboração das leis complementares impugnadas ocorreu no contexto do “estado de necessidade em que se encontra o atendimento socioeducativo do Estado do Espírito Santo”, e buscou “a continuidade da prestação de serviços públicos referentes à educação, à saúde, à segurança pública e à proteção da criança e do adolescente”. 7. Por sua vez, a Advocacia-Geral da União manifesta-se pela improcedência do pedido formulado pelo requerente. Aduz a ausência de violação do artigo 37, incisos II e IX, da Constituição Federal, pois avalia que as leis impugnadas: (i) especificam “as hipóteses de contratação temporária, estabelecendo as espécies de atividades que necessitam de atendimento imediato para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES”, e; (ii) fixam “balizas circunstanciais e temporais específicas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente”. Afirma, ainda, que não houve a violação do artigo 39, caput, da Carta Magna, uma vez que “a temporariedade que caracteriza essa modalidade de contratação permite a adoção de um regime jurídico distinto daquele que rege a investidura de servidores em cargos de provimento efetivo da administração pública”. 8. A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo vindica a inexistência da inconstitucionalidade dos dispositivos atacados, uma vez que o “Estado atende provisoriamente a determinadas situações de risco social presente, de acordo com sua capacidade financeira, não tendo assim estrutura e condições de incorporar tais políticas à Administração”, de modo que as “contratações provisórias visam justamente assegurar ao Estado a possibilidade de contratar pessoal exclusivamente quando tem condições financeiras para 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Complementar 559, de 30 de junho de 2010, e da Lei Complementar 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo. 5. Adotou-se o rito do art. 12 da Lei n 9.868/1999. 6. O Governador do Estado do Espírito Santo defende a constitucionalidade dos atos normativos impugnados, à alegação de que o art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988/88 dispõe genericamente sobre contratação temporária e não indica os casos específicos de necessidade e excepcional interesse público. Ressalta, ainda, que a elaboração das leis complementares impugnadas ocorreu no contexto do “estado de necessidade em que se encontra o atendimento socioeducativo do Estado do Espírito Santo”, e buscou “a continuidade da prestação de serviços públicos referentes à educação, à saúde, à segurança pública e à proteção da criança e do adolescente”. 7. Por sua vez, a Advocacia-Geral da União manifesta-se pela improcedência do pedido formulado pelo requerente. Aduz a ausência de violação do artigo 37, incisos II e IX, da Constituição Federal, pois avalia que as leis impugnadas: (i) especificam “as hipóteses de contratação temporária, estabelecendo as espécies de atividades que necessitam de atendimento imediato para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES”, e; (ii) fixam “balizas circunstanciais e temporais específicas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente”. Afirma, ainda, que não houve a violação do artigo 39, caput, da Carta Magna, uma vez que “a temporariedade que caracteriza essa modalidade de contratação permite a adoção de um regime jurídico distinto daquele que rege a investidura de servidores em cargos de provimento efetivo da administração pública”. 8. A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo vindica a inexistência da inconstitucionalidade dos dispositivos atacados, uma vez que o “Estado atende provisoriamente a determinadas situações de risco social presente, de acordo com sua capacidade financeira, não tendo assim estrutura e condições de incorporar tais políticas à Administração”, de modo que as “contratações provisórias visam justamente assegurar ao Estado a possibilidade de contratar pessoal exclusivamente quando tem condições financeiras para 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 44 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES tanto, de acordo com as demandas sociais”. 9. Deferido o pedido de admissão no feito, na qualidade de amicus curiae, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo – SINDIPÚBLICOS. 10. A Procuradoria-Geral da República apresenta parecer assim ementado: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES ns 559/2010 E 772/2014, DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO ESPÍRITO SANTO – IASES. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PESSOAL EM CARÁTER TEMPORÁRIO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA TRANSITORIEDADE DA CONTRATAÇÃO NEM DA EXCEPCIONALIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. - Para a contratação temporária, nos moldes do art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, é indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica. Precedente do Supremo Tribunal Federal. Elementos não demonstrados nas Leis Complementares ns 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. - Parecer pelo acolhimento do pedido, nos termos da petição inicial”. 11. Em 05.10.2020, o processo foi liberado para apreciação no Plenário Virtual, com a proposta da seguinte ementa: “CARGO OU EMPREGO PÚBLICO – OCUPAÇÃO. Cargo público há de ser ocupado de forma permanente, realizando-se concurso de provas ou de provas e títulos, atendidas a natureza e complexidade, não cabendo generalizar a exceção revelada por nomeação para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração – artigo 37, inciso II, da Constituição Federal. EDUCAÇÃO – CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – IMPROPRIEDADE. Surge conflitante com a Constituição Federal contratação temporária de agentes socioeducativos e 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES tanto, de acordo com as demandas sociais”. 9. Deferido o pedido de admissão no feito, na qualidade de amicus curiae, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo – SINDIPÚBLICOS. 10. A Procuradoria-Geral da República apresenta parecer assim ementado: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS COMPLEMENTARES ns 559/2010 E 772/2014, DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO ESPÍRITO SANTO – IASES. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PESSOAL EM CARÁTER TEMPORÁRIO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA TRANSITORIEDADE DA CONTRATAÇÃO NEM DA EXCEPCIONALIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. - Para a contratação temporária, nos moldes do art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, é indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica. Precedente do Supremo Tribunal Federal. Elementos não demonstrados nas Leis Complementares ns 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. - Parecer pelo acolhimento do pedido, nos termos da petição inicial”. 11. Em 05.10.2020, o processo foi liberado para apreciação no Plenário Virtual, com a proposta da seguinte ementa: “CARGO OU EMPREGO PÚBLICO – OCUPAÇÃO. Cargo público há de ser ocupado de forma permanente, realizando-se concurso de provas ou de provas e títulos, atendidas a natureza e complexidade, não cabendo generalizar a exceção revelada por nomeação para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração – artigo 37, inciso II, da Constituição Federal. EDUCAÇÃO – CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – IMPROPRIEDADE. Surge conflitante com a Constituição Federal contratação temporária de agentes socioeducativos e 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 45 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES técnicos de nível superior visando atender necessidade educacional. Inconstitucionalidade das Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo”. 12. Destaque do ambiente virtual formulado pelo Ministro Alexandre de Moraes. 13. O Governador do Estado do Espírito Santo requer a extinção da presente ação por perda de objeto, tendo em vista a revogação das leis impugnadas. Aponta a vigência da Lei Complementar n 809/2015, que disciplina as contratações temporárias e revoga, em seu art. 23, as leis complementares e ordinárias que dispõem sobre a matéria. 14. Indeferido, em 19.10.2020, o pedido de extinção do processo. Em face da ausência de revogação expressa das leis questionadas, entendeu o Ministro Marco Aurélio que: “A superveniência de regra geral atinente ao tema considerada a Administração direta e indireta não torna insubsistentes as normas atacadas, mostrando-se impróprio o exame de circunstância a encerrar eventual crise de legalidade”. É o breve relatório. 15. Inicialmente, afasto a tese do Estado do Espírito Santo quanto à alegada perda do objeto. A Lei 809/2015 dispõe que “Dispõe sobre a contratação por tempo determinado pelo Estado do Espírito Santo para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal e do inciso IX do art. 32 da Constituição Estadual, e dá outras providências”: “Art. 1... Para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, os órgãos da administração direta, as autarquias e as fundações públicas do Poder Executivo poderão efetuar contratação de pessoal por tempo determinado, nas condições e prazos previstos nesta Lei Complementar. (...) Art. 20. Aplica-se à Administração Estadual, em específico 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES técnicos de nível superior visando atender necessidade educacional. Inconstitucionalidade das Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo”. 12. Destaque do ambiente virtual formulado pelo Ministro Alexandre de Moraes. 13. O Governador do Estado do Espírito Santo requer a extinção da presente ação por perda de objeto, tendo em vista a revogação das leis impugnadas. Aponta a vigência da Lei Complementar n 809/2015, que disciplina as contratações temporárias e revoga, em seu art. 23, as leis complementares e ordinárias que dispõem sobre a matéria. 14. Indeferido, em 19.10.2020, o pedido de extinção do processo. Em face da ausência de revogação expressa das leis questionadas, entendeu o Ministro Marco Aurélio que: “A superveniência de regra geral atinente ao tema considerada a Administração direta e indireta não torna insubsistentes as normas atacadas, mostrando-se impróprio o exame de circunstância a encerrar eventual crise de legalidade”. É o breve relatório. 15. Inicialmente, afasto a tese do Estado do Espírito Santo quanto à alegada perda do objeto. A Lei 809/2015 dispõe que “Dispõe sobre a contratação por tempo determinado pelo Estado do Espírito Santo para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal e do inciso IX do art. 32 da Constituição Estadual, e dá outras providências”: “Art. 1... Para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, os órgãos da administração direta, as autarquias e as fundações públicas do Poder Executivo poderão efetuar contratação de pessoal por tempo determinado, nas condições e prazos previstos nesta Lei Complementar. (...) Art. 20. Aplica-se à Administração Estadual, em específico 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 46 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES aos contratos administrativos, no que couber, as disposições contidas na Lei Federal n 8.745, de 09.12.1993, e suas alterações. Art. 21. As disposições desta Lei Complementar não se aplicam aos profissionais que exerçam suas funções nas atividades das Polícias Civil e Militar. Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar”. Entendo que não houve revogação das leis complementares objeto deste processo objetivo de constitucionalidade, uma vez que não há contrariedade com a nova norma editada em 2015. Em verdade, as Leis Complementares n 559/2010 e n 772/2014 continuaram a ser utilizadas como fundamento para contratações temporárias no âmbito do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Conheço, pois, da ação direta, e passo ao exame do mérito. 16. Para a melhor compreensão da controvérsia, transcrevo as leis impugnadas na presente ação direta: “Lei Complementar 559/2010: Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 ([...]) Agentes Socioeducativos e 60 ([...]) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 ([...]) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES aos contratos administrativos, no que couber, as disposições contidas na Lei Federal n 8.745, de 09.12.1993, e suas alterações. Art. 21. As disposições desta Lei Complementar não se aplicam aos profissionais que exerçam suas funções nas atividades das Polícias Civil e Militar. Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Art. 23. Ficam revogadas as Leis Complementares e as Leis Ordinárias que tratarem de contratações temporárias, naquilo que contrariar as disposições desta Lei Complementar”. Entendo que não houve revogação das leis complementares objeto deste processo objetivo de constitucionalidade, uma vez que não há contrariedade com a nova norma editada em 2015. Em verdade, as Leis Complementares n 559/2010 e n 772/2014 continuaram a ser utilizadas como fundamento para contratações temporárias no âmbito do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Conheço, pois, da ação direta, e passo ao exame do mérito. 16. Para a melhor compreensão da controvérsia, transcrevo as leis impugnadas na presente ação direta: “Lei Complementar 559/2010: Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 ([...]) Agentes Socioeducativos e 60 ([...]) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 ([...]) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 47 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência 1, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar n 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 ([...]) horas semanais. Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 ([...]) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... ([...]) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta, da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações, de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência 1, a que se refere o Anexo IV da Lei Complementar n 503, de 05.11.2009, pagos aos servidores efetivos dos cargos de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, respectivamente, para a jornada de trabalho de 40 ([...]) horas semanais. Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 ([...]) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito à indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... ([...]) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 48 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo I da Lei Complementar n 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 ([...]) e 206 ([...]). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Lei Complementar 772/2014: Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 ([...]) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 ([...]) nutricionista socioeducativo; 21 ([...]) pedagogos socioeducativos; 29 ([...]) psicólogos socioeducativos; 28 ([...]) assistentes sociais socioeducativos; 1 ([...]) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 ([...]) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 ([...]) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 ([...]) assistentes de suporte socioeducativos e 578 ([...]) agentes socioeducativos, totalizando 742 ([...]) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. O quantitativo de vagas dos cargos de provimento efetivo de Agente Socioeducativo e de Técnico de Nível Superior, a que se refere o Anexo I da Lei Complementar n 503/09, passa a ser respectivamente de 1.109 ([...]) e 206 ([...]). Art. 12. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias que serão suplementadas, se necessário. Art. 13. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Lei Complementar 772/2014: Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 ([...]) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 ([...]) nutricionista socioeducativo; 21 ([...]) pedagogos socioeducativos; 29 ([...]) psicólogos socioeducativos; 28 ([...]) assistentes sociais socioeducativos; 1 ([...]) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 ([...]) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 ([...]) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 ([...]) assistentes de suporte socioeducativos e 578 ([...]) agentes socioeducativos, totalizando 742 ([...]) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 49 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES prazo de até 12 ([...]) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar n 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 ([...]) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 ([...]) horas de trabalho e de 36 ([...]) horas de descanso ou de 24 ([...]) horas de trabalho e de 72 ([...]) horas de descanso, respeitado o limite máximo de 192 ([...]) horas mensais. Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES prazo de até 12 ([...]) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. Art. 3... É proibido o desvio de função do pessoal contratado na forma desta Lei Complementar. Art. 4... É proibida a contratação, nos termos desta Lei Complementar, de servidores das administrações direta e indireta da União, do Estado e dos Municípios, exceto as acumulações permitidas constitucionalmente. Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto no caput deste artigo, importará na responsabilidade da autoridade contratante e do contratado, inclusive solidariedade, quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. Art. 5... Nas contratações de que trata esta Lei Complementar, serão observados os valores da Tabela de Subsídio, classe I, referência I, a que se refere o Anexo XIII da Lei Complementar n 706, de 27.8.2013, pagos aos servidores efetivos dos cargos de analista de suporte socioeducativo, nutricionista socioeducativo; pedagogo socioeducativo; psicólogo socioeducativo; assistente social socioeducativo; terapeuta ocupacional socioeducativo; técnico em enfermagem socioeducativo; técnico socioeducativo nas áreas de segurança do trabalho e edificações; assistente de suporte socioeducativo e agente socioeducativo, para a jornada de 40 ([...]) horas semanais, exceto aos servidores ocupantes do cargo de agente socioeducativo, cuja jornada de trabalho é em regime de escala de plantão de 12 ([...]) horas de trabalho e de 36 ([...]) horas de descanso ou de 24 ([...]) horas de trabalho e de 72 ([...]) horas de descanso, respeitado o limite máximo de 192 ([...]) horas mensais. Art. 6... Aplicam-se ao pessoal contratado os mesmos deveres, proibições e responsabilidades vigentes para os servidores públicos, integrantes do órgão a que forem subordinados, além daqueles descritos pela Lei Complementar 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 50 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 ([...]) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... ([...]) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação”. 17. Como parâmetros de controle, invocam-se: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES n 46, de 31.01.1994, com suas alterações posteriores. Art. 7... As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei Complementar serão apuradas mediante sindicância, concluídas no prazo de 30 ([...]) dias e assegurada a ampla defesa. Art. 8... O contrato firmado de acordo com os termos desta Lei Complementar extinguir-se-á sem direito a indenização: I – pelo término do prazo contratual; II – por iniciativa do contratado; III – por conveniência da administração; IV – quando o contratado incorrer em falta disciplinar. Art. 9... É assegurado aos contratados: I – o 13... ([...]) salário, proporcional ao tempo de serviço prestado nessa condição; II – a indenização de férias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado; III – o adicional de férias proporcional ao tempo de serviço prestado; IV – o vale-transporte. Art. 10. Os contratados, na forma desta Lei Complementar, serão segurados do Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do artigo 40 da Constituição Federal. Art. 11. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, que serão suplementadas, se necessário. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação”. 17. Como parâmetros de controle, invocam-se: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 51 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; [...] IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. […]. Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas”. 18. O problema constitucional posto envolve perquirir se as Leis Complementares estaduais que autorizam o respectivo Poder Executivo a realizar contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES) atendem o requisito da necessidade temporária em virtude da excepcionalidade do atendimento ao interesse público. Rememoro o voto liberado pelo eminente Relator no Olenário Virtual: “O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Há de atentar-se para a supremacia da Constituição Federal, Lei das leis, que se encontra no ápice da pirâmide das normas jurídicas pátrias. Tem-se, no artigo 37, inciso II, dela constante, preceito imperativo: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; [...] IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. […]. Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas”. 18. O problema constitucional posto envolve perquirir se as Leis Complementares estaduais que autorizam o respectivo Poder Executivo a realizar contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES) atendem o requisito da necessidade temporária em virtude da excepcionalidade do atendimento ao interesse público. Rememoro o voto liberado pelo eminente Relator no Olenário Virtual: “O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Há de atentar-se para a supremacia da Constituição Federal, Lei das leis, que se encontra no ápice da pirâmide das normas jurídicas pátrias. Tem-se, no artigo 37, inciso II, dela constante, preceito imperativo: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 52 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O acesso a cargo e emprego depende da feitura de concurso público. Essa é a regra, confirmando-a a exceção, no que contempla cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Educação é um dos males existentes, em termos de ser deficitária. Cumpre ao Estado – gênero – aparelhar-se, objetivando atender esse direito básico do cidadão. Conforme ressaltado na petição inicial, tem-se, no Espírito Santo, edição de sucessivas normas prevendo contratação temporária de cargos técnicos, a exigirem provimento efetivo. Nesta ação direta de inconstitucionalidade, são questionadas as Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014. Antes, houve diplomas versando idêntica matéria, a saber: Leis Complementares n 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007. O círculo é vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível que é o sistema socioeducativo. O conflito, com o inciso II do artigo 37 da Constituição Federal, dos atos normativos impugnados é de clareza solar. Julgo procedente o pedido formulado, para declarar inconstitucionais as Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo”. Também eu não vislumbro o excepcional interesse público a informar as leis impugnadas, editadas no encadeamento de outros atos 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O acesso a cargo e emprego depende da feitura de concurso público. Essa é a regra, confirmando-a a exceção, no que contempla cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Educação é um dos males existentes, em termos de ser deficitária. Cumpre ao Estado – gênero – aparelhar-se, objetivando atender esse direito básico do cidadão. Conforme ressaltado na petição inicial, tem-se, no Espírito Santo, edição de sucessivas normas prevendo contratação temporária de cargos técnicos, a exigirem provimento efetivo. Nesta ação direta de inconstitucionalidade, são questionadas as Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014. Antes, houve diplomas versando idêntica matéria, a saber: Leis Complementares n 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007. O círculo é vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível que é o sistema socioeducativo. O conflito, com o inciso II do artigo 37 da Constituição Federal, dos atos normativos impugnados é de clareza solar. Julgo procedente o pedido formulado, para declarar inconstitucionais as Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014 do Estado do Espírito Santo”. Também eu não vislumbro o excepcional interesse público a informar as leis impugnadas, editadas no encadeamento de outros atos 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 53 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES normativos elaborados para permitir a contratação temporária em setores essenciais, como a saúde, objeto da Lei Complementar n 300/2004, declarada inconstitucional por esta Suprema Corte ao julgamento da ADI 3430. Transcrevo o teor da ementa do acórdão: “CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES PÚBLICOS DA ÁREA DE SAÚDE. POSSÍVEL EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE. I - A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II - Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III - O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV - Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V - É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI - Ação que se julga procedente”.(ADI 3430, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2009, DJe- 200 DIVULG 22-10-2009 PUBLIC 23-10-2009 EMENT VOL- 02379-02 PP-00255, destaquei) A profusão legislativa sugere prática tendente a desnaturar a excepcionalidade constitucionalmente prevista. No caso em exame o Estado do Espírito Santo, em verdade, busca, sob o manto da contratação temporária excepcional, admitir uma vasta 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES normativos elaborados para permitir a contratação temporária em setores essenciais, como a saúde, objeto da Lei Complementar n 300/2004, declarada inconstitucional por esta Suprema Corte ao julgamento da ADI 3430. Transcrevo o teor da ementa do acórdão: “CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES PÚBLICOS DA ÁREA DE SAÚDE. POSSÍVEL EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE. I - A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II - Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III - O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV - Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V - É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI - Ação que se julga procedente”.(ADI 3430, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2009, DJe- 200 DIVULG 22-10-2009 PUBLIC 23-10-2009 EMENT VOL- 02379-02 PP-00255, destaquei) A profusão legislativa sugere prática tendente a desnaturar a excepcionalidade constitucionalmente prevista. No caso em exame o Estado do Espírito Santo, em verdade, busca, sob o manto da contratação temporária excepcional, admitir uma vasta 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 54 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES gama de profissionais – como elencado no artigo 1... da Lei Complementar 772/2014 – para uma expressiva quantidade de vagas – “677 ([...]) Agentes Socioeducativos e 60 ([...]) Técnicos de Nível Superior”. Tal postura denota que se trata do suprimento da demanda de um real aparelhamento do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo, sem a observância do concurso público, porém. Há, no Estado, uma área essencial, a socioeducativa, cujo serviço prestado refere-se a direito fundamental social de imprescindível implementação governamental por meio de uma estruturação estável, duradoura e eficiente, a exigir a contratação mediante concurso público. Afastada, portanto, a temporariedade imprescindível para a efetivação da contratação excepcional. Ao valer-se dessa espécie de contratação, o Estado deixa de imprimir eficiência ao serviço, em manifesta desobediência ao comando do artigo 37, caput, da Carta Magna. A isso acresce que da leitura das duas leis combatidas não se observa nenhuma justificativa fática a delinear uma situação de emergência na contratação. Inexiste, então, a excepcionalidade do interesse público. A Procuradoria-Geral da República, em seu parecer, bem sintetiza o problema jurídico posto: “A importância dos serviços socioeducacionais demanda estabilidade no quadro de contratação do instituto, para fins de continuidade do importante trabalho desenvolvido com adolescentes. A contratação temporária deve ser limitada a casos de excepcional transitoriedade, não demonstrada na espécie. A diferença entre o número de contratados por tempo determinado e a quantidade de servidores efetivos no quadro do IASES evidencia que a Administração vem preferindo a contratação temporária à efetivação de esforços para a realização de concurso público“. Não caracterizado, por conseguinte, o excepcional interesse público para a execução da contratação temporária em tela. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES gama de profissionais – como elencado no artigo 1... da Lei Complementar 772/2014 – para uma expressiva quantidade de vagas – “677 ([...]) Agentes Socioeducativos e 60 ([...]) Técnicos de Nível Superior”. Tal postura denota que se trata do suprimento da demanda de um real aparelhamento do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo, sem a observância do concurso público, porém. Há, no Estado, uma área essencial, a socioeducativa, cujo serviço prestado refere-se a direito fundamental social de imprescindível implementação governamental por meio de uma estruturação estável, duradoura e eficiente, a exigir a contratação mediante concurso público. Afastada, portanto, a temporariedade imprescindível para a efetivação da contratação excepcional. Ao valer-se dessa espécie de contratação, o Estado deixa de imprimir eficiência ao serviço, em manifesta desobediência ao comando do artigo 37, caput, da Carta Magna. A isso acresce que da leitura das duas leis combatidas não se observa nenhuma justificativa fática a delinear uma situação de emergência na contratação. Inexiste, então, a excepcionalidade do interesse público. A Procuradoria-Geral da República, em seu parecer, bem sintetiza o problema jurídico posto: “A importância dos serviços socioeducacionais demanda estabilidade no quadro de contratação do instituto, para fins de continuidade do importante trabalho desenvolvido com adolescentes. A contratação temporária deve ser limitada a casos de excepcional transitoriedade, não demonstrada na espécie. A diferença entre o número de contratados por tempo determinado e a quantidade de servidores efetivos no quadro do IASES evidencia que a Administração vem preferindo a contratação temporária à efetivação de esforços para a realização de concurso público“. Não caracterizado, por conseguinte, o excepcional interesse público para a execução da contratação temporária em tela. 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 55 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES Rememoro que a Constituição estabeleceu um ponto de partida para o ingresso no serviço público, sob a regra da realização de concurso público, efetivado mediante critérios prévia e objetivamente estabelecidos. Como exceção, possibilitou a contratação para suprir necessidade temporária de excepcional interesse público, desvirtuada, in casu, pelo Estado do Espírito Santo. Ao assim agir, o legislador estadual infringiu também a igualdade. Com efeito, esclarece Robert Catherine que o concurso público implementa o princípio da igualdade, por exigir equivalência de qualificações técnicas no certame e reduzir ao mínimo os elementos subjetivos de apreciação1. Nessa linha de raciocínio jurídico, as Leis Complementares capixabas n 559/2010 e 772/2014 afrontaram os ditames constitucionais relativos ao concurso público, à eficiência e à igualdade. 19. Sobre o tema, colho precedentes desta Suprema Corte: “CONSTITUCIONAL. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES (ART. 37, IX, Constituição Federal de 1988). LEI COMPLEMENTAR 12/1992 DO ESTADO DO MATO GROSSO. INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da Constituição Federal de 1988). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da Constituição Federal de 1988 deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da 1 No original: “Le concours a précisément pour objet d’assurer cette égalité technique de départ, en réduisant au minimum les élements subjectifs d’appréciation”. CATHERINE, Robert. Le Fonctionnaire français: Introduction à une déontologie de la fonction publique. Paris: Éditions Sirey, 1973, p. 64-65. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Rememoro que a Constituição estabeleceu um ponto de partida para o ingresso no serviço público, sob a regra da realização de concurso público, efetivado mediante critérios prévia e objetivamente estabelecidos. Como exceção, possibilitou a contratação para suprir necessidade temporária de excepcional interesse público, desvirtuada, in casu, pelo Estado do Espírito Santo. Ao assim agir, o legislador estadual infringiu também a igualdade. Com efeito, esclarece Robert Catherine que o concurso público implementa o princípio da igualdade, por exigir equivalência de qualificações técnicas no certame e reduzir ao mínimo os elementos subjetivos de apreciação1. Nessa linha de raciocínio jurídico, as Leis Complementares capixabas n 559/2010 e 772/2014 afrontaram os ditames constitucionais relativos ao concurso público, à eficiência e à igualdade. 19. Sobre o tema, colho precedentes desta Suprema Corte: “CONSTITUCIONAL. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES (ART. 37, IX, Constituição Federal de 1988). LEI COMPLEMENTAR 12/1992 DO ESTADO DO MATO GROSSO. INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A Constituição Federal é intransigente em relação ao princípio do concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos (art. 37, II, da Constituição Federal de 1988). A exceção prevista no inciso IX do art. 37 da Constituição Federal de 1988 deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 2. A Lei Complementar 12/1992 do Estado do Mato Grosso valeu-se de termos vagos e indeterminados para deixar ao livre arbítrio do administrador a indicação da 1 No original: “Le concours a précisément pour objet d’assurer cette égalité technique de départ, en réduisant au minimum les élements subjectifs d’appréciation”. CATHERINE, Robert. Le Fonctionnaire français: Introduction à une déontologie de la fonction publique. Paris: Éditions Sirey, 1973, p. 64-65. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 56 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES presença de excepcional interesse publico sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988. 3. Ação direta julgada procedente, para declarar inconstitucional o art. 264, inciso VI e § 1..., parte final, da Lei Complementar 4/90, ambos com redação conferida pela Lei Complementar 12/92, com efeitos ex nunc, preservados os contratos em vigor que tenham sido celebrados exclusivamente com fundamento nos referidos dispositivos, por um prazo máximo de até 12 (doze) meses da publicação da ata deste julgamento”. (ADI 3662, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 23/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24- 04-2018 PUBLIC 25-04-2018, destaquei) “CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. LEI COMPLEMENTAR 22/2000, DO ESTADO DO CEARÁ. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO. CASOS DE LICENÇA. TRANSITORIEDADE DEMONSTRADA. CONFORMAÇÃO LEGAL IDÔNEA, SALVO QUANTO A DUAS HIPÓTESES: EM QUAISQUER CASOS DE AFASTAMENTO TEMPORÁRIO (ALÍNEA “F” DO ART. 3...). PRECEITO GENÉRICO. IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS DE ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO E OUTROS (§ ÚNICO DO ART. 3...). METAS CONTINUAMENTE EXIGÍVEIS. 1. O artigo 37, IX, da Constituição exige complementação normativa criteriosa quanto aos casos de “necessidade temporária de excepcional interesse público” que ensejam contratações sem concurso. Embora recrutamentos dessa espécie sejam admissíveis, em tese, mesmo para atividades permanentes da Administração, fica o legislador sujeito ao ônus de especificar, em cada caso, os traços de emergencialidade que justificam a medida atípica. 2. A Lei Complementar 22/2000, do Estado do Ceará, autorizou a contratação temporária de professores nas situações de “a) licença para tratamento de saúde; b) licença gestante; c) 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES presença de excepcional interesse publico sobre virtualmente qualquer atividade, admitindo ainda a prorrogação dos vínculos temporários por tempo indeterminado, em franca violação ao art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988. 3. Ação direta julgada procedente, para declarar inconstitucional o art. 264, inciso VI e § 1..., parte final, da Lei Complementar 4/90, ambos com redação conferida pela Lei Complementar 12/92, com efeitos ex nunc, preservados os contratos em vigor que tenham sido celebrados exclusivamente com fundamento nos referidos dispositivos, por um prazo máximo de até 12 (doze) meses da publicação da ata deste julgamento”. (ADI 3662, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 23/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24- 04-2018 PUBLIC 25-04-2018, destaquei) “CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. LEI COMPLEMENTAR 22/2000, DO ESTADO DO CEARÁ. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO. CASOS DE LICENÇA. TRANSITORIEDADE DEMONSTRADA. CONFORMAÇÃO LEGAL IDÔNEA, SALVO QUANTO A DUAS HIPÓTESES: EM QUAISQUER CASOS DE AFASTAMENTO TEMPORÁRIO (ALÍNEA “F” DO ART. 3...). PRECEITO GENÉRICO. IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS DE ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO E OUTROS (§ ÚNICO DO ART. 3...). METAS CONTINUAMENTE EXIGÍVEIS. 1. O artigo 37, IX, da Constituição exige complementação normativa criteriosa quanto aos casos de “necessidade temporária de excepcional interesse público” que ensejam contratações sem concurso. Embora recrutamentos dessa espécie sejam admissíveis, em tese, mesmo para atividades permanentes da Administração, fica o legislador sujeito ao ônus de especificar, em cada caso, os traços de emergencialidade que justificam a medida atípica. 2. A Lei Complementar 22/2000, do Estado do Ceará, autorizou a contratação temporária de professores nas situações de “a) licença para tratamento de saúde; b) licença gestante; c) 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 57 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES licença por motivo de doença de pessoa da família; d) licença para trato de interesses particulares; e ) cursos de capacitação; e f) e outros afastamentos que repercutam em carência de natureza temporária”; e para “fins de implementação de projetos educacionais, com vistas à erradicação do analfabetismo, correção do fluxo escolar e qualificação da população cearense” (art. 3..., § único). 3. As hipóteses descritas entre as alíneas “a” e “e” indicam ocorrências alheias ao controle da Administração Pública cuja superveniência pode resultar em desaparelhamento transitório do corpo docente, permitindo reconhecer que a emergencialidade está suficientemente demonstrada. O mesmo não se pode dizer, contudo, da hipótese prevista na alínea “f” do art. 3... da lei atacada, que padece de generalidade manifesta, e cuja declaração de inconstitucionalidade se impõe. 4. Os projetos educacionais previstos no § único do artigo 3... da Lei Complementar 22/00 correspondem a objetivos corriqueiros das políticas públicas de educação praticadas no território nacional. Diante da continuada imprescindibilidade de ações desse tipo, não podem elas ficar à mercê de projetos de governo casuísticos, implementados por meio de contratos episódicos, sobretudo quando a lei não tratou de designar qualquer contingência especial a ser atendida. 5. Ação julgada parcialmente procedente para declarar inconstitucionais a alínea “f” e o § único do art. 3... da Lei Complementar 22/00, do Estado do Ceará, com efeitos modulados para surtir um ano após a data da publicação da ata de julgamento”. (ADI 3721, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 09/06/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-170 DIVULG 12-08-2016 PUBLIC 15-08-2016, destaquei) “CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI n 17.882/2012 DO ESTADO DE GOIÁS. SERVIÇO DE INTERESSE MILITAR VOLUNTÁRIO (SIMVE). INOBSERVÂNCIA DA REGRA CONSTITUCIONAL IMPOSITIVA DO CONCURSO 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES licença por motivo de doença de pessoa da família; d) licença para trato de interesses particulares; e ) cursos de capacitação; e f) e outros afastamentos que repercutam em carência de natureza temporária”; e para “fins de implementação de projetos educacionais, com vistas à erradicação do analfabetismo, correção do fluxo escolar e qualificação da população cearense” (art. 3..., § único). 3. As hipóteses descritas entre as alíneas “a” e “e” indicam ocorrências alheias ao controle da Administração Pública cuja superveniência pode resultar em desaparelhamento transitório do corpo docente, permitindo reconhecer que a emergencialidade está suficientemente demonstrada. O mesmo não se pode dizer, contudo, da hipótese prevista na alínea “f” do art. 3... da lei atacada, que padece de generalidade manifesta, e cuja declaração de inconstitucionalidade se impõe. 4. Os projetos educacionais previstos no § único do artigo 3... da Lei Complementar 22/00 correspondem a objetivos corriqueiros das políticas públicas de educação praticadas no território nacional. Diante da continuada imprescindibilidade de ações desse tipo, não podem elas ficar à mercê de projetos de governo casuísticos, implementados por meio de contratos episódicos, sobretudo quando a lei não tratou de designar qualquer contingência especial a ser atendida. 5. Ação julgada parcialmente procedente para declarar inconstitucionais a alínea “f” e o § único do art. 3... da Lei Complementar 22/00, do Estado do Ceará, com efeitos modulados para surtir um ano após a data da publicação da ata de julgamento”. (ADI 3721, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 09/06/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-170 DIVULG 12-08-2016 PUBLIC 15-08-2016, destaquei) “CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI n 17.882/2012 DO ESTADO DE GOIÁS. SERVIÇO DE INTERESSE MILITAR VOLUNTÁRIO (SIMVE). INOBSERVÂNCIA DA REGRA CONSTITUCIONAL IMPOSITIVA DO CONCURSO 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 58 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES PÚBLICO. VIOLAÇÃO AOS ART. 37, II, E 144, § 5..., DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PREVISÃO GENÉRICA E ABRANGENTE DE CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA: OFENSA AOS ARTS. 37, II, IX, E 144, CAPUT, DA CRFB/88. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. LEI ESTADUAL QUE CONTRARIA NORMAS GERAIS EDITADAS PELA UNIÃO. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. O postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o Estado conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários do merit system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5..., caput). 2. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, conquanto instituições públicas, pressupõem o ingresso na carreira por meio de concurso público (CRFB/88, art. 37, II), ressalvadas as funções administrativas para trabalhos voluntários (Lei n 10.029/2000), restando inconstitucional qualquer outra forma divergente de provimento. 3. À luz do conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da Constituição da República e da jurisprudência firmada por esta Suprema Corte em sede de Repercussão Geral (Recurso Extraordinário 658.026, Relator Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 31.10.2014), a contratação temporária reclama os seguintes requisitos para sua validade: (i) os casos excepcionais devem estar previstos em lei; (ii) o prazo de contratação precisa ser predeterminado; (iii) a necessidade deve ser temporária; (iv) o interesse público deve ser excepcional; (iv) a necessidade de contratação há de ser indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais da Administração, mormente na ausência de uma necessidade temporária. 4. No caso sub examine, não há qualquer evidência de necessidade provisória que legitime a contratação de policiais temporários para o munus da segurança pública, mercê de a lei revelar-se abrangente, não respeitando os pressupostos básicos de norma que almeja justificar a sua excepcionalidade frente à 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES PÚBLICO. VIOLAÇÃO AOS ART. 37, II, E 144, § 5..., DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PREVISÃO GENÉRICA E ABRANGENTE DE CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA: OFENSA AOS ARTS. 37, II, IX, E 144, CAPUT, DA CRFB/88. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. LEI ESTADUAL QUE CONTRARIA NORMAS GERAIS EDITADAS PELA UNIÃO. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. O postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o Estado conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários do merit system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5..., caput). 2. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, conquanto instituições públicas, pressupõem o ingresso na carreira por meio de concurso público (CRFB/88, art. 37, II), ressalvadas as funções administrativas para trabalhos voluntários (Lei n 10.029/2000), restando inconstitucional qualquer outra forma divergente de provimento. 3. À luz do conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da Constituição da República e da jurisprudência firmada por esta Suprema Corte em sede de Repercussão Geral (Recurso Extraordinário 658.026, Relator Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 31.10.2014), a contratação temporária reclama os seguintes requisitos para sua validade: (i) os casos excepcionais devem estar previstos em lei; (ii) o prazo de contratação precisa ser predeterminado; (iii) a necessidade deve ser temporária; (iv) o interesse público deve ser excepcional; (iv) a necessidade de contratação há de ser indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais da Administração, mormente na ausência de uma necessidade temporária. 4. No caso sub examine, não há qualquer evidência de necessidade provisória que legitime a contratação de policiais temporários para o munus da segurança pública, mercê de a lei revelar-se abrangente, não respeitando os pressupostos básicos de norma que almeja justificar a sua excepcionalidade frente à 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 59 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES regra da Carta Magna (CRFB/88, art. 37, II e IX). 5. A competência legislativa concorrente entre a União e os Estados-membros (CRFB/88, art. 24), nos casos em que cabe àquela estabelecer normas gerais (§ 1...) e a estes normas suplementares (§ 2...), submete-se ao exame de constitucionalidade em sede de fiscalização normativa abstrata quando configurada inconstitucionalidade direta, imediata e frontal. Precedentes do Plenário:; ADI 1366 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe 20-09-2012; ADI 2656/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 01.08.2003; ADI 311 MC, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 14-09-1990. 6. É que afronta o texto maior lei estadual que regule fora das peculiaridades locais e de sua competência suplementar, atentando contra as normas gerais de competência da União em manifesta usurpação de competência (CRFB/88, arts. 22, XXI, e 24, § 2...). 7. É inconstitucional, por vício formal, lei estadual que inaugura relação jurídica contraposta à legislação federal que regula normas gerais sobre o tema, substituindo os critérios mínimos estabelecidos pela norma competente. 8. In casu, a Lei n 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado do Goiás, ao instituir o Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, instituiu uma classe de policiais temporários, cujos integrantes, sem o indispensável concurso público de provas e títulos, passam a ocupar, após seleção interna, função de natureza policial militar de maneira evidentemente inconstitucional. 9. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. 10. Proposta a modulação temporal pelo Relator, não se obteve, no Plenário, o quorum necessário para a sua aprovação”. (ADI 5163, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 08/04/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-091 DIVULG 15-05-2015 PUBLIC 18-05-2015) “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR N. 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES regra da Carta Magna (CRFB/88, art. 37, II e IX). 5. A competência legislativa concorrente entre a União e os Estados-membros (CRFB/88, art. 24), nos casos em que cabe àquela estabelecer normas gerais (§ 1...) e a estes normas suplementares (§ 2...), submete-se ao exame de constitucionalidade em sede de fiscalização normativa abstrata quando configurada inconstitucionalidade direta, imediata e frontal. Precedentes do Plenário:; ADI 1366 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe 20-09-2012; ADI 2656/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 01.08.2003; ADI 311 MC, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 14-09-1990. 6. É que afronta o texto maior lei estadual que regule fora das peculiaridades locais e de sua competência suplementar, atentando contra as normas gerais de competência da União em manifesta usurpação de competência (CRFB/88, arts. 22, XXI, e 24, § 2...). 7. É inconstitucional, por vício formal, lei estadual que inaugura relação jurídica contraposta à legislação federal que regula normas gerais sobre o tema, substituindo os critérios mínimos estabelecidos pela norma competente. 8. In casu, a Lei n 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado do Goiás, ao instituir o Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, instituiu uma classe de policiais temporários, cujos integrantes, sem o indispensável concurso público de provas e títulos, passam a ocupar, após seleção interna, função de natureza policial militar de maneira evidentemente inconstitucional. 9. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. 10. Proposta a modulação temporal pelo Relator, não se obteve, no Plenário, o quorum necessário para a sua aprovação”. (ADI 5163, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 08/04/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-091 DIVULG 15-05-2015 PUBLIC 18-05-2015) “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR N. 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 60 de 103 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5664 / ES 1.120/2003 DO MUNICÍPIO DE CONGONHAL/MG. 1) NECESSIDADE TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO NÃO CONFIGURADOS. 2) CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE MÉDICOS, DENTISTAS, ENFERMEIROS, TÉCNICOS EM ENFERMAGEM, BIOQUÍMICO, TÉCNICOS EM RX, AUXILIARES DE ENFERMAGEM E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE, AUXILIARES ADMINISTRATIVOS, PROFESSORES, OPERÁRIOS DE OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS; OPERADORES DE MÁQUINAS, PEDREIROS, PINTORES, ELETRICISTAS, ENCANADORES, AUXILIARES DE PEDREIROS, TÉCNICO AGRIMENSOR E MESTRE DE OBRAS, MERENDEIRAS E SERVIÇAIS, MAGAREFE E MONITOR DE ESPORTES. 3) CONTRARIEDADE AO ART. 37, INC. II E IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. EXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. PRECEDENTES. . 4) RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO PARA DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DOS ARTS. 2..., 3... E 4... DA LEI COMPLEMENTAR N. 1.120/2003 DO MUNICÍPIO DE CONGONHAL/MG”. (Recurso Extraordinário 527109, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 09/04/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10- 2014) 20. Ante o exposto, conheço da ação direta e, acompanhando o eminente Relator, julgo procedente o pedido. É como voto. 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES 1.120/2003 DO MUNICÍPIO DE CONGONHAL/MG. 1) NECESSIDADE TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO NÃO CONFIGURADOS. 2) CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE MÉDICOS, DENTISTAS, ENFERMEIROS, TÉCNICOS EM ENFERMAGEM, BIOQUÍMICO, TÉCNICOS EM RX, AUXILIARES DE ENFERMAGEM E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE, AUXILIARES ADMINISTRATIVOS, PROFESSORES, OPERÁRIOS DE OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS; OPERADORES DE MÁQUINAS, PEDREIROS, PINTORES, ELETRICISTAS, ENCANADORES, AUXILIARES DE PEDREIROS, TÉCNICO AGRIMENSOR E MESTRE DE OBRAS, MERENDEIRAS E SERVIÇAIS, MAGAREFE E MONITOR DE ESPORTES. 3) CONTRARIEDADE AO ART. 37, INC. II E IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. EXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. PRECEDENTES. . 4) RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO PARA DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DOS ARTS. 2..., 3... E 4... DA LEI COMPLEMENTAR N. 1.120/2003 DO MUNICÍPIO DE CONGONHAL/MG”. (Recurso Extraordinário 527109, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 09/04/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10- 2014) 20. Ante o exposto, conheço da ação direta e, acompanhando o eminente Relator, julgo procedente o pedido. É como voto. 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC85-5F40-2CF5-E598 e senha 9A6F-4296-F17D-B089 Inteiro Teor do Acórdão - Página 61 de 103 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhor Presidente, Senhores Ministros, cumprimento o Ministro Marco Aurélio, Relator; a Senhora Ministra Rosa Weber, Vice-Presidente; o Doutor Humberto Jacques. Senhor Presidente, não tenho a menor dúvida de que as observações do Ministro Alexandre de Moraes são extremamente pertinentes e dizem respeito à forma de administrar que, muitas vezes - e é por isso mesmo que a Constituição abre a exceção -, permite a contratação temporária. Várias vezes, em muitos julgados, esse Supremo Tribunal Federal tem reafirmado a possibilidade, cumpridos os requisitos para interpretar o inciso IX do art. 37, de contratação temporária. Entretanto, neste caso, o que se vê é uma continuidade de legislação no que se pode ter como lei cortina de fumaça: contrata-se e recontrata-se e segue-se. Uma lei vem depois para, como disse o Ministro Edson Fachin, dotar de ultratividade uma norma que já não poderia, por Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhor Presidente, Senhores Ministros, cumprimento o Ministro Marco Aurélio, Relator; a Senhora Ministra Rosa Weber, Vice-Presidente; o Doutor Humberto Jacques. Senhor Presidente, não tenho a menor dúvida de que as observações do Ministro Alexandre de Moraes são extremamente pertinentes e dizem respeito à forma de administrar que, muitas vezes - e é por isso mesmo que a Constituição abre a exceção -, permite a contratação temporária. Várias vezes, em muitos julgados, esse Supremo Tribunal Federal tem reafirmado a possibilidade, cumpridos os requisitos para interpretar o inciso IX do art. 37, de contratação temporária. Entretanto, neste caso, o que se vê é uma continuidade de legislação no que se pode ter como lei cortina de fumaça: contrata-se e recontrata-se e segue-se. Uma lei vem depois para, como disse o Ministro Edson Fachin, dotar de ultratividade uma norma que já não poderia, por Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Inteiro Teor do Acórdão - Página 62 de 103 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ADI 5664 / ES ser contrária à Constituição, ter a sua eficácia prorrogada. No caso do Espírito Santo, o Ministro Roberto Barroso fez uma referência acompanhada pelo esclarecimento que também foi ponderado pelo Ministro Nunes Marques sobre, ao que tudo indica, uma possibilidade que essas leis têm oferecido de continuidade dessas contratações temporárias em desrespeito flagrante e frontal à regra do concurso público que a Constituição estabelece. Por uma pura curiosidade, verificando o que esta Lei n 809, que está em vigor agora e que o Ministro Alexandre alerta que teria revogado as normas anteriores, mas que vem da mesma toada, portanto permitindo a contratação, foi regulamentada, no Espírito Santo, por um decreto, o Decreto n 3.923. Eu tive só uma curiosidade mesmo intelectual de verificar. Ali se estabelece que os órgãos da administração deveriam reduzir, de forma gradativa, o quantitativo geral de servidores contratados temporariamente na administração capixaba e dar os percentuais. Só seriam extintas as contratações temporárias, ou só serão, nos termos deste decreto do governador, em 2025. Portanto, tem toda a pertinência, não apenas a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES ser contrária à Constituição, ter a sua eficácia prorrogada. No caso do Espírito Santo, o Ministro Roberto Barroso fez uma referência acompanhada pelo esclarecimento que também foi ponderado pelo Ministro Nunes Marques sobre, ao que tudo indica, uma possibilidade que essas leis têm oferecido de continuidade dessas contratações temporárias em desrespeito flagrante e frontal à regra do concurso público que a Constituição estabelece. Por uma pura curiosidade, verificando o que esta Lei n 809, que está em vigor agora e que o Ministro Alexandre alerta que teria revogado as normas anteriores, mas que vem da mesma toada, portanto permitindo a contratação, foi regulamentada, no Espírito Santo, por um decreto, o Decreto n 3.923. Eu tive só uma curiosidade mesmo intelectual de verificar. Ali se estabelece que os órgãos da administração deveriam reduzir, de forma gradativa, o quantitativo geral de servidores contratados temporariamente na administração capixaba e dar os percentuais. Só seriam extintas as contratações temporárias, ou só serão, nos termos deste decreto do governador, em 2025. Portanto, tem toda a pertinência, não apenas a 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Inteiro Teor do Acórdão - Página 63 de 103 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ADI 5664 / ES declaração de inconstitucionalidade, como a proposta do Ministro Nunes Marques de modulação, porque o sistema socioeducativo é extremamente sensível e depende mesmo da presença permanente de servidores. Acho que é um tema, Ministro Alexandre, que, depois, merece até um refazimento, até porque sabemos que há muitos outros problemas nesse sistema. Por exemplo, nesses institutos, não se pode manter pessoas por longo tempo no mesmo lugar. Não só porque se acostumam. Algumas até embrutecem pela dificuldade do trabalho, pela sensibilidade, pela dureza, pela amargura de tudo aquilo. Esse modelo precisa ser repensado. Não pode ocorrer a contratação para um lugar e em uma lotação só, e tudo isso não independe de concurso público. Nesse caso, o número já é suficiente para demonstrar que realmente se tem uma burla ao princípio do concurso público. Fosse pouco, a superveniência dessa Lei Complementar n 809, de que se dá notícia nessa ação direta, e, mais, essa regulamentação na Administração Pública capixaba continuará, até 2025, com percentuais anuais, a diminuir a contratação, tem-se, portanto, o testemunho de que ali encontra-se uma permanente burla ao princípio, à regra do concurso público. Razão pela qual, Senhor Presidente, considerando, sem 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES declaração de inconstitucionalidade, como a proposta do Ministro Nunes Marques de modulação, porque o sistema socioeducativo é extremamente sensível e depende mesmo da presença permanente de servidores. Acho que é um tema, Ministro Alexandre, que, depois, merece até um refazimento, até porque sabemos que há muitos outros problemas nesse sistema. Por exemplo, nesses institutos, não se pode manter pessoas por longo tempo no mesmo lugar. Não só porque se acostumam. Algumas até embrutecem pela dificuldade do trabalho, pela sensibilidade, pela dureza, pela amargura de tudo aquilo. Esse modelo precisa ser repensado. Não pode ocorrer a contratação para um lugar e em uma lotação só, e tudo isso não independe de concurso público. Nesse caso, o número já é suficiente para demonstrar que realmente se tem uma burla ao princípio do concurso público. Fosse pouco, a superveniência dessa Lei Complementar n 809, de que se dá notícia nessa ação direta, e, mais, essa regulamentação na Administração Pública capixaba continuará, até 2025, com percentuais anuais, a diminuir a contratação, tem-se, portanto, o testemunho de que ali encontra-se uma permanente burla ao princípio, à regra do concurso público. Razão pela qual, Senhor Presidente, considerando, sem 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Inteiro Teor do Acórdão - Página 64 de 103 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA ADI 5664 / ES afirmar - e não afirmo nenhum momento - a necessidade de se retirar da Constituição a possibilidade de contratação temporária, necessária nos casos e com os requisitos que este Supremo mais de uma vez reafirmou, mas que neste caso não são cumpridos, na minha compreensão, estou acompanhando o Ministro-Relator para julgar procedente a ação. É como voto, Senhor Presidente. Agradeço a palavra. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES afirmar - e não afirmo nenhum momento - a necessidade de se retirar da Constituição a possibilidade de contratação temporária, necessária nos casos e com os requisitos que este Supremo mais de uma vez reafirmou, mas que neste caso não são cumpridos, na minha compreensão, estou acompanhando o Ministro-Relator para julgar procedente a ação. É como voto, Senhor Presidente. Agradeço a palavra. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FF76-38FF-76A7-EB10 e senha B2F3-D8EB-CD82-3732 Inteiro Teor do Acórdão - Página 65 de 103 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Boa tarde, Senhor Presidente, Senhoras Ministras; Senhores Ministros; Senhor Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques; Senhoras Advogadas e Senhores Advogados e todos que nos acompanham. Senhor Presidente, também julgo procedente a ação, na linha dos votos já proferidos. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7AF6-6FA4-35AA-E005 e senha BCE6-EB4E-5A00-6942 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Boa tarde, Senhor Presidente, Senhoras Ministras; Senhores Ministros; Senhor Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques; Senhoras Advogadas e Senhores Advogados e todos que nos acompanham. Senhor Presidente, também julgo procedente a ação, na linha dos votos já proferidos. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7AF6-6FA4-35AA-E005 e senha BCE6-EB4E-5A00-6942 Inteiro Teor do Acórdão - Página 66 de 103 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Boa tarde, Senhor Presidente! Cumprimento todos na pessoa de Vossa Excelência. Presidente, nós estamos em sede de controle concentrado de constitucionalidade, examinando uma lei em abstrato e não fatos. Estamos examinando justamente as leis capixabas à luz do que se contém no art. 37, IX, da Constituição Federal. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido de entender que a contratação por tempo indeterminado para atender a necessidade temporária e excepcional de interesse público exige, para o preenchimento dos requisitos constitucionais, o seguinte: previsão dos casos legalmente estabelecidos, tempo determinado e necessidade temporária e excepcional do interesse público. Cito como exemplo a ADI 3.210. Ademais, até numa evolução jurisprudencial, a Corte decidiu nas ADIs 890 e 2987 que a Constituição Federal autoriza sim a contratação por tempo determinado, tanto para o desempenho de atividades de natureza eventual quanto para o exercício de atividade de caráter regular e permanente, esse tipo de contratação excepcional. Então, tanto para os cargos permanentes quanto para aqueles cargos eventuais. Nesse aspecto, Senhor Presidente, quero crer, e com o devido respeito àqueles que pensam diferentemente, que as leis capixabas estão sim em conformidade com a Constituição. Agora, se o Governo do Estado está burlando a Constituição e a própria lei, é um caso que deverá ser examinado pelo Ministério Público. Nós não estamos, aqui, examinando uma ação civil pública. Eu conheço o instituto da fungibilidade dos recursos, mas não conheço o instituto da fungibilidade das ações originárias que aportam no Supremo Tribunal Federal. Quer dizer, nós estamos examinando uma ação direta de inconstitucionalidade e, nesse aspecto, data venia, estou entendendo Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85D5-D854-C0A8-2385 e senha 2612-C32B-A49B-8CEA Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Boa tarde, Senhor Presidente! Cumprimento todos na pessoa de Vossa Excelência. Presidente, nós estamos em sede de controle concentrado de constitucionalidade, examinando uma lei em abstrato e não fatos. Estamos examinando justamente as leis capixabas à luz do que se contém no art. 37, IX, da Constituição Federal. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido de entender que a contratação por tempo indeterminado para atender a necessidade temporária e excepcional de interesse público exige, para o preenchimento dos requisitos constitucionais, o seguinte: previsão dos casos legalmente estabelecidos, tempo determinado e necessidade temporária e excepcional do interesse público. Cito como exemplo a ADI 3.210. Ademais, até numa evolução jurisprudencial, a Corte decidiu nas ADIs 890 e 2987 que a Constituição Federal autoriza sim a contratação por tempo determinado, tanto para o desempenho de atividades de natureza eventual quanto para o exercício de atividade de caráter regular e permanente, esse tipo de contratação excepcional. Então, tanto para os cargos permanentes quanto para aqueles cargos eventuais. Nesse aspecto, Senhor Presidente, quero crer, e com o devido respeito àqueles que pensam diferentemente, que as leis capixabas estão sim em conformidade com a Constituição. Agora, se o Governo do Estado está burlando a Constituição e a própria lei, é um caso que deverá ser examinado pelo Ministério Público. Nós não estamos, aqui, examinando uma ação civil pública. Eu conheço o instituto da fungibilidade dos recursos, mas não conheço o instituto da fungibilidade das ações originárias que aportam no Supremo Tribunal Federal. Quer dizer, nós estamos examinando uma ação direta de inconstitucionalidade e, nesse aspecto, data venia, estou entendendo Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85D5-D854-C0A8-2385 e senha 2612-C32B-A49B-8CEA Inteiro Teor do Acórdão - Página 67 de 103 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI ADI 5664 / ES que elas estão compatíveis com a Constituição. Se houve burla, é uma questão que não podemos examinar nesta sede, no Plenário do Supremo Tribunal Federal. Então, Senhor Presidente, eu vou pedir todas as vênias ao relator e àqueles que o seguiram e vou acompanhar a divergência aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes, para julgar improcedente a ação, mas com a determinação de que os autos sejam enviados ao Ministério Público do Espírito Santo para as providências necessárias ou que julgar convenientes. É como voto, Senhor Presidente. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85D5-D854-C0A8-2385 e senha 2612-C32B-A49B-8CEA Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES que elas estão compatíveis com a Constituição. Se houve burla, é uma questão que não podemos examinar nesta sede, no Plenário do Supremo Tribunal Federal. Então, Senhor Presidente, eu vou pedir todas as vênias ao relator e àqueles que o seguiram e vou acompanhar a divergência aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes, para julgar improcedente a ação, mas com a determinação de que os autos sejam enviados ao Ministério Público do Espírito Santo para as providências necessárias ou que julgar convenientes. É como voto, Senhor Presidente. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 85D5-D854-C0A8-2385 e senha 2612-C32B-A49B-8CEA Inteiro Teor do Acórdão - Página 68 de 103 Voto Vogal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. :SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) :MARCOS GOMES RIBEIRO V O T O - V O G A L O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, com pedido de liminar, buscando ver declarada a incompatibilidade das Leis Complementares 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, com a Constituição Federal de 1988. As normas questionadas versam sobre a contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo IASES. Convém transcrever, ainda que parcialmente, os textos legais, para que tenhamos uma visão mais abrangente do problema que se nos apresenta: Lei Complementar 559/2010 (ES) “Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. :SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) :MARCOS GOMES RIBEIRO V O T O - V O G A L O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, com pedido de liminar, buscando ver declarada a incompatibilidade das Leis Complementares 559, de 30 de junho de 2010, e 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, com a Constituição Federal de 1988. As normas questionadas versam sobre a contratação temporária de agentes socioeducativos e técnicos de nível superior do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo IASES. Convém transcrever, ainda que parcialmente, os textos legais, para que tenhamos uma visão mais abrangente do problema que se nos apresenta: Lei Complementar 559/2010 (ES) “Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 69 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. [...]” Lei Complementar 772/2014 (ES) “Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração.” 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos e 60 (sessenta) Técnicos de Nível Superior, em caráter temporário, para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo - IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração. [...]” Lei Complementar 772/2014 (ES) “Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 30 (trinta) analistas de suporte socioeducativos distribuídos nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, jornalismo; 1 (um) nutricionista socioeducativo; 21 (vinte e um) pedagogos socioeducativos; 29 (vinte e nove) psicólogos socioeducativos; 28 (vinte e oito) assistentes sociais socioeducativos; 1 (um) terapeuta ocupacional socioeducativo; 13 (treze) técnicos em enfermagem socioeducativos; 4 (quatro) técnicos socioeducativos nas áreas de segurança do trabalho e edificações; 37 (trinta e sete) assistentes de suporte socioeducativos e 578 (quinhentos e setenta e oito) agentes socioeducativos, totalizando 742 (setecentos e quarenta e dois) servidores, em caráter temporário para atender às necessidades emergenciais do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo – IASES. Art. 2... As contratações previstas no artigo 1... respeitarão o prazo de até 12 (doze) meses, a contar da data de formalização do contrato administrativo de prestação de serviços, podendo ser prorrogadas por igual período e rescindidas a qualquer tempo no interesse da administração.” 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 70 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES A Assembleia Legislativa do Espirito Santo, em sua manifestação (eDOC. 24), destaca o objetivo da norma, qual seja: suprir necessidade excepcional e provisória quanto a serviços públicos essenciais, ligados à segurança e ao bem-estar da população (sistema socioeducativo). O presidente da Casa Legislativa Estadual ressalta ainda a reduzida capacidade financeira da unidade federativa e pugna pela improcedência do pedido. O Governador do Estado (eDOC. 11) salienta o excepcional interesse público da norma, considerando-se as atribuições do Estado relativamente aos sistemas socioeducativo e de saúde pública, dialogando com o princípio da proteção integral da criança e do adolescente (Art. 227 da Constituição Federal de 1988/88). Pleiteia o julgamento do pedido como improcedente e, sucessivamente, sejam modulados os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, a fim de manter válidas as admissões efetivadas. A Advocacia-Geral da União (eDOC. 15) se manifesta pela improcedência da ADI, ressaltando que as hipóteses de contratação em exame estão disciplinadas em lei editada pela unidade federada competente e que possuem balizas circunstanciais e temporais específicas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente. Afirma ainda, citando precedentes da Corte, ser possível a contratação temporária, mesmo para o exercício de atividades de caráter permanente. Por sua vez, a Procuradoria-Geral República (eDOC. 51) reitera os argumentos da petição inicial da ADI e defende, para a contratação temporária nos moldes do art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, ser indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica, elementos estes não demonstrados nas Leis Complementares 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. Sua Excelência, o Ministro Marco Aurélio, em voto disponibilizado quando da inclusão do processo em plenário virtual, situou que esta ADI questiona as Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014. O eminente 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES A Assembleia Legislativa do Espirito Santo, em sua manifestação (eDOC. 24), destaca o objetivo da norma, qual seja: suprir necessidade excepcional e provisória quanto a serviços públicos essenciais, ligados à segurança e ao bem-estar da população (sistema socioeducativo). O presidente da Casa Legislativa Estadual ressalta ainda a reduzida capacidade financeira da unidade federativa e pugna pela improcedência do pedido. O Governador do Estado (eDOC. 11) salienta o excepcional interesse público da norma, considerando-se as atribuições do Estado relativamente aos sistemas socioeducativo e de saúde pública, dialogando com o princípio da proteção integral da criança e do adolescente (Art. 227 da Constituição Federal de 1988/88). Pleiteia o julgamento do pedido como improcedente e, sucessivamente, sejam modulados os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, a fim de manter válidas as admissões efetivadas. A Advocacia-Geral da União (eDOC. 15) se manifesta pela improcedência da ADI, ressaltando que as hipóteses de contratação em exame estão disciplinadas em lei editada pela unidade federada competente e que possuem balizas circunstanciais e temporais específicas, que demonstram o caráter transitório de sua necessidade e a excepcionalidade do interesse público subjacente. Afirma ainda, citando precedentes da Corte, ser possível a contratação temporária, mesmo para o exercício de atividades de caráter permanente. Por sua vez, a Procuradoria-Geral República (eDOC. 51) reitera os argumentos da petição inicial da ADI e defende, para a contratação temporária nos moldes do art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, ser indispensável o exame da transitoriedade da contratação e da excepcionalidade do interesse público que a justifica, elementos estes não demonstrados nas Leis Complementares 559/2010 e 772/2014, do Estado do Espírito Santo. Sua Excelência, o Ministro Marco Aurélio, em voto disponibilizado quando da inclusão do processo em plenário virtual, situou que esta ADI questiona as Leis Complementares n 559/2010 e 772/2014. O eminente 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 71 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES Relator fez notar, entretanto, ter havido outros diplomas legais anteriores, igualmente do Espirito Santo, a versar sobre idêntica matéria (Leis Complementares n 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007). Sua Excelência julgou procedente a ADI, na compreensão de haver, no caso, verdadeiro círculo vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível, qual seja: o sistema socioeducativo. O julgamento da presente Ação Direita de Inconstitucionalidade foi então objeto de destaque pelo eminente Ministro Alexandre de Moraes para julgamento presencial, que ora se retoma. É breve o relatório. Decido. Cumpre inicialmente destacar a importância do tema de fundo que se apresenta. Ao fazê-lo, reporto-me à ilustrativo e diligente levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça, conduzido ao tempo da presidência do eminente Ministro Dias Toffoli. O estudo buscou diagnosticar, a partir de dados extraídos do Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei (CNACL), as reentradas e reiterações infracionais no sistema socioeducativo. Transcrevo pequeno trecho das conclusões do estudo, de forma a situar a importância de políticas públicas voltadas à redução de desigualdades socioeconômicas, bem como para ressaltar o destaque e a perenidade da atenção a ser dispensada ao sistema socioeducativo, verbis: “Outrossim, a pesquisa apontou, ainda, que adolescentes ingressam no sistema socioeducativo principalmente pela prática de atos infracionais equiparados aos crimes de porte de arma, roubo, furto e tráfico de drogas. Igual tendência foi encontrada no âmbito do sistema prisional. À exceção do primeiro, todos os demais atos estão diretamente relacionados a vulnerabilidades socioeconômicas, indicando, por um lado, a seletividade de ambos os sistemas quanto ao público sobre o qual incidem e, por outro, a necessidade de serem 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Relator fez notar, entretanto, ter havido outros diplomas legais anteriores, igualmente do Espirito Santo, a versar sobre idêntica matéria (Leis Complementares n 300/2004, 349/2005, 387/2006, 405/2007). Sua Excelência julgou procedente a ADI, na compreensão de haver, no caso, verdadeiro círculo vicioso, deixando-se de observar o ditame constitucional sobre preenchimento definitivo de cargos em área sensível, qual seja: o sistema socioeducativo. O julgamento da presente Ação Direita de Inconstitucionalidade foi então objeto de destaque pelo eminente Ministro Alexandre de Moraes para julgamento presencial, que ora se retoma. É breve o relatório. Decido. Cumpre inicialmente destacar a importância do tema de fundo que se apresenta. Ao fazê-lo, reporto-me à ilustrativo e diligente levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça, conduzido ao tempo da presidência do eminente Ministro Dias Toffoli. O estudo buscou diagnosticar, a partir de dados extraídos do Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei (CNACL), as reentradas e reiterações infracionais no sistema socioeducativo. Transcrevo pequeno trecho das conclusões do estudo, de forma a situar a importância de políticas públicas voltadas à redução de desigualdades socioeconômicas, bem como para ressaltar o destaque e a perenidade da atenção a ser dispensada ao sistema socioeducativo, verbis: “Outrossim, a pesquisa apontou, ainda, que adolescentes ingressam no sistema socioeducativo principalmente pela prática de atos infracionais equiparados aos crimes de porte de arma, roubo, furto e tráfico de drogas. Igual tendência foi encontrada no âmbito do sistema prisional. À exceção do primeiro, todos os demais atos estão diretamente relacionados a vulnerabilidades socioeconômicas, indicando, por um lado, a seletividade de ambos os sistemas quanto ao público sobre o qual incidem e, por outro, a necessidade de serem 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 72 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES aprimoradas as políticas públicas que visem à redução das desigualdades socioeconômicas como estratégia para a diminuição dos ilegalismos.” (Brasil. Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Reentradas e reinterações infracionais: um olhar sobre os sistemas socioeducativo e prisional brasileiros/ Conselho Nacional de Justiça – Brasília: CNJ, 2019) Parece-me adequada a conclusão que a atenção e o investimento no sistema socioeducativo em muito contribui para a redução da reiteração infracional e a consequente reentrada da criança ou do adolescente no sistema socioeducativo. Em última análise, rompe-se mesmo um círculo vicioso que, não raro, impacta alhures no sistema prisional. A partir das manifestações, tanto da Assembleia Legislativa quanto do Governador do Estado do Espirito Santo, não deixo de perceber um aparente descompasso entre a fundamentalidade e importância atribuídas por aquelas autoridades constituídas ao sistema socioeducativo, quando comparadas ao tratamento historicamente dispensado a ponto central do sistema: os profissionais que nele atuam. Em outras palavras, a importância destacada não representou uma desejável e adequada conformação e estruturação do sistema socioeducativo. Percebe-se com clareza que o fornecimento de meios para um adequado desenvolvimento das crianças e adolescentes passa pela centralidade da educação no sistema socioeducativo, encontrando nos seus profissionais o instrumento precípuo e fundamental. Tais aspectos não passam despercebidos a Giovana Mazzarolo Foppa, ao lecionar sobre a mudança paradigmática e cultural decorrente da substituição do Código de Menores pelo Estatuto da Criança e do Adolescente: “O Estatuto, em consonância com tal doutrina, rompeu com as velhas concepções trazidas pela Doutrina da Situação Irregular, presente no revogado CM, estabelecendo que crianças 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES aprimoradas as políticas públicas que visem à redução das desigualdades socioeconômicas como estratégia para a diminuição dos ilegalismos.” (Brasil. Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Reentradas e reinterações infracionais: um olhar sobre os sistemas socioeducativo e prisional brasileiros/ Conselho Nacional de Justiça – Brasília: CNJ, 2019) Parece-me adequada a conclusão que a atenção e o investimento no sistema socioeducativo em muito contribui para a redução da reiteração infracional e a consequente reentrada da criança ou do adolescente no sistema socioeducativo. Em última análise, rompe-se mesmo um círculo vicioso que, não raro, impacta alhures no sistema prisional. A partir das manifestações, tanto da Assembleia Legislativa quanto do Governador do Estado do Espirito Santo, não deixo de perceber um aparente descompasso entre a fundamentalidade e importância atribuídas por aquelas autoridades constituídas ao sistema socioeducativo, quando comparadas ao tratamento historicamente dispensado a ponto central do sistema: os profissionais que nele atuam. Em outras palavras, a importância destacada não representou uma desejável e adequada conformação e estruturação do sistema socioeducativo. Percebe-se com clareza que o fornecimento de meios para um adequado desenvolvimento das crianças e adolescentes passa pela centralidade da educação no sistema socioeducativo, encontrando nos seus profissionais o instrumento precípuo e fundamental. Tais aspectos não passam despercebidos a Giovana Mazzarolo Foppa, ao lecionar sobre a mudança paradigmática e cultural decorrente da substituição do Código de Menores pelo Estatuto da Criança e do Adolescente: “O Estatuto, em consonância com tal doutrina, rompeu com as velhas concepções trazidas pela Doutrina da Situação Irregular, presente no revogado CM, estabelecendo que crianças 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 73 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES e adolescentes são sujeitos de direitos, reconhecendo sua peculiar condição de pessoas em desenvolvimento, tomando-os merecedores de proteção total por parte da família, da sociedade e do Estado. E tornou obrigatório o fornecimento de todos os meios para o seu pleno crescimento, seja físico, mental, moral, espiritual ou social. Com a Doutrina da Proteção Integral se rompe com a ideia de "atos generosos" ou "caridade", exigindo-se, agora, compromisso na realização de políticas públicas que visem à inclusão social. […] O SINASE foi pensado para integrar os diferentes sistemas e as diferentes políticas, exigindo atuação dos executores tanto na questão da "responsabilização" como na satisfação de direitos dos adolescentes. Na condição de sistema integrado, procura articular os três níveis de governo no atendimento socioeducativo, levando em consideração a intersetorialidade e a corresponsabilização entre família, Estado e sociedade. Reforçando a fundamental importância do trabalho em rede, que atue nas diferentes áreas: educação; saúde; trabalho; previdência social; assistência social; cultura; esporte; lazer; segurança pública.” (FOPPA, Giovana Mazzarolo. Adolescente egresso: o desafio do atendimento socioeducativo. Porto Alegre: Nuria Fabris, 2013. p.16) Destaquei. Para se desincumbir de suas atribuições constitucionais quanto à proteção integral às crianças e aos adolescentes do sistema socioeducativo, o Estado do Espirito Santo, por meio das normas ora impugnadas, buscou amparo no seguinte permissivo constitucional: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES e adolescentes são sujeitos de direitos, reconhecendo sua peculiar condição de pessoas em desenvolvimento, tomando-os merecedores de proteção total por parte da família, da sociedade e do Estado. E tornou obrigatório o fornecimento de todos os meios para o seu pleno crescimento, seja físico, mental, moral, espiritual ou social. Com a Doutrina da Proteção Integral se rompe com a ideia de "atos generosos" ou "caridade", exigindo-se, agora, compromisso na realização de políticas públicas que visem à inclusão social. […] O SINASE foi pensado para integrar os diferentes sistemas e as diferentes políticas, exigindo atuação dos executores tanto na questão da "responsabilização" como na satisfação de direitos dos adolescentes. Na condição de sistema integrado, procura articular os três níveis de governo no atendimento socioeducativo, levando em consideração a intersetorialidade e a corresponsabilização entre família, Estado e sociedade. Reforçando a fundamental importância do trabalho em rede, que atue nas diferentes áreas: educação; saúde; trabalho; previdência social; assistência social; cultura; esporte; lazer; segurança pública.” (FOPPA, Giovana Mazzarolo. Adolescente egresso: o desafio do atendimento socioeducativo. Porto Alegre: Nuria Fabris, 2013. p.16) Destaquei. Para se desincumbir de suas atribuições constitucionais quanto à proteção integral às crianças e aos adolescentes do sistema socioeducativo, o Estado do Espirito Santo, por meio das normas ora impugnadas, buscou amparo no seguinte permissivo constitucional: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 74 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES […] IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;” Como já pontuei anteriormente, a necessidade de profissionais capacitados e adequados ao cumprimento dos objetivos do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), instituído pela Lei 12.594, de 2012, é constante e premente. Deveras oportuna, nesse sentido, a percepção do eminente Relator, Ministro Marco Aurélio, acerca da existência de legislações anteriores, no Estado do Espirito Santo, com o mesmo teor das normas ora impugnadas. O registro é importante, haja vista a doutrina administrativista, ao classificar os servidores públicos, assim lecionar quanto àqueles contratados de maneira temporária: “A última categoria é a dos servidores públicos temporários, os quais, na verdade, se configuram como um agrupamento excepcional dentro da categoria geral dos servidores públicos. A previsão dessa categoria especial de servidores está contemplada no art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, que admite a sua contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. A própria leitura do texto constitucional demonstra o caráter de excepcionalidade de tais agentes. Entretanto, admitido o seu recrutamento na forma da lei, serão eles considerados como integrantes da categoria geral dos servidores públicos.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo – 33. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. p. 866) Portanto, a mim parece que a necessidade por servidores qualificados no sistema socioeducativo não é, de forma alguma, transitória e, no caso sob exame, a situação de precarização das contratações advém de longa data. Ainda no tema da temporariedade, Carvalho Filho assevera: 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES […] IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;” Como já pontuei anteriormente, a necessidade de profissionais capacitados e adequados ao cumprimento dos objetivos do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), instituído pela Lei 12.594, de 2012, é constante e premente. Deveras oportuna, nesse sentido, a percepção do eminente Relator, Ministro Marco Aurélio, acerca da existência de legislações anteriores, no Estado do Espirito Santo, com o mesmo teor das normas ora impugnadas. O registro é importante, haja vista a doutrina administrativista, ao classificar os servidores públicos, assim lecionar quanto àqueles contratados de maneira temporária: “A última categoria é a dos servidores públicos temporários, os quais, na verdade, se configuram como um agrupamento excepcional dentro da categoria geral dos servidores públicos. A previsão dessa categoria especial de servidores está contemplada no art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, que admite a sua contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. A própria leitura do texto constitucional demonstra o caráter de excepcionalidade de tais agentes. Entretanto, admitido o seu recrutamento na forma da lei, serão eles considerados como integrantes da categoria geral dos servidores públicos.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo – 33. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. p. 866) Portanto, a mim parece que a necessidade por servidores qualificados no sistema socioeducativo não é, de forma alguma, transitória e, no caso sob exame, a situação de precarização das contratações advém de longa data. Ainda no tema da temporariedade, Carvalho Filho assevera: 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 75 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES “Depois, temos o pressuposto da temporariedade da função: a necessidade desses serviços deve ser sempre temporária. Se a necessidade é permanente, o Estado deve processar o recrutamento através dos demais regimes. Está, por isso, descartada a admissão de servidores temporários para o exercício de funções permanentes; se tal ocorrer, porém, haverá indisfarçável simulação, e a admissão será inteiramente inválida. Lamentavelmente, algumas Administrações, insensíveis (para dizer o mínimo) ao citado pressuposto, tentam fazer contratações temporárias para funções permanentes, em flagrante tentativa de fraudar a regra constitucional. Tal conduta, além de dissimular a ilegalidade do objetivo, não pode ter outro elemento mobilizador senão o de favorecer a alguns apaniguados para ingressarem no serviço público sem concurso, o que caracteriza inegável desvio de finalidade.48 Caso a função seja permanente, a contratação temporária só é legítima se a Administração comprovar situação emergencial e transitória, com previsão de ser posteriormente superada.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo – 33. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. p. 875) Destaquei. A perpetuação de situações não almejadas por normas que franqueiam aos gestores públicos a contratação temporária foi igualmente motivo de perplexidades na pena de Celso Antonio Bandeira de Mello: “A razão do dispositivo constitucional em apreço, obviamente, é contemplar situações nas quais ou a própria atividade a ser desempenhada, requerida por razões muitíssimo importantes, é temporária, eventual (não se justificando a criação de cargo ou emprego, pelo quê não haveria cogitar do concurso público), ou a atividade não é temporária, mas o excepcional interesse público demanda que se faça imediato suprimento temporário de uma necessidade (neste 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES “Depois, temos o pressuposto da temporariedade da função: a necessidade desses serviços deve ser sempre temporária. Se a necessidade é permanente, o Estado deve processar o recrutamento através dos demais regimes. Está, por isso, descartada a admissão de servidores temporários para o exercício de funções permanentes; se tal ocorrer, porém, haverá indisfarçável simulação, e a admissão será inteiramente inválida. Lamentavelmente, algumas Administrações, insensíveis (para dizer o mínimo) ao citado pressuposto, tentam fazer contratações temporárias para funções permanentes, em flagrante tentativa de fraudar a regra constitucional. Tal conduta, além de dissimular a ilegalidade do objetivo, não pode ter outro elemento mobilizador senão o de favorecer a alguns apaniguados para ingressarem no serviço público sem concurso, o que caracteriza inegável desvio de finalidade.48 Caso a função seja permanente, a contratação temporária só é legítima se a Administração comprovar situação emergencial e transitória, com previsão de ser posteriormente superada.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo – 33. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. p. 875) Destaquei. A perpetuação de situações não almejadas por normas que franqueiam aos gestores públicos a contratação temporária foi igualmente motivo de perplexidades na pena de Celso Antonio Bandeira de Mello: “A razão do dispositivo constitucional em apreço, obviamente, é contemplar situações nas quais ou a própria atividade a ser desempenhada, requerida por razões muitíssimo importantes, é temporária, eventual (não se justificando a criação de cargo ou emprego, pelo quê não haveria cogitar do concurso público), ou a atividade não é temporária, mas o excepcional interesse público demanda que se faça imediato suprimento temporário de uma necessidade (neste 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 76 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES sentido, “necessidade temporária”), por não haver tempo hábil para realizar concurso, sem que suas delongas deixem insuprido o interesse incomum que se tem de acobertar. Para que se faça uma ideia do escândalo em que se constitui esta lei, mencione-se apenas que os contratos referidos no art. 2...,VI, “g”, isto é, relativos a atividades desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia - SIVAM e do Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM, podem ser prorrogados até completarem um período total de cinco anos, a teor do art. 4..., parágrafo único, IV. Haja temporariedade nisto! Aliás, o art. 76 da lei da ANP, o art. 34, § 2..., da lei da ANEEL, o art. 36, § 1..., da lei da ANVISA e o art. 16 da lei da ANA, como se disse, ao tratar das “agências reguladoras”, autorizaram a admissão de pessoal técnico “em caráter temporário”, por até 36 meses.” (MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 30... Edição. São Paulo: Malheiros, 2013.) Destaquei. Retomando-se à situação concreta que motivou o ajuizamento da presente ADI, a mim parece oportuno reverberar alguns aspectos fáticos de relevo. Isso porque, o amicus curiae SindiPúblicos noticia, em seu pedido de ingresso (eDOC. 17), que a realização do último concurso público para os cargos previstos nas normas questionadas ocorreu em 2010. Acrescenta ainda, citando representação do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), uma grande discrepância entre o número de servidores efetivos e temporários ainda no ano de 2016, reveladora, portanto, de inércia do Poder Público estadual na superação definitiva da situação. O cenário, acrescenta o SindiPúblicos, desconsidera Diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), contraria o Princípio Constitucional da Proteção Integral e, consequentemente, ofende o Artigo 227 da Constituição Federal de 1988. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, mesmo nos julgados que reconhecem a 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES sentido, “necessidade temporária”), por não haver tempo hábil para realizar concurso, sem que suas delongas deixem insuprido o interesse incomum que se tem de acobertar. Para que se faça uma ideia do escândalo em que se constitui esta lei, mencione-se apenas que os contratos referidos no art. 2...,VI, “g”, isto é, relativos a atividades desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia - SIVAM e do Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM, podem ser prorrogados até completarem um período total de cinco anos, a teor do art. 4..., parágrafo único, IV. Haja temporariedade nisto! Aliás, o art. 76 da lei da ANP, o art. 34, § 2..., da lei da ANEEL, o art. 36, § 1..., da lei da ANVISA e o art. 16 da lei da ANA, como se disse, ao tratar das “agências reguladoras”, autorizaram a admissão de pessoal técnico “em caráter temporário”, por até 36 meses.” (MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 30... Edição. São Paulo: Malheiros, 2013.) Destaquei. Retomando-se à situação concreta que motivou o ajuizamento da presente ADI, a mim parece oportuno reverberar alguns aspectos fáticos de relevo. Isso porque, o amicus curiae SindiPúblicos noticia, em seu pedido de ingresso (eDOC. 17), que a realização do último concurso público para os cargos previstos nas normas questionadas ocorreu em 2010. Acrescenta ainda, citando representação do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), uma grande discrepância entre o número de servidores efetivos e temporários ainda no ano de 2016, reveladora, portanto, de inércia do Poder Público estadual na superação definitiva da situação. O cenário, acrescenta o SindiPúblicos, desconsidera Diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), contraria o Princípio Constitucional da Proteção Integral e, consequentemente, ofende o Artigo 227 da Constituição Federal de 1988. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, mesmo nos julgados que reconhecem a 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 77 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES possibilidade de contratações temporárias para cargos de natureza efetiva, não transitória, parecem ressalvar a temporariedade, ou seja, a não perpetuação das contratações indefinidamente, senão vejamos: “EMENTA: CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES PÚBLICOS DA ÁREA DE SAÚDE. POSSÍVEL EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE. I - A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II - Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III - O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV - Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V - É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI - Ação que se julga procedente.” (ADI 3430, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2009) EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 2..., INC. VII, DA LEI 6.915/1997 DO ESTADO DO MARANHÃO. CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES POR TEMPO DETERMINADO. INTERPRETAÇÃO E EFEITO DAS EXPRESSÕES “NECESSIDADE TEMPORÁRIA” E “EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO”. POSSIBILIDADE DE 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES possibilidade de contratações temporárias para cargos de natureza efetiva, não transitória, parecem ressalvar a temporariedade, ou seja, a não perpetuação das contratações indefinidamente, senão vejamos: “EMENTA: CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIDORES PÚBLICOS DA ÁREA DE SAÚDE. POSSÍVEL EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE. I - A contratação temporária de servidores sem concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim disponha. II - Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter da temporariedade. III - O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer tais funções. IV - Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V - É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI - Ação que se julga procedente.” (ADI 3430, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2009) EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 2..., INC. VII, DA LEI 6.915/1997 DO ESTADO DO MARANHÃO. CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES POR TEMPO DETERMINADO. INTERPRETAÇÃO E EFEITO DAS EXPRESSÕES “NECESSIDADE TEMPORÁRIA” E “EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO”. POSSIBILIDADE DE 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 78 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA PARA SUPRIR ATIVIDADES PÚBLICAS DE NATUREZA PERMANENTE. TRANSITORIEDADE CARACTERIZADA. PARCIAL PROVIMENTO DA AÇÃO. 1. A natureza permanente de algumas atividades públicas - como as desenvolvidas nas áreas da saúde, educação e segurança pública – não afasta, de plano, a autorização constitucional para contratar servidores destinados a suprir demanda eventual ou passageira. Necessidade circunstancial agregada ao excepcional interesse público na prestação do serviço para o qual a contratação se afigura premente autoriza a contratação nos moldes do art. 37, inc. IX, da Constituição da República. 2. A contratação destinada a atividade essencial e permanente do Estado não conduz, por si, ao reconhecimento da alegada inconstitucionalidade. Necessidade de exame sobre a transitoriedade da contratação e a excepcionalidade do interesse público que a justifica. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição . (ADI 3247, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 26/03/2014) Ainda no tema, vale destacar os seguintes julgados: “EMENTA: Servidor público: contratação temporária excepcional (Constituição Federal de 1988, art. 37, IX): inconstitucionalidade de sua aplicação para a admissão de servidores para funções burocráticas ordinárias e permanentes.” (ADI 2987, Relator(a): SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 19/02/2004) Destaquei. “Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ART. 37, IX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI 8.745/1993. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. PROFESSORES SUBSTITUTOS. HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS. PROGRAMAS SIVAM E SIPAM. AÇÃO JULGADA 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA PARA SUPRIR ATIVIDADES PÚBLICAS DE NATUREZA PERMANENTE. TRANSITORIEDADE CARACTERIZADA. PARCIAL PROVIMENTO DA AÇÃO. 1. A natureza permanente de algumas atividades públicas - como as desenvolvidas nas áreas da saúde, educação e segurança pública – não afasta, de plano, a autorização constitucional para contratar servidores destinados a suprir demanda eventual ou passageira. Necessidade circunstancial agregada ao excepcional interesse público na prestação do serviço para o qual a contratação se afigura premente autoriza a contratação nos moldes do art. 37, inc. IX, da Constituição da República. 2. A contratação destinada a atividade essencial e permanente do Estado não conduz, por si, ao reconhecimento da alegada inconstitucionalidade. Necessidade de exame sobre a transitoriedade da contratação e a excepcionalidade do interesse público que a justifica. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição . (ADI 3247, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 26/03/2014) Ainda no tema, vale destacar os seguintes julgados: “EMENTA: Servidor público: contratação temporária excepcional (Constituição Federal de 1988, art. 37, IX): inconstitucionalidade de sua aplicação para a admissão de servidores para funções burocráticas ordinárias e permanentes.” (ADI 2987, Relator(a): SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 19/02/2004) Destaquei. “Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ART. 37, IX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI 8.745/1993. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. PROFESSORES SUBSTITUTOS. HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS. PROGRAMAS SIVAM E SIPAM. AÇÃO JULGADA 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 79 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES PARCIALMENTE PROCEDENTE 1. Nos casos em que a Constituição Federal atribui ao legislador o poder de dispor sobre situações de relevância autorizadoras da contratação temporária de servidores públicos, exige-se o ônus da demonstração e da adequada limitação das hipóteses de exceção ao preceito constitucional da obrigatoriedade do concurso público. 2. O legislador, ao fixar os casos autorizadores da contratação de professores substitutos, atendeu à exigência constitucional de reserva qualificada de lei formal para as contratações temporárias. Improcedência da alegada inconstitucionalidade do inciso IV e do § 1... do art. art. 2... da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999. 3. Contudo, ao admitir genericamente a contratação temporária em órgãos específicos, o legislador permitiu a continuidade da situação excepcional, sem justificativa normativa adequada. Conveniência da limitação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, reconhecida a peculiaridade das atividades em questão. 4. Ação julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição às alíneas "d" e "g" do inciso VI do art. 2... da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999, a fim de que as contratações temporárias por elas permitidas para as atividades finalísticas do Hospital das Forças Armadas e desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia SIVAM e do Sistema de proteção da Amazônia – SIPAM só possam ocorrer em conformidade com o art. 37, inciso IX, da Constituição da República, isto é, no sentido de que as contratações temporárias a serem realizadas pela União nos referidos casos apenas sejam permitidas excepcionalmente e para atender a comprovada necessidade temporária de excepcional interesse público nas funções legalmente previstas. A Corte limitou os efeitos da declaração de inconstitucionalidade para que só incidam um ano após a publicação da decisão final desta ação no Diário Oficial da União quanto à alínea "d" e, quanto à alínea "g", após quatro anos.” (ADI 3237, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Tribunal 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES PARCIALMENTE PROCEDENTE 1. Nos casos em que a Constituição Federal atribui ao legislador o poder de dispor sobre situações de relevância autorizadoras da contratação temporária de servidores públicos, exige-se o ônus da demonstração e da adequada limitação das hipóteses de exceção ao preceito constitucional da obrigatoriedade do concurso público. 2. O legislador, ao fixar os casos autorizadores da contratação de professores substitutos, atendeu à exigência constitucional de reserva qualificada de lei formal para as contratações temporárias. Improcedência da alegada inconstitucionalidade do inciso IV e do § 1... do art. art. 2... da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999. 3. Contudo, ao admitir genericamente a contratação temporária em órgãos específicos, o legislador permitiu a continuidade da situação excepcional, sem justificativa normativa adequada. Conveniência da limitação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, reconhecida a peculiaridade das atividades em questão. 4. Ação julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição às alíneas "d" e "g" do inciso VI do art. 2... da Lei 8.745/1993, com a redação dada pela Lei 9.849/1999, a fim de que as contratações temporárias por elas permitidas para as atividades finalísticas do Hospital das Forças Armadas e desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia SIVAM e do Sistema de proteção da Amazônia – SIPAM só possam ocorrer em conformidade com o art. 37, inciso IX, da Constituição da República, isto é, no sentido de que as contratações temporárias a serem realizadas pela União nos referidos casos apenas sejam permitidas excepcionalmente e para atender a comprovada necessidade temporária de excepcional interesse público nas funções legalmente previstas. A Corte limitou os efeitos da declaração de inconstitucionalidade para que só incidam um ano após a publicação da decisão final desta ação no Diário Oficial da União quanto à alínea "d" e, quanto à alínea "g", após quatro anos.” (ADI 3237, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Tribunal 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 80 de 103 Voto Vogal ADI 5664 / ES Pleno, julgado em 26/03/2014). Destaquei. Dessa forma, penso que a perpetuação da situação fática, de reiteradas contratações temporárias em seara a exigir uma atuação permanente, constante, por parte do poder público (sistema socioeducativo), conduziu à inconstitucionalidade das normas questionadas. Pondero, entretanto, dada a sensibilidade da temática envolvida, a dialogar com os elevados interesses de crianças e adolescentes submetidas ao sistema socioeducativo, que eventual prevalência da declaração de inconstitucionalidade seja acompanhada da modulação de seus efeitos. A medida, penso eu, viabilizará a imediata realização de concursos públicos e contratação de pessoal efetivo, sem descuidar, entretanto da necessária continuidade da prestação de serviços tão sensíveis e relevantes. Dispositivo Ante o exposto, julgo procedente a presente Ação Direta de Inconstitucionalidade, e, nos termos do Art. 27 da Lei 9.868, de 1999, modulo os efeitos, para que os efeitos da declaração de inconstitucionalidade só tenha eficácia a partir de 2 anos, contados da publicação da ata deste julgamento. É como voto. 13 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Pleno, julgado em 26/03/2014). Destaquei. Dessa forma, penso que a perpetuação da situação fática, de reiteradas contratações temporárias em seara a exigir uma atuação permanente, constante, por parte do poder público (sistema socioeducativo), conduziu à inconstitucionalidade das normas questionadas. Pondero, entretanto, dada a sensibilidade da temática envolvida, a dialogar com os elevados interesses de crianças e adolescentes submetidas ao sistema socioeducativo, que eventual prevalência da declaração de inconstitucionalidade seja acompanhada da modulação de seus efeitos. A medida, penso eu, viabilizará a imediata realização de concursos públicos e contratação de pessoal efetivo, sem descuidar, entretanto da necessária continuidade da prestação de serviços tão sensíveis e relevantes. Dispositivo Ante o exposto, julgo procedente a presente Ação Direta de Inconstitucionalidade, e, nos termos do Art. 27 da Lei 9.868, de 1999, modulo os efeitos, para que os efeitos da declaração de inconstitucionalidade só tenha eficácia a partir de 2 anos, contados da publicação da ata deste julgamento. É como voto. 13 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DA48-2253-217B-8977 e senha 72C1-58C9-18B4-9922 Inteiro Teor do Acórdão - Página 81 de 103 Voto - MIN. GILMAR MENDES 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Boa tarde, Presidente, Senhoras Ministras, Senhores Ministros! Este realmente é um caso desafiador do ponto de vista dos próprios fatos legislativos. Como já foi apontado, a Lei Complementar n 559, de 2010, dizia que: "Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos (...), em caráter temporário (...)" As contratações previstas no art. 1... respeitariam o prazo de doze meses. Depois veio a Lei n 772, de 2014, que também tem lista de cargos ou de funções e prevê a contratação de agentes socioeducativos, no total de 578, em caráter temporário. Dizia que as contratações previstas no art. 1... respeitariam o prazo de doze meses, a contar da formalização do contrato administrativo. Feito todo esse exame, vou realmente poupar o Tribunal de maiores considerações, tendo em vista o profícuo debate já ocorrido. Tendo em vista, inclusive, a jurisprudência que desenvolvemos, tudo indica, parece- me, que essa é a premissa da qual a maioria está partindo: há uma perpetuação fática de reiteradas contratações temporárias, em seara a exigir uma atuação de caráter, pelo menos, mais estável. Talvez esse seja um ponto, inclusive, que se devesse discutir. Temos uma ADI - já dialoguei com o Ministro Alexandre a propósito -, acho que da relatoria da Ministra Cármen, em que se coloca a questão da ruptura do regime único, de se ter, inclusive, um regime contratual de caráter permanente para situações desse tipo, objeto de liminar lá atrás. De fato, aqui estamos diante de situação que também induz - pelo menos há uma certa percepção -a que, se já não houve a exaustão dessa norma, a prática está levando a certa ultratividade. Isso é o que está sendo indicado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Boa tarde, Presidente, Senhoras Ministras, Senhores Ministros! Este realmente é um caso desafiador do ponto de vista dos próprios fatos legislativos. Como já foi apontado, a Lei Complementar n 559, de 2010, dizia que: "Art. 1... Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar contrato administrativo de prestação de serviço, por prazo determinado, para admissão de 677 (seiscentos e setenta e sete) Agentes Socioeducativos (...), em caráter temporário (...)" As contratações previstas no art. 1... respeitariam o prazo de doze meses. Depois veio a Lei n 772, de 2014, que também tem lista de cargos ou de funções e prevê a contratação de agentes socioeducativos, no total de 578, em caráter temporário. Dizia que as contratações previstas no art. 1... respeitariam o prazo de doze meses, a contar da formalização do contrato administrativo. Feito todo esse exame, vou realmente poupar o Tribunal de maiores considerações, tendo em vista o profícuo debate já ocorrido. Tendo em vista, inclusive, a jurisprudência que desenvolvemos, tudo indica, parece- me, que essa é a premissa da qual a maioria está partindo: há uma perpetuação fática de reiteradas contratações temporárias, em seara a exigir uma atuação de caráter, pelo menos, mais estável. Talvez esse seja um ponto, inclusive, que se devesse discutir. Temos uma ADI - já dialoguei com o Ministro Alexandre a propósito -, acho que da relatoria da Ministra Cármen, em que se coloca a questão da ruptura do regime único, de se ter, inclusive, um regime contratual de caráter permanente para situações desse tipo, objeto de liminar lá atrás. De fato, aqui estamos diante de situação que também induz - pelo menos há uma certa percepção -a que, se já não houve a exaustão dessa norma, a prática está levando a certa ultratividade. Isso é o que está sendo indicado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 82 de 103 Voto - MIN. GILMAR MENDES ADI 5664 / ES Não quero deixar de registrar, Presidente, que as observações do Ministro Alexandre, de fato, mostram a importância dos fatos e prognoses no âmbito do exame da questão de constitucionalidade. De fato, temos que fazer o devido sopesamento, mas me parece, muito provavelmente - pelo menos essa é a percepção -, que a norma já teria exaurido seus efeitos. Com base em que norma, então, o Estado do Espírito Santo estaria contratando? Muito provavelmente fazendo uma interpretação extensiva, atribuindo, portanto, ultratividade a essa norma, o que nos coloca em situação bastante delicada, como já apontado aqui em vários pronunciamentos. Estou com voto no sentido de indicar a procedência da ação, já me estava manifestando, mas vi que vários Colegas se reservaram a se pronunciar sobre a segunda fase, a discussão sobre a modulação, a partir do voto do Ministro Nunes Marques. Tendo em vista exatamente os precedentes e delimitações que se fazem em nossa jurisprudência em torno dessa contratação temporária, estou entendendo que, ou se trata da própria norma, e aí ter-se-ia que, talvez, assentar, pelo menos, sua ilegitimidade, ou de uma extensão, que também, talvez, seria declarada inconstitucional. Por que com base em quê o Estado estaria fazendo essas contratações? A não ser que faltem elementos aqui nestes autos para uma conclusão mais... O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Permita-me um pequeno, mínimo aparte? O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Por favor, Ministro Nunes Marques. O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Talvez, para esclarecer esse ponto, tive essa dúvida no início. Quando se remete às contratações, a lei fala em prazo de validade das contratações por doze meses, renovado por doze meses. A lei não tem validade, essas leis estão em plena eficácia. Essa interpretação que estranhei. As contratações é que têm validade. Ou seja, o Estado contrata por doze meses, e esse contrato pode ser renovado por outros doze. A pessoa 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Não quero deixar de registrar, Presidente, que as observações do Ministro Alexandre, de fato, mostram a importância dos fatos e prognoses no âmbito do exame da questão de constitucionalidade. De fato, temos que fazer o devido sopesamento, mas me parece, muito provavelmente - pelo menos essa é a percepção -, que a norma já teria exaurido seus efeitos. Com base em que norma, então, o Estado do Espírito Santo estaria contratando? Muito provavelmente fazendo uma interpretação extensiva, atribuindo, portanto, ultratividade a essa norma, o que nos coloca em situação bastante delicada, como já apontado aqui em vários pronunciamentos. Estou com voto no sentido de indicar a procedência da ação, já me estava manifestando, mas vi que vários Colegas se reservaram a se pronunciar sobre a segunda fase, a discussão sobre a modulação, a partir do voto do Ministro Nunes Marques. Tendo em vista exatamente os precedentes e delimitações que se fazem em nossa jurisprudência em torno dessa contratação temporária, estou entendendo que, ou se trata da própria norma, e aí ter-se-ia que, talvez, assentar, pelo menos, sua ilegitimidade, ou de uma extensão, que também, talvez, seria declarada inconstitucional. Por que com base em quê o Estado estaria fazendo essas contratações? A não ser que faltem elementos aqui nestes autos para uma conclusão mais... O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Permita-me um pequeno, mínimo aparte? O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Por favor, Ministro Nunes Marques. O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Talvez, para esclarecer esse ponto, tive essa dúvida no início. Quando se remete às contratações, a lei fala em prazo de validade das contratações por doze meses, renovado por doze meses. A lei não tem validade, essas leis estão em plena eficácia. Essa interpretação que estranhei. As contratações é que têm validade. Ou seja, o Estado contrata por doze meses, e esse contrato pode ser renovado por outros doze. A pessoa 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 83 de 103 Voto - MIN. GILMAR MENDES ADI 5664 / ES contratada sai, entra uma nova pessoa, contratada por doze meses e, depois, esse contrato é renovado por doze meses. A lei, porém, não tem limite. Não foi a lei que teve limite de doze meses, foi o contrato. Também tive a dúvida de Vossa Excelência. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas temos duas leis. A Lei Complementar n 559, ao que tudo indica foi... ou esse número foi ampliado, na verdade, são mil e tantos agentes socioeducativos. Essa é uma leitura, então, que dá substância ao posicionamento já trazido pelo Ministro Nunes Marques. Portanto, Presidente, vou acompanhar o Relator no sentido da procedência, mas já deixo, de antemão, assinalado que vou acompanhar o Ministro Nunes Marques no que concerne à questão da modulação de efeitos. Este é um caso em que me parece que a modulação de efeitos não é sequer uma escolha. Na verdade, não há outra alternativa, sob pena de se ter como alternativa o caos, como já apontado no voto do Ministro Alexandre de Moraes. Queria só fazer essas considerações, tendo em vista realmente que o caso se coloca em uma linha muito divisória, tendo em vista a questão de ser política pública essencial, como o Ministro Alexandre demonstrou, e isso pode provocar o colapso de um serviço fundamental. A Corte Constitucional alemã se viu às voltas com a declaração de inconstitucionalidade de uma lei que declarava inconstitucional os regulamentos do sistema prisional. A Corte disse: não se pode declarar a inconstitucionalidade, mas vou fazer um apelo ao legislador para que ele venha fazer o suprimento e a regulação dessas leis em outro momento. Aqui, hoje, temos a possibilidade de lançarmos mão do art. 27 da Lei n 9.868, para, de fato, fixarmos uma orientação mais segura. É um caso em que, se pudéssemos invocar, talvez fazer uma diligência, valeria à pena inclusive ter o pronunciamento do Estado do Espírito Santo diante dessa perplexidade que se colocou. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Então, Vossa Excelência também julga procedente e modula, nos termos do voto do 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES contratada sai, entra uma nova pessoa, contratada por doze meses e, depois, esse contrato é renovado por doze meses. A lei, porém, não tem limite. Não foi a lei que teve limite de doze meses, foi o contrato. Também tive a dúvida de Vossa Excelência. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas temos duas leis. A Lei Complementar n 559, ao que tudo indica foi... ou esse número foi ampliado, na verdade, são mil e tantos agentes socioeducativos. Essa é uma leitura, então, que dá substância ao posicionamento já trazido pelo Ministro Nunes Marques. Portanto, Presidente, vou acompanhar o Relator no sentido da procedência, mas já deixo, de antemão, assinalado que vou acompanhar o Ministro Nunes Marques no que concerne à questão da modulação de efeitos. Este é um caso em que me parece que a modulação de efeitos não é sequer uma escolha. Na verdade, não há outra alternativa, sob pena de se ter como alternativa o caos, como já apontado no voto do Ministro Alexandre de Moraes. Queria só fazer essas considerações, tendo em vista realmente que o caso se coloca em uma linha muito divisória, tendo em vista a questão de ser política pública essencial, como o Ministro Alexandre demonstrou, e isso pode provocar o colapso de um serviço fundamental. A Corte Constitucional alemã se viu às voltas com a declaração de inconstitucionalidade de uma lei que declarava inconstitucional os regulamentos do sistema prisional. A Corte disse: não se pode declarar a inconstitucionalidade, mas vou fazer um apelo ao legislador para que ele venha fazer o suprimento e a regulação dessas leis em outro momento. Aqui, hoje, temos a possibilidade de lançarmos mão do art. 27 da Lei n 9.868, para, de fato, fixarmos uma orientação mais segura. É um caso em que, se pudéssemos invocar, talvez fazer uma diligência, valeria à pena inclusive ter o pronunciamento do Estado do Espírito Santo diante dessa perplexidade que se colocou. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Então, Vossa Excelência também julga procedente e modula, nos termos do voto do 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 84 de 103 Voto - MIN. GILMAR MENDES ADI 5664 / ES Ministro Nunes Marques. É isso, Ministro Gilmar? O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É isso. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES Ministro Nunes Marques. É isso, Ministro Gilmar? O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É isso. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F36A-B9D7-2D32-6611 e senha D186-163F-BB53-C7FC Inteiro Teor do Acórdão - Página 85 de 103 Voto - MIN. LUIZ FUX 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Senhores Ministros, verifico que o Ministro Alexandre de Moraes tinha razão no momento em que estabeleceu que, a priori, a lei que prevê contratação temporária é contemplada pela Constituição Federal. Entretanto, a Constituição Federal prevê essa contratação temporária na pressuposição de que, posteriormente, será cumprido o postulado do concurso público. E não é isso que se verifica na prática. Então, no meu modo de ver, esse estado de fato tem de ser levado em consideração para que possamos concluir o resultado desse julgamento. Há uma regra de supradireito que se aplica ao magistrado no momento em que ele vai decidir. Qual seja: "Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão." Creio que essa regra in procedendo é aplicável in casu, porque as normas que foram instituídas no afã de estabelecer um trabalho temporário produzem efeitos até hoje. Tenho aqui alguns dados importantes, inclusive um acórdão muito sugestivo do Ministro Ricardo Lewandowski na ADI 3.430, de 12/8/2009, quando Sua Excelência, no seu voto vencedor no Plenário, estabeleceu o seguinte: "Dessa forma, não basta que a lei, seja ela federal, estadual, distrital ou municipal, autorize a contratação de pessoal por prazo limitado para conformar-se ao texto constitucional, eis que a excepcionalidade das situações emergenciais afasta a possibilidade de que elas, de transitórias, se transmudem em permanentes." Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Senhores Ministros, verifico que o Ministro Alexandre de Moraes tinha razão no momento em que estabeleceu que, a priori, a lei que prevê contratação temporária é contemplada pela Constituição Federal. Entretanto, a Constituição Federal prevê essa contratação temporária na pressuposição de que, posteriormente, será cumprido o postulado do concurso público. E não é isso que se verifica na prática. Então, no meu modo de ver, esse estado de fato tem de ser levado em consideração para que possamos concluir o resultado desse julgamento. Há uma regra de supradireito que se aplica ao magistrado no momento em que ele vai decidir. Qual seja: "Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão." Creio que essa regra in procedendo é aplicável in casu, porque as normas que foram instituídas no afã de estabelecer um trabalho temporário produzem efeitos até hoje. Tenho aqui alguns dados importantes, inclusive um acórdão muito sugestivo do Ministro Ricardo Lewandowski na ADI 3.430, de 12/8/2009, quando Sua Excelência, no seu voto vencedor no Plenário, estabeleceu o seguinte: "Dessa forma, não basta que a lei, seja ela federal, estadual, distrital ou municipal, autorize a contratação de pessoal por prazo limitado para conformar-se ao texto constitucional, eis que a excepcionalidade das situações emergenciais afasta a possibilidade de que elas, de transitórias, se transmudem em permanentes." Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Inteiro Teor do Acórdão - Página 86 de 103 Voto - MIN. LUIZ FUX ADI 5664 / ES E foi exatamente o que aconteceu aqui. Daí a razão pela qual, naquela oportunidade, ter sido declarada a inconstitucionalidade da Lei Complementar n 300, de 2004, do mesmo Estado do Espírito Santo. E essa Lei n 300/2004 é a lei antecedente a essas outras leis. Então, anoto aqui, apenas para concluir o meu raciocínio, que poderia ser sintetizado no fato de que essas leis acabaram gerando um estado de coisas inconstitucional, que, em consulta ao sítio eletrônico da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, verifiquei que as legislações impugnadas nesta ação permanecem em pleno vigor, a despeito da novel legislação estadual complementar mencionada pela Procuradoria do Estado do Espírito Santo. Por outro lado, o princípio do concurso público é corolário do Estado de Direito, rule of law, máxime os certames espelharem valores republicanos isonômicos. De sorte que qualquer brasileiro pode lograr êxito nessas provas e exercer o cargo no funcionalismo público brasileiro, conforme lição do Professor José Afonso da Silva, no seu Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010, página 679. Em sede meritória, verifico que, desde 2004, o Estado do Espírito Santo permanece editando normas, que foi o detalhe que o Ministro Barroso destacou, editando normas para preencher cargos públicos técnicos e permanentes no âmbito do Iases, por meio de contratações excepcionais, as quais deveriam ser temporárias, e não por via de certames públicos, como manda a Constituição Federal. Não por acaso, ainda no ano de 2004, a Lei Complementar capixaba n 300, que é antecedente dessas leis, a qual versava igualmente sobre a contratação de servidores em caráter temporário, foi julgada inconstitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, sob a relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski. E eu destaquei este trecho: "Não basta que a lei (...) autorize a contratação de pessoal por prazo limitado para conformar-se ao Texto Constitucional, eis que a excepcionalidade das situações emergenciais afasta a possibilidade de que elas, de transitórias, transmudem-se em permanentes." 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES E foi exatamente o que aconteceu aqui. Daí a razão pela qual, naquela oportunidade, ter sido declarada a inconstitucionalidade da Lei Complementar n 300, de 2004, do mesmo Estado do Espírito Santo. E essa Lei n 300/2004 é a lei antecedente a essas outras leis. Então, anoto aqui, apenas para concluir o meu raciocínio, que poderia ser sintetizado no fato de que essas leis acabaram gerando um estado de coisas inconstitucional, que, em consulta ao sítio eletrônico da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, verifiquei que as legislações impugnadas nesta ação permanecem em pleno vigor, a despeito da novel legislação estadual complementar mencionada pela Procuradoria do Estado do Espírito Santo. Por outro lado, o princípio do concurso público é corolário do Estado de Direito, rule of law, máxime os certames espelharem valores republicanos isonômicos. De sorte que qualquer brasileiro pode lograr êxito nessas provas e exercer o cargo no funcionalismo público brasileiro, conforme lição do Professor José Afonso da Silva, no seu Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010, página 679. Em sede meritória, verifico que, desde 2004, o Estado do Espírito Santo permanece editando normas, que foi o detalhe que o Ministro Barroso destacou, editando normas para preencher cargos públicos técnicos e permanentes no âmbito do Iases, por meio de contratações excepcionais, as quais deveriam ser temporárias, e não por via de certames públicos, como manda a Constituição Federal. Não por acaso, ainda no ano de 2004, a Lei Complementar capixaba n 300, que é antecedente dessas leis, a qual versava igualmente sobre a contratação de servidores em caráter temporário, foi julgada inconstitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, sob a relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski. E eu destaquei este trecho: "Não basta que a lei (...) autorize a contratação de pessoal por prazo limitado para conformar-se ao Texto Constitucional, eis que a excepcionalidade das situações emergenciais afasta a possibilidade de que elas, de transitórias, transmudem-se em permanentes." 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Inteiro Teor do Acórdão - Página 87 de 103 Voto - MIN. LUIZ FUX ADI 5664 / ES A nossa jurisprudência é clara no sentido de que o art. 37, IX, dispõe, de forma genérica e abrangente, essas possibilidades de casos emergenciais. Ao julgar o paradigma da Repercussão Geral 658.026, o Plenário ratificou esse entendimento, nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, que a Lei, ao estabelecer os casos de contratação por tempo determinado, deve regular de forma detalhada as hipóteses em que houver a necessidade temporária excepcional de interesse público. Deveras, a despeito de o Supremo admitir a contratação por tempo determinado para suprir atividades públicas de natureza permanente, a Suprema Corte brasileira exige a justificação pormenorizada e que não haja esse prosseguimento, como se colhe no voto de Sua Excelência a Ministra Cármen Lúcia, na ADI 3.247, de 2014. No caso sob exame, a simples leitura das legislações impugnadas e a reiterada recusa do Estado capixaba de realizar certames públicos demonstram cabalmente a generalidade da norma e a inexistência do caráter transitório da contratação dos servidores do Iases, a todo momento contratados temporariamente. Razão pela qual o Ministério Público de Contas e o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo realizaram uma denúncia contra ao flagrante cenário de inconstitucionalidade instaurado no ente federativo. A representação apresentada pelo Ministério Público de Contas pelo Tribunal de Contas, juntada aos autos pelo Sindpúblicos, revela que, em 7/4/2016, o instituto contava com 27 cargos comissionados, 379 servidores efetivos e 1.123 contratados por tempo determinado. Até então, o último concurso público realizado pelo Iases para provimento de cargos efetivos havia sido em 2010, como destacou aqui Sua Excelência o Vice- Procurador-Geral da República. Nós estamos em 2021. O último concurso tem onze anos, e continua a fazer contratações temporárias. Como bem-assinalado pelo Sindpúblicos, a indevida utilização de contratação temporária para suprir demanda de atendimento socioeducativo vai bem contra o princípio do concurso público. A importância dos serviços socioeducacionais demanda estabilidade 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES A nossa jurisprudência é clara no sentido de que o art. 37, IX, dispõe, de forma genérica e abrangente, essas possibilidades de casos emergenciais. Ao julgar o paradigma da Repercussão Geral 658.026, o Plenário ratificou esse entendimento, nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, que a Lei, ao estabelecer os casos de contratação por tempo determinado, deve regular de forma detalhada as hipóteses em que houver a necessidade temporária excepcional de interesse público. Deveras, a despeito de o Supremo admitir a contratação por tempo determinado para suprir atividades públicas de natureza permanente, a Suprema Corte brasileira exige a justificação pormenorizada e que não haja esse prosseguimento, como se colhe no voto de Sua Excelência a Ministra Cármen Lúcia, na ADI 3.247, de 2014. No caso sob exame, a simples leitura das legislações impugnadas e a reiterada recusa do Estado capixaba de realizar certames públicos demonstram cabalmente a generalidade da norma e a inexistência do caráter transitório da contratação dos servidores do Iases, a todo momento contratados temporariamente. Razão pela qual o Ministério Público de Contas e o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo realizaram uma denúncia contra ao flagrante cenário de inconstitucionalidade instaurado no ente federativo. A representação apresentada pelo Ministério Público de Contas pelo Tribunal de Contas, juntada aos autos pelo Sindpúblicos, revela que, em 7/4/2016, o instituto contava com 27 cargos comissionados, 379 servidores efetivos e 1.123 contratados por tempo determinado. Até então, o último concurso público realizado pelo Iases para provimento de cargos efetivos havia sido em 2010, como destacou aqui Sua Excelência o Vice- Procurador-Geral da República. Nós estamos em 2021. O último concurso tem onze anos, e continua a fazer contratações temporárias. Como bem-assinalado pelo Sindpúblicos, a indevida utilização de contratação temporária para suprir demanda de atendimento socioeducativo vai bem contra o princípio do concurso público. A importância dos serviços socioeducacionais demanda estabilidade 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Inteiro Teor do Acórdão - Página 88 de 103 Voto - MIN. LUIZ FUX ADI 5664 / ES do quadro de contratação do instituto para fins de continuidade do importante trabalho desenvolvido com adolescentes. A contratação temporária deve ser limitada a casos excepcionais não demonstrados, e a diferença do número de contratados por tempo determinado. E a quantidade de servidores efetivos evidencia que a Administração vem preferindo a contratação temporária à efetivação de esforços para a realização de concurso público. Por isso é que, nesse sentido, pela importância dos serviços socioeducacionais, conheço da presente ação também e, no mérito, julgo procedente in totum, acompanhando o Relator para declarar a inconstitucionalidade das Leis Complementares n 559 e 772, do Espírito Santo, por violação do princípio do concurso público, mas permito-me aderir, exatamente pela importância do trabalho, à modulação que foi suscitada e indicada no voto do Ministro Nunes Marques. É assim que voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES do quadro de contratação do instituto para fins de continuidade do importante trabalho desenvolvido com adolescentes. A contratação temporária deve ser limitada a casos excepcionais não demonstrados, e a diferença do número de contratados por tempo determinado. E a quantidade de servidores efetivos evidencia que a Administração vem preferindo a contratação temporária à efetivação de esforços para a realização de concurso público. Por isso é que, nesse sentido, pela importância dos serviços socioeducacionais, conheço da presente ação também e, no mérito, julgo procedente in totum, acompanhando o Relator para declarar a inconstitucionalidade das Leis Complementares n 559 e 772, do Espírito Santo, por violação do princípio do concurso público, mas permito-me aderir, exatamente pela importância do trabalho, à modulação que foi suscitada e indicada no voto do Ministro Nunes Marques. É assim que voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0B91-133A-CFD9-FE03 e senha 675D-BECD-09E3-A93D Inteiro Teor do Acórdão - Página 89 de 103 Esclarecimento 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor Presidente, como Vossa Excelência me honrou, e também a Ministra Rosa Weber, com a menção de um trecho de voto que proferi em situação análoga, quero dizer que estou acompanhando o Ministro Alexandre de Moraes, neste caso, porque se trata de uma ação direta de inconstitucionalidade. Não tenho, nos autos, as informações ventiladas por alguns Ministros, no sentido da continuidade da contratação, não obstante o prazo fixado nas leis agora impugnadas, mediante esta ADI. Por isso, não pude manifestar-me, tal como os outros Ministros, no sentido de desrespeito à Constituição e ultratividade da lei, então estou optando pela remessa de peças ao Ministério Público capixaba, mas fico vencido. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - As situações eram diferentes, mas, como o voto de Vossa Excelência tinha substância importante para a solução desse caso, foi citado ad exemplum, não para manifestar nenhuma contradição, de forma alguma. O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Fiquei muito honrado, Presidente, muito obrigado! Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2454-59E2-4567-3EBC e senha 77E4-8197-9162-344F Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor Presidente, como Vossa Excelência me honrou, e também a Ministra Rosa Weber, com a menção de um trecho de voto que proferi em situação análoga, quero dizer que estou acompanhando o Ministro Alexandre de Moraes, neste caso, porque se trata de uma ação direta de inconstitucionalidade. Não tenho, nos autos, as informações ventiladas por alguns Ministros, no sentido da continuidade da contratação, não obstante o prazo fixado nas leis agora impugnadas, mediante esta ADI. Por isso, não pude manifestar-me, tal como os outros Ministros, no sentido de desrespeito à Constituição e ultratividade da lei, então estou optando pela remessa de peças ao Ministério Público capixaba, mas fico vencido. O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - As situações eram diferentes, mas, como o voto de Vossa Excelência tinha substância importante para a solução desse caso, foi citado ad exemplum, não para manifestar nenhuma contradição, de forma alguma. O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Fiquei muito honrado, Presidente, muito obrigado! Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2454-59E2-4567-3EBC e senha 77E4-8197-9162-344F Inteiro Teor do Acórdão - Página 90 de 103 Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO PROPOSTA O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Agora eu colher votos sobre se haverá ou não modulação. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3235-C244-F285-D5D7 e senha 9B7D-703F-772B-92C6 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO PROPOSTA O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE) - Agora eu colher votos sobre se haverá ou não modulação. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3235-C244-F285-D5D7 e senha 9B7D-703F-772B-92C6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 91 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Senhor Presidente, Vossa Excelência sabe muito bem o que penso, considerado conflito entre ato normativo e a Constituição Federal. Ato normativo contrário à Constituição Federal é natimorto, não tem nenhuma eficácia. O caso é exemplar, de desprezo pela Lei Maior. Referi-me, no voto que tentei resumir – voto de página apenas, é muito curto, não gastaria vela com péssimo defunto –, a círculo vicioso. A prática vem de 2014 e ainda se caminha para projetar no tempo, por dois anos, a declaração de inconstitucionalidade! É estimular a prática que houve de, a cada ano, ter- se edição de lei prevendo a contratação temporária por doze meses, considerados cargos técnicos, cargos necessários à atuação do Estado em atividade precípua. Não modulo a decisão, Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 52BD-9C3D-5791-3FD4 e senha 57EB-89D1-0B49-9213 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Senhor Presidente, Vossa Excelência sabe muito bem o que penso, considerado conflito entre ato normativo e a Constituição Federal. Ato normativo contrário à Constituição Federal é natimorto, não tem nenhuma eficácia. O caso é exemplar, de desprezo pela Lei Maior. Referi-me, no voto que tentei resumir – voto de página apenas, é muito curto, não gastaria vela com péssimo defunto –, a círculo vicioso. A prática vem de 2014 e ainda se caminha para projetar no tempo, por dois anos, a declaração de inconstitucionalidade! É estimular a prática que houve de, a cada ano, ter- se edição de lei prevendo a contratação temporária por doze meses, considerados cargos técnicos, cargos necessários à atuação do Estado em atividade precípua. Não modulo a decisão, Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 52BD-9C3D-5791-3FD4 e senha 57EB-89D1-0B49-9213 Inteiro Teor do Acórdão - Página 92 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO SOBRE MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Senhor Presidente, nesse caso, como pontuou o ministro Alexandre de Moraes e bem frisou o ministro Gilmar Mendes, é caso de realmente instalar-se o caos. Digo isso porque é toda a estrutura do sistema carcerário de adolescentes. Por simetria, fala-se em agente penitenciário. Esse agente socioeducacional é o agente penitenciário do menor; é toda a estrutura, enfermeiro, nutricionista e agente que cuida. Retirando todo esse pessoal, instala-se imediatamente o caos. Em razão disso, modulo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EAD7-7B24-69C6-70DC e senha D426-79B9-B1A6-F5DC Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO SOBRE MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES – Senhor Presidente, nesse caso, como pontuou o ministro Alexandre de Moraes e bem frisou o ministro Gilmar Mendes, é caso de realmente instalar-se o caos. Digo isso porque é toda a estrutura do sistema carcerário de adolescentes. Por simetria, fala-se em agente penitenciário. Esse agente socioeducacional é o agente penitenciário do menor; é toda a estrutura, enfermeiro, nutricionista e agente que cuida. Retirando todo esse pessoal, instala-se imediatamente o caos. Em razão disso, modulo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EAD7-7B24-69C6-70DC e senha D426-79B9-B1A6-F5DC Inteiro Teor do Acórdão - Página 93 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO SOBRE MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Senhor Presidente, eu já houvera me manifestado pela não modulação e é como voto nesse ponto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A1C-ABB3-F88A-558F e senha D3FC-C1B6-E8DC-25C5 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO SOBRE MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Senhor Presidente, eu já houvera me manifestado pela não modulação e é como voto nesse ponto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5A1C-ABB3-F88A-558F e senha D3FC-C1B6-E8DC-25C5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 94 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, desde meu voto original já me havia manifestado favoravelmente à modulação. Não para legitimar a prorrogação de uma situação inconstitucional, mas para impedir uma situação que, de fato, pode ser gravosa à ordem pública e à própria proteção dos menores que se encontram neste estabelecimento. De novo, aqui, e a modulação é isso, às vezes a realidade fática se impõe sobre os efeitos jurídicos puramente teóricos. De modo que estou votando pela modulação. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE99-1507-F05A-2A7F e senha 18B3-FE52-7BAD-BDB1 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, desde meu voto original já me havia manifestado favoravelmente à modulação. Não para legitimar a prorrogação de uma situação inconstitucional, mas para impedir uma situação que, de fato, pode ser gravosa à ordem pública e à própria proteção dos menores que se encontram neste estabelecimento. De novo, aqui, e a modulação é isso, às vezes a realidade fática se impõe sobre os efeitos jurídicos puramente teóricos. De modo que estou votando pela modulação. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE99-1507-F05A-2A7F e senha 18B3-FE52-7BAD-BDB1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 95 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Presidente, embora ache triste que o Supremo Tribunal Federal venha afirmando a mesma coisa desde a ADI 3.430/2004, da qual essa lei complementar foi objeto, às vezes, os fatos gritam - argumento agora enfatizado pelo Ministro Luís Roberto. Como vou ficar, com todo respeito, com uma concepção teórica que, na verdade, de fato, levaria ao caos? Então modulo, considerando ainda o segundo argumento trazido. Já agimos assim em outros processos, com questões similares. Acompanho, nessa linha, a posição do Ministro Nunes Marques. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CB32-B851-1A72-64B6 e senha E912-85C8-15A3-1593 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Presidente, embora ache triste que o Supremo Tribunal Federal venha afirmando a mesma coisa desde a ADI 3.430/2004, da qual essa lei complementar foi objeto, às vezes, os fatos gritam - argumento agora enfatizado pelo Ministro Luís Roberto. Como vou ficar, com todo respeito, com uma concepção teórica que, na verdade, de fato, levaria ao caos? Então modulo, considerando ainda o segundo argumento trazido. Já agimos assim em outros processos, com questões similares. Acompanho, nessa linha, a posição do Ministro Nunes Marques. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CB32-B851-1A72-64B6 e senha E912-85C8-15A3-1593 Inteiro Teor do Acórdão - Página 96 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Acompanho a modulação sugerida pelo Ministro Nunes Marques, Senhor Presidente. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ECFD-BCF1-381B-9B2E e senha 69B9-FFE6-E3D7-674C Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Acompanho a modulação sugerida pelo Ministro Nunes Marques, Senhor Presidente. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ECFD-BCF1-381B-9B2E e senha 69B9-FFE6-E3D7-674C Inteiro Teor do Acórdão - Página 97 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Acompanho igualmente, Senhor Presidente, a modulação, em razão do interesse público, que como exposto pelo Ministro Nunes Marques, prevaleceria neste caso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 81A7-1AAB-7D34-4E8D e senha 6C79-AAB9-6FE1-5F5F Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Acompanho igualmente, Senhor Presidente, a modulação, em razão do interesse público, que como exposto pelo Ministro Nunes Marques, prevaleceria neste caso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 81A7-1AAB-7D34-4E8D e senha 6C79-AAB9-6FE1-5F5F Inteiro Teor do Acórdão - Página 98 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Presidente, vou acompanhar a proposta de modulação do Ministro Nunes Marques. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9645-5EEF-BAE5-F499 e senha 54FE-B73F-294C-1513 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO V O T O S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Presidente, vou acompanhar a proposta de modulação do Ministro Nunes Marques. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9645-5EEF-BAE5-F499 e senha 54FE-B73F-294C-1513 Inteiro Teor do Acórdão - Página 99 de 103 Voto s/ modulação 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Presidente, tenho a impressão, como já disse, de que esses são casos de modulação praticamente imperativa, até porque a alternativa é o caos. Lembro sempre um autor alemão, salvo engano, Walter Leisner, que dizia que a gente às vezes se depara com essas situações fáticas em que temos que encontrar a modulação sob pena de instalarmos o caos, ou até o comprometimento do próprio sistema. Isso ficou muito claro na exposição trazida pelo Ministro Alexandre e, agora, enfatizada pelo Ministro Nunes Marques. Não se trata apenas de um número de agentes socioeducativos. Nós estamos falando de todo o sistema que dá estrutura para o modelo de acompanhamento, contenção e eventual repressão de menores nas instalações do Estado do Espírito Santo. O exemplo que parece, assim, colocar uma aporia é aquele em que uma lei eleitoral é declarada inconstitucional depois das eleições, com todos os eleitos já nas suas funções. Então, se desfaz todo o Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDE2-F53E-35F5-E52F e senha 938C-3FDF-B269-5C5F Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 ESPÍRITO SANTO VOTO S/ MODULAÇÃO O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Presidente, tenho a impressão, como já disse, de que esses são casos de modulação praticamente imperativa, até porque a alternativa é o caos. Lembro sempre um autor alemão, salvo engano, Walter Leisner, que dizia que a gente às vezes se depara com essas situações fáticas em que temos que encontrar a modulação sob pena de instalarmos o caos, ou até o comprometimento do próprio sistema. Isso ficou muito claro na exposição trazida pelo Ministro Alexandre e, agora, enfatizada pelo Ministro Nunes Marques. Não se trata apenas de um número de agentes socioeducativos. Nós estamos falando de todo o sistema que dá estrutura para o modelo de acompanhamento, contenção e eventual repressão de menores nas instalações do Estado do Espírito Santo. O exemplo que parece, assim, colocar uma aporia é aquele em que uma lei eleitoral é declarada inconstitucional depois das eleições, com todos os eleitos já nas suas funções. Então, se desfaz todo o Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDE2-F53E-35F5-E52F e senha 938C-3FDF-B269-5C5F Inteiro Teor do Acórdão - Página 100 de 103 Voto s/ modulação ADI 5664 / ES sistema pela nulidade com eficácia ex tunc. E aí pergunta-se: então, o que se faz com os governantes que foram eleitos e com o parlamento que foi eleito? Bom, desfaz-se tudo. E ao fim e ao cabo, então, se chega à conclusão de que precisamos de uma nova lei. E quem vai votá-la? Então, essa aporia responde ao questionamento sobre se é possível deixar de modular. Aqui, as consequências seriam outras. Uma nova lei pode ser feita, mas quem vai guardar, a partir do dia seguinte, a decisão do Supremo Tribunal Federal? Nesse sentido, acho que o Ministro Nunes Marques trouxe uma boa solução para o caso. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDE2-F53E-35F5-E52F e senha 938C-3FDF-B269-5C5F Supremo Tribunal Federal ADI 5664 / ES sistema pela nulidade com eficácia ex tunc. E aí pergunta-se: então, o que se faz com os governantes que foram eleitos e com o parlamento que foi eleito? Bom, desfaz-se tudo. E ao fim e ao cabo, então, se chega à conclusão de que precisamos de uma nova lei. E quem vai votá-la? Então, essa aporia responde ao questionamento sobre se é possível deixar de modular. Aqui, as consequências seriam outras. Uma nova lei pode ser feita, mas quem vai guardar, a partir do dia seguinte, a decisão do Supremo Tribunal Federal? Nesse sentido, acho que o Ministro Nunes Marques trouxe uma boa solução para o caso. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDE2-F53E-35F5-E52F e senha 938C-3FDF-B269-5C5F Inteiro Teor do Acórdão - Página 101 de 103 Extrato de Ata - 16/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 PROCED. : ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. : SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) : MARCOS GOMES RIBEIRO (21094/ES) Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou procedente o pedido formulado na ação direta para declarar inconstitucionais a Lei Complementar n 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, vencidos o Ministro Alexandre de Moraes, que julgava prejudicada a ação e, vencido, julgava-a improcedente, e o Ministro Ricardo Lewandowski, que julgava improcedente a ação, com a determinação de envio dos autos ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Por maioria, modulou os efeitos da presente decisão, garantindo a vigência das contratações temporárias, eventualmente celebradas com base nas leis agora expungidas do ordenamento jurídico, até que se expirem os prazos de duração originariamente previstos, devendo o Poder Público capixaba prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES), no prazo de até 02 (dois) anos, a partir da publicação desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições em sintonia com a regra constitucional constante do art. 37, inciso II, da Lei Maior, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin. Redigirá o acórdão o Ministro Nunes Marques. Falou, pelo requerente, o Dr. Humberto Jacques de Medeiros, Vice-Procurador-Geral da República. Presidência do Ministro Luiz Fux. Plenário, 16.06.2021 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/Supremo Tribunal Federal). Presidência do Senhor Ministro Luiz Fux. Presentes à sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4141-B283-ADE8-7827 e senha B4FC-B147-486E-F970 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.664 PROCED. : ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. NUNES MARQUES REQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AM. CURIAE. : SINDICATO DOS TRABALHADORES E SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIPÚBLICOS ADV.(A/S) : MARCOS GOMES RIBEIRO (21094/ES) Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou procedente o pedido formulado na ação direta para declarar inconstitucionais a Lei Complementar n 559, de 30 de junho de 2010, e a Lei Complementar n 772, de 4 de abril de 2014, ambas do Estado do Espírito Santo, vencidos o Ministro Alexandre de Moraes, que julgava prejudicada a ação e, vencido, julgava-a improcedente, e o Ministro Ricardo Lewandowski, que julgava improcedente a ação, com a determinação de envio dos autos ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Por maioria, modulou os efeitos da presente decisão, garantindo a vigência das contratações temporárias, eventualmente celebradas com base nas leis agora expungidas do ordenamento jurídico, até que se expirem os prazos de duração originariamente previstos, devendo o Poder Público capixaba prover meios para que o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES), no prazo de até 02 (dois) anos, a partir da publicação desta sessão de julgamento, passe a se desincumbir de suas atribuições em sintonia com a regra constitucional constante do art. 37, inciso II, da Lei Maior, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin. Redigirá o acórdão o Ministro Nunes Marques. Falou, pelo requerente, o Dr. Humberto Jacques de Medeiros, Vice-Procurador-Geral da República. Presidência do Ministro Luiz Fux. Plenário, 16.06.2021 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/Supremo Tribunal Federal). Presidência do Senhor Ministro Luiz Fux. Presentes à sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4141-B283-ADE8-7827 e senha B4FC-B147-486E-F970 Inteiro Teor do Acórdão - Página 102 de 103 Extrato de Ata - 16/06/2021 Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques de Medeiros. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4141-B283-ADE8-7827 e senha B4FC-B147-486E-F970 Supremo Tribunal Federal Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques de Medeiros. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4141-B283-ADE8-7827 e senha B4FC-B147-486E-F970 Inteiro Teor do Acórdão - Página 103 de 103
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Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§", "13 do artigo 40 da Constituição Federal", "art . 12 da Lei n . 9 . 868 / 1999", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 13 do artigo 40 da Constituição Federal", "art . 12 da Lei n . 9 . 868 / 1999", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo l da Lei Complementar n 559 / 2010", "artigo 1 . . . da Lei Complementar n 772 / 2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo l da Lei Complementar n 559 / 2010", "artigo 1 . . . da Lei Complementar n 772 / 2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n . 809", "art . 2 . . . , § 1 . . . , da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro", "Lei Complementar estadual n . 809 / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n . 809", "art . 2 . . . , § 1 . . . , da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro", "Lei Complementar estadual n . 809 / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n . 809 / 2015", "Leis 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"inciso IX do art . 37 da Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar 12 / 1992", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "Constituição Federal de 1988 / 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar 12 / 1992", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "Constituição Federal de 1988 / 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "inc . IV e do § 1 . do art . art . 2 . da Lei 8 . 745 / 1993", "Lei 9 . 849 / 1999", "Constituição", "alíneas ‘ d ’ e ‘ g ’ do inc . VI do art . 2 . da Lei 8 . 745 / 1993", "Lei 9 . 849 / 1999", "art . 37 , inc . IX , da Constituição Federal de 1988 / 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "inc . IV e do § 1 . do art . art . 2 . da Lei 8 . 745 / 1993", "Lei 9 . 849 / 1999", "Constituição", "alíneas ‘ d ’ e ‘ g ’ do inc . VI do art . 2 . da Lei 8 . 745 / 1993", "Lei 9 . 849 / 1999", "art . 37 , inc . IX , da Constituição Federal de 1988 / 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , inc . IX , da Constituição Federal de 1988 / 1988", "Constituição", "Art . 2 . , inc . III , da Lei 8 . 745 / 1993", "art . 37 , inc . IX , da Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , inc . IX , da Constituição Federal de 1988 / 1988", "Constituição", "Art . 2 . , inc . III , da Lei 8 . 745 / 1993", "art . 37 , inc . IX , da Constituição da República", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal de 1988 , art . 37 , II", "Lei Complementar n . 559", "Lei Complementar n . 772", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal de 1988 , art . 37 , II", "Lei Complementar n . 559", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , II , da Lei Maior", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , II , da Lei Maior", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição da República", "Leis Complementares n 559", "772", "artigos 37 , incisos II e IX , e 39 , caput , da Constituição da República", "Leis Complementares n 300 / 2004", "349", "/", "2005", "378", "/", "2006", "405", "/", "2007", "559", "/", "2010", "772", "/", "2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição da República", "Leis Complementares n 559", "772", "artigos 37 , incisos II e IX , e 39 , caput , da Constituição da República", "Leis Complementares n 300 / 2004", "349", "/", "2005", "378", "/", "2006", "405", "/", "2007", "559", "/", "2010", "772", "/", "2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 23 da Lei Complementar n 809 / 2015", "Lei Complementar 809 / 2015", "Leis Complementares Estaduais de números 559 / 2010", "772", "/", "2014", "artigos", "Lei Complementar n . 809 / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 23 da Lei Complementar n 809 / 2015", "Lei Complementar 809 / 2015", "Leis Complementares Estaduais de números 559 / 2010", "772", "/", "2014", "artigos", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 37 , IX , Constituição Federal de 1988", "LEI COMPLEMENTAR 12 / 1992", "Constituição Federal", "art . 37 , II , da Constituição Federal de 1988", "inciso IX do art . 37 da Constituição Federal de 1988", "Lei Complementar 12 / 1992", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 37 , IX , Constituição Federal de 1988", "LEI COMPLEMENTAR 12 / 1992", "Constituição Federal", "art . 37 , II , da Constituição Federal de 1988", "inciso IX do art . 37 da Constituição Federal de 1988", "Lei Complementar 12", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "art . 264 , inciso VI e § 1 . . . , parte final , da Lei Complementar 4 / 90", "Lei Complementar 12 / 92", "art . 37 , IX , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "art . 264 , inciso VI e § 1 . . . , parte final , da Lei Complementar 4 / 90", "Lei Complementar 12 / 92", "art . 37 , IX , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n 559", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n 559", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "inciso IX do art . 37 da Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "inciso IX do art . 37 da Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n . 809", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n . 809", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 16 , caput e § 1 . . . , da Lei n . 809", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 16 , caput e § 1 . . . , da Lei n . 809", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Leis Complementares n 559", "n", "772", "arts . 37 , II e IX , e 39 , caput , da Constituição da República", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Leis Complementares n 559", "n 772", "arts . 37 , II e IX , e 39 , caput , da Constituição da República", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Complementar", "Lei Complementar 772", "art . 12 da Lei n 9 . 868 / 1999", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988 / 88", "artigo 37 , incisos II e IX , da Constituição Federal", "artigo 39 , caput , da Carta Magna", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar 772", "art . 12 da Lei n 9 . 868 / 1999", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988 / 88", "artigo 37 , incisos II e IX , da Constituição Federal", "artigo 39 , caput , da Carta Magna", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEIS COMPLEMENTARES ns 559 / 2010", "772", "/", "2014", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "Leis Complementares ns 559 / 2010", "772", "/", "2014", "artigo 37 , inciso II , da Constituição Federal", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEIS COMPLEMENTARES ns 559 / 2010", "772", "/", "2014", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "Leis Complementares ns 559 / 2010", "772", "/", "2014", "artigo 37 , inciso II , da Constituição Federal", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Leis Complementares n 559 / 2010", "772", "/", "2014", "Lei Complementar n 809 / 2015", "Lei 809 / 2015", "inciso IX do art . 37 da Constituição Federal", "inciso IX do art . 32 da Constituição Estadual", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Leis Complementares n 559 / 2010", "772", "/", "2014", "Lei Complementar n 809 / 2015", "Lei 809 / 2015", "inciso IX do art . 37 da Constituição Federal", "inciso IX do art . 32 da Constituição Estadual", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Federal n 8 . 745", "Leis Complementares n 559 / 2010", "n 772 / 2014", "Lei Complementar 559 / 2010", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Federal n 8 . 745", "Leis Complementares n 559 / 2010", "n 772 / 2014", "Lei Complementar 559 / 2010", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Anexo IV da Lei Complementar n 503", "Lei Complementar n 46", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Anexo IV da Lei Complementar n 503", "Lei Complementar n 46", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§", "13 do artigo 40 da Constituição Federal", "Anexo I da Lei Complementar n 503 / 09", "Lei Complementar 772 / 2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 13 do artigo 40 da Constituição Federal", "Anexo I da Lei Complementar n 503 / 09", "Lei Complementar 772 / 2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Anexo XIII da", "Lei Complementar n 706", "Lei Complementar", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Anexo XIII da Lei Complementar n 706", "Lei Complementar 8", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 13 do artigo 40 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 13 do artigo 40 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Leis Complementares n 559 / 2010", "772", "/", "2014", "Leis Complementares n 300 / 2004", "349", "/", "2005", "387", "/", "2006", "405", "/", "2007", "inciso II do artigo 37 da Constituição Federal", "Leis Complementares n 559 / 2010", "772", "/", "2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Leis Complementares n 559 / 2010", "772", "/", "2014", "Leis Complementares n 300 / 2004", "349", "/", "2005", "387", "/", "2006", "405", "/", "2007", "inciso II do artigo 37 da Constituição Federal", "Leis Complementares n 559 / 2010", "772", "/", "2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n 300 / 2004", "LEI ESTADUAL CAPIXABA", "INCISO IX DO ART . 37 DA LEI MAIOR", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n 300", "LEI ESTADUAL CAPIXABA", "INCISO IX DO ART . 37 DA LEI MAIOR", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . . . da Lei Complementar 772 / 2014", "artigo 37 , caput , da Carta Magna", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . . . da Lei Complementar 772 / 2014", "artigo 37 , caput , da Carta Magna", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "Leis Complementares capixabas n 559 / 2010", "772", "/", "2014", "ART . 37 , IX , Constituição Federal de 1988", "LEI COMPLEMENTAR 12 / 1992", "Constituição Federal", "art . 37 , II , da Constituição Federal de 1988", "inciso IX do art . 37 da Constituição Federal de 1988", "Lei Complementar 12 / 1992", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "Leis Complementares capixabas n 559 / 2010", "772", "/", "2014", "ART . 37 , IX , Constituição Federal de 1988", "Constituição Federal", "art . 37 , II , da Constituição Federal de 1988", "inciso IX do art . 37 da Constituição Federal de 1988", "Lei Complementar 12 / 1992", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "Lei Complementar 4 / 90", "Lei Complementar 12 / 92", "LEI COMPLEMENTAR 22 / 2000", "artigo 37 , IX , da Constituição", "Lei Complementar 22 / 2000", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "art . 264 , inciso VI e § 1 . . . , parte final , da Lei Complementar 4 / 90", "Lei Complementar 12 / 92", "LEI COMPLEMENTAR 22 / 2000", "artigo 37 , IX , da Constituição", "Lei Complementar 22 / 2000", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ único do artigo 3 . . . da Lei Complementar 22 / 00", "alínea", "LEI n 17 . 882 / 2012", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar 22 / 00", "LEI n 17 . 882 / 2012", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 37 , II , E 144 , § 5 . . . , DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "ARTS . 37 , II , IX , E 144 , CAPUT , DA CRFB / 88", "CRFB", "/", "88 , art . 5 . . . , caput", "CRFB", "/", "88 , art . 37 , II", "Lei n 10 . 029 / 2000", "art . 37 , inciso IX , da Constituição da República", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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II E IX , DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "ARTS", "LEI COMPLEMENTAR N . 1 . 120 / 2003", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI COMPLEMENTAR N . 1 . 120 / 2003", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "Lei n 809", "Decreto n 3 . 923", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "Lei n 809", "Decreto n 3 . 923", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n 809", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar n 809", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , IX , da Constituição Federal", "Constituição Federal", "Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , IX , da Constituição Federal", "Constituição Federal", "Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Leis Complementares 559", "772", "Constituição Federal de 1988", "Lei Complementar 559 / 2010", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Leis Complementares 559", "772", "Constituição Federal de 1988", "Lei Complementar 559 / 2010", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar 772 / 2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar 772 / 2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art . 227 da Constituição Federal de 1988 / 88", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "Leis Complementares 559 / 2010", "772", "/", "2014", "Leis Complementares n 559 / 2010", "772", "/", "2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art . 227 da Constituição Federal de 1988 / 88", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "Leis Complementares 559 / 2010", "772", "/", "2014", "Leis Complementares n 559 / 2010", "772", "/", "2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Leis Complementares n 300 / 2004", "349", "/", "2005", "387", "/", "2006", "405", "/", "2007", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Leis Complementares n 300 / 2004", "349", "/", "2005", "387", "/", "2006", "405", "/", "2007", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Menores", "Estatuto da Criança e do Adolescente", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Menores", "Estatuto da Criança e do", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 12 . 594", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 12 . 594", "art . 37 , IX , da Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 76 da lei da ANP", "art . 34 , § 2 . . . , da lei da ANEEL", "art . 36 , § 1 . . . , da lei da ANVISA", "art . 16 da lei da ANA", "Artigo 227 da Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 76 da lei da ANP", "art . 34 , § 2 . . . , da lei da ANEEL", "art . 36 , § 1 . . . , da lei da ANVISA", "art . 16 da lei da ANA", "Artigo 227 da Constituição Federal de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI ESTADUAL CAPIXABA", "INCISO IX DO ART . 37 DA LEI MAIOR", "ART . 2 . . . , INC . 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Ementa e Acórdão 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.286.960 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) :D.F.N.A. ADV.(A/S) :JOAO JOSE MELLO PIONER ADV.(A/S) :FABIO SOUZA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA E OUTRO(A/S) Agravo regimental no recurso extraordinário. 2. Direito Administrativo. 3. Concurso público. Exame psicotécnico. Substituição da banca examinadora por perícia judicial. Judiciário ultrapassou o controle de legalidade do ato. Impossibilidade. Violação à separação de poderes. 4. Incidência do entendimento firmado no tema 485 da sistemática da repercussão geral. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 18 a 25 de junho de 2021. Ministro GILMAR MENDES Relator Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1D50-7B4F-AA4D-FEE6 e senha 0038-E288-66A9-9B58 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 2 Extrato de Ata - 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.286.960 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) : D.F.N.A. ADV.(A/S) : JOAO JOSE MELLO PIONER (28064/SC) ADV.(A/S) : FABIO SOUZA (23651/SC) AGDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA E OUTRO(A/S) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF8-4B1D-28FE-D93F e senha 6127-BF00-1B8B-F800 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.286.960 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) : D.F.N.A. ADV.(A/S) : JOAO JOSE MELLO PIONER (28064/SC) ADV.(A/S) : FABIO SOUZA (23651/SC) AGDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA E OUTRO(A/S) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF8-4B1D-28FE-D93F e senha 6127-BF00-1B8B-F800 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 2
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756601639
2021-06-28T00:00:00
2021-07-29T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Agravo regimental no recurso extraordinário. 2. Direito Administrativo. 3. Concurso público. Exame psicotécnico. Substituição da banca examinadora por perícia judicial. Judiciário ultrapassou o controle de legalidade do ato. Impossibilidade. Violação à separação de poderes. 4. Incidência do entendimento firmado no tema 485 da sistemática da repercussão geral. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental.
sjur450289
Número de páginas: 2. Análise: 11/01/2022, AMS.
GILMAR MENDES
Segunda Turma
1286960
null
RE-AgR
acordaos
RE 1286960 AgR
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AGTE.(S) : D.F.N.A. ADV.(A/S) : JOAO JOSE MELLO PIONER ADV.(A/S) : FABIO SOUZA AGDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA E OUTRO(A/S)
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.286.960 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) :D.F.N.A. ADV.(A/S) :JOAO JOSE MELLO PIONER ADV.(A/S) :FABIO SOUZA AGDO.(A/S) :ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA E OUTRO(A/S) Agravo regimental no recurso extraordinário. 2. Direito Administrativo. 3. Concurso público. Exame psicotécnico. Substituição da banca examinadora por perícia judicial. Judiciário ultrapassou o controle de legalidade do ato. Impossibilidade. Violação à separação de poderes. 4. Incidência do entendimento firmado no tema 485 da sistemática da repercussão geral. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 18 a 25 de junho de 2021. Ministro GILMAR MENDES Relator Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1D50-7B4F-AA4D-FEE6 e senha 0038-E288-66A9-9B58 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 2 Extrato de Ata - 28/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.286.960 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) : D.F.N.A. ADV.(A/S) : JOAO JOSE MELLO PIONER (28064/SC) ADV.(A/S) : FABIO SOUZA (23651/SC) AGDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA E OUTRO(A/S) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF8-4B1D-28FE-D93F e senha 6127-BF00-1B8B-F800 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.286.960 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) : D.F.N.A. ADV.(A/S) : JOAO JOSE MELLO PIONER (28064/SC) ADV.(A/S) : FABIO SOUZA (23651/SC) AGDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA E OUTRO(A/S) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5DF8-4B1D-28FE-D93F e senha 6127-BF00-1B8B-F800 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 2
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 286 . 960", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 286 . 960", "RECURSO" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "Brasília", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "GILMAR MENDES", "JOAO JOSE MELLO PIONER", "FABIO SOUZA", "Gilmar Mendes", "GILMAR MENDES", "GILMAR MENDES", "F", "JOAO JOSE MELLO PIONER", "FABIO SOUZA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck", "GILMAR MENDES", "JOAO JOSE MELLO PIONER", "FABIO SOUZA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Maria Clara Viotti Beck" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "18", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO EMENTA Recurso extraordinário. Direito Constitucional. Processual. Administrativo. Tema nº 606 da sistemática da Repercussão Geral. Competência da Justiça Federal. Reintegração de empregados públicos. Empresa de Correios e Telégrafos. (ECT). Dispensa em razão de aposentadoria voluntária. Extinção do vínculo. EC nº 103, de 2019. Cumulação. Proventos e vencimentos. Recurso ordinário não provido. 1. Trata-se, in casu, de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato mediante o qual o Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da MP nº 1523/1996. 2. Compete à Justiça Federal processar e julgar ação cujo objeto seja a reintegração de empregados públicos dispensados em virtude de aposentadoria espontânea, bem como a cumulatividade de proventos Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-7EC2-75AA-5A2D e senha 6C1B-8610-8BFA-4D3C Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 90 Ementa e Acórdão RE 655283 / DF com vencimentos, o que difere, em essência, da discussão acerca da relação de trabalho entre os empregados e a empresa pública, afastando- se a competência da Justiça do Trabalho. 3. Segundo o disposto no art. 37, § 14, da CF (incluído pela EC nº 103, de 2019), a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de Previdência Social. 4. A mencionada EC nº 103/19, contudo, em seu art. 6º, excluiu da incidência da regra insculpida no § 14 do art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de sua entrada em vigor, sendo essa a hipótese versada nos autos. 5. Foi fixada a seguinte tese de repercussão geral: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º.” 6. Recursos extraordinários não providos. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, sob a presidência da Ministra Rosa Weber, Vice-Presidente, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, redator do acórdão, apreciando o Tema nº 606 da Repercussão Geral, por maioria de votos, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos, em negar provimento aos recursos extraordinários. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-7EC2-75AA-5A2D e senha 6C1B-8610-8BFA-4D3C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF com vencimentos, o que difere, em essência, da discussão acerca da relação de trabalho entre os empregados e a empresa pública, afastando- se a competência da Justiça do Trabalho. 3. Segundo o disposto no art. 37, § 14, da CF (incluído pela EC nº 103, de 2019), a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de Previdência Social. 4. A mencionada EC nº 103/19, contudo, em seu art. 6º, excluiu da incidência da regra insculpida no § 14 do art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de sua entrada em vigor, sendo essa a hipótese versada nos autos. 5. Foi fixada a seguinte tese de repercussão geral: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º.” 6. Recursos extraordinários não providos. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, sob a presidência da Ministra Rosa Weber, Vice-Presidente, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, redator do acórdão, apreciando o Tema nº 606 da Repercussão Geral, por maioria de votos, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos, em negar provimento aos recursos extraordinários. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-7EC2-75AA-5A2D e senha 6C1B-8610-8BFA-4D3C Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 90 Ementa e Acórdão RE 655283 / DF Acordam, ademais, os Ministros, por maioria de votos, vencidos o Ministro Marco Aurélio, Relator, e, em parte, a Ministra Rosa Weber, em fixar a seguinte tese: "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6º". Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux, Presidente. Sessão realizada por videoconferência - Resolução nº 672/2020 – STF. Brasília, 16 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Redator do acórdão 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-7EC2-75AA-5A2D e senha 6C1B-8610-8BFA-4D3C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF Acordam, ademais, os Ministros, por maioria de votos, vencidos o Ministro Marco Aurélio, Relator, e, em parte, a Ministra Rosa Weber, em fixar a seguinte tese: "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6º". Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux, Presidente. Sessão realizada por videoconferência - Resolução nº 672/2020 – STF. Brasília, 16 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Redator do acórdão 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-7EC2-75AA-5A2D e senha 6C1B-8610-8BFA-4D3C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 90 Relatório 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor David Laerte Vieira: A Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no julgamento de apelação em mandado de segurança, assentou a competência da Justiça Federal, considerado ato de autoridade respaldado em orientação de outra, hierarquicamente superior, consistente em ordem de demissão formalizada pelo Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, alicerçada em Ofício Circular expedido pelo Secretário Executivo do Conselho de Coordenação e Controle das Empresas Estatais, pertencente à estrutura do Ministério do Planejamento e Orçamento, com base no Parecer GQ 132 da Advocacia-Geral da União. Determinou a reintegração de membros da Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO, desligados sem que houvesse pagamento das parcelas rescisórias, reportando-se a precedentes nos quais o Supremo entendeu não ser a aposentadoria voluntária causa automática de extinção de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Supremo Tribunal Federal 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor David Laerte Vieira: A Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no julgamento de apelação em mandado de segurança, assentou a competência da Justiça Federal, considerado ato de autoridade respaldado em orientação de outra, hierarquicamente superior, consistente em ordem de demissão formalizada pelo Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, alicerçada em Ofício Circular expedido pelo Secretário Executivo do Conselho de Coordenação e Controle das Empresas Estatais, pertencente à estrutura do Ministério do Planejamento e Orçamento, com base no Parecer GQ 132 da Advocacia-Geral da União. Determinou a reintegração de membros da Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO, desligados sem que houvesse pagamento das parcelas rescisórias, reportando-se a precedentes nos quais o Supremo entendeu não ser a aposentadoria voluntária causa automática de extinção de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 90 Relatório RE 655283 / DF vínculo empregatício. Interpostos embargos de declaração, foram desprovidos. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT e União protocolaram recursos extraordinários, com alegada base na alínea “a” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT assevera violados os artigos 5º, inciso XXXVI, 37, cabeça, incisos I, II, XVI, XVII e § 10, 40, § 6º, 41, 114 e 173, § 1º, da Carta da República. Diz alterada a competência em razão da matéria após a promulgação da Emenda Constitucional nº 45/2004. Argui existência de coisa julgada relativamente a ex- empregados com ações autônomas apreciadas. Salienta ter o Tribunal de origem olvidado entendimento do Supremo, adotado nas ações diretas de inconstitucionalidade nº 1.770 e 1.721, no recurso extraordinário nº 589.998 e, em sede liminar, nas reclamações nº 5.679, 8.168 e 8.408, enfatizando possuir o direito de dispensar os empregados, por meio da denominada “despedida imotivada”, pagando as verbas rescisórias, não cabendo reintegração. Acentua que, nada obstante a aposentadoria espontânea não pôr termo, automaticamente, ao contrato de trabalho, a extinção do vínculo decorreu da impossibilidade de acumulação de proventos e vencimentos. Realça contrariado o ato jurídico perfeito, tendo ocorrido o término dos contratos de trabalho quando vigente a redação anterior do artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, o qual não continha os parágrafos 1º e 2º, declarados inconstitucionais. Sublinha a não retroatividade, à data da resolução dos contratos de trabalho, dos efeitos econômicos. A União sustenta contrariedade aos artigos 5º, inciso XXXVI, 37, incisos I, II, XVI, XVII e § 10, 40, § 6º, 41, 114 e 173, § 1º, da Lei Maior. Frisa ser a Justiça do Trabalho competente para analisar a controvérsia, de natureza trabalhista. Observa que o Supremo, no julgamento das ações diretas de inconstitucionalidade nº 1.770-4/DF e 1.721-3/DF, concluiu pela impossibilidade de reintegração de funcionários dispensados em razão de aposentadoria espontânea, não sendo possível 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF vínculo empregatício. Interpostos embargos de declaração, foram desprovidos. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT e União protocolaram recursos extraordinários, com alegada base na alínea “a” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT assevera violados os artigos 5º, inciso XXXVI, 37, cabeça, incisos I, II, XVI, XVII e § 10, 40, § 6º, 41, 114 e 173, § 1º, da Carta da República. Diz alterada a competência em razão da matéria após a promulgação da Emenda Constitucional nº 45/2004. Argui existência de coisa julgada relativamente a ex- empregados com ações autônomas apreciadas. Salienta ter o Tribunal de origem olvidado entendimento do Supremo, adotado nas ações diretas de inconstitucionalidade nº 1.770 e 1.721, no recurso extraordinário nº 589.998 e, em sede liminar, nas reclamações nº 5.679, 8.168 e 8.408, enfatizando possuir o direito de dispensar os empregados, por meio da denominada “despedida imotivada”, pagando as verbas rescisórias, não cabendo reintegração. Acentua que, nada obstante a aposentadoria espontânea não pôr termo, automaticamente, ao contrato de trabalho, a extinção do vínculo decorreu da impossibilidade de acumulação de proventos e vencimentos. Realça contrariado o ato jurídico perfeito, tendo ocorrido o término dos contratos de trabalho quando vigente a redação anterior do artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, o qual não continha os parágrafos 1º e 2º, declarados inconstitucionais. Sublinha a não retroatividade, à data da resolução dos contratos de trabalho, dos efeitos econômicos. A União sustenta contrariedade aos artigos 5º, inciso XXXVI, 37, incisos I, II, XVI, XVII e § 10, 40, § 6º, 41, 114 e 173, § 1º, da Lei Maior. Frisa ser a Justiça do Trabalho competente para analisar a controvérsia, de natureza trabalhista. Observa que o Supremo, no julgamento das ações diretas de inconstitucionalidade nº 1.770-4/DF e 1.721-3/DF, concluiu pela impossibilidade de reintegração de funcionários dispensados em razão de aposentadoria espontânea, não sendo possível 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 90 Relatório RE 655283 / DF cumulação de proventos e vencimentos. Afirma estar sob a proteção do ato jurídico perfeito o término dos contratos de trabalho. A Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO, nas contrarrazões, assevera inexistir prequestionamento, repercussão geral da matéria e afronta direta à Constituição. Aponta deficiência na fundamentação dos recursos. Ressalta infraconstitucional o debate acerca da definição de competência. Diz da harmonia, com o entendimento do Supremo, do acórdão atacado, discorrendo sobre a ilegalidade do ato de demissão, o qual, não envolvido o pagamento de verbas rescisórias, implicou reintegração. Sustenta permitida a continuidade do contrato de trabalho após a aposentação, considerada a ausência de vedação de cumulação de benefício previdenciário e salário. Realça não haver ofensa a ato jurídico perfeito e destaca suspensos os parágrafos do artigo 453 ante o exame das ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas posteriormente à impetração do mandado de segurança. Salienta que a Advocacia-Geral da União aprovou novo parecer em sentido contrário ao anterior, manifestando-se a favor da manutenção dos contratos. O Vice-Presidente do Tribunal de origem admitiu os extraordinários. Em 26 de outubro de 2012, o Pleno reconheceu a repercussão maior da questão constitucional, em acórdão assim ementado: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA DO TRABALHO – VÍNCULO EMPREGATÍCIO – APOSENTADORIA – EFEITOS – PROVENTOS E SALÁRIOS – ACUMULAÇÃO – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência da concessão de aposentadoria espontânea, à consequente possibilidade de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF cumulação de proventos e vencimentos. Afirma estar sob a proteção do ato jurídico perfeito o término dos contratos de trabalho. A Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO, nas contrarrazões, assevera inexistir prequestionamento, repercussão geral da matéria e afronta direta à Constituição. Aponta deficiência na fundamentação dos recursos. Ressalta infraconstitucional o debate acerca da definição de competência. Diz da harmonia, com o entendimento do Supremo, do acórdão atacado, discorrendo sobre a ilegalidade do ato de demissão, o qual, não envolvido o pagamento de verbas rescisórias, implicou reintegração. Sustenta permitida a continuidade do contrato de trabalho após a aposentação, considerada a ausência de vedação de cumulação de benefício previdenciário e salário. Realça não haver ofensa a ato jurídico perfeito e destaca suspensos os parágrafos do artigo 453 ante o exame das ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas posteriormente à impetração do mandado de segurança. Salienta que a Advocacia-Geral da União aprovou novo parecer em sentido contrário ao anterior, manifestando-se a favor da manutenção dos contratos. O Vice-Presidente do Tribunal de origem admitiu os extraordinários. Em 26 de outubro de 2012, o Pleno reconheceu a repercussão maior da questão constitucional, em acórdão assim ementado: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA DO TRABALHO – VÍNCULO EMPREGATÍCIO – APOSENTADORIA – EFEITOS – PROVENTOS E SALÁRIOS – ACUMULAÇÃO – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência da concessão de aposentadoria espontânea, à consequente possibilidade de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 90 Relatório RE 655283 / DF acumulação de proventos com vencimentos, bem como à competência para processar e julgar a lide correspondente. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento dos recursos. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF acumulação de proventos com vencimentos, bem como à competência para processar e julgar a lide correspondente. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento dos recursos. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): COMPETÊNCIA – ATO DE AUTORIDADE FEDERAL – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004 – SENTENÇA ANTERIOR – JUSTIÇA FEDERAL – VÍNCULO EMPREGATÍCIO – APOSENTADORIA – PROVENTOS E SALÁRIO – ACUMULAÇÃO – EMPREGADO – DISPENSA – MOTIVO INSUBSISTENTE – REINTEGRAÇÃO. A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Atendeu-se aos pressupostos gerais de recorribilidade. As peças, subscritas por advogados regularmente constituídos e por Advogada da União, foram protocoladas no prazo legal. O Plenário Virtual declarou, à unanimidade, constitucional a questão e reconheceu a repercussão geral. Improcedem as preliminares nas quais arguidas ausentes. Não há falar em deficiência na fundamentação dos recursos, ante o acórdão e as razões recursais. Acolho a preliminar de falta de prequestionamento, no que apontada coisa julgada quanto aos substituídos integrantes da chamada “sexta lista”, não ocorridos, sobre a matéria, debate e decisão prévios. Inexiste interesse de agir na via recursal relativamente à retroatividade, considerada a data da resolução do contrato de trabalho, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): COMPETÊNCIA – ATO DE AUTORIDADE FEDERAL – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004 – SENTENÇA ANTERIOR – JUSTIÇA FEDERAL – VÍNCULO EMPREGATÍCIO – APOSENTADORIA – PROVENTOS E SALÁRIO – ACUMULAÇÃO – EMPREGADO – DISPENSA – MOTIVO INSUBSISTENTE – REINTEGRAÇÃO. A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Atendeu-se aos pressupostos gerais de recorribilidade. As peças, subscritas por advogados regularmente constituídos e por Advogada da União, foram protocoladas no prazo legal. O Plenário Virtual declarou, à unanimidade, constitucional a questão e reconheceu a repercussão geral. Improcedem as preliminares nas quais arguidas ausentes. Não há falar em deficiência na fundamentação dos recursos, ante o acórdão e as razões recursais. Acolho a preliminar de falta de prequestionamento, no que apontada coisa julgada quanto aos substituídos integrantes da chamada “sexta lista”, não ocorridos, sobre a matéria, debate e decisão prévios. Inexiste interesse de agir na via recursal relativamente à retroatividade, considerada a data da resolução do contrato de trabalho, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RE 655283 / DF dos efeitos econômicos. Consta do acórdão serem as parcelas devidas a partir da impetração do mandado de segurança. Surge equivocado o argumento no sentido do caráter infraconstitucional da discussão sobre a alteração de competência. Esta se revela absoluta e é regida pela Constituição Federal. A causa de pedir, presentes direitos resultantes do rompimento de vínculo entre trabalhador e empresa, sob a regência do Decreto-Lei nº 5.452/1943, não se revela suficiente ao deslocamento do processo à Justiça do Trabalho, como pretendem os recorrentes, tendo em conta o reconhecimento, na origem, do envolvimento de ato de autoridade federal, a atrair a competência da Justiça Federal – artigo 109, inciso VIII, do Diploma Básico. Importa destacar ser posterior à Emenda Constitucional nº 45/2004 o julgamento do agravo interno no recurso extraordinário com agravo nº 1.015.362, Segunda Turma, relator ministro Luiz Edson Fachin – em que se buscou, via mandado de segurança, ante preterição, a convocação de candidata aprovada em concurso promovido pela Transportadora Gasoduto Bolívia Brasil –, tendo sido assentada a competência da Justiça do Trabalho para dirimir controvérsias instauradas, ainda que na fase pré-contratual, entre empregados e pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração indireta. Além disso, inexistiu reconhecimento, na origem, de ato de autoridade federal, ao contrário do ocorrido neste processo. A Emenda de nº 45/2004 incluiu o inciso IV ao artigo 114 da Lei Maior, a prever ser da competência da Justiça do Trabalho o processamento e julgamento de mandado de segurança “quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição”. A aplicação da lei no tempo revela segurança e tem como regra geral a irretroatividade. É o preço que se paga por se viver em um Estado Democrático de Direito. Ainda que envolvida competência em razão da matéria, quando da promulgação da emenda constitucional, já havia sido proferida sentença de mérito – 1º de outubro de 1999 –, a justificar, considerada a inexistência de correlação nos sistemas recursais, a permanência do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF dos efeitos econômicos. Consta do acórdão serem as parcelas devidas a partir da impetração do mandado de segurança. Surge equivocado o argumento no sentido do caráter infraconstitucional da discussão sobre a alteração de competência. Esta se revela absoluta e é regida pela Constituição Federal. A causa de pedir, presentes direitos resultantes do rompimento de vínculo entre trabalhador e empresa, sob a regência do Decreto-Lei nº 5.452/1943, não se revela suficiente ao deslocamento do processo à Justiça do Trabalho, como pretendem os recorrentes, tendo em conta o reconhecimento, na origem, do envolvimento de ato de autoridade federal, a atrair a competência da Justiça Federal – artigo 109, inciso VIII, do Diploma Básico. Importa destacar ser posterior à Emenda Constitucional nº 45/2004 o julgamento do agravo interno no recurso extraordinário com agravo nº 1.015.362, Segunda Turma, relator ministro Luiz Edson Fachin – em que se buscou, via mandado de segurança, ante preterição, a convocação de candidata aprovada em concurso promovido pela Transportadora Gasoduto Bolívia Brasil –, tendo sido assentada a competência da Justiça do Trabalho para dirimir controvérsias instauradas, ainda que na fase pré-contratual, entre empregados e pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração indireta. Além disso, inexistiu reconhecimento, na origem, de ato de autoridade federal, ao contrário do ocorrido neste processo. A Emenda de nº 45/2004 incluiu o inciso IV ao artigo 114 da Lei Maior, a prever ser da competência da Justiça do Trabalho o processamento e julgamento de mandado de segurança “quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição”. A aplicação da lei no tempo revela segurança e tem como regra geral a irretroatividade. É o preço que se paga por se viver em um Estado Democrático de Direito. Ainda que envolvida competência em razão da matéria, quando da promulgação da emenda constitucional, já havia sido proferida sentença de mérito – 1º de outubro de 1999 –, a justificar, considerada a inexistência de correlação nos sistemas recursais, a permanência do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RE 655283 / DF processo na Justiça Federal. Assim decidiu o Tribunal por ocasião do julgamento do conflito de competência nº 7.204 – um dos precedentes nos quais embasado o enunciado nº 22 da Súmula Vinculante –, relator ministro Carlos Ayres Britto, com acórdão veiculado no Diário da Justiça de 9 de dezembro de 2005, tendo por matéria danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho. Reconheceu a modificação da competência, no tocante a processos nos quais ausente sentença de mérito, quando da promulgação da Emenda de nº 45/2004. Surgem improcedentes as alegações de contrariedade ao artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, no que versada preservação de ato de vontade, a inibir, formalizado o ato, a incidência de lei nova. Houve reconhecimento da declaração de inconstitucionalidade dos parágrafos 1º e 2º acrescidos ao artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, não o afastamento no acórdão recorrido, mediante aplicação de lei superveniente, de ato jurídico perfeito e acabado. Consolidou-se óptica segundo a qual a aposentação não põe fim ao vínculo trabalhista, possibilitada a cumulação de salário e proventos decorrentes do regime geral. Quando da análise do recurso extraordinário nº 387.269 , fiz ver: O Município confere à norma apontada como infringida, ou seja, ao § 10 do artigo 37 da Constituição Federal, alcance que o dispositivo não tem. Como consta em bom vernáculo no texto constitucional, “é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”. Vale dizer que, consoante bem decidiu o Tribunal de origem, a glosa diz respeito à acumulação de proventos decorrentes da aposentadoria como servidor público, considerado o regime específico e remuneração do novo cargo. A recorrida aposentou-se pelo regime geral de previdência social, não 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF processo na Justiça Federal. Assim decidiu o Tribunal por ocasião do julgamento do conflito de competência nº 7.204 – um dos precedentes nos quais embasado o enunciado nº 22 da Súmula Vinculante –, relator ministro Carlos Ayres Britto, com acórdão veiculado no Diário da Justiça de 9 de dezembro de 2005, tendo por matéria danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho. Reconheceu a modificação da competência, no tocante a processos nos quais ausente sentença de mérito, quando da promulgação da Emenda de nº 45/2004. Surgem improcedentes as alegações de contrariedade ao artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, no que versada preservação de ato de vontade, a inibir, formalizado o ato, a incidência de lei nova. Houve reconhecimento da declaração de inconstitucionalidade dos parágrafos 1º e 2º acrescidos ao artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, não o afastamento no acórdão recorrido, mediante aplicação de lei superveniente, de ato jurídico perfeito e acabado. Consolidou-se óptica segundo a qual a aposentação não põe fim ao vínculo trabalhista, possibilitada a cumulação de salário e proventos decorrentes do regime geral. Quando da análise do recurso extraordinário nº 387.269 , fiz ver: O Município confere à norma apontada como infringida, ou seja, ao § 10 do artigo 37 da Constituição Federal, alcance que o dispositivo não tem. Como consta em bom vernáculo no texto constitucional, “é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”. Vale dizer que, consoante bem decidiu o Tribunal de origem, a glosa diz respeito à acumulação de proventos decorrentes da aposentadoria como servidor público, considerado o regime específico e remuneração do novo cargo. A recorrida aposentou-se pelo regime geral de previdência social, não 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RE 655283 / DF havendo, assim, a impossibilidade de assumir o novo cargo. Pouco importa que haja sido servidora do Município. À luz do texto constitucional, cumpre perquirir a fonte dos proventos, que, iniludivelmente, não está nos cofres públicos. (Decisão publicada em 17 de dezembro de 2004.) No mesmo sentido: RECLAMAÇÃO. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO PROFERIDA NO JULGAMENTO DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.721/DF E 1.770/DF. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I – O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento da ADI 1.770/DF, Rel. Min. Joaquim Barbosa, e da ADI 1.721/DF, Rel. Min. Ayres Britto, declarou inconstitucionais o § 1º e o § 2º do art. 453 da CLT, sob o fundamento de que a mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego. II – A contrario sensu, pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração. Isso porque em tais situações não há acumulação vedada pela Constituição Federal. III – Agravo regimental a que se nega provimento. (Agravo regimental na reclamação nº 9762, Plenário, relator ministro Ricardo Lewandowski, acórdão publicado no Diário da Justiça eletrônico de 31 de maio de 2013.) RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR REGIDO PELA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – NÃO EXTINÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO – CONSEQUÊNCIAS. A aposentadoria voluntária não extingue o vínculo empregatício, pelo que, tendo o servidor regido pela Consolidação das Leis do 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF havendo, assim, a impossibilidade de assumir o novo cargo. Pouco importa que haja sido servidora do Município. À luz do texto constitucional, cumpre perquirir a fonte dos proventos, que, iniludivelmente, não está nos cofres públicos. (Decisão publicada em 17 de dezembro de 2004.) No mesmo sentido: RECLAMAÇÃO. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO PROFERIDA NO JULGAMENTO DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.721/DF E 1.770/DF. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I – O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento da ADI 1.770/DF, Rel. Min. Joaquim Barbosa, e da ADI 1.721/DF, Rel. Min. Ayres Britto, declarou inconstitucionais o § 1º e o § 2º do art. 453 da CLT, sob o fundamento de que a mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego. II – A contrario sensu, pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração. Isso porque em tais situações não há acumulação vedada pela Constituição Federal. III – Agravo regimental a que se nega provimento. (Agravo regimental na reclamação nº 9762, Plenário, relator ministro Ricardo Lewandowski, acórdão publicado no Diário da Justiça eletrônico de 31 de maio de 2013.) RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR REGIDO PELA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – NÃO EXTINÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO – CONSEQUÊNCIAS. A aposentadoria voluntária não extingue o vínculo empregatício, pelo que, tendo o servidor regido pela Consolidação das Leis do 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RE 655283 / DF Trabalho sido demitido em consequência do pedido de aposentadoria, cabe o pagamento de verbas rescisórias. (Agravo regimental no agravo de instrumento nº 737.279, Primeira Turma, de minha relatoria, acórdão veiculado no Diário da Justiça eletrônico do dia 22 de agosto de 2013.) No que concerne à reintegração, eis o proclamado na decisão recorrida: […] a reintegração ora determinada não se traduz em estabilidade para os empregados reintegrados, a não ser em relação àqueles que possuam tal benefício por força de expressa determinação legal, daí porque poderá a ECT, segundo sua conveniência e oportunidade, promover ulterior desligamento de tais empregados, desde que efetue o devido pagamento de todas as verbas rescisórias devidas. Sendo o rompimento automático do vínculo resultado exclusivamente da aposentadoria espontânea, surge cabível a reintegração, considerada a insubsistência – que se reduz à ausência – do motivo em que fundada a demissão. Não foi outra a conclusão do Supremo, sob a sistemática da repercussão geral, quando do exame dos embargos de declaração1 no recurso extraordinário nº 589.998, relator ministro Luís Roberto Barroso, acórdão publicado em 5 de dezembro de 2018, do qual resultou a seguinte tese: “A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados”. Desprovejo os extraordinários. Eis a tese: “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria 1 Embargos providos, em parte, para fixar a tese da repercussão geral. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF Trabalho sido demitido em consequência do pedido de aposentadoria, cabe o pagamento de verbas rescisórias. (Agravo regimental no agravo de instrumento nº 737.279, Primeira Turma, de minha relatoria, acórdão veiculado no Diário da Justiça eletrônico do dia 22 de agosto de 2013.) No que concerne à reintegração, eis o proclamado na decisão recorrida: […] a reintegração ora determinada não se traduz em estabilidade para os empregados reintegrados, a não ser em relação àqueles que possuam tal benefício por força de expressa determinação legal, daí porque poderá a ECT, segundo sua conveniência e oportunidade, promover ulterior desligamento de tais empregados, desde que efetue o devido pagamento de todas as verbas rescisórias devidas. Sendo o rompimento automático do vínculo resultado exclusivamente da aposentadoria espontânea, surge cabível a reintegração, considerada a insubsistência – que se reduz à ausência – do motivo em que fundada a demissão. Não foi outra a conclusão do Supremo, sob a sistemática da repercussão geral, quando do exame dos embargos de declaração1 no recurso extraordinário nº 589.998, relator ministro Luís Roberto Barroso, acórdão publicado em 5 de dezembro de 2018, do qual resultou a seguinte tese: “A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados”. Desprovejo os extraordinários. Eis a tese: “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria 1 Embargos providos, em parte, para fixar a tese da repercussão geral. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RE 655283 / DF espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 90 Voto Vogal 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN: Saúdo o bem lançado relatório proferido pelo e. Ministro Relator Marco Aurélio. Apenas para rememorar as premissas que conduziram às minhas conclusões na matéria, permito-me consignar que se trata do Tema 606 da Repercussão Geral em que está em causa i) a competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e ii) a consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Em primeiro lugar, manifesto minha aderência à conclusão esposada pelo i. Relator Ministro Marco Aurélio, no que se refere ao primeiro item em julgamento. Tal como Sua Excelência, também compreendo que é da Justiça Comum a competência para deslinde de demanda que discute a possibilidade de reintegração de empregado público que obtém aposentadoria concedida pelo Regime Geral de Previdência Social. À evidência, verifica-se que a o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas, tão somente, a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Supremo Tribunal Federal 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN: Saúdo o bem lançado relatório proferido pelo e. Ministro Relator Marco Aurélio. Apenas para rememorar as premissas que conduziram às minhas conclusões na matéria, permito-me consignar que se trata do Tema 606 da Repercussão Geral em que está em causa i) a competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e ii) a consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Em primeiro lugar, manifesto minha aderência à conclusão esposada pelo i. Relator Ministro Marco Aurélio, no que se refere ao primeiro item em julgamento. Tal como Sua Excelência, também compreendo que é da Justiça Comum a competência para deslinde de demanda que discute a possibilidade de reintegração de empregado público que obtém aposentadoria concedida pelo Regime Geral de Previdência Social. À evidência, verifica-se que a o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas, tão somente, a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF obter aposentadoria administrada pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da MP n.º 1523/1996. O entendimento adotado, ademais, está em consonância com a jurisprudência desta Corte. Confira-se, a propósito, o seguinte precedente: “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. EMPREGADO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. ATO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. PRECEDENTES. 1. A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. Precedentes. 2. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 809.482-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.03.2017). No mesmo sentido, apontam-se as decisões monocráticas proferidas nos autos de RE 1.055.597, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 02.08.2017, e no ARE 1.064.917, de relatoria do Min. Ricardo Lewandowski, DJe 16.08.2017. Assentada a competência da Justiça Comum, resta saber se a reintegração é possível, com a consequente acumulação de proventos com vencimentos. Neste segundo ponto, peço vênia, respeitosamente, para divergir das conclusões do i. Relator. Há duas razões para concluir pela impossibilidade. Em primeiro lugar, porque a reintegração de empregado público após obtenção de aposentadoria pelo RGPS, ao mesmo vínculo que ensejou a aposentadoria representa burla ao princípio do concurso público, inscrito no art. 37, II, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF obter aposentadoria administrada pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da MP n.º 1523/1996. O entendimento adotado, ademais, está em consonância com a jurisprudência desta Corte. Confira-se, a propósito, o seguinte precedente: “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. EMPREGADO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. ATO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. PRECEDENTES. 1. A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. Precedentes. 2. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 809.482-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.03.2017). No mesmo sentido, apontam-se as decisões monocráticas proferidas nos autos de RE 1.055.597, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 02.08.2017, e no ARE 1.064.917, de relatoria do Min. Ricardo Lewandowski, DJe 16.08.2017. Assentada a competência da Justiça Comum, resta saber se a reintegração é possível, com a consequente acumulação de proventos com vencimentos. Neste segundo ponto, peço vênia, respeitosamente, para divergir das conclusões do i. Relator. Há duas razões para concluir pela impossibilidade. Em primeiro lugar, porque a reintegração de empregado público após obtenção de aposentadoria pelo RGPS, ao mesmo vínculo que ensejou a aposentadoria representa burla ao princípio do concurso público, inscrito no art. 37, II, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF CRFB. Em segundo lugar, porque, não fosse a violação ao art. 37, II, a Emenda Constitucional n.º 103/2019 acresceu regra explícita de vedação da hipótese, no § 14 do art. 37, cuja redação reproduzo: “§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição” Com efeito, como se pode haurir da redação do art. 37, § 14, a aposentadoria obtida pelo RGPS enseja vacância do cargo, ou seja, rompe-se o vínculo que liga o servidor ao emprego público, de modo que não se pode admitir a reintegração sem prévia aprovação em concurso. A respeito do § 14 do art. 37, lê-se no parecer da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que a Proposta de Emenda Constitucional n.º 6, de 2019, que originou a Emenda Constitucional n.º 103/2019: “Quanto ao § 14 que o substitutivo acresce ao art. 37 da Constituição, há explicação razoável e consistente para a alteração implementada em relação ao texto original. A proposição encaminhada pelo Executivo, ao sugerir nova redação para o § 10 do mesmo dispositivo, não resolvia o problema visado e ainda suscitava questionamentos acerca de suas aplicações imediatas, na medida em que as situações decorrentes não se encontravam devidamente esclarecidas. O que se pretendia, em verdade, com a apresentação da proposta, era impedir que um servidor ou empregado público vinculado ao RGPS permanecesse no exercício do cargo do qual decorreu a aposentadoria, o que resultava na percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração do cargo ou emprego. A redação atribuída ao substitutivo leva a que a situação se resolva de modo uniforme, qualquer que seja o regime previdenciário do servidor, na medida em que se 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF CRFB. Em segundo lugar, porque, não fosse a violação ao art. 37, II, a Emenda Constitucional n.º 103/2019 acresceu regra explícita de vedação da hipótese, no § 14 do art. 37, cuja redação reproduzo: “§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição” Com efeito, como se pode haurir da redação do art. 37, § 14, a aposentadoria obtida pelo RGPS enseja vacância do cargo, ou seja, rompe-se o vínculo que liga o servidor ao emprego público, de modo que não se pode admitir a reintegração sem prévia aprovação em concurso. A respeito do § 14 do art. 37, lê-se no parecer da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que a Proposta de Emenda Constitucional n.º 6, de 2019, que originou a Emenda Constitucional n.º 103/2019: “Quanto ao § 14 que o substitutivo acresce ao art. 37 da Constituição, há explicação razoável e consistente para a alteração implementada em relação ao texto original. A proposição encaminhada pelo Executivo, ao sugerir nova redação para o § 10 do mesmo dispositivo, não resolvia o problema visado e ainda suscitava questionamentos acerca de suas aplicações imediatas, na medida em que as situações decorrentes não se encontravam devidamente esclarecidas. O que se pretendia, em verdade, com a apresentação da proposta, era impedir que um servidor ou empregado público vinculado ao RGPS permanecesse no exercício do cargo do qual decorreu a aposentadoria, o que resultava na percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração do cargo ou emprego. A redação atribuída ao substitutivo leva a que a situação se resolva de modo uniforme, qualquer que seja o regime previdenciário do servidor, na medida em que se 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF determina o rompimento automático do vínculo, se for aproveitado para a concessão da aposentadoria tempo de contribuição decorrente do cargo ou emprego ocupado “ A intenção, portanto, do legislador reformador constituinte foi de explicitar a vacância do cargo ou emprego público decorrente da obtenção de aposentadoria para a qual o tempo de exercício foi contabilizado. A Constituição da República, ademais, no § 10 do art. 37, veda a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses constitucionais de cumulação de cargos. O reingresso do empregado público teria que se dar respeitando a seleção mediante concurso público. Assim, diante da redação do art. 37, § 14, nos termos da EC 103/2019, não há que se falar em permanência do servidor no vínculo, o que leva à conclusão de que está correta a solução preconizada pela Primeira Turma deste STF ao apreciar o segundo agravo regimental no caso em análise. Diante do exposto, dou parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB. Proposta de tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.” É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF determina o rompimento automático do vínculo, se for aproveitado para a concessão da aposentadoria tempo de contribuição decorrente do cargo ou emprego ocupado “ A intenção, portanto, do legislador reformador constituinte foi de explicitar a vacância do cargo ou emprego público decorrente da obtenção de aposentadoria para a qual o tempo de exercício foi contabilizado. A Constituição da República, ademais, no § 10 do art. 37, veda a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses constitucionais de cumulação de cargos. O reingresso do empregado público teria que se dar respeitando a seleção mediante concurso público. Assim, diante da redação do art. 37, § 14, nos termos da EC 103/2019, não há que se falar em permanência do servidor no vínculo, o que leva à conclusão de que está correta a solução preconizada pela Primeira Turma deste STF ao apreciar o segundo agravo regimental no caso em análise. Diante do exposto, dou parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB. Proposta de tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.” É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 90 Extrato de Ata - 18/08/2020 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CFF7-982F-C3F5-DB19 e senha C6F9-02FA-18E7-CD3A Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CFF7-982F-C3F5-DB19 e senha C6F9-02FA-18E7-CD3A Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 90 Extrato de Ata - 18/08/2020 Lúcia, Luiz Fux, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CFF7-982F-C3F5-DB19 e senha C6F9-02FA-18E7-CD3A Supremo Tribunal Federal Lúcia, Luiz Fux, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CFF7-982F-C3F5-DB19 e senha C6F9-02FA-18E7-CD3A Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 90 Voto Vista 28/09/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O VISTA O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, coloca-se para exame o seguinte tema, submetido à sistemática da Repercussão Geral: 606 - a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Na origem, a Federação das Associações dos Aposentados dos Correios FAACO impetrou mandado de segurança coletivo contra ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais (SEST Ministério do Planejamento e Orçamento) e do Presidente da Empresa de Correios e Telégrafos ECT que, embasado no Parecer QS 132/97, emitido pela Advocacia-Geral da União e aprovado pelo Presidente da República, e na Circular 593/97, determinou o desligamento de todos os empregados aposentados voluntariamente e que ainda estavam em exercício na ECT. Em síntese, narrou a impetrante que: I) A ECT [...] partiu do pressuposto de que foram feitos contratos novos quando da aposentadoria e que nulos são esses novos contratos. Como esses contratos novos não foram feitos (os que existem são os anteriores à aposentadoria) segue-se que a pretensa nulidade de um ato inexistente também inexiste. II) Os servidores da ECT ora demitidos, são quase todos Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal 28/09/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O VISTA O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, coloca-se para exame o seguinte tema, submetido à sistemática da Repercussão Geral: 606 - a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Na origem, a Federação das Associações dos Aposentados dos Correios FAACO impetrou mandado de segurança coletivo contra ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais (SEST Ministério do Planejamento e Orçamento) e do Presidente da Empresa de Correios e Telégrafos ECT que, embasado no Parecer QS 132/97, emitido pela Advocacia-Geral da União e aprovado pelo Presidente da República, e na Circular 593/97, determinou o desligamento de todos os empregados aposentados voluntariamente e que ainda estavam em exercício na ECT. Em síntese, narrou a impetrante que: I) A ECT [...] partiu do pressuposto de que foram feitos contratos novos quando da aposentadoria e que nulos são esses novos contratos. Como esses contratos novos não foram feitos (os que existem são os anteriores à aposentadoria) segue-se que a pretensa nulidade de um ato inexistente também inexiste. II) Os servidores da ECT ora demitidos, são quase todos Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF ex-servidores público estatuários, originários do Regime Jurídico da Lei 1711/52, que também dispõem da chamada Estabilidade "própria" pois decorrente de Lei Específica, in casu, o Dec. nº 68.785, de 21 de julho de 1971. III) Alguns empregados da ECT são ex-servidores públicos ou celetistas, mas ambos os grupos foram aposentados nos termos dos arts. 49 e 54 da Lei 8213/1991, os quais ensejam a concessão de aposentadoria sem romper o vínculo, de maneira que o contrato de trabalho manteve-se íntegro antes e depois da aposentadoria, pois o diploma acima referido, à nitidez, possibilita a aposentadoria sem o desligamento do emprego, ao contrário do que dispunha o art. 453 da CLT, com a nova redação dada pela Lei nº 6.204/75, que previa a extinção do contrato de trabalho com aposentadoria espontânea, conforme a doutrina dominante até então. Ao final, postulou a concessão da segurança, reconhecendo-se a ilegalidade do ato, uma vez que amparado em parecer ilegal e superado nos termos da legislação vigente. O Presidente da ECT suscitou a incompetência da Justiça Federal, aduzindo ser a Justiça do Trabalho o órgão jurisdicional legitimado para julgar a demanda entre empregados e empregadores, derivada de relação de emprego; asseverando, quanto ao mérito, que há a extinção do vínculo empregatício decorrente da aposentadoria, estando correto o entendimento entabulado no parecer emitido pela AGU. A sentença afastou a preliminar de incompetência e, no mérito, concedeu a segurança, declarando o direito dos associados da Impetrante à reintegração nos seus cargos. (e-Doc. 15). Interpostas apelações, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região dirimiu a questão nos termos da seguinte ementa: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF ex-servidores público estatuários, originários do Regime Jurídico da Lei 1711/52, que também dispõem da chamada Estabilidade "própria" pois decorrente de Lei Específica, in casu, o Dec. nº 68.785, de 21 de julho de 1971. III) Alguns empregados da ECT são ex-servidores públicos ou celetistas, mas ambos os grupos foram aposentados nos termos dos arts. 49 e 54 da Lei 8213/1991, os quais ensejam a concessão de aposentadoria sem romper o vínculo, de maneira que o contrato de trabalho manteve-se íntegro antes e depois da aposentadoria, pois o diploma acima referido, à nitidez, possibilita a aposentadoria sem o desligamento do emprego, ao contrário do que dispunha o art. 453 da CLT, com a nova redação dada pela Lei nº 6.204/75, que previa a extinção do contrato de trabalho com aposentadoria espontânea, conforme a doutrina dominante até então. Ao final, postulou a concessão da segurança, reconhecendo-se a ilegalidade do ato, uma vez que amparado em parecer ilegal e superado nos termos da legislação vigente. O Presidente da ECT suscitou a incompetência da Justiça Federal, aduzindo ser a Justiça do Trabalho o órgão jurisdicional legitimado para julgar a demanda entre empregados e empregadores, derivada de relação de emprego; asseverando, quanto ao mérito, que há a extinção do vínculo empregatício decorrente da aposentadoria, estando correto o entendimento entabulado no parecer emitido pela AGU. A sentença afastou a preliminar de incompetência e, no mérito, concedeu a segurança, declarando o direito dos associados da Impetrante à reintegração nos seus cargos. (e-Doc. 15). Interpostas apelações, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região dirimiu a questão nos termos da seguinte ementa: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF DE SEGURANÇA. ANULAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. LEI Nº 9.528/97. PERDA DO OBJETO. INOCORRÊNCIA. LEGITIMIDADE PASSIVA DAS AUTORIDADES IMPETRADAS. CORREÇÃO DA VIA PROCESSUAL ELEITA. ADESÃO AO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA PROPOSTO PELA ECT. PERDA DO OBJETO QUANTO AOS RESPECTIVOS ACORDANTES. EMPREGADOS DA ECT. APOSENTADORIA. ANULAÇÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STF. REINTEGRAÇÃO AOS CARGOS QUE OCUPAVAM. POSSIBILIDADE. Após o desprovimento dos embargos declaratórios, a ECT e a União interpuseram recursos extraordinários, com base no art. 102, III, a, da CARTA MAGNA, articulando violação aos seguintes artigos constitucionais: 5º, XXXVI, 37, caput, I, II, XVI, XVII, e § 10, 40, § 6º, 41, 114 e 173, § 1º. Sustentam, em síntese, que: (a) a Justiça do Trabalho é competente para julgar a causa, conforme Emenda Constitucional 45/2004; (b) o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em seus precedentes (v.g., ADI 1.770-4, ADI 1.721-3, RE 589.998), firmou entendimento no sentido de ser inviável a reintegração de funcionários dispensados em virtude de aposentadoria espontânea, sendo inadequado cumular proventos e vencimentos, e (c) possuem o direito de dispensar empregados com fulcro na despedida imotivada. Admitido o apelo extremo na origem, esta CORTE reconheceu a repercussão geral da questão. Segue a ementa (DJe de 2/5/2013): COMPETÊNCIA JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA DO 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF DE SEGURANÇA. ANULAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. LEI Nº 9.528/97. PERDA DO OBJETO. INOCORRÊNCIA. LEGITIMIDADE PASSIVA DAS AUTORIDADES IMPETRADAS. CORREÇÃO DA VIA PROCESSUAL ELEITA. ADESÃO AO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA PROPOSTO PELA ECT. PERDA DO OBJETO QUANTO AOS RESPECTIVOS ACORDANTES. EMPREGADOS DA ECT. APOSENTADORIA. ANULAÇÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STF. REINTEGRAÇÃO AOS CARGOS QUE OCUPAVAM. POSSIBILIDADE. Após o desprovimento dos embargos declaratórios, a ECT e a União interpuseram recursos extraordinários, com base no art. 102, III, a, da CARTA MAGNA, articulando violação aos seguintes artigos constitucionais: 5º, XXXVI, 37, caput, I, II, XVI, XVII, e § 10, 40, § 6º, 41, 114 e 173, § 1º. Sustentam, em síntese, que: (a) a Justiça do Trabalho é competente para julgar a causa, conforme Emenda Constitucional 45/2004; (b) o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em seus precedentes (v.g., ADI 1.770-4, ADI 1.721-3, RE 589.998), firmou entendimento no sentido de ser inviável a reintegração de funcionários dispensados em virtude de aposentadoria espontânea, sendo inadequado cumular proventos e vencimentos, e (c) possuem o direito de dispensar empregados com fulcro na despedida imotivada. Admitido o apelo extremo na origem, esta CORTE reconheceu a repercussão geral da questão. Segue a ementa (DJe de 2/5/2013): COMPETÊNCIA JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA DO 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF TRABALHO VÍNCULO EMPREGATÍCIO APOSENTADORIA EFEITOS PROVENTOS E SALÁRIOS ACUMULAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência da concessão de aposentadoria espontânea, à consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos, bem como à competência para processar e julgar a lide correspondente. Em sessão de julgamento no Plenário virtual, iniciada em 7/8/2020, o i. MARCO AURÉLIO apresentou voto negando provimento aos apelos extraordinários. Propôs, ao final, a seguinte tese: A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Por sua vez, o i. Ministro EDSON FACHIN deu parcial provimento aos recursos extraordinários, reconhecendo a competência da Justiça do Trabalho para julgar a causa e divergiu do Relator acentuando a impossibilidade de reintegração dos empregados públicos aposentados. Como tese, apresentou a seguinte redação: A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB. Pedi vista dos autos. É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF TRABALHO VÍNCULO EMPREGATÍCIO APOSENTADORIA EFEITOS PROVENTOS E SALÁRIOS ACUMULAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência da concessão de aposentadoria espontânea, à consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos, bem como à competência para processar e julgar a lide correspondente. Em sessão de julgamento no Plenário virtual, iniciada em 7/8/2020, o i. MARCO AURÉLIO apresentou voto negando provimento aos apelos extraordinários. Propôs, ao final, a seguinte tese: A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Por sua vez, o i. Ministro EDSON FACHIN deu parcial provimento aos recursos extraordinários, reconhecendo a competência da Justiça do Trabalho para julgar a causa e divergiu do Relator acentuando a impossibilidade de reintegração dos empregados públicos aposentados. Como tese, apresentou a seguinte redação: A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB. Pedi vista dos autos. É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF Senhor Presidente, há duas questões dotadas de repercussão geral a ser apreciadas neste caso paradigma, a saber: a) a que órgão judiciário compete julgar a causa; e b) a possibilidade de reintegração aos quadros funcionais da ECT de empregados públicos aposentados voluntariamente, com direito à cumulação de proventos e vencimentos. Quanto ao item “a”, (competência para o processamento e julgamento da controvérsia), entendo correto a decisão do Tribunal “a quo”. O mandado de segurança impetrado na origem tem como cerne a impugnação de ato jurídico que não se origina de relação de trabalho. Se tal estivesse presente, então caberia a atuação da justiça especializada, pois dotada de órgãos que se debruçam cotidianamente sobre os fatos atinentes à relação de emprego (muitas vezes quanto à própria existência dela) e que por isso mesmo detêm melhores condições para apreciar toda a trama dos delicados aspectos objetivos e subjetivos que permeiam a relação de emprego bem como as correspondentes controvérsias que se instauram entre trabalhadores e empregadores (CC 7.204, Rel. Min. AYRES BRITTO, DJ de 9/12/2005). Na hipótese, entretanto, evidencia-se a competência da Justiça Federal para o julgamento da causa (ratione personae), eis que o ato impugnado emana de autoridade federal e se dirige ao comando gerencial de empresa estatal federal, presente que empresas públicas e sociedades de economia mista federais vinculam-se à União Federal, que exerce controle sobre elas. (JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO. Manual de Direito Administrativo. 33ª ed. São Paulo. Atlas, 2019, p. 546). Dessa maneira, as questões concernentes à relação jurídica material 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF Senhor Presidente, há duas questões dotadas de repercussão geral a ser apreciadas neste caso paradigma, a saber: a) a que órgão judiciário compete julgar a causa; e b) a possibilidade de reintegração aos quadros funcionais da ECT de empregados públicos aposentados voluntariamente, com direito à cumulação de proventos e vencimentos. Quanto ao item “a”, (competência para o processamento e julgamento da controvérsia), entendo correto a decisão do Tribunal “a quo”. O mandado de segurança impetrado na origem tem como cerne a impugnação de ato jurídico que não se origina de relação de trabalho. Se tal estivesse presente, então caberia a atuação da justiça especializada, pois dotada de órgãos que se debruçam cotidianamente sobre os fatos atinentes à relação de emprego (muitas vezes quanto à própria existência dela) e que por isso mesmo detêm melhores condições para apreciar toda a trama dos delicados aspectos objetivos e subjetivos que permeiam a relação de emprego bem como as correspondentes controvérsias que se instauram entre trabalhadores e empregadores (CC 7.204, Rel. Min. AYRES BRITTO, DJ de 9/12/2005). Na hipótese, entretanto, evidencia-se a competência da Justiça Federal para o julgamento da causa (ratione personae), eis que o ato impugnado emana de autoridade federal e se dirige ao comando gerencial de empresa estatal federal, presente que empresas públicas e sociedades de economia mista federais vinculam-se à União Federal, que exerce controle sobre elas. (JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO. Manual de Direito Administrativo. 33ª ed. São Paulo. Atlas, 2019, p. 546). Dessa maneira, as questões concernentes à relação jurídica material 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF subjacente ao que se debate nestes autos, estabelecida entre a ECT e seus empregados, não são hábeis a deslocar a competência para a justiça trabalhista. De todo modo, como destacado pelo eminente Relator, ainda que a Justiça do Trabalho emergisse como o órgão jurisdicional competente, com base na atual redação do art. 114, da CONSTITUIÇÃO FEDERAL, não haveria qualquer nulidade a ser declarada neste caso concreto. Com efeito, até o advento da Emenda Constitucional 45/2004, somente se admitia a impetração de mandado de segurança na Justiça Trabalhista em face de ato judicial praticado por magistrado do Trabalho. Após a emenda, ampliou-se a competência da Justiça do Trabalho. Desde então, a todo trabalhador, seja qual for o regime contratual a que esteja submetido (mesmo que não seja empregatício o vínculo e mesmo que não haja contemplação na CLT do tipo de contrato de trabalho em questão, e ainda que não seja aplicável a CLT), passa a ser franqueada a via da Justiça do Trabalho para a solução de seus conflitos, desde que decorrentes dessa relação, de forma que a Justiça do Trabalho torna-se responsável pela apreciação de todos os litígios oriundos das relações de trabalho no sentido mais amplo que a expressão admite (trabalhador como prestador de serviço, independentemente de subordinação), leciona ANDRÉ RAMOS TAVARES (Curso de Direito Constitucional. 17ª ed. São Paulo. Saraiva, 2019). Desta feita, passou a Justiça do Trabalho a ter competência para julgar mandados de segurança quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição, consoante o citado art. 114, IV, da CARTA MAGNA. Na hipótese em tela, como a sentença data de outubro de 1999 - anterior, portanto, à promulgação da Emenda Constitucional 45/2004 -, 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF subjacente ao que se debate nestes autos, estabelecida entre a ECT e seus empregados, não são hábeis a deslocar a competência para a justiça trabalhista. De todo modo, como destacado pelo eminente Relator, ainda que a Justiça do Trabalho emergisse como o órgão jurisdicional competente, com base na atual redação do art. 114, da CONSTITUIÇÃO FEDERAL, não haveria qualquer nulidade a ser declarada neste caso concreto. Com efeito, até o advento da Emenda Constitucional 45/2004, somente se admitia a impetração de mandado de segurança na Justiça Trabalhista em face de ato judicial praticado por magistrado do Trabalho. Após a emenda, ampliou-se a competência da Justiça do Trabalho. Desde então, a todo trabalhador, seja qual for o regime contratual a que esteja submetido (mesmo que não seja empregatício o vínculo e mesmo que não haja contemplação na CLT do tipo de contrato de trabalho em questão, e ainda que não seja aplicável a CLT), passa a ser franqueada a via da Justiça do Trabalho para a solução de seus conflitos, desde que decorrentes dessa relação, de forma que a Justiça do Trabalho torna-se responsável pela apreciação de todos os litígios oriundos das relações de trabalho no sentido mais amplo que a expressão admite (trabalhador como prestador de serviço, independentemente de subordinação), leciona ANDRÉ RAMOS TAVARES (Curso de Direito Constitucional. 17ª ed. São Paulo. Saraiva, 2019). Desta feita, passou a Justiça do Trabalho a ter competência para julgar mandados de segurança quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição, consoante o citado art. 114, IV, da CARTA MAGNA. Na hipótese em tela, como a sentença data de outubro de 1999 - anterior, portanto, à promulgação da Emenda Constitucional 45/2004 -, 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF devem-se observar as diretrizes firmadas pela SUPREMA CORTE, no sentido de que a sentença proferida pela Justiça comum constitui marco temporal, que obsta o deslocamento do processo para a Justiça do Trabalho (CC 7.221, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 25/8/2006). Evidente, portanto, a competência da Justiça Federal para processar e julgar a causa. No que diz respeito ao item “b” (possibilidade de reintegração aos quadros funcionais da ECT de empregados públicos aposentados voluntariamente, com direito à cumulação de proventos e salários), trago as seguintes ponderações. Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da CF/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos públicos. À luz desse importante normativo, uma vez concedida a aposentadoria voluntária, ou seja, derivada de pedido do empregado público com vínculo celetista, esse fato jurídico não pode passar desapercebido diante do Estado-empregador, ainda que os reflexos econômicos sejam circunscritos à relação estabelecida entre o segurado e o Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, tendo em conta que a “aposentadoria, no âmbito da Administração Pública, é o direito constitucional de remuneração aos servidores que deixam de exercer atividades nos órgãos e nas entidades administrativas, após o preenchimento dos requisitos elencados no ordenamento jurídico”, sublinha RAFAEL CARVALHO REZENDE OLIVEIRA (Curso de direito administrativo. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método. 2016, p. 715) (grifamos). 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF devem-se observar as diretrizes firmadas pela SUPREMA CORTE, no sentido de que a sentença proferida pela Justiça comum constitui marco temporal, que obsta o deslocamento do processo para a Justiça do Trabalho (CC 7.221, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 25/8/2006). Evidente, portanto, a competência da Justiça Federal para processar e julgar a causa. No que diz respeito ao item “b” (possibilidade de reintegração aos quadros funcionais da ECT de empregados públicos aposentados voluntariamente, com direito à cumulação de proventos e salários), trago as seguintes ponderações. Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da CF/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos públicos. À luz desse importante normativo, uma vez concedida a aposentadoria voluntária, ou seja, derivada de pedido do empregado público com vínculo celetista, esse fato jurídico não pode passar desapercebido diante do Estado-empregador, ainda que os reflexos econômicos sejam circunscritos à relação estabelecida entre o segurado e o Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, tendo em conta que a “aposentadoria, no âmbito da Administração Pública, é o direito constitucional de remuneração aos servidores que deixam de exercer atividades nos órgãos e nas entidades administrativas, após o preenchimento dos requisitos elencados no ordenamento jurídico”, sublinha RAFAEL CARVALHO REZENDE OLIVEIRA (Curso de direito administrativo. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método. 2016, p. 715) (grifamos). 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF Por sua vez, afirmei no ARE 1.231.507, de minha relatoria, (DJe de 11/12/2019), que a jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL há muito já assentou que qualquer ato de reingresso ou readmissão em cargo e emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público. Nesse sentido: CARGOS e EMPREGOS PUBLICOS. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, INDIRETA e FUNDACIONAL. ACESSIBILIDADE. CONCURSO PÚBLICO. A acessibilidade aos cargos públicos a todos os brasileiros, nos termos da Lei e mediante concurso público e princípio constitucional explicito, desde 1934, art. 168. Embora cronicamente sofismado, mercê de expedientes destinados a iludir a regra, não só foi reafirmado pela Constituição, como ampliado, para alcançar os empregos públicos, art. 37, I e II. Pela vigente ordem constitucional, em regra, o acesso aos empregos público opera-se mediante concurso público, que pode não ser de igual conteúdo, mas há de ser público. As autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista estão sujeitas a regra, que envolve a administração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Sociedade de economia mista destinada a explorar atividade econômica esta igualmente sujeita a esse princípio, que não colide com o expresso no art. 173, PAR. 1.. Exceções ao princípio, se existem, estão na própria Constituição. (MS 21.322, Rel. Min. PAULO BROSSARD, Tribunal Pleno, DJ de 23/4/1993) Da doutrina de JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (Manual de Direito Administrativo. 33ª ed. São Paulo: Atlas. 2019, p. 668), colho a seguinte passagem: “Ainda sobre a readmissão, é oportuno tecer breve comentário sobre o art. 453, § 1º, da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. O dispositivo foi declarado inconstitucional pelo STF ao argumento de que, incluídos tais empregados na vedação do art. 37, XVI, da CF, a lei estaria admitindo a 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF Por sua vez, afirmei no ARE 1.231.507, de minha relatoria, (DJe de 11/12/2019), que a jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL há muito já assentou que qualquer ato de reingresso ou readmissão em cargo e emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público. Nesse sentido: CARGOS e EMPREGOS PUBLICOS. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, INDIRETA e FUNDACIONAL. ACESSIBILIDADE. CONCURSO PÚBLICO. A acessibilidade aos cargos públicos a todos os brasileiros, nos termos da Lei e mediante concurso público e princípio constitucional explicito, desde 1934, art. 168. Embora cronicamente sofismado, mercê de expedientes destinados a iludir a regra, não só foi reafirmado pela Constituição, como ampliado, para alcançar os empregos públicos, art. 37, I e II. Pela vigente ordem constitucional, em regra, o acesso aos empregos público opera-se mediante concurso público, que pode não ser de igual conteúdo, mas há de ser público. As autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista estão sujeitas a regra, que envolve a administração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Sociedade de economia mista destinada a explorar atividade econômica esta igualmente sujeita a esse princípio, que não colide com o expresso no art. 173, PAR. 1.. Exceções ao princípio, se existem, estão na própria Constituição. (MS 21.322, Rel. Min. PAULO BROSSARD, Tribunal Pleno, DJ de 23/4/1993) Da doutrina de JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (Manual de Direito Administrativo. 33ª ed. São Paulo: Atlas. 2019, p. 668), colho a seguinte passagem: “Ainda sobre a readmissão, é oportuno tecer breve comentário sobre o art. 453, § 1º, da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. O dispositivo foi declarado inconstitucional pelo STF ao argumento de que, incluídos tais empregados na vedação do art. 37, XVI, da CF, a lei estaria admitindo a 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF cumulação de vencimentos e proventos em qualquer caso, o que ofende o art. 37, § 10, da CF. Averbou, ainda, o eminente Relator que, mesmo que se entenda que os empregados estão fora da proibição daquele mandamento, a aposentadoria espontânea estaria ensejando a extinção do vínculo empregatício, com o que estaria o empregado sujeito à despedida arbitrária (ou sem justa causa), sem indenização.” Ressalte-se que, com o advento da Emenda Constitucional 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente, com inserção do art. 37, § 14, no texto da CARTA MAGNA. Vejamos: “A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição” Correto, portanto, o Parecer AGU Nº GQ-132, de 23 de outubro de 1997, assim ementado, o qual fundamenta o ato questionado na origem: “A aposentadoria espontânea é causa extintiva do contrato de trabalho - A Lei nº 8.213/91, que dispõe sobre as relações do segurado com a previdência oficial, não regulamenta as relações de trabalho - A continuidade da prestação de serviços por empregado aposentado em empresa pública ou sociedade de economia mista, caracteriza novo contrato de trabalho, que, por não vir precedido de aprovação em concurso público, é nulo por ofensa ao Art. 37, II, da Constituição Federal, e ao parágrafo único do art. 453 da CLT, com a redação dada pela Medida Provisória nº 1.523-3, de 09.01.97, e suas reedições - A interrupção das atividades do empregado aposentado, decorrente da decretação da nulidade do contrato de trabalho, apenas assegura ao servidor o direito ao salário do período trabalhado, sem quaisquer efeitos futuros. - Inexiste direito ao 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF cumulação de vencimentos e proventos em qualquer caso, o que ofende o art. 37, § 10, da CF. Averbou, ainda, o eminente Relator que, mesmo que se entenda que os empregados estão fora da proibição daquele mandamento, a aposentadoria espontânea estaria ensejando a extinção do vínculo empregatício, com o que estaria o empregado sujeito à despedida arbitrária (ou sem justa causa), sem indenização.” Ressalte-se que, com o advento da Emenda Constitucional 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente, com inserção do art. 37, § 14, no texto da CARTA MAGNA. Vejamos: “A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição” Correto, portanto, o Parecer AGU Nº GQ-132, de 23 de outubro de 1997, assim ementado, o qual fundamenta o ato questionado na origem: “A aposentadoria espontânea é causa extintiva do contrato de trabalho - A Lei nº 8.213/91, que dispõe sobre as relações do segurado com a previdência oficial, não regulamenta as relações de trabalho - A continuidade da prestação de serviços por empregado aposentado em empresa pública ou sociedade de economia mista, caracteriza novo contrato de trabalho, que, por não vir precedido de aprovação em concurso público, é nulo por ofensa ao Art. 37, II, da Constituição Federal, e ao parágrafo único do art. 453 da CLT, com a redação dada pela Medida Provisória nº 1.523-3, de 09.01.97, e suas reedições - A interrupção das atividades do empregado aposentado, decorrente da decretação da nulidade do contrato de trabalho, apenas assegura ao servidor o direito ao salário do período trabalhado, sem quaisquer efeitos futuros. - Inexiste direito ao 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF levantamento do saldo de depósitos do FGTS ou ao recebimento do valor da multa de 40% sobre aquele valor, por não se verificarem, no caso, as hipóteses da Lei nº 8.036/90.” Assim, nos termos da fundamentação supra, conclui-se haver motivação idônea para o ato de desligamento, a coadunar com o entendimento edificado por esta SUPREMA CORTE no RE 589.998-RG (Tema 131). Nesse julgado, frisou o eminente Relator, Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: “[...] no caso da motivação dos atos demissórios das estatais, não se está a falar de uma justificativa qualquer, simplesmente pro forma. Ela precisa deixar clara não apenas a sua legalidade extrínseca como a sua validade material intrínseca, sempre à luz do ordenamento legal em vigor. Nas palavras de um ilustre doutrinador, o dever formal tem de ser compreendido no contexto jurídico-constitucional em que se desenvolvem as funções da administração. Não se pode confundir, assim, a garantia da estabilidade com o dever de motivar os atos de dispensa, tampouco imaginar que, com isso, os empregados teriam, como supõem alguns, uma dupla garantia contra a dispensa imotivada, eis que, concretizada a demissão, eles farão jus, tão somente, às verbas rescisórias previstas na legislação trabalhista.” Diante do exposto, pedindo vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, DOU PARCIAL PROVIMENTO aos Recursos Extraordinários e endosso a tese proposta pelo eminente Ministro EDSON FACHIN. É como voto. 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF levantamento do saldo de depósitos do FGTS ou ao recebimento do valor da multa de 40% sobre aquele valor, por não se verificarem, no caso, as hipóteses da Lei nº 8.036/90.” Assim, nos termos da fundamentação supra, conclui-se haver motivação idônea para o ato de desligamento, a coadunar com o entendimento edificado por esta SUPREMA CORTE no RE 589.998-RG (Tema 131). Nesse julgado, frisou o eminente Relator, Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: “[...] no caso da motivação dos atos demissórios das estatais, não se está a falar de uma justificativa qualquer, simplesmente pro forma. Ela precisa deixar clara não apenas a sua legalidade extrínseca como a sua validade material intrínseca, sempre à luz do ordenamento legal em vigor. Nas palavras de um ilustre doutrinador, o dever formal tem de ser compreendido no contexto jurídico-constitucional em que se desenvolvem as funções da administração. Não se pode confundir, assim, a garantia da estabilidade com o dever de motivar os atos de dispensa, tampouco imaginar que, com isso, os empregados teriam, como supõem alguns, uma dupla garantia contra a dispensa imotivada, eis que, concretizada a demissão, eles farão jus, tão somente, às verbas rescisórias previstas na legislação trabalhista.” Diante do exposto, pedindo vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, DOU PARCIAL PROVIMENTO aos Recursos Extraordinários e endosso a tese proposta pelo eminente Ministro EDSON FACHIN. É como voto. 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 29 de 90 Voto Vogal 28/09/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Adoto o bem elaborado relatório do eminente Ministro Marco Aurélio. Está em causa o Tema 606 da sistemática da Repercussão Geral, para se definir: i) a competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e ii) a consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Saliento, de início, que me ponho de acordo com o Relator quanto à competência da Justiça Federal para processar o feito de origem. Considero relevantes, quanto ao ponto, as considerações do Ministro Edson Fachin quanto à natureza da lide posta à apreciação na origem. Foram suas palavras: “À evidência, verifica-se que o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas, tão somente, a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de obter aposentadoria administrada Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal 28/09/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Adoto o bem elaborado relatório do eminente Ministro Marco Aurélio. Está em causa o Tema 606 da sistemática da Repercussão Geral, para se definir: i) a competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e ii) a consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Saliento, de início, que me ponho de acordo com o Relator quanto à competência da Justiça Federal para processar o feito de origem. Considero relevantes, quanto ao ponto, as considerações do Ministro Edson Fachin quanto à natureza da lide posta à apreciação na origem. Foram suas palavras: “À evidência, verifica-se que o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas, tão somente, a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de obter aposentadoria administrada Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da MP n.º 1523/1996.” Nenhuma divergência guardo, portanto, quanto a esse tópico. Quanto à possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos de empregados públicos aposentados espontaneamente, considero pertinente realizar breve contextualização dos entendimentos até aqui apresentados, tendo em vista que, sob dada extensão, acompanho cada um dos votos já lançados, acrescendo-lhes, porém, pontual ressalva. O eminente Relator parte, em síntese, da consideração de que o advento da aposentadoria não põe fim ao vínculo trabalhista, sendo possível, portanto, a acumulação do salário com os proventos da aposentadoria decorrentes do Regime Geral de Previdência Social. Sustenta sua fundamentação nos precedentes firmados no RE nº 387.269/SP, na Rcl nº 9.762/SC e no AI nº 737.279/SP-AgR. Admitida a cumulação, julga, então, o caso concreto no sentido da possibilidade de reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e propõe, no mesmo passo, a seguinte tese (que aqui destaco na parte de particular interesse à presente análise): “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da MP n.º 1523/1996.” Nenhuma divergência guardo, portanto, quanto a esse tópico. Quanto à possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos de empregados públicos aposentados espontaneamente, considero pertinente realizar breve contextualização dos entendimentos até aqui apresentados, tendo em vista que, sob dada extensão, acompanho cada um dos votos já lançados, acrescendo-lhes, porém, pontual ressalva. O eminente Relator parte, em síntese, da consideração de que o advento da aposentadoria não põe fim ao vínculo trabalhista, sendo possível, portanto, a acumulação do salário com os proventos da aposentadoria decorrentes do Regime Geral de Previdência Social. Sustenta sua fundamentação nos precedentes firmados no RE nº 387.269/SP, na Rcl nº 9.762/SC e no AI nº 737.279/SP-AgR. Admitida a cumulação, julga, então, o caso concreto no sentido da possibilidade de reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e propõe, no mesmo passo, a seguinte tese (que aqui destaco na parte de particular interesse à presente análise): “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF salário, presente o Regime Geral de Previdência.” O Ministro Edson Fachin, no ponto, inaugura a divergência. Em sua visão, a reintegração de empregado público aposentado pelo RGPS representa burla ao princípio do concurso público, conforme inteligência do art. 37, II da CF/88. Aponta, ademais, que a EC nº 103/19 incluiu no art. 37 da CF/88 regra explícita que veda tal reintegração, qual seja: “§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” Argui, então, que a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração do cargo só pode ocorrer nos casos autorizados expressamente pela Constituição, consoante teleologia do art. 37, § 10 da CF/88. Em sua compreensão, portanto, o art. 37, II, § 14 (incluído pela EC nº 103/19), combinado com o art. 37, § 10, todos da CF/88 impedem a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso público. Sua Excelência dá, em seu voto, parcial provimento aos recursos extraordinários, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.” Em 8/9/20, o Ministro Alexandre de Moraes devolveu os autos para a continuação do julgamento em ambiente virtual, acompanhando a 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF salário, presente o Regime Geral de Previdência.” O Ministro Edson Fachin, no ponto, inaugura a divergência. Em sua visão, a reintegração de empregado público aposentado pelo RGPS representa burla ao princípio do concurso público, conforme inteligência do art. 37, II da CF/88. Aponta, ademais, que a EC nº 103/19 incluiu no art. 37 da CF/88 regra explícita que veda tal reintegração, qual seja: “§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” Argui, então, que a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração do cargo só pode ocorrer nos casos autorizados expressamente pela Constituição, consoante teleologia do art. 37, § 10 da CF/88. Em sua compreensão, portanto, o art. 37, II, § 14 (incluído pela EC nº 103/19), combinado com o art. 37, § 10, todos da CF/88 impedem a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso público. Sua Excelência dá, em seu voto, parcial provimento aos recursos extraordinários, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.” Em 8/9/20, o Ministro Alexandre de Moraes devolveu os autos para a continuação do julgamento em ambiente virtual, acompanhando a 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 32 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF parcial divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin. Em seu voto, o Ministro também se utiliza do art. 37, II da CF/88 para fundamentar seu voto: “Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da CF/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos públicos.” Cita, ainda, o ARE nº 1.231.507, de sua relatoria (DJe de 11/12/19), no qual se assentou que a jurisprudência do Supremo Tribunal “há muito já assentou que qualquer ato de reingresso ou readmissão em cargo e emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público”. Aponta, ademais, que “com o advento da Emenda Constitucional 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente”. Por fim, para o Ministro Vistor, a decretação de nulidade do contrato de trabalho em virtude de violação da regra constitucional do concurso público constitui motivação idônea para a demissão do trabalhador, a qual se harmonizaria, assim, com a tese fixada no RE nº 589.998-RG – Tema 131 (“A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados”). Com base nessa fundamentação, o Ministro Alexandre deu parcial provimento aos recursos extraordinários e endossou a tese apresentada pelo Ministro Edson Fachin. Tenho, de início, ser relevante a consideração da divergência quanto ao art. 37, II, § 14 (incluído pela EC nº 103/19), dado que, após sua inserção, de modo expresso, a Constituição Federal definiu que a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF parcial divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin. Em seu voto, o Ministro também se utiliza do art. 37, II da CF/88 para fundamentar seu voto: “Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da CF/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos públicos.” Cita, ainda, o ARE nº 1.231.507, de sua relatoria (DJe de 11/12/19), no qual se assentou que a jurisprudência do Supremo Tribunal “há muito já assentou que qualquer ato de reingresso ou readmissão em cargo e emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público”. Aponta, ademais, que “com o advento da Emenda Constitucional 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente”. Por fim, para o Ministro Vistor, a decretação de nulidade do contrato de trabalho em virtude de violação da regra constitucional do concurso público constitui motivação idônea para a demissão do trabalhador, a qual se harmonizaria, assim, com a tese fixada no RE nº 589.998-RG – Tema 131 (“A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados”). Com base nessa fundamentação, o Ministro Alexandre deu parcial provimento aos recursos extraordinários e endossou a tese apresentada pelo Ministro Edson Fachin. Tenho, de início, ser relevante a consideração da divergência quanto ao art. 37, II, § 14 (incluído pela EC nº 103/19), dado que, após sua inserção, de modo expresso, a Constituição Federal definiu que a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 33 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de Previdência Social. Não obstante, tenho que o entendimento defendido pelo Ministro Marco Aurélio, apesar de se basear em precedentes firmados anteriormente à entrada em vigor da EC nº 103/19, deve prevalecer no caso concreto. Isso porque é preciso considerar o conjunto normativo da EC nº 103/19, que, em seu art. 6º, determinou: “Art. 6º O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.” A norma em tela eximiu, portanto, da observância ao § 14 do art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias que já houvessem sido concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda. O caso dos autos se refere a aposentadorias concedidas pelo RGPS antes da entrada em vigor da referida Emenda Constitucional. Sendo assim, com base no art. 6º da EC nº 103/19, inviável a aplicação da regra contida no art. 37, § 14 da CF/88 a este caso específico. Com isso, entendo ser aplicável o entendimento já firmado por esta Suprema Corte antes da entrada em vigor da regra contida no art. 37, § 14, da CF/88. Destaco, por oportuno, que participei do julgamento da Reclamação nº 9.762/SC (Plenário, DJ de 31/5/13), citada pelo Ministro Marco Aurélio, ocasião em que acompanhei o voto do Relator, Ministro Ricardo Lewandowski, que assentou o seguinte: “(...) pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração.” 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de Previdência Social. Não obstante, tenho que o entendimento defendido pelo Ministro Marco Aurélio, apesar de se basear em precedentes firmados anteriormente à entrada em vigor da EC nº 103/19, deve prevalecer no caso concreto. Isso porque é preciso considerar o conjunto normativo da EC nº 103/19, que, em seu art. 6º, determinou: “Art. 6º O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.” A norma em tela eximiu, portanto, da observância ao § 14 do art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias que já houvessem sido concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda. O caso dos autos se refere a aposentadorias concedidas pelo RGPS antes da entrada em vigor da referida Emenda Constitucional. Sendo assim, com base no art. 6º da EC nº 103/19, inviável a aplicação da regra contida no art. 37, § 14 da CF/88 a este caso específico. Com isso, entendo ser aplicável o entendimento já firmado por esta Suprema Corte antes da entrada em vigor da regra contida no art. 37, § 14, da CF/88. Destaco, por oportuno, que participei do julgamento da Reclamação nº 9.762/SC (Plenário, DJ de 31/5/13), citada pelo Ministro Marco Aurélio, ocasião em que acompanhei o voto do Relator, Ministro Ricardo Lewandowski, que assentou o seguinte: “(...) pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração.” 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 34 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF Sua Excelência assim se manifestou porque, até então, não havia acumulação vedada pela Constituição Federal, dado que a hipótese não se insere dentre as elencadas no art. 37, § 10, da Constituição. Vide: “§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração” (grifei). Por tal razão, naqueles autos, explicitou Sua Excelência, pensamento em tudo extensível ao presente caso: “Ora, o benefício previdenciário percebido pelo Regime Geral de Previdência tem embasamento no art. 201, § 7º, do Texto Constitucional, não havendo cumulação indevida com o percebimento de remuneração de emprego público.” Desse modo, tendo em vista a regra de transição prevista no art. 6º da EC nº 103/19, entendo inaplicável, ao caso concreto, a regra contida no art. 37, § 14 da CF/88. Sendo assim, a demissão realizada com base na alegada proibição constitucional de cumulação da aposentadoria pelo RGPS com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo cabível a reintegração pretendida na origem. Por essa razão, nego provimento, tal qual o Relator, aos recursos, embora o faça sob fundamento distinto, qual seja, a inaplicabilidade do art. 37, § 14, da CF/88 por força do art. 6º da EC nº 103/19. Para efeitos de tese, apresento, ainda, nova proposta, que parte da lançada pela divergência (já que estruturada sobre o art. 37, § 14, da CF/88), mas com os acréscimos atinentes à disposição constante do art. 6º da EC nº 103/19. Peço, assim, licença ao Ministro Edson Fachin para me utilizar do texto por ele proposto, em deferência à boa construção textual 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF Sua Excelência assim se manifestou porque, até então, não havia acumulação vedada pela Constituição Federal, dado que a hipótese não se insere dentre as elencadas no art. 37, § 10, da Constituição. Vide: “§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração” (grifei). Por tal razão, naqueles autos, explicitou Sua Excelência, pensamento em tudo extensível ao presente caso: “Ora, o benefício previdenciário percebido pelo Regime Geral de Previdência tem embasamento no art. 201, § 7º, do Texto Constitucional, não havendo cumulação indevida com o percebimento de remuneração de emprego público.” Desse modo, tendo em vista a regra de transição prevista no art. 6º da EC nº 103/19, entendo inaplicável, ao caso concreto, a regra contida no art. 37, § 14 da CF/88. Sendo assim, a demissão realizada com base na alegada proibição constitucional de cumulação da aposentadoria pelo RGPS com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo cabível a reintegração pretendida na origem. Por essa razão, nego provimento, tal qual o Relator, aos recursos, embora o faça sob fundamento distinto, qual seja, a inaplicabilidade do art. 37, § 14, da CF/88 por força do art. 6º da EC nº 103/19. Para efeitos de tese, apresento, ainda, nova proposta, que parte da lançada pela divergência (já que estruturada sobre o art. 37, § 14, da CF/88), mas com os acréscimos atinentes à disposição constante do art. 6º da EC nº 103/19. Peço, assim, licença ao Ministro Edson Fachin para me utilizar do texto por ele proposto, em deferência à boa construção textual 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 35 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF e normativa por Sua Excelência desenhada, para propor a inclusão, ao final da tese, da expressão “salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º”. É então a tese proposta: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º.” Voto, portanto, pelo não provimento dos recursos extraordinários no caso concreto, propondo a adoção da tese acima citada. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF e normativa por Sua Excelência desenhada, para propor a inclusão, ao final da tese, da expressão “salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º”. É então a tese proposta: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º.” Voto, portanto, pelo não provimento dos recursos extraordinários no caso concreto, propondo a adoção da tese acima citada. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 36 de 90 Extrato de Ata - 28/09/2020 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da CF/88 por força do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C716-9D46-F56D-FEF3 e senha 2337-FE69-C6D4-30AE Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da CF/88 por força do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C716-9D46-F56D-FEF3 e senha 2337-FE69-C6D4-30AE Inteiro Teor do Acórdão - Página 37 de 90 Extrato de Ata - 28/09/2020 art. 6º da EC nº 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6º", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C716-9D46-F56D-FEF3 e senha 2337-FE69-C6D4-30AE Supremo Tribunal Federal art. 6º da EC nº 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6º", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C716-9D46-F56D-FEF3 e senha 2337-FE69-C6D4-30AE Inteiro Teor do Acórdão - Página 38 de 90 Voto Vista 15/03/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO VISTA A Senhora Ministra Rosa Weber: Em julgamento o RE nº 655.283, paradigma do tema nº 606 da repercussão geral, que aborda: “a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos.” No intuito de analisar com maior verticalidade as questões em debate, bem assim como as diferentes posições até aqui defendidas, pedi vista dos presentes autos, em que em exame, sob a sistemática da repercussão geral, recursos extraordinários interpostos pela União e pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT contra acórdão prolatado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, nos autos da apelação em mandado de segurança nº 1997.34.00.033871-3 (numeração única: 0033728-57.1997.4.01.3400). Cuida-se, na origem, de mandado de segurança coletivo impetrado pela Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO contra ato imputado ao Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais – SEST e ao Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, consubstanciado em ordem de desligamento de empregados da mencionada empresa pública federal que, muito embora já voluntariamente aposentados, continuaram a trabalhar e a perceber, concomitantemente, proventos de aposentadoria e salários. Serviu como premissa justificadora dessa determinação parecer da Advocacia-Geral da União (Parecer nº GQ – 132, de 06 de novembro de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal 15/03/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO VISTA A Senhora Ministra Rosa Weber: Em julgamento o RE nº 655.283, paradigma do tema nº 606 da repercussão geral, que aborda: “a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos.” No intuito de analisar com maior verticalidade as questões em debate, bem assim como as diferentes posições até aqui defendidas, pedi vista dos presentes autos, em que em exame, sob a sistemática da repercussão geral, recursos extraordinários interpostos pela União e pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT contra acórdão prolatado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, nos autos da apelação em mandado de segurança nº 1997.34.00.033871-3 (numeração única: 0033728-57.1997.4.01.3400). Cuida-se, na origem, de mandado de segurança coletivo impetrado pela Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO contra ato imputado ao Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais – SEST e ao Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, consubstanciado em ordem de desligamento de empregados da mencionada empresa pública federal que, muito embora já voluntariamente aposentados, continuaram a trabalhar e a perceber, concomitantemente, proventos de aposentadoria e salários. Serviu como premissa justificadora dessa determinação parecer da Advocacia-Geral da União (Parecer nº GQ – 132, de 06 de novembro de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 39 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF 1997, publicado no Diário Oficial da União do dia 10 de novembro de 1997), aprovado pelo Presidente da República, nos termos do art. 40, § 1º, da Lei Complementar nº 73/1993, no sentido de reputar a aposentadoria espontânea como causa extintiva do contrato de trabalho, a exigir, assim, aprovação em novo concurso público, para a readmissão de empregado público aposentado. O Juízo da 20ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, confirmando liminar anteriormente deferida, concedeu a ordem (volume 07, fls. 1.767-1.777), para, em sintonia com o decidido por esta Casa, nas medidas cautelares nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade nºs 1721 e 1770, declarar “o direito dos associados da impetrante à reintegração nos seus cargos”. Na sequência, contra acórdão, emanado do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que negou provimento às apelações e, em reexame necessário, manteve a sentença concessiva da ordem, sobreveio a interposição, pela União e pela ECT, dos recursos extraordinários ora em análise. Após o reconhecimento da repercussão geral do tema, o julgamento do mérito dos recursos extraordinários da União e da ECT teve início na sessão virtual plenária de 07.8.2020 a 17.8.2020, nos termos da ata adiante transcrita: Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF 1997, publicado no Diário Oficial da União do dia 10 de novembro de 1997), aprovado pelo Presidente da República, nos termos do art. 40, § 1º, da Lei Complementar nº 73/1993, no sentido de reputar a aposentadoria espontânea como causa extintiva do contrato de trabalho, a exigir, assim, aprovação em novo concurso público, para a readmissão de empregado público aposentado. O Juízo da 20ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, confirmando liminar anteriormente deferida, concedeu a ordem (volume 07, fls. 1.767-1.777), para, em sintonia com o decidido por esta Casa, nas medidas cautelares nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade nºs 1721 e 1770, declarar “o direito dos associados da impetrante à reintegração nos seus cargos”. Na sequência, contra acórdão, emanado do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que negou provimento às apelações e, em reexame necessário, manteve a sentença concessiva da ordem, sobreveio a interposição, pela União e pela ECT, dos recursos extraordinários ora em análise. Após o reconhecimento da repercussão geral do tema, o julgamento do mérito dos recursos extraordinários da União e da ECT teve início na sessão virtual plenária de 07.8.2020 a 17.8.2020, nos termos da ata adiante transcrita: Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 40 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. O julgamento foi retomado na sessão virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020, com o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e os votos dos Ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, após os quais pedi vista, tudo conforme registrado na correspondente ata, reproduzida abaixo: “Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da CF/88 por força do art. 6º da EC nº 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. O julgamento foi retomado na sessão virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020, com o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e os votos dos Ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, após os quais pedi vista, tudo conforme registrado na correspondente ata, reproduzida abaixo: “Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da CF/88 por força do art. 6º da EC nº 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 41 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020.” Até o momento, portanto, embora não haja dissenso sobre a competência da Justiça Comum para processar e julgar a causa, instaurou-se divergência quanto aos fundamentos ensejadores dessa conclusão. O Relator, Ministro Marco Aurélio, em posição até agora solitária, entende que a competência é da Justiça Federal, porque se trata de mandado de segurança, impetrado antes da EC nº 45/2004, contra ato imputado a autoridade federal, e cuja sentença de mérito foi proferida também antes da mencionada Emenda. Já as posições capitaneadas pelos Ministros Edson Fachin e Dias Toffoli defendem que a natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrairia a competência da Justiça Comum para julgar a demanda. Pedindo vênia aos que entendem de modo diverso, acompanho, no ponto, a posição do Ministro Marco Aurélio. Na espécie, afigura-se, a meu juízo, competente para processar e julgar o feito a Justiça Federal, e não a especializada Justiça do Trabalho, mas isso unicamente pelo fato de que se trata, na origem, de mandado de segurança impetrado antes da Emenda Constitucional nº 45/2004, contra ato imputado a autoridade federal, com sentença de mérito igualmente proferida antes da referida Emenda. A competência, na espécie, é fixada à luz da regra do art. 109, VIII, da Magna Carta, dispositivo com redação preservada desde o texto constitucional originário, reproduzida adiante: “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (…) 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020.” Até o momento, portanto, embora não haja dissenso sobre a competência da Justiça Comum para processar e julgar a causa, instaurou-se divergência quanto aos fundamentos ensejadores dessa conclusão. O Relator, Ministro Marco Aurélio, em posição até agora solitária, entende que a competência é da Justiça Federal, porque se trata de mandado de segurança, impetrado antes da EC nº 45/2004, contra ato imputado a autoridade federal, e cuja sentença de mérito foi proferida também antes da mencionada Emenda. Já as posições capitaneadas pelos Ministros Edson Fachin e Dias Toffoli defendem que a natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrairia a competência da Justiça Comum para julgar a demanda. Pedindo vênia aos que entendem de modo diverso, acompanho, no ponto, a posição do Ministro Marco Aurélio. Na espécie, afigura-se, a meu juízo, competente para processar e julgar o feito a Justiça Federal, e não a especializada Justiça do Trabalho, mas isso unicamente pelo fato de que se trata, na origem, de mandado de segurança impetrado antes da Emenda Constitucional nº 45/2004, contra ato imputado a autoridade federal, com sentença de mérito igualmente proferida antes da referida Emenda. A competência, na espécie, é fixada à luz da regra do art. 109, VIII, da Magna Carta, dispositivo com redação preservada desde o texto constitucional originário, reproduzida adiante: “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (…) 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 42 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;” Com efeito, em 26 de novembro de 1997 (volume 01, fl. 02), quando foi impetrado o mandado de segurança, e em 1º de outubro de 1999, momento em que prolatada a sentença concessiva da ordem, pelo Juízo da 20ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, ainda não estava em vigor o art. 114, IV, da Lei Maior, incluído pela EC nº 45/2004, cuja redação transcrevo: “Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (…) IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;” Houvesse sido a presente impetração ajuizada após a entrada em vigor da EC nº 45/2004, a competência para seu processamento e julgamento seria, portanto, da Justiça do Trabalho, por força do art. 114, IV, da Magna Carta. O mesmo ocorreria na hipótese de ajuizamento anterior do mandado de segurança, mas com prolação de sentença, pela Justiça Comum Federal, somente depois da entrada em vigor da referida Emenda. Reputo, ainda, embora com o registro de renovadas vênias, incorreta a ideia de que a demissão de empregado público configure matéria constitucional-administrativa. Controvérsia jurídica a envolver a validade da manutenção de vínculo empregatício constitui matéria marcadamente trabalhista, a atrair a competência da especializada Justiça do Trabalho. Com efeito, embora o empregado de empresa pública ou sociedade de economia mista seja contratado por meio de prévia aprovação em concurso, em atendimento a comando constitucional, todas as questões relacionadas ao vínculo empregatício (CF, at. 173, § 1º, II) formado com a 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;” Com efeito, em 26 de novembro de 1997 (volume 01, fl. 02), quando foi impetrado o mandado de segurança, e em 1º de outubro de 1999, momento em que prolatada a sentença concessiva da ordem, pelo Juízo da 20ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, ainda não estava em vigor o art. 114, IV, da Lei Maior, incluído pela EC nº 45/2004, cuja redação transcrevo: “Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (…) IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;” Houvesse sido a presente impetração ajuizada após a entrada em vigor da EC nº 45/2004, a competência para seu processamento e julgamento seria, portanto, da Justiça do Trabalho, por força do art. 114, IV, da Magna Carta. O mesmo ocorreria na hipótese de ajuizamento anterior do mandado de segurança, mas com prolação de sentença, pela Justiça Comum Federal, somente depois da entrada em vigor da referida Emenda. Reputo, ainda, embora com o registro de renovadas vênias, incorreta a ideia de que a demissão de empregado público configure matéria constitucional-administrativa. Controvérsia jurídica a envolver a validade da manutenção de vínculo empregatício constitui matéria marcadamente trabalhista, a atrair a competência da especializada Justiça do Trabalho. Com efeito, embora o empregado de empresa pública ou sociedade de economia mista seja contratado por meio de prévia aprovação em concurso, em atendimento a comando constitucional, todas as questões relacionadas ao vínculo empregatício (CF, at. 173, § 1º, II) formado com a 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 43 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF empresa estatal, desde a admissão até a extinção do contrato de trabalho, configuram matéria submetida à competência da Justiça Laboral. Sobre esse específico aspecto, aliás, não há, a meu juízo, até o momento, qualquer desafio robusto na cadeia de precedentes do Supremo Tribunal Federal. É igualmente competente a especializada Justiça do Trabalho para processar e julgar demandas a envolver servidores admitidos sem concurso público, pelo regime celetista, antes do advento da Constituição de 1988. Nesse sentido, recordo a ementa do acórdão prolatado pelo Plenário desta Suprema Corte, ao exame do recurso extraordinário com agravo nº 906.491, paradigma do tema nº 853 da repercussão geral (destaques acrescidos): Ementa: CONSTITUCIONAL. TRABALHISTA. COMPETÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO SEM CONCURSO PÚBLICO, PELO REGIME DA CLT, ANTES DO ADVENTO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988. DEMANDA VISANDO OBTER PRESTAÇÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. 1. Em regime de repercussão geral, fica reafirmada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de ser da competência da Justiça do Trabalho processar e julgar demandas visando a obter prestações de natureza trabalhista, ajuizadas contra órgãos da Administração Pública por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso público, antes do advento da CF/88, sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Inaplicabilidade, em casos tais, dos precedentes formados na ADI 3.395-MC (Rel. Min. CEZAR PELUSO, DJ de 10/11/2006) e no RE 573.202 (Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 5/12/2008, Tema 43). 2. Agravo a que se conhece para negar seguimento ao recurso extraordinário. (ARE 906491 RG, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 01/10/2015, PROCESSO 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF empresa estatal, desde a admissão até a extinção do contrato de trabalho, configuram matéria submetida à competência da Justiça Laboral. Sobre esse específico aspecto, aliás, não há, a meu juízo, até o momento, qualquer desafio robusto na cadeia de precedentes do Supremo Tribunal Federal. É igualmente competente a especializada Justiça do Trabalho para processar e julgar demandas a envolver servidores admitidos sem concurso público, pelo regime celetista, antes do advento da Constituição de 1988. Nesse sentido, recordo a ementa do acórdão prolatado pelo Plenário desta Suprema Corte, ao exame do recurso extraordinário com agravo nº 906.491, paradigma do tema nº 853 da repercussão geral (destaques acrescidos): Ementa: CONSTITUCIONAL. TRABALHISTA. COMPETÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO SEM CONCURSO PÚBLICO, PELO REGIME DA CLT, ANTES DO ADVENTO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988. DEMANDA VISANDO OBTER PRESTAÇÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. 1. Em regime de repercussão geral, fica reafirmada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de ser da competência da Justiça do Trabalho processar e julgar demandas visando a obter prestações de natureza trabalhista, ajuizadas contra órgãos da Administração Pública por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso público, antes do advento da CF/88, sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Inaplicabilidade, em casos tais, dos precedentes formados na ADI 3.395-MC (Rel. Min. CEZAR PELUSO, DJ de 10/11/2006) e no RE 573.202 (Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 5/12/2008, Tema 43). 2. Agravo a que se conhece para negar seguimento ao recurso extraordinário. (ARE 906491 RG, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 01/10/2015, PROCESSO 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 44 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-201 DIVULG 06-10-2015 PUBLIC 07-10-2015) Rememoro, ainda, que, por ocasião do julgamento do ARE nº 1.001.075, paradigma do tema nº 928 da repercussão geral (“Competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ação que discute verbas trabalhistas, referentes a período regido pela CLT, supostamente devidas a empregados públicos que migraram, posteriormente, para o regime estatutário.“), esta Casa prolatou acórdão cujos fundamentos estão sintetizados na ementa abaixo transcrita (destaques acrescidos): “Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Competência da Justiça do Trabalho. Mudança de regime jurídico. Transposição para o regime estatutário. Verbas trabalhistas concernentes ao período anterior. 3. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações relativas às verbas trabalhistas referentes ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com a Administração, antes da transposição para o regime estatutário. 4. Recurso não provido. Reafirmação de jurisprudência.” (ARE 1001075 RG, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 08/12/2016, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC 01-02-2017) Registro, em acréscimo, que, em sede de reclamação, esta Suprema Corte rechaça a invocação de aderência com o decidido na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3395, quando o ato reclamado consiste em julgado que reconhece a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar causas envolvendo servidores públicos regidos pela CLT. Nesse rumo: Ementa: AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. EMPREGADO PÚBLICO ADMITIDO SOB A ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1969, SOB O REGIME CELETISTA, SEM 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-201 DIVULG 06-10-2015 PUBLIC 07-10-2015) Rememoro, ainda, que, por ocasião do julgamento do ARE nº 1.001.075, paradigma do tema nº 928 da repercussão geral (“Competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ação que discute verbas trabalhistas, referentes a período regido pela CLT, supostamente devidas a empregados públicos que migraram, posteriormente, para o regime estatutário.“), esta Casa prolatou acórdão cujos fundamentos estão sintetizados na ementa abaixo transcrita (destaques acrescidos): “Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Competência da Justiça do Trabalho. Mudança de regime jurídico. Transposição para o regime estatutário. Verbas trabalhistas concernentes ao período anterior. 3. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações relativas às verbas trabalhistas referentes ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com a Administração, antes da transposição para o regime estatutário. 4. Recurso não provido. Reafirmação de jurisprudência.” (ARE 1001075 RG, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 08/12/2016, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC 01-02-2017) Registro, em acréscimo, que, em sede de reclamação, esta Suprema Corte rechaça a invocação de aderência com o decidido na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3395, quando o ato reclamado consiste em julgado que reconhece a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar causas envolvendo servidores públicos regidos pela CLT. Nesse rumo: Ementa: AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. EMPREGADO PÚBLICO ADMITIDO SOB A ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1969, SOB O REGIME CELETISTA, SEM 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 45 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. TRANSPOSIÇÃO AUTOMÁTICA DO REGIME CELETISTA PARA O ESTATUTÁRIO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ACÓRDÃO PROFERIDO NO JULGAMENTO DA MEDIDA CAUTELAR DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.395. INOCORRÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A fixação da competência da Justiça Comum ou da Justiça do Trabalho, em casos envolvendo o Poder Público, demanda a análise da natureza do vínculo jurídico existente entre o trabalhador - termo aqui tomado em sua acepção ampla - e o órgão patronal. 2. In casu, a decisão reclamada assentou a competência da Justiça Laboral sob o fundamento de que o vínculo firmado entre o servidor e o poder público ocorreu antes do advento da Constituição Federal de 1988, sob o regime jurídico celetista, razão pela qual, inaplicável o que decidido na ADI 3.395/MC, ante a inexistência de vínculo jurídico-administrativo. 3. Com efeito, o fato de o processo originário envolver vínculo firmado entre o servidor e o poder público antes do advento da Constituição Federal de 1988, sob o regime jurídico celetista, descaracteriza, por completo, a competência da Justiça Comum para análise do feito. Precedentes: Reclamação 15.211-AgR, rel. min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 30/09/2014; Reclamação 14.158-AgR, rel. min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 13/03/2017; Rcl 21.103 AgR, rel. min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 16.11.2015. 4. O cotejo analítico entre o paradigma e caso concreto consiste em pressuposto lógico para o cabimento da via reclamatória nessas hipóteses, de sorte que a ausência de demonstração de conflito entre eles representa óbice intransponível ao seguimento da reclamação. 5. Agravo interno desprovido. (Rcl 26238 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 27/09/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-220 DIVULG 09-10- 2019 PUBLIC 10-10-2019) 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. TRANSPOSIÇÃO AUTOMÁTICA DO REGIME CELETISTA PARA O ESTATUTÁRIO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ACÓRDÃO PROFERIDO NO JULGAMENTO DA MEDIDA CAUTELAR DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.395. INOCORRÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A fixação da competência da Justiça Comum ou da Justiça do Trabalho, em casos envolvendo o Poder Público, demanda a análise da natureza do vínculo jurídico existente entre o trabalhador - termo aqui tomado em sua acepção ampla - e o órgão patronal. 2. In casu, a decisão reclamada assentou a competência da Justiça Laboral sob o fundamento de que o vínculo firmado entre o servidor e o poder público ocorreu antes do advento da Constituição Federal de 1988, sob o regime jurídico celetista, razão pela qual, inaplicável o que decidido na ADI 3.395/MC, ante a inexistência de vínculo jurídico-administrativo. 3. Com efeito, o fato de o processo originário envolver vínculo firmado entre o servidor e o poder público antes do advento da Constituição Federal de 1988, sob o regime jurídico celetista, descaracteriza, por completo, a competência da Justiça Comum para análise do feito. Precedentes: Reclamação 15.211-AgR, rel. min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 30/09/2014; Reclamação 14.158-AgR, rel. min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 13/03/2017; Rcl 21.103 AgR, rel. min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 16.11.2015. 4. O cotejo analítico entre o paradigma e caso concreto consiste em pressuposto lógico para o cabimento da via reclamatória nessas hipóteses, de sorte que a ausência de demonstração de conflito entre eles representa óbice intransponível ao seguimento da reclamação. 5. Agravo interno desprovido. (Rcl 26238 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 27/09/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-220 DIVULG 09-10- 2019 PUBLIC 10-10-2019) 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 46 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF Ora, se a jurisprudência desta Casa reconhece competir à Justiça do Trabalho o processamento e o julgamento de demandas que envolvam o vínculo entre servidores regidos pela CLT e entes dotados de personalidade jurídica de direito público, entendo que, com muito mais razão, inclusive por força do precitado art. 173, § 1º, II, da Magna Carta, deve reconhecer a competência daquela Especializada para o processamento e o julgamento de demandas em que se discuta a validade da manutenção de contrato de trabalho havido entre empregado e empresa pública ou sociedade de economia mista, após a aposentadoria espontânea do trabalhador. Na espécie, entretanto, repito, tendo em vista a impetração de mandado de segurança, para questionar ato de autoridade federal, antes da entrada em vigor da EC nº 45/2004, ainda que se trate de matéria trabalhista, incide regra específica, o art. 109, I, da Magna Carta, a justificar o processamento e julgamento do mandado de segurança pela Justiça Comum Federal, situação que se consolidou com a prolação da sentença de mérito concessiva da ordem, também antes da entrada em vigor da referida Emenda. Em resumo, portanto, no tocante à competência, alinho-me à posição defendida pelo Ministro Marco Aurélio. Superada a discussão em torno da competência para processar e julgar o presente mandado de segurança, cabe examinar o tema de fundo, que diz com a higidez do ato que reputou inválida a manutenção do vínculo laboral dos empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT que, já aposentados espontaneamente, continuavam a trabalhar e a perceber, concomitantemente, proventos de jubilação e salários. No aspecto, o voto do Ministro Dias Toffoli, seguido pelo Ministro Gilmar Mendes, essencialmente converge com o do Relator, Ministro Marco Aurélio, na consideração de que, no caso concreto, a aposentadoria não poderia ser tida como causa de extinção do contrato de trabalho. Quanto à tese, contudo, reputo mais completa a formulação proposta pelo Ministro Dias Toffoli, no sentido de que, como decorrência do art. 37, 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF Ora, se a jurisprudência desta Casa reconhece competir à Justiça do Trabalho o processamento e o julgamento de demandas que envolvam o vínculo entre servidores regidos pela CLT e entes dotados de personalidade jurídica de direito público, entendo que, com muito mais razão, inclusive por força do precitado art. 173, § 1º, II, da Magna Carta, deve reconhecer a competência daquela Especializada para o processamento e o julgamento de demandas em que se discuta a validade da manutenção de contrato de trabalho havido entre empregado e empresa pública ou sociedade de economia mista, após a aposentadoria espontânea do trabalhador. Na espécie, entretanto, repito, tendo em vista a impetração de mandado de segurança, para questionar ato de autoridade federal, antes da entrada em vigor da EC nº 45/2004, ainda que se trate de matéria trabalhista, incide regra específica, o art. 109, I, da Magna Carta, a justificar o processamento e julgamento do mandado de segurança pela Justiça Comum Federal, situação que se consolidou com a prolação da sentença de mérito concessiva da ordem, também antes da entrada em vigor da referida Emenda. Em resumo, portanto, no tocante à competência, alinho-me à posição defendida pelo Ministro Marco Aurélio. Superada a discussão em torno da competência para processar e julgar o presente mandado de segurança, cabe examinar o tema de fundo, que diz com a higidez do ato que reputou inválida a manutenção do vínculo laboral dos empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT que, já aposentados espontaneamente, continuavam a trabalhar e a perceber, concomitantemente, proventos de jubilação e salários. No aspecto, o voto do Ministro Dias Toffoli, seguido pelo Ministro Gilmar Mendes, essencialmente converge com o do Relator, Ministro Marco Aurélio, na consideração de que, no caso concreto, a aposentadoria não poderia ser tida como causa de extinção do contrato de trabalho. Quanto à tese, contudo, reputo mais completa a formulação proposta pelo Ministro Dias Toffoli, no sentido de que, como decorrência do art. 37, 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 47 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF § 14, incluído pela EC nº 103/2019, houve mudança do quadro jurídico, passando-se a admitir a aposentadoria como causa extintiva do contrato de trabalho, no tocante a empregados públicos. Antes da EC nº 103/2019, não havia dispositivo constitucional que impedisse a preservação de vínculo de empregado de empresa estatal que voluntariamente viesse a se aposentar, no âmbito do Regime Geral de Previdência Social. Ausente solução de continuidade, não havia, ipso facto, falar em recontratação, tampouco, por consectário, na necessidade de nova aprovação em concurso público, nos termos do art. 37, II, da Lei Maior. Observo que o art. 37, § 10, da Magna Carta, incluído pela Emenda Constitucional nº 20/1998, veda apenas “a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração do cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”. Vale dizer que o mencionado dispositivo constitucional obsta exclusivamente a percepção cumulada de remuneração de emprego público com proventos de aposentadoria concedida no âmbito de regimes próprios de servidores civis e de militares. Assim, esse dispositivo constitucional não representa entrave à percepção simultânea de proventos de aposentadoria voluntária concedida no âmbito do regime geral de previdência social com a remuneração de emprego público. Somente com a entrada em vigor da EC nº 103/2019 se erigiu regra constitucional impeditiva da preservação de contrato de trabalho, quando o empregado público se aposenta voluntariamente, valendo-se de tempo de contribuição decorrente do emprego público. A propósito, na linha do voto do Ministro Dias Toffoli, recordo que o art. 37, § 14, da Magna Carta, incluído pela Emenda Constitucional nº 103/2019, estatui: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF § 14, incluído pela EC nº 103/2019, houve mudança do quadro jurídico, passando-se a admitir a aposentadoria como causa extintiva do contrato de trabalho, no tocante a empregados públicos. Antes da EC nº 103/2019, não havia dispositivo constitucional que impedisse a preservação de vínculo de empregado de empresa estatal que voluntariamente viesse a se aposentar, no âmbito do Regime Geral de Previdência Social. Ausente solução de continuidade, não havia, ipso facto, falar em recontratação, tampouco, por consectário, na necessidade de nova aprovação em concurso público, nos termos do art. 37, II, da Lei Maior. Observo que o art. 37, § 10, da Magna Carta, incluído pela Emenda Constitucional nº 20/1998, veda apenas “a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração do cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”. Vale dizer que o mencionado dispositivo constitucional obsta exclusivamente a percepção cumulada de remuneração de emprego público com proventos de aposentadoria concedida no âmbito de regimes próprios de servidores civis e de militares. Assim, esse dispositivo constitucional não representa entrave à percepção simultânea de proventos de aposentadoria voluntária concedida no âmbito do regime geral de previdência social com a remuneração de emprego público. Somente com a entrada em vigor da EC nº 103/2019 se erigiu regra constitucional impeditiva da preservação de contrato de trabalho, quando o empregado público se aposenta voluntariamente, valendo-se de tempo de contribuição decorrente do emprego público. A propósito, na linha do voto do Ministro Dias Toffoli, recordo que o art. 37, § 14, da Magna Carta, incluído pela Emenda Constitucional nº 103/2019, estatui: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 48 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF eficiência e, também, ao seguinte: (…) § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” Destaco que tal preceito não tem aplicação para as aposentadorias concedidas no âmbito do RGPS até 13.11.2019, data da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019. A propósito, como também registrado no voto do Ministro Dias Toffoli, o art. 6º da referida Emenda estabelece: “Art. 6º O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.” No tocante às aposentadorias voluntárias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019, como é o caso das abarcadas pelo ato questionado nesta impetração, estas não importam na extinção do vínculo de emprego, como evidenciam os seguintes precedentes desta Suprema Corte (destaquei): EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRABALHISTA. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. MULTA DE 40% SOBRE O FGTS. EXTINÇÃO. INOCORRÊNCIA. CONSONÂNCIA DA DECISÃO RECORRIDA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A aposentadoria espontânea não extingue, por si só, o contrato de trabalho. Havendo continuidade do trabalho mesmo após a aposentadoria voluntária, não há que falar em ruptura do 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF eficiência e, também, ao seguinte: (…) § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” Destaco que tal preceito não tem aplicação para as aposentadorias concedidas no âmbito do RGPS até 13.11.2019, data da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019. A propósito, como também registrado no voto do Ministro Dias Toffoli, o art. 6º da referida Emenda estabelece: “Art. 6º O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.” No tocante às aposentadorias voluntárias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019, como é o caso das abarcadas pelo ato questionado nesta impetração, estas não importam na extinção do vínculo de emprego, como evidenciam os seguintes precedentes desta Suprema Corte (destaquei): EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRABALHISTA. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. MULTA DE 40% SOBRE O FGTS. EXTINÇÃO. INOCORRÊNCIA. CONSONÂNCIA DA DECISÃO RECORRIDA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A aposentadoria espontânea não extingue, por si só, o contrato de trabalho. Havendo continuidade do trabalho mesmo após a aposentadoria voluntária, não há que falar em ruptura do 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 49 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF vínculo empregatício. 2. O acórdão recorrido está em conformidade com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido de que tem direito à multa de 40% sobre o FGTS, nos casos de aposentadoria espontânea, se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. 3. Agravo regimental, interposto em 1º.08.2016, a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4º, CPC/15. Quanto à majoração dos honorários, prevista no artigo 85, §11, do CPC/15, verifica-se, que não se aplica ao caso dos autos uma vez que não houve o arbitramento de honorários sucumbenciais pela Corte de origem. (ARE 931326 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em 28/10/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-243 DIVULG 16-11-2016 PUBLIC 17-11- 2016) Agravo regimental em reclamação. 2. Direito do Trabalho. Aposentadoria espontânea e extinção do vínculo trabalhista. Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.721, rel. Min. Ayres Britto. A aposentadoria voluntária do trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o vínculo de emprego. 3. Pedido de reintegração. Ausência de identidade de objeto entre o ato impugnado e a decisão-paradigma indicada. Pressuposto de cabimento da ação. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (Rcl 11568 AgR, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-201 DIVULG 11-10- 2012 PUBLIC 15-10-2012) EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento. Trabalhista. Aposentadoria espontânea. Extinção do contrato de trabalho. Não ocorrência. Inconstitucionalidade do art. 453, § 2º, da CLT. Retorno dos autos ao TST. Precedentes. 1. O art. 453, § 2º, da Consolidação das Leis do Trabalho, que prevê a dispensa automática do trabalhador em decorrência de sua aposentadoria voluntária, teve sua inconstitucionalidade declarada pelo Plenário desta Corte, no julgamento da ADI nº 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF vínculo empregatício. 2. O acórdão recorrido está em conformidade com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido de que tem direito à multa de 40% sobre o FGTS, nos casos de aposentadoria espontânea, se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. 3. Agravo regimental, interposto em 1º.08.2016, a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4º, CPC/15. Quanto à majoração dos honorários, prevista no artigo 85, §11, do CPC/15, verifica-se, que não se aplica ao caso dos autos uma vez que não houve o arbitramento de honorários sucumbenciais pela Corte de origem. (ARE 931326 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em 28/10/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-243 DIVULG 16-11-2016 PUBLIC 17-11- 2016) Agravo regimental em reclamação. 2. Direito do Trabalho. Aposentadoria espontânea e extinção do vínculo trabalhista. Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.721, rel. Min. Ayres Britto. A aposentadoria voluntária do trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o vínculo de emprego. 3. Pedido de reintegração. Ausência de identidade de objeto entre o ato impugnado e a decisão-paradigma indicada. Pressuposto de cabimento da ação. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (Rcl 11568 AgR, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-201 DIVULG 11-10- 2012 PUBLIC 15-10-2012) EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento. Trabalhista. Aposentadoria espontânea. Extinção do contrato de trabalho. Não ocorrência. Inconstitucionalidade do art. 453, § 2º, da CLT. Retorno dos autos ao TST. Precedentes. 1. O art. 453, § 2º, da Consolidação das Leis do Trabalho, que prevê a dispensa automática do trabalhador em decorrência de sua aposentadoria voluntária, teve sua inconstitucionalidade declarada pelo Plenário desta Corte, no julgamento da ADI nº 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 50 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF 1.721/DF. 2. Correta a decisão agravada, que determinou o retorno dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho para que, afastada a premissa de que a aposentadoria espontânea implica necessariamente a extinção do contrato de trabalho, prossiga no exame do recurso, como de direito. 3. Agravo regimental não provido. (AI 656971 AgR, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 01/02/2011, DJe-078 DIVULG 27-04-2011 PUBLIC 28-04-2011 EMENT VOL-02510-02 PP-00316) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRABALHISTA. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA: NÃO-EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. RETORNO DOS AUTOS AO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO PARA NOVO JULGAMENTO DO FEITO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 487734 AgR, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 13/10/2009, DJe- 213 DIVULG 12-11-2009 PUBLIC 13-11-2009 EMENT VOL- 02382-04 PP-00632) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. CONTRATO DE TRABALHO. EXTINÇÃO. INOCORRÊNCIA. I - A aposentadoria espontânea não extingue, por si só, o contrato de trabalho. Havendo continuidade do trabalho mesmo após a aposentadoria voluntária, não há que falar em ruptura do vínculo empregatício. II - Agravo regimental improvido. (AI 653100 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 25/06/2007, DJe- 082 DIVULG 16-08-2007 PUBLIC 17-08-2007 DJ 17-08-2007 PP-00048 EMENT VOL-02285-18 PP-03694) EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 3º DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI Nº 9.528/97, QUE ADICIONOU AO ARTIGO 453 DA 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF 1.721/DF. 2. Correta a decisão agravada, que determinou o retorno dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho para que, afastada a premissa de que a aposentadoria espontânea implica necessariamente a extinção do contrato de trabalho, prossiga no exame do recurso, como de direito. 3. Agravo regimental não provido. (AI 656971 AgR, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 01/02/2011, DJe-078 DIVULG 27-04-2011 PUBLIC 28-04-2011 EMENT VOL-02510-02 PP-00316) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRABALHISTA. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA: NÃO-EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. RETORNO DOS AUTOS AO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO PARA NOVO JULGAMENTO DO FEITO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 487734 AgR, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 13/10/2009, DJe- 213 DIVULG 12-11-2009 PUBLIC 13-11-2009 EMENT VOL- 02382-04 PP-00632) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. CONTRATO DE TRABALHO. EXTINÇÃO. INOCORRÊNCIA. I - A aposentadoria espontânea não extingue, por si só, o contrato de trabalho. Havendo continuidade do trabalho mesmo após a aposentadoria voluntária, não há que falar em ruptura do vínculo empregatício. II - Agravo regimental improvido. (AI 653100 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 25/06/2007, DJe- 082 DIVULG 16-08-2007 PUBLIC 17-08-2007 DJ 17-08-2007 PP-00048 EMENT VOL-02285-18 PP-03694) EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 3º DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI Nº 9.528/97, QUE ADICIONOU AO ARTIGO 453 DA 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 51 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO UM SEGUNDO PARÁGRAFO PARA EXTINGUIR O VÍNCULO EMPREGATÍCIO QUANDO DA CONCESSÃO DA APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. 1. A conversão da medida provisória em lei prejudica o debate jurisdicional acerca da "relevância e urgência" dessa espécie de ato normativo. 2. Os valores sociais do trabalho constituem: a) fundamento da República Federativa do Brasil (inciso IV do artigo 1º da CF); b) alicerce da Ordem Econômica, que tem por finalidade assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, e, por um dos seus princípios, a busca do pleno emprego (artigo 170, caput e inciso VIII); c) base de toda a Ordem Social (artigo 193). Esse arcabouço principiológico, densificado em regras como a do inciso I do artigo 7º da Magna Carta e as do artigo 10 do ADCT/88, desvela um mandamento constitucional que perpassa toda relação de emprego, no sentido de sua desejada continuidade. 3. A Constituição Federal versa a aposentadoria como um benefício que se dá mediante o exercício regular de um direito. E o certo é que o regular exercício de um direito não é de colocar o seu titular numa situação jurídico-passiva de efeitos ainda mais drásticos do que aqueles que resultariam do cometimento de uma falta grave (sabido que, nesse caso, a ruptura do vínculo empregatício não opera automaticamente). 4. O direito à aposentadoria previdenciária, uma vez objetivamente constituído, se dá no âmago de uma relação jurídica entre o segurado do Sistema Geral de Previdência e o Instituto Nacional de Seguro Social. Às expensas, portanto, de um sistema atuarial-financeiro que é gerido por esse Instituto mesmo, e não às custas desse ou daquele empregador. 5. O Ordenamento Constitucional não autoriza o legislador ordinário a criar modalidade de rompimento automático do vínculo de emprego, em desfavor do trabalhador, na situação em que este apenas exercita o seu direito de aposentadoria espontânea, sem cometer deslize algum. 6. A mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO UM SEGUNDO PARÁGRAFO PARA EXTINGUIR O VÍNCULO EMPREGATÍCIO QUANDO DA CONCESSÃO DA APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. 1. A conversão da medida provisória em lei prejudica o debate jurisdicional acerca da "relevância e urgência" dessa espécie de ato normativo. 2. Os valores sociais do trabalho constituem: a) fundamento da República Federativa do Brasil (inciso IV do artigo 1º da CF); b) alicerce da Ordem Econômica, que tem por finalidade assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, e, por um dos seus princípios, a busca do pleno emprego (artigo 170, caput e inciso VIII); c) base de toda a Ordem Social (artigo 193). Esse arcabouço principiológico, densificado em regras como a do inciso I do artigo 7º da Magna Carta e as do artigo 10 do ADCT/88, desvela um mandamento constitucional que perpassa toda relação de emprego, no sentido de sua desejada continuidade. 3. A Constituição Federal versa a aposentadoria como um benefício que se dá mediante o exercício regular de um direito. E o certo é que o regular exercício de um direito não é de colocar o seu titular numa situação jurídico-passiva de efeitos ainda mais drásticos do que aqueles que resultariam do cometimento de uma falta grave (sabido que, nesse caso, a ruptura do vínculo empregatício não opera automaticamente). 4. O direito à aposentadoria previdenciária, uma vez objetivamente constituído, se dá no âmago de uma relação jurídica entre o segurado do Sistema Geral de Previdência e o Instituto Nacional de Seguro Social. Às expensas, portanto, de um sistema atuarial-financeiro que é gerido por esse Instituto mesmo, e não às custas desse ou daquele empregador. 5. O Ordenamento Constitucional não autoriza o legislador ordinário a criar modalidade de rompimento automático do vínculo de emprego, em desfavor do trabalhador, na situação em que este apenas exercita o seu direito de aposentadoria espontânea, sem cometer deslize algum. 6. A mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 52 de 90 Voto Vista RE 655283 / DF extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego. 7. Inconstitucionalidade do § 2º do artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, introduzido pela Lei nº 9.528/97. (ADI 1721, Relator(a): CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 11/10/2006, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00020 EMENT VOL- 02282-01 PP-00084 RTJ VOL-00201-03 PP-00885 LEXSTF v. 29, n. 345, 2007, p. 35-52 RLTR v. 71, n. 9, 2007, p. 1130-1134) Ante o exposto, nego provimento, tal qual o Relator, Ministro Marco Aurélio, aos recursos extraordinários da União e da ECT, mas, em mescla da posição defendida por Sua Excelência, quanto à competência da Justiça Federal, com a albergada pelo Ministro Dias Toffoli, em relação ao tema de fundo, proponho a fixação das seguintes teses de repercussão geral: 1) “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004.” (proposta do Ministro Marco Aurélio); 2) “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019, nos termos do que dispõe seu art. 6º." (proposta do Ministro Dias Toffoli). É como voto. 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego. 7. Inconstitucionalidade do § 2º do artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, introduzido pela Lei nº 9.528/97. (ADI 1721, Relator(a): CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 11/10/2006, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00020 EMENT VOL- 02282-01 PP-00084 RTJ VOL-00201-03 PP-00885 LEXSTF v. 29, n. 345, 2007, p. 35-52 RLTR v. 71, n. 9, 2007, p. 1130-1134) Ante o exposto, nego provimento, tal qual o Relator, Ministro Marco Aurélio, aos recursos extraordinários da União e da ECT, mas, em mescla da posição defendida por Sua Excelência, quanto à competência da Justiça Federal, com a albergada pelo Ministro Dias Toffoli, em relação ao tema de fundo, proponho a fixação das seguintes teses de repercussão geral: 1) “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004.” (proposta do Ministro Marco Aurélio); 2) “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019, nos termos do que dispõe seu art. 6º." (proposta do Ministro Dias Toffoli). É como voto. 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 53 de 90 Voto Vogal 15/03/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. REINTEGRAÇÃO DE EMPREGADOS PÚBLICOS DISPENSADOS EM FACE DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPONTÂNEA 1. Trata-se de recursos extraordinários em que se discutem os efeitos da aposentadoria espontânea sobre o vínculo empregatício dos empregados públicos. 2. A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum. 3. A Emenda Constitucional nº 103/2019 declarou que a aposentadoria extingue o Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal 15/03/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. REINTEGRAÇÃO DE EMPREGADOS PÚBLICOS DISPENSADOS EM FACE DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPONTÂNEA 1. Trata-se de recursos extraordinários em que se discutem os efeitos da aposentadoria espontânea sobre o vínculo empregatício dos empregados públicos. 2. A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum. 3. A Emenda Constitucional nº 103/2019 declarou que a aposentadoria extingue o Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 54 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF vínculo empregatício dos empregados públicos, e estabeleceu regra de transição que exclui de sua aplicação as aposentadorias concedidas antes da sua entrada em vigor. 4. O acórdão recorrido baseou-se em precedentes do Supremo Tribunal Federal, nos quais teria se estabelecido que a aposentadoria espontânea não rompe o vínculo empregatício dos empregados públicos. 5. O julgamento do RE 589998 esclareceu, entretanto, que o Supremo Tribunal Federal jamais se manifestou sobre o tema, e a validade ou não de dispensas embasadas em aposentadoria espontânea de empregado público permaneceu em aberto na Corte. 6. A situação jurídica dos empregados públicos que tiveram seus vínculos extintos em razão da aposentadoria antes de 2019 é distinta daqueles que, por ocasião da promulgação da EC nº 103, permaneciam trabalhando após a aposentadoria. Diante da controvérsia jurídica que cercava o tema, entendo que não há direito à reintegração dos empregados aos quais foi aplicado entendimento administrativo anteriormente válido. 7. Dou parcial provimento aos recursos extraordinários e proponho a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF vínculo empregatício dos empregados públicos, e estabeleceu regra de transição que exclui de sua aplicação as aposentadorias concedidas antes da sua entrada em vigor. 4. O acórdão recorrido baseou-se em precedentes do Supremo Tribunal Federal, nos quais teria se estabelecido que a aposentadoria espontânea não rompe o vínculo empregatício dos empregados públicos. 5. O julgamento do RE 589998 esclareceu, entretanto, que o Supremo Tribunal Federal jamais se manifestou sobre o tema, e a validade ou não de dispensas embasadas em aposentadoria espontânea de empregado público permaneceu em aberto na Corte. 6. A situação jurídica dos empregados públicos que tiveram seus vínculos extintos em razão da aposentadoria antes de 2019 é distinta daqueles que, por ocasião da promulgação da EC nº 103, permaneciam trabalhando após a aposentadoria. Diante da controvérsia jurídica que cercava o tema, entendo que não há direito à reintegração dos empregados aos quais foi aplicado entendimento administrativo anteriormente válido. 7. Dou parcial provimento aos recursos extraordinários e proponho a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 55 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º. Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à reintegração”. 1. Adoto o bem lançado relatório do eminente Relator, Ministro Marco Aurélio. Volto a explicitar apenas que se trata do Tema 606 da sistemática da repercussão geral, em que se discutem as seguintes questões: a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. 2. Quanto o segundo ponto, assim como os demais Ministros, não possuo qualquer divergência com o Relator, e entendo ser da Justiça Federal a competência para processar e julgar o feito. 3. Quanto à “reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea”, tenho por relevante, mais 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º. Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à reintegração”. 1. Adoto o bem lançado relatório do eminente Relator, Ministro Marco Aurélio. Volto a explicitar apenas que se trata do Tema 606 da sistemática da repercussão geral, em que se discutem as seguintes questões: a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. 2. Quanto o segundo ponto, assim como os demais Ministros, não possuo qualquer divergência com o Relator, e entendo ser da Justiça Federal a competência para processar e julgar o feito. 3. Quanto à “reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea”, tenho por relevante, mais 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 56 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF uma vez, rememorar os votos já proferidos. 5. O Relator, Ministro Marco Aurélio, nega provimento aos recursos extraordinários por entender devida a reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. No ponto relevante, propõe a seguinte tese: “O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”. Acompanhou SuaExcelência a Ministra Rosa Weber. 6. O Ministro Edson Fachin inaugura divergência, dando parcial provimento aos recursos extraordinários, sob o entendimento de que o art. 37, II, § 14 (incluído pela EC nº 103/2019), combinado com o art. 37, § 10, da CF/88, impede a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso. Propõe, nesse ponto, a seguinte tese: “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB”. Acompanharam sua excelência os Ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. 7. Por fim, o Ministro Dias Toffoli abriu uma segunda linha de divergência, julgando improcedentes os recursos extraordinários por motivação distinta da exposta pelo eminente Relator. Aduz Sua Excelência que a EC nº 103/2019, que acrescentou o §14 ao art. 37, II, da Constituição, em seu art. 6º, determinou que não se aplicaria a determinação de rompimento do vínculo empregatício às “aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional”. Concluiu que “a demissão realizada com base na alegada proibição constitucional de cumulação da aposentadoria pelo RGPS com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo cabível a reintegração pretendida na origem”. Propôs a seguinte tese: “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF uma vez, rememorar os votos já proferidos. 5. O Relator, Ministro Marco Aurélio, nega provimento aos recursos extraordinários por entender devida a reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. No ponto relevante, propõe a seguinte tese: “O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”. Acompanhou SuaExcelência a Ministra Rosa Weber. 6. O Ministro Edson Fachin inaugura divergência, dando parcial provimento aos recursos extraordinários, sob o entendimento de que o art. 37, II, § 14 (incluído pela EC nº 103/2019), combinado com o art. 37, § 10, da CF/88, impede a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso. Propõe, nesse ponto, a seguinte tese: “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB”. Acompanharam sua excelência os Ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. 7. Por fim, o Ministro Dias Toffoli abriu uma segunda linha de divergência, julgando improcedentes os recursos extraordinários por motivação distinta da exposta pelo eminente Relator. Aduz Sua Excelência que a EC nº 103/2019, que acrescentou o §14 ao art. 37, II, da Constituição, em seu art. 6º, determinou que não se aplicaria a determinação de rompimento do vínculo empregatício às “aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional”. Concluiu que “a demissão realizada com base na alegada proibição constitucional de cumulação da aposentadoria pelo RGPS com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo cabível a reintegração pretendida na origem”. Propôs a seguinte tese: “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 57 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º”. Acompanharam sua excelência os Ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques. 8. Tendo o Ministro Luiz Fux afirmado suspeição, cabe a mim lançar o voto derradeiro. Adianto que coaduno, em parte, com as razões expostas pelo Ministro Dias Toffoli. Entendo que a Emenda Constitucional nº 103/2019 procurou pôr fim ao debate jurídico que por décadas pairou sobre a questão dos empregados públicos que, uma vez aposentados, desejavam manter seus vínculos empregatícios e continuar percebendo salários. Observo, como fez Sua Excelência, que a referida Emenda estabeleceu regra de transição que exclui de sua aplicação as aposentadorias concedidas antes de 2019. No entanto, entendo necessário tecer algumas considerações acerca dos efeitos de tal regra de transição sobre situações jurídicas configuradas nas décadas anteriores à sua entrada em vigor. 9. Relembro que os recorridos impetraram mandado de segurança em face de ato que determinou seu desligamento da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT em 1997, e consubstanciado por Parecer vinculante produzido pela Advocacia-Geral da União, no qual se concluía que a aposentadoria seria causa extintiva do contrato de trabalho. 10. O acórdão recorrido, que reconheceu a um pequeno número de empregados o direito à reintegração, tendo a ampla maioria dos impetrantes originais aderido a um programa de demissão voluntária que resultou em sua exclusão da lide, baseou-se em dois precedentes proferidos pelo Supremo Tribunal Federal, as ADIs 1770 e 1721, nos quais teria este Tribunal estabelecido que a aposentadoria espontânea não rompe o vínculo empregatício. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º”. Acompanharam sua excelência os Ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques. 8. Tendo o Ministro Luiz Fux afirmado suspeição, cabe a mim lançar o voto derradeiro. Adianto que coaduno, em parte, com as razões expostas pelo Ministro Dias Toffoli. Entendo que a Emenda Constitucional nº 103/2019 procurou pôr fim ao debate jurídico que por décadas pairou sobre a questão dos empregados públicos que, uma vez aposentados, desejavam manter seus vínculos empregatícios e continuar percebendo salários. Observo, como fez Sua Excelência, que a referida Emenda estabeleceu regra de transição que exclui de sua aplicação as aposentadorias concedidas antes de 2019. No entanto, entendo necessário tecer algumas considerações acerca dos efeitos de tal regra de transição sobre situações jurídicas configuradas nas décadas anteriores à sua entrada em vigor. 9. Relembro que os recorridos impetraram mandado de segurança em face de ato que determinou seu desligamento da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT em 1997, e consubstanciado por Parecer vinculante produzido pela Advocacia-Geral da União, no qual se concluía que a aposentadoria seria causa extintiva do contrato de trabalho. 10. O acórdão recorrido, que reconheceu a um pequeno número de empregados o direito à reintegração, tendo a ampla maioria dos impetrantes originais aderido a um programa de demissão voluntária que resultou em sua exclusão da lide, baseou-se em dois precedentes proferidos pelo Supremo Tribunal Federal, as ADIs 1770 e 1721, nos quais teria este Tribunal estabelecido que a aposentadoria espontânea não rompe o vínculo empregatício. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 58 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF 11. Ocorre que os referidos precedentes não definiram a situação jurídica dos recorridos. Em ambas as ações o Supremo analisou a constitucionalidade de dispositivos da CLT que determinavam o rompimento do vínculo empregatício em razão da aposentadoria. As declarações de inconstitucionalidade desses dispositivos levaram à conclusão de que também no caso dos empregados públicos a continuidade do vínculo empregatício seria possível após a aposentadoria. 12. Esse entendimento proliferou-se não apenas em parte da própria Administração Pública, mas em precedentes pontuais do Supremo Tribunal Federal, a exemplo da Rcl 9165, Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Naquela ocasião declarou o Relator, em relação ao decidido na ADI 1721, que “(...) o Plenário desta Corte, naquele julgado, firmou o entendimento de que o contrato de trabalho celebrado entre empresas públicas e sociedades de economia mista com seus empregados também não pode ser automaticamente extinto com a aposentadoria espontânea por idade requerida por eles”. No mesmo sentido a Rcl 9762, também da relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, citada pelos Ministros Dias Toffoli e Marco Aurélio: “(...) pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração”. 13. No entanto, entendimento diverso foi adotado pelo Plenário por ocasião do julgamento do RE 589998, cujo acórdão dos embargos de declaração foi por mim relatado. Julgava-se, então, o dever da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de motivar os atos de dispensa sem justa causa de seus empregados. O leading case então apreciado tratava justamente de dispensa praticada em razão da aposentadoria espontânea do empregado. Acerca da dispensa praticada pelos Correios nessas circunstâncias, assim me manifestei: “(...) a 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF 11. Ocorre que os referidos precedentes não definiram a situação jurídica dos recorridos. Em ambas as ações o Supremo analisou a constitucionalidade de dispositivos da CLT que determinavam o rompimento do vínculo empregatício em razão da aposentadoria. As declarações de inconstitucionalidade desses dispositivos levaram à conclusão de que também no caso dos empregados públicos a continuidade do vínculo empregatício seria possível após a aposentadoria. 12. Esse entendimento proliferou-se não apenas em parte da própria Administração Pública, mas em precedentes pontuais do Supremo Tribunal Federal, a exemplo da Rcl 9165, Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Naquela ocasião declarou o Relator, em relação ao decidido na ADI 1721, que “(...) o Plenário desta Corte, naquele julgado, firmou o entendimento de que o contrato de trabalho celebrado entre empresas públicas e sociedades de economia mista com seus empregados também não pode ser automaticamente extinto com a aposentadoria espontânea por idade requerida por eles”. No mesmo sentido a Rcl 9762, também da relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, citada pelos Ministros Dias Toffoli e Marco Aurélio: “(...) pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração”. 13. No entanto, entendimento diverso foi adotado pelo Plenário por ocasião do julgamento do RE 589998, cujo acórdão dos embargos de declaração foi por mim relatado. Julgava-se, então, o dever da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de motivar os atos de dispensa sem justa causa de seus empregados. O leading case então apreciado tratava justamente de dispensa praticada em razão da aposentadoria espontânea do empregado. Acerca da dispensa praticada pelos Correios nessas circunstâncias, assim me manifestei: “(...) a 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 59 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF controvérsia a respeito desse tema não foi resolvida pelo STF sob o regime da repercussão geral no RE 589998. O que se fixou no julgamento ora embargado foi somente a necessidade de motivação dos atos de dispensa. Assim, a validade ou não de dispensas embasadas em aposentadoria espontânea de empregado público permaneceria em aberto na Corte, devendo ser analisada no RE 655283 (Rel. Min. Marco Aurélio), cuja repercussão geral já foi, inclusive, reconhecida”. 14. Nos debates do julgamento do mérito, em 2013, já estava claro que a Corte não se debruçaria sobre a validade da dispensa motivada pela aposentadoria, não porque a questão já estivesse resolvida em precedentes pretéritos, mas justamente porque se tratava do tema do presente recurso extraordinário, ocasião em que o Supremo Tribunal Federal se manifestaria, pela primeira vez e de forma definitiva, acerca dos efeitos da aposentadoria espontânea sobre o vínculo empregatício dos empregados públicos. 15. Considero, portanto, a afirmação de que esse Tribunal se manifestara pela inconstitucionalidade da dispensa motivada pela aposentadoria no caso dos empregados públicos antes do presente julgamento equivocada. Não fosse pela posterior promulgação da Emenda nº 103/2019, esse fato seria suficiente para julgar os presentes recursos extraordinários. 16. Todavia, faz-se necessário analisar, ainda, se a regra de transição contida na Emenda Constitucional nº 103/2019 confere a todos os empregados públicos dispensados em razão da aposentadoria espontânea antes da sua entrada em vigor o direito à reintegração. Creio que a resposta é negativa. 17. O tema do efeito da aposentadoria sobre o vínculo trabalhista dos empregados públicos era, até a promulgação da emenda, controverso no mundo jurídico. Os empregados públicos configuram categoria mista, que não se equipara nem aos funcionários públicos e nem 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF controvérsia a respeito desse tema não foi resolvida pelo STF sob o regime da repercussão geral no RE 589998. O que se fixou no julgamento ora embargado foi somente a necessidade de motivação dos atos de dispensa. Assim, a validade ou não de dispensas embasadas em aposentadoria espontânea de empregado público permaneceria em aberto na Corte, devendo ser analisada no RE 655283 (Rel. Min. Marco Aurélio), cuja repercussão geral já foi, inclusive, reconhecida”. 14. Nos debates do julgamento do mérito, em 2013, já estava claro que a Corte não se debruçaria sobre a validade da dispensa motivada pela aposentadoria, não porque a questão já estivesse resolvida em precedentes pretéritos, mas justamente porque se tratava do tema do presente recurso extraordinário, ocasião em que o Supremo Tribunal Federal se manifestaria, pela primeira vez e de forma definitiva, acerca dos efeitos da aposentadoria espontânea sobre o vínculo empregatício dos empregados públicos. 15. Considero, portanto, a afirmação de que esse Tribunal se manifestara pela inconstitucionalidade da dispensa motivada pela aposentadoria no caso dos empregados públicos antes do presente julgamento equivocada. Não fosse pela posterior promulgação da Emenda nº 103/2019, esse fato seria suficiente para julgar os presentes recursos extraordinários. 16. Todavia, faz-se necessário analisar, ainda, se a regra de transição contida na Emenda Constitucional nº 103/2019 confere a todos os empregados públicos dispensados em razão da aposentadoria espontânea antes da sua entrada em vigor o direito à reintegração. Creio que a resposta é negativa. 17. O tema do efeito da aposentadoria sobre o vínculo trabalhista dos empregados públicos era, até a promulgação da emenda, controverso no mundo jurídico. Os empregados públicos configuram categoria mista, que não se equipara nem aos funcionários públicos e nem 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 60 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF aos trabalhadores da iniciativa privada, sendo inaplicáveis as soluções existentes para aqueles grupos, no que se refere aos efeitos da aposentadoria sobre o vínculo de trabalho. Na ausência de um pronunciamento definitivo do Supremo Tribunal Federal ou do legislador constitucional ou ordinário sobre o tema, a Administração Pública adotou diferentes entendimentos ao longo do tempo, por vezes entendendo possível a manutenção do vínculo empregatício após a aposentadoria, por vezes determinando a sua extinção em razão dela. 18. A situação jurídica daqueles empregados públicos que tiveram seus vínculos extintos em razão da aposentadoria antes de 2019 é distinta daqueles que, por ocasião da promulgação da EC nº 103, permaneciam empregados e aposentados simultaneamente. Quanto a esses últimos, não tenho dúvidas de que a regra de transição garantiu- lhes o direito de continuar percebendo salário e benefício previdenciário. 19. Não coaduno, por outro lado, com o entendimento de que a regra de transição contida na EC nº 103/2019 confere a todos os empregados públicos dispensados em razão da aposentadoria antes de sua entrada em vigor o direito à reintegração. Rememoro que, no caso concreto, estamos tratando de uma quantidade mínima de empregados da ECT, a grande maioria já falecidos, e reintegrados por força de decisão judicial em 2009. A tese de repercussão geral aprovada pela Corte, por outro lado, atingirá um número muito maior de pessoas, com impactos desconhecidos para a Administração Pública. 20. No caso concreto, portanto, me uno à divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin e dou parcial provimento aos recursos extraordinários, entendendo incabível o direito à reintegração reconhecido pelo acórdão recorrido. Na tese, me filio em parte ao enunciado proposto pelo Ministro Dias Toffoli, e proponho a inclusão da frase: “Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF aos trabalhadores da iniciativa privada, sendo inaplicáveis as soluções existentes para aqueles grupos, no que se refere aos efeitos da aposentadoria sobre o vínculo de trabalho. Na ausência de um pronunciamento definitivo do Supremo Tribunal Federal ou do legislador constitucional ou ordinário sobre o tema, a Administração Pública adotou diferentes entendimentos ao longo do tempo, por vezes entendendo possível a manutenção do vínculo empregatício após a aposentadoria, por vezes determinando a sua extinção em razão dela. 18. A situação jurídica daqueles empregados públicos que tiveram seus vínculos extintos em razão da aposentadoria antes de 2019 é distinta daqueles que, por ocasião da promulgação da EC nº 103, permaneciam empregados e aposentados simultaneamente. Quanto a esses últimos, não tenho dúvidas de que a regra de transição garantiu- lhes o direito de continuar percebendo salário e benefício previdenciário. 19. Não coaduno, por outro lado, com o entendimento de que a regra de transição contida na EC nº 103/2019 confere a todos os empregados públicos dispensados em razão da aposentadoria antes de sua entrada em vigor o direito à reintegração. Rememoro que, no caso concreto, estamos tratando de uma quantidade mínima de empregados da ECT, a grande maioria já falecidos, e reintegrados por força de decisão judicial em 2009. A tese de repercussão geral aprovada pela Corte, por outro lado, atingirá um número muito maior de pessoas, com impactos desconhecidos para a Administração Pública. 20. No caso concreto, portanto, me uno à divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin e dou parcial provimento aos recursos extraordinários, entendendo incabível o direito à reintegração reconhecido pelo acórdão recorrido. Na tese, me filio em parte ao enunciado proposto pelo Ministro Dias Toffoli, e proponho a inclusão da frase: “Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 61 de 90 Voto Vogal RE 655283 / DF reintegração”. A tese proposta é, portanto: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º. Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à reintegração”. 21. É como voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF reintegração”. A tese proposta é, portanto: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º. Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à reintegração”. 21. É como voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 62 de 90 Extrato de Ata - 15/03/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC12-38AE-C819-737A e senha EDA8-C4DF-6614-3F93 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC12-38AE-C819-737A e senha EDA8-C4DF-6614-3F93 Inteiro Teor do Acórdão - Página 63 de 90 Extrato de Ata - 15/03/2021 seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da CF/88 por força do art. 6º da EC nº 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6º", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 606 da repercussão geral, negou provimento aos recursos extraordinários, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos. Em seguida, o julgamento foi suspenso para deliberação da tese de repercussão geral em assentada posterior. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 5.3.2021 a 12.3.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC12-38AE-C819-737A e senha EDA8-C4DF-6614-3F93 Supremo Tribunal Federal seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da CF/88 por força do art. 6º da EC nº 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6º", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 606 da repercussão geral, negou provimento aos recursos extraordinários, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos. Em seguida, o julgamento foi suspenso para deliberação da tese de repercussão geral em assentada posterior. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 5.3.2021 a 12.3.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC12-38AE-C819-737A e senha EDA8-C4DF-6614-3F93 Inteiro Teor do Acórdão - Página 64 de 90 Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) - Em processo objetivo, observo as balizas do processo. E tenho liberdade maior quanto à causa de pedir. Não tenho quanto ao pedido, porque estamos vinculados ao contido na inicial. Em processo subjetivo, observo os parâmetros objetivos e subjetivos e não decido fora da controvérsia. Desprovi, preconizei desprovimento do recurso e vejo que fui - isso é raro - acompanhado pela ilustrada maioria. Fiz uma tese do meu voto, que certamente não será, pelo visto, a tese do Plenário. Qual é o teor da tese que fiz para o meu voto, não para o Colegiado? Não me atrevo a imaginar tese do Colegiado. Vence, em Colegiado, sempre, porque é um órgão democrático, por excelência, a maioria. Meu voto se tornou público, já que eu penso que esse processo foi deslocado da sessão virtual para a sessão por videoconferência, e não foi, creio, a pedido da parte, porque, se a parte me pedisse, eu não deferiria, já que o Supremo, o Plenário, não consegue otimizar o tempo. Eu consignei que: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) - Em processo objetivo, observo as balizas do processo. E tenho liberdade maior quanto à causa de pedir. Não tenho quanto ao pedido, porque estamos vinculados ao contido na inicial. Em processo subjetivo, observo os parâmetros objetivos e subjetivos e não decido fora da controvérsia. Desprovi, preconizei desprovimento do recurso e vejo que fui - isso é raro - acompanhado pela ilustrada maioria. Fiz uma tese do meu voto, que certamente não será, pelo visto, a tese do Plenário. Qual é o teor da tese que fiz para o meu voto, não para o Colegiado? Não me atrevo a imaginar tese do Colegiado. Vence, em Colegiado, sempre, porque é um órgão democrático, por excelência, a maioria. Meu voto se tornou público, já que eu penso que esse processo foi deslocado da sessão virtual para a sessão por videoconferência, e não foi, creio, a pedido da parte, porque, se a parte me pedisse, eu não deferiria, já que o Supremo, o Plenário, não consegue otimizar o tempo. Eu consignei que: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Inteiro Teor do Acórdão - Página 65 de 90 Proposta RE 655283 / DF A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal, e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea, considerado insubsistente o motivo do desligamento - por ele ter se aposentado, houve desligamento apenas por isso. Inexiste óbice à acumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Foi a tese que eu fiz, como ressaltei, para o meu voto. E permaneço com ela, Presidente. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal, e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea, considerado insubsistente o motivo do desligamento - por ele ter se aposentado, houve desligamento apenas por isso. Inexiste óbice à acumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Foi a tese que eu fiz, como ressaltei, para o meu voto. E permaneço com ela, Presidente. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Inteiro Teor do Acórdão - Página 66 de 90 Proposta RE 655283 / DF Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Inteiro Teor do Acórdão - Página 67 de 90 Observação 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO OBSERVAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Obrigada, ministro Marco Aurélio. Na verdade, embora tenha havido seis votos no sentido da negativa do provimento dos recursos extraordinários, como eram dois temas envolvidos, no caso, a competência da Justiça Federal ou da Justiça do Trabalho e a questão da reintegração, houve alguma dispersão dos fundamentos. Por essa razão a necessidade do debate da tese. Como os julgamentos ocorreram no Plenário Virtual e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4329-539A-35E0-CFC6 e senha CC2E-B491-A879-6D0C Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO OBSERVAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Obrigada, ministro Marco Aurélio. Na verdade, embora tenha havido seis votos no sentido da negativa do provimento dos recursos extraordinários, como eram dois temas envolvidos, no caso, a competência da Justiça Federal ou da Justiça do Trabalho e a questão da reintegração, houve alguma dispersão dos fundamentos. Por essa razão a necessidade do debate da tese. Como os julgamentos ocorreram no Plenário Virtual e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4329-539A-35E0-CFC6 e senha CC2E-B491-A879-6D0C Inteiro Teor do Acórdão - Página 68 de 90 Observação RE 655283 / DF houve vários pedidos de vista, os Ministros apresentaram voto escrito e já com uma formulação de tese. Na minha leitura, a tese que foi apresentada pelo Ministro Dias Toffoli, na verdade, congrega o pensamento dos demais Ministros que estavam dispersos, em termos de maioria. Por isso, passarei a palavra, se me permitirem e não houver a oposição dos Colegas, ao Ministro Dias Toffoli. Depois, deliberaremos a respeito e eu colherei os votos. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4329-539A-35E0-CFC6 e senha CC2E-B491-A879-6D0C Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF houve vários pedidos de vista, os Ministros apresentaram voto escrito e já com uma formulação de tese. Na minha leitura, a tese que foi apresentada pelo Ministro Dias Toffoli, na verdade, congrega o pensamento dos demais Ministros que estavam dispersos, em termos de maioria. Por isso, passarei a palavra, se me permitirem e não houver a oposição dos Colegas, ao Ministro Dias Toffoli. Depois, deliberaremos a respeito e eu colherei os votos. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4329-539A-35E0-CFC6 e senha CC2E-B491-A879-6D0C Inteiro Teor do Acórdão - Página 69 de 90 Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL PROPOSTA O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Obrigado, Senhora Presidente, Ministra Rosa Weber. Essa nova sistemática nos leva a essas situações. Quando estive na Presidência, houve também um ou dois casos como este, em que ocorreu de a tese ficar para o julgamento presencial, haja vista que, ao lançarmos os votos no Plenário Virtual, nós o fizemos quanto às preliminares, quanto ao mérito e quanto à tese. Evidentemente, uma vez liquidada a questão, caso seja a preliminar eventualmente, por exemplo, de não conhecimento, o voto proferido quanto ao mérito se prejudica, e tanto assim ocorrerá quanto à respectiva tese. Houve maioria absoluta de seis votos pela negativa de provimento e quatro votos pelo parcial provimento. Um Colega se declarou impedido de participar, exatamente nosso querido Presidente, Ministro Luiz Fux, sendo contabilizados dez votos. Só que, houve divergência quanto à tese, inclusive, entre aqueles que votavam pela negativa de provimento. Por isso, se me permitirem, eu gostaria de rememorar um pouco as razões da proposta da tese que fiz em voto no Plenário Virtual. A causa e o Tema nº 606 da repercussão geral - sobre cuja tese estamos agora a deliberar - trouxeram dois tópicos. O primeiro, a competência para processar e julgar ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. O segundo tópico trata da consequente possibilidade ou não de acumulação de proventos com vencimentos, bem como da competência para julgamento dessa questão. Votei negando provimento, acompanhando o Relator, quanto à competência da Justiça Federal para processar o feito de origem. Todavia, considero relevantes, quanto ao ponto, as considerações que foram apresentadas no voto parcialmente divergente do Ministro Edson Fachin quanto à natureza da lide posta à apreciação do juízo de origem. Cito Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL PROPOSTA O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Obrigado, Senhora Presidente, Ministra Rosa Weber. Essa nova sistemática nos leva a essas situações. Quando estive na Presidência, houve também um ou dois casos como este, em que ocorreu de a tese ficar para o julgamento presencial, haja vista que, ao lançarmos os votos no Plenário Virtual, nós o fizemos quanto às preliminares, quanto ao mérito e quanto à tese. Evidentemente, uma vez liquidada a questão, caso seja a preliminar eventualmente, por exemplo, de não conhecimento, o voto proferido quanto ao mérito se prejudica, e tanto assim ocorrerá quanto à respectiva tese. Houve maioria absoluta de seis votos pela negativa de provimento e quatro votos pelo parcial provimento. Um Colega se declarou impedido de participar, exatamente nosso querido Presidente, Ministro Luiz Fux, sendo contabilizados dez votos. Só que, houve divergência quanto à tese, inclusive, entre aqueles que votavam pela negativa de provimento. Por isso, se me permitirem, eu gostaria de rememorar um pouco as razões da proposta da tese que fiz em voto no Plenário Virtual. A causa e o Tema nº 606 da repercussão geral - sobre cuja tese estamos agora a deliberar - trouxeram dois tópicos. O primeiro, a competência para processar e julgar ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. O segundo tópico trata da consequente possibilidade ou não de acumulação de proventos com vencimentos, bem como da competência para julgamento dessa questão. Votei negando provimento, acompanhando o Relator, quanto à competência da Justiça Federal para processar o feito de origem. Todavia, considero relevantes, quanto ao ponto, as considerações que foram apresentadas no voto parcialmente divergente do Ministro Edson Fachin quanto à natureza da lide posta à apreciação do juízo de origem. Cito Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 70 de 90 Proposta RE 655283 / DF trecho do voto do Ministro Edson Fachin: "À evidência, verifica-se que o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas tão somente a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de obter aposentadoria administrativa pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da MP nº 1523/1996." Nenhuma divergência guardei quanto a esse tópico do voto do Ministro Edson Fachin. Quanto à possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos por empregados públicos aposentados espontaneamente, considero pertinente realizar breve contextualização dos entendimentos até aqui apresentados, tendo em vista que, em dada extensão, acompanho cada um dos votos já lançados, acrescendo a eles, porém, pontual ressalva. Abrindo um parêntese no voto que estou a rememorar, a tese que propus agrega posições adotadas nos votos proferidos em sessões virtuais, porque, embora não possamos nos ver nem conversar por ocasião do lançamento desses votos, nada impede que haja debates. Aqui também se demonstra, Senhora Presidente, a riqueza que há no Plenário Virtual, já que, mesmo não estando juntos, dialogamos por meio dos votos proferidos ao longo da semana, sem prejuízo da possibilidade de haver uma conclusão conjunta ou de diálogo entre os Ministros, como agora ocorre. Desde logo, parabenizo Vossa Excelência, Ministra Rosa Weber, que preside este julgamento, e o Presidente, Ministro Luiz Fux, que suspendeu a proclamação da tese em razão das diferentes ópticas que 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF trecho do voto do Ministro Edson Fachin: "À evidência, verifica-se que o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas tão somente a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de obter aposentadoria administrativa pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da MP nº 1523/1996." Nenhuma divergência guardei quanto a esse tópico do voto do Ministro Edson Fachin. Quanto à possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos por empregados públicos aposentados espontaneamente, considero pertinente realizar breve contextualização dos entendimentos até aqui apresentados, tendo em vista que, em dada extensão, acompanho cada um dos votos já lançados, acrescendo a eles, porém, pontual ressalva. Abrindo um parêntese no voto que estou a rememorar, a tese que propus agrega posições adotadas nos votos proferidos em sessões virtuais, porque, embora não possamos nos ver nem conversar por ocasião do lançamento desses votos, nada impede que haja debates. Aqui também se demonstra, Senhora Presidente, a riqueza que há no Plenário Virtual, já que, mesmo não estando juntos, dialogamos por meio dos votos proferidos ao longo da semana, sem prejuízo da possibilidade de haver uma conclusão conjunta ou de diálogo entre os Ministros, como agora ocorre. Desde logo, parabenizo Vossa Excelência, Ministra Rosa Weber, que preside este julgamento, e o Presidente, Ministro Luiz Fux, que suspendeu a proclamação da tese em razão das diferentes ópticas que 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 71 de 90 Proposta RE 655283 / DF foram adotadas nos votos lançados no Plenário Virtual. Na verdade, muitas vezes os debates se enriquecem, porque temos seis dias úteis para refletir sobre os votos, para dialogar sobre eles e, caso seja necessário, trazer o processo para o julgamento por videoconferência e, quiçá, em breve, já com todos vacinados, para o julgamento presencial na sede do Supremo Tribunal Federal. Retorno ao ponto, Senhora Presidente. O Relator, nosso Decano, o Ministro Marco Aurélio, parte da consideração de que o advento da aposentadoria não põe fim ao vínculo trabalhista, sendo, portanto, possível a acumulação do salário com os proventos do RGPS, o Regime Geral de Previdência Social. Para tanto, Sua Excelência sustenta-se em precedentes: RE nº 387.269, Rcl nº 9.762, AI nº 737.279. Portanto, admitida a acumulação, Sua Excelência julgou o caso concreto no sentido da possibilidade de reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e propôs a seguinte tese, que destaco no ponto particular de interesse para a análise: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004." Continuou Sua Excelência em sua tese: "O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento." E acrescentou o seguinte: "Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência." Pois bem, agora digo que o Ministro Edson Fachin, no ponto, inaugurou divergência em seu voto, mas Sua Excelência ficou vencido. Na visão do Ministro, a reintegração de empregado público aposentado pelo RGPS representa burla ao princípio do concurso público, conforme inteligência do art. 37, II, da Constituição Federal. Aponta, por outro lado, 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF foram adotadas nos votos lançados no Plenário Virtual. Na verdade, muitas vezes os debates se enriquecem, porque temos seis dias úteis para refletir sobre os votos, para dialogar sobre eles e, caso seja necessário, trazer o processo para o julgamento por videoconferência e, quiçá, em breve, já com todos vacinados, para o julgamento presencial na sede do Supremo Tribunal Federal. Retorno ao ponto, Senhora Presidente. O Relator, nosso Decano, o Ministro Marco Aurélio, parte da consideração de que o advento da aposentadoria não põe fim ao vínculo trabalhista, sendo, portanto, possível a acumulação do salário com os proventos do RGPS, o Regime Geral de Previdência Social. Para tanto, Sua Excelência sustenta-se em precedentes: RE nº 387.269, Rcl nº 9.762, AI nº 737.279. Portanto, admitida a acumulação, Sua Excelência julgou o caso concreto no sentido da possibilidade de reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e propôs a seguinte tese, que destaco no ponto particular de interesse para a análise: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004." Continuou Sua Excelência em sua tese: "O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento." E acrescentou o seguinte: "Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência." Pois bem, agora digo que o Ministro Edson Fachin, no ponto, inaugurou divergência em seu voto, mas Sua Excelência ficou vencido. Na visão do Ministro, a reintegração de empregado público aposentado pelo RGPS representa burla ao princípio do concurso público, conforme inteligência do art. 37, II, da Constituição Federal. Aponta, por outro lado, 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 72 de 90 Proposta RE 655283 / DF que a Emenda Constitucional nº 103/2019 incluiu o § 14 no art. 37, o qual prevê, a seguinte regra: "§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição." Então, Sua Excelência arguiu que a percepção simultânea de proventos de aposentadoria e de remuneração do cargo só pode ocorrer nos casos autorizados expressamente pela Constituição, consoante teleologia do art. 37, § 10. Na compreensão do Ministro, portanto, o art. 37, II, § 14, incluído pela Emenda de 2019, combinado com o art. 37, § 10, da Constituição, impede a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso público. Portanto, Sua Excelência votou pelo parcial provimento dos recursos extraordinários. Entretanto, é importante a leitura da tese que foi sugerida por Sua Excelência, o Ministro Edson Fachin, mesmo vencido. Propôs o Ministro em seu voto: "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB." Pois bem. Já em 8 de setembro de 2020, o Ministro Alexandre de Moraes devolveu os autos para continuação de julgamento, ainda no ambiente virtual, acompanhando a parcial divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin. O Ministro Alexandre de Moraes também alude ao art. 37, II, da Constituição Federal na fundamentação de seu voto: "Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da CF/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF que a Emenda Constitucional nº 103/2019 incluiu o § 14 no art. 37, o qual prevê, a seguinte regra: "§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição." Então, Sua Excelência arguiu que a percepção simultânea de proventos de aposentadoria e de remuneração do cargo só pode ocorrer nos casos autorizados expressamente pela Constituição, consoante teleologia do art. 37, § 10. Na compreensão do Ministro, portanto, o art. 37, II, § 14, incluído pela Emenda de 2019, combinado com o art. 37, § 10, da Constituição, impede a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso público. Portanto, Sua Excelência votou pelo parcial provimento dos recursos extraordinários. Entretanto, é importante a leitura da tese que foi sugerida por Sua Excelência, o Ministro Edson Fachin, mesmo vencido. Propôs o Ministro em seu voto: "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB." Pois bem. Já em 8 de setembro de 2020, o Ministro Alexandre de Moraes devolveu os autos para continuação de julgamento, ainda no ambiente virtual, acompanhando a parcial divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin. O Ministro Alexandre de Moraes também alude ao art. 37, II, da Constituição Federal na fundamentação de seu voto: "Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da CF/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 73 de 90 Proposta RE 655283 / DF públicos." Citou, ainda, o Ministro Alexandre de Moraes o ARE nº 1.231.507, no qual se assentou que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal há muito já estabeleceu que qualquer tipo de reingresso ou readmissão em cargo ou emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público. Aponta Sua Excelência que, com o advento da Emenda nº 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente. Por fim, o Ministro Alexandre de Moraes, ao qual foi concedido o pedido de vista do processo, estabeleceu, em seu voto, que a decretação de nulidade do contrato de trabalho em virtude da violação da regra constitucional do concurso público constitui motivação idônea para a demissão do empregado público, a qual se harmonizaria com a tese fixada fixada no RE nº 589.998, paradigma do Tema nº 131 da Repercussão Geral: "A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados". Pois bem, com base em tal fundamentação, o Ministro Alexandre de Moraes deu parcial provimento aos recursos extraordinários e endossou a tese apresentada pelo Ministro Edson Fachin. Tenho, de início, que é relevante analisarmos a divergência quanto ao art. 37, II, § 14 (incluído pela EC nº 103/19), dado que, com a inserção desse dispositivo na Constituição Federal, a aposentadoria faz cessar o vínculo com o cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do servidor/empregado público para inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral da Previdência Social. Não obstante as valiosas análises feitas nos votos vencidos, tenho que o entendimento defendido pelo Ministro Marco Aurélio, apesar de se basear em precedentes firmados anteriormente à entrada em vigor da Emenda nº 103/2009, deveria prevalecer no caso concreto, porque é preciso considerar o conjunto normativo da Emenda Constitucional nº 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF públicos." Citou, ainda, o Ministro Alexandre de Moraes o ARE nº 1.231.507, no qual se assentou que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal há muito já estabeleceu que qualquer tipo de reingresso ou readmissão em cargo ou emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público. Aponta Sua Excelência que, com o advento da Emenda nº 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente. Por fim, o Ministro Alexandre de Moraes, ao qual foi concedido o pedido de vista do processo, estabeleceu, em seu voto, que a decretação de nulidade do contrato de trabalho em virtude da violação da regra constitucional do concurso público constitui motivação idônea para a demissão do empregado público, a qual se harmonizaria com a tese fixada fixada no RE nº 589.998, paradigma do Tema nº 131 da Repercussão Geral: "A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados". Pois bem, com base em tal fundamentação, o Ministro Alexandre de Moraes deu parcial provimento aos recursos extraordinários e endossou a tese apresentada pelo Ministro Edson Fachin. Tenho, de início, que é relevante analisarmos a divergência quanto ao art. 37, II, § 14 (incluído pela EC nº 103/19), dado que, com a inserção desse dispositivo na Constituição Federal, a aposentadoria faz cessar o vínculo com o cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do servidor/empregado público para inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral da Previdência Social. Não obstante as valiosas análises feitas nos votos vencidos, tenho que o entendimento defendido pelo Ministro Marco Aurélio, apesar de se basear em precedentes firmados anteriormente à entrada em vigor da Emenda nº 103/2009, deveria prevalecer no caso concreto, porque é preciso considerar o conjunto normativo da Emenda Constitucional nº 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 74 de 90 Proposta RE 655283 / DF 103, a qual, em seu art. 6º, determinou: "Art. 6º O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional." A norma em tela eximiu, portanto, da observância do novel § 14 do art. 37 da Constituição - trazida pela Emenda nº 103/2019 – as aposentadorias que já houvessem sido concedidas pelo RGPS até a data de entrada em vigor da emenda - a teor do próprio art. 6º da mesma Emenda nº 103. O caso dos autos se refere a aposentadorias concedidas pelo RGPS antes da entrada em vigor da referida emenda constitucional. Sendo assim, com base no art. 6º da própria Emenda nº 103/2019, é inviável, no caso concreto, a aplicação da regra contida no art. 37, § 14, da Constituição. Com isso, entendi ser aplicável, ao caso concreto, o entendimento já firmado por essa Corte antes da entrada em vigor da regra do § 14 do art. 37 da Constituição Federal. Destaco que participei do julgamento da Reclamação nº 9.762/SC em 2013, citada pelo Ministro Marco Aurélio, no qual acompanhei o voto do então Relator, meu professor de sempre, o Ministro Ricardo Lewandowski, que assim disse: "(...) [P]ode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração." Sua Excelência assim se manifestou porque, até então, não havia sido vedada pela Constituição Federal a acumulação de remuneração por exercício de cargo, função ou emprego público e proventos oriundos de contribuição ao RGPS, dado que a hipótese não se inseria entre as elencadas no art. 37, § 10, da Constituição. Permitam que eu leia a norma: "§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF 103, a qual, em seu art. 6º, determinou: "Art. 6º O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional." A norma em tela eximiu, portanto, da observância do novel § 14 do art. 37 da Constituição - trazida pela Emenda nº 103/2019 – as aposentadorias que já houvessem sido concedidas pelo RGPS até a data de entrada em vigor da emenda - a teor do próprio art. 6º da mesma Emenda nº 103. O caso dos autos se refere a aposentadorias concedidas pelo RGPS antes da entrada em vigor da referida emenda constitucional. Sendo assim, com base no art. 6º da própria Emenda nº 103/2019, é inviável, no caso concreto, a aplicação da regra contida no art. 37, § 14, da Constituição. Com isso, entendi ser aplicável, ao caso concreto, o entendimento já firmado por essa Corte antes da entrada em vigor da regra do § 14 do art. 37 da Constituição Federal. Destaco que participei do julgamento da Reclamação nº 9.762/SC em 2013, citada pelo Ministro Marco Aurélio, no qual acompanhei o voto do então Relator, meu professor de sempre, o Ministro Ricardo Lewandowski, que assim disse: "(...) [P]ode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração." Sua Excelência assim se manifestou porque, até então, não havia sido vedada pela Constituição Federal a acumulação de remuneração por exercício de cargo, função ou emprego público e proventos oriundos de contribuição ao RGPS, dado que a hipótese não se inseria entre as elencadas no art. 37, § 10, da Constituição. Permitam que eu leia a norma: "§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 75 de 90 Proposta RE 655283 / DF remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração." Pois bem, naqueles autos, explicitou Sua Excelência, o Ministro Ricardo Lewandowski - perdoem-me se eu estiver equivocado quanto à extensão do entendimento do Ministro ao presente caso: "Ora, o benefício previdenciário percebido pelo Regime Geral de Previdência tem embasamento no art. 201, § 7º, do Texto Constitucional, não havendo cumulação indevida com o percebimento de remuneração de emprego público." Vejam, pela leitura do Texto Constitucional então vigente, citado por Sua Excelência, não há no § 10 nenhuma vedação de acumulação entre proventos oriundos de contribuição ao RGPS e remuneração por exercício de cargo, emprego ou função pública. Assim o disse e acompanhei o Ministro Ricardo Lewandowski lá em 2013. A partir dessas premissas, eu disse, em meu voto, que a regra de transição prevista no art. 6º da Emenda nº 103/2019 era inaplicável ao caso concreto. Como consequência, entendi ser inaplicável ao caso concreto a novel regra do art. 37, § 14. Assim, entendi que a demissão realizada com base na alegação, ou na alegada proibição constitucional de cumulação de proventos oriundos de contribuição ao Regime Geral de Previdência Pública com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo, no caso concreto, cabível a reintegração do emprego público pretendida na origem. Por essa razão, votei tal qual o Relator no dispositivo, negando provimento aos recursos, embora o fazendo sob distinto fundamento, qual seja, e repito, a inaplicabilidade ao caso concreto do art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988, por força da regra de transição contida no art. 6º da Emenda Constitucional nº 103, de 2019. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração." Pois bem, naqueles autos, explicitou Sua Excelência, o Ministro Ricardo Lewandowski - perdoem-me se eu estiver equivocado quanto à extensão do entendimento do Ministro ao presente caso: "Ora, o benefício previdenciário percebido pelo Regime Geral de Previdência tem embasamento no art. 201, § 7º, do Texto Constitucional, não havendo cumulação indevida com o percebimento de remuneração de emprego público." Vejam, pela leitura do Texto Constitucional então vigente, citado por Sua Excelência, não há no § 10 nenhuma vedação de acumulação entre proventos oriundos de contribuição ao RGPS e remuneração por exercício de cargo, emprego ou função pública. Assim o disse e acompanhei o Ministro Ricardo Lewandowski lá em 2013. A partir dessas premissas, eu disse, em meu voto, que a regra de transição prevista no art. 6º da Emenda nº 103/2019 era inaplicável ao caso concreto. Como consequência, entendi ser inaplicável ao caso concreto a novel regra do art. 37, § 14. Assim, entendi que a demissão realizada com base na alegação, ou na alegada proibição constitucional de cumulação de proventos oriundos de contribuição ao Regime Geral de Previdência Pública com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo, no caso concreto, cabível a reintegração do emprego público pretendida na origem. Por essa razão, votei tal qual o Relator no dispositivo, negando provimento aos recursos, embora o fazendo sob distinto fundamento, qual seja, e repito, a inaplicabilidade ao caso concreto do art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988, por força da regra de transição contida no art. 6º da Emenda Constitucional nº 103, de 2019. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 76 de 90 Proposta RE 655283 / DF Assim, e por tais razões, não pude concordar com a tese apresentada pelo Relator. Dessa forma, fiz uma nova proposição de tese. Na nova proposição de tese, evidentemente, pedi licença ao Ministro Edson Fachin para me utilizar - embora dele divergindo no caso concreto - de texto por ele proposto, em deferência a sua exímia construção textual e normativa. Disse em meu voto, que propunha a inclusão ao final do texto da tese do trecho "salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103, de 2019, nos termos do que dispõe seu art. 6º". Assim, Senhora Presidente, Senhoras Ministras, Senhores Ministros, pedindo escusas pelo tempo que tomei - penso que isso só vai valorizar o próprio Plenário Virtual e vai permitir a continuidade dos debates, mesmo que pela via de votos lançados no sistema -, propus, em meu voto, o qual acompanhou, por motivo diverso, o dispositivo do voto do eminente Relator, nosso Decano, Ministro Marco Aurélio, tese distinta, que passo a ler: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão.A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da Constituição da República Federativa do Brasil, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019, nos termos do que dispõe seu art. 6º.” Então, essa é a tese que acabo de enunciar, pedindo escusas, Senhora Presidente, por ter de rememorar as razões pelas quais a ela cheguei. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF Assim, e por tais razões, não pude concordar com a tese apresentada pelo Relator. Dessa forma, fiz uma nova proposição de tese. Na nova proposição de tese, evidentemente, pedi licença ao Ministro Edson Fachin para me utilizar - embora dele divergindo no caso concreto - de texto por ele proposto, em deferência a sua exímia construção textual e normativa. Disse em meu voto, que propunha a inclusão ao final do texto da tese do trecho "salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103, de 2019, nos termos do que dispõe seu art. 6º". Assim, Senhora Presidente, Senhoras Ministras, Senhores Ministros, pedindo escusas pelo tempo que tomei - penso que isso só vai valorizar o próprio Plenário Virtual e vai permitir a continuidade dos debates, mesmo que pela via de votos lançados no sistema -, propus, em meu voto, o qual acompanhou, por motivo diverso, o dispositivo do voto do eminente Relator, nosso Decano, Ministro Marco Aurélio, tese distinta, que passo a ler: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão.A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da Constituição da República Federativa do Brasil, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019, nos termos do que dispõe seu art. 6º.” Então, essa é a tese que acabo de enunciar, pedindo escusas, Senhora Presidente, por ter de rememorar as razões pelas quais a ela cheguei. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 77 de 90 Observação 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO OBSERVAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Muito obrigada, Ministro Dias Toffoli! Verifico que o voto de Vossa Excelência foi acompanhado, no Plenário Virtual, pelos Ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques, na íntegra, inclusive em relação à tese. Em meu voto, acompanhei o Ministro Marco Aurélio com relação ao primeiro tema, mas acompanhei Vossa Excelência, na fundamentação, quanto ao segundo tema. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 31E6-7D6D-C24D-2EEF e senha 7E06-F10D-89D1-C5C9 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO OBSERVAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Muito obrigada, Ministro Dias Toffoli! Verifico que o voto de Vossa Excelência foi acompanhado, no Plenário Virtual, pelos Ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques, na íntegra, inclusive em relação à tese. Em meu voto, acompanhei o Ministro Marco Aurélio com relação ao primeiro tema, mas acompanhei Vossa Excelência, na fundamentação, quanto ao segundo tema. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 31E6-7D6D-C24D-2EEF e senha 7E06-F10D-89D1-C5C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 78 de 90 Observação RE 655283 / DF O Ministro Edson Fachin, o Ministro Alexandre de Moraes e a Ministra Cármen Lúcia, no Plenário Virtual, ficaram vencidos em parte, junto com o Ministro Luís Roberto Barroso, porque todos davam parcial provimento aos recursos extraordinários, não reconhecendo o direito à reintegração. Todavia, com relação à primeira parte da tese, os quatro acompanharam a formulação de Vossas Excelências, com alguma variação de palavras, mas o sentido é exatamente o mesmo. Já no caso do Ministro Luís Roberto e meu, como, com relação ao meu voto, havia explicitado, na segunda tese, com relação à reintegração, acompanhamos Vossa Excelência. De qualquer sorte, parece-me então que temos duas teses a submeter à votação dos eminentes Pares, mas consulto se a Senhora Ministra ou os Senhores Ministros têm ainda alguma outra formulação a apresentar. Não havendo, então, passo a colher os votos, com relação às duas teses, do eminente Relator e, agora, a relembrada pelo Ministro Dias Toffoli. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 31E6-7D6D-C24D-2EEF e senha 7E06-F10D-89D1-C5C9 Supremo Tribunal Federal RE 655283 / DF O Ministro Edson Fachin, o Ministro Alexandre de Moraes e a Ministra Cármen Lúcia, no Plenário Virtual, ficaram vencidos em parte, junto com o Ministro Luís Roberto Barroso, porque todos davam parcial provimento aos recursos extraordinários, não reconhecendo o direito à reintegração. Todavia, com relação à primeira parte da tese, os quatro acompanharam a formulação de Vossas Excelências, com alguma variação de palavras, mas o sentido é exatamente o mesmo. Já no caso do Ministro Luís Roberto e meu, como, com relação ao meu voto, havia explicitado, na segunda tese, com relação à reintegração, acompanhamos Vossa Excelência. De qualquer sorte, parece-me então que temos duas teses a submeter à votação dos eminentes Pares, mas consulto se a Senhora Ministra ou os Senhores Ministros têm ainda alguma outra formulação a apresentar. Não havendo, então, passo a colher os votos, com relação às duas teses, do eminente Relator e, agora, a relembrada pelo Ministro Dias Toffoli. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 31E6-7D6D-C24D-2EEF e senha 7E06-F10D-89D1-C5C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 79 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO SOBRE PROPOSTA O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Presidente, peço vênia ao eminente Relator e me filio à tese apresentada pelo ministro Dias Toffoli. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C4CE-63A8-37BB-A4C8 e senha AF2D-D019-FC8E-33F5 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO SOBRE PROPOSTA O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Presidente, peço vênia ao eminente Relator e me filio à tese apresentada pelo ministro Dias Toffoli. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C4CE-63A8-37BB-A4C8 e senha AF2D-D019-FC8E-33F5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 80 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/PROPOSTA O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Presidente, como Vossa Excelência detalhou, fiquei vencido na segunda questão. Na primeira questão, sobre a competência da Justiça comum, não trabalhista, acompanhei a maioria; em relação à segunda questão, a tese proposta era que a concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego nos termos do art. 37. Agora, vencido, parece-me que a tese que mais se aproxima das discussões em Plenário é a tese dada pelo eminente Ministro Dias Toffoli, voto com Sua Excelência, pedindo vênia ao eminente Ministro-Relator. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EA9B-4451-A505-529F e senha F5DB-B1CD-494C-7C9A Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/PROPOSTA O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Presidente, como Vossa Excelência detalhou, fiquei vencido na segunda questão. Na primeira questão, sobre a competência da Justiça comum, não trabalhista, acompanhei a maioria; em relação à segunda questão, a tese proposta era que a concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego nos termos do art. 37. Agora, vencido, parece-me que a tese que mais se aproxima das discussões em Plenário é a tese dada pelo eminente Ministro Dias Toffoli, voto com Sua Excelência, pedindo vênia ao eminente Ministro-Relator. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EA9B-4451-A505-529F e senha F5DB-B1CD-494C-7C9A Inteiro Teor do Acórdão - Página 81 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO SOBRE PROPOSTA O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Senhora Presidente, cumprimento Vossa Excelência no exercício da Presidência deste Supremo Tribunal Federal. Quanto à tese, Senhora Presidente, acompanho a tese formulada pelo eminente Ministro Dias Toffoli, enaltecendo o percurso coerente que Sua Excelência fez do transcurso do julgamento. Gostaria também de subscrever as referências que Sua Excelência fez aos julgamentos do Plenário Virtual, eis que Sua Excelência foi um dos pioneiros, em sua gestão, a levar em frente esta matéria. Portanto, acompanho a tese do eminente Ministro Dias Toffoli, congratulando Sua Excelência por essa tessitura consolidada na proposta que veio aqui apresentar, dando o alto sentido de um juízo colegiado. É como voto, Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 422D-C81E-59DD-9D2D e senha 0A3B-AD42-AA17-FF4A Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO SOBRE PROPOSTA O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Senhora Presidente, cumprimento Vossa Excelência no exercício da Presidência deste Supremo Tribunal Federal. Quanto à tese, Senhora Presidente, acompanho a tese formulada pelo eminente Ministro Dias Toffoli, enaltecendo o percurso coerente que Sua Excelência fez do transcurso do julgamento. Gostaria também de subscrever as referências que Sua Excelência fez aos julgamentos do Plenário Virtual, eis que Sua Excelência foi um dos pioneiros, em sua gestão, a levar em frente esta matéria. Portanto, acompanho a tese do eminente Ministro Dias Toffoli, congratulando Sua Excelência por essa tessitura consolidada na proposta que veio aqui apresentar, dando o alto sentido de um juízo colegiado. É como voto, Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 422D-C81E-59DD-9D2D e senha 0A3B-AD42-AA17-FF4A Inteiro Teor do Acórdão - Página 82 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/PROPOSTA O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Senhora Presidente, Ministra Rosa, é sempre um prazer estar sob sua Presidência. A tese proposta pelo Ministro Dias Toffoli corresponde à minha própria tese, nos dois primeiros itens. Havia votado com a maioria na questão da competência da Justiça comum e na questão de que a concessão da aposentadoria inviabilizava a permanência no emprego. O único ponto divergente era quanto à reintegração dos que se haviam aposentado espontaneamente antes da emenda, em que não me pareceu que houvesse direito subjetivo ali. Portanto, a minha tese era igual à do Ministro Dias Toffoli, com esse acréscimo. Como esse terceiro item não teve maioria, acompanho a tese do Ministro Dias Toffoli como expressão do denominador comum que se produziu no Plenário Virtual. É como voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Roberto Barroso, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3014-363E-CFDF-2AC1 e senha 929A-DB2A-CD7A-EDB6 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/PROPOSTA O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Senhora Presidente, Ministra Rosa, é sempre um prazer estar sob sua Presidência. A tese proposta pelo Ministro Dias Toffoli corresponde à minha própria tese, nos dois primeiros itens. Havia votado com a maioria na questão da competência da Justiça comum e na questão de que a concessão da aposentadoria inviabilizava a permanência no emprego. O único ponto divergente era quanto à reintegração dos que se haviam aposentado espontaneamente antes da emenda, em que não me pareceu que houvesse direito subjetivo ali. Portanto, a minha tese era igual à do Ministro Dias Toffoli, com esse acréscimo. Como esse terceiro item não teve maioria, acompanho a tese do Ministro Dias Toffoli como expressão do denominador comum que se produziu no Plenário Virtual. É como voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Roberto Barroso, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3014-363E-CFDF-2AC1 e senha 929A-DB2A-CD7A-EDB6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 83 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhora Ministra que preside esta Sessão, Senhores Ministros. Também, Senhora Presidente, como Vossa Excelência já anunciou, fiquei parcialmente vencida, acompanhando, portanto, os Ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Entretanto, cumprimentando o Ministro Dias Toffoli por essa formulação, que conseguiu compilar todos os votos e fez uma exposição do que se passou, e também cumprimentando o Relator, mas pedindo vênia a Sua Excelência, estou acompanhando a tese apresentada pelo Ministro Dias Toffoli, que me parece ser aquela coerente com o resultado da maioria formulada neste julgamento. É como voto, Senhora Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2CEE-809B-04E8-A978 e senha 3476-1B1D-16D3-B8EF Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhora Ministra que preside esta Sessão, Senhores Ministros. Também, Senhora Presidente, como Vossa Excelência já anunciou, fiquei parcialmente vencida, acompanhando, portanto, os Ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Entretanto, cumprimentando o Ministro Dias Toffoli por essa formulação, que conseguiu compilar todos os votos e fez uma exposição do que se passou, e também cumprimentando o Relator, mas pedindo vênia a Sua Excelência, estou acompanhando a tese apresentada pelo Ministro Dias Toffoli, que me parece ser aquela coerente com o resultado da maioria formulada neste julgamento. É como voto, Senhora Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2CEE-809B-04E8-A978 e senha 3476-1B1D-16D3-B8EF Inteiro Teor do Acórdão - Página 84 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O (S/ PROPOSTA) O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Cumprimento a todos novamente e manifesto minha satisfação pessoal de estar sob a Presidência de Vossa Excelência, Ministra Rosa Weber. Quero também cumprimentar especialmente o Ministro Dias Toffoli, pela forma objetiva e logicamente encadeada com que apresentou este iter complicado, complexo, do julgamento virtual dessa questão. Quero dizer que acompanho integralmente a sugestão de Sua Excelência, cumprimentando-o mais uma vez, inclusive, pela forma muito concreta e muito clara com que expôs esta tese, à qual adiro integralmente. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 41BC-8FFD-5161-B7CA e senha C099-5EFB-86E0-4B80 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O (S/ PROPOSTA) O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Cumprimento a todos novamente e manifesto minha satisfação pessoal de estar sob a Presidência de Vossa Excelência, Ministra Rosa Weber. Quero também cumprimentar especialmente o Ministro Dias Toffoli, pela forma objetiva e logicamente encadeada com que apresentou este iter complicado, complexo, do julgamento virtual dessa questão. Quero dizer que acompanho integralmente a sugestão de Sua Excelência, cumprimentando-o mais uma vez, inclusive, pela forma muito concreta e muito clara com que expôs esta tese, à qual adiro integralmente. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 41BC-8FFD-5161-B7CA e senha C099-5EFB-86E0-4B80 Inteiro Teor do Acórdão - Página 85 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Presidente, também gostaria de cumprimentá-la pela Presidência e dizer que também acompanho integralmente o voto do Ministro Dias Toffoli. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 909D-04EF-C8CA-0225 e senha 93D2-A878-0C7C-9A90 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Presidente, também gostaria de cumprimentá-la pela Presidência e dizer que também acompanho integralmente o voto do Ministro Dias Toffoli. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 909D-04EF-C8CA-0225 e senha 93D2-A878-0C7C-9A90 Inteiro Teor do Acórdão - Página 86 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Reconheço que a tese do Ministro Toffoli abrange, com maestria, aquele voto médio em relação aos diferentes temas suscitados. Só vou-me lançar vencida, em parte, em função de uma afirmação, sobretudo, muito mais pelo olhar externo. A tese afirma que a natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa, e não trabalhista. Com o maior respeito, só com relação a este ponto, lanço-me vencida. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BF4E-99E4-9985-E660 e senha E705-9ADE-7C89-6778 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Reconheço que a tese do Ministro Toffoli abrange, com maestria, aquele voto médio em relação aos diferentes temas suscitados. Só vou-me lançar vencida, em parte, em função de uma afirmação, sobretudo, muito mais pelo olhar externo. A tese afirma que a natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa, e não trabalhista. Com o maior respeito, só com relação a este ponto, lanço-me vencida. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BF4E-99E4-9985-E660 e senha E705-9ADE-7C89-6778 Inteiro Teor do Acórdão - Página 87 de 90 Extrato de Ata - 16/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 88 de 90 Extrato de Ata - 16/06/2021 extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da CF/88 por força do art. 6º da EC nº 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6º", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 606 da repercussão geral, negou provimento aos recursos extraordinários, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos. Em seguida, o julgamento foi suspenso para deliberação da tese de repercussão geral em assentada posterior. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 5.3.2021 a 12.3.2021. Decisão: Em continuidade de julgamento, o Tribunal, por maioria, fixou a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º", nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, Redator para o acórdão, vencidos o Ministro Marco Aurélio (Relator) e, em parte, a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra Rosa Weber (Vice-Presidente). Plenário, 16.06.2021 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/STF). Presidência do Senhor Ministro Luiz Fux. Presentes à sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Supremo Tribunal Federal extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da CF/88 por força do art. 6º da EC nº 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6º", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 606 da repercussão geral, negou provimento aos recursos extraordinários, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos. Em seguida, o julgamento foi suspenso para deliberação da tese de repercussão geral em assentada posterior. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 5.3.2021 a 12.3.2021. Decisão: Em continuidade de julgamento, o Tribunal, por maioria, fixou a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º", nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, Redator para o acórdão, vencidos o Ministro Marco Aurélio (Relator) e, em parte, a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra Rosa Weber (Vice-Presidente). Plenário, 16.06.2021 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/STF). Presidência do Senhor Ministro Luiz Fux. Presentes à sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 89 de 90 Extrato de Ata - 16/06/2021 Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques de Medeiros. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Supremo Tribunal Federal Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques de Medeiros. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 90 de 90
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=758489458
2021-06-16T00:00:00
2021-12-02T00:00:00
Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da CF/88 por força do art. 6º da EC nº 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6º", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 606 da repercussão geral, negou provimento aos recursos extraordinários, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos. Em seguida, o julgamento foi suspenso para deliberação da tese de repercussão geral em assentada posterior. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 5.3.2021 a 12.3.2021. Decisão: Em continuidade de julgamento, o Tribunal, por maioria, fixou a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º", nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, Redator para o acórdão, vencidos o Ministro Marco Aurélio (Relator) e, em parte, a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra Rosa Weber (Vice-Presidente). Plenário, 16.06.2021 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/STF).
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA Recurso extraordinário. Direito Constitucional. Processual. Administrativo. Tema nº 606 da sistemática da Repercussão Geral. Competência da Justiça Federal. Reintegração de empregados públicos. Empresa de Correios e Telégrafos. (ECT). Dispensa em razão de aposentadoria voluntária. Extinção do vínculo. EC nº 103, de 2019. Cumulação. Proventos e vencimentos. Recurso ordinário não provido. 1. Trata-se, in casu, de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato mediante o qual o Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da MP nº 1523/1996. 2. Compete à Justiça Federal processar e julgar ação cujo objeto seja a reintegração de empregados públicos dispensados em virtude de aposentadoria espontânea, bem como a cumulatividade de proventos com vencimentos, o que difere, em essência, da discussão acerca da relação de trabalho entre os empregados e a empresa pública, afastando-se a competência da Justiça do Trabalho. 3. Segundo o disposto no art. 37, § 14, da CF (incluído pela EC nº 103, de 2019), a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de Previdência Social. 4. A mencionada EC nº 103/19, contudo, em seu art. 6º, excluiu da incidência da regra insculpida no § 14 do art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de sua entrada em vigor, sendo essa a hipótese versada nos autos. 5. Foi fixada a seguinte tese de repercussão geral: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º.” 6. Recursos extraordinários não providos.
sjur444979
- Acórdão(s) citado(s): (COMPETÊNCIA, JUSTIÇA DO TRABALHO, CONTROVÉRSIA, EMPREGADO, PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO, ADMINISTRAÇÃO INDIRETA) ARE 1015362 AgR (2ªT). (EMENDA CONSTITUCIONAL 45 DE 2004, COMPETÊNCIA, JUSTIÇA DO TRABALHO, ACIDENTE DO TRABALHO) CC 7204 (TP). (APOSENTADORIA, ACUMULAÇÃO, SALÁRIO, PROVENTO, RGPS) AI 737279 AgR (1ªT), Rcl 9762 AgR (TP). (COMPETÊNCIA, JUSTIÇA COMUM, EMPREGADO PÚBLICO) ARE 809482 AgR (1ªT). (ECT, DEVER, MOTIVAÇÃO, DEMISSÃO, EMPREGADO) RE 589998 (TP), RE 589998 RG (TP). (SENTENÇA, JUSTIÇA COMUM, MARCO TEMPORAL, DESLOCAMENTO, COMPETÊNCIA) CC 7221 (TP). (REINGRESSO, CARGO PÚBLICO, EMPREGO PÚBLICO, APROVAÇÃO, CONCURSO PÚBLICO) ARE 1231507 AgR (1ªT), MS 21322 (TP). (REINTEGRAÇÃO, EMPREGADO PÚBLICO) ADI 1721 MC (TP), ADI 1770 MC (TP). (COMPETÊNCIA, JUSTIÇA DO TRABALHO, SERVIDOR PÚBLICO, REGIME CELETISTA, AUSÊNCIA, CONCURSO PÚBLICO, MOMENTO ANTERIOR, CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988) ADI 3395 (TP), Rcl 26238 AgR (1ªT), ARE 906491 RG (TP), ARE 1001075 RG (TP). (APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA, MANUTENÇÃO, VÍNCULO DE EMPREGO, MOMENTO ANTERIOR, EC 103/2019) ADI 1721 (TP), AI 653100 AgR (1ªT), RE 487734 AgR (1ªT), AI 656971 AgR (1ªT), Rcl 9165 AgR (TP), Rcl 11568 AgR (TP), Rcl 9762 AgR (TP), ARE 931326 AgR (1ªT). (ECT, DEMISSÃO, APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA) RE 589998 (TP). - Decisões monocráticas citadas: (APOSENTADORIA, ACUMULAÇÃO, SALÁRIO, PROVENTO, RGPS) RE 387269. (COMPETÊNCIA, JUSTIÇA COMUM, EMPREGADO PÚBLICO) RE 1055597, ARE 1064917. Número de páginas: 90. Análise: 20/09/2022, JSF.
MARCO AURÉLIO
Tribunal Pleno
655283
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00005 INC-00036 ART-00037 \"CAPUT\"\n INC-00001 INC-00002 INC-00016 INC-00017\n PAR-00010 PAR-00014 ART-00040 PAR-00006\n ART-00041 ART-00102 INC-00003 LET-A\n ART-00109 INC-00001 INC-00008 ART-00114\n INC-00004 ART-00173 PAR-00001 INC-00002\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED EMC-000020 ANO-1998\n EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED EMC-000045 ANO-2004\n EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED EMC-000103 ANO-2019\n ART-00006\n EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED LCP-000073 ANO-1993\n ART-00040 PAR-00001\n LEI COMPLEMENTAR\n\n", "LEG-FED DEL-005452 ANO-1943\n ART-00453 PAR-00001 PAR-00002\n CLT-1943 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO\n\n", "LEG-FED MPR-001523 ANO-1996\n MEDIDA PROVISÓRIA\n\n", "LEG-FED RES-000672 ANO-2020\n RESOLUÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED PEC-000006 ANO-2019\n PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED SUV-000022\n SÚMULA VINCULANTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED PRC-000132 ANO-1997\n PARECER DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO - AGU" ]
RE
acordaos
RE 655283
[ "" ]
RECTE.(S) : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : MARCOS ANTONIO TAVARES MARTINS RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APONSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : JOSÉ PAULO SEPÚLVEDA PERTENCE E OUTRO(A/S)
[ "" ]
Ementa e Acórdão 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO EMENTA Recurso extraordinário. Direito Constitucional. Processual. Administrativo. Tema n 606 da sistemática da Repercussão Geral. Competência da Justiça Federal. Reintegração de empregados públicos. Empresa de Correios e Telégrafos. (ECT). Dispensa em razão de aposentadoria voluntária. Extinção do vínculo. EC n 103, de 2019. Cumulação. Proventos e vencimentos. Recurso ordinário não provido. 1. Trata-se, in casu, de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato mediante o qual o Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da Medida Provisória n 1523/1996. 2. Compete à Justiça Federal processar e julgar ação cujo objeto seja a reintegração de empregados públicos dispensados em virtude de aposentadoria espontânea, bem como a cumulatividade de proventos Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-7EC2-75AA-5A2D e senha 6C1B-8610-8BFA-4D3C Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 90 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 655283 / DF com vencimentos, o que difere, em essência, da discussão acerca da relação de trabalho entre os empregados e a empresa pública, afastando- se a competência da Justiça do Trabalho. 3. Segundo o disposto no art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988 (incluído pela EC n 103, de 2019), a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de Previdência Social. 4. A mencionada EC n 103/19, contudo, em seu art. 6..., excluiu da incidência da regra insculpida no § 14 do art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de sua entrada em vigor, sendo essa a hipótese versada nos autos. 5. Foi fixada a seguinte tese de repercussão geral: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6....” 6. Recursos extraordinários não providos. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, sob a presidência da Ministra Rosa Weber, Vice-Presidente, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, redator do acórdão, apreciando o Tema n 606 da Repercussão Geral, por maioria de votos, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos, em negar provimento aos recursos extraordinários. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-7EC2-75AA-5A2D e senha 6C1B-8610-8BFA-4D3C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF com vencimentos, o que difere, em essência, da discussão acerca da relação de trabalho entre os empregados e a empresa pública, afastando- se a competência da Justiça do Trabalho. 3. Segundo o disposto no art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988 (incluído pela EC n 103, de 2019), a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de Previdência Social. 4. A mencionada EC n 103/19, contudo, em seu art. 6..., excluiu da incidência da regra insculpida no § 14 do art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de sua entrada em vigor, sendo essa a hipótese versada nos autos. 5. Foi fixada a seguinte tese de repercussão geral: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6....” 6. Recursos extraordinários não providos. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, sob a presidência da Ministra Rosa Weber, Vice-Presidente, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, redator do acórdão, apreciando o Tema n 606 da Repercussão Geral, por maioria de votos, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos, em negar provimento aos recursos extraordinários. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-7EC2-75AA-5A2D e senha 6C1B-8610-8BFA-4D3C Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 90 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 655283 / DF Acordam, ademais, os Ministros, por maioria de votos, vencidos o Ministro Marco Aurélio, Relator, e, em parte, a Ministra Rosa Weber, em fixar a seguinte tese: "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6...". Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux, Presidente. Sessão realizada por videoconferência - Resolução n 672/2020 – Supremo Tribunal Federal. Brasília, 16 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Redator do acórdão 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-7EC2-75AA-5A2D e senha 6C1B-8610-8BFA-4D3C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF Acordam, ademais, os Ministros, por maioria de votos, vencidos o Ministro Marco Aurélio, Relator, e, em parte, a Ministra Rosa Weber, em fixar a seguinte tese: "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6...". Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux, Presidente. Sessão realizada por videoconferência - Resolução n 672/2020 – Supremo Tribunal Federal. Brasília, 16 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Redator do acórdão 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A579-7EC2-75AA-5A2D e senha 6C1B-8610-8BFA-4D3C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 90 Relatório 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor David Laerte Vieira: A Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 1... Região, no julgamento de apelação em mandado de segurança, assentou a competência da Justiça Federal, considerado ato de autoridade respaldado em orientação de outra, hierarquicamente superior, consistente em ordem de demissão formalizada pelo Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, alicerçada em Ofício Circular expedido pelo Secretário Executivo do Conselho de Coordenação e Controle das Empresas Estatais, pertencente à estrutura do Ministério do Planejamento e Orçamento, com base no Parecer GQ 132 da Advocacia-Geral da União. Determinou a reintegração de membros da Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO, desligados sem que houvesse pagamento das parcelas rescisórias, reportando-se a precedentes nos quais o Supremo entendeu não ser a aposentadoria voluntária causa automática de extinção de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Supremo Tribunal Federal 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor David Laerte Vieira: A Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 1... Região, no julgamento de apelação em mandado de segurança, assentou a competência da Justiça Federal, considerado ato de autoridade respaldado em orientação de outra, hierarquicamente superior, consistente em ordem de demissão formalizada pelo Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, alicerçada em Ofício Circular expedido pelo Secretário Executivo do Conselho de Coordenação e Controle das Empresas Estatais, pertencente à estrutura do Ministério do Planejamento e Orçamento, com base no Parecer GQ 132 da Advocacia-Geral da União. Determinou a reintegração de membros da Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO, desligados sem que houvesse pagamento das parcelas rescisórias, reportando-se a precedentes nos quais o Supremo entendeu não ser a aposentadoria voluntária causa automática de extinção de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 90 Relatório Recurso Extraordinário 655283 / DF vínculo empregatício. Interpostos embargos de declaração, foram desprovidos. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT e União protocolaram recursos extraordinários, com alegada base na alínea “a” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT assevera violados os artigos 5..., inciso XXXVI, 37, cabeça, incisos I, II, XVI, XVII e § 10, 40, § 6..., 41, 114 e 173, § 1..., da Carta da República. Diz alterada a competência em razão da matéria após a promulgação da Emenda Constitucional n 45/2004. Argui existência de coisa julgada relativamente a ex- empregados com ações autônomas apreciadas. Salienta ter o Tribunal de origem olvidado entendimento do Supremo, adotado nas ações diretas de inconstitucionalidade n 1.770 e 1.721, no recurso extraordinário n 589.998 e, em sede liminar, nas reclamações n 5.679, 8.168 e 8.408, enfatizando possuir o direito de dispensar os empregados, por meio da denominada “despedida imotivada”, pagando as verbas rescisórias, não cabendo reintegração. Acentua que, nada obstante a aposentadoria espontânea não pôr termo, automaticamente, ao contrato de trabalho, a extinção do vínculo decorreu da impossibilidade de acumulação de proventos e vencimentos. Realça contrariado o ato jurídico perfeito, tendo ocorrido o término dos contratos de trabalho quando vigente a redação anterior do artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, o qual não continha os parágrafos 1... e 2..., declarados inconstitucionais. Sublinha a não retroatividade, à data da resolução dos contratos de trabalho, dos efeitos econômicos. A União sustenta contrariedade aos artigos 5..., inciso XXXVI, 37, incisos I, II, XVI, XVII e § 10, 40, § 6..., 41, 114 e 173, § 1..., da Lei Maior. Frisa ser a Justiça do Trabalho competente para analisar a controvérsia, de natureza trabalhista. Observa que o Supremo, no julgamento das ações diretas de inconstitucionalidade n 1.770-4/DF e 1.721-3/DF, concluiu pela impossibilidade de reintegração de funcionários dispensados em razão de aposentadoria espontânea, não sendo possível 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF vínculo empregatício. Interpostos embargos de declaração, foram desprovidos. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT e União protocolaram recursos extraordinários, com alegada base na alínea “a” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT assevera violados os artigos 5..., inciso XXXVI, 37, cabeça, incisos I, II, XVI, XVII e § 10, 40, § 6..., 41, 114 e 173, § 1..., da Carta da República. Diz alterada a competência em razão da matéria após a promulgação da Emenda Constitucional n 45/2004. Argui existência de coisa julgada relativamente a ex- empregados com ações autônomas apreciadas. Salienta ter o Tribunal de origem olvidado entendimento do Supremo, adotado nas ações diretas de inconstitucionalidade n 1.770 e 1.721, no recurso extraordinário n 589.998 e, em sede liminar, nas reclamações n 5.679, 8.168 e 8.408, enfatizando possuir o direito de dispensar os empregados, por meio da denominada “despedida imotivada”, pagando as verbas rescisórias, não cabendo reintegração. Acentua que, nada obstante a aposentadoria espontânea não pôr termo, automaticamente, ao contrato de trabalho, a extinção do vínculo decorreu da impossibilidade de acumulação de proventos e vencimentos. Realça contrariado o ato jurídico perfeito, tendo ocorrido o término dos contratos de trabalho quando vigente a redação anterior do artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, o qual não continha os parágrafos 1... e 2..., declarados inconstitucionais. Sublinha a não retroatividade, à data da resolução dos contratos de trabalho, dos efeitos econômicos. A União sustenta contrariedade aos artigos 5..., inciso XXXVI, 37, incisos I, II, XVI, XVII e § 10, 40, § 6..., 41, 114 e 173, § 1..., da Lei Maior. Frisa ser a Justiça do Trabalho competente para analisar a controvérsia, de natureza trabalhista. Observa que o Supremo, no julgamento das ações diretas de inconstitucionalidade n 1.770-4/DF e 1.721-3/DF, concluiu pela impossibilidade de reintegração de funcionários dispensados em razão de aposentadoria espontânea, não sendo possível 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 90 Relatório Recurso Extraordinário 655283 / DF cumulação de proventos e vencimentos. Afirma estar sob a proteção do ato jurídico perfeito o término dos contratos de trabalho. A Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO, nas contrarrazões, assevera inexistir prequestionamento, repercussão geral da matéria e afronta direta à Constituição. Aponta deficiência na fundamentação dos recursos. Ressalta infraconstitucional o debate acerca da definição de competência. Diz da harmonia, com o entendimento do Supremo, do acórdão atacado, discorrendo sobre a ilegalidade do ato de demissão, o qual, não envolvido o pagamento de verbas rescisórias, implicou reintegração. Sustenta permitida a continuidade do contrato de trabalho após a aposentação, considerada a ausência de vedação de cumulação de benefício previdenciário e salário. Realça não haver ofensa a ato jurídico perfeito e destaca suspensos os parágrafos do artigo 453 ante o exame das ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas posteriormente à impetração do mandado de segurança. Salienta que a Advocacia-Geral da União aprovou novo parecer em sentido contrário ao anterior, manifestando-se a favor da manutenção dos contratos. O Vice-Presidente do Tribunal de origem admitiu os extraordinários. Em 26 de outubro de 2012, o Pleno reconheceu a repercussão maior da questão constitucional, em acórdão assim ementado: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA DO TRABALHO – VÍNCULO EMPREGATÍCIO – APOSENTADORIA – EFEITOS – PROVENTOS E SALÁRIOS – ACUMULAÇÃO – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência da concessão de aposentadoria espontânea, à consequente possibilidade de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF cumulação de proventos e vencimentos. Afirma estar sob a proteção do ato jurídico perfeito o término dos contratos de trabalho. A Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO, nas contrarrazões, assevera inexistir prequestionamento, repercussão geral da matéria e afronta direta à Constituição. Aponta deficiência na fundamentação dos recursos. Ressalta infraconstitucional o debate acerca da definição de competência. Diz da harmonia, com o entendimento do Supremo, do acórdão atacado, discorrendo sobre a ilegalidade do ato de demissão, o qual, não envolvido o pagamento de verbas rescisórias, implicou reintegração. Sustenta permitida a continuidade do contrato de trabalho após a aposentação, considerada a ausência de vedação de cumulação de benefício previdenciário e salário. Realça não haver ofensa a ato jurídico perfeito e destaca suspensos os parágrafos do artigo 453 ante o exame das ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas posteriormente à impetração do mandado de segurança. Salienta que a Advocacia-Geral da União aprovou novo parecer em sentido contrário ao anterior, manifestando-se a favor da manutenção dos contratos. O Vice-Presidente do Tribunal de origem admitiu os extraordinários. Em 26 de outubro de 2012, o Pleno reconheceu a repercussão maior da questão constitucional, em acórdão assim ementado: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA DO TRABALHO – VÍNCULO EMPREGATÍCIO – APOSENTADORIA – EFEITOS – PROVENTOS E SALÁRIOS – ACUMULAÇÃO – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência da concessão de aposentadoria espontânea, à consequente possibilidade de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 90 Relatório Recurso Extraordinário 655283 / DF acumulação de proventos com vencimentos, bem como à competência para processar e julgar a lide correspondente. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento dos recursos. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF acumulação de proventos com vencimentos, bem como à competência para processar e julgar a lide correspondente. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento dos recursos. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0A42-F92D-626A-89A4 e senha 799B-2070-54D0-460E Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): COMPETÊNCIA – ATO DE AUTORIDADE FEDERAL – EMENDA CONSTITUCIONAL n 45/2004 – SENTENÇA ANTERIOR – JUSTIÇA FEDERAL – VÍNCULO EMPREGATÍCIO – APOSENTADORIA – PROVENTOS E SALÁRIO – ACUMULAÇÃO – EMPREGADO – DISPENSA – MOTIVO INSUBSISTENTE – REINTEGRAÇÃO. A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Atendeu-se aos pressupostos gerais de recorribilidade. As peças, subscritas por advogados regularmente constituídos e por Advogada da União, foram protocoladas no prazo legal. O Plenário Virtual declarou, à unanimidade, constitucional a questão e reconheceu a repercussão geral. Improcedem as preliminares nas quais arguidas ausentes. Não há falar em deficiência na fundamentação dos recursos, ante o acórdão e as razões recursais. Acolho a preliminar de falta de prequestionamento, no que apontada coisa julgada quanto aos substituídos integrantes da chamada “sexta lista”, não ocorridos, sobre a matéria, debate e decisão prévios. Inexiste interesse de agir na via recursal relativamente à retroatividade, considerada a data da resolução do contrato de trabalho, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): COMPETÊNCIA – ATO DE AUTORIDADE FEDERAL – EMENDA CONSTITUCIONAL n 45/2004 – SENTENÇA ANTERIOR – JUSTIÇA FEDERAL – VÍNCULO EMPREGATÍCIO – APOSENTADORIA – PROVENTOS E SALÁRIO – ACUMULAÇÃO – EMPREGADO – DISPENSA – MOTIVO INSUBSISTENTE – REINTEGRAÇÃO. A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Atendeu-se aos pressupostos gerais de recorribilidade. As peças, subscritas por advogados regularmente constituídos e por Advogada da União, foram protocoladas no prazo legal. O Plenário Virtual declarou, à unanimidade, constitucional a questão e reconheceu a repercussão geral. Improcedem as preliminares nas quais arguidas ausentes. Não há falar em deficiência na fundamentação dos recursos, ante o acórdão e as razões recursais. Acolho a preliminar de falta de prequestionamento, no que apontada coisa julgada quanto aos substituídos integrantes da chamada “sexta lista”, não ocorridos, sobre a matéria, debate e decisão prévios. Inexiste interesse de agir na via recursal relativamente à retroatividade, considerada a data da resolução do contrato de trabalho, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO Recurso Extraordinário 655283 / DF dos efeitos econômicos. Consta do acórdão serem as parcelas devidas a partir da impetração do mandado de segurança. Surge equivocado o argumento no sentido do caráter infraconstitucional da discussão sobre a alteração de competência. Esta se revela absoluta e é regida pela Constituição Federal. A causa de pedir, presentes direitos resultantes do rompimento de vínculo entre trabalhador e empresa, sob a regência do Decreto-Lei n 5.452/1943, não se revela suficiente ao deslocamento do processo à Justiça do Trabalho, como pretendem os recorrentes, tendo em conta o reconhecimento, na origem, do envolvimento de ato de autoridade federal, a atrair a competência da Justiça Federal – artigo 109, inciso VIII, do Diploma Básico. Importa destacar ser posterior à Emenda Constitucional n 45/2004 o julgamento do agravo interno no recurso extraordinário com agravo n 1.015.362, Segunda Turma, relator ministro Luiz Edson Fachin – em que se buscou, via mandado de segurança, ante preterição, a convocação de candidata aprovada em concurso promovido pela Transportadora Gasoduto Bolívia Brasil –, tendo sido assentada a competência da Justiça do Trabalho para dirimir controvérsias instauradas, ainda que na fase pré-contratual, entre empregados e pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração indireta. Além disso, inexistiu reconhecimento, na origem, de ato de autoridade federal, ao contrário do ocorrido neste processo. A Emenda de n 45/2004 incluiu o inciso IV ao artigo 114 da Lei Maior, a prever ser da competência da Justiça do Trabalho o processamento e julgamento de mandado de segurança “quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição”. A aplicação da lei no tempo revela segurança e tem como regra geral a irretroatividade. É o preço que se paga por se viver em um Estado Democrático de Direito. Ainda que envolvida competência em razão da matéria, quando da promulgação da emenda constitucional, já havia sido proferida sentença de mérito – 1... de outubro de 1999 –, a justificar, considerada a inexistência de correlação nos sistemas recursais, a permanência do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF dos efeitos econômicos. Consta do acórdão serem as parcelas devidas a partir da impetração do mandado de segurança. Surge equivocado o argumento no sentido do caráter infraconstitucional da discussão sobre a alteração de competência. Esta se revela absoluta e é regida pela Constituição Federal. A causa de pedir, presentes direitos resultantes do rompimento de vínculo entre trabalhador e empresa, sob a regência do Decreto-Lei n 5.452/1943, não se revela suficiente ao deslocamento do processo à Justiça do Trabalho, como pretendem os recorrentes, tendo em conta o reconhecimento, na origem, do envolvimento de ato de autoridade federal, a atrair a competência da Justiça Federal – artigo 109, inciso VIII, do Diploma Básico. Importa destacar ser posterior à Emenda Constitucional n 45/2004 o julgamento do agravo interno no recurso extraordinário com agravo n 1.015.362, Segunda Turma, relator ministro Luiz Edson Fachin – em que se buscou, via mandado de segurança, ante preterição, a convocação de candidata aprovada em concurso promovido pela Transportadora Gasoduto Bolívia Brasil –, tendo sido assentada a competência da Justiça do Trabalho para dirimir controvérsias instauradas, ainda que na fase pré-contratual, entre empregados e pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração indireta. Além disso, inexistiu reconhecimento, na origem, de ato de autoridade federal, ao contrário do ocorrido neste processo. A Emenda de n 45/2004 incluiu o inciso IV ao artigo 114 da Lei Maior, a prever ser da competência da Justiça do Trabalho o processamento e julgamento de mandado de segurança “quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição”. A aplicação da lei no tempo revela segurança e tem como regra geral a irretroatividade. É o preço que se paga por se viver em um Estado Democrático de Direito. Ainda que envolvida competência em razão da matéria, quando da promulgação da emenda constitucional, já havia sido proferida sentença de mérito – 1... de outubro de 1999 –, a justificar, considerada a inexistência de correlação nos sistemas recursais, a permanência do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO Recurso Extraordinário 655283 / DF processo na Justiça Federal. Assim decidiu o Tribunal por ocasião do julgamento do conflito de competência n 7.204 – um dos precedentes nos quais embasado o enunciado n 22 da Súmula Vinculante –, relator ministro Carlos Ayres Britto, com acórdão veiculado no Diário da Justiça de 9 de dezembro de 2005, tendo por matéria danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho. Reconheceu a modificação da competência, no tocante a processos nos quais ausente sentença de mérito, quando da promulgação da Emenda de n 45/2004. Surgem improcedentes as alegações de contrariedade ao artigo 5..., inciso XXXVI, da Constituição Federal, no que versada preservação de ato de vontade, a inibir, formalizado o ato, a incidência de lei nova. Houve reconhecimento da declaração de inconstitucionalidade dos parágrafos 1... e 2... acrescidos ao artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, não o afastamento no acórdão recorrido, mediante aplicação de lei superveniente, de ato jurídico perfeito e acabado. Consolidou-se óptica segundo a qual a aposentação não põe fim ao vínculo trabalhista, possibilitada a cumulação de salário e proventos decorrentes do regime geral. Quando da análise do recurso extraordinário n 387.269 , fiz ver: O Município confere à norma apontada como infringida, ou seja, ao § 10 do artigo 37 da Constituição Federal, alcance que o dispositivo não tem. Como consta em bom vernáculo no texto constitucional, “é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”. Vale dizer que, consoante bem decidiu o Tribunal de origem, a glosa diz respeito à acumulação de proventos decorrentes da aposentadoria como servidor público, considerado o regime específico e remuneração do novo cargo. A recorrida aposentou-se pelo regime geral de previdência social, não 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF processo na Justiça Federal. Assim decidiu o Tribunal por ocasião do julgamento do conflito de competência n 7.204 – um dos precedentes nos quais embasado o enunciado n 22 da Súmula Vinculante –, relator ministro Carlos Ayres Britto, com acórdão veiculado no Diário da Justiça de 9 de dezembro de 2005, tendo por matéria danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho. Reconheceu a modificação da competência, no tocante a processos nos quais ausente sentença de mérito, quando da promulgação da Emenda de n 45/2004. Surgem improcedentes as alegações de contrariedade ao artigo 5..., inciso XXXVI, da Constituição Federal, no que versada preservação de ato de vontade, a inibir, formalizado o ato, a incidência de lei nova. Houve reconhecimento da declaração de inconstitucionalidade dos parágrafos 1... e 2... acrescidos ao artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, não o afastamento no acórdão recorrido, mediante aplicação de lei superveniente, de ato jurídico perfeito e acabado. Consolidou-se óptica segundo a qual a aposentação não põe fim ao vínculo trabalhista, possibilitada a cumulação de salário e proventos decorrentes do regime geral. Quando da análise do recurso extraordinário n 387.269 , fiz ver: O Município confere à norma apontada como infringida, ou seja, ao § 10 do artigo 37 da Constituição Federal, alcance que o dispositivo não tem. Como consta em bom vernáculo no texto constitucional, “é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”. Vale dizer que, consoante bem decidiu o Tribunal de origem, a glosa diz respeito à acumulação de proventos decorrentes da aposentadoria como servidor público, considerado o regime específico e remuneração do novo cargo. A recorrida aposentou-se pelo regime geral de previdência social, não 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO Recurso Extraordinário 655283 / DF havendo, assim, a impossibilidade de assumir o novo cargo. Pouco importa que haja sido servidora do Município. À luz do texto constitucional, cumpre perquirir a fonte dos proventos, que, iniludivelmente, não está nos cofres públicos. (Decisão publicada em 17 de dezembro de 2004.) No mesmo sentido: RECLAMAÇÃO. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO PROFERIDA NO JULGAMENTO DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.721/DF E 1.770/DF. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I – O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento da ADI 1.770/DF, Rel. Min. Joaquim Barbosa, e da ADI 1.721/DF, Rel. Min. Ayres Britto, declarou inconstitucionais o § 1... e o § 2... do art. 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, sob o fundamento de que a mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego. II – A contrario sensu, pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração. Isso porque em tais situações não há acumulação vedada pela Constituição Federal. III – Agravo regimental a que se nega provimento. (Agravo regimental na reclamação n 9762, Plenário, relator ministro Ricardo Lewandowski, acórdão publicado no Diário da Justiça eletrônico de 31 de maio de 2013.) RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR REGIDO PELA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – NÃO EXTINÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO – CONSEQUÊNCIAS. A aposentadoria voluntária não extingue o vínculo empregatício, pelo que, tendo o servidor regido pela Consolidação das Leis do 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF havendo, assim, a impossibilidade de assumir o novo cargo. Pouco importa que haja sido servidora do Município. À luz do texto constitucional, cumpre perquirir a fonte dos proventos, que, iniludivelmente, não está nos cofres públicos. (Decisão publicada em 17 de dezembro de 2004.) No mesmo sentido: RECLAMAÇÃO. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO PROFERIDA NO JULGAMENTO DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.721/DF E 1.770/DF. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I – O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento da ADI 1.770/DF, Rel. Min. Joaquim Barbosa, e da ADI 1.721/DF, Rel. Min. Ayres Britto, declarou inconstitucionais o § 1... e o § 2... do art. 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, sob o fundamento de que a mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego. II – A contrario sensu, pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração. Isso porque em tais situações não há acumulação vedada pela Constituição Federal. III – Agravo regimental a que se nega provimento. (Agravo regimental na reclamação n 9762, Plenário, relator ministro Ricardo Lewandowski, acórdão publicado no Diário da Justiça eletrônico de 31 de maio de 2013.) RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SERVIDOR REGIDO PELA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – NÃO EXTINÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO – CONSEQUÊNCIAS. A aposentadoria voluntária não extingue o vínculo empregatício, pelo que, tendo o servidor regido pela Consolidação das Leis do 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO Recurso Extraordinário 655283 / DF Trabalho sido demitido em consequência do pedido de aposentadoria, cabe o pagamento de verbas rescisórias. (Agravo regimental no agravo de instrumento n 737.279, Primeira Turma, de minha relatoria, acórdão veiculado no Diário da Justiça eletrônico do dia 22 de agosto de 2013.) No que concerne à reintegração, eis o proclamado na decisão recorrida: […] a reintegração ora determinada não se traduz em estabilidade para os empregados reintegrados, a não ser em relação àqueles que possuam tal benefício por força de expressa determinação legal, daí porque poderá a ECT, segundo sua conveniência e oportunidade, promover ulterior desligamento de tais empregados, desde que efetue o devido pagamento de todas as verbas rescisórias devidas. Sendo o rompimento automático do vínculo resultado exclusivamente da aposentadoria espontânea, surge cabível a reintegração, considerada a insubsistência – que se reduz à ausência – do motivo em que fundada a demissão. Não foi outra a conclusão do Supremo, sob a sistemática da repercussão geral, quando do exame dos embargos de declaração1 no recurso extraordinário n 589.998, relator ministro Luís Roberto Barroso, acórdão publicado em 5 de dezembro de 2018, do qual resultou a seguinte tese: “A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados”. Desprovejo os extraordinários. Eis a tese: “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria 1 Embargos providos, em parte, para fixar a tese da repercussão geral. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF Trabalho sido demitido em consequência do pedido de aposentadoria, cabe o pagamento de verbas rescisórias. (Agravo regimental no agravo de instrumento n 737.279, Primeira Turma, de minha relatoria, acórdão veiculado no Diário da Justiça eletrônico do dia 22 de agosto de 2013.) No que concerne à reintegração, eis o proclamado na decisão recorrida: […] a reintegração ora determinada não se traduz em estabilidade para os empregados reintegrados, a não ser em relação àqueles que possuam tal benefício por força de expressa determinação legal, daí porque poderá a ECT, segundo sua conveniência e oportunidade, promover ulterior desligamento de tais empregados, desde que efetue o devido pagamento de todas as verbas rescisórias devidas. Sendo o rompimento automático do vínculo resultado exclusivamente da aposentadoria espontânea, surge cabível a reintegração, considerada a insubsistência – que se reduz à ausência – do motivo em que fundada a demissão. Não foi outra a conclusão do Supremo, sob a sistemática da repercussão geral, quando do exame dos embargos de declaração1 no recurso extraordinário n 589.998, relator ministro Luís Roberto Barroso, acórdão publicado em 5 de dezembro de 2018, do qual resultou a seguinte tese: “A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados”. Desprovejo os extraordinários. Eis a tese: “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria 1 Embargos providos, em parte, para fixar a tese da repercussão geral. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 90 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO Recurso Extraordinário 655283 / DF espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6B02-0846-6F19-D18F e senha 74EF-91C5-8306-6B5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 90 Voto Vogal 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN: Saúdo o bem lançado relatório proferido pelo e. Ministro Relator Marco Aurélio. Apenas para rememorar as premissas que conduziram às minhas conclusões na matéria, permito-me consignar que se trata do Tema 606 da Repercussão Geral em que está em causa i) a competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e ii) a consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Em primeiro lugar, manifesto minha aderência à conclusão esposada pelo i. Relator Ministro Marco Aurélio, no que se refere ao primeiro item em julgamento. Tal como Sua Excelência, também compreendo que é da Justiça Comum a competência para deslinde de demanda que discute a possibilidade de reintegração de empregado público que obtém aposentadoria concedida pelo Regime Geral de Previdência Social. À evidência, verifica-se que a o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas, tão somente, a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Supremo Tribunal Federal 18/08/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN: Saúdo o bem lançado relatório proferido pelo e. Ministro Relator Marco Aurélio. Apenas para rememorar as premissas que conduziram às minhas conclusões na matéria, permito-me consignar que se trata do Tema 606 da Repercussão Geral em que está em causa i) a competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e ii) a consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Em primeiro lugar, manifesto minha aderência à conclusão esposada pelo i. Relator Ministro Marco Aurélio, no que se refere ao primeiro item em julgamento. Tal como Sua Excelência, também compreendo que é da Justiça Comum a competência para deslinde de demanda que discute a possibilidade de reintegração de empregado público que obtém aposentadoria concedida pelo Regime Geral de Previdência Social. À evidência, verifica-se que a o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas, tão somente, a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF obter aposentadoria administrada pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da Medida Provisória n. 1523/1996. O entendimento adotado, ademais, está em consonância com a jurisprudência desta Corte. Confira-se, a propósito, o seguinte precedente: “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. EMPREGADO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. ATO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. PRECEDENTES. 1. A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. Precedentes. 2. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 809.482-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.03.2017). No mesmo sentido, apontam-se as decisões monocráticas proferidas nos autos de Recurso Extraordinário 1.055.597, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 02.08.2017, e no ARE 1.064.917, de relatoria do Min. Ricardo Lewandowski, DJe 16.08.2017. Assentada a competência da Justiça Comum, resta saber se a reintegração é possível, com a consequente acumulação de proventos com vencimentos. Neste segundo ponto, peço vênia, respeitosamente, para divergir das conclusões do i. Relator. Há duas razões para concluir pela impossibilidade. Em primeiro lugar, porque a reintegração de empregado público após obtenção de aposentadoria pelo RGPS, ao mesmo vínculo que ensejou a aposentadoria representa burla ao princípio do concurso público, inscrito no art. 37, II, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF obter aposentadoria administrada pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da Medida Provisória n. 1523/1996. O entendimento adotado, ademais, está em consonância com a jurisprudência desta Corte. Confira-se, a propósito, o seguinte precedente: “DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. EMPREGADO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. ATO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. PRECEDENTES. 1. A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. Precedentes. 2. Agravo interno a que se nega provimento.” (ARE 809.482-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.03.2017). No mesmo sentido, apontam-se as decisões monocráticas proferidas nos autos de Recurso Extraordinário 1.055.597, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 02.08.2017, e no ARE 1.064.917, de relatoria do Min. Ricardo Lewandowski, DJe 16.08.2017. Assentada a competência da Justiça Comum, resta saber se a reintegração é possível, com a consequente acumulação de proventos com vencimentos. Neste segundo ponto, peço vênia, respeitosamente, para divergir das conclusões do i. Relator. Há duas razões para concluir pela impossibilidade. Em primeiro lugar, porque a reintegração de empregado público após obtenção de aposentadoria pelo RGPS, ao mesmo vínculo que ensejou a aposentadoria representa burla ao princípio do concurso público, inscrito no art. 37, II, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF CRFB. Em segundo lugar, porque, não fosse a violação ao art. 37, II, a Emenda Constitucional n. 103/2019 acresceu regra explícita de vedação da hipótese, no § 14 do art. 37, cuja redação reproduzo: “§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição” Com efeito, como se pode haurir da redação do art. 37, § 14, a aposentadoria obtida pelo RGPS enseja vacância do cargo, ou seja, rompe-se o vínculo que liga o servidor ao emprego público, de modo que não se pode admitir a reintegração sem prévia aprovação em concurso. A respeito do § 14 do art. 37, lê-se no parecer da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que a Proposta de Emenda Constitucional n. 6, de 2019, que originou a Emenda Constitucional n. 103/2019: “Quanto ao § 14 que o substitutivo acresce ao art. 37 da Constituição, há explicação razoável e consistente para a alteração implementada em relação ao texto original. A proposição encaminhada pelo Executivo, ao sugerir nova redação para o § 10 do mesmo dispositivo, não resolvia o problema visado e ainda suscitava questionamentos acerca de suas aplicações imediatas, na medida em que as situações decorrentes não se encontravam devidamente esclarecidas. O que se pretendia, em verdade, com a apresentação da proposta, era impedir que um servidor ou empregado público vinculado ao RGPS permanecesse no exercício do cargo do qual decorreu a aposentadoria, o que resultava na percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração do cargo ou emprego. A redação atribuída ao substitutivo leva a que a situação se resolva de modo uniforme, qualquer que seja o regime previdenciário do servidor, na medida em que se 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF CRFB. Em segundo lugar, porque, não fosse a violação ao art. 37, II, a Emenda Constitucional n. 103/2019 acresceu regra explícita de vedação da hipótese, no § 14 do art. 37, cuja redação reproduzo: “§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição” Com efeito, como se pode haurir da redação do art. 37, § 14, a aposentadoria obtida pelo RGPS enseja vacância do cargo, ou seja, rompe-se o vínculo que liga o servidor ao emprego público, de modo que não se pode admitir a reintegração sem prévia aprovação em concurso. A respeito do § 14 do art. 37, lê-se no parecer da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que a Proposta de Emenda Constitucional n. 6, de 2019, que originou a Emenda Constitucional n. 103/2019: “Quanto ao § 14 que o substitutivo acresce ao art. 37 da Constituição, há explicação razoável e consistente para a alteração implementada em relação ao texto original. A proposição encaminhada pelo Executivo, ao sugerir nova redação para o § 10 do mesmo dispositivo, não resolvia o problema visado e ainda suscitava questionamentos acerca de suas aplicações imediatas, na medida em que as situações decorrentes não se encontravam devidamente esclarecidas. O que se pretendia, em verdade, com a apresentação da proposta, era impedir que um servidor ou empregado público vinculado ao RGPS permanecesse no exercício do cargo do qual decorreu a aposentadoria, o que resultava na percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração do cargo ou emprego. A redação atribuída ao substitutivo leva a que a situação se resolva de modo uniforme, qualquer que seja o regime previdenciário do servidor, na medida em que se 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF determina o rompimento automático do vínculo, se for aproveitado para a concessão da aposentadoria tempo de contribuição decorrente do cargo ou emprego ocupado “ A intenção, portanto, do legislador reformador constituinte foi de explicitar a vacância do cargo ou emprego público decorrente da obtenção de aposentadoria para a qual o tempo de exercício foi contabilizado. A Constituição da República, ademais, no § 10 do art. 37, veda a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses constitucionais de cumulação de cargos. O reingresso do empregado público teria que se dar respeitando a seleção mediante concurso público. Assim, diante da redação do art. 37, § 14, nos termos da EC 103/2019, não há que se falar em permanência do servidor no vínculo, o que leva à conclusão de que está correta a solução preconizada pela Primeira Turma deste Supremo Tribunal Federal ao apreciar o segundo agravo regimental no caso em análise. Diante do exposto, dou parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB. Proposta de tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.” É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF determina o rompimento automático do vínculo, se for aproveitado para a concessão da aposentadoria tempo de contribuição decorrente do cargo ou emprego ocupado “ A intenção, portanto, do legislador reformador constituinte foi de explicitar a vacância do cargo ou emprego público decorrente da obtenção de aposentadoria para a qual o tempo de exercício foi contabilizado. A Constituição da República, ademais, no § 10 do art. 37, veda a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses constitucionais de cumulação de cargos. O reingresso do empregado público teria que se dar respeitando a seleção mediante concurso público. Assim, diante da redação do art. 37, § 14, nos termos da EC 103/2019, não há que se falar em permanência do servidor no vínculo, o que leva à conclusão de que está correta a solução preconizada pela Primeira Turma deste Supremo Tribunal Federal ao apreciar o segundo agravo regimental no caso em análise. Diante do exposto, dou parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB. Proposta de tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.” É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19AA-DD9B-407A-A4FD e senha DD20-9092-15E0-A418 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 90 Extrato de Ata - 18/08/2020 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CFF7-982F-C3F5-DB19 e senha C6F9-02FA-18E7-CD3A Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CFF7-982F-C3F5-DB19 e senha C6F9-02FA-18E7-CD3A Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 90 Extrato de Ata - 18/08/2020 Lúcia, Luiz Fux, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CFF7-982F-C3F5-DB19 e senha C6F9-02FA-18E7-CD3A Supremo Tribunal Federal Lúcia, Luiz Fux, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CFF7-982F-C3F5-DB19 e senha C6F9-02FA-18E7-CD3A Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 90 Voto Vista 28/09/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O VISTA O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, coloca-se para exame o seguinte tema, submetido à sistemática da Repercussão Geral: 606 - a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Na origem, a Federação das Associações dos Aposentados dos Correios FAACO impetrou mandado de segurança coletivo contra ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais (SEST Ministério do Planejamento e Orçamento) e do Presidente da Empresa de Correios e Telégrafos ECT que, embasado no Parecer QS 132/97, emitido pela Advocacia-Geral da União e aprovado pelo Presidente da República, e na Circular 593/97, determinou o desligamento de todos os empregados aposentados voluntariamente e que ainda estavam em exercício na ECT. Em síntese, narrou a impetrante que: I) A ECT [...] partiu do pressuposto de que foram feitos contratos novos quando da aposentadoria e que nulos são esses novos contratos. Como esses contratos novos não foram feitos (os que existem são os anteriores à aposentadoria) segue-se que a pretensa nulidade de um ato inexistente também inexiste. II) Os servidores da ECT ora demitidos, são quase todos Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal 28/09/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O VISTA O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, coloca-se para exame o seguinte tema, submetido à sistemática da Repercussão Geral: 606 - a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Na origem, a Federação das Associações dos Aposentados dos Correios FAACO impetrou mandado de segurança coletivo contra ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais (SEST Ministério do Planejamento e Orçamento) e do Presidente da Empresa de Correios e Telégrafos ECT que, embasado no Parecer QS 132/97, emitido pela Advocacia-Geral da União e aprovado pelo Presidente da República, e na Circular 593/97, determinou o desligamento de todos os empregados aposentados voluntariamente e que ainda estavam em exercício na ECT. Em síntese, narrou a impetrante que: I) A ECT [...] partiu do pressuposto de que foram feitos contratos novos quando da aposentadoria e que nulos são esses novos contratos. Como esses contratos novos não foram feitos (os que existem são os anteriores à aposentadoria) segue-se que a pretensa nulidade de um ato inexistente também inexiste. II) Os servidores da ECT ora demitidos, são quase todos Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF ex-servidores público estatuários, originários do Regime Jurídico da Lei 1711/52, que também dispõem da chamada Estabilidade "própria" pois decorrente de Lei Específica, in casu, o Dec. n 68.785, de 21 de julho de 1971. III) Alguns empregados da ECT são ex-servidores públicos ou celetistas, mas ambos os grupos foram aposentados nos termos dos arts. 49 e 54 da Lei 8213/1991, os quais ensejam a concessão de aposentadoria sem romper o vínculo, de maneira que o contrato de trabalho manteve-se íntegro antes e depois da aposentadoria, pois o diploma acima referido, à nitidez, possibilita a aposentadoria sem o desligamento do emprego, ao contrário do que dispunha o art. 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a nova redação dada pela Lei n 6.204/75, que previa a extinção do contrato de trabalho com aposentadoria espontânea, conforme a doutrina dominante até então. Ao final, postulou a concessão da segurança, reconhecendo-se a ilegalidade do ato, uma vez que amparado em parecer ilegal e superado nos termos da legislação vigente. O Presidente da ECT suscitou a incompetência da Justiça Federal, aduzindo ser a Justiça do Trabalho o órgão jurisdicional legitimado para julgar a demanda entre empregados e empregadores, derivada de relação de emprego; asseverando, quanto ao mérito, que há a extinção do vínculo empregatício decorrente da aposentadoria, estando correto o entendimento entabulado no parecer emitido pela AGU. A sentença afastou a preliminar de incompetência e, no mérito, concedeu a segurança, declarando o direito dos associados da Impetrante à reintegração nos seus cargos. (e-Doc. 15). Interpostas apelações, o Tribunal Regional Federal da 1... Região dirimiu a questão nos termos da seguinte ementa: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF ex-servidores público estatuários, originários do Regime Jurídico da Lei 1711/52, que também dispõem da chamada Estabilidade "própria" pois decorrente de Lei Específica, in casu, o Dec. n 68.785, de 21 de julho de 1971. III) Alguns empregados da ECT são ex-servidores públicos ou celetistas, mas ambos os grupos foram aposentados nos termos dos arts. 49 e 54 da Lei 8213/1991, os quais ensejam a concessão de aposentadoria sem romper o vínculo, de maneira que o contrato de trabalho manteve-se íntegro antes e depois da aposentadoria, pois o diploma acima referido, à nitidez, possibilita a aposentadoria sem o desligamento do emprego, ao contrário do que dispunha o art. 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a nova redação dada pela Lei n 6.204/75, que previa a extinção do contrato de trabalho com aposentadoria espontânea, conforme a doutrina dominante até então. Ao final, postulou a concessão da segurança, reconhecendo-se a ilegalidade do ato, uma vez que amparado em parecer ilegal e superado nos termos da legislação vigente. O Presidente da ECT suscitou a incompetência da Justiça Federal, aduzindo ser a Justiça do Trabalho o órgão jurisdicional legitimado para julgar a demanda entre empregados e empregadores, derivada de relação de emprego; asseverando, quanto ao mérito, que há a extinção do vínculo empregatício decorrente da aposentadoria, estando correto o entendimento entabulado no parecer emitido pela AGU. A sentença afastou a preliminar de incompetência e, no mérito, concedeu a segurança, declarando o direito dos associados da Impetrante à reintegração nos seus cargos. (e-Doc. 15). Interpostas apelações, o Tribunal Regional Federal da 1... Região dirimiu a questão nos termos da seguinte ementa: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF DE SEGURANÇA. ANULAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. LEI n 9.528/97. PERDA DO OBJETO. INOCORRÊNCIA. LEGITIMIDADE PASSIVA DAS AUTORIDADES IMPETRADAS. CORREÇÃO DA VIA PROCESSUAL ELEITA. ADESÃO AO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA PROPOSTO PELA ECT. PERDA DO OBJETO QUANTO AOS RESPECTIVOS ACORDANTES. EMPREGADOS DA ECT. APOSENTADORIA. ANULAÇÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO Supremo Tribunal Federal. REINTEGRAÇÃO AOS CARGOS QUE OCUPAVAM. POSSIBILIDADE. Após o desprovimento dos embargos declaratórios, a ECT e a União interpuseram recursos extraordinários, com base no art. 102, III, a, da CARTA MAGNA, articulando violação aos seguintes artigos constitucionais: 5..., XXXVI, 37, caput, I, II, XVI, XVII, e § 10, 40, § 6..., 41, 114 e 173, § 1.... Sustentam, em síntese, que: (a) a Justiça do Trabalho é competente para julgar a causa, conforme Emenda Constitucional 45/2004; (b) o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em seus precedentes (v.g., ADI 1.770-4, ADI 1.721-3, Recurso Extraordinário 589.998), firmou entendimento no sentido de ser inviável a reintegração de funcionários dispensados em virtude de aposentadoria espontânea, sendo inadequado cumular proventos e vencimentos, e (c) possuem o direito de dispensar empregados com fulcro na despedida imotivada. Admitido o apelo extremo na origem, esta CORTE reconheceu a repercussão geral da questão. Segue a ementa (DJe de 2/5/2013): COMPETÊNCIA JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA DO 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF DE SEGURANÇA. ANULAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. LEI n 9.528/97. PERDA DO OBJETO. INOCORRÊNCIA. LEGITIMIDADE PASSIVA DAS AUTORIDADES IMPETRADAS. CORREÇÃO DA VIA PROCESSUAL ELEITA. ADESÃO AO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA PROPOSTO PELA ECT. PERDA DO OBJETO QUANTO AOS RESPECTIVOS ACORDANTES. EMPREGADOS DA ECT. APOSENTADORIA. ANULAÇÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO Supremo Tribunal Federal. REINTEGRAÇÃO AOS CARGOS QUE OCUPAVAM. POSSIBILIDADE. Após o desprovimento dos embargos declaratórios, a ECT e a União interpuseram recursos extraordinários, com base no art. 102, III, a, da CARTA MAGNA, articulando violação aos seguintes artigos constitucionais: 5..., XXXVI, 37, caput, I, II, XVI, XVII, e § 10, 40, § 6..., 41, 114 e 173, § 1.... Sustentam, em síntese, que: (a) a Justiça do Trabalho é competente para julgar a causa, conforme Emenda Constitucional 45/2004; (b) o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em seus precedentes (v.g., ADI 1.770-4, ADI 1.721-3, Recurso Extraordinário 589.998), firmou entendimento no sentido de ser inviável a reintegração de funcionários dispensados em virtude de aposentadoria espontânea, sendo inadequado cumular proventos e vencimentos, e (c) possuem o direito de dispensar empregados com fulcro na despedida imotivada. Admitido o apelo extremo na origem, esta CORTE reconheceu a repercussão geral da questão. Segue a ementa (DJe de 2/5/2013): COMPETÊNCIA JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA DO 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF TRABALHO VÍNCULO EMPREGATÍCIO APOSENTADORIA EFEITOS PROVENTOS E SALÁRIOS ACUMULAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência da concessão de aposentadoria espontânea, à consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos, bem como à competência para processar e julgar a lide correspondente. Em sessão de julgamento no Plenário virtual, iniciada em 7/8/2020, o i. MARCO AURÉLIO apresentou voto negando provimento aos apelos extraordinários. Propôs, ao final, a seguinte tese: A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Por sua vez, o i. Ministro EDSON FACHIN deu parcial provimento aos recursos extraordinários, reconhecendo a competência da Justiça do Trabalho para julgar a causa e divergiu do Relator acentuando a impossibilidade de reintegração dos empregados públicos aposentados. Como tese, apresentou a seguinte redação: A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB. Pedi vista dos autos. É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF TRABALHO VÍNCULO EMPREGATÍCIO APOSENTADORIA EFEITOS PROVENTOS E SALÁRIOS ACUMULAÇÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência da concessão de aposentadoria espontânea, à consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos, bem como à competência para processar e julgar a lide correspondente. Em sessão de julgamento no Plenário virtual, iniciada em 7/8/2020, o i. MARCO AURÉLIO apresentou voto negando provimento aos apelos extraordinários. Propôs, ao final, a seguinte tese: A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Por sua vez, o i. Ministro EDSON FACHIN deu parcial provimento aos recursos extraordinários, reconhecendo a competência da Justiça do Trabalho para julgar a causa e divergiu do Relator acentuando a impossibilidade de reintegração dos empregados públicos aposentados. Como tese, apresentou a seguinte redação: A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB. Pedi vista dos autos. É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF Senhor Presidente, há duas questões dotadas de repercussão geral a ser apreciadas neste caso paradigma, a saber: a) a que órgão judiciário compete julgar a causa; e b) a possibilidade de reintegração aos quadros funcionais da ECT de empregados públicos aposentados voluntariamente, com direito à cumulação de proventos e vencimentos. Quanto ao item “a”, (competência para o processamento e julgamento da controvérsia), entendo correto a decisão do Tribunal “a quo”. O mandado de segurança impetrado na origem tem como cerne a impugnação de ato jurídico que não se origina de relação de trabalho. Se tal estivesse presente, então caberia a atuação da justiça especializada, pois dotada de órgãos que se debruçam cotidianamente sobre os fatos atinentes à relação de emprego (muitas vezes quanto à própria existência dela) e que por isso mesmo detêm melhores condições para apreciar toda a trama dos delicados aspectos objetivos e subjetivos que permeiam a relação de emprego bem como as correspondentes controvérsias que se instauram entre trabalhadores e empregadores (Código Civil Brasileiro 7.204, Rel. Min. AYRES BRITTO, DJ de 9/12/2005). Na hipótese, entretanto, evidencia-se a competência da Justiça Federal para o julgamento da causa (ratione personae), eis que o ato impugnado emana de autoridade federal e se dirige ao comando gerencial de empresa estatal federal, presente que empresas públicas e sociedades de economia mista federais vinculam-se à União Federal, que exerce controle sobre elas. (JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO. Manual de Direito Administrativo. 33... ed. São Paulo. Atlas, 2019, p. 546). Dessa maneira, as questões concernentes à relação jurídica material 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF Senhor Presidente, há duas questões dotadas de repercussão geral a ser apreciadas neste caso paradigma, a saber: a) a que órgão judiciário compete julgar a causa; e b) a possibilidade de reintegração aos quadros funcionais da ECT de empregados públicos aposentados voluntariamente, com direito à cumulação de proventos e vencimentos. Quanto ao item “a”, (competência para o processamento e julgamento da controvérsia), entendo correto a decisão do Tribunal “a quo”. O mandado de segurança impetrado na origem tem como cerne a impugnação de ato jurídico que não se origina de relação de trabalho. Se tal estivesse presente, então caberia a atuação da justiça especializada, pois dotada de órgãos que se debruçam cotidianamente sobre os fatos atinentes à relação de emprego (muitas vezes quanto à própria existência dela) e que por isso mesmo detêm melhores condições para apreciar toda a trama dos delicados aspectos objetivos e subjetivos que permeiam a relação de emprego bem como as correspondentes controvérsias que se instauram entre trabalhadores e empregadores (Código Civil Brasileiro 7.204, Rel. Min. AYRES BRITTO, DJ de 9/12/2005). Na hipótese, entretanto, evidencia-se a competência da Justiça Federal para o julgamento da causa (ratione personae), eis que o ato impugnado emana de autoridade federal e se dirige ao comando gerencial de empresa estatal federal, presente que empresas públicas e sociedades de economia mista federais vinculam-se à União Federal, que exerce controle sobre elas. (JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO. Manual de Direito Administrativo. 33... ed. São Paulo. Atlas, 2019, p. 546). Dessa maneira, as questões concernentes à relação jurídica material 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF subjacente ao que se debate nestes autos, estabelecida entre a ECT e seus empregados, não são hábeis a deslocar a competência para a justiça trabalhista. De todo modo, como destacado pelo eminente Relator, ainda que a Justiça do Trabalho emergisse como o órgão jurisdicional competente, com base na atual redação do art. 114, da CONSTITUIÇÃO FEDERAL, não haveria qualquer nulidade a ser declarada neste caso concreto. Com efeito, até o advento da Emenda Constitucional 45/2004, somente se admitia a impetração de mandado de segurança na Justiça Trabalhista em face de ato judicial praticado por magistrado do Trabalho. Após a emenda, ampliou-se a competência da Justiça do Trabalho. Desde então, a todo trabalhador, seja qual for o regime contratual a que esteja submetido (mesmo que não seja empregatício o vínculo e mesmo que não haja contemplação na Consolidação das Leis do Trabalho do tipo de contrato de trabalho em questão, e ainda que não seja aplicável a Consolidação das Leis do Trabalho), passa a ser franqueada a via da Justiça do Trabalho para a solução de seus conflitos, desde que decorrentes dessa relação, de forma que a Justiça do Trabalho torna-se responsável pela apreciação de todos os litígios oriundos das relações de trabalho no sentido mais amplo que a expressão admite (trabalhador como prestador de serviço, independentemente de subordinação), leciona ANDRÉ RAMOS TAVARES (Curso de Direito Constitucional. 17... ed. São Paulo. Saraiva, 2019). Desta feita, passou a Justiça do Trabalho a ter competência para julgar mandados de segurança quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição, consoante o citado art. 114, IV, da CARTA MAGNA. Na hipótese em tela, como a sentença data de outubro de 1999 - anterior, portanto, à promulgação da Emenda Constitucional 45/2004 -, 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF subjacente ao que se debate nestes autos, estabelecida entre a ECT e seus empregados, não são hábeis a deslocar a competência para a justiça trabalhista. De todo modo, como destacado pelo eminente Relator, ainda que a Justiça do Trabalho emergisse como o órgão jurisdicional competente, com base na atual redação do art. 114, da CONSTITUIÇÃO FEDERAL, não haveria qualquer nulidade a ser declarada neste caso concreto. Com efeito, até o advento da Emenda Constitucional 45/2004, somente se admitia a impetração de mandado de segurança na Justiça Trabalhista em face de ato judicial praticado por magistrado do Trabalho. Após a emenda, ampliou-se a competência da Justiça do Trabalho. Desde então, a todo trabalhador, seja qual for o regime contratual a que esteja submetido (mesmo que não seja empregatício o vínculo e mesmo que não haja contemplação na Consolidação das Leis do Trabalho do tipo de contrato de trabalho em questão, e ainda que não seja aplicável a Consolidação das Leis do Trabalho), passa a ser franqueada a via da Justiça do Trabalho para a solução de seus conflitos, desde que decorrentes dessa relação, de forma que a Justiça do Trabalho torna-se responsável pela apreciação de todos os litígios oriundos das relações de trabalho no sentido mais amplo que a expressão admite (trabalhador como prestador de serviço, independentemente de subordinação), leciona ANDRÉ RAMOS TAVARES (Curso de Direito Constitucional. 17... ed. São Paulo. Saraiva, 2019). Desta feita, passou a Justiça do Trabalho a ter competência para julgar mandados de segurança quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição, consoante o citado art. 114, IV, da CARTA MAGNA. Na hipótese em tela, como a sentença data de outubro de 1999 - anterior, portanto, à promulgação da Emenda Constitucional 45/2004 -, 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF devem-se observar as diretrizes firmadas pela SUPREMA CORTE, no sentido de que a sentença proferida pela Justiça comum constitui marco temporal, que obsta o deslocamento do processo para a Justiça do Trabalho (Código Civil Brasileiro 7.221, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 25/8/2006). Evidente, portanto, a competência da Justiça Federal para processar e julgar a causa. No que diz respeito ao item “b” (possibilidade de reintegração aos quadros funcionais da ECT de empregados públicos aposentados voluntariamente, com direito à cumulação de proventos e salários), trago as seguintes ponderações. Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da Constituição Federal de 1988/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos públicos. À luz desse importante normativo, uma vez concedida a aposentadoria voluntária, ou seja, derivada de pedido do empregado público com vínculo celetista, esse fato jurídico não pode passar desapercebido diante do Estado-empregador, ainda que os reflexos econômicos sejam circunscritos à relação estabelecida entre o segurado e o Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, tendo em conta que a “aposentadoria, no âmbito da Administração Pública, é o direito constitucional de remuneração aos servidores que deixam de exercer atividades nos órgãos e nas entidades administrativas, após o preenchimento dos requisitos elencados no ordenamento jurídico”, sublinha RAFAEL CARVALHO REZENDE OLIVEIRA (Curso de direito administrativo. 4... ed. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método. 2016, p. 715) (grifamos). 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF devem-se observar as diretrizes firmadas pela SUPREMA CORTE, no sentido de que a sentença proferida pela Justiça comum constitui marco temporal, que obsta o deslocamento do processo para a Justiça do Trabalho (Código Civil Brasileiro 7.221, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 25/8/2006). Evidente, portanto, a competência da Justiça Federal para processar e julgar a causa. No que diz respeito ao item “b” (possibilidade de reintegração aos quadros funcionais da ECT de empregados públicos aposentados voluntariamente, com direito à cumulação de proventos e salários), trago as seguintes ponderações. Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da Constituição Federal de 1988/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos públicos. À luz desse importante normativo, uma vez concedida a aposentadoria voluntária, ou seja, derivada de pedido do empregado público com vínculo celetista, esse fato jurídico não pode passar desapercebido diante do Estado-empregador, ainda que os reflexos econômicos sejam circunscritos à relação estabelecida entre o segurado e o Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, tendo em conta que a “aposentadoria, no âmbito da Administração Pública, é o direito constitucional de remuneração aos servidores que deixam de exercer atividades nos órgãos e nas entidades administrativas, após o preenchimento dos requisitos elencados no ordenamento jurídico”, sublinha RAFAEL CARVALHO REZENDE OLIVEIRA (Curso de direito administrativo. 4... ed. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método. 2016, p. 715) (grifamos). 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF Por sua vez, afirmei no ARE 1.231.507, de minha relatoria, (DJe de 11/12/2019), que a jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL há muito já assentou que qualquer ato de reingresso ou readmissão em cargo e emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público. Nesse sentido: CARGOS e EMPREGOS PUBLICOS. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, INDIRETA e FUNDACIONAL. ACESSIBILIDADE. CONCURSO PÚBLICO. A acessibilidade aos cargos públicos a todos os brasileiros, nos termos da Lei e mediante concurso público e princípio constitucional explicito, desde 1934, art. 168. Embora cronicamente sofismado, mercê de expedientes destinados a iludir a regra, não só foi reafirmado pela Constituição, como ampliado, para alcançar os empregos públicos, art. 37, I e II. Pela vigente ordem constitucional, em regra, o acesso aos empregos público opera-se mediante concurso público, que pode não ser de igual conteúdo, mas há de ser público. As autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista estão sujeitas a regra, que envolve a administração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Sociedade de economia mista destinada a explorar atividade econômica esta igualmente sujeita a esse princípio, que não colide com o expresso no art. 173, PAR. 1.. Exceções ao princípio, se existem, estão na própria Constituição. (MS 21.322, Rel. Min. PAULO BROSSARD, Tribunal Pleno, DJ de 23/4/1993) Da doutrina de JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (Manual de Direito Administrativo. 33... ed. São Paulo: Atlas. 2019, p. 668), colho a seguinte passagem: “Ainda sobre a readmissão, é oportuno tecer breve comentário sobre o art. 453, § 1..., da Consolidação das Leis do Trabalho – Consolidação das Leis do Trabalho. O dispositivo foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal ao argumento de que, incluídos tais empregados na vedação do art. 37, XVI, da Constituição Federal de 1988, a lei estaria admitindo a 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF Por sua vez, afirmei no ARE 1.231.507, de minha relatoria, (DJe de 11/12/2019), que a jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL há muito já assentou que qualquer ato de reingresso ou readmissão em cargo e emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público. Nesse sentido: CARGOS e EMPREGOS PUBLICOS. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, INDIRETA e FUNDACIONAL. ACESSIBILIDADE. CONCURSO PÚBLICO. A acessibilidade aos cargos públicos a todos os brasileiros, nos termos da Lei e mediante concurso público e princípio constitucional explicito, desde 1934, art. 168. Embora cronicamente sofismado, mercê de expedientes destinados a iludir a regra, não só foi reafirmado pela Constituição, como ampliado, para alcançar os empregos públicos, art. 37, I e II. Pela vigente ordem constitucional, em regra, o acesso aos empregos público opera-se mediante concurso público, que pode não ser de igual conteúdo, mas há de ser público. As autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista estão sujeitas a regra, que envolve a administração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Sociedade de economia mista destinada a explorar atividade econômica esta igualmente sujeita a esse princípio, que não colide com o expresso no art. 173, PAR. 1.. Exceções ao princípio, se existem, estão na própria Constituição. (MS 21.322, Rel. Min. PAULO BROSSARD, Tribunal Pleno, DJ de 23/4/1993) Da doutrina de JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (Manual de Direito Administrativo. 33... ed. São Paulo: Atlas. 2019, p. 668), colho a seguinte passagem: “Ainda sobre a readmissão, é oportuno tecer breve comentário sobre o art. 453, § 1..., da Consolidação das Leis do Trabalho – Consolidação das Leis do Trabalho. O dispositivo foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal ao argumento de que, incluídos tais empregados na vedação do art. 37, XVI, da Constituição Federal de 1988, a lei estaria admitindo a 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF cumulação de vencimentos e proventos em qualquer caso, o que ofende o art. 37, § 10, da Constituição Federal de 1988. Averbou, ainda, o eminente Relator que, mesmo que se entenda que os empregados estão fora da proibição daquele mandamento, a aposentadoria espontânea estaria ensejando a extinção do vínculo empregatício, com o que estaria o empregado sujeito à despedida arbitrária (ou sem justa causa), sem indenização.” Ressalte-se que, com o advento da Emenda Constitucional 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente, com inserção do art. 37, § 14, no texto da CARTA MAGNA. Vejamos: “A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição” Correto, portanto, o Parecer AGU n GQ-132, de 23 de outubro de 1997, assim ementado, o qual fundamenta o ato questionado na origem: “A aposentadoria espontânea é causa extintiva do contrato de trabalho - A Lei n 8.213/91, que dispõe sobre as relações do segurado com a previdência oficial, não regulamenta as relações de trabalho - A continuidade da prestação de serviços por empregado aposentado em empresa pública ou sociedade de economia mista, caracteriza novo contrato de trabalho, que, por não vir precedido de aprovação em concurso público, é nulo por ofensa ao Art. 37, II, da Constituição Federal, e ao parágrafo único do art. 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação dada pela Medida Provisória n 1.523-3, de 09.01.97, e suas reedições - A interrupção das atividades do empregado aposentado, decorrente da decretação da nulidade do contrato de trabalho, apenas assegura ao servidor o direito ao salário do período trabalhado, sem quaisquer efeitos futuros. - Inexiste direito ao 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF cumulação de vencimentos e proventos em qualquer caso, o que ofende o art. 37, § 10, da Constituição Federal de 1988. Averbou, ainda, o eminente Relator que, mesmo que se entenda que os empregados estão fora da proibição daquele mandamento, a aposentadoria espontânea estaria ensejando a extinção do vínculo empregatício, com o que estaria o empregado sujeito à despedida arbitrária (ou sem justa causa), sem indenização.” Ressalte-se que, com o advento da Emenda Constitucional 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente, com inserção do art. 37, § 14, no texto da CARTA MAGNA. Vejamos: “A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição” Correto, portanto, o Parecer AGU n GQ-132, de 23 de outubro de 1997, assim ementado, o qual fundamenta o ato questionado na origem: “A aposentadoria espontânea é causa extintiva do contrato de trabalho - A Lei n 8.213/91, que dispõe sobre as relações do segurado com a previdência oficial, não regulamenta as relações de trabalho - A continuidade da prestação de serviços por empregado aposentado em empresa pública ou sociedade de economia mista, caracteriza novo contrato de trabalho, que, por não vir precedido de aprovação em concurso público, é nulo por ofensa ao Art. 37, II, da Constituição Federal, e ao parágrafo único do art. 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação dada pela Medida Provisória n 1.523-3, de 09.01.97, e suas reedições - A interrupção das atividades do empregado aposentado, decorrente da decretação da nulidade do contrato de trabalho, apenas assegura ao servidor o direito ao salário do período trabalhado, sem quaisquer efeitos futuros. - Inexiste direito ao 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF levantamento do saldo de depósitos do FGTS ou ao recebimento do valor da multa de 40% sobre aquele valor, por não se verificarem, no caso, as hipóteses da Lei n 8.036/90.” Assim, nos termos da fundamentação supra, conclui-se haver motivação idônea para o ato de desligamento, a coadunar com o entendimento edificado por esta SUPREMA CORTE no Recurso Extraordinário 589.998-RG (Tema 131). Nesse julgado, frisou o eminente Relator, Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: “[...] no caso da motivação dos atos demissórios das estatais, não se está a falar de uma justificativa qualquer, simplesmente pro forma. Ela precisa deixar clara não apenas a sua legalidade extrínseca como a sua validade material intrínseca, sempre à luz do ordenamento legal em vigor. Nas palavras de um ilustre doutrinador, o dever formal tem de ser compreendido no contexto jurídico-constitucional em que se desenvolvem as funções da administração. Não se pode confundir, assim, a garantia da estabilidade com o dever de motivar os atos de dispensa, tampouco imaginar que, com isso, os empregados teriam, como supõem alguns, uma dupla garantia contra a dispensa imotivada, eis que, concretizada a demissão, eles farão jus, tão somente, às verbas rescisórias previstas na legislação trabalhista.” Diante do exposto, pedindo vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, DOU PARCIAL PROVIMENTO aos Recursos Extraordinários e endosso a tese proposta pelo eminente Ministro EDSON FACHIN. É como voto. 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF levantamento do saldo de depósitos do FGTS ou ao recebimento do valor da multa de 40% sobre aquele valor, por não se verificarem, no caso, as hipóteses da Lei n 8.036/90.” Assim, nos termos da fundamentação supra, conclui-se haver motivação idônea para o ato de desligamento, a coadunar com o entendimento edificado por esta SUPREMA CORTE no Recurso Extraordinário 589.998-RG (Tema 131). Nesse julgado, frisou o eminente Relator, Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: “[...] no caso da motivação dos atos demissórios das estatais, não se está a falar de uma justificativa qualquer, simplesmente pro forma. Ela precisa deixar clara não apenas a sua legalidade extrínseca como a sua validade material intrínseca, sempre à luz do ordenamento legal em vigor. Nas palavras de um ilustre doutrinador, o dever formal tem de ser compreendido no contexto jurídico-constitucional em que se desenvolvem as funções da administração. Não se pode confundir, assim, a garantia da estabilidade com o dever de motivar os atos de dispensa, tampouco imaginar que, com isso, os empregados teriam, como supõem alguns, uma dupla garantia contra a dispensa imotivada, eis que, concretizada a demissão, eles farão jus, tão somente, às verbas rescisórias previstas na legislação trabalhista.” Diante do exposto, pedindo vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, DOU PARCIAL PROVIMENTO aos Recursos Extraordinários e endosso a tese proposta pelo eminente Ministro EDSON FACHIN. É como voto. 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2026-F43A-E27C-116E e senha 7276-F4CF-F0C6-ACF3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 29 de 90 Voto Vogal 28/09/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Adoto o bem elaborado relatório do eminente Ministro Marco Aurélio. Está em causa o Tema 606 da sistemática da Repercussão Geral, para se definir: i) a competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e ii) a consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Saliento, de início, que me ponho de acordo com o Relator quanto à competência da Justiça Federal para processar o feito de origem. Considero relevantes, quanto ao ponto, as considerações do Ministro Edson Fachin quanto à natureza da lide posta à apreciação na origem. Foram suas palavras: “À evidência, verifica-se que o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas, tão somente, a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de obter aposentadoria administrada Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal 28/09/2020 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Adoto o bem elaborado relatório do eminente Ministro Marco Aurélio. Está em causa o Tema 606 da sistemática da Repercussão Geral, para se definir: i) a competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e ii) a consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. Saliento, de início, que me ponho de acordo com o Relator quanto à competência da Justiça Federal para processar o feito de origem. Considero relevantes, quanto ao ponto, as considerações do Ministro Edson Fachin quanto à natureza da lide posta à apreciação na origem. Foram suas palavras: “À evidência, verifica-se que o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas, tão somente, a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de obter aposentadoria administrada Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da Medida Provisória n. 1523/1996.” Nenhuma divergência guardo, portanto, quanto a esse tópico. Quanto à possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos de empregados públicos aposentados espontaneamente, considero pertinente realizar breve contextualização dos entendimentos até aqui apresentados, tendo em vista que, sob dada extensão, acompanho cada um dos votos já lançados, acrescendo-lhes, porém, pontual ressalva. O eminente Relator parte, em síntese, da consideração de que o advento da aposentadoria não põe fim ao vínculo trabalhista, sendo possível, portanto, a acumulação do salário com os proventos da aposentadoria decorrentes do Regime Geral de Previdência Social. Sustenta sua fundamentação nos precedentes firmados no Recurso Extraordinário n 387.269/SP, na Rcl n 9.762/SC e no AI n 737.279/SP-AgR. Admitida a cumulação, julga, então, o caso concreto no sentido da possibilidade de reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e propõe, no mesmo passo, a seguinte tese (que aqui destaco na parte de particular interesse à presente análise): “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da Medida Provisória n. 1523/1996.” Nenhuma divergência guardo, portanto, quanto a esse tópico. Quanto à possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos de empregados públicos aposentados espontaneamente, considero pertinente realizar breve contextualização dos entendimentos até aqui apresentados, tendo em vista que, sob dada extensão, acompanho cada um dos votos já lançados, acrescendo-lhes, porém, pontual ressalva. O eminente Relator parte, em síntese, da consideração de que o advento da aposentadoria não põe fim ao vínculo trabalhista, sendo possível, portanto, a acumulação do salário com os proventos da aposentadoria decorrentes do Regime Geral de Previdência Social. Sustenta sua fundamentação nos precedentes firmados no Recurso Extraordinário n 387.269/SP, na Rcl n 9.762/SC e no AI n 737.279/SP-AgR. Admitida a cumulação, julga, então, o caso concreto no sentido da possibilidade de reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e propõe, no mesmo passo, a seguinte tese (que aqui destaco na parte de particular interesse à presente análise): “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF salário, presente o Regime Geral de Previdência.” O Ministro Edson Fachin, no ponto, inaugura a divergência. Em sua visão, a reintegração de empregado público aposentado pelo RGPS representa burla ao princípio do concurso público, conforme inteligência do art. 37, II da Constituição Federal de 1988/88. Aponta, ademais, que a EC n 103/19 incluiu no art. 37 da Constituição Federal de 1988/88 regra explícita que veda tal reintegração, qual seja: “§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” Argui, então, que a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração do cargo só pode ocorrer nos casos autorizados expressamente pela Constituição, consoante teleologia do art. 37, § 10 da Constituição Federal de 1988/88. Em sua compreensão, portanto, o art. 37, II, § 14 (incluído pela EC n 103/19), combinado com o art. 37, § 10, todos da Constituição Federal de 1988/88 impedem a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso público. Sua Excelência dá, em seu voto, parcial provimento aos recursos extraordinários, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.” Em 8/9/20, o Ministro Alexandre de Moraes devolveu os autos para a continuação do julgamento em ambiente virtual, acompanhando a 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF salário, presente o Regime Geral de Previdência.” O Ministro Edson Fachin, no ponto, inaugura a divergência. Em sua visão, a reintegração de empregado público aposentado pelo RGPS representa burla ao princípio do concurso público, conforme inteligência do art. 37, II da Constituição Federal de 1988/88. Aponta, ademais, que a EC n 103/19 incluiu no art. 37 da Constituição Federal de 1988/88 regra explícita que veda tal reintegração, qual seja: “§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” Argui, então, que a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração do cargo só pode ocorrer nos casos autorizados expressamente pela Constituição, consoante teleologia do art. 37, § 10 da Constituição Federal de 1988/88. Em sua compreensão, portanto, o art. 37, II, § 14 (incluído pela EC n 103/19), combinado com o art. 37, § 10, todos da Constituição Federal de 1988/88 impedem a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso público. Sua Excelência dá, em seu voto, parcial provimento aos recursos extraordinários, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.” Em 8/9/20, o Ministro Alexandre de Moraes devolveu os autos para a continuação do julgamento em ambiente virtual, acompanhando a 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 32 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF parcial divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin. Em seu voto, o Ministro também se utiliza do art. 37, II da Constituição Federal de 1988/88 para fundamentar seu voto: “Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da Constituição Federal de 1988/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos públicos.” Cita, ainda, o ARE n 1.231.507, de sua relatoria (DJe de 11/12/19), no qual se assentou que a jurisprudência do Supremo Tribunal “há muito já assentou que qualquer ato de reingresso ou readmissão em cargo e emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público”. Aponta, ademais, que “com o advento da Emenda Constitucional 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente”. Por fim, para o Ministro Vistor, a decretação de nulidade do contrato de trabalho em virtude de violação da regra constitucional do concurso público constitui motivação idônea para a demissão do trabalhador, a qual se harmonizaria, assim, com a tese fixada no Recurso Extraordinário n 589.998-RG – Tema 131 (“A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados”). Com base nessa fundamentação, o Ministro Alexandre deu parcial provimento aos recursos extraordinários e endossou a tese apresentada pelo Ministro Edson Fachin. Tenho, de início, ser relevante a consideração da divergência quanto ao art. 37, II, § 14 (incluído pela EC n 103/19), dado que, após sua inserção, de modo expresso, a Constituição Federal definiu que a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF parcial divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin. Em seu voto, o Ministro também se utiliza do art. 37, II da Constituição Federal de 1988/88 para fundamentar seu voto: “Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da Constituição Federal de 1988/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos públicos.” Cita, ainda, o ARE n 1.231.507, de sua relatoria (DJe de 11/12/19), no qual se assentou que a jurisprudência do Supremo Tribunal “há muito já assentou que qualquer ato de reingresso ou readmissão em cargo e emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público”. Aponta, ademais, que “com o advento da Emenda Constitucional 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente”. Por fim, para o Ministro Vistor, a decretação de nulidade do contrato de trabalho em virtude de violação da regra constitucional do concurso público constitui motivação idônea para a demissão do trabalhador, a qual se harmonizaria, assim, com a tese fixada no Recurso Extraordinário n 589.998-RG – Tema 131 (“A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados”). Com base nessa fundamentação, o Ministro Alexandre deu parcial provimento aos recursos extraordinários e endossou a tese apresentada pelo Ministro Edson Fachin. Tenho, de início, ser relevante a consideração da divergência quanto ao art. 37, II, § 14 (incluído pela EC n 103/19), dado que, após sua inserção, de modo expresso, a Constituição Federal definiu que a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 33 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de Previdência Social. Não obstante, tenho que o entendimento defendido pelo Ministro Marco Aurélio, apesar de se basear em precedentes firmados anteriormente à entrada em vigor da EC n 103/19, deve prevalecer no caso concreto. Isso porque é preciso considerar o conjunto normativo da EC n 103/19, que, em seu art. 6..., determinou: “Art. 6... O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.” A norma em tela eximiu, portanto, da observância ao § 14 do art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias que já houvessem sido concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda. O caso dos autos se refere a aposentadorias concedidas pelo RGPS antes da entrada em vigor da referida Emenda Constitucional. Sendo assim, com base no art. 6... da EC n 103/19, inviável a aplicação da regra contida no art. 37, § 14 da Constituição Federal de 1988/88 a este caso específico. Com isso, entendo ser aplicável o entendimento já firmado por esta Suprema Corte antes da entrada em vigor da regra contida no art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88. Destaco, por oportuno, que participei do julgamento da Reclamação n 9.762/SC (Plenário, DJ de 31/5/13), citada pelo Ministro Marco Aurélio, ocasião em que acompanhei o voto do Relator, Ministro Ricardo Lewandowski, que assentou o seguinte: “(...) pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração.” 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de Previdência Social. Não obstante, tenho que o entendimento defendido pelo Ministro Marco Aurélio, apesar de se basear em precedentes firmados anteriormente à entrada em vigor da EC n 103/19, deve prevalecer no caso concreto. Isso porque é preciso considerar o conjunto normativo da EC n 103/19, que, em seu art. 6..., determinou: “Art. 6... O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.” A norma em tela eximiu, portanto, da observância ao § 14 do art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias que já houvessem sido concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda. O caso dos autos se refere a aposentadorias concedidas pelo RGPS antes da entrada em vigor da referida Emenda Constitucional. Sendo assim, com base no art. 6... da EC n 103/19, inviável a aplicação da regra contida no art. 37, § 14 da Constituição Federal de 1988/88 a este caso específico. Com isso, entendo ser aplicável o entendimento já firmado por esta Suprema Corte antes da entrada em vigor da regra contida no art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88. Destaco, por oportuno, que participei do julgamento da Reclamação n 9.762/SC (Plenário, DJ de 31/5/13), citada pelo Ministro Marco Aurélio, ocasião em que acompanhei o voto do Relator, Ministro Ricardo Lewandowski, que assentou o seguinte: “(...) pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração.” 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 34 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF Sua Excelência assim se manifestou porque, até então, não havia acumulação vedada pela Constituição Federal, dado que a hipótese não se insere dentre as elencadas no art. 37, § 10, da Constituição. Vide: “§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração” (grifei). Por tal razão, naqueles autos, explicitou Sua Excelência, pensamento em tudo extensível ao presente caso: “Ora, o benefício previdenciário percebido pelo Regime Geral de Previdência tem embasamento no art. 201, § 7..., do Texto Constitucional, não havendo cumulação indevida com o percebimento de remuneração de emprego público.” Desse modo, tendo em vista a regra de transição prevista no art. 6... da EC n 103/19, entendo inaplicável, ao caso concreto, a regra contida no art. 37, § 14 da Constituição Federal de 1988/88. Sendo assim, a demissão realizada com base na alegada proibição constitucional de cumulação da aposentadoria pelo RGPS com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo cabível a reintegração pretendida na origem. Por essa razão, nego provimento, tal qual o Relator, aos recursos, embora o faça sob fundamento distinto, qual seja, a inaplicabilidade do art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88 por força do art. 6... da EC n 103/19. Para efeitos de tese, apresento, ainda, nova proposta, que parte da lançada pela divergência (já que estruturada sobre o art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88), mas com os acréscimos atinentes à disposição constante do art. 6... da EC n 103/19. Peço, assim, licença ao Ministro Edson Fachin para me utilizar do texto por ele proposto, em deferência à boa construção textual 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF Sua Excelência assim se manifestou porque, até então, não havia acumulação vedada pela Constituição Federal, dado que a hipótese não se insere dentre as elencadas no art. 37, § 10, da Constituição. Vide: “§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração” (grifei). Por tal razão, naqueles autos, explicitou Sua Excelência, pensamento em tudo extensível ao presente caso: “Ora, o benefício previdenciário percebido pelo Regime Geral de Previdência tem embasamento no art. 201, § 7..., do Texto Constitucional, não havendo cumulação indevida com o percebimento de remuneração de emprego público.” Desse modo, tendo em vista a regra de transição prevista no art. 6... da EC n 103/19, entendo inaplicável, ao caso concreto, a regra contida no art. 37, § 14 da Constituição Federal de 1988/88. Sendo assim, a demissão realizada com base na alegada proibição constitucional de cumulação da aposentadoria pelo RGPS com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo cabível a reintegração pretendida na origem. Por essa razão, nego provimento, tal qual o Relator, aos recursos, embora o faça sob fundamento distinto, qual seja, a inaplicabilidade do art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88 por força do art. 6... da EC n 103/19. Para efeitos de tese, apresento, ainda, nova proposta, que parte da lançada pela divergência (já que estruturada sobre o art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88), mas com os acréscimos atinentes à disposição constante do art. 6... da EC n 103/19. Peço, assim, licença ao Ministro Edson Fachin para me utilizar do texto por ele proposto, em deferência à boa construção textual 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 35 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF e normativa por Sua Excelência desenhada, para propor a inclusão, ao final da tese, da expressão “salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6...”. É então a tese proposta: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6....” Voto, portanto, pelo não provimento dos recursos extraordinários no caso concreto, propondo a adoção da tese acima citada. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF e normativa por Sua Excelência desenhada, para propor a inclusão, ao final da tese, da expressão “salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6...”. É então a tese proposta: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6....” Voto, portanto, pelo não provimento dos recursos extraordinários no caso concreto, propondo a adoção da tese acima citada. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FF3-2D2B-58EE-451C e senha 4F06-54F3-C95A-17DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 36 de 90 Extrato de Ata - 28/09/2020 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88 por força do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C716-9D46-F56D-FEF3 e senha 2337-FE69-C6D4-30AE Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88 por força do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C716-9D46-F56D-FEF3 e senha 2337-FE69-C6D4-30AE Inteiro Teor do Acórdão - Página 37 de 90 Extrato de Ata - 28/09/2020 art. 6... da EC n 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6...", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C716-9D46-F56D-FEF3 e senha 2337-FE69-C6D4-30AE Supremo Tribunal Federal art. 6... da EC n 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6...", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C716-9D46-F56D-FEF3 e senha 2337-FE69-C6D4-30AE Inteiro Teor do Acórdão - Página 38 de 90 Voto Vista 15/03/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO VISTA A Senhora Ministra Rosa Weber: Em julgamento o Recurso Extraordinário n 655.283, paradigma do tema n 606 da repercussão geral, que aborda: “a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos.” No intuito de analisar com maior verticalidade as questões em debate, bem assim como as diferentes posições até aqui defendidas, pedi vista dos presentes autos, em que em exame, sob a sistemática da repercussão geral, recursos extraordinários interpostos pela União e pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT contra acórdão prolatado pelo Tribunal Regional Federal da 1... Região, nos autos da apelação em mandado de segurança n 1997.34.00.033871-3 (numeração única: 0033728-57.1997.4.01.3400). Cuida-se, na origem, de mandado de segurança coletivo impetrado pela Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO contra ato imputado ao Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais – SEST e ao Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, consubstanciado em ordem de desligamento de empregados da mencionada empresa pública federal que, muito embora já voluntariamente aposentados, continuaram a trabalhar e a perceber, concomitantemente, proventos de aposentadoria e salários. Serviu como premissa justificadora dessa determinação parecer da Advocacia-Geral da União (Parecer n GQ – 132, de 06 de novembro de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal 15/03/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO VISTA A Senhora Ministra Rosa Weber: Em julgamento o Recurso Extraordinário n 655.283, paradigma do tema n 606 da repercussão geral, que aborda: “a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos.” No intuito de analisar com maior verticalidade as questões em debate, bem assim como as diferentes posições até aqui defendidas, pedi vista dos presentes autos, em que em exame, sob a sistemática da repercussão geral, recursos extraordinários interpostos pela União e pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT contra acórdão prolatado pelo Tribunal Regional Federal da 1... Região, nos autos da apelação em mandado de segurança n 1997.34.00.033871-3 (numeração única: 0033728-57.1997.4.01.3400). Cuida-se, na origem, de mandado de segurança coletivo impetrado pela Federação das Associações de Aposentados dos Correios – FAACO contra ato imputado ao Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais – SEST e ao Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, consubstanciado em ordem de desligamento de empregados da mencionada empresa pública federal que, muito embora já voluntariamente aposentados, continuaram a trabalhar e a perceber, concomitantemente, proventos de aposentadoria e salários. Serviu como premissa justificadora dessa determinação parecer da Advocacia-Geral da União (Parecer n GQ – 132, de 06 de novembro de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 39 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF 1997, publicado no Diário Oficial da União do dia 10 de novembro de 1997), aprovado pelo Presidente da República, nos termos do art. 40, § 1..., da Lei Complementar n 73/1993, no sentido de reputar a aposentadoria espontânea como causa extintiva do contrato de trabalho, a exigir, assim, aprovação em novo concurso público, para a readmissão de empregado público aposentado. O Juízo da 20... Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, confirmando liminar anteriormente deferida, concedeu a ordem (volume 07, fls. 1.767-1.777), para, em sintonia com o decidido por esta Casa, nas medidas cautelares nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns 1721 e 1770, declarar “o direito dos associados da impetrante à reintegração nos seus cargos”. Na sequência, contra acórdão, emanado do Tribunal Regional Federal da 1... Região, que negou provimento às apelações e, em reexame necessário, manteve a sentença concessiva da ordem, sobreveio a interposição, pela União e pela ECT, dos recursos extraordinários ora em análise. Após o reconhecimento da repercussão geral do tema, o julgamento do mérito dos recursos extraordinários da União e da ECT teve início na sessão virtual plenária de 07.8.2020 a 17.8.2020, nos termos da ata adiante transcrita: Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF 1997, publicado no Diário Oficial da União do dia 10 de novembro de 1997), aprovado pelo Presidente da República, nos termos do art. 40, § 1..., da Lei Complementar n 73/1993, no sentido de reputar a aposentadoria espontânea como causa extintiva do contrato de trabalho, a exigir, assim, aprovação em novo concurso público, para a readmissão de empregado público aposentado. O Juízo da 20... Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, confirmando liminar anteriormente deferida, concedeu a ordem (volume 07, fls. 1.767-1.777), para, em sintonia com o decidido por esta Casa, nas medidas cautelares nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns 1721 e 1770, declarar “o direito dos associados da impetrante à reintegração nos seus cargos”. Na sequência, contra acórdão, emanado do Tribunal Regional Federal da 1... Região, que negou provimento às apelações e, em reexame necessário, manteve a sentença concessiva da ordem, sobreveio a interposição, pela União e pela ECT, dos recursos extraordinários ora em análise. Após o reconhecimento da repercussão geral do tema, o julgamento do mérito dos recursos extraordinários da União e da ECT teve início na sessão virtual plenária de 07.8.2020 a 17.8.2020, nos termos da ata adiante transcrita: Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 40 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. O julgamento foi retomado na sessão virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020, com o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e os votos dos Ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, após os quais pedi vista, tudo conforme registrado na correspondente ata, reproduzida abaixo: “Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88 por força do art. 6... da EC n 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. O julgamento foi retomado na sessão virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020, com o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e os votos dos Ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, após os quais pedi vista, tudo conforme registrado na correspondente ata, reproduzida abaixo: “Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88 por força do art. 6... da EC n 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 41 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6...", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020.” Até o momento, portanto, embora não haja dissenso sobre a competência da Justiça Comum para processar e julgar a causa, instaurou-se divergência quanto aos fundamentos ensejadores dessa conclusão. O Relator, Ministro Marco Aurélio, em posição até agora solitária, entende que a competência é da Justiça Federal, porque se trata de mandado de segurança, impetrado antes da EC n 45/2004, contra ato imputado a autoridade federal, e cuja sentença de mérito foi proferida também antes da mencionada Emenda. Já as posições capitaneadas pelos Ministros Edson Fachin e Dias Toffoli defendem que a natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrairia a competência da Justiça Comum para julgar a demanda. Pedindo vênia aos que entendem de modo diverso, acompanho, no ponto, a posição do Ministro Marco Aurélio. Na espécie, afigura-se, a meu juízo, competente para processar e julgar o feito a Justiça Federal, e não a especializada Justiça do Trabalho, mas isso unicamente pelo fato de que se trata, na origem, de mandado de segurança impetrado antes da Emenda Constitucional n 45/2004, contra ato imputado a autoridade federal, com sentença de mérito igualmente proferida antes da referida Emenda. A competência, na espécie, é fixada à luz da regra do art. 109, VIII, da Magna Carta, dispositivo com redação preservada desde o texto constitucional originário, reproduzida adiante: “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (…) 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6...", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020.” Até o momento, portanto, embora não haja dissenso sobre a competência da Justiça Comum para processar e julgar a causa, instaurou-se divergência quanto aos fundamentos ensejadores dessa conclusão. O Relator, Ministro Marco Aurélio, em posição até agora solitária, entende que a competência é da Justiça Federal, porque se trata de mandado de segurança, impetrado antes da EC n 45/2004, contra ato imputado a autoridade federal, e cuja sentença de mérito foi proferida também antes da mencionada Emenda. Já as posições capitaneadas pelos Ministros Edson Fachin e Dias Toffoli defendem que a natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrairia a competência da Justiça Comum para julgar a demanda. Pedindo vênia aos que entendem de modo diverso, acompanho, no ponto, a posição do Ministro Marco Aurélio. Na espécie, afigura-se, a meu juízo, competente para processar e julgar o feito a Justiça Federal, e não a especializada Justiça do Trabalho, mas isso unicamente pelo fato de que se trata, na origem, de mandado de segurança impetrado antes da Emenda Constitucional n 45/2004, contra ato imputado a autoridade federal, com sentença de mérito igualmente proferida antes da referida Emenda. A competência, na espécie, é fixada à luz da regra do art. 109, VIII, da Magna Carta, dispositivo com redação preservada desde o texto constitucional originário, reproduzida adiante: “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (…) 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 42 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;” Com efeito, em 26 de novembro de 1997 (volume 01, fl. 02), quando foi impetrado o mandado de segurança, e em 1... de outubro de 1999, momento em que prolatada a sentença concessiva da ordem, pelo Juízo da 20... Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, ainda não estava em vigor o art. 114, IV, da Lei Maior, incluído pela EC n 45/2004, cuja redação transcrevo: “Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (…) IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;” Houvesse sido a presente impetração ajuizada após a entrada em vigor da EC n 45/2004, a competência para seu processamento e julgamento seria, portanto, da Justiça do Trabalho, por força do art. 114, IV, da Magna Carta. O mesmo ocorreria na hipótese de ajuizamento anterior do mandado de segurança, mas com prolação de sentença, pela Justiça Comum Federal, somente depois da entrada em vigor da referida Emenda. Reputo, ainda, embora com o registro de renovadas vênias, incorreta a ideia de que a demissão de empregado público configure matéria constitucional-administrativa. Controvérsia jurídica a envolver a validade da manutenção de vínculo empregatício constitui matéria marcadamente trabalhista, a atrair a competência da especializada Justiça do Trabalho. Com efeito, embora o empregado de empresa pública ou sociedade de economia mista seja contratado por meio de prévia aprovação em concurso, em atendimento a comando constitucional, todas as questões relacionadas ao vínculo empregatício (Constituição Federal de 1988, at. 173, § 1..., II) formado com a 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;” Com efeito, em 26 de novembro de 1997 (volume 01, fl. 02), quando foi impetrado o mandado de segurança, e em 1... de outubro de 1999, momento em que prolatada a sentença concessiva da ordem, pelo Juízo da 20... Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, ainda não estava em vigor o art. 114, IV, da Lei Maior, incluído pela EC n 45/2004, cuja redação transcrevo: “Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (…) IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;” Houvesse sido a presente impetração ajuizada após a entrada em vigor da EC n 45/2004, a competência para seu processamento e julgamento seria, portanto, da Justiça do Trabalho, por força do art. 114, IV, da Magna Carta. O mesmo ocorreria na hipótese de ajuizamento anterior do mandado de segurança, mas com prolação de sentença, pela Justiça Comum Federal, somente depois da entrada em vigor da referida Emenda. Reputo, ainda, embora com o registro de renovadas vênias, incorreta a ideia de que a demissão de empregado público configure matéria constitucional-administrativa. Controvérsia jurídica a envolver a validade da manutenção de vínculo empregatício constitui matéria marcadamente trabalhista, a atrair a competência da especializada Justiça do Trabalho. Com efeito, embora o empregado de empresa pública ou sociedade de economia mista seja contratado por meio de prévia aprovação em concurso, em atendimento a comando constitucional, todas as questões relacionadas ao vínculo empregatício (Constituição Federal de 1988, at. 173, § 1..., II) formado com a 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 43 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF empresa estatal, desde a admissão até a extinção do contrato de trabalho, configuram matéria submetida à competência da Justiça Laboral. Sobre esse específico aspecto, aliás, não há, a meu juízo, até o momento, qualquer desafio robusto na cadeia de precedentes do Supremo Tribunal Federal. É igualmente competente a especializada Justiça do Trabalho para processar e julgar demandas a envolver servidores admitidos sem concurso público, pelo regime celetista, antes do advento da Constituição de 1988. Nesse sentido, recordo a ementa do acórdão prolatado pelo Plenário desta Suprema Corte, ao exame do recurso extraordinário com agravo n 906.491, paradigma do tema n 853 da repercussão geral (destaques acrescidos): Ementa: CONSTITUCIONAL. TRABALHISTA. COMPETÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO SEM CONCURSO PÚBLICO, PELO REGIME DA Consolidação das Leis do Trabalho, ANTES DO ADVENTO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988. DEMANDA VISANDO OBTER PRESTAÇÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. 1. Em regime de repercussão geral, fica reafirmada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de ser da competência da Justiça do Trabalho processar e julgar demandas visando a obter prestações de natureza trabalhista, ajuizadas contra órgãos da Administração Pública por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso público, antes do advento da Constituição Federal de 1988/88, sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho - Consolidação das Leis do Trabalho. Inaplicabilidade, em casos tais, dos precedentes formados na ADI 3.395-MC (Rel. Min. CEZAR PELUSO, DJ de 10/11/2006) e no Recurso Extraordinário 573.202 (Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 5/12/2008, Tema 43). 2. Agravo a que se conhece para negar seguimento ao recurso extraordinário. (ARE 906491 RG, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 01/10/2015, PROCESSO 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF empresa estatal, desde a admissão até a extinção do contrato de trabalho, configuram matéria submetida à competência da Justiça Laboral. Sobre esse específico aspecto, aliás, não há, a meu juízo, até o momento, qualquer desafio robusto na cadeia de precedentes do Supremo Tribunal Federal. É igualmente competente a especializada Justiça do Trabalho para processar e julgar demandas a envolver servidores admitidos sem concurso público, pelo regime celetista, antes do advento da Constituição de 1988. Nesse sentido, recordo a ementa do acórdão prolatado pelo Plenário desta Suprema Corte, ao exame do recurso extraordinário com agravo n 906.491, paradigma do tema n 853 da repercussão geral (destaques acrescidos): Ementa: CONSTITUCIONAL. TRABALHISTA. COMPETÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO SEM CONCURSO PÚBLICO, PELO REGIME DA Consolidação das Leis do Trabalho, ANTES DO ADVENTO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988. DEMANDA VISANDO OBTER PRESTAÇÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. 1. Em regime de repercussão geral, fica reafirmada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de ser da competência da Justiça do Trabalho processar e julgar demandas visando a obter prestações de natureza trabalhista, ajuizadas contra órgãos da Administração Pública por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso público, antes do advento da Constituição Federal de 1988/88, sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho - Consolidação das Leis do Trabalho. Inaplicabilidade, em casos tais, dos precedentes formados na ADI 3.395-MC (Rel. Min. CEZAR PELUSO, DJ de 10/11/2006) e no Recurso Extraordinário 573.202 (Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 5/12/2008, Tema 43). 2. Agravo a que se conhece para negar seguimento ao recurso extraordinário. (ARE 906491 RG, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 01/10/2015, PROCESSO 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 44 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-201 DIVULG 06-10-2015 PUBLIC 07-10-2015) Rememoro, ainda, que, por ocasião do julgamento do ARE n 1.001.075, paradigma do tema n 928 da repercussão geral (“Competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ação que discute verbas trabalhistas, referentes a período regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, supostamente devidas a empregados públicos que migraram, posteriormente, para o regime estatutário.“), esta Casa prolatou acórdão cujos fundamentos estão sintetizados na ementa abaixo transcrita (destaques acrescidos): “Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Competência da Justiça do Trabalho. Mudança de regime jurídico. Transposição para o regime estatutário. Verbas trabalhistas concernentes ao período anterior. 3. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações relativas às verbas trabalhistas referentes ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com a Administração, antes da transposição para o regime estatutário. 4. Recurso não provido. Reafirmação de jurisprudência.” (ARE 1001075 RG, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 08/12/2016, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC 01-02-2017) Registro, em acréscimo, que, em sede de reclamação, esta Suprema Corte rechaça a invocação de aderência com o decidido na Ação Direta de Inconstitucionalidade n 3395, quando o ato reclamado consiste em julgado que reconhece a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar causas envolvendo servidores públicos regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. Nesse rumo: Ementa: AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. EMPREGADO PÚBLICO ADMITIDO SOB A ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1969, SOB O REGIME CELETISTA, SEM 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-201 DIVULG 06-10-2015 PUBLIC 07-10-2015) Rememoro, ainda, que, por ocasião do julgamento do ARE n 1.001.075, paradigma do tema n 928 da repercussão geral (“Competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ação que discute verbas trabalhistas, referentes a período regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, supostamente devidas a empregados públicos que migraram, posteriormente, para o regime estatutário.“), esta Casa prolatou acórdão cujos fundamentos estão sintetizados na ementa abaixo transcrita (destaques acrescidos): “Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Competência da Justiça do Trabalho. Mudança de regime jurídico. Transposição para o regime estatutário. Verbas trabalhistas concernentes ao período anterior. 3. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações relativas às verbas trabalhistas referentes ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com a Administração, antes da transposição para o regime estatutário. 4. Recurso não provido. Reafirmação de jurisprudência.” (ARE 1001075 RG, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 08/12/2016, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC 01-02-2017) Registro, em acréscimo, que, em sede de reclamação, esta Suprema Corte rechaça a invocação de aderência com o decidido na Ação Direta de Inconstitucionalidade n 3395, quando o ato reclamado consiste em julgado que reconhece a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar causas envolvendo servidores públicos regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. Nesse rumo: Ementa: AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. EMPREGADO PÚBLICO ADMITIDO SOB A ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1969, SOB O REGIME CELETISTA, SEM 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 45 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. TRANSPOSIÇÃO AUTOMÁTICA DO REGIME CELETISTA PARA O ESTATUTÁRIO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ACÓRDÃO PROFERIDO NO JULGAMENTO DA MEDIDA CAUTELAR DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.395. INOCORRÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A fixação da competência da Justiça Comum ou da Justiça do Trabalho, em casos envolvendo o Poder Público, demanda a análise da natureza do vínculo jurídico existente entre o trabalhador - termo aqui tomado em sua acepção ampla - e o órgão patronal. 2. In casu, a decisão reclamada assentou a competência da Justiça Laboral sob o fundamento de que o vínculo firmado entre o servidor e o poder público ocorreu antes do advento da Constituição Federal de 1988, sob o regime jurídico celetista, razão pela qual, inaplicável o que decidido na ADI 3.395/MC, ante a inexistência de vínculo jurídico-administrativo. 3. Com efeito, o fato de o processo originário envolver vínculo firmado entre o servidor e o poder público antes do advento da Constituição Federal de 1988, sob o regime jurídico celetista, descaracteriza, por completo, a competência da Justiça Comum para análise do feito. Precedentes: Reclamação 15.211-AgR, rel. min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 30/09/2014; Reclamação 14.158-AgR, rel. min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 13/03/2017; Rcl 21.103 AgR, rel. min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 16.11.2015. 4. O cotejo analítico entre o paradigma e caso concreto consiste em pressuposto lógico para o cabimento da via reclamatória nessas hipóteses, de sorte que a ausência de demonstração de conflito entre eles representa óbice intransponível ao seguimento da reclamação. 5. Agravo interno desprovido. (Rcl 26238 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 27/09/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-220 DIVULG 09-10- 2019 PUBLIC 10-10-2019) 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. TRANSPOSIÇÃO AUTOMÁTICA DO REGIME CELETISTA PARA O ESTATUTÁRIO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ACÓRDÃO PROFERIDO NO JULGAMENTO DA MEDIDA CAUTELAR DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.395. INOCORRÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A fixação da competência da Justiça Comum ou da Justiça do Trabalho, em casos envolvendo o Poder Público, demanda a análise da natureza do vínculo jurídico existente entre o trabalhador - termo aqui tomado em sua acepção ampla - e o órgão patronal. 2. In casu, a decisão reclamada assentou a competência da Justiça Laboral sob o fundamento de que o vínculo firmado entre o servidor e o poder público ocorreu antes do advento da Constituição Federal de 1988, sob o regime jurídico celetista, razão pela qual, inaplicável o que decidido na ADI 3.395/MC, ante a inexistência de vínculo jurídico-administrativo. 3. Com efeito, o fato de o processo originário envolver vínculo firmado entre o servidor e o poder público antes do advento da Constituição Federal de 1988, sob o regime jurídico celetista, descaracteriza, por completo, a competência da Justiça Comum para análise do feito. Precedentes: Reclamação 15.211-AgR, rel. min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 30/09/2014; Reclamação 14.158-AgR, rel. min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 13/03/2017; Rcl 21.103 AgR, rel. min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 16.11.2015. 4. O cotejo analítico entre o paradigma e caso concreto consiste em pressuposto lógico para o cabimento da via reclamatória nessas hipóteses, de sorte que a ausência de demonstração de conflito entre eles representa óbice intransponível ao seguimento da reclamação. 5. Agravo interno desprovido. (Rcl 26238 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 27/09/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-220 DIVULG 09-10- 2019 PUBLIC 10-10-2019) 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 46 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF Ora, se a jurisprudência desta Casa reconhece competir à Justiça do Trabalho o processamento e o julgamento de demandas que envolvam o vínculo entre servidores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho e entes dotados de personalidade jurídica de direito público, entendo que, com muito mais razão, inclusive por força do precitado art. 173, § 1..., II, da Magna Carta, deve reconhecer a competência daquela Especializada para o processamento e o julgamento de demandas em que se discuta a validade da manutenção de contrato de trabalho havido entre empregado e empresa pública ou sociedade de economia mista, após a aposentadoria espontânea do trabalhador. Na espécie, entretanto, repito, tendo em vista a impetração de mandado de segurança, para questionar ato de autoridade federal, antes da entrada em vigor da EC n 45/2004, ainda que se trate de matéria trabalhista, incide regra específica, o art. 109, I, da Magna Carta, a justificar o processamento e julgamento do mandado de segurança pela Justiça Comum Federal, situação que se consolidou com a prolação da sentença de mérito concessiva da ordem, também antes da entrada em vigor da referida Emenda. Em resumo, portanto, no tocante à competência, alinho-me à posição defendida pelo Ministro Marco Aurélio. Superada a discussão em torno da competência para processar e julgar o presente mandado de segurança, cabe examinar o tema de fundo, que diz com a higidez do ato que reputou inválida a manutenção do vínculo laboral dos empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT que, já aposentados espontaneamente, continuavam a trabalhar e a perceber, concomitantemente, proventos de jubilação e salários. No aspecto, o voto do Ministro Dias Toffoli, seguido pelo Ministro Gilmar Mendes, essencialmente converge com o do Relator, Ministro Marco Aurélio, na consideração de que, no caso concreto, a aposentadoria não poderia ser tida como causa de extinção do contrato de trabalho. Quanto à tese, contudo, reputo mais completa a formulação proposta pelo Ministro Dias Toffoli, no sentido de que, como decorrência do art. 37, 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF Ora, se a jurisprudência desta Casa reconhece competir à Justiça do Trabalho o processamento e o julgamento de demandas que envolvam o vínculo entre servidores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho e entes dotados de personalidade jurídica de direito público, entendo que, com muito mais razão, inclusive por força do precitado art. 173, § 1..., II, da Magna Carta, deve reconhecer a competência daquela Especializada para o processamento e o julgamento de demandas em que se discuta a validade da manutenção de contrato de trabalho havido entre empregado e empresa pública ou sociedade de economia mista, após a aposentadoria espontânea do trabalhador. Na espécie, entretanto, repito, tendo em vista a impetração de mandado de segurança, para questionar ato de autoridade federal, antes da entrada em vigor da EC n 45/2004, ainda que se trate de matéria trabalhista, incide regra específica, o art. 109, I, da Magna Carta, a justificar o processamento e julgamento do mandado de segurança pela Justiça Comum Federal, situação que se consolidou com a prolação da sentença de mérito concessiva da ordem, também antes da entrada em vigor da referida Emenda. Em resumo, portanto, no tocante à competência, alinho-me à posição defendida pelo Ministro Marco Aurélio. Superada a discussão em torno da competência para processar e julgar o presente mandado de segurança, cabe examinar o tema de fundo, que diz com a higidez do ato que reputou inválida a manutenção do vínculo laboral dos empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT que, já aposentados espontaneamente, continuavam a trabalhar e a perceber, concomitantemente, proventos de jubilação e salários. No aspecto, o voto do Ministro Dias Toffoli, seguido pelo Ministro Gilmar Mendes, essencialmente converge com o do Relator, Ministro Marco Aurélio, na consideração de que, no caso concreto, a aposentadoria não poderia ser tida como causa de extinção do contrato de trabalho. Quanto à tese, contudo, reputo mais completa a formulação proposta pelo Ministro Dias Toffoli, no sentido de que, como decorrência do art. 37, 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 47 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF § 14, incluído pela EC n 103/2019, houve mudança do quadro jurídico, passando-se a admitir a aposentadoria como causa extintiva do contrato de trabalho, no tocante a empregados públicos. Antes da EC n 103/2019, não havia dispositivo constitucional que impedisse a preservação de vínculo de empregado de empresa estatal que voluntariamente viesse a se aposentar, no âmbito do Regime Geral de Previdência Social. Ausente solução de continuidade, não havia, ipso facto, falar em recontratação, tampouco, por consectário, na necessidade de nova aprovação em concurso público, nos termos do art. 37, II, da Lei Maior. Observo que o art. 37, § 10, da Magna Carta, incluído pela Emenda Constitucional n 20/1998, veda apenas “a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração do cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”. Vale dizer que o mencionado dispositivo constitucional obsta exclusivamente a percepção cumulada de remuneração de emprego público com proventos de aposentadoria concedida no âmbito de regimes próprios de servidores civis e de militares. Assim, esse dispositivo constitucional não representa entrave à percepção simultânea de proventos de aposentadoria voluntária concedida no âmbito do regime geral de previdência social com a remuneração de emprego público. Somente com a entrada em vigor da EC n 103/2019 se erigiu regra constitucional impeditiva da preservação de contrato de trabalho, quando o empregado público se aposenta voluntariamente, valendo-se de tempo de contribuição decorrente do emprego público. A propósito, na linha do voto do Ministro Dias Toffoli, recordo que o art. 37, § 14, da Magna Carta, incluído pela Emenda Constitucional n 103/2019, estatui: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF § 14, incluído pela EC n 103/2019, houve mudança do quadro jurídico, passando-se a admitir a aposentadoria como causa extintiva do contrato de trabalho, no tocante a empregados públicos. Antes da EC n 103/2019, não havia dispositivo constitucional que impedisse a preservação de vínculo de empregado de empresa estatal que voluntariamente viesse a se aposentar, no âmbito do Regime Geral de Previdência Social. Ausente solução de continuidade, não havia, ipso facto, falar em recontratação, tampouco, por consectário, na necessidade de nova aprovação em concurso público, nos termos do art. 37, II, da Lei Maior. Observo que o art. 37, § 10, da Magna Carta, incluído pela Emenda Constitucional n 20/1998, veda apenas “a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração do cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”. Vale dizer que o mencionado dispositivo constitucional obsta exclusivamente a percepção cumulada de remuneração de emprego público com proventos de aposentadoria concedida no âmbito de regimes próprios de servidores civis e de militares. Assim, esse dispositivo constitucional não representa entrave à percepção simultânea de proventos de aposentadoria voluntária concedida no âmbito do regime geral de previdência social com a remuneração de emprego público. Somente com a entrada em vigor da EC n 103/2019 se erigiu regra constitucional impeditiva da preservação de contrato de trabalho, quando o empregado público se aposenta voluntariamente, valendo-se de tempo de contribuição decorrente do emprego público. A propósito, na linha do voto do Ministro Dias Toffoli, recordo que o art. 37, § 14, da Magna Carta, incluído pela Emenda Constitucional n 103/2019, estatui: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 48 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF eficiência e, também, ao seguinte: (…) § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” Destaco que tal preceito não tem aplicação para as aposentadorias concedidas no âmbito do RGPS até 13.11.2019, data da entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/2019. A propósito, como também registrado no voto do Ministro Dias Toffoli, o art. 6... da referida Emenda estabelece: “Art. 6... O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.” No tocante às aposentadorias voluntárias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data da entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/2019, como é o caso das abarcadas pelo ato questionado nesta impetração, estas não importam na extinção do vínculo de emprego, como evidenciam os seguintes precedentes desta Suprema Corte (destaquei): EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRABALHISTA. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. MULTA DE 40% SOBRE O FGTS. EXTINÇÃO. INOCORRÊNCIA. CONSONÂNCIA DA DECISÃO RECORRIDA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A aposentadoria espontânea não extingue, por si só, o contrato de trabalho. Havendo continuidade do trabalho mesmo após a aposentadoria voluntária, não há que falar em ruptura do 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF eficiência e, também, ao seguinte: (…) § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” Destaco que tal preceito não tem aplicação para as aposentadorias concedidas no âmbito do RGPS até 13.11.2019, data da entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/2019. A propósito, como também registrado no voto do Ministro Dias Toffoli, o art. 6... da referida Emenda estabelece: “Art. 6... O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.” No tocante às aposentadorias voluntárias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data da entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/2019, como é o caso das abarcadas pelo ato questionado nesta impetração, estas não importam na extinção do vínculo de emprego, como evidenciam os seguintes precedentes desta Suprema Corte (destaquei): EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRABALHISTA. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. MULTA DE 40% SOBRE O FGTS. EXTINÇÃO. INOCORRÊNCIA. CONSONÂNCIA DA DECISÃO RECORRIDA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A aposentadoria espontânea não extingue, por si só, o contrato de trabalho. Havendo continuidade do trabalho mesmo após a aposentadoria voluntária, não há que falar em ruptura do 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 49 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF vínculo empregatício. 2. O acórdão recorrido está em conformidade com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido de que tem direito à multa de 40% sobre o FGTS, nos casos de aposentadoria espontânea, se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. 3. Agravo regimental, interposto em 1....08.2016, a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4..., Código de Processo Civil/15. Quanto à majoração dos honorários, prevista no artigo 85, §11, do Código de Processo Civil/15, verifica-se, que não se aplica ao caso dos autos uma vez que não houve o arbitramento de honorários sucumbenciais pela Corte de origem. (ARE 931326 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em 28/10/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-243 DIVULG 16-11-2016 PUBLIC 17-11- 2016) Agravo regimental em reclamação. 2. Direito do Trabalho. Aposentadoria espontânea e extinção do vínculo trabalhista. Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.721, rel. Min. Ayres Britto. A aposentadoria voluntária do trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o vínculo de emprego. 3. Pedido de reintegração. Ausência de identidade de objeto entre o ato impugnado e a decisão-paradigma indicada. Pressuposto de cabimento da ação. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (Rcl 11568 AgR, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-201 DIVULG 11-10- 2012 PUBLIC 15-10-2012) EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento. Trabalhista. Aposentadoria espontânea. Extinção do contrato de trabalho. Não ocorrência. Inconstitucionalidade do art. 453, § 2..., da Consolidação das Leis do Trabalho. Retorno dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho. Precedentes. 1. O art. 453, § 2..., da Consolidação das Leis do Trabalho, que prevê a dispensa automática do trabalhador em decorrência de sua aposentadoria voluntária, teve sua inconstitucionalidade declarada pelo Plenário desta Corte, no julgamento da ADI n 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF vínculo empregatício. 2. O acórdão recorrido está em conformidade com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido de que tem direito à multa de 40% sobre o FGTS, nos casos de aposentadoria espontânea, se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. 3. Agravo regimental, interposto em 1....08.2016, a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4..., Código de Processo Civil/15. Quanto à majoração dos honorários, prevista no artigo 85, §11, do Código de Processo Civil/15, verifica-se, que não se aplica ao caso dos autos uma vez que não houve o arbitramento de honorários sucumbenciais pela Corte de origem. (ARE 931326 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em 28/10/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-243 DIVULG 16-11-2016 PUBLIC 17-11- 2016) Agravo regimental em reclamação. 2. Direito do Trabalho. Aposentadoria espontânea e extinção do vínculo trabalhista. Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.721, rel. Min. Ayres Britto. A aposentadoria voluntária do trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o vínculo de emprego. 3. Pedido de reintegração. Ausência de identidade de objeto entre o ato impugnado e a decisão-paradigma indicada. Pressuposto de cabimento da ação. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (Rcl 11568 AgR, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-201 DIVULG 11-10- 2012 PUBLIC 15-10-2012) EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento. Trabalhista. Aposentadoria espontânea. Extinção do contrato de trabalho. Não ocorrência. Inconstitucionalidade do art. 453, § 2..., da Consolidação das Leis do Trabalho. Retorno dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho. Precedentes. 1. O art. 453, § 2..., da Consolidação das Leis do Trabalho, que prevê a dispensa automática do trabalhador em decorrência de sua aposentadoria voluntária, teve sua inconstitucionalidade declarada pelo Plenário desta Corte, no julgamento da ADI n 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 50 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF 1.721/DF. 2. Correta a decisão agravada, que determinou o retorno dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho para que, afastada a premissa de que a aposentadoria espontânea implica necessariamente a extinção do contrato de trabalho, prossiga no exame do recurso, como de direito. 3. Agravo regimental não provido. (AI 656971 AgR, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 01/02/2011, DJe-078 DIVULG 27-04-2011 PUBLIC 28-04-2011 EMENT VOL-02510-02 PP-00316) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRABALHISTA. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA: NÃO-EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. RETORNO DOS AUTOS AO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO PARA NOVO JULGAMENTO DO FEITO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (Recurso Extraordinário 487734 AgR, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 13/10/2009, DJe- 213 DIVULG 12-11-2009 PUBLIC 13-11-2009 EMENT VOL- 02382-04 PP-00632) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. CONTRATO DE TRABALHO. EXTINÇÃO. INOCORRÊNCIA. I - A aposentadoria espontânea não extingue, por si só, o contrato de trabalho. Havendo continuidade do trabalho mesmo após a aposentadoria voluntária, não há que falar em ruptura do vínculo empregatício. II - Agravo regimental improvido. (AI 653100 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 25/06/2007, DJe- 082 DIVULG 16-08-2007 PUBLIC 17-08-2007 DJ 17-08-2007 PP-00048 EMENT VOL-02285-18 PP-03694) EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 3... DA MEDIDA PROVISÓRIA n 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI n 9.528/97, QUE ADICIONOU AO ARTIGO 453 DA 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF 1.721/DF. 2. Correta a decisão agravada, que determinou o retorno dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho para que, afastada a premissa de que a aposentadoria espontânea implica necessariamente a extinção do contrato de trabalho, prossiga no exame do recurso, como de direito. 3. Agravo regimental não provido. (AI 656971 AgR, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 01/02/2011, DJe-078 DIVULG 27-04-2011 PUBLIC 28-04-2011 EMENT VOL-02510-02 PP-00316) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRABALHISTA. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA: NÃO-EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. RETORNO DOS AUTOS AO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO PARA NOVO JULGAMENTO DO FEITO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (Recurso Extraordinário 487734 AgR, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 13/10/2009, DJe- 213 DIVULG 12-11-2009 PUBLIC 13-11-2009 EMENT VOL- 02382-04 PP-00632) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. CONTRATO DE TRABALHO. EXTINÇÃO. INOCORRÊNCIA. I - A aposentadoria espontânea não extingue, por si só, o contrato de trabalho. Havendo continuidade do trabalho mesmo após a aposentadoria voluntária, não há que falar em ruptura do vínculo empregatício. II - Agravo regimental improvido. (AI 653100 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 25/06/2007, DJe- 082 DIVULG 16-08-2007 PUBLIC 17-08-2007 DJ 17-08-2007 PP-00048 EMENT VOL-02285-18 PP-03694) EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 3... DA MEDIDA PROVISÓRIA n 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI n 9.528/97, QUE ADICIONOU AO ARTIGO 453 DA 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 51 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO UM SEGUNDO PARÁGRAFO PARA EXTINGUIR O VÍNCULO EMPREGATÍCIO QUANDO DA CONCESSÃO DA APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. 1. A conversão da medida provisória em lei prejudica o debate jurisdicional acerca da "relevância e urgência" dessa espécie de ato normativo. 2. Os valores sociais do trabalho constituem: a) fundamento da República Federativa do Brasil (inciso IV do artigo 1... da Constituição Federal de 1988); b) alicerce da Ordem Econômica, que tem por finalidade assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, e, por um dos seus princípios, a busca do pleno emprego (artigo 170, caput e inciso VIII); c) base de toda a Ordem Social (artigo 193). Esse arcabouço principiológico, densificado em regras como a do inciso I do artigo 7... da Magna Carta e as do artigo 10 do ADCT/88, desvela um mandamento constitucional que perpassa toda relação de emprego, no sentido de sua desejada continuidade. 3. A Constituição Federal versa a aposentadoria como um benefício que se dá mediante o exercício regular de um direito. E o certo é que o regular exercício de um direito não é de colocar o seu titular numa situação jurídico-passiva de efeitos ainda mais drásticos do que aqueles que resultariam do cometimento de uma falta grave (sabido que, nesse caso, a ruptura do vínculo empregatício não opera automaticamente). 4. O direito à aposentadoria previdenciária, uma vez objetivamente constituído, se dá no âmago de uma relação jurídica entre o segurado do Sistema Geral de Previdência e o Instituto Nacional de Seguro Social. Às expensas, portanto, de um sistema atuarial-financeiro que é gerido por esse Instituto mesmo, e não às custas desse ou daquele empregador. 5. O Ordenamento Constitucional não autoriza o legislador ordinário a criar modalidade de rompimento automático do vínculo de emprego, em desfavor do trabalhador, na situação em que este apenas exercita o seu direito de aposentadoria espontânea, sem cometer deslize algum. 6. A mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO UM SEGUNDO PARÁGRAFO PARA EXTINGUIR O VÍNCULO EMPREGATÍCIO QUANDO DA CONCESSÃO DA APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. 1. A conversão da medida provisória em lei prejudica o debate jurisdicional acerca da "relevância e urgência" dessa espécie de ato normativo. 2. Os valores sociais do trabalho constituem: a) fundamento da República Federativa do Brasil (inciso IV do artigo 1... da Constituição Federal de 1988); b) alicerce da Ordem Econômica, que tem por finalidade assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, e, por um dos seus princípios, a busca do pleno emprego (artigo 170, caput e inciso VIII); c) base de toda a Ordem Social (artigo 193). Esse arcabouço principiológico, densificado em regras como a do inciso I do artigo 7... da Magna Carta e as do artigo 10 do ADCT/88, desvela um mandamento constitucional que perpassa toda relação de emprego, no sentido de sua desejada continuidade. 3. A Constituição Federal versa a aposentadoria como um benefício que se dá mediante o exercício regular de um direito. E o certo é que o regular exercício de um direito não é de colocar o seu titular numa situação jurídico-passiva de efeitos ainda mais drásticos do que aqueles que resultariam do cometimento de uma falta grave (sabido que, nesse caso, a ruptura do vínculo empregatício não opera automaticamente). 4. O direito à aposentadoria previdenciária, uma vez objetivamente constituído, se dá no âmago de uma relação jurídica entre o segurado do Sistema Geral de Previdência e o Instituto Nacional de Seguro Social. Às expensas, portanto, de um sistema atuarial-financeiro que é gerido por esse Instituto mesmo, e não às custas desse ou daquele empregador. 5. O Ordenamento Constitucional não autoriza o legislador ordinário a criar modalidade de rompimento automático do vínculo de emprego, em desfavor do trabalhador, na situação em que este apenas exercita o seu direito de aposentadoria espontânea, sem cometer deslize algum. 6. A mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 52 de 90 Voto Vista Recurso Extraordinário 655283 / DF extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego. 7. Inconstitucionalidade do § 2... do artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, introduzido pela Lei n 9.528/97. (ADI 1721, Relator(a): CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 11/10/2006, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00020 EMENT VOL- 02282-01 PP-00084 RTJ VOL-00201-03 PP-00885 LEXSTF v. 29, n. 345, 2007, p. 35-52 RLTR v. 71, n. 9, 2007, p. 1130-1134) Ante o exposto, nego provimento, tal qual o Relator, Ministro Marco Aurélio, aos recursos extraordinários da União e da ECT, mas, em mescla da posição defendida por Sua Excelência, quanto à competência da Justiça Federal, com a albergada pelo Ministro Dias Toffoli, em relação ao tema de fundo, proponho a fixação das seguintes teses de repercussão geral: 1) “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004.” (proposta do Ministro Marco Aurélio); 2) “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/2019, nos termos do que dispõe seu art. 6...." (proposta do Ministro Dias Toffoli). É como voto. 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego. 7. Inconstitucionalidade do § 2... do artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, introduzido pela Lei n 9.528/97. (ADI 1721, Relator(a): CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 11/10/2006, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00020 EMENT VOL- 02282-01 PP-00084 RTJ VOL-00201-03 PP-00885 LEXSTF v. 29, n. 345, 2007, p. 35-52 RLTR v. 71, n. 9, 2007, p. 1130-1134) Ante o exposto, nego provimento, tal qual o Relator, Ministro Marco Aurélio, aos recursos extraordinários da União e da ECT, mas, em mescla da posição defendida por Sua Excelência, quanto à competência da Justiça Federal, com a albergada pelo Ministro Dias Toffoli, em relação ao tema de fundo, proponho a fixação das seguintes teses de repercussão geral: 1) “A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004.” (proposta do Ministro Marco Aurélio); 2) “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/2019, nos termos do que dispõe seu art. 6...." (proposta do Ministro Dias Toffoli). É como voto. 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 83F3-913D-6130-0B55 e senha BA7C-7FFA-EB5D-B25C Inteiro Teor do Acórdão - Página 53 de 90 Voto Vogal 15/03/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. REINTEGRAÇÃO DE EMPREGADOS PÚBLICOS DISPENSADOS EM FACE DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPONTÂNEA 1. Trata-se de recursos extraordinários em que se discutem os efeitos da aposentadoria espontânea sobre o vínculo empregatício dos empregados públicos. 2. A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum. 3. A Emenda Constitucional n 103/2019 declarou que a aposentadoria extingue o Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal 15/03/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. REINTEGRAÇÃO DE EMPREGADOS PÚBLICOS DISPENSADOS EM FACE DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPONTÂNEA 1. Trata-se de recursos extraordinários em que se discutem os efeitos da aposentadoria espontânea sobre o vínculo empregatício dos empregados públicos. 2. A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum. 3. A Emenda Constitucional n 103/2019 declarou que a aposentadoria extingue o Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 54 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF vínculo empregatício dos empregados públicos, e estabeleceu regra de transição que exclui de sua aplicação as aposentadorias concedidas antes da sua entrada em vigor. 4. O acórdão recorrido baseou-se em precedentes do Supremo Tribunal Federal, nos quais teria se estabelecido que a aposentadoria espontânea não rompe o vínculo empregatício dos empregados públicos. 5. O julgamento do Recurso Extraordinário 589998 esclareceu, entretanto, que o Supremo Tribunal Federal jamais se manifestou sobre o tema, e a validade ou não de dispensas embasadas em aposentadoria espontânea de empregado público permaneceu em aberto na Corte. 6. A situação jurídica dos empregados públicos que tiveram seus vínculos extintos em razão da aposentadoria antes de 2019 é distinta daqueles que, por ocasião da promulgação da EC n 103, permaneciam trabalhando após a aposentadoria. Diante da controvérsia jurídica que cercava o tema, entendo que não há direito à reintegração dos empregados aos quais foi aplicado entendimento administrativo anteriormente válido. 7. Dou parcial provimento aos recursos extraordinários e proponho a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF vínculo empregatício dos empregados públicos, e estabeleceu regra de transição que exclui de sua aplicação as aposentadorias concedidas antes da sua entrada em vigor. 4. O acórdão recorrido baseou-se em precedentes do Supremo Tribunal Federal, nos quais teria se estabelecido que a aposentadoria espontânea não rompe o vínculo empregatício dos empregados públicos. 5. O julgamento do Recurso Extraordinário 589998 esclareceu, entretanto, que o Supremo Tribunal Federal jamais se manifestou sobre o tema, e a validade ou não de dispensas embasadas em aposentadoria espontânea de empregado público permaneceu em aberto na Corte. 6. A situação jurídica dos empregados públicos que tiveram seus vínculos extintos em razão da aposentadoria antes de 2019 é distinta daqueles que, por ocasião da promulgação da EC n 103, permaneciam trabalhando após a aposentadoria. Diante da controvérsia jurídica que cercava o tema, entendo que não há direito à reintegração dos empregados aos quais foi aplicado entendimento administrativo anteriormente válido. 7. Dou parcial provimento aos recursos extraordinários e proponho a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 55 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6.... Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à reintegração”. 1. Adoto o bem lançado relatório do eminente Relator, Ministro Marco Aurélio. Volto a explicitar apenas que se trata do Tema 606 da sistemática da repercussão geral, em que se discutem as seguintes questões: a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. 2. Quanto o segundo ponto, assim como os demais Ministros, não possuo qualquer divergência com o Relator, e entendo ser da Justiça Federal a competência para processar e julgar o feito. 3. Quanto à “reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea”, tenho por relevante, mais 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6.... Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à reintegração”. 1. Adoto o bem lançado relatório do eminente Relator, Ministro Marco Aurélio. Volto a explicitar apenas que se trata do Tema 606 da sistemática da repercussão geral, em que se discutem as seguintes questões: a) reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) competência para processar e julgar a ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e consequente possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. 2. Quanto o segundo ponto, assim como os demais Ministros, não possuo qualquer divergência com o Relator, e entendo ser da Justiça Federal a competência para processar e julgar o feito. 3. Quanto à “reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea”, tenho por relevante, mais 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 56 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF uma vez, rememorar os votos já proferidos. 5. O Relator, Ministro Marco Aurélio, nega provimento aos recursos extraordinários por entender devida a reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. No ponto relevante, propõe a seguinte tese: “O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”. Acompanhou SuaExcelência a Ministra Rosa Weber. 6. O Ministro Edson Fachin inaugura divergência, dando parcial provimento aos recursos extraordinários, sob o entendimento de que o art. 37, II, § 14 (incluído pela EC n 103/2019), combinado com o art. 37, § 10, da Constituição Federal de 1988/88, impede a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso. Propõe, nesse ponto, a seguinte tese: “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB”. Acompanharam sua excelência os Ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. 7. Por fim, o Ministro Dias Toffoli abriu uma segunda linha de divergência, julgando improcedentes os recursos extraordinários por motivação distinta da exposta pelo eminente Relator. Aduz Sua Excelência que a EC n 103/2019, que acrescentou o §14 ao art. 37, II, da Constituição, em seu art. 6..., determinou que não se aplicaria a determinação de rompimento do vínculo empregatício às “aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional”. Concluiu que “a demissão realizada com base na alegada proibição constitucional de cumulação da aposentadoria pelo RGPS com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo cabível a reintegração pretendida na origem”. Propôs a seguinte tese: “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF uma vez, rememorar os votos já proferidos. 5. O Relator, Ministro Marco Aurélio, nega provimento aos recursos extraordinários por entender devida a reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. No ponto relevante, propõe a seguinte tese: “O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”. Acompanhou SuaExcelência a Ministra Rosa Weber. 6. O Ministro Edson Fachin inaugura divergência, dando parcial provimento aos recursos extraordinários, sob o entendimento de que o art. 37, II, § 14 (incluído pela EC n 103/2019), combinado com o art. 37, § 10, da Constituição Federal de 1988/88, impede a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso. Propõe, nesse ponto, a seguinte tese: “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB”. Acompanharam sua excelência os Ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. 7. Por fim, o Ministro Dias Toffoli abriu uma segunda linha de divergência, julgando improcedentes os recursos extraordinários por motivação distinta da exposta pelo eminente Relator. Aduz Sua Excelência que a EC n 103/2019, que acrescentou o §14 ao art. 37, II, da Constituição, em seu art. 6..., determinou que não se aplicaria a determinação de rompimento do vínculo empregatício às “aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional”. Concluiu que “a demissão realizada com base na alegada proibição constitucional de cumulação da aposentadoria pelo RGPS com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo cabível a reintegração pretendida na origem”. Propôs a seguinte tese: “A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 57 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6...”. Acompanharam sua excelência os Ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques. 8. Tendo o Ministro Luiz Fux afirmado suspeição, cabe a mim lançar o voto derradeiro. Adianto que coaduno, em parte, com as razões expostas pelo Ministro Dias Toffoli. Entendo que a Emenda Constitucional n 103/2019 procurou pôr fim ao debate jurídico que por décadas pairou sobre a questão dos empregados públicos que, uma vez aposentados, desejavam manter seus vínculos empregatícios e continuar percebendo salários. Observo, como fez Sua Excelência, que a referida Emenda estabeleceu regra de transição que exclui de sua aplicação as aposentadorias concedidas antes de 2019. No entanto, entendo necessário tecer algumas considerações acerca dos efeitos de tal regra de transição sobre situações jurídicas configuradas nas décadas anteriores à sua entrada em vigor. 9. Relembro que os recorridos impetraram mandado de segurança em face de ato que determinou seu desligamento da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT em 1997, e consubstanciado por Parecer vinculante produzido pela Advocacia-Geral da União, no qual se concluía que a aposentadoria seria causa extintiva do contrato de trabalho. 10. O acórdão recorrido, que reconheceu a um pequeno número de empregados o direito à reintegração, tendo a ampla maioria dos impetrantes originais aderido a um programa de demissão voluntária que resultou em sua exclusão da lide, baseou-se em dois precedentes proferidos pelo Supremo Tribunal Federal, as ADIs 1770 e 1721, nos quais teria este Tribunal estabelecido que a aposentadoria espontânea não rompe o vínculo empregatício. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6...”. Acompanharam sua excelência os Ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques. 8. Tendo o Ministro Luiz Fux afirmado suspeição, cabe a mim lançar o voto derradeiro. Adianto que coaduno, em parte, com as razões expostas pelo Ministro Dias Toffoli. Entendo que a Emenda Constitucional n 103/2019 procurou pôr fim ao debate jurídico que por décadas pairou sobre a questão dos empregados públicos que, uma vez aposentados, desejavam manter seus vínculos empregatícios e continuar percebendo salários. Observo, como fez Sua Excelência, que a referida Emenda estabeleceu regra de transição que exclui de sua aplicação as aposentadorias concedidas antes de 2019. No entanto, entendo necessário tecer algumas considerações acerca dos efeitos de tal regra de transição sobre situações jurídicas configuradas nas décadas anteriores à sua entrada em vigor. 9. Relembro que os recorridos impetraram mandado de segurança em face de ato que determinou seu desligamento da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT em 1997, e consubstanciado por Parecer vinculante produzido pela Advocacia-Geral da União, no qual se concluía que a aposentadoria seria causa extintiva do contrato de trabalho. 10. O acórdão recorrido, que reconheceu a um pequeno número de empregados o direito à reintegração, tendo a ampla maioria dos impetrantes originais aderido a um programa de demissão voluntária que resultou em sua exclusão da lide, baseou-se em dois precedentes proferidos pelo Supremo Tribunal Federal, as ADIs 1770 e 1721, nos quais teria este Tribunal estabelecido que a aposentadoria espontânea não rompe o vínculo empregatício. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 58 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF 11. Ocorre que os referidos precedentes não definiram a situação jurídica dos recorridos. Em ambas as ações o Supremo analisou a constitucionalidade de dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho que determinavam o rompimento do vínculo empregatício em razão da aposentadoria. As declarações de inconstitucionalidade desses dispositivos levaram à conclusão de que também no caso dos empregados públicos a continuidade do vínculo empregatício seria possível após a aposentadoria. 12. Esse entendimento proliferou-se não apenas em parte da própria Administração Pública, mas em precedentes pontuais do Supremo Tribunal Federal, a exemplo da Rcl 9165, Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Naquela ocasião declarou o Relator, em relação ao decidido na ADI 1721, que “(...) o Plenário desta Corte, naquele julgado, firmou o entendimento de que o contrato de trabalho celebrado entre empresas públicas e sociedades de economia mista com seus empregados também não pode ser automaticamente extinto com a aposentadoria espontânea por idade requerida por eles”. No mesmo sentido a Rcl 9762, também da relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, citada pelos Ministros Dias Toffoli e Marco Aurélio: “(...) pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração”. 13. No entanto, entendimento diverso foi adotado pelo Plenário por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário 589998, cujo acórdão dos embargos de declaração foi por mim relatado. Julgava-se, então, o dever da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de motivar os atos de dispensa sem justa causa de seus empregados. O leading case então apreciado tratava justamente de dispensa praticada em razão da aposentadoria espontânea do empregado. Acerca da dispensa praticada pelos Correios nessas circunstâncias, assim me manifestei: “(...) a 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF 11. Ocorre que os referidos precedentes não definiram a situação jurídica dos recorridos. Em ambas as ações o Supremo analisou a constitucionalidade de dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho que determinavam o rompimento do vínculo empregatício em razão da aposentadoria. As declarações de inconstitucionalidade desses dispositivos levaram à conclusão de que também no caso dos empregados públicos a continuidade do vínculo empregatício seria possível após a aposentadoria. 12. Esse entendimento proliferou-se não apenas em parte da própria Administração Pública, mas em precedentes pontuais do Supremo Tribunal Federal, a exemplo da Rcl 9165, Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Naquela ocasião declarou o Relator, em relação ao decidido na ADI 1721, que “(...) o Plenário desta Corte, naquele julgado, firmou o entendimento de que o contrato de trabalho celebrado entre empresas públicas e sociedades de economia mista com seus empregados também não pode ser automaticamente extinto com a aposentadoria espontânea por idade requerida por eles”. No mesmo sentido a Rcl 9762, também da relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, citada pelos Ministros Dias Toffoli e Marco Aurélio: “(...) pode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração”. 13. No entanto, entendimento diverso foi adotado pelo Plenário por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário 589998, cujo acórdão dos embargos de declaração foi por mim relatado. Julgava-se, então, o dever da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de motivar os atos de dispensa sem justa causa de seus empregados. O leading case então apreciado tratava justamente de dispensa praticada em razão da aposentadoria espontânea do empregado. Acerca da dispensa praticada pelos Correios nessas circunstâncias, assim me manifestei: “(...) a 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 59 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF controvérsia a respeito desse tema não foi resolvida pelo Supremo Tribunal Federal sob o regime da repercussão geral no Recurso Extraordinário 589998. O que se fixou no julgamento ora embargado foi somente a necessidade de motivação dos atos de dispensa. Assim, a validade ou não de dispensas embasadas em aposentadoria espontânea de empregado público permaneceria em aberto na Corte, devendo ser analisada no Recurso Extraordinário 655283 (Rel. Min. Marco Aurélio), cuja repercussão geral já foi, inclusive, reconhecida”. 14. Nos debates do julgamento do mérito, em 2013, já estava claro que a Corte não se debruçaria sobre a validade da dispensa motivada pela aposentadoria, não porque a questão já estivesse resolvida em precedentes pretéritos, mas justamente porque se tratava do tema do presente recurso extraordinário, ocasião em que o Supremo Tribunal Federal se manifestaria, pela primeira vez e de forma definitiva, acerca dos efeitos da aposentadoria espontânea sobre o vínculo empregatício dos empregados públicos. 15. Considero, portanto, a afirmação de que esse Tribunal se manifestara pela inconstitucionalidade da dispensa motivada pela aposentadoria no caso dos empregados públicos antes do presente julgamento equivocada. Não fosse pela posterior promulgação da Emenda n 103/2019, esse fato seria suficiente para julgar os presentes recursos extraordinários. 16. Todavia, faz-se necessário analisar, ainda, se a regra de transição contida na Emenda Constitucional n 103/2019 confere a todos os empregados públicos dispensados em razão da aposentadoria espontânea antes da sua entrada em vigor o direito à reintegração. Creio que a resposta é negativa. 17. O tema do efeito da aposentadoria sobre o vínculo trabalhista dos empregados públicos era, até a promulgação da emenda, controverso no mundo jurídico. Os empregados públicos configuram categoria mista, que não se equipara nem aos funcionários públicos e nem 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF controvérsia a respeito desse tema não foi resolvida pelo Supremo Tribunal Federal sob o regime da repercussão geral no Recurso Extraordinário 589998. O que se fixou no julgamento ora embargado foi somente a necessidade de motivação dos atos de dispensa. Assim, a validade ou não de dispensas embasadas em aposentadoria espontânea de empregado público permaneceria em aberto na Corte, devendo ser analisada no Recurso Extraordinário 655283 (Rel. Min. Marco Aurélio), cuja repercussão geral já foi, inclusive, reconhecida”. 14. Nos debates do julgamento do mérito, em 2013, já estava claro que a Corte não se debruçaria sobre a validade da dispensa motivada pela aposentadoria, não porque a questão já estivesse resolvida em precedentes pretéritos, mas justamente porque se tratava do tema do presente recurso extraordinário, ocasião em que o Supremo Tribunal Federal se manifestaria, pela primeira vez e de forma definitiva, acerca dos efeitos da aposentadoria espontânea sobre o vínculo empregatício dos empregados públicos. 15. Considero, portanto, a afirmação de que esse Tribunal se manifestara pela inconstitucionalidade da dispensa motivada pela aposentadoria no caso dos empregados públicos antes do presente julgamento equivocada. Não fosse pela posterior promulgação da Emenda n 103/2019, esse fato seria suficiente para julgar os presentes recursos extraordinários. 16. Todavia, faz-se necessário analisar, ainda, se a regra de transição contida na Emenda Constitucional n 103/2019 confere a todos os empregados públicos dispensados em razão da aposentadoria espontânea antes da sua entrada em vigor o direito à reintegração. Creio que a resposta é negativa. 17. O tema do efeito da aposentadoria sobre o vínculo trabalhista dos empregados públicos era, até a promulgação da emenda, controverso no mundo jurídico. Os empregados públicos configuram categoria mista, que não se equipara nem aos funcionários públicos e nem 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 60 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF aos trabalhadores da iniciativa privada, sendo inaplicáveis as soluções existentes para aqueles grupos, no que se refere aos efeitos da aposentadoria sobre o vínculo de trabalho. Na ausência de um pronunciamento definitivo do Supremo Tribunal Federal ou do legislador constitucional ou ordinário sobre o tema, a Administração Pública adotou diferentes entendimentos ao longo do tempo, por vezes entendendo possível a manutenção do vínculo empregatício após a aposentadoria, por vezes determinando a sua extinção em razão dela. 18. A situação jurídica daqueles empregados públicos que tiveram seus vínculos extintos em razão da aposentadoria antes de 2019 é distinta daqueles que, por ocasião da promulgação da EC n 103, permaneciam empregados e aposentados simultaneamente. Quanto a esses últimos, não tenho dúvidas de que a regra de transição garantiu- lhes o direito de continuar percebendo salário e benefício previdenciário. 19. Não coaduno, por outro lado, com o entendimento de que a regra de transição contida na EC n 103/2019 confere a todos os empregados públicos dispensados em razão da aposentadoria antes de sua entrada em vigor o direito à reintegração. Rememoro que, no caso concreto, estamos tratando de uma quantidade mínima de empregados da ECT, a grande maioria já falecidos, e reintegrados por força de decisão judicial em 2009. A tese de repercussão geral aprovada pela Corte, por outro lado, atingirá um número muito maior de pessoas, com impactos desconhecidos para a Administração Pública. 20. No caso concreto, portanto, me uno à divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin e dou parcial provimento aos recursos extraordinários, entendendo incabível o direito à reintegração reconhecido pelo acórdão recorrido. Na tese, me filio em parte ao enunciado proposto pelo Ministro Dias Toffoli, e proponho a inclusão da frase: “Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF aos trabalhadores da iniciativa privada, sendo inaplicáveis as soluções existentes para aqueles grupos, no que se refere aos efeitos da aposentadoria sobre o vínculo de trabalho. Na ausência de um pronunciamento definitivo do Supremo Tribunal Federal ou do legislador constitucional ou ordinário sobre o tema, a Administração Pública adotou diferentes entendimentos ao longo do tempo, por vezes entendendo possível a manutenção do vínculo empregatício após a aposentadoria, por vezes determinando a sua extinção em razão dela. 18. A situação jurídica daqueles empregados públicos que tiveram seus vínculos extintos em razão da aposentadoria antes de 2019 é distinta daqueles que, por ocasião da promulgação da EC n 103, permaneciam empregados e aposentados simultaneamente. Quanto a esses últimos, não tenho dúvidas de que a regra de transição garantiu- lhes o direito de continuar percebendo salário e benefício previdenciário. 19. Não coaduno, por outro lado, com o entendimento de que a regra de transição contida na EC n 103/2019 confere a todos os empregados públicos dispensados em razão da aposentadoria antes de sua entrada em vigor o direito à reintegração. Rememoro que, no caso concreto, estamos tratando de uma quantidade mínima de empregados da ECT, a grande maioria já falecidos, e reintegrados por força de decisão judicial em 2009. A tese de repercussão geral aprovada pela Corte, por outro lado, atingirá um número muito maior de pessoas, com impactos desconhecidos para a Administração Pública. 20. No caso concreto, portanto, me uno à divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin e dou parcial provimento aos recursos extraordinários, entendendo incabível o direito à reintegração reconhecido pelo acórdão recorrido. Na tese, me filio em parte ao enunciado proposto pelo Ministro Dias Toffoli, e proponho a inclusão da frase: “Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 61 de 90 Voto Vogal Recurso Extraordinário 655283 / DF reintegração”. A tese proposta é, portanto: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6.... Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à reintegração”. 21. É como voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF reintegração”. A tese proposta é, portanto: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6.... Os empregados públicos que tenham sido dispensados em razão de aposentadoria espontânea antes da promulgação da Emenda não têm direito à reintegração”. 21. É como voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B25E-A3CB-452A-C572 e senha 7E59-965C-6229-6622 Inteiro Teor do Acórdão - Página 62 de 90 Extrato de Ata - 15/03/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC12-38AE-C819-737A e senha EDA8-C4DF-6614-3F93 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC12-38AE-C819-737A e senha EDA8-C4DF-6614-3F93 Inteiro Teor do Acórdão - Página 63 de 90 Extrato de Ata - 15/03/2021 seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88 por força do art. 6... da EC n 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6...", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 606 da repercussão geral, negou provimento aos recursos extraordinários, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos. Em seguida, o julgamento foi suspenso para deliberação da tese de repercussão geral em assentada posterior. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 5.3.2021 a 12.3.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC12-38AE-C819-737A e senha EDA8-C4DF-6614-3F93 Supremo Tribunal Federal seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88 por força do art. 6... da EC n 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6...", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 606 da repercussão geral, negou provimento aos recursos extraordinários, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos. Em seguida, o julgamento foi suspenso para deliberação da tese de repercussão geral em assentada posterior. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 5.3.2021 a 12.3.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC12-38AE-C819-737A e senha EDA8-C4DF-6614-3F93 Inteiro Teor do Acórdão - Página 64 de 90 Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) - Em processo objetivo, observo as balizas do processo. E tenho liberdade maior quanto à causa de pedir. Não tenho quanto ao pedido, porque estamos vinculados ao contido na inicial. Em processo subjetivo, observo os parâmetros objetivos e subjetivos e não decido fora da controvérsia. Desprovi, preconizei desprovimento do recurso e vejo que fui - isso é raro - acompanhado pela ilustrada maioria. Fiz uma tese do meu voto, que certamente não será, pelo visto, a tese do Plenário. Qual é o teor da tese que fiz para o meu voto, não para o Colegiado? Não me atrevo a imaginar tese do Colegiado. Vence, em Colegiado, sempre, porque é um órgão democrático, por excelência, a maioria. Meu voto se tornou público, já que eu penso que esse processo foi deslocado da sessão virtual para a sessão por videoconferência, e não foi, creio, a pedido da parte, porque, se a parte me pedisse, eu não deferiria, já que o Supremo, o Plenário, não consegue otimizar o tempo. Eu consignei que: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) - Em processo objetivo, observo as balizas do processo. E tenho liberdade maior quanto à causa de pedir. Não tenho quanto ao pedido, porque estamos vinculados ao contido na inicial. Em processo subjetivo, observo os parâmetros objetivos e subjetivos e não decido fora da controvérsia. Desprovi, preconizei desprovimento do recurso e vejo que fui - isso é raro - acompanhado pela ilustrada maioria. Fiz uma tese do meu voto, que certamente não será, pelo visto, a tese do Plenário. Qual é o teor da tese que fiz para o meu voto, não para o Colegiado? Não me atrevo a imaginar tese do Colegiado. Vence, em Colegiado, sempre, porque é um órgão democrático, por excelência, a maioria. Meu voto se tornou público, já que eu penso que esse processo foi deslocado da sessão virtual para a sessão por videoconferência, e não foi, creio, a pedido da parte, porque, se a parte me pedisse, eu não deferiria, já que o Supremo, o Plenário, não consegue otimizar o tempo. Eu consignei que: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Inteiro Teor do Acórdão - Página 65 de 90 Proposta Recurso Extraordinário 655283 / DF A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal, e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea, considerado insubsistente o motivo do desligamento - por ele ter se aposentado, houve desligamento apenas por isso. Inexiste óbice à acumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Foi a tese que eu fiz, como ressaltei, para o meu voto. E permaneço com ela, Presidente. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal, e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea, considerado insubsistente o motivo do desligamento - por ele ter se aposentado, houve desligamento apenas por isso. Inexiste óbice à acumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência. Foi a tese que eu fiz, como ressaltei, para o meu voto. E permaneço com ela, Presidente. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Inteiro Teor do Acórdão - Página 66 de 90 Proposta Recurso Extraordinário 655283 / DF Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0F4-85B4-DB12-872D e senha 2837-3A39-3A36-86AF Inteiro Teor do Acórdão - Página 67 de 90 Observação 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO OBSERVAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Obrigada, ministro Marco Aurélio. Na verdade, embora tenha havido seis votos no sentido da negativa do provimento dos recursos extraordinários, como eram dois temas envolvidos, no caso, a competência da Justiça Federal ou da Justiça do Trabalho e a questão da reintegração, houve alguma dispersão dos fundamentos. Por essa razão a necessidade do debate da tese. Como os julgamentos ocorreram no Plenário Virtual e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4329-539A-35E0-CFC6 e senha CC2E-B491-A879-6D0C Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO OBSERVAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Obrigada, ministro Marco Aurélio. Na verdade, embora tenha havido seis votos no sentido da negativa do provimento dos recursos extraordinários, como eram dois temas envolvidos, no caso, a competência da Justiça Federal ou da Justiça do Trabalho e a questão da reintegração, houve alguma dispersão dos fundamentos. Por essa razão a necessidade do debate da tese. Como os julgamentos ocorreram no Plenário Virtual e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4329-539A-35E0-CFC6 e senha CC2E-B491-A879-6D0C Inteiro Teor do Acórdão - Página 68 de 90 Observação Recurso Extraordinário 655283 / DF houve vários pedidos de vista, os Ministros apresentaram voto escrito e já com uma formulação de tese. Na minha leitura, a tese que foi apresentada pelo Ministro Dias Toffoli, na verdade, congrega o pensamento dos demais Ministros que estavam dispersos, em termos de maioria. Por isso, passarei a palavra, se me permitirem e não houver a oposição dos Colegas, ao Ministro Dias Toffoli. Depois, deliberaremos a respeito e eu colherei os votos. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4329-539A-35E0-CFC6 e senha CC2E-B491-A879-6D0C Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF houve vários pedidos de vista, os Ministros apresentaram voto escrito e já com uma formulação de tese. Na minha leitura, a tese que foi apresentada pelo Ministro Dias Toffoli, na verdade, congrega o pensamento dos demais Ministros que estavam dispersos, em termos de maioria. Por isso, passarei a palavra, se me permitirem e não houver a oposição dos Colegas, ao Ministro Dias Toffoli. Depois, deliberaremos a respeito e eu colherei os votos. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4329-539A-35E0-CFC6 e senha CC2E-B491-A879-6D0C Inteiro Teor do Acórdão - Página 69 de 90 Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL PROPOSTA O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Obrigado, Senhora Presidente, Ministra Rosa Weber. Essa nova sistemática nos leva a essas situações. Quando estive na Presidência, houve também um ou dois casos como este, em que ocorreu de a tese ficar para o julgamento presencial, haja vista que, ao lançarmos os votos no Plenário Virtual, nós o fizemos quanto às preliminares, quanto ao mérito e quanto à tese. Evidentemente, uma vez liquidada a questão, caso seja a preliminar eventualmente, por exemplo, de não conhecimento, o voto proferido quanto ao mérito se prejudica, e tanto assim ocorrerá quanto à respectiva tese. Houve maioria absoluta de seis votos pela negativa de provimento e quatro votos pelo parcial provimento. Um Colega se declarou impedido de participar, exatamente nosso querido Presidente, Ministro Luiz Fux, sendo contabilizados dez votos. Só que, houve divergência quanto à tese, inclusive, entre aqueles que votavam pela negativa de provimento. Por isso, se me permitirem, eu gostaria de rememorar um pouco as razões da proposta da tese que fiz em voto no Plenário Virtual. A causa e o Tema n 606 da repercussão geral - sobre cuja tese estamos agora a deliberar - trouxeram dois tópicos. O primeiro, a competência para processar e julgar ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. O segundo tópico trata da consequente possibilidade ou não de acumulação de proventos com vencimentos, bem como da competência para julgamento dessa questão. Votei negando provimento, acompanhando o Relator, quanto à competência da Justiça Federal para processar o feito de origem. Todavia, considero relevantes, quanto ao ponto, as considerações que foram apresentadas no voto parcialmente divergente do Ministro Edson Fachin quanto à natureza da lide posta à apreciação do juízo de origem. Cito Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL PROPOSTA O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Obrigado, Senhora Presidente, Ministra Rosa Weber. Essa nova sistemática nos leva a essas situações. Quando estive na Presidência, houve também um ou dois casos como este, em que ocorreu de a tese ficar para o julgamento presencial, haja vista que, ao lançarmos os votos no Plenário Virtual, nós o fizemos quanto às preliminares, quanto ao mérito e quanto à tese. Evidentemente, uma vez liquidada a questão, caso seja a preliminar eventualmente, por exemplo, de não conhecimento, o voto proferido quanto ao mérito se prejudica, e tanto assim ocorrerá quanto à respectiva tese. Houve maioria absoluta de seis votos pela negativa de provimento e quatro votos pelo parcial provimento. Um Colega se declarou impedido de participar, exatamente nosso querido Presidente, Ministro Luiz Fux, sendo contabilizados dez votos. Só que, houve divergência quanto à tese, inclusive, entre aqueles que votavam pela negativa de provimento. Por isso, se me permitirem, eu gostaria de rememorar um pouco as razões da proposta da tese que fiz em voto no Plenário Virtual. A causa e o Tema n 606 da repercussão geral - sobre cuja tese estamos agora a deliberar - trouxeram dois tópicos. O primeiro, a competência para processar e julgar ação em que se discute a reintegração de empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. O segundo tópico trata da consequente possibilidade ou não de acumulação de proventos com vencimentos, bem como da competência para julgamento dessa questão. Votei negando provimento, acompanhando o Relator, quanto à competência da Justiça Federal para processar o feito de origem. Todavia, considero relevantes, quanto ao ponto, as considerações que foram apresentadas no voto parcialmente divergente do Ministro Edson Fachin quanto à natureza da lide posta à apreciação do juízo de origem. Cito Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 70 de 90 Proposta Recurso Extraordinário 655283 / DF trecho do voto do Ministro Edson Fachin: "À evidência, verifica-se que o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas tão somente a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de obter aposentadoria administrativa pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da Medida Provisória n 1523/1996." Nenhuma divergência guardei quanto a esse tópico do voto do Ministro Edson Fachin. Quanto à possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos por empregados públicos aposentados espontaneamente, considero pertinente realizar breve contextualização dos entendimentos até aqui apresentados, tendo em vista que, em dada extensão, acompanho cada um dos votos já lançados, acrescendo a eles, porém, pontual ressalva. Abrindo um parêntese no voto que estou a rememorar, a tese que propus agrega posições adotadas nos votos proferidos em sessões virtuais, porque, embora não possamos nos ver nem conversar por ocasião do lançamento desses votos, nada impede que haja debates. Aqui também se demonstra, Senhora Presidente, a riqueza que há no Plenário Virtual, já que, mesmo não estando juntos, dialogamos por meio dos votos proferidos ao longo da semana, sem prejuízo da possibilidade de haver uma conclusão conjunta ou de diálogo entre os Ministros, como agora ocorre. Desde logo, parabenizo Vossa Excelência, Ministra Rosa Weber, que preside este julgamento, e o Presidente, Ministro Luiz Fux, que suspendeu a proclamação da tese em razão das diferentes ópticas que 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF trecho do voto do Ministro Edson Fachin: "À evidência, verifica-se que o interessado não busca discutir sua relação de trabalho com a empresa pública, mas tão somente a possibilidade de reintegração ao emprego público na eventualidade de obter aposentadoria administrativa pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na hipótese dos autos, trata-se de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato do Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do Presidente da ECT, em razão do ato que determinou o desligamento dos empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos termos da Medida Provisória n 1523/1996." Nenhuma divergência guardei quanto a esse tópico do voto do Ministro Edson Fachin. Quanto à possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos por empregados públicos aposentados espontaneamente, considero pertinente realizar breve contextualização dos entendimentos até aqui apresentados, tendo em vista que, em dada extensão, acompanho cada um dos votos já lançados, acrescendo a eles, porém, pontual ressalva. Abrindo um parêntese no voto que estou a rememorar, a tese que propus agrega posições adotadas nos votos proferidos em sessões virtuais, porque, embora não possamos nos ver nem conversar por ocasião do lançamento desses votos, nada impede que haja debates. Aqui também se demonstra, Senhora Presidente, a riqueza que há no Plenário Virtual, já que, mesmo não estando juntos, dialogamos por meio dos votos proferidos ao longo da semana, sem prejuízo da possibilidade de haver uma conclusão conjunta ou de diálogo entre os Ministros, como agora ocorre. Desde logo, parabenizo Vossa Excelência, Ministra Rosa Weber, que preside este julgamento, e o Presidente, Ministro Luiz Fux, que suspendeu a proclamação da tese em razão das diferentes ópticas que 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 71 de 90 Proposta Recurso Extraordinário 655283 / DF foram adotadas nos votos lançados no Plenário Virtual. Na verdade, muitas vezes os debates se enriquecem, porque temos seis dias úteis para refletir sobre os votos, para dialogar sobre eles e, caso seja necessário, trazer o processo para o julgamento por videoconferência e, quiçá, em breve, já com todos vacinados, para o julgamento presencial na sede do Supremo Tribunal Federal. Retorno ao ponto, Senhora Presidente. O Relator, nosso Decano, o Ministro Marco Aurélio, parte da consideração de que o advento da aposentadoria não põe fim ao vínculo trabalhista, sendo, portanto, possível a acumulação do salário com os proventos do RGPS, o Regime Geral de Previdência Social. Para tanto, Sua Excelência sustenta-se em precedentes: Recurso Extraordinário n 387.269, Rcl n 9.762, AI n 737.279. Portanto, admitida a acumulação, Sua Excelência julgou o caso concreto no sentido da possibilidade de reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e propôs a seguinte tese, que destaco no ponto particular de interesse para a análise: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004." Continuou Sua Excelência em sua tese: "O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento." E acrescentou o seguinte: "Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência." Pois bem, agora digo que o Ministro Edson Fachin, no ponto, inaugurou divergência em seu voto, mas Sua Excelência ficou vencido. Na visão do Ministro, a reintegração de empregado público aposentado pelo RGPS representa burla ao princípio do concurso público, conforme inteligência do art. 37, II, da Constituição Federal. Aponta, por outro lado, 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF foram adotadas nos votos lançados no Plenário Virtual. Na verdade, muitas vezes os debates se enriquecem, porque temos seis dias úteis para refletir sobre os votos, para dialogar sobre eles e, caso seja necessário, trazer o processo para o julgamento por videoconferência e, quiçá, em breve, já com todos vacinados, para o julgamento presencial na sede do Supremo Tribunal Federal. Retorno ao ponto, Senhora Presidente. O Relator, nosso Decano, o Ministro Marco Aurélio, parte da consideração de que o advento da aposentadoria não põe fim ao vínculo trabalhista, sendo, portanto, possível a acumulação do salário com os proventos do RGPS, o Regime Geral de Previdência Social. Para tanto, Sua Excelência sustenta-se em precedentes: Recurso Extraordinário n 387.269, Rcl n 9.762, AI n 737.279. Portanto, admitida a acumulação, Sua Excelência julgou o caso concreto no sentido da possibilidade de reintegração dos empregados públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea e propôs a seguinte tese, que destaco no ponto particular de interesse para a análise: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004." Continuou Sua Excelência em sua tese: "O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento." E acrescentou o seguinte: "Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência." Pois bem, agora digo que o Ministro Edson Fachin, no ponto, inaugurou divergência em seu voto, mas Sua Excelência ficou vencido. Na visão do Ministro, a reintegração de empregado público aposentado pelo RGPS representa burla ao princípio do concurso público, conforme inteligência do art. 37, II, da Constituição Federal. Aponta, por outro lado, 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 72 de 90 Proposta Recurso Extraordinário 655283 / DF que a Emenda Constitucional n 103/2019 incluiu o § 14 no art. 37, o qual prevê, a seguinte regra: "§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição." Então, Sua Excelência arguiu que a percepção simultânea de proventos de aposentadoria e de remuneração do cargo só pode ocorrer nos casos autorizados expressamente pela Constituição, consoante teleologia do art. 37, § 10. Na compreensão do Ministro, portanto, o art. 37, II, § 14, incluído pela Emenda de 2019, combinado com o art. 37, § 10, da Constituição, impede a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso público. Portanto, Sua Excelência votou pelo parcial provimento dos recursos extraordinários. Entretanto, é importante a leitura da tese que foi sugerida por Sua Excelência, o Ministro Edson Fachin, mesmo vencido. Propôs o Ministro em seu voto: "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB." Pois bem. Já em 8 de setembro de 2020, o Ministro Alexandre de Moraes devolveu os autos para continuação de julgamento, ainda no ambiente virtual, acompanhando a parcial divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin. O Ministro Alexandre de Moraes também alude ao art. 37, II, da Constituição Federal na fundamentação de seu voto: "Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da Constituição Federal de 1988/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF que a Emenda Constitucional n 103/2019 incluiu o § 14 no art. 37, o qual prevê, a seguinte regra: "§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição." Então, Sua Excelência arguiu que a percepção simultânea de proventos de aposentadoria e de remuneração do cargo só pode ocorrer nos casos autorizados expressamente pela Constituição, consoante teleologia do art. 37, § 10. Na compreensão do Ministro, portanto, o art. 37, II, § 14, incluído pela Emenda de 2019, combinado com o art. 37, § 10, da Constituição, impede a reintegração dos empregados públicos sem aprovação em novo concurso público. Portanto, Sua Excelência votou pelo parcial provimento dos recursos extraordinários. Entretanto, é importante a leitura da tese que foi sugerida por Sua Excelência, o Ministro Edson Fachin, mesmo vencido. Propôs o Ministro em seu voto: "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB." Pois bem. Já em 8 de setembro de 2020, o Ministro Alexandre de Moraes devolveu os autos para continuação de julgamento, ainda no ambiente virtual, acompanhando a parcial divergência inaugurada pelo Ministro Edson Fachin. O Ministro Alexandre de Moraes também alude ao art. 37, II, da Constituição Federal na fundamentação de seu voto: "Em se tratando de emprego público, penso ser incogitável dissociar a reintegração de empregados públicos aposentados voluntariamente dos preceitos constitucionais atinentes ao acesso aos cargos públicos, notadamente do art. 37, II, da Constituição Federal de 1988/1988, cuja regra determina a prévia aprovação em concurso público para fins de investidura em cargos e empregos 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 73 de 90 Proposta Recurso Extraordinário 655283 / DF públicos." Citou, ainda, o Ministro Alexandre de Moraes o ARE n 1.231.507, no qual se assentou que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal há muito já estabeleceu que qualquer tipo de reingresso ou readmissão em cargo ou emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público. Aponta Sua Excelência que, com o advento da Emenda n 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente. Por fim, o Ministro Alexandre de Moraes, ao qual foi concedido o pedido de vista do processo, estabeleceu, em seu voto, que a decretação de nulidade do contrato de trabalho em virtude da violação da regra constitucional do concurso público constitui motivação idônea para a demissão do empregado público, a qual se harmonizaria com a tese fixada fixada no Recurso Extraordinário n 589.998, paradigma do Tema n 131 da Repercussão Geral: "A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados". Pois bem, com base em tal fundamentação, o Ministro Alexandre de Moraes deu parcial provimento aos recursos extraordinários e endossou a tese apresentada pelo Ministro Edson Fachin. Tenho, de início, que é relevante analisarmos a divergência quanto ao art. 37, II, § 14 (incluído pela EC n 103/19), dado que, com a inserção desse dispositivo na Constituição Federal, a aposentadoria faz cessar o vínculo com o cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do servidor/empregado público para inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral da Previdência Social. Não obstante as valiosas análises feitas nos votos vencidos, tenho que o entendimento defendido pelo Ministro Marco Aurélio, apesar de se basear em precedentes firmados anteriormente à entrada em vigor da Emenda n 103/2009, deveria prevalecer no caso concreto, porque é preciso considerar o conjunto normativo da Emenda Constitucional n 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF públicos." Citou, ainda, o Ministro Alexandre de Moraes o ARE n 1.231.507, no qual se assentou que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal há muito já estabeleceu que qualquer tipo de reingresso ou readmissão em cargo ou emprego público somente pode ocorrer após prévia aprovação em concurso público. Aponta Sua Excelência que, com o advento da Emenda n 103/2019, a necessidade de aprovação em concurso público em tais contextos ficou ainda mais evidente. Por fim, o Ministro Alexandre de Moraes, ao qual foi concedido o pedido de vista do processo, estabeleceu, em seu voto, que a decretação de nulidade do contrato de trabalho em virtude da violação da regra constitucional do concurso público constitui motivação idônea para a demissão do empregado público, a qual se harmonizaria com a tese fixada fixada no Recurso Extraordinário n 589.998, paradigma do Tema n 131 da Repercussão Geral: "A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados". Pois bem, com base em tal fundamentação, o Ministro Alexandre de Moraes deu parcial provimento aos recursos extraordinários e endossou a tese apresentada pelo Ministro Edson Fachin. Tenho, de início, que é relevante analisarmos a divergência quanto ao art. 37, II, § 14 (incluído pela EC n 103/19), dado que, com a inserção desse dispositivo na Constituição Federal, a aposentadoria faz cessar o vínculo com o cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver embasado a passagem do servidor/empregado público para inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral da Previdência Social. Não obstante as valiosas análises feitas nos votos vencidos, tenho que o entendimento defendido pelo Ministro Marco Aurélio, apesar de se basear em precedentes firmados anteriormente à entrada em vigor da Emenda n 103/2009, deveria prevalecer no caso concreto, porque é preciso considerar o conjunto normativo da Emenda Constitucional n 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 74 de 90 Proposta Recurso Extraordinário 655283 / DF 103, a qual, em seu art. 6..., determinou: "Art. 6... O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional." A norma em tela eximiu, portanto, da observância do novel § 14 do art. 37 da Constituição - trazida pela Emenda n 103/2019 – as aposentadorias que já houvessem sido concedidas pelo RGPS até a data de entrada em vigor da emenda - a teor do próprio art. 6... da mesma Emenda n 103. O caso dos autos se refere a aposentadorias concedidas pelo RGPS antes da entrada em vigor da referida emenda constitucional. Sendo assim, com base no art. 6... da própria Emenda n 103/2019, é inviável, no caso concreto, a aplicação da regra contida no art. 37, § 14, da Constituição. Com isso, entendi ser aplicável, ao caso concreto, o entendimento já firmado por essa Corte antes da entrada em vigor da regra do § 14 do art. 37 da Constituição Federal. Destaco que participei do julgamento da Reclamação n 9.762/SC em 2013, citada pelo Ministro Marco Aurélio, no qual acompanhei o voto do então Relator, meu professor de sempre, o Ministro Ricardo Lewandowski, que assim disse: "(...) [P]ode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração." Sua Excelência assim se manifestou porque, até então, não havia sido vedada pela Constituição Federal a acumulação de remuneração por exercício de cargo, função ou emprego público e proventos oriundos de contribuição ao RGPS, dado que a hipótese não se inseria entre as elencadas no art. 37, § 10, da Constituição. Permitam que eu leia a norma: "§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF 103, a qual, em seu art. 6..., determinou: "Art. 6... O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional." A norma em tela eximiu, portanto, da observância do novel § 14 do art. 37 da Constituição - trazida pela Emenda n 103/2019 – as aposentadorias que já houvessem sido concedidas pelo RGPS até a data de entrada em vigor da emenda - a teor do próprio art. 6... da mesma Emenda n 103. O caso dos autos se refere a aposentadorias concedidas pelo RGPS antes da entrada em vigor da referida emenda constitucional. Sendo assim, com base no art. 6... da própria Emenda n 103/2019, é inviável, no caso concreto, a aplicação da regra contida no art. 37, § 14, da Constituição. Com isso, entendi ser aplicável, ao caso concreto, o entendimento já firmado por essa Corte antes da entrada em vigor da regra do § 14 do art. 37 da Constituição Federal. Destaco que participei do julgamento da Reclamação n 9.762/SC em 2013, citada pelo Ministro Marco Aurélio, no qual acompanhei o voto do então Relator, meu professor de sempre, o Ministro Ricardo Lewandowski, que assim disse: "(...) [P]ode-se afirmar, então, que é permitido ao empregado público requerer a aposentadoria voluntária no Regime Geral de Previdenciária Social e continuar trabalhando e, consequentemente, recebendo a respectiva remuneração." Sua Excelência assim se manifestou porque, até então, não havia sido vedada pela Constituição Federal a acumulação de remuneração por exercício de cargo, função ou emprego público e proventos oriundos de contribuição ao RGPS, dado que a hipótese não se inseria entre as elencadas no art. 37, § 10, da Constituição. Permitam que eu leia a norma: "§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 75 de 90 Proposta Recurso Extraordinário 655283 / DF remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração." Pois bem, naqueles autos, explicitou Sua Excelência, o Ministro Ricardo Lewandowski - perdoem-me se eu estiver equivocado quanto à extensão do entendimento do Ministro ao presente caso: "Ora, o benefício previdenciário percebido pelo Regime Geral de Previdência tem embasamento no art. 201, § 7..., do Texto Constitucional, não havendo cumulação indevida com o percebimento de remuneração de emprego público." Vejam, pela leitura do Texto Constitucional então vigente, citado por Sua Excelência, não há no § 10 nenhuma vedação de acumulação entre proventos oriundos de contribuição ao RGPS e remuneração por exercício de cargo, emprego ou função pública. Assim o disse e acompanhei o Ministro Ricardo Lewandowski lá em 2013. A partir dessas premissas, eu disse, em meu voto, que a regra de transição prevista no art. 6... da Emenda n 103/2019 era inaplicável ao caso concreto. Como consequência, entendi ser inaplicável ao caso concreto a novel regra do art. 37, § 14. Assim, entendi que a demissão realizada com base na alegação, ou na alegada proibição constitucional de cumulação de proventos oriundos de contribuição ao Regime Geral de Previdência Pública com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo, no caso concreto, cabível a reintegração do emprego público pretendida na origem. Por essa razão, votei tal qual o Relator no dispositivo, negando provimento aos recursos, embora o fazendo sob distinto fundamento, qual seja, e repito, a inaplicabilidade ao caso concreto do art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988, por força da regra de transição contida no art. 6... da Emenda Constitucional n 103, de 2019. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração." Pois bem, naqueles autos, explicitou Sua Excelência, o Ministro Ricardo Lewandowski - perdoem-me se eu estiver equivocado quanto à extensão do entendimento do Ministro ao presente caso: "Ora, o benefício previdenciário percebido pelo Regime Geral de Previdência tem embasamento no art. 201, § 7..., do Texto Constitucional, não havendo cumulação indevida com o percebimento de remuneração de emprego público." Vejam, pela leitura do Texto Constitucional então vigente, citado por Sua Excelência, não há no § 10 nenhuma vedação de acumulação entre proventos oriundos de contribuição ao RGPS e remuneração por exercício de cargo, emprego ou função pública. Assim o disse e acompanhei o Ministro Ricardo Lewandowski lá em 2013. A partir dessas premissas, eu disse, em meu voto, que a regra de transição prevista no art. 6... da Emenda n 103/2019 era inaplicável ao caso concreto. Como consequência, entendi ser inaplicável ao caso concreto a novel regra do art. 37, § 14. Assim, entendi que a demissão realizada com base na alegação, ou na alegada proibição constitucional de cumulação de proventos oriundos de contribuição ao Regime Geral de Previdência Pública com os vencimentos do emprego público se mostrou, em verdade, inconstitucional, sendo, no caso concreto, cabível a reintegração do emprego público pretendida na origem. Por essa razão, votei tal qual o Relator no dispositivo, negando provimento aos recursos, embora o fazendo sob distinto fundamento, qual seja, e repito, a inaplicabilidade ao caso concreto do art. 37, § 14, da Constituição Federal de 1988, por força da regra de transição contida no art. 6... da Emenda Constitucional n 103, de 2019. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 76 de 90 Proposta Recurso Extraordinário 655283 / DF Assim, e por tais razões, não pude concordar com a tese apresentada pelo Relator. Dessa forma, fiz uma nova proposição de tese. Na nova proposição de tese, evidentemente, pedi licença ao Ministro Edson Fachin para me utilizar - embora dele divergindo no caso concreto - de texto por ele proposto, em deferência a sua exímia construção textual e normativa. Disse em meu voto, que propunha a inclusão ao final do texto da tese do trecho "salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103, de 2019, nos termos do que dispõe seu art. 6...". Assim, Senhora Presidente, Senhoras Ministras, Senhores Ministros, pedindo escusas pelo tempo que tomei - penso que isso só vai valorizar o próprio Plenário Virtual e vai permitir a continuidade dos debates, mesmo que pela via de votos lançados no sistema -, propus, em meu voto, o qual acompanhou, por motivo diverso, o dispositivo do voto do eminente Relator, nosso Decano, Ministro Marco Aurélio, tese distinta, que passo a ler: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão.A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da Constituição da República Federativa do Brasil, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/2019, nos termos do que dispõe seu art. 6....” Então, essa é a tese que acabo de enunciar, pedindo escusas, Senhora Presidente, por ter de rememorar as razões pelas quais a ela cheguei. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF Assim, e por tais razões, não pude concordar com a tese apresentada pelo Relator. Dessa forma, fiz uma nova proposição de tese. Na nova proposição de tese, evidentemente, pedi licença ao Ministro Edson Fachin para me utilizar - embora dele divergindo no caso concreto - de texto por ele proposto, em deferência a sua exímia construção textual e normativa. Disse em meu voto, que propunha a inclusão ao final do texto da tese do trecho "salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103, de 2019, nos termos do que dispõe seu art. 6...". Assim, Senhora Presidente, Senhoras Ministras, Senhores Ministros, pedindo escusas pelo tempo que tomei - penso que isso só vai valorizar o próprio Plenário Virtual e vai permitir a continuidade dos debates, mesmo que pela via de votos lançados no sistema -, propus, em meu voto, o qual acompanhou, por motivo diverso, o dispositivo do voto do eminente Relator, nosso Decano, Ministro Marco Aurélio, tese distinta, que passo a ler: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão.A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da Constituição da República Federativa do Brasil, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/2019, nos termos do que dispõe seu art. 6....” Então, essa é a tese que acabo de enunciar, pedindo escusas, Senhora Presidente, por ter de rememorar as razões pelas quais a ela cheguei. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 910A-1C66-04EF-922B e senha 67D3-2D3B-A1B1-10CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 77 de 90 Observação 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO OBSERVAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Muito obrigada, Ministro Dias Toffoli! Verifico que o voto de Vossa Excelência foi acompanhado, no Plenário Virtual, pelos Ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques, na íntegra, inclusive em relação à tese. Em meu voto, acompanhei o Ministro Marco Aurélio com relação ao primeiro tema, mas acompanhei Vossa Excelência, na fundamentação, quanto ao segundo tema. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 31E6-7D6D-C24D-2EEF e senha 7E06-F10D-89D1-C5C9 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) :NATÁLIA KARINE PEREIRA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO ARAUJO LOUREIRO RECDO.(A/S) :OS MESMOS RECDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) :LÊDA SOARES JANOT E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO OBSERVAÇÃO A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Muito obrigada, Ministro Dias Toffoli! Verifico que o voto de Vossa Excelência foi acompanhado, no Plenário Virtual, pelos Ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques, na íntegra, inclusive em relação à tese. Em meu voto, acompanhei o Ministro Marco Aurélio com relação ao primeiro tema, mas acompanhei Vossa Excelência, na fundamentação, quanto ao segundo tema. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 31E6-7D6D-C24D-2EEF e senha 7E06-F10D-89D1-C5C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 78 de 90 Observação Recurso Extraordinário 655283 / DF O Ministro Edson Fachin, o Ministro Alexandre de Moraes e a Ministra Cármen Lúcia, no Plenário Virtual, ficaram vencidos em parte, junto com o Ministro Luís Roberto Barroso, porque todos davam parcial provimento aos recursos extraordinários, não reconhecendo o direito à reintegração. Todavia, com relação à primeira parte da tese, os quatro acompanharam a formulação de Vossas Excelências, com alguma variação de palavras, mas o sentido é exatamente o mesmo. Já no caso do Ministro Luís Roberto e meu, como, com relação ao meu voto, havia explicitado, na segunda tese, com relação à reintegração, acompanhamos Vossa Excelência. De qualquer sorte, parece-me então que temos duas teses a submeter à votação dos eminentes Pares, mas consulto se a Senhora Ministra ou os Senhores Ministros têm ainda alguma outra formulação a apresentar. Não havendo, então, passo a colher os votos, com relação às duas teses, do eminente Relator e, agora, a relembrada pelo Ministro Dias Toffoli. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 31E6-7D6D-C24D-2EEF e senha 7E06-F10D-89D1-C5C9 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 655283 / DF O Ministro Edson Fachin, o Ministro Alexandre de Moraes e a Ministra Cármen Lúcia, no Plenário Virtual, ficaram vencidos em parte, junto com o Ministro Luís Roberto Barroso, porque todos davam parcial provimento aos recursos extraordinários, não reconhecendo o direito à reintegração. Todavia, com relação à primeira parte da tese, os quatro acompanharam a formulação de Vossas Excelências, com alguma variação de palavras, mas o sentido é exatamente o mesmo. Já no caso do Ministro Luís Roberto e meu, como, com relação ao meu voto, havia explicitado, na segunda tese, com relação à reintegração, acompanhamos Vossa Excelência. De qualquer sorte, parece-me então que temos duas teses a submeter à votação dos eminentes Pares, mas consulto se a Senhora Ministra ou os Senhores Ministros têm ainda alguma outra formulação a apresentar. Não havendo, então, passo a colher os votos, com relação às duas teses, do eminente Relator e, agora, a relembrada pelo Ministro Dias Toffoli. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 31E6-7D6D-C24D-2EEF e senha 7E06-F10D-89D1-C5C9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 79 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO SOBRE PROPOSTA O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Presidente, peço vênia ao eminente Relator e me filio à tese apresentada pelo ministro Dias Toffoli. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C4CE-63A8-37BB-A4C8 e senha AF2D-D019-FC8E-33F5 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO SOBRE PROPOSTA O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Presidente, peço vênia ao eminente Relator e me filio à tese apresentada pelo ministro Dias Toffoli. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C4CE-63A8-37BB-A4C8 e senha AF2D-D019-FC8E-33F5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 80 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/PROPOSTA O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Presidente, como Vossa Excelência detalhou, fiquei vencido na segunda questão. Na primeira questão, sobre a competência da Justiça comum, não trabalhista, acompanhei a maioria; em relação à segunda questão, a tese proposta era que a concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego nos termos do art. 37. Agora, vencido, parece-me que a tese que mais se aproxima das discussões em Plenário é a tese dada pelo eminente Ministro Dias Toffoli, voto com Sua Excelência, pedindo vênia ao eminente Ministro-Relator. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EA9B-4451-A505-529F e senha F5DB-B1CD-494C-7C9A Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/PROPOSTA O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Presidente, como Vossa Excelência detalhou, fiquei vencido na segunda questão. Na primeira questão, sobre a competência da Justiça comum, não trabalhista, acompanhei a maioria; em relação à segunda questão, a tese proposta era que a concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego nos termos do art. 37. Agora, vencido, parece-me que a tese que mais se aproxima das discussões em Plenário é a tese dada pelo eminente Ministro Dias Toffoli, voto com Sua Excelência, pedindo vênia ao eminente Ministro-Relator. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EA9B-4451-A505-529F e senha F5DB-B1CD-494C-7C9A Inteiro Teor do Acórdão - Página 81 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO SOBRE PROPOSTA O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Senhora Presidente, cumprimento Vossa Excelência no exercício da Presidência deste Supremo Tribunal Federal. Quanto à tese, Senhora Presidente, acompanho a tese formulada pelo eminente Ministro Dias Toffoli, enaltecendo o percurso coerente que Sua Excelência fez do transcurso do julgamento. Gostaria também de subscrever as referências que Sua Excelência fez aos julgamentos do Plenário Virtual, eis que Sua Excelência foi um dos pioneiros, em sua gestão, a levar em frente esta matéria. Portanto, acompanho a tese do eminente Ministro Dias Toffoli, congratulando Sua Excelência por essa tessitura consolidada na proposta que veio aqui apresentar, dando o alto sentido de um juízo colegiado. É como voto, Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 422D-C81E-59DD-9D2D e senha 0A3B-AD42-AA17-FF4A Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO SOBRE PROPOSTA O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Senhora Presidente, cumprimento Vossa Excelência no exercício da Presidência deste Supremo Tribunal Federal. Quanto à tese, Senhora Presidente, acompanho a tese formulada pelo eminente Ministro Dias Toffoli, enaltecendo o percurso coerente que Sua Excelência fez do transcurso do julgamento. Gostaria também de subscrever as referências que Sua Excelência fez aos julgamentos do Plenário Virtual, eis que Sua Excelência foi um dos pioneiros, em sua gestão, a levar em frente esta matéria. Portanto, acompanho a tese do eminente Ministro Dias Toffoli, congratulando Sua Excelência por essa tessitura consolidada na proposta que veio aqui apresentar, dando o alto sentido de um juízo colegiado. É como voto, Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 422D-C81E-59DD-9D2D e senha 0A3B-AD42-AA17-FF4A Inteiro Teor do Acórdão - Página 82 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/PROPOSTA O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Senhora Presidente, Ministra Rosa, é sempre um prazer estar sob sua Presidência. A tese proposta pelo Ministro Dias Toffoli corresponde à minha própria tese, nos dois primeiros itens. Havia votado com a maioria na questão da competência da Justiça comum e na questão de que a concessão da aposentadoria inviabilizava a permanência no emprego. O único ponto divergente era quanto à reintegração dos que se haviam aposentado espontaneamente antes da emenda, em que não me pareceu que houvesse direito subjetivo ali. Portanto, a minha tese era igual à do Ministro Dias Toffoli, com esse acréscimo. Como esse terceiro item não teve maioria, acompanho a tese do Ministro Dias Toffoli como expressão do denominador comum que se produziu no Plenário Virtual. É como voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Roberto Barroso, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3014-363E-CFDF-2AC1 e senha 929A-DB2A-CD7A-EDB6 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/PROPOSTA O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Senhora Presidente, Ministra Rosa, é sempre um prazer estar sob sua Presidência. A tese proposta pelo Ministro Dias Toffoli corresponde à minha própria tese, nos dois primeiros itens. Havia votado com a maioria na questão da competência da Justiça comum e na questão de que a concessão da aposentadoria inviabilizava a permanência no emprego. O único ponto divergente era quanto à reintegração dos que se haviam aposentado espontaneamente antes da emenda, em que não me pareceu que houvesse direito subjetivo ali. Portanto, a minha tese era igual à do Ministro Dias Toffoli, com esse acréscimo. Como esse terceiro item não teve maioria, acompanho a tese do Ministro Dias Toffoli como expressão do denominador comum que se produziu no Plenário Virtual. É como voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Roberto Barroso, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3014-363E-CFDF-2AC1 e senha 929A-DB2A-CD7A-EDB6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 83 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhora Ministra que preside esta Sessão, Senhores Ministros. Também, Senhora Presidente, como Vossa Excelência já anunciou, fiquei parcialmente vencida, acompanhando, portanto, os Ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Entretanto, cumprimentando o Ministro Dias Toffoli por essa formulação, que conseguiu compilar todos os votos e fez uma exposição do que se passou, e também cumprimentando o Relator, mas pedindo vênia a Sua Excelência, estou acompanhando a tese apresentada pelo Ministro Dias Toffoli, que me parece ser aquela coerente com o resultado da maioria formulada neste julgamento. É como voto, Senhora Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2CEE-809B-04E8-A978 e senha 3476-1B1D-16D3-B8EF Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhora Ministra que preside esta Sessão, Senhores Ministros. Também, Senhora Presidente, como Vossa Excelência já anunciou, fiquei parcialmente vencida, acompanhando, portanto, os Ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Entretanto, cumprimentando o Ministro Dias Toffoli por essa formulação, que conseguiu compilar todos os votos e fez uma exposição do que se passou, e também cumprimentando o Relator, mas pedindo vênia a Sua Excelência, estou acompanhando a tese apresentada pelo Ministro Dias Toffoli, que me parece ser aquela coerente com o resultado da maioria formulada neste julgamento. É como voto, Senhora Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2CEE-809B-04E8-A978 e senha 3476-1B1D-16D3-B8EF Inteiro Teor do Acórdão - Página 84 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O (S/ PROPOSTA) O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Cumprimento a todos novamente e manifesto minha satisfação pessoal de estar sob a Presidência de Vossa Excelência, Ministra Rosa Weber. Quero também cumprimentar especialmente o Ministro Dias Toffoli, pela forma objetiva e logicamente encadeada com que apresentou este iter complicado, complexo, do julgamento virtual dessa questão. Quero dizer que acompanho integralmente a sugestão de Sua Excelência, cumprimentando-o mais uma vez, inclusive, pela forma muito concreta e muito clara com que expôs esta tese, à qual adiro integralmente. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 41BC-8FFD-5161-B7CA e senha C099-5EFB-86E0-4B80 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL V O T O (S/ PROPOSTA) O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Cumprimento a todos novamente e manifesto minha satisfação pessoal de estar sob a Presidência de Vossa Excelência, Ministra Rosa Weber. Quero também cumprimentar especialmente o Ministro Dias Toffoli, pela forma objetiva e logicamente encadeada com que apresentou este iter complicado, complexo, do julgamento virtual dessa questão. Quero dizer que acompanho integralmente a sugestão de Sua Excelência, cumprimentando-o mais uma vez, inclusive, pela forma muito concreta e muito clara com que expôs esta tese, à qual adiro integralmente. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 41BC-8FFD-5161-B7CA e senha C099-5EFB-86E0-4B80 Inteiro Teor do Acórdão - Página 85 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Presidente, também gostaria de cumprimentá-la pela Presidência e dizer que também acompanho integralmente o voto do Ministro Dias Toffoli. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 909D-04EF-C8CA-0225 e senha 93D2-A878-0C7C-9A90 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Presidente, também gostaria de cumprimentá-la pela Presidência e dizer que também acompanho integralmente o voto do Ministro Dias Toffoli. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 909D-04EF-C8CA-0225 e senha 93D2-A878-0C7C-9A90 Inteiro Teor do Acórdão - Página 86 de 90 Voto s/ Proposta 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Reconheço que a tese do Ministro Toffoli abrange, com maestria, aquele voto médio em relação aos diferentes temas suscitados. Só vou-me lançar vencida, em parte, em função de uma afirmação, sobretudo, muito mais pelo olhar externo. A tese afirma que a natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa, e não trabalhista. Com o maior respeito, só com relação a este ponto, lanço-me vencida. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BF4E-99E4-9985-E660 e senha E705-9ADE-7C89-6778 Supremo Tribunal Federal 16/06/2021 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 DISTRITO FEDERAL VOTO S/ PROPOSTA A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Reconheço que a tese do Ministro Toffoli abrange, com maestria, aquele voto médio em relação aos diferentes temas suscitados. Só vou-me lançar vencida, em parte, em função de uma afirmação, sobretudo, muito mais pelo olhar externo. A tese afirma que a natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa, e não trabalhista. Com o maior respeito, só com relação a este ponto, lanço-me vencida. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BF4E-99E4-9985-E660 e senha E705-9ADE-7C89-6778 Inteiro Teor do Acórdão - Página 87 de 90 Extrato de Ata - 16/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655.283 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT ADV.(A/S) : NATÁLIA KARINE PEREIRA (35096/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO ARAUJO LOUREIRO (0028724/DF) RECDO.(A/S) : OS MESMOS RECDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE APOSENTADOS DOS CORREIOS - FAACO ADV.(A/S) : LÊDA SOARES JANOT (721A/DF) E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : MARCOS CRISTIANO CARINHANHA CASTRO (33953/DF) Decisão: Após o voto do Ministro Marco Aurélio (Relator), que negava provimento aos recursos extraordinários e fixava a seguinte tese: "A Justiça Federal é competente para apreciar mandado de segurança, em jogo direito a resultar de relação de emprego, quando reconhecido, na decisão atacada, envolvimento de ato de autoridade federal e formalizada a sentença de mérito antes do advento da Emenda Constitucional n 45/2004. O direito à reintegração alcança empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea considerado insubsistente o motivo do desligamento. Inexiste óbice à cumulação de proventos e salário, presente o Regime Geral de Previdência”; e do voto do Ministro Edson Fachin, que dava parcial provimento aos recursos extraordinários para reconhecer a competência da Justiça Comum, na hipótese e rechaçar a possibilidade de reintegração dos empregados públicos sem submissão a novo concurso público, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, propondo a seguinte tese: “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB.”, pediu vista dos autos o Ministro Alexandre de Moraes. Falou, pela recorrida Federação das Associações de Aposentados dos Correios - FAACO, a Dra. Leda Maria Soares Janot. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux. Plenário, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020. Decisão: Após o voto-vista do Ministro Alexandre de Moraes e do voto da Ministra Cármen Lúcia, que acompanhavam a divergência do Ministro Edson Fachin para dar parcial provimento aos recursos Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 88 de 90 Extrato de Ata - 16/06/2021 extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88 por força do art. 6... da EC n 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6...", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 606 da repercussão geral, negou provimento aos recursos extraordinários, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos. Em seguida, o julgamento foi suspenso para deliberação da tese de repercussão geral em assentada posterior. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 5.3.2021 a 12.3.2021. Decisão: Em continuidade de julgamento, o Tribunal, por maioria, fixou a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6...", nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, Redator para o acórdão, vencidos o Ministro Marco Aurélio (Relator) e, em parte, a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra Rosa Weber (Vice-Presidente). Plenário, 16.06.2021 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/Supremo Tribunal Federal). Presidência do Senhor Ministro Luiz Fux. Presentes à sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Supremo Tribunal Federal extraordinários; e do voto do Ministro Dias Toffoli, que negava provimento aos recursos por fundamento autônomo distinto, qual seja, a inaplicabilidade do artigo 37, § 14, da Constituição Federal de 1988/88 por força do art. 6... da EC n 103/2019, e fixava a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): “A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/09, nos termos do que dispõe seu art. 6...", no que foi acompanhado pelo Ministro Gilmar Mendes, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 18.9.2020 a 25.9.2020. Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 606 da repercussão geral, negou provimento aos recursos extraordinários, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Roberto Barroso, que davam parcial provimento aos recursos. Em seguida, o julgamento foi suspenso para deliberação da tese de repercussão geral em assentada posterior. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 5.3.2021 a 12.3.2021. Decisão: Em continuidade de julgamento, o Tribunal, por maioria, fixou a seguinte tese (tema 606 da repercussão geral): "A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional- administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6...", nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, Redator para o acórdão, vencidos o Ministro Marco Aurélio (Relator) e, em parte, a Ministra Rosa Weber. Afirmou suspeição o Ministro Luiz Fux (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra Rosa Weber (Vice-Presidente). Plenário, 16.06.2021 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/Supremo Tribunal Federal). Presidência do Senhor Ministro Luiz Fux. Presentes à sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 89 de 90 Extrato de Ata - 16/06/2021 Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques de Medeiros. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Supremo Tribunal Federal Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Vice-Procurador-Geral da República, Dr. Humberto Jacques de Medeiros. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F1E-1839-E23B-53AB e senha E98B-72DC-83CA-3B4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 90 de 90
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655 . 283", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Parecer GQ 132 da Advocacia - Geral da União", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655 . 283", "Parecer GQ 132 da Advocacia - Geral da União", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "ações diretas de inconstitucionalidade n 1 . 770", "recurso extraordinário n 589 . 998", "reclamações n 5 . 679", "ações diretas", ".", "-", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "ações diretas de inconstitucionalidade n 1 . 770", "recurso extraordinário n 589 . 998", "reclamações n 5 . 679", "ações diretas de inconstitucionalidade n 1 . 770 - 4 / DF", ".", "-", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655 . 283", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "recurso extraordinário com agravo n 1 . 015 . 362", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "enunciado n 22 da Súmula Vinculante", "recurso extraordinário n 387 . 269", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "enunciado n 22 da Súmula Vinculante", "recurso extraordinário n 387 . 269", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "1", ".", "770", "DF", "ADI 1 . 770 / DF", "ADI 1 . 721 / DF", "Agravo regimental na reclamação n 9762", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "ADI 1 . 770 / DF", "ADI 1 . 721 / DF", "Agravo regimental na reclamação n 9762", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Agravo regimental no agravo de instrumento n 737 . 279", "589", ".", "998", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Agravo regimental no agravo de instrumento n 737 . 279", "recurso extraordinário n 589 . 998", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655 . 283", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 655 . 283", "Recurso Extraordinário 655283 / DF", "ARE 809 . 482 - 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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) :MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO PROFERIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. É dever do recorrente impugnar todos os fundamentos da decisão atacada em Recurso Ordinário em Mandado de Segurança, sob pena de não conhecimento do pleito. Precedentes. 2. Recurso de agravo a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, negaram provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8A8E-DA74-5C37-BD4B e senha 6F1F-3A36-6040-6E17 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) :MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de recurso de agravo interposto contra a decisão monocrática que não conheceu do recurso ordinário em mandado de segurança sob o fundamento de que a parte recorrente não impugnou os fundamentos do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça. A parte agravante sustenta que “o móvel do Agravo Interno é exatamente a revisão dos motivos que foram alinhados no bojo de suas razões para afastar a alegação de omissão dos pressupostos de sua interpretação, ou seja, a falta de alusão aos fundamentos do Resp. A matéria examinada circunscreve-se a denegação da segurança, cuja impetração visou combater ato teratológico, coator, que impôs uma multa injusta e ilegal à ora agravante e ali impetrante”. Aduz que “em conclusão, está bem claro que só havia razão para se combater no Recurso Ordinário os fundamentos que levaram a autoridade a denegar a segurança pleiteada. Não poderia haver manifestação sobre as razões que levaram a Corte Superior a acolher ou não o Resp., mas sim aplicar a multa arbitrária, ponto único teratológico arguido e bem motivado”. Requer, ao final, “seja reconsiderada a decisão e provido o Agravo para conceder a segurança e afastar a decisão que aplicou a injusta multa à agravante”. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 13F4-59C9-B14A-B632 e senha 8FC7-40BC-CB00-15BA Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) :MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de recurso de agravo interposto contra a decisão monocrática que não conheceu do recurso ordinário em mandado de segurança sob o fundamento de que a parte recorrente não impugnou os fundamentos do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça. A parte agravante sustenta que “o móvel do Agravo Interno é exatamente a revisão dos motivos que foram alinhados no bojo de suas razões para afastar a alegação de omissão dos pressupostos de sua interpretação, ou seja, a falta de alusão aos fundamentos do Resp. A matéria examinada circunscreve-se a denegação da segurança, cuja impetração visou combater ato teratológico, coator, que impôs uma multa injusta e ilegal à ora agravante e ali impetrante”. Aduz que “em conclusão, está bem claro que só havia razão para se combater no Recurso Ordinário os fundamentos que levaram a autoridade a denegar a segurança pleiteada. Não poderia haver manifestação sobre as razões que levaram a Corte Superior a acolher ou não o Resp., mas sim aplicar a multa arbitrária, ponto único teratológico arguido e bem motivado”. Requer, ao final, “seja reconsiderada a decisão e provido o Agravo para conceder a segurança e afastar a decisão que aplicou a injusta multa à agravante”. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 13F4-59C9-B14A-B632 e senha 8FC7-40BC-CB00-15BA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Eis o teor da decisão agravada: “Trata-se de Recurso Ordinário em Mandado de Segurança interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que não conheceu do agravo interno de decisão prolatada nos autos do Mandado de Segurança 28.866. O acórdão possui a seguinte ementa: “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO MANDADO DE SEGURANÇA. NÃO IMPUGNAÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ. AGRAVADA. 182/STJ. 1. A ausência de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada impõe o não conhecimento do recurso. Incidência da Súmula 182/STJ. 2. Agravo interno não conhecido.” A parte recorrente alega, em síntese, que “na petição inicial do writ a recorrente apontou a teratologia produzida pela ímpia aplicadora da multa processual injusta além de taxar a petição inicial de inepta, sem razões jurídicas plausíveis. Está visível a olho nu o absurdo não comportando a prolação de mais duas tetralogias encetadas pela autoridade coatora, o iminente Ministro Bendito Gonçalves e acolhida pelo Colegiado.” Aduz, ainda, que “não se cuidou aí, em nenhuma linha sequer nos dois acórdãos, de analisar as razões da impetração, que recaíram sobre a teratologia da decisão judicial. Esse provimento considerou uma petição recursal inepta apenas lhe imputando a sigla que define o defeito; e, ainda, aplicou à recorrente uma multa totalmente descabida, ilegal, sem nenhuma conotação jurídica. Daí as razões suficientes para que esse egrégio Supremo Tribunal Federal recepcione este recurso Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Eis o teor da decisão agravada: “Trata-se de Recurso Ordinário em Mandado de Segurança interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que não conheceu do agravo interno de decisão prolatada nos autos do Mandado de Segurança 28.866. O acórdão possui a seguinte ementa: “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO MANDADO DE SEGURANÇA. NÃO IMPUGNAÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ. AGRAVADA. 182/STJ. 1. A ausência de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada impõe o não conhecimento do recurso. Incidência da Súmula 182/STJ. 2. Agravo interno não conhecido.” A parte recorrente alega, em síntese, que “na petição inicial do writ a recorrente apontou a teratologia produzida pela ímpia aplicadora da multa processual injusta além de taxar a petição inicial de inepta, sem razões jurídicas plausíveis. Está visível a olho nu o absurdo não comportando a prolação de mais duas tetralogias encetadas pela autoridade coatora, o iminente Ministro Bendito Gonçalves e acolhida pelo Colegiado.” Aduz, ainda, que “não se cuidou aí, em nenhuma linha sequer nos dois acórdãos, de analisar as razões da impetração, que recaíram sobre a teratologia da decisão judicial. Esse provimento considerou uma petição recursal inepta apenas lhe imputando a sigla que define o defeito; e, ainda, aplicou à recorrente uma multa totalmente descabida, ilegal, sem nenhuma conotação jurídica. Daí as razões suficientes para que esse egrégio Supremo Tribunal Federal recepcione este recurso Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RMS 37875 AGR / DF ordinário e reforme a decisão teratológica que: tachando a petição recursal de inepta aplicou de graça sobre a recorrente a multa prevista para agravos repetitivos e infundados.” Requer, ao final, “seja admitido o recurso ordinário pelo princípio devolutivo amplo e a ele seja dado provimento para conceder a segurança como fora pleiteada na instância inferior, tudo em homenagem ao direito e à justiça”. É o breve relato do essencial. Decido. O presente Recurso Ordinário não comporta conhecimento. No caso sob exame, o acórdão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça limitou-se ao não conhecimento do recurso de agravo, ante a ausência de impugnação específica de todos os fundamentos da decisão agravada, deixando de fazer qualquer consideração sobre o mérito da impetração. Observo, contudo, que o presente Recurso Ordinário em momento algum ataca tal fundamentação, cingindo-se a repisar as alegações sobre a possibilidade da concessão da segurança. Conforme reiterados precedentes desta CORTE, é dever do recorrente impugnar todos os fundamentos da decisão atacada em Recurso Ordinário em Mandado de Segurança, sob pena de não conhecimento do pleito. Nesse sentido, cito decisões de ambas as Turmas do STF: “RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO QUE NÃO SE INSURGE CONTRA OS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. NÃO-PROVIMENTO. Declaração de inépcia da petição do mandado de segurança. Recurso ordinário que não se insurge contra a decisão recorrida. Consequência: não-conhecimento do recurso, por estar deficiente de fundamentação. Apreciação do mérito do mandado de segurança. Impossibilidade. O acórdão impugnado se limitou à preliminar de conhecimento do writ, sem expender quaisquer considerações a respeito do objeto da impetração e de sua causa de pedir. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Supremo Tribunal Federal RMS 37875 AGR / DF ordinário e reforme a decisão teratológica que: tachando a petição recursal de inepta aplicou de graça sobre a recorrente a multa prevista para agravos repetitivos e infundados.” Requer, ao final, “seja admitido o recurso ordinário pelo princípio devolutivo amplo e a ele seja dado provimento para conceder a segurança como fora pleiteada na instância inferior, tudo em homenagem ao direito e à justiça”. É o breve relato do essencial. Decido. O presente Recurso Ordinário não comporta conhecimento. No caso sob exame, o acórdão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça limitou-se ao não conhecimento do recurso de agravo, ante a ausência de impugnação específica de todos os fundamentos da decisão agravada, deixando de fazer qualquer consideração sobre o mérito da impetração. Observo, contudo, que o presente Recurso Ordinário em momento algum ataca tal fundamentação, cingindo-se a repisar as alegações sobre a possibilidade da concessão da segurança. Conforme reiterados precedentes desta CORTE, é dever do recorrente impugnar todos os fundamentos da decisão atacada em Recurso Ordinário em Mandado de Segurança, sob pena de não conhecimento do pleito. Nesse sentido, cito decisões de ambas as Turmas do STF: “RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO QUE NÃO SE INSURGE CONTRA OS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. NÃO-PROVIMENTO. Declaração de inépcia da petição do mandado de segurança. Recurso ordinário que não se insurge contra a decisão recorrida. Consequência: não-conhecimento do recurso, por estar deficiente de fundamentação. Apreciação do mérito do mandado de segurança. Impossibilidade. O acórdão impugnado se limitou à preliminar de conhecimento do writ, sem expender quaisquer considerações a respeito do objeto da impetração e de sua causa de pedir. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RMS 37875 AGR / DF Recurso ordinário desprovido.” (RMS 24.390, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, Segunda Turma, DJ de 13/6/2003) “RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 134/2011. INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE REVISÃO DE ANISTIA: FASE PRELIMINAR DE APURAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA A DIREITO LÍQUIDO E CERTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (RMS 30.973, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 29/3/2012) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. ATO DO MINISTRO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. PORTARIA 399/2009. MAJORAÇÃO DO QUANTITATIVO DE VAGAS DO CARGO DE ANALISTA ADMINISTRATIVO VINCULADO À ÁREA DE CONCENTRAÇÃO ESPECÍFICA. PROCESSO CIVIL. FALTA INTERESSE PROCESSUAL DO IMPETRANTE. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULAS 284 E 287 DO STF. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A regra tempus regit actum determina que o presente agravo regimental seja analisado com base na disciplina jurídica encartada no Código de Processo Civil de 2015, tendo em vista que o acórdão agravado foi publicado após a vigência da Lei 13.105/2015. 2. O princípio da dialeticidade recursal impõe ao recorrente o ônus de evidenciar os motivos de fato e de direito suficientes à reforma da decisão objurgada, trazendo à baila argumentações capazes de infirmar todos os fundamentos do decisum que se pretende modificar, sob pena de vê-lo mantido por seus próprios fundamentos, a 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Supremo Tribunal Federal RMS 37875 AGR / DF Recurso ordinário desprovido.” (RMS 24.390, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, Segunda Turma, DJ de 13/6/2003) “RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 134/2011. INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE REVISÃO DE ANISTIA: FASE PRELIMINAR DE APURAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA A DIREITO LÍQUIDO E CERTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (RMS 30.973, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 29/3/2012) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. ATO DO MINISTRO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. PORTARIA 399/2009. MAJORAÇÃO DO QUANTITATIVO DE VAGAS DO CARGO DE ANALISTA ADMINISTRATIVO VINCULADO À ÁREA DE CONCENTRAÇÃO ESPECÍFICA. PROCESSO CIVIL. FALTA INTERESSE PROCESSUAL DO IMPETRANTE. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULAS 284 E 287 DO STF. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A regra tempus regit actum determina que o presente agravo regimental seja analisado com base na disciplina jurídica encartada no Código de Processo Civil de 2015, tendo em vista que o acórdão agravado foi publicado após a vigência da Lei 13.105/2015. 2. O princípio da dialeticidade recursal impõe ao recorrente o ônus de evidenciar os motivos de fato e de direito suficientes à reforma da decisão objurgada, trazendo à baila argumentações capazes de infirmar todos os fundamentos do decisum que se pretende modificar, sob pena de vê-lo mantido por seus próprios fundamentos, a 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RMS 37875 AGR / DF teor do que dispõem as Súmulas 284 e 287 do STF. 3. In casu, o acórdão recorrido denegou a segurança sob o argumento de ausência de interesse processual do impetrante, enquanto as razões do recurso ordinário limitam-se à suposta ilegalidade da edição da Portaria 399/2009 pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG. 4. Consectariamente, o impetrante não logrou êxito em demonstrar, no recurso ordinário interposto, em qual medida a declaração da nulidade da Portaria 399/2009 o beneficiaria, nem mesmo elucidou qual o direito líquido e certo que teria assegurado caso houvesse a nulidade desse ato, de sorte a permitir eventual reforma da decisão recorrida. 5. Agravo regimental DESPROVIDO.” (RMS 30.842- AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 13/3/2017) “Agravo regimental no recurso ordinário em mandado de segurança. 2. Direito Processual Civil e Administrativo. 3. Inépcia da inicial. Inviabilidade do recurso. Deficiência da fundamentação. Dissociação de suas razões com a matéria versada no acórdão recorrido. 4. Processo Administrativo Disciplinar contra policial federal. Alegada desobediência de decisão judicial pela autoridade coatora. Insubsistência da sentença que determinou sua reintegração. Reforma em sede de apelação, com trânsito em julgado. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento.” (RMS 35.061-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 21/5/2018) Assim, diante da não impugnação ao motivo principal do desprovimento do Agravo Interno em Mandado de Segurança, no sentido de que “a falta de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada acarreta o não conhecimento do recurso, incidindo o óbice da Súmula 182/STJ”, não há como 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Supremo Tribunal Federal RMS 37875 AGR / DF teor do que dispõem as Súmulas 284 e 287 do STF. 3. In casu, o acórdão recorrido denegou a segurança sob o argumento de ausência de interesse processual do impetrante, enquanto as razões do recurso ordinário limitam-se à suposta ilegalidade da edição da Portaria 399/2009 pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG. 4. Consectariamente, o impetrante não logrou êxito em demonstrar, no recurso ordinário interposto, em qual medida a declaração da nulidade da Portaria 399/2009 o beneficiaria, nem mesmo elucidou qual o direito líquido e certo que teria assegurado caso houvesse a nulidade desse ato, de sorte a permitir eventual reforma da decisão recorrida. 5. Agravo regimental DESPROVIDO.” (RMS 30.842- AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 13/3/2017) “Agravo regimental no recurso ordinário em mandado de segurança. 2. Direito Processual Civil e Administrativo. 3. Inépcia da inicial. Inviabilidade do recurso. Deficiência da fundamentação. Dissociação de suas razões com a matéria versada no acórdão recorrido. 4. Processo Administrativo Disciplinar contra policial federal. Alegada desobediência de decisão judicial pela autoridade coatora. Insubsistência da sentença que determinou sua reintegração. Reforma em sede de apelação, com trânsito em julgado. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento.” (RMS 35.061-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 21/5/2018) Assim, diante da não impugnação ao motivo principal do desprovimento do Agravo Interno em Mandado de Segurança, no sentido de que “a falta de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada acarreta o não conhecimento do recurso, incidindo o óbice da Súmula 182/STJ”, não há como 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RMS 37875 AGR / DF conhecer do presente recurso. Diante do exposto, com base nos arts. 932, III, do CPC, NÃO CONHEÇO do Recurso Ordinário em Mandado de Segurança.” As alegações ora trazidas não são suficientes para alterar a decisão agravada. Como tive a oportunidade de enfatizar na decisão agravada, a agravante não impugnou o fundamento do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, o qual, ao negar provimento ao Agravo Interno em Mandado de Segurança, assentou que “a falta de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada acarreta o não conhecimento do recurso, incidindo o óbice da Súmula 182/STJ”. A autora cingiu-se a repisar as alegações sobre a possibilidade da concessão da segurança, vício esse, também repisado nas fundamentações do agravo interno ora em análise, no qual foi afirmado que “está bem claro que só havia razão para se combater no Recurso Ordinário os fundamentos que levaram a autoridade a denegar a segurança pleiteada”. Em nome do princípio da celeridade processual, evidenciada a ausência de prejuízo à parte ora agravada, ressalto que não houve a intimação para apresentação de contrarrazões ao presente recurso (art. 6º c/c art. 9º do CPC/2015). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso de agravo. É como voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Supremo Tribunal Federal RMS 37875 AGR / DF conhecer do presente recurso. Diante do exposto, com base nos arts. 932, III, do CPC, NÃO CONHEÇO do Recurso Ordinário em Mandado de Segurança.” As alegações ora trazidas não são suficientes para alterar a decisão agravada. Como tive a oportunidade de enfatizar na decisão agravada, a agravante não impugnou o fundamento do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, o qual, ao negar provimento ao Agravo Interno em Mandado de Segurança, assentou que “a falta de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada acarreta o não conhecimento do recurso, incidindo o óbice da Súmula 182/STJ”. A autora cingiu-se a repisar as alegações sobre a possibilidade da concessão da segurança, vício esse, também repisado nas fundamentações do agravo interno ora em análise, no qual foi afirmado que “está bem claro que só havia razão para se combater no Recurso Ordinário os fundamentos que levaram a autoridade a denegar a segurança pleiteada”. Em nome do princípio da celeridade processual, evidenciada a ausência de prejuízo à parte ora agravada, ressalto que não houve a intimação para apresentação de contrarrazões ao presente recurso (art. 6º c/c art. 9º do CPC/2015). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso de agravo. É como voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) : MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA (2030/O/MT) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D0ED-DA1A-D625-8DE9 e senha BC77-7AEA-4677-F686 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) : MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA (2030/O/MT) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D0ED-DA1A-D625-8DE9 e senha BC77-7AEA-4677-F686 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756372062
2021-06-28T00:00:00
2021-07-01T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA
Ementa: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO PROFERIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. É dever do recorrente impugnar todos os fundamentos da decisão atacada em Recurso Ordinário em Mandado de Segurança, sob pena de não conhecimento do pleito. Precedentes. 2. Recurso de agravo a que se nega provimento.
sjur449837
Número de páginas: 8. Análise: 25/01/2022, ABO.
ALEXANDRE DE MORAES
Primeira Turma
37875
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00006 ART-00009\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL" ]
RMS-AgR
acordaos
RMS 37875 AgR
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AGTE.(S) : MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) : MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) :MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO PROFERIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. É dever do recorrente impugnar todos os fundamentos da decisão atacada em Recurso Ordinário em Mandado de Segurança, sob pena de não conhecimento do pleito. Precedentes. 2. Recurso de agravo a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, negaram provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8A8E-DA74-5C37-BD4B e senha 6F1F-3A36-6040-6E17 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) :MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de recurso de agravo interposto contra a decisão monocrática que não conheceu do recurso ordinário em mandado de segurança sob o fundamento de que a parte recorrente não impugnou os fundamentos do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça. A parte agravante sustenta que “o móvel do Agravo Interno é exatamente a revisão dos motivos que foram alinhados no bojo de suas razões para afastar a alegação de omissão dos pressupostos de sua interpretação, ou seja, a falta de alusão aos fundamentos do Resp. A matéria examinada circunscreve-se a denegação da segurança, cuja impetração visou combater ato teratológico, coator, que impôs uma multa injusta e ilegal à ora agravante e ali impetrante”. Aduz que “em conclusão, está bem claro que só havia razão para se combater no Recurso Ordinário os fundamentos que levaram a autoridade a denegar a segurança pleiteada. Não poderia haver manifestação sobre as razões que levaram a Corte Superior a acolher ou não o Resp., mas sim aplicar a multa arbitrária, ponto único teratológico arguido e bem motivado”. Requer, ao final, “seja reconsiderada a decisão e provido o Agravo para conceder a segurança e afastar a decisão que aplicou a injusta multa à agravante”. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 13F4-59C9-B14A-B632 e senha 8FC7-40BC-CB00-15BA Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) :MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de recurso de agravo interposto contra a decisão monocrática que não conheceu do recurso ordinário em mandado de segurança sob o fundamento de que a parte recorrente não impugnou os fundamentos do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça. A parte agravante sustenta que “o móvel do Agravo Interno é exatamente a revisão dos motivos que foram alinhados no bojo de suas razões para afastar a alegação de omissão dos pressupostos de sua interpretação, ou seja, a falta de alusão aos fundamentos do Resp. A matéria examinada circunscreve-se a denegação da segurança, cuja impetração visou combater ato teratológico, coator, que impôs uma multa injusta e ilegal à ora agravante e ali impetrante”. Aduz que “em conclusão, está bem claro que só havia razão para se combater no Recurso Ordinário os fundamentos que levaram a autoridade a denegar a segurança pleiteada. Não poderia haver manifestação sobre as razões que levaram a Corte Superior a acolher ou não o Resp., mas sim aplicar a multa arbitrária, ponto único teratológico arguido e bem motivado”. Requer, ao final, “seja reconsiderada a decisão e provido o Agravo para conceder a segurança e afastar a decisão que aplicou a injusta multa à agravante”. É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 13F4-59C9-B14A-B632 e senha 8FC7-40BC-CB00-15BA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Eis o teor da decisão agravada: “Trata-se de Recurso Ordinário em Mandado de Segurança interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que não conheceu do agravo interno de decisão prolatada nos autos do Mandado de Segurança 28.866. O acórdão possui a seguinte ementa: “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO MANDADO DE SEGURANÇA. NÃO IMPUGNAÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/Superior Tribunal de Justiça. AGRAVADA. 182/Superior Tribunal de Justiça. 1. A ausência de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada impõe o não conhecimento do recurso. Incidência da Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça. 2. Agravo interno não conhecido.” A parte recorrente alega, em síntese, que “na petição inicial do writ a recorrente apontou a teratologia produzida pela ímpia aplicadora da multa processual injusta além de taxar a petição inicial de inepta, sem razões jurídicas plausíveis. Está visível a olho nu o absurdo não comportando a prolação de mais duas tetralogias encetadas pela autoridade coatora, o iminente Ministro Bendito Gonçalves e acolhida pelo Colegiado.” Aduz, ainda, que “não se cuidou aí, em nenhuma linha sequer nos dois acórdãos, de analisar as razões da impetração, que recaíram sobre a teratologia da decisão judicial. Esse provimento considerou uma petição recursal inepta apenas lhe imputando a sigla que define o defeito; e, ainda, aplicou à recorrente uma multa totalmente descabida, ilegal, sem nenhuma conotação jurídica. Daí as razões suficientes para que esse egrégio Supremo Tribunal Federal recepcione este recurso Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Eis o teor da decisão agravada: “Trata-se de Recurso Ordinário em Mandado de Segurança interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que não conheceu do agravo interno de decisão prolatada nos autos do Mandado de Segurança 28.866. O acórdão possui a seguinte ementa: “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO MANDADO DE SEGURANÇA. NÃO IMPUGNAÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/Superior Tribunal de Justiça. AGRAVADA. 182/Superior Tribunal de Justiça. 1. A ausência de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada impõe o não conhecimento do recurso. Incidência da Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça. 2. Agravo interno não conhecido.” A parte recorrente alega, em síntese, que “na petição inicial do writ a recorrente apontou a teratologia produzida pela ímpia aplicadora da multa processual injusta além de taxar a petição inicial de inepta, sem razões jurídicas plausíveis. Está visível a olho nu o absurdo não comportando a prolação de mais duas tetralogias encetadas pela autoridade coatora, o iminente Ministro Bendito Gonçalves e acolhida pelo Colegiado.” Aduz, ainda, que “não se cuidou aí, em nenhuma linha sequer nos dois acórdãos, de analisar as razões da impetração, que recaíram sobre a teratologia da decisão judicial. Esse provimento considerou uma petição recursal inepta apenas lhe imputando a sigla que define o defeito; e, ainda, aplicou à recorrente uma multa totalmente descabida, ilegal, sem nenhuma conotação jurídica. Daí as razões suficientes para que esse egrégio Supremo Tribunal Federal recepcione este recurso Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RMS 37875 AGR / DF ordinário e reforme a decisão teratológica que: tachando a petição recursal de inepta aplicou de graça sobre a recorrente a multa prevista para agravos repetitivos e infundados.” Requer, ao final, “seja admitido o recurso ordinário pelo princípio devolutivo amplo e a ele seja dado provimento para conceder a segurança como fora pleiteada na instância inferior, tudo em homenagem ao direito e à justiça”. É o breve relato do essencial. Decido. O presente Recurso Ordinário não comporta conhecimento. No caso sob exame, o acórdão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça limitou-se ao não conhecimento do recurso de agravo, ante a ausência de impugnação específica de todos os fundamentos da decisão agravada, deixando de fazer qualquer consideração sobre o mérito da impetração. Observo, contudo, que o presente Recurso Ordinário em momento algum ataca tal fundamentação, cingindo-se a repisar as alegações sobre a possibilidade da concessão da segurança. Conforme reiterados precedentes desta CORTE, é dever do recorrente impugnar todos os fundamentos da decisão atacada em Recurso Ordinário em Mandado de Segurança, sob pena de não conhecimento do pleito. Nesse sentido, cito decisões de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal: “RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO QUE NÃO SE INSURGE CONTRA OS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. NÃO-PROVIMENTO. Declaração de inépcia da petição do mandado de segurança. Recurso ordinário que não se insurge contra a decisão recorrida. Consequência: não-conhecimento do recurso, por estar deficiente de fundamentação. Apreciação do mérito do mandado de segurança. Impossibilidade. O acórdão impugnado se limitou à preliminar de conhecimento do writ, sem expender quaisquer considerações a respeito do objeto da impetração e de sua causa de pedir. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Supremo Tribunal Federal RMS 37875 AGR / DF ordinário e reforme a decisão teratológica que: tachando a petição recursal de inepta aplicou de graça sobre a recorrente a multa prevista para agravos repetitivos e infundados.” Requer, ao final, “seja admitido o recurso ordinário pelo princípio devolutivo amplo e a ele seja dado provimento para conceder a segurança como fora pleiteada na instância inferior, tudo em homenagem ao direito e à justiça”. É o breve relato do essencial. Decido. O presente Recurso Ordinário não comporta conhecimento. No caso sob exame, o acórdão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça limitou-se ao não conhecimento do recurso de agravo, ante a ausência de impugnação específica de todos os fundamentos da decisão agravada, deixando de fazer qualquer consideração sobre o mérito da impetração. Observo, contudo, que o presente Recurso Ordinário em momento algum ataca tal fundamentação, cingindo-se a repisar as alegações sobre a possibilidade da concessão da segurança. Conforme reiterados precedentes desta CORTE, é dever do recorrente impugnar todos os fundamentos da decisão atacada em Recurso Ordinário em Mandado de Segurança, sob pena de não conhecimento do pleito. Nesse sentido, cito decisões de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal: “RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO QUE NÃO SE INSURGE CONTRA OS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. NÃO-PROVIMENTO. Declaração de inépcia da petição do mandado de segurança. Recurso ordinário que não se insurge contra a decisão recorrida. Consequência: não-conhecimento do recurso, por estar deficiente de fundamentação. Apreciação do mérito do mandado de segurança. Impossibilidade. O acórdão impugnado se limitou à preliminar de conhecimento do writ, sem expender quaisquer considerações a respeito do objeto da impetração e de sua causa de pedir. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RMS 37875 AGR / DF Recurso ordinário desprovido.” (RMS 24.390, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, Segunda Turma, DJ de 13/6/2003) “RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 134/2011. INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE REVISÃO DE ANISTIA: FASE PRELIMINAR DE APURAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA A DIREITO LÍQUIDO E CERTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (RMS 30.973, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 29/3/2012) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. ATO DO MINISTRO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. PORTARIA 399/2009. MAJORAÇÃO DO QUANTITATIVO DE VAGAS DO CARGO DE ANALISTA ADMINISTRATIVO VINCULADO À ÁREA DE CONCENTRAÇÃO ESPECÍFICA. PROCESSO CIVIL. FALTA INTERESSE PROCESSUAL DO IMPETRANTE. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULAS 284 E 287 DO Supremo Tribunal Federal. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A regra tempus regit actum determina que o presente agravo regimental seja analisado com base na disciplina jurídica encartada no Código de Processo Civil de 2015, tendo em vista que o acórdão agravado foi publicado após a vigência da Lei 13.105/2015. 2. O princípio da dialeticidade recursal impõe ao recorrente o ônus de evidenciar os motivos de fato e de direito suficientes à reforma da decisão objurgada, trazendo à baila argumentações capazes de infirmar todos os fundamentos do decisum que se pretende modificar, sob pena de vê-lo mantido por seus próprios fundamentos, a 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Supremo Tribunal Federal RMS 37875 AGR / DF Recurso ordinário desprovido.” (RMS 24.390, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, Segunda Turma, DJ de 13/6/2003) “RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 134/2011. INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE REVISÃO DE ANISTIA: FASE PRELIMINAR DE APURAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA A DIREITO LÍQUIDO E CERTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (RMS 30.973, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 29/3/2012) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. ATO DO MINISTRO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. PORTARIA 399/2009. MAJORAÇÃO DO QUANTITATIVO DE VAGAS DO CARGO DE ANALISTA ADMINISTRATIVO VINCULADO À ÁREA DE CONCENTRAÇÃO ESPECÍFICA. PROCESSO CIVIL. FALTA INTERESSE PROCESSUAL DO IMPETRANTE. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULAS 284 E 287 DO Supremo Tribunal Federal. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A regra tempus regit actum determina que o presente agravo regimental seja analisado com base na disciplina jurídica encartada no Código de Processo Civil de 2015, tendo em vista que o acórdão agravado foi publicado após a vigência da Lei 13.105/2015. 2. O princípio da dialeticidade recursal impõe ao recorrente o ônus de evidenciar os motivos de fato e de direito suficientes à reforma da decisão objurgada, trazendo à baila argumentações capazes de infirmar todos os fundamentos do decisum que se pretende modificar, sob pena de vê-lo mantido por seus próprios fundamentos, a 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RMS 37875 AGR / DF teor do que dispõem as Súmulas 284 e 287 do Supremo Tribunal Federal. 3. In casu, o acórdão recorrido denegou a segurança sob o argumento de ausência de interesse processual do impetrante, enquanto as razões do recurso ordinário limitam-se à suposta ilegalidade da edição da Portaria 399/2009 pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG. 4. Consectariamente, o impetrante não logrou êxito em demonstrar, no recurso ordinário interposto, em qual medida a declaração da nulidade da Portaria 399/2009 o beneficiaria, nem mesmo elucidou qual o direito líquido e certo que teria assegurado caso houvesse a nulidade desse ato, de sorte a permitir eventual reforma da decisão recorrida. 5. Agravo regimental DESPROVIDO.” (RMS 30.842- AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 13/3/2017) “Agravo regimental no recurso ordinário em mandado de segurança. 2. Direito Processual Civil e Administrativo. 3. Inépcia da inicial. Inviabilidade do recurso. Deficiência da fundamentação. Dissociação de suas razões com a matéria versada no acórdão recorrido. 4. Processo Administrativo Disciplinar contra policial federal. Alegada desobediência de decisão judicial pela autoridade coatora. Insubsistência da sentença que determinou sua reintegração. Reforma em sede de apelação, com trânsito em julgado. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento.” (RMS 35.061-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 21/5/2018) Assim, diante da não impugnação ao motivo principal do desprovimento do Agravo Interno em Mandado de Segurança, no sentido de que “a falta de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada acarreta o não conhecimento do recurso, incidindo o óbice da Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça”, não há como 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Supremo Tribunal Federal RMS 37875 AGR / DF teor do que dispõem as Súmulas 284 e 287 do Supremo Tribunal Federal. 3. In casu, o acórdão recorrido denegou a segurança sob o argumento de ausência de interesse processual do impetrante, enquanto as razões do recurso ordinário limitam-se à suposta ilegalidade da edição da Portaria 399/2009 pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG. 4. Consectariamente, o impetrante não logrou êxito em demonstrar, no recurso ordinário interposto, em qual medida a declaração da nulidade da Portaria 399/2009 o beneficiaria, nem mesmo elucidou qual o direito líquido e certo que teria assegurado caso houvesse a nulidade desse ato, de sorte a permitir eventual reforma da decisão recorrida. 5. Agravo regimental DESPROVIDO.” (RMS 30.842- AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 13/3/2017) “Agravo regimental no recurso ordinário em mandado de segurança. 2. Direito Processual Civil e Administrativo. 3. Inépcia da inicial. Inviabilidade do recurso. Deficiência da fundamentação. Dissociação de suas razões com a matéria versada no acórdão recorrido. 4. Processo Administrativo Disciplinar contra policial federal. Alegada desobediência de decisão judicial pela autoridade coatora. Insubsistência da sentença que determinou sua reintegração. Reforma em sede de apelação, com trânsito em julgado. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento.” (RMS 35.061-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 21/5/2018) Assim, diante da não impugnação ao motivo principal do desprovimento do Agravo Interno em Mandado de Segurança, no sentido de que “a falta de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada acarreta o não conhecimento do recurso, incidindo o óbice da Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça”, não há como 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RMS 37875 AGR / DF conhecer do presente recurso. Diante do exposto, com base nos arts. 932, III, do Código de Processo Civil, NÃO CONHEÇO do Recurso Ordinário em Mandado de Segurança.” As alegações ora trazidas não são suficientes para alterar a decisão agravada. Como tive a oportunidade de enfatizar na decisão agravada, a agravante não impugnou o fundamento do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, o qual, ao negar provimento ao Agravo Interno em Mandado de Segurança, assentou que “a falta de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada acarreta o não conhecimento do recurso, incidindo o óbice da Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça”. A autora cingiu-se a repisar as alegações sobre a possibilidade da concessão da segurança, vício esse, também repisado nas fundamentações do agravo interno ora em análise, no qual foi afirmado que “está bem claro que só havia razão para se combater no Recurso Ordinário os fundamentos que levaram a autoridade a denegar a segurança pleiteada”. Em nome do princípio da celeridade processual, evidenciada a ausência de prejuízo à parte ora agravada, ressalto que não houve a intimação para apresentação de contrarrazões ao presente recurso (art. 6... c/c art. 9... do Código de Processo Civil/2015). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso de agravo. É como voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Supremo Tribunal Federal RMS 37875 AGR / DF conhecer do presente recurso. Diante do exposto, com base nos arts. 932, III, do Código de Processo Civil, NÃO CONHEÇO do Recurso Ordinário em Mandado de Segurança.” As alegações ora trazidas não são suficientes para alterar a decisão agravada. Como tive a oportunidade de enfatizar na decisão agravada, a agravante não impugnou o fundamento do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, o qual, ao negar provimento ao Agravo Interno em Mandado de Segurança, assentou que “a falta de impugnação específica aos fundamentos da decisão agravada acarreta o não conhecimento do recurso, incidindo o óbice da Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça”. A autora cingiu-se a repisar as alegações sobre a possibilidade da concessão da segurança, vício esse, também repisado nas fundamentações do agravo interno ora em análise, no qual foi afirmado que “está bem claro que só havia razão para se combater no Recurso Ordinário os fundamentos que levaram a autoridade a denegar a segurança pleiteada”. Em nome do princípio da celeridade processual, evidenciada a ausência de prejuízo à parte ora agravada, ressalto que não houve a intimação para apresentação de contrarrazões ao presente recurso (art. 6... c/c art. 9... do Código de Processo Civil/2015). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso de agravo. É como voto. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 48B9-B539-22BA-CBF2 e senha 1F09-4279-3FC3-EC71 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) : MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA (2030/O/MT) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D0ED-DA1A-D625-8DE9 e senha BC77-7AEA-4677-F686 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.875 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : MAISA IZABEL SADDI ORNELLAS DE ALMEIDA ADV.(A/S) : MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA (2030/O/MT) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D0ED-DA1A-D625-8DE9 e senha BC77-7AEA-4677-F686 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO ORD . EM MANDADO DE SEGURANÇA 37 . 875", "SÚMULA 182 / Superior Tribunal de Justiça", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça", "RECURSO", "SÚMULA 182 / Superior Tribunal de Justiça", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça", "RMS 37875 AGR", "RMS 37875 AGR / DF", "RMS 37875 AGR / DF", "RMS 24 . 390", "RMS 30 . 973", "SÚMULAS 284", "RMS 37875 AGR / DF", "RMS 24 . 390", "RMS 30 . 973", "SÚMULAS 284 E 287 DO Supremo Tribunal Federal", "RMS 37875 AGR / DF", "Súmulas 284 e 287 do Supremo Tribunal Federal", "RMS 30 . 842 - AgR", "RMS 35 . 061 - AgR", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça ”", "RMS 37875 AGR / DF", "Súmulas 284 e 287 do Supremo Tribunal Federal", "RMS 30 . 842 - AgR", "RMS 35 . 061 - AgR", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça", "RMS 37875 AGR / DF", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça", "RMS 37875", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "PORTARIA INTERMINISTERIAL N . 134 / 2011", "PORTARIA 399 / 2009", "Código de Processo Civil de 2015", "Lei 13 . 105 / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "PORTARIA INTERMINISTERIAL N . 134 / 2011", "PORTARIA 399 / 2009", "Código de Processo Civil de 2015", "Lei 13 . 105 / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Portaria 399 / 2009", "Portaria 399 / 2009", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Portaria 399 / 2009", "Portaria 399 / 2009", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts . 932 , III , do Código de Processo Civil", "art . 6 . . . c / c art . 9 . . . do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts . 932 , III , do Código de Processo Civil", "art . 6 . . . c / c art . 9 . . . do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) :LUCAS VASQUES NEDEL E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE MÁ APLICAÇÃO DA REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 1.037. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. 1. Reclamação ajuizada em face de decisão que afastou o pedido de incidência de juros de mora após a expedição do RPV, assinalando que os valores do requisitório foram pagos dentro do período constitucional. 2. O órgão reclamado decidiu o caso atento à diretriz fixada no julgamento do Tema 1.037 (RE 1.169.289-RG, Red. p/o acordão o Min. Alexandre de Moraes), qual seja: o “enunciado da Súmula Vinculante 17 não foi afetado pela superveniência da Emenda Constitucional 62/2009, de modo que não incidem juros de mora no período de que trata o § 5º do art. 100 da Constituição”; havendo “o inadimplemento pelo ente público devedor, a fluência dos juros inicia-se após o 'período de graça’”. 3. Ausente teratologia na aplicação da sistemática da repercussão geral, a reclamação é inviável. 4. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5D9C-D460-F044-0885 e senha C8E4-055F-F379-2C65 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Ementa e Acórdão RCL 45564 AGR / RS 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5D9C-D460-F044-0885 e senha C8E4-055F-F379-2C65 Supremo Tribunal Federal RCL 45564 AGR / RS 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5D9C-D460-F044-0885 e senha C8E4-055F-F379-2C65 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) :LUCAS VASQUES NEDEL E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Trata-se de agravo interno contra decisão monocrática pela qual neguei seguimento à reclamação, sob o fundamento de ausência de teratologia na aplicação do Tema 1.037 da repercussão geral. 2. A parte agravante reitera os argumentos apresentados na inicial, afirmando, em suma, o seguinte: [...]“se os juros de mora devidos entre a data da conta e a expedição da requisição não foram quitados com a requisição original, por certo que, quanto a essa parcela específica do crédito da Reclamante, não foi observado o prazo previsto no art. 100, § 5º, da Constituição Federal (“período de graça”), razão pela qual, conforme estabelecido na aludida tese, há inegável mora do ente público devedor, sendo exigíveis, portanto, os respectivos juros”. 3. Requer, ao final, a reconsideração da decisão ora agravada ou, caso assim não entenda, o encaminhamento do recurso ao órgão colegiado competente para julgamento e provimento. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD03-35BE-096D-5F01 e senha DD53-25F9-FF5E-6FA8 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) :LUCAS VASQUES NEDEL E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Trata-se de agravo interno contra decisão monocrática pela qual neguei seguimento à reclamação, sob o fundamento de ausência de teratologia na aplicação do Tema 1.037 da repercussão geral. 2. A parte agravante reitera os argumentos apresentados na inicial, afirmando, em suma, o seguinte: [...]“se os juros de mora devidos entre a data da conta e a expedição da requisição não foram quitados com a requisição original, por certo que, quanto a essa parcela específica do crédito da Reclamante, não foi observado o prazo previsto no art. 100, § 5º, da Constituição Federal (“período de graça”), razão pela qual, conforme estabelecido na aludida tese, há inegável mora do ente público devedor, sendo exigíveis, portanto, os respectivos juros”. 3. Requer, ao final, a reconsideração da decisão ora agravada ou, caso assim não entenda, o encaminhamento do recurso ao órgão colegiado competente para julgamento e provimento. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD03-35BE-096D-5F01 e senha DD53-25F9-FF5E-6FA8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Relatório RCL 45564 AGR / RS 4. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD03-35BE-096D-5F01 e senha DD53-25F9-FF5E-6FA8 Supremo Tribunal Federal RCL 45564 AGR / RS 4. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD03-35BE-096D-5F01 e senha DD53-25F9-FF5E-6FA8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas lhe nego provimento. 2. Conforme assentado na decisão reclamada, colhe-se dos autos que a parte ora agravante executou sentença condenatória em face da União (Fazenda Nacional) e que, regularmente processado o feito, recebeu o pagamento das verbas honorárias por meio da RPV. Posteriormente, no entanto, pleitou o prosseguimento da execução, sob a alegação de existência de saldo remanescente. 3. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em juízo de retratação (no agravo de instrumento interposto nos autos da execução), julgou parcialmente procedente o pedido de incidência de juros moratórios entre a data da apresentação da conta exequenda até a inscrição do requisitório no TRF e, após, até o efetivo pagamento do crédito, reconhecendo, apenas, a incidência no período compreendido entre a data da realização dos cálculos e a da requisição, com base no Tema 96 – STF. Transcrevo a ementa do julgado: “JUÍZO DE RETRATAÇÃO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. JUROS MORATÓRIOS. DATA DA CONTA E DA REQUISIÇÃO. INCIDÊNCIA. Incidem os juros de mora no período compreendido entre a data da elaboração dos cálculos e a da requisição ou do precatório - tese de repercussão geral fixada pelo STF no RE 579.431 (Tema nº 96).” 4. No recurso extraordinário interposto contra essa decisão, a parte ora agravante insistiu na tese de que, não adimplido completamente Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas lhe nego provimento. 2. Conforme assentado na decisão reclamada, colhe-se dos autos que a parte ora agravante executou sentença condenatória em face da União (Fazenda Nacional) e que, regularmente processado o feito, recebeu o pagamento das verbas honorárias por meio da RPV. Posteriormente, no entanto, pleitou o prosseguimento da execução, sob a alegação de existência de saldo remanescente. 3. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em juízo de retratação (no agravo de instrumento interposto nos autos da execução), julgou parcialmente procedente o pedido de incidência de juros moratórios entre a data da apresentação da conta exequenda até a inscrição do requisitório no TRF e, após, até o efetivo pagamento do crédito, reconhecendo, apenas, a incidência no período compreendido entre a data da realização dos cálculos e a da requisição, com base no Tema 96 – STF. Transcrevo a ementa do julgado: “JUÍZO DE RETRATAÇÃO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. JUROS MORATÓRIOS. DATA DA CONTA E DA REQUISIÇÃO. INCIDÊNCIA. Incidem os juros de mora no período compreendido entre a data da elaboração dos cálculos e a da requisição ou do precatório - tese de repercussão geral fixada pelo STF no RE 579.431 (Tema nº 96).” 4. No recurso extraordinário interposto contra essa decisão, a parte ora agravante insistiu na tese de que, não adimplido completamente Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45564 AGR / RS o valor devido, teria sido descumprido o prazo constitucional do art. 100, § 1º, atual § 5º, e § 12, da Constituição Federal (EC nº 62/09), sendo devida a incidência de juros moratório a partir do vencimento do prazo até o efetivo pagamento da RPV. O RE teve o seu seguimento negado com base no Tema 1.037 da repercussão geral. 5. Recebidos os subsequentes embargos de declaração como agravo interno, o órgão reclamado afastou o pedido de incidência de juros de mora após a expedição do RPV, assinalando que os valores do requisitório foram pagos dentro do período constitucional, de modo que a pretensão recursal esbarra na tese firmada no Tema 1.037/STF. Veja-se trecho pertinente da decisão reclamada: “Da análise do voto condutor do Colegiado, extrai-se fundamentação no sentido de que não incidem juros de mora no período de tramitação do precatório/RPV - entre a data da sua inscrição e o término do prazo constitucional para o seu pagamento - Tema nº 147 (RE 591.085) e Súmula Vinculante nº 17. Relativamente a este tópico, portanto, o agravo resta improvido. Conquanto as razões adotadas pelo Colegiado, dizem com a aplicação de precedente firmado à luz da anterior redação Constitucional, não se pode deixar de referir que, ao apreciar a questão, sob o égide da EC 62/2009, o egrégio Supremo Tribunal Federal manteve o entendimento de que, durante o prazo constitucional para pagamento dos débitos da Fazenda Pública, não incidem juros de mora. De aí, considerando que os valores foram pagos dentro do período constitucional, a pretensão recursal esbarra na tese firmada no Tema 1037- STF. Ante o exposto, voto por receber os embargos de declaração como agravo interno, negando-lhes provimento.” 6. Os dispositivos constitucionais suscitados no recurso extraordinário se referem ao pagamento da verba constante do 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Supremo Tribunal Federal RCL 45564 AGR / RS o valor devido, teria sido descumprido o prazo constitucional do art. 100, § 1º, atual § 5º, e § 12, da Constituição Federal (EC nº 62/09), sendo devida a incidência de juros moratório a partir do vencimento do prazo até o efetivo pagamento da RPV. O RE teve o seu seguimento negado com base no Tema 1.037 da repercussão geral. 5. Recebidos os subsequentes embargos de declaração como agravo interno, o órgão reclamado afastou o pedido de incidência de juros de mora após a expedição do RPV, assinalando que os valores do requisitório foram pagos dentro do período constitucional, de modo que a pretensão recursal esbarra na tese firmada no Tema 1.037/STF. Veja-se trecho pertinente da decisão reclamada: “Da análise do voto condutor do Colegiado, extrai-se fundamentação no sentido de que não incidem juros de mora no período de tramitação do precatório/RPV - entre a data da sua inscrição e o término do prazo constitucional para o seu pagamento - Tema nº 147 (RE 591.085) e Súmula Vinculante nº 17. Relativamente a este tópico, portanto, o agravo resta improvido. Conquanto as razões adotadas pelo Colegiado, dizem com a aplicação de precedente firmado à luz da anterior redação Constitucional, não se pode deixar de referir que, ao apreciar a questão, sob o égide da EC 62/2009, o egrégio Supremo Tribunal Federal manteve o entendimento de que, durante o prazo constitucional para pagamento dos débitos da Fazenda Pública, não incidem juros de mora. De aí, considerando que os valores foram pagos dentro do período constitucional, a pretensão recursal esbarra na tese firmada no Tema 1037- STF. Ante o exposto, voto por receber os embargos de declaração como agravo interno, negando-lhes provimento.” 6. Os dispositivos constitucionais suscitados no recurso extraordinário se referem ao pagamento da verba constante do 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45564 AGR / RS requisitório/precatório expedido: (i) “§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente”; e (ii) “§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios” (ambos do art. 100 da CF/88, grifei) – a respeito, veja-se, ainda, o decidido nas ADIs 4.357 e 4.425. 7. Desse modo, firmada a premissa de que não houve o descumprimento do prazo constitucional, o órgão reclamado decidiu o caso atento à diretriz fixada no julgamento do Tema 1.037 (RE 1.169.289- RG, Red. p/o acordão o Min. Alexandre de Moraes), qual seja: o “enunciado da Súmula Vinculante 17 não foi afetado pela superveniência da Emenda Constitucional 62/2009, de modo que não incidem juros de mora no período de que trata o § 5º do art. 100 da Constituição”; havendo “o inadimplemento pelo ente público devedor, a fluência dos juros inicia-se após o 'período de graça’”. 8. No mesmo sentido, cito as Rcls 47.000 e 47.528, Rel. Min. Alexandre de Moraes; e a Rcl 46.993, Rel. Min. Edson Fachin. 9. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Ante o caráter manifestamente protelatório do recurso, aplico à parte agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, em caso de unanimidade da decisão. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Supremo Tribunal Federal RCL 45564 AGR / RS requisitório/precatório expedido: (i) “§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente”; e (ii) “§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios” (ambos do art. 100 da CF/88, grifei) – a respeito, veja-se, ainda, o decidido nas ADIs 4.357 e 4.425. 7. Desse modo, firmada a premissa de que não houve o descumprimento do prazo constitucional, o órgão reclamado decidiu o caso atento à diretriz fixada no julgamento do Tema 1.037 (RE 1.169.289- RG, Red. p/o acordão o Min. Alexandre de Moraes), qual seja: o “enunciado da Súmula Vinculante 17 não foi afetado pela superveniência da Emenda Constitucional 62/2009, de modo que não incidem juros de mora no período de que trata o § 5º do art. 100 da Constituição”; havendo “o inadimplemento pelo ente público devedor, a fluência dos juros inicia-se após o 'período de graça’”. 8. No mesmo sentido, cito as Rcls 47.000 e 47.528, Rel. Min. Alexandre de Moraes; e a Rcl 46.993, Rel. Min. Edson Fachin. 9. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Ante o caráter manifestamente protelatório do recurso, aplico à parte agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, em caso de unanimidade da decisão. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45564 AGR / RS 10. É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Supremo Tribunal Federal RCL 45564 AGR / RS 10. É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) : LUCAS VASQUES NEDEL (76166/RS) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C88D-A19D-1C38-1F24 e senha 39A2-C99E-C98E-4D8C Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) : LUCAS VASQUES NEDEL (76166/RS) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C88D-A19D-1C38-1F24 e senha 39A2-C99E-C98E-4D8C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756641938
2021-06-28T00:00:00
2021-08-04T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO
EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE MÁ APLICAÇÃO DA REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 1.037. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. 1. Reclamação ajuizada em face de decisão que afastou o pedido de incidência de juros de mora após a expedição do RPV, assinalando que os valores do requisitório foram pagos dentro do período constitucional. 2. O órgão reclamado decidiu o caso atento à diretriz fixada no julgamento do Tema 1.037 (RE 1.169.289-RG, Red. p/o acordão o Min. Alexandre de Moraes), qual seja: o “enunciado da Súmula Vinculante 17 não foi afetado pela superveniência da Emenda Constitucional 62/2009, de modo que não incidem juros de mora no período de que trata o § 5º do art. 100 da Constituição”; havendo “o inadimplemento pelo ente público devedor, a fluência dos juros inicia-se após o 'período de graça’”. 3. Ausente teratologia na aplicação da sistemática da repercussão geral, a reclamação é inviável. 4. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.
sjur450423
- Acórdão(s) citado(s): (PRAZO, PAGAMENTO, DÉBITO, FAZENDA PÚBLICA, JUROS DE MORA) RE 1169289 (TP). - Decisões monocráticas citadas: (PRAZO, PAGAMENTO, DÉBITO, FAZENDA PÚBLICA, JUROS DE MORA) Rcl 46993, Rcl 47528. Número de páginas: 9. Análise: 27/01/2022, ABO.
ROBERTO BARROSO
Primeira Turma
45564
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00100 PAR-00001 PAR-00005 PAR-00012\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED EMC-000062 ANO-2009\n EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL" ]
Rcl-AgR
acordaos
Rcl 45564 AgR
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AGTE.(S) : MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) : LUCAS VASQUES NEDEL E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) :LUCAS VASQUES NEDEL E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4... REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE MÁ APLICAÇÃO DA REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 1.037. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. 1. Reclamação ajuizada em face de decisão que afastou o pedido de incidência de juros de mora após a expedição do RPV, assinalando que os valores do requisitório foram pagos dentro do período constitucional. 2. O órgão reclamado decidiu o caso atento à diretriz fixada no julgamento do Tema 1.037 (Recurso Extraordinário 1.169.289-RG, Red. p/o acordão o Min. Alexandre de Moraes), qual seja: o “enunciado da Súmula Vinculante 17 não foi afetado pela superveniência da Emenda Constitucional 62/2009, de modo que não incidem juros de mora no período de que trata o § 5... do art. 100 da Constituição”; havendo “o inadimplemento pelo ente público devedor, a fluência dos juros inicia-se após o 'período de graça’”. 3. Ausente teratologia na aplicação da sistemática da repercussão geral, a reclamação é inviável. 4. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5D9C-D460-F044-0885 e senha C8E4-055F-F379-2C65 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Ementa e Acórdão RCL 45564 AGR / RS 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5D9C-D460-F044-0885 e senha C8E4-055F-F379-2C65 Supremo Tribunal Federal RCL 45564 AGR / RS 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5D9C-D460-F044-0885 e senha C8E4-055F-F379-2C65 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) :LUCAS VASQUES NEDEL E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4... REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Trata-se de agravo interno contra decisão monocrática pela qual neguei seguimento à reclamação, sob o fundamento de ausência de teratologia na aplicação do Tema 1.037 da repercussão geral. 2. A parte agravante reitera os argumentos apresentados na inicial, afirmando, em suma, o seguinte: [...]“se os juros de mora devidos entre a data da conta e a expedição da requisição não foram quitados com a requisição original, por certo que, quanto a essa parcela específica do crédito da Reclamante, não foi observado o prazo previsto no art. 100, § 5..., da Constituição Federal (“período de graça”), razão pela qual, conforme estabelecido na aludida tese, há inegável mora do ente público devedor, sendo exigíveis, portanto, os respectivos juros”. 3. Requer, ao final, a reconsideração da decisão ora agravada ou, caso assim não entenda, o encaminhamento do recurso ao órgão colegiado competente para julgamento e provimento. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD03-35BE-096D-5F01 e senha DD53-25F9-FF5E-6FA8 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) :LUCAS VASQUES NEDEL E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4... REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Trata-se de agravo interno contra decisão monocrática pela qual neguei seguimento à reclamação, sob o fundamento de ausência de teratologia na aplicação do Tema 1.037 da repercussão geral. 2. A parte agravante reitera os argumentos apresentados na inicial, afirmando, em suma, o seguinte: [...]“se os juros de mora devidos entre a data da conta e a expedição da requisição não foram quitados com a requisição original, por certo que, quanto a essa parcela específica do crédito da Reclamante, não foi observado o prazo previsto no art. 100, § 5..., da Constituição Federal (“período de graça”), razão pela qual, conforme estabelecido na aludida tese, há inegável mora do ente público devedor, sendo exigíveis, portanto, os respectivos juros”. 3. Requer, ao final, a reconsideração da decisão ora agravada ou, caso assim não entenda, o encaminhamento do recurso ao órgão colegiado competente para julgamento e provimento. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD03-35BE-096D-5F01 e senha DD53-25F9-FF5E-6FA8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Relatório RCL 45564 AGR / RS 4. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD03-35BE-096D-5F01 e senha DD53-25F9-FF5E-6FA8 Supremo Tribunal Federal RCL 45564 AGR / RS 4. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD03-35BE-096D-5F01 e senha DD53-25F9-FF5E-6FA8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas lhe nego provimento. 2. Conforme assentado na decisão reclamada, colhe-se dos autos que a parte ora agravante executou sentença condenatória em face da União (Fazenda Nacional) e que, regularmente processado o feito, recebeu o pagamento das verbas honorárias por meio da RPV. Posteriormente, no entanto, pleitou o prosseguimento da execução, sob a alegação de existência de saldo remanescente. 3. O Tribunal Regional Federal da 4... Região, em juízo de retratação (no agravo de instrumento interposto nos autos da execução), julgou parcialmente procedente o pedido de incidência de juros moratórios entre a data da apresentação da conta exequenda até a inscrição do requisitório no TRF e, após, até o efetivo pagamento do crédito, reconhecendo, apenas, a incidência no período compreendido entre a data da realização dos cálculos e a da requisição, com base no Tema 96 – Supremo Tribunal Federal. Transcrevo a ementa do julgado: “JUÍZO DE RETRATAÇÃO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. JUROS MORATÓRIOS. DATA DA CONTA E DA REQUISIÇÃO. INCIDÊNCIA. Incidem os juros de mora no período compreendido entre a data da elaboração dos cálculos e a da requisição ou do precatório - tese de repercussão geral fixada pelo Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário 579.431 (Tema n 96).” 4. No recurso extraordinário interposto contra essa decisão, a parte ora agravante insistiu na tese de que, não adimplido completamente Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas lhe nego provimento. 2. Conforme assentado na decisão reclamada, colhe-se dos autos que a parte ora agravante executou sentença condenatória em face da União (Fazenda Nacional) e que, regularmente processado o feito, recebeu o pagamento das verbas honorárias por meio da RPV. Posteriormente, no entanto, pleitou o prosseguimento da execução, sob a alegação de existência de saldo remanescente. 3. O Tribunal Regional Federal da 4... Região, em juízo de retratação (no agravo de instrumento interposto nos autos da execução), julgou parcialmente procedente o pedido de incidência de juros moratórios entre a data da apresentação da conta exequenda até a inscrição do requisitório no TRF e, após, até o efetivo pagamento do crédito, reconhecendo, apenas, a incidência no período compreendido entre a data da realização dos cálculos e a da requisição, com base no Tema 96 – Supremo Tribunal Federal. Transcrevo a ementa do julgado: “JUÍZO DE RETRATAÇÃO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. JUROS MORATÓRIOS. DATA DA CONTA E DA REQUISIÇÃO. INCIDÊNCIA. Incidem os juros de mora no período compreendido entre a data da elaboração dos cálculos e a da requisição ou do precatório - tese de repercussão geral fixada pelo Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário 579.431 (Tema n 96).” 4. No recurso extraordinário interposto contra essa decisão, a parte ora agravante insistiu na tese de que, não adimplido completamente Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45564 AGR / RS o valor devido, teria sido descumprido o prazo constitucional do art. 100, § 1..., atual § 5..., e § 12, da Constituição Federal (EC n 62/09), sendo devida a incidência de juros moratório a partir do vencimento do prazo até o efetivo pagamento da RPV. O Recurso Extraordinário teve o seu seguimento negado com base no Tema 1.037 da repercussão geral. 5. Recebidos os subsequentes embargos de declaração como agravo interno, o órgão reclamado afastou o pedido de incidência de juros de mora após a expedição do RPV, assinalando que os valores do requisitório foram pagos dentro do período constitucional, de modo que a pretensão recursal esbarra na tese firmada no Tema 1.037/Supremo Tribunal Federal. Veja-se trecho pertinente da decisão reclamada: “Da análise do voto condutor do Colegiado, extrai-se fundamentação no sentido de que não incidem juros de mora no período de tramitação do precatório/RPV - entre a data da sua inscrição e o término do prazo constitucional para o seu pagamento - Tema n 147 (Recurso Extraordinário 591.085) e Súmula Vinculante n 17. Relativamente a este tópico, portanto, o agravo resta improvido. Conquanto as razões adotadas pelo Colegiado, dizem com a aplicação de precedente firmado à luz da anterior redação Constitucional, não se pode deixar de referir que, ao apreciar a questão, sob o égide da EC 62/2009, o egrégio Supremo Tribunal Federal manteve o entendimento de que, durante o prazo constitucional para pagamento dos débitos da Fazenda Pública, não incidem juros de mora. De aí, considerando que os valores foram pagos dentro do período constitucional, a pretensão recursal esbarra na tese firmada no Tema 1037- Supremo Tribunal Federal. Ante o exposto, voto por receber os embargos de declaração como agravo interno, negando-lhes provimento.” 6. Os dispositivos constitucionais suscitados no recurso extraordinário se referem ao pagamento da verba constante do 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Supremo Tribunal Federal RCL 45564 AGR / RS o valor devido, teria sido descumprido o prazo constitucional do art. 100, § 1..., atual § 5..., e § 12, da Constituição Federal (EC n 62/09), sendo devida a incidência de juros moratório a partir do vencimento do prazo até o efetivo pagamento da RPV. O Recurso Extraordinário teve o seu seguimento negado com base no Tema 1.037 da repercussão geral. 5. Recebidos os subsequentes embargos de declaração como agravo interno, o órgão reclamado afastou o pedido de incidência de juros de mora após a expedição do RPV, assinalando que os valores do requisitório foram pagos dentro do período constitucional, de modo que a pretensão recursal esbarra na tese firmada no Tema 1.037/Supremo Tribunal Federal. Veja-se trecho pertinente da decisão reclamada: “Da análise do voto condutor do Colegiado, extrai-se fundamentação no sentido de que não incidem juros de mora no período de tramitação do precatório/RPV - entre a data da sua inscrição e o término do prazo constitucional para o seu pagamento - Tema n 147 (Recurso Extraordinário 591.085) e Súmula Vinculante n 17. Relativamente a este tópico, portanto, o agravo resta improvido. Conquanto as razões adotadas pelo Colegiado, dizem com a aplicação de precedente firmado à luz da anterior redação Constitucional, não se pode deixar de referir que, ao apreciar a questão, sob o égide da EC 62/2009, o egrégio Supremo Tribunal Federal manteve o entendimento de que, durante o prazo constitucional para pagamento dos débitos da Fazenda Pública, não incidem juros de mora. De aí, considerando que os valores foram pagos dentro do período constitucional, a pretensão recursal esbarra na tese firmada no Tema 1037- Supremo Tribunal Federal. Ante o exposto, voto por receber os embargos de declaração como agravo interno, negando-lhes provimento.” 6. Os dispositivos constitucionais suscitados no recurso extraordinário se referem ao pagamento da verba constante do 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45564 AGR / RS requisitório/precatório expedido: (i) “§ 5... É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1... de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente”; e (ii) “§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios” (ambos do art. 100 da Constituição Federal de 1988/88, grifei) – a respeito, veja-se, ainda, o decidido nas ADIs 4.357 e 4.425. 7. Desse modo, firmada a premissa de que não houve o descumprimento do prazo constitucional, o órgão reclamado decidiu o caso atento à diretriz fixada no julgamento do Tema 1.037 (Recurso Extraordinário 1.169.289- RG, Red. p/o acordão o Min. Alexandre de Moraes), qual seja: o “enunciado da Súmula Vinculante 17 não foi afetado pela superveniência da Emenda Constitucional 62/2009, de modo que não incidem juros de mora no período de que trata o § 5... do art. 100 da Constituição”; havendo “o inadimplemento pelo ente público devedor, a fluência dos juros inicia-se após o 'período de graça’”. 8. No mesmo sentido, cito as Rcls 47.000 e 47.528, Rel. Min. Alexandre de Moraes; e a Rcl 46.993, Rel. Min. Edson Fachin. 9. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Ante o caráter manifestamente protelatório do recurso, aplico à parte agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, em caso de unanimidade da decisão. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Supremo Tribunal Federal RCL 45564 AGR / RS requisitório/precatório expedido: (i) “§ 5... É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1... de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente”; e (ii) “§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios” (ambos do art. 100 da Constituição Federal de 1988/88, grifei) – a respeito, veja-se, ainda, o decidido nas ADIs 4.357 e 4.425. 7. Desse modo, firmada a premissa de que não houve o descumprimento do prazo constitucional, o órgão reclamado decidiu o caso atento à diretriz fixada no julgamento do Tema 1.037 (Recurso Extraordinário 1.169.289- RG, Red. p/o acordão o Min. Alexandre de Moraes), qual seja: o “enunciado da Súmula Vinculante 17 não foi afetado pela superveniência da Emenda Constitucional 62/2009, de modo que não incidem juros de mora no período de que trata o § 5... do art. 100 da Constituição”; havendo “o inadimplemento pelo ente público devedor, a fluência dos juros inicia-se após o 'período de graça’”. 8. No mesmo sentido, cito as Rcls 47.000 e 47.528, Rel. Min. Alexandre de Moraes; e a Rcl 46.993, Rel. Min. Edson Fachin. 9. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Ante o caráter manifestamente protelatório do recurso, aplico à parte agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, em caso de unanimidade da decisão. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45564 AGR / RS 10. É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Supremo Tribunal Federal RCL 45564 AGR / RS 10. É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D142-B839-56A3-A5B7 e senha 55AA-E081-5F70-7AF1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) : LUCAS VASQUES NEDEL (76166/RS) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4... REGIÃO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C88D-A19D-1C38-1F24 e senha 39A2-C99E-C98E-4D8C Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.564 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : MERTEN ADVOCACIA ADV.(A/S) : LUCAS VASQUES NEDEL (76166/RS) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4... REGIÃO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C88D-A19D-1C38-1F24 e senha 39A2-C99E-C98E-4D8C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
{ "JURISPRUDENCIA": [ "Recurso Extraordinário 1 . 169 . 289 - RG", "RECLAMAÇÃO 45 . 564", "Recurso Extraordinário 579 . 431", "RECLAMAÇÃO 45 . 564", "Recurso Extraordinário 579 . 431", "RCL 45564 AGR / RS", "Recurso Extraordinário 591 . 085", "Súmula Vinculante n 17", "Recurso Extraordinário 591 . 085", "Súmula Vinculante n 17", "RCL", "ADIs 4 . 357", "4", ".", "425 . 7", "Recurso Extraordinário 1 . 169 . 289 - RG", "Súmula Vinculante 17", "Rcls 47 . 000", "Rcl 46 . 993", "RCL 45564", "ADIs 4 . 357", "4", ".", "425", ".", "Recurso Extraordinário 1 . 169 . 289 - RG", "Súmula Vinculante 17", "Rcls 47 . 000", "Rcl 46 . 993", "RCL" ], "LEGISLACAO": [ "Emenda Constitucional 62 / 2009", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 100 , § 5 . . . , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 100 , § 5 . . . , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 100 , § 1 . . . , atual § 5 . . . , e § 12 , da Constituição Federal", "EC n 62 / 09", "EC 62 / 2009", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 100 , § 1 . . . , atual § 5 . . . , e § 12 , da Constituição Federal", "EC n 62 / 09", "EC 62 / 2009", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 100 da Constituição Federal de 1988 / 88", "Emenda Constitucional 62 / 2009", "art . 100 da Constituição ”", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 100 da Constituição Federal de 1988 / 88", "Emenda Constitucional 62 / 2009", "§ 5 . . . do art . 100 da Constituição ”", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO GRANDE DO SUL", "Brasília", "Brasília", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MERTEN", "UNIÃO", "UNIÃO", "TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4", "Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "UNIÃO", "UNIÃO", "TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 . .", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MERTEN", "UNIÃO", "UNIÃO", "TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 . . . REGIÃO", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "União", "Fazenda Nacional", "Tribunal Regional Federal da 4 . . . Região", "TRF", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "União", "Fazenda Nacional", "Tribunal Regional Federal da 4 . . . Região", "TRF", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Fazenda Pública", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "UNIÃO", "UNIÃO", "TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 . .", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "UNIÃO", "UNIÃO", "TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 .", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "ROBERTO BARROSO", "LUCAS VASQUES NEDEL", "Alexandre de Moraes", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "MERTEN ADVOCACIA", "LUCAS VASQUES NEDEL", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "LUCAS VASQUES NEDEL", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "Alexandre de Moraes", "Alexandre de Moraes", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Alexandre de Moraes", "Edson Fachin", "ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "MERTEN", "LUCAS VASQUES NEDEL", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "ROBERTO BARROSO", "MERTEN", "LUCAS VASQUES NEDEL", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18 a 25 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18 a 25 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "1", ".", ". . de julho", "24", "/", "08", "/", "2001", "1", ".", ". . de julho", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) :LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO MANDADO DE SEGURANÇA – DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA. O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição e mérito da impetração. TEMPO DE SERVIÇO FICTO – LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL – EXIGÊNCIA. A consideração de tempo de serviço ficto pressupõe lei em sentido formal e material. POLICIAL FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO ESPECÍFICO. Com a Lei Complementar nº 51/1985, o período para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, 20 dos quais prestados em atividade de natureza estritamente policial. APOSENTADORIA ESPECIAL – POLÍCIA FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO. A majoração decorrente da Lei Complementar nº 51/1985 – de 25 para 30 anos de serviço – não é passível de ser compensada mediante atuação administrativa, criando-se 20% de tempo de serviço ficto. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ACA9-746B-3429-7CC1 e senha 3DA9-9012-2086-B2AE Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Ementa e Acórdão MS 33545 / DF revogar a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão realizada por videoconferência, em 15 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 15 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ACA9-746B-3429-7CC1 e senha 3DA9-9012-2086-B2AE Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF revogar a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão realizada por videoconferência, em 15 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 15 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ACA9-746B-3429-7CC1 e senha 3DA9-9012-2086-B2AE Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) :LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Egídio Figueiroa Neto insurge-se contra o acórdão nº 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei nº 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar nº 51/1985. Afirma aplicável direito intertemporal, a garantir contagem ficta de período. Evoca precedente do Supremo. Diz adequado o cálculo de licença-prêmio em dobro. Articula com a desproporcionalidade do pronunciamento, porquanto determinado o retorno às funções após oito anos da passagem à inatividade. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, reconhecendo-se os requisitos para a aposentadoria e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F78-CAE0-FDFB-6688 e senha 0DF0-F5C1-B673-CDB3 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) :LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Egídio Figueiroa Neto insurge-se contra o acórdão nº 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei nº 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar nº 51/1985. Afirma aplicável direito intertemporal, a garantir contagem ficta de período. Evoca precedente do Supremo. Diz adequado o cálculo de licença-prêmio em dobro. Articula com a desproporcionalidade do pronunciamento, porquanto determinado o retorno às funções após oito anos da passagem à inatividade. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, reconhecendo-se os requisitos para a aposentadoria e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F78-CAE0-FDFB-6688 e senha 0DF0-F5C1-B673-CDB3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Relatório MS 33545 / DF restabelecendo-se o pagamento do benefício retroativamente à data da interrupção, com atualização monetária e juros. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. Acolheu pedido de ingresso da União. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Diz impróprio o manuseio de ação mandamental como de cobrança. A União interpôs agravo. Não foi apresentada contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F78-CAE0-FDFB-6688 e senha 0DF0-F5C1-B673-CDB3 Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF restabelecendo-se o pagamento do benefício retroativamente à data da interrupção, com atualização monetária e juros. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. Acolheu pedido de ingresso da União. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Diz impróprio o manuseio de ação mandamental como de cobrança. A União interpôs agravo. Não foi apresentada contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F78-CAE0-FDFB-6688 e senha 0DF0-F5C1-B673-CDB3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição primeira e mérito do mandado de segurança. Conforme explicitado no ato do Tribunal de Contas da União, a Lei nº 3.313/1957 exigia o cumprimento de 25 anos de serviço como requisito ao benefício da aposentadoria especial, considerado policial. O diploma subsequente – nº 4.878/1965 – não alterou essa previsão, limitando-se à questão etária para ter-se a aposentadoria compulsória. Com a Lei Complementar nº 51/1985, o período exigido para aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, sendo 20 de atividade de natureza policial. O que houve então? O Departamento de Polícia Federal, para compensar a alteração, criou acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço, desde o ingresso do servidor no Órgão até a data da revogação da Lei nº 3.313/1957. A contagem de tempo de serviço ficto pressupõe norma em sentido abstrato e autônomo. Não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar nº 51/1985. Ante o contexto, não se tem direito líquido e certo ao acréscimo previsto no campo administrativo. Indefiro a ordem, revogando a tutela de urgência implementada. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AA10-FC33-E10A-F8AE e senha 087B-1889-D013-0510 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição primeira e mérito do mandado de segurança. Conforme explicitado no ato do Tribunal de Contas da União, a Lei nº 3.313/1957 exigia o cumprimento de 25 anos de serviço como requisito ao benefício da aposentadoria especial, considerado policial. O diploma subsequente – nº 4.878/1965 – não alterou essa previsão, limitando-se à questão etária para ter-se a aposentadoria compulsória. Com a Lei Complementar nº 51/1985, o período exigido para aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, sendo 20 de atividade de natureza policial. O que houve então? O Departamento de Polícia Federal, para compensar a alteração, criou acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço, desde o ingresso do servidor no Órgão até a data da revogação da Lei nº 3.313/1957. A contagem de tempo de serviço ficto pressupõe norma em sentido abstrato e autônomo. Não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar nº 51/1985. Ante o contexto, não se tem direito líquido e certo ao acréscimo previsto no campo administrativo. Indefiro a ordem, revogando a tutela de urgência implementada. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AA10-FC33-E10A-F8AE e senha 087B-1889-D013-0510 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Voto Vogal MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) :LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Sr. Presidente, os autos tratam de mandado de segurança impetrado por Egídio Figueiroa Neto em face de ato do Tribunal de Contas da União que negou registro à aposentadoria do impetrante. A presente ação foi assim relatada pelo Ministro MARCO AURÉLIO; “Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Egídio Figueiroa Neto insurge-se contra o acórdão nº 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei nº 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar nº 51/1985. Afirma aplicável direito intertemporal, a garantir contagem ficta de período. Evoca precedente do Supremo. Diz adequado o cálculo de licença-prêmio em dobro. Articula com a desproporcionalidade do pronunciamento, não usar determinado o retorno às funções após oito anos da passagem à inatividade. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, reconhecendo-se os requisitos para a aposentadoria e Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Supremo Tribunal Federal MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) :LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Sr. Presidente, os autos tratam de mandado de segurança impetrado por Egídio Figueiroa Neto em face de ato do Tribunal de Contas da União que negou registro à aposentadoria do impetrante. A presente ação foi assim relatada pelo Ministro MARCO AURÉLIO; “Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Egídio Figueiroa Neto insurge-se contra o acórdão nº 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei nº 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar nº 51/1985. Afirma aplicável direito intertemporal, a garantir contagem ficta de período. Evoca precedente do Supremo. Diz adequado o cálculo de licença-prêmio em dobro. Articula com a desproporcionalidade do pronunciamento, não usar determinado o retorno às funções após oito anos da passagem à inatividade. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, reconhecendo-se os requisitos para a aposentadoria e Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Voto Vogal MS 33545 / DF restabelecendo-se o pagamento do benefício retroativamente à data da interrupção, com atualização monetária e juros. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. Acolheu pedido de ingresso da União. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Diz impróprio o manuseio de ação mandamental como de cobrança. A União interpôs agravo. Não foi apresentada contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem.” O Relator, Min. MARCO AURÉLIO, em Sessão virtual que iniciou em 07/05/2021, apresentou voto pela denegação da segurança, com a seguinte proposta de ementa: “MANDADO DE SEGURANÇA DIREITO LÍQUIDO E CERTO AUSÊNCIA. O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição e mérito da impetração. TEMPO DE SERVIÇO FICTO LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL EXIGÊNCIA. A consideração de tempo de serviço ficto pressupõe lei em sentido formal e material. POLICIAL FEDERAL TEMPO DE SERVIÇO ESPECÍFICO. Com a Lei Complementar nº 51/1985, o período para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, 20 dos quais prestados em atividade de natureza estritamente policial. APOSENTADORIA ESPECIAL POLÍCIA FEDERAL TEMPO DE SERVIÇO. A majoração decorrente da Lei Complementar nº 51/1985 de 25 para 30 anos de serviço não é passível de ser compensada mediante atuação administrativa, criando-se 20% de tempo de serviço ficto.” Na ocasião, pedi destaque do julgamento para melhor apreciação da matéria. É o Relatório. Decido. De início, já antecipo que vou acompanhar o Relator na denegação 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF restabelecendo-se o pagamento do benefício retroativamente à data da interrupção, com atualização monetária e juros. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. Acolheu pedido de ingresso da União. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Diz impróprio o manuseio de ação mandamental como de cobrança. A União interpôs agravo. Não foi apresentada contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem.” O Relator, Min. MARCO AURÉLIO, em Sessão virtual que iniciou em 07/05/2021, apresentou voto pela denegação da segurança, com a seguinte proposta de ementa: “MANDADO DE SEGURANÇA DIREITO LÍQUIDO E CERTO AUSÊNCIA. O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição e mérito da impetração. TEMPO DE SERVIÇO FICTO LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL EXIGÊNCIA. A consideração de tempo de serviço ficto pressupõe lei em sentido formal e material. POLICIAL FEDERAL TEMPO DE SERVIÇO ESPECÍFICO. Com a Lei Complementar nº 51/1985, o período para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, 20 dos quais prestados em atividade de natureza estritamente policial. APOSENTADORIA ESPECIAL POLÍCIA FEDERAL TEMPO DE SERVIÇO. A majoração decorrente da Lei Complementar nº 51/1985 de 25 para 30 anos de serviço não é passível de ser compensada mediante atuação administrativa, criando-se 20% de tempo de serviço ficto.” Na ocasião, pedi destaque do julgamento para melhor apreciação da matéria. É o Relatório. Decido. De início, já antecipo que vou acompanhar o Relator na denegação 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto Vogal MS 33545 / DF da ordem. Explico. Importante frisar, desde já, os fundamentos apresentados quando da impetração do mandado de segurança. O impetrante fundamentou a ilegalidade do ato coator em basicamente três pontos: 1) a possibilidade de aplicação de norma de direito intertemporal, no caso, a Lei 3.313/1957 e a LC 51/1985; 2) a ausência de informação, em números, do cômputo de licença prêmio em dobro, sem que tenha ocorrido a apreciação individualizada do tempo pelo ato coator, não sendo possível aferir o reflexo no período de contribuição faltante; e 3) a ausência de proporcionalidade na decisão proferida pelo TCU, tendo em vista o decurso de mais de 8 anos da aposentadoria do servidor. Destaco esses fundamentos para ressaltar que em nenhum momento houve a alegação de que o ato coator feriu eventual coisa julgada. Esse dado é relevante para distinguir o presente caso de outros precedentes da CORTE, nos quais, em sede de mandado de segurança, foi concedida a ordem para declarar nulo ato do Tribunal de Contas da União que não observou a res judicata. Feita essa ressalva, observo que, no que concerne a possibilidade de contagem do tempo de serviço com acréscimo de 20% sobre o período trabalhado em atividade policial sob a égide da Lei 3.313/1957, assim dispôs o ato impugnado: “20. A partir dessas três leis, verifica‐se que, desde 1957 (com a Lei 3.313/57), exigia‐se o cumprimento de 25 anos de serviço para que o policial pudesse ser beneficiado com aposentadoria especial. A Lei 4.878/65 não alterou esse quadro, eis que essa lei alterou apenas a idade de aposentadoria compulsória, sem nada falar acerca da aposentadoria especial por tempo de serviço. Significa dizer que as novas regras da Lei 4.878/65 não entraram em contradição com a Lei 3.313/57 (no que diz respeito ao tempo de serviço para aposentadoria especial) e, por isso, não as revogaram. 21. Por fim, com a edição da LC 51/85, o prazo para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 anos de 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF da ordem. Explico. Importante frisar, desde já, os fundamentos apresentados quando da impetração do mandado de segurança. O impetrante fundamentou a ilegalidade do ato coator em basicamente três pontos: 1) a possibilidade de aplicação de norma de direito intertemporal, no caso, a Lei 3.313/1957 e a LC 51/1985; 2) a ausência de informação, em números, do cômputo de licença prêmio em dobro, sem que tenha ocorrido a apreciação individualizada do tempo pelo ato coator, não sendo possível aferir o reflexo no período de contribuição faltante; e 3) a ausência de proporcionalidade na decisão proferida pelo TCU, tendo em vista o decurso de mais de 8 anos da aposentadoria do servidor. Destaco esses fundamentos para ressaltar que em nenhum momento houve a alegação de que o ato coator feriu eventual coisa julgada. Esse dado é relevante para distinguir o presente caso de outros precedentes da CORTE, nos quais, em sede de mandado de segurança, foi concedida a ordem para declarar nulo ato do Tribunal de Contas da União que não observou a res judicata. Feita essa ressalva, observo que, no que concerne a possibilidade de contagem do tempo de serviço com acréscimo de 20% sobre o período trabalhado em atividade policial sob a égide da Lei 3.313/1957, assim dispôs o ato impugnado: “20. A partir dessas três leis, verifica‐se que, desde 1957 (com a Lei 3.313/57), exigia‐se o cumprimento de 25 anos de serviço para que o policial pudesse ser beneficiado com aposentadoria especial. A Lei 4.878/65 não alterou esse quadro, eis que essa lei alterou apenas a idade de aposentadoria compulsória, sem nada falar acerca da aposentadoria especial por tempo de serviço. Significa dizer que as novas regras da Lei 4.878/65 não entraram em contradição com a Lei 3.313/57 (no que diz respeito ao tempo de serviço para aposentadoria especial) e, por isso, não as revogaram. 21. Por fim, com a edição da LC 51/85, o prazo para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 anos de 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto Vogal MS 33545 / DF serviço para 30 anos de serviço, sendo que, desses, 20 tinham que ser prestados em atividade de natureza efetivamente policial. Neste caso, resta claro que a Lei 3.313/57 foi tacitamente revogada pela LC 51/85 nesse ponto. 22. Apesar de ter aumentado o tempo de serviço exigido para a aposentadoria especial (de 25 para 30 anos), a LC 51/85 não trouxe nenhuma regra de transição que pudesse ser aplicada àqueles policiais que já estivessem na carreira antes do advento da nova lei, mas que ainda não houvessem cumprido os 25 anos previstos na lei revogada. 23. Entretanto, o Departamento de Polícia Federal passou a computar no tempo de serviço para fins de aposentadoria um acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço desde o ingresso do servidor no órgão até a data da revogação da Lei 3.313/1957, como forma de compensação do aumento do tempo mínimo de aposentadoria.” Nesse ponto, entendo que razão assiste ao relator ao assentar que “não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar nº 51/1985”. Essa CORTE já firmou entendimento no sentido de que a EC 20/1998 estabeleceu vedação expressa à contagem de tempo ficto para fins de aposentadoria, ficando vedada, portanto, a possibilidade de o legislador instituir tempo de contribuição fictício. Nesse sentido: “EMBARGOS DECLARATÓRIOS E AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE INJUNÇÃO. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. IMPOSSIBILIDADE. SERVIDORES COM DEFICIÊNCIA. APLICABILIDADE DA LEI 142/2013 ATÉ QUE SOBREVENHAM AS LEIS COMPLEMENTARES QUE REGULAMENTEM O ART. 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO. 1. O Supremo firmou entendimento vedando a conversão de tempo de serviço especial em comum para fins de 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF serviço para 30 anos de serviço, sendo que, desses, 20 tinham que ser prestados em atividade de natureza efetivamente policial. Neste caso, resta claro que a Lei 3.313/57 foi tacitamente revogada pela LC 51/85 nesse ponto. 22. Apesar de ter aumentado o tempo de serviço exigido para a aposentadoria especial (de 25 para 30 anos), a LC 51/85 não trouxe nenhuma regra de transição que pudesse ser aplicada àqueles policiais que já estivessem na carreira antes do advento da nova lei, mas que ainda não houvessem cumprido os 25 anos previstos na lei revogada. 23. Entretanto, o Departamento de Polícia Federal passou a computar no tempo de serviço para fins de aposentadoria um acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço desde o ingresso do servidor no órgão até a data da revogação da Lei 3.313/1957, como forma de compensação do aumento do tempo mínimo de aposentadoria.” Nesse ponto, entendo que razão assiste ao relator ao assentar que “não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar nº 51/1985”. Essa CORTE já firmou entendimento no sentido de que a EC 20/1998 estabeleceu vedação expressa à contagem de tempo ficto para fins de aposentadoria, ficando vedada, portanto, a possibilidade de o legislador instituir tempo de contribuição fictício. Nesse sentido: “EMBARGOS DECLARATÓRIOS E AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE INJUNÇÃO. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. IMPOSSIBILIDADE. SERVIDORES COM DEFICIÊNCIA. APLICABILIDADE DA LEI 142/2013 ATÉ QUE SOBREVENHAM AS LEIS COMPLEMENTARES QUE REGULAMENTEM O ART. 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO. 1. O Supremo firmou entendimento vedando a conversão de tempo de serviço especial em comum para fins de 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto Vogal MS 33545 / DF aposentadoria de servidor público, a teor do disposto nos §§ 4º e 10 do artigo 40 da Constituição Federal, diante da impossibilidade legal de contagem de tempo ficto. 2. A aposentadoria especial de servidor público portador de deficiência é assegurada mediante a aplicação da Lei Complementar 142/2013, até que editada a lei complementar exigida pelo art. 40, § 4º, I, da Constituição Federal. 3. Embargos de declaração da Impetrante rejeitados. 4. Agravo Regimental da União parcialmente provido” (MI nº 1474 ED, Relator Ministro Edson Fachin, Tribunal Pleno, Dje de 22/2/16) Além disso, como bem consignado pela União em sua manifestação “se o servidor implementou as condições exigidas para a aposentadoria apenas na vigência da LC n° 51/85, como ocorreu no caso dos autos, esse é o diploma legal que irá regular ,1 sua aposentadoria, não sendo possível conjugá-lo com dispositivos de duas outras leis que não mais estão em vIgor”. Esse é exatamente o posicionamento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos termos da Súmula 359 que dispõe: “Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários”. Da mesma forma, no que concerne à contagem de período referente a fração de Licença Prêmio por assiduidade não gozada, não há que se falar em desrespeito a pronunciamentos judiciais sobre o tema. Embora o autor não identifique o julgado transcrito na petição inicial, é possível verificar que, em referida ação, foi assegurada a contagem das licenças não gozadas e já adquiridas, não se garantindo a possibilidade de contagem proporcional de interstício ainda não completado, conforme se verifica do seguinte trecho da ementa colacionada “os servidores públicos que adquiriram o direito à conversão da licença‐prêmio em tempo de serviço para efeitos da aposentadoria, antes da Emenda Constitucional nº 20 de 1998, possuem direito adquirido à referida contagem”. Diante do exposto, acompanho o Relator e voto pela DENEGAÇÃO da segurança. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF aposentadoria de servidor público, a teor do disposto nos §§ 4º e 10 do artigo 40 da Constituição Federal, diante da impossibilidade legal de contagem de tempo ficto. 2. A aposentadoria especial de servidor público portador de deficiência é assegurada mediante a aplicação da Lei Complementar 142/2013, até que editada a lei complementar exigida pelo art. 40, § 4º, I, da Constituição Federal. 3. Embargos de declaração da Impetrante rejeitados. 4. Agravo Regimental da União parcialmente provido” (MI nº 1474 ED, Relator Ministro Edson Fachin, Tribunal Pleno, Dje de 22/2/16) Além disso, como bem consignado pela União em sua manifestação “se o servidor implementou as condições exigidas para a aposentadoria apenas na vigência da LC n° 51/85, como ocorreu no caso dos autos, esse é o diploma legal que irá regular ,1 sua aposentadoria, não sendo possível conjugá-lo com dispositivos de duas outras leis que não mais estão em vIgor”. Esse é exatamente o posicionamento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos termos da Súmula 359 que dispõe: “Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários”. Da mesma forma, no que concerne à contagem de período referente a fração de Licença Prêmio por assiduidade não gozada, não há que se falar em desrespeito a pronunciamentos judiciais sobre o tema. Embora o autor não identifique o julgado transcrito na petição inicial, é possível verificar que, em referida ação, foi assegurada a contagem das licenças não gozadas e já adquiridas, não se garantindo a possibilidade de contagem proporcional de interstício ainda não completado, conforme se verifica do seguinte trecho da ementa colacionada “os servidores públicos que adquiriram o direito à conversão da licença‐prêmio em tempo de serviço para efeitos da aposentadoria, antes da Emenda Constitucional nº 20 de 1998, possuem direito adquirido à referida contagem”. Diante do exposto, acompanho o Relator e voto pela DENEGAÇÃO da segurança. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, a matéria já está bem posta. Estou plenamente de acordo com o voto do eminente Relator. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 80F5-54BA-4F11-0A67 e senha DA32-7E4E-8884-2887 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, a matéria já está bem posta. Estou plenamente de acordo com o voto do eminente Relator. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 80F5-54BA-4F11-0A67 e senha DA32-7E4E-8884-2887 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) : LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO (2985/SE/) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem e revogou a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A376-12F2-C500-C8B4 e senha E33F-534C-7D39-5058 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) : LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO (2985/SE/) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem e revogou a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A376-12F2-C500-C8B4 e senha E33F-534C-7D39-5058 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757512514
2021-06-15T00:00:00
2021-09-29T00:00:00
A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem e revogou a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021.
MANDADO DE SEGURANÇA
MANDADO DE SEGURANÇA – DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA. O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição e mérito da impetração. TEMPO DE SERVIÇO FICTO – LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL – EXIGÊNCIA. A consideração de tempo de serviço ficto pressupõe lei em sentido formal e material. POLICIAL FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO ESPECÍFICO. Com a Lei Complementar nº 51/1985, o período para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, 20 dos quais prestados em atividade de natureza estritamente policial. APOSENTADORIA ESPECIAL – POLÍCIA FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO. A majoração decorrente da Lei Complementar nº 51/1985 – de 25 para 30 anos de serviço – não é passível de ser compensada mediante atuação administrativa, criando-se 20% de tempo de serviço ficto.
sjur453575
- Acórdão(s) citado(s): (TEMPO DE SERVIÇO FICTÍCIO) MI 1474 ED (TP). Número de páginas: 12. Análise: 08/07/2022, KBP.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
33545
[ "LEG-FED EMC-000020 ANO-1998\n EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED LCP-000051 ANO-1985\n LEI COMPLEMENTAR\n\n", "LEG-FED LEI-003313 ANO-1957\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-004878 ANO-1965\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000359\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
MS
acordaos
MS 33545
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IMPTE.(S) : EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) : LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
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Ementa e Acórdão 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) :LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO MANDADO DE SEGURANÇA – DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA. O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição e mérito da impetração. TEMPO DE SERVIÇO FICTO – LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL – EXIGÊNCIA. A consideração de tempo de serviço ficto pressupõe lei em sentido formal e material. POLICIAL FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO ESPECÍFICO. Com a Lei Complementar n 51/1985, o período para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, 20 dos quais prestados em atividade de natureza estritamente policial. APOSENTADORIA ESPECIAL – POLÍCIA FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO. A majoração decorrente da Lei Complementar n 51/1985 – de 25 para 30 anos de serviço – não é passível de ser compensada mediante atuação administrativa, criando-se 20% de tempo de serviço ficto. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ACA9-746B-3429-7CC1 e senha 3DA9-9012-2086-B2AE Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Ementa e Acórdão MS 33545 / DF revogar a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão realizada por videoconferência, em 15 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 15 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ACA9-746B-3429-7CC1 e senha 3DA9-9012-2086-B2AE Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF revogar a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão realizada por videoconferência, em 15 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 15 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código ACA9-746B-3429-7CC1 e senha 3DA9-9012-2086-B2AE Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) :LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Egídio Figueiroa Neto insurge-se contra o acórdão n 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei n 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar n 51/1985. Afirma aplicável direito intertemporal, a garantir contagem ficta de período. Evoca precedente do Supremo. Diz adequado o cálculo de licença-prêmio em dobro. Articula com a desproporcionalidade do pronunciamento, porquanto determinado o retorno às funções após oito anos da passagem à inatividade. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, reconhecendo-se os requisitos para a aposentadoria e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F78-CAE0-FDFB-6688 e senha 0DF0-F5C1-B673-CDB3 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) :LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Egídio Figueiroa Neto insurge-se contra o acórdão n 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei n 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar n 51/1985. Afirma aplicável direito intertemporal, a garantir contagem ficta de período. Evoca precedente do Supremo. Diz adequado o cálculo de licença-prêmio em dobro. Articula com a desproporcionalidade do pronunciamento, porquanto determinado o retorno às funções após oito anos da passagem à inatividade. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, reconhecendo-se os requisitos para a aposentadoria e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F78-CAE0-FDFB-6688 e senha 0DF0-F5C1-B673-CDB3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Relatório MS 33545 / DF restabelecendo-se o pagamento do benefício retroativamente à data da interrupção, com atualização monetária e juros. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. Acolheu pedido de ingresso da União. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Diz impróprio o manuseio de ação mandamental como de cobrança. A União interpôs agravo. Não foi apresentada contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F78-CAE0-FDFB-6688 e senha 0DF0-F5C1-B673-CDB3 Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF restabelecendo-se o pagamento do benefício retroativamente à data da interrupção, com atualização monetária e juros. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. Acolheu pedido de ingresso da União. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Diz impróprio o manuseio de ação mandamental como de cobrança. A União interpôs agravo. Não foi apresentada contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7F78-CAE0-FDFB-6688 e senha 0DF0-F5C1-B673-CDB3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição primeira e mérito do mandado de segurança. Conforme explicitado no ato do Tribunal de Contas da União, a Lei n 3.313/1957 exigia o cumprimento de 25 anos de serviço como requisito ao benefício da aposentadoria especial, considerado policial. O diploma subsequente – n 4.878/1965 – não alterou essa previsão, limitando-se à questão etária para ter-se a aposentadoria compulsória. Com a Lei Complementar n 51/1985, o período exigido para aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, sendo 20 de atividade de natureza policial. O que houve então? O Departamento de Polícia Federal, para compensar a alteração, criou acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço, desde o ingresso do servidor no Órgão até a data da revogação da Lei n 3.313/1957. A contagem de tempo de serviço ficto pressupõe norma em sentido abstrato e autônomo. Não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar n 51/1985. Ante o contexto, não se tem direito líquido e certo ao acréscimo previsto no campo administrativo. Indefiro a ordem, revogando a tutela de urgência implementada. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AA10-FC33-E10A-F8AE e senha 087B-1889-D013-0510 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição primeira e mérito do mandado de segurança. Conforme explicitado no ato do Tribunal de Contas da União, a Lei n 3.313/1957 exigia o cumprimento de 25 anos de serviço como requisito ao benefício da aposentadoria especial, considerado policial. O diploma subsequente – n 4.878/1965 – não alterou essa previsão, limitando-se à questão etária para ter-se a aposentadoria compulsória. Com a Lei Complementar n 51/1985, o período exigido para aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, sendo 20 de atividade de natureza policial. O que houve então? O Departamento de Polícia Federal, para compensar a alteração, criou acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço, desde o ingresso do servidor no Órgão até a data da revogação da Lei n 3.313/1957. A contagem de tempo de serviço ficto pressupõe norma em sentido abstrato e autônomo. Não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar n 51/1985. Ante o contexto, não se tem direito líquido e certo ao acréscimo previsto no campo administrativo. Indefiro a ordem, revogando a tutela de urgência implementada. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AA10-FC33-E10A-F8AE e senha 087B-1889-D013-0510 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Voto Vogal MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) :LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Sr. Presidente, os autos tratam de mandado de segurança impetrado por Egídio Figueiroa Neto em face de ato do Tribunal de Contas da União que negou registro à aposentadoria do impetrante. A presente ação foi assim relatada pelo Ministro MARCO AURÉLIO; “Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Egídio Figueiroa Neto insurge-se contra o acórdão n 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei n 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar n 51/1985. Afirma aplicável direito intertemporal, a garantir contagem ficta de período. Evoca precedente do Supremo. Diz adequado o cálculo de licença-prêmio em dobro. Articula com a desproporcionalidade do pronunciamento, não usar determinado o retorno às funções após oito anos da passagem à inatividade. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, reconhecendo-se os requisitos para a aposentadoria e Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Supremo Tribunal Federal MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) :LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Sr. Presidente, os autos tratam de mandado de segurança impetrado por Egídio Figueiroa Neto em face de ato do Tribunal de Contas da União que negou registro à aposentadoria do impetrante. A presente ação foi assim relatada pelo Ministro MARCO AURÉLIO; “Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Egídio Figueiroa Neto insurge-se contra o acórdão n 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei n 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar n 51/1985. Afirma aplicável direito intertemporal, a garantir contagem ficta de período. Evoca precedente do Supremo. Diz adequado o cálculo de licença-prêmio em dobro. Articula com a desproporcionalidade do pronunciamento, não usar determinado o retorno às funções após oito anos da passagem à inatividade. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato. No mérito, busca a declaração de nulidade, reconhecendo-se os requisitos para a aposentadoria e Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Voto Vogal MS 33545 / DF restabelecendo-se o pagamento do benefício retroativamente à data da interrupção, com atualização monetária e juros. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. Acolheu pedido de ingresso da União. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Diz impróprio o manuseio de ação mandamental como de cobrança. A União interpôs agravo. Não foi apresentada contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem.” O Relator, Min. MARCO AURÉLIO, em Sessão virtual que iniciou em 07/05/2021, apresentou voto pela denegação da segurança, com a seguinte proposta de ementa: “MANDADO DE SEGURANÇA DIREITO LÍQUIDO E CERTO AUSÊNCIA. O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição e mérito da impetração. TEMPO DE SERVIÇO FICTO LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL EXIGÊNCIA. A consideração de tempo de serviço ficto pressupõe lei em sentido formal e material. POLICIAL FEDERAL TEMPO DE SERVIÇO ESPECÍFICO. Com a Lei Complementar n 51/1985, o período para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, 20 dos quais prestados em atividade de natureza estritamente policial. APOSENTADORIA ESPECIAL POLÍCIA FEDERAL TEMPO DE SERVIÇO. A majoração decorrente da Lei Complementar n 51/1985 de 25 para 30 anos de serviço não é passível de ser compensada mediante atuação administrativa, criando-se 20% de tempo de serviço ficto.” Na ocasião, pedi destaque do julgamento para melhor apreciação da matéria. É o Relatório. Decido. De início, já antecipo que vou acompanhar o Relator na denegação 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF restabelecendo-se o pagamento do benefício retroativamente à data da interrupção, com atualização monetária e juros. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. Acolheu pedido de ingresso da União. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Diz impróprio o manuseio de ação mandamental como de cobrança. A União interpôs agravo. Não foi apresentada contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem.” O Relator, Min. MARCO AURÉLIO, em Sessão virtual que iniciou em 07/05/2021, apresentou voto pela denegação da segurança, com a seguinte proposta de ementa: “MANDADO DE SEGURANÇA DIREITO LÍQUIDO E CERTO AUSÊNCIA. O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição e mérito da impetração. TEMPO DE SERVIÇO FICTO LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL EXIGÊNCIA. A consideração de tempo de serviço ficto pressupõe lei em sentido formal e material. POLICIAL FEDERAL TEMPO DE SERVIÇO ESPECÍFICO. Com a Lei Complementar n 51/1985, o período para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, 20 dos quais prestados em atividade de natureza estritamente policial. APOSENTADORIA ESPECIAL POLÍCIA FEDERAL TEMPO DE SERVIÇO. A majoração decorrente da Lei Complementar n 51/1985 de 25 para 30 anos de serviço não é passível de ser compensada mediante atuação administrativa, criando-se 20% de tempo de serviço ficto.” Na ocasião, pedi destaque do julgamento para melhor apreciação da matéria. É o Relatório. Decido. De início, já antecipo que vou acompanhar o Relator na denegação 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto Vogal MS 33545 / DF da ordem. Explico. Importante frisar, desde já, os fundamentos apresentados quando da impetração do mandado de segurança. O impetrante fundamentou a ilegalidade do ato coator em basicamente três pontos: 1) a possibilidade de aplicação de norma de direito intertemporal, no caso, a Lei 3.313/1957 e a Lei Complementar 51/1985; 2) a ausência de informação, em números, do cômputo de licença prêmio em dobro, sem que tenha ocorrido a apreciação individualizada do tempo pelo ato coator, não sendo possível aferir o reflexo no período de contribuição faltante; e 3) a ausência de proporcionalidade na decisão proferida pelo TCU, tendo em vista o decurso de mais de 8 anos da aposentadoria do servidor. Destaco esses fundamentos para ressaltar que em nenhum momento houve a alegação de que o ato coator feriu eventual coisa julgada. Esse dado é relevante para distinguir o presente caso de outros precedentes da CORTE, nos quais, em sede de mandado de segurança, foi concedida a ordem para declarar nulo ato do Tribunal de Contas da União que não observou a res judicata. Feita essa ressalva, observo que, no que concerne a possibilidade de contagem do tempo de serviço com acréscimo de 20% sobre o período trabalhado em atividade policial sob a égide da Lei 3.313/1957, assim dispôs o ato impugnado: “20. A partir dessas três leis, verifica‐se que, desde 1957 (com a Lei 3.313/57), exigia‐se o cumprimento de 25 anos de serviço para que o policial pudesse ser beneficiado com aposentadoria especial. A Lei 4.878/65 não alterou esse quadro, eis que essa lei alterou apenas a idade de aposentadoria compulsória, sem nada falar acerca da aposentadoria especial por tempo de serviço. Significa dizer que as novas regras da Lei 4.878/65 não entraram em contradição com a Lei 3.313/57 (no que diz respeito ao tempo de serviço para aposentadoria especial) e, por isso, não as revogaram. 21. Por fim, com a edição da Lei Complementar 51/85, o prazo para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 anos de 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF da ordem. Explico. Importante frisar, desde já, os fundamentos apresentados quando da impetração do mandado de segurança. O impetrante fundamentou a ilegalidade do ato coator em basicamente três pontos: 1) a possibilidade de aplicação de norma de direito intertemporal, no caso, a Lei 3.313/1957 e a Lei Complementar 51/1985; 2) a ausência de informação, em números, do cômputo de licença prêmio em dobro, sem que tenha ocorrido a apreciação individualizada do tempo pelo ato coator, não sendo possível aferir o reflexo no período de contribuição faltante; e 3) a ausência de proporcionalidade na decisão proferida pelo TCU, tendo em vista o decurso de mais de 8 anos da aposentadoria do servidor. Destaco esses fundamentos para ressaltar que em nenhum momento houve a alegação de que o ato coator feriu eventual coisa julgada. Esse dado é relevante para distinguir o presente caso de outros precedentes da CORTE, nos quais, em sede de mandado de segurança, foi concedida a ordem para declarar nulo ato do Tribunal de Contas da União que não observou a res judicata. Feita essa ressalva, observo que, no que concerne a possibilidade de contagem do tempo de serviço com acréscimo de 20% sobre o período trabalhado em atividade policial sob a égide da Lei 3.313/1957, assim dispôs o ato impugnado: “20. A partir dessas três leis, verifica‐se que, desde 1957 (com a Lei 3.313/57), exigia‐se o cumprimento de 25 anos de serviço para que o policial pudesse ser beneficiado com aposentadoria especial. A Lei 4.878/65 não alterou esse quadro, eis que essa lei alterou apenas a idade de aposentadoria compulsória, sem nada falar acerca da aposentadoria especial por tempo de serviço. Significa dizer que as novas regras da Lei 4.878/65 não entraram em contradição com a Lei 3.313/57 (no que diz respeito ao tempo de serviço para aposentadoria especial) e, por isso, não as revogaram. 21. Por fim, com a edição da Lei Complementar 51/85, o prazo para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 anos de 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto Vogal MS 33545 / DF serviço para 30 anos de serviço, sendo que, desses, 20 tinham que ser prestados em atividade de natureza efetivamente policial. Neste caso, resta claro que a Lei 3.313/57 foi tacitamente revogada pela Lei Complementar 51/85 nesse ponto. 22. Apesar de ter aumentado o tempo de serviço exigido para a aposentadoria especial (de 25 para 30 anos), a Lei Complementar 51/85 não trouxe nenhuma regra de transição que pudesse ser aplicada àqueles policiais que já estivessem na carreira antes do advento da nova lei, mas que ainda não houvessem cumprido os 25 anos previstos na lei revogada. 23. Entretanto, o Departamento de Polícia Federal passou a computar no tempo de serviço para fins de aposentadoria um acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço desde o ingresso do servidor no órgão até a data da revogação da Lei 3.313/1957, como forma de compensação do aumento do tempo mínimo de aposentadoria.” Nesse ponto, entendo que razão assiste ao relator ao assentar que “não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar n 51/1985”. Essa CORTE já firmou entendimento no sentido de que a EC 20/1998 estabeleceu vedação expressa à contagem de tempo ficto para fins de aposentadoria, ficando vedada, portanto, a possibilidade de o legislador instituir tempo de contribuição fictício. Nesse sentido: “EMBARGOS DECLARATÓRIOS E AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE INJUNÇÃO. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. IMPOSSIBILIDADE. SERVIDORES COM DEFICIÊNCIA. APLICABILIDADE DA LEI 142/2013 ATÉ QUE SOBREVENHAM AS LEIS COMPLEMENTARES QUE REGULAMENTEM O ART. 40, § 4..., DA CONSTITUIÇÃO. 1. O Supremo firmou entendimento vedando a conversão de tempo de serviço especial em comum para fins de 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF serviço para 30 anos de serviço, sendo que, desses, 20 tinham que ser prestados em atividade de natureza efetivamente policial. Neste caso, resta claro que a Lei 3.313/57 foi tacitamente revogada pela Lei Complementar 51/85 nesse ponto. 22. Apesar de ter aumentado o tempo de serviço exigido para a aposentadoria especial (de 25 para 30 anos), a Lei Complementar 51/85 não trouxe nenhuma regra de transição que pudesse ser aplicada àqueles policiais que já estivessem na carreira antes do advento da nova lei, mas que ainda não houvessem cumprido os 25 anos previstos na lei revogada. 23. Entretanto, o Departamento de Polícia Federal passou a computar no tempo de serviço para fins de aposentadoria um acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço desde o ingresso do servidor no órgão até a data da revogação da Lei 3.313/1957, como forma de compensação do aumento do tempo mínimo de aposentadoria.” Nesse ponto, entendo que razão assiste ao relator ao assentar que “não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar n 51/1985”. Essa CORTE já firmou entendimento no sentido de que a EC 20/1998 estabeleceu vedação expressa à contagem de tempo ficto para fins de aposentadoria, ficando vedada, portanto, a possibilidade de o legislador instituir tempo de contribuição fictício. Nesse sentido: “EMBARGOS DECLARATÓRIOS E AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE INJUNÇÃO. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. IMPOSSIBILIDADE. SERVIDORES COM DEFICIÊNCIA. APLICABILIDADE DA LEI 142/2013 ATÉ QUE SOBREVENHAM AS LEIS COMPLEMENTARES QUE REGULAMENTEM O ART. 40, § 4..., DA CONSTITUIÇÃO. 1. O Supremo firmou entendimento vedando a conversão de tempo de serviço especial em comum para fins de 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto Vogal MS 33545 / DF aposentadoria de servidor público, a teor do disposto nos §§ 4... e 10 do artigo 40 da Constituição Federal, diante da impossibilidade legal de contagem de tempo ficto. 2. A aposentadoria especial de servidor público portador de deficiência é assegurada mediante a aplicação da Lei Complementar 142/2013, até que editada a lei complementar exigida pelo art. 40, § 4..., I, da Constituição Federal. 3. Embargos de declaração da Impetrante rejeitados. 4. Agravo Regimental da União parcialmente provido” (MI n 1474 ED, Relator Ministro Edson Fachin, Tribunal Pleno, Dje de 22/2/16) Além disso, como bem consignado pela União em sua manifestação “se o servidor implementou as condições exigidas para a aposentadoria apenas na vigência da Lei Complementar n 51/85, como ocorreu no caso dos autos, esse é o diploma legal que irá regular ,1 sua aposentadoria, não sendo possível conjugá-lo com dispositivos de duas outras leis que não mais estão em vIgor”. Esse é exatamente o posicionamento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos termos da Súmula 359 que dispõe: “Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários”. Da mesma forma, no que concerne à contagem de período referente a fração de Licença Prêmio por assiduidade não gozada, não há que se falar em desrespeito a pronunciamentos judiciais sobre o tema. Embora o autor não identifique o julgado transcrito na petição inicial, é possível verificar que, em referida ação, foi assegurada a contagem das licenças não gozadas e já adquiridas, não se garantindo a possibilidade de contagem proporcional de interstício ainda não completado, conforme se verifica do seguinte trecho da ementa colacionada “os servidores públicos que adquiriram o direito à conversão da licença‐prêmio em tempo de serviço para efeitos da aposentadoria, antes da Emenda Constitucional n 20 de 1998, possuem direito adquirido à referida contagem”. Diante do exposto, acompanho o Relator e voto pela DENEGAÇÃO da segurança. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Supremo Tribunal Federal MS 33545 / DF aposentadoria de servidor público, a teor do disposto nos §§ 4... e 10 do artigo 40 da Constituição Federal, diante da impossibilidade legal de contagem de tempo ficto. 2. A aposentadoria especial de servidor público portador de deficiência é assegurada mediante a aplicação da Lei Complementar 142/2013, até que editada a lei complementar exigida pelo art. 40, § 4..., I, da Constituição Federal. 3. Embargos de declaração da Impetrante rejeitados. 4. Agravo Regimental da União parcialmente provido” (MI n 1474 ED, Relator Ministro Edson Fachin, Tribunal Pleno, Dje de 22/2/16) Além disso, como bem consignado pela União em sua manifestação “se o servidor implementou as condições exigidas para a aposentadoria apenas na vigência da Lei Complementar n 51/85, como ocorreu no caso dos autos, esse é o diploma legal que irá regular ,1 sua aposentadoria, não sendo possível conjugá-lo com dispositivos de duas outras leis que não mais estão em vIgor”. Esse é exatamente o posicionamento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos termos da Súmula 359 que dispõe: “Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários”. Da mesma forma, no que concerne à contagem de período referente a fração de Licença Prêmio por assiduidade não gozada, não há que se falar em desrespeito a pronunciamentos judiciais sobre o tema. Embora o autor não identifique o julgado transcrito na petição inicial, é possível verificar que, em referida ação, foi assegurada a contagem das licenças não gozadas e já adquiridas, não se garantindo a possibilidade de contagem proporcional de interstício ainda não completado, conforme se verifica do seguinte trecho da ementa colacionada “os servidores públicos que adquiriram o direito à conversão da licença‐prêmio em tempo de serviço para efeitos da aposentadoria, antes da Emenda Constitucional n 20 de 1998, possuem direito adquirido à referida contagem”. Diante do exposto, acompanho o Relator e voto pela DENEGAÇÃO da segurança. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 19FC-149C-0A2D-7125 e senha E0E7-3924-883B-B215 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, a matéria já está bem posta. Estou plenamente de acordo com o voto do eminente Relator. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 80F5-54BA-4F11-0A67 e senha DA32-7E4E-8884-2887 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, a matéria já está bem posta. Estou plenamente de acordo com o voto do eminente Relator. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 80F5-54BA-4F11-0A67 e senha DA32-7E4E-8884-2887 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) : LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO (2985/SE/) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem e revogou a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A376-12F2-C500-C8B4 e senha E33F-534C-7D39-5058 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 33.545 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : EGIDIO FIGUEIROA NETO ADV.(A/S) : LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO (2985/SE/) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO LIT.PAS.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem e revogou a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A376-12F2-C500-C8B4 e senha E33F-534C-7D39-5058 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
{ "JURISPRUDENCIA": [ "MANDADO DE SEGURANÇA 33 . 545", "MS 33545 / DF", "MS 33545 / DF", "MANDADO DE SEGURANÇA 33 . 545", "acórdão n 529 / 2014", "MANDADO DE SEGURANÇA 33 . 545", "acórdão n 529 / 2014", "MS 33545 / DF", "MS 33545 / DF", "MANDADO DE SEGURANÇA 33 . 545", "acórdão n 529 / 2014", "MANDADO DE SEGURANÇA 33 . 545", "acórdão n 529 / 2014", "MS 33545 / DF", "MS 33545 / DF", "MS 33545 / DF", "MS 33545 / DF", "MS 33545 / DF", "MS 33545 / DF", "MS 33545 / DF", "MI n 1474 ED", "MS 33545 / DF", "MI n 1474 ED" ], "LEGISLACAO": [ "Lei Complementar n 51 / 1985", "Lei Complementar n 51 / 1985", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 3 . 313 / 1957", "Lei Complementar n 51 / 1985", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 3 . 313 / 1957", "Lei Complementar n 51 / 1985", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 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"UNIÃO", "UNIÃO", "UNIÃO", "Tribunal de Contas da União", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO", "UNIÃO", "UNIÃO", "UNIÃO", "Tribunal de Contas da União", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "União", "Tribunal de Contas da União", "União", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "União", "Tribunal de Contas da União", "União", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Tribunal de Contas da União", "Departamento de Polícia Federal", "Tribunal de Contas", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Tribunal de Contas da União", "Departamento de Polícia Federal", "Tribunal de Contas", "Supremo Tribunal Federal", "TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO", "UNIÃO", "UNIÃO", "UNIÃO", "Tribunal de Contas da União", "Tribunal de Contas da União", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", 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Neto", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "Edson Fachin", "Edson Fachin", "ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "MARCO AURÉLIO", "EGIDIO FIGUEIROA NETO", "LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Paulo Gustavo Gonet Branco", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "EGIDIO FIGUEIROA NETO", "LAURA CRISTINA MACHADO FIGUEIREDO", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Paulo Gustavo Gonet", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15 de junho de 2021", "15 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15 de junho de 2021", "15 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", 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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) :ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO ADV.(A/S) :RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO AGDO.(A/S) :NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA E DE AFRONTA À AUTORIDADE DE DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. 1. Reclamação ajuizada sob a alegação de usurpação da competência do STF, de inaplicabilidade do Tema 181 e de violação à autoridade das decisões proferidas nas ADPFs 437, 387 e 275; na ADI 1.642; e no RE 599.628, paradigma do Tema 253. 2. O recurso extraordinário foi inadmitido em razão da deficiência na impugnação recursal (Súmula 182/STJ). Na decisão reclamada, assinalou-se que, “não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/STF, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventada no recurso extraordinário”. 3. A controvérsia dos autos está restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário. Desse modo, não está configurada a usurpação da competência desta Corte. 4. Não há aderência estrita entre o ato reclamado e as decisões proferidas nas ADPFs 437, 387 e 275; na ADI 1.642; e no RE 599.628, paradigma do Tema 253. 5. Condenação da parte reclamante ao pagamento de multa Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D631-E2AF-FD29-1151 e senha 2AD7-0F63-BC45-7237 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Ementa e Acórdão RCL 45219 AGR / SP por litigância de má-fé (art. 80, VI, CPC), pois, mesmo advertida, insistiu, interpondo recurso de forma protelatória. 6. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D631-E2AF-FD29-1151 e senha 2AD7-0F63-BC45-7237 Supremo Tribunal Federal RCL 45219 AGR / SP por litigância de má-fé (art. 80, VI, CPC), pois, mesmo advertida, insistiu, interpondo recurso de forma protelatória. 6. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D631-E2AF-FD29-1151 e senha 2AD7-0F63-BC45-7237 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) :ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO ADV.(A/S) :RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO AGDO.(A/S) :NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Agravo interno interposto em face de decisão pela qual neguei seguimento à reclamação pelos seguintes fundamentos: “1. Trata-se de reclamação ajuizada pela Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André (CRAISA) contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), proferida nos Autos nº 1026020- 76.2015.8.26.0554 (AREsp 1.458.468/SP), que negou seguimento a recurso extraordinário, com base no Tema 181 da repercussão geral. 2. A parte reclamante sustenta a inaplicabilidade do Tema 181, sob a alegação de que, para não conhecer dos recursos (questão processual), foi imprescindível analisar o mérito da contenda, qual seja, se aplica ou não as prerrogativas da Fazenda Pública à reclamante, empresa pública prestadora de serviço público, em ambiente não concorrencial, não sendo uma decisão processual, mas sim cognitiva e de mérito. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) :ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO ADV.(A/S) :RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO AGDO.(A/S) :NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Agravo interno interposto em face de decisão pela qual neguei seguimento à reclamação pelos seguintes fundamentos: “1. Trata-se de reclamação ajuizada pela Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André (CRAISA) contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), proferida nos Autos nº 1026020- 76.2015.8.26.0554 (AREsp 1.458.468/SP), que negou seguimento a recurso extraordinário, com base no Tema 181 da repercussão geral. 2. A parte reclamante sustenta a inaplicabilidade do Tema 181, sob a alegação de que, para não conhecer dos recursos (questão processual), foi imprescindível analisar o mérito da contenda, qual seja, se aplica ou não as prerrogativas da Fazenda Pública à reclamante, empresa pública prestadora de serviço público, em ambiente não concorrencial, não sendo uma decisão processual, mas sim cognitiva e de mérito. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Relatório RCL 45219 AGR / SP 3. Afirma que a aplicação do Tema 181 impediu a análise do ponto fulcral do caso, qual seja, a incidência das prerrogativas da Fazenda Pública às entidades da Administração Indireta às empresas públicas prestadoras de serviço público essencial. Sustenta, assim, afronta à autoridade das decisões do Supremo Tribunal Federal proferida nas ADPFs 437, 387 e 275; na ADI 1.642; e no RE 599.628, paradigma do Tema 253. Alega que, nos julgados paradigmas, esta Corte teria afirmado a impenhorabilidade dos bens das sociedades de economia mista e empresas públicas prestadoras de serviço público essencial em regime não concorrencial, de modo que o pagamento de seus títulos executivos judiciais estaria submetido ao regime constitucional de precatórios. Salienta, ademais, que atua em regime de monopólio e não distribuiu qualquer espécie de lucros entre seus acionistas. Aduz que é a única responsável no Município de Santo André pelas atividades de alimentação escolar (merenda) e alimentação dos hospitais, bem como da refeição do servidor público (refeitórios e restaurantes municipais); e que a execução das políticas públicas de abastecimento e segurança alimentar configura serviço público essencial. 4. É o relatório. Decido. 5. Dispenso as informações, bem como a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/STF, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Compete aos órgãos jurisdicionais de origem o exame preliminar da viabilidade de recurso extraordinário. Não há que se falar, a princípio, em usurpação da competência do STF. Nesse sentido, veja-se a ementa do acórdão proferido na Rcl 32.405-AgR: 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Supremo Tribunal Federal RCL 45219 AGR / SP 3. Afirma que a aplicação do Tema 181 impediu a análise do ponto fulcral do caso, qual seja, a incidência das prerrogativas da Fazenda Pública às entidades da Administração Indireta às empresas públicas prestadoras de serviço público essencial. Sustenta, assim, afronta à autoridade das decisões do Supremo Tribunal Federal proferida nas ADPFs 437, 387 e 275; na ADI 1.642; e no RE 599.628, paradigma do Tema 253. Alega que, nos julgados paradigmas, esta Corte teria afirmado a impenhorabilidade dos bens das sociedades de economia mista e empresas públicas prestadoras de serviço público essencial em regime não concorrencial, de modo que o pagamento de seus títulos executivos judiciais estaria submetido ao regime constitucional de precatórios. Salienta, ademais, que atua em regime de monopólio e não distribuiu qualquer espécie de lucros entre seus acionistas. Aduz que é a única responsável no Município de Santo André pelas atividades de alimentação escolar (merenda) e alimentação dos hospitais, bem como da refeição do servidor público (refeitórios e restaurantes municipais); e que a execução das políticas públicas de abastecimento e segurança alimentar configura serviço público essencial. 4. É o relatório. Decido. 5. Dispenso as informações, bem como a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/STF, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Compete aos órgãos jurisdicionais de origem o exame preliminar da viabilidade de recurso extraordinário. Não há que se falar, a princípio, em usurpação da competência do STF. Nesse sentido, veja-se a ementa do acórdão proferido na Rcl 32.405-AgR: 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Relatório RCL 45219 AGR / SP “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM. CABIMENTO DO AGRAVO INTERNO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA NÃO CONFIGURADA. A reclamação versa alegada usurpação da competência desta Suprema Corte por decisão denegatória do seguimento de recurso extraordinário em que se discute requisito de admissibilidade de recuso de revista previsto no art. 896, § 1º, A, I, da CLT por inexistente repercussão geral (Tema 181). Contra decisão em que negado seguimento a recurso extraordinário com fundamento na sistemática da repercussão geral cabível agravo interno a teor do art. 1.030, § 2º, do CPC/2015. Usurpação da competência desta Suprema Corte não demonstrada. Agravo regimental conhecido e desprovido.” (Rcl 32.405 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma) 7. Nessa linha, confiram-se a Rcl. 30.426, Rel. Min. Alexandre de Moraes; e a Rcl. 31.059, Rel. Min. Dias Toffoli. 8. Na presente hipótese, o recurso extraordinário foi inadmitido em virtude da deficiência de impugnação recursal que não refutou os fundamentos da decisão recorrida, esbarrando na Súmula 182/STJ. A autoridade reclamada pontuou que, não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/STF, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventadas no recurso extraordinário (Doc. 9, p. 230/231). 9. Nesse contexto, tal como assentado na decisão de inadmissibilidade do recurso extraordinário, a controvérsia está restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário, de modo que não há que 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Supremo Tribunal Federal RCL 45219 AGR / SP “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM. CABIMENTO DO AGRAVO INTERNO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA NÃO CONFIGURADA. A reclamação versa alegada usurpação da competência desta Suprema Corte por decisão denegatória do seguimento de recurso extraordinário em que se discute requisito de admissibilidade de recuso de revista previsto no art. 896, § 1º, A, I, da CLT por inexistente repercussão geral (Tema 181). Contra decisão em que negado seguimento a recurso extraordinário com fundamento na sistemática da repercussão geral cabível agravo interno a teor do art. 1.030, § 2º, do CPC/2015. Usurpação da competência desta Suprema Corte não demonstrada. Agravo regimental conhecido e desprovido.” (Rcl 32.405 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma) 7. Nessa linha, confiram-se a Rcl. 30.426, Rel. Min. Alexandre de Moraes; e a Rcl. 31.059, Rel. Min. Dias Toffoli. 8. Na presente hipótese, o recurso extraordinário foi inadmitido em virtude da deficiência de impugnação recursal que não refutou os fundamentos da decisão recorrida, esbarrando na Súmula 182/STJ. A autoridade reclamada pontuou que, não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/STF, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventadas no recurso extraordinário (Doc. 9, p. 230/231). 9. Nesse contexto, tal como assentado na decisão de inadmissibilidade do recurso extraordinário, a controvérsia está restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário, de modo que não há que 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Relatório RCL 45219 AGR / SP se falar em usurpação da competência deste Supremo Tribunal Federal. 10. O autor parece pretender utilizar a via estreita da reclamação como sucedâneo recursal, para postular uma nova apreciação de requisitos formais que transcorreu na origem de forma regular, o que não é admitido pelo STF. Advirto, por fim, que o uso de meios processuais manifestamente inadmissíveis gera efeitos danosos à prestação jurisdicional, tomando tempo e recursos escassos desta Corte. Desse modo, eventual recurso apresentado com base nos mesmos fundamentos da inicial implicará a imposição de multa por litigância de má-fé, nos termos do art. 80 e seguintes do CPC/2015. 11. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento à reclamação. Sem honorários, porquanto não citada a parte beneficiária do ato reclamado.” 2. A parte agravante reitera os argumentos da inicial, assim como enfatiza que a decisão reclamada aplicou erroneamente o Tema 181 da repercussão geral ao caso, tendo em vista que para, não conhecer dos recursos (questão processual), foi imprescindível analisar o mérito da controvérsia, qual seja, se aplica ou não as prerrogativas da Fazenda Pública à reclamante, empresa pública prestadora de serviço público, em ambiente não concorrencial. 3 . É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Supremo Tribunal Federal RCL 45219 AGR / SP se falar em usurpação da competência deste Supremo Tribunal Federal. 10. O autor parece pretender utilizar a via estreita da reclamação como sucedâneo recursal, para postular uma nova apreciação de requisitos formais que transcorreu na origem de forma regular, o que não é admitido pelo STF. Advirto, por fim, que o uso de meios processuais manifestamente inadmissíveis gera efeitos danosos à prestação jurisdicional, tomando tempo e recursos escassos desta Corte. Desse modo, eventual recurso apresentado com base nos mesmos fundamentos da inicial implicará a imposição de multa por litigância de má-fé, nos termos do art. 80 e seguintes do CPC/2015. 11. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento à reclamação. Sem honorários, porquanto não citada a parte beneficiária do ato reclamado.” 2. A parte agravante reitera os argumentos da inicial, assim como enfatiza que a decisão reclamada aplicou erroneamente o Tema 181 da repercussão geral ao caso, tendo em vista que para, não conhecer dos recursos (questão processual), foi imprescindível analisar o mérito da controvérsia, qual seja, se aplica ou não as prerrogativas da Fazenda Pública à reclamante, empresa pública prestadora de serviço público, em ambiente não concorrencial. 3 . É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas lhe nego provimento. 2. Tal como consignado na decisão agravada, o recurso extraordinário foi inadmitido em razão da deficiência na impugnação recursal que não refutou os fundamentos da decisão recorrida, esbarrando na Súmula 182/STJ. Na decisão reclamada, assinalou-se que, “não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/STF, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventada no recurso extraordinário”. 3. A controvérsia está, assim, restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário, de modo que não há que se falar em usurpação da competência deste Supremo Tribunal Federal. 4. Ademais, a decisão reclamada não analisou a matéria objeto das ADPFs 437, 387 e 275; da ADI 1.642; e do RE 599.628, paradigma do Tema 253, invocados pela reclamante, os quais, em geral, tratam da incidência das prerrogativas da Fazenda Pública às entidades da Administração Indireta às empresas públicas prestadoras de serviço público essencial. Nesse cenário, não há a necessária relação de aderência estrita entre a decisão reclamada e os paradigmas invocados, tornando inviável o prosseguimento da reclamação. Nesse sentido, cito as Rcl 6.040 ED, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcl 11.246 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; Rcl 21.409, sob a minha relatoria; e Rcl 39.872, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7442-EE5C-9787-51F6 e senha 1C3C-E43B-21AB-0358 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas lhe nego provimento. 2. Tal como consignado na decisão agravada, o recurso extraordinário foi inadmitido em razão da deficiência na impugnação recursal que não refutou os fundamentos da decisão recorrida, esbarrando na Súmula 182/STJ. Na decisão reclamada, assinalou-se que, “não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/STF, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventada no recurso extraordinário”. 3. A controvérsia está, assim, restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário, de modo que não há que se falar em usurpação da competência deste Supremo Tribunal Federal. 4. Ademais, a decisão reclamada não analisou a matéria objeto das ADPFs 437, 387 e 275; da ADI 1.642; e do RE 599.628, paradigma do Tema 253, invocados pela reclamante, os quais, em geral, tratam da incidência das prerrogativas da Fazenda Pública às entidades da Administração Indireta às empresas públicas prestadoras de serviço público essencial. Nesse cenário, não há a necessária relação de aderência estrita entre a decisão reclamada e os paradigmas invocados, tornando inviável o prosseguimento da reclamação. Nesse sentido, cito as Rcl 6.040 ED, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcl 11.246 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; Rcl 21.409, sob a minha relatoria; e Rcl 39.872, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7442-EE5C-9787-51F6 e senha 1C3C-E43B-21AB-0358 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45219 AGR / SP Ressalta, ainda, que também trazem situação diversa da analisa nestes autos as reclamações citadas pela agravante na Petição nº 57.091/2021. 5. O uso de meios processuais manifestamente inadmissíveis gera efeitos danosos à prestação jurisdicional, tomando tempo e recursos escassos do STF, causando, ainda, prejuízos à parte contrária. Advertida, a parte insistiu, interpondo recurso dirigido à Primeira Turma. 6. De modo que condeno a parte reclamante ao pagamento de multa por litigância de má-fé (art. 80, VI, CPC), no valor de 8% do valor da causa abaixo fixado, cuja execução pela parte interessada deverá ser realizada no juízo de origem. 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Fixo, de ofício, o valor da causa em R$ 1.000,00 (mil reais) e aplico à parte agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, em caso de unanimidade da decisão. 8. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7442-EE5C-9787-51F6 e senha 1C3C-E43B-21AB-0358 Supremo Tribunal Federal RCL 45219 AGR / SP Ressalta, ainda, que também trazem situação diversa da analisa nestes autos as reclamações citadas pela agravante na Petição nº 57.091/2021. 5. O uso de meios processuais manifestamente inadmissíveis gera efeitos danosos à prestação jurisdicional, tomando tempo e recursos escassos do STF, causando, ainda, prejuízos à parte contrária. Advertida, a parte insistiu, interpondo recurso dirigido à Primeira Turma. 6. De modo que condeno a parte reclamante ao pagamento de multa por litigância de má-fé (art. 80, VI, CPC), no valor de 8% do valor da causa abaixo fixado, cuja execução pela parte interessada deverá ser realizada no juízo de origem. 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Fixo, de ofício, o valor da causa em R$ 1.000,00 (mil reais) e aplico à parte agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, em caso de unanimidade da decisão. 8. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7442-EE5C-9787-51F6 e senha 1C3C-E43B-21AB-0358 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) : ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO (138277/SP) ADV.(A/S) : RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO (307169/SP) AGDO.(A/S) : NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B774-5F84-E045-DD2A e senha 45C4-C701-AABB-2BC1 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) : ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO (138277/SP) ADV.(A/S) : RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO (307169/SP) AGDO.(A/S) : NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B774-5F84-E045-DD2A e senha 45C4-C701-AABB-2BC1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
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2021-06-28T00:00:00
2021-08-04T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO
EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA E DE AFRONTA À AUTORIDADE DE DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. 1. Reclamação ajuizada sob a alegação de usurpação da competência do STF, de inaplicabilidade do Tema 181 e de violação à autoridade das decisões proferidas nas ADPFs 437, 387 e 275; na ADI 1.642; e no RE 599.628, paradigma do Tema 253. 2. O recurso extraordinário foi inadmitido em razão da deficiência na impugnação recursal (Súmula 182/STJ). Na decisão reclamada, assinalou-se que, “não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/STF, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventada no recurso extraordinário”. 3. A controvérsia dos autos está restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário. Desse modo, não está configurada a usurpação da competência desta Corte. 4. Não há aderência estrita entre o ato reclamado e as decisões proferidas nas ADPFs 437, 387 e 275; na ADI 1.642; e no RE 599.628, paradigma do Tema 253. 5. Condenação da parte reclamante ao pagamento de multa por litigância de má-fé (art. 80, VI, CPC), pois, mesmo advertida, insistiu, interpondo recurso de forma protelatória. 6. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.
sjur450372
- Acórdão(s) citado(s): (RECLAMAÇÃO, AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA) Rcl 11246 AgR (TP), Rcl 6040 ED (TP), Rcl 21409 (1ªT). - Decisão monocrática citada: (RECLAMAÇÃO, AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA) Rcl 39872. - Veja ADPF 437, ADPF 387, ADPF 275 do STF. - Veja ADI 1642 do STF. - Veja RE 598365 (Tema 181) e RE 599628 (Tema 253) do STF. Número de páginas: 9. Análise: 27/01/2022, ABO.
ROBERTO BARROSO
Primeira Turma
45219
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00080 INC-00006 ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTJ-000182\n SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ" ]
Rcl-AgR
acordaos
Rcl 45219 AgR
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AGTE.(S) : COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) : ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO ADV.(A/S) : RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO AGDO.(A/S) : NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) :ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO ADV.(A/S) :RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO AGDO.(A/S) :NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA E DE AFRONTA À AUTORIDADE DE DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. 1. Reclamação ajuizada sob a alegação de usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal, de inaplicabilidade do Tema 181 e de violação à autoridade das decisões proferidas nas ADPFs 437, 387 e 275; na ADI 1.642; e no Recurso Extraordinário 599.628, paradigma do Tema 253. 2. O recurso extraordinário foi inadmitido em razão da deficiência na impugnação recursal (Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça). Na decisão reclamada, assinalou-se que, “não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/Supremo Tribunal Federal, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventada no recurso extraordinário”. 3. A controvérsia dos autos está restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário. Desse modo, não está configurada a usurpação da competência desta Corte. 4. Não há aderência estrita entre o ato reclamado e as decisões proferidas nas ADPFs 437, 387 e 275; na ADI 1.642; e no Recurso Extraordinário 599.628, paradigma do Tema 253. 5. Condenação da parte reclamante ao pagamento de multa Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D631-E2AF-FD29-1151 e senha 2AD7-0F63-BC45-7237 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Ementa e Acórdão RCL 45219 AGR / SP por litigância de má-fé (art. 80, VI, Código de Processo Civil), pois, mesmo advertida, insistiu, interpondo recurso de forma protelatória. 6. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D631-E2AF-FD29-1151 e senha 2AD7-0F63-BC45-7237 Supremo Tribunal Federal RCL 45219 AGR / SP por litigância de má-fé (art. 80, VI, Código de Processo Civil), pois, mesmo advertida, insistiu, interpondo recurso de forma protelatória. 6. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto do Relator. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D631-E2AF-FD29-1151 e senha 2AD7-0F63-BC45-7237 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) :ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO ADV.(A/S) :RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO AGDO.(A/S) :NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Agravo interno interposto em face de decisão pela qual neguei seguimento à reclamação pelos seguintes fundamentos: “1. Trata-se de reclamação ajuizada pela Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André (CRAISA) contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (Superior Tribunal de Justiça), proferida nos Autos n 1026020- 76.2015.8.26.0554 (AREsp 1.458.468/SP), que negou seguimento a recurso extraordinário, com base no Tema 181 da repercussão geral. 2. A parte reclamante sustenta a inaplicabilidade do Tema 181, sob a alegação de que, para não conhecer dos recursos (questão processual), foi imprescindível analisar o mérito da contenda, qual seja, se aplica ou não as prerrogativas da Fazenda Pública à reclamante, empresa pública prestadora de serviço público, em ambiente não concorrencial, não sendo uma decisão processual, mas sim cognitiva e de mérito. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) :ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO ADV.(A/S) :RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO AGDO.(A/S) :NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Agravo interno interposto em face de decisão pela qual neguei seguimento à reclamação pelos seguintes fundamentos: “1. Trata-se de reclamação ajuizada pela Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André (CRAISA) contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (Superior Tribunal de Justiça), proferida nos Autos n 1026020- 76.2015.8.26.0554 (AREsp 1.458.468/SP), que negou seguimento a recurso extraordinário, com base no Tema 181 da repercussão geral. 2. A parte reclamante sustenta a inaplicabilidade do Tema 181, sob a alegação de que, para não conhecer dos recursos (questão processual), foi imprescindível analisar o mérito da contenda, qual seja, se aplica ou não as prerrogativas da Fazenda Pública à reclamante, empresa pública prestadora de serviço público, em ambiente não concorrencial, não sendo uma decisão processual, mas sim cognitiva e de mérito. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Relatório RCL 45219 AGR / SP 3. Afirma que a aplicação do Tema 181 impediu a análise do ponto fulcral do caso, qual seja, a incidência das prerrogativas da Fazenda Pública às entidades da Administração Indireta às empresas públicas prestadoras de serviço público essencial. Sustenta, assim, afronta à autoridade das decisões do Supremo Tribunal Federal proferida nas ADPFs 437, 387 e 275; na ADI 1.642; e no Recurso Extraordinário 599.628, paradigma do Tema 253. Alega que, nos julgados paradigmas, esta Corte teria afirmado a impenhorabilidade dos bens das sociedades de economia mista e empresas públicas prestadoras de serviço público essencial em regime não concorrencial, de modo que o pagamento de seus títulos executivos judiciais estaria submetido ao regime constitucional de precatórios. Salienta, ademais, que atua em regime de monopólio e não distribuiu qualquer espécie de lucros entre seus acionistas. Aduz que é a única responsável no Município de Santo André pelas atividades de alimentação escolar (merenda) e alimentação dos hospitais, bem como da refeição do servidor público (refeitórios e restaurantes municipais); e que a execução das políticas públicas de abastecimento e segurança alimentar configura serviço público essencial. 4. É o relatório. Decido. 5. Dispenso as informações, bem como a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/Supremo Tribunal Federal, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Compete aos órgãos jurisdicionais de origem o exame preliminar da viabilidade de recurso extraordinário. Não há que se falar, a princípio, em usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, veja-se a ementa do acórdão proferido na Rcl 32.405-AgR: 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Supremo Tribunal Federal RCL 45219 AGR / SP 3. Afirma que a aplicação do Tema 181 impediu a análise do ponto fulcral do caso, qual seja, a incidência das prerrogativas da Fazenda Pública às entidades da Administração Indireta às empresas públicas prestadoras de serviço público essencial. Sustenta, assim, afronta à autoridade das decisões do Supremo Tribunal Federal proferida nas ADPFs 437, 387 e 275; na ADI 1.642; e no Recurso Extraordinário 599.628, paradigma do Tema 253. Alega que, nos julgados paradigmas, esta Corte teria afirmado a impenhorabilidade dos bens das sociedades de economia mista e empresas públicas prestadoras de serviço público essencial em regime não concorrencial, de modo que o pagamento de seus títulos executivos judiciais estaria submetido ao regime constitucional de precatórios. Salienta, ademais, que atua em regime de monopólio e não distribuiu qualquer espécie de lucros entre seus acionistas. Aduz que é a única responsável no Município de Santo André pelas atividades de alimentação escolar (merenda) e alimentação dos hospitais, bem como da refeição do servidor público (refeitórios e restaurantes municipais); e que a execução das políticas públicas de abastecimento e segurança alimentar configura serviço público essencial. 4. É o relatório. Decido. 5. Dispenso as informações, bem como a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/Supremo Tribunal Federal, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Compete aos órgãos jurisdicionais de origem o exame preliminar da viabilidade de recurso extraordinário. Não há que se falar, a princípio, em usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, veja-se a ementa do acórdão proferido na Rcl 32.405-AgR: 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Relatório RCL 45219 AGR / SP “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM. CABIMENTO DO AGRAVO INTERNO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA NÃO CONFIGURADA. A reclamação versa alegada usurpação da competência desta Suprema Corte por decisão denegatória do seguimento de recurso extraordinário em que se discute requisito de admissibilidade de recuso de revista previsto no art. 896, § 1..., A, I, da Consolidação das Leis do Trabalho por inexistente repercussão geral (Tema 181). Contra decisão em que negado seguimento a recurso extraordinário com fundamento na sistemática da repercussão geral cabível agravo interno a teor do art. 1.030, § 2..., do Código de Processo Civil/2015. Usurpação da competência desta Suprema Corte não demonstrada. Agravo regimental conhecido e desprovido.” (Rcl 32.405 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma) 7. Nessa linha, confiram-se a Rcl. 30.426, Rel. Min. Alexandre de Moraes; e a Rcl. 31.059, Rel. Min. Dias Toffoli. 8. Na presente hipótese, o recurso extraordinário foi inadmitido em virtude da deficiência de impugnação recursal que não refutou os fundamentos da decisão recorrida, esbarrando na Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça. A autoridade reclamada pontuou que, não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/Supremo Tribunal Federal, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventadas no recurso extraordinário (Doc. 9, p. 230/231). 9. Nesse contexto, tal como assentado na decisão de inadmissibilidade do recurso extraordinário, a controvérsia está restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário, de modo que não há que 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Supremo Tribunal Federal RCL 45219 AGR / SP “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM. CABIMENTO DO AGRAVO INTERNO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA NÃO CONFIGURADA. A reclamação versa alegada usurpação da competência desta Suprema Corte por decisão denegatória do seguimento de recurso extraordinário em que se discute requisito de admissibilidade de recuso de revista previsto no art. 896, § 1..., A, I, da Consolidação das Leis do Trabalho por inexistente repercussão geral (Tema 181). Contra decisão em que negado seguimento a recurso extraordinário com fundamento na sistemática da repercussão geral cabível agravo interno a teor do art. 1.030, § 2..., do Código de Processo Civil/2015. Usurpação da competência desta Suprema Corte não demonstrada. Agravo regimental conhecido e desprovido.” (Rcl 32.405 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma) 7. Nessa linha, confiram-se a Rcl. 30.426, Rel. Min. Alexandre de Moraes; e a Rcl. 31.059, Rel. Min. Dias Toffoli. 8. Na presente hipótese, o recurso extraordinário foi inadmitido em virtude da deficiência de impugnação recursal que não refutou os fundamentos da decisão recorrida, esbarrando na Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça. A autoridade reclamada pontuou que, não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/Supremo Tribunal Federal, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventadas no recurso extraordinário (Doc. 9, p. 230/231). 9. Nesse contexto, tal como assentado na decisão de inadmissibilidade do recurso extraordinário, a controvérsia está restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário, de modo que não há que 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Relatório RCL 45219 AGR / SP se falar em usurpação da competência deste Supremo Tribunal Federal. 10. O autor parece pretender utilizar a via estreita da reclamação como sucedâneo recursal, para postular uma nova apreciação de requisitos formais que transcorreu na origem de forma regular, o que não é admitido pelo Supremo Tribunal Federal. Advirto, por fim, que o uso de meios processuais manifestamente inadmissíveis gera efeitos danosos à prestação jurisdicional, tomando tempo e recursos escassos desta Corte. Desse modo, eventual recurso apresentado com base nos mesmos fundamentos da inicial implicará a imposição de multa por litigância de má-fé, nos termos do art. 80 e seguintes do Código de Processo Civil/2015. 11. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, nego seguimento à reclamação. Sem honorários, porquanto não citada a parte beneficiária do ato reclamado.” 2. A parte agravante reitera os argumentos da inicial, assim como enfatiza que a decisão reclamada aplicou erroneamente o Tema 181 da repercussão geral ao caso, tendo em vista que para, não conhecer dos recursos (questão processual), foi imprescindível analisar o mérito da controvérsia, qual seja, se aplica ou não as prerrogativas da Fazenda Pública à reclamante, empresa pública prestadora de serviço público, em ambiente não concorrencial. 3 . É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Supremo Tribunal Federal RCL 45219 AGR / SP se falar em usurpação da competência deste Supremo Tribunal Federal. 10. O autor parece pretender utilizar a via estreita da reclamação como sucedâneo recursal, para postular uma nova apreciação de requisitos formais que transcorreu na origem de forma regular, o que não é admitido pelo Supremo Tribunal Federal. Advirto, por fim, que o uso de meios processuais manifestamente inadmissíveis gera efeitos danosos à prestação jurisdicional, tomando tempo e recursos escassos desta Corte. Desse modo, eventual recurso apresentado com base nos mesmos fundamentos da inicial implicará a imposição de multa por litigância de má-fé, nos termos do art. 80 e seguintes do Código de Processo Civil/2015. 11. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, nego seguimento à reclamação. Sem honorários, porquanto não citada a parte beneficiária do ato reclamado.” 2. A parte agravante reitera os argumentos da inicial, assim como enfatiza que a decisão reclamada aplicou erroneamente o Tema 181 da repercussão geral ao caso, tendo em vista que para, não conhecer dos recursos (questão processual), foi imprescindível analisar o mérito da controvérsia, qual seja, se aplica ou não as prerrogativas da Fazenda Pública à reclamante, empresa pública prestadora de serviço público, em ambiente não concorrencial. 3 . É o relatório. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3975-7371-308B-7398 e senha A9E7-E036-8ECC-3D4E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas lhe nego provimento. 2. Tal como consignado na decisão agravada, o recurso extraordinário foi inadmitido em razão da deficiência na impugnação recursal que não refutou os fundamentos da decisão recorrida, esbarrando na Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça. Na decisão reclamada, assinalou-se que, “não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/Supremo Tribunal Federal, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventada no recurso extraordinário”. 3. A controvérsia está, assim, restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário, de modo que não há que se falar em usurpação da competência deste Supremo Tribunal Federal. 4. Ademais, a decisão reclamada não analisou a matéria objeto das ADPFs 437, 387 e 275; da ADI 1.642; e do Recurso Extraordinário 599.628, paradigma do Tema 253, invocados pela reclamante, os quais, em geral, tratam da incidência das prerrogativas da Fazenda Pública às entidades da Administração Indireta às empresas públicas prestadoras de serviço público essencial. Nesse cenário, não há a necessária relação de aderência estrita entre a decisão reclamada e os paradigmas invocados, tornando inviável o prosseguimento da reclamação. Nesse sentido, cito as Rcl 6.040 ED, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcl 11.246 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; Rcl 21.409, sob a minha relatoria; e Rcl 39.872, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7442-EE5C-9787-51F6 e senha 1C3C-E43B-21AB-0358 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas lhe nego provimento. 2. Tal como consignado na decisão agravada, o recurso extraordinário foi inadmitido em razão da deficiência na impugnação recursal que não refutou os fundamentos da decisão recorrida, esbarrando na Súmula 182/Superior Tribunal de Justiça. Na decisão reclamada, assinalou-se que, “não tendo o acórdão recorrido ultrapassado o juízo de admissibilidade, não há repercussão geral, consoante o Tema 181/Supremo Tribunal Federal, sendo inviável a análise da violação dos artigos da Constituição Federal aventada no recurso extraordinário”. 3. A controvérsia está, assim, restrita ao âmbito infraconstitucional, o que torna inviável o seguimento do recurso extraordinário, de modo que não há que se falar em usurpação da competência deste Supremo Tribunal Federal. 4. Ademais, a decisão reclamada não analisou a matéria objeto das ADPFs 437, 387 e 275; da ADI 1.642; e do Recurso Extraordinário 599.628, paradigma do Tema 253, invocados pela reclamante, os quais, em geral, tratam da incidência das prerrogativas da Fazenda Pública às entidades da Administração Indireta às empresas públicas prestadoras de serviço público essencial. Nesse cenário, não há a necessária relação de aderência estrita entre a decisão reclamada e os paradigmas invocados, tornando inviável o prosseguimento da reclamação. Nesse sentido, cito as Rcl 6.040 ED, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcl 11.246 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; Rcl 21.409, sob a minha relatoria; e Rcl 39.872, Rel. Min. Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7442-EE5C-9787-51F6 e senha 1C3C-E43B-21AB-0358 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45219 AGR / SP Ressalta, ainda, que também trazem situação diversa da analisa nestes autos as reclamações citadas pela agravante na Petição n 57.091/2021. 5. O uso de meios processuais manifestamente inadmissíveis gera efeitos danosos à prestação jurisdicional, tomando tempo e recursos escassos do Supremo Tribunal Federal, causando, ainda, prejuízos à parte contrária. Advertida, a parte insistiu, interpondo recurso dirigido à Primeira Turma. 6. De modo que condeno a parte reclamante ao pagamento de multa por litigância de má-fé (art. 80, VI, Código de Processo Civil), no valor de 8% do valor da causa abaixo fixado, cuja execução pela parte interessada deverá ser realizada no juízo de origem. 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Fixo, de ofício, o valor da causa em R$ 1.000,00 (mil reais) e aplico à parte agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, em caso de unanimidade da decisão. 8. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7442-EE5C-9787-51F6 e senha 1C3C-E43B-21AB-0358 Supremo Tribunal Federal RCL 45219 AGR / SP Ressalta, ainda, que também trazem situação diversa da analisa nestes autos as reclamações citadas pela agravante na Petição n 57.091/2021. 5. O uso de meios processuais manifestamente inadmissíveis gera efeitos danosos à prestação jurisdicional, tomando tempo e recursos escassos do Supremo Tribunal Federal, causando, ainda, prejuízos à parte contrária. Advertida, a parte insistiu, interpondo recurso dirigido à Primeira Turma. 6. De modo que condeno a parte reclamante ao pagamento de multa por litigância de má-fé (art. 80, VI, Código de Processo Civil), no valor de 8% do valor da causa abaixo fixado, cuja execução pela parte interessada deverá ser realizada no juízo de origem. 7. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Fixo, de ofício, o valor da causa em R$ 1.000,00 (mil reais) e aplico à parte agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, em caso de unanimidade da decisão. 8. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7442-EE5C-9787-51F6 e senha 1C3C-E43B-21AB-0358 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) : ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO (138277/SP) ADV.(A/S) : RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO (307169/SP) AGDO.(A/S) : NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B774-5F84-E045-DD2A e senha 45C4-C701-AABB-2BC1 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.219 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA ADV.(A/S) : ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO (138277/SP) ADV.(A/S) : RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO (307169/SP) AGDO.(A/S) : NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B774-5F84-E045-DD2A e senha 45C4-C701-AABB-2BC1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
{ "JURISPRUDENCIA": [ "ADPFs 437", "ADI 1 . 642", "Recurso Extraordinário 599 . 628", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça", "ADPFs 437", "ADI 1 . 642", "Recurso Extraordinário 599 . 628", "Autos n 1026020 - 76 . 2015 . 8 . 26 . 0554", "AREsp 1 . 458 . 468 / SP", "RECLAMAÇÃO 45 . 219", "Autos n 1026020 - 76 . 2015 . 8 . 26 . 0554", "AREsp 1 . 458 . 468 / SP", "RCL 45219 AGR / SP", "ADPFs 437 , 387", "ADI 1 . 642", "Recurso Extraordinário 599 . 628", "Rcl 32 . 405 - AgR", "ADPFs 437", "ADI 1 . 642", "Recurso Extraordinário 599 . 628", "Rcl 32 . 405 - AgR", "RCL 45219 AGR", "Rcl 32 . 405 AgR", "Rcl", "Rcl . 31 . 059", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça", "RCL 45219 AGR / SP", "Rcl 32 . 405 AgR", "Rcl . 30 . 426", "Rcl . 31 . 059", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça", "RCL 45219 AGR / SP", "RECLAMAÇÃO 45 . 219", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça", "ADPFs 437", "ADI 1 . 642", "Recurso Extraordinário 599 . 628", "Rcl 6 . 040 ED", "Rcl 11 . 246 AgR", "Rcl 21 . 409", "Rcl 39 . 872", "RECLAMAÇÃO 45 . 219", "Súmula 182 / Superior Tribunal de Justiça", "ADPFs 437", "ADI 1 . 642", "Recurso Extraordinário 599 . 628", "Rcl 6 . 040 ED", "Rcl 11 . 246 AgR", "Rcl 21 . 409", "Rcl 39 . 872", "RCL 45219", "Petição n 57 . 091 / 2021 .", "Petição n 57 . 091 / 2021" ], "LEGISLACAO": [ "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 80 , VI , Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 80 , VI , Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 896 , § 1 . . . , A , I , da Consolidação das Leis do Trabalho", "art . 1 . 030 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 896 , § 1 . . . , A , I , da Consolidação das Leis do Trabalho", "art . 1 . 030 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 80 e seguintes do Código de Processo Civil / 2015", "art . 21 , § 1 . . . , do RI / Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 80 e seguintes do Código de Processo Civil / 2015", "art . 21 , § 1 . . . , do RI / Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 80 , VI , Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 80 , VI , Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "Brasília", "Brasília", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "Município de Santo André", "Município de Santo André", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ", "CRAISA", "NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Primeira Turma do", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "SP", "Primeira Turma do", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO", "NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André", "CRAISA", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Fazenda", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ", "CRAISA", "NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André", "CRAISA", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "RI", "/", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "/", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo", "AGR", "/", "SP", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Fazenda Pública", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Fazenda Pública", "AGR", "/", "SP", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "RCL", "/", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "PRIMEIRA TURMA", "COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ - CRAISA", "NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "COMPANHIA REGIONAL DE ABASTECIMENTO INTEGRADO DE SANTO ANDRÉ", "NUTRICIONALE COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "ROBERTO BARROSO", "ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO", "RENAN BRUNO BARROS GUMIERI", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO", "RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO", "RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Rosa Weber", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Teori Zavascki", "Dias Toffoli", "Alexandre de Moraes", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Teori Zavascki", "Dias Toffoli", "Alexandre de Moraes", "ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO", "RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "ROBERTO BARROSO", "ARY CHAVES PIRES CAMARGO NETO", "RENAN BRUNO BARROS GUMIERI RIBEIRO", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18 a 25 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18 a 25 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", ".", "6", ".", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) :WALTER JOSE FAIAD DE MOURA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA Agravo regimental em ação originária. Ação ordinária inicialmente distribuída em vara federal de primeira instância. Remessa dos autos ao STF. Competência da Suprema Corte para sua apreciação, nos termos do art. 102, inciso I, f, da Constituição Federal. Resolução CNJ nº 228/2016. Apostilamento de documentos estrangeiros. Papel seguro emitido pela Casa da Moeda do Brasil. Exclusividade. Uniformização e segurança. Agravo regimental a que se nega provimento. 1. Compete à Suprema Corte apreciar e julgar a presente ação originária, nos termos do art. 102, inciso I, f, da Constituição Federal, tendo em vista recente decisão do Tribunal Pleno. 2. A ação questiona a obrigatoriedade, determinada pelo Resolução CNJ nº 228/2016, da utilização exclusiva do papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil para o apostilamento dos documentos estrangeiros no Brasil. 3. O Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, buscou a uniformização necessária para garantir a segurança a todos aqueles que se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 88BD-FD8D-BC98-B0FE e senha 8361-E6B8-5669-5590 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 19 Ementa e Acórdão AO 2510 AGR / DF Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário de 18 a 25/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 88BD-FD8D-BC98-B0FE e senha 8361-E6B8-5669-5590 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário de 18 a 25/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 88BD-FD8D-BC98-B0FE e senha 8361-E6B8-5669-5590 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 19 Relatório 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) :WALTER JOSE FAIAD DE MOURA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental em ação originária interposto por Mc Arthur Di Andrade Camargo contra decisão monocrática por meio da qual julguei improcedente a ação, com os seguintes fundamentos: “(...) Observo, de início, ser esta Suprema Corte competente para apreciar e julgar a presente ação originária, nos termos do art. 102, inc. I, al. “f”, da Constituição Federal. Isso porque o Plenário deste STF, em recentíssima discussão acerca da questão, nos autos da Pet nº 4.770/DF-AgR, julgada em conjunto com a ADI nº 4.412/DF e com a Rcl nº 33.459/PE-AgR, resolveu fixar a seguinte tese: ‘Nos termos do artigo 102, inciso I, r, da Constituição Federal, é competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público proferidas no exercício de suas competências constitucionais, respectivamente, previstas nos artigos 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da Constituição Federal’ (DJe de 8/1/21). Portanto, sendo o ato questionado uma resolução pela qual o Conselho Nacional de Justiça regulamenta o Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) :WALTER JOSE FAIAD DE MOURA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental em ação originária interposto por Mc Arthur Di Andrade Camargo contra decisão monocrática por meio da qual julguei improcedente a ação, com os seguintes fundamentos: “(...) Observo, de início, ser esta Suprema Corte competente para apreciar e julgar a presente ação originária, nos termos do art. 102, inc. I, al. “f”, da Constituição Federal. Isso porque o Plenário deste STF, em recentíssima discussão acerca da questão, nos autos da Pet nº 4.770/DF-AgR, julgada em conjunto com a ADI nº 4.412/DF e com a Rcl nº 33.459/PE-AgR, resolveu fixar a seguinte tese: ‘Nos termos do artigo 102, inciso I, r, da Constituição Federal, é competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público proferidas no exercício de suas competências constitucionais, respectivamente, previstas nos artigos 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da Constituição Federal’ (DJe de 8/1/21). Portanto, sendo o ato questionado uma resolução pela qual o Conselho Nacional de Justiça regulamenta o Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF apostilamento de documentos estrangeiros no âmbito das serventias extrajudiciais, em escala nacional, patente estar tal atuação inserida em suas competências constitucionais, o que legitima a atuação deste Supremo Tribunal Federal, na hipótese. Quanto ao mérito, tem-se que a presente ação se volta contra dispositivo de resolução editada pelo CNJ, que impôs a obrigatoriedade de utilização exclusiva de “papel seguro”, fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, para o apostilamento dos documentos estrangeiros. O dispositivo questionado, art. 8º, § 3º da Resolução CNJ nº 228/2016, assim dispõe, in verbis: ‘Art. 8º. (…) § 3º Devidamente emitida nos termos do caput deste artigo e do art. 7º, a apostila deverá ser impressa em papel seguro fornecido pela Casa da Moeda do Brasil e de acordo com o Anexo III desta Resolução, aposta ao documento ao qual faz referência, carimbada (conforme Anexo II desta Resolução) e rubricada em campo próprio pela autoridade competente’. O Conselho Nacional de Justiça, ao editar a Resolução nº 228/2016, apresentou a seguinte justificativa: ‘CONSIDERANDO a economia, a celeridade e a eficiência propiciadas pelos benefícios da simplificação e da desburocratização, decorrentes da eliminação da exigência de legalização diplomática ou consular de documentos determinada pela Convenção da Apostila; CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar, em todo o território nacional, os procedimentos relativos à aplicação da Convenção da Apostila, inclusive quanto ao uso de sistema eletrônico para aposição de apostila em documentos e para certificação da autenticidade do referido ato’ 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF apostilamento de documentos estrangeiros no âmbito das serventias extrajudiciais, em escala nacional, patente estar tal atuação inserida em suas competências constitucionais, o que legitima a atuação deste Supremo Tribunal Federal, na hipótese. Quanto ao mérito, tem-se que a presente ação se volta contra dispositivo de resolução editada pelo CNJ, que impôs a obrigatoriedade de utilização exclusiva de “papel seguro”, fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, para o apostilamento dos documentos estrangeiros. O dispositivo questionado, art. 8º, § 3º da Resolução CNJ nº 228/2016, assim dispõe, in verbis: ‘Art. 8º. (…) § 3º Devidamente emitida nos termos do caput deste artigo e do art. 7º, a apostila deverá ser impressa em papel seguro fornecido pela Casa da Moeda do Brasil e de acordo com o Anexo III desta Resolução, aposta ao documento ao qual faz referência, carimbada (conforme Anexo II desta Resolução) e rubricada em campo próprio pela autoridade competente’. O Conselho Nacional de Justiça, ao editar a Resolução nº 228/2016, apresentou a seguinte justificativa: ‘CONSIDERANDO a economia, a celeridade e a eficiência propiciadas pelos benefícios da simplificação e da desburocratização, decorrentes da eliminação da exigência de legalização diplomática ou consular de documentos determinada pela Convenção da Apostila; CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar, em todo o território nacional, os procedimentos relativos à aplicação da Convenção da Apostila, inclusive quanto ao uso de sistema eletrônico para aposição de apostila em documentos e para certificação da autenticidade do referido ato’ 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF Em complemento, constou do Anexo III, da referida resolução: ‘1) O papel para impressão da Apostila atenderá requisitos de segurança, bem como a sua produção será centralizada a nível nacional, a fim de coibir fraudes documentais e proporcionar o controle da produção’. Por outro lado, extrai-se do sítio eletrônico da Casa da Moeda do Brasil, que sua função é a de ‘de dar segurança à sociedade brasileira, a qual lida no seu cotidiano com inúmeros produtos e serviços oferecidos pela Casa da Moeda’. Resta claro, destarte, que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, buscou a uniformização necessária a garantir a segurança para todos aqueles que se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros. Ademais, das informações juntadas aos autos sobre a emissão do papel seguro pela Casa da Moeda, verifica-se que as situações descritas pela autora da demanda, que informam sua descontinuidade, já foram resolvidas por aquele órgão. Conforme consta da contestação: ‘Em relação à alegação de óbice da prestação de serviço público essencial como fundamento da antecipação de tutela requerida, é preciso mencionar que. conforme decisão proferida no PP n. 0003357- 56.2016.2.00.0000 (Id 1988351), em 30/08/2016, foi realizada reunião entre os representantes da Corregedoria Nacional de Justiça, da Casa da Moeda, da Anoerg/BR e o Conselheiro Luiz Cláudio Allemand, onde firmou-se compromisso de normalização do fornecimento de papel 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF Em complemento, constou do Anexo III, da referida resolução: ‘1) O papel para impressão da Apostila atenderá requisitos de segurança, bem como a sua produção será centralizada a nível nacional, a fim de coibir fraudes documentais e proporcionar o controle da produção’. Por outro lado, extrai-se do sítio eletrônico da Casa da Moeda do Brasil, que sua função é a de ‘de dar segurança à sociedade brasileira, a qual lida no seu cotidiano com inúmeros produtos e serviços oferecidos pela Casa da Moeda’. Resta claro, destarte, que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, buscou a uniformização necessária a garantir a segurança para todos aqueles que se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros. Ademais, das informações juntadas aos autos sobre a emissão do papel seguro pela Casa da Moeda, verifica-se que as situações descritas pela autora da demanda, que informam sua descontinuidade, já foram resolvidas por aquele órgão. Conforme consta da contestação: ‘Em relação à alegação de óbice da prestação de serviço público essencial como fundamento da antecipação de tutela requerida, é preciso mencionar que. conforme decisão proferida no PP n. 0003357- 56.2016.2.00.0000 (Id 1988351), em 30/08/2016, foi realizada reunião entre os representantes da Corregedoria Nacional de Justiça, da Casa da Moeda, da Anoerg/BR e o Conselheiro Luiz Cláudio Allemand, onde firmou-se compromisso de normalização do fornecimento de papel 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF moeda para emissão de apostilas (25 mil por dia). Por esse motivo, falhas pontuais no fornecimento do papel seguro pela Casa da Moeda já foram supridas, em obediência ao disposto na Resolução n. 228/2016-CNJ. Além disso, relevante o teor do Ofício OF.DIPlM/038/2016 (em anexo) da Casa da Moeda do Brasil encaminhado ao CNJ informando que aquela empresa pública "visado a garantir a totalidade no atendimento da demanda das autoridades apostilantes. já comprou de forma emergencial, 800.000 papéis de segurança que já estão em produção e estamos em fase final de conclusão da ata de registro de preço referente à 7.000.000 de unidades’ (fl. 157 – doc. eletrônico n. 1). Assim, tenho que não há falar em qualquer desrespeito aos princípios constitucionais da continuidade do serviço público, da eficiência e da dignidade da pessoa humana. Por fim, retiro do parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República, as seguintes considerações, as quais também adoto como razões de decidir: ‘No mérito, o CNJ já proferiu novo provimento tratando da uniformização dos procedimentos para a aposição de apostila, no âmbito do Poder Judiciário, da Convenção de Haia: Provimento 62, de 14.11.2017, no qual expressamente previu em seu art. 7º: ‘As autoridades apostilantes deverão contratar diretamente com a Casa da Moeda do Brasil a aquisição do papel-moeda de modo a manter estoques para viabilizar a continuidade do serviço’. Conquanto não tenha sido revogado o dispositivo impugnado da Resolução 28/2016 do CNJ com a edição do Provimento 62/2017, não prejudicando o objeto da presente demanda, verifica-se não prosperar a alegação do autor no sentido de que a obrigatoriedade de impressão da apostila em papel seguro fornecido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil é uma formalidade 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF moeda para emissão de apostilas (25 mil por dia). Por esse motivo, falhas pontuais no fornecimento do papel seguro pela Casa da Moeda já foram supridas, em obediência ao disposto na Resolução n. 228/2016-CNJ. Além disso, relevante o teor do Ofício OF.DIPlM/038/2016 (em anexo) da Casa da Moeda do Brasil encaminhado ao CNJ informando que aquela empresa pública "visado a garantir a totalidade no atendimento da demanda das autoridades apostilantes. já comprou de forma emergencial, 800.000 papéis de segurança que já estão em produção e estamos em fase final de conclusão da ata de registro de preço referente à 7.000.000 de unidades’ (fl. 157 – doc. eletrônico n. 1). Assim, tenho que não há falar em qualquer desrespeito aos princípios constitucionais da continuidade do serviço público, da eficiência e da dignidade da pessoa humana. Por fim, retiro do parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República, as seguintes considerações, as quais também adoto como razões de decidir: ‘No mérito, o CNJ já proferiu novo provimento tratando da uniformização dos procedimentos para a aposição de apostila, no âmbito do Poder Judiciário, da Convenção de Haia: Provimento 62, de 14.11.2017, no qual expressamente previu em seu art. 7º: ‘As autoridades apostilantes deverão contratar diretamente com a Casa da Moeda do Brasil a aquisição do papel-moeda de modo a manter estoques para viabilizar a continuidade do serviço’. Conquanto não tenha sido revogado o dispositivo impugnado da Resolução 28/2016 do CNJ com a edição do Provimento 62/2017, não prejudicando o objeto da presente demanda, verifica-se não prosperar a alegação do autor no sentido de que a obrigatoriedade de impressão da apostila em papel seguro fornecido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil é uma formalidade 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF administrativa desproporcional e ineficiente. Isso porque se mostra imprescindível a padronização do papel seguro por órgão público confiável para a credibilidade do documento apostilado pelo Brasil no plano internacional, evitando-se fraudes; além disso, a prestação do serviço de fornecimento de papel seguro para apostilamentos pela Casa da Moeda do Brasil já foi normalizado ainda no ano de 2016, segundo informações prestadas pela autoridade coatora às fls. 163/165 e pela própria Casa da Moeda Nacional à fl. 197. A Corregedoria do CNJ entende que a apostila deve ser obrigatoriamente impressa em papel emitido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil para ter valor jurídico, e que o descumprimento das disposições da Resolução 228/2016 do CNJ e do Provimento 62/2017 pelas autoridades apostilantes enseja a instauração de procedimento administrativo disciplinar, sem prejuízo da responsabilização cível e criminal’. Postas essas premissas, tenho que o alegado pelo autor não merece guarida. Ante o exposto, julgo improcedente a ação, cassando-se a liminar deferida pela 4ª Vara Federal de Brasília. Condeno o autor ao pagamento de custas e honorários advocatícios, que arbitro em 15% sobre valor atualizado da causa.” Nas razões de seu inconformismo, alegou o agravante, preliminarmente, a nulidade da decisão agravada, por violação do procedimento determinado pelo Regimento Interno desta Suprema Corte. Nesse tocante, aduziu que, após o parecer da Procuradoria-Geral da República, deveriam as partes ser intimadas a arrazoarem a manifestação ministerial, devendo o feito, logo após, ter sido julgado pelo órgão colegiado competente. Argumentou o agravante o seguinte: “23. O não-cumprimento das etapas do RISTF inibiu o Agravante de reforçar, antes do julgamento do mérito da 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF administrativa desproporcional e ineficiente. Isso porque se mostra imprescindível a padronização do papel seguro por órgão público confiável para a credibilidade do documento apostilado pelo Brasil no plano internacional, evitando-se fraudes; além disso, a prestação do serviço de fornecimento de papel seguro para apostilamentos pela Casa da Moeda do Brasil já foi normalizado ainda no ano de 2016, segundo informações prestadas pela autoridade coatora às fls. 163/165 e pela própria Casa da Moeda Nacional à fl. 197. A Corregedoria do CNJ entende que a apostila deve ser obrigatoriamente impressa em papel emitido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil para ter valor jurídico, e que o descumprimento das disposições da Resolução 228/2016 do CNJ e do Provimento 62/2017 pelas autoridades apostilantes enseja a instauração de procedimento administrativo disciplinar, sem prejuízo da responsabilização cível e criminal’. Postas essas premissas, tenho que o alegado pelo autor não merece guarida. Ante o exposto, julgo improcedente a ação, cassando-se a liminar deferida pela 4ª Vara Federal de Brasília. Condeno o autor ao pagamento de custas e honorários advocatícios, que arbitro em 15% sobre valor atualizado da causa.” Nas razões de seu inconformismo, alegou o agravante, preliminarmente, a nulidade da decisão agravada, por violação do procedimento determinado pelo Regimento Interno desta Suprema Corte. Nesse tocante, aduziu que, após o parecer da Procuradoria-Geral da República, deveriam as partes ser intimadas a arrazoarem a manifestação ministerial, devendo o feito, logo após, ter sido julgado pelo órgão colegiado competente. Argumentou o agravante o seguinte: “23. O não-cumprimento das etapas do RISTF inibiu o Agravante de reforçar, antes do julgamento do mérito da 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF questão, os fundamentos que sustentam esta Ação, seja de forma escrita (art. 249 do RISTF), seja pela via da sustentação oral (art. 250 do RISTF). 24. Ademais, ao examinar o mérito da Ação logo após o parecer da PGR, sem abrir vista às partes, a decisão recorrida não permitiu ao Agravante demonstrar a insubsistência do entendimento do Parquet (cujo teor foi utilizado para julgar a Ação improcedente). Dessa forma, o pronunciamento guerreado violou o princípio da Não Surpresa (art. 10 do CPC/157 ).” No mérito, defendeu o agravante que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar a exclusividade da utilização de papel seguro fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, teria criado verdadeiro monopólio em prol da CMB, extrapolando suas competências definidas constitucionalmente. Asseverou, ainda, que a determinação inibiria a concorrência entre os agentes econômicos: “37. Fora das exclusividades legais, a CMB concorre em pé de igualdade com outros fornecedores de bens e serviços que detenham know how, expertise e estrutura similares, notadamente no campo gráfico. 38. A afirmação acima é relevante porque, no caso concreto, uma grande gama de papeis seguros ofertados no mercado são consideravelmente MAIS BARATOS que o ofertado pela CMB, o que atinge frontalmente a modicidade dos serviços notariais.” Ademais, rebateu o agravante a afirmação da Procuradoria-Geral da República de que a exclusividade de fornecimentos de papel pela CMB impediria o risco de falsificações nos apostilamentos. Em complemento, aduziu: “55. A presente medida judicial já demonstrou (de modo 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF questão, os fundamentos que sustentam esta Ação, seja de forma escrita (art. 249 do RISTF), seja pela via da sustentação oral (art. 250 do RISTF). 24. Ademais, ao examinar o mérito da Ação logo após o parecer da PGR, sem abrir vista às partes, a decisão recorrida não permitiu ao Agravante demonstrar a insubsistência do entendimento do Parquet (cujo teor foi utilizado para julgar a Ação improcedente). Dessa forma, o pronunciamento guerreado violou o princípio da Não Surpresa (art. 10 do CPC/157 ).” No mérito, defendeu o agravante que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar a exclusividade da utilização de papel seguro fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, teria criado verdadeiro monopólio em prol da CMB, extrapolando suas competências definidas constitucionalmente. Asseverou, ainda, que a determinação inibiria a concorrência entre os agentes econômicos: “37. Fora das exclusividades legais, a CMB concorre em pé de igualdade com outros fornecedores de bens e serviços que detenham know how, expertise e estrutura similares, notadamente no campo gráfico. 38. A afirmação acima é relevante porque, no caso concreto, uma grande gama de papeis seguros ofertados no mercado são consideravelmente MAIS BARATOS que o ofertado pela CMB, o que atinge frontalmente a modicidade dos serviços notariais.” Ademais, rebateu o agravante a afirmação da Procuradoria-Geral da República de que a exclusividade de fornecimentos de papel pela CMB impediria o risco de falsificações nos apostilamentos. Em complemento, aduziu: “55. A presente medida judicial já demonstrou (de modo 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF incontrovertido – porque não contraposto pela parte Ré, cf. art. 374, III, do CPC) que há, no mercado, uma diversidade de papéis com igual (ou até melhor) marcas de segurança contra falsificações. (…) 59. O Agravante é legalmente responsável pelos atos (omissivos ou comissivos, inclusive os que eventualmente causem danos a terceiros) que pratica na serventia extrajudicial e declara, com as forças legais de sua manifestação, que o papel seguro fornecido no mercado – desde que atenda às exigências do anexo que acompanhou a resolução do CNJ – oferece os mesmos (senão maiores) mecanismos contra fraude que o papel fornecido pela CMB”. Por fim, teceu argumentos sobre a Convenção da Apostila de Haia, a qual não impôs como formalidade para validar documento público estrangeiro o apostilamento em papel seguro fornecido por órgão público, defendendo que “[o] requisito do CNJ – apostilamento em papel unicamente emitido pela Casa da Moeda – carece de previsão no tratado e restringe a própria aplicação do diploma internacional, pois não seria possível o apostilamento no próprio documento”. Concluiu o agravante o seguinte: “93. O apostilamento é uma atividade de interesse coletivo, prestada pelo Estado em regime de direito público ao cidadão, sem a qual não há validação de documentos estrangeiros no Brasil (art. 1º e 2º da Convenção). Trata-se de serviço público essencial. 94. Nesse contexto, apesar de a Casa da Moeda ter sanado, naquela época, os defeitos na distribuição do papel seguro, o serviço de apostilamento não pode depender de uma empresa pública que já apresentou vários momentos de ineficiência.” Postulou, assim, a reconsideração da decisão atacada ou o julgamento deste recurso pelo Plenário da Corte. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF incontrovertido – porque não contraposto pela parte Ré, cf. art. 374, III, do CPC) que há, no mercado, uma diversidade de papéis com igual (ou até melhor) marcas de segurança contra falsificações. (…) 59. O Agravante é legalmente responsável pelos atos (omissivos ou comissivos, inclusive os que eventualmente causem danos a terceiros) que pratica na serventia extrajudicial e declara, com as forças legais de sua manifestação, que o papel seguro fornecido no mercado – desde que atenda às exigências do anexo que acompanhou a resolução do CNJ – oferece os mesmos (senão maiores) mecanismos contra fraude que o papel fornecido pela CMB”. Por fim, teceu argumentos sobre a Convenção da Apostila de Haia, a qual não impôs como formalidade para validar documento público estrangeiro o apostilamento em papel seguro fornecido por órgão público, defendendo que “[o] requisito do CNJ – apostilamento em papel unicamente emitido pela Casa da Moeda – carece de previsão no tratado e restringe a própria aplicação do diploma internacional, pois não seria possível o apostilamento no próprio documento”. Concluiu o agravante o seguinte: “93. O apostilamento é uma atividade de interesse coletivo, prestada pelo Estado em regime de direito público ao cidadão, sem a qual não há validação de documentos estrangeiros no Brasil (art. 1º e 2º da Convenção). Trata-se de serviço público essencial. 94. Nesse contexto, apesar de a Casa da Moeda ter sanado, naquela época, os defeitos na distribuição do papel seguro, o serviço de apostilamento não pode depender de uma empresa pública que já apresentou vários momentos de ineficiência.” Postulou, assim, a reconsideração da decisão atacada ou o julgamento deste recurso pelo Plenário da Corte. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF É o relatório. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF É o relatório. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): A irresignação não merece prosperar. Anote-se, inicialmente, que o art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal permite ao Relator negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente ou em confronto com súmula ou com jurisprudência predominante no Tribunal. Também é certo que o Código de Processo Civil, em seu art. 1.021, prevê a possibilidade de interposição de agravo interno contra as decisões monocráticas do relator. Ademais, o Regimento Interno desta Corte não obriga a abertura de vistas às partes após a manifestação da Procuradoria-Geral da República, como se depreende da leitura do art. 249 do RISTF. Desse modo, não há falar em nulidade da decisão ou mesmo em ofensa ao princípio da colegialidade. Nesse sentido, registre-se: “Agravo interno na ação originária. 2. Direito Processual Civil e Constitucional. 3. Possibilidade de julgamento monocrático da demanda. Inteligência do art. 21, § 1º, do RISTF. Princípio da colegialidade respeitado. 4. Pedido de sustentação oral. Inadmissibilidade no agravo interno. Hipóteses taxativas previstas no art. 937 do CPC. 5. Interesse peculiar da magistratura. Competência do Supremo Tribunal Federal (art. 102, inciso I, alínea n, da Constituição). 6. Alegação de inconstitucionalidade da EC 20/1998. Violação ao art. 60, § 2º, da CF e aos arts. 314, II, e 363 do RISF. Inocorrência. 7. Excesso do Poder Legislativo. Desvio de finalidade. Afronta ao art. 37, caput, CF. Inexistência. 8. Aposentadoria especial. Magistratura como atividade de risco. Ausência de periculosidade inerente ao exercício do cargo. 9. Agravo interno não provido. 10. Votação, caso unânime, multa de cinco por cento do valor atualizado da causa (§ 4º do art. 1.021 do CPC). 11. Majoração Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): A irresignação não merece prosperar. Anote-se, inicialmente, que o art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal permite ao Relator negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente ou em confronto com súmula ou com jurisprudência predominante no Tribunal. Também é certo que o Código de Processo Civil, em seu art. 1.021, prevê a possibilidade de interposição de agravo interno contra as decisões monocráticas do relator. Ademais, o Regimento Interno desta Corte não obriga a abertura de vistas às partes após a manifestação da Procuradoria-Geral da República, como se depreende da leitura do art. 249 do RISTF. Desse modo, não há falar em nulidade da decisão ou mesmo em ofensa ao princípio da colegialidade. Nesse sentido, registre-se: “Agravo interno na ação originária. 2. Direito Processual Civil e Constitucional. 3. Possibilidade de julgamento monocrático da demanda. Inteligência do art. 21, § 1º, do RISTF. Princípio da colegialidade respeitado. 4. Pedido de sustentação oral. Inadmissibilidade no agravo interno. Hipóteses taxativas previstas no art. 937 do CPC. 5. Interesse peculiar da magistratura. Competência do Supremo Tribunal Federal (art. 102, inciso I, alínea n, da Constituição). 6. Alegação de inconstitucionalidade da EC 20/1998. Violação ao art. 60, § 2º, da CF e aos arts. 314, II, e 363 do RISF. Inocorrência. 7. Excesso do Poder Legislativo. Desvio de finalidade. Afronta ao art. 37, caput, CF. Inexistência. 8. Aposentadoria especial. Magistratura como atividade de risco. Ausência de periculosidade inerente ao exercício do cargo. 9. Agravo interno não provido. 10. Votação, caso unânime, multa de cinco por cento do valor atualizado da causa (§ 4º do art. 1.021 do CPC). 11. Majoração Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF dos honorários advocatícios (art. 85, § 11, do CPC)” (AO nº 2.330/SC-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 17/10/19). Ressalte-se, por fim, que a apreciação singular da ação, além de não ferir a colegialidade, constitui ferramenta para a garantia dos princípios da efetividade e da duração razoável do processo, razão pela qual se faz, na hipótese, não apenas legal e recomendável, mas desejável, seguindo os próprios ditames do Código de Processo Civil de 2015. Assim, demonstrada a ausência de qualquer nulidade do julgamento monocrático de mérito, passo à análise das razões deste recurso interno. A apostila de documentos estrangeiros é “um certificado de autenticidade emitido por países signatários da Convenção da Haia, que é aposto em um documento público para atestar sua origem (assinatura, cargo de agente público, selo ou carimbo de instituição)” (informação retirada do site do Conselho Nacional de Justiça – https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/apostila- da-haia/perguntas-frequentes-5 https://www.cnj.jus.br/poder- judiciario/relacoes-internacionais/apostila-da-haia/perguntas-frequentes- 5 https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/apostila- da-haia/perguntas-frequentes-5 ) ) . Em complemento, consta no sítio eletrônico do Ministério das Relações Exteriores que “[o] Brasil, desde 14 de agosto de 2016, é parte da Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização dos Documentos Públicos Estrangeiros, também conhecida como "Convenção da Apostila". Documentos estrangeiros emitidos no território dos países signatários destinados ao Brasil deverão ser apostilados no Exterior” (http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/legalizacao-de- documentos/documentos-emitidos-no- http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/legalizacao-de- documentos/documentos-emitidos-no-exterior 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF dos honorários advocatícios (art. 85, § 11, do CPC)” (AO nº 2.330/SC-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 17/10/19). Ressalte-se, por fim, que a apreciação singular da ação, além de não ferir a colegialidade, constitui ferramenta para a garantia dos princípios da efetividade e da duração razoável do processo, razão pela qual se faz, na hipótese, não apenas legal e recomendável, mas desejável, seguindo os próprios ditames do Código de Processo Civil de 2015. Assim, demonstrada a ausência de qualquer nulidade do julgamento monocrático de mérito, passo à análise das razões deste recurso interno. A apostila de documentos estrangeiros é “um certificado de autenticidade emitido por países signatários da Convenção da Haia, que é aposto em um documento público para atestar sua origem (assinatura, cargo de agente público, selo ou carimbo de instituição)” (informação retirada do site do Conselho Nacional de Justiça – https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/apostila- da-haia/perguntas-frequentes-5 https://www.cnj.jus.br/poder- judiciario/relacoes-internacionais/apostila-da-haia/perguntas-frequentes- 5 https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/apostila- da-haia/perguntas-frequentes-5 ) ) . Em complemento, consta no sítio eletrônico do Ministério das Relações Exteriores que “[o] Brasil, desde 14 de agosto de 2016, é parte da Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização dos Documentos Públicos Estrangeiros, também conhecida como "Convenção da Apostila". Documentos estrangeiros emitidos no território dos países signatários destinados ao Brasil deverão ser apostilados no Exterior” (http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/legalizacao-de- documentos/documentos-emitidos-no- http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/legalizacao-de- documentos/documentos-emitidos-no-exterior 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF A Convenção da Haia, ou Convenção da Apostila, foi firmada entre os países signatários, tendo como objetivo “suprimir a exigência da legalização diplomática ou consular dos actos públicos estrangeiros” (https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725- 9419 https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725-9419 . Tenho que, ao serem definidas normas relativas à supressão da legalização diplomática ou consular de atos estrangeiros, a Convenção da Haia não tratou dos documentos que deveriam ser utilizados por cada país para viabilizar essa supressão. Veja que a formalidade contida na Convenção da Apostila foi assim definida em seu art. 2º: “a formalidade pela qual os agentes diplomáticos ou consulares do país sobre cujo território o acto deve produzir os seus efeitos reconhecem a assinatura, a qualidade em que o signatário do acto actuou e, sendo caso disso, a autenticidade do selo ou do carimbo que constam do acto” (https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725-9419- ddb2f9470dd3.pdf https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2- 4725-9419-ddb2f9470dd3.pdf. Com efeito, a Convenção da Apostila refere-se apenas à supressão de formalidades no reconhecimento de assinaturas, de qualidade do signatário do ato e de autenticidade de selos e carimbos. O art. 3º da referida convenção, ao dispor que a única formalidade seria a aposição da apostila, nada disse sobre o documento que seria utilizado para viabilizar esse apostilamento. Sendo assim, entendo que cabe ao país signatário a disposição de normas que melhor cumpram o convencionado. No Brasil, cabe ao Conselho Nacional de Justiça a gestão do sistema de apostilamento dos documentos estrangeiros, competência que se insere perfeitamente naquelas que lhe são constitucionalmente 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF A Convenção da Haia, ou Convenção da Apostila, foi firmada entre os países signatários, tendo como objetivo “suprimir a exigência da legalização diplomática ou consular dos actos públicos estrangeiros” (https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725- 9419 https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725-9419 . Tenho que, ao serem definidas normas relativas à supressão da legalização diplomática ou consular de atos estrangeiros, a Convenção da Haia não tratou dos documentos que deveriam ser utilizados por cada país para viabilizar essa supressão. Veja que a formalidade contida na Convenção da Apostila foi assim definida em seu art. 2º: “a formalidade pela qual os agentes diplomáticos ou consulares do país sobre cujo território o acto deve produzir os seus efeitos reconhecem a assinatura, a qualidade em que o signatário do acto actuou e, sendo caso disso, a autenticidade do selo ou do carimbo que constam do acto” (https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725-9419- ddb2f9470dd3.pdf https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2- 4725-9419-ddb2f9470dd3.pdf. Com efeito, a Convenção da Apostila refere-se apenas à supressão de formalidades no reconhecimento de assinaturas, de qualidade do signatário do ato e de autenticidade de selos e carimbos. O art. 3º da referida convenção, ao dispor que a única formalidade seria a aposição da apostila, nada disse sobre o documento que seria utilizado para viabilizar esse apostilamento. Sendo assim, entendo que cabe ao país signatário a disposição de normas que melhor cumpram o convencionado. No Brasil, cabe ao Conselho Nacional de Justiça a gestão do sistema de apostilamento dos documentos estrangeiros, competência que se insere perfeitamente naquelas que lhe são constitucionalmente 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF determinadas pelo § 4º do art. 103-B. Nesse diapasão, as normas trazidas na Resolução nº 228/2016 do Conselho Nacional de Justiça não conflitam com o disposto na Convenção da Apostila. Conforme foi consignado na decisão agravada, “[o] Conselho Nacional de Justiça, ao editar a Resolução nº 228/2016, apresentou a seguinte justificativa: ‘CONSIDERANDO a economia, a celeridade e a eficiência propiciadas pelos benefícios da simplificação e da desburocratização, decorrentes da eliminação da exigência de legalização diplomática ou consular de documentos determinada pela Convenção da Apostila; CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar, em todo o território nacional, os procedimentos relativos à aplicação da Convenção da Apostila, inclusive quanto ao uso de sistema eletrônico para aposição de apostila em documentos e para certificação da autenticidade do referido ato’”. No tocante ao papel utilizado para o apostilamento, rememoro o exposto no juízo monocrático: “Em complemento, constou do Anexo III, da referida resolução: 1) O papel para impressão da Apostila atenderá requisitos de segurança, bem como a sua produção será centralizada a nível nacional, a fim de coibir fraudes documentais e proporcionar o controle da produção.” Portanto, reafirmo minha conclusão, quando do julgamento singular, de que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil (CMB), buscou a uniformização necessária para garantir a segurança a todos aqueles que 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF determinadas pelo § 4º do art. 103-B. Nesse diapasão, as normas trazidas na Resolução nº 228/2016 do Conselho Nacional de Justiça não conflitam com o disposto na Convenção da Apostila. Conforme foi consignado na decisão agravada, “[o] Conselho Nacional de Justiça, ao editar a Resolução nº 228/2016, apresentou a seguinte justificativa: ‘CONSIDERANDO a economia, a celeridade e a eficiência propiciadas pelos benefícios da simplificação e da desburocratização, decorrentes da eliminação da exigência de legalização diplomática ou consular de documentos determinada pela Convenção da Apostila; CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar, em todo o território nacional, os procedimentos relativos à aplicação da Convenção da Apostila, inclusive quanto ao uso de sistema eletrônico para aposição de apostila em documentos e para certificação da autenticidade do referido ato’”. No tocante ao papel utilizado para o apostilamento, rememoro o exposto no juízo monocrático: “Em complemento, constou do Anexo III, da referida resolução: 1) O papel para impressão da Apostila atenderá requisitos de segurança, bem como a sua produção será centralizada a nível nacional, a fim de coibir fraudes documentais e proporcionar o controle da produção.” Portanto, reafirmo minha conclusão, quando do julgamento singular, de que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil (CMB), buscou a uniformização necessária para garantir a segurança a todos aqueles que 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros, dentro da qualidade que lhe é conferida, de gestor do sistema de apostilamento no Brasil. No que tange à alegada concessão, pelo CNJ, de monopólio à Casa da Moeda do Brasil, vide que a Lei nº 5.895/73 dispõe o seguinte em seu art. 2º: Art. 2º A Casa da Moeda do Brasil terá por finalidade, em caráter de exclusividade, a fabricação de papel moeda e moeda metálica e a impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal.” Por sua vez, reza o § 2º da referida norma: § 2º Sem prejuízo do disposto neste artigo, a Casa da Moeda do Brasil poderá exercer outras atividades compatíveis com suas atividades industriais, bem como a comercialização de moedas comemorativas nas quantidades autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Destarte, depreende-se da leitura dos dispositivos acima que a legislação não engessou as atividades exercidas pela Casa da Moeda do Brasil. Além daquelas previstas no caput do art. 2º, outras podem ser desempenhadas, desde que compatíveis com suas atividades industriais. Ao contrário do asseverado pelo agravante, a exclusividade de emissão do papel seguro destinado ao apostilamento dos documentos estrangeiros pela Casa da Moeda do Brasil não se traduz em monopólio para o órgão, tampouco representa ofensa ao princípio da livre concorrência, servindo para padronizar os documentos e evitar falsificações que podem comprometer a lisura do sistema de apostilamento brasileiro. Por fim, reitero as razões da decisão ora agravada: “Ademais, das informações juntadas aos autos sobre a 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros, dentro da qualidade que lhe é conferida, de gestor do sistema de apostilamento no Brasil. No que tange à alegada concessão, pelo CNJ, de monopólio à Casa da Moeda do Brasil, vide que a Lei nº 5.895/73 dispõe o seguinte em seu art. 2º: Art. 2º A Casa da Moeda do Brasil terá por finalidade, em caráter de exclusividade, a fabricação de papel moeda e moeda metálica e a impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal.” Por sua vez, reza o § 2º da referida norma: § 2º Sem prejuízo do disposto neste artigo, a Casa da Moeda do Brasil poderá exercer outras atividades compatíveis com suas atividades industriais, bem como a comercialização de moedas comemorativas nas quantidades autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Destarte, depreende-se da leitura dos dispositivos acima que a legislação não engessou as atividades exercidas pela Casa da Moeda do Brasil. Além daquelas previstas no caput do art. 2º, outras podem ser desempenhadas, desde que compatíveis com suas atividades industriais. Ao contrário do asseverado pelo agravante, a exclusividade de emissão do papel seguro destinado ao apostilamento dos documentos estrangeiros pela Casa da Moeda do Brasil não se traduz em monopólio para o órgão, tampouco representa ofensa ao princípio da livre concorrência, servindo para padronizar os documentos e evitar falsificações que podem comprometer a lisura do sistema de apostilamento brasileiro. Por fim, reitero as razões da decisão ora agravada: “Ademais, das informações juntadas aos autos sobre a 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF emissão do papel seguro pela Casa da Moeda, verifica-se que as situações descritas pela autora da demanda, que informam sua descontinuidade, já foram resolvidas por aquele órgão. Conforme consta da contestação: ‘Em relação à alegação de óbice da prestação de serviço público essencial como fundamento da antecipação de tutela requerida, é preciso mencionar que. conforme decisão proferida no PP n. 0003357- 56.2016.2.00.0000 (Id 1988351), em 30/08/2016, foi realizada reunião entre os representantes da Corregedoria Nacional de Justiça, da Casa da Moeda, da Anoerg/BR e o Conselheiro Luiz Cláudio Allemand, onde firmou-se compromisso de normalização do fornecimento de papel moeda para emissão de apostilas (25 mil por dia). Por esse motivo, falhas pontuais no fornecimento do papel seguro pela Casa da Moeda já foram supridas, em obediência ao disposto na Resolução n. 228/2016-CNJ. Além disso, relevante o teor do Ofício OF.DIPlM/038/2016 (em anexo) da Casa da Moeda do Brasil encaminhado ao CNJ informando que aquela empresa pública "visado a garantir a totalidade no atendimento da demanda das autoridades apostilantes. já comprou de forma emergencial, 800.000 papéis de segurança que já estão em produção e estamos em fase final de conclusão da ata de registro de preço referente à 7.000.000 de unidades’ (fl. 157 – doc. eletrônico n. 1). Assim, tenho que não há falar em qualquer desrespeito aos princípios constitucionais da continuidade do serviço público, da eficiência e da dignidade da pessoa humana. Por fim, retiro do parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República, as seguintes considerações, as quais também adoto como razões de decidir: ‘No mérito, o CNJ já proferiu novo provimento 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF emissão do papel seguro pela Casa da Moeda, verifica-se que as situações descritas pela autora da demanda, que informam sua descontinuidade, já foram resolvidas por aquele órgão. Conforme consta da contestação: ‘Em relação à alegação de óbice da prestação de serviço público essencial como fundamento da antecipação de tutela requerida, é preciso mencionar que. conforme decisão proferida no PP n. 0003357- 56.2016.2.00.0000 (Id 1988351), em 30/08/2016, foi realizada reunião entre os representantes da Corregedoria Nacional de Justiça, da Casa da Moeda, da Anoerg/BR e o Conselheiro Luiz Cláudio Allemand, onde firmou-se compromisso de normalização do fornecimento de papel moeda para emissão de apostilas (25 mil por dia). Por esse motivo, falhas pontuais no fornecimento do papel seguro pela Casa da Moeda já foram supridas, em obediência ao disposto na Resolução n. 228/2016-CNJ. Além disso, relevante o teor do Ofício OF.DIPlM/038/2016 (em anexo) da Casa da Moeda do Brasil encaminhado ao CNJ informando que aquela empresa pública "visado a garantir a totalidade no atendimento da demanda das autoridades apostilantes. já comprou de forma emergencial, 800.000 papéis de segurança que já estão em produção e estamos em fase final de conclusão da ata de registro de preço referente à 7.000.000 de unidades’ (fl. 157 – doc. eletrônico n. 1). Assim, tenho que não há falar em qualquer desrespeito aos princípios constitucionais da continuidade do serviço público, da eficiência e da dignidade da pessoa humana. Por fim, retiro do parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República, as seguintes considerações, as quais também adoto como razões de decidir: ‘No mérito, o CNJ já proferiu novo provimento 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF tratando da uniformização dos procedimentos para a aposição de apostila, no âmbito do Poder Judiciário, da Convenção de Haia: Provimento 62, de 14.11.2017, no qual expressamente previu em seu art. 7º: ‘As autoridades apostilantes deverão contratar diretamente com a Casa da Moeda do Brasil a aquisição do papel-moeda de modo a manter estoques para viabilizar a continuidade do serviço’. Conquanto não tenha sido revogado o dispositivo impugnado da Resolução 28/2016 do CNJ com a edição do Provimento 62/2017, não prejudicando o objeto da presente demanda, verifica-se não prosperar a alegação do autor no sentido de que a obrigatoriedade de impressão da apostila em papel seguro fornecido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil é uma formalidade administrativa desproporcional e ineficiente. Isso porque se mostra imprescindível a padronização do papel seguro por órgão público confiável para a credibilidade do documento apostilado pelo Brasil no plano internacional, evitando-se fraudes; além disso, a prestação do serviço de fornecimento de papel seguro para apostilamentos pela Casa da Moeda do Brasil já foi normalizado ainda no ano de 2016, segundo informações prestadas pela autoridade coatora às fls. 163/165 e pela própria Casa da Moeda Nacional à fl. 197. A Corregedoria do CNJ entende que a apostila deve ser obrigatoriamente impressa em papel emitido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil para ter valor jurídico, e que o descumprimento das disposições da Resolução 228/2016 do CNJ e do Provimento 62/2017 pelas autoridades apostilantes enseja a instauração de procedimento administrativo disciplinar, sem prejuízo da responsabilização cível e criminal’.” Mantenho, dessa forma, o entendimento firmado na decisão singular. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF tratando da uniformização dos procedimentos para a aposição de apostila, no âmbito do Poder Judiciário, da Convenção de Haia: Provimento 62, de 14.11.2017, no qual expressamente previu em seu art. 7º: ‘As autoridades apostilantes deverão contratar diretamente com a Casa da Moeda do Brasil a aquisição do papel-moeda de modo a manter estoques para viabilizar a continuidade do serviço’. Conquanto não tenha sido revogado o dispositivo impugnado da Resolução 28/2016 do CNJ com a edição do Provimento 62/2017, não prejudicando o objeto da presente demanda, verifica-se não prosperar a alegação do autor no sentido de que a obrigatoriedade de impressão da apostila em papel seguro fornecido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil é uma formalidade administrativa desproporcional e ineficiente. Isso porque se mostra imprescindível a padronização do papel seguro por órgão público confiável para a credibilidade do documento apostilado pelo Brasil no plano internacional, evitando-se fraudes; além disso, a prestação do serviço de fornecimento de papel seguro para apostilamentos pela Casa da Moeda do Brasil já foi normalizado ainda no ano de 2016, segundo informações prestadas pela autoridade coatora às fls. 163/165 e pela própria Casa da Moeda Nacional à fl. 197. A Corregedoria do CNJ entende que a apostila deve ser obrigatoriamente impressa em papel emitido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil para ter valor jurídico, e que o descumprimento das disposições da Resolução 228/2016 do CNJ e do Provimento 62/2017 pelas autoridades apostilantes enseja a instauração de procedimento administrativo disciplinar, sem prejuízo da responsabilização cível e criminal’.” Mantenho, dessa forma, o entendimento firmado na decisão singular. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF É como voto. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF É como voto. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 19 Extrato de Ata - 28/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) : WALTER JOSE FAIAD DE MOURA (17390/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6BEE-81AB-6E97-ACBB e senha 87B1-77B8-F2FB-92DD Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) : WALTER JOSE FAIAD DE MOURA (17390/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6BEE-81AB-6E97-ACBB e senha 87B1-77B8-F2FB-92DD Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 19
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756807963
2021-06-28T00:00:00
2021-08-18T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA
EMENTA Agravo regimental em ação originária. Ação ordinária inicialmente distribuída em vara federal de primeira instância. Remessa dos autos ao STF. Competência da Suprema Corte para sua apreciação, nos termos do art. 102, inciso I, f, da Constituição Federal. Resolução CNJ nº 228/2016. Apostilamento de documentos estrangeiros. Papel seguro emitido pela Casa da Moeda do Brasil. Exclusividade. Uniformização e segurança. Agravo regimental a que se nega provimento. 1. Compete à Suprema Corte apreciar e julgar a presente ação originária, nos termos do art. 102, inciso I, f, da Constituição Federal, tendo em vista recente decisão do Tribunal Pleno. 2. A ação questiona a obrigatoriedade, determinada pelo Resolução CNJ nº 228/2016, da utilização exclusiva do papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil para o apostilamento dos documentos estrangeiros no Brasil. 3. O Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, buscou a uniformização necessária para garantir a segurança a todos aqueles que se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
sjur451068
- Acórdão(s) citado(s): (PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE, POSSIBILIDADE, DECISÃO MONOCRÁTICA) AO 2330 AgR (TP). - Legislação estrangeira citada: art.2, §2, da Convenção de Haia. Número de páginas: 19. Análise: 28/04/2022, MAV.
DIAS TOFFOLI
Tribunal Pleno
2510
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00102 INC-00001 LET-F ART-03-B\n PAR-00004\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-01021\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED DEC-008660 ANO-2016\n DECRETO PROMULGA A CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DA EXIGÊNCIA DE LEGALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS PÚBLICOS ESTRANGEIROS, FIRMADA PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, EM HAIA, EM 5 DE OUTUBRO DE 1961\n\n", "LEG-FED RES-000228 ANO-2016\n RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ\n\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\n ART-00021 PAR-00001 ART-00249\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL" ]
AO-AgR
acordaos
AO 2510 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) : WALTER JOSE FAIAD DE MOURA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) :WALTER JOSE FAIAD DE MOURA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA Agravo regimental em ação originária. Ação ordinária inicialmente distribuída em vara federal de primeira instância. Remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal. Competência da Suprema Corte para sua apreciação, nos termos do art. 102, inciso I, f, da Constituição Federal. Resolução CNJ n 228/2016. Apostilamento de documentos estrangeiros. Papel seguro emitido pela Casa da Moeda do Brasil. Exclusividade. Uniformização e segurança. Agravo regimental a que se nega provimento. 1. Compete à Suprema Corte apreciar e julgar a presente ação originária, nos termos do art. 102, inciso I, f, da Constituição Federal, tendo em vista recente decisão do Tribunal Pleno. 2. A ação questiona a obrigatoriedade, determinada pelo Resolução CNJ n 228/2016, da utilização exclusiva do papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil para o apostilamento dos documentos estrangeiros no Brasil. 3. O Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, buscou a uniformização necessária para garantir a segurança a todos aqueles que se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 88BD-FD8D-BC98-B0FE e senha 8361-E6B8-5669-5590 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 19 Ementa e Acórdão AO 2510 AGR / DF Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário de 18 a 25/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 88BD-FD8D-BC98-B0FE e senha 8361-E6B8-5669-5590 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário de 18 a 25/6/21, na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro Dias Toffoli Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 88BD-FD8D-BC98-B0FE e senha 8361-E6B8-5669-5590 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 19 Relatório 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) :WALTER JOSE FAIAD DE MOURA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental em ação originária interposto por Mc Arthur Di Andrade Camargo contra decisão monocrática por meio da qual julguei improcedente a ação, com os seguintes fundamentos: “(...) Observo, de início, ser esta Suprema Corte competente para apreciar e julgar a presente ação originária, nos termos do art. 102, inc. I, al. “f”, da Constituição Federal. Isso porque o Plenário deste Supremo Tribunal Federal, em recentíssima discussão acerca da questão, nos autos da Pet n 4.770/DF-AgR, julgada em conjunto com a ADI n 4.412/DF e com a Rcl n 33.459/PE-AgR, resolveu fixar a seguinte tese: ‘Nos termos do artigo 102, inciso I, r, da Constituição Federal, é competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público proferidas no exercício de suas competências constitucionais, respectivamente, previstas nos artigos 103-B, § 4..., e 130-A, § 2..., da Constituição Federal’ (DJe de 8/1/21). Portanto, sendo o ato questionado uma resolução pela qual o Conselho Nacional de Justiça regulamenta o Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) :MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) :WALTER JOSE FAIAD DE MOURA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental em ação originária interposto por Mc Arthur Di Andrade Camargo contra decisão monocrática por meio da qual julguei improcedente a ação, com os seguintes fundamentos: “(...) Observo, de início, ser esta Suprema Corte competente para apreciar e julgar a presente ação originária, nos termos do art. 102, inc. I, al. “f”, da Constituição Federal. Isso porque o Plenário deste Supremo Tribunal Federal, em recentíssima discussão acerca da questão, nos autos da Pet n 4.770/DF-AgR, julgada em conjunto com a ADI n 4.412/DF e com a Rcl n 33.459/PE-AgR, resolveu fixar a seguinte tese: ‘Nos termos do artigo 102, inciso I, r, da Constituição Federal, é competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público proferidas no exercício de suas competências constitucionais, respectivamente, previstas nos artigos 103-B, § 4..., e 130-A, § 2..., da Constituição Federal’ (DJe de 8/1/21). Portanto, sendo o ato questionado uma resolução pela qual o Conselho Nacional de Justiça regulamenta o Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF apostilamento de documentos estrangeiros no âmbito das serventias extrajudiciais, em escala nacional, patente estar tal atuação inserida em suas competências constitucionais, o que legitima a atuação deste Supremo Tribunal Federal, na hipótese. Quanto ao mérito, tem-se que a presente ação se volta contra dispositivo de resolução editada pelo CNJ, que impôs a obrigatoriedade de utilização exclusiva de “papel seguro”, fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, para o apostilamento dos documentos estrangeiros. O dispositivo questionado, art. 8..., § 3... da Resolução CNJ n 228/2016, assim dispõe, in verbis: ‘Art. 8.... (…) § 3... Devidamente emitida nos termos do caput deste artigo e do art. 7..., a apostila deverá ser impressa em papel seguro fornecido pela Casa da Moeda do Brasil e de acordo com o Anexo III desta Resolução, aposta ao documento ao qual faz referência, carimbada (conforme Anexo II desta Resolução) e rubricada em campo próprio pela autoridade competente’. O Conselho Nacional de Justiça, ao editar a Resolução n 228/2016, apresentou a seguinte justificativa: ‘CONSIDERANDO a economia, a celeridade e a eficiência propiciadas pelos benefícios da simplificação e da desburocratização, decorrentes da eliminação da exigência de legalização diplomática ou consular de documentos determinada pela Convenção da Apostila; CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar, em todo o território nacional, os procedimentos relativos à aplicação da Convenção da Apostila, inclusive quanto ao uso de sistema eletrônico para aposição de apostila em documentos e para certificação da autenticidade do referido ato’ 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF apostilamento de documentos estrangeiros no âmbito das serventias extrajudiciais, em escala nacional, patente estar tal atuação inserida em suas competências constitucionais, o que legitima a atuação deste Supremo Tribunal Federal, na hipótese. Quanto ao mérito, tem-se que a presente ação se volta contra dispositivo de resolução editada pelo CNJ, que impôs a obrigatoriedade de utilização exclusiva de “papel seguro”, fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, para o apostilamento dos documentos estrangeiros. O dispositivo questionado, art. 8..., § 3... da Resolução CNJ n 228/2016, assim dispõe, in verbis: ‘Art. 8.... (…) § 3... Devidamente emitida nos termos do caput deste artigo e do art. 7..., a apostila deverá ser impressa em papel seguro fornecido pela Casa da Moeda do Brasil e de acordo com o Anexo III desta Resolução, aposta ao documento ao qual faz referência, carimbada (conforme Anexo II desta Resolução) e rubricada em campo próprio pela autoridade competente’. O Conselho Nacional de Justiça, ao editar a Resolução n 228/2016, apresentou a seguinte justificativa: ‘CONSIDERANDO a economia, a celeridade e a eficiência propiciadas pelos benefícios da simplificação e da desburocratização, decorrentes da eliminação da exigência de legalização diplomática ou consular de documentos determinada pela Convenção da Apostila; CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar, em todo o território nacional, os procedimentos relativos à aplicação da Convenção da Apostila, inclusive quanto ao uso de sistema eletrônico para aposição de apostila em documentos e para certificação da autenticidade do referido ato’ 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF Em complemento, constou do Anexo III, da referida resolução: ‘1) O papel para impressão da Apostila atenderá requisitos de segurança, bem como a sua produção será centralizada a nível nacional, a fim de coibir fraudes documentais e proporcionar o controle da produção’. Por outro lado, extrai-se do sítio eletrônico da Casa da Moeda do Brasil, que sua função é a de ‘de dar segurança à sociedade brasileira, a qual lida no seu cotidiano com inúmeros produtos e serviços oferecidos pela Casa da Moeda’. Resta claro, destarte, que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, buscou a uniformização necessária a garantir a segurança para todos aqueles que se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros. Ademais, das informações juntadas aos autos sobre a emissão do papel seguro pela Casa da Moeda, verifica-se que as situações descritas pela autora da demanda, que informam sua descontinuidade, já foram resolvidas por aquele órgão. Conforme consta da contestação: ‘Em relação à alegação de óbice da prestação de serviço público essencial como fundamento da antecipação de tutela requerida, é preciso mencionar que. conforme decisão proferida no PP n. 0003357- 56.2016.2.00.0000 (Id 1988351), em 30/08/2016, foi realizada reunião entre os representantes da Corregedoria Nacional de Justiça, da Casa da Moeda, da Anoerg/BR e o Conselheiro Luiz Cláudio Allemand, onde firmou-se compromisso de normalização do fornecimento de papel 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF Em complemento, constou do Anexo III, da referida resolução: ‘1) O papel para impressão da Apostila atenderá requisitos de segurança, bem como a sua produção será centralizada a nível nacional, a fim de coibir fraudes documentais e proporcionar o controle da produção’. Por outro lado, extrai-se do sítio eletrônico da Casa da Moeda do Brasil, que sua função é a de ‘de dar segurança à sociedade brasileira, a qual lida no seu cotidiano com inúmeros produtos e serviços oferecidos pela Casa da Moeda’. Resta claro, destarte, que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, buscou a uniformização necessária a garantir a segurança para todos aqueles que se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros. Ademais, das informações juntadas aos autos sobre a emissão do papel seguro pela Casa da Moeda, verifica-se que as situações descritas pela autora da demanda, que informam sua descontinuidade, já foram resolvidas por aquele órgão. Conforme consta da contestação: ‘Em relação à alegação de óbice da prestação de serviço público essencial como fundamento da antecipação de tutela requerida, é preciso mencionar que. conforme decisão proferida no PP n. 0003357- 56.2016.2.00.0000 (Id 1988351), em 30/08/2016, foi realizada reunião entre os representantes da Corregedoria Nacional de Justiça, da Casa da Moeda, da Anoerg/BR e o Conselheiro Luiz Cláudio Allemand, onde firmou-se compromisso de normalização do fornecimento de papel 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF moeda para emissão de apostilas (25 mil por dia). Por esse motivo, falhas pontuais no fornecimento do papel seguro pela Casa da Moeda já foram supridas, em obediência ao disposto na Resolução n. 228/2016-CNJ. Além disso, relevante o teor do Ofício OF.DIPlM/038/2016 (em anexo) da Casa da Moeda do Brasil encaminhado ao CNJ informando que aquela empresa pública "visado a garantir a totalidade no atendimento da demanda das autoridades apostilantes. já comprou de forma emergencial, 800.000 papéis de segurança que já estão em produção e estamos em fase final de conclusão da ata de registro de preço referente à 7.000.000 de unidades’ (fl. 157 – doc. eletrônico n. 1). Assim, tenho que não há falar em qualquer desrespeito aos princípios constitucionais da continuidade do serviço público, da eficiência e da dignidade da pessoa humana. Por fim, retiro do parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República, as seguintes considerações, as quais também adoto como razões de decidir: ‘No mérito, o CNJ já proferiu novo provimento tratando da uniformização dos procedimentos para a aposição de apostila, no âmbito do Poder Judiciário, da Convenção de Haia: Provimento 62, de 14.11.2017, no qual expressamente previu em seu art. 7...: ‘As autoridades apostilantes deverão contratar diretamente com a Casa da Moeda do Brasil a aquisição do papel-moeda de modo a manter estoques para viabilizar a continuidade do serviço’. Conquanto não tenha sido revogado o dispositivo impugnado da Resolução 28/2016 do CNJ com a edição do Provimento 62/2017, não prejudicando o objeto da presente demanda, verifica-se não prosperar a alegação do autor no sentido de que a obrigatoriedade de impressão da apostila em papel seguro fornecido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil é uma formalidade 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF moeda para emissão de apostilas (25 mil por dia). Por esse motivo, falhas pontuais no fornecimento do papel seguro pela Casa da Moeda já foram supridas, em obediência ao disposto na Resolução n. 228/2016-CNJ. Além disso, relevante o teor do Ofício OF.DIPlM/038/2016 (em anexo) da Casa da Moeda do Brasil encaminhado ao CNJ informando que aquela empresa pública "visado a garantir a totalidade no atendimento da demanda das autoridades apostilantes. já comprou de forma emergencial, 800.000 papéis de segurança que já estão em produção e estamos em fase final de conclusão da ata de registro de preço referente à 7.000.000 de unidades’ (fl. 157 – doc. eletrônico n. 1). Assim, tenho que não há falar em qualquer desrespeito aos princípios constitucionais da continuidade do serviço público, da eficiência e da dignidade da pessoa humana. Por fim, retiro do parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República, as seguintes considerações, as quais também adoto como razões de decidir: ‘No mérito, o CNJ já proferiu novo provimento tratando da uniformização dos procedimentos para a aposição de apostila, no âmbito do Poder Judiciário, da Convenção de Haia: Provimento 62, de 14.11.2017, no qual expressamente previu em seu art. 7...: ‘As autoridades apostilantes deverão contratar diretamente com a Casa da Moeda do Brasil a aquisição do papel-moeda de modo a manter estoques para viabilizar a continuidade do serviço’. Conquanto não tenha sido revogado o dispositivo impugnado da Resolução 28/2016 do CNJ com a edição do Provimento 62/2017, não prejudicando o objeto da presente demanda, verifica-se não prosperar a alegação do autor no sentido de que a obrigatoriedade de impressão da apostila em papel seguro fornecido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil é uma formalidade 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF administrativa desproporcional e ineficiente. Isso porque se mostra imprescindível a padronização do papel seguro por órgão público confiável para a credibilidade do documento apostilado pelo Brasil no plano internacional, evitando-se fraudes; além disso, a prestação do serviço de fornecimento de papel seguro para apostilamentos pela Casa da Moeda do Brasil já foi normalizado ainda no ano de 2016, segundo informações prestadas pela autoridade coatora às fls. 163/165 e pela própria Casa da Moeda Nacional à fl. 197. A Corregedoria do CNJ entende que a apostila deve ser obrigatoriamente impressa em papel emitido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil para ter valor jurídico, e que o descumprimento das disposições da Resolução 228/2016 do CNJ e do Provimento 62/2017 pelas autoridades apostilantes enseja a instauração de procedimento administrativo disciplinar, sem prejuízo da responsabilização cível e criminal’. Postas essas premissas, tenho que o alegado pelo autor não merece guarida. Ante o exposto, julgo improcedente a ação, cassando-se a liminar deferida pela 4... Vara Federal de Brasília. Condeno o autor ao pagamento de custas e honorários advocatícios, que arbitro em 15% sobre valor atualizado da causa.” Nas razões de seu inconformismo, alegou o agravante, preliminarmente, a nulidade da decisão agravada, por violação do procedimento determinado pelo Regimento Interno desta Suprema Corte. Nesse tocante, aduziu que, após o parecer da Procuradoria-Geral da República, deveriam as partes ser intimadas a arrazoarem a manifestação ministerial, devendo o feito, logo após, ter sido julgado pelo órgão colegiado competente. Argumentou o agravante o seguinte: “23. O não-cumprimento das etapas do RISTF inibiu o Agravante de reforçar, antes do julgamento do mérito da 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF administrativa desproporcional e ineficiente. Isso porque se mostra imprescindível a padronização do papel seguro por órgão público confiável para a credibilidade do documento apostilado pelo Brasil no plano internacional, evitando-se fraudes; além disso, a prestação do serviço de fornecimento de papel seguro para apostilamentos pela Casa da Moeda do Brasil já foi normalizado ainda no ano de 2016, segundo informações prestadas pela autoridade coatora às fls. 163/165 e pela própria Casa da Moeda Nacional à fl. 197. A Corregedoria do CNJ entende que a apostila deve ser obrigatoriamente impressa em papel emitido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil para ter valor jurídico, e que o descumprimento das disposições da Resolução 228/2016 do CNJ e do Provimento 62/2017 pelas autoridades apostilantes enseja a instauração de procedimento administrativo disciplinar, sem prejuízo da responsabilização cível e criminal’. Postas essas premissas, tenho que o alegado pelo autor não merece guarida. Ante o exposto, julgo improcedente a ação, cassando-se a liminar deferida pela 4... Vara Federal de Brasília. Condeno o autor ao pagamento de custas e honorários advocatícios, que arbitro em 15% sobre valor atualizado da causa.” Nas razões de seu inconformismo, alegou o agravante, preliminarmente, a nulidade da decisão agravada, por violação do procedimento determinado pelo Regimento Interno desta Suprema Corte. Nesse tocante, aduziu que, após o parecer da Procuradoria-Geral da República, deveriam as partes ser intimadas a arrazoarem a manifestação ministerial, devendo o feito, logo após, ter sido julgado pelo órgão colegiado competente. Argumentou o agravante o seguinte: “23. O não-cumprimento das etapas do RISTF inibiu o Agravante de reforçar, antes do julgamento do mérito da 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF questão, os fundamentos que sustentam esta Ação, seja de forma escrita (art. 249 do RISTF), seja pela via da sustentação oral (art. 250 do RISTF). 24. Ademais, ao examinar o mérito da Ação logo após o parecer da PGR, sem abrir vista às partes, a decisão recorrida não permitiu ao Agravante demonstrar a insubsistência do entendimento do Parquet (cujo teor foi utilizado para julgar a Ação improcedente). Dessa forma, o pronunciamento guerreado violou o princípio da Não Surpresa (art. 10 do Código de Processo Civil/157 ).” No mérito, defendeu o agravante que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar a exclusividade da utilização de papel seguro fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, teria criado verdadeiro monopólio em prol da CMB, extrapolando suas competências definidas constitucionalmente. Asseverou, ainda, que a determinação inibiria a concorrência entre os agentes econômicos: “37. Fora das exclusividades legais, a CMB concorre em pé de igualdade com outros fornecedores de bens e serviços que detenham know how, expertise e estrutura similares, notadamente no campo gráfico. 38. A afirmação acima é relevante porque, no caso concreto, uma grande gama de papeis seguros ofertados no mercado são consideravelmente MAIS BARATOS que o ofertado pela CMB, o que atinge frontalmente a modicidade dos serviços notariais.” Ademais, rebateu o agravante a afirmação da Procuradoria-Geral da República de que a exclusividade de fornecimentos de papel pela CMB impediria o risco de falsificações nos apostilamentos. Em complemento, aduziu: “55. A presente medida judicial já demonstrou (de modo 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF questão, os fundamentos que sustentam esta Ação, seja de forma escrita (art. 249 do RISTF), seja pela via da sustentação oral (art. 250 do RISTF). 24. Ademais, ao examinar o mérito da Ação logo após o parecer da PGR, sem abrir vista às partes, a decisão recorrida não permitiu ao Agravante demonstrar a insubsistência do entendimento do Parquet (cujo teor foi utilizado para julgar a Ação improcedente). Dessa forma, o pronunciamento guerreado violou o princípio da Não Surpresa (art. 10 do Código de Processo Civil/157 ).” No mérito, defendeu o agravante que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar a exclusividade da utilização de papel seguro fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, teria criado verdadeiro monopólio em prol da CMB, extrapolando suas competências definidas constitucionalmente. Asseverou, ainda, que a determinação inibiria a concorrência entre os agentes econômicos: “37. Fora das exclusividades legais, a CMB concorre em pé de igualdade com outros fornecedores de bens e serviços que detenham know how, expertise e estrutura similares, notadamente no campo gráfico. 38. A afirmação acima é relevante porque, no caso concreto, uma grande gama de papeis seguros ofertados no mercado são consideravelmente MAIS BARATOS que o ofertado pela CMB, o que atinge frontalmente a modicidade dos serviços notariais.” Ademais, rebateu o agravante a afirmação da Procuradoria-Geral da República de que a exclusividade de fornecimentos de papel pela CMB impediria o risco de falsificações nos apostilamentos. Em complemento, aduziu: “55. A presente medida judicial já demonstrou (de modo 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF incontrovertido – porque não contraposto pela parte Ré, cf. art. 374, III, do Código de Processo Civil) que há, no mercado, uma diversidade de papéis com igual (ou até melhor) marcas de segurança contra falsificações. (…) 59. O Agravante é legalmente responsável pelos atos (omissivos ou comissivos, inclusive os que eventualmente causem danos a terceiros) que pratica na serventia extrajudicial e declara, com as forças legais de sua manifestação, que o papel seguro fornecido no mercado – desde que atenda às exigências do anexo que acompanhou a resolução do CNJ – oferece os mesmos (senão maiores) mecanismos contra fraude que o papel fornecido pela CMB”. Por fim, teceu argumentos sobre a Convenção da Apostila de Haia, a qual não impôs como formalidade para validar documento público estrangeiro o apostilamento em papel seguro fornecido por órgão público, defendendo que “[o] requisito do CNJ – apostilamento em papel unicamente emitido pela Casa da Moeda – carece de previsão no tratado e restringe a própria aplicação do diploma internacional, pois não seria possível o apostilamento no próprio documento”. Concluiu o agravante o seguinte: “93. O apostilamento é uma atividade de interesse coletivo, prestada pelo Estado em regime de direito público ao cidadão, sem a qual não há validação de documentos estrangeiros no Brasil (art. 1... e 2... da Convenção). Trata-se de serviço público essencial. 94. Nesse contexto, apesar de a Casa da Moeda ter sanado, naquela época, os defeitos na distribuição do papel seguro, o serviço de apostilamento não pode depender de uma empresa pública que já apresentou vários momentos de ineficiência.” Postulou, assim, a reconsideração da decisão atacada ou o julgamento deste recurso pelo Plenário da Corte. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF incontrovertido – porque não contraposto pela parte Ré, cf. art. 374, III, do Código de Processo Civil) que há, no mercado, uma diversidade de papéis com igual (ou até melhor) marcas de segurança contra falsificações. (…) 59. O Agravante é legalmente responsável pelos atos (omissivos ou comissivos, inclusive os que eventualmente causem danos a terceiros) que pratica na serventia extrajudicial e declara, com as forças legais de sua manifestação, que o papel seguro fornecido no mercado – desde que atenda às exigências do anexo que acompanhou a resolução do CNJ – oferece os mesmos (senão maiores) mecanismos contra fraude que o papel fornecido pela CMB”. Por fim, teceu argumentos sobre a Convenção da Apostila de Haia, a qual não impôs como formalidade para validar documento público estrangeiro o apostilamento em papel seguro fornecido por órgão público, defendendo que “[o] requisito do CNJ – apostilamento em papel unicamente emitido pela Casa da Moeda – carece de previsão no tratado e restringe a própria aplicação do diploma internacional, pois não seria possível o apostilamento no próprio documento”. Concluiu o agravante o seguinte: “93. O apostilamento é uma atividade de interesse coletivo, prestada pelo Estado em regime de direito público ao cidadão, sem a qual não há validação de documentos estrangeiros no Brasil (art. 1... e 2... da Convenção). Trata-se de serviço público essencial. 94. Nesse contexto, apesar de a Casa da Moeda ter sanado, naquela época, os defeitos na distribuição do papel seguro, o serviço de apostilamento não pode depender de uma empresa pública que já apresentou vários momentos de ineficiência.” Postulou, assim, a reconsideração da decisão atacada ou o julgamento deste recurso pelo Plenário da Corte. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 19 Relatório AO 2510 AGR / DF É o relatório. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF É o relatório. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 335D-44C8-BB9F-BF3A e senha 2C09-0CFC-78B1-82F6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): A irresignação não merece prosperar. Anote-se, inicialmente, que o art. 21, § 1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal permite ao Relator negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente ou em confronto com súmula ou com jurisprudência predominante no Tribunal. Também é certo que o Código de Processo Civil, em seu art. 1.021, prevê a possibilidade de interposição de agravo interno contra as decisões monocráticas do relator. Ademais, o Regimento Interno desta Corte não obriga a abertura de vistas às partes após a manifestação da Procuradoria-Geral da República, como se depreende da leitura do art. 249 do RISTF. Desse modo, não há falar em nulidade da decisão ou mesmo em ofensa ao princípio da colegialidade. Nesse sentido, registre-se: “Agravo interno na ação originária. 2. Direito Processual Civil e Constitucional. 3. Possibilidade de julgamento monocrático da demanda. Inteligência do art. 21, § 1..., do RISTF. Princípio da colegialidade respeitado. 4. Pedido de sustentação oral. Inadmissibilidade no agravo interno. Hipóteses taxativas previstas no art. 937 do Código de Processo Civil. 5. Interesse peculiar da magistratura. Competência do Supremo Tribunal Federal (art. 102, inciso I, alínea n, da Constituição). 6. Alegação de inconstitucionalidade da EC 20/1998. Violação ao art. 60, § 2..., da Constituição Federal de 1988 e aos arts. 314, II, e 363 do RISF. Inocorrência. 7. Excesso do Poder Legislativo. Desvio de finalidade. Afronta ao art. 37, caput, Constituição Federal de 1988. Inexistência. 8. Aposentadoria especial. Magistratura como atividade de risco. Ausência de periculosidade inerente ao exercício do cargo. 9. Agravo interno não provido. 10. Votação, caso unânime, multa de cinco por cento do valor atualizado da causa (§ 4... do art. 1.021 do Código de Processo Civil). 11. Majoração Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): A irresignação não merece prosperar. Anote-se, inicialmente, que o art. 21, § 1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal permite ao Relator negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente ou em confronto com súmula ou com jurisprudência predominante no Tribunal. Também é certo que o Código de Processo Civil, em seu art. 1.021, prevê a possibilidade de interposição de agravo interno contra as decisões monocráticas do relator. Ademais, o Regimento Interno desta Corte não obriga a abertura de vistas às partes após a manifestação da Procuradoria-Geral da República, como se depreende da leitura do art. 249 do RISTF. Desse modo, não há falar em nulidade da decisão ou mesmo em ofensa ao princípio da colegialidade. Nesse sentido, registre-se: “Agravo interno na ação originária. 2. Direito Processual Civil e Constitucional. 3. Possibilidade de julgamento monocrático da demanda. Inteligência do art. 21, § 1..., do RISTF. Princípio da colegialidade respeitado. 4. Pedido de sustentação oral. Inadmissibilidade no agravo interno. Hipóteses taxativas previstas no art. 937 do Código de Processo Civil. 5. Interesse peculiar da magistratura. Competência do Supremo Tribunal Federal (art. 102, inciso I, alínea n, da Constituição). 6. Alegação de inconstitucionalidade da EC 20/1998. Violação ao art. 60, § 2..., da Constituição Federal de 1988 e aos arts. 314, II, e 363 do RISF. Inocorrência. 7. Excesso do Poder Legislativo. Desvio de finalidade. Afronta ao art. 37, caput, Constituição Federal de 1988. Inexistência. 8. Aposentadoria especial. Magistratura como atividade de risco. Ausência de periculosidade inerente ao exercício do cargo. 9. Agravo interno não provido. 10. Votação, caso unânime, multa de cinco por cento do valor atualizado da causa (§ 4... do art. 1.021 do Código de Processo Civil). 11. Majoração Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF dos honorários advocatícios (art. 85, § 11, do Código de Processo Civil)” (AO n 2.330/SC-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 17/10/19). Ressalte-se, por fim, que a apreciação singular da ação, além de não ferir a colegialidade, constitui ferramenta para a garantia dos princípios da efetividade e da duração razoável do processo, razão pela qual se faz, na hipótese, não apenas legal e recomendável, mas desejável, seguindo os próprios ditames do Código de Processo Civil de 2015. Assim, demonstrada a ausência de qualquer nulidade do julgamento monocrático de mérito, passo à análise das razões deste recurso interno. A apostila de documentos estrangeiros é “um certificado de autenticidade emitido por países signatários da Convenção da Haia, que é aposto em um documento público para atestar sua origem (assinatura, cargo de agente público, selo ou carimbo de instituição)” (informação retirada do site do Conselho Nacional de Justiça – https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/apostila- da-haia/perguntas-frequentes-5 https://www.cnj.jus.br/poder- judiciario/relacoes-internacionais/apostila-da-haia/perguntas-frequentes- 5 https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/apostila- da-haia/perguntas-frequentes-5 ) ) . Em complemento, consta no sítio eletrônico do Ministério das Relações Exteriores que “[o] Brasil, desde 14 de agosto de 2016, é parte da Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização dos Documentos Públicos Estrangeiros, também conhecida como "Convenção da Apostila". Documentos estrangeiros emitidos no território dos países signatários destinados ao Brasil deverão ser apostilados no Exterior” (http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/legalizacao-de- documentos/documentos-emitidos-no- http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/legalizacao-de- documentos/documentos-emitidos-no-exterior 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF dos honorários advocatícios (art. 85, § 11, do Código de Processo Civil)” (AO n 2.330/SC-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 17/10/19). Ressalte-se, por fim, que a apreciação singular da ação, além de não ferir a colegialidade, constitui ferramenta para a garantia dos princípios da efetividade e da duração razoável do processo, razão pela qual se faz, na hipótese, não apenas legal e recomendável, mas desejável, seguindo os próprios ditames do Código de Processo Civil de 2015. Assim, demonstrada a ausência de qualquer nulidade do julgamento monocrático de mérito, passo à análise das razões deste recurso interno. A apostila de documentos estrangeiros é “um certificado de autenticidade emitido por países signatários da Convenção da Haia, que é aposto em um documento público para atestar sua origem (assinatura, cargo de agente público, selo ou carimbo de instituição)” (informação retirada do site do Conselho Nacional de Justiça – https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/apostila- da-haia/perguntas-frequentes-5 https://www.cnj.jus.br/poder- judiciario/relacoes-internacionais/apostila-da-haia/perguntas-frequentes- 5 https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/apostila- da-haia/perguntas-frequentes-5 ) ) . Em complemento, consta no sítio eletrônico do Ministério das Relações Exteriores que “[o] Brasil, desde 14 de agosto de 2016, é parte da Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização dos Documentos Públicos Estrangeiros, também conhecida como "Convenção da Apostila". Documentos estrangeiros emitidos no território dos países signatários destinados ao Brasil deverão ser apostilados no Exterior” (http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/legalizacao-de- documentos/documentos-emitidos-no- http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/legalizacao-de- documentos/documentos-emitidos-no-exterior 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF A Convenção da Haia, ou Convenção da Apostila, foi firmada entre os países signatários, tendo como objetivo “suprimir a exigência da legalização diplomática ou consular dos actos públicos estrangeiros” (https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725- 9419 https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725-9419 . Tenho que, ao serem definidas normas relativas à supressão da legalização diplomática ou consular de atos estrangeiros, a Convenção da Haia não tratou dos documentos que deveriam ser utilizados por cada país para viabilizar essa supressão. Veja que a formalidade contida na Convenção da Apostila foi assim definida em seu art. 2...: “a formalidade pela qual os agentes diplomáticos ou consulares do país sobre cujo território o acto deve produzir os seus efeitos reconhecem a assinatura, a qualidade em que o signatário do acto actuou e, sendo caso disso, a autenticidade do selo ou do carimbo que constam do acto” (https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725-9419- ddb2f9470dd3.pdf https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2- 4725-9419-ddb2f9470dd3.pdf. Com efeito, a Convenção da Apostila refere-se apenas à supressão de formalidades no reconhecimento de assinaturas, de qualidade do signatário do ato e de autenticidade de selos e carimbos. O art. 3... da referida convenção, ao dispor que a única formalidade seria a aposição da apostila, nada disse sobre o documento que seria utilizado para viabilizar esse apostilamento. Sendo assim, entendo que cabe ao país signatário a disposição de normas que melhor cumpram o convencionado. No Brasil, cabe ao Conselho Nacional de Justiça a gestão do sistema de apostilamento dos documentos estrangeiros, competência que se insere perfeitamente naquelas que lhe são constitucionalmente 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF A Convenção da Haia, ou Convenção da Apostila, foi firmada entre os países signatários, tendo como objetivo “suprimir a exigência da legalização diplomática ou consular dos actos públicos estrangeiros” (https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725- 9419 https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725-9419 . Tenho que, ao serem definidas normas relativas à supressão da legalização diplomática ou consular de atos estrangeiros, a Convenção da Haia não tratou dos documentos que deveriam ser utilizados por cada país para viabilizar essa supressão. Veja que a formalidade contida na Convenção da Apostila foi assim definida em seu art. 2...: “a formalidade pela qual os agentes diplomáticos ou consulares do país sobre cujo território o acto deve produzir os seus efeitos reconhecem a assinatura, a qualidade em que o signatário do acto actuou e, sendo caso disso, a autenticidade do selo ou do carimbo que constam do acto” (https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2-4725-9419- ddb2f9470dd3.pdf https://assets.hcch.net/docs/2d395a71-f5c2- 4725-9419-ddb2f9470dd3.pdf. Com efeito, a Convenção da Apostila refere-se apenas à supressão de formalidades no reconhecimento de assinaturas, de qualidade do signatário do ato e de autenticidade de selos e carimbos. O art. 3... da referida convenção, ao dispor que a única formalidade seria a aposição da apostila, nada disse sobre o documento que seria utilizado para viabilizar esse apostilamento. Sendo assim, entendo que cabe ao país signatário a disposição de normas que melhor cumpram o convencionado. No Brasil, cabe ao Conselho Nacional de Justiça a gestão do sistema de apostilamento dos documentos estrangeiros, competência que se insere perfeitamente naquelas que lhe são constitucionalmente 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF determinadas pelo § 4... do art. 103-B. Nesse diapasão, as normas trazidas na Resolução n 228/2016 do Conselho Nacional de Justiça não conflitam com o disposto na Convenção da Apostila. Conforme foi consignado na decisão agravada, “[o] Conselho Nacional de Justiça, ao editar a Resolução n 228/2016, apresentou a seguinte justificativa: ‘CONSIDERANDO a economia, a celeridade e a eficiência propiciadas pelos benefícios da simplificação e da desburocratização, decorrentes da eliminação da exigência de legalização diplomática ou consular de documentos determinada pela Convenção da Apostila; CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar, em todo o território nacional, os procedimentos relativos à aplicação da Convenção da Apostila, inclusive quanto ao uso de sistema eletrônico para aposição de apostila em documentos e para certificação da autenticidade do referido ato’”. No tocante ao papel utilizado para o apostilamento, rememoro o exposto no juízo monocrático: “Em complemento, constou do Anexo III, da referida resolução: 1) O papel para impressão da Apostila atenderá requisitos de segurança, bem como a sua produção será centralizada a nível nacional, a fim de coibir fraudes documentais e proporcionar o controle da produção.” Portanto, reafirmo minha conclusão, quando do julgamento singular, de que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil (CMB), buscou a uniformização necessária para garantir a segurança a todos aqueles que 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF determinadas pelo § 4... do art. 103-B. Nesse diapasão, as normas trazidas na Resolução n 228/2016 do Conselho Nacional de Justiça não conflitam com o disposto na Convenção da Apostila. Conforme foi consignado na decisão agravada, “[o] Conselho Nacional de Justiça, ao editar a Resolução n 228/2016, apresentou a seguinte justificativa: ‘CONSIDERANDO a economia, a celeridade e a eficiência propiciadas pelos benefícios da simplificação e da desburocratização, decorrentes da eliminação da exigência de legalização diplomática ou consular de documentos determinada pela Convenção da Apostila; CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar, em todo o território nacional, os procedimentos relativos à aplicação da Convenção da Apostila, inclusive quanto ao uso de sistema eletrônico para aposição de apostila em documentos e para certificação da autenticidade do referido ato’”. No tocante ao papel utilizado para o apostilamento, rememoro o exposto no juízo monocrático: “Em complemento, constou do Anexo III, da referida resolução: 1) O papel para impressão da Apostila atenderá requisitos de segurança, bem como a sua produção será centralizada a nível nacional, a fim de coibir fraudes documentais e proporcionar o controle da produção.” Portanto, reafirmo minha conclusão, quando do julgamento singular, de que o Conselho Nacional de Justiça, ao determinar que, para a impressão da apostila, as serventias extrajudiciais deveriam utilizar apenas o papel fornecido pela Casa da Moeda do Brasil (CMB), buscou a uniformização necessária para garantir a segurança a todos aqueles que 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros, dentro da qualidade que lhe é conferida, de gestor do sistema de apostilamento no Brasil. No que tange à alegada concessão, pelo CNJ, de monopólio à Casa da Moeda do Brasil, vide que a Lei n 5.895/73 dispõe o seguinte em seu art. 2...: Art. 2... A Casa da Moeda do Brasil terá por finalidade, em caráter de exclusividade, a fabricação de papel moeda e moeda metálica e a impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal.” Por sua vez, reza o § 2... da referida norma: § 2... Sem prejuízo do disposto neste artigo, a Casa da Moeda do Brasil poderá exercer outras atividades compatíveis com suas atividades industriais, bem como a comercialização de moedas comemorativas nas quantidades autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Destarte, depreende-se da leitura dos dispositivos acima que a legislação não engessou as atividades exercidas pela Casa da Moeda do Brasil. Além daquelas previstas no caput do art. 2..., outras podem ser desempenhadas, desde que compatíveis com suas atividades industriais. Ao contrário do asseverado pelo agravante, a exclusividade de emissão do papel seguro destinado ao apostilamento dos documentos estrangeiros pela Casa da Moeda do Brasil não se traduz em monopólio para o órgão, tampouco representa ofensa ao princípio da livre concorrência, servindo para padronizar os documentos e evitar falsificações que podem comprometer a lisura do sistema de apostilamento brasileiro. Por fim, reitero as razões da decisão ora agravada: “Ademais, das informações juntadas aos autos sobre a 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF se utilizam dos serviços de apostilamento dos documentos estrangeiros, dentro da qualidade que lhe é conferida, de gestor do sistema de apostilamento no Brasil. No que tange à alegada concessão, pelo CNJ, de monopólio à Casa da Moeda do Brasil, vide que a Lei n 5.895/73 dispõe o seguinte em seu art. 2...: Art. 2... A Casa da Moeda do Brasil terá por finalidade, em caráter de exclusividade, a fabricação de papel moeda e moeda metálica e a impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal.” Por sua vez, reza o § 2... da referida norma: § 2... Sem prejuízo do disposto neste artigo, a Casa da Moeda do Brasil poderá exercer outras atividades compatíveis com suas atividades industriais, bem como a comercialização de moedas comemorativas nas quantidades autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Destarte, depreende-se da leitura dos dispositivos acima que a legislação não engessou as atividades exercidas pela Casa da Moeda do Brasil. Além daquelas previstas no caput do art. 2..., outras podem ser desempenhadas, desde que compatíveis com suas atividades industriais. Ao contrário do asseverado pelo agravante, a exclusividade de emissão do papel seguro destinado ao apostilamento dos documentos estrangeiros pela Casa da Moeda do Brasil não se traduz em monopólio para o órgão, tampouco representa ofensa ao princípio da livre concorrência, servindo para padronizar os documentos e evitar falsificações que podem comprometer a lisura do sistema de apostilamento brasileiro. Por fim, reitero as razões da decisão ora agravada: “Ademais, das informações juntadas aos autos sobre a 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF emissão do papel seguro pela Casa da Moeda, verifica-se que as situações descritas pela autora da demanda, que informam sua descontinuidade, já foram resolvidas por aquele órgão. Conforme consta da contestação: ‘Em relação à alegação de óbice da prestação de serviço público essencial como fundamento da antecipação de tutela requerida, é preciso mencionar que. conforme decisão proferida no PP n. 0003357- 56.2016.2.00.0000 (Id 1988351), em 30/08/2016, foi realizada reunião entre os representantes da Corregedoria Nacional de Justiça, da Casa da Moeda, da Anoerg/BR e o Conselheiro Luiz Cláudio Allemand, onde firmou-se compromisso de normalização do fornecimento de papel moeda para emissão de apostilas (25 mil por dia). Por esse motivo, falhas pontuais no fornecimento do papel seguro pela Casa da Moeda já foram supridas, em obediência ao disposto na Resolução n. 228/2016-CNJ. Além disso, relevante o teor do Ofício OF.DIPlM/038/2016 (em anexo) da Casa da Moeda do Brasil encaminhado ao CNJ informando que aquela empresa pública "visado a garantir a totalidade no atendimento da demanda das autoridades apostilantes. já comprou de forma emergencial, 800.000 papéis de segurança que já estão em produção e estamos em fase final de conclusão da ata de registro de preço referente à 7.000.000 de unidades’ (fl. 157 – doc. eletrônico n. 1). Assim, tenho que não há falar em qualquer desrespeito aos princípios constitucionais da continuidade do serviço público, da eficiência e da dignidade da pessoa humana. Por fim, retiro do parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República, as seguintes considerações, as quais também adoto como razões de decidir: ‘No mérito, o CNJ já proferiu novo provimento 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF emissão do papel seguro pela Casa da Moeda, verifica-se que as situações descritas pela autora da demanda, que informam sua descontinuidade, já foram resolvidas por aquele órgão. Conforme consta da contestação: ‘Em relação à alegação de óbice da prestação de serviço público essencial como fundamento da antecipação de tutela requerida, é preciso mencionar que. conforme decisão proferida no PP n. 0003357- 56.2016.2.00.0000 (Id 1988351), em 30/08/2016, foi realizada reunião entre os representantes da Corregedoria Nacional de Justiça, da Casa da Moeda, da Anoerg/BR e o Conselheiro Luiz Cláudio Allemand, onde firmou-se compromisso de normalização do fornecimento de papel moeda para emissão de apostilas (25 mil por dia). Por esse motivo, falhas pontuais no fornecimento do papel seguro pela Casa da Moeda já foram supridas, em obediência ao disposto na Resolução n. 228/2016-CNJ. Além disso, relevante o teor do Ofício OF.DIPlM/038/2016 (em anexo) da Casa da Moeda do Brasil encaminhado ao CNJ informando que aquela empresa pública "visado a garantir a totalidade no atendimento da demanda das autoridades apostilantes. já comprou de forma emergencial, 800.000 papéis de segurança que já estão em produção e estamos em fase final de conclusão da ata de registro de preço referente à 7.000.000 de unidades’ (fl. 157 – doc. eletrônico n. 1). Assim, tenho que não há falar em qualquer desrespeito aos princípios constitucionais da continuidade do serviço público, da eficiência e da dignidade da pessoa humana. Por fim, retiro do parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República, as seguintes considerações, as quais também adoto como razões de decidir: ‘No mérito, o CNJ já proferiu novo provimento 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF tratando da uniformização dos procedimentos para a aposição de apostila, no âmbito do Poder Judiciário, da Convenção de Haia: Provimento 62, de 14.11.2017, no qual expressamente previu em seu art. 7...: ‘As autoridades apostilantes deverão contratar diretamente com a Casa da Moeda do Brasil a aquisição do papel-moeda de modo a manter estoques para viabilizar a continuidade do serviço’. Conquanto não tenha sido revogado o dispositivo impugnado da Resolução 28/2016 do CNJ com a edição do Provimento 62/2017, não prejudicando o objeto da presente demanda, verifica-se não prosperar a alegação do autor no sentido de que a obrigatoriedade de impressão da apostila em papel seguro fornecido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil é uma formalidade administrativa desproporcional e ineficiente. Isso porque se mostra imprescindível a padronização do papel seguro por órgão público confiável para a credibilidade do documento apostilado pelo Brasil no plano internacional, evitando-se fraudes; além disso, a prestação do serviço de fornecimento de papel seguro para apostilamentos pela Casa da Moeda do Brasil já foi normalizado ainda no ano de 2016, segundo informações prestadas pela autoridade coatora às fls. 163/165 e pela própria Casa da Moeda Nacional à fl. 197. A Corregedoria do CNJ entende que a apostila deve ser obrigatoriamente impressa em papel emitido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil para ter valor jurídico, e que o descumprimento das disposições da Resolução 228/2016 do CNJ e do Provimento 62/2017 pelas autoridades apostilantes enseja a instauração de procedimento administrativo disciplinar, sem prejuízo da responsabilização cível e criminal’.” Mantenho, dessa forma, o entendimento firmado na decisão singular. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF tratando da uniformização dos procedimentos para a aposição de apostila, no âmbito do Poder Judiciário, da Convenção de Haia: Provimento 62, de 14.11.2017, no qual expressamente previu em seu art. 7...: ‘As autoridades apostilantes deverão contratar diretamente com a Casa da Moeda do Brasil a aquisição do papel-moeda de modo a manter estoques para viabilizar a continuidade do serviço’. Conquanto não tenha sido revogado o dispositivo impugnado da Resolução 28/2016 do CNJ com a edição do Provimento 62/2017, não prejudicando o objeto da presente demanda, verifica-se não prosperar a alegação do autor no sentido de que a obrigatoriedade de impressão da apostila em papel seguro fornecido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil é uma formalidade administrativa desproporcional e ineficiente. Isso porque se mostra imprescindível a padronização do papel seguro por órgão público confiável para a credibilidade do documento apostilado pelo Brasil no plano internacional, evitando-se fraudes; além disso, a prestação do serviço de fornecimento de papel seguro para apostilamentos pela Casa da Moeda do Brasil já foi normalizado ainda no ano de 2016, segundo informações prestadas pela autoridade coatora às fls. 163/165 e pela própria Casa da Moeda Nacional à fl. 197. A Corregedoria do CNJ entende que a apostila deve ser obrigatoriamente impressa em papel emitido exclusivamente pela Casa da Moeda do Brasil para ter valor jurídico, e que o descumprimento das disposições da Resolução 228/2016 do CNJ e do Provimento 62/2017 pelas autoridades apostilantes enseja a instauração de procedimento administrativo disciplinar, sem prejuízo da responsabilização cível e criminal’.” Mantenho, dessa forma, o entendimento firmado na decisão singular. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 19 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI AO 2510 AGR / DF É como voto. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Supremo Tribunal Federal AO 2510 AGR / DF É como voto. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96D8-1CE6-FC3A-1124 e senha 2477-F23D-77E3-CC7A Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 19 Extrato de Ata - 28/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) : WALTER JOSE FAIAD DE MOURA (17390/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6BEE-81AB-6E97-ACBB e senha 87B1-77B8-F2FB-92DD Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA AÇÃO ORIGINÁRIA 2.510 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : MC ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO ADV.(A/S) : WALTER JOSE FAIAD DE MOURA (17390/DF) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6BEE-81AB-6E97-ACBB e senha 87B1-77B8-F2FB-92DD Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 19
{ "JURISPRUDENCIA": [ "AÇÃO ORIGINÁRIA 2 . 510", "AO 2510 AGR / DF", "AÇÃO ORIGINÁRIA 2 . 510", "Pet n 4 . 770 / DF - AgR", "ADI n 4 . 412 / DF", "Rcl n 33 . 459 / PE - AgR", "AÇÃO ORIGINÁRIA 2 . 510", "Pet n 4 . 770 / DF - AgR", "ADI n 4 . 412 / DF", "Rcl n 33 . 459 / PE - AgR", "PP n . 0003357 - 56 . 2016 . 2 . 00 . 0000", "PP n . 0003357 - 56 . 2016 . 2 . 00 . 0000", "AÇÃO ORIGINÁRIA 2 . 510", "AO n 2 . 330 / SC - AgR", "AO n 2 . 330 / SC - AgR", "PP n", "PP n . 0003357 - 56 . 2016 . 2 . 00 . 0000", "AÇÃO ORIGINÁRIA 2 . 510", "AÇÃO ORIGINÁRIA 2 . 510" ], "LEGISLACAO": [ "art . 102 , inciso I , f , da Constituição Federal", "Resolução", "art . 102 , inciso I , f , da Constituição Federal", "Resolução CNJ n 228 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 102 , inc . I , al . “ f ” , da Constituição Federal", "artigo 102 , inciso I , r , da Constituição Federal", "artigos 103 - B , § 4 . . . , e 130 - A , § 2 . . . , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 102 , inc . I , al . “ f ” , da Constituição Federal", "artigo 102 , inciso I , r , da Constituição Federal", "artigos 103 - B , § 4 . . . , e 130 - A , § 2 . . . , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução CNJ n 228 / 2016", "Resolução n 228 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2", "Resolução n . 228 / 2016", "Resolução 28 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução n . 228 / 2016", "Resolução 28 / 2016 do", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução 228 / 2016 do CNJ", "Provimento 62 / 2017", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução 228 / 2016 do CNJ", "Provimento 62 / 2017", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 10 do Código de Processo Civil / 157", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 10 do Código de Processo Civil / 157", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 374 , III , do Código de Processo Civil", "Convenção da Apostila de Haia", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 374 , III , do Código de Processo Civil", "Convenção da Apostila de Haia", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 21 , § 1 . . . , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Código de Processo Civil", "art . 249 do RISTF", "art . 21 , § 1 . . . , do RISTF", "art . 937 do Código de Processo Civil", "art . 102 , inciso I , alínea n , da Constituição", "EC 20 / 1998", "art . 60 , § 2 . . . , da Constituição Federal de 1988", "arts . 314 , II , e 363 do RISF", "art . 37 , caput , Constituição Federal de 1988", "art . 1 . 021 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art", "Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Código de Processo Civil", "art", "art . 937 do Código de Processo Civil", "EC 20 / 1998", "art . 60 , § 2 . . . , da Constituição Federal de 1988", "arts . 314 , II , e 363 do RISF", "art . 37 , caput , Constituição Federal de 1988", "§ 4 . . . do art . 1 . 021 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Código de Processo Civil de 2015", "Convenção", "Convenção sobre a", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Código de Processo Civil de 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convenção", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução n 228 / 2016 do", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução n 228 / 2016 do Conselho Nacional de Justiça", "Resolução n 228 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 5 . 895 / 73", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 5 . 895 / 73", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução n . 228 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução n . 228 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Convenção", "Resolução 28 / 2016", "Provimento", "Resolução 228 / 2016 do CNJ", "Provimento 62 / 2017", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Resolução 28 / 2016 do CNJ", "Resolução 228 / 2016 do CNJ", "Provimento 62 / 2017", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "DISTRITO FEDERAL", "Brasil", "Brasília", "Brasília", "DISTRITO FEDERAL", "DISTRITO FEDERAL", "Brasil", "Brasil", "DISTRITO FEDERAL", "Brasil", "Brasil", "Brasil", "Brasil", "Brasil", "Brasil", "Brasil", "DISTRITO FEDERAL", "DISTRITO FEDERAL" ], "ORGANIZACAO": [ "PLENÁRIO", "CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA", "CNJ", "UNIÃO", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema Corte", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "Suprema Corte", "Tribunal Pleno", "Casa da Moeda do 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Brasil", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "Conselho Nacional de Justiça", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda", "Conselho Nacional de Justiça", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda", "Corregedoria Nacional de Justiça", "Casa da Moeda", "Anoerg", "/", "BR", "Supremo Tribunal Federal", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda", "Conselho Nacional de Justiça", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda", "Corregedoria Nacional de Justiça", "Casa da Moeda", "Anoerg", "/", "BR", "Casa da Moeda", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "CNJ", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "Supremo Tribunal Federal", "Casa da Moeda", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "CNJ", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda Nacional", "Corregedoria", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "4", ".", ".", ".", "Vara Federal de Brasília", "Procuradoria", "-", "Geral da", "Supremo Tribunal Federal", "AO", "AGR", "/", "DF", "Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda Nacional", "Corregedoria do CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "4", ".", ".", ".", "Vara Federal de Brasília", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "PGR", "Conselho Nacional de Justiça", "Casa da Moeda do Brasil", "CMB", "CMB", "CMB", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "CMB", "Supremo Tribunal Federal", "PGR", "Conselho Nacional de Justiça", "Casa da Moeda do Brasil", "CMB", "CMB", "CMB", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "CMB", "/", "CNJ", "CMB", "CNJ", "Casa da Moeda", "Casa da Moeda", "Plenário da Corte", "Supremo Tribunal Federal", "/", "CNJ", "CMB", "CNJ", "Casa da Moeda", "Casa da Moeda", "Plenário da Corte", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Conselho Nacional de Justiça", "Ministério das Relações Exteriores", "Brasil", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Conselho Nacional de Justiça", "Ministério das Relações Exteriores", "Conselho Nacional de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Conselho Nacional de Justiça", "Conselho", "Conselho Nacional de Justiça", "Conselho Nacional de Justiça", "Casa da Moeda do Brasil", "CMB", "Supremo Tribunal Federal", "Conselho Nacional de Justiça", "Conselho Nacional de Justiça", "Casa da Moeda do Brasil", "CMB", "/", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Banco Central do Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Supremo Tribunal Federal", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Banco Central do Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda do", "Casa da Moeda", "Corregedoria Nacional de Justiça", "Casa da Moeda", "Anoerg", "/", "BR", "Casa da Moeda", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "CNJ", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "CNJ", "Supremo Tribunal Federal", "Casa da Moeda", "Corregedoria Nacional de Justiça", "Casa da Moeda", "Anoerg", "/", "BR", "Casa da Moeda", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "CNJ", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "CNJ", "2510", "Casa da Moeda do Brasil", "CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda Nacional", "Corregedoria do CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "Supremo Tribunal Federal", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda do Brasil", "Casa da Moeda Nacional", "Corregedoria do CNJ", "Casa da Moeda do Brasil", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA", "CNJ", "UNIÃO", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA", "CNJ", "UNIÃO", "Plenário", "Plenário" ], "PESSOA": [ "DIAS TOFFOLI", "ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO", "WALTER JOSE FAIAD DE MOURA", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "DIAS TOFFOLI", "ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO", "WALTER JOSE FAIAD DE MOURA", "DIAS TOFFOLI", "Mc", "Arthur Di Andrade Camargo", "DIAS TOFFOLI", "ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO", "WALTER JOSE FAIAD DE MOURA", "DIAS TOFFOLI", "Arthur Di Andrade Camargo", "Luiz Cláudio Allemand", "Luiz Cláudio Allemand", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "Luiz Cláudio Allemand", "Luiz Cláudio Allemand", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO", "WALTER JOSE FAIAD DE MOURA", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "DIAS TOFFOLI", "ARTHUR DI ANDRADE CAMARGO", "WALTER 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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) :WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) :THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) :COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS- CEMIG ADV.(A/S) :GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) :KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) :CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA Ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE FORNECIMENTO OBRIGATÓRIO E EXCLUSIVO DO ESTADO. APLICAÇÃO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PREVISTA NO ART. 150, VI, A, DA CF/1988. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência desta CORTE SUPREMA é firme no sentido da extensão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da CF/1988 às empresas públicas e sociedades de economia delegatárias de serviços públicos de fornecimento obrigatório e exclusivo do Estado, independentemente da cobrança de tarifas como contraprestação pelos serviços públicos prestados. 2. Agravo Interno a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6EB1-E8CD-DE51-C524 e senha 7B67-57D0-3176-636F Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão RE 1311495 ED-AGR / MG provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6EB1-E8CD-DE51-C524 e senha 7B67-57D0-3176-636F Supremo Tribunal Federal RE 1311495 ED-AGR / MG provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6EB1-E8CD-DE51-C524 e senha 7B67-57D0-3176-636F Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) :WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) :THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) :COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS- CEMIG ADV.(A/S) :GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) :KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) :CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Interno contra decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário, assentando ser inaplicável ao caso o Tema 508 da repercussão geral. Sustenta a parte agravante, em suma, a incidência do Tema 508 na espécie, pois (a) “em relação aos bens particulares da concessionária, ainda que afetados, enquanto não revertidos ao Poder Público não adquirem a condição de bens públicos, não havendo que se falar em imunidade, (…) tendo-se em vista que a natureza jurídica do patrimônio da sociedade de economia mista é privada, não há que se falar em bem de público de uso especial (fl. 3, Doc. 12); e (b) “a sociedade de economia mista não se beneficia de imunidade tributária quando, apesar da destinação socialmente relevante, como fornecimento de energia elétrica, é exercente de atividade econômica com fins lucrativos (fl. 6, Doc. 12). É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DB49-8308-E703-FC4F e senha 9E32-C5B3-D74A-325A Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) :WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) :THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) :COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS- CEMIG ADV.(A/S) :GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) :KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) :CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Interno contra decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário, assentando ser inaplicável ao caso o Tema 508 da repercussão geral. Sustenta a parte agravante, em suma, a incidência do Tema 508 na espécie, pois (a) “em relação aos bens particulares da concessionária, ainda que afetados, enquanto não revertidos ao Poder Público não adquirem a condição de bens públicos, não havendo que se falar em imunidade, (…) tendo-se em vista que a natureza jurídica do patrimônio da sociedade de economia mista é privada, não há que se falar em bem de público de uso especial (fl. 3, Doc. 12); e (b) “a sociedade de economia mista não se beneficia de imunidade tributária quando, apesar da destinação socialmente relevante, como fornecimento de energia elétrica, é exercente de atividade econômica com fins lucrativos (fl. 6, Doc. 12). É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DB49-8308-E703-FC4F e senha 9E32-C5B3-D74A-325A Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Eis a decisão ora agravada: “Decisão Trata-se de Recurso Extraordinário interposto em face de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado (fl. 114, Vol. 1): APELAÇÃO CÍVEL TRIBUTÁRIO EMBARGOS À EXECUÇÃO IPTU E CCSIP CEMIG SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA IMUNIDADADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA ART. 150, VI, A DA CR APLICABILIDADE ENTENDIMENTO DO STF CCSIP PAGAMENTO DEVIDO. - Na esteira da jurisprudência do STF, deve ser estendida à CEMIG a imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. - A CEMIG enquadra-se na definição de contribuinte da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - CCSIP, nos termos da Lei Municipal n. 10.364/2004, tendo em vista que possui a propriedade de imóveis localizados no Município de Juiz de Fora e que se enquadram na hipótese de incidência do tributo. Opostos Embargos de Declaração, foram rejeitados (fl. 156, Vol. 1). No apelo extremo (fl. 162, Vol. 1), interposto com amparo no art. 102, III, a, a parte recorrente alega violação aos artigos 150, VI, a; 173, II; e 173, § 2° da Constituição da República. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Eis a decisão ora agravada: “Decisão Trata-se de Recurso Extraordinário interposto em face de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado (fl. 114, Vol. 1): APELAÇÃO CÍVEL TRIBUTÁRIO EMBARGOS À EXECUÇÃO IPTU E CCSIP CEMIG SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA IMUNIDADADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA ART. 150, VI, A DA CR APLICABILIDADE ENTENDIMENTO DO STF CCSIP PAGAMENTO DEVIDO. - Na esteira da jurisprudência do STF, deve ser estendida à CEMIG a imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. - A CEMIG enquadra-se na definição de contribuinte da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - CCSIP, nos termos da Lei Municipal n. 10.364/2004, tendo em vista que possui a propriedade de imóveis localizados no Município de Juiz de Fora e que se enquadram na hipótese de incidência do tributo. Opostos Embargos de Declaração, foram rejeitados (fl. 156, Vol. 1). No apelo extremo (fl. 162, Vol. 1), interposto com amparo no art. 102, III, a, a parte recorrente alega violação aos artigos 150, VI, a; 173, II; e 173, § 2° da Constituição da República. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RE 1311495 ED-AGR / MG Em suma, defende a impossibilidade de extensão da imunidade tributária recíproca às Sociedades de Economia Mista, as quais, embora ligadas à Administração Indireta, encontram-se regradas por normas de Direito Privado. Aduz que o serviço prestado pela CEMIG é realizado a título oneroso, razão por que tal entidade não é alcançada pela imunidade pretendida. Assevera que a recorrida não presta atividade totalmente em regime de monopólio, o que afasta a aplicação da imunidade recíproca (fl. 173, Vol. 1). Além disso, destaca que a CEMIG é uma empresa de economia mista, com capital aberto a negociações nas Bolsas de Valores de São Paulo, Nova York e Madri, segundo informações do próprio site (fl. 174, Vol. 1). Inicialmente, o RE foi sobrestado até o deslinde do Tema 508 (RE 600.867-RG) (fl. 185, Vol. 1). Após o julgamento de mérito do referido precedente paradigma, o Tribunal de origem admitiu o RE, à consideração de que (fl. 226, Vol. 1): O recurso se encontrava sobrestado até o julgamento do Tema nº 508 (RE nº 600.867-RG/SP), em observância à orientação do Supremo Tribunal Federal, que, em várias oportunidades, ordenou a devolução de feitos a esta Corte por entender que a matéria tratada nestes autos seria abrangida no julgamento do Tema nº 508, em que reconhecida a repercussão geral da questão constitucional relativa à imunidade tributária recíproca para sociedade de economia mista com participação acionária em bolsa de valores (cf. RE nº 1.176.778 ED/MG, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 01/10/2019; RE nº 1.101.248/MG, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 23/02/2018; RE nº 964.643/MG, Rel. Min. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal RE 1311495 ED-AGR / MG Em suma, defende a impossibilidade de extensão da imunidade tributária recíproca às Sociedades de Economia Mista, as quais, embora ligadas à Administração Indireta, encontram-se regradas por normas de Direito Privado. Aduz que o serviço prestado pela CEMIG é realizado a título oneroso, razão por que tal entidade não é alcançada pela imunidade pretendida. Assevera que a recorrida não presta atividade totalmente em regime de monopólio, o que afasta a aplicação da imunidade recíproca (fl. 173, Vol. 1). Além disso, destaca que a CEMIG é uma empresa de economia mista, com capital aberto a negociações nas Bolsas de Valores de São Paulo, Nova York e Madri, segundo informações do próprio site (fl. 174, Vol. 1). Inicialmente, o RE foi sobrestado até o deslinde do Tema 508 (RE 600.867-RG) (fl. 185, Vol. 1). Após o julgamento de mérito do referido precedente paradigma, o Tribunal de origem admitiu o RE, à consideração de que (fl. 226, Vol. 1): O recurso se encontrava sobrestado até o julgamento do Tema nº 508 (RE nº 600.867-RG/SP), em observância à orientação do Supremo Tribunal Federal, que, em várias oportunidades, ordenou a devolução de feitos a esta Corte por entender que a matéria tratada nestes autos seria abrangida no julgamento do Tema nº 508, em que reconhecida a repercussão geral da questão constitucional relativa à imunidade tributária recíproca para sociedade de economia mista com participação acionária em bolsa de valores (cf. RE nº 1.176.778 ED/MG, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 01/10/2019; RE nº 1.101.248/MG, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 23/02/2018; RE nº 964.643/MG, Rel. Min. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RE 1311495 ED-AGR / MG Dias Toffoli, DJe de 07/06/2016, entre outros). O referido tema foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão já transitada em julgado, tendo sido fixada a tese de que sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em bolsas de valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela regra da imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição da República, unicamente em razão das atividades desempenhadas. (…) Contudo, da leitura do inteiro teor do paradigma em questão, observa-se que, em diversos momentos do julgamento, os Ministros do Supremo Tribunal Federal afirmaram que as particularidades fáticas e jurídicas da matéria em debate, por vezes, inviabilizam a definição de parâmetros a serem considerados para o deslinde da controvérsia de forma mais ampla e abrangente, o que sem dúvida dificultou a produção da tese a ser aplicada para além da solução do caso concreto. (…) Relativamente ao caso dos autos, ou seja, se a Cemig, enquanto sociedade de economia mista com participação acionária em bolsa de valores, faz jus à imunidade prevista na alínea a do inciso VI do artigo 150 da Constituição da República, cumpre salientar que o Supremo Tribunal Federal já teve a oportunidade de analisar a questão em várias ocasiões, tendo aquela Corte assentado sua jurisprudência no sentido de reconhecer que a mencionada concessionária de energia elétrica possui os elementos necessários para se enquadrar como 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal RE 1311495 ED-AGR / MG Dias Toffoli, DJe de 07/06/2016, entre outros). O referido tema foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão já transitada em julgado, tendo sido fixada a tese de que sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em bolsas de valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela regra da imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição da República, unicamente em razão das atividades desempenhadas. (…) Contudo, da leitura do inteiro teor do paradigma em questão, observa-se que, em diversos momentos do julgamento, os Ministros do Supremo Tribunal Federal afirmaram que as particularidades fáticas e jurídicas da matéria em debate, por vezes, inviabilizam a definição de parâmetros a serem considerados para o deslinde da controvérsia de forma mais ampla e abrangente, o que sem dúvida dificultou a produção da tese a ser aplicada para além da solução do caso concreto. (…) Relativamente ao caso dos autos, ou seja, se a Cemig, enquanto sociedade de economia mista com participação acionária em bolsa de valores, faz jus à imunidade prevista na alínea a do inciso VI do artigo 150 da Constituição da República, cumpre salientar que o Supremo Tribunal Federal já teve a oportunidade de analisar a questão em várias ocasiões, tendo aquela Corte assentado sua jurisprudência no sentido de reconhecer que a mencionada concessionária de energia elétrica possui os elementos necessários para se enquadrar como 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RE 1311495 ED-AGR / MG beneficiária da imunidade tributária recíproca quanto ao IPTU cobrado por municípios mineiros. (…) Acresça-se a isso o fato de haver decisão do Supremo Tribunal Federal proferida após o julgamento do RE nº 600.687/SP (Tema nº 508), figurando a Cemig como parte, na qual em razão da natureza essencial do serviço público que presta, sob regime não concorrencial e com caráter geral (princípio da universalidade) é reafirmado o entendimento de que o alcance da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do artigo 150 da Constituição da República em relação à concessionária recorrida reflete a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal. A propósito, confira-se: (…) Diante das circunstâncias acima mencionadas e da incerteza quanto ao real alcance da tese fixada no julgamento do Tema nº 508, esta Vice-Presidência entende ser temerário proceder ao imediato juízo de conformidade da questão, nos termos do artigo 1.030, I e II, do Código de Processo Civil, como seria de rigor, a fim de enquadrar o caso concreto ao que foi decidido em sede de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal. Assim, tendo em vista que o presente recurso preenche os pressupostos de admissibilidade recursal e tratando-se de matéria relevante, cujas peculiaridades que a norteiam não conferem a esta Vice-Presidência a segurança jurídica necessária para aplicação, de pronto, da sistemática da repercussão geral, mostrase prudente conferir trânsito ao recurso extraordinário a fim de que o Supremo Tribunal Federal, considerando o decidido no julgamento do RE nº 600.867/SP (Tema nº 508), manifeste-se sobre a questão 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal RE 1311495 ED-AGR / MG beneficiária da imunidade tributária recíproca quanto ao IPTU cobrado por municípios mineiros. (…) Acresça-se a isso o fato de haver decisão do Supremo Tribunal Federal proferida após o julgamento do RE nº 600.687/SP (Tema nº 508), figurando a Cemig como parte, na qual em razão da natureza essencial do serviço público que presta, sob regime não concorrencial e com caráter geral (princípio da universalidade) é reafirmado o entendimento de que o alcance da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do artigo 150 da Constituição da República em relação à concessionária recorrida reflete a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal. A propósito, confira-se: (…) Diante das circunstâncias acima mencionadas e da incerteza quanto ao real alcance da tese fixada no julgamento do Tema nº 508, esta Vice-Presidência entende ser temerário proceder ao imediato juízo de conformidade da questão, nos termos do artigo 1.030, I e II, do Código de Processo Civil, como seria de rigor, a fim de enquadrar o caso concreto ao que foi decidido em sede de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal. Assim, tendo em vista que o presente recurso preenche os pressupostos de admissibilidade recursal e tratando-se de matéria relevante, cujas peculiaridades que a norteiam não conferem a esta Vice-Presidência a segurança jurídica necessária para aplicação, de pronto, da sistemática da repercussão geral, mostrase prudente conferir trânsito ao recurso extraordinário a fim de que o Supremo Tribunal Federal, considerando o decidido no julgamento do RE nº 600.867/SP (Tema nº 508), manifeste-se sobre a questão 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RE 1311495 ED-AGR / MG acerca da imunidade tributária da Cemig quanto ao IPTU, definindo a controvérsia com sua autoridade exclusiva. Ante o exposto, admito o recurso. É o relatório. Decido. Em que pese a controvérsia suscitada na origem, acerca da aplicação do Tema 508/STF, a jurisprudência desta CORTE SUPREMA é firme no sentido da extensão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da CF/1988 às empresas e sociedades de economia delegatárias de serviços públicos de fornecimento obrigatório e exclusivo do Estado, independentemente da cobrança de tarifas como contraprestação pelos serviços públicos prestados. Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. EXTENSÃO. POSSIBILIDADE. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se consolidou no sentido de que as empresas públicas e sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a , da Constituição Federal. Precedentes. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não houve fixação de honorários advocatícios contra o recorrente. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (RE 905.900-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 14/12/2020) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal RE 1311495 ED-AGR / MG acerca da imunidade tributária da Cemig quanto ao IPTU, definindo a controvérsia com sua autoridade exclusiva. Ante o exposto, admito o recurso. É o relatório. Decido. Em que pese a controvérsia suscitada na origem, acerca da aplicação do Tema 508/STF, a jurisprudência desta CORTE SUPREMA é firme no sentido da extensão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da CF/1988 às empresas e sociedades de economia delegatárias de serviços públicos de fornecimento obrigatório e exclusivo do Estado, independentemente da cobrança de tarifas como contraprestação pelos serviços públicos prestados. Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. EXTENSÃO. POSSIBILIDADE. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se consolidou no sentido de que as empresas públicas e sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a , da Constituição Federal. Precedentes. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não houve fixação de honorários advocatícios contra o recorrente. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (RE 905.900-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 14/12/2020) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RE 1311495 ED-AGR / MG DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1%, PERCENTUAL QUE SE SOMA AO FIXADO NA ORIGEM, OBEDECIDOS OS LIMITES DOS §§ 2º, 3º E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015, E MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4º DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 1.188.668-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, DJe de 16/8/2019) No mesmo sentido, citem-se as seguintes decisões monocráticas, nas quais a CEMIG também figurou como parte: RE 1.311.508/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 16/3/2021; RE 872.265-AgR/MG, Rel. Min. ROSA WEBER, DJe de 22/10/2019; RE 905.900/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 5/5/2020; RE 1.188.668/MG, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 11/3/2019, esse último assim ementado: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. JULGADO RECORRIDO DIVERGENTE DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Atente-se que, no RE 1311491 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 17/5/2021, a Primeira Turma negou provimento ao agravo interno em caso idêntico ao presente, para confirmar a decisão do Relator, 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal RE 1311495 ED-AGR / MG DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1%, PERCENTUAL QUE SE SOMA AO FIXADO NA ORIGEM, OBEDECIDOS OS LIMITES DOS §§ 2º, 3º E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015, E MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4º DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 1.188.668-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, DJe de 16/8/2019) No mesmo sentido, citem-se as seguintes decisões monocráticas, nas quais a CEMIG também figurou como parte: RE 1.311.508/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 16/3/2021; RE 872.265-AgR/MG, Rel. Min. ROSA WEBER, DJe de 22/10/2019; RE 905.900/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 5/5/2020; RE 1.188.668/MG, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 11/3/2019, esse último assim ementado: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. JULGADO RECORRIDO DIVERGENTE DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Atente-se que, no RE 1311491 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 17/5/2021, a Primeira Turma negou provimento ao agravo interno em caso idêntico ao presente, para confirmar a decisão do Relator, 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RE 1311495 ED-AGR / MG proferida no seguinte sentido: “Decido. A irresignação não merece prosperar. A decisão proferida pelo Tribunal a quo está em sintonia com o entendimento firmado por esta Corte, segundo o qual, as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal, no que se refere aos bens afetados ao serviço público. Ademais, de acordo com a orientação da Corte a cobrança de tarifas como contraprestação do serviço público não descaracteriza o beneplácito constitucional. Nesse sentido, são os acórdãos abaixo: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SUPOSTA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. INEXISTÊNCIA. POSSIBILIDADE DE O RELATOR DECIDIR MONOCRATICAMENTE CONTROVÉRSIA JURÍDICA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA . APLICABILIDADE. COBRANÇA DE TARIFAS COMO CONTRAPRESTAÇÃO. FATO IRRELEVANTE QUE NÃO DESCARACTERIZA A IMUNIDADE. 1. O art. 557, caput, do Código de Processo Civil de 1973 permitia ao Relator negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com a súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de Tribunal Superior. 2. As empresas públicas e sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos de 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal RE 1311495 ED-AGR / MG proferida no seguinte sentido: “Decido. A irresignação não merece prosperar. A decisão proferida pelo Tribunal a quo está em sintonia com o entendimento firmado por esta Corte, segundo o qual, as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal, no que se refere aos bens afetados ao serviço público. Ademais, de acordo com a orientação da Corte a cobrança de tarifas como contraprestação do serviço público não descaracteriza o beneplácito constitucional. Nesse sentido, são os acórdãos abaixo: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SUPOSTA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. INEXISTÊNCIA. POSSIBILIDADE DE O RELATOR DECIDIR MONOCRATICAMENTE CONTROVÉRSIA JURÍDICA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA . APLICABILIDADE. COBRANÇA DE TARIFAS COMO CONTRAPRESTAÇÃO. FATO IRRELEVANTE QUE NÃO DESCARACTERIZA A IMUNIDADE. 1. O art. 557, caput, do Código de Processo Civil de 1973 permitia ao Relator negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com a súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de Tribunal Superior. 2. As empresas públicas e sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos de 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RE 1311495 ED-AGR / MG prestação obrigatória e exclusiva do Estado são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. 3. A exigência de contraprestação pelos serviços públicos prestados, mediante o pagamento de tarifas, não constitui óbice à incidência da imunidade recíproca sobre determinada sociedade de economia mista. 4. Nos termos do art. 85, §11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. 5. Agravo interno a que se nega provimento. (RE nº 897.104/MG AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso , Dje de 11/12/17) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1%, PERCENTUAL QUE SE SOMA AO FIXADO NA ORIGEM, OBEDECIDOS OS LIMITES DOS §§ 2º, 3º E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015, E MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4º DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 1188668 AgR, Segunda Turma, Min. Rel. Cármen Lúcia, Dje 16/08/2019). Ainda no mesmo sentido: RE nº 872.265/MG, Rel. Min. Rosa Weber , Dje de 22/10/19; RE nº 905.900/MG, Rel. Min. Roberto Barros o, Dje de 5/5/20; RE nº 1.311.494/MG, Rel. Min. Edson Fachin , Dje de 18/3/21. Ante o exposto, nos termos do artigo 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal RE 1311495 ED-AGR / MG prestação obrigatória e exclusiva do Estado são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. 3. A exigência de contraprestação pelos serviços públicos prestados, mediante o pagamento de tarifas, não constitui óbice à incidência da imunidade recíproca sobre determinada sociedade de economia mista. 4. Nos termos do art. 85, §11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. 5. Agravo interno a que se nega provimento. (RE nº 897.104/MG AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso , Dje de 11/12/17) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1%, PERCENTUAL QUE SE SOMA AO FIXADO NA ORIGEM, OBEDECIDOS OS LIMITES DOS §§ 2º, 3º E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015, E MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4º DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 1188668 AgR, Segunda Turma, Min. Rel. Cármen Lúcia, Dje 16/08/2019). Ainda no mesmo sentido: RE nº 872.265/MG, Rel. Min. Rosa Weber , Dje de 22/10/19; RE nº 905.900/MG, Rel. Min. Roberto Barros o, Dje de 5/5/20; RE nº 1.311.494/MG, Rel. Min. Edson Fachin , Dje de 18/3/21. Ante o exposto, nos termos do artigo 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RE 1311495 ED-AGR / MG seguimento ao recurso. Com majoração da verba honorária fixada pela origem, em 10% (dez por cento), em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observado os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” Não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir a decisão agravada. Diante do exposto, nego provimento ao Agravo Interno. É o voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal RE 1311495 ED-AGR / MG seguimento ao recurso. Com majoração da verba honorária fixada pela origem, em 10% (dez por cento), em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observado os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” Não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir a decisão agravada. Diante do exposto, nego provimento ao Agravo Interno. É o voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto Vogal AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) :WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) :THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) :COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS- CEMIG ADV.(A/S) :GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) :KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) :CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Continuo convencido de sociedade de economia mista não gozar da imunidade recíproca da alínea "a" do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal, mesmo porque não pode impor tributo a quem quer que seja. Divirjo do Relator, para prover o agravo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C6F1-78F9-0058-58B9 e senha 21B4-71FF-EE3A-1F0F Supremo Tribunal Federal AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) :WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) :THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) :COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS- CEMIG ADV.(A/S) :GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) :KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) :CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Continuo convencido de sociedade de economia mista não gozar da imunidade recíproca da alínea "a" do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal, mesmo porque não pode impor tributo a quem quer que seja. Divirjo do Relator, para prover o agravo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C6F1-78F9-0058-58B9 e senha 21B4-71FF-EE3A-1F0F Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) : WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA (54245/DF, 60300A/GO, 102533/MG) ADV.(A/S) : THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO (157048/MG, 420356/SP) PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) : COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS-CEMIG ADV.(A/S) : GIOVANNI CAMARA DE MORAIS (57514/DF, 44116/GO, 77618/MG) ADV.(A/S) : KASSIM SCHNEIDER RASLAN (44117/GO, 80722/MG, 25918- A/MS, 28876/A/MT) ADV.(A/S) : CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA (57510/DF, 44118/GO, 96415/MG) Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3B9B-406F-A91D-6C4C e senha E0E1-5601-191A-2736 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) : WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA (54245/DF, 60300A/GO, 102533/MG) ADV.(A/S) : THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO (157048/MG, 420356/SP) PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) : COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS-CEMIG ADV.(A/S) : GIOVANNI CAMARA DE MORAIS (57514/DF, 44116/GO, 77618/MG) ADV.(A/S) : KASSIM SCHNEIDER RASLAN (44117/GO, 80722/MG, 25918- A/MS, 28876/A/MT) ADV.(A/S) : CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA (57510/DF, 44118/GO, 96415/MG) Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3B9B-406F-A91D-6C4C e senha E0E1-5601-191A-2736 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756394182
2021-06-28T00:00:00
2021-07-02T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE FORNECIMENTO OBRIGATÓRIO E EXCLUSIVO DO ESTADO. APLICAÇÃO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PREVISTA NO ART. 150, VI, A, DA CF/1988. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência desta CORTE SUPREMA é firme no sentido da extensão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da CF/1988 às empresas públicas e sociedades de economia delegatárias de serviços públicos de fornecimento obrigatório e exclusivo do Estado, independentemente da cobrança de tarifas como contraprestação pelos serviços públicos prestados. 2. Agravo Interno a que se nega provimento.
sjur449958
- Acórdão(s) citado(s): (IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA, SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, PRESTADOR DE SERVIÇO PÚBLICO, EXCLUSIVIDADE, ESTADO BRASILEIRO) RE 1311491 AgR (1ªT). Número de páginas: 14. Análise: 28/01/2022, LPC.
ALEXANDRE DE MORAES
Primeira Turma
1311495
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00150 INC-00006 LET-A\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL" ]
RE-ED-AgR
acordaos
RE 1311495 ED-AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) : WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) : THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) : COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS-CEMIG ADV.(A/S) : GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) : KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) : CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) :WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) :THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) :COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS- CEMIG ADV.(A/S) :GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) :KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) :CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA Ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE FORNECIMENTO OBRIGATÓRIO E EXCLUSIVO DO ESTADO. APLICAÇÃO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PREVISTA NO ART. 150, VI, A, DA Constituição Federal de 1988/1988. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência desta CORTE SUPREMA é firme no sentido da extensão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal de 1988/1988 às empresas públicas e sociedades de economia delegatárias de serviços públicos de fornecimento obrigatório e exclusivo do Estado, independentemente da cobrança de tarifas como contraprestação pelos serviços públicos prestados. 2. Agravo Interno a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6EB1-E8CD-DE51-C524 e senha 7B67-57D0-3176-636F Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6EB1-E8CD-DE51-C524 e senha 7B67-57D0-3176-636F Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6EB1-E8CD-DE51-C524 e senha 7B67-57D0-3176-636F Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) :WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) :THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) :COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS- CEMIG ADV.(A/S) :GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) :KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) :CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Interno contra decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário, assentando ser inaplicável ao caso o Tema 508 da repercussão geral. Sustenta a parte agravante, em suma, a incidência do Tema 508 na espécie, pois (a) “em relação aos bens particulares da concessionária, ainda que afetados, enquanto não revertidos ao Poder Público não adquirem a condição de bens públicos, não havendo que se falar em imunidade, (…) tendo-se em vista que a natureza jurídica do patrimônio da sociedade de economia mista é privada, não há que se falar em bem de público de uso especial (fl. 3, Doc. 12); e (b) “a sociedade de economia mista não se beneficia de imunidade tributária quando, apesar da destinação socialmente relevante, como fornecimento de energia elétrica, é exercente de atividade econômica com fins lucrativos (fl. 6, Doc. 12). É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DB49-8308-E703-FC4F e senha 9E32-C5B3-D74A-325A Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) :WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) :THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) :COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS- CEMIG ADV.(A/S) :GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) :KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) :CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Interno contra decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário, assentando ser inaplicável ao caso o Tema 508 da repercussão geral. Sustenta a parte agravante, em suma, a incidência do Tema 508 na espécie, pois (a) “em relação aos bens particulares da concessionária, ainda que afetados, enquanto não revertidos ao Poder Público não adquirem a condição de bens públicos, não havendo que se falar em imunidade, (…) tendo-se em vista que a natureza jurídica do patrimônio da sociedade de economia mista é privada, não há que se falar em bem de público de uso especial (fl. 3, Doc. 12); e (b) “a sociedade de economia mista não se beneficia de imunidade tributária quando, apesar da destinação socialmente relevante, como fornecimento de energia elétrica, é exercente de atividade econômica com fins lucrativos (fl. 6, Doc. 12). É o relatório. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DB49-8308-E703-FC4F e senha 9E32-C5B3-D74A-325A Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Eis a decisão ora agravada: “Decisão Trata-se de Recurso Extraordinário interposto em face de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado (fl. 114, Vol. 1): APELAÇÃO CÍVEL TRIBUTÁRIO EMBARGOS À EXECUÇÃO IPTU E CCSIP CEMIG SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA IMUNIDADADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA ART. 150, VI, A DA CR APLICABILIDADE ENTENDIMENTO DO Supremo Tribunal Federal CCSIP PAGAMENTO DEVIDO. - Na esteira da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, deve ser estendida à CEMIG a imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. - A CEMIG enquadra-se na definição de contribuinte da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - CCSIP, nos termos da Lei Municipal n. 10.364/2004, tendo em vista que possui a propriedade de imóveis localizados no Município de Juiz de Fora e que se enquadram na hipótese de incidência do tributo. Opostos Embargos de Declaração, foram rejeitados (fl. 156, Vol. 1). No apelo extremo (fl. 162, Vol. 1), interposto com amparo no art. 102, III, a, a parte recorrente alega violação aos artigos 150, VI, a; 173, II; e 173, § 2... da Constituição da República. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Eis a decisão ora agravada: “Decisão Trata-se de Recurso Extraordinário interposto em face de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado (fl. 114, Vol. 1): APELAÇÃO CÍVEL TRIBUTÁRIO EMBARGOS À EXECUÇÃO IPTU E CCSIP CEMIG SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA IMUNIDADADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA ART. 150, VI, A DA CR APLICABILIDADE ENTENDIMENTO DO Supremo Tribunal Federal CCSIP PAGAMENTO DEVIDO. - Na esteira da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, deve ser estendida à CEMIG a imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. - A CEMIG enquadra-se na definição de contribuinte da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - CCSIP, nos termos da Lei Municipal n. 10.364/2004, tendo em vista que possui a propriedade de imóveis localizados no Município de Juiz de Fora e que se enquadram na hipótese de incidência do tributo. Opostos Embargos de Declaração, foram rejeitados (fl. 156, Vol. 1). No apelo extremo (fl. 162, Vol. 1), interposto com amparo no art. 102, III, a, a parte recorrente alega violação aos artigos 150, VI, a; 173, II; e 173, § 2... da Constituição da República. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG Em suma, defende a impossibilidade de extensão da imunidade tributária recíproca às Sociedades de Economia Mista, as quais, embora ligadas à Administração Indireta, encontram-se regradas por normas de Direito Privado. Aduz que o serviço prestado pela CEMIG é realizado a título oneroso, razão por que tal entidade não é alcançada pela imunidade pretendida. Assevera que a recorrida não presta atividade totalmente em regime de monopólio, o que afasta a aplicação da imunidade recíproca (fl. 173, Vol. 1). Além disso, destaca que a CEMIG é uma empresa de economia mista, com capital aberto a negociações nas Bolsas de Valores de São Paulo, Nova York e Madri, segundo informações do próprio site (fl. 174, Vol. 1). Inicialmente, o Recurso Extraordinário foi sobrestado até o deslinde do Tema 508 (Recurso Extraordinário 600.867-RG) (fl. 185, Vol. 1). Após o julgamento de mérito do referido precedente paradigma, o Tribunal de origem admitiu o Recurso Extraordinário, à consideração de que (fl. 226, Vol. 1): O recurso se encontrava sobrestado até o julgamento do Tema n 508 (Recurso Extraordinário n 600.867-RG/SP), em observância à orientação do Supremo Tribunal Federal, que, em várias oportunidades, ordenou a devolução de feitos a esta Corte por entender que a matéria tratada nestes autos seria abrangida no julgamento do Tema n 508, em que reconhecida a repercussão geral da questão constitucional relativa à imunidade tributária recíproca para sociedade de economia mista com participação acionária em bolsa de valores (cf. Recurso Extraordinário n 1.176.778 ED/MG, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 01/10/2019; Recurso Extraordinário n 1.101.248/MG, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 23/02/2018; Recurso Extraordinário n 964.643/MG, Rel. Min. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG Em suma, defende a impossibilidade de extensão da imunidade tributária recíproca às Sociedades de Economia Mista, as quais, embora ligadas à Administração Indireta, encontram-se regradas por normas de Direito Privado. Aduz que o serviço prestado pela CEMIG é realizado a título oneroso, razão por que tal entidade não é alcançada pela imunidade pretendida. Assevera que a recorrida não presta atividade totalmente em regime de monopólio, o que afasta a aplicação da imunidade recíproca (fl. 173, Vol. 1). Além disso, destaca que a CEMIG é uma empresa de economia mista, com capital aberto a negociações nas Bolsas de Valores de São Paulo, Nova York e Madri, segundo informações do próprio site (fl. 174, Vol. 1). Inicialmente, o Recurso Extraordinário foi sobrestado até o deslinde do Tema 508 (Recurso Extraordinário 600.867-RG) (fl. 185, Vol. 1). Após o julgamento de mérito do referido precedente paradigma, o Tribunal de origem admitiu o Recurso Extraordinário, à consideração de que (fl. 226, Vol. 1): O recurso se encontrava sobrestado até o julgamento do Tema n 508 (Recurso Extraordinário n 600.867-RG/SP), em observância à orientação do Supremo Tribunal Federal, que, em várias oportunidades, ordenou a devolução de feitos a esta Corte por entender que a matéria tratada nestes autos seria abrangida no julgamento do Tema n 508, em que reconhecida a repercussão geral da questão constitucional relativa à imunidade tributária recíproca para sociedade de economia mista com participação acionária em bolsa de valores (cf. Recurso Extraordinário n 1.176.778 ED/MG, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 01/10/2019; Recurso Extraordinário n 1.101.248/MG, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 23/02/2018; Recurso Extraordinário n 964.643/MG, Rel. Min. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG Dias Toffoli, DJe de 07/06/2016, entre outros). O referido tema foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão já transitada em julgado, tendo sido fixada a tese de que sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em bolsas de valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela regra da imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição da República, unicamente em razão das atividades desempenhadas. (…) Contudo, da leitura do inteiro teor do paradigma em questão, observa-se que, em diversos momentos do julgamento, os Ministros do Supremo Tribunal Federal afirmaram que as particularidades fáticas e jurídicas da matéria em debate, por vezes, inviabilizam a definição de parâmetros a serem considerados para o deslinde da controvérsia de forma mais ampla e abrangente, o que sem dúvida dificultou a produção da tese a ser aplicada para além da solução do caso concreto. (…) Relativamente ao caso dos autos, ou seja, se a Cemig, enquanto sociedade de economia mista com participação acionária em bolsa de valores, faz jus à imunidade prevista na alínea a do inciso VI do artigo 150 da Constituição da República, cumpre salientar que o Supremo Tribunal Federal já teve a oportunidade de analisar a questão em várias ocasiões, tendo aquela Corte assentado sua jurisprudência no sentido de reconhecer que a mencionada concessionária de energia elétrica possui os elementos necessários para se enquadrar como 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG Dias Toffoli, DJe de 07/06/2016, entre outros). O referido tema foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão já transitada em julgado, tendo sido fixada a tese de que sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em bolsas de valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela regra da imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição da República, unicamente em razão das atividades desempenhadas. (…) Contudo, da leitura do inteiro teor do paradigma em questão, observa-se que, em diversos momentos do julgamento, os Ministros do Supremo Tribunal Federal afirmaram que as particularidades fáticas e jurídicas da matéria em debate, por vezes, inviabilizam a definição de parâmetros a serem considerados para o deslinde da controvérsia de forma mais ampla e abrangente, o que sem dúvida dificultou a produção da tese a ser aplicada para além da solução do caso concreto. (…) Relativamente ao caso dos autos, ou seja, se a Cemig, enquanto sociedade de economia mista com participação acionária em bolsa de valores, faz jus à imunidade prevista na alínea a do inciso VI do artigo 150 da Constituição da República, cumpre salientar que o Supremo Tribunal Federal já teve a oportunidade de analisar a questão em várias ocasiões, tendo aquela Corte assentado sua jurisprudência no sentido de reconhecer que a mencionada concessionária de energia elétrica possui os elementos necessários para se enquadrar como 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG beneficiária da imunidade tributária recíproca quanto ao IPTU cobrado por municípios mineiros. (…) Acresça-se a isso o fato de haver decisão do Supremo Tribunal Federal proferida após o julgamento do Recurso Extraordinário n 600.687/SP (Tema n 508), figurando a Cemig como parte, na qual em razão da natureza essencial do serviço público que presta, sob regime não concorrencial e com caráter geral (princípio da universalidade) é reafirmado o entendimento de que o alcance da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do artigo 150 da Constituição da República em relação à concessionária recorrida reflete a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal. A propósito, confira-se: (…) Diante das circunstâncias acima mencionadas e da incerteza quanto ao real alcance da tese fixada no julgamento do Tema n 508, esta Vice-Presidência entende ser temerário proceder ao imediato juízo de conformidade da questão, nos termos do artigo 1.030, I e II, do Código de Processo Civil, como seria de rigor, a fim de enquadrar o caso concreto ao que foi decidido em sede de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal. Assim, tendo em vista que o presente recurso preenche os pressupostos de admissibilidade recursal e tratando-se de matéria relevante, cujas peculiaridades que a norteiam não conferem a esta Vice-Presidência a segurança jurídica necessária para aplicação, de pronto, da sistemática da repercussão geral, mostrase prudente conferir trânsito ao recurso extraordinário a fim de que o Supremo Tribunal Federal, considerando o decidido no julgamento do Recurso Extraordinário n 600.867/SP (Tema n 508), manifeste-se sobre a questão 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG beneficiária da imunidade tributária recíproca quanto ao IPTU cobrado por municípios mineiros. (…) Acresça-se a isso o fato de haver decisão do Supremo Tribunal Federal proferida após o julgamento do Recurso Extraordinário n 600.687/SP (Tema n 508), figurando a Cemig como parte, na qual em razão da natureza essencial do serviço público que presta, sob regime não concorrencial e com caráter geral (princípio da universalidade) é reafirmado o entendimento de que o alcance da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do artigo 150 da Constituição da República em relação à concessionária recorrida reflete a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal. A propósito, confira-se: (…) Diante das circunstâncias acima mencionadas e da incerteza quanto ao real alcance da tese fixada no julgamento do Tema n 508, esta Vice-Presidência entende ser temerário proceder ao imediato juízo de conformidade da questão, nos termos do artigo 1.030, I e II, do Código de Processo Civil, como seria de rigor, a fim de enquadrar o caso concreto ao que foi decidido em sede de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal. Assim, tendo em vista que o presente recurso preenche os pressupostos de admissibilidade recursal e tratando-se de matéria relevante, cujas peculiaridades que a norteiam não conferem a esta Vice-Presidência a segurança jurídica necessária para aplicação, de pronto, da sistemática da repercussão geral, mostrase prudente conferir trânsito ao recurso extraordinário a fim de que o Supremo Tribunal Federal, considerando o decidido no julgamento do Recurso Extraordinário n 600.867/SP (Tema n 508), manifeste-se sobre a questão 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG acerca da imunidade tributária da Cemig quanto ao IPTU, definindo a controvérsia com sua autoridade exclusiva. Ante o exposto, admito o recurso. É o relatório. Decido. Em que pese a controvérsia suscitada na origem, acerca da aplicação do Tema 508/Supremo Tribunal Federal, a jurisprudência desta CORTE SUPREMA é firme no sentido da extensão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal de 1988/1988 às empresas e sociedades de economia delegatárias de serviços públicos de fornecimento obrigatório e exclusivo do Estado, independentemente da cobrança de tarifas como contraprestação pelos serviços públicos prestados. Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. EXTENSÃO. POSSIBILIDADE. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se consolidou no sentido de que as empresas públicas e sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a , da Constituição Federal. Precedentes. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não houve fixação de honorários advocatícios contra o recorrente. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (Recurso Extraordinário 905.900-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 14/12/2020) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG acerca da imunidade tributária da Cemig quanto ao IPTU, definindo a controvérsia com sua autoridade exclusiva. Ante o exposto, admito o recurso. É o relatório. Decido. Em que pese a controvérsia suscitada na origem, acerca da aplicação do Tema 508/Supremo Tribunal Federal, a jurisprudência desta CORTE SUPREMA é firme no sentido da extensão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal de 1988/1988 às empresas e sociedades de economia delegatárias de serviços públicos de fornecimento obrigatório e exclusivo do Estado, independentemente da cobrança de tarifas como contraprestação pelos serviços públicos prestados. Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. EXTENSÃO. POSSIBILIDADE. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se consolidou no sentido de que as empresas públicas e sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a , da Constituição Federal. Precedentes. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, uma vez que não houve fixação de honorários advocatícios contra o recorrente. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (Recurso Extraordinário 905.900-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 14/12/2020) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1%, PERCENTUAL QUE SE SOMA AO FIXADO NA ORIGEM, OBEDECIDOS OS LIMITES DOS §§ 2..., 3... E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015, E MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4... DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (Recurso Extraordinário 1.188.668-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, DJe de 16/8/2019) No mesmo sentido, citem-se as seguintes decisões monocráticas, nas quais a CEMIG também figurou como parte: Recurso Extraordinário 1.311.508/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 16/3/2021; Recurso Extraordinário 872.265-AgR/MG, Rel. Min. ROSA WEBER, DJe de 22/10/2019; Recurso Extraordinário 905.900/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 5/5/2020; Recurso Extraordinário 1.188.668/MG, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 11/3/2019, esse último assim ementado: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. JULGADO RECORRIDO DIVERGENTE DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Atente-se que, no Recurso Extraordinário 1311491 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 17/5/2021, a Primeira Turma negou provimento ao agravo interno em caso idêntico ao presente, para confirmar a decisão do Relator, 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1%, PERCENTUAL QUE SE SOMA AO FIXADO NA ORIGEM, OBEDECIDOS OS LIMITES DOS §§ 2..., 3... E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015, E MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4... DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (Recurso Extraordinário 1.188.668-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, DJe de 16/8/2019) No mesmo sentido, citem-se as seguintes decisões monocráticas, nas quais a CEMIG também figurou como parte: Recurso Extraordinário 1.311.508/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 16/3/2021; Recurso Extraordinário 872.265-AgR/MG, Rel. Min. ROSA WEBER, DJe de 22/10/2019; Recurso Extraordinário 905.900/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 5/5/2020; Recurso Extraordinário 1.188.668/MG, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 11/3/2019, esse último assim ementado: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. JULGADO RECORRIDO DIVERGENTE DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Atente-se que, no Recurso Extraordinário 1311491 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 17/5/2021, a Primeira Turma negou provimento ao agravo interno em caso idêntico ao presente, para confirmar a decisão do Relator, 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG proferida no seguinte sentido: “Decido. A irresignação não merece prosperar. A decisão proferida pelo Tribunal a quo está em sintonia com o entendimento firmado por esta Corte, segundo o qual, as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal, no que se refere aos bens afetados ao serviço público. Ademais, de acordo com a orientação da Corte a cobrança de tarifas como contraprestação do serviço público não descaracteriza o beneplácito constitucional. Nesse sentido, são os acórdãos abaixo: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SUPOSTA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. INEXISTÊNCIA. POSSIBILIDADE DE O RELATOR DECIDIR MONOCRATICAMENTE CONTROVÉRSIA JURÍDICA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA . APLICABILIDADE. COBRANÇA DE TARIFAS COMO CONTRAPRESTAÇÃO. FATO IRRELEVANTE QUE NÃO DESCARACTERIZA A IMUNIDADE. 1. O art. 557, caput, do Código de Processo Civil de 1973 permitia ao Relator negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com a súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de Tribunal Superior. 2. As empresas públicas e sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos de 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG proferida no seguinte sentido: “Decido. A irresignação não merece prosperar. A decisão proferida pelo Tribunal a quo está em sintonia com o entendimento firmado por esta Corte, segundo o qual, as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal, no que se refere aos bens afetados ao serviço público. Ademais, de acordo com a orientação da Corte a cobrança de tarifas como contraprestação do serviço público não descaracteriza o beneplácito constitucional. Nesse sentido, são os acórdãos abaixo: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SUPOSTA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. INEXISTÊNCIA. POSSIBILIDADE DE O RELATOR DECIDIR MONOCRATICAMENTE CONTROVÉRSIA JURÍDICA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA . APLICABILIDADE. COBRANÇA DE TARIFAS COMO CONTRAPRESTAÇÃO. FATO IRRELEVANTE QUE NÃO DESCARACTERIZA A IMUNIDADE. 1. O art. 557, caput, do Código de Processo Civil de 1973 permitia ao Relator negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com a súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de Tribunal Superior. 2. As empresas públicas e sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos de 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG prestação obrigatória e exclusiva do Estado são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. 3. A exigência de contraprestação pelos serviços públicos prestados, mediante o pagamento de tarifas, não constitui óbice à incidência da imunidade recíproca sobre determinada sociedade de economia mista. 4. Nos termos do art. 85, §11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. 5. Agravo interno a que se nega provimento. (Recurso Extraordinário n 897.104/MG AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso , Dje de 11/12/17) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1%, PERCENTUAL QUE SE SOMA AO FIXADO NA ORIGEM, OBEDECIDOS OS LIMITES DOS §§ 2..., 3... E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015, E MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4... DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (Recurso Extraordinário 1188668 AgR, Segunda Turma, Min. Rel. Cármen Lúcia, Dje 16/08/2019). Ainda no mesmo sentido: Recurso Extraordinário n 872.265/MG, Rel. Min. Rosa Weber , Dje de 22/10/19; Recurso Extraordinário n 905.900/MG, Rel. Min. Roberto Barros o, Dje de 5/5/20; Recurso Extraordinário n 1.311.494/MG, Rel. Min. Edson Fachin , Dje de 18/3/21. Ante o exposto, nos termos do artigo 21, § 1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG prestação obrigatória e exclusiva do Estado são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. 3. A exigência de contraprestação pelos serviços públicos prestados, mediante o pagamento de tarifas, não constitui óbice à incidência da imunidade recíproca sobre determinada sociedade de economia mista. 4. Nos termos do art. 85, §11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. 5. Agravo interno a que se nega provimento. (Recurso Extraordinário n 897.104/MG AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso , Dje de 11/12/17) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: EXTENSÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA DELEGATÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1%, PERCENTUAL QUE SE SOMA AO FIXADO NA ORIGEM, OBEDECIDOS OS LIMITES DOS §§ 2..., 3... E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015, E MULTA APLICADA NO PERCENTUAL DE 1%, CONFORME O § 4... DO ART. 1.021 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (Recurso Extraordinário 1188668 AgR, Segunda Turma, Min. Rel. Cármen Lúcia, Dje 16/08/2019). Ainda no mesmo sentido: Recurso Extraordinário n 872.265/MG, Rel. Min. Rosa Weber , Dje de 22/10/19; Recurso Extraordinário n 905.900/MG, Rel. Min. Roberto Barros o, Dje de 5/5/20; Recurso Extraordinário n 1.311.494/MG, Rel. Min. Edson Fachin , Dje de 18/3/21. Ante o exposto, nos termos do artigo 21, § 1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG seguimento ao recurso. Com majoração da verba honorária fixada pela origem, em 10% (dez por cento), em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observado os limites dos §§ 2... e 3... do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” Não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir a decisão agravada. Diante do exposto, nego provimento ao Agravo Interno. É o voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1311495 ED-AGR / MG seguimento ao recurso. Com majoração da verba honorária fixada pela origem, em 10% (dez por cento), em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observado os limites dos §§ 2... e 3... do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” Não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir a decisão agravada. Diante do exposto, nego provimento ao Agravo Interno. É o voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7969-1F7D-46A0-99A7 e senha BA4E-AF63-04F1-F06F Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto Vogal AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) :WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) :THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) :COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS- CEMIG ADV.(A/S) :GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) :KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) :CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Continuo convencido de sociedade de economia mista não gozar da imunidade recíproca da alínea "a" do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal, mesmo porque não pode impor tributo a quem quer que seja. Divirjo do Relator, para prover o agravo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C6F1-78F9-0058-58B9 e senha 21B4-71FF-EE3A-1F0F Supremo Tribunal Federal AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) :WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA ADV.(A/S) :THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) :COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS- CEMIG ADV.(A/S) :GIOVANNI CAMARA DE MORAIS ADV.(A/S) :KASSIM SCHNEIDER RASLAN ADV.(A/S) :CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Continuo convencido de sociedade de economia mista não gozar da imunidade recíproca da alínea "a" do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal, mesmo porque não pode impor tributo a quem quer que seja. Divirjo do Relator, para prover o agravo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C6F1-78F9-0058-58B9 e senha 21B4-71FF-EE3A-1F0F Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) : WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA (54245/DF, 60300A/GO, 102533/MG) ADV.(A/S) : THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO (157048/MG, 420356/SP) PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) : COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS-CEMIG ADV.(A/S) : GIOVANNI CAMARA DE MORAIS (57514/DF, 44116/GO, 77618/MG) ADV.(A/S) : KASSIM SCHNEIDER RASLAN (44117/GO, 80722/MG, 25918- A/MS, 28876/A/MT) ADV.(A/S) : CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA (57510/DF, 44118/GO, 96415/MG) Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3B9B-406F-A91D-6C4C e senha E0E1-5601-191A-2736 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.311.495 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA ADV.(A/S) : WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA (54245/DF, 60300A/GO, 102533/MG) ADV.(A/S) : THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO (157048/MG, 420356/SP) PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA AGDO.(A/S) : COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS-CEMIG ADV.(A/S) : GIOVANNI CAMARA DE MORAIS (57514/DF, 44116/GO, 77618/MG) ADV.(A/S) : KASSIM SCHNEIDER RASLAN (44117/GO, 80722/MG, 25918- A/MS, 28876/A/MT) ADV.(A/S) : CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA (57510/DF, 44118/GO, 96415/MG) Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3B9B-406F-A91D-6C4C e senha E0E1-5601-191A-2736 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
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"Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS", "CEMIG", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS", "CEMIG", "PRIMEIRA TURMA", "Tribunal de Justiça do Estado de", "CEMIG SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "CEMIG", "CEMIG", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais", "CEMIG", "SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "CEMIG", "CEMIG", "CEMIG", "CEMIG", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "CEMIG", "CEMIG", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Cemig", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Cemig", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Cemig", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Cemig", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Cemig", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Cemig", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "CEMIG", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "CEMIG", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Primeira Turma", "/", "MG", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS", "CEMIG", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS", "CEMIG", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MUNICÍPIO", "COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS", "CEMIG", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS", "CEMIG", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "ALEXANDRE DE MORAES", "WEDERSON", "THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO", "GIOVANNI", "KASSIM SCHNEIDER RASLAN", "CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA", "DIAS TOFFOLI", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA", "THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO", "GIOVANNI CAMARA DE MORAIS", "KASSIM SCHNEIDER RASLAN", "CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA", "THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO", "GIOVANNI CAMARA DE MORAIS", "KASSIM SCHNEIDER RASLAN", "CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "Edson Fachin", "Luiz Fux", "Edson Fachin", "Luiz Fux", "ALEXANDRE DE MORAES", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "ALEXANDRE DE MORAES", "CÁRMEN LÚCIA", "RICARDO LEWANDOWSKI", "ROSA WEBER", "ROBERTO BARROSO", "CÁRMEN LÚCIA", "DIAS TOFFOLI", "CÁRMEN LÚCIA", "RICARDO LEWANDOWSKI", "ROSA WEBER", "ROBERTO BARROSO", "CÁRMEN LÚCIA", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "Roberto Barroso", "Cármen Lúcia", "Rosa Weber", "Roberto Barros o", "Edson Fachin", "Roberto Barroso", "Cármen Lúcia", "Rosa Weber", "Roberto Barros o", "Edson Fachin", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "WEDERSON", "THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO", "GIOVANNI CAMARA DE MORAIS", "KASSIM SCHNEIDER RASLAN", "CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA", "THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO", "GIOVANNI CAMARA DE MORAIS", "KASSIM SCHNEIDER RASLAN", "CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA", "THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO", "GIOVANNI CAMARA DE MORAIS", "KASSIM SCHNEIDER RASLAN", "CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "ALEXANDRE DE MORAES", "WEDERSON ADVINCULA SIQUEIRA", "THAYNA MACHADO BARBOSA FRANCO", "GIOVANNI CAMARA DE MORAIS", "KASSIM SCHNEIDER RASLAN", "CHARLES FERNANDO VIEIRA DA SILVA", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", 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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA EMENTA: PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. FURTO MEDIANTE INVASÃO DE DOMICÍLIO. CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. RÉU MULTIREINCIDENTE. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. REGIME INICIAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). 1. A orientação do STF é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Precedentes. 2. O Plenário do STF tem entendimento consolidado no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 3. Na hipótese, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DBF5-5A95-3CC8-D01F e senha 32D5-D83B-CEB8-E662 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão RHC 201102 AGR / SC ostenta nada menos do que outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância. 4. A discussão acerca do regime inicial de cumprimento de pena não foi apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça. Fato esse que impede o imediato exame da matéria pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber, vencido o Ministro Marco Aurélio. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DBF5-5A95-3CC8-D01F e senha 32D5-D83B-CEB8-E662 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC ostenta nada menos do que outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância. 4. A discussão acerca do regime inicial de cumprimento de pena não foi apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça. Fato esse que impede o imediato exame da matéria pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber, vencido o Ministro Marco Aurélio. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DBF5-5A95-3CC8-D01F e senha 32D5-D83B-CEB8-E662 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RELATÓRIO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão monocrática de minha lavra que, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/STF, negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. 2. A parte agravante reitera os argumentos trazidos no recurso ordinário. Aduz que “os fatos imputados ao agravante, como já demonstrado nos autos, carecem de tipicidade material, em razão da incidência do princípio da bagatela”. Sustenta que “o valor da res furtiva representava à época dos fatos pouco mais de 10% do valor do salário mínimo. A conduta é sem dúvida reprovável e imoral, contudo, distante da incidência do Direito Penal”. Alega que “a reincidência, por si só, não é suficiente para afastar o princípio da insignificância”. 3. Requer ainda a defesa a realização de sustentação oral. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC6B-30F7-8235-464E e senha A47C-7C4C-305C-9EBD Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RELATÓRIO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão monocrática de minha lavra que, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/STF, negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. 2. A parte agravante reitera os argumentos trazidos no recurso ordinário. Aduz que “os fatos imputados ao agravante, como já demonstrado nos autos, carecem de tipicidade material, em razão da incidência do princípio da bagatela”. Sustenta que “o valor da res furtiva representava à época dos fatos pouco mais de 10% do valor do salário mínimo. A conduta é sem dúvida reprovável e imoral, contudo, distante da incidência do Direito Penal”. Alega que “a reincidência, por si só, não é suficiente para afastar o princípio da insignificância”. 3. Requer ainda a defesa a realização de sustentação oral. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC6B-30F7-8235-464E e senha A47C-7C4C-305C-9EBD Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório RHC 201102 AGR / SC 4. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC6B-30F7-8235-464E e senha A47C-7C4C-305C-9EBD Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC 4. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC6B-30F7-8235-464E e senha A47C-7C4C-305C-9EBD Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA VOTO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. O recurso não deve ser provido. 2. De início, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), ao examinar feitos de natureza penal, já consignou o entendimento de que “não cabe sustentação oral, em sede de agravo regimental, considerada a existência de expressa vedação regimental que a impede (RISTF, art. 131, § 2º), fundada em norma cuja constitucionalidade foi expressamente reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal” (Pet 2.820- AgR, Rel. Min. Celso de Mello). 3. No mais, a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos: “[...] 1. Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus, com pedido liminar, interposto contra acórdão unânime da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, cuja ementa é a seguinte: “AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. FURTO SIMPLES. APLICAÇÃO DO PRINCIÍDO DA INSIGNIFICÂNCIA. REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA. VALOR DO BEM SUPERIOR A 10% DO SALÁRIO MÍNIMO. IMPOSSBILIDADE DE RECONHECIMENTO. REGIME Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA VOTO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. O recurso não deve ser provido. 2. De início, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), ao examinar feitos de natureza penal, já consignou o entendimento de que “não cabe sustentação oral, em sede de agravo regimental, considerada a existência de expressa vedação regimental que a impede (RISTF, art. 131, § 2º), fundada em norma cuja constitucionalidade foi expressamente reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal” (Pet 2.820- AgR, Rel. Min. Celso de Mello). 3. No mais, a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos: “[...] 1. Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus, com pedido liminar, interposto contra acórdão unânime da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, cuja ementa é a seguinte: “AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. FURTO SIMPLES. APLICAÇÃO DO PRINCIÍDO DA INSIGNIFICÂNCIA. REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA. VALOR DO BEM SUPERIOR A 10% DO SALÁRIO MÍNIMO. IMPOSSBILIDADE DE RECONHECIMENTO. REGIME Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC PRISIONAL. INOVAÇÃO RECURSAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A reincidência específica do réu, nos termos do posicionamento desta Corte Especial, afasta a aplicação do princípio, por não restarem demonstrados os critérios de mínima ofensividade da conduta e ausência de periculosidade social da ação 2. No caso concreto, o valor do bem subtraído também ultrapassa o parâmetro utilizado neste Sodalício para reconhecimento da insignificância por se constituir de valor superior a 10% do salário mínimo vigente à época de cometimento do delito. 3. A matéria referente ao regime inicial prisional trata de inovação recursal, não podendo ser analisada diretamente por esta Corte Especial, sob pena de caracterizar indevida supressão de instância. 4. Agravo regimental desprovido.” 2. Extrai-se dos autos que o paciente foi condenado à pena de 1 ano, 2 meses e 12 dias de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática do crime previsto no art. 155, c/c o 61, I, e 65, III, d, todos do Código Penal. Irresignada, a defesa interpôs apelação, ao qual o Tribunal estadual negou provimento. 3. Na sequência houve a impetração de habeas corpus no STJ. O Relator do HC 644.632, Min. Joel Ilan Paciornik, indeferiu a liminar e, posteriormente, não conheceu do writ. Interposto agravo regimental, o recurso foi desprovido. 4. Neste recurso ordinário, a defesa alega: (i) “[é] judicioso (...) concluir-se que o furto de um carrinho de mão, avaliado em R$120,00, não faz presumir a expressividade da lesão ao bem jurídico tutelado, a ponto de afastar, por si só, o princípio da insignificância”; (ii) “a irrelevância da conduta é patente e não deve ser 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC PRISIONAL. INOVAÇÃO RECURSAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A reincidência específica do réu, nos termos do posicionamento desta Corte Especial, afasta a aplicação do princípio, por não restarem demonstrados os critérios de mínima ofensividade da conduta e ausência de periculosidade social da ação 2. No caso concreto, o valor do bem subtraído também ultrapassa o parâmetro utilizado neste Sodalício para reconhecimento da insignificância por se constituir de valor superior a 10% do salário mínimo vigente à época de cometimento do delito. 3. A matéria referente ao regime inicial prisional trata de inovação recursal, não podendo ser analisada diretamente por esta Corte Especial, sob pena de caracterizar indevida supressão de instância. 4. Agravo regimental desprovido.” 2. Extrai-se dos autos que o paciente foi condenado à pena de 1 ano, 2 meses e 12 dias de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática do crime previsto no art. 155, c/c o 61, I, e 65, III, d, todos do Código Penal. Irresignada, a defesa interpôs apelação, ao qual o Tribunal estadual negou provimento. 3. Na sequência houve a impetração de habeas corpus no STJ. O Relator do HC 644.632, Min. Joel Ilan Paciornik, indeferiu a liminar e, posteriormente, não conheceu do writ. Interposto agravo regimental, o recurso foi desprovido. 4. Neste recurso ordinário, a defesa alega: (i) “[é] judicioso (...) concluir-se que o furto de um carrinho de mão, avaliado em R$120,00, não faz presumir a expressividade da lesão ao bem jurídico tutelado, a ponto de afastar, por si só, o princípio da insignificância”; (ii) “a irrelevância da conduta é patente e não deve ser 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC aferida em relação ao salário mínimo da época dos fatos, mas, sim, ante a mínima extensão da lesão produzida”; (iii) “a reincidência somente se revela pressuposto contrário à incidência do princípio da insignificância caso se observe fundamento concreto pelo magistrado no sentido de que o reconhecimento da bagatela não é recomendável, e, por outro lado, necessária a aplicação de pena”; (iv) “o Superior Tribunal de Justiça assentou que “a matéria referente ao regime inicial prisional trata de inovação recursal, não podendo ser analisada diretamente por esta Corte Especial, sob pena de caracterizar indevida supressão de instância”; (v) “um juízo razoável não autorizaria o cumprimento da pena em regime fechado a réu condenado a pena de 01 ano, 02 meses e 12 dias de reclusão, considerando-se apenas uma circunstância judicial negativa (maus antecedentes – fl. 314)”. 5. Com essa argumentação, a defesa requer “o cumprimento da pena do paciente em regime inicial aberto, nos termos do art. 33, § 2º, c, do Código Penal”, bem como seja “reconhecido o direito do Paciente à incidência do princípio da Insignificância, com a consequente absolvição, nos termos do artigo 386, III, do Código de Processo Penal”. 6. Decido. 7. O recurso não deve ser conhecido. 8. A orientação do Supremo Tribunal Federal (STF) é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Confiram-se, nessa mesma linha, os seguintes precedentes: HC 128.840-AgR, de minha Relatoria; RHC 116.108, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; HC 117.762, Rel. Min. Dias Toffoli; HC 91.711, Relª. Minª. Cármen Lúcia. No caso, a página oficial do Tribunal 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC aferida em relação ao salário mínimo da época dos fatos, mas, sim, ante a mínima extensão da lesão produzida”; (iii) “a reincidência somente se revela pressuposto contrário à incidência do princípio da insignificância caso se observe fundamento concreto pelo magistrado no sentido de que o reconhecimento da bagatela não é recomendável, e, por outro lado, necessária a aplicação de pena”; (iv) “o Superior Tribunal de Justiça assentou que “a matéria referente ao regime inicial prisional trata de inovação recursal, não podendo ser analisada diretamente por esta Corte Especial, sob pena de caracterizar indevida supressão de instância”; (v) “um juízo razoável não autorizaria o cumprimento da pena em regime fechado a réu condenado a pena de 01 ano, 02 meses e 12 dias de reclusão, considerando-se apenas uma circunstância judicial negativa (maus antecedentes – fl. 314)”. 5. Com essa argumentação, a defesa requer “o cumprimento da pena do paciente em regime inicial aberto, nos termos do art. 33, § 2º, c, do Código Penal”, bem como seja “reconhecido o direito do Paciente à incidência do princípio da Insignificância, com a consequente absolvição, nos termos do artigo 386, III, do Código de Processo Penal”. 6. Decido. 7. O recurso não deve ser conhecido. 8. A orientação do Supremo Tribunal Federal (STF) é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Confiram-se, nessa mesma linha, os seguintes precedentes: HC 128.840-AgR, de minha Relatoria; RHC 116.108, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; HC 117.762, Rel. Min. Dias Toffoli; HC 91.711, Relª. Minª. Cármen Lúcia. No caso, a página oficial do Tribunal 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC de Justiça do Estado de Santa Catarina na internet informa que a condenação transitou em julgado em 25.03.2021. De modo que não há como deixar de reconhecer a inadequação da via eleita. 9. Não é caso de concessão da ordem de ofício. 10. O Plenário do Supremo Tribunal Federal tem entendimento consolidado, no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 11. Na hipótese, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente ostenta nada menos do que outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância, assim como a fixação (per saltum) do regime prisional aberto. Para confirmar esse juízo, reproduzo as seguintes passagens do acórdão do Tribunal estadual que não me parecem configurar situação de teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder: “[...] No caso em tela, verifica-se que o acusado protagonizou a subtração de 01 (um) carrinho de mão, bem avaliado em R$ 120,00 (cento e vinte reais) (fl. 10 do Evento 01 dos autos de primeiro grau) - pouco mais de 10% do valor do salário mínimo de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais) vigente à época do fato -, quantia que 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC de Justiça do Estado de Santa Catarina na internet informa que a condenação transitou em julgado em 25.03.2021. De modo que não há como deixar de reconhecer a inadequação da via eleita. 9. Não é caso de concessão da ordem de ofício. 10. O Plenário do Supremo Tribunal Federal tem entendimento consolidado, no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 11. Na hipótese, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente ostenta nada menos do que outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância, assim como a fixação (per saltum) do regime prisional aberto. Para confirmar esse juízo, reproduzo as seguintes passagens do acórdão do Tribunal estadual que não me parecem configurar situação de teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder: “[...] No caso em tela, verifica-se que o acusado protagonizou a subtração de 01 (um) carrinho de mão, bem avaliado em R$ 120,00 (cento e vinte reais) (fl. 10 do Evento 01 dos autos de primeiro grau) - pouco mais de 10% do valor do salário mínimo de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais) vigente à época do fato -, quantia que 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC não pode ser reputada desprezível, não ao ponto de tornar atípica a conduta e justificar a abstenção da intervenção do direito penal à hipótese. Outrossim, vislumbra-se, por meio de consulta às certidões constantes nos Eventos 4/10 dos autos de primeiro grau, que se está diante de indivíduo com histórico em crimes patrimoniais, sendo considerado reincidente específico. Tal fato, por demonstrar a periculosidade social e o alto grau de reprovabilidade da ação, constitui, por si só, fator impeditivo para a aplicação do princípio da bagatela à hipótese. Repise-se, por necessário, que o princípio da insignificância deve ser empregado com copiosa cautela, evitando-se, dessa forma, a ampliação disparatada do que se tem como lesão inexpressiva a bem jurídico e à ordem social. Somente quando a potencialidade lesiva da conduta for manifestamente irrelevante, pois, é que estará excluída sua tipicidade material. Cabe salientar, ainda, que a restituição do bem previamente subtraído à vítima não é capaz de ocasionar a aplicação do almejado princípio ou de isentar o agente da responsabilidade, seja porque o crime já havia se consumado com a retirada da res furtiva da esfera de disponibilidade da vítima, seja porque a devolução só foi possível graças a detenção do acusado por populares, até a chegada da Polícia Militar. […] Da mesma forma, não há se falar em abrandamento do regime prisional inicial, corretamente fixado na origem no fechado, haja vista o vasto rol de condenações pretéritas pela prática de crimes patrimoniais, hábeis a configurar não somente maus antecedentes como a reincidência do réu, nos termos do art. 33, §§ 2º e 3º, do Código Penal. Tal cenário, sem dúvida, indica o regime fechado como o que melhor se adequa à hipótese, exatamente 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC não pode ser reputada desprezível, não ao ponto de tornar atípica a conduta e justificar a abstenção da intervenção do direito penal à hipótese. Outrossim, vislumbra-se, por meio de consulta às certidões constantes nos Eventos 4/10 dos autos de primeiro grau, que se está diante de indivíduo com histórico em crimes patrimoniais, sendo considerado reincidente específico. Tal fato, por demonstrar a periculosidade social e o alto grau de reprovabilidade da ação, constitui, por si só, fator impeditivo para a aplicação do princípio da bagatela à hipótese. Repise-se, por necessário, que o princípio da insignificância deve ser empregado com copiosa cautela, evitando-se, dessa forma, a ampliação disparatada do que se tem como lesão inexpressiva a bem jurídico e à ordem social. Somente quando a potencialidade lesiva da conduta for manifestamente irrelevante, pois, é que estará excluída sua tipicidade material. Cabe salientar, ainda, que a restituição do bem previamente subtraído à vítima não é capaz de ocasionar a aplicação do almejado princípio ou de isentar o agente da responsabilidade, seja porque o crime já havia se consumado com a retirada da res furtiva da esfera de disponibilidade da vítima, seja porque a devolução só foi possível graças a detenção do acusado por populares, até a chegada da Polícia Militar. […] Da mesma forma, não há se falar em abrandamento do regime prisional inicial, corretamente fixado na origem no fechado, haja vista o vasto rol de condenações pretéritas pela prática de crimes patrimoniais, hábeis a configurar não somente maus antecedentes como a reincidência do réu, nos termos do art. 33, §§ 2º e 3º, do Código Penal. Tal cenário, sem dúvida, indica o regime fechado como o que melhor se adequa à hipótese, exatamente 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC conforme fixado sentencialmente. O abrandamento do regime prisional, a meu sentir, mostrar-se-ia incompatível com a repressão que o crime em questão merece. [...]”. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do RI/STF, não conheço do recurso ordinário em habeas corpus. [...]”. 4. Reitero que a orientação do STF é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Confiram-se, nessa mesma linha, os seguintes precedentes: HC 128.840-AgR, de minha Relatoria; RHC 116.108, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; HC 117.762, Rel. Min. Dias Toffoli; HC 91.711, Relª. Minª. Cármen Lúcia. No caso, a página oficial do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina na internet informa que a condenação transitou em julgado em 25.03.2021. De modo que não há como deixar de reconhecer a inadequação da via eleita. 5. Não é caso de concessão da ordem de ofício. O Plenário do STF tem entendimento consolidado, no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 6. Na hipótese, tal como consta na decisão agravada, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente ostenta nada menos do que 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC conforme fixado sentencialmente. O abrandamento do regime prisional, a meu sentir, mostrar-se-ia incompatível com a repressão que o crime em questão merece. [...]”. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do RI/STF, não conheço do recurso ordinário em habeas corpus. [...]”. 4. Reitero que a orientação do STF é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Confiram-se, nessa mesma linha, os seguintes precedentes: HC 128.840-AgR, de minha Relatoria; RHC 116.108, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; HC 117.762, Rel. Min. Dias Toffoli; HC 91.711, Relª. Minª. Cármen Lúcia. No caso, a página oficial do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina na internet informa que a condenação transitou em julgado em 25.03.2021. De modo que não há como deixar de reconhecer a inadequação da via eleita. 5. Não é caso de concessão da ordem de ofício. O Plenário do STF tem entendimento consolidado, no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 6. Na hipótese, tal como consta na decisão agravada, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente ostenta nada menos do que 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância, assim como a fixação (per saltum) do regime prisional aberto. 7. Verifica-se, portanto, que a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada. 8. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9. É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância, assim como a fixação (per saltum) do regime prisional aberto. 7. Verifica-se, portanto, que a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada. 8. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9. É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto Vogal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator, ressalvado, contudo, meu entendimento diverso com relação ao princípio da insignificância. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB32-E358-4AE6-C566 e senha 82E9-7F7A-3CB5-4AF6 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator, ressalvado, contudo, meu entendimento diverso com relação ao princípio da insignificância. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB32-E358-4AE6-C566 e senha 82E9-7F7A-3CB5-4AF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo da Relator. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso ou revisão criminal, não torna inadequada a impetração. Revelando parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Provejo o agravo para que o recurso em habeas corpus tenha sequência. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A1AB-CBBD-5C4C-C730 e senha 808F-9F8A-2F65-B98E Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo da Relator. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso ou revisão criminal, não torna inadequada a impetração. Revelando parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Provejo o agravo para que o recurso em habeas corpus tenha sequência. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A1AB-CBBD-5C4C-C730 e senha 808F-9F8A-2F65-B98E Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B88-81B4-3B40-1A92 e senha 5FF1-5852-4B97-CA82 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B88-81B4-3B40-1A92 e senha 5FF1-5852-4B97-CA82 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756394175
2021-06-28T00:00:00
2021-07-02T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
EMENTA: Penal. Agravo regimental em Recurso ordinário em Habeas Corpus. Furto mediante invasão de domicílio. Condenação transitada em julgado. Inadequação da via eleita. Réu multireincidente. Princípio da insignificância. Inaplicabilidade. Regime inicial. Supressão de instância. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF). 1. A orientação do STF é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Precedentes. 2. O Plenário do STF tem entendimento consolidado no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 3. Na hipótese, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente ostenta nada menos do que outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância. 4. A discussão acerca do regime inicial de cumprimento de pena não foi apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça. Fato esse que impede o imediato exame da matéria pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.
sjur449952
- Acórdão(s) citado(s): (HC, IMPUGNAÇÃO, SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA, TRÂNSITO EM JULGADO) HC 91711 (2ªT), RHC 116108 (2ªT), HC 117762 (1ªT), HC 118292 AgR (1ªT), HC 128840 AgR (1ªT). (DESCABIMENTO, SUSTENTAÇÃO ORAL, AGRAVO REGIMENTAL) Pet 2820 AgR (TP). (HC, SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA) HC 118292 AgR (1ªT). Número de páginas: 14. Análise: 08/06/2022, DAP.
ROBERTO BARROSO
Primeira Turma
201102
null
RHC-AgR
acordaos
RHC 201102 AgR
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AGTE.(S) : AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA EMENTA: PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. FURTO MEDIANTE INVASÃO DE DOMICÍLIO. CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. RÉU MULTIREINCIDENTE. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. REGIME INICIAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (Supremo Tribunal Federal). 1. A orientação do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Precedentes. 2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal tem entendimento consolidado no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 3. Na hipótese, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DBF5-5A95-3CC8-D01F e senha 32D5-D83B-CEB8-E662 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão RHC 201102 AGR / SC ostenta nada menos do que outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância. 4. A discussão acerca do regime inicial de cumprimento de pena não foi apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça. Fato esse que impede o imediato exame da matéria pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber, vencido o Ministro Marco Aurélio. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DBF5-5A95-3CC8-D01F e senha 32D5-D83B-CEB8-E662 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC ostenta nada menos do que outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância. 4. A discussão acerca do regime inicial de cumprimento de pena não foi apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça. Fato esse que impede o imediato exame da matéria pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de supressão de instância. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber, vencido o Ministro Marco Aurélio. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DBF5-5A95-3CC8-D01F e senha 32D5-D83B-CEB8-E662 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RELATÓRIO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão monocrática de minha lavra que, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/Supremo Tribunal Federal, negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. 2. A parte agravante reitera os argumentos trazidos no recurso ordinário. Aduz que “os fatos imputados ao agravante, como já demonstrado nos autos, carecem de tipicidade material, em razão da incidência do princípio da bagatela”. Sustenta que “o valor da res furtiva representava à época dos fatos pouco mais de 10% do valor do salário mínimo. A conduta é sem dúvida reprovável e imoral, contudo, distante da incidência do Direito Penal”. Alega que “a reincidência, por si só, não é suficiente para afastar o princípio da insignificância”. 3. Requer ainda a defesa a realização de sustentação oral. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC6B-30F7-8235-464E e senha A47C-7C4C-305C-9EBD Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA RELATÓRIO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão monocrática de minha lavra que, com base no art. 192, c/c o art. 312, ambos do RI/Supremo Tribunal Federal, negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. 2. A parte agravante reitera os argumentos trazidos no recurso ordinário. Aduz que “os fatos imputados ao agravante, como já demonstrado nos autos, carecem de tipicidade material, em razão da incidência do princípio da bagatela”. Sustenta que “o valor da res furtiva representava à época dos fatos pouco mais de 10% do valor do salário mínimo. A conduta é sem dúvida reprovável e imoral, contudo, distante da incidência do Direito Penal”. Alega que “a reincidência, por si só, não é suficiente para afastar o princípio da insignificância”. 3. Requer ainda a defesa a realização de sustentação oral. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC6B-30F7-8235-464E e senha A47C-7C4C-305C-9EBD Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório RHC 201102 AGR / SC 4. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC6B-30F7-8235-464E e senha A47C-7C4C-305C-9EBD Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC 4. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AC6B-30F7-8235-464E e senha A47C-7C4C-305C-9EBD Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA VOTO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. O recurso não deve ser provido. 2. De início, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal), ao examinar feitos de natureza penal, já consignou o entendimento de que “não cabe sustentação oral, em sede de agravo regimental, considerada a existência de expressa vedação regimental que a impede (RISTF, art. 131, § 2...), fundada em norma cuja constitucionalidade foi expressamente reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal” (Pet 2.820- AgR, Rel. Min. Celso de Mello). 3. No mais, a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos: “[...] 1. Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus, com pedido liminar, interposto contra acórdão unânime da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, cuja ementa é a seguinte: “AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. FURTO SIMPLES. APLICAÇÃO DO PRINCIÍDO DA INSIGNIFICÂNCIA. REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA. VALOR DO BEM SUPERIOR A 10% DO SALÁRIO MÍNIMO. IMPOSSBILIDADE DE RECONHECIMENTO. REGIME Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA VOTO: O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. O recurso não deve ser provido. 2. De início, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal), ao examinar feitos de natureza penal, já consignou o entendimento de que “não cabe sustentação oral, em sede de agravo regimental, considerada a existência de expressa vedação regimental que a impede (RISTF, art. 131, § 2...), fundada em norma cuja constitucionalidade foi expressamente reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal” (Pet 2.820- AgR, Rel. Min. Celso de Mello). 3. No mais, a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos: “[...] 1. Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus, com pedido liminar, interposto contra acórdão unânime da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, cuja ementa é a seguinte: “AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. FURTO SIMPLES. APLICAÇÃO DO PRINCIÍDO DA INSIGNIFICÂNCIA. REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA. VALOR DO BEM SUPERIOR A 10% DO SALÁRIO MÍNIMO. IMPOSSBILIDADE DE RECONHECIMENTO. REGIME Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC PRISIONAL. INOVAÇÃO RECURSAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A reincidência específica do réu, nos termos do posicionamento desta Corte Especial, afasta a aplicação do princípio, por não restarem demonstrados os critérios de mínima ofensividade da conduta e ausência de periculosidade social da ação 2. No caso concreto, o valor do bem subtraído também ultrapassa o parâmetro utilizado neste Sodalício para reconhecimento da insignificância por se constituir de valor superior a 10% do salário mínimo vigente à época de cometimento do delito. 3. A matéria referente ao regime inicial prisional trata de inovação recursal, não podendo ser analisada diretamente por esta Corte Especial, sob pena de caracterizar indevida supressão de instância. 4. Agravo regimental desprovido.” 2. Extrai-se dos autos que o paciente foi condenado à pena de 1 ano, 2 meses e 12 dias de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática do crime previsto no art. 155, c/c o 61, I, e 65, III, d, todos do Código Penal. Irresignada, a defesa interpôs apelação, ao qual o Tribunal estadual negou provimento. 3. Na sequência houve a impetração de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça. O Relator do HC 644.632, Min. Joel Ilan Paciornik, indeferiu a liminar e, posteriormente, não conheceu do writ. Interposto agravo regimental, o recurso foi desprovido. 4. Neste recurso ordinário, a defesa alega: (i) “[é] judicioso (...) concluir-se que o furto de um carrinho de mão, avaliado em R$120,00, não faz presumir a expressividade da lesão ao bem jurídico tutelado, a ponto de afastar, por si só, o princípio da insignificância”; (ii) “a irrelevância da conduta é patente e não deve ser 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC PRISIONAL. INOVAÇÃO RECURSAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A reincidência específica do réu, nos termos do posicionamento desta Corte Especial, afasta a aplicação do princípio, por não restarem demonstrados os critérios de mínima ofensividade da conduta e ausência de periculosidade social da ação 2. No caso concreto, o valor do bem subtraído também ultrapassa o parâmetro utilizado neste Sodalício para reconhecimento da insignificância por se constituir de valor superior a 10% do salário mínimo vigente à época de cometimento do delito. 3. A matéria referente ao regime inicial prisional trata de inovação recursal, não podendo ser analisada diretamente por esta Corte Especial, sob pena de caracterizar indevida supressão de instância. 4. Agravo regimental desprovido.” 2. Extrai-se dos autos que o paciente foi condenado à pena de 1 ano, 2 meses e 12 dias de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática do crime previsto no art. 155, c/c o 61, I, e 65, III, d, todos do Código Penal. Irresignada, a defesa interpôs apelação, ao qual o Tribunal estadual negou provimento. 3. Na sequência houve a impetração de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça. O Relator do HC 644.632, Min. Joel Ilan Paciornik, indeferiu a liminar e, posteriormente, não conheceu do writ. Interposto agravo regimental, o recurso foi desprovido. 4. Neste recurso ordinário, a defesa alega: (i) “[é] judicioso (...) concluir-se que o furto de um carrinho de mão, avaliado em R$120,00, não faz presumir a expressividade da lesão ao bem jurídico tutelado, a ponto de afastar, por si só, o princípio da insignificância”; (ii) “a irrelevância da conduta é patente e não deve ser 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC aferida em relação ao salário mínimo da época dos fatos, mas, sim, ante a mínima extensão da lesão produzida”; (iii) “a reincidência somente se revela pressuposto contrário à incidência do princípio da insignificância caso se observe fundamento concreto pelo magistrado no sentido de que o reconhecimento da bagatela não é recomendável, e, por outro lado, necessária a aplicação de pena”; (iv) “o Superior Tribunal de Justiça assentou que “a matéria referente ao regime inicial prisional trata de inovação recursal, não podendo ser analisada diretamente por esta Corte Especial, sob pena de caracterizar indevida supressão de instância”; (v) “um juízo razoável não autorizaria o cumprimento da pena em regime fechado a réu condenado a pena de 01 ano, 02 meses e 12 dias de reclusão, considerando-se apenas uma circunstância judicial negativa (maus antecedentes – fl. 314)”. 5. Com essa argumentação, a defesa requer “o cumprimento da pena do paciente em regime inicial aberto, nos termos do art. 33, § 2..., c, do Código Penal”, bem como seja “reconhecido o direito do Paciente à incidência do princípio da Insignificância, com a consequente absolvição, nos termos do artigo 386, III, do Código de Processo Penal”. 6. Decido. 7. O recurso não deve ser conhecido. 8. A orientação do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Confiram-se, nessa mesma linha, os seguintes precedentes: HC 128.840-AgR, de minha Relatoria; RHC 116.108, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; HC 117.762, Rel. Min. Dias Toffoli; HC 91.711, Rel. Min. Cármen Lúcia. No caso, a página oficial do Tribunal 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC aferida em relação ao salário mínimo da época dos fatos, mas, sim, ante a mínima extensão da lesão produzida”; (iii) “a reincidência somente se revela pressuposto contrário à incidência do princípio da insignificância caso se observe fundamento concreto pelo magistrado no sentido de que o reconhecimento da bagatela não é recomendável, e, por outro lado, necessária a aplicação de pena”; (iv) “o Superior Tribunal de Justiça assentou que “a matéria referente ao regime inicial prisional trata de inovação recursal, não podendo ser analisada diretamente por esta Corte Especial, sob pena de caracterizar indevida supressão de instância”; (v) “um juízo razoável não autorizaria o cumprimento da pena em regime fechado a réu condenado a pena de 01 ano, 02 meses e 12 dias de reclusão, considerando-se apenas uma circunstância judicial negativa (maus antecedentes – fl. 314)”. 5. Com essa argumentação, a defesa requer “o cumprimento da pena do paciente em regime inicial aberto, nos termos do art. 33, § 2..., c, do Código Penal”, bem como seja “reconhecido o direito do Paciente à incidência do princípio da Insignificância, com a consequente absolvição, nos termos do artigo 386, III, do Código de Processo Penal”. 6. Decido. 7. O recurso não deve ser conhecido. 8. A orientação do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Confiram-se, nessa mesma linha, os seguintes precedentes: HC 128.840-AgR, de minha Relatoria; RHC 116.108, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; HC 117.762, Rel. Min. Dias Toffoli; HC 91.711, Rel. Min. Cármen Lúcia. No caso, a página oficial do Tribunal 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC de Justiça do Estado de Santa Catarina na internet informa que a condenação transitou em julgado em 25.03.2021. De modo que não há como deixar de reconhecer a inadequação da via eleita. 9. Não é caso de concessão da ordem de ofício. 10. O Plenário do Supremo Tribunal Federal tem entendimento consolidado, no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 11. Na hipótese, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente ostenta nada menos do que outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância, assim como a fixação (per saltum) do regime prisional aberto. Para confirmar esse juízo, reproduzo as seguintes passagens do acórdão do Tribunal estadual que não me parecem configurar situação de teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder: “[...] No caso em tela, verifica-se que o acusado protagonizou a subtração de 01 (um) carrinho de mão, bem avaliado em R$ 120,00 (cento e vinte reais) (fl. 10 do Evento 01 dos autos de primeiro grau) - pouco mais de 10% do valor do salário mínimo de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais) vigente à época do fato -, quantia que 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC de Justiça do Estado de Santa Catarina na internet informa que a condenação transitou em julgado em 25.03.2021. De modo que não há como deixar de reconhecer a inadequação da via eleita. 9. Não é caso de concessão da ordem de ofício. 10. O Plenário do Supremo Tribunal Federal tem entendimento consolidado, no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 11. Na hipótese, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente ostenta nada menos do que outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância, assim como a fixação (per saltum) do regime prisional aberto. Para confirmar esse juízo, reproduzo as seguintes passagens do acórdão do Tribunal estadual que não me parecem configurar situação de teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder: “[...] No caso em tela, verifica-se que o acusado protagonizou a subtração de 01 (um) carrinho de mão, bem avaliado em R$ 120,00 (cento e vinte reais) (fl. 10 do Evento 01 dos autos de primeiro grau) - pouco mais de 10% do valor do salário mínimo de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais) vigente à época do fato -, quantia que 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC não pode ser reputada desprezível, não ao ponto de tornar atípica a conduta e justificar a abstenção da intervenção do direito penal à hipótese. Outrossim, vislumbra-se, por meio de consulta às certidões constantes nos Eventos 4/10 dos autos de primeiro grau, que se está diante de indivíduo com histórico em crimes patrimoniais, sendo considerado reincidente específico. Tal fato, por demonstrar a periculosidade social e o alto grau de reprovabilidade da ação, constitui, por si só, fator impeditivo para a aplicação do princípio da bagatela à hipótese. Repise-se, por necessário, que o princípio da insignificância deve ser empregado com copiosa cautela, evitando-se, dessa forma, a ampliação disparatada do que se tem como lesão inexpressiva a bem jurídico e à ordem social. Somente quando a potencialidade lesiva da conduta for manifestamente irrelevante, pois, é que estará excluída sua tipicidade material. Cabe salientar, ainda, que a restituição do bem previamente subtraído à vítima não é capaz de ocasionar a aplicação do almejado princípio ou de isentar o agente da responsabilidade, seja porque o crime já havia se consumado com a retirada da res furtiva da esfera de disponibilidade da vítima, seja porque a devolução só foi possível graças a detenção do acusado por populares, até a chegada da Polícia Militar. […] Da mesma forma, não há se falar em abrandamento do regime prisional inicial, corretamente fixado na origem no fechado, haja vista o vasto rol de condenações pretéritas pela prática de crimes patrimoniais, hábeis a configurar não somente maus antecedentes como a reincidência do réu, nos termos do art. 33, §§ 2... e 3..., do Código Penal. Tal cenário, sem dúvida, indica o regime fechado como o que melhor se adequa à hipótese, exatamente 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC não pode ser reputada desprezível, não ao ponto de tornar atípica a conduta e justificar a abstenção da intervenção do direito penal à hipótese. Outrossim, vislumbra-se, por meio de consulta às certidões constantes nos Eventos 4/10 dos autos de primeiro grau, que se está diante de indivíduo com histórico em crimes patrimoniais, sendo considerado reincidente específico. Tal fato, por demonstrar a periculosidade social e o alto grau de reprovabilidade da ação, constitui, por si só, fator impeditivo para a aplicação do princípio da bagatela à hipótese. Repise-se, por necessário, que o princípio da insignificância deve ser empregado com copiosa cautela, evitando-se, dessa forma, a ampliação disparatada do que se tem como lesão inexpressiva a bem jurídico e à ordem social. Somente quando a potencialidade lesiva da conduta for manifestamente irrelevante, pois, é que estará excluída sua tipicidade material. Cabe salientar, ainda, que a restituição do bem previamente subtraído à vítima não é capaz de ocasionar a aplicação do almejado princípio ou de isentar o agente da responsabilidade, seja porque o crime já havia se consumado com a retirada da res furtiva da esfera de disponibilidade da vítima, seja porque a devolução só foi possível graças a detenção do acusado por populares, até a chegada da Polícia Militar. […] Da mesma forma, não há se falar em abrandamento do regime prisional inicial, corretamente fixado na origem no fechado, haja vista o vasto rol de condenações pretéritas pela prática de crimes patrimoniais, hábeis a configurar não somente maus antecedentes como a reincidência do réu, nos termos do art. 33, §§ 2... e 3..., do Código Penal. Tal cenário, sem dúvida, indica o regime fechado como o que melhor se adequa à hipótese, exatamente 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC conforme fixado sentencialmente. O abrandamento do regime prisional, a meu sentir, mostrar-se-ia incompatível com a repressão que o crime em questão merece. [...]”. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, não conheço do recurso ordinário em habeas corpus. [...]”. 4. Reitero que a orientação do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Confiram-se, nessa mesma linha, os seguintes precedentes: HC 128.840-AgR, de minha Relatoria; RHC 116.108, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; HC 117.762, Rel. Min. Dias Toffoli; HC 91.711, Rel. Min. Cármen Lúcia. No caso, a página oficial do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina na internet informa que a condenação transitou em julgado em 25.03.2021. De modo que não há como deixar de reconhecer a inadequação da via eleita. 5. Não é caso de concessão da ordem de ofício. O Plenário do Supremo Tribunal Federal tem entendimento consolidado, no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 6. Na hipótese, tal como consta na decisão agravada, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente ostenta nada menos do que 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC conforme fixado sentencialmente. O abrandamento do regime prisional, a meu sentir, mostrar-se-ia incompatível com a repressão que o crime em questão merece. [...]”. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, não conheço do recurso ordinário em habeas corpus. [...]”. 4. Reitero que a orientação do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o “habeas corpus não se revela instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado” (HC 118.292-AgR, Rel. Min. Luiz Fux). Confiram-se, nessa mesma linha, os seguintes precedentes: HC 128.840-AgR, de minha Relatoria; RHC 116.108, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; HC 117.762, Rel. Min. Dias Toffoli; HC 91.711, Rel. Min. Cármen Lúcia. No caso, a página oficial do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina na internet informa que a condenação transitou em julgado em 25.03.2021. De modo que não há como deixar de reconhecer a inadequação da via eleita. 5. Não é caso de concessão da ordem de ofício. O Plenário do Supremo Tribunal Federal tem entendimento consolidado, no sentido de que o princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (i) mínima ofensividade da conduta do agente, (ii) nenhuma periculosidade social da ação, (iii) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada, ressaltando, ainda, que a contumácia na prática delitiva impede a aplicação do princípio. 6. Na hipótese, tal como consta na decisão agravada, embora se trate de paciente condenado pelo furto de um carrinho de mão, avaliado em R$ 120,00, as peculiaridades da causa impossibilitam o reconhecimento da atipicidade da conduta. Seja porque o fato envolveu invasão de domicílio, seja porque o recorrente ostenta nada menos do que 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RHC 201102 AGR / SC outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância, assim como a fixação (per saltum) do regime prisional aberto. 7. Verifica-se, portanto, que a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada. 8. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9. É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Supremo Tribunal Federal RHC 201102 AGR / SC outras 7 condenações, inclusive por crimes patrimoniais, transitadas em julgado, o que impossibilita a adoção do princípio da insignificância, assim como a fixação (per saltum) do regime prisional aberto. 7. Verifica-se, portanto, que a parte recorrente não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada. 8. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. 9. É como voto. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5F83-663D-0CF0-0EDC e senha 2493-D918-742C-AC76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto Vogal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator, ressalvado, contudo, meu entendimento diverso com relação ao princípio da insignificância. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB32-E358-4AE6-C566 e senha 82E9-7F7A-3CB5-4AF6 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator, ressalvado, contudo, meu entendimento diverso com relação ao princípio da insignificância. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EB32-E358-4AE6-C566 e senha 82E9-7F7A-3CB5-4AF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo da Relator. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso ou revisão criminal, não torna inadequada a impetração. Revelando parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Provejo o agravo para que o recurso em habeas corpus tenha sequência. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A1AB-CBBD-5C4C-C730 e senha 808F-9F8A-2F65-B98E Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo da Relator. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso ou revisão criminal, não torna inadequada a impetração. Revelando parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Provejo o agravo para que o recurso em habeas corpus tenha sequência. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A1AB-CBBD-5C4C-C730 e senha 808F-9F8A-2F65-B98E Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B88-81B4-3B40-1A92 e senha 5FF1-5852-4B97-CA82 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201.102 PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com ressalvas da Ministra Rosa Weber, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B88-81B4-3B40-1A92 e senha 5FF1-5852-4B97-CA82 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HC 118 . 292 - AgR", "RHC 201102 AGR / SC", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 201 . 102", "Pet 2 . 820 - AgR", "Pet 2 . 820 - AgR", "HC 644 . 632", "HC 644 . 632", "HC 118 . 292 - AgR", "HC 128 . 840 - AgR", "RHC 116 . 108", "HC 117 . 762", "HC 91 . 711", "HC 118 . 292 - AgR", "HC 128 . 840 - AgR", "RHC 116 . 108", "HC 117 . 762", "HC 91 . 711", "RHC 201102", "HC 118 . 292 - AgR", "HC 128 . 840 - AgR", "RHC 116 . 108", "HC 117 . 762", "HC 91 . 711", "RHC 201102 AGR", "HC 118 . 292 - AgR", "HC 128 . 840 - AgR", "RHC 116 . 108", "HC 117 . 762", "HC 91 . 711", "RHC 201102", "HABEAS CORPUS 201 . 102", "RECURSO" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 192 , c / c o art . 312 , ambos do RI / Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 192 , c / c o art . 312 , ambos do RI / Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "RISTF , art . 131 , § 2 . . .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "RISTF , art . 131 , §", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 155 , c / c o 61 , I , e 65 , III , d , todos do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 155 , c / c o 61 , I , e 65 , III , d , todos do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 2 . . . , c , do Código Penal ”", "artigo 386 , III , do Código de Processo Penal ”", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 2 . . . , c , do Código Penal ”", "artigo 386 , III , do Código de Processo Penal ”", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § § 2 . . . e 3 . . . , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 21 , §", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 21 , § 1 . . . , do RI / Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "Brasília", "Brasília", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA", "SANTA CATARINA", "ESTADO DE SANTA CATARINA" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "RHC", "/", "SC", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma do", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "Supremo Tribunal Federal", "/", "PRIMEIRA TURMA", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "/", "SC", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "RHC", "201102", "AGR", "/", "SC", "Estado", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "SC", "Estado de Santa", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "RHC", "201102", "AGR", "/", "SC", "Polícia", "Supremo Tribunal Federal", "RHC", "/", "SC", "Polícia Militar", "/", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "AGR", "/", "SC", "Supremo Tribunal Federal", "RHC", "AGR", "/", "SC", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "Supremo Tribunal Federal", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "ROBERTO BARROSO", "AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES", "Luiz Fux", "Rosa Weber", "Marco Aurélio", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Rosa Weber", "Marco Aurélio", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES", "ROBERTO BARROSO", "AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Celso de Mello", "SANTA", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Celso de Mello", "ROBERTO BARROSO", "Joel Ilan Paciornik", "Joel Ilan Paciornik", "ROBERTO BARROSO", "Luiz Fux", "Ricardo Lewandowski", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "Luiz Fux", "Ricardo Lewandowski", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "Luiz Fux", "Ricardo Lewandowski", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "Luiz Fux", "Ricardo Lewandowski", "Dias Toffoli", "Cármen Lúcia", "ROBERTO BARROSO", "ROBERTO BARROSO", "AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES", "Rosa Weber", "ROBERTO BARROSO", "Rosa Weber", "ROBERTO BARROSO", "AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES", "MARCO AURÉLIO", "ROBERTO BARROSO", "AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES", "MARCO AURÉLIO", "ROBERTO BARROSO", "AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES", "Rosa Weber", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "ROBERTO BARROSO", "AQUILINO RIBEIRO ALVES CHAVES", "Rosa Weber", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", "25 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "18 a 25 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", 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Ementa e Acórdão 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) :JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA ADV.(A/S) :THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI AGDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DENEGAÇÃO MONOCRÁTICA DA SEGURANÇA. COMPETÊNCIA REGIMENTAL DO RELATOR. ANÁLISE COLEGIADA DO AGRAVO. REJEIÇÃO DE CONTAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVADO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. ACÓRDÃOS DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO EM HARMONIA COM PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: INOCORRÊNCIA. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO INFIRMADOS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamento, por maioria, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencidos os Ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Brasília, 21 de setembro de 2021. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD97-4EAC-DF2B-3460 e senha 0BF4-DE52-9FBF-917F Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 82 Ementa e Acórdão MS 35883 ED-AGR / DF Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD97-4EAC-DF2B-3460 e senha 0BF4-DE52-9FBF-917F Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD97-4EAC-DF2B-3460 e senha 0BF4-DE52-9FBF-917F Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 82 Relatório 06/03/2020 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) :JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA ADV.(A/S) :THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI AGDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 11.10.2019, rejeitei embargos de declaração opostos contra a denegação da ordem no mandado de segurança e assentei a ausência de contrariedade, omissão ou obscuridade no julgado (e-doc. 66). Na decisão impugnada, tem-se o seguinte: “4. Razão jurídica não assiste ao embargante. 5. Ausente omissão ou contradição na decisão embargada. O indeferimento do mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (“pas de nullité sans grief”) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal. Hely Lopes Meirelles ensina que “o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal 06/03/2020 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) :JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA ADV.(A/S) :THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI AGDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 11.10.2019, rejeitei embargos de declaração opostos contra a denegação da ordem no mandado de segurança e assentei a ausência de contrariedade, omissão ou obscuridade no julgado (e-doc. 66). Na decisão impugnada, tem-se o seguinte: “4. Razão jurídica não assiste ao embargante. 5. Ausente omissão ou contradição na decisão embargada. O indeferimento do mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (“pas de nullité sans grief”) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal. Hely Lopes Meirelles ensina que “o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF desde que ilegal e ofensivo a direito líquido e certo do impetrante” (Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 34. ed. Malheiros, 2012. p. 39). Compete ao impetrante a produção de prova inequívoca, no momento da impetração, quanto à ilegalidade suscitada, na espécie de ter suportado efetivo prejuízo na ampla defesa e no contraditório no decorrer de processo em tomada de contas federal. Na decisão embargada, pela qual analisada a cadeia recursal utilizada pelo impetrante em todas as tomadas de contas instauradas naquele órgão fiscalizador, assentou-se: “(...) o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (fl. 20, e- doc. 58). Descabe cogitar-se de omissão ou contradição quanto ao alegado “descumprimento pela autoridade coatora da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e da Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal” (fl. 5, e-doc. 62). 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF desde que ilegal e ofensivo a direito líquido e certo do impetrante” (Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 34. ed. Malheiros, 2012. p. 39). Compete ao impetrante a produção de prova inequívoca, no momento da impetração, quanto à ilegalidade suscitada, na espécie de ter suportado efetivo prejuízo na ampla defesa e no contraditório no decorrer de processo em tomada de contas federal. Na decisão embargada, pela qual analisada a cadeia recursal utilizada pelo impetrante em todas as tomadas de contas instauradas naquele órgão fiscalizador, assentou-se: “(...) o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (fl. 20, e- doc. 58). Descabe cogitar-se de omissão ou contradição quanto ao alegado “descumprimento pela autoridade coatora da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e da Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal” (fl. 5, e-doc. 62). 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF A decisão embargada também respalda-se em precedente da Primeira Turma deste Supremo Tribunal, de minha relatoria (MS n. 30.322, DJe 25.11.2011), no qual examinada alegação de cerceamento de defesa decorrente da utilização pelo Tribunal de Contas da União de elementos fáticos apurados em processos distintos, sem renovação formal de intimação da defesa, efetivamente produzida em um deles. Com base na legislação vigente e com fundamento na jurisprudência deste Supremo Tribunal, concluiu-se, naquele julgado, pela desnecessidade de nova citação para apresentação de justificativas, pois “a sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos” (decisão embargada, fl. 15, e-doc. 58). 6. Ademais, como fundamentado na decisão embargada, em ambas as tomadas de contas (Tomada de Contas n. 010.462/2004-1 e Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9), houve “interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas” (decisão embargada, fl. 20, e-doc. 58). Essas teses foram analisadas e rejeitadas item por item pelo Tribunal de Contas da União no acórdão condenatório. Como exposto na decisão embargada, esses elementos atenderam às exigências dos arts. 31 e 53 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF A decisão embargada também respalda-se em precedente da Primeira Turma deste Supremo Tribunal, de minha relatoria (MS n. 30.322, DJe 25.11.2011), no qual examinada alegação de cerceamento de defesa decorrente da utilização pelo Tribunal de Contas da União de elementos fáticos apurados em processos distintos, sem renovação formal de intimação da defesa, efetivamente produzida em um deles. Com base na legislação vigente e com fundamento na jurisprudência deste Supremo Tribunal, concluiu-se, naquele julgado, pela desnecessidade de nova citação para apresentação de justificativas, pois “a sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos” (decisão embargada, fl. 15, e-doc. 58). 6. Ademais, como fundamentado na decisão embargada, em ambas as tomadas de contas (Tomada de Contas n. 010.462/2004-1 e Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9), houve “interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas” (decisão embargada, fl. 20, e-doc. 58). Essas teses foram analisadas e rejeitadas item por item pelo Tribunal de Contas da União no acórdão condenatório. Como exposto na decisão embargada, esses elementos atenderam às exigências dos arts. 31 e 53 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF da União (Lei n. 9.784/1999), a garantiram aos administrados a “ciência da tramitação dos processos” e o direito de “formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente”. Nos termos da Súmula n. 288 do Tribunal de Contas da União, “o julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito". Na espécie, o impetrante não somente teve plena ciência dos processos de tomada de contas como deles participou intensamente, esgotando todos os recursos possíveis, nos quais os argumentos apresentados foram detidamente apreciados e recusados pelo órgão administrativo de controle de regularidade das contas. Estes os termos da decisão embargada, em que analisada a questão indevidamente havida como omissa e contraditória: “Como enfatizado no Acórdão TCU n. 1.298, ‘a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação’ (fl. 17, e-doc. 39). 11. Nesse mesmo sentido, decidi, na Primeira Turma deste Supremo Tribunal, o Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, em que igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: ‘Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004- 4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF da União (Lei n. 9.784/1999), a garantiram aos administrados a “ciência da tramitação dos processos” e o direito de “formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente”. Nos termos da Súmula n. 288 do Tribunal de Contas da União, “o julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito". Na espécie, o impetrante não somente teve plena ciência dos processos de tomada de contas como deles participou intensamente, esgotando todos os recursos possíveis, nos quais os argumentos apresentados foram detidamente apreciados e recusados pelo órgão administrativo de controle de regularidade das contas. Estes os termos da decisão embargada, em que analisada a questão indevidamente havida como omissa e contraditória: “Como enfatizado no Acórdão TCU n. 1.298, ‘a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação’ (fl. 17, e-doc. 39). 11. Nesse mesmo sentido, decidi, na Primeira Turma deste Supremo Tribunal, o Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, em que igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: ‘Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004- 4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem, isoladamente, insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. Nesse sentido, a Procuradoria-Geral da República destacou: ‘Com efeito, as Tomadas de Contas Especiais 004.020/2004-4 e 12.633/2005-8 destinaram-se a apurar fatos específicos praticados pelo impetrante no exercício de 2003, os quais foram considerados irregulares e serviram de base para o julgamento o conjunto dos atos praticados no desempenho na gestão pública na prestação de contas relativas ao mesmo ano - TC 009.880/2004-9. Assim, uma vez que as ocorrências que justificaram a aplicação das multas, ao impetrante, nas Tomadas de Contas Especiais, estavam contidas na gestão pública do mesmo exercício (2003) (fls. 741/755 e 757/758), julgada ilegal, antieconômica e contrária às normas legais e 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem, isoladamente, insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. Nesse sentido, a Procuradoria-Geral da República destacou: ‘Com efeito, as Tomadas de Contas Especiais 004.020/2004-4 e 12.633/2005-8 destinaram-se a apurar fatos específicos praticados pelo impetrante no exercício de 2003, os quais foram considerados irregulares e serviram de base para o julgamento o conjunto dos atos praticados no desempenho na gestão pública na prestação de contas relativas ao mesmo ano - TC 009.880/2004-9. Assim, uma vez que as ocorrências que justificaram a aplicação das multas, ao impetrante, nas Tomadas de Contas Especiais, estavam contidas na gestão pública do mesmo exercício (2003) (fls. 741/755 e 757/758), julgada ilegal, antieconômica e contrária às normas legais e 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF regulamentares de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, na Prestação de Contas 009.880/2004-9, tornou-se despicienda a intimação, nestes autos, para apresentação de justificativas, que não poderiam ser diferentes das já apresentadas nas TCEs, inclusive, em razão do trânsito em julgado ocorrido nestes processos. (...) Portanto, se nas TCEs foram examinadas todas as irregularidades e as justificativas apresentadas, desnecessária a citação em processo conexo, que examinou o conjunto destas mesmas irregularidades, sob pena de mácula ao princípio da razoável duração do feito’ (...). Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. (...) 6. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a segurança” (voto condutor por mim proferido no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). De se realçar, que, naquela assentada, o voto proferido pelo Ministro Luiz Fux, em reforço à possibilidade de aproveitamento da defesa produzida em outros processos de controle de contas: ‘O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, anoto ainda que o impetrante teve a oportunidade de se manifestar em processos conexos sobre as irregularidades pelas quais foi condenado e sem prejuízos sobre a doutrina no sentido de que a anulação, nesses casos, na decisão do Tribunal de Contas, configuraria um profundo desprestígio ao princípio da moralidade administrativa, mercê da ausência de argumentos que evidenciam algum equívoco da sanção imposta. Acompanho Vossa Excelência’ (voto do Ministro Luiz Fux no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). 12. Ressalto que a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi suprimida pela sua efetiva participação no processo, inclusive pela interposição de pedido de 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF regulamentares de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, na Prestação de Contas 009.880/2004-9, tornou-se despicienda a intimação, nestes autos, para apresentação de justificativas, que não poderiam ser diferentes das já apresentadas nas TCEs, inclusive, em razão do trânsito em julgado ocorrido nestes processos. (...) Portanto, se nas TCEs foram examinadas todas as irregularidades e as justificativas apresentadas, desnecessária a citação em processo conexo, que examinou o conjunto destas mesmas irregularidades, sob pena de mácula ao princípio da razoável duração do feito’ (...). Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. (...) 6. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a segurança” (voto condutor por mim proferido no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). De se realçar, que, naquela assentada, o voto proferido pelo Ministro Luiz Fux, em reforço à possibilidade de aproveitamento da defesa produzida em outros processos de controle de contas: ‘O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, anoto ainda que o impetrante teve a oportunidade de se manifestar em processos conexos sobre as irregularidades pelas quais foi condenado e sem prejuízos sobre a doutrina no sentido de que a anulação, nesses casos, na decisão do Tribunal de Contas, configuraria um profundo desprestígio ao princípio da moralidade administrativa, mercê da ausência de argumentos que evidenciam algum equívoco da sanção imposta. Acompanho Vossa Excelência’ (voto do Ministro Luiz Fux no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). 12. Ressalto que a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi suprimida pela sua efetiva participação no processo, inclusive pela interposição de pedido de 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão n. 1.289/2016. O Tribunal de Contas da União apreciou cada item das alegações do impetrante tanto na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 quanto na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, em que analisados os mesmos fatos e decididos na linha de entendimento sumulado naquele órgão de controle (Súmula TCU n. 288): “10. No recurso de reconsideração, o Sr. Humberto Falcão Martins alega a nulidade da decisão recorrida ante a suposta violação aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Isso porque, nos presentes autos, antes da prolação do acórdão guerreado, não lhe foi facultada a apresentação de defesa. No mérito, aduz que a irregularidade de suas contas mostra-se desproporcional, tendo em vista a impossibilidade de a falha apurada na representação macular integralmente a gestão dele no exercício de 2003. 11. A Secretaria de Recursos e o Ministério Público junto ao TCU manifestaram-se de forma unânime para que o Tribunal negue provimento ao apelo, mantendo, em seus exatos termos, a decisão recorrida. Antecipo que acompanharei os pareceres precedentes, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir, sem prejuízo das considerações que passo a fazer. 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. Cito, nesse sentido, os Acórdãos 5.116/2014-1ª Câmara, 2.146/2014-1ª Câmara, 7.573/2012-2ª Câmara, 525/2011-2ª Câmara, 1.669/2014-Plenário, 2.326/2013-Plenário, dentre muitos outros. Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: “O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão n. 1.289/2016. O Tribunal de Contas da União apreciou cada item das alegações do impetrante tanto na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 quanto na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, em que analisados os mesmos fatos e decididos na linha de entendimento sumulado naquele órgão de controle (Súmula TCU n. 288): “10. No recurso de reconsideração, o Sr. Humberto Falcão Martins alega a nulidade da decisão recorrida ante a suposta violação aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Isso porque, nos presentes autos, antes da prolação do acórdão guerreado, não lhe foi facultada a apresentação de defesa. No mérito, aduz que a irregularidade de suas contas mostra-se desproporcional, tendo em vista a impossibilidade de a falha apurada na representação macular integralmente a gestão dele no exercício de 2003. 11. A Secretaria de Recursos e o Ministério Público junto ao TCU manifestaram-se de forma unânime para que o Tribunal negue provimento ao apelo, mantendo, em seus exatos termos, a decisão recorrida. Antecipo que acompanharei os pareceres precedentes, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir, sem prejuízo das considerações que passo a fazer. 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. Cito, nesse sentido, os Acórdãos 5.116/2014-1ª Câmara, 2.146/2014-1ª Câmara, 7.573/2012-2ª Câmara, 525/2011-2ª Câmara, 1.669/2014-Plenário, 2.326/2013-Plenário, dentre muitos outros. Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: “O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF débito.” 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor. 14. Esse entendimento consolidado tem uma razão de ser. A garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação. 15. Tese semelhante foi ratificada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mandado de Segurança 30.322/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia. Tratava-se de um caso em que o gestor já havia sido multado pelo TCU em duas tomadas de contas especiais e, no processo de contas, com fundamento nos mesmos fatos, esta Corte decidiu inabilitar, sem a oferta de novo contraditório, por cinco anos, o servidor para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública. Transcrevo trecho do voto da relatora, que bem resume a tese aqui defendida: “(...) o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos”. 16. À luz dessas considerações, rejeito a preliminar de que teria 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF débito.” 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor. 14. Esse entendimento consolidado tem uma razão de ser. A garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação. 15. Tese semelhante foi ratificada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mandado de Segurança 30.322/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia. Tratava-se de um caso em que o gestor já havia sido multado pelo TCU em duas tomadas de contas especiais e, no processo de contas, com fundamento nos mesmos fatos, esta Corte decidiu inabilitar, sem a oferta de novo contraditório, por cinco anos, o servidor para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública. Transcrevo trecho do voto da relatora, que bem resume a tese aqui defendida: “(...) o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos”. 16. À luz dessas considerações, rejeito a preliminar de que teria 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF ocorrido violação do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal’ (voto do Relator no pedido de reconsideração no Acórdão TCU n. 1.496/2018)” (fls. 14-19, e-doc. 58). 7. Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei nacional n. 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2º se prevê: “’interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato’, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9”: “10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nas informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF ocorrido violação do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal’ (voto do Relator no pedido de reconsideração no Acórdão TCU n. 1.496/2018)” (fls. 14-19, e-doc. 58). 7. Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei nacional n. 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2º se prevê: “’interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato’, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9”: “10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nas informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1º da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2º da Lei n. 9.873/1999, “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (decisão embargada, fls. 12-14, e-doc. 58). 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1º da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2º da Lei n. 9.873/1999, “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (decisão embargada, fls. 12-14, e-doc. 58). 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF 8. É pacífico o entendimento deste Supremo Tribunal quanto ao não cabimento dos embargos de declaração para a rediscussão de mérito da decisão embargada, prestando-se apenas a esclarecer ponto em que tenha sido omissa, contraditória ou obscura ou para corrigir erro material, nos termos do art. 1.022 do Código de Processo Civil. Como demonstrado, não há, na espécie, quaisquer das omissões ou contradições suscitadas pelo embargante. 9. Pelo exposto, rejeito os embargos de declaração (§ 2º do art. 1.024 do Código de Processo Civil)” (e-doc. 66). 2. Publicada essa decisão no DJe de 15.10.2019, o agravante interpõe agravo regimental tempestivamente (e-doc. 69). 3. O agravante alega não estar “nas atribuições do Relator o julgamento monocrático de Mandado de Segurança interposto contra ato de Ministro do Tribunal de Contas da União. A competência é exclusiva das Turmas” (fl. 2, e- doc. 69). Assevera que “as decisões impugnadas NADA trouxeram nesse sentido, e se não há jurisprudência predominante neste Tribunal sobre a forma de contagem da prescrição, seja ela intercorrente ou não, sobre a possibilidade de um processo administrativo ficar paralisado por mais de dez anos, a solução ao Mandado de Segurança somente poderia ser dada pela Turma, o que comprova a violação e usurpação de competência” (fl. 4, e-doc. 69). Reitera as razões suscitadas nos embargos de declaração asseverando que “a lei de Mandado de Segurança não impõe que o prejuízo seja demonstrado para concessão da ordem, mas sim a comprovação da violação ao direito líquido e certo. O que, à toda evidência, se verificou no caso porque não lhe foi oportunizado o exercício do direito de defesa, antes de prolatada decisão” (fl. 6, e-doc. 69). 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 8. É pacífico o entendimento deste Supremo Tribunal quanto ao não cabimento dos embargos de declaração para a rediscussão de mérito da decisão embargada, prestando-se apenas a esclarecer ponto em que tenha sido omissa, contraditória ou obscura ou para corrigir erro material, nos termos do art. 1.022 do Código de Processo Civil. Como demonstrado, não há, na espécie, quaisquer das omissões ou contradições suscitadas pelo embargante. 9. Pelo exposto, rejeito os embargos de declaração (§ 2º do art. 1.024 do Código de Processo Civil)” (e-doc. 66). 2. Publicada essa decisão no DJe de 15.10.2019, o agravante interpõe agravo regimental tempestivamente (e-doc. 69). 3. O agravante alega não estar “nas atribuições do Relator o julgamento monocrático de Mandado de Segurança interposto contra ato de Ministro do Tribunal de Contas da União. A competência é exclusiva das Turmas” (fl. 2, e- doc. 69). Assevera que “as decisões impugnadas NADA trouxeram nesse sentido, e se não há jurisprudência predominante neste Tribunal sobre a forma de contagem da prescrição, seja ela intercorrente ou não, sobre a possibilidade de um processo administrativo ficar paralisado por mais de dez anos, a solução ao Mandado de Segurança somente poderia ser dada pela Turma, o que comprova a violação e usurpação de competência” (fl. 4, e-doc. 69). Reitera as razões suscitadas nos embargos de declaração asseverando que “a lei de Mandado de Segurança não impõe que o prejuízo seja demonstrado para concessão da ordem, mas sim a comprovação da violação ao direito líquido e certo. O que, à toda evidência, se verificou no caso porque não lhe foi oportunizado o exercício do direito de defesa, antes de prolatada decisão” (fl. 6, e-doc. 69). 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF Salienta que “o Processo nº 008.754/2004-9 tramitou sem que o peticionário ou quaisquer dos interessados, em nenhum instante, fossem citados ou intimados a integrar o polo passivo desse processo administrativo. Nem se alegue que as violações às garantias legal e constitucional não foram violadas, porque teria respondido no Processo nº 010.462/2004-1, que se limitou a analisar exclusivamente o processo de contratação direta do Movimento Brasil Competitivo. E em nenhum momento apurou as contas de todo o exercício de 2003, porque nunca compreendeu a totalidade de despesas do exercício discutido na TCS nº 008.754/2004-9, cuja monta envolvida supera em quase 06 (seis) vezes o seu valor” (fls. 8-9, e-doc. 69). Insiste ter havido “omissão em relação a qual seria o fundamento jurídico, redação de lei ou qualquer outro princípio de nosso ordenamento, que preveja a possibilidade de paralisação de um procedimento administrativo por mais de dez anos, considerado que a regra do §1º do artigo 1º da Lei nº 9.873/1999 é taxativa e não exclui os casos de processos sobrestados” (fl. 10, e-doc. 69). Afirma que, “se for considerado que o prazo seria até a apreciação do Processo nº 010.462/2004-1 (Representação, ocorrida em 2010, e considerando a nova instrução somente ocorreu em 2015, também se estará diante da ocorrência de prescrição, ainda que intercorrente”. Aponta a previsão do § 1º do art. 1º da Lei n. 9.873/1999, pelo qual “incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração de responsabilidade funcional decorrente de paralisação, se for o caso”. Sustenta ser “incontroverso que o processo iniciou em 2004, permaneceu 12 (doze) anos sem nenhuma providência apuratória, sendo julgado em decisão definitiva após 14 (quatorze) anos de tramitação. O processo tido como “referência” foi julgado em 2010, sendo que os recursos interpostos não eram 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Salienta que “o Processo nº 008.754/2004-9 tramitou sem que o peticionário ou quaisquer dos interessados, em nenhum instante, fossem citados ou intimados a integrar o polo passivo desse processo administrativo. Nem se alegue que as violações às garantias legal e constitucional não foram violadas, porque teria respondido no Processo nº 010.462/2004-1, que se limitou a analisar exclusivamente o processo de contratação direta do Movimento Brasil Competitivo. E em nenhum momento apurou as contas de todo o exercício de 2003, porque nunca compreendeu a totalidade de despesas do exercício discutido na TCS nº 008.754/2004-9, cuja monta envolvida supera em quase 06 (seis) vezes o seu valor” (fls. 8-9, e-doc. 69). Insiste ter havido “omissão em relação a qual seria o fundamento jurídico, redação de lei ou qualquer outro princípio de nosso ordenamento, que preveja a possibilidade de paralisação de um procedimento administrativo por mais de dez anos, considerado que a regra do §1º do artigo 1º da Lei nº 9.873/1999 é taxativa e não exclui os casos de processos sobrestados” (fl. 10, e-doc. 69). Afirma que, “se for considerado que o prazo seria até a apreciação do Processo nº 010.462/2004-1 (Representação, ocorrida em 2010, e considerando a nova instrução somente ocorreu em 2015, também se estará diante da ocorrência de prescrição, ainda que intercorrente”. Aponta a previsão do § 1º do art. 1º da Lei n. 9.873/1999, pelo qual “incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração de responsabilidade funcional decorrente de paralisação, se for o caso”. Sustenta ser “incontroverso que o processo iniciou em 2004, permaneceu 12 (doze) anos sem nenhuma providência apuratória, sendo julgado em decisão definitiva após 14 (quatorze) anos de tramitação. O processo tido como “referência” foi julgado em 2010, sendo que os recursos interpostos não eram 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF dotados de efeito suspensivo, sendo plenamente viável que o ilegal e imoral sobrestamento de DEZ anos acabasse. Porém, isso somente ocorreu em 2016”. Conclui merecer “reforma as decisões impugnadas, para que seja concedida a ordem do Mandamus para declarar NULOS os acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, ante a violação ao contraditório e à ampla defesa, ou mesmo pelo reconhecimento da prescrição punitiva do Processo nº 008.754/2004-9” (fl. 11, e-doc. 69). 4. A União apresentou contrarrazões (e-doc. 75), pleiteando a manutenção da decisão agravada por seus próprios fundamentos. Ressalta a previsão de julgamento monocrático do mandado de segurança, pelo Relator, nos termos do Código de Processo Civil e do § 1º do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, cabível a interposição de agravo interno. Assevera que, “ao contrário do que argumenta o agravante [a decisão agravada] não se limitou a indicar dispositivos legais ou fazer paráfrases destes, pelo contrário, incursionou na análise dos argumentos do impetrante, mormente acerca da ocorrência de prescrição” (fl. 6, e-doc. 75). Quanto à alegada afronta às garantias do contraditório e da ampla defesa no Processo n. 008.754/2004-9, salienta que “a decisão objurgada foi minudente na análise da referida alegação, afastando, de forma fundamentada, o argumento de violação ao contraditório e ampla defesa, conforme se depreende do trecho”, transcrito à fl. 9 (e-doc. 75). Afirma que “o recorrente não concorda com a tese, respaldada em jurisprudência dessa Suprema Corte, de que o exercício do contraditório e ampla defesa, no âmbito do TCU, pode se verificar em processo distinto, desde que se refira aos mesmos fatos apurados, como expressamente constante dos acórdãos apontados como atos coatores bem como nas informações prestadas pela Corte de 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF dotados de efeito suspensivo, sendo plenamente viável que o ilegal e imoral sobrestamento de DEZ anos acabasse. Porém, isso somente ocorreu em 2016”. Conclui merecer “reforma as decisões impugnadas, para que seja concedida a ordem do Mandamus para declarar NULOS os acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, ante a violação ao contraditório e à ampla defesa, ou mesmo pelo reconhecimento da prescrição punitiva do Processo nº 008.754/2004-9” (fl. 11, e-doc. 69). 4. A União apresentou contrarrazões (e-doc. 75), pleiteando a manutenção da decisão agravada por seus próprios fundamentos. Ressalta a previsão de julgamento monocrático do mandado de segurança, pelo Relator, nos termos do Código de Processo Civil e do § 1º do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, cabível a interposição de agravo interno. Assevera que, “ao contrário do que argumenta o agravante [a decisão agravada] não se limitou a indicar dispositivos legais ou fazer paráfrases destes, pelo contrário, incursionou na análise dos argumentos do impetrante, mormente acerca da ocorrência de prescrição” (fl. 6, e-doc. 75). Quanto à alegada afronta às garantias do contraditório e da ampla defesa no Processo n. 008.754/2004-9, salienta que “a decisão objurgada foi minudente na análise da referida alegação, afastando, de forma fundamentada, o argumento de violação ao contraditório e ampla defesa, conforme se depreende do trecho”, transcrito à fl. 9 (e-doc. 75). Afirma que “o recorrente não concorda com a tese, respaldada em jurisprudência dessa Suprema Corte, de que o exercício do contraditório e ampla defesa, no âmbito do TCU, pode se verificar em processo distinto, desde que se refira aos mesmos fatos apurados, como expressamente constante dos acórdãos apontados como atos coatores bem como nas informações prestadas pela Corte de 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF Contas e, via de consequência, adotadas como razões de decidir na decisão agravada, tese esta corroborada pelos precedentes desse STF colacionados na decisão” (fls. 10-11, e-doc. 75). Assevera serem improcedentes as “alegações de que teria havido ‘relativização da aplicação da lei’, ‘sem apontar o fundamento legal ou jurídico’, tendo presente que a decisão expressamente consignou a aplicação ao caso do inciso II, do art. 2º, da Lei nº 9.873/1999. Ora, se o inciso II, do art. 2º, da Lei n 9.783/99 é claro no sentido de que ‘qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato” interrompe a prescrição’, e houve instrução regular realizada pela Corte de Contas no TC n. 010.462/2004-1, sendo assim, não há que se falar em ocorrência de prescrição” (fl. 11, e-doc. 75). Afirma que “os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, a Tomada de contas que ensejou o Acórdão nº 1.289/2016-TCU-1ªCâmara, foi autuada em 15/06/2004, o despacho ordenando a notificação do responsável se deu em 17/06/2005, tendo sido prolatado o Acórdão nº 2.060/2010-TCUPlenário, que ‘condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU-Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário’” (fl. 13, e-doc. 75). Salienta que “tão somente após concluído o Processo de Tomada de Contas Simplificado, com a prolação do Acórdão 1.780/2015-TCU, Plenário, é que pôde a Corte de Contas ‘passar a análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão nº 1.289/2016-TCU-1ª – Câmara. Destarte, como constante na decisão agravada, ao se reportar às informações da Corte de Contas” (fl. 13, e-doc. 75). Conclui “não haver razões para a reforma da decisão agravada que, corretamente, afastou a existência de violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como afastou, com fundamentos que permanecem hígidos, a alegação de prescrição, tendo presente que os marcos interruptivos disciplinados na Lei nº 9.873/99” (fl. 14, e-doc. 69). 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Contas e, via de consequência, adotadas como razões de decidir na decisão agravada, tese esta corroborada pelos precedentes desse STF colacionados na decisão” (fls. 10-11, e-doc. 75). Assevera serem improcedentes as “alegações de que teria havido ‘relativização da aplicação da lei’, ‘sem apontar o fundamento legal ou jurídico’, tendo presente que a decisão expressamente consignou a aplicação ao caso do inciso II, do art. 2º, da Lei nº 9.873/1999. Ora, se o inciso II, do art. 2º, da Lei n 9.783/99 é claro no sentido de que ‘qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato” interrompe a prescrição’, e houve instrução regular realizada pela Corte de Contas no TC n. 010.462/2004-1, sendo assim, não há que se falar em ocorrência de prescrição” (fl. 11, e-doc. 75). Afirma que “os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, a Tomada de contas que ensejou o Acórdão nº 1.289/2016-TCU-1ªCâmara, foi autuada em 15/06/2004, o despacho ordenando a notificação do responsável se deu em 17/06/2005, tendo sido prolatado o Acórdão nº 2.060/2010-TCUPlenário, que ‘condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU-Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário’” (fl. 13, e-doc. 75). Salienta que “tão somente após concluído o Processo de Tomada de Contas Simplificado, com a prolação do Acórdão 1.780/2015-TCU, Plenário, é que pôde a Corte de Contas ‘passar a análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão nº 1.289/2016-TCU-1ª – Câmara. Destarte, como constante na decisão agravada, ao se reportar às informações da Corte de Contas” (fl. 13, e-doc. 75). Conclui “não haver razões para a reforma da decisão agravada que, corretamente, afastou a existência de violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como afastou, com fundamentos que permanecem hígidos, a alegação de prescrição, tendo presente que os marcos interruptivos disciplinados na Lei nº 9.873/99” (fl. 14, e-doc. 69). 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF É o relatório. 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF É o relatório. 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 06/03/2020 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Nos termos do § 1º do art. 21 do Regimento Interno deste Supremo Tribunal, compete ao Relator, monocraticamente, negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente inadmissível, improcedente ou contrário à jurisprudência dominante ou a súmula do Supremo Tribunal Federal. Na espécie, a questão de fundo foi analisada com respaldo em decisão colegiada da Primeira Turma deste Supremo Tribunal, de minha relatoria (Mandado de Segurança n. 30.322, DJe 25.11.2011), além de em diversos outros precedentes: Mandado de Segurança n. 27.751 ED-AgR, Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 22.11.2016, Mandado de Segurança n. 33.063, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 6.3.2019. Como firmado pela jurisprudência deste Supremo Tribunal, assegura-se à parte a impugnação do que monocraticamente decidido pela interposição do agravo interno para “forçar o pronunciamento do colegiado” (Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.232.326 AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 25.11.2019), como se tem na presente análise, não se havendo cogitar de usurpação de competência das Turmas. 3. Conforme assentado na decisão agravada, o indeferimento do Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal 06/03/2020 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Nos termos do § 1º do art. 21 do Regimento Interno deste Supremo Tribunal, compete ao Relator, monocraticamente, negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente inadmissível, improcedente ou contrário à jurisprudência dominante ou a súmula do Supremo Tribunal Federal. Na espécie, a questão de fundo foi analisada com respaldo em decisão colegiada da Primeira Turma deste Supremo Tribunal, de minha relatoria (Mandado de Segurança n. 30.322, DJe 25.11.2011), além de em diversos outros precedentes: Mandado de Segurança n. 27.751 ED-AgR, Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 22.11.2016, Mandado de Segurança n. 33.063, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 6.3.2019. Como firmado pela jurisprudência deste Supremo Tribunal, assegura-se à parte a impugnação do que monocraticamente decidido pela interposição do agravo interno para “forçar o pronunciamento do colegiado” (Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.232.326 AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 25.11.2019), como se tem na presente análise, não se havendo cogitar de usurpação de competência das Turmas. 3. Conforme assentado na decisão agravada, o indeferimento do Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (“pas de nullité sans grief”) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal. Na espécie, a demonstração do prejuízo vincula-se à necessidade da produção de prova inequívoca quanto à ilegalidade ou abusividade do ato reputado coator, o que não se perfez quanto ao alegado cerceamento ao contraditório e à ampla defesa. Tem-se comprovado no processo que o agravante participou intensamente de “todas as tomadas de contas instauradas”, interpondo inúmeros recursos e produzindo defesa de mérito contra os fatos que lhe foram imputados, “dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União”: “Hely Lopes Meirelles ensina que ‘o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo a direito líquido e certo do impetrante’ (Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 34. ed. Malheiros, 2012. p. 39). Compete ao impetrante a produção de prova inequívoca, no momento da impetração, quanto à ilegalidade suscitada, na espécie de ter suportado efetivo prejuízo na ampla defesa e no contraditório no decorrer de processo em tomada de contas federal. Na decisão embargada, pela qual analisada a cadeia recursal utilizada pelo impetrante em todas as tomadas de contas instauradas naquele órgão fiscalizador, assentou-se: ‘(...) o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (“pas de nullité sans grief”) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal. Na espécie, a demonstração do prejuízo vincula-se à necessidade da produção de prova inequívoca quanto à ilegalidade ou abusividade do ato reputado coator, o que não se perfez quanto ao alegado cerceamento ao contraditório e à ampla defesa. Tem-se comprovado no processo que o agravante participou intensamente de “todas as tomadas de contas instauradas”, interpondo inúmeros recursos e produzindo defesa de mérito contra os fatos que lhe foram imputados, “dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União”: “Hely Lopes Meirelles ensina que ‘o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo a direito líquido e certo do impetrante’ (Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 34. ed. Malheiros, 2012. p. 39). Compete ao impetrante a produção de prova inequívoca, no momento da impetração, quanto à ilegalidade suscitada, na espécie de ter suportado efetivo prejuízo na ampla defesa e no contraditório no decorrer de processo em tomada de contas federal. Na decisão embargada, pela qual analisada a cadeia recursal utilizada pelo impetrante em todas as tomadas de contas instauradas naquele órgão fiscalizador, assentou-se: ‘(...) o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (fl. 20, e- doc. 58). Asseverou a Advocacia-Geral da União: “A decisão [agravada], ao contrário do que argumenta o agravante não se limitou a indicar dispositivos legais ou fazer paráfrases destes, pelo contrário, incursionou na análise dos argumentos do impetrante, mormente acerca da ocorrência de prescrição. Confira-se: 10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetrante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (fl. 20, e- doc. 58). Asseverou a Advocacia-Geral da União: “A decisão [agravada], ao contrário do que argumenta o agravante não se limitou a indicar dispositivos legais ou fazer paráfrases destes, pelo contrário, incursionou na análise dos argumentos do impetrante, mormente acerca da ocorrência de prescrição. Confira-se: 10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetrante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nos informações, e-doc. 36” (fls. 6-7, e-doc. 75). Enfatizado desde a decisão monocrática que a Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi sobrestada para que se aguardasse o julgamento da Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, instaurada por representação do Ministério Público para “apurar eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações, bem como identificar e responsabilizar, se o caso, os agentes por eventuais prejuízos ao erário” (fls. 3-4, e-doc. 1). Foram apenas estes os fatos que levaram à rejeição das contas do impetrante naquela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9. O Acórdão TCU n. 1289, agora impugnado, foi proferido em 23.2.2016, menos de um ano depois do julgamento definitivo da Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, consubstanciado no Acórdão TCU n. 1.780, de 22.7.2015: “Voto A presente tomada de contas simplificada da Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, relativa ao exercício de 2003, obteve do controle interno opinião pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das ocorrências elencadas no item 2 do relatório precedente, apontadas em auditoria de gestão realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU). 2. Neste Tribunal, o julgamento do processo foi sobrestado em virtude da necessidade de se aguardar a apreciação da representação objeto do TC 010.462/2004-1, cujo desenvolvimento poderia ter influência sobre o juízo de mérito das contas. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nos informações, e-doc. 36” (fls. 6-7, e-doc. 75). Enfatizado desde a decisão monocrática que a Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi sobrestada para que se aguardasse o julgamento da Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, instaurada por representação do Ministério Público para “apurar eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações, bem como identificar e responsabilizar, se o caso, os agentes por eventuais prejuízos ao erário” (fls. 3-4, e-doc. 1). Foram apenas estes os fatos que levaram à rejeição das contas do impetrante naquela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9. O Acórdão TCU n. 1289, agora impugnado, foi proferido em 23.2.2016, menos de um ano depois do julgamento definitivo da Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, consubstanciado no Acórdão TCU n. 1.780, de 22.7.2015: “Voto A presente tomada de contas simplificada da Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, relativa ao exercício de 2003, obteve do controle interno opinião pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das ocorrências elencadas no item 2 do relatório precedente, apontadas em auditoria de gestão realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU). 2. Neste Tribunal, o julgamento do processo foi sobrestado em virtude da necessidade de se aguardar a apreciação da representação objeto do TC 010.462/2004-1, cujo desenvolvimento poderia ter influência sobre o juízo de mérito das contas. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF 3. O referido TC 010.462/2004-1 foi julgado nos termos do Acórdão 2.060/2010-TCU-P, concernente ao mérito da representação, bem como dos Acórdãos 1.178/2014-TCU-P, atinente a pedido de reexame interposto pelos responsáveis contra aquela deliberação, e 1.780/2015-TCU-P, relativo a embargos de declaração opostos contra essa última, nos quais o Tribunal considerou procedente a representação e rejeitou as razões de justificativa apresentadas pelo responsável Humberto Falcão Martins acerca de uma das ocorrências que lhe foram imputadas naquele processo, aplicando-lhe multa de R$ 10.000,00, por ato antieconômico” (voto condutor no Acórdão TCU n. 1.289, sessão 23.2.2016). Daí a constatação de ter havido a plena produção de defesa e contraditório na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, fundamento para a rejeição das contas, como também enfatizado no Acórdão TCU n. 1.289 impugnado: “Como bem ressaltou o próprio recorrente, a única irregularidade que deu ensejo ao julgamento das contas dele relativas ao exercício de 2003 na Seges do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, decorreu dos fatos tratados no TC 010.462/2004- 1. 5.4. Na ocasião, o recorrente teve ampla possibilidade de defesa antes da prolação do Acórdão 2.060/2010 – Plenário, relatado pelo Ministro José Múcio, tendo a parte, após, inclusive, apresentado pedido de reexame ao Tribunal, julgado improcedente pelo Acórdão 1.178/2014 – Plenário, da relatoria do Ministro Aroldo Cedraz” (fl. 5, e-doc. 36). 4. Reitere-se que “a tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes”. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 3. O referido TC 010.462/2004-1 foi julgado nos termos do Acórdão 2.060/2010-TCU-P, concernente ao mérito da representação, bem como dos Acórdãos 1.178/2014-TCU-P, atinente a pedido de reexame interposto pelos responsáveis contra aquela deliberação, e 1.780/2015-TCU-P, relativo a embargos de declaração opostos contra essa última, nos quais o Tribunal considerou procedente a representação e rejeitou as razões de justificativa apresentadas pelo responsável Humberto Falcão Martins acerca de uma das ocorrências que lhe foram imputadas naquele processo, aplicando-lhe multa de R$ 10.000,00, por ato antieconômico” (voto condutor no Acórdão TCU n. 1.289, sessão 23.2.2016). Daí a constatação de ter havido a plena produção de defesa e contraditório na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, fundamento para a rejeição das contas, como também enfatizado no Acórdão TCU n. 1.289 impugnado: “Como bem ressaltou o próprio recorrente, a única irregularidade que deu ensejo ao julgamento das contas dele relativas ao exercício de 2003 na Seges do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, decorreu dos fatos tratados no TC 010.462/2004- 1. 5.4. Na ocasião, o recorrente teve ampla possibilidade de defesa antes da prolação do Acórdão 2.060/2010 – Plenário, relatado pelo Ministro José Múcio, tendo a parte, após, inclusive, apresentado pedido de reexame ao Tribunal, julgado improcedente pelo Acórdão 1.178/2014 – Plenário, da relatoria do Ministro Aroldo Cedraz” (fl. 5, e-doc. 36). 4. Reitere-se que “a tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes”. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Nos diversos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Contas da União, resultantes dos sucessivos recursos apresentados pelo agravante, ficou caraterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). Retomo o teor das informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Nos diversos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Contas da União, resultantes dos sucessivos recursos apresentados pelo agravante, ficou caraterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). Retomo o teor das informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). O Tribunal de Contas da União no Acórdão TCU n. 1.298 decidiu que “a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação” (fl. 17, e-doc. 39). Nesse mesmo sentido a decisão colegiada proferida pela Primeira Turma deste Supremo Tribunal, no Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, no qual igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: “Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). O Tribunal de Contas da União no Acórdão TCU n. 1.298 decidiu que “a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação” (fl. 17, e-doc. 39). Nesse mesmo sentido a decisão colegiada proferida pela Primeira Turma deste Supremo Tribunal, no Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, no qual igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: “Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem, isoladamente, insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. Nesse sentido, a Procuradoria-Geral da República destacou: “Com efeito, as Tomadas de Contas Especiais 004.020/2004-4 e 12.633/2005-8 destinaram-se a apurar fatos específicos praticados pelo impetrante no exercício de 2003, os quais foram considerados irregulares e serviram de base para o julgamento o conjunto dos atos praticados no desempenho na gestão pública na prestação de contas relativas ao mesmo ano - TC 009.880/2004-9. Assim, uma vez que as ocorrências que justificaram a aplicação das multas, ao impetrante, nas Tomadas de Contas Especiais, estavam contidas na gestão pública do mesmo exercício (2003) (fls. 741/755 e 757/758), julgada ilegal, antieconômica e contrária às normas legais e regulamentares de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, na Prestação de Contas 009.880/2004-9, tornou-se despicienda a intimação, nestes autos, para apresentação de justificativas, que não poderiam ser diferentes das já apresentadas nas TCEs, inclusive, em razão do trânsito em julgado ocorrido nestes processos. (...) Portanto, se nas TCEs foram examinadas todas as irregularidades e as justificativas apresentadas, desnecessária a citação em processo conexo, que examinou o conjunto destas mesmas irregularidades, sob pena de mácula ao princípio da razoável duração 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem, isoladamente, insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. Nesse sentido, a Procuradoria-Geral da República destacou: “Com efeito, as Tomadas de Contas Especiais 004.020/2004-4 e 12.633/2005-8 destinaram-se a apurar fatos específicos praticados pelo impetrante no exercício de 2003, os quais foram considerados irregulares e serviram de base para o julgamento o conjunto dos atos praticados no desempenho na gestão pública na prestação de contas relativas ao mesmo ano - TC 009.880/2004-9. Assim, uma vez que as ocorrências que justificaram a aplicação das multas, ao impetrante, nas Tomadas de Contas Especiais, estavam contidas na gestão pública do mesmo exercício (2003) (fls. 741/755 e 757/758), julgada ilegal, antieconômica e contrária às normas legais e regulamentares de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, na Prestação de Contas 009.880/2004-9, tornou-se despicienda a intimação, nestes autos, para apresentação de justificativas, que não poderiam ser diferentes das já apresentadas nas TCEs, inclusive, em razão do trânsito em julgado ocorrido nestes processos. (...) Portanto, se nas TCEs foram examinadas todas as irregularidades e as justificativas apresentadas, desnecessária a citação em processo conexo, que examinou o conjunto destas mesmas irregularidades, sob pena de mácula ao princípio da razoável duração 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF do feito” (grifos nossos). Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. 5. Não procede, de igual modo, o argumento segundo o qual as penas de multa aplicadas nessas tomadas de contas especiais impediriam a aplicação de nova pena no julgamento do Processo TC n. 009.880/2004-9. Isso porque o objeto de exame desses processos foi distinto. Nesse sentido, o Tribunal de Contas da União esclareceu: “as tomadas de contas especiais (…) destinaram-se à apuração de fatos específicos, de forma isolada, (…) já o processo de prestação de contas (…) foi autuado com o objetivo de avaliar e julgar o desempenho e a conformidade da gestão (...), ou seja, aprecia-se o conjunto dos atos de gestão praticados pelos administradores em determinado exercício. Assim, enquanto nos processos de tomadas de contas especiais (…) os atos que lhe deram origem foram apreciados isoladamente, no processo de prestação de contas tais atos (já reputados irregulares) são examinados em conjunto e em confronto com os demais atos de gestão a ele atribuídos, com vistas à formação do juízo de mérito sobre a gestão do responsável (…), a qual é julgada irregulares, regulares ou regulares com ressalva (...) Ou seja, verifica-se se o apurado nas tomadas de contas especiais tem o condão de macular o conjunto da gestão do responsável” (grifos nossos). O Processo TC n. 009.880/2004-9 teve como objeto a prestação de contas da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social – Dataprev no exercício de 2003 e, portanto, o exame de todos os atos praticados no período por seus ex-gestores. Em razão das diversas falhas constatadas naquelas tomadas de contas especias, que apuravam fatos pontuais, o Tribunal de Contas da União julgou irregulares as contas apresentadas e decidiu inabilitar o Impetrante para o exercício de cargo em comissão ou função 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF do feito” (grifos nossos). Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. 5. Não procede, de igual modo, o argumento segundo o qual as penas de multa aplicadas nessas tomadas de contas especiais impediriam a aplicação de nova pena no julgamento do Processo TC n. 009.880/2004-9. Isso porque o objeto de exame desses processos foi distinto. Nesse sentido, o Tribunal de Contas da União esclareceu: “as tomadas de contas especiais (…) destinaram-se à apuração de fatos específicos, de forma isolada, (…) já o processo de prestação de contas (…) foi autuado com o objetivo de avaliar e julgar o desempenho e a conformidade da gestão (...), ou seja, aprecia-se o conjunto dos atos de gestão praticados pelos administradores em determinado exercício. Assim, enquanto nos processos de tomadas de contas especiais (…) os atos que lhe deram origem foram apreciados isoladamente, no processo de prestação de contas tais atos (já reputados irregulares) são examinados em conjunto e em confronto com os demais atos de gestão a ele atribuídos, com vistas à formação do juízo de mérito sobre a gestão do responsável (…), a qual é julgada irregulares, regulares ou regulares com ressalva (...) Ou seja, verifica-se se o apurado nas tomadas de contas especiais tem o condão de macular o conjunto da gestão do responsável” (grifos nossos). O Processo TC n. 009.880/2004-9 teve como objeto a prestação de contas da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social – Dataprev no exercício de 2003 e, portanto, o exame de todos os atos praticados no período por seus ex-gestores. Em razão das diversas falhas constatadas naquelas tomadas de contas especias, que apuravam fatos pontuais, o Tribunal de Contas da União julgou irregulares as contas apresentadas e decidiu inabilitar o Impetrante para o exercício de cargo em comissão ou função 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF comissionada, nos termos da Lei n. 8.443/1992, que dispõe: “Art. 60. Sem prejuízo das sanções previstas na seção anterior e das penalidades administrativas, aplicáveis pelas autoridades competentes, por irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União, sempre que este, por maioria absoluta de seus membros, considerar grave a infração cometida, o responsável ficará inabilitado, por um período que variará de cinco a oito anos, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública” (grifos nossos). Assim, diante da distinção entre os objetos dos processos em foco e a independência das sansões neles aplicadas, não se há reconhecer qualquer ilegalidade no ato apontado como coator. 6. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a segurança” (voto condutor por mim proferido no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). Na decisão agravada, realcei o pronunciamento do Ministro Luiz Fux, cujo voto reforçou a possibilidade de aproveitamento da defesa produzida em outros processos de controle de contas: “O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, anoto ainda que o impetrante teve a oportunidade de se manifestar em processos conexos sobre as irregularidades pelas quais foi condenado e sem prejuízos sobre a doutrina no sentido de que a anulação, nesses casos, na decisão do Tribunal de Contas, configuraria um profundo desprestígio ao princípio da moralidade administrativa, mercê da ausência de argumentos que evidenciam algum equívoco da sanção imposta. Acompanho Vossa Excelência” (voto do Ministro Luiz Fux no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). 5. De se reafirmar que “a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi suprimida pela sua efetiva participação no 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF comissionada, nos termos da Lei n. 8.443/1992, que dispõe: “Art. 60. Sem prejuízo das sanções previstas na seção anterior e das penalidades administrativas, aplicáveis pelas autoridades competentes, por irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União, sempre que este, por maioria absoluta de seus membros, considerar grave a infração cometida, o responsável ficará inabilitado, por um período que variará de cinco a oito anos, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública” (grifos nossos). Assim, diante da distinção entre os objetos dos processos em foco e a independência das sansões neles aplicadas, não se há reconhecer qualquer ilegalidade no ato apontado como coator. 6. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a segurança” (voto condutor por mim proferido no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). Na decisão agravada, realcei o pronunciamento do Ministro Luiz Fux, cujo voto reforçou a possibilidade de aproveitamento da defesa produzida em outros processos de controle de contas: “O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, anoto ainda que o impetrante teve a oportunidade de se manifestar em processos conexos sobre as irregularidades pelas quais foi condenado e sem prejuízos sobre a doutrina no sentido de que a anulação, nesses casos, na decisão do Tribunal de Contas, configuraria um profundo desprestígio ao princípio da moralidade administrativa, mercê da ausência de argumentos que evidenciam algum equívoco da sanção imposta. Acompanho Vossa Excelência” (voto do Ministro Luiz Fux no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). 5. De se reafirmar que “a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi suprimida pela sua efetiva participação no 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF processo, inclusive pela interposição de pedido de reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão n. 1.289/2016. O Tribunal de Contas da União apreciou cada item das alegações do impetrante tanto na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 quanto na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, em que analisados os mesmos fatos e decididos na linha de entendimento sumulado naquele órgão de controle (Súmula TCU n. 288): “10. No recurso de reconsideração, o Sr. Humberto Falcão Martins alega a nulidade da decisão recorrida ante a suposta violação aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Isso porque, nos presentes autos, antes da prolação do acórdão guerreado, não lhe foi facultada a apresentação de defesa. No mérito, aduz que a irregularidade de suas contas mostra-se desproporcional, tendo em vista a impossibilidade de a falha apurada na representação macular integralmente a gestão dele no exercício de 2003. 11. A Secretaria de Recursos e o Ministério Público junto ao TCU manifestaram-se de forma unânime para que o Tribunal negue provimento ao apelo, mantendo, em seus exatos termos, a decisão recorrida. Antecipo que acompanharei os pareceres precedentes, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir, sem prejuízo das considerações que passo a fazer. 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. Cito, nesse sentido, os Acórdãos 5.116/2014-1ª Câmara, 2.146/2014-1ª Câmara, 7.573/2012-2ª Câmara, 525/2011-2ª Câmara, 1.669/2014-Plenário, 2.326/2013-Plenário, dentre muitos outros. Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: “O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF processo, inclusive pela interposição de pedido de reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão n. 1.289/2016. O Tribunal de Contas da União apreciou cada item das alegações do impetrante tanto na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 quanto na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, em que analisados os mesmos fatos e decididos na linha de entendimento sumulado naquele órgão de controle (Súmula TCU n. 288): “10. No recurso de reconsideração, o Sr. Humberto Falcão Martins alega a nulidade da decisão recorrida ante a suposta violação aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Isso porque, nos presentes autos, antes da prolação do acórdão guerreado, não lhe foi facultada a apresentação de defesa. No mérito, aduz que a irregularidade de suas contas mostra-se desproporcional, tendo em vista a impossibilidade de a falha apurada na representação macular integralmente a gestão dele no exercício de 2003. 11. A Secretaria de Recursos e o Ministério Público junto ao TCU manifestaram-se de forma unânime para que o Tribunal negue provimento ao apelo, mantendo, em seus exatos termos, a decisão recorrida. Antecipo que acompanharei os pareceres precedentes, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir, sem prejuízo das considerações que passo a fazer. 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. Cito, nesse sentido, os Acórdãos 5.116/2014-1ª Câmara, 2.146/2014-1ª Câmara, 7.573/2012-2ª Câmara, 525/2011-2ª Câmara, 1.669/2014-Plenário, 2.326/2013-Plenário, dentre muitos outros. Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: “O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito.” 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor. 14. Esse entendimento consolidado tem uma razão de ser. A garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação. 15. Tese semelhante foi ratificada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mandado de Segurança 30.322/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia. Tratava-se de um caso em que o gestor já havia sido multado pelo TCU em duas tomadas de contas especiais e, no processo de contas, com fundamento nos mesmos fatos, esta Corte decidiu inabilitar, sem a oferta de novo contraditório, por cinco anos, o servidor para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública. Transcrevo trecho do voto da relatora, que bem resume a tese aqui defendida: “ (...) o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos”. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito.” 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor. 14. Esse entendimento consolidado tem uma razão de ser. A garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação. 15. Tese semelhante foi ratificada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mandado de Segurança 30.322/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia. Tratava-se de um caso em que o gestor já havia sido multado pelo TCU em duas tomadas de contas especiais e, no processo de contas, com fundamento nos mesmos fatos, esta Corte decidiu inabilitar, sem a oferta de novo contraditório, por cinco anos, o servidor para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública. Transcrevo trecho do voto da relatora, que bem resume a tese aqui defendida: “ (...) o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos”. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 29 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF 16. À luz dessas considerações, rejeito a preliminar de que teria ocorrido violação do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal” (voto do Relator no pedido de reconsideração no Acórdão TCU n. 1.496/2018). Na espécie, o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (decisão monocrática, e-doc. 58). 6. Na linha da jurisprudência deste Supremo Tribunal, colacionada nas decisões impugnadas, “atenta à viabilidade operacional dos órgãos de controle (Tribunal de Contas da União, Conselho Nacional de Justiça, Conselho Nacional do Ministério Público etc.), e à acertada delimitação das garantias constitucionais de natureza procedimental, firma-se no sentido de que, na hipótese de a atuação de instituições 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 16. À luz dessas considerações, rejeito a preliminar de que teria ocorrido violação do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal” (voto do Relator no pedido de reconsideração no Acórdão TCU n. 1.496/2018). Na espécie, o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (decisão monocrática, e-doc. 58). 6. Na linha da jurisprudência deste Supremo Tribunal, colacionada nas decisões impugnadas, “atenta à viabilidade operacional dos órgãos de controle (Tribunal de Contas da União, Conselho Nacional de Justiça, Conselho Nacional do Ministério Público etc.), e à acertada delimitação das garantias constitucionais de natureza procedimental, firma-se no sentido de que, na hipótese de a atuação de instituições 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF fiscalizatórias envolver apuração de espectro amplo, voltada à promoção de ajuste da conduta de entes ou órgãos fiscalizados aos ditames legais, sem deliberação imediata sobre situações específicas, não há necessidade de intimação, no âmbito interno do órgão de controle, de cada um dos potenciais interessados nos desdobramentos da decisão administrativa genérica a ser proferida. (…) Ainda que se reputasse devida a prévia intimação pessoal do agravante no PCA em tela, forçoso seria concluir, presente a diretriz traçada no brocardo “pas de nullité sans grief”, que a decretação de nulidade por cerceamento de defesa exigiria demonstração de prejuízo concreto, o que não ocorreu, quer ante a existência de manifestação do impetrante no mencionado procedimento de controle administrativo, quer ante a natureza genérica da decisão proferida pelo CNJ, limitada a determinar a observância, pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, autoridade delegante, da exigência constitucional de concurso para ingresso e remoção na atividade notarial e de registro, sem redundar em imediata desconstituição de delegações específicas, providência deixada a cargo da Corte estadual capixaba, após exame individualizado de cada situação” (MS n. 27.751 ED-AgR, Relatora Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 22.11.2016). No mesmo sentido: “Quanto à alegada violação aos princípios do devido processo legal e do contraditório, registre-se que esta Corte já firmou orientação no sentido de que não viola os referidos postulados, a ausência de intimação de cada um dos possíveis interessados nos desdobramentos de decisão a ser proferida em processos de fiscalização, como é o caso das representações, submetidos à apreciação do Tribunal de Contas da União. Desse modo, não há necessidade de intervenção dos interessados nos processos de representação conduzidos pelo TCU. É que nesta hipótese, a relação processual estabelecida envolve apenas o órgão fiscalizador e a parte que está sendo fiscalizada. Nesse sentido, cito os seguintes julgados: CONTRADITÓRIO – TRIBUNAL DE CONTAS – CONTROLE EXTERNO – INEXIGIBILIDADE. O contraditório pressupõe a 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF fiscalizatórias envolver apuração de espectro amplo, voltada à promoção de ajuste da conduta de entes ou órgãos fiscalizados aos ditames legais, sem deliberação imediata sobre situações específicas, não há necessidade de intimação, no âmbito interno do órgão de controle, de cada um dos potenciais interessados nos desdobramentos da decisão administrativa genérica a ser proferida. (…) Ainda que se reputasse devida a prévia intimação pessoal do agravante no PCA em tela, forçoso seria concluir, presente a diretriz traçada no brocardo “pas de nullité sans grief”, que a decretação de nulidade por cerceamento de defesa exigiria demonstração de prejuízo concreto, o que não ocorreu, quer ante a existência de manifestação do impetrante no mencionado procedimento de controle administrativo, quer ante a natureza genérica da decisão proferida pelo CNJ, limitada a determinar a observância, pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, autoridade delegante, da exigência constitucional de concurso para ingresso e remoção na atividade notarial e de registro, sem redundar em imediata desconstituição de delegações específicas, providência deixada a cargo da Corte estadual capixaba, após exame individualizado de cada situação” (MS n. 27.751 ED-AgR, Relatora Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 22.11.2016). No mesmo sentido: “Quanto à alegada violação aos princípios do devido processo legal e do contraditório, registre-se que esta Corte já firmou orientação no sentido de que não viola os referidos postulados, a ausência de intimação de cada um dos possíveis interessados nos desdobramentos de decisão a ser proferida em processos de fiscalização, como é o caso das representações, submetidos à apreciação do Tribunal de Contas da União. Desse modo, não há necessidade de intervenção dos interessados nos processos de representação conduzidos pelo TCU. É que nesta hipótese, a relação processual estabelecida envolve apenas o órgão fiscalizador e a parte que está sendo fiscalizada. Nesse sentido, cito os seguintes julgados: CONTRADITÓRIO – TRIBUNAL DE CONTAS – CONTROLE EXTERNO – INEXIGIBILIDADE. O contraditório pressupõe a 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF existência de litigantes ou acusados, o que não ocorre quando o Tribunal de Contas atua no campo da fiscalização de órgãos e entes administrativos. CONTROLE ABSTRATO – DECADÊNCIA – INADEQUAÇÃO. O disposto no artigo 54 da Lei nº 9.784/1999 não se aplica a processos de controle abstrato, em que não há exame de ato específico do qual decorra efeito favorável ao administrado.” (MS 34224, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 27.11.2017)” (MS n. 33.063, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 6.3.2019). “AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO FINANCEIRO. PRESTAÇÃO DE CONTAS POR PARTIDO POLÍTICO. REPROVAÇÃO. RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. FASES. COMUNICAÇÕES. VALIDADE. PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. OBSERVÂNCIA. PRAZO DE GUARDA DE DOCUMENTAÇÃO. PREJUÍZO. NÃO CONFIGURAÇÃO. 1. São mitigadas as exigências de contraditório na fase interna da tomada de contas especial, pois não existe um processo que tem por finalidade julgar a regularidade das condutas e a responsabilidade dos agentes, mas há apenas um procedimento investigatório da Administração Pública para resguardar a legalidade e a economicidade na aplicação dos recursos públicos. Precedentes” (MS-AgR n. 34.690, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 5.10.2018). “Mandado de Segurança. 2. Decisão do Presidente da República que, em processo administrativo, indeferiu recurso hierárquico e, por consequência, manteve decisão que declarou a caducidade da concessão outorgada à Transbrasil S.A Linhas Aéreas para a prestação de serviço de transporte aéreo. 3. Alegada violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório, assim como a dispositivos da Lei n° 9.784/99, pois a impetrante não teria sido comunicada da instauração do processo administrativo ou de qualquer ato nele praticado, não lhe tendo sido concedida oportunidade de proferir defesa de forma adequada. 4. Os documentos juntados aos autos pela própria 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF existência de litigantes ou acusados, o que não ocorre quando o Tribunal de Contas atua no campo da fiscalização de órgãos e entes administrativos. CONTROLE ABSTRATO – DECADÊNCIA – INADEQUAÇÃO. O disposto no artigo 54 da Lei nº 9.784/1999 não se aplica a processos de controle abstrato, em que não há exame de ato específico do qual decorra efeito favorável ao administrado.” (MS 34224, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 27.11.2017)” (MS n. 33.063, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 6.3.2019). “AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO FINANCEIRO. PRESTAÇÃO DE CONTAS POR PARTIDO POLÍTICO. REPROVAÇÃO. RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. FASES. COMUNICAÇÕES. VALIDADE. PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. OBSERVÂNCIA. PRAZO DE GUARDA DE DOCUMENTAÇÃO. PREJUÍZO. NÃO CONFIGURAÇÃO. 1. São mitigadas as exigências de contraditório na fase interna da tomada de contas especial, pois não existe um processo que tem por finalidade julgar a regularidade das condutas e a responsabilidade dos agentes, mas há apenas um procedimento investigatório da Administração Pública para resguardar a legalidade e a economicidade na aplicação dos recursos públicos. Precedentes” (MS-AgR n. 34.690, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 5.10.2018). “Mandado de Segurança. 2. Decisão do Presidente da República que, em processo administrativo, indeferiu recurso hierárquico e, por consequência, manteve decisão que declarou a caducidade da concessão outorgada à Transbrasil S.A Linhas Aéreas para a prestação de serviço de transporte aéreo. 3. Alegada violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório, assim como a dispositivos da Lei n° 9.784/99, pois a impetrante não teria sido comunicada da instauração do processo administrativo ou de qualquer ato nele praticado, não lhe tendo sido concedida oportunidade de proferir defesa de forma adequada. 4. Os documentos juntados aos autos pela própria 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 32 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF impetrante, porém, demonstram cabalmente que lhe foram asseguradas todas as garantias da ampla defesa e do contraditório, como os direitos de informação sobre os atos produzidos no processo, de manifestação sobre seu conteúdo e de ter seus argumentos devidamente considerados pela autoridade administrativa. 5. Mandado de Segurança indeferido” (MS n. 25.787, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Pleno, DJe 14.9.2007). Conclui-se, portanto, à vista da documentação acostada ao processo, “não ter havido, na espécie, a alegada afronta ao princípio do contraditório e da ampla defesa na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, tampouco flagrante ilegalidade ou abuso nos acórdãos impugnados” (decisão monocrática, e-doc. 58). 7. Quanto à alegada prescrição intercorrente dos procedimentos administrativos, estes os fundamentos para a denegação da segurança: “A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nas informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF impetrante, porém, demonstram cabalmente que lhe foram asseguradas todas as garantias da ampla defesa e do contraditório, como os direitos de informação sobre os atos produzidos no processo, de manifestação sobre seu conteúdo e de ter seus argumentos devidamente considerados pela autoridade administrativa. 5. Mandado de Segurança indeferido” (MS n. 25.787, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Pleno, DJe 14.9.2007). Conclui-se, portanto, à vista da documentação acostada ao processo, “não ter havido, na espécie, a alegada afronta ao princípio do contraditório e da ampla defesa na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, tampouco flagrante ilegalidade ou abuso nos acórdãos impugnados” (decisão monocrática, e-doc. 58). 7. Quanto à alegada prescrição intercorrente dos procedimentos administrativos, estes os fundamentos para a denegação da segurança: “A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nas informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 33 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1º da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2º da Lei n. 9.873/1999, “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1º da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2º da Lei n. 9.873/1999, “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 34 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (decisão monocrática, e-doc. 58). Reiterados, quando da rejeição dos embargos: “Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei nacional n. 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2º se prevê: “’interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato’, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (e-doc. 66). 8. Também no ponto, os argumentos do agravante são insuficientes para modificar a decisão agravada. Como salientou a Advocacia-Geral da União: “se o inciso II, do art. 2º, da Lei n 9.783/99 é claro no sentido de que “qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato” interrompe a prescrição”, e houve instrução regular realizada pela Corte de Contas no TC n. 010.462/2004-1, sendo assim, não há que se falar em ocorrência de prescrição. (...) Assim, não há como tomar isoladamente o argumento de que teria transcorrido prazo maior que 10 anos para a análise da Tomada de Contas Simplificada nº 008.754/2004-9, visto que: “10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016) porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes.” Nessa esteira, não prospera a alegação de que seria ‘incontroverso que o processo iniciou em 2004, permaneceu 12 ( doze) anos sem nenhuma providência apuratória, sendo julgado em decisão 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (decisão monocrática, e-doc. 58). Reiterados, quando da rejeição dos embargos: “Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei nacional n. 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2º se prevê: “’interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato’, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (e-doc. 66). 8. Também no ponto, os argumentos do agravante são insuficientes para modificar a decisão agravada. Como salientou a Advocacia-Geral da União: “se o inciso II, do art. 2º, da Lei n 9.783/99 é claro no sentido de que “qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato” interrompe a prescrição”, e houve instrução regular realizada pela Corte de Contas no TC n. 010.462/2004-1, sendo assim, não há que se falar em ocorrência de prescrição. (...) Assim, não há como tomar isoladamente o argumento de que teria transcorrido prazo maior que 10 anos para a análise da Tomada de Contas Simplificada nº 008.754/2004-9, visto que: “10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016) porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes.” Nessa esteira, não prospera a alegação de que seria ‘incontroverso que o processo iniciou em 2004, permaneceu 12 ( doze) anos sem nenhuma providência apuratória, sendo julgado em decisão 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 35 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF definitiva após 14 ( quatorze) anos de tramitação.’, porque o recorrente passa ao largo da constatação de que o processo nº 008.754/2004-9 permaneceu suspenso em razão das apurações que estavam sendo levadas à cabo no processo de Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, do qual, como bem assentado na decisão agravada, ‘participou ativamente o impetrante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios.’ ( grifos nossos). Vale dizer, os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, a Tomada de contas que ensejou o Acórdão nº 1.289/2016-TCU- 1ªCâmara, foi autuada em 15/06/2004, o despacho ordenando a notificação do responsável se deu em 17/06/2005, tendo sido prolatado o Acórdão nº 2.060/2010-TCUPlenário, que ‘condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU-Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário’. Ou seja, tão somente após concluído o Processo de Tomada de Contas Simplificado, com a prolação do Acórdão 1.780/2015-TCU, Plenário, é que pôde a Corte de Contas “passa a análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão nº 1.289/2016-TCU-1ª – Câmara. Destarte, como constante na decisão agravada, ao se reportar às informações da Corte de Contas: ‘25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas’ (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1º da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2º da Lei n. 9.873/1999, ‘interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termos a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional apuração do fato’, 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF definitiva após 14 ( quatorze) anos de tramitação.’, porque o recorrente passa ao largo da constatação de que o processo nº 008.754/2004-9 permaneceu suspenso em razão das apurações que estavam sendo levadas à cabo no processo de Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, do qual, como bem assentado na decisão agravada, ‘participou ativamente o impetrante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios.’ ( grifos nossos). Vale dizer, os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, a Tomada de contas que ensejou o Acórdão nº 1.289/2016-TCU- 1ªCâmara, foi autuada em 15/06/2004, o despacho ordenando a notificação do responsável se deu em 17/06/2005, tendo sido prolatado o Acórdão nº 2.060/2010-TCUPlenário, que ‘condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU-Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário’. Ou seja, tão somente após concluído o Processo de Tomada de Contas Simplificado, com a prolação do Acórdão 1.780/2015-TCU, Plenário, é que pôde a Corte de Contas “passa a análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão nº 1.289/2016-TCU-1ª – Câmara. Destarte, como constante na decisão agravada, ao se reportar às informações da Corte de Contas: ‘25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas’ (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1º da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2º da Lei n. 9.873/1999, ‘interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termos a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional apuração do fato’, 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 36 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9’ (decisão recorrida, fls. 12-14, e-doc. 58). Conclui-se, portanto, não haver razões para a reforma da decisão agravada que, corretamente, afastou a existência de violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como afastou, com fundamentos que permanecem hígidos, a alegação de prescrição, tendo presente que os marcos interruptivos disciplinados na Lei nº 9.873/99” (fls. 13-14, e-doc. 75).. 9. Os argumentos do agravante, insuficientes para infirmar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termos a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 10. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9’ (decisão recorrida, fls. 12-14, e-doc. 58). Conclui-se, portanto, não haver razões para a reforma da decisão agravada que, corretamente, afastou a existência de violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como afastou, com fundamentos que permanecem hígidos, a alegação de prescrição, tendo presente que os marcos interruptivos disciplinados na Lei nº 9.873/99” (fls. 13-14, e-doc. 75).. 9. Os argumentos do agravante, insuficientes para infirmar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termos a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 10. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 37 de 82 Extrato de Ata - 06/03/2020 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) : JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA (286610/SP) ADV.(A/S) : THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI (235247/SP) AGDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto da Ministra Relatora, que negava provimento ao agravo regimental, pediu vista o Ministro Gilmar Mendes. Não participou, deste julgamento, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.2.2020 a 5.3.2020. Composição: Ministros Cármen Lúcia (Presidente), Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Ravena Siqueira Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC62-A6BA-86C0-2B45 e senha E877-F9D5-9E85-C866 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) : JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA (286610/SP) ADV.(A/S) : THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI (235247/SP) AGDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto da Ministra Relatora, que negava provimento ao agravo regimental, pediu vista o Ministro Gilmar Mendes. Não participou, deste julgamento, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.2.2020 a 5.3.2020. Composição: Ministros Cármen Lúcia (Presidente), Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Ravena Siqueira Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC62-A6BA-86C0-2B45 e senha E877-F9D5-9E85-C866 Inteiro Teor do Acórdão - Página 38 de 82 Voto Vista 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O - V I S T A O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado por Humberto Falcão Martins, em face de decisões do Tribunal de Contas da União, que, em sede de tomada de contas simplificada, julgaram irregulares as contas do impetrante, na condição de titular da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O impetrante sustenta que os atos impugnados são manifestamente ilegais, na medida em que (i) o Tribunal de Contas da União não lhe assegurou o exercício da ampla defesa e do contraditório no âmbito da tomada de contas simplificada (TCSP 008.754/2004-9); e (ii) a pretensão punitiva da Administração Pública já se encontrava prescrita por ocasião do julgamento das contas anuais, já que os autos permaneceram sobrestados pelo período de dez anos. Requer a concessão de medida liminar para que seja determinada “a suspensão dos Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, porquanto nulos e flagrantemente incompatíveis com os direitos e garantias fundamentais do Impetrante, nos termos do artigo 7º, III, da Lei nº 12.016/2009”. No mérito, postula “seja concedida a ordem do mandamus para declarar nulos os acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, ante a violação ao contraditório e à ampla defesa, ou mesmo pelo reconhecimento da prescrição punitiva do Processo nº 008.754/2004-9” (fls. 15/16 – eDOC 1). Ao apreciar o pedido liminar, o eminente Ministro Dias Toffoli entendeu “ser o caso de suspensão dos efeitos das decisões combatidas até ulterior julgamento de mérito deste mandamus”. Na ocasião, afirmou não ser possível “suprimir do responsável pelas contas que estão sendo apreciadas no âmbito do Tribunal de Contas da União o legítimo exercício do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa”. Fez referência, ainda, ao teor do art. 12 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (Lei Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O - V I S T A O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado por Humberto Falcão Martins, em face de decisões do Tribunal de Contas da União, que, em sede de tomada de contas simplificada, julgaram irregulares as contas do impetrante, na condição de titular da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O impetrante sustenta que os atos impugnados são manifestamente ilegais, na medida em que (i) o Tribunal de Contas da União não lhe assegurou o exercício da ampla defesa e do contraditório no âmbito da tomada de contas simplificada (TCSP 008.754/2004-9); e (ii) a pretensão punitiva da Administração Pública já se encontrava prescrita por ocasião do julgamento das contas anuais, já que os autos permaneceram sobrestados pelo período de dez anos. Requer a concessão de medida liminar para que seja determinada “a suspensão dos Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, porquanto nulos e flagrantemente incompatíveis com os direitos e garantias fundamentais do Impetrante, nos termos do artigo 7º, III, da Lei nº 12.016/2009”. No mérito, postula “seja concedida a ordem do mandamus para declarar nulos os acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, ante a violação ao contraditório e à ampla defesa, ou mesmo pelo reconhecimento da prescrição punitiva do Processo nº 008.754/2004-9” (fls. 15/16 – eDOC 1). Ao apreciar o pedido liminar, o eminente Ministro Dias Toffoli entendeu “ser o caso de suspensão dos efeitos das decisões combatidas até ulterior julgamento de mérito deste mandamus”. Na ocasião, afirmou não ser possível “suprimir do responsável pelas contas que estão sendo apreciadas no âmbito do Tribunal de Contas da União o legítimo exercício do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa”. Fez referência, ainda, ao teor do art. 12 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (Lei Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 39 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF 8.443/1992), que prevê a necessidade de oitiva do responsável antes do julgamento das contas. Ao final, afirmou não ser possível “elidir o exercício do contraditório e da ampla defesa pelo simples fato de já ter sido ofertado ao gestor, ora impetrante, o usufruto da garantia da plenitude de defesa em autos diversos (TC n. 010.462/2001-1), ainda que se tenha apurado, nesses autos, irregularidade que guarda pertinência com o mérito da tomada de contas simplificada em questão (n. 008.754/2004-9)”. O Tribunal de Contas da União, em informações, sustenta a necessidade de “revisão da liminar concedida”. No mérito, defende a “denegação da segurança pretendida”. Informa que o “procedimento adotado pelo TCU no TC 008.754/2004-9 observou plenamente os princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, haja vista que o impetrante não só teve, no âmbito do TCU, ampla oportunidade de oferecer defesa, o que ocorreu no TC 010.462/2004-1, processo onde foram apurados os fatos que levaram ao julgamento pela irregularidade das contas, como ainda pôde apresentar todos os recursos cabíveis”. A União interpôs agravo interno contra a decisão de deferimento da medida liminar, asseverando, em síntese, a inaplicabilidade da Súmula Vinculante 3 “no que toca aos procedimentos de tomada de contas especiais, por considerar que estes se destinam à verificação, pelo Tribunal de Contas, da regularidade da utilização das verbas públicas pelos responsáveis. Ou seja, este procedimento não envolve a anulação ou a revogação de um ato administrativo que beneficia o administrador público, enquanto a Súmula Vinculante nº 3 se dirige, exclusivamente, às decisões do Tribunal de Contas da União que anulem ou revoguem atos administrativos que beneficiem algum interessado”. Em 4 de setembro de 2019, a eminente relatora, Ministra Cármen Lúcia, acolheu os argumentos deduzidos pela União e denegou o mandado de segurança. Sua Excelência aponta não ter havido violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório, uma vez que essas garantias devem ser observadas em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculadas a um processo específico. Ademais, afirma que “a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada nº 008.754/2004-9 foi 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 8.443/1992), que prevê a necessidade de oitiva do responsável antes do julgamento das contas. Ao final, afirmou não ser possível “elidir o exercício do contraditório e da ampla defesa pelo simples fato de já ter sido ofertado ao gestor, ora impetrante, o usufruto da garantia da plenitude de defesa em autos diversos (TC n. 010.462/2001-1), ainda que se tenha apurado, nesses autos, irregularidade que guarda pertinência com o mérito da tomada de contas simplificada em questão (n. 008.754/2004-9)”. O Tribunal de Contas da União, em informações, sustenta a necessidade de “revisão da liminar concedida”. No mérito, defende a “denegação da segurança pretendida”. Informa que o “procedimento adotado pelo TCU no TC 008.754/2004-9 observou plenamente os princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, haja vista que o impetrante não só teve, no âmbito do TCU, ampla oportunidade de oferecer defesa, o que ocorreu no TC 010.462/2004-1, processo onde foram apurados os fatos que levaram ao julgamento pela irregularidade das contas, como ainda pôde apresentar todos os recursos cabíveis”. A União interpôs agravo interno contra a decisão de deferimento da medida liminar, asseverando, em síntese, a inaplicabilidade da Súmula Vinculante 3 “no que toca aos procedimentos de tomada de contas especiais, por considerar que estes se destinam à verificação, pelo Tribunal de Contas, da regularidade da utilização das verbas públicas pelos responsáveis. Ou seja, este procedimento não envolve a anulação ou a revogação de um ato administrativo que beneficia o administrador público, enquanto a Súmula Vinculante nº 3 se dirige, exclusivamente, às decisões do Tribunal de Contas da União que anulem ou revoguem atos administrativos que beneficiem algum interessado”. Em 4 de setembro de 2019, a eminente relatora, Ministra Cármen Lúcia, acolheu os argumentos deduzidos pela União e denegou o mandado de segurança. Sua Excelência aponta não ter havido violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório, uma vez que essas garantias devem ser observadas em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculadas a um processo específico. Ademais, afirma que “a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada nº 008.754/2004-9 foi 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 40 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF suprida pela sua efetiva participação no processo, inclusive pela interposição de pedido de reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão nº 1.289/2016”. Quanto à tese subsidiária, assenta que o prazo prescricional foi interrompido pelo despacho que ordenou a notificação do impetrante, em 17.6.2005, e, posteriormente, com o efetivo exercício do poder punitivo, ocorrido em 18.8.2010, data da prolação do acórdão que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas. Firme nessas premissas, consigna que a pretensão punitiva não foi fulminada pela passagem do tempo. O impetrante opôs embargos de declaração, os quais a relatora, com fundamento no art. 1024, §2º, do Código de Processo Civil, rejeitou. Ato contínuo, o impetrante interpôs agravo interno, pleiteando que a matéria fosse submetida à deliberação do colegiado (eDOC 69). Iniciado o julgamento no ambiente virtual, a Ministra Cármen Lúcia encaminhou voto pela manutenção da decisão agravada. Pedi vista dos autos para melhor me debruçar sobre a temática debatida no recurso extraordinário. E, nesta oportunidade, após exame detido do feito, pedindo as mais respeitosas vênias à eminente relatora, encaminho-me no sentido de conceder a segurança pleiteada pelo impetrante. Concluo dessa forma, essencialmente, por entender ilegais os atos do Tribunal de Contas da União que, na contramão do que dispõe o art. 12, incisos II e III, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, julgaram irregulares as contas do impetrante sem lhe garantir o exercício do direito de defesa. 1. Introdução Inicialmente, para permitir uma análise dinâmica e vertical da controvérsia deduzida no mandado de segurança, faço breves considerações acerca do andamento dos processos instaurados em desfavor do impetrante no âmbito do Tribunal de Contas da União. Extrai-se dos documentos anexados aos autos que, em 6 de julho de 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF suprida pela sua efetiva participação no processo, inclusive pela interposição de pedido de reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão nº 1.289/2016”. Quanto à tese subsidiária, assenta que o prazo prescricional foi interrompido pelo despacho que ordenou a notificação do impetrante, em 17.6.2005, e, posteriormente, com o efetivo exercício do poder punitivo, ocorrido em 18.8.2010, data da prolação do acórdão que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas. Firme nessas premissas, consigna que a pretensão punitiva não foi fulminada pela passagem do tempo. O impetrante opôs embargos de declaração, os quais a relatora, com fundamento no art. 1024, §2º, do Código de Processo Civil, rejeitou. Ato contínuo, o impetrante interpôs agravo interno, pleiteando que a matéria fosse submetida à deliberação do colegiado (eDOC 69). Iniciado o julgamento no ambiente virtual, a Ministra Cármen Lúcia encaminhou voto pela manutenção da decisão agravada. Pedi vista dos autos para melhor me debruçar sobre a temática debatida no recurso extraordinário. E, nesta oportunidade, após exame detido do feito, pedindo as mais respeitosas vênias à eminente relatora, encaminho-me no sentido de conceder a segurança pleiteada pelo impetrante. Concluo dessa forma, essencialmente, por entender ilegais os atos do Tribunal de Contas da União que, na contramão do que dispõe o art. 12, incisos II e III, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, julgaram irregulares as contas do impetrante sem lhe garantir o exercício do direito de defesa. 1. Introdução Inicialmente, para permitir uma análise dinâmica e vertical da controvérsia deduzida no mandado de segurança, faço breves considerações acerca do andamento dos processos instaurados em desfavor do impetrante no âmbito do Tribunal de Contas da União. Extrai-se dos documentos anexados aos autos que, em 6 de julho de 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 41 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF 2004, o TCU instaurou a Representação (TC 010.462/2004-1), com o objetivo de apurar supostas irregularidades em contratação realizada pela Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, órgão do qual o impetrante foi titular no período de 10.3.2003 a 13.2.2004. O mérito da Representação foi julgado pelo Plenário do TCU (Acórdão 2.060/2010, posteriormente confirmado pelos Acórdãos 1.178/2014 e 1.780/2015), e o órgão concluiu pela prática de ato antieconômico. Por consequência, aplicou-lhe multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Paralelamente a essa apuração específica, tramitava, na Primeira Câmara do TCU, a tomada de contas simplificada 008.754/2004-9, instaurada especificamente para apreciação das contas da Secretaria de Gestão (Seges), referentes ao exercício de 2003. Para evitar decisões conflitantes e considerando que o resultado do TC 010.462/2004-1 poderia repercutir negativamente no julgamento das contas daquele exercício financeiro, a Primeira Câmara sobrestou o julgamento da tomada de contas simplificada até que o Plenário resolvesse definitivamente o mérito da Representação. A tomada de contas simplificada somente voltou a tramitar no ano de 2015, após o julgamento definitivo da Representação (TC 010.462/2004- 1). Na oportunidade, a Primeira Câmara deu prosseguimento à tomada de contas simplificada e, sem garantir o exercício do direito de defesa, julgou irregulares as contas do impetrante, na condição de responsável pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Conforme consta dos acórdãos prolatados pela Primeira Câmara do TCU, a supressão do direito de defesa ocorreu em função da necessidade de assegurar maior eficiência na condução e apreciação da tomada de contas simplificada. Entendeu o órgão de controle externo que, como o responsável foi ouvido sobre as irregularidades nos autos da Representação, seria dispensável nova oitiva do impetrante antes do julgamento das contas ordinárias de 2003. A esse respeito, para trazer maior clareza à controvérsia deduzida 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 2004, o TCU instaurou a Representação (TC 010.462/2004-1), com o objetivo de apurar supostas irregularidades em contratação realizada pela Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, órgão do qual o impetrante foi titular no período de 10.3.2003 a 13.2.2004. O mérito da Representação foi julgado pelo Plenário do TCU (Acórdão 2.060/2010, posteriormente confirmado pelos Acórdãos 1.178/2014 e 1.780/2015), e o órgão concluiu pela prática de ato antieconômico. Por consequência, aplicou-lhe multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Paralelamente a essa apuração específica, tramitava, na Primeira Câmara do TCU, a tomada de contas simplificada 008.754/2004-9, instaurada especificamente para apreciação das contas da Secretaria de Gestão (Seges), referentes ao exercício de 2003. Para evitar decisões conflitantes e considerando que o resultado do TC 010.462/2004-1 poderia repercutir negativamente no julgamento das contas daquele exercício financeiro, a Primeira Câmara sobrestou o julgamento da tomada de contas simplificada até que o Plenário resolvesse definitivamente o mérito da Representação. A tomada de contas simplificada somente voltou a tramitar no ano de 2015, após o julgamento definitivo da Representação (TC 010.462/2004- 1). Na oportunidade, a Primeira Câmara deu prosseguimento à tomada de contas simplificada e, sem garantir o exercício do direito de defesa, julgou irregulares as contas do impetrante, na condição de responsável pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Conforme consta dos acórdãos prolatados pela Primeira Câmara do TCU, a supressão do direito de defesa ocorreu em função da necessidade de assegurar maior eficiência na condução e apreciação da tomada de contas simplificada. Entendeu o órgão de controle externo que, como o responsável foi ouvido sobre as irregularidades nos autos da Representação, seria dispensável nova oitiva do impetrante antes do julgamento das contas ordinárias de 2003. A esse respeito, para trazer maior clareza à controvérsia deduzida 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 42 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF nos autos, transcrevo os trechos do Acórdão 1.496/2018, que, com fundamento na Súmula 288 do Tribunal de Contas da União, negou provimento ao recurso de reconsideração interposto pelo impetrante: “Os argumentos do recorrente não merecem prosperar. De acordo com o enunciado 288 da Súmula do Tribunal de Contas da União, o julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo, no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito. Como bem ressaltou o próprio recorrente, a única irregularidade que deu ensejo ao julgamento das contas dele relativas ao exercício de 2003 na Seges do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, decorreu dos fatos tratados no TC 010.462/2004-1. Na ocasião, o recorrente teve ampla possibilidade de defesa antes da prolação do Acórdão 2.060/2010 – Plenário, relatado pelo Ministro José Múcio, tendo a parte, após, inclusive, apresentado pedido de reexame ao Tribunal, julgado improcedente pelo Acórdão 1.178/2014 – Plenário, da relatoria do Ministro Aroldo Cedraz. Assim, tendo em vista que as condutas apuradas no TC 010.462/2004-1 já foram objeto de regular sanção ao gestor, com trânsito em julgado da deliberação, não haveria sentido ouvir novamente a parte, haja vista a imutabilidade do decidido anteriormente. A multa aplicada ao recorrente, no referido processo, inclusive, já foi paga pelo responsável, tendo o Tribunal lhe dado quitação, por meio do Acórdão 1.271/2016 – Plenário, relatado pelo Ministro Benjamin Zymler. 5.6. Em decorrência disso, após vasta jurisprudência, tem entendido o Tribunal que pode o julgador analisar apenas se aqueles mesmos fatos julgados irregulares teriam o condão de macular a gestão como um todo, não havendo, portanto, necessidade de nova defesa. Na espécie, foi o que ocorreu, como se demonstrará no próximo tópico. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF nos autos, transcrevo os trechos do Acórdão 1.496/2018, que, com fundamento na Súmula 288 do Tribunal de Contas da União, negou provimento ao recurso de reconsideração interposto pelo impetrante: “Os argumentos do recorrente não merecem prosperar. De acordo com o enunciado 288 da Súmula do Tribunal de Contas da União, o julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo, no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito. Como bem ressaltou o próprio recorrente, a única irregularidade que deu ensejo ao julgamento das contas dele relativas ao exercício de 2003 na Seges do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, decorreu dos fatos tratados no TC 010.462/2004-1. Na ocasião, o recorrente teve ampla possibilidade de defesa antes da prolação do Acórdão 2.060/2010 – Plenário, relatado pelo Ministro José Múcio, tendo a parte, após, inclusive, apresentado pedido de reexame ao Tribunal, julgado improcedente pelo Acórdão 1.178/2014 – Plenário, da relatoria do Ministro Aroldo Cedraz. Assim, tendo em vista que as condutas apuradas no TC 010.462/2004-1 já foram objeto de regular sanção ao gestor, com trânsito em julgado da deliberação, não haveria sentido ouvir novamente a parte, haja vista a imutabilidade do decidido anteriormente. A multa aplicada ao recorrente, no referido processo, inclusive, já foi paga pelo responsável, tendo o Tribunal lhe dado quitação, por meio do Acórdão 1.271/2016 – Plenário, relatado pelo Ministro Benjamin Zymler. 5.6. Em decorrência disso, após vasta jurisprudência, tem entendido o Tribunal que pode o julgador analisar apenas se aqueles mesmos fatos julgados irregulares teriam o condão de macular a gestão como um todo, não havendo, portanto, necessidade de nova defesa. Na espécie, foi o que ocorreu, como se demonstrará no próximo tópico. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 43 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. (...) Assim, diante da distinção entre os objetos dos processos em foco e a independência das sanções neles aplicadas, não se há reconhecer qualquer ilegalidade no ato apontado como coator”. São esses, essencialmente, os contornos fáticos do mandado de segurança impetrado por Humberto Falcão Martins e que, em boa hora, franquearão uma rica oportunidade para a Suprema Corte se debruçar sobre a extensão, a profundidade e os limites da ampla defesa no julgamento de contas pelo TCU. Convém salientar, ainda, a relevância ímpar e a transcendência da controvérsia veiculada nos autos do presente processo, que recomenda cautela, serenidade e zelo por parte do Tribunal. Como se nota dos atos impugnados, a supressão do direito de defesa do impetrante baseou-se em enunciado de jurisprudência dominante do Tribunal de Contas da União (Súmula 288). Dessa forma, embora se cuide de processo individual, é certo que a decisão deste mandado de segurança projetará reflexos transversais no âmbito dos órgãos de controle externo, de modo a reafirmar ou a esvaziar, a depender do resultado, a garantia da ampla defesa nos processos de prestação de contas. 2. Violação às garantias da ampla defesa e do devido processo legal. Julgamento de contas sem a oitiva do responsável. Legítimo direito de resistência contra atos estatais que possam repercutir na órbita moral e patrimonial do cidadão. De início, destaco que, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, não são poucos tampouco isolados os precedentes em que os Ministros 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. (...) Assim, diante da distinção entre os objetos dos processos em foco e a independência das sanções neles aplicadas, não se há reconhecer qualquer ilegalidade no ato apontado como coator”. São esses, essencialmente, os contornos fáticos do mandado de segurança impetrado por Humberto Falcão Martins e que, em boa hora, franquearão uma rica oportunidade para a Suprema Corte se debruçar sobre a extensão, a profundidade e os limites da ampla defesa no julgamento de contas pelo TCU. Convém salientar, ainda, a relevância ímpar e a transcendência da controvérsia veiculada nos autos do presente processo, que recomenda cautela, serenidade e zelo por parte do Tribunal. Como se nota dos atos impugnados, a supressão do direito de defesa do impetrante baseou-se em enunciado de jurisprudência dominante do Tribunal de Contas da União (Súmula 288). Dessa forma, embora se cuide de processo individual, é certo que a decisão deste mandado de segurança projetará reflexos transversais no âmbito dos órgãos de controle externo, de modo a reafirmar ou a esvaziar, a depender do resultado, a garantia da ampla defesa nos processos de prestação de contas. 2. Violação às garantias da ampla defesa e do devido processo legal. Julgamento de contas sem a oitiva do responsável. Legítimo direito de resistência contra atos estatais que possam repercutir na órbita moral e patrimonial do cidadão. De início, destaco que, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, não são poucos tampouco isolados os precedentes em que os Ministros 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 44 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF examinaram, pelas mais diversas perspectivas, os limites do escrutínio judicial de processos administrativos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União. Há, atualmente, certo consenso em torno da necessidade de preservação do espaço legítimo de atuação dos órgãos de fiscalização e controle externo. Nota-se, a rigor, profunda preocupação dos Ministros do Supremo Tribunal Federal quanto à necessidade de resguardar os meios necessários ao desempenho das relevantes missões que a Constituição da República confiou à Corte de Contas, especialmente (i) o controle da transparência na gestão pública, (ii) a fiscalização da qualidade na execução do orçamento e (iii) o controle da execução das políticas públicas criadas e implementadas pelas instâncias políticas. A essencialidade do Tribunal de Contas da União pode ser extraída da generosa latitude das atribuições que o texto constitucional lhe outorgou. De acordo com o art. 71 da Constituição Federal, cabe ao órgão atuar na fiscalização contábil, financeira e orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública, o que alcança os administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, além das pessoas físicas ou jurídicas que, mediante convênios ou outros instrumentos, apliquem auxílios, subvenções ou recursos repassados pelo Poder Público. Trata-se, assim, de órgão vital para a preservação do Estado Democrático de Direito e do regime republicano, que pressupõem transparência e integridade no trato da coisa pública. Como forma de garantir o exercício desembaraçado dessa relevante missão constitucional, o Supremo Tribunal Federal tem adotado uma orientação mais restritiva no que toca ao controle judicial de atos praticados pelo Tribunal de Contas da União. Isso, contudo, não pode ser confundido com uma postura meramente contemplativa em face de lesões concretas a direitos reconhecidos no texto constitucional. Tampouco pode conduzir à tergiversação quanto às relevantes missões que a ordem jurídica confiou ao Tribunal, especialmente no que diz respeito à tutela dos direitos fundamentais e das liberdades públicas. Essa distinção assume grande importância para casos como o 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF examinaram, pelas mais diversas perspectivas, os limites do escrutínio judicial de processos administrativos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União. Há, atualmente, certo consenso em torno da necessidade de preservação do espaço legítimo de atuação dos órgãos de fiscalização e controle externo. Nota-se, a rigor, profunda preocupação dos Ministros do Supremo Tribunal Federal quanto à necessidade de resguardar os meios necessários ao desempenho das relevantes missões que a Constituição da República confiou à Corte de Contas, especialmente (i) o controle da transparência na gestão pública, (ii) a fiscalização da qualidade na execução do orçamento e (iii) o controle da execução das políticas públicas criadas e implementadas pelas instâncias políticas. A essencialidade do Tribunal de Contas da União pode ser extraída da generosa latitude das atribuições que o texto constitucional lhe outorgou. De acordo com o art. 71 da Constituição Federal, cabe ao órgão atuar na fiscalização contábil, financeira e orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública, o que alcança os administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, além das pessoas físicas ou jurídicas que, mediante convênios ou outros instrumentos, apliquem auxílios, subvenções ou recursos repassados pelo Poder Público. Trata-se, assim, de órgão vital para a preservação do Estado Democrático de Direito e do regime republicano, que pressupõem transparência e integridade no trato da coisa pública. Como forma de garantir o exercício desembaraçado dessa relevante missão constitucional, o Supremo Tribunal Federal tem adotado uma orientação mais restritiva no que toca ao controle judicial de atos praticados pelo Tribunal de Contas da União. Isso, contudo, não pode ser confundido com uma postura meramente contemplativa em face de lesões concretas a direitos reconhecidos no texto constitucional. Tampouco pode conduzir à tergiversação quanto às relevantes missões que a ordem jurídica confiou ao Tribunal, especialmente no que diz respeito à tutela dos direitos fundamentais e das liberdades públicas. Essa distinção assume grande importância para casos como o 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 45 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF presente, no qual o Tribunal se depara, a meu ver, com manifesto cerceamento a direitos fundamentais assegurados pela Constituição Federal. Evidentemente, em se tratando de atos administrativos praticados ao arrepio da ampla defesa e do contraditório, não há espaço para deferência judicial, devendo o Poder Judiciário restabelecer prontamente os direitos negligenciados na esfera administrativa. No caso retratado neste mandado de segurança, a autoridade coatora, desconsiderando a literalidade do art. 12, incisos II e III, da Lei 8.443/92, que institui a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, dispensou a citação do responsável em processo de tomadas de contas, ao fundamento de que o direito de audiência já teria sido assegurado em processo conexo. E o que é mais grave, isso ocorreu com fundamento em enunciado de jurisprudência dominante do Tribunal de Contas, a demonstrar que não se trata de um evento isolado, mas de sistemática transgressão ao direito de defesa. Cuida-se de postura que, com a devida vênia, além de esvaziar garantias de envergadura constitucional, relacionadas ao devido processo legal e à ampla defesa, afronta a literalidade do mencionado art. 12, incisos II e III, da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, cujo teor assim dispõe: “Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal: I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado; II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa ou recolher a quantia devida; III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa;” No mesmo sentido os incisos II e III do art. 202 do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, os quais dispõem que, diante de 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF presente, no qual o Tribunal se depara, a meu ver, com manifesto cerceamento a direitos fundamentais assegurados pela Constituição Federal. Evidentemente, em se tratando de atos administrativos praticados ao arrepio da ampla defesa e do contraditório, não há espaço para deferência judicial, devendo o Poder Judiciário restabelecer prontamente os direitos negligenciados na esfera administrativa. No caso retratado neste mandado de segurança, a autoridade coatora, desconsiderando a literalidade do art. 12, incisos II e III, da Lei 8.443/92, que institui a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, dispensou a citação do responsável em processo de tomadas de contas, ao fundamento de que o direito de audiência já teria sido assegurado em processo conexo. E o que é mais grave, isso ocorreu com fundamento em enunciado de jurisprudência dominante do Tribunal de Contas, a demonstrar que não se trata de um evento isolado, mas de sistemática transgressão ao direito de defesa. Cuida-se de postura que, com a devida vênia, além de esvaziar garantias de envergadura constitucional, relacionadas ao devido processo legal e à ampla defesa, afronta a literalidade do mencionado art. 12, incisos II e III, da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, cujo teor assim dispõe: “Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal: I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado; II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa ou recolher a quantia devida; III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa;” No mesmo sentido os incisos II e III do art. 202 do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, os quais dispõem que, diante de 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 46 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF indícios de irregularidades nas contas, o relator deverá promover a citação ou a audiência do responsável, para, no prazo de 15 dias, apresentar razões de defesa. Não há dúvida, portanto, seja pela perspectiva constitucional, seja pela eloquência dos dispositivos legais e regimentais que disciplinam a matéria, que o Tribunal de Contas da União deve oferecer ampla oportunidade de defesa antes de decidir acerca da regularidade contábil e financeira das contas prestadas anualmente por gestores públicos. Isso não ocorre por razões abstratas ou por mero apego à forma. A rigor, a decisão do Tribunal de Contas da União que aponta irregularidades na prestação de contas produz efeitos nocivos na órbita moral e patrimonial do responsável, podendo acarretar: i) o reconhecimento do dever de ressarcimento ao erário (art. 19 da Lei 8.443/92); ii) a aplicação de multas pessoais (art. 58); (iii) a inscrição na lista dos gestores que tiveram as contas julgadas irregulares; e, iv) no limite, a limitação da capacidade eleitoral passiva do cidadão, em razão da causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, alínea g, da Lei Complementar 64/90. Em face das consequências nocivas da decisão que conclui pela irregularidade das contas, não há espaço para dúvida ou hesitação acerca da necessidade de garantir o direito de defesa nos julgamentos conduzidos pelos órgãos de controle externo. Evidentemente, o respeito absoluto ao direito de defesa constitui, nessa e em qualquer outra hipótese de responsabilização patrimonial, fator de legitimação da função judicante do TCU, sem o qual o legítimo exercício de atribuições públicas se convola em pura violência estatal. Sob a Constituição de 1988, o Supremo Tribunal Federal fixou entendimento de que a ampla defesa é assegurada no âmbito do TCU com a mesma intensidade e alcance com que se impõe na esfera jurisdicional. No MS 23.550/DF, redator do acórdão Ministro Sepúlveda Pertence, o Tribunal Pleno entendeu que, mesmo nos casos em que a Lei Orgânica do TCU não estabelece o dever de audiência dos interessados, a prolação de decisões que podem repercutir no campo de interesses 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF indícios de irregularidades nas contas, o relator deverá promover a citação ou a audiência do responsável, para, no prazo de 15 dias, apresentar razões de defesa. Não há dúvida, portanto, seja pela perspectiva constitucional, seja pela eloquência dos dispositivos legais e regimentais que disciplinam a matéria, que o Tribunal de Contas da União deve oferecer ampla oportunidade de defesa antes de decidir acerca da regularidade contábil e financeira das contas prestadas anualmente por gestores públicos. Isso não ocorre por razões abstratas ou por mero apego à forma. A rigor, a decisão do Tribunal de Contas da União que aponta irregularidades na prestação de contas produz efeitos nocivos na órbita moral e patrimonial do responsável, podendo acarretar: i) o reconhecimento do dever de ressarcimento ao erário (art. 19 da Lei 8.443/92); ii) a aplicação de multas pessoais (art. 58); (iii) a inscrição na lista dos gestores que tiveram as contas julgadas irregulares; e, iv) no limite, a limitação da capacidade eleitoral passiva do cidadão, em razão da causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, alínea g, da Lei Complementar 64/90. Em face das consequências nocivas da decisão que conclui pela irregularidade das contas, não há espaço para dúvida ou hesitação acerca da necessidade de garantir o direito de defesa nos julgamentos conduzidos pelos órgãos de controle externo. Evidentemente, o respeito absoluto ao direito de defesa constitui, nessa e em qualquer outra hipótese de responsabilização patrimonial, fator de legitimação da função judicante do TCU, sem o qual o legítimo exercício de atribuições públicas se convola em pura violência estatal. Sob a Constituição de 1988, o Supremo Tribunal Federal fixou entendimento de que a ampla defesa é assegurada no âmbito do TCU com a mesma intensidade e alcance com que se impõe na esfera jurisdicional. No MS 23.550/DF, redator do acórdão Ministro Sepúlveda Pertence, o Tribunal Pleno entendeu que, mesmo nos casos em que a Lei Orgânica do TCU não estabelece o dever de audiência dos interessados, a prolação de decisões que podem repercutir no campo de interesses 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 47 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF individuais pressupõe incondicional observância do direito de defesa. É o que se depreende da seguinte passagem do voto condutor do acórdão lavrado pelo eminente Ministro Sepúlveda Pertence: “De outro lado, se se impõe a garantia do devido processo legal aos procedimentos administrativos comuns, a fortiori, é irrecusável que a ela há de submeter-se o desempenho de todas as funções de controle do Tribunal de Contas, de colorido quase-jurisdicional. De todo irrelevante a circunstância – a que se apegam as informações – de não haver previsão expressa da audiência dos interessados na Lei Orgânica do TCU, salvo nos processos de tomada ou prestação de contas, dada a incidência direta, na hipótese, das garantias constitucionais do devido processo. De qualquer modo, se se pretende insistir no mau vezo das autoridades brasileiras de inversão da pirâmide normativa do ordenamento, de modo a acreditar menos na Constituição do que na lei ordinária, nem aí teria salvação o processo: nada exclui os procedimentos do Tribunal de Contas da União da aplicação subsidiária da lei geral do processo administrativo federal, a Lei 9.784/99, já em vigor ao tempo dos fatos. Nela, explicitamente, se prescreve a legitimação, como ‘interessados no processo administrativo’, de todos ‘aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada’ (art. 9º, II).” O Tribunal concluiu, portanto, que o art. 5º, LV, da Constituição da República incide diretamente sobre os processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, independentemente da existência de previsão legal ou regimental quanto à necessidade de audiência prévia dos jurisdicionados. No mandado de segurança em discussão, há razões ainda mais sólidas para se sustentar a inadmissibilidade de cerceamento do direito de defesa. Aqui, insisto, tanto o Regimento Interno quanto a Lei Orgânica do TCU foram expressos ao garantir aos responsáveis a oportunidade de 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF individuais pressupõe incondicional observância do direito de defesa. É o que se depreende da seguinte passagem do voto condutor do acórdão lavrado pelo eminente Ministro Sepúlveda Pertence: “De outro lado, se se impõe a garantia do devido processo legal aos procedimentos administrativos comuns, a fortiori, é irrecusável que a ela há de submeter-se o desempenho de todas as funções de controle do Tribunal de Contas, de colorido quase-jurisdicional. De todo irrelevante a circunstância – a que se apegam as informações – de não haver previsão expressa da audiência dos interessados na Lei Orgânica do TCU, salvo nos processos de tomada ou prestação de contas, dada a incidência direta, na hipótese, das garantias constitucionais do devido processo. De qualquer modo, se se pretende insistir no mau vezo das autoridades brasileiras de inversão da pirâmide normativa do ordenamento, de modo a acreditar menos na Constituição do que na lei ordinária, nem aí teria salvação o processo: nada exclui os procedimentos do Tribunal de Contas da União da aplicação subsidiária da lei geral do processo administrativo federal, a Lei 9.784/99, já em vigor ao tempo dos fatos. Nela, explicitamente, se prescreve a legitimação, como ‘interessados no processo administrativo’, de todos ‘aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada’ (art. 9º, II).” O Tribunal concluiu, portanto, que o art. 5º, LV, da Constituição da República incide diretamente sobre os processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, independentemente da existência de previsão legal ou regimental quanto à necessidade de audiência prévia dos jurisdicionados. No mandado de segurança em discussão, há razões ainda mais sólidas para se sustentar a inadmissibilidade de cerceamento do direito de defesa. Aqui, insisto, tanto o Regimento Interno quanto a Lei Orgânica do TCU foram expressos ao garantir aos responsáveis a oportunidade de 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 48 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF apresentar justificativa antes do julgamento definitivo da prestação de contas. Esse maior cuidado do legislador é absolutamente compreensível. Em se tratando de julgamentos sensíveis, que podem conduzir ao dever de indenizar, macular a imagem do gestor público e, em situações extremas, limitar sua capacidade eleitoral passiva, o mínimo que se pode pretender é o oferecimento de oportunidade de defesa ao jurisdicionado. Caso contrário, estaremos diante de decisões ilegítimas, fulcradas no mais puro arbítrio estatal, o que seguramente nos distanciará de um patamar civilizatório mínimo. Prosseguindo na análise da demanda, faço algumas considerações acerca das justificativas utilizadas pelo Tribunal de Contas para supressão do direito de defesa no processo de contas. Entendeu a Primeira Câmara do TCU, em síntese, que a simples circunstância de o impetrante ter se manifestado sobre as irregularidades no processo conexo, deflagrado por Representação do Ministério Público, seria motivo suficiente para suprimir o direito de defesa na tomada de contas simplificada. Ou seja, partindo da premissa de que as contas seriam avaliadas exclusivamente à luz das irregularidades identificadas no processo anterior, concluiu-se pela desnecessidade de renovação do direito de audiência. Peço vênia para apontar equívocos nesse raciocínio, que desafia a lógica, o Regimento Interno e a própria jurisprudência do Tribunal de Contas da União. Inicio destacando que a simples circunstância de o impetrante ter se defendido em processo conexo não é motivo suficiente para dispensar o exercício da ampla defesa e do contraditório na tomada de contas simplificada. Há que se ter em mente que os instrumentos da representação e da tomada de contas simplificada atendem a finalidades distintas. A primeira serve, fundamentalmente, para fiscalizar atos específicos praticados pelos gestores sujeitos à jurisdição do TCU, podendo, ao final, resultar na (i) sustação do ato impugnado (art. 45, I, da Lei 8.443/95); e (ii) 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF apresentar justificativa antes do julgamento definitivo da prestação de contas. Esse maior cuidado do legislador é absolutamente compreensível. Em se tratando de julgamentos sensíveis, que podem conduzir ao dever de indenizar, macular a imagem do gestor público e, em situações extremas, limitar sua capacidade eleitoral passiva, o mínimo que se pode pretender é o oferecimento de oportunidade de defesa ao jurisdicionado. Caso contrário, estaremos diante de decisões ilegítimas, fulcradas no mais puro arbítrio estatal, o que seguramente nos distanciará de um patamar civilizatório mínimo. Prosseguindo na análise da demanda, faço algumas considerações acerca das justificativas utilizadas pelo Tribunal de Contas para supressão do direito de defesa no processo de contas. Entendeu a Primeira Câmara do TCU, em síntese, que a simples circunstância de o impetrante ter se manifestado sobre as irregularidades no processo conexo, deflagrado por Representação do Ministério Público, seria motivo suficiente para suprimir o direito de defesa na tomada de contas simplificada. Ou seja, partindo da premissa de que as contas seriam avaliadas exclusivamente à luz das irregularidades identificadas no processo anterior, concluiu-se pela desnecessidade de renovação do direito de audiência. Peço vênia para apontar equívocos nesse raciocínio, que desafia a lógica, o Regimento Interno e a própria jurisprudência do Tribunal de Contas da União. Inicio destacando que a simples circunstância de o impetrante ter se defendido em processo conexo não é motivo suficiente para dispensar o exercício da ampla defesa e do contraditório na tomada de contas simplificada. Há que se ter em mente que os instrumentos da representação e da tomada de contas simplificada atendem a finalidades distintas. A primeira serve, fundamentalmente, para fiscalizar atos específicos praticados pelos gestores sujeitos à jurisdição do TCU, podendo, ao final, resultar na (i) sustação do ato impugnado (art. 45, I, da Lei 8.443/95); e (ii) 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 49 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF aplicação de multa ao agente público responsável (art. 45, III). A tomada de contas simplificada, por sua vez, é espécie do gênero processo de contas. Por ela, o Tribunal de Contas aprecia, por uma perspectiva holística, os atos de gestão praticados pelo gestor público em determinado exercício financeiro, pelo prisma da legalidade, legitimidade e economicidade. Compreende, em síntese, o julgamento das contas dos responsáveis por bens, dinheiros e valores públicos e, ao final, pode acarretar (i) a definição da responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado (art. 12, I, da Lei 8.443/95); (ii) a imputação de débito ao agente público que causou dano ao erário (art. 12, II); e (iii) caso constatadas irregularidades insanáveis que configurem ato de improbidade administrativa, a limitação tópica da capacidade eleitoral passiva do cidadão, à vista da causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, alínea g, da Lei Complementar 64/90. Dessa forma, considerando que esses instrumentos atendem a propósitos distintos, podendo culminar em sanções jurídicas autônomas, e que cada um tramita por rito próprio, parece-me equivocado sustentar que o oferecimento de direito de audiência no processo de Representação possa conduzir a uma automática e irrefletida dispensa do direito de defesa no processo de contas. A rigor, o entendimento consagrado na Súmula 288 do Tribunal de Contas da União somente seria legítimo em dois cenários hipotéticos: 1) se a identificação de irregularidades no processo de Representação conduzisse a uma necessária e automática rejeição das contas do gestor público; ou 2) se o exercício do direito de defesa na tomada de contas tivesse como escopo exclusivo a rediscussão dos fatos identificados na Representação deflagrada a pedido do Ministério Público. Ocorre que nem um nem outro são verdadeiros. Em primeiro lugar, porque o reconhecimento de irregularidades específicas não é motivo suficiente para macular a totalidade dos atos de gestão do exercício financeiro, conduzindo a uma automática rejeição das contas do administrador público. Essa possibilidade, destaco, é rechaçada expressamente pelo Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF aplicação de multa ao agente público responsável (art. 45, III). A tomada de contas simplificada, por sua vez, é espécie do gênero processo de contas. Por ela, o Tribunal de Contas aprecia, por uma perspectiva holística, os atos de gestão praticados pelo gestor público em determinado exercício financeiro, pelo prisma da legalidade, legitimidade e economicidade. Compreende, em síntese, o julgamento das contas dos responsáveis por bens, dinheiros e valores públicos e, ao final, pode acarretar (i) a definição da responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado (art. 12, I, da Lei 8.443/95); (ii) a imputação de débito ao agente público que causou dano ao erário (art. 12, II); e (iii) caso constatadas irregularidades insanáveis que configurem ato de improbidade administrativa, a limitação tópica da capacidade eleitoral passiva do cidadão, à vista da causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, alínea g, da Lei Complementar 64/90. Dessa forma, considerando que esses instrumentos atendem a propósitos distintos, podendo culminar em sanções jurídicas autônomas, e que cada um tramita por rito próprio, parece-me equivocado sustentar que o oferecimento de direito de audiência no processo de Representação possa conduzir a uma automática e irrefletida dispensa do direito de defesa no processo de contas. A rigor, o entendimento consagrado na Súmula 288 do Tribunal de Contas da União somente seria legítimo em dois cenários hipotéticos: 1) se a identificação de irregularidades no processo de Representação conduzisse a uma necessária e automática rejeição das contas do gestor público; ou 2) se o exercício do direito de defesa na tomada de contas tivesse como escopo exclusivo a rediscussão dos fatos identificados na Representação deflagrada a pedido do Ministério Público. Ocorre que nem um nem outro são verdadeiros. Em primeiro lugar, porque o reconhecimento de irregularidades específicas não é motivo suficiente para macular a totalidade dos atos de gestão do exercício financeiro, conduzindo a uma automática rejeição das contas do administrador público. Essa possibilidade, destaco, é rechaçada expressamente pelo Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 50 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF cujo art. 250, §5º, dispõe que “a aplicação de multa em processo de fiscalização não implicará prejulgamento das contas ordinárias da unidade jurisdicionada, devendo o fato ser considerado no contexto dos demais atos de gestão do período envolvido”. Essa sutileza tem sido prestigiada pela jurisprudência do Tribunal de Contas da União, que, não raras vezes, tem decidido que o cometimento de falhas pontuais não é razão suficiente para concluir pela irregularidade das contas, sobretudo se não forem identificados outros fatos desabonadores no contexto geral dos atos praticados no exercício financeiro. Nesse sentido, o acórdão a seguir transcrito, de lavra do eminente Ministro Raimundo Carreiro: “O fato de o gestor ter sido multado em processo de fiscalização não implica, necessariamente, no julgamento pela irregularidade de suas contas ordinárias. A ausência de irregularidades graves o suficiente para macular a gestão do responsável possibilita ao TCU formar o juízo pela regularidade com ressalva” (Acórdão 11445/2011, Rel. Min. Raimundo Carreiro, Segunda Câmara). No caso, ao aplicar o enunciado 288 da jurisprudência dominante do TCU, a autoridade coatora rechaçou o direito de audiência no processo de contas, impedindo que, por meio de manifestação escrita, o impetrante contribuísse com o convencimento do órgão colegiado. Não lhe foi assegurada oportunidade, assim, de deduzir teses legítimas e relevantes de defesa, tendentes a demonstrar, por exemplo, que as irregularidades constituíram eventos isolados no contexto global dos atos de gestão. Foi impedido, também, de invocar razões de proporcionalidade, no sentido de que mera circunstância de ter sido condenado ao pagamento de multa leve, em decorrência de irregularidades pontuais, não seria motivo suficiente para macular todos os demais atos, projetos e políticas públicas que foram desempenhados pela Secretaria de Gestão. E aqui, saliento, não se está a avaliar o mérito das possíveis teses de defesa do impetrante. Não é disso que se trata. Afirma-se, apenas, que o 13 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF cujo art. 250, §5º, dispõe que “a aplicação de multa em processo de fiscalização não implicará prejulgamento das contas ordinárias da unidade jurisdicionada, devendo o fato ser considerado no contexto dos demais atos de gestão do período envolvido”. Essa sutileza tem sido prestigiada pela jurisprudência do Tribunal de Contas da União, que, não raras vezes, tem decidido que o cometimento de falhas pontuais não é razão suficiente para concluir pela irregularidade das contas, sobretudo se não forem identificados outros fatos desabonadores no contexto geral dos atos praticados no exercício financeiro. Nesse sentido, o acórdão a seguir transcrito, de lavra do eminente Ministro Raimundo Carreiro: “O fato de o gestor ter sido multado em processo de fiscalização não implica, necessariamente, no julgamento pela irregularidade de suas contas ordinárias. A ausência de irregularidades graves o suficiente para macular a gestão do responsável possibilita ao TCU formar o juízo pela regularidade com ressalva” (Acórdão 11445/2011, Rel. Min. Raimundo Carreiro, Segunda Câmara). No caso, ao aplicar o enunciado 288 da jurisprudência dominante do TCU, a autoridade coatora rechaçou o direito de audiência no processo de contas, impedindo que, por meio de manifestação escrita, o impetrante contribuísse com o convencimento do órgão colegiado. Não lhe foi assegurada oportunidade, assim, de deduzir teses legítimas e relevantes de defesa, tendentes a demonstrar, por exemplo, que as irregularidades constituíram eventos isolados no contexto global dos atos de gestão. Foi impedido, também, de invocar razões de proporcionalidade, no sentido de que mera circunstância de ter sido condenado ao pagamento de multa leve, em decorrência de irregularidades pontuais, não seria motivo suficiente para macular todos os demais atos, projetos e políticas públicas que foram desempenhados pela Secretaria de Gestão. E aqui, saliento, não se está a avaliar o mérito das possíveis teses de defesa do impetrante. Não é disso que se trata. Afirma-se, apenas, que o 13 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 51 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF Tribunal de Contas da União, a pretexto de assegurar eficiência e celeridade ao processo de contas, silenciou o cidadão, cerceando o direito básico de invocar teses de defesa que, em casos similares, foram integralmente acolhidas pelo órgão de controle. Em segundo lugar, há atualmente, no Supremo Tribunal Federal, um certo consenso em torno da abrangência e do escopo do direito de defesa em processos de controle externo. Embora os precedentes inicialmente afirmassem que a garantia da ampla defesa se restringia a questões de fato – conforme se extrai do voto proferido pelo Ministro Velloso no RE 158.543/RS –, parece claro que o texto constitucional nunca autorizou semelhante redução teleológica. Em boa hora, essa orientação foi superada no julgamento do MS 24.268/MG, em que figurei como redator do acórdão, no qual se entendeu que direito de audiência no Tribunal de Contas da União não se limita à matéria fática, mas implica a possibilidade de ser ouvido também acerca de matéria jurídica. Confira- se a ementa do acórdão: “Mandado de Segurança. 2. Cancelamento de pensão especial pelo Tribunal de Contas da União. Ausência de comprovação da adoção por instrumento jurídico adequado. Pensão concedida há vinte anos. 3. Direito de defesa ampliado com a Constituição de 1988. Âmbito de proteção que contempla todos os processos, judiciais ou administrativos, e não se resume a um simples direito de manifestação no processo. 4. Direito constitucional comparado. Pretensão à tutela jurídica que envolve não só o direito de manifestação e de informação, mas também o direito de ver seus argumentos contemplados pelo órgão julgador. 5. Os princípios do contraditório e da ampla defesa, assegurados pela Constituição, aplicam-se a todos os procedimentos administrativos. 6. O exercício pleno do contraditório não se limita à garantia de alegação oportuna e eficaz a respeito de fatos, mas implica a possibilidade de ser ouvido também em matéria jurídica (...)” (MS 24.268, Relatora Min. ELLEN GRACIE, Redator do acórdão Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 5.2.2004, DJ 17.9.2004 PP- 14 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Tribunal de Contas da União, a pretexto de assegurar eficiência e celeridade ao processo de contas, silenciou o cidadão, cerceando o direito básico de invocar teses de defesa que, em casos similares, foram integralmente acolhidas pelo órgão de controle. Em segundo lugar, há atualmente, no Supremo Tribunal Federal, um certo consenso em torno da abrangência e do escopo do direito de defesa em processos de controle externo. Embora os precedentes inicialmente afirmassem que a garantia da ampla defesa se restringia a questões de fato – conforme se extrai do voto proferido pelo Ministro Velloso no RE 158.543/RS –, parece claro que o texto constitucional nunca autorizou semelhante redução teleológica. Em boa hora, essa orientação foi superada no julgamento do MS 24.268/MG, em que figurei como redator do acórdão, no qual se entendeu que direito de audiência no Tribunal de Contas da União não se limita à matéria fática, mas implica a possibilidade de ser ouvido também acerca de matéria jurídica. Confira- se a ementa do acórdão: “Mandado de Segurança. 2. Cancelamento de pensão especial pelo Tribunal de Contas da União. Ausência de comprovação da adoção por instrumento jurídico adequado. Pensão concedida há vinte anos. 3. Direito de defesa ampliado com a Constituição de 1988. Âmbito de proteção que contempla todos os processos, judiciais ou administrativos, e não se resume a um simples direito de manifestação no processo. 4. Direito constitucional comparado. Pretensão à tutela jurídica que envolve não só o direito de manifestação e de informação, mas também o direito de ver seus argumentos contemplados pelo órgão julgador. 5. Os princípios do contraditório e da ampla defesa, assegurados pela Constituição, aplicam-se a todos os procedimentos administrativos. 6. O exercício pleno do contraditório não se limita à garantia de alegação oportuna e eficaz a respeito de fatos, mas implica a possibilidade de ser ouvido também em matéria jurídica (...)” (MS 24.268, Relatora Min. ELLEN GRACIE, Redator do acórdão Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 5.2.2004, DJ 17.9.2004 PP- 14 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 52 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF 00081 EMENT VOL-02164-01 PP-00154 RDDP 23, 2005, p. 133- 151 RTJ VOL-00191-03 PP-00922) Tema análogo já foi contemplado em artigo de autoria do Desembargador Néviton Guedes, publicado no site Consultor Jurídico (Conjur). Segundo o renomado professor, “(...) o acusado tenderá defender-se não apenas dos fatos puros, mas dos fatos como foram qualificados pelo autor. Aliás, em processo judicial e no âmbito do direito, não existem fatos puros, mas fatos qualificados por uma ou outra norma. O autor não imputa “fatos puros” ao acusado. Diversamente, são-lhe imputados fatos previamente destacados da realidade à luz da abstrata consideração ou qualificação normativa. Descrição de fatos no direito é, em primeiro lugar, descrição ou imputação jurídica de fatos” (Néviton Guedes, Quem só pode se defender dos fatos acaba sendo atingido pelo Direito, Consultor Jurídico, 23.09.2014). À vista dessas considerações, mesmo que se pudesse cogitar da imutabilidade dos efeitos da decisão proferida no processo anterior ou da impossibilidade de rediscussão dos fatos nele constatados, não seria o caso de restringir o exercício da ampla defesa na tomada de contas simplificada. E isso por um motivo simples: considerando que os instrumentos da representação e da tomada de contas simplificada servem a propósitos distintos, seguindo regras próprias, é legítimo que o responsável pretenda demonstrar que as irregularidades constatadas no processo anterior não são graves o suficientes para, no contexto global dos atos de gestão, conferir um timbre de irregularidade às contas do exercício. Ou seja, mesmo sem negar a existência das irregularidades, a defesa pode se propor a comprovar que elas são insignificantes e que não devem repercutir negativamente no conjunto de projetos, atos e políticas públicas que foram executadas pela unidade administrativa. Essa mesma posição já foi externada por Elísio de Azevedo Freitas no site Migalhas, em artigo publicado no dia 1º de junho de 2021. 15 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 00081 EMENT VOL-02164-01 PP-00154 RDDP 23, 2005, p. 133- 151 RTJ VOL-00191-03 PP-00922) Tema análogo já foi contemplado em artigo de autoria do Desembargador Néviton Guedes, publicado no site Consultor Jurídico (Conjur). Segundo o renomado professor, “(...) o acusado tenderá defender-se não apenas dos fatos puros, mas dos fatos como foram qualificados pelo autor. Aliás, em processo judicial e no âmbito do direito, não existem fatos puros, mas fatos qualificados por uma ou outra norma. O autor não imputa “fatos puros” ao acusado. Diversamente, são-lhe imputados fatos previamente destacados da realidade à luz da abstrata consideração ou qualificação normativa. Descrição de fatos no direito é, em primeiro lugar, descrição ou imputação jurídica de fatos” (Néviton Guedes, Quem só pode se defender dos fatos acaba sendo atingido pelo Direito, Consultor Jurídico, 23.09.2014). À vista dessas considerações, mesmo que se pudesse cogitar da imutabilidade dos efeitos da decisão proferida no processo anterior ou da impossibilidade de rediscussão dos fatos nele constatados, não seria o caso de restringir o exercício da ampla defesa na tomada de contas simplificada. E isso por um motivo simples: considerando que os instrumentos da representação e da tomada de contas simplificada servem a propósitos distintos, seguindo regras próprias, é legítimo que o responsável pretenda demonstrar que as irregularidades constatadas no processo anterior não são graves o suficientes para, no contexto global dos atos de gestão, conferir um timbre de irregularidade às contas do exercício. Ou seja, mesmo sem negar a existência das irregularidades, a defesa pode se propor a comprovar que elas são insignificantes e que não devem repercutir negativamente no conjunto de projetos, atos e políticas públicas que foram executadas pela unidade administrativa. Essa mesma posição já foi externada por Elísio de Azevedo Freitas no site Migalhas, em artigo publicado no dia 1º de junho de 2021. 15 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 53 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF Transcrevo trechos do texto, no que importa: Acontece que é prática no TCU não citar responsáveis à defesa em processos de contas anuais que estavam sobrestados, porquanto numa representação, por exemplo, a eles já se franquearam oportunidades para tanto quanto às irregularidades suscitadas. Assim, sem citá-los, a Corte de Contas parte diretamente para o julgamento pela irregularidade das contas dos gestores. Entendemos que essa praxe é ilegal, pois fere claramente os princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. Ora, o fato de existir sanção em processo de fiscalização referente a atos de gestão daquele ano não conduz, necessariamente, ao julgamento pela irregularidade das contas. Assim, o responsável precisaria ter oportunidade de se defender e demonstrar que aquele julgamento não comprometeu sua gestão anual e, em confronto com os demais atos e até mesmo com a extensão dos recursos geridos, tentar demonstrar que suas contas deveriam ser julgadas regulares com ressalva. Além de ferir os princípios constitucionais ligados à defesa e os muito bem lançados fundamentos da decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, citados alhures, e que também se aplicam perfeitamente a esta outra hipótese, é certo que o procedimento em tela ainda desrespeita normativos internos do TCU. Nos termos do 5º do artigo 250 de seu Regimento Interno, a aplicação de multa não implica o prejulgamento das contas ordinárias, devendo ser analisado todo o contexto da gestão anual para que aquelas sejam crivadas (O Controle do STF sobre o Exercício das Competências Constitucionais e dos Poderes do TCU, publicado no site Migalhas, em 01.07.21). Além disso, sabe-se que a rejeição das contas do administrador público pode produzir efeitos mais nocivos do que o apontamento de 16 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Transcrevo trechos do texto, no que importa: Acontece que é prática no TCU não citar responsáveis à defesa em processos de contas anuais que estavam sobrestados, porquanto numa representação, por exemplo, a eles já se franquearam oportunidades para tanto quanto às irregularidades suscitadas. Assim, sem citá-los, a Corte de Contas parte diretamente para o julgamento pela irregularidade das contas dos gestores. Entendemos que essa praxe é ilegal, pois fere claramente os princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. Ora, o fato de existir sanção em processo de fiscalização referente a atos de gestão daquele ano não conduz, necessariamente, ao julgamento pela irregularidade das contas. Assim, o responsável precisaria ter oportunidade de se defender e demonstrar que aquele julgamento não comprometeu sua gestão anual e, em confronto com os demais atos e até mesmo com a extensão dos recursos geridos, tentar demonstrar que suas contas deveriam ser julgadas regulares com ressalva. Além de ferir os princípios constitucionais ligados à defesa e os muito bem lançados fundamentos da decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, citados alhures, e que também se aplicam perfeitamente a esta outra hipótese, é certo que o procedimento em tela ainda desrespeita normativos internos do TCU. Nos termos do 5º do artigo 250 de seu Regimento Interno, a aplicação de multa não implica o prejulgamento das contas ordinárias, devendo ser analisado todo o contexto da gestão anual para que aquelas sejam crivadas (O Controle do STF sobre o Exercício das Competências Constitucionais e dos Poderes do TCU, publicado no site Migalhas, em 01.07.21). Além disso, sabe-se que a rejeição das contas do administrador público pode produzir efeitos mais nocivos do que o apontamento de 16 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 54 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF irregularidades em processo de fiscalização específico. Como visto, a conclusão pelas irregularidades das contas pode implicar, a depender da capitulação jurídica das impropriedades identificadas, a limitação da capacidade eleitoral passiva do gestor público. Nesse sentido, entende o Tribunal Superior Eleitoral que a incidência da inelegibilidade prevista na alínea g do inciso I do art. 1º da LC 64/90 pressupõe decisão irrecorrível proferida por órgão competente; detecção de irregularidade insanável; e configuração de ato doloso de improbidade administrativa (Recurso Ordinário 060062021, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20.11.2018). Sobre a necessidade de deferência às capitulações jurídicas realizadas pelos órgãos de controle, já decidiu o Tribunal Superior Eleitoral que “ainda que esta Justiça Especializada possa extrair das decisões judiciais e administrativas elementos que venham a atrair ou afastar a inelegibilidade, descabe reenquadrar os fatos e tampouco proceder a juízo de valor sobre a deliberação dos órgãos competentes”. (AgR-REspe 060022456, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7.4.2021). Nesse mesmo sentido, dispõe a Súmula 41 do Tribunal Superior Eleitoral que “não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por órgãos do Judiciário ou dos tribunais de contas que configurem causa de inelegibilidade”. Dessa forma, considerando que o conteúdo do acórdão que conclui pela irregularidade das contas exerce grande influência sobre a decisão da Justiça Eleitoral, é no mínimo compreensível a pretensão do impetrante de se defender antes do julgamento pelo Tribunal de Contas da União. E isso, insisto, pode ocorrer mesmo sem o propósito de negar a existência dos fatos, mas apenas para afastar capitulações jurídicas que lhe sejam prejudiciais, a exemplo da insanabilidade das irregularidades e da caracterização de ato doloso de improbidade administrativa. Peço as mais respeitosas vênias, ainda, para divergir da eminente Ministra Relatora no que toca ao reconhecimento de efetivo prejuízo ao inculpado (pas de nulitté sans grief). Primeiro porque os danos causados são evidentes, na medida em que o órgão de fiscalização julgou 17 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF irregularidades em processo de fiscalização específico. Como visto, a conclusão pelas irregularidades das contas pode implicar, a depender da capitulação jurídica das impropriedades identificadas, a limitação da capacidade eleitoral passiva do gestor público. Nesse sentido, entende o Tribunal Superior Eleitoral que a incidência da inelegibilidade prevista na alínea g do inciso I do art. 1º da LC 64/90 pressupõe decisão irrecorrível proferida por órgão competente; detecção de irregularidade insanável; e configuração de ato doloso de improbidade administrativa (Recurso Ordinário 060062021, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20.11.2018). Sobre a necessidade de deferência às capitulações jurídicas realizadas pelos órgãos de controle, já decidiu o Tribunal Superior Eleitoral que “ainda que esta Justiça Especializada possa extrair das decisões judiciais e administrativas elementos que venham a atrair ou afastar a inelegibilidade, descabe reenquadrar os fatos e tampouco proceder a juízo de valor sobre a deliberação dos órgãos competentes”. (AgR-REspe 060022456, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7.4.2021). Nesse mesmo sentido, dispõe a Súmula 41 do Tribunal Superior Eleitoral que “não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por órgãos do Judiciário ou dos tribunais de contas que configurem causa de inelegibilidade”. Dessa forma, considerando que o conteúdo do acórdão que conclui pela irregularidade das contas exerce grande influência sobre a decisão da Justiça Eleitoral, é no mínimo compreensível a pretensão do impetrante de se defender antes do julgamento pelo Tribunal de Contas da União. E isso, insisto, pode ocorrer mesmo sem o propósito de negar a existência dos fatos, mas apenas para afastar capitulações jurídicas que lhe sejam prejudiciais, a exemplo da insanabilidade das irregularidades e da caracterização de ato doloso de improbidade administrativa. Peço as mais respeitosas vênias, ainda, para divergir da eminente Ministra Relatora no que toca ao reconhecimento de efetivo prejuízo ao inculpado (pas de nulitté sans grief). Primeiro porque os danos causados são evidentes, na medida em que o órgão de fiscalização julgou 17 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 55 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF irregulares as contas do impetrante, o que acarretou na inscrição de seu nome na lista de responsáveis com contas irregulares do Tribunal de Contas da União. Depois porque reputo que a simples circunstância de o impetrante ter se defendido após o julgamento das contas, mediante interposição dos recursos cabíveis, não é capaz de suprir as graves falhas cometidas pelo órgão de controle externo. Sustentar o contrário inviabilizaria todo e qualquer reconhecimento de violação à ampla defesa, pois bastaria que o cidadão exercesse o legítimo exercício do direito recursal para que as falhas cometidas pela Corte de Contas fossem automaticamente saneadas, com afastamento das nulidades processuais. O que se pretende afirmar com isso é que o direito de defesa deve ser prévio e efetivo, e não meramente simbólico. Não é outra a avaliação do tema no direito constitucional comparado. Apreciando o chamado “Anspruch auf rechtliches gehör” (pretensão à tutela jurídica) no direito alemão, assinala o Bundesverfassungsgericht que essa pretensão envolve não só o direito de manifestação e o direito de informação sobre o objeto do processo, mas também o direito de ver seus argumentos contemplados pelo órgão incumbido de julgar. Daí afirmar-se, corretamente, que a pretensão à tutela jurídica, que corresponde exatamente à garantia consagrada no art. 5º, LV, da Constituição, contém os seguintes direitos: 1) direito de informação (Recht auf Information), que obriga o órgão julgador a informar às partes os atos praticados no processo e sobre os elementos dele constantes; 2) direito de manifestação (Recht auf Äusserung), que assegura a possibilidade de manifestação, oralmente ou por escrito, sobre os elementos fáticos e jurídicos constantes do processo; e 3) direito de ver seus argumentos considerados (Recht auf Berücksichtigung), que exige do julgador capacidade de apreensão e isenção de ânimo (Aufnahmefähigkeit und Aufnahmebereitschaft) para contemplar as razões apresentadas. O direito de participar efetivamente na formação do convencimento do julgador e de reagir previamente às pretensões que lhe são desfavoráveis ecoou na legislação infraconstitucional, particularmente na 18 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF irregulares as contas do impetrante, o que acarretou na inscrição de seu nome na lista de responsáveis com contas irregulares do Tribunal de Contas da União. Depois porque reputo que a simples circunstância de o impetrante ter se defendido após o julgamento das contas, mediante interposição dos recursos cabíveis, não é capaz de suprir as graves falhas cometidas pelo órgão de controle externo. Sustentar o contrário inviabilizaria todo e qualquer reconhecimento de violação à ampla defesa, pois bastaria que o cidadão exercesse o legítimo exercício do direito recursal para que as falhas cometidas pela Corte de Contas fossem automaticamente saneadas, com afastamento das nulidades processuais. O que se pretende afirmar com isso é que o direito de defesa deve ser prévio e efetivo, e não meramente simbólico. Não é outra a avaliação do tema no direito constitucional comparado. Apreciando o chamado “Anspruch auf rechtliches gehör” (pretensão à tutela jurídica) no direito alemão, assinala o Bundesverfassungsgericht que essa pretensão envolve não só o direito de manifestação e o direito de informação sobre o objeto do processo, mas também o direito de ver seus argumentos contemplados pelo órgão incumbido de julgar. Daí afirmar-se, corretamente, que a pretensão à tutela jurídica, que corresponde exatamente à garantia consagrada no art. 5º, LV, da Constituição, contém os seguintes direitos: 1) direito de informação (Recht auf Information), que obriga o órgão julgador a informar às partes os atos praticados no processo e sobre os elementos dele constantes; 2) direito de manifestação (Recht auf Äusserung), que assegura a possibilidade de manifestação, oralmente ou por escrito, sobre os elementos fáticos e jurídicos constantes do processo; e 3) direito de ver seus argumentos considerados (Recht auf Berücksichtigung), que exige do julgador capacidade de apreensão e isenção de ânimo (Aufnahmefähigkeit und Aufnahmebereitschaft) para contemplar as razões apresentadas. O direito de participar efetivamente na formação do convencimento do julgador e de reagir previamente às pretensões que lhe são desfavoráveis ecoou na legislação infraconstitucional, particularmente na 18 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 56 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF Lei 9.784/99, que disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Com clareza e objetividade, dispôs o legislador que o administrado tem direito de formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente (art. 3º, inciso III). Firme nessas premissas, tenho para mim que a prática adotada pelo Tribunal de Contas da União viola o substrato ético da Constituição Federal, na medida em que silencia o jurisdicionado no curso de julgamento sensível, que tem a potencialidade de repercutir em sua órbita moral, patrimonial e, no limite, restringir direitos fundamentais relacionados à cidadania. 3. Da prescrição Por fim, especificamente no que diz respeito à prescrição da pretensão punitiva, acompanho as substanciosas conclusões da eminente Ministra Relatora. Verifico que, embora o processo de contas, individualmente considerado, tenha permanecido sobrestado por anos a fio, não houve propriamente inércia da autoridade coatora no que toca à apuração das irregularidades imputadas ao impetrante. Extrai-se dos autos que as áreas técnicas e os órgãos deliberativos do Tribunal de Contas da União apuraram diligentemente os fatos que interessavam tanto ao processo de contas (TCSP 008.754/2004-9) quanto à Representação deflagrada a pedido do Ministério Público (TC 010.462/2001-1). A esse respeito, destaco as informações prestadas pela Consultoria Jurídica do TCU (eDOC 37), que comprovam a prática de inúmeros atos processuais dirigidos à elucidação das supostas irregularidades. Não há como sustentar, portanto, que, à época da impetração do mandamus, a pretensão punitiva do TCU encontrava-se fulminada pelo efeito deletério do tempo. Por óbvio que, caso o presente voto venha a prevalecer, caberá ao 19 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Lei 9.784/99, que disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Com clareza e objetividade, dispôs o legislador que o administrado tem direito de formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente (art. 3º, inciso III). Firme nessas premissas, tenho para mim que a prática adotada pelo Tribunal de Contas da União viola o substrato ético da Constituição Federal, na medida em que silencia o jurisdicionado no curso de julgamento sensível, que tem a potencialidade de repercutir em sua órbita moral, patrimonial e, no limite, restringir direitos fundamentais relacionados à cidadania. 3. Da prescrição Por fim, especificamente no que diz respeito à prescrição da pretensão punitiva, acompanho as substanciosas conclusões da eminente Ministra Relatora. Verifico que, embora o processo de contas, individualmente considerado, tenha permanecido sobrestado por anos a fio, não houve propriamente inércia da autoridade coatora no que toca à apuração das irregularidades imputadas ao impetrante. Extrai-se dos autos que as áreas técnicas e os órgãos deliberativos do Tribunal de Contas da União apuraram diligentemente os fatos que interessavam tanto ao processo de contas (TCSP 008.754/2004-9) quanto à Representação deflagrada a pedido do Ministério Público (TC 010.462/2001-1). A esse respeito, destaco as informações prestadas pela Consultoria Jurídica do TCU (eDOC 37), que comprovam a prática de inúmeros atos processuais dirigidos à elucidação das supostas irregularidades. Não há como sustentar, portanto, que, à época da impetração do mandamus, a pretensão punitiva do TCU encontrava-se fulminada pelo efeito deletério do tempo. Por óbvio que, caso o presente voto venha a prevalecer, caberá ao 19 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 57 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF Tribunal de Contas da União revisitar a tese de prescrição à luz da anulação dos Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018. E deverá fazê- lo, claro, considerando o entendimento consagrado no Supremo Tribunal Federal, segundo o qual a prescrição da pretensão punitiva no âmbito do TCU rege-se pelo prazo quinquenal, na forma da Lei 9.873/99 (MS 35.940, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 14.7.2020; MS 32.201, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 7.8.2017; e MS 35.512-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 21.6.2019). 4. Voto Ante o exposto, pedindo as mais respeitosas vênias à eminente Relatora, voto no sentido de dar provimento ao agravo regimental e, desde já, concedo parcialmente a segurança para reconhecer a nulidade dos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Contas da União na tomada de contas simplificada 008.754/2004-9 (Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018), assegurando ao impetrante, consequentemente, o direito de audiência previsto no art. 13, inciso III, da Lei 8.443/92. 20 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Tribunal de Contas da União revisitar a tese de prescrição à luz da anulação dos Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018. E deverá fazê- lo, claro, considerando o entendimento consagrado no Supremo Tribunal Federal, segundo o qual a prescrição da pretensão punitiva no âmbito do TCU rege-se pelo prazo quinquenal, na forma da Lei 9.873/99 (MS 35.940, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 14.7.2020; MS 32.201, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 7.8.2017; e MS 35.512-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 21.6.2019). 4. Voto Ante o exposto, pedindo as mais respeitosas vênias à eminente Relatora, voto no sentido de dar provimento ao agravo regimental e, desde já, concedo parcialmente a segurança para reconhecer a nulidade dos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Contas da União na tomada de contas simplificada 008.754/2004-9 (Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018), assegurando ao impetrante, consequentemente, o direito de audiência previsto no art. 13, inciso III, da Lei 8.443/92. 20 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 58 de 82 Confirmação de Voto 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL CONFIRMAÇÃO DE VOTO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Senhor Presidente, Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, Ministro Edson Fachin, Ministro Nunes Marques, Doutor Luiz Augusto, a quem também cumprimento - o Ministro-Presidente já cumprimentou em nome de todos nós -, e Senhores Servidores, os quais cumprimento na pessoa da Senhora Secretária. Senhor Presidente, rapidissimamente, queria enfatizar apenas alguns pontos, porque estamos de acordo quanto ao direito de defesa e à sua extensão. Apenas a análise de sua incidência, no caso, foi um pouco diferente. Por isso, gostaria de realçar alguns pontos que me levaram a denegar a ordem e, posteriormente, a votar no sentido do desprovimento do agravo. Vossa Excelência, na parte da prescrição, conduziu-se no mesmo sentido para o qual eu havia me direcionado inicialmente, mas, na parte do contraditório, diverge. Apenas para realçar. Antes disso, Senhor Presidente, não quero deixar, conforme fiz ontem na sessão, de cumprimentar Vossa Excelência pela audiência pública, pela importância do tema, pelo compromisso que Vossa Excelência tem, como todos os Ministros, mas de uma forma muito especial, com essa tragédia brasileira da questão penitenciária e com a proposta de superarmos esse estado de coisas inconstitucional de uma maneira mais efetiva e propositiva, nesse drama que não é só do Poder Judiciário, é da sociedade brasileira. Porém, o drama é maior. Conforme enfatizado por Vossa Excelência ontem, na abertura, nós temos um problema do Poder Judiciário, mas também um problema do Poder Executivo. É preciso que o juiz brasileiro, ao julgar, tenha o cuidado e comece a saber efetivamente para onde está indo aquele cuja prisão ele decrete. Acho que, nesse sentido, as escolas da Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL CONFIRMAÇÃO DE VOTO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Senhor Presidente, Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, Ministro Edson Fachin, Ministro Nunes Marques, Doutor Luiz Augusto, a quem também cumprimento - o Ministro-Presidente já cumprimentou em nome de todos nós -, e Senhores Servidores, os quais cumprimento na pessoa da Senhora Secretária. Senhor Presidente, rapidissimamente, queria enfatizar apenas alguns pontos, porque estamos de acordo quanto ao direito de defesa e à sua extensão. Apenas a análise de sua incidência, no caso, foi um pouco diferente. Por isso, gostaria de realçar alguns pontos que me levaram a denegar a ordem e, posteriormente, a votar no sentido do desprovimento do agravo. Vossa Excelência, na parte da prescrição, conduziu-se no mesmo sentido para o qual eu havia me direcionado inicialmente, mas, na parte do contraditório, diverge. Apenas para realçar. Antes disso, Senhor Presidente, não quero deixar, conforme fiz ontem na sessão, de cumprimentar Vossa Excelência pela audiência pública, pela importância do tema, pelo compromisso que Vossa Excelência tem, como todos os Ministros, mas de uma forma muito especial, com essa tragédia brasileira da questão penitenciária e com a proposta de superarmos esse estado de coisas inconstitucional de uma maneira mais efetiva e propositiva, nesse drama que não é só do Poder Judiciário, é da sociedade brasileira. Porém, o drama é maior. Conforme enfatizado por Vossa Excelência ontem, na abertura, nós temos um problema do Poder Judiciário, mas também um problema do Poder Executivo. É preciso que o juiz brasileiro, ao julgar, tenha o cuidado e comece a saber efetivamente para onde está indo aquele cuja prisão ele decrete. Acho que, nesse sentido, as escolas da Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 59 de 82 Confirmação de Voto MS 35883 ED-AGR / DF Magistratura têm um enorme papel a desempenhar, porque fica fácil, talvez, ou, pelo menos, menos penoso, decretar uma prisão sem ter que pensar muito para onde está se conduzindo aquela pessoa. Então tenho só a cumprimentar Vossa Excelência pelo trabalho realizado desde sempre, pelo que foi a condução da audiência pública e - tenho certeza - as proposições que dali sairão. No caso específico deste mandado de segurança, comungo com Vossa Excelência tudo quanto foi dito sobre o direito de defesa e ao contraditório. Apenas me pareceu que seria conveniente enfatizar as razões que me levaram à conclusão a que cheguei. Esse mandado de segurança foi impetrado por Humberto Falcão Martins, em 2018 - eu herdei a relatoria do Ministro Dias Toffoli -, contra dois acórdãos do Tribunal de Contas, os acórdãos 1.289/2016, Tomada de Contas Simplificada, e o 1.496/2018, no Recurso de Reconsideração 2.786 nos Embargos de Declaração, que foram prolatados pela Primeira Turma do Tribunal de Contas da União. Nos autos do processo de Tomada de Contas Simplificada 008.754, Vossa Excelência hoje já fez referência em seu voto, foram julgadas irregulares as contas do impetrante, que foi secretário da Secretaria de Gestão do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão. A conclusão do Tribunal de Contas foi que teria havido um ato antieconômico caracterizado na Tomada de Contas 010.462, ou seja, teve uma tomada de contas simplificada a respeito de um ato que tinha sido objeto e caracterizado na Tomada de Contas 010.462. O impetrante, então, afirma que, em 2004, foi aberta no Tribunal de Contas essa Tomada de Contas Simplificada 008.754 para análise das contas de responsabilidade do impetrante no exercício de 2003. Paralelamente a essa tomada de contas simplificada - é ele que relata na impetração -, no dia 6 de julho daquele mesmo ano, por representação do Ministério Público do Tribunal de Contas, houve, então, a instauração da Tomada de Contas 010.462 para: "(...) apurar eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão" - no período titularizado pelo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Magistratura têm um enorme papel a desempenhar, porque fica fácil, talvez, ou, pelo menos, menos penoso, decretar uma prisão sem ter que pensar muito para onde está se conduzindo aquela pessoa. Então tenho só a cumprimentar Vossa Excelência pelo trabalho realizado desde sempre, pelo que foi a condução da audiência pública e - tenho certeza - as proposições que dali sairão. No caso específico deste mandado de segurança, comungo com Vossa Excelência tudo quanto foi dito sobre o direito de defesa e ao contraditório. Apenas me pareceu que seria conveniente enfatizar as razões que me levaram à conclusão a que cheguei. Esse mandado de segurança foi impetrado por Humberto Falcão Martins, em 2018 - eu herdei a relatoria do Ministro Dias Toffoli -, contra dois acórdãos do Tribunal de Contas, os acórdãos 1.289/2016, Tomada de Contas Simplificada, e o 1.496/2018, no Recurso de Reconsideração 2.786 nos Embargos de Declaração, que foram prolatados pela Primeira Turma do Tribunal de Contas da União. Nos autos do processo de Tomada de Contas Simplificada 008.754, Vossa Excelência hoje já fez referência em seu voto, foram julgadas irregulares as contas do impetrante, que foi secretário da Secretaria de Gestão do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão. A conclusão do Tribunal de Contas foi que teria havido um ato antieconômico caracterizado na Tomada de Contas 010.462, ou seja, teve uma tomada de contas simplificada a respeito de um ato que tinha sido objeto e caracterizado na Tomada de Contas 010.462. O impetrante, então, afirma que, em 2004, foi aberta no Tribunal de Contas essa Tomada de Contas Simplificada 008.754 para análise das contas de responsabilidade do impetrante no exercício de 2003. Paralelamente a essa tomada de contas simplificada - é ele que relata na impetração -, no dia 6 de julho daquele mesmo ano, por representação do Ministério Público do Tribunal de Contas, houve, então, a instauração da Tomada de Contas 010.462 para: "(...) apurar eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão" - no período titularizado pelo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 60 de 82 Confirmação de Voto MS 35883 ED-AGR / DF impetrante - "do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações," que estavam naquela tomada de contas simplificada. Então, na Tomada de Contas Simplificada 008.754, foram emitidos pareceres com ressalva das contas do exercício de 2003. Recomendou-se, no Tribunal de Contas, o sobrestamento dessa Tomada de Contas Simplificada 008.754 até o julgamento da Tomada de Contas 010.462, o que foi acolhido pelo Ministro Marcos Vilaça, Relator, em 2006. Nesse julgamento da Tomada de Contas 010.462, ele foi responsabilizado, nos termos dos dois acórdãos, 2.060 e 1.178, e condenado ao pagamento da multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Ele afirma, então, que, neste mandado de segurança, ele não está questionando este aqui, mas que, dez anos depois de determinado o sobrestamento daquela Tomada de Contas Simplificada 008.754, com o término - e só terminou em 2016 - do julgamento da Tomada de Contas 010.462, o Tribunal de Contas da União, em sessão de julgamento realizada em 23 de fevereiro de 2016, decidiu o processo dessa tomada de contas simplificada. Ele afirma que: "(...) somente tomou conhecimento do julgamento em 10/10/2016, ocasião em que foi interposto Recurso de Reconsideração, que teve seu processamento admitido, mas desprovido." Ele, então, opôs embargos de declaração nessa tomada de contas simplificada, em que ele afirma que não teria tido o direito ao contraditório. Portanto, houve o recurso de reconsideração e os embargos de declaração. Para o impetrante, essas decisões, tanto a primeira, o desprovimento do pedido de reconsideração, quanto a rejeição dos embargos de declaração seriam ilegais e abusivas porque teriam sido proferidas sem a garantia do regular exercício do direito de defesa. Ele afirma, como o Ministro Gilmar hoje lembrou em seu douto voto, que teria tido cerceamento do direito de defesa e que o Ministro-Relator da tomada de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF impetrante - "do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações," que estavam naquela tomada de contas simplificada. Então, na Tomada de Contas Simplificada 008.754, foram emitidos pareceres com ressalva das contas do exercício de 2003. Recomendou-se, no Tribunal de Contas, o sobrestamento dessa Tomada de Contas Simplificada 008.754 até o julgamento da Tomada de Contas 010.462, o que foi acolhido pelo Ministro Marcos Vilaça, Relator, em 2006. Nesse julgamento da Tomada de Contas 010.462, ele foi responsabilizado, nos termos dos dois acórdãos, 2.060 e 1.178, e condenado ao pagamento da multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Ele afirma, então, que, neste mandado de segurança, ele não está questionando este aqui, mas que, dez anos depois de determinado o sobrestamento daquela Tomada de Contas Simplificada 008.754, com o término - e só terminou em 2016 - do julgamento da Tomada de Contas 010.462, o Tribunal de Contas da União, em sessão de julgamento realizada em 23 de fevereiro de 2016, decidiu o processo dessa tomada de contas simplificada. Ele afirma que: "(...) somente tomou conhecimento do julgamento em 10/10/2016, ocasião em que foi interposto Recurso de Reconsideração, que teve seu processamento admitido, mas desprovido." Ele, então, opôs embargos de declaração nessa tomada de contas simplificada, em que ele afirma que não teria tido o direito ao contraditório. Portanto, houve o recurso de reconsideração e os embargos de declaração. Para o impetrante, essas decisões, tanto a primeira, o desprovimento do pedido de reconsideração, quanto a rejeição dos embargos de declaração seriam ilegais e abusivas porque teriam sido proferidas sem a garantia do regular exercício do direito de defesa. Ele afirma, como o Ministro Gilmar hoje lembrou em seu douto voto, que teria tido cerceamento do direito de defesa e que o Ministro-Relator da tomada de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 61 de 82 Confirmação de Voto MS 35883 ED-AGR / DF contas simplificada teria afirmado, quando foi pedida a oitiva do impetrante, que seria dispensável porque, na outra tomada de contas, a 010.462, sobre o mesmo fato, teria sido proporcionado ao responsável o exercício - e foi exercido, ele realmente não questiona isso - da ampla defesa e do contraditório. Naquela 010.462 foi aplicada também sanção de multa, pelo que o Relator no Tribunal de Contas considerou desnecessário repetir esse ato neste caso. Nesse sentido é que, na Tomada de Contas 010.462, ele afirma que não foi suficiente porque ele se limitou a analisar o processo de contratação direta do Movimento Brasil Competitivo e não todas as contas do exercício de 2003. Requereu medida liminar, que foi deferida pelo Ministro Dias Toffoli. O Tribunal de Contas prestou informações, realçando mais uma vez que julgara irregulares as contas na mesma condição na Tomada de Contas 010.462 e, portanto, não haveria ilegalidade no aproveitamento do que foi feito, incluído quanto à defesa. A União também recorreu. O que interessa realçar aqui, por que cheguei à conclusão que cheguei, agora com a divergência do eminente Ministro Gilmar Mendes, Vistor, é que analisei que a Tomada de Contas 008.754 foi sobrestada, exatamente como disse o Tribunal de Contas, para aguardar o julgamento da Tomada de Contas 010.462, que foi instaurada por representação do Ministério Público, para apurar as irregularidades em contratação não procedida de licitação realizada pela secretaria de gestão titularizada pelo agora impetrante. A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações bem como identificar e responsabilizar se, no caso, os agentes seriam responsáveis por eventuais prejuízos ao erário. São esses os fatos que levaram à rejeição das contas do impetrante na tomada de contas simplificada, que foi objeto da impugnação menos de um ano depois do julgamento definitivo da Tomada de Contas 010.462. Ou seja, ele não questiona a Tomada de Contas 010.462, na qual ele teve ampla participação e que se refere aos fatos que foram recortados, mas repetidos em relação a ele, na condição de secretário, na tomada de contas simplificada. Nesse caso, portanto, é que o Tribunal de Contas considerou que, como as contas teriam sido objeto da impugnação nessa Tomada de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF contas simplificada teria afirmado, quando foi pedida a oitiva do impetrante, que seria dispensável porque, na outra tomada de contas, a 010.462, sobre o mesmo fato, teria sido proporcionado ao responsável o exercício - e foi exercido, ele realmente não questiona isso - da ampla defesa e do contraditório. Naquela 010.462 foi aplicada também sanção de multa, pelo que o Relator no Tribunal de Contas considerou desnecessário repetir esse ato neste caso. Nesse sentido é que, na Tomada de Contas 010.462, ele afirma que não foi suficiente porque ele se limitou a analisar o processo de contratação direta do Movimento Brasil Competitivo e não todas as contas do exercício de 2003. Requereu medida liminar, que foi deferida pelo Ministro Dias Toffoli. O Tribunal de Contas prestou informações, realçando mais uma vez que julgara irregulares as contas na mesma condição na Tomada de Contas 010.462 e, portanto, não haveria ilegalidade no aproveitamento do que foi feito, incluído quanto à defesa. A União também recorreu. O que interessa realçar aqui, por que cheguei à conclusão que cheguei, agora com a divergência do eminente Ministro Gilmar Mendes, Vistor, é que analisei que a Tomada de Contas 008.754 foi sobrestada, exatamente como disse o Tribunal de Contas, para aguardar o julgamento da Tomada de Contas 010.462, que foi instaurada por representação do Ministério Público, para apurar as irregularidades em contratação não procedida de licitação realizada pela secretaria de gestão titularizada pelo agora impetrante. A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações bem como identificar e responsabilizar se, no caso, os agentes seriam responsáveis por eventuais prejuízos ao erário. São esses os fatos que levaram à rejeição das contas do impetrante na tomada de contas simplificada, que foi objeto da impugnação menos de um ano depois do julgamento definitivo da Tomada de Contas 010.462. Ou seja, ele não questiona a Tomada de Contas 010.462, na qual ele teve ampla participação e que se refere aos fatos que foram recortados, mas repetidos em relação a ele, na condição de secretário, na tomada de contas simplificada. Nesse caso, portanto, é que o Tribunal de Contas considerou que, como as contas teriam sido objeto da impugnação nessa Tomada de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 62 de 82 Confirmação de Voto MS 35883 ED-AGR / DF Contas Simplificada 008.754, que é o objeto do questionamento neste mandado de segurança, ele exerceu o seu direito com o pedido de reconsideração, com o recurso e, depois, com os embargos que foram processados - foram desprovidos e rejeitados, respectivamente, mas processados -, é que a tomadas de contas, que ficou sobrestada de 2006 a 2016, quando foi prolatado o acórdão questionado, porque dependia da apuração dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas 010.462, da qual o próprio impetrante afirma que participou ativamente, que exerceu o seu direito, e por isso mesmo é que ele ofereceu sucessivos recursos que foram prolatados e que levaram ao questionamento neste mandado de segurança é que considerei que não havia ilegalidade ou abuso de poder por parte do Tribunal de Contas. Não vou tecer maiores considerações sobre a questão da prescrição, mas o resultado é que não questiono, em nenhum momento, nem poderia, por óbvio, porque é de comezinho conhecimento, o realce dado no Estado de Direito e no Estado Democrático ao direito de defesa. Apenas considerei que os dados que foram aproveitados pelo Tribunal de Contas e fundamentados ao negar ilegalidade que foi afirmada pelo impetrante pareceram-me consentâneos com o que estava nos autos. É esta razão basicamente. O Tribunal de Contas apreciou cada um dos itens das alegações do impetrante na Tomada de Contas 008.754. Na Tomada de Contas 010.462, foram analisados os mesmos fatos, foram decididos nos termos, como Ministro Gilmar enfatizou, de uma súmula que, eventualmente, pode não ser considerada suficiente para o que se tem como necessidade imperativa de observação do direito de defesa. Por essas razões é que eu fiz questão de então enfatizar mais uma vez que o que foi posto pelo Tribunal de Contas pareceu-me não demonstrar uma ilegalidade ou abuso de poder para os fins de caracterizar o que, na compreensão e na análise do Ministro Gilmar Mendes, leva à conclusão no sentido de que teria, sim, havido o cerceamento ao direito de defesa. Apenas para realce desses pontos, Senhor Presidente, eu gostaria de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Contas Simplificada 008.754, que é o objeto do questionamento neste mandado de segurança, ele exerceu o seu direito com o pedido de reconsideração, com o recurso e, depois, com os embargos que foram processados - foram desprovidos e rejeitados, respectivamente, mas processados -, é que a tomadas de contas, que ficou sobrestada de 2006 a 2016, quando foi prolatado o acórdão questionado, porque dependia da apuração dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas 010.462, da qual o próprio impetrante afirma que participou ativamente, que exerceu o seu direito, e por isso mesmo é que ele ofereceu sucessivos recursos que foram prolatados e que levaram ao questionamento neste mandado de segurança é que considerei que não havia ilegalidade ou abuso de poder por parte do Tribunal de Contas. Não vou tecer maiores considerações sobre a questão da prescrição, mas o resultado é que não questiono, em nenhum momento, nem poderia, por óbvio, porque é de comezinho conhecimento, o realce dado no Estado de Direito e no Estado Democrático ao direito de defesa. Apenas considerei que os dados que foram aproveitados pelo Tribunal de Contas e fundamentados ao negar ilegalidade que foi afirmada pelo impetrante pareceram-me consentâneos com o que estava nos autos. É esta razão basicamente. O Tribunal de Contas apreciou cada um dos itens das alegações do impetrante na Tomada de Contas 008.754. Na Tomada de Contas 010.462, foram analisados os mesmos fatos, foram decididos nos termos, como Ministro Gilmar enfatizou, de uma súmula que, eventualmente, pode não ser considerada suficiente para o que se tem como necessidade imperativa de observação do direito de defesa. Por essas razões é que eu fiz questão de então enfatizar mais uma vez que o que foi posto pelo Tribunal de Contas pareceu-me não demonstrar uma ilegalidade ou abuso de poder para os fins de caracterizar o que, na compreensão e na análise do Ministro Gilmar Mendes, leva à conclusão no sentido de que teria, sim, havido o cerceamento ao direito de defesa. Apenas para realce desses pontos, Senhor Presidente, eu gostaria de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 63 de 82 Confirmação de Voto MS 35883 ED-AGR / DF ter tido a palavra e agradeço a Vossa Excelência. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF ter tido a palavra e agradeço a Vossa Excelência. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 64 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL VOTO-VOGAL O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Humberto Falcão Martins interpôs agravo interno contra decisão da ministra Cármen Lúcia, que denegou a ordem mediante a qual o impetrante pretendia assegurar a suspensão dos efeitos dos acórdãos n. 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018, prolatados pela Primeira Câmara do Tribunal de Contas da União e que implicaram sanções administrativas e pecuniárias, no âmbito de tomada de contas simplificada voltada a apurar irregularidades na contratação, não precedida de licitação, pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), de Organização da Sociedade Civil de interesse público (Oscip). O agravante alega, em síntese: 1) violação do art. 9º, I, “d”, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (impossibilidade de denegação da segurança por decisão monocrática de ministro relator); 2) infringência dos arts. 489, § 1º, I e II, e 1.022 do Código de Processo Civil (afastamento da ocorrência da prescrição sem a devida fundamentação); 3) descumprimento do art. 1º da Lei n. 12.016/2009, do art. 5º, LIV e LV, da Constituição Federal e da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (desnecessidade de demonstração de prejuízo ao contraditório e à ampla defesa); e 4) inobservância do disposto nos arts. 1º, § 1º, e 2º da Lei n. 9.873/1999 (ocorrência da prescrição em razão da ausência de ato interruptivo). É o sucinto relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL VOTO-VOGAL O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Humberto Falcão Martins interpôs agravo interno contra decisão da ministra Cármen Lúcia, que denegou a ordem mediante a qual o impetrante pretendia assegurar a suspensão dos efeitos dos acórdãos n. 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018, prolatados pela Primeira Câmara do Tribunal de Contas da União e que implicaram sanções administrativas e pecuniárias, no âmbito de tomada de contas simplificada voltada a apurar irregularidades na contratação, não precedida de licitação, pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), de Organização da Sociedade Civil de interesse público (Oscip). O agravante alega, em síntese: 1) violação do art. 9º, I, “d”, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (impossibilidade de denegação da segurança por decisão monocrática de ministro relator); 2) infringência dos arts. 489, § 1º, I e II, e 1.022 do Código de Processo Civil (afastamento da ocorrência da prescrição sem a devida fundamentação); 3) descumprimento do art. 1º da Lei n. 12.016/2009, do art. 5º, LIV e LV, da Constituição Federal e da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (desnecessidade de demonstração de prejuízo ao contraditório e à ampla defesa); e 4) inobservância do disposto nos arts. 1º, § 1º, e 2º da Lei n. 9.873/1999 (ocorrência da prescrição em razão da ausência de ato interruptivo). É o sucinto relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 65 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF Entendo que a decisão recorrida deve ser mantida. A uma, por não ter sido desrespeitado o princípio da colegialidade, na medida em que o Regimento Interno (arts. 205 e 21, § 1º) autoriza o Relator a julgar monocraticamente mandado de segurança que versar matéria objeto de jurisprudência do Tribunal, bem como a negar seguimento a pedido manifestamente improcedente (MS 34.792, Relator o ministro Dias Toffoli, e ARE 1.232.326 AgR, Relator o ministro Roberto Barroso). A duas, por não haver falar em ausência de fundamentação para afastar o que alegado quanto à ocorrência da prescrição. A decisão impugnada, ao contrário do afirmado pelo recorrente, não se limitou a apontar dispositivo legal ou a empregar conceitos indeterminados sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso. Consta da decisão agravada (i) que o sobrestamento da TC n. 008.754/2004-4, de 22 de fevereiro de 2006 a 23 de fevereiro de 2016, se deu em razão da necessidade de se apurarem fatos e apreciá-los na TC n. 010.462/2004-1; e (ii) que deste último procedimento o impetrante participou ativamente, tendo apresentado, inclusive, todos os recursos cabíveis (pedido de reexame e embargos de declaração), circunstância que deu ensejo à prolação dos acórdãos n. 2.060/2010, 1.178/2014 e 1.780/2015. Se a prescrição intercorrente é aquela que se consuma pela superveniência do curso do lapso temporal em razão da inércia, após a interrupção ou suspensão do processo, ela não ocorreu no caso dos autos, por ter sido praticada uma sucessão de atos tanto pelo Tribunal de Contas da União, como pelo impetrante (pedido de reexame e embargos de declaração, entre outros), seja desde o início na TC n. 010.462/2004-1, seja após a suspensão do feito na TC n. 008.754/2004-4. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Entendo que a decisão recorrida deve ser mantida. A uma, por não ter sido desrespeitado o princípio da colegialidade, na medida em que o Regimento Interno (arts. 205 e 21, § 1º) autoriza o Relator a julgar monocraticamente mandado de segurança que versar matéria objeto de jurisprudência do Tribunal, bem como a negar seguimento a pedido manifestamente improcedente (MS 34.792, Relator o ministro Dias Toffoli, e ARE 1.232.326 AgR, Relator o ministro Roberto Barroso). A duas, por não haver falar em ausência de fundamentação para afastar o que alegado quanto à ocorrência da prescrição. A decisão impugnada, ao contrário do afirmado pelo recorrente, não se limitou a apontar dispositivo legal ou a empregar conceitos indeterminados sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso. Consta da decisão agravada (i) que o sobrestamento da TC n. 008.754/2004-4, de 22 de fevereiro de 2006 a 23 de fevereiro de 2016, se deu em razão da necessidade de se apurarem fatos e apreciá-los na TC n. 010.462/2004-1; e (ii) que deste último procedimento o impetrante participou ativamente, tendo apresentado, inclusive, todos os recursos cabíveis (pedido de reexame e embargos de declaração), circunstância que deu ensejo à prolação dos acórdãos n. 2.060/2010, 1.178/2014 e 1.780/2015. Se a prescrição intercorrente é aquela que se consuma pela superveniência do curso do lapso temporal em razão da inércia, após a interrupção ou suspensão do processo, ela não ocorreu no caso dos autos, por ter sido praticada uma sucessão de atos tanto pelo Tribunal de Contas da União, como pelo impetrante (pedido de reexame e embargos de declaração, entre outros), seja desde o início na TC n. 010.462/2004-1, seja após a suspensão do feito na TC n. 008.754/2004-4. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 66 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF Então, somente após o julgamento da TC n. 010.462/2004-1 teve início a regular tramitação da TC n. 008.754/2004-4, que culminou na prolação do ato impugnado. A três, ante a inexistência de descumprimento do art. 1º da Lei n. 12.016/2009, do art. 5º, LIV e LV, da Constituição de 1988 e da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante). Nesse ponto, deve ser ressaltado que “O indeferimento do mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (‘pas de nullité sans grief’) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal.” (grifei). Portanto, o ato de contratação irregular objeto do julgamento das contas prestadas pelo impetrante referentes ao ano de 2003 (TC n. 008.754/2004-4) é o mesmo daquele apurado na TC n. 010.462/2004-1, processo em que o impetrante exerceu o contraditório e a ampla defesa, com os recursos inerentes ao procedimento. Assim, parece-me razoável o entendimento da decisão impugnada, no que denegada a segurança ao fundamento da ausência de demonstração de prejuízo à ampla defesa e ao contraditório. Além disso, a decisão monocrática formalizada pela eminente Relatora se amparou no entendimento, consolidado neste Tribunal, no sentido de que o exercício da ampla defesa e do contraditório no âmbito da Corte de Contas pode se dar em processos distintos, desde que se trate dos mesmos fatos, o que é caso dos autos, conforme se vê da transcrição a 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Então, somente após o julgamento da TC n. 010.462/2004-1 teve início a regular tramitação da TC n. 008.754/2004-4, que culminou na prolação do ato impugnado. A três, ante a inexistência de descumprimento do art. 1º da Lei n. 12.016/2009, do art. 5º, LIV e LV, da Constituição de 1988 e da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante). Nesse ponto, deve ser ressaltado que “O indeferimento do mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (‘pas de nullité sans grief’) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal.” (grifei). Portanto, o ato de contratação irregular objeto do julgamento das contas prestadas pelo impetrante referentes ao ano de 2003 (TC n. 008.754/2004-4) é o mesmo daquele apurado na TC n. 010.462/2004-1, processo em que o impetrante exerceu o contraditório e a ampla defesa, com os recursos inerentes ao procedimento. Assim, parece-me razoável o entendimento da decisão impugnada, no que denegada a segurança ao fundamento da ausência de demonstração de prejuízo à ampla defesa e ao contraditório. Além disso, a decisão monocrática formalizada pela eminente Relatora se amparou no entendimento, consolidado neste Tribunal, no sentido de que o exercício da ampla defesa e do contraditório no âmbito da Corte de Contas pode se dar em processos distintos, desde que se trate dos mesmos fatos, o que é caso dos autos, conforme se vê da transcrição a 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 67 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF seguir: Como enfatizado no Acórdão TCU n. 1.298, “a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação” (fl. 17, e-doc. 39). 11. Nesse mesmo sentido, decidi, na Primeira Turma deste Supremo Tribunal, o Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, em que igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem isoladamente insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF seguir: Como enfatizado no Acórdão TCU n. 1.298, “a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação” (fl. 17, e-doc. 39). 11. Nesse mesmo sentido, decidi, na Primeira Turma deste Supremo Tribunal, o Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, em que igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem isoladamente insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 68 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. [...] Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. 5. Não procede, de igual modo, o argumento segundo o qual as penas de multa aplicadas nessas tomadas de contas especiais impediriam a aplicação de nova pena no julgamento do Processo TC n. 009.880/2004-9. Isso porque o objeto de exame desses processos foi distinto. A quatro, por ser incabível o argumento segundo o qual, uma vez prestadas as contas no ano de 2003, os acórdãos n. 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018 teriam sido prolatados mais de treze anos depois da ocorrência dos fatos, dada a alegada ausência de interrupção da prescrição. A decisão recorrida ressaltou a aplicação, no caso, do art. 2º, II, da Lei n. 9.873/1999, que prevê a interrupção da prescrição por “qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato”. Na hipótese, houve a instrução regular da TC n. 010.462/2004-1 um ano após os fatos tidos por irregulares, conforme se vê do item 7 da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. [...] Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. 5. Não procede, de igual modo, o argumento segundo o qual as penas de multa aplicadas nessas tomadas de contas especiais impediriam a aplicação de nova pena no julgamento do Processo TC n. 009.880/2004-9. Isso porque o objeto de exame desses processos foi distinto. A quatro, por ser incabível o argumento segundo o qual, uma vez prestadas as contas no ano de 2003, os acórdãos n. 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018 teriam sido prolatados mais de treze anos depois da ocorrência dos fatos, dada a alegada ausência de interrupção da prescrição. A decisão recorrida ressaltou a aplicação, no caso, do art. 2º, II, da Lei n. 9.873/1999, que prevê a interrupção da prescrição por “qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato”. Na hipótese, houve a instrução regular da TC n. 010.462/2004-1 um ano após os fatos tidos por irregulares, conforme se vê do item 7 da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 69 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF decisão proferida nos embargos de declaração, que integra aquele pronunciamento denegatório da ordem: 7. Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei Nacional 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2º se prevê: “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9: [...] Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU- Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF decisão proferida nos embargos de declaração, que integra aquele pronunciamento denegatório da ordem: 7. Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei Nacional 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2º se prevê: “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9: [...] Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU- Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 70 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF por meio do Acórdão 1.178/2014-TCUPlenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara. Portanto, estavam em tramitação no Tribunal de Contas da União a TC n. 010.462/2004-1 e a TC n. 008.754/2004-4. Os autos correspondentes à última delas foram sobrestados de 22 de fevereiro de 2006 a 23 de fevereiro de 2016, pois sua análise dependia da apuração de fato constante do primeiro processo e que ocorrera no ano de 2003 (contratação sem licitação de entidade). Analisada a TC n. 010.462/2004-1, imediatamente e sem que se ultrapassasse o prazo de prescrição, retomou-se o exame da TC n. 008.754/2004-4 (apreciação das contas do ano de 2003), que levou em conta a análise de ato ocorrido 2003 (contratação sem licitação de entidade) e que culminou na prolação do ato impugnado. Em face do exposto, acompanhando a Relatora no voto proferido, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF por meio do Acórdão 1.178/2014-TCUPlenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1ª Câmara. Portanto, estavam em tramitação no Tribunal de Contas da União a TC n. 010.462/2004-1 e a TC n. 008.754/2004-4. Os autos correspondentes à última delas foram sobrestados de 22 de fevereiro de 2006 a 23 de fevereiro de 2016, pois sua análise dependia da apuração de fato constante do primeiro processo e que ocorrera no ano de 2003 (contratação sem licitação de entidade). Analisada a TC n. 010.462/2004-1, imediatamente e sem que se ultrapassasse o prazo de prescrição, retomou-se o exame da TC n. 008.754/2004-4 (apreciação das contas do ano de 2003), que levou em conta a análise de ato ocorrido 2003 (contratação sem licitação de entidade) e que culminou na prolação do ato impugnado. Em face do exposto, acompanhando a Relatora no voto proferido, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 71 de 82 Voto - MIN. EDSON FACHIN 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Presidente, cumprimento Vossa Excelência, a eminente Ministra-Relatora e os eminentes Pares. Creio que a matéria já está muito bem delimitada, quer pelo voto, hoje reiterado, da eminente Ministra Cármen Lúcia, quer pelo também substancioso voto que abre divergência. Como se percebeu, a divergência não está no que concerne à alegada prescrição intercorrente nos procedimentos administrativos - aqui, o eminente Ministro Gilmar Mendes acompanha a eminente Ministra Cármen Lúcia. A dissonância está na compreensão concreta da incidência do princípio e não em abstrato da observância do princípio do contraditório e da ampla defesa, ou seja, está na projeção, neste caso especificamente, desse princípio. Das teses aqui vertidas, Senhor Presidente e eminentes Pares, restou a minha convicção firmada no sentido de pedir vênia à divergência para acompanhar o voto de Sua Excelência a eminente Ministra-Relatora. É como voto, Senhor Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4561-83CE-BD55-477F e senha 2D27-5B51-BDE4-BB89 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Presidente, cumprimento Vossa Excelência, a eminente Ministra-Relatora e os eminentes Pares. Creio que a matéria já está muito bem delimitada, quer pelo voto, hoje reiterado, da eminente Ministra Cármen Lúcia, quer pelo também substancioso voto que abre divergência. Como se percebeu, a divergência não está no que concerne à alegada prescrição intercorrente nos procedimentos administrativos - aqui, o eminente Ministro Gilmar Mendes acompanha a eminente Ministra Cármen Lúcia. A dissonância está na compreensão concreta da incidência do princípio e não em abstrato da observância do princípio do contraditório e da ampla defesa, ou seja, está na projeção, neste caso especificamente, desse princípio. Das teses aqui vertidas, Senhor Presidente e eminentes Pares, restou a minha convicção firmada no sentido de pedir vênia à divergência para acompanhar o voto de Sua Excelência a eminente Ministra-Relatora. É como voto, Senhor Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4561-83CE-BD55-477F e senha 2D27-5B51-BDE4-BB89 Inteiro Teor do Acórdão - Página 72 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Vogal): Bem examinados os autos da impetração, observo que seu objeto diz respeito aos acórdãos 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018 do Tribunal de Contas da União, por meio dos quais foram julgadas irregulares as contas de Humberto Falcão Martins, ora impetrante, por atos praticados no cargo de Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em decorrência de prática de ato antieconômico caracterizado no âmbito do Tomada de Contas Especial 010.462/2004-1. A Corte de Contas, portanto, julgou - no âmbito do Tomada de Contas Simplificada 008.754/2004-9 - irregulares as contas do impetrante (na condição de Secretário da Seges), no que toca ao exercício de 2003, em decorrência de supostas irregularidades na contratação do Movimento Brasil Competitivo – MBC (Projeto BRA 97/034-PNUD), apuradas no TC 010.462/2001-1, sem ter proporcionado, a meu sentir, o regular exercício do contraditório e da ampla defesa ao impetrante, sob justificativa de que o exercício de tais premissas já teria sido a ele oportunizado quando do julgamento do acima aludido TC 010.462/2001-1. Para melhor exame da controvérsia, transcrevo a ementa do acórdão 1.289/2016, que tratou da questão de mérito, verbis: “VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas simplificada referente ao exercício de 2003 da Secretaria de Gestão, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1º, Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Vogal): Bem examinados os autos da impetração, observo que seu objeto diz respeito aos acórdãos 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018 do Tribunal de Contas da União, por meio dos quais foram julgadas irregulares as contas de Humberto Falcão Martins, ora impetrante, por atos praticados no cargo de Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em decorrência de prática de ato antieconômico caracterizado no âmbito do Tomada de Contas Especial 010.462/2004-1. A Corte de Contas, portanto, julgou - no âmbito do Tomada de Contas Simplificada 008.754/2004-9 - irregulares as contas do impetrante (na condição de Secretário da Seges), no que toca ao exercício de 2003, em decorrência de supostas irregularidades na contratação do Movimento Brasil Competitivo – MBC (Projeto BRA 97/034-PNUD), apuradas no TC 010.462/2001-1, sem ter proporcionado, a meu sentir, o regular exercício do contraditório e da ampla defesa ao impetrante, sob justificativa de que o exercício de tais premissas já teria sido a ele oportunizado quando do julgamento do acima aludido TC 010.462/2001-1. Para melhor exame da controvérsia, transcrevo a ementa do acórdão 1.289/2016, que tratou da questão de mérito, verbis: “VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas simplificada referente ao exercício de 2003 da Secretaria de Gestão, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1º, Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 73 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF inciso I; 16, incisos I, II e III, alínea ‘b’; 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/1992 e arts. 1º, inciso I; 207; 208; 209, inciso II; e 214, incisos I e II, do Regimento Interno, em: 9.1. levantar o sobrestamento dos presentes autos, em razão da existência de decisão definitiva no âmbito do TC 010.462/2004-1; [...] 9.4. julgar irregulares as contas de Humberto Falcão Martins, na condição de Secretário da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em face de ato antieconômico devidamente caracterizado no âmbito do TC 010.462/2004-1; e 9.5. dar ciência deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentam, à Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.” (doc. eletrônico 9, grifei) O voto condutor, da lavra do Ministro José Múcio Monteiro, assentou o seguinte: “1. A presente tomada de contas simplificada da Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, relativa ao exercício de 2003, obteve do controle interno opinião pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das ocorrências elencadas no item 2 do relatório precedente, apontadas em auditoria de gestão realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU): ‘2. O controle interno opinou pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das seguintes constatações apontadas no relatório de auditoria de gestão produzido pela Controladoria-Geral da União (CGU) (Relatório de Auditoria 140869 - peças 1, pp. 49/52, e 2, pp. 1-21): a) falta de economicidade na administração de sistema de informação; b) falta de indicadores que permitam medir a eficiência, eficácia e economicidade; c) execução dos programas de modo excessivamente autônomo e fragmentado, apresentando falhas 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF inciso I; 16, incisos I, II e III, alínea ‘b’; 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/1992 e arts. 1º, inciso I; 207; 208; 209, inciso II; e 214, incisos I e II, do Regimento Interno, em: 9.1. levantar o sobrestamento dos presentes autos, em razão da existência de decisão definitiva no âmbito do TC 010.462/2004-1; [...] 9.4. julgar irregulares as contas de Humberto Falcão Martins, na condição de Secretário da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em face de ato antieconômico devidamente caracterizado no âmbito do TC 010.462/2004-1; e 9.5. dar ciência deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentam, à Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.” (doc. eletrônico 9, grifei) O voto condutor, da lavra do Ministro José Múcio Monteiro, assentou o seguinte: “1. A presente tomada de contas simplificada da Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, relativa ao exercício de 2003, obteve do controle interno opinião pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das ocorrências elencadas no item 2 do relatório precedente, apontadas em auditoria de gestão realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU): ‘2. O controle interno opinou pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das seguintes constatações apontadas no relatório de auditoria de gestão produzido pela Controladoria-Geral da União (CGU) (Relatório de Auditoria 140869 - peças 1, pp. 49/52, e 2, pp. 1-21): a) falta de economicidade na administração de sistema de informação; b) falta de indicadores que permitam medir a eficiência, eficácia e economicidade; c) execução dos programas de modo excessivamente autônomo e fragmentado, apresentando falhas 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 74 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF de gerenciamento; d) impropriedades na execução do Programa de Modernização do Poder Executivo Federal – PMPEF (BRA/97/034); e) subutilização de produto adquirido; f) impropriedades no pagamento de diárias; g) impropriedades na contratação de instituição por dispensa de licitação; e h) falta de registro no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) de convênio celebrado e ausência de efetiva emissão de termos aditivos’. 2.Neste Tribunal, o julgamento do processo foi sobrestado em virtude da necessidade de se aguardar a apreciação da representação objeto do TC 010.462/2004-1, cujo desenvolvimento poderia ter influência sobre o juízo de mérito das contas. 3. O referido TC 010.462/2004-1 foi julgado nos termos do Acórdão 2.060/2010-TCU-P, concernente ao mérito da representação, bem como dos Acórdãos 1.178/2014-TCU-P, atinente a pedido de reexame interposto pelos responsáveis contra aquela deliberação, e 1.780/2015-TCU-P, relativo a embargos de declaração opostos contra essa última, nos quais o Tribunal considerou procedente a representação e rejeitou as razões de justificativa apresentadas pelo responsável Humberto Falcão Martins acerca de uma das ocorrências que lhe foram imputadas naquele processo, aplicando-lhe multa de R$ 10.000,00, por ato antieconômico. 4. Diante disso, a SecexFazenda apresenta instrução em que propõe, com a concordância do MP/TCU, em suma: ‘[…] 4.5. ante os desdobramentos do TC 010.462/2004-1, julgar irregulares as contas de Humberto Falcão Martins. 5. Concordo na íntegra com o encaminhamento proposto. 6. A propósito do TC 010.462/2004-1, anoto que trata de representação formulada pelo Ministério Público junto ao TCU acerca de irregularidades na contratação do Movimento Brasil Competitivo – MBC, sem licitação, no âmbito do Projeto BRA 97/034-PNUD (Contrato 03/47-695), para otimização de processos de interesse do Governo Federal, no valor de R$ 1.500.000,00, em setembro de 2003.’ 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF de gerenciamento; d) impropriedades na execução do Programa de Modernização do Poder Executivo Federal – PMPEF (BRA/97/034); e) subutilização de produto adquirido; f) impropriedades no pagamento de diárias; g) impropriedades na contratação de instituição por dispensa de licitação; e h) falta de registro no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) de convênio celebrado e ausência de efetiva emissão de termos aditivos’. 2.Neste Tribunal, o julgamento do processo foi sobrestado em virtude da necessidade de se aguardar a apreciação da representação objeto do TC 010.462/2004-1, cujo desenvolvimento poderia ter influência sobre o juízo de mérito das contas. 3. O referido TC 010.462/2004-1 foi julgado nos termos do Acórdão 2.060/2010-TCU-P, concernente ao mérito da representação, bem como dos Acórdãos 1.178/2014-TCU-P, atinente a pedido de reexame interposto pelos responsáveis contra aquela deliberação, e 1.780/2015-TCU-P, relativo a embargos de declaração opostos contra essa última, nos quais o Tribunal considerou procedente a representação e rejeitou as razões de justificativa apresentadas pelo responsável Humberto Falcão Martins acerca de uma das ocorrências que lhe foram imputadas naquele processo, aplicando-lhe multa de R$ 10.000,00, por ato antieconômico. 4. Diante disso, a SecexFazenda apresenta instrução em que propõe, com a concordância do MP/TCU, em suma: ‘[…] 4.5. ante os desdobramentos do TC 010.462/2004-1, julgar irregulares as contas de Humberto Falcão Martins. 5. Concordo na íntegra com o encaminhamento proposto. 6. A propósito do TC 010.462/2004-1, anoto que trata de representação formulada pelo Ministério Público junto ao TCU acerca de irregularidades na contratação do Movimento Brasil Competitivo – MBC, sem licitação, no âmbito do Projeto BRA 97/034-PNUD (Contrato 03/47-695), para otimização de processos de interesse do Governo Federal, no valor de R$ 1.500.000,00, em setembro de 2003.’ 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 75 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF […] 10. Convém assinalar que o contrato em questão, de valor igual a R$ 1.500.000,00, caso fosse integralmente executado, deve ser visto como de relativa materialidade no contexto de toda a gestão da Seges no ano de 2003, não apenas sob o aspecto de atingimento de metas e objetivos institucionais, mas também financeiro, já que as despesas da unidade no exercício montaram a R$ 8.655.345,00. Desse modo, a ocorrência apurada no TC 010.462/2004-1 pode ser considerada bastante para macular as contas do gestor. 11. Por fim, lembro que no TC 010.462/2004-1 já foi proporcionado ao responsável o exercício da ampla defesa e do contraditório, bem como que lhe foi aplicada sanção de multa, pelo que se tornam desnecessárias a adoção de tais medidas, para a mesma irregularidade, no presente processo” (doc. eletrônico 9). Pois bem. O art. 5º, LV, da Constituição Federal, estatui que todo litigante em processo judicial ou administrativo tem o direito de obter informações, manifestar-se nos autos e ter suas razões consideradas, além de poder contrapor qualquer prova produzida contra a sua pessoa. De seu lado, a Lei 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU) consigna o seguinte: “Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal: I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado; II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa ou recolher a quantia devida; III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa; IV - adotará outras medidas cabíveis” (grifei) 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF […] 10. Convém assinalar que o contrato em questão, de valor igual a R$ 1.500.000,00, caso fosse integralmente executado, deve ser visto como de relativa materialidade no contexto de toda a gestão da Seges no ano de 2003, não apenas sob o aspecto de atingimento de metas e objetivos institucionais, mas também financeiro, já que as despesas da unidade no exercício montaram a R$ 8.655.345,00. Desse modo, a ocorrência apurada no TC 010.462/2004-1 pode ser considerada bastante para macular as contas do gestor. 11. Por fim, lembro que no TC 010.462/2004-1 já foi proporcionado ao responsável o exercício da ampla defesa e do contraditório, bem como que lhe foi aplicada sanção de multa, pelo que se tornam desnecessárias a adoção de tais medidas, para a mesma irregularidade, no presente processo” (doc. eletrônico 9). Pois bem. O art. 5º, LV, da Constituição Federal, estatui que todo litigante em processo judicial ou administrativo tem o direito de obter informações, manifestar-se nos autos e ter suas razões consideradas, além de poder contrapor qualquer prova produzida contra a sua pessoa. De seu lado, a Lei 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU) consigna o seguinte: “Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal: I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado; II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa ou recolher a quantia devida; III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa; IV - adotará outras medidas cabíveis” (grifei) 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 76 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF Feitos estes registros, quanto ao pleito de reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva, observo que o writ não se encontra instruído com a documentação apta ao exame vertical dos marcos temporais necessários para a sua aferição, especialmente com a cópia integral dos processos de representação e de julgamento de contas. Quanto à alegação de ofensa à ampla defesa e ao contraditório, verifico que o TCU instaurou a Tomada de Contas Simplificada 008.754/2004-9 em 15/6/2004, para a análise das contas de responsabilidade do impetrante, enquanto titular da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, no exercício de 2003. Paralelamente, após formulada representação do Ministério Público na Corte de Contas, instaurou-se a Tomada de Contas 010.462/2004-1, para apurar “eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais)” (doc. eletrônico 1, fls. 3-4). A apuração tinha por objeto a veracidade das informações prestadas e, se fosse o caso, a identificação e responsabilização de agentes por eventuais prejuízos ao erário. Observo, outrossim, que nos autos da TCS 008.754/2004 houve parecer técnico pelas regularidades formais, com ressalvas, em relação às contas do exercício de 2003. Sobrestou-se, entretanto, a tramitação daquela TCS, até que fosse julgada a TC 010.462/2004-1, tendo em vista a necessidade de aguardar-se o deslinde de representação relativa ao mesmo exercício financeiro, conforme decisão do Ministro Marcos Vinicius Vilaça, datada de 22/2/2006 (doc. eletrônico 7). Ocorre que, somente 10 anos após determinado o seu sobrestamento - e com o término da TC 010.462/2004-1 -, aquela Corte julgou a TCS 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Feitos estes registros, quanto ao pleito de reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva, observo que o writ não se encontra instruído com a documentação apta ao exame vertical dos marcos temporais necessários para a sua aferição, especialmente com a cópia integral dos processos de representação e de julgamento de contas. Quanto à alegação de ofensa à ampla defesa e ao contraditório, verifico que o TCU instaurou a Tomada de Contas Simplificada 008.754/2004-9 em 15/6/2004, para a análise das contas de responsabilidade do impetrante, enquanto titular da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, no exercício de 2003. Paralelamente, após formulada representação do Ministério Público na Corte de Contas, instaurou-se a Tomada de Contas 010.462/2004-1, para apurar “eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais)” (doc. eletrônico 1, fls. 3-4). A apuração tinha por objeto a veracidade das informações prestadas e, se fosse o caso, a identificação e responsabilização de agentes por eventuais prejuízos ao erário. Observo, outrossim, que nos autos da TCS 008.754/2004 houve parecer técnico pelas regularidades formais, com ressalvas, em relação às contas do exercício de 2003. Sobrestou-se, entretanto, a tramitação daquela TCS, até que fosse julgada a TC 010.462/2004-1, tendo em vista a necessidade de aguardar-se o deslinde de representação relativa ao mesmo exercício financeiro, conforme decisão do Ministro Marcos Vinicius Vilaça, datada de 22/2/2006 (doc. eletrônico 7). Ocorre que, somente 10 anos após determinado o seu sobrestamento - e com o término da TC 010.462/2004-1 -, aquela Corte julgou a TCS 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 77 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF 008.754/2004-9, em sessão realizada em 23/2/2016, sem que o impetrante fosse instado a exercer o seu direito de contraditório e ampla defesa. Aliás, somente houve ciência desta decisão quando interposto o recurso de reconsideração (doc. eletrônico 10), cujo processamento foi admitido (docs. eletrônicos 11 e 12). Naquela oportunidade, o TCU julgou ser dispensável tomar a manifestação do ex-Secretário no processo de contas, tendo em vista que ele já havia sido ouvido no processo de representação conexo, conforme é possível inferir do Acórdão 1.496/2018, verbis: “[...] 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. [...] Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: 'O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito.' 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor”. (doc. eletrônico 9, grifei) Depreende-se do acórdão, portanto, que, apesar de assegurado o direito de ampla defesa quanto à imputação da infração, o impetrante não teve oportunidade de ver seus argumentos considerados pelo órgão julgador quanto ao impacto da infração sobre a regularidade das contas 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 008.754/2004-9, em sessão realizada em 23/2/2016, sem que o impetrante fosse instado a exercer o seu direito de contraditório e ampla defesa. Aliás, somente houve ciência desta decisão quando interposto o recurso de reconsideração (doc. eletrônico 10), cujo processamento foi admitido (docs. eletrônicos 11 e 12). Naquela oportunidade, o TCU julgou ser dispensável tomar a manifestação do ex-Secretário no processo de contas, tendo em vista que ele já havia sido ouvido no processo de representação conexo, conforme é possível inferir do Acórdão 1.496/2018, verbis: “[...] 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. [...] Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: 'O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito.' 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor”. (doc. eletrônico 9, grifei) Depreende-se do acórdão, portanto, que, apesar de assegurado o direito de ampla defesa quanto à imputação da infração, o impetrante não teve oportunidade de ver seus argumentos considerados pelo órgão julgador quanto ao impacto da infração sobre a regularidade das contas 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 78 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF do exercício financeiro, especialmente se considerado que o julgamento de contas é marcado por duas distintas fases: (i) uma relativa ao reconhecimento da existência ou não de irregularidades; e (ii) a segunda na qual formula-se o juízo sobre a repercussão das infrações sobre as contas de todo o exercício. Neste cenário, entendo que não foi oportunizado ao gestor, cujas contas estão sendo submetidas à apreciação da Corte de Contas, o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa, com vistas a infirmar os fundamentos do juízo de prelibação quanto à autoria e à materialidade de todos os danos que lhe estão sendo imputados. Com efeito, considerada a essencialidade da garantia constitucional da plenitude de defesa e do contraditório, a Constituição da República estabelece, em seu art. 5º, LIV e LV, que ninguém pode ser privado de sua liberdade, de seus bens ou de seus direitos sem o devido processo legal, notadamente naqueles casos em que se viabilize a possibilidade de imposição de medidas consubstanciadoras de limitação de direitos. A jurisprudência pátria, especialmente a do Supremo Tribunal Federal, tem reafirmado o caráter fundamental do princípio da plenitude de defesa, instituída em favor de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada. Tal prerrogativa traduz uma condicionante ao exercício da atividade estatal, ainda que em sede materialmente administrativa, sob pena de nulidade da própria medida restritiva de direitos, seja ela punitiva ou não. Vide, em especial, o que decidido na ACO 2.131-AgR/MT, da qual foi relator o Ministro Celso de Mello, verbis: “AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA (…) CAUC/SIAFI INCLUSÃO, NESSE CADASTRO FEDERAL, DE ESTADOMEMBRO (POR EFEITO DE AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS REFERENTE A CONVÊNIO 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF do exercício financeiro, especialmente se considerado que o julgamento de contas é marcado por duas distintas fases: (i) uma relativa ao reconhecimento da existência ou não de irregularidades; e (ii) a segunda na qual formula-se o juízo sobre a repercussão das infrações sobre as contas de todo o exercício. Neste cenário, entendo que não foi oportunizado ao gestor, cujas contas estão sendo submetidas à apreciação da Corte de Contas, o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa, com vistas a infirmar os fundamentos do juízo de prelibação quanto à autoria e à materialidade de todos os danos que lhe estão sendo imputados. Com efeito, considerada a essencialidade da garantia constitucional da plenitude de defesa e do contraditório, a Constituição da República estabelece, em seu art. 5º, LIV e LV, que ninguém pode ser privado de sua liberdade, de seus bens ou de seus direitos sem o devido processo legal, notadamente naqueles casos em que se viabilize a possibilidade de imposição de medidas consubstanciadoras de limitação de direitos. A jurisprudência pátria, especialmente a do Supremo Tribunal Federal, tem reafirmado o caráter fundamental do princípio da plenitude de defesa, instituída em favor de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada. Tal prerrogativa traduz uma condicionante ao exercício da atividade estatal, ainda que em sede materialmente administrativa, sob pena de nulidade da própria medida restritiva de direitos, seja ela punitiva ou não. Vide, em especial, o que decidido na ACO 2.131-AgR/MT, da qual foi relator o Ministro Celso de Mello, verbis: “AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA (…) CAUC/SIAFI INCLUSÃO, NESSE CADASTRO FEDERAL, DE ESTADOMEMBRO (POR EFEITO DE AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS REFERENTE A CONVÊNIO 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 79 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF CELEBRADO COM A UNIÃO FEDERAL) SEM QUE SE TENHA PROCEDIDO À PRÉVIA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL A QUESTÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, NOTADAMENTE AQUELES DE CARÁTER PROCEDIMENTAL, TITULARIZADOS PELAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO POSSIBILIDADE DE INVOCAÇÃO, PELAS ENTIDADES ESTATAIS, EM SEU FAVOR, DA GARANTIA DO DUE PROCESS OF LAW VIOLAÇÃO AO POSTULADO CONSTITUCIONAL DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (TAMBÉM APLICÁVEL AOS PROCEDIMENTOS DE CARÁTER MERAMENTE ADMINISTRATIVO) (...) A QUESTÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, NOTADAMENTE AQUELES DE CARÁTER PROCEDIMENTAL, TITULARIZADOS PELAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO. [...] A imposição de restrições de ordem jurídica pelo Estado, quer se concretize na esfera judicial, quer se realize no âmbito estritamente administrativo, supõe, para legitimar-se constitucionalmente, o efetivo respeito, pelo Poder Público, da garantia indisponível do due process of law, assegurada, pela Constituição da República (art. 5º, LIIV), à generalidade das pessoas, inclusive às próprias pessoas jurídicas de direito público, eis que o Estado, em tema de limitação ou supressão de direitos, não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva e arbitrária.” (grifei). Em face do exposto, pedindo vênia à Ministra relatora, voto pelo provimento do agravo regimental interposto pelo impetrante, concedendo-se a ordem buscada no presente writ. É como voto. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF CELEBRADO COM A UNIÃO FEDERAL) SEM QUE SE TENHA PROCEDIDO À PRÉVIA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL A QUESTÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, NOTADAMENTE AQUELES DE CARÁTER PROCEDIMENTAL, TITULARIZADOS PELAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO POSSIBILIDADE DE INVOCAÇÃO, PELAS ENTIDADES ESTATAIS, EM SEU FAVOR, DA GARANTIA DO DUE PROCESS OF LAW VIOLAÇÃO AO POSTULADO CONSTITUCIONAL DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (TAMBÉM APLICÁVEL AOS PROCEDIMENTOS DE CARÁTER MERAMENTE ADMINISTRATIVO) (...) A QUESTÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, NOTADAMENTE AQUELES DE CARÁTER PROCEDIMENTAL, TITULARIZADOS PELAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO. [...] A imposição de restrições de ordem jurídica pelo Estado, quer se concretize na esfera judicial, quer se realize no âmbito estritamente administrativo, supõe, para legitimar-se constitucionalmente, o efetivo respeito, pelo Poder Público, da garantia indisponível do due process of law, assegurada, pela Constituição da República (art. 5º, LIIV), à generalidade das pessoas, inclusive às próprias pessoas jurídicas de direito público, eis que o Estado, em tema de limitação ou supressão de direitos, não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva e arbitrária.” (grifei). Em face do exposto, pedindo vênia à Ministra relatora, voto pelo provimento do agravo regimental interposto pelo impetrante, concedendo-se a ordem buscada no presente writ. É como voto. 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 80 de 82 Aditamento ao Voto 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL ADITAMENTO AO VOTO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Eu tenho entendido, Senhor Presidente, que o Tribunal de Contas tem prestado um notável serviço ao País, no que diz respeito ao enfrentamento aos malfeitos, à malversação de recursos públicos. No entanto, a atividade do TCU precisa forçosamente amoldar-se aos cânones da Constituição Federal, sobretudo àqueles princípios basilares que dizem respeito à ampla defesa e ao contraditório. Ainda que assim não fosse, Senhor Presidente, eu lembro que o novo Código de Processo Civil, em boa hora, estabeleceu, no art. 5º, que os seus princípios e regras aplicam-se aos processos administrativos, trabalhistas e eleitorais. E, como nós sabemos, esse novo Código de Processo Civil - isto consta expressamente da sua exposição de motivos - teve como escopo principal amoldar seus preceitos justamente a esses princípios fundamentais de defesa dos direitos e garantias do cidadão à processualística brasileira. Então, Senhor Presidente, mais uma vez pedindo vênia à Ministra Cármen Lúcia, acompanho, embora já sabendo vencido, o voto de Vossa Excelência. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F720-5AA4-CDF1-17E9 e senha 5893-572B-86F4-83C4 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL ADITAMENTO AO VOTO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Eu tenho entendido, Senhor Presidente, que o Tribunal de Contas tem prestado um notável serviço ao País, no que diz respeito ao enfrentamento aos malfeitos, à malversação de recursos públicos. No entanto, a atividade do TCU precisa forçosamente amoldar-se aos cânones da Constituição Federal, sobretudo àqueles princípios basilares que dizem respeito à ampla defesa e ao contraditório. Ainda que assim não fosse, Senhor Presidente, eu lembro que o novo Código de Processo Civil, em boa hora, estabeleceu, no art. 5º, que os seus princípios e regras aplicam-se aos processos administrativos, trabalhistas e eleitorais. E, como nós sabemos, esse novo Código de Processo Civil - isto consta expressamente da sua exposição de motivos - teve como escopo principal amoldar seus preceitos justamente a esses princípios fundamentais de defesa dos direitos e garantias do cidadão à processualística brasileira. Então, Senhor Presidente, mais uma vez pedindo vênia à Ministra Cármen Lúcia, acompanho, embora já sabendo vencido, o voto de Vossa Excelência. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F720-5AA4-CDF1-17E9 e senha 5893-572B-86F4-83C4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 81 de 82 Extrato de Ata - 15/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) : JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA (286610/SP) ADV.(A/S) : THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI (235247/SP) AGDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto da Ministra Relatora, que negava provimento ao agravo regimental, pediu vista o Ministro Gilmar Mendes. Não participou, deste julgamento, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.2.2020 a 5.3.2020. Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencidos os Ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Presidência do Ministro Gilmar Mendes. 2ª Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à sessão os Senhores Ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Subprocurador-Geral da República, Dr. Luiz Augusto Santos Lima. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AEF5-9E9D-EC6D-CFD1 e senha 6191-A7BE-3F5D-D500 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) : JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA (286610/SP) ADV.(A/S) : THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI (235247/SP) AGDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto da Ministra Relatora, que negava provimento ao agravo regimental, pediu vista o Ministro Gilmar Mendes. Não participou, deste julgamento, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.2.2020 a 5.3.2020. Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencidos os Ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Presidência do Ministro Gilmar Mendes. 2ª Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à sessão os Senhores Ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Subprocurador-Geral da República, Dr. Luiz Augusto Santos Lima. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AEF5-9E9D-EC6D-CFD1 e senha 6191-A7BE-3F5D-D500 Inteiro Teor do Acórdão - Página 82 de 82
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757496713
2021-06-15T00:00:00
2021-09-28T00:00:00
Após o voto da Ministra Relatora, que negava provimento ao agravo regimental, pediu vista o Ministro Gilmar Mendes. Não participou, deste julgamento, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.2.2020 a 5.3.2020. Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencidos os Ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Presidência do Ministro Gilmar Mendes. 2ª Turma, 15.6.2021.
AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DENEGAÇÃO MONOCRÁTICA DA SEGURANÇA. COMPETÊNCIA REGIMENTAL DO RELATOR. ANÁLISE COLEGIADA DO AGRAVO. REJEIÇÃO DE CONTAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVADO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. ACÓRDÃOS DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO EM HARMONIA COM PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: INOCORRÊNCIA. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO INFIRMADOS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
sjur453487
- Acórdão(s) citado(s): (MS, TCU, EXERCÍCIO DE CARGO PÚBLICO) MS 30322 (1ªT), MS 27751 ED-AgR (1ªT). (AGRAVO INTERNO, IMPUGNAÇÃO, DECISÃO MONOCRÁTICA) ARE 1232326 AgR (1ªT). (MS, CERCEAMENTO DE DEFESA) MS 25787 (TP), MS 30322 (1ªT), MS 27751 ED-AgR (1ªT), MS 34690 AgR (2ªT). (PROCESSO, CONTROLE EXTERNO, AMPLA DEFESA, MATÉRIA DE FATO, MATÉRIA DE DIREITO) MS 24268 (TP), RE 158543 (2ªT). (STF, PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA, ÂMBITO, TCU, PRESCRIÇÃO QUINQUENAL) MS 32201 (1ªT), MS 35940 (1ªT), MS 35512 AgR (2ªT). (MS, DECISÃO MONOCRÁTICA, NEGATIVA DE SEGUIMENTO, PEDIDO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE) MS 34792 AgR (2ªT), ARE 1232326 AgR (1ªT). (PLENITUDE DE DEFESA, DIREITO FUNDAMENTAL, CONDICIONAMENTO, ATIVIDADE ESTATAL) ACO 2131 AgR (TP). (DECISÃO, TCU, GARANTIA, AMPLA DEFESA) MS 23550 (1ªT). (APROVEITAMENTO, DEFESA, PROCESSO, CONEXÃO) MS 30322 (1ªT). - Decisões monocráticas citadas: (MS, TCU, EXERCÍCIO DE CARGO PÚBLICO) MS 33063. (MS, CERCEAMENTO DE DEFESA) MS 33063. - Acórdão(s) citado(s) - outros tribunais: (TCU, AUSÊNCIA, IRREGULARIDADE, GRAVIDADE, POSSIBILIDADE, JUIZO, REGULARIZAÇÃO) TCU: Acórdão 11445/2011. (INELEGIBILIDADE, DECISÃO IRRECORRÍVEL, JUÍZO COMPETENTE, IRREGULARIDADE INSANÁVEL, IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA) TSE: Recurso Ordinário 060062021. (JUSTIÇA ELEITORAL, DESCABIMENTO, REEXAME, FATO, JUÍZO DE VALOR, DELIBERAÇÃO, ÓRGÃO DE ORIGEM, INELEGIBILIDADE) TSE: AgR-REspe 060022456. Número de páginas: 82. Análise: 20/09/2022, SOF.
CÁRMEN LÚCIA
Segunda Turma
35883
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00005 INC-00054 INC-00055 ART-00071\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LCP-000064 ANO-1990\n ART-00001 INC-00001 LET-G\n LEI COMPLEMENTAR\n\n", "LEG-FED LEI-008443 ANO-1992\n ART-00012 INC-00001 INC-00002 INC-00003\n INC-00004 ART-00013 INC-00003 ART-00019\n ART-00045 INC-00001 INC-00003 ART-00058\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-009784 ANO-1999\n ART-00003 INC-00003\n LPA-1999 LEI DE PROCESSO ADMINISTRATIVO\n\n", "LEG-FED LEI-009873 ANO-1999\n ART-00001 PAR-00001 ART-00002 INC-00002\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-012016 ANO-2009\n ART-00001 ART-00007 INC-00003\n LMS-2009 LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00489 PAR-00001 INC-00001 INC-00002\n ART-01022 ART-01024 PAR-00002\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\n ART-00009 INC-00001 LET-D ART-00021\n PAR-00001 ART-00205\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\n\n", "LEG-FED RGI ANO-2002\n ART-00202 ART-00250 PAR-00005 INC-00002\n INC-00003\n REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - TCU\n\n", "LEG-FED SUV-000003\n SÚMULA VINCULANTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUM-000288\n SÚMULA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - TCU\n\n", "LEG-FED SUMTSE-000041\n SÚMULA DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL - TSE" ]
MS-ED-AgR
acordaos
MS 35883 ED-AgR
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AGTE.(S) : HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) : JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA ADV.(A/S) : THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI AGDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
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Ementa e Acórdão 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) :JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA ADV.(A/S) :THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI AGDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DENEGAÇÃO MONOCRÁTICA DA SEGURANÇA. COMPETÊNCIA REGIMENTAL DO RELATOR. ANÁLISE COLEGIADA DO AGRAVO. REJEIÇÃO DE CONTAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVADO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. ACÓRDÃOS DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO EM HARMONIA COM PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: INOCORRÊNCIA. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO INFIRMADOS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamento, por maioria, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencidos os Ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Brasília, 21 de setembro de 2021. Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD97-4EAC-DF2B-3460 e senha 0BF4-DE52-9FBF-917F Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 82 Ementa e Acórdão MS 35883 ED-AGR / DF Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD97-4EAC-DF2B-3460 e senha 0BF4-DE52-9FBF-917F Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD97-4EAC-DF2B-3460 e senha 0BF4-DE52-9FBF-917F Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 82 Relatório 06/03/2020 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) :JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA ADV.(A/S) :THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI AGDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 11.10.2019, rejeitei embargos de declaração opostos contra a denegação da ordem no mandado de segurança e assentei a ausência de contrariedade, omissão ou obscuridade no julgado (e-doc. 66). Na decisão impugnada, tem-se o seguinte: “4. Razão jurídica não assiste ao embargante. 5. Ausente omissão ou contradição na decisão embargada. O indeferimento do mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (“pas de nullité sans grief”) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal. Hely Lopes Meirelles ensina que “o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal 06/03/2020 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) :JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA ADV.(A/S) :THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI AGDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 11.10.2019, rejeitei embargos de declaração opostos contra a denegação da ordem no mandado de segurança e assentei a ausência de contrariedade, omissão ou obscuridade no julgado (e-doc. 66). Na decisão impugnada, tem-se o seguinte: “4. Razão jurídica não assiste ao embargante. 5. Ausente omissão ou contradição na decisão embargada. O indeferimento do mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (“pas de nullité sans grief”) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal. Hely Lopes Meirelles ensina que “o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF desde que ilegal e ofensivo a direito líquido e certo do impetrante” (Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 34. ed. Malheiros, 2012. p. 39). Compete ao impetrante a produção de prova inequívoca, no momento da impetração, quanto à ilegalidade suscitada, na espécie de ter suportado efetivo prejuízo na ampla defesa e no contraditório no decorrer de processo em tomada de contas federal. Na decisão embargada, pela qual analisada a cadeia recursal utilizada pelo impetrante em todas as tomadas de contas instauradas naquele órgão fiscalizador, assentou-se: “(...) o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (fl. 20, e- doc. 58). Descabe cogitar-se de omissão ou contradição quanto ao alegado “descumprimento pela autoridade coatora da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e da Lei n 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal” (fl. 5, e-doc. 62). 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF desde que ilegal e ofensivo a direito líquido e certo do impetrante” (Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 34. ed. Malheiros, 2012. p. 39). Compete ao impetrante a produção de prova inequívoca, no momento da impetração, quanto à ilegalidade suscitada, na espécie de ter suportado efetivo prejuízo na ampla defesa e no contraditório no decorrer de processo em tomada de contas federal. Na decisão embargada, pela qual analisada a cadeia recursal utilizada pelo impetrante em todas as tomadas de contas instauradas naquele órgão fiscalizador, assentou-se: “(...) o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (fl. 20, e- doc. 58). Descabe cogitar-se de omissão ou contradição quanto ao alegado “descumprimento pela autoridade coatora da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e da Lei n 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal” (fl. 5, e-doc. 62). 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF A decisão embargada também respalda-se em precedente da Primeira Turma deste Supremo Tribunal, de minha relatoria (MS n. 30.322, DJe 25.11.2011), no qual examinada alegação de cerceamento de defesa decorrente da utilização pelo Tribunal de Contas da União de elementos fáticos apurados em processos distintos, sem renovação formal de intimação da defesa, efetivamente produzida em um deles. Com base na legislação vigente e com fundamento na jurisprudência deste Supremo Tribunal, concluiu-se, naquele julgado, pela desnecessidade de nova citação para apresentação de justificativas, pois “a sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos” (decisão embargada, fl. 15, e-doc. 58). 6. Ademais, como fundamentado na decisão embargada, em ambas as tomadas de contas (Tomada de Contas n. 010.462/2004-1 e Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9), houve “interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas” (decisão embargada, fl. 20, e-doc. 58). Essas teses foram analisadas e rejeitadas item por item pelo Tribunal de Contas da União no acórdão condenatório. Como exposto na decisão embargada, esses elementos atenderam às exigências dos arts. 31 e 53 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF A decisão embargada também respalda-se em precedente da Primeira Turma deste Supremo Tribunal, de minha relatoria (MS n. 30.322, DJe 25.11.2011), no qual examinada alegação de cerceamento de defesa decorrente da utilização pelo Tribunal de Contas da União de elementos fáticos apurados em processos distintos, sem renovação formal de intimação da defesa, efetivamente produzida em um deles. Com base na legislação vigente e com fundamento na jurisprudência deste Supremo Tribunal, concluiu-se, naquele julgado, pela desnecessidade de nova citação para apresentação de justificativas, pois “a sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos” (decisão embargada, fl. 15, e-doc. 58). 6. Ademais, como fundamentado na decisão embargada, em ambas as tomadas de contas (Tomada de Contas n. 010.462/2004-1 e Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9), houve “interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas” (decisão embargada, fl. 20, e-doc. 58). Essas teses foram analisadas e rejeitadas item por item pelo Tribunal de Contas da União no acórdão condenatório. Como exposto na decisão embargada, esses elementos atenderam às exigências dos arts. 31 e 53 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF da União (Lei n. 9.784/1999), a garantiram aos administrados a “ciência da tramitação dos processos” e o direito de “formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente”. Nos termos da Súmula n. 288 do Tribunal de Contas da União, “o julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito". Na espécie, o impetrante não somente teve plena ciência dos processos de tomada de contas como deles participou intensamente, esgotando todos os recursos possíveis, nos quais os argumentos apresentados foram detidamente apreciados e recusados pelo órgão administrativo de controle de regularidade das contas. Estes os termos da decisão embargada, em que analisada a questão indevidamente havida como omissa e contraditória: “Como enfatizado no Acórdão TCU n. 1.298, ‘a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação’ (fl. 17, e-doc. 39). 11. Nesse mesmo sentido, decidi, na Primeira Turma deste Supremo Tribunal, o Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, em que igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: ‘Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004- 4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF da União (Lei n. 9.784/1999), a garantiram aos administrados a “ciência da tramitação dos processos” e o direito de “formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente”. Nos termos da Súmula n. 288 do Tribunal de Contas da União, “o julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito". Na espécie, o impetrante não somente teve plena ciência dos processos de tomada de contas como deles participou intensamente, esgotando todos os recursos possíveis, nos quais os argumentos apresentados foram detidamente apreciados e recusados pelo órgão administrativo de controle de regularidade das contas. Estes os termos da decisão embargada, em que analisada a questão indevidamente havida como omissa e contraditória: “Como enfatizado no Acórdão TCU n. 1.298, ‘a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação’ (fl. 17, e-doc. 39). 11. Nesse mesmo sentido, decidi, na Primeira Turma deste Supremo Tribunal, o Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, em que igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: ‘Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004- 4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem, isoladamente, insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. Nesse sentido, a Procuradoria-Geral da República destacou: ‘Com efeito, as Tomadas de Contas Especiais 004.020/2004-4 e 12.633/2005-8 destinaram-se a apurar fatos específicos praticados pelo impetrante no exercício de 2003, os quais foram considerados irregulares e serviram de base para o julgamento o conjunto dos atos praticados no desempenho na gestão pública na prestação de contas relativas ao mesmo ano - TC 009.880/2004-9. Assim, uma vez que as ocorrências que justificaram a aplicação das multas, ao impetrante, nas Tomadas de Contas Especiais, estavam contidas na gestão pública do mesmo exercício (2003) (fls. 741/755 e 757/758), julgada ilegal, antieconômica e contrária às normas legais e 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem, isoladamente, insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. Nesse sentido, a Procuradoria-Geral da República destacou: ‘Com efeito, as Tomadas de Contas Especiais 004.020/2004-4 e 12.633/2005-8 destinaram-se a apurar fatos específicos praticados pelo impetrante no exercício de 2003, os quais foram considerados irregulares e serviram de base para o julgamento o conjunto dos atos praticados no desempenho na gestão pública na prestação de contas relativas ao mesmo ano - TC 009.880/2004-9. Assim, uma vez que as ocorrências que justificaram a aplicação das multas, ao impetrante, nas Tomadas de Contas Especiais, estavam contidas na gestão pública do mesmo exercício (2003) (fls. 741/755 e 757/758), julgada ilegal, antieconômica e contrária às normas legais e 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF regulamentares de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, na Prestação de Contas 009.880/2004-9, tornou-se despicienda a intimação, nestes autos, para apresentação de justificativas, que não poderiam ser diferentes das já apresentadas nas TCEs, inclusive, em razão do trânsito em julgado ocorrido nestes processos. (...) Portanto, se nas TCEs foram examinadas todas as irregularidades e as justificativas apresentadas, desnecessária a citação em processo conexo, que examinou o conjunto destas mesmas irregularidades, sob pena de mácula ao princípio da razoável duração do feito’ (...). Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. (...) 6. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a segurança” (voto condutor por mim proferido no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). De se realçar, que, naquela assentada, o voto proferido pelo Ministro Luiz Fux, em reforço à possibilidade de aproveitamento da defesa produzida em outros processos de controle de contas: ‘O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, anoto ainda que o impetrante teve a oportunidade de se manifestar em processos conexos sobre as irregularidades pelas quais foi condenado e sem prejuízos sobre a doutrina no sentido de que a anulação, nesses casos, na decisão do Tribunal de Contas, configuraria um profundo desprestígio ao princípio da moralidade administrativa, mercê da ausência de argumentos que evidenciam algum equívoco da sanção imposta. Acompanho Vossa Excelência’ (voto do Ministro Luiz Fux no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). 12. Ressalto que a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi suprimida pela sua efetiva participação no processo, inclusive pela interposição de pedido de 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF regulamentares de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, na Prestação de Contas 009.880/2004-9, tornou-se despicienda a intimação, nestes autos, para apresentação de justificativas, que não poderiam ser diferentes das já apresentadas nas TCEs, inclusive, em razão do trânsito em julgado ocorrido nestes processos. (...) Portanto, se nas TCEs foram examinadas todas as irregularidades e as justificativas apresentadas, desnecessária a citação em processo conexo, que examinou o conjunto destas mesmas irregularidades, sob pena de mácula ao princípio da razoável duração do feito’ (...). Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. (...) 6. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a segurança” (voto condutor por mim proferido no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). De se realçar, que, naquela assentada, o voto proferido pelo Ministro Luiz Fux, em reforço à possibilidade de aproveitamento da defesa produzida em outros processos de controle de contas: ‘O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, anoto ainda que o impetrante teve a oportunidade de se manifestar em processos conexos sobre as irregularidades pelas quais foi condenado e sem prejuízos sobre a doutrina no sentido de que a anulação, nesses casos, na decisão do Tribunal de Contas, configuraria um profundo desprestígio ao princípio da moralidade administrativa, mercê da ausência de argumentos que evidenciam algum equívoco da sanção imposta. Acompanho Vossa Excelência’ (voto do Ministro Luiz Fux no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). 12. Ressalto que a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi suprimida pela sua efetiva participação no processo, inclusive pela interposição de pedido de 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão n. 1.289/2016. O Tribunal de Contas da União apreciou cada item das alegações do impetrante tanto na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 quanto na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, em que analisados os mesmos fatos e decididos na linha de entendimento sumulado naquele órgão de controle (Súmula TCU n. 288): “10. No recurso de reconsideração, o Sr. Humberto Falcão Martins alega a nulidade da decisão recorrida ante a suposta violação aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Isso porque, nos presentes autos, antes da prolação do acórdão guerreado, não lhe foi facultada a apresentação de defesa. No mérito, aduz que a irregularidade de suas contas mostra-se desproporcional, tendo em vista a impossibilidade de a falha apurada na representação macular integralmente a gestão dele no exercício de 2003. 11. A Secretaria de Recursos e o Ministério Público junto ao TCU manifestaram-se de forma unânime para que o Tribunal negue provimento ao apelo, mantendo, em seus exatos termos, a decisão recorrida. Antecipo que acompanharei os pareceres precedentes, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir, sem prejuízo das considerações que passo a fazer. 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. Cito, nesse sentido, os Acórdãos 5.116/2014-1... Câmara, 2.146/2014-1... Câmara, 7.573/2012-2... Câmara, 525/2011-2... Câmara, 1.669/2014-Plenário, 2.326/2013-Plenário, dentre muitos outros. Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: “O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão n. 1.289/2016. O Tribunal de Contas da União apreciou cada item das alegações do impetrante tanto na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 quanto na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, em que analisados os mesmos fatos e decididos na linha de entendimento sumulado naquele órgão de controle (Súmula TCU n. 288): “10. No recurso de reconsideração, o Sr. Humberto Falcão Martins alega a nulidade da decisão recorrida ante a suposta violação aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Isso porque, nos presentes autos, antes da prolação do acórdão guerreado, não lhe foi facultada a apresentação de defesa. No mérito, aduz que a irregularidade de suas contas mostra-se desproporcional, tendo em vista a impossibilidade de a falha apurada na representação macular integralmente a gestão dele no exercício de 2003. 11. A Secretaria de Recursos e o Ministério Público junto ao TCU manifestaram-se de forma unânime para que o Tribunal negue provimento ao apelo, mantendo, em seus exatos termos, a decisão recorrida. Antecipo que acompanharei os pareceres precedentes, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir, sem prejuízo das considerações que passo a fazer. 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. Cito, nesse sentido, os Acórdãos 5.116/2014-1... Câmara, 2.146/2014-1... Câmara, 7.573/2012-2... Câmara, 525/2011-2... Câmara, 1.669/2014-Plenário, 2.326/2013-Plenário, dentre muitos outros. Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: “O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF débito.” 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor. 14. Esse entendimento consolidado tem uma razão de ser. A garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação. 15. Tese semelhante foi ratificada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mandado de Segurança 30.322/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia. Tratava-se de um caso em que o gestor já havia sido multado pelo TCU em duas tomadas de contas especiais e, no processo de contas, com fundamento nos mesmos fatos, esta Corte decidiu inabilitar, sem a oferta de novo contraditório, por cinco anos, o servidor para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública. Transcrevo trecho do voto da relatora, que bem resume a tese aqui defendida: “(...) o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos”. 16. À luz dessas considerações, rejeito a preliminar de que teria 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF débito.” 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor. 14. Esse entendimento consolidado tem uma razão de ser. A garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação. 15. Tese semelhante foi ratificada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mandado de Segurança 30.322/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia. Tratava-se de um caso em que o gestor já havia sido multado pelo TCU em duas tomadas de contas especiais e, no processo de contas, com fundamento nos mesmos fatos, esta Corte decidiu inabilitar, sem a oferta de novo contraditório, por cinco anos, o servidor para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública. Transcrevo trecho do voto da relatora, que bem resume a tese aqui defendida: “(...) o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos”. 16. À luz dessas considerações, rejeito a preliminar de que teria 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF ocorrido violação do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal’ (voto do Relator no pedido de reconsideração no Acórdão TCU n. 1.496/2018)” (fls. 14-19, e-doc. 58). 7. Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei nacional n. 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2... se prevê: “’interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato’, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9”: “10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nas informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF ocorrido violação do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal’ (voto do Relator no pedido de reconsideração no Acórdão TCU n. 1.496/2018)” (fls. 14-19, e-doc. 58). 7. Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei nacional n. 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2... se prevê: “’interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato’, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9”: “10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nas informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1... da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2... da Lei n. 9.873/1999, “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (decisão embargada, fls. 12-14, e-doc. 58). 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1... da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2... da Lei n. 9.873/1999, “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (decisão embargada, fls. 12-14, e-doc. 58). 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF 8. É pacífico o entendimento deste Supremo Tribunal quanto ao não cabimento dos embargos de declaração para a rediscussão de mérito da decisão embargada, prestando-se apenas a esclarecer ponto em que tenha sido omissa, contraditória ou obscura ou para corrigir erro material, nos termos do art. 1.022 do Código de Processo Civil. Como demonstrado, não há, na espécie, quaisquer das omissões ou contradições suscitadas pelo embargante. 9. Pelo exposto, rejeito os embargos de declaração (§ 2... do art. 1.024 do Código de Processo Civil)” (e-doc. 66). 2. Publicada essa decisão no DJe de 15.10.2019, o agravante interpõe agravo regimental tempestivamente (e-doc. 69). 3. O agravante alega não estar “nas atribuições do Relator o julgamento monocrático de Mandado de Segurança interposto contra ato de Ministro do Tribunal de Contas da União. A competência é exclusiva das Turmas” (fl. 2, e- doc. 69). Assevera que “as decisões impugnadas NADA trouxeram nesse sentido, e se não há jurisprudência predominante neste Tribunal sobre a forma de contagem da prescrição, seja ela intercorrente ou não, sobre a possibilidade de um processo administrativo ficar paralisado por mais de dez anos, a solução ao Mandado de Segurança somente poderia ser dada pela Turma, o que comprova a violação e usurpação de competência” (fl. 4, e-doc. 69). Reitera as razões suscitadas nos embargos de declaração asseverando que “a lei de Mandado de Segurança não impõe que o prejuízo seja demonstrado para concessão da ordem, mas sim a comprovação da violação ao direito líquido e certo. O que, à toda evidência, se verificou no caso porque não lhe foi oportunizado o exercício do direito de defesa, antes de prolatada decisão” (fl. 6, e-doc. 69). 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 8. É pacífico o entendimento deste Supremo Tribunal quanto ao não cabimento dos embargos de declaração para a rediscussão de mérito da decisão embargada, prestando-se apenas a esclarecer ponto em que tenha sido omissa, contraditória ou obscura ou para corrigir erro material, nos termos do art. 1.022 do Código de Processo Civil. Como demonstrado, não há, na espécie, quaisquer das omissões ou contradições suscitadas pelo embargante. 9. Pelo exposto, rejeito os embargos de declaração (§ 2... do art. 1.024 do Código de Processo Civil)” (e-doc. 66). 2. Publicada essa decisão no DJe de 15.10.2019, o agravante interpõe agravo regimental tempestivamente (e-doc. 69). 3. O agravante alega não estar “nas atribuições do Relator o julgamento monocrático de Mandado de Segurança interposto contra ato de Ministro do Tribunal de Contas da União. A competência é exclusiva das Turmas” (fl. 2, e- doc. 69). Assevera que “as decisões impugnadas NADA trouxeram nesse sentido, e se não há jurisprudência predominante neste Tribunal sobre a forma de contagem da prescrição, seja ela intercorrente ou não, sobre a possibilidade de um processo administrativo ficar paralisado por mais de dez anos, a solução ao Mandado de Segurança somente poderia ser dada pela Turma, o que comprova a violação e usurpação de competência” (fl. 4, e-doc. 69). Reitera as razões suscitadas nos embargos de declaração asseverando que “a lei de Mandado de Segurança não impõe que o prejuízo seja demonstrado para concessão da ordem, mas sim a comprovação da violação ao direito líquido e certo. O que, à toda evidência, se verificou no caso porque não lhe foi oportunizado o exercício do direito de defesa, antes de prolatada decisão” (fl. 6, e-doc. 69). 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF Salienta que “o Processo n 008.754/2004-9 tramitou sem que o peticionário ou quaisquer dos interessados, em nenhum instante, fossem citados ou intimados a integrar o polo passivo desse processo administrativo. Nem se alegue que as violações às garantias legal e constitucional não foram violadas, porque teria respondido no Processo n 010.462/2004-1, que se limitou a analisar exclusivamente o processo de contratação direta do Movimento Brasil Competitivo. E em nenhum momento apurou as contas de todo o exercício de 2003, porque nunca compreendeu a totalidade de despesas do exercício discutido na TCS n 008.754/2004-9, cuja monta envolvida supera em quase 06 (seis) vezes o seu valor” (fls. 8-9, e-doc. 69). Insiste ter havido “omissão em relação a qual seria o fundamento jurídico, redação de lei ou qualquer outro princípio de nosso ordenamento, que preveja a possibilidade de paralisação de um procedimento administrativo por mais de dez anos, considerado que a regra do §1... do artigo 1... da Lei n 9.873/1999 é taxativa e não exclui os casos de processos sobrestados” (fl. 10, e-doc. 69). Afirma que, “se for considerado que o prazo seria até a apreciação do Processo n 010.462/2004-1 (Representação, ocorrida em 2010, e considerando a nova instrução somente ocorreu em 2015, também se estará diante da ocorrência de prescrição, ainda que intercorrente”. Aponta a previsão do § 1... do art. 1... da Lei n. 9.873/1999, pelo qual “incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração de responsabilidade funcional decorrente de paralisação, se for o caso”. Sustenta ser “incontroverso que o processo iniciou em 2004, permaneceu 12 (doze) anos sem nenhuma providência apuratória, sendo julgado em decisão definitiva após 14 (quatorze) anos de tramitação. O processo tido como “referência” foi julgado em 2010, sendo que os recursos interpostos não eram 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Salienta que “o Processo n 008.754/2004-9 tramitou sem que o peticionário ou quaisquer dos interessados, em nenhum instante, fossem citados ou intimados a integrar o polo passivo desse processo administrativo. Nem se alegue que as violações às garantias legal e constitucional não foram violadas, porque teria respondido no Processo n 010.462/2004-1, que se limitou a analisar exclusivamente o processo de contratação direta do Movimento Brasil Competitivo. E em nenhum momento apurou as contas de todo o exercício de 2003, porque nunca compreendeu a totalidade de despesas do exercício discutido na TCS n 008.754/2004-9, cuja monta envolvida supera em quase 06 (seis) vezes o seu valor” (fls. 8-9, e-doc. 69). Insiste ter havido “omissão em relação a qual seria o fundamento jurídico, redação de lei ou qualquer outro princípio de nosso ordenamento, que preveja a possibilidade de paralisação de um procedimento administrativo por mais de dez anos, considerado que a regra do §1... do artigo 1... da Lei n 9.873/1999 é taxativa e não exclui os casos de processos sobrestados” (fl. 10, e-doc. 69). Afirma que, “se for considerado que o prazo seria até a apreciação do Processo n 010.462/2004-1 (Representação, ocorrida em 2010, e considerando a nova instrução somente ocorreu em 2015, também se estará diante da ocorrência de prescrição, ainda que intercorrente”. Aponta a previsão do § 1... do art. 1... da Lei n. 9.873/1999, pelo qual “incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração de responsabilidade funcional decorrente de paralisação, se for o caso”. Sustenta ser “incontroverso que o processo iniciou em 2004, permaneceu 12 (doze) anos sem nenhuma providência apuratória, sendo julgado em decisão definitiva após 14 (quatorze) anos de tramitação. O processo tido como “referência” foi julgado em 2010, sendo que os recursos interpostos não eram 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF dotados de efeito suspensivo, sendo plenamente viável que o ilegal e imoral sobrestamento de DEZ anos acabasse. Porém, isso somente ocorreu em 2016”. Conclui merecer “reforma as decisões impugnadas, para que seja concedida a ordem do Mandamus para declarar NULOS os acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, ante a violação ao contraditório e à ampla defesa, ou mesmo pelo reconhecimento da prescrição punitiva do Processo n 008.754/2004-9” (fl. 11, e-doc. 69). 4. A União apresentou contrarrazões (e-doc. 75), pleiteando a manutenção da decisão agravada por seus próprios fundamentos. Ressalta a previsão de julgamento monocrático do mandado de segurança, pelo Relator, nos termos do Código de Processo Civil e do § 1... do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, cabível a interposição de agravo interno. Assevera que, “ao contrário do que argumenta o agravante [a decisão agravada] não se limitou a indicar dispositivos legais ou fazer paráfrases destes, pelo contrário, incursionou na análise dos argumentos do impetrante, mormente acerca da ocorrência de prescrição” (fl. 6, e-doc. 75). Quanto à alegada afronta às garantias do contraditório e da ampla defesa no Processo n. 008.754/2004-9, salienta que “a decisão objurgada foi minudente na análise da referida alegação, afastando, de forma fundamentada, o argumento de violação ao contraditório e ampla defesa, conforme se depreende do trecho”, transcrito à fl. 9 (e-doc. 75). Afirma que “o recorrente não concorda com a tese, respaldada em jurisprudência dessa Suprema Corte, de que o exercício do contraditório e ampla defesa, no âmbito do TCU, pode se verificar em processo distinto, desde que se refira aos mesmos fatos apurados, como expressamente constante dos acórdãos apontados como atos coatores bem como nas informações prestadas pela Corte de 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF dotados de efeito suspensivo, sendo plenamente viável que o ilegal e imoral sobrestamento de DEZ anos acabasse. Porém, isso somente ocorreu em 2016”. Conclui merecer “reforma as decisões impugnadas, para que seja concedida a ordem do Mandamus para declarar NULOS os acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, ante a violação ao contraditório e à ampla defesa, ou mesmo pelo reconhecimento da prescrição punitiva do Processo n 008.754/2004-9” (fl. 11, e-doc. 69). 4. A União apresentou contrarrazões (e-doc. 75), pleiteando a manutenção da decisão agravada por seus próprios fundamentos. Ressalta a previsão de julgamento monocrático do mandado de segurança, pelo Relator, nos termos do Código de Processo Civil e do § 1... do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, cabível a interposição de agravo interno. Assevera que, “ao contrário do que argumenta o agravante [a decisão agravada] não se limitou a indicar dispositivos legais ou fazer paráfrases destes, pelo contrário, incursionou na análise dos argumentos do impetrante, mormente acerca da ocorrência de prescrição” (fl. 6, e-doc. 75). Quanto à alegada afronta às garantias do contraditório e da ampla defesa no Processo n. 008.754/2004-9, salienta que “a decisão objurgada foi minudente na análise da referida alegação, afastando, de forma fundamentada, o argumento de violação ao contraditório e ampla defesa, conforme se depreende do trecho”, transcrito à fl. 9 (e-doc. 75). Afirma que “o recorrente não concorda com a tese, respaldada em jurisprudência dessa Suprema Corte, de que o exercício do contraditório e ampla defesa, no âmbito do TCU, pode se verificar em processo distinto, desde que se refira aos mesmos fatos apurados, como expressamente constante dos acórdãos apontados como atos coatores bem como nas informações prestadas pela Corte de 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF Contas e, via de consequência, adotadas como razões de decidir na decisão agravada, tese esta corroborada pelos precedentes desse Supremo Tribunal Federal colacionados na decisão” (fls. 10-11, e-doc. 75). Assevera serem improcedentes as “alegações de que teria havido ‘relativização da aplicação da lei’, ‘sem apontar o fundamento legal ou jurídico’, tendo presente que a decisão expressamente consignou a aplicação ao caso do inciso II, do art. 2..., da Lei n 9.873/1999. Ora, se o inciso II, do art. 2..., da Lei n 9.783/99 é claro no sentido de que ‘qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato” interrompe a prescrição’, e houve instrução regular realizada pela Corte de Contas no TC n. 010.462/2004-1, sendo assim, não há que se falar em ocorrência de prescrição” (fl. 11, e-doc. 75). Afirma que “os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, a Tomada de contas que ensejou o Acórdão n 1.289/2016-TCU-1...Câmara, foi autuada em 15/06/2004, o despacho ordenando a notificação do responsável se deu em 17/06/2005, tendo sido prolatado o Acórdão n 2.060/2010-TCUPlenário, que ‘condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU-Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário’” (fl. 13, e-doc. 75). Salienta que “tão somente após concluído o Processo de Tomada de Contas Simplificado, com a prolação do Acórdão 1.780/2015-TCU, Plenário, é que pôde a Corte de Contas ‘passar a análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão n 1.289/2016-TCU-1... – Câmara. Destarte, como constante na decisão agravada, ao se reportar às informações da Corte de Contas” (fl. 13, e-doc. 75). Conclui “não haver razões para a reforma da decisão agravada que, corretamente, afastou a existência de violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como afastou, com fundamentos que permanecem hígidos, a alegação de prescrição, tendo presente que os marcos interruptivos disciplinados na Lei n 9.873/99” (fl. 14, e-doc. 69). 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Contas e, via de consequência, adotadas como razões de decidir na decisão agravada, tese esta corroborada pelos precedentes desse Supremo Tribunal Federal colacionados na decisão” (fls. 10-11, e-doc. 75). Assevera serem improcedentes as “alegações de que teria havido ‘relativização da aplicação da lei’, ‘sem apontar o fundamento legal ou jurídico’, tendo presente que a decisão expressamente consignou a aplicação ao caso do inciso II, do art. 2..., da Lei n 9.873/1999. Ora, se o inciso II, do art. 2..., da Lei n 9.783/99 é claro no sentido de que ‘qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato” interrompe a prescrição’, e houve instrução regular realizada pela Corte de Contas no TC n. 010.462/2004-1, sendo assim, não há que se falar em ocorrência de prescrição” (fl. 11, e-doc. 75). Afirma que “os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, a Tomada de contas que ensejou o Acórdão n 1.289/2016-TCU-1...Câmara, foi autuada em 15/06/2004, o despacho ordenando a notificação do responsável se deu em 17/06/2005, tendo sido prolatado o Acórdão n 2.060/2010-TCUPlenário, que ‘condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU-Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário’” (fl. 13, e-doc. 75). Salienta que “tão somente após concluído o Processo de Tomada de Contas Simplificado, com a prolação do Acórdão 1.780/2015-TCU, Plenário, é que pôde a Corte de Contas ‘passar a análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão n 1.289/2016-TCU-1... – Câmara. Destarte, como constante na decisão agravada, ao se reportar às informações da Corte de Contas” (fl. 13, e-doc. 75). Conclui “não haver razões para a reforma da decisão agravada que, corretamente, afastou a existência de violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como afastou, com fundamentos que permanecem hígidos, a alegação de prescrição, tendo presente que os marcos interruptivos disciplinados na Lei n 9.873/99” (fl. 14, e-doc. 69). 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 82 Relatório MS 35883 ED-AGR / DF É o relatório. 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF É o relatório. 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E9A1-413C-297C-CB53 e senha 3D80-EA59-24FE-C5E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 06/03/2020 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Nos termos do § 1... do art. 21 do Regimento Interno deste Supremo Tribunal, compete ao Relator, monocraticamente, negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente inadmissível, improcedente ou contrário à jurisprudência dominante ou a súmula do Supremo Tribunal Federal. Na espécie, a questão de fundo foi analisada com respaldo em decisão colegiada da Primeira Turma deste Supremo Tribunal, de minha relatoria (Mandado de Segurança n. 30.322, DJe 25.11.2011), além de em diversos outros precedentes: Mandado de Segurança n. 27.751 ED-AgR, Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 22.11.2016, Mandado de Segurança n. 33.063, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 6.3.2019. Como firmado pela jurisprudência deste Supremo Tribunal, assegura-se à parte a impugnação do que monocraticamente decidido pela interposição do agravo interno para “forçar o pronunciamento do colegiado” (Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.232.326 AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 25.11.2019), como se tem na presente análise, não se havendo cogitar de usurpação de competência das Turmas. 3. Conforme assentado na decisão agravada, o indeferimento do Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal 06/03/2020 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste ao agravante. 2. Nos termos do § 1... do art. 21 do Regimento Interno deste Supremo Tribunal, compete ao Relator, monocraticamente, negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente inadmissível, improcedente ou contrário à jurisprudência dominante ou a súmula do Supremo Tribunal Federal. Na espécie, a questão de fundo foi analisada com respaldo em decisão colegiada da Primeira Turma deste Supremo Tribunal, de minha relatoria (Mandado de Segurança n. 30.322, DJe 25.11.2011), além de em diversos outros precedentes: Mandado de Segurança n. 27.751 ED-AgR, Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 22.11.2016, Mandado de Segurança n. 33.063, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 6.3.2019. Como firmado pela jurisprudência deste Supremo Tribunal, assegura-se à parte a impugnação do que monocraticamente decidido pela interposição do agravo interno para “forçar o pronunciamento do colegiado” (Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.232.326 AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, DJe 25.11.2019), como se tem na presente análise, não se havendo cogitar de usurpação de competência das Turmas. 3. Conforme assentado na decisão agravada, o indeferimento do Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (“pas de nullité sans grief”) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal. Na espécie, a demonstração do prejuízo vincula-se à necessidade da produção de prova inequívoca quanto à ilegalidade ou abusividade do ato reputado coator, o que não se perfez quanto ao alegado cerceamento ao contraditório e à ampla defesa. Tem-se comprovado no processo que o agravante participou intensamente de “todas as tomadas de contas instauradas”, interpondo inúmeros recursos e produzindo defesa de mérito contra os fatos que lhe foram imputados, “dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União”: “Hely Lopes Meirelles ensina que ‘o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo a direito líquido e certo do impetrante’ (Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 34. ed. Malheiros, 2012. p. 39). Compete ao impetrante a produção de prova inequívoca, no momento da impetração, quanto à ilegalidade suscitada, na espécie de ter suportado efetivo prejuízo na ampla defesa e no contraditório no decorrer de processo em tomada de contas federal. Na decisão embargada, pela qual analisada a cadeia recursal utilizada pelo impetrante em todas as tomadas de contas instauradas naquele órgão fiscalizador, assentou-se: ‘(...) o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (“pas de nullité sans grief”) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal. Na espécie, a demonstração do prejuízo vincula-se à necessidade da produção de prova inequívoca quanto à ilegalidade ou abusividade do ato reputado coator, o que não se perfez quanto ao alegado cerceamento ao contraditório e à ampla defesa. Tem-se comprovado no processo que o agravante participou intensamente de “todas as tomadas de contas instauradas”, interpondo inúmeros recursos e produzindo defesa de mérito contra os fatos que lhe foram imputados, “dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União”: “Hely Lopes Meirelles ensina que ‘o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo a direito líquido e certo do impetrante’ (Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 34. ed. Malheiros, 2012. p. 39). Compete ao impetrante a produção de prova inequívoca, no momento da impetração, quanto à ilegalidade suscitada, na espécie de ter suportado efetivo prejuízo na ampla defesa e no contraditório no decorrer de processo em tomada de contas federal. Na decisão embargada, pela qual analisada a cadeia recursal utilizada pelo impetrante em todas as tomadas de contas instauradas naquele órgão fiscalizador, assentou-se: ‘(...) o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (fl. 20, e- doc. 58). Asseverou a Advocacia-Geral da União: “A decisão [agravada], ao contrário do que argumenta o agravante não se limitou a indicar dispositivos legais ou fazer paráfrases destes, pelo contrário, incursionou na análise dos argumentos do impetrante, mormente acerca da ocorrência de prescrição. Confira-se: 10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetrante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (fl. 20, e- doc. 58). Asseverou a Advocacia-Geral da União: “A decisão [agravada], ao contrário do que argumenta o agravante não se limitou a indicar dispositivos legais ou fazer paráfrases destes, pelo contrário, incursionou na análise dos argumentos do impetrante, mormente acerca da ocorrência de prescrição. Confira-se: 10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetrante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nos informações, e-doc. 36” (fls. 6-7, e-doc. 75). Enfatizado desde a decisão monocrática que a Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi sobrestada para que se aguardasse o julgamento da Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, instaurada por representação do Ministério Público para “apurar eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações, bem como identificar e responsabilizar, se o caso, os agentes por eventuais prejuízos ao erário” (fls. 3-4, e-doc. 1). Foram apenas estes os fatos que levaram à rejeição das contas do impetrante naquela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9. O Acórdão TCU n. 1289, agora impugnado, foi proferido em 23.2.2016, menos de um ano depois do julgamento definitivo da Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, consubstanciado no Acórdão TCU n. 1.780, de 22.7.2015: “Voto A presente tomada de contas simplificada da Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, relativa ao exercício de 2003, obteve do controle interno opinião pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das ocorrências elencadas no item 2 do relatório precedente, apontadas em auditoria de gestão realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU). 2. Neste Tribunal, o julgamento do processo foi sobrestado em virtude da necessidade de se aguardar a apreciação da representação objeto do TC 010.462/2004-1, cujo desenvolvimento poderia ter influência sobre o juízo de mérito das contas. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nos informações, e-doc. 36” (fls. 6-7, e-doc. 75). Enfatizado desde a decisão monocrática que a Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi sobrestada para que se aguardasse o julgamento da Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, instaurada por representação do Ministério Público para “apurar eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações, bem como identificar e responsabilizar, se o caso, os agentes por eventuais prejuízos ao erário” (fls. 3-4, e-doc. 1). Foram apenas estes os fatos que levaram à rejeição das contas do impetrante naquela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9. O Acórdão TCU n. 1289, agora impugnado, foi proferido em 23.2.2016, menos de um ano depois do julgamento definitivo da Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, consubstanciado no Acórdão TCU n. 1.780, de 22.7.2015: “Voto A presente tomada de contas simplificada da Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, relativa ao exercício de 2003, obteve do controle interno opinião pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das ocorrências elencadas no item 2 do relatório precedente, apontadas em auditoria de gestão realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU). 2. Neste Tribunal, o julgamento do processo foi sobrestado em virtude da necessidade de se aguardar a apreciação da representação objeto do TC 010.462/2004-1, cujo desenvolvimento poderia ter influência sobre o juízo de mérito das contas. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF 3. O referido TC 010.462/2004-1 foi julgado nos termos do Acórdão 2.060/2010-TCU-P, concernente ao mérito da representação, bem como dos Acórdãos 1.178/2014-TCU-P, atinente a pedido de reexame interposto pelos responsáveis contra aquela deliberação, e 1.780/2015-TCU-P, relativo a embargos de declaração opostos contra essa última, nos quais o Tribunal considerou procedente a representação e rejeitou as razões de justificativa apresentadas pelo responsável Humberto Falcão Martins acerca de uma das ocorrências que lhe foram imputadas naquele processo, aplicando-lhe multa de R$ 10.000,00, por ato antieconômico” (voto condutor no Acórdão TCU n. 1.289, sessão 23.2.2016). Daí a constatação de ter havido a plena produção de defesa e contraditório na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, fundamento para a rejeição das contas, como também enfatizado no Acórdão TCU n. 1.289 impugnado: “Como bem ressaltou o próprio recorrente, a única irregularidade que deu ensejo ao julgamento das contas dele relativas ao exercício de 2003 na Seges do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, decorreu dos fatos tratados no TC 010.462/2004- 1. 5.4. Na ocasião, o recorrente teve ampla possibilidade de defesa antes da prolação do Acórdão 2.060/2010 – Plenário, relatado pelo Ministro José Múcio, tendo a parte, após, inclusive, apresentado pedido de reexame ao Tribunal, julgado improcedente pelo Acórdão 1.178/2014 – Plenário, da relatoria do Ministro Aroldo Cedraz” (fl. 5, e-doc. 36). 4. Reitere-se que “a tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes”. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 3. O referido TC 010.462/2004-1 foi julgado nos termos do Acórdão 2.060/2010-TCU-P, concernente ao mérito da representação, bem como dos Acórdãos 1.178/2014-TCU-P, atinente a pedido de reexame interposto pelos responsáveis contra aquela deliberação, e 1.780/2015-TCU-P, relativo a embargos de declaração opostos contra essa última, nos quais o Tribunal considerou procedente a representação e rejeitou as razões de justificativa apresentadas pelo responsável Humberto Falcão Martins acerca de uma das ocorrências que lhe foram imputadas naquele processo, aplicando-lhe multa de R$ 10.000,00, por ato antieconômico” (voto condutor no Acórdão TCU n. 1.289, sessão 23.2.2016). Daí a constatação de ter havido a plena produção de defesa e contraditório na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, fundamento para a rejeição das contas, como também enfatizado no Acórdão TCU n. 1.289 impugnado: “Como bem ressaltou o próprio recorrente, a única irregularidade que deu ensejo ao julgamento das contas dele relativas ao exercício de 2003 na Seges do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, decorreu dos fatos tratados no TC 010.462/2004- 1. 5.4. Na ocasião, o recorrente teve ampla possibilidade de defesa antes da prolação do Acórdão 2.060/2010 – Plenário, relatado pelo Ministro José Múcio, tendo a parte, após, inclusive, apresentado pedido de reexame ao Tribunal, julgado improcedente pelo Acórdão 1.178/2014 – Plenário, da relatoria do Ministro Aroldo Cedraz” (fl. 5, e-doc. 36). 4. Reitere-se que “a tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes”. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Nos diversos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Contas da União, resultantes dos sucessivos recursos apresentados pelo agravante, ficou caraterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). Retomo o teor das informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Nos diversos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Contas da União, resultantes dos sucessivos recursos apresentados pelo agravante, ficou caraterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). Retomo o teor das informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). O Tribunal de Contas da União no Acórdão TCU n. 1.298 decidiu que “a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação” (fl. 17, e-doc. 39). Nesse mesmo sentido a decisão colegiada proferida pela Primeira Turma deste Supremo Tribunal, no Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, no qual igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: “Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). O Tribunal de Contas da União no Acórdão TCU n. 1.298 decidiu que “a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação” (fl. 17, e-doc. 39). Nesse mesmo sentido a decisão colegiada proferida pela Primeira Turma deste Supremo Tribunal, no Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, no qual igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: “Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem, isoladamente, insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. Nesse sentido, a Procuradoria-Geral da República destacou: “Com efeito, as Tomadas de Contas Especiais 004.020/2004-4 e 12.633/2005-8 destinaram-se a apurar fatos específicos praticados pelo impetrante no exercício de 2003, os quais foram considerados irregulares e serviram de base para o julgamento o conjunto dos atos praticados no desempenho na gestão pública na prestação de contas relativas ao mesmo ano - TC 009.880/2004-9. Assim, uma vez que as ocorrências que justificaram a aplicação das multas, ao impetrante, nas Tomadas de Contas Especiais, estavam contidas na gestão pública do mesmo exercício (2003) (fls. 741/755 e 757/758), julgada ilegal, antieconômica e contrária às normas legais e regulamentares de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, na Prestação de Contas 009.880/2004-9, tornou-se despicienda a intimação, nestes autos, para apresentação de justificativas, que não poderiam ser diferentes das já apresentadas nas TCEs, inclusive, em razão do trânsito em julgado ocorrido nestes processos. (...) Portanto, se nas TCEs foram examinadas todas as irregularidades e as justificativas apresentadas, desnecessária a citação em processo conexo, que examinou o conjunto destas mesmas irregularidades, sob pena de mácula ao princípio da razoável duração 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem, isoladamente, insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. Nesse sentido, a Procuradoria-Geral da República destacou: “Com efeito, as Tomadas de Contas Especiais 004.020/2004-4 e 12.633/2005-8 destinaram-se a apurar fatos específicos praticados pelo impetrante no exercício de 2003, os quais foram considerados irregulares e serviram de base para o julgamento o conjunto dos atos praticados no desempenho na gestão pública na prestação de contas relativas ao mesmo ano - TC 009.880/2004-9. Assim, uma vez que as ocorrências que justificaram a aplicação das multas, ao impetrante, nas Tomadas de Contas Especiais, estavam contidas na gestão pública do mesmo exercício (2003) (fls. 741/755 e 757/758), julgada ilegal, antieconômica e contrária às normas legais e regulamentares de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, na Prestação de Contas 009.880/2004-9, tornou-se despicienda a intimação, nestes autos, para apresentação de justificativas, que não poderiam ser diferentes das já apresentadas nas TCEs, inclusive, em razão do trânsito em julgado ocorrido nestes processos. (...) Portanto, se nas TCEs foram examinadas todas as irregularidades e as justificativas apresentadas, desnecessária a citação em processo conexo, que examinou o conjunto destas mesmas irregularidades, sob pena de mácula ao princípio da razoável duração 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF do feito” (grifos nossos). Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. 5. Não procede, de igual modo, o argumento segundo o qual as penas de multa aplicadas nessas tomadas de contas especiais impediriam a aplicação de nova pena no julgamento do Processo TC n. 009.880/2004-9. Isso porque o objeto de exame desses processos foi distinto. Nesse sentido, o Tribunal de Contas da União esclareceu: “as tomadas de contas especiais (…) destinaram-se à apuração de fatos específicos, de forma isolada, (…) já o processo de prestação de contas (…) foi autuado com o objetivo de avaliar e julgar o desempenho e a conformidade da gestão (...), ou seja, aprecia-se o conjunto dos atos de gestão praticados pelos administradores em determinado exercício. Assim, enquanto nos processos de tomadas de contas especiais (…) os atos que lhe deram origem foram apreciados isoladamente, no processo de prestação de contas tais atos (já reputados irregulares) são examinados em conjunto e em confronto com os demais atos de gestão a ele atribuídos, com vistas à formação do juízo de mérito sobre a gestão do responsável (…), a qual é julgada irregulares, regulares ou regulares com ressalva (...) Ou seja, verifica-se se o apurado nas tomadas de contas especiais tem o condão de macular o conjunto da gestão do responsável” (grifos nossos). O Processo TC n. 009.880/2004-9 teve como objeto a prestação de contas da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social – Dataprev no exercício de 2003 e, portanto, o exame de todos os atos praticados no período por seus ex-gestores. Em razão das diversas falhas constatadas naquelas tomadas de contas especias, que apuravam fatos pontuais, o Tribunal de Contas da União julgou irregulares as contas apresentadas e decidiu inabilitar o Impetrante para o exercício de cargo em comissão ou função 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF do feito” (grifos nossos). Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. 5. Não procede, de igual modo, o argumento segundo o qual as penas de multa aplicadas nessas tomadas de contas especiais impediriam a aplicação de nova pena no julgamento do Processo TC n. 009.880/2004-9. Isso porque o objeto de exame desses processos foi distinto. Nesse sentido, o Tribunal de Contas da União esclareceu: “as tomadas de contas especiais (…) destinaram-se à apuração de fatos específicos, de forma isolada, (…) já o processo de prestação de contas (…) foi autuado com o objetivo de avaliar e julgar o desempenho e a conformidade da gestão (...), ou seja, aprecia-se o conjunto dos atos de gestão praticados pelos administradores em determinado exercício. Assim, enquanto nos processos de tomadas de contas especiais (…) os atos que lhe deram origem foram apreciados isoladamente, no processo de prestação de contas tais atos (já reputados irregulares) são examinados em conjunto e em confronto com os demais atos de gestão a ele atribuídos, com vistas à formação do juízo de mérito sobre a gestão do responsável (…), a qual é julgada irregulares, regulares ou regulares com ressalva (...) Ou seja, verifica-se se o apurado nas tomadas de contas especiais tem o condão de macular o conjunto da gestão do responsável” (grifos nossos). O Processo TC n. 009.880/2004-9 teve como objeto a prestação de contas da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social – Dataprev no exercício de 2003 e, portanto, o exame de todos os atos praticados no período por seus ex-gestores. Em razão das diversas falhas constatadas naquelas tomadas de contas especias, que apuravam fatos pontuais, o Tribunal de Contas da União julgou irregulares as contas apresentadas e decidiu inabilitar o Impetrante para o exercício de cargo em comissão ou função 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF comissionada, nos termos da Lei n. 8.443/1992, que dispõe: “Art. 60. Sem prejuízo das sanções previstas na seção anterior e das penalidades administrativas, aplicáveis pelas autoridades competentes, por irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União, sempre que este, por maioria absoluta de seus membros, considerar grave a infração cometida, o responsável ficará inabilitado, por um período que variará de cinco a oito anos, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública” (grifos nossos). Assim, diante da distinção entre os objetos dos processos em foco e a independência das sansões neles aplicadas, não se há reconhecer qualquer ilegalidade no ato apontado como coator. 6. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a segurança” (voto condutor por mim proferido no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). Na decisão agravada, realcei o pronunciamento do Ministro Luiz Fux, cujo voto reforçou a possibilidade de aproveitamento da defesa produzida em outros processos de controle de contas: “O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, anoto ainda que o impetrante teve a oportunidade de se manifestar em processos conexos sobre as irregularidades pelas quais foi condenado e sem prejuízos sobre a doutrina no sentido de que a anulação, nesses casos, na decisão do Tribunal de Contas, configuraria um profundo desprestígio ao princípio da moralidade administrativa, mercê da ausência de argumentos que evidenciam algum equívoco da sanção imposta. Acompanho Vossa Excelência” (voto do Ministro Luiz Fux no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). 5. De se reafirmar que “a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi suprimida pela sua efetiva participação no 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF comissionada, nos termos da Lei n. 8.443/1992, que dispõe: “Art. 60. Sem prejuízo das sanções previstas na seção anterior e das penalidades administrativas, aplicáveis pelas autoridades competentes, por irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União, sempre que este, por maioria absoluta de seus membros, considerar grave a infração cometida, o responsável ficará inabilitado, por um período que variará de cinco a oito anos, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública” (grifos nossos). Assim, diante da distinção entre os objetos dos processos em foco e a independência das sansões neles aplicadas, não se há reconhecer qualquer ilegalidade no ato apontado como coator. 6. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a segurança” (voto condutor por mim proferido no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). Na decisão agravada, realcei o pronunciamento do Ministro Luiz Fux, cujo voto reforçou a possibilidade de aproveitamento da defesa produzida em outros processos de controle de contas: “O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, anoto ainda que o impetrante teve a oportunidade de se manifestar em processos conexos sobre as irregularidades pelas quais foi condenado e sem prejuízos sobre a doutrina no sentido de que a anulação, nesses casos, na decisão do Tribunal de Contas, configuraria um profundo desprestígio ao princípio da moralidade administrativa, mercê da ausência de argumentos que evidenciam algum equívoco da sanção imposta. Acompanho Vossa Excelência” (voto do Ministro Luiz Fux no MS n. 30.322, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2011). 5. De se reafirmar que “a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 foi suprimida pela sua efetiva participação no 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF processo, inclusive pela interposição de pedido de reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão n. 1.289/2016. O Tribunal de Contas da União apreciou cada item das alegações do impetrante tanto na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 quanto na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, em que analisados os mesmos fatos e decididos na linha de entendimento sumulado naquele órgão de controle (Súmula TCU n. 288): “10. No recurso de reconsideração, o Sr. Humberto Falcão Martins alega a nulidade da decisão recorrida ante a suposta violação aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Isso porque, nos presentes autos, antes da prolação do acórdão guerreado, não lhe foi facultada a apresentação de defesa. No mérito, aduz que a irregularidade de suas contas mostra-se desproporcional, tendo em vista a impossibilidade de a falha apurada na representação macular integralmente a gestão dele no exercício de 2003. 11. A Secretaria de Recursos e o Ministério Público junto ao TCU manifestaram-se de forma unânime para que o Tribunal negue provimento ao apelo, mantendo, em seus exatos termos, a decisão recorrida. Antecipo que acompanharei os pareceres precedentes, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir, sem prejuízo das considerações que passo a fazer. 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. Cito, nesse sentido, os Acórdãos 5.116/2014-1... Câmara, 2.146/2014-1... Câmara, 7.573/2012-2... Câmara, 525/2011-2... Câmara, 1.669/2014-Plenário, 2.326/2013-Plenário, dentre muitos outros. Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: “O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF processo, inclusive pela interposição de pedido de reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão n. 1.289/2016. O Tribunal de Contas da União apreciou cada item das alegações do impetrante tanto na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 quanto na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, em que analisados os mesmos fatos e decididos na linha de entendimento sumulado naquele órgão de controle (Súmula TCU n. 288): “10. No recurso de reconsideração, o Sr. Humberto Falcão Martins alega a nulidade da decisão recorrida ante a suposta violação aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Isso porque, nos presentes autos, antes da prolação do acórdão guerreado, não lhe foi facultada a apresentação de defesa. No mérito, aduz que a irregularidade de suas contas mostra-se desproporcional, tendo em vista a impossibilidade de a falha apurada na representação macular integralmente a gestão dele no exercício de 2003. 11. A Secretaria de Recursos e o Ministério Público junto ao TCU manifestaram-se de forma unânime para que o Tribunal negue provimento ao apelo, mantendo, em seus exatos termos, a decisão recorrida. Antecipo que acompanharei os pareceres precedentes, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir, sem prejuízo das considerações que passo a fazer. 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. Cito, nesse sentido, os Acórdãos 5.116/2014-1... Câmara, 2.146/2014-1... Câmara, 7.573/2012-2... Câmara, 525/2011-2... Câmara, 1.669/2014-Plenário, 2.326/2013-Plenário, dentre muitos outros. Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: “O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito.” 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor. 14. Esse entendimento consolidado tem uma razão de ser. A garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação. 15. Tese semelhante foi ratificada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mandado de Segurança 30.322/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia. Tratava-se de um caso em que o gestor já havia sido multado pelo TCU em duas tomadas de contas especiais e, no processo de contas, com fundamento nos mesmos fatos, esta Corte decidiu inabilitar, sem a oferta de novo contraditório, por cinco anos, o servidor para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública. Transcrevo trecho do voto da relatora, que bem resume a tese aqui defendida: “ (...) o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos”. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito.” 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor. 14. Esse entendimento consolidado tem uma razão de ser. A garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação. 15. Tese semelhante foi ratificada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mandado de Segurança 30.322/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia. Tratava-se de um caso em que o gestor já havia sido multado pelo TCU em duas tomadas de contas especiais e, no processo de contas, com fundamento nos mesmos fatos, esta Corte decidiu inabilitar, sem a oferta de novo contraditório, por cinco anos, o servidor para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública. Transcrevo trecho do voto da relatora, que bem resume a tese aqui defendida: “ (...) o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos”. 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 29 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF 16. À luz dessas considerações, rejeito a preliminar de que teria ocorrido violação do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal” (voto do Relator no pedido de reconsideração no Acórdão TCU n. 1.496/2018). Na espécie, o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (decisão monocrática, e-doc. 58). 6. Na linha da jurisprudência deste Supremo Tribunal, colacionada nas decisões impugnadas, “atenta à viabilidade operacional dos órgãos de controle (Tribunal de Contas da União, Conselho Nacional de Justiça, Conselho Nacional do Ministério Público etc.), e à acertada delimitação das garantias constitucionais de natureza procedimental, firma-se no sentido de que, na hipótese de a atuação de instituições 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 16. À luz dessas considerações, rejeito a preliminar de que teria ocorrido violação do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal” (voto do Relator no pedido de reconsideração no Acórdão TCU n. 1.496/2018). Na espécie, o impetrante não comprova eventual prejuízo decorrente da ausência de sua citação inicial na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, dado que integrou o processo posteriormente tendo todas as suas teses de defesa apreciadas pelo Tribunal de Contas da União. Nesse quadro não se há cogitar de nulidade (pas de nullité sans grief) a ser sanada nem direito líquido e certo do impetrante que precisasse ser assegurado. Tampouco se há acatar a tese de ter havido ilegalidade ou abuso de poder a tisnar direito do impetrante. Reitere-se: na documentação acostada aos autos se revela efetiva produção de defesa, em alongado trâmite processual, pela interposição de pedido de reconsideração, embargos declaratórios, tendo sido produzido material probatório, assegurado o contraditório e a ampla defesa contra os fatos imputados, sendo esses os únicos levados em consideração para a rejeição de contas do impetrante, ainda que contrariamente a suas teses defensivas. Essa a situação fática da qual havia amplamente se defendido, lançando mão também de pedido de reconsideração e embargos declaratórios, desde a Tomada de Contas n. 010.462/2004-1” (decisão monocrática, e-doc. 58). 6. Na linha da jurisprudência deste Supremo Tribunal, colacionada nas decisões impugnadas, “atenta à viabilidade operacional dos órgãos de controle (Tribunal de Contas da União, Conselho Nacional de Justiça, Conselho Nacional do Ministério Público etc.), e à acertada delimitação das garantias constitucionais de natureza procedimental, firma-se no sentido de que, na hipótese de a atuação de instituições 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF fiscalizatórias envolver apuração de espectro amplo, voltada à promoção de ajuste da conduta de entes ou órgãos fiscalizados aos ditames legais, sem deliberação imediata sobre situações específicas, não há necessidade de intimação, no âmbito interno do órgão de controle, de cada um dos potenciais interessados nos desdobramentos da decisão administrativa genérica a ser proferida. (…) Ainda que se reputasse devida a prévia intimação pessoal do agravante no PCA em tela, forçoso seria concluir, presente a diretriz traçada no brocardo “pas de nullité sans grief”, que a decretação de nulidade por cerceamento de defesa exigiria demonstração de prejuízo concreto, o que não ocorreu, quer ante a existência de manifestação do impetrante no mencionado procedimento de controle administrativo, quer ante a natureza genérica da decisão proferida pelo CNJ, limitada a determinar a observância, pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, autoridade delegante, da exigência constitucional de concurso para ingresso e remoção na atividade notarial e de registro, sem redundar em imediata desconstituição de delegações específicas, providência deixada a cargo da Corte estadual capixaba, após exame individualizado de cada situação” (MS n. 27.751 ED-AgR, Relatora Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 22.11.2016). No mesmo sentido: “Quanto à alegada violação aos princípios do devido processo legal e do contraditório, registre-se que esta Corte já firmou orientação no sentido de que não viola os referidos postulados, a ausência de intimação de cada um dos possíveis interessados nos desdobramentos de decisão a ser proferida em processos de fiscalização, como é o caso das representações, submetidos à apreciação do Tribunal de Contas da União. Desse modo, não há necessidade de intervenção dos interessados nos processos de representação conduzidos pelo TCU. É que nesta hipótese, a relação processual estabelecida envolve apenas o órgão fiscalizador e a parte que está sendo fiscalizada. Nesse sentido, cito os seguintes julgados: CONTRADITÓRIO – TRIBUNAL DE CONTAS – CONTROLE EXTERNO – INEXIGIBILIDADE. O contraditório pressupõe a 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF fiscalizatórias envolver apuração de espectro amplo, voltada à promoção de ajuste da conduta de entes ou órgãos fiscalizados aos ditames legais, sem deliberação imediata sobre situações específicas, não há necessidade de intimação, no âmbito interno do órgão de controle, de cada um dos potenciais interessados nos desdobramentos da decisão administrativa genérica a ser proferida. (…) Ainda que se reputasse devida a prévia intimação pessoal do agravante no PCA em tela, forçoso seria concluir, presente a diretriz traçada no brocardo “pas de nullité sans grief”, que a decretação de nulidade por cerceamento de defesa exigiria demonstração de prejuízo concreto, o que não ocorreu, quer ante a existência de manifestação do impetrante no mencionado procedimento de controle administrativo, quer ante a natureza genérica da decisão proferida pelo CNJ, limitada a determinar a observância, pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, autoridade delegante, da exigência constitucional de concurso para ingresso e remoção na atividade notarial e de registro, sem redundar em imediata desconstituição de delegações específicas, providência deixada a cargo da Corte estadual capixaba, após exame individualizado de cada situação” (MS n. 27.751 ED-AgR, Relatora Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 22.11.2016). No mesmo sentido: “Quanto à alegada violação aos princípios do devido processo legal e do contraditório, registre-se que esta Corte já firmou orientação no sentido de que não viola os referidos postulados, a ausência de intimação de cada um dos possíveis interessados nos desdobramentos de decisão a ser proferida em processos de fiscalização, como é o caso das representações, submetidos à apreciação do Tribunal de Contas da União. Desse modo, não há necessidade de intervenção dos interessados nos processos de representação conduzidos pelo TCU. É que nesta hipótese, a relação processual estabelecida envolve apenas o órgão fiscalizador e a parte que está sendo fiscalizada. Nesse sentido, cito os seguintes julgados: CONTRADITÓRIO – TRIBUNAL DE CONTAS – CONTROLE EXTERNO – INEXIGIBILIDADE. O contraditório pressupõe a 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF existência de litigantes ou acusados, o que não ocorre quando o Tribunal de Contas atua no campo da fiscalização de órgãos e entes administrativos. CONTROLE ABSTRATO – DECADÊNCIA – INADEQUAÇÃO. O disposto no artigo 54 da Lei n 9.784/1999 não se aplica a processos de controle abstrato, em que não há exame de ato específico do qual decorra efeito favorável ao administrado.” (MS 34224, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 27.11.2017)” (MS n. 33.063, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 6.3.2019). “AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO FINANCEIRO. PRESTAÇÃO DE CONTAS POR PARTIDO POLÍTICO. REPROVAÇÃO. RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. FASES. COMUNICAÇÕES. VALIDADE. PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. OBSERVÂNCIA. PRAZO DE GUARDA DE DOCUMENTAÇÃO. PREJUÍZO. NÃO CONFIGURAÇÃO. 1. São mitigadas as exigências de contraditório na fase interna da tomada de contas especial, pois não existe um processo que tem por finalidade julgar a regularidade das condutas e a responsabilidade dos agentes, mas há apenas um procedimento investigatório da Administração Pública para resguardar a legalidade e a economicidade na aplicação dos recursos públicos. Precedentes” (MS-AgR n. 34.690, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 5.10.2018). “Mandado de Segurança. 2. Decisão do Presidente da República que, em processo administrativo, indeferiu recurso hierárquico e, por consequência, manteve decisão que declarou a caducidade da concessão outorgada à Transbrasil S.A Linhas Aéreas para a prestação de serviço de transporte aéreo. 3. Alegada violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório, assim como a dispositivos da Lei n 9.784/99, pois a impetrante não teria sido comunicada da instauração do processo administrativo ou de qualquer ato nele praticado, não lhe tendo sido concedida oportunidade de proferir defesa de forma adequada. 4. Os documentos juntados aos autos pela própria 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF existência de litigantes ou acusados, o que não ocorre quando o Tribunal de Contas atua no campo da fiscalização de órgãos e entes administrativos. CONTROLE ABSTRATO – DECADÊNCIA – INADEQUAÇÃO. O disposto no artigo 54 da Lei n 9.784/1999 não se aplica a processos de controle abstrato, em que não há exame de ato específico do qual decorra efeito favorável ao administrado.” (MS 34224, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 27.11.2017)” (MS n. 33.063, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 6.3.2019). “AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO FINANCEIRO. PRESTAÇÃO DE CONTAS POR PARTIDO POLÍTICO. REPROVAÇÃO. RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. FASES. COMUNICAÇÕES. VALIDADE. PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. OBSERVÂNCIA. PRAZO DE GUARDA DE DOCUMENTAÇÃO. PREJUÍZO. NÃO CONFIGURAÇÃO. 1. São mitigadas as exigências de contraditório na fase interna da tomada de contas especial, pois não existe um processo que tem por finalidade julgar a regularidade das condutas e a responsabilidade dos agentes, mas há apenas um procedimento investigatório da Administração Pública para resguardar a legalidade e a economicidade na aplicação dos recursos públicos. Precedentes” (MS-AgR n. 34.690, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 5.10.2018). “Mandado de Segurança. 2. Decisão do Presidente da República que, em processo administrativo, indeferiu recurso hierárquico e, por consequência, manteve decisão que declarou a caducidade da concessão outorgada à Transbrasil S.A Linhas Aéreas para a prestação de serviço de transporte aéreo. 3. Alegada violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório, assim como a dispositivos da Lei n 9.784/99, pois a impetrante não teria sido comunicada da instauração do processo administrativo ou de qualquer ato nele praticado, não lhe tendo sido concedida oportunidade de proferir defesa de forma adequada. 4. Os documentos juntados aos autos pela própria 15 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 32 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF impetrante, porém, demonstram cabalmente que lhe foram asseguradas todas as garantias da ampla defesa e do contraditório, como os direitos de informação sobre os atos produzidos no processo, de manifestação sobre seu conteúdo e de ter seus argumentos devidamente considerados pela autoridade administrativa. 5. Mandado de Segurança indeferido” (MS n. 25.787, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Pleno, DJe 14.9.2007). Conclui-se, portanto, à vista da documentação acostada ao processo, “não ter havido, na espécie, a alegada afronta ao princípio do contraditório e da ampla defesa na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, tampouco flagrante ilegalidade ou abuso nos acórdãos impugnados” (decisão monocrática, e-doc. 58). 7. Quanto à alegada prescrição intercorrente dos procedimentos administrativos, estes os fundamentos para a denegação da segurança: “A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nas informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF impetrante, porém, demonstram cabalmente que lhe foram asseguradas todas as garantias da ampla defesa e do contraditório, como os direitos de informação sobre os atos produzidos no processo, de manifestação sobre seu conteúdo e de ter seus argumentos devidamente considerados pela autoridade administrativa. 5. Mandado de Segurança indeferido” (MS n. 25.787, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Pleno, DJe 14.9.2007). Conclui-se, portanto, à vista da documentação acostada ao processo, “não ter havido, na espécie, a alegada afronta ao princípio do contraditório e da ampla defesa na Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9, tampouco flagrante ilegalidade ou abuso nos acórdãos impugnados” (decisão monocrática, e-doc. 58). 7. Quanto à alegada prescrição intercorrente dos procedimentos administrativos, estes os fundamentos para a denegação da segurança: “A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016), porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes. Daquela Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, participou ativamente o impetante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios. Em todas aquelas decisões ficou caracterizada sua responsabilidade na “fixação de preço elevado para os produtos (…) relativos, respectivamente, à primeira fase dos processos de Otimização da Manutenção e Restaurações das Rodovias Federais, do Programa Nacional do Livro Didático e da Infraestrutura de Comunicação dos Ministérios, em face da simplicidade dos produtos apresentados pelo MBC” (Acórdão TCU n. 2.060/2010). É o que se tem demonstrado nas informações, e-doc. 36: “Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da 16 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 33 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1... da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2... da Lei n. 9.873/1999, “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU-Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU- Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara. 25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas” (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1... da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2... da Lei n. 9.873/1999, “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela 17 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 34 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (decisão monocrática, e-doc. 58). Reiterados, quando da rejeição dos embargos: “Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei nacional n. 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2... se prevê: “’interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato’, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (e-doc. 66). 8. Também no ponto, os argumentos do agravante são insuficientes para modificar a decisão agravada. Como salientou a Advocacia-Geral da União: “se o inciso II, do art. 2..., da Lei n 9.783/99 é claro no sentido de que “qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato” interrompe a prescrição”, e houve instrução regular realizada pela Corte de Contas no TC n. 010.462/2004-1, sendo assim, não há que se falar em ocorrência de prescrição. (...) Assim, não há como tomar isoladamente o argumento de que teria transcorrido prazo maior que 10 anos para a análise da Tomada de Contas Simplificada n 008.754/2004-9, visto que: “10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016) porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes.” Nessa esteira, não prospera a alegação de que seria ‘incontroverso que o processo iniciou em 2004, permaneceu 12 ( doze) anos sem nenhuma providência apuratória, sendo julgado em decisão 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (decisão monocrática, e-doc. 58). Reiterados, quando da rejeição dos embargos: “Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei nacional n. 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2... se prevê: “’interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato’, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9” (e-doc. 66). 8. Também no ponto, os argumentos do agravante são insuficientes para modificar a decisão agravada. Como salientou a Advocacia-Geral da União: “se o inciso II, do art. 2..., da Lei n 9.783/99 é claro no sentido de que “qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato” interrompe a prescrição”, e houve instrução regular realizada pela Corte de Contas no TC n. 010.462/2004-1, sendo assim, não há que se falar em ocorrência de prescrição. (...) Assim, não há como tomar isoladamente o argumento de que teria transcorrido prazo maior que 10 anos para a análise da Tomada de Contas Simplificada n 008.754/2004-9, visto que: “10. A Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9 ficou sobrestada de 22.2.2006 a 23.2.2016 (data em que prolatado o Acórdão n. 1.289/2016) porque dependia da apuração definitiva dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, transcorrida sem a consumação de quaisquer prescrições intercorrentes.” Nessa esteira, não prospera a alegação de que seria ‘incontroverso que o processo iniciou em 2004, permaneceu 12 ( doze) anos sem nenhuma providência apuratória, sendo julgado em decisão 18 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 35 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF definitiva após 14 ( quatorze) anos de tramitação.’, porque o recorrente passa ao largo da constatação de que o processo n 008.754/2004-9 permaneceu suspenso em razão das apurações que estavam sendo levadas à cabo no processo de Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, do qual, como bem assentado na decisão agravada, ‘participou ativamente o impetrante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios.’ ( grifos nossos). Vale dizer, os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, a Tomada de contas que ensejou o Acórdão n 1.289/2016-TCU- 1...Câmara, foi autuada em 15/06/2004, o despacho ordenando a notificação do responsável se deu em 17/06/2005, tendo sido prolatado o Acórdão n 2.060/2010-TCUPlenário, que ‘condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU-Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário’. Ou seja, tão somente após concluído o Processo de Tomada de Contas Simplificado, com a prolação do Acórdão 1.780/2015-TCU, Plenário, é que pôde a Corte de Contas “passa a análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão n 1.289/2016-TCU-1... – Câmara. Destarte, como constante na decisão agravada, ao se reportar às informações da Corte de Contas: ‘25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas’ (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1... da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2... da Lei n. 9.873/1999, ‘interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termos a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional apuração do fato’, 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF definitiva após 14 ( quatorze) anos de tramitação.’, porque o recorrente passa ao largo da constatação de que o processo n 008.754/2004-9 permaneceu suspenso em razão das apurações que estavam sendo levadas à cabo no processo de Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, do qual, como bem assentado na decisão agravada, ‘participou ativamente o impetrante, inclusive com o oferecimento de sucessivos recursos que levaram à prolação de reiterados acórdãos: n. 2.060/2010, na tomada de contas; n. 1.178/2014, no pedido de reconsideração; e n. 1.780/2015, nos embargos declaratórios.’ ( grifos nossos). Vale dizer, os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, a Tomada de contas que ensejou o Acórdão n 1.289/2016-TCU- 1...Câmara, foi autuada em 15/06/2004, o despacho ordenando a notificação do responsável se deu em 17/06/2005, tendo sido prolatado o Acórdão n 2.060/2010-TCUPlenário, que ‘condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos por meio do Acórdão 1.178/2014-TCU-Plenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário’. Ou seja, tão somente após concluído o Processo de Tomada de Contas Simplificado, com a prolação do Acórdão 1.780/2015-TCU, Plenário, é que pôde a Corte de Contas “passa a análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão n 1.289/2016-TCU-1... – Câmara. Destarte, como constante na decisão agravada, ao se reportar às informações da Corte de Contas: ‘25. Ante o exposto, não há que se cogitar na ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do TCU, uma vez que a condenação imposta ao Impetrante pelo TCU se deu antes da fluência de dez anos a contar da prática do ato ilícito, consideradas as causas de interrupção descritas’ (fls. 12-13, e-doc. 36). Ainda que considerado o prazo prescricional mais exíguo, de cinco anos, previsto no art. 1... da Lei n. 9.873/1999, não se verifica seu decurso entre os eventos processuais. Nos termos do inc. II do art. 2... da Lei n. 9.873/1999, ‘interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termos a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional apuração do fato’, 19 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 36 de 82 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA MS 35883 ED-AGR / DF consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9’ (decisão recorrida, fls. 12-14, e-doc. 58). Conclui-se, portanto, não haver razões para a reforma da decisão agravada que, corretamente, afastou a existência de violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como afastou, com fundamentos que permanecem hígidos, a alegação de prescrição, tendo presente que os marcos interruptivos disciplinados na Lei n 9.873/99” (fls. 13-14, e-doc. 75).. 9. Os argumentos do agravante, insuficientes para infirmar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termos a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 10. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9’ (decisão recorrida, fls. 12-14, e-doc. 58). Conclui-se, portanto, não haver razões para a reforma da decisão agravada que, corretamente, afastou a existência de violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como afastou, com fundamentos que permanecem hígidos, a alegação de prescrição, tendo presente que os marcos interruptivos disciplinados na Lei n 9.873/99” (fls. 13-14, e-doc. 75).. 9. Os argumentos do agravante, insuficientes para infirmar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termos a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 10. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 20 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EE2E-A233-F0E2-AA91 e senha 50AC-007F-5015-8321 Inteiro Teor do Acórdão - Página 37 de 82 Extrato de Ata - 06/03/2020 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) : JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA (286610/SP) ADV.(A/S) : THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI (235247/SP) AGDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto da Ministra Relatora, que negava provimento ao agravo regimental, pediu vista o Ministro Gilmar Mendes. Não participou, deste julgamento, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.2.2020 a 5.3.2020. Composição: Ministros Cármen Lúcia (Presidente), Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Ravena Siqueira Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC62-A6BA-86C0-2B45 e senha E877-F9D5-9E85-C866 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) : JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA (286610/SP) ADV.(A/S) : THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI (235247/SP) AGDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto da Ministra Relatora, que negava provimento ao agravo regimental, pediu vista o Ministro Gilmar Mendes. Não participou, deste julgamento, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.2.2020 a 5.3.2020. Composição: Ministros Cármen Lúcia (Presidente), Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Ravena Siqueira Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BC62-A6BA-86C0-2B45 e senha E877-F9D5-9E85-C866 Inteiro Teor do Acórdão - Página 38 de 82 Voto Vista 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O - V I S T A O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado por Humberto Falcão Martins, em face de decisões do Tribunal de Contas da União, que, em sede de tomada de contas simplificada, julgaram irregulares as contas do impetrante, na condição de titular da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O impetrante sustenta que os atos impugnados são manifestamente ilegais, na medida em que (i) o Tribunal de Contas da União não lhe assegurou o exercício da ampla defesa e do contraditório no âmbito da tomada de contas simplificada (TCSP 008.754/2004-9); e (ii) a pretensão punitiva da Administração Pública já se encontrava prescrita por ocasião do julgamento das contas anuais, já que os autos permaneceram sobrestados pelo período de dez anos. Requer a concessão de medida liminar para que seja determinada “a suspensão dos Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, porquanto nulos e flagrantemente incompatíveis com os direitos e garantias fundamentais do Impetrante, nos termos do artigo 7..., III, da Lei n 12.016/2009”. No mérito, postula “seja concedida a ordem do mandamus para declarar nulos os acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, ante a violação ao contraditório e à ampla defesa, ou mesmo pelo reconhecimento da prescrição punitiva do Processo n 008.754/2004-9” (fls. 15/16 – eDOC 1). Ao apreciar o pedido liminar, o eminente Ministro Dias Toffoli entendeu “ser o caso de suspensão dos efeitos das decisões combatidas até ulterior julgamento de mérito deste mandamus”. Na ocasião, afirmou não ser possível “suprimir do responsável pelas contas que estão sendo apreciadas no âmbito do Tribunal de Contas da União o legítimo exercício do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa”. Fez referência, ainda, ao teor do art. 12 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (Lei Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O - V I S T A O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES: Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado por Humberto Falcão Martins, em face de decisões do Tribunal de Contas da União, que, em sede de tomada de contas simplificada, julgaram irregulares as contas do impetrante, na condição de titular da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O impetrante sustenta que os atos impugnados são manifestamente ilegais, na medida em que (i) o Tribunal de Contas da União não lhe assegurou o exercício da ampla defesa e do contraditório no âmbito da tomada de contas simplificada (TCSP 008.754/2004-9); e (ii) a pretensão punitiva da Administração Pública já se encontrava prescrita por ocasião do julgamento das contas anuais, já que os autos permaneceram sobrestados pelo período de dez anos. Requer a concessão de medida liminar para que seja determinada “a suspensão dos Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, porquanto nulos e flagrantemente incompatíveis com os direitos e garantias fundamentais do Impetrante, nos termos do artigo 7..., III, da Lei n 12.016/2009”. No mérito, postula “seja concedida a ordem do mandamus para declarar nulos os acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018, ante a violação ao contraditório e à ampla defesa, ou mesmo pelo reconhecimento da prescrição punitiva do Processo n 008.754/2004-9” (fls. 15/16 – eDOC 1). Ao apreciar o pedido liminar, o eminente Ministro Dias Toffoli entendeu “ser o caso de suspensão dos efeitos das decisões combatidas até ulterior julgamento de mérito deste mandamus”. Na ocasião, afirmou não ser possível “suprimir do responsável pelas contas que estão sendo apreciadas no âmbito do Tribunal de Contas da União o legítimo exercício do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa”. Fez referência, ainda, ao teor do art. 12 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (Lei Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 39 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF 8.443/1992), que prevê a necessidade de oitiva do responsável antes do julgamento das contas. Ao final, afirmou não ser possível “elidir o exercício do contraditório e da ampla defesa pelo simples fato de já ter sido ofertado ao gestor, ora impetrante, o usufruto da garantia da plenitude de defesa em autos diversos (TC n. 010.462/2001-1), ainda que se tenha apurado, nesses autos, irregularidade que guarda pertinência com o mérito da tomada de contas simplificada em questão (n. 008.754/2004-9)”. O Tribunal de Contas da União, em informações, sustenta a necessidade de “revisão da liminar concedida”. No mérito, defende a “denegação da segurança pretendida”. Informa que o “procedimento adotado pelo TCU no TC 008.754/2004-9 observou plenamente os princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, haja vista que o impetrante não só teve, no âmbito do TCU, ampla oportunidade de oferecer defesa, o que ocorreu no TC 010.462/2004-1, processo onde foram apurados os fatos que levaram ao julgamento pela irregularidade das contas, como ainda pôde apresentar todos os recursos cabíveis”. A União interpôs agravo interno contra a decisão de deferimento da medida liminar, asseverando, em síntese, a inaplicabilidade da Súmula Vinculante 3 “no que toca aos procedimentos de tomada de contas especiais, por considerar que estes se destinam à verificação, pelo Tribunal de Contas, da regularidade da utilização das verbas públicas pelos responsáveis. Ou seja, este procedimento não envolve a anulação ou a revogação de um ato administrativo que beneficia o administrador público, enquanto a Súmula Vinculante n 3 se dirige, exclusivamente, às decisões do Tribunal de Contas da União que anulem ou revoguem atos administrativos que beneficiem algum interessado”. Em 4 de setembro de 2019, a eminente relatora, Ministra Cármen Lúcia, acolheu os argumentos deduzidos pela União e denegou o mandado de segurança. Sua Excelência aponta não ter havido violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório, uma vez que essas garantias devem ser observadas em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculadas a um processo específico. Ademais, afirma que “a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada n 008.754/2004-9 foi 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 8.443/1992), que prevê a necessidade de oitiva do responsável antes do julgamento das contas. Ao final, afirmou não ser possível “elidir o exercício do contraditório e da ampla defesa pelo simples fato de já ter sido ofertado ao gestor, ora impetrante, o usufruto da garantia da plenitude de defesa em autos diversos (TC n. 010.462/2001-1), ainda que se tenha apurado, nesses autos, irregularidade que guarda pertinência com o mérito da tomada de contas simplificada em questão (n. 008.754/2004-9)”. O Tribunal de Contas da União, em informações, sustenta a necessidade de “revisão da liminar concedida”. No mérito, defende a “denegação da segurança pretendida”. Informa que o “procedimento adotado pelo TCU no TC 008.754/2004-9 observou plenamente os princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, haja vista que o impetrante não só teve, no âmbito do TCU, ampla oportunidade de oferecer defesa, o que ocorreu no TC 010.462/2004-1, processo onde foram apurados os fatos que levaram ao julgamento pela irregularidade das contas, como ainda pôde apresentar todos os recursos cabíveis”. A União interpôs agravo interno contra a decisão de deferimento da medida liminar, asseverando, em síntese, a inaplicabilidade da Súmula Vinculante 3 “no que toca aos procedimentos de tomada de contas especiais, por considerar que estes se destinam à verificação, pelo Tribunal de Contas, da regularidade da utilização das verbas públicas pelos responsáveis. Ou seja, este procedimento não envolve a anulação ou a revogação de um ato administrativo que beneficia o administrador público, enquanto a Súmula Vinculante n 3 se dirige, exclusivamente, às decisões do Tribunal de Contas da União que anulem ou revoguem atos administrativos que beneficiem algum interessado”. Em 4 de setembro de 2019, a eminente relatora, Ministra Cármen Lúcia, acolheu os argumentos deduzidos pela União e denegou o mandado de segurança. Sua Excelência aponta não ter havido violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório, uma vez que essas garantias devem ser observadas em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculadas a um processo específico. Ademais, afirma que “a alegada ausência de citação inicial do impetrante para integrar o polo passivo da Tomada de Contas Simplificada n 008.754/2004-9 foi 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 40 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF suprida pela sua efetiva participação no processo, inclusive pela interposição de pedido de reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão n 1.289/2016”. Quanto à tese subsidiária, assenta que o prazo prescricional foi interrompido pelo despacho que ordenou a notificação do impetrante, em 17.6.2005, e, posteriormente, com o efetivo exercício do poder punitivo, ocorrido em 18.8.2010, data da prolação do acórdão que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas. Firme nessas premissas, consigna que a pretensão punitiva não foi fulminada pela passagem do tempo. O impetrante opôs embargos de declaração, os quais a relatora, com fundamento no art. 1024, §2..., do Código de Processo Civil, rejeitou. Ato contínuo, o impetrante interpôs agravo interno, pleiteando que a matéria fosse submetida à deliberação do colegiado (eDOC 69). Iniciado o julgamento no ambiente virtual, a Ministra Cármen Lúcia encaminhou voto pela manutenção da decisão agravada. Pedi vista dos autos para melhor me debruçar sobre a temática debatida no recurso extraordinário. E, nesta oportunidade, após exame detido do feito, pedindo as mais respeitosas vênias à eminente relatora, encaminho-me no sentido de conceder a segurança pleiteada pelo impetrante. Concluo dessa forma, essencialmente, por entender ilegais os atos do Tribunal de Contas da União que, na contramão do que dispõe o art. 12, incisos II e III, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, julgaram irregulares as contas do impetrante sem lhe garantir o exercício do direito de defesa. 1. Introdução Inicialmente, para permitir uma análise dinâmica e vertical da controvérsia deduzida no mandado de segurança, faço breves considerações acerca do andamento dos processos instaurados em desfavor do impetrante no âmbito do Tribunal de Contas da União. Extrai-se dos documentos anexados aos autos que, em 6 de julho de 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF suprida pela sua efetiva participação no processo, inclusive pela interposição de pedido de reconsideração e subsequentes embargos declaratórios, contrários ao Acórdão n 1.289/2016”. Quanto à tese subsidiária, assenta que o prazo prescricional foi interrompido pelo despacho que ordenou a notificação do impetrante, em 17.6.2005, e, posteriormente, com o efetivo exercício do poder punitivo, ocorrido em 18.8.2010, data da prolação do acórdão que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas. Firme nessas premissas, consigna que a pretensão punitiva não foi fulminada pela passagem do tempo. O impetrante opôs embargos de declaração, os quais a relatora, com fundamento no art. 1024, §2..., do Código de Processo Civil, rejeitou. Ato contínuo, o impetrante interpôs agravo interno, pleiteando que a matéria fosse submetida à deliberação do colegiado (eDOC 69). Iniciado o julgamento no ambiente virtual, a Ministra Cármen Lúcia encaminhou voto pela manutenção da decisão agravada. Pedi vista dos autos para melhor me debruçar sobre a temática debatida no recurso extraordinário. E, nesta oportunidade, após exame detido do feito, pedindo as mais respeitosas vênias à eminente relatora, encaminho-me no sentido de conceder a segurança pleiteada pelo impetrante. Concluo dessa forma, essencialmente, por entender ilegais os atos do Tribunal de Contas da União que, na contramão do que dispõe o art. 12, incisos II e III, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, julgaram irregulares as contas do impetrante sem lhe garantir o exercício do direito de defesa. 1. Introdução Inicialmente, para permitir uma análise dinâmica e vertical da controvérsia deduzida no mandado de segurança, faço breves considerações acerca do andamento dos processos instaurados em desfavor do impetrante no âmbito do Tribunal de Contas da União. Extrai-se dos documentos anexados aos autos que, em 6 de julho de 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 41 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF 2004, o TCU instaurou a Representação (TC 010.462/2004-1), com o objetivo de apurar supostas irregularidades em contratação realizada pela Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, órgão do qual o impetrante foi titular no período de 10.3.2003 a 13.2.2004. O mérito da Representação foi julgado pelo Plenário do TCU (Acórdão 2.060/2010, posteriormente confirmado pelos Acórdãos 1.178/2014 e 1.780/2015), e o órgão concluiu pela prática de ato antieconômico. Por consequência, aplicou-lhe multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Paralelamente a essa apuração específica, tramitava, na Primeira Câmara do TCU, a tomada de contas simplificada 008.754/2004-9, instaurada especificamente para apreciação das contas da Secretaria de Gestão (Seges), referentes ao exercício de 2003. Para evitar decisões conflitantes e considerando que o resultado do TC 010.462/2004-1 poderia repercutir negativamente no julgamento das contas daquele exercício financeiro, a Primeira Câmara sobrestou o julgamento da tomada de contas simplificada até que o Plenário resolvesse definitivamente o mérito da Representação. A tomada de contas simplificada somente voltou a tramitar no ano de 2015, após o julgamento definitivo da Representação (TC 010.462/2004- 1). Na oportunidade, a Primeira Câmara deu prosseguimento à tomada de contas simplificada e, sem garantir o exercício do direito de defesa, julgou irregulares as contas do impetrante, na condição de responsável pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Conforme consta dos acórdãos prolatados pela Primeira Câmara do TCU, a supressão do direito de defesa ocorreu em função da necessidade de assegurar maior eficiência na condução e apreciação da tomada de contas simplificada. Entendeu o órgão de controle externo que, como o responsável foi ouvido sobre as irregularidades nos autos da Representação, seria dispensável nova oitiva do impetrante antes do julgamento das contas ordinárias de 2003. A esse respeito, para trazer maior clareza à controvérsia deduzida 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 2004, o TCU instaurou a Representação (TC 010.462/2004-1), com o objetivo de apurar supostas irregularidades em contratação realizada pela Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, órgão do qual o impetrante foi titular no período de 10.3.2003 a 13.2.2004. O mérito da Representação foi julgado pelo Plenário do TCU (Acórdão 2.060/2010, posteriormente confirmado pelos Acórdãos 1.178/2014 e 1.780/2015), e o órgão concluiu pela prática de ato antieconômico. Por consequência, aplicou-lhe multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Paralelamente a essa apuração específica, tramitava, na Primeira Câmara do TCU, a tomada de contas simplificada 008.754/2004-9, instaurada especificamente para apreciação das contas da Secretaria de Gestão (Seges), referentes ao exercício de 2003. Para evitar decisões conflitantes e considerando que o resultado do TC 010.462/2004-1 poderia repercutir negativamente no julgamento das contas daquele exercício financeiro, a Primeira Câmara sobrestou o julgamento da tomada de contas simplificada até que o Plenário resolvesse definitivamente o mérito da Representação. A tomada de contas simplificada somente voltou a tramitar no ano de 2015, após o julgamento definitivo da Representação (TC 010.462/2004- 1). Na oportunidade, a Primeira Câmara deu prosseguimento à tomada de contas simplificada e, sem garantir o exercício do direito de defesa, julgou irregulares as contas do impetrante, na condição de responsável pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Conforme consta dos acórdãos prolatados pela Primeira Câmara do TCU, a supressão do direito de defesa ocorreu em função da necessidade de assegurar maior eficiência na condução e apreciação da tomada de contas simplificada. Entendeu o órgão de controle externo que, como o responsável foi ouvido sobre as irregularidades nos autos da Representação, seria dispensável nova oitiva do impetrante antes do julgamento das contas ordinárias de 2003. A esse respeito, para trazer maior clareza à controvérsia deduzida 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 42 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF nos autos, transcrevo os trechos do Acórdão 1.496/2018, que, com fundamento na Súmula 288 do Tribunal de Contas da União, negou provimento ao recurso de reconsideração interposto pelo impetrante: “Os argumentos do recorrente não merecem prosperar. De acordo com o enunciado 288 da Súmula do Tribunal de Contas da União, o julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo, no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito. Como bem ressaltou o próprio recorrente, a única irregularidade que deu ensejo ao julgamento das contas dele relativas ao exercício de 2003 na Seges do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, decorreu dos fatos tratados no TC 010.462/2004-1. Na ocasião, o recorrente teve ampla possibilidade de defesa antes da prolação do Acórdão 2.060/2010 – Plenário, relatado pelo Ministro José Múcio, tendo a parte, após, inclusive, apresentado pedido de reexame ao Tribunal, julgado improcedente pelo Acórdão 1.178/2014 – Plenário, da relatoria do Ministro Aroldo Cedraz. Assim, tendo em vista que as condutas apuradas no TC 010.462/2004-1 já foram objeto de regular sanção ao gestor, com trânsito em julgado da deliberação, não haveria sentido ouvir novamente a parte, haja vista a imutabilidade do decidido anteriormente. A multa aplicada ao recorrente, no referido processo, inclusive, já foi paga pelo responsável, tendo o Tribunal lhe dado quitação, por meio do Acórdão 1.271/2016 – Plenário, relatado pelo Ministro Benjamin Zymler. 5.6. Em decorrência disso, após vasta jurisprudência, tem entendido o Tribunal que pode o julgador analisar apenas se aqueles mesmos fatos julgados irregulares teriam o condão de macular a gestão como um todo, não havendo, portanto, necessidade de nova defesa. Na espécie, foi o que ocorreu, como se demonstrará no próximo tópico. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF nos autos, transcrevo os trechos do Acórdão 1.496/2018, que, com fundamento na Súmula 288 do Tribunal de Contas da União, negou provimento ao recurso de reconsideração interposto pelo impetrante: “Os argumentos do recorrente não merecem prosperar. De acordo com o enunciado 288 da Súmula do Tribunal de Contas da União, o julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo, no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito. Como bem ressaltou o próprio recorrente, a única irregularidade que deu ensejo ao julgamento das contas dele relativas ao exercício de 2003 na Seges do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, decorreu dos fatos tratados no TC 010.462/2004-1. Na ocasião, o recorrente teve ampla possibilidade de defesa antes da prolação do Acórdão 2.060/2010 – Plenário, relatado pelo Ministro José Múcio, tendo a parte, após, inclusive, apresentado pedido de reexame ao Tribunal, julgado improcedente pelo Acórdão 1.178/2014 – Plenário, da relatoria do Ministro Aroldo Cedraz. Assim, tendo em vista que as condutas apuradas no TC 010.462/2004-1 já foram objeto de regular sanção ao gestor, com trânsito em julgado da deliberação, não haveria sentido ouvir novamente a parte, haja vista a imutabilidade do decidido anteriormente. A multa aplicada ao recorrente, no referido processo, inclusive, já foi paga pelo responsável, tendo o Tribunal lhe dado quitação, por meio do Acórdão 1.271/2016 – Plenário, relatado pelo Ministro Benjamin Zymler. 5.6. Em decorrência disso, após vasta jurisprudência, tem entendido o Tribunal que pode o julgador analisar apenas se aqueles mesmos fatos julgados irregulares teriam o condão de macular a gestão como um todo, não havendo, portanto, necessidade de nova defesa. Na espécie, foi o que ocorreu, como se demonstrará no próximo tópico. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 43 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. (...) Assim, diante da distinção entre os objetos dos processos em foco e a independência das sanções neles aplicadas, não se há reconhecer qualquer ilegalidade no ato apontado como coator”. São esses, essencialmente, os contornos fáticos do mandado de segurança impetrado por Humberto Falcão Martins e que, em boa hora, franquearão uma rica oportunidade para a Suprema Corte se debruçar sobre a extensão, a profundidade e os limites da ampla defesa no julgamento de contas pelo TCU. Convém salientar, ainda, a relevância ímpar e a transcendência da controvérsia veiculada nos autos do presente processo, que recomenda cautela, serenidade e zelo por parte do Tribunal. Como se nota dos atos impugnados, a supressão do direito de defesa do impetrante baseou-se em enunciado de jurisprudência dominante do Tribunal de Contas da União (Súmula 288). Dessa forma, embora se cuide de processo individual, é certo que a decisão deste mandado de segurança projetará reflexos transversais no âmbito dos órgãos de controle externo, de modo a reafirmar ou a esvaziar, a depender do resultado, a garantia da ampla defesa nos processos de prestação de contas. 2. Violação às garantias da ampla defesa e do devido processo legal. Julgamento de contas sem a oitiva do responsável. Legítimo direito de resistência contra atos estatais que possam repercutir na órbita moral e patrimonial do cidadão. De início, destaco que, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, não são poucos tampouco isolados os precedentes em que os Ministros 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. (...) Assim, diante da distinção entre os objetos dos processos em foco e a independência das sanções neles aplicadas, não se há reconhecer qualquer ilegalidade no ato apontado como coator”. São esses, essencialmente, os contornos fáticos do mandado de segurança impetrado por Humberto Falcão Martins e que, em boa hora, franquearão uma rica oportunidade para a Suprema Corte se debruçar sobre a extensão, a profundidade e os limites da ampla defesa no julgamento de contas pelo TCU. Convém salientar, ainda, a relevância ímpar e a transcendência da controvérsia veiculada nos autos do presente processo, que recomenda cautela, serenidade e zelo por parte do Tribunal. Como se nota dos atos impugnados, a supressão do direito de defesa do impetrante baseou-se em enunciado de jurisprudência dominante do Tribunal de Contas da União (Súmula 288). Dessa forma, embora se cuide de processo individual, é certo que a decisão deste mandado de segurança projetará reflexos transversais no âmbito dos órgãos de controle externo, de modo a reafirmar ou a esvaziar, a depender do resultado, a garantia da ampla defesa nos processos de prestação de contas. 2. Violação às garantias da ampla defesa e do devido processo legal. Julgamento de contas sem a oitiva do responsável. Legítimo direito de resistência contra atos estatais que possam repercutir na órbita moral e patrimonial do cidadão. De início, destaco que, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, não são poucos tampouco isolados os precedentes em que os Ministros 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 44 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF examinaram, pelas mais diversas perspectivas, os limites do escrutínio judicial de processos administrativos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União. Há, atualmente, certo consenso em torno da necessidade de preservação do espaço legítimo de atuação dos órgãos de fiscalização e controle externo. Nota-se, a rigor, profunda preocupação dos Ministros do Supremo Tribunal Federal quanto à necessidade de resguardar os meios necessários ao desempenho das relevantes missões que a Constituição da República confiou à Corte de Contas, especialmente (i) o controle da transparência na gestão pública, (ii) a fiscalização da qualidade na execução do orçamento e (iii) o controle da execução das políticas públicas criadas e implementadas pelas instâncias políticas. A essencialidade do Tribunal de Contas da União pode ser extraída da generosa latitude das atribuições que o texto constitucional lhe outorgou. De acordo com o art. 71 da Constituição Federal, cabe ao órgão atuar na fiscalização contábil, financeira e orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública, o que alcança os administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, além das pessoas físicas ou jurídicas que, mediante convênios ou outros instrumentos, apliquem auxílios, subvenções ou recursos repassados pelo Poder Público. Trata-se, assim, de órgão vital para a preservação do Estado Democrático de Direito e do regime republicano, que pressupõem transparência e integridade no trato da coisa pública. Como forma de garantir o exercício desembaraçado dessa relevante missão constitucional, o Supremo Tribunal Federal tem adotado uma orientação mais restritiva no que toca ao controle judicial de atos praticados pelo Tribunal de Contas da União. Isso, contudo, não pode ser confundido com uma postura meramente contemplativa em face de lesões concretas a direitos reconhecidos no texto constitucional. Tampouco pode conduzir à tergiversação quanto às relevantes missões que a ordem jurídica confiou ao Tribunal, especialmente no que diz respeito à tutela dos direitos fundamentais e das liberdades públicas. Essa distinção assume grande importância para casos como o 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF examinaram, pelas mais diversas perspectivas, os limites do escrutínio judicial de processos administrativos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União. Há, atualmente, certo consenso em torno da necessidade de preservação do espaço legítimo de atuação dos órgãos de fiscalização e controle externo. Nota-se, a rigor, profunda preocupação dos Ministros do Supremo Tribunal Federal quanto à necessidade de resguardar os meios necessários ao desempenho das relevantes missões que a Constituição da República confiou à Corte de Contas, especialmente (i) o controle da transparência na gestão pública, (ii) a fiscalização da qualidade na execução do orçamento e (iii) o controle da execução das políticas públicas criadas e implementadas pelas instâncias políticas. A essencialidade do Tribunal de Contas da União pode ser extraída da generosa latitude das atribuições que o texto constitucional lhe outorgou. De acordo com o art. 71 da Constituição Federal, cabe ao órgão atuar na fiscalização contábil, financeira e orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública, o que alcança os administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, além das pessoas físicas ou jurídicas que, mediante convênios ou outros instrumentos, apliquem auxílios, subvenções ou recursos repassados pelo Poder Público. Trata-se, assim, de órgão vital para a preservação do Estado Democrático de Direito e do regime republicano, que pressupõem transparência e integridade no trato da coisa pública. Como forma de garantir o exercício desembaraçado dessa relevante missão constitucional, o Supremo Tribunal Federal tem adotado uma orientação mais restritiva no que toca ao controle judicial de atos praticados pelo Tribunal de Contas da União. Isso, contudo, não pode ser confundido com uma postura meramente contemplativa em face de lesões concretas a direitos reconhecidos no texto constitucional. Tampouco pode conduzir à tergiversação quanto às relevantes missões que a ordem jurídica confiou ao Tribunal, especialmente no que diz respeito à tutela dos direitos fundamentais e das liberdades públicas. Essa distinção assume grande importância para casos como o 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 45 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF presente, no qual o Tribunal se depara, a meu ver, com manifesto cerceamento a direitos fundamentais assegurados pela Constituição Federal. Evidentemente, em se tratando de atos administrativos praticados ao arrepio da ampla defesa e do contraditório, não há espaço para deferência judicial, devendo o Poder Judiciário restabelecer prontamente os direitos negligenciados na esfera administrativa. No caso retratado neste mandado de segurança, a autoridade coatora, desconsiderando a literalidade do art. 12, incisos II e III, da Lei 8.443/92, que institui a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, dispensou a citação do responsável em processo de tomadas de contas, ao fundamento de que o direito de audiência já teria sido assegurado em processo conexo. E o que é mais grave, isso ocorreu com fundamento em enunciado de jurisprudência dominante do Tribunal de Contas, a demonstrar que não se trata de um evento isolado, mas de sistemática transgressão ao direito de defesa. Cuida-se de postura que, com a devida vênia, além de esvaziar garantias de envergadura constitucional, relacionadas ao devido processo legal e à ampla defesa, afronta a literalidade do mencionado art. 12, incisos II e III, da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, cujo teor assim dispõe: “Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal: I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado; II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa ou recolher a quantia devida; III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa;” No mesmo sentido os incisos II e III do art. 202 do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, os quais dispõem que, diante de 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF presente, no qual o Tribunal se depara, a meu ver, com manifesto cerceamento a direitos fundamentais assegurados pela Constituição Federal. Evidentemente, em se tratando de atos administrativos praticados ao arrepio da ampla defesa e do contraditório, não há espaço para deferência judicial, devendo o Poder Judiciário restabelecer prontamente os direitos negligenciados na esfera administrativa. No caso retratado neste mandado de segurança, a autoridade coatora, desconsiderando a literalidade do art. 12, incisos II e III, da Lei 8.443/92, que institui a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, dispensou a citação do responsável em processo de tomadas de contas, ao fundamento de que o direito de audiência já teria sido assegurado em processo conexo. E o que é mais grave, isso ocorreu com fundamento em enunciado de jurisprudência dominante do Tribunal de Contas, a demonstrar que não se trata de um evento isolado, mas de sistemática transgressão ao direito de defesa. Cuida-se de postura que, com a devida vênia, além de esvaziar garantias de envergadura constitucional, relacionadas ao devido processo legal e à ampla defesa, afronta a literalidade do mencionado art. 12, incisos II e III, da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, cujo teor assim dispõe: “Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal: I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado; II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa ou recolher a quantia devida; III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa;” No mesmo sentido os incisos II e III do art. 202 do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, os quais dispõem que, diante de 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 46 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF indícios de irregularidades nas contas, o relator deverá promover a citação ou a audiência do responsável, para, no prazo de 15 dias, apresentar razões de defesa. Não há dúvida, portanto, seja pela perspectiva constitucional, seja pela eloquência dos dispositivos legais e regimentais que disciplinam a matéria, que o Tribunal de Contas da União deve oferecer ampla oportunidade de defesa antes de decidir acerca da regularidade contábil e financeira das contas prestadas anualmente por gestores públicos. Isso não ocorre por razões abstratas ou por mero apego à forma. A rigor, a decisão do Tribunal de Contas da União que aponta irregularidades na prestação de contas produz efeitos nocivos na órbita moral e patrimonial do responsável, podendo acarretar: i) o reconhecimento do dever de ressarcimento ao erário (art. 19 da Lei 8.443/92); ii) a aplicação de multas pessoais (art. 58); (iii) a inscrição na lista dos gestores que tiveram as contas julgadas irregulares; e, iv) no limite, a limitação da capacidade eleitoral passiva do cidadão, em razão da causa de inelegibilidade prevista no art. 1..., alínea g, da Lei Complementar 64/90. Em face das consequências nocivas da decisão que conclui pela irregularidade das contas, não há espaço para dúvida ou hesitação acerca da necessidade de garantir o direito de defesa nos julgamentos conduzidos pelos órgãos de controle externo. Evidentemente, o respeito absoluto ao direito de defesa constitui, nessa e em qualquer outra hipótese de responsabilização patrimonial, fator de legitimação da função judicante do TCU, sem o qual o legítimo exercício de atribuições públicas se convola em pura violência estatal. Sob a Constituição de 1988, o Supremo Tribunal Federal fixou entendimento de que a ampla defesa é assegurada no âmbito do TCU com a mesma intensidade e alcance com que se impõe na esfera jurisdicional. No MS 23.550/DF, redator do acórdão Ministro Sepúlveda Pertence, o Tribunal Pleno entendeu que, mesmo nos casos em que a Lei Orgânica do TCU não estabelece o dever de audiência dos interessados, a prolação de decisões que podem repercutir no campo de interesses 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF indícios de irregularidades nas contas, o relator deverá promover a citação ou a audiência do responsável, para, no prazo de 15 dias, apresentar razões de defesa. Não há dúvida, portanto, seja pela perspectiva constitucional, seja pela eloquência dos dispositivos legais e regimentais que disciplinam a matéria, que o Tribunal de Contas da União deve oferecer ampla oportunidade de defesa antes de decidir acerca da regularidade contábil e financeira das contas prestadas anualmente por gestores públicos. Isso não ocorre por razões abstratas ou por mero apego à forma. A rigor, a decisão do Tribunal de Contas da União que aponta irregularidades na prestação de contas produz efeitos nocivos na órbita moral e patrimonial do responsável, podendo acarretar: i) o reconhecimento do dever de ressarcimento ao erário (art. 19 da Lei 8.443/92); ii) a aplicação de multas pessoais (art. 58); (iii) a inscrição na lista dos gestores que tiveram as contas julgadas irregulares; e, iv) no limite, a limitação da capacidade eleitoral passiva do cidadão, em razão da causa de inelegibilidade prevista no art. 1..., alínea g, da Lei Complementar 64/90. Em face das consequências nocivas da decisão que conclui pela irregularidade das contas, não há espaço para dúvida ou hesitação acerca da necessidade de garantir o direito de defesa nos julgamentos conduzidos pelos órgãos de controle externo. Evidentemente, o respeito absoluto ao direito de defesa constitui, nessa e em qualquer outra hipótese de responsabilização patrimonial, fator de legitimação da função judicante do TCU, sem o qual o legítimo exercício de atribuições públicas se convola em pura violência estatal. Sob a Constituição de 1988, o Supremo Tribunal Federal fixou entendimento de que a ampla defesa é assegurada no âmbito do TCU com a mesma intensidade e alcance com que se impõe na esfera jurisdicional. No MS 23.550/DF, redator do acórdão Ministro Sepúlveda Pertence, o Tribunal Pleno entendeu que, mesmo nos casos em que a Lei Orgânica do TCU não estabelece o dever de audiência dos interessados, a prolação de decisões que podem repercutir no campo de interesses 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 47 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF individuais pressupõe incondicional observância do direito de defesa. É o que se depreende da seguinte passagem do voto condutor do acórdão lavrado pelo eminente Ministro Sepúlveda Pertence: “De outro lado, se se impõe a garantia do devido processo legal aos procedimentos administrativos comuns, a fortiori, é irrecusável que a ela há de submeter-se o desempenho de todas as funções de controle do Tribunal de Contas, de colorido quase-jurisdicional. De todo irrelevante a circunstância – a que se apegam as informações – de não haver previsão expressa da audiência dos interessados na Lei Orgânica do TCU, salvo nos processos de tomada ou prestação de contas, dada a incidência direta, na hipótese, das garantias constitucionais do devido processo. De qualquer modo, se se pretende insistir no mau vezo das autoridades brasileiras de inversão da pirâmide normativa do ordenamento, de modo a acreditar menos na Constituição do que na lei ordinária, nem aí teria salvação o processo: nada exclui os procedimentos do Tribunal de Contas da União da aplicação subsidiária da lei geral do processo administrativo federal, a Lei 9.784/99, já em vigor ao tempo dos fatos. Nela, explicitamente, se prescreve a legitimação, como ‘interessados no processo administrativo’, de todos ‘aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada’ (art. 9..., II).” O Tribunal concluiu, portanto, que o art. 5..., LV, da Constituição da República incide diretamente sobre os processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, independentemente da existência de previsão legal ou regimental quanto à necessidade de audiência prévia dos jurisdicionados. No mandado de segurança em discussão, há razões ainda mais sólidas para se sustentar a inadmissibilidade de cerceamento do direito de defesa. Aqui, insisto, tanto o Regimento Interno quanto a Lei Orgânica do TCU foram expressos ao garantir aos responsáveis a oportunidade de 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF individuais pressupõe incondicional observância do direito de defesa. É o que se depreende da seguinte passagem do voto condutor do acórdão lavrado pelo eminente Ministro Sepúlveda Pertence: “De outro lado, se se impõe a garantia do devido processo legal aos procedimentos administrativos comuns, a fortiori, é irrecusável que a ela há de submeter-se o desempenho de todas as funções de controle do Tribunal de Contas, de colorido quase-jurisdicional. De todo irrelevante a circunstância – a que se apegam as informações – de não haver previsão expressa da audiência dos interessados na Lei Orgânica do TCU, salvo nos processos de tomada ou prestação de contas, dada a incidência direta, na hipótese, das garantias constitucionais do devido processo. De qualquer modo, se se pretende insistir no mau vezo das autoridades brasileiras de inversão da pirâmide normativa do ordenamento, de modo a acreditar menos na Constituição do que na lei ordinária, nem aí teria salvação o processo: nada exclui os procedimentos do Tribunal de Contas da União da aplicação subsidiária da lei geral do processo administrativo federal, a Lei 9.784/99, já em vigor ao tempo dos fatos. Nela, explicitamente, se prescreve a legitimação, como ‘interessados no processo administrativo’, de todos ‘aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada’ (art. 9..., II).” O Tribunal concluiu, portanto, que o art. 5..., LV, da Constituição da República incide diretamente sobre os processos conduzidos pelo Tribunal de Contas da União, independentemente da existência de previsão legal ou regimental quanto à necessidade de audiência prévia dos jurisdicionados. No mandado de segurança em discussão, há razões ainda mais sólidas para se sustentar a inadmissibilidade de cerceamento do direito de defesa. Aqui, insisto, tanto o Regimento Interno quanto a Lei Orgânica do TCU foram expressos ao garantir aos responsáveis a oportunidade de 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 48 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF apresentar justificativa antes do julgamento definitivo da prestação de contas. Esse maior cuidado do legislador é absolutamente compreensível. Em se tratando de julgamentos sensíveis, que podem conduzir ao dever de indenizar, macular a imagem do gestor público e, em situações extremas, limitar sua capacidade eleitoral passiva, o mínimo que se pode pretender é o oferecimento de oportunidade de defesa ao jurisdicionado. Caso contrário, estaremos diante de decisões ilegítimas, fulcradas no mais puro arbítrio estatal, o que seguramente nos distanciará de um patamar civilizatório mínimo. Prosseguindo na análise da demanda, faço algumas considerações acerca das justificativas utilizadas pelo Tribunal de Contas para supressão do direito de defesa no processo de contas. Entendeu a Primeira Câmara do TCU, em síntese, que a simples circunstância de o impetrante ter se manifestado sobre as irregularidades no processo conexo, deflagrado por Representação do Ministério Público, seria motivo suficiente para suprimir o direito de defesa na tomada de contas simplificada. Ou seja, partindo da premissa de que as contas seriam avaliadas exclusivamente à luz das irregularidades identificadas no processo anterior, concluiu-se pela desnecessidade de renovação do direito de audiência. Peço vênia para apontar equívocos nesse raciocínio, que desafia a lógica, o Regimento Interno e a própria jurisprudência do Tribunal de Contas da União. Inicio destacando que a simples circunstância de o impetrante ter se defendido em processo conexo não é motivo suficiente para dispensar o exercício da ampla defesa e do contraditório na tomada de contas simplificada. Há que se ter em mente que os instrumentos da representação e da tomada de contas simplificada atendem a finalidades distintas. A primeira serve, fundamentalmente, para fiscalizar atos específicos praticados pelos gestores sujeitos à jurisdição do TCU, podendo, ao final, resultar na (i) sustação do ato impugnado (art. 45, I, da Lei 8.443/95); e (ii) 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF apresentar justificativa antes do julgamento definitivo da prestação de contas. Esse maior cuidado do legislador é absolutamente compreensível. Em se tratando de julgamentos sensíveis, que podem conduzir ao dever de indenizar, macular a imagem do gestor público e, em situações extremas, limitar sua capacidade eleitoral passiva, o mínimo que se pode pretender é o oferecimento de oportunidade de defesa ao jurisdicionado. Caso contrário, estaremos diante de decisões ilegítimas, fulcradas no mais puro arbítrio estatal, o que seguramente nos distanciará de um patamar civilizatório mínimo. Prosseguindo na análise da demanda, faço algumas considerações acerca das justificativas utilizadas pelo Tribunal de Contas para supressão do direito de defesa no processo de contas. Entendeu a Primeira Câmara do TCU, em síntese, que a simples circunstância de o impetrante ter se manifestado sobre as irregularidades no processo conexo, deflagrado por Representação do Ministério Público, seria motivo suficiente para suprimir o direito de defesa na tomada de contas simplificada. Ou seja, partindo da premissa de que as contas seriam avaliadas exclusivamente à luz das irregularidades identificadas no processo anterior, concluiu-se pela desnecessidade de renovação do direito de audiência. Peço vênia para apontar equívocos nesse raciocínio, que desafia a lógica, o Regimento Interno e a própria jurisprudência do Tribunal de Contas da União. Inicio destacando que a simples circunstância de o impetrante ter se defendido em processo conexo não é motivo suficiente para dispensar o exercício da ampla defesa e do contraditório na tomada de contas simplificada. Há que se ter em mente que os instrumentos da representação e da tomada de contas simplificada atendem a finalidades distintas. A primeira serve, fundamentalmente, para fiscalizar atos específicos praticados pelos gestores sujeitos à jurisdição do TCU, podendo, ao final, resultar na (i) sustação do ato impugnado (art. 45, I, da Lei 8.443/95); e (ii) 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 49 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF aplicação de multa ao agente público responsável (art. 45, III). A tomada de contas simplificada, por sua vez, é espécie do gênero processo de contas. Por ela, o Tribunal de Contas aprecia, por uma perspectiva holística, os atos de gestão praticados pelo gestor público em determinado exercício financeiro, pelo prisma da legalidade, legitimidade e economicidade. Compreende, em síntese, o julgamento das contas dos responsáveis por bens, dinheiros e valores públicos e, ao final, pode acarretar (i) a definição da responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado (art. 12, I, da Lei 8.443/95); (ii) a imputação de débito ao agente público que causou dano ao erário (art. 12, II); e (iii) caso constatadas irregularidades insanáveis que configurem ato de improbidade administrativa, a limitação tópica da capacidade eleitoral passiva do cidadão, à vista da causa de inelegibilidade prevista no art. 1..., alínea g, da Lei Complementar 64/90. Dessa forma, considerando que esses instrumentos atendem a propósitos distintos, podendo culminar em sanções jurídicas autônomas, e que cada um tramita por rito próprio, parece-me equivocado sustentar que o oferecimento de direito de audiência no processo de Representação possa conduzir a uma automática e irrefletida dispensa do direito de defesa no processo de contas. A rigor, o entendimento consagrado na Súmula 288 do Tribunal de Contas da União somente seria legítimo em dois cenários hipotéticos: 1) se a identificação de irregularidades no processo de Representação conduzisse a uma necessária e automática rejeição das contas do gestor público; ou 2) se o exercício do direito de defesa na tomada de contas tivesse como escopo exclusivo a rediscussão dos fatos identificados na Representação deflagrada a pedido do Ministério Público. Ocorre que nem um nem outro são verdadeiros. Em primeiro lugar, porque o reconhecimento de irregularidades específicas não é motivo suficiente para macular a totalidade dos atos de gestão do exercício financeiro, conduzindo a uma automática rejeição das contas do administrador público. Essa possibilidade, destaco, é rechaçada expressamente pelo Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF aplicação de multa ao agente público responsável (art. 45, III). A tomada de contas simplificada, por sua vez, é espécie do gênero processo de contas. Por ela, o Tribunal de Contas aprecia, por uma perspectiva holística, os atos de gestão praticados pelo gestor público em determinado exercício financeiro, pelo prisma da legalidade, legitimidade e economicidade. Compreende, em síntese, o julgamento das contas dos responsáveis por bens, dinheiros e valores públicos e, ao final, pode acarretar (i) a definição da responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado (art. 12, I, da Lei 8.443/95); (ii) a imputação de débito ao agente público que causou dano ao erário (art. 12, II); e (iii) caso constatadas irregularidades insanáveis que configurem ato de improbidade administrativa, a limitação tópica da capacidade eleitoral passiva do cidadão, à vista da causa de inelegibilidade prevista no art. 1..., alínea g, da Lei Complementar 64/90. Dessa forma, considerando que esses instrumentos atendem a propósitos distintos, podendo culminar em sanções jurídicas autônomas, e que cada um tramita por rito próprio, parece-me equivocado sustentar que o oferecimento de direito de audiência no processo de Representação possa conduzir a uma automática e irrefletida dispensa do direito de defesa no processo de contas. A rigor, o entendimento consagrado na Súmula 288 do Tribunal de Contas da União somente seria legítimo em dois cenários hipotéticos: 1) se a identificação de irregularidades no processo de Representação conduzisse a uma necessária e automática rejeição das contas do gestor público; ou 2) se o exercício do direito de defesa na tomada de contas tivesse como escopo exclusivo a rediscussão dos fatos identificados na Representação deflagrada a pedido do Ministério Público. Ocorre que nem um nem outro são verdadeiros. Em primeiro lugar, porque o reconhecimento de irregularidades específicas não é motivo suficiente para macular a totalidade dos atos de gestão do exercício financeiro, conduzindo a uma automática rejeição das contas do administrador público. Essa possibilidade, destaco, é rechaçada expressamente pelo Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 50 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF cujo art. 250, §5..., dispõe que “a aplicação de multa em processo de fiscalização não implicará prejulgamento das contas ordinárias da unidade jurisdicionada, devendo o fato ser considerado no contexto dos demais atos de gestão do período envolvido”. Essa sutileza tem sido prestigiada pela jurisprudência do Tribunal de Contas da União, que, não raras vezes, tem decidido que o cometimento de falhas pontuais não é razão suficiente para concluir pela irregularidade das contas, sobretudo se não forem identificados outros fatos desabonadores no contexto geral dos atos praticados no exercício financeiro. Nesse sentido, o acórdão a seguir transcrito, de lavra do eminente Ministro Raimundo Carreiro: “O fato de o gestor ter sido multado em processo de fiscalização não implica, necessariamente, no julgamento pela irregularidade de suas contas ordinárias. A ausência de irregularidades graves o suficiente para macular a gestão do responsável possibilita ao TCU formar o juízo pela regularidade com ressalva” (Acórdão 11445/2011, Rel. Min. Raimundo Carreiro, Segunda Câmara). No caso, ao aplicar o enunciado 288 da jurisprudência dominante do TCU, a autoridade coatora rechaçou o direito de audiência no processo de contas, impedindo que, por meio de manifestação escrita, o impetrante contribuísse com o convencimento do órgão colegiado. Não lhe foi assegurada oportunidade, assim, de deduzir teses legítimas e relevantes de defesa, tendentes a demonstrar, por exemplo, que as irregularidades constituíram eventos isolados no contexto global dos atos de gestão. Foi impedido, também, de invocar razões de proporcionalidade, no sentido de que mera circunstância de ter sido condenado ao pagamento de multa leve, em decorrência de irregularidades pontuais, não seria motivo suficiente para macular todos os demais atos, projetos e políticas públicas que foram desempenhados pela Secretaria de Gestão. E aqui, saliento, não se está a avaliar o mérito das possíveis teses de defesa do impetrante. Não é disso que se trata. Afirma-se, apenas, que o 13 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF cujo art. 250, §5..., dispõe que “a aplicação de multa em processo de fiscalização não implicará prejulgamento das contas ordinárias da unidade jurisdicionada, devendo o fato ser considerado no contexto dos demais atos de gestão do período envolvido”. Essa sutileza tem sido prestigiada pela jurisprudência do Tribunal de Contas da União, que, não raras vezes, tem decidido que o cometimento de falhas pontuais não é razão suficiente para concluir pela irregularidade das contas, sobretudo se não forem identificados outros fatos desabonadores no contexto geral dos atos praticados no exercício financeiro. Nesse sentido, o acórdão a seguir transcrito, de lavra do eminente Ministro Raimundo Carreiro: “O fato de o gestor ter sido multado em processo de fiscalização não implica, necessariamente, no julgamento pela irregularidade de suas contas ordinárias. A ausência de irregularidades graves o suficiente para macular a gestão do responsável possibilita ao TCU formar o juízo pela regularidade com ressalva” (Acórdão 11445/2011, Rel. Min. Raimundo Carreiro, Segunda Câmara). No caso, ao aplicar o enunciado 288 da jurisprudência dominante do TCU, a autoridade coatora rechaçou o direito de audiência no processo de contas, impedindo que, por meio de manifestação escrita, o impetrante contribuísse com o convencimento do órgão colegiado. Não lhe foi assegurada oportunidade, assim, de deduzir teses legítimas e relevantes de defesa, tendentes a demonstrar, por exemplo, que as irregularidades constituíram eventos isolados no contexto global dos atos de gestão. Foi impedido, também, de invocar razões de proporcionalidade, no sentido de que mera circunstância de ter sido condenado ao pagamento de multa leve, em decorrência de irregularidades pontuais, não seria motivo suficiente para macular todos os demais atos, projetos e políticas públicas que foram desempenhados pela Secretaria de Gestão. E aqui, saliento, não se está a avaliar o mérito das possíveis teses de defesa do impetrante. Não é disso que se trata. Afirma-se, apenas, que o 13 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 51 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF Tribunal de Contas da União, a pretexto de assegurar eficiência e celeridade ao processo de contas, silenciou o cidadão, cerceando o direito básico de invocar teses de defesa que, em casos similares, foram integralmente acolhidas pelo órgão de controle. Em segundo lugar, há atualmente, no Supremo Tribunal Federal, um certo consenso em torno da abrangência e do escopo do direito de defesa em processos de controle externo. Embora os precedentes inicialmente afirmassem que a garantia da ampla defesa se restringia a questões de fato – conforme se extrai do voto proferido pelo Ministro Velloso no Recurso Extraordinário 158.543/RS –, parece claro que o texto constitucional nunca autorizou semelhante redução teleológica. Em boa hora, essa orientação foi superada no julgamento do MS 24.268/MG, em que figurei como redator do acórdão, no qual se entendeu que direito de audiência no Tribunal de Contas da União não se limita à matéria fática, mas implica a possibilidade de ser ouvido também acerca de matéria jurídica. Confira- se a ementa do acórdão: “Mandado de Segurança. 2. Cancelamento de pensão especial pelo Tribunal de Contas da União. Ausência de comprovação da adoção por instrumento jurídico adequado. Pensão concedida há vinte anos. 3. Direito de defesa ampliado com a Constituição de 1988. Âmbito de proteção que contempla todos os processos, judiciais ou administrativos, e não se resume a um simples direito de manifestação no processo. 4. Direito constitucional comparado. Pretensão à tutela jurídica que envolve não só o direito de manifestação e de informação, mas também o direito de ver seus argumentos contemplados pelo órgão julgador. 5. Os princípios do contraditório e da ampla defesa, assegurados pela Constituição, aplicam-se a todos os procedimentos administrativos. 6. O exercício pleno do contraditório não se limita à garantia de alegação oportuna e eficaz a respeito de fatos, mas implica a possibilidade de ser ouvido também em matéria jurídica (...)” (MS 24.268, Relatora Min. ELLEN GRACIE, Redator do acórdão Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 5.2.2004, DJ 17.9.2004 PP- 14 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Tribunal de Contas da União, a pretexto de assegurar eficiência e celeridade ao processo de contas, silenciou o cidadão, cerceando o direito básico de invocar teses de defesa que, em casos similares, foram integralmente acolhidas pelo órgão de controle. Em segundo lugar, há atualmente, no Supremo Tribunal Federal, um certo consenso em torno da abrangência e do escopo do direito de defesa em processos de controle externo. Embora os precedentes inicialmente afirmassem que a garantia da ampla defesa se restringia a questões de fato – conforme se extrai do voto proferido pelo Ministro Velloso no Recurso Extraordinário 158.543/RS –, parece claro que o texto constitucional nunca autorizou semelhante redução teleológica. Em boa hora, essa orientação foi superada no julgamento do MS 24.268/MG, em que figurei como redator do acórdão, no qual se entendeu que direito de audiência no Tribunal de Contas da União não se limita à matéria fática, mas implica a possibilidade de ser ouvido também acerca de matéria jurídica. Confira- se a ementa do acórdão: “Mandado de Segurança. 2. Cancelamento de pensão especial pelo Tribunal de Contas da União. Ausência de comprovação da adoção por instrumento jurídico adequado. Pensão concedida há vinte anos. 3. Direito de defesa ampliado com a Constituição de 1988. Âmbito de proteção que contempla todos os processos, judiciais ou administrativos, e não se resume a um simples direito de manifestação no processo. 4. Direito constitucional comparado. Pretensão à tutela jurídica que envolve não só o direito de manifestação e de informação, mas também o direito de ver seus argumentos contemplados pelo órgão julgador. 5. Os princípios do contraditório e da ampla defesa, assegurados pela Constituição, aplicam-se a todos os procedimentos administrativos. 6. O exercício pleno do contraditório não se limita à garantia de alegação oportuna e eficaz a respeito de fatos, mas implica a possibilidade de ser ouvido também em matéria jurídica (...)” (MS 24.268, Relatora Min. ELLEN GRACIE, Redator do acórdão Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 5.2.2004, DJ 17.9.2004 PP- 14 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 52 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF 00081 EMENT VOL-02164-01 PP-00154 RDDP 23, 2005, p. 133- 151 RTJ VOL-00191-03 PP-00922) Tema análogo já foi contemplado em artigo de autoria do Desembargador Néviton Guedes, publicado no site Consultor Jurídico (Conjur). Segundo o renomado professor, “(...) o acusado tenderá defender-se não apenas dos fatos puros, mas dos fatos como foram qualificados pelo autor. Aliás, em processo judicial e no âmbito do direito, não existem fatos puros, mas fatos qualificados por uma ou outra norma. O autor não imputa “fatos puros” ao acusado. Diversamente, são-lhe imputados fatos previamente destacados da realidade à luz da abstrata consideração ou qualificação normativa. Descrição de fatos no direito é, em primeiro lugar, descrição ou imputação jurídica de fatos” (Néviton Guedes, Quem só pode se defender dos fatos acaba sendo atingido pelo Direito, Consultor Jurídico, 23.09.2014). À vista dessas considerações, mesmo que se pudesse cogitar da imutabilidade dos efeitos da decisão proferida no processo anterior ou da impossibilidade de rediscussão dos fatos nele constatados, não seria o caso de restringir o exercício da ampla defesa na tomada de contas simplificada. E isso por um motivo simples: considerando que os instrumentos da representação e da tomada de contas simplificada servem a propósitos distintos, seguindo regras próprias, é legítimo que o responsável pretenda demonstrar que as irregularidades constatadas no processo anterior não são graves o suficientes para, no contexto global dos atos de gestão, conferir um timbre de irregularidade às contas do exercício. Ou seja, mesmo sem negar a existência das irregularidades, a defesa pode se propor a comprovar que elas são insignificantes e que não devem repercutir negativamente no conjunto de projetos, atos e políticas públicas que foram executadas pela unidade administrativa. Essa mesma posição já foi externada por Elísio de Azevedo Freitas no site Migalhas, em artigo publicado no dia 1... de junho de 2021. 15 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 00081 EMENT VOL-02164-01 PP-00154 RDDP 23, 2005, p. 133- 151 RTJ VOL-00191-03 PP-00922) Tema análogo já foi contemplado em artigo de autoria do Desembargador Néviton Guedes, publicado no site Consultor Jurídico (Conjur). Segundo o renomado professor, “(...) o acusado tenderá defender-se não apenas dos fatos puros, mas dos fatos como foram qualificados pelo autor. Aliás, em processo judicial e no âmbito do direito, não existem fatos puros, mas fatos qualificados por uma ou outra norma. O autor não imputa “fatos puros” ao acusado. Diversamente, são-lhe imputados fatos previamente destacados da realidade à luz da abstrata consideração ou qualificação normativa. Descrição de fatos no direito é, em primeiro lugar, descrição ou imputação jurídica de fatos” (Néviton Guedes, Quem só pode se defender dos fatos acaba sendo atingido pelo Direito, Consultor Jurídico, 23.09.2014). À vista dessas considerações, mesmo que se pudesse cogitar da imutabilidade dos efeitos da decisão proferida no processo anterior ou da impossibilidade de rediscussão dos fatos nele constatados, não seria o caso de restringir o exercício da ampla defesa na tomada de contas simplificada. E isso por um motivo simples: considerando que os instrumentos da representação e da tomada de contas simplificada servem a propósitos distintos, seguindo regras próprias, é legítimo que o responsável pretenda demonstrar que as irregularidades constatadas no processo anterior não são graves o suficientes para, no contexto global dos atos de gestão, conferir um timbre de irregularidade às contas do exercício. Ou seja, mesmo sem negar a existência das irregularidades, a defesa pode se propor a comprovar que elas são insignificantes e que não devem repercutir negativamente no conjunto de projetos, atos e políticas públicas que foram executadas pela unidade administrativa. Essa mesma posição já foi externada por Elísio de Azevedo Freitas no site Migalhas, em artigo publicado no dia 1... de junho de 2021. 15 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 53 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF Transcrevo trechos do texto, no que importa: Acontece que é prática no TCU não citar responsáveis à defesa em processos de contas anuais que estavam sobrestados, porquanto numa representação, por exemplo, a eles já se franquearam oportunidades para tanto quanto às irregularidades suscitadas. Assim, sem citá-los, a Corte de Contas parte diretamente para o julgamento pela irregularidade das contas dos gestores. Entendemos que essa praxe é ilegal, pois fere claramente os princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. Ora, o fato de existir sanção em processo de fiscalização referente a atos de gestão daquele ano não conduz, necessariamente, ao julgamento pela irregularidade das contas. Assim, o responsável precisaria ter oportunidade de se defender e demonstrar que aquele julgamento não comprometeu sua gestão anual e, em confronto com os demais atos e até mesmo com a extensão dos recursos geridos, tentar demonstrar que suas contas deveriam ser julgadas regulares com ressalva. Além de ferir os princípios constitucionais ligados à defesa e os muito bem lançados fundamentos da decisão do Tribunal Regional Federal da 1... Região, citados alhures, e que também se aplicam perfeitamente a esta outra hipótese, é certo que o procedimento em tela ainda desrespeita normativos internos do TCU. Nos termos do 5... do artigo 250 de seu Regimento Interno, a aplicação de multa não implica o prejulgamento das contas ordinárias, devendo ser analisado todo o contexto da gestão anual para que aquelas sejam crivadas (O Controle do Supremo Tribunal Federal sobre o Exercício das Competências Constitucionais e dos Poderes do TCU, publicado no site Migalhas, em 01.07.21). Além disso, sabe-se que a rejeição das contas do administrador público pode produzir efeitos mais nocivos do que o apontamento de 16 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Transcrevo trechos do texto, no que importa: Acontece que é prática no TCU não citar responsáveis à defesa em processos de contas anuais que estavam sobrestados, porquanto numa representação, por exemplo, a eles já se franquearam oportunidades para tanto quanto às irregularidades suscitadas. Assim, sem citá-los, a Corte de Contas parte diretamente para o julgamento pela irregularidade das contas dos gestores. Entendemos que essa praxe é ilegal, pois fere claramente os princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. Ora, o fato de existir sanção em processo de fiscalização referente a atos de gestão daquele ano não conduz, necessariamente, ao julgamento pela irregularidade das contas. Assim, o responsável precisaria ter oportunidade de se defender e demonstrar que aquele julgamento não comprometeu sua gestão anual e, em confronto com os demais atos e até mesmo com a extensão dos recursos geridos, tentar demonstrar que suas contas deveriam ser julgadas regulares com ressalva. Além de ferir os princípios constitucionais ligados à defesa e os muito bem lançados fundamentos da decisão do Tribunal Regional Federal da 1... Região, citados alhures, e que também se aplicam perfeitamente a esta outra hipótese, é certo que o procedimento em tela ainda desrespeita normativos internos do TCU. Nos termos do 5... do artigo 250 de seu Regimento Interno, a aplicação de multa não implica o prejulgamento das contas ordinárias, devendo ser analisado todo o contexto da gestão anual para que aquelas sejam crivadas (O Controle do Supremo Tribunal Federal sobre o Exercício das Competências Constitucionais e dos Poderes do TCU, publicado no site Migalhas, em 01.07.21). Além disso, sabe-se que a rejeição das contas do administrador público pode produzir efeitos mais nocivos do que o apontamento de 16 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 54 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF irregularidades em processo de fiscalização específico. Como visto, a conclusão pelas irregularidades das contas pode implicar, a depender da capitulação jurídica das impropriedades identificadas, a limitação da capacidade eleitoral passiva do gestor público. Nesse sentido, entende o Tribunal Superior Eleitoral que a incidência da inelegibilidade prevista na alínea g do inciso I do art. 1... da Lei Complementar 64/90 pressupõe decisão irrecorrível proferida por órgão competente; detecção de irregularidade insanável; e configuração de ato doloso de improbidade administrativa (Recurso Ordinário 060062021, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20.11.2018). Sobre a necessidade de deferência às capitulações jurídicas realizadas pelos órgãos de controle, já decidiu o Tribunal Superior Eleitoral que “ainda que esta Justiça Especializada possa extrair das decisões judiciais e administrativas elementos que venham a atrair ou afastar a inelegibilidade, descabe reenquadrar os fatos e tampouco proceder a juízo de valor sobre a deliberação dos órgãos competentes”. (AgR-REspe 060022456, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7.4.2021). Nesse mesmo sentido, dispõe a Súmula 41 do Tribunal Superior Eleitoral que “não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por órgãos do Judiciário ou dos tribunais de contas que configurem causa de inelegibilidade”. Dessa forma, considerando que o conteúdo do acórdão que conclui pela irregularidade das contas exerce grande influência sobre a decisão da Justiça Eleitoral, é no mínimo compreensível a pretensão do impetrante de se defender antes do julgamento pelo Tribunal de Contas da União. E isso, insisto, pode ocorrer mesmo sem o propósito de negar a existência dos fatos, mas apenas para afastar capitulações jurídicas que lhe sejam prejudiciais, a exemplo da insanabilidade das irregularidades e da caracterização de ato doloso de improbidade administrativa. Peço as mais respeitosas vênias, ainda, para divergir da eminente Ministra Relatora no que toca ao reconhecimento de efetivo prejuízo ao inculpado (pas de nulitté sans grief). Primeiro porque os danos causados são evidentes, na medida em que o órgão de fiscalização julgou 17 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF irregularidades em processo de fiscalização específico. Como visto, a conclusão pelas irregularidades das contas pode implicar, a depender da capitulação jurídica das impropriedades identificadas, a limitação da capacidade eleitoral passiva do gestor público. Nesse sentido, entende o Tribunal Superior Eleitoral que a incidência da inelegibilidade prevista na alínea g do inciso I do art. 1... da Lei Complementar 64/90 pressupõe decisão irrecorrível proferida por órgão competente; detecção de irregularidade insanável; e configuração de ato doloso de improbidade administrativa (Recurso Ordinário 060062021, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20.11.2018). Sobre a necessidade de deferência às capitulações jurídicas realizadas pelos órgãos de controle, já decidiu o Tribunal Superior Eleitoral que “ainda que esta Justiça Especializada possa extrair das decisões judiciais e administrativas elementos que venham a atrair ou afastar a inelegibilidade, descabe reenquadrar os fatos e tampouco proceder a juízo de valor sobre a deliberação dos órgãos competentes”. (AgR-REspe 060022456, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7.4.2021). Nesse mesmo sentido, dispõe a Súmula 41 do Tribunal Superior Eleitoral que “não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por órgãos do Judiciário ou dos tribunais de contas que configurem causa de inelegibilidade”. Dessa forma, considerando que o conteúdo do acórdão que conclui pela irregularidade das contas exerce grande influência sobre a decisão da Justiça Eleitoral, é no mínimo compreensível a pretensão do impetrante de se defender antes do julgamento pelo Tribunal de Contas da União. E isso, insisto, pode ocorrer mesmo sem o propósito de negar a existência dos fatos, mas apenas para afastar capitulações jurídicas que lhe sejam prejudiciais, a exemplo da insanabilidade das irregularidades e da caracterização de ato doloso de improbidade administrativa. Peço as mais respeitosas vênias, ainda, para divergir da eminente Ministra Relatora no que toca ao reconhecimento de efetivo prejuízo ao inculpado (pas de nulitté sans grief). Primeiro porque os danos causados são evidentes, na medida em que o órgão de fiscalização julgou 17 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 55 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF irregulares as contas do impetrante, o que acarretou na inscrição de seu nome na lista de responsáveis com contas irregulares do Tribunal de Contas da União. Depois porque reputo que a simples circunstância de o impetrante ter se defendido após o julgamento das contas, mediante interposição dos recursos cabíveis, não é capaz de suprir as graves falhas cometidas pelo órgão de controle externo. Sustentar o contrário inviabilizaria todo e qualquer reconhecimento de violação à ampla defesa, pois bastaria que o cidadão exercesse o legítimo exercício do direito recursal para que as falhas cometidas pela Corte de Contas fossem automaticamente saneadas, com afastamento das nulidades processuais. O que se pretende afirmar com isso é que o direito de defesa deve ser prévio e efetivo, e não meramente simbólico. Não é outra a avaliação do tema no direito constitucional comparado. Apreciando o chamado “Anspruch auf rechtliches gehör” (pretensão à tutela jurídica) no direito alemão, assinala o Bundesverfassungsgericht que essa pretensão envolve não só o direito de manifestação e o direito de informação sobre o objeto do processo, mas também o direito de ver seus argumentos contemplados pelo órgão incumbido de julgar. Daí afirmar-se, corretamente, que a pretensão à tutela jurídica, que corresponde exatamente à garantia consagrada no art. 5..., LV, da Constituição, contém os seguintes direitos: 1) direito de informação (Recht auf Information), que obriga o órgão julgador a informar às partes os atos praticados no processo e sobre os elementos dele constantes; 2) direito de manifestação (Recht auf Äusserung), que assegura a possibilidade de manifestação, oralmente ou por escrito, sobre os elementos fáticos e jurídicos constantes do processo; e 3) direito de ver seus argumentos considerados (Recht auf Berücksichtigung), que exige do julgador capacidade de apreensão e isenção de ânimo (Aufnahmefähigkeit und Aufnahmebereitschaft) para contemplar as razões apresentadas. O direito de participar efetivamente na formação do convencimento do julgador e de reagir previamente às pretensões que lhe são desfavoráveis ecoou na legislação infraconstitucional, particularmente na 18 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF irregulares as contas do impetrante, o que acarretou na inscrição de seu nome na lista de responsáveis com contas irregulares do Tribunal de Contas da União. Depois porque reputo que a simples circunstância de o impetrante ter se defendido após o julgamento das contas, mediante interposição dos recursos cabíveis, não é capaz de suprir as graves falhas cometidas pelo órgão de controle externo. Sustentar o contrário inviabilizaria todo e qualquer reconhecimento de violação à ampla defesa, pois bastaria que o cidadão exercesse o legítimo exercício do direito recursal para que as falhas cometidas pela Corte de Contas fossem automaticamente saneadas, com afastamento das nulidades processuais. O que se pretende afirmar com isso é que o direito de defesa deve ser prévio e efetivo, e não meramente simbólico. Não é outra a avaliação do tema no direito constitucional comparado. Apreciando o chamado “Anspruch auf rechtliches gehör” (pretensão à tutela jurídica) no direito alemão, assinala o Bundesverfassungsgericht que essa pretensão envolve não só o direito de manifestação e o direito de informação sobre o objeto do processo, mas também o direito de ver seus argumentos contemplados pelo órgão incumbido de julgar. Daí afirmar-se, corretamente, que a pretensão à tutela jurídica, que corresponde exatamente à garantia consagrada no art. 5..., LV, da Constituição, contém os seguintes direitos: 1) direito de informação (Recht auf Information), que obriga o órgão julgador a informar às partes os atos praticados no processo e sobre os elementos dele constantes; 2) direito de manifestação (Recht auf Äusserung), que assegura a possibilidade de manifestação, oralmente ou por escrito, sobre os elementos fáticos e jurídicos constantes do processo; e 3) direito de ver seus argumentos considerados (Recht auf Berücksichtigung), que exige do julgador capacidade de apreensão e isenção de ânimo (Aufnahmefähigkeit und Aufnahmebereitschaft) para contemplar as razões apresentadas. O direito de participar efetivamente na formação do convencimento do julgador e de reagir previamente às pretensões que lhe são desfavoráveis ecoou na legislação infraconstitucional, particularmente na 18 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 56 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF Lei 9.784/99, que disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Com clareza e objetividade, dispôs o legislador que o administrado tem direito de formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente (art. 3..., inciso III). Firme nessas premissas, tenho para mim que a prática adotada pelo Tribunal de Contas da União viola o substrato ético da Constituição Federal, na medida em que silencia o jurisdicionado no curso de julgamento sensível, que tem a potencialidade de repercutir em sua órbita moral, patrimonial e, no limite, restringir direitos fundamentais relacionados à cidadania. 3. Da prescrição Por fim, especificamente no que diz respeito à prescrição da pretensão punitiva, acompanho as substanciosas conclusões da eminente Ministra Relatora. Verifico que, embora o processo de contas, individualmente considerado, tenha permanecido sobrestado por anos a fio, não houve propriamente inércia da autoridade coatora no que toca à apuração das irregularidades imputadas ao impetrante. Extrai-se dos autos que as áreas técnicas e os órgãos deliberativos do Tribunal de Contas da União apuraram diligentemente os fatos que interessavam tanto ao processo de contas (TCSP 008.754/2004-9) quanto à Representação deflagrada a pedido do Ministério Público (TC 010.462/2001-1). A esse respeito, destaco as informações prestadas pela Consultoria Jurídica do TCU (eDOC 37), que comprovam a prática de inúmeros atos processuais dirigidos à elucidação das supostas irregularidades. Não há como sustentar, portanto, que, à época da impetração do mandamus, a pretensão punitiva do TCU encontrava-se fulminada pelo efeito deletério do tempo. Por óbvio que, caso o presente voto venha a prevalecer, caberá ao 19 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Lei 9.784/99, que disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Com clareza e objetividade, dispôs o legislador que o administrado tem direito de formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente (art. 3..., inciso III). Firme nessas premissas, tenho para mim que a prática adotada pelo Tribunal de Contas da União viola o substrato ético da Constituição Federal, na medida em que silencia o jurisdicionado no curso de julgamento sensível, que tem a potencialidade de repercutir em sua órbita moral, patrimonial e, no limite, restringir direitos fundamentais relacionados à cidadania. 3. Da prescrição Por fim, especificamente no que diz respeito à prescrição da pretensão punitiva, acompanho as substanciosas conclusões da eminente Ministra Relatora. Verifico que, embora o processo de contas, individualmente considerado, tenha permanecido sobrestado por anos a fio, não houve propriamente inércia da autoridade coatora no que toca à apuração das irregularidades imputadas ao impetrante. Extrai-se dos autos que as áreas técnicas e os órgãos deliberativos do Tribunal de Contas da União apuraram diligentemente os fatos que interessavam tanto ao processo de contas (TCSP 008.754/2004-9) quanto à Representação deflagrada a pedido do Ministério Público (TC 010.462/2001-1). A esse respeito, destaco as informações prestadas pela Consultoria Jurídica do TCU (eDOC 37), que comprovam a prática de inúmeros atos processuais dirigidos à elucidação das supostas irregularidades. Não há como sustentar, portanto, que, à época da impetração do mandamus, a pretensão punitiva do TCU encontrava-se fulminada pelo efeito deletério do tempo. Por óbvio que, caso o presente voto venha a prevalecer, caberá ao 19 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 57 de 82 Voto Vista MS 35883 ED-AGR / DF Tribunal de Contas da União revisitar a tese de prescrição à luz da anulação dos Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018. E deverá fazê- lo, claro, considerando o entendimento consagrado no Supremo Tribunal Federal, segundo o qual a prescrição da pretensão punitiva no âmbito do TCU rege-se pelo prazo quinquenal, na forma da Lei 9.873/99 (MS 35.940, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 14.7.2020; MS 32.201, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 7.8.2017; e MS 35.512-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 21.6.2019). 4. Voto Ante o exposto, pedindo as mais respeitosas vênias à eminente Relatora, voto no sentido de dar provimento ao agravo regimental e, desde já, concedo parcialmente a segurança para reconhecer a nulidade dos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Contas da União na tomada de contas simplificada 008.754/2004-9 (Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018), assegurando ao impetrante, consequentemente, o direito de audiência previsto no art. 13, inciso III, da Lei 8.443/92. 20 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Tribunal de Contas da União revisitar a tese de prescrição à luz da anulação dos Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018. E deverá fazê- lo, claro, considerando o entendimento consagrado no Supremo Tribunal Federal, segundo o qual a prescrição da pretensão punitiva no âmbito do TCU rege-se pelo prazo quinquenal, na forma da Lei 9.873/99 (MS 35.940, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 14.7.2020; MS 32.201, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 7.8.2017; e MS 35.512-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 21.6.2019). 4. Voto Ante o exposto, pedindo as mais respeitosas vênias à eminente Relatora, voto no sentido de dar provimento ao agravo regimental e, desde já, concedo parcialmente a segurança para reconhecer a nulidade dos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Contas da União na tomada de contas simplificada 008.754/2004-9 (Acórdãos 1289/2016, 1496/2018 e 2786/2018), assegurando ao impetrante, consequentemente, o direito de audiência previsto no art. 13, inciso III, da Lei 8.443/92. 20 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3A7E-5FAE-BF1F-E532 e senha 81D9-5049-4500-6060 Inteiro Teor do Acórdão - Página 58 de 82 Confirmação de Voto 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL CONFIRMAÇÃO DE VOTO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Senhor Presidente, Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, Ministro Edson Fachin, Ministro Nunes Marques, Doutor Luiz Augusto, a quem também cumprimento - o Ministro-Presidente já cumprimentou em nome de todos nós -, e Senhores Servidores, os quais cumprimento na pessoa da Senhora Secretária. Senhor Presidente, rapidissimamente, queria enfatizar apenas alguns pontos, porque estamos de acordo quanto ao direito de defesa e à sua extensão. Apenas a análise de sua incidência, no caso, foi um pouco diferente. Por isso, gostaria de realçar alguns pontos que me levaram a denegar a ordem e, posteriormente, a votar no sentido do desprovimento do agravo. Vossa Excelência, na parte da prescrição, conduziu-se no mesmo sentido para o qual eu havia me direcionado inicialmente, mas, na parte do contraditório, diverge. Apenas para realçar. Antes disso, Senhor Presidente, não quero deixar, conforme fiz ontem na sessão, de cumprimentar Vossa Excelência pela audiência pública, pela importância do tema, pelo compromisso que Vossa Excelência tem, como todos os Ministros, mas de uma forma muito especial, com essa tragédia brasileira da questão penitenciária e com a proposta de superarmos esse estado de coisas inconstitucional de uma maneira mais efetiva e propositiva, nesse drama que não é só do Poder Judiciário, é da sociedade brasileira. Porém, o drama é maior. Conforme enfatizado por Vossa Excelência ontem, na abertura, nós temos um problema do Poder Judiciário, mas também um problema do Poder Executivo. É preciso que o juiz brasileiro, ao julgar, tenha o cuidado e comece a saber efetivamente para onde está indo aquele cuja prisão ele decrete. Acho que, nesse sentido, as escolas da Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL CONFIRMAÇÃO DE VOTO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Senhor Presidente, Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, Ministro Edson Fachin, Ministro Nunes Marques, Doutor Luiz Augusto, a quem também cumprimento - o Ministro-Presidente já cumprimentou em nome de todos nós -, e Senhores Servidores, os quais cumprimento na pessoa da Senhora Secretária. Senhor Presidente, rapidissimamente, queria enfatizar apenas alguns pontos, porque estamos de acordo quanto ao direito de defesa e à sua extensão. Apenas a análise de sua incidência, no caso, foi um pouco diferente. Por isso, gostaria de realçar alguns pontos que me levaram a denegar a ordem e, posteriormente, a votar no sentido do desprovimento do agravo. Vossa Excelência, na parte da prescrição, conduziu-se no mesmo sentido para o qual eu havia me direcionado inicialmente, mas, na parte do contraditório, diverge. Apenas para realçar. Antes disso, Senhor Presidente, não quero deixar, conforme fiz ontem na sessão, de cumprimentar Vossa Excelência pela audiência pública, pela importância do tema, pelo compromisso que Vossa Excelência tem, como todos os Ministros, mas de uma forma muito especial, com essa tragédia brasileira da questão penitenciária e com a proposta de superarmos esse estado de coisas inconstitucional de uma maneira mais efetiva e propositiva, nesse drama que não é só do Poder Judiciário, é da sociedade brasileira. Porém, o drama é maior. Conforme enfatizado por Vossa Excelência ontem, na abertura, nós temos um problema do Poder Judiciário, mas também um problema do Poder Executivo. É preciso que o juiz brasileiro, ao julgar, tenha o cuidado e comece a saber efetivamente para onde está indo aquele cuja prisão ele decrete. Acho que, nesse sentido, as escolas da Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 59 de 82 Confirmação de Voto MS 35883 ED-AGR / DF Magistratura têm um enorme papel a desempenhar, porque fica fácil, talvez, ou, pelo menos, menos penoso, decretar uma prisão sem ter que pensar muito para onde está se conduzindo aquela pessoa. Então tenho só a cumprimentar Vossa Excelência pelo trabalho realizado desde sempre, pelo que foi a condução da audiência pública e - tenho certeza - as proposições que dali sairão. No caso específico deste mandado de segurança, comungo com Vossa Excelência tudo quanto foi dito sobre o direito de defesa e ao contraditório. Apenas me pareceu que seria conveniente enfatizar as razões que me levaram à conclusão a que cheguei. Esse mandado de segurança foi impetrado por Humberto Falcão Martins, em 2018 - eu herdei a relatoria do Ministro Dias Toffoli -, contra dois acórdãos do Tribunal de Contas, os acórdãos 1.289/2016, Tomada de Contas Simplificada, e o 1.496/2018, no Recurso de Reconsideração 2.786 nos Embargos de Declaração, que foram prolatados pela Primeira Turma do Tribunal de Contas da União. Nos autos do processo de Tomada de Contas Simplificada 008.754, Vossa Excelência hoje já fez referência em seu voto, foram julgadas irregulares as contas do impetrante, que foi secretário da Secretaria de Gestão do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão. A conclusão do Tribunal de Contas foi que teria havido um ato antieconômico caracterizado na Tomada de Contas 010.462, ou seja, teve uma tomada de contas simplificada a respeito de um ato que tinha sido objeto e caracterizado na Tomada de Contas 010.462. O impetrante, então, afirma que, em 2004, foi aberta no Tribunal de Contas essa Tomada de Contas Simplificada 008.754 para análise das contas de responsabilidade do impetrante no exercício de 2003. Paralelamente a essa tomada de contas simplificada - é ele que relata na impetração -, no dia 6 de julho daquele mesmo ano, por representação do Ministério Público do Tribunal de Contas, houve, então, a instauração da Tomada de Contas 010.462 para: "(...) apurar eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão" - no período titularizado pelo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Magistratura têm um enorme papel a desempenhar, porque fica fácil, talvez, ou, pelo menos, menos penoso, decretar uma prisão sem ter que pensar muito para onde está se conduzindo aquela pessoa. Então tenho só a cumprimentar Vossa Excelência pelo trabalho realizado desde sempre, pelo que foi a condução da audiência pública e - tenho certeza - as proposições que dali sairão. No caso específico deste mandado de segurança, comungo com Vossa Excelência tudo quanto foi dito sobre o direito de defesa e ao contraditório. Apenas me pareceu que seria conveniente enfatizar as razões que me levaram à conclusão a que cheguei. Esse mandado de segurança foi impetrado por Humberto Falcão Martins, em 2018 - eu herdei a relatoria do Ministro Dias Toffoli -, contra dois acórdãos do Tribunal de Contas, os acórdãos 1.289/2016, Tomada de Contas Simplificada, e o 1.496/2018, no Recurso de Reconsideração 2.786 nos Embargos de Declaração, que foram prolatados pela Primeira Turma do Tribunal de Contas da União. Nos autos do processo de Tomada de Contas Simplificada 008.754, Vossa Excelência hoje já fez referência em seu voto, foram julgadas irregulares as contas do impetrante, que foi secretário da Secretaria de Gestão do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão. A conclusão do Tribunal de Contas foi que teria havido um ato antieconômico caracterizado na Tomada de Contas 010.462, ou seja, teve uma tomada de contas simplificada a respeito de um ato que tinha sido objeto e caracterizado na Tomada de Contas 010.462. O impetrante, então, afirma que, em 2004, foi aberta no Tribunal de Contas essa Tomada de Contas Simplificada 008.754 para análise das contas de responsabilidade do impetrante no exercício de 2003. Paralelamente a essa tomada de contas simplificada - é ele que relata na impetração -, no dia 6 de julho daquele mesmo ano, por representação do Ministério Público do Tribunal de Contas, houve, então, a instauração da Tomada de Contas 010.462 para: "(...) apurar eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão" - no período titularizado pelo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 60 de 82 Confirmação de Voto MS 35883 ED-AGR / DF impetrante - "do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações," que estavam naquela tomada de contas simplificada. Então, na Tomada de Contas Simplificada 008.754, foram emitidos pareceres com ressalva das contas do exercício de 2003. Recomendou-se, no Tribunal de Contas, o sobrestamento dessa Tomada de Contas Simplificada 008.754 até o julgamento da Tomada de Contas 010.462, o que foi acolhido pelo Ministro Marcos Vilaça, Relator, em 2006. Nesse julgamento da Tomada de Contas 010.462, ele foi responsabilizado, nos termos dos dois acórdãos, 2.060 e 1.178, e condenado ao pagamento da multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Ele afirma, então, que, neste mandado de segurança, ele não está questionando este aqui, mas que, dez anos depois de determinado o sobrestamento daquela Tomada de Contas Simplificada 008.754, com o término - e só terminou em 2016 - do julgamento da Tomada de Contas 010.462, o Tribunal de Contas da União, em sessão de julgamento realizada em 23 de fevereiro de 2016, decidiu o processo dessa tomada de contas simplificada. Ele afirma que: "(...) somente tomou conhecimento do julgamento em 10/10/2016, ocasião em que foi interposto Recurso de Reconsideração, que teve seu processamento admitido, mas desprovido." Ele, então, opôs embargos de declaração nessa tomada de contas simplificada, em que ele afirma que não teria tido o direito ao contraditório. Portanto, houve o recurso de reconsideração e os embargos de declaração. Para o impetrante, essas decisões, tanto a primeira, o desprovimento do pedido de reconsideração, quanto a rejeição dos embargos de declaração seriam ilegais e abusivas porque teriam sido proferidas sem a garantia do regular exercício do direito de defesa. Ele afirma, como o Ministro Gilmar hoje lembrou em seu douto voto, que teria tido cerceamento do direito de defesa e que o Ministro-Relator da tomada de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF impetrante - "do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações," que estavam naquela tomada de contas simplificada. Então, na Tomada de Contas Simplificada 008.754, foram emitidos pareceres com ressalva das contas do exercício de 2003. Recomendou-se, no Tribunal de Contas, o sobrestamento dessa Tomada de Contas Simplificada 008.754 até o julgamento da Tomada de Contas 010.462, o que foi acolhido pelo Ministro Marcos Vilaça, Relator, em 2006. Nesse julgamento da Tomada de Contas 010.462, ele foi responsabilizado, nos termos dos dois acórdãos, 2.060 e 1.178, e condenado ao pagamento da multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Ele afirma, então, que, neste mandado de segurança, ele não está questionando este aqui, mas que, dez anos depois de determinado o sobrestamento daquela Tomada de Contas Simplificada 008.754, com o término - e só terminou em 2016 - do julgamento da Tomada de Contas 010.462, o Tribunal de Contas da União, em sessão de julgamento realizada em 23 de fevereiro de 2016, decidiu o processo dessa tomada de contas simplificada. Ele afirma que: "(...) somente tomou conhecimento do julgamento em 10/10/2016, ocasião em que foi interposto Recurso de Reconsideração, que teve seu processamento admitido, mas desprovido." Ele, então, opôs embargos de declaração nessa tomada de contas simplificada, em que ele afirma que não teria tido o direito ao contraditório. Portanto, houve o recurso de reconsideração e os embargos de declaração. Para o impetrante, essas decisões, tanto a primeira, o desprovimento do pedido de reconsideração, quanto a rejeição dos embargos de declaração seriam ilegais e abusivas porque teriam sido proferidas sem a garantia do regular exercício do direito de defesa. Ele afirma, como o Ministro Gilmar hoje lembrou em seu douto voto, que teria tido cerceamento do direito de defesa e que o Ministro-Relator da tomada de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 61 de 82 Confirmação de Voto MS 35883 ED-AGR / DF contas simplificada teria afirmado, quando foi pedida a oitiva do impetrante, que seria dispensável porque, na outra tomada de contas, a 010.462, sobre o mesmo fato, teria sido proporcionado ao responsável o exercício - e foi exercido, ele realmente não questiona isso - da ampla defesa e do contraditório. Naquela 010.462 foi aplicada também sanção de multa, pelo que o Relator no Tribunal de Contas considerou desnecessário repetir esse ato neste caso. Nesse sentido é que, na Tomada de Contas 010.462, ele afirma que não foi suficiente porque ele se limitou a analisar o processo de contratação direta do Movimento Brasil Competitivo e não todas as contas do exercício de 2003. Requereu medida liminar, que foi deferida pelo Ministro Dias Toffoli. O Tribunal de Contas prestou informações, realçando mais uma vez que julgara irregulares as contas na mesma condição na Tomada de Contas 010.462 e, portanto, não haveria ilegalidade no aproveitamento do que foi feito, incluído quanto à defesa. A União também recorreu. O que interessa realçar aqui, por que cheguei à conclusão que cheguei, agora com a divergência do eminente Ministro Gilmar Mendes, Vistor, é que analisei que a Tomada de Contas 008.754 foi sobrestada, exatamente como disse o Tribunal de Contas, para aguardar o julgamento da Tomada de Contas 010.462, que foi instaurada por representação do Ministério Público, para apurar as irregularidades em contratação não procedida de licitação realizada pela secretaria de gestão titularizada pelo agora impetrante. A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações bem como identificar e responsabilizar se, no caso, os agentes seriam responsáveis por eventuais prejuízos ao erário. São esses os fatos que levaram à rejeição das contas do impetrante na tomada de contas simplificada, que foi objeto da impugnação menos de um ano depois do julgamento definitivo da Tomada de Contas 010.462. Ou seja, ele não questiona a Tomada de Contas 010.462, na qual ele teve ampla participação e que se refere aos fatos que foram recortados, mas repetidos em relação a ele, na condição de secretário, na tomada de contas simplificada. Nesse caso, portanto, é que o Tribunal de Contas considerou que, como as contas teriam sido objeto da impugnação nessa Tomada de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF contas simplificada teria afirmado, quando foi pedida a oitiva do impetrante, que seria dispensável porque, na outra tomada de contas, a 010.462, sobre o mesmo fato, teria sido proporcionado ao responsável o exercício - e foi exercido, ele realmente não questiona isso - da ampla defesa e do contraditório. Naquela 010.462 foi aplicada também sanção de multa, pelo que o Relator no Tribunal de Contas considerou desnecessário repetir esse ato neste caso. Nesse sentido é que, na Tomada de Contas 010.462, ele afirma que não foi suficiente porque ele se limitou a analisar o processo de contratação direta do Movimento Brasil Competitivo e não todas as contas do exercício de 2003. Requereu medida liminar, que foi deferida pelo Ministro Dias Toffoli. O Tribunal de Contas prestou informações, realçando mais uma vez que julgara irregulares as contas na mesma condição na Tomada de Contas 010.462 e, portanto, não haveria ilegalidade no aproveitamento do que foi feito, incluído quanto à defesa. A União também recorreu. O que interessa realçar aqui, por que cheguei à conclusão que cheguei, agora com a divergência do eminente Ministro Gilmar Mendes, Vistor, é que analisei que a Tomada de Contas 008.754 foi sobrestada, exatamente como disse o Tribunal de Contas, para aguardar o julgamento da Tomada de Contas 010.462, que foi instaurada por representação do Ministério Público, para apurar as irregularidades em contratação não procedida de licitação realizada pela secretaria de gestão titularizada pelo agora impetrante. A apuração tinha por objetivo avaliar a veracidade das informações bem como identificar e responsabilizar se, no caso, os agentes seriam responsáveis por eventuais prejuízos ao erário. São esses os fatos que levaram à rejeição das contas do impetrante na tomada de contas simplificada, que foi objeto da impugnação menos de um ano depois do julgamento definitivo da Tomada de Contas 010.462. Ou seja, ele não questiona a Tomada de Contas 010.462, na qual ele teve ampla participação e que se refere aos fatos que foram recortados, mas repetidos em relação a ele, na condição de secretário, na tomada de contas simplificada. Nesse caso, portanto, é que o Tribunal de Contas considerou que, como as contas teriam sido objeto da impugnação nessa Tomada de 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 62 de 82 Confirmação de Voto MS 35883 ED-AGR / DF Contas Simplificada 008.754, que é o objeto do questionamento neste mandado de segurança, ele exerceu o seu direito com o pedido de reconsideração, com o recurso e, depois, com os embargos que foram processados - foram desprovidos e rejeitados, respectivamente, mas processados -, é que a tomadas de contas, que ficou sobrestada de 2006 a 2016, quando foi prolatado o acórdão questionado, porque dependia da apuração dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas 010.462, da qual o próprio impetrante afirma que participou ativamente, que exerceu o seu direito, e por isso mesmo é que ele ofereceu sucessivos recursos que foram prolatados e que levaram ao questionamento neste mandado de segurança é que considerei que não havia ilegalidade ou abuso de poder por parte do Tribunal de Contas. Não vou tecer maiores considerações sobre a questão da prescrição, mas o resultado é que não questiono, em nenhum momento, nem poderia, por óbvio, porque é de comezinho conhecimento, o realce dado no Estado de Direito e no Estado Democrático ao direito de defesa. Apenas considerei que os dados que foram aproveitados pelo Tribunal de Contas e fundamentados ao negar ilegalidade que foi afirmada pelo impetrante pareceram-me consentâneos com o que estava nos autos. É esta razão basicamente. O Tribunal de Contas apreciou cada um dos itens das alegações do impetrante na Tomada de Contas 008.754. Na Tomada de Contas 010.462, foram analisados os mesmos fatos, foram decididos nos termos, como Ministro Gilmar enfatizou, de uma súmula que, eventualmente, pode não ser considerada suficiente para o que se tem como necessidade imperativa de observação do direito de defesa. Por essas razões é que eu fiz questão de então enfatizar mais uma vez que o que foi posto pelo Tribunal de Contas pareceu-me não demonstrar uma ilegalidade ou abuso de poder para os fins de caracterizar o que, na compreensão e na análise do Ministro Gilmar Mendes, leva à conclusão no sentido de que teria, sim, havido o cerceamento ao direito de defesa. Apenas para realce desses pontos, Senhor Presidente, eu gostaria de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Contas Simplificada 008.754, que é o objeto do questionamento neste mandado de segurança, ele exerceu o seu direito com o pedido de reconsideração, com o recurso e, depois, com os embargos que foram processados - foram desprovidos e rejeitados, respectivamente, mas processados -, é que a tomadas de contas, que ficou sobrestada de 2006 a 2016, quando foi prolatado o acórdão questionado, porque dependia da apuração dos fatos consubstanciados na Tomada de Contas 010.462, da qual o próprio impetrante afirma que participou ativamente, que exerceu o seu direito, e por isso mesmo é que ele ofereceu sucessivos recursos que foram prolatados e que levaram ao questionamento neste mandado de segurança é que considerei que não havia ilegalidade ou abuso de poder por parte do Tribunal de Contas. Não vou tecer maiores considerações sobre a questão da prescrição, mas o resultado é que não questiono, em nenhum momento, nem poderia, por óbvio, porque é de comezinho conhecimento, o realce dado no Estado de Direito e no Estado Democrático ao direito de defesa. Apenas considerei que os dados que foram aproveitados pelo Tribunal de Contas e fundamentados ao negar ilegalidade que foi afirmada pelo impetrante pareceram-me consentâneos com o que estava nos autos. É esta razão basicamente. O Tribunal de Contas apreciou cada um dos itens das alegações do impetrante na Tomada de Contas 008.754. Na Tomada de Contas 010.462, foram analisados os mesmos fatos, foram decididos nos termos, como Ministro Gilmar enfatizou, de uma súmula que, eventualmente, pode não ser considerada suficiente para o que se tem como necessidade imperativa de observação do direito de defesa. Por essas razões é que eu fiz questão de então enfatizar mais uma vez que o que foi posto pelo Tribunal de Contas pareceu-me não demonstrar uma ilegalidade ou abuso de poder para os fins de caracterizar o que, na compreensão e na análise do Ministro Gilmar Mendes, leva à conclusão no sentido de que teria, sim, havido o cerceamento ao direito de defesa. Apenas para realce desses pontos, Senhor Presidente, eu gostaria de 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 63 de 82 Confirmação de Voto MS 35883 ED-AGR / DF ter tido a palavra e agradeço a Vossa Excelência. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF ter tido a palavra e agradeço a Vossa Excelência. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AD02-85E2-351E-0FE7 e senha 946F-7256-6FAB-4D09 Inteiro Teor do Acórdão - Página 64 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL VOTO-VOGAL O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Humberto Falcão Martins interpôs agravo interno contra decisão da ministra Cármen Lúcia, que denegou a ordem mediante a qual o impetrante pretendia assegurar a suspensão dos efeitos dos acórdãos n. 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018, prolatados pela Primeira Câmara do Tribunal de Contas da União e que implicaram sanções administrativas e pecuniárias, no âmbito de tomada de contas simplificada voltada a apurar irregularidades na contratação, não precedida de licitação, pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), de Organização da Sociedade Civil de interesse público (Oscip). O agravante alega, em síntese: 1) violação do art. 9..., I, “d”, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (impossibilidade de denegação da segurança por decisão monocrática de ministro relator); 2) infringência dos arts. 489, § 1..., I e II, e 1.022 do Código de Processo Civil (afastamento da ocorrência da prescrição sem a devida fundamentação); 3) descumprimento do art. 1... da Lei n. 12.016/2009, do art. 5..., LIV e LV, da Constituição Federal e da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (desnecessidade de demonstração de prejuízo ao contraditório e à ampla defesa); e 4) inobservância do disposto nos arts. 1..., § 1..., e 2... da Lei n. 9.873/1999 (ocorrência da prescrição em razão da ausência de ato interruptivo). É o sucinto relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL VOTO-VOGAL O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Humberto Falcão Martins interpôs agravo interno contra decisão da ministra Cármen Lúcia, que denegou a ordem mediante a qual o impetrante pretendia assegurar a suspensão dos efeitos dos acórdãos n. 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018, prolatados pela Primeira Câmara do Tribunal de Contas da União e que implicaram sanções administrativas e pecuniárias, no âmbito de tomada de contas simplificada voltada a apurar irregularidades na contratação, não precedida de licitação, pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), de Organização da Sociedade Civil de interesse público (Oscip). O agravante alega, em síntese: 1) violação do art. 9..., I, “d”, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (impossibilidade de denegação da segurança por decisão monocrática de ministro relator); 2) infringência dos arts. 489, § 1..., I e II, e 1.022 do Código de Processo Civil (afastamento da ocorrência da prescrição sem a devida fundamentação); 3) descumprimento do art. 1... da Lei n. 12.016/2009, do art. 5..., LIV e LV, da Constituição Federal e da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (desnecessidade de demonstração de prejuízo ao contraditório e à ampla defesa); e 4) inobservância do disposto nos arts. 1..., § 1..., e 2... da Lei n. 9.873/1999 (ocorrência da prescrição em razão da ausência de ato interruptivo). É o sucinto relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 65 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF Entendo que a decisão recorrida deve ser mantida. A uma, por não ter sido desrespeitado o princípio da colegialidade, na medida em que o Regimento Interno (arts. 205 e 21, § 1...) autoriza o Relator a julgar monocraticamente mandado de segurança que versar matéria objeto de jurisprudência do Tribunal, bem como a negar seguimento a pedido manifestamente improcedente (MS 34.792, Relator o ministro Dias Toffoli, e ARE 1.232.326 AgR, Relator o ministro Roberto Barroso). A duas, por não haver falar em ausência de fundamentação para afastar o que alegado quanto à ocorrência da prescrição. A decisão impugnada, ao contrário do afirmado pelo recorrente, não se limitou a apontar dispositivo legal ou a empregar conceitos indeterminados sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso. Consta da decisão agravada (i) que o sobrestamento da TC n. 008.754/2004-4, de 22 de fevereiro de 2006 a 23 de fevereiro de 2016, se deu em razão da necessidade de se apurarem fatos e apreciá-los na TC n. 010.462/2004-1; e (ii) que deste último procedimento o impetrante participou ativamente, tendo apresentado, inclusive, todos os recursos cabíveis (pedido de reexame e embargos de declaração), circunstância que deu ensejo à prolação dos acórdãos n. 2.060/2010, 1.178/2014 e 1.780/2015. Se a prescrição intercorrente é aquela que se consuma pela superveniência do curso do lapso temporal em razão da inércia, após a interrupção ou suspensão do processo, ela não ocorreu no caso dos autos, por ter sido praticada uma sucessão de atos tanto pelo Tribunal de Contas da União, como pelo impetrante (pedido de reexame e embargos de declaração, entre outros), seja desde o início na TC n. 010.462/2004-1, seja após a suspensão do feito na TC n. 008.754/2004-4. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Entendo que a decisão recorrida deve ser mantida. A uma, por não ter sido desrespeitado o princípio da colegialidade, na medida em que o Regimento Interno (arts. 205 e 21, § 1...) autoriza o Relator a julgar monocraticamente mandado de segurança que versar matéria objeto de jurisprudência do Tribunal, bem como a negar seguimento a pedido manifestamente improcedente (MS 34.792, Relator o ministro Dias Toffoli, e ARE 1.232.326 AgR, Relator o ministro Roberto Barroso). A duas, por não haver falar em ausência de fundamentação para afastar o que alegado quanto à ocorrência da prescrição. A decisão impugnada, ao contrário do afirmado pelo recorrente, não se limitou a apontar dispositivo legal ou a empregar conceitos indeterminados sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso. Consta da decisão agravada (i) que o sobrestamento da TC n. 008.754/2004-4, de 22 de fevereiro de 2006 a 23 de fevereiro de 2016, se deu em razão da necessidade de se apurarem fatos e apreciá-los na TC n. 010.462/2004-1; e (ii) que deste último procedimento o impetrante participou ativamente, tendo apresentado, inclusive, todos os recursos cabíveis (pedido de reexame e embargos de declaração), circunstância que deu ensejo à prolação dos acórdãos n. 2.060/2010, 1.178/2014 e 1.780/2015. Se a prescrição intercorrente é aquela que se consuma pela superveniência do curso do lapso temporal em razão da inércia, após a interrupção ou suspensão do processo, ela não ocorreu no caso dos autos, por ter sido praticada uma sucessão de atos tanto pelo Tribunal de Contas da União, como pelo impetrante (pedido de reexame e embargos de declaração, entre outros), seja desde o início na TC n. 010.462/2004-1, seja após a suspensão do feito na TC n. 008.754/2004-4. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 66 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF Então, somente após o julgamento da TC n. 010.462/2004-1 teve início a regular tramitação da TC n. 008.754/2004-4, que culminou na prolação do ato impugnado. A três, ante a inexistência de descumprimento do art. 1... da Lei n. 12.016/2009, do art. 5..., LIV e LV, da Constituição de 1988 e da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante). Nesse ponto, deve ser ressaltado que “O indeferimento do mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (‘pas de nullité sans grief’) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal.” (grifei). Portanto, o ato de contratação irregular objeto do julgamento das contas prestadas pelo impetrante referentes ao ano de 2003 (TC n. 008.754/2004-4) é o mesmo daquele apurado na TC n. 010.462/2004-1, processo em que o impetrante exerceu o contraditório e a ampla defesa, com os recursos inerentes ao procedimento. Assim, parece-me razoável o entendimento da decisão impugnada, no que denegada a segurança ao fundamento da ausência de demonstração de prejuízo à ampla defesa e ao contraditório. Além disso, a decisão monocrática formalizada pela eminente Relatora se amparou no entendimento, consolidado neste Tribunal, no sentido de que o exercício da ampla defesa e do contraditório no âmbito da Corte de Contas pode se dar em processos distintos, desde que se trate dos mesmos fatos, o que é caso dos autos, conforme se vê da transcrição a 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Então, somente após o julgamento da TC n. 010.462/2004-1 teve início a regular tramitação da TC n. 008.754/2004-4, que culminou na prolação do ato impugnado. A três, ante a inexistência de descumprimento do art. 1... da Lei n. 12.016/2009, do art. 5..., LIV e LV, da Constituição de 1988 e da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante). Nesse ponto, deve ser ressaltado que “O indeferimento do mandado de segurança deu-se por duplo fundamento: ausência de demonstração de efetivo prejuízo à ampla defesa e ao contraditório do impetrante (‘pas de nullité sans grief’) e suficiente motivação das decisões do Tribunal de Contas da União, proferidas com fundamento em súmula daquele órgão administrativo e em precedentes deste Supremo Tribunal.” (grifei). Portanto, o ato de contratação irregular objeto do julgamento das contas prestadas pelo impetrante referentes ao ano de 2003 (TC n. 008.754/2004-4) é o mesmo daquele apurado na TC n. 010.462/2004-1, processo em que o impetrante exerceu o contraditório e a ampla defesa, com os recursos inerentes ao procedimento. Assim, parece-me razoável o entendimento da decisão impugnada, no que denegada a segurança ao fundamento da ausência de demonstração de prejuízo à ampla defesa e ao contraditório. Além disso, a decisão monocrática formalizada pela eminente Relatora se amparou no entendimento, consolidado neste Tribunal, no sentido de que o exercício da ampla defesa e do contraditório no âmbito da Corte de Contas pode se dar em processos distintos, desde que se trate dos mesmos fatos, o que é caso dos autos, conforme se vê da transcrição a 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 67 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF seguir: Como enfatizado no Acórdão TCU n. 1.298, “a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação” (fl. 17, e-doc. 39). 11. Nesse mesmo sentido, decidi, na Primeira Turma deste Supremo Tribunal, o Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, em que igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem isoladamente insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF seguir: Como enfatizado no Acórdão TCU n. 1.298, “a garantia do contraditório e da ampla defesa deve ser observada em relação a fatos imputados aos jurisdicionados, não se encontrando vinculada a um processo específico. Pouco importa se a matéria vai ser tratada em processo de contas anual, em tomada de contas especial ou em representação” (fl. 17, e-doc. 39). 11. Nesse mesmo sentido, decidi, na Primeira Turma deste Supremo Tribunal, o Mandado de Segurança n. 30.322, de minha relatoria, em que igualmente analisada alegação de cerceamento de defesa de impetrante, em desfavor do qual o Tribunal de Contas da União se utilizara de elementos fáticos apurados em processos distintos, ultimados naquele órgão de controle: Ao examinar as Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, o Tribunal de Contas da União rejeitou as justificativas e as alegações da defesa apresentadas pelo Impetrante e por outros ex-gestores da Dataprev e, em razão das irregularidades constatadas, aplicou-lhes multas que totalizaram R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ao analisar o Processo TC n. 009.880/2004-9, cujo objeto não se limitava aos fatos específicos examinados naquelas tomadas de contas, mas se referia ao conjunto de todos os atos praticados pelos ex-gestores no exercício de 2003, a autoridade apontada como coatora decidiu que a sucessão de irregularidades constatadas no período exigia a inabilitação dos gestores responsáveis. Embora as irregularidades inicialmente apuradas nas Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8 fossem isoladamente insuficientes para a aplicação de uma sanção mais severa que a imposição de multa, o conjunto dessas irregularidades, no entendimento do Tribunal de Contas da União, foi suficiente para macular a gestão da Dataprev no período e ensejar a inabilitação de seus ex-gestores. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 68 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. [...] Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. 5. Não procede, de igual modo, o argumento segundo o qual as penas de multa aplicadas nessas tomadas de contas especiais impediriam a aplicação de nova pena no julgamento do Processo TC n. 009.880/2004-9. Isso porque o objeto de exame desses processos foi distinto. A quatro, por ser incabível o argumento segundo o qual, uma vez prestadas as contas no ano de 2003, os acórdãos n. 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018 teriam sido prolatados mais de treze anos depois da ocorrência dos fatos, dada a alegada ausência de interrupção da prescrição. A decisão recorrida ressaltou a aplicação, no caso, do art. 2..., II, da Lei n. 9.873/1999, que prevê a interrupção da prescrição por “qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato”. Na hipótese, houve a instrução regular da TC n. 010.462/2004-1 um ano após os fatos tidos por irregulares, conforme se vê do item 7 da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 4. Essa sanção não teve suporte em fatos ou imputações novas sobre as quais o Impetrante não exerceu as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Ao contrário, respaldou-se apenas nos fatos que já haviam sido exaustivamente analisados e discutidos em processos anteriores, cujas conclusões não poderiam mais ser desconstituídas, e no juízo de que a sucessão de irregularidades praticadas ao longo de 2003 seria grave e reclamaria a inabilitação dos responsáveis para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. [...] Não há que se falar, portanto, em desrespeito ao contraditório e à ampla defesa, pois não poderia o Impetrante rediscutir os fatos e as irregularidades constatadas no julgamento das Tomadas de Contas Especiais n. 004.020/2004-4 e 012.633/2005-8, cujas decisões não eram mais passíveis de impugnação. 5. Não procede, de igual modo, o argumento segundo o qual as penas de multa aplicadas nessas tomadas de contas especiais impediriam a aplicação de nova pena no julgamento do Processo TC n. 009.880/2004-9. Isso porque o objeto de exame desses processos foi distinto. A quatro, por ser incabível o argumento segundo o qual, uma vez prestadas as contas no ano de 2003, os acórdãos n. 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018 teriam sido prolatados mais de treze anos depois da ocorrência dos fatos, dada a alegada ausência de interrupção da prescrição. A decisão recorrida ressaltou a aplicação, no caso, do art. 2..., II, da Lei n. 9.873/1999, que prevê a interrupção da prescrição por “qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato”. Na hipótese, houve a instrução regular da TC n. 010.462/2004-1 um ano após os fatos tidos por irregulares, conforme se vê do item 7 da 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 69 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF decisão proferida nos embargos de declaração, que integra aquele pronunciamento denegatório da ordem: 7. Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei Nacional 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2... se prevê: “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9: [...] Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU- Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF decisão proferida nos embargos de declaração, que integra aquele pronunciamento denegatório da ordem: 7. Tampouco há omissão quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva do Tribunal de Contas da União, matéria decidida não com fundamento em prazo regimental para cumprimento de diligências naquele órgão, mas na Lei Nacional 9.873/1999, em cujo inc. II do art. 2... se prevê: “interrompe-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato inequívoco que importe a apuração do fato”, consubstanciados, na espécie, pelos subsequentes acórdãos condenatórios proferidos na Tomada de Contas n. 010.462/2004-1, posteriormente carreados pela Tomada de Contas Simplificada n. 008.754/2004-9: [...] Os atos irregulares foram praticados em 13/09/2003, data da contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC), ou seja, à luz do Código Civil de 2002, que estabelece o prazo decenal para a prescrição, contado da data da prática dos atos. 19. Por outro lado, a tomada de contas especial que deu origem ao Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara, ora impugnado, foi autuada em 15/06/2004 (doc. 07). 20. Não se pode olvidar, ainda, que a prescrição é interrompida, dentre outros motivos, pelo despacho que ordena a notificação do responsável, a qual efetivamente ocorreu em 17/06/2005 (doc. 08). O citado Acórdão n. 1.441/2016-TCU-Plenário reforçou esse entendimento e esclareceu que a interrupção se dá pelo ato que ordenar a citação. 23. Posteriormente, a prescrição foi novamente interrompida com o exercício do poder punitivo ocorrido em 18/08/2010, data da prolação do Acórdão 2.060/2010-TCU- Plenário (doc. 04), que condenou o impetrante pelas irregularidades verificadas, tendo sido ainda julgados recursos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 70 de 82 Voto - MIN. NUNES MARQUES MS 35883 ED-AGR / DF por meio do Acórdão 1.178/2014-TCUPlenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara. Portanto, estavam em tramitação no Tribunal de Contas da União a TC n. 010.462/2004-1 e a TC n. 008.754/2004-4. Os autos correspondentes à última delas foram sobrestados de 22 de fevereiro de 2006 a 23 de fevereiro de 2016, pois sua análise dependia da apuração de fato constante do primeiro processo e que ocorrera no ano de 2003 (contratação sem licitação de entidade). Analisada a TC n. 010.462/2004-1, imediatamente e sem que se ultrapassasse o prazo de prescrição, retomou-se o exame da TC n. 008.754/2004-4 (apreciação das contas do ano de 2003), que levou em conta a análise de ato ocorrido 2003 (contratação sem licitação de entidade) e que culminou na prolação do ato impugnado. Em face do exposto, acompanhando a Relatora no voto proferido, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF por meio do Acórdão 1.178/2014-TCUPlenário e Acórdão 1.780/2015-TCU-Plenário. 24. Somente a partir desse momento é que o TCU pôde passar à análise e julgamento das contas do impetrante, o que ocorreu em 2016, por meio do Acórdão 1.289/2016-TCU-1... Câmara. Portanto, estavam em tramitação no Tribunal de Contas da União a TC n. 010.462/2004-1 e a TC n. 008.754/2004-4. Os autos correspondentes à última delas foram sobrestados de 22 de fevereiro de 2006 a 23 de fevereiro de 2016, pois sua análise dependia da apuração de fato constante do primeiro processo e que ocorrera no ano de 2003 (contratação sem licitação de entidade). Analisada a TC n. 010.462/2004-1, imediatamente e sem que se ultrapassasse o prazo de prescrição, retomou-se o exame da TC n. 008.754/2004-4 (apreciação das contas do ano de 2003), que levou em conta a análise de ato ocorrido 2003 (contratação sem licitação de entidade) e que culminou na prolação do ato impugnado. Em face do exposto, acompanhando a Relatora no voto proferido, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6925-D791-B1D2-993F e senha 6272-17A0-3A1F-680A Inteiro Teor do Acórdão - Página 71 de 82 Voto - MIN. EDSON FACHIN 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Presidente, cumprimento Vossa Excelência, a eminente Ministra-Relatora e os eminentes Pares. Creio que a matéria já está muito bem delimitada, quer pelo voto, hoje reiterado, da eminente Ministra Cármen Lúcia, quer pelo também substancioso voto que abre divergência. Como se percebeu, a divergência não está no que concerne à alegada prescrição intercorrente nos procedimentos administrativos - aqui, o eminente Ministro Gilmar Mendes acompanha a eminente Ministra Cármen Lúcia. A dissonância está na compreensão concreta da incidência do princípio e não em abstrato da observância do princípio do contraditório e da ampla defesa, ou seja, está na projeção, neste caso especificamente, desse princípio. Das teses aqui vertidas, Senhor Presidente e eminentes Pares, restou a minha convicção firmada no sentido de pedir vênia à divergência para acompanhar o voto de Sua Excelência a eminente Ministra-Relatora. É como voto, Senhor Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4561-83CE-BD55-477F e senha 2D27-5B51-BDE4-BB89 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Presidente, cumprimento Vossa Excelência, a eminente Ministra-Relatora e os eminentes Pares. Creio que a matéria já está muito bem delimitada, quer pelo voto, hoje reiterado, da eminente Ministra Cármen Lúcia, quer pelo também substancioso voto que abre divergência. Como se percebeu, a divergência não está no que concerne à alegada prescrição intercorrente nos procedimentos administrativos - aqui, o eminente Ministro Gilmar Mendes acompanha a eminente Ministra Cármen Lúcia. A dissonância está na compreensão concreta da incidência do princípio e não em abstrato da observância do princípio do contraditório e da ampla defesa, ou seja, está na projeção, neste caso especificamente, desse princípio. Das teses aqui vertidas, Senhor Presidente e eminentes Pares, restou a minha convicção firmada no sentido de pedir vênia à divergência para acompanhar o voto de Sua Excelência a eminente Ministra-Relatora. É como voto, Senhor Presidente. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4561-83CE-BD55-477F e senha 2D27-5B51-BDE4-BB89 Inteiro Teor do Acórdão - Página 72 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Vogal): Bem examinados os autos da impetração, observo que seu objeto diz respeito aos acórdãos 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018 do Tribunal de Contas da União, por meio dos quais foram julgadas irregulares as contas de Humberto Falcão Martins, ora impetrante, por atos praticados no cargo de Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em decorrência de prática de ato antieconômico caracterizado no âmbito do Tomada de Contas Especial 010.462/2004-1. A Corte de Contas, portanto, julgou - no âmbito do Tomada de Contas Simplificada 008.754/2004-9 - irregulares as contas do impetrante (na condição de Secretário da Seges), no que toca ao exercício de 2003, em decorrência de supostas irregularidades na contratação do Movimento Brasil Competitivo – MBC (Projeto BRA 97/034-PNUD), apuradas no TC 010.462/2001-1, sem ter proporcionado, a meu sentir, o regular exercício do contraditório e da ampla defesa ao impetrante, sob justificativa de que o exercício de tais premissas já teria sido a ele oportunizado quando do julgamento do acima aludido TC 010.462/2001-1. Para melhor exame da controvérsia, transcrevo a ementa do acórdão 1.289/2016, que tratou da questão de mérito, verbis: “VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas simplificada referente ao exercício de 2003 da Secretaria de Gestão, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1... Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1..., Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL V O T O O Senhor Ministro Ricardo Lewandowski (Vogal): Bem examinados os autos da impetração, observo que seu objeto diz respeito aos acórdãos 1.289/2016, 1.496/2018 e 2.786/2018 do Tribunal de Contas da União, por meio dos quais foram julgadas irregulares as contas de Humberto Falcão Martins, ora impetrante, por atos praticados no cargo de Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em decorrência de prática de ato antieconômico caracterizado no âmbito do Tomada de Contas Especial 010.462/2004-1. A Corte de Contas, portanto, julgou - no âmbito do Tomada de Contas Simplificada 008.754/2004-9 - irregulares as contas do impetrante (na condição de Secretário da Seges), no que toca ao exercício de 2003, em decorrência de supostas irregularidades na contratação do Movimento Brasil Competitivo – MBC (Projeto BRA 97/034-PNUD), apuradas no TC 010.462/2001-1, sem ter proporcionado, a meu sentir, o regular exercício do contraditório e da ampla defesa ao impetrante, sob justificativa de que o exercício de tais premissas já teria sido a ele oportunizado quando do julgamento do acima aludido TC 010.462/2001-1. Para melhor exame da controvérsia, transcrevo a ementa do acórdão 1.289/2016, que tratou da questão de mérito, verbis: “VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas simplificada referente ao exercício de 2003 da Secretaria de Gestão, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1... Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1..., Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 73 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF inciso I; 16, incisos I, II e III, alínea ‘b’; 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/1992 e arts. 1..., inciso I; 207; 208; 209, inciso II; e 214, incisos I e II, do Regimento Interno, em: 9.1. levantar o sobrestamento dos presentes autos, em razão da existência de decisão definitiva no âmbito do TC 010.462/2004-1; [...] 9.4. julgar irregulares as contas de Humberto Falcão Martins, na condição de Secretário da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em face de ato antieconômico devidamente caracterizado no âmbito do TC 010.462/2004-1; e 9.5. dar ciência deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentam, à Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.” (doc. eletrônico 9, grifei) O voto condutor, da lavra do Ministro José Múcio Monteiro, assentou o seguinte: “1. A presente tomada de contas simplificada da Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, relativa ao exercício de 2003, obteve do controle interno opinião pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das ocorrências elencadas no item 2 do relatório precedente, apontadas em auditoria de gestão realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU): ‘2. O controle interno opinou pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das seguintes constatações apontadas no relatório de auditoria de gestão produzido pela Controladoria-Geral da União (CGU) (Relatório de Auditoria 140869 - peças 1, pp. 49/52, e 2, pp. 1-21): a) falta de economicidade na administração de sistema de informação; b) falta de indicadores que permitam medir a eficiência, eficácia e economicidade; c) execução dos programas de modo excessivamente autônomo e fragmentado, apresentando falhas 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF inciso I; 16, incisos I, II e III, alínea ‘b’; 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/1992 e arts. 1..., inciso I; 207; 208; 209, inciso II; e 214, incisos I e II, do Regimento Interno, em: 9.1. levantar o sobrestamento dos presentes autos, em razão da existência de decisão definitiva no âmbito do TC 010.462/2004-1; [...] 9.4. julgar irregulares as contas de Humberto Falcão Martins, na condição de Secretário da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em face de ato antieconômico devidamente caracterizado no âmbito do TC 010.462/2004-1; e 9.5. dar ciência deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentam, à Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.” (doc. eletrônico 9, grifei) O voto condutor, da lavra do Ministro José Múcio Monteiro, assentou o seguinte: “1. A presente tomada de contas simplificada da Secretaria de Gestão (Seges) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, relativa ao exercício de 2003, obteve do controle interno opinião pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das ocorrências elencadas no item 2 do relatório precedente, apontadas em auditoria de gestão realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU): ‘2. O controle interno opinou pela regularidade com ressalva das contas dos responsáveis, em face das seguintes constatações apontadas no relatório de auditoria de gestão produzido pela Controladoria-Geral da União (CGU) (Relatório de Auditoria 140869 - peças 1, pp. 49/52, e 2, pp. 1-21): a) falta de economicidade na administração de sistema de informação; b) falta de indicadores que permitam medir a eficiência, eficácia e economicidade; c) execução dos programas de modo excessivamente autônomo e fragmentado, apresentando falhas 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 74 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF de gerenciamento; d) impropriedades na execução do Programa de Modernização do Poder Executivo Federal – PMPEF (BRA/97/034); e) subutilização de produto adquirido; f) impropriedades no pagamento de diárias; g) impropriedades na contratação de instituição por dispensa de licitação; e h) falta de registro no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) de convênio celebrado e ausência de efetiva emissão de termos aditivos’. 2.Neste Tribunal, o julgamento do processo foi sobrestado em virtude da necessidade de se aguardar a apreciação da representação objeto do TC 010.462/2004-1, cujo desenvolvimento poderia ter influência sobre o juízo de mérito das contas. 3. O referido TC 010.462/2004-1 foi julgado nos termos do Acórdão 2.060/2010-TCU-P, concernente ao mérito da representação, bem como dos Acórdãos 1.178/2014-TCU-P, atinente a pedido de reexame interposto pelos responsáveis contra aquela deliberação, e 1.780/2015-TCU-P, relativo a embargos de declaração opostos contra essa última, nos quais o Tribunal considerou procedente a representação e rejeitou as razões de justificativa apresentadas pelo responsável Humberto Falcão Martins acerca de uma das ocorrências que lhe foram imputadas naquele processo, aplicando-lhe multa de R$ 10.000,00, por ato antieconômico. 4. Diante disso, a SecexFazenda apresenta instrução em que propõe, com a concordância do Medida Provisória/TCU, em suma: ‘[…] 4.5. ante os desdobramentos do TC 010.462/2004-1, julgar irregulares as contas de Humberto Falcão Martins. 5. Concordo na íntegra com o encaminhamento proposto. 6. A propósito do TC 010.462/2004-1, anoto que trata de representação formulada pelo Ministério Público junto ao TCU acerca de irregularidades na contratação do Movimento Brasil Competitivo – MBC, sem licitação, no âmbito do Projeto BRA 97/034-PNUD (Contrato 03/47-695), para otimização de processos de interesse do Governo Federal, no valor de R$ 1.500.000,00, em setembro de 2003.’ 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF de gerenciamento; d) impropriedades na execução do Programa de Modernização do Poder Executivo Federal – PMPEF (BRA/97/034); e) subutilização de produto adquirido; f) impropriedades no pagamento de diárias; g) impropriedades na contratação de instituição por dispensa de licitação; e h) falta de registro no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) de convênio celebrado e ausência de efetiva emissão de termos aditivos’. 2.Neste Tribunal, o julgamento do processo foi sobrestado em virtude da necessidade de se aguardar a apreciação da representação objeto do TC 010.462/2004-1, cujo desenvolvimento poderia ter influência sobre o juízo de mérito das contas. 3. O referido TC 010.462/2004-1 foi julgado nos termos do Acórdão 2.060/2010-TCU-P, concernente ao mérito da representação, bem como dos Acórdãos 1.178/2014-TCU-P, atinente a pedido de reexame interposto pelos responsáveis contra aquela deliberação, e 1.780/2015-TCU-P, relativo a embargos de declaração opostos contra essa última, nos quais o Tribunal considerou procedente a representação e rejeitou as razões de justificativa apresentadas pelo responsável Humberto Falcão Martins acerca de uma das ocorrências que lhe foram imputadas naquele processo, aplicando-lhe multa de R$ 10.000,00, por ato antieconômico. 4. Diante disso, a SecexFazenda apresenta instrução em que propõe, com a concordância do Medida Provisória/TCU, em suma: ‘[…] 4.5. ante os desdobramentos do TC 010.462/2004-1, julgar irregulares as contas de Humberto Falcão Martins. 5. Concordo na íntegra com o encaminhamento proposto. 6. A propósito do TC 010.462/2004-1, anoto que trata de representação formulada pelo Ministério Público junto ao TCU acerca de irregularidades na contratação do Movimento Brasil Competitivo – MBC, sem licitação, no âmbito do Projeto BRA 97/034-PNUD (Contrato 03/47-695), para otimização de processos de interesse do Governo Federal, no valor de R$ 1.500.000,00, em setembro de 2003.’ 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 75 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF […] 10. Convém assinalar que o contrato em questão, de valor igual a R$ 1.500.000,00, caso fosse integralmente executado, deve ser visto como de relativa materialidade no contexto de toda a gestão da Seges no ano de 2003, não apenas sob o aspecto de atingimento de metas e objetivos institucionais, mas também financeiro, já que as despesas da unidade no exercício montaram a R$ 8.655.345,00. Desse modo, a ocorrência apurada no TC 010.462/2004-1 pode ser considerada bastante para macular as contas do gestor. 11. Por fim, lembro que no TC 010.462/2004-1 já foi proporcionado ao responsável o exercício da ampla defesa e do contraditório, bem como que lhe foi aplicada sanção de multa, pelo que se tornam desnecessárias a adoção de tais medidas, para a mesma irregularidade, no presente processo” (doc. eletrônico 9). Pois bem. O art. 5..., LV, da Constituição Federal, estatui que todo litigante em processo judicial ou administrativo tem o direito de obter informações, manifestar-se nos autos e ter suas razões consideradas, além de poder contrapor qualquer prova produzida contra a sua pessoa. De seu lado, a Lei 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU) consigna o seguinte: “Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal: I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado; II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa ou recolher a quantia devida; III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa; IV - adotará outras medidas cabíveis” (grifei) 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF […] 10. Convém assinalar que o contrato em questão, de valor igual a R$ 1.500.000,00, caso fosse integralmente executado, deve ser visto como de relativa materialidade no contexto de toda a gestão da Seges no ano de 2003, não apenas sob o aspecto de atingimento de metas e objetivos institucionais, mas também financeiro, já que as despesas da unidade no exercício montaram a R$ 8.655.345,00. Desse modo, a ocorrência apurada no TC 010.462/2004-1 pode ser considerada bastante para macular as contas do gestor. 11. Por fim, lembro que no TC 010.462/2004-1 já foi proporcionado ao responsável o exercício da ampla defesa e do contraditório, bem como que lhe foi aplicada sanção de multa, pelo que se tornam desnecessárias a adoção de tais medidas, para a mesma irregularidade, no presente processo” (doc. eletrônico 9). Pois bem. O art. 5..., LV, da Constituição Federal, estatui que todo litigante em processo judicial ou administrativo tem o direito de obter informações, manifestar-se nos autos e ter suas razões consideradas, além de poder contrapor qualquer prova produzida contra a sua pessoa. De seu lado, a Lei 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU) consigna o seguinte: “Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal: I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado; II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa ou recolher a quantia devida; III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa; IV - adotará outras medidas cabíveis” (grifei) 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 76 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF Feitos estes registros, quanto ao pleito de reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva, observo que o writ não se encontra instruído com a documentação apta ao exame vertical dos marcos temporais necessários para a sua aferição, especialmente com a cópia integral dos processos de representação e de julgamento de contas. Quanto à alegação de ofensa à ampla defesa e ao contraditório, verifico que o TCU instaurou a Tomada de Contas Simplificada 008.754/2004-9 em 15/6/2004, para a análise das contas de responsabilidade do impetrante, enquanto titular da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, no exercício de 2003. Paralelamente, após formulada representação do Ministério Público na Corte de Contas, instaurou-se a Tomada de Contas 010.462/2004-1, para apurar “eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais)” (doc. eletrônico 1, fls. 3-4). A apuração tinha por objeto a veracidade das informações prestadas e, se fosse o caso, a identificação e responsabilização de agentes por eventuais prejuízos ao erário. Observo, outrossim, que nos autos da TCS 008.754/2004 houve parecer técnico pelas regularidades formais, com ressalvas, em relação às contas do exercício de 2003. Sobrestou-se, entretanto, a tramitação daquela TCS, até que fosse julgada a TC 010.462/2004-1, tendo em vista a necessidade de aguardar-se o deslinde de representação relativa ao mesmo exercício financeiro, conforme decisão do Ministro Marcos Vinicius Vilaça, datada de 22/2/2006 (doc. eletrônico 7). Ocorre que, somente 10 anos após determinado o seu sobrestamento - e com o término da TC 010.462/2004-1 -, aquela Corte julgou a TCS 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF Feitos estes registros, quanto ao pleito de reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva, observo que o writ não se encontra instruído com a documentação apta ao exame vertical dos marcos temporais necessários para a sua aferição, especialmente com a cópia integral dos processos de representação e de julgamento de contas. Quanto à alegação de ofensa à ampla defesa e ao contraditório, verifico que o TCU instaurou a Tomada de Contas Simplificada 008.754/2004-9 em 15/6/2004, para a análise das contas de responsabilidade do impetrante, enquanto titular da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, no exercício de 2003. Paralelamente, após formulada representação do Ministério Público na Corte de Contas, instaurou-se a Tomada de Contas 010.462/2004-1, para apurar “eventuais irregularidades em contratação, não precedida de licitação, realizada pela Secretaria de Gestão do MPOG, com uma OSCIP (Movimento Brasil Competitivo/MBC) em 13/09/2003 de valor global de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais)” (doc. eletrônico 1, fls. 3-4). A apuração tinha por objeto a veracidade das informações prestadas e, se fosse o caso, a identificação e responsabilização de agentes por eventuais prejuízos ao erário. Observo, outrossim, que nos autos da TCS 008.754/2004 houve parecer técnico pelas regularidades formais, com ressalvas, em relação às contas do exercício de 2003. Sobrestou-se, entretanto, a tramitação daquela TCS, até que fosse julgada a TC 010.462/2004-1, tendo em vista a necessidade de aguardar-se o deslinde de representação relativa ao mesmo exercício financeiro, conforme decisão do Ministro Marcos Vinicius Vilaça, datada de 22/2/2006 (doc. eletrônico 7). Ocorre que, somente 10 anos após determinado o seu sobrestamento - e com o término da TC 010.462/2004-1 -, aquela Corte julgou a TCS 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 77 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF 008.754/2004-9, em sessão realizada em 23/2/2016, sem que o impetrante fosse instado a exercer o seu direito de contraditório e ampla defesa. Aliás, somente houve ciência desta decisão quando interposto o recurso de reconsideração (doc. eletrônico 10), cujo processamento foi admitido (docs. eletrônicos 11 e 12). Naquela oportunidade, o TCU julgou ser dispensável tomar a manifestação do ex-Secretário no processo de contas, tendo em vista que ele já havia sido ouvido no processo de representação conexo, conforme é possível inferir do Acórdão 1.496/2018, verbis: “[...] 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. [...] Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: 'O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito.' 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor”. (doc. eletrônico 9, grifei) Depreende-se do acórdão, portanto, que, apesar de assegurado o direito de ampla defesa quanto à imputação da infração, o impetrante não teve oportunidade de ver seus argumentos considerados pelo órgão julgador quanto ao impacto da infração sobre a regularidade das contas 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF 008.754/2004-9, em sessão realizada em 23/2/2016, sem que o impetrante fosse instado a exercer o seu direito de contraditório e ampla defesa. Aliás, somente houve ciência desta decisão quando interposto o recurso de reconsideração (doc. eletrônico 10), cujo processamento foi admitido (docs. eletrônicos 11 e 12). Naquela oportunidade, o TCU julgou ser dispensável tomar a manifestação do ex-Secretário no processo de contas, tendo em vista que ele já havia sido ouvido no processo de representação conexo, conforme é possível inferir do Acórdão 1.496/2018, verbis: “[...] 12. De início, gostaria de ressaltar que, na última década, consolidou-se o entendimento acerca da desnecessidade de novo contraditório nos processos de contas anuais quando, em outros autos, já houver sido ofertado o contraditório e a ampla defesa em relação aos mesmos fatos. [...] Por se tratar de tema reiterado que já se encontra pacificado neste Tribunal, houve, inclusive, a edição da Súmula TCU 288, que tem a seguinte redação: 'O julgamento pela irregularidade de contas ordinárias ou extraordinárias prescinde de nova audiência ou citação em face de irregularidades pelas quais o responsável já tenha sido ouvido em outro processo no qual lhe tenha sido aplicada multa ou imputado débito.' 13. A súmula corresponde exatamente ao caso prático ora em apreciação. O recorrente foi ouvido em audiência no TC 010.462/2004-1 em razão do preço excessivo pago na primeira fase dos processos de otimização, bem como em decorrência da simplicidade e superficialidade dos elementos produzidos. Esse mesmo fato – e só ele – foi utilizado no acórdão recorrido para fundamentar a irregularidade das contas do gestor”. (doc. eletrônico 9, grifei) Depreende-se do acórdão, portanto, que, apesar de assegurado o direito de ampla defesa quanto à imputação da infração, o impetrante não teve oportunidade de ver seus argumentos considerados pelo órgão julgador quanto ao impacto da infração sobre a regularidade das contas 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 78 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF do exercício financeiro, especialmente se considerado que o julgamento de contas é marcado por duas distintas fases: (i) uma relativa ao reconhecimento da existência ou não de irregularidades; e (ii) a segunda na qual formula-se o juízo sobre a repercussão das infrações sobre as contas de todo o exercício. Neste cenário, entendo que não foi oportunizado ao gestor, cujas contas estão sendo submetidas à apreciação da Corte de Contas, o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa, com vistas a infirmar os fundamentos do juízo de prelibação quanto à autoria e à materialidade de todos os danos que lhe estão sendo imputados. Com efeito, considerada a essencialidade da garantia constitucional da plenitude de defesa e do contraditório, a Constituição da República estabelece, em seu art. 5..., LIV e LV, que ninguém pode ser privado de sua liberdade, de seus bens ou de seus direitos sem o devido processo legal, notadamente naqueles casos em que se viabilize a possibilidade de imposição de medidas consubstanciadoras de limitação de direitos. A jurisprudência pátria, especialmente a do Supremo Tribunal Federal, tem reafirmado o caráter fundamental do princípio da plenitude de defesa, instituída em favor de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada. Tal prerrogativa traduz uma condicionante ao exercício da atividade estatal, ainda que em sede materialmente administrativa, sob pena de nulidade da própria medida restritiva de direitos, seja ela punitiva ou não. Vide, em especial, o que decidido na ACO 2.131-AgR/MT, da qual foi relator o Ministro Celso de Mello, verbis: “AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA (…) CAUC/SIAFI INCLUSÃO, NESSE CADASTRO FEDERAL, DE ESTADOMEMBRO (POR EFEITO DE AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS REFERENTE A CONVÊNIO 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF do exercício financeiro, especialmente se considerado que o julgamento de contas é marcado por duas distintas fases: (i) uma relativa ao reconhecimento da existência ou não de irregularidades; e (ii) a segunda na qual formula-se o juízo sobre a repercussão das infrações sobre as contas de todo o exercício. Neste cenário, entendo que não foi oportunizado ao gestor, cujas contas estão sendo submetidas à apreciação da Corte de Contas, o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa, com vistas a infirmar os fundamentos do juízo de prelibação quanto à autoria e à materialidade de todos os danos que lhe estão sendo imputados. Com efeito, considerada a essencialidade da garantia constitucional da plenitude de defesa e do contraditório, a Constituição da República estabelece, em seu art. 5..., LIV e LV, que ninguém pode ser privado de sua liberdade, de seus bens ou de seus direitos sem o devido processo legal, notadamente naqueles casos em que se viabilize a possibilidade de imposição de medidas consubstanciadoras de limitação de direitos. A jurisprudência pátria, especialmente a do Supremo Tribunal Federal, tem reafirmado o caráter fundamental do princípio da plenitude de defesa, instituída em favor de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada. Tal prerrogativa traduz uma condicionante ao exercício da atividade estatal, ainda que em sede materialmente administrativa, sob pena de nulidade da própria medida restritiva de direitos, seja ela punitiva ou não. Vide, em especial, o que decidido na ACO 2.131-AgR/MT, da qual foi relator o Ministro Celso de Mello, verbis: “AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA (…) CAUC/SIAFI INCLUSÃO, NESSE CADASTRO FEDERAL, DE ESTADOMEMBRO (POR EFEITO DE AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS REFERENTE A CONVÊNIO 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 79 de 82 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI MS 35883 ED-AGR / DF CELEBRADO COM A UNIÃO FEDERAL) SEM QUE SE TENHA PROCEDIDO À PRÉVIA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL A QUESTÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, NOTADAMENTE AQUELES DE CARÁTER PROCEDIMENTAL, TITULARIZADOS PELAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO POSSIBILIDADE DE INVOCAÇÃO, PELAS ENTIDADES ESTATAIS, EM SEU FAVOR, DA GARANTIA DO DUE PROCESS OF LAW VIOLAÇÃO AO POSTULADO CONSTITUCIONAL DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (TAMBÉM APLICÁVEL AOS PROCEDIMENTOS DE CARÁTER MERAMENTE ADMINISTRATIVO) (...) A QUESTÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, NOTADAMENTE AQUELES DE CARÁTER PROCEDIMENTAL, TITULARIZADOS PELAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO. [...] A imposição de restrições de ordem jurídica pelo Estado, quer se concretize na esfera judicial, quer se realize no âmbito estritamente administrativo, supõe, para legitimar-se constitucionalmente, o efetivo respeito, pelo Poder Público, da garantia indisponível do due process of law, assegurada, pela Constituição da República (art. 5..., LIIV), à generalidade das pessoas, inclusive às próprias pessoas jurídicas de direito público, eis que o Estado, em tema de limitação ou supressão de direitos, não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva e arbitrária.” (grifei). Em face do exposto, pedindo vênia à Ministra relatora, voto pelo provimento do agravo regimental interposto pelo impetrante, concedendo-se a ordem buscada no presente writ. É como voto. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Supremo Tribunal Federal MS 35883 ED-AGR / DF CELEBRADO COM A UNIÃO FEDERAL) SEM QUE SE TENHA PROCEDIDO À PRÉVIA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL A QUESTÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, NOTADAMENTE AQUELES DE CARÁTER PROCEDIMENTAL, TITULARIZADOS PELAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO POSSIBILIDADE DE INVOCAÇÃO, PELAS ENTIDADES ESTATAIS, EM SEU FAVOR, DA GARANTIA DO DUE PROCESS OF LAW VIOLAÇÃO AO POSTULADO CONSTITUCIONAL DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (TAMBÉM APLICÁVEL AOS PROCEDIMENTOS DE CARÁTER MERAMENTE ADMINISTRATIVO) (...) A QUESTÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, NOTADAMENTE AQUELES DE CARÁTER PROCEDIMENTAL, TITULARIZADOS PELAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO. [...] A imposição de restrições de ordem jurídica pelo Estado, quer se concretize na esfera judicial, quer se realize no âmbito estritamente administrativo, supõe, para legitimar-se constitucionalmente, o efetivo respeito, pelo Poder Público, da garantia indisponível do due process of law, assegurada, pela Constituição da República (art. 5..., LIIV), à generalidade das pessoas, inclusive às próprias pessoas jurídicas de direito público, eis que o Estado, em tema de limitação ou supressão de direitos, não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva e arbitrária.” (grifei). Em face do exposto, pedindo vênia à Ministra relatora, voto pelo provimento do agravo regimental interposto pelo impetrante, concedendo-se a ordem buscada no presente writ. É como voto. 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1145-4E33-71E2-6481 e senha 4CB7-E28B-154E-1038 Inteiro Teor do Acórdão - Página 80 de 82 Aditamento ao Voto 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL ADITAMENTO AO VOTO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Eu tenho entendido, Senhor Presidente, que o Tribunal de Contas tem prestado um notável serviço ao País, no que diz respeito ao enfrentamento aos malfeitos, à malversação de recursos públicos. No entanto, a atividade do TCU precisa forçosamente amoldar-se aos cânones da Constituição Federal, sobretudo àqueles princípios basilares que dizem respeito à ampla defesa e ao contraditório. Ainda que assim não fosse, Senhor Presidente, eu lembro que o novo Código de Processo Civil, em boa hora, estabeleceu, no art. 5..., que os seus princípios e regras aplicam-se aos processos administrativos, trabalhistas e eleitorais. E, como nós sabemos, esse novo Código de Processo Civil - isto consta expressamente da sua exposição de motivos - teve como escopo principal amoldar seus preceitos justamente a esses princípios fundamentais de defesa dos direitos e garantias do cidadão à processualística brasileira. Então, Senhor Presidente, mais uma vez pedindo vênia à Ministra Cármen Lúcia, acompanho, embora já sabendo vencido, o voto de Vossa Excelência. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F720-5AA4-CDF1-17E9 e senha 5893-572B-86F4-83C4 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 DISTRITO FEDERAL ADITAMENTO AO VOTO O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Eu tenho entendido, Senhor Presidente, que o Tribunal de Contas tem prestado um notável serviço ao País, no que diz respeito ao enfrentamento aos malfeitos, à malversação de recursos públicos. No entanto, a atividade do TCU precisa forçosamente amoldar-se aos cânones da Constituição Federal, sobretudo àqueles princípios basilares que dizem respeito à ampla defesa e ao contraditório. Ainda que assim não fosse, Senhor Presidente, eu lembro que o novo Código de Processo Civil, em boa hora, estabeleceu, no art. 5..., que os seus princípios e regras aplicam-se aos processos administrativos, trabalhistas e eleitorais. E, como nós sabemos, esse novo Código de Processo Civil - isto consta expressamente da sua exposição de motivos - teve como escopo principal amoldar seus preceitos justamente a esses princípios fundamentais de defesa dos direitos e garantias do cidadão à processualística brasileira. Então, Senhor Presidente, mais uma vez pedindo vênia à Ministra Cármen Lúcia, acompanho, embora já sabendo vencido, o voto de Vossa Excelência. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F720-5AA4-CDF1-17E9 e senha 5893-572B-86F4-83C4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 81 de 82 Extrato de Ata - 15/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) : JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA (286610/SP) ADV.(A/S) : THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI (235247/SP) AGDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto da Ministra Relatora, que negava provimento ao agravo regimental, pediu vista o Ministro Gilmar Mendes. Não participou, deste julgamento, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.2.2020 a 5.3.2020. Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencidos os Ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Presidência do Ministro Gilmar Mendes. 2... Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à sessão os Senhores Ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Subprocurador-Geral da República, Dr. Luiz Augusto Santos Lima. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AEF5-9E9D-EC6D-CFD1 e senha 6191-A7BE-3F5D-D500 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 35.883 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : HUMBERTO FALCAO MARTINS ADV.(A/S) : JULIANA TOLEDO FRANCA SUTER QUINALIA (286610/SP) ADV.(A/S) : THIAGO LOPES FERRAZ DONNINI (235247/SP) AGDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: Após o voto da Ministra Relatora, que negava provimento ao agravo regimental, pediu vista o Ministro Gilmar Mendes. Não participou, deste julgamento, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.2.2020 a 5.3.2020. Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora, vencidos os Ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Presidência do Ministro Gilmar Mendes. 2... Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à sessão os Senhores Ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Subprocurador-Geral da República, Dr. Luiz Augusto Santos Lima. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AEF5-9E9D-EC6D-CFD1 e senha 6191-A7BE-3F5D-D500 Inteiro Teor do Acórdão - Página 82 de 82
{ "JURISPRUDENCIA": [ "MS 35883 ED - AGR / DF", "MS 35883", "MS 35883 ED - AGR / DF", "MS n . 30 . 322", "Tomada", "MS 35883", "MS n . 30 . 322", "MS 35883 ED - AGR / DF", "Súmula n . 288 do Tribunal de Contas da União", "Acórdão TCU n . 1 . 298", "Mandado de Segurança n . 30 . 322", "Tomadas", "012", ".", "633", "/", "2005", "-", "Súmula n . 288 do Tribunal de Contas da União", "Acórdão TCU n . 1 . 298", "Mandado de Segurança n . 30 . 322", "MS 35883 ED - AGR / DF", "TC n . 009 . 880 / 2004 - 9", "TC 009 . 880 / 2004 -", "MS 35883", "TC n . 009 . 880 / 2004", "012", ".", "633", "/", "TC 009 . 880 / 2004 -", "MS 35883 ED - AGR / DF", "Tomadas", "012", ".", "633", "/", "2005", "-", "8", "MS n . 30 . 322", "MS n . 30 . 322", "MS 35883", "012", ".", "633", "/", "MS n . 30 . 322", "MS n . 30 . 322", "MS 35883 ED", "Acórdão n . 1 . 289 / 2016", "Súmula TCU n . 288", "Acórdãos 5 . 116 / 2014", "Súmula TCU 288", "MS 35883", "Acórdão n . 1 . 289 / 2016", "Tomada", "Súmula TCU n . 288", "Acórdãos 5 . 116 / 2014", "2", ".", "326", "2013", "Súmula TCU 288", "MS 35883 ED", "TC 010 . 462 / 2004 - 1", "Mandado de Segurança 30 . 322 / DF", "TC 010 . 462 / 2004 - 1", "Mandado de Segurança 30 . 322 / DF", "MS 35883 ED - AGR / DF", "Acórdão TCU n . 1 . 496 / 2018", "Tomada", "Tomada", "Acórdão n . 1 . 289 / 2016", "Tomada", "Acórdão TCU n . 2 . 060", "MS 35883", "Acórdão TCU n . 1 . 496 / 2018", "Acórdão n . 1 . 289 / 2016", "Acórdão TCU n", "Acórdão 1 . 289 / 2016 - TCU - 1 .", "Acórdão n . 1 . 441 / 2016 - TCU - Plenário", "Acórdão 2 . 060 / 2010", "Acórdão 1 . 178 / 2014 -", "Acórdão 1 . 780 / 2015", "Acórdão 1 . 289 / 2016", "Acórdão 1 . 289 / 2016 -", "Acórdão n . 1 . 441 / 2016", "Acórdão 2 . 060 / 2010 -", "Acórdão 1 . 178 / 2014", "Acórdão 1 . 780 / 2015", "Acórdão 1 . 289 / 2016 - TCU - 1 .", "MS 35883", "Processo n 008 . 754 / 2004 - 9", "Processo n 010 . 462 / 2004 - 1", "TCS n 008 . 754 / 2004 - 9", "Processo n 010 . 462 / 2004 - 1", "Processo n 008 . 754 / 2004 - 9", "Processo n 010 . 462 / 2004 - 1", "TCS n 008 . 754 / 2004 - 9", "Processo n 010 . 462 / 2004 - 1", "MS 35883 ED - AGR / DF", "acórdãos 1289 /", "Processo n 008 . 754 / 2004 - 9", "Processo n . 008 . 754 / 2004", "MS", "Processo n . 008 . 754 / 2004 - 9", "MS 35883 ED", "TC n . 010 . 462 / 2004 - 1", "Acórdão n 1 . 289 / 2016", "Acórdão n 2 . 060 / 2010 -", "Acórdão 1 . 178 / 2014 - TCU - Plenário", "Acórdão 1 . 780 / 2015 - TCU - Plenário ’ ”", "Acórdão 1 . 780 / 2015", "Acórdão n 1 . 289 / 2016 - TCU - 1 . . .", "MS 35883", "TC n . 010 . 462 / 2004", "Acórdão n 1 . 289 / 2016 - TCU - 1 .", "Acórdão n 2 . 060 / 2010 - TCUPlenário", "Acórdão 1 . 178 / 2014 - TCU - Plenário", "Acórdão 1 . 780 / 2015 - TCU - Plenário", "Acórdão 1 . 780 / 2015", "Acórdão n 1 . 289 / 2016", "MS 35883 ED - AGR / DF", "MS 35883", "Mandado de Segurança n . 27 . 751 ED", "Recurso Extraordinário com Agravo n . 1 . 232 . 326 AgR", "Mandado", "Mandado de Segurança n . 27 . 751 ED", "Mandado de Segurança n . 33 . 063", "Recurso Extraordinário com Agravo n . 1 . 232 . 326 AgR", "MS 35883", "MS 35883", "Acórdão n . 1 . 289 / 2016", "Acórdão n . 1 . 289 / 2016", "MS 35883", "Acórdão TCU n . 2 . 060 / 2010", "Acórdão TCU n . 1289", "Tomada", "Acórdão TCU n . 1 . 780", "TC 010 . 462 / 2004 - 1", "Acórdão TCU n . 2 . 060 / 2010", "Acórdão TCU n . 1289", "Acórdão TCU n . 1 . 780", "TC 010 . 462 / 2004 - 1", "TC 010 . 462 / 2004 - 1", "Acórdão 2 . 060 / 2010 - TCU - P", "Acórdãos 1 . 178 / 2014 -", "1 .", "780 / 2015 -", "Acórdão TCU n . 1 . 289", "Acórdão TCU n . 1 . 289", "TC 010 . 462 / 2004 - 1 . 5 . 4", "Acórdão 2 . 060 / 2010", "Acórdão 1 . 178 / 2014", "Acórdão n . 1 . 289 / 2016", "TC 010 . 462 / 2004 - 1", "Acórdão 2 . 060 / 2010 - TCU - P", "Acórdãos 1 . 178 / 2014", ".", "780", "/", "Acórdão TCU n . 1 . 289", "Acórdão TCU n . 1 . 289", "TC 010 . 462 / 2004 - 1", "Acórdão 2 . 060 / 2010", "Acórdão 1 . 178 / 2014 –", "Acórdão n . 1 . 289 / 2016", "Acórdão TCU n . 2 . 060 / 2010", "Acórdão 1 . 289 / 2016", "Acórdão n . 1 . 441 / 2016", "Acórdão 2 . 060 / 2010", "Acórdão 1 . 178 / 2014 -", "Acórdão 1 . 780 / 2015 -", "Acórdão TCU n . 2 . 060 / 2010", "Acórdão 1 . 289 / 2016", "Acórdão 2 . 060 / 2010", "Acórdão 1 . 178 / 2014", "Acórdão 1 . 780 / 2015", "Acórdão 1 . 289 / 2016", "Acórdão TCU n . 1 . 298", "Mandado de Segurança n . 30 . 322", "012", "TC n . 009 . 880 / 2004 - 9", "Acórdão 1 . 289 / 2016 - TCU - 1 . . . 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"Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição da República", "art . 71 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição da República", "art . 71 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "art . 12 , incisos II e III , da Lei 8 . 443 / 92", "Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União", "art . 12 , incisos II e III , da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União", "incisos II e III do art . 202 do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "art . 12 , incisos II e III , da Lei 8 . 443 / 92", "Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União", "art . 12 , incisos II e III , da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União", "incisos 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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) :MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR AGDO.(A/S) :SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) :PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO GENÉRICA DE VIOLAÇÃO A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. RECLAMAÇÃO NÃO CONHECIDA. 1. No caso, não se verifica qualquer hipótese de cabimento de reclamação constitucional, limitando-se a parte autora a afirmar, de forma genérica, que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. 2. Agravo regimental desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental na reclamação, nos termos do voto do Relator. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3353-82A2-4CC1-61B3 e senha 9ACC-EE77-1688-7798 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão RCL 47204 AGR / SP Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3353-82A2-4CC1-61B3 e senha 9ACC-EE77-1688-7798 Supremo Tribunal Federal RCL 47204 AGR / SP Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3353-82A2-4CC1-61B3 e senha 9ACC-EE77-1688-7798 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) :MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR AGDO.(A/S) :SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) :PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão por meio da qual não conheci da reclamação, por considerar ausente qualquer hipótese de cabimento desta via processual, tendo a parte autora se limitado a afirmar que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. O agravante reafirma os argumentos lançados na inicial, segundo os quais o ato reclamado importaria em inobservância a diversos princípios e direitos constitucionais – arts. 5º, XXXVI, e 37, caput, da Constituição Federal. Requer seja exercido o juízo de retratação e, ao fim, julgada procedente a reclamação. Dispensei a intimação da parte agravada, em homenagem ao princípio da celeridade processual uma vez ausente prejuízo (art. 6º c/c art. 9º do Código de Processo Civil). É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D032-A261-2859-7BCD e senha 838F-A3FC-58DE-3AFF Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) :MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR AGDO.(A/S) :SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) :PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão por meio da qual não conheci da reclamação, por considerar ausente qualquer hipótese de cabimento desta via processual, tendo a parte autora se limitado a afirmar que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. O agravante reafirma os argumentos lançados na inicial, segundo os quais o ato reclamado importaria em inobservância a diversos princípios e direitos constitucionais – arts. 5º, XXXVI, e 37, caput, da Constituição Federal. Requer seja exercido o juízo de retratação e, ao fim, julgada procedente a reclamação. Dispensei a intimação da parte agravada, em homenagem ao princípio da celeridade processual uma vez ausente prejuízo (art. 6º c/c art. 9º do Código de Processo Civil). É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D032-A261-2859-7BCD e senha 838F-A3FC-58DE-3AFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão ao recorrente. Eis a decisão por meio da qual não conheci do pedido da parte reclamante, nos seguintes termos: Trata-se de reclamação ajuizada por EDUARDO PHOLS em face da decisão proferida pela Turma do Colégio Recursal de ITAPETININGA/SP, nos autos do recurso inominado nº 1005703-63.2020.8.26.0269. Sustenta que o ato reclamado importa em violação a diversos princípios e direitos constitucionais (artigos 5º, inciso XXXVI, e 37, caput, todos da Constituição Federal). Alega na inicial o seguinte: “Assim, inafastável a necessidade de apreciação do poder Judiciário, quanto a aplicação do desconto compulsório instituído pelo Decreto 667/69 em seu art. 24 “c”, uma vez que a isenção anteriormente aplicada estava consolidada pelo ato jurídico perfeito, coisa julgada, direito adquirido, infringindo o novo desconto previdenciário o princípio da irredutibilidade dos vencimentos.” Pretende a cassação do ato reclamado a fim de assegurar a aplicação do preceito constante no julgamento do RE 495.341 AgR/MS, Relatora Ministra Ellen Gracie (DJE de 1º-10-2010). É o relatório, no essencial. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão ao recorrente. Eis a decisão por meio da qual não conheci do pedido da parte reclamante, nos seguintes termos: Trata-se de reclamação ajuizada por EDUARDO PHOLS em face da decisão proferida pela Turma do Colégio Recursal de ITAPETININGA/SP, nos autos do recurso inominado nº 1005703-63.2020.8.26.0269. Sustenta que o ato reclamado importa em violação a diversos princípios e direitos constitucionais (artigos 5º, inciso XXXVI, e 37, caput, todos da Constituição Federal). Alega na inicial o seguinte: “Assim, inafastável a necessidade de apreciação do poder Judiciário, quanto a aplicação do desconto compulsório instituído pelo Decreto 667/69 em seu art. 24 “c”, uma vez que a isenção anteriormente aplicada estava consolidada pelo ato jurídico perfeito, coisa julgada, direito adquirido, infringindo o novo desconto previdenciário o princípio da irredutibilidade dos vencimentos.” Pretende a cassação do ato reclamado a fim de assegurar a aplicação do preceito constante no julgamento do RE 495.341 AgR/MS, Relatora Ministra Ellen Gracie (DJE de 1º-10-2010). É o relatório, no essencial. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 47204 AGR / SP As hipóteses de cabimento da reclamação encontram-se previstas em rol taxativo constante do art. 988 do CPC, assim redigido: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I preservar a competência do tribunal; II garantir a autoridade das decisões do tribunal; III garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; IV garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência. A postulação ora em exame não se amolda a qualquer das hipóteses referidas pelo reclamante, pois não houve indicação, como fundamento de seu pedido, de qualquer precedente oriundo desta Corte dotado de efeito vinculante sobre os demais órgãos do Poder Judiciário ou situação configuradora de usurpação da competência deste Tribunal, limitando-se a assentar, de forma genérica, que a decisão judicial ora atacada viola preceitos constitucionais. Ademais, o Supremo Tribunal Federal consolidou sua jurisprudência no sentido de não se reconhecer de reclamação, quando se invoca, como paradigma, processo de índole subjetiva do qual não tenha sido parte o reclamante. Ilustram esse entendimento os seguintes acórdãos: Rcl 20.630-AgR/SP, Ministro Luiz Fux; Rcl 30.155- -AgR/SP, Ministro Celso de Mello; Rcl 34.646-AgR/RJ, Ministra Rosa Weber. Assim, considerando que o reclamante não figurou como parte no RE 495.341/MS, torna-se inviável a utilização de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Supremo Tribunal Federal RCL 47204 AGR / SP As hipóteses de cabimento da reclamação encontram-se previstas em rol taxativo constante do art. 988 do CPC, assim redigido: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I preservar a competência do tribunal; II garantir a autoridade das decisões do tribunal; III garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; IV garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência. A postulação ora em exame não se amolda a qualquer das hipóteses referidas pelo reclamante, pois não houve indicação, como fundamento de seu pedido, de qualquer precedente oriundo desta Corte dotado de efeito vinculante sobre os demais órgãos do Poder Judiciário ou situação configuradora de usurpação da competência deste Tribunal, limitando-se a assentar, de forma genérica, que a decisão judicial ora atacada viola preceitos constitucionais. Ademais, o Supremo Tribunal Federal consolidou sua jurisprudência no sentido de não se reconhecer de reclamação, quando se invoca, como paradigma, processo de índole subjetiva do qual não tenha sido parte o reclamante. Ilustram esse entendimento os seguintes acórdãos: Rcl 20.630-AgR/SP, Ministro Luiz Fux; Rcl 30.155- -AgR/SP, Ministro Celso de Mello; Rcl 34.646-AgR/RJ, Ministra Rosa Weber. Assim, considerando que o reclamante não figurou como parte no RE 495.341/MS, torna-se inviável a utilização de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 47204 AGR / SP referido julgamento como parâmetro de controle nesta reclamação. Ressalto, ainda, a firme orientação jurisprudencial deste Supremo Tribunal Federal no sentido de desautorizar a utilização da reclamação como sucedâneo de recursos. Ou seja, a decisão ora reclamada deve ser impugnada por meio das vias ordinárias e não pela via reclamatória, sob pena de caracterizar indevida supressão de instâncias (Rcl 43.302/RJ, Ricardo Lewandowski, Rcl 42.046-AgR/SP, Ministra Rosa Weber; Rcl 40.331-AgR/GO, Edson Fachin). Por todo o exposto, não conheço da presente reclamação. Verifico que as alegações da parte decorrem de mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal. Com efeito, conforme a supracitada fundamentação do ato, no caso, não se constata qualquer hipótese de cabimento de reclamação constitucional. Destacou-se, no pronunciamento recorrido, que não houve indicação de precedente oriundo desta Corte dotado de efeito vinculante sobre os demais órgãos do Poder Judiciário ou situação configuradora de usurpação da competência do Supremo, limitando-se a parte a assentar, de forma genérica, que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. A parte agravante limitou-se a reafirmar os argumentos lançados na inicial, que não são aptos a infirmar o pronunciamento. Em face do exposto, nego provimento ao agravo. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Supremo Tribunal Federal RCL 47204 AGR / SP referido julgamento como parâmetro de controle nesta reclamação. Ressalto, ainda, a firme orientação jurisprudencial deste Supremo Tribunal Federal no sentido de desautorizar a utilização da reclamação como sucedâneo de recursos. Ou seja, a decisão ora reclamada deve ser impugnada por meio das vias ordinárias e não pela via reclamatória, sob pena de caracterizar indevida supressão de instâncias (Rcl 43.302/RJ, Ricardo Lewandowski, Rcl 42.046-AgR/SP, Ministra Rosa Weber; Rcl 40.331-AgR/GO, Edson Fachin). Por todo o exposto, não conheço da presente reclamação. Verifico que as alegações da parte decorrem de mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal. Com efeito, conforme a supracitada fundamentação do ato, no caso, não se constata qualquer hipótese de cabimento de reclamação constitucional. Destacou-se, no pronunciamento recorrido, que não houve indicação de precedente oriundo desta Corte dotado de efeito vinculante sobre os demais órgãos do Poder Judiciário ou situação configuradora de usurpação da competência do Supremo, limitando-se a parte a assentar, de forma genérica, que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. A parte agravante limitou-se a reafirmar os argumentos lançados na inicial, que não são aptos a infirmar o pronunciamento. Em face do exposto, nego provimento ao agravo. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) : MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR (217992/SP) AGDO.(A/S) : SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) : PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BEDB-6565-7B7D-5523 e senha 5F51-B2BD-68C6-BEB4 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) : MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR (217992/SP) AGDO.(A/S) : SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) : PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BEDB-6565-7B7D-5523 e senha 5F51-B2BD-68C6-BEB4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757410600
2021-08-17T00:00:00
2021-09-23T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO
EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO GENÉRICA DE VIOLAÇÃO A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. RECLAMAÇÃO NÃO CONHECIDA. 1. No caso, não se verifica qualquer hipótese de cabimento de reclamação constitucional, limitando-se a parte autora a afirmar, de forma genérica, que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. 2. Agravo regimental desprovido.
sjur453128
- Acórdão(s) citado(s): (RECLAMAÇÃO, SUCEDÂNEO, RECURSO) Rcl 40331 AgR (2ªT), Rcl 43302 AgR (2ªT), Rcl 42046 AgR (1ªT). Número de páginas: 7. Análise: 16/03/2022, MAF.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
47204
null
Rcl-AgR
acordaos
Rcl 47204 AgR
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AGTE.(S) : EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) : MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR AGDO.(A/S) : SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) : PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) :MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR AGDO.(A/S) :SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) :PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO GENÉRICA DE VIOLAÇÃO A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. RECLAMAÇÃO NÃO CONHECIDA. 1. No caso, não se verifica qualquer hipótese de cabimento de reclamação constitucional, limitando-se a parte autora a afirmar, de forma genérica, que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. 2. Agravo regimental desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental na reclamação, nos termos do voto do Relator. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3353-82A2-4CC1-61B3 e senha 9ACC-EE77-1688-7798 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão RCL 47204 AGR / SP Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3353-82A2-4CC1-61B3 e senha 9ACC-EE77-1688-7798 Supremo Tribunal Federal RCL 47204 AGR / SP Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3353-82A2-4CC1-61B3 e senha 9ACC-EE77-1688-7798 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) :MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR AGDO.(A/S) :SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) :PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão por meio da qual não conheci da reclamação, por considerar ausente qualquer hipótese de cabimento desta via processual, tendo a parte autora se limitado a afirmar que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. O agravante reafirma os argumentos lançados na inicial, segundo os quais o ato reclamado importaria em inobservância a diversos princípios e direitos constitucionais – arts. 5..., XXXVI, e 37, caput, da Constituição Federal. Requer seja exercido o juízo de retratação e, ao fim, julgada procedente a reclamação. Dispensei a intimação da parte agravada, em homenagem ao princípio da celeridade processual uma vez ausente prejuízo (art. 6... c/c art. 9... do Código de Processo Civil). É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D032-A261-2859-7BCD e senha 838F-A3FC-58DE-3AFF Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) :MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR AGDO.(A/S) :SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) :PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão por meio da qual não conheci da reclamação, por considerar ausente qualquer hipótese de cabimento desta via processual, tendo a parte autora se limitado a afirmar que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. O agravante reafirma os argumentos lançados na inicial, segundo os quais o ato reclamado importaria em inobservância a diversos princípios e direitos constitucionais – arts. 5..., XXXVI, e 37, caput, da Constituição Federal. Requer seja exercido o juízo de retratação e, ao fim, julgada procedente a reclamação. Dispensei a intimação da parte agravada, em homenagem ao princípio da celeridade processual uma vez ausente prejuízo (art. 6... c/c art. 9... do Código de Processo Civil). É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D032-A261-2859-7BCD e senha 838F-A3FC-58DE-3AFF Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão ao recorrente. Eis a decisão por meio da qual não conheci do pedido da parte reclamante, nos seguintes termos: Trata-se de reclamação ajuizada por EDUARDO PHOLS em face da decisão proferida pela Turma do Colégio Recursal de ITAPETININGA/SP, nos autos do recurso inominado n 1005703-63.2020.8.26.0269. Sustenta que o ato reclamado importa em violação a diversos princípios e direitos constitucionais (artigos 5..., inciso XXXVI, e 37, caput, todos da Constituição Federal). Alega na inicial o seguinte: “Assim, inafastável a necessidade de apreciação do poder Judiciário, quanto a aplicação do desconto compulsório instituído pelo Decreto 667/69 em seu art. 24 “c”, uma vez que a isenção anteriormente aplicada estava consolidada pelo ato jurídico perfeito, coisa julgada, direito adquirido, infringindo o novo desconto previdenciário o princípio da irredutibilidade dos vencimentos.” Pretende a cassação do ato reclamado a fim de assegurar a aplicação do preceito constante no julgamento do Recurso Extraordinário 495.341 AgR/MS, Relatora Ministra Ellen Gracie (DJE de 1...-10-2010). É o relatório, no essencial. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão ao recorrente. Eis a decisão por meio da qual não conheci do pedido da parte reclamante, nos seguintes termos: Trata-se de reclamação ajuizada por EDUARDO PHOLS em face da decisão proferida pela Turma do Colégio Recursal de ITAPETININGA/SP, nos autos do recurso inominado n 1005703-63.2020.8.26.0269. Sustenta que o ato reclamado importa em violação a diversos princípios e direitos constitucionais (artigos 5..., inciso XXXVI, e 37, caput, todos da Constituição Federal). Alega na inicial o seguinte: “Assim, inafastável a necessidade de apreciação do poder Judiciário, quanto a aplicação do desconto compulsório instituído pelo Decreto 667/69 em seu art. 24 “c”, uma vez que a isenção anteriormente aplicada estava consolidada pelo ato jurídico perfeito, coisa julgada, direito adquirido, infringindo o novo desconto previdenciário o princípio da irredutibilidade dos vencimentos.” Pretende a cassação do ato reclamado a fim de assegurar a aplicação do preceito constante no julgamento do Recurso Extraordinário 495.341 AgR/MS, Relatora Ministra Ellen Gracie (DJE de 1...-10-2010). É o relatório, no essencial. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 47204 AGR / SP As hipóteses de cabimento da reclamação encontram-se previstas em rol taxativo constante do art. 988 do Código de Processo Civil, assim redigido: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I preservar a competência do tribunal; II garantir a autoridade das decisões do tribunal; III garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; IV garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência. A postulação ora em exame não se amolda a qualquer das hipóteses referidas pelo reclamante, pois não houve indicação, como fundamento de seu pedido, de qualquer precedente oriundo desta Corte dotado de efeito vinculante sobre os demais órgãos do Poder Judiciário ou situação configuradora de usurpação da competência deste Tribunal, limitando-se a assentar, de forma genérica, que a decisão judicial ora atacada viola preceitos constitucionais. Ademais, o Supremo Tribunal Federal consolidou sua jurisprudência no sentido de não se reconhecer de reclamação, quando se invoca, como paradigma, processo de índole subjetiva do qual não tenha sido parte o reclamante. Ilustram esse entendimento os seguintes acórdãos: Rcl 20.630-AgR/SP, Ministro Luiz Fux; Rcl 30.155- -AgR/SP, Ministro Celso de Mello; Rcl 34.646-AgR/RJ, Ministra Rosa Weber. Assim, considerando que o reclamante não figurou como parte no Recurso Extraordinário 495.341/MS, torna-se inviável a utilização de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Supremo Tribunal Federal RCL 47204 AGR / SP As hipóteses de cabimento da reclamação encontram-se previstas em rol taxativo constante do art. 988 do Código de Processo Civil, assim redigido: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I preservar a competência do tribunal; II garantir a autoridade das decisões do tribunal; III garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; IV garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência. A postulação ora em exame não se amolda a qualquer das hipóteses referidas pelo reclamante, pois não houve indicação, como fundamento de seu pedido, de qualquer precedente oriundo desta Corte dotado de efeito vinculante sobre os demais órgãos do Poder Judiciário ou situação configuradora de usurpação da competência deste Tribunal, limitando-se a assentar, de forma genérica, que a decisão judicial ora atacada viola preceitos constitucionais. Ademais, o Supremo Tribunal Federal consolidou sua jurisprudência no sentido de não se reconhecer de reclamação, quando se invoca, como paradigma, processo de índole subjetiva do qual não tenha sido parte o reclamante. Ilustram esse entendimento os seguintes acórdãos: Rcl 20.630-AgR/SP, Ministro Luiz Fux; Rcl 30.155- -AgR/SP, Ministro Celso de Mello; Rcl 34.646-AgR/RJ, Ministra Rosa Weber. Assim, considerando que o reclamante não figurou como parte no Recurso Extraordinário 495.341/MS, torna-se inviável a utilização de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES RCL 47204 AGR / SP referido julgamento como parâmetro de controle nesta reclamação. Ressalto, ainda, a firme orientação jurisprudencial deste Supremo Tribunal Federal no sentido de desautorizar a utilização da reclamação como sucedâneo de recursos. Ou seja, a decisão ora reclamada deve ser impugnada por meio das vias ordinárias e não pela via reclamatória, sob pena de caracterizar indevida supressão de instâncias (Rcl 43.302/RJ, Ricardo Lewandowski, Rcl 42.046-AgR/SP, Ministra Rosa Weber; Rcl 40.331-AgR/GO, Edson Fachin). Por todo o exposto, não conheço da presente reclamação. Verifico que as alegações da parte decorrem de mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal. Com efeito, conforme a supracitada fundamentação do ato, no caso, não se constata qualquer hipótese de cabimento de reclamação constitucional. Destacou-se, no pronunciamento recorrido, que não houve indicação de precedente oriundo desta Corte dotado de efeito vinculante sobre os demais órgãos do Poder Judiciário ou situação configuradora de usurpação da competência do Supremo, limitando-se a parte a assentar, de forma genérica, que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. A parte agravante limitou-se a reafirmar os argumentos lançados na inicial, que não são aptos a infirmar o pronunciamento. Em face do exposto, nego provimento ao agravo. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Supremo Tribunal Federal RCL 47204 AGR / SP referido julgamento como parâmetro de controle nesta reclamação. Ressalto, ainda, a firme orientação jurisprudencial deste Supremo Tribunal Federal no sentido de desautorizar a utilização da reclamação como sucedâneo de recursos. Ou seja, a decisão ora reclamada deve ser impugnada por meio das vias ordinárias e não pela via reclamatória, sob pena de caracterizar indevida supressão de instâncias (Rcl 43.302/RJ, Ricardo Lewandowski, Rcl 42.046-AgR/SP, Ministra Rosa Weber; Rcl 40.331-AgR/GO, Edson Fachin). Por todo o exposto, não conheço da presente reclamação. Verifico que as alegações da parte decorrem de mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal. Com efeito, conforme a supracitada fundamentação do ato, no caso, não se constata qualquer hipótese de cabimento de reclamação constitucional. Destacou-se, no pronunciamento recorrido, que não houve indicação de precedente oriundo desta Corte dotado de efeito vinculante sobre os demais órgãos do Poder Judiciário ou situação configuradora de usurpação da competência do Supremo, limitando-se a parte a assentar, de forma genérica, que a decisão judicial atacada viola preceitos constitucionais. A parte agravante limitou-se a reafirmar os argumentos lançados na inicial, que não são aptos a infirmar o pronunciamento. Em face do exposto, nego provimento ao agravo. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AE62-DED6-6CD4-A07A e senha 9DD7-D98F-A58F-486F Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) : MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR (217992/SP) AGDO.(A/S) : SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) : PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BEDB-6565-7B7D-5523 e senha 5F51-B2BD-68C6-BEB4 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 47.204 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : EDUARDO PHOLS ADV.(A/S) : MARCIO CAMILO DE OLIVEIRA JUNIOR (217992/SP) AGDO.(A/S) : SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) : PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL DO COLÉGIO RECURSAL DE ITAPETININGA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BEDB-6565-7B7D-5523 e senha 5F51-B2BD-68C6-BEB4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECLAMAÇÃO 47 . 204", "RCL 47204 AGR / SP", "RCL", "RECLAMAÇÃO", "RECLAMAÇÃO 47 . 204 SÃO", "recurso inominado n 1005703 - 63 . 2020 . 8 . 26 . 0269", "Recurso Extraordinário 495 . 341 AgR / MS", "RECLAMAÇÃO 47 . 204", "recurso inominado n 1005703 - 63 . 2020 . 8 . 26 . 0269", "Recurso Extraordinário 495 . 341 AgR / MS", "RCL", "Rcl 20 . 630 - AgR / SP", "Rcl 30 . 155 - - AgR / SP", "Rcl 34 . 646 - AgR / RJ", "Recurso Extraordinário 495 . 341 / MS", "RCL 47204 AGR / SP", "Rcl 20 . 630 - AgR / SP", "Rcl 30 . 155 - - AgR / SP", "Rcl 34 . 646 - AgR / RJ", "Recurso Extraordinário 495 . 341 / MS", "RCL 47204 AGR / SP", "Rcl 43 . 302 / RJ", "Rcl 42 . 046 - AgR / SP", "Rcl 40 . 331 - AgR / GO", "43", ".", "302", "/", "RJ", "Rcl 42 . 046 - AgR / SP", "Rcl 40 . 331 - AgR / GO", "RECLAMAÇÃO", "RECLAMAÇÃO 47 . 204" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts", "art . 6 . . .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA E DE ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 1. Reclamação na qual se impugnou decisão que julgara encontrarem-se as matérias arguidas em exceção de pré-executividade superadas pelo trânsito em julgado. Ausência de estrita aderência entre o acórdão reclamado e o decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (RE 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). 2. O Código de Processo Civil prevê como requisito para o ajuizamento de reclamação por alegação de afronta a tese firmada em repercussão geral o exaurimento das instâncias ordinárias ( art. 988, § 5º, II, do CPC/2015). 3. Agravo interno a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Dias Toffoli, vencido o Ministro Alexandre de Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0794-2AA4-01E8-0E62 e senha AFF6-A9C5-1553-78F4 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 25 Ementa e Acórdão RCL 45658 AGR / RJ Moraes. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0794-2AA4-01E8-0E62 e senha AFF6-A9C5-1553-78F4 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ Moraes. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0794-2AA4-01E8-0E62 e senha AFF6-A9C5-1553-78F4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 25 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Trata-se de agravo interno para impugnar decisão por meio da qual neguei seguimento à reclamação, nos seguintes termos: “1. Trata-se de reclamação constitucional, com pedido liminar, ajuizada pela Light Serviços de Eletricidade S.A. em face de decisão da 21ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, proferida nos Autos nº 0000039- 33.2010.5.01.0021, que considerou superada pelo trânsito em julgado a matéria arguida em exceção de pré-executividade. 2. A parte reclamante sustenta a inexigibilidade do título executivo, tendo em conta que, em julgamento realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda, o Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou a constitucionalidade da terceirização de qualquer atividade empresarial, meio ou fim. Alega, assim, afronta às decisões da ADPF 324, da minha relatoria, e do RE 958.252, paradigma do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Trata-se de agravo interno para impugnar decisão por meio da qual neguei seguimento à reclamação, nos seguintes termos: “1. Trata-se de reclamação constitucional, com pedido liminar, ajuizada pela Light Serviços de Eletricidade S.A. em face de decisão da 21ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, proferida nos Autos nº 0000039- 33.2010.5.01.0021, que considerou superada pelo trânsito em julgado a matéria arguida em exceção de pré-executividade. 2. A parte reclamante sustenta a inexigibilidade do título executivo, tendo em conta que, em julgamento realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda, o Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou a constitucionalidade da terceirização de qualquer atividade empresarial, meio ou fim. Alega, assim, afronta às decisões da ADPF 324, da minha relatoria, e do RE 958.252, paradigma do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 25 Relatório RCL 45658 AGR / RJ Tema 725 da repercussão geral, combinadas com a decisão do RE 611.503, paradigma do Tema 360 da repercussão geral. Requer, em caráter liminar, a suspensão do processo de origem e, ao final, a cassação da decisão reclamada. 3. A reclamação foi ajuizada durante o recesso forense. A Ministra Rosa Weber, no exercício da Presidência, entendeu que o caso não se enquadrava nas hipóteses do art. 13, VIII, do RI/STF. 4. É o relatório. Decido. 5. Dispenso as informações, devido à suficiente instrução do feito, bem como a manifestação da Procuradoria- Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/STF, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Com efeito, a reclamação dirigida ao STF só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da CF). 7. Em se tratando de alegação de afronta à tese firmada em julgamento de recurso extraordinário, submetido à sistemática da repercussão geral, a reclamação pressupõe que o ato reclamado seja oriundo de órgão jurisdicional. Isso porque, nos termos do art. 988, § 5º, II, do CPC/2015, a inobservância da tese firmada em repercussão geral somente enseja o ajuizamento da reclamação quando esgotadas as instâncias ordinárias. O STF firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento a recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2º, do CPC/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ Tema 725 da repercussão geral, combinadas com a decisão do RE 611.503, paradigma do Tema 360 da repercussão geral. Requer, em caráter liminar, a suspensão do processo de origem e, ao final, a cassação da decisão reclamada. 3. A reclamação foi ajuizada durante o recesso forense. A Ministra Rosa Weber, no exercício da Presidência, entendeu que o caso não se enquadrava nas hipóteses do art. 13, VIII, do RI/STF. 4. É o relatório. Decido. 5. Dispenso as informações, devido à suficiente instrução do feito, bem como a manifestação da Procuradoria- Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/STF, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Com efeito, a reclamação dirigida ao STF só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da CF). 7. Em se tratando de alegação de afronta à tese firmada em julgamento de recurso extraordinário, submetido à sistemática da repercussão geral, a reclamação pressupõe que o ato reclamado seja oriundo de órgão jurisdicional. Isso porque, nos termos do art. 988, § 5º, II, do CPC/2015, a inobservância da tese firmada em repercussão geral somente enseja o ajuizamento da reclamação quando esgotadas as instâncias ordinárias. O STF firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento a recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2º, do CPC/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 25 Relatório RCL 45658 AGR / RJ recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, cito a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 8. No caso em análise, tal requisito não fora cumprido em relação ao Tema 360 (RE 611.503-RG, Rel. Min. Teori Zavascki), tendo em conta que a reclamação foi ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. 9. Nesse cenário, a presente reclamação não tem condições de prosseguir sob a alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (RE 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux), pois não há aderência estrita entre o ato reclamado e os paradigmas invocados.Nestes, discutiu-se sobre a constitucionalidade da terceirização de mão de obra, enquanto na decisão reclamada considerou-se prejudicada a matéria arguida em exceção de pré-executividade em face da inalterabilidade da coisa julgada. Nesse sentido: Rcl 45.846, Rel. Min. Edson Fachin. 10. Por fim, consultando a jurisprudência do TST, verifica- se que a Corte Superior vem admitindo a inexigibilidade do título executivo fundado na ADPF 324 e no RE 958.252-RG (Tema 725), como se percebe do julgado abaixo: ‘RECURSO DE REVISTA. EXEQUENTE. LEI Nº 13.467/2017. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE FIM DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. TRÂNSITO EM JULGADO POSTERIOR AOS JULGAMENTOS DA ADPF Nº 324 E DO RE Nº 958.252. CONTROVÉRSIA SOBRE A OCORRÊNCIA DE COISA JULGADA. 1 - Caso em que se acolheu a alegação de inexigibilidade do título executivo, sob o fundamento de que o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do STF na ADPF 324 e RE 958.252. 2 - Deve ser reconhecida a transcendência jurídica para exame mais detido da controvérsia devido às peculiaridades do caso 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, cito a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 8. No caso em análise, tal requisito não fora cumprido em relação ao Tema 360 (RE 611.503-RG, Rel. Min. Teori Zavascki), tendo em conta que a reclamação foi ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. 9. Nesse cenário, a presente reclamação não tem condições de prosseguir sob a alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (RE 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux), pois não há aderência estrita entre o ato reclamado e os paradigmas invocados.Nestes, discutiu-se sobre a constitucionalidade da terceirização de mão de obra, enquanto na decisão reclamada considerou-se prejudicada a matéria arguida em exceção de pré-executividade em face da inalterabilidade da coisa julgada. Nesse sentido: Rcl 45.846, Rel. Min. Edson Fachin. 10. Por fim, consultando a jurisprudência do TST, verifica- se que a Corte Superior vem admitindo a inexigibilidade do título executivo fundado na ADPF 324 e no RE 958.252-RG (Tema 725), como se percebe do julgado abaixo: ‘RECURSO DE REVISTA. EXEQUENTE. LEI Nº 13.467/2017. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE FIM DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. TRÂNSITO EM JULGADO POSTERIOR AOS JULGAMENTOS DA ADPF Nº 324 E DO RE Nº 958.252. CONTROVÉRSIA SOBRE A OCORRÊNCIA DE COISA JULGADA. 1 - Caso em que se acolheu a alegação de inexigibilidade do título executivo, sob o fundamento de que o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do STF na ADPF 324 e RE 958.252. 2 - Deve ser reconhecida a transcendência jurídica para exame mais detido da controvérsia devido às peculiaridades do caso 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 25 Relatório RCL 45658 AGR / RJ concreto. O enfoque exegético da aferição dos indicadores de transcendência em princípio deve ser positivo, especialmente nos casos de alguma complexidade, em que se torna aconselhável o debate mais aprofundado do tema no caso concreto. 3 - Trata-se de recurso de revista interposto em processo em fase de execução e somente por violação direta da Constituição é possível o seu conhecimento, nos termos do artigo 896, § 2º, da CLT e da Súmula nº 266 do TST, ficando desde logo afastada a viabilidade do recurso de revista da exequente pela violação de dispositivo de lei e pela divergência jurisprudencial colacionada. 4 - O STF, no julgamento da ADPF nº 324 e do RE nº 958252, em 30/8/2018, decidiu que é lícita a terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim. A tese de repercussão geral aprovada no recurso extraordinário foi a de que ‘é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante’. Declarou aquela Corte ainda que a respectiva decisão não tem aplicabilidade aos processos em que tenha havido coisa julgada. 5 - Contudo, no caso concreto, o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do STF sobre a licitude da terceirização, contexto a partir do qual o TRT concluiu pela inexigibilidade do título executivo, posicionamento respaldado pela jurisprudência desta Corte Superior, conforme julgados citados, inexistindo afronta literal e direta ao artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República. 6 - Recurso de revista de que não se conhece. ‘ 11. Desta forma, ao ajuizar reclamação contra decisão proferida pelo Juízo do Trabalho de 1ª instância, a parte reclamante parece utilizá-la como sucedâneo recursal, não se prestando a via eleita para esta finalidade. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento à reclamação, prejudicada a análise do 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ concreto. O enfoque exegético da aferição dos indicadores de transcendência em princípio deve ser positivo, especialmente nos casos de alguma complexidade, em que se torna aconselhável o debate mais aprofundado do tema no caso concreto. 3 - Trata-se de recurso de revista interposto em processo em fase de execução e somente por violação direta da Constituição é possível o seu conhecimento, nos termos do artigo 896, § 2º, da CLT e da Súmula nº 266 do TST, ficando desde logo afastada a viabilidade do recurso de revista da exequente pela violação de dispositivo de lei e pela divergência jurisprudencial colacionada. 4 - O STF, no julgamento da ADPF nº 324 e do RE nº 958252, em 30/8/2018, decidiu que é lícita a terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim. A tese de repercussão geral aprovada no recurso extraordinário foi a de que ‘é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante’. Declarou aquela Corte ainda que a respectiva decisão não tem aplicabilidade aos processos em que tenha havido coisa julgada. 5 - Contudo, no caso concreto, o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do STF sobre a licitude da terceirização, contexto a partir do qual o TRT concluiu pela inexigibilidade do título executivo, posicionamento respaldado pela jurisprudência desta Corte Superior, conforme julgados citados, inexistindo afronta literal e direta ao artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República. 6 - Recurso de revista de que não se conhece. ‘ 11. Desta forma, ao ajuizar reclamação contra decisão proferida pelo Juízo do Trabalho de 1ª instância, a parte reclamante parece utilizá-la como sucedâneo recursal, não se prestando a via eleita para esta finalidade. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento à reclamação, prejudicada a análise do 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 25 Relatório RCL 45658 AGR / RJ pedido cautelar. Sem honorários, porquanto não citada a parte interessada.” 2. A parte agravante reitera os argumentos expostos na petição inicial, defendendo o cabimento da reclamação. 3. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ pedido cautelar. Sem honorários, porquanto não citada a parte interessada.” 2. A parte agravante reitera os argumentos expostos na petição inicial, defendendo o cabimento da reclamação. 3. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 25 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas nego provimento ao recurso. 2. Conforme ressaltado na decisão agravada, a reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal (STF) só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da Constituição). No segundo caso, exige-se que o pronunciamento tenha sido proferido em processo subjetivo no qual o ora agravante tenha figurado como parte, ou que tenha efeito vinculante (art. 988, II a IV, e §5º, II, do CPC/2015). 3. No caso dos autos, a reclamação trabalhista tramitou até a instância superior e, após decisão do Tribunal Superior do Trabalho, transitou em julgado em 18.10.2019, conforme informado na inicial. Em 19.11.2019, iniciou-se a execução pelo trabalhador, seguida de apresentação de exceção de pré-executividade pela parte ora agravante, pugnando pela inexigibilidade do título executivo por estar incompatível com o entendimento desta Corte sedimentado nos julgamentos da ADPF 324, do RE 958.252-RG e do RE 611.503-RG. No acórdão reclamado, proferido em face da exceção de pré-executividade, julgou-se que, negado provimento ao AIRR interposto pela ora agravante, as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado. Confira-se a ementa do julgado: “Vistos, etc. Restou negado provimento ao AIRR interposto pela executada LIGHT SERVICOS DEELETRICIDADE S.A., razão pela qual as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado. Logo a EPE Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas nego provimento ao recurso. 2. Conforme ressaltado na decisão agravada, a reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal (STF) só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da Constituição). No segundo caso, exige-se que o pronunciamento tenha sido proferido em processo subjetivo no qual o ora agravante tenha figurado como parte, ou que tenha efeito vinculante (art. 988, II a IV, e §5º, II, do CPC/2015). 3. No caso dos autos, a reclamação trabalhista tramitou até a instância superior e, após decisão do Tribunal Superior do Trabalho, transitou em julgado em 18.10.2019, conforme informado na inicial. Em 19.11.2019, iniciou-se a execução pelo trabalhador, seguida de apresentação de exceção de pré-executividade pela parte ora agravante, pugnando pela inexigibilidade do título executivo por estar incompatível com o entendimento desta Corte sedimentado nos julgamentos da ADPF 324, do RE 958.252-RG e do RE 611.503-RG. No acórdão reclamado, proferido em face da exceção de pré-executividade, julgou-se que, negado provimento ao AIRR interposto pela ora agravante, as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado. Confira-se a ementa do julgado: “Vistos, etc. Restou negado provimento ao AIRR interposto pela executada LIGHT SERVICOS DEELETRICIDADE S.A., razão pela qual as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado. Logo a EPE Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 25 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45658 AGR / RJ perde seu objeto em face da inalterabilidade da coisa julgada. Homologados os cálculos no importe de R$ 335.155,38, em 27/11/2019 (fl. 585).Assim sendo, notifique-se a executada para que proceda ao pagamento do , em 5 dias,quantum sob pena de execução.” 4. Da análise da tramitação do processo anterior à exceção de pré-executividade, ou seja, da fase recursal do processo de conhecimento, verifica-se que o acórdão regional, proferido em recurso ordinário, que veio a ser mantido pelas decisões subsequentes, fundamentou-se na compreensão de que seria “inadmissível a terceirização da atividade-fim das empresas concessionárias de serviços público, inclusive as de telecomunicações,” no entanto, deixou claro, que, ainda que fosse admissível, diante das circunstâncias específicas do caso, restou comprovado que o real empregador era a empresa ora agravante, “tratando-se a empresa contratada de mera "testa-de-ferro" em relação ao contrato de trabalho do autor. É caso típico, indiscutível, de intermediação ilícita de mão de obra, ou seja, de fraude na contratação. Daí se conclui que restou comprovada a ilicitude na terceirização”. 5. Em se tratando de alegação de violação à decisão dotada de efeito vinculante, o STF entende que há necessidade de relação de aderência estrita entre o ato impugnado e o paradigma supostamente violado, o que não se vislumbra no tocante à alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria, Pleno, julgado em 30.8.2018) e no Tema 725 (RE 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). Nesse sentido: as Rcl 6.040-ED, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcl 11.246-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; e Rcl 21.409, sob a minha relatoria. 6. Com efeito, a discussão acerca da inexigibilidade do título, travada na decisão reclamada, decorre do art. 525, §§ 12 e 14, do Código de Processo Civil, segundo o qual é inexigível “o título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ perde seu objeto em face da inalterabilidade da coisa julgada. Homologados os cálculos no importe de R$ 335.155,38, em 27/11/2019 (fl. 585).Assim sendo, notifique-se a executada para que proceda ao pagamento do , em 5 dias,quantum sob pena de execução.” 4. Da análise da tramitação do processo anterior à exceção de pré-executividade, ou seja, da fase recursal do processo de conhecimento, verifica-se que o acórdão regional, proferido em recurso ordinário, que veio a ser mantido pelas decisões subsequentes, fundamentou-se na compreensão de que seria “inadmissível a terceirização da atividade-fim das empresas concessionárias de serviços público, inclusive as de telecomunicações,” no entanto, deixou claro, que, ainda que fosse admissível, diante das circunstâncias específicas do caso, restou comprovado que o real empregador era a empresa ora agravante, “tratando-se a empresa contratada de mera "testa-de-ferro" em relação ao contrato de trabalho do autor. É caso típico, indiscutível, de intermediação ilícita de mão de obra, ou seja, de fraude na contratação. Daí se conclui que restou comprovada a ilicitude na terceirização”. 5. Em se tratando de alegação de violação à decisão dotada de efeito vinculante, o STF entende que há necessidade de relação de aderência estrita entre o ato impugnado e o paradigma supostamente violado, o que não se vislumbra no tocante à alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria, Pleno, julgado em 30.8.2018) e no Tema 725 (RE 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). Nesse sentido: as Rcl 6.040-ED, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcl 11.246-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; e Rcl 21.409, sob a minha relatoria. 6. Com efeito, a discussão acerca da inexigibilidade do título, travada na decisão reclamada, decorre do art. 525, §§ 12 e 14, do Código de Processo Civil, segundo o qual é inexigível “o título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 25 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45658 AGR / RJ lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso”, desde que a decisão proferida pelo STF seja anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. No caso, não se desconhece que a discussão acerca da licitude da terceirização foi objeto de debate no processo de conhecimento que transitou em julgado depois do acórdão na ADPF 324, como visto, o que, à primeira vista, poderia ser favorável à tese do ora agravante. 7. No entanto, na decisão reclamada, o Juízo da execução não ingressou no mérito da licitude da terceirização em razão da discussão já ter sido travada nas demais instâncias, a demonstrar a ausência de relação de estrita pertinência entre o ato reclamado e o parâmetro de controle. Ainda que tivesse adentrado no mérito da terceirização, a adequação ao julgamento da ADPF 324 e do RE 958.252-RG, no caso dos autos, exigiria reexame de provas, como destacado no item 4 acima, o que torna inviável a realização desta discussão em sede de reclamação. A irresignação deve ser suscitada pelas vias próprias, a tempo e modo, descabendo conferir à reclamação contornos de atalho processual ou sucedâneo recursal. 8. Quanto à violação à tese firmada no RE 611.503-RG, paradigma do Tema 360 da repercussão geral, na sistemática da Lei nº 8.038/1990 e do CPC/1973, a jurisprudência do STF foi construída no sentido do descabimento da reclamação constitucional sob alegação de ausência de aplicação ou aplicação equivocada de precedente firmado em sede de repercussão geral. 9. No entanto, o Código de Processo Civil de 2015, na linha das suas demais inovações relativas à evolução legislativa do sistema de precedentes, previu a possibilidade de ajuizamento da reclamação para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, ou de acórdão proferido em julgamento 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso”, desde que a decisão proferida pelo STF seja anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. No caso, não se desconhece que a discussão acerca da licitude da terceirização foi objeto de debate no processo de conhecimento que transitou em julgado depois do acórdão na ADPF 324, como visto, o que, à primeira vista, poderia ser favorável à tese do ora agravante. 7. No entanto, na decisão reclamada, o Juízo da execução não ingressou no mérito da licitude da terceirização em razão da discussão já ter sido travada nas demais instâncias, a demonstrar a ausência de relação de estrita pertinência entre o ato reclamado e o parâmetro de controle. Ainda que tivesse adentrado no mérito da terceirização, a adequação ao julgamento da ADPF 324 e do RE 958.252-RG, no caso dos autos, exigiria reexame de provas, como destacado no item 4 acima, o que torna inviável a realização desta discussão em sede de reclamação. A irresignação deve ser suscitada pelas vias próprias, a tempo e modo, descabendo conferir à reclamação contornos de atalho processual ou sucedâneo recursal. 8. Quanto à violação à tese firmada no RE 611.503-RG, paradigma do Tema 360 da repercussão geral, na sistemática da Lei nº 8.038/1990 e do CPC/1973, a jurisprudência do STF foi construída no sentido do descabimento da reclamação constitucional sob alegação de ausência de aplicação ou aplicação equivocada de precedente firmado em sede de repercussão geral. 9. No entanto, o Código de Processo Civil de 2015, na linha das suas demais inovações relativas à evolução legislativa do sistema de precedentes, previu a possibilidade de ajuizamento da reclamação para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, ou de acórdão proferido em julgamento 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 25 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45658 AGR / RJ de recursos extraordinários repetitivos. Todavia, para tanto, deveriam ser exauridas as instâncias ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015). 10. O STF firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento ao recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2º, do CPC/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, veja-se a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 11. No presente caso, esse requisito também não foi cumprido. Com efeito, parte agravante nem sequer interpôs recurso às demais instâncias da decisão ora reclamada, tendo a reclamação sido ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. De modo que é incabível o ajuizamento da reclamação na espécie, por ausência de esgotamento das instâncias ordinárias. 12. Destaco, por fim, que a reclamação constitucional tem por objeto a verificação da compatibilidade dos atos reclamados com os precedentes invocados. Portanto, a inadmissão da reclamação não implica, necessariamente, a afirmação do acerto do ato reclamado. 13. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ de recursos extraordinários repetitivos. Todavia, para tanto, deveriam ser exauridas as instâncias ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015). 10. O STF firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento ao recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2º, do CPC/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, veja-se a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 11. No presente caso, esse requisito também não foi cumprido. Com efeito, parte agravante nem sequer interpôs recurso às demais instâncias da decisão ora reclamada, tendo a reclamação sido ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. De modo que é incabível o ajuizamento da reclamação na espécie, por ausência de esgotamento das instâncias ordinárias. 12. Destaco, por fim, que a reclamação constitucional tem por objeto a verificação da compatibilidade dos atos reclamados com os precedentes invocados. Portanto, a inadmissão da reclamação não implica, necessariamente, a afirmação do acerto do ato reclamado. 13. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 25 Voto Vogal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Cuida-se de reclamação constitucional, ora em sede regimental, proposta por Light Serviços de Eletricidade S/A contra decisão da 21ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, a qual teria desrespeitado a autoridade do Supremo Tribunal Federal, a eficácia do julgado na ADPF nº 324/DF e as teses dos Temas 725 e 360 da repercussão geral. Eis o teor dos paradigmas: “Direito do Trabalho. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Terceirização de atividade-fim e de atividade-meio. Constitucionalidade. 1. A Constituição não impõe a adoção de um modelo de produção específico, não impede o desenvolvimento de estratégias empresariais flexíveis, tampouco veda a terceirização. Todavia, a jurisprudência trabalhista sobre o tema tem sido oscilante e não estabelece critérios e condições claras e objetivas, que permitam sua adoção com segurança. O direito do trabalho e o sistema sindical precisam se adequar às transformações no mercado de trabalho e na sociedade. 2. A terceirização das atividades-meio Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Cuida-se de reclamação constitucional, ora em sede regimental, proposta por Light Serviços de Eletricidade S/A contra decisão da 21ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, a qual teria desrespeitado a autoridade do Supremo Tribunal Federal, a eficácia do julgado na ADPF nº 324/DF e as teses dos Temas 725 e 360 da repercussão geral. Eis o teor dos paradigmas: “Direito do Trabalho. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Terceirização de atividade-fim e de atividade-meio. Constitucionalidade. 1. A Constituição não impõe a adoção de um modelo de produção específico, não impede o desenvolvimento de estratégias empresariais flexíveis, tampouco veda a terceirização. Todavia, a jurisprudência trabalhista sobre o tema tem sido oscilante e não estabelece critérios e condições claras e objetivas, que permitam sua adoção com segurança. O direito do trabalho e o sistema sindical precisam se adequar às transformações no mercado de trabalho e na sociedade. 2. A terceirização das atividades-meio Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ ou das atividades-fim de uma empresa tem amparo nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, que asseguram aos agentes econômicos a liberdade de formular estratégias negociais indutoras de maior eficiência econômica e competitividade. 3. A terceirização não enseja, por si só, precarização do trabalho, violação da dignidade do trabalhador ou desrespeito a direitos previdenciários. É o exercício abusivo da sua contratação que pode produzir tais violações. 4. Para evitar tal exercício abusivo, os princípios que amparam a constitucionalidade da terceirização devem ser compatibilizados com as normas constitucionais de tutela do trabalhador, cabendo à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias (art. 31 da Lei 8.212/1993). 5. A responsabilização subsidiária da tomadora dos serviços pressupõe a sua participação no processo judicial, bem como a sua inclusão no título executivo judicial. 6. Mesmo com a superveniência da Lei 13.467/2017, persiste o objeto da ação, entre outras razões porque, a despeito dela, não foi revogada ou alterada a Súmula 331 do TST, que consolidava o conjunto de decisões da Justiça do Trabalho sobre a matéria, a indicar que o tema continua a demandar a manifestação do Supremo Tribunal Federal a respeito dos aspectos constitucionais da terceirização. Além disso, a aprovação da lei ocorreu após o pedido de inclusão do feito em pauta. 7. Firmo a seguinte tese: '1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993'. 8. ADPF julgada procedente para assentar a licitude da terceirização de atividade-fim ou meio. Restou 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ ou das atividades-fim de uma empresa tem amparo nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, que asseguram aos agentes econômicos a liberdade de formular estratégias negociais indutoras de maior eficiência econômica e competitividade. 3. A terceirização não enseja, por si só, precarização do trabalho, violação da dignidade do trabalhador ou desrespeito a direitos previdenciários. É o exercício abusivo da sua contratação que pode produzir tais violações. 4. Para evitar tal exercício abusivo, os princípios que amparam a constitucionalidade da terceirização devem ser compatibilizados com as normas constitucionais de tutela do trabalhador, cabendo à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias (art. 31 da Lei 8.212/1993). 5. A responsabilização subsidiária da tomadora dos serviços pressupõe a sua participação no processo judicial, bem como a sua inclusão no título executivo judicial. 6. Mesmo com a superveniência da Lei 13.467/2017, persiste o objeto da ação, entre outras razões porque, a despeito dela, não foi revogada ou alterada a Súmula 331 do TST, que consolidava o conjunto de decisões da Justiça do Trabalho sobre a matéria, a indicar que o tema continua a demandar a manifestação do Supremo Tribunal Federal a respeito dos aspectos constitucionais da terceirização. Além disso, a aprovação da lei ocorreu após o pedido de inclusão do feito em pauta. 7. Firmo a seguinte tese: '1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993'. 8. ADPF julgada procedente para assentar a licitude da terceirização de atividade-fim ou meio. Restou 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ explicitado pela maioria que a decisão não afeta automaticamente decisões transitadas em julgado” (ADPF nº 324, Rel. Min. Roberto Barroso, Plenário, DJe de 6/9/19). “É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante” (Tema 725 da RG). “São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do CPC, do § 1º do art. 475-L, ambos do CPC/73, bem como os correspondentes dispositivos do CPC/15, o art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5º. São dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado, assim caracterizado nas hipóteses em que (a) a sentença exequenda esteja fundada em norma reconhecidamente inconstitucional, seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com um sentido inconstitucionais; ou (b) a sentença exequenda tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional; e (c) desde que, em qualquer dos casos, o reconhecimento dessa constitucionalidade ou a inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do STF realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda” (Tema 360 da RG). O Ministro Roberto Barroso propõe o não provimento do agravo regimental, com a manutenção da negativa de seguimento da reclamação, fundada na ausência de identidade entre os paradigmas (Tema 725 RG e ADPF 324) e o ato reclamado, bem como na ausência do esgotamento da instância ordinária para fins de conhecimento da reclamatória com fundamento na suposta violação do que decidido no Tema 360 RG. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ explicitado pela maioria que a decisão não afeta automaticamente decisões transitadas em julgado” (ADPF nº 324, Rel. Min. Roberto Barroso, Plenário, DJe de 6/9/19). “É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante” (Tema 725 da RG). “São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do CPC, do § 1º do art. 475-L, ambos do CPC/73, bem como os correspondentes dispositivos do CPC/15, o art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5º. São dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado, assim caracterizado nas hipóteses em que (a) a sentença exequenda esteja fundada em norma reconhecidamente inconstitucional, seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com um sentido inconstitucionais; ou (b) a sentença exequenda tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional; e (c) desde que, em qualquer dos casos, o reconhecimento dessa constitucionalidade ou a inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do STF realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda” (Tema 360 da RG). O Ministro Roberto Barroso propõe o não provimento do agravo regimental, com a manutenção da negativa de seguimento da reclamação, fundada na ausência de identidade entre os paradigmas (Tema 725 RG e ADPF 324) e o ato reclamado, bem como na ausência do esgotamento da instância ordinária para fins de conhecimento da reclamatória com fundamento na suposta violação do que decidido no Tema 360 RG. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ Acompanho o Relator na negativa de provimento ao agravo regimental, pedindo vênia, contudo, para assentar o não conhecimento das alegações com paradigma na ADPF nº 324 e no Tema nº 725 RG. É incontroverso nesta reclamatória que, quando de seu protocolo na Suprema Corte (em 29/01/2021), já havia sido certificado o trânsito em julgado da fase de conhecimento da Ação Trabalhista nº 0000039- 33.2010.5.01.0021, na qual se decidiu pela ilicitude da terceirização de mão de obra. Dessa perspectiva, entendo que o conhecimento da reclamação com fundamento no Tema nº 725 da RG e na ADPF nº 324 esbarra no óbice da Súmula nº 734/STF, assim redigida: “Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.” O entendimento firmado sob a égide do CPC/73 é corroborado pelo novel diploma processual introduzido pela Lei nº 13.105/2015 (CPC/2015), o qual dispõe: “Art. 988. (...) § 5º É inadmissível a reclamação: I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada”. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RESTABELECIMENTO DO DEBATE SOBRE QUESTÃO COM DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. SÚMULA N. 734 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl nº 22.385/SP-AgR, Segunda Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 25/2/16). 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ Acompanho o Relator na negativa de provimento ao agravo regimental, pedindo vênia, contudo, para assentar o não conhecimento das alegações com paradigma na ADPF nº 324 e no Tema nº 725 RG. É incontroverso nesta reclamatória que, quando de seu protocolo na Suprema Corte (em 29/01/2021), já havia sido certificado o trânsito em julgado da fase de conhecimento da Ação Trabalhista nº 0000039- 33.2010.5.01.0021, na qual se decidiu pela ilicitude da terceirização de mão de obra. Dessa perspectiva, entendo que o conhecimento da reclamação com fundamento no Tema nº 725 da RG e na ADPF nº 324 esbarra no óbice da Súmula nº 734/STF, assim redigida: “Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.” O entendimento firmado sob a égide do CPC/73 é corroborado pelo novel diploma processual introduzido pela Lei nº 13.105/2015 (CPC/2015), o qual dispõe: “Art. 988. (...) § 5º É inadmissível a reclamação: I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada”. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RESTABELECIMENTO DO DEBATE SOBRE QUESTÃO COM DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. SÚMULA N. 734 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl nº 22.385/SP-AgR, Segunda Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 25/2/16). 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ “CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. RECLAMAÇÃO. AJUIZAMENTO CONTRA DECISÃO JÁ TRANSITADA EM JULGADO. NÃO CABIMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 734 DESTA CORTE. RECLAMAÇÃO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO” (Rcl nº 17.811/RS-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Teori Zavascki, DJe de 20/8/14). “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. COMPETÊNCIA. DECISÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO QUE SUPOSTAMENTE DESRESPEITA A DECISÃO DESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ADI 3.395-MC. TRÂNSITO EM JULGADO (SÚMULA 734). Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que, segundo se alega, teria desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal. Ante a irrecorribilidade da decisão no âmbito da Justiça do Trabalho, deveria o agravante ter se utilizado da reclamação constitucional quando proferido o primeiro acórdão que tratou do tema relativo à competência para julgar a ação. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl nº 9.892/SE-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe de 4/6/12). Eventual discussão quanto à inexigibilidade do título com fundamento em tese firmada no Tema 725 da repercussão geral ou na ADPF nº 324 deve se desenvolver pelos meios processuais adequados, seja em razão da exigência de esgotamento das instâncias recursais para se conhecer de reclamação com paradigma no Tema 360 da repercussão geral, seja por não se admitir o uso da reclamação constitucional como sucedâneo de rescisória, conforme reiterada jurisprudência da Corte. Vide: “RECLAMAÇÃO – REPERCUSSÃO GERAL – ACÓRDÃO – OBSERVÂNCIA – INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS – ESGOTAMENTO – AUSÊNCIA. A parte final do artigo 988, § 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ “CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. RECLAMAÇÃO. AJUIZAMENTO CONTRA DECISÃO JÁ TRANSITADA EM JULGADO. NÃO CABIMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 734 DESTA CORTE. RECLAMAÇÃO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO” (Rcl nº 17.811/RS-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Teori Zavascki, DJe de 20/8/14). “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. COMPETÊNCIA. DECISÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO QUE SUPOSTAMENTE DESRESPEITA A DECISÃO DESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ADI 3.395-MC. TRÂNSITO EM JULGADO (SÚMULA 734). Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que, segundo se alega, teria desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal. Ante a irrecorribilidade da decisão no âmbito da Justiça do Trabalho, deveria o agravante ter se utilizado da reclamação constitucional quando proferido o primeiro acórdão que tratou do tema relativo à competência para julgar a ação. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl nº 9.892/SE-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe de 4/6/12). Eventual discussão quanto à inexigibilidade do título com fundamento em tese firmada no Tema 725 da repercussão geral ou na ADPF nº 324 deve se desenvolver pelos meios processuais adequados, seja em razão da exigência de esgotamento das instâncias recursais para se conhecer de reclamação com paradigma no Tema 360 da repercussão geral, seja por não se admitir o uso da reclamação constitucional como sucedâneo de rescisória, conforme reiterada jurisprudência da Corte. Vide: “RECLAMAÇÃO – REPERCUSSÃO GERAL – ACÓRDÃO – OBSERVÂNCIA – INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS – ESGOTAMENTO – AUSÊNCIA. A parte final do artigo 988, § 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ 5º, inciso II, do Código de Processo Civil revela estar condicionada a admissibilidade da reclamação, visando a observância de acórdão alusivo a extraordinário submetido ao regime da repercussão geral, ao esgotamento prévio das instâncias ordinárias” (Rcl nº 28.577/SP-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe de 16/10/18). “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE AFRONTA À DECISÃO PROFERIDA NO RE 574.706. PARADIGMA DO TEMA 69 DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE ESGOTAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS. 1. A alegação de descumprimento de tese firmada em repercussão geral exige o esgotamento das vias ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015). 2. Agravo interno desprovido, com aplicação da multa prevista no art. 1021, § 4º, do CPC/2015” (Rcl nº 32.688/SC-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 23/6/20). “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SUSPENSÃO NACIONAL. DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. EXECUÇÃO DEFINITIVA DA SENTENÇA. USO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE AÇÃO RESCISÓRIA: IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl nº 42.453/MG-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 4/11/20). “RECLAMAÇÃO – ALEGADO DESRESPEITO À AUTORIDADE DE DECISÃO QUE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PROFERIU NO JULGAMENTO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA – NECESSIDADE DE PRÉVIO E EFETIVO EXAURIMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS – INVOCAÇÃO, COMO PARADIGMA DE CONFRONTO, DE SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DESVESTIDA DE EFICÁCIA VINCULANTE (SÚMULA Nº 683/STF) – 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ 5º, inciso II, do Código de Processo Civil revela estar condicionada a admissibilidade da reclamação, visando a observância de acórdão alusivo a extraordinário submetido ao regime da repercussão geral, ao esgotamento prévio das instâncias ordinárias” (Rcl nº 28.577/SP-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe de 16/10/18). “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE AFRONTA À DECISÃO PROFERIDA NO RE 574.706. PARADIGMA DO TEMA 69 DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE ESGOTAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS. 1. A alegação de descumprimento de tese firmada em repercussão geral exige o esgotamento das vias ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015). 2. Agravo interno desprovido, com aplicação da multa prevista no art. 1021, § 4º, do CPC/2015” (Rcl nº 32.688/SC-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 23/6/20). “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SUSPENSÃO NACIONAL. DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. EXECUÇÃO DEFINITIVA DA SENTENÇA. USO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE AÇÃO RESCISÓRIA: IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl nº 42.453/MG-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 4/11/20). “RECLAMAÇÃO – ALEGADO DESRESPEITO À AUTORIDADE DE DECISÃO QUE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PROFERIU NO JULGAMENTO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA – NECESSIDADE DE PRÉVIO E EFETIVO EXAURIMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS – INVOCAÇÃO, COMO PARADIGMA DE CONFRONTO, DE SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DESVESTIDA DE EFICÁCIA VINCULANTE (SÚMULA Nº 683/STF) – 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ INVIABILIDADE – INADEQUAÇÃO, NO CASO, DA UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO, QUE, ADEMAIS, NÃO SE QUALIFICA COMO SUCEDÂNEO DE AÇÃO RESCISÓRIA, DE RECURSOS OU DE AÇÕES JUDICIAIS EM GERAL – INCOGNOSCIBILIDADE DO INSTRUMENTO RECLAMATÓRIO RECONHECIDA PELA DECISÃO AGRAVADA – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO” (Rcl nº 40.544/DF-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe de 15/10/20). Com essas razões, acompanho o Relator no não provimento do agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ INVIABILIDADE – INADEQUAÇÃO, NO CASO, DA UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO, QUE, ADEMAIS, NÃO SE QUALIFICA COMO SUCEDÂNEO DE AÇÃO RESCISÓRIA, DE RECURSOS OU DE AÇÕES JUDICIAIS EM GERAL – INCOGNOSCIBILIDADE DO INSTRUMENTO RECLAMATÓRIO RECONHECIDA PELA DECISÃO AGRAVADA – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO” (Rcl nº 40.544/DF-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe de 15/10/20). Com essas razões, acompanho o Relator no não provimento do agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 25 Voto Vogal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: O presente agravo regimental foi interposto contra decisão do eminente Ministro ROBERTO BARROSO, que negou seguimento à reclamação, nos seguintes termos: 1. Trata-se de reclamação constitucional, com pedido liminar, ajuizada pela Light Serviços de Eletricidade S.A. em face de decisão da 21ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, proferida nos Autos nº 0000039-33.2010.5.01.0021, que considerou superada pelo trânsito em julgado a matéria arguida em exceção de pré-executividade. 2. A parte reclamante sustenta a inexigibilidade do título executivo, tendo em conta que, em julgamento realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda, o Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou a constitucionalidade da terceirização de qualquer atividade empresarial, meio ou fim. Alega, assim, afronta às decisões da ADPF 324, da minha relatoria, e do RE 958.252, paradigma do Tema 725 da repercussão geral, combinadas com a decisão do RE 611.503, paradigma do Tema 360 da repercussão geral. Requer, em Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: O presente agravo regimental foi interposto contra decisão do eminente Ministro ROBERTO BARROSO, que negou seguimento à reclamação, nos seguintes termos: 1. Trata-se de reclamação constitucional, com pedido liminar, ajuizada pela Light Serviços de Eletricidade S.A. em face de decisão da 21ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, proferida nos Autos nº 0000039-33.2010.5.01.0021, que considerou superada pelo trânsito em julgado a matéria arguida em exceção de pré-executividade. 2. A parte reclamante sustenta a inexigibilidade do título executivo, tendo em conta que, em julgamento realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda, o Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou a constitucionalidade da terceirização de qualquer atividade empresarial, meio ou fim. Alega, assim, afronta às decisões da ADPF 324, da minha relatoria, e do RE 958.252, paradigma do Tema 725 da repercussão geral, combinadas com a decisão do RE 611.503, paradigma do Tema 360 da repercussão geral. Requer, em Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ caráter liminar, a suspensão do processo de origem e, ao final, a cassação da decisão reclamada. 3. A reclamação foi ajuizada durante o recesso forense. A Ministra Rosa Weber, no exercício da Presidência, entendeu que o caso não se enquadrava nas hipóteses do art. 13, VIII, do RI/STF. 4. É o relatório. Decido 5. Dispenso as informações, devido à suficiente instrução do feito, bem como a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/STF, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Com efeito, a reclamação dirigida ao STF só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da CF). 7. Em se tratando de alegação de afronta à tese firmada em julgamento de recurso extraordinário, submetido à sistemática da repercussão geral, a reclamação pressupõe que o ato reclamado seja oriundo de órgão jurisdicional. Isso porque, nos termos do art. 988, § 5º, II, do CPC/2015, a inobservância da tese firmada em repercussão geral somente enseja o ajuizamento da reclamação quando esgotadas as instâncias ordinárias. O STF firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento a recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2º, do CPC/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, cito a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 8. No caso em análise, tal requisito não fora cumprido em relação ao Tema 360 (RE 611.503-RG, Rel. Min. Teori Zavascki), tendo em conta que a reclamação foi ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. 9. Nesse cenário, a presente reclamação não tem condições 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ caráter liminar, a suspensão do processo de origem e, ao final, a cassação da decisão reclamada. 3. A reclamação foi ajuizada durante o recesso forense. A Ministra Rosa Weber, no exercício da Presidência, entendeu que o caso não se enquadrava nas hipóteses do art. 13, VIII, do RI/STF. 4. É o relatório. Decido 5. Dispenso as informações, devido à suficiente instrução do feito, bem como a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/STF, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Com efeito, a reclamação dirigida ao STF só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da CF). 7. Em se tratando de alegação de afronta à tese firmada em julgamento de recurso extraordinário, submetido à sistemática da repercussão geral, a reclamação pressupõe que o ato reclamado seja oriundo de órgão jurisdicional. Isso porque, nos termos do art. 988, § 5º, II, do CPC/2015, a inobservância da tese firmada em repercussão geral somente enseja o ajuizamento da reclamação quando esgotadas as instâncias ordinárias. O STF firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento a recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2º, do CPC/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, cito a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 8. No caso em análise, tal requisito não fora cumprido em relação ao Tema 360 (RE 611.503-RG, Rel. Min. Teori Zavascki), tendo em conta que a reclamação foi ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. 9. Nesse cenário, a presente reclamação não tem condições 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ de prosseguir sob a alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (RE 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux), pois não há aderência estrita entre o ato reclamado e os paradigmas invocados. Nestes, discutiu-se sobre a constitucionalidade da terceirização de mão de obra, enquanto na decisão reclamada considerou-se prejudicada a matéria arguida em exceção de pré-executividade em face da inalterabilidade da coisa julgada. Nesse sentido: Rcl 45.846, Rel. Min. Edson Fachin. 10. Por fim, consultando a jurisprudência do TST, verifica- se que a Corte Superior vem admitindo a inexigibilidade do título executivo fundado na ADPF 324 e no RE 958.252-RG (Tema 725), como se percebe do julgado abaixo: “RECURSO DE REVISTA. EXEQUENTE. LEI Nº 13.467/2017. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE FIM DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. TRÂNSITO EM JULGADO POSTERIOR AOS JULGAMENTOS DA ADPF Nº 324 E DO RE Nº 958.252. CONTROVÉRSIA SOBRE A OCORRÊNCIA DE COISA JULGADA. 1 - Caso em que se acolheu a alegação de inexigibilidade do título executivo, sob o fundamento de que o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do STF na ADPF 324 e RE 958.252. 2 - Deve ser reconhecida a transcendência jurídica para exame mais detido da controvérsia devido às peculiaridades do caso concreto. O enfoque exegético da aferição dos indicadores de transcendência em princípio deve ser positivo, especialmente nos casos de alguma complexidade, em que se torna aconselhável o debate mais aprofundado do tema no caso concreto. 3 - Trata-se de recurso de revista interposto em processo em fase de execução e somente por violação direta da Constituição é possível o seu conhecimento, nos termos do artigo 896, § 2º, da CLT e da Súmula nº 266 do TST, ficando desde logo afastada a 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ de prosseguir sob a alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (RE 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux), pois não há aderência estrita entre o ato reclamado e os paradigmas invocados. Nestes, discutiu-se sobre a constitucionalidade da terceirização de mão de obra, enquanto na decisão reclamada considerou-se prejudicada a matéria arguida em exceção de pré-executividade em face da inalterabilidade da coisa julgada. Nesse sentido: Rcl 45.846, Rel. Min. Edson Fachin. 10. Por fim, consultando a jurisprudência do TST, verifica- se que a Corte Superior vem admitindo a inexigibilidade do título executivo fundado na ADPF 324 e no RE 958.252-RG (Tema 725), como se percebe do julgado abaixo: “RECURSO DE REVISTA. EXEQUENTE. LEI Nº 13.467/2017. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE FIM DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. TRÂNSITO EM JULGADO POSTERIOR AOS JULGAMENTOS DA ADPF Nº 324 E DO RE Nº 958.252. CONTROVÉRSIA SOBRE A OCORRÊNCIA DE COISA JULGADA. 1 - Caso em que se acolheu a alegação de inexigibilidade do título executivo, sob o fundamento de que o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do STF na ADPF 324 e RE 958.252. 2 - Deve ser reconhecida a transcendência jurídica para exame mais detido da controvérsia devido às peculiaridades do caso concreto. O enfoque exegético da aferição dos indicadores de transcendência em princípio deve ser positivo, especialmente nos casos de alguma complexidade, em que se torna aconselhável o debate mais aprofundado do tema no caso concreto. 3 - Trata-se de recurso de revista interposto em processo em fase de execução e somente por violação direta da Constituição é possível o seu conhecimento, nos termos do artigo 896, § 2º, da CLT e da Súmula nº 266 do TST, ficando desde logo afastada a 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ viabilidade do recurso de revista da exequente pela violação de dispositivo de lei e pela divergência jurisprudencial colacionada. 4 - O STF, no julgamento da ADPF nº 324 e do RE nº 958252, em 30/8/2018, decidiu que é lícita a terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim. A tese de repercussão geral aprovada no recurso extraordinário foi a de que ‘é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante’. Declarou aquela Corte ainda que a respectiva decisão não tem aplicabilidade aos processos em que tenha havido coisa julgada. 5 - Contudo, no caso concreto, o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do STF sobre a licitude da terceirização, contexto a partir do qual o TRT concluiu pela inexigibilidade do título executivo, posicionamento respaldado pela jurisprudência desta Corte Superior, conforme julgados citados, inexistindo afronta literal e direta ao artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República. 6 - Recurso de revista de que não se conhece. 11. Desta forma, ao ajuizar reclamação contra decisão proferida pelo Juízo do Trabalho de 1ª instância, a parte reclamante parece utilizá-la como sucedâneo recursal, não se prestando a via eleita para esta finalidade. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento à reclamação, prejudicada a análise do pedido cautelar. Sem honorários, porquanto não citada a parte interessada. A parte recorrente impugna as razões apresentadas na decisão agravada, requerendo, ao final, o provimento de seu recurso. Na presente Sessão Virtual, o Ministro Relator apresenta a seguinte proposta de julgamento: 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ viabilidade do recurso de revista da exequente pela violação de dispositivo de lei e pela divergência jurisprudencial colacionada. 4 - O STF, no julgamento da ADPF nº 324 e do RE nº 958252, em 30/8/2018, decidiu que é lícita a terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim. A tese de repercussão geral aprovada no recurso extraordinário foi a de que ‘é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante’. Declarou aquela Corte ainda que a respectiva decisão não tem aplicabilidade aos processos em que tenha havido coisa julgada. 5 - Contudo, no caso concreto, o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do STF sobre a licitude da terceirização, contexto a partir do qual o TRT concluiu pela inexigibilidade do título executivo, posicionamento respaldado pela jurisprudência desta Corte Superior, conforme julgados citados, inexistindo afronta literal e direta ao artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República. 6 - Recurso de revista de que não se conhece. 11. Desta forma, ao ajuizar reclamação contra decisão proferida pelo Juízo do Trabalho de 1ª instância, a parte reclamante parece utilizá-la como sucedâneo recursal, não se prestando a via eleita para esta finalidade. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento à reclamação, prejudicada a análise do pedido cautelar. Sem honorários, porquanto não citada a parte interessada. A parte recorrente impugna as razões apresentadas na decisão agravada, requerendo, ao final, o provimento de seu recurso. Na presente Sessão Virtual, o Ministro Relator apresenta a seguinte proposta de julgamento: 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA E DE ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 1. Reclamação em que se impugnou decisão que julgou que as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram- se superadas pelo trânsito em julgado. Ausência de estrita aderência entre o acórdão reclamado e o decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (RE 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). 2. O Código de Processo Civil prevê como requisito para o ajuizamento de reclamação por alegação de afronta a tese firmada em repercussão geral o exaurimento das instâncias ordinárias ( art. 988, §5º, II, do CPC/2015). 3. Agravo interno a que se nega provimento. É o relatório. Peço vênia ao Relator para lançar minha posição em sentido contrário, pois, conforme tenho manifestado em hipóteses semelhantes, ao meu ver, a discussão acerca da licitude da terceirização da atividade- fim não pode ser examinada, de forma isolada, sem considerar a autoridade desta CORTE espelhada pela Súmula Vinculante 10 e, também, por meio dos julgamentos da ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO) e do Tema 725 da Repercussão Geral (RE 958.252, Rel. Min. LUIZ FUX) sob pena prevalecerem soluções antagônicas para a mesma controvérsia de direito. O Tribunal reclamado decidiu que as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado (doc. 13, fl. 23), determinando, assim, que seja dado prosseguimento à execução do título judicial. Ao assim decidir, deixou de observar o fator cronológico bem delimitado na parte final da tese fixada no julgamento do Tema 360 segundo o qual é inexigível a sentença fundada em norma declarada inconstitucional, desde que “o reconhecimento dessa inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do STF realizado em data anterior ao trânsito em 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA E DE ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 1. Reclamação em que se impugnou decisão que julgou que as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram- se superadas pelo trânsito em julgado. Ausência de estrita aderência entre o acórdão reclamado e o decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (RE 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). 2. O Código de Processo Civil prevê como requisito para o ajuizamento de reclamação por alegação de afronta a tese firmada em repercussão geral o exaurimento das instâncias ordinárias ( art. 988, §5º, II, do CPC/2015). 3. Agravo interno a que se nega provimento. É o relatório. Peço vênia ao Relator para lançar minha posição em sentido contrário, pois, conforme tenho manifestado em hipóteses semelhantes, ao meu ver, a discussão acerca da licitude da terceirização da atividade- fim não pode ser examinada, de forma isolada, sem considerar a autoridade desta CORTE espelhada pela Súmula Vinculante 10 e, também, por meio dos julgamentos da ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO) e do Tema 725 da Repercussão Geral (RE 958.252, Rel. Min. LUIZ FUX) sob pena prevalecerem soluções antagônicas para a mesma controvérsia de direito. O Tribunal reclamado decidiu que as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado (doc. 13, fl. 23), determinando, assim, que seja dado prosseguimento à execução do título judicial. Ao assim decidir, deixou de observar o fator cronológico bem delimitado na parte final da tese fixada no julgamento do Tema 360 segundo o qual é inexigível a sentença fundada em norma declarada inconstitucional, desde que “o reconhecimento dessa inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do STF realizado em data anterior ao trânsito em 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ julgado da sentença exequenda” – uma vez que, no caso em análise, em consulta realizada ao sítio eletrônico do Tribunal Superior do Trabalho, verifica-se que a estabilização da decisão fundada na Súmula 331, I e III, do TST (doc. 8, fl. 139) ocorreu em 18/10/2019; enquanto que, ainda em 2018, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos autos da ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Pleno, julgado em 30/8/2018), declarou a inconstitucionalidade da Súmula 331/TST, por violação aos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, assentando, ao final, a constitucionalidade da terceirização de atividade-fim ou meio, com a fixação da seguinte TESE: “1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993”. Dessa maneira, a manutenção do acórdão, fundada na Súmula 331/TST, contraria os resultados produzidos pelos julgamentos do Tema 360 da Repercussão Geral (RE 611.503, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Redator p/ acórdão Min. EDSON FACHIN, julgado em 20/9/2018), combinado com ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Pleno, julgado em 30/8/2018), a sugerir, consequentemente, o restabelecimento da autoridade desta CORTE quanto ao ponto. Ante o exposto, pedindo vênia ao Relator, DOU PROVIMENTO ao recurso de agravo para julgar procedente o pedido, de forma seja cassado o acórdão impugnado; e DETERMINO que a autoridade reclamada observe o entendimento fixado no Tema 725 da Repercussão Geral (RE 958.252, Rel. Min. LUIZ FUX) e ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO). É como voto. 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ julgado da sentença exequenda” – uma vez que, no caso em análise, em consulta realizada ao sítio eletrônico do Tribunal Superior do Trabalho, verifica-se que a estabilização da decisão fundada na Súmula 331, I e III, do TST (doc. 8, fl. 139) ocorreu em 18/10/2019; enquanto que, ainda em 2018, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos autos da ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Pleno, julgado em 30/8/2018), declarou a inconstitucionalidade da Súmula 331/TST, por violação aos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, assentando, ao final, a constitucionalidade da terceirização de atividade-fim ou meio, com a fixação da seguinte TESE: “1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993”. Dessa maneira, a manutenção do acórdão, fundada na Súmula 331/TST, contraria os resultados produzidos pelos julgamentos do Tema 360 da Repercussão Geral (RE 611.503, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Redator p/ acórdão Min. EDSON FACHIN, julgado em 20/9/2018), combinado com ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Pleno, julgado em 30/8/2018), a sugerir, consequentemente, o restabelecimento da autoridade desta CORTE quanto ao ponto. Ante o exposto, pedindo vênia ao Relator, DOU PROVIMENTO ao recurso de agravo para julgar procedente o pedido, de forma seja cassado o acórdão impugnado; e DETERMINO que a autoridade reclamada observe o entendimento fixado no Tema 725 da Repercussão Geral (RE 958.252, Rel. Min. LUIZ FUX) e ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO). É como voto. 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 25 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) : THOMAZ RIBEIRO LEMOS (104110/MG, 147681/RJ) AGDO.(A/S) : JORGE JACOBS ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) : ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA 21ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Dias Toffoli, vencido o Ministro Alexandre de Moraes. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3437-5838-5B63-366E e senha E11C-1AD1-5207-7FF1 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) : THOMAZ RIBEIRO LEMOS (104110/MG, 147681/RJ) AGDO.(A/S) : JORGE JACOBS ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) : ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA 21ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Dias Toffoli, vencido o Ministro Alexandre de Moraes. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3437-5838-5B63-366E e senha E11C-1AD1-5207-7FF1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 25
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756896322
2021-06-28T00:00:00
2021-08-24T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Dias Toffoli, vencido o Ministro Alexandre de Moraes. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO
EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA E DE ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 1. Reclamação na qual se impugnou decisão que julgara encontrarem-se as matérias arguidas em exceção de pré-executividade superadas pelo trânsito em julgado. Ausência de estrita aderência entre o acórdão reclamado e o decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (RE 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). 2. O Código de Processo Civil prevê como requisito para o ajuizamento de reclamação por alegação de afronta a tese firmada em repercussão geral o exaurimento das instâncias ordinárias ( art. 988, § 5º, II, do CPC/2015). 3. Agravo interno a que se nega provimento.
sjur451265
- Acórdão(s) citado(s): (RECLAMAÇÃO, ADERÊNCIA ESTRITA) Rcl 11246 AgR (TP), Rcl 6040 ED (TP), Rcl 21409 (1ªT). (RECLAMAÇÃO, ESGOTAMENTO, INSTÂNCIA INFERIOR) Rcl 24686 ED-AgR (2ªT). (RECLAMAÇÃO, ATO, TRÂNSITO EM JULGADO) Rcl 9892 AgR (TP), Rcl 17811 AgR (2ªT), Rcl 22385 AgR (2ªT). (RECLAMAÇÃO, SUCEDÂNEO, RECURSO, AÇÃO RESCISÓRIA) Rcl 28577 AgR (1ªT), Rcl 40544 AgR (2ªT), Rcl 42453 AgR (2ªT), Rcl 32688 AgR. - Veja ADPF 324, RE 611503 RG e RE 958252 RG do STF. Número de páginas: 25. Análise: 11/04/2022, SOF.
ROBERTO BARROSO
Primeira Turma
45658
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00102 INC-00001 LET-L\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-008038 ANO-1990\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00525 PAR-00012 PAR-00014 ART-00988\n INC-00002 INC-00003 INC-00004 PAR-00005\n INC-00001 INC-00002 ART-01030 INC-00001\n PAR-00002\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUV-000010\n SÚMULA VINCULANTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000734\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMTST-000331\n SÚMULA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - TST" ]
Rcl-AgR
acordaos
Rcl 45658 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) : THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) : JORGE JACOBS ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) : ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA 21ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21... VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA E DE ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 1. Reclamação na qual se impugnou decisão que julgara encontrarem-se as matérias arguidas em exceção de pré-executividade superadas pelo trânsito em julgado. Ausência de estrita aderência entre o acórdão reclamado e o decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (Recurso Extraordinário 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). 2. O Código de Processo Civil prevê como requisito para o ajuizamento de reclamação por alegação de afronta a tese firmada em repercussão geral o exaurimento das instâncias ordinárias ( art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil/2015). 3. Agravo interno a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Dias Toffoli, vencido o Ministro Alexandre de Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0794-2AA4-01E8-0E62 e senha AFF6-A9C5-1553-78F4 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 25 Ementa e Acórdão RCL 45658 AGR / RJ Moraes. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0794-2AA4-01E8-0E62 e senha AFF6-A9C5-1553-78F4 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ Moraes. Brasília, 18 a 25 de junho de 2021. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO - Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0794-2AA4-01E8-0E62 e senha AFF6-A9C5-1553-78F4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 25 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21... VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Trata-se de agravo interno para impugnar decisão por meio da qual neguei seguimento à reclamação, nos seguintes termos: “1. Trata-se de reclamação constitucional, com pedido liminar, ajuizada pela Light Serviços de Eletricidade S.A. em face de decisão da 21... Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, proferida nos Autos n 0000039- 33.2010.5.01.0021, que considerou superada pelo trânsito em julgado a matéria arguida em exceção de pré-executividade. 2. A parte reclamante sustenta a inexigibilidade do título executivo, tendo em conta que, em julgamento realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda, o Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) afirmou a constitucionalidade da terceirização de qualquer atividade empresarial, meio ou fim. Alega, assim, afronta às decisões da ADPF 324, da minha relatoria, e do Recurso Extraordinário 958.252, paradigma do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21... VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Trata-se de agravo interno para impugnar decisão por meio da qual neguei seguimento à reclamação, nos seguintes termos: “1. Trata-se de reclamação constitucional, com pedido liminar, ajuizada pela Light Serviços de Eletricidade S.A. em face de decisão da 21... Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, proferida nos Autos n 0000039- 33.2010.5.01.0021, que considerou superada pelo trânsito em julgado a matéria arguida em exceção de pré-executividade. 2. A parte reclamante sustenta a inexigibilidade do título executivo, tendo em conta que, em julgamento realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda, o Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) afirmou a constitucionalidade da terceirização de qualquer atividade empresarial, meio ou fim. Alega, assim, afronta às decisões da ADPF 324, da minha relatoria, e do Recurso Extraordinário 958.252, paradigma do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 25 Relatório RCL 45658 AGR / RJ Tema 725 da repercussão geral, combinadas com a decisão do Recurso Extraordinário 611.503, paradigma do Tema 360 da repercussão geral. Requer, em caráter liminar, a suspensão do processo de origem e, ao final, a cassação da decisão reclamada. 3. A reclamação foi ajuizada durante o recesso forense. A Ministra Rosa Weber, no exercício da Presidência, entendeu que o caso não se enquadrava nas hipóteses do art. 13, VIII, do RI/Supremo Tribunal Federal. 4. É o relatório. Decido. 5. Dispenso as informações, devido à suficiente instrução do feito, bem como a manifestação da Procuradoria- Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/Supremo Tribunal Federal, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Com efeito, a reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da Constituição Federal de 1988). 7. Em se tratando de alegação de afronta à tese firmada em julgamento de recurso extraordinário, submetido à sistemática da repercussão geral, a reclamação pressupõe que o ato reclamado seja oriundo de órgão jurisdicional. Isso porque, nos termos do art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil/2015, a inobservância da tese firmada em repercussão geral somente enseja o ajuizamento da reclamação quando esgotadas as instâncias ordinárias. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento a recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2..., do Código de Processo Civil/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ Tema 725 da repercussão geral, combinadas com a decisão do Recurso Extraordinário 611.503, paradigma do Tema 360 da repercussão geral. Requer, em caráter liminar, a suspensão do processo de origem e, ao final, a cassação da decisão reclamada. 3. A reclamação foi ajuizada durante o recesso forense. A Ministra Rosa Weber, no exercício da Presidência, entendeu que o caso não se enquadrava nas hipóteses do art. 13, VIII, do RI/Supremo Tribunal Federal. 4. É o relatório. Decido. 5. Dispenso as informações, devido à suficiente instrução do feito, bem como a manifestação da Procuradoria- Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/Supremo Tribunal Federal, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Com efeito, a reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da Constituição Federal de 1988). 7. Em se tratando de alegação de afronta à tese firmada em julgamento de recurso extraordinário, submetido à sistemática da repercussão geral, a reclamação pressupõe que o ato reclamado seja oriundo de órgão jurisdicional. Isso porque, nos termos do art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil/2015, a inobservância da tese firmada em repercussão geral somente enseja o ajuizamento da reclamação quando esgotadas as instâncias ordinárias. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento a recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2..., do Código de Processo Civil/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 25 Relatório RCL 45658 AGR / RJ recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, cito a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 8. No caso em análise, tal requisito não fora cumprido em relação ao Tema 360 (Recurso Extraordinário 611.503-RG, Rel. Min. Teori Zavascki), tendo em conta que a reclamação foi ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. 9. Nesse cenário, a presente reclamação não tem condições de prosseguir sob a alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (Recurso Extraordinário 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux), pois não há aderência estrita entre o ato reclamado e os paradigmas invocados.Nestes, discutiu-se sobre a constitucionalidade da terceirização de mão de obra, enquanto na decisão reclamada considerou-se prejudicada a matéria arguida em exceção de pré-executividade em face da inalterabilidade da coisa julgada. Nesse sentido: Rcl 45.846, Rel. Min. Edson Fachin. 10. Por fim, consultando a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, verifica- se que a Corte Superior vem admitindo a inexigibilidade do título executivo fundado na ADPF 324 e no Recurso Extraordinário 958.252-RG (Tema 725), como se percebe do julgado abaixo: ‘RECURSO DE REVISTA. EXEQUENTE. LEI n 13.467/2017. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE FIM DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. TRÂNSITO EM JULGADO POSTERIOR AOS JULGAMENTOS DA ADPF n 324 E DO Recurso Extraordinário n 958.252. CONTROVÉRSIA SOBRE A OCORRÊNCIA DE COISA JULGADA. 1 - Caso em que se acolheu a alegação de inexigibilidade do título executivo, sob o fundamento de que o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do Supremo Tribunal Federal na ADPF 324 e Recurso Extraordinário 958.252. 2 - Deve ser reconhecida a transcendência jurídica para exame mais detido da controvérsia devido às peculiaridades do caso 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, cito a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 8. No caso em análise, tal requisito não fora cumprido em relação ao Tema 360 (Recurso Extraordinário 611.503-RG, Rel. Min. Teori Zavascki), tendo em conta que a reclamação foi ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. 9. Nesse cenário, a presente reclamação não tem condições de prosseguir sob a alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (Recurso Extraordinário 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux), pois não há aderência estrita entre o ato reclamado e os paradigmas invocados.Nestes, discutiu-se sobre a constitucionalidade da terceirização de mão de obra, enquanto na decisão reclamada considerou-se prejudicada a matéria arguida em exceção de pré-executividade em face da inalterabilidade da coisa julgada. Nesse sentido: Rcl 45.846, Rel. Min. Edson Fachin. 10. Por fim, consultando a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, verifica- se que a Corte Superior vem admitindo a inexigibilidade do título executivo fundado na ADPF 324 e no Recurso Extraordinário 958.252-RG (Tema 725), como se percebe do julgado abaixo: ‘RECURSO DE REVISTA. EXEQUENTE. LEI n 13.467/2017. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE FIM DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. TRÂNSITO EM JULGADO POSTERIOR AOS JULGAMENTOS DA ADPF n 324 E DO Recurso Extraordinário n 958.252. CONTROVÉRSIA SOBRE A OCORRÊNCIA DE COISA JULGADA. 1 - Caso em que se acolheu a alegação de inexigibilidade do título executivo, sob o fundamento de que o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do Supremo Tribunal Federal na ADPF 324 e Recurso Extraordinário 958.252. 2 - Deve ser reconhecida a transcendência jurídica para exame mais detido da controvérsia devido às peculiaridades do caso 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 25 Relatório RCL 45658 AGR / RJ concreto. O enfoque exegético da aferição dos indicadores de transcendência em princípio deve ser positivo, especialmente nos casos de alguma complexidade, em que se torna aconselhável o debate mais aprofundado do tema no caso concreto. 3 - Trata-se de recurso de revista interposto em processo em fase de execução e somente por violação direta da Constituição é possível o seu conhecimento, nos termos do artigo 896, § 2..., da Consolidação das Leis do Trabalho e da Súmula n 266 do Tribunal Superior do Trabalho, ficando desde logo afastada a viabilidade do recurso de revista da exequente pela violação de dispositivo de lei e pela divergência jurisprudencial colacionada. 4 - O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF n 324 e do Recurso Extraordinário n 958252, em 30/8/2018, decidiu que é lícita a terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim. A tese de repercussão geral aprovada no recurso extraordinário foi a de que ‘é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante’. Declarou aquela Corte ainda que a respectiva decisão não tem aplicabilidade aos processos em que tenha havido coisa julgada. 5 - Contudo, no caso concreto, o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do Supremo Tribunal Federal sobre a licitude da terceirização, contexto a partir do qual o TRT concluiu pela inexigibilidade do título executivo, posicionamento respaldado pela jurisprudência desta Corte Superior, conforme julgados citados, inexistindo afronta literal e direta ao artigo 5..., inciso XXXVI, da Constituição da República. 6 - Recurso de revista de que não se conhece. ‘ 11. Desta forma, ao ajuizar reclamação contra decisão proferida pelo Juízo do Trabalho de 1... instância, a parte reclamante parece utilizá-la como sucedâneo recursal, não se prestando a via eleita para esta finalidade. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, nego seguimento à reclamação, prejudicada a análise do 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ concreto. O enfoque exegético da aferição dos indicadores de transcendência em princípio deve ser positivo, especialmente nos casos de alguma complexidade, em que se torna aconselhável o debate mais aprofundado do tema no caso concreto. 3 - Trata-se de recurso de revista interposto em processo em fase de execução e somente por violação direta da Constituição é possível o seu conhecimento, nos termos do artigo 896, § 2..., da Consolidação das Leis do Trabalho e da Súmula n 266 do Tribunal Superior do Trabalho, ficando desde logo afastada a viabilidade do recurso de revista da exequente pela violação de dispositivo de lei e pela divergência jurisprudencial colacionada. 4 - O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF n 324 e do Recurso Extraordinário n 958252, em 30/8/2018, decidiu que é lícita a terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim. A tese de repercussão geral aprovada no recurso extraordinário foi a de que ‘é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante’. Declarou aquela Corte ainda que a respectiva decisão não tem aplicabilidade aos processos em que tenha havido coisa julgada. 5 - Contudo, no caso concreto, o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do Supremo Tribunal Federal sobre a licitude da terceirização, contexto a partir do qual o TRT concluiu pela inexigibilidade do título executivo, posicionamento respaldado pela jurisprudência desta Corte Superior, conforme julgados citados, inexistindo afronta literal e direta ao artigo 5..., inciso XXXVI, da Constituição da República. 6 - Recurso de revista de que não se conhece. ‘ 11. Desta forma, ao ajuizar reclamação contra decisão proferida pelo Juízo do Trabalho de 1... instância, a parte reclamante parece utilizá-la como sucedâneo recursal, não se prestando a via eleita para esta finalidade. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, nego seguimento à reclamação, prejudicada a análise do 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 25 Relatório RCL 45658 AGR / RJ pedido cautelar. Sem honorários, porquanto não citada a parte interessada.” 2. A parte agravante reitera os argumentos expostos na petição inicial, defendendo o cabimento da reclamação. 3. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ pedido cautelar. Sem honorários, porquanto não citada a parte interessada.” 2. A parte agravante reitera os argumentos expostos na petição inicial, defendendo o cabimento da reclamação. 3. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E770-1BCA-3E05-A275 e senha 2C27-1DCE-48E1-257E Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 25 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas nego provimento ao recurso. 2. Conforme ressaltado na decisão agravada, a reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da Constituição). No segundo caso, exige-se que o pronunciamento tenha sido proferido em processo subjetivo no qual o ora agravante tenha figurado como parte, ou que tenha efeito vinculante (art. 988, II a IV, e §5..., II, do Código de Processo Civil/2015). 3. No caso dos autos, a reclamação trabalhista tramitou até a instância superior e, após decisão do Tribunal Superior do Trabalho, transitou em julgado em 18.10.2019, conforme informado na inicial. Em 19.11.2019, iniciou-se a execução pelo trabalhador, seguida de apresentação de exceção de pré-executividade pela parte ora agravante, pugnando pela inexigibilidade do título executivo por estar incompatível com o entendimento desta Corte sedimentado nos julgamentos da ADPF 324, do Recurso Extraordinário 958.252-RG e do Recurso Extraordinário 611.503-RG. No acórdão reclamado, proferido em face da exceção de pré-executividade, julgou-se que, negado provimento ao AIRR interposto pela ora agravante, as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado. Confira-se a ementa do julgado: “Vistos, etc. Restou negado provimento ao AIRR interposto pela executada LIGHT SERVICOS DEELETRICIDADE S.A., razão pela qual as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado. Logo a EPE Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Conheço do agravo, mas nego provimento ao recurso. 2. Conforme ressaltado na decisão agravada, a reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da Constituição). No segundo caso, exige-se que o pronunciamento tenha sido proferido em processo subjetivo no qual o ora agravante tenha figurado como parte, ou que tenha efeito vinculante (art. 988, II a IV, e §5..., II, do Código de Processo Civil/2015). 3. No caso dos autos, a reclamação trabalhista tramitou até a instância superior e, após decisão do Tribunal Superior do Trabalho, transitou em julgado em 18.10.2019, conforme informado na inicial. Em 19.11.2019, iniciou-se a execução pelo trabalhador, seguida de apresentação de exceção de pré-executividade pela parte ora agravante, pugnando pela inexigibilidade do título executivo por estar incompatível com o entendimento desta Corte sedimentado nos julgamentos da ADPF 324, do Recurso Extraordinário 958.252-RG e do Recurso Extraordinário 611.503-RG. No acórdão reclamado, proferido em face da exceção de pré-executividade, julgou-se que, negado provimento ao AIRR interposto pela ora agravante, as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado. Confira-se a ementa do julgado: “Vistos, etc. Restou negado provimento ao AIRR interposto pela executada LIGHT SERVICOS DEELETRICIDADE S.A., razão pela qual as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado. Logo a EPE Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 25 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45658 AGR / RJ perde seu objeto em face da inalterabilidade da coisa julgada. Homologados os cálculos no importe de R$ 335.155,38, em 27/11/2019 (fl. 585).Assim sendo, notifique-se a executada para que proceda ao pagamento do , em 5 dias,quantum sob pena de execução.” 4. Da análise da tramitação do processo anterior à exceção de pré-executividade, ou seja, da fase recursal do processo de conhecimento, verifica-se que o acórdão regional, proferido em recurso ordinário, que veio a ser mantido pelas decisões subsequentes, fundamentou-se na compreensão de que seria “inadmissível a terceirização da atividade-fim das empresas concessionárias de serviços público, inclusive as de telecomunicações,” no entanto, deixou claro, que, ainda que fosse admissível, diante das circunstâncias específicas do caso, restou comprovado que o real empregador era a empresa ora agravante, “tratando-se a empresa contratada de mera "testa-de-ferro" em relação ao contrato de trabalho do autor. É caso típico, indiscutível, de intermediação ilícita de mão de obra, ou seja, de fraude na contratação. Daí se conclui que restou comprovada a ilicitude na terceirização”. 5. Em se tratando de alegação de violação à decisão dotada de efeito vinculante, o Supremo Tribunal Federal entende que há necessidade de relação de aderência estrita entre o ato impugnado e o paradigma supostamente violado, o que não se vislumbra no tocante à alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria, Pleno, julgado em 30.8.2018) e no Tema 725 (Recurso Extraordinário 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). Nesse sentido: as Rcl 6.040-ED, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcl 11.246-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; e Rcl 21.409, sob a minha relatoria. 6. Com efeito, a discussão acerca da inexigibilidade do título, travada na decisão reclamada, decorre do art. 525, §§ 12 e 14, do Código de Processo Civil, segundo o qual é inexigível “o título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ perde seu objeto em face da inalterabilidade da coisa julgada. Homologados os cálculos no importe de R$ 335.155,38, em 27/11/2019 (fl. 585).Assim sendo, notifique-se a executada para que proceda ao pagamento do , em 5 dias,quantum sob pena de execução.” 4. Da análise da tramitação do processo anterior à exceção de pré-executividade, ou seja, da fase recursal do processo de conhecimento, verifica-se que o acórdão regional, proferido em recurso ordinário, que veio a ser mantido pelas decisões subsequentes, fundamentou-se na compreensão de que seria “inadmissível a terceirização da atividade-fim das empresas concessionárias de serviços público, inclusive as de telecomunicações,” no entanto, deixou claro, que, ainda que fosse admissível, diante das circunstâncias específicas do caso, restou comprovado que o real empregador era a empresa ora agravante, “tratando-se a empresa contratada de mera "testa-de-ferro" em relação ao contrato de trabalho do autor. É caso típico, indiscutível, de intermediação ilícita de mão de obra, ou seja, de fraude na contratação. Daí se conclui que restou comprovada a ilicitude na terceirização”. 5. Em se tratando de alegação de violação à decisão dotada de efeito vinculante, o Supremo Tribunal Federal entende que há necessidade de relação de aderência estrita entre o ato impugnado e o paradigma supostamente violado, o que não se vislumbra no tocante à alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria, Pleno, julgado em 30.8.2018) e no Tema 725 (Recurso Extraordinário 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). Nesse sentido: as Rcl 6.040-ED, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcl 11.246-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; e Rcl 21.409, sob a minha relatoria. 6. Com efeito, a discussão acerca da inexigibilidade do título, travada na decisão reclamada, decorre do art. 525, §§ 12 e 14, do Código de Processo Civil, segundo o qual é inexigível “o título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 25 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45658 AGR / RJ lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso”, desde que a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal seja anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. No caso, não se desconhece que a discussão acerca da licitude da terceirização foi objeto de debate no processo de conhecimento que transitou em julgado depois do acórdão na ADPF 324, como visto, o que, à primeira vista, poderia ser favorável à tese do ora agravante. 7. No entanto, na decisão reclamada, o Juízo da execução não ingressou no mérito da licitude da terceirização em razão da discussão já ter sido travada nas demais instâncias, a demonstrar a ausência de relação de estrita pertinência entre o ato reclamado e o parâmetro de controle. Ainda que tivesse adentrado no mérito da terceirização, a adequação ao julgamento da ADPF 324 e do Recurso Extraordinário 958.252-RG, no caso dos autos, exigiria reexame de provas, como destacado no item 4 acima, o que torna inviável a realização desta discussão em sede de reclamação. A irresignação deve ser suscitada pelas vias próprias, a tempo e modo, descabendo conferir à reclamação contornos de atalho processual ou sucedâneo recursal. 8. Quanto à violação à tese firmada no Recurso Extraordinário 611.503-RG, paradigma do Tema 360 da repercussão geral, na sistemática da Lei n 8.038/1990 e do Código de Processo Civil/1973, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal foi construída no sentido do descabimento da reclamação constitucional sob alegação de ausência de aplicação ou aplicação equivocada de precedente firmado em sede de repercussão geral. 9. No entanto, o Código de Processo Civil de 2015, na linha das suas demais inovações relativas à evolução legislativa do sistema de precedentes, previu a possibilidade de ajuizamento da reclamação para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, ou de acórdão proferido em julgamento 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso”, desde que a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal seja anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. No caso, não se desconhece que a discussão acerca da licitude da terceirização foi objeto de debate no processo de conhecimento que transitou em julgado depois do acórdão na ADPF 324, como visto, o que, à primeira vista, poderia ser favorável à tese do ora agravante. 7. No entanto, na decisão reclamada, o Juízo da execução não ingressou no mérito da licitude da terceirização em razão da discussão já ter sido travada nas demais instâncias, a demonstrar a ausência de relação de estrita pertinência entre o ato reclamado e o parâmetro de controle. Ainda que tivesse adentrado no mérito da terceirização, a adequação ao julgamento da ADPF 324 e do Recurso Extraordinário 958.252-RG, no caso dos autos, exigiria reexame de provas, como destacado no item 4 acima, o que torna inviável a realização desta discussão em sede de reclamação. A irresignação deve ser suscitada pelas vias próprias, a tempo e modo, descabendo conferir à reclamação contornos de atalho processual ou sucedâneo recursal. 8. Quanto à violação à tese firmada no Recurso Extraordinário 611.503-RG, paradigma do Tema 360 da repercussão geral, na sistemática da Lei n 8.038/1990 e do Código de Processo Civil/1973, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal foi construída no sentido do descabimento da reclamação constitucional sob alegação de ausência de aplicação ou aplicação equivocada de precedente firmado em sede de repercussão geral. 9. No entanto, o Código de Processo Civil de 2015, na linha das suas demais inovações relativas à evolução legislativa do sistema de precedentes, previu a possibilidade de ajuizamento da reclamação para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, ou de acórdão proferido em julgamento 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 25 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RCL 45658 AGR / RJ de recursos extraordinários repetitivos. Todavia, para tanto, deveriam ser exauridas as instâncias ordinárias (art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil/2015). 10. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento ao recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2..., do Código de Processo Civil/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, veja-se a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 11. No presente caso, esse requisito também não foi cumprido. Com efeito, parte agravante nem sequer interpôs recurso às demais instâncias da decisão ora reclamada, tendo a reclamação sido ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. De modo que é incabível o ajuizamento da reclamação na espécie, por ausência de esgotamento das instâncias ordinárias. 12. Destaco, por fim, que a reclamação constitucional tem por objeto a verificação da compatibilidade dos atos reclamados com os precedentes invocados. Portanto, a inadmissão da reclamação não implica, necessariamente, a afirmação do acerto do ato reclamado. 13. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ de recursos extraordinários repetitivos. Todavia, para tanto, deveriam ser exauridas as instâncias ordinárias (art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil/2015). 10. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento ao recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2..., do Código de Processo Civil/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, veja-se a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 11. No presente caso, esse requisito também não foi cumprido. Com efeito, parte agravante nem sequer interpôs recurso às demais instâncias da decisão ora reclamada, tendo a reclamação sido ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. De modo que é incabível o ajuizamento da reclamação na espécie, por ausência de esgotamento das instâncias ordinárias. 12. Destaco, por fim, que a reclamação constitucional tem por objeto a verificação da compatibilidade dos atos reclamados com os precedentes invocados. Portanto, a inadmissão da reclamação não implica, necessariamente, a afirmação do acerto do ato reclamado. 13. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5549-B880-5380-0640 e senha FC33-F74E-1CF4-7EAF Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 25 Voto Vogal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21... VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Cuida-se de reclamação constitucional, ora em sede regimental, proposta por Light Serviços de Eletricidade S/A contra decisão da 21... Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, a qual teria desrespeitado a autoridade do Supremo Tribunal Federal, a eficácia do julgado na ADPF n 324/DF e as teses dos Temas 725 e 360 da repercussão geral. Eis o teor dos paradigmas: “Direito do Trabalho. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Terceirização de atividade-fim e de atividade-meio. Constitucionalidade. 1. A Constituição não impõe a adoção de um modelo de produção específico, não impede o desenvolvimento de estratégias empresariais flexíveis, tampouco veda a terceirização. Todavia, a jurisprudência trabalhista sobre o tema tem sido oscilante e não estabelece critérios e condições claras e objetivas, que permitam sua adoção com segurança. O direito do trabalho e o sistema sindical precisam se adequar às transformações no mercado de trabalho e na sociedade. 2. A terceirização das atividades-meio Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21... VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Cuida-se de reclamação constitucional, ora em sede regimental, proposta por Light Serviços de Eletricidade S/A contra decisão da 21... Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, a qual teria desrespeitado a autoridade do Supremo Tribunal Federal, a eficácia do julgado na ADPF n 324/DF e as teses dos Temas 725 e 360 da repercussão geral. Eis o teor dos paradigmas: “Direito do Trabalho. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Terceirização de atividade-fim e de atividade-meio. Constitucionalidade. 1. A Constituição não impõe a adoção de um modelo de produção específico, não impede o desenvolvimento de estratégias empresariais flexíveis, tampouco veda a terceirização. Todavia, a jurisprudência trabalhista sobre o tema tem sido oscilante e não estabelece critérios e condições claras e objetivas, que permitam sua adoção com segurança. O direito do trabalho e o sistema sindical precisam se adequar às transformações no mercado de trabalho e na sociedade. 2. A terceirização das atividades-meio Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ ou das atividades-fim de uma empresa tem amparo nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, que asseguram aos agentes econômicos a liberdade de formular estratégias negociais indutoras de maior eficiência econômica e competitividade. 3. A terceirização não enseja, por si só, precarização do trabalho, violação da dignidade do trabalhador ou desrespeito a direitos previdenciários. É o exercício abusivo da sua contratação que pode produzir tais violações. 4. Para evitar tal exercício abusivo, os princípios que amparam a constitucionalidade da terceirização devem ser compatibilizados com as normas constitucionais de tutela do trabalhador, cabendo à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias (art. 31 da Lei 8.212/1993). 5. A responsabilização subsidiária da tomadora dos serviços pressupõe a sua participação no processo judicial, bem como a sua inclusão no título executivo judicial. 6. Mesmo com a superveniência da Lei 13.467/2017, persiste o objeto da ação, entre outras razões porque, a despeito dela, não foi revogada ou alterada a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, que consolidava o conjunto de decisões da Justiça do Trabalho sobre a matéria, a indicar que o tema continua a demandar a manifestação do Supremo Tribunal Federal a respeito dos aspectos constitucionais da terceirização. Além disso, a aprovação da lei ocorreu após o pedido de inclusão do feito em pauta. 7. Firmo a seguinte tese: '1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993'. 8. ADPF julgada procedente para assentar a licitude da terceirização de atividade-fim ou meio. Restou 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ ou das atividades-fim de uma empresa tem amparo nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, que asseguram aos agentes econômicos a liberdade de formular estratégias negociais indutoras de maior eficiência econômica e competitividade. 3. A terceirização não enseja, por si só, precarização do trabalho, violação da dignidade do trabalhador ou desrespeito a direitos previdenciários. É o exercício abusivo da sua contratação que pode produzir tais violações. 4. Para evitar tal exercício abusivo, os princípios que amparam a constitucionalidade da terceirização devem ser compatibilizados com as normas constitucionais de tutela do trabalhador, cabendo à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias (art. 31 da Lei 8.212/1993). 5. A responsabilização subsidiária da tomadora dos serviços pressupõe a sua participação no processo judicial, bem como a sua inclusão no título executivo judicial. 6. Mesmo com a superveniência da Lei 13.467/2017, persiste o objeto da ação, entre outras razões porque, a despeito dela, não foi revogada ou alterada a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, que consolidava o conjunto de decisões da Justiça do Trabalho sobre a matéria, a indicar que o tema continua a demandar a manifestação do Supremo Tribunal Federal a respeito dos aspectos constitucionais da terceirização. Além disso, a aprovação da lei ocorreu após o pedido de inclusão do feito em pauta. 7. Firmo a seguinte tese: '1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993'. 8. ADPF julgada procedente para assentar a licitude da terceirização de atividade-fim ou meio. Restou 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ explicitado pela maioria que a decisão não afeta automaticamente decisões transitadas em julgado” (ADPF n 324, Rel. Min. Roberto Barroso, Plenário, DJe de 6/9/19). “É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante” (Tema 725 da RG). “São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do Código de Processo Civil, do § 1... do art. 475-L, ambos do Código de Processo Civil/73, bem como os correspondentes dispositivos do Código de Processo Civil/15, o art. 525, § 1..., III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5.... São dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado, assim caracterizado nas hipóteses em que (a) a sentença exequenda esteja fundada em norma reconhecidamente inconstitucional, seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com um sentido inconstitucionais; ou (b) a sentença exequenda tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional; e (c) desde que, em qualquer dos casos, o reconhecimento dessa constitucionalidade ou a inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do Supremo Tribunal Federal realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda” (Tema 360 da RG). O Ministro Roberto Barroso propõe o não provimento do agravo regimental, com a manutenção da negativa de seguimento da reclamação, fundada na ausência de identidade entre os paradigmas (Tema 725 RG e ADPF 324) e o ato reclamado, bem como na ausência do esgotamento da instância ordinária para fins de conhecimento da reclamatória com fundamento na suposta violação do que decidido no Tema 360 RG. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ explicitado pela maioria que a decisão não afeta automaticamente decisões transitadas em julgado” (ADPF n 324, Rel. Min. Roberto Barroso, Plenário, DJe de 6/9/19). “É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante” (Tema 725 da RG). “São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do Código de Processo Civil, do § 1... do art. 475-L, ambos do Código de Processo Civil/73, bem como os correspondentes dispositivos do Código de Processo Civil/15, o art. 525, § 1..., III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5.... São dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado, assim caracterizado nas hipóteses em que (a) a sentença exequenda esteja fundada em norma reconhecidamente inconstitucional, seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com um sentido inconstitucionais; ou (b) a sentença exequenda tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional; e (c) desde que, em qualquer dos casos, o reconhecimento dessa constitucionalidade ou a inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do Supremo Tribunal Federal realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda” (Tema 360 da RG). O Ministro Roberto Barroso propõe o não provimento do agravo regimental, com a manutenção da negativa de seguimento da reclamação, fundada na ausência de identidade entre os paradigmas (Tema 725 RG e ADPF 324) e o ato reclamado, bem como na ausência do esgotamento da instância ordinária para fins de conhecimento da reclamatória com fundamento na suposta violação do que decidido no Tema 360 RG. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ Acompanho o Relator na negativa de provimento ao agravo regimental, pedindo vênia, contudo, para assentar o não conhecimento das alegações com paradigma na ADPF n 324 e no Tema n 725 RG. É incontroverso nesta reclamatória que, quando de seu protocolo na Suprema Corte (em 29/01/2021), já havia sido certificado o trânsito em julgado da fase de conhecimento da Ação Trabalhista n 0000039- 33.2010.5.01.0021, na qual se decidiu pela ilicitude da terceirização de mão de obra. Dessa perspectiva, entendo que o conhecimento da reclamação com fundamento no Tema n 725 da RG e na ADPF n 324 esbarra no óbice da Súmula n 734/Supremo Tribunal Federal, assim redigida: “Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.” O entendimento firmado sob a égide do Código de Processo Civil/73 é corroborado pelo novel diploma processual introduzido pela Lei n 13.105/2015 (Código de Processo Civil/2015), o qual dispõe: “Art. 988. (...) § 5... É inadmissível a reclamação: I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada”. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RESTABELECIMENTO DO DEBATE SOBRE QUESTÃO COM DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. SÚMULA N. 734 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n 22.385/SP-AgR, Segunda Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 25/2/16). 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ Acompanho o Relator na negativa de provimento ao agravo regimental, pedindo vênia, contudo, para assentar o não conhecimento das alegações com paradigma na ADPF n 324 e no Tema n 725 RG. É incontroverso nesta reclamatória que, quando de seu protocolo na Suprema Corte (em 29/01/2021), já havia sido certificado o trânsito em julgado da fase de conhecimento da Ação Trabalhista n 0000039- 33.2010.5.01.0021, na qual se decidiu pela ilicitude da terceirização de mão de obra. Dessa perspectiva, entendo que o conhecimento da reclamação com fundamento no Tema n 725 da RG e na ADPF n 324 esbarra no óbice da Súmula n 734/Supremo Tribunal Federal, assim redigida: “Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.” O entendimento firmado sob a égide do Código de Processo Civil/73 é corroborado pelo novel diploma processual introduzido pela Lei n 13.105/2015 (Código de Processo Civil/2015), o qual dispõe: “Art. 988. (...) § 5... É inadmissível a reclamação: I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada”. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RESTABELECIMENTO DO DEBATE SOBRE QUESTÃO COM DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. SÚMULA N. 734 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n 22.385/SP-AgR, Segunda Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 25/2/16). 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ “CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. RECLAMAÇÃO. AJUIZAMENTO CONTRA DECISÃO JÁ TRANSITADA EM JULGADO. NÃO CABIMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 734 DESTA CORTE. RECLAMAÇÃO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO” (Rcl n 17.811/RS-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Teori Zavascki, DJe de 20/8/14). “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. COMPETÊNCIA. DECISÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO QUE SUPOSTAMENTE DESRESPEITA A DECISÃO DESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ADI 3.395-MC. TRÂNSITO EM JULGADO (SÚMULA 734). Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que, segundo se alega, teria desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal. Ante a irrecorribilidade da decisão no âmbito da Justiça do Trabalho, deveria o agravante ter se utilizado da reclamação constitucional quando proferido o primeiro acórdão que tratou do tema relativo à competência para julgar a ação. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl n 9.892/SE-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe de 4/6/12). Eventual discussão quanto à inexigibilidade do título com fundamento em tese firmada no Tema 725 da repercussão geral ou na ADPF n 324 deve se desenvolver pelos meios processuais adequados, seja em razão da exigência de esgotamento das instâncias recursais para se conhecer de reclamação com paradigma no Tema 360 da repercussão geral, seja por não se admitir o uso da reclamação constitucional como sucedâneo de rescisória, conforme reiterada jurisprudência da Corte. Vide: “RECLAMAÇÃO – REPERCUSSÃO GERAL – ACÓRDÃO – OBSERVÂNCIA – INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS – ESGOTAMENTO – AUSÊNCIA. A parte final do artigo 988, § 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ “CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. RECLAMAÇÃO. AJUIZAMENTO CONTRA DECISÃO JÁ TRANSITADA EM JULGADO. NÃO CABIMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 734 DESTA CORTE. RECLAMAÇÃO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO” (Rcl n 17.811/RS-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Teori Zavascki, DJe de 20/8/14). “AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. COMPETÊNCIA. DECISÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO QUE SUPOSTAMENTE DESRESPEITA A DECISÃO DESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ADI 3.395-MC. TRÂNSITO EM JULGADO (SÚMULA 734). Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que, segundo se alega, teria desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal. Ante a irrecorribilidade da decisão no âmbito da Justiça do Trabalho, deveria o agravante ter se utilizado da reclamação constitucional quando proferido o primeiro acórdão que tratou do tema relativo à competência para julgar a ação. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl n 9.892/SE-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe de 4/6/12). Eventual discussão quanto à inexigibilidade do título com fundamento em tese firmada no Tema 725 da repercussão geral ou na ADPF n 324 deve se desenvolver pelos meios processuais adequados, seja em razão da exigência de esgotamento das instâncias recursais para se conhecer de reclamação com paradigma no Tema 360 da repercussão geral, seja por não se admitir o uso da reclamação constitucional como sucedâneo de rescisória, conforme reiterada jurisprudência da Corte. Vide: “RECLAMAÇÃO – REPERCUSSÃO GERAL – ACÓRDÃO – OBSERVÂNCIA – INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS – ESGOTAMENTO – AUSÊNCIA. A parte final do artigo 988, § 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ 5..., inciso II, do Código de Processo Civil revela estar condicionada a admissibilidade da reclamação, visando a observância de acórdão alusivo a extraordinário submetido ao regime da repercussão geral, ao esgotamento prévio das instâncias ordinárias” (Rcl n 28.577/SP-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe de 16/10/18). “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE AFRONTA À DECISÃO PROFERIDA NO Recurso Extraordinário 574.706. PARADIGMA DO TEMA 69 DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE ESGOTAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS. 1. A alegação de descumprimento de tese firmada em repercussão geral exige o esgotamento das vias ordinárias (art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil/2015). 2. Agravo interno desprovido, com aplicação da multa prevista no art. 1021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015” (Rcl n 32.688/SC-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 23/6/20). “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SUSPENSÃO NACIONAL. DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. EXECUÇÃO DEFINITIVA DA SENTENÇA. USO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE AÇÃO RESCISÓRIA: IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n 42.453/MG-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 4/11/20). “RECLAMAÇÃO – ALEGADO DESRESPEITO À AUTORIDADE DE DECISÃO QUE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PROFERIU NO JULGAMENTO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA – NECESSIDADE DE PRÉVIO E EFETIVO EXAURIMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS – INVOCAÇÃO, COMO PARADIGMA DE CONFRONTO, DE SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DESVESTIDA DE EFICÁCIA VINCULANTE (SÚMULA n 683/Supremo Tribunal Federal) – 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ 5..., inciso II, do Código de Processo Civil revela estar condicionada a admissibilidade da reclamação, visando a observância de acórdão alusivo a extraordinário submetido ao regime da repercussão geral, ao esgotamento prévio das instâncias ordinárias” (Rcl n 28.577/SP-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe de 16/10/18). “DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE AFRONTA À DECISÃO PROFERIDA NO Recurso Extraordinário 574.706. PARADIGMA DO TEMA 69 DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE ESGOTAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS. 1. A alegação de descumprimento de tese firmada em repercussão geral exige o esgotamento das vias ordinárias (art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil/2015). 2. Agravo interno desprovido, com aplicação da multa prevista no art. 1021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015” (Rcl n 32.688/SC-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 23/6/20). “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SUSPENSÃO NACIONAL. DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. EXECUÇÃO DEFINITIVA DA SENTENÇA. USO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE AÇÃO RESCISÓRIA: IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n 42.453/MG-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 4/11/20). “RECLAMAÇÃO – ALEGADO DESRESPEITO À AUTORIDADE DE DECISÃO QUE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PROFERIU NO JULGAMENTO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA – NECESSIDADE DE PRÉVIO E EFETIVO EXAURIMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS – INVOCAÇÃO, COMO PARADIGMA DE CONFRONTO, DE SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DESVESTIDA DE EFICÁCIA VINCULANTE (SÚMULA n 683/Supremo Tribunal Federal) – 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ INVIABILIDADE – INADEQUAÇÃO, NO CASO, DA UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO, QUE, ADEMAIS, NÃO SE QUALIFICA COMO SUCEDÂNEO DE AÇÃO RESCISÓRIA, DE RECURSOS OU DE AÇÕES JUDICIAIS EM GERAL – INCOGNOSCIBILIDADE DO INSTRUMENTO RECLAMATÓRIO RECONHECIDA PELA DECISÃO AGRAVADA – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO” (Rcl n 40.544/DF-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe de 15/10/20). Com essas razões, acompanho o Relator no não provimento do agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ INVIABILIDADE – INADEQUAÇÃO, NO CASO, DA UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO, QUE, ADEMAIS, NÃO SE QUALIFICA COMO SUCEDÂNEO DE AÇÃO RESCISÓRIA, DE RECURSOS OU DE AÇÕES JUDICIAIS EM GERAL – INCOGNOSCIBILIDADE DO INSTRUMENTO RECLAMATÓRIO RECONHECIDA PELA DECISÃO AGRAVADA – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO” (Rcl n 40.544/DF-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe de 15/10/20). Com essas razões, acompanho o Relator no não provimento do agravo regimental. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF53-001C-2C16-8355 e senha 1462-5C94-CD8C-B325 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 25 Voto Vogal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21... VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: O presente agravo regimental foi interposto contra decisão do eminente Ministro ROBERTO BARROSO, que negou seguimento à reclamação, nos seguintes termos: 1. Trata-se de reclamação constitucional, com pedido liminar, ajuizada pela Light Serviços de Eletricidade S.A. em face de decisão da 21... Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, proferida nos Autos n 0000039-33.2010.5.01.0021, que considerou superada pelo trânsito em julgado a matéria arguida em exceção de pré-executividade. 2. A parte reclamante sustenta a inexigibilidade do título executivo, tendo em conta que, em julgamento realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda, o Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) afirmou a constitucionalidade da terceirização de qualquer atividade empresarial, meio ou fim. Alega, assim, afronta às decisões da ADPF 324, da minha relatoria, e do Recurso Extraordinário 958.252, paradigma do Tema 725 da repercussão geral, combinadas com a decisão do Recurso Extraordinário 611.503, paradigma do Tema 360 da repercussão geral. Requer, em Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) :THOMAZ RIBEIRO LEMOS AGDO.(A/S) :JORGE JACOBS ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :JUIZ DO TRABALHO DA 21... VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: O presente agravo regimental foi interposto contra decisão do eminente Ministro ROBERTO BARROSO, que negou seguimento à reclamação, nos seguintes termos: 1. Trata-se de reclamação constitucional, com pedido liminar, ajuizada pela Light Serviços de Eletricidade S.A. em face de decisão da 21... Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, proferida nos Autos n 0000039-33.2010.5.01.0021, que considerou superada pelo trânsito em julgado a matéria arguida em exceção de pré-executividade. 2. A parte reclamante sustenta a inexigibilidade do título executivo, tendo em conta que, em julgamento realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda, o Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) afirmou a constitucionalidade da terceirização de qualquer atividade empresarial, meio ou fim. Alega, assim, afronta às decisões da ADPF 324, da minha relatoria, e do Recurso Extraordinário 958.252, paradigma do Tema 725 da repercussão geral, combinadas com a decisão do Recurso Extraordinário 611.503, paradigma do Tema 360 da repercussão geral. Requer, em Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ caráter liminar, a suspensão do processo de origem e, ao final, a cassação da decisão reclamada. 3. A reclamação foi ajuizada durante o recesso forense. A Ministra Rosa Weber, no exercício da Presidência, entendeu que o caso não se enquadrava nas hipóteses do art. 13, VIII, do RI/Supremo Tribunal Federal. 4. É o relatório. Decido 5. Dispenso as informações, devido à suficiente instrução do feito, bem como a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/Supremo Tribunal Federal, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Com efeito, a reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da Constituição Federal de 1988). 7. Em se tratando de alegação de afronta à tese firmada em julgamento de recurso extraordinário, submetido à sistemática da repercussão geral, a reclamação pressupõe que o ato reclamado seja oriundo de órgão jurisdicional. Isso porque, nos termos do art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil/2015, a inobservância da tese firmada em repercussão geral somente enseja o ajuizamento da reclamação quando esgotadas as instâncias ordinárias. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento a recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2..., do Código de Processo Civil/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, cito a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 8. No caso em análise, tal requisito não fora cumprido em relação ao Tema 360 (Recurso Extraordinário 611.503-RG, Rel. Min. Teori Zavascki), tendo em conta que a reclamação foi ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. 9. Nesse cenário, a presente reclamação não tem condições 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ caráter liminar, a suspensão do processo de origem e, ao final, a cassação da decisão reclamada. 3. A reclamação foi ajuizada durante o recesso forense. A Ministra Rosa Weber, no exercício da Presidência, entendeu que o caso não se enquadrava nas hipóteses do art. 13, VIII, do RI/Supremo Tribunal Federal. 4. É o relatório. Decido 5. Dispenso as informações, devido à suficiente instrução do feito, bem como a manifestação da Procuradoria-Geral da República, diante do caráter reiterado da matéria (RI/Supremo Tribunal Federal, art. 52, parágrafo único). Deixo, ademais, de determinar a citação da parte beneficiária da decisão reclamada, em face da manifesta inviabilidade do pedido. 6. Com efeito, a reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal só é cabível quando se tratar de usurpação de sua competência ou de ofensa à autoridade de suas decisões (art. 102, I, l, da Constituição Federal de 1988). 7. Em se tratando de alegação de afronta à tese firmada em julgamento de recurso extraordinário, submetido à sistemática da repercussão geral, a reclamação pressupõe que o ato reclamado seja oriundo de órgão jurisdicional. Isso porque, nos termos do art. 988, § 5..., II, do Código de Processo Civil/2015, a inobservância da tese firmada em repercussão geral somente enseja o ajuizamento da reclamação quando esgotadas as instâncias ordinárias. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a correta interpretação do dispositivo exige o percurso de todo o iter processual, ultimado na interposição e julgamento de agravo interno contra a decisão que nega seguimento a recurso extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2..., do Código de Processo Civil/2015. Ou seja, é imprescindível que a parte tenha interposto todos os recursos cabíveis, até a última via processual que lhe é aberta. Nesse sentido, cito a Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki. 8. No caso em análise, tal requisito não fora cumprido em relação ao Tema 360 (Recurso Extraordinário 611.503-RG, Rel. Min. Teori Zavascki), tendo em conta que a reclamação foi ajuizada em face de decisão que decidiu exceção de pré-executividade. 9. Nesse cenário, a presente reclamação não tem condições 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ de prosseguir sob a alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (Recurso Extraordinário 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux), pois não há aderência estrita entre o ato reclamado e os paradigmas invocados. Nestes, discutiu-se sobre a constitucionalidade da terceirização de mão de obra, enquanto na decisão reclamada considerou-se prejudicada a matéria arguida em exceção de pré-executividade em face da inalterabilidade da coisa julgada. Nesse sentido: Rcl 45.846, Rel. Min. Edson Fachin. 10. Por fim, consultando a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, verifica- se que a Corte Superior vem admitindo a inexigibilidade do título executivo fundado na ADPF 324 e no Recurso Extraordinário 958.252-RG (Tema 725), como se percebe do julgado abaixo: “RECURSO DE REVISTA. EXEQUENTE. LEI n 13.467/2017. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE FIM DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. TRÂNSITO EM JULGADO POSTERIOR AOS JULGAMENTOS DA ADPF n 324 E DO Recurso Extraordinário n 958.252. CONTROVÉRSIA SOBRE A OCORRÊNCIA DE COISA JULGADA. 1 - Caso em que se acolheu a alegação de inexigibilidade do título executivo, sob o fundamento de que o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do Supremo Tribunal Federal na ADPF 324 e Recurso Extraordinário 958.252. 2 - Deve ser reconhecida a transcendência jurídica para exame mais detido da controvérsia devido às peculiaridades do caso concreto. O enfoque exegético da aferição dos indicadores de transcendência em princípio deve ser positivo, especialmente nos casos de alguma complexidade, em que se torna aconselhável o debate mais aprofundado do tema no caso concreto. 3 - Trata-se de recurso de revista interposto em processo em fase de execução e somente por violação direta da Constituição é possível o seu conhecimento, nos termos do artigo 896, § 2..., da Consolidação das Leis do Trabalho e da Súmula n 266 do Tribunal Superior do Trabalho, ficando desde logo afastada a 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ de prosseguir sob a alegada afronta ao decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (Recurso Extraordinário 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux), pois não há aderência estrita entre o ato reclamado e os paradigmas invocados. Nestes, discutiu-se sobre a constitucionalidade da terceirização de mão de obra, enquanto na decisão reclamada considerou-se prejudicada a matéria arguida em exceção de pré-executividade em face da inalterabilidade da coisa julgada. Nesse sentido: Rcl 45.846, Rel. Min. Edson Fachin. 10. Por fim, consultando a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, verifica- se que a Corte Superior vem admitindo a inexigibilidade do título executivo fundado na ADPF 324 e no Recurso Extraordinário 958.252-RG (Tema 725), como se percebe do julgado abaixo: “RECURSO DE REVISTA. EXEQUENTE. LEI n 13.467/2017. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE FIM DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. TRÂNSITO EM JULGADO POSTERIOR AOS JULGAMENTOS DA ADPF n 324 E DO Recurso Extraordinário n 958.252. CONTROVÉRSIA SOBRE A OCORRÊNCIA DE COISA JULGADA. 1 - Caso em que se acolheu a alegação de inexigibilidade do título executivo, sob o fundamento de que o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do Supremo Tribunal Federal na ADPF 324 e Recurso Extraordinário 958.252. 2 - Deve ser reconhecida a transcendência jurídica para exame mais detido da controvérsia devido às peculiaridades do caso concreto. O enfoque exegético da aferição dos indicadores de transcendência em princípio deve ser positivo, especialmente nos casos de alguma complexidade, em que se torna aconselhável o debate mais aprofundado do tema no caso concreto. 3 - Trata-se de recurso de revista interposto em processo em fase de execução e somente por violação direta da Constituição é possível o seu conhecimento, nos termos do artigo 896, § 2..., da Consolidação das Leis do Trabalho e da Súmula n 266 do Tribunal Superior do Trabalho, ficando desde logo afastada a 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ viabilidade do recurso de revista da exequente pela violação de dispositivo de lei e pela divergência jurisprudencial colacionada. 4 - O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF n 324 e do Recurso Extraordinário n 958252, em 30/8/2018, decidiu que é lícita a terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim. A tese de repercussão geral aprovada no recurso extraordinário foi a de que ‘é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante’. Declarou aquela Corte ainda que a respectiva decisão não tem aplicabilidade aos processos em que tenha havido coisa julgada. 5 - Contudo, no caso concreto, o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do Supremo Tribunal Federal sobre a licitude da terceirização, contexto a partir do qual o TRT concluiu pela inexigibilidade do título executivo, posicionamento respaldado pela jurisprudência desta Corte Superior, conforme julgados citados, inexistindo afronta literal e direta ao artigo 5..., inciso XXXVI, da Constituição da República. 6 - Recurso de revista de que não se conhece. 11. Desta forma, ao ajuizar reclamação contra decisão proferida pelo Juízo do Trabalho de 1... instância, a parte reclamante parece utilizá-la como sucedâneo recursal, não se prestando a via eleita para esta finalidade. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, nego seguimento à reclamação, prejudicada a análise do pedido cautelar. Sem honorários, porquanto não citada a parte interessada. A parte recorrente impugna as razões apresentadas na decisão agravada, requerendo, ao final, o provimento de seu recurso. Na presente Sessão Virtual, o Ministro Relator apresenta a seguinte proposta de julgamento: 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ viabilidade do recurso de revista da exequente pela violação de dispositivo de lei e pela divergência jurisprudencial colacionada. 4 - O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF n 324 e do Recurso Extraordinário n 958252, em 30/8/2018, decidiu que é lícita a terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim. A tese de repercussão geral aprovada no recurso extraordinário foi a de que ‘é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante’. Declarou aquela Corte ainda que a respectiva decisão não tem aplicabilidade aos processos em que tenha havido coisa julgada. 5 - Contudo, no caso concreto, o trânsito em julgado do título executivo ocorreu após os julgamentos do Supremo Tribunal Federal sobre a licitude da terceirização, contexto a partir do qual o TRT concluiu pela inexigibilidade do título executivo, posicionamento respaldado pela jurisprudência desta Corte Superior, conforme julgados citados, inexistindo afronta literal e direta ao artigo 5..., inciso XXXVI, da Constituição da República. 6 - Recurso de revista de que não se conhece. 11. Desta forma, ao ajuizar reclamação contra decisão proferida pelo Juízo do Trabalho de 1... instância, a parte reclamante parece utilizá-la como sucedâneo recursal, não se prestando a via eleita para esta finalidade. 12. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do RI/Supremo Tribunal Federal, nego seguimento à reclamação, prejudicada a análise do pedido cautelar. Sem honorários, porquanto não citada a parte interessada. A parte recorrente impugna as razões apresentadas na decisão agravada, requerendo, ao final, o provimento de seu recurso. Na presente Sessão Virtual, o Ministro Relator apresenta a seguinte proposta de julgamento: 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA E DE ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 1. Reclamação em que se impugnou decisão que julgou que as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram- se superadas pelo trânsito em julgado. Ausência de estrita aderência entre o acórdão reclamado e o decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (Recurso Extraordinário 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). 2. O Código de Processo Civil prevê como requisito para o ajuizamento de reclamação por alegação de afronta a tese firmada em repercussão geral o exaurimento das instâncias ordinárias ( art. 988, §5..., II, do Código de Processo Civil/2015). 3. Agravo interno a que se nega provimento. É o relatório. Peço vênia ao Relator para lançar minha posição em sentido contrário, pois, conforme tenho manifestado em hipóteses semelhantes, ao meu ver, a discussão acerca da licitude da terceirização da atividade- fim não pode ser examinada, de forma isolada, sem considerar a autoridade desta CORTE espelhada pela Súmula Vinculante 10 e, também, por meio dos julgamentos da ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO) e do Tema 725 da Repercussão Geral (Recurso Extraordinário 958.252, Rel. Min. LUIZ FUX) sob pena prevalecerem soluções antagônicas para a mesma controvérsia de direito. O Tribunal reclamado decidiu que as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado (doc. 13, fl. 23), determinando, assim, que seja dado prosseguimento à execução do título judicial. Ao assim decidir, deixou de observar o fator cronológico bem delimitado na parte final da tese fixada no julgamento do Tema 360 segundo o qual é inexigível a sentença fundada em norma declarada inconstitucional, desde que “o reconhecimento dessa inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do Supremo Tribunal Federal realizado em data anterior ao trânsito em 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA E DE ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 1. Reclamação em que se impugnou decisão que julgou que as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram- se superadas pelo trânsito em julgado. Ausência de estrita aderência entre o acórdão reclamado e o decidido na ADPF 324 (da minha relatoria) e no Tema 725 (Recurso Extraordinário 958.252-RG, Rel. Min. Luiz Fux). 2. O Código de Processo Civil prevê como requisito para o ajuizamento de reclamação por alegação de afronta a tese firmada em repercussão geral o exaurimento das instâncias ordinárias ( art. 988, §5..., II, do Código de Processo Civil/2015). 3. Agravo interno a que se nega provimento. É o relatório. Peço vênia ao Relator para lançar minha posição em sentido contrário, pois, conforme tenho manifestado em hipóteses semelhantes, ao meu ver, a discussão acerca da licitude da terceirização da atividade- fim não pode ser examinada, de forma isolada, sem considerar a autoridade desta CORTE espelhada pela Súmula Vinculante 10 e, também, por meio dos julgamentos da ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO) e do Tema 725 da Repercussão Geral (Recurso Extraordinário 958.252, Rel. Min. LUIZ FUX) sob pena prevalecerem soluções antagônicas para a mesma controvérsia de direito. O Tribunal reclamado decidiu que as matérias arguidas em exceção de pré-executividade encontram-se superadas pelo trânsito em julgado (doc. 13, fl. 23), determinando, assim, que seja dado prosseguimento à execução do título judicial. Ao assim decidir, deixou de observar o fator cronológico bem delimitado na parte final da tese fixada no julgamento do Tema 360 segundo o qual é inexigível a sentença fundada em norma declarada inconstitucional, desde que “o reconhecimento dessa inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do Supremo Tribunal Federal realizado em data anterior ao trânsito em 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 25 Voto Vogal RCL 45658 AGR / RJ julgado da sentença exequenda” – uma vez que, no caso em análise, em consulta realizada ao sítio eletrônico do Tribunal Superior do Trabalho, verifica-se que a estabilização da decisão fundada na Súmula 331, I e III, do Tribunal Superior do Trabalho (doc. 8, fl. 139) ocorreu em 18/10/2019; enquanto que, ainda em 2018, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos autos da ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Pleno, julgado em 30/8/2018), declarou a inconstitucionalidade da Súmula 331/Tribunal Superior do Trabalho, por violação aos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, assentando, ao final, a constitucionalidade da terceirização de atividade-fim ou meio, com a fixação da seguinte TESE: “1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993”. Dessa maneira, a manutenção do acórdão, fundada na Súmula 331/Tribunal Superior do Trabalho, contraria os resultados produzidos pelos julgamentos do Tema 360 da Repercussão Geral (Recurso Extraordinário 611.503, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Redator p/ acórdão Min. EDSON FACHIN, julgado em 20/9/2018), combinado com ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Pleno, julgado em 30/8/2018), a sugerir, consequentemente, o restabelecimento da autoridade desta CORTE quanto ao ponto. Ante o exposto, pedindo vênia ao Relator, DOU PROVIMENTO ao recurso de agravo para julgar procedente o pedido, de forma seja cassado o acórdão impugnado; e DETERMINO que a autoridade reclamada observe o entendimento fixado no Tema 725 da Repercussão Geral (Recurso Extraordinário 958.252, Rel. Min. LUIZ FUX) e ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO). É como voto. 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Supremo Tribunal Federal RCL 45658 AGR / RJ julgado da sentença exequenda” – uma vez que, no caso em análise, em consulta realizada ao sítio eletrônico do Tribunal Superior do Trabalho, verifica-se que a estabilização da decisão fundada na Súmula 331, I e III, do Tribunal Superior do Trabalho (doc. 8, fl. 139) ocorreu em 18/10/2019; enquanto que, ainda em 2018, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos autos da ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Pleno, julgado em 30/8/2018), declarou a inconstitucionalidade da Súmula 331/Tribunal Superior do Trabalho, por violação aos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, assentando, ao final, a constitucionalidade da terceirização de atividade-fim ou meio, com a fixação da seguinte TESE: “1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993”. Dessa maneira, a manutenção do acórdão, fundada na Súmula 331/Tribunal Superior do Trabalho, contraria os resultados produzidos pelos julgamentos do Tema 360 da Repercussão Geral (Recurso Extraordinário 611.503, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Redator p/ acórdão Min. EDSON FACHIN, julgado em 20/9/2018), combinado com ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Pleno, julgado em 30/8/2018), a sugerir, consequentemente, o restabelecimento da autoridade desta CORTE quanto ao ponto. Ante o exposto, pedindo vênia ao Relator, DOU PROVIMENTO ao recurso de agravo para julgar procedente o pedido, de forma seja cassado o acórdão impugnado; e DETERMINO que a autoridade reclamada observe o entendimento fixado no Tema 725 da Repercussão Geral (Recurso Extraordinário 958.252, Rel. Min. LUIZ FUX) e ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO). É como voto. 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9DE1-4B1C-9B62-717E e senha 8D82-2AE3-931D-2988 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 25 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) : THOMAZ RIBEIRO LEMOS (104110/MG, 147681/RJ) AGDO.(A/S) : JORGE JACOBS ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) : ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA 21... VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Dias Toffoli, vencido o Ministro Alexandre de Moraes. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3437-5838-5B63-366E e senha E11C-1AD1-5207-7FF1 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 45.658 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S A ADV.(A/S) : THOMAZ RIBEIRO LEMOS (104110/MG, 147681/RJ) AGDO.(A/S) : JORGE JACOBS ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) : ALTM S.A.-TECNOLOGIA E SERVICOS DE MANUTENCAO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA 21... VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Dias Toffoli, vencido o Ministro Alexandre de Moraes. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3437-5838-5B63-366E e senha E11C-1AD1-5207-7FF1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 25
{ "JURISPRUDENCIA": [ "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 - RG", "RECLAMAÇÃO 45 . 658", "Autos n 0000039 - 33 . 2010 . 5 . 01 . 0021", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252", "Autos n 0000039 - 33 . 2010 . 5 . 01 . 0021", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252", "Recurso Extraordinário 611 . 503", "RCL 45658", "Recurso Extraordinário 611 . 503", "RCL 45658", "Rcl 24 . 686 - ED - AgR", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 - RG", "Rcl 45 . 846", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 - RG", "ADPF n 324", "Recurso Extraordinário n 958 . 252", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252", "RCL 45658", "Rcl 24 . 686 - ED - AgR", "Recurso Extraordinário 611 . 503 - RG", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 - RG", "Rcl 45 . 846", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 - RG", "ADPF n 324", "Recurso Extraordinário n 958 . 252", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252", "RCL 45658 AGR / RJ", "Súmula n 266 do Tribunal Superior do Trabalho", "ADPF n 324", "Recurso Extraordinário n 958252", "Súmula n 266 do Tribunal Superior do Trabalho", "ADPF n 324", "Recurso Extraordinário n 958252", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 - RG", "Recurso Extraordinário 611 . 503 - RG", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 - RG", "Recurso Extraordinário 611 . 503 - RG", "RCL 45658 AGR / RJ", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 -", "Rcl 6 . 040 - ED", "Rcl 11 . 246 - AgR", "Rcl 21 . 409", "RCL 45658 AGR", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 - RG", "Rcl 6 . 040 - ED", "Rcl 11 . 246 - AgR", "Rcl 21 . 409", "RCL 45658", "ADPF 324", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 - RG", "Recurso Extraordinário 611 . 503 - RG", "ADPF 324", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252 - RG", "Recurso Extraordinário 611 . 503 - RG", "Rcl 24 . 686 - ED - AgR", "RCL 45658", "Rcl 24 . 686 - ED - AgR", "ADPF n 324 / DF", "RECLAMAÇÃO 45 . 658", "ADPF n 324 / DF", "RCL 45658 AGR / RJ", "Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho", "RCL", "Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho", "RCL 45658 AGR / RJ", "ADPF n 324", "ADPF n 324", "RCL 45658", "ADPF n 324", "Tema n 725 RG", "Ação Trabalhista n 0000039 - 33 . 2010 . 5 . 01 . 0021", "Tema n 725 da RG", "ADPF n 324", "Súmula n 734 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA N . 734 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Rcl n 22 . 385 / SP - AgR", "RCL 45658 AGR / RJ", "ADPF n 324", "Ação Trabalhista n 0000039 - 33 . 2010 . 5 . 01 . 0021", "ADPF n 324", "Súmula n 734 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA N . 734 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Rcl n 22 . 385 / SP - AgR", "RCL 45658 AGR / RJ", "Rcl n 17 . 811 / RS - AgR", "ADI 3 . 395 - MC", "Rcl n 9", "/", "ADPF n 324", "RCL 45658 AGR / RJ", "SÚMULA 734 DESTA CORTE", "Rcl n 17 . 811 / RS - AgR", "ADI 3 . 395 - MC", "Rcl n 9 . 892 / SE - AgR", "ADPF n 324", "RCL 45658 AGR / RJ", "Rcl n 28 . 577 / SP - AgR", "Recurso Extraordinário 574 . 706", "Rcl n 32 . 688 / SC - AgR", "Rcl n 42 . 453 / MG - AgR", "SÚMULA n 683 / Supremo Tribunal Federal", "RCL 45658 AGR / RJ", "Rcl n 28 . 577 / SP - AgR", "Recurso Extraordinário 574 . 706", "Rcl n 32 . 688 / SC - AgR", "Rcl n 42 . 453 / MG - AgR", "SÚMULA n 683 / Supremo Tribunal Federal", "RCL 45658 AGR / RJ", "Rcl n 40 . 544 / DF - AgR", "Rcl n 40 . 544 / DF - AgR", "RECLAMAÇÃO", "Autos n 0000039 - 33 . 2010 . 5 . 01 . 0021", "ADPF 324", "Recurso Extraordinário 958 . 252", "Recurso Extraordinário 611 . 503", "RECLAMAÇÃO 45 . 658", "Autos n 0000039 - 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Ementa e Acórdão 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) :ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME TIPIFICADO NO ARTIGO 15 DA LEI 10.826/03. APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL PELA ORIGEM. IRRECORRIBILIDADE. ALEGADA INSUFICIÊNCIA DAS PROVAS PRODUZIDAS. OFENSA REFLEXA. REEXAME DO CONJUTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso dirigido ao Supremo Tribunal Federal contra acórdão que aplica a sistemática da repercussão geral é incognoscível, porquanto a irresignação deve ser veiculada no juízo de origem, ex vi do artigo 1.030, § 2º, do CPC. 2. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático- probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 1.175.278-AgR-Segundo, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 25/2/19; ARE 1.197.962–AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli (Presidente), DJe de 17/6/19; e ARE 1.017.861- AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 5/6/17; ARE 1.048.461-AgR, Primeira Turma, Rel. Min Rosa Weber, DJe de 4/3/2020; e ARE 1.264.183-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 26/5/2020. 3. Agravo interno DESPROVIDO. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E5D-0657-E8A8-7A46 e senha 2967-7B2C-B564-0FCF Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão ARE 1323239 AGR / DF A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 6 a 16/8/2021, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E5D-0657-E8A8-7A46 e senha 2967-7B2C-B564-0FCF Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 6 a 16/8/2021, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E5D-0657-E8A8-7A46 e senha 2967-7B2C-B564-0FCF Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) :ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se agravo interno interposto contra a decisão da Presidência desta Corte, na qual se consignou que “no que tange à alegação de violação do(s) art(s). 93, inciso IX, da Constituição (...) o art. 1.042 do Código de Processo Civil é expresso sobre o não cabimento de agravo dirigido ao STF nas hipóteses em que a negativa de seguimento do recurso extraordinário tiver-se dado exclusivamente com base na sistemática da repercussão geral, sendo essa decisão passível de impugnação somente por agravo interno (art. 1.030, § 2º, do CPC/2015)”, bem como que “para ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a causa à luz da interpretação dada à legislação infraconstitucional pertinente e reexaminar os fatos e as provas dos autos, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria indireta ou reflexa e a Súmula 279 desta Corte impede o reexame de provas”. Sustenta a parte agravante, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Deixei de intimar a parte recorrida para apresentar contrarrazões em razão de não vislumbrar prejuízo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E7A8-83AB-AC04-62AE e senha F73C-42A5-BB3B-6E38 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) :ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se agravo interno interposto contra a decisão da Presidência desta Corte, na qual se consignou que “no que tange à alegação de violação do(s) art(s). 93, inciso IX, da Constituição (...) o art. 1.042 do Código de Processo Civil é expresso sobre o não cabimento de agravo dirigido ao STF nas hipóteses em que a negativa de seguimento do recurso extraordinário tiver-se dado exclusivamente com base na sistemática da repercussão geral, sendo essa decisão passível de impugnação somente por agravo interno (art. 1.030, § 2º, do CPC/2015)”, bem como que “para ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a causa à luz da interpretação dada à legislação infraconstitucional pertinente e reexaminar os fatos e as provas dos autos, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria indireta ou reflexa e a Súmula 279 desta Corte impede o reexame de provas”. Sustenta a parte agravante, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Deixei de intimar a parte recorrida para apresentar contrarrazões em razão de não vislumbrar prejuízo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E7A8-83AB-AC04-62AE e senha F73C-42A5-BB3B-6E38 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório ARE 1323239 AGR / DF É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E7A8-83AB-AC04-62AE e senha F73C-42A5-BB3B-6E38 Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E7A8-83AB-AC04-62AE e senha F73C-42A5-BB3B-6E38 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante disposto na decisão objurgada, cabe referir que, ainda sob a égide do Código de Processo Civil de 1973, a jurisprudência desta Suprema Corte não admitia a interposição de agravo a ela dirigido contra a decisão do juízo de origem em que se aplique a sistemática da repercussão geral. Vide: “Questão de Ordem. Repercussão Geral. Inadmissibilidade de agravo de instrumento ou reclamação da decisão que aplica entendimento desta Corte aos processos múltiplos. Competência do Tribunal de origem. Conversão do agravo de instrumento em agravo regimental. 1. Não é cabível agravo de instrumento da decisão do tribunal de origem que, em cumprimento do disposto no § 3º do art. 543-B, do CPC, aplica decisão de mérito do STF em questão de repercussão geral. 2. Ao decretar o prejuízo de recurso ou exercer o juízo de retratação no processo em que interposto o recurso extraordinário, o tribunal de origem não está exercendo competência do STF, mas atribuição própria, de forma que a remessa dos autos individualmente ao STF apenas se justificará, nos termos da lei, na hipótese em que houver expressa negativa Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante disposto na decisão objurgada, cabe referir que, ainda sob a égide do Código de Processo Civil de 1973, a jurisprudência desta Suprema Corte não admitia a interposição de agravo a ela dirigido contra a decisão do juízo de origem em que se aplique a sistemática da repercussão geral. Vide: “Questão de Ordem. Repercussão Geral. Inadmissibilidade de agravo de instrumento ou reclamação da decisão que aplica entendimento desta Corte aos processos múltiplos. Competência do Tribunal de origem. Conversão do agravo de instrumento em agravo regimental. 1. Não é cabível agravo de instrumento da decisão do tribunal de origem que, em cumprimento do disposto no § 3º do art. 543-B, do CPC, aplica decisão de mérito do STF em questão de repercussão geral. 2. Ao decretar o prejuízo de recurso ou exercer o juízo de retratação no processo em que interposto o recurso extraordinário, o tribunal de origem não está exercendo competência do STF, mas atribuição própria, de forma que a remessa dos autos individualmente ao STF apenas se justificará, nos termos da lei, na hipótese em que houver expressa negativa Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF de retratação. 3. A maior ou menor aplicabilidade aos processos múltiplos do quanto assentado pela Suprema Corte ao julgar o mérito das matérias com repercussão geral dependerá da abrangência da questão constitucional decidida. 4. Agravo de instrumento que se converte em agravo regimental, a ser decidido pelo tribunal de origem.” (AI 760.358-QO, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 12/2/10). Essa orientação foi agasalhada no Código de Processo Civil de 2015, que prevê, como instrumento processual adequado para corrigir supostos equívocos na aplicação do instituto da repercussão geral, a interposição de agravo interno perante o próprio Tribunal de origem (art. 1.030, § 2º, do CPC 2015). Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONTRA A PARTE DA DECISÃO QUE APLICA A SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. QUESTÕES REMANESCENTES: AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA A TODOS OS FUNDAMENTOS APTOS, POR SI SÓS, PARA SUSTENTAR A DECISÃO QUE INADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA ORIGEM. HIPÓTESE DE NÃO CONHECIMENTO. 1. Ao examinar a admissibilidade de Recurso Extraordinário com capítulos independentes e autônomos, o Tribunal de origem aplicou precedente formado sob o rito da repercussão geral para algumas questões e óbices de outra natureza para os demais pontos. 2. As decisões de admissibilidade com esse perfil têm sido apelidadas de mistas (ou complexas). 3. Tais decisões comportam duas espécies de recursos: agravo interno quanto às matérias decididas com base em precedente produzido sob o rito da repercussão geral (CPC, art. 1.030, § 2º); e agravo do art. 1.042 do CPC quanto aos aspectos resolvidos por outros tipos de fundamentos. 4. Não há previsão legal de recurso para o SUPREMO TRIBUNAL 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF de retratação. 3. A maior ou menor aplicabilidade aos processos múltiplos do quanto assentado pela Suprema Corte ao julgar o mérito das matérias com repercussão geral dependerá da abrangência da questão constitucional decidida. 4. Agravo de instrumento que se converte em agravo regimental, a ser decidido pelo tribunal de origem.” (AI 760.358-QO, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 12/2/10). Essa orientação foi agasalhada no Código de Processo Civil de 2015, que prevê, como instrumento processual adequado para corrigir supostos equívocos na aplicação do instituto da repercussão geral, a interposição de agravo interno perante o próprio Tribunal de origem (art. 1.030, § 2º, do CPC 2015). Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONTRA A PARTE DA DECISÃO QUE APLICA A SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. QUESTÕES REMANESCENTES: AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA A TODOS OS FUNDAMENTOS APTOS, POR SI SÓS, PARA SUSTENTAR A DECISÃO QUE INADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA ORIGEM. HIPÓTESE DE NÃO CONHECIMENTO. 1. Ao examinar a admissibilidade de Recurso Extraordinário com capítulos independentes e autônomos, o Tribunal de origem aplicou precedente formado sob o rito da repercussão geral para algumas questões e óbices de outra natureza para os demais pontos. 2. As decisões de admissibilidade com esse perfil têm sido apelidadas de mistas (ou complexas). 3. Tais decisões comportam duas espécies de recursos: agravo interno quanto às matérias decididas com base em precedente produzido sob o rito da repercussão geral (CPC, art. 1.030, § 2º); e agravo do art. 1.042 do CPC quanto aos aspectos resolvidos por outros tipos de fundamentos. 4. Não há previsão legal de recurso para o SUPREMO TRIBUNAL 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF FEDERAL contra a parte da decisão do Juízo de origem que aplicou a sistemática da repercussão geral (Pleno, AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 994.469, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA (Presidente), DJe de 14/3/2017). 5. Embora cabível quanto aos outros óbices, o recurso não merece prosperar. Não pode ser conhecido o agravo do art. 1.042 do CPC quando não impugna especificamente todos os fundamentos da decisão que inadmitira o recurso extraordinário. 6. Agravo Interno a que se nega provimento. Fixam-se honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (CPC/2015, art. 85, § 11).” (ARE 1.115.707-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 24/8/18). “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSO DE COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. DECISÃO RECLAMADA. APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMADO EM SEDE DE REPERCUSSÃO GERAL (CPC/2015, ART. 1.030, I). ALEGADA USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INOCORRÊNCIA. INADEQUAÇÃO DO MEIO RECURSAL UTILIZADO, POR ADMISSÍVEL, NA ESPÉCIE, UNICAMENTE O RECURSO DE AGRAVO INTERNO (CPC/2015, ART. 1.030, § 2º). PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.” (Rcl 29.093-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 17/8/18) “RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS COM AGRAVO MATÉRIA PENAL PRIMEIRO AGRAVO ALEGADA VIOLAÇÃO AOS PRECEITOS INSCRITOS NOS ARTS. 5º, XXXV E LV, E 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF FEDERAL contra a parte da decisão do Juízo de origem que aplicou a sistemática da repercussão geral (Pleno, AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 994.469, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA (Presidente), DJe de 14/3/2017). 5. Embora cabível quanto aos outros óbices, o recurso não merece prosperar. Não pode ser conhecido o agravo do art. 1.042 do CPC quando não impugna especificamente todos os fundamentos da decisão que inadmitira o recurso extraordinário. 6. Agravo Interno a que se nega provimento. Fixam-se honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (CPC/2015, art. 85, § 11).” (ARE 1.115.707-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 24/8/18). “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSO DE COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. DECISÃO RECLAMADA. APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMADO EM SEDE DE REPERCUSSÃO GERAL (CPC/2015, ART. 1.030, I). ALEGADA USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INOCORRÊNCIA. INADEQUAÇÃO DO MEIO RECURSAL UTILIZADO, POR ADMISSÍVEL, NA ESPÉCIE, UNICAMENTE O RECURSO DE AGRAVO INTERNO (CPC/2015, ART. 1.030, § 2º). PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.” (Rcl 29.093-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 17/8/18) “RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS COM AGRAVO MATÉRIA PENAL PRIMEIRO AGRAVO ALEGADA VIOLAÇÃO AOS PRECEITOS INSCRITOS NOS ARTS. 5º, XXXV E LV, E 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA REEXAME DE FATOS E PROVAS IMPOSSIBILIDADE SÚMULA 279/STF OFENSA AO ART. 93, IX, DA CARTA MAGNA INOCORRÊNCIA SEGUNDO AGRAVO UTILIZAÇÃO DESSA ESPÉCIE RECURSAL CONTRA DECISÃO QUE, EMANADA DE TRIBUNAL DE JURISDIÇÃO INFERIOR, FAZ INCIDIR, NO CASO, A DISCIPLINA DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL INADMISSIBILIDADE (CPC, ART. 1.042, CAPUT, IN FINE) PRECEDENTES PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO NÃO ACOLHIMENTO EFICÁCIA EX TUNC, PARA EFEITO DE PRESCRIÇÃO PENAL, AO JUÍZO NEGATIVO DE ADMISSIBILIDADE DE APELO EXTREMO CONFIRMADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.” (ARE 1.128.701-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/8/18). A propósito, conquanto a defesa afirme que “a decisão [de admissibilidade na origem], em momento algum, faz referência à repercussão geral”, o próprio trecho transcrito na petição demonstra a aplicação expressa do tema 339 da repercussão geral na espécie pelo Tribunal de origem (doc. 10, fl. 6). Demais disso, colhe-se do voto condutor do acórdão atacado a seguinte fundamentação: "É incontroverso que o réu foi o responsável pelo tiro que atingiu o carro da vítima (no vidro posterior esquerdo), sendo passível de discussão apenas o elemento do tipo. Em que pese a alegação do réu de que agiu de forma culposa, a dinâmica dos acontecimentos não permite tal conclusão. Primeiramente, considerando os depoimentos prestados na delegacia e em juízo, o réu se contradiz em relação à alegação de que teria abordado as vítimas. Não bastasse isso, o 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA REEXAME DE FATOS E PROVAS IMPOSSIBILIDADE SÚMULA 279/STF OFENSA AO ART. 93, IX, DA CARTA MAGNA INOCORRÊNCIA SEGUNDO AGRAVO UTILIZAÇÃO DESSA ESPÉCIE RECURSAL CONTRA DECISÃO QUE, EMANADA DE TRIBUNAL DE JURISDIÇÃO INFERIOR, FAZ INCIDIR, NO CASO, A DISCIPLINA DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL INADMISSIBILIDADE (CPC, ART. 1.042, CAPUT, IN FINE) PRECEDENTES PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO NÃO ACOLHIMENTO EFICÁCIA EX TUNC, PARA EFEITO DE PRESCRIÇÃO PENAL, AO JUÍZO NEGATIVO DE ADMISSIBILIDADE DE APELO EXTREMO CONFIRMADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.” (ARE 1.128.701-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/8/18). A propósito, conquanto a defesa afirme que “a decisão [de admissibilidade na origem], em momento algum, faz referência à repercussão geral”, o próprio trecho transcrito na petição demonstra a aplicação expressa do tema 339 da repercussão geral na espécie pelo Tribunal de origem (doc. 10, fl. 6). Demais disso, colhe-se do voto condutor do acórdão atacado a seguinte fundamentação: "É incontroverso que o réu foi o responsável pelo tiro que atingiu o carro da vítima (no vidro posterior esquerdo), sendo passível de discussão apenas o elemento do tipo. Em que pese a alegação do réu de que agiu de forma culposa, a dinâmica dos acontecimentos não permite tal conclusão. Primeiramente, considerando os depoimentos prestados na delegacia e em juízo, o réu se contradiz em relação à alegação de que teria abordado as vítimas. Não bastasse isso, o 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF seu relato a respeito dos fatos demonstra a impossibilidade de ter ocorrido qualquer abordagem, na medida em que ele teria simplesmente perseguido o carro das vítimas, no seu carro particular, sem sinalizar que se tratava de policial. Da mesma forma, é extremamente frágil a afirmação de que teria visto um objeto na mão de uma das vítimas pois se encontrava em outro carro, atrás daquele conduzido pela vítima. O fato é que, independentemente da motivação, o réu claramente se colocou numa situação de risco. Se a intenção era abordar um carro em atividade suspeita, outras muitas medidas poderiam ter sido adotadas, sem que o réu precisasse ter perseguido o veículo, com a arma em punho. Conforme parecer do Ministério Público: (...) Com efeito, ainda de que se admita como incontroversa a alegação do réu de que os carros teriam colidido e, por conta disso, a arma teria disparado, não há espaço para o reconhecimento da atipicidade da conduta. O réu é policial civil e se encontra há pelo menos cinco anos na corporação, não sendo crível admitir que ignorava o risco de produzir aquele resultado. A postura do réu foi de extrema irresponsabilidade, certamente desconsiderando regras básicas da Polícia Civil emanadas para a abordagem de suspeitos. Além disso, na esfera penal, caracterizou o tipo previsto no art. 15 da Lei 10.826/2003, segundo o qual comete crime aquele que dispara arma de fogo em via pública. É absurda a tese da defesa de que o período de corporação 'não pode ser considerado como suficiente para se atribuir a experiência e a expertise necessária para o manuseio da arma de fogo'. Ora, até mesmo em relação a cidadão comum, um homem médio, considerando as circunstâncias do crime, seria possível concluir que, ao menos, foi assumido o risco de produzir o resultado ocorrido. Com mais razão, não há dúvida de que um policial civil, a quem foi dado treinamento para lidar com situações de perigo e manuseio de arma de fogo, tenha ignorado o risco advindo da sua conduta - estar com uma arma 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF seu relato a respeito dos fatos demonstra a impossibilidade de ter ocorrido qualquer abordagem, na medida em que ele teria simplesmente perseguido o carro das vítimas, no seu carro particular, sem sinalizar que se tratava de policial. Da mesma forma, é extremamente frágil a afirmação de que teria visto um objeto na mão de uma das vítimas pois se encontrava em outro carro, atrás daquele conduzido pela vítima. O fato é que, independentemente da motivação, o réu claramente se colocou numa situação de risco. Se a intenção era abordar um carro em atividade suspeita, outras muitas medidas poderiam ter sido adotadas, sem que o réu precisasse ter perseguido o veículo, com a arma em punho. Conforme parecer do Ministério Público: (...) Com efeito, ainda de que se admita como incontroversa a alegação do réu de que os carros teriam colidido e, por conta disso, a arma teria disparado, não há espaço para o reconhecimento da atipicidade da conduta. O réu é policial civil e se encontra há pelo menos cinco anos na corporação, não sendo crível admitir que ignorava o risco de produzir aquele resultado. A postura do réu foi de extrema irresponsabilidade, certamente desconsiderando regras básicas da Polícia Civil emanadas para a abordagem de suspeitos. Além disso, na esfera penal, caracterizou o tipo previsto no art. 15 da Lei 10.826/2003, segundo o qual comete crime aquele que dispara arma de fogo em via pública. É absurda a tese da defesa de que o período de corporação 'não pode ser considerado como suficiente para se atribuir a experiência e a expertise necessária para o manuseio da arma de fogo'. Ora, até mesmo em relação a cidadão comum, um homem médio, considerando as circunstâncias do crime, seria possível concluir que, ao menos, foi assumido o risco de produzir o resultado ocorrido. Com mais razão, não há dúvida de que um policial civil, a quem foi dado treinamento para lidar com situações de perigo e manuseio de arma de fogo, tenha ignorado o risco advindo da sua conduta - estar com uma arma 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF em punho enquanto perseguia um veículo. Portanto, assim agindo, o réu, no mínimo, assentiu com a possibilidade de causar o resultando. Tal assentimento já é suficiente para caracterizar o crime doloso, previsto no art. 18, I, do Código Penal como aquele em que 'o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo'. Conforme Rogério Greco, na teoria do assentimento, também adotada pelo nosso sistema, 'atua com dolo aquele que, antevendo como possível o resultado lesivo com a prática de sua conduta, mesmo não o querendo de forma direta, não se importa com a sua ocorrência, assumindo o rico de vir a produzi-la' (Greco, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Volume I. 17a edição. Impetus. Pg. 242). Portanto, a sentença não é passível de reforma, nem mesmo em relação à dosimetria, na medida em que a pena foi fixada no mínimo permitido." Assim, para acolher a pretensão da parte recorrente e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário o reexame dos fatos e das provas dos autos, bem como a análise da legislação infraconstitucional pertinente, procedimentos inviáveis em sede de recurso extraordinário. Destarte, a afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria indireta ou reflexa, bem como incide, na hipótese sub examine, o enunciado 279 da Súmula desta Corte, in verbis: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Nessa linha: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE DIFAMAÇÃO. ARTIGO 139 DO CÓDIGO PENAL. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO JÁ CARREADO AOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. ALEGADA NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INEXISTÊNCIA. 1. A verificação do elemento subjetivo do tipo atinente ao crime de difamação - animus difamandi - demanda o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que atrai a 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF em punho enquanto perseguia um veículo. Portanto, assim agindo, o réu, no mínimo, assentiu com a possibilidade de causar o resultando. Tal assentimento já é suficiente para caracterizar o crime doloso, previsto no art. 18, I, do Código Penal como aquele em que 'o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo'. Conforme Rogério Greco, na teoria do assentimento, também adotada pelo nosso sistema, 'atua com dolo aquele que, antevendo como possível o resultado lesivo com a prática de sua conduta, mesmo não o querendo de forma direta, não se importa com a sua ocorrência, assumindo o rico de vir a produzi-la' (Greco, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Volume I. 17a edição. Impetus. Pg. 242). Portanto, a sentença não é passível de reforma, nem mesmo em relação à dosimetria, na medida em que a pena foi fixada no mínimo permitido." Assim, para acolher a pretensão da parte recorrente e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário o reexame dos fatos e das provas dos autos, bem como a análise da legislação infraconstitucional pertinente, procedimentos inviáveis em sede de recurso extraordinário. Destarte, a afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria indireta ou reflexa, bem como incide, na hipótese sub examine, o enunciado 279 da Súmula desta Corte, in verbis: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Nessa linha: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE DIFAMAÇÃO. ARTIGO 139 DO CÓDIGO PENAL. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO JÁ CARREADO AOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. ALEGADA NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INEXISTÊNCIA. 1. A verificação do elemento subjetivo do tipo atinente ao crime de difamação - animus difamandi - demanda o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que atrai a 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF incidência da Súmula 279 desta Corte, a qual dispõe, verbis: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Precedentes: AI 700.929-AgR, Rel. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe 19/09/2008, e ARE 721.716-ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 02/12/2013. 2. O recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que demandam revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem constitucional. 3. A prestação jurisdicional resta configurada com a prolação de decisão devidamente fundamentada, embora contrária aos interesses da parte. Nesse sentido, ARE 740.877- AgR/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 4/6/2013. 4. In casu, o acórdão extraordinariamente recorrido assentou: “JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. PROCESSUAL PENAL. PENAL. DIFAMAÇÃO. REPORTAGEM QUE EXCEDE O DIREITO CONSTITUCIONAL DE INFORMAÇÃO. IMPUTAÇÃO DE FATO CONCRETO E ANIMUS DIFAMANDI. CORRETA CONDENAÇÃO À PENA DO ARTIGO 139, CP. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.” 5. Agravo regimental DESPROVIDO.” (ARE 794.246-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 17/10/2014) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIMES DE CONSTITUIÇÃO DE MÍLICIA PRIVADA E LAVAGEM DE CAPITAIS. ARTIGO 288- A DO CÓDIGO PENAL E ARTIGO 1º, VII, DA LEI 9.613/1998 (REDAÇÃO ANTERIOR À LEI 12.683/2012). PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. OFENSA REFLEXA AO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 5º, LVI E LVII, DA CONSTITUIÇÃO. VEDAÇÃO À UTILIZAÇÃO DE PROVAS ILÍCITAS E PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. NECESSIDADE DE 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF incidência da Súmula 279 desta Corte, a qual dispõe, verbis: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Precedentes: AI 700.929-AgR, Rel. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe 19/09/2008, e ARE 721.716-ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 02/12/2013. 2. O recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que demandam revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem constitucional. 3. A prestação jurisdicional resta configurada com a prolação de decisão devidamente fundamentada, embora contrária aos interesses da parte. Nesse sentido, ARE 740.877- AgR/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 4/6/2013. 4. In casu, o acórdão extraordinariamente recorrido assentou: “JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. PROCESSUAL PENAL. PENAL. DIFAMAÇÃO. REPORTAGEM QUE EXCEDE O DIREITO CONSTITUCIONAL DE INFORMAÇÃO. IMPUTAÇÃO DE FATO CONCRETO E ANIMUS DIFAMANDI. CORRETA CONDENAÇÃO À PENA DO ARTIGO 139, CP. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.” 5. Agravo regimental DESPROVIDO.” (ARE 794.246-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 17/10/2014) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIMES DE CONSTITUIÇÃO DE MÍLICIA PRIVADA E LAVAGEM DE CAPITAIS. ARTIGO 288- A DO CÓDIGO PENAL E ARTIGO 1º, VII, DA LEI 9.613/1998 (REDAÇÃO ANTERIOR À LEI 12.683/2012). PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. OFENSA REFLEXA AO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 5º, LVI E LVII, DA CONSTITUIÇÃO. VEDAÇÃO À UTILIZAÇÃO DE PROVAS ILÍCITAS E PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. NECESSIDADE DE 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 5º, XLVI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. OFENSA INDIRETA AO TEXTO CONSTITUCIONAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ARTIGO 59 DO CÓDIGO PENAL. MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO STF NO AI 742.460. TEMA 182. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA. AMBIGUIDADE, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. ERRO MATERIAL. INOCORRÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DESPROVIDOS. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO, COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO.” (RE 1.234.754-AgR-ED, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 12/03/2020) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Roubo majorado e receptação. Art. 157, § 2º, incisos I, II e IV, c/c o art. 29, caput, na forma do art. 70, caput, bem como no art. 180, caput, todos do Código Penal. 3. Alegada fragilidade das provas que lastrearam a condenação. Autoria e materialidade. Revolvimento do acervo fático-probatório. Incidência da Súmula 279 desta Corte. 4. Dosimetria da pena. Conforme jurisprudência desta Corte, cabe às instâncias ordinárias, mais próximas dos fatos e das provas, fixar as penas. Às Cortes Superiores, no exame da dosimetria das penas em grau recursal, compete somente o controle da legalidade e da constitucionalidade dos critérios empregados, com a correção apenas de eventuais decisões teratológicas e arbitrárias, que violem frontalmente dispositivo constitucional. Acórdão impugnado que atende aos princípios da proporcionalidade e 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 5º, XLVI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. OFENSA INDIRETA AO TEXTO CONSTITUCIONAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ARTIGO 59 DO CÓDIGO PENAL. MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO STF NO AI 742.460. TEMA 182. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA. AMBIGUIDADE, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. ERRO MATERIAL. INOCORRÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DESPROVIDOS. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO, COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO.” (RE 1.234.754-AgR-ED, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 12/03/2020) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Roubo majorado e receptação. Art. 157, § 2º, incisos I, II e IV, c/c o art. 29, caput, na forma do art. 70, caput, bem como no art. 180, caput, todos do Código Penal. 3. Alegada fragilidade das provas que lastrearam a condenação. Autoria e materialidade. Revolvimento do acervo fático-probatório. Incidência da Súmula 279 desta Corte. 4. Dosimetria da pena. Conforme jurisprudência desta Corte, cabe às instâncias ordinárias, mais próximas dos fatos e das provas, fixar as penas. Às Cortes Superiores, no exame da dosimetria das penas em grau recursal, compete somente o controle da legalidade e da constitucionalidade dos critérios empregados, com a correção apenas de eventuais decisões teratológicas e arbitrárias, que violem frontalmente dispositivo constitucional. Acórdão impugnado que atende aos princípios da proporcionalidade e 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF da individualização da pena. Precedentes. 5. Agravo regimental não provido.” (ARE 1.145.835-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 17/06/2020) Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF da individualização da pena. Precedentes. 5. Agravo regimental não provido.” (ARE 1.145.835-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 17/06/2020) Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 17/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) : ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO (31401/DF) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A880-CB61-47BD-BA7E e senha 25E3-9F07-7ACD-06A4 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) : ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO (31401/DF) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A880-CB61-47BD-BA7E e senha 25E3-9F07-7ACD-06A4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756931170
2021-08-17T00:00:00
2021-08-26T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME TIPIFICADO NO ARTIGO 15 DA LEI 10.826/03. APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL PELA ORIGEM. IRRECORRIBILIDADE. ALEGADA INSUFICIÊNCIA DAS PROVAS PRODUZIDAS. OFENSA REFLEXA. REEXAME DO CONJUTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso dirigido ao Supremo Tribunal Federal contra acórdão que aplica a sistemática da repercussão geral é incognoscível, porquanto a irresignação deve ser veiculada no juízo de origem, ex vi do artigo 1.030, § 2º, do CPC. 2. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático-probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 1.175.278-AgR-Segundo, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 25/2/19; ARE 1.197.962–AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli (Presidente), DJe de 17/6/19; e ARE 1.017.861-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 5/6/17; ARE 1.048.461-AgR, Primeira Turma, Rel. Min Rosa Weber, DJe de 4/3/2020; e ARE 1.264.183-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 26/5/2020. 3. Agravo interno desprovido.
sjur451505
- Acórdão(s) citado(s): (RE, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) ARE 794246 AgR (1ªT), ARE 1017861 AgR (2ªT), ARE 1048461 AgR (1ªT), ARE 1145835 AgR (2ªT), ARE 1175278 AgR-segundo (1ªT), ARE 1197962 AgR (TP), RE 1234754 AgR-ED (1ªT), ARE 1264183 AgR (1ªT). (QUESTIONAMENTO, APLICAÇÃO, REPERCUSSÃO GERAL, TRIBUNAL DE ORIGEM) AI 760358 QO (TP). (AGRAVO INTERNO, DECISÃO JUDICIAL, APLICAÇÃO, REPERCUSSÃO GERAL, TRIBUNAL DE ORIGEM) ARE 1115707 AgR (1ªT), ARE 1128701 AgR (2ªT), Rcl 29093 AgR (1ªT). Número de páginas: 14. Análise: 21/02/2022, LPC.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1323239
[ "LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED LEI-010826 ANO-2003\n ART-00015\n ED-2003 ESTATUTO DO DESARMAMENTO\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-01030 PAR-00002\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1323239 AgR
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AGTE.(S) : ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) : ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) :ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME TIPIFICADO NO ARTIGO 15 DA LEI 10.826/03. APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL PELA ORIGEM. IRRECORRIBILIDADE. ALEGADA INSUFICIÊNCIA DAS PROVAS PRODUZIDAS. OFENSA REFLEXA. REEXAME DO CONJUTO FÁTICO-PROBATÓRIO ENGENDRADO NOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso dirigido ao Supremo Tribunal Federal contra acórdão que aplica a sistemática da repercussão geral é incognoscível, porquanto a irresignação deve ser veiculada no juízo de origem, ex vi do artigo 1.030, § 2..., do Código de Processo Civil. 2. O recurso extraordinário é instrumento de impugnação de decisão judicial inadequado para a valoração e exame minucioso do acervo fático- probatório engendrado nos autos, bem como para a análise de matéria infraconstitucional. Precedentes: ARE 1.175.278-AgR-Segundo, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 25/2/19; ARE 1.197.962–AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli (Presidente), DJe de 17/6/19; e ARE 1.017.861- AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 5/6/17; ARE 1.048.461-AgR, Primeira Turma, Rel. Min Rosa Weber, DJe de 4/3/2020; e ARE 1.264.183-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 26/5/2020. 3. Agravo interno DESPROVIDO. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E5D-0657-E8A8-7A46 e senha 2967-7B2C-B564-0FCF Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão ARE 1323239 AGR / DF A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 6 a 16/8/2021, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E5D-0657-E8A8-7A46 e senha 2967-7B2C-B564-0FCF Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 6 a 16/8/2021, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E5D-0657-E8A8-7A46 e senha 2967-7B2C-B564-0FCF Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) :ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se agravo interno interposto contra a decisão da Presidência desta Corte, na qual se consignou que “no que tange à alegação de violação do(s) art(s). 93, inciso IX, da Constituição (...) o art. 1.042 do Código de Processo Civil é expresso sobre o não cabimento de agravo dirigido ao Supremo Tribunal Federal nas hipóteses em que a negativa de seguimento do recurso extraordinário tiver-se dado exclusivamente com base na sistemática da repercussão geral, sendo essa decisão passível de impugnação somente por agravo interno (art. 1.030, § 2..., do Código de Processo Civil/2015)”, bem como que “para ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a causa à luz da interpretação dada à legislação infraconstitucional pertinente e reexaminar os fatos e as provas dos autos, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria indireta ou reflexa e a Súmula 279 desta Corte impede o reexame de provas”. Sustenta a parte agravante, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Deixei de intimar a parte recorrida para apresentar contrarrazões em razão de não vislumbrar prejuízo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E7A8-83AB-AC04-62AE e senha F73C-42A5-BB3B-6E38 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) :ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se agravo interno interposto contra a decisão da Presidência desta Corte, na qual se consignou que “no que tange à alegação de violação do(s) art(s). 93, inciso IX, da Constituição (...) o art. 1.042 do Código de Processo Civil é expresso sobre o não cabimento de agravo dirigido ao Supremo Tribunal Federal nas hipóteses em que a negativa de seguimento do recurso extraordinário tiver-se dado exclusivamente com base na sistemática da repercussão geral, sendo essa decisão passível de impugnação somente por agravo interno (art. 1.030, § 2..., do Código de Processo Civil/2015)”, bem como que “para ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a causa à luz da interpretação dada à legislação infraconstitucional pertinente e reexaminar os fatos e as provas dos autos, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, pois a afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria indireta ou reflexa e a Súmula 279 desta Corte impede o reexame de provas”. Sustenta a parte agravante, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Deixei de intimar a parte recorrida para apresentar contrarrazões em razão de não vislumbrar prejuízo. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E7A8-83AB-AC04-62AE e senha F73C-42A5-BB3B-6E38 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório ARE 1323239 AGR / DF É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E7A8-83AB-AC04-62AE e senha F73C-42A5-BB3B-6E38 Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E7A8-83AB-AC04-62AE e senha F73C-42A5-BB3B-6E38 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante disposto na decisão objurgada, cabe referir que, ainda sob a égide do Código de Processo Civil de 1973, a jurisprudência desta Suprema Corte não admitia a interposição de agravo a ela dirigido contra a decisão do juízo de origem em que se aplique a sistemática da repercussão geral. Vide: “Questão de Ordem. Repercussão Geral. Inadmissibilidade de agravo de instrumento ou reclamação da decisão que aplica entendimento desta Corte aos processos múltiplos. Competência do Tribunal de origem. Conversão do agravo de instrumento em agravo regimental. 1. Não é cabível agravo de instrumento da decisão do tribunal de origem que, em cumprimento do disposto no § 3... do art. 543-B, do Código de Processo Civil, aplica decisão de mérito do Supremo Tribunal Federal em questão de repercussão geral. 2. Ao decretar o prejuízo de recurso ou exercer o juízo de retratação no processo em que interposto o recurso extraordinário, o tribunal de origem não está exercendo competência do Supremo Tribunal Federal, mas atribuição própria, de forma que a remessa dos autos individualmente ao Supremo Tribunal Federal apenas se justificará, nos termos da lei, na hipótese em que houver expressa negativa Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante disposto na decisão objurgada, cabe referir que, ainda sob a égide do Código de Processo Civil de 1973, a jurisprudência desta Suprema Corte não admitia a interposição de agravo a ela dirigido contra a decisão do juízo de origem em que se aplique a sistemática da repercussão geral. Vide: “Questão de Ordem. Repercussão Geral. Inadmissibilidade de agravo de instrumento ou reclamação da decisão que aplica entendimento desta Corte aos processos múltiplos. Competência do Tribunal de origem. Conversão do agravo de instrumento em agravo regimental. 1. Não é cabível agravo de instrumento da decisão do tribunal de origem que, em cumprimento do disposto no § 3... do art. 543-B, do Código de Processo Civil, aplica decisão de mérito do Supremo Tribunal Federal em questão de repercussão geral. 2. Ao decretar o prejuízo de recurso ou exercer o juízo de retratação no processo em que interposto o recurso extraordinário, o tribunal de origem não está exercendo competência do Supremo Tribunal Federal, mas atribuição própria, de forma que a remessa dos autos individualmente ao Supremo Tribunal Federal apenas se justificará, nos termos da lei, na hipótese em que houver expressa negativa Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF de retratação. 3. A maior ou menor aplicabilidade aos processos múltiplos do quanto assentado pela Suprema Corte ao julgar o mérito das matérias com repercussão geral dependerá da abrangência da questão constitucional decidida. 4. Agravo de instrumento que se converte em agravo regimental, a ser decidido pelo tribunal de origem.” (AI 760.358-QO, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 12/2/10). Essa orientação foi agasalhada no Código de Processo Civil de 2015, que prevê, como instrumento processual adequado para corrigir supostos equívocos na aplicação do instituto da repercussão geral, a interposição de agravo interno perante o próprio Tribunal de origem (art. 1.030, § 2..., do Código de Processo Civil 2015). Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONTRA A PARTE DA DECISÃO QUE APLICA A SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. QUESTÕES REMANESCENTES: AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA A TODOS OS FUNDAMENTOS APTOS, POR SI SÓS, PARA SUSTENTAR A DECISÃO QUE INADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA ORIGEM. HIPÓTESE DE NÃO CONHECIMENTO. 1. Ao examinar a admissibilidade de Recurso Extraordinário com capítulos independentes e autônomos, o Tribunal de origem aplicou precedente formado sob o rito da repercussão geral para algumas questões e óbices de outra natureza para os demais pontos. 2. As decisões de admissibilidade com esse perfil têm sido apelidadas de mistas (ou complexas). 3. Tais decisões comportam duas espécies de recursos: agravo interno quanto às matérias decididas com base em precedente produzido sob o rito da repercussão geral (Código de Processo Civil, art. 1.030, § 2...); e agravo do art. 1.042 do Código de Processo Civil quanto aos aspectos resolvidos por outros tipos de fundamentos. 4. Não há previsão legal de recurso para o SUPREMO TRIBUNAL 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF de retratação. 3. A maior ou menor aplicabilidade aos processos múltiplos do quanto assentado pela Suprema Corte ao julgar o mérito das matérias com repercussão geral dependerá da abrangência da questão constitucional decidida. 4. Agravo de instrumento que se converte em agravo regimental, a ser decidido pelo tribunal de origem.” (AI 760.358-QO, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 12/2/10). Essa orientação foi agasalhada no Código de Processo Civil de 2015, que prevê, como instrumento processual adequado para corrigir supostos equívocos na aplicação do instituto da repercussão geral, a interposição de agravo interno perante o próprio Tribunal de origem (art. 1.030, § 2..., do Código de Processo Civil 2015). Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONTRA A PARTE DA DECISÃO QUE APLICA A SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. QUESTÕES REMANESCENTES: AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA A TODOS OS FUNDAMENTOS APTOS, POR SI SÓS, PARA SUSTENTAR A DECISÃO QUE INADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA ORIGEM. HIPÓTESE DE NÃO CONHECIMENTO. 1. Ao examinar a admissibilidade de Recurso Extraordinário com capítulos independentes e autônomos, o Tribunal de origem aplicou precedente formado sob o rito da repercussão geral para algumas questões e óbices de outra natureza para os demais pontos. 2. As decisões de admissibilidade com esse perfil têm sido apelidadas de mistas (ou complexas). 3. Tais decisões comportam duas espécies de recursos: agravo interno quanto às matérias decididas com base em precedente produzido sob o rito da repercussão geral (Código de Processo Civil, art. 1.030, § 2...); e agravo do art. 1.042 do Código de Processo Civil quanto aos aspectos resolvidos por outros tipos de fundamentos. 4. Não há previsão legal de recurso para o SUPREMO TRIBUNAL 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF FEDERAL contra a parte da decisão do Juízo de origem que aplicou a sistemática da repercussão geral (Pleno, AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 994.469, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA (Presidente), DJe de 14/3/2017). 5. Embora cabível quanto aos outros óbices, o recurso não merece prosperar. Não pode ser conhecido o agravo do art. 1.042 do Código de Processo Civil quando não impugna especificamente todos os fundamentos da decisão que inadmitira o recurso extraordinário. 6. Agravo Interno a que se nega provimento. Fixam-se honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (Código de Processo Civil/2015, art. 85, § 11).” (ARE 1.115.707-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 24/8/18). “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSO DE COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. DECISÃO RECLAMADA. APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMADO EM SEDE DE REPERCUSSÃO GERAL (Código de Processo Civil/2015, ART. 1.030, I). ALEGADA USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INOCORRÊNCIA. INADEQUAÇÃO DO MEIO RECURSAL UTILIZADO, POR ADMISSÍVEL, NA ESPÉCIE, UNICAMENTE O RECURSO DE AGRAVO INTERNO (Código de Processo Civil/2015, ART. 1.030, § 2...). PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.” (Rcl 29.093-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 17/8/18) “RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS COM AGRAVO MATÉRIA PENAL PRIMEIRO AGRAVO ALEGADA VIOLAÇÃO AOS PRECEITOS INSCRITOS NOS ARTS. 5..., XXXV E LV, E 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF FEDERAL contra a parte da decisão do Juízo de origem que aplicou a sistemática da repercussão geral (Pleno, AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 994.469, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA (Presidente), DJe de 14/3/2017). 5. Embora cabível quanto aos outros óbices, o recurso não merece prosperar. Não pode ser conhecido o agravo do art. 1.042 do Código de Processo Civil quando não impugna especificamente todos os fundamentos da decisão que inadmitira o recurso extraordinário. 6. Agravo Interno a que se nega provimento. Fixam-se honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (Código de Processo Civil/2015, art. 85, § 11).” (ARE 1.115.707-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 24/8/18). “AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSO DE COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. DECISÃO RECLAMADA. APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMADO EM SEDE DE REPERCUSSÃO GERAL (Código de Processo Civil/2015, ART. 1.030, I). ALEGADA USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INOCORRÊNCIA. INADEQUAÇÃO DO MEIO RECURSAL UTILIZADO, POR ADMISSÍVEL, NA ESPÉCIE, UNICAMENTE O RECURSO DE AGRAVO INTERNO (Código de Processo Civil/2015, ART. 1.030, § 2...). PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.” (Rcl 29.093-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 17/8/18) “RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS COM AGRAVO MATÉRIA PENAL PRIMEIRO AGRAVO ALEGADA VIOLAÇÃO AOS PRECEITOS INSCRITOS NOS ARTS. 5..., XXXV E LV, E 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA REEXAME DE FATOS E PROVAS IMPOSSIBILIDADE SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal OFENSA AO ART. 93, IX, DA CARTA MAGNA INOCORRÊNCIA SEGUNDO AGRAVO UTILIZAÇÃO DESSA ESPÉCIE RECURSAL CONTRA DECISÃO QUE, EMANADA DE TRIBUNAL DE JURISDIÇÃO INFERIOR, FAZ INCIDIR, NO CASO, A DISCIPLINA DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL INADMISSIBILIDADE (Código de Processo Civil, ART. 1.042, CAPUT, IN FINE) PRECEDENTES PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO NÃO ACOLHIMENTO EFICÁCIA EX TUNC, PARA EFEITO DE PRESCRIÇÃO PENAL, AO JUÍZO NEGATIVO DE ADMISSIBILIDADE DE APELO EXTREMO CONFIRMADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.” (ARE 1.128.701-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/8/18). A propósito, conquanto a defesa afirme que “a decisão [de admissibilidade na origem], em momento algum, faz referência à repercussão geral”, o próprio trecho transcrito na petição demonstra a aplicação expressa do tema 339 da repercussão geral na espécie pelo Tribunal de origem (doc. 10, fl. 6). Demais disso, colhe-se do voto condutor do acórdão atacado a seguinte fundamentação: "É incontroverso que o réu foi o responsável pelo tiro que atingiu o carro da vítima (no vidro posterior esquerdo), sendo passível de discussão apenas o elemento do tipo. Em que pese a alegação do réu de que agiu de forma culposa, a dinâmica dos acontecimentos não permite tal conclusão. Primeiramente, considerando os depoimentos prestados na delegacia e em juízo, o réu se contradiz em relação à alegação de que teria abordado as vítimas. Não bastasse isso, o 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA REEXAME DE FATOS E PROVAS IMPOSSIBILIDADE SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal OFENSA AO ART. 93, IX, DA CARTA MAGNA INOCORRÊNCIA SEGUNDO AGRAVO UTILIZAÇÃO DESSA ESPÉCIE RECURSAL CONTRA DECISÃO QUE, EMANADA DE TRIBUNAL DE JURISDIÇÃO INFERIOR, FAZ INCIDIR, NO CASO, A DISCIPLINA DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL INADMISSIBILIDADE (Código de Processo Civil, ART. 1.042, CAPUT, IN FINE) PRECEDENTES PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO NÃO ACOLHIMENTO EFICÁCIA EX TUNC, PARA EFEITO DE PRESCRIÇÃO PENAL, AO JUÍZO NEGATIVO DE ADMISSIBILIDADE DE APELO EXTREMO CONFIRMADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.” (ARE 1.128.701-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 28/8/18). A propósito, conquanto a defesa afirme que “a decisão [de admissibilidade na origem], em momento algum, faz referência à repercussão geral”, o próprio trecho transcrito na petição demonstra a aplicação expressa do tema 339 da repercussão geral na espécie pelo Tribunal de origem (doc. 10, fl. 6). Demais disso, colhe-se do voto condutor do acórdão atacado a seguinte fundamentação: "É incontroverso que o réu foi o responsável pelo tiro que atingiu o carro da vítima (no vidro posterior esquerdo), sendo passível de discussão apenas o elemento do tipo. Em que pese a alegação do réu de que agiu de forma culposa, a dinâmica dos acontecimentos não permite tal conclusão. Primeiramente, considerando os depoimentos prestados na delegacia e em juízo, o réu se contradiz em relação à alegação de que teria abordado as vítimas. Não bastasse isso, o 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF seu relato a respeito dos fatos demonstra a impossibilidade de ter ocorrido qualquer abordagem, na medida em que ele teria simplesmente perseguido o carro das vítimas, no seu carro particular, sem sinalizar que se tratava de policial. Da mesma forma, é extremamente frágil a afirmação de que teria visto um objeto na mão de uma das vítimas pois se encontrava em outro carro, atrás daquele conduzido pela vítima. O fato é que, independentemente da motivação, o réu claramente se colocou numa situação de risco. Se a intenção era abordar um carro em atividade suspeita, outras muitas medidas poderiam ter sido adotadas, sem que o réu precisasse ter perseguido o veículo, com a arma em punho. Conforme parecer do Ministério Público: (...) Com efeito, ainda de que se admita como incontroversa a alegação do réu de que os carros teriam colidido e, por conta disso, a arma teria disparado, não há espaço para o reconhecimento da atipicidade da conduta. O réu é policial civil e se encontra há pelo menos cinco anos na corporação, não sendo crível admitir que ignorava o risco de produzir aquele resultado. A postura do réu foi de extrema irresponsabilidade, certamente desconsiderando regras básicas da Polícia Civil emanadas para a abordagem de suspeitos. Além disso, na esfera penal, caracterizou o tipo previsto no art. 15 da Lei 10.826/2003, segundo o qual comete crime aquele que dispara arma de fogo em via pública. É absurda a tese da defesa de que o período de corporação 'não pode ser considerado como suficiente para se atribuir a experiência e a expertise necessária para o manuseio da arma de fogo'. Ora, até mesmo em relação a cidadão comum, um homem médio, considerando as circunstâncias do crime, seria possível concluir que, ao menos, foi assumido o risco de produzir o resultado ocorrido. Com mais razão, não há dúvida de que um policial civil, a quem foi dado treinamento para lidar com situações de perigo e manuseio de arma de fogo, tenha ignorado o risco advindo da sua conduta - estar com uma arma 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF seu relato a respeito dos fatos demonstra a impossibilidade de ter ocorrido qualquer abordagem, na medida em que ele teria simplesmente perseguido o carro das vítimas, no seu carro particular, sem sinalizar que se tratava de policial. Da mesma forma, é extremamente frágil a afirmação de que teria visto um objeto na mão de uma das vítimas pois se encontrava em outro carro, atrás daquele conduzido pela vítima. O fato é que, independentemente da motivação, o réu claramente se colocou numa situação de risco. Se a intenção era abordar um carro em atividade suspeita, outras muitas medidas poderiam ter sido adotadas, sem que o réu precisasse ter perseguido o veículo, com a arma em punho. Conforme parecer do Ministério Público: (...) Com efeito, ainda de que se admita como incontroversa a alegação do réu de que os carros teriam colidido e, por conta disso, a arma teria disparado, não há espaço para o reconhecimento da atipicidade da conduta. O réu é policial civil e se encontra há pelo menos cinco anos na corporação, não sendo crível admitir que ignorava o risco de produzir aquele resultado. A postura do réu foi de extrema irresponsabilidade, certamente desconsiderando regras básicas da Polícia Civil emanadas para a abordagem de suspeitos. Além disso, na esfera penal, caracterizou o tipo previsto no art. 15 da Lei 10.826/2003, segundo o qual comete crime aquele que dispara arma de fogo em via pública. É absurda a tese da defesa de que o período de corporação 'não pode ser considerado como suficiente para se atribuir a experiência e a expertise necessária para o manuseio da arma de fogo'. Ora, até mesmo em relação a cidadão comum, um homem médio, considerando as circunstâncias do crime, seria possível concluir que, ao menos, foi assumido o risco de produzir o resultado ocorrido. Com mais razão, não há dúvida de que um policial civil, a quem foi dado treinamento para lidar com situações de perigo e manuseio de arma de fogo, tenha ignorado o risco advindo da sua conduta - estar com uma arma 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF em punho enquanto perseguia um veículo. Portanto, assim agindo, o réu, no mínimo, assentiu com a possibilidade de causar o resultando. Tal assentimento já é suficiente para caracterizar o crime doloso, previsto no art. 18, I, do Código Penal como aquele em que 'o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo'. Conforme Rogério Greco, na teoria do assentimento, também adotada pelo nosso sistema, 'atua com dolo aquele que, antevendo como possível o resultado lesivo com a prática de sua conduta, mesmo não o querendo de forma direta, não se importa com a sua ocorrência, assumindo o rico de vir a produzi-la' (Greco, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Volume I. 17a edição. Impetus. Pg. 242). Portanto, a sentença não é passível de reforma, nem mesmo em relação à dosimetria, na medida em que a pena foi fixada no mínimo permitido." Assim, para acolher a pretensão da parte recorrente e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário o reexame dos fatos e das provas dos autos, bem como a análise da legislação infraconstitucional pertinente, procedimentos inviáveis em sede de recurso extraordinário. Destarte, a afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria indireta ou reflexa, bem como incide, na hipótese sub examine, o enunciado 279 da Súmula desta Corte, in verbis: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Nessa linha: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE DIFAMAÇÃO. ARTIGO 139 DO CÓDIGO PENAL. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO JÁ CARREADO AOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. ALEGADA NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INEXISTÊNCIA. 1. A verificação do elemento subjetivo do tipo atinente ao crime de difamação - animus difamandi - demanda o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que atrai a 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF em punho enquanto perseguia um veículo. Portanto, assim agindo, o réu, no mínimo, assentiu com a possibilidade de causar o resultando. Tal assentimento já é suficiente para caracterizar o crime doloso, previsto no art. 18, I, do Código Penal como aquele em que 'o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo'. Conforme Rogério Greco, na teoria do assentimento, também adotada pelo nosso sistema, 'atua com dolo aquele que, antevendo como possível o resultado lesivo com a prática de sua conduta, mesmo não o querendo de forma direta, não se importa com a sua ocorrência, assumindo o rico de vir a produzi-la' (Greco, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Volume I. 17a edição. Impetus. Pg. 242). Portanto, a sentença não é passível de reforma, nem mesmo em relação à dosimetria, na medida em que a pena foi fixada no mínimo permitido." Assim, para acolher a pretensão da parte recorrente e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário o reexame dos fatos e das provas dos autos, bem como a análise da legislação infraconstitucional pertinente, procedimentos inviáveis em sede de recurso extraordinário. Destarte, a afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria indireta ou reflexa, bem como incide, na hipótese sub examine, o enunciado 279 da Súmula desta Corte, in verbis: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Nessa linha: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE DIFAMAÇÃO. ARTIGO 139 DO CÓDIGO PENAL. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO JÁ CARREADO AOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. ALEGADA NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INEXISTÊNCIA. 1. A verificação do elemento subjetivo do tipo atinente ao crime de difamação - animus difamandi - demanda o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que atrai a 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF incidência da Súmula 279 desta Corte, a qual dispõe, verbis: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Precedentes: AI 700.929-AgR, Rel. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe 19/09/2008, e ARE 721.716-ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 02/12/2013. 2. O recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que demandam revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem constitucional. 3. A prestação jurisdicional resta configurada com a prolação de decisão devidamente fundamentada, embora contrária aos interesses da parte. Nesse sentido, ARE 740.877- AgR/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 4/6/2013. 4. In casu, o acórdão extraordinariamente recorrido assentou: “JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. PROCESSUAL PENAL. PENAL. DIFAMAÇÃO. REPORTAGEM QUE EXCEDE O DIREITO CONSTITUCIONAL DE INFORMAÇÃO. IMPUTAÇÃO DE FATO CONCRETO E ANIMUS DIFAMANDI. CORRETA CONDENAÇÃO À PENA DO ARTIGO 139, Código Penal Brasileiro. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.” 5. Agravo regimental DESPROVIDO.” (ARE 794.246-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 17/10/2014) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIMES DE CONSTITUIÇÃO DE MÍLICIA PRIVADA E LAVAGEM DE CAPITAIS. ARTIGO 288- A DO CÓDIGO PENAL E ARTIGO 1..., VII, DA LEI 9.613/1998 (REDAÇÃO ANTERIOR À LEI 12.683/2012). PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. OFENSA REFLEXA AO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 5..., LVI E LVII, DA CONSTITUIÇÃO. VEDAÇÃO À UTILIZAÇÃO DE PROVAS ILÍCITAS E PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. NECESSIDADE DE 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF incidência da Súmula 279 desta Corte, a qual dispõe, verbis: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Precedentes: AI 700.929-AgR, Rel. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe 19/09/2008, e ARE 721.716-ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 02/12/2013. 2. O recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que demandam revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem constitucional. 3. A prestação jurisdicional resta configurada com a prolação de decisão devidamente fundamentada, embora contrária aos interesses da parte. Nesse sentido, ARE 740.877- AgR/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 4/6/2013. 4. In casu, o acórdão extraordinariamente recorrido assentou: “JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. PROCESSUAL PENAL. PENAL. DIFAMAÇÃO. REPORTAGEM QUE EXCEDE O DIREITO CONSTITUCIONAL DE INFORMAÇÃO. IMPUTAÇÃO DE FATO CONCRETO E ANIMUS DIFAMANDI. CORRETA CONDENAÇÃO À PENA DO ARTIGO 139, Código Penal Brasileiro. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.” 5. Agravo regimental DESPROVIDO.” (ARE 794.246-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 17/10/2014) “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIMES DE CONSTITUIÇÃO DE MÍLICIA PRIVADA E LAVAGEM DE CAPITAIS. ARTIGO 288- A DO CÓDIGO PENAL E ARTIGO 1..., VII, DA LEI 9.613/1998 (REDAÇÃO ANTERIOR À LEI 12.683/2012). PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. OFENSA REFLEXA AO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 5..., LVI E LVII, DA CONSTITUIÇÃO. VEDAÇÃO À UTILIZAÇÃO DE PROVAS ILÍCITAS E PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. NECESSIDADE DE 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 5..., XLVI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. OFENSA INDIRETA AO TEXTO CONSTITUCIONAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ARTIGO 59 DO CÓDIGO PENAL. MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO Supremo Tribunal Federal NO AI 742.460. TEMA 182. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA. AMBIGUIDADE, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. ERRO MATERIAL. INOCORRÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DESPROVIDOS. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO, COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO.” (Recurso Extraordinário 1.234.754-AgR-ED, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 12/03/2020) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Roubo majorado e receptação. Art. 157, § 2..., incisos I, II e IV, c/c o art. 29, caput, na forma do art. 70, caput, bem como no art. 180, caput, todos do Código Penal. 3. Alegada fragilidade das provas que lastrearam a condenação. Autoria e materialidade. Revolvimento do acervo fático-probatório. Incidência da Súmula 279 desta Corte. 4. Dosimetria da pena. Conforme jurisprudência desta Corte, cabe às instâncias ordinárias, mais próximas dos fatos e das provas, fixar as penas. Às Cortes Superiores, no exame da dosimetria das penas em grau recursal, compete somente o controle da legalidade e da constitucionalidade dos critérios empregados, com a correção apenas de eventuais decisões teratológicas e arbitrárias, que violem frontalmente dispositivo constitucional. Acórdão impugnado que atende aos princípios da proporcionalidade e 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 5..., XLVI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. OFENSA INDIRETA AO TEXTO CONSTITUCIONAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ARTIGO 59 DO CÓDIGO PENAL. MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO Supremo Tribunal Federal NO AI 742.460. TEMA 182. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA. AMBIGUIDADE, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. ERRO MATERIAL. INOCORRÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DESPROVIDOS. DETERMINADA A CERTIFICAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO, COM A CONSEQUENTE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO.” (Recurso Extraordinário 1.234.754-AgR-ED, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 12/03/2020) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Roubo majorado e receptação. Art. 157, § 2..., incisos I, II e IV, c/c o art. 29, caput, na forma do art. 70, caput, bem como no art. 180, caput, todos do Código Penal. 3. Alegada fragilidade das provas que lastrearam a condenação. Autoria e materialidade. Revolvimento do acervo fático-probatório. Incidência da Súmula 279 desta Corte. 4. Dosimetria da pena. Conforme jurisprudência desta Corte, cabe às instâncias ordinárias, mais próximas dos fatos e das provas, fixar as penas. Às Cortes Superiores, no exame da dosimetria das penas em grau recursal, compete somente o controle da legalidade e da constitucionalidade dos critérios empregados, com a correção apenas de eventuais decisões teratológicas e arbitrárias, que violem frontalmente dispositivo constitucional. Acórdão impugnado que atende aos princípios da proporcionalidade e 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1323239 AGR / DF da individualização da pena. Precedentes. 5. Agravo regimental não provido.” (ARE 1.145.835-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 17/06/2020) Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Supremo Tribunal Federal ARE 1323239 AGR / DF da individualização da pena. Precedentes. 5. Agravo regimental não provido.” (ARE 1.145.835-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 17/06/2020) Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9358-A395-1AB1-7F4A e senha 8B94-E640-CA62-A51C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 17/08/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) : ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO (31401/DF) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A880-CB61-47BD-BA7E e senha 25E3-9F07-7ACD-06A4 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.323.239 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO ADV.(A/S) : ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO (31401/DF) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A880-CB61-47BD-BA7E e senha 25E3-9F07-7ACD-06A4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO", "ARE 1 . 175 . 278 - AgR - Segundo", "ARE 1 . 197 . 962 – AgR", "ARE 1 . 017 . 861 - AgR", "ARE 1 . 048 . 461 - AgR", "ARE 1 . 264 . 183 - AgR", "ARE 1323239 AGR /", "ARE 1323239", "Súmula 279 desta Corte", "ARE 1323239 AGR / DF", "ARE 1323239 AGR / DF", "ARE 1323239 AGR / DF", "AI 760 . 358 - QO", "ARE 1323239 AGR / DF", "AI 760 . 358 - QO", "ARE 1323239 AGR", "ARE 1 . 115 . 707 - AgR", "Rcl 29 . 093 - AgR", "ARE 1323239", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 994 . 469", "ARE 1 . 115 . 707 - AgR", "Rcl 29 . 093 - AgR", "SÚMULA 279 / Supremo", "ARE 1 . 128 . 701 - AgR", "ARE 1323239", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 128 . 701 - AgR", "ARE 1323239 AGR / DF", "enunciado 279 da Súmula desta Corte", "ARE 1323239 AGR / DF", "enunciado 279 da Súmula desta Corte", "ARE 1323239 AGR / DF", "Súmula 279 desta Corte", "AI 700 . 929 - AgR", "ARE 721 . 716 - ED", "ARE 740 . 877 - AgR / DF", "ARE 794 . 246 - AgR", "ARE 1323239 AGR / DF", "Súmula 279 desta Corte", "AI 700 . 929 - AgR", "ARE 721 . 716 - ED", "ARE 740 . 877 - AgR / DF", "ARE 794 . 246 - AgR", "ARE", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "AI 742 . 460", "Recurso Extraordinário 1 . 234 . 754 - AgR - ED", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "AI 742 . 460", "Recurso Extraordinário 1 . 234 . 754 - AgR - ED", "ARE 1323239 AGR / DF", "ARE 1 . 145 . 835 - AgR", "ARE 1323239 AGR / DF", "ARE 1 . 145 . 835 - AgR" ], "LEGISLACAO": [ "ARTIGO 15 DA LEI 10 . 826 / 03", "artigo 1 . 030 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art", "art . 1 . 042 do Código de Processo Civil", "art . 1 . 030 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art", "art . 1 . 042 do Código de Processo Civil", "art . 1 . 030 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", 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"ARTS . 5 . . . , XXXV E LV , E 93 , IX , DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 042 do Código de Processo Civil", "Código de Processo Civil / 2015 , art . 85 , § 11", "Código de Processo Civil / 2015 , ART . 1 . 030 , I", "Código de Processo Civil / 2015 , ART . 1 . 030 , § 2 . . .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARE", "ART", "Código de Processo Civil , ART . 1 .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 93 , IX , DA CARTA MAGNA", "Código de Processo Civil , ART . 1 . 042 , CAPUT", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 15 da Lei 10 . 826 / 2003", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 15 da Lei 10 . 826 / 2003", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 18 , I , do Código Penal", "ARTIGO 139 DO CÓDIGO PENAL", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 18 , I , do Código Penal", "ARTIGO 139 DO CÓDIGO PENAL", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 139 , Código Penal 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Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema Corte", "Tribunal Pleno", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "SUPREMO TRIBUNAL", "2", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Suprema Corte", "Tribunal Pleno", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "SUPREMO TRIBUNAL", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Primeira Turma", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Primeira Turma", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "Polícia", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público", "Polícia Civil", "Supremo Tribunal Federal", "Impetus", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL", "Plenário", "Plenário" ], "PESSOA": [ "ANTONIO DE OLIVEIRA", "ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO", "Luiz Fux", "Dias Toffoli", "Gilmar Mendes", "Rosa Weber", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "LUIZ FUX", "Luiz Fux", "LUIZ FUX", "ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO", "ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO", "LUIZ FUX", "ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO", "ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "CÁRMEN LÚCIA", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "CÁRMEN LÚCIA", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Celso de Mello", "Celso de Mello", "Rogério Greco", "Greco , Rogério", "Rogério Greco", "Greco , Rogério", "Cármen Lúcia", "Ricardo Lewandowski", "Gilmar Mendes", "Luiz Fux", "Cármen Lúcia", "Ricardo Lewandowski", "Gilmar Mendes", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "ANTONIO DE OLIVEIRA", "ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "ANTONIO DE OLIVEIRA OTIMO", "ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA NETO", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "17", "/", "08", "/", "2021", "25", "/", "2", "/", "19", "17", "/", "6", "/", "19", "5", "/", "6", "/", "17", "4", "/", "3", "/", "2020", "26", "/", "5", "/", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16", "/", "8", "/", "2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16", "/", "8", "/", "2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", 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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 TOCANTINS RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) :SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) :ANDERSON MENDES DE SOUZA ADV.(A/S) :ELI GOMES DA SILVA FILHO EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO DO ESTADO DO TOCANTINS. TEMPO DE SERVIÇO. CONTAGEM EM DOBRO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. TÍTULO DE “PIONEIRO DO TOCANTINS”. DIREITO ADQUIRIDO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA EMENDA CONSTUCIONAL N. 20/1998. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE. VERBA HONORÁRIA. ART. 85, § 11, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO. 1. A Emenda Constitucional n. 20/1998, mesmo incluindo o § 10 no art. 40 da Constituição Federal, de modo a vedar qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício, ressalvou a manutenção de todos os direitos e garantias assegurados nas disposições constitucionais vigentes à data de sua publicação aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados e aos ex-combatentes, bem como aos que já cumpriram, até aquela data, os requisitos para usufruírem tais direitos (art. 3º, § 3º). 2. Daí por que, na espécie, o pleito de averbação, pelo servidor estadual detentor do título de “Pioneiro do Tocantins”, do período trabalhado – 5 de junho de 1989 a 31 de dezembro de 1990 – com contagem em dobro coaduna-se com a referida Emenda, já que adquirido antes de sua promulgação, bem assim encontra-se em conformidade com Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C62-22B1-79D7-B287 e senha 4D5B-24F0-56FC-24CC Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão RE 1309970 AGR / TO precedente desta Corte (RE 858.549 AgR/TO). 3. Nos termos do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, a verba honorária fixada pelas instâncias de origem é majorada em 1%, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. 4. Agravo interno ao qual se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C62-22B1-79D7-B287 e senha 4D5B-24F0-56FC-24CC Supremo Tribunal Federal RE 1309970 AGR / TO precedente desta Corte (RE 858.549 AgR/TO). 3. Nos termos do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, a verba honorária fixada pelas instâncias de origem é majorada em 1%, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. 4. Agravo interno ao qual se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C62-22B1-79D7-B287 e senha 4D5B-24F0-56FC-24CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 TOCANTINS RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) :SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) :ANDERSON MENDES DE SOUZA ADV.(A/S) :ELI GOMES DA SILVA FILHO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo interno interposto contra decisão mediante a qual, apreciando acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, neguei provimento ao recurso extraordinário formalizado pelo ente federativo. O ato judicial impugnado, ao analisar controvérsia referente ao reconhecimento do direito a “[...] contagem em dobro, para fins de aposentadoria, do período de trabalho compreendido entre 01/01/1989 a 31/12/1990, a servidor público a que foi atribuído o título de “Pioneiro do Tocantins”, em conformidade com a Lei estadual n. 255/1991”, entendeu que a decisão de origem está em consonância com o art. 3º, § 3º, da Emenda Constitucional n. 20/1998, tendo em vista o contido no art. 40, § 10, da Constituição Federal, bem assim com precedente desta Segunda Turma (RE 858.549 AgR/TO), que analisou a mesma matéria. O agravante alega, em síntese, o desacerto do pronunciamento. Requer, ao fim, “[...] a retratação da decisão monocrática ora recorrida, conforme permissivo previsto no artigo 1.021, § 2º, do CPC; ou, caso contrário, a submissão do agravo interno ao Colegiado a fim de que seja conhecido e provido, reformando a decisão singular atacada para conhecer do agravo e dar provimento ao Recurso Extraordinário.” Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50DC-1631-442E-82DB e senha 3178-E336-6EDE-CD69 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 TOCANTINS RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) :SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) :ANDERSON MENDES DE SOUZA ADV.(A/S) :ELI GOMES DA SILVA FILHO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo interno interposto contra decisão mediante a qual, apreciando acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, neguei provimento ao recurso extraordinário formalizado pelo ente federativo. O ato judicial impugnado, ao analisar controvérsia referente ao reconhecimento do direito a “[...] contagem em dobro, para fins de aposentadoria, do período de trabalho compreendido entre 01/01/1989 a 31/12/1990, a servidor público a que foi atribuído o título de “Pioneiro do Tocantins”, em conformidade com a Lei estadual n. 255/1991”, entendeu que a decisão de origem está em consonância com o art. 3º, § 3º, da Emenda Constitucional n. 20/1998, tendo em vista o contido no art. 40, § 10, da Constituição Federal, bem assim com precedente desta Segunda Turma (RE 858.549 AgR/TO), que analisou a mesma matéria. O agravante alega, em síntese, o desacerto do pronunciamento. Requer, ao fim, “[...] a retratação da decisão monocrática ora recorrida, conforme permissivo previsto no artigo 1.021, § 2º, do CPC; ou, caso contrário, a submissão do agravo interno ao Colegiado a fim de que seja conhecido e provido, reformando a decisão singular atacada para conhecer do agravo e dar provimento ao Recurso Extraordinário.” Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50DC-1631-442E-82DB e senha 3178-E336-6EDE-CD69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Relatório RE 1309970 AGR / TO Sem contrarrazões. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50DC-1631-442E-82DB e senha 3178-E336-6EDE-CD69 Supremo Tribunal Federal RE 1309970 AGR / TO Sem contrarrazões. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50DC-1631-442E-82DB e senha 3178-E336-6EDE-CD69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 TOCANTINS VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Não assiste razão ao recorrente. O recurso foi interposto, com fundamento em permissivo constitucional, contra acórdão assim ementado: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO DECLARATÓRIA. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. TÍTULO HONORÍFICO DE PIONEIRO DO TOCANTINS. PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1989 E 1990. CONTAGEM EM DOBRO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. A contagem em dobro do período laborado pelos servidores públicos do Estado do Tocantins, entre 1989 e 1990 (de dois para quatro anos), aplica-se ampla e indistintamente, sem qualquer limitação, a todos aqueles que, ao optarem pela recém-criada Unidade da Federação, receberam o título de "Pioneiros do Tocantins". Precedentes do TJTO. 2. A existência de vedação constitucional ao cômputo de tempo de contribuição fictício (artigo 40, § 10, Constituição Federal - CF), fruto da Emenda Constitucional nº 20/1998, muitos anos após a instituição do benefício referente a título de "Pioneiros do Tocantins", não atinge o período laborado e o direito adquirido antes da vedação. Precedente TJTO. 3. Não houve declaração de inconstitucionalidade da norma que concedeu o título de "Pioneiro do Tocantins" aos servidores que aqui estavam quando da implantação do Estado, de modo que a inconstitucionalidade reconhecida pelo STF na ADI 598/TO limita-se tão somente à parte da norma em que era Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 TOCANTINS VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Não assiste razão ao recorrente. O recurso foi interposto, com fundamento em permissivo constitucional, contra acórdão assim ementado: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO DECLARATÓRIA. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. TÍTULO HONORÍFICO DE PIONEIRO DO TOCANTINS. PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1989 E 1990. CONTAGEM EM DOBRO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. A contagem em dobro do período laborado pelos servidores públicos do Estado do Tocantins, entre 1989 e 1990 (de dois para quatro anos), aplica-se ampla e indistintamente, sem qualquer limitação, a todos aqueles que, ao optarem pela recém-criada Unidade da Federação, receberam o título de "Pioneiros do Tocantins". Precedentes do TJTO. 2. A existência de vedação constitucional ao cômputo de tempo de contribuição fictício (artigo 40, § 10, Constituição Federal - CF), fruto da Emenda Constitucional nº 20/1998, muitos anos após a instituição do benefício referente a título de "Pioneiros do Tocantins", não atinge o período laborado e o direito adquirido antes da vedação. Precedente TJTO. 3. Não houve declaração de inconstitucionalidade da norma que concedeu o título de "Pioneiro do Tocantins" aos servidores que aqui estavam quando da implantação do Estado, de modo que a inconstitucionalidade reconhecida pelo STF na ADI 598/TO limita-se tão somente à parte da norma em que era Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES RE 1309970 AGR / TO permitida a utilização do título honorífico em apreço para fins de cômputo de pontos extras em concurso público de títulos e provas. Portanto, não há qualquer inconstitucionalidade na utilização do título de "Pioneiro do Tocantins" para fins previdenciários 4. Recurso conhecido e não provido. Ante esse contexto, friso que a Lei Maior, em dispositivo incluído pela Emenda Constitucional n. 20/1998, impõe ser defeso à lei estabelecer qualquer contagem de tempo fictício no tocante à aposentadoria de servidor público (art. 40, § 10). No entanto, essa mesma Emenda ressalva a manutenção de todos os direitos e garantias assegurados nas disposições constitucionais vigentes à data de sua publicação aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados e aos ex-combatentes, bem como aos que já cumpriram, até aquela data, os requisitos para usufruírem tais direitos (art. 3º, § 3º). E é isso que se observa na espécie, cujo pleito de “[...] averbação do período trabalhado entre 05/06/1989 a 31/12/1990, decorrente do título de “Pioneiro do Tocantins”, devendo tal período ser contado em dobro, conforme assegurava a Lei estadual n° 255/1991 [...]”, nos termos do que consta do acórdão recorrido, restou incorporado à esfera de direitos do servidor antes da promulgação da referida Emenda Constitucional. Em caso análogo, a Segunda Turma já assim decidiu (com meus grifos): AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA. CONTAGEM EM DOBRO DE TEMPO DE SERVIÇO AOS PIONEIROS DO TOCANTINS PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS (TEMPO FICTO). DIREITO 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Supremo Tribunal Federal RE 1309970 AGR / TO permitida a utilização do título honorífico em apreço para fins de cômputo de pontos extras em concurso público de títulos e provas. Portanto, não há qualquer inconstitucionalidade na utilização do título de "Pioneiro do Tocantins" para fins previdenciários 4. Recurso conhecido e não provido. Ante esse contexto, friso que a Lei Maior, em dispositivo incluído pela Emenda Constitucional n. 20/1998, impõe ser defeso à lei estabelecer qualquer contagem de tempo fictício no tocante à aposentadoria de servidor público (art. 40, § 10). No entanto, essa mesma Emenda ressalva a manutenção de todos os direitos e garantias assegurados nas disposições constitucionais vigentes à data de sua publicação aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados e aos ex-combatentes, bem como aos que já cumpriram, até aquela data, os requisitos para usufruírem tais direitos (art. 3º, § 3º). E é isso que se observa na espécie, cujo pleito de “[...] averbação do período trabalhado entre 05/06/1989 a 31/12/1990, decorrente do título de “Pioneiro do Tocantins”, devendo tal período ser contado em dobro, conforme assegurava a Lei estadual n° 255/1991 [...]”, nos termos do que consta do acórdão recorrido, restou incorporado à esfera de direitos do servidor antes da promulgação da referida Emenda Constitucional. Em caso análogo, a Segunda Turma já assim decidiu (com meus grifos): AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA. CONTAGEM EM DOBRO DE TEMPO DE SERVIÇO AOS PIONEIROS DO TOCANTINS PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS (TEMPO FICTO). DIREITO 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES RE 1309970 AGR / TO ADQUIRIDO ANTES DA VIGÊNCIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/1998. ACÓRDÃO RECORRIDO CONSOANTE JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 858.549 AgR/TO, ministra Cármen Lúcia) O acórdão recorrido, a toda evidência, está em conformidade com os preceitos constitucionais anteriormente mencionados, bem assim com o aludido entendimento da Segunda Turma. Em face do exposto, nego provimento ao agravo. Nos termos do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, majoro em 1% a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Supremo Tribunal Federal RE 1309970 AGR / TO ADQUIRIDO ANTES DA VIGÊNCIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/1998. ACÓRDÃO RECORRIDO CONSOANTE JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 858.549 AgR/TO, ministra Cármen Lúcia) O acórdão recorrido, a toda evidência, está em conformidade com os preceitos constitucionais anteriormente mencionados, bem assim com o aludido entendimento da Segunda Turma. Em face do exposto, nego provimento ao agravo. Nos termos do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, majoro em 1% a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 PROCED. : TOCANTINS RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) : SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) : ANDERSON MENDES DE SOUZA (4974/TO) ADV.(A/S) : ELI GOMES DA SILVA FILHO (2796/TO) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D1F-1905-77BB-F870 e senha 34FA-3940-CDE8-8BCA Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 PROCED. : TOCANTINS RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) : SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) : ANDERSON MENDES DE SOUZA (4974/TO) ADV.(A/S) : ELI GOMES DA SILVA FILHO (2796/TO) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D1F-1905-77BB-F870 e senha 34FA-3940-CDE8-8BCA Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757410601
2021-08-17T00:00:00
2021-09-23T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO DO ESTADO DO TOCANTINS. TEMPO DE SERVIÇO. CONTAGEM EM DOBRO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. TÍTULO DE “PIONEIRO DO TOCANTINS”. DIREITO ADQUIRIDO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA EMENDA CONSTUCIONAL N. 20/1998. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE. VERBA HONORÁRIA. ART. 85, § 11, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO. 1. A Emenda Constitucional n. 20/1998, mesmo incluindo o § 10 no art. 40 da Constituição Federal, de modo a vedar qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício, ressalvou a manutenção de todos os direitos e garantias assegurados nas disposições constitucionais vigentes à data de sua publicação aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados e aos ex-combatentes, bem como aos que já cumpriram, até aquela data, os requisitos para usufruírem tais direitos (art. 3º, § 3º). 2. Daí por que, na espécie, o pleito de averbação, pelo servidor estadual detentor do título de “Pioneiro do Tocantins”, do período trabalhado – 5 de junho de 1989 a 31 de dezembro de 1990 – com contagem em dobro coaduna-se com a referida Emenda, já que adquirido antes de sua promulgação, bem assim encontra-se em conformidade com precedente desta Corte (RE 858.549 AgR/TO). 3. Nos termos do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, a verba honorária fixada pelas instâncias de origem é majorada em 1%, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. 4. Agravo interno ao qual se nega provimento.
sjur453129
- Acórdão(s) citado(s): (SERVIDOR PÚBLICO, FÉRIAS, CONTAGEM EM DOBRO) RE 858549 AgR (2ªT). Número de páginas: 8. Análise: 16/03/2022, MAF.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
1309970
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00003 PAR-00003 ART-00040 PAR-00010\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED EMC-000020 ANO-1998\n EMENDA CONSTITUCIONAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-3 . PAR-00011\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-EST LEI-000255 ANO-1991\n LEI ORDINÁRIA, TO" ]
RE-AgR
acordaos
RE 1309970 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) : SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) : ANDERSON MENDES DE SOUZA ADV.(A/S) : ELI GOMES DA SILVA FILHO
[ "" ]
Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 TOCANTINS RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) :SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) :ANDERSON MENDES DE SOUZA ADV.(A/S) :ELI GOMES DA SILVA FILHO EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO DO ESTADO DO TOCANTINS. TEMPO DE SERVIÇO. CONTAGEM EM DOBRO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. TÍTULO DE “PIONEIRO DO TOCANTINS”. DIREITO ADQUIRIDO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA EMENDA CONSTUCIONAL N. 20/1998. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE. VERBA HONORÁRIA. ART. 85, § 11, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO. 1. A Emenda Constitucional n. 20/1998, mesmo incluindo o § 10 no art. 40 da Constituição Federal, de modo a vedar qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício, ressalvou a manutenção de todos os direitos e garantias assegurados nas disposições constitucionais vigentes à data de sua publicação aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados e aos ex-combatentes, bem como aos que já cumpriram, até aquela data, os requisitos para usufruírem tais direitos (art. 3..., § 3...). 2. Daí por que, na espécie, o pleito de averbação, pelo servidor estadual detentor do título de “Pioneiro do Tocantins”, do período trabalhado – 5 de junho de 1989 a 31 de dezembro de 1990 – com contagem em dobro coaduna-se com a referida Emenda, já que adquirido antes de sua promulgação, bem assim encontra-se em conformidade com Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C62-22B1-79D7-B287 e senha 4D5B-24F0-56FC-24CC Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO precedente desta Corte (Recurso Extraordinário 858.549 AgR/TO). 3. Nos termos do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, a verba honorária fixada pelas instâncias de origem é majorada em 1%, observados os limites previstos nos §§ 2... e 3.... 4. Agravo interno ao qual se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C62-22B1-79D7-B287 e senha 4D5B-24F0-56FC-24CC Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO precedente desta Corte (Recurso Extraordinário 858.549 AgR/TO). 3. Nos termos do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, a verba honorária fixada pelas instâncias de origem é majorada em 1%, observados os limites previstos nos §§ 2... e 3.... 4. Agravo interno ao qual se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C62-22B1-79D7-B287 e senha 4D5B-24F0-56FC-24CC Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 TOCANTINS RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) :SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) :ANDERSON MENDES DE SOUZA ADV.(A/S) :ELI GOMES DA SILVA FILHO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo interno interposto contra decisão mediante a qual, apreciando acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, neguei provimento ao recurso extraordinário formalizado pelo ente federativo. O ato judicial impugnado, ao analisar controvérsia referente ao reconhecimento do direito a “[...] contagem em dobro, para fins de aposentadoria, do período de trabalho compreendido entre 01/01/1989 a 31/12/1990, a servidor público a que foi atribuído o título de “Pioneiro do Tocantins”, em conformidade com a Lei estadual n. 255/1991”, entendeu que a decisão de origem está em consonância com o art. 3..., § 3..., da Emenda Constitucional n. 20/1998, tendo em vista o contido no art. 40, § 10, da Constituição Federal, bem assim com precedente desta Segunda Turma (Recurso Extraordinário 858.549 AgR/TO), que analisou a mesma matéria. O agravante alega, em síntese, o desacerto do pronunciamento. Requer, ao fim, “[...] a retratação da decisão monocrática ora recorrida, conforme permissivo previsto no artigo 1.021, § 2..., do Código de Processo Civil; ou, caso contrário, a submissão do agravo interno ao Colegiado a fim de que seja conhecido e provido, reformando a decisão singular atacada para conhecer do agravo e dar provimento ao Recurso Extraordinário.” Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50DC-1631-442E-82DB e senha 3178-E336-6EDE-CD69 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 TOCANTINS RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) :SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) :ANDERSON MENDES DE SOUZA ADV.(A/S) :ELI GOMES DA SILVA FILHO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo interno interposto contra decisão mediante a qual, apreciando acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, neguei provimento ao recurso extraordinário formalizado pelo ente federativo. O ato judicial impugnado, ao analisar controvérsia referente ao reconhecimento do direito a “[...] contagem em dobro, para fins de aposentadoria, do período de trabalho compreendido entre 01/01/1989 a 31/12/1990, a servidor público a que foi atribuído o título de “Pioneiro do Tocantins”, em conformidade com a Lei estadual n. 255/1991”, entendeu que a decisão de origem está em consonância com o art. 3..., § 3..., da Emenda Constitucional n. 20/1998, tendo em vista o contido no art. 40, § 10, da Constituição Federal, bem assim com precedente desta Segunda Turma (Recurso Extraordinário 858.549 AgR/TO), que analisou a mesma matéria. O agravante alega, em síntese, o desacerto do pronunciamento. Requer, ao fim, “[...] a retratação da decisão monocrática ora recorrida, conforme permissivo previsto no artigo 1.021, § 2..., do Código de Processo Civil; ou, caso contrário, a submissão do agravo interno ao Colegiado a fim de que seja conhecido e provido, reformando a decisão singular atacada para conhecer do agravo e dar provimento ao Recurso Extraordinário.” Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50DC-1631-442E-82DB e senha 3178-E336-6EDE-CD69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Relatório Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO Sem contrarrazões. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50DC-1631-442E-82DB e senha 3178-E336-6EDE-CD69 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO Sem contrarrazões. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 50DC-1631-442E-82DB e senha 3178-E336-6EDE-CD69 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 TOCANTINS VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Não assiste razão ao recorrente. O recurso foi interposto, com fundamento em permissivo constitucional, contra acórdão assim ementado: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO DECLARATÓRIA. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. TÍTULO HONORÍFICO DE PIONEIRO DO TOCANTINS. PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1989 E 1990. CONTAGEM EM DOBRO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. A contagem em dobro do período laborado pelos servidores públicos do Estado do Tocantins, entre 1989 e 1990 (de dois para quatro anos), aplica-se ampla e indistintamente, sem qualquer limitação, a todos aqueles que, ao optarem pela recém-criada Unidade da Federação, receberam o título de "Pioneiros do Tocantins". Precedentes do TJTO. 2. A existência de vedação constitucional ao cômputo de tempo de contribuição fictício (artigo 40, § 10, Constituição Federal - Constituição Federal de 1988), fruto da Emenda Constitucional n 20/1998, muitos anos após a instituição do benefício referente a título de "Pioneiros do Tocantins", não atinge o período laborado e o direito adquirido antes da vedação. Precedente TJTO. 3. Não houve declaração de inconstitucionalidade da norma que concedeu o título de "Pioneiro do Tocantins" aos servidores que aqui estavam quando da implantação do Estado, de modo que a inconstitucionalidade reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 598/TO limita-se tão somente à parte da norma em que era Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 TOCANTINS VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Não assiste razão ao recorrente. O recurso foi interposto, com fundamento em permissivo constitucional, contra acórdão assim ementado: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO DECLARATÓRIA. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. TÍTULO HONORÍFICO DE PIONEIRO DO TOCANTINS. PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1989 E 1990. CONTAGEM EM DOBRO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. A contagem em dobro do período laborado pelos servidores públicos do Estado do Tocantins, entre 1989 e 1990 (de dois para quatro anos), aplica-se ampla e indistintamente, sem qualquer limitação, a todos aqueles que, ao optarem pela recém-criada Unidade da Federação, receberam o título de "Pioneiros do Tocantins". Precedentes do TJTO. 2. A existência de vedação constitucional ao cômputo de tempo de contribuição fictício (artigo 40, § 10, Constituição Federal - Constituição Federal de 1988), fruto da Emenda Constitucional n 20/1998, muitos anos após a instituição do benefício referente a título de "Pioneiros do Tocantins", não atinge o período laborado e o direito adquirido antes da vedação. Precedente TJTO. 3. Não houve declaração de inconstitucionalidade da norma que concedeu o título de "Pioneiro do Tocantins" aos servidores que aqui estavam quando da implantação do Estado, de modo que a inconstitucionalidade reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 598/TO limita-se tão somente à parte da norma em que era Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO permitida a utilização do título honorífico em apreço para fins de cômputo de pontos extras em concurso público de títulos e provas. Portanto, não há qualquer inconstitucionalidade na utilização do título de "Pioneiro do Tocantins" para fins previdenciários 4. Recurso conhecido e não provido. Ante esse contexto, friso que a Lei Maior, em dispositivo incluído pela Emenda Constitucional n. 20/1998, impõe ser defeso à lei estabelecer qualquer contagem de tempo fictício no tocante à aposentadoria de servidor público (art. 40, § 10). No entanto, essa mesma Emenda ressalva a manutenção de todos os direitos e garantias assegurados nas disposições constitucionais vigentes à data de sua publicação aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados e aos ex-combatentes, bem como aos que já cumpriram, até aquela data, os requisitos para usufruírem tais direitos (art. 3..., § 3...). E é isso que se observa na espécie, cujo pleito de “[...] averbação do período trabalhado entre 05/06/1989 a 31/12/1990, decorrente do título de “Pioneiro do Tocantins”, devendo tal período ser contado em dobro, conforme assegurava a Lei estadual n 255/1991 [...]”, nos termos do que consta do acórdão recorrido, restou incorporado à esfera de direitos do servidor antes da promulgação da referida Emenda Constitucional. Em caso análogo, a Segunda Turma já assim decidiu (com meus grifos): AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA. CONTAGEM EM DOBRO DE TEMPO DE SERVIÇO AOS PIONEIROS DO TOCANTINS PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS (TEMPO FICTO). DIREITO 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO permitida a utilização do título honorífico em apreço para fins de cômputo de pontos extras em concurso público de títulos e provas. Portanto, não há qualquer inconstitucionalidade na utilização do título de "Pioneiro do Tocantins" para fins previdenciários 4. Recurso conhecido e não provido. Ante esse contexto, friso que a Lei Maior, em dispositivo incluído pela Emenda Constitucional n. 20/1998, impõe ser defeso à lei estabelecer qualquer contagem de tempo fictício no tocante à aposentadoria de servidor público (art. 40, § 10). No entanto, essa mesma Emenda ressalva a manutenção de todos os direitos e garantias assegurados nas disposições constitucionais vigentes à data de sua publicação aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados e aos ex-combatentes, bem como aos que já cumpriram, até aquela data, os requisitos para usufruírem tais direitos (art. 3..., § 3...). E é isso que se observa na espécie, cujo pleito de “[...] averbação do período trabalhado entre 05/06/1989 a 31/12/1990, decorrente do título de “Pioneiro do Tocantins”, devendo tal período ser contado em dobro, conforme assegurava a Lei estadual n 255/1991 [...]”, nos termos do que consta do acórdão recorrido, restou incorporado à esfera de direitos do servidor antes da promulgação da referida Emenda Constitucional. Em caso análogo, a Segunda Turma já assim decidiu (com meus grifos): AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA. CONTAGEM EM DOBRO DE TEMPO DE SERVIÇO AOS PIONEIROS DO TOCANTINS PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS (TEMPO FICTO). DIREITO 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MIN. NUNES MARQUES Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO ADQUIRIDO ANTES DA VIGÊNCIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/1998. ACÓRDÃO RECORRIDO CONSOANTE JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (Recurso Extraordinário 858.549 AgR/TO, ministra Cármen Lúcia) O acórdão recorrido, a toda evidência, está em conformidade com os preceitos constitucionais anteriormente mencionados, bem assim com o aludido entendimento da Segunda Turma. Em face do exposto, nego provimento ao agravo. Nos termos do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, majoro em 1% a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2... e 3.... É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO ADQUIRIDO ANTES DA VIGÊNCIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/1998. ACÓRDÃO RECORRIDO CONSOANTE JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (Recurso Extraordinário 858.549 AgR/TO, ministra Cármen Lúcia) O acórdão recorrido, a toda evidência, está em conformidade com os preceitos constitucionais anteriormente mencionados, bem assim com o aludido entendimento da Segunda Turma. Em face do exposto, nego provimento ao agravo. Nos termos do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, majoro em 1% a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2... e 3.... É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 188F-096E-6F7B-1221 e senha 0D3B-D76E-8DED-0043 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 PROCED. : TOCANTINS RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) : SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) : ANDERSON MENDES DE SOUZA (4974/TO) ADV.(A/S) : ELI GOMES DA SILVA FILHO (2796/TO) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D1F-1905-77BB-F870 e senha 34FA-3940-CDE8-8BCA Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.309.970 PROCED. : TOCANTINS RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO TOCANTINS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO TOCANTINS AGDO.(A/S) : SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES ADV.(A/S) : ANDERSON MENDES DE SOUZA (4974/TO) ADV.(A/S) : ELI GOMES DA SILVA FILHO (2796/TO) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3D1F-1905-77BB-F870 e senha 34FA-3940-CDE8-8BCA Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 309 . 970", "Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO", "Recurso Extraordinário 858 . 549 AgR / TO", "Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO", "Recurso Extraordinário 858 . 549 AgR / TO", "Recurso Extraordinário 858 . 549 AgR / TO", "Recurso Extraordinário 858 . 549 AgR / TO", "Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO", "Recurso Extraordinário 1309970 AGR", "ADI 598 / TO", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 309 . 970", "ADI 598 / TO", "Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO", "Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO", "Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO", "Recurso Extraordinário 858 . 549 AgR / TO", "Recurso Extraordinário 1309970 AGR / TO", "Recurso Extraordinário 858 . 549 AgR / TO" ], "LEGISLACAO": [ "EMENDA CONSTUCIONAL N . 20 / 1998", "ART . 85 ,", "Emenda Constitucional n . 20 / 1998", "art . 40 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei estadual n . 255 / 1991", "art . 3 . . . , § 3 . . . , da Emenda Constitucional n . 20 / 1998", "art . 40 , § 10 , da Constituição Federal", "artigo 1 . 021 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei estadual n . 255 / 1991", "art . 3 . . . , § 3 . . . , da Emenda Constitucional n . 20 / 1998", "art . 40 , § 10 , da Constituição Federal", "artigo 1 . 021 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200", "artigo 40 , § 10 , Constituição Federal - Constituição Federal de 1988", "Emenda Constitucional n 20 / 1998", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 40 , § 10 , Constituição Federal - Constituição Federal de 1988", "Emenda Constitucional n 20 / 1998", "Lei Maior", "Emenda Constitucional n . 20 / 1998", "Lei estadual n 255 / 1991", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Maior", "Emenda Constitucional n . 20 / 1998", "Lei estadual n 255 / 1991", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "EMENDA CONSTITUCIONAL N . 20 / 1998", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "EMENDA CONSTITUCIONAL N . 20 / 1998", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "ESTADO DO TOCANTINS", "ESTADO DO TOCANTINS", "ESTADO DO TOCANTINS", "Brasília", "Brasília", "ESTADO DO TOCANTINS", "ESTADO DO TOCANTINS", "ESTADO DO TOCANTINS", "ESTADO DO TOCANTINS", "Estado do Tocantins", "Estado do Tocantins", "TOCANTINS", "ESTADO DO TOCANTINS", "ESTADO DO TOCANTINS", "ESTADO DO TOCANTINS", "ESTADO DO TOCANTINS" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "TOCANTINS", "Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "TOCANTINS", "Supremo Tribunal Federal", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "TOCANTINS", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "TOCANTINS", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "NUNES MARQUES", "SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES", "ANDERSON MENDES DE SOUZA", "ELI GOMES DA SILVA FILHO", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES", "ANDERSON MENDES DE SOUZA", "ELI GOMES DA SILVA FILHO", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES", "ANDERSON MENDES DE SOUZA", "ELI GOMES DA SILVA FILHO", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "Cármen Lúcia", "Cármen Lúcia", "NUNES MARQUES", "SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES", "ANDERSON MENDES DE SOUZA", "ELI GOMES DA SILVA FILHO", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky", "NUNES MARQUES", "SANDOMAR FRANCISCO RODRIGUES", "ANDERSON MENDES DE SOUZA", "ELI GOMES DA SILVA FILHO", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "17", "/", "08", "/", "2021", "5 de junho de 1989", "31 de dezembro de 1990", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "01", "/", "01", "/", "1989", "31", "/", "12", "/", "1990", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "01", "/", "01", "/", "1989", "31", "/", "12", "/", "1990", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "1989", "1990", "1989", "1990", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "1989", "1990", "1989", "1990", "24", "/", "08", "/", "2001", "05", "/", "06", "/", "1989", "31", "/", "12", "/", "1990", "24", "/", "08", "/", "2001", "05", "/", "06", "/", "1989", "31", "/", "12", "/", "1990", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "6", ".", "8", ".", "2021", "16", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", ".", "8", ".", "2021", "16", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) :CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO EMENTA AGRAVO INTERNO EM AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ICMS. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS. BENS DO ATIVO FIXO. CONTROVÉRSIA DECIDIDA À LUZ DA LEI COMPLEMENTAR N. 87/1996 E DA LEI ESTADUAL N. 3.188/1999. NECESSIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO DIREITO LOCAL. VERBETE N. 280 DA SÚMULA DO SUPREMO. AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AO AMPARO DO ENUNCIADO N. 512 DA SÚMULA DO SUPREMO, NÃO SE APLICA O DISPOSTO NO § 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1. O Tribunal de origem solucionou a controvérsia à luz da legislação de regência, assentando que o diploma local (Lei estadual n. 3.188/1999) disciplinou de maneira diversa do contemplado na Lei complementar n. 87/1996, trazendo limitações ao aproveitamento dos créditos tributários decorrentes das entradas dos bens. 2. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em autos de mandado de segurança, o que atrai a incidência do enunciado n. 512 da Súmula do Supremo, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil. 3. Agravo interno desprovido. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BA71-F3AB-0BE2-2484 e senha 880C-DD37-E82D-A8E3 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão RE 529482 AGR / RJ ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BA71-F3AB-0BE2-2484 e senha 880C-DD37-E82D-A8E3 Supremo Tribunal Federal RE 529482 AGR / RJ ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BA71-F3AB-0BE2-2484 e senha 880C-DD37-E82D-A8E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) :CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: O Estado do Rio de Janeiro interpôs agravo interno contra decisão por meio da qual o ministro Celso de Mello, então Relator, não conheceu do recurso extraordinário, por entender a necessidade de prévia análise de legislação local. Sustenta, em síntese, o desacerto do pronunciamento impugnado. Busca, ao fim, a reconsideração, ou, alternativamente, a reforma da decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FAD4-9956-E4E1-9A8C e senha EEB5-A46A-66D4-340D Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) :CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: O Estado do Rio de Janeiro interpôs agravo interno contra decisão por meio da qual o ministro Celso de Mello, então Relator, não conheceu do recurso extraordinário, por entender a necessidade de prévia análise de legislação local. Sustenta, em síntese, o desacerto do pronunciamento impugnado. Busca, ao fim, a reconsideração, ou, alternativamente, a reforma da decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FAD4-9956-E4E1-9A8C e senha EEB5-A46A-66D4-340D Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 RIO DE JANEIRO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): O eminente ministro Celso de Mello havia determinado o sobrestamento do recurso em razão de uma das matérias veiculadas nesses autos também estar sendo objeto de julgamento no RE 390.960/RJ, da relatoria do ministro Luiz Fux. Todavia, sem prejuízo dos judiciosos fundamentos expendidos pelo Relator que me antecedeu, entendo ser possível o levantamento do aludido sobrestamento, forte na existência de motivos que levam ao não provimento do agravo interno, independente do resultado do julgamento do recurso. Feita essa ponderação, passo à análise do agravo interposto pelo Estado do Rio de Janeiro. A decisão não merece reforma, uma vez que a parte agravante, nas razões recursais, não apresentou argumentos novos aptos a infirmar o ato atacado. A questão, tal como decidida pelo Tribunal de origem, não comporta o acesso ao Supremo pela via extraordinária. Eis a ementa do pronunciamento impugnado pelo recurso extraordinário: MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO DO CONTRIBUINTE DE DISPOR DOS CRÉDITOS RELATIVOS AO ICMS ORIUNDOS DAS AQUISIÇÕES DE BENS PARA SEU ATIVO FIXO COM OBSERVÂNCIA DO DISPOSTO EM LEI COMPLEMENTAR. DESARMONIA DO ARTIGO 2° DA LEI ESTADUAL N° 3.188/99 COM O REGIME PREVISTO NA LEI COMPLEMENTAR 87/96, NO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 RIO DE JANEIRO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): O eminente ministro Celso de Mello havia determinado o sobrestamento do recurso em razão de uma das matérias veiculadas nesses autos também estar sendo objeto de julgamento no RE 390.960/RJ, da relatoria do ministro Luiz Fux. Todavia, sem prejuízo dos judiciosos fundamentos expendidos pelo Relator que me antecedeu, entendo ser possível o levantamento do aludido sobrestamento, forte na existência de motivos que levam ao não provimento do agravo interno, independente do resultado do julgamento do recurso. Feita essa ponderação, passo à análise do agravo interposto pelo Estado do Rio de Janeiro. A decisão não merece reforma, uma vez que a parte agravante, nas razões recursais, não apresentou argumentos novos aptos a infirmar o ato atacado. A questão, tal como decidida pelo Tribunal de origem, não comporta o acesso ao Supremo pela via extraordinária. Eis a ementa do pronunciamento impugnado pelo recurso extraordinário: MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO DO CONTRIBUINTE DE DISPOR DOS CRÉDITOS RELATIVOS AO ICMS ORIUNDOS DAS AQUISIÇÕES DE BENS PARA SEU ATIVO FIXO COM OBSERVÂNCIA DO DISPOSTO EM LEI COMPLEMENTAR. DESARMONIA DO ARTIGO 2° DA LEI ESTADUAL N° 3.188/99 COM O REGIME PREVISTO NA LEI COMPLEMENTAR 87/96, NO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES RE 529482 AGR / RJ QUE CONCERNE A EXIGÊNCIAS CRIADAS PARA A ESCRITURAÇÃO E APROPRIAÇÃO DE TAIS CRÉDITOS, ATÉ AO ADVENTO DA LEI COMPLEMENTAR 102/2000. CONCESSÃO DA ORDEM. IMPROVIMENTO DO APELO. Consta da decisão agravada que o acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro solucionou a controvérsia à luz da legislação de regência, assentando que o diploma estadual disciplinou de maneira diversa do contemplado na Lei Complementar n. 87/1996 trazendo limitações ao aproveitamento dos créditos tributários decorrentes das entradas dos bens. Divergir dessas conclusões demandaria, inexoravelmente, a prévia análise de legislação local, notadamente a Lei estadual n. 3.188/1999, de modo que, tal circunstância atrai a aplicação, na espécie, do enunciado n. 280 da Súmula do Supremo. Para além disso, o Tribunal de origem julgou a causa a partir de interpretação conferida à legislação de regência (Lei complementar n. 87/1996), situação que exigiria o reexame da legislação infraconstitucional e que, consequentemente, impede a via extraordinária. Nessa mesma linha, cito o RE 390.960 AgR-segundo/RJ, julgado recentemente na Primeira Turma, relator o ministro Dias Toffoli, cuja ementa transcrevo: Segundo agravo regimental no recurso extraordinário. Tributário. ICMS. Não cumulatividade. Bens destinados ao Ativo Permanente. Regime de crédito financeiro. Aproveitamento do crédito. Lei Complementar nº 87/96. Lei Estadual nº 3.188/99. Legislação local. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O princípio constitucional da não cumulatividade é uma garantia do emprego de técnica escritural que evite a sobreposição de incidências. As minúcias desse sistema nas hipóteses de crédito 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Supremo Tribunal Federal RE 529482 AGR / RJ QUE CONCERNE A EXIGÊNCIAS CRIADAS PARA A ESCRITURAÇÃO E APROPRIAÇÃO DE TAIS CRÉDITOS, ATÉ AO ADVENTO DA LEI COMPLEMENTAR 102/2000. CONCESSÃO DA ORDEM. IMPROVIMENTO DO APELO. Consta da decisão agravada que o acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro solucionou a controvérsia à luz da legislação de regência, assentando que o diploma estadual disciplinou de maneira diversa do contemplado na Lei Complementar n. 87/1996 trazendo limitações ao aproveitamento dos créditos tributários decorrentes das entradas dos bens. Divergir dessas conclusões demandaria, inexoravelmente, a prévia análise de legislação local, notadamente a Lei estadual n. 3.188/1999, de modo que, tal circunstância atrai a aplicação, na espécie, do enunciado n. 280 da Súmula do Supremo. Para além disso, o Tribunal de origem julgou a causa a partir de interpretação conferida à legislação de regência (Lei complementar n. 87/1996), situação que exigiria o reexame da legislação infraconstitucional e que, consequentemente, impede a via extraordinária. Nessa mesma linha, cito o RE 390.960 AgR-segundo/RJ, julgado recentemente na Primeira Turma, relator o ministro Dias Toffoli, cuja ementa transcrevo: Segundo agravo regimental no recurso extraordinário. Tributário. ICMS. Não cumulatividade. Bens destinados ao Ativo Permanente. Regime de crédito financeiro. Aproveitamento do crédito. Lei Complementar nº 87/96. Lei Estadual nº 3.188/99. Legislação local. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O princípio constitucional da não cumulatividade é uma garantia do emprego de técnica escritural que evite a sobreposição de incidências. As minúcias desse sistema nas hipóteses de crédito 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES RE 529482 AGR / RJ financeiro e o contencioso que daí se origina repousam na esfera da legalidade. Precedentes. 2. A controvérsia foi resolvida com base na interpretação da Lei Estadual nº 3.188/99 e da Lei Complementar nº 87/96, a qual, no período questionado, teria conferido à legislação local o estabelecimento da forma pela qual seriam compensados os créditos decorrentes do ICMS incidentes sobre bens do ativo permanente. A afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria meramente reflexa ou indireta, não ensejando a abertura da via extraordinária. 3. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). Ante o exposto, ausente fato novo capaz de alterar os fundamentos da decisão, nego provimento ao agravo. Nos termos do enunciado n. 512 da Súmula do Supremo, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Supremo Tribunal Federal RE 529482 AGR / RJ financeiro e o contencioso que daí se origina repousam na esfera da legalidade. Precedentes. 2. A controvérsia foi resolvida com base na interpretação da Lei Estadual nº 3.188/99 e da Lei Complementar nº 87/96, a qual, no período questionado, teria conferido à legislação local o estabelecimento da forma pela qual seriam compensados os créditos decorrentes do ICMS incidentes sobre bens do ativo permanente. A afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria meramente reflexa ou indireta, não ensejando a abertura da via extraordinária. 3. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). Ante o exposto, ausente fato novo capaz de alterar os fundamentos da decisão, nego provimento ao agravo. Nos termos do enunciado n. 512 da Súmula do Supremo, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) : CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO (3801/AC, 7566A/AL, A671/AM, 2215-A/AP, 17769/BA, 20015/DF, 12289/ES, 30476/GO, 8882- A/MA, 93271/MG, 15384-A/MS, 15103/A/MT, 15410-A/PA, 20283-A/PB, 00808/PE, 5725-A/PI, 55288/PR, 20283/RJ, 517-A/RN, 5015/RO, 415-A/ RR, 56888A/RS, 30029/SC, 392A/SE, 169709/SP, 5425/TO) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0B4-964E-5CAD-0FCE e senha A67D-43E2-F6B4-E808 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) : CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO (3801/AC, 7566A/AL, A671/AM, 2215-A/AP, 17769/BA, 20015/DF, 12289/ES, 30476/GO, 8882- A/MA, 93271/MG, 15384-A/MS, 15103/A/MT, 15410-A/PA, 20283-A/PB, 00808/PE, 5725-A/PI, 55288/PR, 20283/RJ, 517-A/RN, 5015/RO, 415-A/ RR, 56888A/RS, 30029/SC, 392A/SE, 169709/SP, 5425/TO) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0B4-964E-5CAD-0FCE e senha A67D-43E2-F6B4-E808 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757410558
2021-08-17T00:00:00
2021-09-23T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA AGRAVO INTERNO EM AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ICMS. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS. BENS DO ATIVO FIXO. CONTROVÉRSIA DECIDIDA À LUZ DA LEI COMPLEMENTAR N. 87/1996 E DA LEI ESTADUAL N. 3.188/1999. NECESSIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO DIREITO LOCAL. VERBETE N. 280 DA SÚMULA DO SUPREMO. AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AO AMPARO DO ENUNCIADO N. 512 DA SÚMULA DO SUPREMO, NÃO SE APLICA O DISPOSTO NO § 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1. O Tribunal de origem solucionou a controvérsia à luz da legislação de regência, assentando que o diploma local (Lei estadual n. 3.188/1999) disciplinou de maneira diversa do contemplado na Lei complementar n. 87/1996, trazendo limitações ao aproveitamento dos créditos tributários decorrentes das entradas dos bens. 2. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em autos de mandado de segurança, o que atrai a incidência do enunciado n. 512 da Súmula do Supremo, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil. 3. Agravo interno desprovido.
sjur453106
- Acórdão(s) citado(s): (RE, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) RE 390960 AgR-segundo (1ªT). Número de páginas: 7. Análise: 22/03/2022, ABO.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
529482
[ "LEG-FED LCP-000087 ANO-1996\n LEI COMPLEMENTAR\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00011\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000280\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000512\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-EST LEI-003188 ANO-1999\n LEI ORDINÁRIA, RJ" ]
RE-AgR
acordaos
RE 529482 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) : CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) :CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO EMENTA AGRAVO INTERNO EM AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ICMS. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS. BENS DO ATIVO FIXO. CONTROVÉRSIA DECIDIDA À LUZ DA LEI COMPLEMENTAR N. 87/1996 E DA LEI ESTADUAL N. 3.188/1999. NECESSIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO DIREITO LOCAL. VERBETE N. 280 DA SÚMULA DO SUPREMO. AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AO AMPARO DO ENUNCIADO N. 512 DA SÚMULA DO SUPREMO, NÃO SE APLICA O DISPOSTO NO § 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1. O Tribunal de origem solucionou a controvérsia à luz da legislação de regência, assentando que o diploma local (Lei estadual n. 3.188/1999) disciplinou de maneira diversa do contemplado na Lei complementar n. 87/1996, trazendo limitações ao aproveitamento dos créditos tributários decorrentes das entradas dos bens. 2. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em autos de mandado de segurança, o que atrai a incidência do enunciado n. 512 da Súmula do Supremo, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil. 3. Agravo interno desprovido. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BA71-F3AB-0BE2-2484 e senha 880C-DD37-E82D-A8E3 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 529482 AGR / RJ ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BA71-F3AB-0BE2-2484 e senha 880C-DD37-E82D-A8E3 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 529482 AGR / RJ ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BA71-F3AB-0BE2-2484 e senha 880C-DD37-E82D-A8E3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) :CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: O Estado do Rio de Janeiro interpôs agravo interno contra decisão por meio da qual o ministro Celso de Mello, então Relator, não conheceu do recurso extraordinário, por entender a necessidade de prévia análise de legislação local. Sustenta, em síntese, o desacerto do pronunciamento impugnado. Busca, ao fim, a reconsideração, ou, alternativamente, a reforma da decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FAD4-9956-E4E1-9A8C e senha EEB5-A46A-66D4-340D Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) :CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: O Estado do Rio de Janeiro interpôs agravo interno contra decisão por meio da qual o ministro Celso de Mello, então Relator, não conheceu do recurso extraordinário, por entender a necessidade de prévia análise de legislação local. Sustenta, em síntese, o desacerto do pronunciamento impugnado. Busca, ao fim, a reconsideração, ou, alternativamente, a reforma da decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FAD4-9956-E4E1-9A8C e senha EEB5-A46A-66D4-340D Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 RIO DE JANEIRO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): O eminente ministro Celso de Mello havia determinado o sobrestamento do recurso em razão de uma das matérias veiculadas nesses autos também estar sendo objeto de julgamento no Recurso Extraordinário 390.960/RJ, da relatoria do ministro Luiz Fux. Todavia, sem prejuízo dos judiciosos fundamentos expendidos pelo Relator que me antecedeu, entendo ser possível o levantamento do aludido sobrestamento, forte na existência de motivos que levam ao não provimento do agravo interno, independente do resultado do julgamento do recurso. Feita essa ponderação, passo à análise do agravo interposto pelo Estado do Rio de Janeiro. A decisão não merece reforma, uma vez que a parte agravante, nas razões recursais, não apresentou argumentos novos aptos a infirmar o ato atacado. A questão, tal como decidida pelo Tribunal de origem, não comporta o acesso ao Supremo pela via extraordinária. Eis a ementa do pronunciamento impugnado pelo recurso extraordinário: MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO DO CONTRIBUINTE DE DISPOR DOS CRÉDITOS RELATIVOS AO ICMS ORIUNDOS DAS AQUISIÇÕES DE BENS PARA SEU ATIVO FIXO COM OBSERVÂNCIA DO DISPOSTO EM LEI COMPLEMENTAR. DESARMONIA DO ARTIGO 2... DA LEI ESTADUAL n 3.188/99 COM O REGIME PREVISTO NA LEI COMPLEMENTAR 87/96, NO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 RIO DE JANEIRO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): O eminente ministro Celso de Mello havia determinado o sobrestamento do recurso em razão de uma das matérias veiculadas nesses autos também estar sendo objeto de julgamento no Recurso Extraordinário 390.960/RJ, da relatoria do ministro Luiz Fux. Todavia, sem prejuízo dos judiciosos fundamentos expendidos pelo Relator que me antecedeu, entendo ser possível o levantamento do aludido sobrestamento, forte na existência de motivos que levam ao não provimento do agravo interno, independente do resultado do julgamento do recurso. Feita essa ponderação, passo à análise do agravo interposto pelo Estado do Rio de Janeiro. A decisão não merece reforma, uma vez que a parte agravante, nas razões recursais, não apresentou argumentos novos aptos a infirmar o ato atacado. A questão, tal como decidida pelo Tribunal de origem, não comporta o acesso ao Supremo pela via extraordinária. Eis a ementa do pronunciamento impugnado pelo recurso extraordinário: MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO DO CONTRIBUINTE DE DISPOR DOS CRÉDITOS RELATIVOS AO ICMS ORIUNDOS DAS AQUISIÇÕES DE BENS PARA SEU ATIVO FIXO COM OBSERVÂNCIA DO DISPOSTO EM LEI COMPLEMENTAR. DESARMONIA DO ARTIGO 2... DA LEI ESTADUAL n 3.188/99 COM O REGIME PREVISTO NA LEI COMPLEMENTAR 87/96, NO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES Recurso Extraordinário 529482 AGR / RJ QUE CONCERNE A EXIGÊNCIAS CRIADAS PARA A ESCRITURAÇÃO E APROPRIAÇÃO DE TAIS CRÉDITOS, ATÉ AO ADVENTO DA LEI COMPLEMENTAR 102/2000. CONCESSÃO DA ORDEM. IMPROVIMENTO DO APELO. Consta da decisão agravada que o acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro solucionou a controvérsia à luz da legislação de regência, assentando que o diploma estadual disciplinou de maneira diversa do contemplado na Lei Complementar n. 87/1996 trazendo limitações ao aproveitamento dos créditos tributários decorrentes das entradas dos bens. Divergir dessas conclusões demandaria, inexoravelmente, a prévia análise de legislação local, notadamente a Lei estadual n. 3.188/1999, de modo que, tal circunstância atrai a aplicação, na espécie, do enunciado n. 280 da Súmula do Supremo. Para além disso, o Tribunal de origem julgou a causa a partir de interpretação conferida à legislação de regência (Lei complementar n. 87/1996), situação que exigiria o reexame da legislação infraconstitucional e que, consequentemente, impede a via extraordinária. Nessa mesma linha, cito o Recurso Extraordinário 390.960 AgR-segundo/RJ, julgado recentemente na Primeira Turma, relator o ministro Dias Toffoli, cuja ementa transcrevo: Segundo agravo regimental no recurso extraordinário. Tributário. ICMS. Não cumulatividade. Bens destinados ao Ativo Permanente. Regime de crédito financeiro. Aproveitamento do crédito. Lei Complementar n 87/96. Lei Estadual n 3.188/99. Legislação local. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O princípio constitucional da não cumulatividade é uma garantia do emprego de técnica escritural que evite a sobreposição de incidências. As minúcias desse sistema nas hipóteses de crédito 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 529482 AGR / RJ QUE CONCERNE A EXIGÊNCIAS CRIADAS PARA A ESCRITURAÇÃO E APROPRIAÇÃO DE TAIS CRÉDITOS, ATÉ AO ADVENTO DA LEI COMPLEMENTAR 102/2000. CONCESSÃO DA ORDEM. IMPROVIMENTO DO APELO. Consta da decisão agravada que o acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro solucionou a controvérsia à luz da legislação de regência, assentando que o diploma estadual disciplinou de maneira diversa do contemplado na Lei Complementar n. 87/1996 trazendo limitações ao aproveitamento dos créditos tributários decorrentes das entradas dos bens. Divergir dessas conclusões demandaria, inexoravelmente, a prévia análise de legislação local, notadamente a Lei estadual n. 3.188/1999, de modo que, tal circunstância atrai a aplicação, na espécie, do enunciado n. 280 da Súmula do Supremo. Para além disso, o Tribunal de origem julgou a causa a partir de interpretação conferida à legislação de regência (Lei complementar n. 87/1996), situação que exigiria o reexame da legislação infraconstitucional e que, consequentemente, impede a via extraordinária. Nessa mesma linha, cito o Recurso Extraordinário 390.960 AgR-segundo/RJ, julgado recentemente na Primeira Turma, relator o ministro Dias Toffoli, cuja ementa transcrevo: Segundo agravo regimental no recurso extraordinário. Tributário. ICMS. Não cumulatividade. Bens destinados ao Ativo Permanente. Regime de crédito financeiro. Aproveitamento do crédito. Lei Complementar n 87/96. Lei Estadual n 3.188/99. Legislação local. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. O princípio constitucional da não cumulatividade é uma garantia do emprego de técnica escritural que evite a sobreposição de incidências. As minúcias desse sistema nas hipóteses de crédito 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. NUNES MARQUES Recurso Extraordinário 529482 AGR / RJ financeiro e o contencioso que daí se origina repousam na esfera da legalidade. Precedentes. 2. A controvérsia foi resolvida com base na interpretação da Lei Estadual n 3.188/99 e da Lei Complementar n 87/96, a qual, no período questionado, teria conferido à legislação local o estabelecimento da forma pela qual seriam compensados os créditos decorrentes do ICMS incidentes sobre bens do ativo permanente. A afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria meramente reflexa ou indireta, não ensejando a abertura da via extraordinária. 3. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). Ante o exposto, ausente fato novo capaz de alterar os fundamentos da decisão, nego provimento ao agravo. Nos termos do enunciado n. 512 da Súmula do Supremo, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 529482 AGR / RJ financeiro e o contencioso que daí se origina repousam na esfera da legalidade. Precedentes. 2. A controvérsia foi resolvida com base na interpretação da Lei Estadual n 3.188/99 e da Lei Complementar n 87/96, a qual, no período questionado, teria conferido à legislação local o estabelecimento da forma pela qual seriam compensados os créditos decorrentes do ICMS incidentes sobre bens do ativo permanente. A afronta ao texto constitucional, se houvesse, seria meramente reflexa ou indireta, não ensejando a abertura da via extraordinária. 3. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). Ante o exposto, ausente fato novo capaz de alterar os fundamentos da decisão, nego provimento ao agravo. Nos termos do enunciado n. 512 da Súmula do Supremo, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código AB71-D3D7-5E3D-8036 e senha 49D1-7B86-3213-0F1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) : CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO (3801/AC, 7566A/AL, A671/AM, 2215-A/AP, 17769/BA, 20015/DF, 12289/ES, 30476/GO, 8882- A/MA, 93271/MG, 15384-A/MS, 15103/A/MT, 15410-A/PA, 20283-A/PB, 00808/PE, 5725-A/PI, 55288/PR, 20283/RJ, 517-A/RN, 5015/RO, 415-A/ RR, 56888A/RS, 30029/SC, 392A/SE, 169709/SP, 5425/TO) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0B4-964E-5CAD-0FCE e senha A67D-43E2-F6B4-E808 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529.482 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A ADV.(A/S) : CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO (3801/AC, 7566A/AL, A671/AM, 2215-A/AP, 17769/BA, 20015/DF, 12289/ES, 30476/GO, 8882- A/MA, 93271/MG, 15384-A/MS, 15103/A/MT, 15410-A/PA, 20283-A/PB, 00808/PE, 5725-A/PI, 55288/PR, 20283/RJ, 517-A/RN, 5015/RO, 415-A/ RR, 56888A/RS, 30029/SC, 392A/SE, 169709/SP, 5425/TO) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0B4-964E-5CAD-0FCE e senha A67D-43E2-F6B4-E808 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529 . 482", "VERBETE N . 280", "ENUNCIADO N . 512 DA SÚMULA", "enunciado n . 512 da Súmula do Supremo", "Recurso Extraordinário 529482 AGR", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529 . 482", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529 . 482", "Recurso Extraordinário 390 . 960 / RJ", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529 . 482", "Recurso Extraordinário 390 . 960 / RJ", "Recurso Extraordinário 529482 AGR / RJ", "enunciado n . 280 da Súmula do Supremo", "Recurso Extraordinário 390 . 960 AgR - segundo / RJ", "Recurso Extraordinário 529482 AGR", "enunciado n . 280 da Súmula do Supremo", "Recurso Extraordinário 390 . 960 AgR - segundo / RJ", "Recurso Extraordinário 529482 AGR / RJ", "enunciado n . 512 da Súmula do Supremo", "Recurso Extraordinário 529482 AGR / RJ", "enunciado n . 512 da Súmula do Supremo", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 529 . 482", "RECURSO" ], "LEGISLACAO": [ "LEI COMPLEMENTAR N . 87 / 1996", "LEI ESTADUAL N . 3 . 188 / 1999", "Lei estadual n . 3 . 188 / 1999", "Lei complementar n . 87 / 1996", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 2 . . . DA", "LEI ESTADUAL n 3 . 188 / 99", "LEI COMPLEMENTAR 87 / 96", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 2 . . . DA", "LEI ESTADUAL n 3 . 188 / 99", "LEI COMPLEMENTAR 87 / 96", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI COMPLEMENTAR 102 / 2000", "Lei Complementar n . 87 / 1996", "Lei estadual n . 3 . 188 / 1999", "Lei complementar n . 87 / 1996", "Lei Complementar n 87 / 96", "Lei Estadual n 3 . 188 / 99", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI COMPLEMENTAR 102 / 2000", "Lei Complementar n . 87 / 1996", "Lei estadual n . 3 . 188 / 1999", "Lei complementar n . 87 / 1996", "Lei Complementar n 87 / 96", "Lei Estadual n 3 . 188 / 99", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Estadual n 3 . 188 / 99", "Lei Complementar n 87 / 96", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Estadual n 3 . 188 / 99", "Lei Complementar n 87 / 96", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Brasília", "Brasília", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Estado do Rio de Janeiro", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Estado do Rio de Janeiro", "Estado do Rio de Janeiro", "RIO DE JANEIRO", "Estado do Rio de Janeiro", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "LABORATÓRIOS B", ". 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BRAUN S / A", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "LABORATÓRIOS B", ". BRAUN S / A", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "NUNES MARQUES", "CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO", "NUNES MARQUES", "Celso de Mello", "NUNES MARQUES", "CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO", "NUNES MARQUES", "Celso de Mello", "NUNES MARQUES", "RIO DE JANEIRO", "NUNES MARQUES", "Celso de Mello", "Luiz Fux", "NUNES MARQUES", "Celso de Mello", "Luiz Fux", "NUNES MARQUES", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky", "NUNES MARQUES", "CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16 de agosto de 2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "6", ".", "8", ".", "2021", "16", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", ".", "8", ".", "2021", "16", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) :ADY WANDERLEY CIOCCI AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MATÉRIA CRIMINAL. RECURSO MANIFESTAMENTE INCABÍVEL OU INTEMPESTIVO NÃO INTERROMPE O PRAZO RECURSAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO. 1. O agravante não trouxe argumentos suficientes a infirmar a decisão recorrida. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Precedentes. 3. Agravo regimental não conhecido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 6 a 16 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Nunes Marques, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em não conhecer do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8EA9-A59C-E1B6-A112 e senha F67B-4E73-4D55-524B Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) :ADY WANDERLEY CIOCCI AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 11) interposto em face de decisão em que rejeitei os embargos de declaração opostos de decisão em que conheci do agravo para negar seguimento ao recurso extraordinário (eDOC 04), nos seguintes termos: Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto em face do acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, assim ementado (eDOC.2, p. 51): DIREITO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. PRAZO DE CINCO DIAS. ART. 593 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. INTEMPESTIVIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO. READEQUAÇÃO DA PENA REALIZADA DE OFÍCIO. 1. Apelação interposta pela defesa de Flávio Augusto Verardi contra a sentença que o condenou como incurso nos art. 18, c.c o art. 19, da Lei n.º 10.826/03, e no artigo 334-A, § 1º, inciso II e § 3º do Código Penal, à pena total de 10 (dez) anos de reclusão a serem cumpridos em regime inicialmente fechado, e pagamento de 15 (quinze) dias- multa. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) :ADY WANDERLEY CIOCCI AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 11) interposto em face de decisão em que rejeitei os embargos de declaração opostos de decisão em que conheci do agravo para negar seguimento ao recurso extraordinário (eDOC 04), nos seguintes termos: Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto em face do acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, assim ementado (eDOC.2, p. 51): DIREITO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. PRAZO DE CINCO DIAS. ART. 593 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. INTEMPESTIVIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO. READEQUAÇÃO DA PENA REALIZADA DE OFÍCIO. 1. Apelação interposta pela defesa de Flávio Augusto Verardi contra a sentença que o condenou como incurso nos art. 18, c.c o art. 19, da Lei n.º 10.826/03, e no artigo 334-A, § 1º, inciso II e § 3º do Código Penal, à pena total de 10 (dez) anos de reclusão a serem cumpridos em regime inicialmente fechado, e pagamento de 15 (quinze) dias- multa. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório ARE 1113239 ED-AGR / SP 2. O prazo de cinco dias para a interposição de apelação em sede penal é peremptório, e seu descumprimento acarreta o não conhecimento do recurso. Dicção do art. 593 do Código de Processo Penal. 3. Deve ser reconhecida a intempestividade da interposição recursal. A sentença condenatória foi publicada, conforme certidão de fls. 181-v, no dia 17 de maio de 2016, o primeiro dia útil seguinte à data constante na referida certidão, iniciando-se o quinquídio recursal na quarta-feira, dia 18 de maio de 2016, escoando referido prazo no dia 22 de maio, um domingo, de modo que, na forma do § 3º do artigo 798 do CPP, o prazo final para a interposição do recurso seria dia 23 de maio de 2016. 4. Entretanto, a petição de interposição do recurso foi protocolada apenas do no dia 25 de maio de 2016, portanto, de forma extemporânea, uma vez que o art. 593 do Código de Processo penal prevê um prazo de 5 (cinco) dias. E o apenado, quando intimado da sentença condenatória, não externou qualquer interesse em apelar. 5. Recurso de apelação da defesa não conhecido, entretanto, de ofício, deve ser readequada a dosimetria da pena do acusado Flavio Augusto Verardi, quanto à pena do crime de contrabando (que foi praticado antes da entrada em vigor da Lei n.º 13.008/14, que majorou a pena privativa de liberdade imposta), bem como quanto à aplicação do concurso material de delitos (art. 69, CP). 6. Os fatos narrados na denúncia foram praticados em 05/04/2014, enquanto a Lei 13.008/14, que alterou o art. 334 do Código Penal (acrescentando o art. 334-A e majorando a pena do crime de contrabando) é de 26/06/2014, ou seja, posterior à data dos fatos, não podendo retroagir em prejuízo do réu. 7. A conduta praticada pelo acusado já era considerada crime, subsumindo-se, à época, no art. 334, primeira parte, Código Penal, razão pela qual apenas a dosimetria deve ser readequada, considerando que o 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Supremo Tribunal Federal ARE 1113239 ED-AGR / SP 2. O prazo de cinco dias para a interposição de apelação em sede penal é peremptório, e seu descumprimento acarreta o não conhecimento do recurso. Dicção do art. 593 do Código de Processo Penal. 3. Deve ser reconhecida a intempestividade da interposição recursal. A sentença condenatória foi publicada, conforme certidão de fls. 181-v, no dia 17 de maio de 2016, o primeiro dia útil seguinte à data constante na referida certidão, iniciando-se o quinquídio recursal na quarta-feira, dia 18 de maio de 2016, escoando referido prazo no dia 22 de maio, um domingo, de modo que, na forma do § 3º do artigo 798 do CPP, o prazo final para a interposição do recurso seria dia 23 de maio de 2016. 4. Entretanto, a petição de interposição do recurso foi protocolada apenas do no dia 25 de maio de 2016, portanto, de forma extemporânea, uma vez que o art. 593 do Código de Processo penal prevê um prazo de 5 (cinco) dias. E o apenado, quando intimado da sentença condenatória, não externou qualquer interesse em apelar. 5. Recurso de apelação da defesa não conhecido, entretanto, de ofício, deve ser readequada a dosimetria da pena do acusado Flavio Augusto Verardi, quanto à pena do crime de contrabando (que foi praticado antes da entrada em vigor da Lei n.º 13.008/14, que majorou a pena privativa de liberdade imposta), bem como quanto à aplicação do concurso material de delitos (art. 69, CP). 6. Os fatos narrados na denúncia foram praticados em 05/04/2014, enquanto a Lei 13.008/14, que alterou o art. 334 do Código Penal (acrescentando o art. 334-A e majorando a pena do crime de contrabando) é de 26/06/2014, ou seja, posterior à data dos fatos, não podendo retroagir em prejuízo do réu. 7. A conduta praticada pelo acusado já era considerada crime, subsumindo-se, à época, no art. 334, primeira parte, Código Penal, razão pela qual apenas a dosimetria deve ser readequada, considerando que o 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Relatório ARE 1113239 ED-AGR / SP preceito secundário do referido tipo penal prescrevia pena de 1 a 4 anos de reclusão (inferior ao atual tipo penal, previsto no art. 334-A, § 1º, II, do CP). Pena-base fixada no mínimo legal de 1 (um) ano de reclusão. 8. É descabida a aplicação da causa de aumento prevista no art. 334, § 3º, do Código Penal, quando a prática delitiva é realizada por meio de transporte aéreo regular, sendo justificada a incidência da majorante tão somente quando se tratar de voo clandestino, não sendo o caso dos autos. Causa de aumento excluída. 9. Verifica-se que os delitos previstos no art. 18, c.c o art. 19 da Lei n.º 10.826/03 e art. 334, primeira parte, do Código Penal, foram praticados mediante uma única conduta. Ou seja, em uma mesma ocasião, o acusado foi surpreendido importando acessórios de arma de fogo de uso restrito, bem como mercadorias proibidas, em desacordo com regulamento e sem autorização da autoridade competente, sem que se possa falar em desígnios autônomos. Deve, portanto, ser aplicado o concurso formal próprio, quando da realização da dosimetria das penas. 10. Assim, com fundamento no art. 70, primeira parte, do Código Penal, majorada a pena mais grave de 1/6 (um sexto), restou a pena definitiva fixada em 7 (sete) anos de reclusão e 17 (dezessete) dias-multa. 11. Como consequência do redimensionamento da pena, fixado o regime inicial semiaberto, com fundamento no art. 33, § 2º, "b" do Código Penal, em razão da quantidade da pena definitivamente aplicada, bem como ausência de circunstâncias judiciais desfavoráveis (art. 59, CP). 12. Recurso de apelação defensivo não conhecido. Pena reduzida, de ofício. Os embargos infringentes não foram conhecidos por intempestividade. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Supremo Tribunal Federal ARE 1113239 ED-AGR / SP preceito secundário do referido tipo penal prescrevia pena de 1 a 4 anos de reclusão (inferior ao atual tipo penal, previsto no art. 334-A, § 1º, II, do CP). Pena-base fixada no mínimo legal de 1 (um) ano de reclusão. 8. É descabida a aplicação da causa de aumento prevista no art. 334, § 3º, do Código Penal, quando a prática delitiva é realizada por meio de transporte aéreo regular, sendo justificada a incidência da majorante tão somente quando se tratar de voo clandestino, não sendo o caso dos autos. Causa de aumento excluída. 9. Verifica-se que os delitos previstos no art. 18, c.c o art. 19 da Lei n.º 10.826/03 e art. 334, primeira parte, do Código Penal, foram praticados mediante uma única conduta. Ou seja, em uma mesma ocasião, o acusado foi surpreendido importando acessórios de arma de fogo de uso restrito, bem como mercadorias proibidas, em desacordo com regulamento e sem autorização da autoridade competente, sem que se possa falar em desígnios autônomos. Deve, portanto, ser aplicado o concurso formal próprio, quando da realização da dosimetria das penas. 10. Assim, com fundamento no art. 70, primeira parte, do Código Penal, majorada a pena mais grave de 1/6 (um sexto), restou a pena definitiva fixada em 7 (sete) anos de reclusão e 17 (dezessete) dias-multa. 11. Como consequência do redimensionamento da pena, fixado o regime inicial semiaberto, com fundamento no art. 33, § 2º, "b" do Código Penal, em razão da quantidade da pena definitivamente aplicada, bem como ausência de circunstâncias judiciais desfavoráveis (art. 59, CP). 12. Recurso de apelação defensivo não conhecido. Pena reduzida, de ofício. Os embargos infringentes não foram conhecidos por intempestividade. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Relatório ARE 1113239 ED-AGR / SP No recurso extraordinário, interposto com base no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, alega-se violação ao art. 5º, LIV e LV, da CF, e à Súmula 710 do STF. Sustenta, em síntese, que “o marco inicial para o cômputo do prazo no processo penal é o dia em que realiza a intimação de forma efetiva, considerando- se a data da última intimação, seja do réu ou de seu advogado, por inteligência do art. 798 do CPP e Súmula 710 Supremo Tribunal Federal” (eDOC.2, p. 155). Pretende, por essas razões, a reforma do acórdão que não conheceu da apelação por intempestividade. A Primeira Vice-Presidência do TRF3 inadmitiu o recurso com base na Súmula 281 do STF. É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. Observo a intempestividade do recurso extraordinário, porquanto interposto somente em 31.07.2017 (eDOC.2, p. 145), ao passo que a publicação do acórdão recorrido ocorreu em 12.01.2017 (eDOC.2, p. 54). Esta Corte tem o entendimento de que o recurso manifestamente incabível ou intempestivo – no caso, os embargos infringentes opostos após a prolação do acórdão que não conheceu da apelação - não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Nesse sentido: “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Segundos embargos de declaração não conhecidos, ante a preclusão da matéria. Interposição de recurso incabível não suspende, nem interrompe, prazo recursal. Precedentes. Intempestividade do RE. 3. Ausência de argumentos capazes de 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Supremo Tribunal Federal ARE 1113239 ED-AGR / SP No recurso extraordinário, interposto com base no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, alega-se violação ao art. 5º, LIV e LV, da CF, e à Súmula 710 do STF. Sustenta, em síntese, que “o marco inicial para o cômputo do prazo no processo penal é o dia em que realiza a intimação de forma efetiva, considerando- se a data da última intimação, seja do réu ou de seu advogado, por inteligência do art. 798 do CPP e Súmula 710 Supremo Tribunal Federal” (eDOC.2, p. 155). Pretende, por essas razões, a reforma do acórdão que não conheceu da apelação por intempestividade. A Primeira Vice-Presidência do TRF3 inadmitiu o recurso com base na Súmula 281 do STF. É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. Observo a intempestividade do recurso extraordinário, porquanto interposto somente em 31.07.2017 (eDOC.2, p. 145), ao passo que a publicação do acórdão recorrido ocorreu em 12.01.2017 (eDOC.2, p. 54). Esta Corte tem o entendimento de que o recurso manifestamente incabível ou intempestivo – no caso, os embargos infringentes opostos após a prolação do acórdão que não conheceu da apelação - não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Nesse sentido: “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Segundos embargos de declaração não conhecidos, ante a preclusão da matéria. Interposição de recurso incabível não suspende, nem interrompe, prazo recursal. Precedentes. Intempestividade do RE. 3. Ausência de argumentos capazes de 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Relatório ARE 1113239 ED-AGR / SP infirmar a decisão agravada. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.” (ARE 819.733-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 06.10.2014, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ESCUTA AMBIENTAL. PROVA ILÍCITA. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS. APELO EXTREMO INTEMPESTIVO. 1. A tempestividade constitui requisito recursal de admissibilidade indispensável, razão pela qual o recorrente deve obedecer aos prazos previstos na Lei 8.038/1990. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para a interposição de outro recurso. Precedente: ARE 738.488-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, DJe de 24/3/2014. 3. [...] 4. Agravo regimental DESPROVIDO.” (ARE 789.860-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe18.09.2014) Ante o exposto, conheço do agravo para negar seguimento ao recurso extraordinário, nos termos do art. 21, §1º, RISTF. Nas razões recursais, o agravante sustenta a tempestividade do recurso extraordinário, tendo em vista que interposto do acórdão publicado em 25.07.2017, “após o julgamento dos embargos de declaração que manteve os acórdãos referentes aos embargos infringentes e ao agravo regimental”. Afirma que, mesmo considerando o não conhecimento do recurso de apelação, foi em razão dele que o Tribunal de origem procedeu à redução e à readequação da pena imposta ao agravante, em acórdão que ensejou a interposição do recurso extraordinário. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Supremo Tribunal Federal ARE 1113239 ED-AGR / SP infirmar a decisão agravada. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.” (ARE 819.733-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 06.10.2014, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ESCUTA AMBIENTAL. PROVA ILÍCITA. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS. APELO EXTREMO INTEMPESTIVO. 1. A tempestividade constitui requisito recursal de admissibilidade indispensável, razão pela qual o recorrente deve obedecer aos prazos previstos na Lei 8.038/1990. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para a interposição de outro recurso. Precedente: ARE 738.488-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, DJe de 24/3/2014. 3. [...] 4. Agravo regimental DESPROVIDO.” (ARE 789.860-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe18.09.2014) Ante o exposto, conheço do agravo para negar seguimento ao recurso extraordinário, nos termos do art. 21, §1º, RISTF. Nas razões recursais, o agravante sustenta a tempestividade do recurso extraordinário, tendo em vista que interposto do acórdão publicado em 25.07.2017, “após o julgamento dos embargos de declaração que manteve os acórdãos referentes aos embargos infringentes e ao agravo regimental”. Afirma que, mesmo considerando o não conhecimento do recurso de apelação, foi em razão dele que o Tribunal de origem procedeu à redução e à readequação da pena imposta ao agravante, em acórdão que ensejou a interposição do recurso extraordinário. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. EDSON FACHIN 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O recurso não merece acolhida. Conforme consignado na decisão agravada, o recurso extraordinário é intempestivo, porquanto interposto após o decurso do prazo legal. Com efeito, o acórdão recorrido foi disponibilizado em 11.1.2017 (eDOC 2, p. 54), considerando-se data da publicação o primeiro dia útil subsequente, 12.1.2017. Contudo, o recurso extraordinário foi interposto apenas em 31.7.2017 (eDOC 2, p. 145), quando já havia fluído o prazo legal de 15 (quinze) dias úteis. Ademais, cumpre observar que que esta Corte tem o entendimento de que o recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Segundos embargos de declaração não conhecidos, ante a preclusão da matéria. Interposição de recurso incabível não suspende, nem interrompe, prazo recursal. Precedentes. Intempestividade do RE. 3. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 819.733-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 06.10.2014) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ESCUTA AMBIENTAL. PROVA ILÍCITA. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS. APELO Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAE3-3EBA-9ACD-000A e senha 53EB-148C-D3BB-E85B Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O recurso não merece acolhida. Conforme consignado na decisão agravada, o recurso extraordinário é intempestivo, porquanto interposto após o decurso do prazo legal. Com efeito, o acórdão recorrido foi disponibilizado em 11.1.2017 (eDOC 2, p. 54), considerando-se data da publicação o primeiro dia útil subsequente, 12.1.2017. Contudo, o recurso extraordinário foi interposto apenas em 31.7.2017 (eDOC 2, p. 145), quando já havia fluído o prazo legal de 15 (quinze) dias úteis. Ademais, cumpre observar que que esta Corte tem o entendimento de que o recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Segundos embargos de declaração não conhecidos, ante a preclusão da matéria. Interposição de recurso incabível não suspende, nem interrompe, prazo recursal. Precedentes. Intempestividade do RE. 3. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 819.733-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 06.10.2014) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ESCUTA AMBIENTAL. PROVA ILÍCITA. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS. APELO Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAE3-3EBA-9ACD-000A e senha 53EB-148C-D3BB-E85B Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1113239 ED-AGR / SP EXTREMO INTEMPESTIVO. 1. A tempestividade constitui requisito recursal de admissibilidade indispensável, razão pela qual o recorrente deve obedecer aos prazos previstos na Lei 8.038/1990. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para a interposição de outro recurso. Precedente: ARE 738.488-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, DJe de 24/3/2014. 3. [...] 4. Agravo regimental DESPROVIDO. (ARE 789.860-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe18.09.2014) Assim, tendo em vista que a Corte local inadmitiu os embargos infringentes opostos por considerá-los intempestivos, não houve suspensão do prazo para interposição de recurso do acórdão que não conheceu da apelação. Sem reparos, portanto, a decisão agravada que reconheceu a intempestividade do recurso extraordinário. Ante o exposto, não conheço do agravo regimental. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAE3-3EBA-9ACD-000A e senha 53EB-148C-D3BB-E85B Supremo Tribunal Federal ARE 1113239 ED-AGR / SP EXTREMO INTEMPESTIVO. 1. A tempestividade constitui requisito recursal de admissibilidade indispensável, razão pela qual o recorrente deve obedecer aos prazos previstos na Lei 8.038/1990. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para a interposição de outro recurso. Precedente: ARE 738.488-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, DJe de 24/3/2014. 3. [...] 4. Agravo regimental DESPROVIDO. (ARE 789.860-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe18.09.2014) Assim, tendo em vista que a Corte local inadmitiu os embargos infringentes opostos por considerá-los intempestivos, não houve suspensão do prazo para interposição de recurso do acórdão que não conheceu da apelação. Sem reparos, portanto, a decisão agravada que reconheceu a intempestividade do recurso extraordinário. Ante o exposto, não conheço do agravo regimental. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAE3-3EBA-9ACD-000A e senha 53EB-148C-D3BB-E85B Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) : ADY WANDERLEY CIOCCI (143012/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFBE-87F9-544A-5818 e senha C4BE-1C63-0741-D71F Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) : ADY WANDERLEY CIOCCI (143012/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFBE-87F9-544A-5818 e senha C4BE-1C63-0741-D71F Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757268558
2021-08-17T00:00:00
2021-09-16T00:00:00
A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MATÉRIA CRIMINAL. RECURSO MANIFESTAMENTE INCABÍVEL OU INTEMPESTIVO NÃO INTERROMPE O PRAZO RECURSAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO. 1. O agravante não trouxe argumentos suficientes a infirmar a decisão recorrida. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Precedentes. 3. Agravo regimental não conhecido.
sjur452417
- Acórdão(s) citado(s): (RECURSO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE, SUSPENSÃO, INTERRUPÇÃO, PRAZO, INTERPOSIÇÃO, RECURSO) ARE 789860 AgR (1ªT), ARE 819733 AgR (2ªT). Número de páginas: 9. Análise: 24/02/2022, MAF.
EDSON FACHIN
Segunda Turma
1113239
null
ARE-ED-AgR
acordaos
ARE 1113239 ED-AgR
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AGTE.(S) : FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) : ADY WANDERLEY CIOCCI AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) :ADY WANDERLEY CIOCCI AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MATÉRIA CRIMINAL. RECURSO MANIFESTAMENTE INCABÍVEL OU INTEMPESTIVO NÃO INTERROMPE O PRAZO RECURSAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO. 1. O agravante não trouxe argumentos suficientes a infirmar a decisão recorrida. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Precedentes. 3. Agravo regimental não conhecido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 6 a 16 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Nunes Marques, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em não conhecer do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8EA9-A59C-E1B6-A112 e senha F67B-4E73-4D55-524B Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) :ADY WANDERLEY CIOCCI AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 11) interposto em face de decisão em que rejeitei os embargos de declaração opostos de decisão em que conheci do agravo para negar seguimento ao recurso extraordinário (eDOC 04), nos seguintes termos: Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto em face do acórdão do Tribunal Regional Federal da 3... Região, assim ementado (eDOC.2, p. 51): DIREITO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. PRAZO DE CINCO DIAS. ART. 593 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. INTEMPESTIVIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO. READEQUAÇÃO DA PENA REALIZADA DE OFÍCIO. 1. Apelação interposta pela defesa de Flávio Augusto Verardi contra a sentença que o condenou como incurso nos art. 18, c.c o art. 19, da Lei n. 10.826/03, e no artigo 334-A, § 1..., inciso II e § 3... do Código Penal, à pena total de 10 (dez) anos de reclusão a serem cumpridos em regime inicialmente fechado, e pagamento de 15 (quinze) dias- multa. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) :ADY WANDERLEY CIOCCI AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental (eDOC 11) interposto em face de decisão em que rejeitei os embargos de declaração opostos de decisão em que conheci do agravo para negar seguimento ao recurso extraordinário (eDOC 04), nos seguintes termos: Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto em face do acórdão do Tribunal Regional Federal da 3... Região, assim ementado (eDOC.2, p. 51): DIREITO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. PRAZO DE CINCO DIAS. ART. 593 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. INTEMPESTIVIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO. READEQUAÇÃO DA PENA REALIZADA DE OFÍCIO. 1. Apelação interposta pela defesa de Flávio Augusto Verardi contra a sentença que o condenou como incurso nos art. 18, c.c o art. 19, da Lei n. 10.826/03, e no artigo 334-A, § 1..., inciso II e § 3... do Código Penal, à pena total de 10 (dez) anos de reclusão a serem cumpridos em regime inicialmente fechado, e pagamento de 15 (quinze) dias- multa. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório ARE 1113239 ED-AGR / SP 2. O prazo de cinco dias para a interposição de apelação em sede penal é peremptório, e seu descumprimento acarreta o não conhecimento do recurso. Dicção do art. 593 do Código de Processo Penal. 3. Deve ser reconhecida a intempestividade da interposição recursal. A sentença condenatória foi publicada, conforme certidão de fls. 181-v, no dia 17 de maio de 2016, o primeiro dia útil seguinte à data constante na referida certidão, iniciando-se o quinquídio recursal na quarta-feira, dia 18 de maio de 2016, escoando referido prazo no dia 22 de maio, um domingo, de modo que, na forma do § 3... do artigo 798 do CPP, o prazo final para a interposição do recurso seria dia 23 de maio de 2016. 4. Entretanto, a petição de interposição do recurso foi protocolada apenas do no dia 25 de maio de 2016, portanto, de forma extemporânea, uma vez que o art. 593 do Código de Processo penal prevê um prazo de 5 (cinco) dias. E o apenado, quando intimado da sentença condenatória, não externou qualquer interesse em apelar. 5. Recurso de apelação da defesa não conhecido, entretanto, de ofício, deve ser readequada a dosimetria da pena do acusado Flavio Augusto Verardi, quanto à pena do crime de contrabando (que foi praticado antes da entrada em vigor da Lei n. 13.008/14, que majorou a pena privativa de liberdade imposta), bem como quanto à aplicação do concurso material de delitos (art. 69, Código Penal Brasileiro). 6. Os fatos narrados na denúncia foram praticados em 05/04/2014, enquanto a Lei 13.008/14, que alterou o art. 334 do Código Penal (acrescentando o art. 334-A e majorando a pena do crime de contrabando) é de 26/06/2014, ou seja, posterior à data dos fatos, não podendo retroagir em prejuízo do réu. 7. A conduta praticada pelo acusado já era considerada crime, subsumindo-se, à época, no art. 334, primeira parte, Código Penal, razão pela qual apenas a dosimetria deve ser readequada, considerando que o 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Supremo Tribunal Federal ARE 1113239 ED-AGR / SP 2. O prazo de cinco dias para a interposição de apelação em sede penal é peremptório, e seu descumprimento acarreta o não conhecimento do recurso. Dicção do art. 593 do Código de Processo Penal. 3. Deve ser reconhecida a intempestividade da interposição recursal. A sentença condenatória foi publicada, conforme certidão de fls. 181-v, no dia 17 de maio de 2016, o primeiro dia útil seguinte à data constante na referida certidão, iniciando-se o quinquídio recursal na quarta-feira, dia 18 de maio de 2016, escoando referido prazo no dia 22 de maio, um domingo, de modo que, na forma do § 3... do artigo 798 do CPP, o prazo final para a interposição do recurso seria dia 23 de maio de 2016. 4. Entretanto, a petição de interposição do recurso foi protocolada apenas do no dia 25 de maio de 2016, portanto, de forma extemporânea, uma vez que o art. 593 do Código de Processo penal prevê um prazo de 5 (cinco) dias. E o apenado, quando intimado da sentença condenatória, não externou qualquer interesse em apelar. 5. Recurso de apelação da defesa não conhecido, entretanto, de ofício, deve ser readequada a dosimetria da pena do acusado Flavio Augusto Verardi, quanto à pena do crime de contrabando (que foi praticado antes da entrada em vigor da Lei n. 13.008/14, que majorou a pena privativa de liberdade imposta), bem como quanto à aplicação do concurso material de delitos (art. 69, Código Penal Brasileiro). 6. Os fatos narrados na denúncia foram praticados em 05/04/2014, enquanto a Lei 13.008/14, que alterou o art. 334 do Código Penal (acrescentando o art. 334-A e majorando a pena do crime de contrabando) é de 26/06/2014, ou seja, posterior à data dos fatos, não podendo retroagir em prejuízo do réu. 7. A conduta praticada pelo acusado já era considerada crime, subsumindo-se, à época, no art. 334, primeira parte, Código Penal, razão pela qual apenas a dosimetria deve ser readequada, considerando que o 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Relatório ARE 1113239 ED-AGR / SP preceito secundário do referido tipo penal prescrevia pena de 1 a 4 anos de reclusão (inferior ao atual tipo penal, previsto no art. 334-A, § 1..., II, do Código Penal Brasileiro). Pena-base fixada no mínimo legal de 1 (um) ano de reclusão. 8. É descabida a aplicação da causa de aumento prevista no art. 334, § 3..., do Código Penal, quando a prática delitiva é realizada por meio de transporte aéreo regular, sendo justificada a incidência da majorante tão somente quando se tratar de voo clandestino, não sendo o caso dos autos. Causa de aumento excluída. 9. Verifica-se que os delitos previstos no art. 18, c.c o art. 19 da Lei n. 10.826/03 e art. 334, primeira parte, do Código Penal, foram praticados mediante uma única conduta. Ou seja, em uma mesma ocasião, o acusado foi surpreendido importando acessórios de arma de fogo de uso restrito, bem como mercadorias proibidas, em desacordo com regulamento e sem autorização da autoridade competente, sem que se possa falar em desígnios autônomos. Deve, portanto, ser aplicado o concurso formal próprio, quando da realização da dosimetria das penas. 10. Assim, com fundamento no art. 70, primeira parte, do Código Penal, majorada a pena mais grave de 1/6 (um sexto), restou a pena definitiva fixada em 7 (sete) anos de reclusão e 17 (dezessete) dias-multa. 11. Como consequência do redimensionamento da pena, fixado o regime inicial semiaberto, com fundamento no art. 33, § 2..., "b" do Código Penal, em razão da quantidade da pena definitivamente aplicada, bem como ausência de circunstâncias judiciais desfavoráveis (art. 59, Código Penal Brasileiro). 12. Recurso de apelação defensivo não conhecido. Pena reduzida, de ofício. Os embargos infringentes não foram conhecidos por intempestividade. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Supremo Tribunal Federal ARE 1113239 ED-AGR / SP preceito secundário do referido tipo penal prescrevia pena de 1 a 4 anos de reclusão (inferior ao atual tipo penal, previsto no art. 334-A, § 1..., II, do Código Penal Brasileiro). Pena-base fixada no mínimo legal de 1 (um) ano de reclusão. 8. É descabida a aplicação da causa de aumento prevista no art. 334, § 3..., do Código Penal, quando a prática delitiva é realizada por meio de transporte aéreo regular, sendo justificada a incidência da majorante tão somente quando se tratar de voo clandestino, não sendo o caso dos autos. Causa de aumento excluída. 9. Verifica-se que os delitos previstos no art. 18, c.c o art. 19 da Lei n. 10.826/03 e art. 334, primeira parte, do Código Penal, foram praticados mediante uma única conduta. Ou seja, em uma mesma ocasião, o acusado foi surpreendido importando acessórios de arma de fogo de uso restrito, bem como mercadorias proibidas, em desacordo com regulamento e sem autorização da autoridade competente, sem que se possa falar em desígnios autônomos. Deve, portanto, ser aplicado o concurso formal próprio, quando da realização da dosimetria das penas. 10. Assim, com fundamento no art. 70, primeira parte, do Código Penal, majorada a pena mais grave de 1/6 (um sexto), restou a pena definitiva fixada em 7 (sete) anos de reclusão e 17 (dezessete) dias-multa. 11. Como consequência do redimensionamento da pena, fixado o regime inicial semiaberto, com fundamento no art. 33, § 2..., "b" do Código Penal, em razão da quantidade da pena definitivamente aplicada, bem como ausência de circunstâncias judiciais desfavoráveis (art. 59, Código Penal Brasileiro). 12. Recurso de apelação defensivo não conhecido. Pena reduzida, de ofício. Os embargos infringentes não foram conhecidos por intempestividade. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Relatório ARE 1113239 ED-AGR / SP No recurso extraordinário, interposto com base no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, alega-se violação ao art. 5..., LIV e LV, da Constituição Federal de 1988, e à Súmula 710 do Supremo Tribunal Federal. Sustenta, em síntese, que “o marco inicial para o cômputo do prazo no processo penal é o dia em que realiza a intimação de forma efetiva, considerando- se a data da última intimação, seja do réu ou de seu advogado, por inteligência do art. 798 do CPP e Súmula 710 Supremo Tribunal Federal” (eDOC.2, p. 155). Pretende, por essas razões, a reforma do acórdão que não conheceu da apelação por intempestividade. A Primeira Vice-Presidência do TRF3 inadmitiu o recurso com base na Súmula 281 do Supremo Tribunal Federal. É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. Observo a intempestividade do recurso extraordinário, porquanto interposto somente em 31.07.2017 (eDOC.2, p. 145), ao passo que a publicação do acórdão recorrido ocorreu em 12.01.2017 (eDOC.2, p. 54). Esta Corte tem o entendimento de que o recurso manifestamente incabível ou intempestivo – no caso, os embargos infringentes opostos após a prolação do acórdão que não conheceu da apelação - não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Nesse sentido: “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Segundos embargos de declaração não conhecidos, ante a preclusão da matéria. Interposição de recurso incabível não suspende, nem interrompe, prazo recursal. Precedentes. Intempestividade do Recurso Extraordinário. 3. Ausência de argumentos capazes de 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Supremo Tribunal Federal ARE 1113239 ED-AGR / SP No recurso extraordinário, interposto com base no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, alega-se violação ao art. 5..., LIV e LV, da Constituição Federal de 1988, e à Súmula 710 do Supremo Tribunal Federal. Sustenta, em síntese, que “o marco inicial para o cômputo do prazo no processo penal é o dia em que realiza a intimação de forma efetiva, considerando- se a data da última intimação, seja do réu ou de seu advogado, por inteligência do art. 798 do CPP e Súmula 710 Supremo Tribunal Federal” (eDOC.2, p. 155). Pretende, por essas razões, a reforma do acórdão que não conheceu da apelação por intempestividade. A Primeira Vice-Presidência do TRF3 inadmitiu o recurso com base na Súmula 281 do Supremo Tribunal Federal. É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. Observo a intempestividade do recurso extraordinário, porquanto interposto somente em 31.07.2017 (eDOC.2, p. 145), ao passo que a publicação do acórdão recorrido ocorreu em 12.01.2017 (eDOC.2, p. 54). Esta Corte tem o entendimento de que o recurso manifestamente incabível ou intempestivo – no caso, os embargos infringentes opostos após a prolação do acórdão que não conheceu da apelação - não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Nesse sentido: “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Segundos embargos de declaração não conhecidos, ante a preclusão da matéria. Interposição de recurso incabível não suspende, nem interrompe, prazo recursal. Precedentes. Intempestividade do Recurso Extraordinário. 3. Ausência de argumentos capazes de 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Relatório ARE 1113239 ED-AGR / SP infirmar a decisão agravada. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.” (ARE 819.733-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 06.10.2014, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ESCUTA AMBIENTAL. PROVA ILÍCITA. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS. APELO EXTREMO INTEMPESTIVO. 1. A tempestividade constitui requisito recursal de admissibilidade indispensável, razão pela qual o recorrente deve obedecer aos prazos previstos na Lei 8.038/1990. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para a interposição de outro recurso. Precedente: ARE 738.488-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, DJe de 24/3/2014. 3. [...] 4. Agravo regimental DESPROVIDO.” (ARE 789.860-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe18.09.2014) Ante o exposto, conheço do agravo para negar seguimento ao recurso extraordinário, nos termos do art. 21, §1..., RISTF. Nas razões recursais, o agravante sustenta a tempestividade do recurso extraordinário, tendo em vista que interposto do acórdão publicado em 25.07.2017, “após o julgamento dos embargos de declaração que manteve os acórdãos referentes aos embargos infringentes e ao agravo regimental”. Afirma que, mesmo considerando o não conhecimento do recurso de apelação, foi em razão dele que o Tribunal de origem procedeu à redução e à readequação da pena imposta ao agravante, em acórdão que ensejou a interposição do recurso extraordinário. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Supremo Tribunal Federal ARE 1113239 ED-AGR / SP infirmar a decisão agravada. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.” (ARE 819.733-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 06.10.2014, grifei) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ESCUTA AMBIENTAL. PROVA ILÍCITA. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS. APELO EXTREMO INTEMPESTIVO. 1. A tempestividade constitui requisito recursal de admissibilidade indispensável, razão pela qual o recorrente deve obedecer aos prazos previstos na Lei 8.038/1990. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para a interposição de outro recurso. Precedente: ARE 738.488-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, DJe de 24/3/2014. 3. [...] 4. Agravo regimental DESPROVIDO.” (ARE 789.860-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe18.09.2014) Ante o exposto, conheço do agravo para negar seguimento ao recurso extraordinário, nos termos do art. 21, §1..., RISTF. Nas razões recursais, o agravante sustenta a tempestividade do recurso extraordinário, tendo em vista que interposto do acórdão publicado em 25.07.2017, “após o julgamento dos embargos de declaração que manteve os acórdãos referentes aos embargos infringentes e ao agravo regimental”. Afirma que, mesmo considerando o não conhecimento do recurso de apelação, foi em razão dele que o Tribunal de origem procedeu à redução e à readequação da pena imposta ao agravante, em acórdão que ensejou a interposição do recurso extraordinário. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE69-3DAB-54E1-6FC0 e senha 3A31-7DF4-8746-13CB Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. EDSON FACHIN 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O recurso não merece acolhida. Conforme consignado na decisão agravada, o recurso extraordinário é intempestivo, porquanto interposto após o decurso do prazo legal. Com efeito, o acórdão recorrido foi disponibilizado em 11.1.2017 (eDOC 2, p. 54), considerando-se data da publicação o primeiro dia útil subsequente, 12.1.2017. Contudo, o recurso extraordinário foi interposto apenas em 31.7.2017 (eDOC 2, p. 145), quando já havia fluído o prazo legal de 15 (quinze) dias úteis. Ademais, cumpre observar que que esta Corte tem o entendimento de que o recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Segundos embargos de declaração não conhecidos, ante a preclusão da matéria. Interposição de recurso incabível não suspende, nem interrompe, prazo recursal. Precedentes. Intempestividade do Recurso Extraordinário. 3. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 819.733-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 06.10.2014) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ESCUTA AMBIENTAL. PROVA ILÍCITA. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS. APELO Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAE3-3EBA-9ACD-000A e senha 53EB-148C-D3BB-E85B Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O recurso não merece acolhida. Conforme consignado na decisão agravada, o recurso extraordinário é intempestivo, porquanto interposto após o decurso do prazo legal. Com efeito, o acórdão recorrido foi disponibilizado em 11.1.2017 (eDOC 2, p. 54), considerando-se data da publicação o primeiro dia útil subsequente, 12.1.2017. Contudo, o recurso extraordinário foi interposto apenas em 31.7.2017 (eDOC 2, p. 145), quando já havia fluído o prazo legal de 15 (quinze) dias úteis. Ademais, cumpre observar que que esta Corte tem o entendimento de que o recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para interposição de outro recurso. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Segundos embargos de declaração não conhecidos, ante a preclusão da matéria. Interposição de recurso incabível não suspende, nem interrompe, prazo recursal. Precedentes. Intempestividade do Recurso Extraordinário. 3. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 819.733-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 06.10.2014) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ESCUTA AMBIENTAL. PROVA ILÍCITA. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS. APELO Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAE3-3EBA-9ACD-000A e senha 53EB-148C-D3BB-E85B Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1113239 ED-AGR / SP EXTREMO INTEMPESTIVO. 1. A tempestividade constitui requisito recursal de admissibilidade indispensável, razão pela qual o recorrente deve obedecer aos prazos previstos na Lei 8.038/1990. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para a interposição de outro recurso. Precedente: ARE 738.488-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, DJe de 24/3/2014. 3. [...] 4. Agravo regimental DESPROVIDO. (ARE 789.860-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe18.09.2014) Assim, tendo em vista que a Corte local inadmitiu os embargos infringentes opostos por considerá-los intempestivos, não houve suspensão do prazo para interposição de recurso do acórdão que não conheceu da apelação. Sem reparos, portanto, a decisão agravada que reconheceu a intempestividade do recurso extraordinário. Ante o exposto, não conheço do agravo regimental. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAE3-3EBA-9ACD-000A e senha 53EB-148C-D3BB-E85B Supremo Tribunal Federal ARE 1113239 ED-AGR / SP EXTREMO INTEMPESTIVO. 1. A tempestividade constitui requisito recursal de admissibilidade indispensável, razão pela qual o recorrente deve obedecer aos prazos previstos na Lei 8.038/1990. 2. O recurso manifestamente incabível ou intempestivo não suspende ou interrompe o prazo para a interposição de outro recurso. Precedente: ARE 738.488-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, DJe de 24/3/2014. 3. [...] 4. Agravo regimental DESPROVIDO. (ARE 789.860-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe18.09.2014) Assim, tendo em vista que a Corte local inadmitiu os embargos infringentes opostos por considerá-los intempestivos, não houve suspensão do prazo para interposição de recurso do acórdão que não conheceu da apelação. Sem reparos, portanto, a decisão agravada que reconheceu a intempestividade do recurso extraordinário. Ante o exposto, não conheço do agravo regimental. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAE3-3EBA-9ACD-000A e senha 53EB-148C-D3BB-E85B Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) : ADY WANDERLEY CIOCCI (143012/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFBE-87F9-544A-5818 e senha C4BE-1C63-0741-D71F Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.113.239 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : FLÁVIO AUGUSTO VERARDI ADV.(A/S) : ADY WANDERLEY CIOCCI (143012/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFBE-87F9-544A-5818 e senha C4BE-1C63-0741-D71F Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
{ "JURISPRUDENCIA": [ "ARE 1113239 ED - AGR / SP", "ARE 1113239 ED - AGR / SP", "ARE 1113239 ED - AGR / SP", "Súmula 710 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 710 Supremo Tribunal Federal", "Súmula 281 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 710 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 710 Supremo Tribunal Federal", "Súmula 281 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1113239 ED - AGR / SP", "ARE 819 . 733 - AgR", "ARE 738 . 488 - AgR", "ARE 789 . 860 - AgR", "ARE 1113239 ED - AGR / SP", "ARE 819 . 733 - AgR", "ARE 738 . 488 - AgR", "ARE 789 . 860 - AgR", "ARE 819 . 733 - AgR", "RECURSO", "ARE 819 . 733 - AgR", "ARE 738 . 488 - AgR", "ARE 789 . 860 - AgR", "ARE 1113239 ED - AGR / SP", "ARE 738 . 488 - AgR", "ARE 789 . 860 - AgR" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2", "ART . 593 DO CÓDIGO", "art . 18 , c . c o art . 19 , da Lei n . 10 . 826 / 03", "artigo 334 - A , § 1 . . . , inciso II e § 3 . . . do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 593 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL", "art . 18 , c . c o art . 19 , da Lei n . 10 . 826 / 03", "artigo 334 - A , § 1 . . . , inciso II e § 3 . . . do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 593 do Código de Processo Penal", "§ 3 . . . do artigo 798 do CPP", "art . 593 do Código de Processo penal", "Lei n . 13 . 008 / 14", "art . 69 , Código Penal Brasileiro", "Lei 13 . 008 / 14", "art . 334 do Código Penal", "art . 334 , primeira parte , Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 593 do Código de Processo Penal", "§ 3 . . . do artigo 798 do CPP", "art . 593 do Código de Processo penal", "Lei n . 13 . 008 / 14", "art . 69 , Código Penal Brasileiro", "Lei 13 . 008 / 14", "art . 334 do Código Penal", "art . 334 , primeira parte , Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 334 - A , § 1 . . . , II , do Código Penal Brasileiro", "art . 334 , § 3 . . . , do Código Penal", "art . 18 , c . c o art . 19 da Lei n . 10 . 826 / 03", "art . 334 , primeira parte , do Código Penal", "art . 70 , primeira parte , do Código Penal", "art . 33 , § 2 . . . , \" b \" do Código Penal", "art . 59 , Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 334 - A , § 1 . . . , II , do Código Penal Brasileiro", "art . 334 , § 3 . . . , do Código Penal", "art . 18 , c . c o art . 19 da Lei n . 10 . 826 / 03", "art . 334 , primeira parte , do Código Penal", "art . 70 , primeira parte , do Código Penal", "art . 33 , § 2 . . . , \" b \" do Código Penal", "art . 59 , Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 102 , III , “ a ” , da Constituição Federal", "art . 5 . . . , LIV e LV , da Constituição Federal de 1988", "art . 798 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 102 , III , “ a ” , da Constituição Federal", "art . 5 . . . , LIV e LV , da Constituição Federal de 1988", "art . 798 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 8 . 038 / 1990", "art . 21 , § 1 . . . , RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 8 . 038 / 1990", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 /", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 8 . 038 / 1990", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 8 . 038 / 1990", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "Brasília", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Tribunal Regional Federal da 3 . . . Região", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Tribunal Regional Federal da 3 . . . 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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :K.P.S.F.A. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE ADV.(A/S) :LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES ADV.(A/S) :THARICK SANTOS FERREIRA ADV.(A/S) :MARIANA PEREIRA NINA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :BRUNO SANTOS CARVALHO INTDO.(A/S) :M.P.O. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE INTDO.(A/S) :A.S.A.D. ADV.(A/S) :DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ELEITORAL. TESES FIRMADAS NO ARE 748.371- RG/MT E NO RE 598.365 RG/MG. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INADMISSIBILIDADE. 1. Ausência de repercussão geral quanto aos temas relativos a supostas violações dos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. ARE 748.371 RG/MT, Ministro Gilmar Mendes, Tema n. 660. 2. Destituída de repercussão geral a matéria atinente ao cumprimento de requisitos de admissibilidade de recursos de outros tribunais. RE 598.365 RG/MG, ministro Ayres Britto, Tema n. 181. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6489-46AA-6EB3-727E e senha B56C-1CF1-50E1-15D6 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Ementa e Acórdão ARE 1321940 AGR / MA 3. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em processo de matéria eleitoral, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil (Lei n. 9.265/1996, art. 1º, e Resolução/TSE n. 23.478/2016, art. 4º). 4. Agravo interno a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário com agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6489-46AA-6EB3-727E e senha B56C-1CF1-50E1-15D6 Supremo Tribunal Federal ARE 1321940 AGR / MA 3. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em processo de matéria eleitoral, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil (Lei n. 9.265/1996, art. 1º, e Resolução/TSE n. 23.478/2016, art. 4º). 4. Agravo interno a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário com agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6489-46AA-6EB3-727E e senha B56C-1CF1-50E1-15D6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :K.P.S.F.A. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE ADV.(A/S) :LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES ADV.(A/S) :THARICK SANTOS FERREIRA ADV.(A/S) :MARIANA PEREIRA NINA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :BRUNO SANTOS CARVALHO INTDO.(A/S) :M.P.O. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE INTDO.(A/S) :A.S.A.D. ADV.(A/S) :DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo interno interposto contra decisão por meio da qual não conheci do recurso extraordinário, por entender como aplicável, no caso em exame, a orientação firmada no ARE 748.371 RG/MT e no RE 598.365 RG/MG – ausência de repercussão geral. A parte agravante sustenta, em síntese, o desacerto do pronunciamento impugnado. Requer, ao fim, a reconsideração ou, alternativamente, a reforma da decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A740-4AB0-AB2D-432B e senha 3CDB-6646-8ED8-7BE5 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :K.P.S.F.A. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE ADV.(A/S) :LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES ADV.(A/S) :THARICK SANTOS FERREIRA ADV.(A/S) :MARIANA PEREIRA NINA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :BRUNO SANTOS CARVALHO INTDO.(A/S) :M.P.O. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE INTDO.(A/S) :A.S.A.D. ADV.(A/S) :DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo interno interposto contra decisão por meio da qual não conheci do recurso extraordinário, por entender como aplicável, no caso em exame, a orientação firmada no ARE 748.371 RG/MT e no RE 598.365 RG/MG – ausência de repercussão geral. A parte agravante sustenta, em síntese, o desacerto do pronunciamento impugnado. Requer, ao fim, a reconsideração ou, alternativamente, a reforma da decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A740-4AB0-AB2D-432B e senha 3CDB-6646-8ED8-7BE5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Correta a decisão agravada. Como bem consignado no ato impugnado, o Supremo não reconheceu a existência de repercussão geral quando invocados os princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório e, ainda, demandada análise de requisitos de admissibilidade de recursos de competência de outros tribunais. É o que se extrai do ARE 748.371 RG/MT, ministro Gilmar Mendes, Tema n. 660, e do RE 598.365 RG/MG, ministro Ayres Britto, Tema n. 181, cujas ementas transcrevo abaixo, respectivamente: Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. A questão alusiva ao cabimento de recursos da competência de outros tribunais se restringe ao âmbito infraconstitucional. (...). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD19-1BF1-DD91-66F7 e senha 0FB7-11C5-02B8-85A1 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Correta a decisão agravada. Como bem consignado no ato impugnado, o Supremo não reconheceu a existência de repercussão geral quando invocados os princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório e, ainda, demandada análise de requisitos de admissibilidade de recursos de competência de outros tribunais. É o que se extrai do ARE 748.371 RG/MT, ministro Gilmar Mendes, Tema n. 660, e do RE 598.365 RG/MG, ministro Ayres Britto, Tema n. 181, cujas ementas transcrevo abaixo, respectivamente: Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. A questão alusiva ao cabimento de recursos da competência de outros tribunais se restringe ao âmbito infraconstitucional. (...). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD19-1BF1-DD91-66F7 e senha 0FB7-11C5-02B8-85A1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. NUNES MARQUES ARE 1321940 AGR / MA Em casos fronteiriços, há, entre outros, os seguintes precedentes: ARE 894.376 AgR/DF, ministro Teori Zavascki; ARE 929.255 ED/DF, ministro Roberto Barroso; ARE 975.879 AgR/SP, ministro Luiz Fux; ARE 1.159.120 AgR/MG ministro Edson Fachin; e ARE 1.111.131 AgR/GO, ministro Celso de Mello, cuja ementa transcrevo: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO – MATÉRIA ELEITORAL – ALEGADA VIOLAÇÃO A PRECEITOS INSCRITOS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA – AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO – PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DE COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS – CONTROVÉRSIA SUSCITADA NO RE 598.365-RG/MG – MATÉRIA A CUJO RESPEITO NÃO SE RECONHECEU A EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL – AGRAVO INTERNO IMPROVIDO. (Com grifos no original) Em face do exposto, nego provimento ao agravo. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em processo de matéria eleitoral, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil (Lei n. 9.265/1996, art. 1º, e Resolução/TSE n. 23.478/2016, art. 4º). É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD19-1BF1-DD91-66F7 e senha 0FB7-11C5-02B8-85A1 Supremo Tribunal Federal ARE 1321940 AGR / MA Em casos fronteiriços, há, entre outros, os seguintes precedentes: ARE 894.376 AgR/DF, ministro Teori Zavascki; ARE 929.255 ED/DF, ministro Roberto Barroso; ARE 975.879 AgR/SP, ministro Luiz Fux; ARE 1.159.120 AgR/MG ministro Edson Fachin; e ARE 1.111.131 AgR/GO, ministro Celso de Mello, cuja ementa transcrevo: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO – MATÉRIA ELEITORAL – ALEGADA VIOLAÇÃO A PRECEITOS INSCRITOS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA – AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO – PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DE COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS – CONTROVÉRSIA SUSCITADA NO RE 598.365-RG/MG – MATÉRIA A CUJO RESPEITO NÃO SE RECONHECEU A EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL – AGRAVO INTERNO IMPROVIDO. (Com grifos no original) Em face do exposto, nego provimento ao agravo. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em processo de matéria eleitoral, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil (Lei n. 9.265/1996, art. 1º, e Resolução/TSE n. 23.478/2016, art. 4º). É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD19-1BF1-DD91-66F7 e senha 0FB7-11C5-02B8-85A1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : K.P.S.F.A. ADV.(A/S) : DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE (5991/MA) ADV.(A/S) : LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES (6542/MA) ADV.(A/S) : THARICK SANTOS FERREIRA (13526/MA) ADV.(A/S) : MARIANA PEREIRA NINA (13051/MA) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : BRUNO SANTOS CARVALHO (6753/MA) INTDO.(A/S) : M.P.O. ADV.(A/S) : DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE (5991/MA) INTDO.(A/S) : A.S.A.D. ADV.(A/S) : DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ (15180/MA) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CA3-415D-1250-9553 e senha 387E-05FC-1738-10AB Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : K.P.S.F.A. ADV.(A/S) : DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE (5991/MA) ADV.(A/S) : LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES (6542/MA) ADV.(A/S) : THARICK SANTOS FERREIRA (13526/MA) ADV.(A/S) : MARIANA PEREIRA NINA (13051/MA) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : BRUNO SANTOS CARVALHO (6753/MA) INTDO.(A/S) : M.P.O. ADV.(A/S) : DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE (5991/MA) INTDO.(A/S) : A.S.A.D. ADV.(A/S) : DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ (15180/MA) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CA3-415D-1250-9553 e senha 387E-05FC-1738-10AB Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757413556
2021-08-17T00:00:00
2021-09-23T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ELEITORAL. TESES FIRMADAS NO ARE 748.371- RG/MT E NO RE 598.365 RG/MG. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INADMISSIBILIDADE. 1. Ausência de repercussão geral quanto aos temas relativos a supostas violações dos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. ARE 748.371 RG/MT, Ministro Gilmar Mendes, Tema n. 660. 2. Destituída de repercussão geral a matéria atinente ao cumprimento de requisitos de admissibilidade de recursos de outros tribunais. RE 598.365 RG/MG, ministro Ayres Britto, Tema n. 181. 3. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em processo de matéria eleitoral, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil (Lei n. 9.265/1996, art. 1º, e Resolução/TSE n. 23.478/2016, art. 4º). 4. Agravo interno a que se nega provimento.
sjur453142
- Acórdão(s) citado(s): (CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA, COISA JULGADA, DEVIDO PROCESSO LEGAL) ARE 748371 RG (TP). (PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE, RECURSO, COMPETÊNCIA, TRIBUNAL DIVERSO) ARE 894376 AgR (2ªT), ARE 929255 ED (1ªT), ARE 975879 AgR (1ªT), ARE 1111131 AgR (2ªT), ARE 1159120 AgR (2ªT), RE 598365 RG (TP). Número de páginas: 6. Análise: 08/03/2022, AMS.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
1321940
[ "LEG-FED LEI-009265 ANO-1996\n ART-00001\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00011\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED RES-023478 ANO-2016\n ART-00004\n RESOLUÇÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL - TSE" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1321940 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : K.P.S.F.A. ADV.(A/S) : DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE ADV.(A/S) : LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES ADV.(A/S) : THARICK SANTOS FERREIRA ADV.(A/S) : MARIANA PEREIRA NINA AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : BRUNO SANTOS CARVALHO INTDO.(A/S) : M.P.O. ADV.(A/S) : DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE INTDO.(A/S) : A.S.A.D. ADV.(A/S) : DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :K.P.S.F.A. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE ADV.(A/S) :LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES ADV.(A/S) :THARICK SANTOS FERREIRA ADV.(A/S) :MARIANA PEREIRA NINA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :BRUNO SANTOS CARVALHO INTDO.(A/S) :M.P.O. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE INTDO.(A/S) :A.S.A.D. ADV.(A/S) :DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ELEITORAL. TESES FIRMADAS NO ARE 748.371- RG/MT E NO Recurso Extraordinário 598.365 RG/MG. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. INADMISSIBILIDADE. 1. Ausência de repercussão geral quanto aos temas relativos a supostas violações dos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. ARE 748.371 RG/MT, Ministro Gilmar Mendes, Tema n. 660. 2. Destituída de repercussão geral a matéria atinente ao cumprimento de requisitos de admissibilidade de recursos de outros tribunais. Recurso Extraordinário 598.365 RG/MG, ministro Ayres Britto, Tema n. 181. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6489-46AA-6EB3-727E e senha B56C-1CF1-50E1-15D6 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Ementa e Acórdão ARE 1321940 AGR / MA 3. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em processo de matéria eleitoral, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil (Lei n. 9.265/1996, art. 1..., e Resolução/TSE n. 23.478/2016, art. 4...). 4. Agravo interno a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário com agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6489-46AA-6EB3-727E e senha B56C-1CF1-50E1-15D6 Supremo Tribunal Federal ARE 1321940 AGR / MA 3. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em processo de matéria eleitoral, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil (Lei n. 9.265/1996, art. 1..., e Resolução/TSE n. 23.478/2016, art. 4...). 4. Agravo interno a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário com agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6489-46AA-6EB3-727E e senha B56C-1CF1-50E1-15D6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :K.P.S.F.A. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE ADV.(A/S) :LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES ADV.(A/S) :THARICK SANTOS FERREIRA ADV.(A/S) :MARIANA PEREIRA NINA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :BRUNO SANTOS CARVALHO INTDO.(A/S) :M.P.O. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE INTDO.(A/S) :A.S.A.D. ADV.(A/S) :DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo interno interposto contra decisão por meio da qual não conheci do recurso extraordinário, por entender como aplicável, no caso em exame, a orientação firmada no ARE 748.371 RG/MT e no Recurso Extraordinário 598.365 RG/MG – ausência de repercussão geral. A parte agravante sustenta, em síntese, o desacerto do pronunciamento impugnado. Requer, ao fim, a reconsideração ou, alternativamente, a reforma da decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A740-4AB0-AB2D-432B e senha 3CDB-6646-8ED8-7BE5 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :K.P.S.F.A. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE ADV.(A/S) :LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES ADV.(A/S) :THARICK SANTOS FERREIRA ADV.(A/S) :MARIANA PEREIRA NINA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :BRUNO SANTOS CARVALHO INTDO.(A/S) :M.P.O. ADV.(A/S) :DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE INTDO.(A/S) :A.S.A.D. ADV.(A/S) :DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo interno interposto contra decisão por meio da qual não conheci do recurso extraordinário, por entender como aplicável, no caso em exame, a orientação firmada no ARE 748.371 RG/MT e no Recurso Extraordinário 598.365 RG/MG – ausência de repercussão geral. A parte agravante sustenta, em síntese, o desacerto do pronunciamento impugnado. Requer, ao fim, a reconsideração ou, alternativamente, a reforma da decisão. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A740-4AB0-AB2D-432B e senha 3CDB-6646-8ED8-7BE5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Correta a decisão agravada. Como bem consignado no ato impugnado, o Supremo não reconheceu a existência de repercussão geral quando invocados os princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório e, ainda, demandada análise de requisitos de admissibilidade de recursos de competência de outros tribunais. É o que se extrai do ARE 748.371 RG/MT, ministro Gilmar Mendes, Tema n. 660, e do Recurso Extraordinário 598.365 RG/MG, ministro Ayres Britto, Tema n. 181, cujas ementas transcrevo abaixo, respectivamente: Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. A questão alusiva ao cabimento de recursos da competência de outros tribunais se restringe ao âmbito infraconstitucional. (...). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD19-1BF1-DD91-66F7 e senha 0FB7-11C5-02B8-85A1 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Correta a decisão agravada. Como bem consignado no ato impugnado, o Supremo não reconheceu a existência de repercussão geral quando invocados os princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório e, ainda, demandada análise de requisitos de admissibilidade de recursos de competência de outros tribunais. É o que se extrai do ARE 748.371 RG/MT, ministro Gilmar Mendes, Tema n. 660, e do Recurso Extraordinário 598.365 RG/MG, ministro Ayres Britto, Tema n. 181, cujas ementas transcrevo abaixo, respectivamente: Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. A questão alusiva ao cabimento de recursos da competência de outros tribunais se restringe ao âmbito infraconstitucional. (...). Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD19-1BF1-DD91-66F7 e senha 0FB7-11C5-02B8-85A1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. NUNES MARQUES ARE 1321940 AGR / MA Em casos fronteiriços, há, entre outros, os seguintes precedentes: ARE 894.376 AgR/DF, ministro Teori Zavascki; ARE 929.255 ED/DF, ministro Roberto Barroso; ARE 975.879 AgR/SP, ministro Luiz Fux; ARE 1.159.120 AgR/MG ministro Edson Fachin; e ARE 1.111.131 AgR/GO, ministro Celso de Mello, cuja ementa transcrevo: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO – MATÉRIA ELEITORAL – ALEGADA VIOLAÇÃO A PRECEITOS INSCRITOS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA – AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO – PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DE COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS – CONTROVÉRSIA SUSCITADA NO Recurso Extraordinário 598.365-RG/MG – MATÉRIA A CUJO RESPEITO NÃO SE RECONHECEU A EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL – AGRAVO INTERNO IMPROVIDO. (Com grifos no original) Em face do exposto, nego provimento ao agravo. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em processo de matéria eleitoral, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil (Lei n. 9.265/1996, art. 1..., e Resolução/TSE n. 23.478/2016, art. 4...). É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD19-1BF1-DD91-66F7 e senha 0FB7-11C5-02B8-85A1 Supremo Tribunal Federal ARE 1321940 AGR / MA Em casos fronteiriços, há, entre outros, os seguintes precedentes: ARE 894.376 AgR/DF, ministro Teori Zavascki; ARE 929.255 ED/DF, ministro Roberto Barroso; ARE 975.879 AgR/SP, ministro Luiz Fux; ARE 1.159.120 AgR/MG ministro Edson Fachin; e ARE 1.111.131 AgR/GO, ministro Celso de Mello, cuja ementa transcrevo: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO – MATÉRIA ELEITORAL – ALEGADA VIOLAÇÃO A PRECEITOS INSCRITOS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA – AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO – PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DE COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS – CONTROVÉRSIA SUSCITADA NO Recurso Extraordinário 598.365-RG/MG – MATÉRIA A CUJO RESPEITO NÃO SE RECONHECEU A EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL – AGRAVO INTERNO IMPROVIDO. (Com grifos no original) Em face do exposto, nego provimento ao agravo. Ao fundamento de referir-se a recurso interposto em processo de matéria eleitoral, não se aplica o disposto no § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil (Lei n. 9.265/1996, art. 1..., e Resolução/TSE n. 23.478/2016, art. 4...). É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CD19-1BF1-DD91-66F7 e senha 0FB7-11C5-02B8-85A1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : K.P.S.F.A. ADV.(A/S) : DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE (5991/MA) ADV.(A/S) : LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES (6542/MA) ADV.(A/S) : THARICK SANTOS FERREIRA (13526/MA) ADV.(A/S) : MARIANA PEREIRA NINA (13051/MA) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : BRUNO SANTOS CARVALHO (6753/MA) INTDO.(A/S) : M.P.O. ADV.(A/S) : DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE (5991/MA) INTDO.(A/S) : A.S.A.D. ADV.(A/S) : DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ (15180/MA) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CA3-415D-1250-9553 e senha 387E-05FC-1738-10AB Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.321.940 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : K.P.S.F.A. ADV.(A/S) : DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE (5991/MA) ADV.(A/S) : LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES (6542/MA) ADV.(A/S) : THARICK SANTOS FERREIRA (13526/MA) ADV.(A/S) : MARIANA PEREIRA NINA (13051/MA) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : A.B.S. E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : BRUNO SANTOS CARVALHO (6753/MA) INTDO.(A/S) : M.P.O. ADV.(A/S) : DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE (5991/MA) INTDO.(A/S) : A.S.A.D. ADV.(A/S) : DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ (15180/MA) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CA3-415D-1250-9553 e senha 387E-05FC-1738-10AB Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 321 . 940", "ARE 748 . 371 - RG / MT", "Recurso Extraordinário 598 . 365 RG / MG", "ARE 748 . 371 RG / MT", "Recurso Extraordinário 598 . 365 RG / MG", "ARE 1321940 AGR /", "ARE 748 . 371 RG / MT", "Recurso Extraordinário 598 . 365 RG / MG", "ARE 748 . 371 RG / MT", "Recurso Extraordinário 598 . 365 RG / MG", "ARE 748 . 371 RG / MT", "Recurso Extraordinário 598 . 365 RG / MG", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 321 . 940", "ARE 748 . 371 RG / MT", "Recurso Extraordinário 598 . 365 RG / MG", "ARE 1321940 AGR / MA", "ARE 894 . 376 AgR / DF", "ARE 929 . 255 ED / DF", "ARE 975 . 879 AgR / SP", "ARE 1 . 159 . 120 AgR / MG", "ARE 1 . 111 . 131 AgR / GO", "Recurso Extraordinário 598 . 365 - RG / MG", "ARE 1321940 AGR / MA", "ARE 894 . 376 AgR / DF", "ARE 929 . 255 ED / DF", "ARE 975 . 879 AgR / SP", "ARE 1 . 159 . 120 AgR / MG", "ARE 1 . 111 . 131 AgR / GO", "Recurso Extraordinário 598 . 365 - RG / MG" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Lei n . 9 . 265 / 1996 ,", "Resolução", "/", "TSE n . 23 . 478 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Lei n . 9 . 265 / 1996", "Resolução", "/", "TSE n . 23 . 478 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", ".", "85 do Código de Processo Civil", "Lei n . 9 . 265 / 1996", "Resolução", "/", "TSE n . 23 . 478 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Lei n . 9 . 265 / 1996", "Resolução", "/", "TSE n . 23 . 478 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MARANHÃO", "Brasília", "Brasília", "MARANHÃO", "MARANHÃO", "MARANHÃO", "MARANHÃO", "MARANHÃO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "/", "MA", "Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "NUNES MARQUES", "DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE", "LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES", "THARICK SANTOS FERREIRA", "MARIANA PEREIRA NINA", "BRUNO SANTOS CARVALHO", "DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE", "DANDARA CARNEIRO DA SILVA", "Gilmar Mendes", "Ayres Britto", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "K", ".", "P", ". S . F .", "DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE", "LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES", "THARICK SANTOS FERREIRA", "MARIANA PEREIRA NINA", "BRUNO SANTOS CARVALHO", "DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE", "DANDARA CARNEIRO DA SILVA", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "K", "DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE", "LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES", "THARICK SANTOS FERREIRA", "MARIANA PEREIRA NINA", "BRUNO SANTOS CARVALHO", "DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE", "DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "Gilmar Mendes", "Ayres Britto", "MARANHÃO", "NUNES MARQUES", "Gilmar Mendes", "Ayres Britto", "NUNES MARQUES", "Teori Zavascki", "Roberto Barroso", "Luiz Fux", "Edson Fachin", "Celso de Mello", "Teori Zavascki", "Roberto Barroso", "Luiz Fux", "Edson Fachin", "Celso de Mello", "NUNES MARQUES", "K", ".", "P . S .", "DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE", "LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES", "THARICK SANTOS FERREIRA", "MARIANA PEREIRA NINA", "BRUNO SANTOS CARVALHO", "DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE", "DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky", "NUNES MARQUES", "K", ".", "P . S . F . A", "DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE", "LUIS EDUARDO FRANCO BOUERES", "THARICK SANTOS FERREIRA", "MARIANA PEREIRA NINA", "BRUNO SANTOS CARVALHO", "DANIEL DE FARIA JERONIMO LEITE", "DANDARA CARNEIRO DA SILVA DINIZ", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "6", ".", "8", ".", "2021", "16", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", ".", "8", ".", "2021", "16", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. ATOS INFRACIONAIS PRETÉRITOS. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO APTA A NEGAR O REDUTOR DO AR. 33, §4º, DA LEI 11.343/2006. REGIME INICIAL FIXADO COM BASE NA GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO. ILEGALIDADE. ORDEM CONCEDIDA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. MANUTENÇÃO DO DECISIUM. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão agravada. 2. A causa de diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 é aplicada desde que o agente seja primário, possua bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. 3. Na linha dos precedentes desta Colenda Turma, a menção a atos infracionais praticados pelo agente não consiste fundamentação idônea para afastar a minorante em exame. Esse entendimento está em consonância com sistema de proteção integral assegurado a crianças e adolescentes por nosso ordenamento jurídico. 4. A teor das Súmulas 718 e 719/STF, figura-se inadmissível a fixação do regime inicial fechado com base em considerações abstratas acerca da gravidade do delito imputado. 5. Agravo regimental desprovido. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4F46-A0CF-235A-4968 e senha B3D5-6C02-6D33-1FA8 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão HC 202574 AGR / SP A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 6 a 16 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Nunes Marques, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4F46-A0CF-235A-4968 e senha B3D5-6C02-6D33-1FA8 Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 6 a 16 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Nunes Marques, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4F46-A0CF-235A-4968 e senha B3D5-6C02-6D33-1FA8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que reconsiderou a decisão agravada e deu provimento ao recurso ordinário para determinar ao Tribunal local que aplique o redutor previsto no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, avalie eventual impacto na possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito e reajuste o regime inicial de acordo com a nova pena. Nas razões recursais, sustenta-se que: a) a fundamentação da sentença é apta a justificar a não aplicação da causa de diminuição de pena, pois embasou-se no registro de atos infracionais anteriores; b) tal fato denota dedicação às atividades criminosas e, para divergir dessa conclusão, seria necessário revolver o conteúdo probatório dos autos, o que é inviável na via eleita; c) “esse Col. Supremo Tribunal tem precedentes no sentido de que o registro de atos infracionais é elemento idôneo para afastar a figura do tráfico privilegiado, quando evidenciar a propensão do agente a práticas criminosas”; d) embora os atos infracionais não caracterizem reincidência ou maus antecedentes, por não ser crime, podem denotar dedicação às atividades criminosas e, nessa medida, afastar o benefício de redução de pena diante do não preenchimento dos requisitos legais; e) “quanto à gradação do benefício, referido dispositivo legal prevê dois limites entre os quais deve o Juiz fixar a redução, pode optar por qualquer deles – mínimo, máximo ou intermediário –, desde que aponte os motivos de seu convencimento quanto à Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D275-8341-EFD0-D9D3 e senha CB0C-B0D3-7EE5-C048 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que reconsiderou a decisão agravada e deu provimento ao recurso ordinário para determinar ao Tribunal local que aplique o redutor previsto no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, avalie eventual impacto na possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito e reajuste o regime inicial de acordo com a nova pena. Nas razões recursais, sustenta-se que: a) a fundamentação da sentença é apta a justificar a não aplicação da causa de diminuição de pena, pois embasou-se no registro de atos infracionais anteriores; b) tal fato denota dedicação às atividades criminosas e, para divergir dessa conclusão, seria necessário revolver o conteúdo probatório dos autos, o que é inviável na via eleita; c) “esse Col. Supremo Tribunal tem precedentes no sentido de que o registro de atos infracionais é elemento idôneo para afastar a figura do tráfico privilegiado, quando evidenciar a propensão do agente a práticas criminosas”; d) embora os atos infracionais não caracterizem reincidência ou maus antecedentes, por não ser crime, podem denotar dedicação às atividades criminosas e, nessa medida, afastar o benefício de redução de pena diante do não preenchimento dos requisitos legais; e) “quanto à gradação do benefício, referido dispositivo legal prevê dois limites entre os quais deve o Juiz fixar a redução, pode optar por qualquer deles – mínimo, máximo ou intermediário –, desde que aponte os motivos de seu convencimento quanto à Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D275-8341-EFD0-D9D3 e senha CB0C-B0D3-7EE5-C048 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório HC 202574 AGR / SP suficiência de determinado percentual, podendo valer-se das circunstâncias do art. 59, do Código Penal, ou das vetoriais inscritas no art. 42, da Lei Antidrogas, com preponderância destas, desde que, segundo jurisprudência mais recente das Cortes Superiores, não se utilizem as mesmas circunstâncias em duas etapas da dosimetria penal”. Ante o exposto, requer o provimento do recurso. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D275-8341-EFD0-D9D3 e senha CB0C-B0D3-7EE5-C048 Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP suficiência de determinado percentual, podendo valer-se das circunstâncias do art. 59, do Código Penal, ou das vetoriais inscritas no art. 42, da Lei Antidrogas, com preponderância destas, desde que, segundo jurisprudência mais recente das Cortes Superiores, não se utilizem as mesmas circunstâncias em duas etapas da dosimetria penal”. Ante o exposto, requer o provimento do recurso. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D275-8341-EFD0-D9D3 e senha CB0C-B0D3-7EE5-C048 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): No caso, por constatar ilegalidade flagrante na dosimetria da pena do agravado, concedi a ordem, de ofício, nos seguintes termos: 3. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: A apontada ilegalidade na dosimetria da pena pode ser aferida de pronto. No caso concreto, o Juízo de primeiro grau realizou a dosagem da reprimenda nestes termos (eDOC 3, p. 68): “(...) Destarte, demonstrada a ocorrência do crime previsto no artigo 33, da Lei n.° 11.343/2006, e comprovada a responsabilidade criminal do acusado, a condenação é a medida judicial cabível. Passo a dosar a pena imposta, em conformidade com o disposto no artigo 42 da Lei n. ° 11.343/2006 c.c. os artigos 59 e 68 do Código Penal. Na primeira fase, as diretrizes do artigo 42, da Lei de Drogas, c.c. artigo 59, do Código Penal, são anormais à espécie, justificando a fixação da pena base acima do mínimo legal. Observando-se a apreensão de relevante quantidade de substâncias entorpecentes de alta lesividade e potencial viciante, consistentes em 53 (cinquenta e três) porções de cocaína, valoro negativamente as circunstâncias do crime. Assim, fixo a pena-base 1/6 acima do mínimo legal, estabelecendo-a em 5 (cinco) anos e 10 (dez) meses de reclusão e 583 (quinhentos e oitenta e três) dias-multa. Na segunda fase, não concorrem circunstâncias Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): No caso, por constatar ilegalidade flagrante na dosimetria da pena do agravado, concedi a ordem, de ofício, nos seguintes termos: 3. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: A apontada ilegalidade na dosimetria da pena pode ser aferida de pronto. No caso concreto, o Juízo de primeiro grau realizou a dosagem da reprimenda nestes termos (eDOC 3, p. 68): “(...) Destarte, demonstrada a ocorrência do crime previsto no artigo 33, da Lei n.° 11.343/2006, e comprovada a responsabilidade criminal do acusado, a condenação é a medida judicial cabível. Passo a dosar a pena imposta, em conformidade com o disposto no artigo 42 da Lei n. ° 11.343/2006 c.c. os artigos 59 e 68 do Código Penal. Na primeira fase, as diretrizes do artigo 42, da Lei de Drogas, c.c. artigo 59, do Código Penal, são anormais à espécie, justificando a fixação da pena base acima do mínimo legal. Observando-se a apreensão de relevante quantidade de substâncias entorpecentes de alta lesividade e potencial viciante, consistentes em 53 (cinquenta e três) porções de cocaína, valoro negativamente as circunstâncias do crime. Assim, fixo a pena-base 1/6 acima do mínimo legal, estabelecendo-a em 5 (cinco) anos e 10 (dez) meses de reclusão e 583 (quinhentos e oitenta e três) dias-multa. Na segunda fase, não concorrem circunstâncias Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP agravantes, por sua vez concorrendo a circunstância atenuante da menoridade relativa, nos termos do artigo 65, inciso I, do Código Penal, razão pela qual atenuo a pena em sua sexta parte (1/6), fixando-a novamente no mínimo legal, por imposição da Súmula n.° 231 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), 5 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa. Na terceira fase, impende destacar que o envolvimento do acusado com a prática de atos infracionais análogos ao tráfico de drogas (cf. fls. 34/35) não se coaduna com a benesse prevista no § 4° do artigo 33 da Lei n.° 11.343/2006, inviabilizando a aplicação do benefício. Fixo o regime inaugural FECHADO de cumprimento de pena, considerando que foi praticado crime de natureza hedionda.” No julgamento da apelação, o Tribunal local manteve o afastamento do redutor com base nesta fundamentação (eDOC 3, p. 184/187): “(...) Com relação às penas deve ser consignado que as básicas foram fixadas em 1/6 acima do mínimo legal, em razão da natureza da droga apreendida (cocaína) que merece mesmo maior reprovação urna vez que se trata de droga que provoca amplo grau de dependência, ainda considerando que foram apreendidas 53 porções, com 38g), não merecendo, por isso, nenhum reparo. Na segunda fase de aplicação as penas foram reduzidas ao mínimo legal em razão da circunstância atenuante da maioridade relativa em atendimento ao quanto disposto na Sumula n° 231, do Colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Em relação à terceira fase de aplicação busca o Apelante seja concedida a causa de diminuição de pena 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP agravantes, por sua vez concorrendo a circunstância atenuante da menoridade relativa, nos termos do artigo 65, inciso I, do Código Penal, razão pela qual atenuo a pena em sua sexta parte (1/6), fixando-a novamente no mínimo legal, por imposição da Súmula n.° 231 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), 5 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa. Na terceira fase, impende destacar que o envolvimento do acusado com a prática de atos infracionais análogos ao tráfico de drogas (cf. fls. 34/35) não se coaduna com a benesse prevista no § 4° do artigo 33 da Lei n.° 11.343/2006, inviabilizando a aplicação do benefício. Fixo o regime inaugural FECHADO de cumprimento de pena, considerando que foi praticado crime de natureza hedionda.” No julgamento da apelação, o Tribunal local manteve o afastamento do redutor com base nesta fundamentação (eDOC 3, p. 184/187): “(...) Com relação às penas deve ser consignado que as básicas foram fixadas em 1/6 acima do mínimo legal, em razão da natureza da droga apreendida (cocaína) que merece mesmo maior reprovação urna vez que se trata de droga que provoca amplo grau de dependência, ainda considerando que foram apreendidas 53 porções, com 38g), não merecendo, por isso, nenhum reparo. Na segunda fase de aplicação as penas foram reduzidas ao mínimo legal em razão da circunstância atenuante da maioridade relativa em atendimento ao quanto disposto na Sumula n° 231, do Colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Em relação à terceira fase de aplicação busca o Apelante seja concedida a causa de diminuição de pena 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP prevista no § 4°, do art. 33, da Lei de Drogas, no entanto, como adequadamente deliberado na r. sentença "... impende destacar que o envolvimento do acusado com a prática de atos infracionais análogos ao tráfico de drogas (cf fls. 34/35) não se coaduna com a benesse [pretendida] ... inviabilizando a aplicação do benefício ...", eis que demonstra que ele estava mesmo arraigado no comércio ilícito. Assim, as penas devem ser mantidas como impostas na r. sentença apelada — 05 anos de reclusão e 500 dias- multa. Incabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, nos termos do art. 44, I, do Código Penal. O regime prisional também deve ser mantido eis que o fechado, para o tráfico de drogas, decorre de disposição expressa de lei (art. 2°, § 1°, da Lei n° 8.072/90), que deve ser respeitada, evitando-se, mesmo que de forma indireta, o reconhecimento da negativa de vigência, indicam perigosidade incomum de seus agentes. Ademais, a fixação de regime inicial mais brando, seria insuficiente para a reprovação e prevenção do crime, em considerando, no caso específico, a qualidade da droga. Quanto aos efeitos nocivos da cocaína, merece destaque o quanto consignado pelo eminente Desembargador GERALDO WOHLERS, ex integrante desta Colenda Terceira Câmara de Direito Criminal, quando do julgamento do Agravo em Execução n° 7001829-94.2014.8.26.0198, aos 27.01.2015, amparado em precedente deste Egrégio Tribunal de Justiça: (...) Os 38g de cocaína apreendidos com o Apelante seriam suficientes para confecção de cerca de 1.900 doses, que serviriam para alimentar o vício de diversos usuários. Tais circunstâncias não podem ser desprezadas no momento da imposição do regime de cumprimento de 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP prevista no § 4°, do art. 33, da Lei de Drogas, no entanto, como adequadamente deliberado na r. sentença "... impende destacar que o envolvimento do acusado com a prática de atos infracionais análogos ao tráfico de drogas (cf fls. 34/35) não se coaduna com a benesse [pretendida] ... inviabilizando a aplicação do benefício ...", eis que demonstra que ele estava mesmo arraigado no comércio ilícito. Assim, as penas devem ser mantidas como impostas na r. sentença apelada — 05 anos de reclusão e 500 dias- multa. Incabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, nos termos do art. 44, I, do Código Penal. O regime prisional também deve ser mantido eis que o fechado, para o tráfico de drogas, decorre de disposição expressa de lei (art. 2°, § 1°, da Lei n° 8.072/90), que deve ser respeitada, evitando-se, mesmo que de forma indireta, o reconhecimento da negativa de vigência, indicam perigosidade incomum de seus agentes. Ademais, a fixação de regime inicial mais brando, seria insuficiente para a reprovação e prevenção do crime, em considerando, no caso específico, a qualidade da droga. Quanto aos efeitos nocivos da cocaína, merece destaque o quanto consignado pelo eminente Desembargador GERALDO WOHLERS, ex integrante desta Colenda Terceira Câmara de Direito Criminal, quando do julgamento do Agravo em Execução n° 7001829-94.2014.8.26.0198, aos 27.01.2015, amparado em precedente deste Egrégio Tribunal de Justiça: (...) Os 38g de cocaína apreendidos com o Apelante seriam suficientes para confecção de cerca de 1.900 doses, que serviriam para alimentar o vício de diversos usuários. Tais circunstâncias não podem ser desprezadas no momento da imposição do regime de cumprimento de 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP pena, não ocorrendo infringência às Súmulas n° 718 e n° 719, do Colendo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.” 3.1. Como se vê, as instâncias ordinárias justificaram o afastamento da causa de diminuição da pena em razão de atos infracionais. Esse posicionamento, contudo, não se alinha à jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que “para legitimar a não aplicação do redutor é essencial fundamentação corroborada em elementos capazes de afastar um dos requisitos legais, sob pena de desrespeito ao princípio da individualização da pena e de fundamentação das decisões judiciais.” (HC 178.018, Relator Gilmar Mendes, DJe 27.11.2019). Esclareço que “[o] ato infracional cometido pelo agente quando inimputável não pode ser utilizado como fundamento para se deduzir a dedicação à atividades criminosas, principalmente quando inexiste nos autos provas de práticas delitivas reiteradas.” (HC 179.159, Relator Gilmar Mendes, DJe 19.12.2019). Na mesma linha: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO § 4º DO ART. 33 DA LEI N. 11.343/2006. INQUÉRITOS E PROCESSOS EM CURSO. ATOS INFRACIONAIS. INVIABILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (AgR no HC 184.979/SP, Relatora Cármen Lúcia, Segunda Turma, Dje 07.08.2020) Desse modo, constatada a motivação inidônea para afastar a causa de diminuição da pena, concluo que a deficiência na fundamentação da dosimetria da reprimenda configura situação de flagrante ilegalidade, especialmente porque o paciente é primário, possui bons antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP pena, não ocorrendo infringência às Súmulas n° 718 e n° 719, do Colendo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.” 3.1. Como se vê, as instâncias ordinárias justificaram o afastamento da causa de diminuição da pena em razão de atos infracionais. Esse posicionamento, contudo, não se alinha à jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que “para legitimar a não aplicação do redutor é essencial fundamentação corroborada em elementos capazes de afastar um dos requisitos legais, sob pena de desrespeito ao princípio da individualização da pena e de fundamentação das decisões judiciais.” (HC 178.018, Relator Gilmar Mendes, DJe 27.11.2019). Esclareço que “[o] ato infracional cometido pelo agente quando inimputável não pode ser utilizado como fundamento para se deduzir a dedicação à atividades criminosas, principalmente quando inexiste nos autos provas de práticas delitivas reiteradas.” (HC 179.159, Relator Gilmar Mendes, DJe 19.12.2019). Na mesma linha: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO § 4º DO ART. 33 DA LEI N. 11.343/2006. INQUÉRITOS E PROCESSOS EM CURSO. ATOS INFRACIONAIS. INVIABILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (AgR no HC 184.979/SP, Relatora Cármen Lúcia, Segunda Turma, Dje 07.08.2020) Desse modo, constatada a motivação inidônea para afastar a causa de diminuição da pena, concluo que a deficiência na fundamentação da dosimetria da reprimenda configura situação de flagrante ilegalidade, especialmente porque o paciente é primário, possui bons antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP habitualmente. Dito isso, não visualizo qualquer argumento ou fundamento hábil a negar a incidência da minorante em seu patamar máximo. Por conseguinte, à luz da modificação realizada na dosimetria, fixo a pena privativa de liberdade final em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão e a pena de multa em 166 (cento e sessenta e seis) dias-multa. 3.2. Quanto ao regime inicial, observo que a sua fixação segue os critérios estabelecidos no artigo 33 do Código Penal, quais sejam, a quantidade de pena, a reincidência e as circunstâncias judiciais: “Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (…) § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto . § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.“ Ainda nesse sentido, as Súmulas 718 e 719/STF enunciam 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP habitualmente. Dito isso, não visualizo qualquer argumento ou fundamento hábil a negar a incidência da minorante em seu patamar máximo. Por conseguinte, à luz da modificação realizada na dosimetria, fixo a pena privativa de liberdade final em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão e a pena de multa em 166 (cento e sessenta e seis) dias-multa. 3.2. Quanto ao regime inicial, observo que a sua fixação segue os critérios estabelecidos no artigo 33 do Código Penal, quais sejam, a quantidade de pena, a reincidência e as circunstâncias judiciais: “Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (…) § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto . § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.“ Ainda nesse sentido, as Súmulas 718 e 719/STF enunciam 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP que a mera gravidade do crime não se revela argumento hígido a chancelar a imposição de regime mais gravoso que o estipulado aprioristicamente pela lei. Da mesma forma, o regime mais severo que a quantidade de pena permitir é admissível tão somente nas hipóteses de motivação idônea, calcada, como dito, nas circunstâncias descritas no artigo 59 do Código Penal: “Súmula 718: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.” “Súmula 719: A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.” Importa ressaltar que o Pleno desta Suprema Corte declarou inconstitucional a fixação ex lege do regime inicial na hipótese de crimes hediondos e equiparados: “(…) Ordem concedida tão somente para remover o óbice constante do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90, com a redação dada pela Lei nº 11.464/07, o qual determina que “[a] pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado“. Declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do cumprimento de pena decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado.” (HC 111840, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 27.06.2012, grifei). Enfatizo que “o indivíduo é sempre uma realidade única ou insimilar, irrepetível mesmo na sua condição de microcosmo ou de um universo à parte. Logo, todo instituto de direito penal que se lhe aplique pena, prisão, progressão de regime penitenciário, 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP que a mera gravidade do crime não se revela argumento hígido a chancelar a imposição de regime mais gravoso que o estipulado aprioristicamente pela lei. Da mesma forma, o regime mais severo que a quantidade de pena permitir é admissível tão somente nas hipóteses de motivação idônea, calcada, como dito, nas circunstâncias descritas no artigo 59 do Código Penal: “Súmula 718: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.” “Súmula 719: A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.” Importa ressaltar que o Pleno desta Suprema Corte declarou inconstitucional a fixação ex lege do regime inicial na hipótese de crimes hediondos e equiparados: “(…) Ordem concedida tão somente para remover o óbice constante do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90, com a redação dada pela Lei nº 11.464/07, o qual determina que “[a] pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado“. Declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do cumprimento de pena decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado.” (HC 111840, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 27.06.2012, grifei). Enfatizo que “o indivíduo é sempre uma realidade única ou insimilar, irrepetível mesmo na sua condição de microcosmo ou de um universo à parte. Logo, todo instituto de direito penal que se lhe aplique pena, prisão, progressão de regime penitenciário, 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP liberdade provisória, conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos há de exibir o timbre da personalização.” (HC 110844, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 10.04.2012, grifei). É por esta razão que “a jurisprudência do STF consolidou entendimento de que a hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime prisional mais gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime imposto observando a singularidade do caso concreto” (HC 133617, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 10.05.2016). Ademais, o Pleno do STF firmou orientação no sentido de que “[o] tráfico de entorpecentes privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.313/2006) não se harmoniza com a hediondez do tráfico de entorpecentes definido no caput e § 1º do art. 33 da Lei de Tóxicos.” (HC 118533, Relatora Cármen Lúcia, Pleno, DJe 19.09.2016) No caso concreto, os fundamentos utilizados na escolha do regime são genéricos e dizem respeito à hediondez abstrata do delito. Nessa ótica, a motivação deficiente invalida a decisão e, em tal medida, autoriza o cumprimento da pena em regime inicial aberto, conforme abstratamente previsto em lei. 4. Posto isso, com fulcro no art. 192 do RISTF, não conheço do habeas corpus, mas concedo a ordem, de ofício, a fim de a) aplicar o redutor do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 no percentual máximo de 2/3 (dois terços), e, consequentemente, estabelecer a pena privativa de liberdade em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão e a pena de multa em 166 (cento e sessenta e seis) dias-multa, relativa à ação criminal 1509560- 72.2018.8.26.0320; b) fixar o regime inicial aberto, nos termos do art. 33, §2º, “c”, do CP, e c) determinar ao Juízo da Execução que reavalie, à luz da nova pena definitiva, a possibilidade de substituir a sanção corporal por restritiva de direitos. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP liberdade provisória, conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos há de exibir o timbre da personalização.” (HC 110844, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 10.04.2012, grifei). É por esta razão que “a jurisprudência do STF consolidou entendimento de que a hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime prisional mais gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime imposto observando a singularidade do caso concreto” (HC 133617, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 10.05.2016). Ademais, o Pleno do STF firmou orientação no sentido de que “[o] tráfico de entorpecentes privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.313/2006) não se harmoniza com a hediondez do tráfico de entorpecentes definido no caput e § 1º do art. 33 da Lei de Tóxicos.” (HC 118533, Relatora Cármen Lúcia, Pleno, DJe 19.09.2016) No caso concreto, os fundamentos utilizados na escolha do regime são genéricos e dizem respeito à hediondez abstrata do delito. Nessa ótica, a motivação deficiente invalida a decisão e, em tal medida, autoriza o cumprimento da pena em regime inicial aberto, conforme abstratamente previsto em lei. 4. Posto isso, com fulcro no art. 192 do RISTF, não conheço do habeas corpus, mas concedo a ordem, de ofício, a fim de a) aplicar o redutor do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 no percentual máximo de 2/3 (dois terços), e, consequentemente, estabelecer a pena privativa de liberdade em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão e a pena de multa em 166 (cento e sessenta e seis) dias-multa, relativa à ação criminal 1509560- 72.2018.8.26.0320; b) fixar o regime inicial aberto, nos termos do art. 33, §2º, “c”, do CP, e c) determinar ao Juízo da Execução que reavalie, à luz da nova pena definitiva, a possibilidade de substituir a sanção corporal por restritiva de direitos. 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP Conforme mencionado, as instâncias ordinárias deixaram de aplicar a minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, pois deduziram que a existência de registros de atos infracionais denota que o agravado se dedicava a atividades criminosas. Todavia, na linha dos precedentes desta Colenda Turma, a menção a atos infracionais praticados pelo agente não consiste fundamentação idônea para afastar a minorante em exame. No mesmo sentido, cito ainda as seguintes decisões monocráticas: HC 192.026/SP, Relator Rosa Weber, DJe 01.12.2020; HC 198.417/DF, Relatora Cármen Lúcia, DJe 09.03.2021; HC 198.732, Relatora Rosa Weber, DJe 15.03.2021. Esse entendimento está em consonância com sistema de proteção integral assegurado a crianças e adolescentes por nosso ordenamento jurídico (art. 227 da Constituição Federal; Estatuto da Criança e do Adolescente e Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança), que atribui corresponsabilidade à família, à sociedade e ao poder público na promoção e defesa de seus direitos fundamentais. Com efeito, o adolescente é sujeito de direito, destinatário de absoluta prioridade, cuja condição peculiar de pessoa em desenvolvimento deve ser respeitada. Sob essa ótica, o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que as medidas aplicadas ao menor infrator são socioeducativas e objetivam a sua própria proteção. Ademais, não podemos olvidar que a Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) identifica a “utilização, recrutamento e oferta de criança para atividades ilícitas, particularmente para a produção e tráfico de entorpecentes conforme definidos nos tratados internacionais pertinentes” como uma das piores formas de trabalho infantil, junto ao abuso sexual e à escravidão. Sem dúvida, crianças e adolescentes envolvidos na atividade de tráfico de drogas são, em verdade, vítimas da criminalidade e da ineficiência do Estado, da família e da sociedade em protegê-los e assegurar-lhes os seus direitos fundamentais. O fato de se tornarem 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP Conforme mencionado, as instâncias ordinárias deixaram de aplicar a minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, pois deduziram que a existência de registros de atos infracionais denota que o agravado se dedicava a atividades criminosas. Todavia, na linha dos precedentes desta Colenda Turma, a menção a atos infracionais praticados pelo agente não consiste fundamentação idônea para afastar a minorante em exame. No mesmo sentido, cito ainda as seguintes decisões monocráticas: HC 192.026/SP, Relator Rosa Weber, DJe 01.12.2020; HC 198.417/DF, Relatora Cármen Lúcia, DJe 09.03.2021; HC 198.732, Relatora Rosa Weber, DJe 15.03.2021. Esse entendimento está em consonância com sistema de proteção integral assegurado a crianças e adolescentes por nosso ordenamento jurídico (art. 227 da Constituição Federal; Estatuto da Criança e do Adolescente e Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança), que atribui corresponsabilidade à família, à sociedade e ao poder público na promoção e defesa de seus direitos fundamentais. Com efeito, o adolescente é sujeito de direito, destinatário de absoluta prioridade, cuja condição peculiar de pessoa em desenvolvimento deve ser respeitada. Sob essa ótica, o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que as medidas aplicadas ao menor infrator são socioeducativas e objetivam a sua própria proteção. Ademais, não podemos olvidar que a Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) identifica a “utilização, recrutamento e oferta de criança para atividades ilícitas, particularmente para a produção e tráfico de entorpecentes conforme definidos nos tratados internacionais pertinentes” como uma das piores formas de trabalho infantil, junto ao abuso sexual e à escravidão. Sem dúvida, crianças e adolescentes envolvidos na atividade de tráfico de drogas são, em verdade, vítimas da criminalidade e da ineficiência do Estado, da família e da sociedade em protegê-los e assegurar-lhes os seus direitos fundamentais. O fato de se tornarem 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP adultos que persistem na conduta ilícita torna evidente a incapacidade de atuação desses atores e a vulnerabilidade desses jovens à época em que eram inimputáveis. Desse modo, repiso que a prática de atos infracionais pretéritos não deve repercutir na dosimetria da reprimenda do agente, sob pena de subverter o sistema de proteção integral ao estigmatizar o adolescente como criminoso habitual, desrespeitando sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e sujeito de direito. No que diz respeito à fração de redução de pena, observo que, em regra, o ajuste na dosimetria deve ser implementado pelas instâncias ordinárias, que poderão valer-se das circunstâncias do art. 59 do Código Penal ou do art. 42 da Lei 11.343/2006. Todavia, no caso em apreço, a pena-base já havia sido aumentada, pelo Juízo de primeiro grau, em razão da quantidade de droga aprendida (38g de cocaína). Desse modo, tendo em vista a impossibilidade de valorá-la novamente e à míngua de outros elementos que pudessem repercutir na escolha da fração de diminuição da pena, fiz os ajustes necessários. Ao final, fixei-a no maior patamar, o que resultou na pena definitiva de 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão. Quanto ao regime, observei que os fundamentos utilizados para justificar a escolha do mais gravoso embasavam-se na hediondez abstrata do delito, o que é sabidamente refutado pela jurisprudência desta Corte, por violar os princípios da individualização da pena e do dever de fundamentação das decisões judiciais. À vista do motivação deficiente, estabeleci o regime inicial aberto, conforme abstratamente previsto em lei (art. 33, CP), por reputá-lo proporcional e adequado às circunstâncias delitivas, mormente porque se trata de tráfico “privilegiado”. Assim, considerando que a decisão unipessoal restou lastreada na jurisprudência desta Corte e que as razões recursais não são aptas a infirmá-la, voto pela sua manutenção. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP adultos que persistem na conduta ilícita torna evidente a incapacidade de atuação desses atores e a vulnerabilidade desses jovens à época em que eram inimputáveis. Desse modo, repiso que a prática de atos infracionais pretéritos não deve repercutir na dosimetria da reprimenda do agente, sob pena de subverter o sistema de proteção integral ao estigmatizar o adolescente como criminoso habitual, desrespeitando sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e sujeito de direito. No que diz respeito à fração de redução de pena, observo que, em regra, o ajuste na dosimetria deve ser implementado pelas instâncias ordinárias, que poderão valer-se das circunstâncias do art. 59 do Código Penal ou do art. 42 da Lei 11.343/2006. Todavia, no caso em apreço, a pena-base já havia sido aumentada, pelo Juízo de primeiro grau, em razão da quantidade de droga aprendida (38g de cocaína). Desse modo, tendo em vista a impossibilidade de valorá-la novamente e à míngua de outros elementos que pudessem repercutir na escolha da fração de diminuição da pena, fiz os ajustes necessários. Ao final, fixei-a no maior patamar, o que resultou na pena definitiva de 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão. Quanto ao regime, observei que os fundamentos utilizados para justificar a escolha do mais gravoso embasavam-se na hediondez abstrata do delito, o que é sabidamente refutado pela jurisprudência desta Corte, por violar os princípios da individualização da pena e do dever de fundamentação das decisões judiciais. À vista do motivação deficiente, estabeleci o regime inicial aberto, conforme abstratamente previsto em lei (art. 33, CP), por reputá-lo proporcional e adequado às circunstâncias delitivas, mormente porque se trata de tráfico “privilegiado”. Assim, considerando que a decisão unipessoal restou lastreada na jurisprudência desta Corte e que as razões recursais não são aptas a infirmá-la, voto pela sua manutenção. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1D49-23A0-631B-AFB0 e senha DFB8-4E8A-9423-C0AA Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1D49-23A0-631B-AFB0 e senha DFB8-4E8A-9423-C0AA Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757268728
2021-08-17T00:00:00
2021-09-16T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NO HABEAS CORPUS
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. ATOS INFRACIONAIS PRETÉRITOS. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO APTA A NEGAR O REDUTOR DO AR. 33, §4º, DA LEI 11.343/2006. REGIME INICIAL FIXADO COM BASE NA GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO. ILEGALIDADE. ORDEM CONCEDIDA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. MANUTENÇÃO DO DECISIUM. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão agravada. 2. A causa de diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 é aplicada desde que o agente seja primário, possua bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. 3. Na linha dos precedentes desta Colenda Turma, a menção a atos infracionais praticados pelo agente não consiste fundamentação idônea para afastar a minorante em exame. Esse entendimento está em consonância com sistema de proteção integral assegurado a crianças e adolescentes por nosso ordenamento jurídico. 4. A teor das Súmulas 718 e 719/STF, figura-se inadmissível a fixação do regime inicial fechado com base em considerações abstratas acerca da gravidade do delito imputado. 5. Agravo regimental desprovido.
sjur452465
- Decisões monocráticas citadas: (ATO INFRACIONAL, AGENTE, FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA, CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA) HC 192026, HC 198417, HC 198732. Número de páginas: 14. Análise: 25/03/2022, MAF.
EDSON FACHIN
Segunda Turma
202574
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00227\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-INT LEI-008069 ANO-1990\n ECA-1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE\n\n", "LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\n ART-00033 PAR-00004 ART-00042\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS\n\n", "LEG-INT CVC-000182\n CONVENÇÃO\n\n", "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00059\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\n\n", "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000718\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000719\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
HC-AgR
acordaos
HC 202574 AgR
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AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. ATOS INFRACIONAIS PRETÉRITOS. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO APTA A NEGAR O REDUTOR DO AR. 33, §4..., DA LEI 11.343/2006. REGIME INICIAL FIXADO COM BASE NA GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO. ILEGALIDADE. ORDEM CONCEDIDA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. MANUTENÇÃO DO DECISIUM. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrático conduz à manutenção da decisão agravada. 2. A causa de diminuição prevista no § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006 é aplicada desde que o agente seja primário, possua bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. 3. Na linha dos precedentes desta Colenda Turma, a menção a atos infracionais praticados pelo agente não consiste fundamentação idônea para afastar a minorante em exame. Esse entendimento está em consonância com sistema de proteção integral assegurado a crianças e adolescentes por nosso ordenamento jurídico. 4. A teor das Súmulas 718 e 719/Supremo Tribunal Federal, figura-se inadmissível a fixação do regime inicial fechado com base em considerações abstratas acerca da gravidade do delito imputado. 5. Agravo regimental desprovido. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4F46-A0CF-235A-4968 e senha B3D5-6C02-6D33-1FA8 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão HC 202574 AGR / SP A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 6 a 16 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Nunes Marques, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4F46-A0CF-235A-4968 e senha B3D5-6C02-6D33-1FA8 Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 6 a 16 de agosto de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Nunes Marques, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4F46-A0CF-235A-4968 e senha B3D5-6C02-6D33-1FA8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que reconsiderou a decisão agravada e deu provimento ao recurso ordinário para determinar ao Tribunal local que aplique o redutor previsto no § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006, avalie eventual impacto na possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito e reajuste o regime inicial de acordo com a nova pena. Nas razões recursais, sustenta-se que: a) a fundamentação da sentença é apta a justificar a não aplicação da causa de diminuição de pena, pois embasou-se no registro de atos infracionais anteriores; b) tal fato denota dedicação às atividades criminosas e, para divergir dessa conclusão, seria necessário revolver o conteúdo probatório dos autos, o que é inviável na via eleita; c) “esse Col. Supremo Tribunal tem precedentes no sentido de que o registro de atos infracionais é elemento idôneo para afastar a figura do tráfico privilegiado, quando evidenciar a propensão do agente a práticas criminosas”; d) embora os atos infracionais não caracterizem reincidência ou maus antecedentes, por não ser crime, podem denotar dedicação às atividades criminosas e, nessa medida, afastar o benefício de redução de pena diante do não preenchimento dos requisitos legais; e) “quanto à gradação do benefício, referido dispositivo legal prevê dois limites entre os quais deve o Juiz fixar a redução, pode optar por qualquer deles – mínimo, máximo ou intermediário –, desde que aponte os motivos de seu convencimento quanto à Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D275-8341-EFD0-D9D3 e senha CB0C-B0D3-7EE5-C048 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) :LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que reconsiderou a decisão agravada e deu provimento ao recurso ordinário para determinar ao Tribunal local que aplique o redutor previsto no § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006, avalie eventual impacto na possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito e reajuste o regime inicial de acordo com a nova pena. Nas razões recursais, sustenta-se que: a) a fundamentação da sentença é apta a justificar a não aplicação da causa de diminuição de pena, pois embasou-se no registro de atos infracionais anteriores; b) tal fato denota dedicação às atividades criminosas e, para divergir dessa conclusão, seria necessário revolver o conteúdo probatório dos autos, o que é inviável na via eleita; c) “esse Col. Supremo Tribunal tem precedentes no sentido de que o registro de atos infracionais é elemento idôneo para afastar a figura do tráfico privilegiado, quando evidenciar a propensão do agente a práticas criminosas”; d) embora os atos infracionais não caracterizem reincidência ou maus antecedentes, por não ser crime, podem denotar dedicação às atividades criminosas e, nessa medida, afastar o benefício de redução de pena diante do não preenchimento dos requisitos legais; e) “quanto à gradação do benefício, referido dispositivo legal prevê dois limites entre os quais deve o Juiz fixar a redução, pode optar por qualquer deles – mínimo, máximo ou intermediário –, desde que aponte os motivos de seu convencimento quanto à Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D275-8341-EFD0-D9D3 e senha CB0C-B0D3-7EE5-C048 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Relatório HC 202574 AGR / SP suficiência de determinado percentual, podendo valer-se das circunstâncias do art. 59, do Código Penal, ou das vetoriais inscritas no art. 42, da Lei Antidrogas, com preponderância destas, desde que, segundo jurisprudência mais recente das Cortes Superiores, não se utilizem as mesmas circunstâncias em duas etapas da dosimetria penal”. Ante o exposto, requer o provimento do recurso. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D275-8341-EFD0-D9D3 e senha CB0C-B0D3-7EE5-C048 Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP suficiência de determinado percentual, podendo valer-se das circunstâncias do art. 59, do Código Penal, ou das vetoriais inscritas no art. 42, da Lei Antidrogas, com preponderância destas, desde que, segundo jurisprudência mais recente das Cortes Superiores, não se utilizem as mesmas circunstâncias em duas etapas da dosimetria penal”. Ante o exposto, requer o provimento do recurso. É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D275-8341-EFD0-D9D3 e senha CB0C-B0D3-7EE5-C048 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): No caso, por constatar ilegalidade flagrante na dosimetria da pena do agravado, concedi a ordem, de ofício, nos seguintes termos: 3. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: A apontada ilegalidade na dosimetria da pena pode ser aferida de pronto. No caso concreto, o Juízo de primeiro grau realizou a dosagem da reprimenda nestes termos (eDOC 3, p. 68): “(...) Destarte, demonstrada a ocorrência do crime previsto no artigo 33, da Lei n. 11.343/2006, e comprovada a responsabilidade criminal do acusado, a condenação é a medida judicial cabível. Passo a dosar a pena imposta, em conformidade com o disposto no artigo 42 da Lei n. 11.343/2006 c.c. os artigos 59 e 68 do Código Penal. Na primeira fase, as diretrizes do artigo 42, da Lei de Drogas, c.c. artigo 59, do Código Penal, são anormais à espécie, justificando a fixação da pena base acima do mínimo legal. Observando-se a apreensão de relevante quantidade de substâncias entorpecentes de alta lesividade e potencial viciante, consistentes em 53 (cinquenta e três) porções de cocaína, valoro negativamente as circunstâncias do crime. Assim, fixo a pena-base 1/6 acima do mínimo legal, estabelecendo-a em 5 (cinco) anos e 10 (dez) meses de reclusão e 583 (quinhentos e oitenta e três) dias-multa. Na segunda fase, não concorrem circunstâncias Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 SÃO PAULO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): No caso, por constatar ilegalidade flagrante na dosimetria da pena do agravado, concedi a ordem, de ofício, nos seguintes termos: 3. Análise da possibilidade de concessão da ordem de ofício no caso concreto: A apontada ilegalidade na dosimetria da pena pode ser aferida de pronto. No caso concreto, o Juízo de primeiro grau realizou a dosagem da reprimenda nestes termos (eDOC 3, p. 68): “(...) Destarte, demonstrada a ocorrência do crime previsto no artigo 33, da Lei n. 11.343/2006, e comprovada a responsabilidade criminal do acusado, a condenação é a medida judicial cabível. Passo a dosar a pena imposta, em conformidade com o disposto no artigo 42 da Lei n. 11.343/2006 c.c. os artigos 59 e 68 do Código Penal. Na primeira fase, as diretrizes do artigo 42, da Lei de Drogas, c.c. artigo 59, do Código Penal, são anormais à espécie, justificando a fixação da pena base acima do mínimo legal. Observando-se a apreensão de relevante quantidade de substâncias entorpecentes de alta lesividade e potencial viciante, consistentes em 53 (cinquenta e três) porções de cocaína, valoro negativamente as circunstâncias do crime. Assim, fixo a pena-base 1/6 acima do mínimo legal, estabelecendo-a em 5 (cinco) anos e 10 (dez) meses de reclusão e 583 (quinhentos e oitenta e três) dias-multa. Na segunda fase, não concorrem circunstâncias Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP agravantes, por sua vez concorrendo a circunstância atenuante da menoridade relativa, nos termos do artigo 65, inciso I, do Código Penal, razão pela qual atenuo a pena em sua sexta parte (1/6), fixando-a novamente no mínimo legal, por imposição da Súmula n. 231 do Superior Tribunal de Justiça (Superior Tribunal de Justiça), 5 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa. Na terceira fase, impende destacar que o envolvimento do acusado com a prática de atos infracionais análogos ao tráfico de drogas (cf. fls. 34/35) não se coaduna com a benesse prevista no § 4... do artigo 33 da Lei n. 11.343/2006, inviabilizando a aplicação do benefício. Fixo o regime inaugural FECHADO de cumprimento de pena, considerando que foi praticado crime de natureza hedionda.” No julgamento da apelação, o Tribunal local manteve o afastamento do redutor com base nesta fundamentação (eDOC 3, p. 184/187): “(...) Com relação às penas deve ser consignado que as básicas foram fixadas em 1/6 acima do mínimo legal, em razão da natureza da droga apreendida (cocaína) que merece mesmo maior reprovação urna vez que se trata de droga que provoca amplo grau de dependência, ainda considerando que foram apreendidas 53 porções, com 38g), não merecendo, por isso, nenhum reparo. Na segunda fase de aplicação as penas foram reduzidas ao mínimo legal em razão da circunstância atenuante da maioridade relativa em atendimento ao quanto disposto na Sumula n 231, do Colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Em relação à terceira fase de aplicação busca o Apelante seja concedida a causa de diminuição de pena 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP agravantes, por sua vez concorrendo a circunstância atenuante da menoridade relativa, nos termos do artigo 65, inciso I, do Código Penal, razão pela qual atenuo a pena em sua sexta parte (1/6), fixando-a novamente no mínimo legal, por imposição da Súmula n. 231 do Superior Tribunal de Justiça (Superior Tribunal de Justiça), 5 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa. Na terceira fase, impende destacar que o envolvimento do acusado com a prática de atos infracionais análogos ao tráfico de drogas (cf. fls. 34/35) não se coaduna com a benesse prevista no § 4... do artigo 33 da Lei n. 11.343/2006, inviabilizando a aplicação do benefício. Fixo o regime inaugural FECHADO de cumprimento de pena, considerando que foi praticado crime de natureza hedionda.” No julgamento da apelação, o Tribunal local manteve o afastamento do redutor com base nesta fundamentação (eDOC 3, p. 184/187): “(...) Com relação às penas deve ser consignado que as básicas foram fixadas em 1/6 acima do mínimo legal, em razão da natureza da droga apreendida (cocaína) que merece mesmo maior reprovação urna vez que se trata de droga que provoca amplo grau de dependência, ainda considerando que foram apreendidas 53 porções, com 38g), não merecendo, por isso, nenhum reparo. Na segunda fase de aplicação as penas foram reduzidas ao mínimo legal em razão da circunstância atenuante da maioridade relativa em atendimento ao quanto disposto na Sumula n 231, do Colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Em relação à terceira fase de aplicação busca o Apelante seja concedida a causa de diminuição de pena 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP prevista no § 4..., do art. 33, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), no entanto, como adequadamente deliberado na r. sentença "... impende destacar que o envolvimento do acusado com a prática de atos infracionais análogos ao tráfico de drogas (cf fls. 34/35) não se coaduna com a benesse [pretendida] ... inviabilizando a aplicação do benefício ...", eis que demonstra que ele estava mesmo arraigado no comércio ilícito. Assim, as penas devem ser mantidas como impostas na r. sentença apelada — 05 anos de reclusão e 500 dias- multa. Incabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, nos termos do art. 44, I, do Código Penal. O regime prisional também deve ser mantido eis que o fechado, para o tráfico de drogas, decorre de disposição expressa de lei (art. 2..., § 1..., da Lei n 8.072/90), que deve ser respeitada, evitando-se, mesmo que de forma indireta, o reconhecimento da negativa de vigência, indicam perigosidade incomum de seus agentes. Ademais, a fixação de regime inicial mais brando, seria insuficiente para a reprovação e prevenção do crime, em considerando, no caso específico, a qualidade da droga. Quanto aos efeitos nocivos da cocaína, merece destaque o quanto consignado pelo eminente Desembargador GERALDO WOHLERS, ex integrante desta Colenda Terceira Câmara de Direito Criminal, quando do julgamento do Agravo em Execução n 7001829-94.2014.8.26.0198, aos 27.01.2015, amparado em precedente deste Egrégio Tribunal de Justiça: (...) Os 38g de cocaína apreendidos com o Apelante seriam suficientes para confecção de cerca de 1.900 doses, que serviriam para alimentar o vício de diversos usuários. Tais circunstâncias não podem ser desprezadas no momento da imposição do regime de cumprimento de 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP prevista no § 4..., do art. 33, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), no entanto, como adequadamente deliberado na r. sentença "... impende destacar que o envolvimento do acusado com a prática de atos infracionais análogos ao tráfico de drogas (cf fls. 34/35) não se coaduna com a benesse [pretendida] ... inviabilizando a aplicação do benefício ...", eis que demonstra que ele estava mesmo arraigado no comércio ilícito. Assim, as penas devem ser mantidas como impostas na r. sentença apelada — 05 anos de reclusão e 500 dias- multa. Incabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, nos termos do art. 44, I, do Código Penal. O regime prisional também deve ser mantido eis que o fechado, para o tráfico de drogas, decorre de disposição expressa de lei (art. 2..., § 1..., da Lei n 8.072/90), que deve ser respeitada, evitando-se, mesmo que de forma indireta, o reconhecimento da negativa de vigência, indicam perigosidade incomum de seus agentes. Ademais, a fixação de regime inicial mais brando, seria insuficiente para a reprovação e prevenção do crime, em considerando, no caso específico, a qualidade da droga. Quanto aos efeitos nocivos da cocaína, merece destaque o quanto consignado pelo eminente Desembargador GERALDO WOHLERS, ex integrante desta Colenda Terceira Câmara de Direito Criminal, quando do julgamento do Agravo em Execução n 7001829-94.2014.8.26.0198, aos 27.01.2015, amparado em precedente deste Egrégio Tribunal de Justiça: (...) Os 38g de cocaína apreendidos com o Apelante seriam suficientes para confecção de cerca de 1.900 doses, que serviriam para alimentar o vício de diversos usuários. Tais circunstâncias não podem ser desprezadas no momento da imposição do regime de cumprimento de 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP pena, não ocorrendo infringência às Súmulas n 718 e n 719, do Colendo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.” 3.1. Como se vê, as instâncias ordinárias justificaram o afastamento da causa de diminuição da pena em razão de atos infracionais. Esse posicionamento, contudo, não se alinha à jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que “para legitimar a não aplicação do redutor é essencial fundamentação corroborada em elementos capazes de afastar um dos requisitos legais, sob pena de desrespeito ao princípio da individualização da pena e de fundamentação das decisões judiciais.” (HC 178.018, Relator Gilmar Mendes, DJe 27.11.2019). Esclareço que “[o] ato infracional cometido pelo agente quando inimputável não pode ser utilizado como fundamento para se deduzir a dedicação à atividades criminosas, principalmente quando inexiste nos autos provas de práticas delitivas reiteradas.” (HC 179.159, Relator Gilmar Mendes, DJe 19.12.2019). Na mesma linha: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO § 4... DO ART. 33 DA LEI N. 11.343/2006. INQUÉRITOS E PROCESSOS EM CURSO. ATOS INFRACIONAIS. INVIABILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (AgR no HC 184.979/SP, Relatora Cármen Lúcia, Segunda Turma, Dje 07.08.2020) Desse modo, constatada a motivação inidônea para afastar a causa de diminuição da pena, concluo que a deficiência na fundamentação da dosimetria da reprimenda configura situação de flagrante ilegalidade, especialmente porque o paciente é primário, possui bons antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP pena, não ocorrendo infringência às Súmulas n 718 e n 719, do Colendo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.” 3.1. Como se vê, as instâncias ordinárias justificaram o afastamento da causa de diminuição da pena em razão de atos infracionais. Esse posicionamento, contudo, não se alinha à jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que “para legitimar a não aplicação do redutor é essencial fundamentação corroborada em elementos capazes de afastar um dos requisitos legais, sob pena de desrespeito ao princípio da individualização da pena e de fundamentação das decisões judiciais.” (HC 178.018, Relator Gilmar Mendes, DJe 27.11.2019). Esclareço que “[o] ato infracional cometido pelo agente quando inimputável não pode ser utilizado como fundamento para se deduzir a dedicação à atividades criminosas, principalmente quando inexiste nos autos provas de práticas delitivas reiteradas.” (HC 179.159, Relator Gilmar Mendes, DJe 19.12.2019). Na mesma linha: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO § 4... DO ART. 33 DA LEI N. 11.343/2006. INQUÉRITOS E PROCESSOS EM CURSO. ATOS INFRACIONAIS. INVIABILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (AgR no HC 184.979/SP, Relatora Cármen Lúcia, Segunda Turma, Dje 07.08.2020) Desse modo, constatada a motivação inidônea para afastar a causa de diminuição da pena, concluo que a deficiência na fundamentação da dosimetria da reprimenda configura situação de flagrante ilegalidade, especialmente porque o paciente é primário, possui bons antecedentes e, à míngua de outros elementos probatórios, não há comprovação de que integre organização criminosa ou se dedique à traficância 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP habitualmente. Dito isso, não visualizo qualquer argumento ou fundamento hábil a negar a incidência da minorante em seu patamar máximo. Por conseguinte, à luz da modificação realizada na dosimetria, fixo a pena privativa de liberdade final em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão e a pena de multa em 166 (cento e sessenta e seis) dias-multa. 3.2. Quanto ao regime inicial, observo que a sua fixação segue os critérios estabelecidos no artigo 33 do Código Penal, quais sejam, a quantidade de pena, a reincidência e as circunstâncias judiciais: “Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (…) § 2... - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto . § 3... - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.“ Ainda nesse sentido, as Súmulas 718 e 719/Supremo Tribunal Federal enunciam 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP habitualmente. Dito isso, não visualizo qualquer argumento ou fundamento hábil a negar a incidência da minorante em seu patamar máximo. Por conseguinte, à luz da modificação realizada na dosimetria, fixo a pena privativa de liberdade final em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão e a pena de multa em 166 (cento e sessenta e seis) dias-multa. 3.2. Quanto ao regime inicial, observo que a sua fixação segue os critérios estabelecidos no artigo 33 do Código Penal, quais sejam, a quantidade de pena, a reincidência e as circunstâncias judiciais: “Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (…) § 2... - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto . § 3... - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.“ Ainda nesse sentido, as Súmulas 718 e 719/Supremo Tribunal Federal enunciam 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP que a mera gravidade do crime não se revela argumento hígido a chancelar a imposição de regime mais gravoso que o estipulado aprioristicamente pela lei. Da mesma forma, o regime mais severo que a quantidade de pena permitir é admissível tão somente nas hipóteses de motivação idônea, calcada, como dito, nas circunstâncias descritas no artigo 59 do Código Penal: “Súmula 718: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.” “Súmula 719: A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.” Importa ressaltar que o Pleno desta Suprema Corte declarou inconstitucional a fixação ex lege do regime inicial na hipótese de crimes hediondos e equiparados: “(…) Ordem concedida tão somente para remover o óbice constante do § 1... do art. 2... da Lei n 8.072/90, com a redação dada pela Lei n 11.464/07, o qual determina que “[a] pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado“. Declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do cumprimento de pena decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado.” (HC 111840, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 27.06.2012, grifei). Enfatizo que “o indivíduo é sempre uma realidade única ou insimilar, irrepetível mesmo na sua condição de microcosmo ou de um universo à parte. Logo, todo instituto de direito penal que se lhe aplique pena, prisão, progressão de regime penitenciário, 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP que a mera gravidade do crime não se revela argumento hígido a chancelar a imposição de regime mais gravoso que o estipulado aprioristicamente pela lei. Da mesma forma, o regime mais severo que a quantidade de pena permitir é admissível tão somente nas hipóteses de motivação idônea, calcada, como dito, nas circunstâncias descritas no artigo 59 do Código Penal: “Súmula 718: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.” “Súmula 719: A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.” Importa ressaltar que o Pleno desta Suprema Corte declarou inconstitucional a fixação ex lege do regime inicial na hipótese de crimes hediondos e equiparados: “(…) Ordem concedida tão somente para remover o óbice constante do § 1... do art. 2... da Lei n 8.072/90, com a redação dada pela Lei n 11.464/07, o qual determina que “[a] pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado“. Declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do cumprimento de pena decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado.” (HC 111840, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 27.06.2012, grifei). Enfatizo que “o indivíduo é sempre uma realidade única ou insimilar, irrepetível mesmo na sua condição de microcosmo ou de um universo à parte. Logo, todo instituto de direito penal que se lhe aplique pena, prisão, progressão de regime penitenciário, 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP liberdade provisória, conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos há de exibir o timbre da personalização.” (HC 110844, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 10.04.2012, grifei). É por esta razão que “a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consolidou entendimento de que a hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime prisional mais gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime imposto observando a singularidade do caso concreto” (HC 133617, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 10.05.2016). Ademais, o Pleno do Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido de que “[o] tráfico de entorpecentes privilegiado (art. 33, § 4..., da Lei n. 11.313/2006) não se harmoniza com a hediondez do tráfico de entorpecentes definido no caput e § 1... do art. 33 da Lei de Tóxicos.” (HC 118533, Relatora Cármen Lúcia, Pleno, DJe 19.09.2016) No caso concreto, os fundamentos utilizados na escolha do regime são genéricos e dizem respeito à hediondez abstrata do delito. Nessa ótica, a motivação deficiente invalida a decisão e, em tal medida, autoriza o cumprimento da pena em regime inicial aberto, conforme abstratamente previsto em lei. 4. Posto isso, com fulcro no art. 192 do RISTF, não conheço do habeas corpus, mas concedo a ordem, de ofício, a fim de a) aplicar o redutor do § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006 no percentual máximo de 2/3 (dois terços), e, consequentemente, estabelecer a pena privativa de liberdade em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão e a pena de multa em 166 (cento e sessenta e seis) dias-multa, relativa à ação criminal 1509560- 72.2018.8.26.0320; b) fixar o regime inicial aberto, nos termos do art. 33, §2..., “c”, do Código Penal Brasileiro, e c) determinar ao Juízo da Execução que reavalie, à luz da nova pena definitiva, a possibilidade de substituir a sanção corporal por restritiva de direitos. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP liberdade provisória, conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos há de exibir o timbre da personalização.” (HC 110844, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 10.04.2012, grifei). É por esta razão que “a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consolidou entendimento de que a hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime prisional mais gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime imposto observando a singularidade do caso concreto” (HC 133617, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 10.05.2016). Ademais, o Pleno do Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido de que “[o] tráfico de entorpecentes privilegiado (art. 33, § 4..., da Lei n. 11.313/2006) não se harmoniza com a hediondez do tráfico de entorpecentes definido no caput e § 1... do art. 33 da Lei de Tóxicos.” (HC 118533, Relatora Cármen Lúcia, Pleno, DJe 19.09.2016) No caso concreto, os fundamentos utilizados na escolha do regime são genéricos e dizem respeito à hediondez abstrata do delito. Nessa ótica, a motivação deficiente invalida a decisão e, em tal medida, autoriza o cumprimento da pena em regime inicial aberto, conforme abstratamente previsto em lei. 4. Posto isso, com fulcro no art. 192 do RISTF, não conheço do habeas corpus, mas concedo a ordem, de ofício, a fim de a) aplicar o redutor do § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006 no percentual máximo de 2/3 (dois terços), e, consequentemente, estabelecer a pena privativa de liberdade em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão e a pena de multa em 166 (cento e sessenta e seis) dias-multa, relativa à ação criminal 1509560- 72.2018.8.26.0320; b) fixar o regime inicial aberto, nos termos do art. 33, §2..., “c”, do Código Penal Brasileiro, e c) determinar ao Juízo da Execução que reavalie, à luz da nova pena definitiva, a possibilidade de substituir a sanção corporal por restritiva de direitos. 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP Conforme mencionado, as instâncias ordinárias deixaram de aplicar a minorante prevista no § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006, pois deduziram que a existência de registros de atos infracionais denota que o agravado se dedicava a atividades criminosas. Todavia, na linha dos precedentes desta Colenda Turma, a menção a atos infracionais praticados pelo agente não consiste fundamentação idônea para afastar a minorante em exame. No mesmo sentido, cito ainda as seguintes decisões monocráticas: HC 192.026/SP, Relator Rosa Weber, DJe 01.12.2020; HC 198.417/DF, Relatora Cármen Lúcia, DJe 09.03.2021; HC 198.732, Relatora Rosa Weber, DJe 15.03.2021. Esse entendimento está em consonância com sistema de proteção integral assegurado a crianças e adolescentes por nosso ordenamento jurídico (art. 227 da Constituição Federal; Estatuto da Criança e do Adolescente e Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança), que atribui corresponsabilidade à família, à sociedade e ao poder público na promoção e defesa de seus direitos fundamentais. Com efeito, o adolescente é sujeito de direito, destinatário de absoluta prioridade, cuja condição peculiar de pessoa em desenvolvimento deve ser respeitada. Sob essa ótica, o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que as medidas aplicadas ao menor infrator são socioeducativas e objetivam a sua própria proteção. Ademais, não podemos olvidar que a Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) identifica a “utilização, recrutamento e oferta de criança para atividades ilícitas, particularmente para a produção e tráfico de entorpecentes conforme definidos nos tratados internacionais pertinentes” como uma das piores formas de trabalho infantil, junto ao abuso sexual e à escravidão. Sem dúvida, crianças e adolescentes envolvidos na atividade de tráfico de drogas são, em verdade, vítimas da criminalidade e da ineficiência do Estado, da família e da sociedade em protegê-los e assegurar-lhes os seus direitos fundamentais. O fato de se tornarem 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP Conforme mencionado, as instâncias ordinárias deixaram de aplicar a minorante prevista no § 4... do art. 33 da Lei 11.343/2006, pois deduziram que a existência de registros de atos infracionais denota que o agravado se dedicava a atividades criminosas. Todavia, na linha dos precedentes desta Colenda Turma, a menção a atos infracionais praticados pelo agente não consiste fundamentação idônea para afastar a minorante em exame. No mesmo sentido, cito ainda as seguintes decisões monocráticas: HC 192.026/SP, Relator Rosa Weber, DJe 01.12.2020; HC 198.417/DF, Relatora Cármen Lúcia, DJe 09.03.2021; HC 198.732, Relatora Rosa Weber, DJe 15.03.2021. Esse entendimento está em consonância com sistema de proteção integral assegurado a crianças e adolescentes por nosso ordenamento jurídico (art. 227 da Constituição Federal; Estatuto da Criança e do Adolescente e Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança), que atribui corresponsabilidade à família, à sociedade e ao poder público na promoção e defesa de seus direitos fundamentais. Com efeito, o adolescente é sujeito de direito, destinatário de absoluta prioridade, cuja condição peculiar de pessoa em desenvolvimento deve ser respeitada. Sob essa ótica, o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que as medidas aplicadas ao menor infrator são socioeducativas e objetivam a sua própria proteção. Ademais, não podemos olvidar que a Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) identifica a “utilização, recrutamento e oferta de criança para atividades ilícitas, particularmente para a produção e tráfico de entorpecentes conforme definidos nos tratados internacionais pertinentes” como uma das piores formas de trabalho infantil, junto ao abuso sexual e à escravidão. Sem dúvida, crianças e adolescentes envolvidos na atividade de tráfico de drogas são, em verdade, vítimas da criminalidade e da ineficiência do Estado, da família e da sociedade em protegê-los e assegurar-lhes os seus direitos fundamentais. O fato de se tornarem 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto - MIN. EDSON FACHIN HC 202574 AGR / SP adultos que persistem na conduta ilícita torna evidente a incapacidade de atuação desses atores e a vulnerabilidade desses jovens à época em que eram inimputáveis. Desse modo, repiso que a prática de atos infracionais pretéritos não deve repercutir na dosimetria da reprimenda do agente, sob pena de subverter o sistema de proteção integral ao estigmatizar o adolescente como criminoso habitual, desrespeitando sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e sujeito de direito. No que diz respeito à fração de redução de pena, observo que, em regra, o ajuste na dosimetria deve ser implementado pelas instâncias ordinárias, que poderão valer-se das circunstâncias do art. 59 do Código Penal ou do art. 42 da Lei 11.343/2006. Todavia, no caso em apreço, a pena-base já havia sido aumentada, pelo Juízo de primeiro grau, em razão da quantidade de droga aprendida (38g de cocaína). Desse modo, tendo em vista a impossibilidade de valorá-la novamente e à míngua de outros elementos que pudessem repercutir na escolha da fração de diminuição da pena, fiz os ajustes necessários. Ao final, fixei-a no maior patamar, o que resultou na pena definitiva de 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão. Quanto ao regime, observei que os fundamentos utilizados para justificar a escolha do mais gravoso embasavam-se na hediondez abstrata do delito, o que é sabidamente refutado pela jurisprudência desta Corte, por violar os princípios da individualização da pena e do dever de fundamentação das decisões judiciais. À vista do motivação deficiente, estabeleci o regime inicial aberto, conforme abstratamente previsto em lei (art. 33, Código Penal Brasileiro), por reputá-lo proporcional e adequado às circunstâncias delitivas, mormente porque se trata de tráfico “privilegiado”. Assim, considerando que a decisão unipessoal restou lastreada na jurisprudência desta Corte e que as razões recursais não são aptas a infirmá-la, voto pela sua manutenção. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Supremo Tribunal Federal HC 202574 AGR / SP adultos que persistem na conduta ilícita torna evidente a incapacidade de atuação desses atores e a vulnerabilidade desses jovens à época em que eram inimputáveis. Desse modo, repiso que a prática de atos infracionais pretéritos não deve repercutir na dosimetria da reprimenda do agente, sob pena de subverter o sistema de proteção integral ao estigmatizar o adolescente como criminoso habitual, desrespeitando sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e sujeito de direito. No que diz respeito à fração de redução de pena, observo que, em regra, o ajuste na dosimetria deve ser implementado pelas instâncias ordinárias, que poderão valer-se das circunstâncias do art. 59 do Código Penal ou do art. 42 da Lei 11.343/2006. Todavia, no caso em apreço, a pena-base já havia sido aumentada, pelo Juízo de primeiro grau, em razão da quantidade de droga aprendida (38g de cocaína). Desse modo, tendo em vista a impossibilidade de valorá-la novamente e à míngua de outros elementos que pudessem repercutir na escolha da fração de diminuição da pena, fiz os ajustes necessários. Ao final, fixei-a no maior patamar, o que resultou na pena definitiva de 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão. Quanto ao regime, observei que os fundamentos utilizados para justificar a escolha do mais gravoso embasavam-se na hediondez abstrata do delito, o que é sabidamente refutado pela jurisprudência desta Corte, por violar os princípios da individualização da pena e do dever de fundamentação das decisões judiciais. À vista do motivação deficiente, estabeleci o regime inicial aberto, conforme abstratamente previsto em lei (art. 33, Código Penal Brasileiro), por reputá-lo proporcional e adequado às circunstâncias delitivas, mormente porque se trata de tráfico “privilegiado”. Assim, considerando que a decisão unipessoal restou lastreada na jurisprudência desta Corte e que as razões recursais não são aptas a infirmá-la, voto pela sua manutenção. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1E45-F880-F08F-4311 e senha 0AF2-CAAE-C182-A1DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1D49-23A0-631B-AFB0 e senha DFB8-4E8A-9423-C0AA Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 202.574 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AGDO.(A/S) : LEONARDO HENRIQUES ARAUJO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1D49-23A0-631B-AFB0 e senha DFB8-4E8A-9423-C0AA Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 202 . 574", "Súmulas 718 e 719 / Supremo Tribunal Federal", "HC 202574 AGR / SP", "HC 202574 AGR / SP", "HABEAS CORPUS 202 . 574 SÃO", "HABEAS CORPUS 202 . 574", "HC 202574 AGR / SP", "HC 202574 AGR / SP", "HC 202574", "Súmula n . 231 do Superior Tribunal de Justiça", "Sumula n 231 , do", "HC 202574 AGR / SP", "Súmula n . 231 do Superior Tribunal de Justiça", "Sumula n 231 , do Colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "HC 202574 AGR / SP", "Agravo em Execução n 7001829 - 94 . 2014 . 8 . 26 . 0198", "HC 202574 AGR / SP", "Agravo em Execução n 7001829 - 94 . 2014 . 8 . 26 . 0198", "HC 202574 AGR / SP", "HC 178 . 018", "HC 179 . 159", "AgR no HC 184 . 979 / SP", "HC 202574 AGR / SP", "Súmulas n 718", "HC 178 . 018", "HC 179 . 159", "AgR no HC 184 . 979 / SP", "HC 202574 AGR / SP", "Súmulas 718", "HC 202574 AGR / SP", "Súmulas 718 e 719 / Supremo Tribunal Federal", "HC 202574 AGR / SP", "HC 111840", "HC 202574 AGR", "HC 111840", "HC 202574 AGR / SP", "HC 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da Lei Antidrogas", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 , da Lei n . 11 . 343 / 2006", "artigo 42 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "artigos 59 e 68 do Código Penal", "artigo 42 , da Lei de Drogas", "artigo 59 , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 , da Lei n . 11 . 343 / 2006", "artigo 42 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "artigos 59 e 68 do Código Penal", "artigo 42 , da Lei de Drogas", "artigo 59 , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 65 , inciso I , do Código Penal", "§ 4 . . . do artigo 33 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 65 , inciso I , do Código Penal", "§ 4 . . . do artigo 33 da Lei n . 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 4 . . . , do art . 33 , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "art . 44 , I , do Código Penal", "art . 2 . . . , § 1 . . . , da Lei n 8 . 072 / 90", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 4 . . . , do art . 33 , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de Drogas", "art . 44 , I , do Código Penal", "art . 2 . . . , § 1 . . . , da Lei n 8 . 072 / 90", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 33 DA LEI N", "343", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 33 DA LEI N . 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 33 do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 59 do Código Penal", "§ 1 . . . do art . 2 . . . da Lei n 8 . 072 / 90", "Lei n 11 . 464 / 07", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 59 do Código Penal", "§ 1 . . . do art . 2 . . . da Lei n 8 . 072 / 90", "Lei n 11 . 464 / 07", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei n . 11 . 313 / 2006", "caput e § 1 . . . do art . 33 da Lei de Tóxicos", "art . 192 do RISTF", "art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006", "33 , § 2 . . . , “ c ” , do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 , § 4 . . . , da Lei n . 11 . 313 / 2006", "art . 192 do RISTF", "§", "art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 , § 2 . . . , “ c ” , do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 227 da Constituição Federal", "Estatuto da Criança e do Adolescente", "Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança", "Estatuto da Criança e do Adolescente", "Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 227 da Constituição Federal", "Estatuto da Criança e do Adolescente", "Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança", "Estatuto da Criança e do Adolescente", "Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 59 do Código Penal", "art . 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "art . 33 , Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 59 do Código 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"SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SP", "Superior Tribunal de Justiça", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Terceira Câmara de", "Supremo Tribunal Federal", "Terceira Câmara de Direito Criminal", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "/", "SP", "Pleno", "Tribunal Pleno", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Pleno do Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "/", "SP", "OIT", "Supremo Tribunal Federal", "OIT", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO 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"LEONARDO HENRIQUES ARAUJO", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16 de agosto de 2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16 de agosto de 2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "27", ".", "01", ".", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "27", ".", "01", ".", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "27", ".", "11", ".", "2019", "19", ".", "12", ".", "2019", "07", ".", "08", ".", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "27", ".", "11", ".", "2019", "19", 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"2001" ] }
Ementa e Acórdão 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO ACRE AGTE.(S) :DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) :AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :PAULO JOSE BORGES DA SILVA EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. GRATIFICAÇÃO DA SEXTA- PARTE. BASE DE CÁLCULO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise de matéria infraconstitucional local (Súmula 280 do STF), tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 21 a 28/5/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC37-056F-E822-8E44 e senha 98F7-B593-EE96-0CBA Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão ARE 1315413 AGR / AC majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC37-056F-E822-8E44 e senha 98F7-B593-EE96-0CBA Supremo Tribunal Federal ARE 1315413 AGR / AC majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC37-056F-E822-8E44 e senha 98F7-B593-EE96-0CBA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO ACRE AGTE.(S) :DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) :AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :PAULO JOSE BORGES DA SILVA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte, a qual negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência dos óbices das Súmulas 279 e 280 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Em atenção ao princípio da celeridade processual e por não verificar prejuízo à parte agravada, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CBF0-4B75-9BEB-8BCB e senha A945-A294-DDB9-AF74 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO ACRE AGTE.(S) :DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) :AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :PAULO JOSE BORGES DA SILVA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte, a qual negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência dos óbices das Súmulas 279 e 280 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Em atenção ao princípio da celeridade processual e por não verificar prejuízo à parte agravada, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CBF0-4B75-9BEB-8BCB e senha A945-A294-DDB9-AF74 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, analisados os autos, colhe-se do voto condutor do acórdão atacado na via extraordinária a seguinte fundamentação, in verbis: “Conforme já relatado, o Estado promoveu a alegada redução de remuneração, a partir do mês de janeiro/2018, após o Reclamado rever a interpretação dada à letra da legislação local acerca da base de cálculo para fins de pagamentos das gratificações e adicionais dos servidores públicos estaduais, em decorrência do teor do Ofício Circular nº. 49/SGA/GABIN- ADA06-17-000954, datado de 26/12/2017 (págs.21/24). Até dezembro/2017 se utilizava o valor da remuneração dos servidores, nestas incluídas o vencimento base do cargo, as gratificações e adicionais que se incorporavam aos vencimentos, passando, após a nova interpretação, a considerar para fins de base de cálculo da gratificação de sexta parte apenas o valor do vencimento fixo previsto para o respectivo cargo, segundo a distinção trazida pela Lei Complementar Estadual nº. 39/93 Estatuto dos Servidores Públicos Civis Estaduais. (…) O recorrente não insurge contra a nova forma de cálculo adotada. Pretende, isto sim, que seja garantido que essa nova sistemática não implique em redução da sua remuneração, para Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, analisados os autos, colhe-se do voto condutor do acórdão atacado na via extraordinária a seguinte fundamentação, in verbis: “Conforme já relatado, o Estado promoveu a alegada redução de remuneração, a partir do mês de janeiro/2018, após o Reclamado rever a interpretação dada à letra da legislação local acerca da base de cálculo para fins de pagamentos das gratificações e adicionais dos servidores públicos estaduais, em decorrência do teor do Ofício Circular nº. 49/SGA/GABIN- ADA06-17-000954, datado de 26/12/2017 (págs.21/24). Até dezembro/2017 se utilizava o valor da remuneração dos servidores, nestas incluídas o vencimento base do cargo, as gratificações e adicionais que se incorporavam aos vencimentos, passando, após a nova interpretação, a considerar para fins de base de cálculo da gratificação de sexta parte apenas o valor do vencimento fixo previsto para o respectivo cargo, segundo a distinção trazida pela Lei Complementar Estadual nº. 39/93 Estatuto dos Servidores Públicos Civis Estaduais. (…) O recorrente não insurge contra a nova forma de cálculo adotada. Pretende, isto sim, que seja garantido que essa nova sistemática não implique em redução da sua remuneração, para Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1315413 AGR / AC tanto pugnando pela implementação de uma gratificação denominada Vantagem Pessoal Nominal(VPNI), cujo valor deve corresponder exatamente ao montante que deixou de auferir a partir de janeiro/2018. Consoante as alegações do Estado do Acre, o acolhimento do pedido da parte Reclamante implicaria em uma contradição decisória, pois ao mesmo tempo em que é incontroversa a ilegalidade na forma como se apurava a gratificação da sexta parte, a decisão judicial estaria determinando ao Estado que continue a realizar esse pagamento, embora sob rubrica diferente. Por isso, segundo o Reclamado, "A sobredita lógica-jurídica, em verdade, acaba por prorrogar" no tempo uma situação antijurídica e promover injusto desfalque ao erário público" (págs.180). (...) Por fim, dos documentos de págs. 29 e 37/42 denoto que o vencimento base da parte Reclamante, em dezembro/2017, perfazia o valor de R$ 1.142,40 (mil cento e quarenta e dois reais e quarenta centavos),recebendo a gratificação de sexta parte no valor de R$ 336,10 (trezentos e trinta seis reais e dez centavos). Com a revisão da base de cálculo, o Reclamante em janeiro/2018, continuou a receber o mesmo valor referente ao vencimento base, no entanto, a gratificação de sexta parte foi reduzida,passando a ser paga no valor de R$ 190,40 (cento e noventa reais e quarenta centavos). Assim, nota-se a diferença vencimental de R$ 145,70 (cento e quarenta e cinco reais e setenta centavos) entre o valor anteriormente pago e o valor que passou a ser pago a partir da nova sistemática adotada. Nesses termos, a implementação da Vantagem Pessoal Nominal, conforme pretendido pela parte autora se mostra necessária e perfeitamente legítima, devendo ser observada, para fins de implementação, a diferença encontrada entre o valor percebido a título de vencimento base na data do ultimo pagamento (dezembro/2017) conforme antigo cálculo e o valora partir do cálculo revisado, ocorrido a partir do mês de janeiro/2018, in casu, o importe de R$ 145,70 (cento e quarenta e cinco reais e setenta centavos).“ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Supremo Tribunal Federal ARE 1315413 AGR / AC tanto pugnando pela implementação de uma gratificação denominada Vantagem Pessoal Nominal(VPNI), cujo valor deve corresponder exatamente ao montante que deixou de auferir a partir de janeiro/2018. Consoante as alegações do Estado do Acre, o acolhimento do pedido da parte Reclamante implicaria em uma contradição decisória, pois ao mesmo tempo em que é incontroversa a ilegalidade na forma como se apurava a gratificação da sexta parte, a decisão judicial estaria determinando ao Estado que continue a realizar esse pagamento, embora sob rubrica diferente. Por isso, segundo o Reclamado, "A sobredita lógica-jurídica, em verdade, acaba por prorrogar" no tempo uma situação antijurídica e promover injusto desfalque ao erário público" (págs.180). (...) Por fim, dos documentos de págs. 29 e 37/42 denoto que o vencimento base da parte Reclamante, em dezembro/2017, perfazia o valor de R$ 1.142,40 (mil cento e quarenta e dois reais e quarenta centavos),recebendo a gratificação de sexta parte no valor de R$ 336,10 (trezentos e trinta seis reais e dez centavos). Com a revisão da base de cálculo, o Reclamante em janeiro/2018, continuou a receber o mesmo valor referente ao vencimento base, no entanto, a gratificação de sexta parte foi reduzida,passando a ser paga no valor de R$ 190,40 (cento e noventa reais e quarenta centavos). Assim, nota-se a diferença vencimental de R$ 145,70 (cento e quarenta e cinco reais e setenta centavos) entre o valor anteriormente pago e o valor que passou a ser pago a partir da nova sistemática adotada. Nesses termos, a implementação da Vantagem Pessoal Nominal, conforme pretendido pela parte autora se mostra necessária e perfeitamente legítima, devendo ser observada, para fins de implementação, a diferença encontrada entre o valor percebido a título de vencimento base na data do ultimo pagamento (dezembro/2017) conforme antigo cálculo e o valora partir do cálculo revisado, ocorrido a partir do mês de janeiro/2018, in casu, o importe de R$ 145,70 (cento e quarenta e cinco reais e setenta centavos).“ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1315413 AGR / AC Nesse contexto, consoante asseverado no decisum agravado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmulas 279 e 280 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PREQUESTIONAMENTO DO ART. 102, § 2°, DA CF. AUSÊNCIA. SÚMULA 282/STF. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. QUINQUÊNIOS E SEXTA-PARTE. NORMA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280/STF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I - Ausência de prequestionamento da questão constitucional suscitada em torno do art. 102, § 2°, da CF. Incidência da Súmula 282/ STF. Ademais, a tardia alegação de ofensa ao texto constitucional, apenas deduzida em embargos de declaração, não supre o prequestionamento. Precedentes. II - Para divergir da conclusão adotada pelo acórdão recorrido, seria necessário interpretação da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie, circunstância que torna inviável o recurso, nos termos da Súmula 280 do STF. Precedentes. III- Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do CPC, observados os limites legais dos § 2° e § 3°, do mesmo artigo. IV - Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4°, do CPC.” (ARE 1.024.499-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 30/08/2017) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Servidor militar estadual. Quinquênios. Sexta parte. Incidência sobre os vencimentos integrais. Legislação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Supremo Tribunal Federal ARE 1315413 AGR / AC Nesse contexto, consoante asseverado no decisum agravado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmulas 279 e 280 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PREQUESTIONAMENTO DO ART. 102, § 2°, DA CF. AUSÊNCIA. SÚMULA 282/STF. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. QUINQUÊNIOS E SEXTA-PARTE. NORMA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280/STF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I - Ausência de prequestionamento da questão constitucional suscitada em torno do art. 102, § 2°, da CF. Incidência da Súmula 282/ STF. Ademais, a tardia alegação de ofensa ao texto constitucional, apenas deduzida em embargos de declaração, não supre o prequestionamento. Precedentes. II - Para divergir da conclusão adotada pelo acórdão recorrido, seria necessário interpretação da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie, circunstância que torna inviável o recurso, nos termos da Súmula 280 do STF. Precedentes. III- Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do CPC, observados os limites legais dos § 2° e § 3°, do mesmo artigo. IV - Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4°, do CPC.” (ARE 1.024.499-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 30/08/2017) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Servidor militar estadual. Quinquênios. Sexta parte. Incidência sobre os vencimentos integrais. Legislação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1315413 AGR / AC local. Ofensa reflexa. Ausência de repercussão geral. Precedentes. 1. A Corte, ao analisar o RE nº 764.332/SP, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, concluiu pela ausência de repercussão geral da matéria “em que se discute, à luz do art. 37, XIV, da Constituição Federal, se o adicional por tempo de serviço (quinquênio) recebido por servidores públicos deve incidir sobre os vencimentos integrais, incluídos nesse conceito o salário base mais as gratificações e os adicionais reputados como de natureza permanente, nos termos da legislação que os instituiu”, dado seu caráter infraconstitucional. 2. Agravo regimental não provido.” (ARE 702.042-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 20/11/2014) “ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. QUINQUÊNIO. INCIDÊNCIA SOBRE OS VENCIMENTOS INTEGRAIS, INCLUINDO OS ADICIONAIS E AS GRATIFICAÇÕES REPUTADOS COMO DE NATUREZA PERMANENTE. INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO ESTADUAL. MATÉRIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. ATRIBUIÇÃO DOS EFEITOS DA AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO.” (RE 764.332-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Joaquim Barbosa (Presidente), DJe de 21/03/2014) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Supremo Tribunal Federal ARE 1315413 AGR / AC local. Ofensa reflexa. Ausência de repercussão geral. Precedentes. 1. A Corte, ao analisar o RE nº 764.332/SP, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, concluiu pela ausência de repercussão geral da matéria “em que se discute, à luz do art. 37, XIV, da Constituição Federal, se o adicional por tempo de serviço (quinquênio) recebido por servidores públicos deve incidir sobre os vencimentos integrais, incluídos nesse conceito o salário base mais as gratificações e os adicionais reputados como de natureza permanente, nos termos da legislação que os instituiu”, dado seu caráter infraconstitucional. 2. Agravo regimental não provido.” (ARE 702.042-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 20/11/2014) “ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. QUINQUÊNIO. INCIDÊNCIA SOBRE OS VENCIMENTOS INTEGRAIS, INCLUINDO OS ADICIONAIS E AS GRATIFICAÇÕES REPUTADOS COMO DE NATUREZA PERMANENTE. INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO ESTADUAL. MATÉRIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. ATRIBUIÇÃO DOS EFEITOS DA AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO.” (RE 764.332-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Joaquim Barbosa (Presidente), DJe de 21/03/2014) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1315413 AGR / AC fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Supremo Tribunal Federal ARE 1315413 AGR / AC fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO ACRE AGTE.(S) :DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) :AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :PAULO JOSE BORGES DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 82DB-3DF1-5107-9E48 e senha 0074-A516-A7F2-417C Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO ACRE AGTE.(S) :DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) :AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :PAULO JOSE BORGES DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 82DB-3DF1-5107-9E48 e senha 0074-A516-A7F2-417C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 31/05/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 PROCED. : ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO ACRE AGTE.(S) : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) : AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : PAULO JOSE BORGES DA SILVA (3306/AC, 6336/RO) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1DF1-19C3-9274-7F5B e senha 4694-B3E1-312C-9F1C Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 PROCED. : ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO ACRE AGTE.(S) : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) : AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : PAULO JOSE BORGES DA SILVA (3306/AC, 6336/RO) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1DF1-19C3-9274-7F5B e senha 4694-B3E1-312C-9F1C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756098864
2021-05-31T00:00:00
2021-06-10T00:00:00
O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. GRATIFICAÇÃO DA SEXTA-PARTE. BASE DE CÁLCULO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise de matéria infraconstitucional local (Súmula 280 do STF), tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
sjur448256
- Acórdão(s) citado(s): (SERVIDOR PÚBLICO, ADICIONAL DE SEXTA PARTE, REEXAME, FATO, PROVA, DIREITO LOCAL) ARE 702042 AgR (1ªT), ARE 1024499 AgR (2ªT), RE 764332 AgR. Número de páginas: 10. Análise: 31/08/2021, MJC.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1315413
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011 \n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279 \n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000280 \n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1315413 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ESTADO DO ACRE AGTE.(S) : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) : AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : PAULO JOSE BORGES DA SILVA
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO ACRE AGTE.(S) :DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) :AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :PAULO JOSE BORGES DA SILVA EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. GRATIFICAÇÃO DA SEXTA- PARTE. BASE DE CÁLCULO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise de matéria infraconstitucional local (Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal), tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 21 a 28/5/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC37-056F-E822-8E44 e senha 98F7-B593-EE96-0CBA Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão ARE 1315413 AGR / AC majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC37-056F-E822-8E44 e senha 98F7-B593-EE96-0CBA Supremo Tribunal Federal ARE 1315413 AGR / AC majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EC37-056F-E822-8E44 e senha 98F7-B593-EE96-0CBA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO ACRE AGTE.(S) :DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) :AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :PAULO JOSE BORGES DA SILVA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte, a qual negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência dos óbices das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Em atenção ao princípio da celeridade processual e por não verificar prejuízo à parte agravada, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CBF0-4B75-9BEB-8BCB e senha A945-A294-DDB9-AF74 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO ACRE AGTE.(S) :DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) :AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :PAULO JOSE BORGES DA SILVA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte, a qual negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia e da incidência dos óbices das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Em atenção ao princípio da celeridade processual e por não verificar prejuízo à parte agravada, deixei de abrir prazo para contrarrazões. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CBF0-4B75-9BEB-8BCB e senha A945-A294-DDB9-AF74 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, analisados os autos, colhe-se do voto condutor do acórdão atacado na via extraordinária a seguinte fundamentação, in verbis: “Conforme já relatado, o Estado promoveu a alegada redução de remuneração, a partir do mês de janeiro/2018, após o Reclamado rever a interpretação dada à letra da legislação local acerca da base de cálculo para fins de pagamentos das gratificações e adicionais dos servidores públicos estaduais, em decorrência do teor do Ofício Circular n. 49/SGA/GABIN- ADA06-17-000954, datado de 26/12/2017 (págs.21/24). Até dezembro/2017 se utilizava o valor da remuneração dos servidores, nestas incluídas o vencimento base do cargo, as gratificações e adicionais que se incorporavam aos vencimentos, passando, após a nova interpretação, a considerar para fins de base de cálculo da gratificação de sexta parte apenas o valor do vencimento fixo previsto para o respectivo cargo, segundo a distinção trazida pela Lei Complementar Estadual n. 39/93 Estatuto dos Servidores Públicos Civis Estaduais. (…) O recorrente não insurge contra a nova forma de cálculo adotada. Pretende, isto sim, que seja garantido que essa nova sistemática não implique em redução da sua remuneração, para Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, analisados os autos, colhe-se do voto condutor do acórdão atacado na via extraordinária a seguinte fundamentação, in verbis: “Conforme já relatado, o Estado promoveu a alegada redução de remuneração, a partir do mês de janeiro/2018, após o Reclamado rever a interpretação dada à letra da legislação local acerca da base de cálculo para fins de pagamentos das gratificações e adicionais dos servidores públicos estaduais, em decorrência do teor do Ofício Circular n. 49/SGA/GABIN- ADA06-17-000954, datado de 26/12/2017 (págs.21/24). Até dezembro/2017 se utilizava o valor da remuneração dos servidores, nestas incluídas o vencimento base do cargo, as gratificações e adicionais que se incorporavam aos vencimentos, passando, após a nova interpretação, a considerar para fins de base de cálculo da gratificação de sexta parte apenas o valor do vencimento fixo previsto para o respectivo cargo, segundo a distinção trazida pela Lei Complementar Estadual n. 39/93 Estatuto dos Servidores Públicos Civis Estaduais. (…) O recorrente não insurge contra a nova forma de cálculo adotada. Pretende, isto sim, que seja garantido que essa nova sistemática não implique em redução da sua remuneração, para Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1315413 AGR / AC tanto pugnando pela implementação de uma gratificação denominada Vantagem Pessoal Nominal(VPNI), cujo valor deve corresponder exatamente ao montante que deixou de auferir a partir de janeiro/2018. Consoante as alegações do Estado do Acre, o acolhimento do pedido da parte Reclamante implicaria em uma contradição decisória, pois ao mesmo tempo em que é incontroversa a ilegalidade na forma como se apurava a gratificação da sexta parte, a decisão judicial estaria determinando ao Estado que continue a realizar esse pagamento, embora sob rubrica diferente. Por isso, segundo o Reclamado, "A sobredita lógica-jurídica, em verdade, acaba por prorrogar" no tempo uma situação antijurídica e promover injusto desfalque ao erário público" (págs.180). (...) Por fim, dos documentos de págs. 29 e 37/42 denoto que o vencimento base da parte Reclamante, em dezembro/2017, perfazia o valor de R$ 1.142,40 (mil cento e quarenta e dois reais e quarenta centavos),recebendo a gratificação de sexta parte no valor de R$ 336,10 (trezentos e trinta seis reais e dez centavos). Com a revisão da base de cálculo, o Reclamante em janeiro/2018, continuou a receber o mesmo valor referente ao vencimento base, no entanto, a gratificação de sexta parte foi reduzida,passando a ser paga no valor de R$ 190,40 (cento e noventa reais e quarenta centavos). Assim, nota-se a diferença vencimental de R$ 145,70 (cento e quarenta e cinco reais e setenta centavos) entre o valor anteriormente pago e o valor que passou a ser pago a partir da nova sistemática adotada. Nesses termos, a implementação da Vantagem Pessoal Nominal, conforme pretendido pela parte autora se mostra necessária e perfeitamente legítima, devendo ser observada, para fins de implementação, a diferença encontrada entre o valor percebido a título de vencimento base na data do ultimo pagamento (dezembro/2017) conforme antigo cálculo e o valora partir do cálculo revisado, ocorrido a partir do mês de janeiro/2018, in casu, o importe de R$ 145,70 (cento e quarenta e cinco reais e setenta centavos).“ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Supremo Tribunal Federal ARE 1315413 AGR / AC tanto pugnando pela implementação de uma gratificação denominada Vantagem Pessoal Nominal(VPNI), cujo valor deve corresponder exatamente ao montante que deixou de auferir a partir de janeiro/2018. Consoante as alegações do Estado do Acre, o acolhimento do pedido da parte Reclamante implicaria em uma contradição decisória, pois ao mesmo tempo em que é incontroversa a ilegalidade na forma como se apurava a gratificação da sexta parte, a decisão judicial estaria determinando ao Estado que continue a realizar esse pagamento, embora sob rubrica diferente. Por isso, segundo o Reclamado, "A sobredita lógica-jurídica, em verdade, acaba por prorrogar" no tempo uma situação antijurídica e promover injusto desfalque ao erário público" (págs.180). (...) Por fim, dos documentos de págs. 29 e 37/42 denoto que o vencimento base da parte Reclamante, em dezembro/2017, perfazia o valor de R$ 1.142,40 (mil cento e quarenta e dois reais e quarenta centavos),recebendo a gratificação de sexta parte no valor de R$ 336,10 (trezentos e trinta seis reais e dez centavos). Com a revisão da base de cálculo, o Reclamante em janeiro/2018, continuou a receber o mesmo valor referente ao vencimento base, no entanto, a gratificação de sexta parte foi reduzida,passando a ser paga no valor de R$ 190,40 (cento e noventa reais e quarenta centavos). Assim, nota-se a diferença vencimental de R$ 145,70 (cento e quarenta e cinco reais e setenta centavos) entre o valor anteriormente pago e o valor que passou a ser pago a partir da nova sistemática adotada. Nesses termos, a implementação da Vantagem Pessoal Nominal, conforme pretendido pela parte autora se mostra necessária e perfeitamente legítima, devendo ser observada, para fins de implementação, a diferença encontrada entre o valor percebido a título de vencimento base na data do ultimo pagamento (dezembro/2017) conforme antigo cálculo e o valora partir do cálculo revisado, ocorrido a partir do mês de janeiro/2018, in casu, o importe de R$ 145,70 (cento e quarenta e cinco reais e setenta centavos).“ 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1315413 AGR / AC Nesse contexto, consoante asseverado no decisum agravado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PREQUESTIONAMENTO DO ART. 102, § 2..., DA Constituição Federal de 1988. AUSÊNCIA. SÚMULA 282/Supremo Tribunal Federal. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. QUINQUÊNIOS E SEXTA-PARTE. NORMA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I - Ausência de prequestionamento da questão constitucional suscitada em torno do art. 102, § 2..., da Constituição Federal de 1988. Incidência da Súmula 282/ Supremo Tribunal Federal. Ademais, a tardia alegação de ofensa ao texto constitucional, apenas deduzida em embargos de declaração, não supre o prequestionamento. Precedentes. II - Para divergir da conclusão adotada pelo acórdão recorrido, seria necessário interpretação da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie, circunstância que torna inviável o recurso, nos termos da Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. III- Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites legais dos § 2... e § 3..., do mesmo artigo. IV - Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil.” (ARE 1.024.499-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 30/08/2017) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Servidor militar estadual. Quinquênios. Sexta parte. Incidência sobre os vencimentos integrais. Legislação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Supremo Tribunal Federal ARE 1315413 AGR / AC Nesse contexto, consoante asseverado no decisum agravado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PREQUESTIONAMENTO DO ART. 102, § 2..., DA Constituição Federal de 1988. AUSÊNCIA. SÚMULA 282/Supremo Tribunal Federal. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. QUINQUÊNIOS E SEXTA-PARTE. NORMA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280/Supremo Tribunal Federal. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I - Ausência de prequestionamento da questão constitucional suscitada em torno do art. 102, § 2..., da Constituição Federal de 1988. Incidência da Súmula 282/ Supremo Tribunal Federal. Ademais, a tardia alegação de ofensa ao texto constitucional, apenas deduzida em embargos de declaração, não supre o prequestionamento. Precedentes. II - Para divergir da conclusão adotada pelo acórdão recorrido, seria necessário interpretação da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie, circunstância que torna inviável o recurso, nos termos da Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. III- Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites legais dos § 2... e § 3..., do mesmo artigo. IV - Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil.” (ARE 1.024.499-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 30/08/2017) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Servidor militar estadual. Quinquênios. Sexta parte. Incidência sobre os vencimentos integrais. Legislação 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1315413 AGR / AC local. Ofensa reflexa. Ausência de repercussão geral. Precedentes. 1. A Corte, ao analisar o Recurso Extraordinário n 764.332/SP, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, concluiu pela ausência de repercussão geral da matéria “em que se discute, à luz do art. 37, XIV, da Constituição Federal, se o adicional por tempo de serviço (quinquênio) recebido por servidores públicos deve incidir sobre os vencimentos integrais, incluídos nesse conceito o salário base mais as gratificações e os adicionais reputados como de natureza permanente, nos termos da legislação que os instituiu”, dado seu caráter infraconstitucional. 2. Agravo regimental não provido.” (ARE 702.042-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 20/11/2014) “ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. QUINQUÊNIO. INCIDÊNCIA SOBRE OS VENCIMENTOS INTEGRAIS, INCLUINDO OS ADICIONAIS E AS GRATIFICAÇÕES REPUTADOS COMO DE NATUREZA PERMANENTE. INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO ESTADUAL. MATÉRIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. ATRIBUIÇÃO DOS EFEITOS DA AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO.” (Recurso Extraordinário 764.332-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Joaquim Barbosa (Presidente), DJe de 21/03/2014) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Supremo Tribunal Federal ARE 1315413 AGR / AC local. Ofensa reflexa. Ausência de repercussão geral. Precedentes. 1. A Corte, ao analisar o Recurso Extraordinário n 764.332/SP, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, concluiu pela ausência de repercussão geral da matéria “em que se discute, à luz do art. 37, XIV, da Constituição Federal, se o adicional por tempo de serviço (quinquênio) recebido por servidores públicos deve incidir sobre os vencimentos integrais, incluídos nesse conceito o salário base mais as gratificações e os adicionais reputados como de natureza permanente, nos termos da legislação que os instituiu”, dado seu caráter infraconstitucional. 2. Agravo regimental não provido.” (ARE 702.042-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 20/11/2014) “ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. QUINQUÊNIO. INCIDÊNCIA SOBRE OS VENCIMENTOS INTEGRAIS, INCLUINDO OS ADICIONAIS E AS GRATIFICAÇÕES REPUTADOS COMO DE NATUREZA PERMANENTE. INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO ESTADUAL. MATÉRIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. ATRIBUIÇÃO DOS EFEITOS DA AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO.” (Recurso Extraordinário 764.332-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Joaquim Barbosa (Presidente), DJe de 21/03/2014) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1315413 AGR / AC fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Supremo Tribunal Federal ARE 1315413 AGR / AC fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 231D-3DC9-FD10-5976 e senha C99F-2188-F44F-791A Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO ACRE AGTE.(S) :DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) :AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :PAULO JOSE BORGES DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 82DB-3DF1-5107-9E48 e senha 0074-A516-A7F2-417C Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ESTADO DO ACRE AGTE.(S) :DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) :AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :PAULO JOSE BORGES DA SILVA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 82DB-3DF1-5107-9E48 e senha 0074-A516-A7F2-417C Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 31/05/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 PROCED. : ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO ACRE AGTE.(S) : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) : AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : PAULO JOSE BORGES DA SILVA (3306/AC, 6336/RO) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1DF1-19C3-9274-7F5B e senha 4694-B3E1-312C-9F1C Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.315.413 PROCED. : ACRE RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ESTADO DO ACRE AGTE.(S) : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA-ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE - DERACRE PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE AGDO.(A/S) : AUDIZIO ALENCAR DA SILVA E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : PAULO JOSE BORGES DA SILVA (3306/AC, 6336/RO) Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1DF1-19C3-9274-7F5B e senha 4694-B3E1-312C-9F1C Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 315 . 413 ACRE", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1315413 AGR /", "ARE 1315413 AGR / AC", "Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 279", "ARE 1315413 AGR / AC", "ARE 1315413 AGR / AC", "ARE 1315413 AGR / AC", "Súmulas 279", "SÚMULA 282 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 280 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 282 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 024 . 499 - AgR", "ARE 1315413 AGR / AC", "Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 282 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 280 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 282 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 024 . 499 - AgR", "ARE 1315413 AGR", "Recurso Extraordinário n 764 . 332 / SP", "ARE 702 . 042 - AgR", "Recurso Extraordinário 764 . 332 - AgR", "ARE 1315413 AGR / AC", "Recurso Extraordinário n 764 . 332 / SP", "ARE 702 . 042 - AgR", "Recurso Extraordinário 764 . 332 - AgR", "ARE 1315413 AGR /", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 315 . 413" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar Estadual n . 39 / 93", "Estatuto dos Servidores Públicos Civis Estaduais", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei Complementar Estadual n . 39 / 93", "Estatuto dos Servidores Públicos Civis Estaduais", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 102 , § 2 . . . , DA Constituição Federal de 1988", "art . 102 , § 2 . . . , da Constituição Federal de 1988", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 102 , § 2 . . . , DA Constituição Federal de 1988", "art . 102 , § 2 . . . , da Constituição Federal de 1988", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 37 , XIV , da Constituição Federal", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 ." ], "LOCAL": [ "ESTADO DO ACRE", "ESTADO DO ACRE", "Brasília", "Brasília", "ESTADO DO ACRE", "ESTADO DO ACRE", "ESTADO DO ACRE", "ACRE", "ESTADO DO ACRE", "Estado do Acre", "ESTADO DO ACRE", "ESTADO DO ACRE", "ESTADO DO ACRE", "ACRE", "ESTADO DO ACRE", "ESTADO DO ACRE", "ESTADO DO ACRE", "ACRE", "ESTADO DO ACRE", "ESTADO DO ACRE" ], "ORGANIZACAO": [ "PLENÁRIO", "DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM", "ACRE", "DERACRE", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "DEPARTAMENTO", "ACRE", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "ACRE", "DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal Federal", "Estado", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "ACRE", "DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM INFRA", "ESTRUTURA HIDROVIARIA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "ACRE", "DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM", "INFRA", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "ACRE", "DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM", "INFRA", "-", "ESTRUTURA HIDROVIARIA E AEROPORTUARIA DO ACRE", "DERACRE", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO", "DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM", "INFRA", "ACRE", "Plenário", "Plenário" ], "PESSOA": [ "AUDIZIO ALENCAR DA SILVA", "PAULO JOSE BORGES DA SILVA", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "AUDIZIO ALENCAR DA SILVA", "PAULO JOSE BORGES DA SILVA", "LUIZ FUX", "AUDIZIO ALENCAR DA SILVA", "PAULO JOSE BORGES DA SILVA", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "Ricardo Lewandowski", "Ricardo Lewandowski", "Joaquim Barbosa", "Dias Toffoli", "Joaquim Barbosa", "Joaquim Barbosa", "Dias Toffoli", "Joaquim Barbosa", "AUDIZIO ALENCAR DA SILVA", "PAULO JOSE BORGES DA SILVA", "MARCO AURÉLIO", "AUDIZIO ALENCAR DA SILVA", "PAULO JOSE BORGES DA SILVA", "MARCO AURÉLIO", "AUDIZIO ALENCAR DA SILVA", "PAULO JOSE BORGES DA SILVA", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "AUDIZIO ALENCAR DA SILVA", "PAULO JOSE BORGES DA SILVA", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "21 a 28 / 5", "/ 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "janeiro", "/", "2018", "26", "/", "12", "/", "2017", "dezembro", "/", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "janeiro", "/", "2018", "26", "/", "12", "/", "dezembro", "/", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "janeiro", "/", "2018", "dezembro", "/", "2017", "janeiro", "/", "2018", "dezembro", "/", "2017", "janeiro", "/", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "janeiro", "/", "2018", "dezembro", "/", "2017", "janeiro", "/", "2018", "dezembro", "/", "2017", "janeiro", "/", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "30", "/", "08", "/", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "30", "/", "08", "/", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "20", "/", "11", "/", "2014", "21", "/", "03", "/", "2014", "/", "08", "/", "2001", "20", "/", "11", "/", "2014", "21", "/", "03", "/", "2014", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) :PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR EMENTA AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. CONDENAÇÃO JÁ TRANSITADA EM JULGADO. HABEAS CORPUS UTILIZADO COMO SUCEDÂNEO DE REVISÃO CRIMINAL. INVIABILIDADE. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO OU CONGRUÊNCIA NÃO VERIFICADO. AFASTADA OCORRÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. ALEGADA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA DEFESA PARA O JULGAMENTO DA APELAÇÃO. NECESSÁRIO REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. DESPROVIMENTO. 1. É inviável a utilização do habeas corpus como sucedâneo de revisão criminal. 2. Não viola o princípio da correlação ou da congruência a condenação por fato narrado na peça acusatória, uma vez que o acusado não se defende da classificação jurídica, mas dos fatos descritos na denúncia, nos termos dos arts. 383 do Código de Processo Penal e 437, “b”, do Código de Processo Penal Militar. 3. No caso dos autos, o Superior Tribunal Militar, ao analisar o reconhecimento da circunstância agravante prevista no art. 251, § 3º, do Código Penal Militar, ressaltou referir-se “a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória”, o que afasta a alegada violação ao princípio da correlação. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4B20-1418-3E6E-8FA2 e senha FBCC-B3E3-FF99-4876 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13 Ementa e Acórdão HC 184717 AGR / PE 4. Não vislumbro possível, estando idônea e suficientemente motivada a decisão que indeferiu a testemunha indicada pela defesa e tendo a arguição de nulidade ocorrido apenas nas razões recursais, acolher o pretendido reconhecimento de cerceamento de defesa. 5. Para o acolhimento da tese defensiva – ausência de “válida, legal e regular intimação para a defesa do ora Recorrente se fazer presente na sessão de julgamento do STM” –, seria indispensável o reexame de todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem em sentido contrário, fato esse inviável para a via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória. 6. Agravo regimental a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4B20-1418-3E6E-8FA2 e senha FBCC-B3E3-FF99-4876 Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE 4. Não vislumbro possível, estando idônea e suficientemente motivada a decisão que indeferiu a testemunha indicada pela defesa e tendo a arguição de nulidade ocorrido apenas nas razões recursais, acolher o pretendido reconhecimento de cerceamento de defesa. 5. Para o acolhimento da tese defensiva – ausência de “válida, legal e regular intimação para a defesa do ora Recorrente se fazer presente na sessão de julgamento do STM” –, seria indispensável o reexame de todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem em sentido contrário, fato esse inviável para a via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória. 6. Agravo regimental a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4B20-1418-3E6E-8FA2 e senha FBCC-B3E3-FF99-4876 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) :PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que não conheceu do habeas corpus impetrado contra acórdão do Superior Tribunal Militar assim ementado: APELAÇÕES. RECURSOS DEFENSIVOS E DO MPM. ESTELIONATO (ART. 251 DO CPM). PRELIMINARES DE REINQUIRIÇÃO DO APELANTE, DE NULIDADE EM VIRTUDE DE ‘MUTATIO LIBELLI’ E DE INDEFERIMENTO DE TESTEMUNHA DE DEFESA. REJEIÇÃO. DECISÕES POR UNANIMIDADE. MÉRITO. SOBREPREÇO EM LICITAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. EXECUÇÃO INCOMPLETA DO CONTRATO, DESVIRTUAMENTO E VASÃO FRAUDULENTA DE RECURSOS PÚBLICOS. OCORRÊNCIA. OBTENÇÃO DE VANTAGEM INDEVIDA E PREJUÍZO AO ERÁRIO. COMPROVAÇÃO. RECURSOS DOS APELANTES CIVIS. DESPROVIMENTO PARCIAL. PROVIMENTO DO RECURSO DO APELANTE MILITAR PARA ADEQUAR A DOSIMETRIA DA PENA. RECURSO DO MPM. IMPROCEDÊNCIA. ‘IN DUBIO PRO REO’. ABSOLVIÇÃO DE CORRÉU MILITAR QUE SE MANTÉM. DESPROVIMENTO. DECISÕES UNÂNIMES. Apelações defensivas e ministerial inerentes a Réus condenados e a Réu absolvido pelo crime de estelionato, previsto no art. 251 do CPM, por fatos ocorridos nos anos de 2011/2012, no Hospital de Guarnição de Natal, relacionados com o processo licitatório para a contratação de empresa para a Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) :PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que não conheceu do habeas corpus impetrado contra acórdão do Superior Tribunal Militar assim ementado: APELAÇÕES. RECURSOS DEFENSIVOS E DO MPM. ESTELIONATO (ART. 251 DO CPM). PRELIMINARES DE REINQUIRIÇÃO DO APELANTE, DE NULIDADE EM VIRTUDE DE ‘MUTATIO LIBELLI’ E DE INDEFERIMENTO DE TESTEMUNHA DE DEFESA. REJEIÇÃO. DECISÕES POR UNANIMIDADE. MÉRITO. SOBREPREÇO EM LICITAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. EXECUÇÃO INCOMPLETA DO CONTRATO, DESVIRTUAMENTO E VASÃO FRAUDULENTA DE RECURSOS PÚBLICOS. OCORRÊNCIA. OBTENÇÃO DE VANTAGEM INDEVIDA E PREJUÍZO AO ERÁRIO. COMPROVAÇÃO. RECURSOS DOS APELANTES CIVIS. DESPROVIMENTO PARCIAL. PROVIMENTO DO RECURSO DO APELANTE MILITAR PARA ADEQUAR A DOSIMETRIA DA PENA. RECURSO DO MPM. IMPROCEDÊNCIA. ‘IN DUBIO PRO REO’. ABSOLVIÇÃO DE CORRÉU MILITAR QUE SE MANTÉM. DESPROVIMENTO. DECISÕES UNÂNIMES. Apelações defensivas e ministerial inerentes a Réus condenados e a Réu absolvido pelo crime de estelionato, previsto no art. 251 do CPM, por fatos ocorridos nos anos de 2011/2012, no Hospital de Guarnição de Natal, relacionados com o processo licitatório para a contratação de empresa para a Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13 Relatório HC 184717 AGR / PE execução de serviços de adequação do Pavilhão de Comando daquele nosocômio. O art. 616 do CPP tem aplicação excepcional e sua invocação pela Defesa não vincula o tribunal. No que diz respeito à aplicação do dispositivo legal em comento, o entendimento jurisprudencial é pacífico no sentido de tratar-se de faculdade do tribunal a realização de diligências probatórias nele indicadas, podendo o órgão julgador delas se utilizar de maneira supletiva, desde que entenda imprescindíveis à apuração da verdade real, não podendo transmudar-se tal prerrogativa em reabertura da instrução processual. Precedentes do STF e do STJ. Preliminar de reinquirição do Apelante militar, perante esta Corte, rejeitada. Decisão por unanimidade. O reconhecimento pelo Colegiado ‘a quo’, na dosimetria da pena da agravante objetiva do § 3º do art. 251 do CPM, inerente a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória, não configura ‘mutatio libelli’. A teor do que dispõe o art. 437, alínea ‘b’, do CPPM, o Conselho de Justiça é competente para reconhecer agravante objetiva em relação a fato articulado na denúncia, ainda que não tenha sido arguida, ou mesmo quando o ‘Parquet’ Castrense tenha se manifestado pela absolvição em alegações derradeiras, como já se manifestou este Tribunal de forma pacífica, inclusive quanto à constitucionalidade do mencionado dispositivo legal. Preliminar de nulidade em virtude de ‘mutatio libelli’ rejeitada. Decisão por unanimidade. O indeferimento de pedido de oitiva de testemunha defensiva, formulado após a apresentação do rol de testemunhas, por falta de indicação do endereço onde poderia ser encontrada, mesmo após o prazo de 5 (cinco) dias fixado pelo Juízo ‘a quo’, não configura violação ao Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, mormente diante do fato de ter sido assentado no despacho questionado ‘sem prejuízo da apresentação na sede deste juízo’ e de ter transcorrido ‘in albis’, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE execução de serviços de adequação do Pavilhão de Comando daquele nosocômio. O art. 616 do CPP tem aplicação excepcional e sua invocação pela Defesa não vincula o tribunal. No que diz respeito à aplicação do dispositivo legal em comento, o entendimento jurisprudencial é pacífico no sentido de tratar-se de faculdade do tribunal a realização de diligências probatórias nele indicadas, podendo o órgão julgador delas se utilizar de maneira supletiva, desde que entenda imprescindíveis à apuração da verdade real, não podendo transmudar-se tal prerrogativa em reabertura da instrução processual. Precedentes do STF e do STJ. Preliminar de reinquirição do Apelante militar, perante esta Corte, rejeitada. Decisão por unanimidade. O reconhecimento pelo Colegiado ‘a quo’, na dosimetria da pena da agravante objetiva do § 3º do art. 251 do CPM, inerente a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória, não configura ‘mutatio libelli’. A teor do que dispõe o art. 437, alínea ‘b’, do CPPM, o Conselho de Justiça é competente para reconhecer agravante objetiva em relação a fato articulado na denúncia, ainda que não tenha sido arguida, ou mesmo quando o ‘Parquet’ Castrense tenha se manifestado pela absolvição em alegações derradeiras, como já se manifestou este Tribunal de forma pacífica, inclusive quanto à constitucionalidade do mencionado dispositivo legal. Preliminar de nulidade em virtude de ‘mutatio libelli’ rejeitada. Decisão por unanimidade. O indeferimento de pedido de oitiva de testemunha defensiva, formulado após a apresentação do rol de testemunhas, por falta de indicação do endereço onde poderia ser encontrada, mesmo após o prazo de 5 (cinco) dias fixado pelo Juízo ‘a quo’, não configura violação ao Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, mormente diante do fato de ter sido assentado no despacho questionado ‘sem prejuízo da apresentação na sede deste juízo’ e de ter transcorrido ‘in albis’, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13 Relatório HC 184717 AGR / PE no curso da instrução processual, o prazo para a alegação da suposta nulidade ora trazida à baila. Preliminar de nulidade pelo indeferimento de testemunha rejeitada. Decisão por unanimidade. As teses das Defesas dos Apelantes foram afastadas e as provas produzidas nos autos demonstram, de forma indubitável, a autoria, a materialidade, a tipicidade e a culpabilidade, bem como o dolo nas condutas inerentes ao crime de estelionato. Em relação aos Apelantes civis, o Conselho Especial de Justiça para o Exército da Auditoria da 7ª CJM, na individualização da pena constante da Sentença, sopesou adequadamente todas aquelas circunstâncias de índole objetiva ou pessoal, não se vislumbrando qualquer incorreção na aplicação do sistema trifásico da dosimetria da pena, bem como não se constatando qualquer violação aos dispositivos constitucionais e legais prequestionados. No que atine ao Apelante militar, o aumento de pena previsto no § 3º do art. 251 do CPM deve ser aplicado no seu grau mínimo, 1/5 (um quinto), o que implica na adequação da pena definitiva para 3 (três) anos, 2 (dois) meses e 12 (doze) dias de reclusão, afastando-se, da mesma forma, qualquer ofensa aos dispositivos constitucionais e legais prequestionados. Desprovimento do Recurso defensivo dos Apelantes civis e parcial provimento ao Recurso defensivo do Apelante militar, tão somente para adequar a pena imposta. Decisão unânime. Apelação ministerial em relação a um dos militares absolvidos na 1ª Instância. As provas dos autos não demonstram com a clareza e a segurança jurídica necessária que o militar Acusado, em que pese a função relevante que desempenhava, tivesse ciência da ocorrência de fraude, seja na fase do processo de licitação, seja na execução do contrato, quando da assinatura das notas fiscais autorizativas de pagamento que lhe eram apresentadas com o aval do Fiscal do Contrato e do Fiscal Administrativo. De igual forma, não obstante todas as diligências investigatórias realizadas, inclusive com a quebra de sigilo bancário e fiscal, nada foi 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE no curso da instrução processual, o prazo para a alegação da suposta nulidade ora trazida à baila. Preliminar de nulidade pelo indeferimento de testemunha rejeitada. Decisão por unanimidade. As teses das Defesas dos Apelantes foram afastadas e as provas produzidas nos autos demonstram, de forma indubitável, a autoria, a materialidade, a tipicidade e a culpabilidade, bem como o dolo nas condutas inerentes ao crime de estelionato. Em relação aos Apelantes civis, o Conselho Especial de Justiça para o Exército da Auditoria da 7ª CJM, na individualização da pena constante da Sentença, sopesou adequadamente todas aquelas circunstâncias de índole objetiva ou pessoal, não se vislumbrando qualquer incorreção na aplicação do sistema trifásico da dosimetria da pena, bem como não se constatando qualquer violação aos dispositivos constitucionais e legais prequestionados. No que atine ao Apelante militar, o aumento de pena previsto no § 3º do art. 251 do CPM deve ser aplicado no seu grau mínimo, 1/5 (um quinto), o que implica na adequação da pena definitiva para 3 (três) anos, 2 (dois) meses e 12 (doze) dias de reclusão, afastando-se, da mesma forma, qualquer ofensa aos dispositivos constitucionais e legais prequestionados. Desprovimento do Recurso defensivo dos Apelantes civis e parcial provimento ao Recurso defensivo do Apelante militar, tão somente para adequar a pena imposta. Decisão unânime. Apelação ministerial em relação a um dos militares absolvidos na 1ª Instância. As provas dos autos não demonstram com a clareza e a segurança jurídica necessária que o militar Acusado, em que pese a função relevante que desempenhava, tivesse ciência da ocorrência de fraude, seja na fase do processo de licitação, seja na execução do contrato, quando da assinatura das notas fiscais autorizativas de pagamento que lhe eram apresentadas com o aval do Fiscal do Contrato e do Fiscal Administrativo. De igual forma, não obstante todas as diligências investigatórias realizadas, inclusive com a quebra de sigilo bancário e fiscal, nada foi 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 13 Relatório HC 184717 AGR / PE encontrado em relação ao Acusado que pudesse caracterizar a obtenção de alguma vantagem ilícita, ou mesmo alguma ligação suspeita com os donos da empresa contratada. Diante da insuficiência de provas quanto à participação dolosa do Réu no delito em tela, restando apenas indícios não conclusivos, prevalece o Princípio ‘in dubio pro reo’ e, em consequência, deve ser mantido o Decreto absolutório do Colegiado ‘a quo’. Apelo ministerial desprovido. Decisão unânime. (Apelação 7000301-05.2018.7.00.0000/RN, Ministro General do Exército Lúcio Mário de Barros Góes) Nas razões, a parte recorrente, em síntese, alega que a sentença condenatória reconheceu circunstância agravante (art. 251, § 3º, do Código Penal Militar) que supostamente não constava da denúncia. Sustenta ocorrência de cerceamento de defesa, em virtude de indeferimento de testemunha. Pretende a anulação do acórdão de apelação, por ausência de intimação prévia da defesa para a realização da sessão de julgamento da apelação. O Ministério Público Federal emitiu parecer pelo não conhecimento do habeas corpus em pronunciamento assim ementado: HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. ARGUIÇÃO DE NULIDADES. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO PREJUÍZO. ENTENDIMENTO CONTRÁRIO QUE DEMANDARIA REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. PARECER PELO NÃO CONHECIMENTO DO WRIT. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE encontrado em relação ao Acusado que pudesse caracterizar a obtenção de alguma vantagem ilícita, ou mesmo alguma ligação suspeita com os donos da empresa contratada. Diante da insuficiência de provas quanto à participação dolosa do Réu no delito em tela, restando apenas indícios não conclusivos, prevalece o Princípio ‘in dubio pro reo’ e, em consequência, deve ser mantido o Decreto absolutório do Colegiado ‘a quo’. Apelo ministerial desprovido. Decisão unânime. (Apelação 7000301-05.2018.7.00.0000/RN, Ministro General do Exército Lúcio Mário de Barros Góes) Nas razões, a parte recorrente, em síntese, alega que a sentença condenatória reconheceu circunstância agravante (art. 251, § 3º, do Código Penal Militar) que supostamente não constava da denúncia. Sustenta ocorrência de cerceamento de defesa, em virtude de indeferimento de testemunha. Pretende a anulação do acórdão de apelação, por ausência de intimação prévia da defesa para a realização da sessão de julgamento da apelação. O Ministério Público Federal emitiu parecer pelo não conhecimento do habeas corpus em pronunciamento assim ementado: HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. ARGUIÇÃO DE NULIDADES. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO PREJUÍZO. ENTENDIMENTO CONTRÁRIO QUE DEMANDARIA REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. PARECER PELO NÃO CONHECIMENTO DO WRIT. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PERNAMBUCO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão à parte agravante. Consta dos autos (eDoc 27, fl. 3) que a condenação imposta ao agravante já transitou em julgado (em 16 de junho de 2020). Esta excelsa Corte consagrou jurisprudência no sentido da inviabilidade da ação de habeas corpus como sucedâneo de revisão criminal. Cito, entre outros, HC 144.323 AgR/SP, ministro Ricardo Lewandowski; HC 149.653 AgR/SP, ministro Dias Toffoli; HC 163.627/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 177.098/SP, ministro Luiz Fux; HC 186.333 AgR/SC, ministra Rosa Weber; HC 193.043 AgR/SP, ministra Cármen Lúcia; RHC 181.896 AgR/RJ, ministro Edson Fachin; e HC 144.742/SP, Redator do acórdão o ministro Luiz Fux, assim ementado: “HABEAS CORPUS”. PENAL E PROCESSUAL PENAL. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DO ‘HABEAS CORPUS’ COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU REVISÃO CRIMINAL. REDISCUSSÃO DE CRITÉRIOS DE DOSIMETRIA DA PENA. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INADMISSIBILIDADE NA VIA ELEITA. ORDEM DENEGADA. (Com meus grifos) Ainda que superado referido óbice, entendo não assistir razão à parte agravante, no que toca à alegação de violação ao “princípio da correlação entre acusação e sentença”. O Supremo concluiu que não viola o princípio da correlação ou da congruência a condenação por fato narrado na peça acusatória, eis que o Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PERNAMBUCO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão à parte agravante. Consta dos autos (eDoc 27, fl. 3) que a condenação imposta ao agravante já transitou em julgado (em 16 de junho de 2020). Esta excelsa Corte consagrou jurisprudência no sentido da inviabilidade da ação de habeas corpus como sucedâneo de revisão criminal. Cito, entre outros, HC 144.323 AgR/SP, ministro Ricardo Lewandowski; HC 149.653 AgR/SP, ministro Dias Toffoli; HC 163.627/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 177.098/SP, ministro Luiz Fux; HC 186.333 AgR/SC, ministra Rosa Weber; HC 193.043 AgR/SP, ministra Cármen Lúcia; RHC 181.896 AgR/RJ, ministro Edson Fachin; e HC 144.742/SP, Redator do acórdão o ministro Luiz Fux, assim ementado: “HABEAS CORPUS”. PENAL E PROCESSUAL PENAL. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DO ‘HABEAS CORPUS’ COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU REVISÃO CRIMINAL. REDISCUSSÃO DE CRITÉRIOS DE DOSIMETRIA DA PENA. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INADMISSIBILIDADE NA VIA ELEITA. ORDEM DENEGADA. (Com meus grifos) Ainda que superado referido óbice, entendo não assistir razão à parte agravante, no que toca à alegação de violação ao “princípio da correlação entre acusação e sentença”. O Supremo concluiu que não viola o princípio da correlação ou da congruência a condenação por fato narrado na peça acusatória, eis que o Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 184717 AGR / PE acusado não se defende da classificação jurídica, mas dos fatos descritos na denúncia, nos termos dos arts. 383 do Código de Processo Penal e 437, “b”, do Código de Processo Penal Militar. Ilustram esse entendimento o HC 120.587/SP, ministro Luiz Fux; HC 134.686 AgR/RJ, ministra Rosa Weber; HC 177.092 AgR/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 168.855 AgR/SP, ministro Edson Fachin, assim como os seguintes julgados: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL E PENAL. WRIT SUBSTITUTO DE RECURSO ORDINÁRIO: ADMISSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO ENTRE A IMPUTAÇÃO E A SENTENÇA OU PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA. CIRCUNSTÂNCIA DE AGRAVAMENTO DE PENA CONSTANTE DO INC. I DO ART. 12 DA LEI 8.137/1990: GRAVE DANO À COLETIVIDADE. PEÇA ACUSATÓRIA QUE CONTÉM A DESCRIÇÃO FÁTICA DA CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE RECONHECIDA PELO JUÍZO PROCESSANTE: ELEVADO VALOR SONEGADO. ORDEM DENEGADA. (HC 129.284/PE, ministro Ricardo Lewandowski – com meus grifos) 2. Para o Supremo Tribunal Federal, o princípio da congruência significa que o acusado se defende dos fatos descritos na denúncia; e não da capitulação jurídica que se lhes dá. Assim, é suficiente a correlação entre o fato descrito na peça acusatória e o fato pelo qual o réu foi condenado, sendo irrelevante a menção expressa na denúncia de eventuais causas de aumento ou diminuição de pena (HC 120.587, Rel. Min. Luiz Fux). É também o que prevê o art. 383 do CPP. (HC 184.198 AgR/SP, ministro Roberto Barroso – com meus grifos) Neste caso, o Superior Tribunal Militar, ao analisar o reconhecimento da circunstância agravante prevista no art. 251, § 3º, do Código Penal 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE acusado não se defende da classificação jurídica, mas dos fatos descritos na denúncia, nos termos dos arts. 383 do Código de Processo Penal e 437, “b”, do Código de Processo Penal Militar. Ilustram esse entendimento o HC 120.587/SP, ministro Luiz Fux; HC 134.686 AgR/RJ, ministra Rosa Weber; HC 177.092 AgR/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 168.855 AgR/SP, ministro Edson Fachin, assim como os seguintes julgados: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL E PENAL. WRIT SUBSTITUTO DE RECURSO ORDINÁRIO: ADMISSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO ENTRE A IMPUTAÇÃO E A SENTENÇA OU PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA. CIRCUNSTÂNCIA DE AGRAVAMENTO DE PENA CONSTANTE DO INC. I DO ART. 12 DA LEI 8.137/1990: GRAVE DANO À COLETIVIDADE. PEÇA ACUSATÓRIA QUE CONTÉM A DESCRIÇÃO FÁTICA DA CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE RECONHECIDA PELO JUÍZO PROCESSANTE: ELEVADO VALOR SONEGADO. ORDEM DENEGADA. (HC 129.284/PE, ministro Ricardo Lewandowski – com meus grifos) 2. Para o Supremo Tribunal Federal, o princípio da congruência significa que o acusado se defende dos fatos descritos na denúncia; e não da capitulação jurídica que se lhes dá. Assim, é suficiente a correlação entre o fato descrito na peça acusatória e o fato pelo qual o réu foi condenado, sendo irrelevante a menção expressa na denúncia de eventuais causas de aumento ou diminuição de pena (HC 120.587, Rel. Min. Luiz Fux). É também o que prevê o art. 383 do CPP. (HC 184.198 AgR/SP, ministro Roberto Barroso – com meus grifos) Neste caso, o Superior Tribunal Militar, ao analisar o reconhecimento da circunstância agravante prevista no art. 251, § 3º, do Código Penal 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 184717 AGR / PE Militar, destacou referir-se “a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória”, o que afasta a alegada violação ao princípio da correlação. Por outro lado, melhor sorte não socorre a parte impetrante no que toca ao alegado cerceamento de defesa decorrente de indeferimento de testemunha de defesa. O Superior Tribunal Militar, ao afastar a ocorrência de cerceamento de defesa, assim ressaltou: Inicialmente, cabe destacar que no rol de testemunhas de fls. 68/71 do Arquivo 3 do PO, apresentado pela Defesa do Cel MÁRCIO DAVID ABREU PIMENTA, estão relacionadas três testemunhas, mas não consta a testemunha VICTOR ALEXANDRE FLORES. Não obstante, no pedido defensivo formulado posteriormente de oitiva da referida testemunha, de fls. 1239/1240 do Arquivo 26 do PO, consta o Despacho do Juízo a quo, datado de 18/7/2017, estabelecendo o prazo de 5 (cinco) dias para que a Defesa indicasse a data e a residência ou onde a referida testemunha pudesse ser encontrada. Já no Despacho de fl. 1272 do Arquivo 26 do PO, datado de 26/7/2017, consta o indeferimento da oitiva da testemunha por não ter sido declinado o endereço onde a mesma poderia ser encontrada, ficando assentado na ocasião ‘sem prejuízo da apresentação na sede deste juízo’. De resto, a testemunha VICTOR ALEXANDRE FLORES não foi encontrada no endereço fornecido pelo apelante, sob o pretexto de estar em viagem. Intimado para dizer quais os dias em que a testemunha poderia ser encontrada em sua residência para ser intimada da audiência, o Apelante limitou-se a reiterar pedido para que fosse inquirida (fls.1253/1254 - Arquivo 26 do PO). Pelo que se extrai dos autos, após o referido 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE Militar, destacou referir-se “a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória”, o que afasta a alegada violação ao princípio da correlação. Por outro lado, melhor sorte não socorre a parte impetrante no que toca ao alegado cerceamento de defesa decorrente de indeferimento de testemunha de defesa. O Superior Tribunal Militar, ao afastar a ocorrência de cerceamento de defesa, assim ressaltou: Inicialmente, cabe destacar que no rol de testemunhas de fls. 68/71 do Arquivo 3 do PO, apresentado pela Defesa do Cel MÁRCIO DAVID ABREU PIMENTA, estão relacionadas três testemunhas, mas não consta a testemunha VICTOR ALEXANDRE FLORES. Não obstante, no pedido defensivo formulado posteriormente de oitiva da referida testemunha, de fls. 1239/1240 do Arquivo 26 do PO, consta o Despacho do Juízo a quo, datado de 18/7/2017, estabelecendo o prazo de 5 (cinco) dias para que a Defesa indicasse a data e a residência ou onde a referida testemunha pudesse ser encontrada. Já no Despacho de fl. 1272 do Arquivo 26 do PO, datado de 26/7/2017, consta o indeferimento da oitiva da testemunha por não ter sido declinado o endereço onde a mesma poderia ser encontrada, ficando assentado na ocasião ‘sem prejuízo da apresentação na sede deste juízo’. De resto, a testemunha VICTOR ALEXANDRE FLORES não foi encontrada no endereço fornecido pelo apelante, sob o pretexto de estar em viagem. Intimado para dizer quais os dias em que a testemunha poderia ser encontrada em sua residência para ser intimada da audiência, o Apelante limitou-se a reiterar pedido para que fosse inquirida (fls.1253/1254 - Arquivo 26 do PO). Pelo que se extrai dos autos, após o referido 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 184717 AGR / PE indeferimento até o oferecimento de suas Razões de Apelação, o Acusado, em nenhum momento demonstrou qualquer inconformidade contra o mencionado Despacho do Juízo a quo, tendo silenciado a respeito, tudo indicando que teria se conformado com a Decisão judicial. (com meus grifos) Para além disso, o Supremo firmou entendimento no sentido de que as nulidades devem ser arguidas em momento oportuno, sob pena de preclusão – HC 88.868/RS, ministro Ayres Britto; HC 133.931 AgR/BA, ministro Teori Zavascki; e RHC 185.549 AgR/SP, ministro Roberto Barroso; e RHC 133.530 AgR/PA, ministro Edson Fachin, cuja ementa transcrevo: 2. As nulidades associadas à instrução processual devem ser arguidas até a fase de alegações finais, sob pena de preclusão. (RHC 133.530 AgR/PA, ministro Edson Fachin) Não vislumbro possível, estando idônea e suficientemente motivada a decisão que indeferiu a testemunha indicada pela defesa e tendo a arguição de nulidade ocorrido apenas nas razões recursais, acolher o pretendido reconhecimento de cerceamento de defesa. Por fim, também não merece acolhida a alegação de ausência de intimação prévia da defesa para a realização da sessão de julgamento da apelação. Isso porque, em consulta ao Portal do Superior Tribunal Militar, verifiquei que o Ministro Relator do acórdão impugnado, em 19 de agosto de 2019, proferiu despacho naqueles autos, assim discorrendo sobre referida alegação da parte impetrante: Trata-se de petição apresentada pelo Advogado Paulo Roberto de Souza Leão Júnior, representante de MÁRCIO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE indeferimento até o oferecimento de suas Razões de Apelação, o Acusado, em nenhum momento demonstrou qualquer inconformidade contra o mencionado Despacho do Juízo a quo, tendo silenciado a respeito, tudo indicando que teria se conformado com a Decisão judicial. (com meus grifos) Para além disso, o Supremo firmou entendimento no sentido de que as nulidades devem ser arguidas em momento oportuno, sob pena de preclusão – HC 88.868/RS, ministro Ayres Britto; HC 133.931 AgR/BA, ministro Teori Zavascki; e RHC 185.549 AgR/SP, ministro Roberto Barroso; e RHC 133.530 AgR/PA, ministro Edson Fachin, cuja ementa transcrevo: 2. As nulidades associadas à instrução processual devem ser arguidas até a fase de alegações finais, sob pena de preclusão. (RHC 133.530 AgR/PA, ministro Edson Fachin) Não vislumbro possível, estando idônea e suficientemente motivada a decisão que indeferiu a testemunha indicada pela defesa e tendo a arguição de nulidade ocorrido apenas nas razões recursais, acolher o pretendido reconhecimento de cerceamento de defesa. Por fim, também não merece acolhida a alegação de ausência de intimação prévia da defesa para a realização da sessão de julgamento da apelação. Isso porque, em consulta ao Portal do Superior Tribunal Militar, verifiquei que o Ministro Relator do acórdão impugnado, em 19 de agosto de 2019, proferiu despacho naqueles autos, assim discorrendo sobre referida alegação da parte impetrante: Trata-se de petição apresentada pelo Advogado Paulo Roberto de Souza Leão Júnior, representante de MÁRCIO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 184717 AGR / PE DAVID DE ABREU PIMENTA, Cel Ex, requerendo o adiamento do Julgamento da Apelação, previamente designado para o dia 20/08/2019, em razão de não haver tempo suficiente para os advogados do Apelante se deslocarem de Natal/RN para Brasília/DF. Requer, ainda, que a nova data de julgamento seja informada com antecedência mínima de 5 (cinco) dias entre a efetiva ciência e a data da sessão de julgamento (evento 58). Consta no sistema e-proc que no dia 6/8/2019 foi expedida a ciência ao Advogado peticionante para a data de Julgamento a ser realizado no dia 20/8/2019 (evento 52) e que o Causídico foi intimado eletronicamente após o transcurso dos 10 (dez) dias, no dia 16/08/2019, em virtude da confirmação automática da ciência expedida pelo sistema (evento 52). Ou seja, o Peticionante dispôs de tempo suficiente para planejar sua vinda à Sessão de Julgamento, mesmo porque desde a ciência expedida pela Secretaria Judiciária deste Tribunal transcorreram-se um total de 13 (treze) dias. (com meus grifos) Por isso mesmo que, para acolher a tese defensiva – ausência de “válida, legal e regular intimação para a defesa do ora Recorrente se fazer presente na sessão de julgamento do STM” –, seria indispensável o reexame do todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem em sentido contrário, fato esse inviável para a via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo. Menciono o HC 175.924 AgR/PR, ministro Gilmar Mendes; HC 182.710 AgR/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 190.845 AgR/PE, ministro Ricardo Lewandowski; RHC 143.055 AgR/PR, ministro Edson Fachin; e HC 125.131 AgR/DF, ministro Celso de Mello, cuja ementa transcrevo: “HABEAS CORPUS” – SITUAÇÃO DE ILIQUIDEZ QUANTO AOS FATOS SUBJACENTES AO PROCESSO PENAL – CONTROVÉRSIA QUE IMPLICA EXAME APROFUNDADO DE FATOS E CONFRONTO 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE DAVID DE ABREU PIMENTA, Cel Ex, requerendo o adiamento do Julgamento da Apelação, previamente designado para o dia 20/08/2019, em razão de não haver tempo suficiente para os advogados do Apelante se deslocarem de Natal/RN para Brasília/DF. Requer, ainda, que a nova data de julgamento seja informada com antecedência mínima de 5 (cinco) dias entre a efetiva ciência e a data da sessão de julgamento (evento 58). Consta no sistema e-proc que no dia 6/8/2019 foi expedida a ciência ao Advogado peticionante para a data de Julgamento a ser realizado no dia 20/8/2019 (evento 52) e que o Causídico foi intimado eletronicamente após o transcurso dos 10 (dez) dias, no dia 16/08/2019, em virtude da confirmação automática da ciência expedida pelo sistema (evento 52). Ou seja, o Peticionante dispôs de tempo suficiente para planejar sua vinda à Sessão de Julgamento, mesmo porque desde a ciência expedida pela Secretaria Judiciária deste Tribunal transcorreram-se um total de 13 (treze) dias. (com meus grifos) Por isso mesmo que, para acolher a tese defensiva – ausência de “válida, legal e regular intimação para a defesa do ora Recorrente se fazer presente na sessão de julgamento do STM” –, seria indispensável o reexame do todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem em sentido contrário, fato esse inviável para a via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo. Menciono o HC 175.924 AgR/PR, ministro Gilmar Mendes; HC 182.710 AgR/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 190.845 AgR/PE, ministro Ricardo Lewandowski; RHC 143.055 AgR/PR, ministro Edson Fachin; e HC 125.131 AgR/DF, ministro Celso de Mello, cuja ementa transcrevo: “HABEAS CORPUS” – SITUAÇÃO DE ILIQUIDEZ QUANTO AOS FATOS SUBJACENTES AO PROCESSO PENAL – CONTROVÉRSIA QUE IMPLICA EXAME APROFUNDADO DE FATOS E CONFRONTO 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 184717 AGR / PE ANALÍTICO DE MATÉRIA ESSENCIALMENTE PROBATÓRIA – INVIABILIDADE NA VIA SUMARÍSSIMA DO PROCESSO DE ‘HABEAS CORPUS’ – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. – O processo de ‘habeas corpus’, que tem caráter essencialmente documental, não se mostra juridicamente adequado quando utilizado com o objetivo (a) de promover a análise da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos instrutórios coligidos no processo penal de conhecimento. Precedentes. Entendo, desse modo, não merecerem reparo o acórdão do Superior Tribunal Militar e a decisão agravada. Tal conclusão atrai a orientação geral a que aludi primeiramente, no sentido da existência do óbice da condenação penal transitada em julgado. Ante o exposto, nego provimento ao agravo. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE ANALÍTICO DE MATÉRIA ESSENCIALMENTE PROBATÓRIA – INVIABILIDADE NA VIA SUMARÍSSIMA DO PROCESSO DE ‘HABEAS CORPUS’ – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. – O processo de ‘habeas corpus’, que tem caráter essencialmente documental, não se mostra juridicamente adequado quando utilizado com o objetivo (a) de promover a análise da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos instrutórios coligidos no processo penal de conhecimento. Precedentes. Entendo, desse modo, não merecerem reparo o acórdão do Superior Tribunal Militar e a decisão agravada. Tal conclusão atrai a orientação geral a que aludi primeiramente, no sentido da existência do óbice da condenação penal transitada em julgado. Ante o exposto, nego provimento ao agravo. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PROCED. : PERNAMBUCO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) : PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO (1839/RN) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE3C-F019-F53A-6C90 e senha E16F-EA08-33BD-4D5D Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PROCED. : PERNAMBUCO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) : PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO (1839/RN) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE3C-F019-F53A-6C90 e senha E16F-EA08-33BD-4D5D Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757410589
2021-08-17T00:00:00
2021-09-23T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021.
AG.REG. NO HABEAS CORPUS
EMENTA AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. CONDENAÇÃO JÁ TRANSITADA EM JULGADO. HABEAS CORPUS UTILIZADO COMO SUCEDÂNEO DE REVISÃO CRIMINAL. INVIABILIDADE. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO OU CONGRUÊNCIA NÃO VERIFICADO. AFASTADA OCORRÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. ALEGADA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA DEFESA PARA O JULGAMENTO DA APELAÇÃO. NECESSÁRIO REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. DESPROVIMENTO. 1. É inviável a utilização do habeas corpus como sucedâneo de revisão criminal. 2. Não viola o princípio da correlação ou da congruência a condenação por fato narrado na peça acusatória, uma vez que o acusado não se defende da classificação jurídica, mas dos fatos descritos na denúncia, nos termos dos arts. 383 do Código de Processo Penal e 437, “b”, do Código de Processo Penal Militar. 3. No caso dos autos, o Superior Tribunal Militar, ao analisar o reconhecimento da circunstância agravante prevista no art. 251, § 3º, do Código Penal Militar, ressaltou referir-se “a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória”, o que afasta a alegada violação ao princípio da correlação. 4. Não vislumbro possível, estando idônea e suficientemente motivada a decisão que indeferiu a testemunha indicada pela defesa e tendo a arguição de nulidade ocorrido apenas nas razões recursais, acolher o pretendido reconhecimento de cerceamento de defesa. 5. Para o acolhimento da tese defensiva – ausência de “válida, legal e regular intimação para a defesa do ora Recorrente se fazer presente na sessão de julgamento do STM” –, seria indispensável o reexame de todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem em sentido contrário, fato esse inviável para a via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória. 6. Agravo regimental a que se nega provimento.
sjur453117
- Acórdão(s) citado(s): (HC, SUCEDÂNEO, REVISÃO CRIMINAL) HC 144742 (1ªT), HC 144323 AgR (2ªT), HC 149653 AgR (2ªT), HC 163627 (1ªT), HC 177098 (1ªT), RHC 181896 AgR (2ªT), HC 186333 AgR (1ªT), HC 193043 AgR (2ªT). (DEFESA, ACUSADO, FATO IMPUTADO, CAPITULAÇÃO LEGAL, PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO) HC 120587 (1ªT), HC 129284 (2ªT), HC 134686 AgR (1ªT), HC 168855 AgR (2ªT), HC 177092 AgR (1ªT), HC 184198 AgR (1ªT). (ARGUIÇÃO, NULIDADE, MOMENTO OPORTUNO, PRECLUSÃO) HC 88868 (1ªT), RHC 133530 AgR (1ªT), RHC 133931 AgR (2ªT), RHC 185549 AgR (1ªT). (HC, REEXAME, FATO, PROVA) HC 125131 AgR (2ªT), RHC 143055 AgR (2ªT), HC 182710 AgR (1ªT), HC 175924 AgR (2ªT), HC 190845 AgR (2ªT). Número de páginas: 13. Análise: 23/03/2022, ABO.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
184717
[ "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00383\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\n\n", "LEG-FED DEL-001001 ANO-1969\n ART-00251 PAR-00003\n CPM-1969 CÓDIGO PENAL MILITAR\n\n", "LEG-FED DEL-001002 ANO-1969\n ART-00437 LET-B\n CPPM-1969 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR" ]
HC-AgR
acordaos
HC 184717 AgR
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AGTE.(S) : MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) : PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
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Ementa e Acórdão 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) :PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR EMENTA AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. CONDENAÇÃO JÁ TRANSITADA EM JULGADO. HABEAS CORPUS UTILIZADO COMO SUCEDÂNEO DE REVISÃO CRIMINAL. INVIABILIDADE. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO OU CONGRUÊNCIA NÃO VERIFICADO. AFASTADA OCORRÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. ALEGADA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA DEFESA PARA O JULGAMENTO DA APELAÇÃO. NECESSÁRIO REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. DESPROVIMENTO. 1. É inviável a utilização do habeas corpus como sucedâneo de revisão criminal. 2. Não viola o princípio da correlação ou da congruência a condenação por fato narrado na peça acusatória, uma vez que o acusado não se defende da classificação jurídica, mas dos fatos descritos na denúncia, nos termos dos arts. 383 do Código de Processo Penal e 437, “b”, do Código de Processo Penal Militar. 3. No caso dos autos, o Superior Tribunal Militar, ao analisar o reconhecimento da circunstância agravante prevista no art. 251, § 3..., do Código Penal Militar, ressaltou referir-se “a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória”, o que afasta a alegada violação ao princípio da correlação. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4B20-1418-3E6E-8FA2 e senha FBCC-B3E3-FF99-4876 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13 Ementa e Acórdão HC 184717 AGR / PE 4. Não vislumbro possível, estando idônea e suficientemente motivada a decisão que indeferiu a testemunha indicada pela defesa e tendo a arguição de nulidade ocorrido apenas nas razões recursais, acolher o pretendido reconhecimento de cerceamento de defesa. 5. Para o acolhimento da tese defensiva – ausência de “válida, legal e regular intimação para a defesa do ora Recorrente se fazer presente na sessão de julgamento do STM” –, seria indispensável o reexame de todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem em sentido contrário, fato esse inviável para a via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória. 6. Agravo regimental a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4B20-1418-3E6E-8FA2 e senha FBCC-B3E3-FF99-4876 Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE 4. Não vislumbro possível, estando idônea e suficientemente motivada a decisão que indeferiu a testemunha indicada pela defesa e tendo a arguição de nulidade ocorrido apenas nas razões recursais, acolher o pretendido reconhecimento de cerceamento de defesa. 5. Para o acolhimento da tese defensiva – ausência de “válida, legal e regular intimação para a defesa do ora Recorrente se fazer presente na sessão de julgamento do STM” –, seria indispensável o reexame de todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem em sentido contrário, fato esse inviável para a via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória. 6. Agravo regimental a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual realizada de 6 a 16 de agosto de 2021, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Brasília, 17 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Presidente e Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4B20-1418-3E6E-8FA2 e senha FBCC-B3E3-FF99-4876 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13 Relatório 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) :PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que não conheceu do habeas corpus impetrado contra acórdão do Superior Tribunal Militar assim ementado: APELAÇÕES. RECURSOS DEFENSIVOS E DO MPM. ESTELIONATO (ART. 251 DO CPM). PRELIMINARES DE REINQUIRIÇÃO DO APELANTE, DE NULIDADE EM VIRTUDE DE ‘MUTATIO LIBELLI’ E DE INDEFERIMENTO DE TESTEMUNHA DE DEFESA. REJEIÇÃO. DECISÕES POR UNANIMIDADE. MÉRITO. SOBREPREÇO EM LICITAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. EXECUÇÃO INCOMPLETA DO CONTRATO, DESVIRTUAMENTO E VASÃO FRAUDULENTA DE RECURSOS PÚBLICOS. OCORRÊNCIA. OBTENÇÃO DE VANTAGEM INDEVIDA E PREJUÍZO AO ERÁRIO. COMPROVAÇÃO. RECURSOS DOS APELANTES CIVIS. DESPROVIMENTO PARCIAL. PROVIMENTO DO RECURSO DO APELANTE MILITAR PARA ADEQUAR A DOSIMETRIA DA PENA. RECURSO DO MPM. IMPROCEDÊNCIA. ‘IN DUBIO PRO REO’. ABSOLVIÇÃO DE CORRÉU MILITAR QUE SE MANTÉM. DESPROVIMENTO. DECISÕES UNÂNIMES. Apelações defensivas e ministerial inerentes a Réus condenados e a Réu absolvido pelo crime de estelionato, previsto no art. 251 do CPM, por fatos ocorridos nos anos de 2011/2012, no Hospital de Guarnição de Natal, relacionados com o processo licitatório para a contratação de empresa para a Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) :PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que não conheceu do habeas corpus impetrado contra acórdão do Superior Tribunal Militar assim ementado: APELAÇÕES. RECURSOS DEFENSIVOS E DO MPM. ESTELIONATO (ART. 251 DO CPM). PRELIMINARES DE REINQUIRIÇÃO DO APELANTE, DE NULIDADE EM VIRTUDE DE ‘MUTATIO LIBELLI’ E DE INDEFERIMENTO DE TESTEMUNHA DE DEFESA. REJEIÇÃO. DECISÕES POR UNANIMIDADE. MÉRITO. SOBREPREÇO EM LICITAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. EXECUÇÃO INCOMPLETA DO CONTRATO, DESVIRTUAMENTO E VASÃO FRAUDULENTA DE RECURSOS PÚBLICOS. OCORRÊNCIA. OBTENÇÃO DE VANTAGEM INDEVIDA E PREJUÍZO AO ERÁRIO. COMPROVAÇÃO. RECURSOS DOS APELANTES CIVIS. DESPROVIMENTO PARCIAL. PROVIMENTO DO RECURSO DO APELANTE MILITAR PARA ADEQUAR A DOSIMETRIA DA PENA. RECURSO DO MPM. IMPROCEDÊNCIA. ‘IN DUBIO PRO REO’. ABSOLVIÇÃO DE CORRÉU MILITAR QUE SE MANTÉM. DESPROVIMENTO. DECISÕES UNÂNIMES. Apelações defensivas e ministerial inerentes a Réus condenados e a Réu absolvido pelo crime de estelionato, previsto no art. 251 do CPM, por fatos ocorridos nos anos de 2011/2012, no Hospital de Guarnição de Natal, relacionados com o processo licitatório para a contratação de empresa para a Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13 Relatório HC 184717 AGR / PE execução de serviços de adequação do Pavilhão de Comando daquele nosocômio. O art. 616 do CPP tem aplicação excepcional e sua invocação pela Defesa não vincula o tribunal. No que diz respeito à aplicação do dispositivo legal em comento, o entendimento jurisprudencial é pacífico no sentido de tratar-se de faculdade do tribunal a realização de diligências probatórias nele indicadas, podendo o órgão julgador delas se utilizar de maneira supletiva, desde que entenda imprescindíveis à apuração da verdade real, não podendo transmudar-se tal prerrogativa em reabertura da instrução processual. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Preliminar de reinquirição do Apelante militar, perante esta Corte, rejeitada. Decisão por unanimidade. O reconhecimento pelo Colegiado ‘a quo’, na dosimetria da pena da agravante objetiva do § 3... do art. 251 do CPM, inerente a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória, não configura ‘mutatio libelli’. A teor do que dispõe o art. 437, alínea ‘b’, do CPPM, o Conselho de Justiça é competente para reconhecer agravante objetiva em relação a fato articulado na denúncia, ainda que não tenha sido arguida, ou mesmo quando o ‘Parquet’ Castrense tenha se manifestado pela absolvição em alegações derradeiras, como já se manifestou este Tribunal de forma pacífica, inclusive quanto à constitucionalidade do mencionado dispositivo legal. Preliminar de nulidade em virtude de ‘mutatio libelli’ rejeitada. Decisão por unanimidade. O indeferimento de pedido de oitiva de testemunha defensiva, formulado após a apresentação do rol de testemunhas, por falta de indicação do endereço onde poderia ser encontrada, mesmo após o prazo de 5 (cinco) dias fixado pelo Juízo ‘a quo’, não configura violação ao Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, mormente diante do fato de ter sido assentado no despacho questionado ‘sem prejuízo da apresentação na sede deste juízo’ e de ter transcorrido ‘in albis’, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE execução de serviços de adequação do Pavilhão de Comando daquele nosocômio. O art. 616 do CPP tem aplicação excepcional e sua invocação pela Defesa não vincula o tribunal. No que diz respeito à aplicação do dispositivo legal em comento, o entendimento jurisprudencial é pacífico no sentido de tratar-se de faculdade do tribunal a realização de diligências probatórias nele indicadas, podendo o órgão julgador delas se utilizar de maneira supletiva, desde que entenda imprescindíveis à apuração da verdade real, não podendo transmudar-se tal prerrogativa em reabertura da instrução processual. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Preliminar de reinquirição do Apelante militar, perante esta Corte, rejeitada. Decisão por unanimidade. O reconhecimento pelo Colegiado ‘a quo’, na dosimetria da pena da agravante objetiva do § 3... do art. 251 do CPM, inerente a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória, não configura ‘mutatio libelli’. A teor do que dispõe o art. 437, alínea ‘b’, do CPPM, o Conselho de Justiça é competente para reconhecer agravante objetiva em relação a fato articulado na denúncia, ainda que não tenha sido arguida, ou mesmo quando o ‘Parquet’ Castrense tenha se manifestado pela absolvição em alegações derradeiras, como já se manifestou este Tribunal de forma pacífica, inclusive quanto à constitucionalidade do mencionado dispositivo legal. Preliminar de nulidade em virtude de ‘mutatio libelli’ rejeitada. Decisão por unanimidade. O indeferimento de pedido de oitiva de testemunha defensiva, formulado após a apresentação do rol de testemunhas, por falta de indicação do endereço onde poderia ser encontrada, mesmo após o prazo de 5 (cinco) dias fixado pelo Juízo ‘a quo’, não configura violação ao Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, mormente diante do fato de ter sido assentado no despacho questionado ‘sem prejuízo da apresentação na sede deste juízo’ e de ter transcorrido ‘in albis’, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13 Relatório HC 184717 AGR / PE no curso da instrução processual, o prazo para a alegação da suposta nulidade ora trazida à baila. Preliminar de nulidade pelo indeferimento de testemunha rejeitada. Decisão por unanimidade. As teses das Defesas dos Apelantes foram afastadas e as provas produzidas nos autos demonstram, de forma indubitável, a autoria, a materialidade, a tipicidade e a culpabilidade, bem como o dolo nas condutas inerentes ao crime de estelionato. Em relação aos Apelantes civis, o Conselho Especial de Justiça para o Exército da Auditoria da 7... CJM, na individualização da pena constante da Sentença, sopesou adequadamente todas aquelas circunstâncias de índole objetiva ou pessoal, não se vislumbrando qualquer incorreção na aplicação do sistema trifásico da dosimetria da pena, bem como não se constatando qualquer violação aos dispositivos constitucionais e legais prequestionados. No que atine ao Apelante militar, o aumento de pena previsto no § 3... do art. 251 do CPM deve ser aplicado no seu grau mínimo, 1/5 (um quinto), o que implica na adequação da pena definitiva para 3 (três) anos, 2 (dois) meses e 12 (doze) dias de reclusão, afastando-se, da mesma forma, qualquer ofensa aos dispositivos constitucionais e legais prequestionados. Desprovimento do Recurso defensivo dos Apelantes civis e parcial provimento ao Recurso defensivo do Apelante militar, tão somente para adequar a pena imposta. Decisão unânime. Apelação ministerial em relação a um dos militares absolvidos na 1... Instância. As provas dos autos não demonstram com a clareza e a segurança jurídica necessária que o militar Acusado, em que pese a função relevante que desempenhava, tivesse ciência da ocorrência de fraude, seja na fase do processo de licitação, seja na execução do contrato, quando da assinatura das notas fiscais autorizativas de pagamento que lhe eram apresentadas com o aval do Fiscal do Contrato e do Fiscal Administrativo. De igual forma, não obstante todas as diligências investigatórias realizadas, inclusive com a quebra de sigilo bancário e fiscal, nada foi 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE no curso da instrução processual, o prazo para a alegação da suposta nulidade ora trazida à baila. Preliminar de nulidade pelo indeferimento de testemunha rejeitada. Decisão por unanimidade. As teses das Defesas dos Apelantes foram afastadas e as provas produzidas nos autos demonstram, de forma indubitável, a autoria, a materialidade, a tipicidade e a culpabilidade, bem como o dolo nas condutas inerentes ao crime de estelionato. Em relação aos Apelantes civis, o Conselho Especial de Justiça para o Exército da Auditoria da 7... CJM, na individualização da pena constante da Sentença, sopesou adequadamente todas aquelas circunstâncias de índole objetiva ou pessoal, não se vislumbrando qualquer incorreção na aplicação do sistema trifásico da dosimetria da pena, bem como não se constatando qualquer violação aos dispositivos constitucionais e legais prequestionados. No que atine ao Apelante militar, o aumento de pena previsto no § 3... do art. 251 do CPM deve ser aplicado no seu grau mínimo, 1/5 (um quinto), o que implica na adequação da pena definitiva para 3 (três) anos, 2 (dois) meses e 12 (doze) dias de reclusão, afastando-se, da mesma forma, qualquer ofensa aos dispositivos constitucionais e legais prequestionados. Desprovimento do Recurso defensivo dos Apelantes civis e parcial provimento ao Recurso defensivo do Apelante militar, tão somente para adequar a pena imposta. Decisão unânime. Apelação ministerial em relação a um dos militares absolvidos na 1... Instância. As provas dos autos não demonstram com a clareza e a segurança jurídica necessária que o militar Acusado, em que pese a função relevante que desempenhava, tivesse ciência da ocorrência de fraude, seja na fase do processo de licitação, seja na execução do contrato, quando da assinatura das notas fiscais autorizativas de pagamento que lhe eram apresentadas com o aval do Fiscal do Contrato e do Fiscal Administrativo. De igual forma, não obstante todas as diligências investigatórias realizadas, inclusive com a quebra de sigilo bancário e fiscal, nada foi 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 13 Relatório HC 184717 AGR / PE encontrado em relação ao Acusado que pudesse caracterizar a obtenção de alguma vantagem ilícita, ou mesmo alguma ligação suspeita com os donos da empresa contratada. Diante da insuficiência de provas quanto à participação dolosa do Réu no delito em tela, restando apenas indícios não conclusivos, prevalece o Princípio ‘in dubio pro reo’ e, em consequência, deve ser mantido o Decreto absolutório do Colegiado ‘a quo’. Apelo ministerial desprovido. Decisão unânime. (Apelação 7000301-05.2018.7.00.0000/RN, Ministro General do Exército Lúcio Mário de Barros Góes) Nas razões, a parte recorrente, em síntese, alega que a sentença condenatória reconheceu circunstância agravante (art. 251, § 3..., do Código Penal Militar) que supostamente não constava da denúncia. Sustenta ocorrência de cerceamento de defesa, em virtude de indeferimento de testemunha. Pretende a anulação do acórdão de apelação, por ausência de intimação prévia da defesa para a realização da sessão de julgamento da apelação. O Ministério Público Federal emitiu parecer pelo não conhecimento do habeas corpus em pronunciamento assim ementado: HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. ARGUIÇÃO DE NULIDADES. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO PREJUÍZO. ENTENDIMENTO CONTRÁRIO QUE DEMANDARIA REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. PARECER PELO NÃO CONHECIMENTO DO WRIT. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE encontrado em relação ao Acusado que pudesse caracterizar a obtenção de alguma vantagem ilícita, ou mesmo alguma ligação suspeita com os donos da empresa contratada. Diante da insuficiência de provas quanto à participação dolosa do Réu no delito em tela, restando apenas indícios não conclusivos, prevalece o Princípio ‘in dubio pro reo’ e, em consequência, deve ser mantido o Decreto absolutório do Colegiado ‘a quo’. Apelo ministerial desprovido. Decisão unânime. (Apelação 7000301-05.2018.7.00.0000/RN, Ministro General do Exército Lúcio Mário de Barros Góes) Nas razões, a parte recorrente, em síntese, alega que a sentença condenatória reconheceu circunstância agravante (art. 251, § 3..., do Código Penal Militar) que supostamente não constava da denúncia. Sustenta ocorrência de cerceamento de defesa, em virtude de indeferimento de testemunha. Pretende a anulação do acórdão de apelação, por ausência de intimação prévia da defesa para a realização da sessão de julgamento da apelação. O Ministério Público Federal emitiu parecer pelo não conhecimento do habeas corpus em pronunciamento assim ementado: HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. ARGUIÇÃO DE NULIDADES. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO PREJUÍZO. ENTENDIMENTO CONTRÁRIO QUE DEMANDARIA REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. PARECER PELO NÃO CONHECIMENTO DO WRIT. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BB9E-4184-254B-6DDF e senha 4FE6-44FF-382C-DBE5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PERNAMBUCO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão à parte agravante. Consta dos autos (eDoc 27, fl. 3) que a condenação imposta ao agravante já transitou em julgado (em 16 de junho de 2020). Esta excelsa Corte consagrou jurisprudência no sentido da inviabilidade da ação de habeas corpus como sucedâneo de revisão criminal. Cito, entre outros, HC 144.323 AgR/SP, ministro Ricardo Lewandowski; HC 149.653 AgR/SP, ministro Dias Toffoli; HC 163.627/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 177.098/SP, ministro Luiz Fux; HC 186.333 AgR/SC, ministra Rosa Weber; HC 193.043 AgR/SP, ministra Cármen Lúcia; RHC 181.896 AgR/RJ, ministro Edson Fachin; e HC 144.742/SP, Redator do acórdão o ministro Luiz Fux, assim ementado: “HABEAS CORPUS”. PENAL E PROCESSUAL PENAL. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DO ‘HABEAS CORPUS’ COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU REVISÃO CRIMINAL. REDISCUSSÃO DE CRITÉRIOS DE DOSIMETRIA DA PENA. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INADMISSIBILIDADE NA VIA ELEITA. ORDEM DENEGADA. (Com meus grifos) Ainda que superado referido óbice, entendo não assistir razão à parte agravante, no que toca à alegação de violação ao “princípio da correlação entre acusação e sentença”. O Supremo concluiu que não viola o princípio da correlação ou da congruência a condenação por fato narrado na peça acusatória, eis que o Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal 17/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PERNAMBUCO VOTO O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (RELATOR): Entendo não assistir razão à parte agravante. Consta dos autos (eDoc 27, fl. 3) que a condenação imposta ao agravante já transitou em julgado (em 16 de junho de 2020). Esta excelsa Corte consagrou jurisprudência no sentido da inviabilidade da ação de habeas corpus como sucedâneo de revisão criminal. Cito, entre outros, HC 144.323 AgR/SP, ministro Ricardo Lewandowski; HC 149.653 AgR/SP, ministro Dias Toffoli; HC 163.627/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 177.098/SP, ministro Luiz Fux; HC 186.333 AgR/SC, ministra Rosa Weber; HC 193.043 AgR/SP, ministra Cármen Lúcia; RHC 181.896 AgR/RJ, ministro Edson Fachin; e HC 144.742/SP, Redator do acórdão o ministro Luiz Fux, assim ementado: “HABEAS CORPUS”. PENAL E PROCESSUAL PENAL. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DO ‘HABEAS CORPUS’ COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO OU REVISÃO CRIMINAL. REDISCUSSÃO DE CRITÉRIOS DE DOSIMETRIA DA PENA. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INADMISSIBILIDADE NA VIA ELEITA. ORDEM DENEGADA. (Com meus grifos) Ainda que superado referido óbice, entendo não assistir razão à parte agravante, no que toca à alegação de violação ao “princípio da correlação entre acusação e sentença”. O Supremo concluiu que não viola o princípio da correlação ou da congruência a condenação por fato narrado na peça acusatória, eis que o Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 184717 AGR / PE acusado não se defende da classificação jurídica, mas dos fatos descritos na denúncia, nos termos dos arts. 383 do Código de Processo Penal e 437, “b”, do Código de Processo Penal Militar. Ilustram esse entendimento o HC 120.587/SP, ministro Luiz Fux; HC 134.686 AgR/RJ, ministra Rosa Weber; HC 177.092 AgR/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 168.855 AgR/SP, ministro Edson Fachin, assim como os seguintes julgados: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL E PENAL. WRIT SUBSTITUTO DE RECURSO ORDINÁRIO: ADMISSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO ENTRE A IMPUTAÇÃO E A SENTENÇA OU PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA. CIRCUNSTÂNCIA DE AGRAVAMENTO DE PENA CONSTANTE DO INC. I DO ART. 12 DA LEI 8.137/1990: GRAVE DANO À COLETIVIDADE. PEÇA ACUSATÓRIA QUE CONTÉM A DESCRIÇÃO FÁTICA DA CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE RECONHECIDA PELO JUÍZO PROCESSANTE: ELEVADO VALOR SONEGADO. ORDEM DENEGADA. (HC 129.284/PE, ministro Ricardo Lewandowski – com meus grifos) 2. Para o Supremo Tribunal Federal, o princípio da congruência significa que o acusado se defende dos fatos descritos na denúncia; e não da capitulação jurídica que se lhes dá. Assim, é suficiente a correlação entre o fato descrito na peça acusatória e o fato pelo qual o réu foi condenado, sendo irrelevante a menção expressa na denúncia de eventuais causas de aumento ou diminuição de pena (HC 120.587, Rel. Min. Luiz Fux). É também o que prevê o art. 383 do CPP. (HC 184.198 AgR/SP, ministro Roberto Barroso – com meus grifos) Neste caso, o Superior Tribunal Militar, ao analisar o reconhecimento da circunstância agravante prevista no art. 251, § 3..., do Código Penal 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE acusado não se defende da classificação jurídica, mas dos fatos descritos na denúncia, nos termos dos arts. 383 do Código de Processo Penal e 437, “b”, do Código de Processo Penal Militar. Ilustram esse entendimento o HC 120.587/SP, ministro Luiz Fux; HC 134.686 AgR/RJ, ministra Rosa Weber; HC 177.092 AgR/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 168.855 AgR/SP, ministro Edson Fachin, assim como os seguintes julgados: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL E PENAL. WRIT SUBSTITUTO DE RECURSO ORDINÁRIO: ADMISSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO ENTRE A IMPUTAÇÃO E A SENTENÇA OU PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA. CIRCUNSTÂNCIA DE AGRAVAMENTO DE PENA CONSTANTE DO INC. I DO ART. 12 DA LEI 8.137/1990: GRAVE DANO À COLETIVIDADE. PEÇA ACUSATÓRIA QUE CONTÉM A DESCRIÇÃO FÁTICA DA CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE RECONHECIDA PELO JUÍZO PROCESSANTE: ELEVADO VALOR SONEGADO. ORDEM DENEGADA. (HC 129.284/PE, ministro Ricardo Lewandowski – com meus grifos) 2. Para o Supremo Tribunal Federal, o princípio da congruência significa que o acusado se defende dos fatos descritos na denúncia; e não da capitulação jurídica que se lhes dá. Assim, é suficiente a correlação entre o fato descrito na peça acusatória e o fato pelo qual o réu foi condenado, sendo irrelevante a menção expressa na denúncia de eventuais causas de aumento ou diminuição de pena (HC 120.587, Rel. Min. Luiz Fux). É também o que prevê o art. 383 do CPP. (HC 184.198 AgR/SP, ministro Roberto Barroso – com meus grifos) Neste caso, o Superior Tribunal Militar, ao analisar o reconhecimento da circunstância agravante prevista no art. 251, § 3..., do Código Penal 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 184717 AGR / PE Militar, destacou referir-se “a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória”, o que afasta a alegada violação ao princípio da correlação. Por outro lado, melhor sorte não socorre a parte impetrante no que toca ao alegado cerceamento de defesa decorrente de indeferimento de testemunha de defesa. O Superior Tribunal Militar, ao afastar a ocorrência de cerceamento de defesa, assim ressaltou: Inicialmente, cabe destacar que no rol de testemunhas de fls. 68/71 do Arquivo 3 do PO, apresentado pela Defesa do Cel MÁRCIO DAVID ABREU PIMENTA, estão relacionadas três testemunhas, mas não consta a testemunha VICTOR ALEXANDRE FLORES. Não obstante, no pedido defensivo formulado posteriormente de oitiva da referida testemunha, de fls. 1239/1240 do Arquivo 26 do PO, consta o Despacho do Juízo a quo, datado de 18/7/2017, estabelecendo o prazo de 5 (cinco) dias para que a Defesa indicasse a data e a residência ou onde a referida testemunha pudesse ser encontrada. Já no Despacho de fl. 1272 do Arquivo 26 do PO, datado de 26/7/2017, consta o indeferimento da oitiva da testemunha por não ter sido declinado o endereço onde a mesma poderia ser encontrada, ficando assentado na ocasião ‘sem prejuízo da apresentação na sede deste juízo’. De resto, a testemunha VICTOR ALEXANDRE FLORES não foi encontrada no endereço fornecido pelo apelante, sob o pretexto de estar em viagem. Intimado para dizer quais os dias em que a testemunha poderia ser encontrada em sua residência para ser intimada da audiência, o Apelante limitou-se a reiterar pedido para que fosse inquirida (fls.1253/1254 - Arquivo 26 do PO). Pelo que se extrai dos autos, após o referido 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE Militar, destacou referir-se “a fatos expressamente mencionados e articulados na Denúncia, e apurados na instrução probatória”, o que afasta a alegada violação ao princípio da correlação. Por outro lado, melhor sorte não socorre a parte impetrante no que toca ao alegado cerceamento de defesa decorrente de indeferimento de testemunha de defesa. O Superior Tribunal Militar, ao afastar a ocorrência de cerceamento de defesa, assim ressaltou: Inicialmente, cabe destacar que no rol de testemunhas de fls. 68/71 do Arquivo 3 do PO, apresentado pela Defesa do Cel MÁRCIO DAVID ABREU PIMENTA, estão relacionadas três testemunhas, mas não consta a testemunha VICTOR ALEXANDRE FLORES. Não obstante, no pedido defensivo formulado posteriormente de oitiva da referida testemunha, de fls. 1239/1240 do Arquivo 26 do PO, consta o Despacho do Juízo a quo, datado de 18/7/2017, estabelecendo o prazo de 5 (cinco) dias para que a Defesa indicasse a data e a residência ou onde a referida testemunha pudesse ser encontrada. Já no Despacho de fl. 1272 do Arquivo 26 do PO, datado de 26/7/2017, consta o indeferimento da oitiva da testemunha por não ter sido declinado o endereço onde a mesma poderia ser encontrada, ficando assentado na ocasião ‘sem prejuízo da apresentação na sede deste juízo’. De resto, a testemunha VICTOR ALEXANDRE FLORES não foi encontrada no endereço fornecido pelo apelante, sob o pretexto de estar em viagem. Intimado para dizer quais os dias em que a testemunha poderia ser encontrada em sua residência para ser intimada da audiência, o Apelante limitou-se a reiterar pedido para que fosse inquirida (fls.1253/1254 - Arquivo 26 do PO). Pelo que se extrai dos autos, após o referido 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 184717 AGR / PE indeferimento até o oferecimento de suas Razões de Apelação, o Acusado, em nenhum momento demonstrou qualquer inconformidade contra o mencionado Despacho do Juízo a quo, tendo silenciado a respeito, tudo indicando que teria se conformado com a Decisão judicial. (com meus grifos) Para além disso, o Supremo firmou entendimento no sentido de que as nulidades devem ser arguidas em momento oportuno, sob pena de preclusão – HC 88.868/RS, ministro Ayres Britto; HC 133.931 AgR/BA, ministro Teori Zavascki; e RHC 185.549 AgR/SP, ministro Roberto Barroso; e RHC 133.530 AgR/PA, ministro Edson Fachin, cuja ementa transcrevo: 2. As nulidades associadas à instrução processual devem ser arguidas até a fase de alegações finais, sob pena de preclusão. (RHC 133.530 AgR/PA, ministro Edson Fachin) Não vislumbro possível, estando idônea e suficientemente motivada a decisão que indeferiu a testemunha indicada pela defesa e tendo a arguição de nulidade ocorrido apenas nas razões recursais, acolher o pretendido reconhecimento de cerceamento de defesa. Por fim, também não merece acolhida a alegação de ausência de intimação prévia da defesa para a realização da sessão de julgamento da apelação. Isso porque, em consulta ao Portal do Superior Tribunal Militar, verifiquei que o Ministro Relator do acórdão impugnado, em 19 de agosto de 2019, proferiu despacho naqueles autos, assim discorrendo sobre referida alegação da parte impetrante: Trata-se de petição apresentada pelo Advogado Paulo Roberto de Souza Leão Júnior, representante de MÁRCIO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE indeferimento até o oferecimento de suas Razões de Apelação, o Acusado, em nenhum momento demonstrou qualquer inconformidade contra o mencionado Despacho do Juízo a quo, tendo silenciado a respeito, tudo indicando que teria se conformado com a Decisão judicial. (com meus grifos) Para além disso, o Supremo firmou entendimento no sentido de que as nulidades devem ser arguidas em momento oportuno, sob pena de preclusão – HC 88.868/RS, ministro Ayres Britto; HC 133.931 AgR/BA, ministro Teori Zavascki; e RHC 185.549 AgR/SP, ministro Roberto Barroso; e RHC 133.530 AgR/PA, ministro Edson Fachin, cuja ementa transcrevo: 2. As nulidades associadas à instrução processual devem ser arguidas até a fase de alegações finais, sob pena de preclusão. (RHC 133.530 AgR/PA, ministro Edson Fachin) Não vislumbro possível, estando idônea e suficientemente motivada a decisão que indeferiu a testemunha indicada pela defesa e tendo a arguição de nulidade ocorrido apenas nas razões recursais, acolher o pretendido reconhecimento de cerceamento de defesa. Por fim, também não merece acolhida a alegação de ausência de intimação prévia da defesa para a realização da sessão de julgamento da apelação. Isso porque, em consulta ao Portal do Superior Tribunal Militar, verifiquei que o Ministro Relator do acórdão impugnado, em 19 de agosto de 2019, proferiu despacho naqueles autos, assim discorrendo sobre referida alegação da parte impetrante: Trata-se de petição apresentada pelo Advogado Paulo Roberto de Souza Leão Júnior, representante de MÁRCIO 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 184717 AGR / PE DAVID DE ABREU PIMENTA, Cel Ex, requerendo o adiamento do Julgamento da Apelação, previamente designado para o dia 20/08/2019, em razão de não haver tempo suficiente para os advogados do Apelante se deslocarem de Natal/RN para Brasília/DF. Requer, ainda, que a nova data de julgamento seja informada com antecedência mínima de 5 (cinco) dias entre a efetiva ciência e a data da sessão de julgamento (evento 58). Consta no sistema e-proc que no dia 6/8/2019 foi expedida a ciência ao Advogado peticionante para a data de Julgamento a ser realizado no dia 20/8/2019 (evento 52) e que o Causídico foi intimado eletronicamente após o transcurso dos 10 (dez) dias, no dia 16/08/2019, em virtude da confirmação automática da ciência expedida pelo sistema (evento 52). Ou seja, o Peticionante dispôs de tempo suficiente para planejar sua vinda à Sessão de Julgamento, mesmo porque desde a ciência expedida pela Secretaria Judiciária deste Tribunal transcorreram-se um total de 13 (treze) dias. (com meus grifos) Por isso mesmo que, para acolher a tese defensiva – ausência de “válida, legal e regular intimação para a defesa do ora Recorrente se fazer presente na sessão de julgamento do STM” –, seria indispensável o reexame do todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem em sentido contrário, fato esse inviável para a via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo. Menciono o HC 175.924 AgR/PR, ministro Gilmar Mendes; HC 182.710 AgR/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 190.845 AgR/PE, ministro Ricardo Lewandowski; RHC 143.055 AgR/PR, ministro Edson Fachin; e HC 125.131 AgR/DF, ministro Celso de Mello, cuja ementa transcrevo: “HABEAS CORPUS” – SITUAÇÃO DE ILIQUIDEZ QUANTO AOS FATOS SUBJACENTES AO PROCESSO PENAL – CONTROVÉRSIA QUE IMPLICA EXAME APROFUNDADO DE FATOS E CONFRONTO 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE DAVID DE ABREU PIMENTA, Cel Ex, requerendo o adiamento do Julgamento da Apelação, previamente designado para o dia 20/08/2019, em razão de não haver tempo suficiente para os advogados do Apelante se deslocarem de Natal/RN para Brasília/DF. Requer, ainda, que a nova data de julgamento seja informada com antecedência mínima de 5 (cinco) dias entre a efetiva ciência e a data da sessão de julgamento (evento 58). Consta no sistema e-proc que no dia 6/8/2019 foi expedida a ciência ao Advogado peticionante para a data de Julgamento a ser realizado no dia 20/8/2019 (evento 52) e que o Causídico foi intimado eletronicamente após o transcurso dos 10 (dez) dias, no dia 16/08/2019, em virtude da confirmação automática da ciência expedida pelo sistema (evento 52). Ou seja, o Peticionante dispôs de tempo suficiente para planejar sua vinda à Sessão de Julgamento, mesmo porque desde a ciência expedida pela Secretaria Judiciária deste Tribunal transcorreram-se um total de 13 (treze) dias. (com meus grifos) Por isso mesmo que, para acolher a tese defensiva – ausência de “válida, legal e regular intimação para a defesa do ora Recorrente se fazer presente na sessão de julgamento do STM” –, seria indispensável o reexame do todo o conjunto fático-probatório que levou as instâncias ordinárias a concluírem em sentido contrário, fato esse inviável para a via estreita do habeas corpus, que não admite dilação probatória, nos termos da jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo. Menciono o HC 175.924 AgR/PR, ministro Gilmar Mendes; HC 182.710 AgR/SP, ministro Alexandre de Moraes; HC 190.845 AgR/PE, ministro Ricardo Lewandowski; RHC 143.055 AgR/PR, ministro Edson Fachin; e HC 125.131 AgR/DF, ministro Celso de Mello, cuja ementa transcrevo: “HABEAS CORPUS” – SITUAÇÃO DE ILIQUIDEZ QUANTO AOS FATOS SUBJACENTES AO PROCESSO PENAL – CONTROVÉRSIA QUE IMPLICA EXAME APROFUNDADO DE FATOS E CONFRONTO 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13 Voto - MIN. NUNES MARQUES HC 184717 AGR / PE ANALÍTICO DE MATÉRIA ESSENCIALMENTE PROBATÓRIA – INVIABILIDADE NA VIA SUMARÍSSIMA DO PROCESSO DE ‘HABEAS CORPUS’ – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. – O processo de ‘habeas corpus’, que tem caráter essencialmente documental, não se mostra juridicamente adequado quando utilizado com o objetivo (a) de promover a análise da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos instrutórios coligidos no processo penal de conhecimento. Precedentes. Entendo, desse modo, não merecerem reparo o acórdão do Superior Tribunal Militar e a decisão agravada. Tal conclusão atrai a orientação geral a que aludi primeiramente, no sentido da existência do óbice da condenação penal transitada em julgado. Ante o exposto, nego provimento ao agravo. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Supremo Tribunal Federal HC 184717 AGR / PE ANALÍTICO DE MATÉRIA ESSENCIALMENTE PROBATÓRIA – INVIABILIDADE NA VIA SUMARÍSSIMA DO PROCESSO DE ‘HABEAS CORPUS’ – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. – O processo de ‘habeas corpus’, que tem caráter essencialmente documental, não se mostra juridicamente adequado quando utilizado com o objetivo (a) de promover a análise da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos instrutórios coligidos no processo penal de conhecimento. Precedentes. Entendo, desse modo, não merecerem reparo o acórdão do Superior Tribunal Militar e a decisão agravada. Tal conclusão atrai a orientação geral a que aludi primeiramente, no sentido da existência do óbice da condenação penal transitada em julgado. Ante o exposto, nego provimento ao agravo. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6D8A-16FE-D89E-3F99 e senha C1BD-D784-6906-B02F Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13 Extrato de Ata - 17/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PROCED. : PERNAMBUCO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) : PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO (1839/RN) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE3C-F019-F53A-6C90 e senha E16F-EA08-33BD-4D5D Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 184.717 PROCED. : PERNAMBUCO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : MARCIO DAVID ABREU PIMENTA ADV.(A/S) : PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO (1839/RN) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 6.8.2021 a 16.8.2021. Composição: Ministros Nunes Marques (Presidente), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código FE3C-F019-F53A-6C90 e senha E16F-EA08-33BD-4D5D Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 184 . 717", "HC 184717 AGR / PE", "HC 184717 AGR / PE", "HABEAS CORPUS 184 . 717", "HABEAS CORPUS 184 . 717", "HC 184717 AGR / PE", "HC 184717 AGR / PE", "HC 184717 AGR / PE", "HC 184717 AGR / PE", "HC 184717 AGR / PE", "Apelação 7000301 - 05 . 2018 . 7 . 00 . 0000 / RN", "HC 184717 AGR", "Apelação 7000301 - 05 . 2018 . 7 . 00 . 0000 / RN", "HABEAS CORPUS 184 . 717", "HC 144 . 323 AgR / SP", "HC 149 . 653 AgR / SP", "HC 163 . 627 / SP", "HC 177 . 098 / SP", "HC 186 . 333 AgR / SC", "HC 193 . 043 AgR / SP", "RHC 181 . 896 AgR / RJ", "HC 144 . 742 / SP", "HABEAS CORPUS 184 . 717", "HC 144 . 323 AgR / SP", "HC 149 . 653 AgR / SP", "HC 163 . 627 / SP", "HC 177 . 098 / SP", "HC 186 . 333 AgR / SC", "HC 193 . 043 AgR / SP", "RHC 181 . 896 AgR / RJ", "e", "HC 144 . 742 / SP", "HC 184717 AGR / PE", "HC 120 . 587 / SP", "HC 134 . 686 AgR / RJ", "HC 177 . 092 AgR / SP", "HC 168 . 855 AgR / SP", "HC 129 . 284 / PE", "HC 120 . 587", "HC 184 . 198 AgR / SP", "HC 184717 AGR / PE", "HC 120 . 587 / SP", "HC 134 . 686 AgR / RJ", "HC 177 . 092 AgR / SP", "HC 168 . 855 AgR / SP", "HC 129 . 284 / PE", "HC 120 . 587", "HC 184 . 198 AgR / SP", "HC 184717 AGR / PE", "HC 184717 AGR / PE", "HC 184717 AGR / PE", "HC 88 . 868 / RS", "HC 133 . 931 AgR / BA", "RHC 185 . 549 AgR / SP", "RHC 133 . 530 AgR / PA", "RHC 133 . 530 AgR / PA", "HC 184717 AGR / PE", "HC 88 . 868 / RS", "HC 133 . 931 AgR / BA", "RHC 185 . 549 AgR / SP", "RHC 133 . 530 AgR / PA", "RHC 133 . 530 AgR / PA", "HC 184717 AGR / PE", "HC 175 . 924 AgR / PR", "HC 182 . 710 AgR / SP", "HC 190 . 845 AgR / PE", "RHC 143 . 055 AgR / PR", "HC 125 . 131 AgR / DF", "HC 184717 AGR / PE", "HC 175 . 924 AgR / PR", "HC 182 . 710 AgR / SP", "HC 190 . 845 AgR / PE", "RHC 143 . 055 AgR / PR", "HC 125 . 131 AgR / DF", "HC 184717 AGR / PE", "HC 184717 AGR / PE", "HABEAS CORPUS 184 . 717", "HABEAS CORPUS 184 . 717" ], "LEGISLACAO": [ "arts . 383 do Código de Processo Penal", "437 , “ b ” , do Código de Processo Penal Militar", "art . 251 , § 3 . . . , do Código Penal Militar", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 251 DO CPM", "art . 251 do CPM", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 251 DO CPM", "art . 251 do CPM", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 616 do CPP", "§ 3 . . . do", "art . 251 do CPM", "art . 437 , alínea ‘ b ’ , do CPPM", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 616 do CPP", "art . 437 , alínea ‘ b ’ , do CPPM", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 3 . . . do art . 251 do CPM", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 251 , § 3 . . . , do Código Penal Militar", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 251 , § 3 . . . , do Código Penal Militar", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts . 383 do Código de Processo Penal", "437 , “ b ” , do Código de Processo Penal Militar", "INC . I DO ART . 12 DA LEI 8 . 137 / 1990", "art . 383 do CPP", "art . 251 , § 3 . . . , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts . 383 do Código de Processo Penal", "437 , “ b ” , do Código de Processo Penal Militar", "INC . I DO ART . 12 DA LEI 8 . 137 / 1990", "art . 383 do CPP", "art . 251 , § 3 . . . , do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "PERNAMBUCO", "Brasília", "Brasília", "PERNAMBUCO", "Hospital de Guarnição de Natal", "PERNAMBUCO", "Hospital de Guarnição de Natal", "PERNAMBUCO", "PERNAMBUCO", "Natal", "/", "RN", "Brasília", "/", "DF", "Natal", "/", "RN", "Brasília", "/", "DF", "PERNAMBUCO", "PERNAMBUCO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR", "Superior Tribunal Militar", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "STM", "Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "STM", "Segunda Turma do", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR", "Superior Tribunal Militar", "MPM", "MPM", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR", "Superior Tribunal Militar", "MPM", "MPM", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Conselho Especial de Justiça para o Exército da Auditoria da 7 . . . CJM", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Conselho Especial de Justiça para o", "Exército da Auditoria da 7", "CJM", "Supremo Tribunal Federal", "Exército", "Ministério Público Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal Militar", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal Militar", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal Militar", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal Militar", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Superior Tribunal Militar", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Superior Tribunal Militar", "Supremo Tribunal Federal", "STM", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "STM", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal Militar", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal Militar", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "NUNES MARQUES", "MARCIO DAVID ABREU PIMENTA", "PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "MARCIO DAVID ABREU PIMENTA", "PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "MARCIO DAVID ABREU PIMENTA", "PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO", "NUNES MARQUES", "MUTATIO LIBELLI", "Lúcio Mário de Barros Góes", "Lúcio Mário de Barros Góes", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "Ricardo Lewandowski", "Dias Toffoli", "Alexandre de Moraes", "Luiz Fux", "Rosa Weber", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Luiz Fux", "NUNES MARQUES", "Ricardo Lewandowski", "Dias Toffoli", "Alexandre de Moraes", "Luiz Fux", "Rosa Weber", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Luiz Fux", "NUNES MARQUES", "Luiz Fux", "Rosa Weber", "Alexandre de Moraes", "Edson Fachin", "Ricardo Lewandowski", "Luiz Fux", "Roberto Barroso", "Luiz Fux", "Rosa Weber", "Alexandre de Moraes", "Edson Fachin", "Ricardo Lewandowski", "Luiz Fux", "Roberto Barroso", "NUNES MARQUES", "MÁRCIO DAVID ABREU PIMENTA", "VICTOR ALEXANDRE FLORES", "VICTOR ALEXANDRE FLORES", "MÁRCIO DAVID ABREU PIMENTA", "VICTOR ALEXANDRE FLORES", "VICTOR ALEXANDRE FLORES", "NUNES MARQUES", "Ayres Britto", "Teori Zavascki", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Edson Fachin", "Paulo Roberto de Souza Leão Júnior", "Ayres Britto", "Teori Zavascki", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Edson Fachin", "Paulo Roberto de Souza Leão Júnior", "NUNES MARQUES", "DAVID DE ABREU PIMENTA", "Gilmar Mendes", "Alexandre de Moraes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Celso de Mello", "DAVID DE ABREU PIMENTA", "Gilmar Mendes", "Alexandre de Moraes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Celso de Mello", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "MARCIO DAVID ABREU PIMENTA", "PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky", "NUNES MARQUES", "MARCIO DAVID ABREU", "PAULO ROBERTO DANTAS DE SOUZA LEAO", "Nunes Marques", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Edson Fachin", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "17", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16 de agosto de 2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "6", "16 de agosto de 2021", "17 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "2011", "/", "2012", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "2011", "/", "2012", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "16 de junho de 2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "16 de junho de 2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", "/", "7", "/", "2017", "26", "/", "7", "/", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "18", "/", "7", "/", "2017", "26", "/", "7", "/", "2017", "24", "/", "08", "/", "2001", "19 de agosto de 2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "19 de agosto de 2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "20", "/", "08", "/", "2019", "6", "/", "8", "/", "2019", "20", "/", "8", "/", "2019", "16", "/", "08", "/", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "20", "/", "08", "/", "2019", "6", "/", "8", "/", "2019", "20", "/", "8", "/", "2019", "16", "/", "08", "/", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "08", "/", "2021", "6", ".", "8", ".", "2021", "16", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", 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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) :ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JORGE URBANI SALOMAO ADV.(A/S) :LAURA SOARES DE GODOY AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em conhecer e desprover o agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 21 a 28 de maio de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 31 de maio de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9282-D54C-C6A3-CC58 e senha D7EE-0472-E60C-A058 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) :ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JORGE URBANI SALOMAO ADV.(A/S) :LAURA SOARES DE GODOY AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: Em 8 de abril de 2021, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PENA – EXECUÇÃO PROVISÓRIA – PRINCÍPIO DA NÃO CULPABILIDADE – PROVIMENTO PARCIAL. 1. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, reformando o entendimento do Juízo quanto à dosimetria da pena, condenou o recorrente pela prática dos crimes previstos nos artigos 302, cabeça, e 306, § 2º, da Lei nº 9.503/97. Assentou viável a execução antecipada da sanção. No extraordinário, o recorrente aponta violados os artigos 5º, incisos XL, XLVI, LIV, LV e LVII, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Argui a nulidade do processo por cerceamento de defesa. Insurge-se contra a condenação pela prática do crime previsto no artigo 306, § 2º, do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) :ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JORGE URBANI SALOMAO ADV.(A/S) :LAURA SOARES DE GODOY AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: Em 8 de abril de 2021, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PENA – EXECUÇÃO PROVISÓRIA – PRINCÍPIO DA NÃO CULPABILIDADE – PROVIMENTO PARCIAL. 1. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, reformando o entendimento do Juízo quanto à dosimetria da pena, condenou o recorrente pela prática dos crimes previstos nos artigos 302, cabeça, e 306, § 2º, da Lei nº 9.503/97. Assentou viável a execução antecipada da sanção. No extraordinário, o recorrente aponta violados os artigos 5º, incisos XL, XLVI, LIV, LV e LVII, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Argui a nulidade do processo por cerceamento de defesa. Insurge-se contra a condenação pela prática do crime previsto no artigo 306, § 2º, do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 Relatório RE 1318833 AGR / SP Código de Trânsito Brasileiro. Busca a redução da pena, dizendo não atendido o princípio da individualização da pena. Aduz ter ocorrido expedição de mandado de prisão antes do trânsito em julgado, a violar o princípio da não culpabilidade. 2. De início, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses com solução na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea com a ordem jurídica. Eis a síntese do acórdão recorrido: Crime de Trânsito – Condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa – Recusa do agente em submeter-se ao exame do etilômetro – Conjunto probatório desfavorável ao réu lastrado em depoimento policiais harmônicos – Validade A constatação de que o motorista conduzia veículo automotor em via pública em estado de embriaguez mediante prova testemunhal harmônica dos policiais que atenderam a ocorrência é perfeitamente válida, até mesmo pelo princípio de presunção de veracidade inerente aos atos administrativos em geral. Após o advento da Lei n. 12.760/12, ficou superada a discussão quanto à efetiva necessidade de que a embriaguez venha a ser comprovada por exame laboratorial, realizado com etilômetro dentro do prazo de verificação do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal RE 1318833 AGR / SP Código de Trânsito Brasileiro. Busca a redução da pena, dizendo não atendido o princípio da individualização da pena. Aduz ter ocorrido expedição de mandado de prisão antes do trânsito em julgado, a violar o princípio da não culpabilidade. 2. De início, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses com solução na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea com a ordem jurídica. Eis a síntese do acórdão recorrido: Crime de Trânsito – Condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa – Recusa do agente em submeter-se ao exame do etilômetro – Conjunto probatório desfavorável ao réu lastrado em depoimento policiais harmônicos – Validade A constatação de que o motorista conduzia veículo automotor em via pública em estado de embriaguez mediante prova testemunhal harmônica dos policiais que atenderam a ocorrência é perfeitamente válida, até mesmo pelo princípio de presunção de veracidade inerente aos atos administrativos em geral. Após o advento da Lei n. 12.760/12, ficou superada a discussão quanto à efetiva necessidade de que a embriaguez venha a ser comprovada por exame laboratorial, realizado com etilômetro dentro do prazo de verificação do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 Relatório RE 1318833 AGR / SP INMETRO ou em amostras de sangue. Crime de Trânsito Homicídio Culposo – Motorista que conduz veículo automotor com velocidade incompatível com o local dos fatos Configuração de culpa na modalidade imprudência pelo descumprimento do dever de cuidado – Conjunto probatório desfavorável ao réu lastrado em prova pericial e em depoimentos harmônicos de testemunhas. Age com manifesta imprudência aquele que, sem atentar para velocidade máxima permitida para o local dos fatos, não consegue frear seu conduzido, vindo a colidir com um poste, vindo a vítima a falecer em razão dos ferimentos ocasionados pelo grave embate. Referida conjuntura, demonstrada por conjunto probatório desfavorável ao réu, lastrado em prova pericial idônea e em depoimentos harmônicos de testemunhas, são suficientes para embasar a decisão desfavorável ao acusado. Cálculo da Pena. Pretensão à redução de pena alternativa consistente em prestação pecuniária. Critérios empregados em primeiro grau que obedecem a previsão legal. Descabimento. Estabelece o art. 44, § 2º, do CP, que, em se tratando de condenação superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. Uma vez, contudo, tenha sido efetuada a escolha por uma das opções pelo Juiz sentenciante de duas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços à comunidade e em prestação pecuniária, não cabe à 2ª Instância, sem maiores motivos, proceder à redução desta última. A maior proximidade do Juiz de Direito com relação à colheita de provas lhe permite, com efeito, escolher a solução que se revele mais adequada à dinâmica dos fatos e à personalidade do agente, de modo a possibilitar a este uma efetiva reflexão sobre 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal RE 1318833 AGR / SP INMETRO ou em amostras de sangue. Crime de Trânsito Homicídio Culposo – Motorista que conduz veículo automotor com velocidade incompatível com o local dos fatos Configuração de culpa na modalidade imprudência pelo descumprimento do dever de cuidado – Conjunto probatório desfavorável ao réu lastrado em prova pericial e em depoimentos harmônicos de testemunhas. Age com manifesta imprudência aquele que, sem atentar para velocidade máxima permitida para o local dos fatos, não consegue frear seu conduzido, vindo a colidir com um poste, vindo a vítima a falecer em razão dos ferimentos ocasionados pelo grave embate. Referida conjuntura, demonstrada por conjunto probatório desfavorável ao réu, lastrado em prova pericial idônea e em depoimentos harmônicos de testemunhas, são suficientes para embasar a decisão desfavorável ao acusado. Cálculo da Pena. Pretensão à redução de pena alternativa consistente em prestação pecuniária. Critérios empregados em primeiro grau que obedecem a previsão legal. Descabimento. Estabelece o art. 44, § 2º, do CP, que, em se tratando de condenação superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. Uma vez, contudo, tenha sido efetuada a escolha por uma das opções pelo Juiz sentenciante de duas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços à comunidade e em prestação pecuniária, não cabe à 2ª Instância, sem maiores motivos, proceder à redução desta última. A maior proximidade do Juiz de Direito com relação à colheita de provas lhe permite, com efeito, escolher a solução que se revele mais adequada à dinâmica dos fatos e à personalidade do agente, de modo a possibilitar a este uma efetiva reflexão sobre 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Relatório RE 1318833 AGR / SP o crime perpetrado e as consequências dele advindas, atendidos, assim, os objetivos da retribuição estatal a seu ilícito proceder. Desde que a substituição adotada tenha sido efetuada consoante os critérios legalmente previstos, não se revela efetivamente recomendável alterá-la. Aludida modificação só seria admissível excepcionalmente, em casos plenamente justificáveis, de flagrante injustiça, ou se tal conviesse ao interesse público, considerando-se o caráter preventivo e o conteúdo punitivo, bem como o objetivo educativo da pena. Cálculo da Pena Homicídio culposo Suspensão da licença para conduzir veículo automotor Critérios a serem empregados em sua fixação com lastro no princípio da proporcionalidade Conquanto parte da Jurisprudência agasalhe a ideia de que se deva partir sempre do mínimo previsto no art. 293 do CTB (02 meses), parece-nos que a adoção dessa solução implicaria, muitas vezes, em situações iníquas, na medida em que faria incidir o mesmo período de suspensão para condutas gravíssimas (tal como o homicídio culposo praticado por condutor sob a influência de álcool mínimo de 05 anos de reclusão) e para outras não tão graves (como, por exemplo, daquele que se limita a entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada mínimo de 06 meses de detenção). Parece-nos, assim, mais equânime que a fixação do mínimo de suspensão da CNH obedeça a mesma proporção existente entre o mínimo de privação de liberdade previsto no preceito sancionador do tipo penal ao qual se subsume a conduta do agente e a menor pena corporal prevista no CTB. Na medida em que o homicídio culposo é apenado com, no mínimo, 02 anos de detenção ou seja, uma reprimenda 04 vezes maior do que a sanção corpórea mínima aplicável 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal RE 1318833 AGR / SP o crime perpetrado e as consequências dele advindas, atendidos, assim, os objetivos da retribuição estatal a seu ilícito proceder. Desde que a substituição adotada tenha sido efetuada consoante os critérios legalmente previstos, não se revela efetivamente recomendável alterá-la. Aludida modificação só seria admissível excepcionalmente, em casos plenamente justificáveis, de flagrante injustiça, ou se tal conviesse ao interesse público, considerando-se o caráter preventivo e o conteúdo punitivo, bem como o objetivo educativo da pena. Cálculo da Pena Homicídio culposo Suspensão da licença para conduzir veículo automotor Critérios a serem empregados em sua fixação com lastro no princípio da proporcionalidade Conquanto parte da Jurisprudência agasalhe a ideia de que se deva partir sempre do mínimo previsto no art. 293 do CTB (02 meses), parece-nos que a adoção dessa solução implicaria, muitas vezes, em situações iníquas, na medida em que faria incidir o mesmo período de suspensão para condutas gravíssimas (tal como o homicídio culposo praticado por condutor sob a influência de álcool mínimo de 05 anos de reclusão) e para outras não tão graves (como, por exemplo, daquele que se limita a entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada mínimo de 06 meses de detenção). Parece-nos, assim, mais equânime que a fixação do mínimo de suspensão da CNH obedeça a mesma proporção existente entre o mínimo de privação de liberdade previsto no preceito sancionador do tipo penal ao qual se subsume a conduta do agente e a menor pena corporal prevista no CTB. Na medida em que o homicídio culposo é apenado com, no mínimo, 02 anos de detenção ou seja, uma reprimenda 04 vezes maior do que a sanção corpórea mínima aplicável 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 Relatório RE 1318833 AGR / SP aos mais brandos preceitos sancionadores presentes no CTB (06 meses de privação de liberdade) parece ser mais acertado que a suspensão da CNH parta, em tais casos, de um mínimo de 08 meses, que corresponde ao quádruplo do mínimo previsto no art. 293 do CTB. Cálculo da Pena Homicídio culposo Perdão Judicial Ausência de provas cabais de que os fatos tenham atingido o réu tão gravemente, a ponto de a sanção penal ter se tornado desnecessária Descabimento Ainda que inquestionável tenha o réu sofrido com as consequências do acidente, dentre as quais a morte de seu amigo com o qual aparentemente mantinha relacionamento próximo, descabe o perdão judicial se inexistirem provas cabais de que a infração tenha atingido o réu tão gravemente, a ponto de a sanção penal ter se tornado desnecessária, como determina o disposto no art. 121, §5º, do CP. Apelação Guia de Execução a ser expedida após acórdão condenatório proferido por órgão de Segundo Grau no qual a privação de liberdade foi substituída por pena restritiva de direitos Trânsito em Julgado da matéria de fato Interposição eventual de Recursos Especial e Extraordinário desprovida de efeito suspensivo Admissibilidade Eventuais recursos de natureza especial ou extraordinária que venham a ser interpostos, respectivamente para o STJ ou para o STF, não estão abarcados na ideia de duplo grau de jurisdição, mesmo porque vêm eles desprovidos de efeito devolutivo amplo, na medida em que não se prestam ao debate da matéria fático-probatória, tendo seu âmbito de cognição restrito à matéria de direito. Sua previsão não visa, com efeito, a outorgar uma terceira ou quarta oportunidades para que determinado pronunciamento jurisdicional, contra o qual o sucumbente se insurge, seja revisto; sua 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal RE 1318833 AGR / SP aos mais brandos preceitos sancionadores presentes no CTB (06 meses de privação de liberdade) parece ser mais acertado que a suspensão da CNH parta, em tais casos, de um mínimo de 08 meses, que corresponde ao quádruplo do mínimo previsto no art. 293 do CTB. Cálculo da Pena Homicídio culposo Perdão Judicial Ausência de provas cabais de que os fatos tenham atingido o réu tão gravemente, a ponto de a sanção penal ter se tornado desnecessária Descabimento Ainda que inquestionável tenha o réu sofrido com as consequências do acidente, dentre as quais a morte de seu amigo com o qual aparentemente mantinha relacionamento próximo, descabe o perdão judicial se inexistirem provas cabais de que a infração tenha atingido o réu tão gravemente, a ponto de a sanção penal ter se tornado desnecessária, como determina o disposto no art. 121, §5º, do CP. Apelação Guia de Execução a ser expedida após acórdão condenatório proferido por órgão de Segundo Grau no qual a privação de liberdade foi substituída por pena restritiva de direitos Trânsito em Julgado da matéria de fato Interposição eventual de Recursos Especial e Extraordinário desprovida de efeito suspensivo Admissibilidade Eventuais recursos de natureza especial ou extraordinária que venham a ser interpostos, respectivamente para o STJ ou para o STF, não estão abarcados na ideia de duplo grau de jurisdição, mesmo porque vêm eles desprovidos de efeito devolutivo amplo, na medida em que não se prestam ao debate da matéria fático-probatória, tendo seu âmbito de cognição restrito à matéria de direito. Sua previsão não visa, com efeito, a outorgar uma terceira ou quarta oportunidades para que determinado pronunciamento jurisdicional, contra o qual o sucumbente se insurge, seja revisto; sua 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 Relatório RE 1318833 AGR / SP finalidade precípua é, antes, proporcionar a essas Cortes superiores a possibilidade de verificar se houve, in concreto, vulneração à lei federal ou às normas constitucionais, bem como, subsidiariamente, estabilizar, uniformizar e pacificar sua interpretação. A presunção de inocência não possui nenhum princípio o tem caráter absoluto, devendo ser analisada sempre em conjunto com os demais princípios de igual hierarquia que integram o arcabouço Constitucional, tais como aqueles da proporcionalidade e da duração razoável do processo, cabendo ao intérprete valorar cada um deles, sopesando-os, para determinar qual irá prevalecer em cada situação concreta. Em havendo colidência entre princípios, a divergência a ser dirimida será, com efeito, apenas aparente. Na seara criminal, a coisa julgada se forma de modo fracionado, conforme a ação penal avança. O próprio Supremo Tribunal Federal reconheceu cuidar-se de instituto de envergadura constitucional, que se consolida em capítulos autônomos, cujo conteúdo vai precluindo, consoante não venha a ser atacado no curso da ação por recurso. Torna-se, portanto, a parte relativa ao mérito da acusação e às provas “indiscutível, imutável”, tão logo seja realizado o julgamento em segundo grau de jurisdição, de tal sorte a ocorrer exatamente nesse momento o trânsito julgado desse capítulo da decisão, devendo o Juiz, então, se a privação de liberdade tiver sido substituída por restrição de direitos, determinar a expedição de carta de guia, para que seja iniciado de imediato o cumprimento dessa pena. Somente pela análise do quadro fático e da legislação de regência seria dado julgar de forma diversa, o que é inviável em sede extraordinária. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal RE 1318833 AGR / SP finalidade precípua é, antes, proporcionar a essas Cortes superiores a possibilidade de verificar se houve, in concreto, vulneração à lei federal ou às normas constitucionais, bem como, subsidiariamente, estabilizar, uniformizar e pacificar sua interpretação. A presunção de inocência não possui nenhum princípio o tem caráter absoluto, devendo ser analisada sempre em conjunto com os demais princípios de igual hierarquia que integram o arcabouço Constitucional, tais como aqueles da proporcionalidade e da duração razoável do processo, cabendo ao intérprete valorar cada um deles, sopesando-os, para determinar qual irá prevalecer em cada situação concreta. Em havendo colidência entre princípios, a divergência a ser dirimida será, com efeito, apenas aparente. Na seara criminal, a coisa julgada se forma de modo fracionado, conforme a ação penal avança. O próprio Supremo Tribunal Federal reconheceu cuidar-se de instituto de envergadura constitucional, que se consolida em capítulos autônomos, cujo conteúdo vai precluindo, consoante não venha a ser atacado no curso da ação por recurso. Torna-se, portanto, a parte relativa ao mérito da acusação e às provas “indiscutível, imutável”, tão logo seja realizado o julgamento em segundo grau de jurisdição, de tal sorte a ocorrer exatamente nesse momento o trânsito julgado desse capítulo da decisão, devendo o Juiz, então, se a privação de liberdade tiver sido substituída por restrição de direitos, determinar a expedição de carta de guia, para que seja iniciado de imediato o cumprimento dessa pena. Somente pela análise do quadro fático e da legislação de regência seria dado julgar de forma diversa, o que é inviável em sede extraordinária. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 Relatório RE 1318833 AGR / SP No mais, o Pleno, no julgamento das ações declaratórias de constitucionalidade nº 43, 44 e 54, de minha relatoria, assentou a constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal, afastando a possibilidade da execução precoce da pena. Precipitá-la importa antecipação de culpa, por serem indissociáveis. Conforme dispõe o inciso LVII do artigo 5º da Constituição Federal, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, ou seja, a culpa surge após alcançada a preclusão maior. Descabe inverter a ordem do processo-crime – apurar para, selada a culpa, prender, em verdadeira execução da sanção. 3. Ante os precedentes, provejo parcialmente o extraordinário para afastar a execução provisória da pena. 4. Publiquem. O agravante sustenta, no tocante à dosimetria da pena, ofensa à individualização da sanção e ao dever de motivação das decisões judiciais, tendo como dupla punição pelo mesmo fato a utilização da culpa grave como elemento subjetivo do crime e fator de majoração da pena acima do mínimo legal. Afirma ter havido superveniente unificação dos tipos penais descritos nos artigos 302 e 306 do Código de Trânsito Brasileiro com a Lei nº 12.971/2014, prevendo, em um só dispositivo, a prática de homicídio culposo na direção de veículo automotor sob a influência de álcool. O Ministério Público do Estado de São Paulo, em contraminuta, aponta o acerto do ato impugnado. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal RE 1318833 AGR / SP No mais, o Pleno, no julgamento das ações declaratórias de constitucionalidade nº 43, 44 e 54, de minha relatoria, assentou a constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal, afastando a possibilidade da execução precoce da pena. Precipitá-la importa antecipação de culpa, por serem indissociáveis. Conforme dispõe o inciso LVII do artigo 5º da Constituição Federal, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, ou seja, a culpa surge após alcançada a preclusão maior. Descabe inverter a ordem do processo-crime – apurar para, selada a culpa, prender, em verdadeira execução da sanção. 3. Ante os precedentes, provejo parcialmente o extraordinário para afastar a execução provisória da pena. 4. Publiquem. O agravante sustenta, no tocante à dosimetria da pena, ofensa à individualização da sanção e ao dever de motivação das decisões judiciais, tendo como dupla punição pelo mesmo fato a utilização da culpa grave como elemento subjetivo do crime e fator de majoração da pena acima do mínimo legal. Afirma ter havido superveniente unificação dos tipos penais descritos nos artigos 302 e 306 do Código de Trânsito Brasileiro com a Lei nº 12.971/2014, prevendo, em um só dispositivo, a prática de homicídio culposo na direção de veículo automotor sob a influência de álcool. O Ministério Público do Estado de São Paulo, em contraminuta, aponta o acerto do ato impugnado. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por profissional da advocacia credenciado, foi protocolada no prazo legal. Colho os seguintes trechos do acórdão recorrido: Não se cogita tampouco de aplicação da já revogada Lei n. 12.971/2014, com vigência posterior aos fatos, por não ser, de fato, benéfica ao acusado. Como bem explanado pelo i. Promotor de Justiça, em sede de contrarrazões de apelação, a fls. 628, Os fatos foram julgados com base na legislação então vigente. A Lei 12.971/14, que veio a ser revogada pela Lei 13.281/16, não é mais benéfica ao réu, pois, como bem salientado pela Magistrada da origem, prevê pena de reclusão, que possibilita, em tese, o desconto da reprimenda corporal no regime fechado, ou seja, com a total segregação do condenado, o que é impossível na pena de detenção, aplicada ao apelante. O decreto condenatório é, pois, de rigor, tal como foi lançado pelo Juízo a quo. As penas de ambos os delitos, contrariamente do quanto aduzido pelos i. causídicos, dosadas e fundamentadas em consonância com o sistema trifásico, realmente não comportam qualquer reparo. A) Do homicídio culposo na direção de veículo automotor: A1) Da privação de liberdade: a) estando-se atento ao quanto disposto no art. 59 do CP, a pena-base da privação de liberdade foi corretamente fixada em 03 anos de detenção, o que equivale a um acréscimo de ½ sobre o mínimo estando plenamente justificado esse quantum, sob a seguinte e adequada fundamentação, a fls. 473, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE5-B872-448A-9386 e senha 7401-C625-6B8D-71F8 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por profissional da advocacia credenciado, foi protocolada no prazo legal. Colho os seguintes trechos do acórdão recorrido: Não se cogita tampouco de aplicação da já revogada Lei n. 12.971/2014, com vigência posterior aos fatos, por não ser, de fato, benéfica ao acusado. Como bem explanado pelo i. Promotor de Justiça, em sede de contrarrazões de apelação, a fls. 628, Os fatos foram julgados com base na legislação então vigente. A Lei 12.971/14, que veio a ser revogada pela Lei 13.281/16, não é mais benéfica ao réu, pois, como bem salientado pela Magistrada da origem, prevê pena de reclusão, que possibilita, em tese, o desconto da reprimenda corporal no regime fechado, ou seja, com a total segregação do condenado, o que é impossível na pena de detenção, aplicada ao apelante. O decreto condenatório é, pois, de rigor, tal como foi lançado pelo Juízo a quo. As penas de ambos os delitos, contrariamente do quanto aduzido pelos i. causídicos, dosadas e fundamentadas em consonância com o sistema trifásico, realmente não comportam qualquer reparo. A) Do homicídio culposo na direção de veículo automotor: A1) Da privação de liberdade: a) estando-se atento ao quanto disposto no art. 59 do CP, a pena-base da privação de liberdade foi corretamente fixada em 03 anos de detenção, o que equivale a um acréscimo de ½ sobre o mínimo estando plenamente justificado esse quantum, sob a seguinte e adequada fundamentação, a fls. 473, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE5-B872-448A-9386 e senha 7401-C625-6B8D-71F8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RE 1318833 AGR / SP [...] o réu agiu de forma muito imprudente já que estava imprimindo ao “Golf” velocidade excessiva e incompatível com o que se esperava de um condutor responsável e com capacidade mediana de antever o resultado, tanto que o perito não observou, quer no veículo, quer na pavimentação, anomalias que pudessem justificar o ocorrido, de modo que a abrupta derivação do automotor à direita, manobra determinante na ocorrência do evento, somente pode ser atribuída ao acusado que, aliás, apesar do veículo ter percorrido vários metros sobre o calçamento, esbarrando nos tachões ali existentes, não conseguiu evitar a forte colisão contra o poste que lançou o veículo na calçada oposta e provocou graves danos na lateral do passageiro, fazendo com que a vítima ficasse presa nas ferragens e viesse a óbito com várias lesões. Assim, considerando a culpa grave [...]. b) Nas segunda e terceira e derradeira fases, foi ela mantida inalterada, em virtude da ausência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, bem como de causas de aumento ou de diminuição. […] B) Da embriaguez na direção de veículo automotor: B1) Da privação de liberdade e da multa: As penas, tendo sido criteriosamente dosadas nos mínimos legais (06 meses de detenção e 10 dias-multa), e fundamentadas em perfeita consonância com o sistema trifásico, realmente não comportam qualquer reparo. Conforme assentado na decisão individual, divergir do Tribunal de origem quanto à aplicabilidade da lei intermediária e à adequação da pena demandaria análise de matéria fática e interpretação da legislação de regência, o que é defeso em sede extraordinária. Conheço e desprovejo o agravo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE5-B872-448A-9386 e senha 7401-C625-6B8D-71F8 Supremo Tribunal Federal RE 1318833 AGR / SP [...] o réu agiu de forma muito imprudente já que estava imprimindo ao “Golf” velocidade excessiva e incompatível com o que se esperava de um condutor responsável e com capacidade mediana de antever o resultado, tanto que o perito não observou, quer no veículo, quer na pavimentação, anomalias que pudessem justificar o ocorrido, de modo que a abrupta derivação do automotor à direita, manobra determinante na ocorrência do evento, somente pode ser atribuída ao acusado que, aliás, apesar do veículo ter percorrido vários metros sobre o calçamento, esbarrando nos tachões ali existentes, não conseguiu evitar a forte colisão contra o poste que lançou o veículo na calçada oposta e provocou graves danos na lateral do passageiro, fazendo com que a vítima ficasse presa nas ferragens e viesse a óbito com várias lesões. Assim, considerando a culpa grave [...]. b) Nas segunda e terceira e derradeira fases, foi ela mantida inalterada, em virtude da ausência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, bem como de causas de aumento ou de diminuição. […] B) Da embriaguez na direção de veículo automotor: B1) Da privação de liberdade e da multa: As penas, tendo sido criteriosamente dosadas nos mínimos legais (06 meses de detenção e 10 dias-multa), e fundamentadas em perfeita consonância com o sistema trifásico, realmente não comportam qualquer reparo. Conforme assentado na decisão individual, divergir do Tribunal de origem quanto à aplicabilidade da lei intermediária e à adequação da pena demandaria análise de matéria fática e interpretação da legislação de regência, o que é defeso em sede extraordinária. Conheço e desprovejo o agravo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE5-B872-448A-9386 e senha 7401-C625-6B8D-71F8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) : VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) : ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA (23183/SP) ADV.(A/S) : JORGE URBANI SALOMAO (274322/SP) ADV.(A/S) : LAURA SOARES DE GODOY (354595/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD0-03A8-6765-D1B4 e senha 5281-FC4B-B2D0-4F96 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) : VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) : ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA (23183/SP) ADV.(A/S) : JORGE URBANI SALOMAO (274322/SP) ADV.(A/S) : LAURA SOARES DE GODOY (354595/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD0-03A8-6765-D1B4 e senha 5281-FC4B-B2D0-4F96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756062717
2021-05-31T00:00:00
2021-06-07T00:00:00
A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais.
sjur447988
Número de páginas: 11. Análise: 26/08/2021, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
1318833
null
RE-AgR
acordaos
RE 1318833 AgR
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AGTE.(S) : VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) : ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : JORGE URBANI SALOMAO ADV.(A/S) : LAURA SOARES DE GODOY AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) :ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JORGE URBANI SALOMAO ADV.(A/S) :LAURA SOARES DE GODOY AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova nem serve à interpretação de normas legais. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em conhecer e desprover o agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 21 a 28 de maio de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 31 de maio de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9282-D54C-C6A3-CC58 e senha D7EE-0472-E60C-A058 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) :ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JORGE URBANI SALOMAO ADV.(A/S) :LAURA SOARES DE GODOY AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: Em 8 de abril de 2021, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PENA – EXECUÇÃO PROVISÓRIA – PRINCÍPIO DA NÃO CULPABILIDADE – PROVIMENTO PARCIAL. 1. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, reformando o entendimento do Juízo quanto à dosimetria da pena, condenou o recorrente pela prática dos crimes previstos nos artigos 302, cabeça, e 306, § 2..., da Lei n 9.503/97. Assentou viável a execução antecipada da sanção. No extraordinário, o recorrente aponta violados os artigos 5..., incisos XL, XLVI, LIV, LV e LVII, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Argui a nulidade do processo por cerceamento de defesa. Insurge-se contra a condenação pela prática do crime previsto no artigo 306, § 2..., do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) :VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) :ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :JORGE URBANI SALOMAO ADV.(A/S) :LAURA SOARES DE GODOY AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: Em 8 de abril de 2021, Vossa Excelência proferiu a seguinte decisão: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PENA – EXECUÇÃO PROVISÓRIA – PRINCÍPIO DA NÃO CULPABILIDADE – PROVIMENTO PARCIAL. 1. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, reformando o entendimento do Juízo quanto à dosimetria da pena, condenou o recorrente pela prática dos crimes previstos nos artigos 302, cabeça, e 306, § 2..., da Lei n 9.503/97. Assentou viável a execução antecipada da sanção. No extraordinário, o recorrente aponta violados os artigos 5..., incisos XL, XLVI, LIV, LV e LVII, e 93, inciso IX, da Constituição Federal. Argui a nulidade do processo por cerceamento de defesa. Insurge-se contra a condenação pela prática do crime previsto no artigo 306, § 2..., do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 Relatório Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP Código de Trânsito Brasileiro. Busca a redução da pena, dizendo não atendido o princípio da individualização da pena. Aduz ter ocorrido expedição de mandado de prisão antes do trânsito em julgado, a violar o princípio da não culpabilidade. 2. De início, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses com solução na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea com a ordem jurídica. Eis a síntese do acórdão recorrido: Crime de Trânsito – Condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa – Recusa do agente em submeter-se ao exame do etilômetro – Conjunto probatório desfavorável ao réu lastrado em depoimento policiais harmônicos – Validade A constatação de que o motorista conduzia veículo automotor em via pública em estado de embriaguez mediante prova testemunhal harmônica dos policiais que atenderam a ocorrência é perfeitamente válida, até mesmo pelo princípio de presunção de veracidade inerente aos atos administrativos em geral. Após o advento da Lei n. 12.760/12, ficou superada a discussão quanto à efetiva necessidade de que a embriaguez venha a ser comprovada por exame laboratorial, realizado com etilômetro dentro do prazo de verificação do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP Código de Trânsito Brasileiro. Busca a redução da pena, dizendo não atendido o princípio da individualização da pena. Aduz ter ocorrido expedição de mandado de prisão antes do trânsito em julgado, a violar o princípio da não culpabilidade. 2. De início, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses com solução na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea com a ordem jurídica. Eis a síntese do acórdão recorrido: Crime de Trânsito – Condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa – Recusa do agente em submeter-se ao exame do etilômetro – Conjunto probatório desfavorável ao réu lastrado em depoimento policiais harmônicos – Validade A constatação de que o motorista conduzia veículo automotor em via pública em estado de embriaguez mediante prova testemunhal harmônica dos policiais que atenderam a ocorrência é perfeitamente válida, até mesmo pelo princípio de presunção de veracidade inerente aos atos administrativos em geral. Após o advento da Lei n. 12.760/12, ficou superada a discussão quanto à efetiva necessidade de que a embriaguez venha a ser comprovada por exame laboratorial, realizado com etilômetro dentro do prazo de verificação do 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 Relatório Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP INMETRO ou em amostras de sangue. Crime de Trânsito Homicídio Culposo – Motorista que conduz veículo automotor com velocidade incompatível com o local dos fatos Configuração de culpa na modalidade imprudência pelo descumprimento do dever de cuidado – Conjunto probatório desfavorável ao réu lastrado em prova pericial e em depoimentos harmônicos de testemunhas. Age com manifesta imprudência aquele que, sem atentar para velocidade máxima permitida para o local dos fatos, não consegue frear seu conduzido, vindo a colidir com um poste, vindo a vítima a falecer em razão dos ferimentos ocasionados pelo grave embate. Referida conjuntura, demonstrada por conjunto probatório desfavorável ao réu, lastrado em prova pericial idônea e em depoimentos harmônicos de testemunhas, são suficientes para embasar a decisão desfavorável ao acusado. Cálculo da Pena. Pretensão à redução de pena alternativa consistente em prestação pecuniária. Critérios empregados em primeiro grau que obedecem a previsão legal. Descabimento. Estabelece o art. 44, § 2..., do Código Penal Brasileiro, que, em se tratando de condenação superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. Uma vez, contudo, tenha sido efetuada a escolha por uma das opções pelo Juiz sentenciante de duas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços à comunidade e em prestação pecuniária, não cabe à 2... Instância, sem maiores motivos, proceder à redução desta última. A maior proximidade do Juiz de Direito com relação à colheita de provas lhe permite, com efeito, escolher a solução que se revele mais adequada à dinâmica dos fatos e à personalidade do agente, de modo a possibilitar a este uma efetiva reflexão sobre 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP INMETRO ou em amostras de sangue. Crime de Trânsito Homicídio Culposo – Motorista que conduz veículo automotor com velocidade incompatível com o local dos fatos Configuração de culpa na modalidade imprudência pelo descumprimento do dever de cuidado – Conjunto probatório desfavorável ao réu lastrado em prova pericial e em depoimentos harmônicos de testemunhas. Age com manifesta imprudência aquele que, sem atentar para velocidade máxima permitida para o local dos fatos, não consegue frear seu conduzido, vindo a colidir com um poste, vindo a vítima a falecer em razão dos ferimentos ocasionados pelo grave embate. Referida conjuntura, demonstrada por conjunto probatório desfavorável ao réu, lastrado em prova pericial idônea e em depoimentos harmônicos de testemunhas, são suficientes para embasar a decisão desfavorável ao acusado. Cálculo da Pena. Pretensão à redução de pena alternativa consistente em prestação pecuniária. Critérios empregados em primeiro grau que obedecem a previsão legal. Descabimento. Estabelece o art. 44, § 2..., do Código Penal Brasileiro, que, em se tratando de condenação superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. Uma vez, contudo, tenha sido efetuada a escolha por uma das opções pelo Juiz sentenciante de duas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços à comunidade e em prestação pecuniária, não cabe à 2... Instância, sem maiores motivos, proceder à redução desta última. A maior proximidade do Juiz de Direito com relação à colheita de provas lhe permite, com efeito, escolher a solução que se revele mais adequada à dinâmica dos fatos e à personalidade do agente, de modo a possibilitar a este uma efetiva reflexão sobre 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Relatório Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP o crime perpetrado e as consequências dele advindas, atendidos, assim, os objetivos da retribuição estatal a seu ilícito proceder. Desde que a substituição adotada tenha sido efetuada consoante os critérios legalmente previstos, não se revela efetivamente recomendável alterá-la. Aludida modificação só seria admissível excepcionalmente, em casos plenamente justificáveis, de flagrante injustiça, ou se tal conviesse ao interesse público, considerando-se o caráter preventivo e o conteúdo punitivo, bem como o objetivo educativo da pena. Cálculo da Pena Homicídio culposo Suspensão da licença para conduzir veículo automotor Critérios a serem empregados em sua fixação com lastro no princípio da proporcionalidade Conquanto parte da Jurisprudência agasalhe a ideia de que se deva partir sempre do mínimo previsto no art. 293 do CTB (02 meses), parece-nos que a adoção dessa solução implicaria, muitas vezes, em situações iníquas, na medida em que faria incidir o mesmo período de suspensão para condutas gravíssimas (tal como o homicídio culposo praticado por condutor sob a influência de álcool mínimo de 05 anos de reclusão) e para outras não tão graves (como, por exemplo, daquele que se limita a entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada mínimo de 06 meses de detenção). Parece-nos, assim, mais equânime que a fixação do mínimo de suspensão da CNH obedeça a mesma proporção existente entre o mínimo de privação de liberdade previsto no preceito sancionador do tipo penal ao qual se subsume a conduta do agente e a menor pena corporal prevista no CTB. Na medida em que o homicídio culposo é apenado com, no mínimo, 02 anos de detenção ou seja, uma reprimenda 04 vezes maior do que a sanção corpórea mínima aplicável 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP o crime perpetrado e as consequências dele advindas, atendidos, assim, os objetivos da retribuição estatal a seu ilícito proceder. Desde que a substituição adotada tenha sido efetuada consoante os critérios legalmente previstos, não se revela efetivamente recomendável alterá-la. Aludida modificação só seria admissível excepcionalmente, em casos plenamente justificáveis, de flagrante injustiça, ou se tal conviesse ao interesse público, considerando-se o caráter preventivo e o conteúdo punitivo, bem como o objetivo educativo da pena. Cálculo da Pena Homicídio culposo Suspensão da licença para conduzir veículo automotor Critérios a serem empregados em sua fixação com lastro no princípio da proporcionalidade Conquanto parte da Jurisprudência agasalhe a ideia de que se deva partir sempre do mínimo previsto no art. 293 do CTB (02 meses), parece-nos que a adoção dessa solução implicaria, muitas vezes, em situações iníquas, na medida em que faria incidir o mesmo período de suspensão para condutas gravíssimas (tal como o homicídio culposo praticado por condutor sob a influência de álcool mínimo de 05 anos de reclusão) e para outras não tão graves (como, por exemplo, daquele que se limita a entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada mínimo de 06 meses de detenção). Parece-nos, assim, mais equânime que a fixação do mínimo de suspensão da CNH obedeça a mesma proporção existente entre o mínimo de privação de liberdade previsto no preceito sancionador do tipo penal ao qual se subsume a conduta do agente e a menor pena corporal prevista no CTB. Na medida em que o homicídio culposo é apenado com, no mínimo, 02 anos de detenção ou seja, uma reprimenda 04 vezes maior do que a sanção corpórea mínima aplicável 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 Relatório Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP aos mais brandos preceitos sancionadores presentes no CTB (06 meses de privação de liberdade) parece ser mais acertado que a suspensão da CNH parta, em tais casos, de um mínimo de 08 meses, que corresponde ao quádruplo do mínimo previsto no art. 293 do CTB. Cálculo da Pena Homicídio culposo Perdão Judicial Ausência de provas cabais de que os fatos tenham atingido o réu tão gravemente, a ponto de a sanção penal ter se tornado desnecessária Descabimento Ainda que inquestionável tenha o réu sofrido com as consequências do acidente, dentre as quais a morte de seu amigo com o qual aparentemente mantinha relacionamento próximo, descabe o perdão judicial se inexistirem provas cabais de que a infração tenha atingido o réu tão gravemente, a ponto de a sanção penal ter se tornado desnecessária, como determina o disposto no art. 121, §5..., do Código Penal Brasileiro. Apelação Guia de Execução a ser expedida após acórdão condenatório proferido por órgão de Segundo Grau no qual a privação de liberdade foi substituída por pena restritiva de direitos Trânsito em Julgado da matéria de fato Interposição eventual de Recursos Especial e Extraordinário desprovida de efeito suspensivo Admissibilidade Eventuais recursos de natureza especial ou extraordinária que venham a ser interpostos, respectivamente para o Superior Tribunal de Justiça ou para o Supremo Tribunal Federal, não estão abarcados na ideia de duplo grau de jurisdição, mesmo porque vêm eles desprovidos de efeito devolutivo amplo, na medida em que não se prestam ao debate da matéria fático-probatória, tendo seu âmbito de cognição restrito à matéria de direito. Sua previsão não visa, com efeito, a outorgar uma terceira ou quarta oportunidades para que determinado pronunciamento jurisdicional, contra o qual o sucumbente se insurge, seja revisto; sua 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP aos mais brandos preceitos sancionadores presentes no CTB (06 meses de privação de liberdade) parece ser mais acertado que a suspensão da CNH parta, em tais casos, de um mínimo de 08 meses, que corresponde ao quádruplo do mínimo previsto no art. 293 do CTB. Cálculo da Pena Homicídio culposo Perdão Judicial Ausência de provas cabais de que os fatos tenham atingido o réu tão gravemente, a ponto de a sanção penal ter se tornado desnecessária Descabimento Ainda que inquestionável tenha o réu sofrido com as consequências do acidente, dentre as quais a morte de seu amigo com o qual aparentemente mantinha relacionamento próximo, descabe o perdão judicial se inexistirem provas cabais de que a infração tenha atingido o réu tão gravemente, a ponto de a sanção penal ter se tornado desnecessária, como determina o disposto no art. 121, §5..., do Código Penal Brasileiro. Apelação Guia de Execução a ser expedida após acórdão condenatório proferido por órgão de Segundo Grau no qual a privação de liberdade foi substituída por pena restritiva de direitos Trânsito em Julgado da matéria de fato Interposição eventual de Recursos Especial e Extraordinário desprovida de efeito suspensivo Admissibilidade Eventuais recursos de natureza especial ou extraordinária que venham a ser interpostos, respectivamente para o Superior Tribunal de Justiça ou para o Supremo Tribunal Federal, não estão abarcados na ideia de duplo grau de jurisdição, mesmo porque vêm eles desprovidos de efeito devolutivo amplo, na medida em que não se prestam ao debate da matéria fático-probatória, tendo seu âmbito de cognição restrito à matéria de direito. Sua previsão não visa, com efeito, a outorgar uma terceira ou quarta oportunidades para que determinado pronunciamento jurisdicional, contra o qual o sucumbente se insurge, seja revisto; sua 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 Relatório Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP finalidade precípua é, antes, proporcionar a essas Cortes superiores a possibilidade de verificar se houve, in concreto, vulneração à lei federal ou às normas constitucionais, bem como, subsidiariamente, estabilizar, uniformizar e pacificar sua interpretação. A presunção de inocência não possui nenhum princípio o tem caráter absoluto, devendo ser analisada sempre em conjunto com os demais princípios de igual hierarquia que integram o arcabouço Constitucional, tais como aqueles da proporcionalidade e da duração razoável do processo, cabendo ao intérprete valorar cada um deles, sopesando-os, para determinar qual irá prevalecer em cada situação concreta. Em havendo colidência entre princípios, a divergência a ser dirimida será, com efeito, apenas aparente. Na seara criminal, a coisa julgada se forma de modo fracionado, conforme a ação penal avança. O próprio Supremo Tribunal Federal reconheceu cuidar-se de instituto de envergadura constitucional, que se consolida em capítulos autônomos, cujo conteúdo vai precluindo, consoante não venha a ser atacado no curso da ação por recurso. Torna-se, portanto, a parte relativa ao mérito da acusação e às provas “indiscutível, imutável”, tão logo seja realizado o julgamento em segundo grau de jurisdição, de tal sorte a ocorrer exatamente nesse momento o trânsito julgado desse capítulo da decisão, devendo o Juiz, então, se a privação de liberdade tiver sido substituída por restrição de direitos, determinar a expedição de carta de guia, para que seja iniciado de imediato o cumprimento dessa pena. Somente pela análise do quadro fático e da legislação de regência seria dado julgar de forma diversa, o que é inviável em sede extraordinária. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP finalidade precípua é, antes, proporcionar a essas Cortes superiores a possibilidade de verificar se houve, in concreto, vulneração à lei federal ou às normas constitucionais, bem como, subsidiariamente, estabilizar, uniformizar e pacificar sua interpretação. A presunção de inocência não possui nenhum princípio o tem caráter absoluto, devendo ser analisada sempre em conjunto com os demais princípios de igual hierarquia que integram o arcabouço Constitucional, tais como aqueles da proporcionalidade e da duração razoável do processo, cabendo ao intérprete valorar cada um deles, sopesando-os, para determinar qual irá prevalecer em cada situação concreta. Em havendo colidência entre princípios, a divergência a ser dirimida será, com efeito, apenas aparente. Na seara criminal, a coisa julgada se forma de modo fracionado, conforme a ação penal avança. O próprio Supremo Tribunal Federal reconheceu cuidar-se de instituto de envergadura constitucional, que se consolida em capítulos autônomos, cujo conteúdo vai precluindo, consoante não venha a ser atacado no curso da ação por recurso. Torna-se, portanto, a parte relativa ao mérito da acusação e às provas “indiscutível, imutável”, tão logo seja realizado o julgamento em segundo grau de jurisdição, de tal sorte a ocorrer exatamente nesse momento o trânsito julgado desse capítulo da decisão, devendo o Juiz, então, se a privação de liberdade tiver sido substituída por restrição de direitos, determinar a expedição de carta de guia, para que seja iniciado de imediato o cumprimento dessa pena. Somente pela análise do quadro fático e da legislação de regência seria dado julgar de forma diversa, o que é inviável em sede extraordinária. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 Relatório Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP No mais, o Pleno, no julgamento das ações declaratórias de constitucionalidade n 43, 44 e 54, de minha relatoria, assentou a constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal, afastando a possibilidade da execução precoce da pena. Precipitá-la importa antecipação de culpa, por serem indissociáveis. Conforme dispõe o inciso LVII do artigo 5... da Constituição Federal, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, ou seja, a culpa surge após alcançada a preclusão maior. Descabe inverter a ordem do processo-crime – apurar para, selada a culpa, prender, em verdadeira execução da sanção. 3. Ante os precedentes, provejo parcialmente o extraordinário para afastar a execução provisória da pena. 4. Publiquem. O agravante sustenta, no tocante à dosimetria da pena, ofensa à individualização da sanção e ao dever de motivação das decisões judiciais, tendo como dupla punição pelo mesmo fato a utilização da culpa grave como elemento subjetivo do crime e fator de majoração da pena acima do mínimo legal. Afirma ter havido superveniente unificação dos tipos penais descritos nos artigos 302 e 306 do Código de Trânsito Brasileiro com a Lei n 12.971/2014, prevendo, em um só dispositivo, a prática de homicídio culposo na direção de veículo automotor sob a influência de álcool. O Ministério Público do Estado de São Paulo, em contraminuta, aponta o acerto do ato impugnado. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP No mais, o Pleno, no julgamento das ações declaratórias de constitucionalidade n 43, 44 e 54, de minha relatoria, assentou a constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal, afastando a possibilidade da execução precoce da pena. Precipitá-la importa antecipação de culpa, por serem indissociáveis. Conforme dispõe o inciso LVII do artigo 5... da Constituição Federal, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, ou seja, a culpa surge após alcançada a preclusão maior. Descabe inverter a ordem do processo-crime – apurar para, selada a culpa, prender, em verdadeira execução da sanção. 3. Ante os precedentes, provejo parcialmente o extraordinário para afastar a execução provisória da pena. 4. Publiquem. O agravante sustenta, no tocante à dosimetria da pena, ofensa à individualização da sanção e ao dever de motivação das decisões judiciais, tendo como dupla punição pelo mesmo fato a utilização da culpa grave como elemento subjetivo do crime e fator de majoração da pena acima do mínimo legal. Afirma ter havido superveniente unificação dos tipos penais descritos nos artigos 302 e 306 do Código de Trânsito Brasileiro com a Lei n 12.971/2014, prevendo, em um só dispositivo, a prática de homicídio culposo na direção de veículo automotor sob a influência de álcool. O Ministério Público do Estado de São Paulo, em contraminuta, aponta o acerto do ato impugnado. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8B3C-6133-D03C-778F e senha 90B3-F90A-0A4C-A503 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por profissional da advocacia credenciado, foi protocolada no prazo legal. Colho os seguintes trechos do acórdão recorrido: Não se cogita tampouco de aplicação da já revogada Lei n. 12.971/2014, com vigência posterior aos fatos, por não ser, de fato, benéfica ao acusado. Como bem explanado pelo i. Promotor de Justiça, em sede de contrarrazões de apelação, a fls. 628, Os fatos foram julgados com base na legislação então vigente. A Lei 12.971/14, que veio a ser revogada pela Lei 13.281/16, não é mais benéfica ao réu, pois, como bem salientado pela Magistrada da origem, prevê pena de reclusão, que possibilita, em tese, o desconto da reprimenda corporal no regime fechado, ou seja, com a total segregação do condenado, o que é impossível na pena de detenção, aplicada ao apelante. O decreto condenatório é, pois, de rigor, tal como foi lançado pelo Juízo a quo. As penas de ambos os delitos, contrariamente do quanto aduzido pelos i. causídicos, dosadas e fundamentadas em consonância com o sistema trifásico, realmente não comportam qualquer reparo. A) Do homicídio culposo na direção de veículo automotor: A1) Da privação de liberdade: a) estando-se atento ao quanto disposto no art. 59 do Código Penal Brasileiro, a pena-base da privação de liberdade foi corretamente fixada em 03 anos de detenção, o que equivale a um acréscimo de ½ sobre o mínimo estando plenamente justificado esse quantum, sob a seguinte e adequada fundamentação, a fls. 473, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE5-B872-448A-9386 e senha 7401-C625-6B8D-71F8 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por profissional da advocacia credenciado, foi protocolada no prazo legal. Colho os seguintes trechos do acórdão recorrido: Não se cogita tampouco de aplicação da já revogada Lei n. 12.971/2014, com vigência posterior aos fatos, por não ser, de fato, benéfica ao acusado. Como bem explanado pelo i. Promotor de Justiça, em sede de contrarrazões de apelação, a fls. 628, Os fatos foram julgados com base na legislação então vigente. A Lei 12.971/14, que veio a ser revogada pela Lei 13.281/16, não é mais benéfica ao réu, pois, como bem salientado pela Magistrada da origem, prevê pena de reclusão, que possibilita, em tese, o desconto da reprimenda corporal no regime fechado, ou seja, com a total segregação do condenado, o que é impossível na pena de detenção, aplicada ao apelante. O decreto condenatório é, pois, de rigor, tal como foi lançado pelo Juízo a quo. As penas de ambos os delitos, contrariamente do quanto aduzido pelos i. causídicos, dosadas e fundamentadas em consonância com o sistema trifásico, realmente não comportam qualquer reparo. A) Do homicídio culposo na direção de veículo automotor: A1) Da privação de liberdade: a) estando-se atento ao quanto disposto no art. 59 do Código Penal Brasileiro, a pena-base da privação de liberdade foi corretamente fixada em 03 anos de detenção, o que equivale a um acréscimo de ½ sobre o mínimo estando plenamente justificado esse quantum, sob a seguinte e adequada fundamentação, a fls. 473, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE5-B872-448A-9386 e senha 7401-C625-6B8D-71F8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP [...] o réu agiu de forma muito imprudente já que estava imprimindo ao “Golf” velocidade excessiva e incompatível com o que se esperava de um condutor responsável e com capacidade mediana de antever o resultado, tanto que o perito não observou, quer no veículo, quer na pavimentação, anomalias que pudessem justificar o ocorrido, de modo que a abrupta derivação do automotor à direita, manobra determinante na ocorrência do evento, somente pode ser atribuída ao acusado que, aliás, apesar do veículo ter percorrido vários metros sobre o calçamento, esbarrando nos tachões ali existentes, não conseguiu evitar a forte colisão contra o poste que lançou o veículo na calçada oposta e provocou graves danos na lateral do passageiro, fazendo com que a vítima ficasse presa nas ferragens e viesse a óbito com várias lesões. Assim, considerando a culpa grave [...]. b) Nas segunda e terceira e derradeira fases, foi ela mantida inalterada, em virtude da ausência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, bem como de causas de aumento ou de diminuição. […] B) Da embriaguez na direção de veículo automotor: B1) Da privação de liberdade e da multa: As penas, tendo sido criteriosamente dosadas nos mínimos legais (06 meses de detenção e 10 dias-multa), e fundamentadas em perfeita consonância com o sistema trifásico, realmente não comportam qualquer reparo. Conforme assentado na decisão individual, divergir do Tribunal de origem quanto à aplicabilidade da lei intermediária e à adequação da pena demandaria análise de matéria fática e interpretação da legislação de regência, o que é defeso em sede extraordinária. Conheço e desprovejo o agravo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE5-B872-448A-9386 e senha 7401-C625-6B8D-71F8 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP [...] o réu agiu de forma muito imprudente já que estava imprimindo ao “Golf” velocidade excessiva e incompatível com o que se esperava de um condutor responsável e com capacidade mediana de antever o resultado, tanto que o perito não observou, quer no veículo, quer na pavimentação, anomalias que pudessem justificar o ocorrido, de modo que a abrupta derivação do automotor à direita, manobra determinante na ocorrência do evento, somente pode ser atribuída ao acusado que, aliás, apesar do veículo ter percorrido vários metros sobre o calçamento, esbarrando nos tachões ali existentes, não conseguiu evitar a forte colisão contra o poste que lançou o veículo na calçada oposta e provocou graves danos na lateral do passageiro, fazendo com que a vítima ficasse presa nas ferragens e viesse a óbito com várias lesões. Assim, considerando a culpa grave [...]. b) Nas segunda e terceira e derradeira fases, foi ela mantida inalterada, em virtude da ausência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, bem como de causas de aumento ou de diminuição. […] B) Da embriaguez na direção de veículo automotor: B1) Da privação de liberdade e da multa: As penas, tendo sido criteriosamente dosadas nos mínimos legais (06 meses de detenção e 10 dias-multa), e fundamentadas em perfeita consonância com o sistema trifásico, realmente não comportam qualquer reparo. Conforme assentado na decisão individual, divergir do Tribunal de origem quanto à aplicabilidade da lei intermediária e à adequação da pena demandaria análise de matéria fática e interpretação da legislação de regência, o que é defeso em sede extraordinária. Conheço e desprovejo o agravo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE5-B872-448A-9386 e senha 7401-C625-6B8D-71F8 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) : VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) : ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA (23183/SP) ADV.(A/S) : JORGE URBANI SALOMAO (274322/SP) ADV.(A/S) : LAURA SOARES DE GODOY (354595/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD0-03A8-6765-D1B4 e senha 5281-FC4B-B2D0-4F96 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.318.833 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO AGTE.(S) : VICTOR HUGO BLUMENTHAL ADV.(A/S) : ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA (23183/SP) ADV.(A/S) : JORGE URBANI SALOMAO (274322/SP) ADV.(A/S) : LAURA SOARES DE GODOY (354595/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EFD0-03A8-6765-D1B4 e senha 5281-FC4B-B2D0-4F96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 318 . 833", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 318 . 833", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 318 . 833", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 318 . 833", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "Recurso Extraordinário 1318833 AGR / SP", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 318 . 833", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 318 ." ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 302 , cabeça , e 306 , § 2 . . . , da Lei n 9 . 503 / 97", "artigos 5 . . . , incisos XL , XLVI , LIV , LV e LVII , e 93 , inciso IX , da Constituição Federal", "artigo 306 , § 2 . . . , do Supremo Tribunal Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 302 , cabeça , e 306 , § 2 . . . , da Lei n 9 . 503 / 97", "artigos 5 . . . , incisos XL , XLVI , LIV , LV e LVII , e 93 , inciso IX , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Trânsito Brasileiro", "Lei n . 12 . 760 / 12", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código de Trânsito Brasileiro", "Lei n . 12 . 760 / 12", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 44 , § 2 . . . , do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 44 , § 2 . . . , do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200", "art . 293 do CTB", "CTB", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 293 do CTB", "CTB", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "CTB", "art . 293 do CTB", ".", "121 , § 5 . . . , do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "CTB", "art . 293 do CTB", "art . 121 , § 5 . . . , do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 283 do Código de Processo Penal", "inciso LVII do artigo 5 . . . da Constituição Federal", "artigos 302 e 306 do Código de Trânsito Brasileiro", "Lei n 12 . 971 / 2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 283 do Código de Processo Penal", "inciso LVII do artigo 5 . . . da Constituição Federal", "artigos 302 e 306 do Código de Trânsito Brasileiro", "Lei n 12 . 971 / 2014", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n . 12 . 971 / 2014", "Lei 12 . 971 / 14", "Lei 13 . 281 / 16", "art . 59 do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n . 12 . 971 / 2014", "Lei 12 . 971 / 14", "Lei 13 . 281 / 16", "art . 59 do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 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"Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segundo", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Ministério Público do Estado de São Paulo", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Ministério Público do Estado de São Paulo", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO", "Primeira Turma", "Primeira", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO", "Primeira Turma", "Primeira" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "VICTOR HUGO BLUMENTHAL", "ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA", "JORGE URBANI SALOMAO", "LAURA SOARES DE GODOY", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "VICTOR HUGO BLUMENTHAL", "ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA", "JORGE URBANI SALOMAO", "LAURA SOARES DE GODOY", "MARCO AURÉLIO", "Adriane da Rocha Callado Henriques", "MARCO AURÉLIO", "VICTOR HUGO BLUMENTHAL", "ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA", "JORGE URBANI SALOMAO", "LAURA SOARES DE GODOY", "MARCO AURÉLIO", "Adriane da Rocha Callado Henriques", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "VICTOR HUGO BLUMENTHAL", "ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA", "JORGE URBANI SALOMAO", "LAURA SOARES DE GODOY", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "VICTOR HUGO BLUMENTHAL", "ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA", "JORGE URBANI SALOMAO", "LAURA 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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO. ACORDO ADMINISTRATIVO. CRONOGRAMA DE PAGAMENTO. RESTABELECIMENTO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADOS 279 E 280 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional local, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmulas 279 e 280 do STF). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 28/5 a 7/6/2021, por maioria, negou provimento ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 167C-9853-B78A-55A1 e senha DE5D-37DD-BD3D-641F Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Ementa e Acórdão ARE 1316348 AGR / CE agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 167C-9853-B78A-55A1 e senha DE5D-37DD-BD3D-641F Supremo Tribunal Federal ARE 1316348 AGR / CE agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 167C-9853-B78A-55A1 e senha DE5D-37DD-BD3D-641F Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê da incidência dos óbices das Súmulas 279 e 280 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAC1-5E99-0DB3-A211 e senha 8DBC-4CCB-F3C6-B658 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê da incidência dos óbices das Súmulas 279 e 280 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAC1-5E99-0DB3-A211 e senha 8DBC-4CCB-F3C6-B658 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmula 279 e 280 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. TABOÃO DA SERRA. PROFESSOR. SUPRESSÃO DOS ADICIONAIS TEMPORAIS (QUINQUÊNIO E SEXTAPARTE). ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação local. Incidência das Súmula nº 280/STF. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmula 279 e 280 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. TABOÃO DA SERRA. PROFESSOR. SUPRESSÃO DOS ADICIONAIS TEMPORAIS (QUINQUÊNIO E SEXTAPARTE). ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação local. Incidência das Súmula nº 280/STF. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316348 AGR / CE observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.286.090-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 16/12/2020) “SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ALTERAÇÃO DA FORMA DE PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO DE SUBSÍDIO PARA VENCIMENTO BÁSICO. ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO. ANUÊNIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DIREITO ADQUIRIDO E IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS (TEMA 41). SUPOSTA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 660). NECESSIDADE DE REEXAME DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS E DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBINAL FEDERAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II – O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o ARE 748.371-RG/MT (Tema 660), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente à suposta ofensa aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, quando o julgamento da causa depender de prévia análise de normas infraconstitucionais, por configurar situação de ofensa indireta à Constituição Federal. III – É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica a revisão do conjunto fático-probatório dos autos e das normas infraconstitucionais aplicáveis ao caso, conforme a Súmula 279/STF. IV – O entendimento do Tribunal de origem não diverge da jurisprudência firmada pelo Plenário desta Corte quando do julgamento do RE 563.965-RG/RN (Tema 41), de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Supremo Tribunal Federal ARE 1316348 AGR / CE observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.286.090-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 16/12/2020) “SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ALTERAÇÃO DA FORMA DE PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO DE SUBSÍDIO PARA VENCIMENTO BÁSICO. ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO. ANUÊNIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DIREITO ADQUIRIDO E IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS (TEMA 41). SUPOSTA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 660). NECESSIDADE DE REEXAME DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS E DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBINAL FEDERAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II – O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o ARE 748.371-RG/MT (Tema 660), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente à suposta ofensa aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, quando o julgamento da causa depender de prévia análise de normas infraconstitucionais, por configurar situação de ofensa indireta à Constituição Federal. III – É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica a revisão do conjunto fático-probatório dos autos e das normas infraconstitucionais aplicáveis ao caso, conforme a Súmula 279/STF. IV – O entendimento do Tribunal de origem não diverge da jurisprudência firmada pelo Plenário desta Corte quando do julgamento do RE 563.965-RG/RN (Tema 41), de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316348 AGR / CE relatora da Ministra Cármen Lúcia, no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico, desde que respeitado o princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos. V – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa (art. 1.021, § 4°, do CPC).” (ARE 1.263.845-AgR-segundo, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 6/10/2020) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. 1. POLICIAL CIVIL. SUPRESSÃO DO ADICIONAL LOCAL DE EXERCÍCIO ALE. NECESSIDADE DE PRÉVIA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2. INEXISTÊNCIA DE CONTRARIEDADE AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NÃO VINCULAÇÃO DO MAGISTRADO AOS ARGUMENTOS DO RECORRENTE. FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA E SUFICIENTE À DEMONSTRAÇÃO DO CONVENCIMENTO DO JULGADOR: NULIDADE PRETENDIDA AFASTADA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 734.777-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 15/10/2013) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Supremo Tribunal Federal ARE 1316348 AGR / CE relatora da Ministra Cármen Lúcia, no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico, desde que respeitado o princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos. V – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa (art. 1.021, § 4°, do CPC).” (ARE 1.263.845-AgR-segundo, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 6/10/2020) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. 1. POLICIAL CIVIL. SUPRESSÃO DO ADICIONAL LOCAL DE EXERCÍCIO ALE. NECESSIDADE DE PRÉVIA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2. INEXISTÊNCIA DE CONTRARIEDADE AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NÃO VINCULAÇÃO DO MAGISTRADO AOS ARGUMENTOS DO RECORRENTE. FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA E SUFICIENTE À DEMONSTRAÇÃO DO CONVENCIMENTO DO JULGADOR: NULIDADE PRETENDIDA AFASTADA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 734.777-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 15/10/2013) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316348 AGR / CE observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Supremo Tribunal Federal ARE 1316348 AGR / CE observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CBA-41F2-02DE-D542 e senha 0692-7743-3C16-BC43 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CBA-41F2-02DE-D542 e senha 0692-7743-3C16-BC43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 PROCED. : CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR (19880/CE) AGDO.(A/S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A48D-9965-EA8A-F112 e senha 31EE-E1CE-2CD8-CAA9 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 PROCED. : CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR (19880/CE) AGDO.(A/S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A48D-9965-EA8A-F112 e senha 31EE-E1CE-2CD8-CAA9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756210719
2021-06-08T00:00:00
2021-06-22T00:00:00
O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO. ACORDO ADMINISTRATIVO. CRONOGRAMA DE PAGAMENTO. RESTABELECIMENTO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADOS 279 E 280 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional local, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmulas 279 e 280 do STF). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
sjur449151
- Acórdão(s) citado(s): (RE, SERVIDOR PÚBLICO, ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO, REEXAME, FATO. PROVA, APRECIAÇÃO, DIREITO LOCAL) ARE 734777 AgR (2ªT), ARE 1263845 AgR-segundo (2ªT), ARE 1286090 AgR (TP). Número de páginas: 9. Análise: 07/01/2022, ABO.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1316348
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000280\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1316348 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
[ "" ]
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO. ACORDO ADMINISTRATIVO. CRONOGRAMA DE PAGAMENTO. RESTABELECIMENTO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADOS 279 E 280 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional local, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 28/5 a 7/6/2021, por maioria, negou provimento ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 167C-9853-B78A-55A1 e senha DE5D-37DD-BD3D-641F Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Ementa e Acórdão ARE 1316348 AGR / CE agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 167C-9853-B78A-55A1 e senha DE5D-37DD-BD3D-641F Supremo Tribunal Federal ARE 1316348 AGR / CE agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 167C-9853-B78A-55A1 e senha DE5D-37DD-BD3D-641F Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê da incidência dos óbices das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAC1-5E99-0DB3-A211 e senha 8DBC-4CCB-F3C6-B658 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê da incidência dos óbices das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BAC1-5E99-0DB3-A211 e senha 8DBC-4CCB-F3C6-B658 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmula 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. TABOÃO DA SERRA. PROFESSOR. SUPRESSÃO DOS ADICIONAIS TEMPORAIS (QUINQUÊNIO E SEXTAPARTE). ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação local. Incidência das Súmula n 280/Supremo Tribunal Federal. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmula 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. TABOÃO DA SERRA. PROFESSOR. SUPRESSÃO DOS ADICIONAIS TEMPORAIS (QUINQUÊNIO E SEXTAPARTE). ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação local. Incidência das Súmula n 280/Supremo Tribunal Federal. 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316348 AGR / CE observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.286.090-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 16/12/2020) “SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ALTERAÇÃO DA FORMA DE PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO DE SUBSÍDIO PARA VENCIMENTO BÁSICO. ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO. ANUÊNIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DIREITO ADQUIRIDO E IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS (TEMA 41). SUPOSTA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 660). NECESSIDADE DE REEXAME DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS E DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBINAL FEDERAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II – O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o ARE 748.371-RG/MT (Tema 660), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente à suposta ofensa aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, quando o julgamento da causa depender de prévia análise de normas infraconstitucionais, por configurar situação de ofensa indireta à Constituição Federal. III – É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica a revisão do conjunto fático-probatório dos autos e das normas infraconstitucionais aplicáveis ao caso, conforme a Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. IV – O entendimento do Tribunal de origem não diverge da jurisprudência firmada pelo Plenário desta Corte quando do julgamento do Recurso Extraordinário 563.965-RG/RN (Tema 41), de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Supremo Tribunal Federal ARE 1316348 AGR / CE observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.286.090-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 16/12/2020) “SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ALTERAÇÃO DA FORMA DE PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO DE SUBSÍDIO PARA VENCIMENTO BÁSICO. ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO. ANUÊNIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DIREITO ADQUIRIDO E IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS (TEMA 41). SUPOSTA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 660). NECESSIDADE DE REEXAME DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS E DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBINAL FEDERAL. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II – O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o ARE 748.371-RG/MT (Tema 660), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente à suposta ofensa aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, quando o julgamento da causa depender de prévia análise de normas infraconstitucionais, por configurar situação de ofensa indireta à Constituição Federal. III – É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica a revisão do conjunto fático-probatório dos autos e das normas infraconstitucionais aplicáveis ao caso, conforme a Súmula 279/Supremo Tribunal Federal. IV – O entendimento do Tribunal de origem não diverge da jurisprudência firmada pelo Plenário desta Corte quando do julgamento do Recurso Extraordinário 563.965-RG/RN (Tema 41), de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316348 AGR / CE relatora da Ministra Cármen Lúcia, no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico, desde que respeitado o princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos. V – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil).” (ARE 1.263.845-AgR-segundo, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 6/10/2020) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. 1. POLICIAL CIVIL. SUPRESSÃO DO ADICIONAL LOCAL DE EXERCÍCIO ALE. NECESSIDADE DE PRÉVIA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2. INEXISTÊNCIA DE CONTRARIEDADE AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NÃO VINCULAÇÃO DO MAGISTRADO AOS ARGUMENTOS DO RECORRENTE. FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA E SUFICIENTE À DEMONSTRAÇÃO DO CONVENCIMENTO DO JULGADOR: NULIDADE PRETENDIDA AFASTADA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 734.777-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 15/10/2013) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Supremo Tribunal Federal ARE 1316348 AGR / CE relatora da Ministra Cármen Lúcia, no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico, desde que respeitado o princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos. V – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil).” (ARE 1.263.845-AgR-segundo, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 6/10/2020) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. 1. POLICIAL CIVIL. SUPRESSÃO DO ADICIONAL LOCAL DE EXERCÍCIO ALE. NECESSIDADE DE PRÉVIA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2. INEXISTÊNCIA DE CONTRARIEDADE AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NÃO VINCULAÇÃO DO MAGISTRADO AOS ARGUMENTOS DO RECORRENTE. FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA E SUFICIENTE À DEMONSTRAÇÃO DO CONVENCIMENTO DO JULGADOR: NULIDADE PRETENDIDA AFASTADA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 734.777-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 15/10/2013) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1316348 AGR / CE observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Supremo Tribunal Federal ARE 1316348 AGR / CE observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487A-C18F-7B48-83FD e senha 9527-DE14-69AE-D33A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CBA-41F2-02DE-D542 e senha 0692-7743-3C16-BC43 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR AGDO.(A/S) :ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9CBA-41F2-02DE-D542 e senha 0692-7743-3C16-BC43 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 PROCED. : CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR (19880/CE) AGDO.(A/S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A48D-9965-EA8A-F112 e senha 31EE-E1CE-2CD8-CAA9 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.316.348 PROCED. : CEARÁ RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : ANTONIA ELSUERDIA SILVA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : THIAGO BONAVIDES BORGES DA CUNHA BITAR (19880/CE) AGDO.(A/S) : ESTADO DO CEARÁ PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A48D-9965-EA8A-F112 e senha 31EE-E1CE-2CD8-CAA9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 316 . 348", "Súmulas 279", "ARE 1316348 AGR /", "ARE 1316348 AGR / CE", "Súmulas 279", "Súmulas 279", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 316 . 348", "Súmula 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula n 280 / Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula n 280 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1316348 AGR /", "ARE 1 . 286 . 090 - AgR", "SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBINAL FEDERAL", "ARE 748 . 371 - RG / MT", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 563 . 965 - RG / RN", "ARE 1316348 AGR / CE", "ARE 1 . 286 . 090 - AgR", "SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBINAL FEDERAL", "ARE 748 . 371 - RG / MT", "Súmula", "Recurso Extraordinário 563 . 965 - RG / RN", "ARE 1316348", "ARE 1 . 263 . 845 - AgR - segundo", "SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "ARE 734 . 777 - AgR", "ARE 1316348 AGR / CE", "ARE 1 . 263 . 845 - AgR - segundo", "SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "ARE 734 . 777 - AgR", "ARE" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "ART . 93 , INC . IX , DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "ART . 93 , INC . 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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) :CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIMES DE TRÁFICO DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO E POSSE ILEGAL DE MUNIÇÃO. NULIDADES. MULTA. PROPORCIONALIDADE. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. DOSIMETRIA. PENA-BASE. EXASPERAÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA. DESPROPORCIONALIDADE NÃO IDENTIFICADA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INVIABILIDADE. 1. Inviável o exame das teses defensivas não analisadas pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 2. A dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial. O Código Penal não estabelece rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena. 3. O ato dito coator está parametrizado com a jurisprudência desta Suprema Corte, uma vez devidamente fundamentada, a exasperação da pena-base, em critérios racionais e judicialmente motivados, e cuja resultante não se mostra flagrantemente desproporcional ao ponto de justificar, na via estreita do habeas corpus, a intervenção desta Suprema Corte. 4. Os pleitos defensivos demandariam o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 5. Agravo regimental conhecido e não provido. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 06D9-ADBE-72B5-A977 e senha D5C5-328C-455B-3782 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão RHC 185454 AGR / MG ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 06D9-ADBE-72B5-A977 e senha D5C5-328C-455B-3782 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 06D9-ADBE-72B5-A977 e senha D5C5-328C-455B-3782 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) :CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Trata-se de agravo regimental da decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que negou provimento ao agravo regimental no HC 457.408/MG. Na presente via, a Defesa, em síntese, alega inexistência de supressão de instância. Reitera as teses de nulidades e ofensas aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Repisa inidoneidade dos fundamentos da exasperação da pena-base em relação aos ‘crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, muito além da prática comum de 1/6 para cada circunstância judicial prevista no artigo 59 do Código Penal’. Aduz ainda que o valor fixado a título de dias-multa alto não seria proporcional à condição financeira do Recorrente. Pugna pela sustentação oral ‘perante o colegiado no ambiente eletrônico telepresencial’. Requer o provimento do recurso, para concessão da ordem de habeas corpus. O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da Subprocuradora-Geral da República Cláudia Sampaio Marques, opina pelo não provimento do agravo regimental (evento 37). É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C962-FD03-7FF1-F432 e senha 59DA-4697-C421-6579 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) :CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Trata-se de agravo regimental da decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que negou provimento ao agravo regimental no HC 457.408/MG. Na presente via, a Defesa, em síntese, alega inexistência de supressão de instância. Reitera as teses de nulidades e ofensas aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Repisa inidoneidade dos fundamentos da exasperação da pena-base em relação aos ‘crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, muito além da prática comum de 1/6 para cada circunstância judicial prevista no artigo 59 do Código Penal’. Aduz ainda que o valor fixado a título de dias-multa alto não seria proporcional à condição financeira do Recorrente. Pugna pela sustentação oral ‘perante o colegiado no ambiente eletrônico telepresencial’. Requer o provimento do recurso, para concessão da ordem de habeas corpus. O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da Subprocuradora-Geral da República Cláudia Sampaio Marques, opina pelo não provimento do agravo regimental (evento 37). É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C962-FD03-7FF1-F432 e senha 59DA-4697-C421-6579 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): De início, nada colhe o pedido de sustentação oral em agravo regimental no presente habeas corpus. De acordo com os arts. 83, § 1º, III2, e 131, § 2º3, Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, não é obrigatória a prévia intimação do advogado para o julgamento do agravo regimental, visto que, além de não depender de pauta, há vedação expressa quanto à realização de sustentação oral. Inobstante o novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015) facultar a sustentação oral em sede de agravo interno em reclamação, mandado de segurança e ação rescisória (art. 937, § 3º, do CPC), mitigando a regra do art. 131, § 2º, do RISTF, a norma não abrange os recursos manejados em habeas corpus. Precedentes: HC 145.627-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJe 20.11.2017; HC 135.175-AgR/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, DJe 01.6.2017; RHC 136.168- AgR/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, 2ª Turma, DJe 06.12.2016; e HC 129.369-AgR/RN, Rel. Min. Edson Fachin, 1ª Turma, DJe 17.11.2016. Destaco que, em sessão de julgamento realizada em 07.5.2019, a 1ª Turma deste Supremo Tribunal Federal, decidiu, em Questão de Ordem no HC 151.881-AgR/SP, pelo não cabimento de sustentação oral em sede de agravo regimental em habeas corpus. Nessa mesma linha, o Plenário desta Suprema Corte, no julgamento do HC 164.593-AgR/AM, Rel. Min. Edson Fachin, j. 04.5.2020, reafirmou o não cabimento de sustentação oral na hipótese. Passo à análise do recurso. O presente agravo regimental objetiva rever decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus aos seguintes fundamentos: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): De início, nada colhe o pedido de sustentação oral em agravo regimental no presente habeas corpus. De acordo com os arts. 83, § 1º, III2, e 131, § 2º3, Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, não é obrigatória a prévia intimação do advogado para o julgamento do agravo regimental, visto que, além de não depender de pauta, há vedação expressa quanto à realização de sustentação oral. Inobstante o novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015) facultar a sustentação oral em sede de agravo interno em reclamação, mandado de segurança e ação rescisória (art. 937, § 3º, do CPC), mitigando a regra do art. 131, § 2º, do RISTF, a norma não abrange os recursos manejados em habeas corpus. Precedentes: HC 145.627-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJe 20.11.2017; HC 135.175-AgR/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, DJe 01.6.2017; RHC 136.168- AgR/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, 2ª Turma, DJe 06.12.2016; e HC 129.369-AgR/RN, Rel. Min. Edson Fachin, 1ª Turma, DJe 17.11.2016. Destaco que, em sessão de julgamento realizada em 07.5.2019, a 1ª Turma deste Supremo Tribunal Federal, decidiu, em Questão de Ordem no HC 151.881-AgR/SP, pelo não cabimento de sustentação oral em sede de agravo regimental em habeas corpus. Nessa mesma linha, o Plenário desta Suprema Corte, no julgamento do HC 164.593-AgR/AM, Rel. Min. Edson Fachin, j. 04.5.2020, reafirmou o não cabimento de sustentação oral na hipótese. Passo à análise do recurso. O presente agravo regimental objetiva rever decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus aos seguintes fundamentos: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG “(...) Verifico que, ao negar provimento ao agravo regimental no HC 457.408/MG, o Superior Tribunal de Justiça deixou de analisar as teses defensivas de nulidade e de desproporcionalidade na fixação do dias-multa ressaltando que ‘o reconhecimento da nulidade alegada e a diminuição da multa depende do exame aprofundado de provas, o que não pode ser feito na via eleita’. Portanto, à míngua de pronunciamento judicial conclusivo pela Corte Superior quanto ao temas alusivos, inviável a análise do writ pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 134.957-AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 24.02.2017; RHC 136.311/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, DJe 21.02.2017; RHC 133.974/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, DJe 03.3.2017; e HC 136.452-ED/DF, de minha relatoria, 1ª Turma, DJe 10.02.2017. De qualquer modo, não é o caso de concessão da ordem de ofício, ausentes teratologia, ilegalidade manifesta ou frontal contrariedade à jurisprudência desta Suprema Corte. A concessão ex officio da ordem de habeas corpus é medida excepcional, que somente tem lugar nas hipóteses em que a ilegalidade ou o abuso de poder seja flagrante a ponto de justificar a relativização das regras de competência que regem o processo penal, corolários das garantias fundamentais do juiz natural e do devido processo legal. De resto, sabido que a dosimetria persegue um resultado qualitativo - não aritmético - necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Nesse sentido, tenho manifestado recorrentemente que a dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial, à míngua de previsão, no Código Penal, de rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena (RHC 140.006-AgR/MS, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.12.2017). No mesmo sentido, cito: HC 146.977-AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJe 9.4.2018 e RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 12.4.2018. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG “(...) Verifico que, ao negar provimento ao agravo regimental no HC 457.408/MG, o Superior Tribunal de Justiça deixou de analisar as teses defensivas de nulidade e de desproporcionalidade na fixação do dias-multa ressaltando que ‘o reconhecimento da nulidade alegada e a diminuição da multa depende do exame aprofundado de provas, o que não pode ser feito na via eleita’. Portanto, à míngua de pronunciamento judicial conclusivo pela Corte Superior quanto ao temas alusivos, inviável a análise do writ pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 134.957-AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 24.02.2017; RHC 136.311/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, DJe 21.02.2017; RHC 133.974/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, DJe 03.3.2017; e HC 136.452-ED/DF, de minha relatoria, 1ª Turma, DJe 10.02.2017. De qualquer modo, não é o caso de concessão da ordem de ofício, ausentes teratologia, ilegalidade manifesta ou frontal contrariedade à jurisprudência desta Suprema Corte. A concessão ex officio da ordem de habeas corpus é medida excepcional, que somente tem lugar nas hipóteses em que a ilegalidade ou o abuso de poder seja flagrante a ponto de justificar a relativização das regras de competência que regem o processo penal, corolários das garantias fundamentais do juiz natural e do devido processo legal. De resto, sabido que a dosimetria persegue um resultado qualitativo - não aritmético - necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Nesse sentido, tenho manifestado recorrentemente que a dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial, à míngua de previsão, no Código Penal, de rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena (RHC 140.006-AgR/MS, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.12.2017). No mesmo sentido, cito: HC 146.977-AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJe 9.4.2018 e RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 12.4.2018. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG Nessas condições, a revisão da pena fixada nas instâncias ordinárias é matéria de estrito conhecimento nesta via, ‘por demandar minucioso exame fático e probatório inerente a meio processual diverso’ (RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 12.4.2018); e “Não se presta o habeas corpus para ponderar, em concreto, a suficiência das circunstâncias judiciais invocadas pelas instâncias antecedentes para a majoração da pena-base. Precedentes” (RHC 132.361/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2ª Turma, DJe 22.4.2016). Precedentes: RHC 115.213/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 26.6.2013 e RHC 100.837-AgR/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, DJe 03.12.2014. Ao ratificar a dosimetria estabelecida nas instâncias anteriores, o Superior Tribunal de Justiça consignou que ‘mostra-se correto o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico, em virtude da apreensão de aproximadamente 3,8kg de crack’. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘tem-se que a pena base fora recrudescida em aproximadamente 1/3 (um terço), aumento adequadamente proporcional ao reconhecimento da desfavorabilidade de dos antecedentes criminais’. A quantidade de droga apreendida é de fato significativa; na fixação da pena-base, essa circunstância (a quantidade de droga) deve preponderar diante das demais vetoriais do artigo 59 do CP, nos termos do artigo 42 da Lei de Drogas (Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente). Nesse contexto, presente o intervalo de 10 anos entre as penas mínima (05 anos) e máxima (15 anos) cominadas ao delito do artigo 33 da Lei de Drogas, e o intervalo de 07 anos entre as penas mínima (03 anos) e máxima (10 anos) cominadas ao delito do artigo 35 da Lei de Drogas, não se mostra teratológica ou desproporcional a manutenção da pena-base em 06 anos e 08 meses de reclusão para o crime de tráfico, ou seja, 01 ano e 08 meses anos acima da pena mínima cominada ao delito; e 04 anos de reclusão para o crime de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG Nessas condições, a revisão da pena fixada nas instâncias ordinárias é matéria de estrito conhecimento nesta via, ‘por demandar minucioso exame fático e probatório inerente a meio processual diverso’ (RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 12.4.2018); e “Não se presta o habeas corpus para ponderar, em concreto, a suficiência das circunstâncias judiciais invocadas pelas instâncias antecedentes para a majoração da pena-base. Precedentes” (RHC 132.361/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2ª Turma, DJe 22.4.2016). Precedentes: RHC 115.213/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 26.6.2013 e RHC 100.837-AgR/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, DJe 03.12.2014. Ao ratificar a dosimetria estabelecida nas instâncias anteriores, o Superior Tribunal de Justiça consignou que ‘mostra-se correto o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico, em virtude da apreensão de aproximadamente 3,8kg de crack’. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘tem-se que a pena base fora recrudescida em aproximadamente 1/3 (um terço), aumento adequadamente proporcional ao reconhecimento da desfavorabilidade de dos antecedentes criminais’. A quantidade de droga apreendida é de fato significativa; na fixação da pena-base, essa circunstância (a quantidade de droga) deve preponderar diante das demais vetoriais do artigo 59 do CP, nos termos do artigo 42 da Lei de Drogas (Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente). Nesse contexto, presente o intervalo de 10 anos entre as penas mínima (05 anos) e máxima (15 anos) cominadas ao delito do artigo 33 da Lei de Drogas, e o intervalo de 07 anos entre as penas mínima (03 anos) e máxima (10 anos) cominadas ao delito do artigo 35 da Lei de Drogas, não se mostra teratológica ou desproporcional a manutenção da pena-base em 06 anos e 08 meses de reclusão para o crime de tráfico, ou seja, 01 ano e 08 meses anos acima da pena mínima cominada ao delito; e 04 anos de reclusão para o crime de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG associação para o tráfico, ou seja, 01 ano acima da pena mínima cominada ao delito. Portanto, o ato dito coator está parametrizado com a jurisprudência desta Suprema Corte, uma vez devidamente fundamentada, a exasperação da pena-base, em critérios racionais e judicialmente motivados, e cuja resultante não se mostra flagrantemente desproporcional ao ponto de justificar, na via estreita do habeas corpus, a intervenção desta Suprema Corte. Nesse sentido, ‘A quantidade de droga mostra-se passível de ser valorada negativamente na primeira fase da dosimetria, viabilizada a fixação da pena-base acima do mínimo previsto para o tipo artigo 42 da Lei nº 11.343/2006’ (HC 180.596, Rel. Min. Marco Aurélio); ‘Na condenação por crime de tráfico de entorpecente, a quantidade da droga posta à venda justifica majoração da pena-base’ (HC 11.724, Rel. Min. Cézar Peluso); ‘2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) é firme no sentido de que natureza e a quantidade da droga apreendida justificam a fixação da pena-base em patamar acima do mínimo legal’ (RHC 182.953, Rel. Min. Roberto Barroso); ‘Não há ilegalidade na decisão que fundamenta o acréscimo da pena-base na quantidade e natureza da substância aprendida, nos termos do art. 42 da Lei 11.343/06’ (HC 171.539, Rel. Min. Edson Fachin); ‘O próprio artigo 42 da Lei 11.343/2006 estabelece que o juiz, ao fixar a pena, considerará a natureza e a quantidade da substância ou do produto. Inegável, portanto, que o magistrado pode elevar a pena base em razão da elevada quantidade de droga’ (RHC 117.489, de minha relatoria); ‘Revela-se idônea a exasperação da pena-base com fundamento na quantidade da droga apreendida’ (HC 128.153, Rel. Min. Teori Zavascki). Nesse diapasão, para concluir em sentido diverso das instâncias anteriores, imprescindíveis o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Com efeito, esta Suprema Corte já assentou que “A ação de habeas corpus – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG associação para o tráfico, ou seja, 01 ano acima da pena mínima cominada ao delito. Portanto, o ato dito coator está parametrizado com a jurisprudência desta Suprema Corte, uma vez devidamente fundamentada, a exasperação da pena-base, em critérios racionais e judicialmente motivados, e cuja resultante não se mostra flagrantemente desproporcional ao ponto de justificar, na via estreita do habeas corpus, a intervenção desta Suprema Corte. Nesse sentido, ‘A quantidade de droga mostra-se passível de ser valorada negativamente na primeira fase da dosimetria, viabilizada a fixação da pena-base acima do mínimo previsto para o tipo artigo 42 da Lei nº 11.343/2006’ (HC 180.596, Rel. Min. Marco Aurélio); ‘Na condenação por crime de tráfico de entorpecente, a quantidade da droga posta à venda justifica majoração da pena-base’ (HC 11.724, Rel. Min. Cézar Peluso); ‘2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) é firme no sentido de que natureza e a quantidade da droga apreendida justificam a fixação da pena-base em patamar acima do mínimo legal’ (RHC 182.953, Rel. Min. Roberto Barroso); ‘Não há ilegalidade na decisão que fundamenta o acréscimo da pena-base na quantidade e natureza da substância aprendida, nos termos do art. 42 da Lei 11.343/06’ (HC 171.539, Rel. Min. Edson Fachin); ‘O próprio artigo 42 da Lei 11.343/2006 estabelece que o juiz, ao fixar a pena, considerará a natureza e a quantidade da substância ou do produto. Inegável, portanto, que o magistrado pode elevar a pena base em razão da elevada quantidade de droga’ (RHC 117.489, de minha relatoria); ‘Revela-se idônea a exasperação da pena-base com fundamento na quantidade da droga apreendida’ (HC 128.153, Rel. Min. Teori Zavascki). Nesse diapasão, para concluir em sentido diverso das instâncias anteriores, imprescindíveis o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Com efeito, esta Suprema Corte já assentou que “A ação de habeas corpus – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal”(HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJe 19.12.2012). Inexistente, pois, manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Ante o exposto, nego seguimento ao presente recurso ordinário em habeas corpus (art. 21, § 1º, do RISTF)”. Nada colhe o agravo. O Agravante se limita a repisar os argumentos da exordial do recurso ordinário em habeas corpus, a atrair a regra do art. 317, § 1º, do RISTF (“A petição conterá, sob pena de rejeição liminar, as razões do pedido de reforma da decisão agravada”), o que impede por si só o provimento do recurso. Precedentes: RHC 164.297-ED-AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, DJe 29.4.2019; RHC 151.402-AgR/RO, de minha relatoria, 1ª Turma, DJe 03.4.2019; e HC 152.577-AgR/MG, Rel. Min. Edson Fachin, 2ª Turma, DJe 23.10.2018. Como se observa, neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus forte no óbice da indevida supressão de instância, uma vez a tese defensiva não ter sido objeto de apreciação pela autoridade dita coatora, e da inexistência de manifesto constrangimento ilegal ou abuso de direito no ato dito coator. Reafirmo, na linha do ato apontado como coator, que as teses defensivas de nulidade e de desproporcionalidade na fixação do dias- multa não foram objeto de pronunciamento conclusivo no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, a inviabilizar a análise do writ pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 182.650-AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2ª Turma, DJe 24.4.2020; HC 179.644-AgR/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, 1ª Turma, DJe 02.4.2020; HC 175.023-AgR/SP, de minha relatoria, 1ª Turma, DJe 02.4.2020; e HC 178.155-AgR/RS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 02.4.2020. Enfatizou o acórdão recorrido que ‘o reconhecimento da nulidade alegada e a diminuição da multa depende do exame aprofundado de provas, o que 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal”(HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJe 19.12.2012). Inexistente, pois, manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Ante o exposto, nego seguimento ao presente recurso ordinário em habeas corpus (art. 21, § 1º, do RISTF)”. Nada colhe o agravo. O Agravante se limita a repisar os argumentos da exordial do recurso ordinário em habeas corpus, a atrair a regra do art. 317, § 1º, do RISTF (“A petição conterá, sob pena de rejeição liminar, as razões do pedido de reforma da decisão agravada”), o que impede por si só o provimento do recurso. Precedentes: RHC 164.297-ED-AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, DJe 29.4.2019; RHC 151.402-AgR/RO, de minha relatoria, 1ª Turma, DJe 03.4.2019; e HC 152.577-AgR/MG, Rel. Min. Edson Fachin, 2ª Turma, DJe 23.10.2018. Como se observa, neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus forte no óbice da indevida supressão de instância, uma vez a tese defensiva não ter sido objeto de apreciação pela autoridade dita coatora, e da inexistência de manifesto constrangimento ilegal ou abuso de direito no ato dito coator. Reafirmo, na linha do ato apontado como coator, que as teses defensivas de nulidade e de desproporcionalidade na fixação do dias- multa não foram objeto de pronunciamento conclusivo no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, a inviabilizar a análise do writ pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 182.650-AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2ª Turma, DJe 24.4.2020; HC 179.644-AgR/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, 1ª Turma, DJe 02.4.2020; HC 175.023-AgR/SP, de minha relatoria, 1ª Turma, DJe 02.4.2020; e HC 178.155-AgR/RS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 02.4.2020. Enfatizou o acórdão recorrido que ‘o reconhecimento da nulidade alegada e a diminuição da multa depende do exame aprofundado de provas, o que 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG não pode ser feito na via eleita’. De qualquer forma, tal como ressaltei na decisão agravada, não obstante o STJ não tenha se debruçado sobre os temas, a incidir a supressão de instância, não diviso manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Paralelamente, mostra-se inviável a apreciação, na via do habeas corpus, das matérias referidas, pois tal análise implicaria necessário reexame e valoração de fatos provas, que constitui matéria pré-excluída do estreito âmbito de cognição do writ. No mesmo sentido enfatiza o Ministério Público Federal que ‘seria necessário, para se chegar a entendimento diverso sobre a improcedência das teses de nulidade e de insuficiência probatória suscitadas, um amplo revolvimento de fatos e provas, medida incompatível com a via estreita do writ’. Lado outro, reitero que a revisão da pena fixada nas instâncias ordinárias é matéria de estrito conhecimento nesta via, ‘por demandar minucioso exame fático e probatório inerente a meio processual diverso’ (RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 12.4.2018); e “Não se presta o habeas corpus para ponderar, em concreto, a suficiência das circunstâncias judiciais invocadas pelas instâncias antecedentes para a majoração da pena-base. Precedentes” (RHC 132.361/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2ª Turma, DJe 22.4.2016). Precedentes: RHC 115.213/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 26.6.2013 e RHC 100.837-AgR/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, DJe 03.12.2014. Consabido que a dosimetria persegue um resultado qualitativo - não aritmético - necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Nesse sentido, tenho manifestado recorrentemente que a dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial, à míngua de previsão, no Código Penal, de rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena (RHC 140.006-AgR/MS, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.12.2017). No mesmo sentido, cito: HC 146.977-AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJe 9.4.2018 e RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 12.4.2018. In casu, o Superior Tribunal de Justiça, ao ratificar a dosimetria 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG não pode ser feito na via eleita’. De qualquer forma, tal como ressaltei na decisão agravada, não obstante o STJ não tenha se debruçado sobre os temas, a incidir a supressão de instância, não diviso manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Paralelamente, mostra-se inviável a apreciação, na via do habeas corpus, das matérias referidas, pois tal análise implicaria necessário reexame e valoração de fatos provas, que constitui matéria pré-excluída do estreito âmbito de cognição do writ. No mesmo sentido enfatiza o Ministério Público Federal que ‘seria necessário, para se chegar a entendimento diverso sobre a improcedência das teses de nulidade e de insuficiência probatória suscitadas, um amplo revolvimento de fatos e provas, medida incompatível com a via estreita do writ’. Lado outro, reitero que a revisão da pena fixada nas instâncias ordinárias é matéria de estrito conhecimento nesta via, ‘por demandar minucioso exame fático e probatório inerente a meio processual diverso’ (RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 12.4.2018); e “Não se presta o habeas corpus para ponderar, em concreto, a suficiência das circunstâncias judiciais invocadas pelas instâncias antecedentes para a majoração da pena-base. Precedentes” (RHC 132.361/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2ª Turma, DJe 22.4.2016). Precedentes: RHC 115.213/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 26.6.2013 e RHC 100.837-AgR/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, DJe 03.12.2014. Consabido que a dosimetria persegue um resultado qualitativo - não aritmético - necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Nesse sentido, tenho manifestado recorrentemente que a dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial, à míngua de previsão, no Código Penal, de rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena (RHC 140.006-AgR/MS, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.12.2017). No mesmo sentido, cito: HC 146.977-AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJe 9.4.2018 e RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJe 12.4.2018. In casu, o Superior Tribunal de Justiça, ao ratificar a dosimetria 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG estabelecida nas instâncias anteriores, consignou que ‘mostra-se correto o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico, em virtude da apreensão de aproximadamente 3,8kg de crack’. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘tem-se que a pena base fora recrudescida em aproximadamente 1/3 (um terço), aumento adequadamente proporcional ao reconhecimento da desfavorabilidade de dos antecedentes criminais’. De acordo com a Corte estadual ‘o juiz sentenciante afastou a pena base acima dos mínimos legais em razão dos antecedentes do recorrente e ainda tendo em vista a quantidade e natureza e variedade das drogas encontradas (aproximadamente 3,8 kg de crack). Atento a tais circunstâncias, nos termos do art.59 do CP e face o contido no Art.42 da Lei 11.343/2006, e diante das peculiaridades do caso em comento, entendo suficiente e adequado o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico’ (evento 22, fls. 5-27). Não prosperam, desse modo, as objeções dirigidas ao cálculo dosimétrico. Denota-se, dos excertos acima reproduzidos, que as instâncias antecedentes valoraram negativamente duas circunstâncias judiciais do Recorrente com base nos parâmetros previstos na legislação penal, não havendo deficiência na fundamentação empregada para elevar a pena-base do réu. Portanto, não há desproporcionalidade no resultado dosimétrico final obtido. Presente o reconhecimento de 02 vetoriais, a escala de 10 anos entre as penas mínima (05 anos) e máxima (15 anos) cominadas ao delito do artigo 33 da Lei de Drogas, e o intervalo de 07 anos entre as penas mínima (03 anos) e máxima (10 anos) cominadas ao delito do artigo 35 da Lei de Drogas, reafirmo não existir flagrante ilegalidade ou teratologia na dosimetria adotada. Nessas condições - conjugando as circunstâncias do artigo 59 do CP com as do artigo 42 da Lei de Drogas (Art. 42. O juiz, na fixação das penas, 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG estabelecida nas instâncias anteriores, consignou que ‘mostra-se correto o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico, em virtude da apreensão de aproximadamente 3,8kg de crack’. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘tem-se que a pena base fora recrudescida em aproximadamente 1/3 (um terço), aumento adequadamente proporcional ao reconhecimento da desfavorabilidade de dos antecedentes criminais’. De acordo com a Corte estadual ‘o juiz sentenciante afastou a pena base acima dos mínimos legais em razão dos antecedentes do recorrente e ainda tendo em vista a quantidade e natureza e variedade das drogas encontradas (aproximadamente 3,8 kg de crack). Atento a tais circunstâncias, nos termos do art.59 do CP e face o contido no Art.42 da Lei 11.343/2006, e diante das peculiaridades do caso em comento, entendo suficiente e adequado o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico’ (evento 22, fls. 5-27). Não prosperam, desse modo, as objeções dirigidas ao cálculo dosimétrico. Denota-se, dos excertos acima reproduzidos, que as instâncias antecedentes valoraram negativamente duas circunstâncias judiciais do Recorrente com base nos parâmetros previstos na legislação penal, não havendo deficiência na fundamentação empregada para elevar a pena-base do réu. Portanto, não há desproporcionalidade no resultado dosimétrico final obtido. Presente o reconhecimento de 02 vetoriais, a escala de 10 anos entre as penas mínima (05 anos) e máxima (15 anos) cominadas ao delito do artigo 33 da Lei de Drogas, e o intervalo de 07 anos entre as penas mínima (03 anos) e máxima (10 anos) cominadas ao delito do artigo 35 da Lei de Drogas, reafirmo não existir flagrante ilegalidade ou teratologia na dosimetria adotada. Nessas condições - conjugando as circunstâncias do artigo 59 do CP com as do artigo 42 da Lei de Drogas (Art. 42. O juiz, na fixação das penas, 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente) -, não se mostra teratológica ou desproporcional a manutenção da pena-base em 06 anos e 08 meses de reclusão para o crime de tráfico, ou seja, 01 ano e 08 meses anos acima da pena mínima cominada ao delito; e 04 anos de reclusão para o crime de associação para o tráfico, ou seja, 01 ano acima da pena mínima cominada ao delito. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘[n]ão há como reconhecer, do mesmo modo, ilegalidade na majoração da pena base do recorrente, feita com amparo na existência de circunstâncias judiciais negativas, considerando que a natureza e quantidade de droga apreendida (no caso, 3,8 kg de crack) estão enquadradas pelo art. 42 da Lei nº 11.343/06 entre os parâmetros mais relevantes para a fixação da pena por crime de tráfico, inclusive com preponderância sobre as circunstâncias do art. 59 do CPB, por permitirem uma melhor avaliação quanto ao grau de envolvimento do agente com a prática criminosa’. Portanto, a pena-base foi elevada com fundamentação idônea, particularizada nas circunstâncias do delito, e o resultado dosimétrico alcançado não se revela desproporcional, pois lastreado nos parâmetros de discricionariedade reconhecidos na jurisprudência desta Suprema Corte. Nesse sentido, ‘A quantidade de droga mostra-se passível de ser valorada negativamente na primeira fase da dosimetria, viabilizada a fixação da pena-base acima do mínimo previsto para o tipo artigo 42 da Lei nº 11.343/2006’ (HC 180.596, Rel. Min. Marco Aurélio); ‘Na condenação por crime de tráfico de entorpecente, a quantidade da droga posta à venda justifica majoração da pena- base’ (HC 11.724, Rel. Min. Cézar Peluso); ‘A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) é firme no sentido de que natureza e a quantidade da droga apreendida justificam a fixação da pena-base em patamar acima do mínimo legal’ (RHC 182.953, Rel. Min. Roberto Barroso); ‘Não há ilegalidade na decisão que fundamenta o acréscimo da pena-base na quantidade e natureza da substância aprendida, nos termos do art. 42 da Lei 11.343/06’ (HC 171.539, Rel. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente) -, não se mostra teratológica ou desproporcional a manutenção da pena-base em 06 anos e 08 meses de reclusão para o crime de tráfico, ou seja, 01 ano e 08 meses anos acima da pena mínima cominada ao delito; e 04 anos de reclusão para o crime de associação para o tráfico, ou seja, 01 ano acima da pena mínima cominada ao delito. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘[n]ão há como reconhecer, do mesmo modo, ilegalidade na majoração da pena base do recorrente, feita com amparo na existência de circunstâncias judiciais negativas, considerando que a natureza e quantidade de droga apreendida (no caso, 3,8 kg de crack) estão enquadradas pelo art. 42 da Lei nº 11.343/06 entre os parâmetros mais relevantes para a fixação da pena por crime de tráfico, inclusive com preponderância sobre as circunstâncias do art. 59 do CPB, por permitirem uma melhor avaliação quanto ao grau de envolvimento do agente com a prática criminosa’. Portanto, a pena-base foi elevada com fundamentação idônea, particularizada nas circunstâncias do delito, e o resultado dosimétrico alcançado não se revela desproporcional, pois lastreado nos parâmetros de discricionariedade reconhecidos na jurisprudência desta Suprema Corte. Nesse sentido, ‘A quantidade de droga mostra-se passível de ser valorada negativamente na primeira fase da dosimetria, viabilizada a fixação da pena-base acima do mínimo previsto para o tipo artigo 42 da Lei nº 11.343/2006’ (HC 180.596, Rel. Min. Marco Aurélio); ‘Na condenação por crime de tráfico de entorpecente, a quantidade da droga posta à venda justifica majoração da pena- base’ (HC 11.724, Rel. Min. Cézar Peluso); ‘A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) é firme no sentido de que natureza e a quantidade da droga apreendida justificam a fixação da pena-base em patamar acima do mínimo legal’ (RHC 182.953, Rel. Min. Roberto Barroso); ‘Não há ilegalidade na decisão que fundamenta o acréscimo da pena-base na quantidade e natureza da substância aprendida, nos termos do art. 42 da Lei 11.343/06’ (HC 171.539, Rel. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG Min. Edson Fachin); ‘O próprio artigo 42 da Lei 11.343/2006 estabelece que o juiz, ao fixar a pena, considerará a natureza e a quantidade da substância ou do produto. Inegável, portanto, que o magistrado pode elevar a pena base em razão da elevada quantidade de droga’ (RHC 117.489, de minha relatoria); ‘Revela- se idônea a exasperação da pena-base com fundamento na quantidade da droga apreendida’ (HC 128.153, Rel. Min. Teori Zavascki). Não fosse isso suficiente, assento que para acolher esse pleito defensivo imprescindível o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Com efeito, esta Suprema Corte já assentou que “a ação de habeas corpus – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal”(HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJe 19.12.2012). Diante dessas considerações, não detecto no agravo elementos aptos a modificar o entendimento exarado na decisão monocrática agravada. Nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG Min. Edson Fachin); ‘O próprio artigo 42 da Lei 11.343/2006 estabelece que o juiz, ao fixar a pena, considerará a natureza e a quantidade da substância ou do produto. Inegável, portanto, que o magistrado pode elevar a pena base em razão da elevada quantidade de droga’ (RHC 117.489, de minha relatoria); ‘Revela- se idônea a exasperação da pena-base com fundamento na quantidade da droga apreendida’ (HC 128.153, Rel. Min. Teori Zavascki). Não fosse isso suficiente, assento que para acolher esse pleito defensivo imprescindível o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Com efeito, esta Suprema Corte já assentou que “a ação de habeas corpus – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal”(HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJe 19.12.2012). Diante dessas considerações, não detecto no agravo elementos aptos a modificar o entendimento exarado na decisão monocrática agravada. Nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) :CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Acompanho a Relatora, com a ressalva do entendimento pessoal no sentido da adequação do habeas corpus, ainda que direcione ao exame de fatos e prova, e em relação à supressão de instância. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante – , o instituto há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6DA1-42BA-CA10-C84E e senha 9AFD-EF4C-6C60-104C Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) :CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Acompanho a Relatora, com a ressalva do entendimento pessoal no sentido da adequação do habeas corpus, ainda que direcione ao exame de fatos e prova, e em relação à supressão de instância. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante – , o instituto há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6DA1-42BA-CA10-C84E e senha 9AFD-EF4C-6C60-104C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 PROCED. : MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) : CESAR CASTELLUCCI LIMA (22369/SC) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8C48-8449-B9B6-25D6 e senha 0B44-8ACF-5F39-1200 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 PROCED. : MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) : CESAR CASTELLUCCI LIMA (22369/SC) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8C48-8449-B9B6-25D6 e senha 0B44-8ACF-5F39-1200 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756122385
2021-06-08T00:00:00
2021-06-14T00:00:00
A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIMES DE TRÁFICO DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO E POSSE ILEGAL DE MUNIÇÃO. NULIDADES. MULTA. PROPORCIONALIDADE. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. DOSIMETRIA. PENA-BASE. EXASPERAÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA. DESPROPORCIONALIDADE NÃO IDENTIFICADA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INVIABILIDADE. 1. Inviável o exame das teses defensivas não analisadas pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 2. A dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial. O Código Penal não estabelece rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena. 3. O ato dito coator está parametrizado com a jurisprudência desta Suprema Corte, uma vez devidamente fundamentada, a exasperação da pena-base, em critérios racionais e judicialmente motivados, e cuja resultante não se mostra flagrantemente desproporcional ao ponto de justificar, na via estreita do habeas corpus, a intervenção desta Suprema Corte. 4. Os pleitos defensivos demandariam o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 5. Agravo regimental conhecido e não provido.
sjur448416
- Acórdão(s) citado(s): (HC, SUSTENTAÇÃO ORAL, AGRAVO) HC 129369 AgR (1ªT), RHC 136168 AgR (2ªT), HC 135175 AgR (1ªT), HC 145627 AgR (2ªT), HC 164593 AgR (2ªT), HC 151881 AgR (1ªT). (AGRAVO, REITERAÇÃO, ARGUMENTO, PETIÇÃO INICIAL) HC 152577 AgR (2ªT), RHC 151402 AgR (1ªT), RHC 164297 ED-AgR (2ªT). (HC, SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA) HC 175023 AgR (1ªT), HC 178155 AgR (1ªT), HC 179644 AgR (1ªT), HC 182650 AgR (2ªT). (HC, REVISÃO, PENA FIXADA, INSTÂNCIA ORDINÁRIA, REEXAME, FATO, PROVA) RHC 152036 AgR (1ªT). (HC, CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL, AUMENTO DA PENA) RHC 115213 (1ªT), RHC 100837 AgR (1ªT), RHC 132361 (2ªT). (DOSIMETRIA DA PENA, DISCRICIONARIEDADE, JUIZ) HC 146977 AgR (2ªT), RHC 140006 AgR (1ªT), RHC 152036 AgR (1ªT). (AUMENTO, PENA-BASE, QUANTIDADE, NATUREZA DA DROGA) HC 113724 (2ªT), RHC 117489 (1ªT), HC 128153 (2ªT), HC 180596 (1ªT). (HC, REEXAME, FATO, PROVA) HC 92887 (2ªT). - Decisões monocráticas citadas: (AUMENTO, PENA-BASE, QUANTIDADE, NATUREZA DA DROGA) HC 171539, RHC 182953. Número de páginas: 14. Análise: 16/12/2021, ABO.
ROSA WEBER
Primeira Turma
185454
[ "LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\n ART-00042\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00937 PAR-00003\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00059\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\n\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\n ART-00083 PAR-00001 INC-00003 ART-00131\n PAR-00002 ART-00317 PAR-00001\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL" ]
RHC-AgR
acordaos
RHC 185454 AgR
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AGTE.(S) : GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) : CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) :CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIMES DE TRÁFICO DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO E POSSE ILEGAL DE MUNIÇÃO. NULIDADES. MULTA. PROPORCIONALIDADE. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. DOSIMETRIA. PENA-BASE. EXASPERAÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA. DESPROPORCIONALIDADE NÃO IDENTIFICADA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INVIABILIDADE. 1. Inviável o exame das teses defensivas não analisadas pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 2. A dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial. O Código Penal não estabelece rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena. 3. O ato dito coator está parametrizado com a jurisprudência desta Suprema Corte, uma vez devidamente fundamentada, a exasperação da pena-base, em critérios racionais e judicialmente motivados, e cuja resultante não se mostra flagrantemente desproporcional ao ponto de justificar, na via estreita do habeas corpus, a intervenção desta Suprema Corte. 4. Os pleitos defensivos demandariam o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Precedentes. 5. Agravo regimental conhecido e não provido. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 06D9-ADBE-72B5-A977 e senha D5C5-328C-455B-3782 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14 Ementa e Acórdão RHC 185454 AGR / MG ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 06D9-ADBE-72B5-A977 e senha D5C5-328C-455B-3782 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio, em sessão virtual da Primeira Turma de 28 de maio a 7 de junho de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 06D9-ADBE-72B5-A977 e senha D5C5-328C-455B-3782 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) :CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Trata-se de agravo regimental da decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que negou provimento ao agravo regimental no HC 457.408/MG. Na presente via, a Defesa, em síntese, alega inexistência de supressão de instância. Reitera as teses de nulidades e ofensas aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Repisa inidoneidade dos fundamentos da exasperação da pena-base em relação aos ‘crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, muito além da prática comum de 1/6 para cada circunstância judicial prevista no artigo 59 do Código Penal’. Aduz ainda que o valor fixado a título de dias-multa alto não seria proporcional à condição financeira do Recorrente. Pugna pela sustentação oral ‘perante o colegiado no ambiente eletrônico telepresencial’. Requer o provimento do recurso, para concessão da ordem de habeas corpus. O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da Subprocuradora-Geral da República Cláudia Sampaio Marques, opina pelo não provimento do agravo regimental (evento 37). É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C962-FD03-7FF1-F432 e senha 59DA-4697-C421-6579 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) :CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA RELATÓRIO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Trata-se de agravo regimental da decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que negou provimento ao agravo regimental no HC 457.408/MG. Na presente via, a Defesa, em síntese, alega inexistência de supressão de instância. Reitera as teses de nulidades e ofensas aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Repisa inidoneidade dos fundamentos da exasperação da pena-base em relação aos ‘crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, muito além da prática comum de 1/6 para cada circunstância judicial prevista no artigo 59 do Código Penal’. Aduz ainda que o valor fixado a título de dias-multa alto não seria proporcional à condição financeira do Recorrente. Pugna pela sustentação oral ‘perante o colegiado no ambiente eletrônico telepresencial’. Requer o provimento do recurso, para concessão da ordem de habeas corpus. O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da Subprocuradora-Geral da República Cláudia Sampaio Marques, opina pelo não provimento do agravo regimental (evento 37). É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C962-FD03-7FF1-F432 e senha 59DA-4697-C421-6579 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): De início, nada colhe o pedido de sustentação oral em agravo regimental no presente habeas corpus. De acordo com os arts. 83, § 1..., III2, e 131, § 2...3, Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, não é obrigatória a prévia intimação do advogado para o julgamento do agravo regimental, visto que, além de não depender de pauta, há vedação expressa quanto à realização de sustentação oral. Inobstante o novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015) facultar a sustentação oral em sede de agravo interno em reclamação, mandado de segurança e ação rescisória (art. 937, § 3..., do Código de Processo Civil), mitigando a regra do art. 131, § 2..., do RISTF, a norma não abrange os recursos manejados em habeas corpus. Precedentes: HC 145.627-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello, 2... Turma, DJe 20.11.2017; HC 135.175-AgR/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, 1... Turma, DJe 01.6.2017; RHC 136.168- AgR/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, 2... Turma, DJe 06.12.2016; e HC 129.369-AgR/RN, Rel. Min. Edson Fachin, 1... Turma, DJe 17.11.2016. Destaco que, em sessão de julgamento realizada em 07.5.2019, a 1... Turma deste Supremo Tribunal Federal, decidiu, em Questão de Ordem no HC 151.881-AgR/SP, pelo não cabimento de sustentação oral em sede de agravo regimental em habeas corpus. Nessa mesma linha, o Plenário desta Suprema Corte, no julgamento do HC 164.593-AgR/AM, Rel. Min. Edson Fachin, j. 04.5.2020, reafirmou o não cabimento de sustentação oral na hipótese. Passo à análise do recurso. O presente agravo regimental objetiva rever decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus aos seguintes fundamentos: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): De início, nada colhe o pedido de sustentação oral em agravo regimental no presente habeas corpus. De acordo com os arts. 83, § 1..., III2, e 131, § 2...3, Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, não é obrigatória a prévia intimação do advogado para o julgamento do agravo regimental, visto que, além de não depender de pauta, há vedação expressa quanto à realização de sustentação oral. Inobstante o novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015) facultar a sustentação oral em sede de agravo interno em reclamação, mandado de segurança e ação rescisória (art. 937, § 3..., do Código de Processo Civil), mitigando a regra do art. 131, § 2..., do RISTF, a norma não abrange os recursos manejados em habeas corpus. Precedentes: HC 145.627-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello, 2... Turma, DJe 20.11.2017; HC 135.175-AgR/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, 1... Turma, DJe 01.6.2017; RHC 136.168- AgR/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, 2... Turma, DJe 06.12.2016; e HC 129.369-AgR/RN, Rel. Min. Edson Fachin, 1... Turma, DJe 17.11.2016. Destaco que, em sessão de julgamento realizada em 07.5.2019, a 1... Turma deste Supremo Tribunal Federal, decidiu, em Questão de Ordem no HC 151.881-AgR/SP, pelo não cabimento de sustentação oral em sede de agravo regimental em habeas corpus. Nessa mesma linha, o Plenário desta Suprema Corte, no julgamento do HC 164.593-AgR/AM, Rel. Min. Edson Fachin, j. 04.5.2020, reafirmou o não cabimento de sustentação oral na hipótese. Passo à análise do recurso. O presente agravo regimental objetiva rever decisão em que neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus aos seguintes fundamentos: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG “(...) Verifico que, ao negar provimento ao agravo regimental no HC 457.408/MG, o Superior Tribunal de Justiça deixou de analisar as teses defensivas de nulidade e de desproporcionalidade na fixação do dias-multa ressaltando que ‘o reconhecimento da nulidade alegada e a diminuição da multa depende do exame aprofundado de provas, o que não pode ser feito na via eleita’. Portanto, à míngua de pronunciamento judicial conclusivo pela Corte Superior quanto ao temas alusivos, inviável a análise do writ pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 134.957-AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 24.02.2017; RHC 136.311/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2... Turma, DJe 21.02.2017; RHC 133.974/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, 2... Turma, DJe 03.3.2017; e HC 136.452-ED/DF, de minha relatoria, 1... Turma, DJe 10.02.2017. De qualquer modo, não é o caso de concessão da ordem de ofício, ausentes teratologia, ilegalidade manifesta ou frontal contrariedade à jurisprudência desta Suprema Corte. A concessão ex officio da ordem de habeas corpus é medida excepcional, que somente tem lugar nas hipóteses em que a ilegalidade ou o abuso de poder seja flagrante a ponto de justificar a relativização das regras de competência que regem o processo penal, corolários das garantias fundamentais do juiz natural e do devido processo legal. De resto, sabido que a dosimetria persegue um resultado qualitativo - não aritmético - necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Nesse sentido, tenho manifestado recorrentemente que a dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial, à míngua de previsão, no Código Penal, de rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena (RHC 140.006-AgR/MS, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.12.2017). No mesmo sentido, cito: HC 146.977-AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2... Turma, DJe 9.4.2018 e RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 12.4.2018. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG “(...) Verifico que, ao negar provimento ao agravo regimental no HC 457.408/MG, o Superior Tribunal de Justiça deixou de analisar as teses defensivas de nulidade e de desproporcionalidade na fixação do dias-multa ressaltando que ‘o reconhecimento da nulidade alegada e a diminuição da multa depende do exame aprofundado de provas, o que não pode ser feito na via eleita’. Portanto, à míngua de pronunciamento judicial conclusivo pela Corte Superior quanto ao temas alusivos, inviável a análise do writ pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 134.957-AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 24.02.2017; RHC 136.311/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2... Turma, DJe 21.02.2017; RHC 133.974/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, 2... Turma, DJe 03.3.2017; e HC 136.452-ED/DF, de minha relatoria, 1... Turma, DJe 10.02.2017. De qualquer modo, não é o caso de concessão da ordem de ofício, ausentes teratologia, ilegalidade manifesta ou frontal contrariedade à jurisprudência desta Suprema Corte. A concessão ex officio da ordem de habeas corpus é medida excepcional, que somente tem lugar nas hipóteses em que a ilegalidade ou o abuso de poder seja flagrante a ponto de justificar a relativização das regras de competência que regem o processo penal, corolários das garantias fundamentais do juiz natural e do devido processo legal. De resto, sabido que a dosimetria persegue um resultado qualitativo - não aritmético - necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Nesse sentido, tenho manifestado recorrentemente que a dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial, à míngua de previsão, no Código Penal, de rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena (RHC 140.006-AgR/MS, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.12.2017). No mesmo sentido, cito: HC 146.977-AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2... Turma, DJe 9.4.2018 e RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 12.4.2018. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG Nessas condições, a revisão da pena fixada nas instâncias ordinárias é matéria de estrito conhecimento nesta via, ‘por demandar minucioso exame fático e probatório inerente a meio processual diverso’ (RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 12.4.2018); e “Não se presta o habeas corpus para ponderar, em concreto, a suficiência das circunstâncias judiciais invocadas pelas instâncias antecedentes para a majoração da pena-base. Precedentes” (RHC 132.361/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2... Turma, DJe 22.4.2016). Precedentes: RHC 115.213/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 26.6.2013 e RHC 100.837-AgR/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, 1... Turma, DJe 03.12.2014. Ao ratificar a dosimetria estabelecida nas instâncias anteriores, o Superior Tribunal de Justiça consignou que ‘mostra-se correto o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico, em virtude da apreensão de aproximadamente 3,8kg de crack’. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘tem-se que a pena base fora recrudescida em aproximadamente 1/3 (um terço), aumento adequadamente proporcional ao reconhecimento da desfavorabilidade de dos antecedentes criminais’. A quantidade de droga apreendida é de fato significativa; na fixação da pena-base, essa circunstância (a quantidade de droga) deve preponderar diante das demais vetoriais do artigo 59 do Código Penal Brasileiro, nos termos do artigo 42 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) (Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente). Nesse contexto, presente o intervalo de 10 anos entre as penas mínima (05 anos) e máxima (15 anos) cominadas ao delito do artigo 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), e o intervalo de 07 anos entre as penas mínima (03 anos) e máxima (10 anos) cominadas ao delito do artigo 35 da Lei de Drogas, não se mostra teratológica ou desproporcional a manutenção da pena-base em 06 anos e 08 meses de reclusão para o crime de tráfico, ou seja, 01 ano e 08 meses anos acima da pena mínima cominada ao delito; e 04 anos de reclusão para o crime de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG Nessas condições, a revisão da pena fixada nas instâncias ordinárias é matéria de estrito conhecimento nesta via, ‘por demandar minucioso exame fático e probatório inerente a meio processual diverso’ (RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 12.4.2018); e “Não se presta o habeas corpus para ponderar, em concreto, a suficiência das circunstâncias judiciais invocadas pelas instâncias antecedentes para a majoração da pena-base. Precedentes” (RHC 132.361/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2... Turma, DJe 22.4.2016). Precedentes: RHC 115.213/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 26.6.2013 e RHC 100.837-AgR/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, 1... Turma, DJe 03.12.2014. Ao ratificar a dosimetria estabelecida nas instâncias anteriores, o Superior Tribunal de Justiça consignou que ‘mostra-se correto o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico, em virtude da apreensão de aproximadamente 3,8kg de crack’. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘tem-se que a pena base fora recrudescida em aproximadamente 1/3 (um terço), aumento adequadamente proporcional ao reconhecimento da desfavorabilidade de dos antecedentes criminais’. A quantidade de droga apreendida é de fato significativa; na fixação da pena-base, essa circunstância (a quantidade de droga) deve preponderar diante das demais vetoriais do artigo 59 do Código Penal Brasileiro, nos termos do artigo 42 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) (Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente). Nesse contexto, presente o intervalo de 10 anos entre as penas mínima (05 anos) e máxima (15 anos) cominadas ao delito do artigo 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), e o intervalo de 07 anos entre as penas mínima (03 anos) e máxima (10 anos) cominadas ao delito do artigo 35 da Lei de Drogas, não se mostra teratológica ou desproporcional a manutenção da pena-base em 06 anos e 08 meses de reclusão para o crime de tráfico, ou seja, 01 ano e 08 meses anos acima da pena mínima cominada ao delito; e 04 anos de reclusão para o crime de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG associação para o tráfico, ou seja, 01 ano acima da pena mínima cominada ao delito. Portanto, o ato dito coator está parametrizado com a jurisprudência desta Suprema Corte, uma vez devidamente fundamentada, a exasperação da pena-base, em critérios racionais e judicialmente motivados, e cuja resultante não se mostra flagrantemente desproporcional ao ponto de justificar, na via estreita do habeas corpus, a intervenção desta Suprema Corte. Nesse sentido, ‘A quantidade de droga mostra-se passível de ser valorada negativamente na primeira fase da dosimetria, viabilizada a fixação da pena-base acima do mínimo previsto para o tipo artigo 42 da Lei n 11.343/2006’ (HC 180.596, Rel. Min. Marco Aurélio); ‘Na condenação por crime de tráfico de entorpecente, a quantidade da droga posta à venda justifica majoração da pena-base’ (HC 11.724, Rel. Min. Cézar Peluso); ‘2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) é firme no sentido de que natureza e a quantidade da droga apreendida justificam a fixação da pena-base em patamar acima do mínimo legal’ (RHC 182.953, Rel. Min. Roberto Barroso); ‘Não há ilegalidade na decisão que fundamenta o acréscimo da pena-base na quantidade e natureza da substância aprendida, nos termos do art. 42 da Lei 11.343/06’ (HC 171.539, Rel. Min. Edson Fachin); ‘O próprio artigo 42 da Lei 11.343/2006 estabelece que o juiz, ao fixar a pena, considerará a natureza e a quantidade da substância ou do produto. Inegável, portanto, que o magistrado pode elevar a pena base em razão da elevada quantidade de droga’ (RHC 117.489, de minha relatoria); ‘Revela-se idônea a exasperação da pena-base com fundamento na quantidade da droga apreendida’ (HC 128.153, Rel. Min. Teori Zavascki). Nesse diapasão, para concluir em sentido diverso das instâncias anteriores, imprescindíveis o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Com efeito, esta Suprema Corte já assentou que “A ação de habeas corpus – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG associação para o tráfico, ou seja, 01 ano acima da pena mínima cominada ao delito. Portanto, o ato dito coator está parametrizado com a jurisprudência desta Suprema Corte, uma vez devidamente fundamentada, a exasperação da pena-base, em critérios racionais e judicialmente motivados, e cuja resultante não se mostra flagrantemente desproporcional ao ponto de justificar, na via estreita do habeas corpus, a intervenção desta Suprema Corte. Nesse sentido, ‘A quantidade de droga mostra-se passível de ser valorada negativamente na primeira fase da dosimetria, viabilizada a fixação da pena-base acima do mínimo previsto para o tipo artigo 42 da Lei n 11.343/2006’ (HC 180.596, Rel. Min. Marco Aurélio); ‘Na condenação por crime de tráfico de entorpecente, a quantidade da droga posta à venda justifica majoração da pena-base’ (HC 11.724, Rel. Min. Cézar Peluso); ‘2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) é firme no sentido de que natureza e a quantidade da droga apreendida justificam a fixação da pena-base em patamar acima do mínimo legal’ (RHC 182.953, Rel. Min. Roberto Barroso); ‘Não há ilegalidade na decisão que fundamenta o acréscimo da pena-base na quantidade e natureza da substância aprendida, nos termos do art. 42 da Lei 11.343/06’ (HC 171.539, Rel. Min. Edson Fachin); ‘O próprio artigo 42 da Lei 11.343/2006 estabelece que o juiz, ao fixar a pena, considerará a natureza e a quantidade da substância ou do produto. Inegável, portanto, que o magistrado pode elevar a pena base em razão da elevada quantidade de droga’ (RHC 117.489, de minha relatoria); ‘Revela-se idônea a exasperação da pena-base com fundamento na quantidade da droga apreendida’ (HC 128.153, Rel. Min. Teori Zavascki). Nesse diapasão, para concluir em sentido diverso das instâncias anteriores, imprescindíveis o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Com efeito, esta Suprema Corte já assentou que “A ação de habeas corpus – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal”(HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2... Turma, DJe 19.12.2012). Inexistente, pois, manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Ante o exposto, nego seguimento ao presente recurso ordinário em habeas corpus (art. 21, § 1..., do RISTF)”. Nada colhe o agravo. O Agravante se limita a repisar os argumentos da exordial do recurso ordinário em habeas corpus, a atrair a regra do art. 317, § 1..., do RISTF (“A petição conterá, sob pena de rejeição liminar, as razões do pedido de reforma da decisão agravada”), o que impede por si só o provimento do recurso. Precedentes: RHC 164.297-ED-AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2... Turma, DJe 29.4.2019; RHC 151.402-AgR/RO, de minha relatoria, 1... Turma, DJe 03.4.2019; e HC 152.577-AgR/MG, Rel. Min. Edson Fachin, 2... Turma, DJe 23.10.2018. Como se observa, neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus forte no óbice da indevida supressão de instância, uma vez a tese defensiva não ter sido objeto de apreciação pela autoridade dita coatora, e da inexistência de manifesto constrangimento ilegal ou abuso de direito no ato dito coator. Reafirmo, na linha do ato apontado como coator, que as teses defensivas de nulidade e de desproporcionalidade na fixação do dias- multa não foram objeto de pronunciamento conclusivo no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, a inviabilizar a análise do writ pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 182.650-AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2... Turma, DJe 24.4.2020; HC 179.644-AgR/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, 1... Turma, DJe 02.4.2020; HC 175.023-AgR/SP, de minha relatoria, 1... Turma, DJe 02.4.2020; e HC 178.155-AgR/RS, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 02.4.2020. Enfatizou o acórdão recorrido que ‘o reconhecimento da nulidade alegada e a diminuição da multa depende do exame aprofundado de provas, o que 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal”(HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2... Turma, DJe 19.12.2012). Inexistente, pois, manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Ante o exposto, nego seguimento ao presente recurso ordinário em habeas corpus (art. 21, § 1..., do RISTF)”. Nada colhe o agravo. O Agravante se limita a repisar os argumentos da exordial do recurso ordinário em habeas corpus, a atrair a regra do art. 317, § 1..., do RISTF (“A petição conterá, sob pena de rejeição liminar, as razões do pedido de reforma da decisão agravada”), o que impede por si só o provimento do recurso. Precedentes: RHC 164.297-ED-AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2... Turma, DJe 29.4.2019; RHC 151.402-AgR/RO, de minha relatoria, 1... Turma, DJe 03.4.2019; e HC 152.577-AgR/MG, Rel. Min. Edson Fachin, 2... Turma, DJe 23.10.2018. Como se observa, neguei seguimento ao recurso ordinário em habeas corpus forte no óbice da indevida supressão de instância, uma vez a tese defensiva não ter sido objeto de apreciação pela autoridade dita coatora, e da inexistência de manifesto constrangimento ilegal ou abuso de direito no ato dito coator. Reafirmo, na linha do ato apontado como coator, que as teses defensivas de nulidade e de desproporcionalidade na fixação do dias- multa não foram objeto de pronunciamento conclusivo no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, a inviabilizar a análise do writ pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Cito, nessa linha, precedentes: HC 182.650-AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2... Turma, DJe 24.4.2020; HC 179.644-AgR/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, 1... Turma, DJe 02.4.2020; HC 175.023-AgR/SP, de minha relatoria, 1... Turma, DJe 02.4.2020; e HC 178.155-AgR/RS, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 02.4.2020. Enfatizou o acórdão recorrido que ‘o reconhecimento da nulidade alegada e a diminuição da multa depende do exame aprofundado de provas, o que 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG não pode ser feito na via eleita’. De qualquer forma, tal como ressaltei na decisão agravada, não obstante o Superior Tribunal de Justiça não tenha se debruçado sobre os temas, a incidir a supressão de instância, não diviso manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Paralelamente, mostra-se inviável a apreciação, na via do habeas corpus, das matérias referidas, pois tal análise implicaria necessário reexame e valoração de fatos provas, que constitui matéria pré-excluída do estreito âmbito de cognição do writ. No mesmo sentido enfatiza o Ministério Público Federal que ‘seria necessário, para se chegar a entendimento diverso sobre a improcedência das teses de nulidade e de insuficiência probatória suscitadas, um amplo revolvimento de fatos e provas, medida incompatível com a via estreita do writ’. Lado outro, reitero que a revisão da pena fixada nas instâncias ordinárias é matéria de estrito conhecimento nesta via, ‘por demandar minucioso exame fático e probatório inerente a meio processual diverso’ (RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 12.4.2018); e “Não se presta o habeas corpus para ponderar, em concreto, a suficiência das circunstâncias judiciais invocadas pelas instâncias antecedentes para a majoração da pena-base. Precedentes” (RHC 132.361/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2... Turma, DJe 22.4.2016). Precedentes: RHC 115.213/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 26.6.2013 e RHC 100.837-AgR/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, 1... Turma, DJe 03.12.2014. Consabido que a dosimetria persegue um resultado qualitativo - não aritmético - necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Nesse sentido, tenho manifestado recorrentemente que a dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial, à míngua de previsão, no Código Penal, de rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena (RHC 140.006-AgR/MS, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.12.2017). No mesmo sentido, cito: HC 146.977-AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2... Turma, DJe 9.4.2018 e RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 12.4.2018. In casu, o Superior Tribunal de Justiça, ao ratificar a dosimetria 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG não pode ser feito na via eleita’. De qualquer forma, tal como ressaltei na decisão agravada, não obstante o Superior Tribunal de Justiça não tenha se debruçado sobre os temas, a incidir a supressão de instância, não diviso manifesta ilegalidade ou arbitrariedade no ato hostilizado passível de correção na presente via. Paralelamente, mostra-se inviável a apreciação, na via do habeas corpus, das matérias referidas, pois tal análise implicaria necessário reexame e valoração de fatos provas, que constitui matéria pré-excluída do estreito âmbito de cognição do writ. No mesmo sentido enfatiza o Ministério Público Federal que ‘seria necessário, para se chegar a entendimento diverso sobre a improcedência das teses de nulidade e de insuficiência probatória suscitadas, um amplo revolvimento de fatos e provas, medida incompatível com a via estreita do writ’. Lado outro, reitero que a revisão da pena fixada nas instâncias ordinárias é matéria de estrito conhecimento nesta via, ‘por demandar minucioso exame fático e probatório inerente a meio processual diverso’ (RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 12.4.2018); e “Não se presta o habeas corpus para ponderar, em concreto, a suficiência das circunstâncias judiciais invocadas pelas instâncias antecedentes para a majoração da pena-base. Precedentes” (RHC 132.361/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2... Turma, DJe 22.4.2016). Precedentes: RHC 115.213/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 26.6.2013 e RHC 100.837-AgR/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, 1... Turma, DJe 03.12.2014. Consabido que a dosimetria persegue um resultado qualitativo - não aritmético - necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Nesse sentido, tenho manifestado recorrentemente que a dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial, à míngua de previsão, no Código Penal, de rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena (RHC 140.006-AgR/MS, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.12.2017). No mesmo sentido, cito: HC 146.977-AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2... Turma, DJe 9.4.2018 e RHC 152.036-AgR/MS, Rel. Min. Luiz Fux, 1... Turma, DJe 12.4.2018. In casu, o Superior Tribunal de Justiça, ao ratificar a dosimetria 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG estabelecida nas instâncias anteriores, consignou que ‘mostra-se correto o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico, em virtude da apreensão de aproximadamente 3,8kg de crack’. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘tem-se que a pena base fora recrudescida em aproximadamente 1/3 (um terço), aumento adequadamente proporcional ao reconhecimento da desfavorabilidade de dos antecedentes criminais’. De acordo com a Corte estadual ‘o juiz sentenciante afastou a pena base acima dos mínimos legais em razão dos antecedentes do recorrente e ainda tendo em vista a quantidade e natureza e variedade das drogas encontradas (aproximadamente 3,8 kg de crack). Atento a tais circunstâncias, nos termos do art.59 do Código Penal Brasileiro e face o contido no Art.42 da Lei 11.343/2006, e diante das peculiaridades do caso em comento, entendo suficiente e adequado o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico’ (evento 22, fls. 5-27). Não prosperam, desse modo, as objeções dirigidas ao cálculo dosimétrico. Denota-se, dos excertos acima reproduzidos, que as instâncias antecedentes valoraram negativamente duas circunstâncias judiciais do Recorrente com base nos parâmetros previstos na legislação penal, não havendo deficiência na fundamentação empregada para elevar a pena-base do réu. Portanto, não há desproporcionalidade no resultado dosimétrico final obtido. Presente o reconhecimento de 02 vetoriais, a escala de 10 anos entre as penas mínima (05 anos) e máxima (15 anos) cominadas ao delito do artigo 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), e o intervalo de 07 anos entre as penas mínima (03 anos) e máxima (10 anos) cominadas ao delito do artigo 35 da Lei de Drogas, reafirmo não existir flagrante ilegalidade ou teratologia na dosimetria adotada. Nessas condições - conjugando as circunstâncias do artigo 59 do Código Penal Brasileiro com as do artigo 42 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) (Art. 42. O juiz, na fixação das penas, 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG estabelecida nas instâncias anteriores, consignou que ‘mostra-se correto o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico, em virtude da apreensão de aproximadamente 3,8kg de crack’. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘tem-se que a pena base fora recrudescida em aproximadamente 1/3 (um terço), aumento adequadamente proporcional ao reconhecimento da desfavorabilidade de dos antecedentes criminais’. De acordo com a Corte estadual ‘o juiz sentenciante afastou a pena base acima dos mínimos legais em razão dos antecedentes do recorrente e ainda tendo em vista a quantidade e natureza e variedade das drogas encontradas (aproximadamente 3,8 kg de crack). Atento a tais circunstâncias, nos termos do art.59 do Código Penal Brasileiro e face o contido no Art.42 da Lei 11.343/2006, e diante das peculiaridades do caso em comento, entendo suficiente e adequado o aumento da pena base do réu em 1 ano e 08 meses e 166 dias-multa acima do patamar mínimo para o delito de tráfico de drogas e 01 ano e 233 dias-multa para o delito de associação para o tráfico’ (evento 22, fls. 5-27). Não prosperam, desse modo, as objeções dirigidas ao cálculo dosimétrico. Denota-se, dos excertos acima reproduzidos, que as instâncias antecedentes valoraram negativamente duas circunstâncias judiciais do Recorrente com base nos parâmetros previstos na legislação penal, não havendo deficiência na fundamentação empregada para elevar a pena-base do réu. Portanto, não há desproporcionalidade no resultado dosimétrico final obtido. Presente o reconhecimento de 02 vetoriais, a escala de 10 anos entre as penas mínima (05 anos) e máxima (15 anos) cominadas ao delito do artigo 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), e o intervalo de 07 anos entre as penas mínima (03 anos) e máxima (10 anos) cominadas ao delito do artigo 35 da Lei de Drogas, reafirmo não existir flagrante ilegalidade ou teratologia na dosimetria adotada. Nessas condições - conjugando as circunstâncias do artigo 59 do Código Penal Brasileiro com as do artigo 42 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) (Art. 42. O juiz, na fixação das penas, 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente) -, não se mostra teratológica ou desproporcional a manutenção da pena-base em 06 anos e 08 meses de reclusão para o crime de tráfico, ou seja, 01 ano e 08 meses anos acima da pena mínima cominada ao delito; e 04 anos de reclusão para o crime de associação para o tráfico, ou seja, 01 ano acima da pena mínima cominada ao delito. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘[n]ão há como reconhecer, do mesmo modo, ilegalidade na majoração da pena base do recorrente, feita com amparo na existência de circunstâncias judiciais negativas, considerando que a natureza e quantidade de droga apreendida (no caso, 3,8 kg de crack) estão enquadradas pelo art. 42 da Lei n 11.343/06 entre os parâmetros mais relevantes para a fixação da pena por crime de tráfico, inclusive com preponderância sobre as circunstâncias do art. 59 do CPB, por permitirem uma melhor avaliação quanto ao grau de envolvimento do agente com a prática criminosa’. Portanto, a pena-base foi elevada com fundamentação idônea, particularizada nas circunstâncias do delito, e o resultado dosimétrico alcançado não se revela desproporcional, pois lastreado nos parâmetros de discricionariedade reconhecidos na jurisprudência desta Suprema Corte. Nesse sentido, ‘A quantidade de droga mostra-se passível de ser valorada negativamente na primeira fase da dosimetria, viabilizada a fixação da pena-base acima do mínimo previsto para o tipo artigo 42 da Lei n 11.343/2006’ (HC 180.596, Rel. Min. Marco Aurélio); ‘Na condenação por crime de tráfico de entorpecente, a quantidade da droga posta à venda justifica majoração da pena- base’ (HC 11.724, Rel. Min. Cézar Peluso); ‘A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) é firme no sentido de que natureza e a quantidade da droga apreendida justificam a fixação da pena-base em patamar acima do mínimo legal’ (RHC 182.953, Rel. Min. Roberto Barroso); ‘Não há ilegalidade na decisão que fundamenta o acréscimo da pena-base na quantidade e natureza da substância aprendida, nos termos do art. 42 da Lei 11.343/06’ (HC 171.539, Rel. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente) -, não se mostra teratológica ou desproporcional a manutenção da pena-base em 06 anos e 08 meses de reclusão para o crime de tráfico, ou seja, 01 ano e 08 meses anos acima da pena mínima cominada ao delito; e 04 anos de reclusão para o crime de associação para o tráfico, ou seja, 01 ano acima da pena mínima cominada ao delito. Ainda, tal como preconizado no parecer ministerial ‘[n]ão há como reconhecer, do mesmo modo, ilegalidade na majoração da pena base do recorrente, feita com amparo na existência de circunstâncias judiciais negativas, considerando que a natureza e quantidade de droga apreendida (no caso, 3,8 kg de crack) estão enquadradas pelo art. 42 da Lei n 11.343/06 entre os parâmetros mais relevantes para a fixação da pena por crime de tráfico, inclusive com preponderância sobre as circunstâncias do art. 59 do CPB, por permitirem uma melhor avaliação quanto ao grau de envolvimento do agente com a prática criminosa’. Portanto, a pena-base foi elevada com fundamentação idônea, particularizada nas circunstâncias do delito, e o resultado dosimétrico alcançado não se revela desproporcional, pois lastreado nos parâmetros de discricionariedade reconhecidos na jurisprudência desta Suprema Corte. Nesse sentido, ‘A quantidade de droga mostra-se passível de ser valorada negativamente na primeira fase da dosimetria, viabilizada a fixação da pena-base acima do mínimo previsto para o tipo artigo 42 da Lei n 11.343/2006’ (HC 180.596, Rel. Min. Marco Aurélio); ‘Na condenação por crime de tráfico de entorpecente, a quantidade da droga posta à venda justifica majoração da pena- base’ (HC 11.724, Rel. Min. Cézar Peluso); ‘A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) é firme no sentido de que natureza e a quantidade da droga apreendida justificam a fixação da pena-base em patamar acima do mínimo legal’ (RHC 182.953, Rel. Min. Roberto Barroso); ‘Não há ilegalidade na decisão que fundamenta o acréscimo da pena-base na quantidade e natureza da substância aprendida, nos termos do art. 42 da Lei 11.343/06’ (HC 171.539, Rel. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14 Voto - MIN. ROSA WEBER RHC 185454 AGR / MG Min. Edson Fachin); ‘O próprio artigo 42 da Lei 11.343/2006 estabelece que o juiz, ao fixar a pena, considerará a natureza e a quantidade da substância ou do produto. Inegável, portanto, que o magistrado pode elevar a pena base em razão da elevada quantidade de droga’ (RHC 117.489, de minha relatoria); ‘Revela- se idônea a exasperação da pena-base com fundamento na quantidade da droga apreendida’ (HC 128.153, Rel. Min. Teori Zavascki). Não fosse isso suficiente, assento que para acolher esse pleito defensivo imprescindível o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Com efeito, esta Suprema Corte já assentou que “a ação de habeas corpus – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal”(HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2... Turma, DJe 19.12.2012). Diante dessas considerações, não detecto no agravo elementos aptos a modificar o entendimento exarado na decisão monocrática agravada. Nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Supremo Tribunal Federal RHC 185454 AGR / MG Min. Edson Fachin); ‘O próprio artigo 42 da Lei 11.343/2006 estabelece que o juiz, ao fixar a pena, considerará a natureza e a quantidade da substância ou do produto. Inegável, portanto, que o magistrado pode elevar a pena base em razão da elevada quantidade de droga’ (RHC 117.489, de minha relatoria); ‘Revela- se idônea a exasperação da pena-base com fundamento na quantidade da droga apreendida’ (HC 128.153, Rel. Min. Teori Zavascki). Não fosse isso suficiente, assento que para acolher esse pleito defensivo imprescindível o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. Com efeito, esta Suprema Corte já assentou que “a ação de habeas corpus – de caráter sumaríssimo – constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise aprofundada da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c) de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos indiciários e/ou coligidos no procedimento penal”(HC 92.887/GO, Rel. Min. Celso de Mello, 2... Turma, DJe 19.12.2012). Diante dessas considerações, não detecto no agravo elementos aptos a modificar o entendimento exarado na decisão monocrática agravada. Nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4CD4-2CAA-4CDE-6A48 e senha BCBD-801D-9F0D-C0A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 14 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) :CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Acompanho a Relatora, com a ressalva do entendimento pessoal no sentido da adequação do habeas corpus, ainda que direcione ao exame de fatos e prova, e em relação à supressão de instância. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante – , o instituto há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6DA1-42BA-CA10-C84E e senha 9AFD-EF4C-6C60-104C Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) :CESAR CASTELLUCCI LIMA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Acompanho a Relatora, com a ressalva do entendimento pessoal no sentido da adequação do habeas corpus, ainda que direcione ao exame de fatos e prova, e em relação à supressão de instância. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante – , o instituto há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6DA1-42BA-CA10-C84E e senha 9AFD-EF4C-6C60-104C Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 PROCED. : MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) : CESAR CASTELLUCCI LIMA (22369/SC) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8C48-8449-B9B6-25D6 e senha 0B44-8ACF-5F39-1200 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185.454 PROCED. : MINAS GERAIS RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : GERMANO SOARES GOMES ADV.(A/S) : CESAR CASTELLUCCI LIMA (22369/SC) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8C48-8449-B9B6-25D6 e senha 0B44-8ACF-5F39-1200 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185 . 454", "HABEAS CORPUS 185 . 454", "HC 457 . 408 / MG", "HABEAS CORPUS 185 . 454", "HC 457 . 408 / MG", "HC 145 . 627 - AgR / SP", "HC 135 . 175 - AgR / SP", "RHC 136 . 168 - AgR / RN", "HC 129 . 369 - AgR / RN", "HC 151 . 881 - AgR / SP", "HC 164 . 593 - AgR / AM", "HC 145 . 627 - AgR / SP", "HC 135 . 175 - AgR / SP", "RHC 136 . 168 - AgR / RN", "HC 129 . 369 - AgR / RN", "HC 151 . 881 - AgR / SP", "HC 164 . 593 - AgR / AM", "RHC 185454 AGR / MG", "HC 457 . 408 / MG", "HC 134 . 957 - AgR / MG", "RHC 136 . 311 / RJ", "RHC 133 . 974 / RJ", "HC 136 . 452 - ED / DF", "RHC 140 . 006 - AgR / MS", "HC 146 . 977 - AgR / SP", "RHC 152 . 036 - AgR / MS", "RHC 185454 AGR / MG", "HC 457 . 408 / MG", "HC 134 . 957", "-", "AgR", "/", "MG", "RHC 136 . 311 / RJ", "RHC 133 . 974 / RJ", "HC 136 . 452 - ED / DF", "RHC 140 . 006 - AgR / MS", "HC 146 . 977 - AgR / SP", "RHC 152 . 036 - AgR / MS", "RHC 185454 AGR / MG", "RHC 152 . 036 - AgR / MS", "RHC 132 . 361 / SP", "RHC 115 . 213 / MG", "RHC 100 . 837 - AgR / RJ", "RHC", "RHC 152 . 036 - AgR / MS", "RHC 132 . 361 / SP", "RHC 115 . 213 / MG", "RHC 100 . 837 - AgR / RJ", "RHC 185454 AGR / MG", "HC 180 . 596", "HC 11 . 724", "RHC 182 . 953", "HC 171 . 539", "RHC 117 . 489", "HC 128 . 153", "HC 180 . 596", "HC 11 . 724", "RHC 182 . 953", "HC 171 . 539", "RHC 117 . 489", "HC 128 . 153", "HC 92 . 887 / GO", "RHC 164 . 297 - ED - AgR / SP", "RHC 151 . 402 - AgR / RO", "HC 152 . 577 - AgR / MG", "HC 182 . 650 -", "AgR", "/", "SP", "HC 179 . 644 - AgR / SP", "HC 175 . 023 - AgR / SP", "HC 178 . 155 - AgR / RS", "HC 92 . 887 / GO", "RHC 164 . 297", "-", "ED", "-", "AgR", "/", "SP", "RHC 151 . 402 - AgR / RO", "HC 152 . 577 - AgR / MG", "HC 182 . 650 - AgR / SP", "HC 179 . 644 - AgR / SP", "HC 175 . 023 - AgR / SP", "HC 178 . 155 - AgR / RS", "RHC 185454 AGR / MG", "RHC 152 . 036 - AgR / MS", "RHC 132 . 361 / SP", "RHC 115 . 213 / MG", "RHC 100 . 837 - AgR / RJ", "RHC 140 . 006 - AgR / MS", "HC 146 . 977 - AgR / SP", "RHC 152 . 036 - AgR / MS", "RHC 185454 AGR / MG", "RHC 152 . 036 - AgR / MS", "RHC 132 . 361 / SP", "RHC 115 . 213 / MG", "RHC 100 . 837 - AgR / RJ", "RHC 140 . 006 - AgR / MS", "HC 146 . 977 - AgR / SP", "RHC 152 . 036 - AgR / MS", "HC 180 . 596", "HC 11 . 724", "RHC 182 . 953", "HC 171 . 539", "HC 180 . 596", "HC 11 . 724", "RHC 182 . 953", "HC 171 . 539", "RHC 117 . 489", "HC 128 . 153", "HC 92 . 887 / GO", "RHC 117 . 489", "HC 128 . 153", "HC 92 . 887 / GO", "HABEAS CORPUS 185 . 454", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 185 . 454" ], "LEGISLACAO": [ "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 59 do Código Penal ’", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 59 do Código Penal ’", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts . 83 ,", "Código de Processo Civil", "Lei 13 . 105 / 2015", "art . 937 , § 3 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 131 , § 2 . .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts . 83 , § 1 . . . , III2 , e 131 , § 2 . . . 3 ,", "Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal", "Código de Processo Civil", "Lei 13 . 105 / 2015", "art . 937 , § 3 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 131 , § 2 . . . , do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 59 do Código Penal Brasileiro", "artigo 42 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de Drogas", "art . 59 do Código Penal", "artigo 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "artigo 35 da Lei de Drogas", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 59 do Código Penal Brasileiro", "artigo 42 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "art . 59 do Código Penal", "artigo 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006", "Lei de", "artigo 35 da Lei de Drogas", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 42 da Lei n 11 . 343 / 2006", "art . 42 da Lei 11 . 343 / 06", "artigo 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 42 da Lei n 11 . 343 / 2006", "art . 42 da Lei 11 . 343 / 06", "artigo 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 21 , § 1 . . . , do RISTF", "art . 317 , § 1 . . . , do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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2 / 2001", "artigo 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 42 da Lei 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "Brasília", "Brasília", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "2", "1", ".", ".", ". 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".", "4", ".", "2018", "12", ".", "4", ".", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "19", ".", "12", ".", "2012", "24", "/", "08", "/", "2001", "19", ".", "12", ".", "2012", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "7", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", ".", "5", ".", "2021", "7", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) :WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO ADV.(A/S) :LECIR MANOEL DA LUZ ADV.(A/S) :ALICE DIAS NAVARRO AGDO.(A/S) :DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. POSTO DE COMBUSTÍVEL. ALVARÁ. NEGATIVA DE RENOVAÇÃO. ART. 1º DA LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL 300/2000. DISPOSITIVO DE LEI DECLARADO INCONSTITUCIONAL PELO TJDFT. ÁREA DESTINADA À RESIDÊNCIA. MODULAÇÃO DOS EFEITOS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGADA OFENSA AO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE LEGISLAÇÃO LOCAL. SÚMULAS 279 E 280 DO STF. TEMA 660. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. Eventual divergência em relação ao entendimento adotado pela Turma Recursal demandaria a análise da legislação local aplicável à espécie (Lei Complementar Distrital 300/2000), bem como o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo. Incidência das Súmulas 279 e 280 do STF. 2. Esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1º.08.2013, tema 660 da sistemática da RG). 3. A controvérsia referente à ausência de modulação de efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo TJDFT, cinge-se ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D03D-053F-92C0-4500 e senha EF57-428A-0A2E-4289 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 16 Ementa e Acórdão ARE 1252422 AGR / DF âmbito infraconstitucional. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Inaplicável o art. 85, § 11,do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental e entender inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D03D-053F-92C0-4500 e senha EF57-428A-0A2E-4289 Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF âmbito infraconstitucional. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Inaplicável o art. 85, § 11,do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental e entender inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D03D-053F-92C0-4500 e senha EF57-428A-0A2E-4289 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 16 Relatório 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) :WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO ADV.(A/S) :LECIR MANOEL DA LUZ ADV.(A/S) :ALICE DIAS NAVARRO AGDO.(A/S) :DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental (eDOC 61) interposto em 13.04.2020 em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso, nos seguintes termos (eDOC 59): “Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, assim ementado (eDOC 38, p. 1): ‘JUIZADO ESPECIAL FAZENDÁRIO. AÇÃO JUDICIAL NA QUAL A PARTE AUTORA DEDUZ PRETENSÃO CONSISTENTE NA AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL (POSTO DE COMBUSTÍVEL) EM ÁREA DE USO RESIDENCIAL EXCLUSIVO. INVIABILIDADE DE ATENDIMENTO. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NA RECUSA À EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARA JULGAR IMPROCEDENTES OS PEDIDOS AUTORAIS. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) :WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO ADV.(A/S) :LECIR MANOEL DA LUZ ADV.(A/S) :ALICE DIAS NAVARRO AGDO.(A/S) :DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental (eDOC 61) interposto em 13.04.2020 em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso, nos seguintes termos (eDOC 59): “Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, assim ementado (eDOC 38, p. 1): ‘JUIZADO ESPECIAL FAZENDÁRIO. AÇÃO JUDICIAL NA QUAL A PARTE AUTORA DEDUZ PRETENSÃO CONSISTENTE NA AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL (POSTO DE COMBUSTÍVEL) EM ÁREA DE USO RESIDENCIAL EXCLUSIVO. INVIABILIDADE DE ATENDIMENTO. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NA RECUSA À EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARA JULGAR IMPROCEDENTES OS PEDIDOS AUTORAIS. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF SENTENÇA REFORMADA. 1. A invocação de um conjunto de princípios constitucionais não autoriza o Juiz a afastar-se diametralmente da literalidade das normas e posturas postas, até porque o mais importante de todos os princípios de regência da Administração e da própria sociedade é o da LEGALIDADE. 2. Inviável a concessão de alvará de funcionamento de posto de combustível em área destinada ao uso residencial exclusivo. 3. Inexiste ilegalidade no ato administrativo que recusa a expedição de um alvará que estaria em evidente dissintonia com o arcabouço legal posto. 4. Recurso conhecido e provido. 5. Sem custas e honorários.’ Os embargos de declaração foram rejeitados. (eDOC 42). No recurso extraordinário, com fundamento no art. 102, III, “a”, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 5º, II e XXXVI; e 37 da Constituição Federal. Nas razões recursais, sustenta-se, em suma, que (eDOC 44, p. 8): ‘No caso em apreço, com a lei permitiu expressamente a instalação de posto de combustíveis no local, o Recorrente se constituiu de acordo com as regras da época, investindo em infraestrutura física com o aval da Administração Pública por mais de 14 anos. Nessa linha, prestigiando-se o Princípio da Segurança Jurídica (Teoria do Fato Consumado e estabilização das situações jurídicas consolidadas no tempo), em conjunto com as cláusulas constitucionais de razoabilidade e proporcionalidade, a acórdão deverá ser corrigido para, mitigando-se a legalidade estrita superficialmente examinada, restabelecer a sentença.’ A Presidência da 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal inadmitiu o recurso extraordinário mediante 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF SENTENÇA REFORMADA. 1. A invocação de um conjunto de princípios constitucionais não autoriza o Juiz a afastar-se diametralmente da literalidade das normas e posturas postas, até porque o mais importante de todos os princípios de regência da Administração e da própria sociedade é o da LEGALIDADE. 2. Inviável a concessão de alvará de funcionamento de posto de combustível em área destinada ao uso residencial exclusivo. 3. Inexiste ilegalidade no ato administrativo que recusa a expedição de um alvará que estaria em evidente dissintonia com o arcabouço legal posto. 4. Recurso conhecido e provido. 5. Sem custas e honorários.’ Os embargos de declaração foram rejeitados. (eDOC 42). No recurso extraordinário, com fundamento no art. 102, III, “a”, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 5º, II e XXXVI; e 37 da Constituição Federal. Nas razões recursais, sustenta-se, em suma, que (eDOC 44, p. 8): ‘No caso em apreço, com a lei permitiu expressamente a instalação de posto de combustíveis no local, o Recorrente se constituiu de acordo com as regras da época, investindo em infraestrutura física com o aval da Administração Pública por mais de 14 anos. Nessa linha, prestigiando-se o Princípio da Segurança Jurídica (Teoria do Fato Consumado e estabilização das situações jurídicas consolidadas no tempo), em conjunto com as cláusulas constitucionais de razoabilidade e proporcionalidade, a acórdão deverá ser corrigido para, mitigando-se a legalidade estrita superficialmente examinada, restabelecer a sentença.’ A Presidência da 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal inadmitiu o recurso extraordinário mediante 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF aplicação da Súmula 279 do STF, e porquanto a matéria de fundo estaria adstrita ao plano infraconstitucional (eDOC 48). É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. Verifica-se que o Tribunal de origem, quando do julgamento do recurso inominado, assim asseverou (eDOC 38, p. 3-4): ‘Os alvarás concedidos no passado ao estabelecimento antecessor do autor (antes da recusa em julho de 2016) estavam – segundo a própria exordial – fundamentados na Lei Complementar Distrital n.° 300/2000. Note-se o teor do artigo 1º desta Lei: “Fica alterada de sua destinação o Lote 13, da Quadra 107, da Alameda dos Eucaliptos, em Águas Claras, Região Administrativa de Taguatinga – RA III, passando à categoria de uso comercial – posto de abastecimento, lavagem e lubrificação.” Ocorre, porém, que foi o próprio TJDFT, através de seu Conselho Especial, que jugou inconstitucional a disposição legal acima transcrita. Com isso, tem-se hoje que o local não é condizente com o exercício de atividade econômica e, por isso, não repousa qualquer ilegalidade na decisão administrativa que recusa a expedição do alvará, nos termos em que pleiteado pela parte autora/recorrida. (...) O réu/recorrido tem razão em seu apelo, pois não se poderia determinar que uma autoridade administrativa concedesse a autorização de funcionamento de estabelecimento comercial sem o amparo na lei, visto tratar-se o local/sede de área para uso residencial exclusivo. A jurisprudência do TJDFT consolidou-se no sentido de ser “INVIÁVEL A CONCESSÃO DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE POSTO DE COMBUSTÍVEL EM ÁREA COM DESTINAÇÃO RESIDENCIAL” – Acórdão 971649. O autor afirma que existem proposições legislativas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF aplicação da Súmula 279 do STF, e porquanto a matéria de fundo estaria adstrita ao plano infraconstitucional (eDOC 48). É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. Verifica-se que o Tribunal de origem, quando do julgamento do recurso inominado, assim asseverou (eDOC 38, p. 3-4): ‘Os alvarás concedidos no passado ao estabelecimento antecessor do autor (antes da recusa em julho de 2016) estavam – segundo a própria exordial – fundamentados na Lei Complementar Distrital n.° 300/2000. Note-se o teor do artigo 1º desta Lei: “Fica alterada de sua destinação o Lote 13, da Quadra 107, da Alameda dos Eucaliptos, em Águas Claras, Região Administrativa de Taguatinga – RA III, passando à categoria de uso comercial – posto de abastecimento, lavagem e lubrificação.” Ocorre, porém, que foi o próprio TJDFT, através de seu Conselho Especial, que jugou inconstitucional a disposição legal acima transcrita. Com isso, tem-se hoje que o local não é condizente com o exercício de atividade econômica e, por isso, não repousa qualquer ilegalidade na decisão administrativa que recusa a expedição do alvará, nos termos em que pleiteado pela parte autora/recorrida. (...) O réu/recorrido tem razão em seu apelo, pois não se poderia determinar que uma autoridade administrativa concedesse a autorização de funcionamento de estabelecimento comercial sem o amparo na lei, visto tratar-se o local/sede de área para uso residencial exclusivo. A jurisprudência do TJDFT consolidou-se no sentido de ser “INVIÁVEL A CONCESSÃO DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE POSTO DE COMBUSTÍVEL EM ÁREA COM DESTINAÇÃO RESIDENCIAL” – Acórdão 971649. O autor afirma que existem proposições legislativas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF tendentes a, no futuro, devolver a destinação comercial à área onde se encontra sua sede. Se isso vier a acontecer, a atividade passará a ser legal e, portanto, o alvará poderá vir a ser concedido, a depender de todo um conjunto de circunstâncias outras. Mas não é o quadro que se tem posto hoje. Então, reafirmo, não verifico ilegalidade no ato administrativo que recusa a expedição de um alvará que estaria em evidente dissintonia com o arcabouço legal posto.’ Como se depreende desses fundamentos e das razões do apelo extremo, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo Tribunal a quo demandaria a análise da legislação local aplicável à espécie (Lei Complementar Distrital 300/2000), bem como o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida nas Súmulas 279 e 280 do STF. Nesse sentido: ‘EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. CIVIL. EDIFÍCIOS VERTICAIS. REDE DE SEGURANÇA. CONTROVÉRSIA QUANTO À APLICABILIDADE DA LEI DISTRITAL 4.631/2011 AOS EMPREENDIMENTOS COM ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO. LEI FEDERAL 4.591/1964. NECESSIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 280 DO STF. INCIDÊNCIA. RECURSO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (ARE 925285-AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe 10.5.2018)’. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF tendentes a, no futuro, devolver a destinação comercial à área onde se encontra sua sede. Se isso vier a acontecer, a atividade passará a ser legal e, portanto, o alvará poderá vir a ser concedido, a depender de todo um conjunto de circunstâncias outras. Mas não é o quadro que se tem posto hoje. Então, reafirmo, não verifico ilegalidade no ato administrativo que recusa a expedição de um alvará que estaria em evidente dissintonia com o arcabouço legal posto.’ Como se depreende desses fundamentos e das razões do apelo extremo, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo Tribunal a quo demandaria a análise da legislação local aplicável à espécie (Lei Complementar Distrital 300/2000), bem como o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida nas Súmulas 279 e 280 do STF. Nesse sentido: ‘EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. CIVIL. EDIFÍCIOS VERTICAIS. REDE DE SEGURANÇA. CONTROVÉRSIA QUANTO À APLICABILIDADE DA LEI DISTRITAL 4.631/2011 AOS EMPREENDIMENTOS COM ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO. LEI FEDERAL 4.591/1964. NECESSIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 280 DO STF. INCIDÊNCIA. RECURSO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (ARE 925285-AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe 10.5.2018)’. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF ‘Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Ação anulatória de atos administrativos que determinaram a desocupação de área pública, por parte do condomínio, por inexistência de alvará de construção, nos termos da Lei Distrital 2.105/98. 3. Inadmissibilidade do recurso extraordinário. 4. Necessidade do reexame prévio da legislação local. Óbice da Súmula 280. 5. Agravo regimental a que se nega provimento’ (ARE 789438-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe 5.11.2015). ‘DIREITO ADMINISTRATIVO. CASSAÇÃO DE ALVARÁ DE LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5º, II, XXXV, XXXVI, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LEGALIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 26.10.2012. 1. O exame da alegada ofensa ao art. 5º, II, XXXV, XXXVI, LIV e LV, da Lei Maior, observada a estreita moldura com que devolvida a matéria à apreciação desta Suprema Corte, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária, prevista no art. 102 da Magna Carta. 2. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. 3. Agravo regimental conhecido e não provido.’ (ARE 900.430- AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 23/9/15). ‘AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. ALVARÁ DE 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF ‘Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Ação anulatória de atos administrativos que determinaram a desocupação de área pública, por parte do condomínio, por inexistência de alvará de construção, nos termos da Lei Distrital 2.105/98. 3. Inadmissibilidade do recurso extraordinário. 4. Necessidade do reexame prévio da legislação local. Óbice da Súmula 280. 5. Agravo regimental a que se nega provimento’ (ARE 789438-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe 5.11.2015). ‘DIREITO ADMINISTRATIVO. CASSAÇÃO DE ALVARÁ DE LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5º, II, XXXV, XXXVI, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LEGALIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 26.10.2012. 1. O exame da alegada ofensa ao art. 5º, II, XXXV, XXXVI, LIV e LV, da Lei Maior, observada a estreita moldura com que devolvida a matéria à apreciação desta Suprema Corte, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária, prevista no art. 102 da Magna Carta. 2. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. 3. Agravo regimental conhecido e não provido.’ (ARE 900.430- AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 23/9/15). ‘AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. ALVARÁ DE 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF FUNCIONAMENTO E HABITE-SE. PAGAMENTO PRÉVIO DA OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DE USO (ONALT). LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL 294/2000. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 DO STF. EXAME DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO CONSTANTE DOS AUTOS. SÚMULA 279 DO STF. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I - Inviável o recurso extraordinário quando sua apreciação demanda reexame, por esta Corte, da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Incidência da Súmula 280 do STF. II - Para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF. III - Não há que falar em violação ao art. 97 da CF, tampouco em aplicação da Súmula Vinculante 10 do STF, uma vez que o Tribunal a quo não declarou a inconstitucionalidade de norma nem afastou sua aplicabilidade com apoio em fundamentos extraídos da Constituição. Precedentes. IV - Agravo regimental improvido.’ (RE 725.329-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 14/11/2013). Ademais, ressalta-se que o Supremo Tribunal Federal já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1º.08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Ante o exposto, nego provimento ao recurso, nos termos do art. 932, IV, “a” e “b”, do Código de Processo Civil. Deixo de aplicar art. 85, § 11, do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem”. Nas razões do presente agravo, sustenta-se que a questão dos autos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF FUNCIONAMENTO E HABITE-SE. PAGAMENTO PRÉVIO DA OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DE USO (ONALT). LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL 294/2000. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 DO STF. EXAME DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO CONSTANTE DOS AUTOS. SÚMULA 279 DO STF. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I - Inviável o recurso extraordinário quando sua apreciação demanda reexame, por esta Corte, da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Incidência da Súmula 280 do STF. II - Para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF. III - Não há que falar em violação ao art. 97 da CF, tampouco em aplicação da Súmula Vinculante 10 do STF, uma vez que o Tribunal a quo não declarou a inconstitucionalidade de norma nem afastou sua aplicabilidade com apoio em fundamentos extraídos da Constituição. Precedentes. IV - Agravo regimental improvido.’ (RE 725.329-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 14/11/2013). Ademais, ressalta-se que o Supremo Tribunal Federal já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1º.08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Ante o exposto, nego provimento ao recurso, nos termos do art. 932, IV, “a” e “b”, do Código de Processo Civil. Deixo de aplicar art. 85, § 11, do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem”. Nas razões do presente agravo, sustenta-se que a questão dos autos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF “envolve a declaração de inconstitucionalidade de lei (vício formal de iniciativa) – sem modulação de efeitos – que afeta situação jurídica regularmente constituída há mais de 14 anos”, o que afasta a incidência das Súmulas 279 e 280 do STF e o fundamento de ausência de repercussão geral. Insiste-se na alegada ofensa ao princípio da segurança jurídica. Para tanto, apoia-se no entendimento posto no MS 25.805, de relatoria do Min. Celso de Mello, julgado por esta Segunda Turma, DJe 18.03.2013, “que reconhece no decurso do tempo a possibilidade de constituir, ainda que excepcionalmente, fator de legitimação e de estabilização de determinadas situações jurídicas (...)”. O Distrito Federal, ora Agravado, apresentou manifestação sustentando que “os efeitos da declaração de inconstitucionalidade não criam direitos às partes beneficiárias pela lei em questão, bem como inexiste modulação de efeitos que possibilitem a manutenção da condição pretendida pelo recorrente, mostrando-se inviável a pretensão deduzida no recurso extraordinário” (eDOC 65, p. 5). É o relatório. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF “envolve a declaração de inconstitucionalidade de lei (vício formal de iniciativa) – sem modulação de efeitos – que afeta situação jurídica regularmente constituída há mais de 14 anos”, o que afasta a incidência das Súmulas 279 e 280 do STF e o fundamento de ausência de repercussão geral. Insiste-se na alegada ofensa ao princípio da segurança jurídica. Para tanto, apoia-se no entendimento posto no MS 25.805, de relatoria do Min. Celso de Mello, julgado por esta Segunda Turma, DJe 18.03.2013, “que reconhece no decurso do tempo a possibilidade de constituir, ainda que excepcionalmente, fator de legitimação e de estabilização de determinadas situações jurídicas (...)”. O Distrito Federal, ora Agravado, apresentou manifestação sustentando que “os efeitos da declaração de inconstitucionalidade não criam direitos às partes beneficiárias pela lei em questão, bem como inexiste modulação de efeitos que possibilitem a manutenção da condição pretendida pelo recorrente, mostrando-se inviável a pretensão deduzida no recurso extraordinário” (eDOC 65, p. 5). É o relatório. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O presente recurso não merece prosperar. A Turma Recursal, no acórdão recorrido, com base no art. 1º, da Lei Complementar Distrital nº 300/2000 e no contexto fático-probatório dos autos concluiu que, na hipótese, não houve ilegalidade no ato administrativo que negou a renovação de alvará de funcionamento do posto de combustível em área com destinação residencial, devido à declaração de inconstitucionalidade do dispositivo legal pelo TJDFT, nestes termos (eDOC 38, p. 3-4): “Os alvarás concedidos no passado ao estabelecimento antecessor do autor (antes da recusa em julho de 2016) estavam – segundo a própria exordial – fundamentados na Lei Complementar Distrital n.° 300/2000. Note-se o teor do artigo 1º desta Lei: ‘Fica alterada de sua destinação o Lote 13, da Quadra 107, da Alameda dos Eucaliptos, em Águas Claras, Região Administrativa de Taguatinga – RA III, passando à categoria de uso comercial – posto de abastecimento, lavagem e lubrificação’. Ocorre, porém, que foi o próprio TJDFT, através de seu Conselho Especial, que jugou inconstitucional a disposição legal acima transcrita. Com isso, tem-se hoje que o local não é condizente com o exercício de atividade econômica e, por isso, não repousa qualquer ilegalidade na decisão administrativa que recusa a expedição do alvará, nos termos em que pleiteado pela parte autora/recorrida. (...) O réu/recorrido tem razão em seu apelo, pois não se poderia determinar que uma autoridade administrativa concedesse a autorização de funcionamento de estabelecimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O presente recurso não merece prosperar. A Turma Recursal, no acórdão recorrido, com base no art. 1º, da Lei Complementar Distrital nº 300/2000 e no contexto fático-probatório dos autos concluiu que, na hipótese, não houve ilegalidade no ato administrativo que negou a renovação de alvará de funcionamento do posto de combustível em área com destinação residencial, devido à declaração de inconstitucionalidade do dispositivo legal pelo TJDFT, nestes termos (eDOC 38, p. 3-4): “Os alvarás concedidos no passado ao estabelecimento antecessor do autor (antes da recusa em julho de 2016) estavam – segundo a própria exordial – fundamentados na Lei Complementar Distrital n.° 300/2000. Note-se o teor do artigo 1º desta Lei: ‘Fica alterada de sua destinação o Lote 13, da Quadra 107, da Alameda dos Eucaliptos, em Águas Claras, Região Administrativa de Taguatinga – RA III, passando à categoria de uso comercial – posto de abastecimento, lavagem e lubrificação’. Ocorre, porém, que foi o próprio TJDFT, através de seu Conselho Especial, que jugou inconstitucional a disposição legal acima transcrita. Com isso, tem-se hoje que o local não é condizente com o exercício de atividade econômica e, por isso, não repousa qualquer ilegalidade na decisão administrativa que recusa a expedição do alvará, nos termos em que pleiteado pela parte autora/recorrida. (...) O réu/recorrido tem razão em seu apelo, pois não se poderia determinar que uma autoridade administrativa concedesse a autorização de funcionamento de estabelecimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1252422 AGR / DF comercial sem o amparo na lei, visto tratar-se o local/sede de área para uso residencial exclusivo. A jurisprudência do TJDFT consolidou-se no sentido de ser ‘INVIÁVEL A CONCESSÃO DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE POSTO DE COMBUSTÍVEL EM ÁREA COM DESTINAÇÃO RESIDENCIAL’ – Acórdão 971649”. Neste contexto, verifica-se que o Juízo a quo apreciou a matéria à luz legislação infraconstitucional pertinente (Lei Complementar Distrital nº 300/2000), bem como decidiu a questão referente à renovação do alvará a partir da moldura fática dos autos. Desse modo, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pela Turma Recursal, demandaria o reexame de fatos e provas constantes dos autos e a análise da mencionada legislação local, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida nas Súmulas 279 e 280 do STF. Nesse sentido, além dos precedentes apontados da decisão agravada, vejam-se os seguintes julgados: “RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Ação direta de inconstitucionalidade estadual. LC nº 25 do Município de Florianópolis. Ofensa reflexa à Constituição. Súmula 280. Agravo regimental não provido. Não cabe recurso extraordinário que tenha por objeto alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República (...)” (RE 477.940-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 14.11.2008). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS DE DECISÃO MONOCRÁTICA. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. LEI MUNICIPAL DE CHAPECÓ 5.736/2009. ALEGADO VÍCIO DE INICIATIVA. NECESSIDADE DE EXAME DE LEGISLAÇÃO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 280 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO. I 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF comercial sem o amparo na lei, visto tratar-se o local/sede de área para uso residencial exclusivo. A jurisprudência do TJDFT consolidou-se no sentido de ser ‘INVIÁVEL A CONCESSÃO DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE POSTO DE COMBUSTÍVEL EM ÁREA COM DESTINAÇÃO RESIDENCIAL’ – Acórdão 971649”. Neste contexto, verifica-se que o Juízo a quo apreciou a matéria à luz legislação infraconstitucional pertinente (Lei Complementar Distrital nº 300/2000), bem como decidiu a questão referente à renovação do alvará a partir da moldura fática dos autos. Desse modo, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pela Turma Recursal, demandaria o reexame de fatos e provas constantes dos autos e a análise da mencionada legislação local, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida nas Súmulas 279 e 280 do STF. Nesse sentido, além dos precedentes apontados da decisão agravada, vejam-se os seguintes julgados: “RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Ação direta de inconstitucionalidade estadual. LC nº 25 do Município de Florianópolis. Ofensa reflexa à Constituição. Súmula 280. Agravo regimental não provido. Não cabe recurso extraordinário que tenha por objeto alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República (...)” (RE 477.940-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 14.11.2008). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS DE DECISÃO MONOCRÁTICA. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. LEI MUNICIPAL DE CHAPECÓ 5.736/2009. ALEGADO VÍCIO DE INICIATIVA. NECESSIDADE DE EXAME DE LEGISLAÇÃO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 280 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO. I 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1252422 AGR / DF Indispensável, na espécie, o exame da legislação municipal que rege as atribuições de cada um dos órgãos componentes do Poder Executivo do Município de Chapecó para se examinar o argumento de que a Lei municipal 5.736/2009 teria instituído novas atribuições fiscalizatórias para aqueles órgãos, circunstância que torna inviável o recurso, nos termos da Súmula 280 do STF. III Agravo regimental improvido.” (ARE 727.513-ED/SC, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 17.4.2013). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 23.08.2018. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. VÍCIO DE INICIATIVA. INOCORRÊNCIA. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL 572/2015. REGULARIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕES QUE ESTEJAM EM DESACORDO COM A LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E COM O CÓDIDO DE EDIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280. NORMA DE INTERESSE LOCAL. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO. PRECEDENTES. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo demandaria o reexame da teleologia da legislação municipal, tendo em vista que o acórdão recorrido deixou explícita a natureza manifesta e inequívoca do interesse local da norma, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida na Súmula 280 do STF 2 (...)” (RE 1.064.603-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 27.11.2018). Por outro lado, o fato de a parte Agravante suscitar afronta ao princípio da segurança jurídica não é capaz de afastar, na hipótese, os óbices apontados na decisão ora agravada. É que esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF Indispensável, na espécie, o exame da legislação municipal que rege as atribuições de cada um dos órgãos componentes do Poder Executivo do Município de Chapecó para se examinar o argumento de que a Lei municipal 5.736/2009 teria instituído novas atribuições fiscalizatórias para aqueles órgãos, circunstância que torna inviável o recurso, nos termos da Súmula 280 do STF. III Agravo regimental improvido.” (ARE 727.513-ED/SC, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 17.4.2013). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 23.08.2018. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. VÍCIO DE INICIATIVA. INOCORRÊNCIA. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL 572/2015. REGULARIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕES QUE ESTEJAM EM DESACORDO COM A LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E COM O CÓDIDO DE EDIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280. NORMA DE INTERESSE LOCAL. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO. PRECEDENTES. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo demandaria o reexame da teleologia da legislação municipal, tendo em vista que o acórdão recorrido deixou explícita a natureza manifesta e inequívoca do interesse local da norma, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida na Súmula 280 do STF 2 (...)” (RE 1.064.603-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 27.11.2018). Por outro lado, o fato de a parte Agravante suscitar afronta ao princípio da segurança jurídica não é capaz de afastar, na hipótese, os óbices apontados na decisão ora agravada. É que esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1252422 AGR / DF relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1º.08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Confira-se, a respeito, o seguinte precedente: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Alegação de violação ao ato jurídico perfeito e ao direito adquirido. Matéria de índole infraconstitucional. RE 748.371-RG, Tema 660 da sistemática da repercussão geral (...) 4. A Administração pode, a qualquer tempo, rever seus atos eivados de erro ou ilegalidade, sem que isso implique ofensa aos princípios da segurança jurídica, da confiança e da boa-fé objetiva. Súmulas 346 e 473 do STF. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE 936.196-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 29.03.2016). Por fim, quanto à alegação da parte Agravante, suscitada no apelo extremo (eDOC 44, p. 5) e reiterada no presente agravo, de que a “situação jurídica tem repercussão geral, pois tem como alvo relação jurídica que envolve a declaração de inconstitucionalidade de lei (vício formal de iniciativa) sem modulação de efeitos – que afeta a situação jurídica regularmente constituída há mais de 14 anos” (eDOC 61, p. 8), destaco, no ponto, o seguinte trecho do voto condutor do aresto impugnado (eDOC 38, p. 3): “Ora, se o Conselho Especial do TJDFT (segundo órgão em termos de hierarquia judiciária, atrás apenas do Tribunal Pleno) afastou a eficácia da norma inconstitucional, o Juiz não pode repristinar os efeitos da disposição legal contaminada pela inconstitucionalidade, a pretexto de fazê-lo a par da interpretação principiológica da Constituição da República”. Com efeito, a controvérsia referente à ausência de modulação de efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo TJDFT e sustentada pelo ora Recorrente na Turma Recursal, na hipótese, também cinge-se ao âmbito infraconstitucional (art. 27 da Lei 9.868/99) e, da mesma forma, depende de análise de fatos e prova dos autos (Súmula 279 do STF). Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados desta Suprema 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1º.08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Confira-se, a respeito, o seguinte precedente: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Alegação de violação ao ato jurídico perfeito e ao direito adquirido. Matéria de índole infraconstitucional. RE 748.371-RG, Tema 660 da sistemática da repercussão geral (...) 4. A Administração pode, a qualquer tempo, rever seus atos eivados de erro ou ilegalidade, sem que isso implique ofensa aos princípios da segurança jurídica, da confiança e da boa-fé objetiva. Súmulas 346 e 473 do STF. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE 936.196-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 29.03.2016). Por fim, quanto à alegação da parte Agravante, suscitada no apelo extremo (eDOC 44, p. 5) e reiterada no presente agravo, de que a “situação jurídica tem repercussão geral, pois tem como alvo relação jurídica que envolve a declaração de inconstitucionalidade de lei (vício formal de iniciativa) sem modulação de efeitos – que afeta a situação jurídica regularmente constituída há mais de 14 anos” (eDOC 61, p. 8), destaco, no ponto, o seguinte trecho do voto condutor do aresto impugnado (eDOC 38, p. 3): “Ora, se o Conselho Especial do TJDFT (segundo órgão em termos de hierarquia judiciária, atrás apenas do Tribunal Pleno) afastou a eficácia da norma inconstitucional, o Juiz não pode repristinar os efeitos da disposição legal contaminada pela inconstitucionalidade, a pretexto de fazê-lo a par da interpretação principiológica da Constituição da República”. Com efeito, a controvérsia referente à ausência de modulação de efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo TJDFT e sustentada pelo ora Recorrente na Turma Recursal, na hipótese, também cinge-se ao âmbito infraconstitucional (art. 27 da Lei 9.868/99) e, da mesma forma, depende de análise de fatos e prova dos autos (Súmula 279 do STF). Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados desta Suprema 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1252422 AGR / DF Corte: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Representação de inconstitucionalidade de lei municipal em face de Constituição estadual. Modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo tribunal de origem. Impossibilidade. Incidência da Súmula nº 279 da Corte. Ausência de demonstração de normas de reprodução obrigatória. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas da causa. Incidência da Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal. 2. Na ação direta de inconstitucionalidade processada no âmbito de tribunal local, é imprescindível a demonstração de qual norma de repetição obrigatória da Constituição Federal inserida na Constituição local teria sido violada. 3. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (RE 596.108-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 03.09.2013). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO FINANCEIRO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. LIMITE QUANTITATIVO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL OU DISTRITAL. MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS DA DECISÃO. REVISÃO. 1. A controvérsia referente aos requisitos para a modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade de lei distrital proferida pelo Tribunal de Justiça local cinge-se ao âmbito infraconstitucional. Precedentes. 2. Não cabe em apelo extremo verificar a existência de outras normas legais que possam ou não ser aplicadas em substituição à declarada inconstitucional, ante eventual efeito repristinatório. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa prevista no art. 1.021, §4º, CPC” (RE 1.126.885-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 12.04.2019). 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF Corte: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Representação de inconstitucionalidade de lei municipal em face de Constituição estadual. Modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo tribunal de origem. Impossibilidade. Incidência da Súmula nº 279 da Corte. Ausência de demonstração de normas de reprodução obrigatória. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas da causa. Incidência da Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal. 2. Na ação direta de inconstitucionalidade processada no âmbito de tribunal local, é imprescindível a demonstração de qual norma de repetição obrigatória da Constituição Federal inserida na Constituição local teria sido violada. 3. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (RE 596.108-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 03.09.2013). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO FINANCEIRO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. LIMITE QUANTITATIVO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL OU DISTRITAL. MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS DA DECISÃO. REVISÃO. 1. A controvérsia referente aos requisitos para a modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade de lei distrital proferida pelo Tribunal de Justiça local cinge-se ao âmbito infraconstitucional. Precedentes. 2. Não cabe em apelo extremo verificar a existência de outras normas legais que possam ou não ser aplicadas em substituição à declarada inconstitucional, ante eventual efeito repristinatório. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa prevista no art. 1.021, §4º, CPC” (RE 1.126.885-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 12.04.2019). 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1252422 AGR / DF Ante o exposto, nego provimento ao presente agravo regimental. Inaplicável o art. 85, § 11,do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF Ante o exposto, nego provimento ao presente agravo regimental. Inaplicável o art. 85, § 11,do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 16 Extrato de Ata - 08/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) : WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO (22399/DF) ADV.(A/S) : LECIR MANOEL DA LUZ (01671/DF) ADV.(A/S) : ALICE DIAS NAVARRO (47280/DF) AGDO.(A/S) : DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental e entendeu inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F7D1-CB60-0B7F-43D8 e senha 2652-E55B-1438-50C6 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) : WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO (22399/DF) ADV.(A/S) : LECIR MANOEL DA LUZ (01671/DF) ADV.(A/S) : ALICE DIAS NAVARRO (47280/DF) AGDO.(A/S) : DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental e entendeu inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F7D1-CB60-0B7F-43D8 e senha 2652-E55B-1438-50C6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 16
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756142104
2021-06-08T00:00:00
2021-06-15T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental e entendeu inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. POSTO DE COMBUSTÍVEL. ALVARÁ. NEGATIVA DE RENOVAÇÃO. ART. 1º DA LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL 300/2000. DISPOSITIVO DE LEI DECLARADO INCONSTITUCIONAL PELO TJDFT. ÁREA DESTINADA À RESIDÊNCIA. MODULAÇÃO DOS EFEITOS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGADA OFENSA AO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE LEGISLAÇÃO LOCAL. SÚMULAS 279 E 280 DO STF. TEMA 660. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. Eventual divergência em relação ao entendimento adotado pela Turma Recursal demandaria a análise da legislação local aplicável à espécie (Lei Complementar Distrital 300/2000), bem como o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo. Incidência das Súmulas 279 e 280 do STF. 2. Esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1º.08.2013, tema 660 da sistemática da RG). 3. A controvérsia referente à ausência de modulação de efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo TJDFT, cinge-se ao âmbito infraconstitucional. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Inaplicável o art. 85, § 11,do CPC, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem.
sjur448531
- Acórdão(s) citado(s): (CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA, COISA JULGADA, DEVIDO PROCESSO LEGAL) ARE 936196 AgR (1ªT), ARE 748371 RG (TP). (RE, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, DIREITO LOCAL) RE 477940 AgR (2ªT), ARE 727513 ED (2ªT), RE 1064603 AgR (2ªT). (RE, MODULAÇÃO DE EFEITOS, DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL) RE 596108 AgR (1ªT), RE 1126885 AgR (2ªT). Número de páginas: 16. Análise: 17/12/2021, ABO.
EDSON FACHIN
Segunda Turma
1252422
[ "LEG-FED LEI-009868 ANO-1999\n ART-00027\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00011\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000280\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-DIS LCP-000300 ANO-2000\n ART-00001\n LEI COMPLEMENTAR, DF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1252422 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) : WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO ADV.(A/S) : LECIR MANOEL DA LUZ ADV.(A/S) : ALICE DIAS NAVARRO AGDO.(A/S) : DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) :WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO ADV.(A/S) :LECIR MANOEL DA LUZ ADV.(A/S) :ALICE DIAS NAVARRO AGDO.(A/S) :DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. POSTO DE COMBUSTÍVEL. ALVARÁ. NEGATIVA DE RENOVAÇÃO. ART. 1... DA LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL 300/2000. DISPOSITIVO DE LEI DECLARADO INCONSTITUCIONAL PELO TJDFT. ÁREA DESTINADA À RESIDÊNCIA. MODULAÇÃO DOS EFEITOS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGADA OFENSA AO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE LEGISLAÇÃO LOCAL. SÚMULAS 279 E 280 DO Supremo Tribunal Federal. TEMA 660. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. Eventual divergência em relação ao entendimento adotado pela Turma Recursal demandaria a análise da legislação local aplicável à espécie (Lei Complementar Distrital 300/2000), bem como o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo. Incidência das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. 2. Esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1....08.2013, tema 660 da sistemática da RG). 3. A controvérsia referente à ausência de modulação de efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo TJDFT, cinge-se ao Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D03D-053F-92C0-4500 e senha EF57-428A-0A2E-4289 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 16 Ementa e Acórdão ARE 1252422 AGR / DF âmbito infraconstitucional. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Inaplicável o art. 85, § 11,do Código de Processo Civil, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental e entender inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D03D-053F-92C0-4500 e senha EF57-428A-0A2E-4289 Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF âmbito infraconstitucional. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Inaplicável o art. 85, § 11,do Código de Processo Civil, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental e entender inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D03D-053F-92C0-4500 e senha EF57-428A-0A2E-4289 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 16 Relatório 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) :WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO ADV.(A/S) :LECIR MANOEL DA LUZ ADV.(A/S) :ALICE DIAS NAVARRO AGDO.(A/S) :DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental (eDOC 61) interposto em 13.04.2020 em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso, nos seguintes termos (eDOC 59): “Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, assim ementado (eDOC 38, p. 1): ‘JUIZADO ESPECIAL FAZENDÁRIO. AÇÃO JUDICIAL NA QUAL A PARTE AUTORA DEDUZ PRETENSÃO CONSISTENTE NA AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL (POSTO DE COMBUSTÍVEL) EM ÁREA DE USO RESIDENCIAL EXCLUSIVO. INVIABILIDADE DE ATENDIMENTO. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NA RECUSA À EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARA JULGAR IMPROCEDENTES OS PEDIDOS AUTORAIS. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) :WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO ADV.(A/S) :LECIR MANOEL DA LUZ ADV.(A/S) :ALICE DIAS NAVARRO AGDO.(A/S) :DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental (eDOC 61) interposto em 13.04.2020 em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso, nos seguintes termos (eDOC 59): “Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, assim ementado (eDOC 38, p. 1): ‘JUIZADO ESPECIAL FAZENDÁRIO. AÇÃO JUDICIAL NA QUAL A PARTE AUTORA DEDUZ PRETENSÃO CONSISTENTE NA AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL (POSTO DE COMBUSTÍVEL) EM ÁREA DE USO RESIDENCIAL EXCLUSIVO. INVIABILIDADE DE ATENDIMENTO. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NA RECUSA À EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARA JULGAR IMPROCEDENTES OS PEDIDOS AUTORAIS. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF SENTENÇA REFORMADA. 1. A invocação de um conjunto de princípios constitucionais não autoriza o Juiz a afastar-se diametralmente da literalidade das normas e posturas postas, até porque o mais importante de todos os princípios de regência da Administração e da própria sociedade é o da LEGALIDADE. 2. Inviável a concessão de alvará de funcionamento de posto de combustível em área destinada ao uso residencial exclusivo. 3. Inexiste ilegalidade no ato administrativo que recusa a expedição de um alvará que estaria em evidente dissintonia com o arcabouço legal posto. 4. Recurso conhecido e provido. 5. Sem custas e honorários.’ Os embargos de declaração foram rejeitados. (eDOC 42). No recurso extraordinário, com fundamento no art. 102, III, “a”, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 5..., II e XXXVI; e 37 da Constituição Federal. Nas razões recursais, sustenta-se, em suma, que (eDOC 44, p. 8): ‘No caso em apreço, com a lei permitiu expressamente a instalação de posto de combustíveis no local, o Recorrente se constituiu de acordo com as regras da época, investindo em infraestrutura física com o aval da Administração Pública por mais de 14 anos. Nessa linha, prestigiando-se o Princípio da Segurança Jurídica (Teoria do Fato Consumado e estabilização das situações jurídicas consolidadas no tempo), em conjunto com as cláusulas constitucionais de razoabilidade e proporcionalidade, a acórdão deverá ser corrigido para, mitigando-se a legalidade estrita superficialmente examinada, restabelecer a sentença.’ A Presidência da 3... Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal inadmitiu o recurso extraordinário mediante 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF SENTENÇA REFORMADA. 1. A invocação de um conjunto de princípios constitucionais não autoriza o Juiz a afastar-se diametralmente da literalidade das normas e posturas postas, até porque o mais importante de todos os princípios de regência da Administração e da própria sociedade é o da LEGALIDADE. 2. Inviável a concessão de alvará de funcionamento de posto de combustível em área destinada ao uso residencial exclusivo. 3. Inexiste ilegalidade no ato administrativo que recusa a expedição de um alvará que estaria em evidente dissintonia com o arcabouço legal posto. 4. Recurso conhecido e provido. 5. Sem custas e honorários.’ Os embargos de declaração foram rejeitados. (eDOC 42). No recurso extraordinário, com fundamento no art. 102, III, “a”, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 5..., II e XXXVI; e 37 da Constituição Federal. Nas razões recursais, sustenta-se, em suma, que (eDOC 44, p. 8): ‘No caso em apreço, com a lei permitiu expressamente a instalação de posto de combustíveis no local, o Recorrente se constituiu de acordo com as regras da época, investindo em infraestrutura física com o aval da Administração Pública por mais de 14 anos. Nessa linha, prestigiando-se o Princípio da Segurança Jurídica (Teoria do Fato Consumado e estabilização das situações jurídicas consolidadas no tempo), em conjunto com as cláusulas constitucionais de razoabilidade e proporcionalidade, a acórdão deverá ser corrigido para, mitigando-se a legalidade estrita superficialmente examinada, restabelecer a sentença.’ A Presidência da 3... Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal inadmitiu o recurso extraordinário mediante 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF aplicação da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal, e porquanto a matéria de fundo estaria adstrita ao plano infraconstitucional (eDOC 48). É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. Verifica-se que o Tribunal de origem, quando do julgamento do recurso inominado, assim asseverou (eDOC 38, p. 3-4): ‘Os alvarás concedidos no passado ao estabelecimento antecessor do autor (antes da recusa em julho de 2016) estavam – segundo a própria exordial – fundamentados na Lei Complementar Distrital n. 300/2000. Note-se o teor do artigo 1... desta Lei: “Fica alterada de sua destinação o Lote 13, da Quadra 107, da Alameda dos Eucaliptos, em Águas Claras, Região Administrativa de Taguatinga – RA III, passando à categoria de uso comercial – posto de abastecimento, lavagem e lubrificação.” Ocorre, porém, que foi o próprio TJDFT, através de seu Conselho Especial, que jugou inconstitucional a disposição legal acima transcrita. Com isso, tem-se hoje que o local não é condizente com o exercício de atividade econômica e, por isso, não repousa qualquer ilegalidade na decisão administrativa que recusa a expedição do alvará, nos termos em que pleiteado pela parte autora/recorrida. (...) O réu/recorrido tem razão em seu apelo, pois não se poderia determinar que uma autoridade administrativa concedesse a autorização de funcionamento de estabelecimento comercial sem o amparo na lei, visto tratar-se o local/sede de área para uso residencial exclusivo. A jurisprudência do TJDFT consolidou-se no sentido de ser “INVIÁVEL A CONCESSÃO DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE POSTO DE COMBUSTÍVEL EM ÁREA COM DESTINAÇÃO RESIDENCIAL” – Acórdão 971649. O autor afirma que existem proposições legislativas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF aplicação da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal, e porquanto a matéria de fundo estaria adstrita ao plano infraconstitucional (eDOC 48). É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. Verifica-se que o Tribunal de origem, quando do julgamento do recurso inominado, assim asseverou (eDOC 38, p. 3-4): ‘Os alvarás concedidos no passado ao estabelecimento antecessor do autor (antes da recusa em julho de 2016) estavam – segundo a própria exordial – fundamentados na Lei Complementar Distrital n. 300/2000. Note-se o teor do artigo 1... desta Lei: “Fica alterada de sua destinação o Lote 13, da Quadra 107, da Alameda dos Eucaliptos, em Águas Claras, Região Administrativa de Taguatinga – RA III, passando à categoria de uso comercial – posto de abastecimento, lavagem e lubrificação.” Ocorre, porém, que foi o próprio TJDFT, através de seu Conselho Especial, que jugou inconstitucional a disposição legal acima transcrita. Com isso, tem-se hoje que o local não é condizente com o exercício de atividade econômica e, por isso, não repousa qualquer ilegalidade na decisão administrativa que recusa a expedição do alvará, nos termos em que pleiteado pela parte autora/recorrida. (...) O réu/recorrido tem razão em seu apelo, pois não se poderia determinar que uma autoridade administrativa concedesse a autorização de funcionamento de estabelecimento comercial sem o amparo na lei, visto tratar-se o local/sede de área para uso residencial exclusivo. A jurisprudência do TJDFT consolidou-se no sentido de ser “INVIÁVEL A CONCESSÃO DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE POSTO DE COMBUSTÍVEL EM ÁREA COM DESTINAÇÃO RESIDENCIAL” – Acórdão 971649. O autor afirma que existem proposições legislativas 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF tendentes a, no futuro, devolver a destinação comercial à área onde se encontra sua sede. Se isso vier a acontecer, a atividade passará a ser legal e, portanto, o alvará poderá vir a ser concedido, a depender de todo um conjunto de circunstâncias outras. Mas não é o quadro que se tem posto hoje. Então, reafirmo, não verifico ilegalidade no ato administrativo que recusa a expedição de um alvará que estaria em evidente dissintonia com o arcabouço legal posto.’ Como se depreende desses fundamentos e das razões do apelo extremo, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo Tribunal a quo demandaria a análise da legislação local aplicável à espécie (Lei Complementar Distrital 300/2000), bem como o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida nas Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: ‘EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. CIVIL. EDIFÍCIOS VERTICAIS. REDE DE SEGURANÇA. CONTROVÉRSIA QUANTO À APLICABILIDADE DA LEI DISTRITAL 4.631/2011 AOS EMPREENDIMENTOS COM ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO. LEI FEDERAL 4.591/1964. NECESSIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal. INCIDÊNCIA. RECURSO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (ARE 925285-AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe 10.5.2018)’. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF tendentes a, no futuro, devolver a destinação comercial à área onde se encontra sua sede. Se isso vier a acontecer, a atividade passará a ser legal e, portanto, o alvará poderá vir a ser concedido, a depender de todo um conjunto de circunstâncias outras. Mas não é o quadro que se tem posto hoje. Então, reafirmo, não verifico ilegalidade no ato administrativo que recusa a expedição de um alvará que estaria em evidente dissintonia com o arcabouço legal posto.’ Como se depreende desses fundamentos e das razões do apelo extremo, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo Tribunal a quo demandaria a análise da legislação local aplicável à espécie (Lei Complementar Distrital 300/2000), bem como o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida nas Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: ‘EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. CIVIL. EDIFÍCIOS VERTICAIS. REDE DE SEGURANÇA. CONTROVÉRSIA QUANTO À APLICABILIDADE DA LEI DISTRITAL 4.631/2011 AOS EMPREENDIMENTOS COM ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO. LEI FEDERAL 4.591/1964. NECESSIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal. INCIDÊNCIA. RECURSO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (ARE 925285-AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe 10.5.2018)’. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF ‘Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Ação anulatória de atos administrativos que determinaram a desocupação de área pública, por parte do condomínio, por inexistência de alvará de construção, nos termos da Lei Distrital 2.105/98. 3. Inadmissibilidade do recurso extraordinário. 4. Necessidade do reexame prévio da legislação local. Óbice da Súmula 280. 5. Agravo regimental a que se nega provimento’ (ARE 789438-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe 5.11.2015). ‘DIREITO ADMINISTRATIVO. CASSAÇÃO DE ALVARÁ DE LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5..., II, XXXV, XXXVI, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LEGALIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 26.10.2012. 1. O exame da alegada ofensa ao art. 5..., II, XXXV, XXXVI, LIV e LV, da Lei Maior, observada a estreita moldura com que devolvida a matéria à apreciação desta Suprema Corte, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária, prevista no art. 102 da Magna Carta. 2. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. 3. Agravo regimental conhecido e não provido.’ (ARE 900.430- AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 23/9/15). ‘AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. ALVARÁ DE 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF ‘Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Ação anulatória de atos administrativos que determinaram a desocupação de área pública, por parte do condomínio, por inexistência de alvará de construção, nos termos da Lei Distrital 2.105/98. 3. Inadmissibilidade do recurso extraordinário. 4. Necessidade do reexame prévio da legislação local. Óbice da Súmula 280. 5. Agravo regimental a que se nega provimento’ (ARE 789438-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe 5.11.2015). ‘DIREITO ADMINISTRATIVO. CASSAÇÃO DE ALVARÁ DE LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5..., II, XXXV, XXXVI, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LEGALIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 26.10.2012. 1. O exame da alegada ofensa ao art. 5..., II, XXXV, XXXVI, LIV e LV, da Lei Maior, observada a estreita moldura com que devolvida a matéria à apreciação desta Suprema Corte, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária, prevista no art. 102 da Magna Carta. 2. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. 3. Agravo regimental conhecido e não provido.’ (ARE 900.430- AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 23/9/15). ‘AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. ALVARÁ DE 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF FUNCIONAMENTO E HABITE-SE. PAGAMENTO PRÉVIO DA OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DE USO (ONALT). LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL 294/2000. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal. EXAME DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO CONSTANTE DOS AUTOS. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I - Inviável o recurso extraordinário quando sua apreciação demanda reexame, por esta Corte, da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Incidência da Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal. II - Para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. III - Não há que falar em violação ao art. 97 da Constituição Federal de 1988, tampouco em aplicação da Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal, uma vez que o Tribunal a quo não declarou a inconstitucionalidade de norma nem afastou sua aplicabilidade com apoio em fundamentos extraídos da Constituição. Precedentes. IV - Agravo regimental improvido.’ (Recurso Extraordinário 725.329-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 14/11/2013). Ademais, ressalta-se que o Supremo Tribunal Federal já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1....08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Ante o exposto, nego provimento ao recurso, nos termos do art. 932, IV, “a” e “b”, do Código de Processo Civil. Deixo de aplicar art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem”. Nas razões do presente agravo, sustenta-se que a questão dos autos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF FUNCIONAMENTO E HABITE-SE. PAGAMENTO PRÉVIO DA OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DE USO (ONALT). LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL 294/2000. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal. EXAME DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO CONSTANTE DOS AUTOS. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I - Inviável o recurso extraordinário quando sua apreciação demanda reexame, por esta Corte, da legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Incidência da Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal. II - Para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. III - Não há que falar em violação ao art. 97 da Constituição Federal de 1988, tampouco em aplicação da Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal, uma vez que o Tribunal a quo não declarou a inconstitucionalidade de norma nem afastou sua aplicabilidade com apoio em fundamentos extraídos da Constituição. Precedentes. IV - Agravo regimental improvido.’ (Recurso Extraordinário 725.329-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 14/11/2013). Ademais, ressalta-se que o Supremo Tribunal Federal já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1....08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Ante o exposto, nego provimento ao recurso, nos termos do art. 932, IV, “a” e “b”, do Código de Processo Civil. Deixo de aplicar art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem”. Nas razões do presente agravo, sustenta-se que a questão dos autos 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 16 Relatório ARE 1252422 AGR / DF “envolve a declaração de inconstitucionalidade de lei (vício formal de iniciativa) – sem modulação de efeitos – que afeta situação jurídica regularmente constituída há mais de 14 anos”, o que afasta a incidência das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal e o fundamento de ausência de repercussão geral. Insiste-se na alegada ofensa ao princípio da segurança jurídica. Para tanto, apoia-se no entendimento posto no MS 25.805, de relatoria do Min. Celso de Mello, julgado por esta Segunda Turma, DJe 18.03.2013, “que reconhece no decurso do tempo a possibilidade de constituir, ainda que excepcionalmente, fator de legitimação e de estabilização de determinadas situações jurídicas (...)”. O Distrito Federal, ora Agravado, apresentou manifestação sustentando que “os efeitos da declaração de inconstitucionalidade não criam direitos às partes beneficiárias pela lei em questão, bem como inexiste modulação de efeitos que possibilitem a manutenção da condição pretendida pelo recorrente, mostrando-se inviável a pretensão deduzida no recurso extraordinário” (eDOC 65, p. 5). É o relatório. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF “envolve a declaração de inconstitucionalidade de lei (vício formal de iniciativa) – sem modulação de efeitos – que afeta situação jurídica regularmente constituída há mais de 14 anos”, o que afasta a incidência das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal e o fundamento de ausência de repercussão geral. Insiste-se na alegada ofensa ao princípio da segurança jurídica. Para tanto, apoia-se no entendimento posto no MS 25.805, de relatoria do Min. Celso de Mello, julgado por esta Segunda Turma, DJe 18.03.2013, “que reconhece no decurso do tempo a possibilidade de constituir, ainda que excepcionalmente, fator de legitimação e de estabilização de determinadas situações jurídicas (...)”. O Distrito Federal, ora Agravado, apresentou manifestação sustentando que “os efeitos da declaração de inconstitucionalidade não criam direitos às partes beneficiárias pela lei em questão, bem como inexiste modulação de efeitos que possibilitem a manutenção da condição pretendida pelo recorrente, mostrando-se inviável a pretensão deduzida no recurso extraordinário” (eDOC 65, p. 5). É o relatório. 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9669-7868-F677-766D e senha E19F-D81D-E7B0-ADFC Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O presente recurso não merece prosperar. A Turma Recursal, no acórdão recorrido, com base no art. 1..., da Lei Complementar Distrital n 300/2000 e no contexto fático-probatório dos autos concluiu que, na hipótese, não houve ilegalidade no ato administrativo que negou a renovação de alvará de funcionamento do posto de combustível em área com destinação residencial, devido à declaração de inconstitucionalidade do dispositivo legal pelo TJDFT, nestes termos (eDOC 38, p. 3-4): “Os alvarás concedidos no passado ao estabelecimento antecessor do autor (antes da recusa em julho de 2016) estavam – segundo a própria exordial – fundamentados na Lei Complementar Distrital n. 300/2000. Note-se o teor do artigo 1... desta Lei: ‘Fica alterada de sua destinação o Lote 13, da Quadra 107, da Alameda dos Eucaliptos, em Águas Claras, Região Administrativa de Taguatinga – RA III, passando à categoria de uso comercial – posto de abastecimento, lavagem e lubrificação’. Ocorre, porém, que foi o próprio TJDFT, através de seu Conselho Especial, que jugou inconstitucional a disposição legal acima transcrita. Com isso, tem-se hoje que o local não é condizente com o exercício de atividade econômica e, por isso, não repousa qualquer ilegalidade na decisão administrativa que recusa a expedição do alvará, nos termos em que pleiteado pela parte autora/recorrida. (...) O réu/recorrido tem razão em seu apelo, pois não se poderia determinar que uma autoridade administrativa concedesse a autorização de funcionamento de estabelecimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): O presente recurso não merece prosperar. A Turma Recursal, no acórdão recorrido, com base no art. 1..., da Lei Complementar Distrital n 300/2000 e no contexto fático-probatório dos autos concluiu que, na hipótese, não houve ilegalidade no ato administrativo que negou a renovação de alvará de funcionamento do posto de combustível em área com destinação residencial, devido à declaração de inconstitucionalidade do dispositivo legal pelo TJDFT, nestes termos (eDOC 38, p. 3-4): “Os alvarás concedidos no passado ao estabelecimento antecessor do autor (antes da recusa em julho de 2016) estavam – segundo a própria exordial – fundamentados na Lei Complementar Distrital n. 300/2000. Note-se o teor do artigo 1... desta Lei: ‘Fica alterada de sua destinação o Lote 13, da Quadra 107, da Alameda dos Eucaliptos, em Águas Claras, Região Administrativa de Taguatinga – RA III, passando à categoria de uso comercial – posto de abastecimento, lavagem e lubrificação’. Ocorre, porém, que foi o próprio TJDFT, através de seu Conselho Especial, que jugou inconstitucional a disposição legal acima transcrita. Com isso, tem-se hoje que o local não é condizente com o exercício de atividade econômica e, por isso, não repousa qualquer ilegalidade na decisão administrativa que recusa a expedição do alvará, nos termos em que pleiteado pela parte autora/recorrida. (...) O réu/recorrido tem razão em seu apelo, pois não se poderia determinar que uma autoridade administrativa concedesse a autorização de funcionamento de estabelecimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1252422 AGR / DF comercial sem o amparo na lei, visto tratar-se o local/sede de área para uso residencial exclusivo. A jurisprudência do TJDFT consolidou-se no sentido de ser ‘INVIÁVEL A CONCESSÃO DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE POSTO DE COMBUSTÍVEL EM ÁREA COM DESTINAÇÃO RESIDENCIAL’ – Acórdão 971649”. Neste contexto, verifica-se que o Juízo a quo apreciou a matéria à luz legislação infraconstitucional pertinente (Lei Complementar Distrital n 300/2000), bem como decidiu a questão referente à renovação do alvará a partir da moldura fática dos autos. Desse modo, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pela Turma Recursal, demandaria o reexame de fatos e provas constantes dos autos e a análise da mencionada legislação local, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida nas Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, além dos precedentes apontados da decisão agravada, vejam-se os seguintes julgados: “RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Ação direta de inconstitucionalidade estadual. Lei Complementar n 25 do Município de Florianópolis. Ofensa reflexa à Constituição. Súmula 280. Agravo regimental não provido. Não cabe recurso extraordinário que tenha por objeto alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República (...)” (Recurso Extraordinário 477.940-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 14.11.2008). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS DE DECISÃO MONOCRÁTICA. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. LEI MUNICIPAL DE CHAPECÓ 5.736/2009. ALEGADO VÍCIO DE INICIATIVA. NECESSIDADE DE EXAME DE LEGISLAÇÃO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal. AGRAVO IMPROVIDO. I 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF comercial sem o amparo na lei, visto tratar-se o local/sede de área para uso residencial exclusivo. A jurisprudência do TJDFT consolidou-se no sentido de ser ‘INVIÁVEL A CONCESSÃO DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE POSTO DE COMBUSTÍVEL EM ÁREA COM DESTINAÇÃO RESIDENCIAL’ – Acórdão 971649”. Neste contexto, verifica-se que o Juízo a quo apreciou a matéria à luz legislação infraconstitucional pertinente (Lei Complementar Distrital n 300/2000), bem como decidiu a questão referente à renovação do alvará a partir da moldura fática dos autos. Desse modo, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pela Turma Recursal, demandaria o reexame de fatos e provas constantes dos autos e a análise da mencionada legislação local, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida nas Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, além dos precedentes apontados da decisão agravada, vejam-se os seguintes julgados: “RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Ação direta de inconstitucionalidade estadual. Lei Complementar n 25 do Município de Florianópolis. Ofensa reflexa à Constituição. Súmula 280. Agravo regimental não provido. Não cabe recurso extraordinário que tenha por objeto alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República (...)” (Recurso Extraordinário 477.940-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 14.11.2008). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS DE DECISÃO MONOCRÁTICA. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. LEI MUNICIPAL DE CHAPECÓ 5.736/2009. ALEGADO VÍCIO DE INICIATIVA. NECESSIDADE DE EXAME DE LEGISLAÇÃO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal. AGRAVO IMPROVIDO. I 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1252422 AGR / DF Indispensável, na espécie, o exame da legislação municipal que rege as atribuições de cada um dos órgãos componentes do Poder Executivo do Município de Chapecó para se examinar o argumento de que a Lei municipal 5.736/2009 teria instituído novas atribuições fiscalizatórias para aqueles órgãos, circunstância que torna inviável o recurso, nos termos da Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal. III Agravo regimental improvido.” (ARE 727.513-ED/SC, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 17.4.2013). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 23.08.2018. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. VÍCIO DE INICIATIVA. INOCORRÊNCIA. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL 572/2015. REGULARIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕES QUE ESTEJAM EM DESACORDO COM A LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E COM O CÓDIDO DE EDIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280. NORMA DE INTERESSE LOCAL. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO. PRECEDENTES. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo demandaria o reexame da teleologia da legislação municipal, tendo em vista que o acórdão recorrido deixou explícita a natureza manifesta e inequívoca do interesse local da norma, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida na Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal 2 (...)” (Recurso Extraordinário 1.064.603-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 27.11.2018). Por outro lado, o fato de a parte Agravante suscitar afronta ao princípio da segurança jurídica não é capaz de afastar, na hipótese, os óbices apontados na decisão ora agravada. É que esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF Indispensável, na espécie, o exame da legislação municipal que rege as atribuições de cada um dos órgãos componentes do Poder Executivo do Município de Chapecó para se examinar o argumento de que a Lei municipal 5.736/2009 teria instituído novas atribuições fiscalizatórias para aqueles órgãos, circunstância que torna inviável o recurso, nos termos da Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal. III Agravo regimental improvido.” (ARE 727.513-ED/SC, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 17.4.2013). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 23.08.2018. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. VÍCIO DE INICIATIVA. INOCORRÊNCIA. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL 572/2015. REGULARIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕES QUE ESTEJAM EM DESACORDO COM A LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E COM O CÓDIDO DE EDIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280. NORMA DE INTERESSE LOCAL. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO. PRECEDENTES. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo demandaria o reexame da teleologia da legislação municipal, tendo em vista que o acórdão recorrido deixou explícita a natureza manifesta e inequívoca do interesse local da norma, o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida na Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal 2 (...)” (Recurso Extraordinário 1.064.603-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 27.11.2018). Por outro lado, o fato de a parte Agravante suscitar afronta ao princípio da segurança jurídica não é capaz de afastar, na hipótese, os óbices apontados na decisão ora agravada. É que esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional (ARE-RG 748.371,da 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1252422 AGR / DF relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1....08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Confira-se, a respeito, o seguinte precedente: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Alegação de violação ao ato jurídico perfeito e ao direito adquirido. Matéria de índole infraconstitucional. Recurso Extraordinário 748.371-RG, Tema 660 da sistemática da repercussão geral (...) 4. A Administração pode, a qualquer tempo, rever seus atos eivados de erro ou ilegalidade, sem que isso implique ofensa aos princípios da segurança jurídica, da confiança e da boa-fé objetiva. Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE 936.196-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 29.03.2016). Por fim, quanto à alegação da parte Agravante, suscitada no apelo extremo (eDOC 44, p. 5) e reiterada no presente agravo, de que a “situação jurídica tem repercussão geral, pois tem como alvo relação jurídica que envolve a declaração de inconstitucionalidade de lei (vício formal de iniciativa) sem modulação de efeitos – que afeta a situação jurídica regularmente constituída há mais de 14 anos” (eDOC 61, p. 8), destaco, no ponto, o seguinte trecho do voto condutor do aresto impugnado (eDOC 38, p. 3): “Ora, se o Conselho Especial do TJDFT (segundo órgão em termos de hierarquia judiciária, atrás apenas do Tribunal Pleno) afastou a eficácia da norma inconstitucional, o Juiz não pode repristinar os efeitos da disposição legal contaminada pela inconstitucionalidade, a pretexto de fazê-lo a par da interpretação principiológica da Constituição da República”. Com efeito, a controvérsia referente à ausência de modulação de efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo TJDFT e sustentada pelo ora Recorrente na Turma Recursal, na hipótese, também cinge-se ao âmbito infraconstitucional (art. 27 da Lei 9.868/99) e, da mesma forma, depende de análise de fatos e prova dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados desta Suprema 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1....08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Confira-se, a respeito, o seguinte precedente: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Alegação de violação ao ato jurídico perfeito e ao direito adquirido. Matéria de índole infraconstitucional. Recurso Extraordinário 748.371-RG, Tema 660 da sistemática da repercussão geral (...) 4. A Administração pode, a qualquer tempo, rever seus atos eivados de erro ou ilegalidade, sem que isso implique ofensa aos princípios da segurança jurídica, da confiança e da boa-fé objetiva. Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE 936.196-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 29.03.2016). Por fim, quanto à alegação da parte Agravante, suscitada no apelo extremo (eDOC 44, p. 5) e reiterada no presente agravo, de que a “situação jurídica tem repercussão geral, pois tem como alvo relação jurídica que envolve a declaração de inconstitucionalidade de lei (vício formal de iniciativa) sem modulação de efeitos – que afeta a situação jurídica regularmente constituída há mais de 14 anos” (eDOC 61, p. 8), destaco, no ponto, o seguinte trecho do voto condutor do aresto impugnado (eDOC 38, p. 3): “Ora, se o Conselho Especial do TJDFT (segundo órgão em termos de hierarquia judiciária, atrás apenas do Tribunal Pleno) afastou a eficácia da norma inconstitucional, o Juiz não pode repristinar os efeitos da disposição legal contaminada pela inconstitucionalidade, a pretexto de fazê-lo a par da interpretação principiológica da Constituição da República”. Com efeito, a controvérsia referente à ausência de modulação de efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo TJDFT e sustentada pelo ora Recorrente na Turma Recursal, na hipótese, também cinge-se ao âmbito infraconstitucional (art. 27 da Lei 9.868/99) e, da mesma forma, depende de análise de fatos e prova dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados desta Suprema 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1252422 AGR / DF Corte: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Representação de inconstitucionalidade de lei municipal em face de Constituição estadual. Modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo tribunal de origem. Impossibilidade. Incidência da Súmula n 279 da Corte. Ausência de demonstração de normas de reprodução obrigatória. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas da causa. Incidência da Súmula n 279 do Supremo Tribunal Federal. 2. Na ação direta de inconstitucionalidade processada no âmbito de tribunal local, é imprescindível a demonstração de qual norma de repetição obrigatória da Constituição Federal inserida na Constituição local teria sido violada. 3. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (Recurso Extraordinário 596.108-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 03.09.2013). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO FINANCEIRO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. LIMITE QUANTITATIVO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL OU DISTRITAL. MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS DA DECISÃO. REVISÃO. 1. A controvérsia referente aos requisitos para a modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade de lei distrital proferida pelo Tribunal de Justiça local cinge-se ao âmbito infraconstitucional. Precedentes. 2. Não cabe em apelo extremo verificar a existência de outras normas legais que possam ou não ser aplicadas em substituição à declarada inconstitucional, ante eventual efeito repristinatório. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa prevista no art. 1.021, §4..., Código de Processo Civil” (Recurso Extraordinário 1.126.885-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 12.04.2019). 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF Corte: “Agravo regimental no recurso extraordinário. Representação de inconstitucionalidade de lei municipal em face de Constituição estadual. Modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo tribunal de origem. Impossibilidade. Incidência da Súmula n 279 da Corte. Ausência de demonstração de normas de reprodução obrigatória. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas da causa. Incidência da Súmula n 279 do Supremo Tribunal Federal. 2. Na ação direta de inconstitucionalidade processada no âmbito de tribunal local, é imprescindível a demonstração de qual norma de repetição obrigatória da Constituição Federal inserida na Constituição local teria sido violada. 3. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (Recurso Extraordinário 596.108-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 03.09.2013). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO FINANCEIRO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. LIMITE QUANTITATIVO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL OU DISTRITAL. MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS DA DECISÃO. REVISÃO. 1. A controvérsia referente aos requisitos para a modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade de lei distrital proferida pelo Tribunal de Justiça local cinge-se ao âmbito infraconstitucional. Precedentes. 2. Não cabe em apelo extremo verificar a existência de outras normas legais que possam ou não ser aplicadas em substituição à declarada inconstitucional, ante eventual efeito repristinatório. 3. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa prevista no art. 1.021, §4..., Código de Processo Civil” (Recurso Extraordinário 1.126.885-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 12.04.2019). 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 16 Voto - MIN. EDSON FACHIN ARE 1252422 AGR / DF Ante o exposto, nego provimento ao presente agravo regimental. Inaplicável o art. 85, § 11,do Código de Processo Civil, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Supremo Tribunal Federal ARE 1252422 AGR / DF Ante o exposto, nego provimento ao presente agravo regimental. Inaplicável o art. 85, § 11,do Código de Processo Civil, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem. É como voto. 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A09A-1F53-8B34-6C2B e senha 0B43-2167-1564-BAAE Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 16 Extrato de Ata - 08/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) : WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO (22399/DF) ADV.(A/S) : LECIR MANOEL DA LUZ (01671/DF) ADV.(A/S) : ALICE DIAS NAVARRO (47280/DF) AGDO.(A/S) : DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental e entendeu inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F7D1-CB60-0B7F-43D8 e senha 2652-E55B-1438-50C6 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.252.422 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : AUTO VOLUME COMERCIO DE DERIVADOS DE PETROLEO LTDA - ME ADV.(A/S) : WILSON SAMPAIO SAHADE FILHO (22399/DF) ADV.(A/S) : LECIR MANOEL DA LUZ (01671/DF) ADV.(A/S) : ALICE DIAS NAVARRO (47280/DF) AGDO.(A/S) : DISTRITO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental e entendeu inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, tendo em vista que não houve prévia fixação de honorários na origem, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F7D1-CB60-0B7F-43D8 e senha 2652-E55B-1438-50C6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 16
{ "JURISPRUDENCIA": [ "SÚMULAS 279", "Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "ARE", "RG", "ARE 1252422 AGR / DF", "ARE 1252422 AGR / DF", "ARE 1252422 AGR / DF", "ARE 1252422 AGR / DF", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Acórdão", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "eDOC 48", "Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal", "ARE 925285 - AgR", "ARE 1252422 AGR", "Súmulas 279", "SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal", "ARE 925285 - AgR", "ARE 1252422 AGR / DF", "ARE 789438 - AgR", "ARE 900 . 430 - AgR", "ARE 1252422 AGR / DF", "ARE 789438 - AgR", "ARE 900 . 430 - AgR", "ARE 1252422 AGR /", "SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 725 . 329 - AgR", "ARE", "-", "RG 748 . 371", "SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 725 . 329 - AgR", "ARE", "-", "RG 748 . 371", "Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "MS 25 . 805", "ARE 1252422 AGR / DF", "Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "MS 25 . 805", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 252 . 422", "ARE 1252422 AGR / DF", "Acórdão 971649", "Súmulas 279", "Recurso Extraordinário 477 . 940 - AgR", "SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal", "Acórdão 971649", "Súmulas 279", "Recurso Extraordinário 477 . 940 - AgR", "SÚMULA 280 DO Supremo Tribunal Federal", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 727 . 513 - ED / SC", "SÚMULA 280 .", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 064 . 603 - AgR", "ARE", "-", "RG 748 . 371 ,", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 727 . 513 - ED / SC", "SÚMULA", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1 . 064 . 603 - AgR", "RG 748", "ARE 1252422 AGR / DF", "Recurso Extraordinário 748 . 371 - RG", "Súmulas 346", "ARE 936 . 196 - AgR", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1252422 AGR / DF", "Recurso Extraordinário 748 . 371 - 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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) :VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. CRÉDITOS DECORRENTES DE MULTA E DE TRIBUTO. ARTIGO 93, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO. VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal não determina que o órgão judicante se manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelas partes, mas sim que ele explicite as razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (AI 791.292-RG-QO, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010, Tema 339 da Repercussão Geral). 2. O tema relativo à suposta violação dos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal não possui repercussão geral (ARE 748.371-RG, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/2013, Tema 660). 3. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 4. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D567-98A6-B91B-D00F e senha 8F2E-6881-1737-C923 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão ARE 1314201 AGR / RS (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 5. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 21 a 28/5/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido o Ministro Marco Aurélio. Afastada a aplicação da multa porquanto não atingida a unanimidade prevista no § 4º do art. 1.021 do CPC. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D567-98A6-B91B-D00F e senha 8F2E-6881-1737-C923 Supremo Tribunal Federal ARE 1314201 AGR / RS (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 5. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 21 a 28/5/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido o Ministro Marco Aurélio. Afastada a aplicação da multa porquanto não atingida a unanimidade prevista no § 4º do art. 1.021 do CPC. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D567-98A6-B91B-D00F e senha 8F2E-6881-1737-C923 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) :VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia, da aplicação dos Temas 339 e 660 da sistemática de Repercussão Geral e da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-8FEF-3458-51D1 e senha 7EDA-AE87-5404-2EFA Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) :VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia, da aplicação dos Temas 339 e 660 da sistemática de Repercussão Geral e da incidência do óbice da Súmula 279 do STF. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-8FEF-3458-51D1 e senha 7EDA-AE87-5404-2EFA Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante consignado na decisão objurgada, esta Suprema Corte, em sua composição plenária, na oportunidade do julgamento do AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes publicado no DJe de 13/8/2010, julgado sob a sistemática da repercussão geral (tema 339), firmou o entendimento no sentido de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão . Por oportuno, transcrevo a ementa do referido julgado: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante consignado na decisão objurgada, esta Suprema Corte, em sua composição plenária, na oportunidade do julgamento do AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes publicado no DJe de 13/8/2010, julgado sob a sistemática da repercussão geral (tema 339), firmou o entendimento no sentido de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão . Por oportuno, transcrevo a ementa do referido julgado: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1314201 AGR / RS ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010) Demais disso, o Plenário desta Corte, nos autos do ARE 748.371, Rel. Min. Gilmar Mendes, publicado no DJe de 1º/8/2013, julgado sob o rito da repercussão geral (Tema 660), reafirmou o entendimento de que a afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional que dependa, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que não enseja reexame da questão em recurso extraordinário. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Militar. Cerceamento de defesa. Indeferimento de provas. Repercussão geral. Ausência. Proventos com remuneração correspondente ao grau hierárquico superior. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. A afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal. 2. Esse entendimento foi reafirmado em sede de repercussão geral. Vide: i) ARE nº 748.371/MT, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/13 - Tema 660 e ii) ARE nº 639.228/RJ, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 31/8/11 - Tema 424. 3. Inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos e a análise da legislação infraconstitucional. Incidência das Súmulas nºs 279 e 636/STF. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 5. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Supremo Tribunal Federal ARE 1314201 AGR / RS ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010) Demais disso, o Plenário desta Corte, nos autos do ARE 748.371, Rel. Min. Gilmar Mendes, publicado no DJe de 1º/8/2013, julgado sob o rito da repercussão geral (Tema 660), reafirmou o entendimento de que a afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional que dependa, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que não enseja reexame da questão em recurso extraordinário. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Militar. Cerceamento de defesa. Indeferimento de provas. Repercussão geral. Ausência. Proventos com remuneração correspondente ao grau hierárquico superior. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. A afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal. 2. Esse entendimento foi reafirmado em sede de repercussão geral. Vide: i) ARE nº 748.371/MT, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/13 - Tema 660 e ii) ARE nº 639.228/RJ, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 31/8/11 - Tema 424. 3. Inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos e a análise da legislação infraconstitucional. Incidência das Súmulas nºs 279 e 636/STF. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 5. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1314201 AGR / RS desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. (ARE 1.143.354-AgR, Plenário, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 1º/2/2019). Outrossim, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula 279 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. ICMS. ALÍQUOTA. REDUÇÃO. CONDICIONANTE. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional local (Súmula 280 do STF). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.299.031-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 12/4/2021) “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. AUTO DE INFRAÇÃO. ICMS. CREDITAMENTO. ATIVO FIXO. OBJETO SOCIAL DA CONTRIBUINTE. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Supremo Tribunal Federal ARE 1314201 AGR / RS desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. (ARE 1.143.354-AgR, Plenário, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 1º/2/2019). Outrossim, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula 279 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. ICMS. ALÍQUOTA. REDUÇÃO. CONDICIONANTE. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional local (Súmula 280 do STF). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.299.031-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 12/4/2021) “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. AUTO DE INFRAÇÃO. ICMS. CREDITAMENTO. ATIVO FIXO. OBJETO SOCIAL DA CONTRIBUINTE. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1314201 AGR / RS É inviável, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas dos autos (Súmula nº 279/STF). 2. Agravo interno não provido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.286.611-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 23/2/2021) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Tributário. ICMS. Ação anulatória de débito fiscal. Nulidade do auto de infração. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise da legislação infraconstitucional, tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula nº 279/STF). 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 3. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1231937-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 27/4/2020) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Supremo Tribunal Federal ARE 1314201 AGR / RS É inviável, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas dos autos (Súmula nº 279/STF). 2. Agravo interno não provido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.286.611-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 23/2/2021) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Tributário. ICMS. Ação anulatória de débito fiscal. Nulidade do auto de infração. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise da legislação infraconstitucional, tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula nº 279/STF). 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC). 3. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1231937-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 27/4/2020) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1314201 AGR / RS do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Supremo Tribunal Federal ARE 1314201 AGR / RS do artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) :VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A prestação jurisdicional prevista no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, considerado o artigo 489, § 1º, do Código de Processo Civil, pressupõe o enfrentamento, pelo Órgão julgador, de todas as causas de pedir versadas, exceto quando, assentada premissa, ocorre o prejuízo de certo enfoque. Provejo o agravo, para que o recurso extraordinário tenha sequência. Vencido no ponto, divirjo do ministro Presidente, afastando a majoração dos honorários advocatícios, os quais pressupõem atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4F0D-56F8-2FCA-1642 e senha EBE5-2BB7-4099-FE60 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) :VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A prestação jurisdicional prevista no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, considerado o artigo 489, § 1º, do Código de Processo Civil, pressupõe o enfrentamento, pelo Órgão julgador, de todas as causas de pedir versadas, exceto quando, assentada premissa, ocorre o prejuízo de certo enfoque. Provejo o agravo, para que o recurso extraordinário tenha sequência. Vencido no ponto, divirjo do ministro Presidente, afastando a majoração dos honorários advocatícios, os quais pressupõem atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4F0D-56F8-2FCA-1642 e senha EBE5-2BB7-4099-FE60 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 31/05/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) : VINICIUS LISBOA DOS SANTOS (68692/RS) AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido o Ministro Marco Aurélio. Afastada a aplicação da multa porquanto não atingida a unanimidade prevista no § 4º do art. 1.021 do CPC. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 102F-EC9D-C9E5-2DBB e senha 3212-653B-EEC5-51DA Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) : VINICIUS LISBOA DOS SANTOS (68692/RS) AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido o Ministro Marco Aurélio. Afastada a aplicação da multa porquanto não atingida a unanimidade prevista no § 4º do art. 1.021 do CPC. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 102F-EC9D-C9E5-2DBB e senha 3212-653B-EEC5-51DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
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2021-05-31T00:00:00
2021-06-09T00:00:00
O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido o Ministro Marco Aurélio. Afastada a aplicação da multa porquanto não atingida a unanimidade prevista no § 4º do art. 1.021 do CPC. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. CRÉDITOS DECORRENTES DE MULTA E DE TRIBUTO. ARTIGO 93, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO. VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal não determina que o órgão judicante se manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelas partes, mas sim que ele explicite as razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (AI 791.292-RG-QO, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010, Tema 339 da Repercussão Geral). 2. O tema relativo à suposta violação dos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal não possui repercussão geral (ARE 748.371-RG, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/2013, Tema 660). 3. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do STF). 4. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 5. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
sjur448112
- Acórdão(s) citado(s): (FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO JUDICIAL) AI 791292 QO-RG. (CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA, COISA JULGADA, DEVIDO PROCESSO LEGAL, REPERCUSSÃO GERAL) ARE 1143354 AgR (TP), ARE 748371 RG (TP). (ICMS, AÇÃO ANULATÓRIA, REEXAME, FATO, PROVA) ARE 1231937 AgR (TP), ARE 1286611 AgR (TP), ARE 1299031 AgR (TP). Número de páginas: 10. Análise: 30/08/2021, MJC.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1314201
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00093 INC-00009\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011 \n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00489 PAR-00001\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279 \n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1314201 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) : VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
[ "" ]
Ementa e Acórdão 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) :VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. CRÉDITOS DECORRENTES DE MULTA E DE TRIBUTO. ARTIGO 93, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO. VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. O artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal não determina que o órgão judicante se manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelas partes, mas sim que ele explicite as razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (AI 791.292-RG-QO, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010, Tema 339 da Repercussão Geral). 2. O tema relativo à suposta violação dos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal não possui repercussão geral (ARE 748.371-RG, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 1.../8/2013, Tema 660). 3. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional, tampouco ao reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal). 4. Agravo interno DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D567-98A6-B91B-D00F e senha 8F2E-6881-1737-C923 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 Ementa e Acórdão ARE 1314201 AGR / RS (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 5. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 21 a 28/5/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido o Ministro Marco Aurélio. Afastada a aplicação da multa porquanto não atingida a unanimidade prevista no § 4... do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D567-98A6-B91B-D00F e senha 8F2E-6881-1737-C923 Supremo Tribunal Federal ARE 1314201 AGR / RS (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 5. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 21 a 28/5/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido o Ministro Marco Aurélio. Afastada a aplicação da multa porquanto não atingida a unanimidade prevista no § 4... do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D567-98A6-B91B-D00F e senha 8F2E-6881-1737-C923 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Relatório 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) :VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia, da aplicação dos Temas 339 e 660 da sistemática de Repercussão Geral e da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-8FEF-3458-51D1 e senha 7EDA-AE87-5404-2EFA Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) :VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de agravo interno interposto contra decisão da Presidência desta Corte que negou seguimento ao recurso extraordinário com agravo mercê do caráter infraconstitucional da controvérsia, da aplicação dos Temas 339 e 660 da sistemática de Repercussão Geral e da incidência do óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A parte agravante sustenta, em síntese, a inexistência dos óbices apontados. Não foi aberto prazo para contrarrazões, considerados o princípio da celeridade processual e a inexistência de prejuízo à parte agravada. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 268C-8FEF-3458-51D1 e senha 7EDA-AE87-5404-2EFA Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante consignado na decisão objurgada, esta Suprema Corte, em sua composição plenária, na oportunidade do julgamento do AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes publicado no DJe de 13/8/2010, julgado sob a sistemática da repercussão geral (tema 339), firmou o entendimento no sentido de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão . Por oportuno, transcrevo a ementa do referido julgado: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (Código de Processo Civil, art. 544, §§ 3... e 4...). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5... e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): A presente irresignação não merece prosperar. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Com efeito, consoante consignado na decisão objurgada, esta Suprema Corte, em sua composição plenária, na oportunidade do julgamento do AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes publicado no DJe de 13/8/2010, julgado sob a sistemática da repercussão geral (tema 339), firmou o entendimento no sentido de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão . Por oportuno, transcrevo a ementa do referido julgado: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (Código de Processo Civil, art. 544, §§ 3... e 4...). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5... e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1314201 AGR / RS ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010) Demais disso, o Plenário desta Corte, nos autos do ARE 748.371, Rel. Min. Gilmar Mendes, publicado no DJe de 1.../8/2013, julgado sob o rito da repercussão geral (Tema 660), reafirmou o entendimento de que a afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional que dependa, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que não enseja reexame da questão em recurso extraordinário. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Militar. Cerceamento de defesa. Indeferimento de provas. Repercussão geral. Ausência. Proventos com remuneração correspondente ao grau hierárquico superior. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. A afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal. 2. Esse entendimento foi reafirmado em sede de repercussão geral. Vide: i) ARE n 748.371/MT, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1.../8/13 - Tema 660 e ii) ARE n 639.228/RJ, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 31/8/11 - Tema 424. 3. Inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos e a análise da legislação infraconstitucional. Incidência das Súmulas ns 279 e 636/Supremo Tribunal Federal. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 5. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Supremo Tribunal Federal ARE 1314201 AGR / RS ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292 QO-RG, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010) Demais disso, o Plenário desta Corte, nos autos do ARE 748.371, Rel. Min. Gilmar Mendes, publicado no DJe de 1.../8/2013, julgado sob o rito da repercussão geral (Tema 660), reafirmou o entendimento de que a afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional que dependa, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que não enseja reexame da questão em recurso extraordinário. Nesse sentido: Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Militar. Cerceamento de defesa. Indeferimento de provas. Repercussão geral. Ausência. Proventos com remuneração correspondente ao grau hierárquico superior. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. A afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, dos limites da coisa julgada ou da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal. 2. Esse entendimento foi reafirmado em sede de repercussão geral. Vide: i) ARE n 748.371/MT, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1.../8/13 - Tema 660 e ii) ARE n 639.228/RJ, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 31/8/11 - Tema 424. 3. Inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos e a análise da legislação infraconstitucional. Incidência das Súmulas ns 279 e 636/Supremo Tribunal Federal. 4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 5. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1314201 AGR / RS desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. (ARE 1.143.354-AgR, Plenário, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 1.../2/2019). Outrossim, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. ICMS. ALÍQUOTA. REDUÇÃO. CONDICIONANTE. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional local (Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.299.031-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 12/4/2021) “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. AUTO DE INFRAÇÃO. ICMS. CREDITAMENTO. ATIVO FIXO. OBJETO SOCIAL DA CONTRIBUINTE. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Supremo Tribunal Federal ARE 1314201 AGR / RS desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita. (ARE 1.143.354-AgR, Plenário, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 1.../2/2019). Outrossim, conforme assentado no decisum objurgado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram no óbice da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. ICMS. ALÍQUOTA. REDUÇÃO. CONDICIONANTE. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. PRECEDENTES. 1. O recurso extraordinário não se presta à análise de matéria infraconstitucional local (Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.299.031-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 12/4/2021) “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. AUTO DE INFRAÇÃO. ICMS. CREDITAMENTO. ATIVO FIXO. OBJETO SOCIAL DA CONTRIBUINTE. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1314201 AGR / RS É inviável, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas dos autos (Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno não provido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.286.611-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 23/2/2021) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Tributário. ICMS. Ação anulatória de débito fiscal. Nulidade do auto de infração. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise da legislação infraconstitucional, tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 3. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1231937-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 27/4/2020) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Supremo Tribunal Federal ARE 1314201 AGR / RS É inviável, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas dos autos (Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo interno não provido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1.286.611-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 23/2/2021) “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Direito Tributário. ICMS. Ação anulatória de débito fiscal. Nulidade do auto de infração. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não se presta o recurso extraordinário para a análise da legislação infraconstitucional, tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil). 3. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por cento) em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... do referido artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.” (ARE 1231937-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli – Presidente, DJe de 27/4/2020) Destarte, impende consignar que o agravo interno se revela manifestamente infundado. Ex positis, DESPROVEJO o agravo interno e, por ser manifestamente improcedente o recurso, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, nos termos 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1314201 AGR / RS do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Supremo Tribunal Federal ARE 1314201 AGR / RS do artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, na hipótese de votação unânime. Majoro ao máximo legal os honorários advocatícios em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 57F3-0B5F-E970-310D e senha AC08-FCEA-CC2C-573E Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) :VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A prestação jurisdicional prevista no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, considerado o artigo 489, § 1..., do Código de Processo Civil, pressupõe o enfrentamento, pelo Órgão julgador, de todas as causas de pedir versadas, exceto quando, assentada premissa, ocorre o prejuízo de certo enfoque. Provejo o agravo, para que o recurso extraordinário tenha sequência. Vencido no ponto, divirjo do ministro Presidente, afastando a majoração dos honorários advocatícios, os quais pressupõem atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4F0D-56F8-2FCA-1642 e senha EBE5-2BB7-4099-FE60 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) :VINICIUS LISBOA DOS SANTOS AGDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A prestação jurisdicional prevista no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, considerado o artigo 489, § 1..., do Código de Processo Civil, pressupõe o enfrentamento, pelo Órgão julgador, de todas as causas de pedir versadas, exceto quando, assentada premissa, ocorre o prejuízo de certo enfoque. Provejo o agravo, para que o recurso extraordinário tenha sequência. Vencido no ponto, divirjo do ministro Presidente, afastando a majoração dos honorários advocatícios, os quais pressupõem atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4F0D-56F8-2FCA-1642 e senha EBE5-2BB7-4099-FE60 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 Extrato de Ata - 31/05/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) : VINICIUS LISBOA DOS SANTOS (68692/RS) AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido o Ministro Marco Aurélio. Afastada a aplicação da multa porquanto não atingida a unanimidade prevista no § 4... do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 102F-EC9D-C9E5-2DBB e senha 3212-653B-EEC5-51DA Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.314.201 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA ADV.(A/S) : VINICIUS LISBOA DOS SANTOS (68692/RS) AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido o Ministro Marco Aurélio. Afastada a aplicação da multa porquanto não atingida a unanimidade prevista no § 4... do art. 1.021 do Código de Processo Civil. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 102F-EC9D-C9E5-2DBB e senha 3212-653B-EEC5-51DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 314 . 201", "ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO SUPREMO", "AI 791 . 292 - RG - QO", "ARE 748 . 371 - RG", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1314201 AGR / RS", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "AI 791 . 292 - QO - RG", "RECURSO", "AI 791 . 292 - QO - RG", "ARE 1314201 AGR / RS", "AI 791 . 292 QO - RG", "ARE 748 . 371", "ARE n 748 . 371 / MT", "ARE n 639 . 228 / RJ", "Súmulas ns 279 e 636 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1314201 AGR / RS", "AI 791 . 292 QO - RG", "ARE 748 . 371", "ARE n 748 . 371 / MT", "ARE n 639 . 228 / RJ", "Súmulas ns 279", "ARE 1314201 AGR / RS", "ARE 1 . 143 . 354 - AgR", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 299 . 031 - AgR", "ARE 1314201 AGR / RS", "ARE 1 . 143 . 354 - AgR", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 299 . 031 - AgR", "ARE 1314201 AGR / RS", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 286 . 611 - AgR", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1231937 - AgR", "ARE 1314201 AGR", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 286 . 611 - AgR", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1231937 - AgR", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM" ], "LEGISLACAO": [ "ARTIGO 93 , INCISO IX , DA CONSTITUIÇÃO", "artigo 93 , inciso IX , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", ". 1 .", "021 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 93 , IX , da Constituição Federal", "Código de Processo Civil , art . 544 , § § 3 . . .", "incisos", "inciso IX do art . 93 da Constituição Federal", "art . 93 , IX , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 93 , IX , da Constituição Federal", "Código de Processo Civil , art . 544 , § §", "inciso IX do art . 93 da Constituição Federal", "art . 93 , IX , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Constituição Federal", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Constituição Federal", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARE", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 93 , inciso IX , da Constituição Federal", "artigo 489 , § 1 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 93 , inciso IX , da Constituição Federal", "artigo 489 , § 1 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "art . 1 . 021 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "Brasília", "Brasília", "RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL", "ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL" ], "ORGANIZACAO": [ "PLENÁRIO", "INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA", "Supremo Tribunal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Suprema Corte", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Suprema Corte", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Plenário desta", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "INDÚSTRIA DE DOCE SANTO ANTÔNIO LTDA", "Plenário", "Plenário" ], "PESSOA": [ "VINICIUS LISBOA DOS SANTOS", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "VINICIUS LISBOA DOS SANTOS", "LUIZ FUX", "VINICIUS LISBOA DOS SANTOS", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "Gilmar Mendes", "LUIZ FUX", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "Cezar Peluso", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "Cezar Peluso", "Dias Toffoli", "Luiz Fux", "Dias Toffoli", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Dias Toffoli", "Luiz Fux", "Dias Toffoli", "VINICIUS LISBOA DOS SANTOS", "MARCO AURÉLIO", "VINICIUS LISBOA DOS SANTOS", "MARCO AURÉLIO", "VINICIUS LISBOA DOS SANTOS", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "VINICIUS LISBOA DOS SANTOS", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "13", "/", "8", "/", "2010", "1", ".", ".", ".", "/", "8", "/", "2013", "24", "/", "08", "/", "2001", "21 a 28 /", "5", "/", "2021", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21 a", "28", "/", "5", "/", "2021", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "13", "/", "8", "/", "2010", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "13", "/", "8", "/", "2010", "24", "/", "08", "/", "2001", "13", "/", "8", "/", "2010", "1", ".", ".", ".", "/", "8", "/", "2013", "1", ".", ".", ".", "/", "8", "/", "13", "31", "/", "8", "/", "11", "24", "/", "08", "/", "2001", "13", "/", "8", "/", "2010", "1", ".", ".", ".", "/", "8", "/", "2013", "1", ".", ".", ".", "/", "8", "/", "13", "31", "/", "8", "/", "11", "24", "/", "08", "/", "2001", "1", ".", ".", ".", "/", "2", "/", 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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. CRIMES DE FURTO. DOSIMETRIA. ATENUANTE PREVISTA NO ART. 66 DO CÓDIGO PENAL. INVIABILIDADE. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. 1. A dosimetria da pena está ligada ao mérito da ação penal, ao juízo que é realizado pelo magistrado sentenciante após a análise do acervo probatório amealhado ao longo da instrução criminal. Daí ser inviável, na via estreita do Habeas Corpus, reavaliar os elementos de convicção, a fim de se redimensionar a sanção. O que está autorizado, segundo reiterada jurisprudência desta CORTE, é apenas o controle da legalidade dos critérios invocados, com a correção de eventuais arbitrariedades, o que não se verifica na espécie. Precedentes. 2. Agravo Regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por unanimidade, acordam em negar provimento ao Agravo Regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1EE9-941C-C0CB-2BC1 e senha 070C-61BD-39D0-CA7E Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Ementa e Acórdão HC 201298 AGR / SP Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1EE9-941C-C0CB-2BC1 e senha 070C-61BD-39D0-CA7E Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1EE9-941C-C0CB-2BC1 e senha 070C-61BD-39D0-CA7E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto em face de decisão que indeferiu a ordem de Habeas Corpus impetrado contra acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, proferido no julgamento do Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial 1.809.203/SP, submetido à Relatoria do Ministro FELIX FISCHER. Colhe-se dos autos que o paciente foi condenado à pena de 2 (dois) anos, 4 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática de dois crimes de furto, um consumado e outro na forma tentada (art. 155, caput, e art. 155, caput, c/c art. 14, II, ambos do Código Penal). Colhe-se da sentença: EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS foi denunciado como incurso no artigo 155, caput, e na regra do artigo 155, caput c.c artigo 14, parágrafo único, inciso II, nos termos doa artigo 69, todos do Código Penal porque em 12 de junho de 2019, por volta das 13h40, na rua Visconde do Rio Branco, 489, centro, nesta cidade e comarca, tentou subtrair, para si, uma bicicleta da marca “WNY”, de cor laranja, avaliada em R$ 800, em detrimento da vítima Brendon Kaique Vitor, não se consumando o delito por circunstâncias alheias à sua vontade. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto em face de decisão que indeferiu a ordem de Habeas Corpus impetrado contra acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, proferido no julgamento do Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial 1.809.203/SP, submetido à Relatoria do Ministro FELIX FISCHER. Colhe-se dos autos que o paciente foi condenado à pena de 2 (dois) anos, 4 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática de dois crimes de furto, um consumado e outro na forma tentada (art. 155, caput, e art. 155, caput, c/c art. 14, II, ambos do Código Penal). Colhe-se da sentença: EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS foi denunciado como incurso no artigo 155, caput, e na regra do artigo 155, caput c.c artigo 14, parágrafo único, inciso II, nos termos doa artigo 69, todos do Código Penal porque em 12 de junho de 2019, por volta das 13h40, na rua Visconde do Rio Branco, 489, centro, nesta cidade e comarca, tentou subtrair, para si, uma bicicleta da marca “WNY”, de cor laranja, avaliada em R$ 800, em detrimento da vítima Brendon Kaique Vitor, não se consumando o delito por circunstâncias alheias à sua vontade. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Relatório HC 201298 AGR / SP Consta, ainda, que nas mesmas condições de tempo e local, o acusado subtraiu para si, uma jaqueta da marca “TR Urban”, de cor preta, avaliada em R$ 129,99, em detrimento do estabelecimento Lojas Caedu, representado por Erick Galvão de Aguiar. Narra a denúncia que o averiguado se dirigiu à loja Caedu, onde, aproveitando-se do excesso de movimento de clientes, por se tratar de dia dos namorados, subtraiu a referida jaqueta, sem que ninguém lhe observasse e se evadiu do local. Em seguida, o investigado se deslocou a Rua Visconde do Rio Branco, 489, centro, nesta cidade e comarca, local em que a vítima Bredon conversava com alguns amigos em via pública e estava com sua bicicleta estacionada próximo a ele. Aproveitando que o ofendido estava distraído, subiu na bicicleta e saiu em disparada conduzindo-a. Contudo, os amigos de Bredon, que se tratavam de motoboys, imediatamente passaram a perseguir o averiguado conduzindo suas motocicletas. Quando o indiciado estava próximo à farmácia Droga Raia, situada na Rua Dona Chiquinha de Mattos, os motoqueiros obtiveram êxito em detê-lo e telefonaram para a vítima ir até o local, visto que sua bicicleta havia sido recuperada. Nesse momento, populares passaram a agredir o averiguado, que adentrou à referida farmácia para se proteger, razão pela qual a Polícia Militar foi acionada pela representante do local, Paula. Com a chegada dos agentes públicos, a confusão foi contida. Em busca pessoal, foi localizado junto com o indiciado uma sacola preta contendo a jaqueta da loja Caedu. Assim, os milicianos se dirigiram ao aludido estabelecimento comercial, onde o representante da empresa, Erick, reconheceu a jaqueta como sendo de propriedade da loja. [...] Passo à dosimetria da pena. Na primeira fase, verifico que o increpado ostenta maus 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP Consta, ainda, que nas mesmas condições de tempo e local, o acusado subtraiu para si, uma jaqueta da marca “TR Urban”, de cor preta, avaliada em R$ 129,99, em detrimento do estabelecimento Lojas Caedu, representado por Erick Galvão de Aguiar. Narra a denúncia que o averiguado se dirigiu à loja Caedu, onde, aproveitando-se do excesso de movimento de clientes, por se tratar de dia dos namorados, subtraiu a referida jaqueta, sem que ninguém lhe observasse e se evadiu do local. Em seguida, o investigado se deslocou a Rua Visconde do Rio Branco, 489, centro, nesta cidade e comarca, local em que a vítima Bredon conversava com alguns amigos em via pública e estava com sua bicicleta estacionada próximo a ele. Aproveitando que o ofendido estava distraído, subiu na bicicleta e saiu em disparada conduzindo-a. Contudo, os amigos de Bredon, que se tratavam de motoboys, imediatamente passaram a perseguir o averiguado conduzindo suas motocicletas. Quando o indiciado estava próximo à farmácia Droga Raia, situada na Rua Dona Chiquinha de Mattos, os motoqueiros obtiveram êxito em detê-lo e telefonaram para a vítima ir até o local, visto que sua bicicleta havia sido recuperada. Nesse momento, populares passaram a agredir o averiguado, que adentrou à referida farmácia para se proteger, razão pela qual a Polícia Militar foi acionada pela representante do local, Paula. Com a chegada dos agentes públicos, a confusão foi contida. Em busca pessoal, foi localizado junto com o indiciado uma sacola preta contendo a jaqueta da loja Caedu. Assim, os milicianos se dirigiram ao aludido estabelecimento comercial, onde o representante da empresa, Erick, reconheceu a jaqueta como sendo de propriedade da loja. [...] Passo à dosimetria da pena. Na primeira fase, verifico que o increpado ostenta maus 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Relatório HC 201298 AGR / SP antecedentes, decorrentes das condenações criminais definitivas e inservíveis para fins de reincidência (proc. nº 0001619- 26.2006.8.26.0625, 1ª Vara Criminal de Taubaté; proc. nº 7754- 54.2006.8.26.0625, 3ª Vara Criminal de Taubaté; proc. nº 9342- 96.2006.8.26.0625, 2ª Vara Criminal de Taubaté; proc. nº 0017153-10.2006.8.26.0625, 2ª Vara Criminal de Taubaté; proc. nº 0019194-47.2006.8.26.0625, 2ª Vara Criminal de Taubaté), razão pela qual as penas-base serão elevadas em 5/6, para 01 (um) ano e 10 (dez) meses de reclusão e pagamento de 18 (dezoito) dias- multa cada. Na segunda fase, presente a agravante da reincidência (proc. n° 0007975-63.2015.8.26.0482, 1ª Vara Criminal de Presidente Prudente; e proc. n° 0025598-77.2014.8.26.0482, 3ª Vara Criminal de Presidente Prudente), o que enseja a majoração das penas em mais 1/3, alcançando 02 (dois) anos, 05 (cinco) meses e 10 (dez) dias de reclusão e pagamento de 24 (vinte e quatro) dias-multa. Presente também a atenuante da confissão espontânea, motivo pelo qual reduzo ambas as reprimendas em 1/6, para 02 (dois) anos e 13 (treze) dias de reclusão e pagamento de 20 (vinte) dias-multa. Inaplicável a pretendida atenuante inominada pretendida pela d. Defensoria, vez que não houve participação ou omissão relevante do Estado com relação às agressões sofridas pelo acusado, que se deram após sua perseguição e contenção por motoqueiros que presenciaram o segundo furto. Na terceira fase, diante da presença da tentativa com relação ao furto da bicicleta, e tendo em vista que o iter criminis foi totalmente percorrido, com inversão da posse do bem e saída do agente do local, somente não ocorrendo a consumação em razão de bem-sucedida perseguição por populares, reduzo a reprimenda deste delito em apenas 1/3, para 01 (um) ano, 04 (quatro) meses e 08 (oito) dias de reclusão e pagamento de 13 (treze) dias-multa. Por fim, em razão da continuidade delitiva, deve ser aplicada unicamente a pena do crime mais grave, aumentada 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP antecedentes, decorrentes das condenações criminais definitivas e inservíveis para fins de reincidência (proc. nº 0001619- 26.2006.8.26.0625, 1ª Vara Criminal de Taubaté; proc. nº 7754- 54.2006.8.26.0625, 3ª Vara Criminal de Taubaté; proc. nº 9342- 96.2006.8.26.0625, 2ª Vara Criminal de Taubaté; proc. nº 0017153-10.2006.8.26.0625, 2ª Vara Criminal de Taubaté; proc. nº 0019194-47.2006.8.26.0625, 2ª Vara Criminal de Taubaté), razão pela qual as penas-base serão elevadas em 5/6, para 01 (um) ano e 10 (dez) meses de reclusão e pagamento de 18 (dezoito) dias- multa cada. Na segunda fase, presente a agravante da reincidência (proc. n° 0007975-63.2015.8.26.0482, 1ª Vara Criminal de Presidente Prudente; e proc. n° 0025598-77.2014.8.26.0482, 3ª Vara Criminal de Presidente Prudente), o que enseja a majoração das penas em mais 1/3, alcançando 02 (dois) anos, 05 (cinco) meses e 10 (dez) dias de reclusão e pagamento de 24 (vinte e quatro) dias-multa. Presente também a atenuante da confissão espontânea, motivo pelo qual reduzo ambas as reprimendas em 1/6, para 02 (dois) anos e 13 (treze) dias de reclusão e pagamento de 20 (vinte) dias-multa. Inaplicável a pretendida atenuante inominada pretendida pela d. Defensoria, vez que não houve participação ou omissão relevante do Estado com relação às agressões sofridas pelo acusado, que se deram após sua perseguição e contenção por motoqueiros que presenciaram o segundo furto. Na terceira fase, diante da presença da tentativa com relação ao furto da bicicleta, e tendo em vista que o iter criminis foi totalmente percorrido, com inversão da posse do bem e saída do agente do local, somente não ocorrendo a consumação em razão de bem-sucedida perseguição por populares, reduzo a reprimenda deste delito em apenas 1/3, para 01 (um) ano, 04 (quatro) meses e 08 (oito) dias de reclusão e pagamento de 13 (treze) dias-multa. Por fim, em razão da continuidade delitiva, deve ser aplicada unicamente a pena do crime mais grave, aumentada 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Relatório HC 201298 AGR / SP de 1/6, haja vista terem sido duas as infrações cometidas. Assim, torno definitiva a pena de 02 (dois) anos, 04 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão e pagamento de 23 (vinte e três) dias-multa. Diante dos péssimos antecedentes e da reincidência do acusado, incabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, bem como, também em razão do montante de pena aplicado, a suspensão condicional da pena. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deu parcial provimento ao recurso de Apelação interposto pela defesa, readequando-se a pena imposta ao réu para 01 ano, 06 meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 15 dias-multa, mantendo-se, no mais, a r. sentença tal como lançada. Eis a ementa do acórdão (Doc. 7): Apelação - Furto Sentença condenatória - Materialidade e autoria delitivas comprovadas - Insurgência contra a dosimetria da pena - Redução do quantum imposto na primeira etapa – Possibilidade - Readequação da reprimenda - Imposição de regime inicial menos rigoroso – Inadmissibilidade - Recurso parcialmente provido. Buscando o redimensionamento da pena, a defesa interpôs Recurso Especial, inadmitido pelo Tribunal estadual (Doc. 8, fl. 28), mas alçado ao Superior Tribunal de Justiça por meio de Agravo, conhecido pelo Ministro Relator para negar provimento ao Recurso Especial (Doc. 11). Essa decisão foi mantida pelo colegiado no julgamento do subsequente Agravo Regimental. Eis a ementa do acórdão (Doc. 12): PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FURTO E TENTATIVA DE FURTO. DOSIMETRIA DA PENA. INCIDÊNCIA DA ATENUANTE PREVISTA NO ART. 66 DO CP (ATENUANTE INOMINADA). IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE FATOR DE MENOR CULPABILIDADE DO AGENTE. FUNDAMENTAÇÃO 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP de 1/6, haja vista terem sido duas as infrações cometidas. Assim, torno definitiva a pena de 02 (dois) anos, 04 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão e pagamento de 23 (vinte e três) dias-multa. Diante dos péssimos antecedentes e da reincidência do acusado, incabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, bem como, também em razão do montante de pena aplicado, a suspensão condicional da pena. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deu parcial provimento ao recurso de Apelação interposto pela defesa, readequando-se a pena imposta ao réu para 01 ano, 06 meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 15 dias-multa, mantendo-se, no mais, a r. sentença tal como lançada. Eis a ementa do acórdão (Doc. 7): Apelação - Furto Sentença condenatória - Materialidade e autoria delitivas comprovadas - Insurgência contra a dosimetria da pena - Redução do quantum imposto na primeira etapa – Possibilidade - Readequação da reprimenda - Imposição de regime inicial menos rigoroso – Inadmissibilidade - Recurso parcialmente provido. Buscando o redimensionamento da pena, a defesa interpôs Recurso Especial, inadmitido pelo Tribunal estadual (Doc. 8, fl. 28), mas alçado ao Superior Tribunal de Justiça por meio de Agravo, conhecido pelo Ministro Relator para negar provimento ao Recurso Especial (Doc. 11). Essa decisão foi mantida pelo colegiado no julgamento do subsequente Agravo Regimental. Eis a ementa do acórdão (Doc. 12): PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FURTO E TENTATIVA DE FURTO. DOSIMETRIA DA PENA. INCIDÊNCIA DA ATENUANTE PREVISTA NO ART. 66 DO CP (ATENUANTE INOMINADA). IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE FATOR DE MENOR CULPABILIDADE DO AGENTE. FUNDAMENTAÇÃO 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Relatório HC 201298 AGR / SP IDÔNEA DO ACÓRDÃO RECORRIDO. MANUTENÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. Somente pode ser reconhecida a existência da atenuante inominada quando houver uma circunstância, não prevista expressamente em lei, que permita ao Juiz verificar a ocorrência de um fato indicativo de uma menor culpabilidade do agente. Agravo regimental desprovido. Na petição inicial, a defesa sustentou que deve ser aplicada ao caso a atenuante inominada prevista no artigo 66 do Código Penal, tendo em vista a circunstância de o paciente ter sido agredido por populares após a prática dos crimes. Enfatizou que o espancamento do autor do fato, seja por populares ou agentes estatais, tem repercussão direta na suficiência da punição a ser aplicada, dialogando diretamente com o artigo 59 do Código Penal e representando quebra do sistema legal de monopólio estatal da violência e que deve ser valorada no momento da individualização da pena. Requereu, assim, a concessão da ordem, para reconhecer a incidência da atenuante inominada em razão circunstância relevante posterior ao crime e justificada pela agressão sofrida. Indeferi a ordem. Neste recurso, a defesa reforça os argumentos anteriormente expendidos, destacando que não há qualquer discussão fática a ser travada nesta impetração. Assim, requer seja concedida a ordem, nos termos do pedido inicial. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP IDÔNEA DO ACÓRDÃO RECORRIDO. MANUTENÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. Somente pode ser reconhecida a existência da atenuante inominada quando houver uma circunstância, não prevista expressamente em lei, que permita ao Juiz verificar a ocorrência de um fato indicativo de uma menor culpabilidade do agente. Agravo regimental desprovido. Na petição inicial, a defesa sustentou que deve ser aplicada ao caso a atenuante inominada prevista no artigo 66 do Código Penal, tendo em vista a circunstância de o paciente ter sido agredido por populares após a prática dos crimes. Enfatizou que o espancamento do autor do fato, seja por populares ou agentes estatais, tem repercussão direta na suficiência da punição a ser aplicada, dialogando diretamente com o artigo 59 do Código Penal e representando quebra do sistema legal de monopólio estatal da violência e que deve ser valorada no momento da individualização da pena. Requereu, assim, a concessão da ordem, para reconhecer a incidência da atenuante inominada em razão circunstância relevante posterior ao crime e justificada pela agressão sofrida. Indeferi a ordem. Neste recurso, a defesa reforça os argumentos anteriormente expendidos, destacando que não há qualquer discussão fática a ser travada nesta impetração. Assim, requer seja concedida a ordem, nos termos do pedido inicial. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão ora atacada não merece reparos, pois está em consonância com a jurisprudência desta CORTE. Sobre a alegação de impropriedade na dosimetria da pena imposta ao paciente, consta do ato impugnado: Neste agravo regimental, consigno que a parte agravante insurgiu quanto à alegada violação ao art. 66 do CP, sustentando, em suma, que o agravante, após a prática dos delitos (um furto e uma tentativa de furto), sofreu agressão por parte de diversas pessoas, sendo esta uma circunstância relevante capaz de ensejar a incidência da atenuante inominada. Para a melhor compreensão da controvérsia, transcrevo trechos do v. acórdão recorrido, in verbis (fls. 245-247, grifei): “Consoante o apurado, o acusado se dirigiu à loja Caedu, onde, aproveitando-se do excesso de movimento de clientes, por se tratar de dia dos namorados, subtraiu a referida jaqueta, sem que ninguém lhe observasse e se evadiu do local. Em seguida, o acusado se deslocou a Rua Visconde do Rio Branco, nº 489, local em que a vítima Brendon conversava com alguns amigos na via pública e estava com sua bicicleta estacionada próxima a ele. O acusado, aproveitando que o ofendido estava distraído, subiu na bicicleta e saiu em disparada conduzindo-a. Contudo, os amigos de Brendon, que se tratavam de motoboys, imediatamente passaram a perseguir o averiguado conduzindo suas motocicletas. Quando o acusado estava próximo à farmácia “Droga Raia”, situada na Rua Dona Chiquinha de Mattos, os Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão ora atacada não merece reparos, pois está em consonância com a jurisprudência desta CORTE. Sobre a alegação de impropriedade na dosimetria da pena imposta ao paciente, consta do ato impugnado: Neste agravo regimental, consigno que a parte agravante insurgiu quanto à alegada violação ao art. 66 do CP, sustentando, em suma, que o agravante, após a prática dos delitos (um furto e uma tentativa de furto), sofreu agressão por parte de diversas pessoas, sendo esta uma circunstância relevante capaz de ensejar a incidência da atenuante inominada. Para a melhor compreensão da controvérsia, transcrevo trechos do v. acórdão recorrido, in verbis (fls. 245-247, grifei): “Consoante o apurado, o acusado se dirigiu à loja Caedu, onde, aproveitando-se do excesso de movimento de clientes, por se tratar de dia dos namorados, subtraiu a referida jaqueta, sem que ninguém lhe observasse e se evadiu do local. Em seguida, o acusado se deslocou a Rua Visconde do Rio Branco, nº 489, local em que a vítima Brendon conversava com alguns amigos na via pública e estava com sua bicicleta estacionada próxima a ele. O acusado, aproveitando que o ofendido estava distraído, subiu na bicicleta e saiu em disparada conduzindo-a. Contudo, os amigos de Brendon, que se tratavam de motoboys, imediatamente passaram a perseguir o averiguado conduzindo suas motocicletas. Quando o acusado estava próximo à farmácia “Droga Raia”, situada na Rua Dona Chiquinha de Mattos, os Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201298 AGR / SP motoqueiros obtiveram êxito em detê-lo e telefonaram para a vítima ir até o local, visto que sua bicicleta havia sido recuperada. Nesse momento, populares passaram a agredir o acusado, que adentrou à referida farmácia para se proteger, razão pela qual a Polícia Militar foi acionada pela representante do local, Paula. Com a chegada dos agentes públicos, a confusão foi contida. Em busca pessoal, foi localizado junto com o acusado uma sacola preta contendo a jaqueta da loja Caedu. (...) Quanto ao pleito defensivo no sentido de que fosse reconhecida a atenuante inominada, como bem entendeu o magistrado, inaplicável, vez que não houve participação ou omissão relevante do Estado com relação às agressões sofridas pelo acusado, que se deram após sua perseguição e contenção por motoqueiros que presenciaram o segundo furto.” O art. 66 do Código Penal, que versa sobre a atenuante inominada, consigna que “a pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei”. Consoante jurisprudência desta Corte Superior, somente pode ser reconhecida a existência da atenuante inominada quando houver uma circunstância, não prevista expressamente em lei, que permita ao Juiz verificar a ocorrência de um fato indicativo de uma menor culpabilidade do agente. […] Confira-se, a propósito, os ensinamentos de Julio Fabbrini Mirabete, in verbis: "Pode ainda a pena ser atenuada por circunstância não prevista expressamente em lei. É atenuante facultativa, de conteúdo variável, que permite ao juiz considerar aspectos do fato que merecem atenção por indicarem uma culpabilidade menor do agente." (Código Penal Interpretado, 3ª edição, São Paulo: Atlas, 2003, p. 458- grifei). 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP motoqueiros obtiveram êxito em detê-lo e telefonaram para a vítima ir até o local, visto que sua bicicleta havia sido recuperada. Nesse momento, populares passaram a agredir o acusado, que adentrou à referida farmácia para se proteger, razão pela qual a Polícia Militar foi acionada pela representante do local, Paula. Com a chegada dos agentes públicos, a confusão foi contida. Em busca pessoal, foi localizado junto com o acusado uma sacola preta contendo a jaqueta da loja Caedu. (...) Quanto ao pleito defensivo no sentido de que fosse reconhecida a atenuante inominada, como bem entendeu o magistrado, inaplicável, vez que não houve participação ou omissão relevante do Estado com relação às agressões sofridas pelo acusado, que se deram após sua perseguição e contenção por motoqueiros que presenciaram o segundo furto.” O art. 66 do Código Penal, que versa sobre a atenuante inominada, consigna que “a pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei”. Consoante jurisprudência desta Corte Superior, somente pode ser reconhecida a existência da atenuante inominada quando houver uma circunstância, não prevista expressamente em lei, que permita ao Juiz verificar a ocorrência de um fato indicativo de uma menor culpabilidade do agente. […] Confira-se, a propósito, os ensinamentos de Julio Fabbrini Mirabete, in verbis: "Pode ainda a pena ser atenuada por circunstância não prevista expressamente em lei. É atenuante facultativa, de conteúdo variável, que permite ao juiz considerar aspectos do fato que merecem atenção por indicarem uma culpabilidade menor do agente." (Código Penal Interpretado, 3ª edição, São Paulo: Atlas, 2003, p. 458- grifei). 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201298 AGR / SP Na mesma linha de entendimento é o magistério doutrinário de Juarez Cirino dos Santos, ao asseverar que “as circunstâncias atenuantes não-expressas admitidas textualmente no art. 66, CP, constituem outras características relevantes do fato, anteriores ou posteriores ao crime, não previstas legalmente mas capazes de influir no juízo de reprovação do autor pela realização do tipo de injusto” (Direito Penal, parte geral. Curitiba: Lumen Juris/ICPC, 2006, p. 586 – grifei). In casu, não deve ser aplicada a atenuante inominada (art. 66 do CP), tendo em vista que a circunstância de o recorrente ter sido agredido por populares após a prática dos delitos (furto e tentativa de furto) não tem influência sobre o juízo de reprovabilidade sobre a conduta do autor, não constituindo, assim, fator indicativo de uma menor culpabilidade do agente. Nesse sentido, decisão monocrática no AREsp n. 1.205.160/AL, relatoria do Ministro Jorge Mussi, DJe de 08/02/2018. A dosimetria da pena está ligada ao mérito da ação penal, ao juízo que é realizado pelo Magistrado sentenciante após a análise do acervo probatório amealhado ao longo da instrução criminal. Daí ser inviável, na via estreita do Habeas Corpus, reavaliar os elementos de convicção, a fim de se redimensionar a sanção. O que está autorizado, segundo reiterada jurisprudência desta CORTE, é apenas o controle da legalidade dos critérios invocados, com a correção de eventuais arbitrariedades (HC 157.023/RJ, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 28/06/2018; HC 158.515/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 25/06/2018; RHC 156.515/BA, Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, DJe de 22/06/2018; HC 144.020 AgR/RJ, Rel. Min. EDSON FACHIN, Segunda Turma, DJe de 13/06/2018; RHC 140.751 AgR/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 13/06/2018 e HC 157.943/PR, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 12/06/2018). Do exame das instâncias ordinárias, soberanas na apreciação do conteúdo fático-probatório, depreende-se que o entendimento implementado, no sentido de não estarem presentes os elementos concretos justificadores da aplicação da atenuante inominada prevista no 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP Na mesma linha de entendimento é o magistério doutrinário de Juarez Cirino dos Santos, ao asseverar que “as circunstâncias atenuantes não-expressas admitidas textualmente no art. 66, CP, constituem outras características relevantes do fato, anteriores ou posteriores ao crime, não previstas legalmente mas capazes de influir no juízo de reprovação do autor pela realização do tipo de injusto” (Direito Penal, parte geral. Curitiba: Lumen Juris/ICPC, 2006, p. 586 – grifei). In casu, não deve ser aplicada a atenuante inominada (art. 66 do CP), tendo em vista que a circunstância de o recorrente ter sido agredido por populares após a prática dos delitos (furto e tentativa de furto) não tem influência sobre o juízo de reprovabilidade sobre a conduta do autor, não constituindo, assim, fator indicativo de uma menor culpabilidade do agente. Nesse sentido, decisão monocrática no AREsp n. 1.205.160/AL, relatoria do Ministro Jorge Mussi, DJe de 08/02/2018. A dosimetria da pena está ligada ao mérito da ação penal, ao juízo que é realizado pelo Magistrado sentenciante após a análise do acervo probatório amealhado ao longo da instrução criminal. Daí ser inviável, na via estreita do Habeas Corpus, reavaliar os elementos de convicção, a fim de se redimensionar a sanção. O que está autorizado, segundo reiterada jurisprudência desta CORTE, é apenas o controle da legalidade dos critérios invocados, com a correção de eventuais arbitrariedades (HC 157.023/RJ, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 28/06/2018; HC 158.515/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 25/06/2018; RHC 156.515/BA, Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, DJe de 22/06/2018; HC 144.020 AgR/RJ, Rel. Min. EDSON FACHIN, Segunda Turma, DJe de 13/06/2018; RHC 140.751 AgR/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 13/06/2018 e HC 157.943/PR, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 12/06/2018). Do exame das instâncias ordinárias, soberanas na apreciação do conteúdo fático-probatório, depreende-se que o entendimento implementado, no sentido de não estarem presentes os elementos concretos justificadores da aplicação da atenuante inominada prevista no 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201298 AGR / SP art. 66 do Código Penal, foi devidamente fundamentado, dentro da margem de discricionariedade prevista em lei, de modo que esta via processual não se presta a justificar a valoração pretendida. Com efeito, não cabe a esta SUPREMA CORTE, em Habeas Corpus, proceder à revisão dos critérios de índole subjetiva invocados juízo processante para, mediante exame das circunstâncias fáticas que envolveram a causa, determinar a incidência da mencionada atenuante (cf. HC 145.562 AgR/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 21/05/2018; HC 152.118 AgR/GO, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 17/05/2018; HC 149.255 AgR/PE, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 08/05/2018; HC 149.954 AgR/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 06/02/2018; HC 105.022/DF, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 09/05/2011; HC 90.922/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, DJe de 18/12/2009). Em conclusão, não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Agravo Regimental. É o voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP art. 66 do Código Penal, foi devidamente fundamentado, dentro da margem de discricionariedade prevista em lei, de modo que esta via processual não se presta a justificar a valoração pretendida. Com efeito, não cabe a esta SUPREMA CORTE, em Habeas Corpus, proceder à revisão dos critérios de índole subjetiva invocados juízo processante para, mediante exame das circunstâncias fáticas que envolveram a causa, determinar a incidência da mencionada atenuante (cf. HC 145.562 AgR/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 21/05/2018; HC 152.118 AgR/GO, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 17/05/2018; HC 149.255 AgR/PE, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 08/05/2018; HC 149.954 AgR/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 06/02/2018; HC 105.022/DF, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 09/05/2011; HC 90.922/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, DJe de 18/12/2009). Em conclusão, não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Agravo Regimental. É o voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 404E-31A7-1995-7B47 e senha 7CA0-09F9-404F-E19D Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 404E-31A7-1995-7B47 e senha 7CA0-09F9-404F-E19D Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756050858
2021-05-31T00:00:00
2021-06-04T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NO HABEAS CORPUS
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. CRIMES DE FURTO. DOSIMETRIA. ATENUANTE PREVISTA NO ART. 66 DO CÓDIGO PENAL. INVIABILIDADE. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. 1. A dosimetria da pena está ligada ao mérito da ação penal, ao juízo que é realizado pelo magistrado sentenciante após a análise do acervo probatório amealhado ao longo da instrução criminal. Daí ser inviável, na via estreita do Habeas Corpus, reavaliar os elementos de convicção, a fim de se redimensionar a sanção. O que está autorizado, segundo reiterada jurisprudência desta CORTE, é apenas o controle da legalidade dos critérios invocados, com a correção de eventuais arbitrariedades, o que não se verifica na espécie. Precedentes. 2. Agravo Regimental a que se nega provimento.
sjur447849
- Acórdão(s) citado(s): (HC, REEXAME, FATO, PROVA) HC 144020 AgR (2ªT), RHC 140751 AgR (1ªT). (HC, APRECIAÇÃO, FUNDAMENTAÇÃO, CARÁTER SUBJETIVO, REEXAME, FATO, PROVA) HC 90922 (2ªT), HC 105022 (1ªT), HC 145562 AgR (1ªT), HC 149954 AgR (2ªT), HC 149255 AgR (2ªT), HC 152118 AgR (1ªT). - Decisões monocráticas citadas: (HC, REEXAME, FATO, PROVA) HC 157943, HC 158515, RHC 156515, HC 157023. Número de páginas: 12. Análise: 13/12/2021, ABO.
ALEXANDRE DE MORAES
Primeira Turma
201298
[ "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00066\n CP-1940 CÓDIGO PENAL" ]
HC-AgR
acordaos
HC 201298 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA
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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. CRIMES DE FURTO. DOSIMETRIA. ATENUANTE PREVISTA NO ART. 66 DO CÓDIGO PENAL. INVIABILIDADE. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. 1. A dosimetria da pena está ligada ao mérito da ação penal, ao juízo que é realizado pelo magistrado sentenciante após a análise do acervo probatório amealhado ao longo da instrução criminal. Daí ser inviável, na via estreita do Habeas Corpus, reavaliar os elementos de convicção, a fim de se redimensionar a sanção. O que está autorizado, segundo reiterada jurisprudência desta CORTE, é apenas o controle da legalidade dos critérios invocados, com a correção de eventuais arbitrariedades, o que não se verifica na espécie. Precedentes. 2. Agravo Regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por unanimidade, acordam em negar provimento ao Agravo Regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 31 de maio de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1EE9-941C-C0CB-2BC1 e senha 070C-61BD-39D0-CA7E Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Ementa e Acórdão HC 201298 AGR / SP Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1EE9-941C-C0CB-2BC1 e senha 070C-61BD-39D0-CA7E Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1EE9-941C-C0CB-2BC1 e senha 070C-61BD-39D0-CA7E Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto em face de decisão que indeferiu a ordem de Habeas Corpus impetrado contra acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, proferido no julgamento do Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial 1.809.203/SP, submetido à Relatoria do Ministro FELIX FISCHER. Colhe-se dos autos que o paciente foi condenado à pena de 2 (dois) anos, 4 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática de dois crimes de furto, um consumado e outro na forma tentada (art. 155, caput, e art. 155, caput, c/c art. 14, II, ambos do Código Penal). Colhe-se da sentença: EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS foi denunciado como incurso no artigo 155, caput, e na regra do artigo 155, caput c.c artigo 14, parágrafo único, inciso II, nos termos doa artigo 69, todos do Código Penal porque em 12 de junho de 2019, por volta das 13h40, na rua Visconde do Rio Branco, 489, centro, nesta cidade e comarca, tentou subtrair, para si, uma bicicleta da marca “WNY”, de cor laranja, avaliada em R$ 800, em detrimento da vítima Brendon Kaique Vitor, não se consumando o delito por circunstâncias alheias à sua vontade. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto em face de decisão que indeferiu a ordem de Habeas Corpus impetrado contra acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, proferido no julgamento do Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial 1.809.203/SP, submetido à Relatoria do Ministro FELIX FISCHER. Colhe-se dos autos que o paciente foi condenado à pena de 2 (dois) anos, 4 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática de dois crimes de furto, um consumado e outro na forma tentada (art. 155, caput, e art. 155, caput, c/c art. 14, II, ambos do Código Penal). Colhe-se da sentença: EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS foi denunciado como incurso no artigo 155, caput, e na regra do artigo 155, caput c.c artigo 14, parágrafo único, inciso II, nos termos doa artigo 69, todos do Código Penal porque em 12 de junho de 2019, por volta das 13h40, na rua Visconde do Rio Branco, 489, centro, nesta cidade e comarca, tentou subtrair, para si, uma bicicleta da marca “WNY”, de cor laranja, avaliada em R$ 800, em detrimento da vítima Brendon Kaique Vitor, não se consumando o delito por circunstâncias alheias à sua vontade. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Relatório HC 201298 AGR / SP Consta, ainda, que nas mesmas condições de tempo e local, o acusado subtraiu para si, uma jaqueta da marca “TR Urban”, de cor preta, avaliada em R$ 129,99, em detrimento do estabelecimento Lojas Caedu, representado por Erick Galvão de Aguiar. Narra a denúncia que o averiguado se dirigiu à loja Caedu, onde, aproveitando-se do excesso de movimento de clientes, por se tratar de dia dos namorados, subtraiu a referida jaqueta, sem que ninguém lhe observasse e se evadiu do local. Em seguida, o investigado se deslocou a Rua Visconde do Rio Branco, 489, centro, nesta cidade e comarca, local em que a vítima Bredon conversava com alguns amigos em via pública e estava com sua bicicleta estacionada próximo a ele. Aproveitando que o ofendido estava distraído, subiu na bicicleta e saiu em disparada conduzindo-a. Contudo, os amigos de Bredon, que se tratavam de motoboys, imediatamente passaram a perseguir o averiguado conduzindo suas motocicletas. Quando o indiciado estava próximo à farmácia Droga Raia, situada na Rua Dona Chiquinha de Mattos, os motoqueiros obtiveram êxito em detê-lo e telefonaram para a vítima ir até o local, visto que sua bicicleta havia sido recuperada. Nesse momento, populares passaram a agredir o averiguado, que adentrou à referida farmácia para se proteger, razão pela qual a Polícia Militar foi acionada pela representante do local, Paula. Com a chegada dos agentes públicos, a confusão foi contida. Em busca pessoal, foi localizado junto com o indiciado uma sacola preta contendo a jaqueta da loja Caedu. Assim, os milicianos se dirigiram ao aludido estabelecimento comercial, onde o representante da empresa, Erick, reconheceu a jaqueta como sendo de propriedade da loja. [...] Passo à dosimetria da pena. Na primeira fase, verifico que o increpado ostenta maus 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP Consta, ainda, que nas mesmas condições de tempo e local, o acusado subtraiu para si, uma jaqueta da marca “TR Urban”, de cor preta, avaliada em R$ 129,99, em detrimento do estabelecimento Lojas Caedu, representado por Erick Galvão de Aguiar. Narra a denúncia que o averiguado se dirigiu à loja Caedu, onde, aproveitando-se do excesso de movimento de clientes, por se tratar de dia dos namorados, subtraiu a referida jaqueta, sem que ninguém lhe observasse e se evadiu do local. Em seguida, o investigado se deslocou a Rua Visconde do Rio Branco, 489, centro, nesta cidade e comarca, local em que a vítima Bredon conversava com alguns amigos em via pública e estava com sua bicicleta estacionada próximo a ele. Aproveitando que o ofendido estava distraído, subiu na bicicleta e saiu em disparada conduzindo-a. Contudo, os amigos de Bredon, que se tratavam de motoboys, imediatamente passaram a perseguir o averiguado conduzindo suas motocicletas. Quando o indiciado estava próximo à farmácia Droga Raia, situada na Rua Dona Chiquinha de Mattos, os motoqueiros obtiveram êxito em detê-lo e telefonaram para a vítima ir até o local, visto que sua bicicleta havia sido recuperada. Nesse momento, populares passaram a agredir o averiguado, que adentrou à referida farmácia para se proteger, razão pela qual a Polícia Militar foi acionada pela representante do local, Paula. Com a chegada dos agentes públicos, a confusão foi contida. Em busca pessoal, foi localizado junto com o indiciado uma sacola preta contendo a jaqueta da loja Caedu. Assim, os milicianos se dirigiram ao aludido estabelecimento comercial, onde o representante da empresa, Erick, reconheceu a jaqueta como sendo de propriedade da loja. [...] Passo à dosimetria da pena. Na primeira fase, verifico que o increpado ostenta maus 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Relatório HC 201298 AGR / SP antecedentes, decorrentes das condenações criminais definitivas e inservíveis para fins de reincidência (proc. n 0001619- 26.2006.8.26.0625, 1... Vara Criminal de Taubaté; proc. n 7754- 54.2006.8.26.0625, 3... Vara Criminal de Taubaté; proc. n 9342- 96.2006.8.26.0625, 2... Vara Criminal de Taubaté; proc. n 0017153-10.2006.8.26.0625, 2... Vara Criminal de Taubaté; proc. n 0019194-47.2006.8.26.0625, 2... Vara Criminal de Taubaté), razão pela qual as penas-base serão elevadas em 5/6, para 01 (um) ano e 10 (dez) meses de reclusão e pagamento de 18 (dezoito) dias- multa cada. Na segunda fase, presente a agravante da reincidência (proc. n 0007975-63.2015.8.26.0482, 1... Vara Criminal de Presidente Prudente; e proc. n 0025598-77.2014.8.26.0482, 3... Vara Criminal de Presidente Prudente), o que enseja a majoração das penas em mais 1/3, alcançando 02 (dois) anos, 05 (cinco) meses e 10 (dez) dias de reclusão e pagamento de 24 (vinte e quatro) dias-multa. Presente também a atenuante da confissão espontânea, motivo pelo qual reduzo ambas as reprimendas em 1/6, para 02 (dois) anos e 13 (treze) dias de reclusão e pagamento de 20 (vinte) dias-multa. Inaplicável a pretendida atenuante inominada pretendida pela d. Defensoria, vez que não houve participação ou omissão relevante do Estado com relação às agressões sofridas pelo acusado, que se deram após sua perseguição e contenção por motoqueiros que presenciaram o segundo furto. Na terceira fase, diante da presença da tentativa com relação ao furto da bicicleta, e tendo em vista que o iter criminis foi totalmente percorrido, com inversão da posse do bem e saída do agente do local, somente não ocorrendo a consumação em razão de bem-sucedida perseguição por populares, reduzo a reprimenda deste delito em apenas 1/3, para 01 (um) ano, 04 (quatro) meses e 08 (oito) dias de reclusão e pagamento de 13 (treze) dias-multa. Por fim, em razão da continuidade delitiva, deve ser aplicada unicamente a pena do crime mais grave, aumentada 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP antecedentes, decorrentes das condenações criminais definitivas e inservíveis para fins de reincidência (proc. n 0001619- 26.2006.8.26.0625, 1... Vara Criminal de Taubaté; proc. n 7754- 54.2006.8.26.0625, 3... Vara Criminal de Taubaté; proc. n 9342- 96.2006.8.26.0625, 2... Vara Criminal de Taubaté; proc. n 0017153-10.2006.8.26.0625, 2... Vara Criminal de Taubaté; proc. n 0019194-47.2006.8.26.0625, 2... Vara Criminal de Taubaté), razão pela qual as penas-base serão elevadas em 5/6, para 01 (um) ano e 10 (dez) meses de reclusão e pagamento de 18 (dezoito) dias- multa cada. Na segunda fase, presente a agravante da reincidência (proc. n 0007975-63.2015.8.26.0482, 1... Vara Criminal de Presidente Prudente; e proc. n 0025598-77.2014.8.26.0482, 3... Vara Criminal de Presidente Prudente), o que enseja a majoração das penas em mais 1/3, alcançando 02 (dois) anos, 05 (cinco) meses e 10 (dez) dias de reclusão e pagamento de 24 (vinte e quatro) dias-multa. Presente também a atenuante da confissão espontânea, motivo pelo qual reduzo ambas as reprimendas em 1/6, para 02 (dois) anos e 13 (treze) dias de reclusão e pagamento de 20 (vinte) dias-multa. Inaplicável a pretendida atenuante inominada pretendida pela d. Defensoria, vez que não houve participação ou omissão relevante do Estado com relação às agressões sofridas pelo acusado, que se deram após sua perseguição e contenção por motoqueiros que presenciaram o segundo furto. Na terceira fase, diante da presença da tentativa com relação ao furto da bicicleta, e tendo em vista que o iter criminis foi totalmente percorrido, com inversão da posse do bem e saída do agente do local, somente não ocorrendo a consumação em razão de bem-sucedida perseguição por populares, reduzo a reprimenda deste delito em apenas 1/3, para 01 (um) ano, 04 (quatro) meses e 08 (oito) dias de reclusão e pagamento de 13 (treze) dias-multa. Por fim, em razão da continuidade delitiva, deve ser aplicada unicamente a pena do crime mais grave, aumentada 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Relatório HC 201298 AGR / SP de 1/6, haja vista terem sido duas as infrações cometidas. Assim, torno definitiva a pena de 02 (dois) anos, 04 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão e pagamento de 23 (vinte e três) dias-multa. Diante dos péssimos antecedentes e da reincidência do acusado, incabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, bem como, também em razão do montante de pena aplicado, a suspensão condicional da pena. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deu parcial provimento ao recurso de Apelação interposto pela defesa, readequando-se a pena imposta ao réu para 01 ano, 06 meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 15 dias-multa, mantendo-se, no mais, a r. sentença tal como lançada. Eis a ementa do acórdão (Doc. 7): Apelação - Furto Sentença condenatória - Materialidade e autoria delitivas comprovadas - Insurgência contra a dosimetria da pena - Redução do quantum imposto na primeira etapa – Possibilidade - Readequação da reprimenda - Imposição de regime inicial menos rigoroso – Inadmissibilidade - Recurso parcialmente provido. Buscando o redimensionamento da pena, a defesa interpôs Recurso Especial, inadmitido pelo Tribunal estadual (Doc. 8, fl. 28), mas alçado ao Superior Tribunal de Justiça por meio de Agravo, conhecido pelo Ministro Relator para negar provimento ao Recurso Especial (Doc. 11). Essa decisão foi mantida pelo colegiado no julgamento do subsequente Agravo Regimental. Eis a ementa do acórdão (Doc. 12): PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FURTO E TENTATIVA DE FURTO. DOSIMETRIA DA PENA. INCIDÊNCIA DA ATENUANTE PREVISTA NO ART. 66 DO Código Penal Brasileiro (ATENUANTE INOMINADA). IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE FATOR DE MENOR CULPABILIDADE DO AGENTE. FUNDAMENTAÇÃO 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP de 1/6, haja vista terem sido duas as infrações cometidas. Assim, torno definitiva a pena de 02 (dois) anos, 04 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão e pagamento de 23 (vinte e três) dias-multa. Diante dos péssimos antecedentes e da reincidência do acusado, incabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, bem como, também em razão do montante de pena aplicado, a suspensão condicional da pena. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deu parcial provimento ao recurso de Apelação interposto pela defesa, readequando-se a pena imposta ao réu para 01 ano, 06 meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 15 dias-multa, mantendo-se, no mais, a r. sentença tal como lançada. Eis a ementa do acórdão (Doc. 7): Apelação - Furto Sentença condenatória - Materialidade e autoria delitivas comprovadas - Insurgência contra a dosimetria da pena - Redução do quantum imposto na primeira etapa – Possibilidade - Readequação da reprimenda - Imposição de regime inicial menos rigoroso – Inadmissibilidade - Recurso parcialmente provido. Buscando o redimensionamento da pena, a defesa interpôs Recurso Especial, inadmitido pelo Tribunal estadual (Doc. 8, fl. 28), mas alçado ao Superior Tribunal de Justiça por meio de Agravo, conhecido pelo Ministro Relator para negar provimento ao Recurso Especial (Doc. 11). Essa decisão foi mantida pelo colegiado no julgamento do subsequente Agravo Regimental. Eis a ementa do acórdão (Doc. 12): PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FURTO E TENTATIVA DE FURTO. DOSIMETRIA DA PENA. INCIDÊNCIA DA ATENUANTE PREVISTA NO ART. 66 DO Código Penal Brasileiro (ATENUANTE INOMINADA). IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE FATOR DE MENOR CULPABILIDADE DO AGENTE. FUNDAMENTAÇÃO 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Relatório HC 201298 AGR / SP IDÔNEA DO ACÓRDÃO RECORRIDO. MANUTENÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. Somente pode ser reconhecida a existência da atenuante inominada quando houver uma circunstância, não prevista expressamente em lei, que permita ao Juiz verificar a ocorrência de um fato indicativo de uma menor culpabilidade do agente. Agravo regimental desprovido. Na petição inicial, a defesa sustentou que deve ser aplicada ao caso a atenuante inominada prevista no artigo 66 do Código Penal, tendo em vista a circunstância de o paciente ter sido agredido por populares após a prática dos crimes. Enfatizou que o espancamento do autor do fato, seja por populares ou agentes estatais, tem repercussão direta na suficiência da punição a ser aplicada, dialogando diretamente com o artigo 59 do Código Penal e representando quebra do sistema legal de monopólio estatal da violência e que deve ser valorada no momento da individualização da pena. Requereu, assim, a concessão da ordem, para reconhecer a incidência da atenuante inominada em razão circunstância relevante posterior ao crime e justificada pela agressão sofrida. Indeferi a ordem. Neste recurso, a defesa reforça os argumentos anteriormente expendidos, destacando que não há qualquer discussão fática a ser travada nesta impetração. Assim, requer seja concedida a ordem, nos termos do pedido inicial. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP IDÔNEA DO ACÓRDÃO RECORRIDO. MANUTENÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. Somente pode ser reconhecida a existência da atenuante inominada quando houver uma circunstância, não prevista expressamente em lei, que permita ao Juiz verificar a ocorrência de um fato indicativo de uma menor culpabilidade do agente. Agravo regimental desprovido. Na petição inicial, a defesa sustentou que deve ser aplicada ao caso a atenuante inominada prevista no artigo 66 do Código Penal, tendo em vista a circunstância de o paciente ter sido agredido por populares após a prática dos crimes. Enfatizou que o espancamento do autor do fato, seja por populares ou agentes estatais, tem repercussão direta na suficiência da punição a ser aplicada, dialogando diretamente com o artigo 59 do Código Penal e representando quebra do sistema legal de monopólio estatal da violência e que deve ser valorada no momento da individualização da pena. Requereu, assim, a concessão da ordem, para reconhecer a incidência da atenuante inominada em razão circunstância relevante posterior ao crime e justificada pela agressão sofrida. Indeferi a ordem. Neste recurso, a defesa reforça os argumentos anteriormente expendidos, destacando que não há qualquer discussão fática a ser travada nesta impetração. Assim, requer seja concedida a ordem, nos termos do pedido inicial. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4427-6F33-6B6F-5401 e senha D390-C8B8-A187-3A96 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão ora atacada não merece reparos, pois está em consonância com a jurisprudência desta CORTE. Sobre a alegação de impropriedade na dosimetria da pena imposta ao paciente, consta do ato impugnado: Neste agravo regimental, consigno que a parte agravante insurgiu quanto à alegada violação ao art. 66 do Código Penal Brasileiro, sustentando, em suma, que o agravante, após a prática dos delitos (um furto e uma tentativa de furto), sofreu agressão por parte de diversas pessoas, sendo esta uma circunstância relevante capaz de ensejar a incidência da atenuante inominada. Para a melhor compreensão da controvérsia, transcrevo trechos do v. acórdão recorrido, in verbis (fls. 245-247, grifei): “Consoante o apurado, o acusado se dirigiu à loja Caedu, onde, aproveitando-se do excesso de movimento de clientes, por se tratar de dia dos namorados, subtraiu a referida jaqueta, sem que ninguém lhe observasse e se evadiu do local. Em seguida, o acusado se deslocou a Rua Visconde do Rio Branco, n 489, local em que a vítima Brendon conversava com alguns amigos na via pública e estava com sua bicicleta estacionada próxima a ele. O acusado, aproveitando que o ofendido estava distraído, subiu na bicicleta e saiu em disparada conduzindo-a. Contudo, os amigos de Brendon, que se tratavam de motoboys, imediatamente passaram a perseguir o averiguado conduzindo suas motocicletas. Quando o acusado estava próximo à farmácia “Droga Raia”, situada na Rua Dona Chiquinha de Mattos, os Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Supremo Tribunal Federal 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão ora atacada não merece reparos, pois está em consonância com a jurisprudência desta CORTE. Sobre a alegação de impropriedade na dosimetria da pena imposta ao paciente, consta do ato impugnado: Neste agravo regimental, consigno que a parte agravante insurgiu quanto à alegada violação ao art. 66 do Código Penal Brasileiro, sustentando, em suma, que o agravante, após a prática dos delitos (um furto e uma tentativa de furto), sofreu agressão por parte de diversas pessoas, sendo esta uma circunstância relevante capaz de ensejar a incidência da atenuante inominada. Para a melhor compreensão da controvérsia, transcrevo trechos do v. acórdão recorrido, in verbis (fls. 245-247, grifei): “Consoante o apurado, o acusado se dirigiu à loja Caedu, onde, aproveitando-se do excesso de movimento de clientes, por se tratar de dia dos namorados, subtraiu a referida jaqueta, sem que ninguém lhe observasse e se evadiu do local. Em seguida, o acusado se deslocou a Rua Visconde do Rio Branco, n 489, local em que a vítima Brendon conversava com alguns amigos na via pública e estava com sua bicicleta estacionada próxima a ele. O acusado, aproveitando que o ofendido estava distraído, subiu na bicicleta e saiu em disparada conduzindo-a. Contudo, os amigos de Brendon, que se tratavam de motoboys, imediatamente passaram a perseguir o averiguado conduzindo suas motocicletas. Quando o acusado estava próximo à farmácia “Droga Raia”, situada na Rua Dona Chiquinha de Mattos, os Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201298 AGR / SP motoqueiros obtiveram êxito em detê-lo e telefonaram para a vítima ir até o local, visto que sua bicicleta havia sido recuperada. Nesse momento, populares passaram a agredir o acusado, que adentrou à referida farmácia para se proteger, razão pela qual a Polícia Militar foi acionada pela representante do local, Paula. Com a chegada dos agentes públicos, a confusão foi contida. Em busca pessoal, foi localizado junto com o acusado uma sacola preta contendo a jaqueta da loja Caedu. (...) Quanto ao pleito defensivo no sentido de que fosse reconhecida a atenuante inominada, como bem entendeu o magistrado, inaplicável, vez que não houve participação ou omissão relevante do Estado com relação às agressões sofridas pelo acusado, que se deram após sua perseguição e contenção por motoqueiros que presenciaram o segundo furto.” O art. 66 do Código Penal, que versa sobre a atenuante inominada, consigna que “a pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei”. Consoante jurisprudência desta Corte Superior, somente pode ser reconhecida a existência da atenuante inominada quando houver uma circunstância, não prevista expressamente em lei, que permita ao Juiz verificar a ocorrência de um fato indicativo de uma menor culpabilidade do agente. […] Confira-se, a propósito, os ensinamentos de Julio Fabbrini Mirabete, in verbis: "Pode ainda a pena ser atenuada por circunstância não prevista expressamente em lei. É atenuante facultativa, de conteúdo variável, que permite ao juiz considerar aspectos do fato que merecem atenção por indicarem uma culpabilidade menor do agente." (Código Penal Interpretado, 3... edição, São Paulo: Atlas, 2003, p. 458- grifei). 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP motoqueiros obtiveram êxito em detê-lo e telefonaram para a vítima ir até o local, visto que sua bicicleta havia sido recuperada. Nesse momento, populares passaram a agredir o acusado, que adentrou à referida farmácia para se proteger, razão pela qual a Polícia Militar foi acionada pela representante do local, Paula. Com a chegada dos agentes públicos, a confusão foi contida. Em busca pessoal, foi localizado junto com o acusado uma sacola preta contendo a jaqueta da loja Caedu. (...) Quanto ao pleito defensivo no sentido de que fosse reconhecida a atenuante inominada, como bem entendeu o magistrado, inaplicável, vez que não houve participação ou omissão relevante do Estado com relação às agressões sofridas pelo acusado, que se deram após sua perseguição e contenção por motoqueiros que presenciaram o segundo furto.” O art. 66 do Código Penal, que versa sobre a atenuante inominada, consigna que “a pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei”. Consoante jurisprudência desta Corte Superior, somente pode ser reconhecida a existência da atenuante inominada quando houver uma circunstância, não prevista expressamente em lei, que permita ao Juiz verificar a ocorrência de um fato indicativo de uma menor culpabilidade do agente. […] Confira-se, a propósito, os ensinamentos de Julio Fabbrini Mirabete, in verbis: "Pode ainda a pena ser atenuada por circunstância não prevista expressamente em lei. É atenuante facultativa, de conteúdo variável, que permite ao juiz considerar aspectos do fato que merecem atenção por indicarem uma culpabilidade menor do agente." (Código Penal Interpretado, 3... edição, São Paulo: Atlas, 2003, p. 458- grifei). 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201298 AGR / SP Na mesma linha de entendimento é o magistério doutrinário de Juarez Cirino dos Santos, ao asseverar que “as circunstâncias atenuantes não-expressas admitidas textualmente no art. 66, Código Penal Brasileiro, constituem outras características relevantes do fato, anteriores ou posteriores ao crime, não previstas legalmente mas capazes de influir no juízo de reprovação do autor pela realização do tipo de injusto” (Direito Penal, parte geral. Curitiba: Lumen Juris/ICPC, 2006, p. 586 – grifei). In casu, não deve ser aplicada a atenuante inominada (art. 66 do Código Penal Brasileiro), tendo em vista que a circunstância de o recorrente ter sido agredido por populares após a prática dos delitos (furto e tentativa de furto) não tem influência sobre o juízo de reprovabilidade sobre a conduta do autor, não constituindo, assim, fator indicativo de uma menor culpabilidade do agente. Nesse sentido, decisão monocrática no AREsp n. 1.205.160/AL, relatoria do Ministro Jorge Mussi, DJe de 08/02/2018. A dosimetria da pena está ligada ao mérito da ação penal, ao juízo que é realizado pelo Magistrado sentenciante após a análise do acervo probatório amealhado ao longo da instrução criminal. Daí ser inviável, na via estreita do Habeas Corpus, reavaliar os elementos de convicção, a fim de se redimensionar a sanção. O que está autorizado, segundo reiterada jurisprudência desta CORTE, é apenas o controle da legalidade dos critérios invocados, com a correção de eventuais arbitrariedades (HC 157.023/RJ, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 28/06/2018; HC 158.515/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 25/06/2018; RHC 156.515/BA, Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, DJe de 22/06/2018; HC 144.020 AgR/RJ, Rel. Min. EDSON FACHIN, Segunda Turma, DJe de 13/06/2018; RHC 140.751 AgR/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 13/06/2018 e HC 157.943/PR, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 12/06/2018). Do exame das instâncias ordinárias, soberanas na apreciação do conteúdo fático-probatório, depreende-se que o entendimento implementado, no sentido de não estarem presentes os elementos concretos justificadores da aplicação da atenuante inominada prevista no 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP Na mesma linha de entendimento é o magistério doutrinário de Juarez Cirino dos Santos, ao asseverar que “as circunstâncias atenuantes não-expressas admitidas textualmente no art. 66, Código Penal Brasileiro, constituem outras características relevantes do fato, anteriores ou posteriores ao crime, não previstas legalmente mas capazes de influir no juízo de reprovação do autor pela realização do tipo de injusto” (Direito Penal, parte geral. Curitiba: Lumen Juris/ICPC, 2006, p. 586 – grifei). In casu, não deve ser aplicada a atenuante inominada (art. 66 do Código Penal Brasileiro), tendo em vista que a circunstância de o recorrente ter sido agredido por populares após a prática dos delitos (furto e tentativa de furto) não tem influência sobre o juízo de reprovabilidade sobre a conduta do autor, não constituindo, assim, fator indicativo de uma menor culpabilidade do agente. Nesse sentido, decisão monocrática no AREsp n. 1.205.160/AL, relatoria do Ministro Jorge Mussi, DJe de 08/02/2018. A dosimetria da pena está ligada ao mérito da ação penal, ao juízo que é realizado pelo Magistrado sentenciante após a análise do acervo probatório amealhado ao longo da instrução criminal. Daí ser inviável, na via estreita do Habeas Corpus, reavaliar os elementos de convicção, a fim de se redimensionar a sanção. O que está autorizado, segundo reiterada jurisprudência desta CORTE, é apenas o controle da legalidade dos critérios invocados, com a correção de eventuais arbitrariedades (HC 157.023/RJ, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 28/06/2018; HC 158.515/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 25/06/2018; RHC 156.515/BA, Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, DJe de 22/06/2018; HC 144.020 AgR/RJ, Rel. Min. EDSON FACHIN, Segunda Turma, DJe de 13/06/2018; RHC 140.751 AgR/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 13/06/2018 e HC 157.943/PR, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 12/06/2018). Do exame das instâncias ordinárias, soberanas na apreciação do conteúdo fático-probatório, depreende-se que o entendimento implementado, no sentido de não estarem presentes os elementos concretos justificadores da aplicação da atenuante inominada prevista no 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201298 AGR / SP art. 66 do Código Penal, foi devidamente fundamentado, dentro da margem de discricionariedade prevista em lei, de modo que esta via processual não se presta a justificar a valoração pretendida. Com efeito, não cabe a esta SUPREMA CORTE, em Habeas Corpus, proceder à revisão dos critérios de índole subjetiva invocados juízo processante para, mediante exame das circunstâncias fáticas que envolveram a causa, determinar a incidência da mencionada atenuante (cf. HC 145.562 AgR/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 21/05/2018; HC 152.118 AgR/GO, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 17/05/2018; HC 149.255 AgR/PE, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 08/05/2018; HC 149.954 AgR/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 06/02/2018; HC 105.022/DF, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 09/05/2011; HC 90.922/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, DJe de 18/12/2009). Em conclusão, não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Agravo Regimental. É o voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Supremo Tribunal Federal HC 201298 AGR / SP art. 66 do Código Penal, foi devidamente fundamentado, dentro da margem de discricionariedade prevista em lei, de modo que esta via processual não se presta a justificar a valoração pretendida. Com efeito, não cabe a esta SUPREMA CORTE, em Habeas Corpus, proceder à revisão dos critérios de índole subjetiva invocados juízo processante para, mediante exame das circunstâncias fáticas que envolveram a causa, determinar a incidência da mencionada atenuante (cf. HC 145.562 AgR/MG, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 21/05/2018; HC 152.118 AgR/GO, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 17/05/2018; HC 149.255 AgR/PE, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 08/05/2018; HC 149.954 AgR/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 06/02/2018; HC 105.022/DF, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 09/05/2011; HC 90.922/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, DJe de 18/12/2009). Em conclusão, não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Agravo Regimental. É o voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 623E-CAAC-4D58-6E2C e senha 4946-D9F8-202F-BA1D Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 31/05/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 404E-31A7-1995-7B47 e senha 7CA0-09F9-404F-E19D Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.298 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 404E-31A7-1995-7B47 e senha 7CA0-09F9-404F-E19D Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 201 . 298", "HC 201298 AGR / SP", "HC 201298 AGR / SP", "HABEAS CORPUS 201 . 298", "Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial 1 . 809 . 203 / SP", "HC 201298 AGR / SP", "HC 201298 AGR / SP", "HC 201298 AGR / SP", "proc", ". n 0001619 - 26 . 2006 . 8 . 26 .", "proc", ". n 7754 - 54 . 2006 . 8 . 26 . 0625", "proc", ". n 9342 - 96 . 2006 . 8 . 26 . 0625", "proc . n 0017153 - 10 . 2006 . 8 . 26 .", "proc", ". n 0019194 - 47 . 2006 . 8 . 26 . 0625", "proc", ". n 0007975 - 63 . 2015 . 8 . 26 .", "proc", ". n 0025598 - 77 . 2014 . 8 . 26 . 0482", "HC 201298 AGR / SP", "proc", ". n 0001619 - 26 . 2006 . 8 . 26 . 0625", "proc", ". n 7754 - 54 . 2006 . 8 . 26 . 0625", "proc", ". n 9342 - 96 . 2006 . 8 . 26", "proc", ". n 0019194 - 47 . 2006 . 8 . 26 . 0625", "proc", ". n 0007975 - 63 . 2015 . 8 . 26 . 0482", "proc", ". n 0025598 - 77 . 2014 . 8 . 26 . 0482", "HC 201298 AGR / SP", "HC 201298 AGR / SP", "HC 201298 AGR / SP", "HC 201298 AGR / SP", "HABEAS 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Criminal de Presidente Prudente", "Vara Criminal de Presidente Prudente", "Supremo Tribunal Federal", "Vara Criminal de Taubaté", "Vara Criminal de Taubaté", "Vara Criminal de Taubaté", "Vara Criminal de Taubaté", "Vara Criminal de Taubaté", "Vara Criminal de Presidente Prudente", "Vara Criminal de Presidente Prudente", "Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Caedu", "Droga Raia", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Caedu", "farmácia “ Droga Raia ”", "Caedu", "Atlas", "Supremo Tribunal Federal", "Caedu", "Atlas", "Lumen Juris", "/", "ICPC", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Lumen Juris", "/", "ICPC", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA", "Primeira Turma", "Primeira" ], "PESSOA": [ "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIX FISCHER", "EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS", "Brendon Kaique Vitor", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIX FISCHER", "EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS", "Brendon Kaique Vitor", "Erick Galvão de Aguiar", "Bredon", "Bredon", "Paula", "Erick", "Erick Galvão de Aguiar", "Bredon", "Bredon", "Paula", "Erick", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "Brendon", "Brendon", "ALEXANDRE DE MORAES", "Brendon", "Brendon", "ALEXANDRE DE MORAES", "Paula", "Julio Fabbrini Mirabete", "Paula", "Julio Fabbrini Mirabete", "ALEXANDRE DE MORAES", "Juarez Cirino dos Santos", "Jorge Mussi", "RICARDO LEWANDOWSKI", "LUIZ FUX", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON FACHIN", "ROBERTO BARROSO", "GILMAR MENDES", "Juarez Cirino dos Santos", "Jorge Mussi", "RICARDO LEWANDOWSKI", "LUIZ FUX", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON FACHIN", "ROBERTO BARROSO", "GILMAR MENDES", "ALEXANDRE DE MORAES", "ROBERTO BARROSO", "LUIZ FUX", "RICARDO LEWANDOWSKI", "DIAS TOFFOLI", "CÁRMEN LÚCIA", "CEZAR PELUSO", "ROBERTO BARROSO", "LUIZ FUX", "RICARDO LEWANDOWSKI", "DIAS TOFFOLI", "CÁRMEN LÚCIA", "CEZAR PELUSO", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON THIAGO VILELA DOS SANTOS", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "31 de maio de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "12 de junho de 2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "12 de junho de 2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "2003", "24", "/", "08", "/", "2001", "2003", "24", "/", "08", "/", "2001", "2006", "08", "/", "02", "/", "2018", "28", "/", "06", "/", "2018", "25", "/", "06", "/", "2018", "22", "/", "06", "/", "2018", "13", "/", "06", "/", "2018", "13", "/", "06", "/", "2018", "12", "/", "06", "/", "2018", "24", "/", "08", "/", "2001", 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Ementa e Acórdão 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA REVISÃO CRIMINAL 5.473 SÃO PAULO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GILBERTO CARDOSO LINS ADV.(A/S) :CLAUDIO DA SILVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA AGRAVO REGIMENTAL EM REVISÃO CRIMINAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CPP, ART. 621. RISTF, ART. 263. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A revisão criminal tem cabimento em hipóteses excepcionais previstas na legislação processual penal, não se prestando a desconstituir decisão que determina levantamento do sigilo que recaía sobre a tramitação de habeas corpus. 2. Razões recursais insuficientes a modificar conclusão sobre a inadequação da via eleita. 3. Agravo regimental conhecido e não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em negar provimento ao agravo, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual do Pleno de 21 a 28 de maio de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 1º de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7578-0615-6536-C7A1 e senha E457-1C5C-099E-60D3 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 2 Extrato de Ata - 31/05/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA REVISÃO CRIMINAL 5.473 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : GILBERTO CARDOSO LINS ADV.(A/S) : CLAUDIO DA SILVA (104699/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF31-8F33-B7A7-3EEC e senha 6464-5129-1984-6BD0 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA REVISÃO CRIMINAL 5.473 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : GILBERTO CARDOSO LINS ADV.(A/S) : CLAUDIO DA SILVA (104699/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF31-8F33-B7A7-3EEC e senha 6464-5129-1984-6BD0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 2
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756162842
2021-05-31T00:00:00
2021-06-16T00:00:00
O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021.
AG.REG. NA REVISÃO CRIMINAL
EMENTA AGRAVO REGIMENTAL EM REVISÃO CRIMINAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CPP, ART. 621. RISTF, ART. 263. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A revisão criminal tem cabimento em hipóteses excepcionais previstas na legislação processual penal, não se prestando a desconstituir decisão que determina levantamento do sigilo que recaía sobre a tramitação de habeas corpus. 2. Razões recursais insuficientes a modificar conclusão sobre a inadequação da via eleita. 3. Agravo regimental conhecido e não provido.
sjur448624
Número de páginas: 2. Análise: 31/08/2021, BMP.
ROSA WEBER
Tribunal Pleno
5473
[ "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00621\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\n\n", "LEG-FED RGI ANO-1980\n ART-00263\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL" ]
RvC-AgR
acordaos
RvC 5473 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : GILBERTO CARDOSO LINS ADV.(A/S) : CLAUDIO DA SILVA AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 31/05/2021 PLENÁRIO AG.REG. NA REVISÃO CRIMINAL 5.473 SÃO PAULO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) :GILBERTO CARDOSO LINS ADV.(A/S) :CLAUDIO DA SILVA AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA AGRAVO REGIMENTAL EM REVISÃO CRIMINAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CPP, ART. 621. RISTF, ART. 263. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A revisão criminal tem cabimento em hipóteses excepcionais previstas na legislação processual penal, não se prestando a desconstituir decisão que determina levantamento do sigilo que recaía sobre a tramitação de habeas corpus. 2. Razões recursais insuficientes a modificar conclusão sobre a inadequação da via eleita. 3. Agravo regimental conhecido e não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em negar provimento ao agravo, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual do Pleno de 21 a 28 de maio de 2021, na conformidade da ata do julgamento. Brasília, 1... de junho de 2021. Ministra Rosa Weber Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7578-0615-6536-C7A1 e senha E457-1C5C-099E-60D3 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 2 Extrato de Ata - 31/05/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA REVISÃO CRIMINAL 5.473 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : GILBERTO CARDOSO LINS ADV.(A/S) : CLAUDIO DA SILVA (104699/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF31-8F33-B7A7-3EEC e senha 6464-5129-1984-6BD0 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NA REVISÃO CRIMINAL 5.473 PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. ROSA WEBER AGTE.(S) : GILBERTO CARDOSO LINS ADV.(A/S) : CLAUDIO DA SILVA (104699/SP) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Plenário, Sessão Virtual de 21.5.2021 a 28.5.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DF31-8F33-B7A7-3EEC e senha 6464-5129-1984-6BD0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 2
{ "JURISPRUDENCIA": null, "LEGISLACAO": [ "CPP , ART . 621 . RISTF , ART . 263", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "Brasília", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "PLENÁRIO", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Plenário", "Plenário" ], "PESSOA": [ "ROSA WEBER", "GILBERTO CARDOSO LINS", "CLAUDIO DA SILVA", "Rosa Weber", "ROSA WEBER", "GILBERTO CARDOSO LINS", "CLAUDIO DA SILVA", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza", "ROSA WEBER", "GILBERTO CARDOSO LINS", "CLAUDIO DA SILVA", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "31", "/", "05", "/", "2021", "21", "28 de maio de 2021", "1 . . . de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "05", "/", "2021", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "21", ".", "5", ".", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS CONTRA INDEFERIMENTO MONOCRÁTICO DE PEDIDO DE LIMINAR. APLICAÇÃO DA SÚMULA 691/STF. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INEXISTÊNCIA DE FLAGRANTE ILEGALIDADE. 1. Não cabe ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL conhecer de Habeas Corpus impetrado contra decisão proferida por relator que indefere o pedido de liminar em Habeas Corpus requerido a tribunal superior, sob pena de indevida supressão de instância (Súmula 691). 2. Inexistência de teratologia ou caso excepcional que caracterizem flagrante constrangimento ilegal. 3. Habeas Corpus não conhecido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em não conhecer do Habeas Corpus, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros MARCO AURÉLIO, Relator, e DIAS TOFFOLI. Brasília, 8 de junho de 2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 15C2-8C91-FC84-C94B e senha DF55-1A32-3313-1558 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão HC 200441 / MG Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 15C2-8C91-FC84-C94B e senha DF55-1A32-3313-1558 Supremo Tribunal Federal HC 200441 / MG Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 15C2-8C91-FC84-C94B e senha DF55-1A32-3313-1558 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Primeira Vara da Comarca de Araçuaí/MG, no processo nº 0490369-55.2008.8.13.0034, determinou, em 10 de outubro de 2018, a prisão preventiva do paciente, ante o crime do artigo 121, § 2º, incisos II e IV (homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificulte a defesa da vítima), do Código Penal. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator, no habeas corpus nº 654.996/MG, não acolheu o pedido de implemento de medida acauteladora. Os impetrantes sustentam configurada nulidade considerada a falta de publicação, pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerias, do calendário de julgamentos no qual inserida a apreciação do habeas corpus nº 1.0000.21.013068-8/000. Destacam o interesse da defesa em realizar sustentação oral. Requerem, no campo precário e efêmero, o reconhecimento da nulidade. No mérito, buscam a confirmação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 25C3-FA47-ACE9-A5C7 e senha A183-C00B-7F13-93F3 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Primeira Vara da Comarca de Araçuaí/MG, no processo nº 0490369-55.2008.8.13.0034, determinou, em 10 de outubro de 2018, a prisão preventiva do paciente, ante o crime do artigo 121, § 2º, incisos II e IV (homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificulte a defesa da vítima), do Código Penal. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator, no habeas corpus nº 654.996/MG, não acolheu o pedido de implemento de medida acauteladora. Os impetrantes sustentam configurada nulidade considerada a falta de publicação, pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerias, do calendário de julgamentos no qual inserida a apreciação do habeas corpus nº 1.0000.21.013068-8/000. Destacam o interesse da defesa em realizar sustentação oral. Requerem, no campo precário e efêmero, o reconhecimento da nulidade. No mérito, buscam a confirmação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 25C3-FA47-ACE9-A5C7 e senha A183-C00B-7F13-93F3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Relatório HC 200441 / MG da providência, com a determinação de publicação da pauta para novo julgamento. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem. Consulta, em 12 de maio de 2021, ao sítio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais revelou haver a Quinta Câmara Criminal, em 2 de março de 2021, apreciado a impetração, tendo indeferido a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 25C3-FA47-ACE9-A5C7 e senha A183-C00B-7F13-93F3 Supremo Tribunal Federal HC 200441 / MG da providência, com a determinação de publicação da pauta para novo julgamento. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem. Consulta, em 12 de maio de 2021, ao sítio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais revelou haver a Quinta Câmara Criminal, em 2 de março de 2021, apreciado a impetração, tendo indeferido a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 25C3-FA47-ACE9-A5C7 e senha A183-C00B-7F13-93F3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): HABEAS CORPUS – JULGAMENTO. Ausente prévio conhecimento da data de julgamento de habeas corpus em Órgão Colegiado, tem-se inviabilizado o exercício de faculdades inerentes à defesa. Tenho como inviável negar-se aos impetrantes, profissionais da advocacia, ciência do dia em que o Relator trará à bancada o processo. A parte não há de ser surpreendida. A não colocação do processo em pauta, visando-se, com isso, a celeridade, longe fica de viabilizar a análise sem ciência da data. Por isso, tão logo cheguei ao Supremo, passei a determinar ao Gabinete que informe ao impetrante a data provável do julgamento. Não houve anterior conhecimento do dia em que se daria o exame, impossibilitando o exercício de faculdades inerentes à defesa, como a entrega de memoriais e a realização de sustentação oral. Defiro a ordem, declarando a nulidade do acórdão referente ao habeas corpus nº 1.0000.21.013068-8/000, da Quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, determinando novo julgamento, observada prévia ciência, aos impetrantes, da data. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FEA-69D1-FF45-314C e senha CA09-A12E-7D09-C429 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): HABEAS CORPUS – JULGAMENTO. Ausente prévio conhecimento da data de julgamento de habeas corpus em Órgão Colegiado, tem-se inviabilizado o exercício de faculdades inerentes à defesa. Tenho como inviável negar-se aos impetrantes, profissionais da advocacia, ciência do dia em que o Relator trará à bancada o processo. A parte não há de ser surpreendida. A não colocação do processo em pauta, visando-se, com isso, a celeridade, longe fica de viabilizar a análise sem ciência da data. Por isso, tão logo cheguei ao Supremo, passei a determinar ao Gabinete que informe ao impetrante a data provável do julgamento. Não houve anterior conhecimento do dia em que se daria o exame, impossibilitando o exercício de faculdades inerentes à defesa, como a entrega de memoriais e a realização de sustentação oral. Defiro a ordem, declarando a nulidade do acórdão referente ao habeas corpus nº 1.0000.21.013068-8/000, da Quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, determinando novo julgamento, observada prévia ciência, aos impetrantes, da data. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FEA-69D1-FF45-314C e senha CA09-A12E-7D09-C429 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, peço vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO. No presente caso, incide óbice ao conhecimento da ordem impetrada, uma vez que, nos termos da Súmula 691 /STF, não cabe ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL conhecer de Habeas Corpus voltado contra decisão proferida por relator que indefere o pedido de liminar em impetração requerida a tribunal superior, sob pena de indevida supressão de instância. O rigor na aplicação desse enunciado tem sido abrandado por julgados desta CORTE somente em caso de manifesto constrangimento ilegal, prontamente identificável (HC 138.946, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 25/4/2018; HC 128.740, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 24/10/2016; HC 138.945-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 7/3/2017). No particular, não se constata hipótese de flagrante ilegalidade apta a justificar a intervenção antecipada desta SUPREMA CORTE. Diante do exposto, NÃO CONHEÇO DO HABEAS CORPUS. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3F1D-F473-B593-FD3B e senha F231-B2DF-DA6B-90FD Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, peço vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO. No presente caso, incide óbice ao conhecimento da ordem impetrada, uma vez que, nos termos da Súmula 691 /STF, não cabe ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL conhecer de Habeas Corpus voltado contra decisão proferida por relator que indefere o pedido de liminar em impetração requerida a tribunal superior, sob pena de indevida supressão de instância. O rigor na aplicação desse enunciado tem sido abrandado por julgados desta CORTE somente em caso de manifesto constrangimento ilegal, prontamente identificável (HC 138.946, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 25/4/2018; HC 128.740, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 24/10/2016; HC 138.945-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 7/3/2017). No particular, não se constata hipótese de flagrante ilegalidade apta a justificar a intervenção antecipada desta SUPREMA CORTE. Diante do exposto, NÃO CONHEÇO DO HABEAS CORPUS. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3F1D-F473-B593-FD3B e senha F231-B2DF-DA6B-90FD Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Acompanho o Relator, mas ressalvo meu entendimento quanto ao não cabimento do presente habeas corpus, porque não houve exaurimento da jurisdição (HC nº 121.028, Rel. Min. Marco Aurélio, red. do ac. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 7/4/17 e HC nº 187.482- AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 1º/9/20). Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4C3F-D576-6062-5FEF e senha 22BB-5ED2-8B46-B839 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC Nº 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Acompanho o Relator, mas ressalvo meu entendimento quanto ao não cabimento do presente habeas corpus, porque não houve exaurimento da jurisdição (HC nº 121.028, Rel. Min. Marco Aurélio, red. do ac. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 7/4/17 e HC nº 187.482- AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 1º/9/20). Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4C3F-D576-6062-5FEF e senha 22BB-5ED2-8B46-B839 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 200.441 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) : THIAGO RODRIGUES DE FARIA (142612/MG) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, não conheceu do Habeas Corpus, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, que admitia a impetração e deferia a ordem, e Dias Toffoli, que o acompanhava com ressalvas. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F7BF-4923-61A6-FFDA e senha 05D8-A144-E723-7F4C Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 200.441 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) : THIAGO RODRIGUES DE FARIA (142612/MG) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, não conheceu do Habeas Corpus, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, que admitia a impetração e deferia a ordem, e Dias Toffoli, que o acompanhava com ressalvas. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F7BF-4923-61A6-FFDA e senha 05D8-A144-E723-7F4C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756641897
2021-06-08T00:00:00
2021-08-04T00:00:00
A Turma, por maioria, não conheceu do Habeas Corpus, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, que admitia a impetração e deferia a ordem, e Dias Toffoli, que o acompanhava com ressalvas. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
HABEAS CORPUS
Ementa: HABEAS CORPUS CONTRA INDEFERIMENTO MONOCRÁTICO DE PEDIDO DE LIMINAR. APLICAÇÃO DA SÚMULA 691/STF. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INEXISTÊNCIA DE FLAGRANTE ILEGALIDADE. 1. Não cabe ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL conhecer de Habeas Corpus impetrado contra decisão proferida por relator que indefere o pedido de liminar em Habeas Corpus requerido a tribunal superior, sob pena de indevida supressão de instância (Súmula 691). 2. Inexistência de teratologia ou caso excepcional que caracterizem flagrante constrangimento ilegal. 3. Habeas Corpus não conhecido.
sjur450385
- Acórdão(s) citado(s): (SUPERAÇÃO, SÚMULA 691/STF, FLAGRANTE CONSTRANGIMENTO ILEGAL) HC 128740 (1ªT), HC 138946 (1ªT), HC 138945 AgR (2ªT). (HC, SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA) HC 121028 (1ªT), HC 187482 AgR (2ªT). Número de páginas: 8. Análise: 28/01/2022, ABO.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
200441
[ "LEG-FED SUMSTF-000691\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
HC
acordaos
HC 200441
[ "" ]
PACTE.(S) : HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) : THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS CONTRA INDEFERIMENTO MONOCRÁTICO DE PEDIDO DE LIMINAR. APLICAÇÃO DA SÚMULA 691/Supremo Tribunal Federal. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INEXISTÊNCIA DE FLAGRANTE ILEGALIDADE. 1. Não cabe ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL conhecer de Habeas Corpus impetrado contra decisão proferida por relator que indefere o pedido de liminar em Habeas Corpus requerido a tribunal superior, sob pena de indevida supressão de instância (Súmula 691). 2. Inexistência de teratologia ou caso excepcional que caracterizem flagrante constrangimento ilegal. 3. Habeas Corpus não conhecido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em não conhecer do Habeas Corpus, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros MARCO AURÉLIO, Relator, e DIAS TOFFOLI. Brasília, 8 de junho de 2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 15C2-8C91-FC84-C94B e senha DF55-1A32-3313-1558 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão HC 200441 / MG Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 15C2-8C91-FC84-C94B e senha DF55-1A32-3313-1558 Supremo Tribunal Federal HC 200441 / MG Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 15C2-8C91-FC84-C94B e senha DF55-1A32-3313-1558 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Primeira Vara da Comarca de Araçuaí/MG, no processo n 0490369-55.2008.8.13.0034, determinou, em 10 de outubro de 2018, a prisão preventiva do paciente, ante o crime do artigo 121, § 2..., incisos II e IV (homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificulte a defesa da vítima), do Código Penal. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator, no habeas corpus n 654.996/MG, não acolheu o pedido de implemento de medida acauteladora. Os impetrantes sustentam configurada nulidade considerada a falta de publicação, pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerias, do calendário de julgamentos no qual inserida a apreciação do habeas corpus n 1.0000.21.013068-8/000. Destacam o interesse da defesa em realizar sustentação oral. Requerem, no campo precário e efêmero, o reconhecimento da nulidade. No mérito, buscam a confirmação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 25C3-FA47-ACE9-A5C7 e senha A183-C00B-7F13-93F3 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina assim revelou os contornos da impetração: O Juízo da Primeira Vara da Comarca de Araçuaí/MG, no processo n 0490369-55.2008.8.13.0034, determinou, em 10 de outubro de 2018, a prisão preventiva do paciente, ante o crime do artigo 121, § 2..., incisos II e IV (homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificulte a defesa da vítima), do Código Penal. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator, no habeas corpus n 654.996/MG, não acolheu o pedido de implemento de medida acauteladora. Os impetrantes sustentam configurada nulidade considerada a falta de publicação, pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerias, do calendário de julgamentos no qual inserida a apreciação do habeas corpus n 1.0000.21.013068-8/000. Destacam o interesse da defesa em realizar sustentação oral. Requerem, no campo precário e efêmero, o reconhecimento da nulidade. No mérito, buscam a confirmação Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 25C3-FA47-ACE9-A5C7 e senha A183-C00B-7F13-93F3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Relatório HC 200441 / MG da providência, com a determinação de publicação da pauta para novo julgamento. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem. Consulta, em 12 de maio de 2021, ao sítio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais revelou haver a Quinta Câmara Criminal, em 2 de março de 2021, apreciado a impetração, tendo indeferido a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 25C3-FA47-ACE9-A5C7 e senha A183-C00B-7F13-93F3 Supremo Tribunal Federal HC 200441 / MG da providência, com a determinação de publicação da pauta para novo julgamento. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo indeferimento da ordem. Consulta, em 12 de maio de 2021, ao sítio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais revelou haver a Quinta Câmara Criminal, em 2 de março de 2021, apreciado a impetração, tendo indeferido a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 25C3-FA47-ACE9-A5C7 e senha A183-C00B-7F13-93F3 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): HABEAS CORPUS – JULGAMENTO. Ausente prévio conhecimento da data de julgamento de habeas corpus em Órgão Colegiado, tem-se inviabilizado o exercício de faculdades inerentes à defesa. Tenho como inviável negar-se aos impetrantes, profissionais da advocacia, ciência do dia em que o Relator trará à bancada o processo. A parte não há de ser surpreendida. A não colocação do processo em pauta, visando-se, com isso, a celeridade, longe fica de viabilizar a análise sem ciência da data. Por isso, tão logo cheguei ao Supremo, passei a determinar ao Gabinete que informe ao impetrante a data provável do julgamento. Não houve anterior conhecimento do dia em que se daria o exame, impossibilitando o exercício de faculdades inerentes à defesa, como a entrega de memoriais e a realização de sustentação oral. Defiro a ordem, declarando a nulidade do acórdão referente ao habeas corpus n 1.0000.21.013068-8/000, da Quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, determinando novo julgamento, observada prévia ciência, aos impetrantes, da data. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FEA-69D1-FF45-314C e senha CA09-A12E-7D09-C429 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): HABEAS CORPUS – JULGAMENTO. Ausente prévio conhecimento da data de julgamento de habeas corpus em Órgão Colegiado, tem-se inviabilizado o exercício de faculdades inerentes à defesa. Tenho como inviável negar-se aos impetrantes, profissionais da advocacia, ciência do dia em que o Relator trará à bancada o processo. A parte não há de ser surpreendida. A não colocação do processo em pauta, visando-se, com isso, a celeridade, longe fica de viabilizar a análise sem ciência da data. Por isso, tão logo cheguei ao Supremo, passei a determinar ao Gabinete que informe ao impetrante a data provável do julgamento. Não houve anterior conhecimento do dia em que se daria o exame, impossibilitando o exercício de faculdades inerentes à defesa, como a entrega de memoriais e a realização de sustentação oral. Defiro a ordem, declarando a nulidade do acórdão referente ao habeas corpus n 1.0000.21.013068-8/000, da Quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, determinando novo julgamento, observada prévia ciência, aos impetrantes, da data. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0FEA-69D1-FF45-314C e senha CA09-A12E-7D09-C429 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, peço vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO. No presente caso, incide óbice ao conhecimento da ordem impetrada, uma vez que, nos termos da Súmula 691 /Supremo Tribunal Federal, não cabe ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL conhecer de Habeas Corpus voltado contra decisão proferida por relator que indefere o pedido de liminar em impetração requerida a tribunal superior, sob pena de indevida supressão de instância. O rigor na aplicação desse enunciado tem sido abrandado por julgados desta CORTE somente em caso de manifesto constrangimento ilegal, prontamente identificável (HC 138.946, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 25/4/2018; HC 128.740, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 24/10/2016; HC 138.945-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 7/3/2017). No particular, não se constata hipótese de flagrante ilegalidade apta a justificar a intervenção antecipada desta SUPREMA CORTE. Diante do exposto, NÃO CONHEÇO DO HABEAS CORPUS. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3F1D-F473-B593-FD3B e senha F231-B2DF-DA6B-90FD Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, peço vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO. No presente caso, incide óbice ao conhecimento da ordem impetrada, uma vez que, nos termos da Súmula 691 /Supremo Tribunal Federal, não cabe ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL conhecer de Habeas Corpus voltado contra decisão proferida por relator que indefere o pedido de liminar em impetração requerida a tribunal superior, sob pena de indevida supressão de instância. O rigor na aplicação desse enunciado tem sido abrandado por julgados desta CORTE somente em caso de manifesto constrangimento ilegal, prontamente identificável (HC 138.946, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 25/4/2018; HC 128.740, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 24/10/2016; HC 138.945-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 7/3/2017). No particular, não se constata hipótese de flagrante ilegalidade apta a justificar a intervenção antecipada desta SUPREMA CORTE. Diante do exposto, NÃO CONHEÇO DO HABEAS CORPUS. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3F1D-F473-B593-FD3B e senha F231-B2DF-DA6B-90FD Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Acompanho o Relator, mas ressalvo meu entendimento quanto ao não cabimento do presente habeas corpus, porque não houve exaurimento da jurisdição (HC n 121.028, Rel. Min. Marco Aurélio, red. do ac. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 7/4/17 e HC n 187.482- AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 1.../9/20). Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4C3F-D576-6062-5FEF e senha 22BB-5ED2-8B46-B839 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 200.441 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) :HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) :THIAGO RODRIGUES DE FARIA E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) :RELATOR DO HC n 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Acompanho o Relator, mas ressalvo meu entendimento quanto ao não cabimento do presente habeas corpus, porque não houve exaurimento da jurisdição (HC n 121.028, Rel. Min. Marco Aurélio, red. do ac. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 7/4/17 e HC n 187.482- AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 1.../9/20). Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4C3F-D576-6062-5FEF e senha 22BB-5ED2-8B46-B839 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 200.441 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) : THIAGO RODRIGUES DE FARIA (142612/MG) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC n 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, não conheceu do Habeas Corpus, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, que admitia a impetração e deferia a ordem, e Dias Toffoli, que o acompanhava com ressalvas. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F7BF-4923-61A6-FFDA e senha 05D8-A144-E723-7F4C Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 200.441 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES PACTE.(S) : HEBERTY CHAVES SANTOS IMPTE.(S) : THIAGO RODRIGUES DE FARIA (142612/MG) E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC n 654.996 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, não conheceu do Habeas Corpus, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, que admitia a impetração e deferia a ordem, e Dias Toffoli, que o acompanhava com ressalvas. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F7BF-4923-61A6-FFDA e senha 05D8-A144-E723-7F4C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 200 . 441", "HC n 654 . 996", "SÚMULA 691 / Supremo Tribunal Federal", "HC 200441 / MG", "HC 200441 / MG", "HABEAS CORPUS 200 . 441", "HC n 654 . 996 DO", "processo n 0490369 - 55 . 2008 . 8 . 13 . 0034", "habeas corpus n 654 . 996 / MG", "habeas corpus n 1 . 0000 . 21 . 013068 - 8 / 000", "HABEAS CORPUS 200 . 441", "HC n 654 . 996", "processo n 0490369 - 55 . 2008 . 8 . 13 . 0034", "habeas corpus n 654 . 996 / MG", "habeas corpus n 1 . 0000 . 21 . 013068 - 8 / 000", "HC 200441 / MG", "habeas corpus n 1", "HABEAS CORPUS 200 . 441", "habeas corpus n 1 . 0000 . 21 . 013068 - 8 / 000", "HABEAS CORPUS 200 . 441 MINAS", "HC n 654 . 996", "Súmula 691 / Supremo Tribunal Federal", "HC 138 . 946", "HC 128 . 740", "HC 138 . 945 - AgR", "HABEAS CORPUS 200 . 441", "HC n 654 . 996 DO SUPERIOR", "Súmula 691 / Supremo Tribunal Federal", "HC 138 . 946", "HC 128 . 740", "HC 138 . 945 - AgR", "HABEAS CORPUS 200 . 441", "HC n 654 . 996", "HC n 121 . 028", "HC n 187 . 482 - AgR", "HABEAS CORPUS 200 . 441", "HC n 654 . 996", "HC n 121 . 028", "HC n 187 . 482 - AgR", "HABEAS CORPUS 200 . 441", "HC n 654 . 996", "HABEAS CORPUS 200 . 441", "HC n 654 . 996" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 121 ,", "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MINAS GERAIS", "Brasília", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Vara da Comarca de Araçuaí / MG", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça de Minas Gerias", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Vara da Comarca de Araçuaí / MG", "Superior Tribunal de Justiça", "Tribunal de Justiça de Minas Gerias", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Tribunal de Justiça de Minas Gerais", "Quinta Câmara Criminal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Tribunal de Justiça de Minas Gerais", "Quinta Câmara Criminal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo", "Quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo", "Quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HEBERTY CHAVES SANTOS", "THIAGO RODRIGUES DE FARIA", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HEBERTY CHAVES SANTOS", "THIAGO RODRIGUES DE FARIA", "MARCO AURÉLIO", "Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HEBERTY CHAVES SANTOS", "THIAGO RODRIGUES DE FARIA", "MARCO AURÉLIO", "Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HEBERTY CHAVES SANTOS", "THIAGO RODRIGUES DE FARIA", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ROSA WEBER", "GILMAR MENDES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HEBERTY CHAVES SANTOS", "THIAGO RODRIGUES DE FARIA", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ROSA WEBER", "GILMAR MENDES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HEBERTY CHAVES SANTOS", "THIAGO RODRIGUES DE FARIA", "DIAS TOFFOLI", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Gilmar Mendes", "MARCO AURÉLIO REDATOR", "ALEXANDRE DE MORAES", "HEBERTY CHAVES SANTOS", "THIAGO RODRIGUES DE FARIA", "DIAS TOFFOLI", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Gilmar Mendes", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HEBERTY CHAVES SANTOS", "THIAGO RODRIGUES DE FARIA", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "HEBERTY CHAVES SANTOS", "THIAGO RODRIGUES DE FARIA", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli" ], "TEMPO": [ "08", "/", "06", "/", "2021", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "10 de outubro de 2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "10 de outubro de 2018", "24", "/", "08", "/", "2001", "12 de maio de 2021", "2 de março de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "12 de maio de 2021", "2 de março de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", 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Ementa e Acórdão 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) :MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) :GUILHERME AUGUSTO SILVA E M E N T A RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO INTERNO. SERVIDOR ESTADUAL. DIREITO A USUFRUIR DO ATENDIMENTO E DOS SERVIÇOS DE HOSPITAL DO SERVIDOR INDEPENDETEMENTE DE CONTRIBUIÇÃO AO FUBEN. DEVOLUÇÃO DE VALORES COBRADOS. REEXAME DOS FATOS E PROVAS. DIREITO LOCAL. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS NºS 279 E 280 DO STF. VERBA HONORÁRIA. MAJORAÇÃO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Rever o entendimento de origem quanto ao direito de servidor público, vinculado ao ente federativo recorrente, a usufruir dos serviços médicos e do atendimento prestado pelo Hospital do Servidor Público Estadual independentemente de contribuição para o Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão (FUBEN), bem assim ao direito de ressarcimento dos valores anteriormente descontados a título de tal contribuição, demanda, a toda evidência, o reexame fático-probatório dos autos e a prévia análise de legislação local. 2. Desse modo, incidem, na espécie, os óbices dos Enunciados nºs 279 e 280 da Súmula/STF, respectivamente. 3. Ao amparo do § 11 do art. 85 do CPC, majora-se em 1% (um por cento) a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A266-35E0-7C21-6998 e senha 6571-6BF9-E022-0865 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Ementa e Acórdão RE 1308591 AGR / MA 4. Agravo interno ao qual se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A266-35E0-7C21-6998 e senha 6571-6BF9-E022-0865 Supremo Tribunal Federal RE 1308591 AGR / MA 4. Agravo interno ao qual se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A266-35E0-7C21-6998 e senha 6571-6BF9-E022-0865 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) :MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) :GUILHERME AUGUSTO SILVA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a consignada intempestividade do apelo extraordinário, não conheceu de referido recurso deduzido pelo Estado do Maranhão. Alega a agravante, em síntese, o desacerto da decisão impugnada. Ao final, requer a sua reconsideração, ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9389-F13C-C8E0-21AE e senha 3DC0-2883-2FD3-D4E2 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) :MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) :GUILHERME AUGUSTO SILVA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a consignada intempestividade do apelo extraordinário, não conheceu de referido recurso deduzido pelo Estado do Maranhão. Alega a agravante, em síntese, o desacerto da decisão impugnada. Ao final, requer a sua reconsideração, ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9389-F13C-C8E0-21AE e senha 3DC0-2883-2FD3-D4E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. NUNES MARQUES 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 MARANHÃO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): A decisão impugnada deve ser mantida, ainda que por fundamento diverso daquele nela veiculado. Inicialmente, afasto a vislumbrada intempestividade do recurso extraordinário porquanto, como perfeitamente demonstrada pela recorrente em sua petição de agravo (evento 9), houve suspensão alargada dos prazos processuais no ano de 2020, não só na origem, mas de forma ampla no Judiciário brasileiro em razão do contexto pandêmico da Covid-19. No entanto, mesmo que superado esse óbice, entendo que passa, necessariamente, pelo reexame fático-probatório dos autos e pela interpretação de legislação local (Lei estadual nº 7.374/1999 do Estado do Maranhão) rever o entendimento de origem quanto ao direito de servidor público, vinculado ao ente federativo recorrente, a usufruir dos serviços médicos e do atendimento prestado pelo Hospital do Servidor Público Estadual independentemente de contribuição para o Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão (FUBEN), bem assim ao direito ao ressarcimento dos valores anteriormente descontados a título de tal contribuição. Incidem, na espécie, os óbices dos Enunciados nºs 279 e 280 da Súmula/STF. Nesse sentido e em idênticas controvérsias, esta Corte já assim se manifestou: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4A12-0316-BEDE-3DC9 e senha 7C15-A9FD-1DAD-2F29 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 MARANHÃO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): A decisão impugnada deve ser mantida, ainda que por fundamento diverso daquele nela veiculado. Inicialmente, afasto a vislumbrada intempestividade do recurso extraordinário porquanto, como perfeitamente demonstrada pela recorrente em sua petição de agravo (evento 9), houve suspensão alargada dos prazos processuais no ano de 2020, não só na origem, mas de forma ampla no Judiciário brasileiro em razão do contexto pandêmico da Covid-19. No entanto, mesmo que superado esse óbice, entendo que passa, necessariamente, pelo reexame fático-probatório dos autos e pela interpretação de legislação local (Lei estadual nº 7.374/1999 do Estado do Maranhão) rever o entendimento de origem quanto ao direito de servidor público, vinculado ao ente federativo recorrente, a usufruir dos serviços médicos e do atendimento prestado pelo Hospital do Servidor Público Estadual independentemente de contribuição para o Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão (FUBEN), bem assim ao direito ao ressarcimento dos valores anteriormente descontados a título de tal contribuição. Incidem, na espécie, os óbices dos Enunciados nºs 279 e 280 da Súmula/STF. Nesse sentido e em idênticas controvérsias, esta Corte já assim se manifestou: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4A12-0316-BEDE-3DC9 e senha 7C15-A9FD-1DAD-2F29 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. NUNES MARQUES RE 1308591 AGR / MA “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ATENDIMENTO MÉDICO EM HOSPITAL DO SERVIDOR INDEPENDENTE DA CONTRIBUIÇÃO PARA O FUNDO DE BENEFÍCIOS DOS SERVIDORES DO ESTADO DO MARANHÃO – FUNBEN: LEI ESTADUAL N. 7.374/1999. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1% (§§ 2º, 3º E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015). AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.277.886-AgR/MA, Ministra Cármen Lúcia) “DIREITO TRIBUTÁRIO. SEGUNDO AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONTRIBUIÇÃO. FUNDO DE BENEFÍCIOS DOS SERVIDORES DO ESTADO DO MARANHÃO. LEI ESTADUAL 7.374/1999. SÚMULA 280/STF. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356/STF. (...).” (ARE 1.245.416-AgR-segundo/MA, Ministro Roberto Barroso) Honorários advocatícios recursais Ao amparo do § 11 do art. 85 do CPC, majoro em 1% (um por cento), a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. Em face do exposto, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4A12-0316-BEDE-3DC9 e senha 7C15-A9FD-1DAD-2F29 Supremo Tribunal Federal RE 1308591 AGR / MA “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ATENDIMENTO MÉDICO EM HOSPITAL DO SERVIDOR INDEPENDENTE DA CONTRIBUIÇÃO PARA O FUNDO DE BENEFÍCIOS DOS SERVIDORES DO ESTADO DO MARANHÃO – FUNBEN: LEI ESTADUAL N. 7.374/1999. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1% (§§ 2º, 3º E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015). AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.277.886-AgR/MA, Ministra Cármen Lúcia) “DIREITO TRIBUTÁRIO. SEGUNDO AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONTRIBUIÇÃO. FUNDO DE BENEFÍCIOS DOS SERVIDORES DO ESTADO DO MARANHÃO. LEI ESTADUAL 7.374/1999. SÚMULA 280/STF. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356/STF. (...).” (ARE 1.245.416-AgR-segundo/MA, Ministro Roberto Barroso) Honorários advocatícios recursais Ao amparo do § 11 do art. 85 do CPC, majoro em 1% (um por cento), a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. Em face do exposto, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4A12-0316-BEDE-3DC9 e senha 7C15-A9FD-1DAD-2F29 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 03/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) : MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) : GUILHERME AUGUSTO SILVA (9150/MA) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DB-737E-9129-ACBC e senha D3BC-381E-D63E-A933 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) : MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) : GUILHERME AUGUSTO SILVA (9150/MA) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DB-737E-9129-ACBC e senha D3BC-381E-D63E-A933 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756752630
2021-08-03T00:00:00
2021-08-13T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
E M E N T A RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO INTERNO. SERVIDOR ESTADUAL. DIREITO A USUFRUIR DO ATENDIMENTO E DOS SERVIÇOS DE HOSPITAL DO SERVIDOR INDEPENDETEMENTE DE CONTRIBUIÇÃO AO FUBEN. DEVOLUÇÃO DE VALORES COBRADOS. REEXAME DOS FATOS E PROVAS. DIREITO LOCAL. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS NºS 279 E 280 DO STF. VERBA HONORÁRIA. MAJORAÇÃO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Rever o entendimento de origem quanto ao direito de servidor público, vinculado ao ente federativo recorrente, a usufruir dos serviços médicos e do atendimento prestado pelo Hospital do Servidor Público Estadual independentemente de contribuição para o Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão (FUBEN), bem assim ao direito de ressarcimento dos valores anteriormente descontados a título de tal contribuição, demanda, a toda evidência, o reexame fático-probatório dos autos e a prévia análise de legislação local. 2. Desse modo, incidem, na espécie, os óbices dos Enunciados nºs 279 e 280 da Súmula/STF, respectivamente. 3. Ao amparo do § 11 do art. 85 do CPC, majora-se em 1% (um por cento) a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. 4. Agravo interno ao qual se nega provimento.
sjur450765
- Acórdão(s) citado(s): (RE, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, DIREITO LOCAL) ARE 1245416 AgR-segundo (1ªT), ARE 1277886 AgR (2ªT). Número de páginas: 6. Análise: 25/01/2022, MAF. Número de páginas: 6. Análise: 25/01/2022, MAF.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
1308591
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000280\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-EST LEI-007374 ANO-1999\n LEI ORDINÁRIA, MA" ]
RE-AgR
acordaos
RE 1308591 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) : MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) : GUILHERME AUGUSTO SILVA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) :MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) :GUILHERME AUGUSTO SILVA E M E N T A RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO INTERNO. SERVIDOR ESTADUAL. DIREITO A USUFRUIR DO ATENDIMENTO E DOS SERVIÇOS DE HOSPITAL DO SERVIDOR INDEPENDETEMENTE DE CONTRIBUIÇÃO AO FUBEN. DEVOLUÇÃO DE VALORES COBRADOS. REEXAME DOS FATOS E PROVAS. DIREITO LOCAL. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS nS 279 E 280 DO Supremo Tribunal Federal. VERBA HONORÁRIA. MAJORAÇÃO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Rever o entendimento de origem quanto ao direito de servidor público, vinculado ao ente federativo recorrente, a usufruir dos serviços médicos e do atendimento prestado pelo Hospital do Servidor Público Estadual independentemente de contribuição para o Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão (FUBEN), bem assim ao direito de ressarcimento dos valores anteriormente descontados a título de tal contribuição, demanda, a toda evidência, o reexame fático-probatório dos autos e a prévia análise de legislação local. 2. Desse modo, incidem, na espécie, os óbices dos Enunciados ns 279 e 280 da Súmula/Supremo Tribunal Federal, respectivamente. 3. Ao amparo do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, majora-se em 1% (um por cento) a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2... e 3.... Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A266-35E0-7C21-6998 e senha 6571-6BF9-E022-0865 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1308591 AGR / MA 4. Agravo interno ao qual se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A266-35E0-7C21-6998 e senha 6571-6BF9-E022-0865 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1308591 AGR / MA 4. Agravo interno ao qual se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A266-35E0-7C21-6998 e senha 6571-6BF9-E022-0865 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) :MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) :GUILHERME AUGUSTO SILVA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a consignada intempestividade do apelo extraordinário, não conheceu de referido recurso deduzido pelo Estado do Maranhão. Alega a agravante, em síntese, o desacerto da decisão impugnada. Ao final, requer a sua reconsideração, ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9389-F13C-C8E0-21AE e senha 3DC0-2883-2FD3-D4E2 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) :MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) :GUILHERME AUGUSTO SILVA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a consignada intempestividade do apelo extraordinário, não conheceu de referido recurso deduzido pelo Estado do Maranhão. Alega a agravante, em síntese, o desacerto da decisão impugnada. Ao final, requer a sua reconsideração, ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9389-F13C-C8E0-21AE e senha 3DC0-2883-2FD3-D4E2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Voto - MIN. NUNES MARQUES 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 MARANHÃO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): A decisão impugnada deve ser mantida, ainda que por fundamento diverso daquele nela veiculado. Inicialmente, afasto a vislumbrada intempestividade do recurso extraordinário porquanto, como perfeitamente demonstrada pela recorrente em sua petição de agravo (evento 9), houve suspensão alargada dos prazos processuais no ano de 2020, não só na origem, mas de forma ampla no Judiciário brasileiro em razão do contexto pandêmico da Covid-19. No entanto, mesmo que superado esse óbice, entendo que passa, necessariamente, pelo reexame fático-probatório dos autos e pela interpretação de legislação local (Lei estadual n 7.374/1999 do Estado do Maranhão) rever o entendimento de origem quanto ao direito de servidor público, vinculado ao ente federativo recorrente, a usufruir dos serviços médicos e do atendimento prestado pelo Hospital do Servidor Público Estadual independentemente de contribuição para o Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão (FUBEN), bem assim ao direito ao ressarcimento dos valores anteriormente descontados a título de tal contribuição. Incidem, na espécie, os óbices dos Enunciados ns 279 e 280 da Súmula/Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido e em idênticas controvérsias, esta Corte já assim se manifestou: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4A12-0316-BEDE-3DC9 e senha 7C15-A9FD-1DAD-2F29 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 MARANHÃO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): A decisão impugnada deve ser mantida, ainda que por fundamento diverso daquele nela veiculado. Inicialmente, afasto a vislumbrada intempestividade do recurso extraordinário porquanto, como perfeitamente demonstrada pela recorrente em sua petição de agravo (evento 9), houve suspensão alargada dos prazos processuais no ano de 2020, não só na origem, mas de forma ampla no Judiciário brasileiro em razão do contexto pandêmico da Covid-19. No entanto, mesmo que superado esse óbice, entendo que passa, necessariamente, pelo reexame fático-probatório dos autos e pela interpretação de legislação local (Lei estadual n 7.374/1999 do Estado do Maranhão) rever o entendimento de origem quanto ao direito de servidor público, vinculado ao ente federativo recorrente, a usufruir dos serviços médicos e do atendimento prestado pelo Hospital do Servidor Público Estadual independentemente de contribuição para o Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão (FUBEN), bem assim ao direito ao ressarcimento dos valores anteriormente descontados a título de tal contribuição. Incidem, na espécie, os óbices dos Enunciados ns 279 e 280 da Súmula/Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido e em idênticas controvérsias, esta Corte já assim se manifestou: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4A12-0316-BEDE-3DC9 e senha 7C15-A9FD-1DAD-2F29 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. NUNES MARQUES Recurso Extraordinário 1308591 AGR / MA “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ATENDIMENTO MÉDICO EM HOSPITAL DO SERVIDOR INDEPENDENTE DA CONTRIBUIÇÃO PARA O FUNDO DE BENEFÍCIOS DOS SERVIDORES DO ESTADO DO MARANHÃO – FUNBEN: LEI ESTADUAL N. 7.374/1999. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1% (§§ 2..., 3... E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015). AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.277.886-AgR/MA, Ministra Cármen Lúcia) “DIREITO TRIBUTÁRIO. SEGUNDO AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONTRIBUIÇÃO. FUNDO DE BENEFÍCIOS DOS SERVIDORES DO ESTADO DO MARANHÃO. LEI ESTADUAL 7.374/1999. SÚMULA 280/Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356/Supremo Tribunal Federal. (...).” (ARE 1.245.416-AgR-segundo/MA, Ministro Roberto Barroso) Honorários advocatícios recursais Ao amparo do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, majoro em 1% (um por cento), a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2... e 3.... Em face do exposto, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4A12-0316-BEDE-3DC9 e senha 7C15-A9FD-1DAD-2F29 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1308591 AGR / MA “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ATENDIMENTO MÉDICO EM HOSPITAL DO SERVIDOR INDEPENDENTE DA CONTRIBUIÇÃO PARA O FUNDO DE BENEFÍCIOS DOS SERVIDORES DO ESTADO DO MARANHÃO – FUNBEN: LEI ESTADUAL N. 7.374/1999. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. VERBA HONORÁRIA MAJORADA EM 1% (§§ 2..., 3... E 11 DO ART. 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015). AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (ARE 1.277.886-AgR/MA, Ministra Cármen Lúcia) “DIREITO TRIBUTÁRIO. SEGUNDO AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONTRIBUIÇÃO. FUNDO DE BENEFÍCIOS DOS SERVIDORES DO ESTADO DO MARANHÃO. LEI ESTADUAL 7.374/1999. SÚMULA 280/Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356/Supremo Tribunal Federal. (...).” (ARE 1.245.416-AgR-segundo/MA, Ministro Roberto Barroso) Honorários advocatícios recursais Ao amparo do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, majoro em 1% (um por cento), a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2... e 3.... Em face do exposto, nego provimento ao agravo interno. É como voto. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4A12-0316-BEDE-3DC9 e senha 7C15-A9FD-1DAD-2F29 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 03/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) : MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) : GUILHERME AUGUSTO SILVA (9150/MA) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DB-737E-9129-ACBC e senha D3BC-381E-D63E-A933 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.591 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : ESTADO DO MARANHAO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO AGDO.(A/S) : MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA ADV.(A/S) : GUILHERME AUGUSTO SILVA (9150/MA) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E5DB-737E-9129-ACBC e senha D3BC-381E-D63E-A933 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 308 . 591", "SÚMULAS nS 279", "Enunciados ns 279", "Recurso Extraordinário 1308591 AGR / MA", "Recurso Extraordinário 1308591 AGR / MA", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 308 . 591", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 308 . 591", "Enunciados ns 279 e 280 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "Enunciados ns 279 e 280 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 1308591 AGR / MA", "ARE 1 . 277 . 886 - AgR / MA", "SÚMULA 280 / Supremo Tribunal Federal", "SÚMULAS 282", "ARE 1", "Recurso Extraordinário 1308591 AGR / MA", "ARE 1 . 277 . 886 - AgR / MA", "SÚMULAS 282", "ARE 1 . 245 . 416 - AgR - segundo / MA", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 308 . 591" ], "LEGISLACAO": [ "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 -", "Lei estadual n 7 . 374 / 1999 do Estado do Maranhão", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei estadual n 7 . 374 / 1999", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI ESTADUAL N . 7 . 374 / 1999", "§", "§ 2 . . . , 3 . . . E 11 DO ART . 85 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL / 2015", "LEI ESTADUAL 7 . 374 /", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI ESTADUAL N . 7 . 374 / 1999", "LEI ESTADUAL 7 . 374 / 1999", "§ 11 do art", ".", "85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MARANHÃO", "ESTADO DO MARANHAO", "ESTADO DO MARANHÃO", "Brasília", "Brasília", "MARANHÃO", "ESTADO DO MARANHAO", "ESTADO DO MARANHÃO", "Estado do Maranhão", "MARANHÃO", "ESTADO DO MARANHAO", "ESTADO DO MARANHÃO", "Estado do Maranhão", "MARANHÃO", "Estado do Maranhão", "ESTADO DO MARANHÃO", "ESTADO DO MARANHÃO", "ESTADO DO MARANHÃO", "MARANHÃO", "ESTADO DO MARANHAO", "ESTADO DO MARANHÃO", "ESTADO DO MARANHAO", "ESTADO DO MARANHÃO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "FUBEN", "Hospital do Servidor Público Estadual", "Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão", "FUBEN", "/", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Hospital do Servidor Público Estadual", "Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão", "FUBEN", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Hospital do Servidor Público Estadual", "Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão", "FUBEN", "Supremo Tribunal Federal", "FUNBEN", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "NUNES MARQUES", "MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA", "GUILHERME AUGUSTO SILVA", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA", "GUILHERME AUGUSTO SILVA", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA", "GUILHERME AUGUSTO SILVA", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "Cármen Lúcia", "Roberto Barroso", "Cármen Lúcia", "Roberto Barroso", "NUNES MARQUES", "MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA", "GUILHERME", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Hannah Gevartosky", "MARANHÃO", "NUNES MARQUES", "MARIA ROSIANE DA SILVA COSTA", "GUILHERME AUGUSTO SILVA", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25 de junho a", "2 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25 de junho", "2 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) :ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) :WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADOS 279 E 280 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. É inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos (Súmulas 279/STF e 280/STF) 2. Agravo regimental DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 341D-57D7-DC85-F25C e senha E512-7303-6C28-E17D Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão ARE 1313379 AGR / MT A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 28/5 a 7/6/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 341D-57D7-DC85-F25C e senha E512-7303-6C28-E17D Supremo Tribunal Federal ARE 1313379 AGR / MT A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 28/5 a 7/6/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 341D-57D7-DC85-F25C e senha E512-7303-6C28-E17D Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) :ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) :WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de tempestivo agravo regimental contra decisão mediante a qual neguei seguimento ao recurso mercê da incidência do óbice das Súmula nº 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Sustenta a parte agravante, em síntese, a inexistência dos óbice apontados. Deixei de intimar a parte agravada para, querendo, apresentar contrarrazões, em observância ao postulado da celeridade processual e por não vislumbrar prejuízo ao contraditório. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 79BC-45F9-36AE-0649 e senha 0B39-FBE8-A3E1-54EE Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) :ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) :WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de tempestivo agravo regimental contra decisão mediante a qual neguei seguimento ao recurso mercê da incidência do óbice das Súmula nº 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Sustenta a parte agravante, em síntese, a inexistência dos óbice apontados. Deixei de intimar a parte agravada para, querendo, apresentar contrarrazões, em observância ao postulado da celeridade processual e por não vislumbrar prejuízo ao contraditório. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 79BC-45F9-36AE-0649 e senha 0B39-FBE8-A3E1-54EE Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Não merece prosperar a irresignação. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmulas 279 e 280 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO DECLARATÓRIA. SERVIDOR ESTADUAL. INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CARGOS EM COMISSÃO. MAIS DE TRINTA ANOS NO SERVIÇO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Não se presta o recurso extraordinário para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula nº 279/STF). 2. Agravo regimental desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Não merece prosperar a irresignação. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmulas 279 e 280 do STF. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO DECLARATÓRIA. SERVIDOR ESTADUAL. INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CARGOS EM COMISSÃO. MAIS DE TRINTA ANOS NO SERVIÇO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Não se presta o recurso extraordinário para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula nº 279/STF). 2. Agravo regimental desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1313379 AGR / MT concessão de justiça gratuita.” (ARE 1287506 AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 04-02-2021) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ELETROPAULO. CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO. AGENTE POLÍTICO. PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. MATÉRIAS COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO STF NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 748.371. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTIGOS 5º, INCISO XLVI, 37, § 4º, E 102, INCISO I, ALÍNEA B, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRERROGATIVA DE FORO. INEXISTÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA ASSENTADA PELO PLENÁRIO DO STF NO JULGAMENTO DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCONALIDADE 2.797 E 2.860. PRECEDENTES. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA A DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO. PRECEDENTES. ALEGAÇÕES SOBRE A NÃO CONFIGURAÇÃO DE ATO DE IMPROBIDADE, DE AUSÊNCIA DE DOLO, DE GRADAÇÃO DAS SANÇÕES E DE APROVAÇÃO DAS CONTAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL. MATÉRIAS DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO JUÍZO RECORRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO NESTA SEDE RECURSAL. ARTIGO 85, § 11, DO CPC/2015. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.” (ARE 803568 AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 20-02-2020) 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Supremo Tribunal Federal ARE 1313379 AGR / MT concessão de justiça gratuita.” (ARE 1287506 AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 04-02-2021) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ELETROPAULO. CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO. AGENTE POLÍTICO. PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. MATÉRIAS COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO STF NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 748.371. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTIGOS 5º, INCISO XLVI, 37, § 4º, E 102, INCISO I, ALÍNEA B, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRERROGATIVA DE FORO. INEXISTÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA ASSENTADA PELO PLENÁRIO DO STF NO JULGAMENTO DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCONALIDADE 2.797 E 2.860. PRECEDENTES. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA A DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO. PRECEDENTES. ALEGAÇÕES SOBRE A NÃO CONFIGURAÇÃO DE ATO DE IMPROBIDADE, DE AUSÊNCIA DE DOLO, DE GRADAÇÃO DAS SANÇÕES E DE APROVAÇÃO DAS CONTAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL. MATÉRIAS DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO JUÍZO RECORRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO NESTA SEDE RECURSAL. ARTIGO 85, § 11, DO CPC/2015. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.” (ARE 803568 AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 20-02-2020) 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1313379 AGR / MT “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Constitucional e Administrativo. 3. Ação rescisória visando à anulação de ato administrativo pelo Tribunal de Contas da União. Exoneração de servidor admitido sem concurso público. Exoneração precedida do competente processo administrativo, submetido ao princípio da ampla defesa e do contraditório, que transcorreu perante o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Dissentir desse entendimento acarretaria o reexame do acervo probatório. Súmula 279 do STF. Precedentes. 4. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. Sem majoração da verba honorária.” (ARE 812454 AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 03-09-2019) Ex positis, por ser manifestamente improcedente, DESPROVEJO ao agravo interno e condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, consoante disposto no art. 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, caso seja unânime a votação. Majoro os honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Supremo Tribunal Federal ARE 1313379 AGR / MT “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Constitucional e Administrativo. 3. Ação rescisória visando à anulação de ato administrativo pelo Tribunal de Contas da União. Exoneração de servidor admitido sem concurso público. Exoneração precedida do competente processo administrativo, submetido ao princípio da ampla defesa e do contraditório, que transcorreu perante o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Dissentir desse entendimento acarretaria o reexame do acervo probatório. Súmula 279 do STF. Precedentes. 4. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. Sem majoração da verba honorária.” (ARE 812454 AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 03-09-2019) Ex positis, por ser manifestamente improcedente, DESPROVEJO ao agravo interno e condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, consoante disposto no art. 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil, caso seja unânime a votação. Majoro os honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) :ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) :WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6576-C03B-6E8D-1591 e senha 943D-6A09-9D49-829A Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) :ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) :WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6576-C03B-6E8D-1591 e senha 943D-6A09-9D49-829A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 PROCED. : MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) : ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA (6576/O/MT) ADV.(A/S) : WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS (14974/O/MT) AGDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C747-701A-4636-98A5 e senha F725-D60E-02CE-F1B1 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 PROCED. : MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) : ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA (6576/O/MT) ADV.(A/S) : WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS (14974/O/MT) AGDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C747-701A-4636-98A5 e senha F725-D60E-02CE-F1B1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756210778
2021-06-08T00:00:00
2021-06-22T00:00:00
O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADOS 279 E 280 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. É inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos (Súmulas 279/STF e 280/STF) 2. Agravo regimental desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
sjur449170
- Acórdão(s) citado(s): (RE, EXONERAÇÃO, SERVIDOR PÚBLICO, NOMEAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO, REEXAME, FATO, PROVA, APRECIAÇÃO, DIREITO LOCAL) ARE 812454 AgR (2ªT), ARE 803568 AgR (1ªT), ARE 1287506 AgR (TP). Número de páginas: 8. Análise: 10/01/2022, ABO.
LUIZ FUX (Presidente)
Tribunal Pleno
1313379
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-00003 PAR-00011\n ART-01021 PAR-00004\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000280\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
ARE-AgR
acordaos
ARE 1313379 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) : ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) : WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) :ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) :WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. OFENSA REFLEXA. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADOS 279 E 280 DA SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. É inviável, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos (Súmulas 279/Supremo Tribunal Federal e 280/Supremo Tribunal Federal) 2. Agravo regimental DESPROVIDO, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 341D-57D7-DC85-F25C e senha E512-7303-6C28-E17D Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão ARE 1313379 AGR / MT A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 28/5 a 7/6/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 341D-57D7-DC85-F25C e senha E512-7303-6C28-E17D Supremo Tribunal Federal ARE 1313379 AGR / MT A C Ó R D Ã O O Plenário do Supremo Tribunal Federal, na conformidade da ata de julgamento virtual de 28/5 a 7/6/2021, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro LUIZ FUX – PRESIDENTE Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 341D-57D7-DC85-F25C e senha E512-7303-6C28-E17D Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) :ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) :WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de tempestivo agravo regimental contra decisão mediante a qual neguei seguimento ao recurso mercê da incidência do óbice das Súmula n 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Sustenta a parte agravante, em síntese, a inexistência dos óbice apontados. Deixei de intimar a parte agravada para, querendo, apresentar contrarrazões, em observância ao postulado da celeridade processual e por não vislumbrar prejuízo ao contraditório. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 79BC-45F9-36AE-0649 e senha 0B39-FBE8-A3E1-54EE Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) :ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) :WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Trata-se de tempestivo agravo regimental contra decisão mediante a qual neguei seguimento ao recurso mercê da incidência do óbice das Súmula n 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Sustenta a parte agravante, em síntese, a inexistência dos óbice apontados. Deixei de intimar a parte agravada para, querendo, apresentar contrarrazões, em observância ao postulado da celeridade processual e por não vislumbrar prejuízo ao contraditório. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 79BC-45F9-36AE-0649 e senha 0B39-FBE8-A3E1-54EE Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Não merece prosperar a irresignação. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO DECLARATÓRIA. SERVIDOR ESTADUAL. INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CARGOS EM COMISSÃO. MAIS DE TRINTA ANOS NO SERVIÇO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Não se presta o recurso extraordinário para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo regimental desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PLENÁRIO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO VOTO O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (PRESIDENTE): Não merece prosperar a irresignação. Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme já asseverado, para acolher a pretensão da parte agravante e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional local, bem como reexaminar o acervo fático-probatório dos autos, providências que esbarram nos óbices das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO DECLARATÓRIA. SERVIDOR ESTADUAL. INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CARGOS EM COMISSÃO. MAIS DE TRINTA ANOS NO SERVIÇO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. FATOS E PROVAS. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Não se presta o recurso extraordinário para o reexame dos fatos e das provas constantes dos autos (Súmula n 279/Supremo Tribunal Federal). 2. Agravo regimental desprovido, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1313379 AGR / MT concessão de justiça gratuita.” (ARE 1287506 AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 04-02-2021) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ELETROPAULO. CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO. AGENTE POLÍTICO. PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. MATÉRIAS COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO Supremo Tribunal Federal NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 748.371. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTIGOS 5..., INCISO XLVI, 37, § 4..., E 102, INCISO I, ALÍNEA B, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRERROGATIVA DE FORO. INEXISTÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA ASSENTADA PELO PLENÁRIO DO Supremo Tribunal Federal NO JULGAMENTO DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCONALIDADE 2.797 E 2.860. PRECEDENTES. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA A DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO. PRECEDENTES. ALEGAÇÕES SOBRE A NÃO CONFIGURAÇÃO DE ATO DE IMPROBIDADE, DE AUSÊNCIA DE DOLO, DE GRADAÇÃO DAS SANÇÕES E DE APROVAÇÃO DAS CONTAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL. MATÉRIAS DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AGRAVO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO JUÍZO RECORRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO NESTA SEDE RECURSAL. ARTIGO 85, § 11, DO Código de Processo Civil/2015. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.” (ARE 803568 AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 20-02-2020) 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Supremo Tribunal Federal ARE 1313379 AGR / MT concessão de justiça gratuita.” (ARE 1287506 AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux – Presidente, DJe de 04-02-2021) “AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ELETROPAULO. CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO. AGENTE POLÍTICO. PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. MATÉRIAS COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO Supremo Tribunal Federal NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 748.371. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTIGOS 5..., INCISO XLVI, 37, § 4..., E 102, INCISO I, ALÍNEA B, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRERROGATIVA DE FORO. INEXISTÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA ASSENTADA PELO PLENÁRIO DO Supremo Tribunal Federal NO JULGAMENTO DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCONALIDADE 2.797 E 2.860. PRECEDENTES. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA A DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO. PRECEDENTES. ALEGAÇÕES SOBRE A NÃO CONFIGURAÇÃO DE ATO DE IMPROBIDADE, DE AUSÊNCIA DE DOLO, DE GRADAÇÃO DAS SANÇÕES E DE APROVAÇÃO DAS CONTAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL. MATÉRIAS DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AGRAVO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO JUÍZO RECORRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO NESTA SEDE RECURSAL. ARTIGO 85, § 11, DO Código de Processo Civil/2015. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.” (ARE 803568 AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 20-02-2020) 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MINISTRO PRESIDENTE ARE 1313379 AGR / MT “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Constitucional e Administrativo. 3. Ação rescisória visando à anulação de ato administrativo pelo Tribunal de Contas da União. Exoneração de servidor admitido sem concurso público. Exoneração precedida do competente processo administrativo, submetido ao princípio da ampla defesa e do contraditório, que transcorreu perante o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Dissentir desse entendimento acarretaria o reexame do acervo probatório. Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 4. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. Sem majoração da verba honorária.” (ARE 812454 AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 03-09-2019) Ex positis, por ser manifestamente improcedente, DESPROVEJO ao agravo interno e condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, consoante disposto no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, caso seja unânime a votação. Majoro os honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Supremo Tribunal Federal ARE 1313379 AGR / MT “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Constitucional e Administrativo. 3. Ação rescisória visando à anulação de ato administrativo pelo Tribunal de Contas da União. Exoneração de servidor admitido sem concurso público. Exoneração precedida do competente processo administrativo, submetido ao princípio da ampla defesa e do contraditório, que transcorreu perante o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Dissentir desse entendimento acarretaria o reexame do acervo probatório. Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 4. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. Sem majoração da verba honorária.” (ARE 812454 AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 03-09-2019) Ex positis, por ser manifestamente improcedente, DESPROVEJO ao agravo interno e condeno a parte agravante ao pagamento de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa, consoante disposto no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, caso seja unânime a votação. Majoro os honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita. É como voto. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código D8A8-19E3-F234-E3B5 e senha B52D-0CC4-31EA-5D4F Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto Vogal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) :ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) :WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6576-C03B-6E8D-1591 e senha 943D-6A09-9D49-829A Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) :EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) :ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA ADV.(A/S) :WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS AGDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A teor do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, o acréscimo nos honorários, ante recurso interposto, pressupõe atividade da parte contrária. Se esta não apresenta contraminuta a agravo, descabe a majoração. Divirjo parcialmente, para afastar o aumento implementado. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6576-C03B-6E8D-1591 e senha 943D-6A09-9D49-829A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 08/06/2021 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 PROCED. : MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) : ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA (6576/O/MT) ADV.(A/S) : WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS (14974/O/MT) AGDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C747-701A-4636-98A5 e senha F725-D60E-02CE-F1B1 Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.313.379 PROCED. : MATO GROSSO RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE AGTE.(S) : EVA MIQUELINA DE CAMPOS ADV.(A/S) : ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA (6576/O/MT) ADV.(A/S) : WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS (14974/O/MT) AGDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO INTDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao agravo, com imposição de multa de 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (artigo 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil) e majoração de honorários advocatícios ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias de origem os tenham fixado (artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil), observados os limites dos §§ 2... e 3... e a eventual concessão de justiça gratuita, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux (Presidente), vencido parcialmente o Ministro Marco Aurélio, que divergia do Relator apenas no tocante à majoração da verba honorária. Plenário, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Luiz Fux (Presidente), Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Carmen Lilian Oliveira de Souza Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C747-701A-4636-98A5 e senha F725-D60E-02CE-F1B1 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO", "ENUNCIADOS 279", "Súmulas 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1313379 AGR / MT", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 313 . 379", "Súmula n 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "AGRAVO 1 . 313 . 379", "Súmula n 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 279", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 279", "Súmula n 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1313379 AGR / MT", "ARE 1287506 AgR", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "ARE 803568 AgR", "ARE 1287506 AgR", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "ARE 803568 AgR", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 812454 AgR", "ARE 1313379 AGR / MT", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 812454 AgR", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1 . 313 . 379" ], "LEGISLACAO": [ "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 93 , IX , DA CONSTITUIÇÃO", "ARTIGOS 5 . . . ,", "ARTIGO 85 , § 11 , DO Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ARTIGO 93 , IX , DA CONSTITUIÇÃO", "ARTIGOS 5 . . . , INCISO XLVI , 37 , § 4 . . . , E 102 , INCISO I , ALÍNEA B , DA CONSTITUIÇÃO", "ARTIGO 85 , § 11 , DO Código de Processo Civil / 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "Brasília", "Brasília", "MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO", "ESTADO DE MATO GROSSO" ], "ORGANIZACAO": [ "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "MINISTÉRIO PÚBLICO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal Pleno", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "Supremo Tribunal Federal", "MINISTÉRIO PÚBLICO", "TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal de Contas da União", "Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Tribunal de Contas da União", "Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO", "Supremo Tribunal Federal", "PLENÁRIO", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO", "Plenário", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO", "MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO", "Plenário", "Plenário" ], "PESSOA": [ "EVA MIQUELINA DE CAMPOS", "ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA", "WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "LUIZ FUX", "EVA MIQUELINA DE CAMPOS", "ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA", "WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS", "LUIZ FUX", "EVA MIQUELINA DE CAMPOS", "ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA", "WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "LUIZ FUX", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Luiz Fux", "Gilmar Mendes", "Gilmar Mendes", "EVA MIQUELINA DE CAMPOS", "ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA", "WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS", "MARCO AURÉLIO", "EVA MIQUELINA DE CAMPOS", "ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA", "WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS", "MARCO AURÉLIO", "EVA MIQUELINA DE CAMPOS", "ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA", "WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Lilian Oliveira de Souza", "EVA MIQUELINA DE CAMPOS", "ANTONIO PAULO ZAMBRIM MENDONCA", "WARRINGTON BERNARD RONDON DIAS", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Luiz Fux", "Marco Aurélio", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Dias Toffoli", "Rosa Weber", "Roberto Barroso", "Edson Fachin", "Alexandre de Moraes", "Nunes Marques", "Carmen Lilian Oliveira de Souza" ], "TEMPO": [ "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "5", "a", "7", "/", "6", "/", "2021", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", "/", "5", "7", "/", "6", "/", "2021", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "04", "-", "02", "-", "2021", "20", "-", "02", "-", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "04", "-", "02", "-", "2021", "20", "-", "02", "-", "2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "-", "09", "-", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "-", "09", "-", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "7", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", ".", "5", ".", "2021", "7", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 MATO GROSSO DO SUL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO EMBTE.(S) :ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) :LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) :RAYTER ABIB SALOMAO ADV.(A/S) :SIUVANA DE SOUZA SALOMAO ADV.(A/S) :GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA EMBARGOS DECLARATÓRIOS – OMISSÃO. Uma vez verificada omissão no acórdão recorrido, impõe-se o provimento dos embargos declaratórios. RECURSO EXTRAORDINÁRIO – ACÓRDÃO IMPUGNADO – PRECEDENTE DO SUPREMO – CONTRARIEDADE. Estando o acórdão impugnado em contrariedade com a jurisprudência do Supremo, cabível é o provimento do recurso extraordinário. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em acolher os embargos de declaração no agravo regimental no recurso extraordinário com agravo para, imprimindo-lhes efeito modificativo, afastar o acórdão recorrido e dar sequência ao recurso extraordinário, o qual foi provido, a fim de reformar o acórdão do Tribunal de origem e julgar improcedente o pedido; invertido o ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 28 de maio a 7 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BF90-A4A7-C2AA-3417 e senha 0577-81AE-69B9-ED28 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão ARE 1281520 AGR-ED / MS Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BF90-A4A7-C2AA-3417 e senha 0577-81AE-69B9-ED28 Supremo Tribunal Federal ARE 1281520 AGR-ED / MS Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BF90-A4A7-C2AA-3417 e senha 0577-81AE-69B9-ED28 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 MATO GROSSO DO SUL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO EMBTE.(S) :ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) :LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) :RAYTER ABIB SALOMAO ADV.(A/S) :SIUVANA DE SOUZA SALOMAO ADV.(A/S) :GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: A Primeira Turma desproveu o agravo interno mediante acórdão assim ementado: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – LEGISLAÇÃO LOCAL – INADEQUAÇÃO. A apreciação do recurso extraordinário faz-se considerada a Constituição Federal, não cabendo interpretar normas locais visando concluir pelo enquadramento do inciso III do artigo 102 da Carta da República. RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova. AGRAVO – MULTA. Se o agravo é manifestamente inadmissível ou improcedente, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 4º do artigo 1.021 do Código de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B6EE-9A83-0BE0-7A7F e senha C2BC-9733-999F-03A2 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 MATO GROSSO DO SUL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO EMBTE.(S) :ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) :LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) :RAYTER ABIB SALOMAO ADV.(A/S) :SIUVANA DE SOUZA SALOMAO ADV.(A/S) :GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: A Primeira Turma desproveu o agravo interno mediante acórdão assim ementado: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – LEGISLAÇÃO LOCAL – INADEQUAÇÃO. A apreciação do recurso extraordinário faz-se considerada a Constituição Federal, não cabendo interpretar normas locais visando concluir pelo enquadramento do inciso III do artigo 102 da Carta da República. RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova. AGRAVO – MULTA. Se o agravo é manifestamente inadmissível ou improcedente, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 4º do artigo 1.021 do Código de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B6EE-9A83-0BE0-7A7F e senha C2BC-9733-999F-03A2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Relatório ARE 1281520 AGR-ED / MS Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância protelatória. O embargante aponta omissão no acórdão recorrido. Alude à repercussão geral do tema, reconhecida no recurso extraordinário nº 1.278.713. Sustenta impertinente o verbete nº 279 da Súmula do Supremo. A embargada, em contrarrazões, aponta o acerto do ato atacado. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B6EE-9A83-0BE0-7A7F e senha C2BC-9733-999F-03A2 Supremo Tribunal Federal ARE 1281520 AGR-ED / MS Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância protelatória. O embargante aponta omissão no acórdão recorrido. Alude à repercussão geral do tema, reconhecida no recurso extraordinário nº 1.278.713. Sustenta impertinente o verbete nº 279 da Súmula do Supremo. A embargada, em contrarrazões, aponta o acerto do ato atacado. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B6EE-9A83-0BE0-7A7F e senha C2BC-9733-999F-03A2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 MATO GROSSO DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por Procurador estadual, foi protocolada no prazo legal. O Supremo, no julgamento do recurso extraordinário nº 1.278.713, sob a sistemática da repercussão geral, concluiu pela impossibilidade de o Poder Judiciário equiparar vencimentos de servidores públicos, assentando a inviabilidade da concessão de diferenças remuneratórias entre os cargos de técnico de nível superior e analista judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul. Interpostos embargos de declaração, foram desprovidos. Observem a ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DIFERENÇAS SALARIAIS ENTRE OS CARGOS DE TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR E DE ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA FIM DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. PERÍODO ANTERIOR AO ADVENTO DA LEI ESTADUAL 4.834/2016. EQUIPARAÇÃO DE VENCIMENTOS DE SERVIDORES PÚBLICOS PELO PODER JUDICIÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA VINCULANTE 37. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO CONHECIDO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Considerado o descompasso da decisão da Turma com o entendimento do Plenário, provejo os embargos declaratórios para, imprimindo-lhes efeitos modificativos, afastar o acórdão recorrido e dar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2C29-D6D6-19B3-6D07 e senha 749E-8B96-3858-1C53 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 MATO GROSSO DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por Procurador estadual, foi protocolada no prazo legal. O Supremo, no julgamento do recurso extraordinário nº 1.278.713, sob a sistemática da repercussão geral, concluiu pela impossibilidade de o Poder Judiciário equiparar vencimentos de servidores públicos, assentando a inviabilidade da concessão de diferenças remuneratórias entre os cargos de técnico de nível superior e analista judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul. Interpostos embargos de declaração, foram desprovidos. Observem a ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DIFERENÇAS SALARIAIS ENTRE OS CARGOS DE TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR E DE ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA FIM DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. PERÍODO ANTERIOR AO ADVENTO DA LEI ESTADUAL 4.834/2016. EQUIPARAÇÃO DE VENCIMENTOS DE SERVIDORES PÚBLICOS PELO PODER JUDICIÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA VINCULANTE 37. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO CONHECIDO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Considerado o descompasso da decisão da Turma com o entendimento do Plenário, provejo os embargos declaratórios para, imprimindo-lhes efeitos modificativos, afastar o acórdão recorrido e dar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2C29-D6D6-19B3-6D07 e senha 749E-8B96-3858-1C53 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO ARE 1281520 AGR-ED / MS sequência ao recurso extraordinário, o qual, analisando desde logo, provejo, a fim de, reformando o acórdão do Tribunal de origem, julgar improcedente o pedido. Ficam invertidos os ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2C29-D6D6-19B3-6D07 e senha 749E-8B96-3858-1C53 Supremo Tribunal Federal ARE 1281520 AGR-ED / MS sequência ao recurso extraordinário, o qual, analisando desde logo, provejo, a fim de, reformando o acórdão do Tribunal de origem, julgar improcedente o pedido. Ficam invertidos os ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2C29-D6D6-19B3-6D07 e senha 749E-8B96-3858-1C53 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 PROCED. : MATO GROSSO DO SUL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO EMBTE.(S) : ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) : LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) : RAYTER ABIB SALOMAO (9623/MS) ADV.(A/S) : SIUVANA DE SOUZA SALOMAO (9882/MS) ADV.(A/S) : GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA (23017/MS) Decisão: A Turma, por unanimidade, acolheu os embargos de declaração para, imprimindo-lhes efeito modificativo, afastar o acórdão recorrido e dar sequência ao recurso extraordinário, o qual foi provido, a fim de reformar o acórdão do Tribunal de origem e julgar improcedente o pedido; invertido o ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 666F-91C6-2D52-074C e senha AF16-2BB8-7F8C-A43A Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 PROCED. : MATO GROSSO DO SUL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO EMBTE.(S) : ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) : LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) : RAYTER ABIB SALOMAO (9623/MS) ADV.(A/S) : SIUVANA DE SOUZA SALOMAO (9882/MS) ADV.(A/S) : GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA (23017/MS) Decisão: A Turma, por unanimidade, acolheu os embargos de declaração para, imprimindo-lhes efeito modificativo, afastar o acórdão recorrido e dar sequência ao recurso extraordinário, o qual foi provido, a fim de reformar o acórdão do Tribunal de origem e julgar improcedente o pedido; invertido o ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 666F-91C6-2D52-074C e senha AF16-2BB8-7F8C-A43A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756132909
2021-06-08T00:00:00
2021-06-14T00:00:00
A Turma, por unanimidade, acolheu os embargos de declaração para, imprimindo-lhes efeito modificativo, afastar o acórdão recorrido e dar sequência ao recurso extraordinário, o qual foi provido, a fim de reformar o acórdão do Tribunal de origem e julgar improcedente o pedido; invertido o ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
EMBARGOS DECLARATÓRIOS – OMISSÃO. Uma vez verificada omissão no acórdão recorrido, impõe-se o provimento dos embargos declaratórios. RECURSO EXTRAORDINÁRIO – ACÓRDÃO IMPUGNADO – PRECEDENTE DO SUPREMO – CONTRARIEDADE. Estando o acórdão impugnado em contrariedade com a jurisprudência do Supremo, cabível é o provimento do recurso extraordinário.
sjur448352
- Acórdão(s) citado(s): (DESCABIMENTO, PODER JUDICIÁRIO, EQUIPARAÇÃO, REMUNERAÇÃO) ARE 1278713 RG. Número de páginas: 7. Análise: 10/08/2021, BMP.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
1281520
null
ARE-AgR-ED
acordaos
ARE 1281520 AgR-ED
[ "" ]
EMBTE.(S) : ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) : LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) : RAYTER ABIB SALOMAO ADV.(A/S) : SIUVANA DE SOUZA SALOMAO ADV.(A/S) : GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 MATO GROSSO DO SUL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO EMBTE.(S) :ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) :LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) :RAYTER ABIB SALOMAO ADV.(A/S) :SIUVANA DE SOUZA SALOMAO ADV.(A/S) :GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA EMBARGOS DECLARATÓRIOS – OMISSÃO. Uma vez verificada omissão no acórdão recorrido, impõe-se o provimento dos embargos declaratórios. RECURSO EXTRAORDINÁRIO – ACÓRDÃO IMPUGNADO – PRECEDENTE DO SUPREMO – CONTRARIEDADE. Estando o acórdão impugnado em contrariedade com a jurisprudência do Supremo, cabível é o provimento do recurso extraordinário. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em acolher os embargos de declaração no agravo regimental no recurso extraordinário com agravo para, imprimindo-lhes efeito modificativo, afastar o acórdão recorrido e dar sequência ao recurso extraordinário, o qual foi provido, a fim de reformar o acórdão do Tribunal de origem e julgar improcedente o pedido; invertido o ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 28 de maio a 7 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BF90-A4A7-C2AA-3417 e senha 0577-81AE-69B9-ED28 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7 Ementa e Acórdão ARE 1281520 AGR-ED / MS Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BF90-A4A7-C2AA-3417 e senha 0577-81AE-69B9-ED28 Supremo Tribunal Federal ARE 1281520 AGR-ED / MS Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BF90-A4A7-C2AA-3417 e senha 0577-81AE-69B9-ED28 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 MATO GROSSO DO SUL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO EMBTE.(S) :ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) :LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) :RAYTER ABIB SALOMAO ADV.(A/S) :SIUVANA DE SOUZA SALOMAO ADV.(A/S) :GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: A Primeira Turma desproveu o agravo interno mediante acórdão assim ementado: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – LEGISLAÇÃO LOCAL – INADEQUAÇÃO. A apreciação do recurso extraordinário faz-se considerada a Constituição Federal, não cabendo interpretar normas locais visando concluir pelo enquadramento do inciso III do artigo 102 da Carta da República. RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova. AGRAVO – MULTA. Se o agravo é manifestamente inadmissível ou improcedente, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 4... do artigo 1.021 do Código de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B6EE-9A83-0BE0-7A7F e senha C2BC-9733-999F-03A2 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 MATO GROSSO DO SUL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO EMBTE.(S) :ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) :LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) :RAYTER ABIB SALOMAO ADV.(A/S) :SIUVANA DE SOUZA SALOMAO ADV.(A/S) :GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Adriane da Rocha Callado Henriques: A Primeira Turma desproveu o agravo interno mediante acórdão assim ementado: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – LEGISLAÇÃO LOCAL – INADEQUAÇÃO. A apreciação do recurso extraordinário faz-se considerada a Constituição Federal, não cabendo interpretar normas locais visando concluir pelo enquadramento do inciso III do artigo 102 da Carta da República. RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA – INADEQUAÇÃO. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova. AGRAVO – MULTA. Se o agravo é manifestamente inadmissível ou improcedente, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 4... do artigo 1.021 do Código de Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B6EE-9A83-0BE0-7A7F e senha C2BC-9733-999F-03A2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7 Relatório ARE 1281520 AGR-ED / MS Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância protelatória. O embargante aponta omissão no acórdão recorrido. Alude à repercussão geral do tema, reconhecida no recurso extraordinário n 1.278.713. Sustenta impertinente o verbete n 279 da Súmula do Supremo. A embargada, em contrarrazões, aponta o acerto do ato atacado. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B6EE-9A83-0BE0-7A7F e senha C2BC-9733-999F-03A2 Supremo Tribunal Federal ARE 1281520 AGR-ED / MS Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância protelatória. O embargante aponta omissão no acórdão recorrido. Alude à repercussão geral do tema, reconhecida no recurso extraordinário n 1.278.713. Sustenta impertinente o verbete n 279 da Súmula do Supremo. A embargada, em contrarrazões, aponta o acerto do ato atacado. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B6EE-9A83-0BE0-7A7F e senha C2BC-9733-999F-03A2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 MATO GROSSO DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por Procurador estadual, foi protocolada no prazo legal. O Supremo, no julgamento do recurso extraordinário n 1.278.713, sob a sistemática da repercussão geral, concluiu pela impossibilidade de o Poder Judiciário equiparar vencimentos de servidores públicos, assentando a inviabilidade da concessão de diferenças remuneratórias entre os cargos de técnico de nível superior e analista judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul. Interpostos embargos de declaração, foram desprovidos. Observem a ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DIFERENÇAS SALARIAIS ENTRE OS CARGOS DE TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR E DE ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA FIM DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. PERÍODO ANTERIOR AO ADVENTO DA LEI ESTADUAL 4.834/2016. EQUIPARAÇÃO DE VENCIMENTOS DE SERVIDORES PÚBLICOS PELO PODER JUDICIÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA VINCULANTE 37. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO CONHECIDO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Considerado o descompasso da decisão da Turma com o entendimento do Plenário, provejo os embargos declaratórios para, imprimindo-lhes efeitos modificativos, afastar o acórdão recorrido e dar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2C29-D6D6-19B3-6D07 e senha 749E-8B96-3858-1C53 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 MATO GROSSO DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A peça, subscrita por Procurador estadual, foi protocolada no prazo legal. O Supremo, no julgamento do recurso extraordinário n 1.278.713, sob a sistemática da repercussão geral, concluiu pela impossibilidade de o Poder Judiciário equiparar vencimentos de servidores públicos, assentando a inviabilidade da concessão de diferenças remuneratórias entre os cargos de técnico de nível superior e analista judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul. Interpostos embargos de declaração, foram desprovidos. Observem a ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DIFERENÇAS SALARIAIS ENTRE OS CARGOS DE TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR E DE ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA FIM DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. PERÍODO ANTERIOR AO ADVENTO DA LEI ESTADUAL 4.834/2016. EQUIPARAÇÃO DE VENCIMENTOS DE SERVIDORES PÚBLICOS PELO PODER JUDICIÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA VINCULANTE 37. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO CONHECIDO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Considerado o descompasso da decisão da Turma com o entendimento do Plenário, provejo os embargos declaratórios para, imprimindo-lhes efeitos modificativos, afastar o acórdão recorrido e dar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2C29-D6D6-19B3-6D07 e senha 749E-8B96-3858-1C53 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO ARE 1281520 AGR-ED / MS sequência ao recurso extraordinário, o qual, analisando desde logo, provejo, a fim de, reformando o acórdão do Tribunal de origem, julgar improcedente o pedido. Ficam invertidos os ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2C29-D6D6-19B3-6D07 e senha 749E-8B96-3858-1C53 Supremo Tribunal Federal ARE 1281520 AGR-ED / MS sequência ao recurso extraordinário, o qual, analisando desde logo, provejo, a fim de, reformando o acórdão do Tribunal de origem, julgar improcedente o pedido. Ficam invertidos os ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2C29-D6D6-19B3-6D07 e senha 749E-8B96-3858-1C53 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 PROCED. : MATO GROSSO DO SUL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO EMBTE.(S) : ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) : LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) : RAYTER ABIB SALOMAO (9623/MS) ADV.(A/S) : SIUVANA DE SOUZA SALOMAO (9882/MS) ADV.(A/S) : GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA (23017/MS) Decisão: A Turma, por unanimidade, acolheu os embargos de declaração para, imprimindo-lhes efeito modificativo, afastar o acórdão recorrido e dar sequência ao recurso extraordinário, o qual foi provido, a fim de reformar o acórdão do Tribunal de origem e julgar improcedente o pedido; invertido o ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 666F-91C6-2D52-074C e senha AF16-2BB8-7F8C-A43A Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.281.520 PROCED. : MATO GROSSO DO SUL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO EMBTE.(S) : ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL EMBDO.(A/S) : LETICIA CERUTTI FACCO ADV.(A/S) : RAYTER ABIB SALOMAO (9623/MS) ADV.(A/S) : SIUVANA DE SOUZA SALOMAO (9882/MS) ADV.(A/S) : GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA (23017/MS) Decisão: A Turma, por unanimidade, acolheu os embargos de declaração para, imprimindo-lhes efeito modificativo, afastar o acórdão recorrido e dar sequência ao recurso extraordinário, o qual foi provido, a fim de reformar o acórdão do Tribunal de origem e julgar improcedente o pedido; invertido o ônus da sucumbência, observada a gratuidade deferida pelo Juízo, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 666F-91C6-2D52-074C e senha AF16-2BB8-7F8C-A43A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
{ "JURISPRUDENCIA": [ "ARE 1281520 AGR - ED / MS", "ARE 1281520 AGR - ED / MS", "ARE 1281520 AGR - ED / MS", "recurso extraordinário n 1 . 278 . 713", "verbete n 279 da Súmula do Supremo", "ARE 1281520 AGR - ED / MS", "recurso extraordinário n 1 . 278 . 713", "verbete n 279 da Súmula do Supremo", "recurso extraordinário n 1 . 278 . 713", "recurso extraordinário n 1 . 278 . 713", "ARE 1281520 AGR - ED / MS", "ARE 1281520 AGR - ED / MS" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "inciso III do artigo 102 da Carta da República", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "inciso III do artigo 102 da Carta da República", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 /", "Medida Provisória n 2 . 200", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI ESTADUAL 4 . 834 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "LEI ESTADUAL 4 . 834 / 2016", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "Brasília", "Brasília", "MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "Supremo", "Primeira Turma do", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo", "Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul", "TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo", "Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul", "TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "LETICIA CERUTTI FACCO", "RAYTER ABIB SALOMAO", "SIUVANA DE SOUZA SALOMAO", "GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "LETICIA CERUTTI FACCO", "RAYTER ABIB SALOMAO", "SIUVANA DE SOUZA SALOMAO", "GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA", "MARCO AURÉLIO", "Adriane da Rocha Callado Henriques", "MARCO AURÉLIO", "LETICIA CERUTTI FACCO", "RAYTER ABIB SALOMAO", "SIUVANA DE SOUZA SALOMAO", "GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA", "MARCO AURÉLIO", "Adriane da Rocha Callado Henriques", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "LETICIA CERUTTI FACCO", "RAYTER ABIB SALOMAO", "SIUVANA DE SOUZA SALOMAO", "GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA", "MARCO AURÉLIO", "LETICIA CERUTTI FACCO", "RAYTER ABIB SALOMAO", "SIUVANA DE SOUZA SALOMAO", "GABRIELA MATTOS MISQUITA OLIVEIRA" ], "TEMPO": [ "08", "/", "06", "/", "2021", "28 de maio", "7 de junho de", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "08", "/", "06", "/", "2021", "28", ".", "5", ".", "2021", "7", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", ".", "5", ".", "2021", "7", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA HABEAS CORPUS – ATO INDIVIDUAL – ADEQUAÇÃO. O habeas corpus é adequado em se tratando de impugnação a ato de colegiado ou individual. HABEAS CORPUS – REVISÃO CRIMINAL — ÓBICE — INEXISTÊNCIA. Em jogo a liberdade de ir e vir, cabível é o habeas corpus, ainda que o ato impugnado desafie revisão criminal. HABEAS CORPUS – INSTÂNCIA – SUPRESSÃO. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. HABEAS CORPUS – FATOS E PROVA – ADEQUAÇÃO. Em jogo a liberdade de ir e vir, não se tem como deixar de adentrar a matéria versada no habeas corpus, pouco importando direcionar à análise de fatos e prova. NULIDADE – PROCESSO-CRIME – INOCORRÊNCIA. Havendo o processo-crime tramitado regularmente, descabe cogitar de nulidade. CONDENAÇÃO – HIGIDEZ. Constando do título judicial condenatório notícia da comprovação da materialidade criminosa e da autoria, ante dados coligidos, descabe absolvição por falta de prova. A C Ó R D Ã O Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D86-5647-8BA6-60E4 e senha 7A0A-12FA-99E0-D7A0 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Ementa e Acórdão HC 135323 / SP Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 28 de maio a 7 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D86-5647-8BA6-60E4 e senha 7A0A-12FA-99E0-D7A0 Supremo Tribunal Federal HC 135323 / SP Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 28 de maio a 7 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D86-5647-8BA6-60E4 e senha 7A0A-12FA-99E0-D7A0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor William Akerman Gomes: O Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Santo André/SP, no processo nº 0016101-22.2011.8.26.0554, condenou o paciente a 18 anos e 8 meses de reclusão, no regime fechado, e 1.895 dias-multa, ante os crimes dos artigos 33, cabeça e § 1º, inciso I (tráfico de drogas), 35 (associação para o tráfico) da Lei nº 11.343/2006, 180 (receptação) do Código Penal e 16, parágrafo único, inciso IV (porte de arma de fogo com numeração suprimida), da Lei nº 10.826/2003, redação anterior à Lei nº 13.964/2019. A Décima Segunda Câmara de Direito Criminal proveu apelação, redimensionando a pena em 14 anos, 11 meses e 20 dias de reclusão, mantido o regime, e 1.518 dias-multa. O título condenatório transitou em julgado em 22 de novembro de 2013. Formalizada revisão criminal, autuada sob o nº 0027253- 75.2014.8.26.0000, o Primeiro Grupo de Direito Criminal julgou improcedente o pedido. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator, no habeas corpus nº 307.297/SP, consignou faltarem documentos mínimos para verificação do arguido. Determinou que, após prestadas as Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4756-4BA8-5434-C9D0 e senha 012E-171C-6CC1-F346 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor William Akerman Gomes: O Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Santo André/SP, no processo nº 0016101-22.2011.8.26.0554, condenou o paciente a 18 anos e 8 meses de reclusão, no regime fechado, e 1.895 dias-multa, ante os crimes dos artigos 33, cabeça e § 1º, inciso I (tráfico de drogas), 35 (associação para o tráfico) da Lei nº 11.343/2006, 180 (receptação) do Código Penal e 16, parágrafo único, inciso IV (porte de arma de fogo com numeração suprimida), da Lei nº 10.826/2003, redação anterior à Lei nº 13.964/2019. A Décima Segunda Câmara de Direito Criminal proveu apelação, redimensionando a pena em 14 anos, 11 meses e 20 dias de reclusão, mantido o regime, e 1.518 dias-multa. O título condenatório transitou em julgado em 22 de novembro de 2013. Formalizada revisão criminal, autuada sob o nº 0027253- 75.2014.8.26.0000, o Primeiro Grupo de Direito Criminal julgou improcedente o pedido. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator, no habeas corpus nº 307.297/SP, consignou faltarem documentos mínimos para verificação do arguido. Determinou que, após prestadas as Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4756-4BA8-5434-C9D0 e senha 012E-171C-6CC1-F346 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Relatório HC 135323 / SP informações pela autoridade coatora, fosse encaminhada cópia da petição à Defensoria Pública. A impetrante sustenta cerceamento de defesa em razão de indeferimento de pedido de conversão das alegações finais em memoriais escritos. Afirma utilizadas, pelo patrono constituído, teses conflitantes. Aponta omissão, consubstanciada na ausência de defesa prévia versada na Lei nº 11.343/2006. Tem como insubsistentes os fundamentos do acórdão alusivo à apelação. Busca a absolvição e, sucessivamente, a anulação do processo-crime. A Procuradoria-Geral da República opina pela inadmissão do habeas corpus, dizendo-o formalizado contra ato individual e em substituição a revisão criminal. Sublinha encerrar supressão de instância. Ressalta necessário o reexame de fatos e prova. Destaca inexistir ilegalidade. Consulta, em 5 de março de 2021, ao sítio do Superior Tribunal de Justiça revelou haver o Relator inadmitido a impetração de nº 307.297/SP. Este habeas corpus possui causas de pedir e pedido idênticos ao de nº 137.688/SP. A Primeira Turma, em 25 de setembro de 2018, inadmitiu-o, nos termos do voto do ministro Luís Roberto Barroso, vencido Vossa Excelência. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4756-4BA8-5434-C9D0 e senha 012E-171C-6CC1-F346 Supremo Tribunal Federal HC 135323 / SP informações pela autoridade coatora, fosse encaminhada cópia da petição à Defensoria Pública. A impetrante sustenta cerceamento de defesa em razão de indeferimento de pedido de conversão das alegações finais em memoriais escritos. Afirma utilizadas, pelo patrono constituído, teses conflitantes. Aponta omissão, consubstanciada na ausência de defesa prévia versada na Lei nº 11.343/2006. Tem como insubsistentes os fundamentos do acórdão alusivo à apelação. Busca a absolvição e, sucessivamente, a anulação do processo-crime. A Procuradoria-Geral da República opina pela inadmissão do habeas corpus, dizendo-o formalizado contra ato individual e em substituição a revisão criminal. Sublinha encerrar supressão de instância. Ressalta necessário o reexame de fatos e prova. Destaca inexistir ilegalidade. Consulta, em 5 de março de 2021, ao sítio do Superior Tribunal de Justiça revelou haver o Relator inadmitido a impetração de nº 307.297/SP. Este habeas corpus possui causas de pedir e pedido idênticos ao de nº 137.688/SP. A Primeira Turma, em 25 de setembro de 2018, inadmitiu-o, nos termos do voto do ministro Luís Roberto Barroso, vencido Vossa Excelência. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4756-4BA8-5434-C9D0 e senha 012E-171C-6CC1-F346 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcedem as preliminares suscitadas pela Procuradoria-Geral da República. O habeas corpus é adequado contra ato de colegiado ou individual. Importante é saber a existência de órgão com atribuição de examinar o merecimento da decisão atacada. Os integrantes do Superior Tribunal de Justiça estão submetidos, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, à jurisdição do Supremo. Não cabe transportar, para a impetração, regra alusiva à recorribilidade extraordinária – esgotamento da jurisdição na origem –, exigindo a protocolação, em face de pronunciamento individual, do agravo. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso ou revisão criminal, não torna inadequada a impetração. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Em jogo a liberdade de ir e vir, não se tem como deixar de adentrar a matéria versada no recurso, pouco importando direcionar à análise de fatos e prova. O pronunciamento da Primeira Turma não repercute, em termos de preclusão, porquanto não examinado o tema de fundo. Cumpre reiterar a óptica adotada no habeas corpus nº 137.688: [...] 2. Observem que a suspensão do título condenatório alcançado pela preclusão maior surge excepcional. No caso, não há relevância suficiente a implementar a liminar pretendida, suspendendo-se a execução da pena. O processo-crime no qual condenado o paciente-impetrante tramitou com regularidade, sendo interposta apelação, na qual veiculadas as mesmas questões trazidas à balha nesta impetração, e, posteriormente, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DA9-C8A7-F9BE-4A5D e senha E462-7A6A-EB44-94CE Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcedem as preliminares suscitadas pela Procuradoria-Geral da República. O habeas corpus é adequado contra ato de colegiado ou individual. Importante é saber a existência de órgão com atribuição de examinar o merecimento da decisão atacada. Os integrantes do Superior Tribunal de Justiça estão submetidos, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, à jurisdição do Supremo. Não cabe transportar, para a impetração, regra alusiva à recorribilidade extraordinária – esgotamento da jurisdição na origem –, exigindo a protocolação, em face de pronunciamento individual, do agravo. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso ou revisão criminal, não torna inadequada a impetração. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Em jogo a liberdade de ir e vir, não se tem como deixar de adentrar a matéria versada no recurso, pouco importando direcionar à análise de fatos e prova. O pronunciamento da Primeira Turma não repercute, em termos de preclusão, porquanto não examinado o tema de fundo. Cumpre reiterar a óptica adotada no habeas corpus nº 137.688: [...] 2. Observem que a suspensão do título condenatório alcançado pela preclusão maior surge excepcional. No caso, não há relevância suficiente a implementar a liminar pretendida, suspendendo-se a execução da pena. O processo-crime no qual condenado o paciente-impetrante tramitou com regularidade, sendo interposta apelação, na qual veiculadas as mesmas questões trazidas à balha nesta impetração, e, posteriormente, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DA9-C8A7-F9BE-4A5D e senha E462-7A6A-EB44-94CE Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 135323 / SP formalizada ação de impugnação autônoma, a revisão criminal, cujo pedido foi julgado improcedente. […] O Tribunal, na apelação, assentou ausente nulidade considerado o rito procedimental adotado. Eis o trecho respectivo: […] Também não há de se falar em nulidade em razão do rito procedimental adotado. O Defensor constituído por Luiz Henrique foi notificado nos termos do art. 55 da Lei nº 11.343, de 2006, tendo apresentado defesa prévia em seu favor (fls. 202- 206). Após o recebimento da denúncia (fls. 295), houve ainda intimação para apresentação de resposta à acusação (fls. 397 e 412), nos termos do art. 396 do CPP o que ampliou ainda mais a possibilidade de defesa, muito embora o d. Defensor tenha deixado de exercer a faculdade e apresentado à audiência de início de instrução sem apresentar qualquer defesa escrita (fls. 431- 432). […] Inexiste ilegalidade a ser afastada. [...] Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DA9-C8A7-F9BE-4A5D e senha E462-7A6A-EB44-94CE Supremo Tribunal Federal HC 135323 / SP formalizada ação de impugnação autônoma, a revisão criminal, cujo pedido foi julgado improcedente. […] O Tribunal, na apelação, assentou ausente nulidade considerado o rito procedimental adotado. Eis o trecho respectivo: […] Também não há de se falar em nulidade em razão do rito procedimental adotado. O Defensor constituído por Luiz Henrique foi notificado nos termos do art. 55 da Lei nº 11.343, de 2006, tendo apresentado defesa prévia em seu favor (fls. 202- 206). Após o recebimento da denúncia (fls. 295), houve ainda intimação para apresentação de resposta à acusação (fls. 397 e 412), nos termos do art. 396 do CPP o que ampliou ainda mais a possibilidade de defesa, muito embora o d. Defensor tenha deixado de exercer a faculdade e apresentado à audiência de início de instrução sem apresentar qualquer defesa escrita (fls. 431- 432). […] Inexiste ilegalidade a ser afastada. [...] Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DA9-C8A7-F9BE-4A5D e senha E462-7A6A-EB44-94CE Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A493-9A91-ED50-3BDF e senha 7DCB-B24C-BFC5-3D23 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A493-9A91-ED50-3BDF e senha 7DCB-B24C-BFC5-3D23 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: O writ foi impetrado contra decisão individual proferida por Ministro do Superior Tribunal de Justiça no bojo de habeas corpus dirigido àquela Corte. Na esteira da pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é inadmissível o habeas corpus que se volte contra decisão monocrática do relator da causa no STJ não submetida ao crivo do colegiado por intermédio do agravo interno, por falta de exaurimento da instância antecedente. Vide: “Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Recurso interposto contra decisão monocrática mediante a qual o relator do HC nº 371.246/SP no STJ dele não conheceu. Não cabimento. Precedentes. Recebimento como habeas corpus substitutivo. Impossibilidade. Não exaurimento da instância antecedente pela via do agravo regimental. Precedentes. Inexistência de ilegalidade flagrante a amparar a concessão da ordem de ofício. Regimental não provido. 1. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto ao não conhecimento ‘de recurso ordinário em habeas corpus contra decisão monocrática proferida no Superior Tribunal de Justiça’ (RHC nº 108.877/SP, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 19/10/11). 2. Como se não bastasse, o não exaurimento da instância antecedente com a não interposição de agravo regimental e, portanto, a ausência da análise da decisão monocrática pelo Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BDAA-7F6F-138A-AD90 e senha 9FB7-8F94-B488-C91E Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: O writ foi impetrado contra decisão individual proferida por Ministro do Superior Tribunal de Justiça no bojo de habeas corpus dirigido àquela Corte. Na esteira da pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é inadmissível o habeas corpus que se volte contra decisão monocrática do relator da causa no STJ não submetida ao crivo do colegiado por intermédio do agravo interno, por falta de exaurimento da instância antecedente. Vide: “Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Recurso interposto contra decisão monocrática mediante a qual o relator do HC nº 371.246/SP no STJ dele não conheceu. Não cabimento. Precedentes. Recebimento como habeas corpus substitutivo. Impossibilidade. Não exaurimento da instância antecedente pela via do agravo regimental. Precedentes. Inexistência de ilegalidade flagrante a amparar a concessão da ordem de ofício. Regimental não provido. 1. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto ao não conhecimento ‘de recurso ordinário em habeas corpus contra decisão monocrática proferida no Superior Tribunal de Justiça’ (RHC nº 108.877/SP, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 19/10/11). 2. Como se não bastasse, o não exaurimento da instância antecedente com a não interposição de agravo regimental e, portanto, a ausência da análise da decisão monocrática pelo Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BDAA-7F6F-138A-AD90 e senha 9FB7-8F94-B488-C91E Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto Vogal HC 135323 / SP colegiado, impede o conhecimento como habeas corpus substitutivo, na linha de precedentes. 3. As circunstâncias expostas nos autos também não encerram situação de constrangimento ilegal para justificar a concessão da ordem de ofício. 4. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (RHC nº 143.167-AgR, Segunda Turma, de minha relatoria, DJe de 11/9/17). Perfilham esse entendimento os precedentes seguintes: HC nº 117.761/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 4/10/13; HC nº 113.172/SP, Primeira Turma, de minha relatoria, DJe de 17/4/13; HC nº 118.836/PA-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 8/10/13; HC nº 116.857/ES-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 21/5/13; HC nº 114.583/MS, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 27/8/12; HC nº 92.264/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Menezes Direito, DJ de 14/12/07 e HC nº 90.654/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 25/5/07, entre outros. Ressalvo meu ponto de vista e, por considerar ausente constrangimento ilegal, na esteira do voto do eminente Relator, acompanho Sua Excelência no tocante à denegação da ordem. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BDAA-7F6F-138A-AD90 e senha 9FB7-8F94-B488-C91E Supremo Tribunal Federal HC 135323 / SP colegiado, impede o conhecimento como habeas corpus substitutivo, na linha de precedentes. 3. As circunstâncias expostas nos autos também não encerram situação de constrangimento ilegal para justificar a concessão da ordem de ofício. 4. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (RHC nº 143.167-AgR, Segunda Turma, de minha relatoria, DJe de 11/9/17). Perfilham esse entendimento os precedentes seguintes: HC nº 117.761/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 4/10/13; HC nº 113.172/SP, Primeira Turma, de minha relatoria, DJe de 17/4/13; HC nº 118.836/PA-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 8/10/13; HC nº 116.857/ES-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 21/5/13; HC nº 114.583/MS, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 27/8/12; HC nº 92.264/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Menezes Direito, DJ de 14/12/07 e HC nº 90.654/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 25/5/07, entre outros. Ressalvo meu ponto de vista e, por considerar ausente constrangimento ilegal, na esteira do voto do eminente Relator, acompanho Sua Excelência no tocante à denegação da ordem. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BDAA-7F6F-138A-AD90 e senha 9FB7-8F94-B488-C91E Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Ressalvada minha posição quanto à inadequação do presente Habeas Corpus, acompanho o Ministro relator. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 907A-4B90-B3C3-E144 e senha 10FC-E75D-9C52-4F0F Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Ressalvada minha posição quanto à inadequação do presente Habeas Corpus, acompanho o Ministro relator. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 907A-4B90-B3C3-E144 e senha 10FC-E75D-9C52-4F0F Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição ao agravo regimental cabível na origem (HC 115.659, Rel. Min. Luiz Fux). Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9659-6F35-71D4-281B e senha 5B2C-1969-1388-31EC Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição ao agravo regimental cabível na origem (HC 115.659, Rel. Min. Luiz Fux). Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9659-6F35-71D4-281B e senha 5B2C-1969-1388-31EC Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 135.323 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) : ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, com ressalvas dos Ministros Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 14FD-FB40-C720-4B00 e senha 7371-39A2-4081-ABF5 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 135.323 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) : ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, com ressalvas dos Ministros Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 14FD-FB40-C720-4B00 e senha 7371-39A2-4081-ABF5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756283169
2021-06-08T00:00:00
2021-06-28T00:00:00
A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, com ressalvas dos Ministros Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
HABEAS CORPUS
HABEAS CORPUS – ATO INDIVIDUAL – ADEQUAÇÃO. O habeas corpus é adequado em se tratando de impugnação a ato de colegiado ou individual. HABEAS CORPUS – REVISÃO CRIMINAL — ÓBICE — INEXISTÊNCIA. Em jogo a liberdade de ir e vir, cabível é o habeas corpus, ainda que o ato impugnado desafie revisão criminal. HABEAS CORPUS – INSTÂNCIA – SUPRESSÃO. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. HABEAS CORPUS – FATOS E PROVA – ADEQUAÇÃO. Em jogo a liberdade de ir e vir, não se tem como deixar de adentrar a matéria versada no habeas corpus, pouco importando direcionar à análise de fatos e prova. NULIDADE – PROCESSO-CRIME – INOCORRÊNCIA. Havendo o processo-crime tramitado regularmente, descabe cogitar de nulidade. CONDENAÇÃO – HIGIDEZ. Constando do título judicial condenatório notícia da comprovação da materialidade criminosa e da autoria, ante dados coligidos, descabe absolvição por falta de prova.
sjur449547
- Acórdão(s) citado(s): (HC, IMPUGNAÇÃO, DECISÃO MONOCRÁTICA, MINISTRO, STJ, TRIBUNAL SUPERIOR) HC 90654 (1ªT), HC 92264 (1ªT), HC 113172 (1ªT), HC 114583 (2ªT), HC 116857 AgR (2ªT), HC 117761 (2ªT), HC 118836 AgR (2ªT), RHC 143167 AgR (2ªT). (HC, ESGOTAMENTO, INSTÂNCIA INFERIOR) HC 115659 (1ªT). Número de páginas: 12. Análise: 28/01/2022, JAS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
135323
null
HC
acordaos
HC 135323
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PACTE.(S) : LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) : ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA HABEAS CORPUS – ATO INDIVIDUAL – ADEQUAÇÃO. O habeas corpus é adequado em se tratando de impugnação a ato de colegiado ou individual. HABEAS CORPUS – REVISÃO CRIMINAL — ÓBICE — INEXISTÊNCIA. Em jogo a liberdade de ir e vir, cabível é o habeas corpus, ainda que o ato impugnado desafie revisão criminal. HABEAS CORPUS – INSTÂNCIA – SUPRESSÃO. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. HABEAS CORPUS – FATOS E PROVA – ADEQUAÇÃO. Em jogo a liberdade de ir e vir, não se tem como deixar de adentrar a matéria versada no habeas corpus, pouco importando direcionar à análise de fatos e prova. NULIDADE – PROCESSO-CRIME – INOCORRÊNCIA. Havendo o processo-crime tramitado regularmente, descabe cogitar de nulidade. CONDENAÇÃO – HIGIDEZ. Constando do título judicial condenatório notícia da comprovação da materialidade criminosa e da autoria, ante dados coligidos, descabe absolvição por falta de prova. A C Ó R D Ã O Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D86-5647-8BA6-60E4 e senha 7A0A-12FA-99E0-D7A0 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Ementa e Acórdão HC 135323 / SP Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 28 de maio a 7 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D86-5647-8BA6-60E4 e senha 7A0A-12FA-99E0-D7A0 Supremo Tribunal Federal HC 135323 / SP Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão virtual, realizada de 28 de maio a 7 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 8 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D86-5647-8BA6-60E4 e senha 7A0A-12FA-99E0-D7A0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor William Akerman Gomes: O Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Santo André/SP, no processo n 0016101-22.2011.8.26.0554, condenou o paciente a 18 anos e 8 meses de reclusão, no regime fechado, e 1.895 dias-multa, ante os crimes dos artigos 33, cabeça e § 1..., inciso I (tráfico de drogas), 35 (associação para o tráfico) da Lei n 11.343/2006, 180 (receptação) do Código Penal e 16, parágrafo único, inciso IV (porte de arma de fogo com numeração suprimida), da Lei n 10.826/2003, redação anterior à Lei n 13.964/2019. A Décima Segunda Câmara de Direito Criminal proveu apelação, redimensionando a pena em 14 anos, 11 meses e 20 dias de reclusão, mantido o regime, e 1.518 dias-multa. O título condenatório transitou em julgado em 22 de novembro de 2013. Formalizada revisão criminal, autuada sob o n 0027253- 75.2014.8.26.0000, o Primeiro Grupo de Direito Criminal julgou improcedente o pedido. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator, no habeas corpus n 307.297/SP, consignou faltarem documentos mínimos para verificação do arguido. Determinou que, após prestadas as Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4756-4BA8-5434-C9D0 e senha 012E-171C-6CC1-F346 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor William Akerman Gomes: O Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Santo André/SP, no processo n 0016101-22.2011.8.26.0554, condenou o paciente a 18 anos e 8 meses de reclusão, no regime fechado, e 1.895 dias-multa, ante os crimes dos artigos 33, cabeça e § 1..., inciso I (tráfico de drogas), 35 (associação para o tráfico) da Lei n 11.343/2006, 180 (receptação) do Código Penal e 16, parágrafo único, inciso IV (porte de arma de fogo com numeração suprimida), da Lei n 10.826/2003, redação anterior à Lei n 13.964/2019. A Décima Segunda Câmara de Direito Criminal proveu apelação, redimensionando a pena em 14 anos, 11 meses e 20 dias de reclusão, mantido o regime, e 1.518 dias-multa. O título condenatório transitou em julgado em 22 de novembro de 2013. Formalizada revisão criminal, autuada sob o n 0027253- 75.2014.8.26.0000, o Primeiro Grupo de Direito Criminal julgou improcedente o pedido. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator, no habeas corpus n 307.297/SP, consignou faltarem documentos mínimos para verificação do arguido. Determinou que, após prestadas as Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4756-4BA8-5434-C9D0 e senha 012E-171C-6CC1-F346 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Relatório HC 135323 / SP informações pela autoridade coatora, fosse encaminhada cópia da petição à Defensoria Pública. A impetrante sustenta cerceamento de defesa em razão de indeferimento de pedido de conversão das alegações finais em memoriais escritos. Afirma utilizadas, pelo patrono constituído, teses conflitantes. Aponta omissão, consubstanciada na ausência de defesa prévia versada na Lei n 11.343/2006. Tem como insubsistentes os fundamentos do acórdão alusivo à apelação. Busca a absolvição e, sucessivamente, a anulação do processo-crime. A Procuradoria-Geral da República opina pela inadmissão do habeas corpus, dizendo-o formalizado contra ato individual e em substituição a revisão criminal. Sublinha encerrar supressão de instância. Ressalta necessário o reexame de fatos e prova. Destaca inexistir ilegalidade. Consulta, em 5 de março de 2021, ao sítio do Superior Tribunal de Justiça revelou haver o Relator inadmitido a impetração de n 307.297/SP. Este habeas corpus possui causas de pedir e pedido idênticos ao de n 137.688/SP. A Primeira Turma, em 25 de setembro de 2018, inadmitiu-o, nos termos do voto do ministro Luís Roberto Barroso, vencido Vossa Excelência. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4756-4BA8-5434-C9D0 e senha 012E-171C-6CC1-F346 Supremo Tribunal Federal HC 135323 / SP informações pela autoridade coatora, fosse encaminhada cópia da petição à Defensoria Pública. A impetrante sustenta cerceamento de defesa em razão de indeferimento de pedido de conversão das alegações finais em memoriais escritos. Afirma utilizadas, pelo patrono constituído, teses conflitantes. Aponta omissão, consubstanciada na ausência de defesa prévia versada na Lei n 11.343/2006. Tem como insubsistentes os fundamentos do acórdão alusivo à apelação. Busca a absolvição e, sucessivamente, a anulação do processo-crime. A Procuradoria-Geral da República opina pela inadmissão do habeas corpus, dizendo-o formalizado contra ato individual e em substituição a revisão criminal. Sublinha encerrar supressão de instância. Ressalta necessário o reexame de fatos e prova. Destaca inexistir ilegalidade. Consulta, em 5 de março de 2021, ao sítio do Superior Tribunal de Justiça revelou haver o Relator inadmitido a impetração de n 307.297/SP. Este habeas corpus possui causas de pedir e pedido idênticos ao de n 137.688/SP. A Primeira Turma, em 25 de setembro de 2018, inadmitiu-o, nos termos do voto do ministro Luís Roberto Barroso, vencido Vossa Excelência. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4756-4BA8-5434-C9D0 e senha 012E-171C-6CC1-F346 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcedem as preliminares suscitadas pela Procuradoria-Geral da República. O habeas corpus é adequado contra ato de colegiado ou individual. Importante é saber a existência de órgão com atribuição de examinar o merecimento da decisão atacada. Os integrantes do Superior Tribunal de Justiça estão submetidos, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, à jurisdição do Supremo. Não cabe transportar, para a impetração, regra alusiva à recorribilidade extraordinária – esgotamento da jurisdição na origem –, exigindo a protocolação, em face de pronunciamento individual, do agravo. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso ou revisão criminal, não torna inadequada a impetração. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Em jogo a liberdade de ir e vir, não se tem como deixar de adentrar a matéria versada no recurso, pouco importando direcionar à análise de fatos e prova. O pronunciamento da Primeira Turma não repercute, em termos de preclusão, porquanto não examinado o tema de fundo. Cumpre reiterar a óptica adotada no habeas corpus n 137.688: [...] 2. Observem que a suspensão do título condenatório alcançado pela preclusão maior surge excepcional. No caso, não há relevância suficiente a implementar a liminar pretendida, suspendendo-se a execução da pena. O processo-crime no qual condenado o paciente-impetrante tramitou com regularidade, sendo interposta apelação, na qual veiculadas as mesmas questões trazidas à balha nesta impetração, e, posteriormente, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DA9-C8A7-F9BE-4A5D e senha E462-7A6A-EB44-94CE Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Improcedem as preliminares suscitadas pela Procuradoria-Geral da República. O habeas corpus é adequado contra ato de colegiado ou individual. Importante é saber a existência de órgão com atribuição de examinar o merecimento da decisão atacada. Os integrantes do Superior Tribunal de Justiça estão submetidos, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, à jurisdição do Supremo. Não cabe transportar, para a impetração, regra alusiva à recorribilidade extraordinária – esgotamento da jurisdição na origem –, exigindo a protocolação, em face de pronunciamento individual, do agravo. O fato de a decisão impugnada desafiar, em tese, recurso ou revisão criminal, não torna inadequada a impetração. Revelando o habeas corpus parte única – o paciente, personificado pelo impetrante –, o instituto da supressão de instância há de ser tomado, no que visa beneficiá-la, com as cautelas próprias. Em jogo a liberdade de ir e vir, não se tem como deixar de adentrar a matéria versada no recurso, pouco importando direcionar à análise de fatos e prova. O pronunciamento da Primeira Turma não repercute, em termos de preclusão, porquanto não examinado o tema de fundo. Cumpre reiterar a óptica adotada no habeas corpus n 137.688: [...] 2. Observem que a suspensão do título condenatório alcançado pela preclusão maior surge excepcional. No caso, não há relevância suficiente a implementar a liminar pretendida, suspendendo-se a execução da pena. O processo-crime no qual condenado o paciente-impetrante tramitou com regularidade, sendo interposta apelação, na qual veiculadas as mesmas questões trazidas à balha nesta impetração, e, posteriormente, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DA9-C8A7-F9BE-4A5D e senha E462-7A6A-EB44-94CE Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO HC 135323 / SP formalizada ação de impugnação autônoma, a revisão criminal, cujo pedido foi julgado improcedente. […] O Tribunal, na apelação, assentou ausente nulidade considerado o rito procedimental adotado. Eis o trecho respectivo: […] Também não há de se falar em nulidade em razão do rito procedimental adotado. O Defensor constituído por Luiz Henrique foi notificado nos termos do art. 55 da Lei n 11.343, de 2006, tendo apresentado defesa prévia em seu favor (fls. 202- 206). Após o recebimento da denúncia (fls. 295), houve ainda intimação para apresentação de resposta à acusação (fls. 397 e 412), nos termos do art. 396 do CPP o que ampliou ainda mais a possibilidade de defesa, muito embora o d. Defensor tenha deixado de exercer a faculdade e apresentado à audiência de início de instrução sem apresentar qualquer defesa escrita (fls. 431- 432). […] Inexiste ilegalidade a ser afastada. [...] Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DA9-C8A7-F9BE-4A5D e senha E462-7A6A-EB44-94CE Supremo Tribunal Federal HC 135323 / SP formalizada ação de impugnação autônoma, a revisão criminal, cujo pedido foi julgado improcedente. […] O Tribunal, na apelação, assentou ausente nulidade considerado o rito procedimental adotado. Eis o trecho respectivo: […] Também não há de se falar em nulidade em razão do rito procedimental adotado. O Defensor constituído por Luiz Henrique foi notificado nos termos do art. 55 da Lei n 11.343, de 2006, tendo apresentado defesa prévia em seu favor (fls. 202- 206). Após o recebimento da denúncia (fls. 295), houve ainda intimação para apresentação de resposta à acusação (fls. 397 e 412), nos termos do art. 396 do CPP o que ampliou ainda mais a possibilidade de defesa, muito embora o d. Defensor tenha deixado de exercer a faculdade e apresentado à audiência de início de instrução sem apresentar qualquer defesa escrita (fls. 431- 432). […] Inexiste ilegalidade a ser afastada. [...] Indefiro a ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7DA9-C8A7-F9BE-4A5D e senha E462-7A6A-EB44-94CE Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A493-9A91-ED50-3BDF e senha 7DCB-B24C-BFC5-3D23 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Acompanho o Ministro Relator com ressalva de posicionamento quanto à inadequação da via eleita. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A493-9A91-ED50-3BDF e senha 7DCB-B24C-BFC5-3D23 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: O writ foi impetrado contra decisão individual proferida por Ministro do Superior Tribunal de Justiça no bojo de habeas corpus dirigido àquela Corte. Na esteira da pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é inadmissível o habeas corpus que se volte contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça não submetida ao crivo do colegiado por intermédio do agravo interno, por falta de exaurimento da instância antecedente. Vide: “Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Recurso interposto contra decisão monocrática mediante a qual o relator do HC n 371.246/SP no Superior Tribunal de Justiça dele não conheceu. Não cabimento. Precedentes. Recebimento como habeas corpus substitutivo. Impossibilidade. Não exaurimento da instância antecedente pela via do agravo regimental. Precedentes. Inexistência de ilegalidade flagrante a amparar a concessão da ordem de ofício. Regimental não provido. 1. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto ao não conhecimento ‘de recurso ordinário em habeas corpus contra decisão monocrática proferida no Superior Tribunal de Justiça’ (RHC n 108.877/SP, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 19/10/11). 2. Como se não bastasse, o não exaurimento da instância antecedente com a não interposição de agravo regimental e, portanto, a ausência da análise da decisão monocrática pelo Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BDAA-7F6F-138A-AD90 e senha 9FB7-8F94-B488-C91E Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: O writ foi impetrado contra decisão individual proferida por Ministro do Superior Tribunal de Justiça no bojo de habeas corpus dirigido àquela Corte. Na esteira da pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é inadmissível o habeas corpus que se volte contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça não submetida ao crivo do colegiado por intermédio do agravo interno, por falta de exaurimento da instância antecedente. Vide: “Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Recurso interposto contra decisão monocrática mediante a qual o relator do HC n 371.246/SP no Superior Tribunal de Justiça dele não conheceu. Não cabimento. Precedentes. Recebimento como habeas corpus substitutivo. Impossibilidade. Não exaurimento da instância antecedente pela via do agravo regimental. Precedentes. Inexistência de ilegalidade flagrante a amparar a concessão da ordem de ofício. Regimental não provido. 1. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto ao não conhecimento ‘de recurso ordinário em habeas corpus contra decisão monocrática proferida no Superior Tribunal de Justiça’ (RHC n 108.877/SP, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 19/10/11). 2. Como se não bastasse, o não exaurimento da instância antecedente com a não interposição de agravo regimental e, portanto, a ausência da análise da decisão monocrática pelo Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BDAA-7F6F-138A-AD90 e senha 9FB7-8F94-B488-C91E Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto Vogal HC 135323 / SP colegiado, impede o conhecimento como habeas corpus substitutivo, na linha de precedentes. 3. As circunstâncias expostas nos autos também não encerram situação de constrangimento ilegal para justificar a concessão da ordem de ofício. 4. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (RHC n 143.167-AgR, Segunda Turma, de minha relatoria, DJe de 11/9/17). Perfilham esse entendimento os precedentes seguintes: HC n 117.761/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 4/10/13; HC n 113.172/SP, Primeira Turma, de minha relatoria, DJe de 17/4/13; HC n 118.836/PA-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 8/10/13; HC n 116.857/ES-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 21/5/13; HC n 114.583/MS, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 27/8/12; HC n 92.264/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Menezes Direito, DJ de 14/12/07 e HC n 90.654/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 25/5/07, entre outros. Ressalvo meu ponto de vista e, por considerar ausente constrangimento ilegal, na esteira do voto do eminente Relator, acompanho Sua Excelência no tocante à denegação da ordem. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BDAA-7F6F-138A-AD90 e senha 9FB7-8F94-B488-C91E Supremo Tribunal Federal HC 135323 / SP colegiado, impede o conhecimento como habeas corpus substitutivo, na linha de precedentes. 3. As circunstâncias expostas nos autos também não encerram situação de constrangimento ilegal para justificar a concessão da ordem de ofício. 4. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (RHC n 143.167-AgR, Segunda Turma, de minha relatoria, DJe de 11/9/17). Perfilham esse entendimento os precedentes seguintes: HC n 117.761/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 4/10/13; HC n 113.172/SP, Primeira Turma, de minha relatoria, DJe de 17/4/13; HC n 118.836/PA-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 8/10/13; HC n 116.857/ES-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 21/5/13; HC n 114.583/MS, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 27/8/12; HC n 92.264/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Menezes Direito, DJ de 14/12/07 e HC n 90.654/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 25/5/07, entre outros. Ressalvo meu ponto de vista e, por considerar ausente constrangimento ilegal, na esteira do voto do eminente Relator, acompanho Sua Excelência no tocante à denegação da ordem. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BDAA-7F6F-138A-AD90 e senha 9FB7-8F94-B488-C91E Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Ressalvada minha posição quanto à inadequação do presente Habeas Corpus, acompanho o Ministro relator. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 907A-4B90-B3C3-E144 e senha 10FC-E75D-9C52-4F0F Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Ressalvada minha posição quanto à inadequação do presente Habeas Corpus, acompanho o Ministro relator. É o voto. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 907A-4B90-B3C3-E144 e senha 10FC-E75D-9C52-4F0F Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto Vogal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição ao agravo regimental cabível na origem (HC 115.659, Rel. Min. Luiz Fux). Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9659-6F35-71D4-281B e senha 5B2C-1969-1388-31EC Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 135.323 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) :LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) :ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO: Acompanho a conclusão do relator pelo indeferimento da ordem. Sem prejuízo desse encaminhamento, deixo ressalvada a minha posição quanto à inadequação da via eleita, tendo em vista que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus, em substituição ao agravo regimental cabível na origem (HC 115.659, Rel. Min. Luiz Fux). Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9659-6F35-71D4-281B e senha 5B2C-1969-1388-31EC Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 08/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 135.323 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) : ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, com ressalvas dos Ministros Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 14FD-FB40-C720-4B00 e senha 7371-39A2-4081-ABF5 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS 135.323 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : LUIZ HENRIQUE RODRIGUES IMPTE.(S) : ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator, com ressalvas dos Ministros Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso. Primeira Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 14FD-FB40-C720-4B00 e senha 7371-39A2-4081-ABF5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 135 . 323", "HC 135323 / SP", "HC 135323 / SP", "HABEAS CORPUS 135 . 323 SÃO", "processo n 0016101 - 22 . 2011 . 8 . 26 . 0554", "habeas corpus n 307 . 297 / SP", "HABEAS CORPUS 135 . 323", "processo n 0016101 - 22 . 2011 . 8 .", "26", "habeas corpus n 307 . 297 / SP", "HC 135323 / SP", "HC 135323 / SP", "n", "HABEAS CORPUS 135 . 323", "habeas corpus n 137 . 688", "HABEAS CORPUS 135 . 323", "habeas corpus n 137 . 688", "HC 135323 / SP", "HC 135323 / SP", "HABEAS CORPUS 135 . 323", "HABEAS CORPUS 135 . 323 SÃO", "HABEAS CORPUS 135 . 323", "HC n 371 . 246 / SP", "RHC n 108 . 877 / SP", "HABEAS CORPUS 135 . 323 SÃO", "HC n 371 . 246 / SP", "RHC n 108 . 877 / SP", "HC 135323 / SP", "RHC n 143 . 167 - AgR", "HC n 117 . 761 / SP", "HC n 113 . 172 / SP", "HC n 118 . 836 / PA - AgR", "HC n 116 . 857 / ES - AgR", "HC n 114 . 583 / MS", "HC n 92 . 264 / SP", "HC n 90 . 654 / SP", "HC 135323 / SP", "RHC n 143 . 167 - AgR", "HC n 117 . 761 / SP", "HC n 113 . 172 / SP", "HC n 118 . 836 / PA - AgR", "HC n 116 . 857 / ES - AgR", "HC n 114 . 583 / MS", "HC n 92 . 264 / SP", "HC n 90 . 654 / SP", "HABEAS CORPUS 135 . 323 SÃO", "HABEAS CORPUS 135 . 323", "HABEAS CORPUS 135 . 323", "HC 115 . 659", "HABEAS CORPUS 135 . 323", "HC 115 . 659", "HABEAS CORPUS 135 . 323", "HABEAS CORPUS 135 . 323" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "35", "180", "Lei n 10 . 826 / 2003", "Lei n 13 . 964 / 2019", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigos 33", "35", "Lei n 11 . 343 / 2006", "180", "Lei n 10 . 826 / 2003", "Lei n 13 . 964 / 2019", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 55 da Lei n 11 . 343", "art . 396 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 55 da Lei n 11 . 343", "art . 396 do CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "Brasília", "Brasília", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma do", "Supremo Tribunal 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Zavascki", "Cezar Peluso", "Menezes Direito", "Sepúlveda Pertence", "MARCO AURÉLIO", "LUIZ HENRIQUE RODRIGUES", "ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "LUIZ HENRIQUE RODRIGUES", "ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "LUIZ HENRIQUE RODRIGUES", "ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Luiz Fux", "MARCO AURÉLIO", "LUIZ HENRIQUE RODRIGUES", "ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "Luiz Fux", "MARCO AURÉLIO", "LUIZ HENRIQUE RODRIGUES", "ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA", "Rosa Weber", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Luís Roberto Barroso", "MARCO AURÉLIO", "LUIZ HENRIQUE RODRIGUES", "ELZA APARECIDA MASSOCO DE LARA", "Rosa Weber", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Luís Roberto Barroso" ], "TEMPO": [ "08", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de maio", "7 de junho de 2021", "8 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28 de maio", "7 de junho de 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Ementa e Acórdão 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) :ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS AGDO.(A/S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) :HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS ADV.(A/S) :RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ENERGIA ELÉTRICA. FATURA. PRETENSÃO DE TERCEIRIZAÇÃO DO SERVIÇO POSTAL. COISA JULGADA. TEMA 660 DA REPERCUSSÃO GERAL. INOCORRÊNCIA DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E À SÚMULA VINCULANTE 10. 1. Inexistência de ofensa à cláusula da reserva de plenário e à Súmula Vinculante 10, porquanto o Tribunal de origem, ao analisar o caso concreto, não declarou inconstitucional a legislação aplicada, nem a afastou por julgá-la inconstitucional, mas apenas interpretou a norma legal de acordo com o entendimento jurisprudencial prevalecente no âmbito daquele Tribunal. 2. Não ostenta repercussão geral a alegação de ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada, quando a aferição da violação pressuponha a revisão de legislação infraconstitucional. Precedente: RE 748.371-RG, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, DJe 1º.08.2013. Tema 660. 3. Improcedente a alegada ausência de prestação jurisdicional, tendo em vista que a jurisdição foi prestada pelo Tribunal a quo, embora contrária aos interesses da parte Recorrente. 4. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC. Incabível Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDFA-8478-17AE-EB5B e senha 718F-59CB-B1F1-FEA0 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 25 Ementa e Acórdão RE 1094344 AGR / PE majoração de honorários, tendo em vista não houve fixação de honorários na instância de origem. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, CPC, e entender inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, visto que não houve fixação de honorários advocatícios na instância de origem, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDFA-8478-17AE-EB5B e senha 718F-59CB-B1F1-FEA0 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE majoração de honorários, tendo em vista não houve fixação de honorários na instância de origem. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, CPC, e entender inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, visto que não houve fixação de honorários advocatícios na instância de origem, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDFA-8478-17AE-EB5B e senha 718F-59CB-B1F1-FEA0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 25 Relatório 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) :ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS AGDO.(A/S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) :HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS ADV.(A/S) :RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental (eDOC 13) interposto em 01.02.2019 (eDOC 15) em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso da ora Agravante, nos seguintes termos (eDOC 12, p 1-12): “Trata-se de recursos extraordinários interpostos pela Companhia Energética de Pernambuco – CELPE – e pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT – em face de acórdão da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, assim ementado (eDOC 7, p. 98/101): ‘CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. PRELIMINAR DE VIOLAÇÃO À COISA JULGADA COM RELAÇÃO A ALGUNS DOS PEDIDOS. MONOPÓLIO POSTAL. ENERGIA ELÉTRICA. FATURA. CARTA. ENQUADRAMENTO CONCEITUAL. PRESTAÇÃO POR TERCEIRO DE SERVIÇO DE ENTREGA, POSTERIOR À AFERIÇÃO, DE BOLETO DE COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DA ECT. LEITURA DE CONSUMO E ENTREGA SIMULTÂNEA DE FATURA Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) :ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS AGDO.(A/S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) :HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS ADV.(A/S) :RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental (eDOC 13) interposto em 01.02.2019 (eDOC 15) em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso da ora Agravante, nos seguintes termos (eDOC 12, p 1-12): “Trata-se de recursos extraordinários interpostos pela Companhia Energética de Pernambuco – CELPE – e pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT – em face de acórdão da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, assim ementado (eDOC 7, p. 98/101): ‘CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. PRELIMINAR DE VIOLAÇÃO À COISA JULGADA COM RELAÇÃO A ALGUNS DOS PEDIDOS. MONOPÓLIO POSTAL. ENERGIA ELÉTRICA. FATURA. CARTA. ENQUADRAMENTO CONCEITUAL. PRESTAÇÃO POR TERCEIRO DE SERVIÇO DE ENTREGA, POSTERIOR À AFERIÇÃO, DE BOLETO DE COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DA ECT. LEITURA DE CONSUMO E ENTREGA SIMULTÂNEA DE FATURA Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE AO DESTINATÁRIO. SISTEMA DE FATURAMENTO DIRETO (ON SITE). ADOÇÃO DA TÉCNICA DA MOTIVAÇÃO REFERENCIADA ("PER RELATIONEM"). AUSÊNCIA DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ENTENDIMENTO DO STF. 1. Trata-se de apelações interpostas pela CELPE e ECT contra sentença que, acolhendo a preliminar de violação à coisa julgada, extinguiu sem resolução de mérito o feito com relação ao pedido de descaracterização da fatura de energia elétrica como carta para os fins do art. 9º, da Lei nº 6.538/78 e do reconhecimento às concessionárias de energia elétrica da responsabilidade de executar a entrega da respectiva fatura, nos termos do art. 25, da Lei nº 8.987/95, com a possibilidade, inclusive, de terceirização do referido serviço, e julgou procedente o pedido para declarar a atividade de medição e geração de fatura no próprio domicílio do consumidor (faturamento direto ou "on site") como não violadora do monopólio do serviço postal. 2. A mais alta Corte de Justiça do país já firmou entendimento no sentido de que a motivação referenciada ("per relationem") não constitui negativa de prestação jurisdicional, tendo-se por cumprida a exigência constitucional da fundamentação das decisões judiciais. Adota-se, portanto, os termos da sentença como razões de decidir. 3. 1.1. Suscitou a ré, em preliminar, violação à coisa julgada material configurada na ação de rito ordinário de preceito cominatório nº 2003.83.00.000031-1, ajuizada pela ECT contra a CELPE, sob a alegação de ser idêntica à ora ajuizada." (...) "Na ação condenatória de rito ordinário nº 2003.83.00.000031-1, figuravam como partes a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, na condição de autora e a Companhia Energética Pernambucana - CELPE, como ré. A causa de pedir, por sua vez, fundamentava-se na violação do monopólio postal da ECT pela CELPE, sob a alegação de a CELPE estar se utilizando do serviço de terceiros para realizar o 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE AO DESTINATÁRIO. SISTEMA DE FATURAMENTO DIRETO (ON SITE). ADOÇÃO DA TÉCNICA DA MOTIVAÇÃO REFERENCIADA ("PER RELATIONEM"). AUSÊNCIA DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ENTENDIMENTO DO STF. 1. Trata-se de apelações interpostas pela CELPE e ECT contra sentença que, acolhendo a preliminar de violação à coisa julgada, extinguiu sem resolução de mérito o feito com relação ao pedido de descaracterização da fatura de energia elétrica como carta para os fins do art. 9º, da Lei nº 6.538/78 e do reconhecimento às concessionárias de energia elétrica da responsabilidade de executar a entrega da respectiva fatura, nos termos do art. 25, da Lei nº 8.987/95, com a possibilidade, inclusive, de terceirização do referido serviço, e julgou procedente o pedido para declarar a atividade de medição e geração de fatura no próprio domicílio do consumidor (faturamento direto ou "on site") como não violadora do monopólio do serviço postal. 2. A mais alta Corte de Justiça do país já firmou entendimento no sentido de que a motivação referenciada ("per relationem") não constitui negativa de prestação jurisdicional, tendo-se por cumprida a exigência constitucional da fundamentação das decisões judiciais. Adota-se, portanto, os termos da sentença como razões de decidir. 3. 1.1. Suscitou a ré, em preliminar, violação à coisa julgada material configurada na ação de rito ordinário de preceito cominatório nº 2003.83.00.000031-1, ajuizada pela ECT contra a CELPE, sob a alegação de ser idêntica à ora ajuizada." (...) "Na ação condenatória de rito ordinário nº 2003.83.00.000031-1, figuravam como partes a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, na condição de autora e a Companhia Energética Pernambucana - CELPE, como ré. A causa de pedir, por sua vez, fundamentava-se na violação do monopólio postal da ECT pela CELPE, sob a alegação de a CELPE estar se utilizando do serviço de terceiros para realizar o 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE serviço de transporte e entrega de faturas de consumo de energia elétrica, atividade abrangida pelo serviço postal monopolizado. Vê-se da análise desta ação, ora em julgamento, serem idênticas as partes, apenas figurando em polos invertidos ao da ação precedente. 5. (...) "Já a causa de pedir, nesta demanda, diz respeito a não caracterização da atividade de entrega de fatura como serviço postal monopolizado pela ECT por não se enquadrar na definição legal de carta, bem como que o art. 25 da Lei 8.987/95 autoriza a terceirização da atividade de entrega de faturas de serviços públicos objeto de contrato de concessão. Não há como se negar também identidade de causa de pedir entre as ações, pois em ambas a matéria jurídica debatida é o enquadramento ou não da atividade de entrega e transporte de fatura de energia elétrica como serviço postal monopolizado. Impende ressaltar que, a despeito do argumento da autora, a causa de pedir na ação nº 2003.83.00.31-1 não se restringiu à questão da recepção da Lei 6.538/78 pela Constituição de 1988 e do monopólio por ela instituído, mas também se ateve à abrangência ou não da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica pelo serviço postal monopolizado, (...)". 6. (...) "Contudo, deve-se atentar que a presente ação veicula pretensão reversa àquela formulada na ação nº 2003.83.00.31-1. Na ação precedente, o pedido da ECT visava condenar a CELPE a se abster de contratar terceiros para a atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica. Nesta ação, a CELPE veicula pretensão inversa, qual seja, reconhecer não se encontrar obrigada a contratar com a ECT para realizar a atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica. Nessa linha de raciocínio, o acolhimento da pretensão da CELPE, nesta demanda, implicará em desfazimento, por via oblíqua, da coisa julgada formada na ação nº 2003.83.00.31-1, assegurando à CELPE, a despeito da condenação na ação nº 2003.83.00.31-1, o direito de contratar com terceiros o serviço de coleta, transporte e entrega de fatura 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE serviço de transporte e entrega de faturas de consumo de energia elétrica, atividade abrangida pelo serviço postal monopolizado. Vê-se da análise desta ação, ora em julgamento, serem idênticas as partes, apenas figurando em polos invertidos ao da ação precedente. 5. (...) "Já a causa de pedir, nesta demanda, diz respeito a não caracterização da atividade de entrega de fatura como serviço postal monopolizado pela ECT por não se enquadrar na definição legal de carta, bem como que o art. 25 da Lei 8.987/95 autoriza a terceirização da atividade de entrega de faturas de serviços públicos objeto de contrato de concessão. Não há como se negar também identidade de causa de pedir entre as ações, pois em ambas a matéria jurídica debatida é o enquadramento ou não da atividade de entrega e transporte de fatura de energia elétrica como serviço postal monopolizado. Impende ressaltar que, a despeito do argumento da autora, a causa de pedir na ação nº 2003.83.00.31-1 não se restringiu à questão da recepção da Lei 6.538/78 pela Constituição de 1988 e do monopólio por ela instituído, mas também se ateve à abrangência ou não da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica pelo serviço postal monopolizado, (...)". 6. (...) "Contudo, deve-se atentar que a presente ação veicula pretensão reversa àquela formulada na ação nº 2003.83.00.31-1. Na ação precedente, o pedido da ECT visava condenar a CELPE a se abster de contratar terceiros para a atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica. Nesta ação, a CELPE veicula pretensão inversa, qual seja, reconhecer não se encontrar obrigada a contratar com a ECT para realizar a atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica. Nessa linha de raciocínio, o acolhimento da pretensão da CELPE, nesta demanda, implicará em desfazimento, por via oblíqua, da coisa julgada formada na ação nº 2003.83.00.31-1, assegurando à CELPE, a despeito da condenação na ação nº 2003.83.00.31-1, o direito de contratar com terceiros o serviço de coleta, transporte e entrega de fatura 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE de energia elétrica, exatamente o conteúdo da obrigação que lhe restou vedado na sentença acobertada pela coisa julgada." 7. "Desse modo, deve-se prestigiar a coisa julgada constituída na ação nº 2003.83.00.31-1, haja vista que o acolhimento da pretensão aqui veiculada colide frontalmente com a decisão transitada em julgado proferida pelo STF na ação ordinária nº 2003.83.00.000031-1 (fls. 269/284), o que conduziria a desconstituir, por via indireta e imprópria, a coisa julgada, sem o manejo da ação rescisória adequada." Vencido o Des. Federal Dr. Vladimir Carvalho que afastou a preliminar de coisa julgada por entender que o monopólio postal não foi recepcionado pela CF/88. 8. "2. Do Mérito: O serviço objeto do monopólio postal da União consiste no recebimento (coleta), transporte e entrega, no território nacional, e a expedição, para o exterior, de carta e cartão postal (art. 9º, da Lei 6.538/78). O sistema de faturamento direto ou "on site" se perfaz na realização de leitura e medição do consumo de energia elétrica na própria unidade consumidora por um funcionário através de equipamento adequado para essa atividade, e, ato contínuo, a emissão da correspondente fatura e sua entrega imediata ao usuário." 9. "Não se vislumbra nesse sistema de faturamento direto o recebimento (coleta) e transporte de correspondência, atividades compreendidas no monopólio postal, porquanto não há coleta da fatura junto ao seu agente expedidor, nem muito menos transporte da fatura entre o agente expedidor e o domicílio do consumidor (destinatário), sendo forçoso reconhecer que a utilização desse sistema de faturamento não viola o serviço postal monopolizado pela União, o que autoriza a contratação pela CELPE de terceiros para a realização desse serviço." 10. (...) "No tocante ao pedido subsidiário referente à condenação da ré a comprovar ser capaz de realizar a entrega das referidas faturas, segundo as exigências do setor elétrico, não 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE de energia elétrica, exatamente o conteúdo da obrigação que lhe restou vedado na sentença acobertada pela coisa julgada." 7. "Desse modo, deve-se prestigiar a coisa julgada constituída na ação nº 2003.83.00.31-1, haja vista que o acolhimento da pretensão aqui veiculada colide frontalmente com a decisão transitada em julgado proferida pelo STF na ação ordinária nº 2003.83.00.000031-1 (fls. 269/284), o que conduziria a desconstituir, por via indireta e imprópria, a coisa julgada, sem o manejo da ação rescisória adequada." Vencido o Des. Federal Dr. Vladimir Carvalho que afastou a preliminar de coisa julgada por entender que o monopólio postal não foi recepcionado pela CF/88. 8. "2. Do Mérito: O serviço objeto do monopólio postal da União consiste no recebimento (coleta), transporte e entrega, no território nacional, e a expedição, para o exterior, de carta e cartão postal (art. 9º, da Lei 6.538/78). O sistema de faturamento direto ou "on site" se perfaz na realização de leitura e medição do consumo de energia elétrica na própria unidade consumidora por um funcionário através de equipamento adequado para essa atividade, e, ato contínuo, a emissão da correspondente fatura e sua entrega imediata ao usuário." 9. "Não se vislumbra nesse sistema de faturamento direto o recebimento (coleta) e transporte de correspondência, atividades compreendidas no monopólio postal, porquanto não há coleta da fatura junto ao seu agente expedidor, nem muito menos transporte da fatura entre o agente expedidor e o domicílio do consumidor (destinatário), sendo forçoso reconhecer que a utilização desse sistema de faturamento não viola o serviço postal monopolizado pela União, o que autoriza a contratação pela CELPE de terceiros para a realização desse serviço." 10. (...) "No tocante ao pedido subsidiário referente à condenação da ré a comprovar ser capaz de realizar a entrega das referidas faturas, segundo as exigências do setor elétrico, não 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE merece acolhida, pois, conforme já explicitado na decisão de fls. 204/206, não há incompatibilidade entre as normas que regulamentam o serviço postal e as normas emanadas da ANEEL que regulam a entrega de fatura de energia elétrica. Primeiramente, a legislação do setor elétrico admite, em consonância com as normas do serviço postal, a entrega da fatura em local diverso do endereço da unidade consumidora, de modo que a entrega seja realizada em endereço servido pelo atendimento postal (art. 122, Resolução ANEEL 414/2010). Ademais, a suposta ineficiência da ECT na entrega de faturas de energia elétrica, além de não ser fato notório, tal fato não restou cabalmente demonstrado. De mais a mais, se as empresas terceirizadas contratadas pela CELPE tinham dificuldades na entrega das faturas, como a não localização do destinatário, não se pode exigir tal rigor na contratação com a ECT. Recorde-se que a própria ECT, na ação de rito ordinário nº 2003.83.00.000031-1, queixava-se que constantemente chegavam-lhe correspondências que a CELPE, com violação ao monopólio do serviço postal, pretendia entregar aos seus consumidores, mas que tiveram sua entrega frustrada por não se conseguir localizar o destinatário, causando, inclusive, prejuízos à imagem da ECT, já que o público em geral é levado a crer que a entrega de cartas é sempre realizada pelos Correios (fls. 131/132 e 303/324)." 11. Conforme o entendimento firmado na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n.º 46/DF, quando ocorre o transporte para fins de entrega ao cidadão residente no Brasil ou no exterior de carta e cartão-postal, tal fato impõe a atuação da ECT como órgão oficial da União gestor/executor do monopólio postal. Ressalvados estão o transporte de carta e cartão-postal "efetuado entre dependências da mesma pessoa jurídica, em negócios de sua economia, por meios próprios, sem intermediação comercial" e aqueles ocorridos eventualmente, sem fins lucrativos, consoante o disposto no parágrafo 2º do art. 9º da Lei nº 6.538/78. 12. Segundo a dicção do art. 47 da Lei nº 6.538/78, a 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE merece acolhida, pois, conforme já explicitado na decisão de fls. 204/206, não há incompatibilidade entre as normas que regulamentam o serviço postal e as normas emanadas da ANEEL que regulam a entrega de fatura de energia elétrica. Primeiramente, a legislação do setor elétrico admite, em consonância com as normas do serviço postal, a entrega da fatura em local diverso do endereço da unidade consumidora, de modo que a entrega seja realizada em endereço servido pelo atendimento postal (art. 122, Resolução ANEEL 414/2010). Ademais, a suposta ineficiência da ECT na entrega de faturas de energia elétrica, além de não ser fato notório, tal fato não restou cabalmente demonstrado. De mais a mais, se as empresas terceirizadas contratadas pela CELPE tinham dificuldades na entrega das faturas, como a não localização do destinatário, não se pode exigir tal rigor na contratação com a ECT. Recorde-se que a própria ECT, na ação de rito ordinário nº 2003.83.00.000031-1, queixava-se que constantemente chegavam-lhe correspondências que a CELPE, com violação ao monopólio do serviço postal, pretendia entregar aos seus consumidores, mas que tiveram sua entrega frustrada por não se conseguir localizar o destinatário, causando, inclusive, prejuízos à imagem da ECT, já que o público em geral é levado a crer que a entrega de cartas é sempre realizada pelos Correios (fls. 131/132 e 303/324)." 11. Conforme o entendimento firmado na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n.º 46/DF, quando ocorre o transporte para fins de entrega ao cidadão residente no Brasil ou no exterior de carta e cartão-postal, tal fato impõe a atuação da ECT como órgão oficial da União gestor/executor do monopólio postal. Ressalvados estão o transporte de carta e cartão-postal "efetuado entre dependências da mesma pessoa jurídica, em negócios de sua economia, por meios próprios, sem intermediação comercial" e aqueles ocorridos eventualmente, sem fins lucrativos, consoante o disposto no parágrafo 2º do art. 9º da Lei nº 6.538/78. 12. Segundo a dicção do art. 47 da Lei nº 6.538/78, a 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE definição de carta tem natureza extrínseca ao conteúdo objeto de correspondência, é dizer, não importa para o legislador qual a natureza da mensagem transmitida ao destinatário, sendo relevante, sim, que o veículo de transmissão consista materialmente em algo concreto na forma escrita. Nessa óptica, considerando a fatura de energia elétrica como informação econômica de interesse do consumidor, quando for objeto de transporte para entrega, há de ser encaminhada logicamente através da ECT. 13. A CELPE sustenta que o STF não declarara que a fatura estaria incluída no conceito de carta, tal competiria ao legislador infraconstitucional e este poderia, ainda, ser questionado nas instâncias judiciais ordinárias. Por outro lado, o ADPF nº 46-DF não fizera qualquer menção ao art. 25 da Lei nº 8.987/95. 14. Todas essas alegações, se já não foram lá ventiladas, poderiam perfeitamente constituir matéria de defesa da CELPE na Ação Ordinária de Preceito Cominatório nº 2003.83.00.000031-1, em qualquer das três instâncias judiciais, porquanto nenhuma delas enquadra-se no conceito de fato novo. 15. No tangente à Lei de Concessão e Permissão dos serviços públicos previstos no art. 175 da CF/88, o Supremo Tribunal Federal sinalizou a impossibilidade de o serviço postal ser objeto de qualquer desses institutos do Direito Administrativo. Destaca-se o seguinte trecho do voto do Ministro Carlos Britto: "Além dessa titularidade pública federal, parece-me não ser passível de transpasse para a iniciativa privada, mediante os conhecidos institutos de autorização, da concessão ou da permissão, vale dizer até - não estou sendo exagerado ao assim asseverar - que é o único serviço público não passível de transpasse para a iniciativa privada, mediante os citados institutos". 16. Quanto à alegação de a ECT não ser capaz de atender às exigências regulamentares da ANEEL, daí a necessidade premente de contratar terceiro para entregar as faturas, para evitar colocar a CELPE na posição de eventualmente sofrer as 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE definição de carta tem natureza extrínseca ao conteúdo objeto de correspondência, é dizer, não importa para o legislador qual a natureza da mensagem transmitida ao destinatário, sendo relevante, sim, que o veículo de transmissão consista materialmente em algo concreto na forma escrita. Nessa óptica, considerando a fatura de energia elétrica como informação econômica de interesse do consumidor, quando for objeto de transporte para entrega, há de ser encaminhada logicamente através da ECT. 13. A CELPE sustenta que o STF não declarara que a fatura estaria incluída no conceito de carta, tal competiria ao legislador infraconstitucional e este poderia, ainda, ser questionado nas instâncias judiciais ordinárias. Por outro lado, o ADPF nº 46-DF não fizera qualquer menção ao art. 25 da Lei nº 8.987/95. 14. Todas essas alegações, se já não foram lá ventiladas, poderiam perfeitamente constituir matéria de defesa da CELPE na Ação Ordinária de Preceito Cominatório nº 2003.83.00.000031-1, em qualquer das três instâncias judiciais, porquanto nenhuma delas enquadra-se no conceito de fato novo. 15. No tangente à Lei de Concessão e Permissão dos serviços públicos previstos no art. 175 da CF/88, o Supremo Tribunal Federal sinalizou a impossibilidade de o serviço postal ser objeto de qualquer desses institutos do Direito Administrativo. Destaca-se o seguinte trecho do voto do Ministro Carlos Britto: "Além dessa titularidade pública federal, parece-me não ser passível de transpasse para a iniciativa privada, mediante os conhecidos institutos de autorização, da concessão ou da permissão, vale dizer até - não estou sendo exagerado ao assim asseverar - que é o único serviço público não passível de transpasse para a iniciativa privada, mediante os citados institutos". 16. Quanto à alegação de a ECT não ser capaz de atender às exigências regulamentares da ANEEL, daí a necessidade premente de contratar terceiro para entregar as faturas, para evitar colocar a CELPE na posição de eventualmente sofrer as 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE sanções do art. 25 da Lei n.º 8.987/95 - "Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade", é questão de ser determinado à ECT o seu comprometimento em fazer cumprir os prazos de entrega das faturas aos usuários do serviço de energia elétrica, previstos no contrato a ser por ela firmado com a CELPE, sob pena de vir a responder pelos prejuízos financeiros eventualmente a eles causados em ação de perdas e danos. Preliminar de coisa julgada acolhida. Apelação da ECT improvida e apelação da CELPE parcialmente provida.’ A Primeira Turma do TRF 5ª Região rejeitou os embargos interpostos pela CELPE e acolheu os embargos interpostos pela ECT, nos termos do relatório e voto do Relator (para reconhecer a contradição apontada, aplicando os efeitos infringentes ao v. acórdão, no sentido de negar provimento à apelação da CELP e determinar a juntada do voto vencido aos presentes autos relativamente à preliminar de coisa julgada e também, no caso de se manter o julgamento, por maioria, no tocante ao mérito da apelação da CELPE) (eDOC 7, p. 146/147). Os embargos de declaração que se seguiram foram rejeitados (eDOC 7, p. 163-169). Os recursos extraordinários foram interpostos com fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. No recurso da CELP, aponta-se ofensa aos arts. 5º, XXXV; 21, X; 37, caput e § 6º; 97; 175, da Constituição Federal. Nas razões recursais, sustenta-se, em síntese, que: ‘Ao afastar a incidência do art. 25, § 1º, da Lei de Concessões por considerá-lo incompatível com a Constituição, o v. acórdão acabou por declarar a norma inconstitucional de maneira implícita’ (eDOC 8, p. 68/69); e que ‘Os arts. 21, X, e 175 da Constituição Federal não obstam que a lei autorize a terceirização do serviço postal em 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE sanções do art. 25 da Lei n.º 8.987/95 - "Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade", é questão de ser determinado à ECT o seu comprometimento em fazer cumprir os prazos de entrega das faturas aos usuários do serviço de energia elétrica, previstos no contrato a ser por ela firmado com a CELPE, sob pena de vir a responder pelos prejuízos financeiros eventualmente a eles causados em ação de perdas e danos. Preliminar de coisa julgada acolhida. Apelação da ECT improvida e apelação da CELPE parcialmente provida.’ A Primeira Turma do TRF 5ª Região rejeitou os embargos interpostos pela CELPE e acolheu os embargos interpostos pela ECT, nos termos do relatório e voto do Relator (para reconhecer a contradição apontada, aplicando os efeitos infringentes ao v. acórdão, no sentido de negar provimento à apelação da CELP e determinar a juntada do voto vencido aos presentes autos relativamente à preliminar de coisa julgada e também, no caso de se manter o julgamento, por maioria, no tocante ao mérito da apelação da CELPE) (eDOC 7, p. 146/147). Os embargos de declaração que se seguiram foram rejeitados (eDOC 7, p. 163-169). Os recursos extraordinários foram interpostos com fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. No recurso da CELP, aponta-se ofensa aos arts. 5º, XXXV; 21, X; 37, caput e § 6º; 97; 175, da Constituição Federal. Nas razões recursais, sustenta-se, em síntese, que: ‘Ao afastar a incidência do art. 25, § 1º, da Lei de Concessões por considerá-lo incompatível com a Constituição, o v. acórdão acabou por declarar a norma inconstitucional de maneira implícita’ (eDOC 8, p. 68/69); e que ‘Os arts. 21, X, e 175 da Constituição Federal não obstam que a lei autorize a terceirização do serviço postal em 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE determinadas hipóteses específicas, nem estabelece qualquer hierarquia em favor do monopólio postal em face dos demais serviços públicos previstos na própria Constituição.’ (eDOC 8, p. 81). Sustenta-se, ainda, que ‘A responsabilidade da EBCT pelos serviços prestados é objetiva e não pode ser afastada por cláusula imposta aos particulares (art. 37, caput, e § 6º)” e que a “inconstitucionalidade do v. acórdão recorrido consiste em afirmar que a CELPE, ora recorrente, não poderia obter provimento jurisdicional prévio impedindo a EBCT de impor a cláusula abusiva já mencionada. Trata-se de evidente violação à inafastabilidade de jurisdição’. (eDOC 8, p. 86/89). No recurso interposto pela ECT, aponta-se violação aos art. 21, X, da Constituição da República. Sustenta-se, em síntese, que, ‘... ao excepcionar o direito da Recorrida de entregar faturas, através do sistema ‘on site’, violou o acórdão vergastado a norma constitucional, um vez que os referidos objetos por ela entregues enquadram-se no conceito de carta inserto na legislação postal, sendo certo que são comunicações impressas de natureza comercial, contendo informações de interesse específico dos seus destinatários (os consumidores), e, portanto, fazem parte do monopólio postal conferido à União pela Carta Magna Vigente’ (eDOC 8, p. 146). A Vice-Presidência do TRF 5ª Região admitiu os recursos extraordinários (eDOC 9, p. 89/90 e p. 93/94). É o relatório. Decido. As irresignações não merecem prosperar. Passo à análise do recurso interposto pela CELPE: De início, no que concerne à alegação de ofensa ao princípio da reserva de plenário, constata-se que a Corte de origem ‘hora alguma declarou a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo do Poder Público, mas decidiu consoante o entendimento jurisprudencial dominante’ (eDOC 7, p. 138), o que não configura violação à norma do art. 97 da Constituição Federal. Nesse sentido: ‘Agravo regimental no recurso extraordinário. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE determinadas hipóteses específicas, nem estabelece qualquer hierarquia em favor do monopólio postal em face dos demais serviços públicos previstos na própria Constituição.’ (eDOC 8, p. 81). Sustenta-se, ainda, que ‘A responsabilidade da EBCT pelos serviços prestados é objetiva e não pode ser afastada por cláusula imposta aos particulares (art. 37, caput, e § 6º)” e que a “inconstitucionalidade do v. acórdão recorrido consiste em afirmar que a CELPE, ora recorrente, não poderia obter provimento jurisdicional prévio impedindo a EBCT de impor a cláusula abusiva já mencionada. Trata-se de evidente violação à inafastabilidade de jurisdição’. (eDOC 8, p. 86/89). No recurso interposto pela ECT, aponta-se violação aos art. 21, X, da Constituição da República. Sustenta-se, em síntese, que, ‘... ao excepcionar o direito da Recorrida de entregar faturas, através do sistema ‘on site’, violou o acórdão vergastado a norma constitucional, um vez que os referidos objetos por ela entregues enquadram-se no conceito de carta inserto na legislação postal, sendo certo que são comunicações impressas de natureza comercial, contendo informações de interesse específico dos seus destinatários (os consumidores), e, portanto, fazem parte do monopólio postal conferido à União pela Carta Magna Vigente’ (eDOC 8, p. 146). A Vice-Presidência do TRF 5ª Região admitiu os recursos extraordinários (eDOC 9, p. 89/90 e p. 93/94). É o relatório. Decido. As irresignações não merecem prosperar. Passo à análise do recurso interposto pela CELPE: De início, no que concerne à alegação de ofensa ao princípio da reserva de plenário, constata-se que a Corte de origem ‘hora alguma declarou a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo do Poder Público, mas decidiu consoante o entendimento jurisprudencial dominante’ (eDOC 7, p. 138), o que não configura violação à norma do art. 97 da Constituição Federal. Nesse sentido: ‘Agravo regimental no recurso extraordinário. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE Previdenciário. Devolução de valores recebidos indevidamente por segurado do Regime Geral da Previdência Social. 1. O art. 115 da lei n. 8.213/91 não foi declarado inconstitucional, tampouco teve afastada sua aplicação pela Corte de origem. Não ocorrência, destarte, de violação do princípio da reserva de plenário. 2. Má aplicação de norma de caráter infraconstitucional configura ofensa meramente reflexa à Constituição, insuscetível de apreciação em recurso extraordinário. Precedentes. 3. Agravo regimental não provido.’ (RE 596.212 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 21.5.2012) ‘AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. ENSINO MÉDIO. CONCLUSÃO. CURSO SUPLETIVO. IDADE MENOR QUE A PREVISTA NA LEI 9.394/1996. ALUNO APROVADO EM EXAME VESTIBULAR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, seria necessário o reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula 279 do STF. 2. Inexistência de ofensa à cláusula da reserva de plenário, porquanto o Tribunal de origem, ao analisar o caso concreto, não declarou inconstitucional a legislação aplicada, nem afastou sua aplicação por julgá-la inconstitucional, mas apenas interpretou a norma legal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.’ (ARE 938050 AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 1º/8/2016) Quanto a alegação de que a Constituição Federal não obsta que lei autorize a terceirização do serviço postal em determinadas hipóteses específicas, extrai-se do acórdão recorrido que a questão foi dirimida nos seguintes termos (eDOC 7, p. 80): 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE Previdenciário. Devolução de valores recebidos indevidamente por segurado do Regime Geral da Previdência Social. 1. O art. 115 da lei n. 8.213/91 não foi declarado inconstitucional, tampouco teve afastada sua aplicação pela Corte de origem. Não ocorrência, destarte, de violação do princípio da reserva de plenário. 2. Má aplicação de norma de caráter infraconstitucional configura ofensa meramente reflexa à Constituição, insuscetível de apreciação em recurso extraordinário. Precedentes. 3. Agravo regimental não provido.’ (RE 596.212 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 21.5.2012) ‘AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. ENSINO MÉDIO. CONCLUSÃO. CURSO SUPLETIVO. IDADE MENOR QUE A PREVISTA NA LEI 9.394/1996. ALUNO APROVADO EM EXAME VESTIBULAR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, seria necessário o reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula 279 do STF. 2. Inexistência de ofensa à cláusula da reserva de plenário, porquanto o Tribunal de origem, ao analisar o caso concreto, não declarou inconstitucional a legislação aplicada, nem afastou sua aplicação por julgá-la inconstitucional, mas apenas interpretou a norma legal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.’ (ARE 938050 AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 1º/8/2016) Quanto a alegação de que a Constituição Federal não obsta que lei autorize a terceirização do serviço postal em determinadas hipóteses específicas, extrai-se do acórdão recorrido que a questão foi dirimida nos seguintes termos (eDOC 7, p. 80): 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE ‘Ora, as alegações que fundamentam o pedido principal e o primeiro pedido subsidiário formulados nesta ação referente respectivamente, à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9º, da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT, são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação nº 2003.83.00.0031-1, se não o foram, encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva (art. 474, CPC).” Esta Corte, ao apreciar o ARE-RG 748.371, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1º.08.2013 (Tema 660), o Plenário assentou que não há repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional, uma vez que configura ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que torna inadmissível o recurso extraordinário, como no caso dos autos. Por fim, quanto à suposta violação do princípio da inafastabilidade de jurisdição e à inviabilidade da conduta da ECT no sentido de exigir a adesão a cláusula que a exime de qualquer responsabilidade, o Tribunal de origem, assim assentou a questão (eDOC 7, p. 165/166): ‘Fica evidencia que a intenção da embargante foi a de obter uma nova decisão de mérito, reabrindo a discussão sobre o cabimento da Condenação da ECT à comprovação de sua capacidade de realizar os serviços que presta, porquanto esta questão já fora solucionada através dos primeiros embargos interpostos. De acordo com o referido julgamento, desnecessária a condenação da ECT para que se comprometesse a cumprir os prazos de entrega das faturas aos mencionados usuários sob 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE ‘Ora, as alegações que fundamentam o pedido principal e o primeiro pedido subsidiário formulados nesta ação referente respectivamente, à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9º, da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT, são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação nº 2003.83.00.0031-1, se não o foram, encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva (art. 474, CPC).” Esta Corte, ao apreciar o ARE-RG 748.371, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1º.08.2013 (Tema 660), o Plenário assentou que não há repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional, uma vez que configura ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que torna inadmissível o recurso extraordinário, como no caso dos autos. Por fim, quanto à suposta violação do princípio da inafastabilidade de jurisdição e à inviabilidade da conduta da ECT no sentido de exigir a adesão a cláusula que a exime de qualquer responsabilidade, o Tribunal de origem, assim assentou a questão (eDOC 7, p. 165/166): ‘Fica evidencia que a intenção da embargante foi a de obter uma nova decisão de mérito, reabrindo a discussão sobre o cabimento da Condenação da ECT à comprovação de sua capacidade de realizar os serviços que presta, porquanto esta questão já fora solucionada através dos primeiros embargos interpostos. De acordo com o referido julgamento, desnecessária a condenação da ECT para que se comprometesse a cumprir os prazos de entrega das faturas aos mencionados usuários sob 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE pena de vir a responder por perdas e danos, haja vista ser esta a consequência lógica decorrente do próprio ordenamento jurídico. Uma vez constatado o prejuízo resultante do descumprimento de cláusulas contatuais ou a ilegalidade de quaisquer delas, facultado está ao prejudicado o recurso às vias judiciais’ Sendo esses os fundamentos do acórdão recorrido, constata-se a ocorrência da prestação da jurisdição, em que pese, de forma contrária as pretensões da CELPE, o que não ofende à referida norma Constitucional. Nesse sentido: “EMENTA DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. BENS PENHORADOS. AVALISTAS. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5º, II, XXXV, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LEGALIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ART. 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. RAZÕES DE DECIDIR EXPLICITADAS PELO ÓRGÃO JURISDICIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ACÓRDÃO PROFERIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PRECLUSÃO DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL SURGIDA NO DECISUM DO TRIBUNAL LOCAL. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Não ocorrente violação do art. 93, IX, da Lei Maior. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o referido dispositivo constitucional exige a explicitação, pelo órgão jurisdicional, das razões do seu convencimento, desnecessário o exame detalhado de cada argumento suscitado pelas partes. 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE pena de vir a responder por perdas e danos, haja vista ser esta a consequência lógica decorrente do próprio ordenamento jurídico. Uma vez constatado o prejuízo resultante do descumprimento de cláusulas contatuais ou a ilegalidade de quaisquer delas, facultado está ao prejudicado o recurso às vias judiciais’ Sendo esses os fundamentos do acórdão recorrido, constata-se a ocorrência da prestação da jurisdição, em que pese, de forma contrária as pretensões da CELPE, o que não ofende à referida norma Constitucional. Nesse sentido: “EMENTA DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. BENS PENHORADOS. AVALISTAS. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5º, II, XXXV, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LEGALIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ART. 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. RAZÕES DE DECIDIR EXPLICITADAS PELO ÓRGÃO JURISDICIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ACÓRDÃO PROFERIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PRECLUSÃO DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL SURGIDA NO DECISUM DO TRIBUNAL LOCAL. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Não ocorrente violação do art. 93, IX, da Lei Maior. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o referido dispositivo constitucional exige a explicitação, pelo órgão jurisdicional, das razões do seu convencimento, desnecessário o exame detalhado de cada argumento suscitado pelas partes. 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE 2. O exame da alegada ofensa ao art. 5º, II, XXXV, LIV e LV, da Constituição Federal, observada a estreita moldura com que devolvida a matéria à apreciação desta Suprema Corte, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária prevista no art. 102 da Magna Carta. (…) 6. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa.’ (ARE 1080746 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 1º.3.2018) Passo a análise do extraordinário interposto pela ECT. A matéria cujo debate se busca viabilizar mediante o extraordinário já foi objeto análise por esta Corte. Ao apreciar o RE 667958 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 28.3.2012, relativo ao serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança realizado diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União, Tema 527, esta Corte reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada, estando o recurso aguardando o julgamento de mérito. Ante o exposto, nego provimento ao recurso interposto pela Companhia Energética de Pernambuco - CELP, nos termos do art. 932, IV, b, do CPC, e 21, §1º, do RISTF e, quanto ao recurso interposto pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, determino a remessa dos autos ao Tribunal de origem para adequação ao disposto no art. 1.036 do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328 do RISTF. Deixo de aplicar art. 85, § 11, do CPC/2015, tendo em vista que o recurso foi interposto ainda sob a égide do diploma processual civil anterior”. No presente agravo regimental sustenta-se que a afronta à Constituição Federal não foi em torno da preliminar de coisa julgada, mas 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE 2. O exame da alegada ofensa ao art. 5º, II, XXXV, LIV e LV, da Constituição Federal, observada a estreita moldura com que devolvida a matéria à apreciação desta Suprema Corte, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária prevista no art. 102 da Magna Carta. (…) 6. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa.’ (ARE 1080746 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 1º.3.2018) Passo a análise do extraordinário interposto pela ECT. A matéria cujo debate se busca viabilizar mediante o extraordinário já foi objeto análise por esta Corte. Ao apreciar o RE 667958 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 28.3.2012, relativo ao serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança realizado diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União, Tema 527, esta Corte reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada, estando o recurso aguardando o julgamento de mérito. Ante o exposto, nego provimento ao recurso interposto pela Companhia Energética de Pernambuco - CELP, nos termos do art. 932, IV, b, do CPC, e 21, §1º, do RISTF e, quanto ao recurso interposto pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, determino a remessa dos autos ao Tribunal de origem para adequação ao disposto no art. 1.036 do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328 do RISTF. Deixo de aplicar art. 85, § 11, do CPC/2015, tendo em vista que o recurso foi interposto ainda sob a égide do diploma processual civil anterior”. No presente agravo regimental sustenta-se que a afronta à Constituição Federal não foi em torno da preliminar de coisa julgada, mas 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE m relação à violação aos arts. 21, X, e 175 da CF, matéria que foi “extensamente analisada” (fls. eDOC 13, p. 4). Aduz-se que, inclusive, o Superior Tribunal de Justiça, no recurso especial, não o admitiu justamente por entender que a matéria em debate era exclusivamente de nível constitucional. Além disso, alega-se que há incoerência na decisão agravada, com apoio nos seguintes argumentos (eDOC 13, p. 5): “(....) a rigor, há grande incoerência em desprover o recurso da Celpe em decorrência de suposta coisa julgada e, ao mesmo tempo, sobrestar o recurso extraordinário da EBCT, que cuida essencialmente dos mesmos temas!! Como já referido, o recurso extraordinário da EBCT foi sobrestado em observância ao Tema 527, que diz respeito ao “serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança realizado diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União” 2 . E, como se viu, é exatamente esse o objeto da pretensão da recorrente: ver reconhecido seu direito de entregar boletos de cobrança!”. De todo modo, insiste-se que (eDOC 13, p. 5): “(...) a correta interpretação dos arts. 21, X, e 175 da Constituição conduz à conclusão de que não há nenhum óbice à aplicação do art. 25, § 1º, da Lei de Concessão à controvérsia relativa a entrega de faturas de energia elétrica. A opção do legislador, que autorizou a terceirização da atividade, é legítima e não há porque se imaginar que a Lei nº 6.538/78 seria hierarquicamente superior à Lei de Concessões, que é mais específica e mais recente”. Ressalta-se que esta Suprema Corte tem reconhecido a violação ao art. 97 da CF e à Súmula Vinculante 10, nas hipóteses em que o art. 25, § 1º, da Lei de Concessões é “arbitrariamente afastado” (eDOC 13, p. 7). Enfatiza-se, ainda, no que tange a suposta afronta aos arts. 5º, XXXV e 37, caput e § 6º, que a tese suscitada pela Recorrente gira em torno do 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE m relação à violação aos arts. 21, X, e 175 da CF, matéria que foi “extensamente analisada” (fls. eDOC 13, p. 4). Aduz-se que, inclusive, o Superior Tribunal de Justiça, no recurso especial, não o admitiu justamente por entender que a matéria em debate era exclusivamente de nível constitucional. Além disso, alega-se que há incoerência na decisão agravada, com apoio nos seguintes argumentos (eDOC 13, p. 5): “(....) a rigor, há grande incoerência em desprover o recurso da Celpe em decorrência de suposta coisa julgada e, ao mesmo tempo, sobrestar o recurso extraordinário da EBCT, que cuida essencialmente dos mesmos temas!! Como já referido, o recurso extraordinário da EBCT foi sobrestado em observância ao Tema 527, que diz respeito ao “serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança realizado diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União” 2 . E, como se viu, é exatamente esse o objeto da pretensão da recorrente: ver reconhecido seu direito de entregar boletos de cobrança!”. De todo modo, insiste-se que (eDOC 13, p. 5): “(...) a correta interpretação dos arts. 21, X, e 175 da Constituição conduz à conclusão de que não há nenhum óbice à aplicação do art. 25, § 1º, da Lei de Concessão à controvérsia relativa a entrega de faturas de energia elétrica. A opção do legislador, que autorizou a terceirização da atividade, é legítima e não há porque se imaginar que a Lei nº 6.538/78 seria hierarquicamente superior à Lei de Concessões, que é mais específica e mais recente”. Ressalta-se que esta Suprema Corte tem reconhecido a violação ao art. 97 da CF e à Súmula Vinculante 10, nas hipóteses em que o art. 25, § 1º, da Lei de Concessões é “arbitrariamente afastado” (eDOC 13, p. 7). Enfatiza-se, ainda, no que tange a suposta afronta aos arts. 5º, XXXV e 37, caput e § 6º, que a tese suscitada pela Recorrente gira em torno do 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 25 Relatório RE 1094344 AGR / PE seguinte questionamento: “decisão judicial que considera inviável rever cláusulas abusivas de exclusão de responsabilidade impostas pela EBCT – concluindo que a única tutela disponível para a parte na hipótese seria eventual e futura ação de perdas e danos – viola a garantia constitucional de acesso a Justiça, que expressamente assegura a tutela preventiva e específica de direitos, além de ser incompatível com o regime constitucional de responsabilização das pessoas jurídicas de direito público” (eDOC 13, p. 9). A parte agravada, devidamente intimada, apresentou manifestação (eDOC 17). A Agravada foi instada, diante das informações da ora Recorrente, a se manifestar sobre eventual Termo de Compromisso e Cessação (TCC) (eDOC 23). No entanto, a parte Recorrida reitera o pedido e não conhecimento do agravo regimental (eDOC 24). E a Agravante requer, então, a reconsideração da decisão agravada, ou, caso contrário, que seja tal recurso submetido à apreciação da Segunda Turma desta Corte (eDOC 29). É o relatório. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE seguinte questionamento: “decisão judicial que considera inviável rever cláusulas abusivas de exclusão de responsabilidade impostas pela EBCT – concluindo que a única tutela disponível para a parte na hipótese seria eventual e futura ação de perdas e danos – viola a garantia constitucional de acesso a Justiça, que expressamente assegura a tutela preventiva e específica de direitos, além de ser incompatível com o regime constitucional de responsabilização das pessoas jurídicas de direito público” (eDOC 13, p. 9). A parte agravada, devidamente intimada, apresentou manifestação (eDOC 17). A Agravada foi instada, diante das informações da ora Recorrente, a se manifestar sobre eventual Termo de Compromisso e Cessação (TCC) (eDOC 23). No entanto, a parte Recorrida reitera o pedido e não conhecimento do agravo regimental (eDOC 24). E a Agravante requer, então, a reconsideração da decisão agravada, ou, caso contrário, que seja tal recurso submetido à apreciação da Segunda Turma desta Corte (eDOC 29). É o relatório. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PERNAMBUCO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): As razões recursais são insuficientes para infirmar a conclusão da decisão agravada. Preliminarmente, conforme afirmado, no que concerne à alegada afronta ao art. 97 da Constituição Federal e à Súmula Vinculante 10, reafirmo que, no caso concreto, não houve declaração de inconstitucionalidade do “art. 25 da Lei de Concessões” (eDOC 13, p. 2), tampouco foi afrontada a referida Súmula Vinculante 10, uma vez que não se afastou a sua incidência com apoio em fundamentos extraídos da Carta Federal, apenas se interpretou tal legislação com amparo em entendimento jurisprudencial dominante no âmbito do Tribunal a quo, nestes termos (eDOC 7, p. 138): “(...) não há que se falar em desrespeito à cláusula de reserva de plenário, eis que esta e. Primeira Turma, ao julgar o presente feito, hora alguma declarou a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo do Poder Público, mas decidiu consoante o entendimento jurisprudencial dominante”. A repeito, vejam-se, além dos precedentes citados na decisão agravada, os seguintes julgados: “DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ART. 97 DA CF/88 E SÚMULA VINCULANTE 10. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que não há violação ao princípio da reserva de plenário quando o acórdão recorrido apenas interpreta norma infraconstitucional, sem declará-la inconstitucional ou afastar sua aplicação com apoio em fundamentos extraídos da Constituição Federal. Precedentes. 2. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PERNAMBUCO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): As razões recursais são insuficientes para infirmar a conclusão da decisão agravada. Preliminarmente, conforme afirmado, no que concerne à alegada afronta ao art. 97 da Constituição Federal e à Súmula Vinculante 10, reafirmo que, no caso concreto, não houve declaração de inconstitucionalidade do “art. 25 da Lei de Concessões” (eDOC 13, p. 2), tampouco foi afrontada a referida Súmula Vinculante 10, uma vez que não se afastou a sua incidência com apoio em fundamentos extraídos da Carta Federal, apenas se interpretou tal legislação com amparo em entendimento jurisprudencial dominante no âmbito do Tribunal a quo, nestes termos (eDOC 7, p. 138): “(...) não há que se falar em desrespeito à cláusula de reserva de plenário, eis que esta e. Primeira Turma, ao julgar o presente feito, hora alguma declarou a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo do Poder Público, mas decidiu consoante o entendimento jurisprudencial dominante”. A repeito, vejam-se, além dos precedentes citados na decisão agravada, os seguintes julgados: “DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ART. 97 DA CF/88 E SÚMULA VINCULANTE 10. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que não há violação ao princípio da reserva de plenário quando o acórdão recorrido apenas interpreta norma infraconstitucional, sem declará-la inconstitucional ou afastar sua aplicação com apoio em fundamentos extraídos da Constituição Federal. Precedentes. 2. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1094344 AGR / PE Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015” (ARE 1.155.187-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.03.2019). “III - Não há que falar em violação do art. 97 da CF, tampouco em aplicação da Súmula Vinculante 10, uma vez que o Tribunal a quo não declarou a inconstitucionalidade de norma nem afastou sua aplicabilidade com apoio em fundamentos extraídos da Constituição. Precedentes. IV - O exame da legalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário não viola o princípio da separação de poderes. V - É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica rever a interpretação de normas infraconstitucionais locais que fundamentam a decisão a quo. Incidência da Súmula 280 desta Corte. Precedentes. VI - Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE 1.134.141-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 31.08.2018). Além disso, conforme já destacado, a Corte a quo, ao dirimir a questão suscitada nestes autos, referente à alegação de que a Constituição Federal não obsta que lei autorize a terceirização postal em determinadas hipóteses específicas, assim de fundamentou (eDOC 7, p. 80): “Ora, as alegações que fundamentam o pedido principal e o primeiro pedido subsidiário formulados nesta ação referente respectivamente, à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9º, da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT, são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação nº 2003.83.00.0031-1, se não o foram, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE Nos termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015” (ARE 1.155.187-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.03.2019). “III - Não há que falar em violação do art. 97 da CF, tampouco em aplicação da Súmula Vinculante 10, uma vez que o Tribunal a quo não declarou a inconstitucionalidade de norma nem afastou sua aplicabilidade com apoio em fundamentos extraídos da Constituição. Precedentes. IV - O exame da legalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário não viola o princípio da separação de poderes. V - É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica rever a interpretação de normas infraconstitucionais locais que fundamentam a decisão a quo. Incidência da Súmula 280 desta Corte. Precedentes. VI - Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE 1.134.141-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 31.08.2018). Além disso, conforme já destacado, a Corte a quo, ao dirimir a questão suscitada nestes autos, referente à alegação de que a Constituição Federal não obsta que lei autorize a terceirização postal em determinadas hipóteses específicas, assim de fundamentou (eDOC 7, p. 80): “Ora, as alegações que fundamentam o pedido principal e o primeiro pedido subsidiário formulados nesta ação referente respectivamente, à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9º, da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT, são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação nº 2003.83.00.0031-1, se não o foram, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1094344 AGR / PE encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva (art. 474, CPC).” Registre-se, neste aspecto, que esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional. (ARERG 748.371, da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1º.08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Por fim, quanto à suposta violação do princípio da inafastabilidade de jurisdição e à inviabilidade da conduta da ECT no sentido de exigir a adesão a cláusula que a exime de qualquer responsabilidade, consoante trecho transcrito do aresto recorrido na decisão atacada, o Tribunal de origem, assim assentou a questão (eDOC 7, p. 165-166): “Fica evidencia que a intenção da embargante foi a de obter uma nova decisão de mérito, reabrindo a discussão sobre o cabimento da Condenação da ECT à comprovação de sua capacidade de realizar os serviços que presta, porquanto esta questão já fora solucionada através dos primeiros embargos interpostos. De acordo com o referido julgamento, desnecessária a condenação da ECT para que se comprometesse a cumprir os prazos de entrega das faturas aos mencionados usuários sob pena de vir a responder por perdas e danos, haja vista ser esta a consequência lógica decorrente do próprio ordenamento jurídico. Uma vez constatado o prejuízo resultante do descumprimento de cláusulas contatuais ou a ilegalidade de quaisquer delas, facultado está ao prejudicado o recurso às vias judiciais” Assim, diante de tais fundamentos, verificou-se que não houve negativa de prestação jurisdicional, mas o inconformismo da parte Recorrente com a decisão proferida pelo Tribunal a quo, que lhe foi desfavorável. Nesse sentido, vejam-se os seguintes precedentes: 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva (art. 474, CPC).” Registre-se, neste aspecto, que esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional. (ARERG 748.371, da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1º.08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Por fim, quanto à suposta violação do princípio da inafastabilidade de jurisdição e à inviabilidade da conduta da ECT no sentido de exigir a adesão a cláusula que a exime de qualquer responsabilidade, consoante trecho transcrito do aresto recorrido na decisão atacada, o Tribunal de origem, assim assentou a questão (eDOC 7, p. 165-166): “Fica evidencia que a intenção da embargante foi a de obter uma nova decisão de mérito, reabrindo a discussão sobre o cabimento da Condenação da ECT à comprovação de sua capacidade de realizar os serviços que presta, porquanto esta questão já fora solucionada através dos primeiros embargos interpostos. De acordo com o referido julgamento, desnecessária a condenação da ECT para que se comprometesse a cumprir os prazos de entrega das faturas aos mencionados usuários sob pena de vir a responder por perdas e danos, haja vista ser esta a consequência lógica decorrente do próprio ordenamento jurídico. Uma vez constatado o prejuízo resultante do descumprimento de cláusulas contatuais ou a ilegalidade de quaisquer delas, facultado está ao prejudicado o recurso às vias judiciais” Assim, diante de tais fundamentos, verificou-se que não houve negativa de prestação jurisdicional, mas o inconformismo da parte Recorrente com a decisão proferida pelo Tribunal a quo, que lhe foi desfavorável. Nesse sentido, vejam-se os seguintes precedentes: 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1094344 AGR / PE “DIREITO ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ALEGADO DESCUMPRIMENTO. CABIMENTO DE INDENIZAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO DIREITO ADQUIRIDO, AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA LEI MAIOR NÃO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO CONFIGURADA. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 09.02.2007. O exame da alegada ofensa ao art. 5º, XXXV, XXXVI e LV, da Constituição Federal, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária, prevista no art. 102 da Constituição Federal. A pretensão de obter decisão em sentido diverso demanda a análise da legislação infraconstitucional e de cláusulas contratuais, o que torna oblíqua e reflexa eventual ofensa, insuscetível, portanto, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Inexiste violação do artigo 93, IX, da CF/88. O Supremo Tribunal Federal entende que o referido dispositivo constitucional exige que o órgão jurisdicional explicite as razões do seu convencimento, dispensando o exame detalhado de cada argumento suscitado pela parte. Agravo regimental conhecido e não provido” (AI 695.733-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 01.8.2013). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SUPOSTA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NECESSIDADE DE REEXAME DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 660). NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO. NECESSIDADE DE 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE “DIREITO ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ALEGADO DESCUMPRIMENTO. CABIMENTO DE INDENIZAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO DIREITO ADQUIRIDO, AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA LEI MAIOR NÃO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO CONFIGURADA. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 09.02.2007. O exame da alegada ofensa ao art. 5º, XXXV, XXXVI e LV, da Constituição Federal, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária, prevista no art. 102 da Constituição Federal. A pretensão de obter decisão em sentido diverso demanda a análise da legislação infraconstitucional e de cláusulas contratuais, o que torna oblíqua e reflexa eventual ofensa, insuscetível, portanto, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Inexiste violação do artigo 93, IX, da CF/88. O Supremo Tribunal Federal entende que o referido dispositivo constitucional exige que o órgão jurisdicional explicite as razões do seu convencimento, dispensando o exame detalhado de cada argumento suscitado pela parte. Agravo regimental conhecido e não provido” (AI 695.733-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 01.8.2013). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SUPOSTA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NECESSIDADE DE REEXAME DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 660). NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO. NECESSIDADE DE 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1094344 AGR / PE REEXAME DO ACERVO PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o ARE 748.371-RG (Tema 660), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente à suposta ofensa aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa, do devido processo legal e da prestação jurisdicional, quando o julgamento da causa depender de prévia análise de normas infraconstitucionais, por configurar situação de ofensa indireta à Constituição Federal. II – Não ocorre negativa de prestação jurisdicional quando a decisão impugnada, a despeito de ser contrária aos interesses do recorrente, está devidamente fundamentada. III – Conforme a Súmula 279/STF, é inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. IV – Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do CPC. V – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa ( art. 1.021, § 4°, do CPC)” (ARE 1.118.466-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, Dje 23.09.2019). Constata-se, portanto, que não houve equívoco por parte da decisão agravada, porquanto as questões postas no apelo extremo da ora Agravante não se amoldam ao Tema 527, cujo paradigma é o RE 667.958- RG, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 28.03.2012, que trata sobre a possibilidade de realização do serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança de tributos diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União, no qual esta Corte reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. É que, em relação à ora Agravante, conforme fragmentos acima destacados do acórdão recorrido, o Tribunal a quo, no que tange “à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9º, da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE REEXAME DO ACERVO PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o ARE 748.371-RG (Tema 660), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente à suposta ofensa aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa, do devido processo legal e da prestação jurisdicional, quando o julgamento da causa depender de prévia análise de normas infraconstitucionais, por configurar situação de ofensa indireta à Constituição Federal. II – Não ocorre negativa de prestação jurisdicional quando a decisão impugnada, a despeito de ser contrária aos interesses do recorrente, está devidamente fundamentada. III – Conforme a Súmula 279/STF, é inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. IV – Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do CPC. V – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa ( art. 1.021, § 4°, do CPC)” (ARE 1.118.466-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, Dje 23.09.2019). Constata-se, portanto, que não houve equívoco por parte da decisão agravada, porquanto as questões postas no apelo extremo da ora Agravante não se amoldam ao Tema 527, cujo paradigma é o RE 667.958- RG, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 28.03.2012, que trata sobre a possibilidade de realização do serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança de tributos diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União, no qual esta Corte reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. É que, em relação à ora Agravante, conforme fragmentos acima destacados do acórdão recorrido, o Tribunal a quo, no que tange “à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9º, da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1094344 AGR / PE 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT” (...) concluiu que “são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação nº 2003.83.00.0031-1, se não o foram, encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva” (eDOC 7, p. 80). Ademais, o Tribunal de origem também ressaltou, o seguinte (eDOC 7, p. 88): “A apelante sustenta que o STF não declarara que a fatura estaria incluída no conceito de carta, tal competiria ao legislador infraconstitucional e este poderia, ainda, ser questionado nas instâncias judiciais ordinárias. Por outro lado, a ADPF nº 46-DF não fizera qualquer menção ao art. 25 da lei 8.987/95. Faço aqui, um destaque: todas essas alegações, se já não foram lá ventiladas, poderiam perfeitamente constituir matéria de defesa da CELPE na Ação Ordinária de Preceito Cominatório nº 2003.83.00.000031-1, em qualquer das três instâncias judiciais, porquanto nenhuma delas enquadra-se no conceito de fato novo. De qualquer forma, por todo o explanado, o conceito de carta já foi dado infraconstitucionalmente no art. 47 da Lei 6.538/78, e, agora, o Poder Judiciário realiza a exegese sistemática em face da provação da parte interessada”. Cuidou-se, assim, o aresto impugnado de questão processual, referente à preclusão da matéria, nos termos do art. 474 do CPC. Confiram-se, a respeito, os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Processual Civil. Coisa julgada reconhecida pelo Tribunal de origem. Limites objetivos. Preclusão. Ocorrência. Ofensa reflexa. Discussão. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. É pacífica a jurisprudência da Corte de que não se presta o recurso extraordinário para a verificação dos limites 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT” (...) concluiu que “são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação nº 2003.83.00.0031-1, se não o foram, encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva” (eDOC 7, p. 80). Ademais, o Tribunal de origem também ressaltou, o seguinte (eDOC 7, p. 88): “A apelante sustenta que o STF não declarara que a fatura estaria incluída no conceito de carta, tal competiria ao legislador infraconstitucional e este poderia, ainda, ser questionado nas instâncias judiciais ordinárias. Por outro lado, a ADPF nº 46-DF não fizera qualquer menção ao art. 25 da lei 8.987/95. Faço aqui, um destaque: todas essas alegações, se já não foram lá ventiladas, poderiam perfeitamente constituir matéria de defesa da CELPE na Ação Ordinária de Preceito Cominatório nº 2003.83.00.000031-1, em qualquer das três instâncias judiciais, porquanto nenhuma delas enquadra-se no conceito de fato novo. De qualquer forma, por todo o explanado, o conceito de carta já foi dado infraconstitucionalmente no art. 47 da Lei 6.538/78, e, agora, o Poder Judiciário realiza a exegese sistemática em face da provação da parte interessada”. Cuidou-se, assim, o aresto impugnado de questão processual, referente à preclusão da matéria, nos termos do art. 474 do CPC. Confiram-se, a respeito, os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Processual Civil. Coisa julgada reconhecida pelo Tribunal de origem. Limites objetivos. Preclusão. Ocorrência. Ofensa reflexa. Discussão. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. É pacífica a jurisprudência da Corte de que não se presta o recurso extraordinário para a verificação dos limites 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1094344 AGR / PE objetivos da coisa julgada, haja vista tratar-se de discussão de índole infraconstitucional. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise ou o reexame dos fatos e das provas dos autos. Incidência das Súmulas nºs 279 do STF. 3. Agravo regimental não provido” (RE 929.996-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 05.05.2016). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Processual Civil. 3. Controvérsia relativa à ocorrência de preclusão. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Necessidade de reexame do acervo probatório. Súmula 279 do STF. Precedentes. 5. Alegação de ofensa à coisa julgada e aos princípios da ampla defesa e do contraditório. Tema 660 da sistemática da repercussão geral. 6. Alegação de ofensa ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inexistência. Precedente. AI-QO-RG 791.292. Tema 339. 7. Negado provimento ao agravo regimental, sem majoração da verba honorária” (ARE 1.216.467-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 05.11.2019). Nos termos da jurisprudência consolidada desta Corte, considera-se protelatório o recurso que, abusando do direito de recorrer, revela-se manifestamente inadmissível ou improcedente. Nesse sentido: AI 682.723 AgR-ED-ED-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 27.6.2011; Pet 4.972-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 16.11.2012; AI 705.255-AgR-ED-EDv-AgR-ED-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Tribunal Pleno, DJe 3.4.2019 e ARE 1.166.408-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 27.6.2019. Ante o exposto, voto pelo não provimento do presente agravo regimental, bem como, nos termos da fundamentação acima declinada, por aplicar ao Agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC, em face de decisão desta Turma na hipótese de deliberação unânime, condicionando-se a interposição de qualquer outro recurso ao depósito prévio da quantia fixada, observado o disposto no art. 1.021, § 5º, do CPC. Incabível 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE objetivos da coisa julgada, haja vista tratar-se de discussão de índole infraconstitucional. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise ou o reexame dos fatos e das provas dos autos. Incidência das Súmulas nºs 279 do STF. 3. Agravo regimental não provido” (RE 929.996-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 05.05.2016). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Processual Civil. 3. Controvérsia relativa à ocorrência de preclusão. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Necessidade de reexame do acervo probatório. Súmula 279 do STF. Precedentes. 5. Alegação de ofensa à coisa julgada e aos princípios da ampla defesa e do contraditório. Tema 660 da sistemática da repercussão geral. 6. Alegação de ofensa ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inexistência. Precedente. AI-QO-RG 791.292. Tema 339. 7. Negado provimento ao agravo regimental, sem majoração da verba honorária” (ARE 1.216.467-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 05.11.2019). Nos termos da jurisprudência consolidada desta Corte, considera-se protelatório o recurso que, abusando do direito de recorrer, revela-se manifestamente inadmissível ou improcedente. Nesse sentido: AI 682.723 AgR-ED-ED-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 27.6.2011; Pet 4.972-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 16.11.2012; AI 705.255-AgR-ED-EDv-AgR-ED-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Tribunal Pleno, DJe 3.4.2019 e ARE 1.166.408-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 27.6.2019. Ante o exposto, voto pelo não provimento do presente agravo regimental, bem como, nos termos da fundamentação acima declinada, por aplicar ao Agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC, em face de decisão desta Turma na hipótese de deliberação unânime, condicionando-se a interposição de qualquer outro recurso ao depósito prévio da quantia fixada, observado o disposto no art. 1.021, § 5º, do CPC. Incabível 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1094344 AGR / PE majoração de honorários, tendo em vista não houve fixação de honorários na instância de origem. É como voto. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal RE 1094344 AGR / PE majoração de honorários, tendo em vista não houve fixação de honorários na instância de origem. É como voto. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 25 Extrato de Ata - 08/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PROCED. : PERNAMBUCO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) : ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS (30176/DF, 095436/RJ, 328900/SP) AGDO.(A/S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) : HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS (29585/DF) ADV.(A/S) : RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD (028779/DF) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, CPC, e entendeu inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, visto que não houve fixação de honorários advocatícios na instância de origem, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3865-4AA2-39BA-B9A6 e senha 5CA4-6D49-0777-8062 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PROCED. : PERNAMBUCO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) : ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS (30176/DF, 095436/RJ, 328900/SP) AGDO.(A/S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) : HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS (29585/DF) ADV.(A/S) : RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD (028779/DF) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, CPC, e entendeu inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, visto que não houve fixação de honorários advocatícios na instância de origem, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3865-4AA2-39BA-B9A6 e senha 5CA4-6D49-0777-8062 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 25
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756142098
2021-06-08T00:00:00
2021-06-15T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, CPC, e entendeu inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, visto que não houve fixação de honorários advocatícios na instância de origem, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ENERGIA ELÉTRICA. FATURA. PRETENSÃO DE TERCEIRIZAÇÃO DO SERVIÇO POSTAL. COISA JULGADA. TEMA 660 DA REPERCUSSÃO GERAL. INOCORRÊNCIA DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E À SÚMULA VINCULANTE 10. 1. Inexistência de ofensa à cláusula da reserva de plenário e à Súmula Vinculante 10, porquanto o Tribunal de origem, ao analisar o caso concreto, não declarou inconstitucional a legislação aplicada, nem a afastou por julgá-la inconstitucional, mas apenas interpretou a norma legal de acordo com o entendimento jurisprudencial prevalecente no âmbito daquele Tribunal. 2. Não ostenta repercussão geral a alegação de ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada, quando a aferição da violação pressuponha a revisão de legislação infraconstitucional. Precedente: RE 748.371-RG, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, DJe 1º.08.2013. Tema 660. 3. Improcedente a alegada ausência de prestação jurisdicional, tendo em vista que a jurisdição foi prestada pelo Tribunal a quo, embora contrária aos interesses da parte Recorrente. 4. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC. Incabível majoração de honorários, tendo em vista não houve fixação de honorários na instância de origem.
sjur448525
- Acórdão(s) citado(s): (PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO, PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA, LIMITAÇÃO, COISA JULGADA, DEVIDO PROCESSO LEGAL) ARE 748371 RG (TP). (AUSÊNCIA, ILEGALIDADE, RESERVA DO PLENÁRIO) ARE 1134141 AgR (2ªT), ARE 1155187 AgR (1ªT). (PRESTAÇÃO JURISDICIONAL, INCONFORMIDADE, PARTE AGRAVANTE) AI 695733 AgR (1ªT), ARE 1118466 AgR (2ªT). (POSSIBILIDADE, ENTREGA, BOLETO BANCÁRIO, TRIBUTO, ENTE FEDERADO, MONOPÓLIO DA UNIÃO) RE 667958 RG (TP). (RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO) AI 682723 AgR-ED-ED-ED (2ªT), Pet 4972 AgR (1ªT), AI 705255 AgR-ED-EDv-AgR-ED-AgR (TP), ARE 1166408 AgR (2ªT). (RE, CONTROVÉRSIA, PRECLUSÃO) RE 929996 AgR (2ªT), ARE 1216467 AgR (2ªT). Número de páginas: 25. Análise: 17/02/2022, BMP.
EDSON FACHIN
Segunda Turma
1094344
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00097\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-006538 ANO-1978\n ART-00009\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-008987 ANO-1995\n ART-00025\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00011 ART-00474 ART-01021\n PAR-00004 PAR-00005\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUV-000010\n SÚMULA VINCULANTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
RE-AgR
acordaos
RE 1094344 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) : ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS AGDO.(A/S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) : HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS ADV.(A/S) : RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD
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Ementa e Acórdão 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) :ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS AGDO.(A/S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) :HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS ADV.(A/S) :RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ENERGIA ELÉTRICA. FATURA. PRETENSÃO DE TERCEIRIZAÇÃO DO SERVIÇO POSTAL. COISA JULGADA. TEMA 660 DA REPERCUSSÃO GERAL. INOCORRÊNCIA DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E À SÚMULA VINCULANTE 10. 1. Inexistência de ofensa à cláusula da reserva de plenário e à Súmula Vinculante 10, porquanto o Tribunal de origem, ao analisar o caso concreto, não declarou inconstitucional a legislação aplicada, nem a afastou por julgá-la inconstitucional, mas apenas interpretou a norma legal de acordo com o entendimento jurisprudencial prevalecente no âmbito daquele Tribunal. 2. Não ostenta repercussão geral a alegação de ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada, quando a aferição da violação pressuponha a revisão de legislação infraconstitucional. Precedente: Recurso Extraordinário 748.371-RG, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, DJe 1....08.2013. Tema 660. 3. Improcedente a alegada ausência de prestação jurisdicional, tendo em vista que a jurisdição foi prestada pelo Tribunal a quo, embora contrária aos interesses da parte Recorrente. 4. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil. Incabível Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDFA-8478-17AE-EB5B e senha 718F-59CB-B1F1-FEA0 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 25 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE majoração de honorários, tendo em vista não houve fixação de honorários na instância de origem. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., Código de Processo Civil, e entender inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, visto que não houve fixação de honorários advocatícios na instância de origem, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDFA-8478-17AE-EB5B e senha 718F-59CB-B1F1-FEA0 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE majoração de honorários, tendo em vista não houve fixação de honorários na instância de origem. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual de 28 de maio a 7 de junho de 2021, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., Código de Processo Civil, e entender inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, visto que não houve fixação de honorários advocatícios na instância de origem, nos termos do voto do Relator. Brasília, 8 de junho de 2021. Ministro EDSON FACHIN Relator Documento assinado digitalmente 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EDFA-8478-17AE-EB5B e senha 718F-59CB-B1F1-FEA0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 25 Relatório 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) :ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS AGDO.(A/S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) :HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS ADV.(A/S) :RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental (eDOC 13) interposto em 01.02.2019 (eDOC 15) em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso da ora Agravante, nos seguintes termos (eDOC 12, p 1-12): “Trata-se de recursos extraordinários interpostos pela Companhia Energética de Pernambuco – CELPE – e pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT – em face de acórdão da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5... Região, assim ementado (eDOC 7, p. 98/101): ‘CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. PRELIMINAR DE VIOLAÇÃO À COISA JULGADA COM RELAÇÃO A ALGUNS DOS PEDIDOS. MONOPÓLIO POSTAL. ENERGIA ELÉTRICA. FATURA. CARTA. ENQUADRAMENTO CONCEITUAL. PRESTAÇÃO POR TERCEIRO DE SERVIÇO DE ENTREGA, POSTERIOR À AFERIÇÃO, DE BOLETO DE COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DA ECT. LEITURA DE CONSUMO E ENTREGA SIMULTÂNEA DE FATURA Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) :ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS AGDO.(A/S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) :HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS ADV.(A/S) :RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental (eDOC 13) interposto em 01.02.2019 (eDOC 15) em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso da ora Agravante, nos seguintes termos (eDOC 12, p 1-12): “Trata-se de recursos extraordinários interpostos pela Companhia Energética de Pernambuco – CELPE – e pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT – em face de acórdão da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5... Região, assim ementado (eDOC 7, p. 98/101): ‘CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. PRELIMINAR DE VIOLAÇÃO À COISA JULGADA COM RELAÇÃO A ALGUNS DOS PEDIDOS. MONOPÓLIO POSTAL. ENERGIA ELÉTRICA. FATURA. CARTA. ENQUADRAMENTO CONCEITUAL. PRESTAÇÃO POR TERCEIRO DE SERVIÇO DE ENTREGA, POSTERIOR À AFERIÇÃO, DE BOLETO DE COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DA ECT. LEITURA DE CONSUMO E ENTREGA SIMULTÂNEA DE FATURA Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE AO DESTINATÁRIO. SISTEMA DE FATURAMENTO DIRETO (ON SITE). ADOÇÃO DA TÉCNICA DA MOTIVAÇÃO REFERENCIADA ("PER RELATIONEM"). AUSÊNCIA DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ENTENDIMENTO DO Supremo Tribunal Federal. 1. Trata-se de apelações interpostas pela CELPE e ECT contra sentença que, acolhendo a preliminar de violação à coisa julgada, extinguiu sem resolução de mérito o feito com relação ao pedido de descaracterização da fatura de energia elétrica como carta para os fins do art. 9..., da Lei n 6.538/78 e do reconhecimento às concessionárias de energia elétrica da responsabilidade de executar a entrega da respectiva fatura, nos termos do art. 25, da Lei n 8.987/95, com a possibilidade, inclusive, de terceirização do referido serviço, e julgou procedente o pedido para declarar a atividade de medição e geração de fatura no próprio domicílio do consumidor (faturamento direto ou "on site") como não violadora do monopólio do serviço postal. 2. A mais alta Corte de Justiça do país já firmou entendimento no sentido de que a motivação referenciada ("per relationem") não constitui negativa de prestação jurisdicional, tendo-se por cumprida a exigência constitucional da fundamentação das decisões judiciais. Adota-se, portanto, os termos da sentença como razões de decidir. 3. 1.1. Suscitou a ré, em preliminar, violação à coisa julgada material configurada na ação de rito ordinário de preceito cominatório n 2003.83.00.000031-1, ajuizada pela ECT contra a CELPE, sob a alegação de ser idêntica à ora ajuizada." (...) "Na ação condenatória de rito ordinário n 2003.83.00.000031-1, figuravam como partes a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, na condição de autora e a Companhia Energética Pernambucana - CELPE, como ré. A causa de pedir, por sua vez, fundamentava-se na violação do monopólio postal da ECT pela CELPE, sob a alegação de a CELPE estar se utilizando do serviço de terceiros para realizar o 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE AO DESTINATÁRIO. SISTEMA DE FATURAMENTO DIRETO (ON SITE). ADOÇÃO DA TÉCNICA DA MOTIVAÇÃO REFERENCIADA ("PER RELATIONEM"). AUSÊNCIA DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ENTENDIMENTO DO Supremo Tribunal Federal. 1. Trata-se de apelações interpostas pela CELPE e ECT contra sentença que, acolhendo a preliminar de violação à coisa julgada, extinguiu sem resolução de mérito o feito com relação ao pedido de descaracterização da fatura de energia elétrica como carta para os fins do art. 9..., da Lei n 6.538/78 e do reconhecimento às concessionárias de energia elétrica da responsabilidade de executar a entrega da respectiva fatura, nos termos do art. 25, da Lei n 8.987/95, com a possibilidade, inclusive, de terceirização do referido serviço, e julgou procedente o pedido para declarar a atividade de medição e geração de fatura no próprio domicílio do consumidor (faturamento direto ou "on site") como não violadora do monopólio do serviço postal. 2. A mais alta Corte de Justiça do país já firmou entendimento no sentido de que a motivação referenciada ("per relationem") não constitui negativa de prestação jurisdicional, tendo-se por cumprida a exigência constitucional da fundamentação das decisões judiciais. Adota-se, portanto, os termos da sentença como razões de decidir. 3. 1.1. Suscitou a ré, em preliminar, violação à coisa julgada material configurada na ação de rito ordinário de preceito cominatório n 2003.83.00.000031-1, ajuizada pela ECT contra a CELPE, sob a alegação de ser idêntica à ora ajuizada." (...) "Na ação condenatória de rito ordinário n 2003.83.00.000031-1, figuravam como partes a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, na condição de autora e a Companhia Energética Pernambucana - CELPE, como ré. A causa de pedir, por sua vez, fundamentava-se na violação do monopólio postal da ECT pela CELPE, sob a alegação de a CELPE estar se utilizando do serviço de terceiros para realizar o 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE serviço de transporte e entrega de faturas de consumo de energia elétrica, atividade abrangida pelo serviço postal monopolizado. Vê-se da análise desta ação, ora em julgamento, serem idênticas as partes, apenas figurando em polos invertidos ao da ação precedente. 5. (...) "Já a causa de pedir, nesta demanda, diz respeito a não caracterização da atividade de entrega de fatura como serviço postal monopolizado pela ECT por não se enquadrar na definição legal de carta, bem como que o art. 25 da Lei 8.987/95 autoriza a terceirização da atividade de entrega de faturas de serviços públicos objeto de contrato de concessão. Não há como se negar também identidade de causa de pedir entre as ações, pois em ambas a matéria jurídica debatida é o enquadramento ou não da atividade de entrega e transporte de fatura de energia elétrica como serviço postal monopolizado. Impende ressaltar que, a despeito do argumento da autora, a causa de pedir na ação n 2003.83.00.31-1 não se restringiu à questão da recepção da Lei 6.538/78 pela Constituição de 1988 e do monopólio por ela instituído, mas também se ateve à abrangência ou não da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica pelo serviço postal monopolizado, (...)". 6. (...) "Contudo, deve-se atentar que a presente ação veicula pretensão reversa àquela formulada na ação n 2003.83.00.31-1. Na ação precedente, o pedido da ECT visava condenar a CELPE a se abster de contratar terceiros para a atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica. Nesta ação, a CELPE veicula pretensão inversa, qual seja, reconhecer não se encontrar obrigada a contratar com a ECT para realizar a atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica. Nessa linha de raciocínio, o acolhimento da pretensão da CELPE, nesta demanda, implicará em desfazimento, por via oblíqua, da coisa julgada formada na ação n 2003.83.00.31-1, assegurando à CELPE, a despeito da condenação na ação n 2003.83.00.31-1, o direito de contratar com terceiros o serviço de coleta, transporte e entrega de fatura 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE serviço de transporte e entrega de faturas de consumo de energia elétrica, atividade abrangida pelo serviço postal monopolizado. Vê-se da análise desta ação, ora em julgamento, serem idênticas as partes, apenas figurando em polos invertidos ao da ação precedente. 5. (...) "Já a causa de pedir, nesta demanda, diz respeito a não caracterização da atividade de entrega de fatura como serviço postal monopolizado pela ECT por não se enquadrar na definição legal de carta, bem como que o art. 25 da Lei 8.987/95 autoriza a terceirização da atividade de entrega de faturas de serviços públicos objeto de contrato de concessão. Não há como se negar também identidade de causa de pedir entre as ações, pois em ambas a matéria jurídica debatida é o enquadramento ou não da atividade de entrega e transporte de fatura de energia elétrica como serviço postal monopolizado. Impende ressaltar que, a despeito do argumento da autora, a causa de pedir na ação n 2003.83.00.31-1 não se restringiu à questão da recepção da Lei 6.538/78 pela Constituição de 1988 e do monopólio por ela instituído, mas também se ateve à abrangência ou não da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica pelo serviço postal monopolizado, (...)". 6. (...) "Contudo, deve-se atentar que a presente ação veicula pretensão reversa àquela formulada na ação n 2003.83.00.31-1. Na ação precedente, o pedido da ECT visava condenar a CELPE a se abster de contratar terceiros para a atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica. Nesta ação, a CELPE veicula pretensão inversa, qual seja, reconhecer não se encontrar obrigada a contratar com a ECT para realizar a atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica. Nessa linha de raciocínio, o acolhimento da pretensão da CELPE, nesta demanda, implicará em desfazimento, por via oblíqua, da coisa julgada formada na ação n 2003.83.00.31-1, assegurando à CELPE, a despeito da condenação na ação n 2003.83.00.31-1, o direito de contratar com terceiros o serviço de coleta, transporte e entrega de fatura 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE de energia elétrica, exatamente o conteúdo da obrigação que lhe restou vedado na sentença acobertada pela coisa julgada." 7. "Desse modo, deve-se prestigiar a coisa julgada constituída na ação n 2003.83.00.31-1, haja vista que o acolhimento da pretensão aqui veiculada colide frontalmente com a decisão transitada em julgado proferida pelo Supremo Tribunal Federal na ação ordinária n 2003.83.00.000031-1 (fls. 269/284), o que conduziria a desconstituir, por via indireta e imprópria, a coisa julgada, sem o manejo da ação rescisória adequada." Vencido o Des. Federal Dr. Vladimir Carvalho que afastou a preliminar de coisa julgada por entender que o monopólio postal não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988/88. 8. "2. Do Mérito: O serviço objeto do monopólio postal da União consiste no recebimento (coleta), transporte e entrega, no território nacional, e a expedição, para o exterior, de carta e cartão postal (art. 9..., da Lei 6.538/78). O sistema de faturamento direto ou "on site" se perfaz na realização de leitura e medição do consumo de energia elétrica na própria unidade consumidora por um funcionário através de equipamento adequado para essa atividade, e, ato contínuo, a emissão da correspondente fatura e sua entrega imediata ao usuário." 9. "Não se vislumbra nesse sistema de faturamento direto o recebimento (coleta) e transporte de correspondência, atividades compreendidas no monopólio postal, porquanto não há coleta da fatura junto ao seu agente expedidor, nem muito menos transporte da fatura entre o agente expedidor e o domicílio do consumidor (destinatário), sendo forçoso reconhecer que a utilização desse sistema de faturamento não viola o serviço postal monopolizado pela União, o que autoriza a contratação pela CELPE de terceiros para a realização desse serviço." 10. (...) "No tocante ao pedido subsidiário referente à condenação da ré a comprovar ser capaz de realizar a entrega das referidas faturas, segundo as exigências do setor elétrico, não 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE de energia elétrica, exatamente o conteúdo da obrigação que lhe restou vedado na sentença acobertada pela coisa julgada." 7. "Desse modo, deve-se prestigiar a coisa julgada constituída na ação n 2003.83.00.31-1, haja vista que o acolhimento da pretensão aqui veiculada colide frontalmente com a decisão transitada em julgado proferida pelo Supremo Tribunal Federal na ação ordinária n 2003.83.00.000031-1 (fls. 269/284), o que conduziria a desconstituir, por via indireta e imprópria, a coisa julgada, sem o manejo da ação rescisória adequada." Vencido o Des. Federal Dr. Vladimir Carvalho que afastou a preliminar de coisa julgada por entender que o monopólio postal não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988/88. 8. "2. Do Mérito: O serviço objeto do monopólio postal da União consiste no recebimento (coleta), transporte e entrega, no território nacional, e a expedição, para o exterior, de carta e cartão postal (art. 9..., da Lei 6.538/78). O sistema de faturamento direto ou "on site" se perfaz na realização de leitura e medição do consumo de energia elétrica na própria unidade consumidora por um funcionário através de equipamento adequado para essa atividade, e, ato contínuo, a emissão da correspondente fatura e sua entrega imediata ao usuário." 9. "Não se vislumbra nesse sistema de faturamento direto o recebimento (coleta) e transporte de correspondência, atividades compreendidas no monopólio postal, porquanto não há coleta da fatura junto ao seu agente expedidor, nem muito menos transporte da fatura entre o agente expedidor e o domicílio do consumidor (destinatário), sendo forçoso reconhecer que a utilização desse sistema de faturamento não viola o serviço postal monopolizado pela União, o que autoriza a contratação pela CELPE de terceiros para a realização desse serviço." 10. (...) "No tocante ao pedido subsidiário referente à condenação da ré a comprovar ser capaz de realizar a entrega das referidas faturas, segundo as exigências do setor elétrico, não 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE merece acolhida, pois, conforme já explicitado na decisão de fls. 204/206, não há incompatibilidade entre as normas que regulamentam o serviço postal e as normas emanadas da ANEEL que regulam a entrega de fatura de energia elétrica. Primeiramente, a legislação do setor elétrico admite, em consonância com as normas do serviço postal, a entrega da fatura em local diverso do endereço da unidade consumidora, de modo que a entrega seja realizada em endereço servido pelo atendimento postal (art. 122, Resolução ANEEL 414/2010). Ademais, a suposta ineficiência da ECT na entrega de faturas de energia elétrica, além de não ser fato notório, tal fato não restou cabalmente demonstrado. De mais a mais, se as empresas terceirizadas contratadas pela CELPE tinham dificuldades na entrega das faturas, como a não localização do destinatário, não se pode exigir tal rigor na contratação com a ECT. Recorde-se que a própria ECT, na ação de rito ordinário n 2003.83.00.000031-1, queixava-se que constantemente chegavam-lhe correspondências que a CELPE, com violação ao monopólio do serviço postal, pretendia entregar aos seus consumidores, mas que tiveram sua entrega frustrada por não se conseguir localizar o destinatário, causando, inclusive, prejuízos à imagem da ECT, já que o público em geral é levado a crer que a entrega de cartas é sempre realizada pelos Correios (fls. 131/132 e 303/324)." 11. Conforme o entendimento firmado na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 46/DF, quando ocorre o transporte para fins de entrega ao cidadão residente no Brasil ou no exterior de carta e cartão-postal, tal fato impõe a atuação da ECT como órgão oficial da União gestor/executor do monopólio postal. Ressalvados estão o transporte de carta e cartão-postal "efetuado entre dependências da mesma pessoa jurídica, em negócios de sua economia, por meios próprios, sem intermediação comercial" e aqueles ocorridos eventualmente, sem fins lucrativos, consoante o disposto no parágrafo 2... do art. 9... da Lei n 6.538/78. 12. Segundo a dicção do art. 47 da Lei n 6.538/78, a 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE merece acolhida, pois, conforme já explicitado na decisão de fls. 204/206, não há incompatibilidade entre as normas que regulamentam o serviço postal e as normas emanadas da ANEEL que regulam a entrega de fatura de energia elétrica. Primeiramente, a legislação do setor elétrico admite, em consonância com as normas do serviço postal, a entrega da fatura em local diverso do endereço da unidade consumidora, de modo que a entrega seja realizada em endereço servido pelo atendimento postal (art. 122, Resolução ANEEL 414/2010). Ademais, a suposta ineficiência da ECT na entrega de faturas de energia elétrica, além de não ser fato notório, tal fato não restou cabalmente demonstrado. De mais a mais, se as empresas terceirizadas contratadas pela CELPE tinham dificuldades na entrega das faturas, como a não localização do destinatário, não se pode exigir tal rigor na contratação com a ECT. Recorde-se que a própria ECT, na ação de rito ordinário n 2003.83.00.000031-1, queixava-se que constantemente chegavam-lhe correspondências que a CELPE, com violação ao monopólio do serviço postal, pretendia entregar aos seus consumidores, mas que tiveram sua entrega frustrada por não se conseguir localizar o destinatário, causando, inclusive, prejuízos à imagem da ECT, já que o público em geral é levado a crer que a entrega de cartas é sempre realizada pelos Correios (fls. 131/132 e 303/324)." 11. Conforme o entendimento firmado na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 46/DF, quando ocorre o transporte para fins de entrega ao cidadão residente no Brasil ou no exterior de carta e cartão-postal, tal fato impõe a atuação da ECT como órgão oficial da União gestor/executor do monopólio postal. Ressalvados estão o transporte de carta e cartão-postal "efetuado entre dependências da mesma pessoa jurídica, em negócios de sua economia, por meios próprios, sem intermediação comercial" e aqueles ocorridos eventualmente, sem fins lucrativos, consoante o disposto no parágrafo 2... do art. 9... da Lei n 6.538/78. 12. Segundo a dicção do art. 47 da Lei n 6.538/78, a 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE definição de carta tem natureza extrínseca ao conteúdo objeto de correspondência, é dizer, não importa para o legislador qual a natureza da mensagem transmitida ao destinatário, sendo relevante, sim, que o veículo de transmissão consista materialmente em algo concreto na forma escrita. Nessa óptica, considerando a fatura de energia elétrica como informação econômica de interesse do consumidor, quando for objeto de transporte para entrega, há de ser encaminhada logicamente através da ECT. 13. A CELPE sustenta que o Supremo Tribunal Federal não declarara que a fatura estaria incluída no conceito de carta, tal competiria ao legislador infraconstitucional e este poderia, ainda, ser questionado nas instâncias judiciais ordinárias. Por outro lado, o ADPF n 46-DF não fizera qualquer menção ao art. 25 da Lei n 8.987/95. 14. Todas essas alegações, se já não foram lá ventiladas, poderiam perfeitamente constituir matéria de defesa da CELPE na Ação Ordinária de Preceito Cominatório n 2003.83.00.000031-1, em qualquer das três instâncias judiciais, porquanto nenhuma delas enquadra-se no conceito de fato novo. 15. No tangente à Lei de Concessão e Permissão dos serviços públicos previstos no art. 175 da Constituição Federal de 1988/88, o Supremo Tribunal Federal sinalizou a impossibilidade de o serviço postal ser objeto de qualquer desses institutos do Direito Administrativo. Destaca-se o seguinte trecho do voto do Ministro Carlos Britto: "Além dessa titularidade pública federal, parece-me não ser passível de transpasse para a iniciativa privada, mediante os conhecidos institutos de autorização, da concessão ou da permissão, vale dizer até - não estou sendo exagerado ao assim asseverar - que é o único serviço público não passível de transpasse para a iniciativa privada, mediante os citados institutos". 16. Quanto à alegação de a ECT não ser capaz de atender às exigências regulamentares da ANEEL, daí a necessidade premente de contratar terceiro para entregar as faturas, para evitar colocar a CELPE na posição de eventualmente sofrer as 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE definição de carta tem natureza extrínseca ao conteúdo objeto de correspondência, é dizer, não importa para o legislador qual a natureza da mensagem transmitida ao destinatário, sendo relevante, sim, que o veículo de transmissão consista materialmente em algo concreto na forma escrita. Nessa óptica, considerando a fatura de energia elétrica como informação econômica de interesse do consumidor, quando for objeto de transporte para entrega, há de ser encaminhada logicamente através da ECT. 13. A CELPE sustenta que o Supremo Tribunal Federal não declarara que a fatura estaria incluída no conceito de carta, tal competiria ao legislador infraconstitucional e este poderia, ainda, ser questionado nas instâncias judiciais ordinárias. Por outro lado, o ADPF n 46-DF não fizera qualquer menção ao art. 25 da Lei n 8.987/95. 14. Todas essas alegações, se já não foram lá ventiladas, poderiam perfeitamente constituir matéria de defesa da CELPE na Ação Ordinária de Preceito Cominatório n 2003.83.00.000031-1, em qualquer das três instâncias judiciais, porquanto nenhuma delas enquadra-se no conceito de fato novo. 15. No tangente à Lei de Concessão e Permissão dos serviços públicos previstos no art. 175 da Constituição Federal de 1988/88, o Supremo Tribunal Federal sinalizou a impossibilidade de o serviço postal ser objeto de qualquer desses institutos do Direito Administrativo. Destaca-se o seguinte trecho do voto do Ministro Carlos Britto: "Além dessa titularidade pública federal, parece-me não ser passível de transpasse para a iniciativa privada, mediante os conhecidos institutos de autorização, da concessão ou da permissão, vale dizer até - não estou sendo exagerado ao assim asseverar - que é o único serviço público não passível de transpasse para a iniciativa privada, mediante os citados institutos". 16. Quanto à alegação de a ECT não ser capaz de atender às exigências regulamentares da ANEEL, daí a necessidade premente de contratar terceiro para entregar as faturas, para evitar colocar a CELPE na posição de eventualmente sofrer as 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE sanções do art. 25 da Lei n. 8.987/95 - "Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade", é questão de ser determinado à ECT o seu comprometimento em fazer cumprir os prazos de entrega das faturas aos usuários do serviço de energia elétrica, previstos no contrato a ser por ela firmado com a CELPE, sob pena de vir a responder pelos prejuízos financeiros eventualmente a eles causados em ação de perdas e danos. Preliminar de coisa julgada acolhida. Apelação da ECT improvida e apelação da CELPE parcialmente provida.’ A Primeira Turma do TRF 5... Região rejeitou os embargos interpostos pela CELPE e acolheu os embargos interpostos pela ECT, nos termos do relatório e voto do Relator (para reconhecer a contradição apontada, aplicando os efeitos infringentes ao v. acórdão, no sentido de negar provimento à apelação da CELP e determinar a juntada do voto vencido aos presentes autos relativamente à preliminar de coisa julgada e também, no caso de se manter o julgamento, por maioria, no tocante ao mérito da apelação da CELPE) (eDOC 7, p. 146/147). Os embargos de declaração que se seguiram foram rejeitados (eDOC 7, p. 163-169). Os recursos extraordinários foram interpostos com fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. No recurso da CELP, aponta-se ofensa aos arts. 5..., XXXV; 21, X; 37, caput e § 6...; 97; 175, da Constituição Federal. Nas razões recursais, sustenta-se, em síntese, que: ‘Ao afastar a incidência do art. 25, § 1..., da Lei de Concessões por considerá-lo incompatível com a Constituição, o v. acórdão acabou por declarar a norma inconstitucional de maneira implícita’ (eDOC 8, p. 68/69); e que ‘Os arts. 21, X, e 175 da Constituição Federal não obstam que a lei autorize a terceirização do serviço postal em 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE sanções do art. 25 da Lei n. 8.987/95 - "Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade", é questão de ser determinado à ECT o seu comprometimento em fazer cumprir os prazos de entrega das faturas aos usuários do serviço de energia elétrica, previstos no contrato a ser por ela firmado com a CELPE, sob pena de vir a responder pelos prejuízos financeiros eventualmente a eles causados em ação de perdas e danos. Preliminar de coisa julgada acolhida. Apelação da ECT improvida e apelação da CELPE parcialmente provida.’ A Primeira Turma do TRF 5... Região rejeitou os embargos interpostos pela CELPE e acolheu os embargos interpostos pela ECT, nos termos do relatório e voto do Relator (para reconhecer a contradição apontada, aplicando os efeitos infringentes ao v. acórdão, no sentido de negar provimento à apelação da CELP e determinar a juntada do voto vencido aos presentes autos relativamente à preliminar de coisa julgada e também, no caso de se manter o julgamento, por maioria, no tocante ao mérito da apelação da CELPE) (eDOC 7, p. 146/147). Os embargos de declaração que se seguiram foram rejeitados (eDOC 7, p. 163-169). Os recursos extraordinários foram interpostos com fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. No recurso da CELP, aponta-se ofensa aos arts. 5..., XXXV; 21, X; 37, caput e § 6...; 97; 175, da Constituição Federal. Nas razões recursais, sustenta-se, em síntese, que: ‘Ao afastar a incidência do art. 25, § 1..., da Lei de Concessões por considerá-lo incompatível com a Constituição, o v. acórdão acabou por declarar a norma inconstitucional de maneira implícita’ (eDOC 8, p. 68/69); e que ‘Os arts. 21, X, e 175 da Constituição Federal não obstam que a lei autorize a terceirização do serviço postal em 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE determinadas hipóteses específicas, nem estabelece qualquer hierarquia em favor do monopólio postal em face dos demais serviços públicos previstos na própria Constituição.’ (eDOC 8, p. 81). Sustenta-se, ainda, que ‘A responsabilidade da EBCT pelos serviços prestados é objetiva e não pode ser afastada por cláusula imposta aos particulares (art. 37, caput, e § 6...)” e que a “inconstitucionalidade do v. acórdão recorrido consiste em afirmar que a CELPE, ora recorrente, não poderia obter provimento jurisdicional prévio impedindo a EBCT de impor a cláusula abusiva já mencionada. Trata-se de evidente violação à inafastabilidade de jurisdição’. (eDOC 8, p. 86/89). No recurso interposto pela ECT, aponta-se violação aos art. 21, X, da Constituição da República. Sustenta-se, em síntese, que, ‘... ao excepcionar o direito da Recorrida de entregar faturas, através do sistema ‘on site’, violou o acórdão vergastado a norma constitucional, um vez que os referidos objetos por ela entregues enquadram-se no conceito de carta inserto na legislação postal, sendo certo que são comunicações impressas de natureza comercial, contendo informações de interesse específico dos seus destinatários (os consumidores), e, portanto, fazem parte do monopólio postal conferido à União pela Carta Magna Vigente’ (eDOC 8, p. 146). A Vice-Presidência do TRF 5... Região admitiu os recursos extraordinários (eDOC 9, p. 89/90 e p. 93/94). É o relatório. Decido. As irresignações não merecem prosperar. Passo à análise do recurso interposto pela CELPE: De início, no que concerne à alegação de ofensa ao princípio da reserva de plenário, constata-se que a Corte de origem ‘hora alguma declarou a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo do Poder Público, mas decidiu consoante o entendimento jurisprudencial dominante’ (eDOC 7, p. 138), o que não configura violação à norma do art. 97 da Constituição Federal. Nesse sentido: ‘Agravo regimental no recurso extraordinário. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE determinadas hipóteses específicas, nem estabelece qualquer hierarquia em favor do monopólio postal em face dos demais serviços públicos previstos na própria Constituição.’ (eDOC 8, p. 81). Sustenta-se, ainda, que ‘A responsabilidade da EBCT pelos serviços prestados é objetiva e não pode ser afastada por cláusula imposta aos particulares (art. 37, caput, e § 6...)” e que a “inconstitucionalidade do v. acórdão recorrido consiste em afirmar que a CELPE, ora recorrente, não poderia obter provimento jurisdicional prévio impedindo a EBCT de impor a cláusula abusiva já mencionada. Trata-se de evidente violação à inafastabilidade de jurisdição’. (eDOC 8, p. 86/89). No recurso interposto pela ECT, aponta-se violação aos art. 21, X, da Constituição da República. Sustenta-se, em síntese, que, ‘... ao excepcionar o direito da Recorrida de entregar faturas, através do sistema ‘on site’, violou o acórdão vergastado a norma constitucional, um vez que os referidos objetos por ela entregues enquadram-se no conceito de carta inserto na legislação postal, sendo certo que são comunicações impressas de natureza comercial, contendo informações de interesse específico dos seus destinatários (os consumidores), e, portanto, fazem parte do monopólio postal conferido à União pela Carta Magna Vigente’ (eDOC 8, p. 146). A Vice-Presidência do TRF 5... Região admitiu os recursos extraordinários (eDOC 9, p. 89/90 e p. 93/94). É o relatório. Decido. As irresignações não merecem prosperar. Passo à análise do recurso interposto pela CELPE: De início, no que concerne à alegação de ofensa ao princípio da reserva de plenário, constata-se que a Corte de origem ‘hora alguma declarou a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo do Poder Público, mas decidiu consoante o entendimento jurisprudencial dominante’ (eDOC 7, p. 138), o que não configura violação à norma do art. 97 da Constituição Federal. Nesse sentido: ‘Agravo regimental no recurso extraordinário. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE Previdenciário. Devolução de valores recebidos indevidamente por segurado do Regime Geral da Previdência Social. 1. O art. 115 da lei n. 8.213/91 não foi declarado inconstitucional, tampouco teve afastada sua aplicação pela Corte de origem. Não ocorrência, destarte, de violação do princípio da reserva de plenário. 2. Má aplicação de norma de caráter infraconstitucional configura ofensa meramente reflexa à Constituição, insuscetível de apreciação em recurso extraordinário. Precedentes. 3. Agravo regimental não provido.’ (Recurso Extraordinário 596.212 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 21.5.2012) ‘AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. ENSINO MÉDIO. CONCLUSÃO. CURSO SUPLETIVO. IDADE MENOR QUE A PREVISTA NA LEI 9.394/1996. ALUNO APROVADO EM EXAME VESTIBULAR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, seria necessário o reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. 2. Inexistência de ofensa à cláusula da reserva de plenário, porquanto o Tribunal de origem, ao analisar o caso concreto, não declarou inconstitucional a legislação aplicada, nem afastou sua aplicação por julgá-la inconstitucional, mas apenas interpretou a norma legal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.’ (ARE 938050 AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 1.../8/2016) Quanto a alegação de que a Constituição Federal não obsta que lei autorize a terceirização do serviço postal em determinadas hipóteses específicas, extrai-se do acórdão recorrido que a questão foi dirimida nos seguintes termos (eDOC 7, p. 80): 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE Previdenciário. Devolução de valores recebidos indevidamente por segurado do Regime Geral da Previdência Social. 1. O art. 115 da lei n. 8.213/91 não foi declarado inconstitucional, tampouco teve afastada sua aplicação pela Corte de origem. Não ocorrência, destarte, de violação do princípio da reserva de plenário. 2. Má aplicação de norma de caráter infraconstitucional configura ofensa meramente reflexa à Constituição, insuscetível de apreciação em recurso extraordinário. Precedentes. 3. Agravo regimental não provido.’ (Recurso Extraordinário 596.212 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 21.5.2012) ‘AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. ENSINO MÉDIO. CONCLUSÃO. CURSO SUPLETIVO. IDADE MENOR QUE A PREVISTA NA LEI 9.394/1996. ALUNO APROVADO EM EXAME VESTIBULAR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, seria necessário o reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. 2. Inexistência de ofensa à cláusula da reserva de plenário, porquanto o Tribunal de origem, ao analisar o caso concreto, não declarou inconstitucional a legislação aplicada, nem afastou sua aplicação por julgá-la inconstitucional, mas apenas interpretou a norma legal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.’ (ARE 938050 AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 1.../8/2016) Quanto a alegação de que a Constituição Federal não obsta que lei autorize a terceirização do serviço postal em determinadas hipóteses específicas, extrai-se do acórdão recorrido que a questão foi dirimida nos seguintes termos (eDOC 7, p. 80): 9 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE ‘Ora, as alegações que fundamentam o pedido principal e o primeiro pedido subsidiário formulados nesta ação referente respectivamente, à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9..., da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT, são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação n 2003.83.00.0031-1, se não o foram, encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva (art. 474, Código de Processo Civil).” Esta Corte, ao apreciar o ARE-RG 748.371, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1....08.2013 (Tema 660), o Plenário assentou que não há repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional, uma vez que configura ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que torna inadmissível o recurso extraordinário, como no caso dos autos. Por fim, quanto à suposta violação do princípio da inafastabilidade de jurisdição e à inviabilidade da conduta da ECT no sentido de exigir a adesão a cláusula que a exime de qualquer responsabilidade, o Tribunal de origem, assim assentou a questão (eDOC 7, p. 165/166): ‘Fica evidencia que a intenção da embargante foi a de obter uma nova decisão de mérito, reabrindo a discussão sobre o cabimento da Condenação da ECT à comprovação de sua capacidade de realizar os serviços que presta, porquanto esta questão já fora solucionada através dos primeiros embargos interpostos. De acordo com o referido julgamento, desnecessária a condenação da ECT para que se comprometesse a cumprir os prazos de entrega das faturas aos mencionados usuários sob 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE ‘Ora, as alegações que fundamentam o pedido principal e o primeiro pedido subsidiário formulados nesta ação referente respectivamente, à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9..., da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT, são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação n 2003.83.00.0031-1, se não o foram, encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva (art. 474, Código de Processo Civil).” Esta Corte, ao apreciar o ARE-RG 748.371, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1....08.2013 (Tema 660), o Plenário assentou que não há repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional, uma vez que configura ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que torna inadmissível o recurso extraordinário, como no caso dos autos. Por fim, quanto à suposta violação do princípio da inafastabilidade de jurisdição e à inviabilidade da conduta da ECT no sentido de exigir a adesão a cláusula que a exime de qualquer responsabilidade, o Tribunal de origem, assim assentou a questão (eDOC 7, p. 165/166): ‘Fica evidencia que a intenção da embargante foi a de obter uma nova decisão de mérito, reabrindo a discussão sobre o cabimento da Condenação da ECT à comprovação de sua capacidade de realizar os serviços que presta, porquanto esta questão já fora solucionada através dos primeiros embargos interpostos. De acordo com o referido julgamento, desnecessária a condenação da ECT para que se comprometesse a cumprir os prazos de entrega das faturas aos mencionados usuários sob 10 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE pena de vir a responder por perdas e danos, haja vista ser esta a consequência lógica decorrente do próprio ordenamento jurídico. Uma vez constatado o prejuízo resultante do descumprimento de cláusulas contatuais ou a ilegalidade de quaisquer delas, facultado está ao prejudicado o recurso às vias judiciais’ Sendo esses os fundamentos do acórdão recorrido, constata-se a ocorrência da prestação da jurisdição, em que pese, de forma contrária as pretensões da CELPE, o que não ofende à referida norma Constitucional. Nesse sentido: “EMENTA DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. BENS PENHORADOS. AVALISTAS. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5..., II, XXXV, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LEGALIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ART. 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. RAZÕES DE DECIDIR EXPLICITADAS PELO ÓRGÃO JURISDICIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ACÓRDÃO PROFERIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PRECLUSÃO DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL SURGIDA NO DECISUM DO TRIBUNAL LOCAL. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Não ocorrente violação do art. 93, IX, da Lei Maior. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o referido dispositivo constitucional exige a explicitação, pelo órgão jurisdicional, das razões do seu convencimento, desnecessário o exame detalhado de cada argumento suscitado pelas partes. 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE pena de vir a responder por perdas e danos, haja vista ser esta a consequência lógica decorrente do próprio ordenamento jurídico. Uma vez constatado o prejuízo resultante do descumprimento de cláusulas contatuais ou a ilegalidade de quaisquer delas, facultado está ao prejudicado o recurso às vias judiciais’ Sendo esses os fundamentos do acórdão recorrido, constata-se a ocorrência da prestação da jurisdição, em que pese, de forma contrária as pretensões da CELPE, o que não ofende à referida norma Constitucional. Nesse sentido: “EMENTA DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. BENS PENHORADOS. AVALISTAS. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5..., II, XXXV, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LEGALIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ART. 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. RAZÕES DE DECIDIR EXPLICITADAS PELO ÓRGÃO JURISDICIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO Código de Processo Civil/2015. ACÓRDÃO PROFERIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PRECLUSÃO DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL SURGIDA NO DECISUM DO TRIBUNAL LOCAL. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO Código de Processo Civil/2015. 1. Não ocorrente violação do art. 93, IX, da Lei Maior. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o referido dispositivo constitucional exige a explicitação, pelo órgão jurisdicional, das razões do seu convencimento, desnecessário o exame detalhado de cada argumento suscitado pelas partes. 11 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE 2. O exame da alegada ofensa ao art. 5..., II, XXXV, LIV e LV, da Constituição Federal, observada a estreita moldura com que devolvida a matéria à apreciação desta Suprema Corte, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária prevista no art. 102 da Magna Carta. (…) 6. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa.’ (ARE 1080746 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 1....3.2018) Passo a análise do extraordinário interposto pela ECT. A matéria cujo debate se busca viabilizar mediante o extraordinário já foi objeto análise por esta Corte. Ao apreciar o Recurso Extraordinário 667958 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 28.3.2012, relativo ao serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança realizado diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União, Tema 527, esta Corte reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada, estando o recurso aguardando o julgamento de mérito. Ante o exposto, nego provimento ao recurso interposto pela Companhia Energética de Pernambuco - CELP, nos termos do art. 932, IV, b, do Código de Processo Civil, e 21, §1..., do RISTF e, quanto ao recurso interposto pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, determino a remessa dos autos ao Tribunal de origem para adequação ao disposto no art. 1.036 do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328 do RISTF. Deixo de aplicar art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, tendo em vista que o recurso foi interposto ainda sob a égide do diploma processual civil anterior”. No presente agravo regimental sustenta-se que a afronta à Constituição Federal não foi em torno da preliminar de coisa julgada, mas 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE 2. O exame da alegada ofensa ao art. 5..., II, XXXV, LIV e LV, da Constituição Federal, observada a estreita moldura com que devolvida a matéria à apreciação desta Suprema Corte, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária prevista no art. 102 da Magna Carta. (…) 6. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa.’ (ARE 1080746 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 1....3.2018) Passo a análise do extraordinário interposto pela ECT. A matéria cujo debate se busca viabilizar mediante o extraordinário já foi objeto análise por esta Corte. Ao apreciar o Recurso Extraordinário 667958 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 28.3.2012, relativo ao serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança realizado diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União, Tema 527, esta Corte reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada, estando o recurso aguardando o julgamento de mérito. Ante o exposto, nego provimento ao recurso interposto pela Companhia Energética de Pernambuco - CELP, nos termos do art. 932, IV, b, do Código de Processo Civil, e 21, §1..., do RISTF e, quanto ao recurso interposto pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, determino a remessa dos autos ao Tribunal de origem para adequação ao disposto no art. 1.036 do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328 do RISTF. Deixo de aplicar art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, tendo em vista que o recurso foi interposto ainda sob a égide do diploma processual civil anterior”. No presente agravo regimental sustenta-se que a afronta à Constituição Federal não foi em torno da preliminar de coisa julgada, mas 12 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE m relação à violação aos arts. 21, X, e 175 da Constituição Federal de 1988, matéria que foi “extensamente analisada” (fls. eDOC 13, p. 4). Aduz-se que, inclusive, o Superior Tribunal de Justiça, no recurso especial, não o admitiu justamente por entender que a matéria em debate era exclusivamente de nível constitucional. Além disso, alega-se que há incoerência na decisão agravada, com apoio nos seguintes argumentos (eDOC 13, p. 5): “(....) a rigor, há grande incoerência em desprover o recurso da Celpe em decorrência de suposta coisa julgada e, ao mesmo tempo, sobrestar o recurso extraordinário da EBCT, que cuida essencialmente dos mesmos temas!! Como já referido, o recurso extraordinário da EBCT foi sobrestado em observância ao Tema 527, que diz respeito ao “serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança realizado diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União” 2 . E, como se viu, é exatamente esse o objeto da pretensão da recorrente: ver reconhecido seu direito de entregar boletos de cobrança!”. De todo modo, insiste-se que (eDOC 13, p. 5): “(...) a correta interpretação dos arts. 21, X, e 175 da Constituição conduz à conclusão de que não há nenhum óbice à aplicação do art. 25, § 1..., da Lei de Concessão à controvérsia relativa a entrega de faturas de energia elétrica. A opção do legislador, que autorizou a terceirização da atividade, é legítima e não há porque se imaginar que a Lei n 6.538/78 seria hierarquicamente superior à Lei de Concessões, que é mais específica e mais recente”. Ressalta-se que esta Suprema Corte tem reconhecido a violação ao art. 97 da Constituição Federal de 1988 e à Súmula Vinculante 10, nas hipóteses em que o art. 25, § 1..., da Lei de Concessões é “arbitrariamente afastado” (eDOC 13, p. 7). Enfatiza-se, ainda, no que tange a suposta afronta aos arts. 5..., XXXV e 37, caput e § 6..., que a tese suscitada pela Recorrente gira em torno do 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE m relação à violação aos arts. 21, X, e 175 da Constituição Federal de 1988, matéria que foi “extensamente analisada” (fls. eDOC 13, p. 4). Aduz-se que, inclusive, o Superior Tribunal de Justiça, no recurso especial, não o admitiu justamente por entender que a matéria em debate era exclusivamente de nível constitucional. Além disso, alega-se que há incoerência na decisão agravada, com apoio nos seguintes argumentos (eDOC 13, p. 5): “(....) a rigor, há grande incoerência em desprover o recurso da Celpe em decorrência de suposta coisa julgada e, ao mesmo tempo, sobrestar o recurso extraordinário da EBCT, que cuida essencialmente dos mesmos temas!! Como já referido, o recurso extraordinário da EBCT foi sobrestado em observância ao Tema 527, que diz respeito ao “serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança realizado diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União” 2 . E, como se viu, é exatamente esse o objeto da pretensão da recorrente: ver reconhecido seu direito de entregar boletos de cobrança!”. De todo modo, insiste-se que (eDOC 13, p. 5): “(...) a correta interpretação dos arts. 21, X, e 175 da Constituição conduz à conclusão de que não há nenhum óbice à aplicação do art. 25, § 1..., da Lei de Concessão à controvérsia relativa a entrega de faturas de energia elétrica. A opção do legislador, que autorizou a terceirização da atividade, é legítima e não há porque se imaginar que a Lei n 6.538/78 seria hierarquicamente superior à Lei de Concessões, que é mais específica e mais recente”. Ressalta-se que esta Suprema Corte tem reconhecido a violação ao art. 97 da Constituição Federal de 1988 e à Súmula Vinculante 10, nas hipóteses em que o art. 25, § 1..., da Lei de Concessões é “arbitrariamente afastado” (eDOC 13, p. 7). Enfatiza-se, ainda, no que tange a suposta afronta aos arts. 5..., XXXV e 37, caput e § 6..., que a tese suscitada pela Recorrente gira em torno do 13 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 25 Relatório Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE seguinte questionamento: “decisão judicial que considera inviável rever cláusulas abusivas de exclusão de responsabilidade impostas pela EBCT – concluindo que a única tutela disponível para a parte na hipótese seria eventual e futura ação de perdas e danos – viola a garantia constitucional de acesso a Justiça, que expressamente assegura a tutela preventiva e específica de direitos, além de ser incompatível com o regime constitucional de responsabilização das pessoas jurídicas de direito público” (eDOC 13, p. 9). A parte agravada, devidamente intimada, apresentou manifestação (eDOC 17). A Agravada foi instada, diante das informações da ora Recorrente, a se manifestar sobre eventual Termo de Compromisso e Cessação (TCC) (eDOC 23). No entanto, a parte Recorrida reitera o pedido e não conhecimento do agravo regimental (eDOC 24). E a Agravante requer, então, a reconsideração da decisão agravada, ou, caso contrário, que seja tal recurso submetido à apreciação da Segunda Turma desta Corte (eDOC 29). É o relatório. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE seguinte questionamento: “decisão judicial que considera inviável rever cláusulas abusivas de exclusão de responsabilidade impostas pela EBCT – concluindo que a única tutela disponível para a parte na hipótese seria eventual e futura ação de perdas e danos – viola a garantia constitucional de acesso a Justiça, que expressamente assegura a tutela preventiva e específica de direitos, além de ser incompatível com o regime constitucional de responsabilização das pessoas jurídicas de direito público” (eDOC 13, p. 9). A parte agravada, devidamente intimada, apresentou manifestação (eDOC 17). A Agravada foi instada, diante das informações da ora Recorrente, a se manifestar sobre eventual Termo de Compromisso e Cessação (TCC) (eDOC 23). No entanto, a parte Recorrida reitera o pedido e não conhecimento do agravo regimental (eDOC 24). E a Agravante requer, então, a reconsideração da decisão agravada, ou, caso contrário, que seja tal recurso submetido à apreciação da Segunda Turma desta Corte (eDOC 29). É o relatório. 14 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4D7B-ACE2-09D8-9381 e senha D8F0-2477-2CB6-9F76 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PERNAMBUCO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): As razões recursais são insuficientes para infirmar a conclusão da decisão agravada. Preliminarmente, conforme afirmado, no que concerne à alegada afronta ao art. 97 da Constituição Federal e à Súmula Vinculante 10, reafirmo que, no caso concreto, não houve declaração de inconstitucionalidade do “art. 25 da Lei de Concessões” (eDOC 13, p. 2), tampouco foi afrontada a referida Súmula Vinculante 10, uma vez que não se afastou a sua incidência com apoio em fundamentos extraídos da Carta Federal, apenas se interpretou tal legislação com amparo em entendimento jurisprudencial dominante no âmbito do Tribunal a quo, nestes termos (eDOC 7, p. 138): “(...) não há que se falar em desrespeito à cláusula de reserva de plenário, eis que esta e. Primeira Turma, ao julgar o presente feito, hora alguma declarou a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo do Poder Público, mas decidiu consoante o entendimento jurisprudencial dominante”. A repeito, vejam-se, além dos precedentes citados na decisão agravada, os seguintes julgados: “DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ART. 97 DA Constituição Federal de 1988/88 E SÚMULA VINCULANTE 10. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que não há violação ao princípio da reserva de plenário quando o acórdão recorrido apenas interpreta norma infraconstitucional, sem declará-la inconstitucional ou afastar sua aplicação com apoio em fundamentos extraídos da Constituição Federal. Precedentes. 2. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal 08/06/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PERNAMBUCO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): As razões recursais são insuficientes para infirmar a conclusão da decisão agravada. Preliminarmente, conforme afirmado, no que concerne à alegada afronta ao art. 97 da Constituição Federal e à Súmula Vinculante 10, reafirmo que, no caso concreto, não houve declaração de inconstitucionalidade do “art. 25 da Lei de Concessões” (eDOC 13, p. 2), tampouco foi afrontada a referida Súmula Vinculante 10, uma vez que não se afastou a sua incidência com apoio em fundamentos extraídos da Carta Federal, apenas se interpretou tal legislação com amparo em entendimento jurisprudencial dominante no âmbito do Tribunal a quo, nestes termos (eDOC 7, p. 138): “(...) não há que se falar em desrespeito à cláusula de reserva de plenário, eis que esta e. Primeira Turma, ao julgar o presente feito, hora alguma declarou a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo do Poder Público, mas decidiu consoante o entendimento jurisprudencial dominante”. A repeito, vejam-se, além dos precedentes citados na decisão agravada, os seguintes julgados: “DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ART. 97 DA Constituição Federal de 1988/88 E SÚMULA VINCULANTE 10. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que não há violação ao princípio da reserva de plenário quando o acórdão recorrido apenas interpreta norma infraconstitucional, sem declará-la inconstitucional ou afastar sua aplicação com apoio em fundamentos extraídos da Constituição Federal. Precedentes. 2. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015” (ARE 1.155.187-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.03.2019). “III - Não há que falar em violação do art. 97 da Constituição Federal de 1988, tampouco em aplicação da Súmula Vinculante 10, uma vez que o Tribunal a quo não declarou a inconstitucionalidade de norma nem afastou sua aplicabilidade com apoio em fundamentos extraídos da Constituição. Precedentes. IV - O exame da legalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário não viola o princípio da separação de poderes. V - É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica rever a interpretação de normas infraconstitucionais locais que fundamentam a decisão a quo. Incidência da Súmula 280 desta Corte. Precedentes. VI - Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE 1.134.141-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 31.08.2018). Além disso, conforme já destacado, a Corte a quo, ao dirimir a questão suscitada nestes autos, referente à alegação de que a Constituição Federal não obsta que lei autorize a terceirização postal em determinadas hipóteses específicas, assim de fundamentou (eDOC 7, p. 80): “Ora, as alegações que fundamentam o pedido principal e o primeiro pedido subsidiário formulados nesta ação referente respectivamente, à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9..., da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT, são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação n 2003.83.00.0031-1, se não o foram, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE Nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada anteriormente, observados os limites legais do art. 85, §§ 2... e 3..., do Código de Processo Civil/2015. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil/2015” (ARE 1.155.187-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 29.03.2019). “III - Não há que falar em violação do art. 97 da Constituição Federal de 1988, tampouco em aplicação da Súmula Vinculante 10, uma vez que o Tribunal a quo não declarou a inconstitucionalidade de norma nem afastou sua aplicabilidade com apoio em fundamentos extraídos da Constituição. Precedentes. IV - O exame da legalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário não viola o princípio da separação de poderes. V - É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica rever a interpretação de normas infraconstitucionais locais que fundamentam a decisão a quo. Incidência da Súmula 280 desta Corte. Precedentes. VI - Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE 1.134.141-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 31.08.2018). Além disso, conforme já destacado, a Corte a quo, ao dirimir a questão suscitada nestes autos, referente à alegação de que a Constituição Federal não obsta que lei autorize a terceirização postal em determinadas hipóteses específicas, assim de fundamentou (eDOC 7, p. 80): “Ora, as alegações que fundamentam o pedido principal e o primeiro pedido subsidiário formulados nesta ação referente respectivamente, à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9..., da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT, são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação n 2003.83.00.0031-1, se não o foram, 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva (art. 474, Código de Processo Civil).” Registre-se, neste aspecto, que esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional. (ARERG 748.371, da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1....08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Por fim, quanto à suposta violação do princípio da inafastabilidade de jurisdição e à inviabilidade da conduta da ECT no sentido de exigir a adesão a cláusula que a exime de qualquer responsabilidade, consoante trecho transcrito do aresto recorrido na decisão atacada, o Tribunal de origem, assim assentou a questão (eDOC 7, p. 165-166): “Fica evidencia que a intenção da embargante foi a de obter uma nova decisão de mérito, reabrindo a discussão sobre o cabimento da Condenação da ECT à comprovação de sua capacidade de realizar os serviços que presta, porquanto esta questão já fora solucionada através dos primeiros embargos interpostos. De acordo com o referido julgamento, desnecessária a condenação da ECT para que se comprometesse a cumprir os prazos de entrega das faturas aos mencionados usuários sob pena de vir a responder por perdas e danos, haja vista ser esta a consequência lógica decorrente do próprio ordenamento jurídico. Uma vez constatado o prejuízo resultante do descumprimento de cláusulas contatuais ou a ilegalidade de quaisquer delas, facultado está ao prejudicado o recurso às vias judiciais” Assim, diante de tais fundamentos, verificou-se que não houve negativa de prestação jurisdicional, mas o inconformismo da parte Recorrente com a decisão proferida pelo Tribunal a quo, que lhe foi desfavorável. Nesse sentido, vejam-se os seguintes precedentes: 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva (art. 474, Código de Processo Civil).” Registre-se, neste aspecto, que esta Corte já assentou a inexistência da repercussão geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da legalidade e dos limites da coisa julgada é debatida sob a ótica infraconstitucional. (ARERG 748.371, da relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 1....08.2013, tema 660 da sistemática da RG). Por fim, quanto à suposta violação do princípio da inafastabilidade de jurisdição e à inviabilidade da conduta da ECT no sentido de exigir a adesão a cláusula que a exime de qualquer responsabilidade, consoante trecho transcrito do aresto recorrido na decisão atacada, o Tribunal de origem, assim assentou a questão (eDOC 7, p. 165-166): “Fica evidencia que a intenção da embargante foi a de obter uma nova decisão de mérito, reabrindo a discussão sobre o cabimento da Condenação da ECT à comprovação de sua capacidade de realizar os serviços que presta, porquanto esta questão já fora solucionada através dos primeiros embargos interpostos. De acordo com o referido julgamento, desnecessária a condenação da ECT para que se comprometesse a cumprir os prazos de entrega das faturas aos mencionados usuários sob pena de vir a responder por perdas e danos, haja vista ser esta a consequência lógica decorrente do próprio ordenamento jurídico. Uma vez constatado o prejuízo resultante do descumprimento de cláusulas contatuais ou a ilegalidade de quaisquer delas, facultado está ao prejudicado o recurso às vias judiciais” Assim, diante de tais fundamentos, verificou-se que não houve negativa de prestação jurisdicional, mas o inconformismo da parte Recorrente com a decisão proferida pelo Tribunal a quo, que lhe foi desfavorável. Nesse sentido, vejam-se os seguintes precedentes: 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE “DIREITO ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ALEGADO DESCUMPRIMENTO. CABIMENTO DE INDENIZAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO DIREITO ADQUIRIDO, AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA LEI MAIOR NÃO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO CONFIGURADA. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 09.02.2007. O exame da alegada ofensa ao art. 5..., XXXV, XXXVI e LV, da Constituição Federal, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária, prevista no art. 102 da Constituição Federal. A pretensão de obter decisão em sentido diverso demanda a análise da legislação infraconstitucional e de cláusulas contratuais, o que torna oblíqua e reflexa eventual ofensa, insuscetível, portanto, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Inexiste violação do artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988/88. O Supremo Tribunal Federal entende que o referido dispositivo constitucional exige que o órgão jurisdicional explicite as razões do seu convencimento, dispensando o exame detalhado de cada argumento suscitado pela parte. Agravo regimental conhecido e não provido” (AI 695.733-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 01.8.2013). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SUPOSTA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NECESSIDADE DE REEXAME DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 660). NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO. NECESSIDADE DE 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE “DIREITO ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ALEGADO DESCUMPRIMENTO. CABIMENTO DE INDENIZAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO DIREITO ADQUIRIDO, AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA LEI MAIOR NÃO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO CONFIGURADA. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 09.02.2007. O exame da alegada ofensa ao art. 5..., XXXV, XXXVI e LV, da Constituição Federal, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária, prevista no art. 102 da Constituição Federal. A pretensão de obter decisão em sentido diverso demanda a análise da legislação infraconstitucional e de cláusulas contratuais, o que torna oblíqua e reflexa eventual ofensa, insuscetível, portanto, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Inexiste violação do artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988/88. O Supremo Tribunal Federal entende que o referido dispositivo constitucional exige que o órgão jurisdicional explicite as razões do seu convencimento, dispensando o exame detalhado de cada argumento suscitado pela parte. Agravo regimental conhecido e não provido” (AI 695.733-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 01.8.2013). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SUPOSTA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NECESSIDADE DE REEXAME DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (TEMA 660). NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO. NECESSIDADE DE 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE REEXAME DO ACERVO PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o ARE 748.371-RG (Tema 660), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente à suposta ofensa aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa, do devido processo legal e da prestação jurisdicional, quando o julgamento da causa depender de prévia análise de normas infraconstitucionais, por configurar situação de ofensa indireta à Constituição Federal. II – Não ocorre negativa de prestação jurisdicional quando a decisão impugnada, a despeito de ser contrária aos interesses do recorrente, está devidamente fundamentada. III – Conforme a Súmula 279/Supremo Tribunal Federal, é inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. IV – Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil. V – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa ( art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil)” (ARE 1.118.466-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, Dje 23.09.2019). Constata-se, portanto, que não houve equívoco por parte da decisão agravada, porquanto as questões postas no apelo extremo da ora Agravante não se amoldam ao Tema 527, cujo paradigma é o Recurso Extraordinário 667.958- RG, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 28.03.2012, que trata sobre a possibilidade de realização do serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança de tributos diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União, no qual esta Corte reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. É que, em relação à ora Agravante, conforme fragmentos acima destacados do acórdão recorrido, o Tribunal a quo, no que tange “à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9..., da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE REEXAME DO ACERVO PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/Supremo Tribunal Federal. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I – O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o ARE 748.371-RG (Tema 660), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, rejeitou a repercussão geral da controvérsia referente à suposta ofensa aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa, do devido processo legal e da prestação jurisdicional, quando o julgamento da causa depender de prévia análise de normas infraconstitucionais, por configurar situação de ofensa indireta à Constituição Federal. II – Não ocorre negativa de prestação jurisdicional quando a decisão impugnada, a despeito de ser contrária aos interesses do recorrente, está devidamente fundamentada. III – Conforme a Súmula 279/Supremo Tribunal Federal, é inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. IV – Majorada a verba honorária fixada anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil. V – Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa ( art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil)” (ARE 1.118.466-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, Dje 23.09.2019). Constata-se, portanto, que não houve equívoco por parte da decisão agravada, porquanto as questões postas no apelo extremo da ora Agravante não se amoldam ao Tema 527, cujo paradigma é o Recurso Extraordinário 667.958- RG, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, DJe 28.03.2012, que trata sobre a possibilidade de realização do serviço de entrega de guias ou boletos de cobrança de tributos diretamente pelo ente federativo interessado em face do monopólio da União, no qual esta Corte reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. É que, em relação à ora Agravante, conforme fragmentos acima destacados do acórdão recorrido, o Tribunal a quo, no que tange “à declaração de não enquadramento da atividade de coleta, transporte e entrega de fatura de energia elétrica no conceito legal de carta como serviço monopolizado pela União (art. 9..., da Lei 6.538/78) e o reconhecimento de a norma contida art. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT” (...) concluiu que “são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação n 2003.83.00.0031-1, se não o foram, encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva” (eDOC 7, p. 80). Ademais, o Tribunal de origem também ressaltou, o seguinte (eDOC 7, p. 88): “A apelante sustenta que o Supremo Tribunal Federal não declarara que a fatura estaria incluída no conceito de carta, tal competiria ao legislador infraconstitucional e este poderia, ainda, ser questionado nas instâncias judiciais ordinárias. Por outro lado, a ADPF n 46-DF não fizera qualquer menção ao art. 25 da lei 8.987/95. Faço aqui, um destaque: todas essas alegações, se já não foram lá ventiladas, poderiam perfeitamente constituir matéria de defesa da CELPE na Ação Ordinária de Preceito Cominatório n 2003.83.00.000031-1, em qualquer das três instâncias judiciais, porquanto nenhuma delas enquadra-se no conceito de fato novo. De qualquer forma, por todo o explanado, o conceito de carta já foi dado infraconstitucionalmente no art. 47 da Lei 6.538/78, e, agora, o Poder Judiciário realiza a exegese sistemática em face da provação da parte interessada”. Cuidou-se, assim, o aresto impugnado de questão processual, referente à preclusão da matéria, nos termos do art. 474 do Código de Processo Civil. Confiram-se, a respeito, os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Processual Civil. Coisa julgada reconhecida pelo Tribunal de origem. Limites objetivos. Preclusão. Ocorrência. Ofensa reflexa. Discussão. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. É pacífica a jurisprudência da Corte de que não se presta o recurso extraordinário para a verificação dos limites 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE 25 da Lei 8.987/95 autorizar a entrega de faturas de serviços públicos por terceiros que não a ECT” (...) concluiu que “são alegações que poderiam ter sido deduzidas pela CCELPE em sua contestação na ação n 2003.83.00.0031-1, se não o foram, encontram-se acobertadas pela coisa julgada formada naquela ação, haja vista a sua eficácia preclusiva” (eDOC 7, p. 80). Ademais, o Tribunal de origem também ressaltou, o seguinte (eDOC 7, p. 88): “A apelante sustenta que o Supremo Tribunal Federal não declarara que a fatura estaria incluída no conceito de carta, tal competiria ao legislador infraconstitucional e este poderia, ainda, ser questionado nas instâncias judiciais ordinárias. Por outro lado, a ADPF n 46-DF não fizera qualquer menção ao art. 25 da lei 8.987/95. Faço aqui, um destaque: todas essas alegações, se já não foram lá ventiladas, poderiam perfeitamente constituir matéria de defesa da CELPE na Ação Ordinária de Preceito Cominatório n 2003.83.00.000031-1, em qualquer das três instâncias judiciais, porquanto nenhuma delas enquadra-se no conceito de fato novo. De qualquer forma, por todo o explanado, o conceito de carta já foi dado infraconstitucionalmente no art. 47 da Lei 6.538/78, e, agora, o Poder Judiciário realiza a exegese sistemática em face da provação da parte interessada”. Cuidou-se, assim, o aresto impugnado de questão processual, referente à preclusão da matéria, nos termos do art. 474 do Código de Processo Civil. Confiram-se, a respeito, os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Processual Civil. Coisa julgada reconhecida pelo Tribunal de origem. Limites objetivos. Preclusão. Ocorrência. Ofensa reflexa. Discussão. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. É pacífica a jurisprudência da Corte de que não se presta o recurso extraordinário para a verificação dos limites 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE objetivos da coisa julgada, haja vista tratar-se de discussão de índole infraconstitucional. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise ou o reexame dos fatos e das provas dos autos. Incidência das Súmulas ns 279 do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental não provido” (Recurso Extraordinário 929.996-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 05.05.2016). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Processual Civil. 3. Controvérsia relativa à ocorrência de preclusão. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Necessidade de reexame do acervo probatório. Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 5. Alegação de ofensa à coisa julgada e aos princípios da ampla defesa e do contraditório. Tema 660 da sistemática da repercussão geral. 6. Alegação de ofensa ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inexistência. Precedente. AI-QO-RG 791.292. Tema 339. 7. Negado provimento ao agravo regimental, sem majoração da verba honorária” (ARE 1.216.467-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 05.11.2019). Nos termos da jurisprudência consolidada desta Corte, considera-se protelatório o recurso que, abusando do direito de recorrer, revela-se manifestamente inadmissível ou improcedente. Nesse sentido: AI 682.723 AgR-ED-ED-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 27.6.2011; Pet 4.972-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 16.11.2012; AI 705.255-AgR-ED-EDv-AgR-ED-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Tribunal Pleno, DJe 3.4.2019 e ARE 1.166.408-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 27.6.2019. Ante o exposto, voto pelo não provimento do presente agravo regimental, bem como, nos termos da fundamentação acima declinada, por aplicar ao Agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, em face de decisão desta Turma na hipótese de deliberação unânime, condicionando-se a interposição de qualquer outro recurso ao depósito prévio da quantia fixada, observado o disposto no art. 1.021, § 5..., do Código de Processo Civil. Incabível 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE objetivos da coisa julgada, haja vista tratar-se de discussão de índole infraconstitucional. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise ou o reexame dos fatos e das provas dos autos. Incidência das Súmulas ns 279 do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental não provido” (Recurso Extraordinário 929.996-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe 05.05.2016). “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Processual Civil. 3. Controvérsia relativa à ocorrência de preclusão. 4. Matéria infraconstitucional. Ofensa reflexa à Constituição Federal. Necessidade de reexame do acervo probatório. Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 5. Alegação de ofensa à coisa julgada e aos princípios da ampla defesa e do contraditório. Tema 660 da sistemática da repercussão geral. 6. Alegação de ofensa ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inexistência. Precedente. AI-QO-RG 791.292. Tema 339. 7. Negado provimento ao agravo regimental, sem majoração da verba honorária” (ARE 1.216.467-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 05.11.2019). Nos termos da jurisprudência consolidada desta Corte, considera-se protelatório o recurso que, abusando do direito de recorrer, revela-se manifestamente inadmissível ou improcedente. Nesse sentido: AI 682.723 AgR-ED-ED-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 27.6.2011; Pet 4.972-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 16.11.2012; AI 705.255-AgR-ED-EDv-AgR-ED-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Tribunal Pleno, DJe 3.4.2019 e ARE 1.166.408-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 27.6.2019. Ante o exposto, voto pelo não provimento do presente agravo regimental, bem como, nos termos da fundamentação acima declinada, por aplicar ao Agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4..., do Código de Processo Civil, em face de decisão desta Turma na hipótese de deliberação unânime, condicionando-se a interposição de qualquer outro recurso ao depósito prévio da quantia fixada, observado o disposto no art. 1.021, § 5..., do Código de Processo Civil. Incabível 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 25 Voto - MIN. EDSON FACHIN Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE majoração de honorários, tendo em vista não houve fixação de honorários na instância de origem. É como voto. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE majoração de honorários, tendo em vista não houve fixação de honorários na instância de origem. É como voto. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B127-FBCA-4780-6689 e senha 45AC-1C6D-692F-AE88 Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 25 Extrato de Ata - 08/06/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PROCED. : PERNAMBUCO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) : ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS (30176/DF, 095436/RJ, 328900/SP) AGDO.(A/S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) : HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS (29585/DF) ADV.(A/S) : RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD (028779/DF) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., Código de Processo Civil, e entendeu inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, visto que não houve fixação de honorários advocatícios na instância de origem, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3865-4AA2-39BA-B9A6 e senha 5CA4-6D49-0777-8062 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.094.344 PROCED. : PERNAMBUCO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) : ANA PAULA GONÇALVES PEREIRA DE BARCELLOS (30176/DF, 095436/RJ, 328900/SP) AGDO.(A/S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS ADV.(A/S) : HERBERT MILHOMENS DE VASCONCELOS (29585/DF) ADV.(A/S) : RAPHAEL BERNARD DE SÁ GUEYLARD (028779/DF) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4..., Código de Processo Civil, e entendeu inaplicável o art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, visto que não houve fixação de honorários advocatícios na instância de origem, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 28.5.2021 a 7.6.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Maria Clara Viotti Beck Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3865-4AA2-39BA-B9A6 e senha 5CA4-6D49-0777-8062 Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 25
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 094 . 344", "Recurso Extraordinário 748 . 371 - RG", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 094 . 344", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ação n 2003 . 83 . 00 . 31 - 1", "ação n 2003 . 83 . 00 . 31 - 1", "ação n 2003 . 83 . 00 . 31 - 1", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ação n 2003 . 83 .", "ação", "ação", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ação ordinária n 2003 . 83 . 00 . 000031 - 1", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ação n 2003 . 83 . 00 . 31 - 1", "ação ordinária n 2003 . 83 . 00 . 000031 - 1", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Arguição", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n . 46 / DF", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ADPF n 46 - DF", "Ação Ordinária de Preceito Cominatório n 2003 . 83 . 00 . 000031 - 1", "Recurso Extraordinário 1094344", "ADPF n 46 - DF", "Ação Ordinária de Preceito Cominatório n 2003 . 83 . 00 . 000031 - 1", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Recurso Extraordinário 596 . 212 AgR", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 938050 AgR", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Recurso Extraordinário 596 . 212 AgR", "SÚMULA 279 DO Supremo Tribunal Federal", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "ARE 938050 AgR", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ação n 2003 . 83 . 00 . 0031 - 1", "ARE", "-", "RG 748 . 371", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ação n 2003 . 83 . 00 . 0031 - 1", "ARE", "-", "RG 748 . 371", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ARE 1080746 AgR", "Recurso Extraordinário 667958 RG", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ARE 1080746 AgR", "Recurso Extraordinário 667958 RG", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR /", "Súmula Vinculante 10", "Recurso Extraordinário 1094344", "Súmula Vinculante 10", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 094 . 344", "Súmula Vinculante 10", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR /", "ARE 1 . 155 . 187 - AgR", "Súmula Vinculante 10", "ARE 1 . 134 . 141 - AgR", "ação n 2003 . 83 . 00 . 0031 - 1", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ARE 1 . 155 . 187 - AgR", "ARE 1 . 134 . 141 - AgR", "ação n 2003 . 83 . 00 . 0031 - 1", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ARERG 748 . 371", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ARERG 748 . 371", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "AI 695 . 733 - AgR", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR", "AI 695 . 733 - AgR", "SÚMULA 279 /", "ARE 748 . 371 - RG", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 118 . 466 - AgR", "Recurso Extraordinário 667 . 958 - RG", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "SÚMULA 279 / Supremo Tribunal Federal", "ARE 748 . 371 - RG", "Súmula 279 / Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 667 . 958 - RG", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "ação n 2003 . 83 . 00 . 0031 - 1", "ADPF n 46 - DF", "Ação Ordinária de Preceito Cominatório n 2003 . 83 . 00 . 000031 - 1", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR", "ação n 2003 . 83 . 00 . 0031 - 1", "ADPF n 46 - DF", "Ação Ordinária de Preceito Cominatório n 2003 . 83 . 00 . 000031 - 1", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR", "Súmulas ns 279 do Supremo Tribunal Federal", "Recurso Extraordinário 929 . 996 - AgR", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "AI", "-", "QO", "-", "RG 791 . 292", "ARE 1 . 216 . 467 - AgR", "AI 682 . 723 AgR - ED - ED - ED", "Pet 4 . 972 - AgR", "AI 705 . 255 - AgR - ED - EDv - AgR - ED -", "AgR", "ARE 1 . 166 . 408 - AgR", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Súmulas ns 279 do Supremo Tribunal", "Recurso Extraordinário 929 . 996 - AgR", "Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal", "AI", "-", "QO", "-", "RG 791 . 292", "ARE 1 . 216 . 467 - AgR", "AI 682 . 723 AgR - ED - ED - ED", "Pet 4 . 972 - AgR", "AI 705 . 255 - AgR - ED - EDv - AgR - ED - AgR", "ARE 1 . 166 . 408 - AgR", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE", "Recurso Extraordinário 1094344 AGR / PE" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 9 . . . , da Lei n 6 . 538 / 78", "art . 25 , da Lei n 8 . 987 / 95", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 /", "art . 9 . . . , da Lei n 6 . 538 / 78", "art . 25 , da Lei n 8 . 987 / 95", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 25 da Lei 8 . 987 / 95", "Lei 6 . 538 / 78", "Constituição de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 25 da Lei 8 . 987 / 95", "Lei 6 . 538 / 78", "Constituição de 1988", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal de 1988 / 88", "art . 9 . . . , da Lei 6 . 538 / 78", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal de 1988 / 88", "art . 9 . . . , da Lei 6 . 538 / 78", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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2 / 2001", "Constituição", "art . 21 , X , da Constituição da República", "Carta Magna Vigente", "art . 97 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição", "art . 21 , X , da Constituição da República", "Carta Magna Vigente", "art . 97 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 115 da lei n . 8 . 213 / 91", "Constituição", "LEI 9 . 394 / 1996", "ART . 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 115 da lei n . 8 . 213 / 91", "Constituição", "LEI 9 . 394 / 1996", "ART . 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 9 . . . , da Lei 6 . 538 / 78", "art . 25 da Lei 8 . 987 / 95", "art . 474 , Código de Processo Civil", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 9 . . . , da Lei 6 . 538 / 78", "art . 25 da Lei 8 . 987 / 95", "art . 474 , Código de Processo Civil", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 5 . . . , II , XXXV , LIV E LV , DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "ART . 93 , IX , DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "Código de Processo Civil / 2015", "Código de Processo Civil / 2015", "art . 93 , IX , da Lei Maior", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "ART . 5 . . . , II , XXXV , LIV E LV , DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "ART . 93 , IX , DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA", "Código de Processo Civil / 2015", "Código de Processo Civil / 2015", "art . 93 , IX , da Lei Maior", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 5 . . . , II , XXXV , LIV e LV , da Constituição Federal", "art . 102 da Magna Carta", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 932 , IV , b , do Código de Processo Civil", "21 , § 1 . . . , do RISTF", "art . 1 . 036 do Código de Processo Civil", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 5 . . . , II , XXXV , LIV e LV , da Constituição Federal", "art . 102 da Magna Carta", "art . 1 . 021 , § 4 . . . , do Código de Processo Civil / 2015", "art . 932 , IV , b , do Código de Processo Civil", "21 , § 1 . . . , do RISTF", "art . 1 . 036 do Código de Processo Civil", "art . 328 do RISTF", "art . 85 , § 11 , do Código de Processo Civil / 2015", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. APLICAÇÃO DA MINORANTE PREVISTA NO ART. 33, §4º, DA LEI DE DROGAS. DEDICAÇÃO A ATIVIDADES ILÍCITAS. INVIABILIDADE. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (Art. 38, IV, b, do RISTF) Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7898-BBA1-8C2C-EE03 e senha 7051-CC1C-D735-411A Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho: O Juízo da Segunda Vara de Tóxicos da Comarca de Belo Horizonte/MG, no processo nº 0024.18.041.215-7, condenou o recorrente a 5 anos e 10 meses de reclusão, no regime fechado, e 583 dias-multa, ante o crime do artigo 33 (tráfico de drogas), combinado com o artigo 40, inciso VI (causa de aumento de aumento alusiva ao envolvimento de adolescente), da Lei nº 11.343/2006. Não levou em conta a causa de diminuição do § 4º do citado artigo 33, assentando a dedicação a atividades criminosas, considerada a quantidade dos entorpecentes – 140 porções de cocaína (192,8 gramas), 10 de crack (3,3 gramas) e 22 de maconha (25,8 gramas). A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais desproveu apelação. No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus nº 623.483. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487E-4F7C-38D1-8389 e senha 0F75-B2CB-256A-CC53 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho: O Juízo da Segunda Vara de Tóxicos da Comarca de Belo Horizonte/MG, no processo nº 0024.18.041.215-7, condenou o recorrente a 5 anos e 10 meses de reclusão, no regime fechado, e 583 dias-multa, ante o crime do artigo 33 (tráfico de drogas), combinado com o artigo 40, inciso VI (causa de aumento de aumento alusiva ao envolvimento de adolescente), da Lei nº 11.343/2006. Não levou em conta a causa de diminuição do § 4º do citado artigo 33, assentando a dedicação a atividades criminosas, considerada a quantidade dos entorpecentes – 140 porções de cocaína (192,8 gramas), 10 de crack (3,3 gramas) e 22 de maconha (25,8 gramas). A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais desproveu apelação. No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus nº 623.483. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487E-4F7C-38D1-8389 e senha 0F75-B2CB-256A-CC53 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5 Relatório RHC 200849 / MG O recorrente sustenta cabível a causa de diminuição, dizendo insubsistentes os fundamentos veiculados para afastá- la. Afirma atendidos os requisitos legais. Sublinha as condições pessoais – primariedade e bons antecedentes. Busca a observância, no patamar máximo, da causa de diminuição, implementando-se, por consequência, regime mais brando e a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo desprovimento do recurso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487E-4F7C-38D1-8389 e senha 0F75-B2CB-256A-CC53 Supremo Tribunal Federal RHC 200849 / MG O recorrente sustenta cabível a causa de diminuição, dizendo insubsistentes os fundamentos veiculados para afastá- la. Afirma atendidos os requisitos legais. Sublinha as condições pessoais – primariedade e bons antecedentes. Busca a observância, no patamar máximo, da causa de diminuição, implementando-se, por consequência, regime mais brando e a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo desprovimento do recurso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487E-4F7C-38D1-8389 e senha 0F75-B2CB-256A-CC53 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A intimação do acórdão ocorreu em 11 de março de 2021 e a manifestação de inconformismo em 22 seguinte. Conheço. O Juízo, ao deixar de observar a causa de diminuição, assentou a dedicação do recorrente a atividades ilícitas, destacando a quantidade de entorpecentes – 140 porções de cocaína (192,8 gramas), 10 de crack (3,3 gramas) e 22 de maconha (25,8 gramas). Atendeu-se ao figurino legal. Desprovejo o recurso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B961-A1F4-1F4E-13BB e senha E749-2BF0-14CB-B377 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A intimação do acórdão ocorreu em 11 de março de 2021 e a manifestação de inconformismo em 22 seguinte. Conheço. O Juízo, ao deixar de observar a causa de diminuição, assentou a dedicação do recorrente a atividades ilícitas, destacando a quantidade de entorpecentes – 140 porções de cocaína (192,8 gramas), 10 de crack (3,3 gramas) e 22 de maconha (25,8 gramas). Atendeu-se ao figurino legal. Desprovejo o recurso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B961-A1F4-1F4E-13BB e senha E749-2BF0-14CB-B377 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 388C-3E0B-D1E0-2B9A e senha E916-7C0A-B8A5-091D Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 388C-3E0B-D1E0-2B9A e senha E916-7C0A-B8A5-091D Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757870292
2021-08-03T00:00:00
2021-10-22T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. APLICAÇÃO DA MINORANTE PREVISTA NO ART. 33, §4º, DA LEI DE DROGAS. DEDICAÇÃO A ATIVIDADES ILÍCITAS. INVIABILIDADE. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
sjur454865
Número de páginas: 5. Análise: 25/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
200849
[ "LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\n ART-00033 PAR-00004\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS" ]
RHC
acordaos
RHC 200849
[ "" ]
RECTE.(S) : VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. APLICAÇÃO DA MINORANTE PREVISTA NO ART. 33, §4..., DA LEI DE DROGAS. DEDICAÇÃO A ATIVIDADES ILÍCITAS. INVIABILIDADE. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (Art. 38, IV, b, do RISTF) Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7898-BBA1-8C2C-EE03 e senha 7051-CC1C-D735-411A Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho: O Juízo da Segunda Vara de Tóxicos da Comarca de Belo Horizonte/MG, no processo n 0024.18.041.215-7, condenou o recorrente a 5 anos e 10 meses de reclusão, no regime fechado, e 583 dias-multa, ante o crime do artigo 33 (tráfico de drogas), combinado com o artigo 40, inciso VI (causa de aumento de aumento alusiva ao envolvimento de adolescente), da Lei n 11.343/2006. Não levou em conta a causa de diminuição do § 4... do citado artigo 33, assentando a dedicação a atividades criminosas, considerada a quantidade dos entorpecentes – 140 porções de cocaína (192,8 gramas), 10 de crack (3,3 gramas) e 22 de maconha (25,8 gramas). A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais desproveu apelação. No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus n 623.483. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487E-4F7C-38D1-8389 e senha 0F75-B2CB-256A-CC53 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Edvaldo Ramos Nobre Filho: O Juízo da Segunda Vara de Tóxicos da Comarca de Belo Horizonte/MG, no processo n 0024.18.041.215-7, condenou o recorrente a 5 anos e 10 meses de reclusão, no regime fechado, e 583 dias-multa, ante o crime do artigo 33 (tráfico de drogas), combinado com o artigo 40, inciso VI (causa de aumento de aumento alusiva ao envolvimento de adolescente), da Lei n 11.343/2006. Não levou em conta a causa de diminuição do § 4... do citado artigo 33, assentando a dedicação a atividades criminosas, considerada a quantidade dos entorpecentes – 140 porções de cocaína (192,8 gramas), 10 de crack (3,3 gramas) e 22 de maconha (25,8 gramas). A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais desproveu apelação. No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus n 623.483. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487E-4F7C-38D1-8389 e senha 0F75-B2CB-256A-CC53 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5 Relatório RHC 200849 / MG O recorrente sustenta cabível a causa de diminuição, dizendo insubsistentes os fundamentos veiculados para afastá- la. Afirma atendidos os requisitos legais. Sublinha as condições pessoais – primariedade e bons antecedentes. Busca a observância, no patamar máximo, da causa de diminuição, implementando-se, por consequência, regime mais brando e a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo desprovimento do recurso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487E-4F7C-38D1-8389 e senha 0F75-B2CB-256A-CC53 Supremo Tribunal Federal RHC 200849 / MG O recorrente sustenta cabível a causa de diminuição, dizendo insubsistentes os fundamentos veiculados para afastá- la. Afirma atendidos os requisitos legais. Sublinha as condições pessoais – primariedade e bons antecedentes. Busca a observância, no patamar máximo, da causa de diminuição, implementando-se, por consequência, regime mais brando e a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo desprovimento do recurso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 487E-4F7C-38D1-8389 e senha 0F75-B2CB-256A-CC53 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A intimação do acórdão ocorreu em 11 de março de 2021 e a manifestação de inconformismo em 22 seguinte. Conheço. O Juízo, ao deixar de observar a causa de diminuição, assentou a dedicação do recorrente a atividades ilícitas, destacando a quantidade de entorpecentes – 140 porções de cocaína (192,8 gramas), 10 de crack (3,3 gramas) e 22 de maconha (25,8 gramas). Atendeu-se ao figurino legal. Desprovejo o recurso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B961-A1F4-1F4E-13BB e senha E749-2BF0-14CB-B377 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 MINAS GERAIS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A intimação do acórdão ocorreu em 11 de março de 2021 e a manifestação de inconformismo em 22 seguinte. Conheço. O Juízo, ao deixar de observar a causa de diminuição, assentou a dedicação do recorrente a atividades ilícitas, destacando a quantidade de entorpecentes – 140 porções de cocaína (192,8 gramas), 10 de crack (3,3 gramas) e 22 de maconha (25,8 gramas). Atendeu-se ao figurino legal. Desprovejo o recurso. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B961-A1F4-1F4E-13BB e senha E749-2BF0-14CB-B377 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 388C-3E0B-D1E0-2B9A e senha E916-7C0A-B8A5-091D Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200.849 PROCED. : MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 388C-3E0B-D1E0-2B9A e senha E916-7C0A-B8A5-091D Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 200 . 849", "processo n 0024 . 18 . 041 . 215 - 7", "habeas corpus n 623 . 483 .", "processo n 0024 . 18 . 041 . 215 - 7", "habeas corpus n 623 . 483" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 33 , § 4 . . . , DA LEI DE DROGAS", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 40 , inciso", "Lei n 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 11 . 343 / 2006", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art . 38 , IV , b , do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MINAS GERAIS", "ESTADO DE MINAS GERAIS", "Brasília", "MINAS GERAIS", "ESTADO DE MINAS GERAIS", "ESTADO DE MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "MINAS GERAIS", "ESTADO DE MINAS GERAIS", "ESTADO DE MINAS GERAIS" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Segunda Vara de Tóxicos da Comarca de Belo Horizonte / MG", "Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Segunda Vara de Tóxicos da Comarca de Belo Horizonte / MG", "Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA", "MARCO AURÉLIO", "Edvaldo Ramos Nobre Filho", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA", "MARCO AURÉLIO", "Edvaldo Ramos Nobre Filho", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VINICIUS FERNANDES DE OLIVEIRA", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "11 de março de 2021", "22", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "11 de março de 2021", "22", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 GOIÁS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) :MARCELO BUDAL CABRAL AGDO.(A/S) :CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) :SYBELLE LEAL BRANQUINHO INTDO.(A/S) :JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 2.332. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE MATERIAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2621-CF5C-3007-C909 e senha 8EA2-FF0E-7F04-A66A Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Relatório 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 GOIÁS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) :MARCELO BUDAL CABRAL AGDO.(A/S) :CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) :SYBELLE LEAL BRANQUINHO INTDO.(A/S) :JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 24.5.2021, a reclamação proposta pela agravante teve seguimento negado nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 2.332. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE MATERIAL. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 30). 2. Publicada essa decisão no DJe de 25.5.2021, a agravante interpõe tempestivamente, em 12.6.2021, agravo regimental (e-doc. 32). 3. A agravante alega que “consta na Reclamação (no tópico que dá início aos juros compensatórios) (...) violação da ADI 2418/DF (e, a título exemplificativo, também do RE 611503/SP (repercussão geral)), que julgou constitucional o art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14” (fl. 2, e-doc. 32). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 99DB-5C2C-E63E-F1C1 e senha 1288-240A-6362-00E7 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 GOIÁS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) :MARCELO BUDAL CABRAL AGDO.(A/S) :CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) :SYBELLE LEAL BRANQUINHO INTDO.(A/S) :JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 24.5.2021, a reclamação proposta pela agravante teve seguimento negado nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 2.332. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE MATERIAL. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 30). 2. Publicada essa decisão no DJe de 25.5.2021, a agravante interpõe tempestivamente, em 12.6.2021, agravo regimental (e-doc. 32). 3. A agravante alega que “consta na Reclamação (no tópico que dá início aos juros compensatórios) (...) violação da ADI 2418/DF (e, a título exemplificativo, também do RE 611503/SP (repercussão geral)), que julgou constitucional o art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14” (fl. 2, e-doc. 32). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 99DB-5C2C-E63E-F1C1 e senha 1288-240A-6362-00E7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório RCL 42037 AGR / GO Argumenta que “foi apresentada impugnação ao cumprimento de sentença, proferida decisão e é em face dessa decisão que se ajuizou à presente reclamação. Há, portanto, uma decisão dizendo que a coisa julgada inconstitucional deve ser mantida, violando o decidido na ADI 2418/DF, e, como consequência, violando o decidido na ADI 2.332, para manter os juros compensatórios em 12% ao ano, mesmo a decisão tendo transitado em julgado em 25/05/2019, ou seja, após um ano do decidido na ADI 2332, julgada 17/05/2018” (fl. 3, e-doc. 32). Sustenta que “manter a decisão reclamada é manter uma decisão inconstitucional, em manifesta contradição ao decidido na ADI 2418/DF e na ADI 2.332, e, indiretamente, declarar a revogação dos artigos art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14; e art. 535, § 5º, todos do Código de Processo Civil” (fl. 3, e-doc. 32). Pede o provimento do presente agravo regimental. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 99DB-5C2C-E63E-F1C1 e senha 1288-240A-6362-00E7 Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO Argumenta que “foi apresentada impugnação ao cumprimento de sentença, proferida decisão e é em face dessa decisão que se ajuizou à presente reclamação. Há, portanto, uma decisão dizendo que a coisa julgada inconstitucional deve ser mantida, violando o decidido na ADI 2418/DF, e, como consequência, violando o decidido na ADI 2.332, para manter os juros compensatórios em 12% ao ano, mesmo a decisão tendo transitado em julgado em 25/05/2019, ou seja, após um ano do decidido na ADI 2332, julgada 17/05/2018” (fl. 3, e-doc. 32). Sustenta que “manter a decisão reclamada é manter uma decisão inconstitucional, em manifesta contradição ao decidido na ADI 2418/DF e na ADI 2.332, e, indiretamente, declarar a revogação dos artigos art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14; e art. 535, § 5º, todos do Código de Processo Civil” (fl. 3, e-doc. 32). Pede o provimento do presente agravo regimental. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 99DB-5C2C-E63E-F1C1 e senha 1288-240A-6362-00E7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 GOIÁS V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Não foi aberto prazo para contrarrazões em observância ao princípio da celeridade processual. Assim têm procedido os Ministros deste Supremo Tribunal Federal em hipóteses nas quais não se vislumbra prejuízo à parte agravada (Rcl n. 27.226-AgR/AP, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 7.2.2018; Rcl n. 24.639- AgR/PR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.6.2017; e Rcl n. 31.543-AgR/RS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, pendente de publicação). 3. Como assentado na decisão agravada, no julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.168.612, de minha relatoria, que trata da desapropriação por utilidade pública em questão, a Segunda Turma deste Supremo Tribunal decidiu pela ausência de ofensa constitucional direta e pela incidência das Súmulas ns. 279, 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal. Por essa decisão, transitada em julgado em 25.5.2019, foi confirmada decisão monocrática por mim proferida em 3.12.2018, pela qual mantido o seguinte julgado, proferido pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região em 14.3.2016: “ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA. DECRETO-LEI N. 3.365/1941. FERROVIA NORTE-SUL. IMÓVEL RURAL. FAZENDA SÃO TOMAZ DOURADINHO. MUNICÍPIO DE RIO VERDE/GO. INDENIZAÇÃO QUE SE BASEOU NO LAUDO DO PERITO Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 GOIÁS V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Não foi aberto prazo para contrarrazões em observância ao princípio da celeridade processual. Assim têm procedido os Ministros deste Supremo Tribunal Federal em hipóteses nas quais não se vislumbra prejuízo à parte agravada (Rcl n. 27.226-AgR/AP, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 7.2.2018; Rcl n. 24.639- AgR/PR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.6.2017; e Rcl n. 31.543-AgR/RS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, pendente de publicação). 3. Como assentado na decisão agravada, no julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.168.612, de minha relatoria, que trata da desapropriação por utilidade pública em questão, a Segunda Turma deste Supremo Tribunal decidiu pela ausência de ofensa constitucional direta e pela incidência das Súmulas ns. 279, 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal. Por essa decisão, transitada em julgado em 25.5.2019, foi confirmada decisão monocrática por mim proferida em 3.12.2018, pela qual mantido o seguinte julgado, proferido pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região em 14.3.2016: “ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA. DECRETO-LEI N. 3.365/1941. FERROVIA NORTE-SUL. IMÓVEL RURAL. FAZENDA SÃO TOMAZ DOURADINHO. MUNICÍPIO DE RIO VERDE/GO. INDENIZAÇÃO QUE SE BASEOU NO LAUDO DO PERITO Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO OFICIAL. JUSTA INDENIZAÇÃO. VALOR FIXADO COM BASE EM LAUDO QUE REFLETE O PREÇO DE MERCADO DO IMÓVEL. JUROS COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (…) 5. Os juros compensatórios destinam-se a remunerar o proprietário do imóvel pela perda de sua posse, ainda que inexista produtividade. O percentual deve ser de 12% (doze por cento) ao ano, devendo a respectiva incidência ocorrer desde a imissão na posse até o dia do efetivo pagamento da indenização, considerando a diferença apurada entre 80% (oitenta por cento) do valor ofertado em juízo e o valor fixado para a indenização (cf. Súmulas 618 do Supremo Tribunal Federal e 113 do Superior Tribunal de Justiça e a atual redação do artigo 15-A do DL 3.365/41, consoante interpretação dada pelo STF no julgamento da ADIn 2.332-2). 6. A base de cálculo dos juros compensatórios deve obedecer ao estipulado na ADIN 2.332 (diferença apurada entre 80% do preço ofertado em Juízo e o valor da indenização fixado na sentença). 7. Tendo a presente ação sido proposta em 19/10/2011 (fl. 08), não se aplica, no caso em exame, a Súmula n. 408, do colendo Superior Tribunal de Justiça, publicada no DJe de 24.11.2009, quanto à redução dos juros para 6% no período que especifica: ‘Nas ações de desapropriação, os juros compensatórios incidentes após a Medida Provisória n. 1.577, de 11/06/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001 e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma da Súmula n. 618 do Supremo Tribunal Federal’. 8. Os juros de mora são devidos no percentual de 6% ao ano, devendo incidir a partir do trânsito em julgado da decisão (Súmula 70 do STJ). 9. A correção monetária foi pertinentemente deferida na sentença, visando preservar a integridade do valor da justa indenização, o que, portanto, a legítima. 10. Verba honorária estabelecida em 2% (um por cento) sobre a diferença entre a oferta e o valor da indenização fixado no julgado, razoavelmente arbitrada e em conformidade com a jurisprudência da Corte, e do que dispõe o § 1º do art. 27 do Decreto-Lei n. 3.365/41, com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória n. 2.183-56, de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO OFICIAL. JUSTA INDENIZAÇÃO. VALOR FIXADO COM BASE EM LAUDO QUE REFLETE O PREÇO DE MERCADO DO IMÓVEL. JUROS COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (…) 5. Os juros compensatórios destinam-se a remunerar o proprietário do imóvel pela perda de sua posse, ainda que inexista produtividade. O percentual deve ser de 12% (doze por cento) ao ano, devendo a respectiva incidência ocorrer desde a imissão na posse até o dia do efetivo pagamento da indenização, considerando a diferença apurada entre 80% (oitenta por cento) do valor ofertado em juízo e o valor fixado para a indenização (cf. Súmulas 618 do Supremo Tribunal Federal e 113 do Superior Tribunal de Justiça e a atual redação do artigo 15-A do DL 3.365/41, consoante interpretação dada pelo STF no julgamento da ADIn 2.332-2). 6. A base de cálculo dos juros compensatórios deve obedecer ao estipulado na ADIN 2.332 (diferença apurada entre 80% do preço ofertado em Juízo e o valor da indenização fixado na sentença). 7. Tendo a presente ação sido proposta em 19/10/2011 (fl. 08), não se aplica, no caso em exame, a Súmula n. 408, do colendo Superior Tribunal de Justiça, publicada no DJe de 24.11.2009, quanto à redução dos juros para 6% no período que especifica: ‘Nas ações de desapropriação, os juros compensatórios incidentes após a Medida Provisória n. 1.577, de 11/06/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001 e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma da Súmula n. 618 do Supremo Tribunal Federal’. 8. Os juros de mora são devidos no percentual de 6% ao ano, devendo incidir a partir do trânsito em julgado da decisão (Súmula 70 do STJ). 9. A correção monetária foi pertinentemente deferida na sentença, visando preservar a integridade do valor da justa indenização, o que, portanto, a legítima. 10. Verba honorária estabelecida em 2% (um por cento) sobre a diferença entre a oferta e o valor da indenização fixado no julgado, razoavelmente arbitrada e em conformidade com a jurisprudência da Corte, e do que dispõe o § 1º do art. 27 do Decreto-Lei n. 3.365/41, com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória n. 2.183-56, de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO 24.08.2001. 11. Apelação da VALEC e remessa oficial improvidas”. 4. O agravante foi expresso ao asseverar que teria ajuizado a reclamação “por manifesta violação e desrespeito da decisão deste Pretório Excelso proferida nos autos da ADI 2332 (acerca do juros compensatórios)” (fl. 1, e-doc. 1) e pediu fosse julgada procedente a reclamação “para cassar, definitivamente, a decisão reclamada/impugnada que exorbita o quanto julgado na ADI 2.332-DF” (fl. 19, e-doc. 1). Ainda que o agravante alegue que também teria sustentado, na reclamação, contrariedade à Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.418 e ao Recurso Extraordinário n. 611.503, razão jurídica não lhe assiste. 5. Em 17.5.2018, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.332, Relator o Ministro Roberto Barroso, este Supremo Tribunal decidiu: “Administrativo. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Regime Jurídico dos Juros Compensatórios e dos Honorários Advocatícios na Desapropriação. Procedência Parcial. (...) 2. É constitucional o percentual de juros compensatórios de 6% (seis por cento) ao ano para a remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente público na posse do seu bem, na medida em que consiste em ponderação legislativa proporcional entre o direito constitucional do proprietário à justa indenização (art. 5º, XXIV, CF/88) e os princípios constitucionais da eficiência e da economicidade (art. 37, caput, CF/88). 3. Declaração da inconstitucionalidade do termo até e interpretação conforme a Constituição do caput do art. 15-A, de maneira a incidir juros compensatórios sobre a diferença entre 80% do preço ofertado pelo ente público e o valor fixado na sentença. 4. Constitucionalidade dos §§ 1º, 2º e 4º, do art. 15-A, do Decreto-lei nº 3.365/1941, ao determinarem a não incidência dos juros compensatórios nas hipóteses em que (i) não haja comprovação de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO 24.08.2001. 11. Apelação da VALEC e remessa oficial improvidas”. 4. O agravante foi expresso ao asseverar que teria ajuizado a reclamação “por manifesta violação e desrespeito da decisão deste Pretório Excelso proferida nos autos da ADI 2332 (acerca do juros compensatórios)” (fl. 1, e-doc. 1) e pediu fosse julgada procedente a reclamação “para cassar, definitivamente, a decisão reclamada/impugnada que exorbita o quanto julgado na ADI 2.332-DF” (fl. 19, e-doc. 1). Ainda que o agravante alegue que também teria sustentado, na reclamação, contrariedade à Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.418 e ao Recurso Extraordinário n. 611.503, razão jurídica não lhe assiste. 5. Em 17.5.2018, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.332, Relator o Ministro Roberto Barroso, este Supremo Tribunal decidiu: “Administrativo. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Regime Jurídico dos Juros Compensatórios e dos Honorários Advocatícios na Desapropriação. Procedência Parcial. (...) 2. É constitucional o percentual de juros compensatórios de 6% (seis por cento) ao ano para a remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente público na posse do seu bem, na medida em que consiste em ponderação legislativa proporcional entre o direito constitucional do proprietário à justa indenização (art. 5º, XXIV, CF/88) e os princípios constitucionais da eficiência e da economicidade (art. 37, caput, CF/88). 3. Declaração da inconstitucionalidade do termo até e interpretação conforme a Constituição do caput do art. 15-A, de maneira a incidir juros compensatórios sobre a diferença entre 80% do preço ofertado pelo ente público e o valor fixado na sentença. 4. Constitucionalidade dos §§ 1º, 2º e 4º, do art. 15-A, do Decreto-lei nº 3.365/1941, ao determinarem a não incidência dos juros compensatórios nas hipóteses em que (i) não haja comprovação de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO efetiva perda de renda pelo proprietário com a imissão provisória na posse (§ 1º), (ii) o imóvel tenha graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero (§ 2º), e (iii) sobre o período anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada pelo autor da ação. Voto reajustado para expressar o entendimento da maioria. (...) 7. Ação direta julgada parcialmente procedente. Fixação das seguintes teses: (i) É constitucional o percentual de juros compensatórios de 6% (seis por cento) ao ano para a remuneração pela imissão provisória na posse de bem objeto de desapropriação; (ii) A base de cálculo dos juros compensatórios em desapropriações corresponde à diferença entre 80% do preço ofertado pelo ente público e o valor fixado na sentença; (iii) São constitucionais as normas que condicionam a incidência de juros compensatórios à produtividade da propriedade; (iv) É constitucional a estipulação de parâmetros mínimo e máximo para a concessão de honorários advocatícios em desapropriações, sendo, contudo, vedada a fixação de um valor nominal máximo de honorários” (DJe 28.5.2018). No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.418, Relator o Ministro Teori Zavascki, o Plenário deste Supremo Tribunal decidiu: “CONSTITUCIONAL. LEGITIMIDADE DAS NORMAS ESTABELECENDO PRAZO DE TRINTA DIAS PARA EMBARGOS À EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (ART. 1º-B DA LEI 9.494/97) E PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS PARA AÇÕES DE INDENIZAÇÃO CONTRA PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO E PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS (ART. 1º-C DA LEI 9.494/97). LEGITIMIDADE DA NORMA PROCESSUAL QUE INSTITUI HIPÓTESE DE INEXIGIBILIDADE DE TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL EIVADO DE INCONSTITUCIONALIDADE QUALIFICADA (ART. 741, PARÁGRAFO ÚNICO E ART. 475-L, § 1º DO CPC/73; ART. 525, § 1º, III E §§ 12 E 14 E ART. 535, III, § 5º DO CPC/15). 1. É constitucional a norma decorrente do art. 1º-B 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO efetiva perda de renda pelo proprietário com a imissão provisória na posse (§ 1º), (ii) o imóvel tenha graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero (§ 2º), e (iii) sobre o período anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada pelo autor da ação. Voto reajustado para expressar o entendimento da maioria. (...) 7. Ação direta julgada parcialmente procedente. Fixação das seguintes teses: (i) É constitucional o percentual de juros compensatórios de 6% (seis por cento) ao ano para a remuneração pela imissão provisória na posse de bem objeto de desapropriação; (ii) A base de cálculo dos juros compensatórios em desapropriações corresponde à diferença entre 80% do preço ofertado pelo ente público e o valor fixado na sentença; (iii) São constitucionais as normas que condicionam a incidência de juros compensatórios à produtividade da propriedade; (iv) É constitucional a estipulação de parâmetros mínimo e máximo para a concessão de honorários advocatícios em desapropriações, sendo, contudo, vedada a fixação de um valor nominal máximo de honorários” (DJe 28.5.2018). No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.418, Relator o Ministro Teori Zavascki, o Plenário deste Supremo Tribunal decidiu: “CONSTITUCIONAL. LEGITIMIDADE DAS NORMAS ESTABELECENDO PRAZO DE TRINTA DIAS PARA EMBARGOS À EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (ART. 1º-B DA LEI 9.494/97) E PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS PARA AÇÕES DE INDENIZAÇÃO CONTRA PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO E PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS (ART. 1º-C DA LEI 9.494/97). LEGITIMIDADE DA NORMA PROCESSUAL QUE INSTITUI HIPÓTESE DE INEXIGIBILIDADE DE TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL EIVADO DE INCONSTITUCIONALIDADE QUALIFICADA (ART. 741, PARÁGRAFO ÚNICO E ART. 475-L, § 1º DO CPC/73; ART. 525, § 1º, III E §§ 12 E 14 E ART. 535, III, § 5º DO CPC/15). 1. É constitucional a norma decorrente do art. 1º-B 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO da Lei 9.494/97, que fixa em trinta dias o prazo para a propositura de embargos à execução de título judicial contra a Fazenda Pública. 2. É constitucional a norma decorrente do art. 1º-C da Lei 9.494/97, que fixa em cinco anos o prazo prescricional para as ações de indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, reproduzindo a regra já estabelecida, para a União, os Estados e os Municípios, no art. 1º do Decreto 20.910/32. 3. São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do CPC, do § 1º do art. 475-L, ambos do CPC/73, bem como os correspondentes dispositivos do CPC/15, o art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5º. São dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado, assim caracterizado nas hipóteses em que (a) a sentença exequenda esteja fundada em norma reconhecidamente inconstitucional – seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com um sentido inconstitucionais; ou (b) a sentença exequenda tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional; e (c) desde que, em qualquer dos casos, o reconhecimento dessa constitucionalidade ou a inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do STF realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. 4. Ação julgada improcedente” (DJe 17.11.2016). Na espécie, o ato reclamado constitui decisão de indeferimento da impugnação do cumprimento de sentença em análise. Nele, a autoridade reclamada não decidiu sobre os juros compensatórios ou de qualquer outra natureza. Apenas manteve hígido o título judicial transitado em julgado que deu origem ao cumprimento de sentença. Ausente a identidade material com as decisões paradigmas que se alegam descumpridas. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO da Lei 9.494/97, que fixa em trinta dias o prazo para a propositura de embargos à execução de título judicial contra a Fazenda Pública. 2. É constitucional a norma decorrente do art. 1º-C da Lei 9.494/97, que fixa em cinco anos o prazo prescricional para as ações de indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, reproduzindo a regra já estabelecida, para a União, os Estados e os Municípios, no art. 1º do Decreto 20.910/32. 3. São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do CPC, do § 1º do art. 475-L, ambos do CPC/73, bem como os correspondentes dispositivos do CPC/15, o art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5º. São dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado, assim caracterizado nas hipóteses em que (a) a sentença exequenda esteja fundada em norma reconhecidamente inconstitucional – seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com um sentido inconstitucionais; ou (b) a sentença exequenda tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional; e (c) desde que, em qualquer dos casos, o reconhecimento dessa constitucionalidade ou a inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do STF realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. 4. Ação julgada improcedente” (DJe 17.11.2016). Na espécie, o ato reclamado constitui decisão de indeferimento da impugnação do cumprimento de sentença em análise. Nele, a autoridade reclamada não decidiu sobre os juros compensatórios ou de qualquer outra natureza. Apenas manteve hígido o título judicial transitado em julgado que deu origem ao cumprimento de sentença. Ausente a identidade material com as decisões paradigmas que se alegam descumpridas. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO Em situações nas quais não há estrita aderência entre o que analisado e decidido nas decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal apontadas como paradigmas e a matéria posta na decisão reclamada, este Supremo Tribunal julga incabível a reclamação: Rcl n. 31.769-AgR/SP, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.11.2018; Rcl n. 30.553-AgR/SP, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 22.10.2018; Rcl n. 28.625-AgR/SP, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 6.9.2018; Rcl n. 29.137-ED/AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 13.6.2018; Rcl n. 29.364-AgR/DF, Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 17.4.2018; e Rcl n. 25.071-AgR/SC, Relator o Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 19.10.2017. 6. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 611.503, Tema 360, Redator para o acórdão o Ministro Edson Fachin, este Supremo Tribunal decidiu: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COISA JULGADA INCONSTITUCIONAL. ARTIGO 741, PARÁGRAFO ÚNICO, E ARTIGO 475-L, PARÁGRAFO PRIMEIRO, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973. ARTIGO 525, PARÁGRAFO PRIMEIRO, INCISO III, PARÁGRAFOS 12 E 14, E ARTIGO 535, PARÁGRAFO 5º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. 1. São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do CPC, do § 1º do art. 475-L, ambos do CPC/73, bem como os correspondentes dispositivos do CPC/15, o art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5º. 2. Os dispositivos questionados buscam harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, agregando ao sistema processual brasileiro, um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado. 3. São consideradas decisões com vícios de inconstitucionalidade qualificados: (a) a sentença exequenda fundada em norma reconhecidamente inconstitucional, seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com sentido inconstitucionais; (b) a sentença exequenda que tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional. 4. Para o 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO Em situações nas quais não há estrita aderência entre o que analisado e decidido nas decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal apontadas como paradigmas e a matéria posta na decisão reclamada, este Supremo Tribunal julga incabível a reclamação: Rcl n. 31.769-AgR/SP, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.11.2018; Rcl n. 30.553-AgR/SP, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 22.10.2018; Rcl n. 28.625-AgR/SP, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 6.9.2018; Rcl n. 29.137-ED/AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 13.6.2018; Rcl n. 29.364-AgR/DF, Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 17.4.2018; e Rcl n. 25.071-AgR/SC, Relator o Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 19.10.2017. 6. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 611.503, Tema 360, Redator para o acórdão o Ministro Edson Fachin, este Supremo Tribunal decidiu: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COISA JULGADA INCONSTITUCIONAL. ARTIGO 741, PARÁGRAFO ÚNICO, E ARTIGO 475-L, PARÁGRAFO PRIMEIRO, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973. ARTIGO 525, PARÁGRAFO PRIMEIRO, INCISO III, PARÁGRAFOS 12 E 14, E ARTIGO 535, PARÁGRAFO 5º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. 1. São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do CPC, do § 1º do art. 475-L, ambos do CPC/73, bem como os correspondentes dispositivos do CPC/15, o art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5º. 2. Os dispositivos questionados buscam harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, agregando ao sistema processual brasileiro, um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado. 3. São consideradas decisões com vícios de inconstitucionalidade qualificados: (a) a sentença exequenda fundada em norma reconhecidamente inconstitucional, seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com sentido inconstitucionais; (b) a sentença exequenda que tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional. 4. Para o 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO reconhecimento do vício de inconstitucionalidade qualificado exige-se que o julgamento do STF, que declara a norma constitucional ou inconstitucional, tenha sido realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento” (DJe 19.3.2019). Não se vislumbra descompasso entre o ato impugnado e a tese firmada pelo Supremo Tribunal Federal no paradigma de repercussão geral (Recurso Extraordinário n. 611.503, Tema 360), a afastar o cabimento da reclamação. Confiram-se, por exemplo, os seguintes julgados: “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. DECISÃO PELA QUAL SE SUSPENDEU O PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 631.363 E 632.212. TEMAS 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n. 46.166-ED, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 10.6.2021). “CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. TEMA 152 DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. No julgamento do RE 590.415, Rel. Min. Roberto Barroso – Tema 152 da repercussão geral, esta Corte considerou a importância da preservação e quitação, ampla e irrestrita, das parcelas objeto do contrato de emprego, quando referidas normas constarem expressamente no acordo coletivo que aprova a dispensa incentivada em planos de demissão. In casu, 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO reconhecimento do vício de inconstitucionalidade qualificado exige-se que o julgamento do STF, que declara a norma constitucional ou inconstitucional, tenha sido realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento” (DJe 19.3.2019). Não se vislumbra descompasso entre o ato impugnado e a tese firmada pelo Supremo Tribunal Federal no paradigma de repercussão geral (Recurso Extraordinário n. 611.503, Tema 360), a afastar o cabimento da reclamação. Confiram-se, por exemplo, os seguintes julgados: “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. DECISÃO PELA QUAL SE SUSPENDEU O PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 631.363 E 632.212. TEMAS 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n. 46.166-ED, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 10.6.2021). “CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. TEMA 152 DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. No julgamento do RE 590.415, Rel. Min. Roberto Barroso – Tema 152 da repercussão geral, esta Corte considerou a importância da preservação e quitação, ampla e irrestrita, das parcelas objeto do contrato de emprego, quando referidas normas constarem expressamente no acordo coletivo que aprova a dispensa incentivada em planos de demissão. In casu, 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO todavia, discute-se a validade de norma coletiva de trabalho que fixa limite de horas extras pagas a título de deslocamento (horas in itinere). Não há, pois, aderência estrita ao que decidido no julgamento do Tema 152. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl n. 34.566-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 6.8.2020). “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. TRABALHISTA. HORAS IN ITINERE. PREVISÃO EM ACORDO COLETIVO DE TRABALHO DE SUPRESSÃO DO SEU PAGAMENTO. ALEGADA SUBSTITUIÇÃO POR OUTROS BENEFÍCIOS. APLICAÇÃO PELO TRIBUNAL A QUO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 820.729. TEMA 762. SEMELHANÇA ENTRE O PRECEDENTE INVOCADO PELO TRIBUNAL A QUO E O CASO CONCRETO. ALEGAÇÃO DE APLICABILIDADE AO CASO CONCRETO DO QUE DECIDIDO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.415. TEMA 152. DISTINÇÃO ENTRE O PRECEDENTE INVOCADO PELA PARTE RECLAMANTE E O CASO CONCRETO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E DE ESTRITA ADERÊNCIA. PRECEDENTES. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO TEMA 1.046 DA REPERCUSSÃO GERAL. DECISÃO PARADIGMA POSTERIOR À DECISÃO RECLAMADA. PRECEDENTES. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n. 32.477-AgR-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 20.3.2020). 7. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 8. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO todavia, discute-se a validade de norma coletiva de trabalho que fixa limite de horas extras pagas a título de deslocamento (horas in itinere). Não há, pois, aderência estrita ao que decidido no julgamento do Tema 152. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl n. 34.566-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 6.8.2020). “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. TRABALHISTA. HORAS IN ITINERE. PREVISÃO EM ACORDO COLETIVO DE TRABALHO DE SUPRESSÃO DO SEU PAGAMENTO. ALEGADA SUBSTITUIÇÃO POR OUTROS BENEFÍCIOS. APLICAÇÃO PELO TRIBUNAL A QUO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 820.729. TEMA 762. SEMELHANÇA ENTRE O PRECEDENTE INVOCADO PELO TRIBUNAL A QUO E O CASO CONCRETO. ALEGAÇÃO DE APLICABILIDADE AO CASO CONCRETO DO QUE DECIDIDO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.415. TEMA 152. DISTINÇÃO ENTRE O PRECEDENTE INVOCADO PELA PARTE RECLAMANTE E O CASO CONCRETO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E DE ESTRITA ADERÊNCIA. PRECEDENTES. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO TEMA 1.046 DA REPERCUSSÃO GERAL. DECISÃO PARADIGMA POSTERIOR À DECISÃO RECLAMADA. PRECEDENTES. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n. 32.477-AgR-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 20.3.2020). 7. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 8. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 03/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 PROCED. : GOIÁS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) : MARCELO BUDAL CABRAL (29719/GO) AGDO.(A/S) : CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) : SYBELLE LEAL BRANQUINHO (21321/GO) INTDO.(A/S) : JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30EC-A1C5-D008-5B38 e senha B456-4856-F8D4-6940 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 PROCED. : GOIÁS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) : MARCELO BUDAL CABRAL (29719/GO) AGDO.(A/S) : CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) : SYBELLE LEAL BRANQUINHO (21321/GO) INTDO.(A/S) : JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30EC-A1C5-D008-5B38 e senha B456-4856-F8D4-6940 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756685167
2021-08-03T00:00:00
2021-08-09T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 2.332. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE MATERIAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
sjur450607
- Acórdão(s) citado(s): (PRAZO, CONTRARRAZÕES, CELERIDADE PROCESSUAL, PREJUÍZO, PARTE AGRAVADA) Rcl 24639 AgR (1ªT), Rcl 27226 AgR (1ªT), Rcl 31543 AgR (2ªT). (DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA) ARE 1168612 AgR (2ªT). (RECLAMAÇÃO, AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA) Rcl 25071 AgR (1ªT), Rcl 29137 ED (2ªT), Rcl 29364 AgR (1ªT), Rcl 28625 AgR (2ªT), Rcl 30553 AgR (1ªT), Rcl 31769 AgR (1ªT). (RECLAMAÇÃO, IDENTIDADE, DECISÃO RECLAMADA, DECISÃO PARADIGMA) Rcl 34566 AgR (2ªT), Rcl 32477 AgR-AgR (1ªT), Rcl 46166 ED (2ªT). - Veja ADI 2332 e ADI 2418 do STF. - Veja RE 611503 do STF. Número de páginas: 12. Análise: 03/02/2022, ABO.
CÁRMEN LÚCIA
Segunda Turma
42037
[ "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000282\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000356\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
Rcl-AgR
acordaos
Rcl 42037 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) : MARCELO BUDAL CABRAL AGDO.(A/S) : CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) : SYBELLE LEAL BRANQUINHO INTDO.(A/S) : JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 GOIÁS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) :MARCELO BUDAL CABRAL AGDO.(A/S) :CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) :SYBELLE LEAL BRANQUINHO INTDO.(A/S) :JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 2.332. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE MATERIAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2621-CF5C-3007-C909 e senha 8EA2-FF0E-7F04-A66A Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12 Relatório 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 GOIÁS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) :MARCELO BUDAL CABRAL AGDO.(A/S) :CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) :SYBELLE LEAL BRANQUINHO INTDO.(A/S) :JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 24.5.2021, a reclamação proposta pela agravante teve seguimento negado nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 2.332. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE MATERIAL. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 30). 2. Publicada essa decisão no DJe de 25.5.2021, a agravante interpõe tempestivamente, em 12.6.2021, agravo regimental (e-doc. 32). 3. A agravante alega que “consta na Reclamação (no tópico que dá início aos juros compensatórios) (...) violação da ADI 2418/DF (e, a título exemplificativo, também do Recurso Extraordinário 611503/SP (repercussão geral)), que julgou constitucional o art. 525, § 1..., III e §§ 12 e 14” (fl. 2, e-doc. 32). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 99DB-5C2C-E63E-F1C1 e senha 1288-240A-6362-00E7 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 GOIÁS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) :MARCELO BUDAL CABRAL AGDO.(A/S) :CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) :SYBELLE LEAL BRANQUINHO INTDO.(A/S) :JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Em 24.5.2021, a reclamação proposta pela agravante teve seguimento negado nos seguintes termos: “RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 2.332. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE MATERIAL. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (e-doc. 30). 2. Publicada essa decisão no DJe de 25.5.2021, a agravante interpõe tempestivamente, em 12.6.2021, agravo regimental (e-doc. 32). 3. A agravante alega que “consta na Reclamação (no tópico que dá início aos juros compensatórios) (...) violação da ADI 2418/DF (e, a título exemplificativo, também do Recurso Extraordinário 611503/SP (repercussão geral)), que julgou constitucional o art. 525, § 1..., III e §§ 12 e 14” (fl. 2, e-doc. 32). Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 99DB-5C2C-E63E-F1C1 e senha 1288-240A-6362-00E7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12 Relatório RCL 42037 AGR / GO Argumenta que “foi apresentada impugnação ao cumprimento de sentença, proferida decisão e é em face dessa decisão que se ajuizou à presente reclamação. Há, portanto, uma decisão dizendo que a coisa julgada inconstitucional deve ser mantida, violando o decidido na ADI 2418/DF, e, como consequência, violando o decidido na ADI 2.332, para manter os juros compensatórios em 12% ao ano, mesmo a decisão tendo transitado em julgado em 25/05/2019, ou seja, após um ano do decidido na ADI 2332, julgada 17/05/2018” (fl. 3, e-doc. 32). Sustenta que “manter a decisão reclamada é manter uma decisão inconstitucional, em manifesta contradição ao decidido na ADI 2418/DF e na ADI 2.332, e, indiretamente, declarar a revogação dos artigos art. 525, § 1..., III e §§ 12 e 14; e art. 535, § 5..., todos do Código de Processo Civil” (fl. 3, e-doc. 32). Pede o provimento do presente agravo regimental. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 99DB-5C2C-E63E-F1C1 e senha 1288-240A-6362-00E7 Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO Argumenta que “foi apresentada impugnação ao cumprimento de sentença, proferida decisão e é em face dessa decisão que se ajuizou à presente reclamação. Há, portanto, uma decisão dizendo que a coisa julgada inconstitucional deve ser mantida, violando o decidido na ADI 2418/DF, e, como consequência, violando o decidido na ADI 2.332, para manter os juros compensatórios em 12% ao ano, mesmo a decisão tendo transitado em julgado em 25/05/2019, ou seja, após um ano do decidido na ADI 2332, julgada 17/05/2018” (fl. 3, e-doc. 32). Sustenta que “manter a decisão reclamada é manter uma decisão inconstitucional, em manifesta contradição ao decidido na ADI 2418/DF e na ADI 2.332, e, indiretamente, declarar a revogação dos artigos art. 525, § 1..., III e §§ 12 e 14; e art. 535, § 5..., todos do Código de Processo Civil” (fl. 3, e-doc. 32). Pede o provimento do presente agravo regimental. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 99DB-5C2C-E63E-F1C1 e senha 1288-240A-6362-00E7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 GOIÁS V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Não foi aberto prazo para contrarrazões em observância ao princípio da celeridade processual. Assim têm procedido os Ministros deste Supremo Tribunal Federal em hipóteses nas quais não se vislumbra prejuízo à parte agravada (Rcl n. 27.226-AgR/AP, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 7.2.2018; Rcl n. 24.639- AgR/PR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.6.2017; e Rcl n. 31.543-AgR/RS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, pendente de publicação). 3. Como assentado na decisão agravada, no julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.168.612, de minha relatoria, que trata da desapropriação por utilidade pública em questão, a Segunda Turma deste Supremo Tribunal decidiu pela ausência de ofensa constitucional direta e pela incidência das Súmulas ns. 279, 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal. Por essa decisão, transitada em julgado em 25.5.2019, foi confirmada decisão monocrática por mim proferida em 3.12.2018, pela qual mantido o seguinte julgado, proferido pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região em 14.3.2016: “ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA. DECRETO-LEI N. 3.365/1941. FERROVIA NORTE-SUL. IMÓVEL RURAL. FAZENDA SÃO TOMAZ DOURADINHO. MUNICÍPIO DE RIO VERDE/GO. INDENIZAÇÃO QUE SE BASEOU NO LAUDO DO PERITO Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 GOIÁS V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à agravante. 2. Não foi aberto prazo para contrarrazões em observância ao princípio da celeridade processual. Assim têm procedido os Ministros deste Supremo Tribunal Federal em hipóteses nas quais não se vislumbra prejuízo à parte agravada (Rcl n. 27.226-AgR/AP, Relator o Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe 7.2.2018; Rcl n. 24.639- AgR/PR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.6.2017; e Rcl n. 31.543-AgR/RS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, pendente de publicação). 3. Como assentado na decisão agravada, no julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.168.612, de minha relatoria, que trata da desapropriação por utilidade pública em questão, a Segunda Turma deste Supremo Tribunal decidiu pela ausência de ofensa constitucional direta e pela incidência das Súmulas ns. 279, 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal. Por essa decisão, transitada em julgado em 25.5.2019, foi confirmada decisão monocrática por mim proferida em 3.12.2018, pela qual mantido o seguinte julgado, proferido pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região em 14.3.2016: “ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA. DECRETO-LEI N. 3.365/1941. FERROVIA NORTE-SUL. IMÓVEL RURAL. FAZENDA SÃO TOMAZ DOURADINHO. MUNICÍPIO DE RIO VERDE/GO. INDENIZAÇÃO QUE SE BASEOU NO LAUDO DO PERITO Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO OFICIAL. JUSTA INDENIZAÇÃO. VALOR FIXADO COM BASE EM LAUDO QUE REFLETE O PREÇO DE MERCADO DO IMÓVEL. JUROS COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (…) 5. Os juros compensatórios destinam-se a remunerar o proprietário do imóvel pela perda de sua posse, ainda que inexista produtividade. O percentual deve ser de 12% (doze por cento) ao ano, devendo a respectiva incidência ocorrer desde a imissão na posse até o dia do efetivo pagamento da indenização, considerando a diferença apurada entre 80% (oitenta por cento) do valor ofertado em juízo e o valor fixado para a indenização (cf. Súmulas 618 do Supremo Tribunal Federal e 113 do Superior Tribunal de Justiça e a atual redação do artigo 15-A do DL 3.365/41, consoante interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADIn 2.332-2). 6. A base de cálculo dos juros compensatórios deve obedecer ao estipulado na ADIN 2.332 (diferença apurada entre 80% do preço ofertado em Juízo e o valor da indenização fixado na sentença). 7. Tendo a presente ação sido proposta em 19/10/2011 (fl. 08), não se aplica, no caso em exame, a Súmula n. 408, do colendo Superior Tribunal de Justiça, publicada no DJe de 24.11.2009, quanto à redução dos juros para 6% no período que especifica: ‘Nas ações de desapropriação, os juros compensatórios incidentes após a Medida Provisória n. 1.577, de 11/06/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001 e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma da Súmula n. 618 do Supremo Tribunal Federal’. 8. Os juros de mora são devidos no percentual de 6% ao ano, devendo incidir a partir do trânsito em julgado da decisão (Súmula 70 do Superior Tribunal de Justiça). 9. A correção monetária foi pertinentemente deferida na sentença, visando preservar a integridade do valor da justa indenização, o que, portanto, a legítima. 10. Verba honorária estabelecida em 2% (um por cento) sobre a diferença entre a oferta e o valor da indenização fixado no julgado, razoavelmente arbitrada e em conformidade com a jurisprudência da Corte, e do que dispõe o § 1... do art. 27 do Decreto-Lei n. 3.365/41, com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória n. 2.183-56, de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO OFICIAL. JUSTA INDENIZAÇÃO. VALOR FIXADO COM BASE EM LAUDO QUE REFLETE O PREÇO DE MERCADO DO IMÓVEL. JUROS COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (…) 5. Os juros compensatórios destinam-se a remunerar o proprietário do imóvel pela perda de sua posse, ainda que inexista produtividade. O percentual deve ser de 12% (doze por cento) ao ano, devendo a respectiva incidência ocorrer desde a imissão na posse até o dia do efetivo pagamento da indenização, considerando a diferença apurada entre 80% (oitenta por cento) do valor ofertado em juízo e o valor fixado para a indenização (cf. Súmulas 618 do Supremo Tribunal Federal e 113 do Superior Tribunal de Justiça e a atual redação do artigo 15-A do DL 3.365/41, consoante interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADIn 2.332-2). 6. A base de cálculo dos juros compensatórios deve obedecer ao estipulado na ADIN 2.332 (diferença apurada entre 80% do preço ofertado em Juízo e o valor da indenização fixado na sentença). 7. Tendo a presente ação sido proposta em 19/10/2011 (fl. 08), não se aplica, no caso em exame, a Súmula n. 408, do colendo Superior Tribunal de Justiça, publicada no DJe de 24.11.2009, quanto à redução dos juros para 6% no período que especifica: ‘Nas ações de desapropriação, os juros compensatórios incidentes após a Medida Provisória n. 1.577, de 11/06/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001 e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma da Súmula n. 618 do Supremo Tribunal Federal’. 8. Os juros de mora são devidos no percentual de 6% ao ano, devendo incidir a partir do trânsito em julgado da decisão (Súmula 70 do Superior Tribunal de Justiça). 9. A correção monetária foi pertinentemente deferida na sentença, visando preservar a integridade do valor da justa indenização, o que, portanto, a legítima. 10. Verba honorária estabelecida em 2% (um por cento) sobre a diferença entre a oferta e o valor da indenização fixado no julgado, razoavelmente arbitrada e em conformidade com a jurisprudência da Corte, e do que dispõe o § 1... do art. 27 do Decreto-Lei n. 3.365/41, com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória n. 2.183-56, de 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO 24.08.2001. 11. Apelação da VALEC e remessa oficial improvidas”. 4. O agravante foi expresso ao asseverar que teria ajuizado a reclamação “por manifesta violação e desrespeito da decisão deste Pretório Excelso proferida nos autos da ADI 2332 (acerca do juros compensatórios)” (fl. 1, e-doc. 1) e pediu fosse julgada procedente a reclamação “para cassar, definitivamente, a decisão reclamada/impugnada que exorbita o quanto julgado na ADI 2.332-DF” (fl. 19, e-doc. 1). Ainda que o agravante alegue que também teria sustentado, na reclamação, contrariedade à Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.418 e ao Recurso Extraordinário n. 611.503, razão jurídica não lhe assiste. 5. Em 17.5.2018, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.332, Relator o Ministro Roberto Barroso, este Supremo Tribunal decidiu: “Administrativo. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Regime Jurídico dos Juros Compensatórios e dos Honorários Advocatícios na Desapropriação. Procedência Parcial. (...) 2. É constitucional o percentual de juros compensatórios de 6% (seis por cento) ao ano para a remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente público na posse do seu bem, na medida em que consiste em ponderação legislativa proporcional entre o direito constitucional do proprietário à justa indenização (art. 5..., XXIV, Constituição Federal de 1988/88) e os princípios constitucionais da eficiência e da economicidade (art. 37, caput, Constituição Federal de 1988/88). 3. Declaração da inconstitucionalidade do termo até e interpretação conforme a Constituição do caput do art. 15-A, de maneira a incidir juros compensatórios sobre a diferença entre 80% do preço ofertado pelo ente público e o valor fixado na sentença. 4. Constitucionalidade dos §§ 1..., 2... e 4..., do art. 15-A, do Decreto-lei n 3.365/1941, ao determinarem a não incidência dos juros compensatórios nas hipóteses em que (i) não haja comprovação de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO 24.08.2001. 11. Apelação da VALEC e remessa oficial improvidas”. 4. O agravante foi expresso ao asseverar que teria ajuizado a reclamação “por manifesta violação e desrespeito da decisão deste Pretório Excelso proferida nos autos da ADI 2332 (acerca do juros compensatórios)” (fl. 1, e-doc. 1) e pediu fosse julgada procedente a reclamação “para cassar, definitivamente, a decisão reclamada/impugnada que exorbita o quanto julgado na ADI 2.332-DF” (fl. 19, e-doc. 1). Ainda que o agravante alegue que também teria sustentado, na reclamação, contrariedade à Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.418 e ao Recurso Extraordinário n. 611.503, razão jurídica não lhe assiste. 5. Em 17.5.2018, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.332, Relator o Ministro Roberto Barroso, este Supremo Tribunal decidiu: “Administrativo. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Regime Jurídico dos Juros Compensatórios e dos Honorários Advocatícios na Desapropriação. Procedência Parcial. (...) 2. É constitucional o percentual de juros compensatórios de 6% (seis por cento) ao ano para a remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente público na posse do seu bem, na medida em que consiste em ponderação legislativa proporcional entre o direito constitucional do proprietário à justa indenização (art. 5..., XXIV, Constituição Federal de 1988/88) e os princípios constitucionais da eficiência e da economicidade (art. 37, caput, Constituição Federal de 1988/88). 3. Declaração da inconstitucionalidade do termo até e interpretação conforme a Constituição do caput do art. 15-A, de maneira a incidir juros compensatórios sobre a diferença entre 80% do preço ofertado pelo ente público e o valor fixado na sentença. 4. Constitucionalidade dos §§ 1..., 2... e 4..., do art. 15-A, do Decreto-lei n 3.365/1941, ao determinarem a não incidência dos juros compensatórios nas hipóteses em que (i) não haja comprovação de 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO efetiva perda de renda pelo proprietário com a imissão provisória na posse (§ 1...), (ii) o imóvel tenha graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero (§ 2...), e (iii) sobre o período anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada pelo autor da ação. Voto reajustado para expressar o entendimento da maioria. (...) 7. Ação direta julgada parcialmente procedente. Fixação das seguintes teses: (i) É constitucional o percentual de juros compensatórios de 6% (seis por cento) ao ano para a remuneração pela imissão provisória na posse de bem objeto de desapropriação; (ii) A base de cálculo dos juros compensatórios em desapropriações corresponde à diferença entre 80% do preço ofertado pelo ente público e o valor fixado na sentença; (iii) São constitucionais as normas que condicionam a incidência de juros compensatórios à produtividade da propriedade; (iv) É constitucional a estipulação de parâmetros mínimo e máximo para a concessão de honorários advocatícios em desapropriações, sendo, contudo, vedada a fixação de um valor nominal máximo de honorários” (DJe 28.5.2018). No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.418, Relator o Ministro Teori Zavascki, o Plenário deste Supremo Tribunal decidiu: “CONSTITUCIONAL. LEGITIMIDADE DAS NORMAS ESTABELECENDO PRAZO DE TRINTA DIAS PARA EMBARGOS À EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (ART. 1...-B DA LEI 9.494/97) E PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS PARA AÇÕES DE INDENIZAÇÃO CONTRA PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO E PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS (ART. 1...-C DA LEI 9.494/97). LEGITIMIDADE DA NORMA PROCESSUAL QUE INSTITUI HIPÓTESE DE INEXIGIBILIDADE DE TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL EIVADO DE INCONSTITUCIONALIDADE QUALIFICADA (ART. 741, PARÁGRAFO ÚNICO E ART. 475-L, § 1... DO Código de Processo Civil/73; ART. 525, § 1..., III E §§ 12 E 14 E ART. 535, III, § 5... DO Código de Processo Civil/15). 1. É constitucional a norma decorrente do art. 1...-B 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO efetiva perda de renda pelo proprietário com a imissão provisória na posse (§ 1...), (ii) o imóvel tenha graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero (§ 2...), e (iii) sobre o período anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada pelo autor da ação. Voto reajustado para expressar o entendimento da maioria. (...) 7. Ação direta julgada parcialmente procedente. Fixação das seguintes teses: (i) É constitucional o percentual de juros compensatórios de 6% (seis por cento) ao ano para a remuneração pela imissão provisória na posse de bem objeto de desapropriação; (ii) A base de cálculo dos juros compensatórios em desapropriações corresponde à diferença entre 80% do preço ofertado pelo ente público e o valor fixado na sentença; (iii) São constitucionais as normas que condicionam a incidência de juros compensatórios à produtividade da propriedade; (iv) É constitucional a estipulação de parâmetros mínimo e máximo para a concessão de honorários advocatícios em desapropriações, sendo, contudo, vedada a fixação de um valor nominal máximo de honorários” (DJe 28.5.2018). No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.418, Relator o Ministro Teori Zavascki, o Plenário deste Supremo Tribunal decidiu: “CONSTITUCIONAL. LEGITIMIDADE DAS NORMAS ESTABELECENDO PRAZO DE TRINTA DIAS PARA EMBARGOS À EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (ART. 1...-B DA LEI 9.494/97) E PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS PARA AÇÕES DE INDENIZAÇÃO CONTRA PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO E PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS (ART. 1...-C DA LEI 9.494/97). LEGITIMIDADE DA NORMA PROCESSUAL QUE INSTITUI HIPÓTESE DE INEXIGIBILIDADE DE TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL EIVADO DE INCONSTITUCIONALIDADE QUALIFICADA (ART. 741, PARÁGRAFO ÚNICO E ART. 475-L, § 1... DO Código de Processo Civil/73; ART. 525, § 1..., III E §§ 12 E 14 E ART. 535, III, § 5... DO Código de Processo Civil/15). 1. É constitucional a norma decorrente do art. 1...-B 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO da Lei 9.494/97, que fixa em trinta dias o prazo para a propositura de embargos à execução de título judicial contra a Fazenda Pública. 2. É constitucional a norma decorrente do art. 1...-C da Lei 9.494/97, que fixa em cinco anos o prazo prescricional para as ações de indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, reproduzindo a regra já estabelecida, para a União, os Estados e os Municípios, no art. 1... do Decreto 20.910/32. 3. São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do Código de Processo Civil, do § 1... do art. 475-L, ambos do Código de Processo Civil/73, bem como os correspondentes dispositivos do Código de Processo Civil/15, o art. 525, § 1..., III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5.... São dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado, assim caracterizado nas hipóteses em que (a) a sentença exequenda esteja fundada em norma reconhecidamente inconstitucional – seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com um sentido inconstitucionais; ou (b) a sentença exequenda tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional; e (c) desde que, em qualquer dos casos, o reconhecimento dessa constitucionalidade ou a inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do Supremo Tribunal Federal realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. 4. Ação julgada improcedente” (DJe 17.11.2016). Na espécie, o ato reclamado constitui decisão de indeferimento da impugnação do cumprimento de sentença em análise. Nele, a autoridade reclamada não decidiu sobre os juros compensatórios ou de qualquer outra natureza. Apenas manteve hígido o título judicial transitado em julgado que deu origem ao cumprimento de sentença. Ausente a identidade material com as decisões paradigmas que se alegam descumpridas. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO da Lei 9.494/97, que fixa em trinta dias o prazo para a propositura de embargos à execução de título judicial contra a Fazenda Pública. 2. É constitucional a norma decorrente do art. 1...-C da Lei 9.494/97, que fixa em cinco anos o prazo prescricional para as ações de indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, reproduzindo a regra já estabelecida, para a União, os Estados e os Municípios, no art. 1... do Decreto 20.910/32. 3. São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do Código de Processo Civil, do § 1... do art. 475-L, ambos do Código de Processo Civil/73, bem como os correspondentes dispositivos do Código de Processo Civil/15, o art. 525, § 1..., III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5.... São dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado, assim caracterizado nas hipóteses em que (a) a sentença exequenda esteja fundada em norma reconhecidamente inconstitucional – seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com um sentido inconstitucionais; ou (b) a sentença exequenda tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional; e (c) desde que, em qualquer dos casos, o reconhecimento dessa constitucionalidade ou a inconstitucionalidade tenha decorrido de julgamento do Supremo Tribunal Federal realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. 4. Ação julgada improcedente” (DJe 17.11.2016). Na espécie, o ato reclamado constitui decisão de indeferimento da impugnação do cumprimento de sentença em análise. Nele, a autoridade reclamada não decidiu sobre os juros compensatórios ou de qualquer outra natureza. Apenas manteve hígido o título judicial transitado em julgado que deu origem ao cumprimento de sentença. Ausente a identidade material com as decisões paradigmas que se alegam descumpridas. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO Em situações nas quais não há estrita aderência entre o que analisado e decidido nas decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal apontadas como paradigmas e a matéria posta na decisão reclamada, este Supremo Tribunal julga incabível a reclamação: Rcl n. 31.769-AgR/SP, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.11.2018; Rcl n. 30.553-AgR/SP, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 22.10.2018; Rcl n. 28.625-AgR/SP, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 6.9.2018; Rcl n. 29.137-ED/AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 13.6.2018; Rcl n. 29.364-AgR/DF, Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 17.4.2018; e Rcl n. 25.071-AgR/SC, Relator o Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 19.10.2017. 6. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 611.503, Tema 360, Redator para o acórdão o Ministro Edson Fachin, este Supremo Tribunal decidiu: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COISA JULGADA INCONSTITUCIONAL. ARTIGO 741, PARÁGRAFO ÚNICO, E ARTIGO 475-L, PARÁGRAFO PRIMEIRO, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973. ARTIGO 525, PARÁGRAFO PRIMEIRO, INCISO III, PARÁGRAFOS 12 E 14, E ARTIGO 535, PARÁGRAFO 5..., DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. 1. São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do Código de Processo Civil, do § 1... do art. 475-L, ambos do Código de Processo Civil/73, bem como os correspondentes dispositivos do Código de Processo Civil/15, o art. 525, § 1..., III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5.... 2. Os dispositivos questionados buscam harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, agregando ao sistema processual brasileiro, um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado. 3. São consideradas decisões com vícios de inconstitucionalidade qualificados: (a) a sentença exequenda fundada em norma reconhecidamente inconstitucional, seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com sentido inconstitucionais; (b) a sentença exequenda que tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional. 4. Para o 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO Em situações nas quais não há estrita aderência entre o que analisado e decidido nas decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal apontadas como paradigmas e a matéria posta na decisão reclamada, este Supremo Tribunal julga incabível a reclamação: Rcl n. 31.769-AgR/SP, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.11.2018; Rcl n. 30.553-AgR/SP, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 22.10.2018; Rcl n. 28.625-AgR/SP, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 6.9.2018; Rcl n. 29.137-ED/AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 13.6.2018; Rcl n. 29.364-AgR/DF, Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 17.4.2018; e Rcl n. 25.071-AgR/SC, Relator o Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 19.10.2017. 6. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 611.503, Tema 360, Redator para o acórdão o Ministro Edson Fachin, este Supremo Tribunal decidiu: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COISA JULGADA INCONSTITUCIONAL. ARTIGO 741, PARÁGRAFO ÚNICO, E ARTIGO 475-L, PARÁGRAFO PRIMEIRO, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973. ARTIGO 525, PARÁGRAFO PRIMEIRO, INCISO III, PARÁGRAFOS 12 E 14, E ARTIGO 535, PARÁGRAFO 5..., DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. 1. São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do Código de Processo Civil, do § 1... do art. 475-L, ambos do Código de Processo Civil/73, bem como os correspondentes dispositivos do Código de Processo Civil/15, o art. 525, § 1..., III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5.... 2. Os dispositivos questionados buscam harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição, agregando ao sistema processual brasileiro, um mecanismo com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado. 3. São consideradas decisões com vícios de inconstitucionalidade qualificados: (a) a sentença exequenda fundada em norma reconhecidamente inconstitucional, seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação ou com sentido inconstitucionais; (b) a sentença exequenda que tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional. 4. Para o 6 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO reconhecimento do vício de inconstitucionalidade qualificado exige-se que o julgamento do Supremo Tribunal Federal, que declara a norma constitucional ou inconstitucional, tenha sido realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento” (DJe 19.3.2019). Não se vislumbra descompasso entre o ato impugnado e a tese firmada pelo Supremo Tribunal Federal no paradigma de repercussão geral (Recurso Extraordinário n. 611.503, Tema 360), a afastar o cabimento da reclamação. Confiram-se, por exemplo, os seguintes julgados: “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. DECISÃO PELA QUAL SE SUSPENDEU O PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 631.363 E 632.212. TEMAS 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n. 46.166-ED, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 10.6.2021). “CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. TEMA 152 DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. No julgamento do Recurso Extraordinário 590.415, Rel. Min. Roberto Barroso – Tema 152 da repercussão geral, esta Corte considerou a importância da preservação e quitação, ampla e irrestrita, das parcelas objeto do contrato de emprego, quando referidas normas constarem expressamente no acordo coletivo que aprova a dispensa incentivada em planos de demissão. In casu, 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO reconhecimento do vício de inconstitucionalidade qualificado exige-se que o julgamento do Supremo Tribunal Federal, que declara a norma constitucional ou inconstitucional, tenha sido realizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento” (DJe 19.3.2019). Não se vislumbra descompasso entre o ato impugnado e a tese firmada pelo Supremo Tribunal Federal no paradigma de repercussão geral (Recurso Extraordinário n. 611.503, Tema 360), a afastar o cabimento da reclamação. Confiram-se, por exemplo, os seguintes julgados: “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. DECISÃO PELA QUAL SE SUSPENDEU O PROCESSO: FUNDAMENTO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 631.363 E 632.212. TEMAS 284 E 285. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO DE SOBRESTAMENTO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL N. 165. DESCABIMENTO DE RECLAMAÇÃO CONTRA ATO DE SOBRESTAMENTO COM FUNDAMENTO EM PARADIGMA DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE ESTRITA ADERÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n. 46.166-ED, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 10.6.2021). “CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. TEMA 152 DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. No julgamento do Recurso Extraordinário 590.415, Rel. Min. Roberto Barroso – Tema 152 da repercussão geral, esta Corte considerou a importância da preservação e quitação, ampla e irrestrita, das parcelas objeto do contrato de emprego, quando referidas normas constarem expressamente no acordo coletivo que aprova a dispensa incentivada em planos de demissão. In casu, 7 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RCL 42037 AGR / GO todavia, discute-se a validade de norma coletiva de trabalho que fixa limite de horas extras pagas a título de deslocamento (horas in itinere). Não há, pois, aderência estrita ao que decidido no julgamento do Tema 152. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl n. 34.566-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 6.8.2020). “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. TRABALHISTA. HORAS IN ITINERE. PREVISÃO EM ACORDO COLETIVO DE TRABALHO DE SUPRESSÃO DO SEU PAGAMENTO. ALEGADA SUBSTITUIÇÃO POR OUTROS BENEFÍCIOS. APLICAÇÃO PELO TRIBUNAL A QUO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 820.729. TEMA 762. SEMELHANÇA ENTRE O PRECEDENTE INVOCADO PELO TRIBUNAL A QUO E O CASO CONCRETO. ALEGAÇÃO DE APLICABILIDADE AO CASO CONCRETO DO QUE DECIDIDO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.415. TEMA 152. DISTINÇÃO ENTRE O PRECEDENTE INVOCADO PELA PARTE RECLAMANTE E O CASO CONCRETO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E DE ESTRITA ADERÊNCIA. PRECEDENTES. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO TEMA 1.046 DA REPERCUSSÃO GERAL. DECISÃO PARADIGMA POSTERIOR À DECISÃO RECLAMADA. PRECEDENTES. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n. 32.477-AgR-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 20.3.2020). 7. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 8. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Supremo Tribunal Federal RCL 42037 AGR / GO todavia, discute-se a validade de norma coletiva de trabalho que fixa limite de horas extras pagas a título de deslocamento (horas in itinere). Não há, pois, aderência estrita ao que decidido no julgamento do Tema 152. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl n. 34.566-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 6.8.2020). “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. TRABALHISTA. HORAS IN ITINERE. PREVISÃO EM ACORDO COLETIVO DE TRABALHO DE SUPRESSÃO DO SEU PAGAMENTO. ALEGADA SUBSTITUIÇÃO POR OUTROS BENEFÍCIOS. APLICAÇÃO PELO TRIBUNAL A QUO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 820.729. TEMA 762. SEMELHANÇA ENTRE O PRECEDENTE INVOCADO PELO TRIBUNAL A QUO E O CASO CONCRETO. ALEGAÇÃO DE APLICABILIDADE AO CASO CONCRETO DO QUE DECIDIDO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.415. TEMA 152. DISTINÇÃO ENTRE O PRECEDENTE INVOCADO PELA PARTE RECLAMANTE E O CASO CONCRETO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E DE ESTRITA ADERÊNCIA. PRECEDENTES. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO TEMA 1.046 DA REPERCUSSÃO GERAL. DECISÃO PARADIGMA POSTERIOR À DECISÃO RECLAMADA. PRECEDENTES. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO” (Rcl n. 32.477-AgR-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 20.3.2020). 7. Os argumentos da agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 8. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 8 Supremo Tribunal Federal Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2..., do Código de Processo Civil. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 87DD-FE41-4FB5-3D03 e senha 7E33-CE8A-0138-858B Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12 Extrato de Ata - 03/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 PROCED. : GOIÁS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) : MARCELO BUDAL CABRAL (29719/GO) AGDO.(A/S) : CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) : SYBELLE LEAL BRANQUINHO (21321/GO) INTDO.(A/S) : JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30EC-A1C5-D008-5B38 e senha B456-4856-F8D4-6940 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.037 PROCED. : GOIÁS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : VALEC ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S/A ADV.(A/S) : MARCELO BUDAL CABRAL (29719/GO) AGDO.(A/S) : CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO ADV.(A/S) : SYBELLE LEAL BRANQUINHO (21321/GO) INTDO.(A/S) : JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE RIO VERDE ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 30EC-A1C5-D008-5B38 e senha B456-4856-F8D4-6940 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
{ "JURISPRUDENCIA": [ "AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N . 2 . 332", "RECLAMAÇÃO 42 . 037", "AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N . 2 . 332", "ADI 2418 / DF", "Recurso Extraordinário 611503 / SP", "RECLAMAÇÃO 42 . 037", "ADI 2418 / DF", "Recurso Extraordinário 611503 / SP", "RCL 42037 AGR", "ADI 2418 / DF", "ADI 2 . 332", "ADI 2332", "ADI 2418 / DF", "ADI 2 . 332", "RCL", "ADI 2418 / DF", "ADI 2 . 332", "ADI 2332", "ADI 2418 / DF", "ADI 2 . 332", "Rcl n . 27 . 226 - AgR / AP", "Rcl n . 24 . 639 - AgR / PR", "Rcl n . 31 . 543 - AgR / RS", "Recurso Extraordinário com Agravo n . 1 . 168 . 612", "Súmulas ns . 279 , 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal", "Rcl n . 27 . 226", "-", "AgR", "/", "AP", "Rcl n . 24 . 639 - AgR / PR", "Rcl n . 31 . 543 - AgR / RS", "Recurso Extraordinário com Agravo n . 1 . 168 . 612", "Súmulas ns . 279 , 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal", "Súmulas 618 do Supremo Tribunal Federal", "ADIn 2 . 332 - 2", "ADIN 2 . 332", "Súmula n . 408", "Súmula n . 618 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 70", "Súmulas 618 do Supremo Tribunal Federal", "ADIn 2 . 332 - 2", "ADIN 2 . 332", "Súmula n . 408", "Súmula n . 618 do Supremo Tribunal Federal", "Súmula 70 do Superior Tribunal de Justiça", "RCL 42037", "ADI 2332", "ADI 2 . 332 - DF", "Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 418", "Recurso Extraordinário n . 611 . 503", "Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 332", "ADI 2332", "ADI 2 . 332 - DF", "Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 418", "Recurso Extraordinário n . 611 . 503", "Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 332", "RCL 42037 AGR", "Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 418", "RCL 42037 AGR", "Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 418", "Rcl n . 31 . 769 - AgR / SP", "Rcl n . 30 . 553 - AgR / SP", "Rcl n . 28 . 625 - AgR / SP", "Rcl n . 29 . 137 - ED / AgR", "Rcl n . 29 . 364 - AgR / DF", "Rcl n . 25 . 071 - AgR / SC", "Recurso Extraordinário n . 611 . 503", "Rcl n . 31 . 769 - AgR / SP", "Rcl n . 30 . 553 - AgR / SP", "Rcl n . 28 . 625 - AgR / SP", "Rcl n . 29 . 137 - ED / AgR", "Rcl n . 29 . 364 - AgR / DF", "Rcl n . 25 . 071 - AgR / SC", "Recurso Extraordinário n . 611 . 503", "RCL 42037 AGR", "Recurso Extraordinário n . 611 . 503", "RECURSOS", "Rcl n . 46 . 166 - ED", "Recurso Extraordinário 590 . 415", "RCL 42037 AGR / GO", "Recurso Extraordinário n . 611 . 503", "Rcl n", "Recurso Extraordinário 590 . 415", "RCL 42037", "Rcl n . 34 . 566 - AgR", "Rcl n . 32 . 477 - AgR - AgR", "RCL 42037 AGR", "Rcl n . 34 . 566 - AgR", "Rcl n . 32 . 477 - AgR - AgR", "RECLAMAÇÃO" ], "LEGISLACAO": [ "205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "artigos", "art . 525 , § 1 . . . , III e § § 12 e 14 ; e", "art . 535 , § 5 . . . , todos do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "artigos", "art . 525 , § 1 . . . , III e § § 12 e 14 ;", "art . 535 , § 5 . . . , todos do Código de Processo Civil", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "DECRETO", "-", "LEI N . 3 . 365 / 1941", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "DECRETO", "-", "LEI N . 3 . 365 / 1941", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 15 - A do DL 3 . 365 / 41", "Medida Provisória n . 1 . 577", "§", "art . 27 do Decreto - Lei n . 3 . 365 / 41", "Medida Provisória n . 2 . 183 - 56", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "artigo 15 - A do DL 3 .", "Medida Provisória n . 1 . 577", "art . 27 do Decreto - Lei n . 3 . 365 / 41", "Medida Provisória n . 2 . 183 - 56", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art . 5 . . . , XXIV , Constituição Federal de 1988 / 88", "art . 37 , caput , Constituição Federal de 1988 / 88", "Constituição", "art . 15 - A , do Decreto - lei n 3 . 365 / 1941", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "art", "art . 37 , caput , Constituição Federal de 1988 / 88", "Constituição", "art . 15 - A , do Decreto -", "lei n 3 . 365 / 1941", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "ART . 1 . . . - B DA LEI 9 . 494 / 97", "ART . 1 . . . - C DA LEI 9 . 494 / 97", "ART . 741 , PARÁGRAFO ÚNICO E", "ART . 475 - L , § 1 . . . DO Código de Processo Civil / 73", "ART . 525 , § 1 . . . , III E § § 12 E 14 E ART . 535 , III , § 5 . . . DO Código de Processo Civil / 15", "Art . 205 , § 2 . . . , do Código de Processo Civil", "ART . 1 . . . - B DA LEI 9 .", "ART . 1 . . . - C DA LEI 9 . 494 / 97", "ART . 741 , PARÁGRAFO ÚNICO E ART . 475 - L , § 1 . . . DO Código de Processo Civil / 73", "ART . 525 , § 1 . . . , III E § § 12 E 14 E ART . 535 , III , § 5 . . . 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Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Rosa Weber", "Marco Aurélio", "Edson Fachin", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Roberto Barroso", "Cármen Lúcia", "Roberto Barroso", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "Edson Fachin", "Luiz Fux", "Cármen", "Edson Fachin", "Luiz Fux", "Cármen Lúcia", "CÁRMEN LÚCIA", "MARCELO BUDAL CABRAL", "CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO", "SYBELLE LEAL BRANQUINHO", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Hannah Gevartosky", "CÁRMEN LÚCIA", "MARCELO BUDAL CABRAL", "CHRYSSIEN WANNESSA NOVAES DE CARVALHO", "SYBELLE LEAL BRANQUINHO", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", "2021", "3 de agosto de 2021", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", ".", "5", ".", "2021", "25", ".", "5", ".", "2021", "12", ".", "6", ".", "2021", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", ".", "5", ".", "2021", 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".", "2018", "22", ".", "10", ".", "2018", "6", ".", "9", ".", "2018", "13", ".", "6", ".", "2018", "17", ".", "4", ".", "2018", "19", ".", "10", ".", "2017", "9", ".", "11", ".", "2018", "22", ".", "10", ".", "2018", "6", ".", "9", ".", "2018", "13", ".", "6", ".", "2018", "17", ".", "4", ".", "2018", "19", ".", "10", ".", "2017", "19", ".", "3", ".", "2019", "10", ".", "6", ".", "2021", "19", ".", "3", ".", "2019", "10", ".", "6", ".", "2021", "6", ".", "8", ".", "2020", "20", ".", "3", ".", "2020", "6", ".", "8", ".", "2020", "20", ".", "3", ".", "2020", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMBDO.(A/S) :FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) :RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. AFRONTA AO DECIDIDO NA ADI 3.395/DF. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM PARA PRONUNCIAR-SE SOBRE A EXISTÊNCIA, A VALIDADE E A EFICÁCIA DA RELAÇÃO ENTRE SERVIDORES E O PODER PÚBLICO, FUNDADA EM VÍNCULO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. PRECEDENTE DO PLENÁRIO DESTA CORTE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS COM EFEITOS INFRINGENTES. 1. No julgamento da ADI 3.395, esta CORTE reconheceu que a interpretação adequadamente constitucional da expressão relação do trabalho deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder Público e seus servidores (Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 15/4/2020). 2. A decisão aqui embargada foi proferida pela Primeira Turma na Sessão Virtual de 27/11/2020 a 4/12/2020. Entretanto, na Sessão Virtual de 12/3/2021 a 19/3/2021, o Plenário desta CORTE concluiu, na Rcl 44.025 (Rel. Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES), cuja parte autora e objeto de análise são idênticos aos do presente caso, pela competência da Justiça Comum para analisar a demanda. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E33-C3E8-CD6D-3E19 e senha F0A1-8E48-A674-A6C5 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 Ementa e Acórdão RCL 42823 AGR-ED / RO 3. Portanto, não se pode admitir que, em dois casos essencialmente idênticos, esta CORTE decida de forma diametralmente oposta, motivo pelo qual o Acórdão impugnado deve ser ajustado ao que decidido pelo Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prevalecendo o entendimento de que compete à Justiça Comum analisar as demandas envolvendo a FUNASA e seus servidores. 4. Dessa forma, não cabe à Justiça Especializada, como ocorreu no presente caso, apreciar a regularidade do vínculo firmado entre o servidor e o Poder Público. Precedentes. 5. Embargos de declaração acolhidos. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por maioria, acordam em acolher os embargos de declaração para, dando a eles efeito modificativo, cassar os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e determinar a remessa dos autos à Justiça Comum, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros MARCO AURÉLIO, Relator, e ROSA WEBER. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator p/ o Acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E33-C3E8-CD6D-3E19 e senha F0A1-8E48-A674-A6C5 Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO 3. Portanto, não se pode admitir que, em dois casos essencialmente idênticos, esta CORTE decida de forma diametralmente oposta, motivo pelo qual o Acórdão impugnado deve ser ajustado ao que decidido pelo Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prevalecendo o entendimento de que compete à Justiça Comum analisar as demandas envolvendo a FUNASA e seus servidores. 4. Dessa forma, não cabe à Justiça Especializada, como ocorreu no presente caso, apreciar a regularidade do vínculo firmado entre o servidor e o Poder Público. Precedentes. 5. Embargos de declaração acolhidos. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por maioria, acordam em acolher os embargos de declaração para, dando a eles efeito modificativo, cassar os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e determinar a remessa dos autos à Justiça Comum, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros MARCO AURÉLIO, Relator, e ROSA WEBER. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator p/ o Acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E33-C3E8-CD6D-3E19 e senha F0A1-8E48-A674-A6C5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) EMBDO.(A/S) :FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) :RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO (555/RO) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Vinícius Machado Calixto prestou as seguintes informações: A Primeira Turma, na sessão encerrada em 4 de dezembro de 2020, desproveu o agravo, mantendo a decisão mediante a qual negado seguimento à reclamação. Eis a ementa do acórdão: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA DO TRABALHO – RECLAMAÇÃO – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 3.395 – ALCANCE. O Pleno, ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade nº 3.395, confirmando medida acauteladora, não excluiu, da Justiça do Trabalho, a competência para apreciar relação jurídica, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, entre o Poder Público e servidor. A Fundação Nacional de Saúde – Funasa aponta Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 505F-5BE6-87CA-A8DB e senha 5EA7-E156-CE46-6551 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) EMBDO.(A/S) :FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) :RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO (555/RO) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Vinícius Machado Calixto prestou as seguintes informações: A Primeira Turma, na sessão encerrada em 4 de dezembro de 2020, desproveu o agravo, mantendo a decisão mediante a qual negado seguimento à reclamação. Eis a ementa do acórdão: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA DO TRABALHO – RECLAMAÇÃO – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 3.395 – ALCANCE. O Pleno, ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade nº 3.395, confirmando medida acauteladora, não excluiu, da Justiça do Trabalho, a competência para apreciar relação jurídica, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, entre o Poder Público e servidor. A Fundação Nacional de Saúde – Funasa aponta Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 505F-5BE6-87CA-A8DB e senha 5EA7-E156-CE46-6551 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 Relatório RCL 42823 AGR-ED / RO contradição do ato atacado com pronunciamentos do Supremo a evidenciarem a competência da Justiça comum para o julgamento de ações de indenização de servidor por intoxicação. Diz necessário, considerada a segurança jurídica, uniformizar o tema. O embargado não apresentou contrarrazões – certidão de 9 de abril de 2021. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 505F-5BE6-87CA-A8DB e senha 5EA7-E156-CE46-6551 Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO contradição do ato atacado com pronunciamentos do Supremo a evidenciarem a competência da Justiça comum para o julgamento de ações de indenização de servidor por intoxicação. Diz necessário, considerada a segurança jurídica, uniformizar o tema. O embargado não apresentou contrarrazões – certidão de 9 de abril de 2021. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 505F-5BE6-87CA-A8DB e senha 5EA7-E156-CE46-6551 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Atendeu- se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por Procurador Federal, foi protocolada no prazo dobrado a que tem jus. Eis o decidido no julgamento do agravo: Conforme fiz ver no ato agravado, estando a pretensão baseada em fato ocorrido durante relação regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, o julgamento cabe à Justiça do Trabalho. Reitero o entendimento veiculado: […] 2. O Plenário Virtual, na sessão encerrada em 14 de abril de 2020, confirmou a medida acauteladora implementada na ação direta de inconstitucionalidade nº 3.395, adotando óptica a afastar qualquer sentido ao inciso I do artigo 114 da Lei Maior, na redação conferida pela Emenda de nº 45/2004, a revelar a competência da Justiça trabalhista para apreciar matéria de regime especial, jurídico-administrativa. Da leitura do ato questionado conclui-se envolvida reparação de dano surgido em período no qual o interessado mantinha vínculo celetista com o Poder Público, anterior à transmudação para estatutário. Confiram trecho da decisão atacada: […] O caso dos autos versa sobre de [sic] acometimento de doença ocupacional, no período em que o substituído, contratado pela antiga SUCAM, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96BD-2A15-03D5-61C4 e senha CF60-9E21-0554-396B Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Atendeu- se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por Procurador Federal, foi protocolada no prazo dobrado a que tem jus. Eis o decidido no julgamento do agravo: Conforme fiz ver no ato agravado, estando a pretensão baseada em fato ocorrido durante relação regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, o julgamento cabe à Justiça do Trabalho. Reitero o entendimento veiculado: […] 2. O Plenário Virtual, na sessão encerrada em 14 de abril de 2020, confirmou a medida acauteladora implementada na ação direta de inconstitucionalidade nº 3.395, adotando óptica a afastar qualquer sentido ao inciso I do artigo 114 da Lei Maior, na redação conferida pela Emenda de nº 45/2004, a revelar a competência da Justiça trabalhista para apreciar matéria de regime especial, jurídico-administrativa. Da leitura do ato questionado conclui-se envolvida reparação de dano surgido em período no qual o interessado mantinha vínculo celetista com o Poder Público, anterior à transmudação para estatutário. Confiram trecho da decisão atacada: […] O caso dos autos versa sobre de [sic] acometimento de doença ocupacional, no período em que o substituído, contratado pela antiga SUCAM, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96BD-2A15-03D5-61C4 e senha CF60-9E21-0554-396B Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RCL 42823 AGR-ED / RO atual FUNASA, no exercício de suas funções fez uso constante do pesticida DICLORO DIFENIL TRICOLOROETANO (DDT), entre os anos de 1980 a 1990, sem fornecimento de equipamentos de proteção adequados, em cujo período percebeu os reflexos da contaminação por exposição a tal "veneno", sem, contudo, fornecimento de tratamento médico para amenizar problemas de saúde originados a partir da intoxicação, o que ensejou o pedido de indenização por dano moral e material daí decorrente, referindo-se, expressamente ao período anterior à implantação do regime jurídico- administrativo. [...] Não há a arguida contrariedade ao assentado no processo objetivo. Define-se a competência conforme a ação proposta. Estando a pretensão baseada em fato ocorrido durante relação regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, o julgamento cabe à Justiça do Trabalho. Observem a organicidade e a instrumentalidade do Direito. Parte-se de exercício interpretativo para guindar, com queima de etapas, controvérsia ao Supremo. […] A embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar contradição na decisão impugnada, deixando de apresentar fundamentos capazes de alterar o pronunciamento. Pretende reexame da matéria de fundo, providência inviável nesta estreita via recursal. Conheço e desprovejo os embargos de declaração. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96BD-2A15-03D5-61C4 e senha CF60-9E21-0554-396B Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO atual FUNASA, no exercício de suas funções fez uso constante do pesticida DICLORO DIFENIL TRICOLOROETANO (DDT), entre os anos de 1980 a 1990, sem fornecimento de equipamentos de proteção adequados, em cujo período percebeu os reflexos da contaminação por exposição a tal "veneno", sem, contudo, fornecimento de tratamento médico para amenizar problemas de saúde originados a partir da intoxicação, o que ensejou o pedido de indenização por dano moral e material daí decorrente, referindo-se, expressamente ao período anterior à implantação do regime jurídico- administrativo. [...] Não há a arguida contrariedade ao assentado no processo objetivo. Define-se a competência conforme a ação proposta. Estando a pretensão baseada em fato ocorrido durante relação regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, o julgamento cabe à Justiça do Trabalho. Observem a organicidade e a instrumentalidade do Direito. Parte-se de exercício interpretativo para guindar, com queima de etapas, controvérsia ao Supremo. […] A embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar contradição na decisão impugnada, deixando de apresentar fundamentos capazes de alterar o pronunciamento. Pretende reexame da matéria de fundo, providência inviável nesta estreita via recursal. Conheço e desprovejo os embargos de declaração. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96BD-2A15-03D5-61C4 e senha CF60-9E21-0554-396B Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 Voto Vogal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMBDO.(A/S) :FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) :RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Os presentes Embargos de Declaração foram opostos contra Acórdão proferido pela 1ª Turma desta CORTE, que desproveu o Agravo Regimental em decisão assim ementada: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA DO TRABALHO – RECLAMAÇÃO – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 3.395 – ALCANCE. O Pleno, ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade nº 3.395, confirmando medida acauteladora, não excluiu, da Justiça do Trabalho, a competência para apreciar relação jurídica, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, entre o Poder Público e servidor. A parte Embargante requer “que esta Turma, para garantir a segurança jurídica e a uniformização dos entendimentos do STF, e para resguardar a força normativa da Constituição Federal, analise a possibilidade de adequar os entendimentos, julgando procedente a presente Reclamação. Diante do exposto, renova-se o pedido à Vossa Excelência de admissão dos embargos de declaração, para que seja sanada a contradição apontada, garantindo a plena autoridade das Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMBDO.(A/S) :FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) :RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Os presentes Embargos de Declaração foram opostos contra Acórdão proferido pela 1ª Turma desta CORTE, que desproveu o Agravo Regimental em decisão assim ementada: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA DO TRABALHO – RECLAMAÇÃO – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 3.395 – ALCANCE. O Pleno, ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade nº 3.395, confirmando medida acauteladora, não excluiu, da Justiça do Trabalho, a competência para apreciar relação jurídica, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, entre o Poder Público e servidor. A parte Embargante requer “que esta Turma, para garantir a segurança jurídica e a uniformização dos entendimentos do STF, e para resguardar a força normativa da Constituição Federal, analise a possibilidade de adequar os entendimentos, julgando procedente a presente Reclamação. Diante do exposto, renova-se o pedido à Vossa Excelência de admissão dos embargos de declaração, para que seja sanada a contradição apontada, garantindo a plena autoridade das Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 Voto Vogal RCL 42823 AGR-ED / RO decisões do STF. ” (doc. 58). Na presente Sessão Virtual, o Relator propõe a seguinte solução ao caso: EMBARGOS DECLARATÓRIOS VÍCIO INEXISTÊNCIA. Inexistindo, no acórdão formalizado, qualquer dos vícios que respaldam os embargos de declaração omissão, contradição, obscuridade e erro material, impõe-se o desprovimento.. É o breve relatório. Peço vênia ao Relator para lançar minha posição em sentido contrário. Com efeito, a decisão aqui embargada foi proferida pela Primeira Turma na Sessão Virtual de 27/11/2020 a 4/12/2020. Entretanto, na Sessão Virtual de 12/3/2021 a 19/3/2021, o Plenário desta CORTE concluiu, na Rcl 44.025 (Rel. Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão Min. ALEXANDRE DE MORAES), cuja parte autora e objeto de análise são idênticos aos do presente caso, pela competência da Justiça Comum para analisar a demanda: Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. AFRONTA AO QUE DECIDIDO NA ADI 3.395. OCORRÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM PARA PRONUNCIAR-SE SOBRE A EXISTÊNCIA, A VALIDADE E A EFICÁCIA DA RELAÇÃO ENTRE SERVIDORES E O PODER PÚBLICO, FUNDADA EM VÍNCULO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. PRECEDENTES. RECURSO DE AGRAVO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. 1. No julgamento da ADI 3.395, esta CORTE reconheceu que “a interpretação adequadamente constitucional da expressão relação do trabalho deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO decisões do STF. ” (doc. 58). Na presente Sessão Virtual, o Relator propõe a seguinte solução ao caso: EMBARGOS DECLARATÓRIOS VÍCIO INEXISTÊNCIA. Inexistindo, no acórdão formalizado, qualquer dos vícios que respaldam os embargos de declaração omissão, contradição, obscuridade e erro material, impõe-se o desprovimento.. É o breve relatório. Peço vênia ao Relator para lançar minha posição em sentido contrário. Com efeito, a decisão aqui embargada foi proferida pela Primeira Turma na Sessão Virtual de 27/11/2020 a 4/12/2020. Entretanto, na Sessão Virtual de 12/3/2021 a 19/3/2021, o Plenário desta CORTE concluiu, na Rcl 44.025 (Rel. Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão Min. ALEXANDRE DE MORAES), cuja parte autora e objeto de análise são idênticos aos do presente caso, pela competência da Justiça Comum para analisar a demanda: Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. AFRONTA AO QUE DECIDIDO NA ADI 3.395. OCORRÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM PARA PRONUNCIAR-SE SOBRE A EXISTÊNCIA, A VALIDADE E A EFICÁCIA DA RELAÇÃO ENTRE SERVIDORES E O PODER PÚBLICO, FUNDADA EM VÍNCULO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. PRECEDENTES. RECURSO DE AGRAVO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. 1. No julgamento da ADI 3.395, esta CORTE reconheceu que “a interpretação adequadamente constitucional da expressão relação do trabalho deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 Voto Vogal RCL 42823 AGR-ED / RO Público e seus servidores” (Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 15/4/2020). 2. A presente hipótese envolve relação jurídica travada entre a Administração Pública e servidor público submetido ao Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais - Lei 8.112/90 - o que, evidentemente, afasta a competência da Justiça Trabalhista, por envolver vínculo administrativo, ou seja, não regido pelo direito do trabalho. 3. Dessa forma, não cabe à Justiça Especializada, como ocorreu no presente caso, apreciar a regularidade do vínculo firmado entre o servidor e o Poder Público. No mesmo sentido, registram-se os seguintes casos ajuizados pela FUNASA: Rcl 42.935, de minha relatoria, DJe de 2/9/2020; Rcl 44.184, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 22/11/2020; Rcl 40.860, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 27/5/2020; Rcl 40.442, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 8/10/2020; Rcl 41.024, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 9/11/2020; Rcl 40.972, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJe de 19/8/2020; e Rcl 43.383, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 19/11/2020. 4. Recurso de agravo a que se dá provimento. (Rcl 44025 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 22/3/2021). O precedente citado transitou em julgado em 1º/6/2021. Portanto, não se pode admitir que, em dois casos essencialmente idênticos, esta CORTE decida de forma diametralmente oposta, motivo pelo qual o Acórdão impugnado deve ser ajustado ao que decidido pelo Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prevalecendo o entendimento de que compete à Justiça Comum analisar as demandas envolvendo a FUNASA e seus servidores. Ante o exposto, pedindo vênia ao Relator, ACOLHO OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, dando a eles efeito modificativo, a fim de que sejam cassados os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e DETERMINAR a remessa dos autos à Justiça Comum. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO Público e seus servidores” (Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 15/4/2020). 2. A presente hipótese envolve relação jurídica travada entre a Administração Pública e servidor público submetido ao Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais - Lei 8.112/90 - o que, evidentemente, afasta a competência da Justiça Trabalhista, por envolver vínculo administrativo, ou seja, não regido pelo direito do trabalho. 3. Dessa forma, não cabe à Justiça Especializada, como ocorreu no presente caso, apreciar a regularidade do vínculo firmado entre o servidor e o Poder Público. No mesmo sentido, registram-se os seguintes casos ajuizados pela FUNASA: Rcl 42.935, de minha relatoria, DJe de 2/9/2020; Rcl 44.184, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 22/11/2020; Rcl 40.860, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 27/5/2020; Rcl 40.442, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 8/10/2020; Rcl 41.024, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 9/11/2020; Rcl 40.972, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJe de 19/8/2020; e Rcl 43.383, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 19/11/2020. 4. Recurso de agravo a que se dá provimento. (Rcl 44025 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 22/3/2021). O precedente citado transitou em julgado em 1º/6/2021. Portanto, não se pode admitir que, em dois casos essencialmente idênticos, esta CORTE decida de forma diametralmente oposta, motivo pelo qual o Acórdão impugnado deve ser ajustado ao que decidido pelo Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prevalecendo o entendimento de que compete à Justiça Comum analisar as demandas envolvendo a FUNASA e seus servidores. Ante o exposto, pedindo vênia ao Relator, ACOLHO OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, dando a eles efeito modificativo, a fim de que sejam cassados os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e DETERMINAR a remessa dos autos à Justiça Comum. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Voto Vogal RCL 42823 AGR-ED / RO É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 PROCED. : RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) EMBDO.(A/S) : FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) : RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO (555/RO) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, acolheu os embargos de declaração para, dando a eles efeito modificativo, cassar os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e determinar a remessa dos autos à Justiça Comum, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, e Rosa Weber. Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4899-97CA-D381-7F99 e senha 480E-0AD5-BC7D-A7E4 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 PROCED. : RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) EMBDO.(A/S) : FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) : RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO (555/RO) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, acolheu os embargos de declaração para, dando a eles efeito modificativo, cassar os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e determinar a remessa dos autos à Justiça Comum, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, e Rosa Weber. Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4899-97CA-D381-7F99 e senha 480E-0AD5-BC7D-A7E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757709899
2021-08-03T00:00:00
2021-10-13T00:00:00
A Turma, por maioria, acolheu os embargos de declaração para, dando a eles efeito modificativo, cassar os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e determinar a remessa dos autos à Justiça Comum, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, e Rosa Weber. Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO
Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. AFRONTA AO DECIDIDO NA ADI 3.395/DF. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM PARA PRONUNCIAR-SE SOBRE A EXISTÊNCIA, A VALIDADE E A EFICÁCIA DA RELAÇÃO ENTRE SERVIDORES E O PODER PÚBLICO, FUNDADA EM VÍNCULO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. PRECEDENTE DO PLENÁRIO DESTA CORTE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS COM EFEITOS INFRINGENTES. 1. No julgamento da ADI 3.395, esta CORTE reconheceu que a interpretação adequadamente constitucional da expressão relação do trabalho deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder Público e seus servidores (Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 15/4/2020). 2. A decisão aqui embargada foi proferida pela Primeira Turma na Sessão Virtual de 27/11/2020 a 4/12/2020. Entretanto, na Sessão Virtual de 12/3/2021 a 19/3/2021, o Plenário desta CORTE concluiu, na Rcl 44.025 (Rel. Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES), cuja parte autora e objeto de análise são idênticos aos do presente caso, pela competência da Justiça Comum para analisar a demanda. 3. Portanto, não se pode admitir que, em dois casos essencialmente idênticos, esta CORTE decida de forma diametralmente oposta, motivo pelo qual o Acórdão impugnado deve ser ajustado ao que decidido pelo Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prevalecendo o entendimento de que compete à Justiça Comum analisar as demandas envolvendo a FUNASA e seus servidores. 4. Dessa forma, não cabe à Justiça Especializada, como ocorreu no presente caso, apreciar a regularidade do vínculo firmado entre o servidor e o Poder Público. Precedentes. 5. Embargos de declaração acolhidos.
sjur454312
- Acórdão(s) citado(s): (COMPETÊNCIA, JUSTIÇA DO TRABALHO, VÍNCULO DE EMPREGO, REGIME CELETISTA, SERVIDOR PÚBLICO, PODER PÚBLICO) ADI 3395 (TP). (COMPETÊNCIA, JUSTIÇA COMUM, VÍNCULO DE EMPREGO, SERVIDOR PÚBLICO, PODER PÚBLICO) Rcl 44025 AgR (TP). Número de páginas: 11. Análise: 28/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
42823
null
Rcl-AgR-ED
acordaos
Rcl 42823 AgR-ED
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EMBTE.(S) : FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMBDO.(A/S) : FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) : RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMBDO.(A/S) :FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) :RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14... REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. AFRONTA AO DECIDIDO NA ADI 3.395/DF. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM PARA PRONUNCIAR-SE SOBRE A EXISTÊNCIA, A VALIDADE E A EFICÁCIA DA RELAÇÃO ENTRE SERVIDORES E O PODER PÚBLICO, FUNDADA EM VÍNCULO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. PRECEDENTE DO PLENÁRIO DESTA CORTE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS COM EFEITOS INFRINGENTES. 1. No julgamento da ADI 3.395, esta CORTE reconheceu que a interpretação adequadamente constitucional da expressão relação do trabalho deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder Público e seus servidores (Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 15/4/2020). 2. A decisão aqui embargada foi proferida pela Primeira Turma na Sessão Virtual de 27/11/2020 a 4/12/2020. Entretanto, na Sessão Virtual de 12/3/2021 a 19/3/2021, o Plenário desta CORTE concluiu, na Rcl 44.025 (Rel. Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES), cuja parte autora e objeto de análise são idênticos aos do presente caso, pela competência da Justiça Comum para analisar a demanda. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E33-C3E8-CD6D-3E19 e senha F0A1-8E48-A674-A6C5 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 Ementa e Acórdão RCL 42823 AGR-ED / RO 3. Portanto, não se pode admitir que, em dois casos essencialmente idênticos, esta CORTE decida de forma diametralmente oposta, motivo pelo qual o Acórdão impugnado deve ser ajustado ao que decidido pelo Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prevalecendo o entendimento de que compete à Justiça Comum analisar as demandas envolvendo a FUNASA e seus servidores. 4. Dessa forma, não cabe à Justiça Especializada, como ocorreu no presente caso, apreciar a regularidade do vínculo firmado entre o servidor e o Poder Público. Precedentes. 5. Embargos de declaração acolhidos. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por maioria, acordam em acolher os embargos de declaração para, dando a eles efeito modificativo, cassar os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e determinar a remessa dos autos à Justiça Comum, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros MARCO AURÉLIO, Relator, e ROSA WEBER. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator p/ o Acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E33-C3E8-CD6D-3E19 e senha F0A1-8E48-A674-A6C5 Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO 3. Portanto, não se pode admitir que, em dois casos essencialmente idênticos, esta CORTE decida de forma diametralmente oposta, motivo pelo qual o Acórdão impugnado deve ser ajustado ao que decidido pelo Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prevalecendo o entendimento de que compete à Justiça Comum analisar as demandas envolvendo a FUNASA e seus servidores. 4. Dessa forma, não cabe à Justiça Especializada, como ocorreu no presente caso, apreciar a regularidade do vínculo firmado entre o servidor e o Poder Público. Precedentes. 5. Embargos de declaração acolhidos. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por maioria, acordam em acolher os embargos de declaração para, dando a eles efeito modificativo, cassar os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e determinar a remessa dos autos à Justiça Comum, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros MARCO AURÉLIO, Relator, e ROSA WEBER. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator p/ o Acórdão 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7E33-C3E8-CD6D-3E19 e senha F0A1-8E48-A674-A6C5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) EMBDO.(A/S) :FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) :RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO (555/RO) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14... REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Vinícius Machado Calixto prestou as seguintes informações: A Primeira Turma, na sessão encerrada em 4 de dezembro de 2020, desproveu o agravo, mantendo a decisão mediante a qual negado seguimento à reclamação. Eis a ementa do acórdão: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA DO TRABALHO – RECLAMAÇÃO – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE n 3.395 – ALCANCE. O Pleno, ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade n 3.395, confirmando medida acauteladora, não excluiu, da Justiça do Trabalho, a competência para apreciar relação jurídica, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, entre o Poder Público e servidor. A Fundação Nacional de Saúde – Funasa aponta Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 505F-5BE6-87CA-A8DB e senha 5EA7-E156-CE46-6551 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) EMBDO.(A/S) :FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) :RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO (555/RO) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14... REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O assessor Vinícius Machado Calixto prestou as seguintes informações: A Primeira Turma, na sessão encerrada em 4 de dezembro de 2020, desproveu o agravo, mantendo a decisão mediante a qual negado seguimento à reclamação. Eis a ementa do acórdão: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA DO TRABALHO – RECLAMAÇÃO – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE n 3.395 – ALCANCE. O Pleno, ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade n 3.395, confirmando medida acauteladora, não excluiu, da Justiça do Trabalho, a competência para apreciar relação jurídica, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, entre o Poder Público e servidor. A Fundação Nacional de Saúde – Funasa aponta Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 505F-5BE6-87CA-A8DB e senha 5EA7-E156-CE46-6551 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 Relatório RCL 42823 AGR-ED / RO contradição do ato atacado com pronunciamentos do Supremo a evidenciarem a competência da Justiça comum para o julgamento de ações de indenização de servidor por intoxicação. Diz necessário, considerada a segurança jurídica, uniformizar o tema. O embargado não apresentou contrarrazões – certidão de 9 de abril de 2021. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 505F-5BE6-87CA-A8DB e senha 5EA7-E156-CE46-6551 Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO contradição do ato atacado com pronunciamentos do Supremo a evidenciarem a competência da Justiça comum para o julgamento de ações de indenização de servidor por intoxicação. Diz necessário, considerada a segurança jurídica, uniformizar o tema. O embargado não apresentou contrarrazões – certidão de 9 de abril de 2021. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 505F-5BE6-87CA-A8DB e senha 5EA7-E156-CE46-6551 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Atendeu- se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por Procurador Federal, foi protocolada no prazo dobrado a que tem jus. Eis o decidido no julgamento do agravo: Conforme fiz ver no ato agravado, estando a pretensão baseada em fato ocorrido durante relação regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, o julgamento cabe à Justiça do Trabalho. Reitero o entendimento veiculado: […] 2. O Plenário Virtual, na sessão encerrada em 14 de abril de 2020, confirmou a medida acauteladora implementada na ação direta de inconstitucionalidade n 3.395, adotando óptica a afastar qualquer sentido ao inciso I do artigo 114 da Lei Maior, na redação conferida pela Emenda de n 45/2004, a revelar a competência da Justiça trabalhista para apreciar matéria de regime especial, jurídico-administrativa. Da leitura do ato questionado conclui-se envolvida reparação de dano surgido em período no qual o interessado mantinha vínculo celetista com o Poder Público, anterior à transmudação para estatutário. Confiram trecho da decisão atacada: […] O caso dos autos versa sobre de [sic] acometimento de doença ocupacional, no período em que o substituído, contratado pela antiga SUCAM, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96BD-2A15-03D5-61C4 e senha CF60-9E21-0554-396B Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Atendeu- se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por Procurador Federal, foi protocolada no prazo dobrado a que tem jus. Eis o decidido no julgamento do agravo: Conforme fiz ver no ato agravado, estando a pretensão baseada em fato ocorrido durante relação regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, o julgamento cabe à Justiça do Trabalho. Reitero o entendimento veiculado: […] 2. O Plenário Virtual, na sessão encerrada em 14 de abril de 2020, confirmou a medida acauteladora implementada na ação direta de inconstitucionalidade n 3.395, adotando óptica a afastar qualquer sentido ao inciso I do artigo 114 da Lei Maior, na redação conferida pela Emenda de n 45/2004, a revelar a competência da Justiça trabalhista para apreciar matéria de regime especial, jurídico-administrativa. Da leitura do ato questionado conclui-se envolvida reparação de dano surgido em período no qual o interessado mantinha vínculo celetista com o Poder Público, anterior à transmudação para estatutário. Confiram trecho da decisão atacada: […] O caso dos autos versa sobre de [sic] acometimento de doença ocupacional, no período em que o substituído, contratado pela antiga SUCAM, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96BD-2A15-03D5-61C4 e senha CF60-9E21-0554-396B Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RCL 42823 AGR-ED / RO atual FUNASA, no exercício de suas funções fez uso constante do pesticida DICLORO DIFENIL TRICOLOROETANO (DDT), entre os anos de 1980 a 1990, sem fornecimento de equipamentos de proteção adequados, em cujo período percebeu os reflexos da contaminação por exposição a tal "veneno", sem, contudo, fornecimento de tratamento médico para amenizar problemas de saúde originados a partir da intoxicação, o que ensejou o pedido de indenização por dano moral e material daí decorrente, referindo-se, expressamente ao período anterior à implantação do regime jurídico- administrativo. [...] Não há a arguida contrariedade ao assentado no processo objetivo. Define-se a competência conforme a ação proposta. Estando a pretensão baseada em fato ocorrido durante relação regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, o julgamento cabe à Justiça do Trabalho. Observem a organicidade e a instrumentalidade do Direito. Parte-se de exercício interpretativo para guindar, com queima de etapas, controvérsia ao Supremo. […] A embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar contradição na decisão impugnada, deixando de apresentar fundamentos capazes de alterar o pronunciamento. Pretende reexame da matéria de fundo, providência inviável nesta estreita via recursal. Conheço e desprovejo os embargos de declaração. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96BD-2A15-03D5-61C4 e senha CF60-9E21-0554-396B Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO atual FUNASA, no exercício de suas funções fez uso constante do pesticida DICLORO DIFENIL TRICOLOROETANO (DDT), entre os anos de 1980 a 1990, sem fornecimento de equipamentos de proteção adequados, em cujo período percebeu os reflexos da contaminação por exposição a tal "veneno", sem, contudo, fornecimento de tratamento médico para amenizar problemas de saúde originados a partir da intoxicação, o que ensejou o pedido de indenização por dano moral e material daí decorrente, referindo-se, expressamente ao período anterior à implantação do regime jurídico- administrativo. [...] Não há a arguida contrariedade ao assentado no processo objetivo. Define-se a competência conforme a ação proposta. Estando a pretensão baseada em fato ocorrido durante relação regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, o julgamento cabe à Justiça do Trabalho. Observem a organicidade e a instrumentalidade do Direito. Parte-se de exercício interpretativo para guindar, com queima de etapas, controvérsia ao Supremo. […] A embargante desenvolve narrativa destoante do propósito de sanar contradição na decisão impugnada, deixando de apresentar fundamentos capazes de alterar o pronunciamento. Pretende reexame da matéria de fundo, providência inviável nesta estreita via recursal. Conheço e desprovejo os embargos de declaração. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 96BD-2A15-03D5-61C4 e senha CF60-9E21-0554-396B Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 Voto Vogal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMBDO.(A/S) :FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) :RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14... REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Os presentes Embargos de Declaração foram opostos contra Acórdão proferido pela 1... Turma desta CORTE, que desproveu o Agravo Regimental em decisão assim ementada: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA DO TRABALHO – RECLAMAÇÃO – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE n 3.395 – ALCANCE. O Pleno, ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade n 3.395, confirmando medida acauteladora, não excluiu, da Justiça do Trabalho, a competência para apreciar relação jurídica, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, entre o Poder Público e servidor. A parte Embargante requer “que esta Turma, para garantir a segurança jurídica e a uniformização dos entendimentos do Supremo Tribunal Federal, e para resguardar a força normativa da Constituição Federal, analise a possibilidade de adequar os entendimentos, julgando procedente a presente Reclamação. Diante do exposto, renova-se o pedido à Vossa Excelência de admissão dos embargos de declaração, para que seja sanada a contradição apontada, garantindo a plena autoridade das Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL EMBDO.(A/S) :FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) :RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14... REGIÃO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Os presentes Embargos de Declaração foram opostos contra Acórdão proferido pela 1... Turma desta CORTE, que desproveu o Agravo Regimental em decisão assim ementada: COMPETÊNCIA – JUSTIÇA DO TRABALHO – RECLAMAÇÃO – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE n 3.395 – ALCANCE. O Pleno, ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade n 3.395, confirmando medida acauteladora, não excluiu, da Justiça do Trabalho, a competência para apreciar relação jurídica, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, entre o Poder Público e servidor. A parte Embargante requer “que esta Turma, para garantir a segurança jurídica e a uniformização dos entendimentos do Supremo Tribunal Federal, e para resguardar a força normativa da Constituição Federal, analise a possibilidade de adequar os entendimentos, julgando procedente a presente Reclamação. Diante do exposto, renova-se o pedido à Vossa Excelência de admissão dos embargos de declaração, para que seja sanada a contradição apontada, garantindo a plena autoridade das Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 Voto Vogal RCL 42823 AGR-ED / RO decisões do Supremo Tribunal Federal. ” (doc. 58). Na presente Sessão Virtual, o Relator propõe a seguinte solução ao caso: EMBARGOS DECLARATÓRIOS VÍCIO INEXISTÊNCIA. Inexistindo, no acórdão formalizado, qualquer dos vícios que respaldam os embargos de declaração omissão, contradição, obscuridade e erro material, impõe-se o desprovimento.. É o breve relatório. Peço vênia ao Relator para lançar minha posição em sentido contrário. Com efeito, a decisão aqui embargada foi proferida pela Primeira Turma na Sessão Virtual de 27/11/2020 a 4/12/2020. Entretanto, na Sessão Virtual de 12/3/2021 a 19/3/2021, o Plenário desta CORTE concluiu, na Rcl 44.025 (Rel. Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão Min. ALEXANDRE DE MORAES), cuja parte autora e objeto de análise são idênticos aos do presente caso, pela competência da Justiça Comum para analisar a demanda: Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. AFRONTA AO QUE DECIDIDO NA ADI 3.395. OCORRÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM PARA PRONUNCIAR-SE SOBRE A EXISTÊNCIA, A VALIDADE E A EFICÁCIA DA RELAÇÃO ENTRE SERVIDORES E O PODER PÚBLICO, FUNDADA EM VÍNCULO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. PRECEDENTES. RECURSO DE AGRAVO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. 1. No julgamento da ADI 3.395, esta CORTE reconheceu que “a interpretação adequadamente constitucional da expressão relação do trabalho deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO decisões do Supremo Tribunal Federal. ” (doc. 58). Na presente Sessão Virtual, o Relator propõe a seguinte solução ao caso: EMBARGOS DECLARATÓRIOS VÍCIO INEXISTÊNCIA. Inexistindo, no acórdão formalizado, qualquer dos vícios que respaldam os embargos de declaração omissão, contradição, obscuridade e erro material, impõe-se o desprovimento.. É o breve relatório. Peço vênia ao Relator para lançar minha posição em sentido contrário. Com efeito, a decisão aqui embargada foi proferida pela Primeira Turma na Sessão Virtual de 27/11/2020 a 4/12/2020. Entretanto, na Sessão Virtual de 12/3/2021 a 19/3/2021, o Plenário desta CORTE concluiu, na Rcl 44.025 (Rel. Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão Min. ALEXANDRE DE MORAES), cuja parte autora e objeto de análise são idênticos aos do presente caso, pela competência da Justiça Comum para analisar a demanda: Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. AFRONTA AO QUE DECIDIDO NA ADI 3.395. OCORRÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM PARA PRONUNCIAR-SE SOBRE A EXISTÊNCIA, A VALIDADE E A EFICÁCIA DA RELAÇÃO ENTRE SERVIDORES E O PODER PÚBLICO, FUNDADA EM VÍNCULO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. PRECEDENTES. RECURSO DE AGRAVO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. 1. No julgamento da ADI 3.395, esta CORTE reconheceu que “a interpretação adequadamente constitucional da expressão relação do trabalho deve excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão do que a competência da Justiça do Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 Voto Vogal RCL 42823 AGR-ED / RO Público e seus servidores” (Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 15/4/2020). 2. A presente hipótese envolve relação jurídica travada entre a Administração Pública e servidor público submetido ao Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais - Lei 8.112/90 - o que, evidentemente, afasta a competência da Justiça Trabalhista, por envolver vínculo administrativo, ou seja, não regido pelo direito do trabalho. 3. Dessa forma, não cabe à Justiça Especializada, como ocorreu no presente caso, apreciar a regularidade do vínculo firmado entre o servidor e o Poder Público. No mesmo sentido, registram-se os seguintes casos ajuizados pela FUNASA: Rcl 42.935, de minha relatoria, DJe de 2/9/2020; Rcl 44.184, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 22/11/2020; Rcl 40.860, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 27/5/2020; Rcl 40.442, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 8/10/2020; Rcl 41.024, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 9/11/2020; Rcl 40.972, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJe de 19/8/2020; e Rcl 43.383, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 19/11/2020. 4. Recurso de agravo a que se dá provimento. (Rcl 44025 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 22/3/2021). O precedente citado transitou em julgado em 1.../6/2021. Portanto, não se pode admitir que, em dois casos essencialmente idênticos, esta CORTE decida de forma diametralmente oposta, motivo pelo qual o Acórdão impugnado deve ser ajustado ao que decidido pelo Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prevalecendo o entendimento de que compete à Justiça Comum analisar as demandas envolvendo a FUNASA e seus servidores. Ante o exposto, pedindo vênia ao Relator, ACOLHO OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, dando a eles efeito modificativo, a fim de que sejam cassados os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e DETERMINAR a remessa dos autos à Justiça Comum. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO Público e seus servidores” (Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 15/4/2020). 2. A presente hipótese envolve relação jurídica travada entre a Administração Pública e servidor público submetido ao Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais - Lei 8.112/90 - o que, evidentemente, afasta a competência da Justiça Trabalhista, por envolver vínculo administrativo, ou seja, não regido pelo direito do trabalho. 3. Dessa forma, não cabe à Justiça Especializada, como ocorreu no presente caso, apreciar a regularidade do vínculo firmado entre o servidor e o Poder Público. No mesmo sentido, registram-se os seguintes casos ajuizados pela FUNASA: Rcl 42.935, de minha relatoria, DJe de 2/9/2020; Rcl 44.184, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 22/11/2020; Rcl 40.860, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 27/5/2020; Rcl 40.442, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 8/10/2020; Rcl 41.024, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 9/11/2020; Rcl 40.972, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJe de 19/8/2020; e Rcl 43.383, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 19/11/2020. 4. Recurso de agravo a que se dá provimento. (Rcl 44025 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 22/3/2021). O precedente citado transitou em julgado em 1.../6/2021. Portanto, não se pode admitir que, em dois casos essencialmente idênticos, esta CORTE decida de forma diametralmente oposta, motivo pelo qual o Acórdão impugnado deve ser ajustado ao que decidido pelo Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prevalecendo o entendimento de que compete à Justiça Comum analisar as demandas envolvendo a FUNASA e seus servidores. Ante o exposto, pedindo vênia ao Relator, ACOLHO OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, dando a eles efeito modificativo, a fim de que sejam cassados os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e DETERMINAR a remessa dos autos à Justiça Comum. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Voto Vogal RCL 42823 AGR-ED / RO É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Supremo Tribunal Federal RCL 42823 AGR-ED / RO É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5C61-2C1B-88F1-7130 e senha 4C1A-CC0D-2C5F-A341 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 PROCED. : RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) EMBDO.(A/S) : FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) : RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO (555/RO) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14... REGIÃO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, acolheu os embargos de declaração para, dando a eles efeito modificativo, cassar os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e determinar a remessa dos autos à Justiça Comum, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, e Rosa Weber. Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4899-97CA-D381-7F99 e senha 480E-0AD5-BC7D-A7E4 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 42.823 PROCED. : RONDÔNIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL (00000/DF) EMBDO.(A/S) : FRANKNILDO BENIGNO ADV.(A/S) : RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO (555/RO) E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14... REGIÃO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por maioria, acolheu os embargos de declaração para, dando a eles efeito modificativo, cassar os atos decisórios proferidos na Justiça do Trabalho e determinar a remessa dos autos à Justiça Comum, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Relator, e Rosa Weber. Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4899-97CA-D381-7F99 e senha 480E-0AD5-BC7D-A7E4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECLAMAÇÃO 42 . 823", "ADI 3 . 395 / DF", "ADI 3 . 395", "Rcl 44 . 025", "RCL 42823 AGR - ED / RO", "AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE n 3 . 395", "ação direta de inconstitucionalidade n 3 . 395", "ação direta de inconstitucionalidade n 3 . 395", "RECLAMAÇÃO 42", "AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE n 3 . 395", "ação direta de inconstitucionalidade n 3 . 395", "RECLAMAÇÃO", "AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE n 3 . 395", "ação direta de inconstitucionalidade n 3 . 395", "Rcl 44 . 025", "ADI 3 . 395", "ADI 3 . 395", "RCL 42823", "Rcl 44 . 025", "ADI 3 . 395", "ADI 3 . 395", "RCL 42823 AGR", "Rcl 42 . 935", "Rcl 44 . 184", "Rcl 40 . 860", "Rcl 40 . 442", "Rcl 41 . 024", "Rcl 40 . 972", "Rcl 43 . 383", "Rcl 44025 AgR", "Rcl 42 . 935", "Rcl 44 . 184", "Rcl 40 . 860", "Rcl 40 . 442", "Rcl 41 . 024", "Rcl 40 . 972", "Rcl 43 . 383", "Rcl 44025 AgR" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Consolidação das Leis do Trabalho", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Consolidação das Leis do Trabalho", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art . 95 do RISTF .", "Art", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Consolidação das Leis do Trabalho", "inciso I do artigo 114 da Lei Maior", "Emenda de n 45 / 2004", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Consolidação das Leis do Trabalho", "inciso I do artigo 114 da Lei Maior", "Emenda de n 45 / 2004", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Consolidação das Leis do Trabalho", "Art . 95 do RISTF .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Consolidação das Leis do Trabalho", "Art . 95 do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 /", "Consolidação das Leis do Trabalho", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Consolidação das Leis do Trabalho", "Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 8 . 112 / 90", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei 8 . 112 / 90", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "Brasília", "Brasília" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE", "TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14 .", "Tribunal Pleno", "Primeira Turma", "Plenário", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "FUNASA", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "FUNASA", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "PRIMEIRA TURMA", "FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE", "TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14 .", "Primeira Turma", "Pleno", "Fundação Nacional de Saúde", "Funasa", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo 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Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Plenário desta", "Tribunal Pleno", "FUNASA", "Tribunal Pleno", "Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "FUNASA", "Supremo Tribunal Federal", "RCL", "Tribunal Pleno", "FUNASA", "Tribunal Pleno", "Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL", "FUNASA", "Supremo Tribunal Federal", "RCL", "PRIMEIRA TURMA", "FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE", "TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14 .", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE", "TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14 .", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FRANKNILDO BENIGNO", "RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON FACHIN", "ALEXANDRE DE MORAES", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ROSA WEBER", "ALEXANDRE DE MORAES", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ROSA WEBER", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FRANKNILDO BENIGNO", "RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO", "MARCO AURÉLIO", "Vinícius Machado Calixto", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FRANKNILDO BENIGNO", "RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO", "MARCO AURÉLIO", "Vinícius Machado Calixto", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "RONDÔNIA", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FRANKNILDO BENIGNO", "RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FRANKNILDO BENIGNO", "RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON FACHIN", "ALEXANDRE DE MORAES", "EDSON FACHIN", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "GILMAR MENDES", "CÁRMEN LÚCIA", "ROBERTO BARROSO", "GILMAR MENDES", "CELSO DE MELLO", "RICARDO LEWANDOWSKI", "EDSON FACHIN", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "GILMAR MENDES", "CÁRMEN LÚCIA", "ROBERTO BARROSO", "GILMAR MENDES", "CELSO DE MELLO", "RICARDO LEWANDOWSKI", "EDSON FACHIN", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FRANKNILDO BENIGNO", "RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FRANKNILDO BENIGNO", "RAUL RIBEIRO DA FONSECA FILHO", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "15", "/", "4", "/", "2020", "27", "/", "11", "/", "2020", "4", "/", "12", "/", "2020", "12", "/", "3", "/", "2021", "19", "/", "3", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "4 de dezembro de 2020", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "4 de dezembro de 2020", "24", 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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ORION S.A ADV.(A/S) :ROGERIO CASSIUS BISCALDI AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. REGULAMENTO DO BANCO CENTRAL. OPERACIONALIZAÇÃO DE SISTEMA DE PENHORA ELETRÔNICA. NATUREZA GENÉRICA DAS DETERMINAÇÕES DO ATO IMPUGNADO. IMPOSSIBILIDADE DE CONTROLE PELA VIA MANDAMENTAL. RECURSO DE AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Mandado de Segurança é uma ação constitucional, de natureza civil, cujo objeto é a proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão, por ato ou omissão de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 2. A impetração do mandamus exige a descrição de fatos que, em tese, configurem violação de direito líquido e certo do impetrante, sendo incabível seu ajuizamento contra lei ou ato normativo em tese (Súmula 266 do STF). 3. Recurso de agravo a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E25A-E61C-CA1D-A62D e senha A6DB-2313-299F-14F2 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Ementa e Acórdão MS 37532 ED-AGR / DF Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conhecer do agravo e negar provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Brasília, 03 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E25A-E61C-CA1D-A62D e senha A6DB-2313-299F-14F2 Supremo Tribunal Federal MS 37532 ED-AGR / DF Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conhecer do agravo e negar provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Brasília, 03 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E25A-E61C-CA1D-A62D e senha A6DB-2313-299F-14F2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ORION S.A ADV.(A/S) :ROGERIO CASSIUS BISCALDI (214980/RJ, 153343/SP) AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Orion S.A. insurge-se contra o § 4º do artigo 13 do Regulamento Bacen Jud 2.0, a versar operacionalização de sistema de penhora eletrônica. Vossa Excelência, em 18 de novembro de 2020, negou seguimento ao mandado de segurança. Em 11 de março de 2021, desproveu embargos de declaração. A agravante articula com a inaplicabilidade do verbete nº 266 da Súmula, porquanto impugnados atos concretos decorrentes da norma. Postula o afastamento de bloqueios Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7ED1-8902-A2CD-0BD5 e senha AE87-42FA-3975-EE2D Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ORION S.A ADV.(A/S) :ROGERIO CASSIUS BISCALDI (214980/RJ, 153343/SP) AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Orion S.A. insurge-se contra o § 4º do artigo 13 do Regulamento Bacen Jud 2.0, a versar operacionalização de sistema de penhora eletrônica. Vossa Excelência, em 18 de novembro de 2020, negou seguimento ao mandado de segurança. Em 11 de março de 2021, desproveu embargos de declaração. A agravante articula com a inaplicabilidade do verbete nº 266 da Súmula, porquanto impugnados atos concretos decorrentes da norma. Postula o afastamento de bloqueios Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7ED1-8902-A2CD-0BD5 e senha AE87-42FA-3975-EE2D Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Relatório MS 37532 ED-AGR / DF judiciais de valores. Não foi formalizada contraminuta. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7ED1-8902-A2CD-0BD5 e senha AE87-42FA-3975-EE2D Supremo Tribunal Federal MS 37532 ED-AGR / DF judiciais de valores. Não foi formalizada contraminuta. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7ED1-8902-A2CD-0BD5 e senha AE87-42FA-3975-EE2D Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Atendeu- se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por advogado credenciado, foi protocolada no prazo legal. Cumpre reiterar o que fiz ver quando da negativa de seguimento ao mandado de segurança: […] 2. O Regulamento tem caráter geral e abstrato. É pertinente o verbete nº 266 da Súmula do Supremo, no sentido de não ser admissível impetração contra lei em tese. […] Eventual impugnação a decisões referentes a aplicação de norma resultando em bloqueio judicial de valores deve ser formalizada na via processual adequada, perante o Juízo competente. Conheço e desprovejo o agravo. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0FE-457F-E0B5-10F7 e senha F7D3-37B9-F3EF-B210 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Atendeu- se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por advogado credenciado, foi protocolada no prazo legal. Cumpre reiterar o que fiz ver quando da negativa de seguimento ao mandado de segurança: […] 2. O Regulamento tem caráter geral e abstrato. É pertinente o verbete nº 266 da Súmula do Supremo, no sentido de não ser admissível impetração contra lei em tese. […] Eventual impugnação a decisões referentes a aplicação de norma resultando em bloqueio judicial de valores deve ser formalizada na via processual adequada, perante o Juízo competente. Conheço e desprovejo o agravo. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0FE-457F-E0B5-10F7 e senha F7D3-37B9-F3EF-B210 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : ORION S.A ADV.(A/S) : ROGERIO CASSIUS BISCALDI (214980/RJ, 153343/SP) AGDO.(A/S) : PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EAF7-4FA2-A0D4-DA3F e senha 9283-310B-088D-63B6 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : ORION S.A ADV.(A/S) : ROGERIO CASSIUS BISCALDI (214980/RJ, 153343/SP) AGDO.(A/S) : PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EAF7-4FA2-A0D4-DA3F e senha 9283-310B-088D-63B6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757742594
2021-08-03T00:00:00
2021-10-15T00:00:00
A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA
EMENTA: AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. REGULAMENTO DO BANCO CENTRAL. OPERACIONALIZAÇÃO DE SISTEMA DE PENHORA ELETRÔNICA. NATUREZA GENÉRICA DAS DETERMINAÇÕES DO ATO IMPUGNADO. IMPOSSIBILIDADE DE CONTROLE PELA VIA MANDAMENTAL. RECURSO DE AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Mandado de Segurança é uma ação constitucional, de natureza civil, cujo objeto é a proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão, por ato ou omissão de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 2. A impetração do mandamus exige a descrição de fatos que, em tese, configurem violação de direito líquido e certo do impetrante, sendo incabível seu ajuizamento contra lei ou ato normativo em tese (Súmula 266 do STF). 3. Recurso de agravo a que se nega provimento.
sjur454490
Número de páginas: 6. Análise: 26/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
37532
[ "LEG-FED SUMSTF-000266\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
MS-ED-AgR
acordaos
MS 37532 ED-AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : ORION S.A ADV.(A/S) : ROGERIO CASSIUS BISCALDI AGDO.(A/S) : PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
[ "" ]
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ORION S.A ADV.(A/S) :ROGERIO CASSIUS BISCALDI AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. REGULAMENTO DO BANCO CENTRAL. OPERACIONALIZAÇÃO DE SISTEMA DE PENHORA ELETRÔNICA. NATUREZA GENÉRICA DAS DETERMINAÇÕES DO ATO IMPUGNADO. IMPOSSIBILIDADE DE CONTROLE PELA VIA MANDAMENTAL. RECURSO DE AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Mandado de Segurança é uma ação constitucional, de natureza civil, cujo objeto é a proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão, por ato ou omissão de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 2. A impetração do mandamus exige a descrição de fatos que, em tese, configurem violação de direito líquido e certo do impetrante, sendo incabível seu ajuizamento contra lei ou ato normativo em tese (Súmula 266 do Supremo Tribunal Federal). 3. Recurso de agravo a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E25A-E61C-CA1D-A62D e senha A6DB-2313-299F-14F2 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 Ementa e Acórdão MS 37532 ED-AGR / DF Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conhecer do agravo e negar provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Brasília, 03 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E25A-E61C-CA1D-A62D e senha A6DB-2313-299F-14F2 Supremo Tribunal Federal MS 37532 ED-AGR / DF Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em conhecer do agravo e negar provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Brasília, 03 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E25A-E61C-CA1D-A62D e senha A6DB-2313-299F-14F2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ORION S.A ADV.(A/S) :ROGERIO CASSIUS BISCALDI (214980/RJ, 153343/SP) AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Orion S.A. insurge-se contra o § 4... do artigo 13 do Regulamento Bacen Jud 2.0, a versar operacionalização de sistema de penhora eletrônica. Vossa Excelência, em 18 de novembro de 2020, negou seguimento ao mandado de segurança. Em 11 de março de 2021, desproveu embargos de declaração. A agravante articula com a inaplicabilidade do verbete n 266 da Súmula, porquanto impugnados atos concretos decorrentes da norma. Postula o afastamento de bloqueios Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7ED1-8902-A2CD-0BD5 e senha AE87-42FA-3975-EE2D Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :ORION S.A ADV.(A/S) :ROGERIO CASSIUS BISCALDI (214980/RJ, 153343/SP) AGDO.(A/S) :PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) :JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Orion S.A. insurge-se contra o § 4... do artigo 13 do Regulamento Bacen Jud 2.0, a versar operacionalização de sistema de penhora eletrônica. Vossa Excelência, em 18 de novembro de 2020, negou seguimento ao mandado de segurança. Em 11 de março de 2021, desproveu embargos de declaração. A agravante articula com a inaplicabilidade do verbete n 266 da Súmula, porquanto impugnados atos concretos decorrentes da norma. Postula o afastamento de bloqueios Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7ED1-8902-A2CD-0BD5 e senha AE87-42FA-3975-EE2D Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6 Relatório MS 37532 ED-AGR / DF judiciais de valores. Não foi formalizada contraminuta. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7ED1-8902-A2CD-0BD5 e senha AE87-42FA-3975-EE2D Supremo Tribunal Federal MS 37532 ED-AGR / DF judiciais de valores. Não foi formalizada contraminuta. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 7ED1-8902-A2CD-0BD5 e senha AE87-42FA-3975-EE2D Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Atendeu- se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por advogado credenciado, foi protocolada no prazo legal. Cumpre reiterar o que fiz ver quando da negativa de seguimento ao mandado de segurança: […] 2. O Regulamento tem caráter geral e abstrato. É pertinente o verbete n 266 da Súmula do Supremo, no sentido de não ser admissível impetração contra lei em tese. […] Eventual impugnação a decisões referentes a aplicação de norma resultando em bloqueio judicial de valores deve ser formalizada na via processual adequada, perante o Juízo competente. Conheço e desprovejo o agravo. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0FE-457F-E0B5-10F7 e senha F7D3-37B9-F3EF-B210 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Atendeu- se aos pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por advogado credenciado, foi protocolada no prazo legal. Cumpre reiterar o que fiz ver quando da negativa de seguimento ao mandado de segurança: […] 2. O Regulamento tem caráter geral e abstrato. É pertinente o verbete n 266 da Súmula do Supremo, no sentido de não ser admissível impetração contra lei em tese. […] Eventual impugnação a decisões referentes a aplicação de norma resultando em bloqueio judicial de valores deve ser formalizada na via processual adequada, perante o Juízo competente. Conheço e desprovejo o agravo. Publicado sem revisão. Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0FE-457F-E0B5-10F7 e senha F7D3-37B9-F3EF-B210 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : ORION S.A ADV.(A/S) : ROGERIO CASSIUS BISCALDI (214980/RJ, 153343/SP) AGDO.(A/S) : PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EAF7-4FA2-A0D4-DA3F e senha 9283-310B-088D-63B6 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NOS EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 37.532 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : ORION S.A ADV.(A/S) : ROGERIO CASSIUS BISCALDI (214980/RJ, 153343/SP) AGDO.(A/S) : PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : JUIZ CHEFE DA SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS, PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo e negou- lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código EAF7-4FA2-A0D4-DA3F e senha 9283-310B-088D-63B6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
{ "JURISPRUDENCIA": [ "MANDADO DE SEGURANÇA 37 . 532", "Súmula 266 do Supremo Tribunal Federal", "MS 37532", "MS 37532", "verbete n 266 da Súmula", "verbete n 266 da Súmula", "MS 37532", "MS 37532 ED", "verbete n 266 da Súmula do Supremo", "verbete n 266 da Súmula do Supremo" ], "LEGISLACAO": [ "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art . 38 , IV , b , do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art . 95 do RISTF .", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "DISTRITO FEDERAL", "Brasília", "Brasília", "DISTRITO FEDERAL", "DISTRITO FEDERAL", "DISTRITO FEDERAL", "DISTRITO FEDERAL", "DISTRITO FEDERAL", "DISTRITO FEDERAL" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "CONSELHO", "UNIÃO", "CONSELHO NACIONAL DE", "BANCO CENTRAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "PRIMEIRA TURMA", "CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA", "UNIÃO", "SECRETARIA ESPECIAL DE", "CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA", "Orion S . A .", "Supremo Tribunal Federal", "EE2D", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA", "UNIÃO", "SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS , PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA", "CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA", "Orion S . A .", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "ORION S . A", "CONSELHO", "UNIÃO", "CONSELHO NACIONAL DE", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "ORION S . A", "CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA", "UNIÃO", "SECRETARIA ESPECIAL DE PROGRAMAS , PESQUISA E GESTÃO ESTRATÉGICA", "CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "ORION S . A", "ROGERIO CASSIUS BISCALDI", "DIAS TOFFOLI", "Alexandre de Moraes", "ALEXANDRE DE MORAES", "DIAS TOFFOLI", "Alexandre de Moraes", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "ORION", "ROGERIO CASSIUS BISCALDI", "MARCO AURÉLIO", "Isabela Leão Monteiro", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "ORION S . A", "ROGERIO CASSIUS BISCALDI", "MARCO AURÉLIO", "Isabela Leão Monteiro", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "ROGERIO CASSIUS BISCALDI", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "ROGERIO CASSIUS BISCALDI", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "18 de novembro de 2020", "11 de março de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "18 de novembro de 2020", "11 de março de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) :EDUARDO NUNES DE SOUZA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. SUPRESSÃO DE TRIBUTO MEDIANTE OMISSÃO DE INFORMAÇÃO A AUTORIDADE FAZENDÁRIA E DEIXAR DE RECOLHER, NO PRAZO LEGAL, VALOR DE TRIBUTO DESCONTADO OU COBRADO, NA CONDIÇÃO DE SUJEITO PASSIVO DE OBRIGAÇÃO. DENÚNCIA QUE ATENDE AOS REQUISITOS DO ART. 41 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. COMPARTILHAMENTO DE DADOS ENTRE O FISCO E O MINISTÉRIO PÚBLICO. POSSIBILIDADE. TEMA 990 DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (art. 38, IV, b, do RISTF). Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B025-85D4-1834-60DA e senha 80A5-71E0-CEFD-5E8D Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) :EDUARDO NUNES DE SOUZA (124174/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Ministério Público Federal denunciou o recorrente e outra pessoa, imputando-lhes os crimes dos artigos 1º, inciso I (supressão de tributo mediante omissão de informação a autoridade fazendária), e 2º, inciso II (deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo descontado ou cobrado, na condição de sujeito passivo de obrigação), da Lei nº 8.137/1990. Narrou que, na qualidade de sócios administradores da empresa Via Net Cargo Express Transportes Ltda., reduziram tributos, omitindo todos os créditos recebidos no ano- calendário 2011 e não apresentando Declaração de Informações de Pessoa Jurídica em 2012. Ressaltou terem deixado de recolher tributos constantes de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. Destacou serem responsáveis pela movimentação bancária das contas-correntes da empresa, no que detentores de instrumento de procuração específico O Juízo da Nona Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo/SP recebeu-a – processo nº 0013395-33.2014.4.03.6181. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1513-5241-6632-49B8 e senha C329-12EB-A229-FFE4 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) :EDUARDO NUNES DE SOUZA (124174/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Ministério Público Federal denunciou o recorrente e outra pessoa, imputando-lhes os crimes dos artigos 1º, inciso I (supressão de tributo mediante omissão de informação a autoridade fazendária), e 2º, inciso II (deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo descontado ou cobrado, na condição de sujeito passivo de obrigação), da Lei nº 8.137/1990. Narrou que, na qualidade de sócios administradores da empresa Via Net Cargo Express Transportes Ltda., reduziram tributos, omitindo todos os créditos recebidos no ano- calendário 2011 e não apresentando Declaração de Informações de Pessoa Jurídica em 2012. Ressaltou terem deixado de recolher tributos constantes de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. Destacou serem responsáveis pela movimentação bancária das contas-correntes da empresa, no que detentores de instrumento de procuração específico O Juízo da Nona Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo/SP recebeu-a – processo nº 0013395-33.2014.4.03.6181. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1513-5241-6632-49B8 e senha C329-12EB-A229-FFE4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5 Relatório RHC 164876 / SP No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus nº 365.012/SP. O recorrente sustenta a inépcia da denúncia, apontando não haver descrição de conduta imputada. Afirma inobservados os requisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal. Sublinha ilegal a prova que lastreou a peça acusatória, no que obtida, sem autorização judicial, pela Receita Federal e compartilhada com o Ministério Público Federal. Diz tratar-se de quebra de sigilo, submetida à reserva de jurisdição. Requer o reconhecimento da inépcia da denúncia e da ilicitude da prova, determinando-se o trancamento da ação penal. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso. Publicado sem revisão Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1513-5241-6632-49B8 e senha C329-12EB-A229-FFE4 Supremo Tribunal Federal RHC 164876 / SP No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus nº 365.012/SP. O recorrente sustenta a inépcia da denúncia, apontando não haver descrição de conduta imputada. Afirma inobservados os requisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal. Sublinha ilegal a prova que lastreou a peça acusatória, no que obtida, sem autorização judicial, pela Receita Federal e compartilhada com o Ministério Público Federal. Diz tratar-se de quebra de sigilo, submetida à reserva de jurisdição. Requer o reconhecimento da inépcia da denúncia e da ilicitude da prova, determinando-se o trancamento da ação penal. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso. Publicado sem revisão Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1513-5241-6632-49B8 e senha C329-12EB-A229-FFE4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 12 de setembro de 2018 e a manifestação de inconformismo em 14 seguinte. O Órgão acusador narrou que o recorrente e corré, na qualidade desócios administradores da empresa Via Net Cargo Express Transportes Ltda., reduziram tributos, mediante omissão de todos os créditos recebidos no ano-calendário 2011 e não apresentação da Declaração de Informações de Pessoa Jurídica de 2012. Descreveu terem deixado de recolher tributos constantes de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. Destacou serem responsáveis pela movimentação bancária das contas-correntes da empresa, no que detentores de instrumento de mandato – procuração – específico. A narrativa, no que estabelece a vinculação do acusado com os fatos criminosos, atende à organicidade do Direito, viabilizada a defesa. Em relação à ilicitude da prova, o Pleno, em 4 de dezembro de 2019, no recurso extraordinário nº 1.055.941, relator ministro Dias Toffoli, julgado sob o ângulo da repercussão geral, assentou constitucional o compartilhamento, para fins penais, de dados sigilosos, alusivos a procedimento fiscal, obtidos, pela autoridade fazendária, sem prévia autorização judicial. Ante o quadro, ressalvada óptica pessoal em sentido diverso – no que entendo tratar-se de providência submetida à reserva de jurisdição –, inviável é concluir pela ilegalidade do acesso do Ministério Público. Desprovejo o recurso. Publicado sem revisão Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8534-A3C5-B8F3-2923 e senha C957-0A66-394E-BCF7 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 12 de setembro de 2018 e a manifestação de inconformismo em 14 seguinte. O Órgão acusador narrou que o recorrente e corré, na qualidade desócios administradores da empresa Via Net Cargo Express Transportes Ltda., reduziram tributos, mediante omissão de todos os créditos recebidos no ano-calendário 2011 e não apresentação da Declaração de Informações de Pessoa Jurídica de 2012. Descreveu terem deixado de recolher tributos constantes de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. Destacou serem responsáveis pela movimentação bancária das contas-correntes da empresa, no que detentores de instrumento de mandato – procuração – específico. A narrativa, no que estabelece a vinculação do acusado com os fatos criminosos, atende à organicidade do Direito, viabilizada a defesa. Em relação à ilicitude da prova, o Pleno, em 4 de dezembro de 2019, no recurso extraordinário nº 1.055.941, relator ministro Dias Toffoli, julgado sob o ângulo da repercussão geral, assentou constitucional o compartilhamento, para fins penais, de dados sigilosos, alusivos a procedimento fiscal, obtidos, pela autoridade fazendária, sem prévia autorização judicial. Ante o quadro, ressalvada óptica pessoal em sentido diverso – no que entendo tratar-se de providência submetida à reserva de jurisdição –, inviável é concluir pela ilegalidade do acesso do Ministério Público. Desprovejo o recurso. Publicado sem revisão Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8534-A3C5-B8F3-2923 e senha C957-0A66-394E-BCF7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) : EDUARDO NUNES DE SOUZA (124174/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5D-145D-6B37-BE97 e senha A8EE-DE45-1EE0-B420 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) : EDUARDO NUNES DE SOUZA (124174/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5D-145D-6B37-BE97 e senha A8EE-DE45-1EE0-B420 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757870283
2021-08-03T00:00:00
2021-10-22T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF). Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. SUPRESSÃO DE TRIBUTO MEDIANTE OMISSÃO DE INFORMAÇÃO A AUTORIDADE FAZENDÁRIA E DEIXAR DE RECOLHER, NO PRAZO LEGAL, VALOR DE TRIBUTO DESCONTADO OU COBRADO, NA CONDIÇÃO DE SUJEITO PASSIVO DE OBRIGAÇÃO. DENÚNCIA QUE ATENDE AOS REQUISITOS DO ART. 41 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. COMPARTILHAMENTO DE DADOS ENTRE O FISCO E O MINISTÉRIO PÚBLICO. POSSIBILIDADE. TEMA 990 DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
sjur454856
- Acórdão(s) citado(s): (CONSTITUCIONALIDADE, COMPARTILHAMENTO, AUSÊNCIA, AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, DADO, NATUREZA TRIBUTÁRIA) RE 1055941 (TP). Número de páginas: 5. Análise: 25/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
164876
[ "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00041\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL" ]
RHC
acordaos
RHC 164876
[ "" ]
RECTE.(S) : JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) : EDUARDO NUNES DE SOUZA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) :EDUARDO NUNES DE SOUZA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. SUPRESSÃO DE TRIBUTO MEDIANTE OMISSÃO DE INFORMAÇÃO A AUTORIDADE FAZENDÁRIA E DEIXAR DE RECOLHER, NO PRAZO LEGAL, VALOR DE TRIBUTO DESCONTADO OU COBRADO, NA CONDIÇÃO DE SUJEITO PASSIVO DE OBRIGAÇÃO. DENÚNCIA QUE ATENDE AOS REQUISITOS DO ART. 41 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. COMPARTILHAMENTO DE DADOS ENTRE O FISCO E O MINISTÉRIO PÚBLICO. POSSIBILIDADE. TEMA 990 DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Brasília, 3 de agosto de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão (art. 38, IV, b, do RISTF). Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B025-85D4-1834-60DA e senha 80A5-71E0-CEFD-5E8D Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5 Relatório 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) :EDUARDO NUNES DE SOUZA (124174/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Ministério Público Federal denunciou o recorrente e outra pessoa, imputando-lhes os crimes dos artigos 1..., inciso I (supressão de tributo mediante omissão de informação a autoridade fazendária), e 2..., inciso II (deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo descontado ou cobrado, na condição de sujeito passivo de obrigação), da Lei n 8.137/1990. Narrou que, na qualidade de sócios administradores da empresa Via Net Cargo Express Transportes Ltda., reduziram tributos, omitindo todos os créditos recebidos no ano- calendário 2011 e não apresentando Declaração de Informações de Pessoa Jurídica em 2012. Ressaltou terem deixado de recolher tributos constantes de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. Destacou serem responsáveis pela movimentação bancária das contas-correntes da empresa, no que detentores de instrumento de procuração específico O Juízo da Nona Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo/SP recebeu-a – processo n 0013395-33.2014.4.03.6181. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1513-5241-6632-49B8 e senha C329-12EB-A229-FFE4 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) :EDUARDO NUNES DE SOUZA (124174/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor Caio Salles: O Ministério Público Federal denunciou o recorrente e outra pessoa, imputando-lhes os crimes dos artigos 1..., inciso I (supressão de tributo mediante omissão de informação a autoridade fazendária), e 2..., inciso II (deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo descontado ou cobrado, na condição de sujeito passivo de obrigação), da Lei n 8.137/1990. Narrou que, na qualidade de sócios administradores da empresa Via Net Cargo Express Transportes Ltda., reduziram tributos, omitindo todos os créditos recebidos no ano- calendário 2011 e não apresentando Declaração de Informações de Pessoa Jurídica em 2012. Ressaltou terem deixado de recolher tributos constantes de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. Destacou serem responsáveis pela movimentação bancária das contas-correntes da empresa, no que detentores de instrumento de procuração específico O Juízo da Nona Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo/SP recebeu-a – processo n 0013395-33.2014.4.03.6181. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1513-5241-6632-49B8 e senha C329-12EB-A229-FFE4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5 Relatório RHC 164876 / SP No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus n 365.012/SP. O recorrente sustenta a inépcia da denúncia, apontando não haver descrição de conduta imputada. Afirma inobservados os requisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal. Sublinha ilegal a prova que lastreou a peça acusatória, no que obtida, sem autorização judicial, pela Receita Federal e compartilhada com o Ministério Público Federal. Diz tratar-se de quebra de sigilo, submetida à reserva de jurisdição. Requer o reconhecimento da inépcia da denúncia e da ilicitude da prova, determinando-se o trancamento da ação penal. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso. Publicado sem revisão Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1513-5241-6632-49B8 e senha C329-12EB-A229-FFE4 Supremo Tribunal Federal RHC 164876 / SP No Superior Tribunal de Justiça, a Quinta Turma inadmitiu o habeas corpus n 365.012/SP. O recorrente sustenta a inépcia da denúncia, apontando não haver descrição de conduta imputada. Afirma inobservados os requisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal. Sublinha ilegal a prova que lastreou a peça acusatória, no que obtida, sem autorização judicial, pela Receita Federal e compartilhada com o Ministério Público Federal. Diz tratar-se de quebra de sigilo, submetida à reserva de jurisdição. Requer o reconhecimento da inépcia da denúncia e da ilicitude da prova, determinando-se o trancamento da ação penal. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso. Publicado sem revisão Art. 95 do RISTF. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1513-5241-6632-49B8 e senha C329-12EB-A229-FFE4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 12 de setembro de 2018 e a manifestação de inconformismo em 14 seguinte. O Órgão acusador narrou que o recorrente e corré, na qualidade desócios administradores da empresa Via Net Cargo Express Transportes Ltda., reduziram tributos, mediante omissão de todos os créditos recebidos no ano-calendário 2011 e não apresentação da Declaração de Informações de Pessoa Jurídica de 2012. Descreveu terem deixado de recolher tributos constantes de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. Destacou serem responsáveis pela movimentação bancária das contas-correntes da empresa, no que detentores de instrumento de mandato – procuração – específico. A narrativa, no que estabelece a vinculação do acusado com os fatos criminosos, atende à organicidade do Direito, viabilizada a defesa. Em relação à ilicitude da prova, o Pleno, em 4 de dezembro de 2019, no recurso extraordinário n 1.055.941, relator ministro Dias Toffoli, julgado sob o ângulo da repercussão geral, assentou constitucional o compartilhamento, para fins penais, de dados sigilosos, alusivos a procedimento fiscal, obtidos, pela autoridade fazendária, sem prévia autorização judicial. Ante o quadro, ressalvada óptica pessoal em sentido diverso – no que entendo tratar-se de providência submetida à reserva de jurisdição –, inviável é concluir pela ilegalidade do acesso do Ministério Público. Desprovejo o recurso. Publicado sem revisão Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8534-A3C5-B8F3-2923 e senha C957-0A66-394E-BCF7 Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 12 de setembro de 2018 e a manifestação de inconformismo em 14 seguinte. O Órgão acusador narrou que o recorrente e corré, na qualidade desócios administradores da empresa Via Net Cargo Express Transportes Ltda., reduziram tributos, mediante omissão de todos os créditos recebidos no ano-calendário 2011 e não apresentação da Declaração de Informações de Pessoa Jurídica de 2012. Descreveu terem deixado de recolher tributos constantes de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. Destacou serem responsáveis pela movimentação bancária das contas-correntes da empresa, no que detentores de instrumento de mandato – procuração – específico. A narrativa, no que estabelece a vinculação do acusado com os fatos criminosos, atende à organicidade do Direito, viabilizada a defesa. Em relação à ilicitude da prova, o Pleno, em 4 de dezembro de 2019, no recurso extraordinário n 1.055.941, relator ministro Dias Toffoli, julgado sob o ângulo da repercussão geral, assentou constitucional o compartilhamento, para fins penais, de dados sigilosos, alusivos a procedimento fiscal, obtidos, pela autoridade fazendária, sem prévia autorização judicial. Ante o quadro, ressalvada óptica pessoal em sentido diverso – no que entendo tratar-se de providência submetida à reserva de jurisdição –, inviável é concluir pela ilegalidade do acesso do Ministério Público. Desprovejo o recurso. Publicado sem revisão Art. 95 do RISTF. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8534-A3C5-B8F3-2923 e senha C957-0A66-394E-BCF7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5 Extrato de Ata - 03/08/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) : EDUARDO NUNES DE SOUZA (124174/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5D-145D-6B37-BE97 e senha A8EE-DE45-1EE0-B420 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164.876 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : JOSÉ TOMAZ SIMIOLI ADV.(A/S) : EDUARDO NUNES DE SOUZA (124174/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes (Art. 38, IV, b, do RISTF).Primeira Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CF5D-145D-6B37-BE97 e senha A8EE-DE45-1EE0-B420 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164 . 876", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164 . 876", "processo n 0013395 - 33 . 2014 . 4 . 03 . 6181", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164 . 876", "processo n 0013395 - 33 . 2014 . 4 . 03 . 6181", "RHC 164876 / SP", "habeas corpus n 365 . 012 / SP", "RHC 164876 / SP", "habeas corpus n 365 . 012 / SP", "recurso extraordinário n 1 . 055 . 941", "CORPUS 164 . 876", "recurso extraordinário n 1 . 055 . 941", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 164 . 876", "RECURSO" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 41 DO CÓDIGO DE", "art . 38 , IV , b , do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 8 . 137 / 1990", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 8 . 137 / 1990", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 41 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 41 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art . 95 do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art . 95 do RISTF", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "SÃO PAULO", "Brasília", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO", "SÃO PAULO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "MINISTÉRIO PÚBLICO", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Ministério Público Federal", "Via Net Cargo Express Transportes Ltda .", "Nona Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo / SP", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Ministério Público Federal", "Via Net Cargo Express Transportes Ltda .", "Nona Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo / SP", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Receita Federal", "Ministério Público Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Receita Federal", "Ministério Público Federal", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Via Net Cargo Express Transportes Ltda .", "Pleno", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Via Net Cargo Express Transportes Ltda .", "Pleno", "Ministério Público", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOSÉ TOMAZ SIMIOLI", "EDUARDO NUNES DE SOUZA", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOSÉ TOMAZ SIMIOLI", "EDUARDO NUNES DE SOUZA", "MARCO AURÉLIO", "Caio Salles", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOSÉ TOMAZ SIMIOLI", "EDUARDO NUNES DE SOUZA", "Caio Salles", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "Dias Toffoli", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOSÉ TOMAZ SIMIOLI", "EDUARDO NUNES DE SOUZA", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "JOSÉ TOMAZ SIMIOLI", "EDUARDO NUNES DE SOUZA", "Alexandre de Moraes", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "3 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "2011", "2012", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "2011", "2012", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "12 de setembro de 2018", "14 seguinte", "2011", "4 de dezembro de 2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "12 de setembro de 2018", "14 seguinte", "2011", "2012", "4 de dezembro de 2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E M E N T A RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO INTERNO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CUMPRIMENTO DE REQUISITOS PARA INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE ENCARGOS ESPECIAIS – GEE. DIREITO LOCAL. REEXAME DOS FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS NºS 279 E 280 DO STF. VERBA HONORÁRIA. ART. 85, § 11, DO CPC. MAJORAÇÃO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Rever o pronunciamento de origem acerca do preenchimento dos requisitos para a incorporação da gratificação de encargos especiais – GEE demanda o reexame dos fatos e das provas dos autos, bem assim a prévia análise de legislação local. Incidência, na espécie, dos Enunciados nºs 279 e 280 da Súmula/STF, respectivamente. 2. Ao amparo do § 11 do art. 85 do CPC, majora-se em 1% (um por cento) a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. 3. Agravo interno ao qual se nega provimento. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2F3B-9333-0D2F-A5A5 e senha 1317-966B-CA49-554D Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5 Ementa e Acórdão RE 1308447 AGR / RJ A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2F3B-9333-0D2F-A5A5 e senha 1317-966B-CA49-554D Supremo Tribunal Federal RE 1308447 AGR / RJ A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2F3B-9333-0D2F-A5A5 e senha 1317-966B-CA49-554D Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5 Relatório 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a incidência, na espécie, dos Enunciados nºs 279 e 280 da Súmula/STF, não conheceu do recurso extraordinário interposto pelo Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro Previ Rio. Sustenta, a agravante, o desacerto do ato judicial impugnado. Ao final, requer a reconsideração da mencionada decisão ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 095B-4009-3F71-5497 e senha 99FF-544A-FD3B-FD0A Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a incidência, na espécie, dos Enunciados nºs 279 e 280 da Súmula/STF, não conheceu do recurso extraordinário interposto pelo Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro Previ Rio. Sustenta, a agravante, o desacerto do ato judicial impugnado. Ao final, requer a reconsideração da mencionada decisão ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 095B-4009-3F71-5497 e senha 99FF-544A-FD3B-FD0A Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5 Voto - MIN. NUNES MARQUES 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão ao recorrente. Tal como consta da decisão impugnada, passa necessariamente pelo reexame fático-probatório e pela interpretação de legislação local rever o que decidido pelo Colegiado a quo quanto ao cumprimento dos requisitos para a incorporação da gratificação de encargos especiais – GEE por parte do recorrido. Incidem, pois, os óbices dos Enunciados 279 e 280 da Súmula/STF. Em casos exatamente análogos, há – entre muitos outros – os seguintes precedentes: ARE 1.266.245/RJ, Ministro Dias Toffoli; RE 1.173.636/RJ, Ministro Edson Fachin; RE 1.238.005/RJ, Ministra Cármen Lúcia. Honorários advocatícios recursais Ao amparo do § 11 do art. 85 do CPC, majoro em 1% (um por cento) a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. Em face do exposto, nego provimento ao agravo interno. É como voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0E4-D01C-B23C-C853 e senha 4D29-6CBD-9476-E68F Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão ao recorrente. Tal como consta da decisão impugnada, passa necessariamente pelo reexame fático-probatório e pela interpretação de legislação local rever o que decidido pelo Colegiado a quo quanto ao cumprimento dos requisitos para a incorporação da gratificação de encargos especiais – GEE por parte do recorrido. Incidem, pois, os óbices dos Enunciados 279 e 280 da Súmula/STF. Em casos exatamente análogos, há – entre muitos outros – os seguintes precedentes: ARE 1.266.245/RJ, Ministro Dias Toffoli; RE 1.173.636/RJ, Ministro Edson Fachin; RE 1.238.005/RJ, Ministra Cármen Lúcia. Honorários advocatícios recursais Ao amparo do § 11 do art. 85 do CPC, majoro em 1% (um por cento) a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. Em face do exposto, nego provimento ao agravo interno. É como voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0E4-D01C-B23C-C853 e senha 4D29-6CBD-9476-E68F Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5 Extrato de Ata - 03/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F818-A81F-B85A-B402 e senha CDBF-554C-E699-A258 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F818-A81F-B85A-B402 e senha CDBF-554C-E699-A258 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756752625
2021-08-03T00:00:00
2021-08-13T00:00:00
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021.
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
E M E N T A RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO INTERNO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CUMPRIMENTO DE REQUISITOS PARA INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE ENCARGOS ESPECIAIS – GEE. DIREITO LOCAL. REEXAME DOS FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS NºS 279 E 280 DO STF. VERBA HONORÁRIA. ART. 85, § 11, DO CPC. MAJORAÇÃO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Rever o pronunciamento de origem acerca do preenchimento dos requisitos para a incorporação da gratificação de encargos especiais – GEE demanda o reexame dos fatos e das provas dos autos, bem assim a prévia análise de legislação local. Incidência, na espécie, dos Enunciados nºs 279 e 280 da Súmula/STF, respectivamente. 2. Ao amparo do § 11 do art. 85 do CPC, majora-se em 1% (um por cento) a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º. 3. Agravo interno ao qual se nega provimento.
sjur450760
- Decisões monocráticas citadas: (SÚMULA 279/STF, SÚMULA 280/STF) RE 1173636, RE 1238005, ARE 1266245. Número de páginas: 5. Análise: 25/01/2022, AMS.
NUNES MARQUES
Segunda Turma
1308447
[ "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00085 PAR-00002 PAR-3 . PAR-00011\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000279\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000280\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
RE-AgR
acordaos
RE 1308447 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
[ "" ]
Ementa e Acórdão 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E M E N T A RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO INTERNO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CUMPRIMENTO DE REQUISITOS PARA INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE ENCARGOS ESPECIAIS – GEE. DIREITO LOCAL. REEXAME DOS FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS nS 279 E 280 DO Supremo Tribunal Federal. VERBA HONORÁRIA. ART. 85, § 11, DO Código de Processo Civil. MAJORAÇÃO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Rever o pronunciamento de origem acerca do preenchimento dos requisitos para a incorporação da gratificação de encargos especiais – GEE demanda o reexame dos fatos e das provas dos autos, bem assim a prévia análise de legislação local. Incidência, na espécie, dos Enunciados ns 279 e 280 da Súmula/Supremo Tribunal Federal, respectivamente. 2. Ao amparo do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, majora-se em 1% (um por cento) a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2... e 3.... 3. Agravo interno ao qual se nega provimento. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2F3B-9333-0D2F-A5A5 e senha 1317-966B-CA49-554D Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5 Ementa e Acórdão Recurso Extraordinário 1308447 AGR / RJ A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2F3B-9333-0D2F-A5A5 e senha 1317-966B-CA49-554D Supremo Tribunal Federal Recurso Extraordinário 1308447 AGR / RJ A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Brasília, Sessão Virtual de 25 de junho a 2 de agosto de 2021. Ministro NUNES MARQUES Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2F3B-9333-0D2F-A5A5 e senha 1317-966B-CA49-554D Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5 Relatório 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a incidência, na espécie, dos Enunciados ns 279 e 280 da Súmula/Supremo Tribunal Federal, não conheceu do recurso extraordinário interposto pelo Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro Previ Rio. Sustenta, a agravante, o desacerto do ato judicial impugnado. Ao final, requer a reconsideração da mencionada decisão ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 095B-4009-3F71-5497 e senha 99FF-544A-FD3B-FD0A Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) :INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) :FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão por mim proferida que, ante a incidência, na espécie, dos Enunciados ns 279 e 280 da Súmula/Supremo Tribunal Federal, não conheceu do recurso extraordinário interposto pelo Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro Previ Rio. Sustenta, a agravante, o desacerto do ato judicial impugnado. Ao final, requer a reconsideração da mencionada decisão ou, alternativamente, a sua reforma por esta Segunda Turma. É o relatório. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 095B-4009-3F71-5497 e senha 99FF-544A-FD3B-FD0A Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5 Voto - MIN. NUNES MARQUES 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão ao recorrente. Tal como consta da decisão impugnada, passa necessariamente pelo reexame fático-probatório e pela interpretação de legislação local rever o que decidido pelo Colegiado a quo quanto ao cumprimento dos requisitos para a incorporação da gratificação de encargos especiais – GEE por parte do recorrido. Incidem, pois, os óbices dos Enunciados 279 e 280 da Súmula/Supremo Tribunal Federal. Em casos exatamente análogos, há – entre muitos outros – os seguintes precedentes: ARE 1.266.245/RJ, Ministro Dias Toffoli; Recurso Extraordinário 1.173.636/RJ, Ministro Edson Fachin; Recurso Extraordinário 1.238.005/RJ, Ministra Cármen Lúcia. Honorários advocatícios recursais Ao amparo do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, majoro em 1% (um por cento) a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2... e 3.... Em face do exposto, nego provimento ao agravo interno. É como voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0E4-D01C-B23C-C853 e senha 4D29-6CBD-9476-E68F Supremo Tribunal Federal 03/08/2021 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 RIO DE JANEIRO V O T O O SENHOR MINISTRO NUNES MARQUES (Relator): Entendo não assistir razão ao recorrente. Tal como consta da decisão impugnada, passa necessariamente pelo reexame fático-probatório e pela interpretação de legislação local rever o que decidido pelo Colegiado a quo quanto ao cumprimento dos requisitos para a incorporação da gratificação de encargos especiais – GEE por parte do recorrido. Incidem, pois, os óbices dos Enunciados 279 e 280 da Súmula/Supremo Tribunal Federal. Em casos exatamente análogos, há – entre muitos outros – os seguintes precedentes: ARE 1.266.245/RJ, Ministro Dias Toffoli; Recurso Extraordinário 1.173.636/RJ, Ministro Edson Fachin; Recurso Extraordinário 1.238.005/RJ, Ministra Cármen Lúcia. Honorários advocatícios recursais Ao amparo do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil, majoro em 1% (um por cento) a verba honorária fixada pelas instâncias de origem, observados os limites previstos nos §§ 2... e 3.... Em face do exposto, nego provimento ao agravo interno. É como voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E0E4-D01C-B23C-C853 e senha 4D29-6CBD-9476-E68F Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5 Extrato de Ata - 03/08/2021 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F818-A81F-B85A-B402 e senha CDBF-554C-E699-A258 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.308.447 PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR : MIN. NUNES MARQUES AGTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AGDO.(A/S) : FERNANDO ALVES PINHEIRO ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 25.6.2021 a 2.8.2021. Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Nunes Marques. Hannah Gevartosky Secretária Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F818-A81F-B85A-B402 e senha CDBF-554C-E699-A258 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 308 . 447", "SÚMULAS nS 279", "Enunciados ns 279", "Recurso Extraordinário 1308447 AGR / RJ", "Recurso Extraordinário 1308447 AGR / RJ", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 308 . 447", "Enunciados ns 279 e 280 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 308 . 447", "Enunciados ns 279 e 280 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 308 . 447", "Enunciados 279 e 280 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 266 . 245 / RJ", "Recurso Extraordinário 1 . 173 . 636 / RJ", "Recurso Extraordinário 1 . 238 . 005 / RJ", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 308 . 447", "Enunciados 279 e 280 da Súmula / Supremo Tribunal Federal", "ARE 1 . 266 . 245 / RJ", "Recurso Extraordinário 1 . 173 . 636 / RJ", "Recurso Extraordinário 1 . 238 . 005 / RJ", "RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1 . 308 . 447" ], "LEGISLACAO": [ "ART . 85 , § 11 , DO Código de Processo Civil", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200", "§ 11 do art . 85 do Código de Processo Civil", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 /", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "RIO DE JANEIRO", "MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "Brasília", "Brasília", "RIO DE JANEIRO", "MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "RIO DE JANEIRO", "ESTADO DO RIO DE JANEIRO" ], "ORGANIZACAO": [ "SEGUNDA TURMA", "INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO", "PREVI", "RIO", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO", "PREVI", "RIO", "Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro", "Previ", "Rio", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA", "PREVI", "RIO", "Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro", "Previ", "Rio", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO", "PREVI RIO", "Segunda Turma", "Supremo Tribunal Federal", "SEGUNDA TURMA", "INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO PREVI RIO", "Segunda Turma" ], "PESSOA": [ "NUNES MARQUES", "FERNANDO ALVES PINHEIRO", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "FERNANDO ALVES PINHEIRO", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "FERNANDO ALVES PINHEIRO", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "NUNES MARQUES", "Dias Toffoli", "Edson Fachin", "Cármen Lúcia", "NUNES MARQUES", "Dias Toffoli", "Edson Fachin", "Cármen Lúcia", "NUNES MARQUES", "FERNANDO ALVES PINHEIRO", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Hannah Gevartosky", "NUNES MARQUES", "FERNANDO ALVES PINHEIRO", "Gilmar Mendes", "Ricardo Lewandowski", "Cármen Lúcia", "Edson Fachin", "Nunes Marques", "Hannah Gevartosky" ], "TEMPO": [ "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25 de junho a", "2 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25 de junho a", "2 de agosto de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "03", "/", "08", "/", "2021", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", ".", "6", ".", "2021", "2", ".", "8", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ALEGADA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. IMPROCEDÊNCIA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 704/STF. REEXAME DE ELEMENTOS FÁTICO-PROBATÓRIOS. VIA INADEQUADA. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar provimento ao Recurso Ordinário, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO, Relator. Brasília, 14 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3CB9-D209-311D-B73A e senha 7E1B-01F1-BD49-B937 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 Relatório 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor William Akerman Gomes: O Ministério Público denunciou o recorrente, e outras pessoas, considerados os crimes dos artigos 90 (fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório) da Lei nº 8.666/1993 e 1º, inciso II (utilização, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos), do Decreto-Lei nº 201/1967, combinado com o artigo 29 do Código Penal. A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia recebeu a peça – processo-crime nº 0021027- 73.2013.8.05.0000. Assentou materialidade e indícios de autoria, a partir de representação formulada por Leandro Silva Moreira, além de documentos apresentados pela Câmara de Vereadores e pelo Tribunal de Contas. Com embargos de declaração, não se obteve êxito. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma, no habeas corpus nº 316.778/BA, indeferiu a ordem. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AB5-00D5-9F74-ED72 e senha 809D-99BD-B2CD-DCED Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor William Akerman Gomes: O Ministério Público denunciou o recorrente, e outras pessoas, considerados os crimes dos artigos 90 (fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório) da Lei nº 8.666/1993 e 1º, inciso II (utilização, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos), do Decreto-Lei nº 201/1967, combinado com o artigo 29 do Código Penal. A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia recebeu a peça – processo-crime nº 0021027- 73.2013.8.05.0000. Assentou materialidade e indícios de autoria, a partir de representação formulada por Leandro Silva Moreira, além de documentos apresentados pela Câmara de Vereadores e pelo Tribunal de Contas. Com embargos de declaração, não se obteve êxito. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma, no habeas corpus nº 316.778/BA, indeferiu a ordem. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AB5-00D5-9F74-ED72 e senha 809D-99BD-B2CD-DCED Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 Relatório RHC 138332 / BA O recorrente sustenta inexistir justa causa a viabilizar a ação penal. Destaca inobservados os princípios do juiz natural e da ampla defesa. Diz necessário o desmembramento do processo em relação a si, afirmando não ser detentor de prerrogativa de função. Aponta transgressão ao princípio do juiz natural. Assinala inaplicável o verbete nº 704 da Súmula do Supremo. Aludindo ao princípio da legalidade estrita, frisa a incompatibilidade, com a Constituição Federal, do Decreto-Lei nº 201/1967. Realça inviável a disciplina de matéria penal por meio de Decreto-Lei, na vigência da Constituição de 1946. Sublinha haver sobreposição, considerados os crimes imputados. Assevera não ter participado de crime, realçando haver concorrido em processo licitatório e fornecido combustíveis com valor inferior ao praticado em relação aos consumidores em geral. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão do processo até o julgamento final desta impetração. No mérito, busca o afastamento da sobreposição, sendo anulado o processo, desde o recebimento da denúncia, desmembrado e remetido à primeira instância. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AB5-00D5-9F74-ED72 e senha 809D-99BD-B2CD-DCED Supremo Tribunal Federal RHC 138332 / BA O recorrente sustenta inexistir justa causa a viabilizar a ação penal. Destaca inobservados os princípios do juiz natural e da ampla defesa. Diz necessário o desmembramento do processo em relação a si, afirmando não ser detentor de prerrogativa de função. Aponta transgressão ao princípio do juiz natural. Assinala inaplicável o verbete nº 704 da Súmula do Supremo. Aludindo ao princípio da legalidade estrita, frisa a incompatibilidade, com a Constituição Federal, do Decreto-Lei nº 201/1967. Realça inviável a disciplina de matéria penal por meio de Decreto-Lei, na vigência da Constituição de 1946. Sublinha haver sobreposição, considerados os crimes imputados. Assevera não ter participado de crime, realçando haver concorrido em processo licitatório e fornecido combustíveis com valor inferior ao praticado em relação aos consumidores em geral. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão do processo até o julgamento final desta impetração. No mérito, busca o afastamento da sobreposição, sendo anulado o processo, desde o recebimento da denúncia, desmembrado e remetido à primeira instância. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AB5-00D5-9F74-ED72 e senha 809D-99BD-B2CD-DCED Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): DENÚNCIA – JUSTA CAUSA. Acompanhada a denúncia de suporte informativo a sinalizar a viabilidade da imputação, considerados materialidade e indícios de autoria, tem-se justa causa. CRIMES – DUPLA APENAÇÃO. Não há dupla apenação pelos mesmos fatos, considerada a imputação da prática, mediante pluralidade de ações, de dois crimes. DECRETO-LEI Nº 201/1967 – RECEPÇÃO. O Supremo Tribunal Federal assentou que o Decreto-lei nº 201/1967 foi recepcionado pela Constituição de 1988 e não padece de inconstitucionalidade, considerada a Carta de 1946 – habeas corpus nº 69.850, Pleno, relator ministro Francisco Rezek, julgado em 9 de fevereiro de 1994. COMPETÊNCIA – FORO – PRERROGATIVA. Corréu não detentor da prerrogativa deve ser julgado pela primeira instância, considerada a impossibilidade de normas processuais comuns implicarem aditamento ao que previsto na Lei Maior. O Ministério Público denunciou o recorrente, e outras pessoas, ante fraude ao caráter competitivo de procedimento licitatório, com prejuízos aos cofres municipais, e utilização indevida em proveito alheio de rendas públicas no valor de R$ 2.191.728,18. A suspensão de processo-crime situa-se no âmbito da excepcionalidade. É indispensável a demonstração de ilegalidade manifesta, sem a qual surge imprópria a providência pretendida. Consideradas informações a respaldarem o teor da imputação – Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD88-25EC-E18D-31BB e senha E534-6DAF-49C6-2400 Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): DENÚNCIA – JUSTA CAUSA. Acompanhada a denúncia de suporte informativo a sinalizar a viabilidade da imputação, considerados materialidade e indícios de autoria, tem-se justa causa. CRIMES – DUPLA APENAÇÃO. Não há dupla apenação pelos mesmos fatos, considerada a imputação da prática, mediante pluralidade de ações, de dois crimes. DECRETO-LEI Nº 201/1967 – RECEPÇÃO. O Supremo Tribunal Federal assentou que o Decreto-lei nº 201/1967 foi recepcionado pela Constituição de 1988 e não padece de inconstitucionalidade, considerada a Carta de 1946 – habeas corpus nº 69.850, Pleno, relator ministro Francisco Rezek, julgado em 9 de fevereiro de 1994. COMPETÊNCIA – FORO – PRERROGATIVA. Corréu não detentor da prerrogativa deve ser julgado pela primeira instância, considerada a impossibilidade de normas processuais comuns implicarem aditamento ao que previsto na Lei Maior. O Ministério Público denunciou o recorrente, e outras pessoas, ante fraude ao caráter competitivo de procedimento licitatório, com prejuízos aos cofres municipais, e utilização indevida em proveito alheio de rendas públicas no valor de R$ 2.191.728,18. A suspensão de processo-crime situa-se no âmbito da excepcionalidade. É indispensável a demonstração de ilegalidade manifesta, sem a qual surge imprópria a providência pretendida. Consideradas informações a respaldarem o teor da imputação – Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD88-25EC-E18D-31BB e senha E534-6DAF-49C6-2400 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 138332 / BA representação formulada por Leandro Silva Moreira, além de documentos apresentados pela Câmara de Vereadores e pelo Tribunal de Contas –, tem-se configurada justa causa necessária a viabilizar a ação penal. Improcede a articulação de não recepção do artigo 1º, inciso II, do Decreto-Lei nº 201/1967. O Pleno, em 9 de fevereiro de 1994, no exame do habeas corpus nº 69.850, relator ministro Francisco Rezek, assentou não ser incompatível com a Constituição de 1988. Formei na corrente vencida, razão pela qual ressalvo entendimento pessoal. Não há falar em dupla apenação pelos mesmo fatos. Segundo a inicial acusatória, foram praticados, mediante duas ações diversas, os crimes dos artigos 90 (fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório) da Lei nº 8.666/1993 e 1º, inciso II (utilização, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos), do Decreto-Lei nº 201/1967 combinado com o artigo 29 do Código Penal. No tocante à competência para processar e julgar a ação penal, normas processuais comuns, como são as do Código de Processo Penal, que versam a continência, envolvimento de mais de um agente no processo, e a conexão probatória, não podem implicar aditamento ao que previsto na Carta da República. Cabe à primeira instância, observadas as regras quanto à repartição de competência jurisdicional e desmembrado o processo, julgar réu que não seja titular de foro por prerrogativa de função. Ao Tribunal de Justiça compete examinar a imputação relativa ao Prefeito – artigo 29, inciso X, da Constituição Federal. Provejo parcialmente o recurso, para anular o processo desde o recebimento da denúncia, determinando o desmembramento e a remessa, à primeira instância da Justiça do Estado da Bahia, da acusação envolvendo Sérgio Mota Gonzalez. Declaro o prejuízo do pedido de tutela de urgência. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD88-25EC-E18D-31BB e senha E534-6DAF-49C6-2400 Supremo Tribunal Federal RHC 138332 / BA representação formulada por Leandro Silva Moreira, além de documentos apresentados pela Câmara de Vereadores e pelo Tribunal de Contas –, tem-se configurada justa causa necessária a viabilizar a ação penal. Improcede a articulação de não recepção do artigo 1º, inciso II, do Decreto-Lei nº 201/1967. O Pleno, em 9 de fevereiro de 1994, no exame do habeas corpus nº 69.850, relator ministro Francisco Rezek, assentou não ser incompatível com a Constituição de 1988. Formei na corrente vencida, razão pela qual ressalvo entendimento pessoal. Não há falar em dupla apenação pelos mesmo fatos. Segundo a inicial acusatória, foram praticados, mediante duas ações diversas, os crimes dos artigos 90 (fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório) da Lei nº 8.666/1993 e 1º, inciso II (utilização, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos), do Decreto-Lei nº 201/1967 combinado com o artigo 29 do Código Penal. No tocante à competência para processar e julgar a ação penal, normas processuais comuns, como são as do Código de Processo Penal, que versam a continência, envolvimento de mais de um agente no processo, e a conexão probatória, não podem implicar aditamento ao que previsto na Carta da República. Cabe à primeira instância, observadas as regras quanto à repartição de competência jurisdicional e desmembrado o processo, julgar réu que não seja titular de foro por prerrogativa de função. Ao Tribunal de Justiça compete examinar a imputação relativa ao Prefeito – artigo 29, inciso X, da Constituição Federal. Provejo parcialmente o recurso, para anular o processo desde o recebimento da denúncia, determinando o desmembramento e a remessa, à primeira instância da Justiça do Estado da Bahia, da acusação envolvendo Sérgio Mota Gonzalez. Declaro o prejuízo do pedido de tutela de urgência. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD88-25EC-E18D-31BB e senha E534-6DAF-49C6-2400 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 Voto Vogal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, peço vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, para divergir a respeito da competência. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça chancelou o entendimento da Corte local nos termos seguintes: Quanto à alegação de violação ao princípio do juiz natural em razão de não possuir prerrogativa de foro, veja-se o teor do acórdão combatido (fls. 157/158): Inicialmente, é de se observar que o primeiro denunciado, o Sr. João Almeida Mascarenhas Filho, mantém a condição de Prefeito de Itaberaba/Ba, em decorrência de sua reeleição para o cargo, ocorrida no último pleito, razão pela qual, considerando- se a prerrogativa de função, detém o foro especial previsto no art. 29, inciso X, da Constituição Federal – julgamento de Prefeito perante o Tribunal de Justiça – e art. 69, inc. VII, c/c art. 84, ambos do Código de Processo Penal. Ultrapassado o referido tópico, cabe, aqui, analisar a primeira questão preliminar, aduzida pelos demais denunciados – não detentores de idêntica vantagem – quanto à competência Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, peço vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, para divergir a respeito da competência. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça chancelou o entendimento da Corte local nos termos seguintes: Quanto à alegação de violação ao princípio do juiz natural em razão de não possuir prerrogativa de foro, veja-se o teor do acórdão combatido (fls. 157/158): Inicialmente, é de se observar que o primeiro denunciado, o Sr. João Almeida Mascarenhas Filho, mantém a condição de Prefeito de Itaberaba/Ba, em decorrência de sua reeleição para o cargo, ocorrida no último pleito, razão pela qual, considerando- se a prerrogativa de função, detém o foro especial previsto no art. 29, inciso X, da Constituição Federal – julgamento de Prefeito perante o Tribunal de Justiça – e art. 69, inc. VII, c/c art. 84, ambos do Código de Processo Penal. Ultrapassado o referido tópico, cabe, aqui, analisar a primeira questão preliminar, aduzida pelos demais denunciados – não detentores de idêntica vantagem – quanto à competência Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 Voto Vogal RHC 138332 / BA desta Corte, uma vez que pretendem o desmembramento do feito, por entenderem existir prejuízo à instrução probatória, além de cerceamento defesa, considerando a perda de garantias processuais – art. 79 do Código de Processo Penal (ampla defesa e recursos). No entanto, consoante entendimento já sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, não há que se falar em violação às garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal, em razão da atração, por continência ou conexão, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. Súmula 704, STF – “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.” Destarte, extrai-se da manifestação da Corte Suprema, ao contrário do quanto aduzido nas peças defensivas, que, em regra, os feitos relativos às pessoas que possuem foro por prerrogativa de função são atrativos em relação àqueles atinentes aos codenunciados, não detentores de idêntico benefício, considerando, precipuamente, a conexão existente entre os fatos discutidos nos autos, relacionados a todos os denunciados, nos exatos termos do art. 69, inc. V e VII, c/c art. 76, inc. I e III, e art. 79, todos do Código de Processo Penal. Inobstante, é possível, em tese, o desmembramento, quando houver a possibilidade de prejuízo à instrução processual, o que não se verifica no caso em apreço, até o presente momento, porquanto, no entender deste Relator, o diminuto número de acusados (num total de quatro), bem como o vínculo probante entre os fatos, supostamente praticados pelos denunciados (art. 80, CPP), evidenciam a necessidade de colheita probatória conjunta, de modo a evitar decisões conflitantes. Assim, sendo este Colendo Tribunal de Justiça competente para o processo e julgamento das questões, ora enfocadas, devem ser, em seguida, examinados os requisitos de admissibilidade da acusação e as alegações apresentadas pelos denunciados. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Supremo Tribunal Federal RHC 138332 / BA desta Corte, uma vez que pretendem o desmembramento do feito, por entenderem existir prejuízo à instrução probatória, além de cerceamento defesa, considerando a perda de garantias processuais – art. 79 do Código de Processo Penal (ampla defesa e recursos). No entanto, consoante entendimento já sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, não há que se falar em violação às garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal, em razão da atração, por continência ou conexão, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. Súmula 704, STF – “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.” Destarte, extrai-se da manifestação da Corte Suprema, ao contrário do quanto aduzido nas peças defensivas, que, em regra, os feitos relativos às pessoas que possuem foro por prerrogativa de função são atrativos em relação àqueles atinentes aos codenunciados, não detentores de idêntico benefício, considerando, precipuamente, a conexão existente entre os fatos discutidos nos autos, relacionados a todos os denunciados, nos exatos termos do art. 69, inc. V e VII, c/c art. 76, inc. I e III, e art. 79, todos do Código de Processo Penal. Inobstante, é possível, em tese, o desmembramento, quando houver a possibilidade de prejuízo à instrução processual, o que não se verifica no caso em apreço, até o presente momento, porquanto, no entender deste Relator, o diminuto número de acusados (num total de quatro), bem como o vínculo probante entre os fatos, supostamente praticados pelos denunciados (art. 80, CPP), evidenciam a necessidade de colheita probatória conjunta, de modo a evitar decisões conflitantes. Assim, sendo este Colendo Tribunal de Justiça competente para o processo e julgamento das questões, ora enfocadas, devem ser, em seguida, examinados os requisitos de admissibilidade da acusação e as alegações apresentadas pelos denunciados. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 Voto Vogal RHC 138332 / BA Melhor sorte não socorre a tese de violação ao princípio do juiz natural, em razão do paciente não possuir prerrogativa de foro, já que a Corte sedimentou sua interpretação, nos termos da Súm. 704/STF, no sentido de que não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados, nesse sentido: [...] Esse entendimento não destoa da jurisprudência desta SUPREMA CORTE, no sentido de que “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados” (Súmula 704/STF). No mesmo sentido: RE 1184119 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 1º/8/2019; RHC 136731 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 6/3/2017; AP 560, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 11/9/2015. Registre-se, além disso, que “O habeas corpus não constitui via adequada para reexame dos elementos fático-probatórios que justificaram o reconhecimento da conexão instrumental e do juízo de conveniência que motivou a unidade de processamento e julgamento” (HC 130358, Rel. Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 28/6/2016). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Ordinário. É o voto. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Supremo Tribunal Federal RHC 138332 / BA Melhor sorte não socorre a tese de violação ao princípio do juiz natural, em razão do paciente não possuir prerrogativa de foro, já que a Corte sedimentou sua interpretação, nos termos da Súm. 704/STF, no sentido de que não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados, nesse sentido: [...] Esse entendimento não destoa da jurisprudência desta SUPREMA CORTE, no sentido de que “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados” (Súmula 704/STF). No mesmo sentido: RE 1184119 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 1º/8/2019; RHC 136731 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 6/3/2017; AP 560, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 11/9/2015. Registre-se, além disso, que “O habeas corpus não constitui via adequada para reexame dos elementos fático-probatórios que justificaram o reconhecimento da conexão instrumental e do juízo de conveniência que motivou a unidade de processamento e julgamento” (HC 130358, Rel. Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 28/6/2016). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Ordinário. É o voto. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 Voto Vogal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Consigno, inicialmente, que adiro às conclusões do eminente Decano em grande parte de seu voto. Porém, peço vênia à Sua Excelência tão somente para divergir de suas conclusões no que concerne à alegada violação do juízo natural. Com efeito, com bem pontuou a Procuradoria-Geral da República, “o envolvimento de Prefeito Municipal nos ilícitos apontados na denúncia tem o condão de atrair o processo e julgamento dos demais acusados em razão da conexão dos fatos e da necessidade de colheita (conjunta) de provas, evitando-se inclusive decisões conflitantes (...)”. Consoante a Súmula nº 704 da Corte, “[n]ão viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”. Perfilha esse entendimento o seguinte precedente: “(...) 2. COMPETÊNCIA. Criminal. Ação penal. Magistrado de Tribunal Federal Regional. Condição de corréu. Conexão da Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8655-BD57-6F5F-8214 e senha F7D6-04DB-F37E-16C6 Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Consigno, inicialmente, que adiro às conclusões do eminente Decano em grande parte de seu voto. Porém, peço vênia à Sua Excelência tão somente para divergir de suas conclusões no que concerne à alegada violação do juízo natural. Com efeito, com bem pontuou a Procuradoria-Geral da República, “o envolvimento de Prefeito Municipal nos ilícitos apontados na denúncia tem o condão de atrair o processo e julgamento dos demais acusados em razão da conexão dos fatos e da necessidade de colheita (conjunta) de provas, evitando-se inclusive decisões conflitantes (...)”. Consoante a Súmula nº 704 da Corte, “[n]ão viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”. Perfilha esse entendimento o seguinte precedente: “(...) 2. COMPETÊNCIA. Criminal. Ação penal. Magistrado de Tribunal Federal Regional. Condição de corréu. Conexão da Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8655-BD57-6F5F-8214 e senha F7D6-04DB-F37E-16C6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Voto Vogal RHC 138332 / BA acusação com fatos imputados a Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Pretensão de ser julgado perante este. Inadmissibilidade. Prerrogativa de foro. Irrenunciabilidade. Ofensa às garantias do juiz natural e da ampla defesa, elementares do devido processo legal. Inexistência. Feito da competência do Supremo. Precedentes. Preliminar rejeitada. Aplicação da Súmula 704. Não viola as garantias do juiz natural e da ampla defesa, elementares do devido processo legal, a atração, por conexão ou continência, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados, a qual é irrenunciável. (...)” (Inq nº 2.424/RJ, Tribunal Pleno, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 26/3/10). Ademais, o Supremo Tribunal já decidiu que, “[a] teor da Súmula 704/STF, ‘a tração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados’ não viola o devido processo legal. Em tais casos, a unicidade de processamento e julgamento decorre das particularidades do caso concreto, notadamente da especial correlação entre as supostas infrações penais, razão pela qual esse juízo não é sindicável pela estreita e célere via do habes corpus, avessa ao reexame do acervo fático- probatório” (HC nº 130.441-AgR/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 28/6/16). Nessa conformidade, nego provimento ao recurso. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8655-BD57-6F5F-8214 e senha F7D6-04DB-F37E-16C6 Supremo Tribunal Federal RHC 138332 / BA acusação com fatos imputados a Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Pretensão de ser julgado perante este. Inadmissibilidade. Prerrogativa de foro. Irrenunciabilidade. Ofensa às garantias do juiz natural e da ampla defesa, elementares do devido processo legal. Inexistência. Feito da competência do Supremo. Precedentes. Preliminar rejeitada. Aplicação da Súmula 704. Não viola as garantias do juiz natural e da ampla defesa, elementares do devido processo legal, a atração, por conexão ou continência, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados, a qual é irrenunciável. (...)” (Inq nº 2.424/RJ, Tribunal Pleno, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 26/3/10). Ademais, o Supremo Tribunal já decidiu que, “[a] teor da Súmula 704/STF, ‘a tração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados’ não viola o devido processo legal. Em tais casos, a unicidade de processamento e julgamento decorre das particularidades do caso concreto, notadamente da especial correlação entre as supostas infrações penais, razão pela qual esse juízo não é sindicável pela estreita e célere via do habes corpus, avessa ao reexame do acervo fático- probatório” (HC nº 130.441-AgR/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 28/6/16). Nessa conformidade, nego provimento ao recurso. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8655-BD57-6F5F-8214 e senha F7D6-04DB-F37E-16C6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Extrato de Ata - 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 PROCED. : BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) : JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO (16651/BA) E OUTRO(A/S) RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao Recurso Ordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 4.6.2021 a 11.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE0-2D90-C10C-3393 e senha 7044-2DD0-7026-610A Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 PROCED. : BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) : JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO (16651/BA) E OUTRO(A/S) RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao Recurso Ordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 4.6.2021 a 11.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE0-2D90-C10C-3393 e senha 7044-2DD0-7026-610A Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756778739
2021-06-14T00:00:00
2021-08-16T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao Recurso Ordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 4.6.2021 a 11.6.2021.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ALEGADA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. IMPROCEDÊNCIA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 704/STF. REEXAME DE ELEMENTOS FÁTICO-PROBATÓRIOS. VIA INADEQUADA. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
sjur450888
- Acórdão(s) citado(s): (SÚMULA 704/STF) Inq 2424 (TP), AP 560 (2ªT), HC 130441 AgR (1ªT), RHC 136731 AgR (1ªT), RE 1184119 AgR (1ªT). (HC, REEXAME, FATO, PROVA) HC 130358 AgR (1ªT). - Veja HC 69850 do STF. Número de páginas: 11. Análise: 02/03/2022, ABO.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
138332
[ "LEG-FED CF ANO-1946\n CF-1946 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00029 INC-00010\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-008666 ANO-1993\n ART-00090\n LLC-1993 LEI DE LICITAÇÕES\n\n", "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00029\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\n\n", "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\n\n", "LEG-FED DEL-000201 ANO-1967\n ART-00001 INC-00002\n DECRETO-LEI\n\n", "LEG-FED SUMSTF-000704\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF" ]
RHC
acordaos
RHC 138332
[ "" ]
RECTE.(S) : SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) : JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
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Ementa e Acórdão 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ALEGADA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. IMPROCEDÊNCIA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 704/Supremo Tribunal Federal. REEXAME DE ELEMENTOS FÁTICO-PROBATÓRIOS. VIA INADEQUADA. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar provimento ao Recurso Ordinário, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO, Relator. Brasília, 14 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 3CB9-D209-311D-B73A e senha 7E1B-01F1-BD49-B937 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 Relatório 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor William Akerman Gomes: O Ministério Público denunciou o recorrente, e outras pessoas, considerados os crimes dos artigos 90 (fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório) da Lei n 8.666/1993 e 1..., inciso II (utilização, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos), do Decreto-Lei n 201/1967, combinado com o artigo 29 do Código Penal. A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia recebeu a peça – processo-crime n 0021027- 73.2013.8.05.0000. Assentou materialidade e indícios de autoria, a partir de representação formulada por Leandro Silva Moreira, além de documentos apresentados pela Câmara de Vereadores e pelo Tribunal de Contas. Com embargos de declaração, não se obteve êxito. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma, no habeas corpus n 316.778/BA, indeferiu a ordem. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AB5-00D5-9F74-ED72 e senha 809D-99BD-B2CD-DCED Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pelo assessor William Akerman Gomes: O Ministério Público denunciou o recorrente, e outras pessoas, considerados os crimes dos artigos 90 (fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório) da Lei n 8.666/1993 e 1..., inciso II (utilização, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos), do Decreto-Lei n 201/1967, combinado com o artigo 29 do Código Penal. A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia recebeu a peça – processo-crime n 0021027- 73.2013.8.05.0000. Assentou materialidade e indícios de autoria, a partir de representação formulada por Leandro Silva Moreira, além de documentos apresentados pela Câmara de Vereadores e pelo Tribunal de Contas. Com embargos de declaração, não se obteve êxito. No Superior Tribunal de Justiça, a Sexta Turma, no habeas corpus n 316.778/BA, indeferiu a ordem. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AB5-00D5-9F74-ED72 e senha 809D-99BD-B2CD-DCED Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 Relatório RHC 138332 / BA O recorrente sustenta inexistir justa causa a viabilizar a ação penal. Destaca inobservados os princípios do juiz natural e da ampla defesa. Diz necessário o desmembramento do processo em relação a si, afirmando não ser detentor de prerrogativa de função. Aponta transgressão ao princípio do juiz natural. Assinala inaplicável o verbete n 704 da Súmula do Supremo. Aludindo ao princípio da legalidade estrita, frisa a incompatibilidade, com a Constituição Federal, do Decreto-Lei n 201/1967. Realça inviável a disciplina de matéria penal por meio de Decreto-Lei, na vigência da Constituição de 1946. Sublinha haver sobreposição, considerados os crimes imputados. Assevera não ter participado de crime, realçando haver concorrido em processo licitatório e fornecido combustíveis com valor inferior ao praticado em relação aos consumidores em geral. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão do processo até o julgamento final desta impetração. No mérito, busca o afastamento da sobreposição, sendo anulado o processo, desde o recebimento da denúncia, desmembrado e remetido à primeira instância. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AB5-00D5-9F74-ED72 e senha 809D-99BD-B2CD-DCED Supremo Tribunal Federal RHC 138332 / BA O recorrente sustenta inexistir justa causa a viabilizar a ação penal. Destaca inobservados os princípios do juiz natural e da ampla defesa. Diz necessário o desmembramento do processo em relação a si, afirmando não ser detentor de prerrogativa de função. Aponta transgressão ao princípio do juiz natural. Assinala inaplicável o verbete n 704 da Súmula do Supremo. Aludindo ao princípio da legalidade estrita, frisa a incompatibilidade, com a Constituição Federal, do Decreto-Lei n 201/1967. Realça inviável a disciplina de matéria penal por meio de Decreto-Lei, na vigência da Constituição de 1946. Sublinha haver sobreposição, considerados os crimes imputados. Assevera não ter participado de crime, realçando haver concorrido em processo licitatório e fornecido combustíveis com valor inferior ao praticado em relação aos consumidores em geral. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão do processo até o julgamento final desta impetração. No mérito, busca o afastamento da sobreposição, sendo anulado o processo, desde o recebimento da denúncia, desmembrado e remetido à primeira instância. A Procuradoria-Geral da República opina pelo desprovimento do recurso. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 4AB5-00D5-9F74-ED72 e senha 809D-99BD-B2CD-DCED Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): DENÚNCIA – JUSTA CAUSA. Acompanhada a denúncia de suporte informativo a sinalizar a viabilidade da imputação, considerados materialidade e indícios de autoria, tem-se justa causa. CRIMES – DUPLA APENAÇÃO. Não há dupla apenação pelos mesmos fatos, considerada a imputação da prática, mediante pluralidade de ações, de dois crimes. DECRETO-LEI n 201/1967 – RECEPÇÃO. O Supremo Tribunal Federal assentou que o Decreto-lei n 201/1967 foi recepcionado pela Constituição de 1988 e não padece de inconstitucionalidade, considerada a Carta de 1946 – habeas corpus n 69.850, Pleno, relator ministro Francisco Rezek, julgado em 9 de fevereiro de 1994. COMPETÊNCIA – FORO – PRERROGATIVA. Corréu não detentor da prerrogativa deve ser julgado pela primeira instância, considerada a impossibilidade de normas processuais comuns implicarem aditamento ao que previsto na Lei Maior. O Ministério Público denunciou o recorrente, e outras pessoas, ante fraude ao caráter competitivo de procedimento licitatório, com prejuízos aos cofres municipais, e utilização indevida em proveito alheio de rendas públicas no valor de R$ 2.191.728,18. A suspensão de processo-crime situa-se no âmbito da excepcionalidade. É indispensável a demonstração de ilegalidade manifesta, sem a qual surge imprópria a providência pretendida. Consideradas informações a respaldarem o teor da imputação – Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD88-25EC-E18D-31BB e senha E534-6DAF-49C6-2400 Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): DENÚNCIA – JUSTA CAUSA. Acompanhada a denúncia de suporte informativo a sinalizar a viabilidade da imputação, considerados materialidade e indícios de autoria, tem-se justa causa. CRIMES – DUPLA APENAÇÃO. Não há dupla apenação pelos mesmos fatos, considerada a imputação da prática, mediante pluralidade de ações, de dois crimes. DECRETO-LEI n 201/1967 – RECEPÇÃO. O Supremo Tribunal Federal assentou que o Decreto-lei n 201/1967 foi recepcionado pela Constituição de 1988 e não padece de inconstitucionalidade, considerada a Carta de 1946 – habeas corpus n 69.850, Pleno, relator ministro Francisco Rezek, julgado em 9 de fevereiro de 1994. COMPETÊNCIA – FORO – PRERROGATIVA. Corréu não detentor da prerrogativa deve ser julgado pela primeira instância, considerada a impossibilidade de normas processuais comuns implicarem aditamento ao que previsto na Lei Maior. O Ministério Público denunciou o recorrente, e outras pessoas, ante fraude ao caráter competitivo de procedimento licitatório, com prejuízos aos cofres municipais, e utilização indevida em proveito alheio de rendas públicas no valor de R$ 2.191.728,18. A suspensão de processo-crime situa-se no âmbito da excepcionalidade. É indispensável a demonstração de ilegalidade manifesta, sem a qual surge imprópria a providência pretendida. Consideradas informações a respaldarem o teor da imputação – Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD88-25EC-E18D-31BB e senha E534-6DAF-49C6-2400 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 138332 / BA representação formulada por Leandro Silva Moreira, além de documentos apresentados pela Câmara de Vereadores e pelo Tribunal de Contas –, tem-se configurada justa causa necessária a viabilizar a ação penal. Improcede a articulação de não recepção do artigo 1..., inciso II, do Decreto-Lei n 201/1967. O Pleno, em 9 de fevereiro de 1994, no exame do habeas corpus n 69.850, relator ministro Francisco Rezek, assentou não ser incompatível com a Constituição de 1988. Formei na corrente vencida, razão pela qual ressalvo entendimento pessoal. Não há falar em dupla apenação pelos mesmo fatos. Segundo a inicial acusatória, foram praticados, mediante duas ações diversas, os crimes dos artigos 90 (fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório) da Lei n 8.666/1993 e 1..., inciso II (utilização, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos), do Decreto-Lei n 201/1967 combinado com o artigo 29 do Código Penal. No tocante à competência para processar e julgar a ação penal, normas processuais comuns, como são as do Código de Processo Penal, que versam a continência, envolvimento de mais de um agente no processo, e a conexão probatória, não podem implicar aditamento ao que previsto na Carta da República. Cabe à primeira instância, observadas as regras quanto à repartição de competência jurisdicional e desmembrado o processo, julgar réu que não seja titular de foro por prerrogativa de função. Ao Tribunal de Justiça compete examinar a imputação relativa ao Prefeito – artigo 29, inciso X, da Constituição Federal. Provejo parcialmente o recurso, para anular o processo desde o recebimento da denúncia, determinando o desmembramento e a remessa, à primeira instância da Justiça do Estado da Bahia, da acusação envolvendo Sérgio Mota Gonzalez. Declaro o prejuízo do pedido de tutela de urgência. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD88-25EC-E18D-31BB e senha E534-6DAF-49C6-2400 Supremo Tribunal Federal RHC 138332 / BA representação formulada por Leandro Silva Moreira, além de documentos apresentados pela Câmara de Vereadores e pelo Tribunal de Contas –, tem-se configurada justa causa necessária a viabilizar a ação penal. Improcede a articulação de não recepção do artigo 1..., inciso II, do Decreto-Lei n 201/1967. O Pleno, em 9 de fevereiro de 1994, no exame do habeas corpus n 69.850, relator ministro Francisco Rezek, assentou não ser incompatível com a Constituição de 1988. Formei na corrente vencida, razão pela qual ressalvo entendimento pessoal. Não há falar em dupla apenação pelos mesmo fatos. Segundo a inicial acusatória, foram praticados, mediante duas ações diversas, os crimes dos artigos 90 (fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório) da Lei n 8.666/1993 e 1..., inciso II (utilização, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos), do Decreto-Lei n 201/1967 combinado com o artigo 29 do Código Penal. No tocante à competência para processar e julgar a ação penal, normas processuais comuns, como são as do Código de Processo Penal, que versam a continência, envolvimento de mais de um agente no processo, e a conexão probatória, não podem implicar aditamento ao que previsto na Carta da República. Cabe à primeira instância, observadas as regras quanto à repartição de competência jurisdicional e desmembrado o processo, julgar réu que não seja titular de foro por prerrogativa de função. Ao Tribunal de Justiça compete examinar a imputação relativa ao Prefeito – artigo 29, inciso X, da Constituição Federal. Provejo parcialmente o recurso, para anular o processo desde o recebimento da denúncia, determinando o desmembramento e a remessa, à primeira instância da Justiça do Estado da Bahia, da acusação envolvendo Sérgio Mota Gonzalez. Declaro o prejuízo do pedido de tutela de urgência. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD88-25EC-E18D-31BB e senha E534-6DAF-49C6-2400 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 Voto Vogal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, peço vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, para divergir a respeito da competência. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça chancelou o entendimento da Corte local nos termos seguintes: Quanto à alegação de violação ao princípio do juiz natural em razão de não possuir prerrogativa de foro, veja-se o teor do acórdão combatido (fls. 157/158): Inicialmente, é de se observar que o primeiro denunciado, o Sr. João Almeida Mascarenhas Filho, mantém a condição de Prefeito de Itaberaba/Ba, em decorrência de sua reeleição para o cargo, ocorrida no último pleito, razão pela qual, considerando- se a prerrogativa de função, detém o foro especial previsto no art. 29, inciso X, da Constituição Federal – julgamento de Prefeito perante o Tribunal de Justiça – e art. 69, inc. VII, c/c art. 84, ambos do Código de Processo Penal. Ultrapassado o referido tópico, cabe, aqui, analisar a primeira questão preliminar, aduzida pelos demais denunciados – não detentores de idêntica vantagem – quanto à competência Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Senhor Presidente, peço vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, para divergir a respeito da competência. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça chancelou o entendimento da Corte local nos termos seguintes: Quanto à alegação de violação ao princípio do juiz natural em razão de não possuir prerrogativa de foro, veja-se o teor do acórdão combatido (fls. 157/158): Inicialmente, é de se observar que o primeiro denunciado, o Sr. João Almeida Mascarenhas Filho, mantém a condição de Prefeito de Itaberaba/Ba, em decorrência de sua reeleição para o cargo, ocorrida no último pleito, razão pela qual, considerando- se a prerrogativa de função, detém o foro especial previsto no art. 29, inciso X, da Constituição Federal – julgamento de Prefeito perante o Tribunal de Justiça – e art. 69, inc. VII, c/c art. 84, ambos do Código de Processo Penal. Ultrapassado o referido tópico, cabe, aqui, analisar a primeira questão preliminar, aduzida pelos demais denunciados – não detentores de idêntica vantagem – quanto à competência Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 Voto Vogal RHC 138332 / BA desta Corte, uma vez que pretendem o desmembramento do feito, por entenderem existir prejuízo à instrução probatória, além de cerceamento defesa, considerando a perda de garantias processuais – art. 79 do Código de Processo Penal (ampla defesa e recursos). No entanto, consoante entendimento já sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, não há que se falar em violação às garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal, em razão da atração, por continência ou conexão, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. Súmula 704, Supremo Tribunal Federal – “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.” Destarte, extrai-se da manifestação da Corte Suprema, ao contrário do quanto aduzido nas peças defensivas, que, em regra, os feitos relativos às pessoas que possuem foro por prerrogativa de função são atrativos em relação àqueles atinentes aos codenunciados, não detentores de idêntico benefício, considerando, precipuamente, a conexão existente entre os fatos discutidos nos autos, relacionados a todos os denunciados, nos exatos termos do art. 69, inc. V e VII, c/c art. 76, inc. I e III, e art. 79, todos do Código de Processo Penal. Inobstante, é possível, em tese, o desmembramento, quando houver a possibilidade de prejuízo à instrução processual, o que não se verifica no caso em apreço, até o presente momento, porquanto, no entender deste Relator, o diminuto número de acusados (num total de quatro), bem como o vínculo probante entre os fatos, supostamente praticados pelos denunciados (art. 80, CPP), evidenciam a necessidade de colheita probatória conjunta, de modo a evitar decisões conflitantes. Assim, sendo este Colendo Tribunal de Justiça competente para o processo e julgamento das questões, ora enfocadas, devem ser, em seguida, examinados os requisitos de admissibilidade da acusação e as alegações apresentadas pelos denunciados. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Supremo Tribunal Federal RHC 138332 / BA desta Corte, uma vez que pretendem o desmembramento do feito, por entenderem existir prejuízo à instrução probatória, além de cerceamento defesa, considerando a perda de garantias processuais – art. 79 do Código de Processo Penal (ampla defesa e recursos). No entanto, consoante entendimento já sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, não há que se falar em violação às garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal, em razão da atração, por continência ou conexão, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. Súmula 704, Supremo Tribunal Federal – “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.” Destarte, extrai-se da manifestação da Corte Suprema, ao contrário do quanto aduzido nas peças defensivas, que, em regra, os feitos relativos às pessoas que possuem foro por prerrogativa de função são atrativos em relação àqueles atinentes aos codenunciados, não detentores de idêntico benefício, considerando, precipuamente, a conexão existente entre os fatos discutidos nos autos, relacionados a todos os denunciados, nos exatos termos do art. 69, inc. V e VII, c/c art. 76, inc. I e III, e art. 79, todos do Código de Processo Penal. Inobstante, é possível, em tese, o desmembramento, quando houver a possibilidade de prejuízo à instrução processual, o que não se verifica no caso em apreço, até o presente momento, porquanto, no entender deste Relator, o diminuto número de acusados (num total de quatro), bem como o vínculo probante entre os fatos, supostamente praticados pelos denunciados (art. 80, CPP), evidenciam a necessidade de colheita probatória conjunta, de modo a evitar decisões conflitantes. Assim, sendo este Colendo Tribunal de Justiça competente para o processo e julgamento das questões, ora enfocadas, devem ser, em seguida, examinados os requisitos de admissibilidade da acusação e as alegações apresentadas pelos denunciados. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 Voto Vogal RHC 138332 / BA Melhor sorte não socorre a tese de violação ao princípio do juiz natural, em razão do paciente não possuir prerrogativa de foro, já que a Corte sedimentou sua interpretação, nos termos da Súm. 704/Supremo Tribunal Federal, no sentido de que não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados, nesse sentido: [...] Esse entendimento não destoa da jurisprudência desta SUPREMA CORTE, no sentido de que “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados” (Súmula 704/Supremo Tribunal Federal). No mesmo sentido: Recurso Extraordinário 1184119 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 1.../8/2019; RHC 136731 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 6/3/2017; AP 560, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 11/9/2015. Registre-se, além disso, que “O habeas corpus não constitui via adequada para reexame dos elementos fático-probatórios que justificaram o reconhecimento da conexão instrumental e do juízo de conveniência que motivou a unidade de processamento e julgamento” (HC 130358, Rel. Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 28/6/2016). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Ordinário. É o voto. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Supremo Tribunal Federal RHC 138332 / BA Melhor sorte não socorre a tese de violação ao princípio do juiz natural, em razão do paciente não possuir prerrogativa de foro, já que a Corte sedimentou sua interpretação, nos termos da Súm. 704/Supremo Tribunal Federal, no sentido de que não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados, nesse sentido: [...] Esse entendimento não destoa da jurisprudência desta SUPREMA CORTE, no sentido de que “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados” (Súmula 704/Supremo Tribunal Federal). No mesmo sentido: Recurso Extraordinário 1184119 AgR, Relator(a): LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 1.../8/2019; RHC 136731 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 6/3/2017; AP 560, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 11/9/2015. Registre-se, além disso, que “O habeas corpus não constitui via adequada para reexame dos elementos fático-probatórios que justificaram o reconhecimento da conexão instrumental e do juízo de conveniência que motivou a unidade de processamento e julgamento” (HC 130358, Rel. Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 28/6/2016). Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Ordinário. É o voto. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 087D-C15B-0172-9639 e senha 76A6-8D1A-B392-2F5C Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 Voto Vogal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Consigno, inicialmente, que adiro às conclusões do eminente Decano em grande parte de seu voto. Porém, peço vênia à Sua Excelência tão somente para divergir de suas conclusões no que concerne à alegada violação do juízo natural. Com efeito, com bem pontuou a Procuradoria-Geral da República, “o envolvimento de Prefeito Municipal nos ilícitos apontados na denúncia tem o condão de atrair o processo e julgamento dos demais acusados em razão da conexão dos fatos e da necessidade de colheita (conjunta) de provas, evitando-se inclusive decisões conflitantes (...)”. Consoante a Súmula n 704 da Corte, “[n]ão viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”. Perfilha esse entendimento o seguinte precedente: “(...) 2. COMPETÊNCIA. Criminal. Ação penal. Magistrado de Tribunal Federal Regional. Condição de corréu. Conexão da Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8655-BD57-6F5F-8214 e senha F7D6-04DB-F37E-16C6 Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) :JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO E OUTRO(A/S) RECTE.(S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Consigno, inicialmente, que adiro às conclusões do eminente Decano em grande parte de seu voto. Porém, peço vênia à Sua Excelência tão somente para divergir de suas conclusões no que concerne à alegada violação do juízo natural. Com efeito, com bem pontuou a Procuradoria-Geral da República, “o envolvimento de Prefeito Municipal nos ilícitos apontados na denúncia tem o condão de atrair o processo e julgamento dos demais acusados em razão da conexão dos fatos e da necessidade de colheita (conjunta) de provas, evitando-se inclusive decisões conflitantes (...)”. Consoante a Súmula n 704 da Corte, “[n]ão viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”. Perfilha esse entendimento o seguinte precedente: “(...) 2. COMPETÊNCIA. Criminal. Ação penal. Magistrado de Tribunal Federal Regional. Condição de corréu. Conexão da Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8655-BD57-6F5F-8214 e senha F7D6-04DB-F37E-16C6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Voto Vogal RHC 138332 / BA acusação com fatos imputados a Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Pretensão de ser julgado perante este. Inadmissibilidade. Prerrogativa de foro. Irrenunciabilidade. Ofensa às garantias do juiz natural e da ampla defesa, elementares do devido processo legal. Inexistência. Feito da competência do Supremo. Precedentes. Preliminar rejeitada. Aplicação da Súmula 704. Não viola as garantias do juiz natural e da ampla defesa, elementares do devido processo legal, a atração, por conexão ou continência, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados, a qual é irrenunciável. (...)” (Inq n 2.424/RJ, Tribunal Pleno, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 26/3/10). Ademais, o Supremo Tribunal já decidiu que, “[a] teor da Súmula 704/Supremo Tribunal Federal, ‘a tração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados’ não viola o devido processo legal. Em tais casos, a unicidade de processamento e julgamento decorre das particularidades do caso concreto, notadamente da especial correlação entre as supostas infrações penais, razão pela qual esse juízo não é sindicável pela estreita e célere via do habes corpus, avessa ao reexame do acervo fático- probatório” (HC n 130.441-AgR/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 28/6/16). Nessa conformidade, nego provimento ao recurso. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8655-BD57-6F5F-8214 e senha F7D6-04DB-F37E-16C6 Supremo Tribunal Federal RHC 138332 / BA acusação com fatos imputados a Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Pretensão de ser julgado perante este. Inadmissibilidade. Prerrogativa de foro. Irrenunciabilidade. Ofensa às garantias do juiz natural e da ampla defesa, elementares do devido processo legal. Inexistência. Feito da competência do Supremo. Precedentes. Preliminar rejeitada. Aplicação da Súmula 704. Não viola as garantias do juiz natural e da ampla defesa, elementares do devido processo legal, a atração, por conexão ou continência, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados, a qual é irrenunciável. (...)” (Inq n 2.424/RJ, Tribunal Pleno, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 26/3/10). Ademais, o Supremo Tribunal já decidiu que, “[a] teor da Súmula 704/Supremo Tribunal Federal, ‘a tração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados’ não viola o devido processo legal. Em tais casos, a unicidade de processamento e julgamento decorre das particularidades do caso concreto, notadamente da especial correlação entre as supostas infrações penais, razão pela qual esse juízo não é sindicável pela estreita e célere via do habes corpus, avessa ao reexame do acervo fático- probatório” (HC n 130.441-AgR/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 28/6/16). Nessa conformidade, nego provimento ao recurso. É como voto. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8655-BD57-6F5F-8214 e senha F7D6-04DB-F37E-16C6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Extrato de Ata - 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 PROCED. : BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) : JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO (16651/BA) E OUTRO(A/S) RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao Recurso Ordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 4.6.2021 a 11.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE0-2D90-C10C-3393 e senha 7044-2DD0-7026-610A Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 138.332 PROCED. : BAHIA RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : SERGIO MOTA GONZALEZ ADV.(A/S) : JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO (16651/BA) E OUTRO(A/S) RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao Recurso Ordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 4.6.2021 a 11.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6FE0-2D90-C10C-3393 e senha 7044-2DD0-7026-610A Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
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I e III , e art . 79 , todos do Código de Processo Penal", "art . 80 , CPP", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "BAHIA", "Brasília", "BAHIA", "BAHIA", "BAHIA", "BAHIA", "Estado da Bahia", "Estado da Bahia", "Itaberaba", "/", "Ba", "Itaberaba", "/", "Ba", "BAHIA", "BAHIA", "BAHIA", "BAHIA" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Ministério Público", "Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia", "Câmara de Vereadores", "Tribunal de Contas", "Superior Tribunal de Justiça", "Sexta Turma", "Supremo 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de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Corte Suprema", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Corte Suprema", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Primeira Turma", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Primeira", "Segunda Turma", "Primeira Turma", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo", "Tribunal Pleno", "Supremo Tribunal já", "Primeira Turma", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Primeira" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "SERGIO MOTA GONZALEZ", "JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "SERGIO MOTA GONZALEZ", "JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO", "MARCO AURÉLIO", "William Akerman Gomes", "Leandro Silva Moreira", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "SERGIO MOTA GONZALEZ", "JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO", "MARCO AURÉLIO", "William Akerman Gomes", "Leandro Silva Moreira", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "Francisco Rezek", "MARCO AURÉLIO", "Francisco Rezek", "MARCO AURÉLIO", "Leandro Silva Moreira", "Francisco Rezek", "Sérgio Mota Gonzalez", "Leandro Silva Moreira", "Francisco Rezek", "Sérgio Mota Gonzalez", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "SERGIO MOTA GONZALEZ", "JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "João Almeida Mascarenhas Filho", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "SERGIO MOTA GONZALEZ", "JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "João Almeida Mascarenhas Filho", "LUIZ FUX", "EDSON FACHIN", "DIAS TOFFOLI", "EDSON FACHIN", "LUIZ FUX", "EDSON FACHIN", "DIAS TOFFOLI", "EDSON FACHIN", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "SERGIO MOTA GONZALEZ", "JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO", "DIAS TOFFOLI", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "SERGIO MOTA GONZALEZ", "JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO", "DIAS TOFFOLI", "Cezar Peluso", "Edson Fachin", "Cezar Peluso", "Edson Fachin", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "SERGIO MOTA GONZALEZ", "JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "SERGIO MOTA GONZALEZ", "JANJORIO VASCONCELOS SIMOES PINHO", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "14", "/", "06", "/", "2021", "14 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "06", "/", "9 de fevereiro de 1994", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "06", "/", "2021", "9 de fevereiro de 1994", "24", "/", "08", "/", "2001", "9 de fevereiro de 1994", "24", "/", "08", "/", "2001", "9 de fevereiro de 1994", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "1", ".", ".", ".", "/", "8", "/", "2019", "6", "/", "3", "/", "2017", "11", "/", "9", "/", "2015", "28", "/", "6", "/", "2016", "24", 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Ementa e Acórdão 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) :TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS. OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS. DECISÕES DEVIDAMENTE FUNDAMENTADAS. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. EXAME DE QUESTÕES FÁTICAS. VIA INADEQUADA. 1. Nos termos do inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a interceptação telefônica dependerá de ordem judicial (cláusula de reserva jurisdicional), que, de acordo com o art. 1º da Lei nº 9.296/96, deverá ser expedida pelo juiz competente para a ação principal, em decisão devidamente fundamentada que demonstre sua conveniência e indispensabilidade (Pleno, Inq. 2.424, Rel. Min. CEZAR PELUSO; 1ª T., HC 94.028, Rel. Min. CARMEN LUCIA; 1ª T., HC 103.418/PE, Rel. Min. DIAS TOFFOLI; 2ª T., HC 96.056/PE Rel. Min. GILMAR MENDES). 2. A decisão que autorizou a realização das interceptações telefônicas apresenta justificativa idônea acerca da necessidade da medida e está fundamentada no pedido do Ministério Público, que explicou claramente a imprescindibilidade da diligência. 3. Não há que se falar em violação ao disposto no art. 5º da Lei 9.296/1996 em caso de sucessivas prorrogações da interceptação telefônica, desde que demonstrada a necessidade de renovar a medida e respeitado o limite de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu na espécie. 4. A referência a razões inicialmente legitimadoras da interceptação e ao contexto fático delineado pela parte requerente não torna a decisão deficiente, pois devidamente indicada e pormenorizada a imprescindibilidade da medida. 5. A análise das questões fáticas suscitadas pela defesa, de forma a Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70EB-BD55-6F36-0876 e senha DC53-0503-B7AF-F2DA Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 19 Ementa e Acórdão HC 201609 AGR / SP infirmar o entendimento da instância ordinária, demandaria o reexame do conjunto probatório, providência incompatível com esta via processual. 6. Agravo Regimental a que nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar provimento ao Agravo Regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 14 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70EB-BD55-6F36-0876 e senha DC53-0503-B7AF-F2DA Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP infirmar o entendimento da instância ordinária, demandaria o reexame do conjunto probatório, providência incompatível com esta via processual. 6. Agravo Regimental a que nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar provimento ao Agravo Regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 14 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70EB-BD55-6F36-0876 e senha DC53-0503-B7AF-F2DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 19 Relatório 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) :TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto em face de decisão que indeferiu a ordem de Habeas Corpus impetrado contra acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, proferido no julgamento do Agravo Regimental no Recurso em Habeas Corpus 139.165/SP, submetido à relatoria do Ministro FELIX FISCHER. Consta dos autos, em síntese, que o paciente foi denunciado pela prática do crime de corrupção passiva (artigo 317, caput e §1º, na forma do artigo 71, ambos do Código Penal). Colhe-se da denúncia o seguinte trecho (Doc. 6): Como será esclarecido adiante e como consta na denúncia oferecida no processo 1012100-49.2019.8.26.0019, DANIELA VITALE, RICARDO JACOMELLI e ÂNGELA DA CRUZ são líderes de uma organização criminosa – ORCRIM voltada à prática de corrupções e exploração do jogo de azar. Eles corrompiam policiais civis e militares para assegurar a continuidade das atividades ilícitas, bem como evitar qualquer medida estatal contra o grupo criminosa. Nesse contexto, os três ofereceram e prometeram vantagem indevida aos funcionários públicos VALDEILDO e FIRMINO para determiná-los a omitir e retardar ato de ofício. VALDEILDO CLARO e FIRMINO CLARO são irmãos e ambos são policiais civis. VALDEILDO é carcereiro da polícia Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) :TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto em face de decisão que indeferiu a ordem de Habeas Corpus impetrado contra acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, proferido no julgamento do Agravo Regimental no Recurso em Habeas Corpus 139.165/SP, submetido à relatoria do Ministro FELIX FISCHER. Consta dos autos, em síntese, que o paciente foi denunciado pela prática do crime de corrupção passiva (artigo 317, caput e §1º, na forma do artigo 71, ambos do Código Penal). Colhe-se da denúncia o seguinte trecho (Doc. 6): Como será esclarecido adiante e como consta na denúncia oferecida no processo 1012100-49.2019.8.26.0019, DANIELA VITALE, RICARDO JACOMELLI e ÂNGELA DA CRUZ são líderes de uma organização criminosa – ORCRIM voltada à prática de corrupções e exploração do jogo de azar. Eles corrompiam policiais civis e militares para assegurar a continuidade das atividades ilícitas, bem como evitar qualquer medida estatal contra o grupo criminosa. Nesse contexto, os três ofereceram e prometeram vantagem indevida aos funcionários públicos VALDEILDO e FIRMINO para determiná-los a omitir e retardar ato de ofício. VALDEILDO CLARO e FIRMINO CLARO são irmãos e ambos são policiais civis. VALDEILDO é carcereiro da polícia Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 19 Relatório HC 201609 AGR / SP civil, enquanto FIRMINO é investigador de polícia. Os dois se integraram à ORCRIM, deixando de agir conforme exigiria a função pública por eles exercida, e permitiram que as atividades ilícitas dos investigados se perpetuassem. Relacionado a isso solicitaram e aceitaram vantagem indevida em razão da função por eles exercida. Em 31 de julho de 2019 VALDEILDO e FIRMINO foram fotografados em contato pessoal com DANIELA VITALE. Pelo contexto das conversas mantidas entre esta, ÂNGELA e RICARDO, antes e depois do encontro, bem como pelas circunstâncias do encontro, restou demonstrado que todos estavam envolvidos em ato de corrupção. Buscando o trancamento da ação penal, a defesa impetrou Habeas Corpus no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que denegou a ordem (Doc. 5). Contra esse julgado, a defesa interpôs Recurso Ordinário, ao qual o Ministro Relator no Superior Tribunal de Justiça negou provimento (Doc. 3), em decisão confirmada no julgamento do subsequente Agravo Regimental. Eis a ementa do acórdão (Doc. 12): AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRORROGAÇÕES FUNDAMENTADAS. PRAZO LEGAL. NÃO ENFRENTAMENTO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. I - Nos termos da jurisprudência consolidada nesta eg. Corte, cumpre ao agravante impugnar especificamente os fundamentos estabelecidos na decisão agravada. II - In casu, no que tange ao trancamento da ação penal, já devidamente debatido que as teses defensivas avançam o mérito da ação penal, de forma a adiantar o julgamento na origem e a ensejar o revolvimento fático-probatório, inviável na presente via. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP civil, enquanto FIRMINO é investigador de polícia. Os dois se integraram à ORCRIM, deixando de agir conforme exigiria a função pública por eles exercida, e permitiram que as atividades ilícitas dos investigados se perpetuassem. Relacionado a isso solicitaram e aceitaram vantagem indevida em razão da função por eles exercida. Em 31 de julho de 2019 VALDEILDO e FIRMINO foram fotografados em contato pessoal com DANIELA VITALE. Pelo contexto das conversas mantidas entre esta, ÂNGELA e RICARDO, antes e depois do encontro, bem como pelas circunstâncias do encontro, restou demonstrado que todos estavam envolvidos em ato de corrupção. Buscando o trancamento da ação penal, a defesa impetrou Habeas Corpus no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que denegou a ordem (Doc. 5). Contra esse julgado, a defesa interpôs Recurso Ordinário, ao qual o Ministro Relator no Superior Tribunal de Justiça negou provimento (Doc. 3), em decisão confirmada no julgamento do subsequente Agravo Regimental. Eis a ementa do acórdão (Doc. 12): AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRORROGAÇÕES FUNDAMENTADAS. PRAZO LEGAL. NÃO ENFRENTAMENTO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. I - Nos termos da jurisprudência consolidada nesta eg. Corte, cumpre ao agravante impugnar especificamente os fundamentos estabelecidos na decisão agravada. II - In casu, no que tange ao trancamento da ação penal, já devidamente debatido que as teses defensivas avançam o mérito da ação penal, de forma a adiantar o julgamento na origem e a ensejar o revolvimento fático-probatório, inviável na presente via. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 19 Relatório HC 201609 AGR / SP III - Assente que "O trancamento de ação penal em habeas corpus constitui medida excepcional, que só se justifica nos casos de manifesta atipicidade da conduta, de presença de causa de extinção da punibilidade ou de ausência, demonstrada de plano, de indícios mínimos de autoria e materialidade delitivas" (HC n. 115.116/RJ, Segunda Turma, Relª. Minª. Carmen Lúcia, DJe de 17/11/2014). IV - Verifica-se, no caso concreto, que a interceptação telefônica e suas prorrogações (prazo máximo de 15 (quinze) dias cada, às fls. 313-315, 404-407, 524-527 e 578-581) foram suficientemente fundamentadas nas condutas materialmente até então observadas e com fortes indícios de autoria, observando o debate acerca da imprescindibilidade da medida e não apenas com esteio na gravidade abstrata dos fatos. V - A Jurisprudência desta eg. Corte Superior é firme no sentido de que "A decisão de quebra de sigilo telefônico não exige fundamentação exaustiva. Assim, pode o magistrado decretar a medida mediante fundamentação concisa e sucinta, desde que demonstre a existência dos requisitos autorizadores da interceptação telefônica, como ocorreu na espécie. É desnecessário que cada sucessiva autorização judicial de interceptação telefônica apresente inéditos fundamentos motivadores da continuidade das investigações, bastando que estejam mantidos os pressupostos que autorizaram a decretação da interceptação originária (HC n. 339.553/SP, Quinta Turma, de minha relatoria, DJe de 7/3/2017). VI - No que atine aos prazos, "a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das particularidades do caso, desde que fundamentada a decisão" (HC 537.555/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 11/02/2021). VII - De resto, a d. Defesa limitou-se a reprisar os argumentos do recurso ordinário em habeas corpus, o que atrai a Súmula n. 182 desta eg. Corte Superior de Justiça, segundo a qual é inviável o agravo regimental que não impugna especificamente os fundamentos da decisão agravada. Agravo regimental desprovido. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP III - Assente que "O trancamento de ação penal em habeas corpus constitui medida excepcional, que só se justifica nos casos de manifesta atipicidade da conduta, de presença de causa de extinção da punibilidade ou de ausência, demonstrada de plano, de indícios mínimos de autoria e materialidade delitivas" (HC n. 115.116/RJ, Segunda Turma, Relª. Minª. Carmen Lúcia, DJe de 17/11/2014). IV - Verifica-se, no caso concreto, que a interceptação telefônica e suas prorrogações (prazo máximo de 15 (quinze) dias cada, às fls. 313-315, 404-407, 524-527 e 578-581) foram suficientemente fundamentadas nas condutas materialmente até então observadas e com fortes indícios de autoria, observando o debate acerca da imprescindibilidade da medida e não apenas com esteio na gravidade abstrata dos fatos. V - A Jurisprudência desta eg. Corte Superior é firme no sentido de que "A decisão de quebra de sigilo telefônico não exige fundamentação exaustiva. Assim, pode o magistrado decretar a medida mediante fundamentação concisa e sucinta, desde que demonstre a existência dos requisitos autorizadores da interceptação telefônica, como ocorreu na espécie. É desnecessário que cada sucessiva autorização judicial de interceptação telefônica apresente inéditos fundamentos motivadores da continuidade das investigações, bastando que estejam mantidos os pressupostos que autorizaram a decretação da interceptação originária (HC n. 339.553/SP, Quinta Turma, de minha relatoria, DJe de 7/3/2017). VI - No que atine aos prazos, "a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das particularidades do caso, desde que fundamentada a decisão" (HC 537.555/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 11/02/2021). VII - De resto, a d. Defesa limitou-se a reprisar os argumentos do recurso ordinário em habeas corpus, o que atrai a Súmula n. 182 desta eg. Corte Superior de Justiça, segundo a qual é inviável o agravo regimental que não impugna especificamente os fundamentos da decisão agravada. Agravo regimental desprovido. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 19 Relatório HC 201609 AGR / SP Na petição inicial, a defesa reiterou a alegação de nulidade da decisão autorizadora das interceptações telefônicas e das respectivas prorrogações. Ressaltou que: (a) É importante destacar que a decisão judicial da Justiça Castrense que autorizou a interceptação telefônica – em sacrifício do direito fundamental (comunicação telefônica, Art. 5º, XII, CFRB) – é plenamente vinculada e limitada ao processo que lhe deu origem, tratando, assim, de uma vinculação causal e não podendo ser compartilhada; (b) A leitura superficial das decisões conduz a indiscutível conclusão de que o juízo de primeira instância utilizou-se de idêntica decisão em todos os deferimentos de prorrogações ocorridos em 28.05.2019, 14.06.2019, 04.07.2019, 23.07.2019 e 12.08.2019, respectivamente; (c) a interceptação telefônica realizada durante o desenvolvimento do inquérito policial militar 48/319/18 (cópia em anexo) foi deferida sem que houvesse caracterizado o fumus comissi delicti exigido pela lei, e ainda adotada de forma extremamente precoce sem que estivesse devidamente caracterizada a hipótese de excepcionalidade exigida pela lei; (d) a interceptação telefônica decretada pela Justiça Castrense está lastreada exclusivamente numa ‘denúncia anônima’, sem comprovação alguma de indícios ou autoria das supostas práticas delitivas que justificassem sua autorização; (e) a interceptação levada a cabo pela Justiça Castrense também se ressente de ilicitude pelo viés da inexistência de demonstração da indispensabilidade da medida extrema à apuração da infração penal suspeita, existindo a possibilidade de se adotar outros procedimentos investigatórios menos gravosos do que a interceptação; (f) há evidente nulidade das decisões do juízo de primeira instância que deferiu a quebra do sigilo telefônico a pedido do GAECO (decisões reproduzidas no histórico dos fatos acima), eis que carece de fundamentação como é exigido constitucional e legalmente; e (g) o lapso temporal das interceptações telefônicas contraria texto expresso da Lei n.º 9.296/96 e representa evidente excesso de prazo, eis que as interceptações telefônicas se estenderam durante aproximadamente 6 (seis) meses. Requereu, ao final, a concessão da ordem, para reconhecer a ilicitude dos elementos originários advindos da interceptação telefônica (...) e de toda prova dela decorrente com a determinação de desentranhamento dos autos (...), com o consequente trancamento do processo. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP Na petição inicial, a defesa reiterou a alegação de nulidade da decisão autorizadora das interceptações telefônicas e das respectivas prorrogações. Ressaltou que: (a) É importante destacar que a decisão judicial da Justiça Castrense que autorizou a interceptação telefônica – em sacrifício do direito fundamental (comunicação telefônica, Art. 5º, XII, CFRB) – é plenamente vinculada e limitada ao processo que lhe deu origem, tratando, assim, de uma vinculação causal e não podendo ser compartilhada; (b) A leitura superficial das decisões conduz a indiscutível conclusão de que o juízo de primeira instância utilizou-se de idêntica decisão em todos os deferimentos de prorrogações ocorridos em 28.05.2019, 14.06.2019, 04.07.2019, 23.07.2019 e 12.08.2019, respectivamente; (c) a interceptação telefônica realizada durante o desenvolvimento do inquérito policial militar 48/319/18 (cópia em anexo) foi deferida sem que houvesse caracterizado o fumus comissi delicti exigido pela lei, e ainda adotada de forma extremamente precoce sem que estivesse devidamente caracterizada a hipótese de excepcionalidade exigida pela lei; (d) a interceptação telefônica decretada pela Justiça Castrense está lastreada exclusivamente numa ‘denúncia anônima’, sem comprovação alguma de indícios ou autoria das supostas práticas delitivas que justificassem sua autorização; (e) a interceptação levada a cabo pela Justiça Castrense também se ressente de ilicitude pelo viés da inexistência de demonstração da indispensabilidade da medida extrema à apuração da infração penal suspeita, existindo a possibilidade de se adotar outros procedimentos investigatórios menos gravosos do que a interceptação; (f) há evidente nulidade das decisões do juízo de primeira instância que deferiu a quebra do sigilo telefônico a pedido do GAECO (decisões reproduzidas no histórico dos fatos acima), eis que carece de fundamentação como é exigido constitucional e legalmente; e (g) o lapso temporal das interceptações telefônicas contraria texto expresso da Lei n.º 9.296/96 e representa evidente excesso de prazo, eis que as interceptações telefônicas se estenderam durante aproximadamente 6 (seis) meses. Requereu, ao final, a concessão da ordem, para reconhecer a ilicitude dos elementos originários advindos da interceptação telefônica (...) e de toda prova dela decorrente com a determinação de desentranhamento dos autos (...), com o consequente trancamento do processo. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 19 Relatório HC 201609 AGR / SP Indeferi a ordem. Neste recurso, a defesa reforça os argumentos expendidos na inicial e requer, ao final, seja conhecido e provido o agravo regimental para que seja deferida a ordem de habeas corpus impetrada e assim a ilegalidade que assola a liberdade de locomoção de FIRMINO CLARO GOMES FILHO seja afastada vez por todas, nos moldes requeridos na inicial e que ficam aqui reiteradas, especialmente para que seja reconhecida a ilegalidade das interceptações telefônicas com o seu consequente desentranhamento desse feito e o trancamento da ação penal. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP Indeferi a ordem. Neste recurso, a defesa reforça os argumentos expendidos na inicial e requer, ao final, seja conhecido e provido o agravo regimental para que seja deferida a ordem de habeas corpus impetrada e assim a ilegalidade que assola a liberdade de locomoção de FIRMINO CLARO GOMES FILHO seja afastada vez por todas, nos moldes requeridos na inicial e que ficam aqui reiteradas, especialmente para que seja reconhecida a ilegalidade das interceptações telefônicas com o seu consequente desentranhamento desse feito e o trancamento da ação penal. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão ora atacada não merece reparos, pois está em consonância com a jurisprudência desta CORTE. Com efeito, nos termos do inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a interceptação telefônica dependerá de ordem judicial (cláusula de reserva jurisdicional), que, de acordo com o art. 1º da Lei nº 9.296/1996, deverá ser expedida pelo juiz competente para a ação principal, em decisão devidamente fundamentada que demonstre sua conveniência e indispensabilidade (STF, Pleno, Inq. 2.424, Rel. Min. CEZAR PELUSO, decisão: 26/11/2008; STF, 1ª T., HC 94.028 Rel. Min. CÁMEN LÚCIA, decisão: 22/4/2009; STF, HC 103.418/PE, Rel. Min. DIAS TOFFOLI Informativo STF nº 648; STF, 2ª T., HC 96.056/PE Rel. Min. GILMAR MENDES, decisão: 28/6/2011. No Superior Tribunal de Justiça, conferir: STJ, 5ª T., HC 104.005/RJ Rel. Min. JORGE MUSSI, decisão: 8/11/2011. Não há dúvidas, portanto, de que o afastamento da inviolabilidade constitucional em relação às comunicações telefônicas exige a presença da imprescindibilidade desse meio de prova, pois a citada lei vedou a realização de interceptação de comunicações telefônicas quando não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal ou a prova puder ser feita por outros meios disponíveis (STF, 2ª T. HC 105.527/DF Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/5/11; STF, 1ªT. HC 94.028 Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, decisão: 22/4/2009; STF, Pleno, Inq. 2.424 Rel. Min. CEZAR PELUSO, decisão: 26/11/2008). Sobre o tema, pontuou o Superior Tribunal de Justiça a inexistência de nulidade, assentando o seguinte: Para melhor delimitar a quaestio, transcrevo os seguintes trechos do v. acórdão recorrido (fls. 2720-2731): Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão ora atacada não merece reparos, pois está em consonância com a jurisprudência desta CORTE. Com efeito, nos termos do inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a interceptação telefônica dependerá de ordem judicial (cláusula de reserva jurisdicional), que, de acordo com o art. 1º da Lei nº 9.296/1996, deverá ser expedida pelo juiz competente para a ação principal, em decisão devidamente fundamentada que demonstre sua conveniência e indispensabilidade (STF, Pleno, Inq. 2.424, Rel. Min. CEZAR PELUSO, decisão: 26/11/2008; STF, 1ª T., HC 94.028 Rel. Min. CÁMEN LÚCIA, decisão: 22/4/2009; STF, HC 103.418/PE, Rel. Min. DIAS TOFFOLI Informativo STF nº 648; STF, 2ª T., HC 96.056/PE Rel. Min. GILMAR MENDES, decisão: 28/6/2011. No Superior Tribunal de Justiça, conferir: STJ, 5ª T., HC 104.005/RJ Rel. Min. JORGE MUSSI, decisão: 8/11/2011. Não há dúvidas, portanto, de que o afastamento da inviolabilidade constitucional em relação às comunicações telefônicas exige a presença da imprescindibilidade desse meio de prova, pois a citada lei vedou a realização de interceptação de comunicações telefônicas quando não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal ou a prova puder ser feita por outros meios disponíveis (STF, 2ª T. HC 105.527/DF Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/5/11; STF, 1ªT. HC 94.028 Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, decisão: 22/4/2009; STF, Pleno, Inq. 2.424 Rel. Min. CEZAR PELUSO, decisão: 26/11/2008). Sobre o tema, pontuou o Superior Tribunal de Justiça a inexistência de nulidade, assentando o seguinte: Para melhor delimitar a quaestio, transcrevo os seguintes trechos do v. acórdão recorrido (fls. 2720-2731): Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP "(...) Os documentos juntados aos autos dão conta de em 31 de julho de 2019, bem como por várias vezes em datas anteriores desde pelo menos o mês de maio de 2019, nas cidades e comarcas de Americana/SP e Santa Bárbara d'Oeste/SP, os réus abaixo nominados, em continuidade delitiva, agindo em concurso, com unidade de desígnios e relevância das condutas, ofereceram e prometeram vantagem indevida a funcionários públicos para determiná-los a omitir e retardar ato de ofício, que ao final não foram praticados. Os denunciados por estes fatos são: Daniela Aparecida Vitale Iazzetta, Ricardo Jacomeli Correia, Ângela da Cruz; e nas mesmas circunstâncias de tempo e local, em continuidade delitiva, os policiais civis abaixo indicados aceitaram, solicitaram e receberam promessa de vantagem indevida, para si, em razão da função exercida, sendo que os denunciados deixaram de praticar qualquer ato de ofício. São denunciados: (...). Pois bem. Para o deferimento de interceptação telefônica, basta a existência de indícios razoáveis da autoria ou da participação em infração penal (artigo 2º , inciso I, da Lei nº 9.296/96 e 13.869/2019), o que ficou devidamente demonstrado, in casu, com a leitura perfunctória do referido inquérito. Destarte, não procede a alegação de que a medida foi decretada com base em insuficientes indícios da participação do suplicante nos fatos, tendo em vista a alegada inexistência de prévia investigação inquérito policial. Nesse aspecto, importante ressaltar que a realização de interceptação telefônica durante a fase de investigação independe da instauração prévia de inquérito policial, pois tanto a Constituição Federal como a Lei nº 9.296/96, ao tratarem do assunto, mencionam apenas o termo 'investigação criminal'. (...) No caso concreto, as investigações preliminares foram realizadas a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do GAECO - Núcleo de Piracicaba, após compartilhamento de informações da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a fim de apurar suposto envolvimento de policiais militares na exploração de 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP "(...) Os documentos juntados aos autos dão conta de em 31 de julho de 2019, bem como por várias vezes em datas anteriores desde pelo menos o mês de maio de 2019, nas cidades e comarcas de Americana/SP e Santa Bárbara d'Oeste/SP, os réus abaixo nominados, em continuidade delitiva, agindo em concurso, com unidade de desígnios e relevância das condutas, ofereceram e prometeram vantagem indevida a funcionários públicos para determiná-los a omitir e retardar ato de ofício, que ao final não foram praticados. Os denunciados por estes fatos são: Daniela Aparecida Vitale Iazzetta, Ricardo Jacomeli Correia, Ângela da Cruz; e nas mesmas circunstâncias de tempo e local, em continuidade delitiva, os policiais civis abaixo indicados aceitaram, solicitaram e receberam promessa de vantagem indevida, para si, em razão da função exercida, sendo que os denunciados deixaram de praticar qualquer ato de ofício. São denunciados: (...). Pois bem. Para o deferimento de interceptação telefônica, basta a existência de indícios razoáveis da autoria ou da participação em infração penal (artigo 2º , inciso I, da Lei nº 9.296/96 e 13.869/2019), o que ficou devidamente demonstrado, in casu, com a leitura perfunctória do referido inquérito. Destarte, não procede a alegação de que a medida foi decretada com base em insuficientes indícios da participação do suplicante nos fatos, tendo em vista a alegada inexistência de prévia investigação inquérito policial. Nesse aspecto, importante ressaltar que a realização de interceptação telefônica durante a fase de investigação independe da instauração prévia de inquérito policial, pois tanto a Constituição Federal como a Lei nº 9.296/96, ao tratarem do assunto, mencionam apenas o termo 'investigação criminal'. (...) No caso concreto, as investigações preliminares foram realizadas a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do GAECO - Núcleo de Piracicaba, após compartilhamento de informações da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a fim de apurar suposto envolvimento de policiais militares na exploração de 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP jogos de azar (corrupção passiva e organização criminosa - PIC nº 27/ 2019). As investigações demonstraram a imprescindibilidade da realização desse meio de prova especificamente, pois deixaram clara a existência do periculum in mora, ou seja, a necessidade de se tomar uma providência imediata para não tornar ineficaz todo o trabalho policial realizado até aquele momento. De outra parte, as r . decisões de primeiro grau que deferiram a quebra de sigilo telefônico encontram-se suficientemente fundamentadas (fls. 289/ 291, 380/ 383, 434/ 437,500/ 503, 554/ 557, 624/ 628, 656/ 659, 660/ 662, 663/ 666, 686/ 689), pois baseadas na presença dos requisitos necessários ao deferimento da medida cautelar preparatória, não havendo falar em contrariedade ao que dispõe o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, e o artigo 5º, da Lei nº 9.296/96. Destarte, motivadas e fundamentadas as decisões, inexiste qualquer irregularidade na quebra do sigilo de cadastro telefônico e nas interceptações telefônicas realizadas (e suas posteriores prorrogações), porquanto autorizadas em pertinência com o previsto nos artigos 2º e 5º da Lei 9.296/96. E impossível o trancamento da ação penal, eis que a exordial acusatória descreve fato típico e antijurídico e encontra apoio suficiente nas provas produzidas. Aliás, a medida de exceção do trancamento da ação penal somente se afigura razoável à vista, primus ictus oculi, de manifesta e induvidosa erronia no tocante à figura do agente ou no caso de ser ir recusável, certa e inquestionável a presença de justificativa excludente da tipicidade ou de dirimente prejudicial da punibilidade, o que não ocorre in casu. Em outras palavras, para o seu deferimento, em sede de habeas corpus, é necessário que a ausência de justa causa resulte nítida, patente e incontroversa, não ensejando análise profunda e valor ativa de provas, o que efetivamente não sucede no caso concreto. (...)" (grifei) [...] In casu, é possível verificar a presença dos indícios mínimos de autoria e materialidade necessários para a persecução penal, amparados nos fatos narrados e deduzidos 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP jogos de azar (corrupção passiva e organização criminosa - PIC nº 27/ 2019). As investigações demonstraram a imprescindibilidade da realização desse meio de prova especificamente, pois deixaram clara a existência do periculum in mora, ou seja, a necessidade de se tomar uma providência imediata para não tornar ineficaz todo o trabalho policial realizado até aquele momento. De outra parte, as r . decisões de primeiro grau que deferiram a quebra de sigilo telefônico encontram-se suficientemente fundamentadas (fls. 289/ 291, 380/ 383, 434/ 437,500/ 503, 554/ 557, 624/ 628, 656/ 659, 660/ 662, 663/ 666, 686/ 689), pois baseadas na presença dos requisitos necessários ao deferimento da medida cautelar preparatória, não havendo falar em contrariedade ao que dispõe o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, e o artigo 5º, da Lei nº 9.296/96. Destarte, motivadas e fundamentadas as decisões, inexiste qualquer irregularidade na quebra do sigilo de cadastro telefônico e nas interceptações telefônicas realizadas (e suas posteriores prorrogações), porquanto autorizadas em pertinência com o previsto nos artigos 2º e 5º da Lei 9.296/96. E impossível o trancamento da ação penal, eis que a exordial acusatória descreve fato típico e antijurídico e encontra apoio suficiente nas provas produzidas. Aliás, a medida de exceção do trancamento da ação penal somente se afigura razoável à vista, primus ictus oculi, de manifesta e induvidosa erronia no tocante à figura do agente ou no caso de ser ir recusável, certa e inquestionável a presença de justificativa excludente da tipicidade ou de dirimente prejudicial da punibilidade, o que não ocorre in casu. Em outras palavras, para o seu deferimento, em sede de habeas corpus, é necessário que a ausência de justa causa resulte nítida, patente e incontroversa, não ensejando análise profunda e valor ativa de provas, o que efetivamente não sucede no caso concreto. (...)" (grifei) [...] In casu, é possível verificar a presença dos indícios mínimos de autoria e materialidade necessários para a persecução penal, amparados nos fatos narrados e deduzidos 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP na exordial acusatória. Não apenas no acórdão, mas também na denúncia, há a menção às investigações preliminares "realizadas a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do GAECO - Núcleo de Piracicaba, após compartilhamento de informações da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo" (fls. 2720- 2731). Aqui, o trecho pertinente da denúncia (fls. 46-47): "Foi assim que a investigação conduzida inicialmente pela Egrégia Corregedoria da Polícia Militar, posteriormente também pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, identificou a existência de uma organização criminosa nas cidades de Santa Bárbara D'Oeste e Americana que se dedica a explorar jogo de azar, praticar crimes de corrupção e realizar lavagem de dinheiro oriundo da atividade ilícita desenvolvida. A estrutura criada pelos investigados evidencia hierarquia entre eles, com poder de mando por parte de DANIELA VITALE, ÂNGELA DA CRUZ e RICARDO JACOMELLI, contando com a integração de várias outras pessoas, notadamente policiais da região de Americana. Os crimes de corrupção (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro possuem penas superiores a 4 (quatro) anos. A participação dos policiais civis e militares é essencial para o desenvolvimento e perpetuação das atividades ilícitas, uma vez que a integração deles ao esquema é que assegura seu funcionamento cotidiano e impede que investigações ou operações a cargo das policiais venham a dificultar a prática das contravenções penais praticadas." […] Tudo o que demonstra que o v. acórdão de origem se mostrou escorreito, ao não adentrar o mérito da demanda principal, ainda mais em sede de habeas corpus. Ressalte-se, por fim, que, ir mais afundo do que a análise perpetrada no v. acórdão, além de adiantar o próprio mérito da demanda principal, encontra impedimento na impossibilidade de amplo exame da matéria fático-probatória, procedimento, a 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP na exordial acusatória. Não apenas no acórdão, mas também na denúncia, há a menção às investigações preliminares "realizadas a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do GAECO - Núcleo de Piracicaba, após compartilhamento de informações da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo" (fls. 2720- 2731). Aqui, o trecho pertinente da denúncia (fls. 46-47): "Foi assim que a investigação conduzida inicialmente pela Egrégia Corregedoria da Polícia Militar, posteriormente também pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, identificou a existência de uma organização criminosa nas cidades de Santa Bárbara D'Oeste e Americana que se dedica a explorar jogo de azar, praticar crimes de corrupção e realizar lavagem de dinheiro oriundo da atividade ilícita desenvolvida. A estrutura criada pelos investigados evidencia hierarquia entre eles, com poder de mando por parte de DANIELA VITALE, ÂNGELA DA CRUZ e RICARDO JACOMELLI, contando com a integração de várias outras pessoas, notadamente policiais da região de Americana. Os crimes de corrupção (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro possuem penas superiores a 4 (quatro) anos. A participação dos policiais civis e militares é essencial para o desenvolvimento e perpetuação das atividades ilícitas, uma vez que a integração deles ao esquema é que assegura seu funcionamento cotidiano e impede que investigações ou operações a cargo das policiais venham a dificultar a prática das contravenções penais praticadas." […] Tudo o que demonstra que o v. acórdão de origem se mostrou escorreito, ao não adentrar o mérito da demanda principal, ainda mais em sede de habeas corpus. Ressalte-se, por fim, que, ir mais afundo do que a análise perpetrada no v. acórdão, além de adiantar o próprio mérito da demanda principal, encontra impedimento na impossibilidade de amplo exame da matéria fático-probatória, procedimento, a 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP toda evidência, incompatível com a via estreita do habeas corpus e do seu recurso ordinário, que não admitem a dilação probatória. [...] No que atine à interceptação telefônica, inicialmente, convém registrar que a em tela foi decretada por decisão judicial, após pedido expresso da autoridade competente, no seio de "investigação policial", tendo, como referência, fatos concretos. Assim, a interceptação não foi determinada apenas com esteio na gravidade abstrata dos fatos, mas nas condutas materialmente até então observadas e com fortes indícios de autoria, sem esquecer do debate acerca da imprescindibilidade - tudo, em obediência ao art. 2º, incisos, da Lei nº 9.296/96 (Lei de Interceptação Telefônica): "Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção." Já sobre especificamente a fundamentação das decisões que ensejaram a interceptação telefônica, certo é que as decisões nestes autos (fls. 313-315, 404-407, 524- 527 e 578-581), embora sucintas, demonstraram que a situação em voga travava de crimes graves, se enquadrando expressamente na Lei n. 12.850/2013 (Lei de Organização Criminosa), e atendendo aos comandos também da Lei n. 9.296/96 (Lei de Interceptação Telefônica), estando lastreadas em um arcabouço probatório prévio apto a demonstrar provas da materialidade e indícios de autoria, sem esquecer de afirmar a essencialidade da medida, assim como foram deferidas mediante representação dos Promotores de Justiça do GAECO. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP toda evidência, incompatível com a via estreita do habeas corpus e do seu recurso ordinário, que não admitem a dilação probatória. [...] No que atine à interceptação telefônica, inicialmente, convém registrar que a em tela foi decretada por decisão judicial, após pedido expresso da autoridade competente, no seio de "investigação policial", tendo, como referência, fatos concretos. Assim, a interceptação não foi determinada apenas com esteio na gravidade abstrata dos fatos, mas nas condutas materialmente até então observadas e com fortes indícios de autoria, sem esquecer do debate acerca da imprescindibilidade - tudo, em obediência ao art. 2º, incisos, da Lei nº 9.296/96 (Lei de Interceptação Telefônica): "Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção." Já sobre especificamente a fundamentação das decisões que ensejaram a interceptação telefônica, certo é que as decisões nestes autos (fls. 313-315, 404-407, 524- 527 e 578-581), embora sucintas, demonstraram que a situação em voga travava de crimes graves, se enquadrando expressamente na Lei n. 12.850/2013 (Lei de Organização Criminosa), e atendendo aos comandos também da Lei n. 9.296/96 (Lei de Interceptação Telefônica), estando lastreadas em um arcabouço probatório prévio apto a demonstrar provas da materialidade e indícios de autoria, sem esquecer de afirmar a essencialidade da medida, assim como foram deferidas mediante representação dos Promotores de Justiça do GAECO. 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP [...] Por fim, acerca do deferimento sucessivo de interceptações, esta eg. Corte entente que: "Conforme a jurisprudência desta Corte Superior, a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das particularidades do caso, desde que fundamentada a decisão" (HC 537.555/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 11/02/2021). No caso concreto, as decisões foram proferidas com prazo máximo de 15 (quinze) dias cada (fls. 313-315, 404-407, 524-527 e 578-581). Corroborando os termos acima, a r. manifestação do d. Ministério Público Federal, em r. parecer da lavra do Dr. Alexandre Camanho de Assis, Subprocurador-Geral da República (fls. 2799-2807): "(...) Consta dos autos que o recorrente – policial civil – responde a ação penal por solicitar e receber promessa de vantagem indevida, para si e em razão da função exercida, oriunda de organização criminosa voltada à prática de corrupção e exploração de jogos de azar. Ao contrário do quanto alega a defesa, não há falar em ausência de justa causa para instaurar a presente ação penal. Com efeito, denúncias anônimas constituem ligações feitas por sujeitos que optam pela ocultação de suas identidades para alertaras autoridades policiais sobre possíveis atividades ilícitas nas redondezas – situação bem diversa do quadro fático verificado na espécie. Por outro lado, as interceptações telefônicas são medidas de natureza cautelar preparatória cujo deferimento judicial demanda apuração prévia das provas já coletadas e motivos suficientes a indicara sua indispensabilidade. A partir desta diligência, será possível identificar outros envolvidos na prática delituosa, caso do paciente. Aqui, a denúncia narra o início das investigações, com o compartilhamento de material pela Corregedoria da Polícia Militar do Estado, as diligências ultimadas e a 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP [...] Por fim, acerca do deferimento sucessivo de interceptações, esta eg. Corte entente que: "Conforme a jurisprudência desta Corte Superior, a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das particularidades do caso, desde que fundamentada a decisão" (HC 537.555/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 11/02/2021). No caso concreto, as decisões foram proferidas com prazo máximo de 15 (quinze) dias cada (fls. 313-315, 404-407, 524-527 e 578-581). Corroborando os termos acima, a r. manifestação do d. Ministério Público Federal, em r. parecer da lavra do Dr. Alexandre Camanho de Assis, Subprocurador-Geral da República (fls. 2799-2807): "(...) Consta dos autos que o recorrente – policial civil – responde a ação penal por solicitar e receber promessa de vantagem indevida, para si e em razão da função exercida, oriunda de organização criminosa voltada à prática de corrupção e exploração de jogos de azar. Ao contrário do quanto alega a defesa, não há falar em ausência de justa causa para instaurar a presente ação penal. Com efeito, denúncias anônimas constituem ligações feitas por sujeitos que optam pela ocultação de suas identidades para alertaras autoridades policiais sobre possíveis atividades ilícitas nas redondezas – situação bem diversa do quadro fático verificado na espécie. Por outro lado, as interceptações telefônicas são medidas de natureza cautelar preparatória cujo deferimento judicial demanda apuração prévia das provas já coletadas e motivos suficientes a indicara sua indispensabilidade. A partir desta diligência, será possível identificar outros envolvidos na prática delituosa, caso do paciente. Aqui, a denúncia narra o início das investigações, com o compartilhamento de material pela Corregedoria da Polícia Militar do Estado, as diligências ultimadas e a 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP imprescindibilidade do afastamento dos sigilos para confirmação dos fatos. Eis trecho: (...) Ora, evidente não estar-se diante de ilicitude das provas iniciais e, consequentemente, contaminação das provas embasadoras da denúncia em questão. Desenvolveu- se robusta investigação, com diligências ultimadas pelas autoridade correcional e pelo GAECO, autorizadas pelo juízo competente, que apresentaram indícios de autoria e materialidade embasadores de justa causa à ação penal. O Tribunal a quo asseverou que as interceptações iniciais estavam revestidas de “(...) indícios razoáveis da autoria ou da participação em infração penal (artigo 2º, inciso I, da Lei nº 9.296/96 e13.869/2019)” (fl. 2726 e-STJ), confirmando o adequado deferimento da medida para apurar as atividades criminosas. Malgrado o juízo singular tenha justificado o deferimento da medida em curtas linhas, certo haver fundamentação satisfatória a respaldá-la. Os crimes de organização criminosa têm natureza complexa, envolvendo multiplicidade de réus e de fatos criminosos a serem investigados, circunstâncias estas que demandam dos órgãos de persecução penal a ultimação de diligências necessárias para apurar os fatos e revelar os agentes, sendo prescindível a prévia instauração de inquérito ou ação penal para quebra do sigilo telefônico. Além disso, segundo o entendimento consolidado desta Corte Superior, a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das peculiaridades do caso, desde que motivada a decisão. Em sede do habeas corpus, o Tribunal de origem confirmou que “as investigações demonstraram a imprescindibilidade da realização desse meio de prova especificamente, pois deixaram clara a existência do periculum in mora, ou seja, a necessidade de se tomar uma providência imediata para não tornar ineficaz todo o trabalho policial realizado até aquele momento” (fl. 2728 e-STJ). Nesse sentido, precedente desta Corte Superior: (...) Aliás, é firme o entendimento jurisprudencial no sentido de que o trancamento da ação penal só será admitido nas estreitas vias do 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP imprescindibilidade do afastamento dos sigilos para confirmação dos fatos. Eis trecho: (...) Ora, evidente não estar-se diante de ilicitude das provas iniciais e, consequentemente, contaminação das provas embasadoras da denúncia em questão. Desenvolveu- se robusta investigação, com diligências ultimadas pelas autoridade correcional e pelo GAECO, autorizadas pelo juízo competente, que apresentaram indícios de autoria e materialidade embasadores de justa causa à ação penal. O Tribunal a quo asseverou que as interceptações iniciais estavam revestidas de “(...) indícios razoáveis da autoria ou da participação em infração penal (artigo 2º, inciso I, da Lei nº 9.296/96 e13.869/2019)” (fl. 2726 e-STJ), confirmando o adequado deferimento da medida para apurar as atividades criminosas. Malgrado o juízo singular tenha justificado o deferimento da medida em curtas linhas, certo haver fundamentação satisfatória a respaldá-la. Os crimes de organização criminosa têm natureza complexa, envolvendo multiplicidade de réus e de fatos criminosos a serem investigados, circunstâncias estas que demandam dos órgãos de persecução penal a ultimação de diligências necessárias para apurar os fatos e revelar os agentes, sendo prescindível a prévia instauração de inquérito ou ação penal para quebra do sigilo telefônico. Além disso, segundo o entendimento consolidado desta Corte Superior, a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das peculiaridades do caso, desde que motivada a decisão. Em sede do habeas corpus, o Tribunal de origem confirmou que “as investigações demonstraram a imprescindibilidade da realização desse meio de prova especificamente, pois deixaram clara a existência do periculum in mora, ou seja, a necessidade de se tomar uma providência imediata para não tornar ineficaz todo o trabalho policial realizado até aquele momento” (fl. 2728 e-STJ). Nesse sentido, precedente desta Corte Superior: (...) Aliás, é firme o entendimento jurisprudencial no sentido de que o trancamento da ação penal só será admitido nas estreitas vias do 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP writ ante a patente falta de justa causa, atipicidade da conduta, extinção da punibilidade ou inépcia da denúncia, todas hipóteses inocorrentes na espécie. Mais uma vez, precedente: (...) Desse modo, ausente comprovação plena da alegada ilicitude das provas produzidas e presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, não há obstar-se o trancamento da ação penal por meio do habeas corpus, instrumento processual cujos estritos limites de cognição mostram-se incompatíveis com a incursão fático-probatória. (...)" Em face de tal quadro, não se verifica o apontado vício. Segundo assentaram as instâncias antecedentes, a decisão que autorizou a realização das interceptações telefônicas apresenta justificativa idônea acerca da necessidade da medida e está fundamentada no pedido ministerial, que explicou claramente a imprescindibilidade da diligência. Assim, diante da demonstração mínima e razoável de que a medida era imprescindível para elucidação dos fatos, especialmente se levada em conta as ações criminosas investigadas, não há como declarar a nulidade das decisões que, embora sucintas, estão de acordo com o dever de fundamentação exigido pelo art. 93, IX, da CF/1988. Nesse sentido: HC 171.828-AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, DJe de 31/8/2020; HC 120.203- AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 4/3/2015. É importante registra que a referência às razões inicialmente legitimadoras da interceptação e ao contexto fático delineado pela parte requerente não torna a decisão deficiente, pois devidamente indicada e pormenorizada a imprescindibilidade da medida. Nessa linha de consideração: (…) 2. Não obstante a interceptação seja instrumento excepcional e subsidiário à persecução penal, esta Corte tem admitido a prorrogação da medida, desde que as decisões sejam devidamente motivadas e observem o prazo de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu no caso. Eventual referência às decisões pretéritas não traduzem motivação 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP writ ante a patente falta de justa causa, atipicidade da conduta, extinção da punibilidade ou inépcia da denúncia, todas hipóteses inocorrentes na espécie. Mais uma vez, precedente: (...) Desse modo, ausente comprovação plena da alegada ilicitude das provas produzidas e presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, não há obstar-se o trancamento da ação penal por meio do habeas corpus, instrumento processual cujos estritos limites de cognição mostram-se incompatíveis com a incursão fático-probatória. (...)" Em face de tal quadro, não se verifica o apontado vício. Segundo assentaram as instâncias antecedentes, a decisão que autorizou a realização das interceptações telefônicas apresenta justificativa idônea acerca da necessidade da medida e está fundamentada no pedido ministerial, que explicou claramente a imprescindibilidade da diligência. Assim, diante da demonstração mínima e razoável de que a medida era imprescindível para elucidação dos fatos, especialmente se levada em conta as ações criminosas investigadas, não há como declarar a nulidade das decisões que, embora sucintas, estão de acordo com o dever de fundamentação exigido pelo art. 93, IX, da CF/1988. Nesse sentido: HC 171.828-AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, DJe de 31/8/2020; HC 120.203- AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 4/3/2015. É importante registra que a referência às razões inicialmente legitimadoras da interceptação e ao contexto fático delineado pela parte requerente não torna a decisão deficiente, pois devidamente indicada e pormenorizada a imprescindibilidade da medida. Nessa linha de consideração: (…) 2. Não obstante a interceptação seja instrumento excepcional e subsidiário à persecução penal, esta Corte tem admitido a prorrogação da medida, desde que as decisões sejam devidamente motivadas e observem o prazo de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu no caso. Eventual referência às decisões pretéritas não traduzem motivação 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP deficiente quando demonstrado que as razões iniciais legitimadoras da interceptação subsistem e o contexto fático delineado pela parte requerente indique a sua necessidade, como único meio de prova, para elucidação do fato criminoso. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento (HC 125792 AgR, Relator Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 16/2/2016). Além disso, na linha dos precedentes desta CORTE, não há que se falar em violação ao disposto no art. 5º da Lei 9.296/1996 em caso de sucessivas prorrogações da interceptação telefônica, desde que demonstrada a necessidade de renovar a medida e respeitado o limite de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu na espécie. Ilustrativo desse entendimento, confira-se o HC 83.515, Rel. Min. NELSON JOBIM, cujo voto registra: A renovação da autorização da interceptação telefônica, longe de ser proibida pelo art. 5º da Lei 9.296/96, é permitida. Ressalte-se que se trata de fatos complexos, que envolvem a investigação do relacionamento entre indivíduos e que acabou por resultar em denúncia de uma pluralidade de tipos e réus. Somente uma investigação diferenciada, não-pontual e de acompanhamento contínuo poderia produzir prova suficiente a sustentar uma denúncia desse porte. O juízo acerca da necessidade na renovação das autorizações de interceptação telefônica deve levar em conta a natureza dos fatos e dos crimes e das circunstâncias que envolvem o caso. A denúncia (fls. 101/127), com a indicação de 13 (treze) réus, que se pauta em um conjunto complexo de relações e fatos, com a acusação de diversos crimes, dentre os quais a evasão de divisas, a formação de quadrilha, a lavagem de dinheiro e configuração de organização criminosa, não poderia ser viabilizada senão por meio de uma investigação contínua e dilatada a exigir a interceptação telefônica ao longo de diversos 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP deficiente quando demonstrado que as razões iniciais legitimadoras da interceptação subsistem e o contexto fático delineado pela parte requerente indique a sua necessidade, como único meio de prova, para elucidação do fato criminoso. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento (HC 125792 AgR, Relator Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 16/2/2016). Além disso, na linha dos precedentes desta CORTE, não há que se falar em violação ao disposto no art. 5º da Lei 9.296/1996 em caso de sucessivas prorrogações da interceptação telefônica, desde que demonstrada a necessidade de renovar a medida e respeitado o limite de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu na espécie. Ilustrativo desse entendimento, confira-se o HC 83.515, Rel. Min. NELSON JOBIM, cujo voto registra: A renovação da autorização da interceptação telefônica, longe de ser proibida pelo art. 5º da Lei 9.296/96, é permitida. Ressalte-se que se trata de fatos complexos, que envolvem a investigação do relacionamento entre indivíduos e que acabou por resultar em denúncia de uma pluralidade de tipos e réus. Somente uma investigação diferenciada, não-pontual e de acompanhamento contínuo poderia produzir prova suficiente a sustentar uma denúncia desse porte. O juízo acerca da necessidade na renovação das autorizações de interceptação telefônica deve levar em conta a natureza dos fatos e dos crimes e das circunstâncias que envolvem o caso. A denúncia (fls. 101/127), com a indicação de 13 (treze) réus, que se pauta em um conjunto complexo de relações e fatos, com a acusação de diversos crimes, dentre os quais a evasão de divisas, a formação de quadrilha, a lavagem de dinheiro e configuração de organização criminosa, não poderia ser viabilizada senão por meio de uma investigação contínua e dilatada a exigir a interceptação telefônica ao longo de diversos 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP períodos de 15 dias. Essa orientação foi reafirmada em diversos outros precedentes, como por exemplo: RHC 117.825-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJe de 25/4/2016; HC 120.027, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 18/2/2016. Por outro lado, a análise das questões fáticas suscitadas pela defesa, de forma a infirmar o entendimento da instância ordinária, demandaria o reexame do conjunto probatório, providência incompatível com esta via processual (cf. HC 136.622-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, Dje de 17/2/2017; HC 135.748, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, Dje de 13/2/2017; HC 135.956, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, Dje de 28/11/2016; HC 134.445- AgR, Rel. Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, Dje de 27/9/2016). Por fim, as demais questões não foram examinadas pelo Superior Tribunal de Justiça. Logo, torna-se inviável a esta SUPREMA CORTE conhecer das matérias originariamente, sob pena de indevida supressão de instância e violação das regras constitucionais de repartição de competências (HC 171714 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 1º/8/2019; HC 132.864-AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 18/3/2016; HC 136.452-ED, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 10/2/2017; HC 135.021-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 6/2/2017; HC 135.949, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 24/10/2016). Em suma, a conclusão das instâncias precedentes não diverge da orientação jurisprudencial desta SUPREMA CORTE, razão pela qual não há que se falar em constrangimento ilegal a ser sanado. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Agravo Regimental. É o voto. 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP períodos de 15 dias. Essa orientação foi reafirmada em diversos outros precedentes, como por exemplo: RHC 117.825-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJe de 25/4/2016; HC 120.027, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 18/2/2016. Por outro lado, a análise das questões fáticas suscitadas pela defesa, de forma a infirmar o entendimento da instância ordinária, demandaria o reexame do conjunto probatório, providência incompatível com esta via processual (cf. HC 136.622-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, Dje de 17/2/2017; HC 135.748, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, Dje de 13/2/2017; HC 135.956, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, Dje de 28/11/2016; HC 134.445- AgR, Rel. Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, Dje de 27/9/2016). Por fim, as demais questões não foram examinadas pelo Superior Tribunal de Justiça. Logo, torna-se inviável a esta SUPREMA CORTE conhecer das matérias originariamente, sob pena de indevida supressão de instância e violação das regras constitucionais de repartição de competências (HC 171714 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 1º/8/2019; HC 132.864-AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 18/3/2016; HC 136.452-ED, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 10/2/2017; HC 135.021-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 6/2/2017; HC 135.949, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 24/10/2016). Em suma, a conclusão das instâncias precedentes não diverge da orientação jurisprudencial desta SUPREMA CORTE, razão pela qual não há que se falar em constrangimento ilegal a ser sanado. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Agravo Regimental. É o voto. 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 19 Voto Vogal AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) :TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo do Relator. A lei de regência das interceptações telefônicas é expressa ao autorizá-la pelo período de 15 dias, renovável por idêntico espaço de tempo – artigo 5º da Lei nº 9.296/1996. No caso, houve sucessivas prorrogações da escuta telefônica, colocando-se em segundo plano a norma legal O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, ainda que haja a necessidade de análise de fatos e prova. Provejo o agravo deferindo parcialmente a ordem, para anular o processo-crime, determinando o afastamento do que alcançado mediante interceptação telefônica que tenha extravasado o prazo total de 30 dias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2437-F600-7E53-159B e senha 5478-E19B-2BC6-46E6 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) :TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo do Relator. A lei de regência das interceptações telefônicas é expressa ao autorizá-la pelo período de 15 dias, renovável por idêntico espaço de tempo – artigo 5º da Lei nº 9.296/1996. No caso, houve sucessivas prorrogações da escuta telefônica, colocando-se em segundo plano a norma legal O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, ainda que haja a necessidade de análise de fatos e prova. Provejo o agravo deferindo parcialmente a ordem, para anular o processo-crime, determinando o afastamento do que alcançado mediante interceptação telefônica que tenha extravasado o prazo total de 30 dias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2437-F600-7E53-159B e senha 5478-E19B-2BC6-46E6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 19 Extrato de Ata - 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) : TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO (247280/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 4.6.2021 a 11.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F553-173D-0B96-957F e senha A511-28C8-BBC1-AA24 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) : TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO (247280/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 4.6.2021 a 11.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F553-173D-0B96-957F e senha A511-28C8-BBC1-AA24 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 19
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756174551
2021-06-14T00:00:00
2021-06-17T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 4.6.2021 a 11.6.2021.
AG.REG. NO HABEAS CORPUS
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS. OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS. DECISÕES DEVIDAMENTE FUNDAMENTADAS. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. EXAME DE QUESTÕES FÁTICAS. VIA INADEQUADA. 1. Nos termos do inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a interceptação telefônica dependerá de ordem judicial (cláusula de reserva jurisdicional), que, de acordo com o art. 1º da Lei nº 9.296/96, deverá ser expedida pelo juiz competente para a ação principal, em decisão devidamente fundamentada que demonstre sua conveniência e indispensabilidade (Pleno, Inq. 2.424, Rel. Min. CEZAR PELUSO; 1ª T., HC 94.028, Rel. Min. CARMEN LUCIA; 1ª T., HC 103.418/PE, Rel. Min. DIAS TOFFOLI; 2ª T., HC 96.056/PE Rel. Min. GILMAR MENDES). 2. A decisão que autorizou a realização das interceptações telefônicas apresenta justificativa idônea acerca da necessidade da medida e está fundamentada no pedido do Ministério Público, que explicou claramente a imprescindibilidade da diligência. 3. Não há que se falar em violação ao disposto no art. 5º da Lei 9.296/1996 em caso de sucessivas prorrogações da interceptação telefônica, desde que demonstrada a necessidade de renovar a medida e respeitado o limite de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu na espécie. 4. A referência a razões inicialmente legitimadoras da interceptação e ao contexto fático delineado pela parte requerente não torna a decisão deficiente, pois devidamente indicada e pormenorizada a imprescindibilidade da medida. 5. A análise das questões fáticas suscitadas pela defesa, de forma a infirmar o entendimento da instância ordinária, demandaria o reexame do conjunto probatório, providência incompatível com esta via processual. 6. Agravo Regimental a que nega provimento.
sjur448769
- Acórdão(s) citado(s): (INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, ORDEM JUDICIAL, JUIZ COMPETENTE, FUNDAMENTAÇÃO, CONVENIÊNCIA, INDISPENSABILIDADE) Inq 2424 (TP), HC 94028 (1ªT), HC 96056 (2ªT), HC 103418 (1ªT). (AFASTAMENTO, SIGILO TELEFÔNICO, PROVA, FUNDAMENTAÇÃO, INDISPENSABILIDADE) Inq 2424 (TP), HC 94028 (1ªT), HC 105527 (2ªT). (NULIDADE, DECISÃO, INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, FUNDAMENTAÇÃO SUFICIENTE) HC 120203 AgR (1ªT), HC 171828 AgR (1ªT). (INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, DECISÃO, REITERAÇÃO, FUNDAMENTAÇÃO, CONTINUIDADE, FATO GERADOR) HC 125792 AgR (2ªT). (LEGALIDADE, PRORROGAÇÃO, INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA) HC 83515 (TP), HC 120027 (1ªT), RHC 117825 AgR (2ªT). (HC, REEXAME, FATO, PROVA) HC 134445 AgR (1ªT), HC 135748 (2ªT), HC 135956 (2ªT), HC 136622 AgR (1ªT). (HC, SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA) HC 132864 AgR (2ªT), HC 135949 (2ªT), HC 135021 AgR (1ªT), HC 136452 ED (1ªT), HC 171714 AgR (1ªT). - Acórdão(s) citado(s) - outros tribunais: (INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, ORDEM JUDICIAL, JUIZ COMPETENTE, FUNDAMENTAÇÃO, CONVENIÊNCIA, INDISPENSABILIDADE) STJ: HC 104005. Número de páginas: 19. Análise: 21/03/2022, MAV.
ALEXANDRE DE MORAES
Primeira Turma
201609
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00005 INC-00012 ART-00093 INC-00009\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-009296 ANO-1996\n ART-00001 ART-00005\n LEI ORDINÁRIA" ]
HC-AgR
acordaos
HC 201609 AgR
[ "" ]
AGTE.(S) : FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) : TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Ementa e Acórdão 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) :TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS. OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS. DECISÕES DEVIDAMENTE FUNDAMENTADAS. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. EXAME DE QUESTÕES FÁTICAS. VIA INADEQUADA. 1. Nos termos do inciso XII do artigo 5... da Constituição Federal, a interceptação telefônica dependerá de ordem judicial (cláusula de reserva jurisdicional), que, de acordo com o art. 1... da Lei n 9.296/96, deverá ser expedida pelo juiz competente para a ação principal, em decisão devidamente fundamentada que demonstre sua conveniência e indispensabilidade (Pleno, Inq. 2.424, Rel. Min. CEZAR PELUSO; 1... T., HC 94.028, Rel. Min. CARMEN LUCIA; 1... T., HC 103.418/PE, Rel. Min. DIAS TOFFOLI; 2... T., HC 96.056/PE Rel. Min. GILMAR MENDES). 2. A decisão que autorizou a realização das interceptações telefônicas apresenta justificativa idônea acerca da necessidade da medida e está fundamentada no pedido do Ministério Público, que explicou claramente a imprescindibilidade da diligência. 3. Não há que se falar em violação ao disposto no art. 5... da Lei 9.296/1996 em caso de sucessivas prorrogações da interceptação telefônica, desde que demonstrada a necessidade de renovar a medida e respeitado o limite de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu na espécie. 4. A referência a razões inicialmente legitimadoras da interceptação e ao contexto fático delineado pela parte requerente não torna a decisão deficiente, pois devidamente indicada e pormenorizada a imprescindibilidade da medida. 5. A análise das questões fáticas suscitadas pela defesa, de forma a Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70EB-BD55-6F36-0876 e senha DC53-0503-B7AF-F2DA Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 19 Ementa e Acórdão HC 201609 AGR / SP infirmar o entendimento da instância ordinária, demandaria o reexame do conjunto probatório, providência incompatível com esta via processual. 6. Agravo Regimental a que nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar provimento ao Agravo Regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 14 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70EB-BD55-6F36-0876 e senha DC53-0503-B7AF-F2DA Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP infirmar o entendimento da instância ordinária, demandaria o reexame do conjunto probatório, providência incompatível com esta via processual. 6. Agravo Regimental a que nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar provimento ao Agravo Regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 14 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator Documento assinado digitalmente 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 70EB-BD55-6F36-0876 e senha DC53-0503-B7AF-F2DA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 19 Relatório 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) :TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto em face de decisão que indeferiu a ordem de Habeas Corpus impetrado contra acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, proferido no julgamento do Agravo Regimental no Recurso em Habeas Corpus 139.165/SP, submetido à relatoria do Ministro FELIX FISCHER. Consta dos autos, em síntese, que o paciente foi denunciado pela prática do crime de corrupção passiva (artigo 317, caput e §1..., na forma do artigo 71, ambos do Código Penal). Colhe-se da denúncia o seguinte trecho (Doc. 6): Como será esclarecido adiante e como consta na denúncia oferecida no processo 1012100-49.2019.8.26.0019, DANIELA VITALE, RICARDO JACOMELLI e ÂNGELA DA CRUZ são líderes de uma organização criminosa – ORCRIM voltada à prática de corrupções e exploração do jogo de azar. Eles corrompiam policiais civis e militares para assegurar a continuidade das atividades ilícitas, bem como evitar qualquer medida estatal contra o grupo criminosa. Nesse contexto, os três ofereceram e prometeram vantagem indevida aos funcionários públicos VALDEILDO e FIRMINO para determiná-los a omitir e retardar ato de ofício. VALDEILDO CLARO e FIRMINO CLARO são irmãos e ambos são policiais civis. VALDEILDO é carcereiro da polícia Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) :TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Agravo Regimental interposto em face de decisão que indeferiu a ordem de Habeas Corpus impetrado contra acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, proferido no julgamento do Agravo Regimental no Recurso em Habeas Corpus 139.165/SP, submetido à relatoria do Ministro FELIX FISCHER. Consta dos autos, em síntese, que o paciente foi denunciado pela prática do crime de corrupção passiva (artigo 317, caput e §1..., na forma do artigo 71, ambos do Código Penal). Colhe-se da denúncia o seguinte trecho (Doc. 6): Como será esclarecido adiante e como consta na denúncia oferecida no processo 1012100-49.2019.8.26.0019, DANIELA VITALE, RICARDO JACOMELLI e ÂNGELA DA CRUZ são líderes de uma organização criminosa – ORCRIM voltada à prática de corrupções e exploração do jogo de azar. Eles corrompiam policiais civis e militares para assegurar a continuidade das atividades ilícitas, bem como evitar qualquer medida estatal contra o grupo criminosa. Nesse contexto, os três ofereceram e prometeram vantagem indevida aos funcionários públicos VALDEILDO e FIRMINO para determiná-los a omitir e retardar ato de ofício. VALDEILDO CLARO e FIRMINO CLARO são irmãos e ambos são policiais civis. VALDEILDO é carcereiro da polícia Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 19 Relatório HC 201609 AGR / SP civil, enquanto FIRMINO é investigador de polícia. Os dois se integraram à ORCRIM, deixando de agir conforme exigiria a função pública por eles exercida, e permitiram que as atividades ilícitas dos investigados se perpetuassem. Relacionado a isso solicitaram e aceitaram vantagem indevida em razão da função por eles exercida. Em 31 de julho de 2019 VALDEILDO e FIRMINO foram fotografados em contato pessoal com DANIELA VITALE. Pelo contexto das conversas mantidas entre esta, ÂNGELA e RICARDO, antes e depois do encontro, bem como pelas circunstâncias do encontro, restou demonstrado que todos estavam envolvidos em ato de corrupção. Buscando o trancamento da ação penal, a defesa impetrou Habeas Corpus no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que denegou a ordem (Doc. 5). Contra esse julgado, a defesa interpôs Recurso Ordinário, ao qual o Ministro Relator no Superior Tribunal de Justiça negou provimento (Doc. 3), em decisão confirmada no julgamento do subsequente Agravo Regimental. Eis a ementa do acórdão (Doc. 12): AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRORROGAÇÕES FUNDAMENTADAS. PRAZO LEGAL. NÃO ENFRENTAMENTO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/Superior Tribunal de Justiça. AGRAVO DESPROVIDO. I - Nos termos da jurisprudência consolidada nesta eg. Corte, cumpre ao agravante impugnar especificamente os fundamentos estabelecidos na decisão agravada. II - In casu, no que tange ao trancamento da ação penal, já devidamente debatido que as teses defensivas avançam o mérito da ação penal, de forma a adiantar o julgamento na origem e a ensejar o revolvimento fático-probatório, inviável na presente via. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP civil, enquanto FIRMINO é investigador de polícia. Os dois se integraram à ORCRIM, deixando de agir conforme exigiria a função pública por eles exercida, e permitiram que as atividades ilícitas dos investigados se perpetuassem. Relacionado a isso solicitaram e aceitaram vantagem indevida em razão da função por eles exercida. Em 31 de julho de 2019 VALDEILDO e FIRMINO foram fotografados em contato pessoal com DANIELA VITALE. Pelo contexto das conversas mantidas entre esta, ÂNGELA e RICARDO, antes e depois do encontro, bem como pelas circunstâncias do encontro, restou demonstrado que todos estavam envolvidos em ato de corrupção. Buscando o trancamento da ação penal, a defesa impetrou Habeas Corpus no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que denegou a ordem (Doc. 5). Contra esse julgado, a defesa interpôs Recurso Ordinário, ao qual o Ministro Relator no Superior Tribunal de Justiça negou provimento (Doc. 3), em decisão confirmada no julgamento do subsequente Agravo Regimental. Eis a ementa do acórdão (Doc. 12): AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRORROGAÇÕES FUNDAMENTADAS. PRAZO LEGAL. NÃO ENFRENTAMENTO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/Superior Tribunal de Justiça. AGRAVO DESPROVIDO. I - Nos termos da jurisprudência consolidada nesta eg. Corte, cumpre ao agravante impugnar especificamente os fundamentos estabelecidos na decisão agravada. II - In casu, no que tange ao trancamento da ação penal, já devidamente debatido que as teses defensivas avançam o mérito da ação penal, de forma a adiantar o julgamento na origem e a ensejar o revolvimento fático-probatório, inviável na presente via. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 19 Relatório HC 201609 AGR / SP III - Assente que "O trancamento de ação penal em habeas corpus constitui medida excepcional, que só se justifica nos casos de manifesta atipicidade da conduta, de presença de causa de extinção da punibilidade ou de ausência, demonstrada de plano, de indícios mínimos de autoria e materialidade delitivas" (HC n. 115.116/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Carmen Lúcia, DJe de 17/11/2014). IV - Verifica-se, no caso concreto, que a interceptação telefônica e suas prorrogações (prazo máximo de 15 (quinze) dias cada, às fls. 313-315, 404-407, 524-527 e 578-581) foram suficientemente fundamentadas nas condutas materialmente até então observadas e com fortes indícios de autoria, observando o debate acerca da imprescindibilidade da medida e não apenas com esteio na gravidade abstrata dos fatos. V - A Jurisprudência desta eg. Corte Superior é firme no sentido de que "A decisão de quebra de sigilo telefônico não exige fundamentação exaustiva. Assim, pode o magistrado decretar a medida mediante fundamentação concisa e sucinta, desde que demonstre a existência dos requisitos autorizadores da interceptação telefônica, como ocorreu na espécie. É desnecessário que cada sucessiva autorização judicial de interceptação telefônica apresente inéditos fundamentos motivadores da continuidade das investigações, bastando que estejam mantidos os pressupostos que autorizaram a decretação da interceptação originária (HC n. 339.553/SP, Quinta Turma, de minha relatoria, DJe de 7/3/2017). VI - No que atine aos prazos, "a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das particularidades do caso, desde que fundamentada a decisão" (HC 537.555/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 11/02/2021). VII - De resto, a d. Defesa limitou-se a reprisar os argumentos do recurso ordinário em habeas corpus, o que atrai a Súmula n. 182 desta eg. Corte Superior de Justiça, segundo a qual é inviável o agravo regimental que não impugna especificamente os fundamentos da decisão agravada. Agravo regimental desprovido. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP III - Assente que "O trancamento de ação penal em habeas corpus constitui medida excepcional, que só se justifica nos casos de manifesta atipicidade da conduta, de presença de causa de extinção da punibilidade ou de ausência, demonstrada de plano, de indícios mínimos de autoria e materialidade delitivas" (HC n. 115.116/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Carmen Lúcia, DJe de 17/11/2014). IV - Verifica-se, no caso concreto, que a interceptação telefônica e suas prorrogações (prazo máximo de 15 (quinze) dias cada, às fls. 313-315, 404-407, 524-527 e 578-581) foram suficientemente fundamentadas nas condutas materialmente até então observadas e com fortes indícios de autoria, observando o debate acerca da imprescindibilidade da medida e não apenas com esteio na gravidade abstrata dos fatos. V - A Jurisprudência desta eg. Corte Superior é firme no sentido de que "A decisão de quebra de sigilo telefônico não exige fundamentação exaustiva. Assim, pode o magistrado decretar a medida mediante fundamentação concisa e sucinta, desde que demonstre a existência dos requisitos autorizadores da interceptação telefônica, como ocorreu na espécie. É desnecessário que cada sucessiva autorização judicial de interceptação telefônica apresente inéditos fundamentos motivadores da continuidade das investigações, bastando que estejam mantidos os pressupostos que autorizaram a decretação da interceptação originária (HC n. 339.553/SP, Quinta Turma, de minha relatoria, DJe de 7/3/2017). VI - No que atine aos prazos, "a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das particularidades do caso, desde que fundamentada a decisão" (HC 537.555/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 11/02/2021). VII - De resto, a d. Defesa limitou-se a reprisar os argumentos do recurso ordinário em habeas corpus, o que atrai a Súmula n. 182 desta eg. Corte Superior de Justiça, segundo a qual é inviável o agravo regimental que não impugna especificamente os fundamentos da decisão agravada. Agravo regimental desprovido. 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 19 Relatório HC 201609 AGR / SP Na petição inicial, a defesa reiterou a alegação de nulidade da decisão autorizadora das interceptações telefônicas e das respectivas prorrogações. Ressaltou que: (a) É importante destacar que a decisão judicial da Justiça Castrense que autorizou a interceptação telefônica – em sacrifício do direito fundamental (comunicação telefônica, Art. 5..., XII, CFRB) – é plenamente vinculada e limitada ao processo que lhe deu origem, tratando, assim, de uma vinculação causal e não podendo ser compartilhada; (b) A leitura superficial das decisões conduz a indiscutível conclusão de que o juízo de primeira instância utilizou-se de idêntica decisão em todos os deferimentos de prorrogações ocorridos em 28.05.2019, 14.06.2019, 04.07.2019, 23.07.2019 e 12.08.2019, respectivamente; (c) a interceptação telefônica realizada durante o desenvolvimento do inquérito policial militar 48/319/18 (cópia em anexo) foi deferida sem que houvesse caracterizado o fumus comissi delicti exigido pela lei, e ainda adotada de forma extremamente precoce sem que estivesse devidamente caracterizada a hipótese de excepcionalidade exigida pela lei; (d) a interceptação telefônica decretada pela Justiça Castrense está lastreada exclusivamente numa ‘denúncia anônima’, sem comprovação alguma de indícios ou autoria das supostas práticas delitivas que justificassem sua autorização; (e) a interceptação levada a cabo pela Justiça Castrense também se ressente de ilicitude pelo viés da inexistência de demonstração da indispensabilidade da medida extrema à apuração da infração penal suspeita, existindo a possibilidade de se adotar outros procedimentos investigatórios menos gravosos do que a interceptação; (f) há evidente nulidade das decisões do juízo de primeira instância que deferiu a quebra do sigilo telefônico a pedido do GAECO (decisões reproduzidas no histórico dos fatos acima), eis que carece de fundamentação como é exigido constitucional e legalmente; e (g) o lapso temporal das interceptações telefônicas contraria texto expresso da Lei n. 9.296/96 e representa evidente excesso de prazo, eis que as interceptações telefônicas se estenderam durante aproximadamente 6 (seis) meses. Requereu, ao final, a concessão da ordem, para reconhecer a ilicitude dos elementos originários advindos da interceptação telefônica (...) e de toda prova dela decorrente com a determinação de desentranhamento dos autos (...), com o consequente trancamento do processo. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP Na petição inicial, a defesa reiterou a alegação de nulidade da decisão autorizadora das interceptações telefônicas e das respectivas prorrogações. Ressaltou que: (a) É importante destacar que a decisão judicial da Justiça Castrense que autorizou a interceptação telefônica – em sacrifício do direito fundamental (comunicação telefônica, Art. 5..., XII, CFRB) – é plenamente vinculada e limitada ao processo que lhe deu origem, tratando, assim, de uma vinculação causal e não podendo ser compartilhada; (b) A leitura superficial das decisões conduz a indiscutível conclusão de que o juízo de primeira instância utilizou-se de idêntica decisão em todos os deferimentos de prorrogações ocorridos em 28.05.2019, 14.06.2019, 04.07.2019, 23.07.2019 e 12.08.2019, respectivamente; (c) a interceptação telefônica realizada durante o desenvolvimento do inquérito policial militar 48/319/18 (cópia em anexo) foi deferida sem que houvesse caracterizado o fumus comissi delicti exigido pela lei, e ainda adotada de forma extremamente precoce sem que estivesse devidamente caracterizada a hipótese de excepcionalidade exigida pela lei; (d) a interceptação telefônica decretada pela Justiça Castrense está lastreada exclusivamente numa ‘denúncia anônima’, sem comprovação alguma de indícios ou autoria das supostas práticas delitivas que justificassem sua autorização; (e) a interceptação levada a cabo pela Justiça Castrense também se ressente de ilicitude pelo viés da inexistência de demonstração da indispensabilidade da medida extrema à apuração da infração penal suspeita, existindo a possibilidade de se adotar outros procedimentos investigatórios menos gravosos do que a interceptação; (f) há evidente nulidade das decisões do juízo de primeira instância que deferiu a quebra do sigilo telefônico a pedido do GAECO (decisões reproduzidas no histórico dos fatos acima), eis que carece de fundamentação como é exigido constitucional e legalmente; e (g) o lapso temporal das interceptações telefônicas contraria texto expresso da Lei n. 9.296/96 e representa evidente excesso de prazo, eis que as interceptações telefônicas se estenderam durante aproximadamente 6 (seis) meses. Requereu, ao final, a concessão da ordem, para reconhecer a ilicitude dos elementos originários advindos da interceptação telefônica (...) e de toda prova dela decorrente com a determinação de desentranhamento dos autos (...), com o consequente trancamento do processo. 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 19 Relatório HC 201609 AGR / SP Indeferi a ordem. Neste recurso, a defesa reforça os argumentos expendidos na inicial e requer, ao final, seja conhecido e provido o agravo regimental para que seja deferida a ordem de habeas corpus impetrada e assim a ilegalidade que assola a liberdade de locomoção de FIRMINO CLARO GOMES FILHO seja afastada vez por todas, nos moldes requeridos na inicial e que ficam aqui reiteradas, especialmente para que seja reconhecida a ilegalidade das interceptações telefônicas com o seu consequente desentranhamento desse feito e o trancamento da ação penal. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP Indeferi a ordem. Neste recurso, a defesa reforça os argumentos expendidos na inicial e requer, ao final, seja conhecido e provido o agravo regimental para que seja deferida a ordem de habeas corpus impetrada e assim a ilegalidade que assola a liberdade de locomoção de FIRMINO CLARO GOMES FILHO seja afastada vez por todas, nos moldes requeridos na inicial e que ficam aqui reiteradas, especialmente para que seja reconhecida a ilegalidade das interceptações telefônicas com o seu consequente desentranhamento desse feito e o trancamento da ação penal. É o relatório. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 03B2-A67C-8FA6-B22B e senha 80B9-BFB7-6467-0138 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão ora atacada não merece reparos, pois está em consonância com a jurisprudência desta CORTE. Com efeito, nos termos do inciso XII do artigo 5... da Constituição Federal, a interceptação telefônica dependerá de ordem judicial (cláusula de reserva jurisdicional), que, de acordo com o art. 1... da Lei n 9.296/1996, deverá ser expedida pelo juiz competente para a ação principal, em decisão devidamente fundamentada que demonstre sua conveniência e indispensabilidade (Supremo Tribunal Federal, Pleno, Inq. 2.424, Rel. Min. CEZAR PELUSO, decisão: 26/11/2008; Supremo Tribunal Federal, 1... T., HC 94.028 Rel. Min. CÁMEN LÚCIA, decisão: 22/4/2009; Supremo Tribunal Federal, HC 103.418/PE, Rel. Min. DIAS TOFFOLI Informativo Supremo Tribunal Federal n 648; Supremo Tribunal Federal, 2... T., HC 96.056/PE Rel. Min. GILMAR MENDES, decisão: 28/6/2011. No Superior Tribunal de Justiça, conferir: Superior Tribunal de Justiça, 5... T., HC 104.005/RJ Rel. Min. JORGE MUSSI, decisão: 8/11/2011. Não há dúvidas, portanto, de que o afastamento da inviolabilidade constitucional em relação às comunicações telefônicas exige a presença da imprescindibilidade desse meio de prova, pois a citada lei vedou a realização de interceptação de comunicações telefônicas quando não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal ou a prova puder ser feita por outros meios disponíveis (Supremo Tribunal Federal, 2... T. HC 105.527/DF Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/5/11; Supremo Tribunal Federal, 1...T. HC 94.028 Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, decisão: 22/4/2009; Supremo Tribunal Federal, Pleno, Inq. 2.424 Rel. Min. CEZAR PELUSO, decisão: 26/11/2008). Sobre o tema, pontuou o Superior Tribunal de Justiça a inexistência de nulidade, assentando o seguinte: Para melhor delimitar a quaestio, transcrevo os seguintes trechos do v. acórdão recorrido (fls. 2720-2731): Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão ora atacada não merece reparos, pois está em consonância com a jurisprudência desta CORTE. Com efeito, nos termos do inciso XII do artigo 5... da Constituição Federal, a interceptação telefônica dependerá de ordem judicial (cláusula de reserva jurisdicional), que, de acordo com o art. 1... da Lei n 9.296/1996, deverá ser expedida pelo juiz competente para a ação principal, em decisão devidamente fundamentada que demonstre sua conveniência e indispensabilidade (Supremo Tribunal Federal, Pleno, Inq. 2.424, Rel. Min. CEZAR PELUSO, decisão: 26/11/2008; Supremo Tribunal Federal, 1... T., HC 94.028 Rel. Min. CÁMEN LÚCIA, decisão: 22/4/2009; Supremo Tribunal Federal, HC 103.418/PE, Rel. Min. DIAS TOFFOLI Informativo Supremo Tribunal Federal n 648; Supremo Tribunal Federal, 2... T., HC 96.056/PE Rel. Min. GILMAR MENDES, decisão: 28/6/2011. No Superior Tribunal de Justiça, conferir: Superior Tribunal de Justiça, 5... T., HC 104.005/RJ Rel. Min. JORGE MUSSI, decisão: 8/11/2011. Não há dúvidas, portanto, de que o afastamento da inviolabilidade constitucional em relação às comunicações telefônicas exige a presença da imprescindibilidade desse meio de prova, pois a citada lei vedou a realização de interceptação de comunicações telefônicas quando não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal ou a prova puder ser feita por outros meios disponíveis (Supremo Tribunal Federal, 2... T. HC 105.527/DF Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/5/11; Supremo Tribunal Federal, 1...T. HC 94.028 Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, decisão: 22/4/2009; Supremo Tribunal Federal, Pleno, Inq. 2.424 Rel. Min. CEZAR PELUSO, decisão: 26/11/2008). Sobre o tema, pontuou o Superior Tribunal de Justiça a inexistência de nulidade, assentando o seguinte: Para melhor delimitar a quaestio, transcrevo os seguintes trechos do v. acórdão recorrido (fls. 2720-2731): Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP "(...) Os documentos juntados aos autos dão conta de em 31 de julho de 2019, bem como por várias vezes em datas anteriores desde pelo menos o mês de maio de 2019, nas cidades e comarcas de Americana/SP e Santa Bárbara d'Oeste/SP, os réus abaixo nominados, em continuidade delitiva, agindo em concurso, com unidade de desígnios e relevância das condutas, ofereceram e prometeram vantagem indevida a funcionários públicos para determiná-los a omitir e retardar ato de ofício, que ao final não foram praticados. Os denunciados por estes fatos são: Daniela Aparecida Vitale Iazzetta, Ricardo Jacomeli Correia, Ângela da Cruz; e nas mesmas circunstâncias de tempo e local, em continuidade delitiva, os policiais civis abaixo indicados aceitaram, solicitaram e receberam promessa de vantagem indevida, para si, em razão da função exercida, sendo que os denunciados deixaram de praticar qualquer ato de ofício. São denunciados: (...). Pois bem. Para o deferimento de interceptação telefônica, basta a existência de indícios razoáveis da autoria ou da participação em infração penal (artigo 2... , inciso I, da Lei n 9.296/96 e 13.869/2019), o que ficou devidamente demonstrado, in casu, com a leitura perfunctória do referido inquérito. Destarte, não procede a alegação de que a medida foi decretada com base em insuficientes indícios da participação do suplicante nos fatos, tendo em vista a alegada inexistência de prévia investigação inquérito policial. Nesse aspecto, importante ressaltar que a realização de interceptação telefônica durante a fase de investigação independe da instauração prévia de inquérito policial, pois tanto a Constituição Federal como a Lei n 9.296/96, ao tratarem do assunto, mencionam apenas o termo 'investigação criminal'. (...) No caso concreto, as investigações preliminares foram realizadas a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do GAECO - Núcleo de Piracicaba, após compartilhamento de informações da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a fim de apurar suposto envolvimento de policiais militares na exploração de 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP "(...) Os documentos juntados aos autos dão conta de em 31 de julho de 2019, bem como por várias vezes em datas anteriores desde pelo menos o mês de maio de 2019, nas cidades e comarcas de Americana/SP e Santa Bárbara d'Oeste/SP, os réus abaixo nominados, em continuidade delitiva, agindo em concurso, com unidade de desígnios e relevância das condutas, ofereceram e prometeram vantagem indevida a funcionários públicos para determiná-los a omitir e retardar ato de ofício, que ao final não foram praticados. Os denunciados por estes fatos são: Daniela Aparecida Vitale Iazzetta, Ricardo Jacomeli Correia, Ângela da Cruz; e nas mesmas circunstâncias de tempo e local, em continuidade delitiva, os policiais civis abaixo indicados aceitaram, solicitaram e receberam promessa de vantagem indevida, para si, em razão da função exercida, sendo que os denunciados deixaram de praticar qualquer ato de ofício. São denunciados: (...). Pois bem. Para o deferimento de interceptação telefônica, basta a existência de indícios razoáveis da autoria ou da participação em infração penal (artigo 2... , inciso I, da Lei n 9.296/96 e 13.869/2019), o que ficou devidamente demonstrado, in casu, com a leitura perfunctória do referido inquérito. Destarte, não procede a alegação de que a medida foi decretada com base em insuficientes indícios da participação do suplicante nos fatos, tendo em vista a alegada inexistência de prévia investigação inquérito policial. Nesse aspecto, importante ressaltar que a realização de interceptação telefônica durante a fase de investigação independe da instauração prévia de inquérito policial, pois tanto a Constituição Federal como a Lei n 9.296/96, ao tratarem do assunto, mencionam apenas o termo 'investigação criminal'. (...) No caso concreto, as investigações preliminares foram realizadas a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do GAECO - Núcleo de Piracicaba, após compartilhamento de informações da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a fim de apurar suposto envolvimento de policiais militares na exploração de 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP jogos de azar (corrupção passiva e organização criminosa - PIC n 27/ 2019). As investigações demonstraram a imprescindibilidade da realização desse meio de prova especificamente, pois deixaram clara a existência do periculum in mora, ou seja, a necessidade de se tomar uma providência imediata para não tornar ineficaz todo o trabalho policial realizado até aquele momento. De outra parte, as r . decisões de primeiro grau que deferiram a quebra de sigilo telefônico encontram-se suficientemente fundamentadas (fls. 289/ 291, 380/ 383, 434/ 437,500/ 503, 554/ 557, 624/ 628, 656/ 659, 660/ 662, 663/ 666, 686/ 689), pois baseadas na presença dos requisitos necessários ao deferimento da medida cautelar preparatória, não havendo falar em contrariedade ao que dispõe o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, e o artigo 5..., da Lei n 9.296/96. Destarte, motivadas e fundamentadas as decisões, inexiste qualquer irregularidade na quebra do sigilo de cadastro telefônico e nas interceptações telefônicas realizadas (e suas posteriores prorrogações), porquanto autorizadas em pertinência com o previsto nos artigos 2... e 5... da Lei 9.296/96. E impossível o trancamento da ação penal, eis que a exordial acusatória descreve fato típico e antijurídico e encontra apoio suficiente nas provas produzidas. Aliás, a medida de exceção do trancamento da ação penal somente se afigura razoável à vista, primus ictus oculi, de manifesta e induvidosa erronia no tocante à figura do agente ou no caso de ser ir recusável, certa e inquestionável a presença de justificativa excludente da tipicidade ou de dirimente prejudicial da punibilidade, o que não ocorre in casu. Em outras palavras, para o seu deferimento, em sede de habeas corpus, é necessário que a ausência de justa causa resulte nítida, patente e incontroversa, não ensejando análise profunda e valor ativa de provas, o que efetivamente não sucede no caso concreto. (...)" (grifei) [...] In casu, é possível verificar a presença dos indícios mínimos de autoria e materialidade necessários para a persecução penal, amparados nos fatos narrados e deduzidos 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP jogos de azar (corrupção passiva e organização criminosa - PIC n 27/ 2019). As investigações demonstraram a imprescindibilidade da realização desse meio de prova especificamente, pois deixaram clara a existência do periculum in mora, ou seja, a necessidade de se tomar uma providência imediata para não tornar ineficaz todo o trabalho policial realizado até aquele momento. De outra parte, as r . decisões de primeiro grau que deferiram a quebra de sigilo telefônico encontram-se suficientemente fundamentadas (fls. 289/ 291, 380/ 383, 434/ 437,500/ 503, 554/ 557, 624/ 628, 656/ 659, 660/ 662, 663/ 666, 686/ 689), pois baseadas na presença dos requisitos necessários ao deferimento da medida cautelar preparatória, não havendo falar em contrariedade ao que dispõe o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, e o artigo 5..., da Lei n 9.296/96. Destarte, motivadas e fundamentadas as decisões, inexiste qualquer irregularidade na quebra do sigilo de cadastro telefônico e nas interceptações telefônicas realizadas (e suas posteriores prorrogações), porquanto autorizadas em pertinência com o previsto nos artigos 2... e 5... da Lei 9.296/96. E impossível o trancamento da ação penal, eis que a exordial acusatória descreve fato típico e antijurídico e encontra apoio suficiente nas provas produzidas. Aliás, a medida de exceção do trancamento da ação penal somente se afigura razoável à vista, primus ictus oculi, de manifesta e induvidosa erronia no tocante à figura do agente ou no caso de ser ir recusável, certa e inquestionável a presença de justificativa excludente da tipicidade ou de dirimente prejudicial da punibilidade, o que não ocorre in casu. Em outras palavras, para o seu deferimento, em sede de habeas corpus, é necessário que a ausência de justa causa resulte nítida, patente e incontroversa, não ensejando análise profunda e valor ativa de provas, o que efetivamente não sucede no caso concreto. (...)" (grifei) [...] In casu, é possível verificar a presença dos indícios mínimos de autoria e materialidade necessários para a persecução penal, amparados nos fatos narrados e deduzidos 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP na exordial acusatória. Não apenas no acórdão, mas também na denúncia, há a menção às investigações preliminares "realizadas a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do GAECO - Núcleo de Piracicaba, após compartilhamento de informações da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo" (fls. 2720- 2731). Aqui, o trecho pertinente da denúncia (fls. 46-47): "Foi assim que a investigação conduzida inicialmente pela Egrégia Corregedoria da Polícia Militar, posteriormente também pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, identificou a existência de uma organização criminosa nas cidades de Santa Bárbara D'Oeste e Americana que se dedica a explorar jogo de azar, praticar crimes de corrupção e realizar lavagem de dinheiro oriundo da atividade ilícita desenvolvida. A estrutura criada pelos investigados evidencia hierarquia entre eles, com poder de mando por parte de DANIELA VITALE, ÂNGELA DA CRUZ e RICARDO JACOMELLI, contando com a integração de várias outras pessoas, notadamente policiais da região de Americana. Os crimes de corrupção (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro possuem penas superiores a 4 (quatro) anos. A participação dos policiais civis e militares é essencial para o desenvolvimento e perpetuação das atividades ilícitas, uma vez que a integração deles ao esquema é que assegura seu funcionamento cotidiano e impede que investigações ou operações a cargo das policiais venham a dificultar a prática das contravenções penais praticadas." […] Tudo o que demonstra que o v. acórdão de origem se mostrou escorreito, ao não adentrar o mérito da demanda principal, ainda mais em sede de habeas corpus. Ressalte-se, por fim, que, ir mais afundo do que a análise perpetrada no v. acórdão, além de adiantar o próprio mérito da demanda principal, encontra impedimento na impossibilidade de amplo exame da matéria fático-probatória, procedimento, a 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP na exordial acusatória. Não apenas no acórdão, mas também na denúncia, há a menção às investigações preliminares "realizadas a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do GAECO - Núcleo de Piracicaba, após compartilhamento de informações da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo" (fls. 2720- 2731). Aqui, o trecho pertinente da denúncia (fls. 46-47): "Foi assim que a investigação conduzida inicialmente pela Egrégia Corregedoria da Polícia Militar, posteriormente também pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, identificou a existência de uma organização criminosa nas cidades de Santa Bárbara D'Oeste e Americana que se dedica a explorar jogo de azar, praticar crimes de corrupção e realizar lavagem de dinheiro oriundo da atividade ilícita desenvolvida. A estrutura criada pelos investigados evidencia hierarquia entre eles, com poder de mando por parte de DANIELA VITALE, ÂNGELA DA CRUZ e RICARDO JACOMELLI, contando com a integração de várias outras pessoas, notadamente policiais da região de Americana. Os crimes de corrupção (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro possuem penas superiores a 4 (quatro) anos. A participação dos policiais civis e militares é essencial para o desenvolvimento e perpetuação das atividades ilícitas, uma vez que a integração deles ao esquema é que assegura seu funcionamento cotidiano e impede que investigações ou operações a cargo das policiais venham a dificultar a prática das contravenções penais praticadas." […] Tudo o que demonstra que o v. acórdão de origem se mostrou escorreito, ao não adentrar o mérito da demanda principal, ainda mais em sede de habeas corpus. Ressalte-se, por fim, que, ir mais afundo do que a análise perpetrada no v. acórdão, além de adiantar o próprio mérito da demanda principal, encontra impedimento na impossibilidade de amplo exame da matéria fático-probatória, procedimento, a 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP toda evidência, incompatível com a via estreita do habeas corpus e do seu recurso ordinário, que não admitem a dilação probatória. [...] No que atine à interceptação telefônica, inicialmente, convém registrar que a em tela foi decretada por decisão judicial, após pedido expresso da autoridade competente, no seio de "investigação policial", tendo, como referência, fatos concretos. Assim, a interceptação não foi determinada apenas com esteio na gravidade abstrata dos fatos, mas nas condutas materialmente até então observadas e com fortes indícios de autoria, sem esquecer do debate acerca da imprescindibilidade - tudo, em obediência ao art. 2..., incisos, da Lei n 9.296/96 (Lei de Interceptação Telefônica): "Art. 2... Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção." Já sobre especificamente a fundamentação das decisões que ensejaram a interceptação telefônica, certo é que as decisões nestes autos (fls. 313-315, 404-407, 524- 527 e 578-581), embora sucintas, demonstraram que a situação em voga travava de crimes graves, se enquadrando expressamente na Lei n. 12.850/2013 (Lei de Organização Criminosa), e atendendo aos comandos também da Lei n. 9.296/96 (Lei de Interceptação Telefônica), estando lastreadas em um arcabouço probatório prévio apto a demonstrar provas da materialidade e indícios de autoria, sem esquecer de afirmar a essencialidade da medida, assim como foram deferidas mediante representação dos Promotores de Justiça do GAECO. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP toda evidência, incompatível com a via estreita do habeas corpus e do seu recurso ordinário, que não admitem a dilação probatória. [...] No que atine à interceptação telefônica, inicialmente, convém registrar que a em tela foi decretada por decisão judicial, após pedido expresso da autoridade competente, no seio de "investigação policial", tendo, como referência, fatos concretos. Assim, a interceptação não foi determinada apenas com esteio na gravidade abstrata dos fatos, mas nas condutas materialmente até então observadas e com fortes indícios de autoria, sem esquecer do debate acerca da imprescindibilidade - tudo, em obediência ao art. 2..., incisos, da Lei n 9.296/96 (Lei de Interceptação Telefônica): "Art. 2... Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção." Já sobre especificamente a fundamentação das decisões que ensejaram a interceptação telefônica, certo é que as decisões nestes autos (fls. 313-315, 404-407, 524- 527 e 578-581), embora sucintas, demonstraram que a situação em voga travava de crimes graves, se enquadrando expressamente na Lei n. 12.850/2013 (Lei de Organização Criminosa), e atendendo aos comandos também da Lei n. 9.296/96 (Lei de Interceptação Telefônica), estando lastreadas em um arcabouço probatório prévio apto a demonstrar provas da materialidade e indícios de autoria, sem esquecer de afirmar a essencialidade da medida, assim como foram deferidas mediante representação dos Promotores de Justiça do GAECO. 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP [...] Por fim, acerca do deferimento sucessivo de interceptações, esta eg. Corte entente que: "Conforme a jurisprudência desta Corte Superior, a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das particularidades do caso, desde que fundamentada a decisão" (HC 537.555/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 11/02/2021). No caso concreto, as decisões foram proferidas com prazo máximo de 15 (quinze) dias cada (fls. 313-315, 404-407, 524-527 e 578-581). Corroborando os termos acima, a r. manifestação do d. Ministério Público Federal, em r. parecer da lavra do Dr. Alexandre Camanho de Assis, Subprocurador-Geral da República (fls. 2799-2807): "(...) Consta dos autos que o recorrente – policial civil – responde a ação penal por solicitar e receber promessa de vantagem indevida, para si e em razão da função exercida, oriunda de organização criminosa voltada à prática de corrupção e exploração de jogos de azar. Ao contrário do quanto alega a defesa, não há falar em ausência de justa causa para instaurar a presente ação penal. Com efeito, denúncias anônimas constituem ligações feitas por sujeitos que optam pela ocultação de suas identidades para alertaras autoridades policiais sobre possíveis atividades ilícitas nas redondezas – situação bem diversa do quadro fático verificado na espécie. Por outro lado, as interceptações telefônicas são medidas de natureza cautelar preparatória cujo deferimento judicial demanda apuração prévia das provas já coletadas e motivos suficientes a indicara sua indispensabilidade. A partir desta diligência, será possível identificar outros envolvidos na prática delituosa, caso do paciente. Aqui, a denúncia narra o início das investigações, com o compartilhamento de material pela Corregedoria da Polícia Militar do Estado, as diligências ultimadas e a 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP [...] Por fim, acerca do deferimento sucessivo de interceptações, esta eg. Corte entente que: "Conforme a jurisprudência desta Corte Superior, a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das particularidades do caso, desde que fundamentada a decisão" (HC 537.555/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 11/02/2021). No caso concreto, as decisões foram proferidas com prazo máximo de 15 (quinze) dias cada (fls. 313-315, 404-407, 524-527 e 578-581). Corroborando os termos acima, a r. manifestação do d. Ministério Público Federal, em r. parecer da lavra do Dr. Alexandre Camanho de Assis, Subprocurador-Geral da República (fls. 2799-2807): "(...) Consta dos autos que o recorrente – policial civil – responde a ação penal por solicitar e receber promessa de vantagem indevida, para si e em razão da função exercida, oriunda de organização criminosa voltada à prática de corrupção e exploração de jogos de azar. Ao contrário do quanto alega a defesa, não há falar em ausência de justa causa para instaurar a presente ação penal. Com efeito, denúncias anônimas constituem ligações feitas por sujeitos que optam pela ocultação de suas identidades para alertaras autoridades policiais sobre possíveis atividades ilícitas nas redondezas – situação bem diversa do quadro fático verificado na espécie. Por outro lado, as interceptações telefônicas são medidas de natureza cautelar preparatória cujo deferimento judicial demanda apuração prévia das provas já coletadas e motivos suficientes a indicara sua indispensabilidade. A partir desta diligência, será possível identificar outros envolvidos na prática delituosa, caso do paciente. Aqui, a denúncia narra o início das investigações, com o compartilhamento de material pela Corregedoria da Polícia Militar do Estado, as diligências ultimadas e a 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP imprescindibilidade do afastamento dos sigilos para confirmação dos fatos. Eis trecho: (...) Ora, evidente não estar-se diante de ilicitude das provas iniciais e, consequentemente, contaminação das provas embasadoras da denúncia em questão. Desenvolveu- se robusta investigação, com diligências ultimadas pelas autoridade correcional e pelo GAECO, autorizadas pelo juízo competente, que apresentaram indícios de autoria e materialidade embasadores de justa causa à ação penal. O Tribunal a quo asseverou que as interceptações iniciais estavam revestidas de “(...) indícios razoáveis da autoria ou da participação em infração penal (artigo 2..., inciso I, da Lei n 9.296/96 e13.869/2019)” (fl. 2726 e-Superior Tribunal de Justiça), confirmando o adequado deferimento da medida para apurar as atividades criminosas. Malgrado o juízo singular tenha justificado o deferimento da medida em curtas linhas, certo haver fundamentação satisfatória a respaldá-la. Os crimes de organização criminosa têm natureza complexa, envolvendo multiplicidade de réus e de fatos criminosos a serem investigados, circunstâncias estas que demandam dos órgãos de persecução penal a ultimação de diligências necessárias para apurar os fatos e revelar os agentes, sendo prescindível a prévia instauração de inquérito ou ação penal para quebra do sigilo telefônico. Além disso, segundo o entendimento consolidado desta Corte Superior, a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das peculiaridades do caso, desde que motivada a decisão. Em sede do habeas corpus, o Tribunal de origem confirmou que “as investigações demonstraram a imprescindibilidade da realização desse meio de prova especificamente, pois deixaram clara a existência do periculum in mora, ou seja, a necessidade de se tomar uma providência imediata para não tornar ineficaz todo o trabalho policial realizado até aquele momento” (fl. 2728 e-Superior Tribunal de Justiça). Nesse sentido, precedente desta Corte Superior: (...) Aliás, é firme o entendimento jurisprudencial no sentido de que o trancamento da ação penal só será admitido nas estreitas vias do 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP imprescindibilidade do afastamento dos sigilos para confirmação dos fatos. Eis trecho: (...) Ora, evidente não estar-se diante de ilicitude das provas iniciais e, consequentemente, contaminação das provas embasadoras da denúncia em questão. Desenvolveu- se robusta investigação, com diligências ultimadas pelas autoridade correcional e pelo GAECO, autorizadas pelo juízo competente, que apresentaram indícios de autoria e materialidade embasadores de justa causa à ação penal. O Tribunal a quo asseverou que as interceptações iniciais estavam revestidas de “(...) indícios razoáveis da autoria ou da participação em infração penal (artigo 2..., inciso I, da Lei n 9.296/96 e13.869/2019)” (fl. 2726 e-Superior Tribunal de Justiça), confirmando o adequado deferimento da medida para apurar as atividades criminosas. Malgrado o juízo singular tenha justificado o deferimento da medida em curtas linhas, certo haver fundamentação satisfatória a respaldá-la. Os crimes de organização criminosa têm natureza complexa, envolvendo multiplicidade de réus e de fatos criminosos a serem investigados, circunstâncias estas que demandam dos órgãos de persecução penal a ultimação de diligências necessárias para apurar os fatos e revelar os agentes, sendo prescindível a prévia instauração de inquérito ou ação penal para quebra do sigilo telefônico. Além disso, segundo o entendimento consolidado desta Corte Superior, a prorrogação das interceptações telefônicas não está limitada a apenas um novo período de 15 dias, podendo ser efetivada sucessivas vezes, diante das peculiaridades do caso, desde que motivada a decisão. Em sede do habeas corpus, o Tribunal de origem confirmou que “as investigações demonstraram a imprescindibilidade da realização desse meio de prova especificamente, pois deixaram clara a existência do periculum in mora, ou seja, a necessidade de se tomar uma providência imediata para não tornar ineficaz todo o trabalho policial realizado até aquele momento” (fl. 2728 e-Superior Tribunal de Justiça). Nesse sentido, precedente desta Corte Superior: (...) Aliás, é firme o entendimento jurisprudencial no sentido de que o trancamento da ação penal só será admitido nas estreitas vias do 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP writ ante a patente falta de justa causa, atipicidade da conduta, extinção da punibilidade ou inépcia da denúncia, todas hipóteses inocorrentes na espécie. Mais uma vez, precedente: (...) Desse modo, ausente comprovação plena da alegada ilicitude das provas produzidas e presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, não há obstar-se o trancamento da ação penal por meio do habeas corpus, instrumento processual cujos estritos limites de cognição mostram-se incompatíveis com a incursão fático-probatória. (...)" Em face de tal quadro, não se verifica o apontado vício. Segundo assentaram as instâncias antecedentes, a decisão que autorizou a realização das interceptações telefônicas apresenta justificativa idônea acerca da necessidade da medida e está fundamentada no pedido ministerial, que explicou claramente a imprescindibilidade da diligência. Assim, diante da demonstração mínima e razoável de que a medida era imprescindível para elucidação dos fatos, especialmente se levada em conta as ações criminosas investigadas, não há como declarar a nulidade das decisões que, embora sucintas, estão de acordo com o dever de fundamentação exigido pelo art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988/1988. Nesse sentido: HC 171.828-AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, DJe de 31/8/2020; HC 120.203- AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 4/3/2015. É importante registra que a referência às razões inicialmente legitimadoras da interceptação e ao contexto fático delineado pela parte requerente não torna a decisão deficiente, pois devidamente indicada e pormenorizada a imprescindibilidade da medida. Nessa linha de consideração: (…) 2. Não obstante a interceptação seja instrumento excepcional e subsidiário à persecução penal, esta Corte tem admitido a prorrogação da medida, desde que as decisões sejam devidamente motivadas e observem o prazo de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu no caso. Eventual referência às decisões pretéritas não traduzem motivação 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP writ ante a patente falta de justa causa, atipicidade da conduta, extinção da punibilidade ou inépcia da denúncia, todas hipóteses inocorrentes na espécie. Mais uma vez, precedente: (...) Desse modo, ausente comprovação plena da alegada ilicitude das provas produzidas e presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, não há obstar-se o trancamento da ação penal por meio do habeas corpus, instrumento processual cujos estritos limites de cognição mostram-se incompatíveis com a incursão fático-probatória. (...)" Em face de tal quadro, não se verifica o apontado vício. Segundo assentaram as instâncias antecedentes, a decisão que autorizou a realização das interceptações telefônicas apresenta justificativa idônea acerca da necessidade da medida e está fundamentada no pedido ministerial, que explicou claramente a imprescindibilidade da diligência. Assim, diante da demonstração mínima e razoável de que a medida era imprescindível para elucidação dos fatos, especialmente se levada em conta as ações criminosas investigadas, não há como declarar a nulidade das decisões que, embora sucintas, estão de acordo com o dever de fundamentação exigido pelo art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988/1988. Nesse sentido: HC 171.828-AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, DJe de 31/8/2020; HC 120.203- AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 4/3/2015. É importante registra que a referência às razões inicialmente legitimadoras da interceptação e ao contexto fático delineado pela parte requerente não torna a decisão deficiente, pois devidamente indicada e pormenorizada a imprescindibilidade da medida. Nessa linha de consideração: (…) 2. Não obstante a interceptação seja instrumento excepcional e subsidiário à persecução penal, esta Corte tem admitido a prorrogação da medida, desde que as decisões sejam devidamente motivadas e observem o prazo de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu no caso. Eventual referência às decisões pretéritas não traduzem motivação 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP deficiente quando demonstrado que as razões iniciais legitimadoras da interceptação subsistem e o contexto fático delineado pela parte requerente indique a sua necessidade, como único meio de prova, para elucidação do fato criminoso. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento (HC 125792 AgR, Relator Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 16/2/2016). Além disso, na linha dos precedentes desta CORTE, não há que se falar em violação ao disposto no art. 5... da Lei 9.296/1996 em caso de sucessivas prorrogações da interceptação telefônica, desde que demonstrada a necessidade de renovar a medida e respeitado o limite de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu na espécie. Ilustrativo desse entendimento, confira-se o HC 83.515, Rel. Min. NELSON JOBIM, cujo voto registra: A renovação da autorização da interceptação telefônica, longe de ser proibida pelo art. 5... da Lei 9.296/96, é permitida. Ressalte-se que se trata de fatos complexos, que envolvem a investigação do relacionamento entre indivíduos e que acabou por resultar em denúncia de uma pluralidade de tipos e réus. Somente uma investigação diferenciada, não-pontual e de acompanhamento contínuo poderia produzir prova suficiente a sustentar uma denúncia desse porte. O juízo acerca da necessidade na renovação das autorizações de interceptação telefônica deve levar em conta a natureza dos fatos e dos crimes e das circunstâncias que envolvem o caso. A denúncia (fls. 101/127), com a indicação de 13 (treze) réus, que se pauta em um conjunto complexo de relações e fatos, com a acusação de diversos crimes, dentre os quais a evasão de divisas, a formação de quadrilha, a lavagem de dinheiro e configuração de organização criminosa, não poderia ser viabilizada senão por meio de uma investigação contínua e dilatada a exigir a interceptação telefônica ao longo de diversos 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP deficiente quando demonstrado que as razões iniciais legitimadoras da interceptação subsistem e o contexto fático delineado pela parte requerente indique a sua necessidade, como único meio de prova, para elucidação do fato criminoso. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento (HC 125792 AgR, Relator Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 16/2/2016). Além disso, na linha dos precedentes desta CORTE, não há que se falar em violação ao disposto no art. 5... da Lei 9.296/1996 em caso de sucessivas prorrogações da interceptação telefônica, desde que demonstrada a necessidade de renovar a medida e respeitado o limite de 15 dias entre cada uma delas, como ocorreu na espécie. Ilustrativo desse entendimento, confira-se o HC 83.515, Rel. Min. NELSON JOBIM, cujo voto registra: A renovação da autorização da interceptação telefônica, longe de ser proibida pelo art. 5... da Lei 9.296/96, é permitida. Ressalte-se que se trata de fatos complexos, que envolvem a investigação do relacionamento entre indivíduos e que acabou por resultar em denúncia de uma pluralidade de tipos e réus. Somente uma investigação diferenciada, não-pontual e de acompanhamento contínuo poderia produzir prova suficiente a sustentar uma denúncia desse porte. O juízo acerca da necessidade na renovação das autorizações de interceptação telefônica deve levar em conta a natureza dos fatos e dos crimes e das circunstâncias que envolvem o caso. A denúncia (fls. 101/127), com a indicação de 13 (treze) réus, que se pauta em um conjunto complexo de relações e fatos, com a acusação de diversos crimes, dentre os quais a evasão de divisas, a formação de quadrilha, a lavagem de dinheiro e configuração de organização criminosa, não poderia ser viabilizada senão por meio de uma investigação contínua e dilatada a exigir a interceptação telefônica ao longo de diversos 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 19 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES HC 201609 AGR / SP períodos de 15 dias. Essa orientação foi reafirmada em diversos outros precedentes, como por exemplo: RHC 117.825-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJe de 25/4/2016; HC 120.027, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 18/2/2016. Por outro lado, a análise das questões fáticas suscitadas pela defesa, de forma a infirmar o entendimento da instância ordinária, demandaria o reexame do conjunto probatório, providência incompatível com esta via processual (cf. HC 136.622-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, Dje de 17/2/2017; HC 135.748, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, Dje de 13/2/2017; HC 135.956, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, Dje de 28/11/2016; HC 134.445- AgR, Rel. Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, Dje de 27/9/2016). Por fim, as demais questões não foram examinadas pelo Superior Tribunal de Justiça. Logo, torna-se inviável a esta SUPREMA CORTE conhecer das matérias originariamente, sob pena de indevida supressão de instância e violação das regras constitucionais de repartição de competências (HC 171714 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 1.../8/2019; HC 132.864-AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 18/3/2016; HC 136.452-ED, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 10/2/2017; HC 135.021-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 6/2/2017; HC 135.949, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 24/10/2016). Em suma, a conclusão das instâncias precedentes não diverge da orientação jurisprudencial desta SUPREMA CORTE, razão pela qual não há que se falar em constrangimento ilegal a ser sanado. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Agravo Regimental. É o voto. 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Supremo Tribunal Federal HC 201609 AGR / SP períodos de 15 dias. Essa orientação foi reafirmada em diversos outros precedentes, como por exemplo: RHC 117.825-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJe de 25/4/2016; HC 120.027, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe de 18/2/2016. Por outro lado, a análise das questões fáticas suscitadas pela defesa, de forma a infirmar o entendimento da instância ordinária, demandaria o reexame do conjunto probatório, providência incompatível com esta via processual (cf. HC 136.622-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, Dje de 17/2/2017; HC 135.748, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, Dje de 13/2/2017; HC 135.956, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, Dje de 28/11/2016; HC 134.445- AgR, Rel. Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, Dje de 27/9/2016). Por fim, as demais questões não foram examinadas pelo Superior Tribunal de Justiça. Logo, torna-se inviável a esta SUPREMA CORTE conhecer das matérias originariamente, sob pena de indevida supressão de instância e violação das regras constitucionais de repartição de competências (HC 171714 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 1.../8/2019; HC 132.864-AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 18/3/2016; HC 136.452-ED, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 10/2/2017; HC 135.021-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, DJe de 6/2/2017; HC 135.949, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe 24/10/2016). Em suma, a conclusão das instâncias precedentes não diverge da orientação jurisprudencial desta SUPREMA CORTE, razão pela qual não há que se falar em constrangimento ilegal a ser sanado. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Agravo Regimental. É o voto. 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A3FE-340B-DFF5-F44A e senha 3F50-9BE9-8857-346F Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 19 Voto Vogal AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) :TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo do Relator. A lei de regência das interceptações telefônicas é expressa ao autorizá-la pelo período de 15 dias, renovável por idêntico espaço de tempo – artigo 5... da Lei n 9.296/1996. No caso, houve sucessivas prorrogações da escuta telefônica, colocando-se em segundo plano a norma legal O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, ainda que haja a necessidade de análise de fatos e prova. Provejo o agravo deferindo parcialmente a ordem, para anular o processo-crime, determinando o afastamento do que alcançado mediante interceptação telefônica que tenha extravasado o prazo total de 30 dias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2437-F600-7E53-159B e senha 5478-E19B-2BC6-46E6 Supremo Tribunal Federal AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) :FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) :TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Divirjo do Relator. A lei de regência das interceptações telefônicas é expressa ao autorizá-la pelo período de 15 dias, renovável por idêntico espaço de tempo – artigo 5... da Lei n 9.296/1996. No caso, houve sucessivas prorrogações da escuta telefônica, colocando-se em segundo plano a norma legal O habeas corpus não sofre qualquer obstáculo, ainda que haja a necessidade de análise de fatos e prova. Provejo o agravo deferindo parcialmente a ordem, para anular o processo-crime, determinando o afastamento do que alcançado mediante interceptação telefônica que tenha extravasado o prazo total de 30 dias. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 2437-F600-7E53-159B e senha 5478-E19B-2BC6-46E6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 19 Extrato de Ata - 14/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) : TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO (247280/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 4.6.2021 a 11.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F553-173D-0B96-957F e senha A511-28C8-BBC1-AA24 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO HABEAS CORPUS 201.609 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES AGTE.(S) : FIRMINO CLARO GOMES FILHO ADV.(A/S) : TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO (247280/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 4.6.2021 a 11.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F553-173D-0B96-957F e senha A511-28C8-BBC1-AA24 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 19
{ "JURISPRUDENCIA": [ "HABEAS CORPUS 201 . 609", "HC 94 . 028", "HC 103 . 418 / PE", "HC 96 . 056 / PE", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HABEAS CORPUS 201 . 609", "processo 1012100 - 49 . 2019 . 8 . 26 . 0019", "HABEAS CORPUS 201 . 609", ". 0019", "HC 201609 AGR / SP", "SÚMULA 182 / Superior Tribunal de Justiça", "HC 201609 AGR / SP", "SÚMULA 182 / Superior Tribunal de Justiça", "HC 201609 AGR / SP", "HC n . 115 . 116 / RJ", "HC n . 339 . 553 / SP", "HC 537 . 555 / SP", "Súmula n . 182 desta eg . Corte Superior de Justiça", "HC 201609 AGR / SP", "HC n . 115 . 116 / RJ", "HC n . 339 . 553 / SP", "HC 537 . 555 / SP", "Súmula n . 182 desta eg . Corte Superior de Justiça", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HABEAS CORPUS 201 . 609", "HC 94 . 028", "HC 103 . 418 / PE", "HC 96 . 056 / PE", "HC 104 . 005 / RJ", "HC 105 . 527 / DF", "HC 94 . 028", "HABEAS CORPUS 201 . 609", "HC 94 . 028", "HC 103 . 418 / PE", "HC 96 . 056 / PE", "HC 104 . 005 / RJ", "HC 105 . 527 / DF", "HC 94 . 028", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 537 . 555 / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 537 . 555 / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 201609 AGR / SP", "HC 171 . 828 - AgR", "HC 120 . 203 - AgR", "HC 201609 AGR / SP", "HC 171 . 828 - AgR", "HC 120 . 203 - AgR", "HC 201609 AGR / SP", "HC 125792 AgR", "HC 83 . 515", "HC 201609 AGR / SP", "HC 125792 AgR", "HC 83 . 515", "HC 201609 AGR / SP", "RHC 117 . 825 - AgR", "HC 120 . 027", "HC 136 . 622 - AgR", "HC 135 . 748", "HC 135 . 956", "HC 134 . 445 - AgR", "HC 171714 AgR", "HC 132 . 864 - AgR", "HC 136 . 452 - ED", "HC 135 . 021 - AgR", "HC 135 . 949", "HC 201609 AGR / SP", "RHC 117 . 825 - AgR", "HC 120 . 027", "HC 136 . 622 - AgR", "HC 135 . 748", "HC 135 . 956", "HC 134 . 445 - AgR", "HC 171714 AgR", "HC 132 . 864 - AgR", "HC 136 . 452 - ED", "HC 135 . 021 -", "HC 135 . 949", "HABEAS CORPUS 201 . 609", "HABEAS CORPUS 201 . 609", "HABEAS CORPUS 201 . 609", "HABEAS CORPUS 201 . 609" ], "LEGISLACAO": [ "inciso XII do artigo 5 . . . da Constituição Federal", "art . 1 . . . da Lei n 9 . 296 / 96", "art . 5 . . . da Lei 9 . 296 / 1996", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 317 , caput e § 1 . . . , na forma do", "artigo 71 , ambos do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 71 , ambos do Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Art . 5 . . . , XII , CFRB", "Lei n . 9 . 296 / 96", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n . 9 . 296 / 96", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "inciso XII do artigo 5 . . . da Constituição Federal", "art . 1 . . . da Lei n 9 . 296 / 1996", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "inciso XII do artigo 5 . . . da Constituição Federal", "art . 1 . . . da Lei n 9 . 296 / 1996", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 2 . . . , inciso I , da Lei n 9 . 296 / 96", "13", ".", "869", "/", "2019", "Constituição Federal", "Lei n 9 . 296 / 96", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 2 .", "13", ".", "869", "/", "2019", "Constituição Federal", "Lei n 9 . 296 / 96", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 93 , inciso IX , da Constituição Federal", "artigo 5 . . . , da Lei n 9 . 296 / 96", "artigos 2 . . . e 5 . . . da Lei 9 . 296 / 96", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 93 , inciso IX , da Constituição Federal", "artigo 5 . . . , da Lei n 9 . 296 / 96", "artigos 2 . . . e 5 . . . da Lei 9 . 296 / 96", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 2 . . . , incisos , da Lei n 9 . 296 / 96", "Lei de Interceptação Telefônica", "Lei n . 12 . 850 / 2013", "Lei de Organização Criminosa", "Lei n . 9 . 296 / 96", "Lei de", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 2 . . . , incisos , da Lei n 9 . 296 / 96", "Lei de", "Lei n . 12 . 850 / 2013", "Lei de", "Lei n . 9 . 296 / 96", "Lei de Interceptação Telefônica", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 2 . . . , inciso I , da Lei n 9 . 296 / 96", 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"Superior Tribunal de Justiça", "Segunda Turma", "Quinta Turma", "Quinta Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Segunda Turma", "Quinta Turma", "Quinta Turma", "GAECO", "Supremo Tribunal Federal", "GAECO", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Pleno", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público do Estado de São Paulo", "Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público do Estado de São Paulo", "GAECO", "Núcleo", "Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo", "Supremo Tribunal Federal", "/", "Ministério Público do Estado de São Paulo", "GAECO", "Núcleo de Piracicaba", "Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo", "Corregedoria da Polícia Militar", "Ministério Público do Estado de São Paulo", "Supremo Tribunal Federal", "Ministério Público do Estado de São Paulo", "GAECO", "Núcleo", "Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo", "Corregedoria da Polícia Militar", "Ministério Público do Estado de São Paulo", "GAECO", "Supremo Tribunal Federal", "GAECO", "Quinta Turma", "Ministério Público Federal", "Corregedoria da Polícia Militar do Estado", "Supremo Tribunal Federal", "Quinta Turma", "Ministério Público Federal", "Corregedoria da Polícia Militar do Estado", "GAECO", "Superior Tribunal de Justiça", 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JUSTIÇA", "Primeira Turma", "Primeira" ], "PESSOA": [ "ALEXANDRE DE MORAES", "FIRMINO CLARO GOMES FILHO", "TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO", "CEZAR PELUSO", "CARMEN LUCIA", "DIAS TOFFOLI", "GILMAR MENDES", "DIAS TOFFOLI", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "DIAS TOFFOLI", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "FIRMINO CLARO GOMES FILHO", "TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIX FISCHER", "DANIELA VITALE", "RICARDO JACOMELLI", "ÂNGELA DA CRUZ", "VALDEILDO", "FIRMINO", "VALDEILDO CLARO", "FIRMINO CLARO", "VALDEILDO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FIRMINO CLARO GOMES FILHO", "TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FELIX FISCHER", "DANIELA VITALE", "RICARDO JACOMELLI", "ÂNGELA DA CRUZ", "VALDEILDO", "FIRMINO", "VALDEILDO CLARO", "FIRMINO CLARO", "VALDEILDO", "FIRMINO", "VALDEILDO", "FIRMINO", "DANIELA VITALE", "ÂNGELA", "RICARDO", "FIRMINO", "VALDEILDO", "FIRMINO", "DANIELA VITALE", "ÂNGELA", "RICARDO", "Carmen Lúcia", "Reynaldo Soares da Fonseca", "Carmen Lúcia", "Reynaldo Soares da Fonseca", "FIRMINO CLARO GOMES FILHO", "FIRMINO CLARO GOMES FILHO", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "CEZAR PELUSO", "CÁMEN LÚCIA", "DIAS TOFFOLI", "GILMAR MENDES", "JORGE MUSSI", "ELLEN GRACIE", "CÁRMEN LÚCIA", "CEZAR PELUSO", "ALEXANDRE DE MORAES", "CEZAR PELUSO", "CÁMEN LÚCIA", "DIAS TOFFOLI", "GILMAR MENDES", "JORGE MUSSI", "ELLEN GRACIE", "CÁRMEN LÚCIA", "CEZAR PELUSO", "ALEXANDRE DE MORAES", "Daniela Aparecida Vitale Iazzetta", "Ricardo Jacomeli Correia", "Ângela da Cruz", "Daniela Aparecida Vitale Iazzetta", "Ricardo Jacomeli Correia", "Ângela da Cruz", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "DANIELA VITALE", "ÂNGELA DA CRUZ", "RICARDO JACOMELLI", "DANIELA VITALE", "ÂNGELA DA CRUZ", "RICARDO JACOMELLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "Reynaldo Soares da Fonseca", "Alexandre Camanho de Assis", "Reynaldo Soares da Fonseca", "Alexandre Camanho de Assis", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "ROSA WEBER", "ROBERTO BARROSO", "ROSA WEBER", "ROBERTO BARROSO", "ALEXANDRE DE MORAES", "TEORI ZAVASCKI", "NELSON JOBIM", "TEORI ZAVASCKI", "NELSON JOBIM", "ALEXANDRE DE MORAES", "CELSO DE MELLO", "MARCO AURÉLIO", "EDSON FACHIN", "ROBERTO BARROSO", "RICARDO LEWANDOWSKI", "EDSON FACHIN", "ALEXANDRE DE MORAES", "DIAS TOFFOLI", "ROSA WEBER", "ROBERTO BARROSO", "RICARDO LEWANDOWSKI", "CELSO DE MELLO", "MARCO AURÉLIO", "EDSON FACHIN", "ROBERTO BARROSO", "RICARDO LEWANDOWSKI", "TEORI ZAVASCKI", "EDSON FACHIN", "ALEXANDRE DE MORAES", "DIAS TOFFOLI", "ROSA WEBER", "ROBERTO BARROSO", "RICARDO LEWANDOWSKI", "ALEXANDRE DE MORAES", "FIRMINO CLARO GOMES FILHO", "TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FIRMINO CLARO GOMES FILHO", "TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "FIRMINO CLARO GOMES FILHO", "TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "ALEXANDRE DE MORAES", "FIRMINO CLARO GOMES FILHO", "TIAGO FELIPE COLETTI MALOSSO", "Marco Aurélio", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "14", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "14 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "14 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "31 de julho de 2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "31 de julho de 2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "11", "/", "2014", "7", "/", "3", "/", "2017", "11", "/", "02", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "17", "/", "11", "/", "2014", "7", "/", "3", "/", "2017", "11", "/", "02", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", ".", "05", ".", "2019", "14", ".", "06", ".", "2019", "04", ".", "07", ".", "2019", "23", ".", "07", ".", "2019", "12", ".", "08", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "28", ".", "05", ".", "2019", "14", ".", "06", ".", "2019", "04", ".", "07", ".", "2019", "23", ".", "07", ".", "2019", "12", ".", "08", ".", "2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "06", "/", "2021", "26", "/", "11", "/", "2008", "22", "/", "4", "/", "2009", "28", "/", "6", "/", "2011", "8", "/", "11", "/", "2011", "13", "/", "5", "/", "11", "22", "/", "4", "/", "2009", "26", "/", "11", "/", "2008", "24", "/", "08", "/", "2001", "14", "/", "06", "/", "2021", "26", "/", "11", "/", "2008", "22", "/", "4", "/", "2009", "28", "/", "6", "/", "2011", "8", "/", "11", "/", "2011", "13", "/", "5", "/", "11", "22", "/", "4", "/", "2009", "26", "/", "11", "/", "2008", "24", "/", "08", "/", "2001", "31 de julho de 2019", "maio de 2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "31 de julho de 2019", "maio de 2019", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "11", "/", "02", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "11", "/", "02", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "8", "/", "2020", "4", "/", "3", "/", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "31", "/", "8", "/", "2020", "4", "/", "3", "/", "2015", "24", "/", "08", "/", "2001", "16", "/", "2", "/", "2016", "24", "/", "08", "/", "2001", "16", "/", "2", "/", "2016", "24", "/", "08", "/", "2001", "25", "/", "4", "/", "2016", "18", "/", "2", "/", "2016", "17", "/", "2", "/", "2017", "13", "/", "2", "/", "2017", "28", "/", "11", "/", "2016", "27", "/", "9", "/", "2016", "1", ".", ".", ".", "/", "8", "/", "2019", "18", "/", "3", "/", "2016", "10", "/", "2", "/", "2017", "6", "/", "2", "/", "2017", "24", "/", "10", "/", "2016", "24", "/", "08", 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Ementa e Acórdão 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO MANDADO DE SEGURANÇA – DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA. O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição e mérito da impetração. APOSENTADORIA – REGISTRO – DECADÊNCIA INADEQUAÇÃO. Ante o fato de a aposentadoria pressupor atos sequenciais, não cabe articular a observância, presente atuação do Órgão de controle, ao disposto no artigo 54 da Lei nº 9.784/1999. TEMPO DE SERVIÇO FICTO – LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL – EXIGÊNCIA. A consideração de tempo de serviço ficto pressupõe lei em sentido formal e material. POLICIAL FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO ESPECÍFICO. Com a Lei Complementar nº 51/1985, o período para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, 20 dos quais prestados em atividade de natureza estritamente policial. APOSENTADORIA ESPECIAL – POLÍCIA FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO. A majoração decorrente da Lei Complementar nº 51/1985 – de 25 para 30 anos de serviço – não é passível de ser compensada mediante atuação administrativa criando 20% de tempo de serviço ficto. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 103E-C483-6398-93FA e senha 413F-2DD1-7642-1A81 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão MS 33584 / DF Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem e revogar a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão realizada por videoconferência, em 15 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 15 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 103E-C483-6398-93FA e senha 413F-2DD1-7642-1A81 Supremo Tribunal Federal MS 33584 / DF Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem e revogar a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão realizada por videoconferência, em 15 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 15 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 103E-C483-6398-93FA e senha 413F-2DD1-7642-1A81 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Elias Rodrigues de Oliveira insurge-se contra o acórdão nº 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante a impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei nº 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar nº 51/1985. Assevera desproporcional a decisão, porquanto determinado o retorno às funções cinco anos após a passagem à inatividade. Evoca precedente do Supremo. Argui a inobservância de pronunciamentos judiciais anteriores mediante os quais assentada a adequação das Leis nº 3.313/1957 e 4.878/1965 em relação aos servidores que exerceram atividades de efetivo policiamento enquanto vigorou regra especial para a contagem de tempo de serviço. Cita o Ofício nº 784/2003 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a reconhecer direito a acréscimo de período. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato e a notificação da superintendência da Polícia Federal no Estado do Pará para que não proceda à execução. No mérito, busca a declaração de nulidade, mantendo-se a Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED1-2D29-1987-512D e senha E8F3-A152-9B9C-04DB Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Elias Rodrigues de Oliveira insurge-se contra o acórdão nº 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante a impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei nº 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar nº 51/1985. Assevera desproporcional a decisão, porquanto determinado o retorno às funções cinco anos após a passagem à inatividade. Evoca precedente do Supremo. Argui a inobservância de pronunciamentos judiciais anteriores mediante os quais assentada a adequação das Leis nº 3.313/1957 e 4.878/1965 em relação aos servidores que exerceram atividades de efetivo policiamento enquanto vigorou regra especial para a contagem de tempo de serviço. Cita o Ofício nº 784/2003 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a reconhecer direito a acréscimo de período. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato e a notificação da superintendência da Polícia Federal no Estado do Pará para que não proceda à execução. No mérito, busca a declaração de nulidade, mantendo-se a Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED1-2D29-1987-512D e senha E8F3-A152-9B9C-04DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Relatório MS 33584 / DF aposentadoria e sendo restituídos valores excluídos do benefício. Este mandado de segurança foi distribuído a Vossa Excelência por prevenção, considerado o de nº 33.545, impetrado por Egídio Figueiroa Neto em face do mesmo ato. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Realçou observada a coisa julgada, uma vez não alcançado pelas decisões o impetrante. A União interpôs agravo, ausente contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo deferimento da ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED1-2D29-1987-512D e senha E8F3-A152-9B9C-04DB Supremo Tribunal Federal MS 33584 / DF aposentadoria e sendo restituídos valores excluídos do benefício. Este mandado de segurança foi distribuído a Vossa Excelência por prevenção, considerado o de nº 33.545, impetrado por Egídio Figueiroa Neto em face do mesmo ato. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Realçou observada a coisa julgada, uma vez não alcançado pelas decisões o impetrante. A União interpôs agravo, ausente contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo deferimento da ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED1-2D29-1987-512D e senha E8F3-A152-9B9C-04DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição primeira e mérito do mandado de segurança. Versando o processo administrativo de controle ato complexo, a exigir práticas sequenciais, como é o relativo à aposentadoria, tem-se imprópria a articulação com o artigo 54 da Lei nº 9.784/1999, ao dispor que a Administração Pública conta com cinco anos para revisão, direta, de ato formalizado. A aposentadoria revela sequências que tornam incompatível a observância do prazo decadencial. O Órgão de origem, ao qual vinculado o servidor, encaminha ao de controle o processo de aposentadoria. Não surge, nesse momento, situação jurídica aperfeiçoada. Então, não fica subordinada a Administração Pública, considerada precisamente a atuação do Tribunal de Contas sujeita ao quinquênio, visando o registro, ou não, da aposentação, ante os parâmetros respectivos. Conforme explicitado no ato do Órgão de Contas, a Lei nº 3.313/1957 previa o cumprimento de 25 anos de serviço como requisito ao benefício da aposentadoria especial, considerado policial. A lei subsequente – nº 4.878/1965 – não alterou essa regra, ficando limitada à questão idade para ter-se a aposentadoria compulsória. Com a Lei Complementar nº 51/1985, o período exigido para aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, sendo 20 de atividade de natureza policial. O que houve então? O Departamento de Polícia Federal, para compensar a alteração, criou acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço, desde o ingresso do servidor no Órgão até a data da revogação da Lei nº 3.313/1957. A contagem de tempo de serviço ficto pressupõe norma em sentido abstrato e autônomo. Não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C19-3251-8B84-9ECA e senha 35A7-8A33-1983-DACE Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição primeira e mérito do mandado de segurança. Versando o processo administrativo de controle ato complexo, a exigir práticas sequenciais, como é o relativo à aposentadoria, tem-se imprópria a articulação com o artigo 54 da Lei nº 9.784/1999, ao dispor que a Administração Pública conta com cinco anos para revisão, direta, de ato formalizado. A aposentadoria revela sequências que tornam incompatível a observância do prazo decadencial. O Órgão de origem, ao qual vinculado o servidor, encaminha ao de controle o processo de aposentadoria. Não surge, nesse momento, situação jurídica aperfeiçoada. Então, não fica subordinada a Administração Pública, considerada precisamente a atuação do Tribunal de Contas sujeita ao quinquênio, visando o registro, ou não, da aposentação, ante os parâmetros respectivos. Conforme explicitado no ato do Órgão de Contas, a Lei nº 3.313/1957 previa o cumprimento de 25 anos de serviço como requisito ao benefício da aposentadoria especial, considerado policial. A lei subsequente – nº 4.878/1965 – não alterou essa regra, ficando limitada à questão idade para ter-se a aposentadoria compulsória. Com a Lei Complementar nº 51/1985, o período exigido para aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, sendo 20 de atividade de natureza policial. O que houve então? O Departamento de Polícia Federal, para compensar a alteração, criou acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço, desde o ingresso do servidor no Órgão até a data da revogação da Lei nº 3.313/1957. A contagem de tempo de serviço ficto pressupõe norma em sentido abstrato e autônomo. Não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C19-3251-8B84-9ECA e senha 35A7-8A33-1983-DACE Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO MS 33584 / DF nº 51/1985. Ante o contexto, não se tem direito líquido e certo ao acréscimo previsto no campo administrativo, ausente demonstração de ter sido alcançado mediante decisão judicial, em sentido contrário, transitada em julgado. Indefiro a ordem, revogando a tutela de urgência implementada. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C19-3251-8B84-9ECA e senha 35A7-8A33-1983-DACE Supremo Tribunal Federal MS 33584 / DF nº 51/1985. Ante o contexto, não se tem direito líquido e certo ao acréscimo previsto no campo administrativo, ausente demonstração de ter sido alcançado mediante decisão judicial, em sentido contrário, transitada em julgado. Indefiro a ordem, revogando a tutela de urgência implementada. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C19-3251-8B84-9ECA e senha 35A7-8A33-1983-DACE Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Esclarecimento 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Hoje muito se falou sobre as frases de 31 anos de magistratura constitucional do Ministro Marco Aurélio, embora Sua Excelência tenha 42 anos de magistratura no cômputo completo, desde o Tribunal Regional do Trabalho no Rio de Janeiro. Uma delas, que me lembro bem, é que cabe ao Presidente, na verdade, a coordenação dos trabalhos e ser um algodão entre os cristais. Permito-me perguntar se, diante do destaque feito pelo Ministro Alexandre de Moraes, posso fazer a mesma proclamação para o segundo item da mesma lista, no qual o Ministro Marco Aurélio também indefere a ordem. O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) - Também estou indeferindo, mas a única singularidade é que temos o envolvimento da decadência articulada em relação a atos que são sequenciais. Não se pode falar em decadência antes de aperfeiçoado o ato. Trata-se de tempo de serviço ficto, tempo específico e aposentadoria especial. Estou indeferindo a ordem. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Vejo que o Ministro Alexandre sinaliza no mesmo sentido. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Acompanho o Relator. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): E também todos os Colegas. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 044E-BF09-24DE-4375 e senha 71EC-7F73-2A9C-8902 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Hoje muito se falou sobre as frases de 31 anos de magistratura constitucional do Ministro Marco Aurélio, embora Sua Excelência tenha 42 anos de magistratura no cômputo completo, desde o Tribunal Regional do Trabalho no Rio de Janeiro. Uma delas, que me lembro bem, é que cabe ao Presidente, na verdade, a coordenação dos trabalhos e ser um algodão entre os cristais. Permito-me perguntar se, diante do destaque feito pelo Ministro Alexandre de Moraes, posso fazer a mesma proclamação para o segundo item da mesma lista, no qual o Ministro Marco Aurélio também indefere a ordem. O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) - Também estou indeferindo, mas a única singularidade é que temos o envolvimento da decadência articulada em relação a atos que são sequenciais. Não se pode falar em decadência antes de aperfeiçoado o ato. Trata-se de tempo de serviço ficto, tempo específico e aposentadoria especial. Estou indeferindo a ordem. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Vejo que o Ministro Alexandre sinaliza no mesmo sentido. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Acompanho o Relator. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): E também todos os Colegas. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 044E-BF09-24DE-4375 e senha 71EC-7F73-2A9C-8902 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA (0016101/PA) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem e revogou a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C994-ED6A-FE3F-444D e senha D9E7-B54E-DC1B-40D7 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA (0016101/PA) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem e revogou a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C994-ED6A-FE3F-444D e senha D9E7-B54E-DC1B-40D7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756855569
2021-06-15T00:00:00
2021-08-20T00:00:00
A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem e revogou a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021.
MANDADO DE SEGURANÇA
MANDADO DE SEGURANÇA – DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA. O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição e mérito da impetração. APOSENTADORIA – REGISTRO – DECADÊNCIA INADEQUAÇÃO. Ante o fato de a aposentadoria pressupor atos sequenciais, não cabe articular a observância, presente atuação do Órgão de controle, ao disposto no artigo 54 da Lei nº 9.784/1999. TEMPO DE SERVIÇO FICTO – LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL – EXIGÊNCIA. A consideração de tempo de serviço ficto pressupõe lei em sentido formal e material. POLICIAL FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO ESPECÍFICO. Com a Lei Complementar nº 51/1985, o período para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, 20 dos quais prestados em atividade de natureza estritamente policial. APOSENTADORIA ESPECIAL – POLÍCIA FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO. A majoração decorrente da Lei Complementar nº 51/1985 – de 25 para 30 anos de serviço – não é passível de ser compensada mediante atuação administrativa criando 20% de tempo de serviço ficto.
sjur451187
Número de páginas: 8. Análise: 27/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
33584
[ "LEG-FED LCP-000051 ANO-1985\n LEI COMPLEMENTAR\n\n", "LEG-FED LEI-003313 ANO-1957\n LEI ORDINÁRIA\n\n", "LEG-FED LEI-009784 ANO-1999\n ART-00054\n LPA-1999 LEI DE PROCESSO ADMINISTRATIVO" ]
MS
acordaos
MS 33584
[ "" ]
IMPTE.(S) : ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
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Ementa e Acórdão 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO MANDADO DE SEGURANÇA – DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA. O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição e mérito da impetração. APOSENTADORIA – REGISTRO – DECADÊNCIA INADEQUAÇÃO. Ante o fato de a aposentadoria pressupor atos sequenciais, não cabe articular a observância, presente atuação do Órgão de controle, ao disposto no artigo 54 da Lei n 9.784/1999. TEMPO DE SERVIÇO FICTO – LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL – EXIGÊNCIA. A consideração de tempo de serviço ficto pressupõe lei em sentido formal e material. POLICIAL FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO ESPECÍFICO. Com a Lei Complementar n 51/1985, o período para concessão de aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, 20 dos quais prestados em atividade de natureza estritamente policial. APOSENTADORIA ESPECIAL – POLÍCIA FEDERAL – TEMPO DE SERVIÇO. A majoração decorrente da Lei Complementar n 51/1985 – de 25 para 30 anos de serviço – não é passível de ser compensada mediante atuação administrativa criando 20% de tempo de serviço ficto. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 103E-C483-6398-93FA e senha 413F-2DD1-7642-1A81 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Ementa e Acórdão MS 33584 / DF Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem e revogar a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão realizada por videoconferência, em 15 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 15 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 103E-C483-6398-93FA e senha 413F-2DD1-7642-1A81 Supremo Tribunal Federal MS 33584 / DF Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem e revogar a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão realizada por videoconferência, em 15 de junho de 2021, presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 15 de junho de 2021. MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 103E-C483-6398-93FA e senha 413F-2DD1-7642-1A81 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Elias Rodrigues de Oliveira insurge-se contra o acórdão n 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante a impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei n 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar n 51/1985. Assevera desproporcional a decisão, porquanto determinado o retorno às funções cinco anos após a passagem à inatividade. Evoca precedente do Supremo. Argui a inobservância de pronunciamentos judiciais anteriores mediante os quais assentada a adequação das Leis n 3.313/1957 e 4.878/1965 em relação aos servidores que exerceram atividades de efetivo policiamento enquanto vigorou regra especial para a contagem de tempo de serviço. Cita o Ofício n 784/2003 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a reconhecer direito a acréscimo de período. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato e a notificação da superintendência da Polícia Federal no Estado do Pará para que não proceda à execução. No mérito, busca a declaração de nulidade, mantendo-se a Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED1-2D29-1987-512D e senha E8F3-A152-9B9C-04DB Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) :ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) :SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) :TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Isabela Leão Monteiro: Elias Rodrigues de Oliveira insurge-se contra o acórdão n 529/2014, formalizado pelo Tribunal de Contas da União, por meio do qual negado registro à aposentadoria, ante a impertinência do cômputo do tempo de serviço prestado na vigência da Lei n 3.313/1957, de forma proporcional ao acréscimo versado na Lei Complementar n 51/1985. Assevera desproporcional a decisão, porquanto determinado o retorno às funções cinco anos após a passagem à inatividade. Evoca precedente do Supremo. Argui a inobservância de pronunciamentos judiciais anteriores mediante os quais assentada a adequação das Leis n 3.313/1957 e 4.878/1965 em relação aos servidores que exerceram atividades de efetivo policiamento enquanto vigorou regra especial para a contagem de tempo de serviço. Cita o Ofício n 784/2003 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a reconhecer direito a acréscimo de período. Requereu, no campo precário e efêmero, a suspensão dos efeitos do ato e a notificação da superintendência da Polícia Federal no Estado do Pará para que não proceda à execução. No mérito, busca a declaração de nulidade, mantendo-se a Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED1-2D29-1987-512D e senha E8F3-A152-9B9C-04DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Relatório MS 33584 / DF aposentadoria e sendo restituídos valores excluídos do benefício. Este mandado de segurança foi distribuído a Vossa Excelência por prevenção, considerado o de n 33.545, impetrado por Egídio Figueiroa Neto em face do mesmo ato. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Realçou observada a coisa julgada, uma vez não alcançado pelas decisões o impetrante. A União interpôs agravo, ausente contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo deferimento da ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED1-2D29-1987-512D e senha E8F3-A152-9B9C-04DB Supremo Tribunal Federal MS 33584 / DF aposentadoria e sendo restituídos valores excluídos do benefício. Este mandado de segurança foi distribuído a Vossa Excelência por prevenção, considerado o de n 33.545, impetrado por Egídio Figueiroa Neto em face do mesmo ato. Vossa Excelência deferiu a medida acauteladora. O Tribunal de Contas da União prestou informações. Realçou observada a coisa julgada, uma vez não alcançado pelas decisões o impetrante. A União interpôs agravo, ausente contraminuta. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo deferimento da ordem. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DED1-2D29-1987-512D e senha E8F3-A152-9B9C-04DB Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição primeira e mérito do mandado de segurança. Versando o processo administrativo de controle ato complexo, a exigir práticas sequenciais, como é o relativo à aposentadoria, tem-se imprópria a articulação com o artigo 54 da Lei n 9.784/1999, ao dispor que a Administração Pública conta com cinco anos para revisão, direta, de ato formalizado. A aposentadoria revela sequências que tornam incompatível a observância do prazo decadencial. O Órgão de origem, ao qual vinculado o servidor, encaminha ao de controle o processo de aposentadoria. Não surge, nesse momento, situação jurídica aperfeiçoada. Então, não fica subordinada a Administração Pública, considerada precisamente a atuação do Tribunal de Contas sujeita ao quinquênio, visando o registro, ou não, da aposentação, ante os parâmetros respectivos. Conforme explicitado no ato do Órgão de Contas, a Lei n 3.313/1957 previa o cumprimento de 25 anos de serviço como requisito ao benefício da aposentadoria especial, considerado policial. A lei subsequente – n 4.878/1965 – não alterou essa regra, ficando limitada à questão idade para ter-se a aposentadoria compulsória. Com a Lei Complementar n 51/1985, o período exigido para aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, sendo 20 de atividade de natureza policial. O que houve então? O Departamento de Polícia Federal, para compensar a alteração, criou acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço, desde o ingresso do servidor no Órgão até a data da revogação da Lei n 3.313/1957. A contagem de tempo de serviço ficto pressupõe norma em sentido abstrato e autônomo. Não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C19-3251-8B84-9ECA e senha 35A7-8A33-1983-DACE Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O direito líquido e certo é, a um só tempo, condição primeira e mérito do mandado de segurança. Versando o processo administrativo de controle ato complexo, a exigir práticas sequenciais, como é o relativo à aposentadoria, tem-se imprópria a articulação com o artigo 54 da Lei n 9.784/1999, ao dispor que a Administração Pública conta com cinco anos para revisão, direta, de ato formalizado. A aposentadoria revela sequências que tornam incompatível a observância do prazo decadencial. O Órgão de origem, ao qual vinculado o servidor, encaminha ao de controle o processo de aposentadoria. Não surge, nesse momento, situação jurídica aperfeiçoada. Então, não fica subordinada a Administração Pública, considerada precisamente a atuação do Tribunal de Contas sujeita ao quinquênio, visando o registro, ou não, da aposentação, ante os parâmetros respectivos. Conforme explicitado no ato do Órgão de Contas, a Lei n 3.313/1957 previa o cumprimento de 25 anos de serviço como requisito ao benefício da aposentadoria especial, considerado policial. A lei subsequente – n 4.878/1965 – não alterou essa regra, ficando limitada à questão idade para ter-se a aposentadoria compulsória. Com a Lei Complementar n 51/1985, o período exigido para aposentadoria especial foi alterado de 25 para 30 anos de serviço, sendo 20 de atividade de natureza policial. O que houve então? O Departamento de Polícia Federal, para compensar a alteração, criou acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço, desde o ingresso do servidor no Órgão até a data da revogação da Lei n 3.313/1957. A contagem de tempo de serviço ficto pressupõe norma em sentido abstrato e autônomo. Não cabia, conforme ressaltado pelo Tribunal de Contas, atuar no campo administrativo e criar, sob tal ângulo, acréscimo de 20% visando compensar a majoração decorrente da Lei Complementar Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C19-3251-8B84-9ECA e senha 35A7-8A33-1983-DACE Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO MS 33584 / DF n 51/1985. Ante o contexto, não se tem direito líquido e certo ao acréscimo previsto no campo administrativo, ausente demonstração de ter sido alcançado mediante decisão judicial, em sentido contrário, transitada em julgado. Indefiro a ordem, revogando a tutela de urgência implementada. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C19-3251-8B84-9ECA e senha 35A7-8A33-1983-DACE Supremo Tribunal Federal MS 33584 / DF n 51/1985. Ante o contexto, não se tem direito líquido e certo ao acréscimo previsto no campo administrativo, ausente demonstração de ter sido alcançado mediante decisão judicial, em sentido contrário, transitada em julgado. Indefiro a ordem, revogando a tutela de urgência implementada. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6C19-3251-8B84-9ECA e senha 35A7-8A33-1983-DACE Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Esclarecimento 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Hoje muito se falou sobre as frases de 31 anos de magistratura constitucional do Ministro Marco Aurélio, embora Sua Excelência tenha 42 anos de magistratura no cômputo completo, desde o Tribunal Regional do Trabalho no Rio de Janeiro. Uma delas, que me lembro bem, é que cabe ao Presidente, na verdade, a coordenação dos trabalhos e ser um algodão entre os cristais. Permito-me perguntar se, diante do destaque feito pelo Ministro Alexandre de Moraes, posso fazer a mesma proclamação para o segundo item da mesma lista, no qual o Ministro Marco Aurélio também indefere a ordem. O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) - Também estou indeferindo, mas a única singularidade é que temos o envolvimento da decadência articulada em relação a atos que são sequenciais. Não se pode falar em decadência antes de aperfeiçoado o ato. Trata-se de tempo de serviço ficto, tempo específico e aposentadoria especial. Estou indeferindo a ordem. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Vejo que o Ministro Alexandre sinaliza no mesmo sentido. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Acompanho o Relator. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): E também todos os Colegas. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 044E-BF09-24DE-4375 e senha 71EC-7F73-2A9C-8902 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 DISTRITO FEDERAL ESCLARECIMENTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Hoje muito se falou sobre as frases de 31 anos de magistratura constitucional do Ministro Marco Aurélio, embora Sua Excelência tenha 42 anos de magistratura no cômputo completo, desde o Tribunal Regional do Trabalho no Rio de Janeiro. Uma delas, que me lembro bem, é que cabe ao Presidente, na verdade, a coordenação dos trabalhos e ser um algodão entre os cristais. Permito-me perguntar se, diante do destaque feito pelo Ministro Alexandre de Moraes, posso fazer a mesma proclamação para o segundo item da mesma lista, no qual o Ministro Marco Aurélio também indefere a ordem. O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) - Também estou indeferindo, mas a única singularidade é que temos o envolvimento da decadência articulada em relação a atos que são sequenciais. Não se pode falar em decadência antes de aperfeiçoado o ato. Trata-se de tempo de serviço ficto, tempo específico e aposentadoria especial. Estou indeferindo a ordem. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Vejo que o Ministro Alexandre sinaliza no mesmo sentido. O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES - Acompanho o Relator. O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): E também todos os Colegas. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 044E-BF09-24DE-4375 e senha 71EC-7F73-2A9C-8902 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA (0016101/PA) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem e revogou a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C994-ED6A-FE3F-444D e senha D9E7-B54E-DC1B-40D7 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA MANDADO DE SEGURANÇA 33.584 PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO IMPTE.(S) : ELIAS RODRIGUES DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : SAMUEL CUNHA DE OLIVEIRA (0016101/PA) E OUTRO(A/S) IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Decisão: A Turma, por unanimidade, indeferiu a ordem e revogou a tutela de urgência implementada, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C994-ED6A-FE3F-444D e senha D9E7-B54E-DC1B-40D7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
{ "JURISPRUDENCIA": [ "MANDADO DE SEGURANÇA 33 . 584", "MS 33584 / DF", "MS 33584 / DF", "MANDADO DE SEGURANÇA 33 . 584", "acórdão n 529 / 2014", "acórdão n 529 / 2014", "MS 33584 / DF", "MS 33584 / DF", "MANDADO", "MS 33584 / DF n 51 / 1985", "MS 33584 / DF n 51 / 1985", "MANDADO DE SEGURANÇA 33 . 584", "MANDADO", "MANDADO DE SEGURANÇA 33 . 584" ], "LEGISLACAO": [ "artigo 54 da Lei n 9 . 784 / 1999", "Lei Complementar n 51 / 1985", "Lei Complementar n 51 / 1985", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 3 . 313 / 1957", "Lei Complementar n 51 / 1985", "Leis n 3 . 313 / 1957", "4", ".", "878", "/", "1965", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Lei n 3 . 313 / 1957", "Lei Complementar n 51 / 1985", "Leis n 3 . 313 / 1957", "4", ".", "878", "/", "1965", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 54 da Lei n 9 . 784 / 1999", "Lei n 3 . 313 / 1957", "n 4 . 878 / 1965", "Lei Complementar n 51 / 1985", "Lei n 3 . 313 / 1957", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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Ementa e Acórdão 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) :JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIOS QUALIFICADOS TENTADOS E CONSUMADOS. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DE PROVAS. MATÉRIA NÃO ENFRENTADA PELAS INSTÂNCIAS ANTECEDENTES. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INVIABILIDADE. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar provimento ao Recurso Ordinário, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO, Relator. Brasília, 15 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A1EA-275D-937D-17FC e senha 73DF-A144-490D-66C1 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13 Relatório 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) :JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Eis as balizas reveladas pelo assessor Caio Salles: O Ministério Público do Estado do Maranhão denunciou o recorrente, imputando-lhe a prática do crime dos artigos 121, § 2º, inciso III (homicídio qualificado por emprego de meio que possa resultar perigo comum), seis vezes, e 121, § 2º, inciso III, combinado com o artigo 14, inciso II (tentativa de homicídio qualificado pelo emprego de meio que possa resultar em perigo comum), onze vezes, do Código Penal. Narrou haver, na condição de motorista prestador de serviços a transportadora, tendo de percorrer mais de 900 quilômetros, ingerido substância inibidora de sono. Descreveu ter desrespeitado limite de velocidade e aviso de sinalizador, o qual se encontrava no acostamento da pista, e, em razão da ausência de reflexo para acionar os freios, colidiu com outros veículos, causando, observado dolo eventual, os óbitos e as tentativas de homicídio. O Juízo da Sexta Vara da Comarca de Timon/MA, no processo nº 2967/2008, pronunciou-o em relação a todos os homicídios consumados e, no tocante às tentativas, somente Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) :JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Eis as balizas reveladas pelo assessor Caio Salles: O Ministério Público do Estado do Maranhão denunciou o recorrente, imputando-lhe a prática do crime dos artigos 121, § 2º, inciso III (homicídio qualificado por emprego de meio que possa resultar perigo comum), seis vezes, e 121, § 2º, inciso III, combinado com o artigo 14, inciso II (tentativa de homicídio qualificado pelo emprego de meio que possa resultar em perigo comum), onze vezes, do Código Penal. Narrou haver, na condição de motorista prestador de serviços a transportadora, tendo de percorrer mais de 900 quilômetros, ingerido substância inibidora de sono. Descreveu ter desrespeitado limite de velocidade e aviso de sinalizador, o qual se encontrava no acostamento da pista, e, em razão da ausência de reflexo para acionar os freios, colidiu com outros veículos, causando, observado dolo eventual, os óbitos e as tentativas de homicídio. O Juízo da Sexta Vara da Comarca de Timon/MA, no processo nº 2967/2008, pronunciou-o em relação a todos os homicídios consumados e, no tocante às tentativas, somente Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13 Relatório RHC 122775 / MA quanto a três vítimas. Destacou indícios da configuração de dolo eventual, aludindo a depoimentos de testemunhas, interrogatórios, laudo pericial, atestando a presença de anfetamínicos na urina do recorrente, e à perícia realizada nos tacógrafos do caminhão, que revelou alta velocidade do veículo no momento da colisão. A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão desproveu recurso em sentido estrito. No mesmo Tribunal, impetrou-se o habeas corpus nº 0005410-69.2012.8.10.0000. A Terceira Câmara Criminal indeferiu a ordem. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus nº 259.170. A Quinta Turma desproveu agravo e embargos de declaração. O recorrente sustenta a ilicitude do laudo pericial, no qual constatados, na urina, derivados anfetamínicos, ressaltando violado o artigo 170 do Código de Processo Penal, uma vez não coletada amostra para a realização de contraprova. Tem como caracterizado cerceamento de defesa. Reportando-se a depoimentos das peritas, prestados em Juízo, alega inadequada a perícia, no que deixou de estabelecer a quantidade de substância detectada, com as consequentes alterações psicológicas. Articula com a nulidade do laudo pericial de acidente de trânsito, apontando-o elaborado por dois peritos não oficiais, sem comprovação de diploma de curso superior e capacidade técnica. Busca o reconhecimento da ilicitude dos laudos, determinando-se o desentranhamento. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se, preliminarmente, pelo não conhecimento do recurso, dizendo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Supremo Tribunal Federal RHC 122775 / MA quanto a três vítimas. Destacou indícios da configuração de dolo eventual, aludindo a depoimentos de testemunhas, interrogatórios, laudo pericial, atestando a presença de anfetamínicos na urina do recorrente, e à perícia realizada nos tacógrafos do caminhão, que revelou alta velocidade do veículo no momento da colisão. A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão desproveu recurso em sentido estrito. No mesmo Tribunal, impetrou-se o habeas corpus nº 0005410-69.2012.8.10.0000. A Terceira Câmara Criminal indeferiu a ordem. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus nº 259.170. A Quinta Turma desproveu agravo e embargos de declaração. O recorrente sustenta a ilicitude do laudo pericial, no qual constatados, na urina, derivados anfetamínicos, ressaltando violado o artigo 170 do Código de Processo Penal, uma vez não coletada amostra para a realização de contraprova. Tem como caracterizado cerceamento de defesa. Reportando-se a depoimentos das peritas, prestados em Juízo, alega inadequada a perícia, no que deixou de estabelecer a quantidade de substância detectada, com as consequentes alterações psicológicas. Articula com a nulidade do laudo pericial de acidente de trânsito, apontando-o elaborado por dois peritos não oficiais, sem comprovação de diploma de curso superior e capacidade técnica. Busca o reconhecimento da ilicitude dos laudos, determinando-se o desentranhamento. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se, preliminarmente, pelo não conhecimento do recurso, dizendo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13 Relatório RHC 122775 / MA impetrado o habeas corpus, no Superior Tribunal de Justiça, em substituição a recurso ordinário. Afirma inexistir ilegalidade. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Supremo Tribunal Federal RHC 122775 / MA impetrado o habeas corpus, no Superior Tribunal de Justiça, em substituição a recurso ordinário. Afirma inexistir ilegalidade. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): RECURSO EM HABEAS CORPUS – CABIMENTO. Nos termos do artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, é cabível recurso ordinário contra acórdão de tribunal qualificado como superior mediante o qual indeferida ordem em habeas corpus, pouco importando o fato de tratar-se de impetração substitutiva de recurso. PERÍCIA – CONTRAPROVA – CONTRADITÓRIO. A falta de armazenamento de material coletado revela inobservância do artigo 170 do Código de Processo Penal e prejuízo ao contraditório, uma vez inviabilizada a possibilidade de a defesa produzir contraprova. PROVA PERICIAL – PERITO NÃO OFICIAL – DIPLOMA – CURSO SUPERIOR. O artigo 159, § 1º, do Código de Processo Penal prevê que peritos não oficiais devem ser portadores de diploma de curso superior. A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 7 de março de 2014 (sexta-feira) e a manifestação do inconformismo em 13 seguinte (quinta- feira). Improcede a preliminar suscitada pela Procuradoria-Geral da República. Nos termos do artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, o acórdão de tribunal qualificado como superior, mediante o qual indeferida ordem em habeas corpus, é impugnável na via recursal ordinária, pouco importando o fato de tratar-se de impetração substitutiva de recurso. No laudo nº 1036-2008 (folha e-STJ nº 223), subscrito por duas peritas, constatou-se, na amostra de urina, a presença de derivados Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): RECURSO EM HABEAS CORPUS – CABIMENTO. Nos termos do artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, é cabível recurso ordinário contra acórdão de tribunal qualificado como superior mediante o qual indeferida ordem em habeas corpus, pouco importando o fato de tratar-se de impetração substitutiva de recurso. PERÍCIA – CONTRAPROVA – CONTRADITÓRIO. A falta de armazenamento de material coletado revela inobservância do artigo 170 do Código de Processo Penal e prejuízo ao contraditório, uma vez inviabilizada a possibilidade de a defesa produzir contraprova. PROVA PERICIAL – PERITO NÃO OFICIAL – DIPLOMA – CURSO SUPERIOR. O artigo 159, § 1º, do Código de Processo Penal prevê que peritos não oficiais devem ser portadores de diploma de curso superior. A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 7 de março de 2014 (sexta-feira) e a manifestação do inconformismo em 13 seguinte (quinta- feira). Improcede a preliminar suscitada pela Procuradoria-Geral da República. Nos termos do artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, o acórdão de tribunal qualificado como superior, mediante o qual indeferida ordem em habeas corpus, é impugnável na via recursal ordinária, pouco importando o fato de tratar-se de impetração substitutiva de recurso. No laudo nº 1036-2008 (folha e-STJ nº 223), subscrito por duas peritas, constatou-se, na amostra de urina, a presença de derivados Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 13 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 122775 / MA anfetamínicos, não sendo especificada a quantidade encontrada. No documento, consta que o “material biológico (sangue e urina) encaminhado foi totalmente utilizado nas análises realizadas”. Em Juízo, a perita Izabella Martins Reis (folha e-STJ nº 354) afirmou não haver, no Instituto de Criminalística, sobra do material coletado, além de não saber “mensurar o efeito causado pela droga naquele usuário”. O depoimento, quanto à impossibilidade de verificar-se a quantidade de substância detectada, foi corroborado pela perita Gilsen Georges Mendes Pinheiro (folha e-STJ nº 357). A falta de armazenamento do material coletado revela ofensa ao artigo 170 do Código de Processo Penal e prejudica o exercício do contraditório, uma vez inviabilizada a defesa, mediante realização de contraprova, confrontar as conclusões do laudo, inclusive em relação à quantidade de substância encontrada e efeitos no organismo do recorrente. Ante a impossibilidade do exercício do contraditório, tem-se a ilicitude da perícia. O laudo pericial de acidente de trânsito (folha e-STJ 264) foi assinado por Francisco Batista de Sousa, militar da reserva e motorista profissional, e Sergio Barroso da Silva, funcionário público e motorista profissional – ambos peritos nomeados pelo Delegado de Polícia responsável pelas investigações. Não constam formação em curso superior nem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame, sendo descumpridas as exigências do artigo 159, § 1º, do Código de Processo Penal: Art.159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Supremo Tribunal Federal RHC 122775 / MA anfetamínicos, não sendo especificada a quantidade encontrada. No documento, consta que o “material biológico (sangue e urina) encaminhado foi totalmente utilizado nas análises realizadas”. Em Juízo, a perita Izabella Martins Reis (folha e-STJ nº 354) afirmou não haver, no Instituto de Criminalística, sobra do material coletado, além de não saber “mensurar o efeito causado pela droga naquele usuário”. O depoimento, quanto à impossibilidade de verificar-se a quantidade de substância detectada, foi corroborado pela perita Gilsen Georges Mendes Pinheiro (folha e-STJ nº 357). A falta de armazenamento do material coletado revela ofensa ao artigo 170 do Código de Processo Penal e prejudica o exercício do contraditório, uma vez inviabilizada a defesa, mediante realização de contraprova, confrontar as conclusões do laudo, inclusive em relação à quantidade de substância encontrada e efeitos no organismo do recorrente. Ante a impossibilidade do exercício do contraditório, tem-se a ilicitude da perícia. O laudo pericial de acidente de trânsito (folha e-STJ 264) foi assinado por Francisco Batista de Sousa, militar da reserva e motorista profissional, e Sergio Barroso da Silva, funcionário público e motorista profissional – ambos peritos nomeados pelo Delegado de Polícia responsável pelas investigações. Não constam formação em curso superior nem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame, sendo descumpridas as exigências do artigo 159, § 1º, do Código de Processo Penal: Art.159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 13 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 122775 / MA Provejo o recurso ordinário para, observada a ilicitude dos laudos, determinar o desentranhamento, considerado o processo nº 2967/2008, da Sexta Vara da Comarca de Timon/MA. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Supremo Tribunal Federal RHC 122775 / MA Provejo o recurso ordinário para, observada a ilicitude dos laudos, determinar o desentranhamento, considerado o processo nº 2967/2008, da Sexta Vara da Comarca de Timon/MA. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 13 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Presidente, aqui é um caso realmente importantíssimo e gravíssimo. Relembro o caso. Um motorista profissional, dirigindo seu veículo, seu caminhão, segundo a denúncia e a pronúncia, sob efeito de substância para inibir o sono e em velocidade acima do permitido, abalroou outros veículos parados na rodovia em virtude de consertos na pista. Este abalroamento gerou seis mortes, seis homicídios qualificados (art. 121, § 2º, III, do Código Penal), e mais três tentativas (art. 121, § 2º, III, c/c art. 14, II, ambos do CP). A denúncia foi por dolo eventual. Aqui, Presidente, não se discute a questão de dolo eventual. Discute- se a questão, como bem salientado pelo eminente advogado, do armazenamento de provas, amostra de sangue e urina suficientes para contraprova e laudo pericial não produzido por dois peritos. Mas, Presidente, com todo o respeito e pedindo vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, parece-me, como muito bem salientado no acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que o que se pretende é antecipar discussão que pode ser feita no Plenário do Júri, pode ser feita posteriormente em apelação. Antecipou-se discussão prejudicando o contraditório por parte do Ministério Público, que aqui, no âmbito de Habeas Corpus, inclusive por agir como fiscal da lei, não tem a possibilidade de contrariar e demonstrar a validade dessas provas. Foi destacado no acórdão do Superior Tribunal de Justiça exatamente a questão ao final do voto do eminente Relator, que coloca que os temas ainda não foram examinados pela corte estadual. Ou seja, está-se a antecipar análise que depende de rigorosa análise de provas, rigorosa análise procedimental. Parece-me não ser possível, que, no âmbito de Habeas Corpus, possamos analisar, neste momento, a imprestabilidade ou não da prova e, consequentemente, retirá-la do conjunto probatório e da possibilidade do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F3FB-3788-F4FA-A547 e senha 6F6C-D49F-6EB8-9444 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Presidente, aqui é um caso realmente importantíssimo e gravíssimo. Relembro o caso. Um motorista profissional, dirigindo seu veículo, seu caminhão, segundo a denúncia e a pronúncia, sob efeito de substância para inibir o sono e em velocidade acima do permitido, abalroou outros veículos parados na rodovia em virtude de consertos na pista. Este abalroamento gerou seis mortes, seis homicídios qualificados (art. 121, § 2º, III, do Código Penal), e mais três tentativas (art. 121, § 2º, III, c/c art. 14, II, ambos do CP). A denúncia foi por dolo eventual. Aqui, Presidente, não se discute a questão de dolo eventual. Discute- se a questão, como bem salientado pelo eminente advogado, do armazenamento de provas, amostra de sangue e urina suficientes para contraprova e laudo pericial não produzido por dois peritos. Mas, Presidente, com todo o respeito e pedindo vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, parece-me, como muito bem salientado no acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que o que se pretende é antecipar discussão que pode ser feita no Plenário do Júri, pode ser feita posteriormente em apelação. Antecipou-se discussão prejudicando o contraditório por parte do Ministério Público, que aqui, no âmbito de Habeas Corpus, inclusive por agir como fiscal da lei, não tem a possibilidade de contrariar e demonstrar a validade dessas provas. Foi destacado no acórdão do Superior Tribunal de Justiça exatamente a questão ao final do voto do eminente Relator, que coloca que os temas ainda não foram examinados pela corte estadual. Ou seja, está-se a antecipar análise que depende de rigorosa análise de provas, rigorosa análise procedimental. Parece-me não ser possível, que, no âmbito de Habeas Corpus, possamos analisar, neste momento, a imprestabilidade ou não da prova e, consequentemente, retirá-la do conjunto probatório e da possibilidade do Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F3FB-3788-F4FA-A547 e senha 6F6C-D49F-6EB8-9444 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RHC 122775 / MA Júri - tribunal constitucional, juízo natural, para análise desse caso, desse gravíssimo caso. O Júri, com toda a sua soberania, vai analisar e valorar as provas. Não me parece que seria oportuno, neste momento, já retirarmos essa importantíssima prova do processo. Presidente, pedindo todas as vênias ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, vou divergir e, nesse sentido, nego provimento ao Recurso Ordinário em Habeas Corpus. É o voto, Presidente. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F3FB-3788-F4FA-A547 e senha 6F6C-D49F-6EB8-9444 Supremo Tribunal Federal RHC 122775 / MA Júri - tribunal constitucional, juízo natural, para análise desse caso, desse gravíssimo caso. O Júri, com toda a sua soberania, vai analisar e valorar as provas. Não me parece que seria oportuno, neste momento, já retirarmos essa importantíssima prova do processo. Presidente, pedindo todas as vênias ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, vou divergir e, nesse sentido, nego provimento ao Recurso Ordinário em Habeas Corpus. É o voto, Presidente. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F3FB-3788-F4FA-A547 e senha 6F6C-D49F-6EB8-9444 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 13 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Cumprimento o Doutor José Luís Oliveira de Lima pela sustentação meritória, esgrimindo os melhores argumentos disponíveis, mas, também eu, pedindo vênia ao eminente Relator, entendo que estaremos discutindo precipitadamente esses temas, que sequer passaram, já não digo pelo Tribunal do Júri, mas tampouco pelo Tribunal de Justiça e pelo próprio Superior Tribunal de Justiça. Penso que essa é matéria que deve ser suscitada em momento próprio, e não haveria razão para a intervenção do Supremo neste momento. Por esta razão, estou acompanhando a posição divergente do Ministro Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCB1-826D-C1BF-ED30 e senha 9869-59B7-1587-07C0 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Cumprimento o Doutor José Luís Oliveira de Lima pela sustentação meritória, esgrimindo os melhores argumentos disponíveis, mas, também eu, pedindo vênia ao eminente Relator, entendo que estaremos discutindo precipitadamente esses temas, que sequer passaram, já não digo pelo Tribunal do Júri, mas tampouco pelo Tribunal de Justiça e pelo próprio Superior Tribunal de Justiça. Penso que essa é matéria que deve ser suscitada em momento próprio, e não haveria razão para a intervenção do Supremo neste momento. Por esta razão, estou acompanhando a posição divergente do Ministro Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCB1-826D-C1BF-ED30 e senha 9869-59B7-1587-07C0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13 Voto Vogal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) :JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO-VOGAL A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Com relação ao processo, Senhor Presidente, pedindo vênia ao eminente Relator, acompanho a divergência aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes. Entendo que a despeito, digamos assim, da seriedade, a despeito da profundidade dos argumentos aqui esgrimidos em relação à perícia e à prova produzida nos autos, a discussão no âmbito de habeas corpus, neste momento, seria, no mínimo, prematura. Nego provimento ao recurso em habeas corpus. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F2D5-45F7-5508-392A e senha 7677-5F9B-61E9-B5B9 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) :JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO-VOGAL A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Com relação ao processo, Senhor Presidente, pedindo vênia ao eminente Relator, acompanho a divergência aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes. Entendo que a despeito, digamos assim, da seriedade, a despeito da profundidade dos argumentos aqui esgrimidos em relação à perícia e à prova produzida nos autos, a discussão no âmbito de habeas corpus, neste momento, seria, no mínimo, prematura. Nego provimento ao recurso em habeas corpus. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F2D5-45F7-5508-392A e senha 7677-5F9B-61E9-B5B9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Pedindo vênia a Sua Excelência o Ministro Marco Aurélio, vou acompanhar a divergência, cumprimentando o eminente advogado, sempre com seu talento e sua qualidade. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CC01-13AC-4514-0970 e senha 203F-F151-8F7F-F188 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Pedindo vênia a Sua Excelência o Ministro Marco Aurélio, vou acompanhar a divergência, cumprimentando o eminente advogado, sempre com seu talento e sua qualidade. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CC01-13AC-4514-0970 e senha 203F-F151-8F7F-F188 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13 Extrato de Ata - 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) : JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA (63185/DF, 225737/RJ, 107106/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Falou o Dr. José Luís Mendes de Oliveira Lima pelo Recorrente. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 66DB-5399-63E5-D6EE e senha BFF9-468C-853C-F0B2 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) : JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA (63185/DF, 225737/RJ, 107106/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Falou o Dr. José Luís Mendes de Oliveira Lima pelo Recorrente. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 66DB-5399-63E5-D6EE e senha BFF9-468C-853C-F0B2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757512221
2021-06-15T00:00:00
2021-09-29T00:00:00
A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Falou o Dr. José Luís Mendes de Oliveira Lima pelo Recorrente. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIOS QUALIFICADOS TENTADOS E CONSUMADOS. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DE PROVAS. MATÉRIA NÃO ENFRENTADA PELAS INSTÂNCIAS ANTECEDENTES. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INVIABILIDADE. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
sjur453573
Número de páginas: 13. Análise: 31/01/2022, AMS.
MARCO AURÉLIO
Primeira Turma
122775
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00102 INC-00002 LET-A\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\n ART-00014 INC-00002 ART-00121 PAR-00002\n INC-00003\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\n\n", "LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\n ART-00159 PAR-00001 ART-00170\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL" ]
RHC
acordaos
RHC 122775
[ "" ]
RECTE.(S) : VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) : JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
[ "" ]
Ementa e Acórdão 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) :JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIOS QUALIFICADOS TENTADOS E CONSUMADOS. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DE PROVAS. MATÉRIA NÃO ENFRENTADA PELAS INSTÂNCIAS ANTECEDENTES. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INVIABILIDADE. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por maioria, acordam em negar provimento ao Recurso Ordinário, nos termos do voto do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Redator para o acórdão, vencido o Ministro MARCO AURÉLIO, Relator. Brasília, 15 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Redator para o acórdão Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A1EA-275D-937D-17FC e senha 73DF-A144-490D-66C1 Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13 Relatório 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) :JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Eis as balizas reveladas pelo assessor Caio Salles: O Ministério Público do Estado do Maranhão denunciou o recorrente, imputando-lhe a prática do crime dos artigos 121, § 2..., inciso III (homicídio qualificado por emprego de meio que possa resultar perigo comum), seis vezes, e 121, § 2..., inciso III, combinado com o artigo 14, inciso II (tentativa de homicídio qualificado pelo emprego de meio que possa resultar em perigo comum), onze vezes, do Código Penal. Narrou haver, na condição de motorista prestador de serviços a transportadora, tendo de percorrer mais de 900 quilômetros, ingerido substância inibidora de sono. Descreveu ter desrespeitado limite de velocidade e aviso de sinalizador, o qual se encontrava no acostamento da pista, e, em razão da ausência de reflexo para acionar os freios, colidiu com outros veículos, causando, observado dolo eventual, os óbitos e as tentativas de homicídio. O Juízo da Sexta Vara da Comarca de Timon/MA, no processo n 2967/2008, pronunciou-o em relação a todos os homicídios consumados e, no tocante às tentativas, somente Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) :JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Eis as balizas reveladas pelo assessor Caio Salles: O Ministério Público do Estado do Maranhão denunciou o recorrente, imputando-lhe a prática do crime dos artigos 121, § 2..., inciso III (homicídio qualificado por emprego de meio que possa resultar perigo comum), seis vezes, e 121, § 2..., inciso III, combinado com o artigo 14, inciso II (tentativa de homicídio qualificado pelo emprego de meio que possa resultar em perigo comum), onze vezes, do Código Penal. Narrou haver, na condição de motorista prestador de serviços a transportadora, tendo de percorrer mais de 900 quilômetros, ingerido substância inibidora de sono. Descreveu ter desrespeitado limite de velocidade e aviso de sinalizador, o qual se encontrava no acostamento da pista, e, em razão da ausência de reflexo para acionar os freios, colidiu com outros veículos, causando, observado dolo eventual, os óbitos e as tentativas de homicídio. O Juízo da Sexta Vara da Comarca de Timon/MA, no processo n 2967/2008, pronunciou-o em relação a todos os homicídios consumados e, no tocante às tentativas, somente Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13 Relatório RHC 122775 / MA quanto a três vítimas. Destacou indícios da configuração de dolo eventual, aludindo a depoimentos de testemunhas, interrogatórios, laudo pericial, atestando a presença de anfetamínicos na urina do recorrente, e à perícia realizada nos tacógrafos do caminhão, que revelou alta velocidade do veículo no momento da colisão. A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão desproveu recurso em sentido estrito. No mesmo Tribunal, impetrou-se o habeas corpus n 0005410-69.2012.8.10.0000. A Terceira Câmara Criminal indeferiu a ordem. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus n 259.170. A Quinta Turma desproveu agravo e embargos de declaração. O recorrente sustenta a ilicitude do laudo pericial, no qual constatados, na urina, derivados anfetamínicos, ressaltando violado o artigo 170 do Código de Processo Penal, uma vez não coletada amostra para a realização de contraprova. Tem como caracterizado cerceamento de defesa. Reportando-se a depoimentos das peritas, prestados em Juízo, alega inadequada a perícia, no que deixou de estabelecer a quantidade de substância detectada, com as consequentes alterações psicológicas. Articula com a nulidade do laudo pericial de acidente de trânsito, apontando-o elaborado por dois peritos não oficiais, sem comprovação de diploma de curso superior e capacidade técnica. Busca o reconhecimento da ilicitude dos laudos, determinando-se o desentranhamento. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se, preliminarmente, pelo não conhecimento do recurso, dizendo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Supremo Tribunal Federal RHC 122775 / MA quanto a três vítimas. Destacou indícios da configuração de dolo eventual, aludindo a depoimentos de testemunhas, interrogatórios, laudo pericial, atestando a presença de anfetamínicos na urina do recorrente, e à perícia realizada nos tacógrafos do caminhão, que revelou alta velocidade do veículo no momento da colisão. A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão desproveu recurso em sentido estrito. No mesmo Tribunal, impetrou-se o habeas corpus n 0005410-69.2012.8.10.0000. A Terceira Câmara Criminal indeferiu a ordem. No Superior Tribunal de Justiça, o Relator inadmitiu o habeas corpus n 259.170. A Quinta Turma desproveu agravo e embargos de declaração. O recorrente sustenta a ilicitude do laudo pericial, no qual constatados, na urina, derivados anfetamínicos, ressaltando violado o artigo 170 do Código de Processo Penal, uma vez não coletada amostra para a realização de contraprova. Tem como caracterizado cerceamento de defesa. Reportando-se a depoimentos das peritas, prestados em Juízo, alega inadequada a perícia, no que deixou de estabelecer a quantidade de substância detectada, com as consequentes alterações psicológicas. Articula com a nulidade do laudo pericial de acidente de trânsito, apontando-o elaborado por dois peritos não oficiais, sem comprovação de diploma de curso superior e capacidade técnica. Busca o reconhecimento da ilicitude dos laudos, determinando-se o desentranhamento. A Procuradoria-Geral da República manifesta-se, preliminarmente, pelo não conhecimento do recurso, dizendo 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13 Relatório RHC 122775 / MA impetrado o habeas corpus, no Superior Tribunal de Justiça, em substituição a recurso ordinário. Afirma inexistir ilegalidade. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Supremo Tribunal Federal RHC 122775 / MA impetrado o habeas corpus, no Superior Tribunal de Justiça, em substituição a recurso ordinário. Afirma inexistir ilegalidade. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5584-1A2D-9F6C-A52B e senha 4C35-C22C-B976-76BB Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): RECURSO EM HABEAS CORPUS – CABIMENTO. Nos termos do artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, é cabível recurso ordinário contra acórdão de tribunal qualificado como superior mediante o qual indeferida ordem em habeas corpus, pouco importando o fato de tratar-se de impetração substitutiva de recurso. PERÍCIA – CONTRAPROVA – CONTRADITÓRIO. A falta de armazenamento de material coletado revela inobservância do artigo 170 do Código de Processo Penal e prejuízo ao contraditório, uma vez inviabilizada a possibilidade de a defesa produzir contraprova. PROVA PERICIAL – PERITO NÃO OFICIAL – DIPLOMA – CURSO SUPERIOR. O artigo 159, § 1..., do Código de Processo Penal prevê que peritos não oficiais devem ser portadores de diploma de curso superior. A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 7 de março de 2014 (sexta-feira) e a manifestação do inconformismo em 13 seguinte (quinta- feira). Improcede a preliminar suscitada pela Procuradoria-Geral da República. Nos termos do artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, o acórdão de tribunal qualificado como superior, mediante o qual indeferida ordem em habeas corpus, é impugnável na via recursal ordinária, pouco importando o fato de tratar-se de impetração substitutiva de recurso. No laudo n 1036-2008 (folha e-Superior Tribunal de Justiça n 223), subscrito por duas peritas, constatou-se, na amostra de urina, a presença de derivados Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR): RECURSO EM HABEAS CORPUS – CABIMENTO. Nos termos do artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, é cabível recurso ordinário contra acórdão de tribunal qualificado como superior mediante o qual indeferida ordem em habeas corpus, pouco importando o fato de tratar-se de impetração substitutiva de recurso. PERÍCIA – CONTRAPROVA – CONTRADITÓRIO. A falta de armazenamento de material coletado revela inobservância do artigo 170 do Código de Processo Penal e prejuízo ao contraditório, uma vez inviabilizada a possibilidade de a defesa produzir contraprova. PROVA PERICIAL – PERITO NÃO OFICIAL – DIPLOMA – CURSO SUPERIOR. O artigo 159, § 1..., do Código de Processo Penal prevê que peritos não oficiais devem ser portadores de diploma de curso superior. A publicação do acórdão impugnado ocorreu em 7 de março de 2014 (sexta-feira) e a manifestação do inconformismo em 13 seguinte (quinta- feira). Improcede a preliminar suscitada pela Procuradoria-Geral da República. Nos termos do artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, o acórdão de tribunal qualificado como superior, mediante o qual indeferida ordem em habeas corpus, é impugnável na via recursal ordinária, pouco importando o fato de tratar-se de impetração substitutiva de recurso. No laudo n 1036-2008 (folha e-Superior Tribunal de Justiça n 223), subscrito por duas peritas, constatou-se, na amostra de urina, a presença de derivados Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 13 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 122775 / MA anfetamínicos, não sendo especificada a quantidade encontrada. No documento, consta que o “material biológico (sangue e urina) encaminhado foi totalmente utilizado nas análises realizadas”. Em Juízo, a perita Izabella Martins Reis (folha e-Superior Tribunal de Justiça n 354) afirmou não haver, no Instituto de Criminalística, sobra do material coletado, além de não saber “mensurar o efeito causado pela droga naquele usuário”. O depoimento, quanto à impossibilidade de verificar-se a quantidade de substância detectada, foi corroborado pela perita Gilsen Georges Mendes Pinheiro (folha e-Superior Tribunal de Justiça n 357). A falta de armazenamento do material coletado revela ofensa ao artigo 170 do Código de Processo Penal e prejudica o exercício do contraditório, uma vez inviabilizada a defesa, mediante realização de contraprova, confrontar as conclusões do laudo, inclusive em relação à quantidade de substância encontrada e efeitos no organismo do recorrente. Ante a impossibilidade do exercício do contraditório, tem-se a ilicitude da perícia. O laudo pericial de acidente de trânsito (folha e-Superior Tribunal de Justiça 264) foi assinado por Francisco Batista de Sousa, militar da reserva e motorista profissional, e Sergio Barroso da Silva, funcionário público e motorista profissional – ambos peritos nomeados pelo Delegado de Polícia responsável pelas investigações. Não constam formação em curso superior nem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame, sendo descumpridas as exigências do artigo 159, § 1..., do Código de Processo Penal: Art.159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Supremo Tribunal Federal RHC 122775 / MA anfetamínicos, não sendo especificada a quantidade encontrada. No documento, consta que o “material biológico (sangue e urina) encaminhado foi totalmente utilizado nas análises realizadas”. Em Juízo, a perita Izabella Martins Reis (folha e-Superior Tribunal de Justiça n 354) afirmou não haver, no Instituto de Criminalística, sobra do material coletado, além de não saber “mensurar o efeito causado pela droga naquele usuário”. O depoimento, quanto à impossibilidade de verificar-se a quantidade de substância detectada, foi corroborado pela perita Gilsen Georges Mendes Pinheiro (folha e-Superior Tribunal de Justiça n 357). A falta de armazenamento do material coletado revela ofensa ao artigo 170 do Código de Processo Penal e prejudica o exercício do contraditório, uma vez inviabilizada a defesa, mediante realização de contraprova, confrontar as conclusões do laudo, inclusive em relação à quantidade de substância encontrada e efeitos no organismo do recorrente. Ante a impossibilidade do exercício do contraditório, tem-se a ilicitude da perícia. O laudo pericial de acidente de trânsito (folha e-Superior Tribunal de Justiça 264) foi assinado por Francisco Batista de Sousa, militar da reserva e motorista profissional, e Sergio Barroso da Silva, funcionário público e motorista profissional – ambos peritos nomeados pelo Delegado de Polícia responsável pelas investigações. Não constam formação em curso superior nem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame, sendo descumpridas as exigências do artigo 159, § 1..., do Código de Processo Penal: Art.159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 13 Voto - MIN. MARCO AURÉLIO RHC 122775 / MA Provejo o recurso ordinário para, observada a ilicitude dos laudos, determinar o desentranhamento, considerado o processo n 2967/2008, da Sexta Vara da Comarca de Timon/MA. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Supremo Tribunal Federal RHC 122775 / MA Provejo o recurso ordinário para, observada a ilicitude dos laudos, determinar o desentranhamento, considerado o processo n 2967/2008, da Sexta Vara da Comarca de Timon/MA. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 9A18-65CA-866F-54A2 e senha 67FD-D393-2C77-03F5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 13 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Presidente, aqui é um caso realmente importantíssimo e gravíssimo. Relembro o caso. Um motorista profissional, dirigindo seu veículo, seu caminhão, segundo a denúncia e a pronúncia, sob efeito de substância para inibir o sono e em velocidade acima do permitido, abalroou outros veículos parados na rodovia em virtude de consertos na pista. Este abalroamento gerou seis mortes, seis homicídios qualificados (art. 121, § 2..., III, do Código Penal), e mais três tentativas (art. 121, § 2..., III, c/c art. 14, II, ambos do Código Penal Brasileiro). A denúncia foi por dolo eventual. Aqui, Presidente, não se discute a questão de dolo eventual. Discute- se a questão, como bem salientado pelo eminente advogado, do armazenamento de provas, amostra de sangue e urina suficientes para contraprova e laudo pericial não produzido por dois peritos. Mas, Presidente, com todo o respeito e pedindo vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, parece-me, como muito bem salientado no acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que o que se pretende é antecipar discussão que pode ser feita no Plenário do Júri, pode ser feita posteriormente em apelação. Antecipou-se discussão prejudicando o contraditório por parte do Ministério Público, que aqui, no âmbito de Habeas Corpus, inclusive por agir como fiscal da lei, não tem a possibilidade de contrariar e demonstrar a validade dessas provas. Foi destacado no acórdão do Superior Tribunal de Justiça exatamente a questão ao final do voto do eminente Relator, que coloca que os temas ainda não foram examinados pela corte estadual. Ou seja, está-se a antecipar análise que depende de rigorosa análise de provas, rigorosa análise procedimental. Parece-me não ser possível, que, no âmbito de Habeas Corpus, possamos analisar, neste momento, a imprestabilidade ou não da prova e, consequentemente, retirá-la do conjunto probatório e da possibilidade do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F3FB-3788-F4FA-A547 e senha 6F6C-D49F-6EB8-9444 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Presidente, aqui é um caso realmente importantíssimo e gravíssimo. Relembro o caso. Um motorista profissional, dirigindo seu veículo, seu caminhão, segundo a denúncia e a pronúncia, sob efeito de substância para inibir o sono e em velocidade acima do permitido, abalroou outros veículos parados na rodovia em virtude de consertos na pista. Este abalroamento gerou seis mortes, seis homicídios qualificados (art. 121, § 2..., III, do Código Penal), e mais três tentativas (art. 121, § 2..., III, c/c art. 14, II, ambos do Código Penal Brasileiro). A denúncia foi por dolo eventual. Aqui, Presidente, não se discute a questão de dolo eventual. Discute- se a questão, como bem salientado pelo eminente advogado, do armazenamento de provas, amostra de sangue e urina suficientes para contraprova e laudo pericial não produzido por dois peritos. Mas, Presidente, com todo o respeito e pedindo vênia ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, parece-me, como muito bem salientado no acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que o que se pretende é antecipar discussão que pode ser feita no Plenário do Júri, pode ser feita posteriormente em apelação. Antecipou-se discussão prejudicando o contraditório por parte do Ministério Público, que aqui, no âmbito de Habeas Corpus, inclusive por agir como fiscal da lei, não tem a possibilidade de contrariar e demonstrar a validade dessas provas. Foi destacado no acórdão do Superior Tribunal de Justiça exatamente a questão ao final do voto do eminente Relator, que coloca que os temas ainda não foram examinados pela corte estadual. Ou seja, está-se a antecipar análise que depende de rigorosa análise de provas, rigorosa análise procedimental. Parece-me não ser possível, que, no âmbito de Habeas Corpus, possamos analisar, neste momento, a imprestabilidade ou não da prova e, consequentemente, retirá-la do conjunto probatório e da possibilidade do Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F3FB-3788-F4FA-A547 e senha 6F6C-D49F-6EB8-9444 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RHC 122775 / MA Júri - tribunal constitucional, juízo natural, para análise desse caso, desse gravíssimo caso. O Júri, com toda a sua soberania, vai analisar e valorar as provas. Não me parece que seria oportuno, neste momento, já retirarmos essa importantíssima prova do processo. Presidente, pedindo todas as vênias ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, vou divergir e, nesse sentido, nego provimento ao Recurso Ordinário em Habeas Corpus. É o voto, Presidente. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F3FB-3788-F4FA-A547 e senha 6F6C-D49F-6EB8-9444 Supremo Tribunal Federal RHC 122775 / MA Júri - tribunal constitucional, juízo natural, para análise desse caso, desse gravíssimo caso. O Júri, com toda a sua soberania, vai analisar e valorar as provas. Não me parece que seria oportuno, neste momento, já retirarmos essa importantíssima prova do processo. Presidente, pedindo todas as vênias ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO, vou divergir e, nesse sentido, nego provimento ao Recurso Ordinário em Habeas Corpus. É o voto, Presidente. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F3FB-3788-F4FA-A547 e senha 6F6C-D49F-6EB8-9444 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 13 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Cumprimento o Doutor José Luís Oliveira de Lima pela sustentação meritória, esgrimindo os melhores argumentos disponíveis, mas, também eu, pedindo vênia ao eminente Relator, entendo que estaremos discutindo precipitadamente esses temas, que sequer passaram, já não digo pelo Tribunal do Júri, mas tampouco pelo Tribunal de Justiça e pelo próprio Superior Tribunal de Justiça. Penso que essa é matéria que deve ser suscitada em momento próprio, e não haveria razão para a intervenção do Supremo neste momento. Por esta razão, estou acompanhando a posição divergente do Ministro Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCB1-826D-C1BF-ED30 e senha 9869-59B7-1587-07C0 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Cumprimento o Doutor José Luís Oliveira de Lima pela sustentação meritória, esgrimindo os melhores argumentos disponíveis, mas, também eu, pedindo vênia ao eminente Relator, entendo que estaremos discutindo precipitadamente esses temas, que sequer passaram, já não digo pelo Tribunal do Júri, mas tampouco pelo Tribunal de Justiça e pelo próprio Superior Tribunal de Justiça. Penso que essa é matéria que deve ser suscitada em momento próprio, e não haveria razão para a intervenção do Supremo neste momento. Por esta razão, estou acompanhando a posição divergente do Ministro Alexandre de Moraes. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código BCB1-826D-C1BF-ED30 e senha 9869-59B7-1587-07C0 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13 Voto Vogal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) :JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO-VOGAL A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Com relação ao processo, Senhor Presidente, pedindo vênia ao eminente Relator, acompanho a divergência aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes. Entendo que a despeito, digamos assim, da seriedade, a despeito da profundidade dos argumentos aqui esgrimidos em relação à perícia e à prova produzida nos autos, a discussão no âmbito de habeas corpus, neste momento, seria, no mínimo, prematura. Nego provimento ao recurso em habeas corpus. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F2D5-45F7-5508-392A e senha 7677-5F9B-61E9-B5B9 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) :VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) :JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA VOTO-VOGAL A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Com relação ao processo, Senhor Presidente, pedindo vênia ao eminente Relator, acompanho a divergência aberta pelo Ministro Alexandre de Moraes. Entendo que a despeito, digamos assim, da seriedade, a despeito da profundidade dos argumentos aqui esgrimidos em relação à perícia e à prova produzida nos autos, a discussão no âmbito de habeas corpus, neste momento, seria, no mínimo, prematura. Nego provimento ao recurso em habeas corpus. É o voto. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F2D5-45F7-5508-392A e senha 7677-5F9B-61E9-B5B9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Pedindo vênia a Sua Excelência o Ministro Marco Aurélio, vou acompanhar a divergência, cumprimentando o eminente advogado, sempre com seu talento e sua qualidade. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CC01-13AC-4514-0970 e senha 203F-F151-8F7F-F188 Supremo Tribunal Federal 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 MARANHÃO VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Pedindo vênia a Sua Excelência o Ministro Marco Aurélio, vou acompanhar a divergência, cumprimentando o eminente advogado, sempre com seu talento e sua qualidade. Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código CC01-13AC-4514-0970 e senha 203F-F151-8F7F-F188 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13 Extrato de Ata - 15/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) : JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA (63185/DF, 225737/RJ, 107106/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Falou o Dr. José Luís Mendes de Oliveira Lima pelo Recorrente. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 66DB-5399-63E5-D6EE e senha BFF9-468C-853C-F0B2 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122.775 PROCED. : MARANHÃO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : VALDEMAR ALVES NETO ADV.(A/S) : JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA (63185/DF, 225737/RJ, 107106/SP) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencido o Ministro Marco Aurélio, Relator. Falou o Dr. José Luís Mendes de Oliveira Lima pelo Recorrente. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Primeira Turma, 15.6.2021. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 66DB-5399-63E5-D6EE e senha BFF9-468C-853C-F0B2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
{ "JURISPRUDENCIA": [ "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122 . 775", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122 . 775", "HABEAS CORPUS 122 . 775", "habeas corpus n 0005410 - 69 . 2012 . 8 . 10 . 0000", "habeas corpus n 259 . 170", "habeas corpus n 0005410 - 69 . 2012 . 8 . 10 . 0000", "HABEAS CORPUS 122 . 775", "HABEAS CORPUS 122 . 775", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122 . 775", "RHC 122775 / MA", "RHC 122775 / MA", "HABEAS CORPUS 122 . 775", "HABEAS CORPUS 122 .", "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 122 . 775", "HABEAS CORPUS 122 . 775" ], "LEGISLACAO": [ "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Código Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 170 do Código", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 170 do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 102 , inciso II , alínea “ a ” , da Constituição Federal", "artigo 170 do Código de Processo Penal", "artigo 159 , § 1 . . . , do Código de Processo Penal", "artigo 102 , inciso II , alínea “ a ” , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 102 , inciso II , alínea “ a ” , da Constituição Federal", "artigo 170 do Código de Processo Penal", "artigo 159 , § 1 . . . , do Código de Processo Penal", "artigo 102 , inciso II , alínea “ a ” , da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 170 do Código de Processo Penal", "artigo 159 , § 1 . . . , do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 170 do Código de Processo Penal", "artigo 159 , § 1 . . . , do Código de Processo Penal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 121 , § 2 . . . , III , do Código Penal", "art . 121 , § 2 . . . , III , c / c art . 14 , II , ambos do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 121 , § 2 . . . , III , do Código Penal", "art . 121 , § 2 . . . , III , c / c art . 14 , II , ambos do Código Penal Brasileiro", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001" ], "LOCAL": [ "MARANHÃO", "Brasília", "MARANHÃO", "MARANHÃO", "MARANHÃO", "MARANHÃO", "MARANHÃO", "MARANHÃO", "MARANHÃO", "MARANHÃO", "MARANHÃO" ], "ORGANIZACAO": [ "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Ministério Público do Estado do Maranhão", "Sexta Vara da Comarca de Timon / MA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Ministério Público do Estado do Maranhão", "Sexta Vara da Comarca de Timon / MA", "Supremo Tribunal Federal", "Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão", "Terceira Câmara Criminal", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão", "Terceira Câmara Criminal", "Superior Tribunal de Justiça", "Quinta Turma", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MARANHÃO", "Procuradoria", "-", "Geral da República", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Instituto de Criminalística", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "Superior Tribunal de Justiça", "Instituto de Criminalística", "Superior Tribunal de Justiça", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "Sexta Vara da Comarca de Timon / MA", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "RHC", "Sexta Vara da Comarca de Timon / MA", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Ministério Público", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Superior Tribunal de Justiça", "Supremo", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "Supremo Tribunal", "PRIMEIRA TURMA", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma", "Supremo Tribunal Federal", "PRIMEIRA TURMA", "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL", "Primeira Turma" ], "PESSOA": [ "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VALDEMAR ALVES NETO", "JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA", "DIAS TOFFOLI", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VALDEMAR ALVES NETO", "JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA", "MARCO AURÉLIO", "Caio Salles", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VALDEMAR ALVES NETO", "JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA", "MARCO AURÉLIO", "Caio Salles", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "Izabella Martins Reis", "Gilsen Georges Mendes Pinheiro", "Francisco Batista de Sousa", "Sergio Barroso da Silva", "Izabella Martins Reis", "Gilsen Georges Mendes Pinheiro", "Francisco Batista de Sousa", "Sergio Barroso da Silva", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "MARCO AURÉLIO", "MARCO AURÉLIO", "ROBERTO BARROSO", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "José Luís Oliveira de Lima", "Alexandre de Moraes", "LUÍS ROBERTO BARROSO", "José Luís Oliveira de Lima", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VALDEMAR ALVES NETO", "JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA", "ROSA WEBER", "Alexandre de Moraes", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VALDEMAR ALVES NETO", "JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA", "ROSA WEBER", "Alexandre de Moraes", "DIAS TOFFOLI", "DIAS TOFFOLI", "Marco Aurélio", "DIAS TOFFOLI", "Marco Aurélio", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VALDEMAR ALVES NETO", "JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "José Luís Mendes de Oliveira Lima", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Paulo Gustavo Gonet Branco", "Luiz Gustavo Silva Almeida", "MARCO AURÉLIO", "ALEXANDRE DE MORAES", "VALDEMAR ALVES NETO", "JOSE LUIS MENDES DE OLIVEIRA LIMA", "Alexandre de Moraes", "Marco Aurélio", "José Luís Mendes de Oliveira Lima", "Dias Toffoli", "Dias Toffoli", "Marco Aurélio", "Rosa Weber", "Luís Roberto Barroso", "Alexandre de Moraes", "Paulo Gustavo Gonet Branco", "Luiz Gustavo Silva Almeida" ], "TEMPO": [ "15", "/", "06", "/", "2021", "15 de junho de 2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "7 de março de 2014", "sexta", "-", "feira", "13", "quinta", "-", "feira", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "7 de março de 2014", "sexta", "-", "feira", "13 seguinte", "quinta", "-", "feira", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", "/", "06", "/", "2021", "15", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001", "15", ".", "6", ".", "2021", "24", "/", "08", "/", "2001" ] }
Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) :ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) :ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. SUPOSTA APLICAÇÃO EQUIVOCADA DO TEMA 339 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGADA USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DESTE TRIBUNAL. INEXISTÊNCIA. CORRETA OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA RECURSAL VIGENTE. ATO RECLAMADO ALINHADO À ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DESTA CORTE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do STF, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. 2. Nessas circunstâncias, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). 3. Embargos de Declaração recebidos como Agravo Interno, ao qual Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 647E-6EB3-4E2E-3B08 e senha 5BE9-9BE5-8FAF-9BCA Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 18 Ementa e Acórdão RCL 47519 ED / SP se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em receber os embargos de declaração como agravo interno e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 647E-6EB3-4E2E-3B08 e senha 5BE9-9BE5-8FAF-9BCA Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em receber os embargos de declaração como agravo interno e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 647E-6EB3-4E2E-3B08 e senha 5BE9-9BE5-8FAF-9BCA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 18 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) :ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) :ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Embargos de Declaração opostos contra decisão que negou seguimento à Reclamação. A parte embargante alega, em síntese, que: (a) “Com o mais elevado respeito e acatamento, a decisão embargada não respeitou os preceitos emanados da Lei Maior, impondo-se a complementação do julgado como medida de justiça. Percebe-se claramente que não houve fundamentação efetiva em relação às teses da embargante” (doc. 31, fl. 5); (b) “Contrariando o comando constitucional, percebe-se claramente que a decisão não está suficientemente fundamentada, tornando-a nula de pleno direito (doc. 31, fl. 5); (c) “Com efeito, consoante o princípio da devolutividade dos recursos, incumbe ao órgão Julgador manifestar- se acerca das matérias necessárias ao deslinde da controvérsia e que tenham sido submetidas à sua apreciação. O não enfrentamento de questões ventiladas nos aclaratórios são imprescindíveis à solução do litígio culminando na violação dos artigos 11 e 1.022 do CPC/2015” (doc. 31, fls. 6/7); e (d) “A não fundamentação do julgado quanto aos tópicos mencionados nos presentes aclaratórios representaria cristalina e frontal violação ao artigo 93, inciso IX, da Magna Carta. Com o mais elevado respeito, todos os requisitos extrínsecos e intrínsecos dos aclaratórios estão presente no caso em pauta, de modo que a decisão merece, data vênia, complementação e reforma” (doc. 31, fls. 7/8). De resto, reitera Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B7DB-330D-D0E3-12A6 e senha E64E-884F-1D6D-8AF6 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) :ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) :ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Embargos de Declaração opostos contra decisão que negou seguimento à Reclamação. A parte embargante alega, em síntese, que: (a) “Com o mais elevado respeito e acatamento, a decisão embargada não respeitou os preceitos emanados da Lei Maior, impondo-se a complementação do julgado como medida de justiça. Percebe-se claramente que não houve fundamentação efetiva em relação às teses da embargante” (doc. 31, fl. 5); (b) “Contrariando o comando constitucional, percebe-se claramente que a decisão não está suficientemente fundamentada, tornando-a nula de pleno direito (doc. 31, fl. 5); (c) “Com efeito, consoante o princípio da devolutividade dos recursos, incumbe ao órgão Julgador manifestar- se acerca das matérias necessárias ao deslinde da controvérsia e que tenham sido submetidas à sua apreciação. O não enfrentamento de questões ventiladas nos aclaratórios são imprescindíveis à solução do litígio culminando na violação dos artigos 11 e 1.022 do CPC/2015” (doc. 31, fls. 6/7); e (d) “A não fundamentação do julgado quanto aos tópicos mencionados nos presentes aclaratórios representaria cristalina e frontal violação ao artigo 93, inciso IX, da Magna Carta. Com o mais elevado respeito, todos os requisitos extrínsecos e intrínsecos dos aclaratórios estão presente no caso em pauta, de modo que a decisão merece, data vênia, complementação e reforma” (doc. 31, fls. 7/8). De resto, reitera Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B7DB-330D-D0E3-12A6 e senha E64E-884F-1D6D-8AF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 18 Relatório RCL 47519 ED / SP todos os argumentos veiculados na inicial. Requer, ao final, o provimento aos presentes aclaratórios, com supressão/correção das omissões e contradições acima ventiladas, admitindo-se excepcionais efeitos modificativos ao recurso, sob pena de violação dos dispositivos constitucionais e infraconstitucionais invocados no presente recurso, inclusive dos artigos 11, 489 e 1.022 do NCPC e 93, inciso IX, da Lei Maior (doc. 31, fl. 31). É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B7DB-330D-D0E3-12A6 e senha E64E-884F-1D6D-8AF6 Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP todos os argumentos veiculados na inicial. Requer, ao final, o provimento aos presentes aclaratórios, com supressão/correção das omissões e contradições acima ventiladas, admitindo-se excepcionais efeitos modificativos ao recurso, sob pena de violação dos dispositivos constitucionais e infraconstitucionais invocados no presente recurso, inclusive dos artigos 11, 489 e 1.022 do NCPC e 93, inciso IX, da Lei Maior (doc. 31, fl. 31). É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B7DB-330D-D0E3-12A6 e senha E64E-884F-1D6D-8AF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão impugnada foi publicada em 2/6/2021, enquanto que o recurso em análise foi interposto em 3/6/2021, dentro, pois, do prazo legal. O presente recurso tem notório propósito infringente. Assim, em nome do princípio da fungibilidade recursal, deve-se conhecê-lo como agravo interno. Nessa circunstância, o art. 1.024, § 3º, do Código de Processo Civil de 2015 impõe a concessão de prazo ao embargante para que complemente suas razões, “de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º”. Trata-se de medida pensada para evitar que se convertam os embargos em agravo interno, mas imediatamente se lhe negue conhecimento por não impugnar especificamente a decisão embargada/agravada. No presente caso, todavia, a providência é despicienda, uma vez que os embargos já apresentam argumentação específica e apta a abarcar toda a decisão recorrida. Passo, então, ao exame do agravo interno. Eis o teor da decisão agravada: Trata-se de Reclamação contra decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que teria usurpado a competência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ao aplicar equivocadamente o Tema 339 da Repercussão Geral (AI 791.292 RG, Rel. Min. GILMAR MENDES). A parte autora expõe as seguintes alegações de fato e de direito (fls. 3/5): O beneficiário é promitente comprador de um apartamento localizado no empreendimento imobiliário denominado “Varanda Ville”. De acordo com a versão contida na preambular, o(s) Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão impugnada foi publicada em 2/6/2021, enquanto que o recurso em análise foi interposto em 3/6/2021, dentro, pois, do prazo legal. O presente recurso tem notório propósito infringente. Assim, em nome do princípio da fungibilidade recursal, deve-se conhecê-lo como agravo interno. Nessa circunstância, o art. 1.024, § 3º, do Código de Processo Civil de 2015 impõe a concessão de prazo ao embargante para que complemente suas razões, “de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º”. Trata-se de medida pensada para evitar que se convertam os embargos em agravo interno, mas imediatamente se lhe negue conhecimento por não impugnar especificamente a decisão embargada/agravada. No presente caso, todavia, a providência é despicienda, uma vez que os embargos já apresentam argumentação específica e apta a abarcar toda a decisão recorrida. Passo, então, ao exame do agravo interno. Eis o teor da decisão agravada: Trata-se de Reclamação contra decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que teria usurpado a competência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ao aplicar equivocadamente o Tema 339 da Repercussão Geral (AI 791.292 RG, Rel. Min. GILMAR MENDES). A parte autora expõe as seguintes alegações de fato e de direito (fls. 3/5): O beneficiário é promitente comprador de um apartamento localizado no empreendimento imobiliário denominado “Varanda Ville”. De acordo com a versão contida na preambular, o(s) Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP recorrido(s) teria(m) adimplido em favor da imobiliária AE Patrimônio Consultores Imobiliários Ltda. valores indevidos, pugnando, desta forma, pela restituição dos valores em dobro, com incidência da regra talhada no artigo 42, parágrafo único, da Lei Consumerista. Em sua peça defensiva, a embargante alegou, preliminarmente, ilegitimidade passiva, com pleito para extinção do processo sem resolução do mérito. No mérito, foi demonstrado que o beneficiário não comprovou o suposto pagamento indevido. O preclaro Juízo monocrático julgou a pretensão autoral parcialmente procedente, condenando a reclamante à devolução dos valores supostamente pagos pelo beneficiário. Em sede recursal, o prestigioso Colégio Recursal negou provimento ao recurso da construtora. Não houve NENHUMA manifestação sobre os documentos de fls. 78 e 131/132, que confirmam claramente/cabalmente que houve informação expressa do preço do imóvel, com o destaque do valor comissão de corretagem. Diante de omissões no acórdão, foram interpostos os embargos de declaração, injustamente rejeitados na origem. Em virtude do pleno descumprimento, agora pela Turma de Uniformização, em relação à autoridade dos precedentes do STJ em relação à matéria (cobrança de corretagem do comprador), firmados em sede de recursos repetitivos, foi distribuída a Reclamação ao Órgão Especial. O Órgão Especial não conheceu da Reclamação porque a pretensão da reclamante supostamente não poderia ser analisada na via de estrito cabimento da medida. Sobrevieram embargos da parte contrária, discutindo a incidência dos honorários em sede de Reclamação. Os nobres Julgadores acolheram os aclaratórios 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP recorrido(s) teria(m) adimplido em favor da imobiliária AE Patrimônio Consultores Imobiliários Ltda. valores indevidos, pugnando, desta forma, pela restituição dos valores em dobro, com incidência da regra talhada no artigo 42, parágrafo único, da Lei Consumerista. Em sua peça defensiva, a embargante alegou, preliminarmente, ilegitimidade passiva, com pleito para extinção do processo sem resolução do mérito. No mérito, foi demonstrado que o beneficiário não comprovou o suposto pagamento indevido. O preclaro Juízo monocrático julgou a pretensão autoral parcialmente procedente, condenando a reclamante à devolução dos valores supostamente pagos pelo beneficiário. Em sede recursal, o prestigioso Colégio Recursal negou provimento ao recurso da construtora. Não houve NENHUMA manifestação sobre os documentos de fls. 78 e 131/132, que confirmam claramente/cabalmente que houve informação expressa do preço do imóvel, com o destaque do valor comissão de corretagem. Diante de omissões no acórdão, foram interpostos os embargos de declaração, injustamente rejeitados na origem. Em virtude do pleno descumprimento, agora pela Turma de Uniformização, em relação à autoridade dos precedentes do STJ em relação à matéria (cobrança de corretagem do comprador), firmados em sede de recursos repetitivos, foi distribuída a Reclamação ao Órgão Especial. O Órgão Especial não conheceu da Reclamação porque a pretensão da reclamante supostamente não poderia ser analisada na via de estrito cabimento da medida. Sobrevieram embargos da parte contrária, discutindo a incidência dos honorários em sede de Reclamação. Os nobres Julgadores acolheram os aclaratórios 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP opostos pelo beneficiário e condenaram a embargante ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) em honorários de sucumbência. Há patente contradição em relação à fixação de honorários em desfavor da embargante, haja vista que não há previsão legal para sua fixação da verba em sede de Reclamação. Os aclaratórios visavam exatamente sanar essa pequena contradição, no entanto, recurso foi denegado. O Recurso Extraordinário foi manejado em virtude do silêncio absoluto em relação à tese defensiva que é plenamente capaz de alterar a conclusão do julgado, violando-se, pois, o artigo 93, inciso IX, do Carta Magna, todavia, o seu seguimento foi negado pela Presidência com fundamento no artigo 1.030, inciso I, “a”, desafiando a interposição do Agravo Interno. O Agravo Interno em Recurso Extraordinário também foi desprovido pela Órgão Especial. Persiste a ausência de manifestação judicial no tocante às teses/pedidos da embargante, sendo certo que a as matérias não analisadas são plenamente capazes de alterar o desfecho da causa, redundando em nulidade do julgado por afronta aos artigos 11, 489, 1.022, do NCPC e artigo 93, inciso IX, da Carta Magna, justificando-se a interposição dos aclaratórios anteriores. Em suma, percebe-se claramente que a remessa do apelo extremo foi injustamente obstada pelo Órgão Especial, haja vista que no caso em pauta discute-se silêncio absoluto sobre as teses da defesa e não apenas fundamentação deficitária, usurpando-se, ao final e ao cabo, a competência do STF, com transgressão direta e reta do artigo 102 da Constituição Federal, razão pela qual maneja-se a presente Reclamação. Requer, ao final, a concessão de medida liminar a fim de suspender o curso do processo e; no mérito, darem provimento à 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP opostos pelo beneficiário e condenaram a embargante ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) em honorários de sucumbência. Há patente contradição em relação à fixação de honorários em desfavor da embargante, haja vista que não há previsão legal para sua fixação da verba em sede de Reclamação. Os aclaratórios visavam exatamente sanar essa pequena contradição, no entanto, recurso foi denegado. O Recurso Extraordinário foi manejado em virtude do silêncio absoluto em relação à tese defensiva que é plenamente capaz de alterar a conclusão do julgado, violando-se, pois, o artigo 93, inciso IX, do Carta Magna, todavia, o seu seguimento foi negado pela Presidência com fundamento no artigo 1.030, inciso I, “a”, desafiando a interposição do Agravo Interno. O Agravo Interno em Recurso Extraordinário também foi desprovido pela Órgão Especial. Persiste a ausência de manifestação judicial no tocante às teses/pedidos da embargante, sendo certo que a as matérias não analisadas são plenamente capazes de alterar o desfecho da causa, redundando em nulidade do julgado por afronta aos artigos 11, 489, 1.022, do NCPC e artigo 93, inciso IX, da Carta Magna, justificando-se a interposição dos aclaratórios anteriores. Em suma, percebe-se claramente que a remessa do apelo extremo foi injustamente obstada pelo Órgão Especial, haja vista que no caso em pauta discute-se silêncio absoluto sobre as teses da defesa e não apenas fundamentação deficitária, usurpando-se, ao final e ao cabo, a competência do STF, com transgressão direta e reta do artigo 102 da Constituição Federal, razão pela qual maneja-se a presente Reclamação. Requer, ao final, a concessão de medida liminar a fim de suspender o curso do processo e; no mérito, darem provimento à 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP Reclamação, determinando o processamento do Recurso Extraordinário, com remessa do processo principal à Suprema Corte (fl. 32). É o relatório. Decido. A respeito do cabimento da reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, dispõem os arts. 102, I, “l”, e 103-A, caput e § 3º, ambos da Constituição Federal: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. Veja-se também o art. 988, I, II e III, do Código de Processo 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP Reclamação, determinando o processamento do Recurso Extraordinário, com remessa do processo principal à Suprema Corte (fl. 32). É o relatório. Decido. A respeito do cabimento da reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, dispõem os arts. 102, I, “l”, e 103-A, caput e § 3º, ambos da Constituição Federal: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. Veja-se também o art. 988, I, II e III, do Código de Processo 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP Civil de 2015: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - preservar a competência do tribunal; II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; III garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; Inicialmente, registro que a presente Reclamação foi protocolada nesta CORTE, em 24/5/2021. Desse modo, é inaplicável, ao caso sob exame, o art. 988, § 5º, inciso I, do CPC, assimilação, pelo novo código processual, de antigo entendimento do STF, enunciado na Súmula 734 (Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL), uma vez que, segundo informações obtidas no sítio eletrônico do Tribunal de Justiça da São Paulo, os autos do processo foram encaminhados à conclusão do Presidente do Tribunal (25/5/2021). Na presente hipótese, a pretensão autoral é manifestamente incabível. Antes da entrada em vigor do Código de Processo Civil de 2015, o SUPREMO tinha posição rígida no sentido da inviabilidade da reclamação para trazer a discussão sobre a má aplicação da sistemática da repercussão geral para a CORTE. Por todos, o seguinte precedente: RECLAMAÇÃO DECISÃO QUE NEGA TRÂNSITO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO PORQUE NÃO RECONHECIDA A EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL NELE SUSCITADA ALEGADA USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE INOCORRÊNCIA INADMISSIBILIDADE DO USO DA 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP Civil de 2015: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - preservar a competência do tribunal; II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; III garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; Inicialmente, registro que a presente Reclamação foi protocolada nesta CORTE, em 24/5/2021. Desse modo, é inaplicável, ao caso sob exame, o art. 988, § 5º, inciso I, do CPC, assimilação, pelo novo código processual, de antigo entendimento do STF, enunciado na Súmula 734 (Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL), uma vez que, segundo informações obtidas no sítio eletrônico do Tribunal de Justiça da São Paulo, os autos do processo foram encaminhados à conclusão do Presidente do Tribunal (25/5/2021). Na presente hipótese, a pretensão autoral é manifestamente incabível. Antes da entrada em vigor do Código de Processo Civil de 2015, o SUPREMO tinha posição rígida no sentido da inviabilidade da reclamação para trazer a discussão sobre a má aplicação da sistemática da repercussão geral para a CORTE. Por todos, o seguinte precedente: RECLAMAÇÃO DECISÃO QUE NEGA TRÂNSITO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO PORQUE NÃO RECONHECIDA A EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL NELE SUSCITADA ALEGADA USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE INOCORRÊNCIA INADMISSIBILIDADE DO USO DA 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP RECLAMAÇÃO COMO INSTRUMENTO DESTINADO A QUESTIONAR A APLICAÇÃO, PELO TRIBUNAL DE ORIGEM, DO SISTEMA DE REPERCUSSÃO GERAL PRECEDENTES FIRMADOS PELO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RCL 7.547/SP, REL. MIN. ELLEN GRACIE; RCL 7.569/SP, REL. MIN. ELLEN GRACIE; AI 760.358-QO/SE, REL. MIN. GILMAR MENDES) INCOGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO RECONHECIDA PELA DECISÃO AGRAVADA LEGITIMIDADE CONSEQUENTE EXTINÇÃO ANÔMALA DO PROCESSO DE RECLAMAÇÃO RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO (Rcl 11.217-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 18/2/2014). O CPC/2015 concedeu um restritíssimo espaço para discussão da aplicação da sistemática da Repercussão Geral, pelo Juízo de origem, no âmbito da Reclamação para os Tribunais Superiores. Somente caberá Reclamação (a) para se assegurar a observância de acórdão formado no julgamento do mérito de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de RE ou recurso especial repetitivo e (b) desde que esgotadas todas as instâncias ordinárias, a saber, o percurso de todo o íter recursal cabível antes do acesso à SUPREMA CORTE (Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 11/4/2017). É o que se extrai da leitura a contrario sensu do art. 988, § 5º, II: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I a IV omissis. § 5 º É inadmissível a reclamação: 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP RECLAMAÇÃO COMO INSTRUMENTO DESTINADO A QUESTIONAR A APLICAÇÃO, PELO TRIBUNAL DE ORIGEM, DO SISTEMA DE REPERCUSSÃO GERAL PRECEDENTES FIRMADOS PELO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RCL 7.547/SP, REL. MIN. ELLEN GRACIE; RCL 7.569/SP, REL. MIN. ELLEN GRACIE; AI 760.358-QO/SE, REL. MIN. GILMAR MENDES) INCOGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO RECONHECIDA PELA DECISÃO AGRAVADA LEGITIMIDADE CONSEQUENTE EXTINÇÃO ANÔMALA DO PROCESSO DE RECLAMAÇÃO RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO (Rcl 11.217-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 18/2/2014). O CPC/2015 concedeu um restritíssimo espaço para discussão da aplicação da sistemática da Repercussão Geral, pelo Juízo de origem, no âmbito da Reclamação para os Tribunais Superiores. Somente caberá Reclamação (a) para se assegurar a observância de acórdão formado no julgamento do mérito de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de RE ou recurso especial repetitivo e (b) desde que esgotadas todas as instâncias ordinárias, a saber, o percurso de todo o íter recursal cabível antes do acesso à SUPREMA CORTE (Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 11/4/2017). É o que se extrai da leitura a contrario sensu do art. 988, § 5º, II: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I a IV omissis. § 5 º É inadmissível a reclamação: 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP I omissis II proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. Pois bem: ressalte-se, em rigor, que a CONSTITUIÇÃO FEDERAL , ao estabelecer a competência desta SUPREMA CORTE, em rol taxativo, não prevê a utilização da via reclamatória para apreciar a correção da aplicação da sistemática de Repercussão Geral, de maneira que incumbe exclusivamente ao tribunal de origem aplicar tal decisão ao caso concreto, pondera o eminente Ministro LUIZ FUX (Rcl 26.633/SP, DJe de 23/5/2017). Assim, esta CORTE, excepcionalmente, conhece e julga reclamações postulando a observância de acórdão de Recurso Extraordinário com repercussão geral reconhecida somente após esgotadas as instâncias ordinárias nos restritos casos em que se depara com decisão teratogênica, vício judicial que autoriza a utilização e admissão deste instrumento processual para fins de cassação do ato reclamado, observando-se, consequentemente, os seus estritos limites cognitivos (Rcl 21.445/RS. Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 10/5/2017). Consoante bem observado pela Min. CÁRMEN LÚCIA, desrespeita-se a autoridade da decisão do SUPREMO quando configurada erronia na aplicação do entendimento, a evidenciar teratologia da decisão reclamada (Rcl 24.911/DF, DJe de 31/8/2016). Cite-se, também, o entendimento do Min. GILMAR MENDES, no sentido de que, quando se intenta garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, a reclamatória proposta no STF deve estar arregimentada de dois inseparáveis pressupostos: o 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP I omissis II proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. Pois bem: ressalte-se, em rigor, que a CONSTITUIÇÃO FEDERAL , ao estabelecer a competência desta SUPREMA CORTE, em rol taxativo, não prevê a utilização da via reclamatória para apreciar a correção da aplicação da sistemática de Repercussão Geral, de maneira que incumbe exclusivamente ao tribunal de origem aplicar tal decisão ao caso concreto, pondera o eminente Ministro LUIZ FUX (Rcl 26.633/SP, DJe de 23/5/2017). Assim, esta CORTE, excepcionalmente, conhece e julga reclamações postulando a observância de acórdão de Recurso Extraordinário com repercussão geral reconhecida somente após esgotadas as instâncias ordinárias nos restritos casos em que se depara com decisão teratogênica, vício judicial que autoriza a utilização e admissão deste instrumento processual para fins de cassação do ato reclamado, observando-se, consequentemente, os seus estritos limites cognitivos (Rcl 21.445/RS. Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 10/5/2017). Consoante bem observado pela Min. CÁRMEN LÚCIA, desrespeita-se a autoridade da decisão do SUPREMO quando configurada erronia na aplicação do entendimento, a evidenciar teratologia da decisão reclamada (Rcl 24.911/DF, DJe de 31/8/2016). Cite-se, também, o entendimento do Min. GILMAR MENDES, no sentido de que, quando se intenta garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, a reclamatória proposta no STF deve estar arregimentada de dois inseparáveis pressupostos: o 7 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP esgotamento da instância de origem, com a interposição de agravo interno da decisão monocrática que sobrestá o processo, inadmite liminarmente o recurso da competência do STF ou julga-o prejudicado; e a plausibilidade na tese de erronia na aplicação do entendimento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL firmado na repercussão geral pelo Juízo a quo , a indicar teratologia da decisão reclamada. (Rcl 26.093/PI, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 6/2/2017). É preciso registrar a observação do Min. DIAS TOFFOLI sobre a excepcionalidade do cabimento da Reclamação para fins de questionamento da aplicação do precedente, sendo dever da parte reclamante demonstrar a existência de razões fundamentadas em teratologia na aplicação da norma de interpretação extraída do precedente do STF com força obrigatória ao caso concreto (Rcl. 26.780-MC/SP, DJe de 5/6/2017). Na presente hipótese, o acórdão impugnado negou provimento ao agravo interno interposto, mantendo a decisão que inadmitiu o Recurso Extraordinário, conforme infere-se da ementa a seguir transcrita (extraída do sítio eletrônico do TJSP): Agravo interno. Decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário ligado a matéria já decidida pelo Supremo Tribunal Federal em regime de repercussão geral – Artigo 1.030, inciso I, alínea "a", segunda parte, do Código de Processo Civil – Hipótese atinente ao Tema nº 339 do Supremo Tribunal Federal. Agravo interno não provido. O Tribunal de origem entendeu que a decisão agravada alinha-se à tese fixada por esta CORTE no Tema 339, AI 791.292 RG, Rel. Min. GILMAR MENDES, ao afirmar que: O acórdão atacado por recurso extraordinário não conheceu da reclamação, destacando-se que houve o adequado enfrentamento da questão central e, como 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP esgotamento da instância de origem, com a interposição de agravo interno da decisão monocrática que sobrestá o processo, inadmite liminarmente o recurso da competência do STF ou julga-o prejudicado; e a plausibilidade na tese de erronia na aplicação do entendimento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL firmado na repercussão geral pelo Juízo a quo , a indicar teratologia da decisão reclamada. (Rcl 26.093/PI, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 6/2/2017). É preciso registrar a observação do Min. DIAS TOFFOLI sobre a excepcionalidade do cabimento da Reclamação para fins de questionamento da aplicação do precedente, sendo dever da parte reclamante demonstrar a existência de razões fundamentadas em teratologia na aplicação da norma de interpretação extraída do precedente do STF com força obrigatória ao caso concreto (Rcl. 26.780-MC/SP, DJe de 5/6/2017). Na presente hipótese, o acórdão impugnado negou provimento ao agravo interno interposto, mantendo a decisão que inadmitiu o Recurso Extraordinário, conforme infere-se da ementa a seguir transcrita (extraída do sítio eletrônico do TJSP): Agravo interno. Decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário ligado a matéria já decidida pelo Supremo Tribunal Federal em regime de repercussão geral – Artigo 1.030, inciso I, alínea "a", segunda parte, do Código de Processo Civil – Hipótese atinente ao Tema nº 339 do Supremo Tribunal Federal. Agravo interno não provido. O Tribunal de origem entendeu que a decisão agravada alinha-se à tese fixada por esta CORTE no Tema 339, AI 791.292 RG, Rel. Min. GILMAR MENDES, ao afirmar que: O acórdão atacado por recurso extraordinário não conheceu da reclamação, destacando-se que houve o adequado enfrentamento da questão central e, como 8 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP abordado no acórdão proferido em embargos de declaração, toda a matéria objeto do pleito fora analisada, sem ultrapassar limites nem ficar aquém do alegado,com fundamentos expostos de maneira clara e coerente com a solução. O Supremo Tribunal Federal, nos autos do AI nº 791.292, reconhecendo a existência de repercussão geral, que ensejou a edição do tema de número 339, fixou a tese de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar,contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas. Nesse sentido, o caso em análise está em harmonia com o tema 339, inexistente fundamento que autorize diversa conclusão. Em suma, o acórdão recorrido converge ao tratamento jurídico aplicado ao caso paradigma e a agravante não trouxe argumentos efetivamente novos nesta oportunidade,restringindo-se a repisar alegações já afastadas pelo Órgão Especial da Corte. Daí, plenamente cabível a incidência artigo 1.030, inciso I, alínea "a", segunda parte, do Código de Processo Civil, com a negativa de seguimento ao referido recurso extraordinário. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Na hipótese, o Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do STF, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. É o que consta da ementa do leading case. Veja-se: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP abordado no acórdão proferido em embargos de declaração, toda a matéria objeto do pleito fora analisada, sem ultrapassar limites nem ficar aquém do alegado,com fundamentos expostos de maneira clara e coerente com a solução. O Supremo Tribunal Federal, nos autos do AI nº 791.292, reconhecendo a existência de repercussão geral, que ensejou a edição do tema de número 339, fixou a tese de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar,contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas. Nesse sentido, o caso em análise está em harmonia com o tema 339, inexistente fundamento que autorize diversa conclusão. Em suma, o acórdão recorrido converge ao tratamento jurídico aplicado ao caso paradigma e a agravante não trouxe argumentos efetivamente novos nesta oportunidade,restringindo-se a repisar alegações já afastadas pelo Órgão Especial da Corte. Daí, plenamente cabível a incidência artigo 1.030, inciso I, alínea "a", segunda parte, do Código de Processo Civil, com a negativa de seguimento ao referido recurso extraordinário. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Na hipótese, o Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do STF, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. É o que consta da ementa do leading case. Veja-se: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. 9 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 13/8/2010). Nessas circunstâncias, inexiste a alegada usurpação de competência desta SUPREMA CORTE. Em caso análogo ao presente, cito jurisprudência da 1ª Turma desta CORTE: Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. SUPOSTA APLICAÇÃO EQUIVOCADA DOS TEMAS 339 e 181 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGADA USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DESTE TRIBUNAL. INEXISTÊNCIA. CORRETA OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA RECURSAL VIGENTE. ATO RECLAMADO ALINHADO À ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DESTA CORTE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do STF, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 13/8/2010). Nessas circunstâncias, inexiste a alegada usurpação de competência desta SUPREMA CORTE. Em caso análogo ao presente, cito jurisprudência da 1ª Turma desta CORTE: Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. SUPOSTA APLICAÇÃO EQUIVOCADA DOS TEMAS 339 e 181 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGADA USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DESTE TRIBUNAL. INEXISTÊNCIA. CORRETA OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA RECURSAL VIGENTE. ATO RECLAMADO ALINHADO À ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DESTA CORTE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do STF, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente 10 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. 2. Além disso, o Juízo impugnado, ao negar seguimento ao RE ao fundamento de ausência de repercussão da matéria discutida Tema 181 (RE 598.365, Rel. Min. AYRES BRITTO), observou corretamente as diretrizes estabelecidas por esta CORTE no precedente acima citado, no qual assentou-se a ausência de repercussão geral da matéria discutida no tema. 3. Nessas circunstâncias, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). 4. Embargos de Declaração recebidos como Agravo Interno, ao qual se nega provimento (Rcl 45005 ED, Relator ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 9/4/2021). Assim, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, NEGO SEGUIMENTO À RECLAMAÇÃO. As alegações ora trazidas não são suficientes para alterar a decisão agravada. Como tive oportunidade de enfatizar naquele julgado, o Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. 2. Além disso, o Juízo impugnado, ao negar seguimento ao RE ao fundamento de ausência de repercussão da matéria discutida Tema 181 (RE 598.365, Rel. Min. AYRES BRITTO), observou corretamente as diretrizes estabelecidas por esta CORTE no precedente acima citado, no qual assentou-se a ausência de repercussão geral da matéria discutida no tema. 3. Nessas circunstâncias, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). 4. Embargos de Declaração recebidos como Agravo Interno, ao qual se nega provimento (Rcl 45005 ED, Relator ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 9/4/2021). Assim, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, NEGO SEGUIMENTO À RECLAMAÇÃO. As alegações ora trazidas não são suficientes para alterar a decisão agravada. Como tive oportunidade de enfatizar naquele julgado, o Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 11 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP 339 do STF, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. Além do mais, quanto ao argumento, da ora agravante, de que, na decisão agravada, não houve fundamentação efetiva em relação às teses da embargante, não é dever do julgador rebater todos os fundamentos apresentados pela parte, mas somente aqueles que, concretamente, sejam capazes de afastar a conclusão adotada na decisão, o que efetivamente ocorreu na decisão agravada. Desse modo, ratifica-se o entendimento aplicado de modo a manter, em todos os seus termos, a decisão recorrida. Em nome do princípio da celeridade processual, evidenciada a ausência de prejuízo à parte ora agravada, ressalto que não houve a intimação para apresentação de contrarrazões ao presente recurso (artigo 6º c/c artigo 9º do CPC/2015). Diante do exposto, recebo os Embargos de Declaração como Agravo Interno e NEGO PROVIMENTO ao recurso. É como voto. 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP 339 do STF, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. Além do mais, quanto ao argumento, da ora agravante, de que, na decisão agravada, não houve fundamentação efetiva em relação às teses da embargante, não é dever do julgador rebater todos os fundamentos apresentados pela parte, mas somente aqueles que, concretamente, sejam capazes de afastar a conclusão adotada na decisão, o que efetivamente ocorreu na decisão agravada. Desse modo, ratifica-se o entendimento aplicado de modo a manter, em todos os seus termos, a decisão recorrida. Em nome do princípio da celeridade processual, evidenciada a ausência de prejuízo à parte ora agravada, ressalto que não houve a intimação para apresentação de contrarrazões ao presente recurso (artigo 6º c/c artigo 9º do CPC/2015). Diante do exposto, recebo os Embargos de Declaração como Agravo Interno e NEGO PROVIMENTO ao recurso. É como voto. 12 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 18 Voto Vogal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) :ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) :ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Era incabível, na regência do Código de Processo Civil de 1973, a conversão, em agravo, dos embargos declaratórios. Sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015, o relator deve observar o disposto no § 3º do artigo 1.024, determinando a intimação do recorrente para complementação das razões - § 1º do artigo 1.021. Divirjo quanto à conversão. A par disso, a prestação jurisdicional prevista no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, considerado o artigo 489, § 1º, do Código de Processo Civil, pressupõe o enfrentamento, pelo órgão julgador, de todas as causas de pedir veiculadas, exceto quando, assentada premissa, ocorre o prejuízo de certo enfoque. Ante o precedente do Pleno evocado, apreciado sob a sistemática da repercussão geral, e observada atuação em Turma, acompanho o Relator, ressalvado entendimento pessoal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 24D6-111E-B5D2-FFCB e senha 80D0-8A42-0C0B-8AF2 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) :ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) :ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Era incabível, na regência do Código de Processo Civil de 1973, a conversão, em agravo, dos embargos declaratórios. Sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015, o relator deve observar o disposto no § 3º do artigo 1.024, determinando a intimação do recorrente para complementação das razões - § 1º do artigo 1.021. Divirjo quanto à conversão. A par disso, a prestação jurisdicional prevista no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, considerado o artigo 489, § 1º, do Código de Processo Civil, pressupõe o enfrentamento, pelo órgão julgador, de todas as causas de pedir veiculadas, exceto quando, assentada premissa, ocorre o prejuízo de certo enfoque. Ante o precedente do Pleno evocado, apreciado sob a sistemática da repercussão geral, e observada atuação em Turma, acompanho o Relator, ressalvado entendimento pessoal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 24D6-111E-B5D2-FFCB e senha 80D0-8A42-0C0B-8AF2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 18 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) : ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) : ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo interno e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD0E-84C6-EE1C-D853 e senha 1854-3111-1040-C1F4 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) : ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) : ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo interno e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD0E-84C6-EE1C-D853 e senha 1854-3111-1040-C1F4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 18
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756504019
2021-06-28T00:00:00
2021-07-13T00:00:00
A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo interno e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021.
EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO
Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. SUPOSTA APLICAÇÃO EQUIVOCADA DO TEMA 339 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGADA USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DESTE TRIBUNAL. INEXISTÊNCIA. CORRETA OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA RECURSAL VIGENTE. ATO RECLAMADO ALINHADO À ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DESTA CORTE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do STF, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. 2. Nessas circunstâncias, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). 3. Embargos de Declaração recebidos como Agravo Interno, ao qual se nega provimento.
sjur450146
- Acórdão(s) citado(s): (RECLAMAÇÃO, SUCEDÂNEO, RECURSO) Rcl 6880 AgR (TP). Número de páginas: 18. Análise: 03/05/2022, SOF.
ALEXANDRE DE MORAES
Primeira Turma
47519
[ "LEG-FED CF ANO-1988\n ART-00093 INC-00009\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\n\n", "LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\n\n", "LEG-FED LEI-013105 ANO-2015\n ART-00006 ART-00009 ART-00489 PAR-00001\n ART-01021 PAR-00001 ART-01024 PAR-00003\n CPC-2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL" ]
Rcl-ED
acordaos
Rcl 47519 ED
[ "" ]
EMBTE.(S) : FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) : ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) : ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
[ "" ]
Ementa e Acórdão 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) :ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) :ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS EMENTA: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. SUPOSTA APLICAÇÃO EQUIVOCADA DO TEMA 339 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGADA USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DESTE TRIBUNAL. INEXISTÊNCIA. CORRETA OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA RECURSAL VIGENTE. ATO RECLAMADO ALINHADO À ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DESTA CORTE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do Supremo Tribunal Federal, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. 2. Nessas circunstâncias, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). 3. Embargos de Declaração recebidos como Agravo Interno, ao qual Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 647E-6EB3-4E2E-3B08 e senha 5BE9-9BE5-8FAF-9BCA Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 18 Ementa e Acórdão RCL 47519 ED / SP se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em receber os embargos de declaração como agravo interno e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 647E-6EB3-4E2E-3B08 e senha 5BE9-9BE5-8FAF-9BCA Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual da Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro DIAS TOFFOLI, em conformidade com a certidão de julgamento, por unanimidade, acordam em receber os embargos de declaração como agravo interno e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro MARCO AURÉLIO. Brasília, 28 de junho de 2021. Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 647E-6EB3-4E2E-3B08 e senha 5BE9-9BE5-8FAF-9BCA Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 18 Relatório 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) :ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) :ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Embargos de Declaração opostos contra decisão que negou seguimento à Reclamação. A parte embargante alega, em síntese, que: (a) “Com o mais elevado respeito e acatamento, a decisão embargada não respeitou os preceitos emanados da Lei Maior, impondo-se a complementação do julgado como medida de justiça. Percebe-se claramente que não houve fundamentação efetiva em relação às teses da embargante” (doc. 31, fl. 5); (b) “Contrariando o comando constitucional, percebe-se claramente que a decisão não está suficientemente fundamentada, tornando-a nula de pleno direito (doc. 31, fl. 5); (c) “Com efeito, consoante o princípio da devolutividade dos recursos, incumbe ao órgão Julgador manifestar- se acerca das matérias necessárias ao deslinde da controvérsia e que tenham sido submetidas à sua apreciação. O não enfrentamento de questões ventiladas nos aclaratórios são imprescindíveis à solução do litígio culminando na violação dos artigos 11 e 1.022 do Código de Processo Civil/2015” (doc. 31, fls. 6/7); e (d) “A não fundamentação do julgado quanto aos tópicos mencionados nos presentes aclaratórios representaria cristalina e frontal violação ao artigo 93, inciso IX, da Magna Carta. Com o mais elevado respeito, todos os requisitos extrínsecos e intrínsecos dos aclaratórios estão presente no caso em pauta, de modo que a decisão merece, data vênia, complementação e reforma” (doc. 31, fls. 7/8). De resto, reitera Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B7DB-330D-D0E3-12A6 e senha E64E-884F-1D6D-8AF6 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) :ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) :ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): Trata-se de Embargos de Declaração opostos contra decisão que negou seguimento à Reclamação. A parte embargante alega, em síntese, que: (a) “Com o mais elevado respeito e acatamento, a decisão embargada não respeitou os preceitos emanados da Lei Maior, impondo-se a complementação do julgado como medida de justiça. Percebe-se claramente que não houve fundamentação efetiva em relação às teses da embargante” (doc. 31, fl. 5); (b) “Contrariando o comando constitucional, percebe-se claramente que a decisão não está suficientemente fundamentada, tornando-a nula de pleno direito (doc. 31, fl. 5); (c) “Com efeito, consoante o princípio da devolutividade dos recursos, incumbe ao órgão Julgador manifestar- se acerca das matérias necessárias ao deslinde da controvérsia e que tenham sido submetidas à sua apreciação. O não enfrentamento de questões ventiladas nos aclaratórios são imprescindíveis à solução do litígio culminando na violação dos artigos 11 e 1.022 do Código de Processo Civil/2015” (doc. 31, fls. 6/7); e (d) “A não fundamentação do julgado quanto aos tópicos mencionados nos presentes aclaratórios representaria cristalina e frontal violação ao artigo 93, inciso IX, da Magna Carta. Com o mais elevado respeito, todos os requisitos extrínsecos e intrínsecos dos aclaratórios estão presente no caso em pauta, de modo que a decisão merece, data vênia, complementação e reforma” (doc. 31, fls. 7/8). De resto, reitera Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B7DB-330D-D0E3-12A6 e senha E64E-884F-1D6D-8AF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 18 Relatório RCL 47519 ED / SP todos os argumentos veiculados na inicial. Requer, ao final, o provimento aos presentes aclaratórios, com supressão/correção das omissões e contradições acima ventiladas, admitindo-se excepcionais efeitos modificativos ao recurso, sob pena de violação dos dispositivos constitucionais e infraconstitucionais invocados no presente recurso, inclusive dos artigos 11, 489 e 1.022 do NCPC e 93, inciso IX, da Lei Maior (doc. 31, fl. 31). É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B7DB-330D-D0E3-12A6 e senha E64E-884F-1D6D-8AF6 Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP todos os argumentos veiculados na inicial. Requer, ao final, o provimento aos presentes aclaratórios, com supressão/correção das omissões e contradições acima ventiladas, admitindo-se excepcionais efeitos modificativos ao recurso, sob pena de violação dos dispositivos constitucionais e infraconstitucionais invocados no presente recurso, inclusive dos artigos 11, 489 e 1.022 do NCPC e 93, inciso IX, da Lei Maior (doc. 31, fl. 31). É o relatório. 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B7DB-330D-D0E3-12A6 e senha E64E-884F-1D6D-8AF6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão impugnada foi publicada em 2/6/2021, enquanto que o recurso em análise foi interposto em 3/6/2021, dentro, pois, do prazo legal. O presente recurso tem notório propósito infringente. Assim, em nome do princípio da fungibilidade recursal, deve-se conhecê-lo como agravo interno. Nessa circunstância, o art. 1.024, § 3..., do Código de Processo Civil de 2015 impõe a concessão de prazo ao embargante para que complemente suas razões, “de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1...”. Trata-se de medida pensada para evitar que se convertam os embargos em agravo interno, mas imediatamente se lhe negue conhecimento por não impugnar especificamente a decisão embargada/agravada. No presente caso, todavia, a providência é despicienda, uma vez que os embargos já apresentam argumentação específica e apta a abarcar toda a decisão recorrida. Passo, então, ao exame do agravo interno. Eis o teor da decisão agravada: Trata-se de Reclamação contra decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que teria usurpado a competência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ao aplicar equivocadamente o Tema 339 da Repercussão Geral (AI 791.292 RG, Rel. Min. GILMAR MENDES). A parte autora expõe as seguintes alegações de fato e de direito (fls. 3/5): O beneficiário é promitente comprador de um apartamento localizado no empreendimento imobiliário denominado “Varanda Ville”. De acordo com a versão contida na preambular, o(s) Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES (RELATOR): A decisão impugnada foi publicada em 2/6/2021, enquanto que o recurso em análise foi interposto em 3/6/2021, dentro, pois, do prazo legal. O presente recurso tem notório propósito infringente. Assim, em nome do princípio da fungibilidade recursal, deve-se conhecê-lo como agravo interno. Nessa circunstância, o art. 1.024, § 3..., do Código de Processo Civil de 2015 impõe a concessão de prazo ao embargante para que complemente suas razões, “de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1...”. Trata-se de medida pensada para evitar que se convertam os embargos em agravo interno, mas imediatamente se lhe negue conhecimento por não impugnar especificamente a decisão embargada/agravada. No presente caso, todavia, a providência é despicienda, uma vez que os embargos já apresentam argumentação específica e apta a abarcar toda a decisão recorrida. Passo, então, ao exame do agravo interno. Eis o teor da decisão agravada: Trata-se de Reclamação contra decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que teria usurpado a competência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ao aplicar equivocadamente o Tema 339 da Repercussão Geral (AI 791.292 RG, Rel. Min. GILMAR MENDES). A parte autora expõe as seguintes alegações de fato e de direito (fls. 3/5): O beneficiário é promitente comprador de um apartamento localizado no empreendimento imobiliário denominado “Varanda Ville”. De acordo com a versão contida na preambular, o(s) Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP recorrido(s) teria(m) adimplido em favor da imobiliária AE Patrimônio Consultores Imobiliários Ltda. valores indevidos, pugnando, desta forma, pela restituição dos valores em dobro, com incidência da regra talhada no artigo 42, parágrafo único, da Lei Consumerista. Em sua peça defensiva, a embargante alegou, preliminarmente, ilegitimidade passiva, com pleito para extinção do processo sem resolução do mérito. No mérito, foi demonstrado que o beneficiário não comprovou o suposto pagamento indevido. O preclaro Juízo monocrático julgou a pretensão autoral parcialmente procedente, condenando a reclamante à devolução dos valores supostamente pagos pelo beneficiário. Em sede recursal, o prestigioso Colégio Recursal negou provimento ao recurso da construtora. Não houve NENHUMA manifestação sobre os documentos de fls. 78 e 131/132, que confirmam claramente/cabalmente que houve informação expressa do preço do imóvel, com o destaque do valor comissão de corretagem. Diante de omissões no acórdão, foram interpostos os embargos de declaração, injustamente rejeitados na origem. Em virtude do pleno descumprimento, agora pela Turma de Uniformização, em relação à autoridade dos precedentes do Superior Tribunal de Justiça em relação à matéria (cobrança de corretagem do comprador), firmados em sede de recursos repetitivos, foi distribuída a Reclamação ao Órgão Especial. O Órgão Especial não conheceu da Reclamação porque a pretensão da reclamante supostamente não poderia ser analisada na via de estrito cabimento da medida. Sobrevieram embargos da parte contrária, discutindo a incidência dos honorários em sede de Reclamação. Os nobres Julgadores acolheram os aclaratórios 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP recorrido(s) teria(m) adimplido em favor da imobiliária AE Patrimônio Consultores Imobiliários Ltda. valores indevidos, pugnando, desta forma, pela restituição dos valores em dobro, com incidência da regra talhada no artigo 42, parágrafo único, da Lei Consumerista. Em sua peça defensiva, a embargante alegou, preliminarmente, ilegitimidade passiva, com pleito para extinção do processo sem resolução do mérito. No mérito, foi demonstrado que o beneficiário não comprovou o suposto pagamento indevido. O preclaro Juízo monocrático julgou a pretensão autoral parcialmente procedente, condenando a reclamante à devolução dos valores supostamente pagos pelo beneficiário. Em sede recursal, o prestigioso Colégio Recursal negou provimento ao recurso da construtora. Não houve NENHUMA manifestação sobre os documentos de fls. 78 e 131/132, que confirmam claramente/cabalmente que houve informação expressa do preço do imóvel, com o destaque do valor comissão de corretagem. Diante de omissões no acórdão, foram interpostos os embargos de declaração, injustamente rejeitados na origem. Em virtude do pleno descumprimento, agora pela Turma de Uniformização, em relação à autoridade dos precedentes do Superior Tribunal de Justiça em relação à matéria (cobrança de corretagem do comprador), firmados em sede de recursos repetitivos, foi distribuída a Reclamação ao Órgão Especial. O Órgão Especial não conheceu da Reclamação porque a pretensão da reclamante supostamente não poderia ser analisada na via de estrito cabimento da medida. Sobrevieram embargos da parte contrária, discutindo a incidência dos honorários em sede de Reclamação. Os nobres Julgadores acolheram os aclaratórios 2 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP opostos pelo beneficiário e condenaram a embargante ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) em honorários de sucumbência. Há patente contradição em relação à fixação de honorários em desfavor da embargante, haja vista que não há previsão legal para sua fixação da verba em sede de Reclamação. Os aclaratórios visavam exatamente sanar essa pequena contradição, no entanto, recurso foi denegado. O Recurso Extraordinário foi manejado em virtude do silêncio absoluto em relação à tese defensiva que é plenamente capaz de alterar a conclusão do julgado, violando-se, pois, o artigo 93, inciso IX, do Carta Magna, todavia, o seu seguimento foi negado pela Presidência com fundamento no artigo 1.030, inciso I, “a”, desafiando a interposição do Agravo Interno. O Agravo Interno em Recurso Extraordinário também foi desprovido pela Órgão Especial. Persiste a ausência de manifestação judicial no tocante às teses/pedidos da embargante, sendo certo que a as matérias não analisadas são plenamente capazes de alterar o desfecho da causa, redundando em nulidade do julgado por afronta aos artigos 11, 489, 1.022, do NCPC e artigo 93, inciso IX, da Carta Magna, justificando-se a interposição dos aclaratórios anteriores. Em suma, percebe-se claramente que a remessa do apelo extremo foi injustamente obstada pelo Órgão Especial, haja vista que no caso em pauta discute-se silêncio absoluto sobre as teses da defesa e não apenas fundamentação deficitária, usurpando-se, ao final e ao cabo, a competência do Supremo Tribunal Federal, com transgressão direta e reta do artigo 102 da Constituição Federal, razão pela qual maneja-se a presente Reclamação. Requer, ao final, a concessão de medida liminar a fim de suspender o curso do processo e; no mérito, darem provimento à 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP opostos pelo beneficiário e condenaram a embargante ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) em honorários de sucumbência. Há patente contradição em relação à fixação de honorários em desfavor da embargante, haja vista que não há previsão legal para sua fixação da verba em sede de Reclamação. Os aclaratórios visavam exatamente sanar essa pequena contradição, no entanto, recurso foi denegado. O Recurso Extraordinário foi manejado em virtude do silêncio absoluto em relação à tese defensiva que é plenamente capaz de alterar a conclusão do julgado, violando-se, pois, o artigo 93, inciso IX, do Carta Magna, todavia, o seu seguimento foi negado pela Presidência com fundamento no artigo 1.030, inciso I, “a”, desafiando a interposição do Agravo Interno. O Agravo Interno em Recurso Extraordinário também foi desprovido pela Órgão Especial. Persiste a ausência de manifestação judicial no tocante às teses/pedidos da embargante, sendo certo que a as matérias não analisadas são plenamente capazes de alterar o desfecho da causa, redundando em nulidade do julgado por afronta aos artigos 11, 489, 1.022, do NCPC e artigo 93, inciso IX, da Carta Magna, justificando-se a interposição dos aclaratórios anteriores. Em suma, percebe-se claramente que a remessa do apelo extremo foi injustamente obstada pelo Órgão Especial, haja vista que no caso em pauta discute-se silêncio absoluto sobre as teses da defesa e não apenas fundamentação deficitária, usurpando-se, ao final e ao cabo, a competência do Supremo Tribunal Federal, com transgressão direta e reta do artigo 102 da Constituição Federal, razão pela qual maneja-se a presente Reclamação. Requer, ao final, a concessão de medida liminar a fim de suspender o curso do processo e; no mérito, darem provimento à 3 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP Reclamação, determinando o processamento do Recurso Extraordinário, com remessa do processo principal à Suprema Corte (fl. 32). É o relatório. Decido. A respeito do cabimento da reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, dispõem os arts. 102, I, “l”, e 103-A, caput e § 3..., ambos da Constituição Federal: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 3... Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. Veja-se também o art. 988, I, II e III, do Código de Processo 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP Reclamação, determinando o processamento do Recurso Extraordinário, com remessa do processo principal à Suprema Corte (fl. 32). É o relatório. Decido. A respeito do cabimento da reclamação para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, dispõem os arts. 102, I, “l”, e 103-A, caput e § 3..., ambos da Constituição Federal: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 3... Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. Veja-se também o art. 988, I, II e III, do Código de Processo 4 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP Civil de 2015: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - preservar a competência do tribunal; II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; III garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; Inicialmente, registro que a presente Reclamação foi protocolada nesta CORTE, em 24/5/2021. Desse modo, é inaplicável, ao caso sob exame, o art. 988, § 5..., inciso I, do Código de Processo Civil, assimilação, pelo novo código processual, de antigo entendimento do Supremo Tribunal Federal, enunciado na Súmula 734 (Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL), uma vez que, segundo informações obtidas no sítio eletrônico do Tribunal de Justiça da São Paulo, os autos do processo foram encaminhados à conclusão do Presidente do Tribunal (25/5/2021). Na presente hipótese, a pretensão autoral é manifestamente incabível. Antes da entrada em vigor do Código de Processo Civil de 2015, o SUPREMO tinha posição rígida no sentido da inviabilidade da reclamação para trazer a discussão sobre a má aplicação da sistemática da repercussão geral para a CORTE. Por todos, o seguinte precedente: RECLAMAÇÃO DECISÃO QUE NEGA TRÂNSITO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO PORQUE NÃO RECONHECIDA A EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL NELE SUSCITADA ALEGADA USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE INOCORRÊNCIA INADMISSIBILIDADE DO USO DA 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP Civil de 2015: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - preservar a competência do tribunal; II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; III garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; Inicialmente, registro que a presente Reclamação foi protocolada nesta CORTE, em 24/5/2021. Desse modo, é inaplicável, ao caso sob exame, o art. 988, § 5..., inciso I, do Código de Processo Civil, assimilação, pelo novo código processual, de antigo entendimento do Supremo Tribunal Federal, enunciado na Súmula 734 (Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL), uma vez que, segundo informações obtidas no sítio eletrônico do Tribunal de Justiça da São Paulo, os autos do processo foram encaminhados à conclusão do Presidente do Tribunal (25/5/2021). Na presente hipótese, a pretensão autoral é manifestamente incabível. Antes da entrada em vigor do Código de Processo Civil de 2015, o SUPREMO tinha posição rígida no sentido da inviabilidade da reclamação para trazer a discussão sobre a má aplicação da sistemática da repercussão geral para a CORTE. Por todos, o seguinte precedente: RECLAMAÇÃO DECISÃO QUE NEGA TRÂNSITO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO PORQUE NÃO RECONHECIDA A EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL NELE SUSCITADA ALEGADA USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE INOCORRÊNCIA INADMISSIBILIDADE DO USO DA 5 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP RECLAMAÇÃO COMO INSTRUMENTO DESTINADO A QUESTIONAR A APLICAÇÃO, PELO TRIBUNAL DE ORIGEM, DO SISTEMA DE REPERCUSSÃO GERAL PRECEDENTES FIRMADOS PELO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RCL 7.547/SP, REL. MIN. ELLEN GRACIE; RCL 7.569/SP, REL. MIN. ELLEN GRACIE; AI 760.358-QO/SE, REL. MIN. GILMAR MENDES) INCOGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO RECONHECIDA PELA DECISÃO AGRAVADA LEGITIMIDADE CONSEQUENTE EXTINÇÃO ANÔMALA DO PROCESSO DE RECLAMAÇÃO RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO (Rcl 11.217-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 18/2/2014). O Código de Processo Civil/2015 concedeu um restritíssimo espaço para discussão da aplicação da sistemática da Repercussão Geral, pelo Juízo de origem, no âmbito da Reclamação para os Tribunais Superiores. Somente caberá Reclamação (a) para se assegurar a observância de acórdão formado no julgamento do mérito de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de Recurso Extraordinário ou recurso especial repetitivo e (b) desde que esgotadas todas as instâncias ordinárias, a saber, o percurso de todo o íter recursal cabível antes do acesso à SUPREMA CORTE (Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 11/4/2017). É o que se extrai da leitura a contrario sensu do art. 988, § 5..., II: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I a IV omissis. § 5 É inadmissível a reclamação: 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP RECLAMAÇÃO COMO INSTRUMENTO DESTINADO A QUESTIONAR A APLICAÇÃO, PELO TRIBUNAL DE ORIGEM, DO SISTEMA DE REPERCUSSÃO GERAL PRECEDENTES FIRMADOS PELO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RCL 7.547/SP, REL. MIN. ELLEN GRACIE; RCL 7.569/SP, REL. MIN. ELLEN GRACIE; AI 760.358-QO/SE, REL. MIN. GILMAR MENDES) INCOGNOSCIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO RECONHECIDA PELA DECISÃO AGRAVADA LEGITIMIDADE CONSEQUENTE EXTINÇÃO ANÔMALA DO PROCESSO DE RECLAMAÇÃO RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO (Rcl 11.217-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJe de 18/2/2014). O Código de Processo Civil/2015 concedeu um restritíssimo espaço para discussão da aplicação da sistemática da Repercussão Geral, pelo Juízo de origem, no âmbito da Reclamação para os Tribunais Superiores. Somente caberá Reclamação (a) para se assegurar a observância de acórdão formado no julgamento do mérito de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de Recurso Extraordinário ou recurso especial repetitivo e (b) desde que esgotadas todas as instâncias ordinárias, a saber, o percurso de todo o íter recursal cabível antes do acesso à SUPREMA CORTE (Rcl 24.686-ED-AgR, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe de 11/4/2017). É o que se extrai da leitura a contrario sensu do art. 988, § 5..., II: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I a IV omissis. § 5 É inadmissível a reclamação: 6 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP I omissis II proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. Pois bem: ressalte-se, em rigor, que a CONSTITUIÇÃO FEDERAL , ao estabelecer a competência desta SUPREMA CORTE, em rol taxativo, não prevê a utilização da via reclamatória para apreciar a correção da aplicação da sistemática de Repercussão Geral, de maneira que incumbe exclusivamente ao tribunal de origem aplicar tal decisão ao caso concreto, pondera o eminente Ministro LUIZ FUX (Rcl 26.633/SP, DJe de 23/5/2017). Assim, esta CORTE, excepcionalmente, conhece e julga reclamações postulando a observância de acórdão de Recurso Extraordinário com repercussão geral reconhecida somente após esgotadas as instâncias ordinárias nos restritos casos em que se depara com decisão teratogênica, vício judicial que autoriza a utilização e admissão deste instrumento processual para fins de cassação do ato reclamado, observando-se, consequentemente, os seus estritos limites cognitivos (Rcl 21.445/RS. Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 10/5/2017). Consoante bem observado pela Min. CÁRMEN LÚCIA, desrespeita-se a autoridade da decisão do SUPREMO quando configurada erronia na aplicação do entendimento, a evidenciar teratologia da decisão reclamada (Rcl 24.911/DF, DJe de 31/8/2016). Cite-se, também, o entendimento do Min. GILMAR MENDES, no sentido de que, quando se intenta garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, a reclamatória proposta no Supremo Tribunal Federal deve estar arregimentada de dois inseparáveis pressupostos: o 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP I omissis II proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. Pois bem: ressalte-se, em rigor, que a CONSTITUIÇÃO FEDERAL , ao estabelecer a competência desta SUPREMA CORTE, em rol taxativo, não prevê a utilização da via reclamatória para apreciar a correção da aplicação da sistemática de Repercussão Geral, de maneira que incumbe exclusivamente ao tribunal de origem aplicar tal decisão ao caso concreto, pondera o eminente Ministro LUIZ FUX (Rcl 26.633/SP, DJe de 23/5/2017). Assim, esta CORTE, excepcionalmente, conhece e julga reclamações postulando a observância de acórdão de Recurso Extraordinário com repercussão geral reconhecida somente após esgotadas as instâncias ordinárias nos restritos casos em que se depara com decisão teratogênica, vício judicial que autoriza a utilização e admissão deste instrumento processual para fins de cassação do ato reclamado, observando-se, consequentemente, os seus estritos limites cognitivos (Rcl 21.445/RS. Rel. Min. ROBERTO BARROSO, DJe de 10/5/2017). Consoante bem observado pela Min. CÁRMEN LÚCIA, desrespeita-se a autoridade da decisão do SUPREMO quando configurada erronia na aplicação do entendimento, a evidenciar teratologia da decisão reclamada (Rcl 24.911/DF, DJe de 31/8/2016). Cite-se, também, o entendimento do Min. GILMAR MENDES, no sentido de que, quando se intenta garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, a reclamatória proposta no Supremo Tribunal Federal deve estar arregimentada de dois inseparáveis pressupostos: o 7 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP esgotamento da instância de origem, com a interposição de agravo interno da decisão monocrática que sobrestá o processo, inadmite liminarmente o recurso da competência do Supremo Tribunal Federal ou julga-o prejudicado; e a plausibilidade na tese de erronia na aplicação do entendimento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL firmado na repercussão geral pelo Juízo a quo , a indicar teratologia da decisão reclamada. (Rcl 26.093/PI, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 6/2/2017). É preciso registrar a observação do Min. DIAS TOFFOLI sobre a excepcionalidade do cabimento da Reclamação para fins de questionamento da aplicação do precedente, sendo dever da parte reclamante demonstrar a existência de razões fundamentadas em teratologia na aplicação da norma de interpretação extraída do precedente do Supremo Tribunal Federal com força obrigatória ao caso concreto (Rcl. 26.780-MC/SP, DJe de 5/6/2017). Na presente hipótese, o acórdão impugnado negou provimento ao agravo interno interposto, mantendo a decisão que inadmitiu o Recurso Extraordinário, conforme infere-se da ementa a seguir transcrita (extraída do sítio eletrônico do TJSP): Agravo interno. Decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário ligado a matéria já decidida pelo Supremo Tribunal Federal em regime de repercussão geral – Artigo 1.030, inciso I, alínea "a", segunda parte, do Código de Processo Civil – Hipótese atinente ao Tema n 339 do Supremo Tribunal Federal. Agravo interno não provido. O Tribunal de origem entendeu que a decisão agravada alinha-se à tese fixada por esta CORTE no Tema 339, AI 791.292 RG, Rel. Min. GILMAR MENDES, ao afirmar que: O acórdão atacado por recurso extraordinário não conheceu da reclamação, destacando-se que houve o adequado enfrentamento da questão central e, como 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP esgotamento da instância de origem, com a interposição de agravo interno da decisão monocrática que sobrestá o processo, inadmite liminarmente o recurso da competência do Supremo Tribunal Federal ou julga-o prejudicado; e a plausibilidade na tese de erronia na aplicação do entendimento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL firmado na repercussão geral pelo Juízo a quo , a indicar teratologia da decisão reclamada. (Rcl 26.093/PI, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 6/2/2017). É preciso registrar a observação do Min. DIAS TOFFOLI sobre a excepcionalidade do cabimento da Reclamação para fins de questionamento da aplicação do precedente, sendo dever da parte reclamante demonstrar a existência de razões fundamentadas em teratologia na aplicação da norma de interpretação extraída do precedente do Supremo Tribunal Federal com força obrigatória ao caso concreto (Rcl. 26.780-MC/SP, DJe de 5/6/2017). Na presente hipótese, o acórdão impugnado negou provimento ao agravo interno interposto, mantendo a decisão que inadmitiu o Recurso Extraordinário, conforme infere-se da ementa a seguir transcrita (extraída do sítio eletrônico do TJSP): Agravo interno. Decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário ligado a matéria já decidida pelo Supremo Tribunal Federal em regime de repercussão geral – Artigo 1.030, inciso I, alínea "a", segunda parte, do Código de Processo Civil – Hipótese atinente ao Tema n 339 do Supremo Tribunal Federal. Agravo interno não provido. O Tribunal de origem entendeu que a decisão agravada alinha-se à tese fixada por esta CORTE no Tema 339, AI 791.292 RG, Rel. Min. GILMAR MENDES, ao afirmar que: O acórdão atacado por recurso extraordinário não conheceu da reclamação, destacando-se que houve o adequado enfrentamento da questão central e, como 8 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP abordado no acórdão proferido em embargos de declaração, toda a matéria objeto do pleito fora analisada, sem ultrapassar limites nem ficar aquém do alegado,com fundamentos expostos de maneira clara e coerente com a solução. O Supremo Tribunal Federal, nos autos do AI n 791.292, reconhecendo a existência de repercussão geral, que ensejou a edição do tema de número 339, fixou a tese de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar,contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas. Nesse sentido, o caso em análise está em harmonia com o tema 339, inexistente fundamento que autorize diversa conclusão. Em suma, o acórdão recorrido converge ao tratamento jurídico aplicado ao caso paradigma e a agravante não trouxe argumentos efetivamente novos nesta oportunidade,restringindo-se a repisar alegações já afastadas pelo Órgão Especial da Corte. Daí, plenamente cabível a incidência artigo 1.030, inciso I, alínea "a", segunda parte, do Código de Processo Civil, com a negativa de seguimento ao referido recurso extraordinário. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Na hipótese, o Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do Supremo Tribunal Federal, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. É o que consta da ementa do leading case. Veja-se: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP abordado no acórdão proferido em embargos de declaração, toda a matéria objeto do pleito fora analisada, sem ultrapassar limites nem ficar aquém do alegado,com fundamentos expostos de maneira clara e coerente com a solução. O Supremo Tribunal Federal, nos autos do AI n 791.292, reconhecendo a existência de repercussão geral, que ensejou a edição do tema de número 339, fixou a tese de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar,contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas. Nesse sentido, o caso em análise está em harmonia com o tema 339, inexistente fundamento que autorize diversa conclusão. Em suma, o acórdão recorrido converge ao tratamento jurídico aplicado ao caso paradigma e a agravante não trouxe argumentos efetivamente novos nesta oportunidade,restringindo-se a repisar alegações já afastadas pelo Órgão Especial da Corte. Daí, plenamente cabível a incidência artigo 1.030, inciso I, alínea "a", segunda parte, do Código de Processo Civil, com a negativa de seguimento ao referido recurso extraordinário. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Na hipótese, o Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do Supremo Tribunal Federal, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. É o que consta da ementa do leading case. Veja-se: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. 9 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP Conversão em recurso extraordinário (Código de Processo Civil, art. 544, §§ 3... e 4...). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5... e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 13/8/2010). Nessas circunstâncias, inexiste a alegada usurpação de competência desta SUPREMA CORTE. Em caso análogo ao presente, cito jurisprudência da 1... Turma desta CORTE: Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. SUPOSTA APLICAÇÃO EQUIVOCADA DOS TEMAS 339 e 181 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGADA USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DESTE TRIBUNAL. INEXISTÊNCIA. CORRETA OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA RECURSAL VIGENTE. ATO RECLAMADO ALINHADO À ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DESTA CORTE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do Supremo Tribunal Federal, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP Conversão em recurso extraordinário (Código de Processo Civil, art. 544, §§ 3... e 4...). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5... e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (AI 791.292-QO-RG, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 13/8/2010). Nessas circunstâncias, inexiste a alegada usurpação de competência desta SUPREMA CORTE. Em caso análogo ao presente, cito jurisprudência da 1... Turma desta CORTE: Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. SUPOSTA APLICAÇÃO EQUIVOCADA DOS TEMAS 339 e 181 DA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGADA USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DESTE TRIBUNAL. INEXISTÊNCIA. CORRETA OBSERVÂNCIA DA SISTEMÁTICA RECURSAL VIGENTE. ATO RECLAMADO ALINHADO À ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DESTA CORTE. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 339 do Supremo Tribunal Federal, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente 10 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. 2. Além disso, o Juízo impugnado, ao negar seguimento ao Recurso Extraordinário ao fundamento de ausência de repercussão da matéria discutida Tema 181 (Recurso Extraordinário 598.365, Rel. Min. AYRES BRITTO), observou corretamente as diretrizes estabelecidas por esta CORTE no precedente acima citado, no qual assentou-se a ausência de repercussão geral da matéria discutida no tema. 3. Nessas circunstâncias, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). 4. Embargos de Declaração recebidos como Agravo Interno, ao qual se nega provimento (Rcl 45005 ED, Relator ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 9/4/2021). Assim, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, NEGO SEGUIMENTO À RECLAMAÇÃO. As alegações ora trazidas não são suficientes para alterar a decisão agravada. Como tive oportunidade de enfatizar naquele julgado, o Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. 2. Além disso, o Juízo impugnado, ao negar seguimento ao Recurso Extraordinário ao fundamento de ausência de repercussão da matéria discutida Tema 181 (Recurso Extraordinário 598.365, Rel. Min. AYRES BRITTO), observou corretamente as diretrizes estabelecidas por esta CORTE no precedente acima citado, no qual assentou-se a ausência de repercussão geral da matéria discutida no tema. 3. Nessas circunstâncias, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). 4. Embargos de Declaração recebidos como Agravo Interno, ao qual se nega provimento (Rcl 45005 ED, Relator ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, DJe de 9/4/2021). Assim, a postulação não passa de simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013). Diante do exposto, com base no art. 21, § 1..., do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, NEGO SEGUIMENTO À RECLAMAÇÃO. As alegações ora trazidas não são suficientes para alterar a decisão agravada. Como tive oportunidade de enfatizar naquele julgado, o Tribunal reclamado decidiu em conformidade com a diretriz fornecida pelo Tema 11 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 18 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES RCL 47519 ED / SP 339 do Supremo Tribunal Federal, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. Além do mais, quanto ao argumento, da ora agravante, de que, na decisão agravada, não houve fundamentação efetiva em relação às teses da embargante, não é dever do julgador rebater todos os fundamentos apresentados pela parte, mas somente aqueles que, concretamente, sejam capazes de afastar a conclusão adotada na decisão, o que efetivamente ocorreu na decisão agravada. Desse modo, ratifica-se o entendimento aplicado de modo a manter, em todos os seus termos, a decisão recorrida. Em nome do princípio da celeridade processual, evidenciada a ausência de prejuízo à parte ora agravada, ressalto que não houve a intimação para apresentação de contrarrazões ao presente recurso (artigo 6... c/c artigo 9... do Código de Processo Civil/2015). Diante do exposto, recebo os Embargos de Declaração como Agravo Interno e NEGO PROVIMENTO ao recurso. É como voto. 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Supremo Tribunal Federal RCL 47519 ED / SP 339 do Supremo Tribunal Federal, haja vista a desnecessidade de exame de todas as alegações e provas coligidas nos autos, desde que o órgão julgador apresente fundamentação suficiente para resolver todos os pontos controvertidos. Além do mais, quanto ao argumento, da ora agravante, de que, na decisão agravada, não houve fundamentação efetiva em relação às teses da embargante, não é dever do julgador rebater todos os fundamentos apresentados pela parte, mas somente aqueles que, concretamente, sejam capazes de afastar a conclusão adotada na decisão, o que efetivamente ocorreu na decisão agravada. Desse modo, ratifica-se o entendimento aplicado de modo a manter, em todos os seus termos, a decisão recorrida. Em nome do princípio da celeridade processual, evidenciada a ausência de prejuízo à parte ora agravada, ressalto que não houve a intimação para apresentação de contrarrazões ao presente recurso (artigo 6... c/c artigo 9... do Código de Processo Civil/2015). Diante do exposto, recebo os Embargos de Declaração como Agravo Interno e NEGO PROVIMENTO ao recurso. É como voto. 12 Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 311F-C50C-298D-CF27 e senha 5E16-CE64-5320-A67A Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 18 Voto Vogal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) :ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) :ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Era incabível, na regência do Código de Processo Civil de 1973, a conversão, em agravo, dos embargos declaratórios. Sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015, o relator deve observar o disposto no § 3... do artigo 1.024, determinando a intimação do recorrente para complementação das razões - § 1... do artigo 1.021. Divirjo quanto à conversão. A par disso, a prestação jurisdicional prevista no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, considerado o artigo 489, § 1..., do Código de Processo Civil, pressupõe o enfrentamento, pelo órgão julgador, de todas as causas de pedir veiculadas, exceto quando, assentada premissa, ocorre o prejuízo de certo enfoque. Ante o precedente do Pleno evocado, apreciado sob a sistemática da repercussão geral, e observada atuação em Turma, acompanho o Relator, ressalvado entendimento pessoal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 24D6-111E-B5D2-FFCB e senha 80D0-8A42-0C0B-8AF2 Supremo Tribunal Federal 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) :FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) :ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) :ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS V O T O O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Era incabível, na regência do Código de Processo Civil de 1973, a conversão, em agravo, dos embargos declaratórios. Sob a vigência do Código de Processo Civil de 2015, o relator deve observar o disposto no § 3... do artigo 1.024, determinando a intimação do recorrente para complementação das razões - § 1... do artigo 1.021. Divirjo quanto à conversão. A par disso, a prestação jurisdicional prevista no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, considerado o artigo 489, § 1..., do Código de Processo Civil, pressupõe o enfrentamento, pelo órgão julgador, de todas as causas de pedir veiculadas, exceto quando, assentada premissa, ocorre o prejuízo de certo enfoque. Ante o precedente do Pleno evocado, apreciado sob a sistemática da repercussão geral, e observada atuação em Turma, acompanho o Relator, ressalvado entendimento pessoal. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 24D6-111E-B5D2-FFCB e senha 80D0-8A42-0C0B-8AF2 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 18 Extrato de Ata - 28/06/2021 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) : ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) : ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo interno e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD0E-84C6-EE1C-D853 e senha 1854-3111-1040-C1F4 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 47.519 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES EMBTE.(S) : FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA ADV.(A/S) : ANDREI BRIGANÓ CANALES (221812/SP) EMBDO.(A/S) : ALEXANDRE MARCOS STORTI FILHO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS INTDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo interno e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, com ressalvas do Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 18.6.2021 a 25.6.2021. Composição: Ministros Dias Toffoli (Presidente), Marco Aurélio, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Luiz Gustavo Silva Almeida Secretário da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme Medida Provisória n 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DD0E-84C6-EE1C-D853 e senha 1854-3111-1040-C1F4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 18
{ "JURISPRUDENCIA": [ "Rcl 6 . 880 - AgR", "RCL 47519 ED / SP", "RCL 47519 ED / SP", "EMB", "AI 791 . 292 RG", "AI 791 . 292 RG", "RCL 47519 ED / SP", "RCL 47519 ED / SP", "RCL 47519 ED / SP", "RCL 47519 ED / SP", "RCL 47519 ED", "RCL 47519 ED / SP", "RCL 47519", "RCL 47519 ED / SP", "RCL 7 . 547 / SP", "RCL 7 . 569 / SP", "AI 760 . 358 - QO / SE", "Rcl 11 . 217 - AgR", "Rcl 24 . 686 - ED - AgR", "RCL 7 . 547 / SP", "RCL 7 . 569 / SP", "AI 760 . 358 - QO / SE", "Rcl 11 . 217 - AgR", "Rcl 24 . 686 - ED - AgR", "RCL 47519 ED / SP", "Rcl 26 . 633 / SP", "Rcl 21 . 445 / RS", "Rcl 24 . 911 / DF", "Rcl 26 . 633 / SP", "Rcl 21 . 445 / RS", "Rcl 24 . 911 / DF", "RCL 47519 ED / SP", "Rcl 26 . 093 / PI", "Rcl . 26 . 780 - MC / SP", "AI 791 . 292 RG", "RCL 47519 ED / SP", "Rcl 26 . 093 / PI", "Rcl . 26 . 780 - MC / SP", "AI 791 . 292 RG", "RCL 47519 ED / SP", "AI n 791 . 292", "RCL 47519 ED / SP", "AI n 791 . 292", "RCL 47519 ED / SP", "AI 791 . 292 - QO - RG", "AI 791 . 292 - QO - RG", "Recurso 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Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "art . 1 . 024 , § 3 . . . , do Código de Processo Civil de 2015", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 42 , parágrafo único , da Lei Consumerista", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 42 , parágrafo único , da Lei Consumerista", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 93 , inciso IX , do Carta Magna", "artigos 11 , 489 , 1 . 022 , do NCPC", "artigo 93 , inciso IX , da Carta Magna", "artigo 102 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "artigo 93 , inciso IX , do Carta Magna", "artigos 11 , 489 , 1 . 022 , do NCPC", "artigo 93 , inciso IX , da Carta Magna", "artigo 102 da Constituição Federal", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "arts . 102 , I , “ l ” , e 103 - A , caput e", "Constituição Federal", "Constituição", "art . 988 , I , II e III , do Código de Processo", "Medida Provisória n 2 . 200 - 2 / 2001", "Constituição Federal", "Constituição", "art", "Medida Provisória n 2 . 200 - 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